Diário do Comércio - julho 2006

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Ano 81 - Nº 22.160

São Paulo, segunda-feira 3 de julho de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Haja coração!

Edição concluída às 23h45

As últimas para tratar o seu coração. Páginas/ 7 e 8

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

MAPA DA BAGUNÇA ELEITORAL Um festival de coligações está marcando as eleições estaduais pelo Brasil afora. Há casos em que um político fechou alianças com 12 partidos. Ou em que PFL e PT se juntaram. Essa orgia eleitoral está retratada num mapa que o DC publica hoje nas páginas 4 e 5. Leia também, na 6, a opinião de analistas políticos.

Sob suspeita, 20% do Congresso Cerca de 100 parlamentares estão sob investigação, ou são réus, atualmente. Este "é o pior Congresso da história do País", diz o deputado Ricardo Izar (PTB-SP), presidente do Conselho de Ética da Câmara. Muitos estão concorrendo à reeleição. Página 3.

Bota-fora com vaias Jonne Roriz/AE

Rodolfo Buhrer/Gazeta do Povo/Agência O Globo

Brasil no ônibus: adeus com vaias

Roberto Carlos: arregalado e mudo

A

Seleção volta para casa, à vista de torcedores revoltados com o fracasso diante da França. A imprensa internacional, perplexa, não entende o que aconteceu com os "magos" do Brasil. A nacional dispara explicações. E já começam as especulações sobre o possível substituto de Parreira. DC Esporte André Neto/AE

Marcelo Min/AFG

NO FRIO, IMPOSTOS DE ARREPIAR

Ronaldinho: vestido para sumir

Vendas sobem e consumidores pagam até 54% de impostos embutidos nos artigos de inverno (foto). Eco/ 1 e 4

ÀS 10 HORAS NA ACSP

Política agrícola e agrária brasileira

HOJE Parcialmente nublado Máxima21º C. Mínima 12º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 23º C. Mínima 10º C.

Com Marcos S. Jank, João Sampaio e Xico Graziano. Ao vivo: dcomercio.com.br

Testamos o econômico Mille Fire, modesto, útil. E ainda um desconhecido.

Divulgação/FIAT

Feito para resolver


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.TURISMO

quinta-feira, 11 de maio de 2006

Fotos: Jaime Bórquez

Puerto Natales convida à Patagônia o ano todo A pequena e pacata cidade chilena caiu nas graças do mundo e transforma-se no coração do turismo patagônico no país, oferecendo passeios para todos os gostos. E mais: visitantes descobrem maravilhas em todas as estações Por Jaime Bórquez

Q

uem algum dia já visitou o Parque Nacional Torres del Paine poderá trazer à mente vagas imagens desta cidadezinha chilena. Recordará, talvez, que parou num posto de gasolina, reabasteceu e continuou viagem rumo à reserva. Ou, quem sabe, conseguirá lembrar que aproveitou a parada e tomou um chá no fim de tarde, após quase três horas de estrada, vindo da cidade mais austral do Chile, Punta Arenas. Aí morrem as imagens de Puerto Natales. Pois aquela cidadezinha hoje é centro do turismo patagônico. E nem todo mundo que a visita está só a caminho do mais belo e conhecido parque nacional chileno, longe disso. O entorno de Natales, como agora a chamam os íntimos, oferece muito mais destinos que as Torres del Paine. Há cruzeiros até os gelos, cavalgadas pelos pampas, visita às fazendas de ovelhas, caminhadas, observação da natureza, pesca esportiva, escalada em gelo, enfim, um leque de alternativas turísticas para todas as idades, bolsos, gostos e sensibilidades. Inclusive acaba de ser aberto lá o primeiro hotel cinco-estrelas da cidade. E, muito importante: os visitantes começam a descobrir que a Patagônia chilena é interessante em todas as estações. Cada uma tem sua graça. No verão, o sol reina: nasce às 4h30 da manhã e se põe perto da meia noite. No outono, os carvalhos oferecem uma paisagem avermelhada inesquecível. No inverno, some aquele

Diretor-Presidente Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editora Antonella Salem antonellasalem@uol.com.br Sub-editora Lygia Rebello lygiarebello@uol.com.br Chefe de reportagem Arthur Rosa

Puerto Natales (no topo) e seu entorno abrem um leque de programas. Um deles, a trilha que contorna o Canal Señoret, onde se podem observar os elegantes cisnes de pescoço preto (foto à dir). Trekking famoso na região é o circuito ao redor das Torres del Paine, no parque nacional (à esq.)

vento inclemente que, às vezes, atrapalha a caminhada e o sol fica preguiçoso, clima especial para quem está em lua-demel. E na primavera, como em todo o planeta, a vida brota por todo lado, fauna e flora se energizam. A Patagônia chilena é para o ano inteiro. Portanto, prepare suas malas e escolha os passeios. Caminhando contra o vento – As caminhadas são programas corriqueiros na Patagônia. Há para todos os gostos e fôlegos. Subir o morro Dorotea a pé, por exemplo, não é nada do outro mundo e é considerado um trekking de esforço leve. Entre 9h da manhã e 13h dá e sobra tempo para esste exercício, com aquela visão dos pampas absolutamente fascinante. Outra caminhada que não exige esforço demais é a excursão entre Puerto Prat e a Estância Consuelo, lugares que ficam só a meia hora a pé do centro de Puerto Natales. A trilha contorna o Canal Seño-

ret e pelo caminho, entre mata baixa e extensos gramados naturais, podem-se observar quero-queros, gansos selvagens, os elegantes cisnes de pescoço preto (ave-símbolo da região) e as belas e encorpadas bandurrias, o ibis patagônico. Em quatro horas e a passo tranqüilo, se faz o percurso completo ida-e-volta. Mas se desejar mais adrena-

Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Evana Clicia Lisbôa Sutilo Ilustração Jair Soares

lina, a dica é a Trilha dos Alacalufes, assim batizada em nome dos nativos que moravam nesta região, também conhecidos como kaweskar, exímios navegantes. Requer dois ou três dias e esquema de camping. A excursão se inicia no cais de pescadores de Puerto Natales, de onde uma embarcação cruza o canal deixando o grupo na Península Antonio Va-

ras, num território praticamente desabitado. Dali percorrem-se mais de 40 quilômetros do mítico Caminho Austral até a Bahia Talcahuano. Pelo caminho, bosques de “lengas” (o carvalho patagônico), o perfumado cipreste das guaitecas, árvore sagrada dos nativos, e uma fauna abundante em leões-marinhos e patos silvestres. Há paisagens ina-

creditáveis, como o Canal Worsley, a Ilha Ballesteros, a Cordilheira Riesco, o estreito fiorde Rossi e o mágico Lago dos Acantilados. Depois de cruzar a Cordilheira Sarmiento, se chega ao ponto alto da viagem: o Canal de las Montañas e suas diferentes geleiras. Outras caminhadas muito interessantes são pela Serra Baguales ou até o cemitério aonikenk, nome original dos nativos da Patagônia. Mas o trekking considerado "número um" da região é o circuito ao redor das Torres del Paine. Passar por esta experiência requer um bom preparo físico e um planejamento responsável. São sete dias a pé, pernoitando nos refúgios franciscanos que a Corporação Florestal do Chile dispõe ao longo de todo percurso. A caminhada, pode-se dizer, é a versão chilena do Caminho de Santiago de Compostela (mas muito mais difícil) e sua fama extrapolou, há muito tempo, as fronteiras chilenas.

Viagem até as geleiras

Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão Diário de S. Paulo

www.dcomercio.com.br

r à Patagônia e não ver geleiras é como ir à Disney e não ver o Mickey. Há pelo menos uma dezena delas ao redor de Puerto Natales. Algumas estão na orla de fiordes (a palavra deriva do norueguês fjord, que significa canal fechado produzido por degelo), como Pio XI, maior do cone sul, ou Amalia, assim como há outras em franco

I

retrocesso que ficam penduradas nas íngremes montanhas de rocha. Há passeios a bordo de modernos catamarãs para observar estas maravilhas da natureza bem de pertinho. A viagem mais comum é ao Parque Nacional Balmaceda, onde se visita a lagoa e geleira Serrano. Em menos de três horas de navegação se chega ao pequeno cais do parque e,

depois de uma caminhada de uma hora, aos pés da geleira imponente. Na lagoa flutuam icebergs. Quem quiser mais emoção, pode andar de caiaque ou em zodiac a motor entre os gelos, contratando os serviços oferecidos no local. E àqueles que quiserem uma “superdose” de geleiras, o passeio até o Canal de las Montañas é imperdível. Lá pode-se tocar na geleira Bernal

e gastar a memória de sua câmera para imortalizar as geleiras Alsina, Zamudio e Paredes, que parecem fugir montanha acima. Tudo isso com direito a um bom uísque com gelo milenar, é claro. Se achar que a adrenalina ainda é pouca, vale a caminhada no gelo entre as fendas da geleira Grey, dentro do Parque Nacional Torres del Paine. (J.B.)


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quinta-feira, 11 de maio de 2006

TURISMO - 3

Conheça a vida de peão no Chile

Fotos: Jaime Bórquez

Andar a cavalo, tomar chimarrão e provar churrasco de cordeiro são programas imperdíveis na região patagônica

V

iajar a Puerto Natales é respirar a cultura patagônica. Assim que se põe o pé na região dá vontade de andar a cavalo pelos pampas, tomar chimarrão e, claro, comer um churrasco de cordeiro no mais puro estilo patagão. Uma boa cavalgada é subir até o topo do morro Dorotea, guarda-costas geográfico de Puerto Natales. O passeio é suave, sem encostas íngremes nem trajetos perigosos, com várias paradas que permitem admirar a paisagem. A inexistência de poluição atmosférica permite ver os extensos pampas, inclusive muito além da fronteira com a Argentina. Para almas citadinas, sair em cavalgada com os “baqueanos”, os gaúchos destas terras, é uma experiência que enriquece mente e alma. Aprendemos sobre laços, estribeiras e, ainda, como se serve um bom “mate”, o chimarrão chileno. Ao chegar ao alto do morro Dorotea, a impressionante paisagem é a recompensa. Da borda da falésia quase vertical, Puerto Natales estará a seus pés, assim como o Canal Seño-

ret, o Golfo Almirante Montt e vários lagos ao longe. De lá também há a perfeita visão da mítica Cordilheira Paine. Se não fosse pelo cordeiro na brasa e o vinho tinto à espera lá embaixo, a vontade de regressar seria infinitamente menor. As cavalgadas podem durar de meio dia até uma semana, se hospedando em estâncias, ou fazendas, ao longo do percurso. F az e nd a s – Os “estancieros”, ou fazendeiros, da região têm pouco a pouco percebido que o turismo rural é um bom negócio. Ariscos às influências forasteiras, hoje começam a abrir as portas de suas casas para turistas. Nelas, segundo a estação do ano em que as visitemos, pode-se ver a tosa (entre outubro e dezembro), a “señalada” (janeiro e fevereiro, quando se marcam as ovelhas com uma senha) e o quase interminável banho “desparasitário”. Imagine quanto leva para banhar 10 mil ovelhas, de uma em uma. Nestas visitas também se tem a oportunidade de ver a destreza dos cachorros de ar-

Cavalgar com os “baqueanos” (acima), os gaúchos destas terras, é inesquecível. Nas fazendas é possível marcar o passeio a cavalo, ver a tosa (acima, à esq.), entre outubro e dezembro, e provar o tradicional cordeiro na brasa

reio. Com assobios, o amo consegue que eles procurem, arreiem, detenham e guardem um bando de ovelhas. Em todas as estâncias se oferecem passeios a cavalo e, obviamente, o tradicional churrasquinho de cordeiro. Ali aprende-se como se faz o bom churrasco gaúcho: ascender o fogo cedo, com lenha de carvalho, escolher um animal que tenha menos de 16 quilos, salgar e botar no ferro, com a cabeça pa-

ra baixo. Cravar o ferro no chão, esperar boas brasas e botar o bicho a mais de meio metro do fogo. Alternar frente e costas, devagarinho no fogo, com muita paciência. Alguns experts recomendam ter sempre à mão uma chaleira com água quente, para dar umas duchas no cordeiro para que a gordura escorra. Depois de tudo isso, é esquecer do regime. Afinal, este pecadinho da gula será cometido, com sorte, uma vez ao ano. (J.B.)

Surge um novo cinco-estrelas na paisagem

F

amoso no destino, o hotel Explora Patagônia, que fica dentro do Parque Nacional Torres del Paine, acaba de ganhar um rival à sua altura: o cinco-estrelas Remota Patagônia. Obra do arquiteto chileno Germán del Sol, justamente responsável pela arquitetura e filosofia dos hotéis Explora do Atacama e da Patagônia, o Remota é um galpão de fazenda patagônica estilizado, com linhas arrojadas, construído em concreto, vidro e madeira nobre da região (carvalho), ardósia no chão. Seus elementos interiores são simples, quase minimalistas. Mesas de linhas retas, lustres de vime, papel e arame. E as acomodações são uniformes, não há suítes, por exemplo. São todas standard, embora de um luxo sóbrio. A proposta do hotel é que o

Projeto de Germán del Sol – que assinou os hotéis Explora –, o Remota é um moderno galpão de fazenda

visitante chegue à confortável e grande casa para viver a Patagônia em toda a sua grandiosidade. Respire o perfume de carvalho nos quartos, de cipreste nos banheiros e admire de suas enormes janelas a deslumbrante paisagem do Canal Señoret e das montanhas ao redor. Não há televisão “para que ninguém grude na telinha e deixe de sair para viver dias

de lazer na Patagônia”, diz o próprio Germán del Sol. Com capacidade para 140 hóspedes, o Remota oferece sauna finlandesa, jacuzzis ao ar livre, piscina climatizada e fechada com gigantescos painéis de vidro, sala de massagens e um alto e amplo salão para o relax total, onde no lugar dos sofás há tatames gigantes. E não há divisões interio-

res, todos os ambientes estão comunicados, sejam as três salas, o bar, o refeitório ou a sala de leitura, do primeiro andar. Além de mostrar a Patagônia ao hóspede pelas janelas, o Remota oferece um menu de passeios. De uma caminhada por Puerto Natales até a subida à base das míticas Torres del Paine, tudo com guias de primeira, é claro. (J.B.)

RAIO X COMO CHEGAR A partir de São Paulo, pela Lan Chile (tel. 11/2121-9000, site www.lan.com), voa-se para Punta Arenas com conexão em Santiago. Ida-e-volta, o bilhete custa US$ 746 – preço válido até 16/6. De lá, tomase um carro até Puerto Natales (duas horas e meia). Os hotéis oferecem o traslado. ONDE DORMIR Remota Patagônia: Rota 9 Norte, tels. (5661) 41-4040 e (562) 387 1200, site www.remota.cl. Programas a partir de três noites por US$ 790 por pessoa, com passeios e refeições. No Brasil, a Expedition (tel. 11/3253-2128, www.expedition.cl) e a Interpoint: (tel. 1 1 / 3 0 8 7 - 9 4 0 0 , w w w. i n t e rpoint.com.br) têm pacotes. Explora Patagônia: Parque Nacional Torres del Paine. Reservas

Paraguai

Chile

Uruguai

Argentina

pelo tel. (562) 206-6060. Quatro noites a partir de US$ 1.560 por pessoa, com traslados, pensão completa e passeios. Costausralis: Rua Pedro Montt 262, (5661) 41-2000, www.hotelesaustralis.cl. Opção mais econômica, pioneiro na região. Diárias para casal a partir de US$ 207. ONDE COMER Angelic a’s: Eberhard 532, tel. (5661) 41-0365. El Asador Patagônico: Ar turo Prat 158, tel. (5661) 41-3553 La Mesita Grande: Arturo Prat esquina com Eberhard. El Living: Arturo Prat 156, tel.. (5661) 41-1140. AONDE IR Cavalgada ao monte Dorotea: reservas pelo tel. (56) 952-2659 Cavalgada de dez dias: tel. (56)

903-8048, www.estanciatravel.com. Trilha dos Alacalufes: reser vas pelo tel. (56) 9480-6366, site www.graciaresdelapatagonia.cl. Navegação às geleiras: Serrano e Balmaceda, Canal de las Montañas, tel. (5661) 41-2409, site www.skorpios.cl. Escalada em gelo e caiaques: Big Foot Patagonia, tel. (5661) 413247, site www.bigfootpatagonia.com. Estâncias: Rosario, tel. (5661) 411273; Perales, tel. (5661) 41-1978; El Palenque, tel. (5661) 41-3074; e Tres Pasos, e-mail reservas@trespasos.cl. FAÇA AS MALAS Moeda: peso chileno (US$ 1 equivale a 512 pesos chilenos). Fuso: uma hora a menos em relação à Brasília.

Passeando pela cidade

A

cidadezinha de Puerto Natales parece pequena, mas engana-se quem pensa que não há nada para visitar. Comece pelo Museu Histórico Municipal, que nos surpreende ao mostrar que já nos idos de 1900 este “fim de mundo” tinha telefone. Na parte dedicada às etn i a s r e g i onais, percebemos o entorno duro e indomável no qual viviam, com temperaturas beirando o zero grau. A ativ i d a d e e c onômica de Puerto Natales foi efervescente e trouxe luxos a seus habitantes. Restaurante Como exemplo disso, estão expostos belíssimos El Living, faqueiros de prata, máquinas fotográficas e louça vegetariano; fina usados pelas abastadas famílias locais. e Museu Outro lugar a ser visitado é o Museu Puerto BoPuerto ries, uma antiga fábrica construída pela Sociedad Bories, Explotadora de Tierra del Fuego, a maior do Chile, antiga para o abate e refrigeração de carne de ovelha e lã fábrica para que se exportava a Europa. o abate e Bom apetite – Mas os passeios dão fome, certo? refrigeração Natales tem suas gracinhas gastronômicas. Uma dede carne de las é o Angelica’s, com certeza o melhor restaurante ovelha e lã da cidade, pertencente a uma família. O cordeiro com ervas finas e o fetuccini com frutos do mar são pedidas perfeitas. As boas pizzas estão no La Mesita Grande que, como diz o nome, tem uma extensa mesa comum a todos seus freqüentadores. Se a essa altura você ainda não tiver provado o cordeiro magalhânico não se desespere. Vá à noite ao Asador Patagônico e mate a vontade. E para quem não come carne, o bar-restaurante El Living é vegetariano. De um casal de jovens ingleses, é como um living de casa, onde se pode sentar no sofá e beber um bom vinho ou cerveja local (muito boa, chama-se Austral). Antes de sair da cidade, tente sorte no Casino Municipal. Quem sabe o dinheiro gasto nesta viagem volta aos seus bolsos. A esperança é a ultima que morre... Curiosamente, aliás, Puerto Natales fica no fiorde Última Esperança. (J.B.)


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4 -.TURISMO

quinta-feira, 11 de maio de 2006 Emerson de Souza/SP Turis

SÃO PAULO

Cultura agita a capital S

hows musicais, concertos, exibições de filmes ao ar livre, dança, bailes, artes cênicas, visuais e circenses, discotecagem com DJs. As mais variadas manifestações culturais vão agitar São Paulo a partir das 18h do dia 20 até às 18h do dia 21 de maio. É a segunda edição da chamada Virada Cultural, evento que pretende revelar a vocação cultural dos mais diferentes espaços urbanos para toda a população. “Cultura para todos em todos os lugares e com várias linguagens artísticas”, defende Carlos Augusto Calil, secretário municipal de Cultura. João Bosco e a Banda Mantiqueira abrem a Virada Cultural com um show às 18h do dia 20 no Boulevard São João. Entre as 14h e 17h de domingo, o projeto Samba de São Paulo levará ao mesmo palco grandes nomes da música popular brasileira, como Jair Rodrigues, Ná Ozzeti, Paulo Vanzolini e Maria Alcina. Nesta segunda edição, durante a noite de sábado e a madrugada de domingo, a festa ficará concentrada no Centro. Os espetáculos e intervenções ficarão espalhados por calçadões, praças e largos. Entre o Vale do Anhangabaú e a Praça da Sé, funcionará um boulevard. A disposição das atrações será contínua, o que permitirá ao público, com curtas caminhadas, ter acesso a diferentes manifestações. Vários palcos funcionarão com atividades de artes plásticas, música e literatura especialmente programadas pela Secretaria Municipal de Cultura. Durante o dia de domingo, as atividades estarão pulveri-

Anote as datas. Nos próximos dias 20 e 21, São Paulo será sede da segunda edição da chamada Virada Cultural, uma extensa programação feita de shows, exposições, concertos, apresentações circenses e muito mais

Espetáculos ficarão espalhados por calçadões, praças e largos. Concerto de encerramento ocorrerá no Museu do Ipiranga

Wanderlei Celestino/SP Turis

do, o Sesc-São Paulo e a SP Turismo. Os principais apoiadores da iniciativa são CET, SPTrans, Metrô, Guarda Civil Municipal e Polícia Militar, além das subprefeituras. Nesta segunda edição do evento, a SPTuris será responsável pela infra-estrutura do evento: 33 ambulâncias, 3 postos médi-

zadas por toda a cidade, em parques e bairros onde haverá exibições de chorinho, jazz, teatro infantil e danças folclóricas. A programação noturna dos bairros prevê sessões de cinema em casas de cultura, cinemas e tendas especialmente montadas para as exibições. Os 21 CEUs terão apresenta-

ções de circo pela manhã e à tarde. Além do espetáculo de encerramento, com a Orquestra Sinfônica Municipal regida pelo maestro José Maria Florêncio, o Museu do Ipiranga receberá na madrugada grupos de dança como Balé da Cidade, Qasar e Stagium. Museus e outros espaços da Secre-

taria Estadual de Cultura (como a Casa das Rosas, na Avenida Paulista), além das unidades do Sesc, também terão programação especial durante a Virada. A Virada Cultural é realizada pela Secretaria Municipal de Cultura, em parceria com a Secretaria de Cultura do Esta-

cos, 80 brigadistas de incêndio, 15 palcos, 2.660 refeições/camarim; 7.560 lanches, 230 carregadores, 24 geradores, 200 cabines sanitárias e 800 seguranças privados. A Secretaria da Cultura preparou um site com a programação completa do evento, os locais que aderiram ao evento e os apoiadores públicos e privados. Além disso, na semana do evento, boletins de notícias estarão no ar dando todas as novidades da Virada. O endereço do site é o www.viradacultural.com.br. Percebendo o potencial turístico que um evento como a Virada Cultural possui, os hotéis de São Paulo estão preparando pacotes especiais para receber o visitante que quer participar da festa e reforçar o caráter múltiplo e acolhedor da cidade. Os hotéis que vão participar do evento estarão listados no site www.viradacultural.com.br.

SERVIÇO Mais informações sobre este e outros programas em São Paulo pelo site www.spturis.com.

Otávio Magalhães/AE

João Bosco (foto) e a Banda Mantiqueira abrem a Virada Cultural com um show às 18h do dia 20 no Boulevard São João

VEM AÍ O 2º SALÃO DO TURISMO Aberto ao público, o evento, marcado para junho em São Paulo, apresentará 541 roteiros turísticos no Brasil. E trará novidades

N

a última quinta-feira o ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, falou das novidades para a segunda edição do Salão do Turismo, que terá lugar no Expo Center Norte, entre os dias 2 e 6 de junho. A primeira delas é o lançamento do Vai Brasil, um programa envolvendo mais de 25 entidades – entre companhias aéreas, hotéis, locadoras de veículos e operadoras -, que irá oferecer roteiros de viagens a preços mais camaradas. “O objetivo é promover o turismo interno e garantir a ocupação em aviões e hotéis durante a baixa temporada e assim aumentar a oferta de empregos diretos e indiretos no setor”, afirmou o ministro. As reservas poderão ser feitas o ano inteiro pela internet no site www.vaibrasil.com.br a partir do dia 2/6 e a comercialização começará a ser feita a partir do dia 12/6. “O Vai Brasil irá garantir preços 30% mais baratos que a média de preços da baixa temporada. E como a

baixa já possui um preço 30% menor que na alta, estamos falando em uma redução de, no mínimo, 50% no valor dos roteiros nacionais”, afirmou José Zuquim, presidente da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa). Pacotes à venda no local – A outra boa-nova, que foi criada levando em consideração as sugestões dos visitantes do ano passado, é a criação do Balcão de Comercialização dentro do Salão do Turismo. Quem comprar por lá deverá se dar bem, pois os organizadores garantem preços mais atraentes do que os encontrados no mercado (em média 20% mais baratos) para os roteiros apresentados durante a feira. “Queremos fazer o Salão do Turismo para os consumidores. O evento será novamente em São Paulo, pois é aqui que fica o maior mercado emissor de turista do País. Entre os maiores viajantes em território nacional estão, em

primeiro lugar, os paulistanos e, em segundo, os paulistas”, explicou Mares Guia. Números – A expectativa para a próxima edição do Salão do Turismo é registrar um crescimento de 20% no número de roteiros apresentados e consolidar pelo menos três destinos em cada uma das 27 Unidades da Federação. Serão apresentados 541 roteiros turísticos (87 deles com qualificação internacional), que envolvem 117 regiões e 474 municípios turísticos. Além da feira e do balcão de comercialização de roteiros, haverá palestras e mesas redondas, rodadas de negócios e a Vitrine Brasil – uma mostra de artesanato, culinária e manifestações folclóricas das diferentes regiões do País. Com as novas atrações e numa área maior que a de 2004, o Salão do Turismo espera atrair mais de 100 mil visitantes. A entrada custará R$ 10. Informações pelo site www.turismo.gov.br. Lygia Rebello

Abgev celebra o sucesso

Divulgação/Panrotas

A

idéia de fundar uma associação para o segmento de turismo corporativo surgiu numa conversa entre amigos que trabalham com administração de viagens e de eventos de grandes empresas. Eles eram vítimas da falta de uma entidade que pudesse defender o interesse de gestores corporativos, então, decidiram criá-la. Como era grande a vontade de tornar o desejo real e de levar a sério o comprometimento, a idéia saiu muito rápido do papel. E está dando certo, pois nesses três anos a entidade cresceu 57,4%. “Não viemos tumultuar o mercado”, diz a vice-presidente, Patrícia Thomas. A Associação Brasileira de Gestores de Viagens Corporativas (Abgev), a única no Brasil e na América Latina, acaba de completar três anos de trabalho e a merecida comemoração ocorreu no dia 9 de maio, com uma festa para os fundadores e seus associados. O plano era fortalecer e desenvolver o setor de viagens corporativas junto com o mercado. Para isso, realizar congressos, fóruns, debates, cursos, palestras e reuniões. E tudo é muito bem organizado e dividido por quatro comitês: de Aviação, de Cartões de Crédito, de Eventos e de Executivos -- criado para abrir a possibilidade de troca de experiências nos diferentes ramos de atividade e atender às expectativas e buscar soluções para as respectivas necessidades. Cada um com suas definições e obrigações. PROGRESSO Nestes três anos, a Abgev conseguiu triplicar o número de associados e conseguiu a proeza de fazer parte do grupo Paragon Partnership, um grupo mundial de Associações de Viagens de Negócios, liderado pela National Business Travel Association (NBTA), “que é a nossa grande mãe”, diz a presidente da Abegev, Viviânne Martins. Além da NBTA, a associação faz parte das 11 entidades que, juntas, geram um budget de cerca de US$ 150 bilhões. O melhor é que os fundadores estão orgulhosos e realizados por terem conseguido cumprir as metas de 2005. E na lista das principais realizações constam a primeira reunião entre comitês, a parceria com a Academia de Viagens Corporativas, que realizou 20 cursos, a presença na 37ª NBTA, em San Diego, na Califórnia; a Abgev Cultural, o novo portal e - finalmente - as novas instalações. Tudo o que estava programado, segundo os fundadores, para o ano de 2005. “Vimos que tudo o que foi traçado, foi realizado”, disse Viviânne. A associação começou com 104 empresas e hoje tem 288 associados. Entre eles, como se sabe, agências de viagens, hotéis, GDSs, locadoras de automóveis e travel managers, entre outros. METAS E o grupo segue seu curso em direção às metas estabelecidas para 2006. O plano é participar do 2° Encontro de

Viviânne Martins e Patrícia Thomas, da Abgev Comitês e da 38ª Convenção NBTA, que será realizada em Chicago, participar do Encontro Latino-Americano de Viagens Corporativas e Tecnologia (em fevereiro), dos trabalhos em conjunto com o Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB, que fizeram em março), aumentar o quadro de funcionários (abril), divulgar a marca com anúncios em revistas especializadas, lançar uma cartilha e o Abgev Saúde, além de manter os cursos que fazem com a fiel parceira com a Academia de Viagens Corporativas. A meta é ministrar 30 cursos neste ano. Trabalhar com pesquisa de mercado para consolidar os dados do mercado corporativo também faz parte dos planos. É a forma que encontraram para ter mais informações que não sejam apenas por amostragem. E para isso, estão começando a trabalhar com um professor da Universidade de São Paulo (USP), mas é um trabalho a longo prazo. O atual conselho será mantido por cinco anos, tempo escolhido para firmar e realizar os objetivos. Quem fundou quer deixar um legado. E para 2008, quando muda a diretoria, querem uma conscientização de que esse mercado tem de ser mais profissional. “Se tivermos números para mostrar a importância desse mercado, chegaremos perto do nosso objetivo”, diz Viviânne. PROFISSIONALIZAÇÃO A Abgev promove cursos em parceria com a Academia de Viagens Corporativas, e isso tem dado bons resultados para uma entidade que quer profissionalizar o setor, que cada vez cresce mais. “Tem muita gente que não sabe qual é o papel de um gestor”, lamenta Viviânne. Mas o importante é que há muitas pessoas interessadas. ORGULHO E para uma entidade que começou com oito pessoas, sem uma sede oficial, apenas com a vontade e o apoio das empresas que acreditaram na iniciativa, o que mais o deixaram felizes foi o fato de conseguirem, depois de três anos de trabalho, montar uma estrutura com direito a secretária e assistente, para “desafogar” o dedicado diretorexecutivo, Alberto Martins, que poderá se dedicar aos trabalhos mais específicos. Que mantenham o ritmo e a seriedade e sigam em frente! Mais informações sobre o Panrotas Corporativo no site www.panrotas.com.br. Assinaturas pelo tel. (11) 5070-4816 ou 5070-4804, e-mail assinaturas@panrotas.com.br.


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Congresso Planalto Opinião CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 3 de julho de 2006

CIENTISTAS POLÍTICOS AVALIAM O CENÁRIO ELEITORAL

As campanhas estaduais serão centradas nos candidatos a governador e separadas da sucessão federal. Gaudêncio Torquato

SOBROU PARA O ELEITOR ENTENDER O NÓ ENCERRADO O PRAZO DADO PELA JUSTIÇA ELEITORAL PARA A DEFINIÇÃO DE CANDIDATURAS E ALIANÇAS ENTRE PARTIDOS COM VISTAS ÀS ELEIÇÕES DE OUTUBRO, RESTA AO ELEITOR BRASILEIRO A DURA TAREFA DE ENTENDER O CENÁRIO INSTALADO. A PEDIDO DO DIÁRIO DO COMÉRCIO, CIENTISTAS POLÍTICOS COMO RUI TAVARES MALUF, RUBENS FIGUEIREDO E GAUDÊNCIO TORQUATO

ANALISAM O QUADRO E ENTENDEM QUE A DECISÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF) DE MANTER A MESMA VERTICALIZAÇÃO BRANDA DA ELEIÇÃO PASSADA COMPLICOU TUDO, PORQUE OS PARTIDOS POLÍTICOS, LIVRES, UNEM-SE, NOS ESTADOS, COM PARTIDOS ADVERSÁRIOS NA CHAPA PARA A PRESIDÊNCIA. CONFIRA AQUI O QUE ELES ACHARAM DO MAPA POLÍTICO QUE PREVALECEU.

ESTADUAIS PREJUDICADAS Por Rui Tavares Maluf * ob o atual arranjo institucional, as eleições estaduais no Brasil são invariavelmente as grandes sacrificadas – e também as que são destinadas ao Poder Legislativo (à exceção, em certos casos, do Senado Federal). Isto é assim em conseqüência do que se encontra previsto nos artigos 28 e 29, incisos I e 77, da Constituição Federal, os quais prescrevem a ocorrência simultânea das eleições federais e estaduais e também para a dos dois poderes (Executivo e Legislativo). Desse modo, a eleição para presidente da República concentra quase todas as atenções e limita de forma significativa a possibilidade de os eleitores conhecerem, compreenderem razões de alianças, avaliarem, e exigirem as propostas dos partidos e candidatos. E, ainda, de que possam aferir viabilidade eleitoral dos candidatos às eleições proporcionais e do seu alinhamento com o candidato que preferem para o Executivo. Apesar do ainda pouco tempo de eleições diretas recentes para presidente, é possível afirmar que tal limitação se acentua quando a sucessão presidencial está mais polarizada, e seu desfecho, incerto. A regra da verticalização (Resolução 22.156/06 do TSE) é outro fator a aumentar o problema, porque obriga as coligações eleitorais estaduais a seguirem as federais, ou que estas não se realizem. Ao contrário da intenção do Tribunal Superior Eleitoral (que é assegurar coerência na atuação dos partidos políticos e, indiretamente, clareza programática), a verticalização torna tais alianças mais complicadas, pois desconhece realidades estaduais que estarão presentes de qualquer maneira, isto é, com partidos fortes ou fracos, propiciando, assim, a ocorrência de vários acertos informais, porém com menor visibilidade e compromissos perante a

S

sociedade. Sendo o Brasil um país federativo, com larga extensão territorial e particularidades regionais, os partidos dificilmente poderão ter unidade de ação em todos os Estados e ao mesmo tempo no plano federal. Tal realidade não é um mal em si mesmo, mas sim os exageros e distorções, que decorrem de outras causas. E, portanto, para corrigi-los, a melhor forma é realizar outras alterações na legislação, que já são em sua maioria bem conhecidas da imprensa e analistas, tais como aumentar o piso da cláusula de barreira para impedir partidos nanicos e de aluguel de obterem recursos públicos, reduzir as facilidades dos filiados para a troca de sigla (especialmente dos que têm mandato popular), condicionar o tempo de rádio e televisão ao resultado obtido pelo partido e coligação nas eleições – e não ao início da legislatura –, e vincular o mandato ao partido político (que é o responsável pela concessão da legenda ao candidato). Em contradição com o mencionado, a legislação eleitoral e a regra da verticalização mantém a segregação das coligações para os cargos majoritários e proporcionais em todos níveis de governo. Fazer ou deixar de fazer coligações para o Legislativo afeta o número máximo de candidatos permitido e, quase sempre, só interessa a partidos nanicos que não alcançariam o quociente eleitoral sozinhos. Tornando o processo eleitoral estadual um pouco mais complicado, a política centrada em personalidades ocupa espaço demasiadamente alto, o qual passa longe dos programas de governo e atinge frontalmente os principais partidos políticos. Todavia, parte da expressão desta política de personalidades é um traço da cultura política do País, que não depende estritamente de engenharia institucional.

Tome-se o caso do PMDB. Depois de ter dois pré-candidatos oficiais (acrescido de um pseudocandidato, o ex-presidente Itamar Franco), ele optou por ficar sem candidato a fim de dar liberdade para as composições estaduais, que se perfilam tanto com aliados quanto com oposicionistas do governo Lula e de sua campanha à reeleição. No Estado de São Paulo, o PMDB tem na pessoa do ex-governador Orestes Quércia a força hegemônica na seção regional e, por isso, ele ofereceu o apoio da sigla sem qualquer pudor a dois frontais oponentes, PT e PSDB. Não conseguindo, acabou ele próprio se tornando candidato ao governo. Examine-se, agora, o caso do PSDB nos Estados da Bahia e do Ceará. No primeiro, Jutahy Magalhães impediu a formalização da aliança estadual com o atual governador Paulo Souto, devido a fidagal oposição ao carlismo, e chegou a vetar a coligação com o PFL, embora o PSDB tenha concordado em não lançar candidato próprio, em troca daquela sigla apoiar seu ex-integrante e hoje tucano, Antonio Imbassahy, para o Senado. No segundo, o governador Lúcio Alcântara e o senador Tasso Jereissati, presidente nacional do PSDB, brigaram, entre outros motivos, pelo fato de que o segundo propôs a desistência de Alcântara concorrer à reeleição para dar a vaga ao irmão do ex-ministro Ciro Gomes, Cid, que concorre pelo PSB e com o a p o i o d o P C d o B e d o P T. Acompanhe, a seguir, o caso do PFL no Rio de Janeiro, Estado no qual o prefeito do Rio, Cesar Maia, é quem decide os rumos da agremiação. Ele impediu o apoio ao PSDB, por este lançar ao governo o deputado federal Eduardo Paes, que estreou na política pelas mãos do próprio Cesar Maia. Além disso, o prefeito decidiu apoiar sua até então desafeta, deputada Denise

Frossard (PPS), e ainda assumiu a coordenação de marketing de sua campanha, área que ele conhece como poucos na teoria e na prática. Em nenhum desses casos, as divergências são de natureza programática; são, efetivamente, conflitos políticos pessoais. Finalmente, a força das personalidades no processo político, aliada às conveniências e realidades dos partidos nas regiões, desvirtuarão o objetivo da regra da verticalização, a qual levou o TSE a legislar indevidamente (em minha opinião) sobre a decisão do Congresso Nacional. Assim, na presente disputa, como se passou nas anteriores, será pouco provável que os partidos valorizem as eleições para o Legislativo Estadual, havendo ou não coligações, e de que estas campanhas se encontrem alinhadas às do Executivo no caso de virem a se formalizar. Será tão pouco provável isso ocorrer quanto se ouvir qualquer debate relevante sobre as propostas de políticas públicas formuladas pelas siglas e coligações. *Rui Tavares Maluf é sócio-diretor da Consultoria Política Processo e Decisão. Cientista Político, é doutor pela USP e mestre pela Unicamp.

ZORRA ELEITORAL Por Gaudêncio Torquato *

A

Ricardo Teles/AE - 03/03/00

Rui Tavares Maluf

A REPRODUÇÃO DA BAGUNÇA Por Rubens Figueiredo *

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nacional, criar-se-ia uma maior coerência no quadro das candidaturas e uma maior identidade entre eleitores e partidos políticos. Faz sentido. Em outras épocas, candidatos do partido A se coligavam com o candidato do partido B na eleição para a Presidência da República, mas os partidos A e B eram adversários em vários Estados. Com isso, a credibilidade dos partidos, que está longe de ser lá essas coisas, baixava ainda mais. E a população seguia com a idéia (aliás, correta) de que os interesses pessoais se sobrepõem aos interesses partidários. Veio a verticalização e a que estamos assistindo? À reprodução da bagunça. Em primeiro lugar, o esperto PMDB abriu mão da candidatura a presidente, num atabalhoado processo de

discussão e brigas internas. Com isso, fica livre para apoiar, aqui e acolá, quem melhor lhe convier, pouco se importando com algum rasgo de coerência programática. Parreira diz que show em futebol é ganhar. Em política, coerência programática é ser eleito. Chega a ser kafkiano. No Rio Grande do Sul, o governador Germano Rigotto era um vigoroso defensor da candidatura própria. Própria nos dois sentidos: do PMDB e de si mesmo. Rigotto, seguindo os preceitos aristotélicos, é um opositor de Lula e do PT, pois, se não fosse opositor, não estaria sendo candidato contra o governo. Certo? Errado. O governador ensaia agora, nos pampas, uma esdrúxula aliança Lula-Rigotto, que pode atender pelo pouco eufônico nome de "Lugoto".

Coisa semelhante acontece no Ceará, com uma aliança informal entre o governador Lúcio Alcântara (PSDB) e Lula. Em Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB) declara não morrer de amores pela candidatura tucana de Alckmin. Na Bahia, brigam PFL e PSDB. Pobre eleitor... *Rubens Figueiredo é cientista político, diretor do Centro Pesquisa & Comunicação, comentarista da rádio Jovem Pan e autor de "Marketing político e persuasão eleitoral", entre outros. Newton Santos/Digna Imagem -16/02/04

eleitor brasileiro precisa prestar uma atenção extraordinária, quase sobre-humana, para entender o que se passa no nosso bagunçado arranjo partidário. Embora exista uma polarização clara em nível nacional, com PT e PSDB disputando com seus candidatos a preferência da ampla maioria dos votantes, a coisa muda completamente de figura nos Estados. O instituto da verticalização foi uma tímida tentativa de dar uma resposta às notáveis deficiências do nosso malfadado sistema político, afloradas recentemente no maior escândalo de corrupção de nossa história (pouco) republicana. A idéia até que é nobre: ao obrigar os partidos a repetirem, nos Estados, as coligações feitas no plano

Rubens Figueiredo

s campanhas estaduais serão completamente diferentes da campanha federal, em que as candidaturas e as coligações são bem definidas. O quadro político nos Estados, no geral, é confuso. As causas são duas: a não-adoção da verticalização – reprodução da aliança presidencial nos Estados – e a cláusula de barreira. Sem a exigência de verticalização, as agremiações estaduais ficaram livres para fazer todo o tipo de acordo. As alianças repercutem, primeiro, na disputa LulaAlckmin. Lula, por exemplo, deverá ter votos do PSDB e do PFL em alguns Estados. Falase do voto "Luaécio" (Lula para presidente e Aécio Neves para governador de Minas), "Luouto" (Lula e Paulo Souto para governador da Bahia) e "Lulu" (Lula e Lúcio Alcântara para governador do Ceará). A cláusula de barreira está na Lei dos Partidos, de 1995. Segundo a lei, a legenda que não obtiver o apoio de no mínimo 5% dos votos para a Câmara dos Deputados e 2% dos votos em nove Estados, perderá o direito a funcionamento parlamentar na Câmara, às verbas do Fundo Partidário e à propaganda gratuita no rádio e televisão. Ou seja, quem não atingir os percentuais corre o risco de desaparecer. A mobilização dos partidos para se manter no cenário político não é uniforme no País. Em São Paulo e no Rio Grande do Sul, Estados que lançaram mais de dez candidatos a governador cada um, as coligações têm o objetivo de alavancar as candidaturas federais. A situação muda de figura nos Estados em que o número de candidatos aos governos estaduais é menor. Alianças tipo PT-PFL, adversários ferrenhos em nível nacional, ocorrem no Nordeste. O PMDB, maior partido do País, que não lançou candidato a presidente, também se insere nesse contexto. No Piauí, o partido que lançou a candidatura do senador Mão Santa ao governo, em aliança com o PFL, tem uma banda lulista e uma banda alckimista. No Rio Grande do Norte, o senador Garibaldi Alves Filho está coligado com o PFL e possivelmente com o PSDB.

Veja na edição de amanhã a interpretação do atual cenário feita pelo cientista político Amaury de Souza

Na Paraíba, o senador Jorge Maranhão está coligado com o PT e na Bahia o petista Jacques Wagner confirmou aliança com os peemedebistas (o ex-deputado estadual Edmundo Pereira foi indicado candidato a vicegovernador). As campanhas estaduais serão centradas nos candidatos a governador e separadas da sucessão federal. O tom da campanha será dado particularmente pelas duas principais candidaturas – uma de situação e a outra de oposição. Quem disputar o segundo turno vai tentar o apoio de partidos médios e menores que ficaram fora da disputa. O PMDB deverá eleger o maior número de governadores: até 13. Logo abaixo aparecem o PSDB e o PFL (até sete cada um), o PT (seis) e os partidos médios. Concluindo: o resultado da zorra eleitoral nos Estados aparecerá depois no Congresso Nacional, que toma posse em janeiro, de forma multifacetada. Caberá ao presidente eleito ter a habilidade necessária para não ficar refém do fisiologismo. Por fim, acrescento à confusão as dúvidas de partidos e candidatos sobre as novas regras da campanha eleitoral. Até o momento, ninguém sabe o que pode e o que não pode. Há dúvidas sobre a possibilidade ou não da distribuição de brindes e se é possivel apresentar em comícios espetáculos musicais gravados em DVD. *Gaudêncio Torquato é jornalista, professor -titular da USP e consultor de comunicação. No campo político, coordenou e desenvolveu campanhas majoritárias (governos de Estado e prefeituras) e proporcionais em diversos Estados. Vidal Cavalcante/AE - 17/12/97

Gaudêncio Torquato


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.OPINIÃO

segunda-feira, 3 de julho de 2006

LENTE DE

AUMENTO

A GORDURA DE LULA

Se as oposições usarem o maçarico certo e a temperatura adequada, Lula cai para 30% dos votos. Gordura não derrete sozinha.

Quando um candidato no primeiro turno tem um pequeno tempo de TV e passa para o segundo turno, contra outro que tinha um grande tempo, a igualação dos tempos no segundo turno produz um impacto do tipo "puxa, estou vendo agora, esse é realmente melhor...". E até se troca de voto no segundo turno. É essa mesma sensação que o eleitor terá a partir de agora. E serão longos 45 dias até começar o horário na TV. Provavelmente, veremos Lula saindo do natural e reforçando aquela percepção do eleitor. Não se trata aqui do peso físico de Lula, mas de sua gordura eleitoral. Ou seja, aquela parte das intenções de voto em seu nome, apenas por ser muito conhecido. Como se pode identificar esta gordura? Deve-se fazer a análise por etapas. Como as pesquisas começam com a intenção de voto (ou deveriam, para serem levadas a sério), as demais perguntas vão se sucedendo. Quando se testa

JOÃO DE SCANTIMBURGO Céllus

a rejeição - com a clássica pergunta "não votaria de jeito nenhum" - o que se espera é que ninguém que tenha feito essa opção marque a intenção de voto em Lula. Tomando o Estado do Rio como amostra, Lula com 40% e sua rejeição de 42%, paradoxalmente mais de 10% dos que o rejeitam marcam o nome Lula. Essa é a gordura mais evidente e pode ser retirada da intenção de voto, o que o deixaria com 36%. O outro cruzamento da intenção de voto é com o "Ruim+Péssimo" de Lula, que anda pela casa dos 25%. Temos 20% destes que também marcam Lula, ou 5 pontos. Depois, deve-se verificar quanto daqueles 4% e destes 5% são comuns. No caso 90%. Ou seja, podese agregar quase um ponto aos quatro de gordura da rejeição e se tem 35% para Lula. Depois, são feitos cruzamentos com as respostas negativas ao governo Lula e outra vez se compara com a rejeição (que vota nele), para se checar o que é gordura a ser agregada. E assim por diante. Com isso se chega ao voto próprio de Lula. Diria que está hoje na casa dos 30%. Mas a gordura não derrete sozinha. É necessário uma temperatura alta. Essa temperatura vem das campanhas das candidaturas adversárias a Lula, seja Alckmin como os demais. Se as campanhas das oposições usarem o maçarico certo e a temperatura adequada, Lula vem para 30%.

Poucas soluções para muitos problemas ROBERTO FENDT

A

s convenções do PT e do PSDB formalmente indicaram Lula e Alkmin como candidatos. Ficaram faltando os programas de governo. É uma pena. Porque problemas é o que não falta. Quem ganhar a eleição terá uma bela "herança maldita" nas mãos, para usar uma expressão consagrada por um dos candidatos. Vamos a ela. O problema maior é a Previdência Social. No início de 1999, quando começou o segundo governo FHC, as despesas com a previdência correspondiam a 5,8% do PIB – já então, e de longe, o item principal de gastos não financeiros do governo federal. Essas despesas, pela conjugação de diversos fatores, continuaram a crescer como proporção do PIB, chegando, no final de 2005, a mais de 7,5% do PIB. Como o próprio PIB cresceu 17%, grosso modo as despesas com a previdência cresceram quase 19% em termos reais entre 1999 e 2005. O recente aumento de 16% no salário mínimo agrava ainda mais o problema, dada a estreita vinculação das despesas da previdência com o mínimo. As despesas com salários e encargos do funcionalismo público da União tiveram um comportamento diverso. No início de 1999, essas despesas estavam em torno de 4,8% do PIB. No final de 2002, elas haviam crescido para 5,25%, recuperando, de certa forma, o "arrocho salarial" do primeiro governo FHC. O governo Lula levou o percentual das despesas com salários e encargos de volta a 4,8% do PIB, patamar em que estava no final de 2005. Agora, não sei se para valer ou só para a torcida, o Executivo briga com o Supremo para dar um novo aumento ao funcionalismo. Se for bem sucedido – e sem entrar no mérito da justiça ou não do aumento pretendido – a "herança" será maior. As despesas de custeio do governo federal – chamadas de "outras despesas correntes e de capital", para excluir os gastos com a previdência, salários e encargos – tiveram também um comportamento cíclico nos dois últimos governos. No início de 1999 estavam no patamar de 5,4% do PIB e caindo. Chegaram abaixo de 4,8% do

COMENTÁRIO DO PREFEITO DO RIO, CÉSAR MAIA, EM SEU BLOG BLOGCM@CENTROIN.COM.BR

A superexposição de Lula gera exaustão

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PIB em meados de 2000, quando retomaram o crescimento, acompanhando pari passu o crescimento da folha de salários do governo federal. Tomando posse, o governo Lula promoveu um grande arrocho nessas despesas. No final de 2003 elas haviam chegado a 4,5% do PIB e se situado abaixo das despesas com salários e encargos. Desde então voltaram a subir. No final do ano passado se aproximavam de 6% do PIB. O leitor atento e bom de cálculo terá notado que no início do segundo governo FHC essas três despesas, juntas, correspondiam a 16% do PIB. Em dezembro do ano passado, elas haviam passado para 18,4% do PIB. Se juntarmos a esses valores o pagamento de juros sobre a dívida pública, como porcentagem do PIB, fica fácil perceber porque a carga tributária não pára de crescer. Essas considerações indicam que qualquer que seja o vencedor, reformar a previdência social e as finanças públicas será fundamental. Os candidatos ficaram devendo aos eleitores o como fazer isso.

I

nfelizmente, os problemas não param por aí. O Estado de Direito está ameaçado pela explosão da violência. E, embora o problema esteja na competência dos estados da federação, recurso serão demandados. Se onde sairão, não fomos informados. Há um clamor nacional por mais e melhor educação. Em razão desse fato, apontado nas pesquisas, todos os candidatos se apressam a dizer que educação é prioritária. Mas prioridades se reconhecem pelas despesas, não pelas palavras. Não nos foi dito, pelo menos até agora, o que será cortado para que as despesas com educação sejam aumentadas. E por aí vai. Já temos uma idéia do que pode ser um segundo governo Lula, pelo primeiro. Mas até agora, não há compromissos para um segundo mandato. Não sabemos o que poderá ser um governo Alkmin. Tampouco o candidato assumiu compromissos com um programa detalhado, que permita aos eleitores entender a que veio. Até o momento temos um elenco formidável de problemas. Falta dizer aos eleitores, que pagam as contas, quais serão as soluções.

Q uem ganhar a eleição terá uma bela "herança maldita" nas mãos

Porque o IVA está em crise

Dida Sampaio/AE

O

processo eleitoral é um mercado curioso: só adianta vender o produto no dia da eleição. É uma maratona, onde às vezes o corredor da frente chega lá atrás. Esta espantosa concentração de publicidade, propaganda e visibilidade de Lula em junho o fez ganhar a eleição. Só que três meses antes da mesma. Isso - em geral - gera uma espécie de exaustão de eleitor. Exaure-se o eleitor até o dia 30 de junho. De repente, vem um vácuo com as proibições da lei. Sabe-se - e se tem isso testado - que os que tem um maior tempo de TV passam ao eleitor a sensação de que são mais fortes. Isso é até mais importante que o próprio uso do tempo de TV.

MARCOS CINTRA

O

s projetos de reforma tributária no Brasil são geralmente embasados no que meu saudoso mestre John Kenneth Galbraith chamou de conventional wisdom: propostas corriqueiras, enlatadas, e distantes da realidade brasileira. Nesse sentido, cabe destacar duas propostas de reforma apresentadas recentemente. Uma pela Fecomercio e outra pela Fiesp. A Fecomercio propõe unificar o ICMS, IPI, ISS, PIS/Cofins e o Simples em um imposto sobre o valor agregado (IVA) com alíquota de 12%. Quanto à proposta da Fiesp, prevê-se a criação de um IVA federal para substituir o IPI, ICMS, PIS/Cofins, ISS e outros impostos. Ambas as propostas dão seqüência a uma sucessão de projetos que evidenciam que o pensamento econômico do País encontra-se estagnado. As idéias são apresentadas tendo como base os preceitos contidos nos livros-texto de finanças públicas, úteis por seu valor heurístico, mas que devem ser relativizados quando se pretende transformá-los de conceitos teóricos em conceitos aplicados. Tornou-se uma obsessão afirmar que a solução das mazelas econômicas seria acabar com os tributos cumulativos. Operacionalmente o IVA funciona bem em países unitários e onde a ética tributária prevaleça. Por outro lado, há poucos exemplos, e praticamente todos mal sucedidos, de aplicação de

IVAs sob responsabilidade de governos sub-nacionais em países federativos. Recentemente a União Européia começou a questionar o IVA. Estima-se que as fraudes com esse tributo cheguem a 60 bilhões de euros, principalmente por meio do que os europeus chamam de "carrossel". O IVA está sendo questionado no mundo, mas no Brasil muitos acreditam que ele é a solução para o caótico sistema tributário. Até mesmo a unanimidade brasileira de se buscar um IVA de destino, para acabar com o nosso atual IVA de origem, está sendo questionado quanto a burocracia e a complexidade que geram.

O

principal problema tributário no Brasil é a burocracia e a sonegação fiscal. O ICMS, tributo parcialmente não-cumulativo, é o imposto mais sonegado do País. É um tributo declaratório, burocratizado, que não se adequa a uma economia de dimensões continentais como a brasileira, onde predominam a sonegação e fraudes de toda ordem. O Brasil precisa reciclar sua forma de pensar os tributos e aprender com os erros de economias como a européia que não sabem o que fazer com o IVA; e aprender com os Estados Unidos, que jamais entraram nessa aventura. MARCOS CINTRA CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE É SECRETÁRIO DAS FINANÇAS DE S. BERNARDO DO CAMPO MCINTRA@MARCOSCINTRA.ORG

O IVA é questionado lá fora, mas aqui muitos acreditam que é a solução.

HOMENAGEM À REVOLUÇÃO

A

Associação Comercial de São Paulo homenageia a cada ano a Revolução Constitucionalista de 32, cujo fulgor não deve ser diminuído no próprio interior do seu sentido. A comemoração é constituída de sessão cívica, com programa e discursos, e mais recentemente com a concessão do Colar Cívico que leva o nome do presidente da entidade na época, Carlos de Souza Nazareth, que se destacou pelo clamor cultural em defesa dos princípios sobre os quais se ergueu o ideal da Revolução. Com ela, queriam os paulistas lançar um desafio diante das tropas do governo de Getúlio Vargas, reclamando a Constituição a que ele antes se referia, sem no entanto convocar uma comissão para oferecer às forças cívicas um anteprojeto que desse rumo à constituição republicana, sucessora da Primeira Constituição.

São Paulo foi à luta com um formidável movimento cívico, para exigir o Estado de Direito que o ditador hesitava dar e reconhecer.

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ão Paulo, fiel ao seu destino, foi à luta com um formidável movimento cívico, para exigir o Estado de Direito que o ditador hesitava dar e reconhecer. Esse movimento cívico, lançado pelo povo e pelo comando da Revolução, teve imediata réplica da população, que se ergueu numa só voz e marchou pelo campo de luta decidido a exigir do ditador a sua conversão ao regime democrático, sustentado pela Nação nos termos de um Estado de Direito. É essa data, tão alta no espírito de cada paulista, nos sentimentos de seu povo, que será comemorada hoje, antecipando-se às comemorações cívicas de todo o povo no dia 09 de julho. Serão homenageados os cidadãos que prestaram serviços à causa democrática através das armas e com o sacrifício da própria vida, para alcançar o ideal que os empolgava e empolga ainda e sempre. Essa é a homenagem à Revolução que a Associação Comercial de São Paulo presta, como tributo que a cultiva no tempo histórico. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 3 de julho de 2006

Eymar Mascaro

Mais promessa

F

rustrado por não ter promovido a reforma política, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva admite que num eventual segundo governo poderá patrocinar um Projeto de Emenda Constitucional (PEC) propondo o fim da reeleição, mas com mandato presidencial de cinco anos. A idéia, em princípio, agrada a pelo menos dois tucanos: o candidato ao governo paulista José Serra e Aécio Neves, que concorre à reeleição do governo de Minas Gerais. Ainda não se sabe com exatidão se a sugestão de Lula agrada a Geraldo Alckmin. Se eleito em outubro, tudo indica que Alckmin vai querer ser candidato à reeleição daqui a quatro anos, caso as regras não mudem. Se isso acontecer, Alckmin baterá de frente com os dois principais tucanos presidenciáveis de 2010: Serra e Aécio. De qualquer forma, o Congresso deverá debater, a partir de 2007, o instituto ou não da reeleição.

RECUO Geraldo Alckmin chegou a admitir, há dias, que poderia apoiar uma PEC extinguindo a reeleição. Em seguida, recuou. Todos, principalmente tucanos e pefelistas, ficaram sem saber qual é, na verdade, a posição de Alckmim sobre o assunto.

POSIÇÃO Embora seja beneficiado no momento pela reeleição, Lula tem-se declarado contra o sistema, mas defendendo um mandato de cinco anos para o presidente (seriam estendidos também em um ano os mandatos de prefeitos e governadores). Perdendo ou ganhando a eleição, a reeleição em 2010 pouco importa ao petista.

COMO VEIO O instituto da reeleição foi introduzido na legislação brasileira em 1997, por iniciativa do governo de FHC. Quem mais trabalhou pela aprovação da emenda foi o ex-ministro das Comunicações Sérgio Motta. O governo tucano foi acusado, na época, de comprar votos de deputados para aprovar a emenda.

PRESIDENCIÁVEIS José Serra e Aécio Neves vão lutar pelo fim da reeleição, por isso, queriam uma posição de Alckmin. Serra e Aécio querem ser candidatos à presidência em 2010. A reeleição não interessa aos dois, principalmente se Geraldo Alckmin ganhar. Os tucanos podem se bicar futuramente.

REAÇÃO Geraldo Alckmin ficou de cabelo em pé ao saber que Lula está acelerando o BolsaFamília. É por meio dos programas sociais do governo que o petista vem se mantendo na liderança das pesquisas. Detalhe: até o final do ano o presidente quer atender a mais de 11 milhões de famílias miseráveis.

FATOR ELEITORAL Entregar renda a 11 milhões de famílias é atender a pelo menos 30 milhões de pessoas. A pergunta que os tucanos fazem é: desses 30 milhões de pessoas, quantas votam? Trata-se de um contingente respeitável de famílias pobres atendidas diretamente pelo governo.

PCdoB, Lula consegue fechar os seis minutos de campanha a que terá direito na televisão. Mesmo assim o petista perde para o tempo de Alckmin: a coligação PSDB/PFL dará ao tucano em torno de nove minutos de campanha na tevê. As últimas pesquisas indicam que Alckmin sabe usar a televisão.

COBRANÇA Apesar do apoio formal que deu ao PT, a cúpula do PCdoB cobra de Lula mudanças na política econômica, acusando o modelo de ser responsável pelo desemprego no País. Os comunistas dizem que o modelo econômico do petista é o mesmo neoliberal herdado do governo tucano de FHC.

IMPORTÂNCIA Alckmin está torcendo para outros presidenciáveis, como os senadores Heloísa Helena (PSol) e Cristovam Buarque (PDT), crescerem nas pesquisas. Tudo para evitar que Lula vença a eleição ainda no 1º turno. Pelo último Datafolha, Heloísa Helena tem 6% de índice de intenção de votos e Cristovam Buarque 1% e outros presidenciáveis não atingiram o 1%.

2º TURNO A luta do PSDB é empurrar a eleição para ser decidida no 2º turno. Os tucanos querem zerar o jogo, mas para que Lula não corra o risco de ganhar no 1º turno não é preciso apenas que Alckmin cresça: é necessário também que os outros candidatos subam nas pesquisas.

REJEIÇÃO

Enquanto Lula enaltece o próprio governo por estender o Bolsa-Família a 11 milhões de brasileiros, a oposição acusa o presidente de transformar o programa social numa alavanca eleitoreira. Em apenas um mês, Lula estendeu o programa assistencial a 1,8 milhão de famílias.

TEMPO Com as coligações que o PT acertou com o PRB e

Política

Valter Campanato / ABr

"O pior Congresso da história"

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erca de um quinto do Congresso – quase uma centena de parlamentares – está sob investigação do Ministério Público Federal ou responde a processo criminal perante o Supremo Tribunal Federal (STF), instância máxima da Justiça que tem competência constitucional para julgar deputados e senadores. Na atual legislatura explodiu o número de congressistas conduzidos ao banco dos réus. Nunca, em tão pouco tempo, tantos parlamentares tornaram-se alvo de ações no STF. De junho de 2003 a junho de 2006, a Procuradoria-Geral da República requereu abertura de inquérito criminal contra 62 deputados e 3 senadores. E ofereceu denúncia formal, para instalação de processos penais, contra 45 parlamentares. Quarenta inquéritos foram instaurados por requisição do procurador Claudio Fonteles, que comandou o MPF durante dois anos. Seu sucessor, Antonio Fernando de Souza, pediu inquéritos contra outros 25 parlamentares e prepara novo procedimento contra mais 30, pelo menos, todos envolvidos no escândalo dos sanguessugas – desvio de verbas federais para compra de ambulâncias superfaturadas. Dos 40 que

Antonio Fernando denunciou tação, extorsão, contrabando, no escândalo do mensalão, 13 falsificação de documento público, emissão fraudulenta de são deputados. "É o pior Congresso da histó- cheques, crime contra a ordem ria do País", avalia o deputado tributária, lavagem de dinheiRicardo Izar (PTB-SP), presi- ro, fraude à lei de licitações, sodente do Conselho de Ética da negação fiscal, evasão de diviCâmara. "Todo dia surgem de- sas, tráfico de entorpecentes, núncias novas, é muito desa- crime contra a fé pública e congradável. Não tenho dúvidas tra a administração, apropriade que estamos passando pela ção indébita de contribuições maior crise política, moral e de previdenciárias, desvio de dicomportamento, uma crise nheiro de obras, do Sistema que na verdade alcançou todos Único de Saúde (SUS) e até mesmo de meos Poderes. Um renda escolar. quinto dos parUm quinto dos Pesquisa realilamentares está parlamentares zada em 2005 pesob investigarespondem à Justiça. lo site Congresso ção, é mais ou Dos 40 denunciados em Foco indica menos isso." P a r a I z a r, o pelo Ministério Público que as acusações número excep- Federal no escândalo por crimes contra a administracional de prodo mensalão, 13 são ção pública, a orc e s s o s " d edeputados. dem tributária e monstra a má a legislação eleiqualidade do Congresso". Ele convoca a so- toral são as mais comuns. Eles ciedade para uma cruzada. representam 58,8% dos pro"Chegou a hora de a sociedade cessos instaurados contra dereagir, de se conscientizar que putados e senadores. Nas duas precisa votar em pessoas com- legislaturas anteriores, entre julho de 95 a junho de 2003, a petentes e honestas." Código Penal – Aos acusa- Procuradoria da República redos, que desfrutam do foro pri- quereu inquéritos criminais vilegiado, são atribuídos deli- contra 32 parlamentares e petos diversos: estelionato, pecu- diu processo judicial contra 10, lato-desvio, corrupção, crime quase um terço a menos do contra o sistema financeiro, movimento agora registrado e formação de quadrilha, apro- levado ao STF. Rodrigo Collaço, presidente priação indébita, furto, recep-

da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), considera que "os valores da esperteza e da malandragem acabam sendo enaltecidos por essa acomodação diante de fatos tão graves". Ele ataca o foro privilegiado e pede prisão para políticos corruptos, mesmo sem condenação em último grau. "O STF tem apenas 11 ministros, é um tribunal congestionado e certamente isso representa dificuldades em chegar à punição deles." Para Cláudio Weber Abramo, diretor-executivo da organização não-governamental Transparência Brasil, "dois fenômenos" concorrem para explicar o aumento dos casos de deputados sob investigação. Ele avalia que muitos buscam mandato parlamentar para se proteger da Justiça e ganhar o benefício do foro. "Esse tipo de parlamentar tem uma interferência criminosa na votação de emendas para liberação de recursos, usa o poder que lhe é conferido para enriquecer." O corregedor da Câmara, Ciro Nogueira (PP-PI), também considera que o Congresso, às voltas com sucessivas turbulências, atravessa o "seu pior momento". "A gente fica triste, mas tem que extirpar aqueles que cometem crimes. É tolerância zero." (AE)

Marcelo Cassall/ABr

á soma mais de R$ 600 milhões o valor cobrado na Justiça pela Brasil Telecom (BrT) ao banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunity, a título de ressarcimento por gestão fraudulenta no período em que ele esteve à frente da operadora. O valor resulta da soma dos valores contidos na ação movida pela BrT na Comissão de Valores Mobiliários e em queixa-crime na Polícia Civil de São Paulo, fóruns em que Dantas é acusado de gestão temerária, apro-

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Daniel Mobília /Ag. O Globo -17/05/06

governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), não está preocupado com o fato de a cúpula do partido não ter gostado de suas últimas declarações. "Se eles estão chateados, devem procurar um psicólogo e analisar a posição de cada um", disse, referindo-se à visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio dos Bandeirantes, a quem saudou como "grande amigo". Lembo também reafirmou seu apoio à candidatura do tucano Geraldo Alckmin: "Sou amigo dos meus amigos e, como eu prego a solidariedade, sou solidário com qualquer brasileiro." (AE)

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ARCO

Izar: "É a maior crise política, moral e de comportamento".

MAIOR CERCO CONTRA DANTAS

LEMBO: CÚPULA DO PFL DEVERIA IR A UM PSICÓLOGO.

Além de PSDB e PFL, a candidatura de Guilherme Afif Domingos ao Senado é apoiada também pelo PTB e PPS. A tendência é de Afif crescer nas pesquisas, em função de seu carisma e de seu trabalho em favor do setor produtivo e a sua luta contra a cobrança escorchante de impostos.

Chegou a hora de a sociedade reagir, de se conscientizar que precisa votar em pessoas competentes. Deputado Ricardo Izar

QUASE CEM PARLAMENTARES SÃO INVESTIGADOS OU SÃO REÚS, HOJE.

As pesquisas que estão sendo concluídas, como o Datafolha e o Vox Populi, continuam apontando que Lula é o presidenciável com maior índice de rejeição: cerca de 30% dos eleitores não votam no petista de jeito nenhum. A rejeição de Alckmin beira os 20%, igual a de Heloísa Helena.

ACUSAÇÃO

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Entre as irregularidades alegadas pela BrT estão o pagamento continuado de funcionários e a cobertura de gastos de seu banco com dinheiro da BrT; a compra indevida da Telemig Celular e um contrato de leasing de jatinhos para desfrute do Opportunity e dos inDaniel Dantas: ações na CVM e em SP teresses pessoais de Dantas. Estão também relapriação indébita e pagamento cionados contratos "supervade despesas alheias aos inte- lorizados" com as agências de publicidade do empresário resses da operadora.

Marcos Valério, operador do esquema de distribuição de dinheiro para beneficiar o PT e partidos governistas. Só com operações irregulares, conforme o balanço da operadora, os prejuízos somam R$ 410 milhões. Nesse valor estão incluídos R$ 48 milhões gastos com a contratação da empresa de investigação internacional Kroll para espionar desafetos, além de autoridades do governo, crime investigado em outro inquérito, da Polícia Federal. (AE)


São Paulo, segunda-feira, 3 de julho de 2006

D C A R R O 11

APRESENTAÇÃO

Chegou o Pajero TR4

Divulgação

Agora montado pela Mitsubishi aqui no Brasil, o Pajero veio com mudanças externas e mantendo a força de sua tração 4x4, capaz de vencer grandes obstáculos ANTÔNIO FRAGA

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ontado pela Mitsubishi na sua fábrica de Catalão, Goiás, chega com poucas novidades ao mercado o Pajero TR4, antigo iO importado. Seguindo a tendência da marca adotada no Brasil com o lançamento da picape L200 Sport, o modelo ganhou faróis redondos duplos na dianteira e lanternas também redondas e duplas na traseira. De resto, é o mesmo da versão anterior, com pequenos detalhes internos de acabamento. Na dianteira, novo conjunto óptico de faróis duplos independentes, marcados por lentes translúcidas mais alongadas. As luzes direcionais estão no pára-choques, em uma única peça com a grade. Na traseira, as setas e a luz de freio estão dispostas de maneira independente na lanterna, que recebeu outra moldura. O párachoque ganhou a luz de ré integrada. Na versão 2007, o consumidor pode optar por um pneu mais adequado ao piso urbano, mais confortável e estável. Em ambas as versões, com câmbio automático ou manual, o TR4 é bem equipado. Dispõe de alarme com sistema Keyless, air bag para motorista e CD Player e MP3, entre outros itens. Na automática, de quatro marchas, o "Pajerinho" vem com air bag duplo e freios ABS com EBD (Electronic Brakeforce Distribution), que lê a rotação das rodas e a desaceleração do veículo, compensando eletronicamente a distribuição da força de frenagem entre os eixos dianteiro e traseiro. Entre os opcionais, nas duas versões, apenas o interior e bancos em couro, sistema de som Premium Sound e engate removível.

Andando - O motor de 2.0 litros tem comando de válvulas no cabeçote, 16 válvulas e potência de 131 cv. A máxima não foi revelada. O pequeno SUV "japonês" tem comportamento equilibrado tanto no asfalto como na terra e combina os bons sistemas de tração e suspensão com o conforto. No off-road é que se vê o que o TR4 é capaz de fazer. Chega a impressionar a facilidade com que vence rampas de até 35 graus, ou 70% de inclinação. Pena que, como mostram as pesquisas, mais de 85% dos proprietários de veículos 4x4 nunca utilizam as qualidades do seus produtos e jamais saberão do que são capazes. O conjunto de tração, um dos mais completos e eficientes da categoria, possibilita até 20 combinações de marcha à frente quando equipado com transmissão manual e 16 com a automática. São quatro as alternativas de tração: 4x2, ideal para rodar suave na cidade ou no campo; 4x4 contínuo (o diferencial central compensa a diferença de rotação entre os eixos dianteiro e traseiro, garantindo maior estabilidade e segurança em pisos de baixa aderência, como asfalto molhado ou pistas com lama e areia leve); 4x4 com bloqueio de diferencial central, que assegura aderência e força em terrenos com lama ou areia e maior controle direcional em pistas de terra ou cascalho; e 4x4 com bloqueio de diferencial central e reduzida, praticamente dobrando o torque nas rodas, que garante ainda mais força em terrenos muito lamacentos ou rampas escorregadias. Com exceção desta última, todas as outras podem ser selecionadas com o veículo em movimento até 100 km/h. A "vontade" off-road do Pajero TR4 é notada em algumas características: ângulo

O modelo custa R$ 78.990 na versão automática

Os instrumentos têm fácil visualização. O espaço de trás, porém, é apertado.

de entrada de 38 graus e de saída de 41 graus. Ou seja, ele tem excepcional facilidade para abordar obstáculos íngremes e difíceis. Os 215 mm de altura livre do solo garantem ao modelo transpor áreas alagadas de 60 cm de profundidade. Os bancos são confortáveis e todos os instrumentos têm fácil visualização. O espaço interno é um dos poucos defeitos. Na frente até que tudo bem, mas atrás, dois

adultos não ficam muito confortáveis. Ainda mais se o condutor tiver mais de 1m80. O porta-malas tem boa capacidade, são 500 litros até o nível da tampa de cobertura. Banco bipartido, o assento traseiro pode ser rebatido total ou parcialmente para aumentar o espaço para bagagens, atingindo capacidade de até 1.455 litros. O preço sugerido é de R$ 73.990 na versão mecânica e R$ 78.990 na automática.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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segunda-feira, 3 de julho de 2006

MAPA ELEITORAL NOS ESTADOS, FICOU ASSIM:

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Sergio Kapustan

em a exigência da verticalização, que os obrigaria a repetir a aliança presidencial, os partidos promoveram nos Estados um festival de coligações de todo o tipo. A justificativa dada é de que, sem as alianças, vários deles correriam um alto risco de desaparecer, porque não atingiriam a cláusula de barreira - 5% dos votos válidos para a Câmara dos Deputados, sendo 2% em pelos menos nove Estados. Os que não conseguirem alcançar os índices, não poderão participar das atividades parlamentares na Câmara, não receberão os recursos do Fundo Partidário e perderão o acesso gratuito à propaganda no rádio e televisão. O país tem 29 partidos registrados e a expectativa é que até oito consigam atingir os índices. Para alavancar votos, o grosso das legendas - principalmente os nanicos - fez alianças com os dois principais candidatos a governador. Os quatro grandes partidos – PMDB,PFL,PSDB e PT – estão disputando a maioria dos governos estaduais e foram os mais cortejados. Eles foram procurados por partidos médios, como o PPS, o PP e o PDT, e pelos pequenos, como o PV e o PSC. -se como o maior partido do país. A multiplicidade de aliança prejudica também as candidaturas a presidente, especialmente Lula (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB). Os dois fizeram exercícios de malabarismo políticos para não perder palanques fortes nos Estados. Dos atuais 27 governadores, 17 vão disputar a reeleição e três o Senado. Três vice-governadores são candidatos a governador. Segundo especialistas, o PMDB deve eleger a maioria dos governadores e fazer bancadas fortes na Câmara e Senado, mantendo-se com o maior partido do país. A montagem das alianças eleitorais e seus efeitos variam de acordo com a região. Na região Sul, por exemplo, onde os partidos têm mais Afrouxamento da organização e identidade política, a verticalização confusão é menor. permitiu a formação O governador gaúcho Germano de um cipoal de Rigotto (PMDB), candidato à reeleipartidos coligados ção, perdeu seus principais aliados PSDB, PPS,PDT e PP. Em Santa Casem lógica. Vale tudo para atingir a cláusula tarina, o governador Luiz Henrique montou uma aliança com o PSDB e de barreira. PFL, isolando o PT e o PP. Na região Sudeste, São Paulo, o maior colégio eleitoral do País, há um grande número de candidaturas. No entanto, até o momento, a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes está polarizada José Serra (PSDB) e Aloizio Mercadante (PT). O lançamento da candidatura de Orestes Quércia, em aliança com o PP de Paulo Maluf, pode, porém, alterar a disputa Em Minas Gerais, o tucano Aécio Neves é candidato contra o petista Nilmário Miranda, ex-secretário nacional de Direitos Humanos. Ambos lideram grande alianças com uma diferença: o PT conseguiu fechar acordo com o PMDB. O ex-presidente Itamar Franco defendia a aliança com o tucano, mas foi derrotado na convenção. Ainda na região Sudeste, o Rio de Janeiro também registra um racha na aliança nacional PSDB-PFL. O assédio aos grandes partidos é maior no Nordeste. No Maranhão, a senadora Roseana Sarney (PFL) lidera uma grande coligação contra o PT e o PSDB. Detalhe: por influência do pai, o senador José Sarney, Roseana vai apoiar Lula. Na Bahia, a exemplo do Rio de Janeiro, o PSDB e o PFL vão marchar separados. Rixas pessoais históricas prejudicaram o entendimento. O atual governador, Paulo Souto (PSDB) é candidato à reeleição sem o apoio do PSDB contra o petista Jaques Wagner. Ambos lideram grandes alianças. No Rio Grande do Norte, a governadora Wilma Faria (PSB) tem como principal adversário o senador Garibaldi Alves Filho (PMDB). O pemedebista montou aliança com o PFL, mas especula-se nos bastidores que ele pode fazer campanha para Lula. De grande tradição política, Pernambuco terá uma campanha polarizada: o atual governador Mendonça Filho (PFL), com o apoio do PMDB, do PSDB, do PPS e do PV, contra o ex-ministro da Saúde Humberto Costa (PT), apoiado pelo PTB, pelo PMN e pelo PCdoB. . Corre por fora o socialista Eduardo Campos. Políticos pernambucanos afirmam que a aliança articulada por Jarbas Vasconcelos é imbatível. Na região Centro-Oeste, a eleição mobilizou todos os partidos. No Mato Grosso do Sul, o petista Delcídio do Amaral disputa o governo contra André Puccinelli (PMDB), ambos apoiados por vários partidos.

José Luiz da Conceição / AE - 03/10/04

Confusão à vista: liberdade de alianças abre espaço para dúvidas por parte do eleitorado. Clayton de Souza / AE - 03/10/04

SOBRA CAND

SÃO DEZ NA DISPUTA E A Antonio Cruz/ABr

Sujeira à vista: com mais candidatos na disputa o material eleitoral cresce e vai parar nas ruas.

PERNAMBUCO: GRANDE APERTO. Mariana Guerra/JC - 31/03/06

olado à forte imagem do ex-governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) – um dos principais caciques da política local que adquiriu ainda maior presença após a morte do exgovernador Miguel Arraes –, Mendonça Filho lidera uma ampla coligação (PFL-PMDBPSDB-PPS) na briga pelo governo de Pernambuco. Mas até chegar ao Palácio das Princesas ele tem que vencer o petista Humberto Costa, exministro da Saúde, que tem o apoio do PTB, PCdoB e PMN. Otimismo – Isso não significa, no entanto, que Jarbas Vasconcelos tenha abdicado de seu grande prestígio para ficar fora da política. Em vez do governo estadual, desta vez ele é candidato ao Senado e sua equipe está otimista. Não

Antonio Cruz/ ABr

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Polarização: Mendonça Filho e Humberto Costa

podia ser diferente: Jarbas aparece nas pesquisas eleitorais com mais de 60% de índice de intenção de voto. A ampla aliança em torno de Mendonça Filho favorece também o candidato à Presidência da República, Geraldo Alckmin. Jarbas Vasconcelos já declarou o apoio à candidatura tucana.

A chapa encabeçada pelo ex-ministro Humberto Costa terá como candidato a vicegovernador o ex-prefeito de Serra Talhada, Augusto César (PTB). O PSB, por sua vez, decidiu sair com candidato próprio. A legenda lançou o nome de Eduardo Campos, mas a sua vitória é considerada muito difícil.

m dos Estados mais polit zados do País e de grand influência no cenário n cional, o Rio Grande do Sul, ter nada menos que dez candidatos a Palácio Piratini nestas eleições. atual governador, Germano Rigo to (PMDB), é candidato à reeleiçã e conta com o apoio do PTB. O p medebista lidera as pesquisas d intenção de votos, mas os número indicam que ele não venceria pleito no 1° turno. Entre os demais candidatos, de tacam-se dois ex - governadore Alceu Collares (PDT) e Olívio Du tra (PT). Ambos foram també prefeitos de Porto Alegre, são be conhecidos da população e po tanto têm um eleitorado cativo. Rigotto tentou incluir em su aliança o PSDB e o PP, mas os pa tidos não se renderam aos apelos decidiram lançar candidatura próprias: a deputada federal Yed Crusius e o ex-ministro da Agricu tura Francisco Turra, respectiv

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 3 de julho de 2006

Nada menos que 17 governadores disputam a reeleição. Três vices são candidatos.

Luludi/LUZ - 29/06/06

Antonio Cruz/ABr - 18/11/05

O tucano José Serra contra o petista Aloizio Mercadante

É SERRA OU MERCADANTE

POLARIZADA, DISPUTA TEM O TUCANO À FREN SDB e PT devem fazer uma disputa acirrada ao Palácio dos Bandeirantes. Com o apoio do PFL,PTB e PPS, o tucano José Serra leva grande vantagem nas pesquisas de intenção de voto sobre o senador Aloizio Mercante (PT), que tem o apoio do PCdoB. A eleição deverá ter mais de dez candidatos. A mais polêmica é de Orestes Quércia (PMDB). O ex-governador era disputado por tucanos e petistas. Aos tucanos interessava ampliar a aliança para vencer a eleição no primeiro turno. Ao PT, interessava ter o PMDB para provocar o segundo turno. O nome de Quércia foi apresentado ao PSDB para ser o vice de Serra, mas foi recusado. Contrariado, ele se lançou candidato a governador. O partido acertou coligação com o PP de Paulo Maluf. A aliança Quércia-Maluf é inédita na história política de São Paulo. Segundo o acordo, o PP indicou o vice: o vereador Áttila Russomano. Ele é irmão do deputado federal Celso Russomano. O ex-prefeito é candidato a deputado federal. Sem os peemedebistas, Serra escolheu como vice o deputado federal Alberto Goldman. Os tucanos disputaram duas eleições com chapa pura (candidatos do mesmo partido) em 1994 e 1998. A chapa a governador era Mário Covas e

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Antonio Cruz/ABr

Roosewelt Pinheiro/ABr

Geraldo Alckmin. A situ mudou em 2002. O então didato à reeleição Gerald ckmin teve como vice o pe ta Cláudio Lembo. Ao ser indicado candi Serra disse que vai buscar dução de impostos estadu priorizar as áreas de educ e segurança. O tema da éti política é outro tema de panha. Durante a apres ção da aliança PSDB-PFLPTB, na quinta-feira, o tu afirmou que a idéia de q poder corrompe é antiga e cionária. "O poder não rompe, necessariamente os homens que corromp poder", filosofou Serra. A liderança de Serra nas quisas favorece também raldo Alckmin, pois terá n lanques aliados do PPS PTB, que não fazem par aliança federal. Mercadante terá como didato a vice Nádia Cam (PCdoB). O petista pret colar fortemente a sua cam nha na campanha de Lula Um dos principais pon serem valorizados na cam nha em curso será a inte zação do governo. m seu cursos Mercadante dever fender com ênfase a criaç Agências de Desenvolvi to Regional para alavan fortalecer as economias municípios, além de anu investimentos em educa segurança, em especial.

NO RIO, RACHA NA HORA DAS ALIANÇAS

DATO NO RIO GRANDE DO SUL IGA É BOA: INCLUI ALCEU COLLARES E OLÍVIO DUTRA. Roosewelt Pinheiro/ABr

Evandro Monteiro/Digna - 03/07/04

O tucano Aécio Neves e o peemedebista Nilmário Miranda

EM MINAS, PROMESSA DE NOVAS POLÊMICAS. erço de lideranças políticas históricas, como Tancredo Neves e José Maria Alckmin, Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do País, tem duas candidaturas fortes a governador: Aécio Neves e Nilmário Miranda. Neto de Tancredo Neves, Aécio é candidato à reeleição com o apoio do PFL e PP. O exsecretário nacional de Direitos Humanos, Nilmário Miranda, é candidato com o apoio do PMDB, sacramentado na quinta-feira em convenção tumultuada. Aliados do ex-presidente Itamar Franco e do exgovernador Newton Cardoso,

B Divulgação

J.F. Diório/AE - 16/12/05

que disputavam a indicação ao Senado, entraram em conflito. Newton Cardoso, que defende o apoio ao PT, venceu a disputa. A derrota de Itamar Franco prejudicou Aécio, que contava com o seu apoio. O expresidente defende abertamente a reeleição do tucano. A disputa em Minas promete mais polêmica. Na semana passada, antes da convenção do partido, Aécio se reuniu com prefeitos do PMDB, provocando protestos de dirigentes peemedebistas e petistas. Segundo pesquisas, o tucano tem condições de se reeleger no 1º turno.

Maria T. Correia/Estado de Minas/AE - 29/06/06

s partidos cariocas lançaram 12 candidatos a governador. O quadro de candidaturas é confuso. A aliança nacional PSDBPFL implodiu com o efeito estrondoso de uma bomba. No fim das contas, a situação ficou sendo esta: os tucanos lançaram a candidatura do deputado Eduardo Paes e os pefelistas apoiaram a candidatura da deputada Denise Frossard (PPS). Alheio ao racha e correndo em raia própria, o senador Sérgio Cabral (PMDB) abriu espaço e lidera as pesquisas. O peemedebista tem o apoio do ex-governador Anthony Garotinho, mais magro e conformado após uma greve de fome de ordem moral que surpreendeu mais por seu efeito cênico do que pelos resultados práticos. Já Denise Frossard tem como principal aliado no PFL o prefeito César Maia. Outro partido que ficou numa saia justa é o PT. Lançou a candidatura de

O

Wilson Dias/ABr

mente, entraram no páreo. Com isso, o quadro dividiu-se, pressupondo que a mesma massa de eleitores deva ser repartida. Perda de espaço – A candidatura de Yeda Crusius, que tem o apoio do PFL, não apenas contribui para uma disputa mais acirrada de forças pelos votos, mas inviabiliza um importante palanque para Geraldo Alckmin no Estado, pois Rigotto já anunciou que não apoiará nenhum candidato a presidente.

Vladimir Palmeira, petist histórico, mas o PRB, part do vice-presidente José d Alencar, decidiu lançar o senador Marcelo Crivella bispo que pertence à Igrej Reino de Deus. De olho nos votos da Ig Lula mandou uma carta d apoio à candidatura de Crivella. A carta foi entre por Alencar. A aliança informal garante um segu palanque ao presidente. L não compareceu à conven do PT e nem mandou cart apoio a Vladimir. História – A relação de com o PT carioca nem sem foi amistosa. Na eleição d 1998, houve uma interven do diretório nacional, que acabou por impedir a candidatura de Vladimir governo do Estado. A intervenção garantiu o ap à candidatura de Garotin Eleito governador, Garoti rompeu com o partido porque, segundo ele, o PT o "partido da boquinha" (alusão à ocupação de cargos). José Varella/AE - 20/07/05

Da esquerda para a direita: o atual governador Germano Rigotto (PMDB/PTB), Alceu Collares (PDT), Francisco Turra (PP), Yeda Crusius (PSDB/PFL) e Olívio Dutra (PT). Excesso de candidaturas leva a definição para o 2º turno.

Policiais isolam o hotel onde houve a convenção do PMDB em Minas

O senador Sergio Cabral e a deputada Denise Frossard


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DCARRO

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DCARRO

AVALIAÇÃO

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São Paulo, segunda-feira, 3 de julho de 2006

DCARRO

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Mille, até os céticos gostam Tem muita gente que não gosta do Mille. A maioria não conhece o carro que, com ressalvas, chega a agradar a muitos daqueles que se dispuseram a testá-lo.

No interior, um painel espartano e arcondicionado opcional, que rouba potência do motor 1.0

Divulgação

MARCOS MENICHETTI

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le não é o mais atual dos modelos do mercado, mas é um dos preferidos pelos consumidores de carros populares (leiase frotistas) e permanece há tempos na lista dos mais vendidos. Muitos podem achar um completo mistério (como eu, a princípio) o Mille conseguir manter essa posição, com um projeto de mais de 20 anos, durante o qual foi submetido a vários face-lifts e cujo último gerou muita discussão entre os especialistas, e algumas mudanças mecânicas e atualizações. O Uno Mille Flex tem um ‘encanto’ diferente, com design de linhas retas, que muitos dizem ser desatualizado, de origem identificada com os anos 70. Certo... mas talvez esse ‘diferencial’ seja exatamente o seu charme, já que a grande maioria dos modelos pequenos e médios têm por base linhas curvas e arredondadas, numa uniformidade maçante, diriam os defensores do Mille. Haja saudade - Pois não existe nada mais saudosista no mercado que o Mille. E também nada mais ‘atual’, dentro da onda retrô que tomou conta da indústria automobilística como um apelo irresistível desde o final dos anos 90, do século passado. Saudosismo que também tomou conta do mundo da decoração (basta dar uma olhada nas referências e tendências lançadas pela Casa e Cor deste ano), das artes (haja refilmagem de filmes clássicos!) e da TV a cabo, com a exibição de séries

No geral, apesar das linhas antigas, o carro ainda agrada

mesma e incomoda os passageiros mais altos. O travamento muito rápido da posição do cinto de segurança enquanto se está dirigindo atrapalha, já que a distância dos principais comandos exige um movimento maior do corpo. A Fiat poderia mudar a posição dos comandos dos vidros dianteiros elétricos (opcionais) nas portas, que exigem movimento antinatural do braço para trás para serem acionados, desviando a atenção do motorista. O odômetro e o relógio digital são bons, (assim como a ventilação forçada e o arcondicionado opcional, que deve ser usado com moderação pois a potência que rouba do motor ‘pesa’ bastante no desempenho). Traseira foi modificada e recebeu críticas

antigas. Ser retrô, hoje, é ser pós-moderno... e tudo o que o brasileiro gosta de dizer é que tem um carro diferente, ‘único’ (mesmo que ele tenha sido produzido aos milhares...). Na prática, se você precisa de um veículo principalmente urbano, preço bom e baixo custo de manutenção, que se saia razoavelmente bem no trânsito, o Mille pode ser a sua escolha. O preço, claro, é um fator preponderante nessa história, mesmo porque o popular da Fiat é o mais barato do mercado. O motor (65 CV usando gasolina e 66 CV , álcool) não decepciona (muito) no trânsito. Precisa se acostumar com as retomadas e tentativas de saídas rápidas, que provocam aqueles tradicionais soquinhos do carro, que sempre o acompanharam: o torque não ajuda muito, assim como o engate de marchas. Conforto - A visibilidade do Mille é um dos seus pontos fortes, apesar de a coluna traseira direita atrapalhar nas manobras. Os bancos dianteiros, com ajuste de altura, são confortáveis e não cansam. A velha posição do extintor de incêndio (fixado à frente da porta dianteira esquerda) continua a

Ruído do motor - Suspensões, amortecedores e molas reagem relativamente bem às centenas de buracos, tampas de bueiros e remendos de ruas e avenidas de São Paulo, apesar de transmitirem aquela sensação de saltos. Uma calibragem diferente do conjunto melhoraria esse problema, assim como uma melhor vedação do cofre do motor e do tanque de combustível (50 litros) melhorariam os ruídos transmitidos para dentro do carro. Apesar de não se sentir a falta de uma direção hidráulica (o Mille tem caixa tra-

Espaço para bagagem não compromete

dicional, mecânica, com pinhão e cremalheira), a dirigibilidade é afetada pela sensação de leveza acima do esperado em curvas mais rápidas e pelo baixo raio de diâmetro que dificulta as manobras. O Mille Flex se revelou uma surpresa, pelo menos para mim, que esperava muito menos do automóvel, cujo modelo de duas portas (olhaí o retrô novamente...) agrada mais do que o quatro portas testado. Pelas ruas da cidade se vê muito mais homens do que mulheres dirigindo o Mille, de todas as versões possíveis, numa proporção de 7 para 3. Mas isso não é desculpa para que a Fiat não invista um pouco mais no público feminino, que merece uma melhor atenção, como reposicionamento de comandos, luzes internas mais fortes e espelho com luz acoplada no quebra-sol, no mínimo do lado do passageiro. Também faltam acendedor de cigarro - que hoje as pessoas usam como carregador de bateria - e cinzeiro, para os fumantes. Então, fica acertado assim: combine um passeio, pegue seu retrô popular e vá assistir ao "Poseidon", claro que em uma sala tradicional e clássica de cinema com a mais alta tecnologia de som e imagem. E não esqueça de passar em um Ponto Chic da cidade e pedir aquele baurú. O verdadeiro, claro!

Suas medidas oferecem conforto, em especial para quem viaja na parte da frente do carro

De lado, mal se nota as mudanças na "botinha ortopédica", seu apelido desde o lançamento


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 3 de julho de 2006

Cidades ~

O CORAÇAO SEM SEGREDO Divulgação/HCor

7 Graças às possibilidades da telemedicina, pacientes poderão receber um tratamento preciso. Márcia Makdisse, médica do Albert Einstein

A tecnologia médica possibilita diagnósticos cardíacos quase impossíveis de serem imaginados há algum tempo. Entre os aliados do coração estão aparelhos como o Looper que, com apenas seis centímetros, grava e desgrava o ritmo dos batimentos. Há também um eletrodo subcutâneo para monitorar os movimentos cardíacos. Outra novidade é o ultra-som intracoronário. Invasivo, ele colhe imagens tomográficas dessas artérias. Marcelo Soares/Hype

Kelly Ferreira

O

coração do brasileiro não vai lá muito bem. Muito estresse, hipertensão, gordura demais, sedentarismo, medo de médico, histórico familiar, Copa do Mundo. Tudo isso concorre para o aparecimento de doenças cardíacas que podem evoluir para uma cirurgia, um transplante ou mesmo para a morte. Se a cultura de homem urbano tem feito mal ao coração do brasileiro, a tecnologia médica age a seu favor. Hoje, o Brasil tem acesso aos mais modernos equipamentos de detecção e tratamento das moléstias cardiovasculares, sem nada dever aos centros americanos ou europeus. Uma realidade a ser enfrentada: de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 300 mil pessoas morrem no País em decorrência de doenças cardiovasculares todos os anos. No Instituto do Coração (Incor), anualmente, são realizadas, em média, 4,5 mil cirurgias. Até maio, de acordo com a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, havia 105 pessoas cadastradas na fila de espera por um transplante cardíaco. As armas da medicina: no Hospital Israelita Albert Einstein, na zona sul, por exemplo, um equipamento com apenas seis centímetros de diâmetro consegue diagnosticar precisamente a patologia de muitos pacientes com sintomas cardíacos esporádicos. Conhecido como Looper Event Recorder – ou Monitor de Eventos Sintomáticos – e indicado para a detecção de alterações do ritmo cardíaco, o aparelho deu fim ao corre-corre de Antônia Gomes e de sua filha Taís, de 14 anos, aos consultórios médicos. Looper – "A Taís, desde os 7 anos, tem crises de desmaios, enjôo, tonturas, mal-estar. Fizemos vários exames que nunca apontaram nada. Este ano, de março até agora, já foram mais de três crises. Depois de muita procura, descobri que poderia usar o Looper. Ela ficou 10 dias com o aparelho e nesse período não teve nenhuma crise, só mal-estar. Apesar disso, conseguimos o diagnóstico", disse Antonia. Em geral, o aparelho serve para pessoas que sofrem de desmaios, palpitações e outros sintomas cardíacos esporádicos difíceis de serem diagnosticados com precisão, justamente por ocorrerem de vez em quando. "Graças às possibilidades da telemedicina, pacientes com sintomas cardíacos esporádicos, que costumavam migrar de um consultório para outro e de um exame para outro, sem ter seu problema detectado, poderão receber um tratamento preciso", explica a médica Márcia Makdisse, gerente de cardiologia do hospital Albert Einstein. Para realizar o exame, que custa em média R$ 414, o paciente leva consigo o aparelho. Com memória circular, ele grava e desgrava continuamente o registro do eletrocardiograma. Existem

Leonardo Rodrigues/Hype

Marcelo Soares/Hype

Tomágrafo (acima) operado pelo médico cardiologista Ibraim Pinto capta imagens do coração em paciente. À esquerda, no Hospital Israelita Albert Einstein, operador utiliza o aparelho de ultra-som intracoronário, cujas imagens permitem o estudo da parede dessas artérias. AVISO AOS ACIONISTAS

dois tipos de Looper: o primeiro é um pequeno gravador com seis centímetros de diâmetro, que pode ser usado por até dez dias. O segundo é um eletrodo subcutâneo, colocado próximo à clavícula, com vida útil de até um ano e meio. "Os dados são transmitidos pelo paciente, de casa, por telefone, sem necessidade de se deslocar ao hospital. Os sinais são captados por um monitor de eventos, onde ficam registrados", disse a médica. Foram esses dados que levaram a cardiologista Denise Hachul, responsável pelo setor de arritmia do

Albert Einstein, a diagnosticar o problema de Taís. "Descobrimos que ela tem uma síndrome de vasovagal, patologia que não caracteriza uma arritmia grave e que pode ser tratada com facilidade", disse. Outra novidade é o ultrasom intracoronário, procedimento invasivo geralmente realizado junto com a coronariografia ou angioplastia coronária. Com ele é possível obter imagens tomográficas (cortes transversais) das artérias coronárias, permitindo o estudo da parede do vaso. Mais sobre coração na página 8

A médica Denise Hachul usa o Looper durante exame (acima). À esquerda, médico com o aparelho de tomografia computadorizada com 64 colunas de detectores.


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Compor tamento Urbanismo Saúde Administração

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 3 de julho de 2006

Para os contribuintes que dependem da rede pública de saúde, a maior dificuldade está na demora para serem atendidos.

O BRASILEIRO CUIDA POUCO DO CORAÇÃO

Leonardo Rodrigues/Hype

PELO TELEFONE O Looper permite a transmissão de dados via fone Fotos de Marcelo Soares/Hype

Paciente usando o Looper, um equipamento capaz de detectar moléstias cardíacas esporádicas, tais como palpitações.

Imagem do coração e das coronárias obtida a partir do Aquillion 64-Toshiba, um tomógrafo computadorizado com 64 colunas de detectores

O Looper fica com o paciente e monitora sua atividade cardíaca com freqüência, de modo a captar as menores variações ou alterações. Divulgação/Hospital Israelita Albert Einstein

ARSENAL TECNOLÓGICO É CADA VEZ MAIS EFICAZ Apesar dos avanços tecnológicos, o melhor remédio para o coração ainda é alimentação sadia e exercícios

O

As informações colhidas pelo Looper são transmitidas ao hospital via telefone, sem necessidade de deslocamento do paciente.

Os dados enviados pelo Looper são armazenados em um monitor de eventos. O equipamento já foi responsável por diagnósticos difíceis.

A cardiologista Denise Hachul, do Hospital Israelita Albert Einstein, que utiliza o Looper para a formação de alguns diagnósticos.

arsenal contra a sofisticados. O problema é que doença cardíaca o brasileiro, de uma maneira não se limita ao geral, não cuida do próprio coEinstein. No Insti- ração. Ficam expostos a dietas tuto Dante Pazzanese de Car- gordurosas, não fazem exercídiologia, da Secretaria da Saú- cios e procuram ajuda médica de, no Ibirapuera, um equipa- só quando os sintomas já estão mento alemão que realiza exa- avançados", disse o cardiologism e s d e c a t e t e r i s m o e ta Ibraim Pinto, um dos responangioplastia permite a tomada sáveis pelo serviço de Diagnósde imagens digitais de todos os tico por Imagem do HCor. Público – Para a população procedimentos realizados durante uma cirurgia. Outra no- que depende da rede pública vidade: os seis carrinhos de de saúde, a dificuldade está na anestesia que fazem o controle demora para ser atendido. De acordo com o automático do c a rdi o l o g is t a nível de anestéRogenes Marsico injetado no tins, o problep a c i e n t e d uma é que, muirante a cirurgia, O Brasil está muito bem t a s v e z e s , o programando a quando a questão é equipamento dosagem correequipamento. Não há existe, mas fica ta para o tempo parado, por esda operação. nada que exista em tar quebrado. O Dante tampaíses desenvolvidos "Quando não tebém utiliza que não tenhamos aqui mos condições dois dopllers com sistemas Ibraim Pinto, de fazer exames, modernos para cardiologista encaminhamos a hospitais condetecção de leveniados. Alsões coronarianas e obstrução de artérias por guns exames levam até seis megorduras, além de um tomó- ses para serem realizados e um grafo multislice, com capaci- dos motivos é que os hospitais dade de gerar imagens tridi- conveniados também estão lomensionais de alta resolução tados", disse o cardiologista. De fato, a procura do Sistesem a necessidade de redução dos batimentos cardíacos, co- ma Único de Saúde é grande. mo na maioria dos equipa- Somente no Incor, por ano, são realizadas mais de 250 mil conmentos hoje utilizados. A tecnologia de ponta tam- sultas, sempre com encamibém chegou ao HCor, Hospital nhamento de um médico de do Coração, na zona sul da ca- posto de saúde ou hospitais da pital. O Somatom Sensation rede pública. Depois de agenCardiac 64, um tomógrafo de dada, a consulta de avaliação alto desempenho, registra 194 demora em média 10 dias. Evitar – Apesar de tantos imagens por segundo e permite diagnósticos precisos e pre- avanços tecnológicos, os mécoces. Além disso, também dicos advertem: em se tradanpermite avaliações do sistema do de coração, o melhor mesnervoso central, identifica nó- mo é prevenir. Segundo espedulos pulmonares, enfisemas, cialistas, quem cuida bem do doenças do aparelho digesti- coração e se mantém longe dos vo, do fígado, pâncreas e rins. principais fatores de risco (coRiscos – "O Brasil está muito lesterol alto, tabagismo e obebem quando a questão é equi- sidade) têm mais chances de pamentos e médicos habilita- evitar uma doença, que não dos em medicina cardíaca. precisa ser necessariamente Não há nada que exista em paí- um infarto ou um derrame. "O ses desenvolvidos que não te- coração pode sofrer vários tinhamos aqui, entre eles apare- pos de doenças, como a de lhos de ecocardiograma. Até Chagas e alguns tipos de infecmesmo na rede pública, como ções", alerta o médico Ibraim no Incor, por exemplo, é possí- Pinto. Além dos fatores citavel que a população tenha dos acima, um estudo da revisacesso a exames e tratamentos ta científica The Lancet incluiu

Leonardo Rodrigues/Hype

O médico cardiologista Carlos Eduardo Rochitte, do Instituto do Coração

também a hipertensão, o diabetes, o estresse, o baixo consumo de frutas e vegetais, a falta de exercícios físicos e o consumo de álcool como fatores de riscos ao coração. A pesquisa, realizada por instituições canadenses, avaliou 29 mil pessoas de 52 países. Esses fatores correspondem a 90% dos riscos de ataques do coração. "O problema é que boa parte da população não tem acesso ao controle da hipertensão. Quanto mais fatores de risco eliminarmos, menos chances teremos de sofrer um infarto", disse a médica Márcia Einstein. Ela alerta as pessoas que têm casos de doenças cardíacas na família. "O ideal é fazer um check-up uma vez por ano, para ter o controle da situação", disse. O cardiologista e vicepresidente do Albert Einstein, Elias Knobel, dá algumas dicas para reverter alguns fatores de risco. Primeiro, uma dieta e a

prática de exercícios diários já auxiliam na prevenção e na diminuição do diabetes, das taxas do colesterol e, conseqüentemente, do risco de doenças cardíacas. "Se as taxas de LDL, de glicemia ou de pressão arterial estiverem muito elevadas, partimos para um tratamento mais agressivo, com remédio. Claro que sempre associamos o medicamento a mudanças no estilo de vida", explica. Alerta – Fique atento a estes sintomas, pois eles podem indicar problemas cardíacos. Tontura, fadiga, suor em excesso, aumento da freqüência cardíaca, náusea ou vômitos, dor no peito intermitente (que pode irradiar para as costas, ombros, braços e pescoço), sensação de peso e aperto no peito, lábios, mãos ou pés com aspecto azulado (cianóticos). Diagnósticos precoces podem levar tratamentos eficazes e à cura de doenças do coração. (KF)


segunda-feira, 3 de julho de 2006

Urbanismo Compor tamento Distritais Patrimônio

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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O PROJETO EDUCAR FOI CRIADO NO INÍCIO DO ANO

Muitos acham que devem aproveitar a vida sem preocupação com a aposentadoria. Carlos Alberto Barbosa, consultor da Bovespa

Milton Mansilha/Luz

NO IPIRANGA, BOVESPA ENSINA A CUIDAR DO DINHEIRO Palestra orientou sobre a importância de um bom planejamento orçamentário

A

Distrital Ipiranga da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) promoveu a palestra Educação Financeira – Projeto Educar da Bolsa de Valores de São Paulo. Coordenado pelo consultor da Bovespa Carlos Alberto Barbosa, o evento teve como principal objetivo conscientizar os comerciantes e a população em geral sobre a importância de um bom planejamento orçamentário, para, futuramente, alcançar uma melhor qualidade de vida. O Projeto Educar é uma iniciativa da Bovespa e foi criado no início deste ano. Apresentado pela primeira vez na Distrital Ipiranga, o projeto já per-

correu instituições de ensino estaduais, universidades e também empresas de diversos ramos de atuação. Para o primeiro vice-diretor superintendente da Distrital Ipiranga, Genne Sanches, o brasileiro não dispõe de uma boa educação financeira. "O Projeto Educar é muito importante para levar ao grande público conhecimentos que serão úteis no dia-a-dia, já que muitos não sabem administrar seus gastos", disse. O bj et iv o s – Os principais objetivos das palestras do projeto são apontar as formas mais adequadas de administrar, poupar e eliminar os desperdícios orçamentários, assim como indicar alternativas viá-

veis de investimentos, entre eles os ativos de renda fixa e variável, imóveis e poupança. "Pretendemos fornecer informações sobre planejamento de finanças pessoais e também sobre a formação de patrimônio", afirmou Barbosa. Segundo o consultor, apenas 15% da população brasileira chega ao fim do mês com recursos próprios, ou seja, sem dívidas. O restante, muitas vezes sem planejamento, acaba recorrendo aos empréstimos bancários, financiamentos, ou abusam no uso do cartão de crédito e do cheque especial. "Como a expectativa de vida do brasileiro aumentou, muitos acham que devem aproveitar a vida no presente sem se

AES Eletropaulo vai ao Butantã

A

Prêmio – Após a palestra, o Brasil. Estiveram presentes Distrital Butantã, diretor do Instituto Butantan, Luiz Roberto Barradas, em parceria com a Otávio Azevedo Mercadante, secretário de Saúde estadual; AES Eletropaulo e o Oduvaldo Donnini, diretor Grupo 1 de Jornais, realizou a recebeu o troféu de Figura Símbolo do Butantã, do Grupo 1 de Jornais; palestra Isso é da sua Conta, Ricardo Granja, idealizado por Odette Eid. O coordenada pelo vicesuperintendente da Distrital homenageado ofereceu o presidente comercial, Pinheiros; e autoridades e prêmio aos servidores do Ricardo Lima, e pelo diretor representantes de regional da empresa, William instituto que trabalham pela melhoria da saúde pública no instituições da região. Fernandes. O objetivo do encontro foi realizar uma Divulgação aproximação com a comunidade e divulgar os trabalhos realizados na região, buscando melhoria no atendimento. O superintendente da Distrital Butantã, José Sérgio Toledo da Cruz, afirmou que outras concessionárias de serviço públicos deveriam seguir o exemplo da AES Eletropaulo, que mostrou transparência no seu relacionamento com a Palestra e entrega de prêmio aconteceram na Distrital Butantã da ACSP população.

Genne Sanchez, da distrital, e Carlos Barbosa, da Bovespa, na palestra sobre Educação Financeira

preocupar com um projeto de aposentadoria". O Projeto Educar promove palestras para pessoas de todas as faixas etárias. Os eventos são divididos para o público teen, jovens e master, cada um deles com abordagem e linguagem específicas. Dessa forma, de acordo com Barbosa, todos os membros de uma famí-

lia podem participar de um projeto financeiro. Como planejar – Para o consultor, uma boa auto-gestão orçamentária deve percorrer os seguintes passos: estabelecer prioridades, evitar desperdícios, projetar necessidades futuras, ter consciência de possíveis limitações financeiras, adotar um estilo de vida de

acordo com a realidade econômica, planejar o orçamento pessoal e familiar, entre outros. "Espero que esse evento seja apenas o primeiro de muitos que pretendemos realizar na Distrital Ipiranga. O povo brasileiro tem sede e necessidade de conhecimento", concluiu Genne Sanches. André Alves

Fundação premia estudo da malária

A

Distrital Santo Amaro, representada pelo diretor conselheiro Nelson Gonçalves de Camargo, esteve presente na entrega do Prêmio de Saúde, com enfoque em Medicina Humana, ao professor doutor Hildebrando Pereira da Silva pelo seu trabalho de pesquisa e inovação em métodos alternativos para o controle da malária. A premiação foi feita pela Fundação Peter Muranyi e aconteceu no espaço Rosa Rosarum. O professor recebeu R$ 140 mil, um troféu e um diploma, entregues por Cláudio Lembo, governador do Estado. E s t i v e r a m p re s e n t e s a o evento: Laudo Natel, ex-governador de São Paulo; Isaias

GIr Agendas da Associação e das distritais

Hoje I Agrícola - Com o tema

Repensando as políticas agrícola e agrária brasileiras, o economista Marcos Sawaya Jank, professor da FEA-USP e presidente do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Ícone), apresenta, na ACSP, um estudo inédito sobre política agrária. Estarão presentes o presidente da Sociedade Rural Brasileira, João Sampaio, e o deputado federal e engenheiro agrônomo, Xico Graziano. Às 10h, na sede da entidade, rua Boa Vista, 51/9º andar, plenária. I EUA - O vice-presidente da

Divulgação

Laudo Natel, Nelson Gonçalves de Camargo e Isaias Raw

Raw, presidente do Instituto Butantan; Sueli Vilela, reitora da Universidade São Paulo; Zilda Suelotto Muranyi, presidente da Fundação Peter Muranyi; Peter Muranyi Júnior, vice-presidente da fun-

dação e diretor conselheiro da Distrital Santo Amaro; Eduardo Kringer, presidente da Academia Brasileira de Ciências, e várias autoridades. Cerca de 400 pessoas participaram do evento.

ACSP Alfredo Cotait Neto participa da comemoração ao 230º aniversário da Independência dos Estados Unidos da América. Às 12h, no Jardim Europa. I Armênia - O vice-presidente da ACSP Alfredo Cotait Neto recebe a Embaixadora do Brasil para a Armênia, Renate Stille. Às 15h, rua Boa Vista, 51. I Plenária - Reunião plenária solene da ACSP em comemoração ao Movimento

Constitucionalista de 1932 - 9 de Julho e entrega do Colar Carlos de Souza Nazareth ao radialista e ex-combatente da revolução Enéas Machado de Assis. Às 17h, na sede da entidade, rua Boa Vista, 51/11º andar, auditório. I Santo Amaro - A distrital realiza reunião do núcleo setorial de pet shops do Projeto Empreender, coordenada pela consultora Maria Cristina Imbimbo Gonçalves. Às 20h.


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Continuo bastante preocupado sobre a necessidade de preservar as instituições e infra-estrutura palestinas. Elas serão a base de uma eventual resolução dos dois Estados, e isso está no interesse de Israel e dos palestinos. Do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, sobre o bombardeio do escritório vazio do premiê palestino, Ismail Haniye, ontem, por Israel

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segunda-feira, 3 de julho de 2006

JULHO

2 -.LOGO

3 35 anos da morte de Jim Morrison, poeta e músico dos anos 60, vocalista do The Doors (1943-1971)

M ÉXICO B IOLOGIA

Nenhuma mudança?

Raiva, detectada de longe Uma das melhores estratégias para quem quer ser notado numa multidão é expressar genuína e ameaçadora raiva com todos os músculos da face. De acordo com um estudo realizado no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, a raiva é a primeira emoção detectada pelos olhos humanos em outras pessoas. Segundo os pesquisadores, além de chamar mais a atenção, os rostos que expressam raiva são detectados numa multidão ainda mais rápido pelos homens. Os pesquisadores estudaram a reação de 78 homens e 78

mulheres a imagens de rostos raivosos apresentados numa tela, junto a outros com expressões faciais neutras. Em média, os homens demoraram 950 milissegundos para detectar a ira. As mulheres demoraram 1.150 milissegundos. Embora ambos os sexos demorem menos para detectar a raiva do que qualquer outra emoção, as mulheres são mais rápidas do que os homens para identificar rostos alegres ou tristes. O estudo foi publicado na na versão online da revista científica Current Biology. www.current-biology.com

E SPAÇO Rick Wilking/Reuters

Candidato conservador apoiado pelo atual presidente tem ligeira vantagem nas urnas

D

epois de uma campanha tão acirrada como suja, que polarizou o país, expondo a profunda divisão de classes sociais entre os mexicanos, milhões de eleitores foram às urnas instaladas em mais de 130 mil seções eleitorais em 32 Estados, para escolher o próximo presidente. Quatro pesquisas iniciais de boca-de-urna davam ontem ligeira vantagem ao candidato conservador Felipe Calderón Hinojosa, de 43 anos, do Partido de Ação Nacional (PAN), o mesmo do atual presidente, Vicente Fox. O partido conseguiu eleger governadores em três Estados. Pela pesquisa da TV Azteca, Calderón tinha 32% na projeção de votos, para 30% do esquerdista Andrés Manoel López

Obrador, de 52 anos, do Partido Revolucionário Democrático (PRD), e 25% para Roberto Madrazo, do Partido Revolucionário Institucional (PRI), que ficou sete décadas no governo até ser derrotado por Fox. Pela pesquisa do Instituto Gaos, Calderón tinha 32%, López Obrador, 30% e Madrazo, 25%. A pesquisa Panmex dava 32% a Calderón, 31% a López Obrador e 23% a Madrazo. Uma pesquisa interna do PRI punha Calderón com 34%, López Obrador com 31% e Madrazo com 29%. Uma quinta pesquisa, do Instituto Mitofsky, informava que Calderón e López Obrador vinham se alternando na frente com uma diferença em torno de 0,5 ponto porcentual. Em todas essas pesquisas ini-

ciais a diferença entre Calderón e López Obrador situavase dentro do empate técnico. Obrador está disposto a contestar o resultado. Outras fontes, tidas como bem informadas, disseram que 17 governadores do PRI (são 32 Estados mexicanos) receberam orientação do partido para orientar os eleitores do PRI a canalizar os votos em Calderón O vencedor terá mandato de seis anos e sucederá a Fox no dia 10 de dezembro. Embora os discursos dos dois principais candidatos e os insultos pessoais trocados entre eles durante a campanha tenham polarizado e reduzido o debate eleitoral, López Obrador e Calderón disputaram sobretudo os decisivos votos da crescente classe média urbana do México. (AE)

I NTERNET

Site dedo-duro vai parar na Justiça Tasha Joseph, a criadora do site Don´t date him, girl (Não saia com ele, garota) está sendo processada por sua invenção. No site, as mulheres norte-americanas podem registrar queixas de traição de seus namorados, exnamorados, maridos etc. Assim, outras mulheres ficariam livres de cair na "cilada" do mesmo homem. O site não checa a veracidade das informações e, por isso, um advogado que se sentiu prejudicado está processando a criadora do site. O site se auto-denomina o "maior banco de dados do mundo de supostos maridos e namorados infiéis". Na página, os homens que se sentem prejudicados pelas queixas das internautas podem fazer sua defesa. É palavra contra palavra. http://dontdatehimgirl.com/

A Adidas, que fabrica os uniformes da seleção da França desde 1972, anunciou o aumento nas vendas da camiseta número 10, de Zidane, depois da partida contra o Brasil no sábado. Zidane tem seu nome em 80% das 25 mil camisas da seleção da França vendidas desde o início da Copa.

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A Nasa adiou ontem, pela segunda vez, o lançamento do ônibus espacial Discovery em função das tempestades. Nova tentativa será feita amanhã.

M ÚSICA

Mozart, contra os males da alma

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E M

parque para comemorar os 81 anos do zôo, Suma, irritada com a movimentação excessiva de pessoas ao redor, se irritou e começou a jogar pedras no público. Mas aos primeiros compassos da música de Mozart, ela se acalmou, fechou os olhos e ouviu atentamente, segundo relatos dos funcionários do zoológico. Depois do concerto, Suma recobrou o apetite e ganhou uma caixa de som exclusiva em sua "casinha". No alto-falante, Mozart, Vivaldi, Bach e Shubert.

COPA DA PAZ – Na abertura, ontem, do Festival Mundial de Futebol de Rua, evento paralelo à Copa, em Berlim, times de 24 países homenagearam o jogador colombiano Andres Escobar, morto em 1994 depois de um gol contra o time dos EUA na Copa daquele ano. Uma das seleções em campo é o "Peace Team", que reúne jogadores palestinos e israelenses.

C A R T A Z

MOSTEIRO B RIENTE O ATE-PRONTO MÉDIO

Israel 'cola' no Hamas O Quarteto Fauré, da Alemanha. No programa, obras de Richard Strauss (foto) e Gustav Mahler. Mosteiro de São Bento. Largo de São Bento, s/nº. Telefone: 3328-8799. 12h. Grátis.

O projeto da casa dos seus sonhos

O Electric Eyezone Massage combina acupuntura chinesa, massagem e terapia magnética -- assim diz seu fabricante. Esse aparelho em forma de mácaras estimula a circulação ao redor dos olhos, reduzindo olheiras e marcas, rejuvenescendo a pele. Custa cerca de US$ 27 no site. id=11058&random=18474758&cid=

Desenhos, construção, obras, fachadas, plantas. Todo o planejamento de sua casa de campo, cidade ou praia pode ser conseguido de graça no site Projetos Grátis. São mais de 100 modelos de casas, de tamanhos que variam de 50 a mais de 200 metros quadrados. Todas as informações do site - que também traz dados sobre história da arquitetura - são gratuitos. Mas os responsáveis deixam a ressalva: não construa nada sem antes consultar um especialista para os ajustes e detalhes.

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www.projetosgratis.com.br

www.boysstuff.co.uk/product.asp?

A TÉ LOGO

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Novo modelo de carteira de motorista - à prova de falsificações - começa ser emitido hoje Presos fazem tumulto em Presidente Bernardes; agentes penitenciários ameaçam parar

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Massageador para os olhos

Ele pediu que os grupos palestinos libertem o soldado Guilad Shalit e lembrou Israel de que deve cumprir as leis internacionais sobre direitos da população civil. "Achamos difícil entender porque a usina de energia elétrica foi bombardeada. Também houve outras medidas dessa natureza, como a prisão de ministros e deputados", disse De Soto, que visitou a usina. Engenheiros disseram que levará de seis a oito meses para que essa central, responsável por mais de metade do suprimento de energia elétrica da Faixa de Gaza, volte a operar plenamente. Essa era única usina do território. O restante da eletricidade vem de Israel ou de geradores. (AE)

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F AVORITOS

do primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestina, Ismail Haniye - integrante do grupo radical Hamas - , causando ferimentos em três seguranças. Nem Haniye nem assessores estavam no local. A ala militar do Hamas respondeu ao bombardeio com a ameaça de atentados contra escolas, instituições e usinas elétricas de Israel. Ontem, num confronto no sul da Faixa de Gaza, três militantes palestinos foram mortos pelo Exército israelense na região de Rafah. Em visita à Faixa de Gaza, o enviado da ONU para o Oriente Médio, Álvaro de Soto, se mostrou alarmado ontem com a situação, especialmente a humanitária.

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G @DGET DU JOUR

pr imeiro -minis tro israelense, Ehud Olmert, ordenou ontem que o Exército amplie sua ofensiva na Faixa de Gaza para libertar o soldado Guilad Shalit, capturado há uma semana por um comando palestino num posto militar israelense. "Dei instruções para a intensificação da força das ações do Exército e dos serviços de Segurança, para caçar esses terroristas, aqueles que os enviaram e aqueles que lhes dão abrigo", disse Olmert numa reunião do gabinete. "Eu já disse e repito: ninguém ficará imune." Horas antes, no início da madrugada, um helicóptero israelense havia disparado um míssil nos escritórios

Barradas nas terras de Tio Sam Depois da eliminação do Brasil na Copa, o jornal norteamericano The Boston Globe foi ontem uma das únicas publicações a noticiar algo sobre o País que não fosse relativo a futebol. O jornal destacou a decisão das autoridades dos EUA de negar vistos de entrada à irmã e à mãe de Carla Souza, a imigrante brasileira que foi assassinada em Framingham pelo marido em maio. Elas queriam visitar o túmulo de Carla. Autoridades norte-americanas disseram ao jornal que os vistos são negados a pessoas que não demonstram ter laços suficientemente sólidos no país de origem. Mas a irmã de Carla disse que mal pode defender sua solicitação de visto.

Michael Kappeler/AFP

A música de Wolfgang Amadeus Mozart foi a salvação da elefanta Suma, de 45 anos, após a morte de sua companheira. Suma conviveu com a elefanta Patna durante dez anos na mesma área do zoológico de Zagreb. Quando Patna morreu, Suma começou a apresentar sintomas de depressão. Ela mal comia, tinha mudado seu comportamento e não reagia aos estímulos externos de forma satisfatória. Quando a equipe do zoológico organizou um concerto no

B RAZIL COM Z

Iraque divulga nomes de 41 'inimigos' procurados; mulher e filha de Saddam estão na lista

E CONOMIA

Mercosul chega à Venezuela Os países membros do Mercosul assinam amanhã, em Caracas, o protocolo de adesão da Venezuela ao bloco. O processo de adesão será gradual e deve durar quatro anos. Pelas regras de adesão, de 2006 a 2010, Brasil e Argentina reduzirão gradualmente as tarifas de importação de produtos venezuelanos até a eliminação dessas tarifas, com exceção de uma lista de mercadorias sensíveis. Em 2012, exportações brasileiras e argentinas, também com a exceção de produtos sensíveis, entram com tarifa zero na Venezuela. I RAQUE

O enterro do líder Al-Zarqawi O ex-líder da Al Qaida no Iraque, o terrorista jordaniano Abu Musab al-Zarqawi, foi enterrado em Bagdá. Zarqawi, um dos homens fortes de Osama bin Laden, morreu em 7 de junho em um bombardeio aéreo na província de Diyala, a nordeste de Bagdá, junto a vários de seus colaboradores mais próximos. Zarqawi foi enterrado de acordo com os rituais islâmicos, mas o local exato do túmulo não foi e o dia do enterro não foram revelados. O enterro foi realizado após um acordo entre as autoridades iraquianas e as forças multinacionais no Iraque.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

12 -.INTERNACIONAL/OPINIÃO

m simpático leitor enviou o meu artigo “Dormindo Profundamente” a um círculo de empresários de bastante peso em São Paulo, e recebeu de um deles, em resposta, um compêndio de chavões pueris, irresponsáveis e presunçosos cuja autoridade nesse meio basta, por si, para explicar a desgraça do Brasil, mesmo abstraída a obra petista de destruição. A carta merece ser examinada porque reflete menos a opinião de um indivíduo do que um conjunto de crenças compartilhadas por uma parcela ativa da classe empresarial, crenças que contrariam flagrantemente a realidade mas são reforçadas todo dia pela mídia bempensante. Sócrates dizia que a ignorância é a raiz de todos os males. Mas o ignorante pobre só faz o mal a si mesmo, no máximo a mais meia dúzia em torno. Transformar a ignorância em autoridade pública é empreendimento dispendioso: o sujeito tem de pagar muito bem para que as pessoas ouçam com reverência bobagens que sem isso nem mereceriam atenção. Groucho Marx dizia a um desses opinadores milionários: “É preciso ter mesmo muito dinheiro, para sobreviver com essa sua cabeça.” Mas a ignorância, como tudo o mais nesta vida, não permanece estável: evolui. Nasce como pura f a l t a d e c o n h e c i m e n t o s, m a s transmuta-se em incapacidade e por fim em recusa absoluta de adquiri-los, mesmo quando disso dependa a sobrevivência do interessado. Começa como um estado natural e transforma-se numa requintada forma de perversidade. Mais ainda: se o ignorante ocupa um lugar de destaque na sociedade, se ele é o que hoje se chama um “formador de opinião”, então deve ter à mão um estoque de declarações requeridas para as diferentes ocasiões de uma vida social variada: jantares, reuniões de diretoria, entrevistas na mídia, discursos de posse, homenagens etc. Sem disposição ou paciência para criar opiniões mediante estudo, só lhe resta preencher as lacunas voluntárias do conhecimento com os produtos espontâneos da sua fantasia pessoal. Não sendo, porém, verossímil que a mente imune ao conhecimento seja ao mesmo tempo dotada de grande vivacidade imaginativa, o mais provável é que o sujeito não crie suas fantasias, mas as absorva passivamente do falatório em torno, repetindo-as como se fossem suas e legitimando-as com a autoridade da sua posição na sociedade. É assim que milhares de mentiras tolas, vindas de uma multidão de p equenos

U

segunda-feira, 3 de julho de 2006

MuNDOreAL por OLAVO DE CARVALHO, de Washington DC

Da ignorância à mentira fofoqueiros e desinformantes, se condensam num sistema de cretinices respeitáveis, oficiais, cuja contestação se expõe à repulsa e ao desprezo gerais. Em todo caso, estou muito grato ao palpiteiro, por ter resumido em poucos parágrafos o conjunto das lendas e ilusões que entorpecem boa parte da nossa classe empresarial e a incapacitam para uma reação eficaz ao presente estado de coisas. Ele começa sua exposição apelando a dois chavões consagrados: “Tão atrasado e fora de contexto quanto qualquer projeto revolucionário marxista em qualquer parte do mundo, é o temor e a neurose permanente em combatê-los.” Em outras palavras: (1) O anticomunismo está fora de moda. (2) Ele é um sintoma neurótico. Discutir com o ignorante é uma das tarefas mais difíceis deste mundo. As razões do debatedor inteligente, culto, são transparentes: exi-

A crença de que Chávez ou Lula tenham estratégias pessoais independentes, inconexas entre si, é uma bobagem descomunal que não resiste ao mínimo confronto com os documentos.

bem-se no conteúdo do seu discurso, porque ele mesmo as pensou e as colocou ali. As do ignorante, sendo desconhecidas dele próprio, vêm de uma atmosfera social difusa, entre obscuras associações de idéias, automatismos de linguagem e mil e um pressupostos mal conscientizados. Desencavá-las é como analisar um sonho. Você tem de mergulhar fundo no inconsciente coletivo para descobrir de onde o cidadão tirou os motivos de crer naquilo que afirma. A origem das duas idéias expostas é diferente. Uma espalhou-se pela mídia como reação imediata do triunfalismo liberal ante a queda da URSS. A outra é bem anterior: é um slogan inventado pela KGB nos anos 40 e tão intensamente repetido ao longo das décadas que acabou por disseminar entre os próprios liberais e conservadores a inibição de declarar-se e mais ainda de ser anticomunistas. São, ambas, puras expressões emotivas, que nem mesmo podem ser discutidas como juízos de realidade. A primeira expressa um desejo, a segunda uma autodefesa preventiva contra a ameaça do riso e da chacota, propositadamente espalhada no ar pelos próprios inventores do slogan. No primeiro caso, o que tenho a observar é que a moda local está um tanto atrasada em relação ao debate de idéias nas áreas mais civilizadas do plane-

ta. No ano 2000, Jean-François Revel já publicava La Grande Parade. Essai sur la Survie de l’Utopie Socialiste (Paris, Plon), expressando a tomada de consciência dos liberais franceses de que o movimento comunista, aparentemente defunto em 1990, se havia reerguido mais poderoso do que nunca, organizado mundialmente e com uma rede de apoios muito mais vasta do que jamais tivera. Esta constatação é uniformemente compartilhada por todos os estudiosos do assunto nos EUA e na Europa. A bibliografia a respeito é esmagadora, mas, no Brasil, como ninguém lê nada, ainda se pode alegar manchetes do Economist de quinze anos atrás como se fossem a última palavra. A ignorância tem seu tempo histórico próprio, imune aos fatos do mundo. Quanto à difamação do anticomunismo como “neurose”, sua eficácia paralisante tende a diminuir no resto do universo, à medida que a direita européia e americana descobre que foi vítima desse engodo para muito além do que poderia admitir a honorabilidade da sua inteligência. Em 1956, o preconceito contra o anticomunismo fez com que os EUA aceitassem Fidel Castro como um grande líder democrático, ajudando-o a consolidar-se no poder. Em 1973, quando Henry Kissinger recebia o Prêmio Nobel da Paz por ter retirado as tropas americanas no Vietnã, quem dissesse que o efeito da festejada obra diplomática seria o genocídio da população civil era objeto de riso. Três milhões de cadáveres depois, é preciso muita teimosia para não enxergar que a pax kissingeriana ocasionou a tomada do Vietnã do Sul pelo Vietnã do Norte, a ascensão de PolPot no vizinho Camboja e todos os horrores que transcenderam em muito os males da guerra. Em 2002, o analista estratégico Constantine Menges, do Hudson Institute, foi alvo de toda sorte de gracejos maliciosos na mídia nacional por ter dito que a América Latina caminhava para a formação de um eixo anti-americano. Hoje o eixo está visível diante de todos, e aqueles que riram de Constantine Menges já tiraram a máscara, confessando que queriam apenas o silêncio e a discrição necessários para chegar exatamente a isso. O que o cidadão nos propõe é cairmos de novo no mesmo truque, só para não corrermos o risco temível de sermos alvo de gozações comunistas. Não há nada mais ridículo do que o medo do ridículo. Prossegue o indigitado: “Clinton e Jimmy Carter como agentes do comunismo internacional??? A criação de teorias conspiratórias sempre desperta curiosidade e por mais absurdas e não fundamentadas que sejam, apenas por contrariarem radicalmente o senso comum e o que é de domínio público, já conferem a seus autores uma aura de inteligência superior ou informação privilegiada...” Deixo de comentar a elipse enganosa que, para gerar uma falsa impressão de comicidade, substitui “agentes do CFR” por “agentes do comunismo”. É um tipo de truque estilístico que também remonta ao jornalismo comunista dos anos 40. Seu contínuo poder de impregnação na linguagem dos próprios adversários nominais do comunismo é uma das glórias da estupidez humana. Também nada digo dos três pontos de interrogação. Seria realmente o cúmulo da genialidade retórica, destruir um edifício de fatos e documentos mediante um simples aceno ortográfico. O sujeito acha que conseguiu isso. Só falta chamar a mãe para contemplar o filhinho em seu momento de triunfo. A vaidade da ignorância é um abismo de miséria humana. Quanto à depreciação do meu artigo como “teoria conspiratória”, era infalível e já estava prevista nele mesmo. Chavões têm sobre certas mentalidades o poder persuasivo de uma revelação divina. Muito significativamente, após alegar a “falta de fundamentos” da minha exposição, o indivíduo apresenta os da sua: “o senso comum e o que é de domínio público”. Muito bem: contra informações diretas da fonte, prevalece a autoridade do que a patota diz e do que sai no jornal. Mais explícita confissão de credulidade beócia não se poderia esperar. Pergunto-me o que pode ser de um

A ignorância, como tudo o mais nesta vida, não permanece estável: evolui. Nasce como pura falta de conhecimentos, mas transmuta-se em incapacidade e por fim em recusa absoluta de adquiri-los (...) país onde a liderança empresarial se deixa guiar por gente assim, inflada de desprezo pela inteligência e pelos estudos sérios. Foi essa mentalidade, afinal, que elegeu Lula. Não vejo como ela pode tirá-lo do poder que lhe deu. Baseado no que lê na Folha e no Globo, o indivíduo sentencia: “Acredito sinceramente que estamos em outro momento histórico, sem espaço para qualquer coisa semelhante a uma revolução esquerdista...” Ele deveria informar isso ao Fórum Social Mundial, ao Foro de São Paulo, à Organização de Cooperação de Shangai, à rede mundial de ONGs ativistas e ao movimento terrorista internacional. Em todos esses lugares prevalece a crença oposta: a de que a direita está desmantelada politicamente por toda parte, exceto nos EUA, e de que nunca o projeto da revolução mundial foi tão viável como neste momento. Evidentemente, as atas e documentos dessas entidades, suas discussões internas e as análises feitas por seus estrategistas não saem no Jornal Nacional. Muito menos nas novelas. São um material difícil, tedioso, que só interessa aos envolvidos ou a estudiosos. Se depender de líderes como o autor dessa carta, a classe empresarial jamais conhecerá os planos que seus inimigos estão fazendo contra ela. Em seguida o sujeito parte para a negação explícita de que os líderes articulados no Foro de São Paulo – Lula, Chávez, Evo Morales, o próprio Fidel Castro – sejam agentes de uma estratégia esquerdista comum. No seu entender, são apenas tipos singulares agindo em função de preferências, idiossincrasias e interesses pessoais. Chavez, por exemplo: “Há muito pouco de ideológico nele, sua orientação é apenas e tão somente populista e seu projeto é pessoal... Ele sabe que a adoção de qualquer discurso ou convicção ideológica mais sólida (principalmente a comunista) colocariam seu governo a perigo, reduziriam seu apoio e colocariam sua própria figura em segundo plano... Por isso adota como discurso ideológico o mais óbvio e vazio, mas tão caro aos pobres latino-americanos: o anti-americanismo. Sua semelhança com Lula? Total. Chaves, Lula, Dirceu e companhia leram Maquiavel de cabo a rabo, e aí reside o problema... Não há nem em Lula nem no PT mais nada de ideológico. Acreditar no contrário, é cair na armadilha criada por eles de tentar implicitamente justificar, sob argumentos ideológicos, a bandalheira praticada. O ‘Projeto’ não é à esquerda ou à direita. É de perpetuar-se no poder, pura e simplesmente. Ideologia tem o Bruno Maranhão, que está preso. Ideologia tem a Heloisa Helena e a Luciana Genro, que fundaram um partido nanico...” Cada uma dessas opiniões pode ser rastreada até suas origens na própria mídia esquerdista que as pôs a circular como pura desinformação. Desde logo, a identificação, muito caracteristicamente pequeno-burguesa, de “ideologia” com “idealismo” ou “esperança utópica” em oposição a “interesses”, “maquiavelismo” e “desejo de poder”. Todo esquerdista com QI superior a 12 sabe que essa identificação é falsa, mas por isso mesmo boa para ser espalhada entre direitistas idiotas. Ideologia, segundo a tradição marxista, é precisamente um vestido de idéias encobrindo interesses político-econômicos determinados. Longe de opor-se aos interesses, ela é seu instrumento e é concebida para atendê-los, para conquistar e ampliar o poder. Se o adversário boboca vê uma oposição inconciliável onde o esquerdista sabe haver uma unidade dialética, tanto melhor para este último: pode bater com duas

mãos num adversário que só enxerga uma de cada vez. Mais ingênuo ainda é tentar explicar tudo pelo maquiavelismo pessoal dos líderes esquerdistas, como se a estratégia da revolução gramsciana na sua totalidade não fosse ela própria baseada em Maquiavel. Lula, Chávez e Dirceu, se chegaram a ler Maquiavel, o leram através de Gramsci, e sabem que nas condições do mundo moderno o maquiavelismo individual nada pode: o novo “Príncipe” é o partido revolucionário. As dimensões majestosas da corrupção petista, superando incomparavelmente os delitos avulsos de políticos individuais, são a melhor prova disso. Quanto à crença de que Chávez ou Lula tenham estratégias pessoais independentes, inconexas entre si, é uma bobagem descomunal que não resiste ao mínimo confronto com os documentos. As atas do Foro de São Paulo atestam abundantemente a estratégia comum – e a unidade dessa estratégia se torna visível nos momentos em que sua realização ameaça estender até à ruptura o conflito de interesses nacionais, como se viu no caso da Petrobrás, no dos lavradores brasileiros expulsos da Bolívia ou nos tiroteios entre as Farc e o Exército nacional. Nada disso, que normalmente resultaria em guerra, abala a firmeza dos acordos estratégicos firmados no Foro de São Paulo. Mais unidade que isso, só na fórmula 1 = 1. O diagnóstico flagrantemente errado produz uma terapêutica ainda mais alienada da realidade. Contra a marcha avassaladora do esquerdismo continental, o homenzinho propõe o moralismo apolítico, a recusa obsequiosa de atacar a esquerda como tal, a persistência no erro já velho de uma década: “Melhor seria se

Lula, Chávez e Dirceu, se chegaram a ler Maquiavel, o leram através de Gramsci, e sabem que nas condições do mundo moderno o maquiavelismo individual nada pode (...)

a direita conseguisse fazer um contraponto moral àquilo que hoje está aí, o que não consegue porque está contaminada até a alma de interesses espúrios e associada a práticas políticas abomináveis.” Mas se a falta de ideologia, o oportunismo sujo e o império dos interesses pessoais fizeram tão bem ao PT, por que teriam sido a causa do fracasso do PFL? Por puro instinto lógico, toda criança de dez anos percebe isto: um fator que permanece constante e idêntico em dois processos opostos não pode ser a causa da sua diferenciação. Não é interessante que o apóstolo do “senso comum” o maltrate tão desapiedadamente ao exigir que ele engula como verdade tranqüila uma contradição intolerável? Sugerir que a direita, para vencer o PT, se dedique a novos e ampliados rituais de auto-sacrifício purificador é querer que ela entregue de bandeja mais algumas cabeças de líderes, como já entregou tantas, na inútil e covarde esperança de assim escapar às críticas maliciosas de petistas que enquanto isso roubavam e delinqüiam incomparavelmente mais que os acusados. Basta comparar as miúdas ilicitudes de um Collor à grandeza imperial do Mensalão ou à violência do caso Celso Daniel para compreender que o apelo à peni-

tência moralista só serve para tornar a direita uma vítima inerme da “guerra assimétrica”, onde um dos lados tem a obrigação de se prosternar no altar da moralidade, enquanto o outro, quando ameaçado por denúncias, aproveita a ocasião para buscar fortalecer sua unidade na defesa comum contra o atacante. A direita nacional começou a destruirse quando, após ter depositado suas melhores esperanças em Fernando Collor, correu para ajudar o inimigo comum a destrui-lo, mesmo antes de ter contra o suspeito qualquer prova juridicamente válida. Com anos de antecedência, em 1993, expliquei que a “Campanha pela Ética na Política” tinha sido concebida exatamente para isso, que qualquer concessão à versão brasileira da “Operação Mãos Limpas” (ela própria um truque esquerdista sujo) seria apenas cumplicidade suicida com a estratégia mais perversa e astuta já adotada pela esquerda nacional ao longo de toda a sua existência. Collor, mais tarde, foi absolvido pela Justiça, mas sua fama de ladrão, criada pela esquerda, persiste inabalável, mesmo diante da comparação com tudo o que de infinitamente pior veio depois. Para conservá-la viva, a direita consiste em mentir contra si mesma e ainda se oferece para humilhar-se mais um pouco diante do adversário. Aí a ignorância se transcende, se transforma em apego irracional à mentira. “Liberais” como o signatário dessa carta são a praga que debilita o liberalismo e o impede de se tornar uma força política à altura dos desafios colocados pela ascensão geral do esquerdismo. O serviço que ele presta à esquerda é tão grande, que tornaria razoável a suspeita de tratar-se de um agente provocador ou desinformante infiltrado, se fosse preciso essa hipótese para dar razão de uma conduta que, no entanto, o amor patológico à mentira basta para explicar perfeitamente bem. O pior dos mentirosos não é aquele que mente uma vez, duas vezes, mil vezes. Não é aquele que mente muito, quase sempre ou até mesmo sempre. Não é aquele que mente tão bem que chega a se enganar a si próprio. É aquele que, em prol da mentira, destrói tão completamente a sua própria inteligência que se torna incapaz de perceber a verdade até mesmo quando ele próprio, por desatenção ou inabilidade, a proclama diante de todos


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segunda-feira, 3 de julho de 2006

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segunda-feira, 3 de julho de 2006

MAIS DE UM SÉCULO DE SERVIÇOS À AGRICULTURA

Instituto já desenvolveu até hoje 732 novas variedades de 76 espécies de frutas e grãos.

INSTITUTO AGRONÔMICO DE CAMPINAS FOI O PRINCIPAL PROPULSOR DO SETOR CAFEEIRO DO BRASIL

IAC COMPLETA 119 ANOS DE CIÊNCIA

I

naugurado no dia 27 de julho de 1887, por D. Pedro II, para determinar tecnologias nacionais para o cultivo do café, o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) comemora 119 anos com uma grande marca: desenvolveu até agora 732 novas variedades de 76 espécies de frutas a grãos, passando pela cana-deaçúcar, arroz e feijão. Atualmente tem 213 pesquisadores, orçamento anual estadual de R$ 23 milhões e captação de R$ 12,5 milhões entre empresas privadas e órgãos de fomento à pesquisa. Seguindo as tendências mundiais, também realiza projetos para a sustentabilidade ambiental e seqüenciamento de genomas. O trabalho do Instituto tem reflexos amplos na agricultura nacional. O Brasil tem, aproximadamente, 6 bilhões de pés de café em produção. Desse total, 30% são da variedade robusta. Os mais de 4 bilhões restantes são da variedade arábica, a que oferece o melhor produto. Do arábica, 90% são Novo Mundo, uma espécie de cultivar criada pelo Instituto na década de 1950. "Agora estamos desenvolvendo novas variedades do Novo Mundo, que ainda não é resistente à ferrugem e outras três pragas importantes. Com novas variedades resistentes, a produção pode eliminar custos com a diminuição do uso de defensivos agrícolas", disse o pesquisador do IAC Luiz Carlos Fazuoli, diretor do Centro de Café Alcides Carvalho. Ainda na linha de pesquisa do produto para o qual foi criado, o Instituto Agronômico de Campinas foi notícia, em 2004, na principal revista científica do mundo, a Nature, com a descoberta de um cafeeiro arábica naturalmente descafeinado. Em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o Instituto iniciou a pesquisa para encontrar um café com baixos índices de cafeína. No trabalho foram analisadas 3 mil plantas de 300 famílias do cafeeiro arábica da República Federal Democrática da Etiópia, na África. No trabalho foram encontrados três pés com apenas 0,07% de cafeína, índice praticamente igual ao dos produtos articialmente descafeinados do mercado, já que o café co-

Marcos Peron/Virtual Photo

IAC desenvolveu, entre outros, um café naturalmente descafeinado

Fazuoli trabalha na eliminação das pragas em nossos cafezais

mum tem, aproximadamente, 1% dessa substância. Criar uma variedade descafeinada naturalmente é importante, tanto para a economia como para a saúde dos consumidores, segundo avaliação do diretor do Centro de Café. Na produção do descafeinado artificial, o café perde muitas de suas propriedades nutritivas e os produtos químicos utilizados deixam resíduos. "No Brasil, pelo menos 1% dos consumidores não podem tomar o café descafeinado artificialmente. Nos Estados Unidos, mercado muito maior que o brasileiro, essa proporção chega a 10%. É um grande mercado, que precisa ser explorado", defendeu o pesquisador. As indústrias de café brasileiras processaram 15,54 milhões de sacas no ano passado. Esse consumo interno representa 13% de todo café bebido no mundo e 51% do que todos os países produtores do grão consomem em conjunto, que chega a cerca de 31 milhões de sacas ao ano, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Café (Abic). No Brasil, a produção total,

ATA

neste ano, segundo a Associação, deve chegar a 40,6 milhões de sacas. Já os EUA são o maior consumidor de café do mundo, com cerca de 567 milhões de quilos vendidos em supermercados, e mais 272,2 milhões em cafeterias. Feijão – Outro produto nacional desenvolvido no IAC, o feijão carioca, completou 30 anos de vida em 2005. A variedade responde por 80% da produção agrícola do País para esse grão. Em São Paulo, a participação chega a mais de 95% do plantio. O grão é o mais utilizado pelos brasileiros, com exceção dos consumidores do Rio de Janeiro, que têm preferência pelo preto. O carioca foi descoberto pelo pesquisador Luiz D’Artagnan de Almeida, conhecido como o pai do carioquinha, hoje aposentado. Ele batizou a criação como carioca porque o grão tem listras que lembram as faixas onduladas dos calçadões de Copacabana. Em 2004, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a produção brasileira de feijoeiro comum foi de 2,52 milhões de

toneladas, em uma área de 2,64 milhões de hectares, composta por cerca de 20% do tipo preto e 80% do tipo cores. O feijoeiro carioca é cultivado durante todo o ano, o que proporciona oferta perene do produto no mercado. A região Sul responde por 37% da produção, seguida da região Sudeste com 31%, região Nordeste com 16%, Centro-Oeste com 13% e Norte com 3%. Variedades – Além do café e do feijão, outros grãos e fibras, cana, frutas, citros, horticultura, recursos genéticos vegetais, solos e recursos ambientais, o Instituto também desenvolve projetos para as áreas de ecofisiologia e biofísica, fitossanidade e engenharia, além de automação da produção. De acordo com o diretor-geral do IAC, Orlando Melo de Castro, todo o trabalho é voltado para o desenvolvimento de variedades e subdivisões de cada espécie e para tecnologias mais eficientes de produção. Para isso, segundo Castro, nos últimos dois anos, foram aplicados no IAC cerca de R$ 1 milhão em infra-estrutura. Além dos recursos do governo estadual, só no ano passado, foram aprovados 55% dos projetos de pesquisa apresentados à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Esse percentual, conforme o diretor, corresponde a mais de R$ 2 milhões em investimentos, o que dá ao IAC o melhor índice de aproveitamento de pesquisas entre os institutos da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), ao qual é vinculado. "O IAC está ao lado das principais universidades no desenvolvimento científico do estado", observou. Em outra ramificação, em 1980, o Instituto iniciou a coleta e o armazenamento das variáveis meteorológicas de São Paulo. Hoje, administra uma rede de 100 estações meteorológicas, 50% delas automáticas. Parcerias com outras instituições estendem a rede a 121 estações que coletam dados sobre temperatura, umidade do ar, precipitação pluvial, vento, radiação solar, temperatura, fluxo de calor e umidade do solo. As informações são utilizadas no IAC e repassadas aos produtores da agroindústria. Mário Tonocchi

Destruidor de pragas

A

crise do café no mundo, em 1929, mudou a rota do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), que agora busca a diversidade da agricultura brasileira. Na época, os pesquisadores se dedicavam ao algodão e à criação de novas alternativas para a produção agrícola. Essa nova cultura atravessou a crise e sustentou a agricultura paulista, mantendo a população rural no campo. Já em 1940, o IAC atuou na produção cítrica, evitando a completa destruição dos pomares por uma doença denominada "tristeza". Nos anos 1950, a atenção voltou-se ao controle do "carvão" e do "mosaico", doenças que afetavam a cana-de-açúcar. Isso também ocorreu com o café na década de 1970, quando a cultura foi

atacada pela "ferrugem". O ano de 2004 foi importante para o Instituto, que concluiu a pesquisa de Genoma de Citros. O mapeamento genético funcional e comparativo dos citros é o maior banco de informações sobre o assunto no mundo. No mesmo ano foi concluído o Genoma do Café, uma pesquisa realizada no Estado de São Paulo com a coordenação do Instituto. No campo, o Programa de Seringueira do IAC implantou em São Paulo a maior produção de borracha natural do Brasil. Nos setores citrícola e canavieiro, o Instituto desenvolve variedades e técnicas de manejo. Já as frutas de caroço, especialmente pêssego e nectarina, somente foram introduzidas em São Paulo depois das pesquisas do IAC. (MT)

Custos ficam menores

P

esquisas realizadas pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) chegaram a variedades de cultivo mais adequadas às condições climáticas e de solo de São Paulo. É o caso das tangerinas sem sementes produzidas na região de Capão Bonito. O IAC também conseguiu a variedade do abacaxi chamada de gomo-de-mel, que não precisa ser descascado. Para consumir, deve-se cortá-lo ao meio e retirar os gomos, doces, macios e com baixa acidez. O tamanho é menor, de 800 gramas a 1,2 quilo. A fruta precisa de clima quente, como o encontrado na faixa territorial que vai do centro do Estado de

São Paulo ao norte do País. Arroz – Outra variedade de cultivo encontrada é a do arroz japonês, que pode ser uma opção mais barata para os produtores paulistas. Atualmente, os cultivares ou vêm de outros estados ou são importados, fatores que acabam encarecendo a produção. Já o arroz aromático, ou IAC 400, foi desenvolvido para São Paulo e tem características e qualidades muito próximas às dos grãos cultivados no Japão. O IAC também desenvolveu três variedades de feijão, Apuã, Votuporanga e Ybaté, além de variedades de cana-de-açúcar que podem ser produzidas no meio e no fim da safra. (MT)

EDITAIS PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ Aviso de abertura de licitação Processo: Pregão Presencial nº 015/06 Objeto: Aquisição de óleos lubrificantes. Edital disponível no site: www.guaratingueta.sp.gov.br. Local sessão pública: Praça Dr. Homero Ottoni nº 75, Centro-Guaratinguetá. Data da sessão: 14-07-06, às 09:00 horas. Valor para retirada do edital: R$ 5,00. Edital de citação do ESPÓLIO DE LUIZA FRANÇA DE ARAÚJO ou eventuais sucessores nos autos da ação de Adjudicação compulsória movida pOR JOEL JOSÉ BETIM. Prazo 20 dias Proc. nº 003.03.006016-7. O DR. CARLOS VON VIEIRA ADAMEK, juíz de direito da 2ª Vara Cível Regional do Jabaquara, capital, na forma da Lei. Faz saber ao espólio de LUIZA FRANÇA DE ARAÚJO, portadora do RG nº 2.845.753 e inscrita no CPF/MF sob nº 062.607.645-53 ou EVENTUAIS SUCESSORES, que JOEL JOSÉ BETIM lhe move uma AÇÃO DE AJUDICAÇÃO CONPULSÓRIA, tendo como objetivo a adjudicação do imóvel, sito no 42º Subdistrito do Jabaquara pertencente ao 8º Cartório de Registro de Imóveis, denominado, lote 7 quadra 5 da 7ª planta parcial de Americanópolis, formado pela subdivisão dos lotes 11 e 14 da mesma quadra e planta, medindo 10m de frente para a travessa 21 de abril, por 20m, da frente ao fundo de ambos os lados, tendo nos fundos a mesma metragem da frente, encerrando a àrea de 200m², e a condenação nas cominações legais. Encontrando-se a ré ou eventuais sucessores em lugar incerto e não sabido, foi determinada a citação por edital para que, no prazo de 15 dias, a fluir após os 20 dias supra, CONTESTE o feito, sob pena de presumirem-se verdadeiros os fatos alegados. Será o presente, por extrato, afixado e publicado na forma de lei. São Paulo, 05 de junho de 2006. Carlos Vieira Von Adamek-Juíz de Direito. 3 e 4/07

CONVOCAÇÃO

Orlando Neto de Castro, diretor-geral do IAC: novas variedades

PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ Aviso de abertura de licitação Processo: Concorrência Pública nº 002/06 Objeto: Execução de obras de infra-estrutura, terraplenagem e sistema de drenagem com realização de guia e sarjeta, para implantação do Sistema Viário Mário Covas (Modificado) Edital disponível para retirada: Praça Dr. Homero Ottoni nº 75, Centro-Guaratinguetá; Local da sessão pública: Praça Dr. Homero Ottoni nº 75, Centro-Guaratinguetá; Data da sessão pública: 07.08.06, às 14:00 horas. Valor para retirada do edital: R$ 50,00. PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ Aviso de abertura de licitação Processo: Pregão Eletrônico nº 057/06 A Prefeitura Municipal de Guaratinguetá, informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela internet. Objeto: Aquisição de areia média lavada, pedrisco limpo, brita I, cimento CP III e ripa. Endereço Eletrônico do Pregão: www.caixa.gov.br., no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até às 23:59 horas do dia 11/07/2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até às 13:00 horas do dia 14/07/2006. Data e Horário do Recebimento dos Lances: das 14:00 horas às 15:00 horas do dia 14/07/2006. Disponibilização do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br., no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico, no item Editais. FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR PREGÃO Nº 018/2006- FAMESP PROCESSO Nº 566/2006 - FAMESP Acha-se à disposição dos interessados do dia 03 de julho de 2006 até o dia 13 de julho de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignolli, s/nº, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680–ramal 111-FAX(0xx14)3882-1885–ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/pregao.htm, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL Nº 018/2006-FAMESP, PROCESSO Nº 566/2006 - FAMESP, que tem como objetivo a AQUISIÇÃO DE POLTRONAS E POLTRONAS DIRETOR COSTURA DUPLA LATERAL GIRATÓRIA COM RELAX E CAPA, PARA A DIVISÃO HEMOCENTRO DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU, CONFORME ESPECIFICAÇÕES CONTIDAS NO ANEXO II DO EDITAL. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação será realizada no dia 17 de julho de 2006, com início às 14:00 horas, na Sala da Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar, no endereço supracitado. Botucatu, 01 de julho de 2006. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi - Diretor Vice-Presidente - FAMESP

DECLARAÇÃO DE PROPÓSITO

COMUNICADO COMUNICADO DE EXTRAVIO A empresa STRAC SERVIÇOS TÉC. DE REFRIG. E AR-COND. LTDA EPP CNPJ 03.028.034/0001-82 Inscrição Municipal 2.773.234-7 comunica que se extraviou o seu livro de modelo 57.

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Diretoria Técnica de Distribuição Cível do Tribunal de Justiça informamos que na data de hoje (30/06/06), não houve pedido de falência.


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 3 de julho de 2006

DOISPONTOS -11 11

brilhantes feitos do Plano Real no combate à inflação? Na seqüência desses festejos foi reeleito um presidente, mas o País só foi salvo do default porque chegou um enorme empréstimo do FMI. A discussão sobre os estragos nos setores produtivos só se processou muito depois... O atraso, curiosamente, ajudou a formar a opinião que se refletiu nas urnas e elegeu Lula, em 2002 .

Caros colegas "da pena" se comportam assim, tão falsamente castos, por equívoco ideológico ou se por conveniência pecuniária. Basta criticar a corrupção devastadora promovida pelos amigos do presidente – com a sua mais que evidente aquiescência – para receber a pecha de udenista, golpista, direitista, etc. Esta turma parece reclamar dos impostos, mas paga o dízimo petista com alegria ímpar, de fazer corar cínicos profissionais. O que dizem os moços e moças? Que devemos, isto sim, of course, naturalmente, debater questões de interesse nacional, avaliar gestões,

comparar administrações, etc. Ora, a bem da verdade, estes moços e moças não estão de todo errados. Discutir o futuro se impõe. Mas o jogo só tem valor se os contendores tiverem vergonha na cara. Mas façamos agora o jogo fácil dos contentes. Que sob o comando de Lula da Silva o País não chegou ao caos é evidente. O presidente inaugural teve o bomsenso de preservar o que era bom. Muito embora seu analfabetismo funcional o impedisse de dar ao País um norte. É este o legado de Lula da Silva: nada, absolutamente nada do que ele prometeu deu certo!

Dida Sampaio/AE

De olhos bem abertos em Lula, apesar dos argumentos de certos amigos e de certos colunistas

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autoridade monetária parece bastante satisfeita por ter conseguido impor um ritmo mais lento na redução da taxa básica de juros. A pretexto de resguardar a economia interna de riscos externos que só ela enxerga, vai conseguindo manter a enorme diferença das taxas de juros interna e externa, que permite uma arbitragem altamente lucrativa para os investidores estrangeiros. Altos juros e um real sobrevalorizado sustentam a alegria do

Site na internet www.blog. dcomercio.com.br

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éssima notícia! Quando a internet vai se popularizando ao máximo e começa realmente a proporcionar os ganhos tangíveis e intangíveis esperados, passando pela inclusão digital de povos inteiros, disseminação do e-learning e voz sobre IP, onde o custo de uma chamada internacional é o mesmo de uma local, corre-se o risco de perdermos tudo o que foi conquistado até agora. A preservação do princípio da neutralidade da rede, que nasceu com a internet e deu-lhe o caráter aberto e democrático que teve até agora, pode acabar. Até agora as grandes empresas telefônicas e operadoras de cabo, as donas do meio físico (redes de cabos) pelos quais as informações trafegam, não podem “discriminar os usuários, garantindo o fluxo livre e rápido das informações online, sem privilégios quanto à velocidade dos serviços oferecidos”. A ameaça à liberdade da internet está justamente no avanço da tecnologia de Voz sobre IP, serviço que vem sendo oferecido por operadoras de cabo e que, obviamente, vai tomando mercado das empresas de telecomunicações. Sotero menciona que a maioria conservadora dos deputados “rejeitou expressamente uma proposta para preservar o status quo e aproveitou a linguagem que, se mantida, permitirá às telecoms (AT&T e Verizon) e às empresas de cabo (Comcast) criar faixas mais rápidas de tráfego em suas redes, discriminar conteúdo e cobrar por isso.” Ou seja, a internet ficará cada vez mais parecida com a TV a cabo do que com a de sinal aberto.

ANTONIO DELFIM NETTO QUE SE DANEM!

MILTON FLÁVIO (PSDB), EXVICE-LÍDER DO GOVERNO NA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA EPMILTONFLAVIO@YAHOO.COM.BR

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

A

situação agora é bem diversa; a economia entrou numa fase de recuperação importante, eliminou-se uma boa parte do constrangimento externo e é simples verificar a superioridade de praticamente todos os indicadores sociais e econômicos do governo Lula em comparação com os dois mandatos de FHC. Mas ainda assim, repete-se a postura alienante diante do estrago que o câmbio faz na agricultura ou quando se trata do enfraquecimento do comércio exterior.

Os exportadores estão indo embora

Uma ameaça ronda a internet: o lucro Infelizmente, a liberalidade está chegando ao fim. ganho fácil no setor financeiro. Do outro lado da moeda, aumentam as dificuldades do empresariado do setor produtivo nacional, que procurou ampliar sua participação no comércio exterior e que se vê alijado dos mercados porque a supervalorização cambial lhe tirou condições de competir.

Paulo Pampolin/Digna Imagem

magine poder entrar por um fio e conhecer o mundo em tempo real, pelo preço de uma ligação telefônica, ou menos, sem sair fisicamente do lugar e sem passar pelos transtornos gerados pelo deslocamento no apinhado mundo moderno. Isso não é ficção científica, é a realidade proporcionada pela internet. E poucas pessoas, há menos de quinze anos, acreditavam que isso seria possível algum dia! A idéia da aldeia global, enfim, está concretizada. Sem ligar para fronteiras, vencendo a barreira dos idiomas e das ideologias, a internet leva diariamente a milhões esperança, educação, respostas às suas indagações, as mensagens mais esperadas de parentes e amigos, informações que facilitam os negócios nas empresas e a mais variada e interessante diversão que se possa querer, por um preço tão baixo. Apesar da ilegalidade/irresponsabilidade que alguns grupos têm adotado na internet, com a distribuição de propaganda indevida (spam), disseminação de vírus e outras pragas virtuais destinadas à fraude ou ao dano mal intencionado, incentivos à pedofilia, racismo e outras barbáries, não devemos esquecer que a internet espelha tão somente o que a humanidade já vem fazendo há muito tempo de outras formas e em outras mídias, não sendo, portanto, responsável direta por isso. O bom é que ela, por enquanto, tem se mostrado como o meio de comunicação mais livre e imune à censura que existe, apesar de vários grupos e governos tentarem controlá-la. Infelizmente, entretanto, parece que essa liberalidade está chegando ao fim. Em matéria de Paulo Sotero, correspondente em Washington d'O Estado de S.Paulono dia 18 de junho de 2006, o jornalista menciona que a Comissão de Comércio do Senado americano pretende discutir um projeto que “poderá afetar dramaticamente, no futuro, o acesso, a velocidade e o preço que os usuários da internet pagarão para usar a rede global de comunicação nos Estados Unidos e no resto do mundo.”

Cadê a reforma política? Por que o Brasil, sob céu de brigadeiro, cresceu tão pouco? O que foi feito das reformas – fiscal, tributária, previdenciária – anunciadas, com as circunstâncias e pompas que costumam marcar os discursos petistas? Alguém se lembra daquele programa tão pomposo – o do Primeiro Emprego? Não roubar, como diria meu filho já nem tão caçula assim, é básico. A ética verdadeira vai além. Ninguém pode, no frigir dos ovos, ir além das chinelas. Se me entendem.

Divulgação

E

ste país ainda tem jeito, apesar do PT, não obstante a CUT, muito embora o MST e o MLST recebam dinheiro oficial para promover a baderna. Lula da Silva é coerente. Quem sai aos seus não degenera, diz o ditado. Lula da Silva é o que é: gaiato. Certos colunistas ficam particularmente incomodados quando se deparam com críticas ao comportamento errático e pessoal do presidente. Como se o fato de ter sido operário, por tempo tão curto, lhe desse um salvo-conduto automático e perene para, por assim dizer, se transformar no rei das lambanças. Não sei se esses moços e moças que vivem

G Parece que a

liberdade da internet está com os dias contados. Vários grupos e governos tentam controlar o meio de comunicação mais livre e imune à censura. G Apesar dos

belos discursos de “software aberto para todos” e “inclusão digital”, o que importa é a busca por lucros. G Desconfio que

os usuários serão os maiores prejudicados.

Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

A

briga, entretanto, vai ser dura. Afinal, há muita gente contra o fim da “neutralidade da rede” (empresas do porte da Microsoft, Google, eBay e Yahoo por exemplo). Seja qual for o resultado final, desconfio que nós usuários, acabaremos sendo os maiores prejudicados no processo, pois, queiramos ou não, essas atitudes bloquearão por um bom tempo novos avanços na rede e no compartilhamento democrático de informação. Não nos iludamos, porém, que essa briga diga respeito apenas ao idealismo versus ganância. Não existe, apesar dos belos discursos de “software aberto para todos” e “inclusão digital”, algo que não seja a busca por lucros nesse processo, por qualquer um dos lados. Mas a internet, apesar do início econômico tumultuado na década de 1990, que culminou com o “estouro da bolha da Nova Economia”, jamais deixou de ser vista como uma das arenas mais atraentes para os novos negócios e vem dando, enfim, o retorno esperado. O que ocorre nessa briga pela “neutralidade da rede” nada mais é do que a concorrência que um novo negócio traz a outros já consolidados. É o que Michael Porter denominou de “Novos Entrantes” e “Substitutos” no Mercado, em sua espetacular obra Estratégia Competitiva. O que vemos ocorrer hoje com a internet, não passa de mais uma dessas batalhas mercadológicas, onde os interesses de uns grupos se sobrepõe aos de outros, mais uma vez, sem levar em consideração o que realmente importa: nós, os clientes. HENRIQUE MONTSERRAT FERNANDEZ HENRIQUE2@ZAMPLEX.COM.BR

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o Brasil, o debate sobre os problemas do fabricante de máquinas ou parafusos só costuma ganhar algum espaço importante na mídia (e atrair alguma atenção dos governos) quando o estrago já se produziu, os empregos foram exterminados e os lucros dos empreendedores sumiram pelo ralo. Quem ainda se lembra do período negro da "âncora cambial", quando a sobrevalorização do real arrasou a agropecuária brasileira, desestruturou o setor exportador e endividou o país nos anos 1994/1998, enquanto se comemoravam os

N

inguém quer reconhecer que diminuiu a taxa de crescimento físico das exportações, ninguém quer discutir o fato que indústrias altamente competitivas pararam de investir para exportar, estão deixando o País e transferindo a produção para o exterior. Alguns de nossos melhores empresários, os mais ativos e inovadores, estão levando suas plantas (e os respectivos empregos) para a América Central, para a Ásia ou Estados Unidos para escapar das condições impostas à economia brasileira pela sobrevalorização do Real.

N

em no governo se encontra interlocutor, nem na mídia, especialmente a eletrônica (siderada pelo noticiário ditado pelas "fontes do mercado") se acha espaço para tratar dos reais problemas: o mais grave é que já vimos este filme antes e até o título é o mesmo: "Que se dane o produtor de parafusos!"... ANTONIO DELFIM NETTO, EX-MINISTRO DA FAZENDA, É DEPUTADO FEDERAL (PMDB) DEP.DELFIMNETTO@ CAMARA.GOV.BR

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


segunda-feira, 3 de julho de 2006

Empresas Tr i b u t o s Nacional Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

A FIFA VAI LUCRAR R$ 1,8 BILHÃO COM A COPA

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bilhões de pessoas estão acompanhando o mundial de futebol pela televisão.

LAMY TENTA IMPEDIR FRACASSO DE DOHA. BRASIL APOSTA NA LIBERALIZAÇÃO DO COMÉRCIO AGRÍCOLA.

FRANCÊS NEGOCIA ACORDOS NA OMC

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Antonio Scorza/AFP PHOTO

A Adidas, que assina a bola oficial do torneio, vendeu 15 milhões de unidades do modelo da Copa 2006

A Fifa e os patrocinadores são os campeões de lucros com a Copa

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Copa do Mundo só termina no próximo domingo. Mas já se sabe, pelo menos em termos financeiros, quem são os campeões: a Fifa e os 14 patrocinadores do evento. Um levantamento feito pela consultoria Sportcal aponta que a entidade máxima do futebol terá um lucro com a Copa 34% superior ao que rendeu o Mundial de 2002. Graças aos estádios lotados, direitos de transmissão e venda de artigos oficiais, a Fifa terá um lucro estimado em US$ 1,8 bilhão (R$ 4,1 bilhão). Em 2002, os lucros foram de US$ 1,1 bilhão (R$ 2,5 bilhão). Para cada um dos 14 patrocinadores, que juntos pagaram US$ 700 milhões (R$ 1,6 milhões) à Fifa para associar seus nomes aos produtos da Copa, os cálculos são de que exposição pode chegar a US$ 100 milhões (R$ 230 milhões) em lucros para cada uma das multinacionais.

Parte da explicação é o horário das partidas, conveniente tanto para Europa como para a região das Américas. Segundo a empresa Infront, que gerencia a venda dos direitos, 30 bilhões de telespectadores assistirão aos jogos. A companhia ainda estima que o número de mulheres assistindo ao Mundial aumentou em 40% entre 2002 e 2006. Neste ano, até a internet deu lucros. Segundo a Fifa, o site da entidade teve 25 milhões de visitantes durante a Copa, rendendo mais de US$ 150 milhões (R$ 345 milhões) em direitos de transmissão pela rede mundial de computadores. O dinheiro é tanto que até o governo alemão comemora. Isso porque os organizadores já anunciaram que terão um superávit de US$ 22 milhões (R$ 50 milhões) após o Mundial, o que reduzirá o peso sobre as contas públicas. Não por acaso, empresas

PETROBRAS A Petrobras e a Petronas devem comprar ações da petrolífera Rosneft por US$ 11 bilhões.

AGRICULTURA

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Associação Comercial de São Paulo promove hoje, às 10 horas, o debate Repensando as políticas Agrícola e Agrária Brasileiras, com palestra do professor da FEA-USP Marcos Sawaya Jank, do presidente da Sociedade Rural Brasileira, João Sampaio e do deputado federal, Xico Graziano.

ENERGIA

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om o leilão de energia nova, ficarão escassas as contratações de energia geradas em companhias que não estavam contratadas até março de 2004, conhecidas como "usinas botox", segundo o presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim. (Reuters) A TÉ LOGO

Ó RBITA

multinacionais já correm para garantir sua participação na Copa de 2010, na África. Algumas empresas já fecharam contratos inflacionados em até 30% em relação aos de 2006. A Adidas é um exemplo de uma empresa que está se aproveitando do Mundial. A companhia produz a bola oficial da Copa. A companhia conseguiu a façanha de vender 15 milhões de bolas desde o início do ano, 50% a mais do que previa e mais de duas vezes superior às vendas do modelo de bola da Copa de 2006. Para este ano, a Adidas terá vendas no valor de US$ 1,5 bilhão (R$ 3,4 bilhão) em produtos relacionados ao futebol, como camisas e chuteiras. A Fifa garante que o dinheiro arrecadado será distribuído. O campeão levará para casa US$ 37 milhões (R$ 85 milhões). Os demais participantes levam pelo menos US$ 9 milhões (R$ 20 milhões). (AE)

AIRBUS Presidente da empresa, Gustav Humbert, renuncia, após grande atraso da produção.

SUPERÁVIT ATINGE R$ 6,3 BILHÕES

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setor público (União, estados, municípios e empresas estatais) conseguiu obter em maio um superávit primário (receita menos despesas, antes dos gastos com juros) de R$ 6,3 bilhões. O resultado, semelhante aos R$ 6,31 bilhões de maio de 2005, superou as expectativas de analistas

econômicos, mas não afastou as dúvidas com relação à trajetória de gastos do governo no médio e longo prazos. A preocupação continua sendo com as contas da Previdência e benefícios sociais atrelados ao salário mínimo. O superávit de maio foi três vezes menor que o do mês anterior, de R$ 19,42 bilhões. (AE)

COTAÇÕES AGRÍCOLAS EM QUEDA

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queda no valor da produção agrícola brasileira no ano passado chegou a 24% em termos nominais em relação a 2004, variação bem mais acentuada do que o recuo de 5,2% em volume. Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que os problemas

climáticos, o câmbio e a baixa cotação internacional da soja em 2005 levaram o produto, o principal da safra do País, a uma redução equivalente a R$ 10 bilhões no valor da produção, na comparação com o ano anterior. A safra 2005 foi de 112,7 milhões de toneladas, contra 118,4 milhões do ano anterior. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Ministério da Agricultura garante R$ 42 milhões para o seguro rural

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Funcionários da Varig procuram emprego nos Emirados Árabes

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Invasões da Via Campesina faz Syngenta desistir de investimentos no País

missão de impedir o fracasso da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) pesa sobre as costas de um experiente negociador, o francês Pascal Lamy, que conta com apenas 28 dias para dissolver o impasse entre Estados Unidos e União Européia sobre os subsídios e a proteção à produção agrícola. Lamy começará hoje sua corrida contra o relógio em uma reunião de gabinete voltada para a alteração completa de sua agenda deste mês. Amanhã desembarcará no Japão, país que tem poder suficiente para atravancar a Rodada Doha, mesmo se americanos e europeus entrarem em sintonia. O Japão é um dos principais membros do G-10, o grupo de economias desenvolvidas que resistem a abertura ou redução de subsídios na área agrícola. Atleta amador que se prepara a cada ano para a Maratona de Nova York, Lamy provavelmente terá de deixar de lado seus treinamentos para cumprir sua missão. O que está em jogo é o enterro da Rodada Doha, indicado pelo fracasso das negociações dos pré-acordos dos capítulos agrícola e industrial na noite de sexta passada. No último sábado, Lamy assinalou: "Não houve progresso. Estamos em crise. Temos de ser lúcidos para admitir isso", reconheceu, ao final da sessão plenária dos 149 membros da OMC reunidos

no Comitê de Negociações Comerciais. "Eu ainda acredito que as diferentes posições não estão emparedadas. Há consenso sobre continuar as negociações. Ou seja, estamos em uma crise, mas não em uma situação de pânico." A esperança deixada ao final dos encontros de Genebra está na disposição dos principais

149 membros do Comitê de Negociações Comerciais não chegaram a acordo na última rodada países e agrupamentos da OMC de continuar a negociação. A representante dos EUA para o Comércio, embaixadora Susan Scwab, frisou que a proposta americana sobre os cortes nos subsídios domésticos não foi posta sobre a mesa sob a condição de "pegar ou largar". O comissário de Comércio da União Européia, Peter Mandelson, foi mais reticente na possibilidade de detalhar qual a real oferta de abertura de mercado agrícola. Mas mostrou-se disposto a continuar as conversas. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, definiu esta como a última "porti-

nhola" para a Rodada Doha. O Brasil aposta todas as suas fichas na liberalização do comércio agrícola mundial e na eliminação dos mecanismos que o distorcem. Por melhores que sejam os acordos no Mercosul, os resultados não chegarão ao impacto positivo que teria um bom acerto na OMC. G- 8 - A essa intenção de prosseguir com as negociações, acrescentam-se outros movimentos que poderão contribuir para a dissolução do impasse e a conclusão dos préacordos até o final de julho. Entre eles, a possibilidade de a Rodada Doha ser discutida na reunião cúpula do G-8 (o grupo das sete economias mais ricas do mundo, somado à Rússia), em São Petersburgo, entre os próximos dias 15 e 17. A idéia de levar aos chefes de governo a atribuição de definir as posições de cunho político, mesmo que referentes a temas técnicos, é vista pelo governo brasileiro como a melhor saída. Lamy não vê vantagens nessa fórmula e buscará por conta e risco próprios uma alternativa. Vai se valer, sobretudo, de sua habilidade negociadora e do poder extra atribuído pelo G-6, o grupo dos seis sócios mais influentes da OMC (EUA, União Européia, Japão, Brasil, Índia e Austrália). Com i s s á r i o d e C o m é rc i o d a União Européia entre setembro de 1999 e novembro de 2004, Lamy foi um dos responsáveis pelo lançamento da Rodada Doha, em 2001. (AE)


Texto de quatro a sete linhas irregular

A Mitsubishi lança o Pajero TR4, produzido em Catalão, Goiás. O modelo custa R$ 73.990 na versão mecânica. Conheça os novos "vigias" para o seu carro. Eles ajudam na segurança e baixam o preço do seguro, na página 4.

Arte sobre fotos Abê, fotos Divulgação/Fiat

Nº 127 São Paulo, 3 de julho de 2006

DCARR

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Divulgação


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 3 de julho de 2006

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A Copa do Mundo acabou para nós, mas o mundo não acabou. Nem o Brasil, com suas dores e bens." Carlos Drummond de Andrade Pascal Pavani/AFP; Abaixo: Antonio Gaudério/Folha Imagem e Rodolfo Buhrer/Agência O Globo

Roberto Carlos, Carlos Alberto Parreira e Cafu: presentes nas últimas conquistas do Brasil, eles devem se despedir da Seleção de maneira inglória, com derrota em uma Copa considerada ganha por antecipação Marcus Brandt/DDP/AFP

FIM

F

oi muito mais cedo do que se esperava, e de maneira traumática. Praticamente sem jogar futebol, lembrando muito a final da Copa de 1998, o Brasil perdeu para a França por 1 a 0, gol de Henry, no segundo tempo, e viu o sonho do hexa se acabar já nas quartas-de-final. Com o resultado, cabe aos franceses o direito de enfrentar Portugal de Felipão na semifinal, quarta-feira, em Munique. Aos brasileiros, só restou voltar para casa. E refletir sobre os erros. Por que Ronaldinho Gaúcho, considerado o melhor jogador do mundo, não conseguiu mostrar nesta Copa seu verdadeiro futebol? Como um time de tantas estrelas pôde se despedir da competição tão melancolicamente? São perguntas que o País inteiro se faz, e que caberá a Carlos Alberto Parreira (ou a seu substituto) responder.

BRASIL 0

Dida; Cafu (Cicinho 31/2), Lúcio, Juan e Roberto Carlos; Gilberto Silva, Zé Roberto, Juninho Pernambucano (Adriano 18/2) e Kaká (Robinho 34/2); Ronaldinho e Ronaldo. Técnico: Carlos Alberto Parreira.

FRANÇA 1 Barthez; Thuram, Sagnol, Gallas e Abidal; Makelele, Vieira, Malouda (Wiltord 36/2) e Zidane; Ribery (Govou 32/2) e Henry (Saha 41/2). Técnico: Raymond Domenech. Local: Waldstadion, em Frankfurt. Árbitro: Luis Medina Cantalejo (ESP). Gol: Henry 12/2. Cartões amarelos: Cafu 25/1, Juan 45/1, Ronaldo 47/1, Sagnol 29/2, Lúcio 30/2, Saha 42/2 e Thuram 43/2.

O momento do gol de Henry, que mandou o Brasil para casa: falha de marcação de Roberto Carlos, que aparece ao fundo, muito distante

Quem vai cuidar do recomeço? arlos Alberto Parreira não confirmou que vai deixar o cargo de técnico da Seleção - disse que ia pensar sobre isso "no Brasil" -, mas deixou escapar ontem: "Vou desacelerar, esquecer futebol e ficar com a minha família". O tempo para enxugar as lágrimas e levantar a cabeça, con-

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tudo, é curto: no dia 16 de agosto a Seleção faz seu primeiro amistoso pós-Copa, contra a Noruega, em Oslo. E já há mais dois jogos marcados: contra o Kuwait, dia 7 de outubro, e a Grécia, em 15 de novembro. E as especulações sobre o nome do novo treinador, se é que haverá um, começaram assim

que o jogo contra a França acabou. O nome de Vanderlei Luxemburgo foi veiculado, mas o site do Santos apressou-se em divulgar nota oficial afirmando que o técnico cumprirá seu contrato, até o fim de 2007. Luiz Felipe Scolari também é cotado, embora ele já tenha falado em permanecer no co-

mando de Portugal. Paulo Autuori, campeão da Libertadores e do mundo com o São Paulo, correria por fora. Seja quem for, terá um tabu a quebrar na estréia: a Seleção nunca venceu a Noruega. Em três partidas, foram um empate e duas derrotas - uma delas na Copa de 1998.


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Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 3 de julho de 2006

PRAZO DE ADESÃO AO PPI VENCE DIA 29 DE AGOSTO

No empório O Carvalho, pães e sardela têm maior saída no inverno.

Andrea Felizolla/LUZ

A HORA E A VEZ DOS PRODUTOS QUE AQUECEM

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temperatura cai e as vendas sobem. Os comerciantes já haviam registrado um pequeno aumento no faturamento no Dia das Mães e no Dia dos Namorados em razão do clima mais frio. Mas foi a partir do dia 21 de junho, início oficial do inverno, que os consumidores, finalmente, foram às compras e "atacaram" vinhos, fondues, queijos, edredons e cobertores, produtos que embutem uma carga tributária que beira os 54% (veja a página 1 deste caderno). Para a proprietária da Enchaimel Enxovais, Camila Clara dos Santos, o setor de cama, mesa e banho é um dos que mais lucram com o inverno. "Em 2005, o frio rigoroso não apareceu. Neste ano, a queda da temperatura se mantém e os consumidores apareceram", diz. Segundo ela, entre os produtos mais procurados estão lençol de flanela e edredons. A expectativa da comerciante é que as vendas, neste inverno, sejam 20% maiores que em 2005. "Como ninguém gosta de passar frio na hora de dormir, o movimento vai continuar", prevê Camila, animada. O presidente da Altenburg, uma das maiores fabricantes de produtos de cama, mesa e

Luludi/LUZ

Carvalho: vendas 30% maiores

banho do Brasil, Ruy Altenburg, diz que o brasileiro não tem o costume de programar as compras. "Todos sabem que o inverno vai chegar, mas ninguém se prepara. E adquire os produtos na última hora", afirma, ao explicar que os pedidos do comércio acompanham esse "jeito" do consumidor. "A indústria tem que se preparar para não deixar faltar mercadoria", diz. Ele prevê, para este ano, um aumento de 20% na capacidade de produção em relação a 2005. "Se o frio continuar, as compras vão aumentar. Os lojistas vão vender o estoque e terão que encomendar mais itens", afirma Altenburg. Alimentos e bebidas – Os vi-

nhos, fondues e pães combinam com o frio e têm preferência nas compras do consumidor. No empório O Carvalho, na zona oeste de São Paulo, o movimento aumentou desde que o frio apareceu. "Os itens mais procurados são vinho, pão italiano e sardela. Em relação ao inverno passado, as vendas devem ser 30% maiores neste", calcula o proprietário do estabelecimento. Segundo ele, no final de semana passado, o movimento cresceu 15% em comparação com sábado e domingo anteriores. "O frio mantém as pessoas em casa. E elas querem comer bem, mesmo sem sair", diz. A rede Pão de Açúcar acredita tanto no sucesso dos itens de inverno que criou um festival de vinhos. Até o dia 30 de julho, período da campanha, a empresa espera vender 50% mais vinhos do que o total registrado no mesmo período de 2005. Em faturamento, o montante representa um aumento de 30%. "Só em maio, a venda de vinhos teve crescimento superior a todo movimento verificado no inverno de 2005, quando praticamente não tivemos temperaturas baixas", explica Rodrigo Adura, gerente de compras da categoria bebidas do Grupo Pão de Açúcar. Neide Martingo

Camila Clara dos Santos, da Enchaimel Enxovais: lençol de flanela e edredons atraem os consumidores

Prefeitura prorroga prazo para contribuinte aderir ao PPI

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Prefeitura de São Paulo prorrogou para o dia 29 de agosto o prazo para adesão ao Programa de Parcelamento Incentivado (PPI), que terminaria na última sexta-feira. O PPI é um programa que permite o pagamento parcelado de débitos tributários inscritos na dívida ativa em até 120 meses, com desconto nos juros e multa. Segundo o gerente societário da Confirp Consultoria Contábil, Flávio de Oliveira, é preciso se cercar de cuidados antes de aderir ao parcelamento, principalmente na hora de receber o comunicado da Prefeitura sobre o valor do débito. "O problema é que muitas vezes os débitos já estão pagos e isso não consta dos sistemas da Prefeitura. Por isso, primeiro o contribuinte deve verificar se as dívi-

das indicadas estão mesmo em aberto", alerta Oliveira. Se o débito realmente existir, a recomendação da Confirp aos inadimplentes é aderir ao PPI o quanto antes. "No começo, o contribuinte que entrava no site da Prefeitura (www.prefeitura.sp.gov.br) conseguia senha para fazer a opção em algumas horas. Atualmente, isso tem demorado 48 horas", afirma o gerente societário da Confirp. Também é importante verificar se o pagamento será feito por conta bancária. Caso não seja, basta providenciar a segunda via do documento de arrecadação ao município de São Paulo no site da prefeitura. "É interessante verificar ainda se o valor estará sendo recolhido de acordo com o mínimo estabelecido pela legislação, de

R$ 50 para pessoas físicas, e R$ 500 para pessoas jurídicas", lembra Oliveira. Exclusão – O contribuinte poderá ser excluído do PPI caso atrase o pagamento das parcelas por mais de 60 dias. A exclusão também é prevista nos casos em que deixar de recolher tributo municipal com vencimento posterior à data de adesão ao programa, salvo se integralmente pago no prazo de 30 dias, contado da constituição definitiva do débito ou da intimação da decisão administrativa que o tornou definitivo. A não-comprovação da desistência de ações judiciais em 60 dias, a partir da adesão, também pode levar à exclusão. As empresas ainda serão desenquadradas do programa em caso de falência ou extinção. Laura Ignacio

Andrea Felizolla/LUZ

Fábio Eduardo Boni, da Adetax, reclama do tratamento tributário diferenciado dado aos motoristas autônomos

Táxi: frotistas dizem não ao ICMS

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nsatisfeitos por não serem beneficiados com a isenção de impostos na aquisição de veículos, como ocorre com os taxistas autônomos, os donos de empresas de frota na cidade de São Paulo torcem pela aprovação de dois projetos de lei em tramitação na Assembléia Legislativa de São Paulo que tratam do benefício. Na esfera estadual, os frotistas lutam pela isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Juntos, os dois tributos geram uma receita anual de cerca de R$ 5 milhões à Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP), segundo cálculos do vice-presidente da Associação das Empresas de Táxi de Frota de SP (Adetax), Fábio Eduardo Boni. O setor também quer a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), de competência da União. Dos 32 mil táxis que circulam na cidade, 28 mil são de autônomos. Cerca de 4 mil veícu-

los são de frota, um mercado ocupado por 59 empresas. "Nossos taxistas são prejudicados, pois os passageiros geralmente preferem carros maiores e confortáveis, que custam mais caro", reclama Boni. A Adetax alega que a concessão de benefício fiscal apenas para os autônomos é uma violação ao princípio da isonomia, mas nunca ingressou com ação judicial para contestar a diferenciação. "Preferimos usar meios democráticos", afirma, referindo-se aos projetos de lei de autoria do deputado Campos Machado (PTB) que podem mudar essa situação. Projetos – De acordo com o deputado, o PL nº 389/05, que estende a isenção do IPVA às empresas de frota, já passou por todas as Comissões da Assembléia Legislativa, faltando apenas ir a plenário para votação. Já a proposta que trata da concessão do benefício em relação ao ICMS foi encaminhada à Casa há cerca de um mês. "O projeto do IPVA deve ser aprovado ainda neste

ano, mas o que trata do ICMS não, por conta das eleições", informa o deputado. Mesmo que seja aprovado, o projeto corre o risco de ser vetado pelo governador Cláudio Lembo, caso prevaleça a recomendação da Fazenda paulista, que é contra a concessão do benefício. "É uma questão de poder econômico. A ampliação do benefício pode prejudicar os autônomos, pois grandes empresas poderão engolir o mercado", diz o coordenador adjunto da Coordenadoria de Administração Tributária (CAT) da SefazSP, Adriano Queiroga. O técnico da Sefaz não vê a questão como uma violação do princípio de isonomia. E exemplifica com o regime de tributação do Simples para micros e pequenas empresas, em que as primeiras também não recolhem o ICMS. Queiroga lembra ainda que a redução de receita deve vir acompanhada de uma compensação, como prevê a Lei de Responsabilidade Fiscal. Adriana David


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DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 3 de julho de 2006

Regulamentação da cadeirinha Abrapur, entidade que reúne os fabricantes de produtos infantis, critica a nova regulamentação do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), que anula todas as certificações aprovadas anteriormente para implantar uma nova a partir do próximo mês de agosto. Isso porque, de tão complexa, a nova certificação poderá triplicar o preço final aos consumidores, já que inviabilizará a produção para a maioria das empresas do setor, que são de médio e pequeno portes. Menos oferta, maior preço final. “Não vamos aceitar essa nova regulamentação”, protesta a empresária Dévora Fischer Treves, presidente da Abrapur. “O fato é que ainda não existem no Brasil laboratórios para realização dos testes. Então, como fica o consumidor que precisa de uma cadeira hoje? E os fabricantes nacionais, param de trabalhar? O que vamos fazer enquanto não sair essa nova regulamentação? Demitir funcionários? É um absurdo". Anulando a atual certificação, na verdade o Inmetro iguala os produtos testados em laboratórios aos pirateados, aos

importados ilegais ou feitos em fábricas de fundo de quintal. Tudo passa a ser a mesma coisa. "Estão querendo jogar no lixo anos e anos de testes caríssimos para obtermos a certificação”, avalia Dévora. "Um item de tamanha abrangência na questão da segurança do transporte de crianças não pode ser mudado com uma canetada. Se o número de fabricantes diminuir, o preço subirá muito, dificultando o acesso aos consumidores de menor poder aquisitivo", complementa. Segundo a Abrapur, há mais de 60 modelos de cadeiras infantis para automóveis no mercado. O equipamento custa hoje entre R$ 100 e R$ 800. Com o novo regulamento, esses preços podem chegar a R$ 1.500. "É uma discriminação", argumenta Dévora Treves. "Como o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) tornará obrigatório o uso das cadeiras certificadas depois da promulgação do regulamento do Inmetro, ou o consumidor vai gastar por conta do aumento do preço da cadeirinha ou com as multas de trânsito caso não venha a utilizá-la", conclui a empresária.

Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor chicolelis chicolelis@dcomercio.com.br Repórteres Alzira Rodrigues alzira@dcomercio.com.br Anderson Cavalcante acavalcante@dcomercio.com.br

Chefe de reportagem Arthur Rosa Editor de Fotografia Masao Goto

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ÍNDICE SEGURANÇA - 4 e 5 Novidades em equipamentos de rastreamento e de bloqueio.

TESTE - 6 e 7 Apesar de defasado, Mille tem méritos que garantem boas vendas.

USADOS - 8 A Parati tem boa procura no mercado de usados.

MERCADO - 9 GM perde espaço no segmento de sedãs médios.

LANÇAMENTO - 11 A Mitsubishi apresenta o Pajero TR4.

AGENDA 12 a 14 de julho

A Fras-le, do grupo brasileiro Randon, participa da 12ª edição da PAACE Automechanika México - Feira Internacional para Pós-venda e Equipamentos Originais Automotivos.

17 a 21 de julho

A Blaupunkt realiza a segunda edição do curso para lojistas e instaladores de som, no Centro de Treinamento Robert Bosch, em Campinas. Inscrições pelo tel (19) 3745.3778 até 12 de julho.

Abrapur - Associação Brasileira de Produtos Infantis

Editor de Arte José Coelho Diagramação Hedilberto Monserrat Junior Ilustração Abê / Céllus / Jair Soares Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão S/A O Estado de S. Paulo www.dcomercio.com.br/dcarro


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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segunda-feira, 3 de julho de 2006

Esta partida foi tensa como um filme de Hitchcock.” Klinsmann, técnico alemão, sobre o jogo contra a Argentina

VIVA RICARDO!

José Manuel Ribeiro/Reuters

INGLATERRA 0 (1) Robinson; Neville, Ferdinand, Terry e Ashley Cole; Hargreaves, Beckham (Lennon 7/2, depois Carragher 14/2P), Gerrard, Lampard e Joe Cole (Crouch 20/2); Rooney. Técnico: Sven-Göran Eriksson.

PORTUGAL 0 (3) Ricardo; Miguel, Ricardo Carvalho, Fernando Meira e Nuno Valente; Petit, Maniche, Tiago (Hugo Viana 29/2) e Figo (Postiga 41/2); Pauleta (Simão 17/2) e Cristiano Ronaldo. Técnico: Luiz Felipe Scolari.

Goleiro defende três pênaltis contra a Inglaterra e leva Portugal à semifinal contra a França

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omo um artista que sobe ao palco, o gol e i ro R i c a rd o , d e Portugal, foi aplaudido pelas cerca de 200 pessoas que lotavam a sala de imprensa ontem em Marienfeld. Não era para menos: 24 horas antes, ele havia defendido três pênaltis após 120 minutos de 0 a 0 contra a Inglaterra e garantido

a classificação portuguesa para as semifinais da Copa. “Vi nos olhos deles que não estavam confiantes para as cobranças”, disse o camisa 1, que defendeu os chutes de Lampard, Gerrard e Carragher. Nas quartas-de-final da Eurocopa de 2004, Ricardo já havia defendido um pênalti e convertido outro contra os ingleses.

Na Inglaterra, o técnico Sven-Goran Eriksson, que deixa o cargo, pediu: “Não sacrifiquem Rooney”. O atacante foi expulso no segundo tempo, reduzindo a equipe a dez homens. David Beckham anunciou que vai deixar de ser o capitão da equipe. “Chegou a hora de passar a braçadeira”, afirmou após a desclassificação.

Local: AufSchalke Arena, em Gelsenkirchen. Árbitro: Horacio Elizondo (ARG). Cartões amarelos: Terry 30/1, Petit 44/1, Hargreaves 2/2P, Ricardo Carvalho 6/2P. Cartão vermelho: Rooney 17/2. Nos pênaltis: Inglaterra 1 (Hargreaves) x 3 Portugal (Simão, Postiga e Cristiano Ronaldo). Perderam: Lampard, Gerrard e Carragher (Inglaterra); Hugo Viana e Petit (Portugal).

Argentina pára em Lehmann DDP/AFP

ALEMANHA 1 (4) Lehmann; Friedrich, Mertesacker, Metzelder e Philipp Lahm; Fr i n g s, B a l l a c k , S c h n e i d e r (Odonkor 17/2) e Schweinsteiger (Borowski 29/2); Klose (Neuville 41/2) e Podolski. Técnico: Jürgen Klinsmann.

A Alemanha corre para abraçar seu goleiro: argentinos foram adversários difíceis, que caíram nos pênaltis

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altavam dez minutos para o final do jogo que abriu as quartasde-final da Copa do Mundo, e a Argentina ainda conseguia eliminar a Alemanha, dona da casa, com uma vitória por 1 a 0, gol de Ayala, marcado no início da partida. Foi quando Klose marcou o gol de empate, empurrando o jogo para a prorrogação.

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Na hora dos pênaltis, o herói Ayala virou vilão, desperdiçando uma das cobranças argentinas. E Lehmann, o goleiro alemão, consagrou-se, ao defender não só o chute de Ayala, mas também o de Cambiasso. Por conta de tudo isso, nos vestiários, a alegria da Alemanha era diretamente proporcional à tristeza da Argentina. “Foi um jogo muito equilibra-

do. As duas equipes erraram pouco, mas nunca perdemos a confiança em nós mesmos”, resumiu o alemão Ballack. “É o fim de um ciclo, não vejo mais motivo para continuar”, disse o técnico argentino José Pekerman, que pediu demissão no vestiário. “Esses garotos jogaram o máximo possível, mas não foi possível avançarmos”, completou.

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SÓ EM 2026

ANTEVISÃO

Tricampeão do mundo em 1970, bi em 62 e penta em 2002, tetra em 94, campeão pela primeira vez em 58, o Brasil terá de esperar 20 anos para apagar as más lembranças de 1966, 86 e 2006 e faturar, enfim, uma Copa de final 6.

No site de Ronaldinho Gaúcho, assim começava a apresentação do jogo Brasil x França que acabou dando no que nós sabemos muito bem: “Para muita gente, este jogo será como um déjà vu.”

*Com Agência Estado e Reuters

copa na tv PROFETAS DO ACONTECIDO

Local: Estádio Olímpico, em Berlim. Árbitro: Lubos Michel (ESQ). Gols: Ayala 4/2 e Klose 35/2. Cartões amarelos: Podoslki 3/1, Sorín 1/2, Mascherano 15/2, Maxi Rodríguez 43/2, Odonkor 49/2, Cruz 5/1P e Friedrich 9/2P. Cartão vermelho: Cufre 15/2P. Nos pênaltis: Alemanha 4 (Neuville, Ballack, Podolski e Borowski) x 2 Argentina (Cruz e Maxi Rodriguez). Perderam: Ayala e Cambiasso (Argentina).

Buffon; Zambrotta, Cannavaro, Barzagli e Grosso; Camoranesi (Oddo 23/2), Gattuso (Zaccardo 32/2), Pirlo (Barone 23/2) e Perrotta; Totti e Toni. Técnico: Marcelo Lippi.

UCRÂNIA 0

SALVE, PÁTRIA-MÃE!

AOS POUCOS

Com o Brasil de fora, a torcida por Portugal, que já era grande na crônica esportiva, vai chegar a níveis alarmantes. O Sportv já anuncia até a transmissão ao vivo do treino de hoje e da coletiva de Felipão. Será que a lesão muscular de Figo será tratada com a mesma importância que o peso de Ronaldo?

A derrocada da seleção deve diminuir, lentamente, o espaço da Copa nos canais esportivos da TV fechada. A BandSports, por exemplo, já passou ontem o GP do Kansas da IRL. E as tranmissões de Wimbledon já serão ampliadas hoje para seis horas no Sportv (das 9h às 15h). Tristeza de uns, alegria de outros.

O "Esporte Espetacular" exagerou ao debater o jogo com "comentaristas" como Murilo Rosa e Gabriel O Pensador.

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Local: AOL Arena, em Hamburgo. Árbitro: Frank de Bleeckere (BEL). Gols: Zambrotta 6/1, Luca Toni 14/2 e Luca Toni 24/2. Cartões amarelos: Sviderskyi 16/1, Kalinichenko 21/1 e Milevskiy 22/2.

ão foi fácil ver TV depois da derrota do Brasil para a França. Não bastasse a dor de cabeça que acompanha naturalmente uma derrota desse porte, o telespectador era obrigado a lidar, em todos os canais, com os sabichões que já sabiam de antemão que o Brasil ia se dar mal na Copa, que Cafu e Roberto Carlos estavam velhos e fora de forma, que o quadrado nunca foi mágico e que Juninho Pernambucano também não era o reserva ideal (isso para não perdermos mais tempo com as outras "verdades"). Engraçado é que, horas antes, todos os comentaristas, repórteres e colunistas defendiam hipóteses como: "É complicado, mas acredito que contra a França o Brasil vai mostrar seu verdadeiro futebol" ou "Se o Brasil jogar como a gente espera, ninguém segura". Pouquíssimos externaram algum temor - um deles foi Casagrande, no "Brasil na Copa" de terça-feira, horas depois de Brasil x Gana. Já no decorrer do jogo, quando começaram a pipocar os primeiros sinais de que ia dar tudo errado, apareceram as críticas. Com o apito final de Medina Cantalejo, veio junto a avalanche de certezas e aquele ar satisfeito de "eu já sabia". Pior: com a ausência de jogos, a coisa prosseguiu durante o dia todo de ontem, em que as únicas novidades foram a entrevista às pressas de Parreira e as imagens da seleção se dissolvendo. E tratou-se de repetir a lenga-lenga. "Faltou time, fulano não jogou nada, sicrano está velho". Hoje, ainda sem jogo, a chegada dos jogadores ao Brasil (dos que vierem) - mesmo que eles não digam nada de novo - deve ser explorada na TV durante todo o dia. O teor dos comentários, porém, deve ser o mesmo. Haja curativo para curar a ferida depois de tanta cutucada...

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Shovkovskiy; Rusol (Vashchuk 47/1), Svidersk yi ( Vorobey 20/1), Nesmachnyi e Gusev; Tymoschuk, Shelayev, Gusin e Kalinichenko; Shevchenko e Milevskiy (Byelik 17/2). Técnico: Oleg Blokhin.

ta de sorte - a equipe pressionou e quase empatou no início do segundo tempo, antes de Toni desencantar. "Representamos nosso país de forma muito digna, temos um futuro muito promissor", disse.

is um tema que deveria interessar à psicologia do esporte, talvez mesmo à medicina esportiva: que diabo de anestesia é esta que paralisa o nosso futebol no confronto com os franceses? Em todo o mundo, o futebol brasileiro é cultuado, mas é provável na França que se encontra a maior e mais entusiasmada legião de estrangeiros que admiram e torcem pelosnossos craques. Foram os franceses que em 1958 começaram a chamar Didi de Monsieur Football, foram eles que consagraram universalmente Pelé como Rei, são eles que ainda se derretem quando falam de Raí e veneram Juninho Pernambucano como craque incomparável. E, como não são bobos, foram eles que, jogando como brasileiros, derrotaram em casa o Brasil na final da Copa de 98, ficaram com o caneco e adiaram por quatro anos o sonho do pentacampeonato. E não é que, novamente jogando como brasileiros, o cracaço Zinedine Zidane e seus coadjuvantes Henry, Vieira, Thuram e Ribéry acabam de despachar os Ronaldos e companhia da Copa do Mundo da Alemanha, adiando agora o sonho do hexa - e tomara que apenas por quatro anos? Palmas para os franceses. Eles merecem, em especial monsieur Zinedine Zidane, que desfila pelo campo com a elegância e o ritmo dos craques de antigamente, mas joga o futebol indispensavelmente eficaz dos tempos modernos. O reconhecimento não impede, porém, que a gente queira saber por que diabos o Brasil, mais uma vez, não jogou nada, nada contra a França. Alguém explica?

Abbondanzieri (Franco 26/2); Coloccini, Ayala, Heinze e Sorín; Mascherano, Lucho González, Maxi Rodríguez e Riquelme (Cambiasso 27/2); Tevez e Crespo (Cruz 34/2). Técnico: Jose Pekerman.

ITÁLIA 3

cuperou um lugar de titular, também comemorou a boa atuação: "Depois de muito trabalho, finalmente voltei a estar em minha melhor forma". Ao técnico da Ucrânia, Oleg Blokhin, restou lamentar a fal-

Alguém explica?

Fernando Cesarotti

Michael Urban/AFP

Toni desencantou e fechou, com dois gols, a vitória sobre a Ucrânia

Roberto Benevides

ARGENTINA 1 (2)

Itália passa com folga

uca Toni foi o grande nome da vitória da Itália sobre a Ucrânia por 3 a 0, na sexta-feira, em Hamburgo, resultado mais folgado das quartas-definal. Foi o dia do atacante, artilheiro do último Campeonato Italiano, com 31 gols pela Fiorentina, e que havia passado em branco até então na Copa. Foi ainda um prêmio para a persistência do técnico Marcelo Lippi, que mudou o esquema tático e avançou Totti para o ataque, mas apostou nele em detrimento de Gilardino. "Foi estranho ele não ter marcado antes", elogiou o treinador. Já o jogador, no dia seguinte à partida, reclamou do tratamento dado pela imprensa italiana. "Recebi um monte de críticas. Sempre acreditei na minha capacidade, mas parece que muitos haviam perdido a fé em mim. Mostrei para eles que estava errados", disse. Totti, que havia ficado no banco no jogo das oitavas e re-

paSse livre

À espera das semifinais, a ESPN Brasil reapresenta hoje o bom jogo entre Alemanha x Argentina, às 15h.


São Paulo, segunda-feira, 3 de julho de 2006

DCARRO

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 3 de julho de 2006

3 Não dominamos totalmente as partidas, mas é difícil marcar gols em nós. Os brasileiros tentaram, mas não conseguiram.” Sagnol, da França

Já esquecemos aquela partida. Somos um time diferente.” Metzelder, da Alemanha, sobre a derrotapor 4 a 1 para a Itália em amistoso

Dc Esporte John Gress/Reuters

Festa para o alemão

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mbalado pela campanha da Alemanha na Copa (na sexta-feira, ao sair da pista, disse que estava mais preocupado com o jogo contra a Argentina), Michael Schumacher venceu o GP dos EUA, em Indianápolis, e reduziu para 19 pontos sua diferença em relação a Fernando Alonso, que tinha vencido as últimas quatro provas e chegou em quinto. Felipe Massa chegou a liderar nas primeiras voltas e chegou em segundo, melhor resultado de sua carreira. Rubens Barrichello foi o sexto.

MUNDIAL DE PILOTOS: 1. Alonso (ESP/Renault), 88; 2. M. Schumacher (ALE/Ferrari), 69; 3. Fisichella (ITA/ Renault), 43; 4. Raikkonen (FIN/ McLaren), 39; 5. Massa (BRA/Ferrari), 36; 6. Montoya (COL/ McLaren), 26; 7. Button (ING/ Honda) e Barrichello (BRA/Honda), 16.

A musa avança

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s principais favoritos não enfrentaram muitos problemas na primeira semana de Wimbledon. A russa Maria Sharapova (abaixo), por exemplo, venceu as três partidas que disputou até agora, sem perder nenhum set e derrotada em apenas 11 games - no sábado, passou pela norte-americana Amy Frazier por 6/3 e 6/2, e pega amanhã a italiana Flavia Penetta. Hoje, o número 1 do mundo Roger Federer enfrenta o checo Tomas Berdych, já pelas oitavas-de-final. Quem já disse adeus entre os homens foi Andre Agassi, que anunciou sua aposentadoria para o começo do ano que vem e levou 3 a 0 de Rafael Nadal. Kevin Lamarque/Reuters

SÓ DEU EUROPA Alemães contra italianos, franceses contra portugueses: nesta semana, quatro equipes européias decidem a Copa do Mundo. Algo que só havia acontecido em 1934, 1966 e 1982.

Alemanha x Itália (terça-feira, 16 h)

K

Kai Pfaffenbach/Reuters

Patrick Hertzog/AFP

de choque constante lose, um dos com os adversários, o jogoleadores, e gador é o mais ameaçado Ballack, o de levar o segundo amacraque do tirelo. Mas nem passa por me. Eis os problemas da sua cabeça mudar a maAlemanha para enfrenneira de jogar para dimitar a Itália em uma das nuir o risco de viver o semifinais da Copa, em que viveu o alemão BalDortmund. Os dois jolack em 2002, que teve de gadores foram submeticumprir suspensão na fidos ontem a sessões de nal contra o Brasil: “Sou fisioterapia por causa útil para o time jogando de dores musculares, do meu jeito. Se mudar conseqüência da dura minha característica pabatalha com a Argentira pensar em mim, posso na, na sexta-feira, em não ser tão útil para a Berlim, pelas quartasequipe”. de-final, em que a AleA Federação Italiana já manha se classificou anunciou que, indepennos pênaltis, após emdentemente do resultapate por 1 a 1 em 120 mido da Copa, Marcello nutos de jogo. Lippi só não continuará “Klose ainda sofre de sendo o técnico da Itália cãibras na panturrilha “se não quiser”. A propor causa de um choque posta de renovação é por com o goleiro argentino, dois anos, até a Eurocopa e Ballack se esforçou deque será organizada em mais durante o jogo e teco n ju nto po r Su íç a e ve um choque com RiÁustria. Os jogadores faquelme, mas ambos tezem campanha aberta rão condições de jogar”, Ballack não treinou, mas deve jogar. Mesmo pendurado, Gattuso diz que trocaria outro cartão pela classificação da Itália por sua permanência, e afirmou o assistente Joachim Löw, que lembrou o artilheiro da Copa, com 5 gols, ra o período da tarde, e cada tão amarelo pela classificação seus números são positivos. O fato de Ballack ter ficado de fo- que foi substituído por Neu- atleta foi submetido a uma ses- da Itália: “Para mim, o impor- time não perde há 23 partidas, ra da estréia da Alemanha, ville no fim do tempo normal. são específica de treinos. tante é a Itália chegar à final. Se desde que foi batido por 1 a 0 contra a Costa Rica, por causa Na Itália, o volante Gattuso, para isso eu tiver que tomar pela Eslovênia em 9 de outuOs demais jogadores alede uma lesão muscular. Mes- mães fizeram apenas um trei- um dos três pendurados do ti- um cartão amarelo, tomarei bro de 2004, e só foi derrotado mo assim, ele atuou o jogo in- no físico ontem, em uma aca- me ao lado dos laterais Zam- com muito prazer. Nosso elen- duas vezes em 27 jogos (a priteiro contra os argentinos e ain- demia. O técnico Jürgen Klins- brotta e Grosso, afirmou on- co já mostrou que é forte e que meira derrota foi logo na estréia de Marcello Lippi, 2 a 0 da cobrou um dos pênaltis de- mann cancelou o treino de tem que assinaria na hora um ninguém é insubstituível”. cisivos, ao contrário de Klose, campo que estava previsto pa- acordo trocando mais um carPor seu estilo de jogo brusco, para a Islândia).

Portugal x França (quarta-feira, 16 h)

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José Manuel Ribeiro/Reuters

Pascal Pavani/AFP

tugal tem algo de futebol s portuguebrasileiro e sabe quebrar ses ainda o ritmo do rival”. festejam a Domenech também volta às seafirmou ontem que sua mifinais da Copa do equipe deve conter a euMundo, após 40 anos, foria da vitória sobre o com a vitória nos pênalBrasil por 1 a 0, que gatis sobre a Inglaterra. rantiu a classificação paMas também têm preora as semifinais, e esquecupações. Dores muscer o título obtido em culares atingem o meia 1998 para ter chances de Figo, o atacante Cristiaconquistar sua segunda no Ronaldo e o lateralCopa do Mundo. “Vadireito Miguel, que onmos voltar ao trabalho e tem fizeram apenas bafazer com que todos volnhos e massagens, em tem à realidade. Não vaMarienfeld. mos ver televisão, para Deco e Costinha, que fugir dessa euforia. Rescumpriram suspensão tam três dias antes da pela expulsão diante da partida contra Portugal e Holanda, voltam ao tivamos utilizá-los para me. O meia, nascido no retornar ao estado viBrasil, entra no lugar de venciado antes do jogo Tiago, enquanto o vocontra o Brasil”, promelante fica com a vaga de teu Domenech, que após Petit, que recebeu o sea partida manteve a rotigundo cartão amarelo. na da equipe: os jogadoRicardo, Ricardo Carvares jantaram no aeroporlho, Maniche, Nuno Vato de Frankfurt e voltalente e Figo estão pend u r a d o s . U m c a r t ã o Portugal de Cristiano Ronaldo terá a volta de Deco e Costinha. Já a França, de Ribery, procura evitar o excesso de confiança ram à concentração em Hameln. Após a partida diante da França significará a exclusão automática da cação, Portugal segue direto sua equipe não venceu os pen- pa”, disse, referindo-se à parti- de sábado, o presidente da final, caso Portugal vença, ou para Berlim, local da decisão. tacampeões mundiais, e, sim, da das semifinais. “Ainda não França, Jacques Chirac, desceu da decisão do terceiro lugar. Em caso de derrota, os jogado- um adversário forte, mas não estou satisfeito, pois o objetivo até o vestiário para cumpriO elenco português volta a res viajam até Stuttgart, para a tão poderoso. “Para mim, foi da França é chegar à decisão de mentar os jogadores. Para Domenech, recordar a conquista treinar hoje e viaja em seguida disputa do terceiro lugar. apenas mais uma vitória na 9 de julho.” para Munique, onde está preO técnico francês entende de 1998 não vai ajudar em nada O técnico francês, Raymond carreira. Estamos felizes, claro, visto um treinamento na terça- Domenech, procurou minimi- mas temos de pensar em Por- que Portugal vai ser um adver- na partida contra Portugal: feira, véspera do jogo contra a zar a importância da vitória de tugal. Foi bonito, excitante, sário bastante perigoso e expli- “Um time só é bem-sucedido França. Se conseguir a classifi- sábado sobre o Brasil. Para ele, mas foi apenas mais uma eta- ca o motivo: “A seleção de Por- na Copa quando é campeão”.


segunda-feira, 3 de julho de 2006

Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Mais entretenimento e conveniências são as novidades dos centros de compras em São Paulo

AEROPORTOS APOSTAM EM SHOPPING

Leonardo Rodrigues/Hype

Atenção senhores passageiros, embarquem nos portões de serviço. A Infraero começa a implantar no Brasil o conceito de aeroshopping, com muitas conveniências e serviços oferecidos. O sucesso da empreitada reflete-se no faturamento, e os lojistas até desenvolvem produtos específicos para aeroportos.

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té o final deste ano, o p a s s a g e i ro d o Aeroporto Internacional de Guarulhos deve ganhar uma área especial de serviços. Trata-se de uma casa de banho, ambientada em 500 m² do terminal 2, onde o visitante em trânsito terá acesso pago. Ali, o viajante também encontrará área específica para descanso e serviços de estética e fitness. É um conforto semelhante ao do Fast Sleep, inaugurado no início deste ano no Aeroporto Internacional Afonso Pena, no Paraná. Com a diferença de que, lá, o viajante dispõe de pequenos apartamentos, como em um hotel. A expectativa de Carlos Alberto da Fonseca, gerente comercial da Infraero para a região Sudeste – responsável por oito aeroportos – é de que a casa de banho seja inaugurada em seis meses. Antes disso, as áreas comerciais entre o checkin e a porta de embarque (asas A, C e D do Aeroporto de Guarulhos) passam por reformas.

Com o novo layout, já implantado na asa B, a proposta é imprimir mais vigor ao varejo ali estabelecido. Pelo novo desenho, todas as lojas do aeroporto estarão voltadas para a rota de passagem do público. No formato original, algumas delas ficam escondidas e só recebem a visita de passageiros dispostos a contornar corredores. A reforma de Guarulhos não abrirá pontos comerciais novos. Ela ampliará, no entanto, – de 12 para 16 – os quiosques destinados a promoções, uma forma mais rápida de explorar o potencial comercial do aeroporto, por não demandar licitação. Tanto que hoje há fila de espera para locação desses espaços. Os interessados também devem ficar atentos às oportunidades advindas das reformas do Aeroporto de Congonhas e às possibilidades de ações promocionais nas áreas externas de Guarulhos, "desde que não conflitem com a parte operacional", ressalva Fonseca. Aeroshopping – Na esteira de uma tendência mundial, o

varejo aeroportuário está sendo repaginado no Brasil. A oferta de serviços, como casa de banho, está inserida nesse projeto, concebido pela Infraero e batizado de Aeroshopping. A idéia é proporcionar bemestar ao passageiro e incrementar o varejo – hoje responsável por 26% da receita da Infraero. Em aeroportos em que reformas do gênero (ou ampliações sob o novo conceito) já ocorreram, o faturamento do lojista cresceu, em média, 40%, afirma Francisco Ferreira, gerente de Desenvolvimento Mercadológico da Infraero. "Antes, o aeroporto era só um local para embarque e desembarque de passageiros", comenta o executivo. Hoje, sustentada por pesquisas, a empresa quer modernizar esses espaços. De acordo com Ferreira, o passageiro quer mais ofertas de alimentação, de lojas de roupas, calçados, objetos de uso pessoal (como bolsas e malas) e artigos para presente. Além de serviços básicos, como bancos, câm-

Carlos Alberto da Fonseca, gerente da Infraero, convida o público a conhecer a "Oscar Freire" do aeroporto Leonardo Rodrigues/Hype

No Aeroporto de Guarulhos, todas as lojas estarão voltadas para a rota de passagem

bio ou salão de beleza. Oportunidades – O conceito de aeroshopping pressupõe lojas amplas, onde o cliente consiga circular com o carrinho; vitrines atraentes e atendimento condizente com o perfil de um público exigente. "São pessoas com alto grau de instrução e de poder aquisitivo, executivos que têm pressa e querem comodidade", sintetiza Ferreira. Em Guarulhos, por exemplo, a freqüência de passageiros das classes A e B é da ordem de 85%

a 90%, detalha o gerente comercial Fonseca. É um público que fica, em média, 155 minutos no local – mas 36% chegam a permanecer até três horas no aeroporto. Por isso, além da casa de banho, Guarulhos ainda deve ganhar um espaço dedicado a projeções de filmes. A idéia, segundo Fonseca, é ter um empreendimento patrocinado, ainda em fase de prospecção. Atualmente, aeroportos como os de Brasília e Porto Alegre já têm cinemas. O Salgado Filho, em Porto Alegre, foi o

primeiro a incorporar o conceito de aeroshopping. A proximidade do empreendimento com a cidade estimula a freqüência às três salas de cinema e ao charmoso pub do lugar, explica Aguinaldo Gomes de Souza, gerente da regional Sul da Infraero. A busca por entretenimento nos aeroportos é outra das demandas dos passageiros de avião. Para Guarulhos, a Infraero busca um empreendedor especializado em jogos eletrônicos. Fátima Lourenço

Luludi/LUZ

Turma da Mônica marca presença

As crianças aprovaram as mudanças no Playland, que faz parte das novidades que os shopping centers da cidade têm para o público.

Shopping centers repaginados

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ova decoração,melhor distribuição de lojas e mais conforto. Essas são as apostas de alguns shopping centers para atrair consumidores e garantir a freqüência de clientes mais antigos. O Shopping Center Light investe no entretenimento e, até o final de julho, deverá começar a construir salas de cinema. "Com um mix de lojas âncoras, é o que falta para tornar o shopping ainda mais atrativo", diz Claudio Vozo, gerente geral do empreendimento. Já o Shopping D está reformando todos os banheiros. Os masculinos serão facilmente identificados por uma porta azul e os femininos, rosa. Por dentro, a tecnologia aparece em saboneteiras e torneiras eletrônicas. "A maior reforma se dará nos corredores, que passam a ficar mais estreitos para que as lojas tenham mais espaço", diz seu superintendente, Antonio Mascarenhas. Lojas como as da rede Marisa e Casas Bahia foram recentemente instaladas no complexo. Mais duas outras redes de varejo conhecidas, mas ainda não confirmadas, farão parte do mix. "Todas essas medidas devem aumentar a

visitação em aproximadamente 8%", diz Mascarenhas. Teatro – O presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Nabil Sahyoun, revela que o Ibirapuera inaugurará um teatro para 1,2 mil pessoas até o final de 2008 e mais oito salas de cinema no decorrer deste ano. O ABC Plaza Shopping, em Santo André, investe R$ 650 mil para reformular o paisagismo e mudar o mobiliário da praça de alimentação. E aposta na modernização do complexo do Cinemark, para ampliar a visitação. O Cine Café também foi realocado e os banheiros reformados, para serem acessíveis a portadores de deficiência. "A iluminação interna das salas foi trocada e a bilheteria reconstruída em novo local, para a criação de um espaço de convívio no lobby", diz Henrique Carvalho, superintendente do ABC Plaza. Outra novidade são os terminais de auto-atendimento. Por meio deles, "todos poderão adquirir os ingressos fora da bilheteria e pagá-los com cartão de crédito ou débito Visa", acrescenta Carvalho. Diversões – Mais amplo e com atrações inéditas, o Play-

land do shopping Center Norte também passou por reformas. No local, foi construído um salão de festas. "A idéia é que crianças e jovens se divirtam e os pais se sintam seguros em deixá-los sozinhos", diz o diretor do parque, Roger Ely. O parque recebeu reforço acústico contra ruídos. Ana Laura Diniz

produtos exclusivos, como blusas e camisas bordadas, estatuetas e esculturas. O projeto se dá por meio de parceria entre o artista e a CCF Comércio e Representações, licenciada para a execução da loja e quiosques da marca. É um licenciamento, com possibilidade de evoluir para o formato de franquia, conta Sousa, que espera expandir seus negócios pela Europa em 2007. A repaginação do varejo nos aeroportos, proporciona, se-

gundo ele, "uma exposição maravilhosa". Mas ele sente falta de mais espaço, para uma área vip para as crianças. "Sempre oferecemos um serviço", complementa Carla Romano, da CCF. Em Guarulhos, por enquanto, há um fraldário dentro da loja e mesinha para que as crianças possam pintar ou brincar com os quebra-cabeças. (FL)

Factoring

DC

P

ara Mauricio de Sousa, a modernização do varejo aeroportuário combina com seu projeto de expansão dos negócios em torno da Turma da Mônica. A idéia é instalar lojas temáticas – como já faz a Disney e a Warner – em aeroportos brasileiros como uma plataforma de lançamento do negócio na Europa. A loja de Guarulhos é a primeira sob essa concepção e funciona como um piloto para o projeto. "Agora pleiteamos lojas no Rio de Janeiro, Recife e Fortaleza", conta Sousa. A busca pelo Nordeste leva em conta o grande volume de turistas estrangeiros que visitam a região e o fato de que as revistas da Turma da Mônica serão lançadas na Europa neste ano, com a presença dos personagens na televisão. No Brasil, as lojas serão instaladas exclusivamente em aeroportos, para não concorrer com os licenciamentos dos shopping centers. Para elas, Mauricio de Sousa conceberá

O que é Factoring? É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com


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Nacional Empresas Finanças Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 3 de julho de 2006

DÓLAR DEVE FICAR ENTRE R$ 2,15 E R$ 2,25 EM 2007

Pode haver distorções no reajuste de salários, que demorarão para serem corrigidas. Marcel Solimeo, economista

A DEFINIÇÃO DE 4,5% PARA 2007 E 2008 PODE CAUSAR PROBLEMAS EM REAJUSTES, DIZEM ECONOMISTAS

META DE INFLAÇÃO GERA DISTORÇÕES

O

Conselho Monetário Nacional (CMN) divulgou na última quintafeira a meta de inflação para 2008, de 4,5%, e confirmou o mesmo índice para 2007, ambos com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Ao estabelecer a mesma meta deste ano para os próximos dois, pode-se imaginar que não haverá maiores alterações na política macroeconômica. Para alguns, o problema é justamente esse. "Deveríamos ter metas mais ambiciosas porque 4,5% (de inflação) em três ou quatro anos gerará uma distorção de valores nos salários, nos contratos de longo prazo e em outros preços, que demorará a ser corrigida", diz o diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo, Marcel Solimeo. Isso sem contar os dois pontos percentuais para cima ou para baixo que a meta tem como margem de segurança. Como exemplo de distorção causada pelo tempo, ele cita a tabela de contribuição do Imposto de Renda, que levou anos para ter seus valores atualizados, o que gerou elevação da arrecadação ao longo do período. Em sua opinião, a meta do BC deveria cair, no mínimo, 0,5 ponto percentual em 2007 e mais 0,5 em 2008. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, insistiram que a definição de índices menores para os próximos anos seria arriscado, já que o País não conseguiu atingir taxas menores em anos anteriores. P re ss ão – Independentemente da meta, a dúvida é saber se pressões externas ou a

continuidade da queda da taxa básica de juros (Selic) poder i a m c a u s a r u m a p re s s ã o maior na inflação. A maior parte dos economistas acredita que não. As projeções do mercado para este ano indicam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fique em 4,3% e, em 2007, em 5,2%. Em 12 meses até maio, o indicador está em 4,23%. "O cenário é favorável para manter os índices. Nos últimos seis anos, o Brasil não teve inflação causada pelo aumento da demanda interna. Só o câmbio e os preços monitorados foram os responsáveis pelas elevações", diz o professor de Economia da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas (EESP- FGV), Rogério Mori. Mesmo com os juros caindo e o poder de compra da população aumentando, ele não vê um cenário de pressão nos preços. "Se aumentar a demanda

tão fortemente, haverá um incremento nas importações e os empresários brasileiros serão obrigados a baixar seus preços para se manterem na concorrência", afirma o professor. Perdas – A agricultura parece ser a única fonte negativa de pressão no próximo ano. Isso porque os agricultores, que tiveram grandes perdas com a safra 2005/2006, continuam enfrentando dificuldades com o plantio de 2006/2007, principalmente pela falta de recursos e estiagem. "Pode haver aumento nos preços de produtos agrícolas e um rearranjo nos valores do frango – que caíram no ano passado com a gripe aviária – e da carne de boi, que também despencou com o fechamento de mercados internacionais por conta da febre aftosa", diz Solimeo. No que diz respeito ao câmbio, a taxa calculada pelos economistas para 2006 e 2007 va-

ria entre R$ 2,15 e R$ 2,25 para cada dólar. "Se isso se mantiver, também não causará qualquer intervenção na inflação brasileira, e a meta nos próximos anos poderá ser atingida", afirma a economista da consultoria Tendências Marcela Prado. O Banco Central trabalha com o dólar a R$ 2,30. Os preços monitorados pelo governo, como as tarifas de luz, água e telefone, não devem causar uma ameaça ao combate à inflação. Isso porque a maior parte deles é reajustada pelo Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) ou Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que se mantêm negativos ou quase nulos desde meados do ano passado. Em 12 meses até junho, o IGP-M subiu 0,86% e o IGP-DI em 12 meses até maio (ainda não saiu o cálculo de jun h o ) re g i s t r a d e f l a ç ã o d e 0,14%. "Se o indexador de tarifas está negativo ou perto disso, não haverá aumento dos preços monitorados e os outros produtos não sofrerão reajuste por aumento de custos da produção", explica Marcela. Mesmo com vários elementos sob controle, há a possibilidade de grandes choques alterarem o cenário, tais como crises internacionais ou problemas na política. Caso o resultado da eleição presidencial não seja o esperado, isto é, não vença o pleito o atual presidente Luís Inácio Lula da Silva ou o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, ninguém sabe o que poderá ocorrer. Se um dos dois vencer, é provável que a política macroeconômica seja mais afrouxada, com novas quedas na Selic, e a trajetória de queda da inflação apenas se estabilize. Fernanda Pressinott

ABN financia 100% da casa própria

ABN AMRO Real está trazendo para o mercado um plano de crédito imobiliário que financia o valor integral do imóvel: o Real Imóvel Financiamento 100%. O novo produto, que começa a ser oferecido nas agências do banco nesta segunda-feira, foi desenhado exclusivamente para dois tipos de consumidor: aquele que já tem um imóvel, quer trocá-lo, mas não tem uma poupança formada para a entrada, exigência das instituições financeiras nesse tipo de compra, e para o que simplesmente pensa em ter um segun-

O

do. É que, para ter direito aos 100% de financiamento, o comprador terá de dar um imóvel residencial que esteja em seu nome como garantia. Segundo o superintendente de crédito imobiliário do Real, Hus Morgan Daroque, o produto nasceu com a proposta inovadora de resolver um velho e conhecido problema de quem pensa em trocar de imóvel: "Muitos consumidores têm um, estão comprando outro e não sabem o que fazer primeiro, se vendem o atual ou se formam uma poupança para a entrada do segundo imóvel", diz Hus Morgan.

Incremento – Com a nova linha de financiamento, o Real quer incrementar suas operações de crédito imobiliário em 2006 e assim cumprir a meta de R$ 1,2 bilhão em operações fixada para este ano com as três famílias de produtos imobiliários (o voltado às pessoas físicas, o direcionado às incorporadoras e construtoras e as operações de securitização). Sozinho, o Real Imóvel Financiamento 100% responderá por um aumento de 20% das operações a pessoas físicas, que representam quase 50% da carteira de crédito do banco. Os juros cobrados no novo

produto são de 9% ao ano mais TR para imóveis com valor de R$ 40 mil a R$ 120 mil; de 12% mais TR para imóveis de R$ 120 mil a R$ 245 mil; e de 13% mais TR para valores acima de R$ 245 mil. Não há exigência mínima de renda. O ABN AMRO Real também lança hoje o Real Imóvel Parcela Fixa, financiamento com parcelas fixas, prazo de 20 nos, com taxa prefixada de 18% ao ano. A linha financia até 70% do valor do imóvel. Produto semelhante ao lançado em março último pelo concorrente Santander Banespa. Roseli Lopes

Investidor prefere apostar em segurança primeiro semestre de 2006 termina com o investidor de olho nos números da economia dos Estados Unidos e, como conseqüência, com impacto sobre a rentabilidade da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Os fundos de investimento, sobretudo o DI e os de renda fixa, ainda são a melhor alternativa nesse cenário de incertezas. Um dos destaques do primeiro semestre do ano foram os títulos indexados ao Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), com um rendimento bruto entre 1,3% e 1,6%, superando a renda fixa e o próprio DI, as duas "ilhas" de segurança do investidor médio. Para o consultor de investimentos Fábio Colombo, esse resultado ocorre após a divulgação do IGP-M do mês de junho, cujo percentual ficou na casa dos 0,75%. Colombo lembra que a rentabilidade desse tipo de fundo é atrelada diretamente ao prazo do papel. Os fundos de renda fixa mantiveram sua classificação de "boa opção" de compra. A aplicação fechou o primeiro semestre com um rendimento entre 1% e 1,35%, superando o DI. Essa diferença de rendimento, segundo o consultor, tem como fator principal a taxa de administração do fundo. Colombo indica a aquisição de um produto com uma taxa de no máximo 2%. Acima disso, o investidor terá perdas. Fundos DI – Já os fundos DI fecharam o semestre com um rendimento na casa dos 0,95% a 1,3%, também dependendo da taxa de administração cobrada pelo produto. A Bovespa fechou o primei-

O

ro semestre com uma queda, avaliada como "leve", de 0,12%. O resultado tem como principal fator o clima de apreensão e de dúvidas do investidor em relação aos números dos mercados mundiais, principalmente os dos EUA. J ur o – A possibilidade de um aumento em 0,25 ponto percentual na taxa de juros americana resultou numa queda nas principais bolsas de valores, incluindo a Bovespa. Esse efeito teve como estopim o aumento de juros por parte do Banco Central Europeu. Mas o mercado recebeu com otimismo a confirmação do aumento na taxa de juros norte-americana, que está em 5,25%. Praticamente todas as bolsas de valores fecharam em alta o pregão da última sexta-feira, último dia útil do primeiro semestre. A Bovespa terminou a sextafeira com uma alta de 0,39%. O volume financeiro atingiu a casa dos R$ 2,079 bilhões, fechando em 36.361 pontos. O dólar confirmou a tendência de queda em relação ao real. A moeda norte-americana fechou o primeiro semestre com um percentual negativo de 6,46%. O dólar terminou cotado em R$ 2,16. Assim como o dólar, o euro e o ouro também fecharam o semestre em queda. A moeda européia encerrou o período em queda de 7,67%, e o grama do ouro, com retração de 16,33%, um dos principais destaques negativos do período. O consultor Fábio Colombo acredita que a incerteza acompanhará o mercado no mês de julho. O foco será o rumo da economia norte-americana. Davi Franzon


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DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 3 de julho de 2006

SERVIÇO Divulgação

Seu veículo, cada vez mais vigiado! É importante pesquisar as opções de equipamentos disponíveis no mercado e checar as condições de atendimento da empresa.

A Ituran chegou ao País em 2000 e já soma mais de 120 mil clientes no Brasil e 450 mil no mundo. Agregado ao rastreamento, a empresa oferece serviços como segurança em situações de risco e socorro médico.

ANDERSON CAVALCANTE

O

crescimento da frota de veículos no País, somado ao constante aperfeiçoamento dos métodos utilizados por criminosos, tem como conseqüência o aumento na utilização de equipamentos que evitem ou, pelo menos, dificultem o roubo e furto de veículos. Um dos lançamentos deste segmento é o Rescuer, da Quantum Indústria Eletrônica, que acumula funções de bloqueador e alarme em um só aparelho, com ativação automática. O equipamento pode ser utilizado em qualquer tipo de automóvel ou caminhão, desde que a bateria seja 12V, e tem preço sugerido de R$ 80. Outros equipamentos - A Pósitron teve sua nova versão de rastreador aprovada pelo Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi Brasil). Com isso, as seguradoras parceiras da certificadora poderão incluí-lo na listagem de produtos que proporcionam descontos na apólice. "A certificação do Cesvi Brasil, que é referência para a maioria das seguradoras, salienta a qualidade e segurança com que nossos produtos são desenvolvidos", explica o gerente de Vendas da PST Eletrônica, Alexandre Jordão. Com o rastreador Pósitron o usuário controla seu carro ou sua frota de onde estiver com informações atualizadas minuto a minuto e enviadas via rede de telefonia celular GSM/GPRS. As posições são disponibilizadas na Internet e na Central de Operações da empresa. O preço do rastreador, o único do mercado com alarme integrado, é de R$ 1.600. A mensalidade pelos serviços prestados é de R$ 89. Motos - Outro produto da Pósitron é direcionado para o segmento de duas rodas. O DuoBlock, além de compacto, oferece a possibilidade de personalização do "toque musical"

É aqui que começa a vigilância sobre seu carro!

por meio do download de música nas lojas de acessórios, com mais de 30 opções, incluindo hinos de times. O aparelho oferece, ainda, alta resistência a ondas eletromagnéticas, proporcionando maior resistência à interferência de antenas, evitando disparos involuntários e falhas do alarme em regiões de grande concentração de antenas. O preço sugerido é de R$ 219, já instalado. Empresa premiada - A Ituran do Brasil acaba de receber o "Troféu Gaivota de Ouro - Destaque em Localização e Bloqueio de Veículos", concedido pela Revista Seguro Total em reconhecimento pela contribuição para o fortalecimento do mercado segurador. "Essa conquista pela quarta vez consecutiva reflete nossa atuação eficiente no dia-a-dia. A Ituran continuará buscando o aprimoramento de processos, o


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Vou assistir aos jogos finais da Copa e depois passar algum tempo sem pensar em futebol." Carlos Alberto Parreira

segunda-feira, 3 de julho de 2006

É dificil saber o que fizemos de errado. Se soubéssemos, não teríamos feito”. Kaká

DE NOVO, ZIZOU? B A IL

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les são amigos de Real Madrid, tanto que Zinedine Zidane fez questão de ir ao vestiário trocar a camisa com Ronaldo, depois de reger em campo a seleção francesa que,novamente, despachou o Brasil de uma Copa do Mundo - desta vez, em Frankfurt, nas quartas-de-final, como tinha feito em 1986, em Guadalajara. A amizade não impede que Zidane, que os franceses tratam carinhosamente como Zizou, insista em maltratar Ronaldo dentro do campo. Foi ele quem, na final de 1998, fez os dois primeiros e decisivos gols da França nos 3 a 0 que adiaram por quatro anos o sonho do pentacampeonato. Agora, deu bis na Alemanha. Um dos maiores jogadores do mundo nas últimas décadas, Zidane fez 34 anos já na Alemanha e vai se despedir dos campos no dia 8, se a França perder para Portugal na semifinal, ou no dia 9, se vencer e for à decisão - como ele merece - contra o vencedor de Alemanha x Itália. Vai-se, assim, dos estádios sem dar revanche ao velho amigo Ronaldo, ao novo amigo Robinho, com quem também jogou em seu último ano no Real, e ao rival de Barcelona, Ronaldinho Gaúcho, que lhe tirou o trono de maior jogador do mundo nas últimas temporadas, mas, antes que tivesse mostrado um mínimo do seu talento na Copa, dela foi retirado pela bola esfuziante e mágica deste filho de imigrantes argelinos que empresta à França o encanto do verdadeiro futebol brasileiro. Zidane está marcando na Alemanha, com o seu jogo de toques precisos e verticais e sua ampla visão de campo, o fim de uma era do futebol, tanto o que ele encarna tão bem quanto o que ficaram devendo alguns dos mais badalados jogadores do Brasil. Se nenhuma boa lembrança a Seleção estiver trazendo da Alemanha, como transparece o desapontamento de Gilberto Silva e Mário Jorge Lobo Zagallo ao embarcar ontem à noite em Frankfurt, todos os que perderam o sonho do hexa para a França guardarão para sempre pelo menos esta satisfação: perderam para um craque incomparável.

almanaque

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DDP/AFP

Celso Unzelte

Vítima do favoritismo

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Ivo Gonzalez/Agência O Globo

Michael Kappeler/DDP/AFP

Torsten Silz/AFP

Marcelo Régua/AE

Ivo Gonzales/Agência O Globo

Poderia ter sido a despedida dos campos de um dos maiores craques de todos os tempos - Zinedine Zidane, que os franceses tratam carinhosamente como Zizou. Acabou sendo a segunda vez que ele derrotou o amigo Ronaldo num jogo decisivo de Copa, mostrando a Ronaldinho Gaúcho que o título de melhor jogador do mundo volta a ficar em aberto nesta temporada. O baile francês que Zidane, aos 34 anos, regeu em Frankfurt adiou por 180 minutos a sua aposentadoria, assustou Robinho em campo e despachou da Alemanha os brasileiros que, como Gilberto Silva e Zagallo, ontem mesmo voaram de volta para casa.

aconteceu novamente. Se em anos de Copa em que embarcou desacreditado o Brasil já voltou com o título (foi assim em 1958, 1970, 1994 e 2002), na maioria das vezes em que viajou como favorita absoluta a Seleção Brasileira não conseguiu ganhar a Copa do Mundo. A exceção fica por conta de 1962, quando o Mundial foi disputado no Chile e a base do time campeão pela primeira vez na Suécia, em 1958, confirmou as expectativas com o bi. De resto, historicamente tem sido assim: quando o Brasil sai muito badalado volta para casa mais cedo. Como, aliás, bem lembrou Pelé em uma das três profecias que acertou nesta Copa (as outras duas foram a boa campanha do Equador e a própria derrota do Brasil para a França nas quartas-de-final). A avó de todas essas derrotas talvez tenha sido a desclassificação ainda na primeira fase da Copa do Mundo da Inglaterra, em 1966. O time era bicampeão do mundo e trazer a Taça Jules Rimet em definitivo de Londres seria, em tese, mera questão de formalidade. Como todos queriam participar da festa, formamos quatro equipes e fomos para a Copa sem nenhuma. Resultado: 2 a 0 na estréia contra a Bulgária e duas derrotas por 3 a 1, para Hungria e Portugal, que custaram a vaga. Favorita em 1974, na Alemanha Ocidental, e em 1978, na Argentina, a Seleção Brasileira acabou negando fogo novamente, voltando para casa apenas com o quarto e o terceiro lugares. Nenhuma dessas duas derrotas, no entanto, doeu mais que a da Copa de 1982, na Espanha. Melhor time da primeira fase, o Brasil de Leandro, Júnior, Falcão, Sócrates, e Zico, treinado por Telê Santana, havia passado por União Soviética (2 a 1), Escócia (4 a 1) e Nova Zelândia (4 a 0). Já no primeiro jogo da fase semifinal deu um baile nos argentinos, então campeões do mundo (3 a 1), e justamente por isso, para jogar as semifinais, precisava apenas de um empate contra a cambaleante Itália, que também havia passado pelos argentinos (2 a 1). No dia 5 de julho de 1982, no hoje demolido Estádio Sarriá, em Barcelona, Paolo Rossi fez os três gols da vitória por 3 a 2 e classificou a Itália. Como agora, o Brasil caía antes das semifinais, fraco desempenho repetido nas duas Copas seguintes: México-86 (com derrota para a França, nos pênaltis) e Itália-90.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 3 de julho de 2006

Indicadores Econômicos

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14,40

por cento é a taxa para Certificação de Depósito Bancário (CDB) para 90 dias, de acordo com a Enfoque Sistemas.

30/6/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 28/06/2006 28/06/2006 28/06/2006 28/06/2006 28/06/2006

P.L. do Fundo 5.786.479,04 1.335.006,77 5.847.002,59 9.611.090,80 1.058.485,36

Valor da Cota Subordinada 1.113,401146 1.038,214748 1.014,665801 1.060,865374 1.028,287363

% rent.-mês 2,4329 1,2680 -5,1455 2,6697 2,6633

% ano 13,9646 3,8215 1,4666 6,0865 2,8287

Valor da Cota Sênior 0 1.049,207672 1.058,878295 0 0

% rent. - mês 1,0821 1,1828 -

% ano 4,9208 5,8878 -

rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

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COMÉRCIO


São Paulo, segunda-feira, 3 de julho de 2006

DCARRO

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SERVIÇO Divulgação

conhecimento das necessidades de seus clientes e o desenvolvimento de produtos conectados com o mercado", afirma a diretora de Marketing da Ituran do Brasil, Elaine Vilela D'Aquino. A multinacional israelense, que atua no País desde 2000, soma hoje mais de 120 mil clientes (450 mil no mundo) e já recuperou mais de 7.500 veículos. A empresa oferece vários serviços agregados, como o Auto Busca (que permite localizar veículos via Internet), o Me Leva (que direciona, via telefone, o cliente até o local desejado, fornecendo informações e indicações de estabelecimentos em uma determinada região), o Lado a Lado (que pode ser acionado caso a pessoa se sinta ameaçada aguardando, por exemplo, socorro mecânico) e o Ituran AutoSaúde, referente a serviços médicos. O equipamento de rádiofrequência da Ituran tem preço a partir de R$ 820 para carros e de R$ 600 para frotas. O

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A Empresa Quantum Eletrônica, há 18 anos no setor de acessórios, lança bloqueador e alarme por R$ 80.

Nova versão do rastreador Pósitron: versatilidade do produto permite instalação em carros e caminhões.

serviço mensal custa R$ 35. Para equipamentos de terminal remoto (RF e GPRS), conexão e habilitação saem por R$ 2.500 e a mensalidade é de R$ 250. Onde encontrar - Segundo pesquisa do Cesvi Brasil, apenas 20% das empresas que atuam nesta área apresentam a eficácia esperada por seus clientes. A análise envolveu itens como a estrutura de atendimento, forma de comunicação usada, qualidade da instalação e, principalmente, a eficiência do produto. O Cesvi é a única entidade brasileira que realiza avaliação com os sistemas de rastreamento e bloqueio e apresenta em seu site (www.cesvibrasil.com.br) a relação de empresas aprovadas. O levantamento é o mesmo utilizado pelas seguradoras para decidir a possibilidade de descontos nas apólices para segurados que utilizem estes tipos de sistemas em seus veículos.

Os usuários do alarme para motos DuoBlock podem personalizar seu "toque musical" por meio do download de música nas lojas de acessórios. Já instalado produto deve ter preço próximo a R$ 220.

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s dificuldades de encontrar lugares de confiança e bons preços para consertar ou equipar seus carros levou um grupo de amigos a montar o site ProCarro, que reúne oficinas e lojas especializadas em peças e acessórios. Com seis meses de funcionamento, o site www.procarro.com.br reúne a maior parte dos estabelecimentos da capital paulista proporcionando uma pesquisa rápida, barata e fácil para o consumidor. São mais de nove mil itens cadastrados, que vão de pneus e rodas a bancos esportivos. "A idéia é cadastrar o maior número possível das melhores lojas e prestadores de serviço para que as pessoas não fiquem mais perdidas na hora de consertar ou equipar seus carros", disse João Peixoto, gerente comercial do ProCarro. Para manter a credibilidade do site, os organizadores efetuam uma rigorosa verificação antes de cadastrar os anunciantes, verificando itens como limpeza, organização e apresentação

dos funcionários, além da qualidade dos serviços e da pontualidade. "Outro ponto que serve de controle do serviço prestado é o número de reclamações que recebemos dos consumidores. Se tivermos alguma queixa, o anunciante é imediatamente acionado para prestar esclarecimento e entrar em contato com o consumidor, tomando as providências que a questão exigir. No caso de reincidência, o anunciante pode ser descadastrado", explicou Eduardo Zaidan, gerente financeiro do ProCarro. Para facilitar ainda mais a pesquisa de produtos feita por seus usuários, o site apresenta como subdivisão as seguintes categorias: Autos, Tuning, Pneus e Rodas, Carros antigos, Off-road, Variedades e Serviços. Reprodução


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Tr i b u t o s Finanças Comércio Exterior Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 3 de julho de 2006

Exportações de spots de luz e luminárias representam 20% do faturamento da Lumini.

BRASIL GANHOU 61 PRÊMIOS DE DESIGN

Milton Mansilha/Luz

Leonardo Rodrigues/Hype

Gutfreund: premiação abriu portas internacionais para a Lumini

Rufca: Taiff começou a exportar a linha de secadores após o trabalho de design da Vanguard

Quirós: produtos atendem demanda

Criatividade e design brasileiros conquistam o mundo Empresas do País são premiadas em festival internacional e conseguem aumentar volume de exportações

A

criatividade do brasileiro vem atravessando fronteiras. O design de produtos e serviços desenvolvidos no País está começando a ser reconhecido no mercado externo, não apenas pelo artesanato, apreciado por suas formas exóticas e originalidade, mas pela sua capacidade de adequação às demandas internacionais. Essa versatilidade já rendeu bons frutos para o design nacional. Nos últimos três anos, dos produtos enviados para o If Product Design Award (considerado o Oscar do setor), 326 chegaram à fase final e 61 foram contemplados. e isso se refletiu de forma significativa no desempenho da exportação dos premiados. A Lumini, por exemplo, começou a exportar suas luminárias em 2003, mas foi no ano seguinte que viu suas vendas ao exterior estourarem, após ganhar seu primeiro prêmio com o modelo Giro. Ao todo, a empresa já recebeu três premiações. "O prêmio nos abriu portas e garantiu mais reconhecimento internacional. Não que seja uma regra, mas participar desse tipo de competição é uma forma de se promover quando ainda se é desconhecido no mercado", afirmou Ricardo Gutfreund, diretor da Lumini.

Fotos: Divulgação

As exportações – concentradas apenas no mercado europeu e norte-americano – representam hoje 20% do faturamento da empresa. Para 2007, a previsão é de que essa fatia aumente pelo menos 5%. Outra companhia, do segmento de prestação de serviços, a Vanguard Design, também ganhou dois prêmios, nas edições de 2005 e de 2006, que lhe trouxeram grande notoriedade. Mas, segundo seu diretor-executivo, Sidney Rufca, o caminho para o mercado internacional começou a ser trilhado em 1999, quando a empresa assinou um contrato com a multinacional Starrett para fazer os projetos de design de seus produtos no Brasil. "A e m p re s a g o s t o u t a n t o d o trabalho que assinamos outro contrato para criar uma linha mundial", disse. Hoje, os projetos desenvolvidos para a multinacional respondem por 25% do faturamento da Vanguard Design. Outra in-

serção da empresa no mercado externo, nesse caso de maneira indireta, foi promovida com a criação da linha de aparelhos elétricos para salão de beleza da Taiff. "Depois que desenhamos os produtos, a empresa começou a exportar e vem atingindo bons resultados", garantiu Rufca. Plásticos – A Martiplast, que decidiu investir em design como diferencial de suas linhas de plástico, também sentiu que esse foi s e u gr an de i mp uls i o n ador para o ingresso no c e n á r i o e xterno. Apesar de suas criações estarem focadas para a comercialização doméstica, a fabricante percebeu que seus produtos são bem aceitos, principalmente na Europa. "São itens que têm matériaprima barata, mas com um forte valor agregado", afirmou o diretor Juarez Martini. As exportações respondem atualmente por 14% da produção e do faturamento da Martiplast. Mas a meta é chegar a 20% em 2007 ou 2008.

"O exterior está começando a dar o devido valor ao produto brasileiro", disse Martini. Incentivo – Na semana passada, a Agência de Promoção de Exportação e Investimentos (Apex) assinou um convênio com a Associação Brasileira das Empresas de Design (Abedesign) e anunciou a liberação de R$ 2 milhões em investimentos ao setor. O recurso será utilizado para levar o design brasileiro para outros países, por meio do projeto Programa Brasign. Outra ação prevista é a vinda de jornalistas de alguns países da Europa, América Latina e Estados Unidos para a I Bienal Brasileira de Design, que está sendo realizada na OCA, no Ibirapuera, em São Paulo, até o dia 6 de agosto. "As empresas de design brasileiras têm desenvolvido produtos que atendem aos desejos do consumidor mundial com praticidade, qualidade e bom preço, além de agregar toda a brasilidade de nossa cultura em suas cores e formas. O que podemos considerar como um diferencial importante de m e rc ad o " , afirmou J u a n Q u irós, presidente da Apex. Márcia Rodrigues

Diferencial no produto gera lucros

O

design é um diferencial estratégico de competitividade das empresas, segundo dados da Coordenação Geral de Design e Gestão Ambiental do Departamento de Setores Intensivos em Capital e Tecnologia do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (SDP/Mdic). Principalmente para os segmentos pressionados pela concorrência mundial. "Além de agregar valor à matéria-prima, o design também está entrando no gosto do

consumidor", afirmou Fernanda Messias, coordenadora do Programa Brasileiro de Design (PBD), do Midc. Ela cita como exemplo de valor agregado a diferença entre a exportação do algodão como commodity, e de uma peça do vestuário feminino que o utiliza como matéria-prima. "Um fardo de algodão custa menos do que um biquíni, que contém poucos gramas do mesmo componente", disse. Estudos realizados pela Confederação Nacional das

Indústrias (CNI) indicam que 75% das empresas que investiram em design registraram aumento em suas vendas. E 41% delas também conseguiram reduzir custos. Outra pesquisa, feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em 2006, mostrou que 53% das empresas utilizam design no projeto e 87% delas investem em design de produto. O estudo também mostra que 68% consideram o design um fator que ajuda a aumentar a margem de lucro. (MR)

N gócios

&

oportunidades

Abit leva empresas para feira de moda praia

A

Associação Brasileira das Indústrias Têxteis (Abit), por meio do Programa Estratégico da Cadeia Têxtil Brasileira (Texbrasil), e com o apoio da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), está organizando a participação de empresas brasileiras na edição da Swimshow 2007, que será realizada entre os dias 15 e 19 de julho, em Miami, EUA. Trata-se de feira voltada para fornecedores de moda praia, em uma área de 22,5 mil metros quadrados. Na úl-

tima edição, houve 280 expositores e 2,5 mil visitantes. A Abit oferece apoio na preparação das empresas nacionais, com reuniões sobre o mercado, concorrência e informações sobre o comércio exterior. São realizadas ainda ações promocionais que incluem anúncio na mídia internacional e no catálogo da Feira, contratação de assessoria de imprensa para divulgar a participação das empresas brasileiras, bem como desenvolvimento da programação visual para os estandes. A entidade terá estande de apoio.

Subcontratação industrial

U

m grande evento de subcontratação industrial, o Midest 2006, está programado para o período entre os dias 7 e 10 de novembro em Paris, na França. Os números da edição anterior são expressivos: 1,9 mil expositores internacionais, de mais de 40 países, e 48 mil visitantes, de mais de 70 países. A maior parte (78%) estava em busca de novas empresas para subcontratação e 80% procuravam por informações técnicas sobre novas tecnologias. Na última edição, havia visitantes de vários setores: automotivo, ferrovias, aviação, transportes, telecomunica-

ção, engenharia civil/construção, componentes automotivos, eletroeletrônicos, plásticos, borracha e compostos, aeroespacial, ferro, alumínio, eletrodomésticos e equipamentos eletroportáteis, saúde, medicina, manutenção industrial, químicos, farmacêuticos, indústria alimentícia, indústria de processamento, estruturas mecânicas e energia. No Brasil, a representante oficial da feira é a Conceito Brazil. Mais informações, podem ser obtidas pelo telefone (11) 3831-4700, com Kendy ou Tatiana, ou pelo e-mail: klopes@conceitobrazil.com.br.

Oportunidade de joint venture

O Apoio garantiu mais prêmios

O

s produtos brasileiros que participam do If Product Design Award são selecionados pelo comitê gestor do Design Excellence Brazil ( D E B r az i l ) , plataforma desenvolvida para apoiar a inscrição de produtos e projetos brasileiros em premiações internacionais de design e, assim, promover sua inserção no cenário mundial. O DE B r az i l foi criado pela Agência de Promoção de Exportação e Investimentos (Apex), pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) e Câmara Brasil-Alemanha. A parceria, que começou há três anos, permitiu ao Brasil ficar entre os seis maiores premiados, atrás somente da Alemanha, EUA, Japão, Itália e Coréia. "Antes do DEBrazil, a participação do País era insignificante, com apenas cinco prêmios desde a criação do If Product Design Award, em 1954", disse o vice-presidente da Câmara, Thomas Timm. (MR)

Departamento de Promoção Comercial do Ministério das Relações Exteriores, por meio do Sistema de Promoção de Investimentos e Transferência de Tecnologia para Empresas (Sipri), comunica o interesse de uma das maiores fabricante de cabos elétricos do Oriente Médio e África por parceiros brasileiros para a criação de uma joint venture.

Trata-se de um grupo formado por 14 companhias, com fábricas já instaladas em Gana, Síria e Sudão, e com escritório central no Egito. A empresa está em processo de expansão para outras áreas, inclusive a América Latina. Informações no Departamento de Comércio Exterior da Associação Comercial de São Paulo, pelo telefone (11) 3244-3500, com Teresa.

PAÍSES QUE DESEJAM EXPORTAR PARA O BRASIL POLÔNIA 132 - Máquinas para serrar madeira 133 - Pedra pomes 134 - Defensivos agrícolas ÍNDIA 135 - Ingredientes à base de vegetais para peletização de salgadinhos de cereais e batatas 136 - Caseína

PAQUISTÃO 137 - Tapetes feitos a mão, tecidos, confecções, malhas, artigos de couro, instrumentos cirúrgicos, máquinas têxteis e peças de reposição, químicos e corantes ISRAEL 138 - Jogos infantis e educativos

PAÍSES QUE DESEJAM IMPORTAR DO BRASIL HONG KONG 139 - Frangos, perus e porcos em pedaços e seus subprodutos ÍNDIA 140 - Tecidos sintéticos para confecção de roupa masculina, tecido de malha, perchados, strecht,

jacquard, tecidos industriais e mercerizados, tecidos para decoração, cordões para sapatos, zíperes, golas, etiquetas de tecido e entretelas, meias, fitas-mágicas, elásticas e crochê, fios cobertos.

Departamento de Comércio Exterior da Associação Comercial Gerente: Sidnei Docal R. Boa Vista, 51— Telefones: 3244-3500 e 3244-3397


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DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 3 de julho de 2006

MERCADO/AUTOINFORME

Parati usada: boa procura O modelo tem bom valor de revenda, mas a demanda pela versão zero-quilômetro despencou com a chegada das minivans e dos monovolumes

O

ano de 2003 foi um marco importante para as peruas pequenas no Brasil. Foi a época do lançamento dos primeiros monovolumes e da primeira minivan pequena. Fit, Fox e Meriva conquistaram o coração do consumidor, que antes tinha somente as peruas para satisfazer as suas necessidades de um carro pequeno, mas com bom porta-malas, desenho bonito e bom desempenho. As minivans médias – Scènic, Picasso e Zafira – já tinham anunciado a chegada de um novo momento no mercado: fizeram sucesso e mudaram a preferência de tradicionais consumidores de outros segmentos, inclusive de sedãs. As vendas da Parati, em queda desde 1999, refletem essa mudança no mercado. Despencaram de 22.527 unidades em 2002 para 10.585 no ano seguinte. Até houve uma pequena recuperação em 2004, mas nunca a Parati conseguiu retomar o nível de vendas que tinha antes da chegada das minivans e dos monovolumes. Entre os usados, porém, a história é um pouco diferente. "A Parati é um carro que tem bom mercado", garante Roberto Ortega, proprietário da Maru Veículos, lo-

calizada na Lapa, em São Paulo. A principal vantagem da perua, de acordo com ele, é a manutenção. "Ela é difícil de quebrar e, quando isso acontece, é barato para consertar ou trocar peças". O ponto negativo, na opinião do lojista, é o valor alto do seguro, por ser um carro muito visado pelos ladrões. Para ele, isso acaba restringindo o público comprador da Parati, pois os mais jovens dificilmente têm condições de pagar o valor cobrado pelas seguradoras. Zero-quilômetro - A Parati zero-quilômetro é vendida com 3,1% de desconto médio, conforme a pesquisa AutoInforme/Molicar. A versão 1.6 Comfortline é a que tem o maior abatimento, sendo encontrada por 5,7% abaixo do preço oficial. Na tabela, custa R$ 45 mil, mas no varejo sai por cerca de R$ 42,5 mil. A 1.8 Comfortline custa oficialmente R$ 45,4 mil, mas pode ser adquirida na faixa de R$ 43,2 mil, desconto de 4,9%. A 1.6 Plus e a 1.8 Plus são vendidas praticamente ao preço de tabela. A Parati tem baixa depreciação. Um ano após ter saído da concessionária, desvaloriza entre 6,1% a 6,9%, dependendo da versão.

O seguro mais caro do seu segmento

N

a hora de comprar, o consumidor não deve levar em conta apenas o preço do carro. Existem outros itens que devem ser pesados, como por exemplo o valor do seguro. No caso da Parati, o preço do carro aumenta até 40% se esse serviço for incluído. A Agência AutoInforme fez um levantamento em São Paulo para uma Parati Comfortline e uma perua Palio HLX 1.8. A diferença do seguro é exorbitante. Para cotar o preço utilizou-se o perfil de um consumidor médio: homem casado, sem filhos, na faixa de 32 anos, morador da Zona Sul da capital paulista, com garagem em casa e que usa o carro para locomoção diária. Na Porto Seguro o preço do seguro da Parati 1.6 Comfortline Flex por um ano é de R$ 17.623 e o modelo 1.8 sai por R$ 18.381. Em ambos os casos a franquia é de R$ 1.533. No Unibanco, o seguro da

Parati 1.6 com o mesmo critério é de R$ 9.926 e o da 1.8 R$ 10.368, ambos com franquia de R$ 1.500. Victor Meizikas Filho, gerente de avaliação da Molicar, diz que as diferenças de valores entre as seguradoras são normais, por isso é importante pesquisar antes de fechar o negócio. "Quando uma seguradora orça um valor assim tão alto é porque ela não quer fazer o seguro", avalia Victor, lembrando que a Parati é um carro muito visado para roubo. Para o especialista, o preço do seguro deve situarse entre 5% e 10% do valor do carro. Se for além desse patamar é sinal de que o carro tem alto índice de roubo ou peças de reposição bem acima da média. O preço do seguro da perua Palio é muito menor. A versão HLX 1.8 pela Porto Seguro sai por R$ 4.933 e pelo Unibanco R$ 3.916.


São Paulo, segunda-feira, 3 de julho de 2006

DCARRO

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SEDÃS MÉDIOS Divulgação/Ford

O segredo do sucesso

Fusion: luxo com preço competitivo

Civic e Fusion empolgam consumidores e roubam mercado do reestilizado Vectra e do defasado Astra

N

a acirrada disputa de mercado entre os sedãs médios, a mais prejudicada tem sido a GM. Com visual defasado, o Astra já tinha perdido espaço para o Vectra desde o lançamento deste, no final do ano passado. O novo carro da montadora vendeu bem nos primeiros meses, ganhando até do antigo líder Corolla. Mas isso durou apenas até a chegada do Civic reestilizado, que a cada mês está conquistando uma fatia maior do bolo. O Fusion veio para agitar ainda mais a concorrência, brigando com as versões top de linha de todos os demais modelos. A chave do sucesso dos novos carros, segundo analistas do mercado automobilístico, é o estilo moderno, aliado a um preço altamente competitivo. Isso forçou a divisão do segmento em várias partes, cada uma voltada a um público distinto. O Divulgação/GM

Vectra: vendas em queda

trunfo do Civic, o sedã médio que mais vendeu em maio, foi agradar os dois lados. O carro da Honda atingiu, em junho, a marca de 3.959 unidades. Entre os mais baratos, o Astra dominava, chegando a uma média mensal de 1.300 unidades no primeiro semestre de 2005. De setembro do ano passado a maio de 2006, esse número caiu para 800. Já o modelo velho do Vectra chegou a ter 435 carros comercializados em outubro do ano passado. Depois do lançamento do novo, atingiu o pico de 4.668, em dezembro, mas vem caindo desde então. Até a chegada do novo Vectra, a versão do Astra mais bem sucedida era a intermediária Elegance, que custa R$ 60,9 mil e vem com air bag duplo, rodas de alumínio de 16 polegadas e freio a disco com ABS e EBD. Um Vectra até mais equipado, o Elegance 2.0, chegou por R$ 62,4 mil. "O cliente acabou preferindo o carro novo, por causa da diferença pequena de preços", conta Gilberto Antonialli, gerente da concessionária Itororó, na Pompéia, em São Paulo. A solução da GM foi lançar a versão Advantage do Astra, mais barata que a Comfort, porém mais equipada. Com rodas de 15 polegadas, mas sem o mesmo tecido nos bancos e sem espelhos eletrocrômicos, custa R$ 48,9 mil. "É a versão do Astra mais

Divulgação/Honda

vendida, porque tem preço muito bom", diz Wilson Daniel, gerente da Carrera. Básico - O Civic mais simples, o LXS manual, custa R$ 59,6 mil, mas vem com volante revestido de couro, som, freio a disco com ABS, banco com regulagem de altura e coluna de direção regulável. Já entre as versões top de linha, o Astra sai da briga para a entrada do Fusion. É aí que o Vectra perde mais, pois o carro da Ford, completo e com motor 2.3, sai por R$ 84 mil, enquanto o sedã da GM, com os mesmos equipamentos e propulsor 2.4, custa R$ 89,5 mil. Nessa briga, o Civic também está bem colocado. O EXS automático com motor 1.8 – menos potente, porém, bem mais econômico – é vendido por R$ 77,6 mil. Por este preço, ele vem com piloto automático, banco de couro e controle do sistema de som no volante. Marco Aurélio Zanni, da Agência AutoInforme

O Civic custa a partir de R$ 59,6 mil


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DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 3 de julho de 2006

NISSAN

Série Especial do XTerra

DCARRO POR AÍ

No vácuo do sucesso do Frontier, XTerra ganha sua versão especial

TESTES COM BIODIESEL

Divulgação

Q

uando a Nissan lançou uma série especial do seu modelo Frontier, não esperava tamanho sucesso de vendas. Talvez não acreditassem no desejo de consumo do brasileiro por séries especiais, estratégia já usada por praticamente todas as montadoras aqui instaladas. A experiência deu certo e agora a fábrica japonesa aposta na primeira versão diferenciada de seu utilitário nacional, o Xterra Ecotrip. O modelo diferenciado, que vai chegar aos concessionários da marca ainda na primeira quinzena deste mês, apresenta visual mais robusto e ganhou a denominação Xterra Ecotrip. Não há como negar que o seu visual tem forte apelo off-road, que tanto agrada ao mercado nacional, com a vantagem de ser realmente um fora de estrada, apesar de como salienta o jornalista Antônio Fraga, "é uma pena que, como demonstram as pesquisas, mais de 85% dos proprietários de veículos 4X4 nunca utilizam as qualidades do seus produtos. Assim, jamais vão saber do que eles são capazes e do prazer que existe em se aventurar por terrenos de lama, subidas de morro, travessia de rios e outras extravagâncias". Novidades - O Xterra Ecotrip tem base na versão SE 4x4. Tem travamento das portas e acionamento dos vidros elétricos e ar-condicionado. Além do aspecto mais acentuado da

Além do aspecto agressivo, modelo ganhou mais "cara" de off-road, com as modificações feitas pelo fabricante

aparência fora de estrada, o carro apresenta como novidades sete equipamentos de série para reforçar isto: protetor de cárter off-road na cor prata, pára-barro rígido nas quatro rodas, pneus A/T BF Goodrich, rodas de alumínio (cor titanium), cesto de teto (acima do roof rack original do modelo) e adesivos exclusivos. Novo também é o revestimento em neoprene dos bancos, que possibilita se entrar molhado no veículo sem danificá-los. É o mesmo material usado nas roupas dos mergulhadores “Nossa experiência com séries especiais da Frontier foi fantástica”, afirma Nélio Bilate, diretor comercial da Nissan do Brasil. Segundo ele, as séries

E

stá completando seis meses o teste com o primeiro ônibus brasileiro movido com biodiesel. Lançado em janeiro deste ano pelo governo do Estado do Rio de Janeiro, o programa é resultado de uma parceria entre empresas como a MWM International, Volkswagen e Bosch, além de entidades de ensino e pesquisa. O veículo em teste, que é um ônibus Volkswagen 17.210 OD com motor eletrônico Acteon Euro III, já ultrapassou a marca dos 40 mil quilômetros rodando com uma mistura B5 de soja (95% de diesel e 5% de biodiesel) sem apresentar nenhuma falha. Ele pertence à empresa Real Auto Ônibus e faz a linha 121 (Central-Copacabana), no Rio de Janeiro.

A HISTÓRIA DO DEMOCRATA diferenciadas representam 25% do volume de Frontier vendidas pela marca. “Esperamos - concluiu - que o Xterra Ecotrip repita o sucesso das outras séries especiais que lançamos anteriormente. Nossa expectativa é que as vendas do Xterra Ecotrip cheguem a 39% do volume total do modelo Xterra no ano”. Ele vai custar R$ 123 mil.

E

m pesquisa, que segundo o autor "se autoconduziu e ficou pronta em 40 horas", o jornalista Roberto Nasser apresenta a história do Democrata, um carro "evoluído, porém nunca vendido". Produzido pela Indústria Brasileira de Automóveis Presidente, era um cupê com duas portas, para cinco pessoas,motor V6 e tração traseira. Democrata, o carro certo no tempo errado leva aos interessados pela história da indústria automobilística brasileira todo o contexto que envolveu a criação do veículo, desde a forma revolucionária de juntar recursos para produção, passando pelo bombardeio dos opositores, até chegar ao triste final das poucas unidades produzidas. O livro, com um total de 84 páginas, pode ser comprado pelo e-mail edita@rnasser.com.br.

Reprodução capa


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Congresso Planalto Opinião CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 4 de julho de 2006

AMAURY DE SOUZA COMENTA O TABULEIRO POLÍTICO

CINCO EX-GOVERNADORES E 1500 PREFEITOS ESTÃO NA LISTA DO TCU

Há cinco ex-governadores, nove juízes de direito e 1,5 mil prefeitos na lista dos que não podem ocupar mais cargos públicos.

Eymar Mascaro

Alckmin cresce

ANÁLISE DE CONTAS U TORNA 2.900 INELEGÍVEIS

O

presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Adylson Motta, entregou ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Marco Aurélio Mello, uma lista com 2,9 mil nomes de políticos, administradores públicos e magistrados que poderão ser declarados inelegíveis. São pessoas que, nos últimos cinco anos, quando ocupavam funções e cargos públicos, tiveram suas contas rejeitadas por apresentar irregularidade insanável. De acordo com Motta, há cinco ex-governadores, nove juízes de direito e 1,5 mil prefeitos na lista. Na lista do TCU aparecem, por exemplo, os exgovernadores Neudo Campos (RR), Romildo Magalhães (AC) e Aníbal Barcelos (AP), o ex-ministro da Previdência Rogério Magri e a ex-primeira-

Pablo Valadares/AE

Marco Aurélio Mello (TSE), recebe lista de inelegíveis do presidente do TCU, Adylson Motta.

dama Rosane Collor. Motta lamentou que a legislação não preveja punição para os responsáveis por esse tipo de ilegalidade e autorize a candidatura das pessoas que recorrerem ao TSE. Embora extensa, a lista não contempla todos os corruptos ou gestores incompetentes. Pelo contrário. Só fazem parte dela gestores que manusearam verbas federais, ou seja,

servidores públicos municipais e estaduais que cometeram irregularidades e não foram declarados inelegíveis. Se esses administradores recorrerem à Justiça comum, poderão conseguir autorização legal para concorrer a cargos públicos nas eleições de outubro, apesar de suas contas terem sido rejeitadas. Marco Aurélio também lamentou a "fragilidade" da le-

gislação brasileira, que permite a candidatura dos inelegíveis mediante a simples apresentação de uma ação na Justiça comum, protocolada em seguida no TSE. Segundo Marco Aurélio, os 2,9 mil nomes que recebeu ontem são de autores de desvios de verbas públicas identificados pelo TCU, que já tiveram direito de se defender. A lista pode ser acessada no site do TCU (www.tcu.gov.br) em "Contas Irregulares". A declaração de inelegibilidade é de competência exclusiva da Justiça Eleitoral. A relação é feita com base nos dados extraídos do Cadastro de Responsáveis com Contas Julgadas Irregulares (Cadirreg). Por lei, o TCU da União deve encaminhar a lista à Justiça Eleitoral até o dia 5 de julho do ano em que se realizarem as eleições. (Agências)

ELEIÇÃO DE GOVERNADORES Por Amaury de Souza *

V

erticalizar as eleições, impondo coerência às alianças partidárias em todo o País, foi uma regra mal sucedida em 2002. Não será diferente neste ano. Multiplicamse as "alianças brancas" nos Estados, coligando partidos e políticos que estão em campos opostos na eleição presidencial. Em boa hora o TSE recuou da rígida interpretação que o ministro Marco Aurélio Mello quis dar à regra, impedindo que partidos sem candidato a presidente integrassem alianças estaduais. O resultado teria tido um nível ainda maior de informalidade. Tome-se a principal aliança partidária da eleição presidencial, PSDB e PFL. Como mostra o quadro abaixo, os dois partidos estão coligados em onze Estados. Mas no Distrito Federal e em outros dez (GO, MT, AL, MA, RN, AC, AM, RJ e PR), tucanos e pefelistas serão adversários (ver alianças formais e brancas ). A situação nos Estados não poderia ser mais disparatada. No Maranhão, por exemplo, a senadora Roseana Sarney (PFL) conta com o apoio informal do presidente Lula e a oposição ferrenha dos tucanos maranhenses. Em Alagoas, o candidato do PSDB, Teotônio Vilela Filho, é apoiado pelo s e n a d o r R e n a n C a l h e i ro s (PMDB), aliado do presidente Lula, enquando o PFL coligouse com o PTB, cujo candidato, João Lyra, lidera a eleição para governador. A coligação PFLPTB também lançou ao Senado o deputado José Thomaz Nonô (PFL), crítico ferrenho do presidente Lula e aliado de Geraldo Alckmin. No Paraná, a reeleição do governador Ro-

berto Requião (PMDB) conta com o apoio do PSDB enquanto o PFL apóia o candidato Rubens Bueno (PPS). O grande beneficiário da regra de verticalização será o PMDB, que por não ter candidato ao Planalto está livre para fazer alianças estaduais com a oposição e o governo. O partido aliou-se informalmente ao PSDB e PFL em onze Estados e ao PT em outros nove. Previsivelmente, a coligação estadual não garante o apoio dos candidatos a governador à eleição do candidato tucano. No Espírito Santo, o PSDB e PFL apoiam a reeleição do governador Paulo Hartung (PMDB), que apóia ex-prefeito de Vitó-

ria, Luis Paulo Velloso Lucas (PSDB), para o Senado. Mas Hartung também apoia a reeleição do presidente Lula. As pesquisas à mão indicam que o PMDB deverá ter o melhor desempenho nas eleições estaduais. É possível classificar os candidatos a governador em dois grupos. O primeiro grupo inclui os franco favoritos, como Paulo Hartung (PMDB-ES), Roseana Sarney (PFL-MA), Aécio Neves (PSDB-MG), André Puccinelli (PMDB-MS) e Marcelo Deda (PT-SE). O segundo grupo congrega os candidatos competitivos, mas cujas chances de vitória não estão asseguradas. O primeiro grupo permite esti-

mar o número mínimo de governadores que cada partido poderá vir a eleger e, o segundo, o número máximo (acompanhe o quadro ao lado). O PMDB, PFL e PSDB lideram a lista de favoritos, com três candidatos cada – contra apenas um candidato do PT e do PPS. Excluindo-se os candidatos que concorrerão contra os favoritos, os demais candidatos efetivamente competitivos somam 14 no PMDB, dez no PSDB, cinco no PFL, cinco no PT, dois no PDT e PSB e um no PP, PPS e PRB. Em suma, a diversidade política dos Estados deverá prevalecer sobre a lógica das alianças nacionais. Mas a regra de verticalização não será inócua. O desfecho da eleição de governadores poderá ser menos benéfico para o presidente Lula do que para Geraldo Alckmin, embora as alianças "brancas" com outros partidos possam representar uma poderosa alavanca para sua reeleição. Se eleito, o tucano poderá contar com até 15 governadores, eleitos pelo PSDB e PFL. O presidente Lula terá, no máximo, de três a cinco correligionários no comando de governos estaduais, mais ou menos o que tinha em 2003. * Amaury de Souza é cientista político e sócio-diretor da MCM Consultores Associados.

ma das explicações do PT para justificar os sete pontos que Geraldo Alckmin obteve na última pesquisa Datafolha (de 22% para 29%) é que o tucano teria herdado os votos de presidenciáveis que desistiram – como Enéas Carneiro (Prona) que tinha 4% nas pesquisas e Roberto Freire (PPS) com 2% – além da perda de um ponto da candidata do PSol, a senadora Heloísa Helena. Os tucanos esperavam que Lula caísse na pesquisa, mas o petista se manteve estável. O que importa para os tucanos é que Alckmin se recuperou e a previsão no PSDB é que o candidato cresça mais ainda assim que começar a campanha gratuita na televisão, em 15 de agosto. A soma dos votos dos candidatos de oposição a Lula é de 38%, contra 46% do petista. Alckmin está em fase de expansão, mas é importante também que Lula caia. Caso contrário, o petista continuará ameaçando "matar" a eleição ainda no 1º turno.

ADVERTÊNCIA Alckmin faz um alerta: não quer que a militância tucana se empolgue demais com as últimas pesquisas (Datafolha e Vox Populi) e se comporte como se o adversário já estivesse batido. A exemplo de Lula, também Alckmin não quer salto alto. Quer estar com os pés no chão.

NÚMEROS O candidato tucano estava em Parintins (AM) quando recebeu os resultados das duas pesquisas. O tucano chegou a se revelar surpreso com os índices do Vox Populi (32% para o tucano contra 45% para o petista). Em tempo: no Vox Populi Lula caiu quatro pontos.

DOIS TURNOS Para o presidente do PT, Ricardo Berzoini, a eleição de presidente deve ter dois turnos. Por isso o dirigente está irritado com o que chama de arrogância de alguns petistas, que pensam que Lula já ganhou a eleição. Os dirigentes petistas querem ver a militância nas ruas.

ATAQUES Alckmin vai continuar investindo nos Estados do Sul e Sudeste, enquanto seu vice, José Jorge, amassa barro no Nordeste. O tucano quer encostar em Lula nas próximas pesquisas. A meta é chegar junto com o petista quando começar a campanha na televisão.

EMBARALHOU O PSDB ainda não conseguiu apaziguar os atritos que existem com o PMDB do Paraná. Os tucanos não se entendem com o governador Roberto Requião. É importante para Alckmin ter um palanque representativo no Estado.

APOIO Leonardo Rodrigues/Hype - 20/02/06

"O desfecho da eleição de governadores poderá ser menos benéfico para o presidente Lula do que para Geraldo Alckmin, embora as alianças 'brancas' com outros partidos possam representar uma poderosa alavanca para sua reeleição", diz Amaury de Souza.

Por enquanto, Alckmin acha que pode contar com a boa vontade do governador de Santa Catarina, Luiz Henrique (PMDB). Outro governador do Sul, Germano Rigotto (RS), tem-se encontrado com Lula e até agora não estendeu a mão ao candidato tucano.

NORDESTE As cartas continuam embaralhadas para Alckmin no Ceará. Agora o presidente do PSDB, Tasso

Jereissati, ameaça não fazer a campanha do governador Lúcio Alcântara (PSDB), considerado o mais lulista dos tucanos. No Ceará, Alckmin deve subir no palanque do candidato ao Senado pelo PFL, Moroni Torgan.

RECUPERAÇÃO As últimas pesquisas confirmam que Alckmin voltou à liderança entre os eleitores paulistas, isto é, ganha a eleição de Lula em São Paulo. Seu crescimento no Estado significa que conseguirá abocanhar a maior fatia de um colégio de quase 25 milhões de eleitores (1/5 do País).

NUMA BOA Os tucanos tentam contornar um problema de campanha no Estado do Rio. Alckmin pode subir em dois palanques: o dos candidatos a governador Eduardo Paes (PSDB) e Denise Frossard (PPS). Os tucanos negociam também o apoio do candidato que lidera as pesquisas: Sérgio Cabral , do PMDB, que é apoiado pela governadora Rosinha Matheus e por Anthony Garotinho.

ACERTO Em compensação, Lula também deve dispor de dois palanques no Rio: o do candidato do PT a governador Wladimir Palmeira e o do também candidato à sucessão estadual, bispo Marcelo Crivela (PRB). Lula, assim como Alckmin, busca o apoio de Sérgio Cabral.

AÇÃO Alckmin e Aécio Neves vão cumprir juntos uma agenda de campanha em Minas. Detalhe: apesar de Aécio ser do PSDB e contar com a aprovação de mais de 70% da população, Lula está bem situado nas pesquisas no Estado. Lembrete: o vice de Lula, José Alencar, é de Minas.

AJUDA O ex-presidente da CUT, João Felício, marcou para julho os encontros com entidades para traçar as diretrizes de campanha de movimentos sociais em favor de Lula. João Felício foi escolhido pelo PT para cuidar desses setores da campanha lulista.

META Aloizio Mercadante escalou a segurança pública como mote principal de sua campanha ao governo paulista. O petista denuncia que existe uma crise insolúvel, por exemplo, no setor prisional de São Paulo, com agentes penitenciários sendo assassinados por organizações criminosas.


terça-feira, 4 de julho de 2006

Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

ESQUENTA A DISPUTA NOS ESTADOS

5 Serra estava fazendo de conta que era prefeito e isso é uso da máquina administrativa, que nem é dele. Aloizio Mercadante

MERCADANTE MOVE AÇÃO CONTRA SERRA. POR CONSIDERAR QUE ELE AINDA AGE 'COMO PREFEITO'. Antônio Cruz / ABr

PT VAI À JUSTIÇA CONTRA SERRA

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Mercadante: "Serra estava fazendo de conta que era prefeito, o que configura crime eleitoral"

CRISE NA CHAPA DE AÉCIO Excluído da chapa majoritária, PFL quer lançar candidato ao Senado. PSDB revê decisão.

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governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), e aliados tucanos deram início ontem mesmo a uma operação para tentar contornar a rebeldia do PFL, que ameaça lançar um candidato ao Senado e abandonar a chapa majoritária da coligação em torno de sua candidatura à reeleição. Ciente da insatisfação dos pefelistas com a exclusão do partido na composição da chapa majoritária, Aécio conversou com lideranças do partido, inclusive o presidente estadual, deputado federal Eliseu Resende, cotado como eventual candidato ao Senado. A decisão do governador de Minas irritou não apenas os líderes do PFL em Minas, mas também a cúpula nacional do partido. O presidente do PSDB-MG, deputado Nárcio Rodrigues, disse que a composição ainda pode ser alterada. Mas deixou claro que Aécio não abre mão de sua escolha para a va-

Valter Campanato/ABr/04-2006

Decisão de Aécio causa surpresa.

ga de vice. Ele confirmou que a decisão de lançar o ex-secretário Antônio Augusto Anastasia (PSDB) foi uma "escolha estratégica" para que o governador "possa exercitar as articulações nacionais" visando seu futuro político. Mirando o projeto presidencial de 2010, Aécio resistiu às pressões e decidiu indicar um nome da total confiança dele para a vaga de candidato a vice.

Para acomodar os interesses do atual vice-governador Clésio Andrade (PL), o governador mineiro indicou a mulher dele, Adrienne Barbosa Andrade, para a vaga de senador. Com isso, Aécio surpreendeu ainda mais os aliados pefelistas, que esperavam ver a legenda na disputa por uma cadeira no Senado. Resende esperava pelo menos ser indicado como candidato a essa vaga pela coligação. "O PFL terá um candidato ao Senado. Nós vamos nos reunir exatamente para encontrar a forma de coligação partidária para esse lançamento e o nome", disse Resende. Na eleição presidencial, os pefelistas firmaram uma aliança com o PSDB, indicando o candidato a vice-presidente na chapa de Geraldo Alckmin, José Jorge (PE). O partido sente-se traído com a exclusão em Minas, uma vez que é um aliado de primeira hora de Aécio. (AE)

PMDB: MAIS TEMPO NA TEVÊ. Candidato ao governo fluminense, o senador Sérgio Cabral, terá quase oito minutos.

F

echadas as alianças, o candidato do PMDB ao governo, senador Sérgio Cabral Filho, líder das pesquisas de intenção de voto, terá mais uma vantagem: pelas projeções dos partidos, ele ficará com o maior tempo da propaganda política da tevê e no rádio, que começa em 15 de agosto. Com as proibições impostas pela legislação a outros tipos de publicidade, a tevê tornou-se instrumento muito importante para os candidatos. Os assessores de Cabral estimam que ele terá sete minutos e 30 segundos de propaganda na TV e no rádio devido à coli-

gação com PP, PL, PTB, PSC, PAN e PMN. A coligação de Vladimir Palmeira (PT-PSBPCdoB) ficará com quase quatro minutos, seguida da coligação deputada Denise Frossard (PPS-PFL-PV), com aproximadamente três minutos. Eduardo Paes (PSDB-PT do B) deverá ter menos de três minutos e Carlos Lupi (PDT), um. Marcelo Crivella (PRB), segundo colocado nas pesquisas, deverá ter apenas 45 segundos na TV. A propaganda de tevê tem 50 minutos à tarde e à noite. Os candidatos a governador terão 20 minutos em cada período, nas segundas, quartas e sextas.

Os outros 30 minutos serão destinados aos candidatos a deputado estadual e a senador. Terças, quintas e sábados serão para propaganda presidencial (25 minutos) e de deputados federais (25 minutos). Doze coligações devem registrar candidatos no TRE. Pela lei, dos 20 minutos destinados aos candidatos a governador, dois terços são destinados aos dos partidos que tiveram representação no Congresso eleita em 2002. O restante é dividido entre todos os partidos, inclusive os que não tiveram representação. Entre eles está o PRB, de Crivella. (Agências) SANGUESSUGAS A CPMI já sabe quem são 12 dos 15 parlamentares investigados pelo STF.

FRAUDE A prefeitura de Curitiba vai punir 187 funcionários por irregularidades no Bolsa-Família.

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Ó RBITA

TSE

Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recebeu ontem o primeiro registro de candidatura à presidência e à vicepresidência para as eleições. O pedido foi protocolado pelo PSL, com chapa formada pelo ex-deputado federal pernambucano Luciano Bivar (presidente), e pelo ministro aposentado do Tribunal Superior do Trabalho, Américo de Souza (vice). A chapa será identificada pelo número 17.

REELEIÇÃO

O

presidente Lula, candidato à reeleição da Coligação PT-PRBPSB-PCdoB, reunirá os ministros no próximo dia 11 para falar de eleições. Preocupado com eventuais deslizes da equipe, Lula pedirá aos ministros que controlem o entusiasmo em discursos e mantenham sob controle manifestações públicas de apoio quando aparecerem como representantes do governo.

ANTES SÓ...

B

em humorado, o senador Cristovam Buarque, que concorre à presidência pelo PDT sem aliança com nenhuma outra legenda, afirmou que "antes só do que mal coligado". Ao avaliar seu desempenho nas pesquisas – 1% da preferência – disse: "Não estou satisfeito porque 1% é pouco, e não estou preocupado porque não estou apenas disputando uma eleição, estou numa cruzada pela educação."

candidato do PT ao governo do Estado de São Paulo, Aloizio Mercadante, confirmou ontem, em Barretos (SP), que o diretório estadual do partido entrou com uma ação na Justiça Eleitoral contra José Serra, candidato do PSDB ao Palácio dos Bandeirantes, que domingo teria se portado como prefeito da capital, em visita ao Jardim Cocaia, na zona Sul, mesmo em campanha. "Serra estava fazendo de conta que era prefeito e isso é uso da máquina administrativa, que nem é dele, o que configura crime eleitoral, e na cidade mais importante do País", reclamou o senador. Mercadante já havia comentado a ação de Serra também em São Carlos, onde passou pela manhã. Na Câmara de Barretos, discursando aos militantes petistas da região, ele anunciou a abertura do processo. "Ele precisa se acalmar, pois nós estamos apresentando propostas e idéias e queremos debater isso", comentou o candidato do PT, criticando ainda a crise da segurança pública, a

educação e outras áreas nas atuações dos governos do PSDB e PFL no Estado " Por tudo isso ele precisa se acalmar", emendou Mercadante, reafirmando que acredita que estará no segundo turno. " Sempre tivemos segundo turno em São Paulo e o nervosismo dele (Serra) é porque ele vem caindo nas pesquisas. Mas não adianta – ele vai ter de explicar o que o seu partido fez". Mercadante também condenou, num ataque velado à administração tucana do canditado Geraldo Alckmin à Presidência da República, a existência da Febem no Estado, o único da União que mantém esse sistema de confinamento de jovens infratores. Segundo

Mercadante, se eleito, os jovens que cometerem crimes pela primeira vez não entrarão nesse tipo de estrutura existente. "A Febem hoje virou um colégio do crime onde os jovens cantam o hino do PCC (facção criminosa que atua nos presídios paulistas, com ramificações em outros Estados) e isso precisa mudar" disse ele, informando que é preciso criar unidades para até 40 jovens, mas com metodologia diferente. Mercadante aposta que no segundo turno terá ao seu lado os partidos de oposição, principalmente se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva for reeleito no primeiro turno. "São Paulo não vai querer ter alguém que use o Estado como trampolim de um projeto pessoal", acrescentou, referindose novamente a Serra. Em Barretos, Mercadante almoçou no Parque do Peão, e depois visitou o Hospital do Câncer , mantido pela Fundação Pio XII. No hospital, ele se emocionou, pois no início da década de l980 ele perdeu a primeira mulher, Jane, de 29 anos, vítima da doença. (AE)

JOÃO LYRA NEGA ACUSAÇÃO Candidato do PTB ao governo de Alagoas reage contra denúncias sobre crime

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deputado federal João Lyra (PTB), candidato ao governo de Alagoas, reagiu ontem à publicação de notícias na imprensa local e nacional que envolve seu nome com a morte do fiscal de renda Sílvio Vianna, assassinado com dez tiros, em 28 de outubro de 1996, em Ipioca, no litoral norte de Maceió. "Se pensam que

podem me desestimular da minha posição de tirar Alagoas do atraso, podem tirar o cavalo da chuva." João Lyra afirmou que irá recorrer à Justiça contra os "caluniadores". Lyra disse não ter dúvidas de que as matérias sobre o caso Sílvio Vianna seguem um roteiro bem parecido, partiram de uma mesma origem: "gente disposta a fazer qualquer

coisa para evitar uma renovação profunda na administração do Estado". O juiz Marcelo Tadeu, da Vara de Execuções Penais, disse que a denúncia feita ao Supremo Tribunal Federal não tem objetivo políticoeleitoral. Segundo ele, João Lyra foi denunciado, porque apareceram fatos novos que indicam a participação do deputado no crime. (AE)


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Empresas Tr i b u t o s Agronegócio Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 4 de julho de 2006

APENAS 7% DA VERBA DA EMBRAPA É PARA PESQUISA

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bilhões de reais foram investidos em assentamentos rurais para 900 mil famílias.

Fotos: Paulo Pampolin/Hype

ECONOMISTAS QUEREM REFORMA NA AGRICULTURA Representantes do agronegócio e economistas especializados reuniram-se na ACSP para discutir as possibilidades de desenvolvimento do setor. Estudo será apresentado aos candidatos à Presidência da República.

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conomistas especializados no setor de agronegócio sugeriram ontem, durante reunião na Associação Comercial de São Paulo (ACSP), uma reforma macroeconômica para alavancar a atividade no País, que gera US$ 180 bilhões anualmente e o maior saldo comercial do mundo, com US$ 29 bilhões. A sugestão faz parte de um estudo de política agrícola apresentado pelo professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e presidente do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Ícone), Marcos Sawaya Jank. "O mundo oferece possibilidade de crescimento, mas há equívocos no Brasil", disse. Segundo o levantamento realizado por ele, entre os principais problemas estão câmbio desfavorável ao exportador, juro alto, falta de investimentos em infra-estrutura, crescimento de barreiras tarifárias e nãotarifárias, como sanitárias, ambientais, sociais e técnicas. Há ainda a ausência de seguro agropecuário e de segurança jurídica em relação ao direito de propriedade. O estudo será encaminhado aos candidatos à presidência da República. Com investimentos cada vez menores aplicados no agronegócio nos últimos anos,

questões importantes como defesa sanitária, rastreabilidade e pesquisa perderam espaço. Da verba anual da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), 70% vão para despesas administrativas e apenas 7% para pesquisa. "É preciso definir fundamentos macroeconômicos de infra-estrutura, defesa sanitária, seguro rural e política comercial agressiva", afirmou Jank. Segundo o professor, pes-

Não há preocupação por parte do governo federal de mensurar a safra que se originará dos assentamentos rurais. Xico Graziano quisador e economista Fábio Chaddad, do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), que também apresentou o estudo sobre o assunto, o produtor rural deve buscar informações de mercado e unir-se em cooperativas ou associações fortes para não ficar à mercê do mercado. Outra sugestão é vender por meio de contratos com a agroindústria

e não no mercado. Inclusão – Segundo Chaddad, a política agrícola deve ser voltada para a inserção da agricultura familiar ou de menor porte no agronegócio. "Os produtores têm que pensar mais verticalmente, pois as margens estão fora da fazenda", afirmou Chaddad. A interiorização do desenvolvimento da agricultura como forma de retomar o caminho vitorioso do agronegócio foi a sugestão do deputado federal Xico Graziano (PSDBSP), ex-secretário da Agricultura de São Paulo. "Há meios para isso com a globalização e tecnologias, mas é preciso tomar alguns cuidados", afirmou o parlamentar, que considerou perigosa a facilidade ao crédito. "O financiamento pode matar o agricultor , que não vai conseguir pagar." Sobre a política agrária, o deputado afirmou que após R$ 50 bilhões investidos para o assentamento de 900 mil famílias em 400 milhões de hectares, os resultados ainda são desconhecidos. "Não há preocupação por parte do governo de mensurar a safra que se originará nesses assentamentos." A apresentação dos representantes do agronegócio foi transmitida pela Web TV da ACSP para 400 associações comerciais do estado.

Jank em discurso na ACSP: é preciso definir fundamentos de infra-estrutura, defesa sanitária e seguro rural

Levantamento do professor da FEA-USP mostrou queda de investimento no setor nos últimos anos

Lula empossa ministro e pede continuidade do trabalho

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combinação entre o intelectual e o homem prático do campo, que sabe tanto as proezas da sala de aula como os dissabores e incertezas quando se coloca uma semente no campo". O presidente acrescentou: "O Brasil haverá de reconhecer que muitas vezes houve injustiça com você. Em tempo de crise, é assim. Alguns procu-

de São Paulo (Ceagesp). No governo federal, participou da implantação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da qual foi assessor e chefe do gabinete da presidência. Foi ainda presidente do Conselho de Administração da Central de Abastecimento Alimentar (Ceasa) Campinas. Na sociedade civil, participou da direção de diversas organizações, tendo sido presidente da Associação Brasileira de Reforma Agrária e da Associação de Docentes da Universidade de Campinas. É doutor pela Universidade de São Paulo e pósdoutor pela Universidade de Córdoba, na Espanha. Seguro rural – No dia de sua posse, Guedes recebeu a informação de Lula de que terá garantidos R$ 42,6 milhões para o pagamento do prêmio do seguro rural. O ministro demissionário, Roberto Rodrigues, brigou até o último momento, sem sucesso, pela liberação da verba, que está prevista no Orçamento, mas vinha sendo bloqueada pela área econômica do governo. O seguro rural era uma das prioridades de Rodrigues, que nunca conseguiu ver a "cor do dinheiro". (Agências)

Plantação de café no interior de São Paulo. Não há dinheiro para desenvolver pesquisas para o setor

o empossar o novo ministro da Agricultura, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse torcer para que Luís Carlos Guedes Pinto possa "fazer igual, mais e, se Deus quiser, até melhor do que o professor lhe ensinou". Guedes, que era secretárioexecutivo, assumiu a pasta ontem em substituição a Roberto Rodrigues, que pediu demissão na última terça-feira. Lula afirmou que espera continuidade do trabalho desenvolvido por Rodrigues. E também que o Brasil não tenha mais crise nos próximos dois ou três anos. "Não é possível que a gente possa ter mais uma seca. Foi uma época em que a gente viu o Rio Amazonas, o Pantanal, o Rio Grande do Sul secarem. Penso que a gente vai ter agora uma certa tranqüilidade no setor." O presidente elogiou Roberto Rodrigues pelos 3,5 anos à frente do Ministério: "Você será reconhecido pela história deste País, não pela crise na agricultura. Penso que poucas vezes o Brasil teve um ministro com o grau de conhecimento do setor que você tem, com a respeitabilidade internacional que você conquistou, uma

Tiago Queiroz/AE

Ed Ferreira/AE

Em Mato Grosso, colheita de soja, um dos grãos mais exportados pelo País, apesar dos problemas

Guedes Pinto cumprimenta o ex-ministro Roberto Rodrigues em cerimônia de posse

Adriana David

Monalisa Lins/AE

O Brasil haverá de reconhecer que muitas vezes houve injustiça com você. Em tempo de crise, é assim. Alguns procuram logo um culpado. Lula, sobre o ex-ministro Roberto Rodrigues ram logo um culpado". Currículo – Nascido em Vera Cruz, interior de São Paulo, Guedes é engenheiro agrônomo e professor da Unicamp. Já foi presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), secretário da Agricultura do Estado de São Paulo e diretor da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais


R$ 230 bilhões no Refis-3 Quem deve ao Leão pode aderir ao Refis-3 até 15 de setembro. Mas as condições são mais duras do que no Refis-2. Economia/1 Ano 81 - Nº 22.161

São Paulo, terça-feira 4 de julho de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h50

w w w. d co m e rc i o. co m . b r Raimundo Pacco/Folha Imagem Oslaim Brito/Futura Press

Alckmin bate duro no governo. "Basta à farra eleitoral!"

O BRASIL VIROU UM GRANDE PORTUGAL Tremulam bandeiras de Portugal, em vez das verde-amarelas (25 de Março, acima) e outdoors dos ídolos da Seleção viram sucata (dir.). O Brasil aposta em Felipão. Eco/3, Cidades/3 e Copa.

Em reunião na ACSP (acima, Alckmin e Bornhausen), presentes Afif Domingos e Roberto Freire, tucanos e pefelistas denunciaram a "farra fiscal" e a "farra publicitária" do governo, às vésperas da eleição. "Não é o momento de dar aumento a servidores", criticou o candidato do PSDB à Presidência. Política/3 Gustavo Miranda/Agência O Globo

Estudo pede reforma na agricultura Uma das reclamações dos especialistas, na ACSP: falta de seguro agropecuário. Em Brasília, novo ministro da Agricultura (na foto, à esq.) toma posse. Pág. 8

Parreira ensina a vencer

José Patrício/AE

Divulgação/Ed.BestSeller

Você compraria as lições de Parreira sobre formação de equipes vencedoras? Eco/3

Ameaça, na quarta morte: veneno na comida dos presos

Hoje às 4 da tarde

Alemanha

Os agentes penitenciários enterraram ontem o quarto morto em cinco dias com promessas de vingança ao PCC: mais um assassinato, e poderão envenenar a comida dos presos. "Um animal acuado é muito perigoso", advertiu o diretor jurídico do Sindicato dos Agentes, Nilson de Oliveira. Cidades/2

Itália

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 4 de julho de 2006

ACSP FAZ ENTREGA DO COLAR CARLOS DE SOUZA NAZARETH

O Colar Carlos de Souza Nazareth é uma homenagem ao ímpeto desbravador dos paulistas bandeirantes.

9 DE JULHO, UMA REFERÊNCIA ÉTICA Comissão Cívica e Cultural da Associação Comercial de São Paulo presta homenagem aos heróis de 1932 e concede Colar Carlos de Souza Nazareth a cinco premiados Fotos de Luiz Prado/Luz

Sergio Leopoldo Rodrigues

"N

ada em São Paulo foi feito pelo Estado; São Paulo é um monumento à iniciativa privada", disse o jornalista João Mellão Neto durante a comemoração do Movimento Constitucionalista de 32 – 9 de Julho – promovida ontem pela Comissão Cívica e Cultural da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), na sede da entidade. O resultado disso, segundo Mellão Neto, é que se São Paulo fosse um país, estaria entre os 30 mais ricos do mundo e o terceiro da América Latina, depois de México e do próprio Brasil; se fosse um estado federado dos Estados Unidos, seria o sexto mais rico da América. Ele creditou o desenvolvimento e importância de São Paulo a dois fatores básicos: a ausência da corte, do Estado interventor na economia e a abertura para os imigrantes dispostos a empreender. "Por isso, São Paulo não deve favores a ninguém, praticamente tudo foi feito pela iniciativa privada, até nossos palácios", afirmou Mellão Neto, dando alguns exemplos, entre os quais as atuais sedes dos governos estadual e municipal. Ele fez também um breve histórico de 32, a guerra de três meses que resultou em 830 mortos e foi considerado o maior conflito armado do século 20, em território brasileiro. Valores cívicos – O presidente em exercício da ACSP,

Alencar Burti, abriu a cerimônia: "O movimento 9 de Julho representa um exemplo dos ideais de justiça, liberdade e, sobretudo, de esperança para as novas gerações". Para Burti, "neste momento difícil de crise que o País atravessa é importante preservar essa referência ética e moral histórica para construir o País que sonhamos", disse. Francisco Giannoccaro, coordenador da Comissão Cívica e Cultural, explicou que a entrega do Colar Carlos de Souza Nazareth (nome do presidente da ACSP durante o Movimento de 32) aos homenageados de ontem representa a continuidade da luta pelo fortalecimento das instituições democráticas. Para Giannoccaro, a Comissão – formada por inúmeras instituições, entre outras pelo o Instituto Histórico, Academia Paulista de Letras, Polícia Militar e Sociedade Veteranos de 32 – busca usar o civismo como uma lição para os jovens. Em sua palestra, o coronel Tenório da Rocha Marques destacou que esse trabalho cívico da ACSP reflete a coerência dos seus 112 anos de vida e mostra o trabalho de Carlos de Souza Nazareth como o grande representante "do espírito empreendedor e liberal que ajudou no desenvolvimento econômico e social de São Paulo e do Brasil". O coronel criticou a falta de ética na política, a corrupção no aparelho de Estado, as ações criminosas do PCC e de grupos

Homenageados: a partir da esq., capitão Gino Struffaldi, Ives Gandra Martins, João de Scantimburgo, Enéas Machado de Assis e Adilson Cézar

políticos que depredam a propriedade pública impunemente. "Mas o Brasil produtivo é bem maior do que essa parcela predatória que pretende se assenhoriar da Nação", afirmou. Antes da entrega do Colar, a poetiza da Comissão Cívica e Cultural, Frances de Azevedo, leu o "Tributo aos Paulistas" (veja texto nesta página). Homenageados – Guilherme Afif Domingos, presidentelicenciado da ACSP, entregou o

Colar Carlos de Souza Nazareth a Enéas Machado de Assis, 93 anos, radialista e ex-combatente da Revolução de 32. "Não podemos esquecer que além do amor e da esperança, a vida gira acima de tudo em torno da fé", disse o radialista. Afif Domingos salientou que o homenageado é um dos mais importantes difusores do rádio no Brasil, ao lado de Nicolau Tuma (falecido este ano). "Além de um testemunho da nossa história, foi um símbolo para o desenvolvimento da radiodifusão, um dos maiores instrumentos para a implantação da liberdade e democracia no País", afirmou Guilherme Afif. O presidente do Conselho Estadual de Honrarias e Mérito, Adilson Cézar, recebeu o colar de Giannoccaro. "Esta homenagem vai para o ideal de todos os paulistas que têm compromisso com o direito, a ética e a legalidade". O tenente coronel Sergio L u i z Tr a z ; o p o e t a P a u l o Bonfim e o presidente em e x e rc í c i o d a A C S P, A l e ncar Burti, entregaram aos outros três colares, respectivamente para o capitão Gino Struffaldi, presidente da Sociedade Veteranos de 32 – MMDC; João de Scantimburgo, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) e diretor-responsável do Diário do Comércio (DC) da ACSP e I v e s G a n d r a M a r t i n s , j urista e presidente da Academia Paulista de Letras. "Este prêmio mantém vivo os sonhos de 32", disse Struffaldi. "Mostra os ideais centenários da ACSP e sua capacidade de reunir todos seus colaboradores em torno de um trabalho justo e prazeiroso", acrescentou Scantimburgo. Para ele, o poeta Paulo Bonfim expressa esse sentimento de amor à história paulista. Ives Gandra Martins lembrou que os paulistas conquistaram em 32, a partir da elaboração da Carta de 1934, uma nova referência constitucional para o Brasil. "E que acabaria influenciando as Constituições seguintes e criando uma marca na democracia brasileira, que vem até nossos dias", acrescentou. Além disso, destacou o jurista e acadêmico, o Colar Carlos de Souza Nazareth é também uma homenagem ao ímpeto desbravador dos paulistas bandeirantes. "Foram eles que deram ao Brasil seu atual perfil geográfico. Sem eles, sem a gente paulista, o Brasil seria a metade do que é hoje", resumiu Ives Gandra Martins.

Alencar Burti (centro), Francisco Giannoccaro (esq.) e João Mellão (dir.)

Afif Domingos durante homenagem a Enéas Machado de Assis


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 4 de julho de 2006

1 No lugar de um Impostômetro, já está na hora de haver um Gastômetro. Everardo Maciel, ex-secretário da Receita

PRAZO PARA OS DEVEDORES DA RECEITA ADERIREM AO REFIS 3 VENCE DIA 15 DE SETEMBRO

LEÃO É CREDOR DE R$ 230 BILHÕES

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governo pode renegociar até R$ 230 bilhões em dívidas das empresas com a Receita, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) no chamado Refis 3, o novo programa de parcelamento de débitos tributários. O programa, criado por Medida Provisória na sexta-feira, foi detalhado ontem pelo secretário da Receita Federal, Jorge Rachid. A MP foi anunciada depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou um programa de parcelamento de dívidas ainda mais generoso, incluído pelo Congresso Nacional na MP que corrigiu em 8% a tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). Os parlamentares queriam a reabertura do Refis 1, um programa adotado no governo Fernando Henrique Cardoso que refinanciou dívidas com a Receita e o INSS com prestações a perder de vista, calculadas conforme o faturamento da empresa. O governo entendeu que a reabertura do programa significaria um "desrespeito" ao contribuinte que pagou suas dívidas em dia. Por outro lado, foi criado o Refis 3, com regras menos generosas. "Esse programa que está sendo oferecido respeita o contribuinte que pagou o imposto e que está em dia com o Refis e o Paes

Givaldo Barbosa/O Globo

(Programa de Parcelamento Especial)", disse o secretário. Pela MP, débitos contraídos até 28 de fevereiro de 2003 poderão ser parcelados em até 130 meses, com redução de 50% do valor da multa e correção pela Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). Os débitos contraídos entre março de 2003 e dezembro de 2005 poderão ser parcelados em até 120 meses, com correção pela taxa Selic. Para

23,6

bilhões de reais é o total da dívidas dos contribuintes que foram excluídos do Paes (Refis 2) por falta de pagamento das parcelas. essas dívidas mais recentes, entretanto, não há a vantagem de redução da multa. A MP também dá a vantagem aos contribuintes com débitos até 28 fevereiro de 2003 de quitá-los à vista com o benefício da redução de 30% dos juros e 80% do valor da multa. Há também opção de pagar em seis parcelas. Mas, nesses casos, porém, elas serão corrigi-

das pela taxa Selic. A MP estabelece o prazo até 15 de setembro para os contribuintes aderirem ao novo programa. Mas, para o enquadramento dos inadimplentes, a Receita e o Ministério da Previdência Social ainda terão de baixar a regulamentação da MP. O novo programa pode ser cumulativo, ou seja, o contribuinte que já esteja inscrito no Refis 1 ou no Paes poderá também se habilitar ao Refis 3. Esta é a terceira vez, em seis anos, que o governo federal oferece condições especiais para que empresas devedoras paguem os tributos em atraso ou em cobrança judicial. Apesar de ressaltar que programas especiais de parcelamento não são recorrentes, Rachid acabou deixando escapar: "Eventualmente, se houver outro, será pior que esse. Eu espero que não haja nos próximos três anos", disse. De acordo com a Receita, das 129 mil empresas que aderiram ao Refis 1, apenas 26 mil ainda estão regulares no programa. A dívida dos que deixaram de pagar o Refis 1 soma R$ 57,5 bilhões. Aderiram ao Paes, 374 mil contribuintes ( 282 mil empresas e 92 mil pessoas físicas). Mas apenas 164 mil contribuintes continuam regulares (134 mil empresas e 30 mil pessoas físicas). A dívida dos contribuintes que saíram do Paes é de R$ 23,6 bilhões. (AE)

Abrir empresa no País leva 50 dias

O

empresário brasileiro leva, em média, 50 dias para abrir uma empresa no País. O dado consta de um levamento da Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis (Fenacon), que contradiz um estudo recente do Banco Mundial, que coloca o Brasil como um dos países mais burocráticos do mundo. Pelo estudo da instituição, é necessário esperar 152 dias para formalizar um negócio no País. O presidente da Fenacon, Carlos José de Lima Castro, credita a diferença nos prazos às amostra analisadas em cada trabalho. Segundo ele, o Banco Mundial consultou escritórios de advocacia, apenas, que lidam com grandes empresas. Mas quem abre a maioria das empresas nacionais – cerca de 80% são micros e médias – são os escritórios de contabilidade. "Pedi para todos os sindicatos de empresas contábeis do País me responderem as mesmas perguntas que o Banco Mundial fez aos advogados",

explicou Castro. De acordo com o levantamento da Fenacon, em Alagoas, a demora é de 124 dias, no Rio Grande do Sul é de 67, no Mato Grosso, de 22, e em São Paulo, de 50 dias. Isso ocorre por causa das diferenças sócio-econômicas e culturais no País, que influenciam no número médio de dias para se abrir uma empresa em cada estado brasileiro. Conforme análise das respostas às perguntas feitas sobre as etapas para a abertura de empresas, no Estado de São Paulo, o gargalo é a obtenção do alvará de funcionamento e demais licenças necessárias à sua emissão (alvarás do Corpo de Bombeiros, da Vigilância Sanitária e outros órgãos ou entidades, de acordo com a atividade), o que leva 30 dias, em média. Avanços – De acordo com o presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP), Antônio Marangon, a situação paulista deve melhorar depois que forem

sincronizados os cadastros da Receita Federal, Fazenda estadual e prefeitura, já que, com o novo sistema, um único registro valerá para os três órgãos. Quanto ao alvará de funcionamento, o Sescon-SP tem negociado com a prefeitura para que seja lançado o chamado alvará provisório. "Assim, o empresário paulistano vai obter um laudo que valerá por um prazo determinado, que ele terá para legalizar sua situação", disse Marangon. Já o secretário-adjunto da Secretaria de Finanças, George Tormin, prometeu que em 2007 as empresas serão abertas na capital em até 30 dias. Isso porque a Prefeitura está finalizando um projeto de simplificação da concessão dos alvarás – permanentes – de funcionamento e construção. "Inicialmente, o que pretendemos é que, para algumas atividades que não precisam de vistoria prévia, como escritórios de advocacia, por exemplo, a licença de funcionamento possa ser concedida de forma automática", informou. Para as atividades que exigem intervenção da Vigilância Sanitária, o projeto vai possibilitar que as anuências sejam feitas de forma paralela no sistema. "Com isso, o empresário ganhará tempo e as subprefeituras serão desafogadas", disse Tormin. Outra esperança dos empresários é o Projeto de Lei nº 6.529/2006, que cria a Rede Nacional para Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (Redesin), possibilitando a abertura de empresas em até 15 dias em qualquer lugar do País. O PL está na pauta da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio (CDEIC) da Câmara dos Deputados. "Deve ser votado na próxima quarta-feira. Se aprovado, passará pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e irá para apreciação do Senado", informou o vice-presidente da Fenacon, Valdir Pietrobon. Laura Ignacio

Jorge Rachid, secretário da Receita Federal, diz que o novo programa respeita o contribuinte que paga em dia

Ex-secretário discorda do Refis 3

O

ex-secretário da Receita Federal Everardo Maciel criticou o novo programa de parcelamento de débitos. "O ideal seria refazer a base de cálculo do parcelamento", defendeu Maciel, que esteve ontem na Associação Comercial de São Paulo (ACSP) para participar de encontro que discutiu o plano de governo do candidato à presidência

Geraldo Alckmin (PSDB-SP). Segundo o excomandante da Receita, para que o Refis fosse eficaz, deveria ter como base de cálculo a receita bruta das empresas. O ideal seria instituir um percentual a ser aplicado sobre a receita bruta, que variaria em função do porte e do setor econômico da empresa. "O uso de parcelas não consegue

responder à capacidade de pagamento de todos os contribuintes", disse. O ex-secretário também criticou a carga tributária, "que é do tamanho da despesa". "Estamos num tempo de voltar o olhar para as despesas e cobrar a reestruturação dos gastos públicos. No lugar de um Impostômetro, já está na hora de haver um Gastômetro", finalizou. (LI) INFORME PUBLICITÁRIO

O caminho para adquirir ações

F

oi-se o tempo em que apenas grandes empresários eram sócios de companhias brasileiras. Hoje, toda e qualquer pessoa física pode adquirir ações de empresas nacionais e se tornar sócia delas. Basta que a empresa tenha capital aberto, ou seja, esteja registrada na Comissão de Valores Mobiliários – CVM, e assim, consiga autorização para emitir ações que possam ser vendidas ao público e depois negociadas em bolsa de valores. No Brasil, essas negociações ocorrem na Bolsa de Valores de São Paulo – BOVESPA. Ao negociar suas ações em bolsa de valores, as empresas abrem também um excelente canal para captar recursos para novos investimentos e aumentar a produção, o que, conseqüentemente, contribui para a geração de emprego e para o crescimento da

economia do país. Além disso, é uma ótima opção de poupança de longo prazo para o investidor. COMO COMPRAR Se não é necessário ser um grande empresário para ser sócio de uma empresa, também não é preciso ser expert em investimentos para participar dessas negociações. Para isso o investidor conta com as Corretoras Membros da BOVESPA e com profissionais especializados em indicar as melhores opções de investimentos de acordo com o seu perfil de investidor. Não importa se você busca opções de risco ou outras mais seguras. Esses profissionais possuem análises sobre mercado, setores da economia em destaque e o andamento das companhias. É com base nessas informações, adquiridas minuto a minuto, que eles avaliam os princi-

pais acontecimentos do mercado e os fatores que podem gerar mudanças no cenário econômico para, finalmente, indicar as melhores opções ao investidor. Nenhuma operação, seja ela de compra ou de venda de ações, é feita sem autorização. A BOVESPA disponibiliza em seu site (w ww.bovespa.com.br) a lista completa de Corretoras de Valores autorizadas pelo Banco Central e pela CVM a operar na Bolsa. INVESTIMENTO Outra boa notícia é que não há valor mínimo a ser investido. O montante vai depender do preço das ações que serão negociadas, que está diretamente ligado ao perfil da companhia que as disponibiliza. O mais importante é lembrar que, quanto mais tempo o investimento for mantido, maiores são as as chances de bons rendimentos.

CORRETORAS

CIA. ABERTA

INVESTIDORES

I São instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central e pela Comissão de Valores Mobiliários a negociar ações na BOVESPA. Para comprar e vender ações, é preciso ser cliente de uma Corretora.

I Companhia aberta é aquela cujos valores mobiliários (ações ou debêntures) são negociados em bolsa de valores ou no mercado de balcão após obterem o seu registro na CVM.

I São pessoas que compram e vendem ações na Bolsa, por meio das Sociedades Corretoras, buscando ganhos maiores de médio e longo prazo em suas aplicações, e tornando-se sócias das empresas.

Acompanhe quinzenalmente, nesta seção, mais informações sobre a importância do mercado de ações para a economia do país


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 4 de julho de 2006

Cidades

1 Temos o melhor técnico do mundo e estamos muito otimistas". João Marques, diretor da Portuguesa

PORTUGAL DESDE CRIANÇA Amanhã, no jogo pela semifinal entre Portugal e França, muitos brasileiros e portugueses vão torcer pelo time de Luiz Felipe Scolari. Depois de 40 anos, a comunidade lusitana está confiante na vitória e na disputa pela final da Copa do Mundo na Alemanha. Oslaim Brito/Agência O Globo

Clarice Chiquetto

A

gora que Portugal chegou à semi-final da Copa do Mundo depois de 40 anos, os portugueses acreditam que o time vai alcançar a inédita final. A comunidade luso-brasileira sabe que tem um duro obstáculo pela frente, mas é enfática ao dizer que confia na garra de sua seleção para superar a veterana França amanhã, às 16 horas. E o grande responsável por toda essa euforia – considerada muito maior do que a que também tomou conta do país na Copa de 1966, quando Portugal foi eliminado pela Inglaterra na semifinal – é um dos dois únicos brasileiros que ainda permanecem no torneio, o técnico Luiz Felipe Scolari. O outro é o meio-campista Deco, naturalizado português por insistência do próprio Felipão, e que é hoje o principal articulador das jogadas de sua seleção ao lado do ídolo Figo. "Nós temos o melhor técnico do mundo e estamos muito otimistas", declara, com um largo sorriso, o português João Marques, dirigente da Lusa, que vive no Brasil desde 1959. A torcida brasileira tem a mesma opinião. E é por isso que a partir de agora, decepcionada com a eliminação precoce dos pentacampeões, a maioria dos brasileiros já admitiu que vai torcer por Portugal. "Desde a derrota do Brasil tenho recebido, tanto no clube como nas ruas, apoio de diversos brasileiros que vão torcer pelo inédito título de Portugal por causa de Felipão", diz Marques. O padeiro Elias das Neves de Souza, brasileiro de 29 anos, filho de um português, é um exemplo. "É claro que estava torcendo para o Brasil. Fiquei muito triste com a eliminação porque queria ver um jogo entre as duas seleções, mas, já que não aconteceu, agora sou português desde criancinha", garante. O mesmo pensam todos os seus colegas da padaria, que até camiseta de Portugal prometem vestir no dia do jogo. O presidente do conselho da Comunidade Luso-Brasileira de São Paulo, Antonio Almeida e Silva, acha que essa integração entre lusitanos e brasileiros causada pelo time de Scolari é muito positiva. "Nós trabalhamos para conseguir isso há muitos anos. Essas duas comunidades precisam se tratar como irmãs e se ajudar. O Felipão conseguiu essa união de maneira muito rápida e está sendo muito importante", opina Silva. Obstáculos – Para Luiz Felipe Scolari, entretanto, não foi tão fácil. O técnico teve que enfrentar boa parte da imprensa e dos membros da Federação Portuguesa de Futebol quando assumiu o cargo, há três anos e meio. Naturalizar Deco e manter o goleiro Ricardo – hoje herói nacional, depois de defender três pênaltis ingleses nas quartas-de-final – como titular em vez do veterano Victor Baía, foram duas de suas maiores dificuldades. Além disso, conta o português Fernando Gonçalves, dono do Bar Torygalo, no centro de São Paulo, que está no Brasil há apenas dois anos, Felipão teve de combater disputas políticas para alcançar seus objetivos. "Os presidentes dos clubes portugueses têm muita influência e sempre deram muito palpite na seleção. Scolari conseguiu colocar isso de lado, acabar com as panelas e trabalhar da sua forma", diz. Gonçalves garante que nun-

ca tinha visto, nos seus 39 anos de vida, o povo tão orgulhoso como está agora. Desde 2004, quando Portugal chegou à final da Eurocopa, e perdeu de um a zero para Grécia, é possível ver bandeiras portuguesas espalhadas pelas casas de norte a sul do país. "Isso nunca tinha acontecido. Atualmente, os portugueses têm orgulho de seu futebol como têm do fado", conta. Amanhã, para o jogo contra a França, Gonçalves vai decorar seu bar com diversas bandeiras portuguesas e vai receber dezenas de portugueses e brasileiros que torcerão juntos para o time de Felipão – ou para a seleção portuguesa, depende do ponto de vista. "Muitos brasileiros já me ligaram dizendo que estarão presentes para apoiar o time de Scolari". E mesmo que Portugal seja eliminado agora, os portugueses já consideram o técnico um vencedor. Mais do que isso: querem sua permanência no comando do time até a próxima Copa. "Ele foi além do que esperávamos. Conseguiu vencer a Holanda e a Inglaterra passando garra para o time e fazendo os atletas jogarem com vontade de vencer. Ele precisa ficar para ajudar o futebol a dar uma guinada definitiva em Por- Carlos Moraes/Agência O Dia tugal", opina Gonçalves. "Ah... já que chegamos até a q u i , p o d emos vencer n é ? Q u e r emos muito chegar à essa final inédita", diz o confiante Laurentino Vi l a r, h á 4 7 anos no Brasil, sócio da Lusa. I n d e p e ndente do sucesso de Portugal no restante da Copa, Felipão deve ser o técnico mais dis- Fotos: Paulo Pampolin/Hype putado do m u n d o d ep o i s d o t o rneio. Por enquanto, além de Portugal, que quer manter o treinador pelo menos até a Eurocopa de 2008, a Inglaterra já fez inúmeras tentativas de levar "Big Phill" para comandar seu time de estrelas. Já os torcedores brasileiros não vêem a hora dele voltar. No site de r e l a c i o n am e n t o s O rk u t , p o r exemplo, a c o mu n i da d e "Fãs de Felipão" já tem 31,5 mil membros e a "Volta Felipão", que não pára de c r e s c e r d epois da eliminação do time de Parreira, está com mais de 16 mil. Mais informações em Economia e em Copa

Acima, bandeiras de Portugal e artigos da seleção portuguesa esquentam as vendas na rua 25 de Março, no centro de São Paulo. Vendedores trocaram bandeiras e camisas da seleção brasileira, eliminada pela França nas quartas-de-final, pelas do time de Felipe Scolari. À esquerda, vendedor ambulante oferece bandeiras de Portugal na Gávea, bairro do Rio de Janeiro, onde se concentra a maior comunidade lusa no País. Abaixo, jogador do time infantil da Portuguesa com a camisa do time, já preparado para amanhã torcer pela seleção de Portugal.

Ao lado, João Marques, diretor da Portuguesa de Desportos, que irá torcer para Portugal amanhã no jogo contra a França, pela semifinal da copa do mundo da Alemanha.


2

Nacional Finanças Energia Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

O

1,91

PARA INDÚSTRIAS, TARIFA VAI SUBIR 8,26%

Eletropaulo reduz valor da conta de luz

s mais de 16 milhões de moradores da capital paulista e de outras 23 cidades da Grande São Paulo atendidos pela Eletropaulo terão, a partir de de hoje, uma re-

terça-feira, 4 de julho de 2006

dução de 1,91% no preço das contas de luz. A redução, válida para os consumidores residenciais, foi autorizada ontem pela diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Para os grandes con-

sumidores, como as indústrias, as tarifas subirão 8,26%. O assessor da Superintendência de Regulação Econômica da agência Eduardo Alencastro explicou que a redução nas contas nas casas deve-se ao realinhamento de tarifas entre residências e indústrias, que vem sendo realizado pela Aneel desde 2003. Até aquele ano, a agência vinha concedendo reajustes iguais para as tarifas de todos os tipos de consumidores do País, o que acabava

fazendo com que, na prática, as residências pagassem mais pela energia que consumiam do que as indústrias. Para corrigir essa situação, que levava as residências a subsidiar as indústrias, a Aneel vem aplicando, desde o início de 2003, reajustes diferenciados entre grandes consumidores (como indústria ou comércio) e residências. Considerando todos os consumidores, o reajuste médio das tarifas da Eletropaulo foi

BALANÇO

de 11,45%. Apesar de superior ao reajuste médio aplicado em 2005, de 2,12%, o percentual deste ano foi inferior aos 18,08% de aumento médio pleiteado pela distribuidora. Segundo Alencastro, essa diferença deve-se ao fato de a Aneel não ter acatado solicitação da Eletropaulo para que as perdas da empresa com o não recebimento do pagamento pela energia fornecida aos trólebus (ônibus elétricos) que circulam por São Paulo fossem

por cento será a redução no valor da conta de luz para os habitantes da capital e Grande São Paulo.

embutidos na tarifa paga pelos outros consumidores. Alencastro explicou que esse reajuste médio de 11,45% poderia ser inferior, de 9,87%, se o montante da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) a ser recolhido pela Eletropaulo em 2006 fosse o mesmo do ano passado. Em 2006, a distribuidora terá de recolher de seus consumidores cerca de R$ 498,15 milhões para a CCC, 31,38% a mais que o que foi arrecadado em 2005. (AE)

COMUNICADO IESP-INSTITUTO EDUCACIONAL SEMINÁRIO PAULOPOLITANO

BALANÇO PATRIMONIAL LEVANTADO EM 31/12/2005 - (Em Reais) ATIVO PASSIVO Ativo Circulante Passivo Circulante Disponibilidades 766.348,26 Empréstimos Bancários 4.705.246,77 Depósitos a Prazo Fixo 37.134,26 Obrigações Trabalhistas 3.103.358,91 Créditos com Alunos 2.285.131,95 Obrigações Fiscais 329.906,44 Adiantamentos Diversos 334.425,21 Adiantamento de Clientes 1.351.018,00 Despesas Diferidas 1.286.964,77 4.710.004,45 Outras Obrigações 1.716.015,13 Exigível a Longo Prazo Realizável a Longo Prazo Empréstimos Bancários 10.107.320,14 Depósitos Judiciais 6.000,00 Obrigações Fiscais 1.981.816,99 Despesas Diferidas 2.351.365,06 2.357.365,06 Patrimônio Social Líquido Ativo Permanente Patrimônio Social 49.584,64 Imobilizado 23.161.761,18 Reservas de Reavaliação 5.031.712,03 Imobilizações de Andamento 4.706.077,99 Superávit Acumulado 1.949.172,76 ( - ) Depreciações Acumuladas (4.707.129,79) Resultado do Período (348.655,73) (251.582,81) 22.909.126,57 ( - ) Amortizações Acumuladas TOTAL DO ATIVO 29.976.496,08 PARECER DO AUDITOR INDEPENDENTE Examinando o Balanço Patrimonial do INSTITUTO EDUCACIONAL SEMINÁRIO PAULOPOLITANO e as respectivas demonstrações financeiras encerradas em 31.12.2005, elaborados sob a responsabilidade de sua Direção, e conduzido de acordo com as normas de auditoria, concluí, após considerar todos os aspectos relevantes, posição patrimonial e financeira, que tudo está conforme as práticas contábeis emanadas da legislação. São Paulo, 05 de abril de 2006. NORBERTO PADILHA - Contador-CRC-1SP121361/0-0

- CNPJ: 63.031.934/0001-00 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO LEVANTADA EM 31/12/2005 - (Em Reais) Receitas Operacionais Brutas Mensalidades e Taxas 35.066.399,69 (11.656.797,66) ( - ) Bolsas e Abatimentos ( - ) Devolução de Matrículas (105.335,89) 23.304.266,14 Resultado Financeiro 11.205.545,25 Receitas Financeiras 84.983,58

12.089.137,13

6.681.813,70

TOTAL DO PASSIVO 29.976.496,08 PARECER DO CONSELHO FISCAL Os membros do Conselho Fiscal do INSTITUTO EDUCACIONAL SEMINÁRIO PAULOPOLITANO, no exercício de suas funções, de conformidade com o art.14 do Estatuto, examinaram os livros e documentos, bem como o balanço patrimonial e respectivas demonstrações financeiras, com encerramento em 31 de dezembro de 2005, tendo encontrado tudo em ordem, sendo de parecer que tais documentos devam merecer a total aprovação dos Associados. São Paulo, 05 de abril de 2006. ARISTIDES SILVA - GUSTAVO CALDO - ROGERIO TENANI

Outras Receitas 8.317,67 Despesas Operacionais Despesas Com Pessoal (10.771.030,80) Despesas Com Manutenções (906.540,25) Depesas Com Serviços (1.522.517,13) Despesas Gerais (1.921.722,24) Desp. c/ Publicidade e Propaganda (648.789,44) Despesas Tributárias (110.862,53) Despesas Financeiras (3.299.527,47) (19.180.989,86) Resultado com Créditos Vencidos (3.295.106,33) Resultado não Operacional Receitas Não Operacionais 78.924,93 Despesas Não Operacionais (1.349.051,86) (1.270.126,93) Déficit do Período (348.655,73) DIRETORIA Mons. Dr. Roberto Mascarenhas Roxo Diretor Presidente

COMUNICADO DE EXTRAVIO A empresa STRAC SERVIÇOS TÉC. DE REFRIG. E AR-COND. LTDA EPP CNPJ 03.028.034/0001-82 Inscrição Municipal 2.773.234-7 comunica que se extraviou o seu livro de modelo 57.

DECLARAÇÃO DE PROPÓSITO

CONVOCAÇÃO

Luis Aparecido Saes Contador - CRC/SP 1SP175088/O-4

ATAS

Engratech Tecnologia em Embalagens Plásticas S/A

EDITAIS

CNPJ: 05.825.478/0001-74 – NIRE 353.001.998-98 – Extrato da Ata de Assembléia Geral Ordinária de Sociedade por Ações de Capital Fechado, realizada em 28 de Abril de 2006 Na sede da empresa, situada na Rua Iguatemi, 448 - 5º andar - Itaim Bibi, São Paulo (SP), com a presença da totalidade dos acionistas votantes. Composição da mesa: Presidência – Renato Szpigel; Secretário – Antônio Pereira de Camargo Netto. Convocação: Dispensada. Deliberações: Foram aprovados por unanimidade de votos as contas dos administradores e as demonstrações financeiras do exercício encerrado, publicados nos Jornais “Diário Oficial da União” de 20 de maio de 2006 e no Jornal “Diário do Comércio” de São Paulo em 22 de maio de 2006. Foi aprovada também a destinação do lucro líquido do exercício total do ano de 2005. Decidiu-se pelo não funcionamento do Conselho Fiscal até deliberação em contrário. Renato Szpigel – Presidente, Antonio Pereira de Camargo Netto – Vice-Presidente Secretário, Engra Administração e Participações Societárias S/A., acionista. A presente é cópia fiel da Ata Original Lavrada em Livro Próprio. JUCESP – Certifico o registro sob o nº 170.819/06-1 em 28/06/2006. Cristiane da Silva F. Corrêa – Secretária Geral.

Edital de citação do ESPÓLIO DE LUIZA FRANÇA DE ARAÚJO ou eventuais sucessores nos autos da ação de Adjudicação compulsória movida pOR JOEL JOSÉ BETIM. Prazo 20 dias Proc. nº 003.03.006016-7. O DR. CARLOS VON VIEIRA ADAMEK, juíz de direito da 2ª Vara Cível Regional do Jabaquara, capital, na forma da Lei. Faz saber ao espólio de LUIZA FRANÇA DE ARAÚJO, portadora do RG nº 2.845.753 e inscrita no CPF/MF sob nº 062.607.645-53 ou EVENTUAIS SUCESSORES, que JOEL JOSÉ BETIM lhe move uma AÇÃO DE AJUDICAÇÃO CONPULSÓRIA, tendo como objetivo a adjudicação do imóvel, sito no 42º Subdistrito do Jabaquara pertencente ao 8º Cartório de Registro de Imóveis, denominado, lote 7 quadra 5 da 7ª planta parcial de Americanópolis, formado pela subdivisão dos lotes 11 e 14 da mesma quadra e planta, medindo 10m de frente para a travessa 21 de abril, por 20m, da frente ao fundo de ambos os lados, tendo nos fundos a mesma metragem da frente, encerrando a àrea de 200m², e a condenação nas cominações legais. Encontrando-se a ré ou eventuais sucessores em lugar incerto e não sabido, foi determinada a citação por edital para que, no prazo de 15 dias, a fluir após os 20 dias supra, CONTESTE o feito, sob pena de presumirem-se verdadeiros os fatos alegados. Será o presente, por extrato, afixado e publicado na forma de lei. São Paulo, 05 de junho de 2006. Carlos Vieira Von Adamek-Juíz de Direito. 3 e 4/07

TOMADA DE PREÇOS GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

SECRETARIA DOS NEGÓCIOS DO MEIO AMBIENTE INSTITUTO FLORESTAL Rua do Horto, 931 - Horto Florestal, São Paulo - SP, CEP 02377-000 Fone: (11) 6231-8555 TOMADA DE PREÇOS Nº 001/2006 O Diretor Geral, nos termos do subitem 6.5.2 do edital de TOMADA DE PREÇOS que visa contratar empresa especializada para a execução de obras de reforma da superestrutura dos prédios 01, 29 e 37 do Instituto Florestal, comunica que serão abertos os envelopes contendo a proposta de preços das empresas habilitadas no Anfiteatro do Instituto Florestal sito à Rua do Horto, 931 (entrada pela Avenida Luiz Carlos Gentille de Laet, altura do nº 600) Horto Florestal, São Paulo-SP, no dia 11 de julho de 2006 às 10:00 horas. Maiores informações poderão ser obtidas pelo fone: 11 6231-8555 - ramal 2109.

FATO RELEVANTE

AVISO FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 3 de julho de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Reqte: Comcabo Comércio e Importação Ltda. - Reqdo: IPS Port Systems Ltda. - Rua Alexandre Dumas, 2220 – 5º andar - 02ª Vara de Falências Reqte: Metálica Indústria S.A. - Reqdo: Adman Comercial e Industrial Ltda. - Rua Antonio Tavares, 280 - 02ª Vara de Falências Reqte: Construtora Gran Sasso Ltda. - Reqdo: BTD Engenharia e Construções Ltda. - Rua Tupi, 267 – conj. 61 - 01ª Vara de Falências Reqte: Erik Grabher - Reqdo: Geral Prestadora de Serviços Ltda. - Rua Major Sertório, 142 - 01ª

Vara de Falências Reqte: Tek Modas Confecções Ltda. EPP - Reqdo: Rurita Comércio Indústria S.A. - Rua Fidalga, 593 - 01ª Vara de Falências Reqte: Vicunha Têxtil S.A. - Reqdo: Raone Comércio de Tecidos e Confecções Ltda. - Rua Almirante Barroso, 714 - 02ª Vara de Falências Recuperação Judicial Reqte: Tab Comércio e Representações Ltda. - Reqdo: Tab Comércio e Representações Ltda. - Rua Dom João V, 555 - 02º Vara de Falências


terça-feira, 4 de julho de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Finanças Tr i b u t o s Empresas Nacional

3 Apesar do desconto, martelos de brinquedo com as cores do Brasil encalharam ontem.

LOJAS GUARDAM MERCADORIAS PARA 2010

COM A DESCLASSIFICAÇÃO DO BRASIL, COMERCIANTES DO CENTRO BAIXAM OS PREÇOS PARA EVITAR ENCALHES

O VERDE E AMARELO EM LIQUIDAÇÃO

S

e o consumidor fosse comparar a Rua 25 de Março de ontem com a 25 de Março da última sexta-feira, um dia antes da desclassificação do Brasil da Copa do Mundo, perceberia um grande silêncio. Nada de fogos de artifício, cornetas, apitos, buzinas ou camelôs anunciando seus produtos. "A única coisa boa no fato de o Brasil ter saído da Copa foi o silêncio que voltou. Não aguentava mais aquela barulheira", disse um dos seguranças da Aslan Aviamentos, que não quis se identificar. Na porta da loja, um rolo de TNT com a imagem da bandeira do Brasil em promoção não chamava a atenção de ninguém. Apesar do preço mais baixo (R$ 1,57 o metro), nenhum centímetro havia sido vendido até o meio da tarde. Na Festas e Fantasias, na Ladeira Porto Geral, Lucila dos Santos, responsável pela decoração da loja, anunciou que o verde e o amarelo vão dar lugar ao preto e laranja, cores características do Halloween. "A gente ia mudar a vitrine só no fim do mês, mas, com a derrota do Brasil, vai tudo embora", contou Lucila. Pierre Sfeir, dono da loja, disse que não teve prejuízo. "Vendemos muito desde novembro. Para nós, foi a melhor Copa, melhor até que a de 2002, quando a seleção ganhou", afirmou Sfeir. Os produtos em verde e amarelo, segundo ele, serão comercializados na comemo-

Filipe Araújo/AE

ração de 7 de Setembro, nos Jogos Panamericanos do próximo ano ou então vendidos a estrangeiros. "O resto ficará guardado para 2010." Milhares de brincos — A ambulante Carmem Lúcia de Souza Cardoso respondeu brava quando a reportagem perguntou se tinha alguma coisa do Brasil para vender. "Brasil? Foi tudo para o lixo", disse Carmen, que vendia brincos no formato da bandeira brasileira. Sobraram 10 mil cartelas da bijuteria. Em cada cartela, nove pares de brincos. "Noventa mil pares de brincos guardados para 2010." Ela calculou em R$ 10 mil o prejuízo. No Palácio dos Enfeites, não havia mais nada em verde e amarelo na vitrine. "Tiramos tudo logo que a loja abriu", disse a gerente Nicéia Poschetti. Ela acha que os itens para festa de aniversário infantil com tema de Copa do Mundo vão encalhar. "Que criança vai querer comemorar o aniversário desse jeito? Nenhuma!", respondeu à própria pergunta, enquanto despia um manequim que usava bustiê de lantejoulas nas cores da bandeira. Em outra loja, a Monita, o vendedor mostrou que cornetas, apitos e outros apetrechos para torcer entraram em promoção. Por R$ 1,30, o cliente leva sete martelos de brinquedo. E vendeu algum? "Não", respondeu, desanimado. Já na Pézão, a camiseta feminina do Brasil, que custava R$ 9,90, agora é vendida por R$ 7,50.

Parreira, de vencedor a encalhe nas livrarias fracasso da seleção brasileira na Copa do Mundo fez despencar o preço do livro Formando Equipes Vencedoras, do técnico Carlos Alberto Parreira (168 páginas, Editora Best Seller). Com preço sugerido de R$ 19,90 pela editora, ele era vendido por R$ 13,80 nos sites da Livraria Saraiva e do Submarino. A Siciliano também reduziu o preço do exemplar. Tudo para evitar o encalhe da publicação. No que depender dos especialistas e dos torcedores brasileiros, o livro de Parreira deve continuar em baixa depois da desclassificação da equipe nacional. Para Divulgação/BestSeller Ana Paula D i a s , c o nsultora em or ie nt aç ão de carreira do Grupo Catho, o fracasso deixa claro que "uma coisa é falar, vender idéias e outra é colocá-las em prática". S e g u n d o e l a , P a r re i r a apresentou comportamentos que fazem qualquer líder naufragar. "Ele não teve flexibilidade para lidar com o imprevisto de forma racional. Nem visão do todo, pois não vislumbrou a possibilidade da perda", avaliou. Para Ana Paula, o medo da mudança e a não exposição ao risco fizeram com que o time perdesse boas oportunidades. "E esse comportamento no ambiente corporativo é péssimo", diagnosticou. Por isso, ela disse que se fosse empresária "não contrataria uma palestra do técnico neste momento, pois ele não motivaria ninguém". Nas ruas, opiniões parecidas com as da consultora. O balconista Carlos Eduardo

O

da Silva disse que justamente por ter tantos anos de experiência, Parreira não poderia ter deixado o Brasil passar pelo vexame. "Por isso o livro não me atrai." Indignado, o motorista Charmison José da Silva alegou que um homem tão teimoso e insistente em manter esquemas táticos que não funcionam não é o tipo de líder que gosta de seguir. "Não adquiriria um livro do Parreira porque ele não tem nada a me ensinar". Novo conteúdo — O escritor, empresário e conferencista Luciano Pires afirmou que se fosse Parreira lançaria imediatamente um conteúdo novo, talvez em outra publicação, estudando o fracasso ou buscando motivar as pessoas a discutir as razões da falha de um processo aparentemente infalível. Pires disse acreditar que a derrota da seleção para a França deve ser aproveitada como instrumento de compreensão e superação, não apenas pelo técnico da equipe, mas por toda a sociedade brasileira. "Não faltou dinheiro, não faltou tecnologia, não faltou conhecimento, não faltou experiência. Faltou o quê e por qual razão?", questionou Pires. "Eu iria agora por essa linha, apresentando o fracasso como uma grande oportunidade de aprendizado. "No Brasil temos o péssimo costume de só ouvir as histórias de sucesso. Parreira tem 40 anos de futebol e resultados bons. Tem uma receita, que não funcionou desta vez. No meu caso, me interessa demais conhecer as idéias e avaliar o fracasso. É com essa experiência que aprendemos. E, sob esse ponto de vista, eu compraria o livro de Parreira", arrematou Pires.

Fotos: Andrea Felizolla/LUZ

Banco Santander retira propaganda com as estrelas da seleção

Até o Brasil sair da Copa do Mundo, era tarefa árdua entrar na Armarinhos Fernando da Rua 25 de Março atrás das centenas de itens em verde e amarelo. Ontem os funcionários recolhiam tudo. No lugar, entraram os tradicionais novelos de lã para fazer tricô e crochê.

Portugal em alta — Na Lojão dos Esportes, os consumidores estavam atrás da camisa de Portugal. O preço (R$ 141) não assustava ninguém. "Só não vendemos mais porque faltou mercadoria", disse o vendedor Edson José. Kety Shapazian

Mercadorias encalhadas

Portugal faz sucesso nas lojas

Varejo cresce 4,95% no semestre o primeiro semestre de 2006 o movimento no varejo cresceu, em média, 4,95% em relação ao mesmo período do ano passado, com expansão de 3,4% nas vendas a prazo – medidas pelo Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) – e de 6,5% no negócios à vista, refletidos pelas chamadas ao Usecheque. Apesar de positivos, os números revelam um desaquecimento de 0,4% no crescimento do varejo. Isso porque, no primeiro semestre de 2005, a elevação média havia sido de 5,35% sobre o ano anterior. As estatísticas, divulgadas ontem pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), mostram que foram os bens de menor valor que puxaram as vendas na primeira metade de ano. Segundo o economista Emílio Alfieri, da ACSP, isso ocorreu devido à antecipação do frio no último outono, que estimulou o consumo de vestuário. Além do clima, o aumento do salário mínimo e o dólar desvalorizado também estimularam as vendas do varejo. "Esses fatores mudaram o mix de produtos em oferta nas lojas. Os bens duráveis, principalmente móveis, acabaram ficando em segundo plano", disse Alfieri. De acordo com o economis-

N

ta, o ano deve fechar com um crescimento entre 4% e 5% no varejo, em relação a 2005. Copa – A participação brasileira na Copa do Mundo até o último sábado também foi um fator importante para alavancar as vendas no último mês, principalmente as de vestuário e lembrancinhas. Itens relacionados ao campeonato fizeram as consultas ao Usecheque aumentarem 5% em relação ao mesmo mês de 2005. Já as chamadas ao SCPC subiram 3,4% em igual comparação. Mas se a Copa, em geral, impulsionou as vendas, os jogos do Brasil prejudicaram o varejo, com exceção de bares e restaurantes. No último sábado, no momento em que a seleção entrou em campo, as consultas

Luludi/LUZ

Kleber Gutierrez Na loja 775 da Rua São Bento sai camisa do Brasil e entra a alemã

caíram 95,9%. Às 17 horas, foi registrado o pior resultado, queda de 96,6% no movimento. A retração média ao longo

do dia foi de 15,7%. A eliminação do País, no entanto, também afetou negativamente alguns lojistas. Desde então, os produtos verde-amarelos, tão procurados nos dias anteriores, começaram a encalhar, segundo a gerente da loja 775 na Rua São Bento, Josane de Jesus. Ontem mesmo, os manequins que levavam as cores do Brasil foram retirados das vitrines. Para Alfieri, o efeito negativo da eliminação da seleção será mais sentido para quem trabalha com artigos esportivos. Segundo o economista, bens duráveis, como TVs, que ganharam espaço durante a Copa, serão colocados em promoção nos próximos meses. Renato Carbonari Ibelli

COMUNICADO AO MERCADO


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Ciência Urbanismo Polícia Transpor tes

NOVO ACESSO A primeira parte do Complexo Viário Jurubatuba será entregue em outubro.

DIÁRIO DO COMÉRCIO

SINDICATO DIZ NÃO APOIAR ATOS DE VINGANÇA

RICHTHOFEN Defesa de Suzane entra com pedido para que ela aguarde julgamento em liberdade.

Ó RBITA

EXPLOSIVOS

U

O

GREVE

ma equipe do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da Polícia Militar de Minas Gerais recolheu ontem um material explosivo na Estação São Gabriel do metrô de Belo Horizonte, no bairro Novo Aarão Reis. Foram recolhidas duas bisnagas ou "dois quilos de emulsão explosiva a base de nitrato de amônia". Para o sargento Francis Albert, do Gate, a suspeita é que o material seja remanescente da obra de construção da estação, finalizada há cerca de seis anos. (AE)

s funcionários dos aeroportos de Congonhas e Cumbica irão parar suas atividades parcialmente por 48 horas a partir da zero hora de hoje nos aeroportos. A Infraero informou que a greve será parcial e os aeroportos funcionarão normalmente. As principais reivindicações da classe são o reajuste salarial de 37,4%, a implantação de um plano de carreiras, cargos e salários e o fim do processo de terceirização, com a convocação imediata dos concursados. (AE)

JUSTIÇA

ATENTADO

O

Departamento de Inquéritos Policiais e Polícia Judiciária (Dipo) do Tribunal de Justiça de São Paulo negou o pedido de prisão preventiva do exsecretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto, e de outras sete pessoas. Eles estariam envolvidos em crime de formação de quadrilha. Segundo o Dipo, não há elementos que indiquem qual seria a conduta ilícita eventualmente praticada pelos oito indiciados. Por este motivo, foi negado o pedido de decretação da prisão preventiva. (AE)

O

U

Q

uatro homens atearam fogo ontem na agência administrativa do Instituto Nacional de Previdência Social (INSS), na Vila Monteiro, em Piracicaba, interior de São Paulo. Eles invadiram o térreo da construção de três andares, imobilizaram o vigia e jogaram gasolina sobre os objetos. Segundo o vigia, que foi amarrado dentro de um banheiro, os invasores ficaram cerca de cinco horas dentro do prédio. Os homens fugiram e ninguém saiu ferido. (AE)

ONU CONTRA ARMAS

Escritório da ONU contra Drogas e Crimes (UNDOC) está desenvolvendo um projeto para unificar informações sobre o tráfico de armas na América do Sul. O objetivo é combater redes de traficantes que atuam na região. Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai estão envolvidos na iniciativa, que tem como intenção inicial criar um banco de dados sobre este tipo de crime.

O projeto ainda está em sua etapa inicial, explicou ontem Reiner Pungs, que coordena o Programa de Prevenção ao Crime e Redução de Oferta de Drogas do UNDOC. As informações sobre cada país estão sendo coletadas, para depois serem incluídas num sistema único. Em setembro, representantes irão se encontrar em Assunção para discutir como será feito o trabalho conjunto. (AE)

será realizada porque a garota completará 37 semanas de gestação. "A mãe é muito pequena, magra, embora esteja saudável, sem as doenças com as quais foi internada. Mas o corpo dela não agüenta mais o peso da barriga e o bebê já está pronto para nascer", disse a médica, afirmando considerar um "milagre" o fato de a garota ter conseguido levar à frente a gravidez de altíssimo risco. Há suspeitas que a garota possa ter sido estuprada. (AE)

A categoria está ameaçada, acuada. E um animal acuado é muito perigoso. Nílson de Oliveira, diretor do Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária

AGENTES PENITENCIÁRIOS AMEAÇAM ENVENENAR PRESOS Em greve e revoltados com o assassinato de 13 agentes, funcionários dizem que reagirão à altura.

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José Patrício/AE

evoltados com os assassinatos de agentes penitenciários no Estado de São Paulo, ordenados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), funcionários de presídios dizem que vão reagir à altura, caso as mortes não parem, e ameaçam envenenar a comida dos presos. O diretor jurídico do Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária, Nílson de Oliveira, confirmou que a ameaça de envenenamento está ecoando entre os funcionários dos presídios desde o fim da semana passada. "A categoria está ameaçada, acuada. E um animal acuado é muito perigoso", disse. Desde 12 de maio, início dos ataques, 13 funcionários de presídios e cadeias foram executados pelo crime organizado. Segundo Oliveira, o sindicato repudia a idéia de vingança, mas não tem controle das ações dos 22 mil funcionários do Estado, dos quais apenas 7 mil são sindicalizados. Um funcionário que pediu anonimato disse que uma equipe de agentes chegou a se reunir com presos da Penitenciária 1 de Presidente Venceslau (SP), na sexta-feira passada, para comunicá-los da decisão dos agentes. "Antes, era uma conversa isolada. Mas agora ela ganhou adesão da maioria dos funcionários da nossa região (oeste), porque lidamos diretamente com os líderes do PCC e somos os mais ameaçados", disse o servidor, de 40 anos, há 20 no sistema. Para se proteger, ele comprou um revólver 38 por R$ 200 no mercado negro. A assessoria de imprensa do sindicato estima que 30% dos funcionários andem armados em razão dos ataques. Na região oeste do Estado a Polícia Militar acompanha o itinerário do ônibus que leva os agentes para os presídios. Em outras regiões, os funcionários recla-

O agente Otacílio do Couto, assassinado a caminho do trabalho, foi sepultado ontem, em Guarulhos

mam da falta de proteção. Armas – O secretário da Administração Penitenciária, Antonio Ferreira Pinto, disse que está trabalhando num projeto de lei para permitir que os agentes penitenciários andem armados fora do horário de trabalho. A medida, segundo ele, tem o aval do governador de São Paulo, Claudio Lembo. Se aprovada pela Assembléia Legislativa, os servidores deverão ser capacitados pela PM – com exceção dos guardas das muralhas, que usam armas, os demais não têm treinamento para isso. Perguntado sobre a eficácia da medida respondeu: "Pelo menos eles poderão ter, em tese, condição de reagir". Segundo ele, está em fase final concurso para mil vagas de agentes penitenciários e 933 de guardas de muralhas. Greve – Ontem, a reação dos agentes teve início com a paralisação das atividades. Oficialmente, a SAP informou, em nota, que a paralisação parcial atingiu 30 presídios e Centros

de Detenção Provisória (CDPs), sendo 14 na Grande São Paulo, 12 no oeste, 3 na região noroeste e 1 no Vale do Paraíba. Na avaliação do Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária, houve adesão em cerca de 80% das 144 unidades prisionais do Estado. Serviços básicos de alimentação e saúde funcionaram. Banho de sol, entrega de "jumbos" (material enviado por familiares) e de correspondência, visitas de advogados, entre outros serviços aos presos, foram paralisados. A situação deve prosseguir até o fim de semana. A paralisação do atendimento aos presos continua hoje. Segundo o diretor do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp), Luís da Silva Filho, o protesto deve prosseguir até o fim de semana e afetará a visita dos presos. Nova tática – Segundo a polícia, a nova estratégia do PCC é matar agentes prisionais e destruir penitenciárias. O go-

verno já sabe disso e tomou medidas para enfrentar a facção, prendendo seus "soldados" e usando a Tropa de Choque nas rebeliões. O objetivo da facção, dizem promotores e delegados, é encurralar o governo e acovardar os funcionários. Ao executar agentes de folga perto de suas casas, a facção quer passar aos colegas dos mortos a impressão de que sabe onde cada um deles mora. É por isso que caiu como uma bomba ontem, no Complexo Penitenciário de Campinas (SP) a informação do sumiço de um fichário com nomes, endereços e fotos dos agentes do estabelecimento. O fato ocorreu na megarrebelião de maio. A denúncia foi feita por João Rinaldo Machado, do sindicato dos agentes prisionais. Ontem, o governador Cláudio Lembo disse crer que as investigações ajudarão a vencer essa guerra. "É uma luta difícil para a categoria porque os agentes são sempre pegos de surpresa", disse Lembo. (AE)

PM É MORTO DURANTE FOLGA

GRÁVIDA AOS 9 ANOS

ma garota indígena da etnia apurinã, de 9 anos, deve dar à luz na próxima sexta-feira em uma maternidade de Manaus. A garota, grávida de uma menina, está internada há três meses porque estava com malária, anemia, pneumonia a por tratar-se de gravidez considerada de altíssimo de risco pela idade da paciente. Segundo a diretora clínica da maternidade, Christiane Rodrigues Marie, a cesariana

terça-feira, 4 de julho de 2006

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soldado da Polícia Militar José Eduardo Gonçalves de Freitas, de 30 anos, foi assassinado ontem com três tiros. Um dos disparos atingiu o rosto do policial. O crime ocorreu na rua Frei Gaspar, no Belenzinho, na zona leste de São Paulo. O comando da Polícia Militar do Estado de São Paulo informou não haver nenhuma prova de que o crime esteja ligado aos ataques promovidos

pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). "Por enquanto, tudo leva a crer que se trata de um homicídio comum", afirmou o coronel Joviano Conceição Lima do Comando de Policiamento de Choque (CPChoq) da Polícia Militar. Isso porque a estratégia mais recente da facção criminosa é evitar ataques a policiais para não despertar a retaliação como ocorreu depois dos atentados de maio, quando o PCC

matou 47 policiais e civis. O soldado morto trabalhava em uma das quatro unidades do CPChoq: o 3º Batalhão do Choque. Ali ele era um dos componentes dos pelotões de controle de distúrbios civis. Ele era separado da mulher e não tinha filhos. A polícia não tem testemunhas do crime, mas desconfia que dois homens tenham participado do crime. A principal hipótese, por enquanto, é que

um desentendimento particular tenha levado ao assassinato. Sabe-se apenas que o policial estava caminhando de folga na rua quando foi atacado. O 8º Distrito Policial, no bairro do Brás, na zona leste, abriu inquérito sobre o assassinato. Além dele, o setor de homicídios da Corregedoria da Polícia Militar também vai apurar o crime. O soldado trabalhava na corporação desde 1997. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 4 de julho de 2006

Informática A primeira experiência total com a nota fiscal sem papel

A partir de agosto, a indústria de medicamentos Eurofarma, de São Paulo, será a primeira a emitir exclusivamente documentos eletrônicos. A experiência faz parte de um projeto-piloto que tem adesão de 19 empresas de grande porte Barbara Oliveira

á está em funcionamento em 19 empresas de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás, Maranhão e Bahia, mas só em parte. É a nota fiscal eletrônica, NF-e, que divide espaço com as notas de papel. A partir de agosto, começa a primeira experiência total: a indústria de medicamentos Eurofarma, de São Paulo, passa a emitir todas as suas 20 mil notas mensais no formato eletrônico. É o começo de uma revolução. A empresa faz parte do projeto-piloto que pretende substituir os formulários e talonários em papel por esse documento digital, que deve reduzir custos com papel, impressão e armazenagem, diminuir a sonegação fiscal e ainda disseminar a tecnologia de certificação digital. "Desde junho a Eurofarma está operando pelos dois sistemas (o eletrônico e o tradicional em papel, como segurança), mas até agosto trabalharemos só com as NF-e para todos os produtos vendidos aos nossos clientes, como farmácias, distribuidores, hospitais, clínicas.", informou Tacyana Salomão, gerente de TI da Eurofarma. Segundo a gerente, o volume de NFs da empresa não é grande, pois o que emite por mês deve ser, imagina ela, o volume diário ou semanal de uma Volkswagen, Petrobrás ou Souza Cruz (que também estão no projeto-piloto). Exatamente por ter volume menor de notas, a Eurofarma será a primeira empresa a aposentar o papel. Todas as notas são do tipo 1 e 1A referentes à c i r c u l ação

de mercadorias entre indústria e clientes. A Eurofarma espera economizar cerca de R$ 25 mil mensais com impressão e compra de papel e envio e armazenamento de documentos fiscais, além de simplificar as obrigações como a dispensa da AIDF - Autorização para Impressão de Documentos Fiscais, e obter mais agilidade na liberação de caminhões com mercadorias nos postos de fiscalização. Haverá leitores de códigos de barras para as mercadorias. Controle fiscal - Há outros tipos de ganhos para a indústria, o comércio e o governo, segundo Eudaldo Almeida de Jesus, coordenador-geral do ENCAT (Encontro Nacional dos Coordenadores e Administradores Tributários Estaduais), um dos responsáveis pelo projeto de NF-e no Brasil, junto com as secretarias de Fazenda estaduais e a Receita. "Outras vantagens são o

maior domínio da tecnologia de certificação digital, já que vem embutida no sistema de emissão da NF-e, e também o fato de todo esse movimento provocar novo paradigma na relação entre Fisco e contribuinte (menos sonegação e mais transparência), pois as secretarias de Fazenda e a Receita Federal passam a compartilhar as informações", observa Jesus. Além disso, esclarece o coordenador, "estamos estimulando um movimento de mercado para incorporar a NF-e ao B2B (business-to-business)". A Receita Federal espera que, em 2007, cerca de 10 mil empresas comecem a substituir o talonário pelos novos arquivos (em XML) enviados ao Fisco. Na fase atual do projeto, até o fim do ano, cerca de 340 mil notas fiscais eletrônicas mensais devem ser emitidas e outras empresas devem aderir ao projeto. Todos os documentos são armazenados em servidores e são acessados via internet pelo governo. "Nas empresas, os documentos são guardados em disco rígido ou em CDs, evitando o acúmulo de arquivos em papel que, têm de ficar armazenados em três vias e por cinco anos", destaca Tacyana Salomão, da Eurofarma. A solução - A solução adotada pela Eurofarma, uma das três maiores indústrias farmacêuticas brasileiras, foi desenvolvida em SAP pela consultoria de TI e integradora de sistemas, Neoris, que tem sede em Miami e atuação no mundo inteiro. A Neoris já desenvolveu aplicações para NF-e no México, Chile e Argentina, mas segundo seu diretor de Indústria e Soluções, Ton Nogueira, o Brasil foi o desafio maior, dada a complexidade da legislação brasileira. "A legislação brasileira é a mais complexa e rigorosa do mundo, com muito mais requisitos legais em relação a outros países." A ferramenta da Neoris chama-se Flow e foi desenvolvida para integração com servidores de aplicação SAP e também para outros programas de gestão do mercado. O Flow gerencia todo o ciclo de vida da nota fiscal, desde que é enviada em forma de arquivo XML para a Secretaria da Fazenda, até o momento de voltar para a empresa e ser armazenada no HD ou outro tipo de mídia. Nesse caminho, a NF-e é assinada digitalmente pelo contribuinte com um sistema de chave privada, o que garante sua autoria e integridade, e a Secretaria da Fazenda retorna o documento já validado e o aberto também para a Receita Federal. Parece simples, mas todo o processo conta com sistemas de segurança garantidos pela certificação digital e com softwares e hardware, no caso da Neoris uma caixinha preta denominada HSM True Acess, conectada à rede e responsável por gerar e armazenar as chaves criptografadas (senhas) e assinaturas do contribuinte. "São sistemas à prova de roubo e que evitam a quebra de sigilo", explica Nogueira, da Neoris. As outras empresas que participam do projeto são a Kaiser, que está adotando as NF-e em três fábricas e centros de distribuição; a Wickbold & Nosso Pão, com cerca de 300 mil notas mensais; a BR Distribuidora de Petróleo, Ultragaz, Eletropaulo, Ford Motor, GM, Gerdau, Office Net, Roberto Bosch, Sadia, Siemens, Souza Cruz, Telefônica, Toyota, UOL e Volkswagen. Para mudar tudo de vez, é só questão de tempo.

1 Papéis caros e manipulação podem levar a nota fiscal a R$ 1 a R$ 3 por unidade


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Finanças Empresas Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 4 de julho de 2006

Mais uma morte provocada pela gripe aviária foi confirmada ontem na Indonésia.

INVESTIMENTOS VÃO ATÉ 2011

O VOLUME DE INVESTIMENTOS É 66% SUPERIOR AO PLANO ANUNCIADO ANTERIORMENTE E GERA DÚVIDAS

PETROBRAS VAI INVESTIR US$ 87 BI

A

Marcos D'Paula/AE

A Petrobras estima que até 2011 a empresa terá capacidade de produzir 3,493 milhões de barris

Francal é aposta de vender

setor calçadista é um dos mais afetados pela queda nas vendas externas provocada pela valorização do real em relação ao dólar. Para alavancar os negócios no segundo semestre, começa hoje no Pavilhão de Convenções do Anhembi a Francal 2006, considerada uma das maiores feiras do setor da América Latina. Participam do evento mil expositores – em 2005 foram 930. "Nos primeiros cinco meses de 2006 deixaram de ser exporta-

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dos 7 milhões de pares de sapatos, o que equivale a uma queda de US$ 5 milhões nas vendas externas. O motivo é o câmbio desfavorável. O total exportado chega a 220 milhões de pares", diz o presidente da Francal, Abdala Jamil Abdala. "Queremos reverter esse quadro no segundo semestre com o lançamento das tendências primavera-verão na Francal, já que os negócios realizados na feira e a partir dela respondem por até quatro meses de produção e aproximada-

IPC-S O Índice de Preços ao Consumidor Semanal caiu 0,4% na última semana de junho.

Ó RBITA

mente nove meses de vendas para os expositores." Com a queda nas exportações, segundo Abdala, as empresas se voltam ao mercado interno. Mas, para ele, a renda do consumidor está comprometida. "A concorrência aumentou e as vendas caem naturalmente", diz. A Francal 2006 acontece até o próxima sexta-feira. Mais informações sobre o evento podem ser obtidas por meio do site www.francal.com.br. Neide Martingo

GOL A companhia aérea terá quatro vôos diários para Buenos Aires, na Argentina.

J.F.Diório/AE

VOLKSWAGEN: SEM ACORDO

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pós duas assembléias (foto) na fábrica da Volkswagen de São Bernardo do Campo, no Grande ABC, ontem, os trabalhadores concordaram que o Sindicato dos Metalúrgicos da região rejeite a assinatura do acordo com as premissas contidas no plano de reestruturação da empresa. Em nota, o sindicato informou que a decisão havia sido tomada em outra assembléia e foi endossada. A Volks quer fazer mudanças para cortar custos, com a possibilidade de demitir entre 4 mil e 6 mil empregados até 2008.

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CHINA

economia chinesa ultrapassou a do Reino Unido em 2005, segundo o Banco Mundial (Bird). Com isso, a China passa a ocupar o 4º lugar na classificação mundial, com rendimento nacional bruto estimado pelo Bird em US$ 2,263 trilhões, superando em US$ 94 milhões o do Reino Unido. O Brasil aparece na classificação como 14º colocado e a Argentina está na 33ª posição. (AE) A TÉ LOGO

Os trabalhadores do Grande ABC aprovaram também paralisações e passeatas contra demissões nas fábricas da montadora em Taubaté, no Vale do Paraíba (SP), e São José dos Pinhais (PR), que podem começar imediatamente. Por força de um acordo de

estabilidade de emprego em vigor, fechado em 2001, os metalúrgicos do Grande ABC só podem ser demitidos a partir de novembro. Representantes sindicais e da companhia reuniram-se por seis vezes para discutir o plano, sempre sem acordo. (AE)

ARRECADAÇÃO CHEGA A R$ 3,71 BI

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arrecadação tributária do governo do Estado de São Paulo atingiu em junho R$ 3,71 bilhões. Deflacionado pelo IGP-DI, o montante representa um crescimento de 8,3% sobre o mesmo mês de 2005 e de 8,9% no acumulado do ano. Na comparação com maio deste ano, entretanto, a receita tributária apresentou um recuo de 1,4%. No período, o Imposto sobre Circulação de

Mercadorias e Serviços (ICMS) rendeu aos cofres do governo estadual R$ 3,3 bilhões, o que representa uma queda real de 1% sobre maio deste ano. Na comparação com junho do ano passado, a arrecadação registrou crescimento de 8,2%. Já a arrecadação do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) atingiu o montante de R$ 100,8 milhões, com aumento real de 6,6 % em relação a maio. (DC)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Renault deve fazer aliança com a General Motors nos Estados Unidos

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Copasa assumirá exploração de águas no sul de Minas Gerais

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Companhia Vale do Rio Doce compra 45,5% da Valesul Alumínio

Petrobras divulgou seu novo planejamento estratégico, que prevê investimentos de US$ 87,1 bilhões entre 2006 e 2011, volume 66% superior ao previsto no plano antigo, que ia até 2010. Segundo a estatal, houve grande incremento nos recursos para o setor de gás, que vai receber US$ 22,1 bilhões – mais recursos de parceiros – para assegurar o atendimento do mercado. O documento estima que, em 2011, a empresa produzirá 3,493 milhões de barris de petróleo por dia no País, sendo que 2,95 milhões serão extraídos no Brasil. Em 2015, a produção total deve saltar para 4,556 milhões de barris. A empresa diz que, mantendo as políticas de preços alinhadas ao mercado internacional, vai gerar US$ 86,7 bilhões em caixa no período. Para complementar o orçamento e pagar parte da dívida, pretende buscar no mercado mais US$ 12,6 bilhões. Do total de recursos previstos, US$ 75 bilhões serão aplicados no Brasil e o restante nas atividades internacionais, com destaque para exploração e produção de petróleo na costa oeste da África e no Golfo do México. A área de distribuição de combustíveis teve a maior alta de recursos, de 131%. A empresa informou que vai aplicar US$ 2,2 bilhões nesse segmento, com o objetivo de manter a liderança nos mercado onde atua. A área internacional, por sua vez, terá 82% a

mais para gastar, com um novo orçamento de US$ 12,1 bilhão até 2010. O setor com mais recursos será o de exploração e produção (US$ 40,7 bilhões), seguido do abastecimento, que cuida das refinarias e pet ro q u í m i c a s ( U S $ 2 3 , 1 b ilhões). No segmento de gás e energia, a empresa pretende investir US$ 7,2 bilhões até 2011, volume 56% superior ao previsto anteriormente. Em maio, a Petrobras lançou um plano de auto-suficiência na produção de gás, para redu-

2,95 milhões de barris de petróleo serão extraídos por dia no Brasil em 2011, conforme plano de investimentos da Petrobras. zir a dependência brasileira das importações bolivianas. Parte dos recursos da área de exploração e produção também será destinada a esse plano, com investimentos na descoberta e em novas plataformas de gás. No total, o mercado de gás natural vai receber US$ 17,6 bilhões da estatal e mais US$ 4,5 bilhões de parceiros. Segundo a Petrobras, o crescimento nos recursos previstos está dividido entre no-

vos projetos (US$ 17,4 bilhões), aumento de custos (US$ 7,8 bilhões) e outros fatores, como variação cambial e mudança de objetivos de projetos (US$ 4,2 bilhões). A empresa não detalhou a lista de novos projetos que colocará em prática no período. Disse apenas que outra meta a ser atingida é ampliar a capacidade nacional de refino para 2,376 milhões de barris por dia em 2011 e 3,2 milhões de barris em 2005. Surpresa – A decisão da Petrobras de aumentar seus investimentos em 66% até 2010 surpreendeu o mercado financeiro e levantou questionamentos de analistas sobre uma possível influência política no incremento destes recursos em ano eleitoral. A elevação do volume de investimentos havia sido anunciada na noite de sexta-feira, após reunião do conselho de administração da estatal, do qual participam os ministros da Fazenda Guido Mantega; da Casa Civil, Dilma Rousseff, e de Minas e Energia, Silas Rondeau. Para o diretor do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura, Adriano Pires, o que chama a atenção para o viés eleitoral é o aumento de 131% nos recursos repassados à BR Distribuidora. "Apenas uma nova aquisição justificaria tal aporte", afirmou, relembrando os boatos que circularam meses atrás de que a distribuidora estaria sendo pressionada pelo governo federal a conceder combustível gratuitamente para candidatos à eleição. (AE)

Um contrato de R$ 223 mi Petrobras assinou ontem com o Estaleiro Rio Grande, localizado no Porto de Rio Grande (RS), um contrato de R$ 223 milhões para a implantação de um inédito dique-seco no País, visando à construção e reparo de plataformas de produção de petróleo do tipo semi-submersível. Com a nova unidade, que será construída na cidade de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, a Petrobras deixará de contratar esse tipo de serviço no exterior, reduzindo, dessa forma,

A

significativamente os custos da empresa. A previsão é de que as obras sejam iniciadas em outubro deste ano. Segundo a empresa, a nova unidade será entregue concluída no prazo de até dois anos. A Petrobras vai disponibilizar a infra-estrutura do dique às empresas que vencerem licitações para construir ou consertar petroleiros, informou a estatal em um comunicado à imprensa. Em nota, também ressaltou que não será a operadora da unidade. "A infra-estrutura será alu-

gada pela Petrobras, por período de dez anos, estando prevista, inicialmente, a construção de quatro cascos para plat a f o r m a s d e p ro d u ç ã o d e petróleo offshore", declarou a empresa no comunicado. A principal instalação do empreendimento será o diqueseco, com dimensão de 130 metros x 140 metros e calado de 13,8 metros. A infra-estrutura terá ainda cais, oficinas de processamento de aço e áreas de apoio. A licitação da obra foi comandada pela Rio Bravo Investimentos. (Reuters)

Justiça do Rio marca leilão da Varig para dia 12 Justiça do Rio de Janeiro convocou para o próximo dia 10 assembléia de credores da Varig que vai analisar a proposta de US$ 500 milhões feita pela VarigLog para compra da companhia aérea. Se a proposta for aceita, um novo leilão será marcado para o dia 12, na sede da Varig. Em nota divulgada ontem, o juiz da 8ª Vara Empresarial, Luiz Roberto Ayoub, explica que, no detalhamento da proposta apresentada pela VarigLog, ficou acertado que haverá um modelo de venda que permita a continuidade operacional da antiga Varig, que herdará todas as dívidas da companhia aérea. O juiz explicou que os prazos legais para convocação da assembléia e do leilão foram encurtados "devido às necessidades da empresa em recuperação". A nota informa ainda que a validade das propostas de outros interessados dependerá da comprovação de capacidade financeira de suportar os custos econômico e finan-

A

ceiro da companhia. Essa comprovação será feita por fiança bancária, a ser apresentada no momento do lance. A proposta da VarigLog contemplava um aporte de até US$ 20 milhões para sobrevivência da companhia aérea até a data do leilão. Caso ela não seja vencedora, o consórcio que arrematar a Varig terá de ressarcir imediatamente a quantia, mais um valor de 10% a título de prêmio. Outra proposta – O ex-presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Roberto Lima Netto, está montando uma proposta para concorrer no leilão da Varig. Lima Netto está trabalhando junto com a consultoria americana Cinzel Partners. Segundo Marcelo Bastos, sócio e representante no Brasil da consultoria, o plano é investir US$ 600 milhões para comprar a Varig. Segundo Bastos, a idéia é formar um consórcio, já que estão ocorrendo conversações com fundos de investimentos para levantar o dinheiro. O representante do consór-

cio Cinzel Partners disse que está esperando a definição das regras do leilão da Varig para poder apresentar o projeto de investimento ao juiz Luiz Roberto Ayoub, responsável pela recuperação judicial da Varig, o que pode acontecer ainda esta semana. O plano é o consórcio deter em torno de 25% a 30% da Varig. Outros 20% ficariam com os funcionários e o restante poderia ser pulverizado no mercado financeiro. De acordo com Bastos, o investimento seria feito por meio de recursos próprios do consórcio, não havendo necessidade de recorrer ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Pres idênci a – Lima Netto afirmou que está elaborando a reestruturação operacional da Varig e que ele seria o presidente da companhia no eventual sucesso da negociação de seu consórcio. Segundo ele, o plano é manter a Varig com um número reduzido de aeronaves e um quadro mais enxuto de pessoal do que a empresa tem hoje. (AE)


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

terça-feira, 4 de julho de 2006

RESENHA

NACIONAL

A COPA E A ECONOMIA

Parreira-Zagallo não diferem muito de FHC-Lula. A mudança só vem depois do desastre. incapacidade de adaptar seus princípios táticos ao mundo real. Ambos montam sua tática e não tem flexibilidade suficiente para adaptá-la a cada circunstância. É como se a tática fosse a chamada invariável da equação. Às vezes dá certo, às vezes não. A segunda, prima-irmã da primeira, é o predomínio da inércia, o receio de correr o risco da inovação. Ficou evidente para todos, desde o início, que muitos dos jogadores consagrados já não tinham muito a contribuir para a Seleção, pelo peso da idade, pelo desinteresse de quem está em final de carreira. Periodicamente, treinadores e gestores são submetidos ao desafio da renovação, mas tremem na hora da decisão; do mesmo modo que gestores de política econômica, quando percebem o esgotamento de determinada política, mas não querem correr o risco de mudá-la, mesmo sabendo que a mudança será inevitável. Empurram com a barriga e passam a responsabilidade para os sucessores. É por isso que, em ambos os casos, a

JOÃO DE SCANTIMBURGO

mudança só vem depois do desastre consumado. A lógica é a mesma nos dois casos. Se não der certo com o convencional, o risco de crítica é menor do que se falhar com a mudança. Nesse caso, ele seria crucificado pelo experimentalismo. Alguma diferença com a tática de redução gradativa de juros adotada pelo Banco Central? A terceira característica é a incapacidade de estimular o “espírito animal” –no caso da política econômica, dos empresários em empreender; no caso de Parreira, dos jogadores em jogar. Todo o intervalo de jogo vale para os ajustes táticos e para uma lufada de auto-confiança nos jogadores. Provavelmente (isto os especialistas poderão dizer melhor), Felipão tem menos conhecimento de tática de jogo que Parreira. Mas sabe injetar sangue na veia de seus jogadores. A quarta característica é a ausência do “agente político” na Seleção, o líder - técnico ou jogador-- capaz de levantar a bandeira e tirar os jogadores do marasmo. Foi o que Didi fez em 1958, o que Gerson e Pelé fizeram em 1970 e o que Dunga fez em 1994. E o que Zidane fez maravilhosamente no jogo contra o Brasil. Parreira-Zagallo não diferem muito do espírito burocrático de FHC-Lula. A crise que se encarregue de providenciar as mudanças.

Céllus

A DERROTA DA SELEÇÃO

Os recordes de Lula BENEDICTO FERRI DE BARROS

N

ão entendi a explicação dada (já lá vão meses) por um ministro de que há 40 dias Lula não punha bebida alcoólica na boca. Nem sei como pode obter a informação. E se por "dias" ele quis dizer "de dia", o que acontecia de noite? Também ignoro o que se passou nos outros mais de 1000 dias anteriores de seu mandato, já que a informação se referia apenas à última quarentena etílica. Mas ao tomar como fidedigna e ao pé-daletra a informação sobre esses 40 dias, isso explica bastante as abobrinhas, as gafes e os impropérios que cometeu nos 1000 dias anteriores e nos que veio a cometer posteriormente. Abstenho-me, entretanto, de mais cavilações, pois a matéria pertence a aquele gênero de fatos que todos os que "estão por dentro" conhecem e todos os que estamos por fora ignoramos, por se tratar de segredos de Estado. Entretanto, para os que estamos por fora é evidente que no seu mandato Lula realizou proezas internas e externas que batem todos os recordes Guiness conhecidos. Relacionamos abaixo aqueles de que nos lembramos, sem pretensão de que eles esgotem a lista. Lula foi: G O presidente que declarou que vinha para mudar tudo o que aí estava. G O presidente que declarou que tinha usado Caixa 2, como todos faziam. G O presidente que presidiu ao maior espetáculo de corrupção no País. G O presidente que criou um ministério com o maior número de ministros. G O presidente que menor número de reuniões fez com seu ministério.

TRECHOS DO COMENTÁRIO DO COLUNISTA LUÍS NASSIF HTTP://LUISNASSIFONLINE.BLOG. UOL.COM.BR

P arreira e o comando da economia: indecisão

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Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

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G O presidente que menor número de dias permaneceu e na sede do governo. G O presidente que mais viajou visitando governos estrangeiros. G O presidente que menos freqüentou o palácio do governo. G O presidente que mais discursos fez durante seu governo. G O presidente que mais se gabou a si mesmo. G O presidente que mais estragos causou na política externa. G O presidente que mais desmentiu seus auxiliares. G O presidente que mais foi desmentido por eles. G O presidente que mais trocou de camisas e deu bonezadas. G O presidente que mais apoiou o movimento ilegal do MST e derivados. G O presidente que mais foi desacatado por esses movimentos. G O presidente que mais não sabia de nada. G O presidente que mais se meteu em tudo. G O presidente que colocou o maior número de petistas no governo. G O presidente que mais foi traído pelo PT. G O presidente que mais disse que não disse o que disse. G O presidente que derrotou o Barão de Munchaussen. G O presidente que superou Pinóquio no tamanho do nariz. G O presidente que menos sabia o que todo mundo sabia: que ia se recandidatar.

É evidente que Lula realizou proezas que batem todos os recordes

Amarelão MÁRIO AMATO

Flávio Florido/Folha Imagem

U

m fracasso em Copa do Mundo suscita muitos comentários, muitas interpretações. Não se trata de uma mera competição esportiva. A Copa tem influência marcante sobre o imaginário nacional, sobre a autoestima. No plano táticoadministrativo, vejo no fracasso da Seleção vícios de Carlos Alberto Parreira muito presentes no campo político e administrativo brasileiro. Há semelhanças claras entre Parreira e o comando da política econômica –embora não haja nenhuma relação de causalidade entre os dois. A primeira característica comum em Parreira, e em sucessivas equipes econômicas, é a

T

endo atuado em quase todas as modalidades esportivas como praticante e como administrador, posso pretensiosamente compreender o que ocorreu com nossa Seleção por ocasião da perda do jogo com a seleção francesa, na disputa por uma vaga nas finais da Copa do Mundo, na Alemanha, neste ano de 2006. Quando há uma aura de favoritismo envolvendo uma equipe em uma partida de futebol, ou de qualquer outro esporte, o amarelão ocorre de forma implacável e se torna impossível ganhar. Querer encontrar justificativas para explicar a derrota depois de ocorrida é um exercício inútil e apresenta características falaciosas. Aproveitando a dramática lição por que nossa Seleção passou e fundamentado em minha experiência como esportista, tive a oportunidade de testemunhar fatos que ocorreram quando me dedicava com mais afinco a praticar esportes. Em uma partida pela final do campeonato de basquete promovido pela Gazeta Esportiva, nosso time, o Clube Atlético Indiano, havia chegado às finais e era considerado favorito para se tornar campeão, quando durante a partida aconteceu o indesejável amarelão. Ninguém, sem saber exatamente porque, conseguia se entender em campo. Os companheiros de equipe olhavam-se como se estivessem se vendo pela primeira vez. Permaneciam imóveis, incompreensivelmente. Lembro-me de ter chamado a atenção de meus companheiros de equipe, mas por mais habilidade que demonstravam não havia meio de um entendimento integrado para que pudéssemos chegar à vitória, e assim fomos vencidos e após o jogo não adiantava tentar encontrar explicações para a derrota e somente restava lamentar o ocorrido. É importante fazer uma referência explícita a um personagem que ficou marcado na história esportiva de nosso país: lembro-me de meu sau-

doso amigo Paulo Machado de Carvalho, que sem nunca ter praticado qualquer esporte tinha a habilidade e a característica pessoal de conduzir e estimular carinhosamente seus dirigidos. Hoje eu o identifico e o compreendo como tendo a força de um líder, psicólogo, amigo e confidente. Não devemos destratar os vencidos, porque indiscutivelmente esse estranho fenômeno pode acontecer com qualquer equipe e o que se deve fazer é extrair desses acontecimentos lições importantes, para que se preparem melhor e mais cautelosamente e, dessa forma, evitando para que não se repitam.

A

possibilidade de se encontrar espaço para opinar e para pesquisar esses acontecimentos deve servir de orientação para que os atletas que competem nas mais diversas modalidades esportivas, principalmente nas internacionais, sejam assistidos através de técnicas psicológicas, para que possam superar a possibilidade de se sujeitarem a esses indesejáveis acontecimentos. É de todo recomendável que, paralelamente, ao treinamento físico, haja ênfase na preparação psicológica, de maneira a se integrar à parte do condicionamento físico a parte mental, buscando um aperfeiçoamento completo do atleta como um ser humano. Os estudos sobre a prática esportiva, que associam o desenvolvimento físico e mental dos atletas, já estão em estágio bastante avançado e têm sido adotadas as mais modernas tecnologias para que se obtenha o melhor resultado possível. Assim, há que se prestigiar, com os melhores e mais avançados recursos disponíveis, essa completa evolução dos atletas, pois a mente humana é ainda misteriosamente complexa. MÁRIO AMATO, EX-PRESIDENTE DA FIESP E DA CNI, É PRESIDENTE DO GRUPO AMATO.

Q uando há uma aura de favoritismo, o amarelão ocorre de forma implacável.

V

enho, também, dar a minha opinião sobre a derrota da Seleção. Essa deveria ser gloriosa do primeiro ao último jogo e, gloriosamente, trazer para o Brasil a cobiçada Copa, para qual foram gastos milhões de dólares no preparo dos jogadores para o grande embate na Alemanha. Os torcedores já faziam sonhos sobre as vitórias a serem registradas, cada qual com sua característica diante de dada necessidade: o grande final da gloriosa seleção brasileira. Mas, viu-se no jogo contra a França que somos uma fraca equipe, que não sabe atacar e nem defender, contra uma seleção que soube, ganhando o jogo que nos mandou de volta para o Brasil. Evidentemente, essa volta para o Brasil é acompanhada de registro seguido das opiniões sobre a derrota, suas causas

Valha-nos a derrota, como um conselho que não será aproveitado, pois os jogadores têm sua receita garantida, e bem alta. e seus efeitos, a começar pelo técnico Parreira, mal avisado e ressentido, que não teve a glória de seus antecessores, as vitórias alcançadas pela gloriosa equipe verde-amarela. Não poderia ser diferente, pois a crise interna de que sofre o Brasil na política teria que se notar, como se notou, no principal esporte, sedução do povo brasileiro.

S

ofre com essa derrota na Alemanha, portanto, o lazer do brasileiro, que fica desatualizado nas suas relações externas com os clubes e as equipes que empregam os jogadores brasileiros a preços elevadíssimos. Diz-se que há males que vêm para o bem. É esse o ditado, mas nem sempre ele se verifica. Perdemos mais de uma vez quando podíamos trazer a Copa para casa, e não a trouxemos por incompetência e por erros graves cometidos pela direção do futebol e entre os cartolas. Valha-nos a derrota como um conselho que, no entanto, não será aproveitado, pois os jogadores têm sua receita garantida, e bem alta, pouco se importando com a derrota na Alemanha, de maneira gravíssima, o que não servirá para acomodar os moços que jogaram à lição que lhes foi prestada nos estádios da Alemanha. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 4 de julho de 2006

Tobias Schwarz/Reuters

3 Nosso objetivo era fazer a seleção ser amada por todos os italianos. Pelo jeito, estamos conseguindo." Marcelo Lippi, técnico da Itália

Todos se surpreenderam quando fui chamado para o cargo. Eu também fiquei surpreso." Jürgen Klinsmann, técnico da Alemanha

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lemanha e Itália fazem hoje, em Dortmund, o primeiro jogo das semifinais da Copa do Mundo. Em campo, duas seleções tricampeãs do mundo que buscam o direito de continuar na luta pelo quatro título. E na véspera do jogo, o capitão da Alemanha, Michael Ballack, encontrou na ironia uma forma de espantar a tensão. "Na realidade, não temos nenhuma chance. A Itália tem uma grande vantagem sobre nós em Copas, há pouco tempo nos dominou claramente com sua seleção e o Milan fez 4 a 1 no Bayern. Tudo mostra que eles vão vencer. Só nos resta torcer." Ballack se referia ao amistoso de 1º de março, quando a Alemanha levou 4 a 1 da Itália, e à eliminação de seu extime, o Bayern, nas oitavas-de-final da Liga dos Campeões, diante do Milan. Recuperado das cãibras que o atingiram na batalha contra a Argentina, decidida nos pênaltis, ele explicou depois, a sério, o que diferencia a seleção daquela que foi humilhada há quatro meses. "Temos autoconfiança e sabemos que temos atrás de nós um público que nos apoiará até o último instante", disse. Mas nem tudo são flores para os donos da casa. O volante Frings, principal carregador de piano no meio-de-campo, foi suspenso pela Fifa por causa de um direto no queixo no argentino Julio Cruz, após a vitória da sexta-feira. "Só nos resta aceitar a decisão e nos concentrarmos para o confronto", disse Oliver Bierhoff, coordenador da seleção. Kehl e Borowski concorrem à vaga. A punição apimentou o confronto, já que as imagens que mostram a agressão de Frings são de uma emissora italiana. A Fifa desmentiu que tenha sofrido pressões vindas da Bota, e o técnico Marcelo Lippi se apressou em tirar seu time do foco. "Não mexemos um dedo para tirar Frings do jogo. Ficamos surpresos com a decisão da Fifa." Uma das apostas do treinador, que já é cotado para renovar seu contrato, é o goleiro Buffon, que até agora não foi vazado pelos adversários - só sofreu um gol, contra, de Zaccardo, no empate com os Estados Unidos. Diante do premiê Romano Prodi e de boa parte da cúpula do governo, ele espera superar, se preciso, a maldição dos pênaltis, que tiraram a Itália de três Copas seguidas: 1990 (Argentina, na semifinal), 1994 (Brasil, na final) e 1998 (França, nas quartas). "Temos bons batedores e um grande goleiro", diz o técnico. Buffon, por sua vez, esbanja otimismo ao ser perguntado se tinha um segredo como o do rival Lehmann, que tinha num papel o nome e o jeito de bater dos argentinos. "Não tenho nada disso. Acredito no destino."

SEIS ESTRELAS EM JOGO

Arte sobre foto Tony Gentile/Reuters

A Alemanha de Michael Ballack e a Itália de Gianluigi Buffon fazem hoje, às 16h (de Brasília), no Westfalenstadion, em Dortmund, um duelo de tricampeões na busca da primeira vaga na final da Copa do Mundo


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Automação Convergência Cidadania Te l e f o n i a

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Nota fiscal eletrônica e soluções mineiras são destaques

Fotos: Divulgação

Rachel Melamet inda é difícil para os cidadãos brasileiros ter acesso a informações e serviços prestados via internet pelos municípios, independentemente de serem grandes metrópoles ou pequenas cidades. Mas eles não estão sozinhos: cidadãos de países europeus desenvolvidos, como Portugal e Espanha, enfrentam a mesma dificuldade. De acordo com um estudo comparativo do atual estágio de governo eletrônico no Brasil, Espanha e Portugal, nenhum dos três países atingiu ainda um padrão de egov que possa ser considerado bom. O levantamento foi apresentado na semana passada, em São Paulo, durante o Conip 2006 (Congresso de Informática e Inovação na Gestão Pública) pelo espanhol José Esteves, diretor da cátedra Software AG; Norberto Torres, professor da Fundação Getúlio Vargas, e Roberto Agune, superintendente da Fundap. "Os países apresentam aspectos bastante similares entre si", relatou Esteves. No entanto, isso não é um bom sinal. "A nota média das cidades é muito baixa e várias delas realizaram implementações antes de traçar uma estratégia de e-gov", afirmou. Os itens avaliados vão desde mapas de transporte público e documentação até aspectos complexos de relacionamento com cidadãos, que visam facilitar a sua participação nas decisões públicas.

Roberto Agune, Norberto Torres Pequenos notáveis – O estudo também e o espanhol mostra que não existe relação aparente enJosé Esteves (a tre o Produto Interno Bruto (PIB), o númepartir da esq.) ro de habitantes e o desenvolvimento do apresentam governo eletrônico dos municípios. Em pesquisa Portugal, por exemplo, o número 1 do rancomparativa king é Aveiro, município industrial, ende e-gov quanto Lisboa decepciona. Na Espanha, a

primeira colocada –Barcelona– é seguida por Vigo e Leganes, localidades pequenas que ficaram à frente da capital Madri. No Brasil, São Paulo ficou em primeiro lugar. Mas, na opinião de Torres, ainda há um longo caminho a percorrer: "No país, o desenvolvimento de portais dedica-se bastante à estética e praticidade de uso, mas a personalização e disponibilidade de conteúdos relevantes deixam a desejar." Em relação a custos e investimentos, nos casos em que as ferramentas de tecnologia são prioridade do projeto em detrimento da estratégia, a chance de sucesso é bastante reduzida. Em Madri, por exemplo, um investimento de 3 milhões de euros em uma ferramenta de suporte a debates e fóruns entre os cidadãos não recebe um post desde outubro de 2005. A pesquisa mostra ainda que os municípios não possuem iniciativas de colaboração entre si, o que impede a implementação de melhores práticas com base em processos que já deram certo, bem como o compartilhamento de infra-estrutura. Tecnologia ultrapassada – O TecGov Centro de Estudos em Tecnologia de Informação para Governo, da Fundação Getúlio Vargas, lançou o 1º Ranking Nacional de Websites Municipais, pesquisa que avalia os serviços, conteúdos e informações disponibilizados por sites de prefeituras de cerca de 300 cidades brasileiras. O objetivo do estudo foi analisar o esta-

No Brasil, a personalização e a disponibilidade de conteúdos relevantes deixam a desejar Norberto Torres

E-GOV ESTÁ PARECIDO NO BRASIL, ESPANHA E PORTUGAL

Serviços de e-gov no Brasil aumentam, mas eficiência deixa muito a desejar Estudos apresentados durante o Conip 2006 – Congresso de Informática e Inovação na Gestão Pública – mostram a necessidade de reorientar o uso da tecnologia em favor das demandas dos cidadãos, e não para servir aos governos

terça-feira, 4 de julho de 2006

O projeto "Tiradentes Digital" foi destaque

mbora ainda esteja na fase piloto, o projeto de Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) promete um impacto enorme para as empresa brasileiras: economia de 3% no montante destinado a gestão de notas fiscais. Na opinião de Eudaldo Almeida de Jesus, coordenador geral do Encat (Encontro Nacional dos Coordenadores e Administradores Tributários Estaduais) e do Grupo Gestor da NF-e e superintendente de Administração Tributária da Secretaria da Fazenda da Bahia, esse é um dos ingredientes para fazer do projeto um sucesso. As cifras motivaram as 19 empresas contribuintes –entre elas Wickbold, Eurofarma, Souza Cruz, Gerdau e Volkswagen– a trabalharem junto aos governos estaduais para colocar em prática a NF-e. "No lugar de impor uma solução, o comitê criou um desafio que está sendo superado por todas as pontas envolvidas", comemora o coordenador. "Também uniformizou as soluções que estavam sendo desenvolvidas em diferentes estados brasileiros." O sucesso da fase pré-operacional é seguido pelo otimismo na adoção e receptividade da NF-e. De acordo com Almeida, em agosto próximo algumas das empresas contribuintes já poderão deixar a fase de transição para usar a NF-e em todas as suas operações fiscais. Também no segundo semestre, uma leva de novas empresas aderem ao projeto. "Existem pelo menos dez mil empresas contribuintes em potencial no país para a NF-e." O resultado desse interesse vem em números. A previsão é de que, de 2008 para 2009, apenas em São Paulo, o número de emissões de notas fiscais eletrônicas por mês deve dobrar, pulando de 30 milhões para 60 milhões. "A adoção da nota fiscal eletrônica é um caminho sem volta", observa Vagner Diniz, presidente do Conip. Segundo ele, a prática se insere no padrão indispensável de integração e interoperabilidade dos governos, sem o qual o

Patricia Pessi, diretora de Governo Eletrônico

do atual de avanço do governo eletrônico em municípios brasileiros, por meio de uma amostra representativa. A pesquisa constatou que o Brasil está significativamente atrasado no uso de tecnologias de informação e comunicação no governo. "Os investimentos no Brasil têm sido feitos em tecnologias já ultrapassadas, gastando-se recursos limitados em soluções que inviabilizam o salto para um nível mais avançado de serviços à sociedade", afirmou Norberto Torres, professor do TecGov/FGV e responsável pelo projeto. "Este salto poderia ser dado com o uso das novas tecnologias", disse. A pesquisa do TecGov abrangeu cerca de 300 municípios e durou quatro meses. Foram avaliadas todas as capitais, as grandes cidades e municípios de diversas faixas de população sorteados aleatoriamente. O estudo foi realizado com base em mais de 220 variáveis de análise. Foram considerados aspectos como nível operado de governo eletrônico, nível de relacionamento com cidadãos e empresas, nível de e-democracia percebido, nível de uso estratégico das tecnologias de informação e comunicação, e serviços oferecidos. Cada município recebeu uma pontuação em cada variável, com graduação de nível desde "muitíssimo fraco ou inexistência" (0) a excelente (5). Para efeito de comparação, o TecGov estipulou a nota máxima de 10 pontos. Decepcionante – O resultado foi uma decepção: a média geral dos municípios brasileiros atingiu apenas 1,3 ponto, nota muito distante do ideal e que mostra o tamanho do atraso do e-gov no país. Até mesmo a líder São Paulo decepcionou, uma nota considerada insatisfatória. No ranking geral, a cidade de São Paulo está em 1º lugar, com 3,29 pontos, seguida por São Carlos (SP) - 2,61, Curitiba (PR) - 2,59, Ipatinga (MG) 2,58, Jaraguá do Sul (SC) - 2,44, Foz do Iguaçu (PR) - 2,40, Esteio (RS) - 2,36, Navegantes (SC) - 2,32, Bauru (SP) - 2,30 e Cachoeiro de Itapemirim (ES) - 2,26. A pesquisa constatou que os problemas dos serviços públicos no mundo físico contaminam também o atendimento virtual. "Um dos principais problemas na administração pública de forma geral, e mais acentuada ao nível dos municípios, é a morosidade e a burocracia nos processos administrativos e de atendimento ao cidadão", concluiu Norberto Torres. Preocupação federal – A ineficiência dos serviços públicos virtuais também preocupa o governo federal. A diretora de e-gov do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Patricia Pessi, apresentou a metodologia adotada para avaliar sistematicamente o setor, de acordo com o modelo usado pela Grã-Bretanha. "Não se trata de avaliar sites, mas sim da sua conveniência para os cidadãos e seu impacto na administração pública, sua adequação ao público-alvo, capacidade de comunicação e influência, facilidade de uso", disse Patrícia. O estudo analisa, por exemplo, se as práticas de e-gov avaliadas –que incluem outros canais além da internet, como quiosques de atendimento, serviços via celular e call centers– resolvem o problema do cidadão na hora e se os sites informativos se preocupam em oferecer meios como e-mail, telefones e nome dos servidores que devem ser contatados. A pesquisa de campo analisou 21 tipos de serviços nas três esferas de governo (municipal, estadual e federal) em cidades de sete estados e, segundo Patricia Pessi, as tabulações iniciais mostraram notas muito baixas mesmo para serviços considerados modelos de excelência no país.

Divulgação

e-gov não avança, e ainda permite a interação entre governo e setor privado. Foco no cidadão – Ao fazer um balanço desta 12ª edição do Conip, Vagner Diniz afirmou que este ano o evento deixou claro que é necessário mudar o paradigma atual de que o egov deve atender às demandas dos governos e passar a focar os interesses dos cidadãos para os quais os serviços são prestados. "Também é preciso repensar o atual modelo de inclusão digital, baseado em implantação de telecentros. Isso não tem sustentabilidade a longo prazo", afirmou o presidente do Conip. "É preciso buscar práticas que gerem receita e desenvolvimento local." Um bom exemplo apresentado durante o congresso foi o caso de sucesso da praia de Pipa, em Tibaú do Sul, Rio Grande do Norte. Além do site informativo para cidadãos e turistas, o balneário aderiu ao M-gov (Mobile Government) comercializando fundos de tela para telefones celulares criados por artistas locais. "A operadora ganha, a comunidade de artistas ganha, todos saem lucrando", observa Diniz. Minas em alta – Outro destaque do Conip 2006 foram os vários projetos bem-sucedidos de e-gov vindos de Minas Gerais, desde os serviços online da capital Belo Horizonte até o festejado Portal do Cidadão de Ipatinga, no leste do estado. Também chamou a atenção o caso da prefeitura de Tiradentes, que desde abril tornou-se uma cidade digital, com todos os cidadãos conectados à internet. O projeto "Tiradentes Digital" é uma parceria entre o Ministério das Comunicações e a Prefeitura de Tiradentes, e outros órgãos, como universidades e empresas privadas –entre elas a TVA e a Cisco Systems– que utiliza a tecnologia "Wireless Mesh", uma rede de comunicação sem fio, permitindo à população o acesso à internet em banda larga gratuitamente, em todos os pontos disponíveis na cidade. (RM)

São Paulo se prepara para oferecer serviços via TV digital

Divulgação

Os 21 finalistas do Prêmio Conip 2006: projetos contemplaram desde processos agrícolas e serviços via celular até TV digital

ma seleção de 21 craques na aplicação da Tecnologia da Informação aos mais variados serviços públicos, vindos de quase todos os estados brasileiros, disputou o prêmio de Destaque do Conip 2006 na cerimônia de encerramento do congresso. Saiu vitorioso o time dos gaúchos do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, com o projeto "Qualidade Assistencial: o uso da TI à beira do leito para aumentar a segurança do paciente". Também foi premiado o projeto de e-gov do Estado de São Paulo, com o e-Poupatempo e o Perto de Você. Segundo o superintendente do Poupatempo, Alvaro Gregório, a versão virtual de concentração do atendimento aos cidadãos num único local oferece nada menos que 2.070 serviços, que vão desde a emissão de atestados de antecedentes, registro de Boletins de Ocorrência e consulta de multas e pontos na carteira de motorista até agenda cultural, endereços e horários de atendimento de postos de saúde. O e-Poupatempo monitora os serviços online de 345 dos 645 municípios paulistas. Mensalmente, é realizado um "webday" que reúne em média 120 desenvolvedores e webdesigners de todo o estado envolvidos no processo, para atualização, troca de informações e experiência, e também analisar as dificuldades e buscar novas soluções. Pelo celular – O M-gov também está presente em São Paulo, através do projeto Perto de Você. Segundo Alvaro Gregório, um levantamento mostrou que um terço das ligações diárias recebidas pelo telefone 190 da Polícia Militar eram pedidos de informações sobre a localização de delegacias, escolas, hospitais e postos de saúde, já que apenas uma minoria da população tem acesso a esses dados via internet. "Para desafogar o 190 criamos o Perto de Você, em que os cidadãos podem acessar essas informações pelo celular", explica Alvaro Gregório. Falando com a TV – A TV digital também já está nos planos do e-Poupatempo. A prestação de informações e serviços públicos através da nova mídia deverá ser testada a partir de agosto, na capital paulista, no bairro de Moema, onde estão sendo instalados 40 mil pontos de recepção. "Quem tiver o aparelho para recepção da TV digital poderá até mesmo conversar ao vivo com um atendente para tirar dúvidas, através de uma conexão via porta USB", revelou Alvaro Gregório. (RM)


terça-feira, 4 de julho de 2006

Empresas Finanças Comércio Exterior Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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4,082

VENDAS EXTERNAS CONTINUAM EM ALTA

bilhões de dólares foi o resultado do superávit comercial brasileiro no mês de junho

VENDAS EXTERNAS ALCANÇAM US$ 11,435 BILHÕES EM JUNHO. NO DIA 30, FOI EXPORTADO US$ 1 BILHÃO

RECORDE HISTÓRICO NA EXPORTAÇÃO

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Tanto as importações quanto as exportações tiveram recordes históricos no primeiro semestre do ano

Venezuela entra no Mercosul

presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca hoje à noite em Caracas com um objetivo claro e uma expectativa implícita. O objetivo é prestigiar a cerimônia de adesão da Venezuela ao Mercosul, bloco até agora formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Nos bastidores, porém, Lula espera que a iniciativa ajude a conter a tendência do líder venezuelano Hugo Chávez de interferir em assuntos internos dos países vizinhos, como ocorreu nos casos da ocupação das refinarias da Petrobras pela Bolívia e na eleição do Peru. A expectativa do governo é de que Chávez, de agora em diante, passe a rezar pela cartilha do Mercosul e, em nome da integração sul-americana, seja de uma vez por todas enquadrado – tarefa considerada quase impossível por analistas de relações internacionais. Com a assinatura do protocolo de adesão ao Mercosul, a Venezuela assume imediata-

Ricardo Struckert/ABr - 19/01/2006

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Lula, Kirchner e Chávez: unidos apenas no bloco econômico

mente as obrigações que compõem o acervo de normas do bloco e terá um prazo de quatro anos para se adaptar à Tarifa Externa Comum (TEC). Isso significa que, em 2010, o país deverá estar totalmente integrado à união aduaneira, considerada atualmente uma "colcha de retalhos". O país também se comprometeu a incorporar todas as regras de livre comércio do bloco até, no máximo, 2013. Mas, a partir da próxima reunião de cúpula do

Mercosul, marcada para os dias 20 e 21 deste mês em Córdoba, na Argentina, Chávez já terá voz nas decisões do bloco sul-americano. Tudo foi preparado para que ele se sinta prestigiado e pare de provocar controvérsias na região. PIB gordo – Com a entrada da Venezuela como quinto sócio, o Mercosul passará a ter um Produto Interno Bruto (PIB) de aproximadamente US$ 1 trilhão e um comércio global de mais de US$ 300 bilhões. (AE)

Brasil poderá ceder mais na OMC

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ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, acredita que o Brasil poderá ceder mais na negociação para a liberação de produtos industriais na Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC), não de uma vez, mas ao longo de um período. De acordo com o ministro, a indústria brasileira tem condições de ter ganhos de competitividade de 1% ao ano, se forem tomadas medidas de estímulo à produção. O cálculo faz parte de estudos desenvolvidos pela Câmara de Comércio Exterior

(Camex) para subsidiar as negociações, que, novamente, terminaram sem conclusão na reunião ministerial da semana passada em Genebra. Furlan afirmou que o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que coordena o G20, tem feito um grande esforço para o avanço das negociações e até mesmo para fazer concessões da parte brasileira. No entanto, ressaltou, "não há vontade política". Ainda assim, uma nova tentativa de acordo será realizada neste mês, o que significa que as negociações ainda têm chances, na avaliação do ministro.

Reação – Em visita a São Paulo, a ministra das Relações Exteriores do Reino Unido, Margaret Beckett, disse que o Reino Unido está disposto a tudo para que, até o fim do mês, as questões centrais da discussão estejam resolvidas. Para ela, a consolidação de um sistema de poder multilateral, no qual nações desenvolvidas e emergentes possam competir igualitariamente e debater as grandes questões globais, depende, primordialmente, da inclusão dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China) nas grandes esferas de poder do mundo globalizado. (AE)

s exportações brasileiras bateram um recorde histórico em junho. Os produtos vendidos no exterior alcançaram US$ 11,435 bilhões, com crescimento de 17,4% em relação a junho de 2005. No mês, as importações totalizaram US$ 7,353 bilhões, o que resultou num saldo comercial de US$ 4,082 bilhões. No acumulado do primeiro semestre, o saldo comercial atingiu US$ 19,541 bilhões, pouco abaixo do verificado no mesmo período de 2005, que foi de US$ 19,654 bilhões, segundo os números divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Pelos dados do governo, todos os resultados do primeiro semestre de 2006 são recordes históricos, com exceção do saldo comercial. No período de seis meses, as exportações somaram US$ 60,901 bilhões, um crescimento de 16,6% em relação a igual período do ano passado, enquanto as importações alcançaram US$ 41,360 bilhões, com expansão de 21,6% na mesma comparação. A queda do saldo comercial no mês, de pouco mais de US$ 100 milhões, foi explicada pelo secretário de Comércio Exterior, Armando Meziat, como conseqüência do aumento das importações, fato que já era

esperado pelo secretário. "O câmbio está favorável para isso", disse. O secretário garantiu que o crescimento das importações não preocupa porque vem se concentrando em bens de capital e no segmento de combustíveis e lubrificantes. Previsão – Já o ministro Luiz Fernando Furlan afirmou que o superávit da balança comercial deste ano deverá ficar ao redor de US$ 40 bilhões. Em janeiro, quando divulgou os números da balança comercial de 2005, o ministro havia informado ape-

17,4% foi o crescimento das vendas externas brasileiras no mês de junho em relação ao mesmo período do ano passado nas a meta de exportações para 2006, que é de US$ 132 bilhões. A previsão feita ontem por Furlan mostra redução do saldo comercial neste ano, já que em 2005 o superávit ficou na casa dos US$ 44 bilhões. Furlan iniciou ontem a análise dos números da balança

comercial no semestre e, a partir desse estudo, fará uma nova projeção dos dados das exportações e do saldo. "Mas adianto que tudo indica que o saldo vai ficar ao redor de US$ 40 bilhões", afirmou o ministro, que participou na manhã de ontem, em São Paulo, do Fórum Desafios do Varejo. Ao comentar os números do primeiro semestre, o ministro ressaltou que as exportações de janeiro a junho ficaram US$ 400 milhões abaixo do esperado. Esse montante corresponde, segundo o ministro Furlan, a um dia de vendas externas. Mesmo assim, de acordo com Furlan, as exportações de junho foram surpreendentes, superando em US$ 800 milhões o resultado de junho de 2005. O motivo, segundo ele, é que a última sexta-feira, dia 30 de junho, foi atípica para as vendas. Pela primeira vez na história, as exportações ultrapassaram US$ 1 bilhão em um único dia. Na avaliação de Furlan, o salto registrado nas exportações está relacionado ao final do mês, do trimestre e do semestre, fatores que levam muitas empresas a fazerem grandes esforços para fechar embarques e contas. O ministro acredita que, nas próximas semanas, haverá regularização das exportações retidas por dois meses de greve dos fiscais. (AE)

Greve da Receita não pressiona

A

greve nacional dos auditores fiscais exerceu "pouca influência" negativa sobre o resultado do superávit da balança comercial brasileira no mês de junho. A afirmação é d o p re s i d e n t e n a c i o n a l do Sindicato dos Auditores Fiscais (Unafisco), Carlos André Nogueira. O resultado, que segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, somou US$ 4,082 bilhões, superou em 34,8% os US$ 3,028 bilhões registrados em maio e ficou acima das projeções dos analistas, que eram de US$ 3,5 bilhões. Para Guilherme Loureiro, analista de comércio exterior da Tendências Consultoria Integrada, o

superávit surpreendeu pelo fato de resultar na previsão de um modelo sem greve. De acordo com o presidente da Unafisco, a paralisação dos auditores não explica sozinha a queda do superávit da balança há algumas semanas como também não justifica o retorno. "A greve tem um impacto muito limitado sobre o resultado da balança comercial", disse Nogueira, acrescentando que 85% de todas as exportações e importações feitas pelo País são desembaraçadas sem qualquer tipo de fiscalização, porque contam com o benefício do instrumento conhecido no meio como "canal verde". Segundo o presidente da Unafisco, o que passa pelo

Factoring

DC

Paulo Pinto/AE - 22/07/2004

O que é Factoring? É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com

crivo dos auditores é apenas 15% a 20% do volume nacional de comércio exterior. Nogueira disse ainda que a greve, que continua em vigor, poderá ser encerrada ainda esta semana se algumas das reivindicações que não foram contempladas pela MP 302, editada na semana passada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, forem acertadas. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 4 de julho de 2006

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Política

Se com a LRF tem essa farra, é de se imaginar o que ocorreria se não tivesse a lei. Geraldo Alckmin

PARA O CANDIDATO TUCANO, OS REAJUSTES CONCEDIDOS AOS SERVIDORES FEDERAIS DESRESPEITAM A LEI.

Foto: Robson Fernandes/AE

ALCKMIN DENUNCIA 'FARRA FISCAL' DO PT

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Candidato da coligação ao senado, Afif Domingos, com Geraldo Alckmin: "Por que não deram o reajuste no ano passado?", pergunta tucano. Fotos: Marcos Fernandjes/LUZ

Vamos percorrer o País, de norte a sul, mostrando os erros do atual governo e as nossas propostas. José Jorge, candidato a vice na chapa de Geraldo Alckmin

O País nunca viu um governo federal gastar tanto com publicidade, em vez de investir no social. Jorge Bornhausen, presidente nacional do PFL

Precisamos de algo novo, que represente a busca do desenvolvimento. Alencar Burti, presidente da Associação Comercial de São Paulo

A aliança (PSDB/PFL/PPS) precisa dar esperança ao povo com propostas concretas. Roberto Freire, presidente nacional do PPS

UMA LEGIÃO DE ESPECIALISTAS

irigentes nacionais do PSDB, PFL e PPS estiveram em peso, ontem, na Associação Comercial de São Paulo (ACSP), para participar da primeira reunião do grupo de trabalho que vai desenvolver o plano de governo do candidato à Presidência da República, Geraldo Alckmin. Em seu discurso, o presidenciável mostrou-se bastante diferenciado de Lula. Alckmin afirmou que nunca fez "política personalista" – numa referência ao estilo popular do adversário –, mas de conteúdo, com propostas claras, como as reformas política e tributária.

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O candidato adiantou que será firme ao "tocar o dedo na ferida" e mostrar "o que está errado". O eixo de seu programa PSDB-PFL (e PPS numa aliança informal) será o emprego e a geração de renda. "A nossa meta é muito clara: diminuir desigualdades. Vamos diminuir a pobreza e melhorar a vida da população", afirmou. Programa único– João Carlos de Souza Meirelles, um dos coordenadores da campanha tucana, explicou que os integrantes do grupo de trabalho são indicados pelas direções partidárias. Eles vão reunir as propostas de Estados e re-

giões. Os grupos serão divididos em 30 temas, entre eles, saúde, educação, segurança pública e comércio exterior. "Pela primeira vez, uma aliança começa com uma aliança programática. Os três partidos têm diferenças ideológicas, mas definiram como objetivo principal a formulação de um plano de governo. Os pontos mínimos de divergência serão discutidos depois da eleição", disse Meirelles. O presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen, disse que o plano deve ser concluído até o início da propaganda gratuita no rádio e te-

levisão - em 15 de agosto. Participaram da reunião o coordenador nacional da campanha de Alckmin, senador Sergio Guerra (PSDB-PE); o presidente nacional do PPS, Roberto Freire; o presidente da ACSP, Alencar Burti; o candidato a senador Guilherme Afif Domingos (PFL); o candidato a vice-governador Alberto Goldman (PSDB), o ex-ministro da Agricultura Pratini de Moraes; deputados federais e assessores de governos do PSDB, entre eles, o ex-secretário da Fazenda Yoshiaki Nakano e a ex-secretária de Cultura Cláudia Costin. (SK)

m encontro realizado ontem na Associação Comercial de São Paulo, tucanos e pefelistas denunciaram a "farra fiscal" e a "farra da publicidade" no governo Lula às vésperas da eleição. De acordo com o candidato à Presidência da República do PSDB, Geraldo Alckmin, os reajustes salariais concedidos aos servidores federais, a três meses do pleito, mostram um desrespeito à Lei de Responsabilidade Fiscal, aprovada no governo Fernando Henrique Cardoso. Ele se referia ao fato de que na semana passada o Executivo anunciou um pacote de MPs que beneficiarão 1.705.021 funcionários federais e 34 mil distritais, com acréscimos que variam de 5% a 52%. As todo, as sete medidas custarão aos cofres públicos R$ 10,8 bilhões a mais por ano, extrapolando em R$ 1,6 bilhão os valores reservados no Orçamento de 2006, acusa o candidato tucano. Os aumentos, lembra ele, foram considerados irregulares pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio de Mello. O ministro entendeu que deveria ser respeitado o artigo da Lei Eleitoral que fixa em até 180 dias antes das eleições o limite para esse tipo de benefício. "Por que não deram o reajuste aos servidores ano passado?", perguntou Alckmin. "Deixaram para este ano porque é ano eleitoral. Em São Paulo, enquanto fui governador, demos reajustes aos servidores no ano passado e no retrasado, justamente para não ter farra fiscal este ano", criticou o tucano. Ele lembra que Lula se queixou da LRF na semana passada ao reclamar que as prefeituras endividadas não podem receber recursos federais por causa da legislação. No entendimento de Alckmin, porém, o petista foi além do que deveria. "Se com a LRF tem essa farra, é de se imaginar o que ocorreria se não tivesse a lei". O tucano afirmou que o limite de endividamento de São Paulo, segundo a lei, é no máximo duas vezes a receita corente líquida. Por outro lado, o Senado deu prazo até 2015 para o Estado atingir a meta. "Nós atingimos a meta (1,98%) dez

anos antes (em 2005)", ressaltou, para mostrar sua postura. Propaganda eleitoral - Tucanos e pefelistas informaram ontem que também aguardam com expectativa as informações do governo sobre os gastos em publicidade institucional. PFL e PSDB fizeram um pedido informações ao TSE. Na avaliação do presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), os valores gastos em todas as áreas do governos são altos. "Nunca vimos coisa semelhante no Brasil. É um volume de publicidade desnecessário e absurdo". O candidato a vice-presidente, José Jorge, admitiu que o tema poderá ser explorado na campanha – que começa efetivamente na sexta-feira junto com os escândalos que envolveram dirigentes petistas e aliados no Congresso Nacional. "Vamos mostrar os dez fatos mais relevantes para chamar a atenção do eleitor". Sanguessugas - Gerado Alckmin afirmou também na reunião que, se eleito, vai controlar todas as emendas ao Orçamento apresentadas por p a r l a m e n t a re s . O t u c a n o anunciou a proposta ao criticar o escândalo da compra superfaturada de ambulâncias revelado pela Operação Sanguessuga. O escândalo é investigado pela Polícia Federal e pelo Congresso Nacional, que instalou uma CPMI. O candidato disse que não é contra as emendas, mas, por tabela, atacou a Controladoria Geral da União (CGU), órgão responsável pela fiscalização do governo federal. "Eu pretendo exercer um controle sobre todas as emendas: custo, destino e avaliação. Não sou contra emenda parlamentar, mas é preciso ter um controle. Se ela (a CGU) fosse mais eficiente, não aconteceria o que está acontecendo hoje". Sergio Kapustan


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Internacional

O Paraguai poderá aplicar o princípio de eutanásia ao Mercosul e deixar que pereça, diante da impossibilidade de revitalizá-lo e consertá-lo. Nicanor Duarte, presidente do Paraguai

AFP

Acidente em metrô deixa 41 mortos na Espanha Acidente com dois vagões em Valência pode ter sido causado por alta velocidade ou roda quebrada

P

elo menos 41 pessoas morreram e mais de 40 ficaram feridas no descarrilamento de um trem de metrô em Valência, sudeste da Espanha. Funcionários do metrô disseram que a alta velocidade ou uma roda quebrada em uma curva podem ter causado o descarrilamento dos dois vagões em um túnel entre as estações Jesus e Plaza de Espanha, no centro da cidade. O acidente ocorreu dias antes da chegada à cidade do papa Bento XVI, que presidirá entre os dias 8 e 9 o Encontro Mundial da Família. Além dos milhares de fiéis que já chegaram para o encontro, centenas de fãs de iatismo estão em Valência, onde acontecem as provas preparatórias para o America's Cup. As autoridades se apressaram em rejeitar a possibilidade de um atentado em um país ainda abalado pelos ataques terroristas contra trens em Madri, que mataram 191 pessoas em março de 2004. O primeiro-ministro José Luis Rodríguez Zapatero decidiu interromper uma visita à Índia e voltar à Espanha por causa do acidente. O rei Juan Carlo enviou condolências aos parentes das vítimas. O acidente ocorreu às 13h locais (9h de Brasília). Passageiros acionaram os serviços de emergência por meio de celulares e mais de 150 pessoas foram retiradas da plataforma. Uma mulher de meia idade, com o rosto sujo de fuligem, gemia de dor enquanto deixava a estação amparada por um policial.

Mulher ferida é carregada para uma ambulância após acidente. Trem trazia centenas de peregrinos que se dirigiam a Valência para a visita do papa

Ó RBITA

AFEGANISTÃO

S

oldados dos Estados Unidos enfrentaram insurgentes durante emboscada contra um comboio militar no sul do Afeganistão, matando mais de 20 militantes, informaram ontem autoridades das forças internacionais que estão no país. Em outro incidente, um helicóptero do Exército dos EUA caiu nas imediações de Kandahar, depois de ter sido alvo de tiros. Um piloto morreu e outro ficou ferido. A emboscada ocorreu no domingo em Sangin, na província de Helmand, que se transformou em um foco de resistência ao novo regime do Afeganistão. Mais de 30 extremistas atacaram uma patrulha que havia acabado de encontrar um esconderijo de armas naquele distrito. Vinte extremistas acabaram mortos no contra-ataque. A batalha faz parte de uma forte ofensiva anti-Taleban, envolvendo mais de dez mil soldados. Ainda ontem, no oeste do país, sete estudantes ficaram feridas na explosão de uma bomba em uma classe de inglês na Universidade de Herat. (AE/AP)

Jorge Silva/Reuters

Apesar do comportamento de Obrador e Calderón, que transformaram a campanha num show de insultos e, após as eleições, insistem em se dizer vitoriosos, os mexicanos parecem prontos a acatar o re-

sultado anunciado pela autoridade eleitoral. A bolsa de valores do México registrou ligeira alta e vários executivos das finanças e da indústria do país descartaram o risco de instabilidade para a economia.

Resultado final – A tabulação definitiva dos votos das eleições mexicanas de domingo começa na quarta. Ela não consiste na recontagem de todos os votos, urna por urna. Trata-se de um exame cuidadoso das atas de cada urna, nos trezentos distritos eleitorais do país, com o objetivo de verificar se as somas dos votos dados a cada candidato foram feitas corretamente.Pela lei, o IFE tem até sábado para proclamar o vencedor. A nova contagem tornou-se necessária depois que o presidente do IFE, Luiz Carlos Ugalde, informou o país, ontem, que a apertada diferença entre os dois primeiros colocados impedia a entidade de declarar uma tendência definitiva com base nos resultados das urnas de uma amostragem nacional de mais de 7.600 seções. Embora tenham mantido o apoio público ao IFE, observadores internacionais criticaram a decisão do instituto de não divulgar os dados que possuía. "Assim o IFE retirou a transparência do processo e abriu espaço para os candidatos proclamarem vitória", disse um observador. (AP/AE)

LONDRES Simpatizantes da Al-Qaeda tentaram se infiltrar em serviço de segurança inglês

PERU Encontrados os corpos de alpinistas americanos mortos durante escalada aos Andes

MÁFIA Ndrangheta Crea, líder da máfia calabresa, foi preso em Reggio Calabria, sul da Itália

Calderón diz 'não ter dúvidas' de que venceu. Resultado sai até sábado

Vários feridos estavam em estado grave, entre eles o motorista do trem e uma mulher grávida. Os hospitais de Valência pediam à população que doasse sangue, pois o estoque já estava terminando e uma equipe de psicólogos foi colocada à disposição dos feridos e dos parentes das vítimas. "Houve um choque, ruídos estranhos e depois não se ouviu mais nada", disse à rádio Cadena Ser um passageiro que estava no quarto vagão. Ele conseguiu sair pela janela quando os bombeiros chegaram ao túnel. O trem descarrilou na linha 1 do metrô, entre as estações Jesus e Plaza de Espanha. As zonas de acesso ao local do acidente foram fechadas ao trânsito e a polícia impediu que fotógrafos entrassem no túnel. O metrô de Valência foi inaugurado em 1988 e conta atualmente com quatro linhas em uma extensão de 151 quilômetros e em 2005 transportou 61,5 milhões de passageiros. Valência fica a cerca de 300 quilômetros de Madri, é uma das maiores cidades da Espanha, com mais de 600 mil habitantes e tem o maior porto da costa oriental mediterrânea. (AP/AE)

Uriel Sinai/Reuters

O

conservador Felipe Calderón, de 43 anos, do Partido de Ação Nacional (PAN), ganhou mas ainda não levou as eleições presidenciais de domingo passado no México. Ele terá que esperar pelo menos um par de dias até que a contagem oficial, a ser iniciada na amanhã pelo Instituto Federal Eleitoral (IFE), confirme ou não a apertadíssima vitória que obteve na apuração preliminar concluída ontem. Computados 98,14% dos sufrágios depositados nas mais de 130 mil seções eleitorais, Calderón tinha 36,37%, vantagem de 1 ponto porcentual – ou 385 mil votos – sobre seu principal rival, o esquerdista Andrés Manuel López Obrador, do Partido Revolucionário Democrático (PRD). Roberto Madrazo, candidato do Partido Revolucionário Institucional (PRI), legenda que mandou no México por sete décadas, recebeu 21,55% dos sufrágios. Na eleição de 168 senadores e 500 deputados, o PAN emergiu como maior força, seguido de perto pelo PRD e o PRI.

Pelo celular, a busca por parentes

AFP/Nasa

CALDERÓN QUASE ELEITO

Heino Kalis/Reuters

Soldados de Israel ocupam escritórios de entidade mantida pelo Hamas em Nablus

ULTIMATO DO HAMAS

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ilitantes palestinos que reivindicam a captura do soldado israelense Gilad Shalit anunciou ontem que Israel tem até hoje de manhã para libertar cerca de 1.500 prisioneiros palestinos detidos em suas penitenciárias ou "arque com as conseqüências". O governo israelense repetiu a promessa de não negociar com os palestinos. Mas o general Dan Halutz, comandante do Exército, comentou que não está descartada a possibilidade de uma troca.

Os captores do cabo Shalit anunciaram o ultimato em meio à persistente ofensiva israelense contra a Faixa de Gaza. "Nós damos ao inimigo sionista até as 6h de terça-feira (meia-noite em Brasília), 4 de julho", anunciaram ontem os três grupos que reivindicam a captura do soldado. Se Israel não atender à exigência, os militantes disseram que o caso do soldado será considerado "encerrado", deixando implícita a ameaça de morte. "O inimigo terá então de arcar com todas as conseqüên-

cias dos resultados futuros." Já o ministro da Defesa de Israel, Amir Peretz, disse considerar a Síria responsável pelo destino do soldado. Segundo Peretz, Israel acredita que o governo sírio abriga a cúpula radical do grupo islâmico Hamas no exílio. O braço armado do Hamas é um dos três grupos que reivindicam a captura do soldado. "Sugiro a Bashar Assad (presidente da Síria), que está tentando ficar com os olhos bem fechados, que abra os olhos, pois ele é responsável", advertiu Peretz. (AE/AP)

A

RACHADURA NO DISCOVERY

Nasa (agência espacial dos Estados Unidos) anunciou ontem, depois de uma longa reunião de seus especialistas, que lançará o ônibus espacial Discovery hoje, feriado do Dia da Independência nos EUA, a despeito da descoberta de uma rachadura de 12,7 cm na

espuma isolante do tanque externo de combustível, e do desprendimento de um pedaço de espuma de 7,6 cm. Esta será a terceira tentativa de lançamento do ônibus espacial desde sábado. As duas tentativas anteriores foram frustradas pelo mau tempo.


terça-feira, 4 de julho de 2006

Convergência Varejo Hi-tech Automação Te l e f o n i a

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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SISTEMA PROMETE ELIMINAR MOROSIDADE NO ATENDIMENTO

Com o Papa-Fila bancário o cliente realiza a transação, pega seus comprovantes e vai embora Ageu Moreira

Prepare-se para ir ao banco rapidinho. Vem aí o papa-fila Ex-bancário desenvolve caixa eletrônico que cabe na mão do atendente e que pode acabar com o sufoco de quem sofre horas nas filas para realizar operações direto nos caixas das agências bancárias carioca Ageu Moreira foi bancário durante 29 anos. Começou na contabilidade, passou para Organização e Métodos e depois foi gerente de caixas. Conheceu de perto o sufoco e desespero dos clientes das agências bancárias que precisam realizar operações direto nos caixas –por conta da necessidade de autenticações e comprovantes não fornecidos pelos caixas eletrônicos– e são obrigados a mofar por horas nas intermináveis filas, que às

(Congresso e Exposição de Tecnologia da Informação das Instituições Financeiras) para apresentar sua mais recente criação: o Papa-Fila. Foi um sucesso. Executivos de TI e gerentes de relacionamento com o consumidor fizeram fila para ver em detalhes o aparelhinho que pode ser a solução para um dos problemas mais espinhosos dos bancos: as queixas constantes dos clientes em relação à longa espera e à morosidade do atendimento.

Papa-Fila da CMSP possibilita a transmissão direta e imediata dos dados para o sistema central do banco através da utilização dos recursos Wi-Fi (sem fio) ou celular (tecnologias CDMA e GSM). Documentos de cobrança, como boletos bancários e contas de concessionárias –água, luz, gás, telefone– são lidos através do leitor do código de barras. A impressora térmica emite o comprovante da transação, que é entregue ao cliente no ato pelo atendente.

está negociando o produto com um grande banco e tem outros interessados, mas os nomes das instituições não podem ser revelados enquanto as negociações não forem efetivadas. Para empresas – A CMSP possui também produtos voltados para facilitar o dia-a-dia das empresas de qualquer tamanho, como o Cheques Pré-Datados, módulo de troca de dados com a empresa ou com outros sistemas, e também um módulo de consulta geral a cheques que

vezes chegam até a rua. Quando decidiu passar de empregado a empreendedor, Ageu escolheu um ramo onde pudesse fazer algo para ajudar a resolver o problema. Há seis anos, ele criou a CMSP - Cash Management Systems & Process, na tranquila Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro. A empresa, de informática e prestação de serviços, especializou-se no desenvolvimento de soluções para o sistema financeiro. No mês passado, investiu em um modesto estande no setor de inovações tecnológicas do Ciab 2006

Como funciona – O Papa-Fila utiliza um equipamento ultra-mobile similar, em sua forma, aos dispositivos das administradoras de cartões de crédito nos pontos de venda, só que acrescidos de uma alça elástica que torna seu manuseio mais seguro. Baseado em Windows CE.Net, a solução incorpora periféricos como leitor de código de barras, leitor de cartões magnéticos e smartcards, leitora de cheques e impressora térmica, integrados ao aparelho-base. Desenvolvido para processar transações bancárias de qualquer natureza, o

Fast food – "É melhor do que estar na fila de um fast food, aborrecido com a espera, e de repente chega um funcionário com um bloco ou um PDA (computador de mão) para tirar o pedido. Você fala o que quer e, quando chega ao caixa, basta pagar que já está tudo pronto na bandeja. Com o Papa-Fila bancário não é preciso continuar na fila, o cliente realiza a transação, pega seus comprovantes e simplesmente vai embora", diz Moreira. O Papa-Fila levou um ano para ser desenvolvido e já está pronto para comercialização em larga escala. A CMSP

possui uma parte básica, com relatórios padrão em funcionamento, e outros relatórios a serem adaptados de acordo com as necessidades do cliente. A empresa também comercializada um sistema de delivery para pizzarias, restaurantes e distribuidores de produtos e serviços, como disk gás e disk água, por exemplo. Também oferece um sistema para locadoras de vídeo utilizado por mais de 130 locadoras em todo o Brasil. Rachel Melamet Mais informações: www.cmspltda.com.br


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Tentar dividir o mundo segundo critérios religiosos e étnicos, é aumentar a distância entre o Cristianismo e o Islã.

www.dcomercio.com.br/logo/

Do presidente russo, Vladimir Putin, ao inaugurar ontem a Cúpula Mundial de líderes religiosos em Moscou, referindo-se ao conflito entre palestinos e israelenses.

terça-feira, 4 de julho de 2006

JULHO

2 -.LOGO

4 Doze anos da morte do arquiteto e pintor brasileiro Roberto Burle Marx (1909-1994) Dia da Independência dos EUA

A RTE M EDICINA

Acervo desaparecido

A volta do coma, 19 anos depois Terri Wallis, um norte-americano de Arkansas, de 42 anos, que ficou praticamente inconsciente por quase 20 anos recobrou a fala e os movimentos há três anos. A recuperação ocorreu à medida que seu cérebro espontaneamente desenvolvia novas conexões nervosas para repor aquelas rompidas num acidente de carro, quando ele tinha 19 anos. Os médicos estão intrigados com o caso e admitem também não saber como induzir um paciente com

lesões menos graves a uma recuperação como a de Wallis. O estudo mostra que, em vez de uma recuperação repentina, na realidade a recuperação de Wallis demorou duas décadas, à medida que os nervos do cérebro formavam novas conexões a um ritmo imperceptível, até que houvesse, novamente, um cabeamento capaz de conectar as áreas do cérebro. Os detalhes sobre o caso foram publicados ontem no Journal of Clinical Investigation.

T IBET AFP

Interpol entra na busca de 29 obras de arte escondidas por Edemar Cid Ferreira

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m acervo de 29 obras de arte é um dos motivos para manter preso desde 26 de maio o ex-controlador do Banco Santos, Edemar Cid Ferreira. As obras desaparecidas deveriam ter sido seqüestradas pela Justiça e entregues à União até seu julgamento. Para localizá-las, a Polícia Internacional (Interpol) – composta por polícias de 184 países – passou a investigar o caso a pedido da Justiça Federal. As obras não apresentadas por Edemar são "as mais caras e menos volumosas, com maior facilidade de manuseio", segundo o procurador da República Sílvio Luís Martins de Oliveira, que representa o Ministério Público Federal. Estão sendo procuradas telas, fotografias e esculturas, boa parte de artistas

renomados como a escultura Woman, de Henry Moore, avaliada em US$ 1,475 milhão. Outra obra é Hannibal, de Jean-Michel Basquiat, pela qual Edemar teria pago US$ 825 mil. Os valores de 27 obras somam US$ 6,8 milhões. Não foram incluídas uma fotografia de Brassaï e uma tela de Robert Rauschenberg. As obras foram descobertas depois de a Polícia Federal cruzar informações do acervo encontrado na casa, no depósito e em um banco de dados da Cid Collection que estava no servidor do Banco Santos. Ainda há comprovantes de valores debitados em contas de empresas do ex-banqueiro. Muitas obras estariam cadastradas em nome de uma empresa sócia de uma offshore, ambas de Edemar. Em depoimento, Edemar in-

formou que parte das obras estava em depósitos na Suíça e nos EUA. Em outra época, disse que havia vendido algumas, registradas como sendo da Wailea Corporation, para quitar dívidas. A Wailea, uma de suas offshores, é dona de 15 das obras desaparecidas. Para o diretor-presidente da Bolsa de Artes do Rio, Jones Bergamin, parte dessas obras nem poderia ser comercializada no Brasil. "Não existe comprador". Segundo ele, são obras importantíssimas. "Têm um valor agregado importante, com artistas internacionais". O advogado de Edemar, Arnaldo Malheiros Filho, não quis se pronunciar. Desde 7 de junho, o ex-banqueiro está na Penitenciária 2 de Tremembé, no interior de São Paulo. (AE)

Thomas Lohnes/AFP

movimentos bruscos, capazes de provocar tontura. Mas um terço dos passageiros, que viajavam com as passagens mais baratas em sua maioria estudantes tibetanos - teve de suportar o mal da montanha: tontura, náusea e dor de cabeça. Passageiros de mais idade, dando sinais de desconforto, deitaram-se, crianças choraram e alguns recorreram aos banheiros no momento em que sentiram enjôos. O trem saiu de Pequim no sábado à noite e chegou ontem a Lhasa, depois de atravessar 4.000 quilômetros. A ferrovia também tem sido criticada por ameaçar a autonomia e a identidade cultural do Tibet em relação à China.

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E M

Beatles: o reencontro Paul McCartney e Ringo, os dois beatles ainda vivos, se reencontraram em Las Vegas, no Estado norte-americano de Nevada, no fim de semana, para prestigiar a estréia do musical Love, dedicado pelo Cirque du Soleil às canções dos "Fab Four". A viúva de John Lennon, Yoko Ono, e a de George Harrison, Olivia, além da primeira mulher de John, Cynthia, também estiveram no evento. O espetáculo, no hotel Mirage, um dos maiores da cidade, mostra alguns dos principais personagens das canções dos Beatles, como Lady Madonna, Eleanor Rigby, Sargent Pepper, nas típicas acrobacias do Cirque. B RAZIL COM Z

Decepção se alastra pelo globo Calcutá, Mumbai e ilhas Fiji... Para a população desses lugares, a Copa do Mundo 2006 também acabou, mesmo que Índia e Fiji não tenham seleções no Mundial. Ontem, os jornais Financial Express e Hindu, da Índia, além do Fiji Times, das ilhas Fiji, destacaram a decepção dos numerosos torcedores da seleção brasileira com o jogo de sábado. Em Calcutá, a capital indiana do futebol, torcedores adeptos do hinduísmo organizaram até rituais pela seleção brasileira. "No início, não liguei para o mal desempenho de jogadores como Ronaldo. Achei que eles estavam guardando energia para os jogos mais difíceis. Mas não pude acreditar quando vi a partida contra a França. Foi o pior jogo de todos os tempos", desabafou um fã indiano.

No topo, com o mal da montanha O trem chinês que liga Pequim a Lhasa, no Tibet, inaugurado na semana passada concluiu ontem sua viagem inaugural com um saldo não muito positivo. As cabines pressurizadas do trem não foram suficientes para evitar que vários passageiros passassem mal pela falta de oxigênio. Quando o trem atravessou o ponto mais alto das montanhas tibetanas - a região de Tangula, 5.072 metros acima do nível do mar e o trecho de ferrovia de maior altitude do mundo -, aqueles que viajavam nas classes superiores ligaram os tubos de oxigênio a suas narinas, ao mesmo em que avisos pediam aos presentes que evitassem

M ÚSICA

C A R T A Z

EUROPA FERVE - Inicio oficial do verão europeu: os termômetros marcavam ontem temperaturas acima dos 30 ºC na Alemanha (acima). Até em países gelados como a Finlândia o calor ontem era de 27 ºC. A meteorologia prevê calor a semana toda.

C IÊNCIA AFP

A RQUITETURA

Complexo Google O

G @DGET DU JOUR

PAGU

Pagu (foto), vida e paixão. Exposição, filmes e oficinas integram o evento em homenagem à jornalista, escritora e musa do modernismo Patrícia Galvão (1910-1962). Sesc Santana. Avenida Luís Dumont Vilares, 579. Telefone: 6971-8700. Grátis. F AVORITOS

O site Aleitamento materno traz todas as informações sobre uma atitude que pode salvar vidas de bebês, trazer benefícios para a saúde da família, da mãe e a até conseqüências positivas para a saúde pública. O site tem seções com informações específicas para os pais, as mães, profissionais da área de saúde, empresas que queiram apostar na promoção do aleitamento materno, informações sobre bancos de leite e o projeto mãecanguru além da legislação ligada ao assunto.

www.viagraring.com

www.aleitamento.com

Acima, o complexo Google: vários prédios interligados. Ao lado, áreas internas.

A TÉ LOGO

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Um gadget oportunista, para esses tempos modernos. A Viagra Rings está vendendo anéis de vários modelos, com espaço para um comprimido de Viagra no compartimento secreto. Os anéis, feitos de prata ou ouro, custam a partir de US$ 50 no site.

stor y.php?artid=2123

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Aleitamento materno na rede

Clonagem, dez anos depois

www.metropolismag.com/cda/

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Um anel para o Viagra

Googleplex, o quartel-general do Google nos EUA, mostra ao público tudo o que ele sempre quis saber sobre a empresa que mais revoluciona a internet de tempos em tempos: como as coisas funcionam ali dentro. Pela estrutura de vidro, é possível vislumbrar o movimento interno. O que não pode ser visto de fora foi revelado pela revista Metropolitan: nas paredes, móveis e objetos - inclusive bandejas do refeitório - as cores do logotipo da empresa, um dos mais inconfundíveis do planeta. Nas áreas internas, muito espaço, estruturas construídas em material 99% reciclável.

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

O nascimento da ovelha Dolly, primeiro clone de um mamífero obtido a partir de uma célula de animal adulto, completa amanhã dez anos. O nascimento de Dolly foi anunciado em 23 de fevereiro de 1997, embora na verdade tenha ocorrido em 5 de julho de 1996, pela mãos da equipe de Ian Wilmut, do Instituto Roslin de Edimburgo (Escócia). Com Dolly abriu-se a possibilidade da clonagem de mamíferos adultos e a perspectiva de que o homem possa algum dia tentar fazer uma cópia de si mesmo. Mas a criação de uma cópia perfeita a partir da técnica usada para chegar a Dolly é impossível em qualquer caso. Os clones criados se parecem menos entre si do que um par de gêmeos reais porque alguns genes estão fora do núcleo celular transferido. L OTERIAS Concurso 145 da LOTOFÁCIL 01

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Madri deve apresentar nesta quinta-feira candidatura para sediar a Olimpíada de 2016 Seis ex-internos de Guantánamo são levados a julgamento na França por terrorismo Estados deverão ficar sem recursos do governo federal para aplicar no ensino médio


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Agronegócio Nacional Finanças Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

MERCADO ELEVOU PROJEÇÃO PARA IGP-M

terça-feira, 4 de julho de 2006

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bilhões de reais é o volume de investimentos do governo previsto para este ano, disse Mantega.

EM DIA DE BAIXA LIQUIDEZ POR CAUSA DE FERIADO NOS EUA, ATIVOS BRASILEIROS SEGUIRAM A TENDÊNCIA MUNDIAL

BOLSA E DÓLAR FECHAM EM ALTA

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liquidez foi reduzida ontem nos mercados financeiros internacionais por causa do feriado do Dia da Independência americana, que fecha hoje os pregões em Nova York. Mas o "comunicado benigno" divulgado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) na semana passada, manteve o bom humor nas mesas de operações, onde continuam as especulações sobre uma pausa no aperto monetário nos Estados Unidos. Com isso, o Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), iniciou o mês de julho com boa valorização e os juros tiveram mais um dia de queda. O dólar fechou em alta com a volta do Banco Central (BC) ao mercado fazendo leilão de compra da moeda, o que não ocorria desde 16 de maio passado. Dólar — Após operar em baixa durante a manhã por conta do cenário externo positivo, o dólar fechou a sessão a R$ 2,18, com avanço de 0,6%. De acordo com analistas, por causa do baixo volume de negócios, o BC aceitou apenas uma proposta no leilão. "Os investidores ficaram com a impressão de que o BC vai voltar a intervir no merca-

Marcello Casal Jr./ABr

do de câmbio, o que deve pressionar as cotações da moeda americana", disse o responsável pela área cambial do banco ING, Alexandre Vasarhelyi. O diretor de câmbio do banco Paulista, Tarcísio Rodrigues, lembrou que o BC anunciou na semana passada que as compras de dólares do Tesouro Nacional no mercado de-

11,6

por cento é a valorização acumulada pelo Ibovespa, principal indicador do mercado brasileiro de ações, desde o início do ano. vem atingir R$ 12,273 bilhões neste ano. Fazendo as contas, Rodrigues concluiu que ainda falta R$ 1,211 bilhão para ser contratado no período. Ele não afastou a possibilidade de que o BC tenha atuado para dar um suporte ao dólar, já que existe pressão de vários setores que se dizem prejudicados pela

moeda em baixa, principalmente exportadores. No campo externo, o mercado ficou de olho no tom positivo das bolsas de valores americanas após dados mais fracos que o esperado sobre o setor manufatureiro alimentarem apostas de que o Fed pode não elevar mais os juros do país. Na Bolsa de Valores de Nova York, o índice Dow Jones encerrou os negócios com valorização de 0,7%, enquanto o Nasdaq subiu 0,84%. Os mercados terminaram o expediente mais cedo por causa do feriado desta terça-feira. O Ibovespa fechou em alta de 1,98%, com 37.357 pontos. Durante o pregão, oscilou entre queda de 0,26% e alta de 2,11%. Tamanha volatilidade, de acordo com operadores, foi fruto do baixo volume financeiro. Quando a liquidez é baixa, pequenas operações de compra ou venda de ações já são suficientes para mexer com o Ibovespa. O giro ontem somou R$ 1,6 bilhão, volume muito inferior à média diária de R$ 2,5 bilhões que vem sendo registrada neste ano. Com o resultado positivo do primeiro pregão de julho, a bolsa paulista passa a acumular ganhos de 11,66% desde o início do ano. (DC/Agências)

Bovespa tem giro financeiro recorde

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Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrou no segundo trimestre o maior volume financeiro de sua história, segundo levantamento da consultoria Economática. Foram negociados R$ 134,82 bilhões no período de abril a junho, ante R$ 126,99 bilhões do primeiro trimestre deste ano. O recorde anual foi alcançado em 2005, quando foram

negociados R$ 356,68 bilhões. O forte volume foi registrado em um momento de euforia do mercado por causa da forte liquidez internacional e do crescimento econômico mundial vigoroso, o que foi seguido por uma fase de correção dos ganhos por temores de juros mais altos e desaceleração da atividade econômica. O Ibovespa (principal indicador da bolsa paulista) re-

cuou 3,5% no segundo trimestre, mas exibe valorização de 11,66% no ano. Em 9 de maio passado, o principal indicador da bolsa atingiu o recorde histórico de 41.979 pontos. O volume negociado no segundo semestre equivale a 73% de todo o volume do ano passado e é o quarto melhor da história em termos anuais, acrescentou levantamento da Economática. (Reuters)

Mercados ainda sob o efeito Fed

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ma retórica mais amena mostrada pelos membros do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) no comunicado da última semana vem exercendo um efeito benéfico nos mercados emergentes, especialmente ontem, que foi um dia de menor liquidez nos EUA, em antecipação ao feriado de 4 de julho. Contudo, analistas do mercado internacional duvidam que essa melhora recente de humor, após a divulgação do comunicado do Comitê do Mercado Aberto (Federal Open Market Committee, FOMC) na última semana, seja de fato uma reversão para uma alta sustentada entre os mercados de ativos de maior risco no mundo. "O sentimento baixista deverá continuar com os investidores permanecendo cautelosos diante das pesadas perdas registradas nos últimos dois meses e da mudança de clima derivada do aperto global", disse Siobhan Morden, especialista do ABN Amro para América Latina. O analista avalia que há diversos argumentos ainda a favor de um mercado baixista na América

Latina, embora uma pausa nas vendas seja possível à medida que os investidores passem a reavaliar o ambiente de negócios, depois de amplo processo de desmonte de posições alavancadas em relação aos emergentes e aos países latinos. Para Morden, a volatilidade deve continuar à frente, uma vez que os mercados avaliarão qual deverá ser a posição do Fed a partir da divulgação de dados econômicos locais. Pesquisa — Ontem, a pesquisa do Instituto para Gestão de Oferta (ISM), do setor de manufatura dos EUA, mostrou enfraquecimento em junho. "O risco, a partir do nível do índice divulgado, é de o número entrar em uma tendência de declínio nos próximos meses, elevando os temores sobre a perspectiva para a atividade americana", afirmou James Knightley, do ING. Jean-Marc Lucas, do BNP Paribas, destacou que um item importante no relatório ISM foi o forte declínio do componente de emprego contido no índice, que recuou de 52,9 em maio para 48,7 em junho. "Pela primeira vez em um ano, desde maio de 2005, o número fi-

cou abaixo da marca dos 50 pontos que indicam expansão. Isso é um sinal adicional de desaceleração no mercado de trabalho", alertou Lucas. Nesta semana, os participantes do mercado internacional estarão atentos ao relatório de emprego dos EUA, referente ao mês de junho, que será divulgado na próxima sexta-feira. Para Richard Berner, do Morgan Stanley, os investidores continuam a enfrentar riscos envolvendo inflação e, em conseqüência, riscos de juros maiores. "Eu acredito que os riscos ligados à inflação e aos juros continuam com tendência de alta. Contudo, uma vez que essas ameaças têm atraído a atenção dos investidores nos últimos dois meses, elas estão em grande parte descontadas pelos mercados financeiros." Na avaliação de Berner, o forte avanço registrado pelos ativos de risco na última semana, após a decisão do Fed, indicou que os participantes do mercado internacional estavam esperando um comunicado agressivo pelo FOMC — e, na ausência dele, os ativos de maior risco tiveram espaço para uma alta imediata. (AE)

TIM cancela oferta de ações

pública de ações que pretendia realizar. Em Nova York, os American Depositary Receipts (ADRs) da TIM subiram 5,8%. Em comunicado de fato relevante divulgado ao mercado, a TIM disse que desistiu da oferta pública secundária de ações por causa do comportamento negativo e da crescente

volatilidade do mercado de capitais. A oferta brasileira era parte de uma oferta internacional, que também foi cancelada. "O forte desempenho operacional da TIM era ofuscado pela oferta. O fim da pressão atrairá investidores para a companhia", disse o banco Morgan Stanley. (Reuters)

A

s ações preferenciais da TIM Participações fecharam ontem em alta de 5,5% na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), influenciadas pelo fato de a empresa ter anunciado cancelamento da oferta

De acordo com o ministro, crescimento do investimento público é constante desde 2004, já no governo Lula

Mantega diz que crescimento de 4,75% do PIB é conservador

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ouco mais de uma semana depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter anunciado oficialmente sua candidatura à reeleição, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, mostrou que o governo pretende utilizar intensamente os dados econômicos como seu cabo eleitoral nos próximos meses. Ele convocou uma entrevista coletiva para apresentar uma sistematização de dados antigos para tentar mostrar que os investimentos no governo Lula estão crescendo desde 2004 e vão permitir, a se manter nessa trajetória, que a economia brasileira cresça os 4,5% definidos como meta para o governo neste ano, e também 4,75% em 2007 e 5% em 2008, o que seria um fato inédito na história recente. "É importante que haja um aumento do investimento para que o crescimento econômico seja sustentável. Se o investimento está aumentando, significa que o Brasil pode crescer a taxas cada vez mais elevadas", afirmou. "Se a trajetória do investimento se mantiver na rota que está delineada aqui, nós poderemos ter um crescimento sustentado e robusto nos próximos anos. Isso é o que interessa", completou o

ministro, que considerou conservadora sua estimativa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,75% em 2007. PIB — Mantega apresentou gráficos mostrando que depois de 1994, quando a taxa de investimento (soma de obras, construções e equipamentos) atingiu o pico de 24% do PIB, iniciou-se uma trajetória declinante, que a derrubou a 17% do PIB no início de 2003. "A partir do segundo semestre de 2003, a taxa de investimento entrou na rota do crescimento", afirmou o ministro, destacando o nível de 20,4% alcançado nos três primeiros meses de 2006. "Acredito que, no futuro, nós possamos ter uma taxa de investimento da ordem de 23% a 24% do PIB." Para ele, o desempenho não pode ser atribuído apenas ao setor privado. Os investimentos públicos têm crescido desde 2004 e contribuído para a elevação da taxa. Para referendar seu raciocínio, apresentou os dados segundo os quais, em 2005, os investimentos do governo federal (governo central mais as empresas estatais) teriam atingido 2,33% do PIB, taxa superior ao melhor ano do governo anterior, que foi 2001 (taxa de 2,28% do PIB).

Em 2006, o ministro espera que o volume de investimentos federais atinja o maior volume dos últimos anos: 2,5% do PIB. Sem as estatais, os investimentos do governo em 2006, segundo Mantega, vão chegar a R$ 19 bilhões, 80% do previsto no orçamento. Ele não soube explicar como o governo compatibilizaria essa meta com o bloqueio de R$ 14 bilhões no orçamento. Tributos — O ministro disse que foi a alta das receitas tributárias que viabilizou a expansão dos investimentos do governo, sem comprometer a meta de superávit primário. Ao fazer comparações com o governo anterior, Mantega disse que não iria citar o nome do presidente que comandava o País até 2003 "para não falarem que ele estava fazendo propaganda eleitoral". Para negar motivação eleitoral na coletiva, Mantega usou o argumento de que não teria opção de comparação. "Vou comparar com a Rússia, com a Índia?", questionou, lembrando que citou como o pico de investimento 1994, quando foi lançado o Plano Real pelo então ministro da Fazenda e futuro presidente Fernando Henrique Cardoso. (AE)

BC: caem as projeções para a inflação

A

s instituições financeiras voltaram a prever uma inflação menor para 2006, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com a pesquisa Focus divulgada ontem pelo Banco Central (BC), que recolhe as projeções feitas por cerca de 100 bancos, o IPCA de 2006 deve ficar em 3,98%. Há quatro semanas, a projeção estava em 4,31%. É a quinta semana seguida que o mercado revê para baixo a expectativa de inflação pelo IPCA, que é o índice oficial utilizado pelo BC para cumprir o regime de metas de inflação. Com a nova queda, as estimativas para o IPCA ficaram ainda mais abaixo da meta central de inflação de 4,5% fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2007, as projeções permanecerem em 4,5%. Para o mês passado, as estimativas de IPCA recuaram de -0,05% para -0,1%. O resultado oficial do IPCA de junho será divulgado pelo IBGE na próxima sextafeira. Para julho, as estimativas caíram de 0,35% para 0,3%.

IGPs em alta — Apesar da queda nas projeções do IPCA, o mercado reajustou para cima a previsão de inflação medida pelos Índices Gerais de Preços (IGPs), que têm um impacto maior da evolução de preços no atacado. Para o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) de 2006, a projeção subiu de 3,4% para 3,69% na pesquisa semanal do BC. Essa foi a quarta elevação consecutiva dessas previsões, que estavam em 3,12% há quatro semanas. Para o ano de 2007, as estimativas de variação do IGP-M continuaram estáveis em 4,50%.

3,98

por cento é a projeção das instituições financeiras para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no acumulado deste ano.

A estimativa de Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) para este ano, por sua vez, aumentou de 3,41% para 3,45% na mesma pesquisa. Essa também foi a quarta elevação seguida dessas projeções, que estavam em 3,17% há quatro semanas. Juros — A taxa básica de juros da economia (Selic) deve fechar 2006 em 14,38% ao ano, na previsão do mercado. Na semana passada a projeção estava em 14,5%. As estimativas para este mês não mudaram e prosseguiram em 14,75% pela nona semana consecutiva. O percentual embute a expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) venha a cortar os juros em 0,5 ponto percentual na reunião dos dias 18 e 19, já que a taxa Selic em vigor hoje é de 15,25% ao ano. Os prognósticos para a cotação do dólar no fim deste mês caíram de R$ 2,22 para R$ 2,20. O crescimento da produção industrial neste ano deve ser de 4,25%, na visão do mercado. As estimativas de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, por sua vez, seguiram estáveis em 3,6%. (AE)


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Automação Convergência Te l e f o n i a Varejo Hi-tech

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 4 de julho de 2006

FABRICANTES DE CELULARES APOSTAM TUDO NO DESIGN

Linha Black Label da LG chega ao Brasil com estilo

A LG investiu US$ 5 milhões em marketing para lançar a série Black Label

Fotos: Divulgação

Os dois novos aparelhos da marca são o Chocolate e o Black Safira e priorizam o design e os recursos de imagens

elulares que inspiram desejo ou são feitos para aguçar os sentidos? Foi pensando nisso que a LG criou a mais nova série Premium de telefones móveis com os sugestivos nomes de Chocolate (MX800) e Black Safira (MG810), que chegam agora ao mercado brasileiro para GSM e CDMA. A LG acredita tanto no sucesso dessa nova família de celulares da série Black Label que investiu US$ 5 milhões em marketing e fez uma grande festa de lançamento na Daslu, na semana passada. Os dois aparelhos que inauguram a série –outros produtos da família, como notebooks e monitores devem vir em breve– "evocam um estilo de vida, além de qualquer tendência tecnológica ou modismo", define o diretor de Marketing da LG, Eduardo Toni. "São aparelhos focados no design (com corpos slim, leves e com teclados sensíveis ao toque) e no desejo, porque são baseados no emocional humano, feitos para sentir", destaca o diretor comercial para GSM, Alexandre Jesus. Entusiasmos à parte, o fato é que esses dois novos aparelhos da LG inauguram a entrada da marca no mercado de aparelhos com formato mais fino e telas amplas, coisa que parte da concorrência já tem há algum tempo. O design foi a grande aposta da LG nos dois modelos. O Chocolate MX800, por exemplo, ganhou neste ano dois importantes prêmios internacionais: o Reddot Design e o IF Design, concorrendo com outros 1 mil 900 produtos de 37 países. Os destaques são para o teclado sensível ao toque, a tela LCD oculta (ela fica apagada até que seja ativada por um botão lateral), e

as luzes vermelhas acesas para identificar ícones de comando. E os aparelhos têm demonstrado boa aceitação lá fora. Desde que foi lançada na Coréia, no final do ano passado, a série Black Label vendeu 400 mil unidades (7% do mercado de celulares naquele país). Em maio deste ano, os modelos chegaram à China, Taiwan, Cingapura, Rússia, Inglaterra e México, e deste então, mais de 500 mil celulares foram vendidos nesses países. O Black Safira MG 810, para GSM, formato folder, foi o primeiro a chegar às lojas brasileiras e já podia ser encontrado nas lojas eletrônicas por R$ 1.100, em média. O Chocolate MX 800, slide e para 3G da Vivo, estará disponível a partir deste mês. Entre as principais características de ambos, além dos teclados sensíveis e a tela LCD, estão a conexão Bluetooth, a memória de 128 MB e a câmera de 1,3 MPixel com vários recursos: zoom com flash, modos de cena auto, luz do dia, incandescente, nublado e fluorescente e tons em sépia, normal, preto/branco e negativo, além de ajuste de luminosidade e temporizador de 3, 5 ou 10 segundos. As fotos são visualizadas em miniaturas, para serem enviadas ou salvas na memória interna. Os filmes feitos podem ser transferidos via Bluetooth. Ambos são leves e pesam entre 86 gramas e 88 gramas. São aparelhos que reforçam o segmento de produtos de ponta da LG e para consumidores que podem pagar por isso. Os modelos da Nokia – A fabricante mostrou, também na semana passada e num evento em Cingapura, sua nova família de telefones para GSM e para CDMA,

embora tenha anunciado que a partir de 2007 não fabricará mais aparelhos para essa rede, porque acredita que a GSM dominará o mercado mundial (como já acontece). Até lá, a finlandesa ainda pretende vender modelos CDMA ao mercado asiático, latino-americano e norteamericano. Um dos lançamentos é o 2875 com Bluetooth, câmera e tocador de MP3, e o outro é o 6275, com t e l a Q G VA e m moldura de aço inox, conexão sem fio e câmera de 2 Mpixel. Como eles só chegam no fim do ano, mesmo no exterior, os preços não foram definidos ainda. Os aparelhos GSM são o Nokia 6151 e o 6 0 8 0 . O p r i m e i r o é p a r a 3 G ( W C DMA/UMTS) e Edge, com 30 MB de memória, rádio FM, Bluetooth, função de pushto-talk, e virá em diversas cores, inclusive verde limão, azul claro, laranja e pérola. A Nokia vem apostando no mercado de 3G (WCDMA/UMTS) já que mais de 100 operadoras oferecem os serviços de streaming e e-mail no mundo, e à medida que os pre-

O novo Black Safira MG 810, da LG fechado e aberto, com 128 MB de memória, câmera, Bluetooth e MP3, por R$ 1.100

ços começam a ficar mais acessíveis, ela acredita que esse será um grande mercado para os aparelhos de terceira geração. O 6151 chegará em setembro às lojas européias ao preço estimado de 240 euros. O modelo 6080, previsto para dezembro, virá em prata ou dourado, tem um display amplo e teclado iluminado, além dos outros recursos básicos como captura de fotos e música. Preço estimado de 180 euros. Barbara Oliveira

Fotos: Divulgação

TecToy quer ganhar no jogo dos celulares A empresa investe R$ 5 milhões para garantir espaço no ramo de videogames em telefones móveis. Já fornece para a Claro e negocia com outras operadoras. É um mercado que pode chegar a R$ 100 milhões em poucos anos

a semana passada, a Tec Toy, tradicional fabricante nacional de videogames, anunciou mais um braço do grupo, a Tec Toy Mobile. Resultado de joint venture entre Tec Toy e Level Up!, a empresa já fornece games para a Claro. Deve investir R$ 5 milhões no biênio para ganhar o mercado de jogos para celulares. A Tec Toy foi fundada em 1987 e teve muito sucesso na década de 90, chegando a faturar US$ 130 milhões em 1995. A crise da Ásia, no entanto, acabou complicando: a companhia tinha dívida em dólares e teve de reduzir os investimentos. Em 2001, retornou fabricando DVDs, tocadores de MP3 e vendendo os videogames antigos, com os jogos na memória licenciados. Os jogos online e para celular são a evolução natural e estratégica da empresa. Segundo Reinaldo Normand, gerente geral da Tec Toy Mobile, nesse mercado a pirataria não tem vez. "É um mercado que pode chegar a mais de US$ 100 milhões em poucos anos. A pirataria do mercado de consoles e PCs dificulta e inviabiliza o negócio no Brasil. Assim, há duas opções: jogos online ou para celulares", explica ele. No início, os jogos para celulares não eram bem aceitos. As operadoras queriam oferecer novidades e aceitavam qualquer game. Os jogos eram simples e sem graça. Para Reinaldo Normand, o consumidor importa-se com a qualidade. E se tiver preço acessível, melhor. "Um efeito imediato é o aumento da qualidade dos títulos. O segundo item será um preço justo, graças à maior competição. Se bem posicionados agora, teremos um bom retorno a médio prazo", completa.

Em parceria com grandes desenvolvedores, a Tec Toy Mobile vai lançar mais jogos em mais operadoras

A nova empresa concentra esforços em encontrar novos parceiros que ofereçam jogos atraentes e de última geração. Já fechou acordos com parceiros antigos como a Sega, conhecida desenvolvedora de games. Também distribui títulos de alguns dos principais desenvolvedores, como a In-Fusio e Pulse Interactive. Recentemente, firmou parceira também com a Upstart Games, que criou o IQ Academy, e a Bandai, responsável por títulos como o Double Dragon EX, por exemplo. Os usuários da Claro foram os primeiros a obter acesso aos jogos da Tec Toy Mobile, com preços de R$ 3,30 a R$ 10. A operadora iniciou a venda há um mês. Negociações com outras operadoras já estão em andamento, algumas apenas aguardando implantação. "Temos um portfólio de mais de 50 títulos. O número de jogos em cada operadora deve variar com as características da base instalada e do público que ela atinge", explica Normand. Segundo o gerente-geral, a alta carga tributária ainda é um dos maiores problemas que impedem o desenvolvimento de novos títulos: aumenta os custos e diminui a rentabilidade, tanto da operadora quanto da Tec Toy Mobile. Comunicar aos usuários o quanto os jogos para celulares mudaram também é problema. Uma alternativa deverá ser a vinculação dos anúncios pelas operadoras. Com tudo isso, a Tec Toy Mobile espera retorno de R$ 14 milhões, no total do período de dois anos. A próxima meta é fazer parcerias com empresas fabricantes de celulares para que os aparelhos já venham com os jogos na memória. Fábio Pelegrini


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 4 de julho de 2006

DOISPONTOS -77

o estudo, o treino, a simulação, a estratégia, pela auto-suficiência, hoje sabidamente falha, do "deixa comigo", bem ao estilo dos improvisos do nosso centroavante do Planalto.

Luiz XV, o salto! Eu não ignoro que o povo tem julgamento diferente. Pensa em coisas bem mais cabeludas. Sou ingênuo. E não careço de fazer média com quem quer que seja. Vaidosas, nossas estrelas sempre acharam que poderiam vencer o jogo contra a França na hora em que elas bem entendessem. Lula ainda acredita que pode erradicar a fome do mundo e mudar sua geografia econômica. Deram-se – as "meninas do Brasil" – ao direito de trocar beijos, abraços e apertos de mão com os rivais antes de entrar em campo. Complexo de inferioridade. Semialfabetizadas, queriam se mostrar civilizadas, como se o analfabeto fosse um canibal.

A

té as mulas sabem: pé-dejaca em salto 15 vai para a lama. Imaginem o que aconteceria com um peso pesado se antes de esmurrar o adversário se desse ao luxo de lhe presentear com um selinho? Ele não passaria do primeiro assalto. Mas Brasil é Brasil: inzoneiro. E onde entra a figura de Dom Menas? Na contramão da história, para variar! Quando está na frente das pesquisas de opinião de voto, nosso Macunaíma gosta muito de falar em paz e amor. Na verdade, Dom Menas é guerreiro em estado puro, o tempo todo. O que ele quer, na verdade, é que a oposição caia no conto petista e de certa imprensa que

Pé-de-jaca em salto 15 vai para a lama. A Seleção achava que poderia vencer a França na hora que bem entendesse. Lula ainda acredita que pode mudar a geografia econômica do mundo.

lhe faz a corte. O PT quer que a oposição calce um Luiz XV e enfie a fuça na derrota. Sua Alteza não quer que os cidadãos sejam lembrados dos nomes que até ontem pertenciam à sua corte. Dirceu não é coisa nossa: é coisa do Lula. Delubio não é coisa nossa: é coisa de Dom Menas. Silvinho não é coisa nossa: é coisa do "coiso". Genoino, idem; João Paulo, ibidem. E todos os mais que sempre acompanharam a vida de labuta branda de Sua Alteza. Se as oposições tiverem um pingo de tino, dispensam o salto 15.

PAULO SAAB

SELEÇÃO À LA LULA

É

ORLANDO SILVEIRA É JORNALISTA ORLANDOSILVEIRA@UOL. COM.BR

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Na escolinha do professor Parreira

fácil comparar o desempenho da Seleção brasileira na Copa do Mundo ao modo de ser do presidente Lula e seu estilo de governar. Pode e deve ser só coincidência, ou reflexo de uma época ou situação, mas observe o preclaro leitor como cabem essas coincidências. A Seleção comandada por Parreira, todos estão comentando, exagerou na soberba, no excesso de auto-estima e autoconfiança, e julgou-se

Soberba, excesso de auto-estima e autoconfiança

Aula de hoje: os fundamentos que o professor Parreira esqueceu de passar para a Seleção

Céllus

T

odas as vezes que nossa Seleção entra em campo vivemos um clima de debate, discussão e aprendizagem nacional. Experimentamos os sentimentos mais diversos ao ver nossos craques e técnicos tentando se organizar para vencer mais uma partida e chegar ao Hexa. A grande maioria procurou entender, justificar, criticar, enfim, opinar sobre a melhor maneira de garantir a nossa posição mundial neste esporte. Porém, com o sonho prorrogado por mais quatro anos, poderíamos rever alguns fundamentos importantes para a prática deste esporte, que outras áreas do conhecimento já nos possibilitaram conhecer. Por exemplo, do ponto de vista da formação, do funcionamento e do gerenciamento de equipes de futebol, nossas convicções e práticas ainda deixam a desejar. A primeira delas é óbvia: não sabemos o que é uma equipe, ou no mínimo temos uma compreensão um pouco equivocada do que é, e como funciona uma equipe. Senão, vejamos: - Ainda cremos que a soma de excelentes talentos individuais é uma equipe; estes mesmos talentos deverão nos safar das dificuldades à partir de um gesto de genialidade e heroísmo, ou seja, na hora H eles devem salvar a equipe. E se não estiverem nos seus melhores dias? Ronaldo que o diga, pois Robinho já está sendo preparado para cumprir esta ingrata missão; - Demoramos em reconhecer uma característica fundamental que só as verdadeiras equipes possuem: a sinergia, ou seja, a capacidade da equipe produzir um resultado melhor do que o melhor resultado que um integrante possa conseguir individualmente; - Descobrimos tarde que relações interpessoais mal resolvidas, vaidades exageradas, ausência de conforto psicológico, clima de disputas dentro de uma equipe pode levar a rachas internos, e a desastres em campo; - Acreditamos em mitos, como: em equipe que está ganhando não se mexe, conflitos internos são malignos e não devem fazem parte do cotidiano da equipe, as equipes de trabalho são como uma família, o confinamento de adultos leva à sua integração, a integração no lazer promove a integração no trabalho etc, crenças que em outras áreas onde as equipes também funcionam já foram, há muito tempo, “jogadas para escanteio”; - O investimento no conteúdo (capacitação técnica, conhecimento de ferramentas de trabalho etc.) é muito maior do que o investimento no processo de trabalho das equipes (administração interna de conflitos, ajustes interpessoais, modos de atuação estratégicos e táticos, etc), comprovando que, talvez, não conhecemos ou

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altou à Seleção brasileira de futebol, patrimônio do povo brasileiro, o respeito que falta ao restante do patrimônio e ao próprio povo brasileiro. A Seleção, como o próprio país, é tratada como se pertencesse a quem tem as responsabilidades esporádicas, periódicas de dirigi-los. "Nunca antes nesse país" um time de futebol tão glorificado e cantado em prosa e verso, nunca antes nesse país um governo glorificado e cantado em prosa e verso, foram tão ruins, tão soberbamente descomprometidos com os anseios da população. Bolsos, estômagos, cofres, contas, abarrotados de dinheiro já "ganho", podem se dar ao luxo de entrar em campo imaginando que é obrigação dos torcedores ficarem aplaudindo,

G Acreditamos em mitos como "em equipe que está ganhando não se mexe", "as equipes de trabalho são como uma família", "a integração no lazer promove a integração no trabalho", etc., crenças há muito “jogadas para escanteio”. G A capacidade e o talento individuais dos atletas com a bola são inegáveis. Poderiam ser muito melhores se o futebol nos brindasse com um pouco mais de competência.

Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

não damos a devida importância a esta variável imprescindível do desempenho das equipes: seu processo de trabalho, sua forma de obter resultados; - Nossa concepção de liderança externa (no caso o técnico) e interna (o capitão) também precisa ser revista, pois a força que depositamos na função e no desempenho do líder interno, mostra que sua atuação deve superar a da própria equipe que ele lidera, ou seja, novamente a crença de que um, e somente um indivíduo, deve dar vida a uma equipe que dentro do campo mostra que não funciona bem; - Com o líder externo parece que as coisas são semelhantes: acreditamos na sua soberania em determinar e decidir o que é melhor para a equipe, pois ele detém os requisitos que consideramos fundamental para exercer esta posição - experiência, e conhecimento técnico; - Ainda em relação ao líder externo, parece que para nós ele deve ser uma autoridade - e não um coach como dizem os americanos - recaindo sobre seus ombros o peso da derrota, ou os louros da vitória que ele divide com a equipe por uma questão de estilo pessoal. Enfim, a capacidade e o talento individuais dos nossos atletas em jogar bola são inegáveis (por que, afinal, só se falava no Ronaldo, o Fenômeno em 2002?) e os resultados também. No entanto, poderiam ser muito melhores (quem conseguirá esquecer 1998 e agora 2006?) se o futebol se espelhasse em outras áreas de trabalho, onde estas lições já foram aprendidas, e nos brindasse com um pouco mais de competência na gestão de pessoas e de equipes. Dito de outra forma, gerentes de empresas e líderes em organizações, por exemplo, é que poderiam fazer palestras aos técnicos de futebol e não ao contrário, como tem freqüentemente acontecido. LUIS FELIPE CORTONI, PROFESSOR DA FUNDAÇÃO VANZOLINI (USP) WWW.LCZCONSULTORIA.COM.BR

José Cruz/Abr

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título acima segue em homenagem a Zidane&Cia, que não o calçaram. E também em agravo "às meninas do Brasil" e a "Dom Menas – Primeiro e Único". Eles se merecem, são iguais na covardia, na arte de dissimular. Falar de "umas" e outro, a esta altura, exige estômago. Entornei um "Dramim". Optei. Vou descer a pua em Vossa Excelência. Afinal, as "meninas" já eram. Mas ela – Sua Excelência sem classe e pudor – pode nos trazer ainda muitos desgostos. Duvidam? Então, que paguem para ver. Vão acordar todos com o Zé Dirceu, Delúbio, Silvinho e tropa no portão. Entre outros motivos, "as meninas do Brasil" voltaram para casa por conta do salto alto.

acima do bem e do mal. Sem humildade alguma e absorta por seu grau de envolvimento com a massa, idolatrada, admirada, carismática, sustentada por uma avassaladora campanha promocional na mídia diária, tornou-se franca favorita na disputa a que se propôs fazer. Posposição só na carta de intenção formal das entrevistas cara-de-pau, porque a certeza da superioridade e da vitória, pelo grau de favoritismo, era tão forte que nenhum esforço maior se fez necessário do que o de menosprezar adversários e dar shows diários de malabarismos e palavras ao vento.

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a Seleção não havia discursos todos os dias, mas entrevistas ocas, vazias, autopromocionais, exortadoras de como éramos superiores em tudo e a todos. A Seleção não levou a lição de casa, o estudo, os projetos, os treinos, a sério. Foi tudo uma grande happy hour junto à massa acotovelada em áreas de trabalho dos atletas, transformada em arena de circo, onde se pode jogar amendoins aos macaquinhos que fingiam treinar. Faltou a foca. Na hora do desempenho, tal qual ocorre no Planalto, deixa-se de lado

enquanto eles desfilam sua beleza no gramado, sem a mínima necessidade de mostrarem serviço. Basta se divertir e usufruir do que recebem. Já tive o privilégio de "assistir" as Copas de 50, 54, 58, 62, 66, 70, 74, 78, 82, 86, 90, 94,98 e 2006. Foram 15 edições, das quais, em pelo menos 13 eu acompanhei de verdade, escutando, vendo, torcendo, trabalhando -como na da Argentina em 78. Assisti a um vice campeonato em 50 (eu tinha um mês de vida) e em 78. Assisti sermos derrotados e vices duas vezes nessas ocasiões, mas vi sermos campeões do mundo com plenitude em 58, 62, 70,94 e 2002.

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general Médici recebeu os campeões. O presidente Fernando Henrique recebeu os campeões. Por que o presidente inspirador do estilo da Seleção nada-seinão-é-comigo, estou- acimadisso-tudo, sou-o- melhorde-todos, não recebe os soberbos preguiçosos na derrota? PAULO SAAB É JORNALISTA PSAAB@UOL.COM.BR

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 4 de julho de 2006

Indicadores Econômicos

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0,65

por cento foi o aumento do dólar comercial na cotação de ontem. A moeda norteamericana chegou a R$ 2,18 para venda.

3/7/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 29/06/2006 29/06/2006 29/06/2006 29/06/2006 29/06/2006

P.L. do Fundo 5.794.846,65 1.335.900,50 5.918.736,07 9.612.095,63 1.059.277,40

Valor da Cota Subordinada 1.115,011193 1.038,963272 1.016,877611 1.060,976287 1.029,056806

% rent.-mês 2,5810 1,3410 -4,9387 2,6804 2,7401

% ano 14,1294 3,8963 1,6878 6,0976 2,9057

Valor da Cota Sênior 0 1.049,800311 1.059,529651 0 0

% rent. - mês 1,1391 1,2451 -

% ano 4,9800 5,9530 -

rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


terça-feira, 4 de julho de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

INFORMÁTICA - 5


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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terça-feira, 4 de julho de 2006

Não estou acostumado a largar o osso. Continuo pensando em ficar na Seleção.” Zagallo

O futebol é dinâmico. Cada um volta para sua casa e já começa a pensar no seu clube.” Mineiro, que já treina hoje no São Paulo

p a S s e l i v r e FORÇA TOTAL Palpite triplo P Roberto Benevides

Nicolas Asfouri/AFP

ortugal ainda está em festa pela chance de voltar às semifinais de uma Copa depois de 40 anos, mas tudo o que Luiz Felipe Scolari quer evitar é que esse clima de satisfação, que contagia a torcida, seja levado para dentro do campo amanhã, em Munique, contra a França. "Estamos felizes e orgulhosos por tudo que fizemos, mas se chegamos até aqui não podemos perder a chance de chegar à final", diz o atacante Postiga. "Atingimos uma posição privilegiada. Nossa motivação é enorme", alerta o lateral-direito Miguel. Felipão terá a volta do meia Deco e do volante Costinha, que cumpriram suspensão pela expulsão diante da Holanda, mas perdeu outro volante, Petit, que levou o segundo amarelo diante da Inglaterra. Com seu meia criativo de volta, Portugal poderá liberar Figo para atuar novamente como ponta e explorar o que Miguel aponta como ponto vulnerável do time da França: as laterais do campo. "O Brasil concentrou muitos suas jogadas pelo meio, em cima de jogadores muito seguros como Makelele e Vieira", disse o jo-

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Felipão conta com a volta de Deco para evitar acomodação do time, que ainda vibra com vaga na semifinal

gador. "A única forma de furar este bloqueio é pelos lados e com muita velocidade", ofereceu-se o jogador, que ganhou a disputa com Paulo Ferreira pela vaga de titular por sua capacidade ofensiva. Miguel deu uma de comentarista e apontou outros defei-

tos do Brasil. "O excesso de passes errados proporcionou os contra-ataques franceses, sempre rápidos e precisos." O lateral é um dos jogadores que saiu de campo contra os ingleses reclamando de dores musculares, mas disse que isso não o preocupa. "Existe o des-

gaste, mas a motivação e a ansiedade por mais um sucesso nos faz passar por cima de quaisquer dificuldades." Brincalhão, Miguel disse que Figo é a grande revelação desta Copa, já aos 33 anos. "Por tudo o que vem jogando e correndo", ressaltou.

Mais difícil que o Brasil?

D

epois de eliminar o Brasil nas quartasde-final, os franceses esperam um jogo ainda mais difícil contra Portugal, amanhã, em Munique, valendo uma vaga na decisão contra Alemanha ou Itália. “Espero uma partida mais difícil, mais até do que contra o Brasil. Porque é uma semifinal e porque Portugal quer chegar na final, assim como nós”, disse ontem o meia francês Ribery. “Portugal se posiciona melhor defensivamente que o Brasil e também tem bons jogadores no ataque, como Cristiano Ronaldo, que não tem medo. Também tem Pauleta, que conhecemos bem, além de Figo, Deco...” Ribery disse, ainda, que não consegue seguir conselhos de Zidane: “Ele me diz para dosar energia durante as partidas. Eu escuto, mas resisto a fazer o que diz. Resisto porque não sei me conter. Quero sempre atacar, não tenho receio de ir em frente. E ele sempre diz a mesma coisa”. Na França, há uma corrente, formada por comentaristas e torcedores, que entende que o jogador que atualmente está no Olympique de Marselha (passou por outros cinco clubes antes) tem condição de ser o substituto de Zizou na sele-

Daniel Garcia/AFP

omando alemães e italianos, veremos finalmente, às 16 horas (horário brasileiro), um futebol hexacampeão do mundo em Dortmund. Em campo, três títulos da Alemanha (nas Copas de 1954, 74 e 90) contra três da Itália (em 34, 38 e 82). Olhando apenas para os jogos desta Copa, a Alemanha leva algum favoritismo para o campo. Jürgen Klinsmann, muito criticado antes da estréia e em processo de beatificação depois de despachar a Argentina, montou um time sólido, apesar de algumas bobeiras na zaga, motivado e surpreendentemente alegre. É o melhor da Copa, até aqui. A Itália, fiel ao seu figurino recatado, dá-se melhor na defesa do que no ataque, embora tenha feito algumas boas exibições - como os 2 a 0 sobre Gana na estréia e os 3 a 0 sobre a Ucrânia que lhe valeram a chegada a esta semifinal. Cannavaro e Materazzi podem até segurar a onda alemã, mas não vão ter vida fácil contra Ballack, Klose e Podolski. Se olharmos para a história, as coisas mudam um pouco. Embora a Alemanha seja, depois do Brasil, a maior força das Copas do Mundo desde 1950, a Itália tem um retrospecto duplamente respeitável: - Jamais perdeu para os alemães um jogo de Copa; são duas vitórias e dois empates. - Não perde nenhum jogo de Copa, disputado na Europa, desde 1974, quando foi batida pela Polônia por 2 a 1 e despachada da Alemanha ainda na primeira fase. A superstição e a atualidade jogam contra a Itália. A história está a favor. O melhor, então, é cravar palpite triplo para este jogo que indicará o primeiro finalista desta Copa.

MINEIRAMENTE

QUESTÃO DE FORMA

Bento 16, alemão, declara neutralidade do Vaticano na batalha de Dortmund: "O papa sempre foi imparcial e seu coração baterá igualmentepela Alemanha e pela Itália", diz seu secretário, monsenhor Georg Ganswein.

É difícil acreditar que a torcida tenha sido tão formal, mas a recepção ao capitão Cafu, em Cumbica, foi assim descrita pelo jornal português A Bola: " Cafu apupado em São Paulo: 'Reforma-te!', gritaram os adeptos".

*Com Agência Estado e Reuters

copa na tv Fernando Cesarotti

ONDE ESTÁ PARREIRA? e Carlos Alberto Parreira pode não ter conseguido fazer a Seleção encantar na Alemanha, as emissoras de TV levaram um baile do treinador, que chegava ontem ao Brasil e escapou por uma saída alternativa do Aeroporto Internacional Tom Jobim. A imprensa clamava pela oportuidade de falar com o treinador, e a assessoria de imprensa da CBF marcou uma entrevista com ele para o início da tarde. Pois às 13h35, quando o técnico começou a falar, não havia uma emissora de TV sequer ao vivo para mostrá-lo. A primeira a entrar foi a BandNews, apenas com áudio e uma bizarra foto do treinador congelada no vídeo. Enquanto isso, a Globo falava de outros assuntos no Jornal Hoje e as três emissoras fechadas que transmitiram a Copa dividiam-se em mais uma rodada de debates enfadonhosos, a enésima reprise de algum jogo e algum documentário frio. Depois de mais de 20 minutos de entrevista é que Parreira começou a pipocar nas telas. E assim foi durante o dia, com suas falas sendo ecoadas e exaustivamente debatidas, analisadas, ironizadas e criticadas. Mas quem quis simplesmente ouvir o que o técnico da Seleção Brasileira tinha a dizer ficou na mão.

S

A França do craque Zidane, do reserva Wiltord e da revelação Ribery espera um jogo ainda mais complicado na quarta-feira, pela semifinal, contra os portugueses

ção nacional. Recentemente, Ribery disse estar “pronto e preparado” para tal missão e que não precisa de conselhos. “Eu jogo o meu próprio jogo. Sempre acreditei em mim. Se começo a me questionar, as coisas ficam difíceis”, afirmou.

Na partida contra Portugal, o goleiro Barthez passará a ser o jogador francês com mais jogos em Copas. Participando de seu terceiro Mundial, ele vai completar 15 partidas, superando a marca de 14 do zagueiro Maxime Bossis, que entrou

em campo nas Copas de 1978 (Argentina), 1982 (Espanha) e 1986 (México). O técnico Raymond Domenech define hoje o time que enfrenta Portugal, mas a tendência é que repita a equipe que bateu Espanha (3 a 1) e Brasil (1 a 0).

Albari Rosa/Gazeta do Povo/AE

Cerimônia do adeus M

Não que Parreira tivesse alguma grande novidade a falar - ao contrário, repetiu com palavras um pouco diferentes aquilo que já havia dito após o jogo e na entrevista armadas às pressas ontem no hotel em Frankfurt. Mas os canais que há poucos dias transmitiam até treino de bobinho, com direito a comentários táticos, tinham a obrigação de exibir essa entrevista, que foi marcada com antecedência.

AOS LEÕES Aliás, Parreira merece aplausos por ter topado falar pela terceira vez em pouco mais de 36 horas. Pena que ninguém tenha pensado numa pergunta inédita, o que transformou a entrevista em mero mais do mesmo.

DURA ESPERA Hoje tem jogão entre Alemanha e Itália, às 16h. Uma semifinal de Copa pede programação especial nos canais esportivos antes da partida, com gols e melhores momentos, mas tudo o que está agendado são mesas-redondas: Bate Bola às 13h na ESPN Brasil, Arena Sportv às 13h30.

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O Sportv 2 promete transmitir o jogo de hoje em mosaico, com estatísticas ao vivo e duas câmeras.

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Cafu despede-se de Rogério ao desembarcar em Cumbica, mas quer ficar na Seleção

ais do que a chegada dos jogadores nove desceram em Cumbica, onde apenas Cafu, Cris e Mineiro se encontraram com a torcida, e Gilberto desembarcou no Galeão - e da comissão técnica, o assunto da segunda-feira foi o adeus de Roberto Carlos à Seleção. É verdade que ele disse uma coisa na Espanha e mudou um pouco em conversa com radialistas brasileiros, mas sua despedida parece inexorável. O lateral junta-se, assim, a Juninho Pernambucano, que, ainda na Alemanha, anunciou o seu adeus e convocou outros trintões a fazer o mesmo. Não se peça tal coisa a Cafu, porém.Ele chegou dizendo que quer continuar e só não continuará se o novo técnico não quiser. A discussão sobre o novo técnico está aberta. Parreira insinuou, no Rio, que não deve continuar. É tudo o que Luxemburgo queria ouvir.

Fernando Soutello/Gazeta Press/AE

PRIORIDADES

A idéia é boa, mas deixou a desejar: no Brasileiro há mais câmeras - e treinos não entram do nada no meio do jogo.


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Automação Te l e f o n i a Convergência Varejo Hi-tech

terça-feira, 4 de julho de 2006

Nos EUA está previsto que a partir de 2008 a TV analógica deixe de existir e a transmissão passe a ser 100% digital

A MOBILIDADE É UMA DAS VANTAGENS DO PADRÃO JAPONÊS

Padrão japonês de TV digital Escolha foi feita, segundo o Ministério das Comunicações, pela maior mobilidade em relação aos outros dois Guido Orlando Júnior

inalmente o governo decidiu qual o padrão de TV digital o Brasil irá utilizar. Após muitas idas e vindas, venceu o que já era esperado há muito tempo, ou seja, o japonês, denominado ISDB (Integrated Services Digital Broadcasting, ou Distribuição de Serviços Integrados Digitais). A disputa ficou entre ele e outros dois existentes no mundo: o americano e o europeu. Nos últimos anos perdemos muito tempo discutindo o desenvolvimento de um padrão exclusivamente brasileiro, o que foi descartado, felizmente. Digo isso porque se não temos condições nem para desenvolver tecnologias muito mais simples, que dirá um sistema completo de TV digital. Antes que alguém se adiante em criticar o que estou dizendo, isso nada tem a ver com capacidade para desenvolver; cientistas capazes até que temos, mas a infraestrutura oferecida é que são elas. E para não dizer que somos totalmente incapazes de qualquer tipo de desenvolvimento, o ISDB deverá receber melhorias criadas por aqui, que serão incorporadas ao sistema nipônico: originalmente ele utiliza uma compressão de vídeo denominada MPEG2, que é a mesma utilizada nos DVDs, mas o nosso utilizará a MPEG4, uma evolução tecnológica ao seu antecessor, que permite mais compactação de

imagem e melhor qualidade. Tenho recebido muitas perguntas sobre TV digital e as questões são as mais variadas: "Vou ter que trocar de TV?"; "O que vai melhorar para mim?"; "Quanto vai custar?". E por aí vai. Vou tentar responder de maneira clara essas e outras questões baseado no que o mercado e mesmo no que o ministro das Comunicações, Hélio Costa, tem dito em entrevistas. Em termos de melhoria para os usuários, basicamente serão duas: qualidade de imagem e som. Os fantasmas serão definitivamente exorcizados das telas, as palhas de aço colocadas na ponta da antena interna para melhorar a recepção retornarão para a cozinha e o som será no mínimo estéreo, podendo chegar a 5.1 canais caso o usuário tenha um home theater. Porém haverá diferença na qualidade de imagem entre os tipos de televisores: quem tem um comum, um pouco mais antigo, terá melhora na imagem, mas nada comparado a uma TV nova, com resolução maior e tela plana, por exemplo. Isso porque um aparelho comum trabalha com 540 linhas de resolução e os mais modernos, já prontos a receber o sinal da TV digital, trabalham com 720 linhas. Como quanto maior a quantidade de linhas melhor a qualidade de imagem, a diferença será sentida.

ALIENÍGENAS Depois de seis anos, o projeto SETI (Inteligência Extraterrestre) teria recebido sinais de alienígenas. Mas é sigiloso.

Computador interpreta sentimentos

C

ientistas norte-americanos e britânicos desenvolveram um computador, batizado de Emotional Social Intelligence Prosthetic, capaz de detectar o estado emocional de alguém por meio de seus movimentos faciais. O protótipo, apresentado em uma exposição da Royal Society, em Londres, colhe os dados de 24 pontos básicos de um rosto (a ponta do nariz, sobrancelhas, cantos dos lábios etc) filmados por uma câmera e analisa-os meticulosamente, concluindo então se seu dono está feliz, triste, aborrecido, com raiva e por aí afora. Os cientistas acreditam que a novidade tecnológica possa ajudar portadores de autismo ou pessoas com graves problemas de expressão e comunicação. No futuro, a engenhoca servirá também para verificar a reação de um espectador diante de um comercial de televisão ou de um visitante de uma página Web, permitindo assim que sejam produzidos anúncios e sites inteligentes. (JM)

E

Essas são as melhorias imediatas que o público em geral irá sentir ao adotar o padrão digital em suas casas. Outra inovação será a mobilidade, pois os usuários poderão ver TV no celular ou em aparelhos colocados em carros, ônibus e trem, sem interrupção de sinal, segundo prevê o padrão adotado. Troca de aparelhos – No primeiro momento, que deverá durar alguns anos, ninguém será obrigado a trocar de TV. As transmissões serão híbridas, ou seja, os sinais transmitidos pelas emissoras de TV serão digitais e continuarão a ser analógicos, que é o sinal recebido hoje por qualquer TV aberta. Mesmo quem optar por receber sinal digital não terá que trocar de TV imediatamente. Poderá adquirir uma caixa, semelhante à de TV a cabo, que nada mais é do que um receptor e decodificador de sinal. Serão ofertados no mercado vários padrões de caixa, desde o básico, que apenas recebe o sinal e possibilita ver a grade de programação até os mais sofisticados, com inúmeras funções: gravar um programa, acessar a internet pela TV, interagir com a programação em tempo real ou mesmo acionar a TV remotamente, via celular ou internet. A faixa de preço entre o básico e o mais sofisticado para os consumidores ainda não está definido, mas certamente terá que ser barato. Um exemplo que sempre dou e que fi-

@ Ó RBITA

Um sistema operacional online. De graça.

stá nos planos da Microsoft (e do Google também) colocar na web tudo o que existe dentro de um PC. Só que eles estão um pouco atrasados. A novidade já existe e se chama YouOS. Trata-se de uma espécie de Windows online que permite acessar diversas aplicações dentro de um navegador - desde coisinhas pequenas como um bloco de notas a pesos-pesados como processador de texto, player MP3 e comunicador instantâneo. Tudo na faixa. Basta se cadastrar no site do YouOS. Para os programadores o novo

O

Yahoo Brasil lançou uma versão de testes do Yahoo Respostas, serviço que publica perguntas feitas sobre qualquer assunto. Algumas são meio marotas como, por exemplo, a que faz o internauta Diego_XxX: "Se os peixes dormem, quantas horas de sono eles têm em média?". Segundo o Yahoo, o objetivo do novo produto, que tem 7,5 milhões de usuários nos Estados Unidos, é possibilitar a construção de uma grande rede de conhecimento. Para participar é preciso cadastrar-se no portal. (JM) Site relacionado: http://br.answers.yahoo.com/

gojunior@voit.com.br

MICROSOFT A Microsoft vai aceitar a licença Creative Commons (cópia livre sob condições) para Word, Excel e PowerPoint.

Presidente russo dá entrevista online

O

sistema oferece ferramentas de desenvolvimento para criar novas aplicações.

João Magalhães Site relacionado: https://www.youos.com/

Celular de pulso

Site relacionado: http://www.newscientist.com /article/mg19025456.500-device-warns-you-ifyoure-boring-or-irritating.html

Yahoo Respostas já está no ar

ca mais fácil de entender é a votação no paredão do Big Brother. Quando a TV digital estiver em funcionamento, além da escolha ser feita do modo tradicional, via telefone e site, quem tiver TV digital poderá votar via controle remoto. Da mesma forma, essas consultas que o Fantástico realiza semanalmente querendo saber a opinião sobre determinado assunto, poderá ser feita em tempo real, também pelo controle remoto. O que irá determinar quanto tempo as transmissões ficarão híbridas é a aceitação do mercado para o novo padrão, mas acredita-se que ela será relativamente rápida e irá demorar muito menos tempo do que a troca dos aparelhos preto e branco pelos coloridos, que demorou quase 30 anos para ter toda sua base trocada. Nos Estados Unidos, por exemplo, está previsto que a partir de 2008 a TV analógica deixe de existir e a transmissão passe a ser 100% digital. Porém, a grande aposta do governo é quanto à inclusão digital da população distante dos grandes centros, pois será possível ter muito mais canais do que hoje, inclusive programação 100% regional, não importando o tamanho da localidade. E além da programação, um canal exclusivo para acesso à internet, coisa que é praticamente impossível hoje em regiões distantes.

presidente russo Vladimir Putin é mesmo um especialista em marketing viral. Depois de redesenhar e popularizar seu site, ele agora está convidando internautas e jornalistas de todo mundo para uma entrevista online. A entrevista está marcada para o próximo dia 6 de julho, e será transmitida em tempo real pelo site russo Yandex e pela BBC. As perguntas estão sendo feitas antecipadamente e publicadas nos dois sites. Mas tem um porém: somente as mais votadas serão respondidas por Putin. Duas questões merecem destaque: a da adolescente russa Nastia, de 17 anos, que indaga quando Putin teve sua primeira relação sexual, e a de Keith Mullin, de Cingapura, que quer saber o que o governo de Moscou está fazendo efetivamente para diminuir o alto índice de corrupção no país. (JM) Site relacionado: http://news.bbc.co.uk/2/hi/talking_point/

EUA espionam contas bancárias internacionais

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China Electronics Corporation (CEC) lançou um novo produto que é ao mesmo tempo relógio de pulso e celular. Com apenas cem gramas de peso, o F88 tem tela em cores, teclado no bracelete e design atraente. A novidade tem ainda marcação por voz, infravermelhos e uma câmara fotográfica digital que gira 180 graus, o que permite a realização de videoconferências. (JM) Site relacionado: http://www.cec.com.cn/cecchannel/ english/index.asp

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esde os atentados de 11/09 que agentes antiterroristas dos Estados Unidos vêm espionando as transações bancárias de milhões de pessoas em todo o mundo. A bisbilhotice foi possível graças aos registros eletrônicos da cooperativa belga Sociedade para a Telecomunicação Financeira Interbancária Mundial (SWIFT, na sigla em inglês), à qual não se aplicam as leis americanas que restringem o acesso do governo a arquivos financeiros privados. Autoridades de Washington defendem a medida, alegando que ela se limita ao rastreamento de membros da Al Qaeda. O jornal The New York Times, que revelou a existência do trabalho da SWIFT, afirma que recebeu pressões da CIA para não divulgar a informação. (JM) Site relacionado: http://www.20minutos.es/noticia/134244/0/cia/espia/cuentas/


Saúde Ciência Transpor te Urbanismo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Metroviários descartaram, na noite de ontem, a possibilidade de uma greve geral da categoria.

RODÍZIO SERÁ MANTIDO NAS FÉRIAS

FÉRIAS ESCOLARES DEIXAM CAPITAL COM TRÂNSITO BOM

Divulgação

terça-feira, 4 de julho de 2006

CET registra queda de lentidão pela manhã, mas não suspende rodízio. Metroviários desistem de greve geral.

A

Diogo Padgurschi/Folha Imagem

s férias escolares de julho, que começaram ontem, deixaram o trânsito mais leve na de São Paulo, pelo menos na parte da manhã, quadro que deve se manter até o fim do mês. "Tivemos uma redução significativa da lentidão que acontece na cidade", disse Hércules Justino de Souza, supervisor da Central de Operações da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Às 9 horas de ontem, a CET registrou 46 km de lentidão na cidade. Fora do período de férias, a média do horário chega a 90 km. Na segunda-feira da semana passada, dia 26, às 7h30 foi registrada pela CET uma lentidão de 24 km. Ontem, o índice do horário foi de 16 km. "Essa redução é característica das manhãs. Isso não acontece à tarde. No horário de pico da tarde, o comportamento (do trânsito) se aproxima do período de dias comerciais", disse o supervisor da CET. Isso acontece porque, nas férias de julho, ocorre uma redução do número de viagens pela manhã, principalmente devido às férias escolares, o que

Marginal Tiête, sentido rodovia Ayrton Senna, ontem pela manhã

não significa uma redução do número de veículos na cidade. "O que vemos é uma redução de 6% a 7% no volume de veículos na cidade. Porém, é mais significativa a redução no número de viagens, que chega a 20%", explicou Souza. No período das férias, a média de lentidão da cidade, no horário de pico, fica em torno de 96 km, enquanto no período normal, ela é de 130 km. "A redução à tarde é menos expressiva do que pela manhã. É por

essa razão que o rodízio não será suspenso. Sem o rodízio, acabaríamos com essa redução do número de veículos na rua. Temos de manter o rodízio para garantir a melhoria do trânsito, principalmente no pico da tarde", disse Souza. Para o motorista tudo continua como antes: carros com placas de final 1 e 2 não circulam nas segundas-feiras; 3 e 4 nas terças; 5 e 6 nas quartas; 7 e 8 nas quintas; 9 e 0 nas sextas, das 7 às 10 horas e das 17 às 20 horas no

centro expandido da cidade. Metrô – O sindicato dos metroviários de São Paulo descartou, na noite de ontem, a possibilidade de uma greve geral da categoria, que estava programada para hoje. A paralisação foi suspensa baseada na liminar expedida pelo desembargador João André T’Vicenzo, do Tribunal de Justiça de São Paulo, que proibiu a companhia de receber e abrir os envelopes com as ofertas de empresas privadas interessadas em investir na linha 4 (amarela). Em linhas gerais, o governo do Estado quer repassar 27% da dívida com a linha para a iniciativa privada. A decisão da Justiça é válida até o julgamento do mérito da questão. Segundo o sindicato da categoria, a possibilidade de uma greve geral só foi colocada por conta de uma publicação no Diário Oficial do Estado que datava o dia do início da licitação para hoje. A decisão saiu no final da tarde de ontem e com ganho de causa para o sindicato. Não há prazo para o julgamento do que a categoria considera como a terceirização da linha amarela. (Agências)

NOVA CARTEIRA – Desde ontem, os Detrans de todo o País passaram a emitir a nova Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O modelo adotado dificulta fraudes sem qualquer custo adicional para o motorista. Quem tiver o documento antigo não precisa recorrer ao Detran para a retirada da nova carteira, pois poderá esperar para fazer isso no momento da renovação. Além dos dados pessoais do condutor, a nova carteira de motorista terá dois números de identificação nacional e um estadual, exatamente para dificultar as fraudes. Haverá ainda um código numérico de validação, composto por dados individuais de cada carteira. O novo modelo, aprovado em abril pelo Conselho Nacional de Trânsito, também apresenta uma faixa holográfica bidimensional, semelhante à que é usada na nota de R$ 20.

Ó RBITA

RADARES

A

té o final do mês, cem novos radares entram em operação no trânsito de Sorocaba (SP). Destes, 86 vão substituir equipamentos antigos, que estavam em funcionamento havia mais de cinco anos. São radares de última geração, equipados para aferir a velocidade e registrar

ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú

Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407

fotograficamente a infração mesmo durante a noite ou sob chuva. A fiscalização eletrônica de velocidade nas vias urbanas estava suspensa desde abril, por recomendação judicial. O Ministério Público Estadual (MPE) considerou irregular a prorrogação do contrato com a empresa que vinha operando o serviço desde 1997. A prefeitura abriu uma nova licitação, que acabou sendo vencida pela mesma empresa, a Engebrás. Lei aprovada no mês passado obriga a pintura dos suportes dos radares com tinta refletiva. Assim, os equipamentos poderão ser vistos pelos motoristas também durante a noite. (AE)


terça-feira, 4 de julho de 2006

Automação Convergência Varejo Hi-tech Fotografia

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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SISTEMAS DE AUTOPAGAMENTO JÁ FUNCIONAM NOS EUA

As filas nesses caixas automáticos são menores que as dos caixas tradicionais

Fotos: Divulgação

Tecnologia permite que consumidor seja seu próprio caixa no varejo Novas tecnologias garantem maior independência do consumidor dentro da loja. Sergio Kulpas esquema de funcionamento do quiosque de autopagamento da NCR e a máquina de selfcheckout que já opera no Japão

m certas regiões dos EUA e do Canadá, os comerciantes se deparam com a falta de pessoal para exercer funções dentro das lojas, especialmente em cidades pequenas e isoladas. Essa situação tem forçado a implementação de máquinas cada vez mais sofisticadas de autopagamento ("self-checkout"), que permitem que o consumidor pague sozinho pelas compras. A tecnologia por trás desses aparelhos é avançada, mas seu uso é cada vez mais simples. O cliente passa as mercadorias por um scanner que lê os códigos de barras e depois pagam a soma com cartões de débito, crédito ou até dinheiro. No caso de itens como frutas, verduras e pacotes com várias unidades, os consumidores têm de digitar um código de 4 números. As máquinas mais modernas têm monitores de toque tipo "touch-screen", com fotos de todos as mercadorias da loja e seus códigos. A rede Safeway, que tem mais de 1.700 lojas nos Estados Unidos e no Canadá, está testando quiosques de autopagamento em várias localidades. Na pequena cidade canadense de Fort

Murray, as lojas da Safeway já têm 7 quiosques automáticos em um total de 23 caixas. Com problema de falta de pessoal, as lojas aliviaram a carga dos funcionários. Alguns deles podem agora instruir os consumidores sobre o uso das máquinas. Praticidade, economia, um modo de lidar com a falta de trabalhadores: esses motivos impulsionam o rápido desenvolvimento dos sistemas de autopagamento. Pesquisas recentes no mercado norte-americano indicam que os consumidores já passaram da fase inicial de relutância em relação à tecnologia, e agora estão começando a exigir sua adoção em algumas localidades. Na América do Norte, analistas acompanham o impacto desses aparelhos no atendimento ao cliente e no re-

torno dos investimentos. Uma das preocupações mais comuns entre os varejistas é o uso racional da área útil da loja. As máquinas de autopagamento podem ajudar a resolver esse problema. Em lojas com espaço muito restrito, como lojas de conveniência e de departamentos, o uso desses quiosques pode representar mais espaço para a exibição de mercadorias. Além disso, o hardware necessário para essas máquinas está ficando vez menor, podendo ser embutido sob o piso. Outra tendência para essas máquinas é o uso de etiquetas com microtransmissores de rádio (RFIDs) nas mercadorias, permitindo que o pagamento seja feito sem contato algum: basta o cliente passar com o carrinho pelo sensor e a tela exibirá o preço total da compra. Uma operação que representará menos tempo em filas, algo muito atraente para os consumidores. Além disso, tecnologias de pagamento biométrico estão sendo testadas nessas máquinas. Além de registrar a compra sem a necessidade de contato, o cliente pode autorizar a

compra com um toque de impressão digital. Essas comodidades já estão se mostrando superiores à timidez que as pessoas têm diante de novas máquinas. A maior propaganda de um sistema de autopagamento é ver que as filas nesses caixas automáticos são menores que nos caixas tradicionais. Outras facilidades testadas nesses equipamentos são antenas que desativam as etiquetas inteligentes na saída da loja, aumentando a segurança do consumidor e do comerciante e menus disponíveis em vários idiomas (especialmente útil em cidades turísticas e em locais como aeroportos e estações de trem ou ônibus). Grandes empresas como a IBM e a NCR (http://www.ncr.com/products /software/self-service.htm) estão apostando no crescimento dessa tendência no varejo, e desenvolvendo software e hardware específicos para esses terminais de auto-pagamento. Os especialistas acreditam que nos próximos cinco anos, a maior parte das grandes redes de varejo adotará alguma forma de auto-pagamento em suas lojas. sergiokulpas@gmail.com

Divulgação

Empresas limitam uso da tecnologia no trabalho

Intranet ganha espaço na comunicação das empresas

Thomaz Krause, da Beta Interactive Design: "É importante que a criação desses projetos seja realizada por profissionais experientes"

Rede fechada leva informações da empresa, disponibiliza ferramentas e serve como fonte de consulta om o intuito de proporcionar uma comunicação cada vez mais dinâmica e interativa, as empresas de médio e grande porte têm buscado a intranet como ferramenta para fornecer informações aos seus funcionários e colaboradores internos, de forma mais eficiente e rápida. Para muitos, a diferença entre a internet e uma intranet é bem pequena, mas não é bem assim. O termo intranet surgiu aproximadamente em 1995, quando o uso da tecnologia de desenvolvimento de sites foi utilizado para criar páginas de acesso interno à empresa ou dentro de um grupo fechado. De fato, sua definição não está relacionada à questão tecnológica, já que ambas podem utilizar os mesmos recursos de multimídia e protocolo, mas está ligada a abrangência de acesso do conteúdo e seus objetivos. Enquanto a internet traz um conteúdo abrangente e, na sua maioria, sem restrições ao acesso, com uma interligação de âmbito global e uma atualização que surpreende, a intranet busca levar informações ligadas à empresa, disponibilizar ferramentas para serviços internos, servir como fonte de consulta e trazer uma maior integração

com a área de Recursos Humanos e as pessoas que trabalham na companhia. Sendo assim, a intranet é uma rede privada de computadores baseada em normas da companhia e que usa a web como interface. Para os canais de comunicação interna, geralmente ligados a área de Recursos Humanos, a intranet tem sido uma forma de levar mais rapidamente a informação da organização aos funcionários. Muitos segmentos têm experimentado bons resultados e investido cada vez mais neste tipo de projeto, graças à facilidade no fluxo de informações que proporcionam e o retorno em satisfação e melhoria de processos e comunicação entre os departamentos da empresa. De acordo com a segunda edição da pesquisa sobre comunicação interna, realizada em agosto de 2005, pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), por meio de seu instituto de pesquisa o Databerje, 31,6% das empresas têm a intranet como o principal veículo de comunicação e relacionamento com os funcionários, ultrapassando jornais e revistas internas. A Beta Interactive Design, estúdio de criação e desenvol-

vimento de projetos interativos, tem desenvolvido soluções para empresas que desejam criar esse canal de comunicação com seus funcionários. Segundo seu diretor Thomaz Krause, existe uma necessidade enorme de organizar a comunicação interna dentro das empresas, além de ceder ferramentas e serviços aos colaboradores, como visualização de holerite, recursos de assistência médica e notícias, liberando o profissional de RH para a execução de outros serviços importantes. "A intranet é uma requisição natural das grandes empresas, principalmente para as áreas de comunicação interna. É importante, no entanto, que a criação desses projetos seja realizada por profissionais experientes e com boa base conceitual, ou correm o risco de disponibilizarem informações incorretas, não autorizadas ou de forma mal organizada", explica. Para o diretor, apesar de a intranet ser uma ótima ferramenta, as grandes empresas não devem substituir totalmente os modelos antigos de comunicação. "Os murais, os quiosques e divulgação impressa vêem para somar. A intranet é como se fosse uma central de notícias, ela tem um papel de ter tudo, uma

grande centralizadora, mas o mural atinge uma área voltada aquelas pessoas que não têm condições de ter acesso aos computadores, como o chão de fábrica, por exemplo", completa. Um projeto de intranet envolve um planejamento sério com a área de comunicação interna. Normalmente é o RH quem cuida da sua administração, já que é a área de maior audiência dentro do sistema e a que mais tem retorno. O valor de investimento para criação dessa solução depende do tamanho do projeto. Um desenvolvimento simples, na qual a empresa coloca notícias e informações básicas, de forma gerenciável pelo próprio cliente, pode partir de R$ 5 mil. Para o diretor da Beta, o retorno do investimento pode ser notado logo no começo. "Com uma rápida e eficiente distribuição da informação e facilidade de interação, traz ferramentas para tornar dinâmicos os processos. As empresas conseguem ganhos de produção, esclarecer dúvidas mais rapidamente, tornar o clima organizacional melhor e um fluxo de informação dinâmico", explica. Fábio Pelegrini Mais informações: www.betaid.com.br

pesar de serem muito populares, os programas de mensagens instantâneas e sites de relacionamento como o Orkut são cada vez menos vistos no ambiente de trabalho. Preocupados com a segurança, sobrecarga da rede e produtividade, boa parte das empresas já bloqueiam o acesso a aplicativos como estes, considerados inapropriados no horário comercial. Por conta disso, as fabricantes de softwares de segurança e gerenciamento de conteúdo passaram a proteger seus clientes não apenas dos ataques dos chamados hackers e seus vírus, mas dos próprios empregados das companhias. "Hoje custa muito menos dar acesso a internet para um funcionário, o que acabou criando alguns problemas, pois muitos acessam o que não devem e comprometem a segurança da empresa", alerta Heliezer Vieira, gerente comercial da Afina, empresa que distribui softwares de segurança. Um caso típico é o uso do MSN Messenger, comunicador instantâneo da Microsoft. Só no Brasil, são 20 milhões de usuários, o segundo maior mercado do programa no mundo. "Mas somos o primeiro em uso, ou seja, em tempo de janelas abertas com conversações", conta Priscila Alves, gerente de marketing para América Latina do MSN. Para Leonardo Scudere, diretor de Segurança para a América Latina da Computer Associates, que produz softwares de proteção, o MSN é o caso típico de excesso de informação que pode comprometer o serviço. "Com muita liberdade, o usuário acaba misturando interesse particular com o da empresa, e cada vez mais somos procurados também para ajudar as área de negócios e RH, interessados na produtividade." De acordo com Priscila, a Microsoft não se preocupa com a onda de bloqueios no mundo corporativo. "O Messenger, quando usado de forma correta, pode ser uma excelente ferramenta e ajudar na corte de custos, como menos ligações telefônicas." (AE)


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Convergência Varejo Hi-tech Games Fotografia

terça-feira, 4 de julho de 2006

UM JOGO DIVERTIDO, DO CINEMA PARA OS COMPUTADORES

Os Sem-Floresta são a mais recente animação da DreamWorks, que já deuShrek e Madagascar

Fotos: Divulgação

aídos diretamente da tela grande dos cinemas, os Sem-Floresta já podem invadir os computadores. Eles são a mais recente animação produzida pelos estúdios DreamWorks, responsáveis por sucessos como Shrek e Madagascar. A animação por computação gráfica é baseada na tira em quadrinhos de Michael Fry e T. Lewis, na qual animais de uma floresta tentam compreender os humanos da vizinhança em que vivem. Não é a primeira vez que longas-metragens são transformados em jogos para PC e consoles –sempre dá certo. Títulos famosos, como Shrek, A Era do Gelo e o Madagascar, também caíram no gosto do público infantil. É verdade que a editora Activision é, de longe, a mais experiente em conversões de animações para videogames e, graças à parceria com a Electronic Arts, é a que mais consegue levar os games aos consumidores ao mesmo tempo em que o filme é lançado, aproveitando a carga publicitária do longa. A história dos Sem-Florestas conta como os animais, liderados por RJ, o guaxinim, passam a explorar um novo e estranho mundo, onde a vida é fácil e a comida é abundante. Mas tudo muda quando os humanos contratam um exterminador de pragas para se livrar das criaturas da floresta. Como é de se esperar, o jogador encontrará muita ação e aventura em terceira pessoa, em missões com objetivos pré-definidos que se interligam para dar contexto aos eventos. Após conhecer toda a história, será possível assumir o papel de quatro amigos animais: o guaxinim RJ, a tartaruga Verne, o esquilo Hammy e a gambá Stella. Cada membro desse grupo tem um conjunto de habilidades e poderes que serão úteis durante a aventura. O bairro em que nossos heróis vivem é seguro? Sim, se você for humano. O exterminador contratado para acabar com nossos amigos colocou armadilhas em quase todos os quintais, chur-

Quatro animais descobrem o mundo dos homens nessa nova transposição da tela para o computador: os Sem-Floresta Fábio Pelegrini

Você, animal. Eles, humanos. rasqueiras e balcões de cozinha do lado humano da cerca que separa a cidade da floresta. O gamer precisará mais do que descobrir a arma certa para derrotar o inimigo. Será necessário ser furtivo, astuto e ter muita habilidade para navegar pelas fases interativas e perigosas e, afinal, completar as missões. São mais de 30 fases. É possível executar movimentos especiais e devastadores ataques em dupla para abrir caminho entre os capangas do Exterminador. Humor – Há golpes engraçados –gargalhadas certas. Libere, por exemplo, a fúria da barragem de bolas de golfe de RJ ou use Verne e seu casco em um ataque atordoante. Derrote seus adversários rapidamente com o ataque relâmpago de Hammy ou deixe que a impressionante descarga malcheirosa de Stella derrube vários inimigos de uma vez. Ao explorar as fases, o gamer encontra diversos minigames inspirados no estilo de vida dos humanos, como o Derby de Carrinhos de Golfe, a Corrida de Carros de Controle Remoto e o Minigolfe dos Subúrbios. Ao desarmar as inúmeras armadilhas do Exterminador, o jogador ganhará novos recursos para equipar as suas tocas na floresta. Um modo cooperativo traz uma nova experiência: você poderá escolher dois personagens e alternar entre eles a qualquer momento. Isso facilita quan-

do a habilidade do amigo é mais eficaz para derrotar inimigos ou desativar alguma armadilha. No modo solitário, o seu parceiro é controlado pelo computador, mas um segundo jogador pode ingressar a qualquer momento na partida –basta ativar o controle para começar a jogar. Não espere uma inteligência artificial poderosa. Apesar de não ser a pior no modo single player existem momentos de deslizes e ações esperadas dos adversários, mas nada que atrapalhe tanto assim a propriedade do jogo. Visual – A qualidade gráfica se destaca em imagens coloridas. Lembram muito as imagens geradas pela computação gráfica do filme, com animação de personagens e cenários vistosos. O áudio não fica atrás: seus efeitos chegam a colocar o jogador no clima da aventura, com músicas e temas familiares para quem viu o longa-metragem. Esse sucesso dos cinemas promete agradar tanto os pequenos quanto os mais crescidinhos, em um equilíbrio coerente entre diversão e história, com excelente qualidade. E é isso que torna este lançamento uma boa alternativa para as tardes de domingo.

Aventura, com uma ponta de humor

OS SEM-FLORESTA Distribuição: Electronic Arts Telefone: (11) 5506-0232 Configuração mínima do sistema: Windows 2000 ou XP, Processador Pentium III 800 MHz, 256 MB de Memória RAM, 2.0 GB de espaço livre em disco rígido, unidade de CD-ROM 4X, placa de vídeo aceleradora 3D com 32 MB e placa de som 16-bit, ambas compatíveis com DirectX 9.0c. Idioma: Manual e software em português Faixa etária: Livre Preço sugerido: R$ 69,90

fotos Ana Maria Guariglia

Para gravar vitórias (ou derrotas)

Peter's Group vai fabricar produtos da Polaroid

Em 8 ou 10 megapixels, as Polaroid continuam descomplicando; só não garantem títulos mundiais Ana Maria Guariglia e você gosta de câmeras digitais, deve ver estes dois modelos: i1032 e i832. Foram lançadas no mercado internacional em final de abril deste ano, estampando a marca Polaroid — que tem tradição em fotografia instantânea. Os dois novos modelos são praticamente iguais. A única diferença é a capacidade de resolução. A i1032 (US$ 330) é de 10 Megapixels e a i832 (US$ 299), de 8 MP. Desde 1947, com a introdução da câmera para filmes de revelação instantânea, a Polaroid ganhou fama por descomplicar a fotografia, colocandoa ao alcance de qualquer pessoa e, assim, transformando o ato de fotografar em uma brincadeira para qualquer ocasião. As duas digitais seguem a mesma singeleza: são simples até demais e próprias para quem não quer pensar muito na hora dos cliques. Ambas têm memória interna de 32 Megabytes, com opção para cartão de memória SD (SecureDigital Card) e oferecem monitor de 2,4 e 2,5 polegadas, respectivamente, com zoom óptico de três vezes e digital de quatro vezes. São inteiramente automáti-

cas, incluindo a operação manual monitorada, com foco também automático. Fazem videoclipes com resolução de 640 X 480 pixels em formato AVI. O flash embutido pode ser desligado, ajustado para preenchimento de cena e para reduzir os conhecidos olhos vermelhos provocados pela incidência de luz nas pupilas. No teste, fizemos instantâ-

neos da bandeira brasileira alusivos à Copa do Mundo (antes da derrota para a França), na maioria das vezes, usando flash. A i1032 e a i832 fotografam bem dentro dos limites da resolução, gerando boas cores e contrastes mesmo à noite. Lembram as câmeras compactas 35 mm "point and shoot" (mire e dispare) dos anos 70 e 80. As fotos das bandeiras em movimento foram reproduzi-

das com fidelidade. O que decepcionou foi o flash: não abrandou os olhos vermelhos das pessoas, tornando-os gritantes nas imagens. Há um problema com as pilhas: o usuário fica inseguro se não levar consigo alguns pares de reserva. Câmeras digitais consomem muita energia devido ao uso do monitor de cristal líquido, não importa se alcalinas ou recarregáveis. Em contrapartida, as câmeras são mais baratas do que aquelas com bateria de lítio. As pilhas levam a outro problema. Em 3 de maio passado, diz, na internet, um consumidor que se identificou como Roke Cuervo, que sua i832 pegou fogo espontaneamente, após sessão de fotos e videoclipes com o filho. Não é estranho: pode acontecer devido às baterias ou a curto-circuitos de componentes defeituosos da câmera. É o mesmo problema que ocorreu com celulares. Leia o relato e m w w w. e p i n i o n s . c o m / content_229461364356. As câmeras devem chegar ao país no segundo semestre. Ainda não há preço definido. Para saber mais: www.polaroid.com

Automáticas, as câmeras I1032 e I832, da Polaroid, são fáceis de operar e dão bons resultados; só o flash decepcionou

Peter's Group Worldwide investiu US$ 426 milhões para adquirir a licença de fabricação de produtos da Polaroid, fundada em 1937 pelo químico Edwin Land (1909-1991) para confecção de papel fotográfico. Vai continuar fazendo isso e muito, muito mais. J. Michael Pocock, presidente executivo da Polaroid, se diz entusiasmado com a possibilidade do Peter's Group continuar difundindo a lendária marca. "Nossa companhia será parte integrante da estratégia desse grupo e os milhões de usuários de nossos produtos poderão continuar a desfrutar nossa tecnologia eletrônica". A empresa norte-americana tornou-se a única proprietária da patente das câmeras para filmes instantâneos, tanto que em 1985 abriu processo contra a Eastman Kodak por infringir as leis dessa patente. A Kodak perdeu o processo e, em 1991, pagou para a Polaroid multa de US$ 925 milhões. Peter's Group Worldwide é líder nos setores de desempenho, desenvolvimento, financiamento de investimentos, fabricação e comercialização de produtos para mercados em crescimento. Entre os principais produtos estão os sistemas de identificação de segurança para fins comerciais, além de aparelhos de DVD e de óculos de estilo para sol. Com a aquisição de Polaroid, vai introduzir novos produtos digitais. A empresa inclui uma lista de companhias de atacado e de varejo que operam nos EUA, Brasil, China, Japão, Coréia, México e Espanha. Para saber mais: www.pettersgroup.com. (AMG)


quarta-feira, 5 de julho de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Estilo Empresas Nacional Finanças

3 Os quadrinhos da Turma da Mônica trocam, no início de 2007, a editora Globo pela Panini.

EXPORTAÇÕES DE CALÇADOS CAÍRAM 8%

APESAR DA QUEDA DE 8% NAS EXPORTAÇÕES POR CAUSA DA ALTA DO REAL, FEIRA MOSTRA SETOR ANIMADO

NOVIDADES EM CALÇADOS NA FRANCAL

O

Fotos: Andrea Felizolla/LUZ

As sócias Luciana e Tamara Freis vieram de Santa Catarina para conhecer as tendências e novas marcas

DEFLAÇÃO O recuo de preços em São Paulo foi de 0,64% na última semana de junho, segundo a FGV.

Ó RBITA

CONSTRUÇÃO O Custo Unitário Básico da construção civil paulista caiu 0,25% em junho.

Joel Silva/Folha Imagem – 2/5/05

BRASIL PODE SER GIGANTE AGRÁRIO

P

ara ocupar uma posição de destaque no cenário mundial da produção de grãos, o Brasil precisa correr para acabar com alguns gargalos que impedirão o crescimento da atividade agrícola. Estudo feito pela assessoria de gestão estratégica do Ministério da Agricultura mostra que a falta de investimento em infra-estrutura física e o atraso na tecnologia e defesa agropecuária são fatores negativos para a agropecuária nacional. Ao divulgar o estudo, Elísio Contini, técnico da pasta, também citou que o crescimento econômico abaixo do previsto nos

HARD ROCK CAFÉ

O

Rank Group PLC divulgou ontem que pode vender a rede Hard Rock Café para se concentrar no negócio de jogos na Inglaterra. As ações do grupo subiram após o anúncio de que serão estudadas as "opções estratégicas para o Hard Rock". No ano passado, o Rank Group vendeu sua divisão de DVDs e a unidade de produção de filmes. A venda dos restaurantes temáticos Hard Rock Café deixaria o Rank Group concentrado apenas em suas operações de cassinos e bingos. (AE)

ÁLCOOL

O

preço do álcool hidratado nas usinas paulistas voltou a subir nas últimas semanas, o que leva especialistas a crerem que as cotações atingiram um novo nível no Brasil. O grande número de veículos bicombustíveis em circulação e a alta cotação dos derivados de petróleo são apontados como os principais responsáveis pela mudança. (AE) A TÉ LOGO

próximos anos e o protecionismo dos países desenvolvidos poderão frustrar o sonho do Brasil de se tornar um dia um gigante agrícola. De fato, a agricultura tem muito espaço para crescer no Brasil. Quinto maior país do mundo em extensão

s dados da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) mostram o aperto dos empresários do setor quando o assunto é exportação. Nos primeiros cinco meses do ano, foram vendidos no mercado externo 83,6 milhões de pares, o que representa queda de 8% em comparação com igual período de 2005, quando o número chegou a 89,6 milhões. O faturamento também caiu, de US$ 766 milhões para US$ 761,3 milhões. "Esse é o reflexo da valorização do real em relação ao dólar", disse o presidente da associação, Elcio Jacometi. Segundo ele, o setor foi obrigado a elevar em 8% o preço dos produtos vendidos lá fora. "O valor do sapato brasileiro no exterior ficou, em média, em US$ 9,21 nos primeiros cinco meses do ano." Jacometi afirmou que os mercados tradicionalmente compradores do produto brasileiro, principalmente o americano, não aceitam os repasses para os preços. "O jeito foi expandir as relações com países que fechavam poucos negócios, como a Itália. Agregamos valor ao produto e o preço ficou maior", informou. Na avaliação dele, apesar de todas as dificuldades, o setor não desistiu de apostar nas vendas externas. "Neste ano, porém, não será mais possível recuperar as perdas", afirmou.

Jacometi: preços mais altos

Feira do setor — A Francal, considerada a maior feira do setor calçadista da América Latina, entretanto, não reflete um cenário tão nebuloso. Ontem, primeiro dia do evento, que vai até a próxima sexta-feira no Palácio de Convenções do Anhembi, os corredores estavam lotados e cada estande parecia uma loja repleta de clientes. A designer e empresária Iolanda Guerreiro participa do evento pela primeira vez. Oferecendo produtos feitos com couros classificados como exóticos, ela contabilizou um crescimento de 25% nas vendas externas no primeiro semestre deste ano em relação a igual período do ano passado. A São Paulo Alpargatas, dona da marca Havaianas, é outra que diz não enfrentar problemas com exportação. A pre-

visão é de que a participação das vendas externas no faturamento cresça de 8% em 2005 para 16% este ano. "Já alcançamos 70% do objetivo no primeiro semestre. As sandálias Havaianas são sinônimo do espírito brasileiro no exterior", disse o gerente comercial, Ricardo Vianna. Segundo ele, o faturamento do segmento sandálias deve ser 25% maior em 2006 em relação a 2005. Sebastião Siqueira, diretor comercial da Opanenken Antistress, fabricante de calçados da região de Franca, no interior de São Paulo, afirmou que o total de exportações da companhia caiu 20% no primeiro semestre deste ano em relação aos seis primeiros meses de 2005. "Os preços em dólar foram reajustados", informou. De acordo com ele, o mercado interno sofre com falta de circulação de dinheiro. "Registramos um crescimento de 5% nas vendas de calçados de janeiro a junho na comparação com o primeiro semestre de 2005, alta puxada principalmente pelos itens femininos. A venda de sapatos masculinos caiu 5%." As lojistas Luciana e Tamara Freis, de Santa Catarina, vêm todo ano à Francal para abastecer a loja em que são sócias. "Só no estande da Via Marte gastamos R$ 10 mil. Na Francal conseguimos saber o que será moda e conhecemos marcas novas", afirmou Luciana. Neide Martingo

territorial, com 8,547 milhões de quilômetros quadrados, o Brasil dispõe de 106 milhões de hectares de terras agricultáveis ainda não exploradas. Outros 30 milhões de hectares hoje ocupados com pastagens serão cedidos à agricultura em 15 anos. (AE)

PETROBRAS: CUSTOS EM ALTA

A

penas metade dos US$ 34,7 bilhões que a Petrobras acrescentou ao planejamento estratégico da empresa até 2011 (uma elevação de 66% em relação ao orçamento anterior) refere-se a novos projetos tocados pela estatal. A outra metade refere-se à elevação dos custos de produção, basicamente por causa do aquecimento mundial da indústria do petróleo e do impacto da desvalorização do dólar nos negócios da empresa. "O aumento de custos não depende de nós. É resultado do mercado",

afirmou o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli. Com isso, a empresa passou da previsão de investimentos de US$ 52,4 bilhões para US$ 87,1 bilhões no período. A maior parte dos investimentos será destinada à exploração e produção (US$ 40,7 bilhões), seguido do setor de abastecimento e refino (US$ 23,1 bilhões). Segundo Gabrielli, o novo plano da companhia, que prevê média anual de US$ 17,4 bilhões em investimentos até 2011, passa a vigorar em 2007. (AE)

CARROS: CAI CONVERSÃO PARA GÁS

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conversão de veículos leves para o uso de gás natural veicular (GNV) somou 21,5 mil unidades em maio, com queda de 28% em relação a abril, segundo dados do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás Natural (IBP). Para o coordenador do Comitê de GNV do IBP, Rosali Fernandes, esse movimento "é natural" no período, mas ele admite que as discussões referentes ao

gás da Bolívia assustaram o consumidor, reduzindo as conversões. "Em maio, há uma queda natural, especialmente devido à entrada de nova safra de álcool no mercado. Mas neste ano houve um componente adicional, com a nacionalização do gás natural na Bolívia e toda a discussão que a medida gerou", disse Fernandes, ao lembrar que, em maio de 2005, o recuo foi de 2%. (AE)

Sapatênis da coleção da Ferracini. De acordo com designers, esse tipo de calçado masculino veio para ficar.

Do exótico ao conforto

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estande dos cristais Swarovski na Francal é conceitual – no lugar de alimentos, sapatos servidos em pratos, numa grande mesa de jantar. O desejo de todo fabricante é de que os sapatos fossem a prioridade de consumo das pessoas. Já a grife Iolanda Guerreiro oferece matérias-primas como couro de rã, de cobra píton, de pé de peru, de bucho de boi e de peixes, como a tilápia. "As mulheres podem usar à noite o modelo com fivela de ouro, que pode custar até R$ 1,2 mil. Mas também há itens para o dia-adia", destacou Iolanda. Segundo ela, a moda na primavera-verão seguirá o Andrea Felizolla/LUZ

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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CVM libera negócios com ações da Arcelor Brasil na Bovespa

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São Paulo tem a cesta básica mais cara do Brasil, segundo o Dieese

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Banco Central quer colocar moedas no lugar das notas de R$ 1,00 Iolanda Guerreiro: couro exótico

estilo pessoal do consumidor. "O salto poderá ser alto, baixo, fino ou não, e serão usadas todas as cores. As borboletas serão vistas em roupas e sapatos." Para os homens, conforto: os sapatênis, que muitos pensavam que era modismo, vieram para ficar. "Esse modelo é a vedete do visual masculino. As cores serão claras, mas os detalhes ganham tons fortes, como vermelho e azul." (NM)

RECEPCIONISTA Admite-se entre 18 e 20 anos c/ ou sem experiência, ensinamos o serviço Entrevista pelos fones: (11) 3801-1525 ou 3676-1161


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Nacional Empresas Comércio Exterior Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

BRASIL DOMINARÁ PRODUÇÃO DE AÇÚCAR

quarta-feira, 5 de julho de 2006

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por cento é quanto o Mercosul passa a deter do PIB da América Latina com a adesão da Venezuela

PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO VÃO CONTROLAR O AGRONEGÓCIO MUNDIAL NA PRÓXIMA DÉCADA

EMERGENTES SERÃO LÍDERES AGRÍCOLAS

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produção agrícola mundial vai crescer devagar, mas de maneira constante, na próxima década, impulsionada pelo aumento do consumo e das importações de países em desenvolvimento, mostrou um estudo feito pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pela Agência das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). Segundo o estudo, apresentado ontem, a produção agrícola gradualmente está se movendo dos países desenvolvidos para os em desenvolvimento. "Países em desenvolvimento, e particularmente o Brasil, Índia e China, estão se tornando o novo epicentro das forças que modelam a produção agrícola mundial e o comércio, uma tendência que deve se tornar mais forte durante o período abordado (até 2015)", apontou o estudo. No geral, a produção agrícola mundial deve crescer de forma constante até 2015, mas em ritmo mais lento do que durante os dez anos anteriores, segundo o estudo. A maior parte dos países em desenvolvimento apresenta

Brasil mantém superávit sobre a Argentina

Ricardo Stuckert/ABr

um aumento na demanda por produtos derivados de carne, frutas, vegetais e alimentos processados, devido a rendas maiores e deslocamento da população em direção a áreas urbanas, o que leva à maior demanda por importação. De acordo com o estudo, a produção nesses países provavelmente será ultrapassada pela demanda. Mas, ainda assim, ela deverá aumentar devido a melhorias técnicas e custos mais baixos graças a sistemas de transporte e distribuição mais eficientes. "Com sua crescente riqueza e crescimento populacional mais intenso, os países que não fazem parte da OCDE devem continuar a experimentar um aumento mais rápido no consumo de produtos agrícolas do que os países da área da OCDE", apontou o estudo. Por outro lado, as décadas de preocupação de países desenvolvidos sobre disponibilidade de alimentos foram substituídas por outras preocupações sobre atributos e qualidade desses produtos. Aumentos nas exportações agrícolas foram um dos principais fatores que levaram ao crescimento econômico do Brasil e da Argentina, o que, segundo o estu-

do, pode ultrapassar o da maioria dos países da OCDE. Rei do açúcar – O estudo da OCDE e da FAO prevê ainda que o Brasil, atualmente responsável por 40% das exportações mundiais de açúcar, fortalecerá seu domínio nesse setor nos próximos dez anos. Com isso, o País se tornará um "importante fator de moderação" nos preços futuros da commodity. Pelo estudo, nem mesmo o forte crescimento da produção de etanol no Brasil limitará as exportações de açúcar do País. Segundo o levantamento, os tradicionais exportadores de trigo, Argentina, Austrália, Canadá, União Européia e Estados Unidos, deverão manter suas posições dominantes, mas a produção da Ucrânia e Casaquistão está criando uma maior competição neste setor. O estudo apontou ainda que, se confirmada a previsão de que os preços energéticos continuarão elevados, a produção da bioenergia através de cereais, sementes e açúcar deverá crescer, criando uma demanda adicional por essas commodities. O maior uso do biodiesel em substituição aos combustíveis fósseis fortalecerá essa tendência. (Agências)

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bilhão, aumento de 17% em comparação com o primeiro semestre de 2005. Em junho, o superávit brasileiro com a Argentina completou o 37º mês consecutivo. (AE)

Brasil teve entre janeiro e junho o semestre com o maior superávit da história do intercâmbio comercial com a Argentina. O saldo acumulado foi de US$ 1,83

Os presidentes Lula, Néstor Kirchner e Hugo Chávez se abraçam durante adesão da Venezuela ao Mercosul

Agora é para valer: Venezuela no Mercosul

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pós desembarcar em Caracas para a assinatura do protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu mudanças no bloco sul-americano. Ele pediu a redução das assimetrias no conjunto originariamente formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai e a facilitação do acesso dos países menores aos mercados dos maiores para superar as dificuldades. "Temos a obrigação de ajudar os países mais pobres a se desenvolverem." Lula disse que o ingresso da Venezuela no Mercosul torna o bloco uma "realidade continental". Ele pregou a valorização de relações comerciais de fato complementares entre os parceiros para o fortalecimento dos projetos de infra-estrutura e da integração energética. A defesa de Lula do resgate dos princípios que nortearam a criação do Mercosul, com tratamento diferenciado para as economias com menor grau de desenvolvimento, foi feito um dia depois de o presidente do Paraguai, Nicanor Duarte, es-

cancarar as divergências entre os parceiros e chamar o Brasil e a Argentina de "egoístas e hipócritas". Ele ameaçou tirar seu país da aliança, caso brasileiros e argentinos não ponham um ponto final nas práticas "protecionistas" que permitem acordos de comércio com países fora do Mercosul. Controle – Com a entrada da Venezuela, o Mercosul passará a ter 78% do Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina (hoje em 54%) e Chávez espera chamar a atenção internacional, marcando sua liderança política – um fator de preocupação para Lula. O presidente brasileiro, no entanto, prefere manter Chávez perto a deixálo longe e irritado. Pelo protocolo assinado ontem, a Venezuela terá quatro anos para adotar a Tarifa Externa Comum (TEC) e as normas que regem o bloco. Mas, a partir da próxima reunião de cúpula do Mercosul, nos dias 20 e 21 deste mês em Córdoba, Argentina, Chávez já terá voz nas decisões do Mercosul. Fora ianques – O presidente venezuelano tem fomentado a

união do Mercosul como um contrapeso aos acordos de livre comércio com os Estados Unidos. Na opinião de especialistas, o ingresso levará o discurso de Chávez contra os EUA para dentro do bloco. Para o Brasil, na opinião de José Botafogo Gonçalves, exembaixador do Brasil na Argentina, a entrada da Venezuela incentivará as exportações do pólo industrial de Manaus. "Do ponto de vista comercial e econômico, faz muito sentido que a Venezuela esteja presente no Mercosul. O norte brasileiro compra eletricidade produzida na Venezuela. E o pólo de Manaus poderá vender mais para o país, o Caribe e a região andina", disse Botafogo, do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri). Indiferente a essas discussões, Chávez celebrou o ingresso no Mercosul ao lado dos presidentes Lula, Néstor Kirchner (Argentina), Tabaré Vázquez (Uruguai) e Nicanor Duarte Frutos (Paraguai). O presidente boliviano, Evo Morales, também participou da da reunião. (Agências)

Kirchner e Chávez lançarão bônus

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Argentina e a Venezuela trabalham na emissão de um bônus binacional que poderá ser lançado dentro de 60 ou 90 dias, informou ontem o presidente argentino, Néstor Kirchner. No dia em que o país de Hugo Chávez ingressou formalmente no Mercosul, integrado até então por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, Kirchner anunciou o projeto financeiro, que poderá servir como antecedente da formação de um "espaço financeiro do Sul". "Estamos empenhados em trabalhar a idéia da criação de um bônus do Sul, um bônus conjunto trabalhado por nos-

sas áreas respectivas, para em um período de 60 a 90 dias gerar uma fonte de ingressos muito importante para consolidar processos estratégicos de investimento", disse Kirchner. Caixa forte – A Venezuela se transformou no ano passado em uma das principais fontes de financiamento da Argentina, com a compra direta de títulos em dólares, em sua maioria com vencimento em 2012, enquanto o governo Kirchner se negava a pagar as taxas de juros que os investidores privados exigiam. Desde meados de 2005, a Venezuela já comprou bônus argentinos por um valor nomi-

nal de cerca de US$ 3,240 bilhões. Neste ano, as compras já somam cerca de US$ 1,450 bilhão. A dívida externa é um dos problemas crônicos de muitos países da região. Processo histórico – Durante o encontro, Kirchner qualificou como um feito histórico a entrada dos venezuelanos no processo de integração. "É um passo qualitativo para consolidar a perspectiva e a projeção da região diante do mundo e da América", disse. O presidente argentino anunciou ainda que as empresas estatais petrolíferas dos dois países, Enersa e PDVSA, terão atuação conjunta. (Agências)

País terá sistema para medir serviço O volume de comércio exterior de serviços (exportações mais importações) do Brasil somou US$ 37,2 bilhões em 2005, valor 35,1% acima do ano anterior, e gerou um déficit de US$ 7,4 bilhões, o maior desde 1998. O levantamento completo será divulgado esta semana

pelo Ministério do Desenvolvimento. Também será anunciado o projeto do Sistema Informatizado e Integrado de Informações de Operações de Comércio Exterior de Serviços (Siscoserv), e do desenvolvimento, para 2007, da primeira balança comercial de serviços do

País. Na prática, o novo sistema será o equivalente ao Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex) voltado às exportações e importações de produtos. A balança comercial de serviços abrangerá pelo menos 155 subsetores, como franquias e informática. (AE)


quarta-feira, 5 de julho de 2006

Finanças Empresas Nacional Estilo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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18ª EDIÇÃO DO LIQUIDA SP COMEÇA NO DIA 19

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milhões de reais é quanto o BC vai economizar com a terceirização de custódia de dinheiro no País.

GOVERNO ESTADUAL DÁ PRAZO EXTRA DE 30 DIAS PARA PARTICIPANTES DA QUEIMA DE ESTOQUES

LIQUIDA SP TERÁ ICMS PRORROGADO Patrícia Cruz/LUZ

Promoção termina no dia 23 de julho

meros de inscrição estadual e do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), endereço e código de Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) para a Alshop, confirmando a participação do estabelecimento na campanha. Caberá à entidade o envio desses documentos à Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP). A medida tem sido instituída há dois anos pelo fisco estadual e visa estimular o comércio. Pelo decreto, os contribuintes que quiserem participar devem obrigatoriamente ser usuários regulares

Gervásio Batista/ABr

de equipamentos emissores de cupom fiscal (ECFs). Outra condição é que o estabelecimento participante não receba crédito do imposto no mês de julho, transferido por outras unidades do grupo a que pertença, caso seja o centralizador de apuração e recolhimento do ICMS, de acordo com a legislação. "O receio da Fazenda é de que o estabelecimento centralizador utilize créditos de unidades que não estejam participando da promoção e, com isso, recolha menos imposto", explica o advogado tributarista Luis Rogério Sawaya. Os empresários do setor de alimentos e bebidas também foram beneficiados recentemente com um prazo maior para recolher o ICMS. Primeiro foram os que realizaram negócios na APAS-2006 - 22º Congresso de Gestão e Feira Internacional de Negócios em Supermercados, em maio, por meio do Decreto nº 50.725, de abril, depois os da Fispal Tecnologia 2006, em junho. Na segunda quinzena deste mês, será a vez dos participantes da Fispal Food Service 2006 se beneficiarem da prorrogação, prevista no Decreto nº 50.850, de 1º de junho último. Adriana David

BC terceiriza custódia de dinheiro

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Banco Central anunciou ontem que não atuará mais como custodiante do dinheiro no Brasil, concentrando sua atividade na regulação da oferta de cédulas e moedas. Parte significativa da movimentação diária de dinheiro em espécie no País já estava sob responsabilidade do Banco do Brasil (BB), mas o BC ainda atendia a demanda em 10 capitais em que possui representação. Um contrato assinado entre o BC e o BB na última segundafeira transfere ao Banco do Brasil todo o trabalho de distribuição do dinheiro em solo nacional. Em 30 meses, o mercado

de custódia será aberto a outras instituições financeiras. "O BC quebrou o monopólio. Outros bancos poderão entrar nesse modelo de custódia, inclusive em parceria", disse o diretor de Administração do BC, João Antonio Fleury. Os requisitos básicos para que um banco seja custodiante são ter instalações próprias e capilaridade. "Não adianta um banco ter uma agência e querer ser custodiante", comentou Fleury. Segurança – Os principais objetivos com a terceirização da custódia do dinheiro, que permitirá economia anual de R$ 22 milhões ao BC, são aumentar a qualidade e a segu-

rança do dinheiro em circulação e a oferta de troco. De acordo com o BC, circulam diariamente no País R$ 70 bilhões em dinheiro vivo, frente a R$ 9 bilhões em junho de 1994, no lançamento do Plano Real. O s u rg i m e n t o d e n o v o s meios de pagamento eletrônico, segundo representantes do BC, não reduziu o uso de dinheiro em espécie pela população, mas evitou um crescimento maior da base de cédulas e moedas em circulação. O diretor do BC lembrou que, na época de inflação alta, todo o dinheiro virava troco porque perdia valor e não havia falsificação. (Reuters)

Nossa Caixa venderá consórcio

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ais um banco se rendeu aos consórcios. Ontem, a Nossa Caixa anunciou sua entrada no segmento de consórcio de imóveis. O banco do governo do Estado de São Paulo estréia nesse mercado por meio de um acordo operacional assinado com a Rodobens Consórcio, administradora independente com 40 anos de atuação e braço da Empresas Rodobens, grupo de forte presença nos setores imobiliário e de transporte. A Nossa Caixa era uma das poucas instituições financeiras que ainda não tinham o consórcio em seu leque de serviços, embora a idéia de participar desse mercado estivesse sendo estudada há algum tempo. "Não tínhamos uma empresa independente do banco para a venda de consórcios (uma exigência do Banco Central), nem a intenção de criar uma neste momento. Por isso optamos pela parceria com uma administradora com experiência nesse mercado", disse o diretor da área de produtos do banco, Jorge Luiz Ávila. A gestão dos grupos formados pela Nossa Caixa será de responsabilidade da Rodobens Consórcios. Venda – O produto será vendido pela Nossa Caixa a apenas clientes, pessoas físicas ou empresas, e o valor da mensalidade, debitado da conta corrente. "Uma forma de dar mais comodidade ao consorciado", disse Ávila. Os grupos terão duração

de 120 meses (dez anos), com taxa de administração de 17% por todo esse período. O consórcio da Nossa Caixa terá imóveis com valor variando de R$ 35 mil a R$ 200 mil. O participante em dia com os pagamentos concorrerá a sorteios semanais de R$ 31 mil. "A meta é vender 6 mil cotas com ticket médio de R$ 80, que representariam um faturamento estimado em R$ 480 milhões", disse Pedro Santos, diretor-geral da Rodobens Consórcios. A empresa tem u m a p a rc e r i a s e m e l h a n t e com o Citibank desde dezembro de 2005 também para a venda de imóveis. Com o Unibanco, a Rodobens atua na venda de consórcios de caminhões e automóveis. Sem conflito – Pedro Costa lembra, no entanto, que os negócios não conflitam entre si, uma vez que, nas três instituições, os produtos são vendidos apenas para os clientes de cada uma delas. Com a parceria da Nossa Caixa, a Rodobens Consórcios prevê crescer para 36 mil cotas de imóveis administradas. Hoje, são 30 mil. No produto da Nossa Caixa não há cobrança da taxa de administração e do seguro nas últimas 60 parcelas, diz Costa. "As parcelas acabam sendo decrescentes, corrigidas pelo Índice Nacional de Custos da Construção", completou. A tradição do banco estatal no crédito imobiliário e captação

de poupança foi determinante para a escolha do segmento de imóveis, explica Ávila. Mas por trás dessa escolha está o objetivo de fidelizar o cliente. Assim como o crédito imobiliário, que voltou a ter a atenção de bancos, o consórcio é um produto de longo prazo, em que cliente e banco têm tempo para estreitar o relacionamento. E isso ajuda a manter o cliente fiel. "O banco tem olhado mais para esse aspecto do que para o ganho financeiro que terá com o produto", conta o executivo da Nossa Caixa. Roseli Lopes

Os ministros do Trabalho, Luiz Marinho, e da Previdência, Nelson Machado, em reunião com aposentados

Aposentado: reajuste vetado

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presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai vetar o reajuste de 16,67% das aposentadorias e pensões acima do salário mínimo, aprovado ontem pelo Senado. A informação foi dada a representantes dos aposentados e de centrais sindicais pelos ministros da Previdência, Nelson Machado, e do Trabalho, Luiz Marinho, durante reunião para discutir o assunto. Mas, para evitar que a categoria seja prejudicada com um segundo veto – desta vez na MP que tramita na Câmara sobre o reajuste acima do mínimo e concede o mesmo índice de aumento – ficou acertado, durante o encontro com os aposentados, que o governo tentará negociar com a base aliada uma redação intermediária ao texto que está em negociação. A idéia é incluir um parágrafo que permita ao governo vetar o reajuste de 16,67%, conforme foi feito no Senado, mas

manter o acordo fechado com o segmento – que garantiu uma correção de 5% (com ganho acima da inflação de 1,8%) e antecipação da metade do 13º salário em setembro, além de outras medidas como desconto em medicamentos. Caso contrário, explicou Machado, o governo será obrigado a vetar o texto inteiro e, neste caso, os aposentados terão direito apenas à correção da inflação pelo INPC de 3,14%, conforme prevê a legislação. "Dessa forma, o desgaste ficará somente com o governo, que já avisou que vetará o aumento adicional. Agora, se o Congresso for inflexível e não conseguir derrubar o veto, o desgaste ficará com os dois", disse o vice-presidente da Força Sindical, Eleno Bezerra. "Não restará outra alternativa senão o veto, porque não há garantias orçamentárias para esse reajuste. O governo deseja cumprir o acordo, resultado de

Factoring

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ilhares de lojistas instalados em vários shopping centers da Grande São Paulo poderão se beneficiar com a prorrogação, por 30 dias, do prazo para o recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) proveniente das vendas durante a semana da 18ª edição do Liquida São Paulo. A promoção, organizada pela Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) será realizada entre os dias 19 e 23 de julho. O benefício fiscal foi estabelecido pelo Decreto nº 50.917, de 29/06/2006, publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo no último dia 30 de junho. "Prorrogar o prazo de recolhimento do ICMS de todo o mês de julho por 30 dias vai gerar um beneficio significativo aos lojistas que participarem da promoção. Incentivos fiscais como esse, que sempre impulsionam as vendas do varejo, são um dos principais objetivos da atuação da Alshop", afirma o presidente da entidade, Nabil Sahyoun. Procedimentos – Para poder usufruir do benefício fiscal concedido pelo Estado, o lojista deve enviar um documento com nome ou razão social, nú-

O que é Factoring? É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 4 de julho de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Roll For Artefatos Metálicos Ltda. - Requerido: Exesspres Comércio de Móveis p/ Escritório Ltda.-ME - Av. Nordestina, 3335 - 02ª Vara de Falências Requerente: Belocap Produtos Capilares Ltda. - Requerido: Marcos Conrado Wiesmann - ME - Rua Haddock Lobo, 608 - 02ª Vara de Falências Requerente: Moacir Barbosa de Melo - Requerente: Sandra Regina Barbosa de Melo - Requerido: Empreendimentos Máster S.A. - Av. Jabaquara, 1581 – conj. 04 - 01ª Vara de Falências

muita negociação", afirmou Marinho. Segundo o ministro da Previdência, o aumento adicional terá um impacto de R$ 7 bilhões no déficit da Previdência Social. Déficit – De acordo com dados do Ministério da Previdência, só o aumento real (diferença entre os 5% e os 3,14%) gerou uma despesa adicional para o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) de R$ 900 milhões por mês, com o pagamento dos benefícios. Somado à correção do piso salarial, o déficit do INSS subiu 37,5% em maio, na comparação com abril e atingiu 3,31 bilhões. No acumulado do ano, o rombo chega a R$ 15,87 bilhões — 17,5% acima do verificado no mesmo período do ano passado. A trajetória crescente das despesas com aposentadorias e pensões é apontada por economistas como fator de risco para as contas públicas em 2007. (AG)


quarta-feira, 5 de julho de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Congresso Planalto Eleições CPI

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PMDB TERÁ O 2º MAIOR TEMPO DE HORÁRIO POLÍTICO NO ESTADO

Quer dar Bolsa-Família em véspera de eleição? Dê, mas não tire da Saúde. José Serra

NO INTERIOR DE SP, CANDIDATO TUCANO AO PALÁCIO DOS BANDEIRANTES CRITICA GOVERNO FEDERAL.

SERRA IGNORA MERCADANTE E ATACA LULA

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Epitácio Pessoa/AE

ATÉ R$ 35 MILHÕES PARA A CAMPANHA PETISTA EM SP PT pretende gastar até R$ 35 milhões na campanha do senador Aloizio Mercadante ao governo. O valor equivale a duas vezes e meia o limite declarado na eleição passada, atualizado segundo a inflação do período. O teto para a campanha ao Senado será de R$ 7 milhões; para deputado, o valor máximo é de R$ 2,5 milhões (federal) e R$ 1,5 milhão (estadual). O tesoureiro da campanha será Antônio dos Santos, o mesmo do partido, ao contrário da fórmula encontrada na equipe do presidente Lula. "Vamos nos esforçar para arrecadar e gastar esses R$ 35 milhões", disse o coordenador da campanha e presidente do diretório estadual do PT, Paulo Frateschi. "Mas esse valor é o teto, será muito mais difícil arrecadar nessa eleição." Contas – A rejeição das contas do candidato ao governo em 2002, José Genoino, não deverá ter impacto na campanha de Mercadante, assim como a rejeição das contas do diretório estadual em 2000 e 2001. No mês passado, o Tribunal Regional Eleitoral recomendou a suspensão do repasse do fundo partidário para a sede paulista. A punição depende de confirmação do Tribunal Superior Eleitoral, onde o PT apresentará recurso. "O tribunal identificou a ausência de alguns recibos e imprecisão de um doador em 2002, não há questionamento sobre improbidade", disse o advogado do PT, Hélio da Silveira, sobre as contas de Genoino. A largada da campanha estadual será na sexta-feira, com uma caminhada pelo centro, reunindo os candidatos petistas e aliados, a ser embalada com o jingle: "São Paulo tem jeito, é o jeito de Mercadante". (AE)

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Em campanha, Serra discursa durante visita a Botucatu e recebe presente: um quadro com foto sua da campanha para deputado ainda pelo PMDB.

QUÉRCIA, FELIZ COM BOM TEMPO DE TV. Keiny Andrade/AE

candidato ao governo de São Paulo pelo PMDB, Orestes Quércia, disse ontem acreditar que, com o segundo maior tempo do horário político no Estado, conseguirá "preparar um bom programa" e "mudar as coisas que são mostradas nas pesquisas". Quércia argumentou que está atrás na disputa contra José Serra (PSDB) e Aloizio Mercadante (PT) por ter lançado muito tarde sua candidatura. No entanto, avaliou que o bom tempo de tevê conseguido com a aliança com o PP e que noventa dias de campanha são "suficientes" para "ir para o segundo turno e ganhar". "Eles (Serra e Mercadante) levam vantagem de ter o candidato a presidente, de ter governo. Mas eu levo vantagem por ter mais experiência na administração", disse Quércia, que foi governador entre 1987 e 1991. O candidato peemedebista adiantou que um dos motes de sua campanha será a crise de segurança no Estado provocada pelo PCC, mas "sem desmerecer

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PT MINAS: APOIO A NEWTON CARDOSO.

os demais (candidatos), que têm o seu valor também". Segurança – "Hoje o grande problema é a segurança e as pessoas sabem que é importante ter um pouco mais de experiência nisso", prosseguiu Quércia, na abertura da Francal, Feira Internacional de Calçados realizada no Anhembi, em São Paulo. "Vou lembrar que no começo do meu governo era 50% da preocupação com segurança. Quando terminei o governo era 8%. Fiz um investimento grande em segurança, houve comando, não havia problemas maiores", disse. O ex-governador foi além, ao afirmar que no seu governo "não havia Febem". "A Secretaria do Menor tirava as crianças da rua", justificou. O peemedebista disse ainda que também usará os números de sua gestão em saúde, em educação e na habitação para conquistar os eleitores. Visibilidade – Quércia insistiu que, com o apoio formal do PP, conseguiu garantir "o segundo maior tempo" de TV em São Paulo, e que isso pode levá-

136 PREFEITOS INELEGÍVEIS EM PE

Alex de Jesus/O Tempo/AE

pesar das pressões internas, a executiva estadual do PT em Minas Gerais confirmou ontem o nome do ex-governador do Estado, Newton Cardoso (PMDB), como o candidato da coligação PT-PMDB-PCdoB-PRBPMN-PTN ao Senado. Pela manhã, uma reunião da executiva na sede do partido, em Belo Horizonte, confirmou o resultado da convenção realizada na última sexta-feira. A bancada estadual e lideranças petistas no Estado tentaram nos últimos dias reverter a decisão e lançar um nome do PT ao Senado. Os membros da executiva, principalmente o presidente do diretório estadual, Nilmário Miranda, candidato do PT ao governo, no entanto, sustentaram o acordo com os peemedebistas. O principal argumento é que a aliança com o PMDB favorece a campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Minas, segundo maior colégio eleitoral do País. Eles tinham até hoje para mudar a ata da convenção, pois termina o prazo para registro das candidaturas no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). (Agências)

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ento e trinta e seis prefeitos e exprefeitos eleitos nos últimos cinco anos em 103 municípios pernambucanos constam da lista de possíveis inelegíveis entregue ontem pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE) ao presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PE). As contas destas administrações municipais tiveram parecer prévio de rejeição pelo TCE local e muitos dos ex-prefeitos pretendem se eleger deputados estaduais. Outros 450 ordenadores de despesas – aí incluídas despesas com associações de moradores, projetos culturais, associações de pequenos produtores, associações esportivas, grupos de mães, secretarias municipais e estaduais – tiveram suas contas rejeitadas. O TRE de Pernambuco irá encaminhar a lista para o Ministério Público Estadual, a quem caberá impugnar eventuais candidaturas que constem da relação. Na segunda-feira, o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Adylson Motta entregou ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Marco Aurélio Mello a chamada "lista dos inelegíveis" nas eleições de outubro, formada por 2,9 mil gestores que nos últimos cinco anos, ocupando cargos públicos, desviaram recursos públicos federais, viciaram licitações e superfaturaram preços. (Agências)

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Governador de SC, Luiz Henrique, fala o candidato do PMDB na Francal.

lo à vitória. Quércia admitiu que por deter maior tempo de TV e liderar com boa margem as pesquisas de intenção de votos o tucano José Serra deverá ser mesmo seu grande adversário na disputa ao governo de São Paulo. "Aparentemente o Serra, mas ninguém sabe, às vezes muda tudo, ninguém sabe", tentou corrigir em seguida. Indagado sobre se sua presença na feira não configurava campanha antecipada, Quércia foi evasivo. "Fui convidado, sou

francano também. Sou presidente da Associação dos Produtores de Café Especial da Alta Mogiana, que é de Franca, de forma que nós temos ligação com essa área calçadista e vamos nos comprometer com a economia de Franca." O candidato elogiou as atuais proibições de campanha e demonstrou cuidado com as novas restrições. "Estamos fazendo todo o possível para analisar bem a legislação e evitar qualquer problema", concluiu. (AE)

m campanha em Avaré, a 270 km de São Paulo, o candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, ignorou seu adversário petista no Estado, o senador Aloizio Mercadante, e investiu contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição. Serra culpou o governo federal pela crise no sistema prisional do Estado, chamou a política econômica e cambial de "maluca" e acusou Lula de desviar dinheiro do Sistema Único de Saúde (SUS) para o programa Bolsa-Família. "Estão passando a perna na lei, pondo o dinheiro da saúde em outras atividades. Quer dar Bolsa-Família em véspera de eleição? Dê, mas não tire da saúde", afirmou. Segundo o tucano, o governo federal desviou recursos de R$ 1,6 bilhão no ano passado para o programa social que beneficia famílias de baixa renda. "Isso prejudica os Estados, principalmente São Paulo, que é muito dependente dos recursos do SUS", disse. Sobre a crise nos presídios, o tucano disse que, embora a segurança pública seja responsabilidade do governo estadual, o problema tem de ser enfrentado também pelo Congresso, pelo Judiciário e pelo governo federal. E afirmou que é preciso identificar e "enfrentar com coragem" as causas das rebeliões e ataques atribuídos ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Uma dessas causas, segundo o candidato do PSDB, é a facilidade de entrada de armas e drogas do exterior para abastecer o crime. Fronteiras – "O governo federal tem de cuidar das fronteiras, onde tem contrabando de armas e drogas, a base do crime organizado", afirmou o candidato tucano. Ele acusou o governo federal de ter "afrouxado" as leis que disciplinam o cumprimento das penas. Segundo o ex-prefeito de São Paulo, medidas importantes para aumentar o rigor contra a criminalidade foram aprovadas pelo Senado, mas estão bloqueadas pelo Executivo. "A responsabilidade é particularmente do governo Lula, que mudou a legislação para pior." O candidato tucano esteve também em Botucatu, a 225 km da capital, no que chamou de "pré-campanha". (AE)


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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 5 de julho de 2006

A cerveja com baixo carboidrato custa cerca de 2% a mais que a bebida convencional

DÍVIDA DA VARIG É DE R$ 7,9 BILHÕES

CREDORES TÊM DÚVIDAS SOBRE O DESTINO DA VARIG ANTIGA E CAPACIDADE DE PAGAMENTO DE DÍVIDAS

FUNDO AERUS PODE VETAR VARIGLOG

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Daniel Pera/Diário de S. Paulo

proposta da VarigLog para comprar a ex-controladora por cerca de US$ 500 milhões corre o risco de ser vetada pelo maior credor privado da Varig, o fundo de pensão Aerus, que tem a receber R$ 2,3 bilhões. Segundo fontes do setor, nem a possibilidade de a ex-subsidiária de logística fazer um aporte de R$ 24 milhões no Aerus sensibilizou o fundo a votar a favor da oferta da VarigLog na assembléia de credores, que será realizada na segunda-feira. A preocupação com a Varig antiga é compartilhada pelas empresas de arrendamento de aviões (leasing). Pelo plano da VarigLog, essa empresa herdaria 5% das ações da Varig resultante da reestruturação e teria receita proveniente de fretamento de aviões e de um centro de treinamento de pilotos. Além disso, reuniria todos os ativos imobiliários da Varig. A dúvida dos credores é se a Varig antiga terá receita suficiente para cobrir o passivo que vai assumir, de R$ 7,9 bilhões.

Como alternativa de capitalização, a VarigLog ofereceu ao Aerus R$ 24 milhões para recomprar a participação de 5% na própria ex-subsidiária, que foi dada como garantia ao fundo de pensão em 2003. Naquela época, quando a dívida com o Aerus foi repactuada, além dessas ações, a Varig também ofereceu como garantia o dinheiro que tem direito a receber com as ações judiciais de ressarcimento por causa de perdas com o congelamento de tarifas entre os anos 80 e 90, em torno de R$ 4,5 bilhões. A Varig necessita de uma negociação que resulte em injeção de dinheiro novo porque a companhia corre o risco de parar sua operação no dia 9 de agosto, caso não seja vendida. O alerta é de um relatório elaborado em maio pela administradora judicial da companhia, a consultoria Deloitte, que faz um acompanhamento mensal da recuperação da Varig. A VarigLog fez ontem mais um depósito, cujo valor não foi divulgado, para a Varig pagar despesas com combustível e

arrendamento de aviões , além de taxas aeroportuárias. Novas rotas – A incerteza em torno do futuro da Varig – hoje com 10% de participação de mercado e apenas 25 destinos, entre nacionais e internacionais em operação – e o aumento da demanda dos passageiros provocaram o surgimento de 14 novas rotas no mercado nacional e internacional e o aumento no número de freqüências já existentes. As companhias de menor porte são as que mais estão se movimentando nesse sentido. A BRA, por exemplo, começou no último sábado a voar regularmente para o exterior, com vôos para Lisboa e Madri, além de cinco outras rotas nacionais. Já a Webjet voltou a voar do Rio para Porto Alegre e Salvador. A Ocean Air começará a voar para Bogotá e Los Angeles. A aprovação depende ainda da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A TAM foi a que mais ampliou a oferta de vôos e a Air France terá quatro vôos São Paulo-Paris. (Agências)

Gol faz alerta a consumidores sobre e-mail falso

armadilha para usuários da internet. O alerta foi divulgado ontem pela empresa. A falsa mensagem chega com ofertas de passagens aéreas promocionais de R$ 25 a R$ 39. O endereço (link) de acesso que consta na mensagem leva o leitor a

um site falso que simula uma área promocional, ambiente em que crackers – hackers especialistas no roubo eletrônico de dados ou phishing – podem rastrear o que é digitado pelo internauta. A Gol esclarece que não envia mensagens com links. (AG)

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m falso e-mail promocional, em nome da companhia aérea Gol, está circulando como uma

Entre zero hora de ontem até às 17 horas, a Varig cancelou 187 vôos nacionais e internacionais

Greve da Infraero continua Andre Dusek/AE

greve dos funcionários da Infraero, que é responsável pela administração de 66 aeroportos em todo o País, iniciada à zero hora de ontem, não causou grandes transtornos nos aeroportos. A greve deve continuar até às 16 horas de hoje, quando haverá uma assembléia de avaliação. As companhias aéreas TAM, Gol e BRA não registraram nenhum incidente, atraso ou cancelamento relacionados à greve. A Infraero confirmou apenas um incidente em Guarulhos, com os painéis de informação de vôos. Eles são atualizados manualmente e, por falta de mão-de-obra, não funcionaram. Mas os passageiros puderam obter informação sobre vôos nos monitores espalhados pelo aeroporto, alimentados por computador. O Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina) reivindica um reajuste salarial de 37,4%, a implantação de planos de carreira e a redução da contratação de serviços tercei-

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Funcionários da estatal reivindicam aumento e plano de carreira

rizados. Os sindicalistas contabilizaram ontem a adesão à greve de 80% dos trabalhadores em Guarulhos. Apoio – A Infraero comunicou ontem que pretende apoiar na assembléia de credores da Varig, marcada para o próximo dia 10, a proposta de venda da companhia que lhe der mais chances de reaver a dívida de R$ 600 milhões. O presidente da estatal, brigadeiro José Carlos Pereira,

disse ontem que ainda desconhece detalhes da oferta de US$ 485 milhões apresentada pela VarigLog, ex-subsidiária da Varig e agora controlada pela Volo. "O que queremos é o nosso dinheiro de volta e não pretendemos renunciar a um único tostão", afirmou. A Infraero recebeu depósito de R$ 175 mil dos vôos de hoje. Foi o terceiro pagamento antecipado feito pela companhia durante a crise. (AE)

Vem aí a cerveja "saudável" fabricante de cerveja Colônia, marca pertencente à Indústria Nacional de Bebidas (Inab), lançou no mercado a primeira cerveja nacional com selo low carb (baixo teor de carboidrato). A Colônia low carb é uma cerveja tipo pilsen, com 37% menos carboidratos, 33% menos calorias e teor alcoólico de 3,3%. O lançamento, segundo a fabricante, vem atender à crescente demanda por produtos saudáveis no País. Produtos com baixo teor de carboidrato são encontrados em academias e lojas especializadas no segmento de alimentos naturais. Segundo Luiz Cláudio dos Santos, diretor de marketing da Inab, o lançamento se espelha no sucesso que esse tipo de cerveja faz nos Estados Unidos. Naquele país, dados de mercado mostram que a venda de cerveja low carb já se equipara à de cervejas convencionais. "Aqui, nosso público identificado serão os jovens e as mulheres, que dão preferência a produtos saudáveis. Por causa desse público, o teor alcoólico dessa cerveja é menor", diz Santos. Vendas – A Colônia low carb entrou em produção no último mês e já começou a ser distribuída no mercado de São Paulo. Ela é encontrada em latas de 350 ml e garrafa de 600 ml. No Sul do País, onde esteve antes em fase de teste, o

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preço varia de R$ 2 a R$ 2,5 a lata e R$ 2,5 a R$ 3 a garrafa. Em média, segundo Santos, o preço da low carb é 2% superior ao das similares convencionais da Colônia. No exterior, principalmente nos Estados Unidos, os produtos com selo low carb ganharam Divulgação

Colônia aposta no low carb

destaque nas prateleiras. Gigantes como Kraft, Unilever e Pepsico já apresentaram ao mercado norte-americano ao menos 1,5 mil produtos enquadrados nessa categoria. No Brasil, a maioria desses grandes conglomerados de marcas ainda não tem planos de curto prazo para abastecer

o mercado com produtos de baixo carboidrato. A Unilever informa que não vai iniciar produção nacional de artigos desse segmento nem de importar os low carb produzidos por suas fábricas no exterior. As indústrias brasileiras do segmento de alimentos também vêem com cautela a aposta no mercado de baixo carboidrato. "Os preços de produtos desses segmentos ainda não são compatíveis com a renda do brasileiro", diz Antonio Carlos Zanella, gerente de planejamento da Perdigão. Apesar dos selos que indicam baixo carboidrato serem raros no Brasil, os números mostram que há um mercado potencial para esse tipo de produto, que usa como principal apelo a qualidade de vida. Levantamento feito pela ACNielsen para a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) mostra que em 2005 os produtos saudáveis – categoria em q ue s e en cai xa m os di ets , lights, além de frutas e verduras – obtiveram 17% de crescimento nas vendas em relação ao ano anterior. As grandes redes de supermercados, segundo a ACNielsem, representaram 50% das vendas desse segmento no ano passado. Refrigerantes, margarina, iogurtes e sucos têm destaque nas vendas de produtos saudáveis segundo dados do instituto. Renato Carbonari Ibelli


OS MENINOS DA LUZ VERMELHA

O sinal avermelhou, e os dois meninos entram em ação. Procuram bolsas ao lado das motoristas. Encontram. Uma vela de carro estilhaça o vidro fechado. Pelo buraco, um dos meninos puxa a bolsa. O sinal esverdeou. Os meninos já estão longe. O fotógrafo Marcos Fernandes, da Agência LUZ, e o repórter Fernando Vieira mostram tudo em Cidades/1 e 2 Ano 81 - Nº 22.162

São Paulo, quarta-feira 5 de julho de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h50

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

Pacote cambial sai este mês Mudanças nas regras cambiais foram anunciadas pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan. Ele, o presidente do BC e a ministra Dilma Rousseff já discutiram o pacote com Lula. Economia/1

Sanguessugas agiram em mais dois ministérios

Máfia que superfaturou ambulâncias também atuou na compra irregular de veículos para programas dos ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia. Pág. 4 Dylan Martinez/Reuters

O PCC mirou a candidatura de Alckmin

Finalíssima!

Imagem do poder e da tradição (acima): o ídolo Ballack, vencido, entre o técnico Lippi e o goleiro Buffon, eufóricos. É a Itália que chega à sua sexta final de Copa, ao superar a Alemanha com um magnífico 2 a 0 no clímax da prorrogação. Os italianos jamais perderam dos alemães em jogos oficiais. Agora, no auge da glória, não esperam menos do que o máximo: o ouro de campeões mundiais .

AMANHÃ Sol Máxima 24º C. Mínima 11º C.

Felipão joga contra as estatísticas Portugal de Figo enfrenta hoje a França de Zidane. Há 31 anos portugueses não vencem franceses.

Michaela Rehle/Reuters

HOJE Parcialmente nublado Máxima 24º C. Mínima 11º C.

Os ataques do PCC tinham um alvo político: abater a candidatura de Alckmin. A tese, que o PT considera um "deboche", é do ex-secretário Furukawa. Cidades/5


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quarta-feira, 5 de julho de 2006

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Cidades

Veja toda a seqüência do assalto na pista central da avenida do Estado em www.dcomercio.com.br

Fotos de Marcos Fernandes/Luz

A foto acima resume a ação de crianças que assaltam motoristas parados num semáforo da avenida do Estado. Em poucos segundos, o garoto estoura o vidro, invade o carro com seu dorso e foge com a bolsa da motorista.

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SEMAFORO DO MEDO Dissimulados e bem ensaiados, garotos de 12 a 16 anos assaltam, em poucos segundos, motoristas que param no semáforo da pista central da avenida do Estado, junto a alça de acesso à ligação Leste-Oeste. Ontem, o DC flagrou um desses assaltos.

A

Fernando Vieira

ssim que a luz vermelha do semáforo se acende, um garoto de camiseta azul, aparentando 12 anos, começa a circular entre os carros que diminuem a velocidade e param. A maior parte dos motoristas está com os vidros fechados. Apesar do sol forte do meio-dia, os poucos que ainda mantêm as janelas abertas, com receio, se apressam em fechá-las assim que o menino se aproxima. O olhar do garoto se fixa no interior dos carros, como se fizesse uma varredura, à procura de algo. Desde o semáforo, ele caminha no sentido contrário ao fluxo. Às vezes pára e pede um trocado para alguns. A fila de carros aumenta. Agora, ela ocupa as duas faixas da pista central da avenida do Estado, sentido ABC-Centro, junto ao semáforo que dá acesso à alça da ligação Leste-Oeste, no Glicério. Parados, aguardando a luz verde, os motoristas permanecem atentos aos movimentos do garoto logo à frente. Nada mais ensaiado. Na verdade, o garoto de camisa azul apenas desvia a atenção dos motoristas de um outro personagem. Vindo de trás, sem ser notado, um segundo garoto, 16 anos mais ou menos, faz uma triagem dos veículos. Com blusa de cor mostarda, ele dá mais atenção aos carros conduzidos por mulheres. Encosta o rosto no vidro traseiro e tenta observar o interior do carro. Com as mãos sobre os olhos, faz uma “cabaninha” para eliminar o reflexo do sol e

vencer o bloqueio da película de filme negro. Ele repete o movimento na janela dianteira, sem que a motorista, já transformada em alvo, o perceba. Agora, passo apertado, os dois garotos se aproximam. Não mais do que 15 metros os separam. De repente, um sinal. Da frente, o garoto de azul acena para o comparsa, indicando um Peugeot azul. No carro, está a fisioterapeuta Rosângela Rollo Teixeira Picolo, 37 anos. Ela dirige sozinha. Rapidamente, o garoto de blusa mostarda se aproxima. Nova varredura. Olhos grudados nos vidros, o corpo encostado na lateral do carro. Parece ter encontrado algo. Se afasta dois passos e retira da boca um pequeno objeto. Num movimento brusco, atira-o contra o vidro dianteiro do passageiro, que se estilhaça. Com as mãos, o garoto bate no vidro, quebrando-o. Projeta seu corpo para dentro do carro, pelo buraco aberto na janela. Quando Rosângela se dá conta do que está acontecendo, o invasor já tem nas mãos a bolsa que ela trazia no piso em frente ao banco do passageiro. “Achei que tivessem batido no meu carro”. Não há tempo para reações. Em segundos, o garoto já está correndo, a bolsa sob os braços. O outro menino, o de azul, foge também. Os dois se juntam a um terceiro garoto que, ao longe, acompanhava toda a ação. Aparentemente, ele atua apenas na retaguarda, para impedir que eles sejam apanhados de surpresa por alguma viatura policial. Continua na página 2

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A primeira cena de um flagrante: a varredura. O menino encosta o rosto no vidro supostamente protegido por filme escuro e tenta localizar algum objeto de valor.

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Segunda cena de um flagrante: o garoto de camisa mostarda leva a mão à boca como se procurasse alguma coisa no seu interior, como se algo estivesse ali escondido.

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Cena três: o garoto já com um objeto na mão direita, joga-o com força contra o vidro dianteiro do passageiro, provocando uma marca e seu estilhaçamento.

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Cena quatro do flagrante: com pancadas fortes e secas, o garoto vestido com blusa mostarda força o vidro atingido, na tentativa de quebrá-lo por inteiro.

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Cena cinco do flagrante: depois das pancadas, garoto abre um rombo no vidro. Com a ajuda dos braços e da cabeça, invade o veículo, surpreendendo a motorista.

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Cena seis: carro invadido, o garoto agarra a bolsa (foto maior, no alto da página) e foge por entre os carros. A cena toda não durou mais do que alguns segundos.


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quarta-feira, 5 de julho de 2006

Indicadores Econômicos

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0,7

por cento foi o aumento registrado pelo Banco Central no número de cheques sustados por roubo em junho.

4/7/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 30/06/2006 30/06/2006 30/06/2006 30/06/2006 30/06/2006

P.L. do Fundo 5.802.617,29 1.336.904,98 6.370.359,89 9.693.887,95 1.060.596,20

Valor da Cota Subordinada 1.116,506375 1.039,840362 1.084,529867 1.070,004465 1.030,337982

% rent.-mês 2,7186 1,4265 1,3856 3,5542 2,8680

% ano 14,2824 3,9840 8,4530 7,0004 3,0338

Valor da Cota Sênior 0 1.050,392902 1.060,181073 0 0

% rent. - mês 1,1962 1,3073 -

% ano 5,0393 6,0181 -

rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


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Urbanismo Transpor te Polícia Ciência

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quarta-feira, 5 de julho de 2006

AÇÃO DOS GAROTOS FOI RÁPIDA E BEM COORDENADA

Rosângela achou que haviam batido em seu carro. Não imaginou que fosse um assalto.

Fotos de Marcos Fernandes/Luz

De arma em punho, suposto policial abordou garoto que minutos depois assaltaria uma motorista

A fisioterapeuta Rosângela Rollo Teixeira Picolo, que foi assaltada ontem no início da tarde

LOCAL TEM POUCO POLICIAMENTO Pouco antes do assalto, garoto foi abordado e depois liberado por suposto policial Garoto de blusa azul: ele desvia a atenção dos motoristas e facilita a ação de seu comparsa.

Depois do assalto à fisioterapeuta Rosângela Picolo, grupo corre pela avenida, pula mureta de viaduto e desaparece

Local, próximo aos complexos de viadutos do Parque Dom Dom Pedro II, tem movimento intenso e policiamento deficiente

O

flagrante do assalto descrito e registrado em fotos ocorreu ontem, por volta das 12h30. O local exato onde os delinquentes agem situa-se sob três viadutos: 31 de Março, Governador Abreu Sodré e Glicério. Trata-se de um lugar de difícil acesso para pedestres. Não existe passagem autorizada por faixas ou passarelas, devido ao alto fluxo de veículos. Exatamente por isso, supõe-se que por ali circulem apenas carros. Mas, na realidade, não é bem assim. É comum ver pessoas caminhando na pista central da avenida do Estado e até no espaço reservado ao canteiro de obras do Expresso Tiradentes, ex-Fura-Fila. Muitos pedestres aproveitam as estruturas sobre o rio Tamanduateí, que separam as duas mãos-de-direção da avenida do Estado. Elas pulam as muretas, passam por buracos nas grades que cercam o futuro corredor exclusivo de ônibus e atravessam as pistas, cortando caminho. Esse mesmo atalho vem sendo utilizado como esconderijo e rota de fuga dos assaltantes. Quem passa habitualmente pelo local, conhece o perigo do semáforo que não tem policiamento. Por precaução, muitos motoristas começam a frear o veículo bem antes de chegar ao sinal, evitando ficar encurralados. Entretanto, à medida que a fila cresce em função do semáforo fechado, se vêem obrigados a aproximar seus carros dos veículos situados logo à frente.

Toda a seqüência do flagrante mostrado pelo DC não durou mais do que um minuto. Tempo suficiente para o abrir e fechar do farol, mas longo demais para os motoristas que, parados no semáforo, se tornam alvos e reféns dos assaltantes e trombadinhas, à luz do dia ou à noite. Ontem, pouco antes do meio-dia, um motorista notou um movimento suspeito ao redor de seu carro e conseguiu escapar em alta velocidade. Mas os garotos não desistiram e continuaram a bisbilhotar o interior dos veículos de prováveis futuras vítimas. Dez minutos antes do assalto a Rosângela, uma surpresa: um homem desce de um veículo, modelo Santana. Aparentemente, tratava-se de um policial ou mesmo um agente de segurança de empresa privada. De arma em punho, abordou o garoto de blusa mostarda, no momento em que se preparava para atacar um motorista. O homem abordou o garoto, encostando-o na parede. Imediatamente, começou a revistá-lo. Enquanto isso, o menino de camiseta azul correu e pulou a cerca de correntes. Ignorou o movimento de carros que saem do viaduto 31 de Março e foi em direção à Radial Leste. Um terceiro garoto que observava do canteiro de obras do Expresso Tiradentes também fugiu em outro sentido, rumo à região da Baixada do Glicério. Sem indícios para um flagrante, o homem liberou o garoto e retornou para o seu carro, seguindo caminho. O grupo disperso por alguns minu-

tos, voltou a se reunir. Os garotos conversaram entre si, dando a impressão de que fossem desistir de uma nova investida. Mas, em vez disso, os três retornaram a seus postos, sem se intimidar. E não demoraram para voltar a agir. Duas tentativas depois e pronto: o roubo da bolsa, com documentos, cheques, cartões de crédito e uma pequena quantia em dinheiro. Apesar da violência do estouro do vidro, Rosângela não chegou a ser atingida, graças à película de filme que reteve os estilhaços. Os demais motoristas que viram toda a cena ficaram sem ação por alguns segundos e bateram em retirada assim que o farol ficou verde. Ainda tremendo com o susto, Rosângela encostou o carro poucos metros adiante. Disse que prestava atenção no menino que chegava pela frente de seu carro e não percebeu a aproximação de um segundo, por trás. Felizmente, o celular não foi levado. Rosângela ligou para o trabalho, comunicou o assalto e disse que não tinha condições de seguir para o serviço. Em seguida, ligou para o banco e mandou bloquear seus cartões e cheques. Uma viatura policial passou poucos minutos depois e assumiu o controle da situação. Um boletim de ocorrência foi registrado no 8º Distrito Policial da capital, onde já existem outros três, lavrados apenas nos últimos quinze dias. Um policial advertiu: a grande maioria deste tipo de ocorrência não é registrada pelas vítimas. (FV)


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Nacional Tr i b u t o s Estilo Empresas

quarta-feira, 5 de julho de 2006

As sandálias Melissa com cristais custam dez vezes mais que a média, mas são um sucesso.

A MARCA SWAROVSKI CRESCE 15% AO ANO

Newton Santos/Hype

Pingentes feitos com Swarovski

Valquíria escolhe uma peça na Nova Crysthal Divulgação

Celular criado pela designer Adriana Bittencourt

BRILHO DE

CRISTAIS CHARME E BELEZA EM TODOS OS PRODUTOS les cintilam quase como os diamantes, os queridinhos das mulheres. E, depois de um tempo ocultos, ressurgiram aos olhos da moda com discrição e elegância – seus traços inconfundíveis. Aos poucos, os cristais conquistaram espaço em celulares, lençóis, ip od s, roupas, calçados, bolos, chuveiros e até no microfone da apresentadora Hebe Camargo. Athina Onassis, a jovem mais rica do mundo, também foi seduzida por eles: cada convidado de seu casamento levou para casa um coração de cristal. Isso sem falar na sandália Melissa: os modelos cobertos com essas pedras custam dez vezes mais que a média e esgotaram um mês depois do lançamento. No próximo verão, a marca promete relançar o modelo. "Eles são tão estimados porque combinam com todos os estilos, são clássicos, chiques e singelos", diz a designer de jóias Bibiana Paranhos. Entre ouro, prata e brilhantes, ela sempre prefere os cristais para dar o toque final em suas criações. Foi assim que Bibiana preparou a tiara que a atriz Maria Fernanda Cândido usou em seu casamento, toda de prata incrustada de cristais. "Além da graça, eles equilibram os centros de energia do corpo humano", diz a designer. Todos os dias, a empresária Valquíria Rosa se veste de cristais da cabeça aos pés. Entre tiaras, gargantilhas e tornozeleiras, ela já não sabe quantas peças tem. Só no mês passado, comprou 30 modelos diferentes. "Gosto em todas as cores, tamanhos e formatos", diz. "E só uso Swarovski (marca conhecida de cristais) porque são os mais puros, transparentes, irradiam mais e não perdem o brilho ao longo do tempo." Sucesso internacional Não só ela, mas quase todas

as mulheres preferem os cristais austríacos, que levam a marca Swarovski. Eles não vêm diretamente da natureza, como os cristais de rocha, e são manufaturados. "O segredo está na lapidação, fomos nós quem inventamos esse processo", diz o gerente geral da marca no Brasil, Fábio Gianni. Nos últimos seis anos, ele viu os negócios das lojas Swarovski crescerem 15% ao ano. Isso sem contar as vendas do próprio cristal para outros revendedores, que usam a pedra para customizar acessórios. É o caso da loja Nova Crysthal, no Shopping ABC, que cria jóias sob encomenda. "A cliente pede do jeito e com as cores que combinam com seu guarda-roupa e nós fazemos", diz a sócia-proprietária Claudina de Almeida de Souza. Só no mês passado, a procura pelos mimos cresceu 70%, o que causou lista de espera e uma certa disputa entre as clientes. Enquanto as pessoas mais velhas querem misturar a pedra a outros materiais, a meninada só quer mesmo saber do cristal e colecionar peças. "A mesma pedra pode ser usada tanto com um jeans como com uma roupa de festa", diz. Diversificação Os cristais também têm enfeitado os doces preparados pela designer Giuliana Cupini: é o que ela chama de joalheria de bolos. "Receitas cravejadas dessas pedras deixam as festas ainda mais brilhantes, glamourosas e dá para usar as peças depois, como uma boa lembrança do evento", diz. Há quem prefira sonhar abraçado a eles. Há um ano, a Trussardi lançou uma edição de conjuntos de lençóis salpicados com Swarovski. Apesar do preço alto, R$ 7 mil, eles se esgotaram em pouco tempo, mas a marca já avisou que não deve relançar a coleção. Os cristais também dão cara

nova aos celulares. "É uma tendência européia. Criei um telefone para ser tratado como jóia", diz a designer Adriana Bittencourt. Que o diga a apresentadora Luciana Gimenez. Apesar de Adriana não gostar de tocar no assunto, não é segredo que Luciana foi correndo comprar o seu logo que soube da novidade. A primeira leva de 20 aparelhos é toda customizada à mão, na Alemanha. Cada exemplar custa R$ 3,4 mil, e eles são vendidos exclusivamente na loja de Adriana, nos Jardins. Para decorar a casa, há ainda chuveiro com cristais na estrutura e geladeira decorada com 4,9 mil dessas pedras. "Tratase de um lançamento mundial, com edição limitada de 5,5 mil refrigeradores", explica o diretor de produto da LG, Denis Sanches. Eles são vendidos sob encomenda e custam R$ 25 mil. "Dois brasileiros já têm esse modelo", diz. Criatividade Nessa disputa pela criatividade, a joalheria americana Bçack Chandelier, em Salt Lake City, levou a melhor. Lá, vendem-se baratas vivas com cristais Swarovski incrustados no corpo dos insetos. E elas caminham pela roupa da pessoa presas a uma pequena corrente. Os "broches" custam US$ 40 e duram um ano, o tempo de vida da baratinha. Ou melhor, "baratinho", já que todos são machos, para evitar a reprodução. Pela curiosidade, vale dar uma espiada no site www.blackchandelier.biz

Colares vendidos na loja Nova Crysthal

Mostruário de jóias com cristais Swarovski Divulgação

Sonaira San Pedro

SERVIÇO Bibiana Paranhos: (11) 3079-2696. Nova Crysthal: (11) 4436-4522 Giuliana Cupini - Bolos e doces: (11) 5051-8318. Adriana Bittencourt: (11) 3062-2491.

Paulo Pampolin/Hype

Divulgação

Valquíria Rosa perdeu a conta de quantas jóias tem

Newton Santos/Hype

Coroa com cristais customizada por Bibiana Paranhos

Adriana Bittencourt com um dos celulares criados por ela. Sucesso entre os famosos.

No alto, os bolos e doces criados pela designer Giuliana Cupini, que também levam as famosas pedras. Ao lado, geladeira vendida pela LG, com 4,9 mil dessas pedras.


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quarta-feira, 5 de julho de 2006

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Chorei de alegria. Que sensação maravilhosa. Eu simplesmente não conseguia acreditar." Fabio Grosso

Eu comecei a pensar sobre pênaltis desde o comecinho do segundo tempo." Gianluigi Buffon

Dylan Martinez/Reuters

Marcus Brandt/DPP/AFP

´ BRAVISSIMO! F

oi uma batalha épica e dramática, ao gosto dos italianos. E terminou com final feliz: a Azzurra venceu a Alemanha por 2 a 0, após 120 minutos de bola rolando, e está de volta a uma decisão de Copa do Mundo, doze anos depois de cair diante do Brasil, nos Estados Unidos. Espera o vencedor de Portugal x França, que se pegam hoje, em Munique. O Westfalenstadion, em Dortmund, nunca havia sido palco de uma derrota alemã em 14 jogos anteriores - eram 13 vitórias e um empate. Os primeiros 45 minutos foram de domínio italiano, mas sem grandes oportunidades de perigo. O ritmo caiu no segundo tempo e o jogo ficou mesmo no 0 a 0. Os antifriões sentiram a ausência do volante Frings e pouco fizeram de produtivo. Na prorrogação, porém, os italianos puseram fogo na partida. Nos primeiros dois minutos do tempo extra, acertou duas vezes a trave do goleiro Lehmann, com Gilardino e Zambrotta. Mas ainda era pouco, então o técnico Marcelo Lippi ousou como nunca: "Olhei nos olhos de Del Piero e vi que podia confiar nele. Ele estava com muita vontade de jogar". E colocou em campo o

AFP

atacante da Juventus, no lugar do meia Perrotta. Pela primeira vez na Copa, Del Piero estava em campo junto com Totti, os dois fantasistas, como eles são chamados pela imprensa italiana, e cuja presença simultânea como titulares era um tabu. Tudo isso por medo dos pênaltis, que haviam vitimado a Itália em três Copas seguidas. A ousadia de Lippi, que havia começado o jogo com apenas dois atacantes - Totti e Toni, que deu lugar a Gilardino; Iaquinta substituiu o meia Camoranesi - foi premiada quando o mundo já esperava ver mais uma disputa de pênaltis, especialidade dos donos de casa. Num último ataque, Pirlo arriscou de fora da área e Lehmann espalmou. Del Piero bateu o escanteio, a defesa alemã rebateu e Pirlo deu um toque para o lateral Grosso, que teve tempo de ajeitar para o pé esquerdo e bater com categoria. "Ele foi estupendo", disse Lippi. "Estou louco de alegria, não tenho muito a dizer", bradou o artilheiro, que já havia sido decisivo nas oitavas-de-final, ao sofrer o duvidoso pênalti que assegurou a vitória sobre a Austrália. "Foi a vitória de um grupo muito unido." A festa aumentou dois mi-

Até o juiz, puxado por Materazzi, teve de entrar na festa da vitória por 2 a 0 sobre a Alemanha - com gols de Grosso e Del Piero nos dois minutos finais da prorrogação. A Azzura joga pelo tetra no domingo.

ALEMANHA 0 Lehmann; Friedrich, Metzelder, Mertesacker e Lahm; Kehl, Borowski (Schweinsteiger 28/2), Schneider (Odonkor 38/2) e Ballack; Klose (Neuville 6/2P) e Podolski. Técnico: Jürgen Klinsmann.

ITÁLIA 2 nutos depois, já nos descontos, quando a Alemanha tentou atacar na base do desespero. Um rápido contra-ataque e um toque de Gilardino para outro toque em curva, cheio de classe: o gol de Del Piero. O atacante da Juventus, que pela manhã soube que sua equipe corre o risco de cair para a terceira divisão do Italian, por causa do escândalo de manipulação de resultados, rompeu o silêncio contumaz - até agora, desde que a seleção se reuniu, havia dado apenas uma entrevista -, dedicou a vi-

tória ao amigo Pessotto, ex-jogador e dirigente do clube que tentou o suicídio na semana passada, e disse que a Itália teve mais vontade de vencer. "Enfrentamos um time muito forte, que poderia ter marcado primeiro. Mostramos mais vontade de ganhar do que eles", disse o atacante. "Foi fantástico fazer parte de um jogo como esse e ganhar na casa deles. Não há como descrever o que estou sentindo." Do lado dos anfitriões, que terão o duvidoso consolo de decidir o terceiro lugar contra

o perdedor do jogo de hoje, sobrou a frustração. "Estou muito decepcionado, mas não há como não parabenizar a luta dos jogadores. Eles fizeram a Alemanha ter orgulho deles", disse o técnico Jürgen Klinsmann. "É amargo perder desta forma", afirmou o lateral Lahm. "Devemos nos sentir orgulhosos por tudo o que esta equipe conseguiu, porque temos muitos jovens jogadores que vão dar ainda mais alegrias ao povo alemão", explicou Klose, ainda o artilheiro da Copa, com cinco gols.

Buffon; Zambrotta, Cannavaro, Materazzi e Grosso; Gattuso, Pirlo, Camoranesi (Iaquinta 1/1P) e Perrota (Del Piero 14/1P); Totti e Toni (Gilardino 29/2). Técnico: Marcelo Lippi. Local: Westfalenstadion, em Dortmund. Árbitro: Benito Archundia (MEX). Gols: Grosso 14/2P e Del Piero 16/2P. Cartões amarelos: Borowski 40/1, Metzelder 11/2 e Camoranesi 45/2.


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

quarta-feira, 5 de julho de 2006

RESENHA

INTERNACIONAL

GRACIAS, BOLÍVIA! AVANTE, MORALES!

O Itamaraty finge que está irmanado ao povo boliviano. E dá corda para ver se Morales destrói seu país mais rapidamente. Enquanto o governo brasileiro não enveredar completamente pelo mesmo caminho, cada vez mais bolivianos se mudarão para o Brasil. E isso é muito bom, pois imigrantes são, em geral, jovens com muita disposição para progredir na vida. Estudam e trabalham duro. Representam um valioso capital humano que a Bolívia está nos mandando

PROPAGANDA

absolutamente de graça! Como se isso fosse pouco, brevemente a Bolívia expulsará brasileiros que dão enorme dinamismo à agricultura, tudo em nome da reforma agrária. Voltarão para o Brasil empresários rurais altamente qualificados. Mas os benefícios das políticas bolivianas para o Brasil não se esgotam com a remessa de mão-de-obra. Na medida em que o socialismo empobrece a Bolívia (como, aliás, sempre fez em todos os países onde é implantado), reduz o consumo interno, inclusive dos seus próprios minérios. Assim, sobrarão no futuro gás, petróleo e outras matérias primas para o Brasil comprar mais barato. A política externa brasileira de dar apoio aos desatinos de Evo Morales é de um maquiavelismo surpreendente. Sabedor de que a ruína da Bolívia trará benefícios de curto e longo prazo para o Brasil, o Itamaraty finge que está irmanado ao povo boliviano. E ainda “dá corda” no discípulo de Hugo Chávez, para ver se ele destrói seu país mais rapidamente. Por isso, só nos resta agradecer à Bolívia e cumprimentar a diplomacia brasileira pela habilidade com que consegue dissimular a sua verdadeira agenda.

POLÍTICA

T Céllus

E

ngana-se quem acredita que as políticas de Evo Morales prejudicam o Brasil. Ao contrário. E é fácil explicar o porquê. Na medida em que o país vizinho implementa a agenda socialista, aprofunda-se a crise econômica. Os bolivianos ficam com perspectivas cada vez piores, e deixam o país. O Brasil tem sido o seu destino natural, até porque a maior extensão da fronteira entre os dois países é seca. Eles não têm necessidade de se lançar ao mar, em embarcações improvisadas, como fazem os cubanos. Basta cruzar a pé a linha imaginária que delimita os territórios.

JOÃO DE SCANTIMBURGO

Agora, o jogo principal ROBERTO FENDT

A

campanha eleitoral começa mais cedo com a eliminação do Brasil na Copa. Com isso, as atenções que estavam nos jogadores da seleção se deslocam para os candidatos a presidente. Lula começou bem essa etapa (oficial) da sua campanha. Ao que se informa, teria dito a Paul Singer e ao senador Eduardo Suplicy, economistas do PT, que se eleito formaria uma equipe econômica de técnicos apartidários. Os ministérios dessa área não mais seriam cabides de emprego para candidatos derrotados nas eleições para governador e para o Congresso Nacional. Pelo dito, supõe-se que ficariam de fora, além de Singer e Suplicy, entre outros, Guido Mantega, Conceição Tavares, Ricardo Carneiro e Aloizio Mercadante (supondo que não se eleja para o governo de São Paulo). Se crível a afirmação, reduz-se a possibilidade de controles de capitais de curto prazo, congelamentos de preços, repúdios da dívida e outras pirotecnias do arsenal dos economistas históricos do partido. É claro que Geraldo Alkmin poder fazer o mesmo, anunciando que sua equipe econômica também será formada apenas por técnicos fora de do partido. A questão é a eficácia desse anúncio: todos já esperam mais ou menos isso, ou, mesmo na eventualidade do retorno de alguns dos "economistas tucanos", que nenhuma pirotecnia seja tirada de um "saco de maldades", para usar a expressão de um desses economistas tucanos mais ilustres. O fato de os candidatos com real possibilidade de se elegerem serem conhecidos não reduz a incerteza com relação ao que farão, se eleitos. A tradição política brasileira não gira em torno de programas partidários distintos, detalhados e para serem fielmente seguidos, caso o candidato do partido seja eleito. Em razão disso, a única orientação que o eleitor tem para orientar-se quanto à futura gestão reside nos nomes dos ministros. A questão toda gira em torno da expectativa da política econômica do próximo governo. Uma ca-

COMENTÁRIO DE CÂNDIDO PRUNES NO SITE DO INSTITUTO LIBERAL WWW.INSTITUTOLIBERAL.ORG.BR

racterística importante de uma economia de mercado é a possibilidade de os agentes econômicos precificarem – isto é, capitalizar hoje modificações no preço de um ativo decorrente de mudanças nas expectativas de seu retorno – os efeitos esperados de políticas econômicas futuras. Talvez o presidente Lula tenha tido o cuidado de dizer que terá uma equipe econômica técnica lembrando do que aconteceu em 2002 e tomando a taxa de câmbio como indicador. A taxa média no último trimestre de 2001 foi de R$ 2,52. No primeiro trimestre de 2002, quando ainda não havia qualquer indicação de possibilidade real de vitória do PT, o câmbio recuou para R$ 2,36. Mas a partir de abril, rapidamente depreciou, chegando em junho a R$ 2,84. Diante da incerteza reinante e no escuro quanto à política econômica do PT, o câmbio chegou a R$ 3,90 em setembro. Somente após a indicação de Palocci e Meireles as incertezas se reduziram e, mesmo assim, após um período longo de tempo. Isso só se refletiu no câmbio depois de dezembro de 2003, quando a taxa caiu abaixo de três reais por dólar.

A

lgo parecido, mas com amplitude maior, foi sugerido pelo ex-embaixador e consultor Jório Dauster e por João Geraldo Piquet Carneiro, expresidente Comissão de de Ética Política: que cada candidato anuncie os nomes de seus ministros da Fazenda, Justiça, Casa Civil e Relações Exteriores, caso eleito. Isso contribuiria para reduzir os custos para os eleitores de prognosticar os possíveis rumos da política econômica e reduziria também a volatilidade dos preços dos ativos. Para usar a linguagem de tanto agrado do presidente, na Copa do Mundo o treinador não somente omitiu a escalação do time como manteve uma tática de jogo incompatível com os jogadores escalados para as posições. Deu no que deu. O que esperamos, já que não temos o anúncio da tática, é que pelo menos os nomes dos escalados sejam conhecidos o mais cedo possível.

Antonio Scorza/AFP

O s candidatos poderiam escalar seus ministros o mais rápido possível

M orales exporta mão-de-obra e investimentos

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

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Perdendo oportunidades ÁLVARO TREVISIOLI

J

á é senso comum a importância da primeira impressão em qualquer relação interpessoal. Quem pretende ser bem-sucedido numa entrevista de emprego, por exemplo, já cansou de ler conselhos dos especialistas sobre como se vestir para passar uma boa imagem a quem deseja impressionar. Fazendo uma analogia entre a captação de investimento estrangeiro e a busca por emprego, o Brasil, pelo visto, não seria contratado na maioria das empresas. Ao apresentar o País a um investidor estrangeiro, as roupas ou o cartão de visitas que temos a oferecer é um prospect de nosso ambiente de negócios. Ou seja, tentamos mostrar que, de forma geral, é bom colocar dinheiro aqui em investimentos produtivos. A viabilidade do negócio oferecida seria como o currículo do entrevistado, ou seja, o conteúdo que o interessado na vaga tem a oferecer. O problema é que o candidato “Brasil” chega à sala de entrevista maltrapilho. Como lugar para se fazer negócios, nosso país ocupa hoje um desonroso 119° lugar entre as 155 nações pesquisadas pelo Banco Mundial em seu relatório Doing Business 2006: Creating Jobs. E aí a análise do currículo fica por vezes prejudicada. Para se ter idéia, aqui se leva 152 dias para abrir uma empresa. Em países desenvolvidos, a média é de 20 dias. Para se fechar uma empresa, o prazo previsto é de 10 anos, contra 1,5

de lugares mais atraentes ao investimento. Os tributos, por sua vez, representam 147,9% do lucro bruto de uma empresa, contra 45,4% de países ricos. Um outro diferencial negativo no nosso currículo é a ausência de autocrítica.

S

omos incapazes de corrigir nossas deficiências. Projetos de reforma tributária dormem em nosso Congresso há anos. A Previdência, por sua vez, passou por diversas reformas superficiais que jamais corrigiram o sistema na sua essência, que é o de arrecadar mais do que se paga. Uma reforma política, dando fim a campanhas milionárias, também nunca saiu do plano das idéias ou de medidas paliativas. Todas essas informações estão na mesa do entrevistador e não há como esconder isso dele. Enfim, chegamos ao fim da entrevista em manifesta desvantagem em relação aos demais candidatos. Se não tivermos um negócio extraordinário, realmente acima da média em relação aos outros países, estamos fora da disputa. Isso talvez explique por que o País, quando o assunto é investimento produtivo, continue a "procurar empregos". ÁLVARO TREVISIOLI É SÓCIO DA TREVISIOLI ADVOGADOS ASSOCIADOS ALVARO@TREVISIOLI.COM.BR

O "candidato" Brasil chega à sala de entrevistas maltrapilho.

êm sido objeto de artigos e livros os estudos que aguardam publicação sobre a propaganda política que começa oficialmente agora, data já abandonada pelos candidatos que estão fazendo propaganda desde que se declararam futuros candidatos. Cada qual usará dos meios que lhe forem servidos e que forem por eles inventados, afim de se manterem numa berlinda visível para os eleitores de todo o País. Cada vez mais as eleições brasileiras atraem eleitores, não só do Terceiro Estado como de supostos Quarto, Quinto ou Sexto Estados, arrastando todas as áreas sociais, com peso maior dos setores menos favorecidos economicamente e, portanto, mais sensíveis à demagogia que imperará vultosa no pleito que se aproxima, para o mês de outubro.

A propaganda política tudo faz para satisfazer os interesses dos grupos sociais, mas não pode evitar a demagogia.

J

á vem em Aristóteles a crítica diante da pequena demagogia grega de sua época que impressionava-o, imaginese o que é essa demagogia de agora, o vulto que ela tomou e como influi na direção dos negócios políticos e na administração do todo nacional. É o grande mal do nosso regime que, de resto, não tem como ser evitado, pois a massa de eleitores é muito grande e na sua maioria desinformada, exigindo, portanto, uma voz que os impulsione para as urnas e dê um nome que lhes facilite a ação de votar. Esse esquema só poderá ser atingido se a demagogia se impuser sobre o menos informado setor do eleitorado. É o que ocorre. Queira-se ou não, o regime que os políticos consideram o mais atrativo e apesar dos defeitos que maculam ainda tem vantagens sobre outros regimes oferecidos à apreciação do cidadão simples que quer se informar. A propaganda política tudo faz para satisfazer aos interesses de todos os grupos da sociedade, mas não pode evitar a demagogia, que é um dado intrínseco dos regimes democráticos. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


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Tenho muita experiência com anorexia, na minha família. Minha avó, minha bisavó sofreram disto e eu tive muitas amigas na escola que sofriam disso, portanto acho que é uma coisa a ser levada a sério.

Shaun Curry/AFP

Da atriz britânica Keira Knightley, ontem. A suspeita de anorexia foi levantada na segundafeira pela mídia, depois de ela aparecer em público com o vestido da foto.

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quarta-feira, 5 de julho de 2006

JULHO

2 -.LOGO

5 60 anos da criação do biquíni

O RIENTE MÉDIO E M

C A R T A Z

Míssil palestino no alvo VOLPI

1964

O

Casarios, fachadas, mastros e madonas (foto) de Volpi. MAM. Parque do Ibirapuera. Telefone: 5549-9688. Das 10h às 18h. Grátis T ECNOLOGIA

Um microscópico campo de futebol Com o uso da nanotecnologia, o cientista alemão Stefan Trellenkamp criou o menor campo de futebol do mundo. A invenção mede 500 por 380 nanômetros e só pode ser vista por um microscópio especial. Um nanômetro é uma medida correspondente à divisão de um metro em um bilhão de pedaços. O campo é tão minúsculo que 20.000 deles caberiam, ao mesmo tempo, na

palma da mão de um homem mediano. "Estou realmente muito orgulhoso", disse o pesquisador, que trabalha na Universidade de Kaiserslautern. "O único problema é que realmente não sei o que fazer com isso. Não posso colocá-lo em exposição porque ninguém consegue vê-lo". Trellenkamp disse que passou um dia inteiro para gravar as linhas do campo de futebol no mínimo pedaço de acrílico.

governo israelense ignorou ontem o ultimato para a libertação de prisioneiros palestinos em troca da vida do soldado Gilad Shalit, capturado por militantes palestinos. Israel advertiu os líderes do grupo radical islâmico Hamas de que "o céu desabará sobre eles" se algo acontecer com o militar. O prazo dado por três facções que mantém Shalit cativo, entre as quais a ala militar do Hamas, expirou às 6h locais (meia-noite em Brasília). Ontem, pela primeira vez, um foguete lançado por militantes do Hamas atingiu áreas israelenses. O míssil Qassam caiu numa escola no centro de Ashkelon, cidade de 100 mil habitantes, no litoral de Israel. Esse ataque aprofundou a crise desatada com a captura de Gilad Shalit no dia 25. Não houve vítimas porque a escola estava vazia. No entanto, o alcance do projétil comprovou os temores das autoridades israelenses de que os extremistas palestinos aprimoraram seus foguetes a ponto de atingir áreas civis mais populosas. Até então, os Qassans só haviam caído na pequena cidade de Sderot, causando poucas vítimas, e na periferia de Ashkelon. Logo após expirar o ultimato, o primeiro-ministro pales-

Amir Cohen/Reuters

Governo israelense ignora ultimato de palestinos, que respondem com míssil

1970 Policiais fazem perícia na área atingida por míssil palestino. Ataque acirra a guerra em torno da libertação de soldado israelense

tino, Ismail Haniye, integrante do Hamas, fez um chamado aos captores de Shalit para que não fizessem nenhum mal a ele e retornassem às negociações, mediadas por representantes do Egito. "Qualquer tentativa de Israel de assassinato (de políticos) será interpretada como uma atitude irresponsável, e Israel sofrerá graves conseqüências", afirmou o Hamas. O primeiro-ministro Ehud Olmert qualificou de "grande

escalada na guerra do terror" o fato de o míssil ter alcançado uma área civil. A aviação israelense atacou na madrugada o edifício do Ministério do Interior palestino, na Cidade de Gaza, pela segunda vez em uma semana. Não houve informe imediato de vítimas. Os militares afirmaram que o último ataque teve como alvo o principal edifício do ministério, enquanto que a ofensiva anterior se concentrou em suas dependências.

2004

Kevin Lamarque/Reuters

E SPAÇO

L

Carlos Barria/Reuters

2004

O ônibus espacial Discovery corta o céu rumo à Estação Espacial Internacional (ISS). Apesar da rachadura e de temores sobre o sucesso da operação, a Nasa insistiu no lançamento ontem, 4 de julho, feriado da Independência nos EUA. O feriado e o lançamento levaram os norte-americanos ao parque aquático de Cabo Canaveral.

L

B RAZIL COM Z

Em defesa da seleção brasileira

G @DGET DU JOUR

F AVORITOS

Gatos na janelinha

Documentos sem complicação

Para quem mora em um pequeno apartamento e tem um pet, a "Wonderful Window" é uma extensão que cria espaço útil para o animal e até plantas na janela. Resistente às intempéries, custa US$ 40 no site.

Orientações sobre passaportes, habilitação, multas, CPF, certidões, formulários são alguns dos serviços que podem ser encontrados no site Documentos online. A página principal ainda traz links para informações que orientam desde a lidar com a aduana em viagens até a entrar com recursos de multas ou a tomar os cuidados necessários no momento de vender veículos. As informações são gratuitas mas o site também tem serviço de despachantes, que é pago.

www.wonderfulwindow.com

Vende-se a rede do rock O

Rank Group PLC divulgou que colocar á à v e n d a a re d e Hard Rock Café. A ações do grupo subiram 2,9% após o anúncio de mudanças na rede, fechando em US$ 3,77. A venda dos restaurantes temáticos Hard Rock Café deixaria o Rank Group concentrado apenas em suas operações de cassinos e bingos - em um momento em que todos antevêem um relaxamento nas leis que controlam essas atividades no Reino Unido. "O Hard Rock Café continua com negócios fortes e

está entrando em uma nova fase de desenvolvimento. Resolvemos de comum acordo conduzir uma revisão de suas opções estratégicas", anunciou o Rank Group. A receita dos restaurantes operados pelo Rank Group cresceu 8% ao redor do mundo e as vendas aumentaram 6% no último semestre. O primeiro Hard Rock Café foi construído e m 1 9 7 1 , e m L o n d re s , e atualmente existem 120 lojas em 40 países - duas no Brasil: em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro, 30% ope-

ram como franquias. Recentemente, algumas lojas passaram a funcionar, além de restaurantes, como hotéis e cassinos. O grupo Rank, que controla 36 redes de cassinos no mundo e também a rede de bingos Mecca, já vendeu outros negócios, como cinemas, e sinaliza há meses que pretende focar seus negócios nessa área. Isso porque o parlamento inglês estuda permitir conglomerados no estilo Las Vegas na Grã-Bretanha, mas a oposição teme que haja uma explosão de casos de vício em jogo.

2005

M ODA

Sessenta anos de um escândalo Um escândalo, o fim dos tempos: assim ele foi definido quando, em 5 de julho de 1946, o francês Louis Réard mostrou em Paris sua ousada criação: o biquíni. O nome, inspirado na ilha Bikini, onde, quatro dias antes, os EUA fizeram um teste nuclear, passou a denominar um fetiche universal. Nos anos 1960, se tornou símbolo da liberação sexual; nos anos 70 perdeu a parte de cima e popularizou o topless. Hoje, é um sucesso nas passarelas, há 60 anos desafiando a criatividade dos estilistas. L OTERIAS Concurso 467 da DUPLA SENA Primeiro Sorteio 06

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Segundo Sorteio

A TÉ LOGO

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Excesso de velocidade provocou acidente no metrô de Valência, mostra perícia técnica Japonês é hexacampeão na copa de devoradores de cachorros-quentes de Nova York

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Tylenol em altas doses pode causar problemas hepáticos, diz estudo norte-americano

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Concurso 1621 da QUINA 04

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www.documentoonline.com.br

M ÚSICA

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o controle e o deixaram inconsciente. Uma das testemunhas da agressão tentou socorrer Okello, mas ele morreu antes de chegar ao hospital. O pai de Okello deu uma declaração à imprensa dizendo não se conformar que seu filho tenha sido assassinado por algo tão simples como uma partida de futebol. "Tenho certeza de que essas pessoas nem sabem onde fica o Brasil", declarou, pedindo a punição dos culpados.

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O queniano Austin Ochieng Okello, de 21 anos, foi assassinado por dois torcedores quenianos da seleção brasileira na cidade de Siaia. A notícia, divulgada com destaque pelo jornal Daily Nation, do Quênia, ontem, explicava que Okello estava com amigos discutindo futebol quando começou a ridicularizar a última performace da seleção brasileira na Copa do Mundo. Insultados, seus colegas começaram agredi-lo, perderam

EXIBICIONISMO - A tenista russa Maria Sharapova se manteve concentrada no jogo das quartas-de-final de Wimbledon contra Elena Dementieva mesmo quando um "streaker" (peladão) invadiu a quadra aos pulos e cambalhotas. Sharapova venceu por 6/1 e 6/4.

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 5 de julho de 2006

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Política

Não me envergonho de defender o governo Fernando Henrique, que promoveu a estabilização da moeda. Geraldo Alckmin

PARTIDO ENTENDE QUE, ALÉM DOS FINS DE SEMANA, O PRESIDENTE DEVE OCUPAR AS NOITES "EM PALANQUE".

O PT QUER AGENDA CHEIA PARA LULA

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Givaldo Barbosa / AE

A avaliação dos estrategistas de Lula é a de que faltam apenas 12 finais de semana até a eleição, o que significa que o partido tem apenas 24 dias livres para fazer a campanha à reeleição. Assim, é importante que o presidente se desloque de avião, durante à noite, para ampliar a própria candidatura e reforçar o apoio do PT nos Estados.

Em definição: líderes do partido discutem, em Brasília, os rumos que a campanha de Lula deverá tomar daqui por diante até a eleição.

ALCKMIN, DE OLHO NAS EMENDAS. Paulo Pinto / AE

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epois de participar, ao lado de líderes do PSDB, PFL e PPS, da primeira reunião de trabalho dos colaboradores de seu programa de governo, o candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, disse ontem que, se eleito, pretende controlar as emendas parlamentares que tramitam no Congresso. Segundo ele, a falta de domínio sobre emendas dá margem à corrupção. Em meio a críticas sobre a fraude na compra de ambulâncias, que resultou na Operação Sanguessuga, Alckmin disse ainda que o trabalho da Controladoria Geral da União (CGU) é ineficiente. "Pior que a corrupção é a impunidade", comparou. "O dinheiro não é do Congresso, é do Executivo. Quando você verifica a Operação Sanguessuga, é dinheiro do Ministério da Saúde que está sendo roubado e o Executivo não tem controle. Pretendo estabelecer um controle sobre as emendas: custo, destino e avaliação". Na noite de segunda-feira, no programa “Roda Viva”, Alckmin reafirmou que não é contra as emendas parlamentares, mas que é preciso combater os desvios:

"Emenda parlamentar é correta. A atividade mais nobre do Parlamento é o Orçamento. O parlamentar representa um setor, uma região. Mas não se pode é permitir o roubo. Quero fazer uma grande revolução em termos de gestão no País". Para Alckmin, a CGU deve ter instrumentos para prevenir desvios de recursos. "É preciso ter instrumentos não só para apurar depois que o problema aconteceu, mas para prevenir, ter critérios. Se (o governo federa l) comprasse por meio de pregão eletrônico, com certeza não teria esse sobrepreço na compra de ambulâncias". Perguntado se a CGU era ineficiente, ele foi taxativo: "Se fosse eficiente, não estariam acontecendo tantos desvios como hoje". Gastos – Ainda segundo Alckmin, em vez de defender mudanças na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), o governo Lula deveria conter os gastos na administração federal. "A LRF estabelece critérios para os Estados e para os municípios. Mas qual o critério para a União? Não existe". Alckmin disse ainda que é a favor da reeleição e que, se fosse eleito, não incluiria o tema

PREVIDÊNCIA Reajuste de 5% concedido aos aposentados a partir de abril pode cair para 3,14%.

O

PITTA

Ministério Público Federal requereu ontem à Justiça a abertura de processo contra o ex-prefeito Celso Pitta (1997-2000) por supostos crimes de corrupção passiva, formação de quadrilha, evasão de divisas e lavagem de dinheiro supostamente desviado das obras da Avenida Água Espraiada, na zona sul de São Paulo. O procurador da República Rodrigo de Grandis diz que Pitta enviou dinheiro não declarado ao exterior.

Ó RBITA

VALE DO PARAÍBA

A

l ei çã o ). Ninguém é obrigado a ser candidato, mas tem que ter regras para coibir os abusos e a utilização da máquina pública. A Constituição não pode caminhar ao sabor do interesse político da hora", d i s s e A l c km i n , a f i rmando ainda ser contra o mandato de cinco anos. Alckmin também falou de seguPromessa: "Pretendo acompanhar custos, destino..." rança pública, citou a em seu programa de reforma queda do número de homicípolítica. No PSDB, o tema é de- dios em São Paulo desde o inílicado porque o ex-prefeito Jo- cio do governo Mario Covas e sé Serra e o governador minei- disse que tirou os presos das ro Aécio Neves devem dispu- cadeias superlotadas do Estatar a indicação do partido em do. O tucano negou que hou2010 para concorrer à Presi- vesse, em sua gestão, falta de diálogo entre os secretários de dência da República. "Sempre fui favorável (à ree- Segurança, Saulo de Castro

região do Vale do Paraíba, onde há cerca de 1,5 milhão de eleitores, terá nas eleições 84 candidatos aos cargos de deputado estadual e federal. O número é 7% menor que nas eleições de 2002 quando foram 91 candidatos. Entre os concorrentes estão políticos de carreira, como a deputada federal Ângela Guadagnin (PT), mas a maioria não é conhecida além de seus municípios. A intenção da maior parte dos candidatos é divulgar o nome já de olho nas eleições municipais de 2008.

MSLT PF indicia 115 integrantes pela invasão ao Congresso, no dia 6 de junho.

TARSO GENRO

O

ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, afirmou que o candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, demonstra incerteza em relação ao projeto político que ele próprio representa: "Se o Fernando Henrique está por perto, Alckmin o elogia. Mas quando ele está sozinho, dando uma entrevista, por exemplo, ele diz que não quer falar sobre o passado".

PROTESTOS

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abricantes de bonés e brindes fizeram um protesto em Apucarana, no Paraná, para tentar sensibilizar o Supremo Tribunal Federal na análise da ação direta de inconstitucionalidade contra a Lei Eleitoral, que proibiu a distribuição de objetos por candidatos. Eles alegam que terão muitos prejuízos com essa medida. No Distrito Federal, um grupo de 16 músicos entrou no Tribunal Superior Eleitoral com um mandado de segurança contra a proibição de showmícios. Segundo eles, a medida reduz as chances de trabalho da categoria.

Abreu Filho, e de Administração Penitenciária, Nagashi Fur u k a w a , c o m o s e n o t iciou."Eles sempre trabalharam juntos, mas não são obrigados a pensar igual", disse. Para ele, o número de homicídios caiu porque aumentaram as prisões de criminosos. "Eles agora reclamam porque estão isolados, querem regalias na prisão. Mas o governo não pode voltar atrás, tem que ser duro". Defesa – Alckmin defendeu a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, afirmando que acha um atraso o governo Lula não reconhecer o que foi feito pelo antecessor. "Não me envergonho de defender o governo Fernando Henrique, que promoveu a estabilização da moeda. Minha geração não sabia o que era moeda estável. Agora, se o candidato Lula quiser discutir passado, eu vou discutir o futuro. O que interessa é saber quem pode fazer mais nos próximos quatro anos". Alckmin citou o Bolsa - Família como exemplo de política criada no governo anterior e afirmou que vai mantê-lo, mas disse que vai priorizar, em seu governo, a educação. (AE)

presidente nacional do PT, deputado federal Ricardo Berzoini (SP), afirm o u o n t e m q u e p re t e n d e aproveitar as noites de alguns dias úteis, além dos finais de semana, para preencher a agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com atividades de campanha. Berzoini deu a informação depois de se reunir com os demais integrantes da equipe de coordenação de campanha, em Brasília, para debater os primeiros passos da estratégia eleitoral. Foi o primeiro encontro do PT para a definição de ações com vistas à reeleição. Segundo avaliaram os petistas, Lula poderá se deslocar de avião e participar de até dois compromissos por noite, se a agenda for bem feita. Cálculos – Como restam 12 finais de semana até o dia da eleição, os estrategistas lembram que sobrariam apenas 24 dias livres para a campanha, além das noites de sexta-feira, que o presidente Lula também deverá dedicar à disputa. A preocupação maior da direção petista é com o período a partir de agosto, quando a disputa tende a se intensificar. Pelos cálculos da direção, o PT deve eleger entre 85 e 90 deputados.A direção do PT deve contar com o apoio de vários prefeitos de capitais e governadores em final de mandato. Ao comentar os rumos que a disputa presidencial deve tomar, Berzoini voltou a falar na comparação entre o governo do presidente Lula e o de seu antecessor, o tucano Fernando Henrique Cardoso. Para o deputado, a eleição deve se polarizar ainda mais nos próximos meses, levando a população a escolher nas urnas entre um dos dois modelos de governo. Alckmin, segundo ele, tenta fugir do debate em relação à administração de Fernando Henrique em função do resultado dessa comparação. "O Alckmin quer escapar disso", alfinetou Berzoini, que assumiu as funções de coordenador-geral da campanha petista. Consciência – O presidente do PT reconheceu que o candidato tucano avançou nas pesquisas de opinião, mas insistiu que a evolução positiva do adversário é natural, já que a população começa a tomar consciência agora de quais são os candidatos à presidência. Berzoini se reunirá na sextafeira com representantes de todos os diretórios para novas avaliações. (Agências)


EM

DOISPONTOS -77

P

Hitler bate palmas

PAUTA N Projeto de lei quer cadastrar o DNA dos brasileiros. Sem muita discussão.

OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 5 de julho de 2006

a época do Dritte Reich era necessário manter o Lebensraum fosse povoado apenas por pessoas "genuinamente arianas" e que as "raças inferiores" fossem identificadas para um posterior processamento em Buchenwald, por assim dizer. Mas como identificar a "arianidade" de uma determinada pessoa? Simples! Usando um documento chamado Ahnenpaß (Ahnen quer dizer "suspeito" e paß é passe) o governo nazista conseguia classificar quem era

quem de acordo com as Leis Raciais de Nürnberg. Contudo, Hitler e sua camarilha não tinham conhecimento do DNA e de seus inúmeros usos; Deus nos livre do que poderia ter acontecido com a humanidade se a nata da podridão humana tivesse tal poder de identificar ou mesmo alterar o DNA humano. Passando-se seis décadas depois, o Brasil embarca numa aventura muito perigosa e tudo a ver com o dito Ahnenpaß. O deputado federal Félix Mendonça (PFLBA) propôs um projeto

de lei, 5520/2005, que criaria um banco de dados com o DNA de cada brasileiro. Tal projeto foi aprovado pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara sem o menor alarde na imprensa brasileira, mais interessada no tecido adiposo do Ronaldo Nazário da Silva do que no maior ataque ao indivíduo jamais praticado no Brasil. Herr Mendonça também é membro do Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica da

Câmara. Quem sabe, junto com esse projeto, crie um Alto Estudo sobre Genes Criminosos que quando do cadastramento (fim da individualidade) do cidadão já diga se ele é bandido ou não. Crie também um Alto Estudo sobre Prisões para os Criminosos Genéticos, o senhor deve saber onde procurar o know-how. Vá em frente, "nobre" deputado. Dê asas a sua imaginação e Hitler, Stalin e outros irão bater palmas de pé para o senhor.

CLÁUDIO WEBER ABRAMO PARREIRADA ELEITORAL

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o Brasil, durante o período da Copa do Mundo, mesmo quem não entende nada do assunto e normalmente não se interessa por futebol acaba por se envolver com o tema. É o caso deste que escreve. Não tenho idéia da diferença entre um quarto-zagueiro e um volante, não sei distinguir entre um “atacante” e um meio-de-campo avançado, ignoro quais sejam os méritos e deméritos relativos de Ronaldinho, Klose, Gattuso ou Henry. Mas uma coisa sei – que

RODRIGO VELEDA NAOSOUUMNUMERO@YAHOO.COM

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Cidade realmente limpa A

o tentar contrapor-se à proposta da Prefeitura de impedir qualquer publicidade exterior, por meio do Projeto Cidade Limpa, Luiz Roberto F. Valente tropeça nos próprios argumentos que utilizou para repudiar o projeto. No texto publicado nesta seção no dia 26/6, Cidade limpa de cartazes, o autor diz que o desrespeito à legislação e a falta de fiscalização são os problemas que mais contribuem para a poluição visual. De fato: o emaranhado de leis que rege esse assunto permite que empresas de publicidade encontrem brechas para driblar a legislação que permite múltiplas interpretações e dificulta o trabalho dos fiscais da Prefeitura. Só mesmo um quadro de fiscais com formação muito sofisticada em termos jurídicos poderia atuar efetivamente para coibir a propaganda ilegal. Pois determinada publicidade pode ser legal em uma situação, e o mesmo tipo de publicidade ilegal em outro caso semelhante. Tudo depende da lei a que estejam submetidas, ou até mesmo de "quem chegou primeiro". É um sem número de leis a tratar desse mercado, elaboradas ao longo de várias gestões municipais. É isso que o prefeito Gilberto Kassab propõe acabar: uma lei que zere o problema da poluição visual tornará cada morador da cidade um fiscal apto a atuar como cidadão pleno contra as agressões ao espaço urbano. O missivista tenta dramatizar o assunto ao utilizar o termo "extermínio de uma atividade econômica" na cidade por causa do projeto de lei. Se o projeto vai realmente exterminar com alguma coisa - como sugere o autor - será com uma atividade ilegal que traz enormes prejuízos ao bem estar dos moradores. Dados da Prefeitura mostram que entre 70% e 90% (!) da publicidade exterior é ilegal, não paga impostos, não segue regras do município, invade e explora o espaço urbano que é um bem de todos. O autor usa o velho artifício de coletivizar à sociedade um prejuízo restrito a um setor corporativo e que só rende benefícios privados, em nada contribuindo para a qualidade de vida da maioria da população. Também, ingênua ou voluntariamente, busca transferir a experiência ocorrida em uma única avenida, a Giovanni Gronchi, para todo o município. São Paulo possui 60 mil ruas. É inimaginável que os fiscais serão eficientes em reprimir a publicidade que polui essas ruas, ainda mais com uma legislação precária em relação ao assunto.

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Faz sentido votar ou apoiar um sujeito indiciado no mensalão? Vale a pena insistir na escalação dessa gente?

Patrícia Cruz/Luz

aquele discursinho “pragmático” do técnico Carlos Alberto Parreira de pragmático nada tinha, disfarçando apenas um vazio de idéias e um compromisso com a conversa fiada como método de levar a vida. Diferentemente do que querem nos impingir, pragmatismo não significa vencer jogos contra times irrelevantes. Pragmatismo é manter-se sempre aceso ao que a realidade ensina, processar essas informações e agir de acordo, para mudar essa realidade. Pragmatismo foi a última coisa que se viu na gestão Parreira.

G O emaranhado de na tomada de decisões pelo Poder Público. É o de leis que rege local mais apropriado para que os diferentes segmentos possam apresentar suas opiniões. E a para colocação de tir do choque dessas opiniões é que sai a decisão cartazes permite final dos legisladores. Portanto, o Sepex tem todo que empresas o direito e dever de apresentar suas reivindicade publicidade encontrem brechas ções junto aos vereadores. É importante destacar que o presidente da Casa não colocou a matéria para driblar a em caráter de urgência (e nem o Prefeito de São legislação. lei em vigor chega ao absurdo de permitir Paulo pediu) justamente para seja bem discutida

a instalação de anúncios que não recebam o alvará da Prefeitura em até 45 dias a partir do pedido dos interessados e, o que é pior, durante este período de "aprovação" não podem ser multados. Assim, nem um batalhão de fiscais conseguirá colocar ordem na cidade! Para que o leitor tenha uma idéia dessa dificuldade, desde o início da atual gestão, em janeiro de 2005, foram retirados cerca de 4.500 outdoors da capital, recolhidas mais de 275 mil faixas, tabuletas e cartazes colocados irregularmente e aplicadas 8,5 mil multas. Apesar desses números, é difícil que alguém tenha sentido diferença na poluição visual. Afinal, a quantidade dessa propaganda em São Paulo é uma das maiores do mundo. O trabalho de retirada é como "enxugar gelo". Luiz Roberto Valente afirma ainda que o Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior (Sepex) foi "surpreendido" com o envio do projeto Cidade Limpa à Câmara Municipal. Pois não deveria. O envio de um projeto à Câmara pelo Executivo é o que há de mais legítimo nos sistemas democráticos. O Legislativo funciona como "caixa de ressonância" dos diferentes setores da socieda-

G Entre 70% e 90%

da publicidade exterior é ilegal, não paga impostos, não segue regras do município, invade e explora o espaço urbano. G A quantidade dessa propaganda em São Paulo é uma das maiores do mundo.

Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

ao longo de um período confortável para os atores envolvidos nessa questão. Curioso é que, se por um lado Luiz Roberto exagera nas palavras para condenar o projeto, por outro é modesto ao citar a quantidade de publicidade na cidade. Diz que o número de anúncios "deve girar em torno de 15 mil peças" e que "existem excessos". Dados da Prefeitura mostram que existem entre 20 e 30 mil peças de propaganda, quase o dobro do imaginado pelo autor. A grande maioria irregular.

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Prefeitura decidiu radicalizar para que São Paulo, como megalópole, siga o exemplo de outras no mundo, que acabaram com a poluição visual. Mas nem por isso tiveram suas fortes economias prejudicadas. A diferença é que os habitantes dessas cidades têm prazer em admirar os espaços urbanos. Sentemse bem neles, sem agressão aos olhos e ao bom senso. Assim será São Paulo. REGINA MONTEIRO, DIRETORA DE MEIO AMBIENTE E PAISAGEM URBANA DA EMURB-EMPRESA MUNICIPAL DE URBANIZAÇÃO

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importância do futebol na vida brasileira dá sentido a uma infinidade de metáforas que giram em torno desse esporte, e a política é palco freqüente de sua aplicação. Digamos que o eventual (e)leitor não seja o Parreira, mas alguém dotado de um mínimo de apego à materialidade da vida, e digamos que precise escalar um time legislativo. O plantel que tem à sua disposição inclui diversos parlamentares com ficha limpa, mas também é povoado por quase duas centenas de comes-edormes que respondem a processos na Justiça por crimes diversos. Do mensalão ao contrabando e ao tráfico de drogas, inúmeros deputados federais processados na Justiça buscam reeleição este ano.

ois bem, será que, na eleição, de fato vale a pena insistir na escalação dessa gente? Será que faz sentido votar, ou apoiar eleitoralmente, um sujeito indiciado no caso do mensalão, ou dos sanguessugas? Parreira insistiu na escalação de gente que se mostrava despreparada para, no campo, cumprir o papel que lhes caberia. Ao fazêlo, agiu de forma antipragmática. É o que fará o eleitor se permitir que mensaleiros, vampiros e outros animais dessa mesma qualidade retornem à Câmara dos Deputados. A metáfora futebolística cessa por aqui, pois ser derrotado antes da hora numa Copa do Mundo não traz nenhuma diferença para a vida das pessoas. Já permitir que pessoas indiciadas em processos criminais sejam eleitas para o Congresso Nacional é dar tiro no próprio pé. Literalmente, é entregar o ouro pro bandido.

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ão se deve permitir que mensaleiros e companhia bela sejam reeleitos. Para ajudar a evitá-lo, a Transparência Brasil lançou a campanha “Não vote em mensaleiro”. A campanha se instrumentalizará com diferentes iniciativas, a principal sendo a publicação, no final de julho, de um banco de dados na Internet com os históricos de todos os candidatos à reeleição à Câmara dos Deputados, e mais as fichas de indivíduos notórios que se candidatarem, como ex-ministros, exgovernadores, expresidentes de partidos políticos etc. Isso permitirá que o eleitor compare o currículo de vida de gente com passado limpo com as folhas-corridas de pessoas sobre as quais pesam suspeitas cabeludas. Uma campanha como essa só pode ter chance de atingir contingentes maiores do eleitorado se adotada por veículos de comunicação. De fato, muito pouca gente tem acesso à Internet, e ainda assim só uma pequena parcela se inteirará dos históricos dos candidatos. Aderir à campanha é simples – basta adotar o slogan “Não vote em mensaleiro”, divulgá-lo e informar o endereço de Internet da Transparência Brasil (transparencia.org.br). Os veículos que fizerem isso contribuirão para a melhoria do processo político brasileiro. Ajudando a barrar a eleição de pessoas indiciadas como réus em processos criminais, evitarão cometer a “parreirada” de reincidir teimosamente nos mesmos erros. CLÁUDIO WEBER ABRAMO É DIRETOR EXECUTIVO DA

TRANSPARÊNCIA BRASIL WWW.TRANSPARENCIA.ORG.BR

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Eleições Planalto Congresso CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 5 de julho de 2006

É um novo mensalão. A Casa Civil selecionava os parlamentares que votavam com o governo e liberava os recursos de suas emendas ao Orçamento. Heloísa Helena, senadora (PSol-AL).

PARLAMENTARES FARÃO RECESSO BRANCO

MÁFIA QUE SUPERFATUROU AMBULÂNCIAS AGIU EM OUTROS MINISTÉRIOS

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desvio de recursos do Orçamento da União por parlamentares para a compra superfaturada de ambulâncias e equipamentos médicos também atingiu o Ministério da Educação. Em depoimento ontem à CPMI dos Sanguessugas, o delegado da Polícia Federal Tardelli Boaventura e o procurador da República em Mato Grosso Mário Lúcio Avelar revelaram a existência de um esquema semelhante no uso de dinheiro do Fundo Nacional de Educação (FNDE) para a compra de transporte escolar. Em sessão secreta, o delegado e o procurador confirmaram que o esquema atuava ainda no Ministério da Ciência e Tecnologia para a compra de carros usados no programa de inclusão digital. "O transporte escolar também faz parte do esquema dos sanguessugas. Ficou evidente que o esquema é muito mais abrangente e vai além do superfaturamento de ambulâncias", afirmou o vicepresidente da CPMI, deputado Raul Jungmann (PPS-PE). Segundo ele, o delegado Boaventura e o procurador Avelar disseram que a máfia das ambulâncias interagia com cerca de 60 parlamentares e envolve entre 250 e 300 prefeitos. No entanto, a Polícia Federal e o Ministério Público não avançaram nas investigações do esquema no Ministério da Educação e da Ciência e Tecnologia. "No prazo de funcionamento da CPMI, que é de 60 dias, vamos dar um resultado sobre o esquema das ambulâncias. Isso não impede a continuação mais tarde das investigações sobre os outros ministérios", argumentou o presidente da CPMI, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ). Ex-m inistr os– Hoje, a CPMI deverá votar em sessão administrativa requerimentos

SANGUESSUGAS L TAMBÉM ATACARAM A EDUCAÇÃO

A

O anti-Lula

íder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia, contesta os que afirmam que Geraldo Alckmin teria crescido sete pontos percentuais na última pesquisa Datafolha porque os presidenciáveis Enéas Carneiro (Prona) e Roberto Freire (PPS) desistiram de suas candidaturas. O candidato tucano teria herdado os 4% de índice de intenção de voto que Enéas sustentava nas pesquisas e 2% dos votos de Roberto Freire. Rodrigo Maia avança o sinal e justifica seu ponto de vista: entende que o crescimento de Alckmin (de 22% para 29%) se deu porque o candidato tucano passou ao eleitor a idéia de ser o anti-Lula. Além disso, segundo o deputado, Alckmin foi beneficiado pelos programas nacionais de televisão do PSDB e do PFL.

Antonio Cruz/ABr

ESTABILIDADE

CURIOSIDADE

A cúpula do PFL bate bumbo com o PSDB e também admite não entender por que Lula não caiu na pesquisa Datafolha (46% contra 29% de Alckmin). No Vox Populi Lula tem 45% e Alckmin 32%. Nesta pesquisa Lula caiu quatro pontos, mas o petista se manteve estável.

Alckmin e Lula vão usar dois palanques cada um no Rio. O tucano reafirma que vai subir nos palanques dos candidatos a governador Eduardo Paes (PSDB) e Denise Frossard (PPS), enquanto o petista usará os palanques dos candidatos ao governo Vladimir Palmeira (PT) e Marcelo Crivella (PRB).

ANÁLISE

Almir Lando, relator da CPMI, ao lado do delegado Tardelli Boaventura: novas revelações.

Ficou evidente que o esquema é muito mais abrangente. Raul Jungmann (PPS-PE) de convocação de ex-ministros da Saúde: dois do atual governo – o petista Humberto Costa e Saraiva Felipe (PMDB-MG) – e do candidato

tucano ao governo de São Paulo, José Serra. "A idéia é chamar todos os ministros dos últimos cinco anos. Gostaria que viessem mesmo os que são inocentes", disse o senador Romeu Tuma (PFL-SP), que é o corregedor do Senado. Novo mensalinho – Segundo a senadora Heloísa Helena (AL), candidata do PSol à presidência da República, o esquema das ambulâncias, que envolvia principalmente a empresa Planam, cresceu fortemente no governo Lula, movimentando R$ 38,8 milhões. No

governo passado, entre 2001 e 2003, foram gastos apenas R$ 3,8 milhões. Tanto Jungmann quanto Heloísa Helena estão certos de que o esquema das ambulâncias funcionava como uma forma de pagamento de propina para parlamentares votarem a favor de projetos de interesse do Palácio do Planalto. "É um novo mensalão. A Casa Civil selecionava os parlamentares que votavam com o governo e liberava os recursos de suas emendas ao Orçamento", disse Heloísa Helena. (AE)

EM 88 DIAS, APENAS 9 SESSÕES.

três meses da eleição, a Câmara e o Senado decidiram fixar um calendário de sessões e permitir um recesso branco no segundo semestre para que os parlamentares se dediquem a suas campanhas eleitorais. Até outubro serão três períodos de votação e uma semana de trabalho por mês, nas treze semanas que faltam para as eleições. Nos próximos 88 dias, serão nove com sessões marcadas para votar medidas provisórias que trancam a pauta e podem perder a validade , além de projetos de lei parados há meses no Congresso. "Vamos compatibilizar o funcionamento das duas Casas com as eleições", justificou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Hoje não haverá sessão de votação no Senado nem na Câmara, sob o argumento de que os parlamentares precisam fazer o registro de suas candidaturas na Justiça Eleitoral. Salário igual– Com salário mensal de R$ 12.282,40, cada dia trabalhado durante o recesso branco vai valer R$ 4.282,40 a cada parlamentar. O calendário de sessões foi definido em reunião dos presidentes do Senado e da Câmara, Aldo Rebelo (PCdo B-SP), com os líderes partidários. "Temos de fazer com que o acordo produzido signifique resultado", afirmou Rebelo, que enfrenta obstrução no plenário da Casa há três semanas. Com medo de perder na votação da medida provisória que trata do

Eymar Mascaro

O comando da campanha tucana esmiuçou as pesquisas para saber o porquê do petista ter sustentado a estabilidade. Tucanos e pefelistas esperavam a queda de Lula, que só ocorreu no Vox Populi. Agora tucanos e pefelistas esperam pelo crescimento de Heloísa Helena (PSol) e Cristovam Buarque (PDT) em cima do petista.

RACHADO O conselho responsável pela campanha do candidato da coligação PSDB-PFL recebeu a confirmação de que o PMDB está rachado no Paraná entre as candidaturas de Alckmin e Lula. Ainda no Sul o tucano tem o importante apoio do governador de Santa Catarina, Luiz Henrique, que é do PMDB.

Roberto Stuckert Filho/Ag. O Globo

COMITÊS O PT se prepara para instalar os comitês de campanha de Lula em São Paulo e em Brasília. Além disso, a cúpula discute a elaboração de uma agenda para os atos de campanha (inclusive comícios) de Lula, permitidos pela legislação a partir de amanhã.

PALANQUE DUPLO Também em Pernambuco o candidato do PT deverá subir em dois palanques, de dois exministros que são candidatos a governador do Estado: Humberto Costa (PT) e Eduardo Campos (PSB). Detalhe: no fundo, Lula torce pelo candidato do seu partido.

ESCASSEZ Está confirmado: a candidata do PSol, Heloísa Helena, vai dormir nas casas de filiados do partido em suas viagens pelos Estados. A candidata diz que não tem dinheiro para pagar hotéis. Heloísa afirma que pelo mesmo motivo o PSol não marcará comícios. Haverá só passeatas da candidata.

TESTE RIGOTTO Alckmin ainda sonha com o apoio do governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB). Só que Rigotto e Lula estão cada vez mais próximos. Alckmin espera ter vantagem no Sul e Sudeste para diminuir a diferença em favor de Lula no Nordeste. Reunião de líderes define o novo calendário do Congresso: apenas nove votações em 88 dias.

Temos de fazer com que o acordo produzido signifique resultado. Aldo Rebelo reajuste das aposentadorias, os governistas estão evitando as votações na Câmara. Ontem, mais uma vez, a Câmara não votou. O líder interino do governo na Câmara, deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), disse que aguardaria a decisão do Senado sobre o reajuste dos benefícios dos aposentados incluído pelos deputados na

medida provisória que aumentou o salário mínimo de R$ 300 para R$ 350. O Senado manteve a emenda dos deputados de reajuste nas aposentadorias em 16,6%. Entrave pessoal – O destrancamento da pauta na Câmara, contudo, não depende apenas do empenho de Rebelo em reunir os colegas para isso. Acontece que o deputado Ricardo Barros (PP-PR) avisou que continuará a obstruir todas as sessões do Congresso enquanto a Câmara e o Senado não votarem o projeto de resolução que muda a tramitação das matérias orçamentárias no Legislativo. Esse projeto, elaborado por uma comissão formada por deputados e senadores, está pronto para ser votado desde 2005. Segundo Barros, os

líderes partidários das duas Casas não querem a votação dessa proposta. "É uma obstrução pessoal minha", admitiu. A resolução, segundo ele, moraliza a Comissão de Orçamento e permite o acompanhamento da peça orçamentária desde o início, no Executivo. "Não é possível que o Congresso crie a CPMI dos Sanguessugas para investigar a conseqüência do problema e não vote a resolução que elimina a causa". As sessões do Congresso sempre funcionam por consenso porque, historicamente, nunca há quórum de um sexto dos deputados e um sexto dos senadores. Portanto, quando não há acordo as sessões são encerradas. (Agências)

APOIO Levantamento atual anuncia que Geraldo Alckmin terá, por enquanto, o apoio do PMDB em sete Estados, enquanto Lula deve atrair a ajuda peemedebista em outros 15 Estados. Nos demais existe a indefinição com os peemedebistas trabalhando para os dois candidatos.

NORDESTE As pesquisas recentes confirmam que o petista continua em vantagem no Nordeste. É por isso que o vice de Alckmin, senador José Jorge, está concentrando a campanha do tucano na região. A ordem é tornar Alckmin mais conhecido do eleitor nordestino.

Durante as passeatas dos candidatos por regiões metropolitanas nos Estados, Alckmin e Lula vão passar por verdadeiros testes de popularidade. Os marqueteiros estão agendando encontros de populares com os candidatos em recintos fechados, nas praças e ruas.

CEARÁ O PSDB está de olho no comportamento do governador do Ceará, Lúcio Alcântara. Apesar de ser do partido, ele está em fase de namoro com Lula. O medo dos tucanos é que, por baixo dos panos, o governador incentive no Estado o eleitor a votar na chapa Lu-Lu. Detalhe: o presidente do PSDB, Tasso Jereissati, é do Ceará.

REELEIÇÃO Alckmin deve ter desagradado dois ilustres tucanos, José Serra e Aécio Neves, com a afirmação no programa "Roda Viva", da TV Cultura, de que se eleito não trabalhará pelo fim da reeleição. Para o candidato este é um problema do Congresso. Serra e Aécio são dois dos principais presidenciáveis em 2010.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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quarta-feira, 5 de julho de 2006

Chegar à disputa de uma final significa que Portugal se coloca definitivamente entre os melhores do mundo.” Miguel, lateral português

Não sei se é coisa do Scolari, mas Portugal costuma desestabilizar o adversário.” Gallas, zagueiro francês

DIA DE CRAQUE paSse livre

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ara Portugal e França, o jogo de hoje, em Munique, decide o adversário da Itália na final da Copa do Mundo. Para os jogadores mais conhecidos dos dois times (que também são dois dos maiores da década de 1990), define como será o final da própria carreira. De um lado estará o português Luís Figo. Campeão mundial sub-20, jogador de sucesso na Espanha ao defender Real Madrid e Barcelona, eleito o melhor jogador do mundo pela Fifa em 2001, vicecampeão europeu há dois anos, ele tem agora, aos 33 anos, a última chance de levar a seleção de seu país a um título importante. Do outro lado, com a camisa da França, estará Zinedine Zidane. Três vezes escolhido como melhor do mundo (em 1998, 2000 e 2003), principal responsável pela única Copa do Mundo conquistada pela França até aqui (jogando em casa, em 1998), campeão europeu pela seleção de seu país dois anos depois, ele já havia decidido se aposentar durante esta Copa do Mundo. Graças a suas grandes exibições, a França foi avançando de fase. Agora que está nas semifinais, nenhum francês faz por menos: quer ver Zizou encerrando a carreira com mais uma Copa do Mundo conquistada. Zidane, no entanto, não deverá ter a mesma facilidade para dar espetáculo que encontrou do jogo contra a Seleção Brasileira. É certo que Maniche e Costinha, dependendo do posicionamento do francês, se encarregarão de marcá-lo. Zidane anda calado. Tem evitado entrevistas porque sabe que fatalmente terá de falar do encerramento de sua carreira. Mas seus companheiros falam por ele. “Zizou é o grande responsável pelo crescimento do time francês”, elogiou o zagueiro Thuram, que só está na seleção porque atendeu a um pedido do próprio Zidane. Hoje, o craque francês poderá fazer sua última partida como profissional, mesmo que a França vença. Ele tem um car-

José Manuel Ribeiro/Reuters

Roberto Benevides

Finíssima Itália

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Figo era dúvida, mas deve estar em campo hoje, em sua última chance para levar Portugal a uma conquista Charles Platiau/Reuters

ELES JOGAM

MUDANÇA

A Bola informa: "A avaliar pelos sorrisos bem visíveis, num momento em que o grupo descomprimia a fazer alongamentos, pode garantir-se que quer Cristiano quer Figo estarão aptos a dar seus contributos na partida com os franceses."

Quando o brasileiro Emerson retornar à Juventus, vai encontrar outro chefe: Fabio Capello pediu demissão e muito provavelmente será o técnico de Cicinho, Júlio Baptista, Robinho e Ronaldo no Real Madrid.

*Com Agência Estado e Reuters Destaque na vitória sobre o Brasil, Zidane pode dar à França sua segunda Copa antes de se aposentar

tão amarelo e, se receber outro, ficaria de fora de uma possível final da Copa (ou da decisão do terceiro lugar). Além de Zidane, cinco outros jogadores franceses estão com um cartão amarelo: Thuram, Sagnol, Ribery, Vieira e Saha. Ontem, Figo, que sentia dores musculares, apenas correu levemente pelo gramado do Estádio de Munique, assim como Cristiano Ronaldo, que ainda não se recuperou plena-

mente de uma contusão na coxa direita. Ambos, porém, estão garantidos na escalação da Seleção Portuguesa. Deco e Costinha, que cumpriram suspensão contra a Inglaterra, estão de volta à equipe. Petit, com dois cartões amarelos, está fora do jogo. Cinco jogadores estão pendurados com um cartão amarelo: o goleiro Ricardo, Ricardo Carvalho, Nuno Valente, Figo e Maniche. No treino de reconhecimento do

gramado do Allianz Arena, em Munique, Portugal realizou apenas um dois-toques utilizando metade do campo. “O mais importante é que poderemos aumentar a tradição do futebol português. Quebrar a estatística do passado, sem desmerecer o que já foi feito”, disse Figo, descartando, porém, ser apontado como maior jogador de todos os tempos de seu país. “Penso no sucesso da equipe”, disse.

Brasil, agora, é Felipão

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omo jogou fino esta Itália de Grosso que, no último minuto da prorrogação, encontrou o que buscava desde que a bola começou a rolar em Dortmund! Bastaria o 1 a 0 assinado pelo lateral no requintado arremate de um preciso passe de Pirlo, mas, já nos descontos, Del Piero fez os 2 a 0 sobre a Alemanha que dão enorme força à Azzurra na final de domingo e botaram um grilo no sono de franceses e portugueses na véspera do confronto que definirá, hoje em Munique, o outro finalista. Foi só contar com Totti em melhores condições físicas para que os italianos desvestissem o figurino exageradamente recatado de outras jornadas e fizessem valer sua superioridade técnica contra os alemães. A Itália mandou no jogo praticamente do primeiro ao 120º minuto. Variou a intensidade, mas o domínio foi sempre italiano. Nas poucas vezes que os alemães ousaram algo, pararam em Buffon. Curiosamente, os 30 minutos de prorrogação foram mais animados e eletrizantes do que os dois tempos normais do jogo. Deve ter passado pela cabeça do treinador Marcelo Lippi a lembrança de que a Itália saiu derrotada, nos pênaltis, da semifinal de 90 contra a Argentina, da final de 94 contra o Brasil, e das quartas-de-final de 98 contra a França. Lippi resolveu empurrar o time para o ataque. Já no primeiro minuto da prorrogação, Iaquinta e Gilardino acertaram o poste e o travessão de Lehmann. A ousadia do treinador acabou premiada, quando faltavam dois minutos para as emoções da decisão por pênaltis, pelo gol de finíssima tessitura marcado pelo lateral Grosso. Del Piero ainda lhe deu um brinde extra. Não será fácil tirar o tetra da Azzurra.

Fernando Cesarotti

ÀS ARMAS oje é o dia de o brasileiro voltar a vibrar na Copa: já que o "quadrado mágico" da Seleção de Parreira deu com os burros n'água, vamos todos vestir nossa terceira pele: a camisa de Portugal. É mais ou menos com esse espírito que as emissoras de TV anunciam o jogo de hoje à tarde contra a França, que pode valer à "terrinha" sua primeira classificação a uma final de Copa do Mundo. Já era assim antes: todos esperavam com ansiedade o confronto entre Brasil e Portugal, para ver como Felipão se comportaria e como o Brasil se comportaria diante dele. E a torcida por Portugal era visível em todos os jogos e todos os canais - foi escandalosa, por exemplo, com Silvio Luiz em jogos na BandSports e no dia da batalha campal contra a Holanda, em que foi exaltada "a raça" da seleção portuguesa. Como o adversário de hoje é justamente a equipe que eliminou o Brasil, completou-se o cardápio. Ora pois, todos às armas então. Mas, o pá, bem que poderia haver um pouco de isenção durante as transmissões.

H

CALA-BOCA

ENQUANTO ISSO...

Antes do jogo entre Itália e Alemanha, eram lugarcomum nos debates os comentários jocosos sobre o "defensivismo italiano". Depois da vitória com quatro atacantes em campo, obviamente o discurso mudou e o técnico Marcelo Lippi ganhou, entre outros, o adjetivo de "equilibrado". Isso porque, na Itália, ele é criticado justamente por ser "ofensivo demais" para os padrões da Bota.

O Seleção Sportv, um dos incontáveis "programas gêmeos" do canal (sempre os mesmos debatedores, cenário, roupas e até reportagens), usa preciosos minutos com uma enquete sobre quem deve ser o técnico da Seleção. Que atenção Ricardo Teixeira dará à opinião do povo?

PARA VER DE NOVO Uma das melhores entrevistas com jogadores da Seleção após a queda na Copa foi a de Zé Roberto na ESPN Brasil. Jogador mais abalado em campo, após o fim do jogo contra a França, ele não conteve a emoção. Quem não viu pode ir até o site www.espn.com.br e clicar em "Vídeos". Pena que o sistema de busca seja pouco prático.

A interatividade é uma grande arma para as emissoras de TV, mas poderia ser melhor utilizada se o telespectador pudesse não apenas opinar em enquete, mas optar pelo que quer assistir. Por exemplo, qual jogo será reprisado. O telespectador que a partir de amanhã ficará órfão de Copa por mais dois dias poderia ter a chance de pedir um jogo, em vez de se sujeitar à enésima reprise da vitória do Brasil sobre a Austrália.

Para rever o jogaço de ontem, é só conferir na ESPN Brasil, às 11h - ou o compacto no Sportv2, às 19h50.

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Scolari passa sua vibração para Nuno Gomes, Maniche, Pauleta, Caneira, Costinha e Deco. Domenech orienta Henry, Zidane e Vieira: estilos diferentes e um mesmo objetivo

DIREITO DE ESCOLHA

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om a desclassificação do Brasil nas quartas-de-final, os olhos de quem acompanha a Copa do Mundo no País voltaram-se para Portugal, do técnico Luiz Felipe Scolari. “Por causa dos nossos laços, existe uma afinidade entre os países e o Brasil estará torcendo por nós”, acredita o treinador. Quando perguntado sobre quem era o favorito para o jogo de hoje, o técnico francês, Raymond Domenech, respondeu: “No momento, o campeão do mundo é o Scolari”. O treinador brasileiro da Seleção de Portugal está mesmo roubando a cena do jogo de hoje. Fiel a seu estilo, tratou logo de reforçar que “o favoritismo é todo da França”. “Realmente, o histórico tem muita desvantagem para Portugal”, enfatiza Felipão, lembrando que faz 31 anos que os portugueses não ganham dos rivais. “Mas vamos trabalhar esse aspecto junto aos atletas. No futebol, nada é definitivo. Nem sempre os favoritos vencem.” Scolari considerou o jogo uma final antecipada. “Analisamos os últimos dois jogos da Seleção Francesa no Mundial e de outros times. E chegamos à conclusão de que se trata do pior adversário”, admitiu. “Talvez uma final não seja tão difícil quanto este jogo.” O técnico enumerou, ainda, as qualidades do adversário: “Jogadores com grande capacidade técnica. Altos, fortes no jogo aéreo e de ótima movimentação no campo ofensivo." Para o técnico francês, Raymond Domenech, “os jogadores das duas equipes se conhecem muito bem, um sabe como o outro joga. E antes da partida contra a Suíça (0 a 0, na estréia da França na Copa) ninguém nos colocava o rótulo de favorito.” Domenech entende que a partida contra Portugal será totalmente diferente das disputadas contra Espanha e Brasil. “São equipes muito distintas taticamente”, justificou. “Portugal é uma seleção que lhe traz sérios problemas físicos, técnicos e táticos.”

Fotos Pascal Pavani/AFP

copa na tv

Quem não conseguir assistir a Portugal x França pode sintonizar às 20h50 no Sportv 2, ou à 0h30, na ESPN.


PROTÓTIPO Com banco mais largo, São Paulo tem protótipo de ônibus para pessoas obesas

Transpor tes Saúde Polícia Ciência

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FUGA

presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, negou ontem habeas-corpus que pedia a liberdade provisória de Suzane von Richthofen. Acusada de matar os pais Manfred e Marísia von Richthofen, em outubro de 2002, Suzane está atualmente recolhida no Centro de Ressocialização de Rio Claro (SP), aguardando o julgamento, marcado para dia 17. O julgamento do mérito do pedido só ocorrerá em agosto (portanto, depois do julgamento), quando os 11 ministros do STF retornam do recesso. (AE)

ove internos da Unidade de Internação Provisória (UIP) de Campinas, a 100 quilômetros de São Paulo, fugiram por volta das 8h30 da manhã de ontem, no Jardim Amazonas. Segundo a Fundação Estadual Para o Bem-Estar do Menor (Febem), um deles já foi recapturado. Os internos fugiram quando um dos funcionários retornava da enfermaria com outro menor e aproveitaram a porta aberta. O prédio, que tem capacidade para abrigar 44 internos, estava com 53 ontem pela manhã. Ninguém ficou ferido. (AE)

FÉRIAS

DOROTHY

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Polícia Rodoviária Federal iniciou na última sexta-feira a Operação Férias Escolares, que vai durar até a meia-noite do dia 30 deste mês. São mais de nove mil policiais que se revezarão na fiscalização dos 60 mil quilômetros de rodovias federais brasileiras. Serão mais de 570 pontos de atendimento ao usuário em todo o Brasil, apoiados por veículos de patrulhamento e resgate, helicópteros, radares e bafômetros. Na operação do ano passado, realizada no mesmo período a PRF registrou 9.558 acidentes, com 573 mortos e 5.714 feridos. (AE)

GIr Agendas da Associação e das distritais

Hoje

I Jabaquara - A distrital

promove "Café com negócios – revitalização da avenida Santa Catarina". Às 8h30.

Amanhã I Chamber – Reunião do

Conselho de Relações Internacionais da São Paulo Chamber of Commerce,

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EX-SECRETÁRIO DEPÔS NA CPI DO TRÁFICO DE ARMAS

CULTURA Cineastas de São Paulo reclamam de concurso na Petrobras

Ó RBITA

FICA PRESA

DIÁRIO DO COMÉRCIO

A

Justiça do Pará marcou novo julgamento para Rayfran das Neves Sales, já condenado a 27 anos de prisão pela morte da missionária americana Dorothy Stang. O juiz da 2ª Vara Penal de Belém, Raimundo Moisés Flexa, fixou a sessão de júri popular para o dia 14 de agosto. A lei brasileira dá direito a novo julgamento a toda pessoa condenada a mais de 20 anos. Além dele, foram condenados Clodoaldo Carlos Batista, o Eduardo, e Amair Feijoli da Cunha, o Tato – a 17 e 18 anos, respectivamente. (AE) coordenada pelo vicepresidente da ACSP, Alfredo Cotait Neto. Às 10h, na sede da entidade, rua Boa Vista, 51/11º andar, sala Tadashi Sakurai.

Sábado I EUA - O vice-presidente e

Coordenador do Conselho de Câmaras Internacionais de Comércio da ACSP, Hélio Nicoletti, participa do almoço com o Secretário de Comércio dos Estados Unidos da América, Carlos Gutierrez promovido pela Amcham, Ciesp e Fiesp. Às 12h, na Amcham Busines Center, rua da Paz, 1431.

É no mínimo debochar da inteligência e da consciência da sociedade. Deputado Paulo Pimenta (PT-RS)

PARA FURUKAWA, PCC QUIS ATINGIR ALCKMIN Ex-secretário da Administração Penitenciária diz que ataques do PCC tiveram motivação política e quiseram atingir a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência. Para PT, essa tese é um deboche.

O

ex-secretário paulista da Administração Penitenciária Nagashi Furukawa afirmou ontem que a onda de ataques promovida pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) em São Paulo e em mais quatro Estados foi uma ação política para atingir a candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência da República. Segundo Furukawa, que prestou depoimento à CPI do Tráfico de Armas, o viés político da ação do PCC foi detectado pelos serviços de inteligência da polícia. Para ele, a candidatura de Alckmin gerou o temor de que o governo agisse com mais rigor contra a organização. Ele negou que tenha negociado um acordo com os bandidos para pôr fim ao banho de sangue e acusou o secretário de Segurança Pública, Saulo Abreu, de ter desprezado os alertas sobre a preparação do levante e de não ter adotado as providências sugeridas para impedi-lo. "Havia um plano de promover inúmeras rebeliões para criar dificuldades à candidatura de Alckmin", disse. Os integrantes da CPI receberam a revelação com desconfiança. "É no mínimo debochar da inteligência e da consciência da sociedade", disse o relator da comissão, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), para quem o ex-secretário estaria tentando resumir a discussão da segurança pública de São Paulo a uma ação com objetivos eleitorais. Acordo – Pimenta também rebateu a afirmação de que o governo paulista não cedeu aos criminosos. "Infelizmente, o Estado curvou a espinha e fez o que os presos mandaram", afirmou o relator. Ele lembrou que a organização não-governamental Nova Ordem, entidade a seu ver "extremamente suspeita", intermediou contato do líder do PCC Marcos Camacho, o Marcola, com bandidos fora

Gustavo Miranda/Agência O Globo

quarta-feira, 5 de julho de 2006

O ex-secretário Nagashi Furukawa, durante depoimento ontem à CPI do Tráfico de Armas, em Brasília

do presídio para pôr fim à onda de violência ocorrida em maio, com a chancela de Furukawa. "Não há nenhuma dúvida de que houve negociação", disse o presidente da CPI, deputado Moroni Torgan (PFL-CE). Convocado para explicar os motivos da onda de violência deflagrada pelo PCC em maio, Furukawa disse que os detentos estavam profundamente insatisfeitos com as medidas adotadas pelo governo estadual para desarticular a cadeia do crime organizado nos presídios, restabelecer a segurança e impedir que grupos rivais continuassem se matando. Uma dessas medidas seria o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). "Não houve acordo nenhum" insistiu diversas vezes Furukawa. Como parte dessa estratégia, ele disse que foi colocada em curso a transferência em massa dos líderes da facção criminosa para presídios de segurança máxima, como o de Presidente Bernardes, a 605 quilômetros de São Paulo. Furukawa atribuiu o caos nos presídios paulistas ao aumento vertiginoso da população

carcerária. Quando assumiu a secretaria, em 1999, ele disse que havia 53 mil detentos em São Paulo e, quando deixou o cargo, há um mês, esse número já era superior a 105 mil. Moroni anunciou um conjunto de medidas em estudo para aumentar a segurança e desarticular o crime organizado entre os presos. Entre elas, estão previstas mudanças na lei para restringir a circulação de advogados nos presídios. Uma das mudanças prevê que os advogados terão acesso limitado e passarão a sofrer revista em todas as unidades prisionais do País. A idéia de Torgan é que só tenha acesso a presídios advogados constituídos por presos, com contrato assinado ou procuração. O funcionamento da CPI foi prorrogado por 60 dias. Serra – O candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, culpou o governo federal pela crise no sistema prisional do Estado. Embora a segurança seja responsabilidade do governo estadual, ele disse que o problema tem de ser enfrentado também pelo Congresso, Judiciário e governo federal. (AE)

Lembo admite arma a agentes

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governador Cláudio Lembo disse ontem achar "razoável e oportuno" que agentes penitenciários andem armados fora dos presídios, pois se trata de uma profissão de "risco muito grande". Desde o dia 28, quatro agentes foram mortos pelo PCC no Estado de São Paulo. Os ataques devem servir para romper o impasse na Assembléia Legislativa e garantir a aprovação rápida da modificação legal que permitirá o porte de arma aos agentes prisionais. No último mês, nada foi votado em virtude das disputas em torno das emendas dos deputados ao orçamento do Estado. O líder do PT, Ênio Tatto, disse que a bancada não será obstáculo à rápida aprovação do projeto. (AE)


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Saúde Urbanismo Transpor te Educação

DIÁRIO DO COMÉRCIO

RIO PODE SER ATÉ ATRAÇÃO TURÍSTICA

quarta-feira, 5 de julho de 2006

O rio Tietê ainda tem odor forte e continua a receber lixo e esgoto da população do Estado.

Fotos de Paulo Pampolin/Hype

Integrantes da Frente Parlamentar das Hidrovias observam o rio Tietê durante passeio realizado ontem, no trecho entre o Cebolão e a ponte das Bandeiras. A reunião foi coordenada pelo deputado João Camarez.

TIETÊ PODERÁ DESAFOGAR MARGINAL Frente parlamentar das Hidrovias faz passeio de barco pelo rio Tietê e discute alternativas para que ele se torne um meio de transporte útil para a cidade Rejane Tamoto

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uarenta anos depois de passar por processos de degradação e requalificação, o rio Tietê ainda tem odor forte e continua a receber lixo da população do Estado. Mas isso não desanimou um grupo formado por deputados, representantes do terceiro setor, órgãos governamentais, setores aduaneiro, de transportes e meio ambiente, que formam a Frente Parlamentar das Hidrovias. Na manhã de ontem, o grupo discutiu propostas para transformar o rio em uma fonte de riqueza, por meio da navegação. Após uma reunião em que 16 representantes de diversos setores expuseram propostas para o rio, um passeio com duração de uma hora foi realizado no trecho entre o Cebolão e a ponte das Bandeiras. Durante o percurso, a poluição ainda chama a atenção e é uma das atribuições da Sabesp, que trabalha na limpeza do rio Tietê. Procurada pela reportagem do Diário do Comércio, a assessoria de imprensa da companhia informou que não poderia conceder entrevistas devido à falta de luz no local. Lançada há dois meses, sob a coordenação do deputado João Camarez (PSDB), a Frente Parlamentar reúne cerca de 20 deputados estaduais com o objetivo de defender a hidrovia Tietê-Paraná no transporte de pessoas e cargas, e também para o turismo na região metropolitana de São Paulo. Propostas - Dentre as propostas apresentadas pelos participantes da reunião da Frente Parlamentar, estão a integração da hidrovia Tietê-Paraná com ferrovias, arrecadação sustentável para a hidrovia, atração de pólos industriais para as margens do rio Tietê, a criação de uma secretaria turístico-cultural hidroviária e de uma legislação que regulamente a segurança e os tipos de cargas a serem transportadas. Uma das propostas, que já está em curso, é um projeto de lei que visa tornar o Departamento Hidroviário (DH), hoje vinculado à Secretaria de Transportes do Governo do Estado, uma autarquia com liberdade para administrar as vias navegáveis, travessias, portos e terminais. "O projeto está em análise no gabinete do secretário e, neste semestre, será encaminhado para a aprovação da Assembléia", disse o diretor do

DH, Oswaldo Rossetto. O deputado João Camarez afirmou que a Frente está formando grupos temáticos para que cada representante cuide de uma área do projeto, como administração de portos, legislação adequada ao sistema e política de incentivo voltada para implantação de indústrias na margem do Tietê. "Apresentaremos as prioridades e decidiremos, em grupo, em qual delas vamos nos concentrar primeiro", disse o deputado. Na visão de Camarez, o Tietê é um recurso natural que não é utilizado adequadamente pela sociedade. "Propomos a construção de um hidroanel na região metropolitana ligando a zona sul à zona leste. A embarcação sairia do rio Guarapiranga, passaria pelo rio Pinheiros, pelo Tietê e uniria os dois pólos mais populosos da capital. As finalidades são o transporte de pessoas, de cargas e o turismo", disse. Poluição - O deputado disse que não vê a poluição do rio como um problema para a naveEntre as propostas apresentadas pelos participantes da reunião da Frente Parlamentar está a integração da hidrovia Tietê-Paraná com ferrovias gação. Em relação à p ro p o s t a d e da cidade. Uma das propostas transformar as do deputado Camarez para o margens do hidroanel é que ele seja usado rio em pólo inpara transportar cargas como dustrial, o delixo e agregados da construção p u t a d o a f i rcivil, como pedra e areia, dimimou que o esnuindo o trânsito na marginal. g o t o i n d u s"Na região metropolitana da trial deixou de cidade a situação é dramática, ser um problee há desperdício de logística. ma para o TieOs problemas com trânsito retê. "O esgoto presentam custo com combusque vem para tível, mão-de-obra e de estoo rio é domésques. O rio existe como opção tico, da região técnica, econômica e social", do ABCD, dos disse Carlos Schad. municípios de Revitalização - Além de Diadema, contribuir para o meio amGuarulhos, biente e para o tráfego na cidaSanto André e de, a implementação de uma São Bernardo. hidrovia no Tietê também poEsses municíde contribuir para as margens p i o s n ã o e ndo rio. "Em muitas regiões viam o esgoto houve mudança de perfil ecopara as redes nômico. Existem áreas extencoletoras do sas, desde o shopping Center Governo, porNorte até Guarulhos, degradaque têm um das, que se tornaram terra de s e r v i ç o p ró- A Frente Parlamentar defende o uso da hidrovia Tietê-Paraná no transporte de pessoas e cargas e para o turismo na capital ninguém". prio. A partir Para Schad o projeto de hido momento em que esses mu- mente três dos 20 milhões de tos dessa obra". Segundo ele, a embarcação drovias deve prever o desennicípios deixarem de jogar es- capacidade de carga da hidroSegundo o diretor, o objetivo consome 5 litros de combustí- volvimento imobiliário nas goto no Tietê, a qualidade vai via são utilizados atualmente. é preparar o rio para que em- vel por tonelada, enquanto são margens. A requalificação do melhorar muito mais". No trecho de 45 km navegá- presas privadas invistam no 100 litros se for pela rodovia. entorno do rio influencia a Cargas - Com 2.400 km de veis da região metropolitana transporte de pessoas e cargas. Além disso, emite menos ga- atitude da população. "O rio vias navegáveis, o sistema Tie- do rio Tietê, segundo Rossetto, A intenção, disse Rossetto, não ses poluentes. tem dois papéis. O cidadão, tê-Paraná liga Piracicaba e ainda não há projeção de capa- será ligar a hidrovia do interior O presidente da Agência de que dá lazer, água e alimento. Conchas aos estados de Goiás, cidade de carga. "Faremos es- com a da capital. "São sistemas Desenvolvimento Tietê Para- O outro é o rio empresário, Minas Gerais, Mato Grosso do tudos porque o rio Tietê só se diferentes de transporte. O im- ná (ADTP), Carlos Schad, dis- que produz riquezas, transSul, Paraná e ao Paraguai. O configurou navegável após as portante é que o rio possa con- se que a hidrovia não substitui- porte, turismo. Se o rio repretrecho paulista da hidrovia obras de rebaixamento da ca- tribuir com benefícios para o rá o transporte de cargas pelas sentar riqueza, passará a ser tem 800 km de vias navegá- lha. Isso é muito recente e não transporte hidroviário e na marginais, mas somará, ree- respeitado. Será um cidadão veis. Segundo Rossetto, so- participamos dos investimen- área ambiental". quilibrando a logística urbana com auto-estima".


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 5 de julho 2006

8 A ONG nasceu em 1998 com o objetivo de melhorar a vida de pessoas desempregadas

Leonardo Rodriguez/Hype

Vira Lata: vira telha, vira vida.

A união faz a força: Israel Alves e Adriano Ferreira Irineu descobriram novas perspectivas de vida com a reciclagem. Os dois aprenderam muitas técnicas de reaproveitamento de sucata, vinda do Projeto Vira Lata, e agora querem estudar e progredir em seu novo trabalho.

Fábrica de telhas será novo mercado de trabalho para população desempregada do bairro do Jaguaré, na capital paulista

N

ão apenas uma prática ecológica e politicamente correta, a reciclagem tornou-se uma alternativa profissional e de transformação na vida de uma parcela significativa da população brasileira. De cooperativas de reciclagem que ampliam seu campo de atuação à criação de um centro de informações sobre esta prática, o setor está se profissionalizando e atraindo a indústria. Esta última participa até de seminários que discutem a variedade de negócios que o setor propicia. Dentro deste espírito de expansão, o Projeto Vira Lata adotou o lema "crescer para incluir ainda mais". Especializado na reciclagem de papel, papelão e plástico, a ONG, que iniciou suas atividades em 1998 na capital paulista, acaba de inaugurar uma fábrica de telhas elaboradas com material reciclado.

Este é o segundo passo do projeto de expansão da entidade, que evoluiu, desde a sua criação, de ações de reciclagem com o objetivo de criar renda para pessoas que estavam fora do mercado de trabalho, passou por práticas de educação am-

biental para as comunidades do entorno como a coleta seletiva, triagem e comercialização destes itens até a criação de alternativas ecológicas como a fábrica de telhas. Ela canalizará sua produção para construir casas populares. (veja matéria abaixo)

Acima, o produto final do empreendimento social: telhas sem amianto que serão utilizadas na construção de casas populares e poderão ser vendidas para os governos municipais e estaduais

Telha ecológica sai pela metade do preço de mercado

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Wilson Santos e Márcia Martins esperam empregar até 20 pessoas na fábrica. Para eles, a unidade é um avanço para a comunidade local, principalmente para as pessoas que estavam fora do mercado de trabalho há muito tempo, seja pela idade ou pela falta de qualificação profissional.

rescer, integrar a população carente ao mercado de trabalho e fortalecer o movimento de criação de moradias populares. Este é o objetivo da fábrica de telhas da Associação Vira Lata, inaugurada no final do mês passado. A partir da fabricação de telhas com material reciclado, a entidade pretende comercializar o produto a R$ 12 a unidade, preço 52% inferior ao do mercado, que é de R$ 25. "Nossa meta é vender as telhas a preços acessíveis para os movimentos que incentivam a construção de moradias populares em áreas carentes", diz Wilson Santos Pereira, presidente da entidade. Ele acrescenta que o produto é ecologicamente correto, pois não utiliza o amianto, altamente tóxico. Além dos movimentos populares por moradia, a fábrica pretende oferecer o produto para governos municipais e estaduais. A fábrica conta com quatro funcionários, mas pretende chegar a 20, sempre adm i t i n d o d e s e m p re g a d o s .

"Nossa meta é agregar o grupo de 330 pessoas que já integram o Vira Lata e da Rede de Comercialização Oeste, cooperativa que abrange grupos de coleta seletiva como o Reciclázaro, Cooperação, Coopercose e o Projeto Aliança". Todas estas entidades fornecerão a matéria-prima necessá-

450: este é o salário atual de cada cooperado do projeto. Em 1998, era de R$ 300.

ria para a fabricação das telhas e, com isso, a expectativa é de que o rendimento das pessoas que trabalham na coleta seletiva destes projetos cresça com este aumento de demanda. No começo, a renda média mensal de

cada um, em 1998, era de R$ 300. Agora, cresceu para R$ 450. Feiras –Para alcançar a meta de se transformar em fornecedores de telhas para o setor de construção, a entidade está participando de feiras. O próximo encontro será o Habitacom Sul 2006 – 10ª Feira Nacional de Habitação, em Blumenau no início deste mês. Além disso, ela recebeu um convite para mostrar suas telhas em uma exposição de materiais recicláveis para construção de casas no Rio de Janeiro e que percorrerá diversas capitais. Boas perspectivas – Com a expectativa de fechamento de contratos de venda das telhas, a entidade pretende agregar, além dos trabalhadores fixos na linha de montagem, mais 50 pessoas para efetuar serviços de divulgação e venda, privilegiando os desempregados. Além disso, já está nos planos do grupo construir um galpão de mil metros quadrados na zona Oeste da capital e instalar nele a atual unidade de reciclagem, que funciona em um terreno cedido pela prefeitura. (PC)

O presidente do Projeto Viralata, que se transformou na Associação Vira Lata Ação Social Cultural Ambiental e de Promoção da Dignidade Humana, Wilson Santos Pereira, ressalta que o nome da entidade reforça a idéia em que se baseia toda a sua ação: promover a dignidade humana. Para ele, esta meta está sendo alcançada com a chegada de novos integrantes, que já estão trabalhando na fábrica de telhas, no alto do Jaguaré, na capital paulista. São pessoas que moram no entorno da fábrica, no bairro do mesmo nome. Todos têm histórias de vida semelhantes, pois saíram de uma situação de risco provocada pelo desemprego e pela falta de qualificação profissional e estão literalmente agarrando esta chance com as duas mãos. Elas têm a convicção de que a reciclagem veio para ficar e só deve crescer e já traçam planos.

Estudar e ser independente – Esta é a meta de Adriano Ferreira Irineu. Aos 30 anos, o cearense, casado e pai de uma filha de dois anos, já fez de tudo um pouco na vida: foi auxiliar de fundição, trabalhou em uma lanchonete no Brás e ao lado do pai como auxiliar de pedreiro. Para ele, que está há 20 anos em São Paulo e sentiu na pele as dificuldades da alta rotatividade em diversos empregos, a oportunidade de trabalhar na fábrica de telhas traz perspectivas de transformação. "Tenho planos de terminar o ensino médio e, quem sabe, fazer uma escola técnica", diz. Para Irineu, este trabalho também contribuiu para ampliar seus conhecimentos sobre reciclagem e perceber como esta atividade pode ser benéfica para todos. "Quando vi como se faz a telha, percebi que ela será muito boa para pessoas de baixa renda também

em outros países. Pensei, também, que é possível exportar para países que sofrem terremotos. Esta é a primeira empresa do gênero em São Paulo e a mídia vai querer conhecer o produto e muita gente vai comprar esta idéia." Uma nova fase – O início das atividades da fábrica de telhas marca uma nova etapa na vida de Israel Alves, de 21 anos. Ele também estava desempregado quando foi convidado para participar do projeto e, agora, já planeja voltar a estudar. Escolheu o curso de torneiro mecânico porque quer "saber mexer em todos os tipos de máquinas." O jovem conta que esta é uma chance de se aperfeiçoar e se especializar porque já trabalhou em áreas muito diferentes, como em telemarketing e no Bob's e no Mc Donald's. "Quero terminar o Ensino Médio e crescer neste trabalho", conclui. Paula Cunha

APRENDIZ Para fazer o Programa funcionar bem

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Programa Estadual de Incentivo à Aprendizagem realizou ontem uma reunião de trabalho com representantes da Rede Social São Paulo e seus parceiros, além de órgãos oficiais que atuam na defesa de crianças e adolescentes na capital paulista. O principal objetivo do encontro, na sede da Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social, foi identificar as dificuldades que entidades e autoridades de cinco municípios paulistas enfrentam para implantar seus programas. A Secretaria está empenhada em estimular o desenvolvimento destes programas e criou, através de um decreto, um grupo permanente para discutir o tema e divulgar seus resultados. Participaram do evento re-

presentantes do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Condeca), da Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social, da Secretaria de Ciência e Tecnologia, de Delegacias Regionais do Trabalho (DRTs), Fundação Roberto Marinho e do Sistema S (Sesi, Senai e Sesc). Os projetos de aprendizes permitem a contratação de jovens de 14 a 24 anos em empresas de todos os setores. Na abertura, o secretário estadual de Assistência e Desenvolvimento Social, Rogério Amato, ressaltou a importância deste tipo de iniciativa para incluir adolescentes e jovens por meio do trabalho e descreveu as ações da Rede Social São Paulo e os projetos de aprendizes já implantados. De acordo com a assessora da Secretaria, Ana Castro, foram convidados representantes das

secretarias municipais de Assistência Social e de Educação dos municípios de Araraquara, Itapeva, São José do Rio Preto, São José dos Campos e São Vicente, que foram escolhidos para implantar um projeto-piloto que será reproduzido no Estado. Durante a reunião, destacaram-se os representantes de Campinas, no interior paulista, que já conta com quatro mil aprendizes e é considerado um modelo. Além disso, o encontro divulgou a informação de que o Centro Tecnológico Paula Souza, que é uma autarquia estadual que administra 109 escolas técnicas estaduais e 20 faculdades de tecnologias de São Paulo, também atuará como entidade certificadora, o que ampliará o número de projetos de aprendizagem nas empresas. (PC)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 5 de julho de 2006

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bilhões de dólares devem ficar fora do País com as mudanças na lei cambial, de acordo com Mantega.

Keiny Andrade/AE

PACOTE CAMBIAL SAI ATÉ O FIM DO MÊS, PROMETEM MINISTROS Luiz Fernando Furlan, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e Guido Mantega, da Fazenda, reforçaram os trabalhos do governo federal para alterar regras cambiais arcaicas que dificultam a vida dos empresários no Brasil. Furlan durante a abertura da Francal, em São Paulo: medidas para ajudar as empresas a enfrentar crise.

U

m pacote de medidas cambiais poderá ser anunciado ainda neste mês pelo governo federal, afirmou ontem o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan. As medidas devem contemplar setores que enfrentam dificuldades em exportar por causa da valorização do real em relação ao dólar. O ministro participou ontem da abertura da 38ª Feira Internacional de Calçados, Acessórios de Moda, Máquinas e Componentes (Francal), em São Paulo (leia mais sobre a feira na pág. 3). Segundo ele, uma série de propostas foi discutida na última segunda-feira em Brasília, em reunião de que também participaram o presidente Lula, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. "O presidente está convocando uma reunião das áreas interessadas do governo para que ele possa analisar as medidas sugeridas. Esperamos que ele possa anunciar isso ainda no mês de julho", disse Furlan.

Mantega, por sua vez, afirmou que, em uma projeção inicial, até US$ 10 bilhões poderiam ficar fora do País com as mudanças na legislação cambial estudadas. Ele disse ainda que, dentro de "mais uma semana, no máximo 10 dias", será possível ter uma proposta de mudança legislativa.

A mudança na legislação cambial brasileira não pode acarretar queda na arrecadação para o governo federal. Guido Mantega, ministro da Fazenda "Em relação ao volume de exportação, hoje está chegando a quase US$ 130 bilhões por ano. Esse não é um percentual expressivo, mas já tem um impacto importante", afirmou Mantega. Parte da queda do dólar frente ao real é atribuída aos ingressos de recursos das exportações. Apesar de ter ti-

do um ajuste recente, a moeda americana ainda acumula perdas de 6,7% neste ano. Lei antiga — A lei cambial brasileira é da década de 1930 e obriga que os exportadores internalizem todos os recursos obtidos com as vendas no exterior. A idéia em discussão no governo é permitir que as empresas deixem parte dos dólares fora do País, para pagamento de importações ou de dívidas, por exemplo. De acordo com Mantega, a nova lei não fixará o percentual das vendas que os exportadores poderão deixar no exterior. Caberá ao Conselho Monetário Nacional (CMN) estabelecer esse montante. "O CMN será autorizado por uma lei a permitir que determinado exportador retenha no exterior um percentual do que vai auferir com a venda", explicou. Ele informou que problemas de ordem tributária estão emperrando as mudanças. "Se o dinheiro não entra no Brasil, como será possível tributá-lo? Precisamos encontrar uma forma de compensação, pois a mudança não pode acarretar queda na arrecadação do governo", afirmou. (Agências)

Empresários desistem de esperar

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ansados de pedir mudanças na política monetária para conter a valorização do real ante o dólar, lideranças empresariais do setor calçadista passaram a reorientar o discurso do setor para a necessidade de as indústrias mudarem seus produtos. "Reposicionamento é o caminho a ser seguido pelas empresas", anunciou ontem o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Elcio Jacometti, durante a abertura da Francal 2006 na capital. Apesar de o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, ter manifestado no mesmo evento que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderá anunciar ainda neste mês a divulgação de medidas de ajuste do câmbio para os exportadores, os industriais estão sem esperança. "Por conta da avassaladora concorrência de asiáticos e da valorização da nossa moeda, sofremos acen-

Por conta da avassaladora concorrência de asiáticos e da alta do real, sofremos forte queda nos negócios. Elcio Jacometti, da Abicalçados tuada queda no volume de negócios no mercado internacional", resumiu Jacometti. Nova ordem – Segundo ele, para atingir os mercados externos e manter o faturamento com exportações, a ordem no setor passa a ser a de priorizar a fabricação de produtos de maior valor agregado, com alta tecnologia, design, marcas próprias e fortes, além de ter mecanismos próprios para distribuição dos produtos. Esse "reposicionamento", admitiu o líder empresarial, terá como contrapartida a di-

minuição do volume de produção, o que em última instância significará enxugamento no emprego. "Demitir colaboradores é a última e derradeira alternativa adotada pelo setor calçadista", declarou. O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, também criticou os efeitos do câmbio sobre a exportação dos calçadistas. "Infelizmente, nesse momento, esse setor faz parte das indústrias que enfrentam dificuldades. Vivemos hoje dois brasis: o extrativo, da mineração, do petróleo da cana-de-açúcar, do papel e celulose, que vai muito bem; e o da agricultura, da indústria moveleira, têxtil e calçadista, que demandam muito mais mão-de-obra, que vai mal", disse o dirigente. Paulo Skaf, porém, não cobrou ações do governo nesse momento, preferindo indicar que a Fiesp pedirá a adoção de medidas estruturantes para o próximo governo. (AE)

Delfim: moeda está supervalorizada Real e peso mexicano podem subir

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deputado federal Antonio Delfim Netto (PMDB-SP), ex-ministro da Fazenda, elogiou a atuação do Banco Central (BC) no câmbio na última segundafeira, com leilão de compra de dólares, e foi mais moderado do que de costume em relação à condução da política monetária. "O Banco Central agiu corretamente. Há uma supervalorização do real. Não é aquela valorização normal, que aconteceu em todos os países e na verdade é espelho da desvalorização do dólar." Segundo o ex-ministro, a supervalorização do real é causada basicamente pelo diferencial de juros interno e externo. "O Banco Central precisa combater isso e está fazendo do modo correto, está comprando dólar e aumentando suas reservas", afirmou o deputado. Delfim disse que o mercado de câmbio precisa encontrar um ponto de equilíbrio. "É verdade que o câmbio flutuante flutua, mas no Brasil o câmbio ou afunda ou voa. É preciso um equilíbrio nesse jogo. Temos o câmbio de maior volatilidade de todos os países emergentes. Não é apenas o real que está supervalorizado, a taxa tem flutuado enormemente." Ele defendeu que o BC procure outros mecanismos para atuar no mercado de câmbio para manter o ritmo de exportação. "Visivelmente o ritmo de exportação, a quantidade, está em declínio porque estamos usando preços para manter o valor, mas isso não é uma coisa permanente. À medida que tiver flutuação no mundo, tende a haver flutuação nesses preços também", avaliou o exministro da Fazenda.

José Paulo Lacerda/Agência Pixel – 19/10/05

É verdade que o câmbio flutuante flutua, mas no Brasil o problema é que o câmbio ou afunda ou voa. É preciso um equilíbrio nesse jogo. Delfim Netto, deputado e ex-ministro da Fazenda Vu l n e r a b i l i d a d e — D e acordo com Delfim, o BC poderia continuar comprando reservas e, "com elas, comprar um pedaço da dívida externa". Ele admitiu que praticamente não há mais dívida para ser comprada, mas disse que ainda há espaço para isso. Para ele, o resultado da balança comercial só continua bom porque os preços permanecem elevados. "Estamos surfando numa situação particularmente favorável. A redução da vulnerabilidade brasileira é extraordinária", frisou. O ex-ministro se mostrou cético em relação a medidas que

visem ajudar alguns setores exportadores mais prejudicados pelo câmbio (leia mais sobre o pacote em estudo no governo em reportagem nesta página). "Na verdade, trata-se de uma proposta de câmbio múltiplo e já sabemos que câmbio múltiplo leva à ineficiência. Daqui a pouco teremos uma taxa de câmbio formal e várias de câmbio efetivas, o que é de uma ineficiência enorme", afirmou. Expansão — Quanto ao crescimento econômico, o deputado admitiu que esperava um crescimento superior a 4% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, mas mudou suas projeções. "Já não estou tão confiante. Minha convicção é de que houve pequena redução no segundo trimestre e que vam o s t e r u m a s u r p re s i n h a quando sair o número. Ele está apontando alguma coisa abaixo dos 4% já. O segundo trimestre vai mostrar um crescimento econômico menos vigoroso que o primeiro", avaliou. Delfim disse que a volatilidade internacional ainda não acabou. "Ela é simplesmente um soluço. Na verdade, o mundo está com um desequilíbrio importante, que é o desequilíbrio americano." O ex-ministro da Fazenda voltou a falar que os juros do Brasil estão muito altos. "Vejo a política monetária do Banco Central com muita desesperança", afirmou Delfim. Ele disse que, mesmo que os cortes de juros continuem, com queda de 0,5 ponto percentual até o final deste ano, ainda assim a situação dos juros brasileiros atualmente é crítica. "Vamos continuar com taxas de juros reais de 10%, o que é um escândalo", afirmou. (AE)

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banco Dresdner Kleinwort (DrK) acredita que o real brasileiro e o peso mexicano ainda apresentam um bom potencial de valorização. Em nota para os clientes, os estrategistas do banco afirmam que, ao contrário do que ocorreu nos mercados cambiais dos países da Europa emergente, a renovação do apetite por risco fez com que as moedas do Brasil e do México voltassem a ser negociadas mais próximo dos níveis registrados antes

da volatilidade que atingiu os mercados em maio. "Entretanto, não esperamos ver um retorno imediato aos níveis anteriores de vigor cambial que eram alimentados pela liquidez", afirmaram. "A sugestão de pausa de alta nos juros do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) é apenas isso, uma sugestão, e não excluiu que futuros indicadores apontem para a continuidade do aperto monetário nos EUA." Há, no entanto, diferenças

da situação do Brasil e do México. "No caso do Brasil, a continuidade da valorização do real deverá ser moderada pela ação do Banco Central", disseram os analistas do Dresdner. "A perspectiva inflacionária deixa espaço para volumosos novos cortes potenciais nos juros, enquanto a recente intervenção do BC comprando dólares indica que as autoridades ficarão relutantes em abrir mão do benefício da fraqueza cambial." (AE)


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Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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1,8

5 MILHÕES DE DOMÉSTICOS SÃO INFORMAIS

Impasse na MP das domésticas governo ainda não sabe que decisão tomar em relação ao artigo inserido pelo Congresso na MP das domésticas, que tor-

quarta-feira, 5 de julho de 2006

nou obrigatório o pagamento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) pelos empregadores. Segundo o ministro do Trabalho, Luiz

Marinho, a proposta aprovada pelo Congresso Nacional ainda será debatida com a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e entidades representativas de patrões e empregados. "Faremos o que as entidades quiserem", disse Marinho, que evitou se comprometer com a indicação de veto. O p ro j e t o d e c o n v e r s ã o aprovado pelo Congresso Nacional já seguiu para a sanção

do Presidente da República. O objetivo original do governo com a medida era incentivar a formalização do trabalho doméstico. Para isso, propôs ao Congresso Nacional descontar do Imposto de Renda a parcela da contribuição previdenciária do empregador sobre o salário dos empregados domésticos. O desconto é limitado à contribuição sobre um salário mínimo, mesmo que o

EDITAIS

empregado ganhe mais do que isso. A contribuição previdenciária do empregador é de 12%, enquanto o próprio empregado contribui com 8% para a Previdência Social. No Congresso Nacional, no entanto, a proposta do governo foi mudada. A alteração que traz preocupação é a que torna obrigatório o pagamento do FGTS, que hoje é opcional. A contribuição ao FGTS tam-

milhão de trabalhadores domésticos têm carteira assinada em todo o País.

bém é de 8% sobre o salário do empregado. O problema maior não é a contribuição mensal, mas a multa de 40% sobre o saldo do FGTS acumulado no emprego, no caso de demissão sem justa causa. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem no País 5 milhões de empregados domésticos sem carteira assinada e 1,8 milhão formais. (AE)

COMUNICADO COMUNICADO DE EXTRAVIO A empresa STRAC SERVIÇOS TÉC. DE REFRIG. E AR-COND. LTDA EPP CNPJ 03.028.034/0001-82 Inscrição Municipal 2.773.234-7 comunica que se extraviou o seu livro de modelo 57.

ATAS ARFRIO S.A. ARMAZÉNS GERAIS FRIGORÍFICOS

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

PREGÃO (presencial), para COMPRA DSE nº45/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 2933/ 5900/2006. OBJETO: BALCÕES TÉRMICOS. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 14:30 h do dia 19 de julho de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº46/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 2907/5900/2006. OBJETO: ARROZ PARBOILIZADO TIPO 2 – LONGO FINO. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 09:30 h do dia 20 de julho de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº47/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 2908/5900/2006. OBJETO: ARROZ PARBOILIZADO TIPO 1 – LONGO FINO. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 14:30 h do dia 20 de julho de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº48/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 2916/5900/2006. OBJETO: PÓ PARA O PREPARO DE REFRESCO SABOR MARACUJÁ. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 09:30 h do dia 21 de julho de 2006. Edital completo à disposição dos interessados, via Internet, pelo Site www.e-negociospublicos.com.br. INFORMAÇÕES: fones: (11) 3866-1615/1616, de 2ª a 6ª feira, no horário das 8h às 17h.

SEECESP - SIND. DAS EMPRESAS EXIBIDORAS CINEMATOGRÁFICAS NO EST. DE SÃO PAULO EDITAL DE DIVULGAÇÃO DO RESULTADO DAS ELEIÇÕES SINDICAIS 2006/2009 O SEECESP - Sindicato das Empresas Exibidoras Cinematográficas no Estado de São Paulo, na sede social desta Entidade de classe sita à Rua do Triunfo, 134, 10º andar, salas 105/109, nesta Capital, São Paulo, por intermédio de seu Presidente, torna público que nos dias 01, 02 e 05 de junho de 2006, foram realizadas eleições neste órgão de classe, tendo sido eleitos os seguintes associados para comporem os seus órgãos de administração e representação: Diretoria - Titulares: Presidente: Eli Jorge Lins de Lima, 1º VicePresidente: Paulo Celso Lui, 2º Vice-Presidente: Valmir Fernandes, 1º Secretário: Adalberto Moura Macedo, 2º Secretário: Luiz Gonzaga A. de Luca, 1ª Tesoureira: Heloísa Conti Assunção, 2º Tesoureiro: Márcio Eli Leão de Lima; Suplentes: Adhemar Oliveira, João José Passos Neto, Mário Luiz, Gilberto Araújo, Luiz Severiano Ribeiro Neto, Otelo Bettin Coltro e Alexandre Canteruccio. Conselho Fiscal - Titulares: André Pompéia Sturm, Antonio Campos Neto, Ronaldo Passos; Suplentes: Carlos Marin, Fabrício Severino da Silva e Noel Taufic. Delegados Representantes - Titulares: Valmir Fernandes e Eli Jorge Lins de Lima; Suplentes: Luiz Gonzaga A. de Luca e Adalberto Moura Macedo. Outrossim, os mandatos são de 3 (três) anos, contados a partir de 07 de julho de 2006 até 06 de julho de 2009. São Paulo, 29 de junho de 2006. Adalberto Moura Macedo - Presidente

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE SUPRIMENTO ESCOLAR

CNPJ 61.024.295/0001-20 - NIRE 3530010199-5 Ata da Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária realizada em 28 de abril de 2006 Convocação/Local/Hora: Convocação: AGOE, devidamente convocada por editais publicados no DOE e “Diário do Comércio”, nas edições dos dias 18, 19 e 20/04/2006. Local/Hora: Sede Social à R. Jussara, 1001, Barueri/SP, às 10 hs. Quorum: Presente 97% dos acionistas com direito a voto e mais titulares de ações preferenciais, que assinam o livro próprio. Mesa: Presidência do Sr. Eduardo Américo de Athayde Vasone, secretariado pelo Sr. Cláudio Vasone. Ordem do Dia: Aberta a sessão e discutida a sua pauta, a assembléia, por maioria absoluta de votos e com as abstenções legais, deliberou: 1) Aprovou o relatório da Diretoria e as demonstrações contábeis do exercício de 2005, acompanhadas das notas explicativas, publicadas no DOE e Diário do Comércio do dia 20/04/2006; 2) O Prejuízo do exercício, no montante de R$ 75.901,00 foi absorvido pela rubrica de lucros ou prejuízos acumulados; 3) Colocada em discussão a reavaliação do ativo imobilizado da Sociedade, a proposta foi aprovada por unanimidade dos presentes ao conclave; 4) a) No que diz respeito à nomeação de peritos avaliadores, foi confirmada a escolha da empresa especializada Planconsult Planejamento e Consultoria Ltda., estabelecida na Cidade de SP/SP, na Av. das Nações Unidas, 13.797, Bloco II, 17º andar, SP/SP, registrada no CRA sob o nº E-1256-SP, e no CNPJ sob o nº 51.163.798/0001-23, que foi previamente indicada pela Diretoria, “ad referendum” desta Assembléia, para proceder à referida avaliação; b) O Laudo de avaliação, que havia sido previamente apresentado pela empresa avaliadora, indicada, “ad referendum” desta Assembléia, foi lido, discutido, votado e aprovado por todos os presentes; c) A “maisvalia dos ativos é de R$ 9.750.517,39, e foi apurada da seguinte forma: Valor atual dos bens conforme laudo de avaliação R$ 69.833.100,00, (-) Custo contábil residual dos bens avaliados: R$ 60.082.582,61, (=) Mais-valia conforme laudo de avaliação: R$ 9.750.517,39; d) O laudo de avaliação em sua íntegra ficará arquivado na sede da sociedade; e) A “mais-valia” dos ativos será registrada nos livros contábeis da Sociedade na data-base de 28/04/2006, tendo como contrapartida a conta Reserva de Reavaliação, no Patrim. Líq.; f) A Diretoria tomará todas as providências para o registro contábil e fiscal necessários das deliberações ora aprovadas; 5) Os honorários da Diretoria ficam mantidos, conforme estabelecido na AGO de 29/04/2005. Esgotada a ordem do dia, foi cedida a palavra a quem dela quisesse fazer uso, e como ninguém se manifestou, o Sr. Presidente tomou-a novamente, encerrando a sessão, lavrandose esta ata, que lida e aprovada, é assinada por todos os acionistas presentes, formando “Quorum” legal para sua validade. Barueri /SP, 28/04/2006. Presidente: Sr. Eduardo Américo de Athayde Vasone; Sec.: Sr. Cláudio Vasone. Declaramos para os devidos fins, que a presente é cópia fiel da ata original lavrada em livro próprio. Pres. da Mesa: Eduardo A. de Athayde Vasone; Sec. da Mesa: Cláudio Vasone. Faromac Com. Adm. Empr. e Pecuária Ltda., Eduardo Américo de Athayde Vasone, Cláudio Vasone, Eduardo Américo de Athayde Vasone, Fábio Vasone, Rodolfo Vasone, Marcelo Vasone, Cláudio Vasone. A presente é cópia fiel. Pres. da Mesa: a.a) Eduardo A. de Athayde Vasone. Sec. da Mesa: Cláudio Vasone. Jucesp. Certif. o registro nº 167.687/06-2. Cristiane da Silva F. Corrêa: Secr. Geral.

DECLARAÇÃO DE PROPÓSITO SEGURADORA DE CRÉDITO DO BRASIL S.A. SECREB

CNPJ nº 05.930.422/0001-80 DECLARAÇÃO DE PROPÓSITO Kurt Ernst Muller, portador de cédula de identidade para Estrangeiros (RNE) nº V457776-5 e registrado no C.P.F.M.F. nº 232.220.258-43, declara sua itenção de exercer cargo de Conselheiro de Administração na Seguradora de Crédito do Brasil S.A. e que preenche as condições estabelecidas nos arts. 3º e 4º da Resolução CNSP nº 136, de 7 de novembro de 2005. Esclarece que, nos termos da regulamentação em vigor, eventuais impugnações à presente declaração deverão ser comunicadas diretamente à Superintendência de Seguros Privados - SUSEP, no endereço abaixo, no prazo máximo de quinze dias, contados da data desta publicação, por meio de documento em que os autores estejam devidamente identificados, acompanhado da documentação comprobatória, observado que o declarante poderá, na forma da legislação em vigor, ter direito à vista do respectivo processo. SUSEP. Departamento de Controle Econômico - DECON. Rua Buenos Aires nº 256, Centro - Rio de Janeiro (RJ). São Paulo, 30 de junho de 2006. Kurt Ernst Muller. (05 e 06/07/2006)

DECLARAÇÃO À PRAÇA DECLARAÇÃO À PRAÇA - EXTRAVIO DE NOTA A Artana Engenharia Design S/C Ltda, inscrita no CCM 2.944.339-3 e CNPJnº04.012.025/0001-66, comunica o extravio da nota fiscal nº 131 objeto da autorização nº 3370. São Paulo, 05 de julho de 2006. ( 05-06-07/07/06 ) Quer falar com 26.000

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ATAS GR EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES S.A. (Em constituição) Extrato da Ata da Assembléia Geral de Constituição realizada em 30 de agosto de 2004 Data, Hora e Local: 30 de agosto de 2004, às 8 hs., na Av. Gen. Furtado do Nascimento, nº poderes especificados nos respectivos mandatos, sempre por prazo determinado, exceto no 740, 5º andar, Conj. 57, sala 03, SP/SP. Subscritores: Geraldo Antonio Prearo, brasileiro, caso de procurações “ad judicia”, que terão validade por prazo indeterminado; V. responder casado, empresário, RG nº 10.385.206-2/SSP-SP, CPF nº 015.636.198-14, e Rosangela de pelo acompanhamento, supervisão e cumprimento das normas e dos procedimentos de Lurdes Veronesi Prearo, brasileira, casada, empresária, RG nº 18.678.266/SSP-SP, CPF nº contabilidade e auditoria adotados no âmbito da sociedade; VI - prestar garantias em nome 086.416.588-90, ambos residentes em RioVerde/GO. Mesa: Presidente: Geraldo Antonio Prearo, da sociedade. Art. 14. Compete ao Diretor Administrativo: I. administrar a parte financeira de Secretária: Rosangela de Lurdes Veronesi Prearo. Convocação: dispensada (Art. 124, § 4º, Lei todos os contratos e negócios da sociedade; II. exercer vigilância e permanente controle sobre 6.404/76). Deliberação: 1. criação de uma S/A, de capital fechado, denominada GR a existência e movimentação dos valores numerários e títulos cambiais relacionados com Empreendimentos e Participações S.A., destinada a participar de empresas organizadas direitos e obrigações da sociedade; III. supervisionar os trabalhos de natureza operacional da para a exploração de empreendimentos específicos, que terá um capital social de R$ 600.000,00, sociedade; IV. dar orientação técnica aos negócios sociais; V. substituir o Diretor Presidente dividido em 600.000 ações ON, sem valor nominal, ao preço de emissão de R$ 1,00 por ação. em seus afastamentos temporários, por força de deliberação tomada em reunião da Diretoria. 2. aprovado o estatuto social: “Estatuto Social. Capítulo I. Denominação, Sede, Objeto Substituição dos Diretores - Art. 15. Na ocorrência de vaga de cargo de diretor, a e Duração - Denominação - Art. 1º GR Empreendimentos e Participações S.A. é Assembléia Geral, no prazo de trinta dias contados da vacância, elegerá o substituto, que uma sociedade anônima fechada que se rege pelo presente estatuto e pelas disposições legais completará o prazo de gestão do substituído. Remuneração dos Diretores - Art. 16. A e regulamentares que lhe forem aplicáveis. Sede - Art. 2º A sociedade tem sede e foro na remuneração dos membros da Diretoria será fixada pela Assembléia Geral, que deverá levar cidade de São Paulo, capital do Estado de São Paulo, na Av. Gen. Furtado do Nascimento, nº em conta as disposições legais pertinentes. Capítulo V. Conselho Fiscal - Art. 17.A sociedade 740, 5º andar, Conj. 57, sala 03, Alto de Pinheiros, podendo, por deliberação da Diretoria, terá um Conselho Fiscal composto por três membros efetivos e igual número de suplentes, o instalar, transferir ou suprimir estabelecimentos e escritórios, em qualquer parte do País, qual será instalado a pedido de acionistas, observando-se as condições e os requisitos e observadas as prescrições legais e regulamentares atinentes à matéria. Objeto - Art. 3º A impedimentos previstos em lei. Art. 18. O Conselho Fiscal desempenhará as funções definidas sociedade tem por objeto: I - a participação em empresas constituídas para a exploração em lei, e cada um de seus membros, quando em exercício, além do reembolso de despesas permanente de empreendimentos específicos, ainda que de diferentes setores econômicos e previsto em lei, perceberá uma remuneração correspondente a 10% da que, em média, for objetivos diversos; II - a locação de bens móveis e imóveis próprios. Duração - Art. 4º O atribuída a cada diretor. Capítulo VI. Exercício Social, Balanço e Distribuição de Lucros prazo de duração da sociedade é indeterminado. Capítulo II. Capital Social e Ações - - Art. 19. O exercício social coincidirá com o ano civil, encerrando-se, portanto, a 31 de Art. 5º O capital da sociedade é de R$ 600.000,00, dividido em 600.000 ações ordinárias dezembro de cada ano. § 1º Em cada ano, poderão ser levantados balanços mensais, trimestrais nominativas, sem valor nominal. Art. 6º As ações, os certificados de múltiplos de ações ou as ou semestrais, com observância de todas as prescrições legais e regulamentares aplicáveis à cautelas que as representem conterão todos os requisitos legais e serão assinados por dois matéria. § 2º Os balanços mensais, trimestrais ou semestrais serão consolidados em um balanço diretores. § 1º Os certificados de múltiplos de ações ou as cautelas que as representem poderão geral do exercício, que deverá apresentar as mesmas demonstrações financeiras previstas na ser desdobrados ou substituídos a pedido de acionista, a preço de custo. § 2º A sociedade lei das sociedades por ações. Art. 20. Apurado o resultado do exercício, dele serão deduzidos, poderá adquirir as próprias ações, a fim de cancelá-las ou mantê-las em tesouraria para sucessivamente, eventuais prejuízos acumulados e a provisão para o imposto de renda, posterior alienação, mediante autorização da Diretoria. Art. 7º Cada ação dá direito a um destinando-se, em seguida, 5% do lucro líquido para a constituição da reserva legal, nos voto nas deliberações da Assembléia Geral. Capítulo III. Assembléia Geral - Art. 8º A termos da lei. § único.A Assembléia Geral poderá, por proposta da Diretoria, promover ajustes Assembléia Geral, com as funções e atribuições previstas em lei, reunir-se-á, ordinariamente, subseqüentes no lucro líquido do exercício, constituindo ou revertendo reservas de contingência dentro dos quatro primeiros meses seguintes ao término do exercício social e, e de lucros a realizar, na forma da lei. Art. 21. Em cada exercício, o dividendo obrigatório será extraordinariamente, sempre que os interesses sociais assim exigirem. Art. 9º A Assembléia de 25% do lucro líquido ajustado nos termos do Art. 202 da Lei nº 6.404, de 15/12/1976, com Geral será convocada pela Diretoria, podendo também essa convocação ser feita pelo Conselho suas alterações posteriores. § único. A Assembléia Geral pode, desde que não haja oposição Fiscal, se em funcionamento, ou por acionistas, nos casos previstos em lei. § único. Os trabalhos de qualquer acionista presente, deliberar a distribuição de dividendo inferior ao obrigatório, da Assembléia Geral serão instalados e dirigidos pelo Diretor Presidente, que convidará um nos termos deste artigo, ou a retenção de todo o lucro. Capítulo VII. Disposições Finais dos presentes para secretariar a reunião. Capítulo IV. Administração - Diretoria e Art. 22. A sociedade entrará em liquidação nas hipóteses previstas em lei. Art. 23. Os casos Mandato - Art. 10. A sociedade será administrada por uma Diretoria composta por dois omissos neste estatuto serão regulados pela lei das sociedades por ações e pelas disposições membros, acionistas ou não, eleitos em Assembléia Geral e por ela destituíveis a qualquer legais e regulamentares que se aplicarem às sociedades dedicadas a empreendimentos e tempo, designados Diretor Presidente e Diretor Administrativo. § 1º O mandato da Diretoria participações.” 3. nomear três peritos para procederem à avaliação dos imóveis a serem será de três anos, contados da Assembléia Geral Ordinária que a eleger. § 2º O mandato dos conferidos ao capital social em pagamento de parte das ações a serem subscritas: Aristeu diretores estender-se-á até a investidura dos novos eleitos. § 3º A investidura dos Bernardes Filho, brasileiro, casado, contador e economista, CRC/GO/T/DF nº 282 e CORECON/ administradores eleitos, em seus respectivos cargos, dar-se-á mediante a assinatura de termo 11ª Região nº 984, RG nº 347.776/SSP-DF, CPF nº 004.503.081-20, Fernando Victor de posse lavrado no livro de Atas das Reuniões da Diretoria. § 4º Para o exercício de seus Castanheira de Carvalho, brasileiro, casado, engenheiro civil, CREA/DF nº 2.531/D, RG nº cargos, ficam os administradores dispensados da prestação de quaisquer garantias, reais ou 268.074/SSP-DF, CPF nº 099.006.401-87, e Luiz Gonzaga Quintanilha de Oliveira, mesmo pessoais. Art. 11. Os diretores praticarão por sua própria autoridade todos os atos de brasileiro, casado, corretor de imóveis e advogado, CRECI/8ª Região nº 2.660 e OAB/DF nº rotina implícitos em suas atribuições estatutárias, mas a representação da sociedade caberá 1.314, RG nº 1.144.180/IFP-RJ, CPF nº 032.726.727-53, todos residentes em Brasília/DF. 4. apenas ao Diretor Presidente, exceto na emissão das ações da sociedade ou dos títulos que as aprovado o Laudo deAvaliação, pelo qual foram atribuídos aos bens imóveis nele identificados, representem, em que essa representação se dará mediante a sua assinatura em conjunto com inclusive benfeitorias e instalações, o montante total de R$ 485.787,31. 5. lista de subscrição o Diretor Administrativo. § único. É permitida a prestação de fianças, avais ou quaisquer de ações: integralização em bens imóveis, no montante de R$ 485.787,31, à quantia de R$ outras garantias a favor de terceiros, em nome da sociedade. Competência dos Diretores- 114.212,69, da qual foram integralizados, neste ato, R$ 24.212,69, equivalente a 21,19965% Art. 12. Compete à Diretoria: I. fixar a orientação geral dos negócios da sociedade; II. convocar do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro, seriam levadas a depósito no Banco as Assembléias Gerais Ordinária, anualmente, e Extraordinária, quando necessário; III. adquirir, do Brasil S.A., dentro do prazo previsto no Art. 81 da Lei nº 6.404/76, restando ser alienar e hipotecar bens do ativo permanente, bem como ceder, transigir, renunciar direitos e integralizados, pelo subscritor Geraldo Antonio Prearo, R$ 50.000,00, em 4 parcelas iguais fazer acordos; IV. escolher e destituir auditores independentes; V. instalar, transferir ou suprimir de R$ 12.500,00, e pela subscritora Rosangela de Lurdes Veronesi Prearo, R$ 40.000,00, em estabelecimentos e escritórios, nos termos doArt. 2º deste estatuto; VI. apresentar àAssembléia 4 parcelas iguais de R$ 10.000,00, a serem pagas, por ambos os subscritores, em 30.12.04, Geral, na forma da lei, o relatório e as demonstrações financeiras do exercício social, bem 30.04.05, 30.08.05 e 30.12.05. 6. eleição da Diretoria, para um mandato de três anos: como propostas de distribuição e/ou aplicação dos lucros, de modificação do capital social e Diretor Presidente, Geraldo Antonio Prearo, já qualificado e, para Diretor Administrativo, de alteração estatutária; VII. deliberar sobre a participação da sociedade em outras empresas. José Antonio Veronesi, brasileiro, casado, engenheiro agrônomo, residente em Rio Verde/ Art. 13. Compete ao Diretor Presidente: I. representar a sociedade ativa e passivamente, em GO, RG nº 18.813.899/SSP-SP, CPF nº 656.988.606-10. 7. aprovada uma remuneração mensal juízo ou fora dele, em suas relações com quaisquer pessoas jurídicas, de direito público ou de R$ 1.000,00 para o Diretor Presidente e uma remuneração mensal de R$ 800,00 para o privado, e pessoas físicas, praticando todos os atos próprios para a realização de seus objetivos Diretor Administrativo. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, lavrou-se a ata. Extrato e para a defesa e proteção dos direitos e interesses sociais; II. exercer a direção geral dos do original. São Paulo, 30.08.04. (aa) Geraldo Antonio Prearo, Presidente; Rosangela negócios da sociedade, de suas operações e de sua administração, zelando pelo cumprimento de Lurdes Veronesi Prearo, Secretária; José Antonio Veronesi. (a) Hélio Gomes deste estatuto e das deliberações da Assembléia Geral; III. convocar e presidir as Assembléias Pereira da Silva,Advogado - OAB/GO nº 2.847-A. JUCESP NIRE - Registro nº 35300318501, Gerais e as reuniões da Diretoria; IV. constituir procuradores em nome da sociedade, com em 19/10/2004. Pedro Ivo Biancardi Barboza, Secretário Geral. Quer falar com 26.000 empresários de uma só vez?

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Aliança BS Empreendimentos e Participações S.A. (Em constituição) Extrato da Ata da Assembléia Geral de Constituição realizada em 29 de Julho de 2004 Data, Hora e Local: 29 de julho de 2004, às 8 hs., na sua sede social, na Av. Gen. Furtado do reuniões da Diretoria; IV. constituir procuradores em nome da sociedade, com poderes Nascimento, nº 740, 5º andar, Conj. 57, sala 02, SP/SP. Presença: subscritores do capital especificados nos respectivos mandatos, sempre por prazo determinado, exceto no caso de social: Mauro Suaiden, brasileiro, casado, empresário, RG nº 10.385.021/SSP-SP, CPF nº procurações “ad judicia”, que terão validade por prazo indeterminado; V. responder pelo 015.636.208-20, e Verena Maria Bannwart Suaiden, brasileira, casada, empresária, RG acompanhamento, supervisão e cumprimento das normas e dos procedimentos de contabilidade nº 13.497.267/SSP-SP, CPF nº 075.670.198-84, ambos residentes em Rio Verde/GO. Mesa: e auditoria adotados no âmbito da sociedade. Art. 14: Compete ao Diretor Administrativo: I. Presidente: Mauro Suaiden, Secretária: Verena Maria Bannwart Suaiden. Deliberações administrar a parte financeira de todos os contratos e negócios da sociedade; II. exercer Aprovadas por Unanimidade: 1. Criação de uma S/A, de capital fechado, denominada vigilância e permanente controle sobre a existência e movimentação dos valores numerários Aliança BS Empreendimentos e Participações S.A., destinada a participar de empresas e títulos cambiais relacionados com direitos e obrigações da sociedade; III. supervisionar os organizadas para a exploração de empreendimentos específicos. Terá um capital social de R$ trabalhos de natureza operacional da sociedade; IV. dar orientação técnica aos negócios 1.400.000,00, dividido em 1.400.000 ações ordinárias nominativas, sem valor nominal, ao sociais; V. substituir o Diretor Presidente em seus afastamentos temporários, por força de preço de emissão de R$ 1,00 por ação. 2. Estatuto Social: “Aliança BS Empreendimentos deliberação tomada em reunião da Diretoria. Substituição dos Diretores - Art. 15: Na e Participações S.A. - Estatuto Social. Capítulo I. Denominação, Sede, Objeto e ocorrência de vaga de cargo de diretor, a Assembléia Geral, no prazo de trinta dias contados Duração: Denominação: Art. 1º: Aliança BS Empreendimentos e Participações da vacância, elegerá o substituto, que completará o prazo de gestão do substituído. S.A. é uma sociedade anônima fechada que se rege pelo presente estatuto e pelas disposições Remuneração dos Diretores - Art. 16: A remuneração dos membros da Diretoria será legais e regulamentares que lhe forem aplicáveis. Sede - Art. 2º: A sociedade tem sede e foro fixada pela Assembléia Geral, que deverá levar em conta as disposições legais pertinentes. na cidade de São Paulo, capital do Estado de São Paulo, na Av. Gen. Furtado do Nascimento, Capítulo V. Conselho Fiscal - Art. 17: A sociedade terá um Conselho Fiscal composto por nº 740, 5º andar, Conj. 57, sala 02, Alto de Pinheiros, podendo, por deliberação da Diretoria, três membros efetivos e igual número de suplentes, o qual será instalado a pedido de acionistas, instalar, transferir ou suprimir estabelecimentos e escritórios, em qualquer parte do País, observando-se as condições e os requisitos e impedimentos previstos em lei. Art. 18: O Conselho observadas as prescrições legais e regulamentares atinentes à matéria. Objeto - Art. 3º: A Fiscal desempenhará as funções definidas em lei, e cada um de seus membros, quando em sociedade tem por objeto: I. a participação em empresas constituídas para a exploração exercício, além do reembolso de despesas previsto em lei, perceberá uma remuneração permanente de empreendimentos específicos, ainda que de diferentes setores econômicos e correspondente a 10% da que, em média, for atribuída a cada diretor. Capítulo VI. Exercício objetivos diversos; II. a locação de bens móveis e imóveis próprios. Duração - Art. 4º: O Social, Balanço e Distribuição de Lucros - Art. 19: O exercício social coincidirá com o prazo de duração da sociedade é indeterminado. Capítulo II. Capital Social e Ações - Art. ano civil, encerrando-se, portanto, a 31 de dezembro de cada ano. § 1º Em cada ano, poderão 5º: O capital da sociedade é de R$ 1.400.000,00, dividido em 1.400.000 ações ordinárias ser levantados balanços mensais, trimestrais ou semestrais, com observância de todas as nominativas, sem valor nominal. Art. 6º: As ações, os certificados de múltiplos de ações ou as prescrições legais e regulamentares aplicáveis à matéria. § 2º Os balanços mensais, trimestrais cautelas que as representem conterão todos os requisitos legais e serão assinados por dois ou semestrais serão consolidados em um balanço geral do exercício, que deverá apresentar as diretores. § 1º Os certificados de múltiplos de ações ou as cautelas que as representem poderão mesmas demonstrações financeiras previstas na lei das sociedades por ações. Art. 20: Apurado ser desdobrados ou substituídos a pedido de acionista, a preço de custo. § 2º A sociedade o resultado do exercício, dele serão deduzidos, sucessivamente, eventuais prejuízos acumulados poderá adquirir as próprias ações, a fim de cancelá-las ou mantê-las em tesouraria para e a provisão para o imposto de renda, destinando-se, em seguida, 5% do lucro líquido para a posterior alienação, mediante autorização da Diretoria. Art. 7º: Cada ação dá direito a um constituição da reserva legal, nos termos da lei. § Único: A Assembléia Geral poderá, por voto nas deliberações da Assembléia Geral. Capítulo III. Assembléia Geral - Art. 8º: A proposta da Diretoria, promover ajustes subseqüentes no lucro líquido do exercício, constituindo Assembléia Geral, com as funções e atribuições previstas em lei, reunir-se-á, ordinariamente, ou revertendo reservas de contingência e de lucros a realizar, na forma da lei. Art. 21: Em dentro dos quatro primeiros meses seguintes ao término do exercício social e, cada exercício, o dividendo obrigatório será de 25% do lucro líquido ajustado nos termos do extraordinariamente, sempre que os interesses sociais assim exigirem. Art. 9º: A Assembléia Art. 202 da Lei nº 6.404, de 15/12/1976, com suas alterações posteriores. § Único:A Assembléia Geral será convocada pela Diretoria, podendo também essa convocação ser feita pelo Conselho Geral pode, desde que não haja oposição de qualquer acionista presente, deliberar a distribuição Fiscal, se em funcionamento, ou por acionistas, nos casos previstos em lei. § Único: Os trabalhos de dividendo inferior ao obrigatório, nos termos deste artigo, ou a retenção de todo o lucro. da Assembléia Geral serão instalados e dirigidos pelo Diretor Presidente, que convidará um Capítulo VII. Disposições Finais - Art. 22:A sociedade entrará em liquidação nas hipóteses dos presentes para secretariar a reunião. Capítulo IV. Administração - Diretoria e previstas em lei. Art. 23: Os casos omissos neste estatuto serão regulados pela lei das Mandato - Art. 10: A sociedade será administrada por uma Diretoria composta por dois sociedades por ações e pelas disposições legais e regulamentares que se aplicarem às membros, acionistas ou não, eleitos em Assembléia Geral e por ela destituíveis a qualquer sociedades dedicadas a empreendimentos e participações.” 3. Definitivamente constituída a tempo, designados Diretor Presidente e Diretor Administrativo. § 1º O mandato da Diretoria Aliança BS Empreendimentos e Participações S.A., com um capital social de R$ será de três anos, contados da Assembléia Geral Ordinária que a eleger. § 2º O mandato dos 1.400.000,00. 4. Nomear três peritos para procederem à avaliação dos imóveis a serem diretores estender-se-á até a investidura dos novos eleitos. § 3ºA investidura dos administradores conferidos ao capital social em pagamento de parte das ações a serem subscritas: Aristeu eleitos, em seus respectivos cargos, dar-se-á mediante a assinatura de termo de posse lavrado Bernardes Filho, brasileiro, casado, contador e economista, CRC/GO/T/DF nº 282 e no livro de Atas das Reuniões da Diretoria. § 4º Para o exercício de seus cargos, ficam os CORECON/11ª Região nº 984, RG nº 347.776/SSP-DF, CPF nº 004.503.081-20, Fernando administradores dispensados da prestação de quaisquer garantias, reais ou mesmo pessoais. Victor Castanheira de Carvalho, brasileiro, casado, engenheiro civil, CREA/DF nº 2.531/ Art. 11: Os diretores praticarão por sua própria autoridade todos os atos de rotina implícitos D, RG nº 268.074/SSP-DF, CPF nº 099.006.401-87, e Luiz Gonzaga Quintanilha de em suas atribuições estatutárias, mas a representação da sociedade caberá apenas ao Diretor Oliveira, brasileiro, casado, corretor de imóveis e advogado, CRECI/8ª Região nº 2.660 e Presidente, exceto na emissão das ações da sociedade ou dos títulos que as representem, em OAB/DF nº 1.314, RG nº 1.144.180/IFP-RJ, CPF nº 032.726.727-53, todos residentes em que essa representação se dará mediante a sua assinatura em conjunto com o Diretor Brasília/DF. 5. O laudo de avaliação perfaz o montante de R$ 1.202.662,70, correspondente Administrativo. § Único: Fica expressamente vedado a qualquer diretor prestar, em nome da ao somatório dos valores atribuídos pelos peritos aos bens descritos no referido laudo, para sociedade, fianças, avais ou quaisquer outras garantias que configurem atos de liberalidade a produção de todos os efeitos em direito admitidos, especialmente os relacionados com a ou de mero favor, não se incluindo nessa proibição a dação de aval coberto por garantia de transferência dos bens objeto de avaliação para o patrimônio desta sociedade. 6. Subscrição penhor ou hipoteca. Competência dos Diretores - Art. 12: Compete à Diretoria: I. fixar a de todo o capital social, para integralização em bens imóveis, no montante supracitado de orientação geral dos negócios da sociedade; II. convocar as Assembléias Gerais Ordinária, R$ 1.202.662,70, e em dinheiro, na quantia de R$ 197.337,30, da qual foram integralizados, anualmente, e Extraordinária, quando necessário; III. adquirir, alienar e hipotecar bens do neste ato, R$ 27.337,30, restando ser integralizados, pelo subscritor Mauro Suaiden, R$ ativo permanente, bem como ceder, transigir, renunciar direitos e fazer acordos; IV. autorizar 120.000,00, em 4 parcelas iguais de R$ 30.000,00, e pela subscritora Verena Maria Bannwart expressamente, em reunião, o Diretor Presidente a avalizar terceiros, desde que recebendo em Suaiden, R$ 50.000,00, em 4 parcelas iguais de R$ 12.500,00, a serem pagas, por ambos os favor da sociedade uma das garantias previstas na parte final do § único do Art. 11; V. escolher subscritores, em 29/11/2004, 29/03/2005, 29/07/2005 e 29/11/2005. 7. Eleição da e destituir auditores independentes; VI. instalar, transferir ou suprimir estabelecimentos e Diretoria, para um mandato de três anos: Diretor Presidente, Mauro Suaiden, já escritórios, nos termos do Art. 2º deste estatuto; VII. apresentar à Assembléia Geral, na forma qualificado, e, Diretor Administrativo: Davino Aparecido Cordeiro, brasileiro, casado, da lei, o relatório e as demonstrações financeiras do exercício social, bem como propostas de administrador de empresas, residente em Rio Verde/GO, RG nº 6.398.003/SSP-SP, CPF nº distribuição e/ou aplicação dos lucros, de modificação do capital social e de alteração 559.250.148-04. 8. Fixada a remuneração mensal de R$ 1.000,00 para o Diretor Presidente estatutária; VIII. deliberar sobre a participação da sociedade em outras empresas. Art. 13: e de R$ 800,00 para o Diretor Administrativo. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, Compete ao Diretor Presidente: I. representar a sociedade ativa e passivamente, em juízo ou lavrou-se a ata. São Paulo, 29.07.04. (aa) Mauro Suaiden, Presidente; Verena Maria fora dele, em suas relações com quaisquer pessoas jurídicas, de direito público ou privado, e Bannwart Suaiden, Secretária; Mauro Suaiden; Verena Maria Bannwart Suaiden; pessoas físicas, praticando todos os atos próprios para a realização de seus objetivos e para a Aristeu Bernardes Filho, Avaliador; Fernando Victor Castanheira de Carvalho, defesa e proteção dos direitos e interesses sociais; II. exercer a direção geral dos negócios da Avaliador; Luiz Gonzaga Quintanilha de Oliveira, Avaliador; Davino Aparecido sociedade, de suas operações e de sua administração, zelando pelo cumprimento deste estatuto Cordeiro. (a) Hélio Gomes Pereira da Silva, OAB/GO nº 2.847-A. JUCESP NIRE nº e das deliberações da Assembléia Geral; III. convocar e presidir as Assembléias Gerais e as 35300317092, em 11.08.04. Pedro Ivo B. Barboza, Secretário Geral.


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

quinta-feira, 6 de julho de 2006

RESENHA

NACIONAL

COTAS E A MAIORIA SILENCIOSA JOÃO DE SCANTIMBURGO

esfarelaram em 15 dias. Mas esse é um tema sobre o qual os intendentes da causa não querem ouvir a população. Tentaram até mesmo impedir que os deputados votassem. Um grupo de intelectuais foi ontem entregar um documento aos presidentes da Câmara e do Senado, desta feita a favor da cotas. Entre os signatários estava Fábio Konder Comparato, uma espécie de animador de auditório das teses plebiscitárias. Desta feita, ele não quer ouvir o povo. Ah, sim, se eu tivesse alguma dúvida sobre a minha opinião a respeito, ela teria sido desfeita de imediato: Emir Sader está lá, defendendo o estatuto. Sader é aquele que, num artigo, referindo-se à

PROPAGANDA ELEITORAL

É

Céllus

O

tal Estatuto da Igualdade Racial e a política de cotas raciais nas universidades acabarão sendo aprovados. É mais uma vitória dos “profissionais” da causa sobre o cidadão comum. Afinal, trabalha-se ate mesmo com a mentira deslavada de que a maioria no Brasil é constituída de negros, quando não é: a maioria é branca 52,3%; declaram-se pardos 41,4%, e apenas 6% são negros. Registre-se, a propósito, que as distinções visíveis, digamos, a olho nu, entre “brancos” e “pardos” são cada vez menos perceptíveis. Para a maioria de brancos, pardos e negros, a questão não tem a menor importância. O Brasil discrimina é pobre. Os números dos estudantes

A linguagem e o poder BENEDICTO FERRI DE BARROS

Políticos têm medo de comprar briga universitários, demonstrarei isso aqui mais tarde, provam que as cotas são desnecessárias porque o perfil da universidade já acompanha o da sociedade no que respeita às raças. As distorções são ligeiras e acabarão em breve. Sem precisar estuprar a Constituição. Mas, mesmo assim, a tendência é que se aprove o tal estatuto porque os políticos ficarão com medo de comprar briga com as lideranças barulhentas. Eis aí uma daquelas causas que eu adoraria ver votadas num referendo ou num plebiscito. Afinal, todos amamos o povo, não é mesmo? Questões como essa sempre me remetem ao referendo sobre a proibição da venda de armas legais. Não havia um só bacana no Brasil que não votasse “sim”. Quando as coisas foram devidamente explicadas ao distinto público, os quase 80% de “sim” se

política israelense de eliminação dos terroristas, escreveu: “Os assassinatos seletivos visam à eliminação física dos principais líderes palestinos, aqueles que podem catalisar a identidade de um povo sem Estado e sem pátria.” Eu nunca tinha olhado o terrorismo segundo o prima da catalisação da identidade... Sader é mesmo um pensador admirável. E, claro, nesse particular, as oposições continuarão caladas, reféns do PT. Sabem quem, definitivamente, não precisa de cotas no Brasil? Os idiotas. Já estão bem representados. Algum deputado aceitaria patrocinar um projeto exigindo que só bípedes com a coluna ereta podem exercer cargo público ou dar aula em universidade? COMENTÁRIO EDLTADO NO BLOG DO JORNALISTA REINALDO AZEVEDO HTTP://BLOGDOREINALDOAZEVEDO. BLOGSPOT.COM/

N o Brasil, os idiotas não precisam de cotas.

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

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Beto Barata/AE

A

subordinação aos valores da lógica, da ética e da estética são as características que distinguem o pensamento e a conduta humana da ordem que comanda a existência das demais espécies de seres. Esses estão regidos pela simples ordem zoológica darwiniana da luta pela vida e a sobrevivência dos mais fortes, isto é, pela supremacia do "poder". A vida social entre os homens repousa sobre a comunicação entre eles, e essa comunicação é operacionalizada fundamentalmente pela linguagem. Fica assim patente que se na linguagem a verdade for substituída pela mentira, ninguém entende mais nada. Assim, a torre de Babel que resulta da prostituição da linguagem e conduz ao abandono da lógica na convivência humana, produz uma dissolução social que inviabiliza a convivência sob o comando dos valores humanistas, regredindo-se à ordem zoológica da supremacia do poder. É por esta razão que todos os regimes totalitários, que radicalmente se fundam sobre "o poder", estabelecem a supremacia da mentira sobre a verdade. Essa característica foi constatada tanto nos totalitarismos de direita como nos de esquerda, mas foi nos desta última espécie que se aprofundaram os estudos, constatando-se que a oficialização da mentira se tornou uma das chaves essenciais desse tipo de governo. A "linguagem de pau", na qual se troca o sim

pelo não e o "não-disse" pelo que "disse", e o "sei" pelo que "não-sei", foi analisada por Orwell em seu 1984. O "duplo falar e o duplo pensar" que caracterizam os regimes totalitários, acham-se exaustivamente analisados em trinta páginas da monumental obra erudita O fenômeno totalitário, de Roque Spencer Maciel de Barros (Editoras Itatiaia e da USP, 1990).

E

sse "duplo falar e duplo pensar" são parte integrante da logocracia, o regime do blá-blá-blá megalomaníaco Lula-petista. Esse fenômeno vem ocorrendo no cotidiano da vida brasileira. Neste caso, ele foi mais longe do que simplesmente usar a língua de pau. Ao afirmar durante todo seu primeiro mandato que não sabia se re-candidataria, Lula simultaneamente percorria todo o país em campanha pré-eleitoral. Como continua a fazer. Muito mais grave do que isso, se é possível, outras infrações contra o regime constitucional, o Estado de Direito e a simples decência, vêm sendo praticadas pelo presidente e seu partido, burlando a legislação eleitoral com vistas a sua re-eleição, sem que qualquer providência seja tomada pelas autoridades responsáveis. Por se tratar de assunto complexo, que exige análise mais ampla e profunda, dele trataremos em próximo artigo, A nomenklatura brasileira, a ser publicado amanhã.

A oficialização da mentira se tornou chave essencial de certo tipo de governo

A opção é nossa ARNALDO MADEIRA

S

ejamos francos, absolutamente sinceros: o leitor contrataria os préstimos de um curioso para arrumar o motor de seu carro? A leitora confiaria os cuidados de seu filho caçula, de poucos meses, a uma babá que não suporta criança e que não se dá sequer ao trabalho de conferir a temperatura do leite posto na mamadeira e que logo, logo, vai descer garganta abaixo do querido rebento? Creio que não. Por que, então, insistimos em ser assim, tão generosos, com os aqueles nos pedem o voto? Está mais que provado que o amadorismo é, por destino, inservível. Tanto para o leitor que precisa pôr o motor do carro em funcionamento e para a leitora que precisa ter um mínimo de paz no seu trabalho, como para o cidadão que não abdica do sonho de viver num país onde as instituições funcionem a contento. Não se pode mais aceitar que a cada troca de governo se promova um desmonte da máquina pública, que programas bem-sucedidos sejam enterrados em nome de promessas que jamais se concretizam e que Estado, governo e partido acabem sendo postos na panela que prepara um angu anti-republicano. O Estado é permanente; o governo tem prazo delimitado. Quando um partido, a exemplo do que fez o PT, toma de assalto o Estado e o governo, por meio de um aparelhamento jamais visto entre nós, tudo é possível – exceto a possibilidade de o país dar certo, de se ter eficiência. Temos de partir, de uma vez por todas, para a construção de um Estado profis-

sional, eficiente, que seja um grande prestador de serviços à sociedade. Em São Paulo, este passo já foi dado. Teve início com a eleição de Mário Covas. E ganhou continuidade na gestão Geraldo Alckmin. Por meio da tecnologia da informação e também por conta dos investimentos feitos na capacitação profissional de milhares de servidores, foi possível reduzir, significativamente, os custos de serviços e obras prestados por terceiros e aumentar a qualidade do atendimento à população. Aqui, não se teve o desrespeito de tirar funcionários qualificados e experientes de suas funções para substitui-los por pessoas cuja única "qualificação" é pertencer ao partido que está no poder.

O

s resultados são de conhecimento público. Cito apenas dois exemplos: (1) o Poupatempo, que ganhou uma versão móvel, é aprovado pela quase totalidade de seus usuários; (2) as compras feitas por intermédio da bolsa eletrônica e dos pregões presenciais reduziram de maneira significativa os gastos do governo estadual. De cada cem ambulâncias adquiridas, um quarto tem custo "zero". Por conta da competição, do barateamento promovido pela concorrência sem cartas marcadas. Um mundo melhor é possível, mas ele não prescinde de boas escolhas. ARNALDO MADEIRA, DEPUTADO FEDERAL, É VICE-LÍDER DO PSDB NA CÂMARA DEP.ARNALDOMADEIRA@UOL.COM.BR

O Estado é permanente; o governo tem prazo delimitado.

de conhecimento de todos os brasileiros, eleitores, que no próximo mês de outubro se realizará pleito nacional para a escolha do presidente da República, e também de governadores, deputados e senadores, que comporão o sistema político brasileiro. É, portanto, da maior importância a eleição de 2006, na qual se empenharão os candidatos à Presidência da República e aos demais cargos, nos quais se decidirá a sorte da Nação. Pelo que nos é dado observar até agora, não se espere da campanha política grandes discursos e idéias luminosas sobre o destino da Nação, nem soluções práticas para florescer sobre os excessos atribuídos aos candidatos, na sua porfia de tentarem chegar à consecução do seu objetivo político.

Não se espere da campanha política grandes discursos e idéias luminosas sobre o destino da Nação

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oi-se o tempo do Brigadeiro Eduardo Gomes, com os seus discursos estupendos, bem escritos, terçando temas de interesse público, escritos com belo estilo e cadência rítmica favorável de ser captada. Infelizmente, os candidatos apostos nas lutas partidárias não parecem dispostos a oferecerem as suas luzes, ou as luzes de seus assessores, para darem um rumo à campanha presidencial, e às demais que influirão decisivamente no destino de cada brasileiro. Não esqueça o homem que moureja no trabalho que sua vida depende do governo que estiver no alto dos postos que serão disputados, e que, portanto, devem ser colocados no poder com suficiente conhecimento de todos os programas nacionais, que não são poucos, para melhorar o estado de vida de cada brasileiro, ainda carente de uma conjuntura que o alivie das incertezas que é obrigado a viver, por lhe faltar o apoio do Estado e de seu Poder. É o que tenho a dizer aos eleitores, que são milhões, e aos que me lêem, nesse momento decisivo para o povo, que espera uma realização de cunho vivo e forte no cargo a que seus candidatos forem eleitos. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 6 de julho de 2006

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Política

Isto é uma previsão para duas eleições, primeiro e segundo turnos. Geraldo Alckmin, candidato da coligação PSDB/PFL

GASTOS DA CAMPANHA OS CUSTOS VARIAM DE ACORDO COM A COLIGAÇÃO. ENQUANTO O PT PREVÊ ORÇAMENTO DE QUASE R$ 90 MILHÕES, O PEQUENO PSOL DA SENADORA HELOÍSA HELENA VAI DISPOR DE APENAS R$ 5 MILHÕES PARA FINANCIAR TODA A CAMPANHA. Givaldo Barbosa / Agência O Globo

PSDB PREVÊ ATÉ R$ 85 MI

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mais cara campanha eleitoral para presidente da República começa oficialmente hoje. Os sete candidatos ao Palácio do Planalto anunciaram ontem ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que, juntos, prevêem teto de gastos de R$ 279,1 milhões para se elegerem. O partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva prevê gastar R$ 89 milhões (veja reportagem nesta página, à direita); Geraldo Alckmin, do PSDB, vem em segundo lugar, com R$ 85 milhões; Luciano Bivar (PSL), R$ 60 milhões; Cristovam Buarque (PDT) e José Maria Eymael (PSDC), R$ 20 milhões cada; Heloisa Helena (PSol), R$ 5 milhões e Rui Pimenta (PCO), R$ 100 mil. Limite – O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, informou nesta quarta-feira que o limite de gastos de sua campanha eleitoral é de R$ 85 milhões. "Isto é uma previsão para duas eleições, primeiro e segundo turnos. Isto é o teto, certamente o gasto será bem menor e a arrecadação também será bem menor", disse Alckmin a jornalistas após participar de reunião do conselho político de campanha. "Faremos uma campanha com o menor gasto possível e

rigorosamente cumprindo a legislação", disse. Para isso a campanha terá um comitê financeiro composto pelo jurista Miguel Reale Jr. e pelo vereador José Anibal. Acima dos limites – Na eleição passada, os candidatos previram gastar R$ 133,6 milhões. O então candidato José Serra (PSDB) declarou o teto de R$ 60 milhões; Lula, R$ 48 milhões; Anthony Garotinho (PSB), R$ 25 milhões; Ciro Gomes (PPS), R$ 250 mil; José Maria de Almeida (PSTU) e Rui Pimenta, R$ 200 mil. A previsão de gastos é um dado que a Justiça Eleitoral exige de cada candidato, mas ele pode fazer correções sem problemas. Na eleição de 2002, por exemplo, Lula previu inicialmente que gastaria R$ 36 milhões. No meio da campanha aumentou as despesas para R$ 48 milhões e acabou declarando R$ 39 milhões. Limitações – Desta vez, a campanha tem restrições impostas pelo Congresso e pelo TSE. Está proibida, por exemplo, a distribuição de brindes, camisetas e cestas básicas. Desaparecem os outdoors, cartazes luminosos e faixas, bem como pôsteres em bens públicos, em paradas de ônibus e orelhões. E os trios elétricos não podem mais ser transformados em palanque. (Agências)

UM EVENTO PARA LANÇAR OS TUCANOS

Domingos, assim como lideranças e candidatos do PSDB, PFL, PPS e PTB, sendo estas três últimas, legendas coligadas aos tucanos em São Paulo. O encontro será realizado no Clube Pinheiros, à noite, a partir das 19h. "Estamos dando início a uma caminhada muito difícil, e vamos contar com forças de todo o Estado, principalmente prefeitos e vereadores, que são agentes muito importantes neste processo", avaliou o presidente estadual do PSDB, deputado Sidney Beraldo. (AE)

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PSDB promove hoje, em São Paulo, um encontro suprapartidário para marcar o início das campanhas de Geraldo Alckmin à Presidência da República e de José Serra ao governo do Estado. De acordo com o partido, o evento contará com as presenças de Alckmin e Serra e do candidato do PFL ao Senado, Guilherme Afif

HELOÍSA HELENA: R$ 5 MILHÕES, NO MÁXIMO.

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companhada de um grupo de cerca de 30 militantes, a senadora Heloísa Helena (PSol-AL) compareceu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na tarde de ontem para registrar sua candidatura. Em meio aos gritos de "para combater o mensalão, é Heloísa Helena presidente da nação", a senadora informou que estipulou o teto de R$ 5 milhões para sua campanha e criticou os adversários, que farão campanhas bem mais robustas. "O montante de recursos que os candidatos mais poderosos apresentaram ao TSE não é uma boa sinalização, é uma sinalização perversa do abuso do poder econômico e dos riscos de corrupção. O meu País ficará orgulhoso de ter uma mulher na Presidência que não mente, não trai, não rouba, nem deixa roubar. O essencial

é que o povo recupere a esperança", disse. Para conseguir os R$ 5 milhões, Heloísa Helena aposta no apoio dos fundadores de seu partido. Segundo ela, se cada um dos 500 mil que assinaram a ficha de criação do PSol contribuírem com R$ 10, a legenda conseguirá o dinheiro. "Por enquanto não temos nem 10 mil", disse. PCO – O Partido da Causa Operária (PCO) protocolou no Tribunal Superior Eleitoral o registro da candidatura do jornalista Rui Costa Pimenta à presidência da República. Seu companheiro de legenda, Pedro Paulo de Abreu Pinheiro, capixaba de 48 anos, concorrerá como vice. Pimenta, de 29 anos, disputa o cargo pela segunda vez e declarou que pretende gastar até R$ 100 mil na campanha. (Agências)

ESTIMATIVA DO PT: R$ 89 MI

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Berzoini, presidente do PT, e José de Fillipi, tesoureiro: precaução. Jamil Bittar / Reuters

O candidato Geraldo Alckmin discute estratégias com líderes do PSDB Givaldo Barbosa / Agência O Globo

Francisca Silva Queiroz doa R$ 20,00 para a campanha da senadora

m seu pedido de registro das candidatur a s d o p re s i d e n t e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e José Alencar (PRB) à reeleição, a coligação 'A Força do Povo, que reúne militantes do PT, do PRB e do PCdoB, apresentou uma estimativa de gastos máximos de R$ 89 milhões com sua campanha presidencial. A informação foi dada ontem ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ainda assim, o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), destacou que essa previsão de gastos de R$ 89 milhões "não é o orçamento da campanha, que deverá ter um valor bem inferior a isso". Berzoini afirmou que a previsão é apenas uma garantia para que o partido não seja posteriormente punido com possível excesso de gastos. Ou seja, o valor foi propositalmente elevado para que o PT não seja surpreendido com acusações referentes a diferenças expressivas no valor declarado. O pedido de registro da coligação 'A Força do Povo' foi o terceiro recebido pelo tribunal. Na segunda-feira, o Partido Social Liberal (PSL) registrou chapa única formada pelo exdeputado federal Luciano Bivar, candidato a presidente, e pelo ministro aposentado do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Américo de Souza, candidato a vice. Ontem, foi protocolado o pedido de registro da chapa do Partido Democrático Trabalhista (PDT), que lançou a candidatura do senador e ex-

ministro da Educação Cristovam Buarque à presidente da República e do senador Jefferson Peres (AM) a vice-presidente. O prazo para que os partidos políticos e coligações solicitassem à Justiça Eleitoral o registro de seus candidatos terminou às 19 horas de ontem. Caso não o tenham feito, o próprio candidato pode requerer o registro até sexta-feira. Esses prazos foram definidos pela Lei 9.504/97 (Lei das Eleições), em seu artigo 11. Enquanto os candidatos a presidente e vice-presidente são registrados no TSE, o registro dos candidatos a governador e vice-governador, senador e suplentes, deputados federal, estadual e distrital deve ser feito nos respectivos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), em conformidade com o artigo 22 da Resolução 22.156, do TSE. A assessoria do TSE lembra que, uma vez protocolado o registro da candidatura ou chapa, cabe à Justiça Eleitoral aferir os requisitos legais referentes a filiação partidária, domicílio e quitação eleitoral, bem como a comprovada inexistência de prática de crimes eleitorais pelos candidatos. Os pedidos de registro são então distribuídos para a análise pelos ministros que integram o TSE, que devem homologá-los. Todos os pedidos, impugnados ou não, devem ser julgados até o dia 23 de agosto, conforme disposto no Calendário Eleitoral. (AE)

Leia na página 5 qual o patrimônio declarado dos candidatos.


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Eleições Planalto CPMI Congresso

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quinta-feira, 6 de julho de 2006

INVESTIGAÇÃO NA EDUCAÇÃO SÓ APÓS AS ELEIÇÕES

SOB SEGREDO DE JUSTIÇA, PARLAMENTARES FARÃO DEFESA POR ESCRITO.

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presidente da CPMI dos Sanguessugas, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), começou a notificar os 15 parlamentares que estão sendo investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento com a compra superfaturada de ambulâncias. Os parlamentares terão cinco dias úteis, a partir do recebimento da notificação, para apresentar explicações por escrito à comissão. Biscaia defendeu a apresentação e aprovação do relatório com o nome de todos os parlamentares supostamente envolvidos em agosto. Biscaia observou que o inquérito contra os 15 parlamentares corre em segredo de Justiça. Por isso, o petista pretende notificá-los através de um ofício sigiloso. "Vou expedir ofícios sigilosos, que pretendo entregar em mãos, para que os 15 parlamentares se expliquem por escrito", explicou. "Nosso objetivo no Congresso é identificar os parlamentares do esquema das ambulâncias. Já existem elementos suficientes contra 57", afirmou o presidente da CPMI. A pedido da Procuradoria Geral da República, o Supremo autorizou a abertura de inquéritos contra 15 deles. Outros 42 pedidos contra deputados e senadores estão em avaliação. Educação– Segundo Biscaia, a investigação sobre esquema semelhante de desvio de recursos orçamentários nos ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia não será feita agora. Por enquanto, a CPMI vai focar suas apurações apenas nos documentos enviados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público sobre a máfia das ambulâncias. As investigações sobre o uso irregular de recursos para compra de transporte escolar e para veículos do programa de inclusão digital só serão feitas depois das eleições de outubro. Na reunião administrativa de ontem, não houve quórum para analisar o pedido de quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico dos investigados. Também foi adiada a discussão da convocação dos três últimos ministros da Saúde: Saraiva Felipe (PMDB) e Humberto Costa (PT), ambos do governo Lula, além de José Serra (PSDB). (AE)

Beto Barata/AE

Já existem elementos suficientes contra 57 parlamentares. Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), presidente da CPMI dos Sanguessugas

Eymar Mascaro

De olho na TV

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conselho que cuida da campanha do PSDB decidiu que Geraldo Alckmin precisa usar ao máximo a televisão, no mês de julho, para expor suas idéias e levar sua mensagem ao eleitor. Só assim o tucano pode sustentar a tendência de crescimento nas pesquisas. Como o PSDB, PFL e PPS, partidos que apóiam o candidato, não têm mais programas de TV este mês, a ordem é o candidato ocupar espaço na mídia fazendo campanha nos centros que dispõem de emissoras de televisão. Os tucanos ficaram satisfeitos com o crescimento do candidato nas pesquisas, mas admitem que sem a exposição na TV, Alckmin terá dificuldade de continuar subindo. O conselho de campanha está elaborando uma agenda para o candidato cumprir nos principais centros. Será através desses pólos que o PSDB quer irradiar a campanha para todas as regiões.

QUEDA Presentes à reunião administrativa da CPMI: Raul Jungmann, Biscaia, Almir Lando e Gabeira.

SANGUESSUGAS: 15 PARLAMENTARES SÃO NOTIFICADOS. Roosewelt Pinheiro/Ag.Senado

SUPLICY : LULA ESTÁ EM SITUAÇÃO DIFÍCIL.

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senador Eduardo Suplicy (PT-SP) afirmou ontem que o presidente Luiz Inácio da Silva encontra-se diante de uma "decisão difícil" depois da aprovação no Senado do reajuste de 16,6% para aposentados e pensionistas do INSS. Embora evitasse dar como certo o veto do presidente à medida, Suplicy afirmou que Lula irá adotar uma postura responsável em relação ao assunto, considerando o impacto financeiro que o reajuste teria nos cofres públicos. "O presidente tem que tomar uma decisão bastante difícil, mas que será compreendida à medida que está transparente a dificuldade

Senador Eduardo Suplicy

dessa definição", disse Suplicy, que disputa um novo mandato de senador nas próximas eleições. Segundo ele, o presidente Lula está diante de duas alternativas: vetar a medida para evitar o impacto nas contas públicas que vem sendo estimado por autoridades econômicas ou buscar novos mecanismos de financiamento para a Previdência, a fim de atenuar os efeitos no orçamento da União.

Mesmo assim, Suplicy admitiu que, em sua opinião, a segunda opção (de buscar novas formas de aumentar a arrecadação previdenciária) parece muito pouco viável diante do atual cenário. "Acho que, no momento, isso é muito difícil", afirmou. Venezuela– Em discurso no plenário do Senado, Suplicy comentou a entrada da Venezuela no Mercosul e o temor de Hugo Chávez. "A influência conjunta dos demais membros do bloco não permitirá que a agenda ou a retórica do Mercosul seja conduzida pela Venezuela ou qualquer outro país individualmente", afirmou . O Brasil, segundo o senador, "poderá exercer um papel moderador ou apaziguador, como já o fez anteriormente por ocasião de conflitos entre a Venezuela e outros países". (Agências)

Fotos: Chico Batata/Diário do Amazonas

Tucanos e pefelistas têm como meta a queda de Lula nas pesquisas. Não basta que seu candidato cresça. É preciso que o petista desabe. Alckmin cresceu sete pontos percentuais na pesquisa Datafolha (foi de 22% para 29%), mas em compensação Lula se manteve estável, com 46% de índice de intenção de voto.

PÉ NO CHÃO Os candidatos estão liberados para a campanha a partir de hoje, mas devem obedecer a uma série de regras impostas pela Justiça Eleitoral. Distribuição de brindes, como camisetas e chaveiros e a colocação de cartazes e placas em postes, por exemplo, estão proibidos.

CHEGADA Alckmin quer chegar em agosto (dia 15 daquele mês começa a campanha na televisão) encostado em Lula nas pesquisas. O tucano acha que pode levar vantagem na TV porque dispõe de mais tempo de campanha do que o petista: quase nove minutos contra seis minutos do adversário.

CAMPANHA Depois de assegurar o apoio do governador de Santa Catarina, Luiz Henrique (PMDB), Alckmin procura desfazer o nó no PMDB do Paraná. Os peemedebistas paranaenses estão divididos entre Alckmin e Lula, mas os tucanos estão desconfiados de que o governador Roberto Requião está pró-Lula.

REPETECO Em outro Estado do Sul, no Rio Grande, Alckmin e Lula ainda brigam pelo apoio do governador Germano Rigotto (PMDB). Alckmin quer crescer no Sul e Sudeste para reduzir a vantagem que Lula leva no Nordeste. O tucano, porém, também está investindo nos votos nordestinos.

estadual ainda não emplacou.

IMPORTÂNCIA O PT está de olho nos Estados de São Paulo, Rio e Minas. Seu candidato está bem situado nas pesquisas no Rio e em Minas, mas perde em São Paulo. Em tempo: com cerca de 25 milhões de votos, São Paulo é o principal colégio eleitoral do País.

PARALELO O comando de campanha do PT insiste para que Lula continue estabelecendo uma comparação entre seu governo e as duas gestões de Fernando Henrique Cardoso. Os tucanos, no entanto, também decidiram que Alckmin não vai morder a isca e vai tirar FHC do foco da campanha.

ALERTA O ministro Tarso Genro volta a advertir o PT de que a campanha de presidente será acirrada. Tarso está convencido de que a eleição será decidida somente no 2º turno. Tarso Genro e Tasso Jereissati têm algo em comum: ambos não querem ver a militância de seus partidos de salto alto.

VETO O PT está temeroso de que Lula sofra significativo desgaste com o veto que pretende sugerir ao projeto aprovado no Congresso concedendo aumento de 16,67% aos aposentados do INSS. Sabe-se, por exemplo, que o aumento beneficia mais de 10 milhões de aposentados da Previdência.

FATURA Caberá aos governistas José Sarney e Renan Calheiros comunicar o apoio de diretórios estaduais do PMDB a Lula. Os dois senadores falam que o apoio pode abranger mais de 15 diretórios. Haverá uma barganha: Sarney e Calheiros querem que o PMDB participe de um eventual segundo governo petista.

QUEM CUIDA

CANDIDATO. E AGRESSOR.

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vereador mais votado de Manaus, Sabino Castelo Branco (ex-PP e agora PFL), candidato a deputado federal, foi acusado de agredir sua mulher, a delegada Vera Lúcia Castelo Branco. Fotos dela com hematomas e dentes quebrados (acima) foram publicadas em jornais da região. A agressão teria sido na segunda-feira. A coordenadora estadual da União Brasileira de Mulheres (UBM), Vanja Andréa Santos, disse que a entidade pedirá a cassação de Sabino. (AE)

Foi entregue ao candidato a vice na chapa do PSDB, José Jorge, a tarefa de alavancar a candidatura de Alckmin no Nordeste. Detalhe: José Jorge é de Pernambuco e fará a campanha no Nordeste acoplado ao presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati.

PREOCUPAÇÃO Lula está preocupado com o crescimento de Alckmin em São Paulo. O petista admite que será difícil uma recuperação no Estado porque Alckmin deixou o governo com mais de 60% de índice de aprovação. O PT luta ainda contra uma adversidade: a candidatura de Mercadante ao governo Sabino: o vereador mais votado.

DEBATES Mirando-se no exemplo de Fernando Henrique Cardoso em 1998, também Lula não quer participar de debates com Alckmin e outros candidatos na televisão. O petista admite, por enquanto, que deve participar de apenas um debate, no 2º turno.


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Finanças Empresas Energia Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 6 de julho de 2006

Venda de veículos novos teve primeira queda no ano. Copa do Mundo pode ter sido o motivo.

URUGUAI É ALVO DE INVESTIMENTO DA PETROBRAS

PRESIDENTE DIZ QUE ALIANÇA NÃO PODE SER CONTAMINADA POR DISCUSSÃO SOBRE PREÇO DO GÁS

LULA PROMETE AJUDA À BOLÍVIA

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p re s i d e n t e L u i z Inácio Lula da Silva reuniu-se a portas fechadas com seu colega boliviano Evo Morales na terça-feira, logo após a cerimônia de assinatura do protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul. Lula disse a Morales que o Brasil pretende retomar a "agenda positiva" com a Bolívia, mas insistiu em um ponto considerado crucial para o Palácio do Planalto: a aliança não pode ser contaminada pela negociação em torno do preço do gás natural. Lula procurou amenizar as divergências motivadas pela tentativa boliviana de politizar o debate, exigindo antes de mais nada o reajuste do preço do gás fornecido ao Brasil. Diplomático, pediu paciência para que seja formada uma "parceria mais efetiva". "Isso é como casamento: demora, mas o que queremos é que seja duradouro", comparou Lula, reeditando o estilo paz e amor de candidato à reeleição. Com o argumento de que "ninguém vai importar ou vender ideologia", o presidente repetiu o bordão da "convivência democrática na adversidade". "Não temos que discutir apenas os problemas do gás, até porque o contrato (com a Petrobras) já prevê isso", ponderou. "Os países (mais pobres) precisam de muita coisa e, se nós quisermos paz na Bolívia, no Uruguai e no Paraguai, temos de ajudar. Não tem como escapar", disse Lula. Morales adotou o mesmo tom conciliador e disse ter ficado "muito surpreso" com a solidariedade. Observou, no entanto, que sua decisão de nacionalizar as reservas de gás, em maio, não foi tomada para provocar conflito com a Petrobras nem com o governo brasi-

leiro. "Gás é um patrimônio nacional. Isso é uma questão de princípio", rebateu. Convite – Durante o encontro, Lula seguiu o exemplo do líder venezuelano Hugo Chávez e também convidou Evo Morales a ingressar no Mercosul como sócio pleno. "Continuaremos conversando e seguramente teremos uma reunião em Córdoba (Argentina), nos dias 20 e 21 deste mês", respondeu o presidente boliviano, em referência ao próximo encontro de cúpula do Mercosul. Bem-humorado, Lula arriscou um "portunhol" ao lembrar que, na lista de projetos para a parceria com a Bolívia, está a construção de "algumas carreteras (rodovias)". Coube ao presidente boliviano explicar que a estrada mencionada por Lula é um corredor ligando La Paz a Pando, no Norte da Bolívia. "Queremos integrar La Paz, Beni e Pando com esse corredor", contou Morales. Outros temas – O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que no roteiro dos assuntos debatidos para a agenda positiva entrou até o Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam). De concreto, Lula e Morales combinaram formar uma comissão entre os dois países para acertar os projetos de investimentos. Uma equipe técnica brasileira estará hoje em La Paz para verificar que tipo de casamento é possível sair do papel. "Vamos ver o financiamento de algumas coisas que o Brasil pode vender para a Bolívia e, assim, tentar encontrar soluções para nossas divergências porque estamos fazendo política de Estado, e não política de partidos", declarou Lula. Outro assunto que entrará na pauta diz respeito à situação ilegal de brasileiros que vivem na Bolívia. (AE)

Petrobras pretende ampliar investimentos no Uruguai

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o contrário do que ocorre na Bolívia, onde novos investimentos estão suspensos à espera de melhor definição regulatória e política, a Petrobras decidiu aumentar suas atividades no Uruguai. Nesse país a empresa já participa da distribuição e revenda de petróleo e gás natural desde 2004. Ontem, os ministros de Energia do Brasil e do Uruguai e os presidentes das petrolíferas estatais de cada país disseram que a Petrobras estuda a possibilidade de ampliar e modernizar a refinaria de La Teja. A capacidade de processamento de 50 mil barris de petróleo por dia poderia ser elevada para 60 mil ou 70 mil, segundo o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. Ele afirmou que o projeto ainda está em fase de análise, mas prevê que o óleo pesado de Marlim, na Bacia de Campos, seja processado pela refinaria La Teja, no Uruguai. Os derivados abasteceriam o mercado uruguaio e seriam exportados também para a Argentina. "Nosso objetivo é logisticamente ter mais sinergia com o mercado argentino. Lá (na Argentina), há deficiência de óleo diesel; poderíamos levar petróleo de Marlim para ser refinado em La Teja e exportar para o mercado argentino. É uma questão de logística", disse o presidente da Petrobras. De acordo com o presidente da estatal uruguaia Ancap, Daniel Martinez, o país não tem produção de petróleo e importa todo o óleo consumido a um custo anual de US$ 900 milhões. O executivo estima que a am-

pliação da capacidade de refino e conversão demandará investimentos da ordem de US$ 400 milhões a US$ 500 milhões. "Estamos estudando essa opção com a PDVSA (venezuelana) e a Petrobras. A idéia é aumentar a capacidade de processamento de petróleo e de conversão da refinaria. As negociações com a Petrobras estão evoluindo. A companhia brasileira tem interesse certo", disse Martinez. Ele acrescentou que as negociações com a PDVSA estão paradas. Energia – Os ministros de Energia e os presidentes das duas petrolíferas assinaram ontem um memorando de entendimento para desenvolver a integração energética entre os dois países. Brasil e Uruguai assumiram o compromisso de finalizar estudos para construir uma linha de transmissão de 400 quilômetros de extensão, que interligará os países. O investimento previsto é de US$ 150 milhões, e a linha de transmissão terá capacidade de transportar mil megawatts de energia, o equivalente ao consumo total do Uruguai. "Isso significa que o discurso está se transformando na materialização da integração do Mercosul. A partir desse momento, as coisas começam a andar efetivamente", disse Silas Rondeau, ministro brasileiro de Minas e Energia. Por sua vez, o ministro do Uruguai, Jorge Lepra, afirmou que Brasil e Uruguai são "países irmãos". O evento foi marcado por manifestações de ambos os lados de fortalecimento do Mercosul, que agora passa a contar com a Venezuela. (Agências)

Dida Sampaio/AE - 04/07/2006

Patrícia Cruz/LUZ

Em Caracas, Lula falou a Morales que pretende retomar "agenda positiva" com a Bolívia

Queda acentuada na venda de motos surpreendeu

Copa afeta venda de carros

A

s vendas de carros e comerciais leves registraram queda de 10,23% em junho com relação a maio, o maior índice de decréscimo do ano. O resultado é creditado à participação do Brasil na Copa do Mundo. No acumulado do primeiro semestre, o setor teve crescimento de 8,23%. Foram comercializadas 814.4665 unidades neste ano, contra 752.682 nos primeiros seis meses do ano passado. "Como o movimento no mês passado caiu muito por causa dos jogos, ainda não dá para falar que existe uma tendência de retração. Vamos aguardar o comportamento de julho", disse o presidente da Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos Automotores (Fenabrave), Sérgio Reze. Segundo ele, a derrota do Brasil no dia 1º deste mês, che-

gou a prejudicar o movimento no domingo, que normalmente é um dia bom de vendas na região metropolitana de São Paulo. "A saída do Brasil da Copa gerou uma espécie de ressaca", comentou Reze. Resultados – Foram emplacados 139.527 automóveis e comerciais leves no mês passado, enquanto em maio as vendas atingiram 155.421. O resultado de junho indica estabilidade com relação ao mesmo mês do ano passado (queda de apenas 0,3%). A Fenabrave estima para o ano uma alta do mercado interno em torno de 10%. "Começamos com uma meta de 8,5% e posteriormente a reprogramamos para 11%. Agora fizemos um pequeno ajuste para baixo", afirmou o presidente da entidade. A participação dos veículos bicombustíveis chegou a

Preço do petróleo alcança novo valor recorde de alta

O

aumento da tensão geopolítica e as previsões de queda dos estoques de gasolina nos Estados Unidos (EUA) levaram os preços futuros de petróleo a fecharem em novo nível recorde de US$ 75,19 o barril. O recorde anterior era de US$ 75,17, registrado em 21 de abril. Os futuros de petróleo atingiram ainda nova máxima intraday recorde de US$ 75,35 o barril. Os ganhos ocorreram assim que os investidores retornaram do feriado prolongado de quatro de julho nos EUA e iniciaram o novo trimestre com a elevação dos preços dos futuros de petróleo, convencidos de que a demanda em alta e as crescentes ameaças à oferta global da commodity vão levar a preços mais elevados no segundo semestre. "O novo trimestre tirou o capital de risco do esconderijo", disse Phil Flynn, analista da Alaron Trading Corp em Chicago. "Os funds que realizaram lucro ou fugiram do mercado, com os temores de aperto monetário, estão agora rondando para ver onde é o melhor lugar para colocar o dinheiro", acrescentou. Com o mercado se tornando bullish (de alta), os traders começam a olhar para a próxima marca, de US$ 80 o barril. "As pessoas já estão falando dos US$ 80", disse Pe-

ter Beutel, presidente da Cameron Hanover. "Este é o nosso próximo nível de teste e, quanto mais nos aproximarmos, mais provável ficará o alcance de fato dessa meta", acrescentou. O movimento de alta do complexo de energia também ocorreu em meio a crescente tensão global, com o teste de mísseis da Coréia do Norte e o adiamento da reunião entre negociadores do Irã e da União Européia sobre o pacote de incentivos criado para convencer Teerã a desistir de seu programa de enriquecimento nuclear. O forte ganho dos futuros de gasolina também ajudou a alimentar a alta do petróleo. Os contratos de gasolina para agosto fecharam a US$ 2,2758 o galão, alta de 570 pontos (2,57%), impulsionados pela perspectiva de queda dos estoques comerciais dos EUA. Os estoques de gasolina tendem a diminuir nesta época, auge do consumo com as férias de verão. Contudo, neste ano, o fechamento prolongado do canal de navegação Calcasieu, na Louisiana, forçou as refinarias a reduzirem a produção, o que pode ter contribuído para um declínio ainda mais acentuado dos estoques na semana passada, pressionando os preços. (AE)

82,43% do total do mercado. "Esse índice deve ficar estável a partir de agora porque tem carros importados a gasolina e também alguns veículos nacionais top de linha que não possuem motor flex", explicou o executivo. Considerando o segmento de automóveis e comerciais leves, a Fiat é lider de vendas no acumulado do primeiro semestre, com 200.985 unidades. Na seqüência – numa disputa muito acirrada pela vice-liderança – vêm Volkswagen e General Motors (185.987 e 185.226, respectivamente). O Volkswagen Gol se mantém na liderança do mercado nacional, com um total de 14.196 unidades emplacadas em junho. O Fiat Palio e o Chevrolet Celta ocupam as posições seguintes, seguidos do Uno, Corsa Sedã e Fox.

Todos os segmentos representados pela Fenabrave tiveram desempenho negativo no mês passado. As vendas de caminhões caíram 12,35% (5.938 unidades, ante 6.775 em maio) e as de ônibus, 21,71% (1.464 e 1.870, respectivamente). A surpresa foi a queda, de 11,14%, nas vendas de motos, que totalizaram 100.007 unidades em junho, ante um resultado de 112.549 em maio. "Esse movimento é atípico. Já faz quase dez anos que o mercado de motos não sofre retração", destacou Reze. No acumulado de janeiro a junho, as vendas de motos totalizam 603.656 unidades, com crescimento de 25,43% em relação às 481.264 comercializadas no mesmo período de 2005. O resultado deste ano é recorde absoluto do setor. Alzira Rodrigues

INTERNET Brasil engatinha em tecnologias

A

s disparidades econômicas e sociais no Brasil se refletem no acesso às novas tecnologias. O País ocupa apenas a 71ª posição entre as 180 economias mais adaptadas às novas tecnologias de comunicação, ainda que regiões como o Sudeste possam estar nos mesmos níveis de países ricos. Estudo feito pela União Internacional de Telecomunicações (órgão da Organização das Nações Unidas, ONU) aponta que o Brasil foi um dos sete que mais evoluíram desde 2001. Ainda assim, não consegue superar países como Chile, Argentina, U ru g u a i e Ve n e z u e l a . N o mundo, o índice de oportunidade digital é liderado por Coréia, Japão e Dinamarca. O preço de uma ligação de celular no Brasil é um dos mais altos do mundo, enquanto a média de computadores por grupo de 100 habitantes é inferior ao índice mundial. Nas Américas, o País é apenas a 19ª economia em termos de desenvolvimento digital, critério conhecido na ONU como índice de oportunidade digital e que mede 11 critérios, incluindo acesso, preço e infraestrutura. A liderança regional é do Canadá, seguido por Estados Unidos. O Brasil, porém, está em uma situação mais confortável que Cuba, Peru, Paraguai e Bolívia. Mas o País é um exemplo usado pela ONU como uma economia pode apresentar realidades tão distantes – no caso, entre as re-

giões Norte e Nordeste e as regiões Sul e Sudeste. Em termos de celulares, por exemplo, 46 em cada 100 brasileiros têm aparelho. A média é inferior à do continente americano, onde existem 51 usuários para cada 100 habitantes. Em números absolutos, porém, o Brasil é o segundo da região, com 86 milhões de usuários. O País supera a média mundial, que é de 33 usuários para cada 100 pessoas. O p ro b l e m a , s e g u n d o a ONU, é que o brasileiro paga em média US$ 0,53 por uma chamada de um minuto. O valor é um dos maiores das Américas, onde a média é de US$ 0,32. Apenas o Equador tem taxas mais altas. A média mundial da tarifa de um celular por minuto também é bem inferior à do Brasil: US$ 0,31 por minuto. Na Argentina, o valor é de US$ 0,24 por minuto e chega a US$ 0,28 nos Estados Unidos. Internet – Já em relação ao acesso à internet, o Brasil ocupa a 17ª posição entre os países das Américas. Para cada 100 pessoas no País, 12,1 são usuários. Isso significa que, no total, 22 milhões de brasileiros têm acesso à rede, média inferior à da região das Américas e à mundial. No planeta, para cada 100 pessoas, 13,6 têm acesso à rede. Vários países da América do Sul têm um índice de conexão superior ao Brasil, como Uruguai e Argentina. Nos Estados Unidos, 56 em cada 100 americanos têm internet. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 6 de julho de 2006

Indicadores Econômicos

7

0,25

por cento foi o Custo Unitário Básico (CUB) da construção civil paulista em junho, segundo Sinduscon-SP.

5/7/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 03/07/2006 03/07/2006 03/07/2006 03/07/2006 03/07/2006

P.L. do Fundo 5.905.198,84 1.336.868,94 6.370.960,46 9.710.223,32 1.061.063,58

Valor da Cota Subordinada 1.117,003102 1.039,508521 1.084,568813 1.071,807552 1.030,792028

% rent.-mês 0,0445 -0,0319 0,0036 0,1685 0,0441

% ano 14,3333 3,9509 8,4569 7,1808 3,0792

Valor da Cota Sênior 0 1.050,988065 1.060,835246 0 0

% rent. - mês 0,0567 0,0617 -

% ano 5,0988 6,0835 -

rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


DIÁRIO DO COMÉRCIO

PENEDO

quinta-feira, 6 de julho de 2006

TURISMO - 1

10 OPÇÕES PARA PASSAR AS FÉRIAS NA FAZENDA Confira a programação para toda a família nos melhores hotéis-fazenda do País. Tem cavalgada, ordenha de vacas, esportes de aventura... Pág. 4

Rio ou Alagoas? Fotos: Divulgação

Fotos: Kelly Ferreira

A pesar de terem o mesmo nome, essas duas cidades brasileiras guardam riquezas bem diferentes. Uma é famosa pelo charme de suas pousadas, pela alta gastronomia e pela casa do Papai Noel, que fica no alto da serra fluminense. A outra, à beira do Rio São Francisco, no Nordeste, encanta por seu valioso patrimônio histórico e cultural, feito de igrejas e sobrados dos séculos 17 e 18. Págs. 2 e 3

Veja mais imagens desta edição na nossa galeria de fotos virtual no site www.dcomercio.com.br/ galeria/boa viagem_index.htm

Nas montanhas do Rio, essa Penedo (fotos à esq.) herdou o estilo, a culinária e os costumes da Europa, sobretudo dos imigrantes finlandeses. Já a Penedo nordestina (fotos a dir.) preserva, além de ruelas seculares, manifestações folclóricas típicas, como a banda de pífaro. Na cozinha, delícias regionais com peixes, carne de sol e macacheira (mandioca)

Divulgação


quinta-feira, 6 de julho de 2006

P

Congresso Planalto TSE CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO Luciano Bivar, candidato à Presidência da República pelo PSL, tem um patrimônio de R$ 8.775.519,14.

PRESIDENCIÁVEIS FICAM MAIS RICOS

LULA E ALCKMIN PRA INGLÊS VER

ara o jornal britânico Financial Times , os dois principais candidatos à Presidência da República nas eleições de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o tucano Geraldo Alckmin, têm muitas coisas em comum. Na edição de ontem, o diário destaca as diferenças de origem entre os dois para em seguida apontar as semelhanças. O diário afirma que ao conversar com as pessoas que estão elaborando os programas de governo dos dois candidatos " às vezes é difícil diferenciá-los". Marco Aurélio Garcia, assessor de Lula, apresenta uma lista das prioridades: inclusão social através de criação de empregos; desenvolvimento econômico através da contínua estabilidade e investimento em infraestrutura; reforma política e avanços na educação, especialmente concentrados na ciência e tecnologia. José Carlos Meirelles, do lado de Alckmin, tem uma lista similar: um vigoroso programa educacional concentrado na escola primária e mais foco na ciência e tecnologia; crescimento através de

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investimentos em infraestrutura; reforma política; e redução da burocracia e do custo do governo. Segundo o FT, Meirelles também acha difícil discordar de boa parte das políticas de seus opositores. O jornal comenta que "seria fácil concluir que eles têm idéias similares para como atingir seus objetivos", mas vai além em suas considerações e afirma: "Embora o PT negue isso, continuar com a atual política econômica significa manter as medidas introduzidas pelo governo anterior do PSDB: usar uma política monetária apertada para combater a inflação e supostamente uma política fiscal rígida – cortando gastos em investimentos, embora permitindo que os gastos correntes aumentem – para atacar o elevado nível de dívida do governo, equivalente hoje a 50% do PIB e um grande obstáculo para o investimento". Ao finalizar, destaca que "Lula talvez entenda melhor do que qualquer um no Brasil o papel da inflação baixa para melhorar as condições de vida do pobre , daí sua vigorosa (embora publicamente discreta) defesa da independência do Banco Central". (AE)

PATRIMÔNIO DE LULA DOBRA EM QUATRO ANOS. BIVAR E EYMAEL SÃO OS MAIS RICOS.

N

o registro de sua candidatura no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou bens no valor de R$ 839.033,52, quase o dobro dos R$ 422.949,32 declarados em 2002, antes de assumir o governo. Já o tucano Geraldo Alckmin declarou ao TSE um patrimônio de R$ 691.698,99. Em 2002, tinha R$ 554.458,48. Lula manteve seus apartamentos em São Bernardo do Campo, além de duas poupanças, um terreno, também em São Bernardo, uma aplicação financeira e um carro. De 2002 para cá, ele adquiriu aplicações em fundos de ações da Petrobras, Vale do Rio Doce, Banco do Brasil e Bradesco, o que teria elevado seus ganhos. As maiores aplicações do presidente são em dois

fundos : Banco do Brasil e Bradesco. No BB, tem R$ 156 mil e no Bradesco, R$ 111 mil. Nanicos ricos– O exdeputado federal Luciano Bivar, candidato à Presidência pelo PSL, é o mais rico, com bens que somam os R$ 8.775.519,14, seguido por José Maria Eymael (PSDC), com R$ 985.832,95 declarados. O senador Cristovam Buarque (DF), candidato do PDT, declarou ter R$ 769.198,70 este ano. A senadora Heloísa Helena (PSol-AL) apresentou ao TSE em 2002 um patrimônio de R$ 59.996,75 e agora subiu sua declaração para R$ 89.750,00. Ela tem um sexto de um apartamento que recebeu de herança em Alagoas. O candidato Rui Pimenta, do PCO, declarou bens no valor de R$ 33 mil, referentes a um terço de um imóvel. (Agências)

POR UM BRASIL DECENTE

O

nome da coligação PSDB – PFL que disputará a eleição presidencial com a candidatura do tucano Geraldo Alckmin será "Por um Brasil Decente". Na reunião de ontem do Conselho Político da campanha em Brasília, líderes dos dois partidos, além do presidente do PPS, deputado Roberto Freire (PE),

começaram a montar a agenda. Hoje, primeiro dia da campanha oficial, Alckmin estará em Florianópolis (SC), para inaugurar o palanque de sua candidatura com o PMDB, PFL, PSDB e PPS. À noite participará de uma reunião de prefeitos que apóiam sua candidatura em São Paulo, juntamente com o candidato ao governo estadual, José Serra. (AE)


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Tr i b u t o s Finanças Empreendedores Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 6 de julho de 2006

A Inarco já chegou a produzir 50 mil brindes por mês, principalmente para a indústria farmacêutica.

FÁBRICA DE TRÓFEUS CRESCE 10% AO ANO

Fotos: Marcos Fernandes/Luz

Esculturas e troféus tornaram-se a especialidade da Inarco. Inicialmente, a empresa fazia brindes.

PRÊMIO AO SUCESSO DO FABRICANTE DE TROFÉUS

EMPREENDEDORES Ugolini no show room da empresa: durante o plano Collor, dormiu com US$ 600 mil e acordou sem nada nos bolsos

Empresário reestruturou negócio várias vezes até começar a produzir troféus

À LETREIRO

O

logotipo da International Art Company, a Inarco, acompanha a empresa desde sua criação, em 1988. O "i" protegido pelo arco foi idealizado pelos artistas plásticos Elvio Becheroni e Franco De Renis, parceiros de Leonardo Ugolini – o proprietário – na concepção inicial do negócio. O empreendedor conta que os artistas criaram a letra "i" como representante da figura humana. A abertura no arco que a envolve foi idealizada para ser um ponto de entrada de luz. E o conjunto da logomarca simboliza uma figura humana de luz interior. (FL)

SEGREDO

A

observação de que as empresas voltaram-se mais para ações internas, após o plano Collor, e a ação pró-ativa de Leonardo Ugolini abriram um nicho crescente de negócio com os troféus, que hoje representam 90% da receita da Inarco. Com os brindes, a personalização dos trabalhos foi a grande sacada para diferenciar-se da invasão dos similares importados da China, a preços muito menores. Além disso, o empresário cita a criatividade como seu grande segredo de sucesso. "Quanto mais se usa a criatividade, mais se cria." (FL)

s vésperas do Plano Collor, o empresário Leonardo Ugolini contabilizava US$ 600 mil em projetos encomendados por empresas de diferentes ramos de atividade. Sua recém-criada Inarco colhia os frutos do reconhecimento pela especialização em conceber grandes esculturas. A clientela, formada basicamente por companhias de grande porte, encomendava as obras para enfeitar suas sedes, escritórios ou logradouros públicos. Havia o estímulo da Lei Sarney, de incentivo à cultura, que lhes permitia abater o investimento do Imposto de Renda. "No plano Collor, fui dormir com US$ 600 mil em encomendas e acordei com 100 cruzeiros na poupança, de uma conta minha e outra, da minha filha", lembra-se Ugolini. Os projetos? Todos cancelados. Renascimento Na época, Ugolini observou uma mudança de rumo das ações promocionais das empresas. "Com o plano econômico e o final da Lei Sarney, elas se voltaram mais para ações internas de incentivo." Como todo empreendedor nato, Ugolini vislumbrou nessa mudança a possibilidade de criar um novo mercado para a Inarco. Afinal, ações internas de incentivo poderiam gerar demanda por troféus, pensou o empresário. "Na época era mais comum as empresas darem prêmios em dinheiro. Nós começamos a mostrar a idéia dos troféus", conta. Era uma ação paralela à da produção de brindes, que a empresa já tinha. A Inarco chegou a fabricar 50 mil peças para ações promocionais de laboratórios farmacêuticos. E até meados dos anos 90, eram o carro-chefe do negócio. No entanto, a importação de produtos chineses do gênero, muito mais baratos, afetou as encomendas de brindes. E, mais uma vez, Ugolini teve de adaptar seu negócio. "Reforçamos a área de troféus e agregamos valor aos brindes", conta o empresário. Hoje, a Inarco chega a aceitar encomenda de até uma peça, como o sino de recepção que faz para a rede de hotéis Meliá, sempre que a marca

abre nova unidade, em qualquer parte do mundo. Segundo análise de Ugolini, a permanência de clientes de grande porte na empresa é fruto desse tratamento personalizado e da busca constante pela especialização. São nomes como Johnson & Johnson, General Motors, Associação Brasileira dos Lojistas de Shopping Centers (Alshop), entre tantos outros. Em 2005, por exemplo, foram produzidos na Inarco os troféus do Grande Prêmio de Fórmula 1, realizado no Brasil. A empresa tem cerca de 1,2 mil clientes fixos, 800 deles de grande porte. Prêmio No ano passado, o reconhecimento ao trabalho também chegou em forma de premiação. A Inarco foi escolhida pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) como a Indústria do Ano, na categoria pequena empresa. No caminho rumo a esse patamar confortável de reconhecimento, no entanto, o empresário escreveu uma história de constante renascimento, iniciada muito antes das mazelas do plano Collor o forçarem à mudança de rumo. Dinamismo Nascido na Itália, Ugolini tinha 20 anos quando chegou ao Brasil, vindo dos Estados Unidos, para onde se mudara para estudar inglês e fugir do serviço militar italiano. Aqui, motivado pelos cinco idiomas que falava – e também porque fora guia turístico em Florença, na Itália – , montou uma agência de turismo, que se tornou inviável pelos altos índices de inflação. A formação em escola de arte, na Itália, também lhe abriu portas para atuar como marchand. E, por conta disso, conheceu os artistas plásticos florentinos Elvio Becheroni e Franco De Renis, com os quais concebeu e recriou a Inarco. "Incorporamos a marcenaria de Becheroni e a fundição de Franco ao negócio." Atualmente, a Inarco é uma empresa de estrutura familiar, onde trabalham Ugolini, sua mulher e filha. Opera com 30 funcionários, cresce 10% ao ano e já dá seus primeiros passos rumo ao mercado externo. "Quanto mais você usa sua criatividade, mais você cria. Associei isso ao meu negócio", diz o empreendedor, para justificar o próprio sucesso. Fátima Lourenço

No ano passado, a Inarco ganhou prêmio do Ciesp para pequena empresa

Família comanda a empresa

Linha de produção, onde já foram feitos até troféus de Fórmula 1

Empresa tem 30 funcionários

No show room, mostra do que a empresa produz

PEDRA

A

edição do plano Collor foi o momento mais difícil para a sobrevivência da Inarco. Além de ficar descapitalizada, a empresa perdeu, em poucos dias, projetos já encomendados no total de US$ 600 mil. Como primeira tentativa de amenizar o impacto, o proprietário, Leonardo Ugolini aproveitou seus conhecimentos de arte e percorreu Itália, França e Bélgica com uma exposição de trabalhos em madeira, do sócio Elvio Becheroni. "Eu precisava sair daquela situação inesperada. Só me lembro que, de imediato, fui atrás disso." (FL)

CABECEIRA Encantar é bom negócio

N

ão basta vender produtos ou oferecer serviços de qualidade. É preciso encantar o cliente. Os depoimentos de executivos de 11 empresas brasileiras, como TAM e O Boticário, foram compilados por Roberto Meir e Alexandre Volpi em O Brasil que Encanta o Cliente (Editora Campus) e mostram os segredos para manter o cliente fiel em tempos de concorrência acirrada.

Todas as histórias são recheadas de experiências de respeito ao consumidor. Dora Carvalho Divulgação


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 6 de julho de 2006

1

600

milhões de reais será o valor inicial dos recursos do novo fundo Infra-Brasil, que será lançado hoje

Milton Mansilha/LUZ

AUMENTA O ÍNDICE DE CONFIANÇA DO CONSUMIDOR BRASILEIRO O Índice Nacional de Confiança (INC), medido pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), registrou 126 pontos em junho, graças, segundo economistas, a fatores positivos como queda da inflação e recuperação da renda Mais disposição para as compras: na Região Sudeste, o índice de confiança do consumidor registrou 135 pontos

tos em abril; 130 em maio e chegou a junho na casa dos 135 pontos. Para o economista Emílio Alfieri, da ACSP, a desclassificação da equipe brasileira de futebol vai se fazer sentir no levantamento de julho e "não me surpreenderia se houvesse queda", previu o economista. De acordo com a pesquisa, na região Centro-Oeste, o otimismo do consumidor está em queda. Registrou 136 pontos em abril, 127 em maio e 122 na última apuração. Segundo Alfieri, a rota é descendente por conta da quebra da safra da soja. Na mesma linha, a região Sul vê a confiança de seu consumidor superando o p e s s i m i s m o : re g i s t ro u 9 7 pontos em junho; 108 em maio e 110 em abril último. Temas – Ao entrevistar mil brasileiros de diferentes classes sociais, o estudo busca avaliações isoladas sobre temas. No quesito economia atual, 43% dos entrevistados acreditam que ela está "forte", contra 33% que a vêem como "fraca". No futuro próximo ou seis meses à frente, 38% dos entrevistados pensam que a economia "se fortalecerá". Contudo, 51% dos entrevistados apostam que não haverá qualquer mudança significativa. A situação pessoal das fi-

nanças foi definida, segundo o levantamento, como ruim por 38% dos ouvidos. Para 39% dos entrevistados é tida como boa ou muito boa. Nas projeções futuras, 56% esperam que sua situação financeira melhore. Mas para 11% ela deve piorar. Varejo – O comércio de eletrodomésticos pode se beneficiar do otimismo do consumidor, já que 41% dos entrevistados responderam que comprariam bens duráveis no curto prazo. Da mesma maneira, os investimentos de longo prazo, como fundos de educação e planos de Previdência, podem ter a adesão de 44% da amostra. Casas e carros estão fora das expectativas de 49% do universo de consumo nacional. Método – A metodologia do INC é a mesma praticada nos Estados Unidos, pela Universidade de Michigan, informa Emilio Alfieri. O economista da ACSP esclareceu que, mesmo com o INC acima dos 100 pontos, o consumidor brasileiro vive uma realidade diversa do norte-americano, cujos índices geralmente ficam abaixo dessa pontuação, "mas possuem muito mais recursos que podem se voltar para o consumo do que nós", completou. Kleber Gutierrez

Indústria: encomendas em alta no segundo semestre

Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou ontem indicadores que confirmam a recuperação da atividade econômica. Segundo a pesquisa da entidade, as vendas reais tiveram uma expansão de 0,73% em maio ante abril. Em relação a maio de 2005, as vendas cresceram 4,55% e, nos primeiros cinco meses deste ano, 1,59%. O nível de emprego industrial teve um crescimento de 0,46% em maio, na comparação com abril, e aumento de 1,14% em relação a maio do ano passado. De janeiro a maio, as vagas de trabalho na indústria de todo País cresceram 0,86% em comparação ao mesmo período de 2005. Esse é o quarto mês consecutivo de expansão do emprego industrial. O cenário é favorável para parte considerável da indústria, sobretudo os setores ligados ao consumo, beneficiados por aumento de renda, inflação controlada, indicadores macroeconômicos favoráveis e juros em queda. A indústria elétrica e eletrônica, por exemplo, acompanha a curva de crescimento do País. Como a expectativa de alta para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano está em torno 4%, o setor também reage para cima, segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). No primeiro trimestre, o faturamento real do setor teve incremento de 18% sobre o mesmo período do ano

A

SOS Serviço de cheques na internet Associação Comercial de São Paulo (ACSP) acaba de lançar mais um serviço considerado de utilidade pública. Trata-se do SOS Cheques &

A

Documentos na Web, a versão eletrônica do que já vem sendo praticado há 20 anos pelo telefone, define a gerente da Unidade de Negócios de Pessoa Física, Roseli Garcia, que trata de documentos e cheques perdidos ou roubados. O serviço gratuito, que atenderá 24 horas por sete dias na semana, chega para se unir a outros já implantados pela entidade, como o conteúdo online das cartilhas Limpe Seu Nome e Como Administrar Seu Orçamento e Consulta ao Serviço de Proteção ao

Crédito com senha. Denúncias – A demanda esperada para o SOS na Web, conforme a gerente da Unidade de Negócios da Pessoa Física, é de 4 mil a 5 mil denúncias efetivadas por mês. Um serviço que chega embalado pela tendência de ampliação de canais de acesso, voltado para os consumidores que já se utilizam da internet para comunicação e transações financeiras, define Roseli. Mais informações podem ser obtidas no site www.apoio aoconsumidor.com.br. (KG)

Inflação é a menor desde 94 Índice de Preços ao Consumidor (IPC) calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) da USP teve deflação de 0,31% no município de São Paulo em junho. Com esse resultado, o IPC acumulou no primeiro semestre alta de 0,1% na capital paulista. É a menor variação do índice para a primeira metade de um ano desde o início do Plano Real, em julho de 1994. Até então, a menor inflação acumulada de janeiro a junho havia sido verificada em 2000, quando o IPC foi de 0,88%. Na terceira prévia do mês, o índice teve queda 0,44%; no fechamento de maio, o IPC-Fipe havia apontado deflação de

O

0,22%. No acumulado de 12 meses até junho, a inflação foi de 1,86% em São Paulo, índice que só perde na comparação com o período de julho de 1998 a junho de 1999, quando houve deflação de 0,5%. Vale destacar que, em 1998, o IPC fechou com variação negativa de 1,79%. "Apesar de o índice cheio ser o menor desde o Plano Real, observando os grandes grupos, só alimentação apresentou o melhor desempenho no mesmo período", comparou o coordenador do IPC, Paulo Picchetti. Revisão – Ontem, Picchetti revisou para baixo sua projeção para a inflação na capital paulista neste ano. Sua estimativa atual é de que os preços su-

bam, em média, 2,5% em 2006, ante projeção anterior de 4%. No final de 2005, a previsão para o ano seguinte era de uma alta de 4,5%. Ele disse que a segunda metade do ano terá uma inflação "bem maior" do que a do primeiro semestre. Na avaliação do coordenador do índice, a trajetória de deflação do IPC nos últimos meses chegou ao final. Em maio, o indicador ficou negativo em 0,22% e, no mês passado, em 0,31%. "A taxa de junho não ficou muito distante da projeção de queda de 0,4% para o final do mês, mas verificamos que na última semana do mês as quedas verificadas até então já vinham perdendo a intensidade", disse. (AE)

Infra-estrutura ganha fundo setor de infra-estrutura receberá uma nova fonte de financiamentos. Os três principais fundos de pensão de empresas estatais – Petros (ligado à Petrobras), Previ (do Banco do Brasil) e Funcef (ligado à Caixa) – e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) anunciarão hoje o lançamento do fundo de investimentos em infraestrutura Infra-Brasil. Segundo fontes envolvidas na operação, o fundo deve começar com recursos de aproximadamente R$ 600 milhões, mas com potencial de atingir a marca de R$ 1 bilhão. O evento de lançamento será realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e terá a participação da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. O governo tem muito interesse no projeto porque avalia que investimentos em infra-estrutura são necessários para alavancar o ritmo de crescimento da economia. Nesse sentido, além do apoio ao projeto, o governo estuda novas fontes de recursos para o setor, entre elas o uso de parte do Patrimônio Líquido do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para investimentos em infra-estrutura, estimado em cerca de R$ 20 bilhões.

O

passado. No segundo, a projeção é ainda melhor. "Não há nada que possa interromper o processo de crescimento, porque o segundo semestre é sempre melhor para a indústria", diz a Abinee. Depois de amargar um 2005 sem crescimento de produção e faturamento, o setor de brinquedos também aposta em ganhos neste ano. Com produção concentrada no segundo semestre, por conta do Dia das Crianças e do Natal, os fabricantes estimam alta da produção de 5% sobre o ano passado. Vale ressaltar, no entanto, que apesar da projeção de aumento das encomendas, a Associação Brasileira da Indústria de Brinquedos (Abrinq) ainda quer avaliar o impacto do fim das salva-

guardas aos brinquedos, que ocorreu na semana passada. Em baixa – Já as mudanças na velocidade da moda levaram o varejo a diminuir o tempo para cada encomenda feita aos fabricantes de calçados. Há alguns anos, os pedidos à indústria eram feitos com meses de antecedência. Agora, com novas coleções sendo lançadas mensalmente, os pedidos são feitos com 15 dias do prazo para entrega. Apesar da dificuldade de projetar como estão as encomendas no mercado interno, a Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados) tem registrado quedas na produção. De janeiro a abril deste ano, foram exportados 70,4 milhões de pares de calçados, ante 76,2 milhões no mesmo período de 2005. (AE)

Atualmente, os recursos são aplicados em títulos públicos. Segundo o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy, não há uma previsão de quando a medida deverá ser adota-

da ou se de fato o será. Godoy explicou que a intenção é permitir que os recursos do patrimônio líquido sejam aplicados diretamente em empreendimentos ou em fundos, como no caso do Infra-Brasil. (AE)

Factoring

DC

O

Índice Nacional de Confiança (INC) atingiu a marca de 126 pontos em junho, confirmando a tendência de recuperação apresentada em maio, quando foi fechado em 116 pontos. A medição é feita pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em parceria com o instituto de pesquisas Ipsos Public Affairs, e avalia a predisposição do brasileiro ao consumo em 70 cidades de nove regiões metropolitanas do País. A pontuação vai de zero a duzentos. Até 99 pontos, o índice mostra pessimismo do consumidor; 100 pontos, caracteriza neutralidade; e de 100 a 200 pontos, estabelece o otimismo em diferentes níveis. O diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP, Marcel Solimeo, atribui a melhora do índice a fatores conjunturais positivos, como a queda da inflação, a recuperação de empregos e renda – influenciada pelo aumento do salário mínimo – e a injeção de recursos na economia através de investimentos públicos. Regiões – Na região Sudeste, a confiança do consumidor cresceu embalada pela euforia que antecedeu a Copa do Mundo. O índice registrou 123 pon-

O que é Factoring? É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com


Consumidor está mais confiante Economia/1

Ano 81 - Nº 22.163

São Paulo, quinta-feira 6 de julho de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Casal foi executado pelas Farc?

Edição concluída às 23h50

Cidades/5

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

Arte com fotos de Damir Sagolj/Reuters (seleção), Wilson Dias/Abr (Suplicy), Jane de Araújo/Ag.Senado (H.Helena e Mercadante), Ricardo Stuckert/PR (Lula), Rodrigo Paiva/AE (Alckmin), Luludi/Luz (Afif e Serra), Valéria Gonçalvez/AE (Quércia), Mônica Zarattini/AE (Plínio Sampaio), Marcos Fernandes/Luz (Eymael e Cristovam Buarque)

Serra (1), Lula (3), Alckmin (4), Plínio (7), Mercadante (5), Afif (2), Suplicy (9), Heloísa Helena (6), Eymael (8), Cristovam (11) e Quércia (9).

AGORA O JOGO É POLÍTICO

Roberto Schmidt/AFP

Candidatos à Presidência, a governador, senador e deputado começam hoje a campanha, atentos às regras da Justiça Eleitoral, que delimita os espaços em jornais, revistas e TV às coligações. O slogan de Alckmin (PSDB-PFL) já foi definido: "Por um Brasil Decente".

LULA DOBRA PATRIMÔNIO No TSE, registrou bens no valor de R$ 839.033,52. Em 2002, antes de assumir a Presidência, eram de R$ 422.949,32. Alckmin, hoje: R$ 691.698,99. Em 2002 era de R$ 554.458, 48.

CAIXA-1 DA CAMPANHA Custos variam de acordo com a coligação. Estimativa do PT: R$ 89 milhões; do PSDB, R$ 85 milhões. Do pequeno PSOL, R$ 5 milhões.

OS MENSALEIROS PEDEM VOTOS Lista de candidatos do PT que pretendem representar SP como deputados inclui Palocci, Genoino, Mentor e Luizinho. Política nas páginas 3, 5 e 8. Divulgação

HOJE Parcialmente nublado Máxima 24º C. Mínima 9º C.

AMANHÃ Sol Máxima 24º C. Mínima 9º C.

Allez le Blues! A França de Zidane (foto) dobra Portugal de Felipão e vai à final com a Azzurra do bravo capitão Fabio Cannavaro (completará100 jogos com a camisa da Itália). Que venha o domingo!

Uma fica na serra fluminense (foto), com culinária ao gosto europeu. A outra, em Alagoas, com mesa regional onde reina a carne de sol. Boa Viagem DC

FINAL AZUL

Belezas e gostosuras de duas Penedos

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.TURISMO

quinta-feira, 6 de julho de 2006

Fotos: Divulgação

No Parque Pequena Finlândia (à dir.) – que mais parece uma vila de casinhas de bonecas – há lojinhas, museus e a Casa do Papai Noel, de plantão o ano inteiro para atender a criançada

Paz e charme finlandês na serra fluminense

O curso do Rio das Pedras, que atravessa a região, é utilizado pelos hotéis da região, que oferecem sauna diante da natureza. Ao ar livre, pequenas cachoeiras

Da arquitetura das casas, passando pelas guloseimas locais, até a Casa oficial do Papai Noel – a única fora da Lapônia. Tudo remete aos cenários europeus nesse famoso destino de inverno

A

chegada do friozinho, a vontade de comer boa comida e, principalmente, a alegria de ter uma boa companhia levam muitos paulistanos a pensar em viajar para Campos do Jordão ou Monte Verde. Mas se a idéia é aproveitar tudo isso, longe da agitação de lugares que viraram moda, Penedo, no Rio de Janeiro, pode ser uma boa pedida. O bairro de Itatiaia fica a 260 quilômetros de São Paulo e mais parece uma cidade. Reúne tudo o que os destinos turísticos de inverno têm, mais a sofisticação da colônia finlandesa, que pode ser vista em todas as fachadas de casas e nos jardins. Não bastasse tudo isso, Penedo ainda encanta pela dádiva natural. São bosques, cachoeiras, riachos e montanhas com as belas paisagens da Mata Atlântica. Lá fica o Parque Municipal Turístico Ecológico de Penedo (Pamtep), com área de 3.014 hectares e regado pelas águas cristalinas do Rio das Pedras. O curso do rio, inclusive, é bastante aproveitado por hotéis e restaurantes, que convidam o turista a comer ou fazer uma sauna diante da natureza. O Rio das Pedras forma a Cachoeira de Deus, com uma piscina natural e fortes corredeiras, que exigem cautela dos banhistas. Fica a 4 quilômetros do Largo da Finlândia. O mesmo rio forma as Três Cachoeiras, mais tranqüilas, para toda a família, e mais próximas – cerca de um quilômetro do centro. A maior dessas quedas tem três metros de altura e é bastante propícia para o banho. Para os mais esportistas, vários haras promovem passeios com direito a parada em cachoeiras. E há a opção de fazer passeios de charrete, com pôneis e até cavalgada ao luar na semana da lua cheia. Nada mais romântico. Para famílias – Mas Penedo não é só para casais. Famílias são bem recebidas e encontram

Por Fernanda Pressinott atrações inigualáveis como a Casa do Papai Noel, única residência oficial do bom velhinho fora da Finlândia. Dizem os moradores que ele foge do frio de seu lar original na cidade de Rovaniemi, na Lapônia, e vem veranear nas terras brasileiras. O sítio, como é chamado por alguns, fica dentro da Pequena Finlândia, um shopping a céu aberto, bem no centro. Na residência de verão do Papai Noel estão todos os detalhes da casa original, como a lareira, a árvore de Natal e a cama de tamanho bem pequeno (os lapões são descendentes de chineses e mongóis e têm a estatura baixa). Também o telhado é coberto de grama, recurso utilizado pelos europeus para evitar que a neve se acumule no telhado, e o bom velhinho ainda goza de uma sauna – introduzida no Brasil justamente pelos finlandeses. Bom velhinho – Para a alegria das crianças, a recepção é feita por um guia mirim, com trajes típicos de ajudante de Papai Noel, e o velhinho recebe todos na cadeira de balanço da sala. Sempre disposto, com sorriso nos lábios, ele responde às perguntas das crianças: "Onde está a mamãe Noel?", "Por que eu não recebi o presente que pedi no Natal passado?", "Onde estão as renas?" "Acho que repito várias vezes por dia que a mamãe Noel ficou cuidando de nossa casa na Lapônia, que as renas também ficaram lá porque aqui é muito quente para elas e que escolho sempre o presente mais adequado para cada criança e sua idade", diz o simpático velhinho. Para alegria dos pais e do próprio Papai Noel, a casa tem ar-condicionado em todos os cômodos e o preço de entrada não assusta ninguém: R$ 3. Ainda na Pequena Finlândia, saindo da casa do Papai Noel vale a pena visitar as 28 lojinhas do shopping, que imita uma verdadeira cidade finlandesa. Lá é possível encon-

Presidente em exercício Chefe de reportagem Alencar Burti Arthur Rosa Presidente licenciado Editor de Fotografia Guilherme Afif Domingos Masao Goto Diretor de Redação Editor de Arte Moisés Rabinovici José Coelho Editor-Chefe Diagramação José Guilherme Rodrigues Ferreira Evana Clicia Lisbôa Sutilo Editora Ilustração Antonella Salem Jair Soares e Abê antonellasalem@uol.com.br Gerente Comercial Sub-editora Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Lygia Rebello Impressão S/A O Estado de S. Paulo lygiarebello@uol.com.br www.dcomercio.com.br

trar artesanato local, presentes e comidinhas especiais. Uma visita imperdível é no Empório Rural, que vende desde doces tradicionais em compota como goiabada e maracujá, até rocambole de queijo com tomate seco e azeitona (R$ 9) e diferentes lingüiças de caça como javali, avestruz, coelho e vitela (R$ 9,50 cada). Delícias –Depois de comprar especiarias salgadas, vale a pena passar na chocolateria Tonttulakki. São milhares de tipos de barras e bombons com diferentes criações do mestre chocolateiro Ricardo Sato, formado na Suíça. Não deixe de provar o figo recheado de chocolate, marzipan e nozes. Tira o fôlego. Os

tradicionais chocolates com avelãs e cerejas também são espetaculares porque têm mais cacau que os industrializados. Leve caixas de presente, senão irá se arrepender depois. No fim da comilança, visite o Museu Finlandês da Dona Eva, com acervo composto por objetos trazidos do país nórdico, e o Centro Cultural Jean Sibelius – assim batizado em homenagem ao compositor finlandês. À noite, merece uma visita o Clube Finlandês, onde ocorrem bailes com danças típicas todos os sábados das 21h às 24h. A viagem foi oferecida pela Associação de Hotéis, Bares e Restaurantes de Penedo

Clima romântico e, em julho, festival de jazz no DOC Emporium & Bar (à esq., acima). Mais descontraído, o Casa do Fritz (à esq., abaixo) é a pedida para juntar os amigos no fim de tarde e beliscar e beber a cerveja da casa

Penedo promove festival de jazz este mês, a cidade pretende transformar-se na capital do jazz. É que Penedo sedia a primeira edição do Penedo Winter Jazz 2006, nos palcos do Hotel Pequena Suécia e do D.O.C. Emporium & Bar, sempre às sextas-feiras e sábados, às 21h. O evento terá também uma exposição de fotos sobre o tema e workshops com músicos. Com produção de Bernard Fines, o festival traz um cardápio musical que intercala nas duas casas artistas locais e grandes instrumentistas e intérpretes. Outra atração será a exposição "Inside Jazz", do fotógrafo André Coelho, do jornal O Globo, com imagens registradas durante o Free Jazz Festival, entre 1998 e 2002. Ingressos custam de R$ 10 a R$ 25. Mais informações e a programação estão no site www.penedowinterjazz.com.br. (F.P.)

N

Delírio para gourmets isitar Penedo, infelizmente, pode trazer um desagrado: quilinhos a mais. O bairro do município de Itatiaia é conhecido pela gastronomia apurada. O destaque é a tradicional truta, proveniente de criadouros da região e comercializada em quase todos os restaurantes. Mas também é possível encontrar boas pedidas japonesas, mineiras, baianas, massas e, claro, pratos alemães, suíços e finlandeses. Uma truta diferente e deliciosa pode ser encontrada no Jardim Secreto. O chef Fabiano de Almeida fugiu da apresentação tradicional do peixe aberto com arroz e molhos amanteigados e criou uma truta em filé mais grosso, com azeitona, passas ao rum, tomate e castanhas. Mas antes de degustar essa delícia, vale a pena abrir um espacinho para a casquinha comestível recheada também de truta. Um delírio! "Estou aprendendo a saber o que agrada o público, e vou adaptando os pratos conforme a demanda", diz. Para se maravilhar com mais

V

delícias e, ainda, com uma paisagem deslumbrante, vale a pena conferir o restaurante Vernissage, que fica no Alto Penedo, um dos recantos mais lindos dali. O local tem cardápios sazonais e um menu tradicional com caças e comidas internacionais. Carnes – Para os viciados em carne, a pedida é ir ao Parrilla (grelha em espanhol). Com estilo de chalé europeu, o restaurante serve porções enormes. No fim da tarde e à noite, o melhor lugar para freqüentar é a Casa do Fritz. Embora seja um restaurante com comidas típicas alemãs e suíças, é mais que perfeito para beliscar e tomar um chope ou cerveja. E lá, o assunto é sério. Fritz Schmid, o proprietário, mantém uma micro-cervejaria em Volta Redonda, que abastece o restaurante. A cerveja tipo Ale não deve nada às grandes marcas. O clima é informal, com música ambiente e gente de todas as idades. À mesa, iguarias alemãs como einsbein (joelho de porco) e bratwurst (salsichão branco). Se a idéia é um lugar mais ro-

mântico, o DOC Emporium & Bar pode ser a solução. Com um espaço verde perfeito para as noites de lua cheia, o local oferece uma ampla carta de vinhos. Para terminar a noite, vale a pena também passar no restaurante do hotel Pequena Suécia. Lá, boa música – MPB, jazz ou chorinho – se mistura a um ambiente acolhedor, com extremo bom atendimento. Hotéis – Como se não bastasse a quantidade de excelentes restaurantes em Penedo, a maior parte dos hotéis também oferece pratos especiais. No Girassol, por exemplo, encontra-se de tudo, de fondues a pratos com bacalhau, truta e frutos do mar. No Pequena Suécia o destaque é o café da manhã, servido até o meio-dia. E o melhor, não-hóspedes também podem experimentar. Se após vários dias em Penedo, o estômago tiver muito cheio, vá até o spa e hotel Pequena Índia para comer um almoço vegetariano. E não perca a caipirinha de gengibre. É sem álcool, mas sensacional! (F.P.)

RAIO X COMO CHEGAR De São Paulo a Penedo, são 260 quilômetros. Siga pela Dutra até Itatiaia, no Rio de Janeiro, e utilize a saída 311. Daí, são mais 6 km até Penedo. ONDE DORMIR Hotel Girassol: Av. Casa das Pedras, 766, tel. (24) 3351-1237, www.girassolpenedo.com.br/. Diária para casal de R$ 139,50 a R$ 198, com café da manhã. Hotel Pequena Suécia: Ru a Toivo Suni, s/nº, tel. (24) 33511 2 7 5 , w w w. p e q u e n a s u ecia.com.br. Diária para casal de R$ 150 a R$ 290, com café da manhã incluído. Pousada Valle dos Pássaros: Rua Harry Bertel, 226, tel. (24) 3351-1656, www.valledospassaros.com.br. Diária para casal de R$ 115 a R$ 250, com café da manhã incluído. Pequena Índia Hotel e Spa Holístico: Rua Romeu de Vasconcelos, 25, Alto Penedo, tel. (24) 3351-1702, www.pequenaindia.com.br. Diária para casal de R$ 150 a R$ 250, incluindo café da manhã, aula de ioga e prática de meditação. Pousada Serra da Índia: Estrada Vale do Ermitão, 2 km, tel. (24) 3351-1185, www.serradaindia.com.br. Diária para casal de R$ 110 a R$ 300, com café da manhã incluído. Hotel do Campanário: Rua do Lago, 62, tel. (24) 3351-1166, w w w . h o t e l d o c a m p a n ario.com.br. Diária para casal de R$ 115 a R$ 180, com café da manhã incluído. Pousada Villa Luna: Av. das Mangueiras, 1.457, tel. (24) 3 3 5 1 - 1 1 8 3 , w w w. v i l l a l una.com.br. Diária para casal de R$ 105 a R$ 115, com café da manhã incluído. ONDE COMER Casa do Fritz: Av. das Mangueiras, 518, tel. (24) 3351-1751. Comida alemã e suíça. Restaurante Vernissage: Rua K, 110 (Fazendinha), tel. (24) 3351-1058. Variada. Restaurante Jardim Secreto: Estrada das Três Cachoeiras, 3.899, Tel. (24) 3351-1371. Cozzinha variada. Restaurante Parrilla: Av. das Mangueiras, 1.769, tel. (24) 3351-2072. Carnes argentinas. DOC Emporium & Bar: Av. das Mangueiras , 1.620, tel. (24) 3351-1688. Tonttulakki Suklaat Fábrica de Chocolates: Parque Pequena Finlândia, Rua das Velas, 100, tel. (24) 3351-2518. Restaurante e Bar Pequena Suécia: Rua Toivo Suni, 33, tel. (24) 3351-1275.


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Finanças Empresas Tr i b u t o s Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 6 de julho de 2006

Aprovar o projeto que discrimina os impostos é medida urgente. Renan Calheiros, presidente do Senado

PL PELA DISCRIMINAÇÃO DE IMPOSTOS JÁ TEM RELATOR

CALHEIROS ELOGIA DE OLHO NO IMPOSTO O presidente do Senado, Renan Calheiros, escreve artigo em que critica a carga tributária brasileira e apóia o movimento pela transparência tributária

O

presidente do Senado, Renan Cal h e i ro s ( P M D B AL), assumiu publicamente, mais uma vez, seu apoio à campanha De Olho no Imposto pela transparência tributária. Em artigo publicado, ontem, no jornal Folha de

São Paulo, o parlamentar reiteirou que as notas fiscais têm que informar quanto é cobrado de tributos federais, estaduais e municipais. O senador foi um dos 21 parlamentares que assinaram o projeto de lei proposto pelo movimento para tornar obri-

gatória a discriminação dos impostos embutidos nos produtos e serviços. No dia 31 de maio, cerca de 200 líderes empresariais do País, entre eles o presidente licenciado da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos, levaram ao Congresso Nacional as 35 caixas contendo as listas de adesões ao De Olho no Imposto. De janeiro a maio, foram colhidas 1,564 milhão de assinaturas, que deram origem ao

projeto de lei (PL n° 174/2006), que está na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), sob relatoria do senador Leomar Quintanilha (PMDBTO). Terminado o relatório, ele será apresentado para votação pela CMA. Depois, poderá passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e então irá para votação no plenário do Senado. "Aprovar o projeto que dis-

EDITAIS

crimina os impostos é medida urgente", declarou Calheiros no texto. No artigo, o presidente do Senado disse que a proposta do movimento é um "avanço significativo" porque a população precisa ter consciência de tudo o que está pagando em impostos e contribuições para poder exigir a prestação de serviços públicos de qualidade. Ele reconheceu ainda o peso da tributação no Brasil. No texto, o senador lembrou que a carga tributária

brasileira está no patamar dos países mais desenvolvidos do mundo. "O resultado é óbvio: o arrocho fiscal, que prejudica empresários e trabalhadores, freia investimentos e compromete o desenvolvimento nacional", escreveu. Renan Calheiros propõe também que os cálculos da carga tributária sobre cada produto ou serviço sejam feitos, semestralmente, por instituição de âmbito nacional idônea. Laura Ignacio

COMUNICADO

FATO RELEVANTE

ATAS

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 5 de julho de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Ecopur Indústria e Comércio de Produtos Químicos Ltda. - Requerida: Indústria de Calçados Ludovico Ltda. - Rua Doutor Edgard Magalhães Noronha, 574 - 02ª Vara de Falências

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DECLARAÇÕES DE PROPÓSITOS SEGURADORA DE CRÉDITO DO BRASIL S.A. SECREB

CNPJ nº 05.930.422/0001-80 DECLARAÇÃO DE PROPÓSITO Kurt Ernst Muller, portador de cédula de identidade para Estrangeiros (RNE) nº V457776-5 e registrado no C.P.F.M.F. nº 232.220.258-43, declara sua itenção de exercer cargo de Conselheiro de Administração na Seguradora de Crédito do Brasil S.A. e que preenche as condições estabelecidas nos arts. 3º e 4º da Resolução CNSP nº 136, de 7 de novembro de 2005. Esclarece que, nos termos da regulamentação em vigor, eventuais impugnações à presente declaração deverão ser comunicadas diretamente à Superintendência de Seguros Privados - SUSEP, no endereço abaixo, no prazo máximo de quinze dias, contados da data desta publicação, por meio de documento em que os autores estejam devidamente identificados, acompanhado da documentação comprobatória, observado que o declarante poderá, na forma da legislação em vigor, ter direito à vista do respectivo processo. SUSEP. Departamento de Controle Econômico - DECON. Rua Buenos Aires nº 256, Centro - Rio de Janeiro (RJ). São Paulo, 30 de junho de 2006. Kurt Ernst Muller. (05 e 06/07/2006)

COMUNICADOS MONTE MOR INDÚSTRIA E MONTAGEM DE MÁQUINAS INDUSTRIAIS LTDA, CNPJ 00.164.494/0001-40, CCM 2.282.270-4, comunica o extravio do livro fiscal modelo 57 n.º 1 da PMSP. (6-7-10/07/06 )

CONVOCAÇÃO ASSOCIAÇÃO DOS COMERCIANTES DE DOCES DO ESTADO DE SÃO PAULO EDITAL DE CONVOCAÇÃO - ASSEMBLÉIA GERAL A Diretoria da Associação dos Comerciantes de Doces do Estado de São Paulo, nos termos do artigo 28 do Estatuto, comunica aos Senhores Associados, que fará realizar uma Assembléia Geral no dia 29/07/ 2006, às 9:00 horas, na sede da Entidade, na Rua Itaqui, n. 446, no bairro do Pari, cuja ordem do dia compreenderá no seguinte: a) Eleição do Conselho Deliberativo e do Presidente; b) Relatório do Presidente sobre as atividades sociais; c) Relatório dos Tesoureiros, com parecer do Conselho Fiscal; d) Assuntos diversos. São Paulo, 06 de julho de 2006. A DIRETORIA. Adamor Leopoldo Cordeiro - Administrador.

COMUNICADO - VEREDA ACABAMENTOS GRÁFICOS LTDA torna público que recebeu da CETESB a Renovação da Licença de Operação nº.29002745 para a atividade de Encadernação, sita à Avenida Mandaqui, 195 - Bairro do Limão - São Paulo - SP.

EXTRAVIO EXTRAVIO

Foi extraviado o Livro Modelo 57, Registro de Recebimento de Impressos Fiscais e Termos de Ocorrências, da Prefeitura do Município de São Paulo, pertencente à Nativa Comercial e Técnica Ltda-ME, com sede à Rua Domingos de Morais, 348, Loja 50, Cep. 04010-000 – Vila Mariana, São Paulo, Livro Registrado em 16/12/02 sob nº 8519385, e inscrita no CNPJ nº 60.356.391/0001-03 e CCM nº 9.620.132-0.

DECLARAÇÃO À PRAÇA DECLARAÇÃO À PRAÇA - EXTRAVIO DE NOTA A Artana Engenharia Design S/C Ltda, inscrita no CCM 2.944.339-3 e CNPJnº04.012.025/0001-66, comunica o extravio da nota fiscal nº 131 objeto da autorização nº 3370. São Paulo, 05 de julho de 2006. ( 05-06-07/07/06 )


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quinta-feira, 6 de julho de 2006

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Cidades

Segundo policiais civis e militares, o uso de vela de ignição em assaltos de carros é comum.

Marcos Fernandes/Luz

Andrea Felizolla/Luz

VIADUTO SEM POLICIAMENTO – Pista da avenida do Estado onde menores costumam assaltar

25 DE MARÇO POLICIADA – Maior rua de comércio popular da cidade teve sua segurança reforçada

PARA ESPECIALISTA, POLÍCIA TEM FALHAS Hélvio Romero/AE - 27/06/03

25 DE MARÇO É ALVO DE ASSALTOS CONSTANTES

Fernando Vieira

O

flagrante em um conhecido ponto de assaltos, no sem áf oro da pi st a central avenida do Estado, sentido ABC-Centro, na alça de acesso à ligação leste-oeste, nas proximidades do parque Dom Pedro II, registrado na última terça-feira e publicado ontem pelo DC, revela, no mínimo, uma grave falha na estratégia de combate ao crime. Essa é a opinião do coronel da reserva da Polícia Militar e exSecretário Nacional de Segurança Pública, José Vicente da Silva Filho. “A polícia não sabe, com a precisão que deveria, o que está acontecendo nas ruas. Só está sendo capaz de tomar conhecimento dos crimes por meio das vítimas”, criticou. Ontem, enquanto a região da rua 25 de Março, no Centro, contou com reforço no efetivo policial, por causa de outro flagrante de assaltos veiculado pelo Jornal Nacional, da Globo, o semáforo do medo, ali próximo, permaneceu vazio, sem trombadinhas nem policiamento. O comprometimento do planejamento da segurança pública ocorre antes mesmo de seu início, segundo Silva Filho. Isso porque, há quase seis anos, o Estado de São Paulo tem à sua disposição – na capital, cidades da região metropolitana e municípios-pólo no interior – um sistema eletrônico integrado, que armazena dados de boletins de ocorrência. O conjunto de informações, chamado Infocrim, fica disponível para delegados da Polícia Civil e comandantes da Polícia Militar. A partir da consulta ao sistema, as chefias das polícias podem descobrir os tipos de crimes, periodicidade em que acontecem e locais. E, com base nas informações, definir o planejamento preventivo de segurança, combatendo os crimes com eficiência. Mas a falha está na coleta e análise das informações que vão direcionar o planejamento e coordenar o posicionamento da polícia. Segundo Silva Filho, pesquisas apontam que menos de um terço dos crimes que ocorrem nos grandes centros urbanos são registrados, o que ofusca a realidade dos fatos. “Há duas formas de enfrentar a criminalidade: de maneira passiva, como faz o Estado, esperando as vítimas que registram as ocorrências, ou com uma conduta pró-ativa, mobilizando o setor de informações, abrindo e divulgando canais de comunicação com a população, como a promoção de reuniões com a comunida-

Ao comentar flagrante de assalto registrado e publicado na edição de ontem do Diário do Comércio , o coronel da reserva da Polícia Militar e ex-Secretário Nacional de Segurança Pública, José Vicente da Silva Filho disse que “a polícia não sabe, com a precisão que deveria, o que está acontecendo nas ruas da cidade. Só está sendo capaz de tomar conhecimento dos crimes por meio das vítimas.

A

O coronel José Vicente da Silva Filho, ex-Secretário Nacional de Segurança Pública: críticas Marcos Fernandes/Luz

Garoto atira vela de ignição no vidro do carro, que se estilhaça

É COMUM O USO DE VELA

“S

e afasta dois passos e retira da boca um pequeno objeto. Num movimento brusco, atira-o contra o vidro dianteiro do passageiro, que se estilhaça”. Este é um trecho da reportagem no DC em sua edição de terça-feira. O objeto arremessado na janela do carro da fisioterapeuta Rosângela Rollo Teixeira Picolo, de 37 anos, vítima de um assalto, anteontem, em um semáforo da avenida do Estado, não foi encontrado. Um olhar aproximado da foto no momento em que o garoto joga o pequeno objeto indica que se trata da pon-

ta de uma vela de ignição. Segundo policiais civis e militares, o uso dessa peça em assaltos a carros é comum. Alguns acreditam que o contato da porcelana com a saliva produziria uma reação química capaz de estilhaçar um vidro de carro. Na verdade, segundo peritos do Instituto de Criminalística da Polícia Civil do Estado de São Paulo, a vela de ignição é usada por dois motivos para estourar vidros de veículos: por causa do peso e do formato pontiagudo. O peso e a ponta faz com que a força seja concentra num pequeno ponto, estilhaçando o vidro. (FV)

de, telefones de denúncia e a facilitação de registros de ocorrências via internet”, disse. O crime contra o patrimônio, cuja principal modalidade é o roubo, é o que representa o maior buraco no Infocrim e que figura como o mais preocupante para os moradores de grandes cidades, de acordo com Silva Filho. “Estima-seque sete homicídios ocorram todos

os dias na cidade de São Paulo. Já o número de roubos fica em torno de mil. Tomo por base os dados oficiais que registram 300 diariamente, em média, multiplicados por três”. Segundo Silva Filho, esse alto índice de roubos, não levado em conta pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), traz como resultado a "incompetência" no seu combate específico.

"É um crime de unidade territorial, ou seja, os bandidos que praticam este de crime vão continuar por longos períodos, até que a polícia marque presença. Tanto é assim que o jornal conseguiu fotografar a cena que muitas pessoas que ali circulam já sabiam”, disse. A SSP reconhece a dificuldade de obter melhor proveito do sistema eletrônico e, com isso, conseguir mapear os pontos mais perigosos, com maior índice de crimes específicos na capital. Por meio de sua assessoria de imprensa, alega que essa deficiência deve-se à inexistência de um padrão no registro nas delegacias. Por vezes, os locais de crimes não são citados com exatidão. Em nota, a SSP informou que para o policiamento preventivo em faróis e cruzamentos possui o programa ROCAM (Rondas Ostensivas com o Apoio de Motos), em atividade desde abril de 2005, diariamente, das 7h às 23h. São 682 motos que patrulham corredores e Áreas de Interesse de Segurança Pública, com maior incidência de crimes, com base no Infocrim.. Desde sua criação até junho, foram abordadas 362.805 pessoas. Desse total, 1.474 foram presas em flagrante, 184 condenados foram capturados, 423 menores apreendidos, além de 266 armas e 66 quilos de drogas. Além da ROCAM, o policiamento ostensivo na avenida do Estado, junto à alça da ligação Leste-Oeste, é realizado pela 4ª Companhia do 11º Batalhão de Policiamento Metropolitano. Por fim, pede ajuda à população com informações sobre irregularidades pelos telefones 190 e do Disque PM - 0800 0555 190, do Fale Conosco PM no site www.polmil.sp.gov.br ou do Disque Denúncia 181.

região da rua 25 de Março, mais tradicional centro de comércio popular de São Paulo, amanheceu ontem com policiamento reforçado. O aumento no efetivo de policiais militares é conseqüência do flagrante de uma série de roubos a comerciantes e consumidores que freqüentam o local, veiculado em reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, na última terça-feira. Os assaltantes agem em grupo em meio à multidão. A ação é rápida e coordenada. Quando a vítima escolhida é um consumidor, o bando costuma agir com violência. Com uma gravata por trás, a vítima é rendida e tem seus pertences roubados. Em seguida os assaltantes se dispersam. Ninguém reage. O momento da reposição dos estoques das lojas também é alvo dos assaltantes. En-

quanto os entregadores carregam sacos ou carrinhos cheios de mercadorias, são abordados por um grupo de cerca de cinco assaltantes. Um deles mantém a vítima refém para facilitar a fuga dos comparsas. Os comerciantes dizem que os assaltos na região são constantes. Existe até um local onde eles planejam os ataques: uma esquina batizada de “escritório do crime”. Os lojistas reclamam da falta de policiamento e dizem que a base da Polícia Militar na esquina da ladeira Porto Geral com a rua 25 de Março é insuficiente. Em nota, a Polícia Militar disse que o efetivo é composto por policiais a pé, com bicicletas, motocicletas, carros e cavalos, além da base permanente. Segundo a PM, nos quatro primeiros meses do ano foram realizadas 130 prisões e 11 apreensões de armas na região. (FV)

VÍTIMA ASSISTE À CENA

J

á era final de tarde quando a fisioterapeuta Rosângela Rollo Teixeira Picolo, 37 anos, acessou, ontem, a versão online do DC e assistiu a seqüência de fotos do assalto do qual foi vítima. “As fotos ficaram ótimas”, elogiou, meio sem jeito. “Mas é horrível de ver. Dá para perceber os detalhes. Primeiro vi um garoto observando meu carro. Prestei atenção, mas não tinha visto um segundo garoto encostando no vidro. Por isso que na hora não entendi como ele sabia que minha bolsa estava no banco do passageiro”. Rosângela contou que ao chegar em sua casa, depois de registrar o boletim de ocorrência, tentou lembrar em vão como ocorrera o assalto. A ação foi tão rápida que ela, ao ouvir o barulho, achou que fosse uma batida. “Só lembro que era um adolescente de blusa laranja. Achei que ele tinha quebrado o vidro com a mão. Não vi o objeto. Fiquei impressionada com a agilidade".

Marcos Fernandes/Luz

Detalhes surpreendeu Rosângela

Rosângela disse que pode ter sido a vítima escolhida porque minutos antes estava falando ao celular, distraída. “Enquanto eu olhava para o menino, percebi que um casal na motocicleta estava me observando. Não vi o menino na janela", contou. A fisioterapeuta já foi vítima duas outras vezes de assalto. “Não adianta. Mesmo que você veja, o que pode fazer? Talvez se tivesse uma viatura ali estacionada, acho que intimidaria os trombadinhas", disse. (FV)

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quinta-feira, 6 de julho de 2006

TURISMO - 3

Fotos: Kelly Ferreira

Às margens do Rio São Francisco, no sul de Alagoas, a cidade convida a uma volta à era do Brasil colonial. Seu patrimônio inclui igrejas, conventos e sobrados

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Por Kelly Ferreira

hegar à cidade de Penedo, no extremo sul do Estado de Alagoas, e andar por suas ruas irregulares é voltar ao passado, à época do Brasil colonial. Erguida sobre um rochedo às margens do Rio São Francisco, em 12 de abril de 1636, Penedo tem uma paisagem secular e impressiona por seu rico patrimônio históricocultural. A cidade, conhecida como a Ouro Preto do Nordeste, tem pouco mais de 60 mil habitantes e reúne igrejas barrocas, conventos, sobrados e palacetes dos séculos 17 e 18 – Patrimônio Histórico Nacional –, além da gastronomia e do povo hospitaleiro. Distante 168 quilômetros da capital alagoana, é também berço de grandes artesãos, marcando fortemente o lado cultural da cidade. A Fundação Casa de Penedo, obra do penedense Francisco Salles, por exemplo, liderou um progresso cultural com a criação do arquivo da memória da cidade desde seu descobrimento até os dias atuais. Graças a isso, são preservadas as manifestações folclóricas típicas, como a chegança, o pastoril e o reisado, apresentados em praça pública, além da vaquejada e da banda de pífaro. Penedo possui 13 igrejas e 10 capelas, o Paço Imperial, seus inúmeros sobrados e antigos edifícios administrativos. Para conhecer a beleza e a história da cidade, basta visitar o convento Nossa Senhora dos Anjos e as Igrejas Nossa Senhora das Correntes e São Gonçalo Garcia, onde se encontra um conjunto de imagens em tamanho natural representando os passos da Paixão de Cristo. Artesanato – Na região predominam as esculturas em madeira, pedra calcário, gesso e barro. Encontram-se também grandes variedades de artesanato em couro, palha, fibra e

casca de coco, bijuterias, arranjos de flores, pinturas a óleo, artesanato em vidros e arranjos utilizando parafina. Há ainda as rendeiras que confeccionam bordados como tricô, bilro e bonecas de pano. As peças em cerâmica, como as miniaturas das fachadas de igrejas e até da prefeitura, são muito procuradas pelos turistas. A comercialização dos produtos é feita no Mercado de Artesanato Mestre Antônio Pedro, no centro de Penedo. Conhecer a cidade é uma ótima opção para quem gosta de tranqüilidade, beleza natural e muitas histórias. Uma curiosidade é que as casas foram construídas uma ao lado da outra. Não existe nem muro separando as residências. De acordo com os guias turísticos, era comum no século 17 construir casas grudadas umas nas outras. Era uma maneira de proteger a cidade de invasões dos inimigos. Outra curiosidade é a for-

A Ouro Preto alagoana

Um valioso acervo arquitetônico conquista pelas ruelas. Entre os destaques, o restaurante Forte da Rocheira (à esq.), com vista para o rio, o prédio da prefeitura e a Fundação Casa de Penedo – um arquivo da memória da cidade

ma como se identificavam as famílias ricas e as pobres. As famílias ricas eram representadas por um beiral colonial abaixo do telhado das casas. Os pobres não tinham nada na fachada. Dizem, aliás, que foi daí que surgiu o ditado "sem eira, nem beira". Patrimônios – Entre os patrimônios históricos da cidade estão a Cadeia Pública, com arquitetura tipicamente colonial, construída em 1662 e concluída dois anos depois; o Oratório da Forca, construído em 1769, pelo sargento-

mor João Araújo Silva – servia para que presos e condenados à forca fizessem suas preces –, e o sobrado do barão de Penedo, Francisco Inácio de Carvalho Moreira. Além desses, o Paço Imperial, um sobrado na Praça 12 de abril, ao lado da Igreja da Corrente, construído no século 18, também guarda a memória da cidade. O casarão possui o mais vasto acervo sobre famílias penedenses e uma biblioteca com mais de 5 mil volumes que contam a história de Alagoas e do Brasil. No museu,

há peças, no mínimo curiosas, como roupas e móveis da época de d. Pedro. Outro orgulho para Penedo é o Teatro Sete de Setembro, inaugurado em 1884. Ele foi o primeiro teatro construído em Alagoas. Em forma de uma ferradura, tinha áreas para ricos e pobres, que ficavam no "puleiro". O teatro ainda funciona e já serviu de palco para várias peças, entre elas Os diálogos do Pênis e O analista de Bagé. A viagem foi oferecida pelo Prêmio Troféu Lagoa Mar

Fotos: Kelly Ferreira

Imagens raras e pintura em ouro nas igrejas da cidade m dos atrativos da cidade de Penedo são as igrejas e suas histórias. O convento e a igreja de Nossa Senhora dos Anjos, por exemplo, foram construídos em 1669 e concluídos em 1759. O local, que serviu de cenário para o filme brasileiro Es pe lh o D´Água, em estilo barroco, tem um altar ilusionista. De longe, parece ser fundo. Mas, de perto, não é. Contam os guias turísticos que, antigamente, nas missas, um frei ficava de costas para o público falando em latim e outro no púlpito tradu-

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zindo para o português. Na época, também havia divisões entre ricos e pobres. Os ricos sentavam em tapetes persas na ala da frente. Os pobres no chão, atrás. As gravuras do altar foram feitas com uma mistura de ouro em pó, óleo de baleia e clara de ovo. No museu, dentro da igreja, é possível ver até uma máquina de fazer hóstia e peças do século passado. Nossa Senhora da Corrente A construção começou em 1720 como capela privativa da tradicional família Lemos e

Altar-mor da Igreja de Nossa Senhora da Corrente (acima) tem estilo rococó. O da igreja de Nossa Senhora dos Anjos (à esq.), barroca, é ilusionista

ainda hoje se mantém fiel às origens. As paredes internas são feitas de raros azulejos policromados. Já o altar-mor, as janelas das tribunas e os púlpitos são em estilo rococó, com detalhes em ouro. Dizem que o nome da igreja foi dado por causa dos escravos que desciam a ladeira ao lado, acorrentados, quando eram transferidos de uma fazenda para outra. Em uma das paredes da igreja há uma pequena porta. Ela, na época do movimento abolicionista, servia de refúgio para os escravos, que perma-

neciam escondidos, por até 48 horas, para receberem uma carta de alforria falsificada e, assim, fugir para o Quilombo dos Palmares. Nossa Senhora do Rosário Foi construída lentamente. Em 1690, foi levantada a capela-mor e o frontispício terminado em 1808, data em que se lê acima do pórtico principal. As torres são de 1850. Na capela do Santíssimo, encontra-se uma tela representando a ceia, de autoria de Aurélio Phidras, artista penedense. (K.F.)

RAIO X COMO CHEGAR A partir de São Paulo, a passagem ida-e-volta para Maceió pela G ol (tel. 11/2125-3200, site www.voegol.com.br) custa a partir de R$ 606. Com a TAM (tel. 4002-5700, www.tam.com.br) a partir de R$ 778. De lá para Penedo pegue a BR 101 ou a AL 110. ONDE DORMIR E COMER Hotel São Francisco: Avenida Floriano Peixoto, 237, centro, tel. (82) 3551-2273. Um dos mais antigos da cidade, tem 52 apartamentos, além de salão de jogos e piscina. Diária com café da manhã de R$ 73 a R$ 156. O restaurante serve um delicioso peixe ao molho de camarão por R$ 31. Pousada Colonial: Praça 12 de Abril, 21, centro, tel. (82) 35512355. Possui 12 apartamentos. Diária para duas pessoas, com café da manhã, a R$ 80. A pousada também oferece refeições deliciosas, com pratos como carne de sol com macacheira (mandioca). Para duas pessoas, sai em torno de R$ 20. Forte da Rocheira: situado na formação rochosa de Penedo. Tel. (82) 3551-3273. O restaurante foi erguido sobre a pedra que deu origem ao nome da cidade. Às margens do Rio São Francisco, o turista pode saborear um delicioso jacaré ao dendê, como aperitivo, seguido por uma peixada, acompanhada de pirão de peixe, arroz e legumes, ou por um filé de tilápia ao molho de vinho branco. O prato principal

varia de R$ 20 a R$ 36,50, e o aperitivo, a partir de R$ 14. FAÇA AS MALAS Passeios: entre os mais procurados estão o de catamarã, que sai de Penedo e vai até a Foz do Rio São Francisco, e a visita guiada aos monumentos históricos da cidade, gratuita. O museu do Paço Imperial também é uma boa pedida. Lá podem ser vistas peças da época imperial (séculos 17 e 18) que marcam a passagem de d. Pedro II pela cidade. Tempo: faz muito calor em Penedo. No verão, a temperatura pode chegar a 35ºC. No inverno, média de 22ºC Informações turísticas: na Secretaria Municipal de Turismo, Praça Barão de Penedo, centro histórico, tel. (82) 3551-2727. E na Associação dos Informantes em Turismo de Penedo, Praça Barão de Penedo, centro histórico. O que levar: protetor solar, óculos escuros, chapéu e roupas leves. E leve uma máquina fotográfica para registrar as belezas esculpidas em ouro das igrejas.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.TURISMO

quinta-feira, 6 de julho de 2006

FÉRIAS

Dez hotéis no campo para ir com a família

Fotos: Divulgação

Chegam as férias e tudo o que a meninada quer é fugir das preocupações do colégio e do relógio e se largar de vez em uma boa temporada de diversão. O DC Boa Viagem selecionou dez dos melhores hotéis-fazenda do País para pais e filhos se esbaldarem em meio às delícias da vida rural, passeios a cavalo, circuitos de aventura, natureza preservada e toda a história de antigas fazendas de café. E ainda descobrir um mundo onde as árvores do pomar tomam o lugar dos arranha-céus da cidade grande

Na Fazenda Capoava, as senzalas foram transformadas em quartos e a casa grande, de 1750, virou a sede do hotel em Itu

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com a ordenha das vacas. Arvorismo, cavalgadas, minigolfe e mais um sem-fim de brincadeiras preenchem o dia. Pela noite, há sessões de cinema e festas temáticas. Tel. (12) 36343408, www.hotelmazzaropi.com.br. Pacote para quatro dias a partir de R$ 1.480.

az enda Capoava, Itu (SP):aqui, a diversão se alia à sensação de uma viagem ao passado. Na Capoava, não faltam referências a mais de dois séculos de história. A começar pela casa grande, de 1750, e às antigas senzalas, que foram transformadas em quartos. Soltos pelos pastos, lagos e jardins da fazenda, há pavões, galos, pássaros e gansos. Como todos são mansos, a criançada chega pertinho deles. Tel. (11) 4023-0903, www.fazendacapoava.com.br. A partir de R$ 145 a diária.

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azenda Pinhal, São Carlos (SP): é o passeio pelas alamedas do grande pomar da fazenda que revela aos rebentos de onde vêm as delícias do campo. Todas as receitas servidas por ali trazem aquele gostinho de interior preparadas na hora. Cavalos dóceis passeiam com as crianças pelas trilhas da mata, que guarda centenas de espécies nativas. Tels. (11) 3064-3363 e (16) 3375-7142, www.fazendapinhal.com.br. A partir de R$ 350 a diária.

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azenda das Minhocas, Lagoa Santa (MG): o engenho, o moinho d’água, as antigas lavras de ouro e algumas casas coloniais ainda estão por lá, intactos desde o século 18. A proposta do lugar é integrar os pequenos às riquezas naturais da região, pelos bosques e caminhos calçados que cortam a fazenda. Um viveiro guarda mudas de plantas medicinais e aromáticas, que as crianças podem levar para casa e, desde cedo, dedicarem-se à arte do cultivo. Tels. (31) 3335-7882 e (31) 3681-1161, www.fazendadasminhocas.com.br. Diárias a partir de R$ 310.

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Uma réplica do Sítio do Picapau Amarelo é a grande atração na Fazenda Mazzaropi, que também oferece aos pequenos boas cavalgadas

az enda do Arvoredo, Barra do Piraí (RJ): travessia pela corda, passagem pelo cabo aéreo, competição nas gincanas, pescaria no lago, passeio de bote, de carro de boi, a cavalo, a pé... e a programação só acaba quando terminam as energias da meninada. Nos sábados de julho, ocorre ainda a festa julina com comida preparada no fogão à lenha, casamento na roça, pau de sebo, touro mecânico e tudo o que a comemoração dá direito. Tel. (24) 2447-2001, www.hotelarvoredo.com.br. Pacote de três dias por R$ 498.

olhos atentos dos monitores, a criançada se diverte nos espaços generosos da propriedade que, ainda no começo do século passado, era uma aristocrática fazenda de café. Os passeios pelas trilhas levam os pimpolhos para conhecer os 2,5 milhões de metros quadrados de Mata Atlântica preservada, abrigo de animais silvestres. Tem, ainda, quadras esportivas, parque infantil, pingue-pongue e pebolim. Tels. 0800/417040 e (11) 4534-9100, ww w. do na ca ro li na .c om .b r. Diárias a partir de R$ 533.

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azenda Dona Carolina, Itatiba (SP): o lugar está mais para a casa da vovó do que para um hotel cinco-estrelas, o que de fato é. E, sob os

azenda Hotel Salto G ra n d e , A ra ra q u a ra (SP): uma grande queda d’água de 50 metros de altura deu nome ao lugar. Ela está no

caminho dos pequenos que saem para explorar a propriedade, assim como a mini usina elétrica que gera energia para toda a fazenda. Playground, bosques, passeios a cavalo, charrete e toda a vida cotidiana da fazenda garantem a distração da criançada. Tel. (16) 3322-4169, www.hotelfazendasaltogrande.com.br. Diárias a partir de R$ 122.

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azenda Mazzaropi, Taubaté (SP): a grande graça do lugar é o fato de ele abrigar uma réplica fiel do Sítio do Picapau Amarelo, onde o cineasta Amácio Mazzaropi deu vida ao personagem Jeca Tatu, aquele caipira preguiçoso criado por Monteiro Lobato. A jornada já começa ao amanhecer,

Menu de atividades: tirolesa no Hotel Fonte Colina Verde (à esq.), em São Pedro. Na cidade de Porto Feliz, na Fazenda Santo Antonio, há passeios de bicicleta e ordenha de vacas (fotos à dir.)

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azenda Santo Antonio, Porto Feliz (SP): nas férias de inverno, a fazenda se transforma numa espécie de acampamento. E os monitores organizam festas temáticas, gincanas e circuitos radicais com tirolesa, escalada e mountain bike. À noite, a meninada pode escolher entre explorar a fazenda à luz das lanternas, um luau em volta da fogueira ou dançar em uma discoteca. Tel. (11) 3924-0335, www.fazendasantoantonio.com.br. Pacotes de sete dias a partir de R$ 530.

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ospedaria Águas Claras, Itapira (SP): aqui os pequenos podem viver o dia-a-dia comum de uma fazenda colonial em funcionamento. Os passeios seguem entre os cafezais, o pomar sempre carregado de frutas da es-

tação, a horta coloridíssima e a serra. Isso sem contar a prática de esportes em meio à naturez a . Te l . ( 1 1 ) 3 0 4 4 - 1 8 9 3 , w w w . f a z e n d a a m b i e ntal.com.br. Pacote para quatro dias sai por R$ 780.

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otel Fazenda Fonte Colina Verde, Estância de São Pedro (SP): é no alto da colina que a criançada parte para uma cavalgada no bosque ou pratica tirolesa. Ali, vivem as vacas leiteiras, o boi de sela, patos, gansos, perus e carneiros. Todas as sextas-feiras de julho serão animadas com grupos de forró, capoeira, passeios pela fazenda e uma danceteria. Tels. 0800/131009 e (19) 3481-9999, www.hotelcolinaverde.com.br. Diárias a partir de R$ 105. *Diárias incluem pensão completa.

Crise na Varig prejudica Lacime Divulgação/Panrotas

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Autoridades e especialistas do setor em conferência sobre tendências no segmento

m dos comentários na abertura dessa terceira edição do Latin America Caribbean Incentive & Meeting Exhibition, a Lacime – organizada pela Reed Exhibitions Brasil, promotora líder mundial na organização de feiras de negócios, que ocorreu em São Paulo no mês passado – foi a crise da Varig. O evento – que reuniu diversos profissionais do trade que foram mostrar seus produtos e serviços para os organizadores de eventos, congressos e turismo corporativo – foi exatamente na semana em que vários vôos da companhia aérea Varig foram cancelados, além de ser em plena Copa do Mundo 2006, lembrando que o último dia da feira coincidiu com o terceiro jogo do Brasil na primeira fase, contra o Japão. No discurso de abertura, o presidente da Embratur, Eduardo Sanovicz, comentou que "esta seria a edição de consolidação da Lacime, mas não vai ser porque 40% dos buyers estrangeiros convidados não conseguiram chegar a São Paulo em função da crise da Varig". Mas há quanto tempo mesmo a Varig está em crise? Será que não lembraram desse risco quando fecharam a parceria e quando marcaram a data do evento? "Poderíamos ter previsto a quebra da Varig, mas a United também está quebrando há mais de cinco anos", justificou Daisy De Marco, showmanager da Lacime 2006. Foco diferenciado – Não é à toa que os corredores da feira ficaram vazios, embora a organização explique que a Lacime não é uma feira para entregar papel e encher os corredores de estudantes. "O foco é diferenciado", disse a organização. O público da Lacime é outro mesmo, diferente das outras feiras. Mas o fato é que os expositores reclamaram de terem visto poucos representantes desse "público seleto". A Lacime ainda tenta se firmar como um evento para fazer negócios. São agendadas reuniões entre compradores e destinos e fornecedores do segmento. A expectativa era receber 130 compradores nacionais e 80 internacionais, calculando que mais de 4 mil reuniões, aquelas agendadas entre compradores e destinos e fornecedores do segmento, seriam realizadas, mas apenas 2,2 mil se concretizaram. Além disso, calculava-se que o número de

visitantes seria de 3 mil profissionais, mas apenas 2 mil passaram pela porta de entrada para conferir o que os cerca de 200 expositores de 15 países foram apresentar. "Muitos expositores conseguiram dobrar o número de reuniões, enquanto outros foram muito prejudicados", admite Daisy, que diz, ainda, que não dá para agradar a todos. A estimativa da Reed Exhibitions Brasil é que a feira movimente R$ 5 milhões, o que promete aquecer esse mercado em expansão na América Latina e Caribe. Novidades – Para a edição 2006 da Lacime foi feita uma campanha para o comprador de São Paulo, que até o ano passado não cumpria uma agenda e o foco era no comprador latino-americano. "A idéia é ter otimização de vendas", explica Daisy. A agenda garante aos expositores oportunidade de negócios com os potenciais compradores visitantes. E não é só isso. Ela lembra que no ano passado não existiram os compradores nacionais, priorizando apenas os de fora. Neste ano, realizaram uma forte campanha em parceria com a Abav, ABGev e Favecc, para focar no Brasil. "Queremos transformar a Lacime em uma promotora dos destinos nacionais e da América Latina para o segmento Mice (Meetings, Incentive, Congressos e Eventos)", conta Daisy. A feira também teve um programa de conferências, que reuniu executivos, especialistas e autoridades para falar sobre as últimas tendências do segmento de turismo de negócios no Brasil e na América Latina. Lacime 2007 – Logo no primeiro dia desta terceira edição da feira, os planos para a Lacime 2007 eram otimistas. O evento já está sendo reformulado e a intenção é aumentar o número de expositores e de compradores para obterem resultados melhores. Mas o que a Lacime realmente quer é que todos os países tenham representatividade para a feira. "Vamos tomar as medidas para atingir as expectativas dos expositores", disse Daisy. A Lacime tem apoio da Embratur, Abav e Ministério do Turismo, entre outras entidades. Mais informações sobre o Panrotas Corporativo no site www.panrotas.com.br. Assinaturas pelo tel. (11) 5070-4816 ou 5070-4804, e-mail assinaturas@panrotas.com.br.


quinta-feira, 6 de julho de 2006

Empresas Tr i b u t o s Nacional Empreendedores

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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PARA IBGE, PRODUTORES ESTÃO DESCAPITALIZADOS

A Receita deve liberar na segunda-feira a consulta ao segundo lote de restituição do IR 2006.

PELA SEXTA VEZ NO ANO, INSTITUTO REAVALIA PROJEÇÕES, PRINCIPALMENTE POR PROBLEMAS CLIMÁTICOS

IBGE REDUZ PREVISÃO PARA A SAFRA GREVE Os auditores fiscais da Receita Federal devem votar hoje a suspensão da greve iniciada em maio, segundo a Unafisco.

ABN AMRO

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ABN AMRO Real anunciou ontem sua adesão à nova versão, revisada, dos Princípios do Equador, ratificando o comprometimento com as políticas e diretrizes que levam em conta o risco socioambiental dos projetos financiados pela instituição. Pela nova versão, os princípios passam a ser aplicados a projetos de financiamento com valor acima de US$ 10 milhões. Antes o piso era deUS$ 50 milhões. (DC)

TELEFONE

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VETO A PNEUS USADOS DA UE

DÉFICIT A Bovespa teve em junho o maior déficit mensal de recursos estrangeiros desde 1993, quando começou a pesquisa.

Rafael Neddermeyer/AE – 28/7/04

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ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (foto), defendeu ontem a proibição do Brasil de importar pneus recauchutados, alegando sua difícil destruição e aumento dos riscos de dengue e febre amarela. A União Européia pediu um inquérito sobre a proibição das importações de pneus recauchutados, o que a UE considera uma discriminação e uma violação das regras comerciais. A ministra, em viagem a Genebra para falar em um painel da Organização Mundial do Comércio (OMC) que examina a legalidade da proibição, disse que os pneus A TÉ LOGO

recauchutados vindos do exterior "chegariam ao fim de sua vida no Brasil", gerando uma tensão indevida no País. "Esse é um problema ambiental muito sério", disse ela, alertando que os pneus velhos acumulados, difíceis de serem destruídos sem emitir toxinas prejudiciais à saúde,

juntam água que pode servir à proliferação de mosquitos transmissores de doenças. O painel da OMC terá uma segunda audiência sobre os pneus recauchutados em setembro e se espera que seja divulgado um relatório sobre o assunto em outubro ou novembro. (Reuters)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Número de falências caiu no primeiro semestre, mostra pesquisa da Serasa

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Microsoft deve lançar até o Natal produto para concorrer com o IPod

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Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aprovou ontem correção negativa para as tarifas da telefonia fixa local. Os índices são diferentes para cada companhia, mas a queda não será superior a 0,5134%, que corresponde à correção das tarifas da Telemar. (AE)

Ó RBITA

MERCADO A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aponta que 17 companhias não divulgam informações obrigatórias há seis meses.

Morre ex-chairman da Enron, Kenneth Lay, condenado por fraude

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estimativa da safra 2006 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já foi revisada cinco vezes para baixo neste ano desde o levantamento relativo a janeiro, quando foi divulgada previsão de produção de 126,09 milhões de toneladas. Ontem, o instituto apresentou, na projeção relativa a junho, expectativa de 118,52 milhões de toneladas, volume 6% inferior à primeira previsão do ano. Paulo Renato Corrêa, técnico do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, disse que as revisões foram provocadas especialmente por problemas climáticos no Paraná e no Centro-Oeste. Além disso, a atual safra foi plantada com menor uso de tecnologia do que as safras anteriores, em conseqüência da descapitalização dos produtores, o que, segundo ele, agrava os efeitos dos problemas climáticos sobre a produtividade. A previsão de junho do IBGE para a safra 2006 é também 0,92% inferior à estimativa relativa a maio, quando a previsão era de uma produção total de 119,7 milhões de toneladas. A revisão ocorreu por causa da queda, entre maio e junho, nas projeções para as culturas de aveia (-8,99% no período), cevada (-6,52%), milho 2ª safra (-2,08%), soja (-0,76%) e trigo (-12,56%). Apesar da revisão, a safra será 5,29% superior à obtida no ano passado (112,574 milhões de toneladas).

Soja — No caso da soja, responsável por 45% da safra brasileira, Corrêa explicou que o levantamento ainda poderá registrar "pequenas alterações" na estimativa para essa cultura. De maio para junho, a queda de 0,76% na projeção ocorreu por causa de reavaliação dos dados de colheita do Centro-Oeste, a principal região produtora. Segundo ele, o câmbio tem levado os agricultores a reclamar dos preços que, ainda que não estejam baixos no exterior, estão comprometidos no Brasil por causa do real valorizado. Ele explicou que, desestimulados pela cotação do dólar, alguns produtores do Mato Grosso têm sinalizado que podem reduzir a área de plantio do produto na safra 2007. Apesar da queda na projeção para a soja, o produto vai registrar neste ano uma safra 3,4% maior do que a anterior, para 52,9 milhões de toneladas. Além da soja, outros 13 produtos investigados pelo IBGE vão apresentar acréscimo nesta safra em relação à anterior: amendoim em casca 2ª safra (7,09%), aveia em grão (0,24%), batata-inglesa 2ª safra (7,44%), batata-inglesa 3ª safra (1,21%), café em grão (19,99%), canade-açúcar (6,46%), cebola (4,69%), feijão em grão 1ª safra (11,84%), feijão em grão 2ª safra (31,72%), laranja (0,24%), mandioca (6,81%), milho em grão 1ª safra (18,2%), milho em grão 2ª safra (26,52%) e soja em grão (3,43%). (AE)


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Transpor te Saúde To r c i d a Ciência

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 6 de julho de 2006

TORCIDA PORTUGUESA ELOGIA SUA SELEÇÃO E FELIPÃO

´ VALEU, PA

ortugal caiu de pé e com orgulho, ao contrário da Seleção Brasileira. Essa é a opinião dos quase 1,5 mil portugueses e luso-brasileiros que foram ontem à Casa de Portugal, no Centro de São Paulo, assistir à semifinal vencida pela Franca por 1x0, com gol de pênalti de Zidane. "Valeu. Agora vamos disputar o terceiro lugar de cabeça erguida", declarou o promotor cultural Joaquim Magalhães, há 12 anos no Brasil. O mais importante para os torcedores foi o fato de os jogadores portugueses lutarem até o último minuto. Quando o juiz apitou o fim do jogo, aos gritos de "Por-tu-gal!", aplaudiram e agitaram suas bandeiras, orgulhosos do desempenho da equipe. "O juiz ainda ajudou a França", opinou Márcio Alexandre, filho de portugueses, que estava confiante na classificação antes do jogo. Ele se referia a um lance duvidoso na pequena área em cima do jovem ídolo português Cristiano Ronaldo, aos 36 minutos do primeiro tempo, três depois do gol francês. O árbitro não deu pênalti e revoltou os torcedores presentes, que só se acalmaram no intervalo. Festa - Antes da partida, aplaudiram o time e cantaram o hino entusiasmados – o volume do telão chegou a ser diminuído para que pudessem cantar sem interferência. Durante o jogo, apoiaram sua seleção e cantaram como se estivessem no estádio e os jogadores pudessem escutá-los. Regados à cerveja e comidas típicas, como a alheiras e o bolinho de bacalhau, fizeram muita festa, dançando e tocando fado. E até o início do jogo ninguém admitia falar sobre uma possível derrota. Confiantes, apostavam em placares que iam do simples 1x0 até um 3x2, com três gols do veterano Figo. Mas admitiam estar satisfeitos de terem chegado até ali e diziam que não haveria problema caso perdessem para um time que foi campeão mundial há oito anos. E se alguém no Brasil ficou surpreso ao ver a seleção de Felipão na semifinal, o mesmo não aconteceu na Europa. Recém-chegado da Inglaterra, o filho de portugueses Márcio Alexandre disse que os europeus sabiam do potencial de Portugal e não foram surpreendidos pelo desempenho da seleção lusa, vice-campeã da última Eurocopa. "Pelo contrário. Os ingleses apostavam que Portugal passaria pela Holanda", contou Alexandre. Agora, a expectativa dos portugueses, certos de que vencerão a Alemanha no próximo sábado, é com relação à permanência de Scolari no comando da equipe. Querem Felipão no mínimo até a Eurocopa de 2008. "Sem o 'mister' não teríamos chegado aqui. Temos bons jogadores, mas um líder que passe energia positiva aos comandados e os ensine a ter garra é essencial", opinou o português Juvenal de Andrade, há 42 anos no Brasil. Mas sabem que será difícil. Inglaterra, Espanha e Brasil têm interesse em ficar com o técnico. "Mesmo que não continue, já fez um ótimo trabalho, que vai servir para alavancar de vez o futebol em Portugal. Aposto que não vamos esperar mais 40 anos para outra semifinal", disse o empresário José Oliveira no final do jogo – cabisbaixo e triste por ter perdido a partida apenas por um golo de penalti, que dessa vez o guarda-redes Ricardo não conseguiu segurar.

Apesar da derrota para a França, os portugueses radicados em São Paulo gostaram do desempenho de sua seleção na Copa da Alemanha. Com elogios a Felipão, disseram que vão bater os alemães sábado, na disputa do terceiro lugar.

Fotos de Luludi/Luz

Torcida portuguesa na Casa de Portugal, em São Paulo: tristeza pela derrota, mas satisfação com a seleção comandada pelo brasileiro Luiz Felipe Scolari

Sergio Barzaghi/Agência O Globo

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Clarice Chiquetto

Sem o 'mister' não teríamos chegado aqui. Temos bons jogadores, mas um líder que os ensine a ter garra é essencial. Juvenal de Andrade, português

FESTA FRANCESA, COM CERTEZA – Enquanto em São Paulo os franceses e os brasileiros simpatizantes do time de Zidane celebravam com alegria no restaurante "L Ampero" (foto) a vitória da França sobre Portugal por 1x0 na tarde de ontem, na França as comemorações pela passagem da seleção à final da Copa do Mundo, oito anos depois de se consagrar campeã mundial, resultaram em violência e confusão em algumas regiões do país. No centro de Lyon, onde carros foram destruídos e saqueados, motoristas e pedestres se enfrentaram e vários torcedores foram presos. Na capital Paris, as ruas foram ocupadas por milhares de pessoas e um homem morreu na estação Opéra do metrô ao cair do teto de um vagão enquanto comemorava a vitória, segundo informações da polícia local. As linhas de metrô da região foram paralisadas momentaneamente, provocando tumulto para os cerca de 25 mil torcedores que voltavam para casa, depois de assistirem a partida em um telão instalado no Estádio Charléty, local onde um homem foi esfaqueado. Jovem lamenta a eliminação da seleção portuguesa da final da Copa


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 6 de julho de 2006

3 Fizemos um bom jogo. Só faltou furar a defesa adversária e conseguir marcar um golo." Deco

Infelizmente, a bola não tinha rabo. Fui no canto certo e ela passou pertinho da minha mão." Ricardo Johannes Eisele/DDP/AFP

Johannes Eisele/DDP/Agência O Globo

NO FIM, TUDO AZUL A

llez le Bleus! A França venceu Portugal por 1 a 0, ontem, na Allianz Arena, em Munique, e se classificou para enfrentar a Itália, domingo, na decisão da 18ª Copa do Mundo, que promete pintar de azul o Estádio Olímpico de Berlim: Les Bleus contra a Azzurra. A França não precisou de uma exibição brilhante como a que derrubou o Brasil para superar a equipe de Luiz Felipe Scolari e chegar à sua segunda decisão de um Mundial. O maestro Zidane não deu o mesmo espetáculo de gala, mas compareceu quando foi solicitado: aos 33 minutos do primeiro tempo, cobrou com a categoria de sempre um pênalti cometido por Ricardo Carvalho em Henry, e garantiu a vitória. O goleiro Ricardo chegou perto, mas não pôde repetir o desempenho das quartasde-final, quando pegou três cobranças dos ingleses. Felipão esbravejou com o árbitro uruguaio Jorge Larrionda, reclamando de um pênalti a favor de sua equipe, que teria sido cometido minutos depois sobre Cristiano Ronaldo. "Foi pênalti nesta jogada assim como foi pênalti do Ricardo Carvalho", reclamou. A França se comportou de forma parecida com o jogo em que eliminou o Brasil - até as substituições feitas pelo técnico Raymond Domenech foram as mesmas, na mesma ordem. Cadenciou o ritmo no segundo tempo, minou os cansados portugueses, que vinham de uma prorrogação diante da Inglaterra, e só foi realmente ameaçado uma vez, aos 32 minutos do segundo tempo: Bar-

Charles Platiau/Reuters

Zidane não brilhou como no jogo contra o Brasil, mas cobrou com categoria, para desespero de Felipão, o pênalti que definiu a vitória da França sobre Portugal : 1 a 0. Agora, "Les Bleus", que jogaram as últimas três partidas de branco, fazem uma inédita final de Copa contra a Itália, a "Azzurra". Aos portugueses, que lutaram até o último minuto, resta a chance de disputar o terceiro lugar com a anfitriã Alemanha e igualar a histórica campanha de 1966

Roberto Schimdt/AFP

thez se atrapalhou com uma falta cobrada por Cristiano Ronaldo e deu rebote para Figo, que, livre na pequena área, cabeceou para fora. "Nos defendemos muito bem. Estivemos como leões em campo", elogiou o atacante Henry. Já o técnico Raymond Domenech, com ares de "eu já sabia", falou: "Sempre disse que disputar o título era nosso real objetivo. Estou orgulhoso e satisfeito, e nosso desafio agora é vencer a Itália." A Scolari restou tentar controlar os nervos e elogiar seus jogadores, tentando mantê-los motivados para a decisão do terceiro lugar, sábado, em Stuttgart, contra a Alemanha. "Temos um grupo espetacular. Fizemos um trabalho muito bom e chegamos, após 40 anos, entre os quatro melhores. Não tenho do que reclamar."

PORTUGAL 0 Ricardo; Miguel (Paulo Ferreira 17/2), Fernando Meira, Ricardo Carvalho e Nuno Valente; Costinha (Postiga 30/2), Maniche, Deco e Figo; Cristiano Ronaldo e Pauleta (Simão 31/2). Técnico: Luiz Felipe Scolari.

FRANÇA 1 Barthez; Sagnol, Thuram, Gallas e Abidal; Makekele, Vieira, Malouda (Wiltord 24/2) e Zidane; Ribéry (Govou 27/2) e Henry (Saha 40/2). Técnico: Raymond Domenech. Local: Allianz Arena, em Munique. Árbitro: Jorge Larrionda (URU). Gol: Zidane (pênalti) 33/1. Cartões amarelos: Ricardo Carvalho 38/2 e Saha 42/2.


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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 6 de julho de 2006

VARIGLOG DESTINARÁ US$ 125 MILHÕES À VARIG ANTIGA

O peso médio do pão francês deve ficar entre 45 e 48 gramas.

VARIGLOG APRESENTA NOVA PROPOSTA E CREDORES PEDEM MAIS TEMPO PARA ANALISAR OS DETALHES

ASSEMBLÉIA DA VARIG É CANCELADA

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Fotos: Paulo Pampolin/Hype

Justiça do Rio de Janeiro cancelou ontem a assembléia de credores da Varig que seria realizada na próxima segunda-feira. Ainda não foi definida uma nova data para a reunião, que precederia um novo leilão judicial da companhia. O motivo do cancelamento foi a apresentação de uma proposta melhorada da VarigLog para comprar sua ex-controladora, por cerca de US$ 500 milhões. Credores e a comissão de juízes responsável pela recuperação judicial da Varig tinham dúvidas sobre a oferta. O Ministério Público do Rio e o administrador judicial da Varig, a consultoria Deloitte, têm 24 horas para analisar o documento, que vale até o dia 16. A principal dúvida sobre a proposta da VarigLog era saber como os credores da Varig teriam garantia de que suas dívidas seriam honradas na chamada Varig antiga, que seria desmembrada da operação

principal para herdar o passivo de R$ 7,9 bilhões. Pelos detalhamentos apresentados ontem, a VarigLog se compromete a destinar R$ 277 milhões (US$ 125 milhões) pela Varig antiga. Esse dinheiro faz parte do R$ 1,067 bilhão (US$ 485 milhões) que a ex-subsidiária pretende desembolsar pela nova Varig. Na proposta anterior, não estava previsto o desembolso para a Varig antiga. Pagamentos – Do total que a VarigLog pretende pagar pela ex-controladora, US$ 75 milhões serão desembolsados no dia da homologação da proposta. Outros US$ 75 milhões serão depositados 30 dias após a oficialização da compra. Depois disso, a ex-subsidiária também planeja pagar US$ 215 milhões conforme cronograma de investimentos que ainda deverá ser estabelecido de acordo com o plano de negócios da Varig. Caso haja novo leilão com outra proposta vencedora, o eventual comprador terá de reservar mais do que R$ 277 milhões pa-

ra a Varig antiga, que teria 5% das ações da companhia resultante da reestruturação. Dentro de 30 dias após a homologação da oferta, a Varig poderá assinar um contrato com a Varig antiga para o fretamento de duas aeronaves, no valor de R$ 5 milhões durante 3 anos, totalizando R$ 15 milhões. A VarigLog também propõe pagar R$ 1 milhão por ano, no prazo de 10 anos, pela utilização do centro de treinamento de pilotos que será criado na Varig antiga. Outra fonte de receita da Varig antiga será o aluguel dos ativos imobiliários. Segundo estimativa da VarigLog, a remuneração mensal seria de 0,8% do valor de mercado desses imóveis. A VarigLog manteve na proposta o pagamento de R$ 24 milhões ao fundo de pensão Aerus. O valor será usado para a recompra de 5% das ações da própria subsidiária que foram dadas como garantia em 2003, quando a dívida da Varig com o Aerus foi repactuada. (AE)

Greve da Infraero tem 60% de adesão

somou 70% de adesão em todo País. No Rio de Janeiro, 60% pararam as atividades nos aeroportos. Em reunião ontem à tarde entre os presidentes do Sindicato, José de Alencar Sobrinho, e da estatal, Tenente-Brigadeiro da Reserva José Carlos Pereira, a Infraero mostrou-se comprometida com a causa

dos aeroportuários. O presidente da Infraero, segundo o sindicato, garantiu que tem mantido contato com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, para aprovação do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) e do reajuste reivindicado pelos trabalhadores, de 37,4%. ( AE)

O

s aeroportuários do Rio de Janeiro, que não haviam aderido à greve da última terça-feira, paralisaram suas atividades ontem de manhã. O Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina)

Cristina Calabró comemora a economia de R$ 0,05 na compra diária do pão francês

Cobrança do pão francês por quilo agrada a consumidor pesar de o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) ter dado um prazo de 120 dias – a partir de 20 de junho – para que as padarias do País começassem a vender o pão francês por quilo, alguns estabelecimentos de São Paulo e de São Bernardo já fizeram a mudança. Na Pioneira, padaria no bairro do Alto de Pinheiros, a novidade, apesar de gerar dúvidas, foi bem-vinda. A professora de Matemática Cristina Calabró gastava R$ 1,50 todos os dias para comprar cinco pães. Ontem, gastou R$ 1,45. "É bom porque no final do mês vai dar um montante a favor da gente", disse. Segundo uma das gerentes da Pioneira, Michela Moma Duarte, alguns clientes não assimilaram a mudança e até desconfiam que a padaria vá cobrar mais caro pelo pãozinho. "É importante deixar claro que a mudança foi justa tanto para nós como para os clientes", disse Michela. Na Pionei-

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Michela: mudança foi justa

ra, o quilo do pão, que, segundo a gerente, sempre pesa um pouco mais de 50 gramas, custa R$ 5,50. O gerente da Panificadora Kennedy Carlos Rodrigues de Souza, outra padaria que também já vende o pãozinho por quilo, disse que diversos fatores influenciam no peso final do pão "Manuseio da massa, tempo que o pão fica no forno, pouca ou muita umidade", disse. Na Kennedy, o quilo do pão

custa R$ 6. Segundo Souza, o preço continua igual, já que antes o pão custava R$ 0,30 e com R$ 6 compra-se 20 pães. A padaria, em São Bernardo, colocou três balanças para atender os clientes e evitar que a fila do pão se alongue muito. "O problema é que tem gente que agora, dependendo do peso que a balança mostra, pede para tirar um pão ou acrescentar outro, e isso acaba influenciando no tempo da fila." Em Santo André, as padarias já cobram o pão por quilo devido a uma lei municipal. Segundo o vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria da Panificação (Abip), Antônio Carlos Henriques, o pão francês não precisa mais ter 50 gramas porque o cliente só vai pagar o que mostrar a balança. "O peso deve ficar entre 45 e 48 gramas", disse. Para ele, as padarias vão deixar para a última hora a mudança na cobrança do pão. "É típico de brasileiro", brinca o português da região de Beira Alta. Kety Shapazian

Adição de mandioca é polêmica ase para a produção de álcool, ração animal e merenda escolar. Essas são algumas das opções de uso da mandioca que devem ser apresentadas na Câmara dos Deputados pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) para impedir a aprovação do projeto de lei que determina a obrigatoriedade da adição de 10% de derivados de mandioca à farinha de trigo usada em pães e massas. O projeto de lei nº 4.679/2001, de autoria do presidente da Câmara, Aldo Rebelo, está na Comissão Especial da Casa e pode ser votado em caráter terminativo. Depois, seguirá para o Senado.

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Representantes do setor de trigo, panificação e da mandioca se reuniram ontem na Fiesp e chegaram à conclusão de que é preciso encontrar um meio termo para a questão. O presidente da Associação Brasileira da Indústria da Panificação (Abip), Antônio Carlos Henriques, disse que o governo não deve determinar o uso de matérias-primas. "Quem regula é a iniciativa privada." Henriques, assim como todo o setor de trigo, apóia a iniciativa de incentivar a cultura mandioqueira, mas há críticas de que seja pela obrigatoriedade. Os produtores de mandioca alegam que há excesso de produção da raiz no Paraná e

Mato Grosso do Sul. Para eles, a adição do produto na farinha de trigo seria uma solução eficaz. Além disso, defendem a idéia de que a medida geraria 100 mil empregos para o segmento e reduziria a importação de farinha de trigo, que em 2006 deve chegar a 5,1 milhões de toneladas. A panificação utiliza 60% dos cerca de 10 milhões de toneladas consumidos por ano no País. Outra opção seria oferecer o pão francês e o "pão brasileiro", que seria produzido com amido de mandioca no lugar da farinha de trigo. Assim, o consumidor poderia escolher entre um e outro. Adriana David

TV pela internet é a nova aposta TV digital e a televisão transmitida pelo protocolo de internet (IPTV) são as duas áreas com maior potencial de crescimento para os serviços de satélites no Brasil. A avaliação é do diretor da Intelsat para o Mercosul e Chile, Estevão Ghizoni. A empresa passou a ser a maior provedora mundial de serviços comerciais de satélites de órbita fixa a partir

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da sua fusão com a PanAmSat, quando ficou com uma frota de 51 satélites. Segundo Ghizoni, a PanAmSat tinha grande força em vídeo e dados e transferiu isso para a nova Intelsat. De acordo com ele, o principal efeito da fusão no Brasil é a ampliação do leque de produtos e serviços oferecidos pela nova empresa para seus clientes no País. "Temos ago-

ra mais capacidade e mais opções e podemos atender nossos clientes de forma mais eficiente", disse. Empresas de televisão aberta e por assinatura e operadoras de telefonia já usam os serviços de satélites e poderão aumentar sua demanda a partir do interesse pelas novas tecnologias de transmissão, como TV digital e IPTV. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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quinta-feira, 6 de julho de 2006

O cattenaccio é coisa dos anos 30. Faz tempo que a Itália ataca com pelo menos dois atacantes.” Cannavaro, da Itália

Se um titular pega um resfriado e não pode jogar, entra outro e tudo bem. Foi assim que crescemos na Copa.” Marcello Lippi, técnico da Itália Filippo Monteforte/AFP

paSse livre Roberto Benevides

Mais Zidane começo deu a impressão de que teríamos um segundo jogo de fortes emoções nas semifinais, como tinha sido o Itália 2 x 0 Alemanha da véspera, mas foi impressão passageira. Durou pouco a animação e os portugueses caíram no ritmo cadenciado que era conveniente aos franceses. O 1 a 0 fez justiça ao futebol, tingindo inteiramente de azul a final da Copa, mas não foi justo o gol francês, marcado por Zidane na cobrança de um pênalti, no mínimo duvidoso, de Ricardo Carvalho em Henry. Os portugueses gastaram em reclamações a energia de que precisavam para reverter o placar. Sobrava tempo para a reação, pois o gol saiu aos 33 minutos, mas Figo, Cristiano Ronaldo, Maniche e companhia acabaram se rendendo ao andamento quase letárgico que esta equipe francesa impõe ao jogo, fazendo a bola a rolar de pé em pé, sem nenhuma pressa e bastante eficácia. No segundo tempo, logo no comecinho, Henry e Ribéry deram dois sustos no goleiro Ricardo. Foi só. Na tentativa de reverter a desvantagem, Portugal foi para a frente, mas o time erra demais nas finalizações. Barthez, inseguro como sempre, teve pouco trabalho. A vitória francesa confere justa solenidade à despedida do maior craque francês dos últimos tempos, talvez de todos os tempos. Zinedine Zidane vai ter, porém, de jogar em Berlim, no domingo, muito mais do que jogou ontem em Munique para levar Les Bleus a uma vitória sobre a Azzurra na final e, assim, dar adeus ao futebol como bicampeão do mundo. Não será nada fácil.

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As comemorações da vitória sobre a Alemanha que valeu vaga na final tomaram as ruas de Roma, inclusive nas proximidades do Vaticano

FESTA ITALIANA

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oi uma quarta-feira de festa na concentração italiana. Não só pela classificação para a final da Copa do Mundo, após a vitória por 2 a 0 sobre a Alemanha, na prorrogação, mas porque o centroavante Alberto Gilardino comemora 24 anos. Ele nasceu exatamente no dia em que Paolo Rossi fez os três gols que eliminaram o Brasil da Copa de 1982, na Espanha, na vitória italiana por 3 a 2. Como todos os jogadores da Itália, ele ganhou folga ontem. Gilardino fez um gol na Copa, no jogo contra os Estados Unidos. Diante da Alemanha, entrou no segundo tempo no lugar de Toni, foi muito bem na prorrogação - mandou uma bola na trave e fez a jogada do gol de Del Piero - e tem esperança de ser titular na final. “Fui dormir às cinco da manhã, porque fiquei assistindo à partida novamente, inclusive a prorrogação”, disse o técnico italiano, Marcello Lippi, ontem, na entrevista coletiva. “Gostei do que vi. Vencemos

um time de muita qualidade, provavelmente foi a vitória mais importante da minha carreira. Antes de domingo, é claro”, brincou, referindo-se à final de domingo, contra a França. “Tivemos problemas, mas fomos melhores.” O técnico disse que decidiu apostar em uma formação ofensiva, com quatro atacantes, inclusive Totti e Del Piero ao mesmo tempo, porque o jogo estava aberto e sua defesa merecia confiança a ponto de ele poder sacrificar o meio-decampo - sobraram apenas Gattuso e Pirlo, autor da assistência para o primeiro gol, de Grosso. “Nós temos bons zagueiros e um ótimo goleiro. E ficamos com bons cobradores de pênalti.” Os elogios à defesa são um sinal de que Lippi deve manter Materazzi como titular da zaga na decisão, em Berlim, já que ainda não sabe se Nesta estará plenamente recuperado da lesão muscular na coxa direita que o afastou dos últimos três jogos.

Por outro lado, poderá contar com o volante De Rossi, que cumpriu contra a Alemanha o último dos quatro jogos de suspensão pelo cartão vermelho recebido no jogo contra os Estados Unidos, quando acertou uma cotovelada no atacante adversário McBride. Fabio Cannavaro, o capitão do time, completará 100 jogos com a camisa da A z zu r ra. “O rendimento de Cannavaro nesse Mundial mostra que ele é o melhor zagueiro do mundo, sem dúvida”, afirma Marcello Lippi. “Eu fico muito contente que ele vá completar o seu centésimo jogo em uma final de Copa. Ele merece.” Cannavaro confessa que está vivendo um sonho acalentado desde há muito tempo. E vibra com a possibilidade de um título que viu, muito de perto, escapar em 1990, quando a Copa foi na Itália. Ele tinha 16 anos e era jogador das equipes de base do Napoli: “Trabalhei como gandula na partida entre Itália e Argentina, quando fomos derrotados. Foi triste, mas

não diminuiu o sonho que tinha de chegar à seleção”. A final da Copa deverá ser também a última partida de Francesco Totti pela seleção italiana. O jogador da Roma, que completará 30 anos dia 27 de setembro, revelou ao técnico Marcello Lippi que há 90% de chance de deixar a seleção depois do Mundial. A conquista do título seria a chance de Totti se despedir em grande estilo, para acabar de vez com os comentários de que não rende bem com a camisa azul - em 57 partidas, fez apenas nove gols. Totti fez uma Copa apagada em 2002 e uma péssima Eurocopa em 2004, quando cuspiu no dinamarquês Poulsen no jogo de estréia e foi suspenso por quatro partidas, o que o afastou da competição. “Temos que respeitar as decisões de cada um. O que posso dizer é que confio plenamente em Totti e nunca tive dúvida de que ele seria importante para nós aqui na Alemanha”, disse o técnico Marcello Lippi.

Pela porta da frente Ronaldo vai passar por nova D cirurgia Tobias Schwarz/Reuters

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Na moderna época das Copas do Mundo, a contar de 1950 para cá, a final de domingo, com Itália contra França, será a segunda sem a presença de Brasil e/ou Alemanha. A primeira foi em 78 – Argentina 3 x 1 Holanda.

*Com Agência Estado e Reuters

copa na tv Fernando Cesarotti

ÚLTIMAS DOSES DE PACIÊNCIA uito falatório, reprises de jogos, gols, reportagens e, claro, de debates. De hoje até sábado, às 16h, quando a bola volta a rolar nessa Copa, na decisão de terceiro lugar entre alemães e portugueses, os telespectadores dos canais esportivos vão sofrer na busca por algo diferente. Para se ter uma idéia, a programação de hoje da ESPN Brasil prevê apenas seis horas e meia de transmissão ao vivo, divididas pelos seguintes programas: duas edições do Bate Bola, de duas horas cada; uma hora e meia de Linha de Passe ; e uma hora do jornal Sportscenter. Os demais canais não fogem muito à regra: debates , jornais e reprises de jogos e programas especiais. É dose de dinossauro para o mais fanático dos viciados em futebol e Copa do Mundo. Até a tarde de sábado, muita gente vai estar implorando por um joguinho de vôlei ou correndo para o Sportv 2 e as transmissões de Wimbledon. Alguém pode dizer que a culpa é de Zidane: se a nossa Seleção estivesse em campo, haveria treinos, entrevistas, mais interesse na produção de material inédito. Como a França demoliu o sonho do hexa, o interesse no público diminuiu, a audiência caiu - e quem continua fiel à Copa se deu mal. Vão ser dois longos dias até os jogos finais.

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DISCO RISCADO

UMA IMAGEM...

Esta coluna desistiu, lá pelos 25 minutos do segundo tempo, de contar quantas vezes Galvão Bueno tinha dito "Portugal é valente, não desiste" e "O jogo vai ter um final dramático". Com pequenas variações semânticas, certamente passaram de uma dezena cada um. A tal valentia lusa foi mais mencionada que o próprio lateral Nuno Valente.

Depois que o volante alemão Frings foi suspenso por causa de um direto flagrado por uma TV italiana, vamos ver o que a Fifa fará com Felipão, flagrado pela geração oficial de imagens girando o polegar sob a palma da mão, sinal universal de roubo, logo depois que Horacio Elizondo marcou o pênalti sobre Henry que definiria a vitória da França. Com ou sem razão no lance, o "míster" deveria ter um pouco mais de compostura numa semifinal de Copa.

RARIDADE Enquanto isso, José Roberto Wright deu um exemplo incomum de humildade: depois do quarto replay do lance em que o português Miguel se contundiu, reconheceu que não houve falta. Até então, ele e Galvão já tinham começado a espinafrar o juiz.

JUNTE-SE A ELES Em tempo, a ESPN Brasil repirsa o jogo de ontem às 15h - Sportv e BandSports não anunciam horário, mas certamente o farão..

Na onda de reprises, o Sportv deixou de lado os filmes oficiais, exibidos incessantemente antes da Copa.

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Apesar da eliminação alemã, Klinsmann pode continuar como técnico

médico da Seleção Brasileira, José Luiz Runco, declarou ontem que o atacante Ronaldo fará uma cirurgia no joelho esquerdo para eliminar uma calcificação que produz intensas dores no jogador. O procedimento médico deve acontecer nos próximos dias, com rápida recuperação “Ele tem esse problema há oito meses e de vez em quando reclama, mas não é algo que o impeça de jogar”, afirmou o médico. Runco ressaltou que o problema não tem relação com as lesões anteriores de Ronaldo, especialmente a delicada operação no joelho direito, em 2000. “As contusões anteriores foram no joelho direito. Portanto, não há nenhum vínculo entre esta operação e as anteriores”, disse o médico, que foi informado do problema durante a Copa do Mundo. De acordo com Runco, o problema da calcificação pode ter aparecido por causa de um golpe ou alguma sobrecarga de trabalho no joelho. Será realizada apenas uma raspagem no local afetado.

PELA SEGUNDA VEZ

O deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) apresentou um projeto de lei que proíbe a convocação para a Seleção de jogadores que, um ano antes de qualquer competição organizada pela Fifa, não estejam atuando no Brasil.

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errotada pela Itália na semifinal, a Alemanha viveu ontem um dia de ressaca, mas também de apoio aos jogadores e ao técnico Jürgen Klinsmann. Nas ruas, bandeiras ainda desfilavam nos carros e lojas mantinham as cores nacionais. Para coroar o reconhecimento da alegria proporcionada pela equipe de Klinsmann, o presidente da nação, Horst Köhler, felicitou, em entrevista ao jornal B i l d, todos os seus compatriotas: “Estou orgulhoso do meu país. Achei bom não ser o único a ter uma bandeira tremulando em meu carro. Os alemães voltaram a se identificar com seu país e com suas cores. Isto é grandioso”. A tendência é a permanência do técnico Klinsmann, pois tanto Michael Ballack, capitão do time, como Franz Beckenbauer e o presidente da Federação Alemã, Theo Zwanziger, querem que o ex-atacante prossiga no comando da equipe. Mas o gerente da seleção alemã, Oliver Bierhoff, disse que ainda é cedo para pressionar Klinsmann a acertar sua permanência no cargo: “Gostaríamos de uma resposta imediata, mas não é o momento adequado para isso”. Logo após a partida, Klinsmann disse que consultaria sua família, que vive na Califórnia, nos Estados Unidos, antes de tomar uma decisão.

OPORTUNISMO

Já a ESPN Brasil insiste com "Os jogadores". Mas nenhum dos craques retratados ontem ainda segue na disputa.


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Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 6 de julho de 2006

Essa política econômica é burra. E o oposto de uma política burra não é outra política burra, e sim uma política racional. José Serra

MERCADANTE DEFENDE PORTE DE ARMASCONTRA PCC

TUCANO DEFENDE OUSADIA NO COMÉRCIO EXTERIOR E ESPERA ABRIR DIÁLOGO COM A UNIÃO EUROPÉIA Roosewelt Pinheiro/ABr

Sérgio Lima/Folha Imagem/09.11.2005

Genoino, um dos nomes da legenda para a Câmara...

... assim como o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci.

ALCKMIN VIAJA PARA LISBOA E BRUXELAS

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candidato do PSDB à presidência da República, Geraldo Alckmin, disse ontem que pretende, se eleito, ter "grande ousadia e empenho" no comércio exterior e na política externa. "O comércio exterior, tanto a exportação quanto a importação, é fundamental para nossa economia. Precisamos ter uma enorme ousadia nesta área. Cada U$ 1 bilhão que exportamos são 60 mil empregos gerados aqui", disse, depois da reunião do Conselho Político de sua campanha, em Brasília. Neste domingo, o candidato tucano viajará para a Europa – Lisboa e Bruxelas – e retorna na quarta-feira. Em Portugal, vai se encontrar com o presidente português, Aníbal Cavaco e Silva, e, na Bélgica, com o presidente da União Européia, José Manuel Durão Barroso. Segundo Alckmin, o objetivo da visita é abrir o diálogo, levar suas propostas e ouvir as autoridades européias. Alckmin considera a viagem à Europa agora, no início da campanha eleitoral, "extremamente necessária". "O acordo comercial Mercosul e União Eu-

O comércio exterior, tanto a exportação quanto a importação, é fundamental para nossa economia. Precisamos ter uma enorme ousadia nesta área. ropéia é importantíssimo; precisamos avançar mais na questão de comércio exterior", disse. Na avaliação dele, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva avançou pouco nas negociações com a União Européia. Retrocesso – "Os acordos comerciais do Brasil avançaram pouco, e ainda tivemos retrocesso na questão do Mercosul, pois as questões políticas e institucionais foram agravadas. Ao invés de partirmos para uma maior competitividade entre os países do bloco caminhamos para maior protecionismo e com furos na questão da União aduaneira", completou. Na entrevista, Alckmin afirmou que "não descarta" o Acor-

do de livre comércio das Américas (Alca), embora considere que "passou um pouco o time" e que é preciso reciprocidade. "Para mim, a Alca é reciprocidade. Desde que haja reciprocidade, claro que nós temos interesse na Alca. Nós podemos fazer um acordo desde que também o governo norteamericano diminua subsídio, permita a entrada mais fácil de nossos produtos. Eu não descarto essa questão da Alca. O interesse nacional tem que estar à frente do interesse político e de questões ideológicas." Indagado sobre a reportagem do diário britânico Financial Times segundo a qual ele e Lula não se diferenciam em termos de propostas, contestou: " Acho que somos totalmente diferentes: na maneira de governar, nos valores éticos, na visão de mundo, na questão macroeconômica, na política externa, na qualidade dos serviços públicos de saúde, educação e segurança", afirmou. "O presidente Lula assume uma política atrasada que é movida a processo eleitoral. E o povo brasileiro vai dar uma resposta muito forte. Isso é como bumerangue, se volta contra quem faz." (AE)

PT: MENSALEIROS NA LISTA. Relação estadual de candidatos inclui Mentor e Luizinho, além de Palocci e Genoino.

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PT divulgou ontem em seu site na internet a lista de candidatos que pretendem representar o Estado de São Paulo nas eleições deste ano, com o nome de 113 candidatos a vagas na Assembléia Legislativa e 58 candidatos a deputado federal. A relação inclui os nomes do exministro da Fazenda, Antônio Palocci e do ex-presidente nacional da legenda, José Genoino, ambos afastados de seus cargos por terem seus nomes envolvidos em denúncias de corrupção. De acordo com o PT, a lista ainda poderá sofrer outras alterações ao longo da campanha eleitoral. Confirmando o que havia sido divulgado, diversos envol-

vidos no escândalo do mensalão aparecem entre os candidatos petistas a uma vaga na Câmara dos Deputados. Fora Palocci e Genoino, disputarão as eleições pelo PT paulista os deputados José Mentor, João Paulo Cunha e Professor Luizinho, acusados de envolvimento com o mensalão. Dança da pizza – Na relação, está também o nome de Ângela Guadagnin, conhecida por ter realizado a chamada "dança da pizza", em comemoração à absolvição de parlamentares que enfrentaram processos de cassação. A lista confirma ainda a candidatura de nomes do PT que não foram envolvidos em escândalos, como o do presiden-

te nacional do partido, Ricardo Berzoini, que disputará um novo mandato de deputado federal. Junto com a relação, o PT divulgou os nomes das coligações formadas para as próximas eleições. A coligação para o governo paulista, que será disputado pelo senador Aloizio Mercadante, representará PT, PCdoB, PL, PRB e PRTB com o nome "Melhor para São Paulo". Já a coligação para senador, que lançará mais uma vez a candidatura de Eduardo Suplicy, levará o nome dos próprios partidos que a compõem "PT, PCdoB, PL, PRB" A coligação proporcional, pela qual se candidatam os deputados se chamará "PT, PCdoB". (AE)

POLÍTICA ECONÔMICA DE LULA É BURRA, DIZ SERRA. Candidato do PSDB ao governo de SP usou acordo com a China como exemplo

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candidato ao governo de São Paulo pelo PSDB, José Serra, classificou como burra a política econômica do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Serra disse ainda que o Brasil tem adotado uma política externa de aprendiz de feiticeiro, ao citar o acordo comercial firmado com a China. As declarações foram feitas durante visita a Americana, a 140 km de São Paulo, principal pólo de indústrias de tecelagem do País e um dos setores mais afetados pela entrada dos chineses no mercado nacional. "Essa política econômica é burra. E o oposto de uma política burra não é outra política burra, e sim uma política racional."

Paulo Liebert/AE

"O setor têxtil e de v es tu ár io tem sido a maior vítima na área i n d u st r i a l da política econômica Serra: críticas. d o g o v e rno federal, essa política insensata de juros e câmbios." O ex-prefeito usou o acordo firmado entre Brasil e China para criticar a postura que Lula tem adotado em relação aos negócios internacionais. "Os chineses não estão invadindo o mercado e destruindo a posição do vestuário porque são mais eficientes. É porque estamos com taxas de câmbio hipervalo-

rizadas e porque o governo federal não controla a entrada irregular de mercadorias, inclusive com superfaturamento de preço de importação." Segundo o ex-prefeito de São Paulo, a atual política econômica foi responsável no Brasil (nos últimos três anos) por cerca de 300 mil empregos que deixaram de ser criados no setor. "Só em São Paulo são 120 mil empregos", completou. Serra, favorito nas pesquisas eleitorais, disse que vai adotar, como governador, uma "batalha" para que o País adote uma política econômica de desenvolvimento com estabilidade. "E não de estabilidade com subdesenvolvimento, que é o que está acontecendo." (AE)

PETISTA APÓIA AGENTES André Dusek/AE

Polícia Federal vai editar portarias concedendo emergencialmente licença para porte de armas aos agentes penitenciários de São Paulo, em razão da onda de violência contra a categoria desencadeada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). A garantia foi dada pelo diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, ao senador Aloizio Mercandante (PT-SP) candidato ao governo de São Paulo, em audiência na PF. Segundo Mercadante, a situação se justifica diante dos ataques sofridos pelos agentes desde maio. Ele explicou que o estatuto do desarmamento prevê essa possibilidade. Os portes de arma

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serão concedidos ind i v i d u a lmente. O agente am eaça do deve fazer a solicitação à PF, justifi- Mercadante na PF cando a necessidade de proteção. Pela lei em vigor, o agente penitenciário só pode usar armas dentro dos presídios ou em missão, não podendo levá-las para casa. Oposição – O candidato do PSDB à presidência da República, Geraldo Alckmin, concorda com a proposta feita por Mercadante, mas entende que isso não resolverá o problema

da criminalidade em São Paulo. "Se for autorizado o uso de armas, quem quiser usar que use. Mas o problema não é este. O problema é identificar as organizações criminosas e prender os criminosos." Já a candidatura tucana ao governo do Estado considerou a medida eleitoreira. O deputado federal Alberto Goldman, candidato a vice de José Serra, disparou: "Me parece que Mercadante está surfando no drama dos agentes penitenciários. E fica claro que há um envolvimento do ministro Márcio Thomaz Bastos (da Justiça) no processo eleitoral. É uma ação do Executivo articulada pelo próprio Mercadante." (AE)


quinta-feira, 6 de julho de 2006

Tr i b u t o s Empresas Finanças Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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VENEZUELA NO MERCOSUL DESAGRADA MERCADO

22,9

bilhões de reais deixaram o País no mês passado, de acordo com relatório divulgado ontem pelo BC.

TESTES DE ARTEFATOS NO MAR DO JAPÃO CRIAM TEMOR DE CRISE GEOPOLÍTICA MUNDIAL E DERRUBAM BOLSAS

MÍSSEIS DA CORÉIA ATINGEM MERCADOS

A

Toshiyuki Aizawa/Reuters

Pedestres em frente à bolsa de Tóquio: preocupação mundial diante de novo problema com a Coréia do Norte

Fluxo cambial negativo

m volume recorde d e U S $ 2 2 , 9 4 b ilhões em recursos externos deixou o País no mês de junho, segundo o Banco Central (BC). Esse valor, que corresponde às saídas de recursos no segmento financeiro, é o maior já registrado desde o início da série histórica, em janeiro de 1982. "A explicação para o crescimento das saídas está no aumento da volatilidade nos mercados externos, observado desde meados de maio", afirmou o economista da Arx Capital Management, Alexandre Sant'Anna. A fuga, na opinião do economista, deve ter ficado mais concentrada nas operações em bolsa de valores. A queda na taxa de rolagem dos emprésti-

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mos externos, na opinião da economista do ABN Amro, Zeina Latif, também ajudou a elevar o volume de remessas de recursos ao exterior. O pagamento de compromissos da dívida externa do Tesouro Nacional foi outro fator, na visão da economista, que pode ter puxado para cima as saídas pelo segmento financeiro. A expectativa é de que o movimento, neste mês, seja pelo menos em parte revertido. "No meu ponto de vista, o dado de junho é o retrato de um momento e não indica uma tendência", comentou Zeina. Importações — O BC também registrou elevação das saídas de recursos do País por conta da realização de importações no mês passado.

Em junho, as importações geraram um movimento de saída de recursos do País de US$ 7,568 bilhões, também o maior da série histórica. O aumento das saídas de recursos do País por causa das compras externas ainda veio acompanhado por uma queda dos ingressos de moeda estrangeira vinculados às exportações de produtos brasileiros, de US$ 14,080 bilhões para um total de US$ 11,144 bilhões. O BC revelou que os bancos tinham em junho US$ 4,390 bilhões no caixa. "É um valor bem menor que os US$ 10 bilhões alcançados durante o mês de abril, mas ainda é um patamar confortável", comentou Sant'Anna, da Arx Capital Management. (Reuters)

tensão internacional criada pela decisão da Coréia do Norte de testar mísseis no Mar do Japão derrubou ontem as principais bolsas do mundo. No Brasil, a piora do cenário externo aumentou a pressão sobre as cotações do dólar. A moeda americana encerrou os negócios com alta de 1,43%, vendida a R$ 2,20. Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), o Ibovespa (principal indicador do mercado brasileiro de ações) caiu 2,65%, para 36.378 pontos. O volume financeiro, de R$ 2,07 bilhões no fechamento, ficou abaixo da média de R$ 2,5 bilhões do ano. O risco-Brasil, termômetro da confiança dos investidores estrangeiros na economia brasileira, operava estável no fim da tarde de ontem, em 247 pontos-base. O mau humor dos investidores foi reforçado pelo desempenho negativo das bolsas nos Estados Unidos. A crise com a Coréia do Norte parece ter encerrado o ciclo de otimismo gerado pelo comunicado do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) da semana passada. O texto sinalizava a possibilidade de interrupção nas altas dos juros americanos. "Mas agora os investidores estão apreensivos com o cenário geopolítico mundial", ressaltou o gestor de renda fixa da corretora Concórdia, Jorge Alberto Cabral. O índice Dow Jones, da Bolsa de Valores de Nova York

caiu 0,68% e o Nasdaq perdeu 1,69% do valor. Na Europa, a onda pessimista também atingiu as bolsas de forma generalizada. Caíram os principais índices em Londres (-0,97%), Paris (-1,26%), Frankfurt (-1,8%), Milão (-0,71%), Madri (-0,71%) e Lisboa (-0,38%). México e Venezuela — De acordo com Cabral, os fatores que afetam os mercados não se referem apenas à Coréia do Norte. "Os norte-coreanos re-

1,43

por cento foi a valorização ontem do dólar no segmento comercial. Moeda encerrou negócios cotada a R$ 2,20 na ponta de venda. solveram desafiar a comunidade internacional testando seus mísseis exatamente no Dia da Independência dos EUA. Mas, no México, a recontagem de votos da eleição presidencial também assusta porque o mercado já tinha precificado a vitória do candidato do governo", destacou. A bolsa mexicana caiu 4,01%, refletindo a instabilidade provocada pelas eleições, já que os dois principais candi-

datos se consideram vencedores com praticamente 100% das urnas apuradas. O gestor também incluiu no rol das preocupações internacionais, ainda que com peso bem menor, a entrada da Venezuela no Mercosul, medida que desagradou os americanos. Segundo Cabral, uma piora no cenário político internacional pode aumentar o nível de cautela nos EUA, fazendo com que a taxa de juros continue em elevação, chegando próximo dos 6% anuais. "Além do risco de os Estados Unidos não interromperem seu ciclo de aperto monetário, ainda existe a possibilidade de a Europa voltar a subir juros. Apesar de muitos analistas não acreditarem nisso, eu acho que o Banco Central Europeu vai aumentálos, novamente. E, na semana que vem, tem também a decisão do BC japonês sobre os juros no país", acrescentou. Teles — Na Bovespa, entre as maiores baixas do dia ficaram ações dos setores de telecomunicações e de energia. Os papéis das teles caíram porque ontem a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) decidiu que as operadoras da telefonia fixa terão de reduzir as tarifas em média 0,43% a partir deste mês. "A variação nominal negativa para as tarifas das concessionárias ficou abaixo de nossa expectativa inicial, que era de um reajuste baixíssimo ou até mesmo zero", afirmou o banco Brascan em relatório. (Agências)


Saúde Ciência Polícia Urbanismo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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CASAL FOI METRALHADO NO CARRO POR MOTOQUEIROS

FARC PODE TER EXECUTADO CASAL COM 15 TIROS EM SP

O crime é investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Clayton de Souza/AE

quinta-feira, 6 de julho de 2006

Advogada criminalista e corretor podem ter sido assassinados em ato de vingança de casal colombiano

A

s Forças Armadas R e v o l u c io n á r i a s da Colômbia (Farc) podem ter executado brutalmente anteontem a advogada criminalista Sandra Medeiros Rodrigues, 29 anos, grávida de dois meses, e seu marido, o corretor de seguros Adriano Peixoto Rodrigues, de 33. O casal foi metralhado dentro do carro por dois motoqueiros, às 8h30, na rua Stefano Mauser, no Jardim Regina, em Pirituba. No começo do ano, após descobrir ter sido enganada por um casal de colombianos por acreditar que pertenciam às Farc, Sandra fez a denúncia à Polícia Federal. Teria, no entanto, se recusado a entrar no Programa de Proteção às Testemunhas. O duplo homicídio está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, que recebeu dossiê da investigação, enviado pela PF. "Eles deixaram um filho de 2 anos, que sobreviveu porque não estava no carro", disse um amigo da família à polícia. Ao ver morta a filha que sonhava ser juíza, o pai de Sandra, que também teme ser executado, tentou ligar para o

Fotos de Alex Silva/AE

presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, pedindo socorro. A Polícia Civil de São Paulo já descobriu que, há cerca de três anos, as vítimas se envolveram com um rico casal de colombianos, inicialmente identificado como Humberto e Beatriz Parra. Articulados, se diziam vítimas de estelionatários no país de origem. O casal e as vítimas se tornaram amigos íntimos. Os colombianos chegaram a comprar uma casa vendida pela imobiliária Peixoto, propriedade dos pais de Adriano. "Eles eram verdadeiros artistas. Pediam ajuda para Sandra e Adriano, seus únicos amigos no Brasil. Garan-

tiam estar com problemas de documentos na Justiça. Sandra foi induzida a colocar carros e casas em seu nome. Ao descobrir que estava sendo usada pelas Farc, buscou a PF", disse outro familiar. Há algum tempo, a família de Adriano suspeitou que o casal estava sendo usado pelos colombianos. Mas Sandra os defendia e discutiu com os pais do marido. O casal suspeito está desaparecido. Na PF, Sandra reconheceu fotos do homem. Ele já estaria sendo investigado na Colômbia, México e Espanha e é suspeito de pertencer ao terceiro escalão das Farc. O casal foi enterrado ontem no Cemitério da Lapa. (AE)

MAIS UM MORTO – Na tarde de ontem, mais um agente

Na foto maior, carro do casal metralhado em Pirituba. No alto, a criminalista Sandra Medeiros Rodrigues. Acima, seu marido, o corretor de imóveis Adriano Peixoto Rodrigues.

Suzane vai a Júri junto com os irmãos Cravinhos

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desembargador Daniel Cogan, do Tribunal de Justiça, negou habeas-corpus em liminar requerida por Suzane Von Richthofen, assassin a c o n f e s s a d o s p ró p r i o s pais. A defesa pretendia adiar seu julgamento, marcado para o próximo dia 17 juntamente com os irmãos Cravinhos. O pedido foi negado para que todos os réus sejam julgados ao mesmo tempo. A defesa também pretendia que o julgamento de Suzane Richthofen fosse separado dos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos. A decisão da 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo foi divulgada ontem. Os três são réus confessos do assassinato dos pais de Suzane, Manfred e Marísia von Richthofen, em outubro de 2002. Cogan afirmou que "assim como todos os acusados participaram e estão denunciados pelos mesmos crimes de competência do Júri, é de reconhecer evidente conexão, não havendo razão para separação de julgamentos". Com a decisão do desembargador, Suzane, Daniel e Cristian serão julgados no mesmo dia, no Fórum da Barra Funda, zona oeste. (Agências)

penitenciário foi assassinado em São Paulo. Genivaldo Lourenço da Silva foi morto a golpes de facões quando chegava para o trabalho na Penitenciária 1 de Franco da Rocha. Ele foi surpreendido por um grupo de presos em fuga. A Secretaria de Administração Penitenciária confirmou a tentativa de fuga. A direção do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo vai convocar nova paralisação em decorrência dessa morte. A crescente onda de assassinatos contra agentes penitenciários tem forçado esses profissionais a se defender. O governador Claudio Lembo já admitiu a possibilidade de os agentes andarem armados, como forma de defesa. Agora, tudo depende da Assembléia Legislativa. Até lá, os agentes lançam mão de medidas defensivas alternativas, entre elas a descaracterização das placas de seus automóveis, como se pode ver na foto acima. (Agências)

GIr Agendas da Associação e das distritais

Hoje I Costa Rica – O vice-presidente

e coordenador do Conselho de Câmaras Internacionais de Comércio da ASCP, Hélio Quer falar com 26.000 empresários de uma só vez?

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Nicoletti, participa da inauguração e posse da Câmara de Comércio Brasil - Costa Rica. Às 17h30, na ACSP, rua Boa Vista, 51/12º andar , no ENRE. I Chamber – Reunião do Conselho de Relações Internacionais da São Paulo Chamber of Commerce, coordenada pelo vicepresidente da ACSP, Alfredo Cotait Neto. Às 10h, na ACSP, sala Tadashi Sakurai.


Logo Logo DIÁRIO DO COMÉRCIO

O fato é que nós [EUA] precisamos que muitos imigrantes venham ao país todos os anos. Nossa taxa de nascimentos não é grande o suficiente para sustentar o crescimento econômico de que precisamos. Do prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, ao comitê de senadores que estuda a lei de imigração, defendendo que a economia dos EUA entraria em colapso caso os imigrantes ilegais fossem deportados.

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quinta-feira, 6 de julho de 2006

JULHO

2 -.LOGO

6 Nascimento da pintora mexicana Frida Khalo (1907-1954), ao lado em seu auto-retrato As Duas Fridas (1939)

V INHOS M ÉXICO

O crime do Beaujolais

Cai Calderón, sobe Obrador Logo após as eleições presidenciais de domingo, no México, os mesários das seções eleitorais fizeram a contagem dos votos e repassaram os resultados para funcionários do Instituto Federal Eleitoral (IFE). Com base nesse procedimento, que é chamado de contagem preliminar, as autoridades eleitorais divulgaram que o candidato conservador Felipe Calderón estava eleito com uma vantagem de 257.532 votos, ou 0,64 ponto percentual, sobre o candidato esquerdista Andrés

Manuel López Obrador, que nunca esteve à frente na contagem. Ontem, as urnas de todo o país começaram a ser abertas, as minutas, lidas e alguns votos foram ser recontados, num processo chamado de oficial. Nesse novo processo, López Obrador, com um total de 74,68% seções apuradas, tinha 36,81% dos votos e Calderón, 34 60%. Mas especialistas garantem que a vantagem é ilusória e se deve ao fato de as apurações terem andado mais rápido ontem nos colégios onde Obrador é favorito.

T IBET Claro Cortes IV/Reuters

Produtora francesa é multada após 'macular' vinho sofisticado com mistura barata

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m tribunal multou na terça-feira uma empresa produtora de vinho em 30 mil euros (cerca de US$ 38 mil), por misturar vinho de boa qualidade com outros, de categorias mais baratas. A empresa, SA Vins Georges Duboeuf é de propriedade do "rei do Beaujolais" Georges Duboeuf, que esteve por trás do lançamento da moda mundial do Beaujolais Nouveau, a bebida fermentada recentemente que é vendida no mundo todo à meia-noite da terceira quintafeira do mês de novembro. O vinho envolvido no caso não era o Beaujolais Nouveau. Segundo a empresa, tratava-se de um Beaujolais 2004 de alta qualidade. O vinho representa-

va 300.000 litros da produção anual de Duboeuf que é de cerca de 25 milhões de garrafas. Georges Duboeuf disse, em comunicado divulgado no ano passado, que a mistura foi um engano e que a produção foi paralisada antes que o vinho alterado chegasse ao mercado. Georges Duboeuf disse em sua defesa que não sabia, no momento, que os vinhos ti-

nham sido misturados e que o líder da produção, Sylvain Dory, era responsável. Dory, que desde então deixou a companhia, recebeu uma pena de três meses de prisão em regime aberto e uma multa de 3 mil euros do tribunal de Villefranche-sur-Saone, o centro da região vitivinicultora de Beaujolais, no leste da França. (Reuters)

B RAZIL COM Z

Herança da outra ditadura A agência Bloomberg distribuiu ontem uma reportagem sobre o único programa que pode ser ouvido em quase todas as 3.668 rádios do País: Voz do Brasil. O programa que completa sete décadas de existência e foi criado pelo ditador Getúlio Vargas, segundo a Bloomberg, custa R$ 250 milhões ao ano em perda de publicidade - às rádios brasileiras e não tem nenhum conteúdo informativo. Eugenio Bucci, presidente da Radiobras, prometeu à Bloomberg que o programa terá um jornalismo mais objetivo, cobrindo até protestos contra o governo. Não disse quando. C ELEBRIDADES

Manpreet Romana/AFP

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Peregrinos budistas rezam em frente ao Palácio Potala, em Lhasa, residência tradicional do Dalai Lama. Com mais de 1.300 anos o palácio é patrimônio mundial.

E UA

Pegadinha do futebol

Aos 59 anos, mãe de gêmeos

A polícia de Berlim prendeu ontem dois homens suspeitos de espalhar pela cidade bolas de futebol recheadas com cimento e convidar pessoas para chutá-las. Pelo menos duas pessoas se feriram gravemente ao chutar as bolas, que foram presas a postes e árvores ao lado da pichação: "Você consegue chutá-la?" A polícia também achou uma oficina no apartamento deles, usada para a produção das bolas. Os dois são acusados de ferimentos físicos graves, obstrução perigosa do tráfego e negligência.

Lauren Cohen, que completará 60 anos no mês que vem, deu à luz um casal de gêmeos. Gregory e Giselle, nascidos em 22 de maio em Nova York, têm uma irmã, Raquel, de um ano e meio. As três crianças foram concebidas com técnicas de fertilização in vitro com sêmen fornecido por doadores anônimos. "Eu me casei novamente. Meu marido não tinha filhos", explicou Cohen. "Eu queria que Raquel tivesse um irmão, mas não esperava gêmeos. Aconteceu", prosseguiu a mãe.

E M

Sophia Loren, nua aos 71 anos

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A LEMANHA

BOLA SEM BRINCADEIRA - A pequena Dolly costura uma bola de futebol em casa, no vilarejo de Sisola, estado indiano de Uttah Pradesh. Mais de 10 mil crianças trabalham na produção de bolas na Índia e ganham US$ 20 por mês por até 10 bolas produzidas por dia.

C A R T A Z A STRONOMIA

CINEMA Júpiter, energia do titã N Cante com a gente. Projeto exibe um filme por semana, comentado pelo crítico Rubens Ewald Filho. O escolhido para abrir a temporada é A Noviça Rebelde, com Julie Andrews (na foto, com Christopher Plummes e a família Von Trapp). Teatro Folha. Shopping Pátio Higienópolis. Telefone: 3823-2323. 20h30. R$ 20. G @DGET DU JOUR

F AVORITOS

Biquíni com Perdido, medidor de raios UV nunca mais

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R ELIGIÃO

Igualdade para as lamentações As mulheres terão em breve um espaço de oração de tamanho equivalente ao dos homens em frente ao Muro das Lamentações, segundo determinação do prefeito de Jerusalém, o ultraortodoxo Uri Lupoliansky. Serão realizadas obras de expansão da área destinada às mulheres, atualmente bem menor que a dos homens. O prefeito aceitou um pedido feito por uma associação de mulheres, que pediu igualdade em seu espaço para lamentações. Segundo a doutrina ortodoxa judaica, mulheres e homens não podem orar juntos diante aos enormes blocos de pedra de 2.000 anos. L OTERIAS Concurso 634 da LOTOMANIA 04

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Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Filosofia e sociologia poderão se tornar disciplinas obrigatórias no ensino médio nacional Israel prepara reocupação de área na Faixa de Gaza para se defender de ataques palestinos

Concurso 778 da MEGA-SENA 20

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kg/m³ contra 5,2 kg/m³. Observado a primeira vez por Galileu em 1610 – com uma luneta de apenas 6 centímetros. de diâmetro – notou-se uma grande mancha vermelha, três vezes maior que a Terra, um furacão permanente girando em sentido antihorário, com ventos de até 1500 km/h. O movimento de rotação é de 9 horas, e o de translação 32

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A TÉ LOGO

Arte: O. Sequetin

anos. Tem 63 satélites, e os mais importantes, Calisto, Ganimedes, Europa e Io, são esferas sólidas. Em 1979 a sonda espacial Voyager 1 descobriu tênues anéis ao seu redor, ainda invisíveis aos telescópios, mesmo o Hubble. Sem inclinação do eixo, não tem estações climáticas e a temperatura na superfície das nuvens permanece em 153°C negativos. No interior, a formidável pressão de 100 milhões de atmosferas a eleva até 35.000°C positivos, solidificando o núcleo, que se transforma em hidrogênio metálico, uma condição mineral inexistente na Terra. Exagerando o conceito, Júpiter quase poderia ser considerado uma estrela, ao emitir duas vezes mais energia do que recebe do sol. É regente do signo de Sagitário, co-regente de Peixes, e tem por características astrológicas: energia, vivacidade, otimismo, curiosidade.

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O site Maporama é uma ousada iniciativa que promete que ninguém mais, no planeta, ficará perdido. Pelo menos fisicamente. Além de trazer a localização exata em todos os países, o site também tem versões em diversos idiomas. Os mapas são apenas um dos serviços do site, que também indica os melhores itinerários pelo mundo todo - entre um ponto de partida e um destino definidos pelo internauta. Outra facilidade do site: a possibilidade de registrar o próprio celular para receber informações.

as línguas românicas, exceto Português, um dia da semana é consagrado a Júpiter (jeudi, giovedì, jueves, a nossa quarta-feira). O Zeus romano, senhor do cosmo e do Olimpo, é o maior planeta do sistema solar, com diâmetro onze vezes maior que o da Terra (135.3 mil km). Ao contrário de seus colegas mais próximos do sol, Marte, Terra, Vênus e Mercúrio, não é formado por matéria sólida, mas gasosa; logo, o grande titã não tem chão. Atmosfera muito profunda, é formada principalmente por hidrogênio (90%) e hélio (10%), com pequenas porções de metano, amônia e vapor d’água, cujas diferentes misturas dão colorações às faixas longitudinais. Assim volátil, apesar do imenso tamanho sua gravidade é apenas 2,5 vezes maior que a da Terra, apresentando uma densidade planetária de 1,3

A atriz italiana Sophia Loren, de 71 anos, aceitou posar em uma foto de "nu artístico", usando apenas um par de brincos de diamantes para a edição 2007 do calendário Pirelli, anunciou ontem a revista Gente. "Falta decisão quando queremos fazer algo que é difícil para nós e em que pensamos há muito tempo", explicou a atriz, que completará 72 anos em 20 de setembro. A estrela italiana fez gerações inteiras sonharem com sua nudez, em cenas como as dos filmes de 1964, Matrimônio à Italiana e Ontem, Hoje e Amanhã, em que faz um strip-tease para Marcelo Mastroiani, que repetiu 30 anos depois em Prêt-à-por ter, de Robert Altman.

Estudo com participação brasileira identifica marcador para câncer raro de intestino

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Internacional

Venezuela não está se preparando para agredir ninguém, mas que ninguém venha a se meter conosco. Hugo Chávez

Fotos: Dida Sampaio/AE

CAÇAS E RIFLES RUSSOS NA FESTA DE CHÁVEZ

Coréia do Norte testa mísseis e atrai críticas

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presidente Hugo Chávez aproveitou ontem a festa do Dia da Independência da Venezuela para exibir os caças russos que seu governo pretende comprar, além de helicópteros de ataque e rifles Kalashnikov já adquiridos. Dois caças Sukhoi SU-30MK enviados pela Rússia fizeram vôos rasantes e barulhentos, enquanto soldados, tanques e veículos passavam em fila diante de Chávez e seus colegas de Argentina, Bolívia e Paraguai, que estão em Caracas para uma cúpula do Mercosul. As relações entre Estados Unidos e Venezuela pioraram depois que Washington proibiu as vendas de armas ao país, devido aos estreitos laços de Chávez com Irã e Cuba. Agora, o presidente quer comprar 24 caças Sukhoi para substituir os F-16 atuais, em um negócio de quase 1 bilhão de dólares, segundo analistas. Ele já comprou rifles Kalashnikov e helicópteros militares da Rússia. "Vejam como agora a nossa Força Aérea está recuperando operações, especialmente com estes Sukhoi, os jatos de combate mais poderosos do mundo." O ex-militar russo Mikhail Kalashnikov, inventor do rifle que leva seu nome, o modelo AK-47, participou da cerimônia ao lado de Chávez. A Venezuela comprou 100 mil rifles Kalashnikov do modelo AK-103 para substituir os antigos fuzis FAL. Chávez, que diz lutar contra o imperialismo dos EUA, viaja à Rússia no fim do mês para concluir a compra dos aviões. Em seu governo, ele restringiu a cooperação militar com os EUA e, neste ano, expulsou um adido naval norteamericano acusado de espionagem. O presidente frequentemente acusa a Casa Branca de preparar uma invasão do país, que é um grande exportador de petróleo. Por isso, militares e civis reservistas foram treinados para uma guerra de resistência. Autoridades dos EUA dizem que Chávez adota esse discurso de olho nas eleições de dezembro. (Reuters)

quinta-feira, 6 de julho de 2006

Aviões Sukhoi em demonstração nas comemorações do 195º aniversário da Independência da Venezuela

Soldados do Exército venezuelano exibem os recém-adquiridos rifles Kalashnikov durante parada militar

Coréia do Norte, que na madrugada de ontem lançou vários mísseis, incluindo um que poderia atingir o território americano, provocou uma onda de condenações internacionais. As críticas foram mais intensas do que em 1998, quando a nação comunista testou um míssil de longo alcance que sobrevoou o Japão. O Estado comunista desafiou os Estados Unidos justamente em seu Dia da Independência e disparou seus mísseis pouco depois do lançamento da nave espacial Discovery. Para o governo de Pyongyang o resultado do principal teste, o do míssil Taepodong-2, não foi dos melhores. Toda atenção estava voltada para o local onde um míssil Taepodong-2, capaz de atingir o Alasca, estava sendo abastecido, causando tensões através do Pacífico. Mas ao ser disparado, o míssil caiu no Mar do Japão. Não estava claro por que a Coréia do Norte disparou outros seis mísseis de curto e médio alcances, já testados no passado. De qualquer forma, os testes foram qualificados de um ato de provocação e causaram preocupação. O Conselho de Segurança da ONU realizou uma reunião de emergência a pedido do Japão, que se sentiu diretamente ameaçado, já que alguns mísseis caíram a cerca de 500 quilômetros da costa de Hokaido. Os 15 membros do CS da ONU destacaram a gravidade dos testes e estudam um projeto de resolução. Mas diplomatas europeus admitiram privadamente que as opções sobre sanções contra a Coréia do Norte são limitadas. (AE)


PINGAFOGO

OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 6 de julho de 2006

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Por que esconder o rosto desses bandidos? A magistral sequência de fotos dos "meninos" assaltando carros vai ao exagero do "politicamente correto". Esses bandidos não devem ter seus rostos protegidos, precisam ser identificados e presos. Mesmo sendo "de" menor, merecem cadeia.

DOISPONTOS -77

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Fotos: Marcos Fernandes/LUZ

ROBERTO FENDT

OS JUROS NO LIMITE

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último Relatório de Inflação do Banco Central, na linguagem tortuosa desse tipo de documentos, traz a informação de que o BC espera que a inflação deva ficar em 4,3%, mesmo que a taxa Selic chegue 14,25%, até o final do ano. Imediatamente, o mercado passou a interpretar a oblíqua passagem como uma indicação de que o Copom deve reduzir a Selic em um ponto percentual, o que poderia fazer em doses homeopáticas de 0,25 ponto percentual no segundo semestre.

NEIL FERREIRA NEIL_FERREIRA@UOL.COM.B

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Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

A

Fábrica de violência

Quando o cidadão se queixa dos juros, na verdade protesta contra a redução de seu consumo e investimento Ao mesmo tempo, a previsão do mercado para a inflação de 2007 subiu para 5,2%. Se a taxa de juros em dezembro chegar de fato a 14,25% e se materializarem no próximo ano as expectativas quanto à inflação, então a taxa real de juros (bruta, antes do imposto de renda) chegará a 8,6%. Ora, a taxa de juros básica dos EUA se encaminha, de acordo com as expectativas, para 5,25%. Não há consenso entre os analistas de que taxa é a adequada, do ponto de vista do Fed, o banco central dos EUA, para controlar a inflação deles. Há quem julgue que esse seja o último aumento por hora, enquanto outros advogam mais um aumento de 0,25 ponto percentual.

André Penner

violência tomou conta do Brasil nos últimos dias. Todos falam nela, mas poucos discutem suas razões. Isso porque assistimos a cenas às quais não estamos acostumados. Mas nos acostumamos com a omissão que, ao longo de séculos, vem produzindo a violência atual. Ninguém se lembra de que aqueles que puxam o gatilho, explodem bancos e põem fogo a viaturas policiais e ônibus um dia viveram o tempo do sonho, da brincadeira, do lápis e da caneta. Foi a falta deles no passado que fabricou a maior parte dos bandidos de hoje. Muitos teriam se tornado jovens pacíficos. Foram desviados de seu rumo, em alguns casos, por razões pessoais ou psicológicas, mas na imensa maioria por razões sociais. A sociedade brasileira é uma fábrica de violência. Se não entendermos como ela funciona, poderemos até conseguir seu controle temporário. Nosso país nasceu do seqüestro, do assalto. Os índios brasileiros tiveram suas terras tomadas. Durante quatro séculos, negros foram seqüestrados da África e trazidos para cá. Chamamos o seqüestro de economia, de agricultura, de produção. Mas na verdade, foi o seqüestro de escravos que construiu este país. E não paramos aí. Libertamos os escravos, mas não lhes demos emprego, nem escola para seus filhos. A fábrica de violência continuou. Vivemos o milagre do desenvolvimento econômico entre os anos 50 e 80. Mas os benefícios do crescimento ficaram com uma minoria, que concentrou renda, desapropriou os pobres, explorou os trabalhadores. Construímos o Brasil com violência social. Investimos no crescimento econômico e demos as costas ao desenvolvimento social. Abandonamos a educação das crianças e a saúde da população. Construímos uma sociedade injusta, que não garante os direitos da maioria da população. O resultado, hoje visível, era esperado, deveria ter sido previsto. Não estamos mais

G Não estamos

mais diante da violência comum. Enfrentamos hoje uma forma de terrorismo, é a violência pela violência, é o crime para manter o crime. G Começaram

matando policiais, para que tenham medo. Amanhã matarão juízes, em represália ao sistema judiciário.

Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

diante da violência comum. O que enfrentamos hoje é uma forma de terrorismo, é violência pela violência, é crime para manter o crime. O que aconteceu em São Paulo tinha um único propósito: aterrorizar a polícia e a sociedade. Começaram matando policiais, para que eles tenham medo de desempenhar suas funções. Amanhã matarão juízes, em represália ao sistema judiciário; depois, assassinarão os políticos que aprovarem leis para dificultar suas atividades. E não adianta esperar que os governadores solucionem o problema. Ele não é mais estadual. A tragédia da

violência é uma questão nacional, para a qual não bastam medidas circunstânciais. A garantia da segurança tem de ser responsabilidade do governo federal. É preciso criar instâncias nacionais que enfrentem o terror que cresce no país. A Polícia Militar precisa ser um órgão federal, com recursos para armar os policiais, garantir-lhes o mesmo treinamento e padrão salarial, independente dos limites de recursos de cada Estado. Mas isso não vai bastar. Não combatemos violência simplesmente prendendo bandidos. Precisamos admitir que nosso desenvolvimento

excludente criou o caldeirão e provocou a explosão. Além de melhorar nossas cadeias, devemos construir escolas, e parar a fábrica do crime, que continuará crescendo, se não tomarmos as medidas necessárias. Não controlaremos a violência enquanto não pararmos a fábrica que é a sociedade brasileira. Mas o simples fechamento da fábrica não porá fim à violência de hoje, porque seu p ro d u t o j á e s t á n a s ruas, armado. Precisamos de medidas drásticas. Temos que frear o que a fábrica produziu. CRISTOVAM BUARQUE, SENADOR, É CANDIDATO À

PRESIDÊNCIA PELO PDT

Q

ualquer que seja o rumo seguido pela política monetária americana, o fato é que estamos chegando perto do limite para a redução dos juros no Brasil. Com uma taxa básica de 5,25% ou 5,5% nos EUA, e com o atual prêmio de risco pago sobre os papéis brasileiros no exterior, uma redução dos nossos juros abaixo de 14,25% começará a tornar menos competitiva a aplicação de recursos externos em papéis brasileiros. Se assim é, então se torna ainda mais premente por em ordem a parte fiscal do governo.

té aqui, o BC vem pagando o pato pelo descontrole fiscal do governo como um todo. Se as contas do governo continuam descontroladas, só há uma forma de evitar que o excesso de despesas do governo gere inflação acima da meta: reduzindo, via taxa de juros, as despesas do setor privado. Quando os cidadãos se queixam das taxas de juros, na verdade estão protestando contra essa redução do seu espaço de consumo e investimento para abrir espaço para a gastança do governo. Observe-se que essa gastança, e o correspondente descontrole fiscal, ocorrem a despeito do assombroso aumento da carga tributária, que se reflete em recordes mensais de arrecadação. Por mais que o governo bata na tecla de que continua produzindo um superávit primário de 4,25% do PIB, o resultado que interessa é a diferença entre os gastos do governo federal que aparentam não ter qualquer limite. O resultado que interessa é o saldo primário, que reflete essa diferença. Medido dessa forma (a correta), o governo continua deficitário. A questão, portanto, é saber o que vai acontecer depois de dezembro deste ano. Volto à tecla do programa de governo, porque este é o momento de exigir dos candidatos uma definição do que farão com os problemas relevantes e urgentes.

A

hora de anunciar uma reforma fiscal abrangente, que contemple não somente tributos, mas principalmente gastos, é agora. E a hora de submetê-la ao Congresso é a do início do mandato. Uma proposta consistente não necessita produzir resultados imediatos. Ela pode afetar de maneira muito positiva as expectativas dos agentes econômicos. Essa mudança de expectativas se refletiria no componente de risco das taxas de juros, reduzindoas e reduzindo o tamanho do problema. É sempre bom lembrar que estamos atravessando céu de brigadeiro no que diz respeito ao cenário externo. As turbulências afetaram muito pouco o Brasil. Torcemos para continue assim. Mas há no ar um potencial de mais turbulências, provocada principalmente pelo déficit fiscal dos EUA. Lá, como cá, o descontrole é grande. Se os candidatos à Presidência daqui se limitarem a acusações de parte a parte, ou a apontar quem fez mais pelo Brasil, estamos mal. Precisamos que os programas sejam apresentados logo. E que apontem soluções para os reais problemas. ROBERTO FENDT É ECONOMISTA FENDT@TERRA.COM.BR

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OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

sexta-feira, sábado e domingo, 7, 8 e 9 de julho de 2006

RESENHA

NACIONAL

FUTEBOL NA ERA LULA

JOÃO DE SCANTIMBURGO

futebol, espaços da massa em escala infinita. De fato, poucos presidentes ficaram à margem de tal prática, visto que o esporte, no Brasil, ao lado do Carnaval, representa uma definitiva forma de expressão popular. Mas, no caso de Lula, devemos reconhecer que nenhum outro mandatário, nem mesmo Fidel Castro (e, no plano interno, Garrastazu Médici), foi tão longe na exploração rasteira de um sentimento lúdico. Se o leitor quiser aprofundar a questão, verá que, na análise, o “quadrado mágico”, bem como jogadores que se esmeram em conversas “sabidas” enquanto farejam a grana que vão embolsar,

A SELEÇÃO, VÍTIMA

Q

Abê

P

ode-se desvincular a derrota da seleção brasileira de futebol do quadro geral de desagregação moral do País, mas a tarefa é ingrata. Diante da desastrosa (e infame) atuação do Brasil contra a equipe francesa justificada, na minha opinião, pelo conjunto de preceitos morais vigentes, por exemplo, na contaminada Brasília, cerne administrativo da nação e terra de conchavos e falcatruas petistas -, seria difícil encontrar no atual modus operandi do futebol caboclo uma atmosfera de alma, integridade, brio e confiança capaz de ganhar qualquer tipo de competição séria e real.

Só as moscas? PAULO SAAB

D Ricardo Stuckert/PR

Um país desmoralizado pela mentira oficial pode ganhar a Copa?

Então, a pergunta que se impõe desde logo é a seguinte: por que um país inteiramente sufocado pela mentira ideológica e desmoralizado por escândalos financeiros, políticos e oficiais de toda natureza haveria de ganhar a Copa do Mundo, ainda que tenha tradição de bom futebol? Mais ainda: por que dirigentes e jogadores desfibrados por conceitos e valores morais, inteiramente impregnados pela falsidade da cultura “politicamente correta” haveriam de bater adversários sólidos e melhor orientados? Como não poderia deixar de ser, ao lado da nítida influência do “espírito da época”, consubstanciado na “ética de resultados” do PT, Lula, ao cumprir a trajetória eleitoreira de vendedor de ilusões, procurou (e procura) tirar proveito da presença do Brasil na Copa do Mundo e nos campos de

S

técnicos e dirigentes que sonegam a verdade e tratam de arrumar raciocínios aparentemente lógicos para camuflar a incompetência e a covardia, atletas que se fazem de vassalos em visitas palacianas com promessas de conquistas e glórias, por exemplo, têm tudo a ver com a inconsistência moral e criminosa dos mensalões, com as negaças políticas e conchavos corporativos bolados nos desvãos palacianos e dos ministérios, com os programas sociais armados para iludir a nação miserável e analfabeta cujos índices de escolaridade e educação, alias, acabam de ser denunciados por organismos internacionais especializados como sendo os do mais baixo padrão de qualidade. TRECHOS DO COMENTÁRIO DE IPOJUCA PONTES NO SITE MIDIA SEM MÁSCARA MIDIASEMMASCARA.COM.BR

eleção tem tudo a ver com o "clima da época"

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

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e acordo com as regras da Justiça Eleitoral, começou a campanha para as eleições quase gerais deste ano. Está aberta oficialmente a temporada de caça ao voto do eleitor, com as restrições impostas pelos novos regramentos. A campanha pelo rádio e televisão começa em 15 de agosto, no horário obrigatório. Salvem-nos os Céus! Os partidos entregaram à Justiça Eleitoral os seus candidatos, respectivos patrimônios, estimativas de gastos em cada campanhas, tudo como na teoria manda o figurino, mas certamente, como sempre, em desacordo com as boas práticas éticas e morais não mais vigentes. Vamos ter eleições para presidente da República, governadores de Estado, senadores, deputados federais e deputados estaduais. Um mutirão cívico extraordinário numa das maiores democracias do mundo, nos conceitos e no papel. Um profundo desperdício e desrespeito aos habitantes do País pela forma como as eleição são tratadas e os eleitores iludidos. O desperdício certamente - é bom esclarecer se refere a toda parafernália cívica e educativa perdida num processo eleitoral viciado em currais e em dominação de grupos políticos, e desafios pessoais acima dos interesses maiores do País. Jamais se desperdiça – ao contrário, se fortalece - o instituto da democracia no exercício do voto secreto. (No Congresso, as votações deveriam ser abertas para os eleitores saberem as jogadas que seus representantes perpetram no escurinho da urna fechada).

Chama a atenção, todavia, a absoluta ausência de detalhados programas de governo, com metas a serem alcançadas dentro de projetos de desenvolvimento para o País. Uma vez mais a campanha se fará em cima dos ódios, rivalidades, vaidades, promessas e discurso demagógico de ocasião apelando à condição sentimentalóide do brasileiro. Não existe um grande plano plurianual de desenvolvimento abrangendo as áreas de investimento em infra-estrutura, tecnologia, educação, segurança pública, transportes, integração nacional, saúde; enfim, nada que diga respeito às necessidades prementes do Brasil e que deveriam merecer a atenção e o debate público na disputa pelo voto.

C

omeçou mais uma campanha nula de conteúdo onde, embora minimizada a figura grotesca do marqueteiro fabricante de candidatos, prevalecerá ainda o tratamento de sabonete sobre as propostas de ação dos postulantes ao voto popular. Sem a implantação da fidelidade partidária, do voto distrital, da representatividade proporcional nas casas legislativas, sem mecanismos de punição exemplar para políticos e governante corruptos e sem a renovação dos atuais monopolizadores da coisa pública por outros de melhor formação moral e ética e de conteúdo administrativo, político e técnico, mais uma vez estaremos mudando ou não as moscas. Tão somente.

U ma vez mais a campanha se fará em cima de ódios, vaidades e demagogia

Goleando a corrupção GILBERTO NATALINI

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esde os tempos mais remotos, grassa em nosso País uma mania incrível de transferir para outros a culpa por nossas falhas. O Brasil perdeu o sonho do Hexa em plenas quartas-de-final? Culpa do fantasma da França, que desde de 1986 trata de expurgar nossas forças e esperanças. O Brasil está mergulhado em corrupção e estagnação política e social? Desta vez a responsabilidade recai sobre os antepassados, que não fizeram nada para construir um futuro melhor para nós. E nesta postura de apenas apontar o dedo, e nunca olhar para as próprias falhas, nossos governantes simplesmente param de cumprir seu papel e condenam o povo brasileiro a um futuro nada promissor. Nos últimos anos a corrupção atingiu níveis nunca antes vistos. A nota do Brasil no Índice de Percepção da Corrupção 2005, caiu de 3,9 para 3,7 (em uma escala de 0 a 10, sendo 10 a melhor nota). Contudo, apesar de já mostrar um quadro decepcionante, este estudo que foi fechado em junho incluiu muito pouco dos escândalos da magnitude da crise política que têm assolado o País. Com isso, a nota hoje deve estar pior ainda. A corrupção apenas foi uma ponta de toda onda de desrespeito ao cidadão desferida pelo governo do PT. O que se assiste no País é um time político tão desorientado quanto aquele da Copa do Mundo. Um time que, para começo de conversa, não conhece muito bem o terreno em que pisa, e por isso, perde-se com os deslumbres do poder. O resultado? Inépcia política, uma rede de fisiologismos, escândalos que minam a esperança do

brasileiro. E o atual presidente ainda tem coragem de dizer que o problema é que o brasileiro é exigente. Boa piada. Um povo é exigente por reivindicar atuações mais íntegras de seus homens públicos? Exigente por não se conformar com a postura de um governo que relega o pacto que firmou com a sociedade? Exigente por ainda ansiar por uma genuína mudança na esfera social? Embora o cenário atual caminhe para rumos incertos, os brasileiros não podem (e não devem) desistir. Ao contrário da turma do PT, José Serra e Geraldo Alckmin integram a seleção de representantes públicos que ainda nadam contra esta maré e lutam pela causa da democracia e da justiça social. E o passado de ambos reforça a certeza de competência, seriedade, perseverança e verdadeiro comprometimento com o ideais da cidadania.

É

patente que Serra e Alckmin são os candidatos mais qualificados para ajudar na construção de um país melhor. É isso o que ambos pretendem mostrar a partir do lançamento oficial da corrida eleitoral, "em prol do bem de São Paulo e do Brasil". O anseio é estender e ampliar esse passado de conquistas para o futuro. Apesar de o sonho do Hexa ter sido adiado para 2010, o pleito de outubro será um momento ímpar para mudarmos os rumos do nosso País. É tempo, portanto, de reavivarmos nossas esperanças e unidos batalharmos pelo bem de todos os brasileiros. GILBERTO NATALINI É VEREADOR PELO PSDB/SP NATALINI@CAMARA.SP.GOV.BR

E o presidente ainda diz que o problema é que o brasileiro é exigente

ueira-se ou não, a seleção brasileira tornou-se vítima da crise política que se arrasta há vários meses envolvendo o presidente da República, ministros, assessores, membros de gabinete e outros personagens, jogando todos num formidável movimento de destruição, cujos resultados vão ser conhecidos, ou não, de quantos se interessam pelas influências das crises internas nos aparelhos nacionais. Ainda que não se queira, um esporte que empolga toda a Nação não se isola, vive e vibra sem contatos e outras ordens lisonjeiras. Quando a seleção brasileira embarcou para a Europa já se sabia que as crises internas na política iriam repercutir na organização e no preparo da nossa equipe, que sentia no subconsciente o peso da crise pavorosa que se expandia das CPIs, dos jornais, da televisão e do rádio.

A Nação é um todo. Tudo que nela ocorre é repercussão de encontros e desencontros havidos.

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or mais avessos que fossem ao que se notava nos círculos políticos e administrativos da Nação e dos apaixonados pelo esporte futebolístico, acabariam cedendo na preocupação com os eventos políticos, dos quais ninguém escapava. A Nação é um todo, tudo que nela ocorre é repercussão de encontros e desencontros havidos na Câmara, no Senado, nos palácios presidenciais ou nas eleições que se realizaram em Estados mais influentes e mais destacados. Tudo se liga no plano nacional; a rigor não há nada isolado, mesmo em nação da extensão territorial do Brasil, um verdadeiro continente pelas dimensões de seus 8 milhões e meio de quilômetros quadrados. Sabia perfeitamente o presidente Médici da importância do futebol para a Nação. Está aí o exemplo do que aconteceu para a seleção brasileira, atingida em cheio pela crise política, que não foi possível ser evitada. A seleção brasileira foi uma vítima! JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 7, 8 e 9 de julho de 2006

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Política

Sou da paz. Heloísa Helena, candidata à presidência pelo PSol, sobre a possibilidade de se encontrar com militantes petistas

CAMPANHAS NAS RUAS EM SEUS PRIMEIROS ATOS OFICIAIS, CANDIDATOS SAEM DOS GABINETES E INICIAM CORPO-A-CORPO COM O ELEITORADO. GRAÇAS AS DETERMINAÇÕES DO TSE, ELES TERÃO QUE SE VIRAR SEM O APOIO DOS TRADICIONAIS BRINDES DE CAMPANHA.

PARA ALCKMIN, LULA É 'RIQUINHO'.

Marcia Foletto/Agência O Globo

CANDIDATA AFIRMA TER R$ 150 MI DE VERBA

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Tucano promete mudar a política fiscal, para permitir a baixa dos juros e possibilitar um câmbio mais competitivo para as exportações, sem intervenção.

O

candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, deu ontem a largada em sua campanha, em Florianópolis (SC), evitando usar as denúncias de corrupção no governo federal como arma contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Entre os compromissos do tucano, houve a participação no lançamento da campanha à reeleição do governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (PMDB), que renunciou ao cargo (é o único a disputar fora do governo). O candidato anunciou ainda as primeiras medidas a implantar caso seja eleito. "Pretendo encaminhar ao Congresso duas reformas rápidas: a política com a implementação da fidelidade partidária e a tributária, para mudar a estrutura atual de impostos, que não busca a eficiência, estimu-

la a informalidade e a sonegação", prometeu o tucano. Alckmin pregou uma "política fiscal de melhor qualidade" e, apesar de defender o dólar mais alto, descartou interferência direta no câmbio. Provocado a se pronunciar sobre o fato de Lula ter dobrado seu patrimônio pessoal durante o mandato, Alckmin considerou o fato normal e descartou a necessidade de investigações. "Não há razão para pedir uma investigação sobre isso", disse o candidato. Mas continuou que "a única coisa é que para o candidato dos pobres, ele é bem riquinho", disse Alckmin ao iniciar o primeiro ato oficial de sua corrida eleitoral. A chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse que seria atitude de "baixo nível" explorar na campanha o fato de o patrimônio do presidente Lula ter dobrado entre 2002 e 2006. (AOG)

Paulo Pinto/AE

A senadora abriu sua campanha com 500 apoiadores que caminharam da Candelária à Cinelândia

HELOÍSA HELENA DISPARA CONTRA SEUS ADVERSÁRIOS Para a senadora, o PSol está colando "os caquinhos da esquerda socialista". E o Rio de Janeiro foi escolhido pelo partido como o principal pólo da candidatura.

A

Alckmin desembarca em SC para iniciar campanha rumo ao Planalto Charles Duarte/ O Tempo/AE

Candidato do PDT desaprova iniciativas sociais do atual governo

BUARQUE ATACA PROGRAMA

O

candidato à Presidência pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), Cristovam Buarque, iniciou a sua campanha eleitoral, ontem, por Minas Gerais, criticando o programa Bolsa - Família, um dos carros-chefe do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Prometendo elevar os repasses para a Educação, caso seja eleito, Buarque chamou o programa de "tragédia social", durante o 32º Congresso Nacional dos Jornalistas, em Outro Preto. No encontro com os estudantes e profissionais de comunicação, o pedetista disse que as famílias brasileiras, ao serem submetidas ao programa Bolsa - Família, foram convencidas a permanecerem na pobreza. (AE)

senadora Heloísa Helena, candidata do PSol à Presidência da República, escolheu o Rio de Janeiro, ontem, para o início oficial de sua campanha e não economizou críticas ao presidente Lula e seu principal adversário, Geraldo Alckmin. Independentemente de ter chances de chegar ao Planalto, a senadora promete disposição para incomodar os adversários. "Nós vamos dar um trabalho danado", avisou. "Queremos que venham os debates para desmascararmos a fraude política desses homenzinhos, esse tal Alckmin e esse tal Lula", discursou a candidata, em um comício improvisado no centro da capital carioca. Heloísa chegou à concentração dos militantes do PSol na Candelária pouco antes do meio-dia e seguiu em caminhada pela Avenida Rio Branco até a Cinelândia. Ao lado dela, estavam ex-petistas como o deputado federal Chico Alencar, candidato à reeleição, e o ex-deputado pelo PT Milton Temer, que concorre ao governo do Estado do Rio. O deputado federal João Batista Araújo, o Babá, que transferiu seu domicílio eleitoral do Pará para o Rio, também participou, usando um boneco gigante. Um grupo de servidores da Saúde que fazia uma manifestação contra a terceirização

em hospitais engordou a passeata, que ocupou duas faixas da avenida com cerca de 500 pessoas, segundo uma estimativa da Polícia Militar. Feminina – Com flores nas mãos, a candidata demonstrou que pretende usar o fato de ser mulher para reforçar a imagem de honestidade. "Sinto-me honrada em ser a primeira mulher brasileira a disputar a Presidência da República. Tenho orgulho porque sei que estou representando as mulheres brasileiras que não aceitam a traição, a roubalheira e a mentira", disse ela. "Não é uma coisa qualquer enfrentar dois senhores, dois homens poderosíssimos financiados pelo dinheiro público roubado ou pelos banqueiros", afirmou, referindo-se novamente a Lula e Alckmin, sem citar seus nomes. Ela não quis comentar a evolução do patrimônio do presidente Lula, que quase dobrou segundo a declaração de bens dele ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Não quero fazer conjecturas sobre ninguém, não analisei os dados", respondeu. A declaração da senadora ao TSE também mostra no período um aumento aproximado de 100% no seu patrimônio, que é de R$ 121 mil. Irritada com a análise de seus bens, ela justificou o aumento por ter recebido um imóvel de herança.

Heloísa Helena voltou a pedir que cada um dos 500 mil eleitores que assinaram o requerimento de criação do PSol contribua com R$ 10 para que o partido arrecade os R$ 5 milhões necessários para a campanha. A senadora defendeu a reforma tributária e criticou o que definiu como transferência de renda de pobres para ricos. Irônica, disse que o governo Lula implementou uma "bolsa-banqueiro, enquanto dá R$ 50 ao pobre", referindose ao Bolsa-Família. (AE)

ela primeira vez na história recente das eleições brasileiras, duas mulheres se apresentam para disputar a Presidência da República. Além da senadora alagoana Heloísa Helena, candidata do PSol, a cientista política Ana Maria Rangel protocolou, na última quinta-feira, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o pedido de registro da sua candidatura pelo PRP (Partido Republicano Progressista). Caso obtenha a homologação do tribunal, que deverá analisar todos os pedidos até meados de agosto, Ana Maria terá como parceira de campanha a advogada Delma Gana, candidata à vice-presidência. Além de uma chapa formada exclusivamente por mulheres, a candidatura do PRP chama atenção pelo limite de gastos estipulado ao TSE. No esforço para chegar à Presidência, o comitê pretende investir até R$ 150 milhões nos gastos de campanha. O valor é quase o dobro do declarado pelo comitê do candidato do PT, o presidente Lula, que estabeleceu limite de gastos em R$ 89 milhões, e 30 vezes superior aos R$ 5 milhões fixados pelo comitê de campanha de Heloísa Helena. Apesar disso, as candidatas declararam patrimônios modestos à Justiça Eleitoral. Ana declarou apenas um carro no valor de R$ 42 mil, enquanto Delma descreveu bens no valor de R$ 208,6 mil (Reuters)

PRESIDENTE ENXOVALHOU A ESQUERDA, DIZ FREIRE.

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presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (PE), aproveitou um evento realizado ontem em apoio à candidatura do tucano José Serra ao governo de São Paulo para justificar a decisão de seu partido de se coligar com o PSDB. Freire afirmou que Lula "enxovalhou a esquerda" brasileira. "O que a direita sempre quis fazer e que não havia conseguido, no início do escândalo do mensalão, ficou claro que o PT fez", afirmou. (AE)


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Eleições Planalto Eleições Congresso

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 7, 8 e 9 de julho de 2006

LULA ENTREGA DIREÇÃO DOS CORREIOS A PEEMEDEBISTAS

ELES USAVAM NOTAS FISCAIS FALSAS PARA EMBOLSAR VERBAS MENSAIS

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Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã de ontem, oito dos 15 vereadores da cidade de Montes Claros, no Norte de Minas Gerais. Todos são acusados de usar notas fiscais falsas para receber verba de gabinete no valor de R$ 5 mil por mês. Além dos vereadores foram presos também, na chamada "Operação Pombo Correio", o contador da Câmara, Ivan Fonseca, o ex-funcionário de uma agência franqueada dos Correios, um ex-vereador; Ranieri Robson Almeida; e Erley Ferreira Câmara, que trabalhava em uma empresa que presta serviços para esta agência. A polícia acredita que o esquema movimentou mais de R$ 150 mil enquanto durou. Os 12 acusados foram indiciados pelos crimes de formação de quadrilha, falsificação de papéis públicos e furto qualificado. Se forem condenados, a pena pode chegar a até 30 anos de prisão. Todos foram detidos, no início da manhã, dentro de casa e foram encaminhados para a carceragem da PF para prestar depoimento. Segundo a polícia, os funcionários dos Correios repassavam as notas frias para os vereadores. Elas seriam usadas para justificar os gastos, de cerca de R$ 5 mil por mês, da verba de gabinete. "Os vereadores são acusados pelo uso dos recibos de vendas apresentados, tendo os Correios como intermediário dos ofícios", explica o delegado da Polícia Federal, Marcelo Eduardo Freitas. Além de prender os participantes do suposto esquema de compra de notas frias, os agentes também recolheram documentos e computadores nos gabinetes dos vereadores na Câmara Municipal. Os mandados de prisão temporária valem por cinco dias, mas podem ser renovados. Confissão – Considerado o pivô do esquema, Ranieri Robson Almeida, que trabalhava em uma empresa que terceiriza serviços aos Correios, segundo o delegado, confirmou as fraudes. "Ele subtraía recibos de venda de produtos, e as

PF PRENDE OITO VEREADORES EM MONTES CLAROS Lucilene Porto / AE

notas eram adulteradas e vendidas aos vereadores para justificar o recebimento de verba indenizatória", disse o delegado da Polícia Federal. De acordo com o presidente da Câmara dos Vereadores, Ildeu Maia (PP), toda a documentação relativa à prestação de contas dos gabinetes na atual legislatura será fornecida à polícia. Apesar dos indícios da fraude, o vereador diz que só irá se manifestar após a conclusão das investigações. A c o m pa n h a m e n to – "Vamos aguardar o final dos trabalhos. Afinal, não temos conhecimento do ocorrido que foi investigado em sigilo pela polícia. O certo é que o trabalho na Câmara será interrompido por

causa da falta de quórum", disse Maia. Segundo o delegado da Polícia Federa, Daniel Souza Silva, um dos coordenadores da operação, as investigações começaram em maio deste ano, depois que a PF recebeu uma denúncia anônima de que os vereadores da cidade estavam utilizando notas fiscais frias para justificar o posterior recebimento da verba indenizatória, em valores que chegavam a até R$ 5 mil por mês. No esquema, cabia a Ranieri a emissão das notas que eram entregues aos parlamentares, com a comprovação de despesas postais em valores muito superiores aos preços dos serviços. Depois do recebimento

da denúncia, a Polícia Federal pediu ao presidente da Câmara de Montes Claros, Ildeu Maia (PP), os documentos relacionados à prestação de contas dos vereadores nos últimos três anos. Os agentes já recolheram recibos que comprovam o esquema no período de janeiro de 2004 a dezembro de 2005. Ranieri Robson Almeida foi demitido da agência franqueada dos Correios em dezembro de 2004, mas possuía blocos de recibos que permitiram a continuidade das fraudes. A PF investiga ainda a suspeita de que os vereadores e o ex-funcionário teriam um acordo para que este assumisse sozinho a culpa pelas fraudes. (AE)

PEEMEDEBISTAS NOS CORREIOS

presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu ontem mais um passo para garantir o apoio do PMDB na campanha eleitoral. Nomeou, por meio de decreto presidencial publicado no Diário Oficial, quatro pessoas indicadas pelo partido para assumir a presidência dos Correios e três diretorias estratégicas da estatal federal com maior número de funcionários (110 mil) e com um faturamento em torno dos R$ 9 bilhões ao ano.

O

Carlos Henrique Almeida Custódio será o novo presidente dos Correios. Até então, ele era diretor de crédito da Caixa Econômica Federal e vai substituir Jânio Pohren, funcionário de carreira que estava no cargo desde junho do ano passado. Carlos Roberto Samartine Dias e Menassés Leon Nahmias, também funcionários de carreira da estatal, foram nomeados para uma diretoria cada, possivelmente operacional e

JANTAR DO PT Dia 3 de agosto, no Jockey Club , o PT fará um jantar para arrecadar fundos. Convites a R$ 2 mil.

AJUSTE

O

governo vai republicar no Diário Oficial da União, possivelmente hoje, nota sobre o aumento dos valores dos contratos de publicidade com as agências Matisse e Lew Lara. Na quarta-feira foram publicados números contraditórios, sugerindo que o valor total dos contratos poderia chegar a R$ 375 milhões. Na correção, a conta deve cair para R$ 187,5 milhões, o que representa um acréscimo de 25%.

Eymar Mascaro

Paz no ninho

A

turma tucana do "deixa disso" entrou em cena e procurou tranqüilizar o governador Aécio Neves e o ex-prefeito José Serra. Ambos chegaram a se irritar com a declaração do candidato à Presidência da República Geraldo Alckmin de que, se eleito, não moveria uma palha pela aprovação da emenda constitucional que extingue a reeleição para os chefes de executivo. O mal-estar, que chegou a ameaçar a tranqüilidade na campanha do PSDB, foi superado e a paz parece que voltou a reinar no ninho tucano. A declaração de Alckmin favorável à reeleição foi feita durante entrevista concedida ao programa "Roda Viva" da TV Cultura, na segunda -feira passada. Aécio Neves e José Serra ficaram preocupados porque são dois tucanos que já disputam a candidatura presidencial em 2010. Se o instituto da reeleição não for extinto, Alckmin pode pleitear nova candidatura, no caso de vencer Lula.

VOTAÇÃO

ALAVANCA

Por vida das dúvidas, PSDB e PFL querem votar na próxima quarta-feira um projeto de emenda constitucional (do senador Sibá Machado, PT) que corre no Congresso extinguindo a reeleição para presidente, governador e prefeito. A emenda ainda propõe um mandato de cinco anos para o presidente.

O PT está agendando algumas aparições de Lula ao lado de Aloizio Mercadante, no interior de São Paulo. O presidente quer alavancar a candidatura de Mercadante ao governo do Estado e, ao mesmo tempo, melhorar sua posição nas pesquisas entre eleitores paulistas.

CANDIDATURAS

Além dos vereadores, quatro pessoas envolvidas no esquema foram levadas para a carceragem da PF.

de tecnologia, respectivamente. O quarto nomeado, e como diretor, é Samir de Castro Hatem, que foi presidente do INSS na gestão do ex-ministro da Previdência e líder do governo no Senado, senador Romero Jucá (PMDB-RR). Ele pode assumir a diretoria comercial. Ao todo, há seis diretorias nos Correios, além da presidência. O loteamento de cargos para os aliados no projeto da reeleição veio um ano depois

O Ó RBITA

QUEDA

O

vereador de Manaus Sabino Castelo Branco (PFL), candidato a deputado federal, disse que sua mulher não foi agredida, ela teria sofrido uma "queda". Vera Lúcia Castelo Branco confirmou a versão e disse que não autorizou a publicação de suas fotos. A delegada titular da Delegacia de Crimes Contra a Mulher, Catarina Torres, informou que o inquérito já foi aberto e que as supostas testemunhas serão ouvidas.

de o governo ter demitido toda a diretoria da empresa, após estourar o episódio da cobrança de propina pelo exchefe do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios, Maurício Marinho, que desencadeou o escândalo do 'mensalão'. O PMDB também vai indicar o presidente para a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o nome mais cotado é do engenheiro César Rômulo Silveira Neto. (AE)

Aécio Neves e José Serra devem lutar pela candidatura presidencial em 2010 como governadores eleitos de Minas e São Paulo. Os dois são favoritos para ganhar as eleições. Aécio tem mais de 70% de aprovação, enquanto Serra alcança 50% de índice de intenção de voto nas pesquisas.

INSTRUMENTO A reeleição é um expediente que foi introduzido recentemente na legislação eleitoral do Brasil. A emenda da reeleição foi aprovada no Congresso em 1997 e serviu para permitir a reeleição de FHC em 1998.

(www.registro.br ). O registro do domínio será isento de taxa, mas, evidentemente, o candidato arcará com as custas de criação, hospedagem e manutenção. Uma vez encerrado o 1º turno das eleições, em 1º de outubro, os domínios com a terminação "can.br" serão automaticamente cancelados, excetuados os dos candidatos que irão para o2º turno, marcado para 29 de outubro. Estes serão apenas cancelados depois dessa etapa. De acordo com o artigo 74 da Instrução 107, em páginas de provedores de serviços de acesso à internet, não será admitido nenhum tipo de propaganda eleitoral.

REGIÕES Pode ser pura coincidência, mas PT e PSDB estão raciocinando na mesma linha. Ambos os partidos estão agendando encontros com populares de Alckmin e Lula nos três principais núcleos eleitorais: São Paulo, Rio e Minas. Nas três regiões está cerca de 40% do eleitorado do País.

COMO ESTÃO Enquanto Alckmin derrota Lula nas pesquisas feitas em São Paulo (interior e capital), o petista vence o tucano no Rio e em Minas. O PSDB quer que Alckmin e Aécio Neves façam campanha juntos para melhorar a posição do presidenciável entre os eleitores mineiros.

DENÚNCIA

MÍDIA

A emenda da reeleição foi aprovada em meio a denúncia de que o governo teria comprado votos de deputados. A reeleição de presidente, governador e prefeito, no entanto, pode acabar se os parlamentares aprovaram a emenda que deve ser votada na semana que vem.

O PSDB mantém na ordem do dia a disposição de Alckmin de fazer campanha nos grandes centros dotados de emissoras de televisão. Os tucanos desejam que Alckmin mantenha a mesma tendência de crescimento nas pesquisas e, por isso, deve usar ao máximo a mídia eletrônica.

DESAFIO O PSDB quer jogar na rua o desafio para que Lula aceite debater com Alckmin na televisão. Os tucanos acham que o petista está fugindo da raia. Vão chamar Lula de fujão. Lula estaria disposto a não participar de debates, a exemplo do que fez FHC em 1998.

BAHIA Alckmin faz campanha hoje no Nordeste. Vai ser acompanhado pelo senador Antonio Carlos Magalhães e pelo governador Paulo Souto. Além de encontros, na Bahia, com lideranças regionais, o candidato participa de uma feira agropecuária.

SENADO SP

INTERNET

Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou ontem que os candidatos a cargos eletivos podem manter página na internet com a terminação "can.br" ou com outras terminações, como mecanismo de propaganda eleitoral. No entanto, não poderão veicular propaganda em páginas de provedores de serviços de acesso à internet. O TSE lembra que, depois de requerer registro de candidatura na Justiça Eleitoral, o candidato deve providenciar o cadastro do respectivo domínio no órgão gestor da Internet Brasil, responsável pela distribuição e pelo registro de domínios

Os vereadores são acusados pelo uso dos recibos de vendas apresentados, tendo os Correios como intermediário dos ofícios. Marcelo Eduardo Freitas, delegado da PF

DESGASTE O argumento que rola no PT é que só Lula teria a perder se participasse de debates que as emissoras de televisão já programaram. Lula, inclusive, não está aceitando nem conceder entrevistas às tevês. O presidente se recusou, por exemplo, a ser entrevistado no "Roda Viva" da TV Cultura.

Natanael Miranda, superintendente da Federação das Associações Comerciais de São Paulo (Facesp) é o candidato à 2ª suplência ao Senado na chapa do empresário Guilherme Afif Domingos (PFL-PSDB). A 1ª suplente é a deputada tucana Zulaiê Cobra.

SANGUESSUGA Candidato ao governo de São Paulo, José Serra não deve ser chamado para depor na CPMI dos Sanguessugas. Juntamente com o tucano, outros dois ex-ministros da Saúde, Humberto Costa e Saraiva Felipe, também não serão convocados. Os pedidos de convocação dos três devem ser arquivados.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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sexta-feira, sábado e domingo, 7, 8 e 9 de julho de 2006

Oliver merece jogar. Ele se comportou bem comigo durante o Mundial.” Lehmann, goleiro, sobre o reserva Kahn

Tivemos bons jogos, excelentes até. Mas não vi o aparecimento de novos craques.” Franz Beckenbauer Thomas Bohlen/Reuters

paSse livre Roberto Benevides

Os vencedores

A

final da Copa da Alemanha terá um duplo sabor histórico: o último jogo do francês Zinedine Zidane será o centésimo do zagueiro Fabio Cannavaro com a camisa da Azzurra. Não só por isso, porém, estes dois trintões representam bem o que será o confronto entre franceses e italianos, domingo em Berlim. Capitães e líderes dos seus times, os dois desembarcaram na Alemanha com mais problemas do que esperanças na bagagem. Cannavaro, que trocou a Inter pela Juve há duas temporadas, ainda terá de explicar às autoridades italianas pontos obscuros da transferência e abrir o que talvez saiba sobre a manipulação de resultados no campeonato nacional. Zidane, que já se despediu do Real Madrid sem muito lhe dar no último ano de contrato, voltou à seleção francesa apenas para dar adeus ao futebol. Não importa quem sairá campeão do mundo de Berlim. Os dois voltarão para casa confirmados, cada um na sua, como craques indiscutíveis. Zidane sairá da Copa para ficar na história do futebol. Cannavaro ainda vai decidir o seu destino, que depende das punições que a Juventus certamente receberá na Itália. A decisão da Copa será uma revanche para os dois, que ainda tinham cabelos quando se enfrentaram nas quartasde-final de 1998 - e a França venceu por 4 a 3, nos pênaltis. Qualquer que venha as ser o resultado do domingo, os dois podem bisar, desde já, a saborosa manchete em que o jornal português Público anunciou o jogo contra a França: "Já ganhamos tudo mesmo se perdermos".

José Manuel Ribeiro/Reuters

CONTÁGIO

Os franceses Vieira, Zidane e Henry, os italianos Buffon, Zambrotta, Cannavaro e Pirlo, os alemães Ballack e Klose e o português Maniche são os candidatos à Bola de Ouro, prêmio ao melhor jogador da Copa. Faltou Thuram.

O site de Ronaldinho Gaúcho tem uma promoção para os internautas: "Oferecemos 10 CDs Samba Goal assinados pelo Ronaldinho! E um dia com o jogador!" Mas avisa: "O ritmo é contagioso".

*Com Agência Estado e Reuters

copa na tv Fernando Cesarotti

AO ALCANCE DE UM CLIQUE Na disputa do terceiro lugar, o alemão Klose quer assegurar a artilharia. Portugal de Felipão, Deco e Cristiano Ronaldo sonha em repetir 1966

QUESTÃO DE HONRA A lemanha e Portugal entram em campo sábado, às 16 horas (horário brasileiro), em Stuttgart, para a disputa do terceiro lugar da Copa do Mundo, com objetivos muito bem definidos. Do lado alemão, além do desejo de terminar a Copa realizada em casa em uma colocação melhor, o atacante Miroslav Klose quer confirmar seu nome no topo da artilharia. “Todos sabem que eu jogo para a equipe. No momento, o mais importante é ganhar de Portugal para ficarmos em terceiro lugar, que é melhor do que ser

LISTA INCOMPLETA

quarto colocado. Se conseguir contribuir para isso, ficarei contente”, afirmou o jogador do Werder Bremen. “Mas é realmente importante ser o artilheiro de um Mundial. Quero que pelo menos um título fique aqui na Alemanha.” A presença de Klose na partida contra Portugal ainda depende da recuperação de uma pancada na panturrilha, sofrida no jogo contra a Itália, pela semifinal. Se não marcar contra Portugal, mas não for superado por nenhum de seus concorrentes, Klose será o artilheiro da Copa, com cinco gols. Dois dos melhores jogado-

res de Portugal na Copa estão fora dessa partida. O lateraldireito Miguel sofreu um rompimento parcial do ligamento interno do joelho direito e deverá ficar de três a quatro semanas em tratamento. O diagnóstico foi dado pelo médico Henrique Jones, que descarta a possibilidade de uma cirurgia. “Vamos ver como ele reagirá ao tratamento”, explicou. Outro desfalque será o zagueiro Ricardo Carvalho, que recebeu o segundo cartão amarelo no jogo contra a França. Luiz Felipe Scolari deverá optar por Paulo Ferreira na lateral-direita e Ricardo Costa na

zaga. “Gostaria de decidir o título com a Alemanha no domingo, mas como não é possível, lutaremos pelo honroso terceiro lugar, que para nós é muito importante”, disse o treinador, que enalteceu o trabalho do elenco. “Não vamos abaixar a cabeça neste momento. Daremos prosseguimento a este trabalho que nos deu satisfação, orgulho e alegria.” Em caso de vitória, Portugal igualará sua melhor colocação em Copas do Mundo, alcançada na Inglaterra, em 1966. Naquela ocasião, os portugueses ficaram em terceiro ao derrotar a União Soviética por 2 a 1.

er a Copa do Mundo ao vivo pela internet pode ser um pouco complicado e sem graça - afinal de contas, é preciso ser assinante do provedor que transmite as imagens, a resolução das imagens não é tão boa, a tela é pequena e a conexão sempre corre o risco de cair. Mas rever a Copa com a ajuda da rede é fácil, divertido e vai muito além das imagens oficial veiculadas pela Fifa (muito boas, por sinal). O caminho é o site que, se você ainda não conhece, é porque não tem navegado muito ultimamente: o YouTube (www.youtube.com). Com alguns cliques, e um pouco de paciência, você pode ver tudo o que imaginar sobre futebol e Copa. Ontem mesmo, menos de 48 horas depois do jogo, era possível ver, sem muito esforço de pesquisa, os gols da Itália marcados na prorrogação contra a Alemanha. Bastava digitar "Itália Alemanha" no campo de busca. Os mais pacientes, porém, podem se divertir à beça com a oportunidade de conhecer as características da transmissão, os Galvões Buenos de cada lugar do mundo. Ao digitar "Ghana Czech Republic", por exemplo, o quinto link era para um compacto do jogo pela BBC, com menos fleuma britânica que se pode imaginar. Isso sem falar que cada link leva a muitos outros, e é possível achar jogos antigos e coletâneas, editadas por craque ou seleção. É claro que também há curiosidades - como cenas gravadas da arquibancada dos estádios - e bobagens - como o "gol com a turma do Fulano", na verdade um bando de moleques bêbados na frente da TV. De qualquer jeito, vale conferir. Só é bom tomar cuidado para não viciar.

V

O LONGO BRAÇO

DINHEIRO GORDO

Vale lembrar que essas imagens têm direitos e, por isso, podem ser tiradas do ar a qualquer momento. Além disso, guardar esses vídeos no seu próprio computador é crime.

Nesta Copa, a venda de direitos de transmissão rendeu US$ 1,6 bilhão à Fifa. Em 2002, esse valor era de US$ 1,2 bi. Espera-se crescimento equivalente nos próximos anos.

COMEÇA EM CASA

NO MUNDO TODO

Aliás, a questão dos direitos de TV da Copa é tão importante que, de agora em diante, fica em família: a Infront, que vai gerenciar as vendas para as Copas de 2010 e 2014, é desde ontem presidida por Philippe Blatter, que é nada menos que sobrinho do presidente da Fifa, Joseph Blatter.

Todos os países que estiveram na Copa puderam ver suas seleções em TV aberta. No Brasil, a situação é semelhante à da chamada "África Negra": uma emissora detém o monopólio na transmissão gratuita, e empresas disputam as transmissões por assinatura.

L

Os Estados Unidos são recordistas em diversidade de transmissão: a Copa passou em 11 canais, sendo 7 pagos.

L

Nas contas da Fifa, que tem 205 seleções em seu ranking, a Copa foi transmitida para 240 países e territórios.


Benedicto Ferri de Barros

OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 7, 8 e 9 de julho de 2006

DOISPONTOS -77

M

O biscoito fino que o PT está confeitando em Brasília para servir às massas é uma iguaria que mistura o faz-de-conta com um poderoso fermento: o farto uso do dinheiro público. Sabe como funciona esse moderno capitalismo-social eleitoral? O Caixa 2, que Lula usou quando estava fora do poder, na eleição passada, e no início do governo, foi agora substituído pelas enormes facilidades financeiras proporcionadas pelo manuseio dos cofres públicos. O eleitor-contribuinte paga tudo. Os votos dos pobres são os mais baratos; os da Nomenklatura, os mais caros.

NEIL FERREIRA A CULPA É DO FERNANDÔ HENRIQUÊ

A linguagem e o poder, introdução deste artigo, foi publicada ontem

J

á passou uma semana, horas e horas de tv e rádio e toneladas de papel e tinta de imprensa foram gastas, 180 milhões de pessoas deram suas opiniões, ninguém pediu a minha mas eu vou dar porque o esporte nacional hoje, e nos próximos quatro anos, será procurar um culpado, eu também tenho o meu. A Copa de 50 tem cinquenta e seis anos e ainda é chamada de Desastre do Maracanã, Bigode e Barbosa até hoje

Recado da derrota: os favoritos também perdem. Noço Guia que ponha as barbas de molho.

C

omo pontificava Karl Marx, sob o capitalismo tudo se transforma em mercadoria. E, como aduziu Gramsci (já que Marx exaltara o grande progresso que o capitalismo proporcionara à humanidade) não se trata de destruí-lo, mas de politicamente apoderar-se dele. Isso conseguido, pode-se comprar todas as classes e partidos políticos e os empresários-capitalistas estarão automaticamente cooptados para aderir ao sistema. Pois, quem pode operar economicamente fora do "sistema"? E, evidentemente, é muito mais fácil, barato e vantajoso "negociar" com políticos do que se submeter às anônimas, implacáveis e selvagens leis de concorrência do mercado. E o superfaturamento cobre tudo para ambas as partes. Assim, o velho binômio chamado de Economia-Política fica simplificado, reduzindo-se toda a atividade social a uma questão de estar de bem com a política vigente. Tudo isso que funcionou para a eleição do primeiro mandato está se repetindo para a obtenção do próximo, com a diferença de que em lugar do Caixa 2, que Lula declarou ter utilizado na eleição anterior, agora se substitui pelas facilidades financeiras maiores proporcionadas pelo comando dos cofres públicos. O Estado, ou antes, o eleitorado representado pelos contribuintes brasileiros, paga todas as despesas das viagens da cam-

Céllus

I

ntegrada pelos altos e médios escalões do PT e completada pelo "aparelhamento" nos escalões inferiores, a Nomenklatura petista está inovando a estratégia e a tática, a teoria e a prática do defunto comunismo marxista, mixandoo com a tecnologia macunaímica (a de Macunaíma, o "herói sem nenhum caráter"). Isso se funda na "filosofia" de que na realidade prática, o que manda no mundo é o dinheiro, o capital (Das Kapital, cf. Karl Marx). A primeira conseqüência para a praxis política é que para permanecer no poder é preciso passar a mão no dinheiro, onde quer que ele exista, pois independentemente de se ser politicamente minoritário (como o PT era e continua a ser) com isso se pode comprar governabilidade, como foi evidenciado pelo sistema do mensalão. E uma vez adquirido o comando dos cofres do Estado, que absorve cerca de 40% de tudo o que o povo e a Nação produzem, o episódio das "eleições democráticas" fica permanentemente resolvido, assegurando perpetuidade no poder. Pois a política não passa de mera "super-estrutura" do capitalismo. Assim, a Nomenklatura pode tranqüilamente gozar de todas as mordomias capitalistas protegida pelas imunidades e impunidades que o poder político se auto-confere.

G A Nomenklatura

petista está inovando a estratégia, a tática, a teoria e a prática do defunto do comunismo marxista, misturando-o com tecnologia macunaímica. G O PT pode agora comprar governabilidade, como foi evidenciado pelo sistema do mensalão. Em paralelo, compram 11,6 milhões de famílias "excluídas". G Como pontificava Karl Marx, sob o capitalismo tudo se transforma em mercadoria.

Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

panha de reeleição que o coringa do PT vem fazendo durante todo seu primeiro mandato. Em paralelo se compram com dinheiro dessa mesma procedência, 11,6 milhões de famílias dos "excluídos" com R$ 4 bi do Bolsa-Família. Os votos do funcionalismo compram-se com os aumentos de salários acima dos índices de inflação ao custo de R$ 7,7 bi e a população em geral com os R$ 1,4 bi de gastos em propaganda. Total =13,1 bi. Até aqui... Os votos dos pobres são os mais baratos; os da Nomenklatura, os mais caros. Só para um segmento dos aparatchik que integram a Nomenklatura petista, os integrantes do CRAs (os 2.244 agentes que administram o Bolsa-Família) se garante a continuidade de um salário mensal de R$ 4.500. Gasto anual = R$ 1,2 bi, ou seja ¼ do gasto com 11,6 milhões de famílias dos "excluídos". Entendeu bem como funciona o capitalismo-social eleitoral?

F

az de conta que vivemos sob um Estado de Direito. Faz de conta que este é um governo que faz tudo pelos pobres. Faz de conta que não existe uma organização criminosa que faz tudo para se perpetuar no poder (segundo o Procurador-Geral da República). Faz de conta que, como o presidente, ninguém sabe, ninguém vê, ninguém é responsável por coisa nenhuma. Faz de conta que a verdade e a moralidade não passam de "super-estruturas ideológicas burguesas." Já tivemos outro Pai dos Pobres, chamava-se Getúlio Vargas. Mas este se matou de vergonha porque no porão do seu palácio foi descoberto 1 (um) corrupto. Com as centenas do seu governo, o mar de lama não está no porão, mas dentro do seu palácio, Lula ("não há ninguém mais ético do que ele neste país") se re-candidata. Como diagnosticar a conjuntura política nacional? É kafkiana, psiquiátrica; "baquiana", "pinoquiana", ou uma mistura de tudo isso? BENEDICTO FERRI DE BARROS É ESCRITOR PAJOLUBE@TERRA.COM. BR

são os imperdoáveis e não passa pela cabeça de ninguém lembrar que Gighia, que fez o gol da vitória deles, possa ter algum mérito. No jogo contra a França a mesma coisa, há uma unanimidade nacional, pondo a culpa de tudo no Parreira, nos Ronaldos, o Gordo e o Magro, no Roberto Carlos, no Cafu e até no Kaká. Parece que a seleção jogou contra o vento e perdeu, do outro lado não tinha a Marselhesa, Les Bleus, Zinedine Zidane num dia iluminado e mais outros guerreiros dispostos a um banho de sangue, como diz a letra do seu hino.

N

o hino, uma pista. O Virundum enfrentou o Alonsanfãs quatros vezes em Copas do Mundo, ganhou em 58, perdeu em 86, perdeu em 98 e perdeu em 2006, três a um pra eles, somos fregueses. Em plena ditadura, acho que em 72, Les Bleus fizeram um jogo amistoso contra a gente e um negro gigantesco, Trésor, marcou dois gols de cabeça; ganharam de dois a um e o Maracanã lotado cantou o Alonsanfãs durante o jogo inteiro. Imagine o inimaginável, o Maracanã torcendo contra a nossa seleção que é, como sabemos, a pátria de chuteiras. Acho que temos um secreto caso de amor com o Alonsanfãs. Meu palpite é que em matéria de hino já entramos perdendo de um a zero.

as só isso não explica 98, quando eles nos tomaram a taça na final, e agora, quando nos despacharam para casa mais cedo. Acho que há uma explicação mais profunda e ela está naquele presidente francês que tivemos por oito anos, o Fernandô Henriquê. Bem, se ele não é francês pelo menos pensa que é, tratava Mitterand e trata Chirac com intimidade e todas as vezes que foi lá na terra dele (ou deles) fez discursos em francês com sotaque da Sorbonne de Paris, onde deu aulas. Ele lidera um grupo, Les Tucanôs, altamente suspeito de ter sabotado mentalmente a seleção e que ninguém diga que não fomos avisados. O Noço Guia Lulla da Çilva, em momento de genial clarevidência, investido no cargo de Noço Mais Çábio Cronista Esportivo, que costuma acumular com o de "Prinçipal Viajante do País", disse em alto e bom som que havia çetores apostando no retroçeço e torçendo pelas derrotas. Como sempre, Elle foi um perfeito cavalheiro, não "abaixou" o nivel do debate e não citou nominalmente nem Fernadô Henriquê, nem Les Tucanôs nem a çelessão a quem Elle confiara a missão de trazer o équissa para cá.

N

ós, os otários nacionais, preocupados com panaquices de "menas" importância, como a carga tributária, as estradas destroçadas, a saúde pública em pandarecos, a educação caindo aos pedaços, e tentando entender o que o aforismo filosóficopetista "Tchau e bênção" lançado pela professora Marilena Chauí realmente significa, não percebemos a profundidade da fala do Inçuperável Líder. Em 2003, ganhamos nossos dois primeiros títulos mundiais, fomos campeões e bicampões no Ano I DL (Depois de Lulla). Em 2004, ganhamos mais dois títulos, fomos tricampaeões e tetracampeões mundiais no Ano II DL. Em 2005, mais um, fomos pentacampeões no Ano III DL. E em 2006 deveríamos ser équissacampeões mundiais. Mas Fernandô Henriquê chefiou a sabotagem mental. Ecce Homo o culpadô de uma derrota que trouxe um recado aos eleitores brasileiros: favoritos perdem. Brasil favoritíssimo perdeu, Alemanhã também. Noço Guia que ponha as barbas de molho. NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO NEIL_FERREIRA@UOL.COM.BR

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sexta-feira, sábado e domingo, 7, 8 e 9 de julho de 2006

Congresso Senado Planalto CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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MAIS POLÊMICA NA DECLARAÇÃO DE BENS DE LULA

Essa (a emenda pela Diretas Já) foi a obra política de minha vida. Dante de Oliveira

O PRESIDENTE TERIA DESRESPEITADO O CÓDIGO DE CONDUTA FEDERAL AO ADQUIRIR AÇÕES DE ESTATAIS. Ed Ferreira/AE

LULA ACUSADO DE BURLAR CÓDIGO DE ÉTICA

A Presidente Luiz Inácio Lula da Silva não esconde o constrangimento de ter a sua ética pública questionada.

Ó RBITA

CAMPANHA Paulo Bernardo, do Planejamento, diz que só a reforma política barateia as campanhas.

Marcelo Carnaval/]Agencio O Globo

SEM MEDO Denise Frossard (PPS, PFL, PV), foi ao Morro da Providência, no Rio, pedir votos.

descrição do patrim ô n i o d o p re s idente Luiz Inácio Lula da Silva, entregue ao Tribunal Superior Eleitoral, inclui aplicações em ações de três empresas: Banco do Brasil, Petrobrás e Vale do Rio Doce. As aplicações somam R$ 3.473,23 e poderiam passar despercebidas frente ao patrimônio do presidente, que soma R$ 839 mil, não fosse um detalhe: o Código de Conduta da Alta Administração Federal veta o investimento de funcionários de primeiro e segundo escalões em bens que possam ter seu valor alterado por decisões governamentais. Ou seja, a descrição do patrimônio é uma confissão de burla ao código de ética do próprio governo federal. Ética Pública– O pequeno valor das ações em nome do presidente nas três empresas dificilmente alterariam radicalmente o seu patrimônio, hoje quase milionário. Mas, pequenos ou não, esses investimentos de Lula não seguem a regra imposta a ministros e secretários-executivos: a norma consta do artigo 5º. do Código de Conduta. Diz o texto que é

OAB

"vedado o investimento em bens cujo valor ou cotação possa ser afetado por decisão ou política governamental a respeito de qual autoridade pública tenha informações privilegiadas, em razão do cargo ou função, inclusive investimentos de renda variável ou em commodities, contratos futuros e moedas para fim especulativo, excetuadas aplicações em modalidades de investimento especificadas pela Comissão de Ética Pública". A mesma página da internet em que aparece o Código de Conduta– criado no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso – lista as autoridades e os cargos que devem se submeter a ele. São os

ministros e secretários de Estado, titulares de cargos de natureza especial, secretários-executivos, secretários ou autoridades equivalentes ocupantes de cargos com DAS nível seis. Não lista especificamente a figura do presidente da República, mas apenas o "Gabinete Pessoal da Presidência", o que tem permitido ao governo sustentar que não se aplica ao presidente. O Palácio do Planalto foi questionado pela reportagem sobre as aplicações do presidente Lula, mas não respondeu até o horário de fechamento desta edição. B en s– As declarações de bens de Lula mostram que ele economizou 76% de sua renda mensal desde o início do mandato para dobrar seu patrimônio entre 2002 e 2006. Por ser presidente, Lula tem todas as despesas pessoais pagas pelos cofres públicos. Nos últimos três anos e cinco meses, recebeu R$ 390,4 mil pelo cargo que ocupa e R$ 174,9 mil da Previdência, totalizando R$ 565,3 mil brutos. Descontando o Imposto de Renda Retido na Fonte, de R$ 116,4 mil, o petista recebeu um rendimento líquido de R$ 448,9 mil. (AE)

A estimativa de gastos de campanha informada pelos partidos políticos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) levanta a suspeita de que todos faziam caixa 2.

CAIXA 2 DECLARADO CLIMA CORDIAL – O candidato do PT a governador, Vladimir Palmeira (de colete), começou sua campanha na Central, onde se encontrou com o tucano Eduardo Paes (à direita), um dos seus adversários. Os dois conversaram e posaram para fotos juntos. O petista disse ter uma boa relação com os tucanos no Rio e que não fará uma campanha de agressões, mas de denúncia ao governo do PMDB.

LUIZ HENRIQUE DEIXA O GOVERNO

O

governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (PMDB), renunciou ontem ao cargo para se dedicar exclusivamente à campanha pela reeleição. Em cerimônia realizada na Assembléia Legislativa, em Florianópolis, Luiz Henrique passou o posto para o vice-governador Eduardo Moreira (PMDB). "Reeleição sem desincompatibilização é uma excrescência", afirmou. Luiz Henrique disse que quando um governante disputa a reeleição estando no cargo, tem em mãos "um

privilégio inaceitável". E listou que além de deter o poder que o cargo oferece, um governante candidato tem vantagens ao aparecer mais na mídia, além de dispor de dinheiro e equipamento públicos. "É

impossível separar candidato de governante", argumentou. Indagado sobre se deveria dar explicações à sociedade por estar se aliando ao PFL do senador Jorge Bornhausen (SC), seu rival no passado, afirmou que a aliança é autoexplicativa. " Bornhausen não é o candidato (do PFL na coligação). O candidato é Raimundo Colombo", disse. "O PFL nos deu apoio desde o primeiro mês de nosso governo. O PSDB e o PPS também estiveram conosco", completou Luiz Henrique. (AE)

MORRE DANTE DE OLIVEIRA

O

ex-governador do Mato Grosso Dante de Oliveira, de 54 anos, morreu ontem à noite, em Cuiabá, com infecção generalizada por causa de complicações pulmonares e diabete. Ele fora levado de manhã ao Hospital Jardim Cuiabá reclamando de fortes dores no peito. Foi diagnosticada uma pneumonia, mas durante o dia o quadro se complicou. Dante foi internado na UTI, mas não resistiu. No fim da tarde, um boletim médico já informava sobre a gravidade. Parentes e amigos tentaram em vão transferi-lo para um

Gustavo Miranda/Ag. O Globo - 08/07/02

hospital de São Paulo. Diretas Já– Candidato a deputado federal pelo PSDB, Dante ficou nacionalmente conhecido em 1983, ao apresentar a emenda constitucional que

previa eleições diretas para presidente. Em menos de um ano, a emenda Dante de Oliveira virou um símbolo de luta pela redemocratização do País. Depois de ter sido por duas vezes prefeito de Cuiabá e governador de Mato Grosso, Dante continua sendo mais lembrado pela emenda que levou seu nome. "Não adianta, apesar de tudo o que fiz depois, essa foi a obra política de minha vida", admitiu em entrevista. "Mas não me queixo. Afinal, tudo o que consegui depois foi conseqüência daquela emenda." (AE)

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presidente em exercício do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ercílio Bezerra, estranha a diferença de gastos previstos pelos candidatos à Presidência da República nas eleições de 2002 e na

atual. Ercílio lembra que a expectativa era a de que em 2006 as campanhas fossem bem mais enxutas devido às recentes restrições impostas pela minireforma eleitoral, entre elas a proibição de showmícios. Segundo ele, os declarados agora são mais altos "exa-

tamente para encobrir e tornar oficiais as diferenças gastas no passado por meio de caixa 2". "Está claro que há algo de errado. Com isto, implicitamente, os grandes partidos praticamente reconhecem o tamanho do caixa 2 usado na campanha passada", disse. (AOG)


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Urbanismo Tr â n s i t o Polícia Transpor te

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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DESDE MAIO, JÁ FORAM MORTOS 13 AGENTES PENITENCIÁRIOS

Cerca de 4,5 mil agentes penitenciários de 22 presídios do Estado de São Paulo estão em greve.

FOGE SUSPEITO DE MATAR CELSO DANIEL Bozinho aproveitou o tumulto, que terminou com a fuga de 6 detentos e a morte de um agente e de um carcereiro, para escapar da Penitenciária 1 de Franco da Rocha.

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Beto Barata/AE

acusado de participar do assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, fugiu da prisão na última quarta-feira. Rodolfo Rodrigo de Oliveira, o Bozinho, aproveitou o tumulto na Penitenciária 1 de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, que terminou com a fuga de seis detentos, para escapar. Um agente penitenciário e um carcereiro foram mortos. A fuga pode atrapalhar o andamento do processo no caso de Celso Daniel. O tumulto aconteceu por volta das 17h, quando um grupo de presos rendeu operários que faziam reparos na cozinha da penitenciária. O bando, armado com um revólver, trocou tiros com agentes de segurança, que notaram a movimentação e tentaram impedir a fuga. No tiroteio, o agente penitenciário Genivaldo Lourenço da Silva foi baleado e morreu no hospital. Dos seis presos que escaparam, apenas dois foram recapturados até a noite de quarta-feira. Bozinho (de blusa azul) tinha sido preso junto com Itamar Santos, suspeitos de matar Celso Daniel, no dia 1º de março de 2002 Morte - Celso Daniel foi seqüestrado no dia 18 de janeiro de 2002, quando damento do processo porque como fugitivo não Ainda na noite do dia 2, um agente, identifivoltava de um jantar em São Paulo. Dois dias de- poderá ser levado ao tribunal para ser julgado. cado como Joselito Francisco da Silva, foi alvo pois, o corpo do prefeito foi encontrado em uma Atentados - Na madrugada de quarta-feira de uma tentativa de homicídio, no município de estrada em Juquitiba com sete tiros. mais um agente penitenciário foi vítima de um Guarulhos, na Grande São Paulo. Ele é agente Segundo investigações do Ministério Públi- atentado. De acordo com informações do 1º Dis- no CDP da cidade. co, Bozinho teria cercado o carro de Celso Da- trito Policial, Rodrigo Batista Martins, que trabaGreve - Segundo o sindicato da categoria, cerniel, uma Pajero, e o retirado do veículo. Em se- lha no CDP de Pinheiros, foi atingido com quatro ca de 4,5 mil agentes penitenciários de 22 presíguida, o prefeito foi levado pelos seqüestrado- tiros quando caminhava pela rua Conde de Sar- dios do Estado de São Paulo cruzaram os braços res numa Blazer para a favela Pantanal. zedas, na Liberdade, região central de São Paulo. ontem, em protesto contra o assassinato dos coEm dezembro de 2003, Bozinho afirmou ter A vítima foi operada no hospital Vergueiro. O mo- legas pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). sido torturado pelo deputado Luiz Eduardo tivo do crime será investigado e a vítima deverá O luto começou a zero hora de ontem, após o asGreenhalgh (PT-SP) para que confessasse o cri- ser ouvida pela polícia. sassinato, na tarde de quarta, de um agente de me. Por designação do PT, Greenhalgh acompaEsse foi o oitavo atentado contra agentes pe- escolta, durante fuga de presos da Penitenciária nhou por um tempo as investigações sobre a nitenciários desde o dia 30 de junho, quando o de Franco da Rocha. morte do prefeito de Santo André. A paralisação reúne agentes dos três sindicaagente Nilton Celestino, de 41 anos, foi morto À época, Bozinho disse ao juiz Luiz Fernando em Itapecerica da Serra, em frente de sua casa. tos da categoria, que decidiram fazer em conMigliori Prestes, da 1ª Vara da Comarca de Ita- No dia seguinte, a vítima foi o carcereiro Gil- junto uma greve de 24 horas para cada morte de pecerica da Serra, que somente confessou ter mar Francisco da Silva, também de 41 anos. agente. Desde maio já são 13 agentes penitenciáparticipado do assassinato por ter sido subme- Ele foi morto a tiros no Jardim Panamericano, rios mortos no Estado. tido a processos de tortura. De Greenhalgh, ele na zona norte. Silva trabalhava no presídio de De acordo com o Sindicato dos Servidores do disse ter recebido tapas no rosto para que con- Pinheiros. Sistema Penitenciário do Estado de São Paulo fessasse sua participação no crime. No dia 1º de julho, Eduardo Rodrigues, fun- (Sifuspesp), na quarta-feira, a greve dos agentes O deputado, que sempre se disse "convicto" cionário da Penitenciária Feminina de Santana, já havia atingido dez presídios do Estado, espede que Daniel foi vítima de "um crime comum na zona norte, foi morto por duas pessoas no cialmente na região Oeste. Ontem, o movimende seqüestro", rotulou, na ocasião, de "absurda" Jardim João 23, na zona oeste. No dia 2, Otacílio to se expandiu para outras penitenciárias do a acusação. Greenhalgh negou que tenha pre- do Couto, de 41 anos, foi assassinado quando fa- Oeste e por outras do Noroeste do Estado e senciado ou praticado qualquer tipo de violên- lava em um telefone público, no Jardim Joamar, Grande São Paulo. Para a Secretaria de Admicia contra os acusados. na zona norte. Os criminosos ocupavam uma nistração Penitenciária, conforme levantamenDe acordo com o promotor de Santo André, Parati vermelha. Couto era funcionário do CDP to, a greve de agentes penitenciários atinge de Roberto Wider, a fuga de Bozinho atrapalha o an- do Belém, na zona leste. 21 presídios em todo o Estado. (Agências)

RECURSO DE SUZANE SERÁ ANALISADO

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ministro Nilson Naves, da 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), irá analisar o recurso movido pela defesa de Suzane von Richthofen contra a pronúncia que qualificou o crime por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa das vítimas, além de fraude processual. A decisão não implicará no adiamento do júri, marcado para o dia 17 . A defesa de Suzane diz que houve mudança em uma das qualificadoras do crime - de motivo torpe - entre a denúncia (acusação formal) feita pelo Ministério Público Estadual e a pronúncia. Na denúncia, segundo a defesa, os promotores dizem que houve meio cruel porque a garota sabia que os irmãos Cravinhos tinham usado sacos plásticos e toalhas para sufocar os pais dela, Manfred e Marísia, depois de ter golpeado ambos com bastões, ainda na cama. Na pronúncia, a defesa alega que os promotores atribuem o meio cruel aos porretes e bastões usados pelos irmãos. Suzane é ré confessa do assassinato de seus pais. Ela é acusada de ter planejado e participado da morte de Manfred e Marísia von Richthofen em outubro de 2002. Os irmãos Cristian e Daniel Cravinhos também são réus confessos. Todos estão presos. (Agências)

Laudo confirma morte de Ivandel

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oram apresentados ontem à imprensa, na sede da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), em São Paulo, os laudos sobre a investigação do seqüestro e morte do jornalista Ivandel Godinho. Segundo os exames realizados pelo Instituto Médico Legal (IML) na ossada encontrada em 31 de maio em um terreno baldio no bairro do Capão Redondo, na zona sul da capital paulista, a morte do jornalista Ivandel Godinho Filho é uma verdade científica. Além desse exame, uma outra análise confirmou que os ossos da região do joelho apresentavam as mesmas lesões que o de Ivandel, que sofria de artrose. "A ossada reproduz tudo o que havia nos Raio-X e nas ressonâncias magnéticas que a família nos entregou", disse o médico Mário Jorge Tsuchiya. Tsuchiya e a legista Alessandra Pettoruti assinam o documento no qual atestam que a ossada pertencia a um homem entre 40 a 60 anos e com 1,86 metro de altura. Segundo a família do jornalista, Ivandel media 1,85 metro e tinha 54 anos. Os peritos do IML também constataram que o DNA dos ossos é igual ao do sangue doado pelos filhos do jornalista para comparação. Ivandel Godinho foi seqüestrado no dia 22 de outubro de 2003, na avenida Brigadeiro Faria Lima, zona sul de São Paulo. Os bandidos entraram em contato com a família do jornalista e pediram resgate de R$ 5 milhões. Três dias depois, Ivandel foi morto a coronhadas, supostamente após se desentender com um dos seqüestradores. Os bandidos decapitaram, incineraram e enterraram o corpo do jornalista em um terreno baldio do Capão Redondo. (AE) Divulgação/AE

O jornalista Ivandel Godinho: assassinado


Em Páginas da Vida, o cotidiano é o protagonista TELEVISÃO

sexta-feira, sábado e domingo, 7, 8 e 9 de julho de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

LAZER - 1

Fotos: Rede Globo/Divulgação

TV

Moda, concertos e muitos sustos Osesp na serra

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ais uma temporada de férias na serra, mais uma edição do Festival de Inverno de Campos do Jordão, desta vez a 37ª. Quem não puder ver o concerto de abertura in loco, basta sintonizar na TV Cultura, que transmitirá o evento ao vivo no sábado (8), a partir das 21h, direto do Auditório Cláudio Santoro. Sob a batuta de seu regente titular, o maestro John Neschling, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) terá a participação solo do pianista Igor Ardasev e apresentará um programa composto pela Suíte de Danças Reais e Imaginárias, de André Mehmari (foto, 1ª audição mundial em concerto); Concerto nº 4 – Encantamento, de Bohuslav Martinu; Passacalha para o novo Milênio, de Edino Krieger; e Sinfonia nº 5 em ré menor, Op. 47, de Dmitri Shostakovich. Vale o espetáculo musical naquele lindo cenário.

tratada por Maneco, através da personagem de uma jovem bailarina clássica – uma de verdade, Ana Botafogo, também estréia como atriz nesta nova novela das 8. Autor de A Sucessora (1979), Baila Comigo (1981), Sol de Verão (1982), Felicidade (1991), História de Amor (1995), Por Amor (1997), Laços de Família (2000), Mulheres Apaixonadas (2003) e a minissérie Presença de

Terror triplo

A

Ana Paula Arósio em seu primeiro papel em uma história contemporânea

MANECO Manoel Carlos nasceu em São Paulo, em 1933. Começou a carreira como ator. Em seguida, passou a dirigir e a produzir programas de entretenimento, comédias dramáticas, esquetes de humor, shows e musicais (Fantástico, Brasil 60, O Fino da Bossa, Esta

inda no sábado (8), um programão na TV para os que gostam do gênero terror. Prepare a pipoca, porque o Universal Channel vai exibir em sequência, a partir das 21h, três filmes baseados na obra do escritor Stephen King, um craque no gênero terror: O Iluminado, Louca Obsessão e Eclipse Total. O Iluminado dispensa apresentações. É um clássico. Primeiro pela direção de Stanley Kubrick, depois porque é considerado uma das melhores adaptações de Stephen King para o cinema. O filme mostra a história de Jack Torrance (Jack Nicholson, foto), contratado para ser o vigia de um hotel vazio no Colorado. Jack leva a mulher (Shelley Duvall) e o filho (Danny Lloyd) para o estranhíssimo lugar. Ali a criança passa a ter visões sobre tenebrosos acontecimentos ocorridos no hotel. Jack enlouquece, se torna agressivo e perigoso, e daí...bom, assista e veja o que acontece. Às 23h30, entra no ar Louca Obsessão, baseado no conto Misery. Com direção de Rob Reiner, aqui o escritor Paul Sheldon (James Caan) sofre um acidente e é socorrido pela enfermeira Anne Marie Wilkes (Kathy Bates, que levou o Oscar de melhor atriz por essa atuação), uma fã de seus livros. Ao descobrir que Paul pretende matar uma de suas personagens prediletas em sua próxima obra, Anne passa a torturálo para evitar que ele não termine o livro. Kathy Bates também protagoniza Eclip se Total, que vai ao ar à 1h30, filme no qual ela vive a mãe de Selena (Jennifer Jason Leigh), acusada de assassinato em sua cidade natal.

Regina Ricca

S

aem os suspeitos, assassinatos e mistérios que movimentaram a trama de Belíssima e entram em cena a vida cotidiana, igual a que vivemos no bairro em que moramos, com os amigos que cultivamos, com conhecidos, parentes, filhos, mulheres e maridos. O condutor dessas histórias comuns do dia-a-dia tem um carimbo conhecido do telespectador: Manoel Carlos, que está de volta ao horário nobre das 8 partir desta segunda, dia 10, com uma nova novela, Páginas da Vida. O retorno de Maneco, como ele é carinhosamente chamado, será em grande estilo, pois ele conseguiu reunir em seu novo folhetim um elenco de astros de primeira grandeza da emissora, como Regina Duarte (que vai viver a terceira Helena das histórias de Maneco), Ana Paula Arósio (em seu primeiro papel em uma história contemporânea), Edson Celulari, Tarcísio Meira, Glória Menezes, Thiago Lacerda, José Meyer e até Sônia Braga, há anos afastada das telas da TV. "Páginas da Vida é um livro de histórias. Histórias de muitas vidas, que se parecem com a vida que

vivemos e vemos as pessoas viverem. Minhas histórias falam de traições, de amores não correspondidos, de amores plenamente realizados, de pais que não compreendem filhos e de filhos que não amam seus pais. Mas não pretendo pesar a mão em nada. A felicidade e alegria estão também muito presentes, tal como a dor e a tristeza", resume Maneco. Como já é habitual, o bairro do Leblon volta a ser o principal cenário das novas tramas familiares tecidas por Maneco. Nos primeiros capítulos, porém, o telespectador será levado a acompanhar a história pelas ruas e canais da cidade de Amsterdã, na Holanda, e em países da África, como Burundi e Quênia. Um dos fios condutores da nova história de Maneco será a gravidez de Nanda (Fernanda Vasconcelos), que morre no parto após dar à luz gêmeos. Uma das crianças nasce com Síndrome de Down e, rejeitada pela mãe, será criada por Helena, médica obstetra. A trama começa em 2001 e depois avançará cinco anos. Páginas da Vida, que tem direção de Jayme Monjardim, também terá um personagem soropositivo, que servirá para mostrar a situação da Aids no Brasil. A bulimia será outra questão

Anita (2001), Manoel Carlos diz que sua nova Helena de Páginas da Vida não terá grandes diferenças das outras vividas por Regina Duarte. "É uma mulher que procura ser equilibrada, mas luta contra uma tendência muito grande de se apaixonar além da conta. Por um homem, por um filho, por um amigo, por um trabalho. Como todas as outras Helenas, ela mente, trai, é traída, trapaceia, sofre e ri. Enfim: um ser comum, normal."

Regina Duarte (acima) será uma médica obstetra na trama. Abaixo, José Mayer

Noite se Improvisa). Estreou como telenovelista em 1978, com Maria Maria. No mesmo ano, escreveu A Sucessora, ambas com ibope garantido às 6 da tarde. Outros de seus clássicos: Baila Comigo (1981) e Laços de Família (2000).

Reality show fashion

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oze aspirantes a personal stylist disputam a chance de assinar o guarda-roupa da atriz e modelo Rachel Hunter. Esse é o ponto de partida do reality show Style Me with Rachel Hunter, que o GNT estréia na segunda (10), às 19h. O programa, em oito episódios, é apresentado pela própria Rachel, e se passa na cidade de Nova York. Os participantes terão como um dos desafios 45 minutos e apenas 75 dólares para encontrar em um brechó acessórios para adornar um vestido preto básico. Outro desafio será criar modelos exclusivos para serem usados pelos bombeiros de Nova York em uma celebração. Além da própria Rachel, duas amigas da modelo vão avaliar o trabalho dos candidatos, entre eles John McNulty, de 23 anos, que se descreve como um ícone andrógino, e Franco Lacosta, de 36 anos, que diz estar sempre pronto "para deixar as pessoas maravilhosas". Bom programa para aquecer as baterias para mais uma edição da São Paulo Fashion Week. (RR)

Literatura

Q

Horário nobre trará astros de primeira grandeza da emissora, além da bailarina Ana Botafogo, estreando como atriz

uem gosta de literatura pode saber das novidades pelo programa Entrelinhas, da TV Cultura, que mostra novidades editoriais, reportagens sobre a vida dos escritores e os hábitos dos leitores. Apresentado por Paula Picarelli, nesta quarta (12), às 22h30, o programa traz uma entrevista com Daniel Galera, o jovem escritor gaúcho de 27 anos, que começou publicando contos pela Internet e já agora já publica seu terceiro romance, Mãos de Cavalo, editado pela Companhia das Letras. Ele fala sobre sua trajetória e a relação entre literatura e internet. O programa ainda recomenda quatro bibliotecas virtuais, nas quais pode-se copiar clássicos da literatura em versão integral. E ainda mostra o Bloomsday, tradicional festa que celebra a obra UIysses, de James Joyce (foto). No sábado (15), Entrelinhas é reprisado, à 1h45. (LHC)


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Congresso Planalto Eleição Paulista CPI

candidato petista ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, prometeu ontem, em Santos (SP), que se for eleito acabará com a Fundação Estadual para o Bem-Estar do Menor (Febem). "Sei que há forças conservadoras do PSDB que vão estremecer com o que eu vou dizer agora", afirmou. "Nós vamos acabar com a Febem, sim. Todos os outros Estados acabaram e nós vamos acabar também", prometeu. No ataque – No primeiro dia de campanha oficial, Mercadante acirrou críticas à coalizão PSDB-PFL, tentando trazer o candidato José Serra (PSDB) para a "briga". Mercadante lançou provocações ao tucano, lembrando que ele deixou a Prefeitura da capital paulista mesmo com a promessa escrita de que cumpriria todo o mandato e insinuando que ele ainda não aceitou o fato de ter sido preterido pelo partido na disputa presidencial. "Espero que meu adversário (Serra) pare de disputar com o Alckmin (Geraldo Alckmin, candidato da Coligação PSDBPFL a presidente) a condição de candidato a presidente", provocou, sobre o que mudaria com o início da campanha. "Ele não discute São Paulo", prosseguiu. "O partido dele não quer ele para presidente, mas ele continua insistindo. Ele anda muito nervoso; precisa acalmar-se e debater São Paulo." Mercadante deu mostras de que usará a crise de segurança provocada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), em maio, para atingir o PSDB e usar a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato da Coligação PTPRB-PCdoB à reeleição, para levantar o próprio nome. Caminhada – Cerca de 200 correligionários acompanhou uma breve caminhada dele pelo centro, com bandeiras, camisetas e bonés do PT. Após um almoço com militantes, o candidato do PT a governador de São Paulo ainda recebeu apoio oficial do técnico do Santos, Vanderlei Luxemburgo, para a campanha, no prédio histórico da Bolsa do Café. "Não existe meio apoio. Apoio é integral e o meu para o Aloizio Mercadante", anunciou Luxemburgo "Hoje, estou aqui para falar de política", complementou. (AE)

sexta-feira, sábado e domingo, 7, 8 e 9 de julho de 2006

Não existe meio apoio. Apoio é integral e o meu é para ele (Mercadante). Vanderlei Luxemburgo

CANDIDATOS ABREM O TIROTEIO

A POLÍTICA DO CAFÉ

MERCADANTE PROMETE FIM DA FEBEM Candidato diz que só SP mantém a instituição

DIÁRIO DO COMÉRCIO

JÁ EM MARCHA POR SUAS CANDIDATURAS, OS CANDIDATOS AO GOVERNO PAULISTA TROCAM ATAQUES, ACUSAM E FAZEM MUITAS IRONIAS, ENTRE UMA XÍCARA E OUTRA. Epitácio Pessoa / AE

Valéria Gonçalvez / AE

SERRA: 'REELEIÇÃO NÃO FAZ BEM' Tucano diz que divergências internas não afetam campanha

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Clayton de Souza / AE

ADOÇANTE NA CAMPANHA - Pelo menos num ponto os três principais adversários na corrida pelo Palácio dos Bandeirantes concordam: cafezinho é indispensável. Serra tomou o dele no Anhembi, acompanhado do candidato ao Senado, Affi Domingos. Mercadante teve a companhia de Vanderlei Luxemburgo. E, Quércia, ao lado do dono de um bar, na zona Leste.

QUÉRCIA APARECE COMO O MAIS RICO

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restes Quércia (PMDB) é dono do maior patrimônio entre os candidatos a governador do Estado – R$ 111.365.991,20 –, segundo dados divulgados ontem pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). O patrimônio do peemedebista, que inclui ações de várias empresas, fazendas e até aplicações no Exterior, cresceu 71% desde 2002, quando disputou o Senado. Segundo o TRE, ele é proprietário da Sol Investimentos, sócia do Hotel Jaraguá, entre outras empresas. Quércia é também dono de várias empresas de comunicação, em especial no interior, como a "TV Princesa" e a Editora Panorama Brasil. A venda do jornal "Diário Popular" à Editora Globo, hoje "Diário de São Paulo", registra o maior item individual da declaração. Ele tem um saldo credor de R$ 35.094.582,35, parte do pagamento do jornal. A campanha de Quércia começou ontem, na Vila Prudente, Zona Leste de São Paulo, de

maneira informal – sem nenhum tipo de propaganda política. A justificativa dada é que a coligação PMDB-PP não poderia fazer despesa porque ainda não tem o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). A expectativa é que a campanha oficial comece de fato na próxima semana. "Como a candidatura foi definida na última hora, não deu tempo para organizar a campanha", afirmou o candidato. O primeiro compromisso do peemedebista foi no comitê de campanha de Edir Sales, candidata a deputada estadual. Ele esteve acompanhado do candidato a vice Átila Russomanno e da candidata ao Senado, Alda Marco Antonio. Quércia discursou na porta do comitê para cerca de 100 pessoas. Ele prometeu fazer uma "revolução na educação" e melhorar a segurança da população. O candidato visitou ainda uma entidade filantrópica e tomou cafezinho com os aliados numa padaria. (SK)

Paulo Pampolim / Digna Imagem - 01/11/2004

TRE registra mais candidatos e mudanças no perfil do eleitorado

MAIS DISPUTAS

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epois de fazer um balanço dos registros de candidaturas para a próxima eleição em São Paulo o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo fez diversas descobertas. A principal: o número de candidatos ultrapassa com folga o que foi registrado em eleições passadas. Na ponta do lápis, o Tribunal recebeu 2.718 pedidos de candidaturas para o Estado, sendo que 16 somente para concorrer ao governo. Comparativamente, em 2002 o tribunal havia recebido 2.490 pedi-

dos. E, na leição de 1998, foram 2.206 pedidos. Os dados colhidos mostram que o eleitorado paulista também seguiu esse crescimento. Nesse ano, são pouco mais de 28 milhões de eleitores (7,95 milhões somente na capital). Em 2002, eram 25,65 milhões. Outra curiosidade é que a maior parte desse eleitorado usa batom. São14,51 milhões de eleitoras. Mais: as duas maiores faixas etárias no grupo são as que têm 25 a 34 anos (6,64 milhões) e 45 a 59 anos (6,39 milhões). (Agências)

candidato do PSDB ao governo do Estado, o ex-prefeito José Serra, contestou ontem a hipótese de que exista uma discussão acalorada dentro do partido em relação ao tema da reeleição atrelada à campanha eleitoral deste ano. Serra, visto como um dos interessados no fim da reeleição por aparecer na lista de potenciais candidatos à presidência da República em 2010, assegurou que em momento algum diferenças de opinião em relação a este tema serão projetados em sua campanha. "Pessoalmente sou contra a reeleição, acho que ela não está fazendo bem para o Brasil, mas isto não significa que neste momento esteja sendo travada alguma discussão nem que isto tenha um significado do ponto de vista da campanha eleitoral", disse Serra, depois de participar de seu primeiro compromisso oficial de campanha, ao receber o apoio do PPS, em cerimônia na capital paulista. Apesar das afirmações, Serra admitiu que existem diferenças no partido em relação a esta questão: "Que tem diferenças a respeito da questão da reeleição tem, isso é óbvio, mas isto não significa que estas diferenças vão se projetar em algo na campanha". As declarações de Serra sobre a reeleição também foram endossadas por outros participantes do encontro, como o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire e o candidato a vice-governador Alberto Goldman. Na avaliação de Freire este é um assunto que não deveria ser debatido no atual momento e que representa uma tentativa artificial de apontar divergências dentro do PSDB. "Isto tinha que ser retirado da pauta, pois é um assunto desnecessário à campanha", afirmou. Seguindo a mesma linha, Goldman ressaltou que o período não é oportuno para essa discussão. "É uma matéria que não interessa no momento, é uma questão não colocada." Ao fazer uma avaliação pessoal sobre o assunto, Goldman disse que já foi favorável à reeleição, mas que agora coloca em questão esta postura diante da forma como vem agindo o presidente Lula. "O meu argumento maior neste caso é o que Lula está nos mostrando", rebateu de imediato. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 7, 8 e 9 de julho de 2006

1 No segundo lote, Leão vai devolver R$ 600 milhões a contribuintes que pagaram IR a mais.

NOTA FISCAL ELETRÔNICA TEM BOA ACEITAÇÃO ENTRE CONTRIBUINTES

Divulgação

Pesquisa feita com 224 contribuintes do ICMS mostra que 80% têm interesse em usar o documento virtual no lugar do papel por causa da redução de custos. Mas para a associação que reúne os fabricantes de formulários e gráficas, a diminuição dos gastos não passa de propaganda enganosa do fisco.

U

ma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de ebusiness com 224 empresas (de grande a pequeno portes) mostra que 80% têm interesse em usar a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), voltada para os contribuintes do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Cerca de 27% dos entrevistados pretendem usá-la tão logo seja implantada pelo fisco estadual. O resultado da pesquisa surpreendeu o presidente da entidade, Richard Lowenthal. "Algo novo sempre gera resistências", disse. A redução dos custos está entre os benefícios mais apontados pelas empresas, seguida do fim da digitação da nota e da redução da concorrência desleal. O fisco estima uma diminuição de até 4% nos gastos dos usuários. Também alega que o valor investido para implantação da nota será recuperado em um ou dois anos. Na pesquisa, a maioria dos empresários afirmou desconhecer o valor do investimento. Críticas – Os benefícios, entretanto, são contestados pela indústria de formulários e gráficas, que vai perder mercado para a nova ferramenta. "Não haverá redução de custos. As empresas estão sendo levadas pelo fisco a acreditar nisso", afirmou o presidente da Associação Bra-

sileira da Indústria de Formulários, Documentos e Gerenciamento da Informação (Abraform), Antônio Leopoldo Curi. Segundo ele, embora os empresários deixem de emitir as quatro vias da nota fiscal, eles terão de imprimir um documento auxiliar denominado Danf-e, em duas vias, que deverá acompanhar as mercadorias. Pelos cálculos de Curi, que considerou a gramatura de papel e o tipo

É uma imposição de cima, da Receita Federal, que quer o controle total da arrecadação tributária. Antônio Leopoldo Curi, presidente da Abraform de impressão, os usuários da nota fiscal eletrônica vão gastar cerca de dez vezes mais com o documento auxiliar. Estima-se que cerca de 16 mil das 102 mil pessoas envolvidas na produção de documentos fiscais corram o risco de perder o emprego com a novidade. De acordo com Curi, cerca de 5 mil empresas de formulários e gráficas no Brasil poderão fechar ou, então, mi-

grar seus negócios para outros produtos. Os mais afetados são cerca de 200 estabelecimentos que trabalham com a confecção dos talonários de notas fiscais, que podem perder, por ano, R$ 750 mil. Imposição – Para o presidente da Abraform, a novidade está sendo imposta aos contribuintes sem passar por discussão no Congresso. "É uma imposição de cima, da Receita Federal, que quer o controle total da arrecadação tributária", afirmou. Para Curi, muitas empresas, mesmo que implantem os softwares necessários, não vão conseguir emitir as notas eletronicamente para seus clientes com problemas com o fisco. "Aí vão partir para a informalidade. E, em vez de aumentar, a arrecadação vai diminuir", disse. Diferentemente da versão estadual, a nota fiscal eletrônica criada recentemente pelo município de São Paulo foi bem recebida por Curi. Implementada de forma experimental desde o dia 7 de junho por cinco prestadoras de serviços, em um mês o documento já teve a adesão de 86 empresas. "Não tem custo para o contribuinte, é eficaz, e ainda há a possibilidade de obter crédito para pagar menos Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU)", concluiu.

Richard Lowenthal (à esq.) diz ter ficado surpreso com o grau de satisfação dos contribuintes. Antônio Leopoldo Curi (acima), presidente da Abraform, critica falta de transparência na implantação da nota eletrônica

Marcos Fernandes/LUZ

A chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, diz que o governo coloca interesses do País à frente de qualquer categoria

Aposentados não terão reajuste, diz Dilma

Adriana David

Correção mais justa da restituição

O

s 2,6 mil auditores fiscais da Receita Federal associados à Unafisco Regional de São Paulo – associação que representa juridicamente a categoria – poderão ter a restituição do Imposto de Renda (IR) corrigida pela taxa básica de juros (Selic) a partir do dia 1º de janeiro do exercício da apuração do tributo. Desde 1995, o montante devolvido ao contribuinte é atualizado a partir de maio. Na próxima semana, a entidade entrará com uma ação coletiva pedindo a mudança na aplicação da correção, com efeito retroativo a cinco anos. "Se vencermos, a decisão beneficiará os associados da Unafisco, mas também será um importante precedente para toda a sociedade", diz o chefe do departamento jurídico da entidade, Alan Apolidorio. Cálculos do economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comer-

cial de São Paulo (ACSP), Emílio Alfieri, mostram que, pela tese defendida pela entidade, o valor da restituição no mês de dezembro, por exemplo, viria com um acréscimo de 5,1% na comparação com o procedimento atual. As contas foram feitas considerando uma Selic cheia estimada de 14,5% (de janeiro a dezembro de 2006) e de 8,94% (maio a dezembro). Segundo Apolidorio, da Unafisco, hoje a atualização da restituição é feita com base na Lei n° 9.250/95. O artigo 16 da norma determina que: "O valor da restituição do imposto de renda da pessoa física, apurado em declaração de rendimentos, será acrescido de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia – Selic para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir da data prevista para a entrega da declaração de rendimentos". Tradicionalmente,

o prazo para a entrega da declaração, sem multa, termina no final do mês de abril. Na ação, a Unafisco pede que a correção pela Selic seja aplicada a partir de janeiro porque a apuração da renda do contribuinte abrange o ano todo. Apolidorio alega inconstitucionalidade do artigo 16 da Lei n° 9.250/95. "É um verdadeiro confisco a maneira como a atualização é feita hoje. Os contribuintes financiam o governo, e esses valores não são devolvidos com a aplicação de critérios de correção pertinentes", afirma. "Vamos alegar enriquecimento ilícito da União." "Se as empresas têm a correção a partir de janeiro, há uma disparidade entre pessoas jurídicas e físicas. Esse tratamento só aumenta o abismo tributário do País, penalizando sobretudo os trabalhadores", critica o presidente da entidade, Luiz Marcello Abrantes Escobar.

IR: sai consulta ao segundo lote

ou ligar para o 0300-78-0300. Neste lote foram liberadas 717, 8 mil declarações, das quais 547,5 mil com direito à devolução do IR, no valor de quase R$ 600 milhões. Outras 51,1 mil declarações tiveram imposto a pagar, no total de R$ 59 milhões. A Receita apurou ainda que 119 mil das declarações não terão nem imposto a pagar, nem a restituir. A restituição estará disponível no banco a partir

do dia 17. O valor será corrigido em 3,46%, referentes a Selic acumulada de maio a junho, e 1% deste mês. Independente da data que for retirado do banco, o valor não sofrerá qualquer outro acréscimo. Quem não informou o número da conta corrente na declaração, deve procurar uma agência do Banco do Brasil ou ligar, gratuitamente, para 4004-0001. (AG)

A

Receita Federal libera hoje a partir das 8h a consulta ao segundo lote de restituições do Imposto de Renda da Pessoa Física 2006 (ano-base 2005). Para saber se teve a declaração liberada, o contribuinte deve acessar o site da Receita Federal (www.receita.fazenda.gov.br)

Laura Ignacio

A

chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, deixou claro ontem que o governo federal não deve acatar o reajuste de 16,67% dado pelo Senado aos aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que têm benefício superior ao mínimo, conforme emenda aprovada nesta semana. "Nós sempre tivemos a seriedade de colocar primeiro o interesse do País à frente dos interesses de qualquer categoria. Infelizmente, não podemos dar esse aumento. Nós poderíamos dar 5%", disse Dilma, lembrando o acordo fechado pelo governo federal com os aposentados.

Dilma negou-se a confirmar o veto presidencial, mas disse que o compromisso com a governabilidade "vai fazer com que o presidente analise isso profundamente e considere a hipótese do veto". A ministra avaliou que o aumento dado pelo Senado Federal tem motivos eleitorais e visa criar dificuldades para o próximo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, caso seja reeleito. Rombo – "Esse aumento tem um impacto pesado na Previdência e isso tornaria extremamente grave (a situação) das finanças do País. Como eles (os opositores) acham que nós vamos ganhar a eleição, eles estão propondo 16%, porque es-

tão tentando inviabilizar o governo depois da eleição", analisou. Dilma fez questão de ressaltar que "o governo será extremamente responsável nessa questão". As declarações foram dadas após o lançamento do Fundo Infra Brasil, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista. Gás – A chefe da Casa Civil aproveitou a ocasião para negar que o deputado federal cassado José Dirceu (PT) tenha ido à Bolívia negociar, a mando do governo federal, a questão do gás com o presidente Evo Morales, segundo notícia publicada ontem pela imprensa. (AE)

Greve dos auditores chega ao fim

O

s auditores fiscais da Receita Federal decidiram pôr fim à greve iniciada no dia 2 de maio. Das 94 assembléias regionais realizadas ontem, o Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Unafisco) informou que já havia resultado em 60 delas, com 93,26% dos votos favoráveis ao fim da paralisação, que durou 36 dias. Os auditores foram contemplados com reajuste de 34% nas gratificações recebidas, o que elevou o salário inicial da categoria de R$ 7,53 mil para R$ 10,15 mil e o final de R$ 9,93 mil para R$ 13,38 mil. Parte desse aumento, entretanto, é vinculado a metas de cresci-

mento na arrecadação federal. Segundo o presidente do Unafisco, Carlos André Nogueira, embora a decisão do governo não tenha satisfeito plenamente a categoria, ela colocou a discussão em "uma nova fase", que não exige mais a greve. Ele reconheceu que houve avanços e disse que o governo atual trata a categoria de maneira melhor que o anterior. "O governo Fernando Henrique em oito anos não concedeu sequer R$ 1 de aumento", disse, explicando que a maior parte da demanda dos auditores se refere a perdas salariais do período de 1994 a 2002. A Unafisco continuará com a mobilização para melhoria sa-

larial, mas se concentrará em conversas com o governo e também por meio de pressão no Congresso Nacional, que vai examinar a Medida Provisória que elevou os vencimentos dos funcionários da Receita. Balanço – Nogueira classificou a paralisação de "a maior greve dos últimos 15 anos", e destacou que ela se encerrou no pico de adesão, mostrando coesão dos funcionários. Ele afirmou que em princípio não haverá nenhum esquema especial de trabalho no retorno dos auditores para liberar produtos que estão parados por conta da greve, mas ressalvou que essa é uma decisão que cada região deve tomar. (AE)


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sexta-feira, sábado e domingo, 7, 8 e 9 de julho de 2006

TEATRO Lispector, Machado, Mário e o bardo: grandes da literatura em espetáculos na cidade Divulgação

CLARICE PLURAL

P Texto de Joe Calarco a partir da obra de Shakespeare: elogiada adaptação

PAIXÕES DESENFREADAS Peça leva ao palco Romeu e Julieta violento, rebelde e erótico Sérgio Roveri

T

ransgressão, rebeldia, ódio, erotismo, violência, paixão, insurreição, emoções afloradas, desordem, virilidade e caos. Esta lista explosiva poderia perfeitamente ser aplicada na definição de filmes como Laranja Mecânica, de Stanley Kubrick, ou Cães de Aluguel, de Tarantino. Mas são estes os ingredientes que quatro estudantes acreditam ter encontrado em uma das mais famosas tragédias de Shakespeare, Romeu e Julieta. A identificação entre os quatro estudantes do século 20 com o jovem casal apaixonado de Verona é tamanha que as duas histórias chegam a se embaralhar no drama R & J, do escritor americano Joe Calarco, que entra hoje, sexta (7) em cartaz no Teatro Augusta. Apontada como uma das mais eficazes e modernas releituras da obra de Shakespeare, R & J rendeu a Calarco vários prêmios internacionais e uma profusão de montagens nos Estados Unidos, Inglaterra e Japão. O ambiente da peça é uma escola adepta de uma disciplina rígida e aulas maçantes na qual os estudantes encontram pouco espaço paro o exercício das liberdades indi-

viduais. Um dia, após o término das aulas, o grupo lê a peça de Shakespeare e descobre um paralelo entre a vida deles e a impossibilidade do amor de Romeu e Julieta. "No drama de Shakespeare eles encontram tudo o que eles não têm, tudo o que desejariam experimentar, tudo o que é perigoso, tentador e ao mesmo tempo assustador para estes quatro estudantes", diz o diretor Zé Henrique de Paula. "Romeu e Julieta mostra a eles tudo que parece necessário para que eles concretizem essa espécie de rito de passagem, e possam se descobrir a cada um". A peça de Joe Calarco não se preocupa em definir com exatidão o local e a época em que se passa a história de R & J – mas sabe-se que há, ao menos, cinco séculos separando o drama de Romeu e Julieta do cotidiano dos jovens estudantes. "Acredito que amores impossíveis sempre existirão, independentemente da época em que eles ocorram", diz o diretor. "Classe social, raça, orientação sexual, religião, sem falar nas subjetividades cada vez mais complexas de gente que, como nós, vive a era do individualismo, tudo

isso ainda são impeditivos reais para a união de um casal". Segundo o diretor, na adaptação de Joe Calarco, o texto original de Shakespeare ocupa a maior parte da ação dramática. Assim, praticamente todos os diálogos são feitos em forma de poesia elisabetana. "Falar este texto é, sem dúvida, o maior desafio desses quatro atores. Foi o que ocupou nossas mentes, corpos e vozes na maior parte dos ensaios". A montagem de R & J marca a criação no Núcleo Experimental do Teatro Augusta, uma companhia estável que pretende ocupar aquele espaço com diversas encenações. "Todos sabem que Romeu e Julieta termina de forma trágica", diz o diretor. "Mas eu penso que, no caso dos alunos, as esperanças possam ser maiores. Mas sobre isso não posso falar mais sem passar muito perto de revelar a conclusão da peça".

Fotos: Divulgação

oucos autores brasileiros tiveram, ao menos nos últimos anos, sua produção literária tão freqüentemente escoada para o palco como no caso de Clarice Lispector. Seja na forma de espetáculos baseados em sua própria vida, ou na apropriação das angústias dos seus personagens, o certo é que a autora de A Hora da Estrela e Perto do Coração Selvagem deve ser, depois de Nelson Rodrigues, o nome mais incensado por atores e diretores nacionais. Se eu Fosse Eu, um novo espetáculo baseado na obra de Lispector, mais especificamente no romance Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres, de 1969, entra em cartaz a partir de amanhã, sábado, dia 8, no Tusp, perfilando-se ao lado de Clarices, O Ritual dos 7 e Nonada (leia matéria nesta página), outras três peças em cartaz na cidade nas quais a obra de Clarice abandona as estantes para pousar no tablado. Com direção de Antonio Januzelli e elenco composto por quatro atores recém-formados pela Escola de Arte Dramática da USP, Se eu Fosse Eu é um espetáculo que se arrisca na difícil alquimia de combinar as experiências pessoais dos jovens atores com aquelas vividas pela protagonista do Livro

Se eu Fosse Eu: platéia invade o espaço cênico durante o espetáculo

dos Prazeres, Lóri, a professora primária vinda de uma família de posses que tenta sobreviver sozinha no Rio de Janeiro. Longe dos pais e dos quatro irmãos, Lóri descobre o amor e o prazer ao lado de Ulisses, um professor de filosofia, mas se dá conta de que na paixão pode estar embutida a perda da identidade. Construído a partir de uma narrativa fragmentada, Se eu Fosse Eu apóia-se numa encenação em que a platéia invade o espaço cênico. Esta proximidade com o público, que pode resultar até

em interferências durante o espetáculo, fez parte do projeto de pesquisa para a realização do trabalho. Segundo Flavia Melman, uma das atrizes do espetáculo, Se eu Fosse Eu exige uma relação tão íntima entre ator e espectador porque "é impossível falar de Clarice sem falar de nós mesmos". (SR) Se eu Fosse Eu, estréia amanhã, sábado (8) no Tusp, Rua Maria Antonia, 294, tel.: (11) 3255-5538. Sábado às 21h e domingo às 19h. Ingressos a R$ 15.

Divulgação

R & J, estréia hoje no Teatro Augusta, Rua Augusta, 943, tel.: (11) 3151-4141. Sexta às 21h30, sábado às 21h e domingo às 19h. Ingressos de R$ 20 a R$ 30.

SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS

À

William Shakespeare: obras em releituras

primeira vista, parecem grandes as semelhanças entre a peça R & J e o filme Sociedade dos Poetas Mortos, que mostra as mudanças ocorridas em um colégio conservador após a chegada de um professor de literatura, interpretado por Robin Williams, que ensina seus alunos a pensar por si próprios. Tanto na obra de Joe Calarco quanto no longa-metragem de 1989, dirigido por Peter Weir, aparecem a escola repressora, as aulas monótonas, os jovens estudantes explodindo em hormônios e vontade de viver e a literatura despontando como um passaporte para a redenção. Na peça, a chave para a liberdade está nas mãos de Shakespeare,

com a tragédia Romeu e Julieta. No filme, os jovens alunos também recorrem ao velho bardo inglês, de quem montam a peça Sonhos de Uma Noite de Verão. Mas as coincidências, segundo o diretor, não vão além disso. "É uma imagem muito forte esta do filme, a do impacto daquelas palavras e daquele professor (Robin Williams) na vida daqueles estudantes", diz Zé Henrique de Paula. "Mas acredito que exista uma diferença fundamental entre a matriz dramática do filme e a da peça de Calarco: a ausência de um líder adulto, esta espécie de guru, de flautista a conduzir a massa de ratos sedentos por algo novo, vivo e instigante. Em R & J não há adultos, há somente a pressão que eles exercem". (SR)

EM DVD

Reprodução

Nonada: personagens situam-se em universo paralelo de um mundo desmemoriado

SUTILEZA E CONTUNDÊNCIA

S

e existe um nome de espetáculo que se preste a traduzir o universo imaginado por seus criadores, este nome é No n a d a , o mais recente trabalho da conceituada Companhia do Feijão, um grupo que costuma buscar na literatura a matéria-prima para encenações em que a sutileza e a contundência se combinam de forma impressionante, a exemplo de Mire Veja e Antigo 1850. Agora, é numa espécie de universo paralelo, um mundo desmemoriado, em algum lugar que se situa no nada, que se encontram os personagens de Nonada – todos eles saídos da obra de Machado de Assis, Mário de Andrade e Clarice Lispector (foto no alto). Mais do que desfilar no palco seu pedigree literário de primeira grandeza, eles estão mais preocupados em discutir a identidade brasileira e uma inegável melancolia que parece tomar posse dos nossos dias.

"Nonada é uma peça que pode estar situada no mundo dos mortos, à la Brás Cubas", diz o diretor Pedro Pires. "Os personagens foram inspirados na obra destes três escritores, e falam como tais, só que estão neste mesmo mundo do desmemoriado. Suas falas são lembranças de quando estiveram nas situações criadas pelos autores originais e o lugar possibilita o encontro destas personagens e de seus diferentes tempos históricos. Esta aí a grande diferença. Quanto às ações, elas são de nossa criação a partir da nossa leitura destas personagens e do novo lugar onde elas se encontram". Embora este enunciado do diretor possa apontar para um perfil altamente intelectualizado do espetáculo, Nonada não é uma peça para iniciados. "Nonada não foi criado para especialistas em literatura. Pensamos muito nisto durante a criação e um dos objetivos da montagem é a de prescindir

destas referências e do conhecimento prévio da obra dos autores". Entre discutir a identidade brasileira ou analisar a melancolia contemporânea, No na d a fica com os dois. "Na nossa opinião, estes dois aspectos são inseparáveis’, diz Pires. "As causas da melancolia estão ligadas às nossas origens, à nossa identidade que está em contínua constituição. Só que tentamos apontar para uma questão de base da nossa formação, que viciosamente dá voltas sobre si mesma há mais de uma centena de anos e, que se não for resolvida, continuará alimentando a melancolia e continuará fazendo com que ela continue contemporânea pelos séculos que virão". Nonada, estréia hoje, sexta (7) na sede da Companhia do Feijão, Rua Dr. Teodoro Baima, 68, tel.: (11) 3259-9086. Sextas e sábados às 21h e domingo às 19h. Ingressos a R$ 20.

Fotos: Arquivo DC

Mário de Andrade e Machado de Assis: inspiração

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ociedade dos Poetas Mortos (Dead Poets Society, Estados Unidos, 1989, 129 minutos). Em 1959, um ex-aluno da Welton Academy, uma tradicional escola preparatória, decide voltar ao colégio como professor de

literatura. Seu método de ensino e seus questionamentos sobre a vida surpreendem os alunos que, a partir de então, passam a seguir a norma mais importante ensinada pelo mestre: aproveitar o dia (Carpe Diem). A revolução

provocada nos alunos pelo visionário professor passa a incomodar seus colegas e diretores do colégio. O longa-metragem dirigido por Peter Weir traz no elenco Robin Willians (foto), Ethan Hawke e Robert Sean.

Mais teatro na página 5


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Internacional

A eleição foi realizada com respeito escrupuloso à lei. Felipe Calderón

Reprodução

Os ataques a Londres continuarão e aumentarão de força

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m dos suicidas que atacaram o sistema de transporte de Londres há um ano disse em um vídeo divulgado ontem pela TV Al-Jazira, do Catar, que os atentados "eram apenas o começo". O vídeo foi divulgado na véspera do aniversário dos ataques que mataram 52 pessoas, mostrou Shehzad Tanweer usando um quefié xadrez vermelho e branco e apontando o dedo para a câmera, em gravação feita antes dos ataques. "O que vocês testemunharam agora é apenas o começo de uma série de ataques que continuarão e aumentarão de força até vocês tirarem seus soldados do Afeganistão e Iraque, até vocês (o governo britânico) não pararem de financiar e apoiar militarmente a América e Israel", disse ele, em inglês. Tanweer, da cidade de Leeds, matou seis pessoas além de si mesmo em um trem de metrô na estação de Aldgate em 7 de julho de 2005. Todos os quatro suicidas eram britânicos.

O vídeo incluiu uma declaração de Ayman al-Zawahiri, o número 2 da Al-Qaeda, e do americano Adam Gadahn, conhecido como Azzam al-Amriki, que seria responsável pela propaganda da rede terrorista. Zawahiri, que não apareceu junto a Tanweer no vídeo, elogiou o suicida. A gravação também mostra homens mascarados e armados preparando explosivos e um deles marcando alguns pontos em um mapa de Londres. O vídeo é muito parecido ao do suicida Mohammed Sidique Khan, divulgado em setembro. Ahmed al-Sheikh, editor da Al-Jazira, disse não saber como ou quando a TV árabe obteve o vídeo. Na casa da família de Tanweer em Beeston, West Yorkshire, cerca de 320 quilômetros de Londres, um cartaz foi colocado na janela dizendo à imprensa para ficar longe. Andy Hayman, chefe das Operações Especializadas da

Ayman alZawahiri, o nº 2 da Al-Qaeda: mais ameaças

Scotland Yard disse que o vídeo será incluído nas investigações. "Não há dúvidas de que a divulgação do vídeo nesta hora pode apenas causar mais dor e angústia aos parentes e amigos dos que morreram nos ataques terroristas", disse Hayman. (AE)

Samuel Aranda/AFP

ISRAEL OCUPA GAZA. CONFLITO CHEGA AO PONTO MÁXIMO

A Palestinos carregam um ferido depois de ataque israelense em Abassan, ao sul da Faixa de Gaza: 5.137 morreram desde setembro de 2000 Amit Shabi/AFP

No Iraque, explosão causa a morte de 12 iranianos

oze pessoas morreram e pelo menos 39 ficaram feridas ontem na explosão de um carro-bomba dirigido por um suicida na cidade xiita de Kufa, 160 quilômetros ao sul de Bagdá. Este teria sido o mais letal de uma série de ataques realizados ontem num dia de extrema violência nas proximidades da capital iraquaiana. Segundo dados preliminares, ao todo, pelo menos 17 pessoas teriam morrido, incluindo 11 homens cujos corpos foram encontrados em diversos pontos da capital, segundo a polícia. Vários deles mostravam sinais de tortura. Outras 50 pessoas ficaram feridas nos outros atentados no Iraque, ontem. No ataque de Kufa, o carro-bomba atingiu peregrinos iranianos que desciam de um ônibus de

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reocupação por Israel de uma área no norte da Faixa de Gaza levou ontem à maior escalada no conflito desde a retirada israelense do território, em setembro, o que resultou na morte 21 palestinos (militantes e civis) e 1 soldado israelense. Ao avançar no território, tropas e tanques israelenses encontraram resistência de palestinos armados de fuzis e granadas. O ministro do Interior da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Said Siyam, fez um chamado às forças de segurança para que resistam à invasão. Apesar de ser a primeira vez que o governo, liderado pelo grupo islâmico Hamas, envolve as forças de segurança nos confrontos, o apelo de Siyam não foi endossado pelo presidente Mahmud Abbas, a quem as forças da ANP estão subordinadas. O comando militar de Israel diz que o objetivo da ação é forçar três grupos radicais palestinos a libertarem o soldado Gilad Shalit, capturado no dia 25, e impedir os extremistas de continuar lançando foguetes contra as cidades israelenses.

turismo em frente a um santuário. Oito dos 12 mortos e 22 dos feridos eram iranianos, segundo informações divulgadas pelo departamento de saúde da região. Nenhum grupo assumiu a autoria do atentado, mas as suspeitas recaem sobre extremistas religiosos sunitas e seguidores do exditador Saddam Hussein. Muitos sunitas temem que a ascensão da etnia xiita no Iraque leve o país a uma excepcional influência política do Irã. Os dois países travaram uma guerra sangrenta de oito anos, só terminada em 1988. Em Teerã, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores denunciou o ataque como um "ato de terrorismo bárbaro" e exortou o governo iraquiano a encontrar e punir os responsáveis. (Agências)

Qassem Zein/AFP

Ônibus de peregrinos atingido no ataque de ontem na cidade de Kufa

Ministro do Interior da Palestina, Mohammed Abu Teir, detido por Israel

Tampão – O Exército israelense pretende estabelecer uma zona-tampão temporária, num raio de 6 quilômetros da fronteira, para deixar Ashkelon fora do alcance dos foguetes do tipo Qassam usados pelos radicais palestinos. Os tanques ficaram posicionados numa área antes ocupada por três colônias judaicas que foram entregues ao controle da autoridade palestina. No pior ataque aéreo israelense de ontem, pelo menos cinco palestinos morreram ao norte de Beit Lahiya. "Não temos nenhuma intenção de nos afundar no pântano de Gaza", disse o ministro da Defesa de Israel, Amir Peretz. "Devolvam Gilad com vida e saúde e parem de lançar foguetes, então enviaremos nossos soldados de volta para suas bases." Em Jerusalém Oriental, a parte árabe da cidade, a polícia israelense prendeu líderes do Hamas acusados de promover atividade política, o que está proibido por Israel. No caso do soldado, Israel se nega a negociar com seus captores, mas há um canal de comunicação, via mediadores egípcios. (AE)

Tomas Bravo/Reuters

MÉXICO Declarado oficialmente eleito, Calderón ainda enfrenta impugnação

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elipe Calderón, candidato do conservador Partido de Ação Nacional (PAN), de 43 anos, venceu a eleição presidencial do último domingo no México batendo seu principal oponente, o esquerdista Andrés Manuel López Obrador, do Partido da Revolução Democrática (PRD), de 52 anos, pela microscópica margem de 0,57 ponto porcentual dos votos. A diferença é de pouco menos de 250 mil votos, de um total de 41,1 milhões. Apuradas 100% das mais de 130 mil urnas, Calderón tinha 35,88% dos votos e López Obrador, 35,31%. Mas levará alguns dias, ou mesmo semanas, até que Calderón seja oficialmente declarado vencedor.

Ontem pela manhã, quando a vantagem de Calderón era de 0,3 ponto percentual, López Obrador anunciou numa entrevista coletiva que impugnará a eleição perante o Tribunal Eleitoral do Poder Judiciário da Federação (TRIFE) e exigirá uma nova apuração, "voto por voto". Segundo ele, "houve muitas irregularidades" na eleição. Um exemplo seria o fato "pouco usual" de a contagem oficial, iniciada na manhã da quarta-feira, como manda a lei, ter terminado em pouco mais de 24 horas, quando o prazo final era domingo. Foram compilados os números das atas eleitorais produzidas com base na contagem realizada na noite de domingo pelos mesários das seções

Felipe Calderón é novo presidente. Até segunda ordem. de votação, na presença de fiscais dos partidos. "Não podemos aceitar ou reconhecer esses resultados", disse López Obrador. Significativamente, contudo, ele não usou a palavra "fraude". O líder esquerdista convocou seus simpatizantes a irem ao Zócalo histórica praça central da Cidade do México, na noite de sábado. Disse que apresentará ali as "provas" das irregularidades que justificam o pedido de impugnação das eleições. López Obrador, porém, pediu aos militantes de seu partido que se manifestem "de forma pacífica" e assegurou que agirá "dentro da institucionalidade". É altamente improvável que o esquerdista seja atendi-

do, até porque Calderón já foi proclamado oficialmente vencedor. A maioria dos analistas acredita que o TRIFE levará um par de semanas para responder à ação de impugnação, que deverá ser oficialmente entregue no domingo ou na segunda-feira. Alguns temem o pior. O historiador Enrique Krauze, crítico de López Obrador, afirmou que o país necessitará da solidariedade do mundo democrático se o esquerdista não aceitar a decisão do TRIFE, que é inapelável. "López Obrador poderá, reclamando de uma fraude impossível de comprovar, instrumentalizar um movimento de resistência civil, que será uma dura prova para as instituições políticas". (AE)


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Empresas Finanças Nacional Imóveis

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CUSTO DE VIDA DO PAULISTANO EM QUEDA

por cento é a previsão do ICV em São Paulo para este ano, a menor inflação desde 1998.

FATURAMENTO DAS MICROS E PEQUENAS EMPRESAS DE SÃO PAULO TEVE CRESCIMENTO DE 2,9% SOBRE 2005

PEQUENAS INICIAM RECUPERAÇÃO

O

faturamento real das micros e pequenas empresas (MPEs) do Estado de São Paulo apresentou recuperação em maio. De acordo com levantamento divulgado ontem pelo Sebrae-SP, a receita total das MPEs atingiu R$ 20,1 bilhões, o que representou crescimento de 2,9% ante o faturamento do mesmo período do ano passado e um acréscimo de 9,3% sobre o valor verificado em abril de 2006. Segundo o Sebrae-SP, o bom desempenho em maio foi motivado pelo comportamento do comércio, beneficiado pela combinação da recuperação do poder de compra das famílias e pelo Dia das Mães, data que perde somente para o Natal em importância nas vendas. Outro fator de destaque foi o maior número de dias úteis de maio em relação ao mês de abril (22 contra 18). Apesar dos sinais de recuperação em maio, o Sebrae-SP destacou que tudo indica que o faturamento no semestre fechará em queda. A média de faturamento dos cinco primeiros meses do ano nas micros e pequenas empresas ficou 2% menor que no mesmo período de 2005. "Dificilmente as vendas do mês de junho vão reverter o sinal negativo esperado para o semestre", disse, em comunicado à imprensa, o superintendente do Sebrae-SP, José Luiz Ricca. Setores – A pesquisa mostrou que o comércio apresentou alta de 13,4% no faturamento real de maio sobre o mês anterior e de 8,1% sobre maio de 2005, a maior taxa de crescimento do setor desde o início da pesquisa, em 1998. A receita das pequenas indústrias cresceu 8,2% em maio sobre abril,

Jefferson Copolla/Folha Imagem - 20/07/2005

mas foi apenas 0,1% maior que há 12 meses. Já o faturamento médio das MPEs do setor de serviços cresceu 2,1% sobre abril, mas caiu 4,4% em comparação a maio de 2005. Na avaliação dos analistas do Sebrae-SP, o desempenho relativo das MPEs da indústria pode estar associado à maior concorrência dos importados que, com a valorização do real sobre o dólar, ficam mais baratos. O mesmo fator, segundo a instituição, exerceu impacto nas micros e pequenas empresas de serviços, em especial naquelas que prestam serviços às demais empresas e os segmentos de transporte, armazenagem e distribuição. Regiões em destaque – No levantamento por regiões, o melhor desempenho foi verificado entre as MPEs do interior do Estado, que tiveram crescimento no faturamento de 15,6%, em relação a abril, e de 5,2 % nos últimos 12 meses, já descontada a inflação. O Grande ABC apresentou alta de 9,6% em relação a abril em seu faturamento real e de 12,2% sobre o mesmo mês do ano passado. Já a capital paulista e Região Metropolitana tiveram em maio último altas, respectivamente, de 2,6% e 4%, sobre abril, e variações de 2,3% e 0,9%, em relação a igual mês do ano passado. Amostragem – A pesquisa divulgada ontem foi realizada pelo Sebrae-SP em parceria com a Fundação Seade, com uma amostra de 2.703 empresas de micro e pequeno portes de um universo de 1,3 milhão existente no Estado. Segundo o Sebrae-SP, 57% deste universo é formado por empresas do comércio, 32% por serviços e 11% por companhias do setor industrial. (AE)

São Paulo pode ter a menor inflação em oito anos

O

consumidor paulistano pode ter em 2006 a menor taxa de inflação dos últimos oito anos. Com o Índice do Custo de Vida (ICV) do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apurando deflação de 0,21% em junho, o prognóstico para 2006 é de alta de 2,5% dos preços, segundo a coordenadora do indicador, Cornélia Nogueira Porto. Se a expectativa for confirmada, o ICV-Dieese terá a segunda menor taxa de variação, superando apenas a alta de 0,49% em 1998. Esse ambiente favorável ao consumidor não é indicação exclusiva do ICV. Na última quarta-feira, o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Paulo Picchetti, já havia feito a mesma observação ao comentar a deflação de 0,31% de junho e reduzir a expectativa de 4% para 2,5% no ano.

Revisão — Cornélia admitiu que, antes do resultado do ICV de junho, ela trabalhava com uma inflação anual beirando mais os 3% do que os 2,5%. A economista não estava certa de que a tarifa de energia elétrica na capital fosse ter correção negativa de 1,9%. No ano, o ICV acumula alta de 0,73%. Em 12 meses, a variação é de apenas 2,44%. Saúde e habitação – A deflação de 0,21% em junho foi a terceira consecutiva, mas já mostra diferença de 0,16 ponto percentual em relação à taxa negativa de 0,37% de maio. Cornélia disse que foram responsáveis pela desaceleração da queda dos preços as altas de 1,36% do grupo saúde e de 0,48% do grupo habitação. Asseguraram a deflação as taxas negativas de 1,32% no grupo transportes e de 1,15% no de alimentos. Do lado das altas, a contribuição também veio dos reajustes do subgrupo assistência médica. (AE)

INDÚSTRIA Demanda interna aquecida favorece alta na produção

E

Efeito Copa prejudicou a venda e também a produção de veículos

Setor automotivo tem o melhor semestre

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indústria automotiva bateu o recorde histórico de produção e exportação de veículos no primeiro semestre, superando o recorde anterior, registrado nos primeiros seis meses de 2005. No acumulado do ano, a produção atingiu 1,3 milhão de unidades, 4,4% mais do que em igual período de 2005. Já as exportações superaram em 5,6% o desempenho anterior, chegando a US$ 5,57 bilhões. O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Rogelio Golfarb, afirmou que os números de vendas domésticas tiveram redução em junho principalmente por causa do "efeito Copa": nos dias de jogos do Brasil as vendas caíram, com efeito negativo também na produção. Em junho, foram vendidos 148 mil veículos, 9,6% menos do que em maio, e 0,1% menos do que em junho do ano passado. Porém, a média diária de vendas no mês passado foi de 6.890 unidades, 7,6% maior do que a média diária do mesmo mês do ano passado. Ou seja, descontado o efeito dos jogos da Copa do Mundo de Futebol, o resultado ficou dentro das expectativas da Anfavea, que prevê 7% de crescimento nos licenciamentos este ano, na comparação com 2005. O desempenho de junho foi o segundo melhor do mês para produção e exportação, supe-

rando os recordes históricos de junho batidos no ano passado. A produção no mês foi de 225 mil unidades, 6,7% inferior a maio e 1,5% menor do que junho de 2005. As exportações já sentem os efeitos da valorização do real frente ao dólar. Embora tenham sido recordistas no acumulado do ano, as vendas externas caíram 10,3% em junho sobre maio (para US$ 949 milhões), e recuaram 7% na comparação com junho do ano passado. Segundo Golfarb, o câmbio não é mais um motivador das exportações, e isso faz que uma série de ineficiências apareça. A indústria reclama que não consegue o crédito do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para as exportações, que já somam R$ 3 bilhões. O setor pede também a modernização da legislação cambial, mas não espera que a tendência em relação ao câmbio se modifique. "É natural que esta questão cambial seja definida pelo mercado." Segundo ele, as empresas fazem de tudo para não perder contratos em outros países, e estão buscando compensar a valorização do real com reajustes nos preços. Por isso, as exportações em valores ainda têm crescimento. Mas, em unidades, o efeito é negativo: foram embarcados 422 mil veículos de janeiro a junho, 3,7% menos do que no mesmo período de 2005. (AE)

Atacado pressiona IGP-DI

A

perda de força na deflação dos preços dos bens finais no atacado, provocada principalmente pela aceleração nos preços de alimentação, determinou taxa maior do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGPDI) em junho. A inflação apurada pelo indicador passou de 0,38% em maio para 0,67% em junho. A avaliação é do coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros. "O atacado foi o grande responsável pela aceleração na taxa do IGP-DI", disse.

Segundo ele, no setor de bens finais, os preços dos alimentos in natura, que registravam quedas mais intensas de preços há algum tempo, apresentaram deflação mais fraca, de maio para junho (de -7,01% para -0,03%). "Eu não duvido que os preços dos alimentos in natura voltem a ter taxas positivas", afirmou. Entre os exemplos mais importantes de aumento de preços de alimentos no atacado estão cana-de-açúcar (8,57%), soja em grão (4,2%) e milho em grão (5,51%). "Os alimentos tiveram um papel muito importante." (AE)

mbalada pelo aqueci- ante o mesmo mês do ano pasmento da demanda in- sado. Em abril último, esse terna, a indústria regis- percentual havia sido de 38%. Paulo Levy, diretor de Astrou em maio o melhor desempenho do ano, com aumento suntos Macroeconômicos do de 1,6% na produção em rela- Instituto de Pesquisa Econôção ao mês anterior. A expan- mica Aplicada (Ipea), afirma são do crédito e da renda dos que os dados do IBGE são "contrabalhadores, além da queda sistentes com o quadro mada inflação e dos juros, foram croeconômico de política fiscal os motivos apontados pelo e monetária", favoráveis à exchefe da Coordenação de In- pansão da demanda interna. dústria do Instituto Brasileiro Do lado fiscal, Levy destaca o de Geografia e Estatística (IB- aumento dos gastos públicos, GE), Silvio Sales, para o que com mais investimentos do considera "um grande impul- governo, além do reajuste do salário mínimo e da mobilizaso" do setor industrial. O desempenho foi puxado, ção eleitoral.No caso dos juros, especialmente, pela categoria ele acredita que a trajetória de de bens intermediários, uma queda da taxa básica (Selic), ampla cadeia de setores que in- iniciada em setembro do ano clui matérias-primas e compo- passado, começou a repercutir nentes industriais e responde na atividade econômica no seg u n d o t r ipor 60% da mestre. pesquisa Já o Institumensal de into de Estudos dústria do para o DesenIBGE. Na volvimento c om p ar a çã o Industrial (Iecom maio do por cento foi o di) divulgou ano passado, crescimento da relatório soa produção bre a pesquiindustrial produção industrial sa, no qual cresceu 4,8% em maio sobre abril, avalia que e acumula no "pela primeiano aumento embalado pela ra vez no corde 3,3%. expansão do rente ano há Para Sales, crédito e da renda um indício os bons resulsi gn if ica ti vo tados da inde aceleração dústria em maio refletem a normalização da produção industrial" e que é dos estoques, que levou a cate- significativo que o crescimengoria de bens intermediários a to esteja ancorado "na dobradiresponder imediatamente, nha bens de capital/bens incom aumento da produção, às termediários, sendo este últiencomendas de bens finais de mo o segmento de maior peso consumo. Este segmento que na estrutura industrial brasivinha registrando fraco de- leira, que praticamente não sempenho na pesquisa, reagiu cresceu nos últimos meses". Carros e comida – A pesquicom força em maio e elevou a produção (1,9%) acima da mé- sa do IBGE mostra que os segdia da indústria na compara- mentos de veículos automotores (6,2%), alimentos (2,5%) e ção com o mês de abril. Sales disse que o aumento da máquinas e equipamentos demanda interna representou (3,1%) puxaram o crescimento o principal impacto para o da produção em maio ante aquecimento da indústria, en- abril. Por outro lado, o destaquanto as exportações conti- que negativo nessa base de nuam perdendo força, ainda comparação foi o de material que permaneça a influência eletrônico e equipamentos de positiva das vendas externas comunicações (-7,9%). Segundo Sales, esse segmento sofreu sobre o setor industrial. Ele salientou que o índice de impactos negativos da greve difusão do IBGE mostra "um na Receita Federal, que gerou espalhamento dos resultados dificuldade de importação de positivos" em maio. Segundo o matérias-primas e componeníndice, 58% dos segmentos tes. Pesou ainda a redução das pesquisados mostraram cres- exportações em conseqüência cimento na produção em maio da mesma greve. (AE)

1,6

Exportação diminui influência na produção

O

chefe da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Silvio Sales, isolou os segmentos que têm mais de 20% da receita vinculados às exportações, cruzou os dados de produção destes setores acumulados em 2006 com os de anos anteriores, e comprovou que as exportações estão perdendo força como influência positiva para a produção industrial. Em 2003, enquanto a produção industrial geral acumulada de janeiro a maio registrou variação zero ante o mesmo período do ano anterior, a produção desses segmentos ex-

portadores cresceu 3,2%. Em 2004, a indústria geral avançou 8,3% no período e os segmentos exportadores expandiram 9,9%. No ano passado, ambos ficaram empatados em 3,1% no período de janeiro a maio e, em 2006, no mesmo período, a situação finalmente se inverteu. Enquanto a indústria geral apresentou crescimento acumulado da produção de 3,3%, os segmentos ligados à exportação expandiram 2,9%. "O crescimento da indústria em maio é tipicamente resultado da demanda interna", ressaltou Sales. Ele citou o real valorizado como um dos principais motivos da redução. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 7, 8 e 9 de julho de 2006

LAZER - 3

CINEMA Em Bandidas, Salma Hayek e Penélope Cruz exibem beleza singular e às vezes caliente Bangue-bangue com moças desatinadas

UIP/Divulgação

Divulgação

Dirigido por noruegueses, filme tem alma apátrida e se esforça para parecer uma comédia

H

Bichos vão à geladeira em busca de comida, no longa da DreamWorks

A grande família da floresta

Geraldo Mayrink

istórias sobre amizade entre mulheres são raras no cinema, já que na tela elas preferem se odiar, mas ainda assim estrelas do porte de Jeanne Moreau e Brigitte Bardot se deram as mãos e sairam disparando tiros num filme quase esquecido do grande Louis Malle, Viva Maria. Mais recentemente, as três patetas dos dois As Panteras (Cameron Diaz, Drew Barrymore e Lucy Liu) deram grande vexame mas vale lembrar o que duas atrizes talentosas, Susan Sarandon e Geema Davis foram capazes de aprontar em Thelma & Louise, de Ridley Scott. Nem grandes estrelas nem assim tão talentosas, Salma Hayek e Penélope Cruz não se intimidaram e juntaram suas lingeries num filme de título provocante e convidativo, Bandidas. Fracassaram. Além de unidas pela língua materna, a mexicana Salma e a espanhola Penélope exibem uma beleza singular, às vezes caliente, e, muito amigas, têm feito carreira em Hollywood, embora Penélope tenha a seu favor alguns papéis maravilhosos nos filmes de seu compatriota Pedro Almodóvar. Produzido e escrito por um comerciante francês, o cineasta Luc Besson, e dirigido por dois noruegueses obscuros, Espen Sandberg e Joachin Roenning, Bandidas tem alma apátrida e se esforça para parecer uma comédia. Como em Viva Maria, a paisagem é mexicana e a época, fim do século 19, a do faroeste. Uma certa Sara Sandoval (Salma), rica, educada e esnobe a ponto de falar francês para o povaréu

miserável, encontra Maria Alvarez (Penélope), camponesa pobre, ignorante e que usa botas não só como calçado mas também para arrombar portas quando está mal humorada. O conflito de classes entre as duas é tão flagrante que elas se estapeiam até descobrirem que são também vítimas dos ladrões de terras, que usam a chegada do progresso, no caso a ferrovia, para seus mal-feitos. Para ajudar os pobres, no caso de Maria, ou para voltar para a Europa, como sonha Sara, na verdade elas descobrem que assaltar bancos é um excelente negócio e vão tomar lições com um gatuno aposentado, Bill Buck (Sam Shepard). Assim fazem sucesso e viram bandidas, dando muita risada e vivas ao povo. É isso. Curiosamente, este espetáculo com duas mulheres sedutoras é totalmente assexuado, como nos velhos filmes com cowboys machões. Maria não sabe beijar e ao surpreender um homem nu confessa a Sara que "já viu aquilo antes, mas no escuro". A falta de graça constrange, como de resto tudo mais neste bangue-bangue com moças desatinadas que parecem não saber o que fazem entre tantos cavalos, poeira e homens de maus bofes.

Rita Alves

O

Salma Hayek e Penélope Cruz no filme produzido e escrito por um comerciante francês, o cineasta Luc Besson

Bandidas (Bandidas, França/México/Estados Unidos, 2006, 93 minutos). Direção: Joachim Roenning e Espen Sandberg. Com Penélope Cruz, Salma Hayek, Sam Shepard, Steve Zahn. Fotos: Paris Filmes/Divulgação

As bonecas de Soderbergh: história bem contada, com simplicidade e maestria

guaxinim RJ, fã número 1 do salgadinho Batatitas, é daqueles que enfrentam qualquer coisa pela guloseima. E se a barriga estiver roncando, é capaz até de encarar um urso gigante. No afrontamento, RJ sai perdendo e, ameaçado pelo grandão, tem o prazo de uma semana para repor o estoque do feroz. Assim começa a aventura do divertido Os Sem-Floresta que estréia nesta sexta-feira nos cinemas do País. A animação da DreamWorks, grande concorrente da Pixar, fala de uma maneira engraçada e leve sobre união, amizade, família e perdão. Quem participa dessa aventura é a tartaruga Verne e seus amigos que, após uma longa hibernação, descobrem que a metade da floresta sumiu e a comida acabou. Os bichanos vivem como uma grande família e quando acordam percebem o estrago: uma extensa cerca viva foi construída separando as duas metades. É em meio a essas descobertas e dúvidas que RJ encontra a turma. Pensando na dívida que tem com o urso, o solitário e mascarado guaxinim aproveita a situação para oferecer ajuda. Vicent, cauteloso e hesitante por natureza, não vê com bons olhos a aproximação de RJ. Sempre que pressente algo ruim, sua cauda começa a formigar. E assim aconteceu quando conheceu o guaxinim que tenta de várias maneiras mostrar as vantagens do condomínio construído do outro lado do muro. Como a comida da floresta acabou e o estoque do urso precisa ser reposto, RJ junta o útil ao agradável. Depois que a turma enfrenta o me-

do e atravessa a cerca, a confusão começa. Os humanos não recebem bem os animais da floresta. O guaxinim não se incomoda com a aversão dos moradores do condomínio e usa sua lábia para que os bichanos não desistam da missão. Cookies, refrigerantes, nuggets e salgadinhos passam a fazer parte do cardápio animal. Os outros bichos não ficam de fora das invasões: a gambá Estela (Preta Gil, na dublagem feita no Brasil), o esquilo hiperativo Hammy, porcos-espinhos e uma dupla de sarigüês. Na aventura pelo território humano, a galera acaba fazendo a festa quando descobre máquinas fotográficas, controles remotos, geladeira (cheia de comida) e outras novidades criadas pelo bicho-homem. Mas a festa dura pouco porque a presidente da Associação dos Moradores de El Rancho Camelot resolve contratar um exterminador de animais. As armadilhas são montadas em vários locais e a família heterogênea, liderada por Vicent, corre o risco de se dar mal. A animação foi inspirada nas tirinhas de quadrinhos Over the Hedge, escritas por Michael Fry e ilustradas por T. Lewis. Os comentários irônicos e as observações afiadas dos animais sobre os humanos foram mantidas no longa. E as divertidas confusões estão sempre acompanhadas de farta comida. Situação típica de toda grande família. Os Sem-Floresta (Over the Hedge, EUA, 2006, 83 minutos). Direção: Tim Johnson. UIP.

Cada um na sua bolha particular Lúcia Helena de Camargo

S

teven Soderbergh costuma levar às telas imagens marcantes e gente pouco usual. Diretor do premiado Traffic (2000) e do inusitado Sexo, Mentiras e Videotap e (1989), fez B ubble, que chega nesta sexta-feira, dia 7, aos cinemas brasileiros. É um filme curto, que em pouco mais de uma hora desenvolve uma trama enxuta, com sabor de ar fresco, sem lugares-comuns. A estratégia de lançamento do filme nos Estados Unidos foi inovadora: chegou ao mesmo tempo ao cinema, vídeo e DVD e à TV a cabo. No Brasil segue a trajetória usual, estreando primeiro em tela grande. Na linha de produção de uma fá-

brica de bonecas, trabalham a gordinha Martha (Debbie Doebereiner), com idade beirando os 50, e Kyle (Dustin James Ashley), rapaz em seus 20 anos. Almoçam juntos sua junkie food de cada dia, conversam fiado. Nada parece anormal, a não ser certos olhares mais atentos da mulher sobre o jovem, cuja função é preencher com látex formas que darão origem às perninhas, corpos e cabeças das bonecas. Mas a rotina é quebrada quando a empresa contrata Rose (Misty Dawn Wilkins), jovem mãe solteira que atrai as atenções dos dois colegas, de maneiras distintas. Em uma semana, Kyle e Rose já combinam um encontro. A moça

também logo descobre a vocação maternal de Martha, aproveitandose para pedir caronas e favores, como ficar de babá de sua filha de dois anos, enquanto sai para passear na sexta-feira à noite. Segue-se uma tragédia que abala a pequena cidade, cujo cenário é a minúscula Belpre, no estado de Ohio, meio-oeste americano. Os atores, todos amadores, ajudaram a formular o roteiro. Talvez por isso os diálogos soem tão convincentes, uma vez que foram adaptados para a maneira de falar de cada um. No mais, nada é o que parece. A bolha (buble) do título tanto pode referir-se às pequenas falhas produzidas nos

moldes que geram as bonecas quanto à própria situação em que vivem os protagonistas, confinados em uma realidade separada do resto do mundo. Ou ainda cada um deles, em uma bolha particular. E as ações sempre podem esconder um segundo motivo. Mas convém lembrar que é uma história bem contada, com incrível simplicidade e maestria.

RJ e Vern também em livro A história da família de animais do filme também pode ser conhecida no livro Os Sem-Floresta. O lançamento da Editora Caramelo mostra a aventura do guaxinim RJ e da tartaruga Verne e seus amigos em 56 páginas. Preço: 39,90.

Bubble (Bubble, Estados Unidos, 2005, 73 minutos). Direção: Steven Soderbergh. Com Debbie Doebereiner, Martha Dustin, James Ashley, Kyle Misty. Paris Filmes.

CLÁSSICO

OUTRAS ESTRÉIAS Divulgação

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remonição 3 (Cheating Death: Final Destination 3, Estados Unidos, 2006, 114 minutos). O parque de diversões é o lugar escolhido por Wendy (Mary Elizabeth Winstead) para a noite de comemoração de sua formatura. Quando a jovem e os amigos estão prestes a andar na montanha-russa, ela tem um mau pressentimento. Logo depois o brinquedo avança descontroladamente e os que decidiram permanecer no aparelho não escapam com vida do acidente. A seqüência de mortes não pára por aí. Wendy descobre que as fotos tiradas no parque trazem pistas que, se desvendadas, podem salvar as próximas vítimas. A seqüência de terror é dirigida por James Wong.

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Arquivo DC

Libertino (The Libertine, Estados Unidos, 2004, 114 minutos). O longa, dirigido pelo estreante Laurence Dunmore, traz Johnny Depp interpretando o poeta boêmio John Wilmot (1647-1680), o Segundo Conde de Rochester. Suas loucuras e bebedeiras tiveram mais fama do que suas poesias. Só depois de sua morte, aos 33 anos, seu trabalho foi reconhecido. No filme, o Rei Charles II (John Malkovich) pede ao poeta que escreva uma peça a fim de impressionar a corte francesa. A jovem Elisabeth Barry (Samantha Morton) é a grande paixão de Wilmot que pensa em transformá-la em uma famosa estrela. O escritor era do tipo que costumava quebrar regras e escandalizou a Londres de 1660.

Um encontro com Amadeus

A Johnny Depp na pele de John Wilmot: loucuras e bebedeiras mais famosas do que a poesia

madeus(1984). A biografia do compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791, acima), adaptada para o cinema pelo diretor checo Milos Forman (1932), de volta ao cartaz, por um só dia. O filme, polêmico, porque sugere que Mozart foi envenenado pelo rival italiano Antonio Salieri (1750-1825 ), é protagonizado pelo ator Tom Hulce, em desempenho caricatural. Valem mesmo é a

reconstituição de época e a estrutura sonora do filme, já editado em DVD. O diretor musical, que conduz com batuta sensíval a trilha, é o maestro húngaro Georg Solti (1912-1997 ), uma das maiores expressões da regência no século 20. O destaque da trilha é o Requiem K 626, a obra mais solene e grandiosa de Mozart. Centro Cultural São Paulo. Rua Vergueiro, 1000. Tel.: 32773611. Sábado (8). 20h. Grátis. (MMJ)


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Empresas Tr i b u t o s Nacional Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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BID DARÁ EMPRÉSTIMO INICIAL DE US$ 42 MILHÕES

É fundamental que sejam criadas estruturas para se ter novas fontes de recursos para investimentos. Geoffrey Cleaver, ABN Amro Real

CANAL DE FINANCIAMENTO TERÁ RECURSOS DE FUNDOS DE PENSÃO E JÁ TEM PATRIMÔNIO DE R$ 620 MILHÕES

NOVO FUNDO PARA A INFRA-ESTRUTURA

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Marcos Fernandes/Luz

O InfraBrasil foi lançado ontem na capital paulista na Fiesp e com a presença da ministra Dilma Roussef

ABN reitera Princípios do Equador

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ABN Amro Real é um dos três bancos com atuação no Brasil que reconfirmaram seu compromisso com o monitoramento e financiamento de projetos socioambientais ao aderir aos termos revisados dos Princípios do Equador. O banco já era uma das instituições financeiras signatárias dos princípios, aplicados em todos os negócios. Em especial nas análises de crédito a empresas, que levam em conta o impacto no ambiente dos projetos como

forma de administrar o risco socioambiental. Na nova versão, revisada, a principal mudança é a que diz respeito ao piso dos projetos financiados com base nos Princípios do Equador. Antes, as regras eram aplicadas a projetos com valor acima de US$ 50 milhões. A partir de agora, valem para projetos com valor acima de R$ 10 milhões. Segundo o gerente de risco socioambiental do ABN AMRO, Christopher Wells, as alterações não têm impacto

s i g n i f i c a t i v o n o m e rc a d o para os tomadores. As mudanças serão para os bancos, que se comprometem a divulgar o volume financiado conforme os princípios. Em 2005, o ABN Amro analisou 15 projetos com base no risco socioambiental, que totalizaram US$ 2,85 bilhões. Desse total, 12 foram no Brasil e três na América Latina. Dois não tiveram a aprovação do banco para receber financiamento por estarem em desacordo com os Princípios. (RL)

área de infra-estrutura brasileira, uma das que mais demandam recursos e ao mesmo tempo uma das que menos investimento têm conseguido do governo federal, ganhou, ontem, um novo canal de financiamento: o InfraBrasil, Fundo de Investimento em Participações (FIP), um fundo fechado com prazo de 15 anos, criado para bancar projetos do setor privado. Idealizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o InfraBrasil é voltado para investidores qualificados que buscam alternativas para alocação de recursos com risco moderado e retorno próximo ao oferecido pelos títulos públicos federais. Ele traz uma inovação: apesar de ser estruturado como um FIP, fará investimentos em instrumentos de dívida de longo prazo em moeda local, além de ações. O BID também participa do fundo como credor mediante um empréstimo inicial de US$ 42 milhões, mas que poderá chegar a US$ 75 milhões ao final de 12 anos, O ABN Amro Real foi a instituição escolhida pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento para administrar o fundo. O banco avalia o produto como mais do que bem-vindo. "Estimamos que o setor de infra-estrutura brasileiro necessite de investimentos da ordem de US$ 10 bilhões a US$ 15 bilhões ao ano. Assim, é fundamental que sejam criadas es-

Lacerda: abertura para o exterior

truturas para se ter novas fontes de recursos para investimento", disse Geoffrey Cleaver, superintendente do ABN Amro Real, durante o lançamento do InfraBrasil. Dívida – Segundo Cleaver, o fundo, semelhante aos private equity existentes no mercado internacional, foi desenhado para atender o perfil do investidor institucional que precisa receber rendimentos periódicos, ainda que esse mesmo investidor não tenha um perfil mais forte de longo prazo. A aprovação dos projetos também levará em conta os riscos socioambientais, política mais do que sedimentada nos negócios do Real. "Para atrair o investidor, o fundo não pode apenas ter taxas de rentabilidade atraentes, tem de ser bom do ponto de vista de risco sociambiental", disse Cleaver. Para o presidente da Federa-

ção dos Economiários Federais (Funcef), Guilherme Lacerda, o InfraBrasil tem todos os requisitos para atrair não apenas o investidor brasileiro, mas também abre caminho para estimular os investidores internacionais a virem para cá. Cronograma – O InfraBrasil nasce com um patrimônio de R$ 620 milhões. Desse total, R$ 520 milhões são provenientes da captação feita entre nove investidores que já aderiram ao fundo, e R$ 100 milhões saíram do BID. Nos primeiros três anos de funcionamento do fundo, o ABN Amro apresentará projetos para o Comitê de Investimento do fundo, de forma que o total captado pelo InfraBrasil seja integralmente desembolsado. A integralização das cotas será concluída até o quarto ano. A partir do quinto, início da maturação do fundo, os investidores começarão a receber os recursos. À exceção dos setores de petróleo e gás, todos os demais podem ser contemplados com os recursos. Para a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, que participou do lançamento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na área de financiamento é preciso olhar todos os projetos, todas as iniciativas, como complementares. "Acho que a relação BNDES e FIPs pode tirar da prateleira projetos que, se só tivessem o BNDES como financiador, não sairiam do papel", disse a ministra. Roseli Lopes


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4 -.LAZER

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ESTILO Almoço de final de Copa e um bar para lembrar e dançar

O Poderoso Coppola II

Fotos: Paulo Pampolin/Hype

José Guilherme Ferreira

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Entre salão e mezanino, 190 lugares no restaurante dentro do Center 3, freqüentado na hora do almoço pelo pessoal dos escritórios da região

roduzir vinhos e fazer filmes são duas grandes formas de arte, muito importantes no desenvolvimento da Califórnia. Não por acaso, a relação é feita pelo diretor Francis Ford Coppola, que usou o dinheiro arrecadado com O Poderoso Chefão II para comprar a vinícola Inglenook, em Rutherford, Vale do Napa, uma das primeiras regiões de Cabernet Sauvignon da Califórnia. Coppola procurava uma propriedade para lazer. Acabou encontrando vinhedos, que arrematou em 1975 por US$ 2,5 milhões, segundo a escritora Natalie MacLean, que acaba de fazer um levantamento sobre vinícolas de celebridades. Num primeiro take, o diretor rebatizou a propriedade: Niebaum-Coppola, homenagem ao capitão Gustave Niebaum (18421908), jovem filandês que, depois de vencer vendendo peles no Canadá, fundou em 1880 a Inglenook, numa Califórnia de 45 vinícolas (hoje são mais de 250, somente no Vale do Napa). Em 1995, Coppola adquiriu o Chateau Inglenook e vinhedos

adjacentes e pôde recompor a antiga propriedade (hoje Rubicon). No Chateau, montou um museu para a história da vinícola e a de seus filmes. A escrivaninha de Vito Corleone é uma das relíquias. Os vinhos e o estar à mesa cumpriram seu papel na antológica trilogia, como na cena em que Vito (o jovem De Niro) volta à Sicília para a grande vingança, mas não deixa de visitar uma inebriante adega. Ou nas tomadas em que os sócios "do começo" fazem planos na Nova York dos anos 20, entre garrafas de vinho tinto e generosos pratos de massa.

http://www.rubiconestate.com/site.php http://www.nataliemaclean.com/index.asp

ADEGA Sopas: sempre duas opções

Bolos, tortas e doces

Decoração e luz sem exageros

Goles exóticos

Forno de pizzas: rodízio diário

Sérgio de Paula Santos

GASTRONOMIA

Todo dia um menu diferente no Pateo da Luz C No domingo, o convite à torcida italiana com mezzaluna de calabresa Lúcia Helena de Camargo

D

omingo seria o dia para torcer pelo time brasileiro na Alemanha, mas como os jogadores voltam mais cedo para a casa, talvez o melhor a fazer seja pegar um cinema na tarde e só saber o resultado depois da partida terminada. O Shopping Center 3, na área agitada da avenida Paulista que encontra a rua Augusta, além das sete salas do Multiplex Bristol oferece um restaurante estiloso, para longos almoços em família aos domingos, o Pateo da Luz. Também não longe dali ficam os cinemas Cine Bombril e Cinearte, no Conjunto Nacional, do outro lado da rua, além do Belas Artes e o Espaço Unibanco. Diferente da área externa, em que fica a quase sempre cheia praça de alimentação para refeições rápidas, o Pateo da Luz tem pé direito alto, decoração quente com paredes de tijolos aparentes, mesas e cadeiras em ma-

deira e ferro e iluminação sem exageros. O bufê traz 18 opções de saladas, 12 pratos quentes e nunca menos de dez sobremesas. As misturas de sabores doces com salgados e presença de muitos legumes, frutas e verduras é a principal característica da mesa. A variedade é determinada pela criatividade do chef Luís Anselmo Cardoso. Pode-se encontrar carpaccio de abóbora, mousse de tomate seco, goiaba com cebola doce, filé de frango ao molho barbecue picante, risoto de brócolis, lombo em crosta de bacon, quiche de queijos e ervas, escalope de filé mignon com chips de pupunha, além de duas sopas. Serão servidos pratos típicos das principais seleções que jogarem em cada dia. No domingo, como convite à torcida italiana, deverá aparecer no bufê a mezzaluna de calabresa apimentada ao pomodoro e basílico,

bem italiana. Os pratos franceses não estão confirmados... Somando salão e mezanino, o restaurante possui 190 lugares, com área para fumantes. Abre todos os dias. No almoço de segunda a sexta, quando é frequëntado pelo pessoal dos escritórios da região, funciona das 12h às 15h30 e custa R$ 22,50; aos sábados e domingos, das 12h às 17h (R$ 24,30). Uma promoção agrada especialmente os cinemeiros: quem mostra o ingresso paga R$ 18,90 pelo bufê. A partir das 18h, o Pateo da Luz serve um rodízio de pizzas, com 19 sabores tradicionais e 12 especiais. Inclui bufê de saladas e sopas. De segunda a quinta custa R$ 12,90. Sexta, sábado e domingo sai por R$ 13,90. Há ainda pratos à la carte. Exemplos: salada Pateo, com alface americana, rúcula, radichio, frutas da estação, molho de queijo e brie assado (R$ 17,50); três op-

ções de massas (R$ 18,50) e steak de filé mignon com top de ervas, risoto de funghi e batatas na manteiga (R$ 23). Entre as sobremesas, cobradas à parte, mousses e bolos (R$ 4,80 cada 100 gramas), o Jojo Cake, nome diferente para o popular petit gateau, consiste em um bolinho de chocolate quente, com duas bolas de sorvete e calda de chocolate ou framboesa (R$ 9) ou a mesma configuração com apenas uma bola de sorvete (R$ 7,90). Antes ou depois da sessão de cinema, que pode ser do ótimo M a tc h Point, de Woody Allen, em cartaz há mais de quatro meses, ou o recém estreado Carros, o Pateo da Luz é o lugar para uma refeição tranqüila, com preço razoável e cardápio interessante. Pateo da Luz - 1º piso do Shopping Center 3, Av. Paulista 2064, tel.: (11) 3266-5975.

Fotos: Milton Mansilha/LUZ

Coppola Music: casa feita para lotar com a paquera rolando solta

Homem do Brasil faz show: bandas intercaladas, de estilos variados

AFTER HOURS

O sonho ainda não acabou

Bar reproduz transgressão do underground londrino dos anos 70

F

rases de todos os tipos – pensadores clássicos, ditos populares, pára-choques de caminhão – rabiscadas em branco nas paredes negras. Salão principal retangular, profundo, pé direito alto, posters de filmes antigos e pin-ups atuais, semi-escuridão, no palco baladas, bomba a pista de dança. O Coppola Music reproduz o ambiente das boates underground londrinas dos anos de 1970 com toda a animação transgressiva (iniciada nos 50), ainda dourada pelas tintas da inocência: o sonho não havia acabado. Passando os olhos pelas pixações, de muitos dizeres pode-se discordar, por isso convidando à reflexão: "Um homem só está em má companhia" (Paul Valéry), ou "Al you need in this life

Armando Serra Negra is a tremendous sexy drive and a great ego; brains don’t means a shit"* (Al Capone). A primeira, antítese do clichê "antes só do que mal acompanhado", incitação explícita à paquera rolando solta. Segunda, máxima do gangster quase intocável, apogeu dos abonados mauricinhos e patricinhas modernos e – infelizmente – do técnico e alguns jogadores da Seleção... A casa é feita para lotar: atrás do palco, separada por uma cortina vermelha, proteção acústica em outra pista de dança – djs eletrônicos – para 50 pessoas. E 200 embalam black music, techno, house. Entre o primeiro andar e o terceiro, toaletes servem de anteparo ao som de baixo, garantindo o relax do pequeno lounge de cima – sofá, jukebox, mesa de snooker, pequeno

balcão etílico. Ambientes para todos os gostos, interligados com maestria pela arquiteta Nesa César, mantendo a proposta sem confundir os astrais. Curtir os agitos da virada da noite, o Coppola é campeão. Atendimento de primeira, leões de chácara simpáticos (raridade), atendentes graciosas, proprietários jovens e talentosos não dormiram em serviço. Aditivos: caipirinha (R$ 8), caipiroska (R$ 9), long-necks (R$ 9), Cosmopolitan – invenção da Madonna (sucos de crambery e limão com vodka, taça de Dry Martini, açúcar na borda, R$ 11,90). Restauradores: porções de mini coxinhas (R$ 13,90), pastéis (R$ 15,80), croquetes de mandioca com carne seca (R$ 13,90). Bandas intercaladas, estilos

variados – flash back, rock, pop, dance. "Fazemos uma filtragem dos conjuntos, recebemos uma média de 30 CDs por mês, escutamos todos, trazemos os que se adaptam ao estilo do bar", revela o administrador Renan Veloso. Exemplo disso é a das quintas-feiras, Homem do Brasil: "Focamos as músicas – algumas composições próprias – que tocam homens e mulheres na essência de seu auto-conhecimento", explica o exímio batera Gui Vitali. Confira! * "Tudo o que você precisa nessa vida é um tremendo pique sexual e um ego enorme; o cérebro não vale nada". Coppola Music - Rua Girassol, 323, Vila Madalena, tel.: (11) 3034-5544.

ola de Mono, literalmente rabo de macaco, é uma curiosa bebida, bem menos conhecida e divulgada que sua correspondente de galo, o coquetel (cocktail, em inglês, rabo de galo). Em ambos os casos a origem do nome é obscura. O Cola de Mono (masculino, embora cola, rabo, seja feminino) é pouco conhecido, pelo menos entre nós, possivelmente por ser regional e sazonal. É consumido tradicionalmente no final do ano, próximo às festividades natalinas e somente na costa pacífica sul da América do Sul. A bebida identifica-se com o Chile, onde teria sido criada. Fui apresentado ao Cola de Mono em Santiago, por Juan Barroillet, amigo querido, professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Chile, companheiro de andanças e de copo na Alemanha e na Áustria. A denominação da bebida, curiosa, divertida e folclórica, estaria ligada à figura do presidente Manuel Montt (1809-1880). De origem humilde, fez carreira brilhante e chegou duas vezes à presidência. Prendeu, exilou, fuzilou muita gente e realizou importantes obras. E diz a crônica que Montt era amigo das bebidas, das armas e de festas. Foi justamente na comemoração de uma importante vitória política, que coincidiu com o Natal, que o presidente teria criado a bebida. Tendo derrotado no Congresso os mayorazgos, membros de famílias tradicionais, Montt quis criar para seus partidários políticos uma bebida para diferenciálos dos grupos conservadores, consumidores de "rompones", bebidas com gemas de ovo e sem álcool. Com a culatra de seu inseparável fuzil Colt, Montt misturou em um recipiente duas taças de leite, três colheres grandes de café bem forte, uma colher de noz moscada, um palito de canela e aguardente, fervendo a mistura, sem tirar, entretanto, o fuzil do recipiente. Resfriou-a depois com neve trazida dos Andes para a ocasião e serviu-a a oito companheiros especialmente escolhidos. Foi esse o batismo simbólico da bebida: Colt de Montt, que aos ouvidos já "calibrados" pelo álcool dos também aficionados de armas e festas soou como Cola de Mono. Aos demais participantes da festa, fez servir litros e litros da mistura que viria a ser emblemática do país nos fi-

nais de ano. No restante do ano, a bebida nacional, sabemos, além do vinho, é o pisco, que apesar da origem peruana, tem a denominação ligada ao Chile, do mesmo modo que o sakê japonês é originário da China. A receita atual do Cola de Mono, para os que o queiram experimentar, antes, depois ou no final do ano, nos foi dada por Carlos Riquelme, mais conhecido como El Guatón, proprietário do restaurante homônimo, em São Paulo. Receita - Cola de Mono Ingredientes: 1 litro de leite; 6 colheres de sopa de açúcar; 1 colher de sopa de nescafé; 1 copo de aguardente, se possível de uva (200 ml); 4 cravos da Índia; 4 palitos de canela. Preparo: Ferver o leite com o açúcar, a canela e o cravo. Para misturá-los, basta uma colher, dispensando-se o fuzil da fórmula original. Deixa-se esfriar a mistura, dissolvendo-se então o nescafé na mesma, à qual se junta a aguardente. Coa-se e leva-se à geladeira. Servir frio. Entre tantos legados valiosos ao seu país, Manuel Montt, um homem brilhante, com os defeitos e virtudes de seu tempo e de seu meio, deixou também o Cola de Mono, possivelmente sua contribuição mais lembrada e festejada. Essa contribuição não deixa de ser um bom exemplo para os medíocres políticos dos nossos tempos, que mesmo vaidosos, pouco ou nada têm a deixar às gerações futuras. Restaurante El Guatón- Rua Artur Azevedo 906, Pinheiros, tel. (11) 3085-9466. Simples, despretensioso, sequer figura nos guias de restaurantes da capital, mas muito bom.

Sérgio de Paula Santos é médico e crítico de vinhos. Membro-Fundador da Federação Internacional dos Jornalistas e Escritores do Vinho (Fijev), é autor de livros sobre vinhos, o último dos quais, O Vinho e suas Circunstâncias, Senac, São Paulo, 2003.


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Empresas Tr i b u t o s Nacional Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 7, 8 e 9 de julho de 2006

O Cade aprovou ontem a compra da Reebok pela concorrente alemã Adidas.

DATA DA ASSEMBLÉIA DA VARIG É INCERTA

JUSTIÇA DO RIO E DELOITTE DEVEM DAR NOVO PARECER SOBRE A PROPOSTA DA VARIGLOG AINDA HOJE

VARIG: AGORA É A VEZ DOS CREDORES ORGÂNICOS As vendas de alimentos orgânicos crescem entre 15% e 21% a cada ano.

Ó RBITA

NATAL Governo dos Estados Unidos vai barrar importação de árvores de Natal da China.

Gustavo Miranda/Agência O Globo

SEM MUDANÇAS NA AGRICULTURA

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emissionário, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Ivan Wedekin (foto), garantiu que sua saída não representa mudança de rumos na condução na política do governo para o setor. "A política agrícola está consolidada. Não haverá mudanças", afirmou. Os pilares do apoio governamental à produção, que são a garantia de preços mínimos e crédito rural, permanecerão, segundo ele. "Não existe a possibilidade de se mexer nessa estrutura.

McDONALD'S

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s franqueados da rede McDonald's sofreram uma derrota ontem no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O conselho arquivou a investigação em que a rede era acusada de adotar práticas comerciais abusivas, dificultando a entrada de concorrentes no mercado de lanchonetes. O Cade também ratificou acordo entre a Telefônica e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) que encerrou uma disputa comercial entre a empresa e a Embratel. (AE)

TECNOLOGIA

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Brasil desperdiça descobertas tecnológicas das universidades e, mesmo nos principais parques de ciência e tecnologia do País, o aproveitamento das inovações equivale a um décimo do verificado em países semelhantes ao nosso. Esta é a conclusão de um estudo feito pela Universidade de Brasília (UnB), encomendado pelo Movimento Brasil Competitivo (MBC). O levantamento envolve 72,1 mil pesquisadores e 35 mil alunos de mestrado ou doutorado. (AG) A TÉ LOGO

Não haverá retrocesso. Seria loucura mudar essa política", completou. Apesar de o secretário classificar como "loucura" uma mudança na política agrícola, ao que tudo indica o governo resolveu levar adiante uma proposta que tem assustado os produtores: a revisão dos índices de produtividade da terra para reforma agrária. Abaixo de um rendimento fixado pelo governo, as fazendas seriam consideradas improdutivas e desapropriadas para fins de reforma agrária. À frente da pasta, o ex-ministro Roberto Rodrigues conseguiu impedir que a

discussão ganhasse força. O temor dos produtores é que, sob o comando de Luís Carlos Guedes Pinto, o Ministério não tenha força para suspender o debate. Wedekin, que era uma espécie de braço direito do ex-ministro Rodrigues e chegou a ser cotado para substitui-lo, pediu demissão do cargo na última quartafeira. O novo ministro escolheu Edilson Guimarães para substituir Wedekin, que fica no cargo até terça-feira. Ele enumerou as realizações da secretaria e disse que as medidas para reduzir o custo da atividade agrícola são avaliadas. (AE)

OMC ANUNCIA DECISÃO SOBRE PNEUS

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Órgão de Solução de Controvérsias da Organização Mundial do Comércio (OMC) deve anunciar hoje sua posição oficial em relação à disputa entre Brasil e União Européia (UE) sobre a importação de pneus reformados. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foi enviada a Genebra pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para participar da reunião, com o objetivo de evitar que o Brasil se torne depósito de pneus usados fabricados na Europa. Os países europeus

submeteram uma demanda à OMC para que o Brasil reverta a restrição à importação de pneus reformados. O País proibiu, em 1991, a importação desses produtos por serem extremamente poluentes, causando riscos ao ambiente e à saúde pública. Apesar da proibição, 11 milhões de pneus antigos entram no País todos os anos com base em liminares judiciais. A UE, por sua vez, acabou de aprovar uma nova legislação proibindo armazenamento e descarte de pneus em lixões nos países membros. (AE)

PETROBRAS INVESTE NO EQUADOR

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Petrobras vai investir US$ 500 milhões até 2011 para desenvolver e ampliar seus negócios no Equador, onde possui dois campos na região amazônica, afirmou ontem o diretor internacional da Petrobras, Nestos Cerveróum. "Em nosso plano estratégico, aprovado pela diretoria para os próximos cinco anos, temos previsto investimento de US$ 500 milhões no Equador", disse. A estatal brasileira opera atualmente os blocos 18 e 31, no coração da região amazônica do quinto

produtor de petróleo da América do Sul. O primeiro bloco produziu 25 mil barris por dia em 2005, enquanto o segundo está em fase de desenvolvimento, mas tem potencial para produzir 30 mil barris diários. O executivo informou que a empresa está igualmente interessada em participar da exploração e exportação do megacampo de petróleo equatoriano ITT, que abriga 900 milhões de barris do produto e necessita de investimentos de US$ 3 bilhões para exploração comercial. (Reuters)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Conab reduz em 0,7% estimativa da safra 2006

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Celso Amorim recupera confiança para conclusão da Rodada de Doha

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BNDES vai financiar R$ 40,9 milhões para compra de vagões ferroviários

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plano de recuperação judicial da Varig, já aprovado pelos credores da companhia, está sendo modificado e terá de passar por nova votação em assembléia cuja data ainda é incerta. As modificações são necessárias para que o plano da VarigLog de comprar a ex-controladora, por cerca de US$ 500 milhões, possa ampliar prazos de pagamentos de dívidas já pactuados e negociar descontos que não estavam previstos no projeto de reestruturação. O Ministério Público do Rio e o administrador judicial da Varig, a consultoria Deloitte, estão avaliando a oferta da exsubsidiária de logística e transporte de cargas e só deverão dar seus pareceres hoje. Após receber esses relatórios, o juiz Luiz Roberto Ayoub, responsável pela recuperação judicial da Varig, deve divulgar sua decisão sobre o futuro da empresa. A expectativa é a de que o juiz Ayoub marque novas datas para a assembléia de credores e um novo leilão, que seriam realizados na próxima segunda e quarta-feira, respectivamente, mas que foram cancelados porque a VarigLog

apresentou uma proposta, com detalhamentos financeiros aguardados por todas as partes envolvidas na reestruturação da companhia. Explicações – Antes dessas explicações, credores privados, como o fundo de pensão Aerus, viam com desconfiança a proposta e havia risco de vetá-la. Segundo fontes do mercado, esse teria sido o motivo do cancelamento da assembléia de credores e do leilão, para que a VarigLog pudesse entregar os detalhamentos financeiros. Mesmo com esses esclarecimentos, ainda há insatisfação. "Normalmente há deságio quando se deixa algo na empresa (que herda dívidas), mas o fluxo (da Varig antiga) é pequeno para suportar sua dívida", diz um credor. A Varig antiga, conforme proposta da VarigLog, será desmembrada da atividade principal para herdar um passivo de R$ 7,9 bilhões. Ela terá 5% das ações da nova Varig e fará fretamento de aviões, além de abrigar um centro de treinamento de pilotos e os ativos imobiliários. Também poderá ficar com a concessão da Rio Sul ou da Nordeste. Segundo fontes que acom-

Antonio Cruz/Abr

panham as negociações, a VarigLog quer ampliar prazos de pagamentos de débitos com o Aerus (R$ 2,3 bilhões) e com os trabalhadores (R$ 168 milhões). No primeiro caso, a dívida foi repactuada em 32 anos, mas esse prazo poderia aumentar. Para os empregados, o plano de recuperação prevê pagamento em, no máximo, 12 meses. "O plano não é satisfatório", resume o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac), Celso Klafke. VEM – O presidente da Varig Engenharia e Manutenção (VEM), Jorge Sobral, disse ao jornal português Diário de Notícias que, se sua empresa congelar a manutenção da Varig, a companhia aérea brasileira deixará de voar. Ele explicou que a VEM ainda aguarda uma decisão para saber se vai continuar a assegurar a manutenção da Varig, cujos encargos mensais somam 2 1 milhões de euros (US$ 2,7 milhões). "O valor devido pela Varig à VEM era de cerca de 40 milhões de euros no final de maio", disse Sobral. Segundo ele, "dificilmente" esse dinheiro será ressarcido pela empresa brasileira. (AE)

Antonio Cruz/Abr

Paulo Sérgio Mustifaga, da CNA, aponta desempenho do setor

Antenor Nogueira: alta nas vendas

Cresce exportação de carne s exportações de carne bovina brasileira atingiram US$ 351,6 milhões em junho, segundo dados divulgados ontem pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Essa receita é 15% superior às vendas externas realizadas no mesmo mês do ano passado, que alcançaram US$ 305,8 milhões. Segundo a CNA, esse crescimento foi proporcionado pelo aumento dos preços médios da carne bovina exportada. O preço do produto in natura vendido no mercado externo, no período, foi de US$ 2,612 mil a tonelada, o que representa uma expansão de 16,4% em relação ao valor pago pela carne no mesmo mês do ano passado. Já o preço da carne bovina industrializada subiu 47,6% na comparação com junho de 2005, chegando aos US$ 2,705 mil. No acumulado de janeiro a junho deste ano, as exporta-

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ções totalizaram US$ 1,7 bilhão, o que representa um crescimento de 16,24% em relação ao que foi vendido ao mercado externo no primeiro semestre de 2005: US$ 1,477 bilhão. Gastos – Em compensação, os custos operacionais da pecuária no País cresceram mais do que a inflação em maio. Segundo estudo da entidade feito em nove estados do País, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), os custos efetivos subiram 0,56% no período, enquanto os gastos totais registraram aumento de 0,90% no mesmo mês. A inflação calculada pelo IGP-M foi de 0,38% no mês de maio. Os custos efetivos representam os gastos embolsados pelo produtor, mensalmente, enquanto os custos totais incluem os gastos já programados, mas não desembolsados ainda. De acordo com o estudo da CNA, de janeiro a maio deste ano os custos efetivos acu-

mularam um aumento de 5,32%, enquanto os totais subiram 4,22% nesse período. Em contrapartida, nos cinco primeiros meses do ano, os preços da arroba bovina acumularam uma queda de 6,41%. Em nota à imprensa, a CNA afirmou que os custos operacionais da pecuária começaram a crescer a partir de abril por conta do aumento do salário mínimo e da volatilidade do câmbio. Desde fevereiro de 2003 até maio deste ano, quando a CNA começou a fazer a pesquisa, os custos totais da pecuária acumularam alta de 31%, enquanto que, no mesmo intervalo, os preços da arroba do boi caíram de 16,8%. Com a acentuada queda do valor da arroba do boi gordo, que atingiu em maio o menor patamar em 50 anos, a entidade acredita que ainda há espaço para mais reduções no preço da carne bovina vendida aos consumidores. (AE)

Newcastle ataca aves no Sul detecção de um foco da doença de Newcastle em frangos de uma chácara de Vale Real (RS) se tornou uma nova ameaça ao comércio de aves do País. A doença foi constatada no dia 4 de maio, mas a informação só foi divulgada ontem pela Organização Internacional de Saúde (OIE). A primeira reação foi de Santa Catarina, que baixou instrução impedindo a passagem de aves, ovos e subprodutos produzidos no Rio Grande do Sul para o seu território. Temendo reações, como embargos ao produto brasileiro,

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autoridades e empresários apressaram-se em garantir que o foco está isolado e não ameaça a qualidade da carne e derivados produzidos no Estado. A Secretaria Estadual da Agricultura e o Ministério da Agricultura monitoram as aves de 120 pequenas propriedades num raio de três quilômetros do foco e de 30 granjas comerciais estabelecidas a até dez quilômetros da chácara. Sintomas – A doença de Newcastle é transmitida por vírus e tem grande capacidade de disseminação entre as aves, podendo levar à morte. Mas não ataca o homem. Os princi-

pais sintomas são prostração, andar cambaleante e diarréia. Desde a constatação do caso, 16 aves morreram e outras 28 foram sacrificadas na chácara. Os técnicos do Ministério da Agricultura devem colocar uma ave sentinela no local nos próximos dias. Ela ficará em observação e, se em 21 dias não estiver contaminada, a zona será considerada livre do vírus. "Como as aves já foram sacrificadas e não apareceram outras com doença, acreditamos que foi um caso isolado", avaliou o coordenador nacional do Programa de Sanidade Agrícola, Marcelo Mota. (AE)


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MÚSICA Jam session que deu panos para a manga e uma peça quase sobrenatural

Fotos: Reprodução

TEATRO

Fotos:Divulgação

Donato dedilha notas da música, até que, irresistível, a clarineta de Paulo praticamente abstrai a melodia original, e os dois deitam e rolam em muitas ousadias musicais

TECLADOS E SOPROS

Não perca. Hoje, Os Melhores do Mundo no programa de TV Missa Redonda

MISTURA FINA Dois ótimos instrumentistas. Uma festa de aniversário. Igual a um belo CD Aquiles Rique Reis

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ois panos para manga junta João Donato e Paulo Moura. Piano e clarineta em duo pela música. Os dois instrumentistas foram convidados para a mesma festa de aniversário. Carlos Manga, o aniversariante, não recebia seus convidados na qualidade de simples anfitrião. Ao menos para João e Paulo, Manga era mais, era o presidente de uma agremiação etílico-musical da qual os dois foram sócios, o Sinatra-Farney Fã Clube. E, na festa, resolvendo homenageá-lo, os dois resolveram ir para um estúdio. (Louve-se a forma atenta de ser da gravadora Biscoito Fino, que não perde uma boa oportunidade de viabilizar parcerias latentes, quase óbvias, mas que, sem um bom empurrão, jamais viriam a acontecer). A escolha do repertório, como não poderia deixar de ser, baseou-se nas jam-sessions realizadas nos anos 1950. Nelas, cada músico demonstrava com seu instrumento seu amor à música. Cada um extravasava musicalmente sua forma de encarar o mundo, de revelar seu amor à cultura européia (principalmente a francesa) ou à cultu-

ra norte-americana, e o som rolava embalado em música impregnada de africanismo e brasilidade. João Donato é, junto com Johnny Alf, o precursor daquilo que o mundo logo passaria a conhecer como bossa nova. Seu piano de extremo bom gosto é eclético como sua música. Poucos conseguem ter o balanço que Donato tem. Poucos compõem como ele. Pouquíssimos criam harmonias intrincadas e tão sóbrias como ele. Quem o ouve tocar certifica-se de que o simples ali se faz presente para desestimular complicações que intrincam o que deveria soar sempre fácil, para não perder naturalidade nem beleza. Paulo Moura é outro que mil adjetivos não farão jus ao que ele é capaz de criar com seu sopro inconfundível. Suave nas notas agudas, viril nas notas graves. Músico completo nos solos. Instrumentista genial no improviso sobre qualquer tema. Dois panos para manga abre com o clássico A saudade mata a gente (Antônio Almeida e João de Barro). A mão esquerda de Donato faz o acompanhamento, marcando os baixos da

harmonia, enquanto a mão direita se esmera para tocar a melodia. Ambas se encarregam de balançar o ritmo até torná-lo contagiante a ponto de se querer remexer na cadeira. Os dois protagonistas se revezam democraticamente: ora sola Paulo, ora João, e os dois se completam. Aplaude quem os escuta. Os solos soam sem sofreguidão: cada nota sai com a aura de genialidade dos instrumentistas, que parecem reinventar as notas musicais, como se fossem elas muito mais do que sete. Eles nos fazem crer que elas se multiplicam ao sabor das frases saídas do piano e da clarineta. A bela Swan nee (George e Ira Gershwin), bem como On a Slow Boat to China(Frank Loesser), Tenderly( Walter Gross e Jack Lawrence) e That Old Black Magic (Harold Arlen e Johnny Mercer), estão no CD como homenagem dos solistas a Carlos Manga e a todos os que freqüentaram o SinatraFarney Fã Clube. Tocando em uníssono ou em duos abertos em notas diferentes, homenageando seus antigos companheiros de confraria musical, Donato e Paulo

Moura também nos homenageiam e reverenciam a música. E as homenagens continuam com Minha Saudade (João Donato e João Gilberto) e com um inspirado arranjo para Copacabana (João de Barro e Alberto Ribeiro). Donato começa dedilhando notas da música, até que, irresistível, a clarineta de Paulo praticamente abstrai a melodia original, e os dois deitam e rolam em muitas ousadias musicais. O resultado é admirável. E eis que chegam duas músicas compostas pelos dois: Pixinguinha no Arpoador, na qual brincam com citações de Carinhoso, do mestre Pixinga, e com a linha melódica de La Vie em Rose, num autêntico coquetel a demonstrar salutar ausência de preconceito musical; e pode-se dizer que o delicioso baião Sopapo também é um lundu... Mas na verdade, ora, é apenas e principalmente música boa popular brasileira, tocado por dois dos maiores gênios que temos. Aquiles Rique Reis é vocalista do MPB4 e autor de O gogó de Aquiles, editora A Girafa.

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oão Gilberto, George Gershwin, Pixinguinha e Frank Sinatra: na aura criativa de João Donato e Paulo Moura. Abaixo, capa do CD da dupla.

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ma dona de casa que um dia decide entregar todos os móveis para um guru charlatão. Uma pombagira que surge no meio de um despacho para cobrar mais rapidez no processo de oferendas. Um pastor evangélico e seu ajudante obreiro que tentam criar um plano para arrecadar ainda mais dinheiro para a igreja. Três padres que comentam as missas do dia no programa de televisão Missa Redonda. E uma sessão espírita interrompida em função de uma linha cruzada no além. Junte todos estes personagens e situações e o resultado será a comédia Misticismo, o mais recente trabalho do grupo de comediantes brasiliense Os Melhores do Mundo. Depois de mostrarem aqui os espetáculos Sexo, a Comédia e Notícias Populares, eles estão de volta ao Teatro Folha com todos os dardos apontados para os gurus, os sensitivos e os fanáticos religiosos de qualquer estirpe. “Achamos que o misticismo é um prato cheio para piadas e situações cômicas”, diz um dos integrantes da companhia, o ator Vitor Leal. “Rir de coisas que são consideradas tabus é um dos objetivos do nosso grupo. Abordamos desde a cegueira característica de quem se entrega de corpo e alma a uma determinada seita ou religião até os aproveitadores da fé alheia. Tivemos a preocupação de

brincar com todas as formas de crença mais conhecidas”. O espetáculo é um amontoado de esquetes que não poupam seitas, religiões, criaturas fantásticas, adeptos da era de aquário, objetos voadores e as igrejas evangélicas com seus pastores milagrosos. O cenário, claro, é um templo, de onde os atores interagem com a platéia. “Sabemos que existe um lado sério no misticismo, mas isso não pode ser um entrave para as nossas brincadeiras”, diz Leal. “A função do humorista é criticar, ridicularizar e brincar com todos os fatos, sem pudor e sem freio”. A companhia Os Melhores do Mundo nasceu em Brasília, em 1991, com o espetáculo A Culpa é da Mãe. Estouraram com Sexo, a Comédia, de 1998, que apresentou o grupo ao público carioca, mineiro e finalmente aos paulistas. Atualmente a companhia mantém um quadro fixo no humorístico Zorra Total, da Rede Globo. Ao público que pretende vê-los nas noites de quarta e quinta, no Teatro Folha, eles dão um conselho: “Abram os olhos e fechem os bolsos”. (SR) Misticismo, em cartaz no Teatro Folha, segundo piso do Shopping Pátio Higienópolis, tel.: (11) 3823-2323. Quarta e quinta às 21h. Ingressos a R$ 14.

Misticismo: todos os dardos apontados para os gurus, os sensitivos e os fanáticos religiosos


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LEITURA Adélia Prado lança seu primeiro infantil na Festa Literária Internacional de Parati Paulo Pampolin/Hype

Uma festa com 37 autores Lúcia Helena de Camargo

L A dama da literatura e sua primeira obra para crianças: recordações de infância da menina Carmela

URGENTE: RESTAURAR A PALAVRA Rita Alves

A

o ouvir o comentário de que seus textos escondiam um livro infantil, Adélia Prado resolveu procurá-lo. E encontrou. Quando eu era pequena é o nome dado à descoberta. Recémlançado pela editora Record e ilustrado por Elisabeth Teixeira, o primeiro infantil de uma das mais importantes autoras da literatura brasileira revela recordações de criança da menina Carmela. A viagem pelo universo pueril mostra como a garota descobriu o amor pelas palavras, o contato com a família, as brincadeiras e a convivência com as alegrias e tristezas do cotidiano. Em uma linguagem poética bela e forte, o livro também traz características da infância de Adélia Prado, nascida em 1935, em Divinópolis, no interior de Minas Gerais. Em entrevista ao DC, a escritora que publicou sua primeira coletânea de poesias em 1976, incentivada por Carlos Drummond de Andrade, revela episódios, fala de literatura, família, violência e internet.

Quais as características mais fortes da infância de Carmela, personagem de Quando eu era pequena, que fizeram parte da sua vida quando criança? Os quintais de Carmela, os parentes, o registro religioso da vida, o ambiente bucólico-nostálgico, o alegre e o triste, fazendo parte constitutiva da vida.

ESTANTE

A guerra fez parte do cotidiano de Carmela que, segundo o pai, só ganharia as coisas depois que os alemães parassem de brigar com o mundo inteiro. De que maneira a sra. acha que a guerra urbana afeta a infância e a vida das pessoas atualmente? Por ser uma guerra "mais cruel", porque não tem a "visibilidade" da guerra mundial do tempo de Carmela, acredito que ofereça, como uma virose, uma di-

P

ficuldade maior em ser detectada e combatida, tem maior malignidade. Qual sua lembrança mais antiga em relação aos primeiros contatos com as palavras? Uma poesia que decorei na infância, uma composição escolar, trechos grandiloqüentes de sermões e também versos que meu pai sabia de cor. E quais obras fizeram parte de sua infância? Todo Monteiro Lobato, o livro Coração, de Edmundo Amicis, poemas de Cecília Meireles, Olegário Mariano, Martins Fontes, Luiz Guimarães e muito Olavo Bilac.

Acha possível uma infância como a de Carmela nos dias de hoje? Absolutamente possível. Que critérios a senhora usa para selecionar os livros que lê? O critério do prazer. Quais as obras a senhora considera que merecem destaque na literatura portuguesa e brasileira? Não cabem nesta resposta. Escolho três clássicos: Guimarães Rosa, Clarice Lispector e Carlos Drummond de Andrade. Na literatura portuguesa só conheço mais Fernando

Pessoa. Espero ser perdoada. Acredita que o consumidor de livros e o internauta caminham em direções opostas? Internauta que não gosta de livros vai navegar para onde? Ter um grande navio sem carta de navegação é um desastre. Que autores da nova geração considera importantes? A nova geração de leitores encontrará seus escritores. Conheço pouca gente por incapacidade minha de ler tanta coisa nova. Recomendo Jorge Emil.

Imagens: Reprodução

Como interpreta o significado da palavra no mundo digital em que vivemos? Não é o mundo digital que recusa a palavra, mas a péssima qualidade do ensino. O mundo digital também irá à falência e ao caos se a palavra não for restaurada. É como ter belos carros e precários motoristas. Também chegou a ouvir frases como "as mulheres não precisam estudar", como cita em Quando eu era pequena ? Graças a Deus, não. Meus pais já entendiam que mulher também é filha de Deus. No livro é constante notar Carmela em contato permanente com seus parentes. Acredita que os valores em relação à família sofreram grandes mudanças? A família está em crise. Exatamente uma crise de valores. Recusamos os valores antigos sem termos outros que os substituam. Até serem encontrados, haja perplexidade e sofrimento. Mas tenho grande esperança, não se perdeu o essencial, o desejo humano primário de possuir uma família feliz.

aisagens Originais (Paysages Originels), de Oliver Rolin. O autor, presença confirmada em Parati, vai até os locais em que cresceram cinco grandes escritores do século 20, todos nascidos em 1899: Ernest Hemingway, Vladimir Nabokov, Jorge Luis Borges, Henri Michaux e Yasunari Kawabata. O francês transita entre Chicago, São Petersburgo, Buenos Aires, Bruxelas e Osaka para traçar as paisagens físicas e emocionais que marcaram os autores. Hemingway e Osaka, ganhadores do Nobel, suicidaram-se. Tradução de Mônica Stahel, Editora Bertrand Brasil, 152 páginas, R$ 30.

Z

ama, do argentino Antonio Di Benedetto. Romance publicado originalmente em 1956, entrou na lista de títulos lançados no Brasil. É a história de Dom Diego de Zama, assessor do governador do Paraguai que em 1790 serve em um povoado do interior argentino, mas espera com ansiedade a transferência para Buenos Aires. Ele vê passar dez anos. Embora com um passado de conquistas, as expectativas sempre frustradas fazem seu presente ficar insuportável. E o futuro começa a ruir. Tradução de Maria Paula Gurgel Ribeiro, Editora Globo, 248 páginas, R$ 39.

A pequena gosta tanto de palavras que decora em um minuto o poema que a mãe lhe ensinou, mesmo que seja sobre morte

A

s Irresistíveis Mulheres Francesas, de Honoré de Balzac. Com o subtítulo Amantes, injustiçadas e intrigantes, a obra traz as histórias Estudo de Mulher e Outro Estudo de Mulher. Ambas atestam mais uma vez que o autor de A Mulher de Trinta Anos conhecia como poucos o gênero feminino. Na primeira, conta a trajetória da marquesa de Listomère, que "possui princípios, faz abstinência, comunga e vai muito enfeitada ao baile" e como sua fidelidade ao marido é posta à prova. Na segunda ele usa episódios da sociedade parisiense para fazer um tratado sobre os humores, truques e vontades das mulheres. Tradução do professor Sebastião Paz. Golden Books, 110 páginas, R$ 19,90.

O

Exílio de Polifemo, de Fernando Antônio Dusi Rocha. O autor faz poesias que procuram subverter, a começar pela forma: nenhuma letra maíuscula abre as páginas ou estrofes. Os versos são irregulares e têm música própria: "aos que atestam minha infâmia peço lisonja / pois meu estado de alma é fugidio", diz em VII. "Lá fora chove / só então me dou conta / de que às vezes me rendo à enxurrada", confessa em ciclo das águas. "O livro fala das profundezas de uma alma, de seus muitos sofrimentos e descobertas", destaca, na apresentação, Sylvia Helena Cyntrão, professora de literatura da UnB. Editora 7 Letras, 136 páginas, R$ 28.

Veja lista de obras da escritora Adélia Prado e uma música do CD O Tom de Adélia em www.dcomercio.com.br

F

alando de Amor - Uma Escuta Musical dos Vínculos Afetivos, organização de Alfredo Naffah Neto. O psicanalista foi buscar na filosofia, na poesia e na música mais especificamente na ópera a inspiração para falar de amores, desamores e todas as implicações na vida das pessoas. Também professor, Naffah Neto abre o livro usando o Poema Enjoadinho, de Vinicius de Moraes, para discorrer sobre o amor paterno. Já em Medéia - O Mito que habita cada um de nós, Dorli Kamkhali busca na tragédia grega as explicações para o amor vingativo. Editora Ágora, 168 páginas, R$ 32,90.

iteratura é arte para poucos? Não concorda com isso qualquer um que já tenha ficado na fila para conseguir ingressos na sempre superlotada Tenda dos Autores da Festa Literária Internacional de Parati (Flip). Na quarta edição, a festa este ano, de 9 a 13 de agosto, novamente transforma a pequena cidade fluminense em um alvoroço de escritores, leitores, caçadores de autógrafos e moradores, divididos entre incomodados com o agito e contentes com a dinheirama deixada pelos turistas no comércio e serviços locais. Entre as esperadas presenças está a escritora Adélia Prado, que no domingo, 13 de agosto, discorre sobre questões relacionadas à gratuidade da existência, na mesa Bagagem. Depois, autografa sua obra infantil, Quando eu era pequena. No total, estão programados para aparecer no evento 37 autores, de 11 países. Além dos brasileiros, chegam escritores do México, Peru, Portugal, Estados Unidos, Palestina, Paquistão, Angola, Grã-Bretanha, Argentina, Nigéria e Brasil. O homenageado desta edição 2006 é Jorge Amado (1912-2001), dono de uma obra que fala de mulheres sensuais e homens com sede de luta. Ele completaria 94 anos no dia da mesa-redonda na qual será tema em Parati. Outra das estrelas deste ano é LiLian Ross, americana considerada uma das inventoras do novo jornalismo, a técnica de escrever reportagens como se fosse ficção. Seu trabalho para a revista The New Yorker foi editado em livros como Reporting (1964). Sua obra mais recente, Reporting Back: Notes on Journalism (2002) discorre sobre a profissão jornalística, assunto que vai abordar na palestra Profissão repórter: a arte da reportagem, às 17h, no dia 11 de agosto. Carlos Heitor Cony, Ignácio de Loyola Brandão e Miguel Sanches Neto estarão reunidos na mesa As matérias do romance, às 11h45 também de 11 de agosto, na qual conversarão sobre os caminhos da criação literária. Vão falar na Flip, entre outros, os brasileiros Fernando Gabeira, Ferreira Gullar, o argentino Ricardo Piglia, o americano Jonathan Safran Foer. Quem dá a largada para a festa é Maria Bethânia, no show de abertura no dia 9 de agosto. Como todo ano, são vendidos ingressos para a Tenda dos Autores (R$ 17), onde pode-se assistir ao vivo às palestras e para a Tenda da Matriz (R$ 5), um telão colocado no centro da cidade, que exibe, com tradução simultânea, o evento. Há ainda a Flipinha, na qual estudantes de Parati apresentam o resultado de seus trabalhos inspirados no universo literário e participam de palestras com autores convidados, e ainda a Off-Flip, com leituras, shows e lançamentos de livros. A Ticketmaster (www.ticketmaster.com.br e telefone 11-6846-6000) vende ingressos para as tendas e o show. Veja a programação completa no site www.dcomercio.com.br e mais informações sobre a festa no www.flip.org.br.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 7, 8 e 9 de julho de 2006

LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS - 9

ORIENTAÇÃO LEGAL LEGISLAÇÃO • DOUTRINA • JURISPRUDÊNCIA INSTITUTO JURÍDICO DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO

COORDENAÇÃO: CARLOS CELSO ORCESI DA COSTA

Agenda Tributária Federal – Julho/2006 SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL COORDENAÇÃO-GERAL DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA ATO DECLARATÓRIO EXECUTIVO Nº 47, DE 29 DE JUNHO DE 2006 Divulga a Agenda Tributária do mês de julho de 2006. O coordenador-geral de Administração Tributária, no uso de suas atribuições, declara: Art. 1º As datas fixadas para pagamento dos tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal (SRF) e para apresentação das principais declarações, demonstrativos e documentos exigidos por esse órgão, definidas em legislação específica, no mês de julho de 2006, são as constantes da Agenda Tributária anexa a este Ato Declaratório Executivo (ADE). Art. 2º As referências a “Entidades financeiras e equiparadas”, contidas nas discriminações da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, dizem respeito às pessoas jurídicas de que trata o § 1º do art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. Art. 3º No caso de extinção, incorporação, fusão ou cisão, a pessoa jurídica extinta, incorporadora, incorporada, fusionada ou cindida deverá apresentar: I - até o último dia útil do mês subseqüente ao do evento: a) a Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ); b) a Declaração Simplificada das Pessoas Jurídicas - Simples; c) a Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica (DSPJ) - Inativa; d) o Demonstrativo do Crédito Presumido do IPI (DCP); e e) o Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais (Dacon); II - até o quinto dia útil do segundo mês subseqüente ao do evento: a) a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais Mensal (DCTF Mensal); ou b) a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais Semestral (DCTF Semestral). § 1º Excepcionalmente, em relação ao ano-calendário de 2006, a obrigatoriedade de apresentação do Dacon, nos casos a que se refere a alínea “e” do inciso I deste artigo, vigorará a partir do período em que os programas geradores do demonstrativo forem disponibilizados. § 2º A DIPJ e a Declaração Simplificada das Pessoas Jurídicas - Simples, de que trata o caput

deverão ser entregues até o último dia útil de abril de 2006 quando o evento ocorrer nos meses de janeiro e fevereiro de 2006. § 3º A obrigatoriedade de apresentação da DIPJ, da DCTF Mensal e Semestral, da Declaração Simplificada das Pessoas Jurídicas - Simples e do Dacon, na forma prevista no caput, não se aplica à incorporadora nos casos em que as pessoas jurídicas, incorporadora e incorporada, estejam sob o mesmo controle societário desde o ano-calendário anterior ao do evento. Art. 4º No caso de extinção, decorrente de liquidação, incorporação, fusão ou cisão total, a pessoa jurídica extinta deve apresentar a Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte (Dirf), relativa ao respectivo ano-calendário, até o último dia útil do mês subseqüente ao da ocorrência do evento. Parágrafo único. A Dirf, de que trata o caput, deverá ser entregue até o último dia útil do mês de março quando o evento ocorrer no mês de janeiro do respectivo ano-calendário. Art. 5º Na hipótese de saída definitiva do País ou de encerramento de espólio, ocorridos no ano-calendário de 2006, a Dirf de fonte pagadora pessoa física, relativa a esse ano-calendário, deve ser apresentada: I - no caso de saída definitiva do Brasil, até: a) a data da saída do País, no caso desta ser em caráter permanente; e b) trinta dias contados da data em que a pessoa física declarante completar doze meses consecutivos de ausência, no caso de saída do País em caráter temporário; ou II - no caso de encerramento de espólio ocorrido no ano-calendário de 2006, até o mesmo prazo previsto para a entrega pelos demais declarantes da Dirf. Art. 6º Os prazos para a apresentação da Declaração Final de Espólio, bem como da Declaração de Saída Definitiva do País, referentes ao exercício de 2006, ano-calendário de 2005, que tenham vencido ou venham a vencer até 31 de maio de 2006, ficam prorrogados até 30 de junho de 2006. Art. 7º Este ADE entra em vigor na data de sua publicação. Michiaki Hashimura Coordenador-Geral de Administração Tributária

ANEXO AGENDA TRIBUTÁRIA – MÊS DE JULHO DE 2006 DATA DE VENCIMENTO: DATA EM QUE SE ENCERRA O PRAZO LEGAL PARA PAGAMENTO DE TRIBUTOS ADMINISTRADOS PELA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL Data de Vencimento Diária

Diária

Diária

Diária Diária 5

5

5

5

5

7

10

10

Tributos Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) Rendimentos do Trabalho Tributação exclusiva sobre remuneração indireta Rendimentos de Residentes ou Domiciliados no Exterior Royalties e pagamentos de assistência técnica Renda e proventos de qualquer natureza Juros e comissões em geral Obras audiovisuais, cinematográficas e videofônicas Fretes internacionais Remuneração de direitos Previdência Privada e Fapi Aluguel e arrendamento Outros Rendimentos Pagamento a beneficiário não identificado Imposto sobre a Exportação (IE)

Cide - Combustíveis - Importação - Lei 10.336/01 Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a importação de petróleo e seus derivados, gás natural, exceto sob a forma liquefeita, e seus derivados, e álcool etílico combustível

Contribuição para o PIS/Pasep PIS/Pasep - Importação de serviços (Lei 10.865/04) Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) Cofins - Importação de serviços (Lei 10.865/04) Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) Rendimentos de Capital Títulos de renda fixa - Pessoa Física Títulos de renda fixa - Pessoa Jurídica Fundo de Investimento - Renda Fixa Fundo de Investimento em Ações Operações de swap Day-Trade - Operações em Bolsas Ganhos líquidos em operações em bolsas e assemelhados Juros remun. do capital próprio (art. 9º da Lei nº 9.249/95) Fundos de Investimento Imobiliário - Resgate de quotas Rendimentos de Capital Demais rendimentos de capital Rendimentos de Residentes ou Domiciliados no Exterior Aplicações Financeiras - Fundos/Entidades de Investimento Coletivo Aplicações em Fundos de Conversão de Débitos Externos/Lucros/ Bonificações/Dividendos Juros remuneratórios de capital próprio Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) Outros Rendimentos Prêmios obtidos em concursos e sorteios Prêmios obtidos em bingos Multas e vantagens Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) IOF-Operações de crédito - Pessoa Jurídica IOF-Operações de crédito - Pessoa Física IOF-Operações de câmbio - Entrada de moeda IOF-Operações de câmbio - Saída de moeda IOF-Aplicações Financeiras IOF-Factoring (art. 58 da Lei 9.532/97) IOF-Seguros IOF-Ouro, Ativo Financeiro Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) IPI - Cigarros do código 2402.20.00 da Tipi IPI - Bebidas do capítulo 22 da Tipi Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) Outros Rendimentos Juros de Empréstimos Externos Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira - (CPMF) CPMF -Operações de lançamento a débito em conta CPMF -Operações de liquidação ou pagamento sem crédito em conta CPMF -Devida pela instituição financeira na condição de contribuinte Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) Rendimentos de Capital Aluguéis e royaties pagos à pessoa fisíca Rendimentos de partes beneficiárias ou de fundador Rendimentos do Trabalho Trabalho assalariado Trabalho sem vínculo empregatício Resgate previdência privada e Fapi Benefício ou resgate de previdência privada e Fapi Rendimentos decorrentes de decisão da Justiça do Trabalho Outros Rendimentos Remuneração de serviços prestados por pessoa jurídica Pagamentos de PJ a PJ por serviços de factoring Pagamento PJ à cooperativa de trabalho Juros e indenizações de lucros cessantes Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) Indenização por danos morais Rendimentos decorrentes de decisão da Justiça Federal Demais rendimentos Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) Posição na Tipi Produto 87.03 Automóveis de passageiros e outros veículos automóveis

Código DARF

Período de Apuração do Fato Gerador (FG)

2063

FG ocorrido no mesmo dia

0422 0473 0481 5192 9412 9427 9466 9478

FG ocorrido no mesmo dia ” ” ” ” ” ” ”

5217 0107

FG ocorrido no mesmo dia Exportação, cujo registro da declaração para despacho aduaneiro tenha-se verificado 15 dias antes.

9438

Importação, cujo registro da declaração tenha-se verificado no mesmo dia

5434

FG ocorrido no mesmo dia

5442

FG ocorrido no mesmo dia

8053 3426 6800 6813 5273 8468 5557 5706 5232 0924

21 a 30/Junho/2006 ” ” ” ” ” ” ” ” ” 21 a 30/Junho/2006

5286

21 a 30/Junho/2006

0490 9453

” ”

0916 8673 9385

” 21 a 30/Junho/2006 ” ”

1150 7893 4290 5220 6854 6895 3467 4028

21 a 30/Junho/2006 ” ” ” ” ” ” ”

1020 0668

21 a 30/Junho/2006 “

5299

25/Jun a 1º/Jul/2006 1ª Semana de Julho

5869 5871 5884

21 a 30/Junho/2006 ” ”

3208 3277

Junho/2006 ”

0561 0588 3223 5565 5936

” ” ” ” ”

1708 5944 3280 5204 6891 6904 5928 8045

Junho/2006 ” ” ” ” ” ” ”

Data de Vencimento

10

10

10

10

10

13

13

13

14

Tributos principalmente concebidos para transporte de pessoas (exceto os da posição 87.02), incluídos os veículos de uso misto (“station wagons”) e os automóveis de corrida; 87.06 Chassi com motor para os veículos automóveis das posições 87.01 a 87.05; 84.29 “Bulldozers”, “angledozers”, niveladores, raspo-transportadores (“scrapers”), pás mecânicas, escavadores, carregadoras e pás carregadoras, compactadores e rolos ou cilindros compressores, autopropulsados; 84.32 Máquinas e aparelhos de uso agrícola, hortícola ou florestal, para preparação ou trabalho do solo ou para cultura; rolos para gramados (relvados), ou para campos de esporte; 84.33 Máquinas e aparelhos para colheita ou debulha de produtos agrícolas, incluídas as enfardadeiras de palha ou forragem; cortadores de grama (relva) e ceifeiras; máquinas para limpar ou selecionar ovos, frutas ou outros produtos agrícolas, exceto as da posição 84.37; 87.01 Tratores (exceto os carros-tratores da posição 87.09); 87.02 Veículos automóveis para transporte de 10 pessoas ou mais, incluindo o motorista; 87.04 Veículos automóveis para transporte de mercadorias; 87.05 Veículos automóveis para usos especiais (por exemplo: auto-socorros, caminhões-guindastes, veículos de combate a incêndios, caminhões-betoneiras, veículos para varrer, veículos para espalhar, veículos-oficinas, veículos radiológicos), exceto os concebidos principalmente para transporte de pessoas ou de mercadorias; 87.11 Motocicletas (incluídos os ciclomotores) e outros ciclos equipados com motor auxiliar, mesmo com carro lateral; carros laterais. Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) Pagamento Unificado - Regime Especial de Tributação Aplicável às Incorporações Imobiliárias IRPJ - Regime Especial de Tributação Aplicável às Incorporações Imobiliárias Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) Pagamento Unificado - Regime Especial de Tributação Aplicável às Incorporações Imobiliárias CSLL - Regime Especial de Tributação Aplicável às Incorporações Imobiliárias Contribuição para o PIS/Pasep Pagamento Unificado - Regime Especial de Tributação Aplicável às Incorporações Imobiliárias PIS/Pasep - Regime Especial de Tributação Aplicável às Incorporações Imobiliárias Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) Pagamento Unificado - Regime Especial de Tributação Aplicável às Incorporações Imobiliárias Cofins - Regime Especial de Tributação Aplicável às Incorporações Imobiliárias Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) Outros Rendimentos Juros de Empréstimos Externos Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) IPI - Cigarros do código 2402.20.00 da Tipi IPI - Bebidas do capítulo 22 da Tipi Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) Rendimentos de Capital Títulos de renda fixa - Pessoa Física Títulos de renda fixa - Pessoa Jurídica Fundo de Investimento - Renda Fixa Fundo de Investimento em Ações Operações de swap Day-Trade - Operações em Bolsas Ganhos líquidos em operações em bolsas e assemelhados Juros remun. do capital próprio (art. 9º da Lei nº 9.249/95) Fundos de Investimento Imobiliário - Resgate de quotas Rendimentos de Capital Demais rendimentos de capital Rendimentos de Residentes ou Domiciliados no Exterior Aplicações Financeiras - Fundos/Entidades de Investimento Coletivo Aplicações em Fundos de Conversão de Débitos Externos/Lucros/ Bonificações/Dividendos Juros remuneratórios de capital próprio Outros Rendimentos Prêmios obtidos em concursos e sorteios Prêmios obtidos em bingos Multas e vantagens Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) IOF-Operações de crédito - Pessoa Jurídica IOF-Operações de crédito - Pessoa Física IOF-Operações de câmbio - Entrada de moeda IOF-Operações de câmbio - Saída de moeda IOF-Aplicações Financeiras IOF-Factoring (art. 58 da Lei 9.532/97) IOF-Seguros IOF-Ouro, Ativo Financeiro Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) IPI - Cigarros do código 2402.90.00 da Tipi IPI - Todos os produtos, com exceção de bebidas (Capítulo 22), cigarros (códigos 2402.20.00 e 2402.90.00) e os das posições 84.29, 84.32, 84.33, 87.01 a 87.06 e 87.11 da Tipi

Código DARF

Período de Apuração do Fato Gerador (FG)

0676

21 a 30/Junho/2006

0676

1097

21 a 30/Junho/2006

1097

1097 1097

” ”

1097 1097

” ”

1097

1097

4095

Junho/2006

4112

4095

Junho/2006

4153

4095

Junho/2006

4138

4095

Junho/2006

4166

5299

2 a 8/Julho/2006 2ª Semana de Julho

1020 0668

1º a 10/Julho/2006 ”

0924

” 1º a 10/Julho/2006 ” ” ” ” ” ” ” ” ” ”

5286

1º a 10/Julho/2006

0490 9453 0916 8673 9385

” ” ” 1º a 10/Julho/2006 ” ”

1150 7893 4290 5220 6854 6895 3467 4028

1º a 10/Julho/2006 ” ” ” ” ” 1º a 10/Julho/2006 ”

5110

Junho/2006

5123

8053 3426 6800 6813 5273 8468 5557 5706 5232

(Continua na página seguinte)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS

sexta-feira, sábado e domingo, 7, 8 e 9 de julho de 2006

ORIENTAÇÃO LEGAL

LEGISLAÇÃO • DOUTRINA • JURISPRUDÊNCIA INSTITUTO JURÍDICO DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO

COORDENAÇÃO: CARLOS CELSO ORCESI DA COSTA

AGENDA TRIBUTÁRIA – MÊS DE JULHO DE 2006 DATA DE VENCIMENTO: DATA EM QUE SE ENCERRA O PRAZO LEGAL PARA PAGAMENTO DE TRIBUTOS ADMINISTRADOS PELA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL

(Continuação da página anterior) Data de Vencimento 14

Tributos

Código DARF

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) Retenção de contribuições - pagamentos de PJ a PJ de direito privado (Cofins, PIS/Pasep, CSLL) 5952 CSLL - Retenção - pagamentos de PJ a PJ de direito privado 5987 Contribuição para o PIS/Pasep PIS/Pasep - Faturamento 8109 PIS/Pasep - Folha de salários 8301 PIS/Pasep - Pessoa jurídica de direito público 3703 PIS/Pasep - Entidades financeiras e equiparadas 4574 PIS - Fabricantes/Importadores de veículos em substituição tributária 8496 PIS - Combustíveis 6824 PIS - Não-cumulativo 6912 Retenção de contribuições - pagamentos de PJ a PJ de direito privado (Cofins, PIS/Pasep, CSLL) 5952 PIS/Pasep - Retenção - pagamentos de PJ a PJ de direito privado 5979 PIS/Pasep - Retenção - Aquisição de autopeças 3770 Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) Retenção de contribuições - pagamentos de PJ a PJ de direito privado (Cofins, PIS/Pasep, CSLL) 5952 Cofins - Retenção - pagamentos de PJ a PJ de direito privado 5960 Cofins - Retenção - Aquisição de autopeças 3746 Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) Cofins -Entidades financeiras e equiparadas 7987 Cofins -Demais Entidades 2172 Cofins -Fabricantes/Importadores de veículos em substituição tributária 8645 Cofins -Combustíveis 6840 Cofins -Não-cumulativa 5856 Cide - Combustíveis - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural, exceto sob a forma liquefeita, e seus derivados, e álcool etílico combustível 9331 Cide - Remessas ao Exterior - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a remessa de importâncias ao exterior nas hipóteses tratadas no art. 2º da Lei 10.168/2000, com a alteração 8741 introduzida pelo art. 6º da Lei 10.332/2001. Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira - (CPMF) CPMF -Operações de lançamento a débito em conta 5869 CPMF -Operações de liquidação ou pagamento sem crédito em conta 5871 CPMF -Devida pela instituição financeira na condição de contribuinte 5884 Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) Outros Rendimentos Juros de Empréstimos Externos 5299 Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) Posição na Tipi Produto 87.03 Automóveis de passageiros e outros veículos automóveis principalmente concebidos para transporte de pessoas (exceto os da posição 87.02), incluídos os veículos de uso misto (“station wagons”) e os automóveis de corrida; 0676 87.06 Chassi com motor para os veículos automóveis das posições 87.01 a 87.05; 0676 84.29 “Bulldozers”, “angledozers”, niveladores, raspo-transportadores (“scrapers”), pás mecânicas, escavadores, carregadoras e pás carregadoras, compactadores e rolos ou cilindros compressores, autopropulsados; 1097 84.32 Máquinas e aparelhos de uso agrícola, hortícola ou florestal, para preparação ou trabalho do solo ou para cultura; rolos para gramados (relvados), ou para campos de esporte; 1097 84.33 Máquinas e aparelhos para colheita ou debulha de produtos agrícolas, incluídas as enfardadeiras de palha ou forragem; cortadores de grama (relva) e ceifeiras; máquinas para limpar ou selecionar ovos, frutas ou outros produtos agrícolas, exceto as da posição 84.37; 1097 87.01 Tratores (exceto os carros-tratores da posição 87.09); 1097 87.02 Veículos automóveis para transporte de 10 pessoas ou mais, incluindo o motorista; 1097 87.04 Veículos automóveis para transporte de mercadorias; 1097 87.05 Veículos automóveis para usos especiais (por exemplo: auto-socorros, caminhões-guindastes, veículos de combate a incêndios, caminhões-betoneiras, veículos para varrer, veículos para espalhar, veículos-oficinas, veículos radiológicos), exceto os concebidos principalmente para transporte de pessoas ou de mercadorias; 1097 87.11 Motocicletas (incluídos os ciclomotores) e outros ciclos equipados com motor auxiliar, mesmo com carro lateral; carros laterais. 1097 Simples - Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas (ME) DARF e Empresas de Pequeno Porte (EPP) Simples Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) IPI - Cigarros do código 2402.20.00 da Tipi 1020 IPI - Bebidas do capítulo 22 da Tipi 0668 Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) Rendimentos de Capital Títulos de renda fixa - Pessoa Física 8053 Títulos de renda fixa - Pessoa Jurídica 3426 Fundo de Investimento - Renda Fixa 6800 Fundo de Investimento em Ações 6813 Operações de swap 5273 Day-Trade - Operações em Bolsas 8468 Ganhos líquidos em operações em bolsas e assemelhados 5557 Juros remun. do capital próprio (art. 9º da Lei nº 9.249/95) 5706 Fundos de Investimento Imobiliário - Resgate de quotas 5232 Demais rendimentos de capital 0924 Rendimentos de Residentes ou Domiciliados no Exterior Aplicações Financeiras - Fundos/Entidades de Investimento Coletivo 5286 Aplicações em Fundos de Conversão de Débitos Externos/Lucros/ Bonificações/Dividendos 0490 Juros remuneratórios de capital próprio 9453 Outros Rendimentos Prêmios obtidos em concursos e sorteios 0916 Prêmios obtidos em bingos 8673 Multas e vantagens 9385 Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) IOF-Operações de crédito - Pessoa Jurídica 1150 IOF-Operações de crédito - Pessoa Física 7893 IOF-Operações de câmbio - Entrada de moeda 4290 IOF-Operações de câmbio - Saída de moeda 5220 IOF-Aplicações Financeiras 6854 IOF-Factoring (art. 58 da Lei 9.532/97) 6895 IOF-Seguros 3467 IOF-Ouro, Ativo Financeiro 4028 Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) Outros Rendimentos Juros de Empréstimos Externos 5299 Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira - (CPMF) CPMF -Operações de lançamento a débito em conta 5869

14

14

14

14

14

17

19

20

20

25

25

25

26

27

Período de Apuração do Fato Gerador (FG)

16 a 30/Junho/2006 ”

Data de Vencimento

31

Junho/2006 ” ” ” ” ” ” 16 a 30/Junho/2006 ” ”

16 a 30/Junho/2006 ” ” ” Junho/2006 ” ” ” ”

Junho/2006

Junho/2006 31 1ª a 10/Julho/2006 ” ” 9 a 15/Julho//2006 3ª Semana de Julho 31

1ª a 10/Julho/2006 ” 31 1ª a 10/Julho/2006 31 ”

” ” ” ”

Junho/2006 11 a 20/Julho/2006 ” 11 a 20/Julho/2006 ” ” ” ” ” ” ” ” ” ” ” ” ” ” 11 a 20/Julho/2006 ” ” 11 a 20/Julho/2006 ” ” ” ” ” ” ”

31

31

31

31

31

31

16 a 22/Julho//2006 4ª Semana de Julho 11 a 20/Julho/2006

Tributos

Código DARF

Período de Apuração do Fato Gerador (FG)

CPMF -Operações de liquidação ou pagamento sem crédito em conta CPMF -Devida pela instituição financeira na condição de contribuinte Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) Posição na Tipi Produto 87.03 Automóveis de passageiros e outros veículos automóveis principalmente concebidos para transporte de pessoas (exceto os da posição 87.02), incluídos os veículos de uso misto (“station wagons”) e os automóveis de corrida; 87.06 Chassi com motor para os veículos automóveis das posições 87.01 a 87.05; 84.29 “Bulldozers”, “angledozers”, niveladores, raspo-transportadores (“scrapers”), pás mecânicas, escavadores, carregadoras e pás carregadoras, compactadores e rolos ou cilindros compressores, autopropulsados; 84.32 Máquinas e aparelhos de uso agrícola, hortícola ou florestal, para preparação ou trabalho do solo ou para cultura; rolos para gramados (relvados), ou para campos de esporte; 84.33 Máquinas e aparelhos para colheita ou debulha de produtos agrícolas, incluídas as enfardadeiras de palha ou forragem; cortadores de grama (relva) e ceifeiras; máquinas para limpar ou selecionar ovos, frutas ou outros produtos agrícolas, exceto as da posição 84.37; 87.01 Tratores (exceto os carros-tratores da posição 87.09); 87.02 Veículos automóveis para transporte de 10 pessoas ou mais, incluindo o motorista; 87.04 Veículos automóveis para transporte de mercadorias; 87.05 Veículos automóveis para usos especiais (por exemplo: auto-socorros, caminhões-guindastes, veículos de combate a incêndios, caminhões-betoneiras, veículos para varrer, veículos para espalhar, veículos-oficinas, veículos radiológicos), exceto os concebidos principalmente para transporte de pessoas ou de mercadorias; 87.11 Motocicletas (incluídos os ciclomotores) e outros ciclos equipados com motor auxiliar, mesmo com carro lateral; carros laterais. Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) Devido pelas microempresas (ME) e pelas empresas de pequeno porte (EPP) não optantes pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições (Simples). IPI - Bebidas do capítulo 22 da Tipi IPI - Cigarros dos códigos 2402.20.00 e 2402.90.00 da Tipi IPI - Todos os produtos, com exceção de: bebidas do Capítulo 22, e cigarros dos códigos 2402.20.00 e 2402.90.00 da Tipi Imposto de Renda das Pessoas Físicas (IRPF) Recolhimento mensal (Carnê Leão) Ganhos de capital na alienação de bens e direitos Ganhos de capital na alienação de bens e direitos e nas liquidações e resgates de aplicações financeiras adquiridos em moeda estrangeira Ganhos líquidos em operações em bolsa 4ª quota do imposto apurado na Declaração de Ajuste Anual Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) Rendimentos de Capital Fundos de Investimento Imobiliário - Rendimentos e Ganhos de Capital Distribuídos Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) PJ obrigadas à apuração com base no lucro real Entidades Financeiras Balanço trimestral (1ª quota) Estimativa mensal PJ obrigadas à apuração com base no lucro real Demais entidades Balanço trimestral (1ª quota) Estimativa mensal PJ não obrigadas a apuração com base no lucro real Optantes pela apuração com base no lucro real Balanço trimestral (1ª quota) Estimativa mensal Lucro presumido (1ª quota) Lucro arbitrado (1ª quota) IRPJ - Renda Variável IRPJ - Finor/Balanço Trimestral - Opção art. 9º da Lei nº 8.167/91 (1ª quota) IRPJ - Finor/Estimativa - Opção art. 9º da Lei nº 8.167/91 IRPJ - Finam/Balanço Trimestral - Opção art. 9º da Lei nº 8.167/91 (1ª quota) IRPJ - Finam/Estimativa - Opção art. 9º da Lei nº 8.167/91 IRPJ - Funres/Balanço Trimestral - Opção art. 9º da Lei nº 8.167/91 (1ª quota) IRPJ - Funres/Estimativa - Opção art. 9º da Lei nº 8.167/91 Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) PJ que apuram o IRPJ com base no lucro real Entidades Financeiras Balanço trimestral (1ª quota) Estimativa mensal Demais Entidades Balanço trimestral (1ª quota) Estimativa mensal PJ que apuram o IRPJ com base no lucro presumido ou arbitrado (1ª quota) Contribuição para o PIS/Pasep Retenção de contribuições - pagamentos de PJ a PJ de direito privado (Cofins, PIS/Pasep, CSLL) PIS/Pasep - Retenção - pagamentos de PJ a PJ de direito privado PIS/Pasep - Retenção - Aquisição de autopeças Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) Retenção de contribuições - pagamentos de PJ a PJ de direito privado (Cofins, PIS/Pasep, CSLL) Cofins - Retenção - pagamentos de PJ a PJ de direito privado Cofins - Retenção - Aquisição de autopeças Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) Retenção de contribuições pagamentos de PJ a PJ de direito privado (Cofins, PIS/Pasep, CSLL) CSLL - Retenção - pagamentos de PJ a PJ de direito privado Programa de Recuperação Fiscal - Refis Refis - Parcelamento vinculado à receita bruta Refis - Parcelamento alternativo Refis - ITR/Exercícios até 1996 Refis - ITR/Exercícios a partir de 1997 Parcelamento Especial (PAES) PAES - Pessoa física PAES - Microempresa PAES - Empresa de pequeno porte PAES - Demais pessoas jurídicas PAES - ITR

5871 5884

” ”

0676

11 a 20/Julho/2006

0676

1097

11 a 20/Julho/2006

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1097 1097

” ”

1097 1097

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0668 1020

Junho/2006 ”

1097

0190 4600

Junho/2006 ”

8523 6015 0211

” ” Ano-calendário de 2005

5232

Junho/2006

1599 2319

Abril a Junho/2006 Julho/2006

0220 2362

Abril a Junho/2006 Julho/2006

3373 5993 2089 5625 3317

Abril a Junho/2006 Julho/2006 Abril a Junho/2006 Abril a Junho/2006 Julho/2006

9004 9017

Abril a Junho/2006 Julho/2006

9020 9032

Abril a Junho/2006 Julho/2006

9045 9058

Abril a Junho/2006 Julho/2006

2030 2469

Abril a Junho/2006 Julho/2006

6012 2484

Abril a Junho/2006 Julho/2006

2372

Abril a Junho/2006

5952 5979 3770

1º a 15/Julho/2006 ” ”

5952 5960 3746

1º a 15/Julho/2006 ” ”

5952 5987

1º a 15/Julho/2006 ”

9100 9222 9113 9126

Diversos ” ” ”

7042 7093 7114 7122 7288

Diversos ” ” ” ”

AGENDA TRIBUTÁRIA – MÊS DE JULHO DE 2006 Data de apresentação: data em que se encerra o prazo legal para apresentação das principais declarações, demonstrativos e documentos exigidos pela Secretaria da Receita Federal sem a incidência de multa. Data de Apresentação

Declarações, Demonstrativos e Documentos

Período de Apuração

Data de Apresentação

De Interesse Principal das Pessoas Jurídicas 7 25

31 31

31

31 31 31

DCTF Mensal - Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais Mensal DCide - Combustíveis - Declaração de Dedução de Parcela da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico Incidente sobre a Importação e Comercialização de Combustíveis das Contribuições para o PIS/Pasep e Cofins DIPI - TIPI 33 - Produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumaria CPMF - DIC - Declaração de Informações Consolidadas da Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira CPMF - Trimestral - Declaração Trimestral da Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira CPMF - Medidas Judiciais DIF Papel Imune - Declaração Especial de Informações Relativas ao Controle do Papel Imune DIF Bebidas - Declaração Especial de Informações Fiscais relativa à Tributação das Bebidas

Declarações, Demonstrativos e Documentos

Período de Apuração

De Interesse Principal das Pessoas Jurídicas 31 Maio/2006 31 31

DIF Cigarros - Declaração Especial de Informações Fiscais relativa à Tributação de Cigarros DNF - Demonstrativo de Notas Fiscais DOI - Declaração de Operações Imobiliárias

Junho/2006 Junho/2006 Junho/2006

De Interesse Principal das Pessoas Físicas Julho/2006 Maio e Junho/2006

Junho/2006

Abril a Junho/2006 Junho/2006 Abril a Junho/2006 Junho/2006

Diário

Declaração Final de Espólio

Sessenta dias contados da data do trãnsito em julgado da decisão judicial da partilha, sobrepartilha ou adjudicação dos bens inventariados.

Diário

Declaração de Saída Definitiva

Data da saída do Brasil, no caso de residente no País que se retirar em caráter permanente; ou trinta dias contados da data em que completar 12 meses consecutivos de ausência do País, no caso de residente que se retirar em caráter temporário. DOU - 03/07/2006


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Indicadores Econômicos

sexta-feira, sábado e domingo, 7, 8 e 9 de julho de 2006

0,67

6/7/2006

por cento foi o resultado do Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGP-DI) em junho.

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 04/07/2006 04/07/2006 04/07/2006 04/07/2006 04/07/2006

P.L. do Fundo 5.915.381,11 1.387.892,75 6.378.931,32 9.725.758,25 1.061.362,62

Valor da Cota Subordinada 1.118,929139 1.040,406642 1.086,002559 1.073,522286 1.032,054007

% rent.-mês 0,2170 0,0545 0,1358 0,3288 0,1665

% ano 14,5304 4,0407 8,6003 7,3522 3,2054

Valor da Cota Sênior 0 1.051,583538 1.061,489898 0 0

% rent. - mês 0,1134 0,1235 -

% ano 5,1584 6,1490 -

rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


sexta-feira, sábado e domingo, 7, 8 e 9 de julho de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

ECONOMIA/LEGAIS - 5


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Finanças Tr i b u t o s Imóveis Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 7, 8 e 9 de julho de 2006

Uma janela anti-ruído pode ter de duas a cinco camadas de vidro para evitar a entrada de barulho.

O NÍVEL DE RUÍDO ACEITÁVEL É DE 55 DECIBÉIS

VRUM

Barulho de automóveis, aviões passando e de construções que não têm fim deixam alguns moradores irritados. Mas o mercado oferece opções que amenizam o problema.

MMMMMMM

SOLUÇÕES PARA ACABAR COM RUÍDOS

S

ão Paulo leva, com razão, a fama de cidade que não dorme. Dia e noite, há sempre um restaurante aberto, um supermercado à disposição, lugares para diversão, empresas operando e gente saindo ou chegando em aviões e ônibus. O problema é que esse movimento cria uma conseqüência indesejável: o barulho. Pensando no conforto das pessoas, o mercado imobiliário e a indústria já oferecem opções para quem quer contornar o problema, como o emprego de materiais com tratamento acústico e janelas e portas anti-ruído. Em pontos críticos da capital, como a Avenida Paulista, os ruídos alcançam 80 decibéis. Para se ter uma idéia, o índice considerado aceitável pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 55 decibéis. Conviver todos os dias com a barulheira não é fácil. Que o diga a diretora de Comunicação da Prefeitura de São Bernardo, Andréa Brock. Há cinco anos, ela resolveu trocar o apartamento em que morava por um imóvel próximo, de melhor padrão. O problema é que no novo apartamento a janela do quarto tem vista para a rodovia Anchieta e seus incontáveis caminhões. "Dois dias depois de ter se mudado, já não aguentava o barulho durante a noite. Tentava, sem sucesso, abafar os ruídos dos veículos com almofadas. Dormia com tampões nos ouvidos, mas eles faziam pressão e acabaram gerando outro problema", conta. O caso de Andréa, que só teve um pouco de paz depois de instalar uma janela anti-ruído no quarto, é muito comum en-

Leonardo Rodrigues/Hype

tre os moradores da Grande São Paulo. Nos bairros mais centrais, é muito difícil encontrar áreas livres da poluição sonora. Sé, Pinheiros, Mooca e Vila Mariana estão entre as regiões de onde parte a maioria das 2 mil ligações mensais para o Programa de Silêncio Urbano da Prefeitura (Psiu). Anti-ruído – Para amenizar o desconforto desses moradores, o mercado imobiliário tem soluções. As mais comuns são as portas e janelas com vidros anti-ruídos. Na Atenua Som, empresa que trabalha nesse segmento há 20 anos, o metro quadrado da porta ou janela com materiais isolantes fica em torno de R$ 1 mil. Instalada, uma janela anti-ruído com duas camadas de vidro, na medida de 1,20 m x 1,20 m, custa cerca de R$ 1,6 mil. Há produtos com até cinco camadas de vidro, indicadas para lugares realmente muito barulhentos. Segundo Annie Fischer, gerente de marketing da Atenua Som, os produtos chegam a reduzir em até 70% os barulhos externos. Andréa pagou R$ 1, 8 mil por sua janela. "O técnico que veio instalar disse que o nível de ruído no meu quarto era de 80 decibéis, bem acima do recomendável", diz. É possível instalar as janelas acústicas mesmo em edifícios que, por convenção do condomínio, não podem ter a fachada modificada. Nesses casos, as janelas são sobrepostas, ficando com a abertura para o lado de dentro do imóvel. "Em geral, as pessoas nos procuram para instalar a proteção no quarto, por não conseguirem dormir. Depois, instalam os vidros também em outros cômodos", diz Annie.

Andréa sofria com o barulho dos caminhões que passavam na Anchieta, até que instalou uma janela anti-ruído no quarto

Novos problemas – Mas o vice-presidente do segmento imobiliário do Sindicato da Construção de São Paulo ( S i n d u s c o n - S P ) , E l y We rtheim, afirma que soluções como essas podem não ser viáveis em todos os casos – gerando outros problemas. "Não adianta instalar uma janela anti-ruído e deixá-la fechada o dia inteiro. É preciso ter um ar-condicionado nesse caso", diz. Ou seja, é preciso ter bom senso. Segundo Wertheim, isso às vezes significa gastar mais na hora de comprar ou alugar um imóvel. Isso porque a acústica de uma residência depende diretamente

da qualidade do material empregado na construção. Vale lembrar que janelas anti-ruído amenizam os sons que vêm de fora, mas não isolam os latidos do cachorro do vizinho. Aliás, os vidros acabam, em alguns casos, intensificando os barulhos internos. Caixilhos, revestimentos, alvenaria e piso de boa qualidade, além das janelas, ajudam a tornar o imóvel acusticamente mais confortável. Esses itens representam entre 5% e 10% do valor da obra e, dependendo do padrão de qualidade usado, fazem o preço do imóvel para o consumidor final variar até 20%.

Os diferentes sons da cidade também têm influência direta no mercado imobiliário segundo Fábio Rossi, diretor de comercialização e marketing do Sindicato da Habitação (Secovi). Não existem, porém, dados que mostrem efetivamente o grau de desvalorização de um imóvel instalado em lugar mais barulhento. Segundo ele, o perfil do imóvel se adapta ao tipo de barulho de determinado local. "Na Vila Madalena o mais comum é encontrar, além de apartamentos de um quarto, espaços para escritórios, que não funcionam à noite e não sofrem com os bares", diz Rossi. Renato Carbonari Ibelli

SERVIÇO Onde encontrar itens para isolamento acústico: Atenua Som - Janelas e portas anti-ruído: http://www.atenuasom.com.br/ atenua@atenuasom.com.br Tels: (11) 543-5377 / 533-5811 Isofibras - Isolamentos Térmicos e Acústicos Especiais: http://www.isofibras.com.br/ isofibra@osite.com.br Tel: (11) 4056-4622 Tettum - Revestimentos Acústicos Rua Gabriel Covelli, 439 - São Paulo - SP - CEP: 02533-000 http://www.tettum.com.br e-mail: comercial@tettum.com.br Tel: (11) 3856-7444

Patrícia Cruz/Luz

Avião sobrevoa Moema e deixa os moradores enlouquecidos com o ruído

Avião e avenida movimentada juntos

Minhocão, tráfego e barulho intensos

Quarto de Andréa com a nova janela

Leis dão respaldo aos moradores

E

xistem hoje em São Paulo leis que regulamentam a emissão de sons e dão respaldo a quem sofre com os abusos. Segundo o advogado Waldir Arruda Miranda Carneiro, especializado em direito imobiliário, a legislação federal que rege o tema é completa. "Em geral, se um barulho incomoda, ele fere a legislação", diz o advogado. Quem sustenta a afirmação é o artigo 1.277 do novo Código Civil, que trata do direito de vizinhança. Há, ainda, o respaldo das normas do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) e da Norma Brasileira 10.115, da Associação Brasil e i r a d e N o r m a s Té c n i c a s

(ABNT), que estabelecem os níveis de ruído aceitáveis. A busca de sossego por meio da Justiça tem se tornado mais comum, segundo Carneiro, autor do livro Perturbações Sonoras em Edificações Urbanas. Ele diz que, há 4 anos, existiam no País 30 casos envolvendo poluição sonora julgados, volume que saltou para 150 no ano passado. Rescisão de contrato – Com respaldo da legislação, um inquilino pode rescindir um contrato de locação caso se sinta prejudicado pelo barulho externo. Nesse caso, segundo o advogado, pode alegar que o produto final – o imóvel – não está servindo para o fim a que

foi destinado. "No caso de compra, a construtora deve dar cinco anos de garantia, por lei. Se, nesse espaço de tempo, um problema, inclusive acústico, for encontrado, é possível entrar com uma ação. Mas assim que o problema é detectado, há um prazo de seis meses para o consumidor entrar na Justiça", explica o advogado. Carneiro diz que as ações mais comuns envolvendo poluição sonora referem-se a vizinhos e crianças barulhentas, cachorros e bares, além de construções que não respeitam as normas técnicas. "Se entre os apartamentos existe transmissão de ruídos, há defeito de construção e o consu-

midor pode reclamar." No município de São Paulo ainda vigoram as Leis do Silêncio: Lei do ruído (n°11.501/94), que trata do controle e fiscalização de atividades geradoras de poluição sonora; a Lei da 1 hora (n° 12.879/99), que estabelece horários de funcionamento de bares e obriga que estabelecimentos abertos após a 1 h tenham licença especial e isolamento acústico. Há, ainda, as Leis n° 13.190/01 e 13/287/02, que regulamentam as punições aos templos religiosos barulhentos. O Psiu (telefone 1 5 6 ) , d a P re f e i t u r a , p o d e ser acionado em casos de infração às leis. (RCI)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.ECONOMIA/LEGAIS

ATAS

sexta-feira, sábado e domingo, 7, 8 e 9 de julho de 2006

DECLARAÇÃO À PRAÇA

Quer falar com 26.000 empresários de

DECLARAÇÃO À PRAÇA

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(FORNECEDORES, ÓRGÃOS FISCALIZADORES, CLIENTES E BANCOS) A firma DISNAP - DISTR. NACIONAL DE PAPÉIS LTDA - EPP, devidamente registrada na Jucesp sob o nº 35.217.032.922, em sessão de 24/07/2001, e última alteração social registrada sob o nº 135.029/06-05, em sessão de 22-05-2006, com CNPJ nº 04.566.242/0001-06, e Insc. Estadual nº 116.209.856.116, com sede à Rua Francisca de Paula, nº 271 - Vila Carrão - Cep. 03436-000, Declara que com relação às nossas compas de papéis com imunidade tributária, estas só são efetuadas e têm validade, se feitas pela pessoa do sócio Sr. José Roberto Ross Curci, CPF nº 264.159.418-87, e RG 2.985.389-8, por via Pedido Escrito e Assinado, podendo ser passado por fac-símile ou e-mail com código fornecido no momento da compra. O motivo pela qual faz necessária esta declaração prende-se ao fato de pessoas dotadas de má-fé, de posse de nossos dados, que são de domínio público, poderem, sem nosso conhecimento, adquirir em nosso nome esse tipo de mercadoria, com pagamento a vista e em moeda corrente, não deixando vestígios imediatos dessas operações. Cabe informar também que desde o início de nossas atividades, até a presente data, só adquirimos uma só vez, esse tipo de mercadoria, por compra feita à Aracruz - Celulose S.A. em data de 28/janeiro/2005, devidamente declarada à Receita Federal por via da Dif. São Paulo, 06 de julho de 2006. José Roberto Ross Curci.

Publicidade Comercial 3244-3344 Publicidade Legal 3244-3643

BALANÇO

DECLARAÇÃO À PRAÇA DECLARAÇÃO À PRAÇA - EXTRAVIO DE NOTA A Artana Engenharia Design S/C Ltda, inscrita no CCM 2.944.339-3 e CNPJnº04.012.025/0001-66, comunica o extravio da nota fiscal nº 131 objeto da autorização nº 3370. São Paulo, 05 de julho de 2006. ( 05-06-07/07/06 )

COMUNICADOS MONTE MOR INDÚSTRIA E MONTAGEM DE MÁQUINAS INDUSTRIAIS LTDA, CNPJ 00.164.494/0001-40, CCM 2.282.270-4, comunica o extravio do livro fiscal modelo 57 n.º 1 da PMSP. (6-7-10/07/06 )

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

EDITAIS

FDE AVISA: TOMADA DE PREÇOS A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Reforma de prédio escolar: TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – CAPITAL SOCIAL MÍNIMO DE PARTICIPAÇÃO – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/1369/06/02 - EE Prof. Valois Scortecci – Rua 40, 350 - Marilia - Barretos/SP – 210 - R$ 21.165,00 – R$ 2.116,00 – 09:30 – 26/07/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 10/07/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 25/07/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 6 de julho de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Cibraco Comércio e Indústria de Ferro e Aço Ltda. - Requerida: JKLN Indústria e Comércio de Peças H Ltda. - Rua do Canal, 173 01ª Vara de Falências Requerente: Lupinni Indústria Com. e Importação de Alimentos Ltda. - Requerido: Comercial de Produtos Alimentícios Grisan Ltda. - Estrada de Taipas, 1451 - 01ª Vara de Falências

Recuperações Judiciais Requerente: Comvesa Veículos Ltda. Requerido: Comvesa Veículos Ltda. - Av. Morvan Dias de Figueiredo, 1809 - 02ª Vara de Falências Requerente: Atlante Comércio de Materiais para Construção Ltda. - ME Requerido: Atlante Comércio de Materiais para Construção Ltda. ME - Rua João Ramalho, 1421 - 02ª Vara de Falências

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GOVERNO DO ESTADO

DECLARAÇÃO DE PROPÓSITO

DE SÃO PAULO

PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº50/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 2914/5900/2006. OBJETO: Pó para o preparo pe refresco sabor limão. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 09:30 h do dia 25 de julho de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº51/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 2913/5900/2006. OBJETO: Pó para o preparo pe refresco sabor laranja. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 14:30 h do dia 25 de julho de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº52/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 2912/5900/2006. OBJETO: Pó para o preparo pe refresco sabor acerola. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 09:30 h do dia 26 de julho de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº53/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 2909/5900/2006. OBJETO: Pó para o preparo pe refresco sabor mamão com laranja. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 14:30 h do dia 26 de julho de 2006. Edital completo à disposição dos interessados, via Internet, pelo Site www.e-negociospublicos.com.br. INFORMAÇÕES: fones: (11) 3866-1615/1616, de 2ª a 6ª feira, no horário das 8h às 17h SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE SUPRIMENTO ESCOLAR

PROPOSTA APROVADA NO CONGRESSO INCLUI REGIME PREVIDENCIÁRIO ESPECIAL PARA O SEGMENTO

Lula sanciona lei de agricultura familiar

O

p re s i d e n t e L u i z Inácio Lula da Silva deve sancionar nos próximos dias uma lei que estabelece as diretrizes nacionais para a agricultura familiar. A proposta, em tramitação no Congresso desde 2004, reconhece a agricultura familiar como categoria organizada e transforma o programa nacional de fortaleci-

mento do segmento, o Pronaf, em política pública de Estado. Criado em 1995, antes da nova lei, o Pronaf era regulamentado anualmente pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e pelo Banco Central (BC). O projeto de lei aprovado na última terça-feira à noite pelo Senado estabelece requisitos para definir quem são os agricultores familiares.

"A falta de uma lei que determine as diretrizes gerais e que defina o que seja agricultor familiar tem trazido numerosos problemas à implementação das políticas necessárias para o fortalecimento do setor, tais como previdência, organização sindical, cooperativismo e instalação de agroindústrias", diz a justificativa que acompanhou o projeto de lei.

Segundo a exposição de motivos da proposta, há 4,2 milhões de famílias de agricultores familiares, que representam 84% dos estabelecimentos rurais, e que não têm legislação "capaz de garantir políticas de regulamentação, fomento e incentivo à atividade". Em seus sete artigos, a nova lei dá condições para comprovação do exercício da ativida-

de rural de trabalhadores do setor. Permite ainda a criação de um regime previdenciário específico para a categoria. A maioria dos atuais segurados deixará de ter o benefício rural a partir de 25 de julho. A expectativa é de que o presidente Lula edite uma medida provisória para garantir aos segurados especiais sua manutenção no atual regime.

O texto aprovado e que vai ser sancionado pelo presidente Lula altera também o enquadramento sindical dos agricultores, fortalecendo entidades de trabalhadores. Além dos agricultores familiares, a nova lei vai beneficiar os silvicultores, os aqüicultores, os extrativistas e os pescadores que exerçam a atividade de maneira artesanal. (AE)


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Nacional Finanças Moda Tr i b u t o s

7 Sapatos e bolsas encantam os visitantes da Francal, e também quem trabalha na feira.

OS PERSONAGENS POR TRÁS DAS VITRINES

OBJETOS DO DESEJO

OS SONHOS PERTO DA REALIDADE Não são apenas expositores e compradores que fazem o sucesso da Francal. Aqui, as mulheres por trás dos estandes que também são apaixonadas por saltos.

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Fotos: Andrea Felizolla/LUZ

38ª Feira Internacional de Calçados, Acessórios de Moda, Máquinas e Componentes termina hoje no Pavilhão de Convenções do Anhembi, em São Paulo. Considerada uma das maiores feiras do setor calçadista em toda a América Latina, a Francal, neste ano, teve mil expositores e mais um verdadeiro batalhão de compradores, importadores e exportadores. Mas quem conta a história da feira, neste caso, são mulheres que a reportagem do Diário do Comércio encontrou pelos corredores do Anhembi. Moradoras de diferentes regiões da cidade e até de outros municípios, como Poá, na região de Mogi das Cruzes, elas sonham com os sapatos e bolsas que viram, e revelam do que mais gostaram. Kety Shapazian

Cinderela por um dia, ela se encanta com sapatos

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"Gosto demais de sapato e o meio de todo o burburinho da Francal, a bolsa. Esse lugar é apaixonancozinheira "de forno e te, é um mundo que eu não cofogão" Vilma Barbosa Silva nheço, com muita gente bonita não cansa de dizer como tudo é e bem arrumada, vários sotatão bonito e diferente. "Um dos ques, vários idiomas", elogia a meus sonhos era visitar a Fran- cozinheira, que estudou até cal. O outro é, um dia, ver a Ca- a 4º série e adora os sapatos sa Cor", conta ela, 43 anos, di- do estilista Fernando Pires. "Ele faz os savorciada e patos das moradora de madrinhas Poá. A cozide bateria nheira, no endas escolas tanto, não vide samba", sitava a feira. conta, mosSem emprego t r a n d o c ofixo, aceitou nhe cimen to. um bico como "Eu bato o faxineira no olho e já sei estande da que o sapato Alpargatas. é dele." Para chegar No estanao Anhembi, d e d a S w aVi l m a a c o rrovski, para dou às 3 hoela, o mais ras, saiu de cabonito da sa às 3h30, peFrancal, Vilgou o trem às Frustração: não deu para provar ma se encan4 horas e às 6h15 já estava no batente, on- ta com uma bota vermelha e de, por R$ 18 mais R$ 5,20 para um scarpin preto, ambos coa condução, trabalharia até às bertos com os famosos cris20 horas. Depois ainda tinha a tais. "Para usar um sapato volta para casa. Nada disso, desse, eu ia precisar de uma porém, é capaz de tirar o sorri- roupa bem extravagante." O salto 15 também não assusta. so do rosto de Vilma.

Fernanda (à frente) e Nelsa mostram as bolsas que mais gostaram

No intervalo, admirar as bolsas de Andrade, 35 anos, não diz muito. Sim, já trabalhou na Francal no ano passado. Sim, gostou de algumas bolsas e de uns sapatos expostos. Quando indagada se poderia mostrar para a reportagem qual bolsa achou bonita, ela vira os olhos, como se achasse tudo aquilo uma perda de tempo. Se não fosse por Fernanda, não teria ido a lugar algum. Pela jornada que começa às 7 horas e só termina às 20 horas, cada uma recebe R$ 40 por dia.

Factoring

DC

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recisa ter rebolado bom para trabalhar na Francal. A afirmação de Fernanda Silvério da Silva, 23 anos, que serve água e café na feira, não é a respeito dos dotes de dançarina que a mulherada precisa ter para trabalhar no evento. Ela se refere ao jogo de cintura que, esse sim, elas precisam ter para escapar das cantadas que recebem a todo momento, já que muitos dos visitantes são homens. Ao lado de Fernanda, Nelsa

O que é Factoring? É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com

Vilma trabalha no estande da Alpargatas, mas é apaixonada mesmo pelos modelos de Fernando Pires

"É tudo questão de treino." Depois, no estande do próprio Fernando Pires, Vilma, que calça 42, fica um pouco triste porque todos os sapatos do mostruário são 38. De repente, bate o olho em um scarpin preto igual ao da Swarovski. Só que, agora, ela pode pegar. Pronto.

Vilma beija, faz carinho. "Ai, que loucura. Peguei num sapato do Fernando Pires. Quem sabe ele (Pires) não lê a reportagem e não me dá um sapato", sonha Vilma. "Eu colocaria na estante lá de casa, como um troféu." O sapato preto de que Vilma gostou tanto custa R$ 458.

Salto agulha e sorriso no rosto

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om maquiagem e cabelo impecáveis, a ruiva Juliane Schneider, 20 anos, e a morena Glaucia Silva, 24, recebem R$ 120 por dia para ficar de pé das 10 às 20 horas. De pé, com salto bem alto e sempre sorrindo. "A gente tem uma hora de almoço e mais meia hora à tarde para dar uma descansada", conta Juliane. Ainda que estejam acostumadas a trabalhar em feiras, as duas dizem que chegam em casa com os pés em frangalhos. E

ATA Valdelane: pouca venda, pois visitantes só têm olhos para os calçados

Pouca água de coco, mas sapatos lindos

A

pesar do movimento intenso na Francal, o carrinho de água de coco de Valdelane Sobral, 30 anos, estava vazio. "Está cheio de gente aqui, mas não estou vendendo tanto quanto a patroa gostaria", diz. Valdelane ainda não teve tempo de dar uma volta para ver as coisas com calma. Mas, o pouco que viu, adorou. "Tem bolsas e sapatos lindos. Eu amei as bijuterias também", fala a moça, moradora de Ermelino Matarazzo, bairro da zona leste. Depois de 11 horas de pé ao lado do carrinho de água de coco, Valdelane sai às 20 horas do Anhembi e, 90 minutos depois – "se o trânsito estiver bom" –, chega em casa tão cansada que só dá para dar um beijo em cada uma das duas filhas. Recebe R$ 35 por dia de trabalho, mais condução e almoço. A uma hora a

que tem direito para a refeição, aproveita para dar uma descansada. "Está bem bacana a feira, mas não dá para ficar passeando, não", conta.

Juliane (à esq.) e Glaucia, recepcionistas do estande da Azaléia: 10 horas em pé, com salto, recebendo os visitantes

fazem o quê para aliviar a dor? Colocam as pernas para cima para ativar a circulação? Deixam os pés em água morna para relaxar? "Não dá tempo para nada disso, não!", interrompe a bonita morena Glaucia. Por quatro dias de trabalho, cada uma ganhou dois pares de sapatos da Azaléia, escolhidos por "eles", os empregadores. "Ficar com os sapatos é a melhor parte", diz Juliane, sorriso no rosto, enquanto recepciona outro visitante.


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Tr i b u t o s Empresas Finanças Nacional

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MAIS CONCORRÊNCIA, PARA REDUZIR JUROS

bilhão de reais foi o total de rendimentos das contas de poupança em junho, segundo o BC.

Fotos: Gustavo Miranda/AE

LULA QUER MAIS CRÉDITO COM JUROS MENORES, AFIRMA MANTEGA Na segunda entrevista da semana para falar sobre resultados do governo do presidente Lula, ministro da Fazenda disse que relação entre crédito e Produto Interno Bruto (PIB) pode chegar à marca de 40% em prazo "relativamente curto"

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ministro da Fazenda, Guido Mantega, fez ontem um balanço das operações de crédito no País. Segundo ele, o volume de empréstimos subiu de 23,9% do Produto Interno Bruto (PIB) para 32,6% entre 2003 e 2006, expansão combinada com redução das taxas de juros e do spread (diferença entre o custo de captação dos bancos e o que cobram dos clientes). Mantega destacou, no entanto, que os avanços ocorridos no período ainda não foram suficientes para que a economia tenha um crescimento sustentado. O ideal, segundo ele, seria que o Brasil atingisse um volume de crédito de 40% do PIB. Esse percentual, disse o ministro, pode ser alcançado em um período "relativamente rápido". Pelas contas de Mantega, a relação crédito/PIB tem avançado a uma proporção de 0,5 ponto percentual ao mês. O balanço foi feito depois de uma reunião de Mantega com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, e diretores de bancos oficiais como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal (CEF). De acordo com o ministro, o presidente orientou as institui-

ções públicas a trabalhar não apenas para aumentar o volume de crédito no País, mas também para reduzir os spreads. A ressalva é que os bancos estatais não ameacem sua solidez financeira. "O presidente Lula determinou que trabalhemos com metas para oferecer mais crédito e reduzir os custos, melhorando as operações", disse Mantega,

O presidente Lula determinou que trabalhemos com metas para oferecer mais crédito e reduzir os custos, melhorando as operações. Guido Mantega, ministro da Fazenda sem, no entanto, explicar de que forma isso seria feito. A idéia do governo é que, ao reduzir seus juros, os bancos estatais forcem a concorrência privada a fazer o mesmo. Segundo o ministro, as taxas de juros já estão em queda e o Brasil hoje é um país sólido e sem crises no horizonte, o que deve estimular o setor privado a liberar mais recursos para empréstimos e financiamen-

t o s , a l é m d e re d u z i r s e u s spreads nas operações. "Tenho feito reuniões com os bancos do setor privado para saber por que eles trabalham com os spreads nos atuais níveis. Nos bancos públicos, tem havido redução. Queremos que o setor privado também faça isso", afirmou. Resultados — Foi a segunda vez nesta semana que Mantega deu entrevista para mostrar resultados positivos do governo Lula. Na segunda-feira, ele fez um balanço dos investimentos públicos. Ontem, foi a vez de mostrar que as instituições financeiras estatais aumentaram seu volume de crédito de 9,1% do PIB para 11,9% do PIB de 2003 até agora. O ministro disse que, no encontro com o presidente, cada um dos bancos presentes fez uma exposição sobre a evolução do crédito nas instituições. Em geral, as operações cresceram em um ritmo mais acelerado do que a economia desde o início do atual governo, principalmente por causa da criação de modalidades como o crédito consignado (com desconto em folha de pagamento). "O importante é que a expansão tem ocorrido com o barateamento do custo do dinheiro e com a atuação responsável dos bancos, que têm crescido de forma sólida", afirmou Mantega. (Agências)

Abyara e Cyrela retomam emissões

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setor imobiliário é o primeiro a se aventurar em emissões de ações depois do período de volatilidade no mercado financeiro entre maio e junho. A incorporadora e construtora Cyrela e a empresa de comercialização Abyara divulgaram ontem prospectos de ofertas públicas que, juntas, podem movimentar R$ 1,3 bilhão. A Abyara quer estrear no mercado em 27 de julho, oferecendo 6,55 bilhões de ações ordinárias. No prospecto, os coordenadores estimam que o preço do papel fique entre R$ 30 e R$ 35. Pelo preço máximo, a operação envolveria R$ 229,2 milhões. Somados os

lotes adicionais, a cifra pode chegar a R$ 309 milhões. "Planejamos utilizar os recursos para quitar a dívida de curto prazo, próxima a R$ 3,1 milhões, e, gradualmente, investir em projetos imobiliários", informou a empresa em comunicado, destacando que o período de reserva dos papéis vai de 12 a 24 de julho. De acordo com o prospecto, a Abyara obteve um lucro líquido de R$ 2,1 milhões nos primeiros três meses depois de sua reorganização societária, concluída em março passado. Cyrela — A Cyrela pretende vender 24,7 bilhões de ações ordinárias em ofertas primária (ações emitidas para a opera-

ção) e secundária (papéis que já pertencem a acionistas). Pelo preço de fechamento de quarta-feira na Bolsa de Valores de São Paulo, o negócio vai movimentar R$ 810 milhões. Com o lote suplementar, o volume soma R$ 1 bilhão. Conforme o comunicado da companhia, o início de transações com os papéis é previsto para 20 de julho, e a maior parte dos recursos arrecadados servirá para compromissos como parcerias, aquisição de terrenos e infra-estrutura em terrenos já comprados. Em setembro do ano passado, a Cyrela obteve pouco mais de R$ 900 milhões com uma oferta de ações na bolsa. (Reuters)

O ministro da Fazenda reuniu-se com Lula e diretores de bancos estatais para discutir spreads e expansão do volume de crédito

Furlan nega redução de receita com pacote cambial

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ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, disse ontem que é um equívoco falar em perdas tributárias provocadas pelas mudanças na legislação cambial que estão em estudo pelo governo. Dessa forma, ele rebateu as afirmações do secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Júlio Sérgio Gomes de Almeida, que estimou a perda em R$ 200 milhões. Para Furlan, não há perda porque o aumento das exportações eleva a arrecadação federal. "É um equívoco falar em perdas fiscais, porque o comércio exterior brasileiro está crescendo próximo de US$ 30 bilhões por ano, o que representa três vezes mais do que estamos pensando em desonerar", afirmou o ministro. E Furlan completou: "Portanto, se US$ 10 bilhões forem desonerados, esse volume é apenas um pedaço do aumento de arrecadação federal e não uma perda sobre o passado". Já o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que, se for confirmada essa redução na receita tributária do governo, ela será "inexpressiva". E, além disso, ficaria restrita à arrecadação da Contribuição

Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). O governo pretende permitir que os exportadores deixem lá fora parte dos dólares que receberem com a venda de mercadorias, de forma a facilitar o pagamento de suas obrigações em moeda estrangeira e reduzir a pressão que faz cair a cotação do dólar no mercado de

É um equívoco falar em perdas fiscais, porque o comércio exterior brasileiro está crescendo em um ritmo de US$ 30 bilhões a cada ano. Luiz Fernando Furlan, ministro câmbio interno. Atualmente, todo esse dinheiro precisa ser trazido para o País. Com as medidas, que deverão ser anunciadas na semana que vem pelo governo, a estimativa é que aproximadamente US$ 10 bilhões fiquem no exterior. Menos CPMF — A perda tributária ocorre porque o di-

nheiro deixará de entrar e sair do País, movimento hoje tributado pela CPMF. Furlan reconheceu que, ao permitir que o exportador deixe no exterior parte de suas receitas, o governo arrecadará menos CPMF. "No entanto, nosso saldo comercial vem crescendo anualmente", reforçou, acrescentando que o setor exportador já teria dado também contribuição para o ajuste fiscal. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, por sua vez, enfatizou que a alteração não valerá para todos os exportadores. "Não queremos generalizar. Atualmente, a situação é confortável. O Brasil é exportador, acredito que vai continuar assim, mas nunca se sabe. Caso seja necessário, um dia o governo federal poderá reassumir o controle da cobertura cambial", afirmou o ministro. Mantega disse que não viu reações negativas às medidas. Ele afirmou que a área técnica está analisando todas as conseqüências da proposta para que se chegue a uma solução. Mantega insistiu que o objetivo é beneficiar todos os exportadores e diminuir a pressão do dólar. "Se a gente beneficiar o maior conjunto possível de exportadores, melhor." (AE)

Poupança

Fed atento aos juros no mundo captou R$ 431

O

vice-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Donald Kohn, disse ontem que a autoridade monetária do país está atenta aos riscos de uma alta de juros maior do que a necessária, mas destacou a necessidade de elevação de juros globais para manter a estabilidade. "A alta nas taxas de juros globais é uma condição necessária para que a estabilidade prossiga nos Estados Unidos", afirmou Kohn, que participou ontem de um seminário organizado pelo Centro

Financeiro Econômico e Europeu, em Londres. O vice-presidente destacou também que o Fed está atento aos desequilíbrios globais de comércio e de fluxos de investimento e a qualquer impacto sobre os preços e a estabilidade da produção industrial nos Estados Unidos. "Os desequilíbrios são importantes à medida que afetam a macroeconomia americana", afirmou. Kohn não falou a respeito de perspectivas para a economia dos Estados Unidos. (Reuters)

mi em junho

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caderneta de poupança teve em junho captação positiva de R$ 431,567 milhões, de acordo com dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC). Os novos depósitos somaram R$ 59,965 bilhões, enquanto os resgates ficaram em R$ 59,533 bilhões. Os rendimentos creditados nas contas de poupança alcançaram R$ 1,083 bilhão. Com isso, o saldo total de aplicações em poupança aumentou dos R$ 165,255 bilhões de maio para R$ 166,770 bilhões no final de junho. Em maio, houve captação negativa. (AE)


Ano 81 - Nº 22.164

São Paulo, sexta-feira a domingo, 7 a 9 de julho de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h55

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

Bola dourada na final azul

Marlene Bérgamo/Folha Imagem

Agentes de luto, presos largados. Para cada agente morto, 24 horas de luto. Agentes paralisaram 21 presídios, como o da foto, em Araraquara.

Foge o bandido que sabe demais Bozinho é acusado de matar o prefeito Celso Daniel (PT). Sua fuga deixou 2 mortos e o processo suspenso. O bandido Bozinho, ou Rodolfo Rodrigo de Oliveira, é um arquivo vivo comprometedor. Ele acusa o deputado Greenhalgh (PT-SP), que o desmente, de tê-lo torturado para obter a confissão de que assassinou o prefeito Celso Daniel, em 2002, para reforçar a tese de "crime comum". Cidades/5

Reação de Alckmin ao saber que presidente dobrou patrimônio entre 2002 e 2006. Página 3

Crescimento dos bens é fruto de "poupança de parte do salário como presidente", diz PT.

TV Globo/Divulgação

LULA "RIQUINHO"

Valéria Gonçalvez/AE

Chegam as bandidas Parada técnica de Mercadante

O candidato do PSDB (foto) faz teste do couro em visita à Francal, no Anhembi. Pág. 8

Candidato do PT com Luxemburgo (abaixo), na Bolsa de Café, em Santos. Pág. 8

Clayton de Souza/AE

Voleio de Serra: mira e chuta.

Salma Hayek e Penélope Cruz (esq.) são as Bandidas, bangue-bangue em tom de comédia que estréia hoje. Elas duelam com homens de maus bofes e se impõem com tiros certeiros: beleza e charme. Na Globo, Manoel Carlos ataca de novo como telenovelista e põe no ar o casal Ana Paula Arósio e Edson Celulari, em Páginas da Vida (acima). E mais: entrevista com a escritora Adélia Prado e O Poderoso Coppola II, na Roda do Vinho.

DCultura HOJE

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AMANHÃ

Divulgação

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sexta-feira, sábado e domingo, 7, 8 e 9 de julho de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Cidades

11 Meu atendimento é tradicional. tradicional. O cliente chega, O cliente quebra chega, o pão ao quebra meio, passa o pãono aoantepasto meio, e come. Alexandre Franciulli, passa no antepasto e come. da 14 de Julho

Fotos de Leonardo Rodrigues/Hype

Angelo Lorenti, de 44 anos, é um dos proprietários da padaria italiana Basilicata, localizada na rua 13 de Maio, no Bexiga: produtos artesanais e muitas saudades da velha Bela Vista das famílias italianas.

BALCÕES QUE CONTAM HISTÓRIAS São Paulo preserva suas tradições nos locais mais insuspeitos. Por trás de cada balcão de padaria, especialmente nas de origem italiana e portuguesa, escondem-se as melhorias iguarias de cada cultura, já incorporadas ao dia-a-dia dos paulistanos. O pão, a lingüiça, o pão-de-ló, a sfogliatella, os antepastos e até as coxinhas disputam espaço com uma São Paulo do início do século 20, relembrada em animadas conversas regadas a pão e vinho. Rejane Tamoto

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xistem histórias que não se esquecem. E sabores também, principalmente quando se trata da capital da gastronomia. Esse status que São Paulo têm se deve – e muito – à imigração européia, principalmente italiana e portuguesa, que desembarcou no Brás quando os ares provincianos de São Paulo começavam a experimentar o progresso e a multiplicação de bairros, no início do século XX. A contribuição desses imigrantes podem ser experimentadas até hoje em padarias (algumas centenárias) que resistiram às mudanças pelas quais seus bairros passaram. Esses estabelecimentos ainda reproduzem as receitas das iguarias feitas pelos seus fundadores. Não só os sabores continuam os mesmos. Algumas dessas padarias são um oásis em meio a lanchonetes que usam e abusam do atendimento moderno – e rapidinho. Sãoempreendedoresquenãoabrem mão de uma receita herdada de avós e bisavós. Paulo Pampolin/Hype Conquistam clientes com o bom e velho atendimento amigo, com o tapinha nas costas e com muita conversa despretensiosa sobre o balcão. O canole italiano Na cidade, há cerca de nove padarias ultra tradicionais segundo o Sindipan (Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria de São Paulo). A reportagem do DC conferiu a história de seis estabelecimentos, os mais antigos. Em parte deles, comprados por novas famílias, o peso da data de fundação é uma propaganda eficiente e garante a casa sempre lotada. De outro lado, nas padarias nas quais os comerciantes que hoje estão à frente dos negócios são da mesma família responsável pela fundação, o chamariz é puramente subjetivo. Nelas, o carinho do dono pelo balcão é o que garante os bons negócios. Carinho – Quem ilustra bem essa situação é Silvio Albanese, o proprietário da padaria São Domingos, fundada em 1892, na Bela Vista, o tradicional Bexiga. Com 46 anos e formado em administração, Silvio não desgruda o olho da padaria, que é a menina de seus olhos – e de seu irmão, Felipe. "Parece que tem algo que me chama, que me atrai à São Domingos", disse. Segundo Albanese, o segredo para a fama do estabelecimento, que recebe pedidos de pão italiano de todo o País, é que a família calabresa natural de Lauri, sempre trabalhou lá. "Além disso, tenho um carinho grande por isto aqui, nasci e cresci neste prédio". Outro costume carinhoso e típico das padarias tradicionais é a atenção ao cliente. E não é o

Aduário Figueiredo e sua filha Teresa: tradições portuguesas mantidas na padaria Folar, localizada no Pari

Alfredo Martins, proprietário da padaria Lisboa

tipo de atenção que está nos manuais de atendimento, mas aquele que convida ao bate-papo e à degustação de produtos, sem pressa. Essa é a receita de Alexandre Franciulli, de 35 anos, proprietário da padaria 14 de Julho, fundada no Bexiga em 1897, pela família de Castelabatti e De Napoli. "Meu atendimento é tradicional. O cliente chega, quebra o pão ao meio, passa no antepasto e come. No balcão ele desabafa, toma vinho e joga conversa fora. Isso não existe no suPaulo Pampolin/Hype permercado", comparou. "O tratamento é diferenciado, mas não recomendo que pessoas enjoadas venham aqui, porque a coisa é meio abrutalhada mesmo", avisa. Essa ressalva, disse ele, serve para os clientes que exigem convenções, como guardanapos e taças Antepasto de azeitona especiais. "Os refinados podem não se sentir satisfeitos. Porque pego o pedaço de pão, passo na sardela e sirvo. Se cair um pouco na camisa, é natural. O meu público, de classes A e B, vêm de outros bairros e são pessoas simples". Um desses clientes é o engenheiro Daniel Mano, de 31 anos, descendente de italianos e portugueses. Uma vez por mês ele passa na 14 de Julho em busca dos produtos que, segundo ele, são diferentes das rotisserias tradicionais da

para ficar abertos por mais tempo. Mesmo assim, nossos clientes vêm de várias regiões da cidade porque preservamos a área da padaria". Mesmo forno – Silvio Albanese, da quarta geração da família fundadora da São Domingos, ainda guarda histórias do tempo dos avós. Ele conta que eles produziam os pães no fundo da chácara, que hoje sedia a padaria. "O forno que eles instalaram na época ainda é o mesmo. É centenário, segredo do nosso pão italiano". A princípio, a família abastecia a colônia italiana do bairro, com entrega em domicílio. Em 1913, uma reforma inseriu o balcão, que até hoje forma filas de clientes. "Em 1924, o povo queria saquear a padaria, por conta do movimento tenentista. Meu bisavô, na época, disse a eles que não precisavam saquear e distribuiu todo seu estoque. Ainda nesse período, no pós-guerra, só podíamos vender dois pães por pessoa". O mesmo povo tentou invadir a padaria 14 de julho, que também abastecia os italianos do bairro. O proprietário Alexandre Franciulli contou que o avô Rafaeli Franciulli entregava pães nas vendas usando uma carroça. Mas foi o pai, Wilson Franciulli, Paulo Pampolin/Hype quem expandiu os negócios da família e adquiriu a padaria Italianinha, em 1978. "Ele vendeu a 14 de Julho para outra família italiana, mas 20 Pão italiano redondo anos depois eu a re-

Mooca, bairro onde reside. Além de consumir o pão italiano e os recheados com lingüiça ou berinjela, ele gosta mesmo é do atendimento. "O Alexandre é muito generoso e oferece muitos itens para degustação. Freqüento aqui há dois anos e quem me apresentou a padaria foi meu pai". O descendente de por- Pão-de-ló português tugueses, Alfredo Martins, de 85 anos, dono da Lisboa Indústria de Panificação, fundada em 1913 no bairro do Tatuapé, na zona leste da cidade, também não larga do balcão. Nem a idade o desanima a parar de trabalhar. "Chego de manhã, vou ao banco, faço pagamentos, fico no balcão e olho a padaria". Testemunhas – Do outro lado do balcão, além de histórias de clientes, esses comerciantes também são testemunhas das transformações experimentadas pelos bairros em que sempre viveram. O proprietário da São Domingos lembra de uma Bela Vista boêmia, que tinha como filhos Adoniran Barbosa e os Demônios da Garoa. Menos famosas, mas igualmente saudosas, são as famílias italianas que no fim da tarde colocavam cadeiras na calçada para ver a vida passar. Todos os dias iam à padaria comprar o pão italiano artesanal. "Hoje as famílias tradicionais se mudaram porque não existe mais condição de criar um filho no bairro, cada dia mais perigoso por conta da degradação. Fechamos o comércio às 20h porque não dá


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Transpor te Saúde Memória Ciência

comprei e ainda uso a receita italiana de 110 anos", disse Alexandre. Clima de província – O comerciante Nicola Lorenti Neto, de 55 anos, um dos proprietários da padaria Basilicata foi morador da rua 13 de Maio durante 15 anos. Para ele, a principal mudança pela qual o Bexiga passou é que se tornou um bairro mais cosmopolita do que tradicional e, com isso, perdeu um pouco da originalidade. "Tenho mais clientes de fora daqui porque o bairro se tornou comercial. As ruas, antes tranqüilas, onde as pessoas punham cadeiras para Leonardo Rodrigues/Hype sentar, é do tráfego e do comércio". Quem também lembra do clima de interior com saudades é o proprietário da padaria Lisboa, no Tatuapé, Alfredo Martins, de 85 anos. "O Tatuapé era uma província com muitas chácaras, olarias junto ao rio Tietê e vacarias. Lembro que entregáFachada da Basilicata vamos os pães de carroça para famílias que moravam a 5 quilômetros da praça Silvio Romero". Essas cenas bucólicas deram lugar, no decorrer dos anos, a casas, prédios residenciais e comerciais de alto e médio padrão. Essas mudanças, que se tornaram cada vez mais efetivas a partir da década de 50, foram acompanhadas pelo comerciante. "Em 1952, investi na padaria e a transferi para outro prédio na mesma praça. Troquei todos os equipamentos. Em 1972, ampliei novamente a padaria e hoje ela tem 900 m². É a mais antiga que existe na região, sob o comando da mesma família", afirmou. Racionamento – O momento mais difícil vivido pelos Martins foi o pós-guerra, quando a padaria Lisboa não deixou de produzir pães. "De 1945 a 1948 tivemos racionamento de farinha de trigo e chegamos a ter 2.500 clientes cadastrados para receber 100 g de pão por pessoa. Naquela época, ainda não havia o pão francês, só o filão, que a gente cortava para distribuir". Para a família fundadora da padaria São Domingos, o ano marcante foi 1968, quando os pais de Silvio Albanese receberam uma carta da Prefeitura, comunicando a desapropriação do terreno para a construção da ligação Leste-Oeste. "Meus pais lutaram muito para manter o prédio e conseguiram desviar o viaduto. Foram anos bastante difíceis, pois fecharam a rua. Mas os clientes eram tão fiéis, que pulavam todo aquele monte de areia só para buscar o pão". Vantagem – Embora a família Albanese tenha perdido algumas propriedades por causa do viaduto, Silvio considera o lado positivo dessa situação. "As vendas cresceram porque a padaria ficou mais visível e não há carro que passe pelo Elevado que não a veja". Além da boa localização, o comerciante atribui o sucesso de vendas ao pão italiano, feito artesanalmente, com fermentação natural. "Os ingredientes continuam os mesmos, desde a época do meu bisavô. O que mudou é que entregamos com embalagem". Segundo Silvio, são vendidos cerca de 500 a mil pães italianos (do tipo filão tradicional ou redondo pequeno) por dia. A casa também é conhecida pelos pães recheados com lingüiça artesanal temperada com erva-doce. "Vendemos para restaurantes, que são nossos clientes há 50 anos. E também para empórios, padarias e supermercados de outros Estados, por telefone ou pela internet", revelou. A venda para outras cidades brasileiras, que existe há quatro anos, responde por 20% da venda mensal e, tudo isso, graças ao pão pré-assado, uma tecnologia desenvolvida para que os clientes terminem de assar em casa o pão Padaria 14 de Julho congelado. "O cliente local também procura o produto porque hoje em dia todos só querem consumir pães quentes, sejam italianos ou não". Além dos pães, a São Domingos também é famosa pelos doces italianos, como a pastiera di grano, sfogliatella (massa folhada recheada de ricota e frutas cristalizadas), canole e torta de ricota. Desse mix de produtos, são vendidos cerca de 300 unidades por dia. O sucesso da São Domingos faz Silvio procurar um endereço para a futura filial. "Estou procurando um bairro com o perfil ideal. Por enquanto, penso que a Vila Madalena de hoje é o Bexiga de ontem, de 20 anos atrás, porque é boêmia e tem um clima alegre", afirmou. Produtos – O padeiro e dono da padaria 14 de Julho, o comerciante formado em direito Alexandre Franciulli, disse que a cozinha italiana é algo que preenche até suas horas vagas. "Em vez de bagunçar, beber, sento com minha mãe na cozinha e invento um antepasto ou um pão diferente". Esse é outro segredo da 14 de Julho, cujo movimento é concentrado no fim da tarde e nos fins de semana. Alexandre cria novidades quase todas as semanas e, além de vender os tradicionais pães italianos recheados, cria variadas receitas baresas (de Bari), calabresas e napolitanas. No cardápio figuram diversos tipos de antepastos, como os vários sabores de patês feitos com queijo allouete (R$ 42,90 o quilo) que, segundo ele, não ressecam como a ricota.

DIÁRIO DO COMÉRCIO

PARA CONQUISTAR CLIENTE, O PESO DA TRADIÇÃO

sexta-feira, sábado e domingo, 7, 8 e 9 de julho de 2006

Vendemos somente produtos que fabricamos. Não temos copa porque somos padaria mesmo. Tereza Figueiredo, da padaria Folar

Fotos de Paulo Pampolin/Hype

Alexandre Franciuli, proprietário da 14 de Julho: "Nosso diferencial é que, mesmo sendo um comércio pequeno, vendemos o que os outros não vendem"

NO CENTRO, RESISTÊNCIA Apesar da degradação da região central, padarias tentam manter as antigas tradições

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em todas as padarias antigas da região central da cidade mantiveram as tradições das famílias fundadoras. A degradação dessa região, no entanto, não fez com que esses comércios sucumbissem. Eles foram adquiridos por outras famílias, que investem e acreditam na região. É o caso da padaria Santa Tereza, fundada em 1872 pelas famílias Vaz e Maria Rodrigues, que sobreviveu à degradação do Centro graças ao investimento do atual proprietário, Marco Antônio Maturana, que a adquiriu em 1995. Embora não tenha acompanhado a história dos proprietários antigos, o atual dono não pára de realizar investimentos. Em outubro, ele deve investir R$ 500 mil na inauguração de um espaço de 250 m2, com cozinha e um salão para servir refeições no andar de cima da padaria, que contará até com elevador. "Reformo para atender ao público exigente, de juízes, desembargadores e advogados que vêm almoçar no balcão. Quero atender melhor esses clientes". A modernização da padaria também passou pela troca de equipamentos e, hoje, a Santa Tereza é um mix que reúne padaria, confeitaria, restaurante, lanchonete e serviço de buffet. "Sirvo pratos individuais e o mais famoso é o filé à parmeggiana. Em dias frios, vendo de 300 a 400 cremes, dentre os sabores: aspargo, mandioquinha, palmito, ervilha, espinafre e feijão". Tradição - Embora revitalize o comércio e a região, a modernização da padaria não é a única responsável pela alta movimentação de clientes no estabelecimento, que chega a 1500 por dia. Itens tradicionais também pesam na preferência do público que busca a velha receita do salgado coxa-creme, da canja, e do sanduíche de pernil. O atendimento de antigamente também conquista. Por isso, o comerciante manteve funcionários que trabalham na mesma padaria há mais de 30 anos. Um deles é o atendente Pedrosa, que trabalha na Santa Tereza desde 1970. O advogado Ricardo Raboneze, de 39 anos, freqüentador da padaria há 10 anos disse que ser atendido sempre pelo Pedrosa é um diferencial. "Não preciso nem dizer que prato

eu quero. Ele já sabe". O peso da tradição na conquista do cliente é reconhecido por Maturana. Tanto que ele adorna o local com retratos antigos da praça João Mendes, onde a padaria está localizada. "Aqui é o lugar mais lindo do mundo. O problema é que tem muito mendigo, camelô e tráfico de drogas. O Poder Público trabalha na revitalização, mas estamos dispostos a ajudar". Maturana defende a mudança das floriculturas que ficam em frente à padaria para o canteiro em frente. "É preciso limpar o Centro para que o turista freqüente aqui". Portugal - Em outros casos, antigas tradições dão lugar a outras. Foi o que fez o português de Póvoa de Lanhoso, Aduário Figueiredo, de 86 anos, quando comprou em 1962 uma padaria de italianos aberta em 1913, no Pari. Ao comprá-la, ele mudou o perfil do comércio e passou a vender suas próprias tradições. Hoje, a padaria Folar já pode contar sua próprias histórias. Com atendimento amigável, ela se destaca pelo pão tradicional português Folar, muito consumido na Páscoa e no Natal pelos descendentes de portugueses, que chegam a consumir 150 kg em um dia. O pão tem recheio de chouriço, paio e carnes defumadas naturalmente. Da antiga receita que Aduário aprendeu na cidade portuguesa de Trás-os-Montes, o que mudou foi o uso de produtos industrializados, para atender as normas atuais. Outra iguaria tradicional da

padaria Folar é o pão-de-ló, uma massa fofa sem adição de fermento, receita que trouxe da região de Margaride, em Portugal. "Vendemos somente produtos que fabricamos. Não temos copa porque somos padaria mesmo", explicou Tereza Figueiredo, filha de Aduário. A herdeira da Folar lembra de um Pari com residências e de um relacionamento mais informal com os clientes. "Vendíamos usando uma caderneta de fiados, na base da confiança. Nosso balcão é pequeno, mas a produção é grande". Hoje, as residências do Pari se transformaram em lojas de roupas e isso mudou completamente a característica da região e a clientela da Folar. "Vejo de tudo. Há pessoas que trabalham nos comércios que vêm buscar pães, há coreanos, bolivianos, árabes e muçulmanos. E também pessoas de outros Estados, que estão no bairro a turismo de negócios. Bem diferente de antes, quando era habitado por portugueses e italianos". Aos sábados, o perfil dos clientes da padaria é variado e a clientela vem de longe buscar o pão de milho tradicional ou o papo-seco. Uma das poucas moradoras da região, Amali Farah, de 76 anos, freqüenta a padaria há 39 anos e costuma presentear as amigas com pães. "Sempre compro o pão de torresmo e levo o papo-seco para minhas amigas que moram na rua Augusta e no Sumaré". (RT)

O sabor diferenciado dos produtos que Alexandre inventa é explicado pelo uso de ingredientes importados, naturais e sem conservantes. "A própria natureza se incumbe de conservar, com óleos e outras coisas que fabricamos". Alexandre vende cerca de 3 mil pães entre o italiano filão, redondo ou recheado. "Nosso diferencial é que, mesmo sendo um comércio peCoxa-creme: iguaria queno, vendemos o que os outros não vendem. Assim que vendo meus pães ao supermercado, já invento outro tipo para vender aqui". A aposta em produtos importados e exclusivos – além da venda de 4 mil unidades/dia de pão italiano – é a estratégia de outra antiga senhora do bairro do Bexiga: a padaria Basilicata. Localizada na rua 13 de Maio, a padaria foi fundada em 1914 pelo italiano Felipe Ponzio, da re-

gião de Basilicata, que deu o nome ao estabelecimento. O bisneto de Felipe, Ângelo Lorenti, de 44 anos, é quem admiMorango e chocolate nistra atualmente o estabelecimento e mantêm a tradição na execução do pão (feito em processo artesanal que dura seis horas) e assado em um forno a lenha de barro de 8 metros de diâmetro. "Cerca de 90% da produção de pães destina-se à venda ao atacado, aos restaurantes, supermercados e hotéis dentro e fora do Estado". Quem ajuda a manter essa tradição são os irmãos de Ângelo, Vittório Lorenti e Nicola Lorenti Neto, além do primo Antônio Laurenti. Outra especialidade da Basilicata são os doces italianos tradicionais, como sfogliatella, canole, torta de ricota, pastiera di grano (torta com trigo em grão) e uma variedade de patês, que são vendidos em embalagens de 150 g (R$ 6,00).

Além disso, a casa tem o diferencial de vender secos e molhados de origem italiana, portuguesa e espanhola, atraindo clientes de alta renda e até mesmo chefs de cozinha. Para Alfredo Martins, o segredo da padaria Lisboa é a qualidade do pão, seja o típico francês, como também o especial (carequinha), caseiro ou o italiano (filão e bengalinha) e também o fato de não servir refeições. "Aqui sirvo lanches, salgados, confeitos e pães. Não dá para ter restaurante e padaria ao mesmo tempo, senão algum dos dois irá mal", disse. Sem revelar a quantidade de pães que vende, ele afirma que abastece clientes dos bairros da zona leste, como Belém e Vila Carrão. "Tenho uma freguesia que dispõe de autoTortas e bolos móveis e que vem buscar o pão aqui todos os dias". (RT)

Padaria Santa Tereza, fundada em 1872 pelas famílias Vaz e Maria Rodrigues, sobreviveu à degradação do Centro graças ao investimento de Marco Maturana


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 7, 8 e 9 de julho de 2006

3 Risquei Coubertin do meu vocabulário. Vamos a Berlin ganhar." Raymond Domenech,

Tenho um time maravilhoso. Os garotos vão estar de tanque cheio no domingo." Marcello Lippi

Arte de Abê sobre fotos de Jerry Lampen/Reuters (Zidane) e Patrick Hertzog/AFP (Totti)

Z

O ÚLTIMO BAILE

inedine Zidane se despedirá dos campos no domingo e, mais do que todos os companheiros franceses e adversários italianos, merece o título de campeão do mundo coroar uma das mais emsucedidas carreiras da história do futebol. Não é por ele, no entanto, que o craque francês se dispõe a jogar mais uma vez tudo o que sabe na decisão da Copa, como fez questão de publicar no site da Federação Francesa: - Seria magnífico conquistar o título, não só para nós, para os 23 jogadores, mas para todos os dirigentes, para todas as pessoas que nos apoiaram. Falo dos que nos apoiaram desde o início, não dos que foram se unindo a nós no meio do caminho. Zidane, como outros jogadores franceses, está ressentido com o volume e o tom das críticas a Les Bleus antes que derrotassem a Espanha por 3 a 1,nas oitavasde-final, e, por isso, esnoba o enorme entusiasmo que se segiu ao 1 a 0 sobre o Brasil, nas quartas, e ao novo 1 a 0 diante de Portugal, na semifinal. As reclamações dos torcedores e da imprensa francesas eram

constantes. Ninguém acreditava no time, considerado "velho demais" por muita gente. Barthez, Vieira, Makelele, Zidane e Thurram têm mais de 30 anos, mas, com exceção do atrapalhado goleiro, provaram sua eficiência e desmentiram os prognósticos de que a seleção voltaria muito cedo para casa e o maestro Zidane teria uma melancólica festa de despedida. Agora, principalmente depois da exibição de gala na vitória sobre o Brasil, Zidane é novamente tratado como grande regente da orquestra que pretende dar o tom ao último baile da Copa, domingo, em Berlim. As críticas ajudaram a fortalecer a união do elenco, aposta Zidane: - Demos nossa palavra, vamos até o fim juntos. Seria fantástico alcançar o título mais uma vez, e somos 23 para conseguir isso. Não é diferente, porém, a disposição dos italianos, que ontem se despediram de Duisburg com casa cheia para ver o último treino antes do embarque para Berlim, onde treinará hoje no palco da final - o Estádio Olímpico. O treino marcou o primeiro encontro dos

italianos com a bola predominantemente dourada que foi fabricada pela Adidas exclusivamente para o jogo que decidirá o título mundial. A Azzurra treinou com os portões abertos, mas apenas o único jogador a conversar com os repórteres foi Del Piero, autor do segundo gol na vitória sobre os alemães e permanentemente inconformado com a reserva. Talvez por isso não demonstre tanto otimismo: - Eu acho que a França é favorita, pois eles certamente tiveram menos dificuldade que nós para chegar à final. Mesmo sem ouvi-lo, o treinador Marcello Lippi discorda: - Os garotos estarão cheios de gás. Acho que todos podem ver que estamos melhorando o tempo todo. Os jogadores cresceram no decorrer do torneio, tanto emocional quanto fisicamente. É um time maravilhoso. Tem um espírito de equipe incrível, e isso costuma ser a diferença entre dois times tecnicamente talentosos que se equiparam em todas as outras áreas e pode nos dar uma vantagem decisiva. Lippi aposta também no seu regente, justamente o homem que

tem deixado Del Piero no banco, o meia Francesco Totti, um dos muitos craques que chegaram a esta Copa ainda em fase de recuperação de fortes contusões e, até por isso, está desobrigado das obrigações defensivas e escalado como segundo atacante: - Era vital acreditar nele, precisávamos deixá-lo jogar. Totti é um jogador singular, único, e é por isso que deixou de jogar apenas uma vez, quando percebi que estava muito cansado. O técnico faz questão ainda de enfatizar a confiança em seu capitão Cannavaro, que disputará sua 100ª partida pela seleção e está sendo investigado no processo que apura a manipulação de resultados no Campeonato Italiano. Diz Lippi: - Ele está fazendo uma Copa fantástica. Eu o considero o maior zagueiro do mundo. Parceiro de Cannavaro na zaga, já que o titular Nesta mais uma vez não poderá atuar, Materazzi também está confiante e espera que não lhe sobre muito trabalho no combate a Zidane: - Ele é grande, mas Gattuso vai nos ajudar contra ele.

Tanta confiança se justifica pela melhor campanha da Azzurra na Copa, algo que os observadores da Fifa corroboram ao listar os dez jogadores que estão concorrendo à Bola de Ouro. Além do título, o jogo tem motivação especial para os quatro italianos (goleiro Buffon, o lateral Zambrotta, o zagueiro Cannavaro e o volante Pirlo) e três franceses (o meia Zidane, o atacante Henry e o volante Vieira) que estarão disputando também o prêmio de melhor jogador da Copa. Este é um prêmio, porém, que parece ter destino certo se a Itália não for a campeã, como reconhece o comentarista Paolo Rossi, que os brasileiros conhecem tão bem de outra Copa, a de 1982: - Eu gostaria de escolher Cannavaro ou Buffon pelo que fizeram pela Itália, mas acho que até agora tem de ser Zinedine Zidane, tanto por seu modo de jogar quanto pela carreira extraordinária.Ninguém pode dizer que ele não merece. A esperança dos italianos é que Totti, o regente que não entrou na lista dos melhores, discorde inteiramente...


Logo Logo 7 DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO Antes, era a direita contra a direita. Agora, com a direita contra a esquerda, fica mais interessante [a disputa eleitoral na América Latina]. A direita não é mais a que era. A esquerda também não é mais a que era. Essa é uma luta democrática, de idéias.

sexta-feira, sábado e domingo, 7, 8 e 9 de julho de 2006

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JULHO

Pagamento de FGTS Entrega da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF)

Do ministro das Relações Exteriores Celso Amorim, sobre as eleições no México.

I NDÚSTRIA C HINA

O código Coca-Cola

País dos pequenos imperadores A agência de notícias Xinhua noticiou ontem que um chinês desesperado comprou vinte bonecas Barbie para acalmar sua filha de oito anos, que chorava muito. "O homem estava tão desesperado para agradar a sua filha que gastou US$ 625 em dez mochilas escolares e 20 bonecas Barbie", disse a agência. "O exagero de compras do pai acabou assustando a filha, que parou de pedir presentes, mas o dinheiro perdido enraiveceu sua esposa, que ameaçou divorciar-se dele". Espera-

se que os filhos mimados e conhecidos como Pequenos Imperadores - um resultado da política de filho único da China provoquem uma explosão no consumo nacional na próxima década. A política de filho único foi iniciada em 1977 para controlar uma população que atingiu oficialmente 1,3 bilhão de pessoas no ano passado. Mas a história da boneca Barbie teve um final feliz: a sogra do homem devolveu as mochilas e bonecas e a loja restituiu todo o dinheiro. (Reuters)

P ATRIMÔNIO Valentina Petrova/AFP

Com a ajuda da rival Pepsi, Coca-Cola evita o roubo de sua fórmula secreta

A

história é digna de um enredo de espionagem para um best-seller escrito pelo autor de O código Da Vinci, Dan Brown. E com final feliz, já que a Coca-Cola, a vítima da história, conseguiu colocar na cadeia os três criminosos que a ameaçavam. Mas o mérito, na verdade, é todo da Pepsi Co, a rival mundial da Coca-Cola. Tudo começou há alguns m e s e s , q u a n d o J o y a Wi lliams, de 41 anos, uma executiva da Coca-Cola e seus cúmplices Edmund Duhaney, de 43 anos e Ibrahim Dimson, de 30 anos acharam que poderia ser um lucrativo negócio roubar os segredos industriais da Coca-Cola. Depois de levantar informações relevantes, eles procuraram a maior interessada nesses segredos, a

Pepsi - por meio de uma carta anônima assinada por "Dick". Fizeram a oferta e fixaram um preço: US$ 1,5 milhão. A Pepsi imediatamente procurou o FBI, que orientou seus executivos a continuarem a negociar a compra das informações. Enquanto os executivos da Pepsi se divertiam com a brincadeira, o FBI conseguiu levantar pistas dos criminosos até colocá-los na cadeia. As autoridades informaram ontem que, entre as provas obtidas contra o trio estão imagens das câmeras de segurança da Coca-Cola que mostram a executiva Joya Williams guardando arquivos confidenciais em seu bolso, e levando consigo uma amostra de uma nova bebida da companhia. Os executivos da Pepsi, sob orientação do FBI, chega-

ram a comprar esse material por cerca de US$ 30 mil. "A competição pode ser feroz às vezes, mas também tem de ser justa e legal. Agradecemos as autoridades e ao FBI por terem identificado as pessoas responsáveis por isso", disse um porta-voz da Pepsi. O presidente executivo da Coca-Cola, Neville Isdell, fez uma declaração pública destacando "sincero apreço" pela atitude da Pepsi, enquanto o porta-voz da Pepsi, Dave DeCecco, disse que a Pepsi "fez o que qualquer companhia responsável teria feito. A concorrência pode ser feroz, mas deve ser justa". A Coca-Cola também anunciou que pretende rever seus sistemas de segurança para proteger sua propriedade intelectual. (Agências)

O site do Diário do Comércio lançou a seguinte enquete para ser respondida pelos internautas: Qual país você prefere que ganhe a Copa do Mundo de 2006? A França, algoz da seleção brasileira, está com pouco mais de 30% dos 1.697 votos registrados. A Itália tem pouco mais de 50% dos votos (veja gráfico abaixo). Outros 8,7% dos internautas demonstraram sua decepção com o Mundial da Alemanha respondendo que não gostariam de ver nenhuma das duas seleções européias com a taça nas mãos.

AFP

L

Um artista restaura os afrescos, datados do século 11, da igreja Boyana, a "jóia da Coroa de Sofia". A igreja acaba de entrar para a lista de patrimônios culturais da Unesco como "obra-prima da arte mundial".

C INEMA

B RAZIL COM Z

Imigrante ilegal: um canguru

Morre cineasta Juan Pablo Rebella

Ainda no topo do ranking

Um canguru surpreendeu, nesta semana, a cidade de Sintra, a 30 quilômetros de Lisboa. Com cinco meses de vida, o canguru rondou a cidade por três dias, dois deles dando 'olés' nos bombeiros e policiais mobilizados para resgatálo. Depois de capturá-lo, as autoridades portuguesas conseguiram identificar a origem do animal: a fazenda de um carpinteiro local que o mantinha ilegalmente como bicho de estimação junto a um cervo, avestruzes, carneiros, coelhos e outros quatro cangurus.

Morreu em Montevidéu, aos 32 anos o cineasta uruguaio Juan Pablo Rebella. Ele nasceu em 1974, estudou na Universidad Católica e pouco depois começou a trabalhar com Pablo Stoll, com quem dirigiu 25 Watts e Whisky, considerados pelos críticos como dois dos melhores filmes uruguaios, ambos premiados internacionalmente. Whisky (2004) conta a história de um homem de 60 anos que vive sozinho desde a morte de sua mãe e que inventa um casamento para impressionar o irmão.

O jornal canadense especializado em esportes SLAM! anunciou ontem, em antecipação o ranking oficial das seleções da FIFA, que o Brasil talvez consiga manter-se como a primeira do mundo, mesmo com seu mal desempenho no Mundial da Alemanha. Mas a grande novidade será a Itália, que deve chegar a um dos três primeiros lugares no ranking. Não se trata de uma especulação. Marius Schneider, chefe do serviço de informações da FIFA, disse ao jornal que os métodos de cálculo do ranking vão mudar, e isso dará novo fôlego a times como a Itália e a Alemanha. Sobre as quedas, Schneider mencionou apenas os EUA.

E M

C A R T A Z

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P ORTUGAL

HISTÓRIA - Um valioso documento foi encontrado recentemente em Altoetting, Alemanha: numa foto de outubro de 1840, Constanze (à esquerda), a viúva de Mozart, posa ao lado do compositor Max Keller e sua família. 2006 marca os 250 anos de Mozart.

M ARKETING

Mata-mata de marcas

Clássicos do cinema. Teorema, de Pier Paolo Pasolini (foto). Centro Cultural São Paulo – Sala Lima Barreto. Rua Vergueiro, 1000. Telefone: 3277-3611. 16h. Grátis.

A

PASOLINI Informações para seu bem-estar

A Samsung anunciou o desenvolvimento de um modelo de celular que permite que cegos possam receber mensagens de SMS em braile. Segundo o site PDA Live, o "Touch Reader" recebe as mensagens e converte em braile na parte inferior do aparelho. Ainda é um protótipo, sem data de produção oficial. www.pdalive.com/

O site Consumo & Saúde é um dos serviços oferecidos por um laboratório interdisciplinar da Faculdade de Farmácia da UFRJ. Independente e sem fins lucrativos, o site traz informações sobre alimentos transgênicos, diets e orgânicos, medicamentos, cosméticos. Além de orientações ao consumidor, o site também divulga resultados de pesquisas e análises realizadas no laboratório sobre produtos disponíveis no mercado e ainda notícias que possam ajudar o consumidor a fazer compras mais seguras.

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http://acd.ufrj.br/consumo/

A TÉ LOGO

Planos secretos desvendados Um documento que esboçava a resposta militar britânica a um ataque terrorista foi encontrado em uma vala de uma estrada, informou ontem o Ministério da Defesa. Trata-se de um dossiê de 45 páginas que foi parar nas mãos do jornal sensacionalista The Sun, roubado de um carro alugado por um oficial no ano passado. O documento continha informações sobre como agiriam as forças especiais britânicas no caso de um atentado terrorista, além de quantos helicópteros estariam disponíveis para decolar. O dossiê conteria também números de telefones de altas autoridades militares. E RRATA Na matéria de Astronomia de ontem, com o título Júpiter, energia de titã, houve um erro de edição. Jueves, Jeudi, Giovedì são os dias correspondentes a quinta-feira, e não a quarta-feira, como publicado.

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L OTERIAS

Os mais de cem mil alunos da rede estadual terão uma hora a mais de aula a partir de 2007 Falta de recursos é causa da paralisa na demarcação de terras indígenas, denuncia ONG

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Mensagens em braile

Brasil, que não conseguiram seguir na disputa. A empresa também patrocina atletas individuais e acredita que vale a pena investir 365 dias por ano no esporte. "Para nós é importante desenvolver produtos, e com os atletas conseguimos criar três modelos de chuteiras para diferentes tipos de jogador", diz Katia Gianone, gerente de comunicação corporativa da Nike do Brasil. Este foi o melhor ano da empresa no futebol, com US$ 1,5 bilhão em faturamento global previsto para o ano fiscal 2006. Em 1994, quando a Nike iniciou sua atuação no futebol, o negócio faturava no mundo US$ 40 milhões. Paulo Sérgio Quartiermeister, professor de Gestão de Marcas da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), vê uma estratégia diferente entre as três marcas para aparecer. "A Puma aposta em seleções africanas que têm garra, alegria. Já a Nike, com a aposta em atletas individuais, teve problemas, como as bolhas nos pés de Ronaldo". (AE)

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F AVORITOS

pretendemos massificar as vendas, mas nos estabelecermos como uma marca de futebol. Não queremos chegar ao ponto de influenciar na escalação de jogadores, como outras fazem". A Adidas, a outra finalista com a seleção da França, patrocinou ao todo seis seleções, além de fornecer as bolas oficiais dos jogos e vestir o trio de arbitragem. "A empresa espera ultrapassar US$ 1,2 bilhão de dólares em vendas este ano", diz Thaya Marcondes, gerente de marketing da Adidas Brasil. Segundo seus cálculos, ter a marca exposta na final do campeonato pode significar mais de 10 milhões, se considerados o tempo de exposições e o preço médio cobrados por inserções comerciais nos canais de TV. "Claro que houve um enorme investimento, mas chegar à disputa da taça gera uma enorme mídia espontânea". Já a Nike acredita não ter perdido tanto, apesar de ser patrocinadora de seleções consideras favoritas, como o

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G @DGET DU JOUR

final da Copa do Mundo, no próximo domingo, não será campo apenas de disputas entre as seleções de dois países. Também marca a disputa travada desde o início pela exposição na mídia dos fabricantes de material esportivo - principalmente as alemãs Adidas e Puma (fundadas pelos irmãos Adolph e Rudolph Dassler) e a americana Nike. A Puma teve sorte. Foi a patrocinadora do maior número de seleções - 12 no total -, mas a maioria tinha poucas chances de vencer, como Costa do Marfim, Togo e Irã. Com a Itália, de quem tirou o patrocínio da Nike, feito até a última Copa, conseguiu chegar à final. Segundo José Couto, diretor de marketing da empresa, este é o maior investimento da marca nos últimos 10 anos. "Estar na final é ter 300% a mais de exposição de imagem". A intenção, diz, não é ter a liderança do mercado. "A Puma investe em moda e qualidade de produtos. Não

G RÃ-BRETANHA

Pesquisadores protestam e pedem medidas urgentes para a segurança de museus no Rio

Concurso 1622 da QUINA 16

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segunda-feira, 10 de julho de 2006

Transpor te Urbanismo Distritais Tr â n s i t o

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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OBRAS DA AVENIDA SANTA CATARINA COMEÇAM EM AGOSTO

Em 2007, a obra será estendida para os outros 3,6 mil metros, incluindo a reforma das calçadas.

JABAQUARA EM FASE DE REVITALIZAÇÃO GIr A avenida Santa Catarina começará a ser revitalizada ainda este ano. O projeto inclui, entre outras coisas, a padronização das calçadas. Leonardo Rodrigues/Hype

Fernando Calderón, diretor licenciado da Distrital Jabaquara durante o evento Café com Negócios

“Temos de fazer essas obras agora. Não devemos depender apenas do governo para alcançarmos nossos objetivos. A adesão dos comerciantes deve ser de no mínimo 2/3. No caso das calçadas, os comerciantes

pagam o piso e a Prefeitura fica com as despesas da obra”. Para o subprefeito do Jabaquara, Cássio Freire Loschiavo, apesar de a avenida Santa Catarina pertencer às regiões do Jabaquara e de Santo Amaro, a

André Alves

Divulgação

derón, a revitalização da avenida envolve a padronização das calçadas, recapeamento, arborização, construção de um shopping ao ar livre, novas redes de varejo, melhorias na iluminação e despoluição visual.

subprefeitura a qual representa está empenhada na iniciativa. “Começaremos a revitalização pelo trecho entre as ruas João Barreto de Menezes e Conselheiro Elias de Carvalho. O objetivo é fazer da avenida um ponto turístico e um centro comercial da cidade”, afirmou. Loschiavo não sabe quando o projeto será concluído. Ele acredita que ainda este ano mais de mil metros da via seja recapeada. Em 2007, a obra será estendida para os 3,6 mil metros restantes, incluindo a reforma das calçadas. “O prazo dependerá da colaboração dos comerciantes". Para o arquiteto responsável pelo projeto, Issao Minami, a rua João Cachoeira é um exemplo da união dos comerciantes. A rua foi revitalizada e as vendas aumentaram cerca de 25%. O diretor-superintendente interino da distrital, José Paulo Tavares, aposta que a revitalização da avenida deve terminar em até quatro anos. "Com a ajuda dos comerciantes e da subprefeitura construiremos uma nova avenida”, concluiu.

JABAQUARA – A distrital, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde - UBS Cupecê, realizou a palestra Pé Diabético, para orientar sobre os cuidados com a pele e as unhas na prevenção de complicações crônicas dos diabéticos . Divulgação

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Distrital Jabaquara da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) promoveu, durante o evento Café com Negócios, a palestra Revitalização da avenida Santa Catarina, na zona sul. O encontro contou com a presença de representantes da distrital, da subprefeitura, de comerciantes e entidades de classe do bairro. O objetivo da iniciativa foi discutir soluções e propostas de revitalização da avenida, além de conscientizar os comerciantes do bairro sobre os benefícios da revitalização. O projeto começou a ser discutido e implantado lentamente no ano passado. A avenida, há dois meses, foi uma das dez ruas comerciais da capital escolhidas pela Prefeitura para ser revitalizada. “Devemos começar as obras em agosto. A parceria com a subprefeitura foi fundamental para o êxito do projeto”, disse Fernando Calderón, diretorsuperintendente licenciado da Distrital Jabaquara. Propostas – Conforme Cal-

PINHEIROS – O arquiteto e escritor Cláudio Moschella lançou o livroSão Paulo Pergunta na Distrital Pinheiros. O artista também expôs algumas de suas obras. O evento contou com a presença do superintendente, Ricardo Granja.

Agendas da Associação e das distritais

Hoje I Centro - A distrital promove o

"Curso de analista operacional de exportação – Workshop Exportação", ministrado por José Alarico Rebouças e Luiz Victor. Às 8h30. I São Miguel - A distrital realiza reunião do núcleo setorial de salão de beleza do "Projeto Empreender", com o consultor Valdeir Gimenez. Às 18h.

Amanhã I Centro - A distrital promove

"Curso de analista operacional de exportação – Workshop Exportação", ministrado por José Alarico Rebouças e Luiz Victor. Às 8h30. I Centro - A distrital promove "Café da manhã do Movimento Degrau" com a Imprensa. Às 9h. I Seminário – O coordenador do Comitê Técnico da Comissão de Política Urbana da ACSP, Gerson Gomez, participa do Seminário Aula São Paulo, com Palestra "Mutação & Requalificação Urbana: o Parque Expo de Lisboa & o Porto Digital de Recife". Às 10h, no auditório da Prefeitura Municipal, Viaduto Jacareí, 15/7º andar. I Exterior – Reunião da Comissão de Comércio Exterior da ACSP, coordenada pelo vicepresidente Renato Abucham. Às 17h, na sede da entidade, rua Boa Vista, 51/11º andar, sala Tadashi. I São Miguel - A distrital realiza reunião do núcleo setorial de bufês e eventos do "Projeto Empreender", com o consultor Valdeir Gimenez. Às 19h. I São Miguel - A distrital realiza reunião da Diretoria Executiva e do Conselho Diretor. Às 19h. I Pinheiros - A distrital, em parceria com a OAB, promove o "I Fórum Jurídico da Vila Madalena", com o tema Crimes Ambientais, ministrado pelo dr. Fernando José da Costa. Abertura às 19 h. I Áustria – O vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo e coordenador da São Paulo Chamber Of Commerce, Alfredo Cotait Neto, participará nos dias 11 e 12 do seminário Regiões Parceiras, na cidade de Linz, na Áustria. O evento reunirá governantes dos seis estados mais importantes dos seis principais países do mundo, integrando a delegação do governo do Estado de São Paulo. I Jabaquara - A distrital realiza reunião ordinária. Às 19h30.

Quarta-feira I São Miguel - A distrital realiza

reunião do núcleo setorial de Escolas particulares do "Projeto Empreender" , com o consultor Valdeir Gimenez. Às 9h.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 10 de julho de 2006

Às vezes, o goleiro fica torcendo para não vir nenhum chute. Nesta Copa, isso nunca me passou pela cabeça.” Buffon, goleiro campeão

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Completar 100 jogos pela Seleção foi um milagre em minha vida.” Cannavaro

almanaque Celso Unzelte

Foram marcados 147 gols em 64 jogos, média de 2,29 por partida. É a segunda marca mais baixa de todas as 18 Copas disputadas. Supera apenas a do Mundial da Itália, em 1990, quando foram marcados 115 gols em 52 jogos (média de 2,21). Com as estréias de Trinidad e Tobago, Costa do Marfim, Angola, Gana, Togo e Ucrânia, sobe para 75 o número de países que disputaram a Copa pelo menos uma vez (a Fifa considera a Sérvia e Montenegro e República Checa sucessoras de Iugoslávia e Checoslováquia). Artilheiro com 5 gols, o alemão Miroslav Klose tornou-se o segundo jogador em todos os tempos a marcar cinco vezes em duas Copas (havia alcançado a marca também na C o ré i a e n o J a p ã o , e m 2002). Além dele, somente o peruano Cubillas fez cinco gols por Copa disputada, em 1970 e em 1978. O brasileiro Ronaldo, ao marcar três gols em 2006, chegou a 15 na história das Copas. Tornou-se, com essa marca, o maior artilheiro de Mundiais, superando os 14 gols do alemão Gerd Müller. Na vitória por 3 a 0 sobre Gana, pelas oitavas-de-final, Adriano marcou o gol número 200 da Seleção Brasileira em Copas do Mundo, marca que somente o Brasil, até hoje, alcançou. A Alemanha, segunda colocada, fechou a Copa do Mundo que patrocinou com 190 gols. Cafu chegou a 20 jogos de Copa do Mundo com a camisa da Seleção Brasileira, superando os antigos recordistas Taffarel e Dunga, que tinham 18 partidas em Mundiais. No jogo Suécia 2 x 2 Inglaterra, o sueco Allback marcou o gol nº 2.000 da história das Copas. Eliminados nos pênaltis, França, Inglaterra, Argentina e Suíça terminaram invictas. Os suíços, sem sofrer um único gol. A França é o primeiro vice invicto em Copas. Pela segunda vez o título foi decidido nos pênaltis. A Itália havia perdido todas as vezes em que disputou a classificação (para a Argentina, nas semifinais, em 1990; para o Brasil, na decisão, em 1994; e para a França, nas quartas, em 1998), mas dessa vez levou a melhor. A campeã Itália permanece sem perder nenhum jogo em Copas disputadas na Europa desde os 2 a 1 para a Polônia, no Mundial também disputado na Alemanha, em 1974. Na final que consagrou a Itália tetra, Cannavaro completou 100 jogos com a camisa da Azzurra. Faltaram 58 minutos para o goleiro Buffon bater o recorde de tempo sem sofrer gols em Copas, que ainda pertence a seu compatriota Walter Zenga: 518 minutos, em 1990.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 Preferia que Zidane tivesse saído cinco minutos antes do fim, para ser ovacionado pelo público." Raymond Domenech

segunda-feira, 10 de julho de 2006

Espero que Zidane desista de parar. Seria triste que a imagem de seu último jogo fosse a da agressão" Marcelo Lippi

A TRISTE PARTIDA

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s 69 mil torcedores no Estádio Olímpico de Berlim viram um dos maiores jogadores dos últimos tempos se despedir do futebol de forma inesperada - e triste. O último lance de Zinedine Zidane como profissional foi uma cabeçada. Que acertou em cheio não a bola, mas o peito do zagueiro italiano Materazzi. A agressão lhe custou o cartão vermelho - e o fim. Não contestou: saiu rapidamente de campo e viu, no vestiário, a França perder a decisão por pênaltis. Inconformado, não deu entrevistas nem voltou ao campo para receber a medalha de prata pelo segundo lugar, mas pediu desculpas ao técnico Raymond Domenech pela atitude impensada. "Ele disse que se arrependeu", contou o técnico, que criticou a atitude do árbitro, alegando que ele não viu o lance. "A Fifa criou uma nova regra, a regra do vídeo. O quarto árbitro viu o lance pelo vídeo e avisou o bandeirinha", reclamou. O técnico da Itália, Marcelo Lippi, admitiu que foi o quarto árbitro, o espanhol Medina Cantalejo, quem chamou a atenção, e atacou Domenech. "Materazzi não encenou nada, como o senhor Domenech deselegantemente deu a entender com um gesto." Campeão italiano com a Juventus, espanhol com o Real Madrid, europeu e mundial com o Real e a França, três vezes melhor jogador do mundo pela Fifa. Zidane já havia se juntado a Pelé, Vavá e Breitner no clube dos jogadores que fizeram gol em duas finais de Copa. Mas a expulsão, em vez do craque que acabou com o Brasil na final de 98, com dois gols de cabeça, lembrou mais o jogador expulso por pisar num adversário árabe no segundo jogo da França naquele Mundial. Zidane já havia pendurado a camisa 10 quando a França iniciou sua caminhada na Copa do Mundo, mas a má campanha no início das Eliminatórias o fez voltar. Filho de imigrantes argelinos, ele completou 34 anos no último dia 23 de junho, dia em que a França, sem ele (suspenso por dois cartões amarelos), venceu Togo e foi às oitavas-de-final. Jogava num time amador de Marselha, sua cidade natal, quando foi descoberto por um olheiro e levado para o modesto Cannes. Zidane estreou no Campeonato Francês em 1989, aos 17 anos, e aos 20 já estava no Bordeaux. Em 1996, o time perdeu a final da Copa da Uefa para o Bayern de Munique, mas ele impressionou os dirigentes da Juventus, que o levaram para Turim. Enquanto brilhava na Itália, viveu sua fase mais gloriosa na seleção. Em 98, arrasou o Brasil na já citada decisão. Dois anos mais tarde, comandou os Bleus na conquista de sua segunda Eurocopa. Em 2001, Zidane viraria o jogador mais caro do mundo - o Real pagou por ele cerca de US$ 60 milhões à Juventus. Em 2002, contundido, não pôde ajudar a França no naufrágio da Coréia - eliminada na primeira fase, sem vitórias nem gols. Em 2004, a derrota nas quartas-de-final da Eurocopa para a Grécia (surpreendente e futura campeã) lhe deu vontade de deixar a seleção. Saiu, mas voltou para um último ato. Teve nova atuação de gala contra o Brasil, mandou Portugal para casa. Tudo seguia o roteiro, cujo fim triunfal seria levantar a taça do bicampeonato para a França. A cabeçada em Materazzi deixou uma imagem final melancólica e injusta para uma carreira tão brilhante e vitoriosa.

Alessandro Bianchi/Reuters

Totti dá adeus à Azzurra

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A expulsão de Zidane, depois da cabeçada em Materazzi, ofusca o brilho do craque e mancha uma carreira brilhante que se encerrou ontem Torsten Silz/DDP/AFP

Materazzi cometeu um pênalti, fez um gol de cabeça, deixou o seu na decisão por pênaltis e virou coadjuvante do último ato de Zidane no futebol

Itália ganhou seu quarto título mundial e perdeu seu camisa 10. Francesco Totti, que completa 30 anos em setembro, anunciou que está deixando a seleção: "Foi o máximo na minha carreira. Saio como campeão do mundo para me dedicar à Roma e à minha família. Sempre estiveram comigo, agora quero estar com eles". Não foi uma despedida de gala do meia. Totti completou neste domingo 58 jogos e nove gols pela seleção. Nos últimos três anos, marcou apenas três gols: um de falta e dois de pênalti. Um deles, no Mundial, contra a Austrália, nas oitavasde-final. Na decisão contra a França, foi substituído aos 15 minutos do segundo tempo, para a entrada de De Rossi. "Foi uma substituição correta", reconheceu. "Eu estava cansado e acho que não ajudaria nos pênaltis. O importante é que a Itália venceu o Mundial." O anúncio da despedida de Totti não diminuiu a alegria do vestário italiano. Um dos mais animados, o centroavante Luca Toni dedicou o título à Calábria, onde nasceu, e à Lombardia, onde defende o Milan. "É uma alegria estupenda o que estou sentindo. Todo jogador sonha com isso desde criança e eu consegui hoje. Foi lindo." O artilheiro não quis comentar a cabeçada de Zidane em Materazzi. "Eu vi depois na televisão, mas prefiro falar sobre a vitória da Itália." O zagueiro Nesta, que se contundiu no jogo contra a República Checa e acabou abrindo a vaga para Materazzi, elogiou o reserva: "Ele jogou muito bem, fez tudo certo no jogo. Fico triste por não jogar, mas ele me substituiu muito bem." Em meio a tanta festa, o reserva Massimo Oddo foi o primeiro jogador a sair do vestiário, com uma garrafa de cerveja na mão. Pouco em relação ao que se viu em campo, com os jogadores cortando o cabelo de Camoranesi e Gattuso comemorando o tetracampeonato, de cueca e camisa, junto aos torcedores. Até o técnico Marcello Lippi, normalmente discreto, acendeu um charuto no meio do campo enquanto seus jogadores davam a volta olímpica com a taça na mão. E, assim, celebrou a conquista do título mundial. Não quis saber de protagonismo e apontou seus jogadores como os grandes responsáveis pelo triunfo: "Só tenho a agradecer a esses rapazes pela vontade, pelo coração e pela garra que demonstraram neste Mundial.." Mas o jeito sereno do comandante italiano não significa que seja um homem frio - apenas que sabe guardar suas emoções. "Esta é maior alegria que alguém pode ter no futebol. Ganhei a Copa dos Campeões, fui campeão mundial com a Juventus, venci várias vezes o Campeonato Italiano. Mas nada se compara ao que estou sentindo." Apesar do momento de glória, que o fazia ser cumprimentado por cada jornalista que lhe fazia pergunta na entrevista coletiva, o treinador não quis falar sobre seu futuro. Os jogadores querem que ele continue, o presidente da Federação Italiana de Futebol, Guido Rossi, já declarou que deseja mantê-lo, mas Lippi faz mistério: "Não é o momento de falar sobre isso. É hora de festejar."


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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segunda-feira, 10 de julho de 2006

Geral

PCC é suspeito de, em 11 dias, matar sete funcionários do sistema penitenciário e um vigia.

PARA SECRETARIA, NÃO HÁ RELAÇÃO ENTRE MORTES E PCC. AGENTES PENITENCIÁRIOS TERÃO PROTEÇÃO.

MAIS QUATRO POLICIAIS SÃO MORTOS

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ais quatro policiais paulistas – dois civis e dois militares – foram executados em menos de quatro horas no Estado. As mortes violentas, registradas entre 19h30 e 23h30 de sábado, acuaram ainda mais os responsáveis pela segurança pública. Outros dois PMs sofreram ataques, a tiros e com bomba caseira, mas nada sofreram. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), os agentes civis foram vítimas de latrocínio (roubo seguido de morte). A motivação das mortes e dos atentados contra os PMs está sendo investigada. Por enquanto, a polícia não inclui a morte do sargento na lista dos crimes da facção criminosa que é suspeita de, em onze dias, matar sete funcionários do sistema penitenciário e um vigia da Justiça Federal. Na capital, o sargento da reserva Roberto Alves da Silva, de 47 anos, foi a primeira vítima. Ele foi executado com 19 tiros, às 21h15, dentro da Drogaria Ranghieri, na Estrada de Mogi das Cruzes, em Ermelino Matarazzo, zona leste, onde fazia bico como segurança. A corporação descarta ataque do crime organizado e diz ter fortes indícios de que o homicídio foi motivado por vingança. Segundo o cunhado dele, A.C.S., o sargento estava na farmácia comprando remédio quando foi morto. "Ele tinha acabado de sair de casa. Foi a conta de chegar lá e os criminosos se aproximarem gritando. Ele se virou e foi atingido com um disparo de fuzil. Depois levou mais 18 tiros de pistola." S. negou que Silva trabalhasse como segurança na farmácia, mas a informação foi confirmada por colegas e pelo tenentecoronel Luiz Eduardo Arruda, comandante do 2º Batalhão. O caso foi registrado na 62o DP (Jardim Popular) como homicídio simples. De acordo com o registro, as testemunhas contaram que Silva estava saindo do local quando foi atingido, por homens que passaram de moto pela farmácia. Uma pistola calibre 380 e um revólver calibre 38 carregados foram encontrados com a vítima, que não chegou a reagir aos disparos.

Fotos: J. F. Diório/AE

Desentendimento – Colegas do sargento ainda disseram que, no dia anterior, o policial se desentendeu com alguns rapazes que brigavam na padaria vizinha à farmácia. "Temos quase certeza de que foi esse o motivo da morte. Ele se impôs, os ladrões não gostaram e o mataram", disse um cabo da PM, que falou com Silva sobre a briga um dia antes do ataque. O policial foi enterrado ontem no Cemitério da 4ª Parada. Às 23h30, o PM José Tibiriçá da Silva, de 33 anos, foi morto com mais de cinco tiros no peito na Rua da Alegria, 322, em Heliópolis, zona sul. Ele jogava bilhar com o padrasto no bar da família, quando dois rapazes negros invadiram o local e o alvejaram sem nada dizer. Os atiradores fugiram numa motocicleta No interior, dois investigadores foram vítimas de latrocínio. O policial civil Edgard Roberto Zaccariotto foi assassinado às 19h30 de sábado, ao reagir a um assalto em seu comércio, na Estrada Municipal da Rocinha, em Guaratinguetá. Ele foi atingido com vários tiros na cabeça, depois de atirar contra o pé de Tatiano de Souza, o Tati, um dos ladrões, que havia acabado de roubar um cliente. Mesmo ferido, Tati tentou fugir com o carro da vítima, mas foi cercado e levado à polícia. Em Registro, o investigador Onofre Moreira de Lima Filho, de 36 anos, foi morto com nove tiros ao reagir ao assalto ao Bingo Século 21. Lima Filho estava com a namorada na porta da danceteria Boing Louco, quando viu cinco homens, armados com espingardas calibre 12 e metralhadoras, dominarem os funcionários do bingo. Ele tentou evitar a ação dos criminosos e foi executado. Um policial militar foi vítima de um atentado a tiros, no fim da madrugada de ontem, na Rodovia Ayrton Senna, na altura do km 22, bairro de Cidade Satélite, em Guarulhos, na Grande São Paulo. Valdo Leôncio de Lima dirigia seu veículo, por volta das 5h30, quando foi atacado. Dois homens que ocupavam uma motocicleta passaram do lado do carro do PM e efetuaram diversos disparos. Valdo não foi atingido. (AE)

'LINHA VERMELHA' VAI PROTEGER AGENTES

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secretário de Segurança Pública, Saulo Abreu, afirmou ontem que uma "linha vermelha" será criada para proteger os agentes penitenciários. "Já temos um esquema de proteção, acompanhamento e monitoramento dos agentes", afirmou, durante a cerimônia de comemoração do 9 de Julho. O anúncio oficial será feito hoje, às 15 horas, juntamente com o secretário de Administração Penitenciária, Antônio Ferreira Pinto. Ta m b é m p r e s e n t e a o evento, o governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), não quis falar sobre o pacote de medidas de segurança, mas admitiu que o porte de arma dos agentes é um dos pontos que serão bem discutidos. "A princípio estamos dando apoio, mas a portaria federal (que libera o porte) tem certa superficialidade." Saulo disse que sua pasta já vem ajudando o sistema penitenciário com a transferência de detentos para carceragens de DPs. "Não é nossa

política, mas temos estocado mais presos até a reconstrução dos presídios." Embora tenha ressaltado que a questão caiba à Secretaria de Administração Penitenciária, ele comentou como as reformas deverão ser feitas. "Luz, água e grades, o que é básico. O restante vai ficar em condição inferior ao que era." O governador afirmou que os presos do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Araraquara terão "uma situação de melhor conforto" em cerca de 30 dias. Antes, segundo Lembo, não há muito o que fazer. "Não tenho varinha de condão. Não sou mágico, apenas um administrador e determinei contrato de emergência." Desde 16 de junho, 1.443 detentos estão confinados num espaço para 160. Placas – O governador considerou "muito normal" a atitude dos funcionários do CDP de Pinheiros, na zona oeste, que no sábado cobriram as placas dos carros, com medo de serem alvos de ataques. "Eles fizeram isso e fizeram bem." (AE)

Festa dupla no Bixiga. Final da Copa, dia de pizza. Fotos: Paulo Pampolin/Hype

À esquerda, velório do sargento da reserva Roberto Alves da Silva, morto com 19 tiros dentro de uma farmácia em Ermelino Matarazzo, no sábado. Segundo a polícia, Silva fazia bico no local.

PAPAI NOEL MATADOR VAI A JÚRI HOJE Réu é acusado de atirar quatro vezes no rosto de Renata Archilla Armando Serra Negra

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s vésperas do Natal de 2001, a publicitária Renata Archilla, então com 22 anos de idade, pegou seu carro e foi para o trabalho na agência Click. Às 8h30, parada no semáforo da Avenida Morumbi notou um Papai Noel pedindo esmola. Quando ele a viu, dirigiu-se encarando-a firme e com maldade. Intuição, achou que era assalto, fechou a janela do carro. O insufilme foi o primeiro de cinco milagres que preservariam a sua vida. Crime encomendado, o papai noel sacou a pistola, disparou quatro vezes em sua cabeça e afastou-se. O primeiro tiro (segundo milagre), acertou a bochecha – "senti como balinhas de confeito balançando na boca, mas eram meus dentes esmigalhados, minha língua dilacerada". Abaixando-se amortecida, o segundo tiro acertou no braço esquerdo, impacto da bala amortecido pelo relógio (terceiro milagre) – "estava com as mãos no rosto para ver se estava viva", relembra. O quarto milagre foi o terceiro tiro: alojou-se na coluna vertebral, a milímetros da medula; teria ficado paralítica e a bala continua lá. No quarto tiro – quinto milagre – a pistola semi-automática do assassino emperrou. "Se não fosse o insufilme, escondendo minhas reações diante dos tiros, não estaria aqui para contar a história." Ela estará hoje no 1° Tribunal do Júri assistindo ao julgamento do pistoleiro, provavelmente a mando do próprio avô, o em-

Armando Serra Negra

Publicitária Renata quer justiça

presário Nicolau Archilla Galan. É o que Renata acredita, corroborada por convicção do promotor Roberto Tardelli, representante do Ministério Público (MP). Em seguida ao atentado, o resgate veio rápido. Hospital – No Hospital Evaldo Foz, consciente, "tinha engolido tanto sangue que os médicos temiam que meu pulmão não suportasse". Outro milagre... Nessa época, "estava num momento muito feliz da minha vida, bem profissionalmente, rodeada pelas pessoas que eu amo, que estão ao meu lado até agora", diz ela. Esse trágico destino começou em 1977, com uma história de paixão de dois jovens em férias no Guarujá. Passeando no calçadão da praia de Pitangueiras, Renato Archilla, 19 anos, cruzou olhares com Iara Lúcia Chinaglia, de 17; paixão à primeira vista: "O namoro dos dois era maravilhoso; meu pai vivia mandando flores pa-

ra minha mãe", conta Renata. Ambos tinham o mesmo nível sócio-econômico. O pai de Iara procurou Nicolau Archilla, mas a família do rapaz negava-se a assumir a responsabilidade. Foi feito teste de DNA. Nicolau Archilla recorreu à Justiça. "Desde 1979 me submeti a uns seis testes e todos confirmaram quem era meu pai" diz a jovem. E dispara: "Tenho certeza que quem mandou me matar foi meu avô". A suspeita, referendada por Tardelli, procede. Desconfiado de um homem que ficava de tocaia, parado numa esquina durante uma semana, um morador anotou o número da placa do automóvel Corsa. Foi como a polícia chegou ao seu proprietário, José Benedito da Silva, policial militar sorocabano (com vários processos de homicídio, todos arquivados). Ele estava de folga no dia da ocorrência e, curiosamente, já havia prestado serviços para Archilla. "Não há registro disso, pois seu trabalho era informal", deduz Renata. O MP vai oferecer a Benedito Silva PM a oportunidade de delação premiada, na tentativa de obter sua confissão quanto ao mandante do crime. A principal testemunha, o gerente do motel Desirée Lindomar Uchoa, que presenciou o crime, a princípio reconheceu o pistoleiro , mas modificou seu depoimento ao longo do processo. Sob pena de perjúrio, ainda pode se retratar no tribunal.

'É UM MILAGRE EU ESTAR VIVA'

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sábado:

Diário do Comércio conversou com Renata Archilla no último

nei que seriam capazes – meu pai e meu avô – de tirarem a minha vida. Estou em tratamento psiquiátrico e acredito que terei um caminho longo para po-

Qual a sua idade? 26 anos. Está trabalhando atualmente? Estou de licença médica, até o término do meu tratamento. Você tem algum hobby? Adoro viajar. Já conheci Londres, tenho vontade de conhecer outros países da Europa. Gosto de dançar e ir ao cinema. Quais as conseqüências mais desagradáveis depois do crime? A conseqüência mais desagradável depois do crime foi passar por um tratamento extenso, complexo e muito doloroso, ainda sem previsão para ser finalizado. Com relação à família do meu pai, apesar de saber que eles nunca foram pessoas do bem, nunca imagi-

Nunca imaginei que seriam capazes – meu pai e meu avô – de tirarem a minha vida. Quero que sejam incriminados. Renata Archilla

der entender o porquê disso tudo. O fato de eu estar viva é um milagre, mudei totalmente os meus valores em relação a vida, meus laços afetivos fortaleceram-se. Com os estranhos, depois do ocorrido, tenho receio, mantenho distância.

Houve conseqüências agradáveis – se é que se pode dizer – depois do que aconteceu? Espero que elas estejam por vir com a justiça neste júri; que o réu pegue a pena máxima e meu pai e meu avô sejam incriminados. Como você lidou com o sentimento da rejeição paterna na sua infância e adolescência? Foi muito difícil, sempre tive a esperança de conhecer quem era o meu pai e tentei ter uma convivência com ele, o que não foi possível. Por outro lado, tive um pai no meu avô materno, que me ensinou muita coisa e me deu todo o carinho. Por que sua mãe quis ir à Justiça em busca da paternidade? Minha mãe nunca quis e meu avô concordou com ela. Mas não minha avó. Ela queria o reconhecimento do meu pai, que freqüentou sua casa e namorou minha mãe por dois anos. (ASN)

O

ntem, foi só o jogo da final da Copa do M u n d o e n t re I t á l i a e França terminar para as cerca de 62 pizzarias do Bexiga ficarem cheias de apreciadores da famosa redonda italiana: a pizza. Às 18h30 os amigos Dieg o Wo e f f , M o n i q u e Schwinden e Arthur Santa Cruz já haviam devorado uma pizza quatro queijos na Brandi Pizzeria, na Rua Treze de Maio. "A Itália mereceu ganhar e nada melhor que comemorar com pizza. Ainda bem, caso contrário teria que comer escargot", brincou Diego. Enquanto deliciava-se com a iguaria preferida, Diego apreciava o movimento do bairro. O Bixiga virou uma mini-Itália, com imigrantes e descendentes agitando bandeiras verde, branca e vermelha. Italianos desciam dos carros tão barulhentos quanto ansiosos por uma pizza. Às 19h15 a tradicional Speranza, estava com todas as mesas ocupadas. Com 17 anos na empresa, o gerente José Claudino disse que o movimento estava acima do normal para o dia da semana e horário. O casal Guilherme e Renata Morais foi até o local comemorar o título da Itália. "A saída de casa valeu também para sentir a comemoração nas ruas do Bixiga", afirmou Morais. O proprietário da pizzaria Brandi, Luis Ribeiro, apostava em um movimento maior por causa do jogo. Desde o dia anterior, sábado, Ribeiro estava faturando mais. Vendeu 250 pizzas, 20% a mais que nos últimos sábados. "As razões foram o calor, o fim da Belíssima e as matérias sobre a Itália", disse. Mas, após um fim de semana rentável, a aposta de Ribeiro para as vendas de hoje, Dia da Pizza, não é tão boa. A data aumenta o consumo de pizza somente quando o 10 de julho cai em uma quarta, quinta ou sexta-feira. "O paulistano não costuma sair na segunda-feira", diz Ribeiro. Já o gerente da Speranza espera dobrar as vendas de pizza. Como cortesia servirá uma taça de vinho. Adriana David

Italianos vibram no Bixiga


DIÁRIO DO COMÉRCIO

DCARR São Paulo, 10 de julho de 2006

Nº 128

NOTÍCIA BOA No primeiro semestre as vendas de veículo cresceram 8,6%. Foram 817.721 unidades registradas pelo Renavam nos primeiros seis meses. Pág. 8

NOTÍCIA RUIM Junho revelou queda de vendas de quase 10%, a maior do ano. Culpa: a seleção, que roubou a "audiência" dos revendedores. Também na pág. 8 Arte sobre foto Pablo de Sousa

AUDI A6 EM DOSE DUPLA De um lado, a máquina magnífica. Irrepreensível. Do outro, a frente que causa tanta polêmica. PÁGINAS 6 E 7


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

segunda-feira, 10 de julho de 2006

LENTE DE

AUMENTO

D

entro de poucos dias o CMN decidirá a meta de inflação (centro e intervalo de confiança) para 2008. Não cremos que surgirá qualquer novidade do encontro que congrega os ministros da Fazenda e do Planejamento e o presidente do Banco Central. Portanto, nossa expectativa é de que não haverá alteração da meta de 4,5% para 2007, mantendose o mesmo percentual para 2008. Mas algumas das propostas de mudança no funcionamento do sistema de metas recentemente aventadas parecem salutares, embora não deverão ser implementadas em ano eleitoral que vem sendo marcado por alta instabilidade dos mercados.

Não haverá alteração da meta de 4,5% para 2007, mas algumas das propostas de mudança parecem saudáveis. A primeira das propostas de “ajuste”, causando inclusive algum atrito entre PT e BC, sugere elevação da meta a ser perseguida, de 4.5% para 5%, sob o argumento de que um objetivo demasiadamente ambicioso para a inflação demandaria dose muito amarga de juros, com impactos indesejados sobre a atividade. Porém, por conta do impacto sobre as expectativas de inflação, meta mais folgada não abre espaço para juros mais baixos. O pressuposto aqui é que as expectativas de inflação são exógenas à meta estipulada, o que não é verdade. Eventual afrouxamento de objetivo causaria imediata alteração das expectativas quanto à variação dos preços e, em conseqüência, da inflação realizada. Por conseguinte, para combater os efeitos adversos de uma expectativa de inflação mais alta seria necessário, no mínimo, manter os juros no mesmo lugar que antes da alteração da meta.

A segunda proposta tem a ver com eventual ampliação do intervalo de confiança, criado para acomodar choques de oferta. O tradeoff aqui é muito claro: intervalo de confiança mais amplo torna o sistema mais flexível, mas como em economia não existe almoço grátis, isto ocorreria à custa de piora da reputação, ou perda de credibilidade. O intervalo de mais ou menos 2% em torno da meta central parece apropriado e, provavelmente, será mantido pelo CMN. A terceira possível modificação envolveria utilização de alguma medida de núcleo da inflação, em substituição ao índice cheio. Contudo, mesmo esta sugestão é menos simples do que parece. A última proposta de aperfeiçoamento do sistema, levantada por alguns analistas, consiste em fixar metas para prazos mais longos, possivelmente não atrelados ao ano-calendário. A vantagem do alongamento do prazo seria permitir convergência mais gradual do ritmo de crescimento dos preços em direção à meta, após ocorrência de determinado choque negativo. O gradualismo do ajuste possibilitaria menor sacrifício em termos de perda de produto. Contudo, mais uma vez, a proposta envolve custo. Fica a dúvida: se a estipulação de meta bianual seria eficiente para ancorar as expectativas de inflação no curso dos primeiros 12 meses. Concluindo, enquanto de um lado existem propostas interessantes de aperfeiçoamento do regime que precisam ser mais discutidas, de outro, encontram-se idéias claramente improdutivas. Nenhum dos dois tipos de mudança parece ter chance de ser levado a cabo em um ano eleitoral, especialmente quando se considera o aumento das incertezas associadas ao comportamento da economia mundial.

Roberto Alvarenga

METAS PARA A INFLAÇÃO EM 2008

Quem lucra com um sócio do barulho? ROBERTO FENDT

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Venezuela firmou há uma semana protocolo formal de adesão ao Mercosul. Até 2010 ela deverá harmonizar suas barreiras tarifárias com o Brasil e a Argentina e até 2014 com o Paraguai e o Uruguai. A partir da ratificação interna pelos Congressos dos países-membros, a Venezuela torna-se um membro pleno do Mercosul. Ao longo dos anos o Mercosul não conseguiu completar seus objetivos. O sucesso econômico de um bloco comercial depende da criação de fluxos de comércio após a liberalização. De nada serve a simples substituição de importações provenientes de fora do bloco – supostamente mais eficientes – por importações provenientes de dentro do bloco. Ainda não liberalizamos totalmente a pauta de comércio entre nossos países e enfrentamos conflitos entre os membros, como a crise das "papeleiras" entre o Uruguai e a Argentina e a ameaça do Paraguai de firmar acordo em separado com os Estados Unidos. A pergunta que se impõe é: a quem interessa a adesão da Venezuela ao Mercosul? Para responder a essa pergunta torna-se necessário primeiro uma digressão. Um bloco de integração comercial pretende liberalizar o comércio entre os países-membros e permitir ganhos de produtividade pela especialização propiciada pela ampliação dos mercados nacionais. A integração no Cone Sul começou com o Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento, firmado entre o Brasil e a Argentina em 1988. A seguir, Paraguai e do Uruguai aderiram e criou-se de uma zona de livre comércio entre os quatro países (Tratado de Assunção, 1991). Em uma zona de livre comércio não se tributam ou restringem as importações dos países signatários, embora esses mantenham suas próprias barreiras contra importações de terceiros países, no Nafta. O passo seguinte foi a transformação da zona de livre comércio em união aduaneira (1º de janeiro de 1995). Nessa, não existem restrições e tributos sobre as importações provenientes dos paí-

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

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o ponto de vista dos atuais membros do Mercosul é questionável se serão criados novos fluxos de comércio com a Venezuela, já que compramos dela quase que exclusivamente petróleo e praticamente só vendemos produtos manufaturados. Portanto, restam apenas motivações nãocomerciais, políticas, para a adesão da Venezuela ao Mercosul. Foi, aliás, o que disse o embaixador José Antonio Marcondes, chefe do Departamento de Integração do Itamaraty: "O objetivo central não é o comércio. A Venezuela é um país politicamente importante na América do Sul". Se a adesão de um troublemaker, um encrenqueiro, vai ou não contaminar a agenda externa do Mercosul é uma questão para Lula e Kirchner, os promotores e supostos beneficiários políticos dessa incômoda adesão.

A pergunta que se impõe: a quem interessa a adesão da Venezuela ao Mercosul?

LUIZ AUGUSTO MILANO

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mercado imobiliário brasileiro caminha a passos largos neste ano. Ultimamente, observamos um novo cenário para este setor: a entrada de grandes empresas de construção no mercado de capitais, um movimento de extrema importância para mostrar o quanto estamos evoluídos e estruturados. Contudo, o que não pode acontecer é dar um passo maior que a perna ou tropeçar na onda de otimismo exacerbado gerada por aqueles que enxergam apenas o que seus olhos querem ver. Por exemplo, para o segundo semestre de 2006 estamos esperando uma oscilação negativa por causa deste cenário. Vamos assistir a uma oferta de imóveis maior que a demanda, ou seja, vamos ter mais apartamentos do que o necessário, principalmente em empreendimentos de alto-padrão. O que por um lado é bom para o consumidor, uma vez que os preços poderão ficar mais baixos, por outro as construtoras terão de enfrentar a chamada tensão de compatibilidade e competitividade na viabilização do produto, o que será uma grande dor-de-cabeça para estas companhias. A cobrança por bons resultados destas empresas que entraram no mercado de ações já é perceptível. Em 2007 virá a exigência de resultados positivos e, se houver imprevistos, o mercado imobiliário perderá a chance de conquistar a longevidade neste novo setor. O que obser-

CONCESSÕES POLÍTICAS

T

omo conhecimento de concessões de televisão no interior dos Estados sendo avaliadas e garantidas por intervenção do presidente Lula junto a seu diretor no Ministério que se ocupa desse assunto. É perfeitamente sabido que os candidatos a cargo majoritário nas eleições, os deputados e senadores, deputados estaduais e prefeitos, dependem muito de propaganda televisiva, que é a que fala mais pelos veículos familiarizados com os interesses políticopartidários dos candidatos e com as suas esperanças de êxito na campanha política. Antes do início da campanha, disse-me o então secretário da Educação, Gabriel Chalita, que o candidato Geraldo Alckmin esperava o início da propaganda eleitoral para iniciar a sua campanha. Como ele, outros candidatos pelo Brasil agora se lançam na

As concessões de televisão aí estão e servirão aos que as obtiveram. É mais um favor do poder público aos candidatos. campanha, captando mais audiência do que nos velhos tempos, de campanhas pelos jornais, que não tinham o sortilégio de despertar interesse dos eleitores.

É

Cuidado para não tropeçar

TRECHOS DO ARTIGO DE OPINIÃO DA MCM CONSULTORES WWW.MCM.COM.BR

O ano eleitoral inibe folgas na meta de inflação

ses do bloco e se aplica uma tarifa externa comum por todos os membros a importações provenientes de países fora da união. Bolívia e Chile se tornaram membros-associados do Mercosul em 1996 e agora a Venezuela aderiu formalmente. Os impostos de importação da Venezuela variam entre 5% e 20% (os carros são exceção, com 35%). A média das alíquotas é de 12%. A Tarifa Externa Comum do Mercosul tem alíquotas que variam de 0% a 16% (os automóveis também são exceção). A alíquota média é também de 12%. Portanto, à primeira vista as estruturas de proteção são muito similares e não deveriam favorecer ou prejudicar nem o Mercosul nem a Venezuela. Ocorre que a estrutura de produção da Venezuela é muito distinta da estrutura de produção do Mercosul. As exportações de petróleo correspondem a 80% do total das exportações venezuelanas. A escala de produção da indústria venezuelana é muito menor que a do Mercosul, indicando que a eliminação dos impostos de importação com o Mercosul poderia trazer danos à indústria local.

JOÃO DE SCANTIMBURGO

vamos nos últimos tempos por parte da maioria dos investidores foi uma acentuada onda de confiança sobre a construção civil, mas é importante saber se posicionar em relação ao risco embutido nesta alta taxa de otimismo, para conseguir credibilidade e confiança e poder fundamentar a estratégica de atuação de mercado.

H

oje, uma empresa do setor da construção deve estar preparada para enfrentar o mercado, pois este deixou de ser agressivo e tornou-se qualitativo e exigente. É um nicho que adotou uma postura sólida, que transmite uma imagem de credibilidade e de resultados, além de contribuir para a construção de negócios duradouros direto com seus clientes e viabilizadores. Desnecessário dizer que as grandes empresas de engenharia sabem que o seu produto não é apenas o imóvel, é muito mais. Na verdade, é entender a necessidade do cliente, saber qual tipo de operação irá preencher suas expectativas, não importa o tamanho desta corporação. Agora, basta torcer para que este segundo semestre aponte cenário político-econômico estável, apesar das eleições presidenciais, além de uma menor volatilidade no mercado financeiro interno e externo. LUIZ AUGUSTO MILANO É PRESIDENTE DA MATEC ENGENHARIA

O s investidores têm exacerbada confiança sobre a construção civil

para esse fim, ter a oportunidade de usar a imagem, a cor e a palavra adequadas no momento certo, que os candidatos a cargos de mandato remunerado se esmeram nas concessões obtidas do governo. O vínculo dos candidatos com os instrumentos de divulgação das mensagens da propaganda discursiva se estabelecem imediatamente, cabendo a eles obedecerem aos ensinamentos dos marqueteiros especializados nesse jogo de difusão, com ascendência decisiva no campo político e na divulgação do nome e dos trabalhos dos candidatos desejosos de serem eleitos. Está jogada a sorte a todos que lutam por um mandato eleitoral no próximo pleito. As concessões de televisão aí estão e servirão aos que as obtiveram. É mais um favor do Poder Público aos candidatos, que atuam intensamente para obter as concessões de canais. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 10 de julho de 2006

Eymar Mascaro

O fugitivo

O

PSDB quer classificar Lula de fujão porque o presidente está inclinado em não aceitar debater com Geraldo Alckmin na televisão, no 1º turno. Por enquanto, Lula está propenso a participar apenas de um debate com o adversário, mas no 2º turno. Os petistas acreditam que só Lula teria a perder se comparecesse a todos os debates dos candidatos a presidente programados pelas emissoras de televisão. Ao não aceitar debater com Alckmin, Lula justifica que faz o mesmo que Fernando Henrique Cardoso em 1998. Naquela oportunidade, como candidato à reeleição, FHC se recusou a debater com Lula, mas a campanha pode terminar sem debate se a eleição for decidida no 1º turno, como admitem alguns petistas.

MUDANÇA Lula mudaria de opinião e participaria de mais de um debate se ocorresse uma alteração profunda na posição dos candidatos nas pesquisas, isto é, se Alckmin crescesse acima da média e passasse a liderar a preferência do eleitor.

COMO ESTÁ O que leva o petista a desistir dos debates é a sua liderança nas pesquisas. No último Datafolha, por exemplo, Lula tem 46% de índice de intenção de voto contra 29% de Alckmin. No Vox Populi a diferença é menor: 45% para o petista e 32% para o tucano.

EMPOLGAÇÃO Alckmin passou as últimas horas empolgado com o início oficial de sua campanha em dois centros, um no Sul (Santa Catarina) e outro no Nordeste (Bahia). O tucano sentiu que pela reação popular pode crescer mais do que o esperado nas pesquisas.

Tadeu, em São Bernardo, marcado para quinta-feira, Lula dá início oficial à sua campanha. Na verdade, o presidente já está em campanha disfarçada há pelo menos três anos.

PARTICIPAÇÃO O jantar está sendo preparado para cerca de três mil pessoas, ao preço de R$ 200 por cabeça, para arrecadar fundos para a campanha. O restaurante escolhido é freqüentado por Lula desde seu tempo de metalúrgico e pertence à família Demarchi.

INÍCIO São Bernardo do Campo é o município do ABC que serviu de berço para o nascimento do PT em 1980 e início da carreira política de Lula. Foi lá que o petista despontou no sindicalismo em pleno regime autoritário no País.

DIVISÃO Lula quer aproveitar os fins de semana para tocar a campanha. Nos dias úteis o presidente quer se dedicar aos despachos no Palácio do Planalto. As viagens de Lula, nos fins de semana, serão feitas em aviões da FAB, mas o PT promete pagar as despesas.

PREVISÃO

INVESTIMENTO Satisfeito com a repercussão de sua passagem por Santa Catarina, Alckmin resolveu investir nos outros dois Estados do Sul: Rio Grande e Paraná. Em Santa Catarina, o tucano alcançou o apoio do governador Luiz Henrique (PMDB), mas não conseguiu ainda o apoio de Germano Rigotto (RS) e Roberto Requião (PR).

OBJETIVO A meta de Alckmin é crescer no Sul e Sudeste para minimizar os efeitos da vantagem de Lula no Nordeste. Alckmin quer concentrar a campanha também nos Estados do Rio e Minas, para tirar a liderança de Lula nos dois centros.

SÃO PAULO A campanha de Geraldo Alckmin em São Paulo está sendo favorecida pelo desempenho do candidato do PSDB ao governo estadual, José Serra. Pelas últimas pesquisas, Alckmin e Serra vencem a eleição em São Paulo nem que chova canivete.

LARGADA Com um jantar na base do frango com polenta, no restaurante São Judas

O PSDB prevê que a eleição presidencial será decidida somente no 2º turno. Por isso, a previsão de gastos com a campanha de Alckmin chega a R$ 85 milhões, contra R$ 89 milhões fixados pelo PT na campanha de Lula.

REELEIÇÃO ACM deve presidir a sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que pode votar, nesta quarta-feira, o projeto de emenda constitucional que acaba com a reeleição. A emenda é de autoria do senador Sibá Machado (PT) e já recebeu parecer favorável do relator Tasso Jereissati (PSDB).

REAÇÃO Há quem no PFL defenda a não votação da emenda na CCJ, por entender que o fim da reeleição não interessa, por exemplo, aos prefeitos, muitos dos quais serão candidatos novamente em 2008. Caso do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.

TSE Quase 126 milhões de brasileiros podem votar nas eleições de outubro, contra 115.253.834 de outubro de 2002, um crescimento de aproximadamente 9,25%. O cálculo é do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que compilou dados fornecidos pelos Tribunais Regionais Eleitorais sobre o número de eleitores nos Estados e no exterior.

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Política

São Paulo tem 140 mil presos. Como fazer? Não podemos soltá-los. Geraldo Alckmin

REBELIÕES E MORTES DE AGENTES PENITENCIÁRIOS LEVAM ALCKMIN AO ATAQUE.

LULA FOGE DO TEMA DA SEGURANÇA, DIZ ALCKMIN.

O

candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, afirmou ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foge do tema da segurança pública. "Ele (Lula) diz que quem tem polícia são os Estados e que então o problema não é com ele, e sim com os governadores. Eu vou fazer o contrário, assumir responsabilidades", afirmou. Segundo Alckmin, o crime não tem fronteira de Estado. "Os Estados enxugam gelo porque há um tráfico de drogas e armas escandaloso passando por fronteiras, por falta de policiamento", comentou. Ele garantiu que, se eleito, fortalecerá a polícia de fronteiras, num trabalho conjunto com a Polícia Federal e as Forças Armadas, além de liberar recursos dos fundos de segurança e penitenciário. "Podemos avançar bastante, a questão tem dimensão nacional", disse. Esfera federal "Hoje praticamente não existe uma política de segurança na esfera federal, quase nada saiu do papel", atacou. A idéia de Alckmin é, num primeiro momento, rever a legislação. "Há, atualmente, leis muito duras para criminosos pequenos e leis muito fracas para o crime organizado." Em seguida, quer criar um conselho nacional de segurança pública, com todos os secretários estaduais da área. Em relação aos assassinatos de agentes penitenciários em São Paulo, o ex-governador disse que o Estado tem investigado a questão. "Isso traz um enorme sentimento de pesar pelos assassinatos bárbaros. Vamos atuar com investigação, inteligência policial, e prender esses membros do crime, sejam mandantes ou não." Segundo ele, o problema da segurança no Estado é uma guerra a ser vencida todos os dias. "Às vezes perdemos uma batalha, mas o importante é a firmeza com que a questão está sendo tratada", disse, referindo-se ao atual governador do Estado, Cláudio Lembo. Rebeliões O candidato também comentou a situação dos presos amontoados nas penitenciárias que foram depredadas na onda de rebeliões no Estado entre maio e junho. "É uma questão transitória e o governo está trabalhando para arrumar o que foi destruído". Alckmin disse ainda que as imagens dos presos são tristes, mas lembrou que a situação não ocorre por acaso, mas, sim, resulta da destruição de 17 penitenciárias. "São Paulo tem 140 mil presos. Como fazer? Não podemos soltá-los." Ele lembrou ainda que, no ano passado, o índice de fuga no Estado foi de apenas 0,13% do total. Uma das principais preocupações do candidato do PSDB à Presidência da República é conciliar a tônica da campanha nacional com as

estaduais. Para evitar choques com o eleitorado e com os postulantes aos governos e ao Congresso, a coligação formada por PSDB e PFL será cuidadosa na abordagem de temas regionais durante a propaganda eleitoral no rádio e televisão, que começa em 15 de agosto. A estratégia foi analisada na casa do expresidente Fernando Henrique Cardoso que, na sextafeira, organizou um jantar para aproximar o PFL do coordenador de comunicação da campanha de Alckmin, o jornalista Luiz Gonzalez. A idéia, que vem sendo analisada também pelo Conselho Político, é abordar os temas mais polêmicos de modo genérico no horário eleitoral. É o caso da transposição do Rio São Francisco. Viagem a Portugal O candidato tucano concedeu entrevista coletiva ontem no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP), pouco antes de embarcar para a Europa. Ele passará por Portugal, onde se encontrará com o presidente português Aníbal Cavaco Silva e com o primeiro-ministro José Sócrates, assim como por Bruxelas, onde conversará com o presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso. A idéia é falar sobre o comércio internacional brasi-

Tiago Queiroz/AE

Roberto Freire e Geraldo Alckmin, em Cumbica, à espera do embarque.

leiro, que tem na União Européia seu principal cliente, com 24% do total. A América Latina é a segunda colocada, com 22%, seguida pelos Estados Unidos, com 20%. "Não faremos uma política externa partidarizada", afirmou Alckmin, em resposta a um questionamento sobre as diferenças entre a sua proposta de política externa e a implementada pelo presidente Lula. "O interesse é nacional e da produção brasileira, da defesa do emprego no País. O mundo não deve ser diminuído num sistema globalizado. Nossa

prioridade de comércio deve estar onde haja possibilidade de expandir o mercado". O candidato também comentou o aumento do número de pessoas da classe média no governo Lula. Disse que podese avançar mais. "Apesar de a classe média ter crescido, o número de ricos cresceu mais. Houve piora no saneamento básico e na infra-estrutura", afirmou Alckmin. (AE)


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Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 10 de julho de 2006

AS INCRÍVEIS ALIANÇAS QUE OS PARTIDOS FAZEM

Quem manda no Brasil é a política regional. Lucia Hippolito, cientista política e comentarista.

CASAMENTOS DE CONVENIÊNCIA FAVORECIDA POR UMA VERTICALIZAÇÃO LIGHT, A UNIÃO ENTRE PARTIDOS ADVERSÁRIOS E INIMIGOS HISTÓRICOS TORNOU-SE UMA MARCA DA PRÓXIMA ELEIÇÃO. LIVRES PARA SE ASSOCIAR NOS ESTADOS COM QUEM BEM QUISESSEM, AS LEGENDAS PARTIRAM PARA AS ALIANÇAS MAIS INUSITADAS OU INSÓLITAS. ISSO IMPORTA? NÃO. O QUE VALE É ATRAIR O ELEITOR E CHEGAR AO PODER. NESSAS CIRCUNSTÂNCIAS, CABERÁ AO ELEITOR ENTENDER POR QUE O CANDIDATO QUE ELE SEMPRE VIU ÀS TURRAS COM ESSE OU AQUELE INIMIGO EM DIVERSAS SITUAÇÕES, AGORA O COBRE DE ELOGIOS E AFAGOS, COMO SE FOSSEM AMIGOS DE INFÂNCIA E COMPANHEIROS Sergio Kapustan

E

m busca de votos, espaço político e da própria sobrevivência, políticos montam no País alianças de todo o tipo para a Presidência da República, governador de Estado e até deputado federal jamais imaginadas. Quem era de direita, esquerda ou foi até 'demonizado' por evangélicos no passado recente, marcha junto na eleição sem nenhum constrangimento. Especialistas afirmam que de modo geral os candidatos optam pelo pragmatismo – doutrina filosófica que defende o êxito prático – na formação de alianças. O cientista político Cesar Romero Jacob, da PUC do Rio de Janeiro, sentencia: "a política nacional virou uma lambança". Em sua avaliação, as regras do jogo estão claras: "É o liberou geral. O que importa é ter estratégia para chegar ao poder." O primeiro está no Palácio do Planalto. Candidato a reeleição, o presidente Lula fez aliança com o bispo e senador Marcelo Crivella (PRB) no Rio de Janeiro. Líder da Igreja Universal e candidato ao governo carioca, Crivella recebeu até uma carta de apoio do presidente. A aliança constrange setores do PT. O presidente já foi 'demonizado' por líderes e fiéis da igreja em eleições passadas, lembram aliados. Para complicar o quadro, o PT lançou a candidatura de Vladimir Palmeira, militante histórico do partido. Vladimir até o momento é ignorado pelo presidente. Petistas lembram que em 1998 Lula ficou refém de Vladimir para fechar um acordo nacional com o PDT. O acordo era o PT abrir mão da candidatura em favor de Anthony Garotinho, liga-

do e Ed

g.Sena

do/A o Azeve

do à Igreja Evangélica . Depois de muita pressão, a direção nacional interveio no diretório carioca e acabou com a resistência. A evangélica Benedita da Silva foi indicada candidata a vice e a coligação foi sacramentada. Mais tarde a aliança com Garotinho revelou-se um desastre. Garotinho rompeu com o PT e saiu atirando contra os petistas. Segundo o governador, o PT era o partido da "boquinha" – numa referência à disputa por cargos. De acordo com Cesar Romero, sem o apoio de Garotinho, que deve apoiar o tucano Geraldo Alckmin, só restou a Lula investir no eleitorado de Crivella. Em 2004, Crivella foi o segundo colocado na eleição à Prefeitura do Rio de Janeiro, obtendo 21,8% dos votos. O atual prefeito Cesar Maia (PFL) foi reeleito no 1º turno com 50,1% dos votos. "Sem Garotinho, a saída para Lula é fazer aliança com Crivella para equilibrar as forças no eleitorado evangélico". O cientista político acrescenta que Lula não deve abandonar Vladimir na campanha. "Vladimir Palmeira representa o palanque ideológico do presidente. E Lula vai precisar, no Rio de Janeiro, do voto da classe média escolarizada e formadora de opinião". Estranhezas – Maranhão é outro Estado em que o PT passa por constrangimento. A legenda fez aliança ao governo estadual com o socialista Edson Vidigal (PSB) contra a pefelista Roseana Sarney. O PFL apóia oficialmente Alckmin, mas o pai de Roseana, o senador José Sarney (PMDB-AP), que tem influência no Estado, defende a reeleição de Lula. Sarney e lideranças do partido, como os senadores Renan Calheiros (AL) e Ney Suassuna (PB), devem formalizar hoje o apoio

/AE

Ferreira

Céli

Quércia e Maluf: o amor (às urnas) é cego.

DE IDEAIS, COM HISTÓRICO POLÍTICO QUASE IGUAL. MAS ELES NÃO SE ODIAVAM? NÃO TROCAVAM OFENSAS PESADAS EM PÚBLICO? ESSAS COISAS NÃO PASSAM NA TEVÊ E VÃO PARA OS JORNAIS TODOS OS DIAS? SIM, DIZEM OS ESTUDIOSOS, MAS HÁ CONTROVÉRSIAS. E SE ELAS LEVAM A UMA CONCILIAÇÃO EM TORNO DE UMA URNA... BEM, AÍ É DIFERENTE. PENSANDO BEM, QUE MAL TEM? QUE DIFERENÇA FAZ? SE O QUE SEPARA O PARTIDO DE UM CARGO SÃO ESSAS "PEQUENAS RUSGAS" E AS URNAS PODEM ENGORDAR PELAS COLIGAÇÕES, QUE SE FAÇAM, CONCLUÍRAM OS PARTIDOS. E QUE NINGUÉM SEPARE O QUE O INTERESSE UNIU. Dida Sa

Kenji Honda /AE e Joedson Alves/AE

mpaio/

AE e Ed

Ferreira

/AE

Crivella e Lula (no alto) selam a união (quase religiosa) do PT com o PRB de José Alencar. Lula e Sarney (acima) são a prova de que o amor tudo suporta.

informal de uma parte do PMDB ao petista. Os petistas maranhenses estão em pé de guerra contra os Sarney. O secretário-geral nacional licenciado do PT, Raul Pont, diz que o partido não avaliou os apoios, entretanto, não esconde a dificuldade. Integrante da ala mais à esquerda do PT, Pont diz que é ruim fazer alianças só pensando em obter votos, mas não há meios de impedir a ação dos partidos. E faz uma advertência: "Ele (Lula) tem autonomia e será o responsável pelos próprios atos ". No caso do Rio de Janeiro, Pont espera não ver se repetir a "experiência traumática" de 1998. "A orientação do partido é que o candidato privilegie o palanque dos partidos aliados", reforçou o dirigente nacional. Aliado sempre – Além de Lula, Renan Calheiros (PMDB) apóia a eleição do tucano Teotônio Vilella Filho ao governo de Alagoas. Lá, o PT lançou a candidatura de Lenilda Lima. Segundo pesquisas, Lula tem a preferência de 50% dos eleitores e Alckmin 1 0 % . R e n a n C a l h e i ro s j á apoiou Fernando Collor (foi seu líder na Câmara) e Fernando Henrique Cardoso (foi seu ministro da Justiça). Ao justificar o apoio a Lula e Teotônio, Renan responde sem pudor que "não se deve misturar a campanha regional com a campanha nacional". Ex-governadores juntos – Adversários políticos desde a época da ditadura militar (1964-1985), Orestes Quércia (PMDB) e Paulo Maluf (PP) são agora aliados. Ambos foram governadores de São Paulo e tiveram papel importante na política nacional.

O quercismo e o malufismo são termos políticos que se perpetuaram no imaginário nacional. Suas administrações foram marcadas por grandes obras acompanhadas de denúncias de corrupção, negadas por eles. Quércia se lançou candidato a governador em aliança com o PP de Paulo Maluf. Antes de fechar com o PP, foi cortejado pelo PSDB e PT. Não houve acordo. Só amizade– O vice de Quércia é o vereador Átila Russomanno (PP), irmão do presidente estadual do partido, Celso Russomanno. "Se os malufistas votarem em mim, ótimo", reage Quércia, ao ser indagado sobre a estranha aliança. Apesar de aceitar os votos de eleitores de Maluf, o candidato do PMDB iniciou a campanha na última quintafeira na Vila Prudente, Zona Leste de São Paulo, sem a presença do aliado. Maluf estava fazendo campanha bem longe da Capital – na região de Franca – para deputado federal. Quércia diz que os dois farão campanha separados até o final. O peemedebista justifica que não fez aliança com Maluf e espera receber votos de eleitores do PT e PSDB. "Nosso compromisso é com o presidente do PP", sintetizou. Celso Russomanno diz que vai se reunir com Maluf para discutir o seu papel na campanha. O dirigente do PP antecipa que Maluf está se dedicando exclusivamente à campanha para a Câmara. Tudo indica, então, que a orientação será mantida. Militantes do PP apostam que o ex-governador terá votação recorde para a Câmara dos Deputados.

Dida Sampaio/AE e Ed Ferreira/AE

Roseana e Vidigal (no alto) e Lula e Renan (acima): pombinhos à força.

PODE TUDO. MAS SEM COMPROMISSO specialistas citam a frase: "A ocasião faz o aliado", do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), uma das raposas da política brasileira, para justificar os "casamentos de conveniência" pelo País afora. "Quem manda no Brasil é a política regional", diz a cientista e comentarista política Lúcia Hippollito. Para ela, o fato de Renan Calheiros apoiar um petista e um tucano ao mesmo tempo está dentro do previsto. Em sua avaliação, a eleição estadual se sobrepõe à eleição federal e os partidos se mobilizam de acordo com os interesses domésticos. Denis Rosenfeld, filósofo e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), diz que as alianças "revelam a falta de estrutura programática dos partidos" e a importância das campanhas regionais. Lula foi obrigado a buscar aliados

E

estranhos devido à crise do mensalão (pagamento de propina a deputados da base governista na Câmara). "O PT não tem mais compromisso com os seus princípios e o programa partidário. No caso da Igreja Universal, por exemplo, o partido sempre criticou o tipo de ação da instituição evangélica. Agora..." Problemas à vista – Quanto à relação Quércia e Maluf, ele sustenta que os dois têm sérias dificuldades. "O malufismo está nos estertores. E Quércia faz política personalista". Rosenfeld lembra que antes de se candidatar Quércia negociou alianças com o PSDB e PT. "Isso demonstra o grau de fragmentação a que chegou o PMDB. É um partido que não tem mais uma estrutura nacional, enfim, é uma confederação de caciques regionais onde cada um faz o que quer."


segunda-feira, 10 de julho de 2006

Congresso Planalto Denúncia CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO Precisamos mais do que nunca de uma reforma orçamentária. José Roberto Afonso, economista

ERROS NO BALANÇO DO GOVERNO

NA PRÁTICA, GOVERNOS INVESTEM MENOS DO QUE DECLARAM EM SEUS BALANÇOS.

MANOBRA CONTÁBIL 'INFLA' INVESTIMENTOS

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ministro da Fazenda, Guido Mantega, utilizou investimentos fantasmas no cálculo que divulgou na semana passada sobre os investimentos públicos federais. De 2000 a 2005, o governo cancelou pelo menos R$ 4,24 bilhões em investimentos inscritos nos chamados restos a pagar –R$ 2,87 bilhões nos três primeiros anos da administração Lula. Mas os valores cancelados continuam na estatística de investimentos da Fazenda. Os R$ 4,24 bilhões foram registrados no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), operado pela Secretaria do Tesouro Nacional, como investimentos liquidados, mas não pagos. Pelo entendimento que especialistas em finanças públicas tinham até o início deste ano, isso significava que eles foram realizados e faltava apenas pagálos. Apesar do cancelamento, o Tesouro não refez os registros no Siafi, mantendo os valores originais de investimentos liquidados em cada ano. Alerta– Mantega pode não ter sido informado por sua assessoria de que os dados do Siafi não refletiam os investimentos de fato realizados a cada ano. Foi a reportagem que alertou pela primeira vez para isso, no início deste ano. A partir dela, especialistas em finanças públicas passaram a questionar o critério de "investimento liquidado" utilizado pelo Tesouro. Além disso, o Tesouro faz, no fim de cada exercício, a liquidação forçada de todos os empenhos (autorização para o gasto, feita antes da assinatura de contrato). Os valores de liquidação são automaticamente igualados pelo Siafi aos de empenho. Nota do Tesouro enviada à reportagem não esclarece a base legal para liquidar os empenhos em 31 de dezembro de cada ano. Diz: "Quanto ao processo automático de encerramento do exercício no Siafi, esclarecemos que não há falha nem desvio legal em sua realização. A automação desse processo tem como objetivo a operacionalização consistente, coerente e tempestiva da elaboração e divulgação das informações resultantes das ações dos gestores e executores públicos federais." FHC– Mantega se baseou nas informações do Siafi no relatório que divulgou sobre investimentos do governo Lula para "provar" que tinham sido maiores do que os de Fernando Henrique Cardoso. Não foi o governo Lula que inventou esse cálculo. O Tesouro informa que é usado desde 1986. A reportagem verificou a ocorrência de liquidação forçada desde 1995, último ano com dados na internet (www.stn.fazenda.gov.br). De 2000 a 2002, o governo FHC cancelou R$ 1,36 bilhão em investimentos considerados inicialmente liquidados pelo Tesouro. Relatórios anteriores a 2000 não têm restos a pagar cancelados e não é possível saber o valor total nas duas gestões do tucano. No ano passado, o governo empenhou e liquidou R$ 17,3 bilhões. Desse total, R$ 11,2 bilhões foram liquidados depois de 31 de dezembro, sem confirmação sobre sua realização. Este ano, restos a pagar somam R$ 13,3 bilhões. De janeiro a junho, o governo cancelou R$ 211 milhões. Pelo menos 11 governos estaduais estão inflando os números com uma sistemática se-

melhante . Os valores de investimentos supostamente executados em São Paulo, Minas e no Distrito Federal são, na realidade, apenas valores de empenho. Rio, Minas, Pará, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Paraíba camuflam despesas de pessoal: consideram como custeio os valores que vão para

Milton Mansilha/LUZ - 08/09/05

Ministro da Fazenda, Guido Mantega, divulgou números errados de investimentos do governo Lula para mostrar superioridade sobre o governo FHC.

aposentados e pensionistas. Amapá, Roraima e Rondônia não publicam na internet os relatórios. Para o economista José Roberto Afonso, isso ameaça um pilar da Lei Fiscal, que é a transparência das contas públicas. "Precisamos mais do que nunca de uma reforma orçamentária", diz. (AE)

Ato público de Heloísa Helena em São Paulo Wladimir de Souza/Diário de SP/Ag. O Globo

Heloísa Helena e Plínio de Arruda

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candidata do PSol à presidência da República, a senadora Heloísa Helena, realiza hoje uma caminhada pelo centro de São Paulo, saindo do largo São Bento, a partir das 10h, passando pela rua XV de Novembro até a praça Ramos. Ontem ela esteve no Parque do Ibirapuera, ao lado do candidato da legenda ao governo do Estado Plínio de Arruda Sampaio; dos candidatos a deputado estadual Carlos Giannazi, Edson Carneiro (Índio) e Horácio Neto; e pelo candidato a deputado federal, Ivan Valente. A caminhada provocou tumulto na passagem da rua IV Centenário. Por conta de obras no parque, havia apenas uma pequena entrada pela qual militantes do partido e usuários tentavam passar. A partir daí, o grupo caminhou pelo Ibirapuera em direção à Avenida República do Líbano. Também participaram militantes do PCB e do PSTU, que apóiam a candidatura da senadora. Ao ser criticada pela falta de organização e levar uma 'bronca' da Guarda Civil Metropolitana, a senadora argumentou que "pela humildade de nossa militância não temos dinheiro para pagar assessores e também não utilizamos estrutura dos nossos mandatos para viabilizar a campanha política". (AE)

REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA

Vidal Cavancanti/AE

Governador Cláudio Lembo durante a comemoração do 74º aniversário da Revolução de 1932

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região do parque do Ibirapuera foi interditada na manhã de ontem por causa da comemoração do 74º aniversário da Revolução de 1932. O tradicional desfile em frente ao Mausoléu ao Soldado Constitucionalista elevou o número de pessoas no parque, que recebeu 120 mil visitantes, ante média de 60 mil aos domingos.O evento contou com a presença do governador de São Paulo Cláudio Lembo. O mausoléu que fica embaixo do Obelisco e guarda os restos mortais dos combatentes da Revolução de 1932 foi aberto à visitação, num raro momento, uma vez que o monumento está fechado ao público geral por má conservação. Em 2002, um trabalho de restauração começou a ser

feito, mas foi interrompido por causa de uma disputa judicial. Agora o governo do Estado assumiu o restauro, que deve custar R$ 5 milhões. A Secretaria de Segurança Pública ficará responsável pela guarda do monumento e a Prefeitura, pela conservação da praça. A Sociedade Veteranos de 32 MMDC passa a ser uma colaboradora, ajudando principalmente na homenagem aos combatentes. "Eles são verdadeiros heróis porque 32 foi uma verdadeira epopéia. Eu espero que toda a sociedade sinta amor pela causa", disse o coronel Mário Ventura, secretário da Sociedade de 32. Não há data para o início das obras porque a empresa que fará os trabalhos precisa ser escolhida por licitação.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

8 -.INTERNACIONAL/OPINIÃO

carta enviada pelos comandantes das três Forças Armadas aos líderes do Senado, divulgada pelo Alerta To t a l ( <http://aler tatotal.blogsp ot.com/2006/06/chefesmilitares-mandam-car ta.html>), é decerto um documento significativo, mas não só pela razão mais imediata apontada pelo editor do site, Jorge Serrão: “Dá a impressão de ter vindo em resposta sincronizada ao polêmico e censurado (pelas tevês) pronunciamento do senador baiano Antônio Carlos Magalhães, no último dia 6 de junho.” O discurso veio da reação compreensivelmente indignada do senador ante a invasão da Câmara Federal pelos agitadores do MLST. O trecho aludido pelo jornalista é o seguinte: “Eu pergunto: as Forças Armadas do Brasil, onde é que estão agora? Foi uma circular do presidente Castelo Branco, em março de 64, mostrando que o presidente da República não poderia dominar o povo sem respeitar a Constituição, que deu margem ao movimento de 64. As Forças Armadas não podem ficar caladas. Esses comandantes estão aí a obedecer a quem? A um subversivo? Quero dizer, neste instante, aos comandantes militares, não ao ministro da Defesa porque ele não defende coisa nenhuma: reajam, comandantes militares, reajam enquanto é tempo, antes que o País caia na desgraça de uma ditadura sindical presidida pelo homem mais corrupto que já chegou à Presidência da República.” É bem possível que esse apelo tenha influenciado os comandantes, induzindo-os a mostrar ao presidente da República que as Forças Armadas não estão de todo adormecidas. Mas a melhor maneira de analisar um documento histórico não é conjeturar suas motivações subjetivas. É desencavar do seu texto, por análise lógica, as premissas e conclusões implícitas que necessariamente seus autores deveriam ter em mente para poder escrever o que escreveram. Nesse sentido, o trecho mais importante da carta é aquele segundo o qual, dos quarenta denunciados por formar a quadrilha do Mensalão, “36 já tinham sido autuados por nosso sistema de informações e pelo antigo DOPS, como agitadores e até envolvidos com situações de corrupção e roubos”, durante o regime militar. É inverossímil que quem afirma isso não esteja consciente da seguinte implicação imediata do que acaba de dizer: Partindo da premissa de que 36 delinqüentes praticaram juntos, durante décadas, crimes intrinsecamente ligados a um projeto de subversão revolucionária continental, qual é a possibilidade de que continuem a praticá-los como equipe por mero desejo de enriquecimento pessoal e fora de toda am-

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MuNDOreAL

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da, em vez da sua consecução fiel pelos mesmos meios criminosos já usados com sucesso em outras épocas? Logicamente falando, essa possibilidade é quase nula, e menor ainda a probabilidade de que os signatários do documento não percebessem que estavam afirmando implicitamente essa nulidade. Tal como no passado, corrupção e subversão não são fenômenos separados: são os dois braços da revolução continental. São os mesmos braços que fomentaram a gandaia financeira e a anarquia política no governo João Goulart; os mesmos

que, derrubado o esquema janguista, instalaram por toda parte o império dos atentados a bomba, dos assaltos a bancos e dos seqüestros. Os mesmos de sempre, com algumas diferenças: 1. Em comparação com as dimensões majestosas do Foro de São Paulo, a OLAS, Organização LatinoAmericana de Solidariedade, que coordenava a subversão continental na década de 70, era um clube de futebol de várzea. 2. Naquele tempo o narcotráfico ainda era incipiente e, na sua maior parte, continuava sob o domínio de

quadrilhas autônomas, depois organizadas em cartéis. Agora até mesmo os cartéis desapareceram. Está tudo sob o comando das Farc, o que é o mesmo que dizer: do Foro de São Paulo. Ninguém cheira coca na América Latina sem contribuir para a revolução continental. 3. Fora os recursos locais obtidos de atividades criminosas, as organizações de esquerda recebiam ajuda clandestina dos partidos comunistas da URSS e da China. Com a queda do regime soviético e a abertura comercial da China, essa ajuda não cessou, mas legalizou-se e ampliou-

se através de empresas constituídas no Ocidente já no tempo de Gorbachev, cujas ligações com a espionagem russa ou chinesa são conhecidas genericamente, mas dificílimas de rastrear em cada caso concreto. Mais ainda, desde os anos 50 o respaldo financeiro concedido pelas fundações bilionárias à esquerda latino-americana cresceu incalculavelmente. 4. Na década de 60, havia ainda um poderoso e organizado movimento anticomunista internacional e nacional, cuja simpatia fluiu naturalmente para a reação anti-Goulart. Hoje ele não existe mais. No ambiente de hegemonia cultural esquerdista, o anticomunismo desapareceu como atitude social legítima, castrando ideologicamente a “direita” e não lhe deixando espaço senão para um discurso moralizante genérico e apolítico. 5. A Igreja Católica, que era a mais forte barreira ao avanço do comunismo, tornou-se instrumento servil da propaganda esquerdista, deixando a população incapaz de resistir ao engodo gramsciano que suga e parasita em prol da política de esquerda o prestígio do cristianismo. 6. As próprias Forças Armadas, humilhadas e aviltadas, já começam a ver com alívio as ofertas sedutoras do seu agressor que promete verbas e tratamento digno em troca da sua adesão, camuflada ou ostensiva, à “guerra anti-imperialista”. Da análise do texto, pode-se concluir sem grande margem de erro que seus signatários estavam conscientes da continuidade do processo revolucionário e de sua ligação íntima e essencial com a expansão da criminalidade no país. Quer o confessem ou não, eles sabem que não estão lidando com casos avulsos de corrupção, mas com a destruição sistemática das leis e instituições, condição para que o partido revolucionário se coloque acima do Estado e o absorva. O que permanece em aberto é saber se estão igualmente conscientes das diferenças acima apontadas. Essa questão é vital. No seu discurso, o senador Magalhães equiparou o descalabro da era Lula aos últimos meses do governo Goulart. A evocação é nítida na expressão “república sindicalista”, então correntemente usada pelos adversários para qualificar o governo. Seu uso, agora, denota o intuito de reduzir o atual estado de coisas à semelhança com o seu precedente histórico. Será isso o máximo de periculosidade que os signatários da carta conseguem enxergar na situação presente? O futuro do Brasil depende de que reste algum senso de proporções na mente de seus comandantes militares. Mesmo o estado de alerta tem graus, e um alerta parcial no meio da catástrofe é quase um sono letárgico.

tíficas, tem a obrigação estrita de ser um discurso unívoco. 2Nenhuma outra teoria, no esforço de se impor à credulidade da população, produziu tantas provas fraudulentas em tão breve transcurso de tempo. Desde as formas intermediárias forjadas por Haeckel até o vexame do homem de Piltdown, passando pelas falsas medições de cérebros na década de 20 e pelas brutais acusações mútuas de charlatanismo entre Richard Dawkins e Stephen Jay Gould, a história da argumentação evolucionista está tão entremeada à história da vigarice que distinguir claramente uma da outra, caso se possa fazê-lo, ainda é um desafio historiográfico à espera de quem o enfrente. 3 Desde seu surgimento, o evolucionismo já inspirou três ideologias notoriamente genocidas: o evolucionismo social, o comunismo e o nazismo. Em nenhum dos três casos se pode alegar que isso foi mero uso retórico de argumentos extraídos de uma teoria em favor de idéias que lhe eram estranhas. Ao contrário, o evolucionismo está nos fundamentos mesmos de cada uma dessas doutrinas, cuja argumentação evolucionista, para completar, nunca foi obra de amadores intrometidos, mas sempre de cientistas de alto prestígio nos círculos darwinianos e similares. No caso do evolucionismo social, não cabe nem mesmo imaginar que tenha sido subproduto ideológico acidental de uma teoria científica, de vez que, na sua versão spenceriana, ele antecedeu a obra de Darwin e foi uma das fontes diretas da sua inspiração. 4 Antes de resolvidas quaisquer das suas divergências internas e antes de extinta a memória das suas contribuições a ideologias totalitárias, o evolucionismo, ao mesmo tempo que pretende conservar suas imunidades de hipótese biológica estrita, já ampliou suas pretensões ao ponto de se apresentar como explicação da história cultu-

ral na sua totalidade e de fazer um esforço organizado para se impor como substitutivo das tradições religiosas na orientação moral, social, jurídica e política da humanidade. E nada disso é empreendido por palpiteiros leigos, mas pelos líderes mesmos das várias e concorrentes escolas evolucionistas. Quem poderia esperar uma prova mais evidente de que se trata de uma ideologia, com ou sem pedaços de ciência dentro dela? 5 Muito antes de se constituir como hipótese biológica, o evolucionismo era defendido como doutrina gnóstica pelo avô de Charles Darwin, Erasmus Darwin, e como tal circulou amplamente em sociedades ocultistas da Escócia e da Inglaterra. É impossível que a influência do avô não ajudasse a inspirar o neto. Em perfeita continuidade, após a publicação de A Origem das Espécies a idéia foi retomada pela doutrina teosófica de Helena P. Blavatski e em seguida pela escola esotérica de Alice Bailey. Foi através desta vertente, representada pelo pedagogo ocultista Robert Müller, que o evolucionismo se incorporou oficialmente aos parâmetros educacionais da ONU, tornando-se mundialmente obrigatório como preparação da juventude para “a civilização do Terceiro Milênio”. O componente gnóstico do evolucionismo transparece também claramente nos escritos de Teilhard de Chardin e, depois de tantos estudos que demonstram a identidade profunda do gnosticismo com os movimentos ideológicos de massa que culminam na utopia do “governo mundial”, é excesso de ingenuidade imaginar que uma idéia que aparece tanto nas origens quanto nos efeitos históricos de um processo cultural e político possa lhe ser totalmente alheia na sua constituição interna. A ciência natural não é feita por anjos, e a hipótese de que suas bases possam ser totalmente isoladas de motivações culturais pré-cientí-

ficas é pueril e besta demais para ser discutida. No mínimo, é confundir a ciência historicamente existente com a definição abstrata de um ideal científico jamais atingido e, a rigor, inatingível. As cinco séries de fatos que apontei estão bem documentadas. Pode-se discutir a sua significação histórica, mas não negar a materialidade dos dados. Se tudo o que eles representam são acidentes marginais que em nada comprometem o núcleo científico puríssimo do evolucionismo, cabe ao evolucionista prová-lo muito bem provado em vez de exigir, pela mera força das proclamações autoritárias, que o interlocutor aceite a priori como ciência incontaminada uma doutrina que historicamente se apresenta tão carregada de comprometimentos e implicações ideológicas. Se, por outro lado, alguém lograsse provar a total ausência de elementos extracientíficos em alguma das versões do evolucionismo, ou mesmo numa parte dela, nesse mesmo momento teria desacreditado como pura excrescências ideológicas todas as conclusões metafísicas, sociológicas, morais, culturais, religiosas e anti-religiosas que os mais célebres porta-vozes da teoria, incluindo Gould e Dawkins, para não falar do próprio Darwin, jamais cessaram de extrair dela. O evolucionismo apareceria então como um imenso discurso ideológico gerado a partir de um pequeno núcleo de ciência genuína, que é aliás precisamente o que suspeito que ele seja. Mas quem pode negar categoricamente que um núcleo semelhante exista no marxismo, na psicanálise, no mecanicismo setecentista, no historicismo ou no próprio “design inteligente”? Que um modelo explicativo obtenha sucesso em coletar fatos que o comprovem não significa, de maneira alguma, que ele não possa ter defeitos teóricos monstruosos e que os mesmos fatos, amanhã ou depois, não possam ser absorvidos

num modelo mais vasto que o supere, o impugne ou o neutralize. Só a livre investigação e discussão pode elucidar isso, num prazo que decerto se contará em séculos. O esforço dos evolucionistas para bloquear as pesquisas no sentido do design inteligente é a exata repetição do decreto dogmático com que Leonhard Euler, em 1748, vetou como anticientíficas as investigações que implicassem a negação, mesmo hipotética, da doutrina newtoniana do “espaço absoluto”, doutrina que desde Einstein ninguém mais ousa defender em voz alta, mas que poderia ter caído muito antes, abrindo caminho para a física relativista em pleno século XVIII, se o partido de Euler, dominante nas academias como é hoje o evolucionismo, não prevalecesse sobre as sábias advertências do pioneiro minoritário G. W. von Leibniz. O design inteligente é uma hipótese científica como outra qualquer, e tentar proibir sua investigação sob o pretexto de que ela é anticientífíca por ter talvez uma remota inspiração religiosa é esquecer que o próprio evolucionismo nasceu de origem similar, com a ressalva de que há uma imensurável diferença de qualidade intelectual entre as doutrinas das grandes tradições monoteístas e o lixo ocultista de Erasmus Darwin. Que meninos de ginásio posem de campeões do evolucionismo acreditando-se imbuídos da autoridade da pura “ciência” em oposição heróica à fé cega e às crenças ideológicas, é coisa que se entende facilmente pela natural prepotência juvenil e pelo atrativo mágico das eras primitivas (meu próprio quarto de adolescente era repleto de miniaturas de dinossauros e tinha um retrato de Darwin na parede). Mas que cientistas adultos entrem em campo com a mesma arrogância ingênua é fenômeno que só se pode explicar pelo fato de que sua cultura histórica é tão ginasiana quanto a daqueles meninos.

por OLAVO DE CARVALHO, de Washington DC

Marcos Michael/AE/07/03/2006

A carta dos militares '(...) reajam, comandantes militares, reajam enquanto é tempo, antes que o País caia na desgraça de uma ditadura sindical presidida pelo homem mais corrupto que já chegou à Presidência da República'.

A Igreja Católica, que era a mais forte barreira ao avanço do comunismo, tornou-se instrumento servil da propaganda esquerdista, deixando a população incapaz de resistir ao engodo gramsciano (...) AE

bição revolucionária? A pergunta se torna ainda mais incontornável porque: (1) em vez de desaparecer nas brumas do passado, aquele projeto sofreu um upgrade formidável com a fundação do Foro de São Paulo e a rearticulação geral que permitiu a ascensão dos grupos esquerdistas ao comando de várias nações da América Latina; (2) esses grupos são os mesmos de antes, e aqueles delinqüentes continuam ligados a eles como sempre estiveram. Qual a possibilidade, então, de que os crimes agora denunciados sejam “desvios” individuais da linha geral da esquer-

Ainda a luta dos monstros inha posição no debate entre adeptos da evolução e do intelligent design é nítida: não há provas conclusivas em favor de nenhuma dessas teorias, e há objeções razoáveis contra ambas. A única atitude cientificamente defensável é admitir que tudo não passa, por enquanto, de um confronto de hipóteses. Enquanto propostas de investigação, tanto o evolucionismo quanto sua alternativa são disciplinas perfeitamente respeitáveis: é tão lícito e obrigatório investigar traços de continuidade evolutiva na história das espécies animais quanto buscar na estrutura do cosmos os sinais de uma intencionalidade racional. O próprio Darwin, como o declara expressamente nos parágrafos finais de A Origem das Espécies, apostava resolutamente nas duas hipóteses ao mesmo tempo: a evolução, para ele, era a maior prova de um propósito inteligente na origem do cosmos. Ninguém o acusou, por isso, de fazer pregação religiosa em vez de ciência. Também não é demais lembrar que as duas hipóteses são velhíssimas: rudimentos de uma teoria evolutiva encontram-se em Sto. Agostinho e Aristóteles, junto com a afirmação explícita de um design inteligente. Entre as duas áreas de investigação, cada uma tão ampla que até a possibilidade de seu confronto total é bastante problemática, não deveriam ocorrer maiores choques, o que só não acontece por causa das implicações ideológicas que mencionei no artigo anterior. Na história das idéias, porém,

segunda-feira, 10 de julho de 2006

há alguns conjuntos de fatos bem estabelecidos que deveriam induzir o evolucionista a entrar na conversa com um pouco de humildade em vez de fazê-lo com a prepotência fanática de quem não admite discussão: 1 Nenhuma outra teoria deste mundo, com as notórias exceções do marxismo e da psicanálise, teve tantas versões diferentes, contraditórias entre si, criadas num intervalo de pouco mais de um século. Desde o determinismo integral até o império do acaso absoluto e incontrolável, desde o gradualismo das alterações microscópicas acumuladas de geração em geração até as mutações repentinas e catastróficas de espécies inteiras, desde o materialismo intransigente até a especulação teilhardiana do plano divino, o evolucionismo adotou camaleonicamente as formas mais díspares e incompatíveis entre si. Basta esse fato para caracterizá-lo desde logo como uma ideologia e não como uma teoria científica. Cada uma das suas versões isoladas tem, em princípío, o direito de se pretender mais científica que as outras, mas seu conjunto é inconfundivelmente ideológico. E quem quer que fale em nome de uma delas deve primeiro vencer as outras no seu próprio terreno antes de exigir que o público em geral a aceite como única versão autorizada. Não tem sentido alegar a multiplicidade de igrejas como argumento contra a fé religiosa, ao mesmo tempo que se concede o direito de variedade plurissensa a uma teoria que, por suas pretensões cien-

Castello Branco, Costa e Silva e Ernesto Geisel


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 10 de julho de 2006

1 Dólar baixo estimulou viagens ao exterior e afastou parte do turistas da cidade no inverno

CONSUMIDORES DE TODO O PAÍS FAZEM FESTA DE PRODUTOS POPULARES NA SERRANA CAMPOS DO JORDÃO

CAMPOS: LUXO EM SEGUNDO PLANO

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Fotos: Luciano Coca/Chromafotos

frio na madrugada e o belo sol durante o dia deixaram lotado o centro de Campos de Jordão, interior de São Paulo, no sábado e no domingo, mas não ajudaram a esquentar muito as vendas no comércio, pelo menos não as dos produtos de valor mais alto. No segundo final de semana de julho, mês de férias, havia empresários reclamando do faturamento. Eram os que ofereciam produtos para consumidores de alto poder aquisitivo que mais motivos tinham para lamentar, já que os pontos-de-venda populares foram bastante procurados pelos turistas. Uma pequena distância separa os dois extremos – o luxuoso e o simples – mas eles apresentam expectativas diferentes de resultados para esta temporada. O proprietário da Fabri Malhas, José Roberto Gouveia, se desdobrava para atender seus clientes no sábado passado. Ele afirmou que ficará satisfeito se o total de vendas do mês for similar ao do mesmo período do ano passado, "que foi excelente". "Já havia registrado crescimento de 10% no resultado de 2005, em comparação com 2004." Segundo ele, a peça mais cara de sua loja está sendo vendida a R$ 160, mas custa R$ 350 na capital paulista. Passeio e compras – Mas o público que ocupou a loja de Gouveia e similares no último final de semana não era formado apenas por paulistanos. As consumidoras e amigas Maria Neuma Araújo e Cecé Silva vieram de Pernambuco para passear e comprar. "Vou levar presentes para a minha família. São produtos diferentes e com valor cerca de 30% mais baixo", afirmou Maria Neuma. "Escolhi uma blusa de R$ 38. Em Serra Talhada, de onde vim, pagaria R$ 60", calculou a amiga Cecé. Outra visitante, a dona de casa Maria José Serafim Leite, essa sim de São Paulo, tinha a mesma opinião: "pelo produto que comprei por R$ 20, teria que desembolsar pelo menos R$ 35 na lugar onde moro". Já as aposentadas Renildes Marques e Maria do Carmo Guarda, que vieram da Bahia, não gostaram muito do que viram. Maria do Carmo achou que tudo estava mais caro do que em 2003, quando visitou Campos do Jordão pela primeira vez. "Mesmo assim vou comprar, porque meus filhos e netos esperam presentes." Seja qual for o motivo, a expectativa entre quem oferecia produtos populares era positiva. A proprietária da loja Kajúlia Modas, Sibéria Maria da Costa, prevê vendas 20% maio-

res em julho em relação a igual período de 2005. "Nos primeiros dias de férias, o movimento é baixo. Ao longo das semanas, tudo melhora", disse. Outro lado –Se tudo vai bem de um lado; do outro, o do luxo, as esperanças não são grandes. Comerciantes do Market Plaza, shopping sazonal que é considerado o Iguatemi da cidade serrana paulista, ainda não viram as vendas esquentarem. As grifes famosas animam os turistas, mas não o bastante para fazê-los colocar a mão no bolso. A advogada Soraia Lara e a juíza Sandra Neves se admiraram ao ver em uma vitrine um casaco que custava R$ 10 mil. "Estava de olho numa jaqueta cujo preço era R$ 2,2 mil. Mas fora do shopping encontrei um produto por R$ 300. Não tinha etiqueta famosa, mas era bonito e resolvi levar", disse Sandra. A gerente da marca feminina carioca Espaço Fashion, Patrícia Perez, estava desanimada, mas com expectativas positivas. "O Market Plaza foi aberto no dia 14 de junho e atenderá até 30 de julho. As vendas estão 50% abaixo das minhas expectativas iniciais, mas acho que ainda estamos no começo das férias. Depois do dia 10, o movimento poderá melhorar", afirmou ela. Já o proprietário da Customized, de São Paulo, Maurício Pereira, que participa do Market Plaza há quatro anos, disse que as vendas caíram 30% este ano em relação ao mesmo período de 2005. "Estou fazendo promoção. Só quando coloquei os casacos por R$ 80 é que os consumidores resolveram comprar. Os clientes perderam poder aquisitivo e o comércio tem que se adequar à realidade." Obstáculo – Para o proprietário do shopping Market Plaza, João Doria Júnior, os negócios ainda não emplacaram porque as férias estão apenas começando e a Copa do Mundo foi um obstáculo ao varejo. "No sábado em que o Brasil perdeu da França, registramos o segundo maior faturamento deste ano. A expectativa é de que o fluxo de pessoas e as vendas aumentem 15% até o final de julho em comparação com o mesmo período de 2005", disse. A presidente da Associação Comercial de Campos do Jordão, Engracia Maria de Dellis, reconheceu que, em relação a maio deste ano, o faturamento de junho teve queda de 35%. "O baixo valor do dólar estimula as viagens internacionais. Mesmo assim, os turistas vão chegar. Campos do Jordão oferece atrações exclusivas. Quem conhece, não troca por nenhum outro lugar", garantiu. Neide Martingo

Preços e qualidade dos produtos chamaram a atenção tanto da "ala rica" quanto da "ala pobre", que convivem lado a lado em Campos do Jordão

Cecé Silva e Maria Neuma (acima) escolhiam peças de preço baixo para levar para Pernambuco. Elas estavam entre os milhares de visitantes da cidade no último final de semana (abaixo).

Mesmo com o bairro do Capivari lotado de consumidores (acima), os comerciantes do shopping Market Plaza (no alto) ainda não puderam ver as vendas desta temporada realmente esquentarem


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.ECONOMIA/LEGAIS

segunda-feira, 10 de julho de 2006

AVISOS DE LICITAÇÕES PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ Aviso de Abertura de Licitação – Processo: Pregão Eletrônico nº 058/06 A Prefeitura Municipal de Guaratinguetá, informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela internet. Objeto: Aquisição de medicamentos e tira-teste. Endereço Eletrônico do Pregão: www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até às 23:59 horas do dia 21/07/2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até às 13:00 horas do dia 26/07/2006. Data e Horário do Recebimentos dos Lances: das 14:00 horas às 15:00 horas do dia 27/07/2006. Disponibilização do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico, no item Editais.

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Empresa Municipal de Processamento de Dados - EMPRO AVISO DE LICITAÇÃO Pregão Presencial n° 007/2006. Objeto: Contratação de empresa especializada para fornecimento de serviços de motorista e motociclista. Abertura: 21/07/2006 às 14:30 horas, na Av. Alberto Andaló, 3030, 6° andar – São José do Rio Preto. Edital completo na sede da EMPRO ou pela Internet www.empro.com.br. São José do Rio Preto/SP, 7 de julho de 2006. Cássio Domingos Dosualdo Moreira- Pregoeiro

COMUNICADOS MONTE MOR INDÚSTRIA E MONTAGEM DE MÁQUINAS INDUSTRIAIS LTDA, CNPJ 00.164.494/0001-40, CCM 2.282.270-4, comunica o extravio do livro fiscal (6-7-10/07/06 ) modelo 57 n.º 1 da PMSP.

BALANÇOS

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Reforma de Prédio(s) Escolar(es): TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – CAPITAL SOCIAL MÍNIMO DE PARTICIPAÇÃO – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/1544/06/02 - EE Santa Olimpia – Rua Freire de Andrade, 4 - Assunção - São Bernardo do Campo/SP – 150 - R$ 17.414,00 – R$ 1.741,00 – 09:30 – 27/07/2006. 05/1611/06/02 - EE Dr. Afonso Vergueiro – Rua Antonio Rodrigues Simões, 310 - Centro - Salto de Pirapora/SP – 180 - R$ 59.737,00 – R$ 5.973,00 – 10:30 – 27/07/2006. 05/1612/06/02 - EE Ruy Rodrigues – Rua Paula Gliwkoff, 104 - Parque Itajaí - Campinas/SP – 150 - R$ 40.502,00 – R$ 4.050,00 – 14:00 – 27/07/2006. 05/1613/06/02 - EE Conde José Vicente de Azevedo – Rua Guararema, 365 - Bosque da Saúde - Sáude - São Paulo/SP – 120 - R$ 44.464,00 – R$ 4.446,00 – 15:00 – 27/07/2006. 05/1617/06/02 - EE Prof. Leopoldo Santana – Rua Manoel Duarte de Oliveira, 151 - Capão Redondo - Campo Limpo - São Paulo/SP – 120 - R$ 39.420,00 – R$ 3.942,00 – 16:00 – 27/07/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 11/07/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 26/07/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo

EDITAL POLICIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO

Centro de Suprimento e Manutenção de Material de Telecomunicações Encontra-se aberto no CENTRO SUPRIMENTOS E MANUTENÇÃO DE MATERIAL DE TELECOMUNICAÇÕES - CSM/MTEL, o PREGÃO PRESENCIAL nº CSMMTEL - 015/UGE. 163/06, COM POSSIBILIDADE DE PARTICIPAÇÃO DE EMPRESAS ESTRANGEIRAS, do tipo MENOR PREÇO, objetivando a aquisição, por itens, de 623 (seiscentos e vinte e três) transceptores portáteis VHF/FM, com modulação analógica e digital, encriptados, para emprego em redes convencionais digitais de radiocomunicação da Polícia Militar do Estado de São Paulo, na seguinte conformidade: ITEM 01 - 440 (quatrocentos e quarenta)Transceptores portáteis digitais VHF/FM modelo I, conforme Especificação Técnica - Nº CSMMTEL - 040/30/06; ITEM 02 - 80 (oitenta) Transceptores portáteis digigais VHF/FM modelo II, conforme Especificação Técnica - Nº CSMMTEL - 041/30/06 e ITEM 03 - 103 (cento e três) Transceptores portáteis digitais VHF/FM modelo III, conforme Especificação Técnica - Nº CSMMTEL - 042/30/06. A realização da sessão será em 27/07/2006 às 10:00 horas, na sede da Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública, sita à Rua Líbero Badaró nº 39 - Centro - Capital - São Paulo, no salão nobre localizado no andar térreo. As informações estarão disponíveis no sítio http:// www.e-negociospublicos.com.br.

ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA MONTE AZUL

Tel.: (11) 5851-5370 Av. Tomas de Souza, 552 - Jd. Monte Azul - SP RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO site: www.monteazul.com.br PARA O EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 Senhores Diretores, Associados e Interessados: mação dos coordenadores, mas não há uma contra-partida fiAtendendo às disposições legais e estatutárias, a Associação Co- nanceira para este projeto, como uma melhoria nos salário ou munitária Monte Azul submete à apreciação o Relatório da Admi- ainda um aumento nas subvenções em geral. Em 2005, consenistração e as Demonstrações Financeiras Consolidadas. Estes guimos desenvolver importantes projetos principalmente contandemonstrativos refletem os atos e operações da administração, do com parceria privadas nacionais e do exterior como apresenassim como a situação patrimonial e financeira no exercício soci- tamos: “De Canto em Canto” - tem por objetivo contribuir para o al findo em 31 de dezembro de 2005. A Conjuntura Econômica O desenvolvimento e valorização do potencial humano e artítisco ano de 2005 ainda foi de moderado crescimento social, pois as em crianças e adultos, em situação de risco, através da música, taxas de juros elevadas influenciaram um ciclo de crescimento este projeto conta com o apoio da Tim do Brasil. “Casa Ângela” baixo nos ambientes públicos e privados, isto reflete diretamente conseguimos o apoio financeiro de várias organizações na Euronas empresas que tem intenção de apoiar o Terceiro Setor, pois pa ligadas a Antroposofia, estamos otimistas com o início previsdeixam de direcionar seus recursos para projetos sociais. A con- to da obras para maio de 2006. “Reconstrução do Prédio das juntura econômica para 2006, é prevista através de um cenário Oficinas” - com o apoio do Fundo Lotérico de Basiléia a reconsestável, com a expectativa de pouco crescimento econômico, trução do prédio abrigará os jovens das oficinas: de padaria, da entretanto, deve-se atentar para o ano eleitoral como uma fase marcenaria, a manutenção e ainda contará com um espaço voltade transição, pois os principais candidatos deverão apresentar do para materiais doados. “Criança Querida” - propiciar o desenpropostas com temas ético, social e econômico, tendo como volvimento integral das crianças vinculadas ao nosso programa e parâmetro o quadro político atual que tende a movimentos soci- conseqüentemente, assegurar que essas crianças, ao entrarem ais mais apurados, o que poderá resultar numa perspectiva favo- para o ensino fundamental, estejam preparadas física, motriz, sorável de aumento dos Investimentos Sociais, facilitando num fu- cial, psicológica e intelectualmente, esta parceira conta com o apoio turo próximo políticas que possam vir a sanar alguns de nossos da Compass Group. “Alicerces” - projeto voltado às estruturas problemas como os baixos salários e pouco investimento na área organizacionais da entidade, nossos parceiros são o Banco Itaú e administrativa da Entidade. A Entidade - A Associação Comuni- a BM$F (SP). “Reforma e Pintura da Padaria” - Este projeto visa à tária Monte Azul conta com 5 programas subsidiados por aproxi- reforma e pintura da padaria localizada no núcleo Monte Azul, esta madamente 19 projetos, atuando principalmente nas áreas de ação teve o apoio da Sankyo Pharma. Outra ação importante, foi a educação, saúde, cultura, urbanização, meio ambiente entre ou- viagem da Renate à Europa, realizando palestras com o objetivo tros. Nossas realizações em 2005 e perspectivas para 2006 - de conseguir mais contribuintes, além de aquecer o relacionamenContamos em 2005, como nos anos anteriores, com muita ajuda to com contribuintes a mais de 20 anos. Em relação ao PSF em de amigos, parceiros e voluntários. Sem esta ajuda não seria especial, no ano de 2005 houve uma boa relação com a prefeitura possível realizarmos nosso trabalho que, após 26 anos de exis- que reforçou mais os laços com nossos programas atuais e ainda tência, já se tornou uma referência de trabalho social. Além dos gerou a possibilidade de obtenção de novos programas. Devidos 1.200 visitantes, atendidos em 2005 através de visitas aos baixos salários em 2005 perdemos alguns profissionais immonitoradas, temos sido visitados por muitas pessoas, entidades portantes e ainda conseguimos manter outros graças a ajudas e empresas à procura de orientação sobre projetos sociais. Pro- específicas. As metas da entidade, para os próximos anos são: a) curando atender este público, criamos em 2002 o Centro de For- Manter os programas já existentes direcionando nossas ações para mação de Educadores Comunitários Mainumby, com cursos de 3 a sustentabilidade da Associação e ainda; b) Aumentar o número anos de duração. O nosso dia-a-dia nos 3 núcleos segue seu de parcerias, para suprir as necessidades financeiras, baixos saritmo próprio e bem dinâmico, tanto nas áreas de educação, quan- lários e a continua melhoria da alimentação de nossas crianças. to na saúde e cultura. A demanda de novas ações é constante e Todas estas ações fazem a entidade perceber que nossos desafiassim tivemos durante 2004, apoiados por parceiros e amigos, a os nos farão mais fortes e mais preparados para ampliar a presenatenção concentrada em alguns projetos novos e outros em an- ça da consciência social no mundo. O ano de 2006 será um períodamento: Para a parceria com a Prefeitura em especial para este do de novas realizações e de novas perspectivas que consolidaano foi exigido um enriquecimento dos controles internos através rão a entidade nos seus objetivos. São Paulo, 31 de maio de 2006. da informatização da prefeitura, isto exige cada vez mais a forA Administração Balanço Patrimonial em 31 de dezembro de 2005 e 2004 - (Expresso em Reais) 2005 2004 Ativo 2005 2004 Passivo Circulante Circulante 18.430,87 12.686,16 Disponível 181.164,47 458.202,54 Fornecedores 35.547,09 8.337,20 Aplicações Financeiras 1.728.840,46 1.184.599,16 Outras Contas a Pagar 12,01 190,07 Empréstimos a Entidades 18.313,12 Obrigações Trabalhistas 41.305,14 42.575,06 Adiantamento a Funcionários 307.182,11 111.576,76 Obrigações Tributárias 1.166.397,52 850.621,74 Empréstimos a Funcionários 28.773,19 40.640,37 Conta Corrente PSF 161.283,43 2.245.960,23 1.813.331,95 Conta Corrente Urbanização Provisão para Férias e Encargos 87.602,43 55.073,10 Realizável a Longo Prazo 1.510.578,49 969.483,33 Empréstimos a Funcionários 43.275,00 36.122,40 43.275,00 36.122,40 Patrimônio Social Sup. Acum. de Exers. Anteriores 3.072.964,66 1.452.868,65 Permanente 880.770,85 Imobilizado 2.185.155,12 2.291.827,14 Avaliação do Imobilizado (109.152,82) 838.158,66 2.185.155,12 2.291.827,14 (Déficit) Superávit do Exercício 2.963.811,86 3.171.798,16 4.474.390,35 4.141.281,49 Total do Ativo 4.474.390,35 4.141.281,49 Total do Passivo Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos Demonstração do Resultado para os Exercícios para os exerc. findos em 31/12/2005 e 2004 - (Expressa em Reais) Findos em 31/12/2005 e 2004 - (Expressa em Reais) 2005 2004 Receita Operacional Bruta 2005 2004 Origens Doações e Contribuições 1.700.918,24 2.861.947,29 Das Operações (109.152,82) Subvenções 1.653.333,85 1.490.606,25 Déficit do Exercício 838.158,66 Subvenções do Prog. de Saúde 16.362.934,48 13.956.527,18 Superávit do Exercício 139.138,18 105.272,19 Subv. do Projeto de Urbanização 162.299,77 325.540,94 Depreciações 29.985,36 943.430,85 Receitas do projeto Ambulatório 54.471,64 63.178,98 Vendas e Serviços 427.299,72 354.042,95 De Terceiros 880.770,85 Aluguéis 19.011,15 17.612,29 Avaliação do Imobilizado 880.770,85 Financeiras dos Projetos 230.806,71 121.812,11 29.985,36 1.824.201,70 Outras 2.663,20 8.056,37 Total das Origens 20.613.738,76 19.199.324,36 Aplicações De Terceiros Custos Diretos/Áreas Prods. 32.466,14 137.320,50 Marcenaria (57.962,35) Adições ao Imobilizado 36.122,40 Loja (149.916,85) (14.118,75) Aumento no Realizável a Longo Prazo 7.152,60 14.200,00 Padaria (39.065,22) (60.943,42) Redução do Exigível a Longo Prazo 880.770,85 Outros (16.956,87) Ajuste pela Avaliação do Imobilizado 39.618,74 1.167.247,25 (188.982,07) (149.981,39) Total das Aplicações Dim./Aumento no Cap. Circ. Líquido (9.633,38) 755.787,95 Custos Diretos Projs. Assists. Atendimento Monte Azul (26.167,21) (38.076,38) Demonstrado conforme segue: 1.813.331,95 1.766.467,60 Mat. e Sers. Uts. em Projs. Assists.(153.021,00) (210.812,95) Ativo Circ. no Início do Exercício 2.245.960,23 1.813.331,95 Bolsa de Estudos (85.976,16) (59.441,90) Ativo Circ. no Final do Exercício 432.628,28 46.864,35 Prog. de Saúde/Família - P.S.F. (16.362.934,48) (13.956.527,18) Projeto SAS (357.165,28) (418.821,47) Pas. Circ. Início do 1.068.316,83 1.678.406,93 Projeto Urbanização (162.299,77) (366.405,03) Exerc. (ajus. 2005) 1.510.578,49 969.483,33 (17.147.563,90) (15.050.084,91) Pas. Circ. no Final do Exercício 442.261,66 (708.923,60) Desps. Gerais e Adms. Gastos com Pessoal (2.392.912,07) (2.122.704,08) Diminuição/Aum. no Cap. Circ. Líq. (9.633,38) 755.787,95 Serviços Prestados (434.982,03) (483.067,23) Demonstração das Mutações do Patrimônio Social Comunicação e Locação (24.671,77) (31.060,79) para os exercícios findos em 31/12/2005 e 2004 - (Expressa em Reais) Gêneros Alimentícios (33.023,80) (20.758,31) Patrimônio Superávit Manutenção e Conservação (110.611,91) (102.573,90) Social Acumulado Total Medics. e Mat. de Enfermagem (68.514,35) (80.534,12) Slds. em 31/12/2003 1.009.655,61 443.213,04 1.452.868,65 Gerais (309.189,01) (333.073,08) 880.770,85 - 880.770,85 Financeiras (3.346,63) (11.908,35) Avaliação do Imob. - 838.158,66 838.158,66 Tributárias (8.657,91) (6.117,94) Superávit do Exerc. (3.386.345,61) (3.191.797,80) Slds. em 31/12/2004 1.890.426,46 1.281.371,70 3.171.798,16 (98.833,50) (98.833,50) Resultado Operacional (109.152,82) 807.460,26 Aj. de Exerc. Anterior - (109.152,82) (109.152,82) Resultado não Operacional 30.698,40 Déficit do Exercício (Déficit) Superávit do Exercício (109.152,82) 838.158,66 Slds. em 31/12/2005 1.791.592,96 1.172.218,88 2.963.811,84 Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis para os exercícios findos em 31/12/2005 e 2004 - (Valores Expressos em Reais) 1. Contexto Operacional - A Entidade foi constituída em 1979, com as práticas contábeis adotadas no Brasil e normas específicom o objetivo da promoção de atividades de ação comunitária, cas para entidades reconhecidas como de utilidade pública. 3. visando contribuir para a solução de problemas típicos de gran- Principais Práticas Contábeis - a. Aplicações Financeiras des concentrações urbanas, sobretudo daquelas de caráter soci- São registradas pelo valor da aplicação, acrescidos dos rendial em comunidades carentes, prestando para tais fins, serviços mentos auferidos até a data do balanço. b. Direitos e Obrigagratuitos, permanentes, sem qualquer discriminação de cliente- ções - Os direitos e obrigações da entidade estão registrados la, conforme a legislação em vigor. Dedica-se também à realiza- pelo valor de realização da data do balanço, acrescidos, quando ção de desenvolvimento social, bem como a prestação de servi- aplicável, dos correspondentes encargos moratórios incorridos ços a órgãos públicos, a instituições voltadas ao desenvolvimen- até a data do balanço. c. Provisão para Devedores Duvidosos to comunitário e a empresas privadas. Para a consecução desse - A entidade não mantém a Provisão para Devedores Duvidosos, objetivo, angaria recursos provenientes de setores públicos e pri- em decorrência de suas finalidades filantrópicas e assistenciais vados, nacionais e estrangeiros. Por ser tratar de uma Entidade e por não considerar relevantes eventuais riscos de não recebicom objetivos filantrópicos e sem fins lucrativos, goza de isenção mento. d. Imobilizado - Demonstrado pelo valor da avaliação efedas contribuições sobre o total das remunerações pagas aos tuada em 31 de dezembro de 2004 para todos os seus itens. A empregados (INSS – parcela empregador, seguro contra aciden- depreciação será calculada a partir desta data de acordo com a tes de trabalho, SENAI, SENAC e SEBRAE), de acordo com o vida útil dos bens indicados no laudo de avaliação. e. Provisão artigo 55 da Lei nº 8.212/91, com a alteração dada pela Lei nº para Férias - Está provisionada integralmente pela parte vencida 9.429, de 26 de dezembro de 1996. Para assegurar este benefí- e proporcional a vencer, inclusive com os respectivos encargos cio, faz-se necessário a renovação periódica do Certificado de até a data do balanço. f. Resultados - As receitas são reconheciEntidade Filantrópica, o qual encontra-se válido até 31 de de- das quando efetivamente auferidas e as despesas são registradas zembro de 2005. Assim sendo, a Entidade é isenta do recolhi- pelo regime de competência do exercício. 4. Aplicações Finanmento das referidas contribuições, que neste exercício foi de R$ ceiras e Contas de Investimentos - São representadas por apli4.137.662,70 (R$ 3.749.575,22 em 2004). 2. Apresentação das cações de renda fixa e poupanças. Esses recursos estão aplicaDemonstrações Contábeis - As demonstrações contábeis fo- dos nas seguintes entidades financeiras: a. Aplicações Finanram elaboradas e estão sendo apresentadas em conformidade ceiras

2005 2004 37.353,95 21.013,76 14.195,49 431.190,46 54.732,60 48.088,90 68.050,20 47.007,04 137.299,55 212.952,27 5.826,72 2.246,87 161.156,74 222.477,54 106.621,49 57.478,38 123.612,90 70.696,58 4.583,88 4.230,49 263,47 242,77 30.036,63 95.490,99 - 459.972,17 74.844,18 3.613,70 63.261,79 - 223.281,31 25.869,33 52.002,71 7,87 130,00 53.606,89 1.728.840,46 1.184.599,16 5. Imobilizado 2005 2004 Custo Depreciação Valor da Corrigido Acumulada Avaliação Terrenos 322.500,00 - 322.500,00 Imóveis/Construções 1.647.161,50 (65.894,60) 1.646.000,00 Instalações 3.527,20 (454,10) 1.920,00 Biblioteca 55.015,47 (11.003,04) 55.015,47 Comp. e Periféricos 53.824,90 (13.674,77) 44.190,00 Direito Uso de software 5.421,67 (1.084,32) 5.421,67 Ferramentas 6.860,00 (1.956,28) 6.860,00 Instrumentos Musicais 14.916,80 (1.283,85) 13.030,00 Máq. e Equipamentos 70.429,54 (12.097,85) 58.805,00 Móveis e Utensílios 75.594,16 (16.530,71) 69.045,00 Veículos 69.040,00 (15.156,60) 69.040,00 2.324.291,24 (139.136,12) 2.291.827,14 Imobilizado Líquido 2.185.155,12 2.291.827,14 Em 31 de dezembro de 2004 a Entidade procedeu um levantamento físico total do seu ativo imobilizado. Esse levantamento foi efetuado por empresa de engenharia de avaliações especializada, a qual atribuiu os valores considerando as condições em que se encontravam os bens e o uso para o qual foram destinados. Esse levantamento implicou em um acréscimo do Ativo Imobilizado no montante R$ 880.770,85, tendo como contrapartida o Patrimônio Social, decorrente, substancialmente dos critérios que eram adotados pela Entidade, para registro dos gastos com reformas e ampliações bem como das doações recebidas ao longo do tempo. 6. Empréstimos a Entidades - Em 1999 a Associação efetuou empréstimo à Mutual Associação Civil Sem Fins Lucrativos para projeto de construção de moradias populares, pequenos empreendimentos agrícolas e demais empréstimos, atendendo a população da região da Monte Azul. Esse empréstimo foi recebido integralmente em 2005. 7. Conta Corrente com o Programa da Saúde da Família - P.S.F. - Em 2001 a Entidade firmou convênio com a Prefeitura do Município de São Paulo – PMSP, para execução do Projeto “Programa da Saúde da Família, do SUS/SP”, pelo qual recebe repasses da PMSP, que são aplicados nos objetivos do Convênio. No exercício de 2005 a Entidade recebeu da PMSP recursos para o PSF no valor de R$ 16.186.567,83 (R$ 12.293.999,32 em 2004), a que se somaram R$ 175.280,35 de rendimentos de aplicações financeiras dos citados recursos e R$ 1.086,30 de outras receitas, totalizando R$ 16.362.934,48 (R$ 12.522.849,26 em 2004). Neste exercício, foram incorridos R$ 16.362.934,48 (R$ 13.956.527,18 em 2004), conforme se demonstra no quadro “a”. a) Resultado do exercício 2005 2004 Entradas Subvenção da PMSP 16.186.567,83 13.712.506,95 Rendas de aplicações financeiras 175.280,35 228.849,94 Outras Receitas 1.086,30 15.170,29 16.362.934,48 13.956.527,18 Saídas Gastos com pessoal 15.261.972,46 13.393.155,67 Gastos administrativos 948.738,16 443.669,68 Aluguéis e equipamentos 152.223,86 119.701,83 16.362.934,48 13.956.527,18 Resultado do exercício A subvenção recebida é reconhecida no resultado do exercício como Receita de Subvenção – PSF, no mesmo valor dos desembolsos, que são tratados como despesas Programa Saúde Família – PSF, sem efeito no resultado final. Eventual saldo ainda não utilizado no programa é mantido no passivo em conta corrente Prefeitura – PMSP. O quadro “b” demonstra a posição patrimonial em 31 de dezembro e o quadro “c” apresenta a movimentação dos recursos do PSF e o saldo passivo existente no final do exercício, que é aplicado no exercício subseqüente, conforme proposta orçamentária. b) Posição Patrimonial 2005 2004 Saldos Ativos Disponível 243.562,54 103.904,03 Empréstimo em folha 464,47 898,58 C/C com Monte Azul (8.832,49) (4.961,42) Adiantamento de Férias 196.956,91 16.534,46 Déficit de caixa a ser restituído 734.246,09 Prov. p/ Perda Déf. /caixa a ser rest. - (734.246,09) 236.717,94 116.375,65 Saldos Passivos Saldo comprometido INSS a recolher 60.835,90 49.954,86 FGTS a recolher 137.161,52 118.890,39 ISS a recolher 719,72 PIS a recolher 20.519,10 9.403,16 IRRF a recolher 35.927,77 72.331,49 Obrigações Trabalhistas 1.835,36 375.421,01 Rescisão 1.629,24 3.041,77 Empréstimos em Consignação 41.509,90 10.154,82 Outras contas 13.903,18 Saldo da Conta Corrente P.S.F. (435.850,82) (923.029,10) Provisão de férias e encargos 1.288.206,65 1.134.453,34 1.166.397,52 850.621,74 Patrimônio Social (734.246,09) (734.246,09) 432.151,43 116.375,65 c)Movimentação/conta corrente 2005 2004 Saldo Inicial (923.029,10) 495.478,53 Sub. recebidas durante o exerc. 16.186.567,83 12.293.999,32 Rend. de Aplic. Financeiras 175.280,35 228.849,94 Outras Receitas 1.086,30 15.170,29 (-) Desp. incorridas no exercício (15.875.756,20) (13.956.527,18) Movimentação líq. do exerc. 487.178,28 (1.418.507,63) Saldo Final (435.850,82) (923.029,10) Na execução desse convênio, conforme estabelecido na proposta orçamentária, a Associação adquiriu Móveis e Utensílios e Equipamentos para utilização nos postos da PMSP, no valor de R$ 79.486 (R$ 13.364 em 2004), que foram registrados como “DespeBB REND FIX 10 MIL – 11681 BB RF LP 150 MIL DI FAC FI – 37975 BB DI EMPRES. MAX – 25007 BB REND FIX LP 10 MIL – 13542 BB REND FIX LP 10 MIL – 25008 BB REND FIXA – 25006 BB REND FIXA – 25009 BB REND FIXA – 25002 BB REND FIXA – 25004 BB REF DI MIL – 25000 BB REF DI MIL – 25003 FIC MASTER – 1511 BB RF LP 150 MIL - 4155 BANESPA TOPÁZIO – 1414 DI FACFI – 12625 FIF RF – 1131 POUPANÇA – ITAU – 060064 SUPER RF FACFI – 26329 BB DI MAX BB DI EMPRESARIAL PLUS BB FIX BB FIX EMPRESARIAL BB FIX EMPRESARIAL MAXI CD DI COMPROMISSADA DI FBQ DI POUPANÇA – ITAU C/INVEST. – BANESPA – 1414 C/INVEST. – BANESPA – 1511

sas com Projeto PSF”. Esses bens, apesar de adquiridos pela Associação, são de utilização exclusiva à finalidade do Projeto e pertencem à PMSP, sendo a entidade depositária e responsável pelos bens adquiridos para o projeto. A existência física no final do exercício equivale ao valor de R$ 542.217 (R$ 462.731 em 2004). 8. Conta Corrente Urbanização - A Associação tem convênio firmado com a Prefeitura do Município de São Paulo - PMSP (COHAB), para execução do Projeto “Urbanização”, pelo qual recebe repasses da PMSP, que são aplicados nos objetivos do Convênio. Em 2005 atendendo às normas do convênio a entidade passou a registrar o resultado entre a subvenções recebidas e não utilizadas, como uma obrigação. Em decorrência da mudança de prática contábil, a entidade efetuou um Ajuste de Exercício Anterior, subtraindo do Patrimônio Social a parcela recebida e não utilizada de anos anteriores, sendo o efeito deste ajuste o montante de R$ 98.833. No exercício de 2005 a Entidade recebeu da PMSP recursos para a Urbanização no valor de R$ 155.202,43, a que se somaram R$ 7.075,92 de rendimentos de aplicações financeiras dos citados recursos e R$ 1.086,30 de outras receitas, totalizando R$ 162.299,77. Neste exercício, foram incorridos R$ 155.202,43, conforme se demonstra no quadro “a”. a) Resultado do exercício 2005 Entradas Subvenção da PMSP 155.202,43 Rendas de aplicações financeiras 7.075,92 Outras Receitas 21,42 162.299,77 Saídas Gastos com pessoal 43.507,47 Gastos administrativos 118.792,30 162.299,77 Resultado do exercício A subvenção recebida é reconhecida no resultado do exercício como Receita de Subvenção – Urbanização, no mesmo valor dos desembolsos, que são tratados como despesas Urbanização, sem efeito no resultado final. Eventual saldo ainda não utilizado no programa é mantido no passivo em conta corrente Urbanização. O quadro “b” demonstra a posição patrimonial em 31 de dezembro e o quadro “c” apresenta a movimentação dos recursos da Urbanização e o saldo passivo existente no final do exercício, que é aplicado no exercício subseqüente, conforme proposta orçamentária. b) Posição Patrimonial 2005 Saldos Ativos Disponível 161.295,44 161.295,44 Saldos Passivos Saldo comprometido INSS a recolher 12,01 Saldo da Conta Corrente Urbanização. 161.283,43 161.294,44 c) Movimentação da conta corrente 2005 Saldo Inicial 98.833,50 Subvenções recebidas durante o exercício 155.202.43 Rendimentos de Aplicações Financeiras 7.075,92 Outras Receitas 21,42 (-) Despesas incorridas no exercício (99.849,84) Movimentação líquida do exercício 62.449,93 Saldo Final 161.283,43 9. Doações e Contribuições - O saldo refere-se a doações de pessoas físicas e jurídicas, do Brasil e do Exterior. A distribuição em cada um dos exercícios foi a seguinte: 2005 2004 Pessoas Físicas 127.153,22 253.566,03 Pessoas Jurídicas 250.473,89 194.467,26 Exterior 919.280,42 1.846.713,40 ONGS 402.683,21 565.645,60 Doações em Espécie 1.327,50 1.555,00 1.700.918,24 2.861.947,29 10. Subvenções INSS - Para o controle das Gratificações Concedidas, a entidade reconhece as despesas em “Custo com Assistência Gratuita” no resultado do exercício reconhecendo o benefício como receita na conta “Subvenção INSS”, anulando o efeito no resultado do exercício. 11. Projetos Sociais - No atendimento ao disposto no inciso VI do artigo 3º do Decreto nº 2.536/98, a entidade tem todo seu serviço de assistência social concedido gratuitamente. Seu principal projeto é o atendimento de aproximadamente 1.000 crianças, fornecendo assistência social, educacional e alimentação. Os gastos com esses projetos estão representados nas rubricas: Folha de Pagamento, Despesas com Alimentação e Materiais Utilizados em Projetos Assistenciais.Para realização desse projeto a entidade conta com o apoio de diversas entidades, cujo montante está refletido na nota 8. 12. Imposto de Renda e Contribuição Social - A Associação, por ser uma entidade sem fins lucrativos, é isenta de imposto de renda e de Contribuição social. 13. Contingência - A Associação está sendo cobrada judicialmente pela Prefeitura do Município de São Paulo por IPTU sobre duas propriedades, relativos aos exercícios de 2002 e 2003. Em sua defesa a Associação enfatiza sua condição de entidade filantrópica com direito a imunidade tributária, sobre o que tramita pedido feito administrativamente à referida Prefeitura. Os advogados que conduzem a defesa entendem como possível o êxito da entidade. Os valores em questão não seriam relevantes em relação ao patrimônio total da Entidade. Diretoria Ayrton Pimentel - Presidente C.P.F. 038.262.798-01 Regina Souza de A. Wrasse - 1ª Tesoureira C.P.F. 153.252.758-60 Mauricio Veroneze - Contador C.R.C. 1SP217307/O-2 Parecer dos Auditores Independentes Aos Administradores da Associação Comunitária Monte Azul 1. Examinamos os balanços patrimoniais da Associação Comunitária Monte Azul, levantado em 31 de dezembro de 2005 e 2004 e as respectivas demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio social e das origens e aplicações de recursos correspondentes aos exercícios findos naquelas datas, elaborados sob a responsabilidade de sua Administração. Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações contábeis. 2. Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria aplicáveis no Brasil e compreenderam: a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume das transações e o sistema contábil e de controles internos da Entidade; b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e as informações contábeis divulgadas; e c) a avaliação das práticas e das estimativas contábeis mais representativas adotadas pela administração da Entidade, bem como da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto. 3. Em nossa opinião as demonstrações contábeis referidas no parágrafo 1 acima representam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Associação Comunitária Monte Azul em 31 de dezembro de 2005 e 2004, o resultado de suas operações, as mutações do seu patrimônio social e as origens e aplicações de seus recursos referentes aos exercícios findos naquelas datas, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. São Paulo, 31 de maio de 2006. CRC Nº 2SP013002/O-3 Clóvis Ailton Madeira CTCRC Nº 1SP106895/O-8 S-SP


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Ahmad Masood/Reuters

As modelos deveriam ser afegãs, mas sabemos que muitas famílias ainda não deixam as filhas usarem coisas como estas. Seria muito melhor e mais eficiente se, no futuro, nossas modelos afegãs desfilassem e mostrassem ao mundo roupas afegãs. Espero que um dia tenhamos modelos nascidas no nosso país. Nooria Farhad, convidada do desfile

segunda-feira, 10 de julho de 2006

www.dcomercio.com.br/logo/

JULHO

2 -.LOGO

10 Recolhimento de ICMS, ISS, IRRF e IPI Dia da Pizza

A RGENTINA I DIOMAS

Google, para buscar no dicionário O dicionário norte-americano Merrian-Webster Collegiate Dictionary acaba de oficializar o que já é prática comum no inglês falado no mundo todo e incluiu o termo "google" como verbo. "To google" passou a significar "buscar informações na internet através do popular site de buscas Google". Os lingüistas dos EUA já reclamaram. Eles acham que o dicionário mais vendido nos EUA se precipitou ao transformar a marca do site em verbete, já que a a primeira

referência de "google" como verbo, em artigo do jornal New York Post, aconteceu há apenas cinco anos. A Google, por incrível que pareça, pode não estar feliz. No relatório para os investidores de 2005, a empresa destaca que "existe o risco de a palavra 'google' se popularizar de tal forma que se transforme em sinônimo de 'buscar'", o que comprometeria a proteção de sua marca registrada permitindo que concorrentes passassem a udar a palavra.

M ALÁSIA Reuters

SuperKirchner em ação Graças a superpoderes, até cabeleireiro é subsidiado por Kirchner

O

governo do presid e n t e a rg e n t i n o Néstor Kirchner está usando os "superpoderes" que possui para alterar à vontade o Orçamento Nacional – sem o controle do Parlamento – e destinar fundos estatais para os mais diversos fins, inclusive desfiles de cabeleireiros da moda. A denúncia foi feita ontem pelo jornal Perfil, que indicou que o governo usou uma ferramenta originalmente prevista para socorrer províncias envolvidas em apertos financeiros – os ATN (Adiantamentos do Tesouro Nacional) – para outorgar US$ 100 mil ao evento Homens da Moda – Mar del Plata 2006 – organizado pela empresa Even Ar SA, propriedade dos cabeleireiros Fabio e Marcelo Cugini, famosos coiffeurs de três

modelos e atores argentinos. O show teria que ser beneficente, já que foi realizado para arrecadar fundos para o Instituto Nacional de Reabilitação Psicofísica do Sul. No entanto, dos US$ 100 mil destinados por Kirchner, apenas US$ 3 mil chegaram ao Instituto. Nos próximos dias, a capacidade de superpoderes poderá aumentar mais ainda, já que o governo conseguiria que a Câmara de Deputados aprove uma lei que modifica essas prerrogativas, tornando-as permanentes (o Senado já deu uma aprovação preliminar, que precisará ser confirmada). Atualmente, os superpoderes do Executivo devem ser renovados a cada ano pelo Parlamento. Enquanto preparara-se para arrancar do Parlamento a aprovação da lei de superpo-

deres (e outra lei que facilita a implementação de decretos presidenciais), Kirchner e sua esposa desferem duras acusações contra a imprensa. Ontem durante as cerimônias da data nacional, o 9 de julho (dia da independência argentina), realizadas na cidade de Tucumán, Kirchner atacou diversos jornais, acusando-os de "acreditarem que são os donos das vontades dos argentinos". Discursando para milhares de pessoas, Kirchner disse que as empresas jornalísticas estão "ocupadas em cuidar de seus interesses". Segundo o jornal La Nación, a Casa Rosada, o palácio presidencial, 40 pessoas se encarregam exclusivamente de monitorar as críticas contra o governo que aparecem na mídia argentina. (AE)

B RAZIL COM Z

Ouro para o presidente A agência de notícias Reuters divulgou no fim de semana uma reportagem sobre os garimpeiros de Serra Pelada. Na violenta região no meio da Amazônia, segundo a agência, os trabalhadores querem que o presidente Lula cumpra uma promessa de 2002: reabrir a maior mina de ouro do mundo. A matéria recupera a história do garimpo na região, que atingiu o ponto máximo nos anos 80 e foi encerrado em 1992, quando os depósitos da superfície acabaram. A reabertura de Serra Pelada não é uma tarefa simples, exige a construção de infra-estrutura para o trabalho dos garimpeiros. Segundo a Reuters, cumprir esta promessa será a prova de fogo da credibilidade política de Lula no norte do País. O Ministério das Minas e Energia disse à agência que a reabertura acontecerá ainda este ano.

Yannis Behrakis/Reuters

C OPA

L

Com vestidos típicos, dançarinas ensaiam para o festival "Cores da Malásia", que começa esta semana e dura um mês. Durante o festival, as atrações culturais de Kuala Lumpur se dedicam a exaltar as tradições locais.

Gramado da final será vendido

A GRICULTURA

A cana-de-açúcar inteligente

C A R T A Z

HUMOR

E M

agrotóxicos. Esta espécie modificada de cana foi obtida pela transferência de genes da soja, e também se "autoprotege" de outros insetos herbívoros. A pesquisa faz parte de uma tendência mundial de empregar métodos de controle biológicos menos danosos ao meio ambiente do que os inseticidas. A pesquisa iniciou-se há três anos e atualmente está na fase final de testes em estufas. Depois, a "cana inteligente" deve ser testada em canaviais.

L

Pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo, que resultou na criação de um tipo novo de cana-de-açúcar, dotado de "inteligência". A esperteza adquirida da planta consiste em liberar proteínas inseticidas toda vez que é atacada pela broca da cana, um dos insetos que mais prejudicam os canaviais. Assim, além de se defender, a cana-de-açúcar da Esalq dispensaria o uso de

GUERRA - Tropas israelenses voltaram a atacar ontem alvos palestinos na Faixa de Gaza, elevando para 52 o total de mortos na ofensiva iniciada dia 28. O conflito na região recrudesceu após o seqüestro de um soldado israelense por militantes palestinos. T ECNOLOGIA

Servem até para digitar Q

uem usa todos os dias o teclado padrão de 102 teclas pode achar difícil encarar esses e outros teclados. Na verdade, os dez mais estranhos teclados do mundo, uma seleção feita pelo site Fosfor Gadgets, valem mais pelo design inovador e pela combinação de funções do que pela praticidade para os trabalhos do dia-a-dia. Mas, acredite, eles também servem para digitar. https://gadgets.fosfor.se/

Política e humor nos traços (foto) de Lan (o italiano Lanfrando Aldo Ricardo Vaselli Cortellini Rossini, hoje com 81 anos e em plena atividade). Estação Pinacoteca. Largo General Osório, 66. Telefone: 3337-0185. Das 10h às 18h. R$ 4.

Todos os índices num só lugar

O Site Archie McPhee traz essa sensacional latinha de curativos adesivos com temas relacionados a Jesus. Para ferimentos que precisam de mais do que um mero mercuro-cromo para sarar. Custa US$ 4,95 no site.

O site dos índices traz séries históricas e informações atualizadas de índices de inflação, macroeconomia, índices financeiros, cotações agrícolas, moedas e Bovespa. Além disso, tem também resumo de indicadores, cálculos financeiros, rendimento da caderneta de poupança e outros investimentos, notícias do setor financeiro, enquetes e um link para a calculadora do imposto, para você saber quanto de seu dinheiro se transforma em taxas e impostos.

www.mcphee.com/ items/11657.html

www.ai.com.br/pessoal/indices

As "Wags" (mulheres ou namoradas de jogadores ingleses) foram proibidas por Steve McLaren, o novo técnico da seleção inglesa, de chegar perto da concentração do time durante os próximos campeonatos que a equipe participar. Segundo McLaren, que entrou no lugar de SvenGoran Eriksson depois da Inglaterra ser desclassificada da Copa do Mundo, a presença delas só atrapalha. As Wags, lideradas por Victoria Beckham, esposa de David Beckham, chamaram a atenção durante a Copa por andarem em grupo, sempre gastando muito e bebendo mais ainda nas noitadas.

Telefone de exBeatle grampeado

Inspirado na série Jornada nas Estrelas, com apoio para os pulsos

A TÉ LOGO

O teclado acima garante uma posição mais confortável para mãos e braços. Abaixo, um modelo para ser enrolado e dobrado

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Brasil ganha seis medalhas na etapa francesa do Circuito Mundial de Vôlei de Praia. Fogo atinge depósito da Justiça Eleitoral em São Paulo. Ninguém ficou ferido.

L

Jesus salva e também cura(tivos)

Mulheres de fora da concentração

E SCUTA

L

F AVORITOS

B ANIDAS

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L

G @DGET DU JOUR

Lavável como uma toalha, parece uma toalha, mas tem teclas no centro, repare

O gramado do Estádio Olímpico de Berlim, local onde aconteceu a final da Copa do Mundo entre Itália e França, será vendido em pequenos pedaços aos torcedores, informou o diário alemão Der Tagespiegel. A previsão dos organizadores é de que a grama seja retirada amanhã. O estádio recebeu seis partidas neste Mundial. Um dos pedidos da Fifa para que o campo ficasse em perfeitas condições era de que a grama tivesse uma altura exata de 2,8 centímetros. O estádio, que já foi palco da propaganda alemã, foi uma das sedes da Copa de 1974.

Após lançamentos de mísseis, Estados Unidos exortam China a pressionar Coréia do Norte.

O telefone de Paul McCartney foi grampeado e uma conversa entre ele e sua filha Stella, na qual ela critica a ex-mulher do cantor, Heather Mills, foi gravada clandestinamente, segundo a edição de ontem do jornal Sunday Mirror. Na conversa, Stella McCartney diz ao pai que Heather tinha mentido para ele sobre seu passado e que acreditava nas notícias que afirmam que a ex-mulher trabalhou como prostituta, diz o jornal. Heather e McCartney anunciaram em maio o fim do casamento, após quatro anos juntos. Divórcio pode custar 300 milhões de euros ao ex-Beatle.


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 10 de julho de 2006

DOISPONTOS -77

A

Laranjas e abacaxis Geraldo Magela/Agência Senado

O

senador Paulo Paim é o propositor do Estatuto da Igualdade Racial (PL 6264/2005) que pretende criar o primeiro regramento legal segregacionista no Brasil, para que se possa combater o "racismo" dividindo as pessoas em "raças" e criando separações entre estas. Este projeto vem sendo objeto de discussão, tanto no meio acadêmico como fora deste. Recentemente, um grupo de intelectuais lançou um manifesto contrário a tal projeto, visto que este estimularia a discriminação e não resolveria os problemas. Este manifesto foi entregue ao Congresso Nacional. Poderia se questionar, também, a obrigatoriedade de uma pessoa se identificar por "raça" e a pseudociência que está por trás disso, totalmente apoiada

Paulo Paim contra os laranjas da elite que atacam os abacaxis da segregação

.

Na edição do dia 5 foi publicada uma carta de naosouumnumero sobre o registro do DNA. O missivista, que provavelmente não conhece alemão nem o uso do dicionário, errou na "tradução" da palavra Ahnenpass. A palavra Ahnen não significa "suspeito" e sim "antepassados". Agora, a proposta de registro do DNA até que seria interessante, pois evitaria uso de cotas para entrada nas universidades de alienígenas com orelhas azuis e nariz verde, donos de Mercedes e Ferrari se candidatando como pobrezinhos afro-descendentes ou a candidatura de "anões de orçamento" e mensaleiros para deputado...

pelo senador outros grupos. Num levante furioso contra o manifesto, na melhor linha "eu estou correto e não aceito divergências", Paim chama as pessoas que subscreveram o manifesto de "laranjas" das elites conservardoras e outros termos que a esquerda usa para referir de forma pejorativa seus opositores. Sr. Paim, prefiro ser um laranja que acredita que as pessoas devem ser julgadas por suas ações (e não pela cor de sua pele, altura, marca da pasta de dente ou outros) do que um abacaxi que quer segregar as pessoas à força para contentar algumas ONGs que ainda acreditam em diferentes "raças humanas" e no coelhinho da Páscoa. RODRIGO VELEDA

F.HABL JR.,SP

NAOSOUUMNUMERO@

ZOCOR@IG.COM.BR

YAHOO.COM

ANTONIO DELFIM NETTO

ATÉ A PRÓXIMA CRISE...

R

oberto Rodrigues foi um dos melhores e mais competentes ministros da Agricultura que o Brasil já teve. Sua saída do governo será sentida por todos os setores do agronegócio. Fará falta ao País e ao próprio governo Lula, que o chamou para trabalhar num momento de inspiração. Ele chegou no Ministério com a produção no auge, em 2002/2003, e lutou bravamente para evitar a crise (mais que todos prenunciada por ele),

N

o primeiro mandato de FHC a âncora cambial e os altos juros arrasaram a agricultura. Ela se recuperou a partir de 2001/2002, mas a sobrevalorização do real, sustentada pelo diferencial de juros internos e externos (nós continuamos com a segunda taxa de juro mais

A próxima safra é filha da crise

Jonas Oliveira/Folha Imagem

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safra 2005/2006, que estamos vivendo, vai terminar com um déficit dos agricultores da ordem de 25 bilhões de reais, para um faturamento esperado de 50 bilhões. Quer dizer, tem um nível de endividamento que é insustentável diante das taxas de juro vigentes. Ninguém deve imaginar que isso não vá ter conseqüências nas safras futuras: já vai acontecer na próxima safra 2006/2007 e só não haverá redução maior do plantio e da produção porque o agricultor-herói não perde aquele sentimento telúrico que o faz plantar porque sabe que Deus não quer que ele deixe a terra nua.

Unidos do Mensalão P

rimeira Leitura, infelizmente, já não está mais nas bancas. Nem na internet. Seus editores resolveram encerrar as atividades da empresa jornalística – com uma dignidade não comum entre nós. Fecharam para não entrar no vermelho, para não ficar reféns dos que podem (ou acham quê) comprar consciências. Primeira Leitura começou, caminhou e terminou, com a dignidade que faz toda a diferença. Eu nem sempre concordava com suas opiniões. E daí? Isso não tem nenhuma importância. Só os muito tolos, os néscios por sina, quase todos eles uns fascistas disfarçados de petistas progressistas – o que é paradoxal, na essência –, não aceitam o contraditório honesto. Essa gente não suporta a inteligência que não esteja a serviço de seu pensamento burro. Direita? Esquerda? Isso é coisa de quartel. Só falta a meia volta, volver. Quem gosta de rótulos são os publicitários. Que Deus os tenha! Mas nem tudo está perdido. Sinto falta de Rui Nogueira. E de tantos outros que traziam a cada edição diária uma visão crítica do Brasil nada varonil – e daqueles que, chegados ao poder, transformaram o Palácio do Planalto num "puxadinho" da casa de Mary Córner. O que sei é que Reinaldo Azevedo, sem tumores e com chapéu, está mais afiado que nunca. Criou um blog de sucesso: ht tp :// blo gd ore ina ld oazevedo.blogspot.com

Cheguei ao ponto. Num de seus artigos, Reinaldo Azevedo sugere que os responsáveis pela campanha do Geraldo Alckmin, no horário eleitoral gratuito, reservem um minuto – dois, no máximo –, para mostrar Bruno Maranhão invadindo o Congresso Nacional (com o nosso suado dinheirinho), para mostrar o sujeito abraçado com Lula da Silva (amigos de peito e partido), para mostrar os soldados do presidente da Bolívia invadindo a Petrobrás, para mostrar a foto de Lula afagando o companheiro analfabeto, para mostrar as cenas da CPI, que oferecer a m a o s q u e c o n s eguem ver a verdadeira essência do PT: mentir sempre, surrupiar sempre que possível. Em nome da causa, deles!

C

oncordo com tudo. Só acho que para a propaganda falta, ao menos, eleitoral: a uma cena: a daquela dedaquela deputada putada petista dançanpetista dançando do o Sambinha da Mesada o Sambinha da Indev ida, tendo como Mesada Indevida mestre-sala aquele tesoureiro, também petisG O enredo é: ta, que ajudou a montar mentir sempre o esquema do "Doutor e surrupiar Valério". Aquele messempre que mo que já "ensinou" – como não? – Matemátipossível. ca aos interessados em Em nome da dar "bom" destino aos causa... deles! recursos não-contabilizados. Aquele mesmo G Não foi o PT que que não dispensa chanos ensinou rutos. E mariposas. Ou, que um bom quem sabe, aquele ouG Sugiro uma cena

roteiro, direção competente e atores bem treinados fazem parecer verdade a mais desavergonhada das farsas?

tro que, segundo o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), acreditava que Maurício de Nassau era um deputado pernambucano do PFL. Tudo bem. Para que tal imagem se concretize – a dança da deputada petista com um destes companheiros petistas – será preciso promover uma "montagem", já que não estavam todos no mesmo recinto na mesma hora. Qual o problema? Afinal, não foi o PT que nos ensinou que um bom roteiro, direção competente e atores bem treinados fazem parecer verdade a mais desavergonhada das farsas? MILTON FLÁVIO (PSDB) É EX-VICE-LÍDER DO GOVERNO NA ASSEMBLÉIA EPMILTONFLAVIO@YAHOO. COM.BR

que chegou finalmente em 2005/2006. Começou com problemas climáticos, uma seca devastadora no sul. Mas esta é grave crise produzida na verdade em razão da flutuação muito grande do dólar, que foi tirando dos agricultores a menor possibilidade de retorno razoável para a produção do campo.

S

em renda e endividada, a agricultura está se ajustando à crise da maneira mais dolorosa possível, que é a perda de valor do patrimônio. Como acontece geralmente entre nós, quem se mata de produzir é obrigado a reduzir ou se desfazer de seu patrimônio para poder se livrar das dívidas e voltar ao trabalho... até a próxima crise, olhada com certa indiferença pelos governos. O engenheiro agrônomo Roberto Rodrigues, homem de tradição e líder respeitado no meio rural, percebeu que esta é a mais grave crise que já se abateu sobre nossa agricultura desde os malfeitos da "âncora cambial". Ele foi embora porque não encontrou no seu governo a disposição suficiente, nem a firmeza necessária, para evitá-la.

alta do mundo) está repetindo a tragédia. Esse câmbio se deve ao fato que a taxa de juro real interna é muito mais elevada que a taxa de juro externa.

P

ode imaginar a mágica que quiser com o câmbio. Se não mudar a curva dos juros, o custo continuará enorme (inutilmente) para a economia e simplesmente insustentável para o setor que alimenta o Brasil. ANTONIO DELFIM NETTO, EX-MINISTRO DA FAZENDA, É DEPUTADO FEDERAL (PMDB) DEP.DELFIMNETTO@ CAMARA.GOV.BR

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VAREJO

Vendas de sedãs crescem 42,7% Participação do segmento sobe de 18,6% para 24,4%, enquanto a dos populares cai de 44,12% para 39,02% ALZIRA RODRIGUES

A

explosão de venda do novo Civic e de outros sedãs médios não preocupa a General Motors, que tem no Vectra o seu principal produto no segmento. "É uma onda que passa. O nosso produto também teve o mesmo comportamento por ocasião do lançamento", lembra o diretor de Vendas e Marketing da GM do Brasil, Marcos Munhoz. Na análise do executivo, foi o Vectra que chamou a atenção de outras montadoras para a demanda reprimida do segmento de sedãs, que ainda vai ganhar novos modelos nos próximos meses, entre os quais o Peugeot 307 sedã. O crescimento deste mercado é de 42,7% este ano (56,4 mil unidades no primeiro semestre, contra 39,5 mil em igual período de 2005). No ano, devem ser comercializados 126,5 mil sedãs, número que deve subir para cerca de 130 mil unidades em 2007. "A partir daí, a tendência é de estabilidade. Não há mercado no Brasil para um volume superior a este. É uma questão de renda", explica Munhoz. O segmento de sedãs estava em baixa nos últimos dez anos e só retomou as vendas a partir das novidades surgidas no ano passado. Com isso, a participação deste tipo de veículo, que foi de apenas 18,6% no primeiro semestre de 2005, subiu para 24,4% este ano, conforme dados da Fenabrave. Esse resultado gerou queda na participação dos chamados veículos de entrada, os populares, cujo índice

Divulgação

baixou de 44,12% para 39,02% agora em 2006. Também caiu a fatia dos hatchs médios, de 5,57% para 4,24%. Os números da Fenabrave comprovam informação do diretor da GM de que a expansão das vendas de sedãs se deu em cima de produtos de vários segmentos. "Tirou mercado de modelos como o Golf, Focus e Stilo e, curiosamente, não afetou veículos como a Zafira e a Picasso". Também o Astra, da própria GM, sofreu retração após o lançamento do novo Vectra, mas agora retomou vendas na mesma faixa de setembro/outubro de 2005, em torno de 1.000 unidades/mês. Ansiosos - Um dos motivos que gera explosão de venda por ocasião dos lançamento é a procura por parte dos chamados "ansiosos por novidade". "São os consumidores motivados por coisa nova. Vão atrás de um novo produto só pelo prazer de sair na frente", diz Munhoz. No semestre, o Vectra ainda aparece como líder entre os sedãs (17.069 unidades). Na seqüência vêm Corolla (15.520) e Civic (12.177). Especificamente em junho, no entanto, o Civic vendeu 3.375 e o Vectra, 2.044 unidades. Segundo Munhoz, o volume do sedã da GM deve estabilizar-se em 2,6 mil unidades/mês. "Chegamos a emplacar 5 mil num único mês e até março tínhamos problema de entrega. Depois teve o impacto de novos produtos, mas o Vectra é o único do segmento com motor flex e acreditamos que continuará entre os preferidos do público".

PARTICIPAÇÃO NO MERCADO

Poucas mudanças no ranking por modelo

A

pesar de apresentar algumas surpresas nos primeiros meses do ano, o ranking dos carros mais vendidos no Brasil registrou pequenas variações no fechamento do semestre em relação a 2005. O Celta chegou a ficar em segundo lugar em janeiro, o Fox ocupou a quarta posição em março e o Vectra entrou no grupo dos dez mais vendidos nos dois primeiros meses do ano. E nos últimos dois meses a novidade é o Civic na lista dos mais vendidos. Mas terminado o semestre, com exceção do Fiesta sedã na frente da picape Strada, a lista dos dez mais vendidos é praticamente a mesma do fechamento de 2005. O Gol encerra os seis primeiros meses do ano na frente, com 85.923

unidades e 10,5% de participação, seguido pelo Fiat Palio, que vendeu 63.936 unidades, representando 7,8% do mercado, e pelo Mille, que somou 57.347 unidades e uma fatia de 7%. O Fox ganhou uma posição em relação ao ano passado, subindo da sexta para a quinta colocação. Crescimento do C3 - Mesmo perdendo terreno nos últimos meses, o Vectra termina o semestre como líder entre os sedãs médios. O Citroën C3 é o modelo que mais cresceu no ano. O carro da marca francesa subiu da 31ª posição no fechamento de 2005 para a 20ª colocação no acumulado do primeiro semestre de 2006. Sua participação nas vendas cresceu de 0,78% para 1,26%.

Apesar da queda de venda nos últimos dois meses, o Vectra tem tudo para retomar posição no seu segmento, conforme avalia Marcos Munhoz, diretor da GM. O principal trunfo, na sua opinião, é o motor flex.


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2007

O ano que chega sem mudar nada Quase toda a linha 2007 está nas concessionárias. Mudanças? Realmente não. Mudou mesmo o ano-modelo. Divulgação

J

á foi o tempo em que a mudança de ano-modelo acontecia entre outubro e novembro do ano anterior. Estamos no início do segundo semestre e as montadoras já começaram a apresentar modelos 2007. Algumas, como a Ford, já colocaram no mercado toda sua linha, dos veículos passeio aos utilitários e comerciais. Outras, a exemplo de Fiat (Doblò), Renault (Kangoo) e GM (Classic), mostram novas versões isoladas e promocionais de sua produção. A Ford justifica a troca do ano-modelo agora, afirmando que ela "gera um diferencial competitivo para o consumidor". Assim, além da F-250, já no mercado na versão 2007, chegam também o Ka, Fiesta, Focus, Courier, Ranger e EcoSport. "Essa é uma das inovações que introduzimos junto com o lançamento da nova assinatura da Ford: Viva o novo", diz o gerente-geral de Marketing da Ford, Antonio Baltar. Segundo ele, poder dispor agora do carro com ano-modelo novo representa uma desvalorização menor do produto, de cerca de 20% ao longo do tempo". Além de antecipar, a marca realinhou os preços da Ranger, agora mais baixos na rede de concessionários da marca. No Ka, a manutenção da versão MP3, lançada inicialmente como edição limitada. O Fiesta Hatch, modelo mais vendido da marca, não sofreu alterações, bem como o Sedã. O mesmo serve para o Focus: Hatch e Sedã, 1.6 L e 2.0 L. Nada foi mudado também na Courier, a picape compacta da marca. E, adivinhe, como em time que está ganhando - pena que não foi bem isso que aconteceu com a nossa seleção de futebol, que ganhou, não convenceu nunca e foi mantida pelo seu técnico teimoso - não se mexe, o maior sucesso da Ford, o EcoSport, continua o mesmo. Só que, de acordo com a filosofia da empresa, acabou ganhando o carimbo de modelo 2007.

A Ford admite, nada mudou no Fiesta e nada mudou no Ka. E ainda apregoa: "Viva o novo".

Kangoo Sportway - No caminho de ampliar sua oferta de "off-homme", a Renault apresenta a série limitada Kangoo Sportway, o segundo modelo com esta assinatura. O primeiro a receber a denom i n a ç ã o Sportway foi a Scénic. Outros modelos seguirão estes. Com previsão de 350

unidades e com preço sugerido de tabela a partir de R$ 50.590 a série limitada Kangoo Sportway, tem completo pacote de equipamentos de série.

Série limitada (Kangoo, E), novas motorizações (Doblò, D) e câmbio automático (Classic, acima) caracterizam estes modelos Renault, Fiat e Chevrolet (respectivamente)

Classic - Segundo modelo Chevrolet mais vendido no mercado interno, o Classic (versão sedã do Corsa an-

tigo) já está disponível nas concessionárias da marca. Como diferencial de outros sedãs do segmento, o modelo apresenta opção de transmissão automática. Na versão "Spirit", com motor 1.6 é o veículo automático mais barato do mercado. O equipamento, que atende às necessidades de portadores de deficiência física, com direito a isenção de impostos, antes era disponível na versão "Super" que deixou de ser produzida na linha 2007. Doblò HLX 1.8 - A Fiat, por sua vez, está oferecendo uma nova versão, a HLX 1.8 Flex (álcool e gasolina), do seu Doblò Adventure, que traz, de série, ar-condicionado e pára-bisa degradê, vidros laterais traseiros e das portas traseiras escurecidos, vidros e travas elétricos, porta lateral corrediça do lado do motorista, e brake-light e novos tecidos nos bancos. Os preços do modelo, nas suas várias versões, estão entre R$ 45.170 e R$ 55.830.


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MEMÓRIA Josias Silveira/Revista Oficina

JK, como o homem, um carro inesquecível O modelo produzido pela FNM foi um carro pioneiro, como o presidente homenageado. E, a exemplo dele, difícil de esquecer. ANTÔNIO FRAGA

O

início da FNM - Fábrica Nacional de Motores foi tão tumultuado como boa parte de sua existência. Em 1938, o general Edmundo de Macedo Soares foi acusado de vandalismo por destruir um lindo pomar em Volta Redonda, no Rio de Janeiro, para construir uma siderúrgica. Paralelamente, o brigadeiro Antonio Guedes Muniz sonhava em produzir motores e máquinas. Graças a esses dois visionários nasceu, a 13 de junho de 1942, em Xerém (RJ), a FNM, instalada num sítio no quilômetro 23 da estrada Rio-Petrópolis. Surgia o embrião da indústria automobilística brasileira. Fabricante de motores de avião, os antiquados WrightCiclone de 450 cv, a empresa começou a ter problemas com o fim da II Guerra Mundial. Foi então que o brigadeiro Muniz buscou alternativas na esperança de evitar o seu fechamento. Em dezembro de 1947, a FNM é transformada em sociedade anônima e o governo

O FNM JK 2000 (abaixo) foi lançado em 1960. Quatro anos depois, surge o Onça (acima).

Divulgação

federal passa de proprietário a sócio. Modernizada a sua administração, a diretoria firma parceria com a italiana Isotta Fraschini. Contrato assinado, são produzidos - no final de 49 - os primeiros 50 caminhões brasileiros, os FNM-D-7.300, com motores a diesel de 130 cv e 30% de nacionalização. Mas logo em seguida, pela falta de apoio na Itália, a Isotta entra em falência. A FNM fecha um acordo com a Alfa Romeo, iniciando a produção de caminhões pesados, mais modernos e potentes (FNM-D9.500 e FNM-D-11.000). Automóvel - Para entrar no segmento de automóveis, a empresa escolheu um modelo que causava furor no final da década de 70: o Alfa Romeo 2.000 modelo 68. Apresentado na Europa, no Salão de Turim, tinha capacidade para seis passageiros e um motor ainda moderno para a época, com quatro cilindros em linha de 1.9 litro, 108 cv de potência máxima a 5.400 rpm e uma caixa de cinco marchas. O FNM JK 2000 foi lançado no dia 21 de abril de 1960, por ocasião da inauguração de Brasília. Era uma homenagem ao então presidente brasileiro, Juscelino Kubitschek de Oliveira. Apresentado como carro de luxo, o JK tinha muitas qualidades e defeitos, e permaneceu mais de uma década sem grandes alterações. Confortável, com bancos de couro reguláveis, sistema de ventilação eficiente e painel completo. No porta-malas, um conjunto de ferramentas completo, que incluía calibrador e velas reservas. Foi primeiro com câmbio de cinco marchas, no duplo comando de válvulas no cabeçote e outros pioneirismos. Um carro para poucos, com requinte ainda desconhecido no Brasil. Vendia menos de 500 unidades/ano. No III Salão do Automóvel de São Paulo, em 1962, a FNM apresentava o modelo Timb (Turismo Internacional Modelo Brasil), muito mais luxuoso e potente (160 cv). As vendas continuavam em queda e a produção, em 1964, não passou de 164 unidades. Chegou, então, um novo presidente, o major Silveira Martins, e as esperanças

O Timb (Turismo Internacional Modelo Brasil), um modelo mais luxuoso e mais potente que o JK

reacendem. A empresa demite funcionários e encomenda a Rino Malzoni um carro especial e esportivo que aproveitasse plataforma e mecânica do FNM 2000: surgia, então, o Onça. Com novas injeções financeiras e expansão da fábrica, as vendas do FNM 2000 sobem e, junto com o Onça (que foi outro fracasso), fecham 1965 com 388 unidades produzidas. Saneada mas sem perspectivas, em 1968 a Alfa Romeo compra a FNM. Vida nova - A montadora entra em nova fase e lança, em 1969, o FNM 2150, com poucas alterações em relação ao JK 2000. O motor teve seus quatro cilindros alargados, chegando a 2.1 litros, e com a nova taxa de compressão (8,0:1) chegou-se a 125 cv. Os freios, que no JK eram, juntamente com o atendimento nas concessionárias, os motivos de maiores reclamações, receberam sistema a vácuo, melhorando sua eficiência. O resultado dessas alterações aparece no final de 1970 quando a FNM bate recorde, com 1.209 unidades. Descontinuado na Europa, o modelo ganhava em 1972 novas alterações, na tentativa de mantê-lo vivo no Brasil. Nova grade, com destaque para o emblema, que lembrava com três símbolos o câmbio de cinco marchas, os freios a disco e o duplo comando de válvulas no motor. O carro agregava valores importantes como, por exemplo, o sistema de direção mais leve, graças às esferas recirculantes, novo painel e console central com instrumentos redondos, volante e alavanca de câmbio esportivos e rádio. Em 1972, a FNM também renova a linha de caminhões, num acordo com a Fiat, e dá início a uma fase de testes de um novo carro. Assim, em 1973, são vendidas as últimas unidades do FNM 2150. No ano seguinte é lançado no mercado nacional o substituto: o Alfa Romeo 2.300. Mas essa é outra história.


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Consumo: em real ou em litros? om o flex dominando hoje mais de 80% das vendas no mercado brasileiro, surge no setor automotivo um debate sobre a medição do consumo de combustível. Enquanto predominavam os veículos a gasolina, era usual ver as pessoas falando meu carro é econômico ou, então, é "gastão" com base na relação quilômetros rodados por litro de combustível. Agora essa conta já não é tão simples, pois depende do combustível que foi colocado no veículo e, principalmente, da eventual mistura do álcool com a gasolina. Como o primeiro tem um rendimento equivalente a 70% do segundo, é óbvio que o número de quilômetros rodados por litro é inferior no caso do álcool. Diante desta situação, o diretor de Vendas e Marketing da GM, Marcos Munhoz, defende a necessidade de uma mudança de postura do consumidor. O que interessa para quem tem um flex, na sua opinião, é a relação real/quilômetros rodados. Ou seja, o importante para o usuário é saber quanto rodou com "x" reais e não necessariamente a quantidade de litros consumidos. Munhoz está inclusive propondo, dentro da GM, que haja uma mudança no computador de bordo que

C

ÍNDICE EMISSÃO DE GASES - 3 Veículos mais modernos reduzem poluição veicular.

SERVIÇO - 5 Rádio com frente removível: o que fazer em caso de roubo.

TESTE - 6 e 7 Audi A6 oferece conforto, tecnologia e total prazer ao dirigir.

SEDÃS - 9 Vendas do segmento sobem mais de 42% no primeiro semestre.

AGENDA 27 de julho

AEA - Associação de Engenharia Automotiva - promove seminário sobre "Logística do transporte: tecnologia e tendências" no Centro de Convenções Milenium, em São Paulo.

28 de agosto

A Fenabrave, entidade que reúne concessionários de todas as marcas de veículo, vai promover debate sobre bicombustível, com participação de representantes do setor de distribuição de outros países.

Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor chicolelis chicolelis@dcomercio.com.br Repórteres Alzira Rodrigues alzira@dcomercio.com.br Anderson Cavalcante acavalcante@dcomercio.com.br

equipa veículos da marca. Ao invés do equipamento indicar a relação km/litro, mostraria dados relativos a R$/litro. O problema, a princípio, é que o consumidor teria de inserir dados com os gastos em reais todas as vezes que abastecesse o carro. O próprio Munhoz reconhece que a adoção desse tipo de rotina foge um pouco do perfil do brasileiro. Mas garante que o assunto está sendo estudado dentro da companhia e que mais cedo ou mais tarde haverá uma solução que viabilize essa mudança de "leitura". A percepção do consumo efetivo do veículo é mais "difícil" em segmentos nos quais a participação dos importados é maior, como acontece no caso dos sedãs. O Vectra, da GM, por exemplo, é o único flex disponível hoje nessa faixa de mercado. Os demais, tanto os de produção local, como o Toyota Corolla e Honda Civic, quanto os importados, como o Ford Fusion, têm disponibilidade apenas de motores a gasolina. Por isso, principalmente, a preocupação da General Motors em promover uma mudança de cultura no brasileiro com relação à forma de avaliar o quanto seu carro consome. Alzira Rodrigues

Chefe de reportagem Arthur Rosa Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Hedilberto Monserrat Junior Ilustração Abê / Céllus / Jair Soares Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão S/A O Estado de S. Paulo www.dcomercio.com.br/dcarro


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POLUIÇÃO Beto Barata/AE/09/09/2004

Catalisador, um herói do meio ambiente Desde a chegada do Proconve, com a obrigatoriedade do uso de catalisadores, o ar que respiramos melhora a cada ano. A emissão de poluentes em São Paulo diminuiu 97%.

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elatório da Cetesb mostra que a poluição veicular diminuiu muito nos últimos anos. Segundo os números, os gases poluentes dos cerca de 14,7 milhões de veículos em circulação em São Paulo tiveram sua emissão reduzida em 97% desde a criação do Proconve – Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores, criado há quase 20 anos. Ao lado do aumento do uso de álcool como combustível, o catalisador automotivo é um dos principais responsáveis pela redução dos poluentes na atmosfera.

O que é? - Utilizado há muitos anos em veículos que operam, por exemplo, no interior de minas de ouro, que exigem ar puro, o catalisador é peça integrante do sistema de exaustão dos veículos. Ele integra um núcleo cerâmico ou metálico, que transforma grande parte dos gases tóxicos do motor em gases inofensivos ao meio ambiente, provocando reações químicas para este fim. Conforme seguia a história do Programa, o catalisador foi se tornando cada vez mais eficiente e necessário para o controle da poluição, que tão bem se conhece nos grandes centros como a capital paulista. Nas montadoras o equipamento passou a ocupar papel de destaque O equipamento antipoluição, em cerâmica, e sua instalação na Kombi

Maurício de Souza/AE/14/07/2004

em todos os programas de desenvolvimento de novos produtos, inclusive os modelos soberanos atualmente no mercado, os bicombustíveis. Na Fase II do Proconve, cerca de 70% dos nossos automóveis saíam de fábrica com o catalisador instalado. Com o rigor da legislação de controle do ar, na Fase III, que passou a vigorar a partir de 1997, o catalisador tornou-se indispensável, em conjunto com a injeção eletrônica, para os automóveis atingirem os limites de emissões determinados pela Legislação. 75% da frota - Instalada no Brasil desde 1990, a Umicore já fabricou mais de 16 milhões de catalisadores, o que significa, aproximadamente, 75% da frota de veículos em circulação no País. No mercado de veículos novos, a empresa possui participação de cerca de 60%. Com moderno centro de tecnologia de emissões veiculares da América Latina, instalado em Americana, no Interior de São Paulo, a fábrica investe anualmente R$ 4 milhões para o desenvolvimento de novas soluções e projetos específicos para atender às exigências e requisitos de cada nova fase do Proconve para os combustíveis brasileiros. Inspeção - Como acontece com todos os fabricantes ligados ao setor automobilístico a Umicore também apóia a Inspeção Técnica Veicular, que considera "fator de extrema importância para o controle da poluição". Representantes da empresa lembram que "a checagem do funcionamento do motor, vazamentos no escapamento, ruídos e emissão de poluentes podem melhorar consideravelmente a qualidade do ar. Os catalisadores em bom funcionamento são capazes de converter cerca de 98% dos gases poluentes". A preocupação de empresas ligadas ao setor é que, diante da inexistência da inspeção veicular, não ocorra a troca de

Esta fumaça já não é mais a mesma, graças à ação dos catalisadores

catalisadores quando isto for necessário. Afinal, por mais que se reduzam seu preço final, será sempre um custo a mais para orçamentos apertados dos proprietários de veículos com cerca de 10 anos de uso. 3,5 milhões adulterados - Os números de veículos que rodam com catalisadores adulterados ou falsificados - estima-se que eles hoje somem 3,5 milhões - justifica a preocupação dos dirigentes do setor automobilístico como um todo. Estes equi-

pamentos modificados provocam altas emissões de poluição na atmosfera, desregulagem do sistema de injeção eletrônica, aumento significativo do consumo de combustível e perda de rendimento do motor. Acredita-se que, com a implantação da Inspeção Veicular, o catalisador passará por rigorosa verificação e isto permitirá que se obtenha melhores resultados no controle da poluição em São Paulo e em outros grandes centros.


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SERVIÇO

Saudades do rádio de gaveta! A frente removível só veio dobrar a preocupação do usuário com eventual roubo ANDERSON CAVALCANTE

Na Pioneer, é preciso apresentar nota fiscal do rádio

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ada contra a modernidade do CD Player, muito menos contra as inovações tecnológicas que invadem cada vez mais os equipamentos de som automotivo. Mas não dá para negar que a idéia de oferecer os aparelhos com frente removível, que no começo era apresentada como uma solução de segurança, hoje só dobrou a preocupação dos proprietários: se antes você se preocupava com o seu toca-fitas, hoje você se preocupa com a parte do CD Player que ficou no carro e com a frente do equipamento, que carrega com você ou deixa "escondida" embaixo do tapete. Aliás, se alguém pensa que está escondendo algo embaixo do tapete, um aviso: este é o primeiro lugar que os bandidos procuram. Mas, afinal, o que fazer se perder ou tiver furtada parte do seu equipamento? Duas opções: procurar o "mercado informal" (leia-se "lojas" suspeitas ou feiras ainda mais suspeitas onde se compra sem nota fiscal) ou procurar assistências técnicas da marca de seu equipamento e torcer para encontrar o que procura. Para Alexandre Verdi, que pela quarta vez teve seu aparelho de som furtado, a dúvida tem sido sempre a mesma. "Já dá para montar uma loja com os ‘restos’ dos rádios, mas não vendo e nem compro estas partes. De uma forma ou de outra sei que estarei incentivando e ampliando este mercado. O problema é que as empresas fabricantes não nos informam onde podemos adquirir estas peças, para eles é muito mais vantajoso que eu compre um aparelho novo e completo".

Alternativa legal - Confira a seguir algumas marcas de som automotivo do mercado brasileiro, se elas oferecem ou não alternativas para diminuir esta "dor de cabeça" e o que elas pensam sobre o assunto. Os consumidores da Pioneer que tiverem a frente de seu aparelho roubada devem procurar a assistência técnica mais

Divulgação

Na Clarion, além da nota, o boletim de ocorrência

A JVC também permite que se compre pelo 0800 da empresa Com a nota e documento de identidade, a Siemens faz negócio Panasonic vende frente e também miolo do equipamento

próxima para adquirir a peça. Geralmente, a frente do rádio não custa menos de 40% do valor final do produto completo e o consumidor deve ter a nota fiscal do som para compra a sua frente. "O valor é alto por diversos motivos, e um deles é para não incentivarmos o mercado paralelo. Sei que este mercado existe, porém não podemos alimentá-lo e muito menos aumentarmos a comercialização dessas peças, pois dessa forma, os furtos, por exemplo, seriam mais constantes", explica o supervisor de Marketing da Pioneer do Brasil, André Andrade. Questionado se a empresa procura alguma forma de codificar as partes dos equipamentos evitando que, por exemplo,

uma frente seja utilizada com o corpo de outro aparelho, André garante que a empresa já se preocupa com isso. "A Pioneer sempre estuda uma forma de evitar o roubo das frentes do rádio.

Se nada foi implementado até agora, é que não se encontrou uma forma ideal. Para a Pioneer essa busca é constante, tanto que fomos os pioneiros na fabricação do rádio de gaveta e na frente destacável". Da mesma forma as empresas Clarion, JVC e Siemens VDO comercializam apenas a frente do rádio que foi roubada mediante apresentação da nota fiscal de compra. A Clarion pede, se possível, um boletim de ocorrência e a Siemens, documento de identidade. A JVC comercializa as partes não só em suas assistências, mas também pelo telefone 0800-0142080. Já a Blaupunkt vende partes de alguns modelos de aparelhos, mas apenas mediante apresentação do boletim de ocorrência. Mesmo assim, depende da disponibilidade das peças. A empresa também alega preferir não estimular esse tipo de comercialização para evitar o "comércio paralelo" e, por isso, o custo da venda de uma peça (frente ou corpo) chega a custar cerca de 70% de um aparelho novo. A Panasonic também negocia as peças (frente e corpo) de seus modelos nas assistências autorizadas. Já a assessoria da Sony informou que a empresa não tem reposição de partes de seus equipamentos. Mas o mais importante é sempre lembrarse que, ao comprar uma peça em um local não autorizado, você pode estar adquirindo o mesmo produto que foi furtado de seu veículo e ainda está incentivando aquele marginal a repetir o ato.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Se não tivesse ocorrido o escândalo em nosso futebol, acho que não teríamos vencido a Copa." Gennaro Gattuso

Tive personalidade para cobrar o pênalti, faz parte do futebol, não posso ficar marcado por isso." David Trezeguet

Kai Pfaffenbach/Reuters

A TERRA É AZZURRA D

epois de 24 anos de espera, a Itália enfim comemora outro título mundial, que se junta aos de 34, 38 e 82. A quarta estrela veio na noite quente do domingo alemão, no Estádio Olímpico de Berlim, com vitória de 5 a 3 na decisão por pênaltis, depois do empate com a França por 1 a 1 no tempo normal e da prorrogação sem gols. Zidane, o craque e maestro francês, encerrou carreira com um gol e uma cabeçada em Materazzi que lhe rendeu expulsão no segundo tempo da prorrogação. O gol foi aos 7 minutos, em cobrança de pênalti cometido por Materazzi em Malouda. Zidane deslocou Buffon, a bola bateu no travessão e caiu no dentro do gol. Aos 19 minutos, o grandalhão Materazzi - personagem dos lances mais importantes do duelo entre a Azzurra e Les Ble us - cabeceou com força a cola cruzada por Pirlo em cobrança de escanteio para fazer 1 a 1. Equilíbrio restabelecido, prevaleceu a lógica da precaução de duas equipes que chegaram ao ato derradeiro da Copa por força de seus sistemas defensivos. Ainda assim, a Itália se aproximou do segundo gol aos 35 minutos, numa cabeçada de Toni que beliscou o travessão. A França sentiu que podia cair na armadilha da A z z u r ra , como havia ocorrido com Austrália, Ucrânia e Alemanha na fase de eliminação direta, e partiu para o ataque no segundo tempo. Os campeões de 98 pressionaram, fecharam espaços no meio-decampo, mas esbarraram no valente Cannavaro e no ótimo Buffon. A Itália cozinhou o galo em banho-maria. Outra vez prevaleceu a lógica e o clássico entre dois rivais históricos enveredou pelo tempo suplementar. Os franceses confiaram na pontaria, mantiveram o ritmo e deixaram aturdidos os italianos com um chute cruzado de Ribéry e com uma cabeçada à

Alessandro Bianchi/Reuters

Ao vencer a França nos pênaltis por 5 a 3, depois do 1 a 1 em 120 minutos de jogo, a Itália conquista a Copa do Mundo da Alemanha numa festa que parecia destinada ao craque francês Zidane, mas consagrou o zagueiro Materazzi no Estádio Olímpico de Berlim. Agora, a Azzurra é tetra. queima-roupa de Zidane que Buffon espalmou sensacionalmente. Les Bleus pareciam revigorados, como nos jogos contra Espanha, Brasil e Portugal, até que o astro Zidane perdeu a cabeça. Depois de lance de agarra-agarra, saiu de área em bate-boca com Materazzi. De repente, voltou-se para o italiano e o acertou com uma cabeçada no peito. O lance não foi percebido por Horacio Elizondo, mas o auxiliar Dario Garcia chamou a atenção do juiz, que deu, então, o cartão vermelho para Zidane, em sua triste despedida do futebol. O telão do estádio, que saiu do ar por 7 minutos no primeiro tempo, não mostrou a repetição do incidente - como exige a Fifa. A torcida não entendeu a decisão e passou a vaiar a Itália. Pela segunda vez na história, a Copa foi definida nos pênaltis. Na primeira, 12 anos atrás, nos Estados Unidos, a Azzurra perdeu para o Brasil,

que comemorou o tetra. Agora, exorcizou o fantasma e se deu bem. Pirlo, Materazzi (ele, de novo), De Rossi, Del Piero e Grosso marcaram. Para os franceses, Wiltord acertou o primeiro, Trezeguet errou, Abidal e Sagnol fizeram, mas foi tudo inútil. A Itália deu a volta olímpica e haverá festa nesta segundafeira, em Roma, na chegada da delegação. A partir de amanhã, porém, o calcio volta à realidade. Os juízes que julgam o escândalo de corrupção no futebol local devem emitir as sentenças iniciais, que atingirão clubes tradicionais, dirigentes e jogadores, talvez até alguns que ontem ganharam o título de campeões mundiais. Nos campos alemães, a Itália mostrou um futebol de equilíbrio, força e eficiênciapara chegar ao tetracampeonato. O técnico Marcello Lippi teve o mérito de tirar o melhor de jogadores com características e temperamento diferentes e

conseguiu isolar a seleção campeã dos problemas que cercam o futebol do país. Lippi é inquieto - para alguns, indeciso. Desde que assumiu a Azzurra, testou dezenas de jogadores, várias formações táticas e passou a impressão de que dificilmente chegaria ao ponto ideal. Mesmo com o Mundial em andamento, continuou com as experiências e demorou a conquistar a confiança da torcida. O ponto alto da Itália, mais uma vez, foi o sistema defensivo. Lippi não teve dúvidas na escolha de dois titulares que se tornaram símbolo da equipe: o goleiro Buffon e o zagueiro e capitão Cannavaro. Ambos tiveram desempenho impecável em todos os jogos. Por ironia, antes do embarque para a Alemanha apareceram na lista de suspeitos de irregularidades e houve até quem pedisse que fossem cortados da delegação. O técnico fez questão de homenagear os dois na festiva

entrevista coletiva após a conquista do título. Lippi acertou de vez a defesa ao colocar Zambrotta no lado direito, no lugar de Zaccardo, e Grosso na esquerda. O meiocampo se estabilizou com a suspensão de De Rossi, depois da expulsão contra os Estados Unidos. Camoranesi, Gattuso e Perrotta atuaram bem na marcação, enquanto Pirlo assumiu a tarefa da armação. Como Totti, que deveria ser o maestro da equipe, não recuperou inteiramente a forma técnica depois de meses em tratamento de uma contusão, Lippi adiantou-o para o ataque, ao lado de Toni. Curiosamente, a Itália sagrou-se campeã com o segundo melhor ataque, com 12 gols - dois a menos do que a Alemanha - marcados por dez diferentes jogadores. E Materazzi, personagem central da decisão, dividiu a artilharia da equipe com o centroavante Toni, cada um com dois gols.

ITÁLIA 1 (5) Buffon; Zambrotta, Materazzi, Cannavaro e Grosso; Camoranesi (Del Piero 41/5), Gattuso, Perrotta (Iaquinta 16/2) e Pirlo; Totti (De Rossi 16/2) e Luca Toni. Técnico: Marcello Lippi.

FRANÇA 1 (3) Barthez; Sagnol, Thuram, Gallas e Abidal; Vieira (Diarra 11/2), Makelele, Zidane, Ribéry (Trezeguet 10/1P) e Malouda; Henry (Wiltord 2/2P). Técnico: Raymond Domenech. Local: Estádio Olímpico de Berlim. Árbitro: Horácio Elizondo (ARG). Gols: Zidane (pênalti) 7/1 e Materazzi 19/1. Cartões amarelos: Zambrotta 5/1, Sagnol 12/1, Diarra 31/2 e Malouda 6/2P. Cartão vermelho: Zidane 5/2P. Nos pênaltis: Itália 5 (Pirlo, Materazzi, De Rossi, Del Piero e Grosso) x 3 França (Abidal, Wiltord, Sagnol). Perdeu: Trezeguet (França).


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Ainda que com derrota, estamos entre os quatro melhores do mundo.” Luiz Felipe Scolari

Estar aqui festejando no pódio é maravilhoso.” Klinsmann, técnico da Alemanha

BOM PARA TODOS paSse livre D

ois gols marcados por Schweinsteiger ajudaram a Alemanha a derrotar Portugal por 3 a 1, no sábado, e alcançar um honroso terceiro lugar na Copa que o país patrocinou pela segunda vez. E os gols do meia de nome difícil de pronunciar poderiam ser três, se o árbitro japonês Toru Kamikawa não resolvesse atribuir um deles ao português Petit, que de fato desviou contra suas próprias redes outro chute do alemão. O prêmio de consolação para os portugueses veio com um gol de Nuno Gomes, de cabeça, aos 43 minutos do segundo tempo. “Schweinsteiger viveu um conto de fadas”, disse o técnico Klinsmann após a partida. “Todos esperavam que jogadores experientes pudessem definir a partida por ser um momento especial, mas coube a ele, um garoto, fazer dois bonitos gols. Tenho certeza de que será inesquecível e muito importante este momento.” “Dedico os gols ao Kahn”, disse o jogador de 21 anos, companheiro de Bayern de Munique do veterano goleiro que nesta Copa participou apenas do jogo de sábado. “Fico feliz por ele, que mesmo no último jogo teve a oportunidade de mostrar seu valor.” Elogiado por Schweinsteiger, Kahn teve mesmo uma grande atuação, com pelo menos quatro boas defesas. Ainda mostrou sorte ao defender com os pés uma bola desviada pelo zagueiro Metzelder. Sempre carrancudo, Kahn sorriu muito com o técnico de Portugal, Luiz Felipe Scolari, antes do início da partida, e conversou com o treinador de Portugal após o apito final. “Ele veio me dizer que este resultado po-

Roberto Benevides

DDP/AFP

Papéis trocados

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Dois gols de Schweinsteiger dão à Alemanha o terceiro lugar, mas Portugal também gosta do quarto

deria ter sido há quatro anos”, disse Felipão, referindo-se à final da Copa de 2002, quando o Brasil - treinado por ele - venceu a Alemanha por 2 a 0. Os portugueses também mostraram-se contentes, se não pelo resultado, ao menos em relação ao quarto lugar alcançado. Figo, que confirmou estar deixando a seleção, não escondeu a tristeza pela derrota nas semifinais para a França. “Quero agradecer em nome de meus companheiros. Desgraçadamente não conseguimos trazer o troféu, mas sentimos orgulho dos portugueses.” O quarto lugar obtido por Portugal foi o segundo melhor resultado do país em Copas, perdendo apenas para o time liderado por Eusébio, terceiro colocado no Mundial da Inglaterra, em 1966. “Fiquem orgulhosos por esse quarto lugar. Fiquem orgulhosos de seus jogadores. Eles deram tudo. Seguiremos progredindo no futuro e da próxima vez termina-

remos em segundo ou mesmo em primeiro”, afirmou Felipão, deixando nas entrelinhas que poderá ficar no país - assunto que dominou as manchetes por lá nos últimos dias. Ontem, em Lisboa, a Seleção Portuguesa foi recebida por milhares de torcedores no aeroporto e no Estádio Nacional. Os portugueses reconheceram o trabalho do time na Copa do Mundo e fizeram coro de “Fica! Fica!” para pedir a permanência de Scolari. O treinador adotou uma postura humilde diante da festa, ao declarar: “Sabemos que estamos em dívida com vocês”. Foi o bastante para que se iniciasse um emocionante coro de “campeão! campeão!” Quanto à sua permanência à frente da seleção do país, Felipão declarou que quer ficar e que “gosta de Portugal”, mas irá se reunir com a Federação na próxima semana para só então decidir de uma vez por todas o seu futuro.

Alemanha 3 Kahn; Jansen, Nowotny, Metzelder e Lahm; Schneider, Kehl, Frings e Schweinsteiger (Hitzlsperger 34/2); Klose (Neuville 20/2) e Podolski (Hanke 26/2). Técnico: Jürgen Klinsmann.

PORTUGAL 1 Ricardo; Paulo Ferreira, Ricardo Costa, Fernando Meira e Nuno Valente (Nuno Gomes 24/2); Costinha (Petit 1/2), Maniche, Simão e Deco; Cristiano Ronaldo e Pauleta (Figo 32/2). Técnico: Luiz Felipe Scolari. Local: Gottlieb-DaimlerStadion, em Stuttgart. Árbitro: Toru Kamikawa (JAP). Gols: Schweinsteiger 11/2, Petit (contra) 15/2, Schweinsteiger 33/2 e Nuno Gomes 43/2. Cartões amarelos: Frings 7/1, Ricardo Costa 24/1, Costinha 33/1, Paulo Ferreira 15/2 e Schweinsteiger 35/2.

A volta do Brasileiro Marcelo Ferrelli/Gazeta Press/AE

O São Paulo, de Rogério e Lugano, está em 3º e é o melhor dos paulistas, pouco à frente do Santos. Já Corinthians e Palmeiras estão lá embaixo

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o São Paulo, 3º, perdeu a liderança na última rodada disputada. O Santos vem em 5º. Os arqui-rivais Corinthians e Palmeiras, 18º e 19º, respectivamente, viram o Mundial na zona de rebaixamento. Nesta se-

A seleção de Portugal, quarta colocada na Copa, recebeu duro castigo ao se reencontrar com a torcida ontem, em Lisboa: Roberto Leal recebeu jogadores e comissão técnica no Estádio Nacional cantando “Casa Portuguesa”.

*Com Agência Estado e Reuters

copa na tv Fernando Cesarotti

ais de 30 câmeras digitais em cada partida, digitais, de última geração, com imagens de altíssima resolução adaptadas para a TV digital. Milhões de dólares investidos. Tudo isso se justificou na final, em que a transmissão conseguiu recuperar o momento exato em que Zidane acertou a cabeçada em Materazzi. Foi a cereja no bolo de uma final que teve gols anulados por impedimento e pênaltis chutados no travessão quicando dentro (de Zidane) ou para fora do gol (de Trezeguet), e de uma Copa marcada por belas imagens e pela transição nas transmissões - aqui no Brasil os poucos já preparadod para os novos padrões puderam se deliciar com imagem e som de alta qualidade nas caríssimas TVs de plasma. A Fifa colaborou ao melhorar a geração de caracteres - faltou apenas "posicionar" os jogadores na escalação inicial, como a Uefa faz nos jogos da Liga dos Campeões, em vez de se contentar com a inútil ordem numérica. Para 2010, o que nos resta é torcer pelo fim do monopólio nas transmissões da TV aberta. Nada contra o Galvão e seus parceiros, mas um pouco de oxigenação e direito de escolha cairiam bem.

mana, todos voltam a jogar. O São Paulo, inclusive, deve ter Rogério e Mineiro, que foram à Copa. O Corinthians guardará Tevez, Mascherano e Ricardinho para o clássico do fim de semana com o Palmeiras.

QUE ORGULHO

"ANJINHO"

Fim de jogo na Globo, Galvão pede a Arnaldo Cezar Coelho suas impressões sobre a Copa. Provavelmente se referia à arbitragem, especialidade do homem que apitou até final de Mundial. "Queria dizer que tenho muito orgulho de ter estado aqui na Globo em mais uma Copa do Mundo." Parecia até pedido de emprego.

Por falar em Materazzi, a tecnologia não foi suficiente para descobrir o que ele falou que tanta ira despertou em Zidane. Mas o zagueiro italiano, que aliás foi expulso contra a Austrália, não é nenhum santio. No Youtube (www.youtube.com), e só digitar "Materazzi" no campo de busca para ser brindado com uma compilação dos melhores momentos do jogador chamado de "Macelazzi", trocadilho de seu nome com "macellaio", que é "açougueiro" em italiano.

COMIGO, NÃO Já Galvão, para desespero de seus detratores, se despediu com "Até 2010. Se Deus assim permitir." Ontem, ele confundiu o zagueiro Materazzi, autor do gol italiano, com o atacante Luca Toni, que acertou a trave da França. Em vez de olhar o número na camisa, preferiu culpar a altura parecida dos dois

VIDA QUE SEGUE Sem Copa, os canais de esporte voltam aos poucos à programação normal. A ESPN Brasil chega com hipismo, enquanto o Sportv vai de futsal.

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Também voltam hoje os programas de esportes radicais, Ação Compacto na ESPN e Zona de Impacto no Sportv.

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esponda rápido: qual é o líder do Campeonato Brasileiro? Em qual posição está o seu time, e com quantos pontos ganhos ele está? Se você não sabe, não se preocupe. Provavelmente, pouquíssimas pessoas vão responder corretamente a essas perguntas: durante o último mês, todo o mundo se mobilizou para torcer por suas seleções favoritas e os campeonatos nacionais e continentais, como a Libertadores da América, foram deixados de lado - só até ontem. O Brasileiro, por exemplo, teve a sua última rodada (a 10ª) em 3 de junho, e consagrou o Cruzeiro como líder, com 21 pontos ganhos. O Inter ocupa a vice-liderança, com o mesmo número de pontos, mas leva desvantagem no saldo de gols (5 a 12 dos mineiros). Só depois vem um paulista:

DURO CASTIGO

A Conmebol – Federação Sul-Americana de Futebol – completou ontem 90 anos de fundação. Sem festa: desde a Copa do Mundo de 1982, fez-se na Alemanha a primeira final sem a presença de uma seleção da América do Sul.

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D

uas feras tiveram consagrações diferentes neste fim de semana em Wimbledon. Ontem, Roger Federer mostrou a Rafael Nadal que, na grama, ele ainda manda e de nada vale a superioridade do espanhol no saibro. Já na sexta-feira, Amelie Mauresmo brilhou ao conquistar seu primeiro título do mais famoso torneio de Gtand Slam. Número 1 do mundo, a francesa só tinha um título da série mais importante do tênis, conquistado na Austrália, neste ano, num jogo que Justine Henin-Hardenne abandonou por dores estomacais. No reencontro com a belga, que chegava com o título de Roland Garros, venceu um jogo duríssimo por 2 a 1 (2/6, 6/3 e 6/4). Acusada de "amarelar" em decisões, ela deu a resposta. "Queria muito conquistar esse troféu, e agora ninguém mais vai poder falar de meus nervos." Entre os homens a decisão também reuniu o campeão do Aberto da Austrália, Roger Federer, e o da França, Rafael Nadal, que chegava com vantagem de 6 a 1 em confrontos contra o número 1 do mundo. Federer fechou o jogo em 3 a 1 (6/0, 7/6 (7/5), 6/7 (2/7) e 6/3) e brincou. "Voltei a gostar de fazer finais com o Nadal", disse, em referência às quatro derrotas sofridas no ano, inclusive em Roland Garros. "Mostrei que posso ganhar também em Wimbledon, só espero não ter de novo Roger pela frente", rebateu Nadal.

LONGE DA FESTA

MAIS QUE MILHÕES DE PALAVRAS

Dc Esporte O craque de sempre, a nova rainha

futebol tem encantos que a razão desconhece. Quem, até o quinto minuto do segundo tempo da prorrogação, poderia imaginar que o futebol cabeça dos franceses sucumbiria aos italianos por conta de uma cabeçada do supercraque Zinedine Zidane no aguerrido zagueiro Marco Materazzi? Nem os mais criativos roteiristas da história do cinema imaginariam um final tão insólito para a carreira de um dos maiores craques do futebol na decisão de uma Copa que lhe valia o título de bicampeão do mundo. A final da Copa da Alemanha, toda em azul, desenhavase em gloriosa despedida do craque francês, que fez 1 a 0 em cobrança de um pênalti sofrido por Malouda. Quem o cometeu? Materazzi, o substituto do insubstituível Nesta e candidatíssimo, logo aos 7 minutos, à função de vilão do enredo protagonizado pelo herói Zidane. Mas as boas histórias estão cheias de reviravoltas e Materazzi começou a dar a volta por cima, já aos 19 minutos de jogo, marcando de cabeça o gol de empate. Em seguida, como acontece muitas vezes nos melhores romances, a ação esfriou para só retomar as emoções no finzinho do primeiro tempo da prorrogação. O herói Zidane, que passa anos sem cabecear uma bola, quase decide o jogo numa cabeçada que o goleiro Buffon defendeu sensacionalmente. A final ia ficando claramente bleue. De novo, Materazzi interveio na história, cochichando algo ao ouvido do protagonista. O herói endoidou, deu-lhe uma cabeçada no peito e, expulso pelo juiz, vestiu a pele de vilão e foi embora para sempre. Materazzi, quem diria, roubou o caneco.

Mas os órfãos da Copa ainda têm direito à reprise da final de ontem: às 12h no Sportv, 14h15 na ESPN Brasil.


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ORIENTAL

Novo carro da Nissan será feito na China O modelo é o Livina Geniss, que terá motor 1.8 a gasolina e vai ser mostrado, ainda este mês, no Salão Internacional de Guangzhou

A

DCARRO POR AÍ

TESTANDO BATERIAS. EM PORTUGUÊS

L Divulgação

Nissan Motor Co. escolheu a China para produzir uma nova família de veículos que será lançada, em todo o mundo, nos próximos dois anos. O primeiro modelo, que será apresentado ainda este ano, vai se chamar Livina Geniss. Esta é a primeira vez que um carro da marca japonesa terá sua avantO Livina Geniss acomoda sete pessoas première no mercado chinês. “Essa nova família de carros representa um importante investimento versas acomodações dos assentos para para a Nissan”, disse o vice-presidente melhor transportar seus ocupantes. executivo da companhia, Carlos TaAssim como os futuros modelos dessa vares. “Nossas expectativas são de que o família, o Livina Geniss foi projetado no Livina Geniss e suas variantes contri- Nissan Technical Center, em Atsugi, no buam para o crescimento da marca na Japão, e será produzido em uma plaChina e em outros importantes mer- taforma comum com a Renault. O carro cados ao redor do mundo”, concluiu o será equipado com motor 1.8 gasolina executivo da montadora. com C-VTC (Continuous Valve Timing Control), o que garante um aumento da Conceito - O novo modelo será mos- potência e do torque. trado no Salão Internacional de GuangQuem vai fabricar o novo veículo é a zhou, China, no fim deste mês. O carro, Dongfeng Motor Co.’s (DFL), subsidiária que é baseado em um conceito que reúne da empresa na China. Outras fábricas da requinte e praticidade, acomoda sete pas- montadora também receberão autorizasageiros e se adapta conforme a ne- ção para a produção de futuros modelos cessidade de cada um. O design externo da família global. Os locais e as datas para apresenta linhas futuristas, enquanto o início de novos projetos, no entanto, interior é multifuncional, permitindo di- ainda não foram definidos.

ançado no ABC paulista, o DGTronic, primeiro aparelho 100% nacional, para teste digital de baterias, que custa metade do preço dos equipamentos importados. Usando energia da própria bateria do veículo, o equipamento fornece diagnóstico em cinco segundos, mais rápido que os modelos importados. O DGTronic também pode ser usado para verificar alternador e

motor de partida. Além do nosso idioma, presta informações em outras línguas: espanhol, italiano, inglês ou alemão. O diretor-gerente da DG, Luiz de Gennaro, diz que o aparelho, desenvolvido em três anos, pode custar até 50% menos que os modelos importados. A expectativa inicial do empresário é conquistar 40% do mercado nacional, a partir de julho.

MUDANÇAS NAS OPERAÇÕES DA IVECO

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Iveco Latin America anuncia uma reestruturação de sua operação no Brasil, desenhada para dar à empresa maior veloci- Divulgação dade de decisão e uma estrutura administrativa mais racionalizada. Ao mesmo tempo, a empresa confirma para agosto o lançamento de novo pesado, o EuroCargo 450E32T Cavallino. "De 2004 a 2005 aumentamos nossa participação no mercado brasileiro de caminhões de 4,6% para 5,2%. Queremos crescer mais rapi-

damente e estas medidas vão nos deixar melhor posicionados para este avanço”, informa Jorge Garcia (foto), presidente da Iveco Latin America. O comando e controle das operações da empresa e as atividades comerciais e administrativas voltadas para o mercado brasileiro serão transferidos de São Paulo para a Grande Belo Horizonte (MG). Permanecerá em São Paulo um escritório regional ligado a vendas e homologações de produtos.

AUTOGLASS E ITAÚ SEGUROS

NOVO SHOWROOM DA INBRABLINDADOS

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Autoglass acaba de vencer concorrência para oferecer proteção aos vidros de caminhões e outros veículos de carga de clientes da Itaú Seguros. “O atendimento da carteira de caminhões da Itaú requer uma rede extremamente pulverizada devido à alta mobilidade das frotas e a Autoglass, com mais de 500 pontos de atendimento em todo o País, tem estrutura adequada para atender essas necessidades”, diz Fernando Carreira, diretor da Autoglass.

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Inbrablindados está inaugurando um novo showroom e oficina credenciada, na rua Centro Africana, 74, em São Paulo. O projeto, que recebeu investimento de R$ 1,2 milhão, disponibiliza uma série de serviços adicionais como, por exemplo, plataforma de emergência 24 horas, comercialização de linha de acessórios, oficina especializada em reparação de materiais balísticos e consultoria de atendimento à área da construção civil.

VENDA DE MOTOS CAI EM JUNHO

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produção brasileira de motocicletas sofreu queda de 15,6% em junho. Foram 117.922 unidades fabricadas no período, contra as 139.666 de maio, conforme dados da Abraciclo – Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares. No acumulado de janeiro a junho, foram produzidas 711.970 motocicletas no País.

“O desempenho negativo em junho, tanto em produção como em vendas no mercado interno, está relacionado ao efeito ‘Copa do Mundo’, que provocou o adiamento das decisões de compra, e também a uma certa sazonalidade na utilização da motocicleta durante o período de inverno”, esclarece Paulo Shuiti Takeuchi, presidente da Abraciclo.


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São Paulo, segunda-feira, 10 de julho de 2006

São Paulo, segunda-feira, 10 de julho de 2006

AUDI A6

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Dentro, espetáculo. Mas fora... Ótimo em conforto, tecnologia e prazer ao dirigir. Mas há quem não goste da sua nova frente. ANTONIO FRAGA

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ançado em 2005, o Audi A6 chegou ao mercado para brigar com a Mercedes-Benz E, BMW 5 e Volvo S80. Com 4m20 - maior que os seus concorrentes - tem aparência imponente na cidade e, principalmente, na estrada, onde na verdade dá mais prazer em dirigi-lo. Seu maior destaque é a eletrônica embarcada. Por intermédio de um botão giratório no console central e de uma tela de 7 polegadas instalada no painel, o motorista tem acesso ao MMI Multi Media Interface, que permite absoluto controle do carro. É possível efetuar os mais diversos ajustes no carro, como por exemplo ativar os faróis de uso diurno, regular bancos dianteiros, ver a carga da bateria, memorizar as rádios desejadas, agenda telefônica, entre outras dezenas de regulagens. É um verdadeiro show.

Dono de uma indiscutível tecnologia, que o coloca entre os melhores, o A6 perde muitos pontos com sua nova grade, criticada por tradicionais fãs

Controles sempre à mão - Por dentro é muito espaçoso e confortável. Achar a posição mais agradável neste modelo alemão não é uma tarefa nada complicada, muito pelo contrário. Todos os controles estão ao alcance das mãos sem qualquer esforço ou complicação. Atrás, o espaço é generoso. O banco traseiro mais se parece com duas amplas e agradáveis poltronas - mas há espaço para três pessoas, todas com apoio de cabeça - com direito a refrigeração quase exclusiva, pois pode direcionar e escolher a climatização individualmente. A cortina, que impede a entrada da luz solar, amplia o bemestar dos afortunados que têm o prazer de desfilar acomodados neste ambiente. Na traseira, a cortina abaixa quando a ré é engatada. O porta-malas acomoda até 546 litros. Para quem tem e necessita de motorista, é um teste diário contra o egoísmo, afinal dirigir este modelo é um prazer. De modo comportado ou mais esportivo, o Audi A6 com toda a sua tecnologia se adapta rapidamente à sua vontade. Atrás do volante, revestido em couro, o seletor de marchas (populares borboletas) e controles do som e computador de bordo. Mas há um ponto discutível nesta máquina. É o design da grade dianteira, que divide as opiniões: uns adoram, outros detestam. Adotado por toda a

Pablo de Sousa

O farol, como acontece em todo Audi, é irrepreensível. E tem até regulagem para uso durante o dia.

A traseira do carro é "limpa" e bonita, sem restrições, como acontece com a frente

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O motor e a tecnologia embarcada, sob total controle do motorista, são o ponto alto do carro, capaz de chegar aos 250 km/h

O teto solar é mais um item de conforto e o porta-malas leva a bagagem dos cinco passageiros com tranqüilidade

linha Audi nos últimos anos, deve ser a maior causa da queda significativa nas vendas do modelo A6. Afinal, porque um carro desta categoria vai perdendo mercado? Motor indiscutível - O motor V8 de 4.2 litros é uma verdadeira usina de força. Duplo comando de válvulas, 40 válvulas (cinco válvulas por cilindro) e injeção multiponto seqüencial, o A6 V8 tem 335 cv de potência máxima. Acelerar este "haras" é mais que um prazer, é um delírio. Limitada eletronicamente, a velocidade é de 250 km/h e acelera de 0 a 100 km/h em apenas 6,1 segundos. São números de carros esportivos. Mas este é um sedã familiar, que possui uma grande qualidade: anda-se na cidade tranqüilamente. O consumo é muito bom levando-se em conta o que está debaixo do capô: média estrada/cidade em torno de 8 km/litro. Mas com o pé direito manso, sem gracejos, porque senão, haja gasolina. A transmissão automática de seis velocidades com Tiptronic tem trocas suaves e rápidas assim como suas reduções. Mas, como em toda a linha Audi, apesar de muito bom, não respeita a vontade de quem está dirigindo. Diferentemente do que vem ocorrendo com vários modelos, como o Omega ou os mais modernos da BMW, quando na função "manual" o Audi A6 troca as marchas no limite dos giros, quando o correto era "estancar" e manter a aceleração, esperando que o motorista decida o que quer fazer. Além de perigoso a "solta" da marcha seguinte não respeita quem pagou algumas centenas de reais para andar do jeito que mais deseja. Afinal não é uma opção manual? Se for para ele escolher o que vai fazer, basta andar no Drive e pronto. Estabilidade excelente - A estabilidade é ótima, auxiliada pela tração Quattro. Fazer curvas com o A6, mesmo as mais afoitas, é uma tarefa muito prazerosa. Ele parece estar "em trilhos". O controle de tração, que pode ser desligado caso a vontade do motorista seja para tal, está lá para eventualidades, mas dificilmente entra em ação, graças ao equilíbrio do modelo. As rodas de liga leve de 18 polegadas, "calçadas" com pneus 245/40R18Y ajudam no belo conjunto. Os freios com discos ventilados e sistema antitravamento, ABS, param o carro em espaços curtos e sem desvios de trajetória ou sustos. Transmitem tranqüilidade em qualquer piso ou velocidade. O conjunto é destaque, mas precisa de algo mais para superar os concorrentes. O espetáculo custa R$ 392.600.


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MERCADO/AUTOINFORME

No semestre, alta de 8,6% Balanço é positivo em relação a 2005, mas a venda mensal no mercado interno teve a maior queda do ano: a retração em junho foi de 9,4%

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indústria automobilística vendeu nos primeiros seis meses do ano 817.721 unidades de carros e comerciais leves, conforme dados preliminares do Renavam, o que representa um crescimento de 8,6% na comparação com as vendas do mesmo período do ano passado. O desempenho em junho foi fraco e, com isso, o ritmo de expansão diminuiu. Até o mês passado o aumento de vendas em relação ao período janeiro/maio era de 10,3%. O balanço dos primeiros 15 dias apontava crescimento de 1,27% sobre o mês anterior, o que mostra que a segunda quinzena derrubou as vendas. O mercado culpou a Copa pela redução. Com 22 dias úteis, um a menos que o mês anterior, junho apresentou queda de 9,4% nas vendas mensais, a maior do ano. Foram vendidas 141.133 unidades, ante 155.746 em maio. Na comparação da média das vendas diárias a queda é um pouco menor, de 5,15 (6.721 unidades no mês passado, contra 7.079 no anterior). Os concessionários alegam que nos dias de jogos da seleção brasileira, em tese considerados úteis, o movimento pratica-

mente parou. Na comparação de junho deste ano com o mesmo mês de 2005 verifica-se crescimento de 0,87%. Fiat em primeiro lugar - A Fiat liderou as vendas do semestre. A montadora italiana vendeu 201.131 unidades de carros e comerciais leves nos primeiros seis meses do ano, ficando com uma participação de 24,6%. A Volkswagen ficou em segundo lugar, com 186.014 unidades e 22,7% de penetração. Muito próxima, em terceiro, a GM vendeu 185.207 carros e comerciais leves e fechou o semestre com a mesma participação da Volks. A Ford totalizou 91.080 unidades e ficou com 11,1% do bolo do mercado. Graças ao sucesso do Civic, a Honda ficou em quinto lugar no ranking nacional e lidera a briga entre as novas montadoras, com um total de 30.494 unidades e 3,7% de participação. A Toyota fechou o semestre na cola, com 29.197 unidades e uma fatia de 3,6% do total. Peugeot é a sétima e Renault a oitava colocada. Em nono lugar, a Citroën vive seu melhor momento no Brasil; fechou o semestre com 2% do mercado.

INFLAÇÃO DO CARRO

Gastos com manutenção sobem 2,52% no ano

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motorista está pagando mais caro para andar de carro. Pesquisa da Agência AutoInforme, responsável pelo IMC (Índice de Manutenção do Carro), apurou alta de 2,52% no primeiro semestre do ano. O índice, que está bem acima da inflação (o IPC/FIPE de janeiro a maio é 0,40%), foi impulsionado pelas altas dos combustíveis, principalmente do álcool, nos primeiros meses do ano. Janeiro, fevereiro e março foram os meses de maior elevação no custo de manutenção do carro. Nesse período o álcool estava na entressafra e "puxou" o índice para cima. Variações - Em abril, com o álcool na safra e o preço ficando mais barato na bomba, apareceu o primeiro resultado negativo do ano. Em maio ocorreu a

maior queda de 2006 e, em junho, houve uma pequena elevação de 0,13%. Mas desta vez a alta do mês não foi puxada pelos combustíveis e sim pelo preço de algumas peças e, também, do seguro do carro. O jogo de velas ficou 5,28% mais caro e os amortecedores 5,21%. O seguro total do carro, que tem grande peso no cálculo do IMC, subiu 1,31% no mês. O preço do álcool teve três altas mensais consecutivas no primeiro semestre, mas com o decréscimo relevante registrado em junho, de 5,06%, acabou fechando o semestre com uma redução de preço de 1,9%. A gasolina ficou 0,39% mais barata no mês passado, mas registra acréscimo de 3,73% no acumulado dos primeiros seis meses do ano.


segunda-feira, 10 de julho de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Finanças Empresas Tr i b u t o s Nacional

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INFLAÇÃO DOS IDOSOS SUBIU 0,07% NO 2º TRIMESTRE

Preço de passagens de ônibus interestaduais e internacionais sofre reajuste de 9,29%.

ELEIÇÕES ATRAPALHAM ANDAMENTO DE PROPOSTAS, MAS RELATORES ESTÃO CONFIANTES EM VOTAÇÃO

PROJETOS ENCALHAM NO CONGRESSO Gilberto Nascimento/Ag. Câmara

Luiz Cruvinel/Ag. Câmara

Aldo Rebelo: votação acertada com o Senado

LEI KANDIR Governo vai liberar R$ 1,9 bilhão em 2007 para compensar perdas nas exportações.

Luiz Carlos Hauly: Lei Geral pronta para votação

Ó RBITA

RODOVIAS Programa Pro Sinal terá recursos de R$ 275,3 milhões para sinalização de estradas.

Milton Mansilha/LUZ

CRESCE CUSTO DA CONSTRUÇÃO

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Índice Nacional da Construção Civil (INCC), calculado pelo IBGE em convênio com a Caixa Econômica Federal, registrou variação de 0,52% em junho, recuando 0,68 ponto percentual em relação a maio (1,20%). O resultado foi influenciado pelos reajustes salariais. No ano, o INCC acumula alta de 3,11%, variação que chega a 5,19% em 12 meses. O custo nacional por metro quadrado passou de R$ 557,13 para R$ 560,03, sendo R$ 323,26 relativos aos materiais e R$ 236,77 à

IDOSOS

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Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC3i), que mede a inflação entre a população idosa, subiu 0,07% no segundo trimestre deste ano, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). No primeiro trimestre, o indicador registrou aumento de 0,82%. A FGV informou que as maiores contribuições para a taxa menor partiram dos grupos alimentação, educação, recreação e transportes. (AE)

NEWCASTLE

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Estado do Paraná entrou em alerta ao ser notificado sobe a ocorrência de um foco da doença Newcastle no Rio Grande do Sul. Por determinação do secretário de Agricultura Newton Pohl Ribas, a vigilância nas fronteiras será redobrada. O Paraguai já suspendeu as importações de frangos e seus subprodutos do Brasil por causa do novo foco da doença detectado no País. A decisão foi tomada pelo Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Animal (Senacsa) paraguaio.(AE) A TÉ LOGO

mão-de-obra. A parcela dos materiais avançou 0,19 ponto percentual, passando de 0,27% em maio para 0,46% em junho. No ano, houve alta de 1,88%, e em 12 meses, de 4,06%. A mão-de-

obra, mesmo com reajustes e antecipações salariais em alguns estados, recuou de 2,51% para 0,61% (1,9 ponto percentual). No ano, houve alta de 4,84% e em 12 meses, de 6,78%. (Agências)

EXPORTAÇÃO DE SERVIÇOS CRESCE 29%

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comércio exterior de serviços cresceu a uma taxa maior que a do comércio de bens, tanto em exportação quanto em importação, de acordo com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan. As exportações de serviços avançaram 29% em 2005, levando o Brasil a ser o sétimo país com maior aumento de exportações desse tipo no mundo em 2006. As importações de

serviços também se expandiram, 38% no período, e o Brasil terminou o ano com um déficit em serviços de US$ 34 bilhões. Durante o 1º Encontro Nacional de Comércio Externo de Serviços, na última sexta-feira, o ministro ressaltou a importância do setor e se mostrou confiante de que o País pode aumentar suas exportações, pois tem competências em vários segmentos de serviços, como biotecnologia, saúde e construção civil. (AE)

BRASIL APROVEITOU TARIFAS MAIS BAIXAS

O

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) concluiu que, em 2005, os exportadores brasileiros utilizaram 90,3% da parcela reservada ao Brasil no Sistema Geral de Preferências dos Estados

Unidos. O Sistema permite a uma lista de bens de países emergentes o ingresso aos mercados dos países mais ricos com redução de tarifas de importação, que podem ser derrubadas a zero. Em 2004, os produtos brasileiros preencheram 87% da parcela reservada a eles. (AE)

ANATEL AUTORIZA REDUÇÃO DE PREÇOS

O

ministro das Comunicações, Hélio Costa, disse na última sexta-feira que hoje o novo presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel),

Plínio de Aguiar Júnior, assinará o ato autorizando a redução de cerca de 0,5% nas tarifas da telefonia fixa local. Segundo Costa, a assinatura do ato será logo após a posse de Plínio no cargo. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Desembargadores estaduais se unem para brigar por salários no STF

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BC está em posição segura para evitar crises econômicas

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Em 10 anos, 5 milhões de carros passaram por recall no Brasil

A

s eleições devem atrasar a votação de pelo menos quatro projetos de lei emergenciais que mexem com a rotina tributária dos empresários. As propostas tratam da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas – que revoluciona o Simples –, da Super-Receita, da discriminação dos impostos nas notas e cupons fiscais e da reformulação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A partir do próximo dia 17, o Congresso entra em recesso. Em agosto e setembro, ficou acertado entre os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB – SP), que as discussões das matérias vão ocorrer apenas na primeira semana de cada mês. Ainda assim, os relatores acreditam na votação dos projetos durante o período conhecido como "recesso branco". A pauta de agosto e setembro ainda não está definida oficialmente mas, no início do mês, o porta-voz da presidência da República, André Singer, disse que o presidente Lula definiu como prioritária a aprovação da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas. Segundo o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), relator da matéria, o texto está negociado e pronto para ser votado. "Basta colocar na pauta. Sei que a idéia do Aldo (Rebelo) é limpar a pauta na semana que vem e votá-la antes do recesso", afirma. Uma das medidas provisórias que tramita na Câmara e passa a trancar a pauta a partir do dia 14 é a que trata do Refis 3. A MP autoriza o parcelamento de débitos tributários das empresas com a Receita Federal, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) em até 130 parcelas, com redução da multa. De Olho no Imposto – No Senado, o projeto de lei que propõe a discriminação da carga tributária embutida nos preços dos produtos e serviços nas notas fiscais, resultado do movimento De Olho no Imposto, também pode ser votado no recesso branco. O relator do projeto, senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO), informa que o relatório e as emendas estão sendo analisadas e tudo deve estar concluído até o final da próxima semana. "Recorri à assessoria legislativa para analisar o texto e estamos avaliando o custo que a obrigatoriedade da medida pode trazer", informa. De acordo com o senador, pelas conversas que teve com seus colegas da Casa, o PL tem "grandes chances" de ser aprovado com rapidez. Já o projeto de lei que trata da criação da Super-Receita (fusão da Secretaria da Receita Federal com a parte do Ministério da Previdência Social encarregada da arrecadação ) deve ser votado amanhã pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Na terça-feira passada, o texto foi lido na Comissão, mas houve um pedido de vista coletivo. Isso porque o relator, senador Rodolpho Tourinho (PFL-BA), incorporou ao texto dispositivos previstos no projeto do Código de Defesa do Contribuinte, do senador Jorge Bornhausen (PFL-SC). Um dos dispositivos estabelece prazo de 360 dias, prorrogáveis por mais 180, para que o governo responda às petições, defesas e recursos administrativos do contribuinte. Outro limita em até 180 dias, prorrogáveis em até 12 meses, o período para a fiscalização de empresas.

Newton Santos

Guimarães: matéria mais polêmica

Polêmico – O relator do projeto mais polêmico que tramita na Câmara Federal – que diz respeito à segunda parte da re-

forma tributária –, o deputado Virgílio Guimarães (PT-MG), também está otimista quanto à votação da matéria antes do final deste ano. O parlamentar acredita que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que propõe mudanças profundas na cobrança e alíquotas do ICMS será votada antes das eleições. "O único problema é o contexto político que tranca a pauta da Casa. A discussão sobre o tema está encerrada", informa. De acordo com o deputado, a PEC prevê até seis alíquotas de ICMS e um prazo máximo de 11 anos para a validade dos incentivos fiscais estaduais em vigor. Laura Ignacio


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Finanças Empresas Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 10 de julho de 2006

Setor ótico fatura cerca de R$ 1,21 bilhão ao ano, mas sofre com perdas de quase 50% em pirataria.

SETOR ÓTICO CRESCE 10% AO ANO

IPCA DE JUNHO APONTA INFLAÇÃO ABAIXO DA META A deflação de 0,21% registrada no mês passado colaborou para que o índice encerrasse o primeiro semestre com inflação de 1,54%, menos da metade dos 3,16% do mesmo período do ano passado. Em 12 meses, o IPCA está em 4,03%

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divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho ratifica prognósticos do mercado de que a inflação está sob controle. Com a deflação de 0,21% apurada no mês passado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice dos últimos 12 meses tem alta de 4,03%, abaixo da meta de 4,5% estabelecida pelo governo para este ano. A taxa acumulada do primeiro semestre de 2006 chega a 1,54%. O valor é menos da metade dos 3,16% registrados no mesmo período do ano passado. "Será a primeira vez, na história do regime de metas iniciado em 1999, que a inflação ficará abaixo do centro da meta", comenta o economista Emílio Alfieri, do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). O IPCA aponta para esse caminho e outros indicadores, compara, já estão abaixo do piso, de 2,5%. Alfieri se refere à inflação em 12 meses

medida por índices como o IPC-Fipe (1,86%), IGP-DI (0,98%) e ICV-Dieese (2,44%). "O problema da inflação já está resolvido. A Selic (taxa de juro básica, estabelecida pelo Comitê de Política Monetária – Copom) já poderia ser mais baixa", opina Alfieri, lembrando que atualmente a Selic está em 15,25% ao ano. O economista da ACSP analisa que a queda da taxa de inflação, no mês de junho, reflete um nível baixo de atividade econômica. "A demanda está fraca em relação ao mesmo período de 2005." O dólar desvalorizado em relação ao real também contribui para segurar o índice, complementa. "A inflação está caindo porque a economia está morna." Combustível – "A deflação de junho foi puxada pela queda nos preços do litro do álcool combustível e da gasolina", destaca Eulina Nunes, gerente do Sistema de Índices de Preços do IBGE. O preço do álcool subiu a partir de julho de 2005, lembra a gerente. Desde então, e até março deste ano, o produ-

to acumulou alta de 58,76%. Já a queda de preço, no acumulado de abril a junho, chega a 18,95%, favorecida pela boa safra de cana e redução do percentual de álcool adicionado à gasolina, de 25% para 20%. Paulo Miranda Soares, presidente em exercício da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíel), acredita que o preço do álcool deverá se manter estável, na faixa de 60% a 70% do preço da gasolina. Deve pesar a favor da estabilidade o aumento da frota de veículos bicombustíveis. "O álcool com preço 30% mais barato que o da gasolina vai atrair esse consumidor", explica Soares. Ele lembra que, agora, a exportação do produto dependerá de autorização da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Artigos de vestuário (de 0,9% para 0,59%) e remédios (de 1,41% para 0,21%) também são destaques a favor da deflação de junho. "Os preços estão estabilizados ou crescendo menos", diz Eulina, do IBGE. Fátima Lourenço

Leonardo Rodrigues/Hype

Reinaldo Pereira, da GO: 80% dos óculos de grife nacional são fabricados no exterior e depois importados

Óculos para brasileiro ver mercado ótico brasileiro enfrenta uma das mais nocivas ações da pirataria. Para se ter uma idéia, toda a cadeia produtiva, que inclui fabricantes, importadores, exportadores e varejistas, gira em torno de R$ 1,21 bilhão, e as estimativas de desvio são superiores a 50% desse total. Ainda assim, o setor consegue crescer cerca de 10% ao ano. Para o diretor-executivo da Associação Brasileira de Produtos e Equipamentos Ópticos (Abiótica), Cesar Mattos, o combate direto à pirataria não é possível devido à falta de recursos das entidades. Para ele, ações de conscientização da população são mais viáveis, pois as pessoas passam a entender que "os camelôs podem até ter produtos com o mesmo design das peças de grife, mas não possuem cuidados com a saúde. Ou seja, vendem óculos produzidos sem qualquer controle aos nocivos raios ultravioleta; sem acuidade visual ou simetria das armações e com corantes e elementos químicos proibidos, como o chumbo", explica Mattos. Para ajudar nessa conscientização, a Abiótica vem veiculando em emissoras de rádio e materiais impressos a campanha "Aumente seu grau de consciência, cuide da sua visão", que traz informações sobre os perigos de colocar nos olhos materiais inadequados. Qualidade – O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Material Óptico, Fotográfico e Cinematográfico do Estado de São Paulo (Sindiótica), Akira Kido, lembra que os camelôs não são o único problema do segmento. "Há muitas pontas de varejo que vendem produtos legalizados, mas de qualidade duvidosa, geralmente produzidos na Ásia, que entram no mercado nacional com baixíssimo valor agregado e estão ajudando a sucatear as instalações fabris da indústria óptica", afirma. Unido aos outros 12 sindicatos representativos da classe, o Sindiótica lidera a luta do varejo pela manutenção da exclusividade da venda de produtos ópticos em seus estabelecimentos. Segundo Kido, drogarias e até supermercados começam a invadir esse nicho, co-

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Milton Mansilha/LUZ - 24/08/2005

Pirataria consome 50% do setor

mercializando materiais como lentes de contato e óculos. Ele lembra que apenas os estabelecimentos do setor possuem equipamentos para simular os raios ultravioleta e verificar se as lentes estão preparadas para bloquear sua passagem. Importações – O mercado ótico brasileiro é abastecido pelas importações, seja de óculos de receituário, os conhecidos como" de grau", seja pelos solares. Segundo o diretor-geral da General Optical (GO),

Abiótica apresenta novidades quiser conhecer Q uem mais sobre o merca-

do ótico brasileiro pode visitar gratuitamente a Feira Abiótica 2006, a maior feira do setor ótico na América Latina. Serão 110 expositores, no Transamérica Expo Center, de 12 a 15 de julho, das 13 horas às 21 horas. Nesta quarta edição, a Abiótica deve movimentar aproximadamente R$ 500 milhões em negócios. E o visitante pode assistir a palestras com Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central, o técnico de futebol Vanderlei Luxemburgo, o jornalista Paulo Henrique Amorim e o empresário Alberto Saraiva, dono do Habib's. Inform a ç õ e s n o s i t e w w w. abiotica.com.br. (KG)

Ronaldo Pereira, 80% deles vêm de fabricantes externos, principalmente da Itália e China. Destes, 55% são solares, o restante, de receituário. O executivo explica que os fabricantes nacionais não conseguem oferecer o mesmo padrão de qualidade apresentado pelos internacionais. Isso não significa, contudo, que grifes nacionais não consigam seu lugar ao sol. Marcas brasileiras encabeçadas por estrelas da passarela, televisão e música, como Ana Hickmann Eyewear; Atitude, da cantora Wanessa Camargo, Fause Haten; e Bulget Occhialli, do ator Edson Celulari, deixam a gestão de seus negócios por conta de empresas como a GO. A Kenerson, braço importador da gestora de marcas GO, responsável pela entrada no País, além das grifes nacionais produzidas lá fora, das marcas Trussardi, Gianfranco Ferrè e Cartier, cujo top de linha pode ser vendido por até R$ 2 mil, comercializa no Brasil 200 mil peças por ano e fatura R$ 300 mil por mês, segundo seu diretor comercial, Celso Ribeiro. Fabricantes – A Mormaii, tradicional empresa de confecções do estilo surfwear, entrou no mercado óptico em 1997, quando vendia 10 mil peças por ano produzidas por terceiros. Em 2001, iniciou fabricação em indústria própria, instalada em Garopaba, em Santa Catarina. Segundo o diretor-executivo da divisão Eyewear, Valter Tomazzoni, a produção saltou para 400 mil peças, com preço médio ao varejo de R$ 300. Quando exportados, os óculos Mormaii são disputados por praticantes de esportes aquáticos radicais de mais de 49 países, por valores que beiram os 90 euros. Segundo Tomazzoni, a tecnologia aplicada é 50% nacional, "mas tivemos que importar cortadoras de lentes que não conseguimos desenvolver por aqui", diz. Quando conseguem se manter no mercado, os fabricantes mostram o jeito brasileiro de criar e vender. Em 2004 e 2005, a Mormaii teve seus modelos reconhecidos entre os melhores do mundo, durante a feira Silmo, em Paris, considerada a segunda maior do planeta. Kleber Gutierrez


segunda-feira, 10 de julho de 2006

Finanças Tr i b u t o s Empresas Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Peças feitas para pessoas acima do peso já seguem as tendências, como a de batas em tecidos fluidos.

MULHERES MAIS GORDAS SÃO CLIENTES FIÉIS

Fugindo da idéia de roupa-saco para as mulheres mais gordinhas, grifes apostam em cores, estampas e cortes.

Loja da marca Elvira Matilde, que confecciona peças com tamanhos 36 a 56

MNovidadesDA em Fotos: Newton Santos/Hype

uem está acima do peso sabe a tortura que é procurar uma roupa bonita para comprar. Com estampas ou decotes, então, nem se fala. "A sociedade infelizmente espera que a mulher acima do peso se vista com uma roupa 'saco', sem corte, sem estilo e, quase sempre, preta ou marrom", diz Emília Pádua, gerente comercial da Elvira Matilde, grife mineira que confecciona roupas nos tamanhos 36 até 56. "A pessoa pode até deixar de comprar nossos produtos por não gostar, mas nunca por não encontrar o tamanho." O vínculo com as "fofinhas" existe desde o começo da marca, em 1991. "Minha mãe, a artista plástica argentina Gabriela Demarco, sempre fez roupa sob medida e recebia muita encomenda de peças em tamanhos grandes", conta. De acordo com Emília, as gordinhas fazem parte de um público "muito fiel, muito fofo mesmo, em todos os sentidos". A consultora de varejo de moda Celina Kochen concorda. "Quando a mulher obesa encontra uma loja que vende uma roupa legal, no seu tamanho, vira cliente fiel. Tão fiel que é capaz de comprar o guarda-roupa inteiro lá." As camisetas, calças, vestidos, saias e bolsas que compõem as coleções têm estampados trechos de músicas e versos, desenhos de flores e bichos, referências a guloseimas e brincadeiras da infância da artista. "Todas as estampas saem da cabeça da minha mãe", diz Emília. "Ela conseguiu passar o traço artístico para o processo industrial."

O destaque do modelo é a cor forte

Todo esse cuidado com o "traço artístico" tem um preço. Emília admite que a grife não está ao alcance de todos. "Mas não há uma discrepância entre preço e qualidade. A roupa sofre um processo muito complicado de produção", afirma. Estilos — Por outro lado, a cliente acima do peso que entra numa das nove franquias – uma é na Vila Madalena, zona oeste da capital paulista – encontra muita cor, flores e patchworks nas roupas. O forte da Elvira Matilde é a malha, principalmente de algodão e viscose. E os gordinhos não foram esquecidos. "Fazemos roupa masculina também, mas a produção e as vendas representam um percentual muito pequeno, cerca de 10%", diz Emília. "Os homens ainda estão se descobrindo. São muito rígidos, continuam presos ao terno e à gravata", afirma. Outra grife, a Reserva Natural, por coincidência também de Minas Gerais, lançará em agosto sua primeira coleção em números grandes, do 48 ao

CONVOCAÇÃO

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 7 de julho de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial:

Factoring

DC

Reqte: Investcon Factoring e Fomento Mercantil Ltda. - Reqdo: Descart Fraldas Ltda. ME - Rua Doutor João Vieira Neves, 136 - 02ª V. Falências Reqte: Asterisco Assistência Técnica e Comercial Ltda. - Reqdo: Jalu Confecções Ltda. - Rua João Cachoeira, 1549 - 01ª V. Falências RECUPERAÇÃO JUDICIAL Reqte: Desvebrás – Desmontadora de Veículos do Brasil Ltda. - Reqdo: Desvebrás – Desmontadora de Veículos do Brasil Ltda. - Av. Morvan Dias de Figueiredo, 1809 – Galpão A 1 - 01ª V. Falências

O que é Factoring? É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com

54. Segundo Sebastiana Calixto, o propósito é fazer com que a mulher se sinta bonita e sensual mesmo estando acima do peso. "A maioria das roupas para mulheres obesas no mercado não tem um toque de modernidade. Não é porque a mulher é ou está obesa que não vai se vestir bem, elegantemente", diz Sebastiana. A coleção primavera da Reserva Natural vai estar a partir de 1º de agosto nos pontos de venda. São conjuntos de calça e blusa, saias e vestidos em branco, cru e cáqui, cores padrão da marca. Tudo pincelado com muito azul, amarelo, lilás, vermelho. Segundo Sebastiana, a Reserva Natural não trabalha com tecidos sintéticos. "É roupa para uma mulher contemporânea e ativa, com o conforto das fibras naturais." A marca procura também criar roupas que valorizem as formas mais rechonchudas das mulheres. Os modelos alongam, em vez de aumentar. Os vestidos são acinturados e com decotes. "A mulher acima do peso tem que se sentir tão bem quanto as que estão no peso normal." Sebastiana veste tamanho 44 e diz saber bem o que é procurar uma roupa legal e não conseguir encontrar. "E, quando eu acho, a roupa não é atual, não tem corte legal, não tem decote ou estampas." Outra marca que também tem modelos em tamanhos grandes (até o número 48), a Nutrisport, se recusou a dar entrevista com medo de ver seu nome associado a roupa para mulheres obesas, segundo a assessoria de imprensa. Kety Shapazian

C Divulgação

tamanhos grandes Q

Ônibus com assento especial omeçou a rodar no último dia 4 em São Paulo um ônibus que possui um lugar especial para obesos. O assento, com 66 centímetros de largura, 26 a mais que o banco comum, está sendo testado pela SP Trans em um veículo adaptado para portadores de defi-

ciência e pessoas com mobilidade reduzida. O ônibus faz a linha 675L (Terminal Santa Cruz - Terminal Santo Amaro) e o período experimental vai até setembro. A linha foi escolhida por causa da concentração de hospitais e clínicas médicas no trajeto. (KS)


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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 10 de julho de 2006

A Altenburg destina 2% do faturamento anual para pesquisa tecnológica

ADOÇÃO DE NORMA AINDA É VOLUNTÁRIA

INDÚSTRIA DO SETOR VAI DEFINIR ATÉ OUTUBRO A NUMERAÇÃO DAS ETIQUETAS NOS PAÍSES DO CONE SUL

MERCOSUL: ROUPAS COM PADRÃO ÚNICO

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mercado poderá se trava, no âmbito do Merco- um prazo de 60 dias para maconhecer, em outu- sul, para revisar o regulamen- nifestação de todos os países." Se não houver questionabro, os parâmetros to das etiquetas, que devem finais da norma informar, entre outras coisas, mentos, a norma Mercosul será regulamentada, tarefa que, que harmonizará o tamanho o tamanho da roupa. A proposta brasileira que no caso do Brasil, cabe ao Indas roupas brasileiras. Os critérios serão definidos com ba- o Inmetro levará à reunião metro. Com esse regulamento, se em consenso entre os países de agosto está ancorada na a indústria tem prazo de 160 do Mercosul, que se reunirão NBR 13377 e terá de ser har- dias para adequar-se aos paem agosto, no Brasil, para dis- monizada com propostas dos drões – o que remete a padroMarcelo Côrrea/1000Palavras nização, com peso de cutir o tema. lei, para 2007. Por enquanto, o caMas nem todos estão minho do provador satisfeitos com o prazo. ainda é a solução para A Associação Brasileira conferir se as medidas da Indústria Têxtil e de da peça escolhida são Confecção (Abit), por adequadas ao maneexemplo, reivindica quim do freguês. Emum período maior para bora o Brasil já tenha a adaptação. "O que peuma norma sobre o asdimos é que a indústria sunto, a ABNT NBR tenha 30 meses para se 13377, de 1995, "ela é adequar", diz Silvio Naapenas uma regra técpoli, gerente de tecnonica. A adoção é volunlogia da entidade e sutária", explica Marília perintendente do CoTarantino, coordenamitê Brasileiro de Têxdora de programas de teis e Vestuário, o CB 17 normalização da Assoda ANBT. Sua reivindiciação Brasileira de cação leva em conta a N o r m a s Té c n i c a s necessidade de infor(ABNT). Na prática, a mação do setor sobre o indústria brasileira não tema, já que a medida é obrigada a se orientar não demandaria invespor ela, o que explica timentos da indústria. porque uma simples O presidente da Ascamiseta "P" , por exemsociação Brasileira do plo, seja vendida em di- Márcia Franco, do Inmetro: é preciso adaptação Vestuário (Abravest), ferentes tamanhos. Roberto Chadad, acredita que, A chefe da divisão de fisca- parceiros do Mercosul. lização e verificação da conPrazos – Márcia crê que em independentemente do evenformidade do Instituto Nacio- outubro, quando as partes vol- tual consenso do Mercosul – nal de Metrologia, Normali- tarão a se reunir, o trabalho téc- que ele considera difícil de se zação e Qualidade Industrial nico sobre essas normas esteja efetivar –, a indústria local po(Inmetro), Márcia Rosa Perei- concluído, para ser encami- derá se adequar à NBR 13377 ra Franco, explica que esse é nhado às outras instâncias de até dezembro de 2007. um dos itens da discussão que negociação do Mercosul. "Há Fátima Lourenço

Divulgação

A Buettner aposta nos lençóis produzidos a partir de fibra de bambu.

Inovação para driblar o câmbio s tendências da moda para o vestuário vêm se estendendo aos tecidos para decoração de interiores e para itens de cama, mesa e banho. E as novidades já chegaram aos lençóis, edredons, cortinas e toalhas. As indústrias do setor apostam em inúmeras estratégias para desafogar o segmento que está sofrendo com a valorização do real frente ao dólar e, por conseqüência, com a queda nas exportações. A Altenburg é uma das empresas do setor que está investindo em pesquisa e inovação para recuperar as vendas no mercado interno e externo. Segundo o diretor comercial da fabricante, Quilian Miguel Rausch, a companhia destina 2% do faturamento anual para pesquisas. "Precisamos agradar ao público não só com design, mas também proporcionando qualidade de vida", diz. As vendas da Altenburg neste ano devem crescer 20% em relação ao resultado de 2005, que foi de R$ 180 milhões. "A maior dificuldade é a valorização do real em relação ao dólar. "Já aumentamos nossos preços em 10%", afirma Rausch. Cores – De acordo com a coordenadora de desenvolvimento de produtos da Altenburg, Nilma Maria Gilli, o preto e o branco vão ser destaque nas coleções primavera-verão. "As louças, talheres e objetos de decoração, além dos itens de cama, mesa e banho, ganharam essas duas cores básicas em Londres, Paris e Milão. O floral, os bordados e os geométricos também vão agradar." Outra novidade da companhia são desenhos indianos escolhidos para os lançamentos, além dos tons adamascados, sem cores fortes, para dar equilíbrio aos ambientes. "A qualidade de vida tem de estar presente nos produtos. Utilizamos íons de prata na produção de um travesseiro, que são inseridos nos polímeros de poliéster, importantes

A

na confecção da fibra. Isso elimina os fungos e as bactérias, que são os alimentos dos ácaros. Um item importante para quem tem problemas respiratórios", explica Nilma. "Na Idade Média, já se sabia que a prata poderia proteger os alimentos." O produto será lançado no mercado brasileiro ainda neste mês e custará aproximadamente R$ 40. Fibra de bambu – Já a Buettner está lançando itens que são fruto de pesquisas feitas durante um ano. Entre as novidades estão as toalhas produzidas com fibra natural de bambu, que é um "bactericida natural". "As toalhas protegem os usuários dos raios ultravioleDivulgação

Goya Fadel: atrás de conceito

ta. Alguns fabricantes querem utilizar a novidade em peças do vestuário", diz a coordenadora de moda da Buettner, Goya Fadel. Outros lançamentos são as toalhas com fios de cashmere, mais absorvente. "As pessoas não querem peças apenas para se enxugar. Querem conceito", reforça Goya. Os homens são um capítulo à parte na linha primavera-verão da Buettner. "As mulheres são 80% das nossas consumidoras. Mas alguns homens gostam e precisam comprar os próprios produtos porque moram sozinhos. Para eles, criamos os lençóis com padrão geométrico e o grafismo em preto e branco. As toalhas são

principalmente escuras." Tendência – A Toalhas São Carlos, empresa do interior de São Paulo com 800 funcionários, criou um produto para o mercado externo: a toalha que imita a textura de uma parede, com alto poder de absorção. "As cores são rosé, azul claro e branco. Fazemos 600 desenhos para toalhas por ano; em 2005, batemos o recorde, com 1.058 padrões", afirma o gerente de marketing e vendas da empresa Francisco Wanderley. Só na Europa, a companhia tem mil pontos-de-venda. Outra que aposta em novas padronagens é a Giuliana Home, que usa o cetim com estampa de oncinha e jogos de cama com cristais Swarovski. Os lencóis e toalhas da linha custam R$ 3,5 mil. Vestuário – Entre uma listra e outra que predominam nas peças da nova coleção primavera-verão da Dudalina, estão as dificuldades de uma empresa exportadora que enfrenta a valorização do real em relação ao dólar e a concorrência com os produtos da China. A Dudalina é formada por quatro fábricas na região de Santa Catarina. É considerada a maior exportadora brasileira de camisas de tecido plano. Além de produzir itens para as marcas próprias – Dudalina, Base.Co e Individual, a empresa fabrica linhas para grifes como Daslu, Brooksfield e Zara. "A companhia fornece mercadoria para importantes marcas dos Estados Unidos, Canadá, Chile, Portugal, Espanha e países do Mercosul. Atualmente, as exportações correspondem a 15% da produção", afirma a presidente da empresa, Sonia Regina Hessel. O faturamento caiu em um ano em razão do câmbio, segundo ela. "Em janeiro de 2005, o dólar valia R$ 2,65. Neste ano, chegou a cair para R$ 2,10. Mas continuamos com as vendas externas, já que não queremos perder mercado." Neide Martingo


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 10 de julho de 2006

Indicadores Econômicos

7

2,18

reais foi a cotação do dólar na sexta-feira. A moeda norteamericana subiu 0,37% no dia, de acordo com a Enfoque.

10/7/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 04/07/2006 04/07/2006 04/07/2006 04/07/2006 04/07/2006

P.L. do Fundo 5.915.381,11 1.387.892,75 6.378.931,32 9.725.758,25 1.061.362,62

Valor da Cota Subordinada 1.118,929139 1.040,406642 1.086,002559 1.073,522286 1.032,054007

% rent.-mês 0,2170 0,0545 0,1358 0,3288 0,1665

% ano 14,5304 4,0407 8,6003 7,3522 3,2054

Valor da Cota Sênior 0 1.051,583538 1.061,489898 0 0

% rent. - mês 0,1134 0,1235 -

% ano 5,1584 6,1490 -

rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


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Empresas Finanças Comércio Exterior Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 10 de julho de 2006

O WTC recebe empresários que querem conhecer o mercado brasileiro. Felipe do Amaral, superintendente do WTC.

ACSP E FIESP REALIZARAM 30 MISSÕES EM 2005

Newton Santos/Hype

José Paulo Lacerda/Ag.Pixel

Amaral, do WTC, diz que 2005 foi o ano de Xangai. Neste ano será a vez da Coréia do Sul e da Turquia.

Leal: mapeamento facilita contato de empresas nacionais com exterior

N gócios VITRINES NO EXTERIOR

A

participação brasileira no mercado externo vem crescendo a cada ano. Mas não é o governo que está investindo, com o devido peso, na criação de uma vitrine para os produtos nacionais lá fora. A iniciativa é da classe empresarial, impulsionada por entidades de diversos setores, que começaram a realizar missões comerciais com maior freqüência. Enquanto a Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) realizou apenas uma missão comercial no ano passado, para o Peru, duas entidades de classe, a São Paulo Chamber of Commerce, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), sozinhas, realizaram mais de 30 no mesmo período. Há ainda um esforço por parte do World Trade Center São Paulo (WTC-SP), que sempre realiza encontros internacionais. Em 2005, foi a vez de Xangai. Neste ano, Coréia do Sul e Turquia. "Nós também recebemos grupos de empresários de diversos países interessados em conhecer o Brasil", garantiu Felipe Pacheco do

&

oportunidades

Amaral, superintendente comercial do WTC-SP. Neste ano, o quadro de missões continua liderado pelas entidades. A SP Chamber já levou um grupo de empresários para o Líbano e programou outras quatro viagens para o segundo semestre: América do Sul (Chile, Argentina e Uruguai), Itália, Áustria e Ásia. Já a Fiesp, entre viagens e recepção de empresários no Brasil, programou mais de 30 ações. A importância dessas missões para alavancar os negócios brasileiros é consenso entre todos os envolvidos na exploração de novos mercados. Tanto que o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, defende que sejam feitas mais viagens para mercados ainda pouco explorados. Entre eles, os Estados Unidos. "O País está perdendo espaço na sua relação com os EUA. Precisamos enviar missões para lá e, assim, fomentar negócios", afirmou. Feiras – Segundo o diretor da Unidade de Eventos Internacionais da Apex, Juarez Leal, o governo brasileiro, mais do que investir nas missões comerciais, vem incenti-

vando a participação de empresas nacionais em feiras no mercado externo. "Uma equipe faz o mapeamento dos principais eventos e contata as empresas que possam querer participar", contou. Porém, de acordo com Leal, ainda que poucas, as missões promovidas pela Apex vêm sendo muito produtivas. Na realizada para a América Central, foram gerados negócios no valor de US$ 80 milhões em vendas de produtos e mais de US$ 1 bilhão em projetos de infra-estrutura e engenharia. Cerca de 50 empresas brasileiras participaram. Em outra, para a Colômbia, participaram mais de 70 empresários de 21 setores e foram fechados negócios da ordem de US$ 11 milhões. A próxima empreitada da Apex será para a África do Sul. "As missões permitem ao empresário ter um primeiro contato que pode não gerar negócios de imediato, mas ser bastante rentável no futuro. No entanto, é fundamental contar com um preparo antes para que os empresários cheguem ao país já com uma agenda lotada de reuniões", disse Leal. Entidades – As missões pro-

Antecipação reduz preço do pacote

P

ara participar de uma missão comercial para outro país, um empresário gasta em média de US$ 2 mil a US$ 6 mil. Tudo vai depender da região a ser visitada. A previsão de gastos da próxima missão da São Paulo Chamber of Commerce, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que ocorrerá entre os dias 2 e 9 de agosto para a América do Sul (Chile, Argentina e Uruguai), por exemplo, é de US$ 2 mil, com direito a estadia de cinco dias e uma agenda programada de reunião com diversas empresas,

acompanhado de intérprete. O pacote só não inclui a passagem aérea, que fica mais cara conforme a data da viagem se aproxima. Por isso, alerta o gerente do Departamento de Comércio Exterior da ACSP, Sidnei Docal, é importante que o empresário que deseja participar da missão programe sua viagem o quanto antes. "É interessante para o empresário programar-se e fechar sua inscrição o quanto antes. Além de pagar menos pela viagem, certamente sua agenda de reuniões será mais completa, porque a equipe terá mais tempo

para montá-la", disse. Coréia do Sul – Outra entidade, o World Trade Center São Paulo (WTC-SP), também já está com as inscrições abertas para sua próxima missão comercial para a Coréia do Sul, que será realizada entre os dias 5 e 8 de setembro. O empresário que deseja participar precisa pagar uma taxa de US$ 1 mil, que inclui estadia, inscrição na feira internacional Venture Show, u m a d a s m a i o re s d o l e s t e asiático, e interpretes de inglês e coreano. O valor não inclui passagem aérea. (MR)

movidas pela ACSP, em 2005, foram para conhecer a demanda de países como a República Tcheca, Hungria, Romênia, Polônia, Índia e França. A entidade também recebeu empresários de vários países. "Estamos intensificando nossa atuação agora com as tradings para facilitar o processo de exportação para as micros e pequenas empresas, que são nosso principal foco", comentou Alfredo Cotait Neto, coordenador da SP Chamber. De acordo com ele, as missões organizadas pela entidade são multissetoriais e a maioria dos empresários que participam, cerca de 80%, são do interior do Estado de São Paulo. "Têm empresários que participam de todas as missões e aqueles que nos procuram para ingressar em um mercado específico", disse o coordenador. Para a sub-gerente do Departamento de Relações Internacionais e de Comércio Exterior da Fiesp, Tatiana Porto, as missões são extremamente proveitosas para os empresários, que comercializam produtos e têm contato com outras tecnologias, além de poderem formar joint ventures. Márcia Rodrigues

Sebrae faz missões entre estados

M

icros e pequenas empresas que desejam ampliar seu leque de atuação também podem contar com as oportunidades oferecidas por missões dentro do próprio País, entre os estados. Na opinião de Luis Augusto Pacheco, consultor de Departamento de Acesso a Mercados do Sebrae, essas viagens podem ser muito proveitosas para novos negócios. Das 64 missões que o Sebrae promoveu no ano passado, apenas quatro foram para o exterior. "O mercado doméstico é fundamental para a micro e pequena empresa que deseja crescer. Ele deve ser explorado primeiro para, depois de a empresa atingir um grau de conhecimento técnico, começar a pensar no mercado externo", disse. Já as missões internacionais organizadas pela entidade são focadas, basicamente, em países do Mercosul e da América Latina, porque, segundo Pacheco, é a região que mais interessa ao empresário de menor porte para exportar. (MR)

Evento ensina os caminhos para exportar

T

raders e comerciais exportadoras estão sendo convidados a participar das novas edições do evento "Exportar para Crescer - Novos Caminhos para o Mercado Externo". Trata-se de um projeto realizado em parceria pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e São Paulo Chamber of Commerce, da Associa-

ção Comercial de São Paulo (ACSP), com o objetivo de aumentar a base exportadora do Estado, em particular pequenas e médias empresas e também o produtor individual. Os eventos serão realizados em Bauru, no dia 4 de agosto, e em seguida em Guarulhos, em 15 de agosto. Para mais informações e inscrições, contatar o Departamento de Comércio Exterior da Associação Comercial de São Paulo, pelo telefone (11) 3244-3500, com Teresa.

Brasil e Israel mais próximos

B

rasil e Israel assinaram, no último dia 19 de junho, dois acordos de cooperação: um no setor aduaneiro e outro no de saúde e medicamentos. Fundamentais para o avanço do relacionamento bilateral, os documentos foram assinados pela ministra das Relações Exteriores de Israel, Tzipi Livni – que deverá visitar o País em breve –, e pelo embaixador do Brasil em Israel, Sérgio Eduardo Moreira Lima. O acordo aduaneiro tem por objetivo promover a cooperação entre as partes e assegurar a correta aplicação da legislação de ambos os países, além da prevenção, investigação e combate de infrações e atos ilícitos. Também deverá contribuir para facilitar o comércio bilateral de bens, que, nos últimos três anos, vem apresentando crescimento expressivo. Parceria – A corrente de comércio entre os países aumentou de US$ 440 milhões, em 2002, para US$ 730 milhões, em 2005, consolidando a posição do Brasil como o maior parceiro comercial de Israel na América Latina. As exportações brasileiras passaram de US$ 109 milhões, em 2002, para US$ 262 milhões, em 2005, tendência que se mantém em 2006 – de janeiro a maio as vendas do País subi-

ram 12% sobre igual período de 2005. O acordo aduaneiro contribuirá, ainda, para as negociações entre o Mercosul e Israel para a criação de uma área de livre comércio. A assinatura desses tratados se insere em um contexto de renovação e expansão dos fundamentos jurídicos do relacionamento bilateral. Em 2002, entrou em vigor o Acordo de Isenção de Vistos; em 2005, o tratado para evitar a bitributação e promover investimentos, além do memorando para o estabelecimento de consultas diplomáticas firmado pelo ministro Celso Amorim, durante sua visita a Israel em maio do mesmo ano; e o memorando de cooperação na área de educação, firmado no início de 2006. Segundo a Embaixada do Brasil, além desses instrumentos, está pronto para assinatura um acordo de cooperação na área agrícola, que deverá ser firmado no Brasil, ainda neste ano, e estão em negociação acordos nos segmentos de tecnologia industrial, cooperação judiciária e utilização do espaço exterior. A partir da assinatura do Acordo Quadro Mercosul-Israel, em dezembro de 2005, iniciaram-se, em fevereiro último, as negociações para a criação de uma Área de LivreComércio entre os países.

Novo draw-back em debate

O

Instituto de Estudos das Operações de Comércio Exterior (Icex) promove no próximo dia 19 palestra com o coordenador do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Marcelo

S a m p a i o , s o b re o " N o v o Draw-back e as Recentes Alterações da Legislação". A palestra será às 9h, no auditório da Icex, Avenida Paulista, 1439 - 6º andar. Confirmações de presenças pelo email: icex@icex.org.br.

Departamento de Comércio Exterior da Associação Comercial Gerente: Sidnei Docal R. Boa Vista, 51— Telefones: 3244-3500 e 3244-3397


Mais 4 mortos. E a polícia reage hoje. Às 15 horas, hoje, o secretário de Segurança Pública, Saulo Abreu, deve anunciar uma "linha vermelha" de proteção aos agentes penitenciários. No final de semana, num espaço de 4 horas, dois PMs e dois policiais civis foram executados. Enquanto o sargento Roberto era velado (foto), o candidato presidencial do PSDB, Geraldo Alckmin, acusou o presidente Lula de fugir do tema da segurança pública, para a qual não existe uma política federal. Política/3; Cidades/4 Ano 81 - Nº 22.165

São Paulo, segunda-feira 10 de julho de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

J.F.Diorio/AE

Edição concluída às 23h55

DDP/STF/AFP

Dylan/Martinez/Reuters

DUAS FINAIS Antes do adeus glorioso, Zidane perdeu a cabeça.

A

té o momento da agresão a Materazzi, ele era o número 1 da Copa. Elegante, comandou a vitória que alijou o Brasil do hexa. Durante a final, repetia o show. Marcou de pênalti, deu vantagem inicial à França; quase garantiu o título. E então, aconteceu o episódio que o tirou do jogo. Expulso, escondeu-se. Mas Zizou continua ídolo. Faz parte das boas lembranças deste Mundial.

Explosão de alegria italiana: Azzurra é tetra.

Paulo Pampolim/Hype

Luciano Coca/Chromafotos

Em SP, a vitória acabou em pizza Cannavaro (acima) ergue a Copa no estádio onde a Itália conquistou o tetra. Clarissa (esq.) comemora o título, em manifestação que torcedores promoveram na 13 Maio com a Conselheiro Carrão, ruas do Bixiga, um dos bairros mais italianos da Capital, que abriga cantinas famosas. Ontem, elas lotaram. Quem esteve lá aproveitou e antecipou a comemoração do Dia da Pizza, que é hoje. Pablo de Sousa

Campos lotada. As compras? Em férias Os comerciantes de artigos de luxo em Campos do Jordão estão impacientes: faz frio, a cidade já lotou, mas as vendas parecem estar em férias. Só o comércio simples tem faturado. A esperança é de uma reviravolta. Economia/1 HOJE Nublado com chuva Máxima 24º C. Mínima 16º C.

AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 25º C. Mínima 15º C.

O carro que faz o dono dispensar o motorista

O Audi A6 é tão bom de dirigir que os donos têm ciúme de entregá-lo a seus motoristas. Ótimo em conforto, show em tecnologia, motor V8 que vai de 0 a 100 km/h em 6,1 segundos, só tem mesmo um ponto discutível: o design da grade dianteira, tão amada quanto odiada.


segunda-feira, 10 de julho de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Cidades

Luiz Prado/Luz

Ivanise Esperidião da Silva, presidente da Associação Mães da Sé, entidade que auxilia na procura de desaparecidos. Sua filha, Fabiana, desapareceu há 10 anos.

O

1 De 2002 até o segundo semestre deste ano, o cadastro nacional de crianças e adolescentes registrou 910 casos.

Todos os anos, cerca de 40 mil crianças e adolescentes desaparecem de suas casas, no Brasil. O número de adultos desaparecidos é desconhecido. A falta de um cadastro integrado, que reúna informações disponibilizadas por hospitais, polícia e IMLs, entre outros, dificulta demais o trabalho de localização. Enquanto isso, os dramas se multiplicam. Em São Paulo, são 60 casos por dia. Todos os domingos, as Mães da Sé reúnem-se na catedral em busca de informações sobre seus filhos desaparecidos.

Milton Mansilha/Luz

Kelly Ferreira

drama de Silvana Barbosa Silva começou no dia 8 de agosto de 1996. Nesse dia, o seu filho Diego, na época com 5 anos, foi levado de sua casa por homens encapuzados. Os anos se passaram e, de lá para cá, nenhuma notícia. Nenhuma pista de seu paradeiro. Essa é apenas uma das milhares de histórias de pessoas que desaparecem todos os anos no País. Não há estatística precisa quanto ao número de desaparecidos, mas estima-se que sejam registradas aproximadamente 40 mil ocorrências de desaparecimento de crianças e adolescentes no Brasil, todos os anos. Do total, de acordo com dados do Ministério da Justiça, de 10% a 15% dessas crianças permanecem desaparecidas por longo tempo e, às vezes, não são mais encontradas. Entre os adultos, a dificuldade de se obter números exatos é ainda maior. Não existe um cadastro unificado tampouco estatísticas. O ministério, por meio de sua assessoria de imprensa, não soube explicar porque existe apeA dor de um ente nas um cadastro naquerido desaparecido cional de crianças e só é sentida por quem adolescentes desaenfrenta esse drama, parecidos – e nenhum de adultos. Ivanise Esperidião da Já o coordenador Silva, presidente da da Rede Nacional Associação Mães da Sé de Identificação e Localização de Crianças e Adolescentes Desaparecidos, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, Alexandre Reis, admitiu que há falhas e justificou: "A maioria dos adultos some por problemas com a família, brigas e até dívidas". E prosseguiu: "Quando o desaparecido é criança ou adolescente existe um responsável legal por ele que pode autorizar ou não a divulgação de dados. Já o adulto é responsável por si mesmo. Muitos, quando somem, tentam fugir da família, de brigas conjugais e até de dívidas. Sei que isso não justifica a falta do cadastro para essas pessoas. De fato, ele deveria existir como já acontece em alguns Estados, entre eles São Paulo. O problema é que nem todas as localidades brasileiras têm estrutura física e de pessoal para fazer isso. Espero que daqui uns dois anos isso esteja mudado". De 2002 até o segundo semestre deste ano, o cadastro nacional de crianças e adolescentes registrou 910 casos. Desses, 502 já foram solucionados, mas muitos dos desaparecidos estavam mortos. Além da falta de um cadastro unificado, a dificuldade em cruzar informações de delegacias, IMLs, abrigos, asilos, hospitais e outros ór-

gãos, e a desatualização dos cadastros, atrapalham as buscas. Pela lei 10.299, de 24 de abril de 1999, de autoria da deputada estadual Maria Lúcia Prandi, hospitais, prontos-socorros e hospitais psiquiátricos são obrigados a comunicar o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) ou a delegacia de polícia mais próxima a entrada de pessoas inconscientes, com perturbação mental ou impossibilitadas de se comunicar. A obrigatoriedade se estende os IMLs, que devem submeter cadáveres não-identificados a fotografias e à identificação datiloscópica. Um exemplo da falha no cumprimento dessa lei é o caso do garoto Willian, de 10 anos. Ele desapareceu no dia 22 de abril deste ano, pela manhã, em Guarulhos, Região Metropolitana de São Paulo. Na mesma noite, foi encontrado por um senhor na rua, que o levou para casa, o alimentou e chamou a polícia. Os guardas municipais levaram Willian ao Conselho Tutelar, que o encaminhou a um abrigo. O contato com a família do garoto foi feito apenas 39 dias depois. "Demoraram demais para me avisar. Registrei um BO na delegacia de Guarulhos no mesmo dia do desaparecimento. Não fui orientada a ir ao DHPP para divulgar a foto dele. Só procurei ajuda no DHPP e na Mães da Sé no dia 26, porque um amigo da família me orientou. No abrigo, me disseram que tentaram localizar dados do Willian no site do DHPP, mas nada existia. Por isso demorou tanto para ele voltar para casa. Acho que o site não estava atualizado", disse Nadir França, mãe do garoto. Willian, que tem Síndrome de Down, não comenta o que aconteceu. Mães da Sé – "Existem muitas falhas de comunicação. Se quando uma pessoa fosse encontrada na rua e levada a algum órgão público sem identificação, se houvesse um sistema de identificação fotográfica e um cadastro interligado com a polícia, jamais existiria esse tipo de problema. O fato de o Brasil não dispor de um cadastro nacional de desaparecidos que funcione torna desconhecido o número exato de pessoas nessa situação", disse a presidente da Associação Mães da Sé, uma entidade que auxilia na procura de pessoas desaparecidas, Ivanise Esperidião da Silva. Segundo ela, esse não é o único problema enfrentado por quem tem um parente desaparecido. Além dos trotes que recebem, a falta de um cadastro unificado também dificulta a localização de pessoas que, por um motivo ou por outro, foram parar em outros estados brasileiros. "Recebi uma ligação de um albergue de Recife que dizia estar com um garoto, de mais ou menos 14 anos, encontrado em uma rodovia. Às vezes, ele dizia ser de Osasco, outras, da Lapa. Se houvesse um sistema interligado de localização, constaria a denúncia do desaparecimento dele, o contato dos parentes e o caso desse menino já teria sido resolvido há muito tempo. O grande problema é que a dor de um ente querido desaparecido só é sentida por quem enfrenta esse drama. Ninguém se põe no lugar dessas pessoas", disse. Na página 2, mais sobre pessoas desaparecidas

Marcos Fernandes/Luz

E.G.G., de 15 anos, e sua mãe Maria Gomes (à esquerda, na foto maior). Personagens de uma história com final feliz. Por duas vezes a adolescente foi flagrada fumando na escola. Com medo da reação dos pais, fugiu de casa. Foi localizada em São Vicente, graças a um programa de TV. À esquerda, abaixo, na praça da Sé, mãe exibe foto de seu filho Anderson da Silva, também desaparecido.


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Transpor te Educação Drama Ciência

Em São Paulo, 60 casos todos os dias

MÃES DA SÉ SE REÚNEM TODOS OS DOMINGOS

segunda-feira, 10 de julho de 2006

Se um desaparecido voltar para casa e não nos avisar, terá seu RG bloqueado. Nanã Faustino do Nascimento, escrivã do DHPP

Fotos de Marcos Fernandes/Luz

Para ajudar

D

e acordo com informações da Delegacia de Pessoas Desaparecidas do Estado de São Paulo, ligada ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em média, são registrados 60 casos de desaparecimento de pessoas diariamente na capital paulista. Em todo o estado de São Paulo, a cada ano, 18 mil casos são reportados. No mesmo período, são solucionados, em média, 15 mil casos. Porém, não se sabe ao certo quantos registros há no sistema de cadastros, já que muitos desses 15 mil casos solucionados são registros feitos em anos anteriores. "Os casos de desaparecimentos não-solucionados vão se acumulando. Hoje ainda encontro casos ocorridos em 1996 e 1997. A média de solução é da ordem de 80%, muito embora esse porcentual não seja oficial", disse a escrivãchefe do DHPP, Nanã Faustino do Nascimento. Um dos grandes problemas enfrentados pela polícia para dar baixa nos registros de desaparecidos são as inúmeras famílias que reencontram seus parentes e não avisam as autoridades. Além disso, muitas delegacias do interior do estado, quando solucionam os casos em suas jurisdições, não os comunicam ao DHPP." Agora bloqueamos o RG do desaparecido. Muitas vezes, a pessoa aparece e não nos avisa. Outro dia, deslocamos uma viatura para verificar se a família de um garoto tinha novas informações sobre o caso de seu desaparecimento. Para Estar com a espanto da equipe, a mãe família, disse que ele já estava em almoçar e casa. Agora, temos um saber como foi sistema que bloqueia o RG. Se um desaparecido voltar o dia de cada para casa e não nos avisar, um é terá seu RG bloqueado", fundamental. explicou Nanã. Maria, mãe de Causas – Entre os motivos E.G.G. mais comuns de desaparecimentos registrados em delegacias do País estão a fuga de crianças e adolescentes, geralmente para escapar dos problemas de convivência familiar, como violência doméstica (abuso físico, psicológico e sexual), inadaptações à presença de padrasto-madrasta, sentimentos de rejeição, ameaça, medo, expulsões do lar pelos responsáveis, além de fuga com o namorado ou namorada. A adolescente E.G.G., hoje com 15 anos, pode exemplificar bem uma dessas situações. Em agosto do ano passado, ela e uma amiga decidiram fugir. O objetivo era ir para o litoral paulista e ficar na casa de um amigo. Maria, a mãe da adolescente, contou que na hora em que viu o recado ficou em estado de choque. "Busquei informações com outras amigas e descobri que elas tinham ido para São Vicente. Fui para lá, mas elas não estavam mais na casa desse amigo. Recebi muitas informações erradas, mas não desisti", disse. Enquanto Maria procurava, Edilaine e sua amiga perambulavam por ruas do litoral, mendigando. A adolescente e a amiga foram reconhecidas graças a um programa de tevê e voltaram para casa 21 dias depois. "O motivo do sumiço foi falta de conversa. Ela foi pega fumando na escola e a diretora me chamou para conversar. Falei com ela, mas a situação voltou a acontecer. Ela não me entregou a segunda convocação para uma conversa e a diretora disse que levaria o caso até a Delegacia de Ensino. Ela ficou com medo de ir para a Febem e fugiu", contou Maria. Apesar do desespero, Maria admite que, graças a essa situação, tudo mudou. "Na correria do dia-a-dia, achamos que colocar comida em casa e pagar as contas é o suficiente. Aprendi que estar junto com a família, almoçar e saber como foi o dia de cada um é fundamental. Antes, eu e meu marido só falávamos. Hoje, aprendemos também a ouvir nossas filhas", disse Maria. A atração por falsas propostas de trabalho e de ganhos financeiros fáceis também leva pessoas a sumirem da cidade e até do País. O destino é o tráfico de pessoas para exploração sexual. Muitas vezes, elas são submetidas a cárcere privado, sob ameaça para não denunciar ou abandonar o explorador. Polícia – A polícia começa a agir em um caso de desaparecimento quando um registro chega às delegacias. As informações da pessoa desaparecida são enviadas para o banco de dados do DHPP. Lá, dados como altura, peso aproximado, cor dos olhos e dos cabelos e as circunstâncias de como desapareceu são confrontados com dados dos IMLs e hospitais. "Eles devem passar informações todos os dias, mas isso nem sempre acontece", disse a escrivã Nanã. Caso o desaparecido não seja localizado nesse confronto, segundo o DHPP, depois de no máximo uma semana, é emitida uma ordem de serviço e os investigadores saem a campo em busca do desaparecido. O modo de atuação varia de caso para caso. (KF)

Na escadaria da catedral da Sé, reunião dominical das Mães da Praça da Sé. Elas procuram seus familiares desaparecidos

Mães da Sé: amor, união e solidariedade Entidade se reúne todos os domingos na praça da Sé, em São Paulo, para trocar informações

A

Associação Mães da Sé não nasceu por acaso. A presidente da entidade, Ivanise Esperidião da Silva, sofre há 10 anos com o desaparecimento de sua filha Fabiana, na época com 13 anos. "É nesse trabalho, de ajudar as pessoas com o mesmo problema, que encontrei forças para continuar", disse. Era sábado, 23 de dezembro de 1995, mais ou menos oito da noite, quando Fabiana saiu de casa junto com uma amiga para cumprimentar uma outra colega que fazia aniversário. As casas eram próximas e a visita não demorou. Na volta, as Esperança: Nercina Dornela, que procura deu marido Djalma Dornela há seis anos duas amigas se separam para irem para suas casas. A distância daquele ponto para a casa de Fabiana era de mais ou menos 300 metros. Foi exatamente nesse percurso que a garota sumiu. Ninguém mais a viu. Desespero – "Estava chovendo muito e fiquei preocupada com ela. Fui à casa da amiga para ver se ela estava lá. A mãe da garota disse que sua filha já havia chegado e que Fabiana também tinha ido para casa. Fiquei desesperada. Percorri a região durante toda a noite em busca de notícias da minha filha. Procurei em viadutos, matagais, hospitais, favelas e até em prostíbulos. Tudo em vão. Bateu um desespero e, por 53 dias, fiquei em estado de choque. Não comia, não bebia. Durante esse tempo, todos os dias ia aos IMLs da região. À noite, vinha com a foto dela aqui para o Centro da cidade. Mostrava para todos, com a e s p e r a n ç a d e q u e a lguém a tivesse visto. A Fabiana, há 10 anos sumida procura era frustrante. Recebi muitos trotes. Uma vez, recebi uma ligação de uma cidade chamada Mundo Novo, a 550 quilômetros de Salvador, na Bahia. Me enchi de esperança e até levei peças de roupas dela. Procura: todos os domingos a mesma rotina triste na Sé Mas, mais uma vez, não era ela. Até hoje, todas as tentativas foram em vão. Não acredito que nenhuma pessoa tenha visto a minha menina. Se viu, preferiram se Parcerias – A Associação Mães da Sé, criada há 10 calar", contou Ivanise. anos, atende casos de todo País e conta com parcerias Associação – A mãe de Fabiana enviou uma carta a para divulgar fotos dos desaparecidos, para atendiuma associação no Rio de Janeiro, que auxiliava na mento psicológico e jurídico às famílias e para sobreprocura de desaparecidos, com a esperança de receber viver. Em seu cadastro existem mais de 5 mil registros. alguma ajuda. Foi convidada a participar da novela Desses, 1.556 pessoas foram encontradas, sendo cerca Explode Coração, da Rede Globo, e durante as grava- de 350 localizadas graças a uma parceria com prograções dos capítulos conheceu uma entidade chamada mas de televisão, entre maio de 2001 e abril de 2002. Mães da Cinelândia. Ali, nascia a Mães da Sé. "Fiquei "A sociedade tem de ser a nossa principal aliada. impressionada como elas eram organizadas e resolvi Muitos, quando pefazer o mesmo aqui em São Paulo. Não planejei nada. gam um ticket de peEm pouco tempo, por causa da novela, a minha histódágio ou uma embalaria começou a ser divulgada. Achava que ao dar entregem, nem olham as fovistas, a Fabiana ou alguém me veria, e ela voltaria patos de pessoas desapara mim. Foi ajudando as pessoas a encontrar seus fir e c i d a s q u e lhos, netos, sobrinhos, pais e mães que encontrei fordivulgamos. Esse ç a s p a r a s o b re v i v e r. F i c o e m o c i o n a d a q u a n d o comportamento só irá conseguimos localizar algum desaparecido. Parece mudar quando cada que é a minha história que está chegando ao fim. Ainum se colocar no lugar da não sei se a Fabiana, minha filha mais velha – Ivade alguém que teve ou nise tem outra menina – está viva, sofrendo, comendo. tem um parente desaÀs vezes, tenho a sensação de que nunca mais a verei. p a re c i d o " , a f i r m o u Mas peço a Deus, diariamente, que não me deixe morIvanise Esperidião da Diego, desaparecido há 10 anos Silva. (KF) rer sem ter notícias dela".

A atenção dos cidadãos é de fundamental importância para a localização de pessoas desaparecidas. Prestar atenção nas fotografias estampadas no verso dos tickets dos pedágios (foto acima) é um bom começo. Nesses tickets há telefones de contato.

Saiba como agir em situações de desaparecimento

Q

uando há uma suspeita de desaparecimento de uma pessoa, o primeiro passo é procurá-la próximo ao local de desaparecimento. O ideal é perguntar pela pessoa para todos: para aqueles que se encontram no local e para aqueles que por lá estejam estão passando. Caso seja necessário, volte no dia seguinte ao lugar, no mesmo horário do desaparecimento e repita novamente as mesmas perguntas às pessoas. Uma fotografia e a descrição das roupas que a pessoa estava usando podem ser bastante úteis. Procure divulgar o desaparecimento em rádios, jornais e tevês. Imprima cartazes com um telefone para contato ou denúncias, e espalhe-os em locais movimentados, no trajeto percorrido pela pessoa desaparecida, nas escolas, fábricas, escritórios, rodoviárias, etc, Transmita os dados do desaparecido ao Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas e peça ajuda às ONGs que trabalham em prol dessa causa. Enquanto a pessoa não for encontrada, tente, com freqüência, repetir as buscas em hospitais, em delegacias de polícia e no Instituto Médico Legal (IML). (KF)


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Nacional Empresas Finanças Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 11 de julho de 2006

3,81

PROJEÇÃO PARA IPCA NÃO PÁRA DE CAIR

por cento é a previsão dos analistas ouvidos pelo Banco Central para a inflação deste ano.

PELA SEXTA VEZ CONSECUTIVA, ANALISTAS APONTAM NOVA REDUÇÃO DO IPCA PARA ESTE ANO

MERCADO PREVÊ INFLAÇÃO EM QUEDA

Cesp detalha S oferta pública de ações

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Companhia Energética de São Paulo publicou ontem alguns detalhes sobre sua oferta pública de ações, que envolve R$ 2,8 bilhões. O Estado de São Paulo se compromete a ficar com R$ 1,2 bilhão, valor obtido com a recente privatização da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP). A fixação do preço do papel e o início de negociação ocorrem nos dias 26 e 28 de julho, respectivamente. Os coordenadores da operação são os bancos UBS e Morgan Stanley. A oferta primária faz parte de um programa mais amplo de capitalização, que inclui também programa de debêntures no valor de até R$ 2 bi-

lhões e um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) de até R$ 650 milhões. No total, a empresa será capitalizada em cerca de R$ 5,5 bilhões, ajudando a reduzir a dívida da companhia, que hoje é de quase R$ 10 bilhões. Divisão – A oferta de ações compreende R$ 1 bilhão em ações ordinárias e R$ 1,8 bilhão em ações preferenciais classe B. O estado se compromete a efetivar pedido de reserva de até R$ 1 bilhão em ações ordinárias e pelo menos R$ 200 milhões em preferenciais classe B. A quantidade total de ações preferenciais classe B pode ainda ser elevada em R$ 200 milhões (lote suplementar) e em R$ 360 milhões, ou 20% (lo-

te adicional). Os acionistas que participarem da oferta prioritária e os investidores não institucionais não participarão do processo de fixação do preço de emissão da estatal. As ações da empresa fecharam ontem com alta de 1,15% na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), cotadas a R$ 16,69 a unidade. O Índice Bovespa (Ibovespa), principal indicador do mercado acionário, subiu apenas 0,11%. Privatização – Alguns analistas acreditam que o plano de capitalização da Cesp abre espaço para uma futura privatização, como já foi cogitado anteriormente pelo banco Pactual e pela BankBoston Asset Management. (Reuters)

Telefónica lança US$ 1,3 bi em títulos grupo espanhol de telecomunicações Telefónica planeja emitir nesta semana 1 bilhão de euros (US$ 1,3 bilhão) em papéis de três anos e meio, informou ontem uma fonte de um dos bancos líderes da operação.

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Calyon, JP Morgan e Merrill Lynch dirigem o programa de notas de taxa flutuante (FRN, na sigla em inglês) que serão emitidas pela Telefónica Emisiones S.A.U., com vencimento em janeiro de 2010. O papel tem sido bem recebi-

do por investidores porque seu cupom está associado a taxa de empréstimo do interbancário, o que isola o comprador de futuras elevações de taxa de juros. No Brasil, o grupo controla a Telefônica e tem metade da Vivo. (Reuters)

em parar de cair. Assim estão as projeções do mercado financeiro para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano. Pela sexta vez consecutiva, os números foram revisados para baixo, recuando de 3,98% para 3,81%, segundo pesquisa divulgada ontem pelo Banco Central (BC). Para o economista do Grupo de Conjuntura Econômica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Carlos Thadeu Filho, novas quedas ainda ocorrerão. "Para mim, o índice deverá fechar o ano em 3,7%", afirmou. Confirmada essa previsão, a inflação ficará distante dos 4,5% da meta central fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2006. Thadeu Filho acredita que a inflação cairá mais porque as tarifas de energia elétrica e telefonia terão reajustes negativos neste mês e também porque os preços dos alimentos deverão continuar em queda. "O mercado ainda não atentou

para esses fatores e continua a trabalhar com uma previsão de inflação de 0,3% para este mês", comentou. Ele acredita, porém, que o IPCA poderá ficar em 0,1% em julho. Depois disso, porém, a inflação subirá e ficará em torno de 0,4% ao mês até o final do ano. "Podemos atribuir essa alta a um efeito do reajuste do salário mínimo sobre a economia e também à reversão de fatores pontuais de queda dos preços", afirmou o economista. Selic – Com a inflação sob controle, o economista da UFRJ disse que o Comitê de Política Monetária (Copom) ainda terá espaço para promover mais três reduções de juros neste ano. "Estou trabalhando com uma perspectiva de que a taxa de juros (Selic) chegará ao fim de 2006 em 14%", disse. A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 18 e 19 deste mês e o mercado espera um corte de 0,5 ponto percentual, segundo a pesquisa do BC. Thadeu Filho concor-

dou que o corte deverá ficar em 0,5 ponto percentual. "Depois disso, teremos um corte de 0,25 ponto em agosto e outro na mesma magnitude mais para o fim do ano", afirmou. A taxa só não cairá mais, de acordo com o economista, porque a inflação em 12 meses voltou a se aproximar dos 4,5%. "É esse o argumento que o BC vai usar." Futuro – Para 2007, o comportamento dos preços, de acordo com o economista, não será tão favorável como neste ano. "A inflação do próximo ano deverá ficar em 4,7%", disse. O percentual é superior aos 4,5% do centro de meta de inflação do próximo ano. "O diferencial é que trabalho com uma taxa de câmbio no fim do próximo ano de R$ 2,45." No levantamento do BC, as estimativas de dólar para o mesmo período estão estáveis em R$ 2,35 já por sete semanas consecutivas. "O câmbio não dará em 2007 a contribuição que deu neste ano para manter a inflação sob controle." (AE)

Mineradora MMX: emissão de R$ 1,7 bi

pretende vender 1.262.590 ações e estima que o preço fique entre R$ 1 mil e R$ 1.363 por ação. O período de reserva começa em 17 de julho e o papel começa a ser negociado em 24 de julho. A oferta conta ainda com a opção de lote suplementar de até 189.388 ações, correspon-

dente a até 20% das inicialmente ofertadas. "Pretendemos utilizar esses recursos líquidos para fins de desembolso de capital, capital de giro e despesas gerais e administrativas", disse a empresa no prospecto preliminar divulgado no site da Comissão de Valores Mobiliários. (Reuters)

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mineradora MMX, do grupo EBX, fará uma oferta pública primária de ações ordinárias que poderá levantar mais de R$ 1,7 bilhão. A empresa

CONVOCAÇÕES

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LAR ESCOLA SÃO FRANCISCO - CENTRO DE REABILITAÇÃO Assembléia Geral Ordinária - Edital de Convocação Ficam os Srs. Associados e Conselheiros do Lar Escola São Francisco - Centro de Reabilitação, convidados e convocados para a Assembléia Geral Ordinária, a realizar-se no próximo dia 17 de julho/ 2006 (segunda-feira), às 8h30 horas, na Rua dos Açores, 310 - Ibirapuera, a fim de deliberarem sobre a seguinte ordem do dia: 1) Eleição para Diretoria, Conselho Provedor, Conselho Técnico e Conselho Fiscal; 2) Alteração do Estatuto; 3) Apresentação do Relatório Anual e Balanço do Exercício anterior; 4) Assuntos Gerais. São Paulo, 06 de julho de 2006. Clélia Salgado Teixeira - Presidente.

EDITAL GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº54/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 2911/5900/2006. OBJETO: PÓ PARA O PREPARO DE REFRESCO SABOR ABACAXI. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 09:30 h do dia 27 de julho de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº55/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 2910/5900/2006. OBJETO: PÓ PARA O PREPARO DE REFRESCO SABOR UVA. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 14:30 h do dia 27 de julho de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº56/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 2915/5900/2006. OBJETO: PÓ PARA O PREPARO DE REFRESCO SABOR MANGA. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 09:30 h do dia 28 de julho de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº57/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 2917/5900/2006. OBJETO: PÓ PARA O PREPARO DE REFRESCO SABOR PÊSSEGO. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 14:30 h do dia 26 de julho de 2006. Edital completo à disposição dos interessados, via Internet, pelo Site www.e-negociospublicos.com.br. INFORMAÇÕES: fones: (11) 3866-1615/1616, de 2ª a 6ª feira, no horário das 8h às 17h. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE SUPRIMENTO ESCOLAR

COMUNICADOS FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 10 de julho de 2006, na Comarca da Capital, o seguinte pedido de falência e recuperação extrajudicial:

Requerente: Alfa Invest Fomento Mercantil Ltda. Requerido: Jossel Transportes Rodoviários Ltda. Avenida: Henrique Morize, 156. 1ª Vara de Falências.

COMUNICADO Barilla do Brasil Ltda, I.E. 115.306.342.110, CNPJ 02.195.380/0001-92 comunica que a 1ª, 3ª e 4ª via da nota fiscal 26747 série 2 de 11/05/2006 foi extraviada. ROMAG ASSESSORIA E PLANEJAMENTO DE JOGOS ELETRÔNICOS LTDA, CNPJ 00.956.534/0001-96, CCM 2.420.657-1, comunica o extravio do livro fiscal modelo 57 n.º 1 da PMSP. (11, 12,13/07/06)


terça-feira, 11 de julho de 2006

Empresas Tr i b u t o s Nacional Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 México teve produção recorde de 2 milhões de unidades de veículos no mês de junho

SALÁRIOS ATRASADOS HÁ 3 MESESNA VARIG

JUSTIÇA, CREDORES E MINISTÉRIO PÚBLICO TÊM DIFICULDADES PARA DEFINIR VALOR DE VENDA DA EMPRESA

VARIG: SEM PREÇO PARA LEILÃO

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Sergio Moraes/Reuters

Apesar das dúvidas sobre a proposta da VarigLog, empresa fez novo empréstimo para a Varig poder voar

Viajar de avião custa até 8% mais

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estas férias de julho, viajar de avião no Brasil já está de 5% a 8% mais caro do que em igual mês no ano passado, de acordo com levantamento feito pela Associação Brasileira dos Agentes de Viagem (Abav). Para o diretor da entidade Leonel Rossi Junior, o aumento é reflexo do encolhimento da Varig e do aquecimento da demanda. "A oferta diminuiu e a economia vai bem. As pessoas estão viajando bastante." No mercado internacional, não foi constatado aumento de tarifas, mas as agências de viagem afirmam que o número de assentos disponíveis nas classes promocionais foi reduzido. "O custo para viajar está maior, mas não se pode falar em aumento. É uma questão de aplicação de tarifa. Há menos tarifas mais baratas disponíveis."

Dólar baixo — Segundo o diretor, a queda do dólar de um ano para cá ajudou a segurar os preços das passagens. "O mercado é livre e as empresas têm direito de cobrar o que elas querem", afirmou. A TAM nega que tenha havido reajustes de tarifa no período. E afirma que não repassou os aumentos do querosene de aviação que, no acumulado deste ano, já subiu 19%. Na Gol, ninguém se pronunciou. No mercado doméstico, as novas encomendas de aviões feitas pela TAM e pela Gol conseguiram contrabalançar a redução da oferta da Varig — mas foram insuficientes para dar conta da alta da demanda. Apesar de a Varig ter encolhido 45% em junho, ante igual período de 2005, a oferta geral do setor aumentou 10%. Já a demanda cresceu 23,7%.

COMBUSTÍVEIS Vendas em maio somaram 7,43 bilhões de litros, com alta de 6,43% em relação a abril.

COMEÇA A SP FASHION WEEK

Ó RBITA

Anabela Baldaque e a Miguel Vieira. A expectativa da organização é receber 12 mil pessoas por dia, todos convidados. Ninguém entra na SPFW sem um convite específico para desfile ou mesmo para visitar lounges de patrocinadores, exposições e restaurantes que se instalam dentro da Bienal para o evento. O investimento total é de R$ 6 milhões. Entre as novidades desta edição está o lançamento do calendário com 25 das maiores modelos do País. (AE)

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Petrobras informou na última sexta-feira que dará início a negociações em torno de uma cooperação futura com as empresas de energia russas OAO Gazprom, Strony Trangas e OAO Rosneft. Entre as áreas de interesse das companhias estão a construção de gasodutos, exploração e produção de petróleo e gás em terra e em águas profundas e a armazenagem de gás. (AE) A TÉ LOGO

BOMBRIL Após intervenção, Justiça concede controle da empresa à família Sampaio Ferreira.

Gina Stocco/Futura Press/28/06/2005

omeça amanhã, mais uma vez na Bienal do Ibirapuera, a 21ª edição da São Paulo Fashion Week (SPFW). Até a próxima terça-feira, serão 48 desfiles de 45 marcas, algumas delas mostram coleções femininas e masculinas separadamente. O tema deste ano é a África, e nove toneladas de papelão farão parte da cenografia. Esta edição de verão terá ainda duas grifes portuguesas convidadas, a

PETROBRAS

No mercado internacional, considerando a oferta de assentos das companhias brasileiras, enquanto a Varig encolheu 43,8% no período, o setor teve redução de 24,6%. Em números absolutos, isso representa quase 700 mil assentos a menos neste mês de julho. As empresas estrangeiras, que não entram nas estatísticas da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), chegaram a ampliar vôos, mas não o suficiente para equilibrar a oferta. Com a demanda aquecida, as empresas reduzem prazos de financiamento sem juros e param de vender passagens para grupos com desconto. "Ninguém vende mais para grupos", disse o agente de viagens Pedro Henrique Garcia, da agência Blue Travel, que costuma trabalhar com grandes grupos de turistas. (AE)

RODOVIAS

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movimento de veículos nas rodovias administradas por concessionárias caiu 0,8% entre maio e junho, segundo o Índice ABCR de Atividade, da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) e da Tendências Consultoria Integrada. No período, o tráfego de veículos leves caiu 0,4% e o de pesados, 0,9%. O fluxo de pesados reflete o ritmo da produção nacional. (DC)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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China conquista novo recorde comercial

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Henry Paulson assume Tesouro norte-americano

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Pode sobrar petróleo na Arábia Saudita

pesar do impasse que persiste sobre a venda da Varig, a VarigLog, principal candidata à compra da empresa, depositou ontem a 11ª parcela de um empréstimo para a companhia aérea arcar com seus gastos emergenciais. Representantes da ex-subsidiária de logística e transporte de cargas, o juiz que conduz o processo, Luiz Roberto Ayoub, advogados da Varig e representantes da administradora judicial Deloitte e do Ministério Público participaram de reunião para encontrar uma solução para o preço mínimo do leilão de venda da Varig. O encontro teve início às 13 horas, mas foi suspenso por três horas. A interrupção foi necessária para que a consultoria Deloitte, o presidente da Varig, Marcelo Bottini, e o promotor do Ministério Público do Rio, Gustavo Lunz, avaliassem o documento enviado pelos advogados da VarigLog, no qual a ex-subsidiária toma posição sobre o parecer do administrador judicial da Varig, que questiona o preço mínimo.

Até as 20 horas, a reunião não havia terminado. O principal questionamento da Justiça e da Deloitte é sobre como o valor mínimo de R$ 277 milhões seria destinado à chamada Varig antiga (empresa que herdará as dívidas da companhia), para que a empresa possa pagar os credores. A proposta total é de R$ 1 bilhão, e o restante vai para a Varig Nova. O passivo atual da empresa gira ao redor de R$ 7,9 bilhões. Na sextafeira passada, um parecer da Deloitte considerou que a proposta da VarigLog é financeiramente pior do que a arrecadação de recursos que seria gerada numa eventual falência. Além disso, credores questionam como a Varig antiga, que seria desmembrada da operação principal, teria fluxo de caixa para honrar os seus débitos. "Estamos trazendo as explicações que a Deloitte pediu. Não há nenhuma definição sobre alterações econômico-financeiras", afirmou o advogado da VarigLog, João Afonso de Assis. A audiência de ontem foi pedida pela Deloitte justamente

para tentar chegar a um consenso sobre o valor mínimo, com o objetivo de garantir o pagamento dos credores. De acordo com um representante de um grupo de credores da Varig, caso a proposta da VarigLog permaneça a mesma, a tendência é de que os credores, que são privados, se abstenham numa possível assembléia para votar a proposta. Ontem, a VarigLog fez mais um depósito para custear a operação da Varig, mas o valor não foi divulgado. Esses recursos fazem parte de um empréstimo total de US$ 20 milhões que a ex-subsidiária se propõe a desembolsar até a realização de um novo leilão da companhia. Até a última sexta-feira, haviam sido depositados US$ 11 milhões. Salários – A Associação dos Pilotos da Varig disse ontem que a empresa tem um atraso de pagamento de três meses com a categoria. Mas a companhia aérea explicou que os pagamentos realmente são feitos "em picado" durante o mês, mas que a demora não passa disso. (AE)

Embraer fecha negócio na China

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companhia aérea Mandarin Airlines, com sede em Taipei, China, substituirá seus aviões Fokker 100 e Fokker 50 pelas aeronaves Emb190 e Emb195 fabricadas pela Embraer. A escolha de oito unidades foi anunciada ontem pela Embraer. A compra, no valor médio de US$ 274 milhões, foi feita por meio de um contrato de leasing assinado com a GE Commercial Aviation Services (GECAS). Os jatos, que vão oferecer serviços em classe única, terão 104 e 116 lugares, respectivamente, e serão utilizados em rotas domésticas em mercados intra-regionais da Ásia. As entregas pela Embraer começarão no ano que vem. De acordo com a direção da companhia aérea chinesa, a escolha exigiu da empresa uma pesquisa de mercado durante um ano e meio, onde foram avaliados os diferentes tipos de aeronaves disponíveis no mercado. "Levando em conta a demanda do mercado no futuro, o desempenho do avião, bem como as estruturas de treinamento e apoio oferecido pelo fabricante, escolhemos os aviões da Embraer para serem os principais componentes da nossa futura frota", justificou Michael Lo, presidente da Mandarin Airlines. Segundo o executivo chinês, a "configuração de cabine do 190 e 195 aumenta os níveis de segurança e satisfação dos clientes". Criada há 15 anos, a Mandarin se fundiu com a For-

Divulgação

Jato da Mandarin Airlines, que será substituído pelos da Embraer

mosa Airlines em 1999 e aumentou sua atuação no mercad o d o m é s t i c o d e Ta i w a n . Atualmente a Mandarin, subsidiária da China Airlines, realiza 65 vôos diários a 19 destinos em Taiwan e região. Novo centro – O negócio fez a Embraer confirmar que instalará um centro de suporte ao produto na região da Ásia Pa-

cífico, para a reposição de peças e ainda a instalação de um simulador de vôo. "Estamos na fase final do processo de escolha dos lugares para a construção dessa estrutura, que deve entrar em operação no segundo semestre de 2007", informou o vice-presidente da Embraer, Frederico Fleury Curado. (AE)


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.OPINIÃO

terça-feira, 11 de julho de 2006

RESENHA

NACIONAL FRAUDE DOMÉSTICA

Com a hidra trabalhista invadindo os serviços domésticos, os salários diminuem, aumenta o desemprego e cresce a informalidade. da indenização devida na despedida sem justa causa, correspondente a 40% do valor depositado no FGTS. Para aquelas partes que vivem na ilegalidade, a nova lei não fará a menor diferença. Nessa situação, não há carteira de trabalho assinada nem recolhimento de INSS nem pagamento de férias e seu adicional ou qualquer outro tipo de “direito”. Provavelmente, a maioria dos trabalhadores domésticos vive nessa situação. Assim, o verdadeiro impacto se dará para as relações formais. O empregador que irá contratar uma doméstica depois que a nova lei entrar em vigor calculará seu custo mensal incorporando o FGTS. Assim, se antes da lei ele estaria disposto a pagar R$ 500,00 mensais para a empregada, após a lei pagará R$ 444,00, pois terá que depositar R$ 40,00 no FGTS e guardar R$ 16,00 para pagar a indenização

JOÃO DE SCANTIMBURGO

quando tiver que despedi-la. Os que estiverem atualmente empregados de maneira formal serão, como se disse, de fato beneficiados pela nova lei. Mas a vantagem eventual será perdida em pouco tempo. Um primeiro exemplo: na hora de reajustar o salário, o empregador irá invocar o aumento de custos imposto pela nova lei. Ele facilmente irá argumentar com o empregado doméstico que quiser aumento que o custo da mão-de-obra cresceu 11,2%. Um segundo exemplo: na medida em que os atuais empregados domésticos forem trocando de patrão, os novos empregadores já irão “embutir” no custo mensal o FGTS. Assim, a mudança de emprego, especialmente nos primeiros anos de vigência da lei, significará uma perda de renda para o trabalhador doméstico. Na verdade, o FGTS é uma fraude perpetrada contra todos os trabalhadores formais brasileiros. O que os políticos estão tentando fazer é ampliar o universo de pessoas a serem fraudadas. Isso sem mencionar o fato de que os depósitos do FGTS são remunerados de forma vil e seus recursos usados a belprazer dos políticos. A nova lei aumentará ou não a informalidade? Isso irá obviamente acontecer. Mas o prejuízo para a sociedade vai muito além. Representará mais transferência de renda dos trabalhadores para o Estado, num país em que quase 40% do PIB já estão nas mãos do poder público.

A DIPLOMACIA

Céllus

EM QUESTÃO

Benemerência com o dinheiro da elite egoísta OLAVO DE CARVALHO

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guerra de manifestos pró e contra as cotas raciais nas universidades públicas pode ser interessante o quanto se queira, mas os participantes esquecem de mencionar que todo esse debate gira em torno de uma coisa só: como gastar o dinheiro dos outros. No fim das contas, toda benemerência governamental consiste precisamente em fazer de conta que dá aquilo que na verdade toma. No episódio, o detalhe cruel da palhaçada aparece quando se faz a pergunta que até agora ninguém fez: toma de quem? Que eu saiba, os negros e mulatos constituem uns 75 milhões de pessoas, quase a metade da população brasileira. Desse oceano de gente, só uma parcela ínfima vai desfrutar do benefício das cotas: os demais vão ficar trabalhando, pagando imposto para sustentar a bondade oficial, enquanto a propaganda petista trata de animá-los com a ilusão de que o dinheiro não está sendo arrancado deles, e sim apenas da “elite branca egoísta”. Qualquer congressista que apresente um projeto de lei pretensamente humanitário sem esclarecer de onde virá a verba para custeá-lo e sem provar que a lógica da idéia não é a do moto-perpétuo, deveria perder o mandato. Não há mais autêntica falta de decoro parlamentar do que posar de Papai Noel dando ao povo o que já era dele -- após os devidos descontos, é claro. Um exemplo característico são as campanhas destinadas a persuadir as pessoas a não dar dinheiro para os pobres, mas sim ao governo, o qual, descontados os salários dos encarregados e as demais despesas funcionais e administrativas, dará aos pobres o que sobrar, acrescentando-lhe generosamente um folheto de propaganda petista. A lei das cotas é mais ou menos isso: arrancar o couro da população pobre para fabricar com ele o cabresto pedagógico com que se vai guiá-la politicamente. Não que a idéia de reparações, em si, seja errada. Ela faz algum sentido, em teoria, desde o

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as como chamar de “justiça” uma lei destinada a fazer escravos recém-fugidos pagarem pelos sofrimentos de outros escravos que foram libertados vinte, trinta, quarenta anos da chegada deles? Se, da massa dos contribuintes, você descontar os descendentes de africanos e de imigrantes europeus, vai sobrar muito pouca gente para arcar com a despesa das cotas; se os incluir de novo, instituirá a injustiça contra estes e a trapaça contra aqueles. Pode-se tentar escapar dessa fatalidade apelando ao subterfúgio lingüístico de declarar que a responsabilidade pela despesa incumbe “à sociedade”. A própria Constituição de 1988 usa desse delicioso expediente. Mas “a sociedade” é apenas um universal abstrato, juridicamente mais inimputável do que um menor de idade ou um habitante de reserva indígena. Quem vai pagar mesmo são os negros, mulatos, alemães, poloneses, judeus e tutti quanti. E alguns deles ainda vão lever na testa o rótulo de “elite branca”. É claro que essas sutilezas lógicas escapam aos nossos legisladores e “formadores de opinião”. Felizmente, não tenho a mínima pretensão de que sejam levadas em conta.

A crise da Varig nasceu da má governança EDSON BARBOSA

C om o FGTS os domésticos podem perder renda

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

ponto de vista da justiça abstrata. O problema é que o ônus da justiça abstrata recai sobre seres humanos concretos. No caso das reparações raciais, é inevitável que a passagem do tempo acabe jogando a dívida para as costas de quem jamais a contraiu – por exemplo imigrantes que chegaram ao Brasil já no Século XX, que jamais tiveram escravo nenhum e que, para cúmulo de ironia, vieram fugidos de regimes que os submetiam a trabalho escravo, na Alemanha, na Rússia, na Polônia, na Hungria. Nenhum deles, decerto, se recusaria a fazer sacrifícios para dar aos netos e bisnetos de africanos uma vida mais decente. Pelo simples fato de terem sofrido tanto, compreendem o sofrimento alheio.

A lei das cotas vai arrancar o couro do pobre para fazer o cabresto pedagógico Alexandre Nóbrega/Digna Imagem

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s empregados domésticos estão prestes a sofrer uma fraude. Pensando em agradar esse significativo eleitorado, alguns políticos querem conceder-lhes alguns supostos direitos trabalhistas. Nada mais equivocado e prejudicial. Aliás, na medida em que a hidra trabalhista vai se imiscuindo nas relações domésticas, os salários diminuem, aumenta o desemprego no setor e cresce a informalidade. O projeto em tramitação no Congresso prevê que os empregadores domésticos terão que recolher FGTS. Isso representará um custo adicional de 8% (oito por cento) sobre os salários pagos mensalmente, além

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ocê saberia dizer em poucas palavras o que quebrou a Varig? Governança é a resposta. Ou, melhor dizendo, a ausência das melhores práticas de governança corporativa é a razão central para a empresa estar na situação em que está: falida. Ainda que correndo o risco de estar dando uma opinião apressada, não me parece difícil concluir que o gênesis de todo o problema da Varig está na forma pela qual ela se auto-governava. Controlada pela Fundação Ruben Berta que, por sua vez , tem um Conselho Curador de sete membros eleitos por um Colégio Deliberante de 220 funcionários, estes eleitos pela totalidade dos empregados, a Varig era, em suma, controlada por seus funcionários. Isso não me parece bom ou ruim, em essência ou conceito, mas, neste caso, somos forçados a acreditar que em lugar da busca da sua perenidade, a empresa tinha como primeiro objetivo, ainda que oculto, a manutenção a qualquer custo dos empregos e privilégios acumulados por um pequeno grupo desses funcionários. De forma prática, essa linha de pensamento se refletiu na criação de conselhos de administração dependentes e impossibilitados de tomarem as decisões necessárias, porém, nem sempre populares, à sobrevivência da empresa. Afinal de contas, como um conselho eleito pelos funcionários po-

deria fazer passar uma medida de redução de custos por meio de cortes na folha de pagamentos ou propor a eliminação de privilégios na empresa da alta-direção da própria FRB? Ao se olhar para a Varig, verifica-se que alguns dos princípios básicos de governança corporativa, como transparência, prestação e contas pelos atos cometidos pelos seus executivos e pelo Conselho de Administração, e responsabilidade corporativa, que trata exatamente da longevidade da empresa, foram flagrantemente colocados à parte em busca da manutenção de uma situação que favorecia a poucos em detrimento de muitos, fossem eles acionistas, funcionários, fornecedores, clientes ou a sociedade em geral.

A

inda que se encontre uma solução para o caso, a Varig atual, pela qual os seus empregados, e tantos outros steakholders tanto lutam, já não existe mais. A marca Varig poderá seguir existindo à frente de outra organização que se espera seja forte e rentável e que enfoque os princípios de governança corporativa em específico e de sustentabilidade em geral sob um olhar mais moderno, visando, antes de tudo, a perenidade da organização e a melhoria da nossa sociedade. EDSON BARBOSA É DIRETOR DA EVOLVE GESTÃO

T ransparência e responsabilidade corporativa foram colocadas à parte

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emos uma diplomacia do Barão e uma diplomacia sem o Barão. A diplomacia do Barão se prolongou até depois de sua morte, tamanha era a influência exercida pelo carismático Barão sobre a Presidência da República. Foi o ideologismo esquerdista que fez com que a nossa diplomacia engasgasse e dali produzisse erros que não foram sanados até hoje, ainda que notáveis diplomatas não embaraçados pela ideologia tenham se esforçado para continuar, dotando o País de uma diplomacia sem os ressaibos ideológicos, que tanto enfraqueceram a nossa atuação no campo internacional. Importa, portanto, sacudir o mais depressa possível o resquício ideológico que comprometeu a notável atividade diplomática, com a qual contávamos enquanto prevaleceu no Itamaraty a figura doutrinária do Barão de Rio Branco, que Osvaldo Aranha soube interpretar admiravelmente bem.

Se voltarmos à idéia prática do Barão e à diplomacia imperial, estaremos aptos a vencer as dificuldades destas tremendas disputas

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a esse ponto obrigatório que devem se voltar os diplomatas não atraídos à ideologia que influiu e prejudicou a diplomacia do Itamaraty. Temos que fazer face aos colossos do Hemisfério Norte, onde se joga nosso destino, nas disputas comerciais em que temos que nos valorizar mais do que estamos fazendo, com os diplomatas que ainda cultuam a lição do grande doutrinador da diplomacia brasileira, o famoso Barão, que a estruturou excepcionalmente bem, mas que não resistiu às invectivas ideológicas que comprometeram as diretrizes da nossa política exterior. Se, pois, voltarmos à idéia prática do Barão de Rio Branco e à diplomacia imperial, com as suas desvantagens de tempo, ou seja, sem ideologias canhestras e esgotadas, estaremos aptos a vencer as dificuldades que nos anteparam nas tremendas disputas que se anunciam claramente nos negócios econômicos que nos solicitam. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


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Finanças Empresas Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 11 de julho de 2006

CERCA DE 20% DOS BRASILEIROS SÃO EVANGÉLICOS

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por cento do lucro obtido com royalties é repassado para as igrejas evangélicas.

DE GÊNEROS DA CESTA BÁSICA ATÉ PRODUTOS DE BELEZA E BRINQUEDOS. TUDO PARA AGRADAR AOS FIÉIS.

NOVO CONSUMIDOR. O EVANGÉLICO.

O

mercado de marcas próprias, personalizadas ou segmentadas ainda tem muitos nichos a serem ocupados. Um exemplo disso é a grife Lar Evangélico, presente em produtos que vão de gêneros da cesta básica à linha de barbear e até brinquedos. Pelo menos 15 empresas já estão licenciadas para produzir quase 1,5 mil itens com a marca, de propriedade da Stone Tree, organizadora do projeto. Segundo Ricardo Barbosa Lima, dono da licenciadora, as empresas interessadas no projeto devem oferecer qualidade, preço e distribuição. Lima diz que a idéia de uma marca exclusiva para consumidores evangélicos surgiu justamente do fato de ser essa uma comunidade em "crescimento numérico". "A cada dia surgem de 20 a 30 novas congregações no Estado de São Paulo. Estamos até fazendo esse mapeamento. Não sabemos, ainda, o número com precisão, mas ele é muito grande." Estima-se que apenas na Grande São Paulo exista entre 15 mil e 18 mil igrejas evangélicas. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no último censo (em 2000), estimou em 40 milhões o número de pessoas ligadas a denominações neopentecostais. Ou seja, 20% dos brasileiros seriam evangélicos. Com crescimento estimado em 7,43% ao ano, o IBGE diz que, em 2050, os evangélicos serão 120 mi-

Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype

lhões, ou seja, 50% da população. Na Stone Tree, a maioria dos funcionários é evangélica. "É uma comunidade tão grande que um supermercado para o qual oferecemos os produtos Lar Evangélico disse que 32% da equipe é formada por evangélicos", diz Lima. As embalagens têm selos que devem ser recortados pelo fiel e depois levados à igreja a que o consumidor pertence.

Evangélicos ganham marca

Cerca de 35% do lucro obtido com os royalties do licenciamento da marca é repassado às igrejas, que devem ser cadastradas previamente no site da marca. O total de royalties depende do número de selos que cada igreja evangélica participante do projeto arrecada. Para não ficar recebendo selos em pouca quantidade, a Stone Tree estabeleceu que a igreja deve juntar no mínimo mil se-

Investidores apostam na venda da Duke Energy

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s bancos de investimento estão atentos para a possibilidade de venda, ainda neste ano, dos ativos brasileiros da Duke Energy. A suposta saída do grupo norte-americano do Brasil é um assunto corrente no setor de energia há mais de um ano, mas desta vez os executivos do setor financeiro acreditam que uma decisão sobre o assunto não deve demorar. "Na última apresentação de resultados da empresa nos Estados Unidos, o grupo afirmou que quer se desfazer dos ativos na América Latina e, em geral, depois que decidem sobre um negócio, os americanos não costumam demorar para agir", afirmou um executivo de um dos maiores grupos financeiros do mundo. A Duke nega que esteja à venda. "Nosso empenho é o de continuar desenvolvendo os nossos negócios neste importante mercado", disse, em nota oficial, o presidente da empresa no Brasil, Mickey J. Peters. Ele lembrou que a unidade brasileira representa o maior investimento da Duke Energy fora dos Estados Unidos. No Brasil, a empresa atua nos segmentos de geração e comercialização de energia. Também é dona da geradora Paranapanema. No total, são oito usinas hidrelétricas ao

longo do rio Paranapanema, na divida entre São Paulo e Paraná, com capacidade instalada de 2.237 MW. Alerta – Apesar das constantes negativas da empresa, bancos e investidores entraram em alerta para não perder a oportunidade. Escritórios de advocacia acostumados a assessorar grandes vendas também estão em compasso de espera. "Dependendo da agilidade das partes envolvidas, a venda da Duke pode acontecer ainda neste ano", afirmou um advogado de um escritório brasileiro. Ele explicou que, normalmente, são os bancos que fecham a negociação com as empresas e depois contratam os escritórios para fazer a parte jurídica. "Esse processo já está acontecendo sim", disse o advogado. Reforça a expectativa sobre a venda no Brasil o fato de o grupo norte-americano ter se desfeito, no ano passado, de seus ativos na Ásia e no Pacífico para a distribuidora de energia australiana Alinta. O negócio de US$ 1,24 bilhão foi interpretado na ocasião como parte da estratégia da companhia de se desfazer de ativos e aumentar seu fluxo de caixa. "Acreditamos que o próximo passo agora é sair da América Latina, incluindo o Brasil", disse a fonte do mercado financeiro. (AE)

los antes de enviar à caixa postal da empresa. Segundo Lima, a Stone Tree está montando uma fundação, o Instituto Lar Evangélico, para "administrar esse dinheiro e criar transparência". José da Rocha Neto, da Cia. do Licensing e Marketing Ltda, agente exclusiva da Lar Evangélico, diz que o trabalho em volta da marca começou em julho do ano passado, com o fechamento do primeiro contrato – com a Baruel. A empresa está lançando uma linha de xampus, condicionadores e linha shave masculina e feminina. A Baruel montou um departamento de marketing paralelo na empresa, apenas com funcionários evangélicos. Há papel higiênico, feito pela Astória, em Gravataí, no Rio Grande do Sul. E amaciante, detergente, álcool e álcool em gel produzidos pela Lavy Flowers, que fabrica os itens Mais por Menos, uma das marcas próprias do Wal-Mart. Neto diz que o objetivo é preencher todos os segmentos, inclusive o de brinquedos. "Independentemente do interesse comercial, o objetivo é prestigiar os fiéis." Existem também biscoitos, massas e grãos para os evangélicos. Porém, segundo Lima, da Stone Tree, o número de produtos colocados atualmente no mercado ainda é pequeno. Segundo ele, há "inúmeras" negociações em aberto com empresas de olho no filão.

O crescimento da comunidade de evangélicos motivou a criação de produtos exclusivos, segundo José da Rocha Neto (acima)

Kety Shapazian

IPC-S Deflação de 0,23% na 1ª semana de julho

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deflação perdeu o fôlego no Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), que caiu 0,23% na primeira semana de julho, contra queda de 0,4% na semana anterior. Mesmo com a deflação mais fraca, o indicador já registra a seqüência mais longa de taxas negativas de sua história, com seis retrações consecutivas. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o resultado foi influenciado pelo grupo alimentação, cujos preços caíram menos (de baixa de 1,68% para queda de 0,89%). O economista da FGV André Braz considerou que o comportamento dos alimentos tem sido essencial para as deflações. O movimento de queda mais fraca de preços abrangeu segmentos diferentes em alimentação. Entre os destaques do grupo, ficaram as deflações menos intensas em frutas (de -6,02% para -1,49%); hortaliças e legumes (de -5,13% para -3,54%); arroz e feijão (de -2,41% para -1,06%) e adoçantes (de -2,32% para -1,23%). Ao explicar a razão desse cenário, o economista não descartou influência de repasse da recente alta nos preços dos alimentos no atacado, detectado pelos Índices Gerais de Preços (IGPs) calculados pela FGV. Para Braz, a taxa do IPC-S pode voltar a subir, pois as quedas nos preços dos alimentos têm ficado cada vez mais fracas. Ele lembrou que há impactos favoráveis na inflação em julho, como a correção negativa na tarifa de telefone fixo e a queda no preço da tarifa de energia elétrica em São Paulo. Esses dois preços administrados devem puxar para baixo as taxas do IPC-S neste mês. (AE)

Crise do agronegócio abala otimismo de empresários

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crise enfrentada pelo agronegócio e o setor exportador abalou o otimismo dos empresários em relação ao desempenho do seu próprio negócio para este ano, apesar deles continuarem avaliando positivamente o quadro macroeconômico. Pesquisa nacional com 972 empresários da indústria, comércio, serviços e dos bancos, realizada em junho pela Serasa, revela que 54% apostam no crescimento das vendas em 2006. A mesma enquete feita em março indicava que 65% dos empresários acreditavam no crescimento neste ano. O recuo no período foi de 11 pontos percentuais. "Eles apostavam em uma queda acentuada dos juros e na recuperação mais rápida do dólar para voltar a aquecer as exportações e o agronegócio", diz o assessor econômico da Serasa, Carlos Henrique de Almeida, responsável pela pesquisa. Já os resultados dos indicadores macroeconômicos

apontam uma melhora das expectativas. Segundo a pesquisa, aumentou de 49%, em março, para 57%, em junho, a fatia dos empresários que acreditam no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano. Também melhoraram as expectativas quanto à taxa de câmbio do dólar. Em março, 42% dos entrevistados acreditavam na desvalorização do real em 2006, índice que aumentou para 49% este ano. Com relação à taxa básica de juros, a Selic, aumentou de 29%, em março, para 37%, em junho, o número de empresários que acham que a taxa será mantida este ano. No mesmo período, diminuiu de 21% para 15% a parcela dos que apostam no aumento dos juros. Exigências – O economista diz que não existe incoerência entre os resultados macro e microeconômicos da pesquisa. Ele argumenta que as empresas do agronegócio e as exportadoras têm peso significativo no quesito faturamento.

O abalo do otimismo na perspectiva de faturamento das empresas fica nítido quando se avalia os resultados por região, observa Almeida. No Centro-Oeste, região essencialmente agroexportadora, 24% dos empresários acreditam que o faturamento irá cair neste ano, enquanto no Sul, 18% apostam na queda. Os empresários dessas duas regiões são os que estão com expectativas mais pessimistas. Obstáculo – "O dólar cotado abaixo de R$ 3 é um obstáculo às exportações de calçados", afirma o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Élcio Jacometti. As exportações representam entre 20% e 30% dos calçados vendidos pelas fábricas do País. Entre janeiro e maio deste ano, o setor exportou 83,6 milhões de pares, um volume 8% menor na comparação com o mesmo período de 2005. Mais de 60 empresas do setor fecharam as portas em 2005. (AE)

Tarifa de telefone cairá até 0,51%

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redução das tarifas de telefonia fixa começará a valer nesta quintafeira. O reajuste negativo a ser feito pelas companhias telefônicas poderá chegar a 0,51%. O anúncio foi feito ontem durante a posse do novo presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Plínio de Aguiar Júnior, para quem a medida vai estimular a concorrência entre as empresas. A portaria que reduz as tarifas telefônicas deverá ser publicada hoje no Diário Oficial da União. "É um propósito nosso: desenvolver instrumentos mais eficazes para estimular a competição no Brasil", disse Plínio de Aguiar Júnior.

O novo presidente acrescentou que "mesmo nesse ambiente com pouca competição nós já temos resultados do enorme trabalho da Anatel para mudar a questão da harmonização das tarifas ao público". O reajuste negativo valerá para serviços de habilitação, assinatura básica e pulso. Segundo o novo presidente da Anatel, as empresas ainda terão que publicar seus respectivos reajustes nos jornais. Dados divulgados pelo Ministério das Comunicações apontam as seguintes reduções em seis operadoras: 0,51% na Telemar; 0,42% na Brasil Telecom; 0,37% na Telefônica; 0,40% na CTBC; 0,37% na Ser-

comtel e 0,435 nos telefones públicos. O Índice de Serviços de Telecomunicações (IST), que estabelece o reajuste, levará em conta apenas os custos do setor e substituirá o Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGP-DI). Com isso será reduzido o impacto da inflação nas contas dos consumidores. "A principal conseqüência é ter um índice nacional que dependa menos de variações cambiais externas", explicou Plínio de Aguiar Júnior. Esse primeiro reajuste, a partir de quinta-feira, será uma média calculada a partir do IGP-DI de julho a dezembro do ano passado e do IST de janeiro a maio deste ano. (ABr)


terça-feira, 11 de julho de 2006

Transpor te Urbanismo Saúde Pública Tr â n s i t o

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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ENTULHO FOI ACUMULADO POR 20 ANOS

A estimativa da subprefeitura é de que a casa armazenava 250 toneladas de lixo.

LIXÃO DENTRO DE CASA Durante 20 anos a milionária espanhola Violeta de Carvalho Martinez, de 70 anos, acumulou lixo dentro de casa, na rua João Cachoeira. No domingo, o cheiro insuportável incomodou os vizinhos, que chamaram a polícia. A casa de 350 m² estava tomada por pelo menos 250 toneladas de lixo, peso de 50 elefantes. Segundo a polícia, por falta de espaço, Violeta morava na garagem, dentro de um Fiat 147.

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Prefeitura de São Paulo retirou, entre as 17h de domingo e as 14h de ontem, cerca de 26 caminhões de lixo de uma casa na rua João Cachoeira, no Itaim Bibi, zona oeste. O lixo era guardado pela espanhola Violeta Martinez, de 70 anos, em um sobrado de 350 metros quadrados com quatro quartos. Proprietária de pelo menos 16 imóveis, Violeta é apontada como milionária. Suspeita-se que o entulho tenha sido armazenado nos últimos 20 anos. O depósito de lixo só foi descoberto depois que vizinhos, incomodados com o mau cheiro, chamaram a polícia. Eles acharam que Violeta, que mora no local, havia morrido. Sem obter resposta ao bater na porta, policiais tiveram de arrombar a porta. Não havia

RANDAL Morreu ontem, aos 81 anos, o jornalista e radialista Randal Juliano, de causas não esclarecidas.

ninguém. Somente móveis velhos, latas vazias, restos de comida, bicicletas destruídas além de outros tipos de entulho que Violeta levava para casa, foram encontrados. Segundo vizinhos, a espanhola levava para casa tudo o que encontrava na rua. De restos de feira a caixas de papelão, passando por restos de carne e iogurte. No domingo, a subprefeitura de Pinheiros iniciou a retirada dos entulhos. Até ontem, 26 caminhões com o lixo tinham sido retirados do local. Os funcionários da Prefeitura tiveram de usar máscaras para suportar o mau cheiro. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, pode demorar até uma semana para que todo o lixo seja retirado da casa. A estimativa da subprefeitura é de que a casa armazenava 250 toneladas de lixo.

Ó RBITA

SAMBA Alunos da USP criam escola de samba e querem desfilar já no próximo carnaval.

COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

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País está a poucas semanas de inaugurar sua primeira instituição pública de pesquisas resultante de uma compensação ambiental. Em agosto, começa a funcionar o Centro de Capacitação e Pesquisa em Meio Ambiente (Cepema), em Cubatão. O centro será doado pela Petrobrás à USP por força de um Termo de Ajustamento de Conduta, em 2004. Em 2001, o Ministério

Público notificou a estatal por irregularidades no funcionamento das unidades de Craqueamento Catalítico Fluido e de Tratamento da Refinaria Presidente Bernardes, que operavam em desacordo com a legislação. Como não ocorreram danos efetivos ao ambiente, mas havia falta de amparo legal, o MP sugeriu a construção de um centro de pesquisas ambientais como forma de compensação. (AE)

Daniel Mobília/Agência O Globo

Na tarde de ontem, Violeta se apresentou no 15º DP (Itaim Bibi) com seu filho Juan, o que levou a polícia a determinar que a operação de retirada do lixo fosse interrompida. Ela

disse que estava viajando com o filho. De acordo com os vizinhos, Vi o l e t a n ã o e r a vista há pelo menos quatro dias. A idosa e seu filho foram indiciados por crime contra a saúde pública. Distúrbio - Para a delegada Maria Aparecida Resende Corsato, o comportamento de acumular lixo indica que Violeta sofra de um distúrbio conhecido como psicose maníaco depressiva. De acordo com a polícia, por falta de espaço devido ao lixo acumulado do chão ao teto de todos os cômodos da casa, Violeta passou a morar na garagem, dentro de um Fiat 147. Maria Aparecida acredita que a idosa tenha bons recursos financeiros, pois além da sua residência estar localizada em uma área nobre, foram encontradas, na casa, 16 escrituras de imóveis em nome dela na capital e no litoral paulista. Violeta poderá ser presa por crime contra a saúde pública, já que o lixo acumulado atrai insetos e ratos. (Agências)

Paulo Pinto/AE

José Luis da Conceição/AE

Na foto ao alto, o lixo encontrado na casa do Itaim Bibi, uma das áreas nobres de São Paulo. No centro, Violeta e o filho Juan na polícia. Na foto acima, o Fiat 147 encontrado na garagem. Segundo a polícia, por falta de espaço – uma vez que o lixo dentro da casa ia do chão ao teto – Violeta dormia no carro.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

ALCKMIN PROMETE DOMAR O LEÃO

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Política

Rafael Neddermeyer/AE

Alckmin com com o presidente português Aníbal Cavaco Silva

IMPOSTO SUBIU COM LULA, MAS FHC AUMENTOU MAIS.

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stucanos acertam quando dizem que nunca se pagou tanto imposto quanto agora, mas os petistas também não estão errados ao apontar os dois mandatos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) como responsáveis pela majoração na carga tributária no País. Em 2003, primeiro ano de gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato da coligação PT-PRB-PC do B à reeleição, os impostos e tributos atingiram 34,9% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2004, passaram para 35,9% e, em 2005, pularam para 37,3%.

Porém, o maior aumento deu-se na gestão de FHC. Quando ele assumiu o governo, o brasileiro pagava 29 8% de impostos. Em 2002, último ano de administração, a carga estava em 35,5%, um aumento de 20,39%. Os primeiros quatro anos de FHC foram marcados por um equilíbrio na carga tributária 29,8% em 1995, 29% em 1996 e 1997, e 29,7% em 1998. A partir do segundo mandato, porém, a relação impostos PIB explodiu, passando de 31,8% em 1999 para 32,5% em 2000, 33,9% em 2001 e, no último ano de gestão, atingiu 35,5%. (AE)

Presidente diz que não se responsabilizará por irregularidades praticadas por aliados de outros partidos. Fica a pergunta: e pelos companheiros do PT?

LULA LAVA AS MÃOS SOBRE 'ENTREGA' AO PMDB

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om o objetivo de dis- PRB-PCdoB à reeleição. "A fórcutir a política exter- mula do governo tem sido auna brasileira, tema mentar os gastos correntes, auque lhe causa preo- mentar impostos e cortar incupação, o candidato a presi- vestimentos. Nós vamos fazer dente Geraldo Alckmin (PSDB), o contrário: cortar gastos corda "Coligação Por um Brasil De- rentes, cortar impostos e aucente" (PSDB-PFL), desembar- mentar o investimento. Esse cou ontem na Europa para uma parece ser o caminho para ter visita de dois dias. No primeiro um crescimento mais forte." Sobre se o fim da CPMF seria compromisso, em Lisboa, defendeu redução da carga fiscal uma forma de reduzir a carga brasileira. Para Alckmin, deve fiscal, o que daria condições pacair dez pontos percentuais em ra ampliar o investimento prorelação ao Produto Interno Bru- dutivo na economia, Alckmin to (PIB). Ele sinalizou que a car- disse: "A CPMF não é um imga fiscal do Brasil tem de ser in- posto bom porque é um imposto em cascata, não de ferior a 30%. valor agregado. É evi"O Brasil está com dente que não se pouma carga tributária de em 24 horas abrir de 38,9% do PIB, quase mão de um tributo 40%. Acredito que ela que arrecada R$ 30 biestá no mínimo 10 O Brasil está lhões. Mas o objetivo pontos a mais do que com carga é ter um sistema trideveria. Se você pegar tributária de os países emergentes, 38,9% do PIB. butário mais eficiente e ir desonerando as Argentina, Chile, Ve- Acredito que cadeias produtivas nezuela, México, topara o País crescer." dos têm menos de 30 está no Acordos – Na capipontos. Alguns têm mínimo 10 20% de carga tributá- pontos a mais tal portuguesa foi recebido pelo presidenria. O pior é que ela es- do que te Aníbal Cavaco Siltá aumentando de ano deveria. va e pelo primeiroa ano. No ano passado, Geraldo ministro José Sócraaumentou 1,5% do Alckmin tes e discutiu a imporPIB", afirmou, na capitância de acordos patal portuguesa. ra a liberalização do A redução da carga tributária, destacou, dependerá comércio e investimentos entre de um processo de reformas do os dois países. Alckmin fez um balanço neEstado. "O que eu coloquei é que a nossa carga tributária está aci- gativo da política externa da ma do que deveria estar. Isso gestão Lula. "O governo do PT não se faz em 24 horas. Mas nós partidarizou a política extervamos fazer um trabalho de re- na. Como presidente, se Deus estruturação administrativa quiser, darei muito destaque à que é a questão central para po- política externa sem partidader ter uma carga fiscal menor e rismo, colocando os interesses do País em primeiro lugar." o Brasil crescer." Hoje, o tucano desembarca Críticas – Na explicação, Alckmin criticou a política eco- em Bruxelas, onde terá um ennômica do governo do presi- contro com o presidente da Codente Luiz Inácio Lula da Sil- missão Européia, José Manuel va, candidato da Coligação PT- Durão Barroso. (AE)

O governo do PT partidarizou a política externa. Geraldo Alckmin

Beto Barata /AE

terça-feira, 11 de julho de 2006

Lula despacha normalmente no Palácio do Planalto, em Brasília.

ção/PT

Divulga

O número 13 do PT será em verde e amarelo

PT JÁ TEM MATERIAL DE CAMPANHA

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PT e o PSDB estão em ritmos opostos nas providências para a distribuição do material de campanha. Enquanto os petistas já têm pronta a foto oficial de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – uma bem retocada imagem de Lula sorridente, usando terno preto, gravata vinho e um broche da bandeira do Brasil –, o slogan e o jingle principal, os tucanos ainda não fecharam a contratação do marqueteiro Luiz Gonzales, da produtora GW. O PT optou pelo verde e amarelo para divulgar o número do partido, 13. O tradicional vermelho colore a estrela, símbolo da legenda. Ao lado da foto de Lula, o slogan: "Lula de novo com a força do povo". É este também o refrão do jingle que vai embalar as atividades da campanha pela reeleição. A letra transmite a mensagem de que Lula, "o primeiro homem do povo presidente", está pronto a enfrentar os inimigos. "Não adianta tentarem me calar/ nunca ninguém vai abafar minha voz", diz a música, que reproduz o apelo popular que marcará a campanha.

O novo material de campanha de Lula deverá ser distribuído na quinta-feira, quando o presidente participa de um jantar de adesão em São Bernardo do Campo (SP), no tradicional circuito do "frango com polenta". Os convites são vendidos a R$ 200 e a festa pretende resgatar a história da atuação de Lula sindicalista e a fundação do Partido dos Trabalhadores. São esperadas três mil pessoas, ou uma arrecadação de R$ 600 mil. Tucanos – Do lado tucano, a expectativa é que o contrato de publicidade seja fechado até o fim da semana. O PSDB fez um contrato provisório com o publicitário Luiz Gonzales para a preparação da convenção do partido, no mês passado. Depois, esticou para as semanas seguintes, mas não fechou o pacote completo do 1º turno. Com isso, a campanha ainda não tem jingle e o material impresso é uma reedição da campanha de Alckmin pelo governo de São Paulo, em 2002. O slogan vai repetir o nome da coligação, "Por Um Brasil Decente". Nas viagens, Alckmin saiu na frente. O tucano já foi a Santa Catarina, Bahia e Brasília, desde o início oficial da campanha eleitoral, na última quinta-feira. Lula começará por São Bernardo do Campo. (AE)

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uatro dias depois de gral" de 19 diretórios do partidevolver ao PMDB o do, terá a ajuda de dissidentes comando dos Correios, de seções da legenda em Estao presidente Luiz Inácio Lula dos como Rio Grande do Sul e da Silva rebateu as críticas de Santa Catarina. Suassuna não que aderiu de vez ao fisiologis- soube dizer, no entanto, quem mo com um argumento singe- será o representante do PMDB lo: não responderá por escân- na coordenação da campanha dalos e deslizes cometidos em de Lula. "Nós somos os noivos áreas de seu governo controla- e ainda não recebemos o convidas por outros partidos. Pou- te. Se formos convidados, concas horas antes de jantar na versaremos sobre o assunto." Penca de estatais – Lula reaGranja do Torto com representantes de pelo menos 19 dos 27 giu às estocadas de adversádiretórios do PMDB que lança- rios do PSDB e do PFL, para ram o Movimento Pró-Lula, quem o governo quer transforem apoio à sua reeleição, o pre- mar a política de "porteira fesidente deixou claro que o par- chada" em foco de corrupção. Sem mencionar a critido terá de assumir se do mensalão, que integralmente a resatingiu em cheio o ponsabilidade pelo Planalto e o PT, o preque vier a ocorrer em sidente disse achar sua órbita de atuação O País não "estranho" que, no no governo. passado, partidos "É mais do que jus- pode ser ocupantes de cargos to que o partido que governado não tenham sido restenha um ministro no por uma ponsabilizados por governo seja o resseus erros. ponsável por todo o força ‘pura’, Na quinta-feira ministério", disse Lu- seja de p as sa d a, L ul a n ola. Ao mencionar sua direita ou de meou na cota do proposta de "gover- esquerda. PMDB o presidente e no de coalizão", tenTarso Genro, três diretores dos do o PMDB como ministro das Correios, além de parceiro preferenRelações prometer à legenda, cial, Lula citou o miInstitucionais caso seja reeleito, nistro das Comunicamais ministérios e o ções, Hélio Costa, cocomando de uma mo exemplo do que almeja para um eventual se- penca de empresas estatais. Ao destacar que o PMDB é uma gundo mandato. "Ele é do PMDB. Se tiver força política nacional, fez qualquer problema, o ministro questão de negar que esteja se será o responsável. O mesmo distanciando do PT para entrevale para a Saúde", insistiu. No gar a condução da campanha a caso da Saúde, o PMDB pres- peemedebistas. "Quem vai fasiona o Palácio do Planalto pa- zer (a campanha)? O vizinho?". O ministro das Relações Insra assentar na cadeira de ministro o atual presidente da titucionais, Tarso Genro, afirFundação Nacional de Saúde mou que o PMDB deverá par(Funasa), Paulo Lustosa, que ticipar de um eventual segunocuparia o lugar do atual titu- do mandato de Lula. "O País lar, José Agenor da Silva. Até não pode ser governado por agora, o PT conseguiu barrar a uma força ‘pura’, seja de direita ou de esquerda", disse. "As indicação de Lustosa. Antes do jantar, o líder do instabilidades que ocorrem no PMDB no Senado, Ney Suas- Brasil têm muita relação com a suna (PB), informou que Lula, falta de estabilidade dos partialém de receber o "apoio inte- dos", completou. (AE)


terça-feira, 11 de julho de 2006

Tr i b u t o s Empresas Comércio Exterior Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

PAÍSES POBRES PODERÃO PRODUZIR ETANOL

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712,2

bilhões de dólares foi a média diária de vendas externas na primeira semana de julho.

PARA MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, FIM DA GREVE NA RECEITA AJUDOU INTERCÂMBIO COMERCIAL

BALANÇA TEM SUPERÁVIT DE US$ 1,69 BI

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s exportações brasileiras atingiram, na última semana de junho, a marca de US$ 3,56 bilhões — recorde para uma única semana. O resultado é explicado pelo fim da greve dos auditores fiscais da Receita Federal. Os embarques de mercadorias, que estavam represados, ganharam velocidade e impulsionaram as exportações. Os dados foram divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O resultado histórico das vendas externas brasileiras na primeira semana de julho assegurou o superávit de US$ 1,69 bilhão no período. Esse foi o melhor saldo semanal deste ano e o segundo maior da série do ministério, atrás apenas do superávit de US$ 1,97 bilhão registrado na quinta semana do mês de julho de 2005. As importações alcançaram na primeira semana deste mês US$ 1,86 bilhão. No acumulado do ano, o saldo comercial já atingiu US$ 21,22 bilhões, montante que está acima dos US$ 20,03 bilhões obtidos em igual período do ano passado. Números mais favoráveis para a balança comercial já eram esperados com o fim da greve, mas o resultado surpreendeu o mercado financeiro e influenciou ontem uma queda maior do dólar frente ao real. Greve — Os fiscais da Receita ficaram em greve por 60 dias. O movimento causou transtornos nos portos e aeroportos, retardando tanto os embarques como os desembarques de mercadorias. A greve só foi interrompida na semana passada, depois que o governo baixou uma

Alex Almeida/Folha Imagem – 1/2/04

Medida Provisória (MP) incluindo a categoria no grupo de servidores que receberão reajuste salarial. Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais (Unafisco), Carlos André Nogueira, a normalização dos despachos aduaneiros deve levar até 15 dias, dependendo de cada localidade. Em alguns pontos do País, como o Porto de Santos e o aeroporto internacional de Cumbica, onde os fiscais não pararam por tempo indeterminado, o estoque

21,2

bilhões de dólares é o superávit da balança comercial brasileira desde o início do ano. O volume supera o saldo positivo de igual período de 2005. represado de mercadorias é menor e a normalização, afirmou Nogueira, ocorrerá mais rapidamente. Já em Manaus, nos aeroportos do Rio de Janeiro e Campinas (Viracopos) e nos portos de Vitória, Itajaí e Rio Grande, a greve teve mais força e deve demorar mais tempo para os despachos entrarem na normalidade. O presidente do Unafisco destacou, no entanto, que aproximadamente 85% dos despachos aduaneiros são feitos pelo canal verde (chamado livre) e não são afetados pela paralisação dos fiscais.

"Os números são fantásticos e animadores, mas estão em boa parte influenciados pelo fim da greve", avaliou o vicepresidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. Segundo ele, o resultado excepcional não deve se repetir no próximo balanço. Média — De acordo com os dados divulgados ontem, a média diária das exportações na primeira semana do mês, de US$ 712,2 milhões, também é recorde. As vendas externas no período apresentaram um crescimento de 35,2% em comparação à média de julho de 2005, de US$ 526,8 milhões. Houve aumento nas exportações das três categorias de produtos: semimanufaturados (45,0%), básicos (35,5%) e manufaturados (31,4%). No grupo de produtos semimanufaturados, o crescimento foi puxado pelas vendas de ligas de alumínio, ouro em forma semimanufaturada, alumínio em bruto, catodos de níquel, açúcar em bruto, couros e peles e ferro-ligas. Já a expansão das exportações de artigos básicos refletiu maiores embarques de milho em grão, petróleo em bruto, minério de ferro, soja em grão, fumo em folhas e carne bovina. No grupo de produtos manufaturados, as maiores vendas foram de óxidos e hidróxidos de alumínio, álcool etílico, óleos combustíveis, máquinas e aparelhos para terraplanagem, bombas e compressores, polímeros plásticos, laminados planos de ferro e aço, motores e geradores, motores para veículos e autopeças. Em relação a junho deste tiveram aumento de 30,8%. (AE)

Na primeira semana de julho, cresceram as exportações brasileiras de todas as categorias de produtos

COMBUSTÍVEIS Vendas para a Alemanha ministro do Desenv o l v i m e n t o , I ndústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, disse ontem, depois de participar de uma reunião da comissão mista BrasilAlemanha de Cooperação Econômica, realizada em Berlim, que o Brasil tem possibilidades de exportar biocombustível para a Alemanha. Depois que o governo alemão criou uma lei que exige uma mistura de 5,75% a partir do próximo ano e de mais 6% a partir de 2010 — em toda União Européia (UE) a exigência é de 5,75% até 2010 — Furlan apontou o setor como uma

chance de aumentar os negócios entre Brasil e Alemanha. Em 2005, o volume de negócios entre os dois países foi de 11 bilhões de euros, mas o saldo é, desde o início dos anos 1990, negativo para o Brasil. Desde então, foram exportados US$ 5,023 bilhões e importados US$ 6,144 bilhões. O vice-ministro da Economia da Alemanha, Bernd Pfaffenbach, confirmou que há um grande interesse dos alemães pelo biocombustível brasileiro, porque os custos do produto são mais baixos e a capacidade de produção é enorme. Ele lembrou, porém, que os agricultores alemães são contra a

importação de produtos agrícolas de fora da UE. Etanol — O Brasil e as economias ricas anunciarão acordos para desenvolver o etanol em países mais pobres, principalmente na África e no Caribe. Os entendimentos serão anunciados na reunião de Cúpula do G-8 na próxima semana em São Petersburgo, na Rússia. O ex-ministro da Agricultura brasileiro Roberto Rodrigues, que também está na Alemanha, acredita que quanto maior for o número de países que possam produzir o etanol, maior a probabilidade da criação de mercado para o combustível. (Agências)

Agência Nacional do Petróleo (ANP) realiza hoje e amanhã o terceiro e quarto leilões para a compra de biodiesel. A exemplo dos dois primeiros, feitos no ano passado, os leilões serão realizados por meio do sistema de Licitações-e do Banco do Brasil e poderão ser acompanhados pela internet. Serão oferecidos 600 milhões de litros a 30 empresas inscritas. O biodiesel leiloado será adquirido pela Petrobras e deverá ser entregue pelo fornecedor entre janeiro e dezembro de 2007. O superintendente de Abastecimento da ANP, Roberto Ardenghy, acredita em queda dos preços neste leilão em comparação com o comercializado anteriormente. Na ocasião, o litro foi negocia-

do a R$ 1,92, dois centavos abaixo do preço inicial. Os leilões da ANP são, segundo Ardenghy, uma forma de incentivar o início da produção do biodiesel no País para garantir a oferta em 2008, quando a adição de 2% do pro-

duto ao diesel se tornará obrigatória. A partir de então, o Brasil passará a consumir 800 milhões de litros por ano. Hoje, a capacidade nacional de produção não chega a 200 milhões de litros a partir das empresas já habilitadas pela ANP. (AE)

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Furlan rebate críticas à abertura industrial do País Leilão de compra de biodiesel mpresários e autoridades alemãs cobram do governo brasileiro concessões na abertura de seu mercado industrial e de serviços para que a Organização Mundial do Comércio (OMC) feche um acordo até o final do mês. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, garantiu que o Brasil "não será defensivo na área de serviços" e que está preparado para fazer concessões industriais. Mas, em um encontro entre os dois países ontem em Berlim, alertou que são as maiores economias que precisam ser mais flexíveis. "Está na hora de concessões", afirmou o presidente da Siemens, Uriel Sharef. Para o presidente da Basf, Jurgen Strube, "não se pode mais perder tempo". "Não podemos parar, pois outras regiões continuam negociando acordos bilaterais", afirmou. Furlan rebateu as críticas. "Enquanto nossas tarifas máximas são de 35%, os europeus têm barreiras de até 200%", disse ele, que garantiu que o Brasil vai continuar negociando até o fim do mês para um entendimento.

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Adaptação — Furlan deixou claro que o Brasil não aceitará uma decisão da OMC que afete a indústria, mas lembrou que em todos os cenários possíveis a abertura do mercado seria gradual e que as empresas nacionais teriam tempo para se adaptar. Ele ainda destacou que medidas como a nova lei cambial e a redução da burocracia podem dar uma competitividade ao setor privado que compensaria pelos eventuais prejuízos de uma abertura. O ministro ainda explicou a estratégia brasileira na OMC até o final do prazo. "Temos três opções de abertura que serão colocadas sobre a mesa de negociação da OMC", disse. Os alemães ainda criticam o fato de o Mercosul e a União Européia (UE) não terem fechado acordo comercial, mesmo depois de negociar o tratado há dez anos. "O Brasil e Europa precisam definir o que de fato querem", disse Strube. Choque — O ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, que participou ontem dos encontros como representante especial do governo brasileiro, acredita que um acordo entre o Mercosul e a Europa se-

ria um "choque na veia" e com efeitos comerciais bem mais eficientes que um entendimento no âmbito da OMC. No final do mês passado, o governo brasileiro decidiu enviar uma carta aos europeus pedindo que uma nova reunião entre os dois blocos seja realizada depois do fim do p r a z o p a r a u m a c o rd o n a OMC. "Queremos retomar o processo", afirmou Mario Mugnaini, secretário-geral da Câmara de Comércio Exterior. Para empresários, dificilmente haverá avanço nas negociações até o final do mandato do atual governo brasileiro. Tributação — Outra cobrança dos alemães foi a de que os dois países retomem as negociações para um acordo que evite a bitributação. Na avaliação dos executivos de Berlim, um entendimento aumentará os incentivos para investir no País. Para o viceministro da Economia alemão, Bernd Pfaffenbach, o país rompeu o acordo que tinha de tributação porque favorecia apenas o Brasil. "A Alemanha tem acordos com 80 países. E queremos novo entendimento com o Brasil." (AE)

Pacote cambial em duas semanas ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, garantiu ontem que até o final do mês algumas medidas do pacote cambial que está

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sendo preparado pelo governo serão anunciadas. "As medidas atrasaram porque estávamos esperando o fim da volatilidade no mercado financeiro. Agora que a poeira baixou, acredito que

em duas semanas a lei estará pronta", afirmou. Em uma palestra para mais de 400 executivos e investidores, Furlan explicou que o Brasil precisa da nova lei para melhorar a competitividade. (AE)

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Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

PMDB: NEUTRALIDADE NO 1º TURNO DA DISPUTA NACIONAL

VOTAÇÃO DA EMENDA ESTÁ MARCADA PARA AMANHÃ

COMISSÃO DO SENADO VOTA FIM DA REELEIÇÃO

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Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado vota amanhã emenda à Constituição que acaba com a reeleição para os cargos de presidente da República, governador e prefeito. Pelo parecer do senador Tasso Jereissati (CE), que deverá ser aprovado na comissão, os mandatos dos chefes dos executivos permanecem em quatro anos. A votação da proposta é uma resposta às declarações do candidato tucano à Presidência da República, Geraldo Alckmin, que se posicionou favorável à reeleição. A posição de Alckmin contraria caciques do PSDB como José Serra, candidato ao governo de São Paulo, e Aécio Neves, candidato ao governo de Minas Gerais, que

terça-feira, 11 de julho de 2006

aspiram a disputa ao Palácio do Planalto em 2010. A decisão de colocar a emenda em votação na véspera do recesso do Congresso e no início das campanhas eleitorais foi tomada na semana passada pelo conselho político da campanha de Alckmin, formado pelo PSDB e o PFL. Além dos dois partidos de oposição, a emenda também conta com o apoio do PT. O presidente Lula já se posicionou favorável ao fim da reeleição. A proposta, no entanto, dificilmente chegará ao plenário do Senado este ano. Provavelmente, só será apreciada em 2007, com o novo Congresso. Emenda – A emenda foi apresentada pelo senador Sibá Machado (PT-AC), em 2003, e extingue o instituto da reeleição. Prevê, porém, a ampliação do mandato de quatro para cinco anos. Jereissati concorda com o fim da reeleição, mas em seu parecer manteve o mandato em quatro anos. As mudanças só valerão nas eleições de 2010. A votação da emenda tem como objetivo principal tranqüilizar José Serra e Aécio Neves, nomes cotados para concorrer à presidência em 2010. A cúpula tucana espera que, com

a aprovação do fim da reeleição na CCJ, Serra e Aécio não se distanciem da campanha de Alckmin. A avaliação é que o engajamento dos dois é essencial para melhorar o desempenho do presidenciável tucano. Mas tanto os líderes de oposição quanto aliados consideram difícil a aprovação da emenda no plenário da Câmara e do Senado. Para acabar com a reeleição são necessários os votos de 49 do total de 81 senadores em duas votações e de 308 dos 513 deputados também em duas votações. Na Câmara a aprovação do fim da reeleição deverá enfrentar mais resistências, uma vez que os deputados são pressionados diretamente pelos prefeitos, que querem manter o direito a ocupar o mesmo cargo duas vezes consecutivas. Em seu parecer, Jereissati argumentou que "os atuais quatro anos, nos níveis federal, estadual e municipal, são tempo suficiente para que o titular do cargo possa cumprir seus projetos administrativos". E completou: "Pensamos que o governante competente e bem intencionado pode, perfeitamente, efetivar seu programa administrativo no prazo de quatro anos". (AE)

O governante competente e bem intencionado pode, perfeitamente, efetivar seu programa administrativo no prazo de quatro anos. Tasso Jereissati

Márcia Foletto/Agência O Globo

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DANÇA – O candidato do PSDB a governador do Rio, Eduardo Paes, esteve ontem na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, na companhia da vice, Maristela Kubitshek. Durante a caminhada, os idosos foram o alvo de Paes, que chegou a dançar com uma eleitora no meio da rua. O deputado federal tentou explicar o fato de não estar em Brasília: "Nesse período de fato não vou ser o melhor deputado do mundo".

CABRAL TENTA SE PMDB PAULISTA MERCADANTE DECIDE APOIO A QUER ORÇAMENTO DESCOLAR DOS GAROTINHO. PRESIDENCIÁVEIS PARTICIPATIVO

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executiva do PMDB de São Paulo decide hoje se o partido fica neutro ou se apóia um candidato à presidência. O candidato a governador do Estado, Orestes Quércia, já sinalizou aos aliados que o melhor caminho, pelo menos no 1º turno, é a neutralidade. Com essa decisão, a base do partido ficará livre para fazer campanha para Lula (PT) ou Geraldo Alckmin (PSDB). Na semana passada, ao iniciar a campanha, na Zona Leste da capital, Quércia disse que "não vetaria nenhuma das candidaturas" em seu palanque. Já o presidente nacional do partido, Michel Temer, aliado de Quércia, deve anunciar apoio a Alckmin. Antes de lançar candidato a governador, o PMDB discutiu a formação de uma aliança estadual com o PSDB e PT. O nome de Quércia foi cogitado para ser o vice do tucano José Serra. O PSDB vetou seu nome. Sergio Kapustan

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texto-base do programa de governo do candidato do PT em São Paulo, Aloizio Mercadante, prega a desconstrução do modelo de gestão adotado pelo PSDB nos últimos 12 anos e, amparado no Orçamento Participativo, quer reforçar o papel do Estado na indução do crescimento e distribuição de renda. Em 56 páginas e um capítulo exclusivo sobre o governo Lula, Mercadante apresenta como trunfo a parceria com a administração federal petista. "Nos últimos 12 anos, os sucessivos governos do PSDB/PFL no Estado têm procurado transmitir à opinião pública uma imagem de 'eficiência e seriedade'. Há, em verdade, a marca da incompetência administrativa e paralisia", diz o documento. O incentivo ao desenvolvimento regional, com a criação de agências no interior, é uma das principais propostas do programa.

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pesar da benção do casal, o senador Sérgio Cabral Filho, candidato do PMDB ao governo do Estado do Rio, expõe já no início da campanha suas divergências com a administração de Rosinha e os objetivos políticos do ex-governador Anthony Garotinho. Disposto a sustentar a contradição de um apoio limitado do ex-governador, Cabral disse que Garotinho terá voz na campanha, mas não poderá usá-la para influenciar a eleição presidencial. O senador quer manter-se neutro na disputa nacional. Se Garotinho, sem um palanque nacional, insistir em usar seu horário eleitoral na TV do Rio para atacar Lula, Cabral avisa: "Nem grava!". Líder nas pesquisas de intenção de voto, Cabral se diz capaz de sustentar toda a campanha sem se posicionar sobre a disputa pelo Planalto.

APOIO A CARDOSO RACHA PT-MG

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s primeiros dias de campanha eleitoral evidenciaram o racha no PT mineiro em razão do lançamento da candidatura de Newton Cardoso ao Senado, como parte do acordo para a aliança com o PMDB. O apoio ao nome do ex-governador de Minas é sustentado pela cúpula estadual do PT, principalmente pelo presidente do diretório mineiro e candidato do partido ao governo estadual, Nilmário Miranda. O argumento é que a aliança com o PMDB é importante para a campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Minas – segundo maior colégio eleitoral do País. O próprio Lula, na última visita ao Estado, se empenhou para a consolidação do acordo partidário.

Constrangimento – Mas o prefeito de Belo Horizonte, o petista Fernando Pimentel, admitiu "constrangimento" muito grande para pedir votos para o ex-governador, cuja candidatura, segundo ele, torna a coligação "desconfortável". Pimentel sugeriu que poderá apoiar seu vice, Ronaldo Vasconcelos, candidato ao Senado pelo PV. Na última sexta-feira, o PT indicou os sindicalistas Carlos Calazans – ex-chefe da Delegacia Regional do Trabalho em Minas – e José Nicodemos de Oliveira, o "Zezão", como suplentes na chapa ao Senado. Numa tentativa de demonstrar unidade, o diretório estadual foi convocado e o anúncio oficial foi feito pelo deputado federal Virgílio Guimarães.

Porém, para o deputado estadual e ex-presidente do PT municipal, Roberto Carvalho, a militância petista no Estado não vai aceitar o apoio à candidatura do ex-governador. Ele lembrou que a Justiça recentemente condenou Cardoso, em primeira instância, por uso indevido do helicóptero da Polícia Militar no período em que ocupava o cargo de vice-governador de Minas (1999-2002). TRE – O Tribunal de Contas do Estado (TCE) em Minas encaminhou ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e ao Ministério Público Eleitoral uma lista para análise de eventual inelegibilidade de 1.050 ex-gestores públicos. Há nomes de 304 ex-prefeitos e 41 ex-vice-prefeitos, entre outros. (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 11 de julho de 2006

Varejo Hi-Tech Te c n o l o g i a Automação Fotografia

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Um número crescente de varejistas testa as etiquetas com rádio

Pequenas centrais de transmissão foram introduzidas até nos vidros de maionese

Divulgação

RFID

ganha terreno no varejo Por Sergio Kulpas

Altria Group reúne grandes empresas como Philip Morris, Miller e Kraft Foods nos Estados Unidos. A corporação tem vendas anuais de US$ 97 bilhões e está investindo seriamente na implementação de etiquetas com microtransmissores de rádio (RFIDs) em suas operações. O executivo Jim Noble, do Altria Group, disse que a empresa busca uma abordagem diferente para essa implementação de tecnologia. Noble procura estabelecer parcerias com seus fornecedores e distribuidores, em vez de impor a transição tecnológica de cima para baixo. Noble aposta em "localizar" a aplicação das etiquetas inteligentes nos produtos individuais, em vez de grandes volumes. A empresa está testando o uso de RFIDs em maços de cigarros (o Altria Group produz 1 bilhão de cigarros por dia) porque a União Européia responsabiliza a empresa pelos impostos coletados, mesmo que ela não venda o produto

diretamente ao consumidor. Assim, o uso de RFIDs pode ser uma ferramenta valiosa nessa operação comercial. As empresas também estão modificando seus processos de empacotamento para funcionar melhor com os RFIDs. A Procter & Gamble, por exemplo, modificou suas linhas de empacotamento para que scanners possam ler os transmissores de rádio mais facilmente, apesar da presença de metal em alguns de seus produtos -- o que normalmente seria um problema para a recepção de sinais de rádio. A Philip Morris, que produz marcas de cigarro como o Marlboro, enfrentou problemas similares com seus produtos. Cada maço de cigarros tem uma pequena quantidade de metal na embalagem, o que causa alguns problemas de leitura. A empresa contornou o problema ao integrar o transmissor na embalagem, usando a própria folha metalizada dos maços na leitura de dados na etiquetas. Outra divisão do Altria

Group teve problemas com embalagens de maionese, e a solução da empresa foi criar "centrais de transmissão" dentro dos conjuntos de embalagens, que poderiam ajudar a ver através do estoque. Wal-Mart avança na implementação dos RFIDs Em seu desenvolvimento mais recente, a rede de supermercados já habilitou 5 grandes centros de distribuição, 475 lojas e 36 outlets da rede Sam's. Já são 300 os fornecedores do Wal-Mart que enviam p a c o t e s d e p ro d u t o s c o m RFIDs para os centros de dis-

tribuição. Esses fornecedores começaram a colocar etiquetas inteligentes em grandes volumes de mercadorias, e agora estão expandindo o uso de RFIDs em caixas menores. O Wal-Mart recebe hoje cerca de 3 milhões de caixas de produtos com RFIDs por semana. Carolyn Walton, diretora do projeto de implementação de RFIDs no Wal-Mart, disse que os sistemas comerciais não foram totalmente descartados, mas passaram apenas por modificações. Carolyn disse que a rede registrou uma redução de até

Com etiquetas inteligentes nos produtos, é possível até encontrar itens que podem se perder ou se desviar.

48% no tempo de reposição de estoques, e que o uso de R F I D s a umentou em 63% a eficiência da reposição geral das lojas. Em relação aos produtos da Procter & Gamble (um dos maiores fornecedores do Wal-Mart) Carolyn disse que as vendas aumentaram 19% desde a adoção do sistema de RFIDs pelo fornecedor, com a maior economia gerada pela redução de estoques redundantes. Outra história de sucesso recente com a implementação de RFIDs no Wal-Mart ocorreu com a fabricante de velas Hanna's Candle Company. Um contêiner com 90 caixas de velas foi estocado em local incorreto. Mas como as caixas tinham etiquetas inteligentes, o Wal-Mart pode localizá-las em meio ao estoque geral. Isso representou uma grande economia para ambas as empresas -se as velas não fossem encontradas, o Wal-Mart poderia ter concluído que o produto não era popular e teria reduzido ou cancelado pedidos futuros. sergiokulpas@gmail.com

Em testes: etiquetas com rádio podem gerenciar melhor os seus estoques.


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Eleições Planalto CPMI Congresso

terça-feira, 11 de julho de 2006

O depoimento do empresário Luiz Vedoin é excepcional e aterrador. Raul Jungmann (PPS-PE)

ESCÂNDALO DE CORRUPÇÃO AMEAÇA O CONGRESSO

SANGUESSUGAS PMDB em cacos

Eymar Mascaro

O Empresário diz ter provas

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empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, acusado de integrar a máfia dos sanguessugas e que aderiu ao programa de delação premiada do governo federal, vai oferecer elementos concretos comprobatórios da participação de parlamentares no esquema, de acordo com informação de seu advogado, Otto Medeiros. Vedoin é um dos donos da Planam, principal empresa do esquema de venda superfaturada de ambulâncias e equipamentos com dinheiro de emendas parlamentares. Ontem ele entregou ao juiz documentos que ainda não constam do inquérito da Polícia Federal sobre o caso. Segundo o advogado, seu cliente dirá e comprovará que o pagamento de propinas a parlamentares teria sido feito na forma de depósito em conta corrente, o que é considerado uma prova contundente. Cerca de 50 deputados federais tem os nomes registrados na agenda do dono da Planam.

Beto Barata/AE - 17/05/05

lho entre hoje De acordo e amanhã. Só com o vicedepois disso é presidente que o dono da da CPMI dos Planam será S a n g u e s s uouvido pela gas, deputaCPMI dos do Raul JungS a n g u e s s umann (PPSgas. PE), o depoiFamília – mento do Todos os deempresário é m a i s i n t e"e xc ep ci on al grantes da fae aterrador mília, inclusiporque se trave o pai do ta de um ese m p re sá r i o , quema crimiD a r c y V en o s o e n v o lPagamento a doin, também vendo prefeiparlamentares foi dono da Platos de 19 nam e que tiE s t a d o s d a feito por meio de nha contato F e d e r a ç ã o , depósito em conta. centenas de Luiz Vedoin, dono da Planam d i r e t o c o m p ar l am e nt apessoas e enres, farão notre 60 e 80 vos depoimentos nos próxiparlamentares". Ele e outros deputados tive- mos dias. A estratégia do adram uma conversa com o juiz vogado é buscar a redução ou da 2ª Vara da Justiça Federal de anulação da pena dos Vedoin Mato Grosso, Jeferson Schnei- em troca da colaboração. CPMI– Além do máximo de der, que preside o inquérito sobre a máfia. Desde 3 de julho, detalhes e provas possíveis em ele toma o depoimento de Luiz relação ao esquema, a Polícia Vedoin e deve concluir o traba- Federal e o Ministério Público

REFORMA Marcos Valério de Souza nega ter gasto R$ 10 milhões na reforma de sua casa em Belo Horizonte.

EXTERIOR O presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, recebe hoje Alckmin em Bruxelas.

Ó RBITA

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MÍDIA

ministro Gerardo Grossi, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), reúne-se quinta-feira com representantes de partidos para elaborar o plano de mídia, com a distribuição do tempo da publicidade eleitoral gratuita. As peças serão veiculadas no dia 5 e vão até 28 de setembro, em cadeia nacional de rádio e TV.

AUDITORIA

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Ministério do Desenvolvimento Social informou ontem, por intermédio de nota oficial, que encontrou cerca de 50 mil suspeitas de duplicidade na folha de pagamento de junho do programa Bolsa-Família. As bolsas podem ser suspensas ainda neste mês.

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MEDO

Praça dos Três Poderes foi totalmente fechada ontem por um alambrado metálico móvel de 1 metro de altura. Objetivo: evitar que Lula, ao receber o presidente de Gana John Agyekum Kufour, fosse exposto a uma manifestação, como ocorreu durante a visita da presidente do Chile, Michele Bachelet.

também tentam obter com o depoimento de Luiz Vedoin informações sobre outros esquemas de negociação de emendas que possam municiar investigações futuras em outros ministérios. Comissão – O quarto secretário da Mesa da Câmara, deputado João Caldas (PL-AL), avisou ao presidente da Casa, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que não participará das reuniões da mesa enquanto durarem as apurações da CPMI. João Caldas é um dos deputados que estão sob investigação. Aldo cobrou indiretamente a mesma atitude do segundo secretário Nilton Capixaba (PTB-RO), também investigado. "Não obtive ainda a mesma comunicação do deputado Capixaba", reclamou Rebelo. O presidente da Comissão, Antonio Carlos Biscaia, chegou a pedir o afastamento dos dois deputados da mesa da Câmara. "Acho adequado reunir a mesa e deliberar com mais amplo poder e mais liberdade entre os seus integrantes", completou. (AE)

'REZEM PELOS NOSSOS GOVERNANTES' Igreja Católica lança cartilha sobre as eleições de outubro

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Arquidiocese de Aparecida, responsável pelos municípios do Vale do Paraíba (SP), lançou no último fim de semana uma cartilha de orientação aos católicos sobre as eleições. O texto sugere que as comunidades se reúnam para rezar pela escolha dos governantes e discutam a importância do voto, as campanhas, a atuação dos candidatos e dos partidos. De acordo com a Arquidiocese, a Igreja Católica não pretende indicar candidatos nem permitir campanhas eleitorais durante as missas e encontros comunitários. "A Igreja não vai indicar candidatos nem estar neste ou naquele partido. Porém os cristãos são membros da sociedade e não deixam de fazer política, quer participando, quer se abstendo", disse o secretáriogeral da CNBB, dom Odílio Pedro Scherer. O encarte pretende também "resgatar a esperança no processo eleitoral e fortalecer a utopia", já que, segundo o arcebispo dom Raymundo Damasceno Assis, a população brasileira está "descrente, sem esperança, necessitando reagir e cobrar soluções para os problemas sociais do País". As paróquias devem receber os folhetos nesta semana para que o terço passe a ser rezado nos grupos de oração e nas missas até o início de outubro. Intitulado de "Rezando o terço com Nossa Senhora pelas eleições", a cartilha foi elaborada pelo Centro Arquidiocesano de Pastoral com base no documento da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) sobre o processo eleitoral e será distribuído nas paróquias das 39 cidades do Vale do Paraíba e Litoral Norte. (AE)

presidente do PMDB, deputado Michel Temer, deve se encontrar oportunamente com Geraldo Alckmin para anunciar quais são os diretórios estaduais do partido que vão apoiar o candidato tucano. Temer vai fazer o contraponto com os governistas do PMDB, senadores José Sarney e Renan Calheiros, que se encarregaram de revelar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva quais são os diretórios que o apóiam. Como era de se esperar o PMDB rachou: uma parte foi para Alckmin e outra para Lula. O apoio é informal e por isso o partido não agrega tempo de campanha na televisão a nenhum dos candidatos. Entendeu a cúpula que o PMDB não lançaria candidato próprio à Presidência da República para se fortalecer nos Estados e eleger o maior número de governadores, deputados estaduais e federais.

OTIMISMO Os governistas do PMDB são otimistas e anunciam que o apoio a Lula pode chegar a 21 diretórios. Sarney e Renan Calheiros são contestados pelos oposicionistas.

EXEMPLOS Além de ter atraído o apoio do diretório do PMDB de Santa Catarina, Alckmin está de namoro firme com o governador do Paraná Roberto Requião e ainda flerta com outro governador do PMDB: Germano Rigotto, do Rio Grande do Sul.

SATISFAÇÃO Houve euforia no PSDB com a informação de que Lula teria perdido o apoio de alguns diretórios do PMDB, como os de Rondônia, Acre e Goiás. Os governistas, no entanto, não se dão por vencidos e prometem reagir para recuperar eventuais perdas.

MAIS FORTE Se conseguir também o apoio dos governadores do Paraná e do Rio Grande do Sul, além do de Santa Catarina, Alckmin se fortalecerá na região. Esta é a meta do tucano: crescer nas pesquisas nos Estados do Sul e Sudeste para diminuir a diferença em favor de Lula no Nordeste.

HONRA É ponto de honra para o tucano tirar a diferença de Lula nas pesquisas, em Minas. Alckmin vai fazer campanha no Estado acompanhado do governador Aécio Neves, candidato à reeleição. Aécio está com mais de 70% de aprovação, mas Alckmin ainda está atrás nas pesquisas no Estado.

mais conhecido dos eleitores nordestinos. O tucano vai usar a TV para divulgar mensagens dirigidas à região.

PROGRAMAS PSDB e PFL não terão programas de TV em julho. Para contornar a situação, os partidos vão levar Alckmin para os centros dotados de emissoras de televisão. Será através da mídia eletrônica que tucanos e pefelistas querem irradiar o programa de governo do seu candidato aos eleitores.

TRABALHADORES O PT quer que as centrais sindicais, principalmente a CUT, preparem concentrações de trabalhadores com Lula. Os líderes sindicais acreditam que as entidades podem movimentar cerca de 20 milhões de trabalhadores. Lula promete comparecer às manifestações.

SABATINA Candidato ao Senado pela coligação PFL-PSDB, o empresário e presidente licenciado da Associação Comercial de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, será sabatinado na Folha de S. Paulo, dia 25. Afif, que foi deputado federal em 1987 e candidato à Presidência em 1989, vai expor suas idéias e propostas.

SINTOMA Além de liderar as pesquisas em Minas, Lula escolheu para vice um mineiro, o empresário José Alencar. Alckmin e Lula tem algo em comum: olham com atenção especial para os eleitores de Minas, Rio e São Paulo. Dos três Estados, Alckmin lidera as pesquisas em São Paulo.

RECEPÇÃO Alckmin vai intensificar a campanha no Nordeste desfilando ao lado de lideranças regionais, como Antonio Carlos Magalhães (Bahia), Tasso Jereissati (Ceará), José Agripino (Rio Grande do Norte) e José Jorge, seu vice, na região de Pernambuco.

DIFERENÇA Apesar do esforço tucano, continua grande a diferença em favor de Lula no Nordeste. Por isso, tucanos e pefelistas querem tornar Alckmin

CUTUCÃO Aloizio Mercadante deu um cutucão em José Serra ao declarar que o governador Cláudio Lembo herdou "a barbárie" na área de segurança. Mercadante promete, se eleito, colocar ordem no setor com a colaboração da Polícia Federal e do Ministério da Justiça.

RESPOSTA Serra absorveu o cutucão e respondeu no ato à provocação de Mercadante. O tucano garantiu que os problemas com a segurança em São Paulo e outros Estados ocorrem pela omissão do governo federal. Se eleito, Serra garante que combaterá a criminalidade integrando os órgãos de inteligência.


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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 11 de julho de 2006

O paulistano consome mais de 1 milhão de pizzas por dia, cerca de 40 mil a cada hora.

PIZZAS DE TODOS OS SABORES, ATÉ DE MORTADELA

O DIA EM QUE TUDO ACABA EM PIZZA. DE VERDADE.

Fotos: Newton Santos/Hype

Paulistanos comemoraram o Dia da Pizza e se deliciaram com os vários sabores

N

a política, sinôni- das que livram o dono de prom o d e m a r a c u- blemas com a vigilância sanitátaia; na gastrono- ria. Para ter um pizzaiolo mia, herança dos profissional, com carteira assiimigrantes italianos e prato nada, o custo varia entre R$ 700 considerado o principal de São e R$ 1,8 mil mensais. Novidades – Mas esse merPaulo, cidade que comemorou ontem o Dia da Pizza. Não que cado também tem espaço para o alimento precise de uma data novidades. A Pizza no Pedaço especial para aumentar seu é uma casa que resolveu atacar consumo. Afinal, o prato que direto os dois ponto fracos do tanto apetece os paulistanos é paulistano: a fome e a pressa. responsável por um mercado Então apostou em uma pizzaque movimenta diariamente ria fast-food. Segundo André cerca de R$ 8 milhões, segundo Rene Torrecuso, proprietário estimativa da Associação das da marca, as duas casas que Pizzarias Unidas do Estado de possui na Alameda Santos Newton Santos/Hype São Paulo (Apuesp). O paulistano consome mais de 1 milhão de pizzas por dia, cerca de 40 mil por hora. Saciar tamanho apetite requer estrutura, e neste quesito a capital do Estado perde apenas para Nova York, nos Estados Unidos. Por aqui, são mais de 5 mil pizzarias instaladas na cidade, uma média de 23 delas por quilômetro quadrado. Em regiões mais tradicionais para o segmento, como Mooca, Bixiga e Higienópolis, a concentração chega a 35 estabelecimentos por quilômetro quadrado. O mercado é concorrido, como mostram os n ú m e ro s , m a s a i n d a Não importa o sabor, basta ser quentinha existe espaço para crescer, segundo Ricardo Barros, vendem cada uma cerca de presidente da Apuesp. Entre- 2 mil pedaços por semana, e de tanto, o caminho desse cresci- uma maneira toda especial. O mento passa obrigatoriamente cliente recebe até luva descarpelo delivery, o sistema de en- tável para comer os pedaços de tregas em domicílio. Trabalhar p i z z a s e m s u j a r a s m ã o s . preferencialmente com entre- "Apostamos no público dos esgas é mais barato do que insta- critórios locais, que não tem lar um restaurante. Uma boa mais que 20 minutos para alpizzaria delivery tem custo de moçar", diz Torrecuso. instalação relativamente baixo: Apesar de o delivery e o fastR$ 60 mil, segundo o presiden- food serem tendências, as pizte da Apuesp. O montante é su- zarias tradicionais não se senficiente para custear um forno tem ameaçadas. "Paulistano de alvenaria, que custa entre tem costume de comer em resR$ 5 mil e R$ 7 mil, instalar ban- taurante, e isso não muda", afircadas de mármore e aço inox, ma Paola Tarallo Altieri, proazulejar a cozinha e instalar pi- prietária da pizzaria Speranza, so de cerâmica no chão, medi- que possui uma casa no Bixiga

e outra em Moema. Ainda assim, ela admite que o delivery é parte importante de seu faturamento: 37% das vendas são provenientes de entregas. Já para o proprietário da Brandi Pizzeria, Luis Ribeiro, as famílias têm no delivery uma grande oportunidade de negócio, que poderia ser melhor aproveitada. "Não são necessárias muitas pessoas: pai, mãe e filhos conseguiriam tocar; mas falta essa cultura de negócio", afirma Ribeiro. Vilão – Exatamente a falta de cultura de negócio e o baixo custo e facilidade de instalação das pizzarias são os vilões do segmento e responsáveis por uma taxa de mortalidade de 85% dos novos negócios no primeiro ano de funcionament o , a m a i o r d o setor de alimentação. A informalidade também é crítica entre o segmento. Supera 20%. Ela é causada, segundo Barros, da Apuesp, pela alta carga tributária que recai sobre o setor. "Mesmo vivendo na informalidade e escondendo o endereço, o empresário acaba recolhendo indiretamente impostos ao comprar os produtos necessários para tocar o negócio", afirma. E a informalidade é ainda um dos principais responsáveis pela quebradeira do segmento. "Qualquer ação trabalhista consegue fechar uma pizzaria irregular", comenta o presidente da Apuesp. Outro agravante apontado por Barros é a falta de profissionais qualificados e treinados. Embora São Paulo seja considerada por muitos a capital brasileira da pizza, não são os paulistanos que preparam as massas recheadas de mussarela e calabresa e a pizza portuguesa – as prediletas: cerca de 60% dos pizzaiolos são nordestinos.

P

A

rentes casas que participam da comemoração da entidade. O sabor deve ficar no cardápio até o dia 16 de julho. A lista dos associados da Apuesp pode ser encontrada no site www.pizzariasunidas.org.br. Na quinta-feira, dia 13 de julho, ainda como parte das comemorações, serão montados,

em duas creches da cidade, fornos em que pizzaiolos de casas renomadas de São Paulo passarão o dia fazendo pizzas para crianças carentes. As comemorações se encerram no domingo, dia 16, com degustação montada ao ar livre no Parque da Água Branca, zona oeste da cidade. (RCI)

Nestlé fecha fábrica do Pari

Nestlé anunciou ontem o fechamento de sua fábrica do bairro do Pari, no centro de São Paulo, e a transferência de toda sua produção de biscoitos para a unidade de Marília, interior do estado. Dos 571 funcionários que trabalham na fábrica do Pari, a empresa tem planos de transferir cerca de 130 para Marília. Os demais deverão ser demitidos, por meio de um plano de incentivos. De acordo com comunicado da Nestlé, o motivo da mudança é a busca de eficiência por meio de melhor aproveitamento de seu parque fabril. A empresa alega que a unidade está

localizada em um grande centro urbano, o que inviabiliza ampliações da capacidade da fábrica. Logística — Também foram consideradas na decisão questões logísticas, como as ruas estreitas e a grande circulação de caminhões nas proximidades da fábrica, além da distância de seus centros de distribuição, localizados em Cordeirópolis, interior de São Paulo, e São Bernardo do Campo, no ABC paulista. A fábrica que será fechada produz biscoitos da marca Tostines. Em agosto do ano passado, a empresa já havia transferido uma de suas linhas de produção para

Fotos: Paulo Pampolin/Hype

Na Brandi: massas crocantes para comemorar o Dia da Pizza

Ribeiro: delivery mal aproveitado

Fotos: Milton Mansilha/LUZ

Renato Carbonari Ibelli e Adriana David

Mortadela entra no cardápio

ara comemorar o Dia da Pizza, que foi realizado ontem, 30 pizzarias que integram a Associação das Pizzarias Unidas do Estado de São Paulo (Apuesp) colocaram no cardápio um novo sabor: mortadela. A nova pizza será vendida pelo mesmo preço da tradicional mussarela nas dife-

Pizzaiolo da Speranza (acima), que aposta em decoração com ares do sul da Itália (à esq.)

Marília. Na ocasião, não houve nenhuma demissão em decorrência da transferência. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Alimentação de São Paulo, Carlos Vicente de Oliveira, afirmou que os funcionários foram surpreendidos pelo anúncio da desativação. Segundo ele, o sindicato não foi notificado. O sindicalista informou que vai realizar uma assembléia hoje na fábrica para discutir com os funcionários o pacote de benefícios oferecido. "Vamos deixar claro que não assistiremos passivamente ao fechamento de vagas. Queremos manter o emprego, aqui ou no interior." (AE)

Torrecuso: nova modalidade...

... na Pizza no Pedaço: na bandeja e com luvas para não sujar as mãos

Vendas do Submarino crescem 50%

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site Submarino anunc i o u o n t e m c re s c imento preliminar de 50% na receita obtida com as vendas no segundo trimestre deste ano. O desempenho equivale a R$ 191 milhões, provenientes de 859 mil pedidos processados exclusivamente pela internet. Os dados vão ao encontro das expectativas gerais do varejo eletrônico, cujo balanço semestral será conhecido em algumas semanas. Espera-se que a venda por meio online tenha aumentado pelo menos 50% entre janeiro e junho, na comparação com igual período do ano passado. "O crescimento continuará acelerado", disse Cid Torquato, diretor executivo da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net). Torquato acredita que "o principal motor do crescimento virá da ampliação do número de usuários de banda larga". Atualmente, 80% das pessoas que compram pela web usam esse recurso. "O preço de acesso à banda larga caiu cerca de 40% em 2005", comentou o executi-

vo. A favor das vendas ainda pesam a maior exposição da ferramenta na mídia e a elevação do número de pessoas com acesso ao computador. Segundo estimativas da camara-e.net, cerca de 6 mil empresas oferecem produtos e serviços online. E não mais que 30 detêm 80% de todos as transações, que envolvem 6 milhões de consumidores. A internet, no entanto, ainda é subvalorizada, ponderou Torquato. "De cada cinco pessoas que pesquisam na web (com objetivo de compra),

uma efetua a compra e quatro apenas se informam." Ele disse que mais de 20 milhões de consumidores pesquisam na internet com fins comerciais. De olho nesse potencial, anunciantes investiram R$ 350 milhões em publicidade na web em 2005. "Ainda está aquém da importância da internet no processo de compra", disse Torquato. Ele estima que o investimento em marketing destinado ao segmento deverá crescer cerca de 25% em 2006 e beirar os R$ 450 milhões. Fátima Lourenço


Logo Logo DIÁRIO DO COMÉRCIO

Vivemos no paraíso da palavra inútil e da imagem que não serve para nada, em um mundo onde a santa audiência é venerada em todos os altares. Do Prêmio Nobel de Literatura José Saramago, ontem, em um seminário promovido pela Universidade Internacional Menéndez Pelayo, em Potes, no norte da Espanha.

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terça-feira, 11 de julho de 2006

JULHO

2 -.LOGO

11 Nascimento do historiador, jornalista, escritor e professor brasileiro Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982). Ao lado, na foto com os filhos: com a bola o compositor Chico Buarque

R ÚSSIA P AQUISTÃO

'Livre' do inimigo

Queda de avião causa 45 mortes Um avião de passageiros da companhia Pakistan International Airlines caiu cerca de três minutos depois de decolar às 12h05 (locais) do aeroporto de Multan, no leste do Paquistão, causando a morte das 45 pessoas que estavam a bordo. O Fokker bimotor, fabricado em 1964, estava com os tanques cheios e pegou fogo depois de bater em um muro. O avião ia para a capital, Islamabad. Entre os passageiros estavam dois juízes da

Suprema Corte e dois brigadeiros. Testemunhas disseram que viram chamas saindo do avião pouco após a decolagem. "Vi o avião descendo, ele atingiu os fios de eletricidade e depois caiu, atingindo o muro de uma casa de sítio", disse Mohammad Akram, um agricultor que trabalha perto do local do acidente. "Houve uma grande explosão quando o avião atingiu o chão", disse Mohammed Nadim, que também vive na região.

E UA Timothy A. Clary/AFP

Morte de líder separatista checheno era planejada pela Rússia que temia atentado

A

Rússia livrou-se ontem de seu inimigo nº 1, o líder separatista checheno Shamil Bassayev, morto durante a madrugada na explosão de um caminhão perto da vila de Ekajevo, na república russa da Ingushétia, vizinha da Chechênia. Outros dez rebeldes também morreram. Bassayev comandou alguns dos piores atentados na Rússia desde a década de 90, incluindo o assalto a uma escola de Beslan, na Ossétia do Norte, em 2004, que resultou na morte de 344 pessoas, das quais 186 eram crianças. Na época, Bassayev justificou o ataque à escola, na época, dizendo que os civis russos, incluindo as crianças, são alvos legítimos. A versão oficial é a de que Bassayev teria sido morto numa explosão provocada por

agentes russos, que estavam no encalço porque ele planejava um atentado de grandes proporções para esta semana Mas as autoridades não deram detalhes de como teriam provocado a explosão. "Eles pretendiam usar esse ato terrorista para pressionar os líderes russos na época da realização da cúpula do Grupo dos Oito", afirmou o chefe do Serviço Federal de Segurança da Rússia, Nikolai Patrushev. Dirigentes da Rússia e dos países mais industrializados do mundo, o chamado Grupo dos Oito, se reúnem de sábado até segunda-feira em São Petersburgo, tendo como anfitrião o presidente russo, Vladimir Putin. Patrushev disse que o plano de Bassayev era desfechar um atentado no sul do país para trazer à tona a questão chechena durante a cúpula.

Ao confirmar a morte do líder, o site oficial dos rebeldes separatistas qualificou-o de "mártir" e destacou que não havia nenhuma operação especial das forças russas na área. "O comandante checheno morreu na explosão acidental do caminhão carregado de explosivos. Quanto a operações especiais, os combatentes islâmicos vão mostrar como elas devem ser feitas", diz o comunicado. A morte de Bassayev foi uma vitória pessoal para Putin, que assumiu seu primeiro mandato, seis anos atrás, prometendo acabar com o movimento separatista checheno. "Esta foi uma retaliação merecida contra os bandidos, em nome de nossas crianças de Beslan, por todos esses atos de terror que cometeram em Moscou e outras regiões russas", declarou Putin. (AE)

Mohammed Abed/AFP

L

Uma explosão causou ontem o desabamento de um edifício de quatro andares em Manhattan. O acidente, que deixou Nova York em alerta, seria resultado de um vazamento de gás, conseqüência de uma tentativa de suicídio.

B IOGRAFIA

Einstein e as mulheres cientista - e era amiga das enteadas dele. Einstein teria tido dez amantes além das duas mulheres com quem se casou. Os arquivos guardam mais de 3,5 mil páginas de correspondências escritas por Einstein entre 1912 e 1955, ano de sua morte. Entre algumas revelações, Einstein perdeu grande parte do dinheiro ganhado com o Prêmio Nobel durante a Grande Depressão. Ethel Michanowski é mencionada em três cartas. As correspondências mostram que Einstein discutia abertamente seus casos extraconjugais com sua segunda esposa, Elsa, e com sua enteada e confidente, Margot.

LIBERTAÇÃO - Mulheres palestinas protestam contra a prisão de militantes por Israel em uma manifestação organizada pela Cruz Vermelha em Gaza. Segurando fotos dos filhos detidos, as mulheres esperam uma decisão de Israel sobre a libertação de presos.

VISUAIS

C A R T A Z

F AVORITOS

Caneca motorizada Palavras em mais que mistura bebidas de 200 idiomas

Caminhões de arte

www.meusdicionarios.com.br

O presidente da Polônia, Lech Kaczynski, nomeou ontem seu irmão gêmeo, Jaroslaw, como o novo primeiro-ministro do país. O chefe de governo Kazimierz Marcinkiewicz renunciou junto com seu gabinete, abrindo caminho para que Jaroslaw formasse um novo governo literalmente "com a sua cara". Marcinkiewicz renunciou em meio a uma série de interferências do irmão gêmeo do presidente nas decisões de Estado e por desentendimentos sobre a política econômica.

Dois astronautas da Discovery deixaram ontem o ônibus espacial para a segunda caminhada espacial da missão de abastecimento da Estação Espacial Internacional (ISS). Piers Sellers e Mike Fossum instalaram um módulo de bombeamento para os sistemas ambientais da ISS e consertaram uma ferramenta móvel crucial para o futuro da construção do complexo. Ao término da primeira caminhada desta missão, no sábado, a Nasa concluiu que o ônibus espacial se encontra em boas condições para o retorno à Terra, depois que se separar da ISS na próxima sex ta-feira.

www.rhino-award.com/

L OTERIAS

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A TÉ LOGO

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Aidéia surgiu no concurso Rhino-Awards, da Alemanha, em 2005 e ainda não ganhou as ruas: caminhões com pinturas que enganam o olhar. A BBDO criou o anúncio com caixas de Pepsi ao contrário em um caminhão de verdade: levou o prêmio. Outros 200 anúncios, feitos só no Photoshop, concorreram entre eles o do caminhão com duas frentes, ao lado.

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www.hammacher.com/publish/

O site Meus Dicionários traz mais do que qualquer internauta pode desejar em termos de idiomas. São mais de 200 línguas, que vão do banal inglês ao búlgaro, tamil e tailandês. Além disso, o site tem um tradutor online para os idiomas mais falados, como inglês, francês, italiano, português e espanhol, dicionário de termos médios e a terminologia usada no Parlamento Europeu, útil para transações internacionais. Mais úteis ainda são os dois dicionários online de português.

A imprensa britânica - com destaque para a BBC News e o Times Online - divulgou ontem que a promotoria do Reino Unido anunciará no dia 17 se policiais serão indiciados por assassinato de Jean Charles de Menezes, confundido com um "terrorista" duas semanas depois dos atentados ao metrô de Londres em 2005. Todos os interessados – inclusive a família de Jean Charles e os representantes da polícia – serão notificados dentro desse prazo. Em maio, uma emissora local de TV citou documentos sigilosos para informar que nenhum policial seria indiciado.

Caminhando pelo cosmos

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O site da Hammacher Schlemmer está oferecendo esta caneca que tem uma hélice no fundo, que se move a 3.000 rpms. Basta apertar um botão para bater o chocolate ou o café. A caneca é leve, feita de plástico moldado com exterior de aço inox. Funciona com duas pilhas AA. O jogo com duas canecas custa US$ 29,95 no site.

Novo capítulo no caso Jean Charles

E SPAÇO

Obras de Carlito Contini, entre elas On (foto), realizadas com a chamada optical art. Estação Pinacoteca. Largo General Osório, 66. Telefone: 3337-0185. Das 10h às 18h. R$ 4.

G @DGET DU JOUR

O grupo Rappa, que se apresentou na semana passada no Irving Plaza, nos EUA, foi destaque da seção de artes de ontem do jornal norteamericano The New York Times, que enalteceu a música devotata aos protestos contra a brutalidade policial e causas ambientalistas polícias. Chamando a música do grupo de "o som de protesto internacional do terceiromundo", o jornal compara o som do Rappa com a música jamaicana, norte-americana e britânica. O Rappa, diz The New York Times, "surpreendentemente" abandona os ritmos brasileiros.

Um 'clone' no governo

P UBLICIDADE E M

O som de protesto do Rappa

P OLÔNIA

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Uma obscura amante de Albert Einstein emergiu de cartas reveladas pela Universidade Hebraica, em Jerusalém, ontem, mostrando novos detalhes da vida amorosa do cientista mais brilhante do século 20. Einstein foi um dos fundadores da universidade. Ethel Michanowski, uma socialite de Berlim, se envolveu com Einstein entre o final da década de 20 e o início dos anos 30, segundo Barbara Wolff, que trabalha com os arquivos de Einstein que pertencem à universidade israelense. Na época, Ethel tinha por volta de 30 anos de idade - 15 anos a menos que o

B RAZIL COM Z

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Concurso 146 da LOTOFÁCIL 01

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Os presidentes George W. Bush e Luiz Inácio Lula da Silva farão reunião paralela ao G-8 Nova onda de ataques e confrontos termina com 26 mortos e 50 feridos em Bagdá Levantamento mostra que 16% das 382 reservas registradas pela Funai enfrentam invasão


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Convergência Varejo Hi-tech Games Câmeras

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 11 de julho de 2006

A inteligência artificial é o destaque do jogo Rising Kingdoms. Os combates têm aspecto real.

DEUSES DESISTEM DO REINO E TRÊS RAÇAS LUTAM PELO PODER

Fotos: Divulgação

PARA CAPTURAR E EDITAR FOTOS NA CÂMERA FONE

KODAK EASYSHARE V610 Lentes muito boas e fotos panorâmicas Ana Maria Guariglia

Kodak lançou no início de junho a EasyShare V610, que lembra sua irmã a V570 não só pelas objetivas gêmeas ou dual, mas pela próprio design. A V610 (com preço de R$ 2.200) é um pouco maior e traz em seu bojo a capacidade de resolução de 6 Megapixels (2.832 X 2.128 pixels) – ao contrário da V570, que oferece 5 MP. As objetivas também trazem a m a rc a a l e m ã S c h n e i d e r Kreuznach C-Variogon, considerada perfeita para produzir imagens claras e bem definidas. As objetivas têm ângulos de aberturas diferentes, uma com grande angular de 38-114 mm, e outra, teleobjetiva 130380 mm. A transição entre ambas é praticamente imperceptível pelo usuário, e o zoom óptico é poderoso, alcançando aproximação de dez vezes, um exagero para uma câmera considerada de porte compacto e super fácil de usar.

as imagens saiam, afinal, desfocadas. A memória interna dá para gravar cerca de 64 fotos de 1,1 MP ou 14, em 6 MP, mas o melhor mesmo é você adquirir cartões SD (SecureDigital Card) ou MMC (MultiMedia Card). Dessa forma, terá mais EasyShare: aproximação de 10 vezes liberdade para Para quem gosta de impri- fotografar sem se preocupar mir fotos em casa, a camerazi- em não tirar fotos com medo nha vem com um adaptador de não ter espaço na máquina. USB Bluetooth v2, que permite Com um cartão de 1 GB (Gygaa transferência direta das fotos byte), é possível armazenar para o computador e de apro- 533 imagens de 6 MP, e com 512 veitar rapidamente as possibi- MB, 266 em 6MP ou 1.176 em lidades do novo modelo. Pos- 1,1 MP. O que torna a V610 atraente sui monitor de cristal líquido de 2,8 polegadas, e um grande são as exposições automáticas menu de funções para otimi- para a maioria das cenas que zar a experiência fotográfica, todos gostam de registrar. São como por exemplo a função 23 modos e é um jogo de paPerfect Touch, para evitar que ciência testar cada uma delas:

retrato sob a luz do dia e noturno, captação de movimento de um carro, por exemplo, paisagem comum e noturna, fogos de artifícios, panorâmicas, registros de flor e em museus, auto-retrato, festas, crianças, imagens na contraluz, luz de velas, entardecer com o pôrdo-sol e ainda modo personalizado, em que você faz seus próprios ajustes. As exposições são monitoradas por quatro tipos de medição de luz (fotometria): automática, multímodo, pontual no centro da imagem e com compensação também no centro. Para descobrir qual é o melhor modo para suas fotos, faça alguns testes e verifique as diferenças. A velocidade de obturador varia de 8 seg a 1/1. 200 seg, com lente macro (para fotografar pequenos objetos) a partir de 61 cm. O flash tem alcance de até 3,3 m, é automático com sensor de luz, ajustes para preenchimento e para evitar olhos vermelhos, podendo ser desligado. É possível fazer video-

clipes de 30 quadros por seg, de 640 X 480 pixels em VGA, QVGA, de 320 X 240 piixels, também com 30 quadros por seg. Só para você ter uma idéia, um cartão SD ou MMC de 1 GB pode fazer quase 33 minutos de vídeo, e o de 512 MB, quase 17 min. A memória interna só permite 54 seg em VGA 640 X 480 pixels. Mudança de cores – Com a V610 você pode mudar as cores de suas fotos entre preto-ebranco e sépia, aquela cor meio amarronzada com ar antigo. Pesa cerca de 160 gr sem a bateria de Lítio recarregável. Para conhecer a digital, fizemos uma série de imagens panorâmicas de locais de São Paulo. Se você gosta desse tipo de foto, terá resultados excelentes, mas é importante não esquecer de observar sempre a porção restante da primeira e da segunda imagem para não perder a composição. A união das três tomadas é feita automaticamente. Para saber mais: www.kodakonline.com.br

esponsável pela tecnologia de fotografia digital e soluções de impressão dos maiores varejistas da Web e portais de telecomunicações do país, a Digipix está oferecendo serviços fotográficos para celulares, em parceria com a dotPhoto, empresa de aplicativos e serviços de fotografia. Ivan Ruzic, presidente e diretor executivo da dotPhoto, diz que houve combinação da empresa com os serviços da Digipix para armazenamento, impressão fotográfica e logística com o portfólio Pictavision. "Oferecemos solução completa para tirar, visualizar, compartilhar e imprimir fotos com telefones celulares, serviço pioneiro para os usuários". Os aplicativos da Pictavision estão disponíveis nos idiomas espanhol e português e são compatíveis com todas as operadoras CDMA e GSM domésticas e internacionais, que utilizam as tecnologias BREW e Java, dando aos assinantes de telefonia móvel do Brasil acesso total aos melhores recursos da dotPhoto e Digipix combinados. Para os fonetógrafos, essa parceria é muito interessante, pois poderão facilmente captar imagens, armazená-las, legendálas, compartilhá-las, criar álbuns e imprimir, criando cartões-postais e livros de imagens com sua câmera fone. Conta, ainda, com a entrega residencial ou em qualquer outro endereço de sua escolha, de suas impressões digitais – serviço garantido há tempos pela produção e logística de entrega da Digipix. (AG) Para saber mais: www.digipix.com.br

RISING KINGDOMS É você quem deve impor a ordem. Fábio Pelegrini s bons jogos de estratégia em tempo real (RTS) se caracterizam, principalmente, por conseguir trazer uma história envolvente, muita ação, gráficos de primeira e combates sangrentos – de preferência com respostas as ações mais próximas do real. Fora a qualidade gráfica, que não condiz com os últimos lançamentos do gênero, a desenvolvedora húngara Haemimont conseguiu reunir as outras atribuições de maneira eficiente e simples no título para computador Rising Kingdoms, lançado no Brasil pela Moving Imagem e Editora. A história do game nos leva ao mundo imaginário de Equíada, onde a paz e a ordem eram mantidas por deuses, que cuidavam muito bem do planeta. Após anos de paz, o interesse das divin-

dades por Equíada acabou e as três raças existentes (Humanos, Foresters e Darklings) foram procurar armas, para instituir um reino à sua maneira. Agora, essa terra espera um reinado que possa dominar os exércitos e trazer a ordem. Rising Kingdoms apresenta de forma simples e objetiva a típica ação que se espera dos RPGs, com três níveis de dificuldade. No total, serão 30 diferentes missões no modo campanha, além de possibilidade de jogar com até oito gamers no modo multiplayer por LAN ou Internet. O modo Batalha online oferece chat e um sistema de classificação dos melhores jogadores. Durante as missões, outras cinco raças menores independentes também podem ser conquistadas para ampliar o tamanho e a força do império do jogador: Elfos, Trolls, Dragões, Bárbaros e Sombras. Todas permitem que o gamer se beneficie de suas habilidades, como o canhão dos Trolls, os

executores anciões ou com a fúria dos Dragões. Além dessas civilizações, o jogador contará com 12 lutadores especiais, entre eles o Human Battle Angel, Forester Sharpshooter ou Darkling Empath, cada um com suas técnicas únicas, que poderão ajudálo a decidir uma disputa mais difícil. Esses lutadores podem, até, adquirir artefatos espalhados aleatoriamente para ter habilidades melhoradas. Do Tutorial à campanha é possível ver que o ponto forte de Rising Kingdoms é a forma simples de se jogar. Para sentir a ação não é preciso construir estruturas por muito tempo – se desejar o jogador pode partir para a luta logo no começo. Um bom conselho, no entanto, para quem nunca encarou games de estratégia em tempo real é o de passar pelo tutorial, para entender a mecânica do jogo. Grosso modo, o jogador deverá partir da sua colônia independente e conquistar outras, principalmente para se

Em Esquíada: batalhas pela paz

fortalecer, com o objetivo de construir e expandir o seu reino, para conseguir maiores poderes e mais guerreiros. Os recursos para construção e para originar soldados se baseiam em três tipos: ouro, pedras preciosas e glória. As pedras e os ouros são recursos simples de explorar, mas a glória é

Durante as batalhas, é possível escolher 30 missões com diversos níveis de dificuldade

No reino, o jogador escolhe as raças e os exércitos que serão conquistados ao longo do jogo

obtida apenas quando há vitórias dos 12 heróis disponíveis ou quando conseguimos conquistar colônias. A glória é muito importante também para a evolução tecnológica da raça escolhida e suas unidades. Aliás, existe uma limitação de unidades militares que nos obriga a levar em conta uma administração adequada de recursos. Uma gestão das capacidades estratégicas e de definir a aplicação do capital em unidades. Não se pode investir muito em um tipo de soldado e deixar de se preocupar em aperfeiçoar outras estruturas. A inteligência artificial é destaque em Rising Kingdoms. Com combates intensos e estratégicos e muito reais, estes contribuem para o envolvimento cada vez maior nas campanhas. É preciso balancear a produção e a expansão para garantir a vitória. A qualidade dos gráficos 3D do título pode até não ser a de um Age of Empires III, mas traz imagens bem coloridas e muitos

detalhes, dando mais dinâmica às batalhas. Na tela é possível visualizar as ferramentas de construção, ataque e os objetivos, de maneira muito simples e clara. Apesar da excelente qualidade das melodias, os efeitos sonoros desagradam. Os sons dos combates são ruins e cansam por serem repetitivos. Além disso, nem dá para ouvir direito as vozes das hordas nas batalhas. O editor de mapas é uma ferramenta importante para manter o game atrativo por mais tempo, já que o jogador poderá gerar novos mapas, praticamente da forma que desejar. Dá para alterar de texturas a animações. Para aqueles que curtem um RTS clássico, essa é uma boa oportunidade. Um jogo simples e direto, ele tem limitações, mas seu preço também não deixa de ser um forte atrativo: apenas R$ 19,90. É uma excelente opção, por um preço ideal.

Lutadores poderão ajudar o gamer a decidir as disputas consideradas mais difíceis

No desenvolvimento das missões, cinco raças menores poderão ser conquistadas


terça-feira, 11 de julho de 2006

Congresso Planalto Conjuntura CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Não vamos marcar passo sobre assuntos espinhosos. Deputado Beto Albuquerque (PSB-RS)

APOSENTADOS: SEM O REAJUSTE DE 16,6%

IMPOPULAR, A MEDIDA FOI JUSTIFICADA PELA FALTA DE RECURSOS, MAS GOVERNO SABE QUE TERÁ DESGASTE. Leonardo Wen / Folha Imagem

LULA VETA AUMENTO AOS APOSENTADOS

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Chuva de tiros: candidata do PSol diz que a Previdência é superavitária e que o Senado deve reagir ao veto.

HELOÍSA ESPERA DERRUBAR O VETO senadora Heloísa Helena, candidata do PSol a presidente da República, criticou ontem duramente a decisão do presidente Lula de vetar o reajuste dos aposentados e pensionistas que ganham mais de um salário mínimo em 16%, que havia sido autorizado pelo Senado. O ataque partiu de São Paulo, onde ela fez uma caminhada pelo centro da cidade debaixo de chuva, cumprindo agenda de campanha. "Espero que o Senado não funcione como medíocre anexo arquitetônico do Palácio do Planalto e convoque uma sessão do congresso Nacional para que a gente possa derrubar o veto", disparou. "O argumento presidencial do déficit da Previdência é inaceitável, é uma mentira técnica. O relatório do Tribunal de Contas da União mostrou, ao analisar as contas do governo Lula do ano passa-

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do, que a Previdência é superavitária em R$ 52 bilhões, portanto justificativa não há para essa cantilena enfadonha, mentirosa e desqualificada do déficit da Previdência". Heloísa Helena espera que não haja "mensalões" para impedir a derrubada do veto do presidente, como destacou: "Tomara que não haja nem mensalões nem outras formas promíscuas de comprar senador e deputado para não derrubar o veto presidencial". Um pequeno grupo de militantes e candidatos a deputado acompanhou a candidata do PSol em uma caminhada debaixo de chuva no final da manhã de on tem por ruas centrais de São Paulo. Em frente a agência da Nossa Caixa na Rua 15 de Novembro, Heloísa parou para um ato político. "Sertanejo não tem medo de chuva. Acha logo que é bênção" — comparou, no discurso,

para criticar em seguida a falta de infra-estrutura da cidade, o problema das enchentes e a situação dos presos da penitenciária de Araraquara, que estão ao relento desde a última rebelião, e que segundo ela é um exemplo de "12 anos de irresponsabilidade". Ela ainda ironizou as candidaturas do presidente Lula e do tucano Geraldo Alckmin, ao comentar a situação de sua campanha, na chuva: "As candidaturas poderosíssimas, que ousam pensar que são donas do Brasil, estão por aí nos helicópteros, nos aviões contratados, nos 'Aerolulas', e com certeza estão usando os dólares das peças íntimas do vestuário masculino e os bilhões de dólares pelo exterior, a dinheirama do capital financeiro, dos banqueiros, dos parasitas sem pátria, dos sabotadores do desenvolvimento econômico". (AE)

desmobilização da base governista e a ânsia da oposição em atingir o governo na disputa eleitoral devem jogar sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva o desgaste de tomar decisões impopulares. Nesta segunda-feira, Lula teve de vetar a extensão para benefícios de aposentados e pensionistas do reajuste de 16,67% que foi concedido em abril ao salário mínimo. O Planalto pode agir da mesma forma em relação a outras matérias alteradas no Congresso à revelia do governo. O veto, publicado no Diário Oficial da União desta segunda-feira, ocorreu após a oposição ter alterado a medida provisória editada pelo presidente elevando o salário mínimo de R$ 300 para R$ 350. Uma emenda do PFL, aprovada no plenário da Câmara dos Deputados no mês passado, acabou ampliando o aumento para aposentados e pensionistas que recebem acima de um salário mínimo no Regime Geral da Previdência. Por ter uma base governista precária também no Senado, o governo não conseguiu reverter a decisão da Câmara, restando ao presidente o remédio amargo de rejeitar a emenda. O desajuste da base de apoio ao governo pode tornar ainda mais difícil a vida de Lula às vésperas das eleições. Duas outras MPs propostas pelo Executivo, e consideradas positivas até pela oposição quando foram editadas, também

correm risco de receber a caneta vermelha do presidente. A primeira é a MP que reajusta em 5% os vencimentos de aposentados e pensionistas do INSS com vencimentos superiores a um salário mínimo. A oposição, com a ajuda de governistas, quer aprovar aumento maior que 16%. A proposta está na pauta de votações da Câmara.

NÃO GOVERNO NÃO ACEITOU ESTENDER PARA APOSENTADOS O AUMENTO CONCEDIDO AO SALÁRIO MÍNIMO "Não vamos mais ficar marcando passo sobre assuntos espinhosos", avisa o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), líder do governo na Câmara. "A falta de dotação orçamentária obrigou o presidente a vetar (artigo da MP do mínimo). Vamos enfrentar a próxima MP, a dos 5% para aposentados, alertando que a mudança de índice (como quer a oposição) pode significar um novo veto e comprometer até o aumento dos 5%. É um equívoco deixar sem os 5% por motivações eleitorais".

A outra medida polêmica é a chamada MP das Domésticas, que estende à categoria os mesmos direitos dados aos demais trabalhadores. O Congresso, em desacordo com a equipe econômica do governo, acabou ampliando os benefícios. Como nos casos anteriores, a tendência também é de veto. "Essa MP tende a ser vetada nos quesitos alterados. O veto é uma demonstração de responsabilidade", acrescentou Albuquerque. Ataques – A oposição reagiu ao veto, atribuindo a Lula a responsabilidade de um "fracasso político". Os governistas contra-atacaram, afirmando que seus adversários tentam fazer populismo eleitoral para acertar o presidente, candidato à reeleição. "O veto do presidente é uma prova que o PT está bebendo do veneno que ajudou a destilar", entende o deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), líder da minoria na Câmara. "A farra fiscal promovida pelo governo não permitiu defender o reajuste dos aposentados. O veto é um desastre político". O senador Tião Viana (PTAC), primeiro vice-presidente do Senado, culpa o momento eleitoral pelo reajuste proposto por seus colegas."O presidente fez um acordo com as centrais sindicais quando discutiu o aumento dos trabalhadores, mas o Congresso, para fazer uma farra eleitoral, preferiu assumir a irresponsabilidade fiscal e tentar atingir o governo", afirma. (Reuters)

Ricardo Duarte / Zero Hora

Ministro pede limite de 5%

DILMA: RENDA PODE SER DISTRIBUÍDA

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ministro da Previdência Social, Nelson Machado, disse ontem que "todo mundo sabia que o governo precisaria vetar" o reajuste de 16,6% para os aposentados, incluído pelo Senado na medida provisória que reajustou o valor do salário mínimo de R$ 300,00 para R$

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ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, avaliou ontem que a progressão de seis milhões de pessoas das classes "D" e "E" para a "C" demonstra que o País pode crescer e distribuir renda ao mesmo tempo. "Não é necessário esperar que o bolo cresça para distribuir", afirmou a ministra, recorrendo à antiga metáfora do ex-ministro Delfim Netto, para comentar resultados de pesquisa Datafolha que indicou esta mudança nas classes sociais. "É possível ir distribuindo o bolo enquanto ele vai crescendo", completou. Para ela, a progressão das

Rousseff: "É possível dividir o bolo enquanto ele cresce".

classes sociais foi resultado de vários fatores: estabilidade econômica, a média de 100 mil contratações ao mês com carteira assinada, o acesso ao crédito, o aumento do salário mínimo e a "rede de proteção social" criada pelo governo. "É um ambiente todo e uma política específica de

crescimento com distribuição de renda, responsável por não só tirar três milhões da linha da pobreza, como elevar sete milhões para a classe média", justificou, durante a sua visita ao Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), em Porto Alegre. (AE)

CRISTOVAM: BRASIL VIVE GUERRA CIVIL.

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candidato do PDT à Presidência da República, senador Cristovam Buarque, foi ontem à tribuna do Senado para criticar a postura de Lula no combate ao crime organizado e apontar soluções para o problema. Sem citar diretamente o nome do presidente, Buarque disse que o Brasil não enfrenta apenas o problema da violência: "o País caiu no abismo da guerra civil". "O que temos hoje é uma guerra em que bandidos tomam conta das ruas, com trincheiras que não precisam nem mesmo ser construídas", disse o candidato.

Buarque enfatizou que o problema brasileiro na segurança pública deve ser combatido pela Presidência da República. "É preciso que o presidente traga o problema para o seu colo, não fuja à responsabilidade como temos visto", disse. O senador salientou que a violência diária das ruas, como pequenos roubos, existe há séculos e que cabe aos prefeitos e governadores o combate a esse tipo de crime. "É preciso transformar as polícias que existem hoje em uma polícia para o País, sem que elas percam sua especificidade. Esse assunto não pode ser tratado pelos

Estados, tem de ser trazido para o nível federal. É possível, os recursos existem, falta apenas trazer para o chefe da Nação o compromisso e a obrigação de cuidar desse assunto", afirmou Cristovam. O candidato apresentou em seu discurso alguns pontos para lidar com o problema. O principal seria a criação de uma agência federal de segurança interna, ligada à Presidência, para coordenar a ação de todas as polícias. A essa agência estaria ligado um sistema de informação e inteligência para prever e antecipar as ações dos criminosos. (AE)

350,00, em abril. Machado fez um apelo para que o Congresso Nacional aprove sem alterações a medida provisória (MP) que estabelece aumento de 5% para os aposentados e pensionistas e ainda está em análise no Legislativo. Ele participou de uma nova reunião entre governo e

representantes de empregados e empregadores domésticos e disse que o aumento de 16,67% aos aposentados e pensionistas custaria R$ 7 bilhões a mais aos cofres públicos neste ano. Ele disse não ter condições de avaliar os impactos negativos na campanha eleitoral do veto do presidente Lula. (AE)


terça-feira, 11 de julho de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Indicadores Econômicos

7

-0,27 10/07/2006

COMÉRCIO

por cento foi a variação do IBX-50 ontem, na Bolsa de Valores de São Paulo. O indicador fechou a 5.267 pontos.


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is aí, precisamente o que faltou ao time que vestiu a camisa do Brasil: compreender a importância do futebol, sentir como o povo se orgulha, vibra, grita e chora pela vitória. A seleção éramos todos nós, menos esses aí. À exceção de Dida, Lucio, Juan e Zé Roberto, entrarão para a história não como o pior time, mas como o mais apático que o País formou. Faltou raça, aplicação, comprometimento e vergonha.

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MARCEL SOLIMEO

POLUIÇÃO LEGIFERANTE

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Os favoritos podem ser desbancados. No futebol tudo é possível.

crescimento econômico das nações e das cidades, obviamente, depende da existência de um "ambiente institucional" favorável ao empreendedorismo e ao estímulo às iniciativas individuais nos vários campos de atividade. Por instituições entende-se uma legislação limitada e flexível, regras claras e estáveis, respeito ao direito de propriedade e aos contratos, e o "poder de polícia" que assegure o cumprimento das leis e a punição à sua não-obediência.

sse aspecto não foi considerado na elaboração do projeto de lei que " visa acabar com a poluição visual na cidade", partindo para a proibição "de qualquer tipo de publicidade dentro de lote urbano (particular ou público)" e impondo severas restrições aos "anúncios indicativos", que "passam a ter que se enquadrar a uma mesma regra". Independente do mérito da proposta, cujo radicalismo parece injustificável, não se pode aceitar que uma nova legislação venha inviabilizar investimentos e atividades que estejam operando dentro das normas, que foram estabelecidas a menos de três anos, pela Lei 13.525, de fevereiro de 2003, regulamentada pelo decreto 44.015, de 21 de outubro do mesmo ano. Tentar promover mudanças tão profundas, antes de fiscalizar a aplicação da lei, para depois propor aperfeiçoamentos, dando prazo de 60 dias para que as empresas se ajustem às novas regras que, na verdade, implica na cessação de suas atividades, com todos os prejuízos decorrentes, é um atentado contra o

Acabar com a poluição visual e matar a economia?

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Há talvez apenas dois momentos históricos comparáveis: o derrotaço do Maracanã e a final na França. Mas houve aí circunstâncias especiais: uma certa inexperiência cultural com a antecipação da festa em 1950, e a convulsão de 1998. Na Alemanha o desinteresse aconteceu o tempo inteiro. Enquanto a França mordia, Zidane penteava a bola pra lá e pra cá, enquanto nossos craques, mesmo perdendo o jogo, se limitavam a cercar de longe, como se fosse um treino. Qual o comprometimento de um Ronaldo que se apresentou oito quilos mais gordo, e no final ainda teve a desfaçatez de declarar que "não faltou empenho". Só foi coerente no dia seguinte, quando saiu bem cedo para curtir férias com a modelo da vez. Ou de um Roberto Carlos parado como no ponto de ônibus, assistindo de longe Thierry Henry bater de chapa. Ou de um velho Cafu roubando a bola de Ronaldinho, no único drible que ele aplicou na Copa inteira. De um perdido Parreira, sem esteio no Zagallo doente, retirando da seleção exatamente a motivação da vingança. Inexplicável! O país inteiro querendo vingar a final de 98, a oportunidade rara de duas gerações se enfrentarem novamente, e o Parreira murchando as uvas a dizer que seria "apenas um jogo". Incrível! No dia do jogo "com" (não "contra") a França, quem assistiu à chegada do ônibus no estádio ouvia, lá de dentro, a batucada e o samba.

G O futebol é mágico por ser o único esporte em que o fraco consegue vencer o forte, o torto driblar o reto, o pobre vencer o rico. G Como o gol é difícil de se alcançar, um lance, um átimo, até mesmo um erro decide o jogo. G Foi precisamente o que faltou ao time que vestiu a camisa do Brasil: compreender a importância do futebol. G Sou por uma CPI. Ambulâncias superfaturadas, avenidas, túneis e rodovias, comissões e propinas, isso não é novidade. A CPI da seleção distraída. Dos anões da bola.

Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

Como a cigarra da fábula, cantavam e dançavam desconcentrados, no mínimo desperdiçando energia. Seria engraçado se não fosse revoltante especular que essa passividade de certo modo chegou à imprensa. A ordem do dia foi: "nada de caça às bruxas"! O país brasileiro foi convidado a se comportar com fleugma inglesa, como se fosse mera derrota esportiva. Não.

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Copa do Mundo é bem mais do que um "jogo". Jogadores que ganham milhões, que aliás merecem ganhar milhões, não podiam se comportar daquela maneira. Perder sim, mas lutando, caindo de pé. Sou por uma CPI. Ambulâncias super-faturadas, avenidas, túneis e rodovias, comissões e propinas, isso não é novidade. A CPI da seleção distraída. Dos anões da bola. O comportamento desse grupo, comandado por um especialista que deverá reescrever seu livro sobre motivação, foi uma ofensa, um tapa na cara de 180 milhões de brasileiros. Não me venham com essa conversa de que é apenas esporte. O movimento econômico, as bandeiras nos carros, as cidades vazias, o País verde-amarelo, as caras pintadas, não mereciam essa apatia. Como resumiu a manchete do Estadão: um time para esquecer. Ou antes disso, para explicar. CARLOS CELSO ORCESI DA COSTA É SUPERINTENDENTE JURÍDICO DA ACSP E PROFESSOR DA FGV

nalisando-se a situação brasileira pode-se constatar que o País está muito longe de oferecer um "ambiente favorável" para que a livre iniciativa possa prosperar e, com isso, gerar riquezas. O direito de propriedade é constantemente violado, com invasões de propriedades, sob a omissão ou a tolerância e até o estímulo daqueles que deveriam garantir o direito dos proprietários. O respeito aos contratos se torna precário porque em caso de seu incumprimento a morosidade da Justiça impede que o pronto exercício dos direitos a ele inerentes. A legislação é excessivamente detalhista e intervencionista, representando sérios obstáculos a quem deseje criar um empreendimento, ao impor exigências burocráticas que oneram os custos de abertura de um negócio. A estabilidade das regras se constitui em um ponto fundamental para estimular o empreendedorismo e assegurar o crescimento das empresas. Mudanças freqüentes da legislação provocam sérios prejuízos, especialmente quando promovem alterações que afetam os investimentos realizados com base nas regras anteriores.

direito do empreendedor que esteja operando legalmente, ao invés de uma punição para os ilegais que, certamente, continuarão a se valer da omissão da fiscalização para manter seu negócio. Em um regime de livre iniciativa não é possível aceitar que cada novo governo procure impor sua visão de "cidade ideal" sem respeitar os empreendimentos existentes e as características da evolução urbana, para tentar reproduzir modelos externos nem sempre aplicáveis.

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reio que todos paulistanos são favoráveis à "acabar com a poluição visual na cidade", mas acredito que sejam também favoráveis a que se respeite o direito dos que trabalham dentro da lei e à manutenção dos empregos que oferecem. Caso esses direitos não sejam respeitados, os prejuízos não serão apenas das empresas que atuam nessa área, e de seus trabalhadores, mas da economia como um todo, porque a sinalização que se estará transmitindo para possíveis novos empreendedores, em qualquer ramo de atividade, é a de que as regras podem ser mudadas com freqüência, tornando ilegal o que hoje é permitido. MARCEL SOLIMEO É ECONOMISTA IECONOMIA@ACSP.COM.BR

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Luiz Prado/LUZ

Não se ganha na véspera!

Johannes Eisele/AFP

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DOISPONTOS -11 11

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a Alemanha reunida o mundo assistiu à explosão do futebol. Nunca tantos se identificaram tanto com suas cores e sua pátria. Ambiente de guerra e competição, mas ao mesmo tempo de fraternidade e paz, de respeito à paixão do outro. O mundo deu a si próprio uma lição de reciprocidade, aquilo que no Direito se qualifica de alterum non laedere, não prejudicar o próximo, ou seja, meu direito de torcer pelo Brasil é idêntico ao de meu vizinho torcer pela Inglaterra. Foi-se o tempo das invasões holligans e talvez aqui no Brasil termine o hábito estúpido da guerra entre torcidas. Eis, então, que a magia do futebol contamina o mundo. Não há como fugir de sua popularidade, da impressionante audiência, dos valores envolvidos (R$ 3,5 bilhões em marketing, apenas no Brasil). O futebol é o "pão e circo" romano modernizado; arte e ao mesmo tempo guerra e competição. O futebol já era - e nesta Copa se firmou ainda mais - como o mais importante esporte praticado pelo ser humano. É mágico por ser talvez o único esporte em que o fraco consegue vencer o forte, o torto driblar o reto, o pobre vencer o rico. Uma França aguerrida consegue vencer um Brasil desmotivado. A Itália finalista ultrapassou a Austrália depois de um pênalti inexistente no último minuto; por muito pouco não ficou nas oitavas-de-final. No futebol, como o gol é difícil de se alcançar, um lance, um átimo, até mesmo um erro, decidem o jogo. No vôlei ou no basquete não há equipe de baixinhos que por milagre, num dia especial, consiga surpreender um time de grandalhões. Na maioria dos esportes a decisão ou funil acontece, no máximo, entre três ou quatro equipes semelhantes. Há espaço para conquistas mas pouco para surpresas. Como na propaganda famosa, não se sabe se o futebol é popular porque todos praticam, ou todos praticam porque é popular. Não há raquetes de tênis, tacos de golfe ou beisebol, bicicletas, automóveis ou motos para pilotar, piscinas para nadar, redes ou cestos para montar como no vôlei ou basquete; basta um pé de meia, uma bola, hoje é barato, quatro sandálias para servirem de traves. Não só o gênio do futebol, quando aparece, possui um talento inato que não se enquadra em biótipos ideais, como são exemplos os baixinhos Maradona e Romário, os magros Cruiff e Bebeto, até os desengonçados Garrincha e Peter Crouch. Qualquer garoto "bate um bolão". Na véspera do jogo contra o Brasil, um confiante torcedor australiano resumiu sua esperança de vitória: "No futebol tudo é possível". Aqui os favoritos podem ser desbancados; não se ganha na véspera!

OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 11 de julho de 2006


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 11 de julho de 2006

Informática

Pode ficar com o troco Sistema online interage com os clientes e oferece itens do cardápio a preços promocionais, o que evita problemas com troco, aumenta as vendas e ainda deixa o freguês satisfeito

Rachel Melamet

Divulgação

Marcio Blak, diretor da Snack: os benefícios do método atingem vendedor e consumidor.

o sonho de todo proprietário de bares, lanchonetes, restaurantes e padarias: acabar com o problema da falta de troco, vender mais e ainda deixar o cliente satisfeito por fazer economia. Um sonho que pode se tornar realidade já a partir de agosto próximo, para os empreendedores do ramo de alimentação que optarem por implantar em seus estabelecimentos a nova solução chamada, muito apropriadamente, de PapaTroco. É exatamente o que ele faz: aproveita o troco em benefício do comerciante — e também do consumidor. Lançado como projeto-piloto na ABF Franchising Expo 2006, o maior evento brasileiro do se-

O sistema procura automaticamente uma oferta para devolver ao cliente

tor de franquias, o PapaTroco é um módulo opcional do SnackControl, software de automação e gestão utilizado por 17 grandes redes de alimentação e fast food em todo o país. A ferramenta foi desenvolvida em conjunto com a Elo TouchSystems, uma das maiores especialistas mundiais em tecnologia touch screen (telas sensíveis ao toque). Consiste na instalação de um aplicativo e na inclusão de uma nova tela interativa no programa de gestão SnackControl, que permite ao consumidor conferir o pedido já realizado e visualizar itens do cardápio que podem sair por um preço mais acessível, de modo a arredondar o valor a ser pago. Como funciona - Se a compra, por exemplo, totalizar R$

18,50, o SnackControl envia um comando para o módulo PapaTroco, para que disponibilize itens numa determinada faixa de preço que elevariam o valor a um número redondo no caso, R$ 20. O PapaTroco, neste exemplo, poderia sugerir ao cliente a escolha entre duas sobremesas, uma de R$ 2,20 e outra de R$ 2,40. Qualquer delas seria oferecida a R$ 1,50, valor necessário para arredondar a venda. A decisão sobre quais produtos serão oferecidos - sempre duas opções, para que o cliente possa escolher rapidamente - cabe ao proprietário ou gerente do estabelecimento, que também seleciona qual a margem mínima e máxima de desconto que cada produto pode atingir par a a r re d o n d a r um troco. Em uma padaria ou bar, por exemplo, ao comprar um maço de cigarros por R$ 2,60 o consumidor poderá optar por pagar R$ 3,00 e receber um drops ou uma barra de chocolate que valem R$ 1,00 cada em troca dos 40 centavos de troco. O sistema prevê a disponibilização aos consumidores, junto ao caixa, de um monitor com tecnologia touch screen, para que ele possa interagir com o sistema, sem recorrer novamente ao cardápio ou ficar fazendo perguntas aos atendentes sobre quais seriam as opções de desconto, economizando tempo. Todos ganham - O consultor Marcio Blak, diretor da Snack e um dos responsáveis pelo desenvolvimento da ferramenta, considera que os benefícios deste novo método de vendas atingem tanto as franquias de alimentação quanto os freqüentadores deste tipo de estabelecimento. "Ganha o cliente, ao pagar menos por um item do cardápio, e ganha a empresa, ao ampliar o volume de vendas",

afirma Blak. A margem de lucro do comerciante pode ser menor do que na venda isolada, diz o consultor, "mas a compensação é enorme com os ganhos operacionais e com a perspectiva de estimular a venda de itens que normalmente não seriam comercializados", explica. Custo baixo - De acordo com Marcio Blak, a solução ganha força com o barateamento da tecnologia touch screen, hoje facilmente encontrada em bares, restaurantes e casas noturnas de todos os portes. O custo, que já foi altíssimo, fica hoje na casa dos R$ 1.600 por tela. Há diferentes modalidades no mercado, sendo quase todas compatíveis com monitores de crista líquido (LCD) e tradicionais (CRT). Basta instalar o software adequado e conectar o equipamento às portas seriais do computador, para que o teclado e o mouse sejam substituídos pelo toque no monitor. Vendido em módulos, o software de automação e gestão SnackControl adequa-se à administração de estabelecimentos de qualquer porte, de uma pequena lanchonete ao maior parque temático da América Latina. Presente em mais de quatro mil pontos-devenda no país, o programa gerencia os procedimentos de 17 grandes redes de alimentação, como Bob´s, Spoleto, Vivenda do Camarão e Rei do Mate. É responsável ainda pelas lojas de alimentação e bebidas dos parques temáticos Hopi Hari e Playcenter, bem como da rede UCI de Cinemas Parceira da Snack Control no PapaTroco, a Elo TouchSystems desenvolve, produz e comercializa uma linha completa de sistemas touch screen. O design é personalizado de acordo com suas aplicações nos mercados industrial, médico, de pontos-de-venda, quiosques, comercial, hoteleiro, transportes, automação de escritórios e games. Mais informações: Fone: (21) 2223-0502 www.snackcontrol.com.br e www.elotouch.com.br

1 "Vai uma balinha aí?" Agora essa pergunta é feita automaticamente. E o consumidor gosta.


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Tr i b u t o s Finanças Agronegócio Nacional

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terça-feira, 11 de julho de 2006

PAÍS VENDEU US$ 351 MILHÕES EM CARNE EM JUNHO

Venda de frango à Rússia representa 5% das exportações do Rio Grande do Sul.

Andrea Felizolla/Luz

AS VENDAS EXTERNAS DEVEM CRESCER 20% EM RECEITA E 5% EM VOLUME NESTE ANO. SE O EMBARGO RUSSO E CHILENO TERMINAREM, OS VALORES PODEM SER AINDA MAIORES.

APESAR DA AFTOSA, EXPORTAÇÃO Rússia apressa fim do DE CARNE BATE RECORDE embargo à carne brasileira Pratini de Moraes em frente à churrasqueira do Baby Beef Rubayat: exportadores de carne ainda são muito prejudicados pelo câmbio

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esmo com a carne bovina brasileira sofrendo restrições de importação por parte de 56 países, a receita do setor com as vendas externas deve ter um crescimento de 20% neste ano. O volume de exportações deve aumentar 5%. A expectativa é da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) que, após os casos registrados de febre aftosa no fim do ano passado, viu as exportações reduzirem-se em volume. Os ganhos previstos são resultado de maior valor agregado nos produtos. As perdas em quantidade são resultado do embargo, por parte de grandes importadores de carne, como Rússia, Chile e Ucrânia, à importação de alguns estados brasileiros. Recentemente, Chile e Rússia decidiram voltar a comprar do Rio Grande do Sul. A Rússia também retomou as importações do Espírito Santo, Rondônia e Tocantins. Em junho de 2005, as compras russas de carne brasileira somaram 38 mil toneladas e, em junho deste ano, 14 mil toneladas. Caso Rússia, Chile e Ucrânia voltem a comprar carne do Brasil, o volume poderá aumentar entre 10 % e 15%, o que corresponderá a US$ 150 mi-

lhões por mês. Em 2005, o Brasil deixou de faturar US$ 1,5 bilhão por causa da febre aftosa. Novo foco – Desde a descoberta da doença, o foco dos frigoríficos nacionais tem sido vender para novos mercados, em especial os emergentes, como Líbia, Argélia, Romênia e Bulgária. Para esses países, estão indo cortes mais nobres, com preços mais altos, para

O País tem que comprar apenas de quem compra dele. É a política do toma-lá-dá-cá. Marcus Vinícius Pratini de Moraes uma população com melhoria de padrão na alimentação. "O que interessa é vender por um preço bom", disse o presidente da Abiec, Marcus Vinícius Pratini de Moraes. No mês de junho, o Brasil bateu recorde de exportações: US$ 351 milhões, vendendo 137 mil toneladas. No mesmo período de 2005, as vendas ao exterior somaram US$ 305

milhões, com 143 mil toneladas. Em valor, houve aumento de 15% e, em quantidade, queda de 4,43%. No primeiro semestre deste ano, os preços subiram 16,24%, percentual ainda insuficiente para compensar a valorização do real em relação ao dólar, de aproximadamente 24%. "Os setores, que compram insumo importado, como o nosso, continuam sendo castigados", afirmou Pratini. Recorde – Em 2005, o Brasil foi campeão de exportação de carne, vendendo 2,3 milhões de toneladas. Austrália foi o segundo, com 1,4 milhão de toneladas e Argentina, o terceiro, com 500 mil toneladas. O presidente da Abiec afirmou que o País está lento quando o assunto é o mercado internacional, pois os pleitos nacionais não são atendidos nas rodadas de negócios. "O País tem que comprar de quem compra dele. É a política do toma-lá-dá-cá", afirmou Pratini de Moraes, após recusar um vinho chileno durante coletiva de imprensa em um restaurante em São Paulo. Por conta de medidas protecionistas, o Brasil não pode vender para 60% do mercado importador mundial de carne bovina, que soma 51 bilhões de toneladas e envolve EUA, Canadá, Japão, Coréia e Taiwan.

O Brasil é responsável por 5% do mercado mundial. Segundo Pratini de Moraes, se não houver medidas de apoio para a exportação, o saldo da balança comercial brasileira, que está concentrado no setor agrícola, pode cair. De janeiro a junho deste ano, o saldo da balança foi de R$ 19,5 bilhões; e desse total, US$ 18,3 bilhões foram provenientes do agronegócio. Entre as medidas que poderiam ser adotadas, segundo o presidente da Abiec, está a redução das tarifas e impostos de exportação. O diretor executivo da entidade, Antonio Camyrdelli, disse que alguns produtos chegam à Europa valendo até 20% mais que o preço inicial no Brasil. Convênio – Na próxima semana, a Abiec assinará um convênio com a Agência de Promoção às Exportações (Apex-Brasil) para dividir os custos de marketing para a participação em eventos do setor no exterior. Essas participações têm o objetivo de incrementar as vendas brasileiras para diferentes países. De acordo com o cronograma das entidades, que já são parceiras, serão destinados R$ 4 milhões neste ano, ante R$ 5,8 milhões nos dois últimos anos. Adriana David

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Rússia deve intensificar os esforços para acabar com o embargo às importações de carne bovina brasileira. Isso depois que a União Européia (UE) decidiu reduzir parte de sua cota de carne destinada à Rússia em 2006, das atuais 343 mil toneladas para 233 mil toneladas, segundo informou ontem o ministério do Desenvolvimento Econômico do país. O embargo ao Brasil, somado à suspensão das exportações argentinas e à incapacida-

de da UE para abastecer o mercado russo, resultaram em uma elevação de até 40% nos preços da carne bovina naquele país desde o início do ano. O Brasil é o único fornecedor na América do Sul que pode atender a demanda russa, já que Uruguai e Argentina não têm capacidade para suprir esse mercado. Atualmente, uma equipe de veterinários russos está no Brasil para vistoriar as condições sanitárias em cinco dos oito estados que sofrem o embargo daquele país. (AE)

Reintegração de posse no MS

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epois de dez anos de ocupação, foi feito ontem o despejo das 70 famílias de sem-terra da Fazenda Serra Brava, situada no município de Rio Negro, ao norte de Mato Grosso do Sul e a 158 quilômetros de Campo Grande. Não houve resistência dos invasores, que logo após a desocupação armaram acampamento em frente à propriedade rural, aguardando um novo assentamento. Eles deixaram para trás toda a estrutura em que criavam gado leiteiro, aves, além de plantações de milho e mandioca. O local foi ocupado pelos sem-terra à revelia do Instituto Nacional de Colonização e Re-

forma Agrária (Incra). Segundo dirigentes da Cut-Rural, na época, o imóvel foi alvo de pesquisas nos cartórios da região, que constatou não haver mais herdeiros. Porém, surgiu uma herdeira residente na capital paulista, que vendeu a área e o novo proprietário conseguiu a reintegração de posse. Em Nova Andradina, região leste do MS, e a 370 quilômetros da capital do estado, ainda persiste a ordem de despejo com força policial, contra 1.060 famílias de sem-terra. Elas estão acomodadas na Fazenda Teijin há três meses, sob intensa disputa judicial entre o Grupo de Desenvolvimento Agrário Teijin e o Incra. (AE)

Doença de Newcastle afeta vendas gaúchas

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descoberta de um foco da doença de Newcastle em criação doméstica de frangos em Vale Real (RS) afetou a exportação gaúcha do produto para a Rússia, Japão e Paraguai. O diretor técnico da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Éder Barbon, explicou que Rússia e Japão não embargaram as importações, mas o acordo sanitário de ambos com o Brasil prevê que o Ministério da Agricultura suspenda a emissão de certificados de exportação em determinadas situações, como na ocorrência de enfermidades. No caso da Rússia, a restrição vale para todo o estado por seis meses. Já no acordo com o Japão, a região a 50 quilômetros do foco fica impedida de exportar, por 90 dias. O presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Aristides Vogt, que também é diretor da Doux Frangosul, a maior exportadora de aves do estado, teve audiência no final da manhã de ontem com o governador Germano Rigotto (PMDB), acompa-

Fotos: Nereu de Almeida/RBS

nhando o presidente mundial da empresa, Charles Doux. Ao final, Rigotto disse que apenas a área de dez quilômetros ao redor do foco deve ter suas exportações limitadas pela maior parte dos importadores de carne de frango. "A Rússia é o único caso que pega o estado todo", comentou o governador, em uma referência aos acordos sanitários do Brasil com os principais importadores. A Rússia representa 5% das vendas do estado, segundo a Asgav. Para o Paraguai, as vendas gaúchas são insignificantes, disse Rigotto. Expansão – Apesar da ocorrência de Newcastle, a Doux Frangosul pretende aumentar gradativamente seu abate de frangos no Brasil. A expansão da gripe aviária na Europa restringiu o alojamento de pintos de corte e dos abates desde março, processo que deve ser revertido agora, de acordo com o presidente da Asgav. O plano da empresa era recuperar o ritmo anterior em agosto. A queda foi de 25% ante 1 milhão de aves abatidas por dia no Rio Grande do Sul e

Focos de Newcastle foram descobertos na região do Vale Real (RS)

Granja vizinha daquela em que apareceu a doença está sendo monitorada

Mato Grosso do Sul. O primeiro concentra 90% dos abates da Doux Frangosul. "A decisão era de reiniciar os abates no segundo semestre, de agosto em diante", comentou Vogt. Durante esta semana, a empresa avaliará o comportamento do mercado para definir o ritmo de retomada dessa atividade. A partir de agora, a Doux Frangosul deverá abastecer a Rússia a partir da França. Vogt disse também que grande parte dos produtores voltou a alojar mais pintinhos. A companhia tem cinco produtores integrados (três de frangos e dois de perus), de um total de 3,5 mil, que estão localizados na área de vigilância de dez quilômetros formada ao redor do foco de Newcastle em Vale Real (RS). A Doux Frangosul envia entre 75% e 80% de sua produção para o exterior. O secretário da Agricultura do Rio Grande do Sul, Quintiliano Vieira, informou que no sábado foram colocadas as aves sentinelas na pequena propriedade em que foi descoberto o foco de Newcastle. A medida faz parte das ações de

erradicação da doença e serve para testar se ainda há presença, no ambiente, do vírus causador da enfermidade. Descoberta – O foco foi notificado no dia 5 de julho à Organização Mundial de Saúde Animal, depois que exames de laboratório identificaram, no dia anterior (4), o vírus de Newcastle. Conforme a Doux, a França teve recentemente dois casos da doença. Desde a descoberta, o Estado de Santa Catarina baixou uma instrução impedindo a passagem de aves, ovos e outros subprodutos produzidos no Rio Grande do Sul através de seu território. Temendo reações, como embargos ao produto brasileiro, autoridades e empresários apressaram-se em garantir que o foco está isolado e não ameaça a qualidade da carne e derivados produzidos no estado. A Secretaria Estadual da Agricultura monitora as aves de 120 pequenas propriedades em um raio de três quilômetros do foco e de 30 granjas comerciais estabelecidas a até dez quilômetros da chácara. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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terça-feira, 11 de julho de 2006

Obrigado [à seleção italiana] por trazer de volta ao nosso futebol, atingido por uma tempestade sem precedentes, a dignidade que ele merece. Romano Prodi, primeiro-ministro italiano

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O QUE TANTO ZIDANE OUVIU? Philippe Wojazer/Reuters

'Toda a França o admira e ama', diz Chirac

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Peter Schols/Reuters

LCI/AFP

jornal inglês The Guardian atribuiu a agressão de Zidane ao italiano Materazzi a um xingamento de "terrorista sujo". A informação, publicada ontem, pode explicar a cabeçada que levou à expulsão do craque francês, cujos pais nasceram na Argélia, ex-colônia francesa na África de maioria islâmica. Na chegada a Roma, no entanto, o zagueiro do Internazionale negou a acusação do jornal. "Não digo nada porque não preciso me justificar. "Não é verdade, não o chamei de terrorista. Sou ignorante e sequer sei o que quer dizer terrorista ou islâmico. O que aconteceu todo mundo viu, ao vivo, pela televisão", afirmou. O empresário de Zidane, Alain Migliaccio, não quis comentar a notícia, mas afirmou que o craque reagiu a uma ofensa "muito grave" e prometeu esclarecer o episódio nos próximos dias. "Ele não quis me contar o qual foi o xingamento. Zidane normalmente não deixa que coisas como essas o afetem, mas domingo algo explodiu dentro dele", disse o empresário à rede britânica BBC. A versão do jornal inglês pôs em alerta organizações antiracismo francesas, que querem investigar se Zidane foi vítima de preconceito. Em comunicado, a SOS Racismo pediu que a Fifa apure o caso e, caso a ofensa seja confirmada, puna o zagueiro italiano "com rigor". O Movimento Contra o Racismo e para a Amizade entre os Povos afirmou que uma eventual manifestação de racismo de Materazzi não pode ficar impune. "O MRAP espera da Fifa medidas e sanções que possam chegar até os clubes, jogadores, torcedores ou técnicos que façam propaganda do ódio racial", cobrou a organização. Esta não foi a única versão para o descontrole de Zidane. De acordo com o jornal inglês The Independent, Materazzi acusou o craque de envolvimento no escândalo de doping que atingiu a Juventus em 2000, quando o francês defendia o clube italiano. No domingo, o quadro de leitura labial do Fantástico, da TV Globo, atribuiu a agressão a ofensas contra a irmã de Zidane, que teria sido chamada de prostituta. A Fifa negou ontem que a expulsão do jogador francês Cenas do confronto entre tenha sido motivada por Materazzi e Zidane durante a câmeras de TV, como acusou final da Copa, no domingo o técnico Raymond Domenech em entrevista depois da decisão. O juiz argentino Horacio Elizondo paralisou o jogo por alguns minutos até mostrar o cartão vermelho ao craque. "Não houve vídeo algum. (O quarto árbitro Luis Medina) Cantalejo viu o incidente e avisou o árbitro pelo sistema de comunicação — afirmou um portavoz da entidade. Oficialmente, a Fifa rejeita o uso de gravações para decidir lances polêmicos, embora alguns jogadores sejam punidos depois dos jogos por agressões flagradas pelas câmeras. (AOG)

Presidente francês Jacques Chirac acompanha o ídolo Zidane na festa do vice-campeonato no palácio Elysée

Zizou leva a Bola de Ouro

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expulsão de Zinedine Zidane na final contra a Itália (leia ao lado) não alterou o resultado da votação que aponta o melhor jogador do Mundial. Zizou ganhou a

Bola de Ouro da Fifa como o melhor jogador da Copa do Mundo da Alemanha. O resultado do prêmio foi anunciado na manhã de ontem, em Berlim. O atacante e capitão da equipe francesa obteve 2.012 pontos na votação de jornalistas que cobriram o torneio, seguido dos italia-

nos Fabio Cannavaro (1.977) e Andrea Pirlo (715). O alemão Miroslav Klose, autor de cinco gols na Copa, ganhou a Chuteira de Ouro ao artilheiro, na frente do argentino Hernán Crespo e de Ronaldo, que com três gols obtiveram a de prata e a de bronze, respectivamente.

torcida francesa sentiu tristeza pela derrota na final da Copa do Mundo, mas não deixou de apoiar os jogadores da seleção, em especial Zinedine Zidane, no retorno do grupo ao país. O time desembarcou ontem, em Paris, e foi homenageado no balcão no Hotel Crillon, na Place de la Concorde. O presidente Jacques Chirac tentou traduzir o sentimento da multidão que empunhava faixas de apoio a Zidane e gritava "Zizou para presidente!" Ele disse: "Você é um virtuoso, um gênio do futebol mundial. Também é um homem de coração, de convicção e por esse motivo toda a França o admira e ama." O craque, assim, foi perdoado pela violenta cabeçada no zagueiro Materazzi, que causou sua expulsão na prorrogação da final vencida pela Itália nos pênaltis (5 a 3). Nenhum jogador francês falou ao público. A cena mais comovente teve como protagonista o atacante Trezeguet. O jogador, que falhou na disputa de pênaltis que definiu o tetracampeonato italiano, chorou ao ser saudado com carinho pelos torcedores. Foi consolado pelo colega de equipe Henry. Em Aguemoune, Argélia, onde nasceram os pais de Zidane, todos queriam entender o por quê da cabeçada de seu filho ilustre. O primo do meia, Rabah Zidane, ficou surpreso. "Ele não é de bater nas pessoas. Deve ter sido algo sério." O presidente Abdelaziz Bouteflika enviou mensagem de apoio ao jogador. Não foram registradas cenas de violência em Paris após a final da Copa. Apenas em Finistère, um homem morreu depois de ser ferido no abdome por um rojão que tentava soltar depois da decisão. (AE)

Giulio Napolitano/AFP

Louafi Larbi/Reuters

FAMÍLIA FUTEBOL – Djamel Zidane, irmão do craque Zinedine

Zidane, faz uma embaixada enquanto os filhos de seu primo observam as habilidades com a bola, na cidade de Agamoun, na Argélia, onde o próprio ZIzou deu seus primeiros dribles, há 20 anos. Na Piazza Venezia, em Roma, milhares de torcedores italianos acompanham ônibus com a seleção tetracampeão do Mundial de 2006

Escândalos ameaçam festa dos campeões

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festa pelo tetracampeonato mundial de futebol, conquistado no domingo, poderá terminar hoje, quando sai o veredito do julgamento sobre o envolvimento dos italianos Juventus, Milan, Fiorentina e Lazio – que cederam vários jogadores à seleção – num escândalo de manipulação de resultados. Os times correm risco de

serem rebaixados e 26 dirigentes de clubes e federação, árbitros e bandeirinhas também estão naberlinda. Nenhum jogador está diretamente implicado, mas as perspectivas são de rebaixamento dos clubes e exclusão dos dirigentes. Na seleção italiana, 13 dos 23 jogadores poderão ser punidos indiretamente com o rebaixamento de suas equipes. A promotoria solicita a ida para a Série C do Juventus – com o cancelamento de seus dois títulos – e do Milan, Fiorentina e Lazio para a Série B. (AOG)

Honras de imperador para a Azzurra

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ois milhões de torcedores loucos de felicidade lotaram ontem o antigo estádio imperial romano do Circo Maximus, acolhendo a seleção Azzurra e a Taça Fifa com as honras dos antigos imperadores. Os 23 heróis foram levados, entre uma multidão em delírio, para o centro de Roma, onde receberam prêmios e abraços de todo o governo. Após a cerimônia oficial, começou a festa de verdade, com o povão

que seguiu o ônibus da seleção até o Circo Maximus, ao som do hino informal da seleção italiana, Seven Nation Army, música dos White Stripes. Num cenário da área arqueológica do Palatino, Fabio Giannini, de 16 anos vestido com uma bandeira tricolor repetia sem parar: "Hoje sou campeão do mundo, amanhã serei campeão do mundo, daqui a um mês serei ainda campeão do mundo, em 2007 serei ainda campeão do mundo..."

Ele continuou a repetir a frase até chegar a 2010. Quem vai chegar à próxima Copa com alguma dificuldade é a própria Taça: nunca se viu um objeto mais beijado, acariciado, acalentado, mimado na Itália. O treinador Marcello Lippi contou que na primeira noite, o capitão Fabio Cannavaro dormiu abraçado com ela e com seu filho, Christian, de 10 anos. No avião que trouxe a Azzurra de volta para casa, Cannavaro raspou o cabelo dos jogado-

res Gattuso e Materazzi, que cumpriram assim uma das muitas promessas feitas na véspera da final. Carecas e dançando, os dois desceram do avião para um verdadeiro banho de carinho pelas ruas de Roma. Apesar da festa romana, o jogador do Juventus (rival do Roma) Cannavaro foi o mais aclamado. No palco, o cineasta Carlo Verdone anunciava: "Todos se enganaram! O Muro de Berlim ainda não caiu, chama-se Fabio Cannavaro!" (AOG)


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Hardware Varejo Hi-tech Novidade Software

Desenvolvidas para operar com o novo Windows Live Messenger, o modelo mais sofisticado tira fotos digitais com resolução de 5 megapixel Por Carlos Ossamu hega às prateleiras na próxima semana a primeira linha de webcams da Microsoft, com dois modelos: a LifeCam VX-6000 e a LifeCam VX3000, que custarão R$ 399 e R$ 249, respectivamente. Segundo a empresa, o lançamento é resultado de pesquisas da Microsoft, que constataram que a maior necessidade dos usuários era acessar e operar uma webcam de forma simples e com a melhor qualidade de voz e imagem. Para isso, a empresa uniu esforços com o MSN, unidade de negócios que responde pelo portal e pelo comunicador MSN Messenger, para criar a nova geração de câmeras para PC. A novidade chega junto com o Windows Live Messenger, nova versão do seu comunicador. Os dois modelos da LifeCam são adaptáveis a qualquer plano, seja no monitor do computador ou na baia de trabalho. Com sua lente ultra-sensível, ela rastreia, automaticamente, qualquer pessoa em movimento, sem mexer a câmera para isso. A LifeCam VX-6000 é o modelo top de linha, oferecendo qualidade fotográfica de 5 megapixel, alta definição de vídeo (1.3 megapixels interpolados) e zoom digital. Ela conta com uma lente grande angular com campo de 71º, suficiente para manter em vista três pessoas juntas durante uma conversa. Já a Microsoft LifeCam VX-3000 oferece defi-

em só de Windows e Office vive a Microsoft. A empresa também mantém uma linha de periféricos, como mouses, teclados e até leitor de digitais, que substitui as tradicionais senhas de acesso. Somente de mouses, são quase 20 modelos, todos com tecnologia óptica, que oferece mais precisão e durabilidade. Entre os destaque está o Laser Mouse 6000, que oferece, por meio de software, recursos como o Controle de Precisão e a Alternância de Jogos, para o usuário ter mais vantagem competitiva sobre os adversários. A roda de rolagem tem recursos que

Câmera sem fio envia som e imagens ao vivo pela internet

o meio da noite, alguém desliga o alarme e invade o escritório. Mesmo no escuro, uma câmera percebe a movimentação, grava o invasor e imediatamente envia as imagens por e-mail. Em uma outra situação, o executivo em viagem abre o seu notebook, acessa uma página na internet e monitora a movimentação de suas lojas e o trabalho dos funcionários, acessando remotamente as câmeras instaladas nos estabelecimentos, com direito a controlar as suas movimentações, dar zoom e ouvir o som ambiente. Tudo em or-

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 11 de julho de 2006

WEBCAMS E ACESSÓRIOS PARA FACILITAR A VIDA

A Microsoft já tem tradição no mercado de periféricos como mouses, teclados e leitores

ALTA RESOLUÇÃO Divulgação

Microsoft lança webcams que melhoram imagem e voz nição fotográfica de 1.3 megapixels interpolados e em vídeo de 640 x 480 pixels. As duas LifeCams possuem microfone interno unidirecional com redução de ruído acústico. Além disso, elas vêm com divertidos efeitos de vídeo, como neve caindo ou estrelas brilhando pela tela, para personalizar o plano de fundo das conversas em vídeo. É possível também adaptá-los para qualquer tamanho de monitor. "Com o Windows Live Messenger, nova geração do MSN Messenger – a maior rede de mensagens instantâneas do mundo – e a LifeCam da Microsoft, o usuário otimizará seu tempo para colocar o vídeo e voz em funcionamento durante uma conversação", diz Milton Beck, diretor da divisão de jogos e entretenimento da

A vx-3000 será vendida por R$ 249, com definição fotográfica de 1.3 megapixel

Microsoft Brasil. Ele observa que pessoas de todo o mundo passam mais de um bilhão de minutos em conversas de vídeo no MSN por mês. "Isso demonstra que os usuários deste serviço estão em busca de tecnologias que proporcionem um melhor desempenho em comunicações pela internet". Várias funcionalidades das câmeras estão condicionadas ao uso do Windows Live Messenger. Um botão localizado no topo do equipamento,o Botão de Chamada, permite o início de uma conversa em vídeo de forma simples e ágil, eliminando o passo-a-passo usual. o usuário acessa o Buddy Picker, uma ferramenta que mostra quais contatos estão online, selecionando-os para iniciar uma conversa em vídeo. Na janela do Windows Live Messenger, ele encontra o painel LifeCam, que fornece as principais ferramentas da câmera, incluindo controle de panorâmicas, inclinação e zoom. Outra facilidade é que, com apenas um clique é possível acessar o MSN Spaces e postar fotos tiradas na hora no blog. Diversão e produtividade – A tecnologia Voz sobre IP (VoIP), ou telefonia pela internet, é a grande sensação do momento. Só nas residências, o VoIP deve crescer mais de 300% até 2010 e saltar dos 10,5 milhões atuais para 44 milhões de usuários no mundo, segundo o instituto de pesquisas

IDC. No início do ano, a empresa divulgou um estudo sobre o mercado nacional de automação no comércio e constatou que um terço das empresas do setor usam a tecnologia. A maioria, formada por empresas de pequeno porte, utilizam os messengers, principalmente o MSN. No último dia 20, a Microsoft apresentou a versão final do Windows Live Messenger, a nova versão do MSN Messenger, que conta hoje com uma base de mais de 19 milhões de usuários no País e 230 milhões em todo o mundo. O arquivo de instalação possui aproximadamente 12 MB e depois de instalado o MSN ocupa 22,02 MB de espaço em disco. O programa, que exige o Windows XP, é instalado na pasta padrão (C:\Arquivos de Programas\MSN Messenger) e remove a versão anterior que estiver instalada no PC. O programa pode ser baixado na área de downloads d site da M i c r o s o f t ( w w w. m i c r osoft.com.br). Para quem já está acostumado com o MSN não notará grandes diferenças na operação, mas alguns novos recursos foram adicionados. Entre eles, a possibilidade de enviar torpedos SMS para celulares, graças a um acordo firmado com as operadoras Vivo, Tim e Claro. A mensagem é enviada pela janela de conversação e entregue como torpedo SMS, direto no telefone celular do contato. O serviço

custa R$ 0,31, mais impostos. Também é possível agora enviar mensagens para contatos que estão off line. Acessórios - Nem só de Windows e Office vive a Microsoft. A empresa também mantém uma linha de periféricos, como mouses, teclados e até leitor de digitais, que substitui as tradicionais senhas de acesso. Somente de mouses, são quase 20 modelos, todos com tecnologia óptica, que oferece mais precisão e durabilidade. Entre os destaque está o Laser Mouse 6000, q u e o f e re c e , p o r m e i o d e software, recursos como o Controle de Precisão e a Alternância de Jogos, para o usuário ter mais vantagem competitiva sobre os adversários. A roda de rolagem tem recursos que trazem mais produtividade e agilidade para a troca de armas e rolagem de telas durante os games. A lente de aumento permite a ampliação e a edição de qualquer detalhe da tela, com um só clique. Na loja virtual Submarino (www.submarino.com.br), o produto custa R$ 249. Para quem gosta de desing diferenciado, o mouse Starck é o indicado. Ele foi criado pelo designer Philippe Starck e tem formato hemisférico, que se adapta a canhotos e destros. No site da Kalunga (www.kalunga.com.br), o modelo custa R$ 119. Na linha de teclados, são seis modelos disponíveis. O mais sofisticado é o Digital Media Pro, que no site do Shoptime (www.shoptime.com.br) custa

A vx-6000 oferece qualidade fotográfica de 5 megapixel e alta definição de vídeo

R$ 169. Com o Controle de Zoom (Zoom Slider), o usuário pode tem uma visão mais precisa de imagens, documentos e páginas da Web, sem que tenha de tirar as mãos do teclado. Para fazer o zoom-in ou o zoom-out de algum item, basta deslizar a alavanca do teclado na direção mais (+) ou menos (-). O usuário também tem acesso imediato às suas músicas, clipes de vídeo e programas de favoritos, acessando-os através de uma simples tecla. O teclado ainda traz cinco teclas de atalho (hot keys) personalizáveis, de fácil programação, similar ao o usado em rádios de carro. Basta ir até um site ou mesmo um arquivo, apertar e segurar o botão para programar a tecla de atalho. Já o Fingerprint Reader permite fazer logon no computador e em sites favoritos com o simples toque de um dedo, sem ter de lembrar das senhas, bastando colocar o dedo no receptor sempre que uma senha ou nome de usuário for solicitado. O software traz o Assistente de Registro, que ajuda a registrar impressões digitais para cada usuário.

Divulgação

Os acessórios apresentam design que facilita o diaa-dia dos usuários

Mouses, teclados e leitores digitais trazem mais produtividade e agilidade para a troca de armas e rolagem de telas durante os games. A lente de aumento permite a ampliação e a edição de qualquer detalhe da tela, com um só clique. Na loja virtual Submarino (www.submarino.com.br), o produto custa R$ 249. Para quem gosta de desing diferenciado, o mouse Starck é o indicado. Ele foi cria-

do pelo designer Philippe Starck e tem formato hemisférico, que se adapta a canhotos e destros. No site da Kalunga (www.kalunga.com.br), o modelos custa R$ 119. Na linha de teclados, são seis modelos disponíveis. O mais sofisticado é o Digital Media Pro, que no site do Shoptime (www.shoptime.com.br) custa R$ 169. Com o Controle de Zo-

om (Zoom Slider), o usuário pode tem uma visão mais precisa de imagens, documentos e páginas da Web, sem que tenha de tirar as mãos do teclado. Para fazer o zoom-in ou o zoom-out de algum item na tela, basta deslizar a alavanca do teclado na direção mais (+) ou menos (-). O usuário também tem acesso imediato às suas músicas, clipes de vídeo e programas de

favoritos, acessando-os através de uma simples tecla. O teclado ainda traz cinco teclas de atalho (hot keys) personalizáveis, de fácil programação, similar ao de rádios de alguns modelos de automóveis. Já o Fingerprint Reader permite fazer logon no computador e em sites favoritos com o simples toque de um dedo, sem ter de lembrar das senhas,

dem, o executivo agora escolhe outro endereço, acessando a câmera instalada em sua própria residência. Este são alguns recursos da nova câmera Linksys Wireless-G PTZ WVC200, da Linksys (www.linksys.com.br), voltada para usuários domésticos e pequenas empresas. O equipamento, que custa R$ 1.799, envia vídeos e áudio ao vivo pela internet, que podem ser vistos e ouvidos por meio de um web browser em qualquer lugar do mundo. Diferentemente das webcams convencionais, que devem estar ligadas a um PC, a câmera WVC200 se conecta sem fio à redes locais Ethernet e possui um endereço de IP próprio. Para facilitar o gerenciamento de múltiplas câmeras, o produto vem equipado com uma tela LCD na parte frontal que mostra seu endereço de IP. As imagens podem ser protegidas por

meio de uma senha ou podem ficar disponíveis para pessoas autorizadas. O suporte para DNS dinâmico oferece acesso à câmera usando uma URL, mesmo que a empresa tenha um endereço de IP dinâmico. Características – Segundo a fabricante, as funções Pan/Tilt e o zoom digital de 2x permitem controlar os movimentos e o foco da câmera remotamente. Mais de sete usuários podem ter acesso simultâneo ao equipamento, a qualquer momento. O equipamento vem com um software para monitoramento de câmeras múltiplas e gravação para HD com busca avançada por data e hora. As gravações podem ser configuradas para iniciar quando houver movimentação no local, programada manualmente ou por hora marcada, e a reprodução pode ser feita no Windows Media Player sem necessidade de um player proprietário.

A qualidade das imagens é garantida pela tecnologia de compressão de vídeo MPEG-4, que oferece taxas elevadas de frames e vídeo streaming de 640 x 480 pixel. A codificação em MPEG-4 facilita a produção de vídeos de boa qualidade nos mais variados ambientes. A câmera também suporta compressão MJPEG para vídeo, oferecendo boa qualidade em elevadas taxas de troca de dados. Uma outra característica importante para câmeras de vigilância é o filtro infravermelho (IV) para a visualização de imagens em locais com pouca ou nenhuma iluminação, com o uso de uma lâmpada externa. Fotos (em formato JPEG) das imagens também podem ser tiradas e agendadas para serem enviadas para um servidor FTP. Quando a câmera detecta qualquer movimentação, começa a gravar o vídeo e o áudio e envia emails de alerta, men-

sagens para pager ou para celular automaticamente. Mais de três e-mails podem ser enviados, incluindo pequenos trechos de vídeo anexados. Serviços opcionais – A Linksys também oferece um serviço opcional, que torna o uso e o acesso aos seus produtos sem fio mais fáceis e amigáveis. Muitos provedores de serviços de internet criam um novo endereço de IP para uma conexão de tempos em tempos ou quando ela é restabelecida (é o chamado IP dinâmico). O serviço SoloLink é um DDNS que rastreia o endereço de IP da câmera, mesmo quando ele muda. Dessa forma, o usuário consegue localizar facilmente o endereço na web para assistir os vídeos por streaming. O fabricante ressalta que, na compra da WVC200, todos os consumidores recebem 90 dias gratuitos de testes do serviço SoloLink. (CO)

bastando colocar o dedo no receptor sempre que uma senha ou nome de usuário for solicitado. O software traz o Assistente de Registro, que ajuda a registrar impressões digitais para cada usuário. Ao visitar um site que exija uma senha pela primeira vez, toque o leitor de impressão digital com o dedo registrado, digite seus dados e clique em OK. Ao retornar ao site, você pode fazer logon com sua impressão digital. A Microsoft alerta que o Fingerprint Reader não deve ser usado para proteger dados sigilosos, como informações financeiras, ou para acessar redes corporativas. Divulgação

Um verdadeiro Big Brother: ao preço de R$ 1.799, a Linksys Wireless permite ao empresário monitorar os movimentos de seus funcionários no trabalho


GUERRA SECRETA AO PCC Mais um carcereiro encontrado morto, e com sinais de tortura. À noite, a Polícia declarou guerra secreta ao PCC. Cidades/7 e 8 Ano 81 - Nº 22.166

São Paulo, terça-feira 11 de julho de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Lula veta reajuste de aposentados. E vetará FGTS das domésticas.

Edição concluída às 23h50

Página 5 e Economia/1 w w w. d co m e rc i o. co m . b r

A milionária que colecionava lixo A coleção surpreendente da espanhola Violeta de Carvalho Martinez: 250 toneladas de lixo em 20 anos. E ela vivia no lixão que amontoou, na própria casa no Itaim. Os vizinhos notaram que Violeta não aparecia havia quatro dias, e sentiram um cheiro insuportável exalando da casa. Chamaram a polícia. Cidades/9

José Luis da Conceição e Paulo Pinto/AE

Violeta (dir.), 70 anos, tem escrituras de 16 casas além da em que morava (esq.) na rua João Cachoeira. Ela pode ser presa por crime contra a saúde pública.

Nasa TV/Reuters

Benoit Tessier/Reuters

Mas o que Materazzi falou para Zidane?

Caminhando pelo cosmos, astronauta da ISS faz a pergunta que a Terra já fez a Zizou (aplaudido na foto). O maior craque do Mundial cala-se e ganha proteção anti-racista de organizações francesas. Newton Santos/Hype

PAPATROCO

Alckmin contra o Leão "Carga tributária tem que ser inferior a 30% em relação ao PIB", disse em Lisboa. Pág. 3

O programa que ajuda o lojista a ganhar dinheiro

O freguês está pagando a compra e tem troco a receber. O PapaTroco mostra os descontos a que ele terá direito se deixar o troco no caixa. O programa é para redes de alimentação.

Lula com novo slogan Material de campanha do PT está definido: "Lula de novo com a força do povo". Pág. 3 HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 22º C. Mínima 14º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 23º C. Mínima 13º C.

INFORMÁTICA

Dia da Pizza, SP em festa Paolla, da Cantina Speranza (foto), comemorou ontem a nova data. Página 9


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 11 de julho de 2006

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milhões de reais foi quanto o ITBI rendeu aos cofres da Prefeitura de janeiro a maio deste ano.

Leonardo Rodrigues/Hype

MUDANÇA NO CÁLCULO DO ITBI REFORÇA CAIXA DA PREFEITURA DE SP A arrecadação do imposto cobrado sobre as transações imobiliárias pulou de R$ 106,63 milhões de janeiro a maio do ano passado para R$ 146,71 milhões no mesmo período deste ano, depois que a Prefeitura decidiu modificar a sistemática de cálculo, por meio do decreto 46.228, em setembro de 2005.

O

aumento da base de cálculo do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis Inter-vivos (ITBI) – em vigor desde setembro do ano passado por conta do Decreto nº 46.228/05 – já incrementou a arrecadação da Prefeitura de São Paulo. De janeiro a maio deste ano, o imposto rendeu R$ 146,71 milhões aos cofres do fisco municipal, ante R$ 106,63 milhões arrecadados no mesmo período do ano passado, o que representa um aumento de 37,58%. Antes, a base de cálculo do ITBI era o valor venal do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), um montante aproximado, mas bem abaixo do valor dos imóveis no mercado. O decreto aumentou a base de cálculo do imposto ao estabelecer a atualização do valor venal com base em informações coletadas no mercado imobiliário. Em alguns casos, os valores chegaram a subir 200%, o que levou muitos contribuintes a recorrer à Justiça. Segundo a Secretaria de Negócios Jurídicos da Prefeitura de São Paulo, já foram ajuizados cerca de 200 mandados de segurança contra a norma. O fisco admite que, na maioria dos casos, o contribuinte consegue uma liminar que o livra do aumento, mas lembra que já há sentenças favoráveis à Prefeitura da 7ª, 11ª e 13ª Varas da Fazenda Pública e de não conhecimento da 12ª Vara da Fazenda Pública. "O número de ações judiciais é insignificante diante das 54.833 transações imobi-

Ed Ferreira/AE

Marcos Fernandes/LUZ

Miretti, da OAB-SP: contribuinte deve analisar vantagem de entrar com ação

liárias realizadas na capital desde o início de vigência do decreto até abril: equivalente a 0,33% das negociações", declarou a Prefeitura, em nota. O representante jurídico do Sindicato da Habitação em São Paulo (Secovi-SP), o tributarista Roberto Junqueira de Souza Ribeiro contesta. Para o advogado, o que vale não é o alto ou baixo questionamento, mas a legalidade do decreto. "Geralmente, o contribuinte engole o prejuízo por não poder arcar com os custos de uma demanda judicial. E o órgão público muitas vezes se beneficia disso", critica. "Além disso, a maioria dos juízes considera o decreto ilegal ou inconstitucional", afirma. Segundo o advogado, a liminar que beneficia os 40 mil filiados ao Secovi – liberando o pagamento com base no valor venal do IPTU – tornou-se definitiva na semana passada até o julgamento da sentença. "A liminar concedida foi apreciada e deferida pelos desembargadores da 14ª Câmara de Di-

reito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP)", comemora Ribeiro. O advogado Rubens Elias Filho, por exemplo, diretor do departamento jurídico da Associação das Administradoras de Bens Imóveis (AABIC), afirma que os 100 associados da entidade foram beneficiados com a liminar. "Além disso, já consegui duas sentenças da primeira instância contra o decreto do ITBI", afirma. O tributarista Luiz Antônio Caldeira Miretti, presidente da Comissão Especial de Assuntos Tributários da seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), recomenda aos contribuintes analisarem com cuidado se vale a pena entrar com ação judicial. "O decreto pode lesar o princípio da capacidade contributiva, dependendo do aumento no imposto. Além disso, como o critério para ajuste dos valores parece aleatório, também pode ser alegada violação ao princípio da legalidade", diz Miretti. Laura Ignacio

Fenacon pede tratamento diferenciado para pequenos

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Segundo a Prefeitura, foram feitas 54.833 transações imobiliárias na capital desde que o novo ITBI entrou em vigor

Federação Nacio- texto atual, a Fenacon sugere nal das Empresas R$ 500 como valor mínimo das de Serviços Contá- parcelas dos contribuintes não beis (Fenacon) en- optantes do Simples. O argucaminhou ao deputado fede- mento é de que muitas empresas não estão ral Arnaldo enquadradas F a r i a d e S á Divulgação no regime (PTB-SP) s im p li fi c ad o uma sugestão de tributação de emenda à por impediMedida Promento da levisória (MP) gislação, mas nº 303/06, têm um fatuque trata do ramento baiRefis 3, o noxo e não povo programa dem pagar d e p a r c e l aR$ 2 mil todo mento de démês em tribubitos tributátos atrasados. rios com a ReDe acordo ceita Federal, com a entidaa Procuradode, cerca de ria-Geral da 80% das emFazenda Nacional e o Ins- Castro: já pagam tributos demais presas de serviços são de tituto Naciomicro e pequeno portes e só nal do Seguro Social. A intenção é que seja usado o não estão no Simples por uma critério de micros e pequenas questão legal. Elas já pagam empresas no artigo 3º da MP, vários tributos e não têm conque trata do valor mínimo da dições de suportar esse pagaprestação do refinanciamento mento mensal", diz o presidenpara pessoas jurídicas. No lu- te da entidade, Carlos Castro. gar de R$ 2 mil, como prevê o Clarice Chiquetto

Os ministros Nelson Machado e Nilcéa Freire se reuniram com representantes de empregados domésticos

MP 284: Lula vai vetar FGTS presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá vetar a ob riga tor ieda de de recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e pagamento da multa de 40% sobre o saldo em caso de demissão sem justa causa dos empregados domésticos. A indicação foi dada ontem pelo ministro da Previdência Social, Nelson Machado, após mais uma rodada de discussões com representantes dos trabalhadores e patrões. "A linha de conduta será vetarmos aquilo que considerarmos que não tem condição de levar à formalização (de mais empregados domésticos) e colocar esse outro conjunto de formulações propostas numa outra pauta, a dos direitos de trabalhadores domésticos." Em Porto Alegre, a ministrachefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, explicou que o governo deve negociar uma proposta de transição para a co-

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brança do FGTS dos domésticos. Ela disse que a Medida Provisória 284 não pode ser aprovada como ficou. "A proposta como está não deve ser aprovada, porque ela pode vi-

A proposta como está não deve ser aprovada, porque pode virar contra si; era uma proposta para aumentar a formalização. Dilma Rousseff, ministra rar contra si mesma, ou seja, era uma proposta para aumentar a formalização", disse. A ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire, disse que há pontos "formalmente inconstitucionais" no texto, por causa da for-

ma como os parlamentares concederam certos direitos trabalhistas à categoria. É o caso do salário família. O custo anual de R$ 266,6 milhões para pagamento desse benefício sairia dos cofres da Previdência. Como não foi apontada uma fonte de receita, a medida é inconstitucional, diz o governo. O presidente Lula tem até a quinta-feira da semana que vem para sancionar ou vetar a medida provisória (MP) que, originalmente, permite que o empregador doméstico deduza do Imposto de Renda devido, nos anos de 2007 a 2012, a contribuição de 12% paga à Previdência. O abatimento é válido até o limite de um salário mínimo mensal e deve ser declarado no modelo completo da declaração de IR. O governo alega que, com isso, haveria um incentivo maior à formalização da atividade. Em contrapartida, a obrigatoriedade de pagar o FGTS poderia desestimular a formalização. (AE)


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Convergência Varejo Hi-tec Inter net Te l e f o n i a

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NA WEB, PROGRAMAS ADMINISTRAM CONDOMÍNIOS

Com a mudança de perfil dos síndicos, os sites tornaram-se aliados dos condomínios

Captura de tela

Síndicos economizam tempo e dinheiro com a web

Sindicoonline: oferece assessoria gratuita para os interessados

Programas que deixam disponíveis contas, balancetes e atas evitam longas reuniões e ações na Justiça Rachel Melamet

e você mora em condomínio, seja ele de apartamentos ou c a s a s , c o m o p roprietário ou inquilino, certamente já enfrentou algum problema com o síndico – ou por ser síndico – e com os vizinhos. Em geral são episódios desgastantes, que afetam a qualidade de vida e o relacionamento com pessoas nem sempre íntimas mas com quem se é obrigado a conviver diariamente, em especial nas grandes cidades verticalizadas como São Paulo. Mas agora você tem uma grande aliada para ajudar a resolver essas questões: a internet. Os síndicos de São Paulo estão recorrendo cada vez mais à web para economizar e otimizar o tempo de gerenciamento do dia-a-dia dos condomínios. É o que revela levantamento da Lello, uma das maiores empresas do setor de administração condominial, com 51 anos de mercado, 8 filiais na capital paulista e uma no Guarujá. De janeiro a junho deste ano, o número de acessos ao portal Lello Online feitos por síndicos dos condomínios da carteira da empresa chegou a 15.840 – quase três vezes superior aos 5.362 no primeiro semestre de 2005. No mesmo período de 2004, foram 4.112. No portal Lello Online, além da comunicação com a administradora, o síndico tem acesso à posição financeira do condomínio em tempo real, andamento de cobranças judiciais, unidades em atraso, resumo da inadimplência, acordos com devedores e as contas do condomínios pagas e a vencer. Também é possível checar os parâmetros de cobrança amigável, o número de parcelas possíveis num acordo e o eventual ajuizamento de ações na Justiça. Já os demais condôminos, assim como o síndico, podem acessar o resumo anual de despesas, balancetes, folha de pagamento, atas de assembléias, circulares, regimento interno, manuais de síndico e zelador, tabela de temporalidade de documentos, calendário de cursos e FAQ com respostas às dúvidas mais freqüentes. Novo perfil – Para Angélica Arbex, supervisora de Marketing da Lello Condomínios – que administra uma carteira de 1.080 condomínios, 90% deles residenciais, onde moram

cerca de 270 mil pessoas e trabalham 7.mil funcionários – o crescente uso da internet como ferramenta gerencial pelos síndicos está diretamente relacionada ao novo perfil dos ocupantes do cargo.

"Os síndicos, em sua grande maioria, são empresários e profissionais liberais, que aproveitam seus conhecimentos em gestão profissional para aplicálos à rotina de administração dos condomínios", observa.

Don't Date Him, Girl (Não saia com ele garota) Criado por um grupo de mulheres americanas o site dedura homens que não foram legais com suas ex.

@ Ó RBITA

Sindiconet: orienta o síndico e apresenta guia de fornecedores

O uso da internet elimina a burocracia e os riscos de extravio de documentos importantes geralmente distribuídos na portaria, como atas de assembléias e prestações de contas. Algumas imobiliárias que aderiram aos serviços virtuais oferecem aos moradores até mesmo a emissão de boletos de cobrança e pagamento das taxas via web, bem como a segunda via desses documentos. É o caso do Grupo Itambé, que administra 23 mil imóveis e tem 150 mil clientes divididos entre a matriz em São Paulo e as filiais em São Sebastião (SP), Salvador e Trancoso (BA), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Florianópolis (SC), Brasília (DF) e Gramado (RS). Mordomias - Além dos serviços básicos de consulta e emissão de documentos, a Itambé inovou colocando em seu portal o contato de mais de 150 prestadores de serviços que vão de massagistas e esteticistas a veterinários que atendem em domicílio. Com apenas alguns cliques, o morador acessa a lista e entra em contato diretamente com o profissional, sem pesquisas. Os moradores dos condomínios administrados pela Oma só precisam criar um login e senha para fazer uma visita virtual e ficar por dentro da gestão de suas moradias. Há ainda áreas exclusivas com informações técnicas para os síndicos. Auto-gestão - Para quem quer economizar a taxa de administração paga às imobiliárias e decide optar pela autogestão, há dois sites que merecem uma visita. O SíndicoOnline oferece gratuitamente toda a assessoria para a implantação de um novo condomínio. Na administradora virtual, o horário de atendimento é ininterrupto: pela internet, o síndico, seus funcionários ou mesmo os condôminos não estão sujeitos a horários tradicionais de expedientes, tudo é online. O site de cada condomínio é dividido em várias seções, de modo a facilitar a navegação. No ar há dez anos, o portal SíndicoNet, que tem o apoio do Secovi (Sindicato da Habitação), oferece informações variadas que vão desde sistema de cotações, modelos de planilhas de custos, até fornecedores de produtos e serviços, necessários. Todos são testados e separados por região.

CONCORRÊNCIA O player digital da Microsoft, que promete ser o mais forte rival do iPod, da Apple, estará nas lojas neste próximo Natal. Divulgação

Divulgação

Macintosh inspira obras de arte

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artista plástico norteamericano Gautam Rao, fã do Macintosh, acha que os Apple são obra de arte. Não é sem razão que ele publica telas em seu site, inspiradas no sistema Mac OSX e em um iPod nano branco. Um dos quadros que mais chamam a atenção é a de auto-retrato pintado na tela de seu Mac portátil, à venda por 100 dólares. Site relacionado: http://playfulpainter.blogspot.com/2006/05 /mac-paintings-by-gautam-raoplayful_14.html

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'Player de cintura

is aí um novo e interessante produto: um cinto-player com apenas 263 gramas de peso. Tem tela de três polegadas que usa cartões de memória SD e reproduz MP4, MP3, MPG, AVI e ainda imagens em formato JPG. Custa US$ 279 no site Egokast. Site relacionado: http://www.egokast.com/

Divulgação

Idéia do site MillionDollar chega ao mundo real

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idéia do jovem inglês Alex Tew, — um site com um milhão de anúncios de 1x1 pixel, por US$ 1 dólar cada —, com o objetivo de pagar seus estudos, ganhou o mundo real. O conceito foi aplicado a um prédio, na Holanda. Mini-espaços já foram comprados por Mcdonalds, Google, Nike, Sony e Phillips. Site relacionado: http://www.milliondollarhomepage.com

Lenovo lança PC CocaCola

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epois de lançar PCs com as marcas de fabricantes de automóveis (Ferrari e Lamborghini), a chinesa Lenovo vai oferecer agora notebooks com as cores e o logotipo da Coca-Cola. A novidade incorpora um botão, o iCoke, que leva o internauta diretamente ao site da Coca. A novidade custará cerca de 1.687 dólares. Já imaginou quanto a Lenovo iria faturar se colocasse no mercado PCs destinados a fãs de times de futebol como o Corinthians ou o Barcelona?


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terça-feira, 11 de julho de 2006

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Cidades POLÍCIA MONTA AÇÃO SECRETA CONTRA PCC Não podemos divulgar aos criminosos como vamos combatê-los. Saulo de Castro, secretário de Segurança Pública

Governo do Estado traça plano para defender agentes penitenciários de ataques de facções criminosas como o PCC. Ontem outro policial foi encontrado morto. Clarice Chiquetto

Wladimir de Souza/Agência O Globo

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m uma reunião de quase quatro horas realizada ontem os secretários de Segurança Pública, Saulo de Castro, e de Administração Penitenciária, Antônio Ferreira Pinto, o delegado-geral em exercício, Luiz Carlos dos Santos, e o sub-comandante da Polícia Militar (PM), Marino Lopes, traçaram um plano secreto de guerra contra o crime. O objetivo principal é proteger os agentes penitenciários, que têm sido vítimas de facções criminosas como o Primeiro Comando da Capital (PCC). Detalhes das medidas não foram revelados, segundo Castro, para proteger os próprios funcionários. "Não podemos divulgar aos criminosos como vamos combatê-los". Uma das ações definidas foi a permissão de uso de armas pelos agentes. Portaria publicada ontem pelo Ministro da Justiça, Márcio Thomas Bastos, autoriza o porte e o uso pelos funcionários de presídios. Não há ainda previsão de quando estarão armados. Primeiro, os quase 23 mil agentes do Estado devem fazer um teste psicológico, seguido de um exame de aptidões físicas. Depois, é preciso fazer um treinamento de 18 horas, que costuma durar de quatro a cinco dias, segundo Ferreira Pinto, para se tornarem aptos a atirar. Essa capacitação técnica só pode ser realizada por empresas autorizadas pelo Exército, por instrutores de tiro, por forças auxiliares, como a PM, e pela Polícia Federal. Por último (mas não menos demorado e burocrático), os agentes devem tirar o porte e fazer o registro da arma. "Não é possível saber quanto tempo será preciso para os testes, os registros e as concessões de porte", disse Saulo de Castro. Além disso, os secretários estão estudando, em conjunto com a PM, onde as armas serão deixadas nos presídios e centros de detenção, já que elas são proibidas no interior das cadeias por questão de segurança. Não foi definido ainda se os agentes terão de pagar pelo registro e porte, ou apenas pela arma – o treinamento será gratuito. "Tudo é muito caro, é difícil para os agentes pagar por isso", declarou o secretário de segurança. O governador Cláudio Lembo disse que estuda a abertura de uma linha de

Começa o julgamento de "Papai Noel"

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omeçou às 13h de ontem o julgamento do policial militar José Benedito da Silva, acusado de ser o Papai Noel que deu três tiros contra a publicitária Renata Guimarães Archilla em 2001. Ele vai a júri pela segunda vez. No primeiro julgamento, em 2003, Benedito foi condenado por unanimidade e recorreu. Se for sentenciado em definitivo, o promotor Roberto Tardelli iniciará a acusação contra o avô e o pai de Renata, Nicolau Archilla Galan e Renato Archilla, que ele assegura serem os mandantes do crime. Ontem foram ouvidos Renata, a mulher e o cunhado de Benedito e o perito que acompanhou o caso. O destaque ficou para o depoimento do vigia de um motel, Lindomar Uchoa, que em depoimento a polícia, em 2001, identificou o PM como autor dos disparos. No primeiro julgamento, no entanto, Uchoa mudou de opinião e ficou calado na frente do júri. (AE)

Cresce clima de insegurança entre agentes

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Acima, os secretários Saulo de Castro (esq.), da Segurança, e Antônio Ferreira Pinto, da Administração Penitenciária, na entrevista em que defenderam medidas de proteção a agentes penitenciários de São Paulo. Os detalhes do plano, por medida de segurança, não foram revelados. O governador Claudio Lembo (dir.) poderá autorizar crédito para que os agentes comprem armas.

crédito facilitada para os agentes, por meio da Nossa Caixa, caso tenham que pagar. Também está sendo analisada a implantação de uma linha telefônica exclusiva para os agentes, que funcionaria no Centro de Operações da PM. Chamada de linha vermelha, tornaria mais rápido e direto o atendimento aos agentes. Uma fonte ligada à secretaria revelou que, a princípio, os telefones dos agentes que concordassem em participar da operação seriam incluídos em um sistema de informação inteligente que reconheceria, no momento do atendimento, a origem da ligação. Assim, o agente não precisaria se apresentar e transmitir dados como endereço, tornando o atendimento muito mais rápido. Outras ações estudadas são a concessão de coletes à prova de balas aos agentes e o aumento da ronda policial na região onde moram – medida mais fácil de ser implantada com eficácia em cidade do interior.

Saulo declarou ainda que a comunicação entre agentes, diretores e secretarias será aprimorada. "Serão realizadas reuniões com mais freqüência, para que saibamos quais os problemas enfrentados pelos agentes e quais soluções podemos apresentar", disse. O próprio plano atual de combate ao crime foi montado com base nas queixas dos agentes ouvidos por coordenadores e diretores. "A partir de hoje os agentes vão receber orientação e colocar em prática uma série de ações. O crime vai retroceder, não há hipótese de ganhar", declarou Saulo no final da entrevista coletiva concedida logo após a reunião. Araraquara – Ontem, um helicóptero, provavelmente de um veículo de imprensa, sobrevoou o presídio de Araraquara e causou um princípio de tumulto. Mais de mil presos estão no pátio há mais de uma semana, depois que o prédio foi destruído em uma rebelião. Mais informações na página 8

Eliana Rodrigues/Palácio dos Bandeirantes

s belezas (bandidos) decidiram jogar violência contra o servidor. Reagimos com luto e greve, mas há muitos entre nós falando em revidar. De uma hora para outra, vai desaparecer parente de preso, gente do semi-aberto, ninguém sabe o que isso vai virar", conta um agente. "Os grupos se formam em toda parte. Tem funcionário se armando pra agir com máscara ninja e tudo", revela outro. Boatos sobre a iminência da formação de grupos de extermínio se repetem, já chegaram aos ouvidos de policiais militares e vêm acompanhados de expressões como "é olho por olho" e, até, "matou, morreu". Em Franco da Rocha, cidade cercada por 11 unidades prisionais (seis penitenciárias superlotadas, dois hospitais e três internatos para infratores adolescentes), o clima entre agentes é de confronto. "Neste ano de eleição, só uma coisa interessa a eles (em referência aos políticos). Saber qual escândalo vai ser maior. Se o mensalão vai ganhar do PCC ou vice-versa. A vida dos agentes é café pequeno", diz, desanimado, um funcionário com 28 anos de sistema penitenciário. Armas - Muitos agentes já estão andando armados fora dos presídios, embora as autoridades ainda discutam como autorizar o porte em caráter de emergência. "Eu, minha mulher e meu filho temos armas." Com a experiência de quase 35 anos de trabalho no sistema, um terceiro agente questiona: "Se a gente esperar esse governo que botou fermento no PCC não estamos perdidos?" Entre os que admitem não portar armas, o medo é maior, especialmente na hora de ir embora. "Meu turno acabou, consegui ficar vivo hoje. Agora tenho de conseguir chegar em casa. Depois criar coragem e voltar amanhã", relata um agente. (AE)


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Inovação Convergência Lançamento Mercado

Os novos portáteis trazem integrados vários recursos como câmeras, microfones, biometria e suporte aos formatos HDDVD e Blu-ray Por Bárbara Oliveira

obilidade e leveza são características essenciais aos computadores portáteis. Mas robustez no processamento também é fundamental, especialmente se eles forem usados por profissionais e executivos dentro e fora das empresas. Se tudo isso vier associado a um design compacto, tela ampla, multimídia e dispositivos de segurança, fica melhor ainda. Preço baixo? Alguns até conseguem, mas a

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terça-feira, 11 de julho de 2006

MAIS VERSÁTEIS, NOTEBOOKS TÊM FUNÇÕES MÚLTIPLAS

NOTEBOOKS que parecem canivetes suíços maioria ainda custa caro. Não se pode ter tudo, afinal. Para atender aos exigentes consumidores de notebooks, alguns fabricantes começam a incorporar nos equipamentos, dispositivos para permitir mais segurança (como biometria e criptografia de senhas) e acessórios que antes eram vendidos separadamente e precisavam ser conectados externamente ao laptop, atrapalhando o uso quando se está fora da casa ou da empresa, ou onde o

espaço é exíguo. Webcams, microfones, controles remotos, além de novas conexões (para Voz sobre IP via Bluetooth, HDMI para HDTV) estão sendo integrados aos notebooks mais modernos. Outra novidade é o suporte aos formatos HD-DVD e Blu-ray, discos ópticos com alta capacidade de armazenamento. Neles podemos guardar filmes e assistilos durante as viagens muito longas ou em intermináveis esperas em aeroportos.

Divulgação

Com mais recursos, os notebooks robustos conseguem armazenar mais dados e ainda oferecer telas mais amplas

HD-DVD x Blu-ray

Eles incorporam câmeras e acessórios especiais uem também integrou recentemente câmeras e microfones aos seus notebooks foi a HP. A família dv1700, já à venda, está pronta para videoconferência entre filiais, chat com os amigos e diversão familiar, com sua tela plana de 14 polegadas widescreen, câmera, microfone, Wi-Fi e controle remoto (para os recursos multimídia de áudio e vídeo, por exemplo).

Os preços dos notebooks, variam de R$.999 a R$ 7 mil, de acordo com a configuração escolhida

Os preços variam de R$ 4.999 a R$ 7.000, dependendo da configuração escolhida pelo usuário. O topo de linha é o dv1760, que vem com processador Intel Centrino Duo Mobile, memória de 1 GB e HD de 100 GB. Outro equipamento HP/Compaq lançado no mês passado para executivos que vivem viajando e precisam de uma máquina leve e com recursos de segurança é o nc2400. Este notebook pesa 1,5 kg e tem espessura fina (inferior a 2,5 cm), com tela de 12 polegadas

(a exemplo do equipamento da Acer), mas com outros diferenciais como, por exemplo, um chip para criptografar desde senhas de segurança até o disco rígido, além de um sensor biométrico para leitura de impressões digitais, garantindo um pouco mais de privacidade das informações. O leitor de impressão digital também não é mais novidade para o Latitude D620, da Dell, também com chip Dual Core da Intel (1,6 GHz) e Wi-Fi ao preço de R$ 5.449.

Divulgação

O modelo da HP oferece um chip para criptografar desde senhas de segurança até o próprio disco rígido

Acer aposta em portáteis com recursos integrados Acer é um desses fabricantes que aposta na tendência dos portáteis mais compactos e com vários recursos integrados. Os entry level (mais baratos) da Acer - Aspire 3100 e o Aspire 5100 - já vêm com webcam e com a possibilidade de uma conversa por VoIP via telefone sem fio ou celular, facilitada por Bluetooth numa distância de até dez metros. A câmera do 3100 é de 310 kpixel (640 x 480 pontos), mas a do outro modelo 5100 é de 1,3 MPixel (1.280 x 960), um pouco melhor, caso o usuário queira tirar uma foto dentro do avião para mandar para alguém ou imprimir em formato 10 x 15. Em ambos, as câmeras têm uma rotação ergonômica de 225º. São webcams básicas para simples teleconferências ou um bate-papo informal. Até celulares já têm câmeras mais potentes que essas, mas fazer fotos não é o papel dos notebooks. Além de Bluetooth, os micros trazem conexão sem fio Wi-Fi, telas de 15,4 polegadas e processadores AMD Mobile de 1.6 a 1.8 GB. Os modelos 3100 e 5100 pesam 2,8 kg, e estão previstos para chegarem ao mercado brasileiro em agosto, a preços que começam em R$ 3.750. O chip Mobile AMD é apropriado para portáteis economizarem energia e bateria, pois ele gerencia o clock diminuindo a freqüência na

hora de processar aplicativos que não exijam tanto da máquina. "Se um micro é de 2 GHz, ele não precisará rodar nessa freqüência para usar só o programa de e-mail, utilizando só parte do clock", explica Adan Souza, o gerente de produtos da Solution TI, distribuidora da Acer no Brasil. O portátil mais robusto, compacto e destinado ao mercado corporativo é o TravelMate série 3010, com tela de 12,1 polegadas e peso de 1,5 kg. Além de ser um dos menores do mercado (do tamanho de uma folha A4) ele dispõe de câmera de 1,3 MPixel e capacidade para VoIP – neste caso, também via Bluetooth e um telefone sem fio com a mesma tecnologia e desde que o equipamento disponha de um programa de voz pela internet instalado. Outro ponto forte do computador é o chip com núcleo duplo Intel Centrino Duo de 1.8 e 2 GHz. Wi-Fi e uma bateria adicional completam o equipamento, com preço sugerido de R$ 6.790. A diretora-geral da Acer para a América Latina, Anne de Gama, espera que os equipamentos contribuam para ampliar ainda mais as vendas da companhia no mercado brasileiro, onde ganhou mais força nos últimos dois anos depois de ter nomeados novos canais de distribuição e uma rede de assistência técnica cobrindo o Brasil todo.

s novos formatos de discos ópticos capazes de armazenar grandes quantidades de dados – de 30GB a 50GB em duplas camadas – também começam a fazer parte dos novos lançamentos lá fora e, em breve, devem chegar ao País. É bom lembrar que os dois formatos são rivais, o HD-DVD é apoiado pela Toshiba, NEC, Intel, Microsoft, Sanyo e estúdios de cinema como a Warner e Universal, enquanto que o Blu-ray é defendido e desenvolvido pela Sony, Hitachi, Philips, Samsung e 20th Century Fox. Mas alguns fabricantes, a Acer e a LG, tendem a produzir equipamentos para ambos os padrões. No mês passado, a Acer lançou sua primeira linha com drive de HDDVD (armazena 15GB de cada lado), a Aspire 9110 e 9150. A Toshiba também já lançou em março, durante a CeBIT, o seu notebook Qosmio G35AV650 que agora chega às lojas norte-americanas e asiáticas por Divulgação

Em todas as marcas, a versatilidade é a tônica dos novos modelos

US$ 3 mil. Ele também traz drive para HD-DVD, disco rígido de 200 GB e tela de 17 polegadas com resolução de 1.920 x 1.200, para a visualização de filmes de alta definição. O portátil dispõe de um conector HDMI para ser ligado em uma HDTV, que permite ver o filme em tela maior. O outro formato, o Blu-ray (de 25 GB a 50 GB), está chegando com o Sony Vaio AR190G. Ele pode rodar, gravar e regravar o Blu-ray, com capacidade cinco vezes maior do que a de um DVD. A tela é 17 polegadas widescreen e é pesado: 3,8 kg. Bluetooth, Wi-Fi e o chip Intel Duo de 2 GB completam a configuração robusta a US$ 3.500.


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Urbanismo Transpor te Polícia Tr â n s i t o

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 11 de julho de 2006

Até ontem a noite, 11 policiais civis haviam sido mortos desde o início dos ataques do PCC.

QUATRO POLICIAIS FORAM MORTOS NO SÁBADO

CARCEREIRO VAI TOMAR LANCHE E É EXECUTADO

OCUPAÇÃO Mansão histórica projetada por Lucio Costa foi ocupada há cinco dias por sem-teto, no Rio.

FINAL FELIZ Menino de 6 anos sequestrado há 63 dias foi libertado ontem na periferia de São Paulo.

Ó RBITA Sérgio Castro/AE

Alexandre de Oliveira Bosco, 21 anos, escoltava um preso no Hospital Heliópolis. Foi torturado e morreu baleado.

O

carcereiro Alexandre de Oliveira Bosco, de 21 anos, ingressou na Polícia Civil em setembro. Trabalhava escoltando presos na ala de detentos do Hospital Heliópolis, na zona sul de São Paulo. Na manhã de ontem, moradores da rua Angelo Camata, na Vila Vermelha, encontraram seu corpo jogado no asfalto, com um tiro de espingarda calibre 12 na cabeça. A polícia não descarta a hipótese de a ação ter sido praticada pelo crime organizado. Alexandre é o 11º policial civil morto desde o início dos ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC). Só na madrugada de sábado, na capital, quatro policiais, dois civis e dois militares, morreram em menos de quatro horas. Desses crimes apenas dois foram tentativas de assalto. Na tarde de ontem, em uma tentativa de roubo na zona norte da capital paulista, também ficou ferido um tenente PM da reserva. O corpo de Bosco foi velado ontem na Academia da Polícia Civil, na Cidade Universitária. O policial era casado e tinha uma filha. Anteontem, o carcereiro escoltava um preso que aguarda cirurgia no Hospital Heliópolis. Quando anoiteceu, o policial disse ao colega Leandro Augusto da Silva, de 22 anos, que iria sair para tomar um lanche. Como o amigo não voltou, ele comunicou o desaparecimento à polícia. Já era madrugada. De manhã, Silva reconheceu o corpo do colega. Bosco teve a pistola ponto 40, o colete à prova de balas e o

Vidal Cavalcante/AE

Lembo recusa ajuda federal

Rua em que o carcereiro Alexandre de Oliveira Bosco foi assassinado

distintivo da Polícia Civil levados pelos criminosos. A polícia acredita que o rapaz tenha sido morto dentro da favela Heliópolis, antes de ser deixado na rua. Além do tiro de espingarda calibre 12 na cabeça, o policial foi baleado por uma arma de outro calibre nos braços, pernas e nas mãos. Há suspeitas de que ele tenha sido torturado enquanto recebia os disparos pelo corpo. Roubo - O tenente da reserva da Polícia Militar de São Paulo, Massayoshi Nagani, de 50 anos, foi alvejado ontem, por volta das 18h, com um tiro na cabeça. Segundo a polícia, ele foi baleado porque reagiu a uma tentativa de roubo, quando dois adolescentes invadiram o escritório da imobiliária de seu filho. O crime aconteceu na rua Itaporanga D’Ajuda, no Jardim Peri, bairro da zona norte

de São Paulo. O policial, aposentado há oito anos, foi levado para o hospital da Polícia Militar. Às 19h30, seu estado era considerado grave e ele corria risco de morte. A polícia não crê que esse crime tenha relação com os recentes ataques do PCC a agentes das forças de segurança de São Paulo. Blitze – Homens da Tropa de Choque da Polícia Militar e agentes de segurança apreenderam ontem 23 celulares e 26 estiletes em blitze nas Penitenciárias 1 de Lavínia e de Martinópolis, no oeste do Estado de São Paulo. Um túnel, que seria usado para a fuga de presos do pavilhão 7 de Lavínia também foi localizado. Em Martinópolis, depois de 9 horas e meia de revistas, foram apreendidos 18 celulares, 4 carregadores e duas baterias de celular, 25 bolsas de cocaína e 34 de maconha, 10 estiletes e duas serras. (Agências)

Presídio receberá líderes do PCC

Inaugurada há três semanas, a penitenciária federal de Catanduvas já está pronta para receber os líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC), segundo o Ministério da Justiça. O governo de São Paulo selecionou um grupo de 40 bandidos mais perigosos, entre os quais Marcos Camacho, o Marcola, líder da facção. A transferência depende de aprovação da Justiça Federal e será feita em sigilo, por segurança. Mas os pedidos ainda precisam ser apresentados oficialmente ao Judiciário. Setores da inteligência dos governos federal e paulista le-

vantaram a possibilidade de resistência à transferência, com risco de ataques aos policiais envolvidos na operação. O retorno das hostilidades, com atentados a agentes penitenciários e policiais, desde o final de junho, seria uma reação à medida, que pode ser colocada pelo PCC na pauta das próximas negociações. Marcola é um dos que mais resistem à transferência. Com 208 celas individuais de segurança máxima, Catanduvas é a primeira das cinco unidades do Sistema Penitenciário Federal, que vai funcionar como espécie de estoque

da saturada estrutura carcerária dos Estados. Nos presídios da União, a convivência entre os condenados será a mínima possível. A transferência de líderes de facções criminosas faz parte do plano acertado entre o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e o governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), para pôr fim à escalada da violência no Estado. Ontem, o diretor do Departamento Penitenciário do ministério, Maurício Kuene, disse que o pedido ainda não foi formalizado. "Soube do assunto pela imprensa". (AE)

O governador de São Paulo, Claudio Lembo, voltou a recusar ontem a ajuda de tropas federais (incluindo o Exército, a Força Nacional e a Polícia Federal), oferecida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Sou grato ao presidente Lula e já aceitei ajuda de logística e informações, mas não quero força federal em São Paulo", disse Lembo. "Não se trata de uma posição de vaidade, mas de realismo administrativo. Se nós preservarmos a nossa Polícia Militar e a Polícia Civil, tudo vai bem. Qualquer interferência externa vai criar entropia", argumentou Claudio Lembo. O governador afirmou que a Tropa Nacional é absolutamente desnecessária e que o Estado tem o controle da situação. "O que precisamos é de informação, porque, às vezes, o crime organizado é mais informado que a própria autoridade", disse Lembo. Ele disse que está fazendo reuniões para troca de informações com secretarias de segurança pública do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Horas antes da recusa de Lembo, o ministro da Justiça ressaltava que, caso a ajuda fosse aceita, o governo federal atuaria em regime de cooperação com o Estado, e não de intervenção. "O presidente pediu para reforçar a oferta e manter à disposição do governo paulista todas as possibilidades de ajuda federal", informou ontem o porta-voz da Presidência, André Singer. Quanto à situação dos presos na penitenciária de Araraquara, o governador acredita que tudo deva voltar ao normal depois da reforma, que deve durar seis meses. "Estamos tentando deslocar presos para outras penitenciárias, mas estamos tendo dificuldades para encontrar vagas." Lembo garantiu que os presos estão recebendo o mínimo para sobrevivência. (Agências)

CHUVA CASTIGA A CIDADE

A

forte chuva que caiu em São Paulo desde a madrugada de ontem obrigou o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Prefeitura a decretar Estado de Atenção em toda a capital. Por volta das 15h, quando a chuva parou, a medida foi

revogada. Mesmo assim, eram 13 os pontos de alagamento. A chuva criou problemas em estradas que chegam à cidade, especialmente na Fernão Dias, onde os congestionamentos chegaram a 16 quilômetros. O rio Tietê (foto) resistiu ao volume d'água. (Agências)

SUZANE

HANTAVÍRUS

O

Q

1º Tribunal do Júri de São Paulo informou que as oitenta pessoas sorteadas para assistir ao julgamento de Suzane von Richthofen e dos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos devem confirmar o interesse de comparecer à sessão, marcada para o dia 17. A confirmação deve ser feita pelo e-mail 1tjuri@tj.sp.gov.br. Os sorteados devem mencionar o nome completo, RG e a cor da senha retirada para o julgamento anterior. O julgamento está marcado para às 13h, no plenário 10 do Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. (Agência O Globo)

uatro crianças de duas famílias vizinhas morreram no período de 33 dias com os mesmos sintomas em Campos (RJ). Suspeita-se que elas tenham sido vítimas de uma doença transmitida por ratos, a hantavirose. As casas das duas famílias, em um bairro da periferia, ficam ao lado de um curral e de um terreno baldio, onde são despejados lixo e esgoto. "Há ratos à luz do dia. Encontramos tocas embaixo da cama de duas das vítimas e fezes de ratos no colchão das crianças. Quatro quarteirões do bairro Parque Santa Rosa estão sob interdição das autoridades sanitárias. (AE)

ESPUMA

ACIDENTE

A

s chuvas elevaram o nível das águas do rio Tietê e fizeram aumentar a formação de espumas em Pirapora do Bom Jesus (SP). Os blocos, formando um manto branco, cobriam 3 quilômetros do leito do rio, a partir da barragem da Eletropaulo, até o centro da cidade. Moradores e turistas se agruparam no largo da Igreja do Bom Jesus, principal atração turística da cidade, para observar o fenômeno. Em alguns pontos, a espuma avançava sobre as margens. A agitação da água após a passagem pelas turbinas liberava um cheiro forte.

U

m restaurante que estava em obras desabou parcialmente no começo da tarde de ontem, no bairro de Santo Amaro (zona sul de São Paulo), de acordo com o Corpo de Bombeiros. Duas pessoas ficaram feridas. Segundo informações iniciais fornecidas pelos bombeiros, as duas pessoas feridas foram socorridas a tempo e encaminhadas a um pronto-socorro da região. O acidente ocorreu por volta das 13h30, no número 655 da rua Bela Vista. Os motivos do desabamento do restaurante ainda deverão ser investigados. (Agências)


terça-feira, 11 de julho de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

INFORMÁTICA - 5


6

Inovação Varejo high-tech Te c n o l o g i a Te l e f o n i a

DIÁRIO DO COMÉRCIO

BRASIL É 71º NO RANKING DE ACESSO A TECNOLOGIAS

Sintonize uma rádio ou TV via internet

Os sites de rádios exibem uma tela com a música executada

oje vou abordar a internet de uma maneira diferente. A maioria dos usuários desconhece o que ela pode oferecer em termos de entretenimento de alta qualidade, a custo zero. Ouvir rádio é uma delas. Pode parecer estranho e sem propósito escutar rádio pela web, mas não é. Estão à disposição e é possível "sintonizar" qualquer emissora de rádio do mundo, desde que ela esteja conectada à rede. E opções é que não faltam. Qualquer gênero musical, desde sertanejo, country até jazz tradicional ou de vanguarda, música clássica, pop, rock, bolero, tango, salsa, bossa nova, folclore de praticamente qualquer país, ou mesmo programas especiais de qualquer assunto é possível ouvir pela internet. Além desses gêneros, noticiário em qualquer idioma, passando por árabe, japonês e hebraico, transmissões esportivas, transmissão de eventos e muitos outros serviços estão disponíveis. Isso é especialmente interessante para imigrantes que querem matar a saudade de seu país de origem ou ficarem inteirados de assuntos locais de sua terra natal em tempo real ou para amantes de jazz, por exemplo. Para que alguém possa conectar-se a esse tipo de serviço, basta uma conexão com a internet, de preferência em banda larga, buscar o que deseja e começar a ouvir. A qualidade, dependendo da rádio e da velocidade da conexão, é excelente. O mínimo necessário para uma recepção em qualidade próxima a CD é de 128Kbps e em conexões mais velozes a qualidade do som fica perfeita. Encontrar estações de rádio não é difícil. O que a maioria

desconhece é que os programas de computador que tocam CD ou MP3 geralmente trazem uma relação de rádios que podem ser acessadas instantaneamente. Windows Media Player, Real Player, Winamp, Musicmatch Jukebox e vários outros softwares gratuitos trazem extensas bibliotecas de emissoras de rádio e TV que podem ser acessadas. A maioria é grátis e não exige nada para que possa ser ouvida, mas algumas exigem algo em troca: da simples digitação do e-mail até o preenchimento de um cadastro completo. Nesse caso, sugiro fornecer um endereço de e-mail válido, porém específico para situações desse tipo. Algumas rádios exigem pagamento de quantias pequenas mensais para que o usuário possa ouvir a transmissão com qualidade melhor de áudio, mas nem assim bloqueiam o acesso. Simplesmente a qualidade para quem não quer pagar e mesmo assim ouvir é inferior. Aqui vai uma dica: não forneça seu e-mail de uso diário quando for solicitado. Isso porque muito provavelmente ele provavelmente será fornecido para empresas que praticam spam e você começará a receber um verdadeiro bombardeio de promoções mirabolantes. Abra uma conta em um desses provedores que fornecem e-mail grátis, tais como Hotmail, Yahoo, Gmail e forneça essa conta. Não adianta fornecer email falso, pois eles são checados automaticamente e, se não forem validados, seu acesso será bloqueado. Isso vale para qualquer preenchimento de cadastro via web – desde que você não conheça a fonte – e tenha algum interesse no site. Quanto aos outros dados, se não forem obrigatórios, não precisa pre-

RANKING

studo feito pela União Internacional de Telecomunicações (órgão da Organização das Nações Unidas, ONU) aponta que o Brasil foi um dos sete países do mundo que mais evoluíram em acesso à tecnologia desde 2001. Ainda assim, não consegue superar países como Chile, Argentina, Uruguai e Venezuela e ocupa apenas a 71.ª posição entre as 180 economias mais adaptadas às novas tecnologias de comunicação, ainda que regiões como o Sudeste possam estar

terça-feira, 11 de julho de 2006

situada nos mesmos níveis de países ricos. Nas Américas, o País é apenas a 19.ª economia em termos de desenvolvimento digital, critério conhecido na ONU como "índice de oportunidade digital" e que mede 11 itens incluindo acesso, preço e infraestrutura. A liderança regional é do Canadá, seguido por Estados Unidos. O Brasil está em situação mais confortável do que Cuba, Peru, Paraguai e Bolívia. É um exemplo usado pela ONU como uma economia pode apresentar realidades tão

Em cada 100 brasileiros, 46 possuem telefone celular. No continente americano, a média é 51.

Se você tem conexão banda larga, transmissões de outros países podem ser divertidas. E não custam nada.

encher; se forem obrigatórios invente à vontade, pois não são checados. Uma pergunta é inevitável quando a rádio não exige nada em troca para que alguém possa ouvi-la: o que ela ganha com isso? A resposta é simples: primeiro, ganha uma nova audiência e a possibilidade de vender alguma coisa online que, se não fosse a Web, não conseguiria. Normalmente os sites das rádios exibem uma tela que informa o nome da música, o artista, o álbum a qual a faixa que está tocando faz parte e um botão para que o usuário possa comprar aquele álbum ou simplesmente aquela música. Isso além de outras ofertas, tais como camisetas, bonés, chaveiro e uma infinidade de outras coisas relacionadas aos artistas preferidos de cada um. Um bom motivo para acessar rádio via internet, além de simples curiosidade, matar a s a u d a d e o u o u t ro m o t i v o qualquer, é a otimização da banda larga. Ela está sendo paga na mensalidade, mesmo que não esteja sendo utilizada. Então não existe motivo para não utilizáa-la em situações que possam trazer algum benefício a custo zero. Se você quiser sofisticar um pouco mais o áudio para ter uma qualidade de som melhor, conecte a saída da placa de som do micro a um aparelho estéreo e o som ficará perfeito. Fazer isso é muito simples. Qualquer casa que conserte aparelho de som ou mesmo na rua Santa Ifigênia em São Paulo faz um cabo estéreo (cabo em Y) para saída do micro em uma ponta e duas saídas na outra (geralmente padrão RCA), uma para o canal esquerdo e outra para o direi-

Guido Orlando Júnior to. Um cabo com dois metros não custa mais do que dez reais. Da mesma forma, existem as TVs on-line. Como transmitem vídeo, a conexão necessita ser mais poderosa do que uma simplesmente para receber áudio. Também é possível acessar estações de TV de qualquer parte do mundo. A Globo News, canal de notícias 24h por dia da TV por assinatura da operadora NET, pode ser acessada de qualquer parte do mundo, porém é necessário que o usuário seja assinante do portal Globo.com aqui no Brasil. Para quem mora no exterior essa exigência não é levada em conta e qualquer um pode fazê-lo. O sistema sabe quando a conexão parte de fora do país pela classe de endereço IP (Internet Protocol, ou Protocolo da Internet), isso porque cada país tem uma faixa específica desses endereços. Como exemplo do que estou falando, na edição de 13/06 falei sobre um jornalista que estava cobrindo a copa 2006 e assistiu o Jornal Nacional ao vivo em seu notebook no trem, enquanto viajava de Frankfurt para Munique, o que não dá para fazer aqui no Brasil. Além dos conteúdos normais da TV acessada, existem endereços na web que transmitem shows ao vivo, palestras e eventos diversos, videoclipes de artistas e competições esportivas ao vivo ou que já foram realizadas. Mas prepare-se para encontrar servidores congestionados. Nos diversos sites que transmitiram a copa ao vivo, por exemplo, tive dificuldade para acessar os que tentei e mesmo quando consegui, a qualidade de imagem era precária. Todos estavam com a capacidade de conexão esgotada.

Com a sintonia via web, as emissoras oferecem produtos

Brasil melhora muito no acesso a tecnologias. Ainda não está bom.

distantes - no caso, entre as regiões Norte e Nordeste e as regiões Sul e Sudeste. No mundo, o índice de oportunidade digital é liderado pela Coréia, Japão e Dinamarca. Em termos de celulares, por exemplo, 46 em cada 100 brasileiros têm um aparelho. A média é inferior à do continente americano, onde existem 51 usuários para cada 100 habitantes. Em números absolutos, porém, o Brasil é o segundo da região, com 86 milhões de usuários. O Brasil, portanto, supera a média

mundial, que é de 33 usuários para cada 100 pessoas. Nos Estados Unidos, o número de usuários já ultrapassa a marca dos 200 milhões. O p ro b l e m a , s e g u n d o a ONU, é que o brasileiro paga em média US$ 0,53 por chamada de um minuto. O valor é um dos maiores das Américas, onde a média é de US$ 0,32. Apenas o Equador conta com taxas mais altas. A média mundial da tarifa de um celular por minuto também é bem inferior a do Brasil: US$ 0,31 por minuto. Na Argentina, o valor é de US$

0,24 por minuto e chega a US$ 0,28 nos Estados Unidos. Já em relação ao acesso à internet, o Brasil ocupa a 17 ª posição entre os países das Américas. Para cada cem pessoas no País, 12,1 são usuários. Isso significa que, no total, 22 milhões de brasileiros tem acesso à rede, média inferior à da região das Américas e à mundial. No planeta, para cada 100 pessoas, 13,6 têm acesso à rede. Vários países da América do Sul têm um índice de conexão superior ao Brasil, como Uruguai e Argentina. Nos Estados

Unidos, 56 em cada 100 americanos têm internet. Ao contrário do custo do celular, a internet no Brasil é mais barata que a média mundial. Cada conexão de 20 horas mensais custa no País cerca de US$ 25. Nas Américas, a média é de US$ 26; o mundo paga em média US$ 32,00 pela conexão. No Brasil, há 19,3 milhões de computadores. De cada 100 brasileiros, 10,7 contam com a tecnologia. Nos Estados Unidos, porém, existem 76 para cada 100. Já a média mundial é de 12,2 para cada 100. (AE)


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 12 de julho de 2006

DOISPONTOS -11 11

A

Site na internet www.blog. dcomercio.com.br

Invasão urbana

PAULO SAAB TAMBÉM QUERO

O comércio pirata tomou conta das ruas: barracas irregulares, pontos de água e ligações elétricas clandestinos, etc.

PALPITAR

Patrícia Cruz/LUZ

A

O

combate aos danos gerados pelo comércio informal certamente figura entre os importantes desafios que vêm sendo enfrentados pela atual gestão no âmbito do município de São Paulo. Essa atividade, incrementada sobretudo no início da década passada, provocando a ocupação desordenada de praças públicas, calçadas e ruas, tomou proporções alarmantes. Tal fato, em contraponto ao êxito que vem sendo alcançado no combate à referida mazela, torna irrefutável a tese de que a questão foi tratada com descaso por administrações anteriores. Apregoado equivocadamente como atenuante aos efeitos nocivos do desemprego, que, sem dúvida, eleva o contingente dos que buscam a falsa panacéia, o comércio informal, apesar de pouco contribuir para debelar a enfermidade social representada pela falta de vagas na economia formal, produz reações graves que afetam à indústria, comércio e prestação de serviços legalmente constituídos.

A

s armas utilizadas nessa batalha desigual estão entre os próprios fundamentos econômicos da atividade clandestina: sonegação fiscal, contrabando e falsificação. A concorrência desleal e predatória de produtos ilegais provenientes do exterior, que, infelizmente, passam pelas nossas fronteiras sem grandes dificuldades, abastecendo camelôs irregulares e favorecendo ao crime organizado, provoca prejuízos incalculáveis para o País. Ainda que signifique precário modo de sobrevivência para pequena parcela da população, o comércio ilegal, na realidade, acaba condenando à extinção uma quantidade infinitamente maior de postos de trabalho. Levantamento elaborado pela Associação Protetora dos Direitos Intelectuais Fonográficos revela que, em cinco anos, foram dizimados perto de 56 mil empregos ligados ao setor, em decorrência do crescimento nas vendas de apenas uma das vedetes dos marreteiros irregulares, os CDs sem origem, conhecidos como "piratas". Não é difícil projetar os contornos e a real dimensão dos estragos ao incluirmos nessa equação os demais itens falsificados ou contrabandeados expostos à venda em barracas ou bancas improvisadas: DVDs, vídeogames, tênis, óculos de sol, roupas, entre muitos outros produtos de procedência nada confiável. Estima-se que somente na região central de São Paulo os negócios da economia informal atinjam cifras da ordem de 20 milhões de reais. Pesquisa mais abrangente realizada pela Consultoria Mckinsey, divulgada pelo Instituto de Ética Concorrencial, revela que o Brasil poderia crescer 7% ao ano, sem a necessidade de grandes investimentos, caso os indicadores de informalidade recuassem ao longo de uma década.

G No Brás, uma

operação de combate ao comércio clandestino apreendeu três ônibus carregados com produtos do Paraguai para a feira da madrugada da Rua Oriente. G Ainda que signifique precário modo de sobrevivência para pequena parcela da população, o comércio ilegal acaba condenando à extinção uma quantidade maior de postos de trabalho. G A concorrência desleal e predatória de produtos ilegais provenientes do exterior, que passam pelas nossas fronteiras sem grandes dificuldades, abastecem camelôs irregulares e favorecem o crime organizado. G Estima-se que na região central de São Paulo os negócios da economia informal atinjam 20 milhões de reais.

E

mbora tais constatações representem motivo suficiente para afirmarmos que a defesa dessa espécie de subemprego não se sustenta, outros fatores negativos resultam da atividade em questão. A verdadeira apropriação que se estabelece sobre o espaço público, que deve atender precipuamente aos interesses de toda a coletividade, acaba prejudicando, de alguma forma, moradores, pedestres,

motoristas, enfim, às pessoas que vivem nas regiões mais afetadas. Nas praças tomadas por barracas torna-se quase impossível a realização dos serviços básicos de limpeza e desratização. Essa invasão acaba dificultando inclusive o acesso do policiamento a esses locais, aumentando a sensação de insegurança. Calçadas ocupadas obrigam pedestres a transitar entre os carros. A excessiva emissão de ruídos provocados por feiras irregulares, montadas nas ruas, incomoda aos moradores especialmente durante a madrugada. Entre outras tantas inconveniências que poderiam ser citadas.

N

a sua área de atuação, a Subprefeitura Mooca vem implementando, desde o início da atual gestão, operações de fiscalização para coibir o comércio clandestino. Em apenas uma dessas ações foram apreendidos nada menos que três ônibus carregados com produtos ilegais procedentes do Paraguai, cujo destino era a feira da madrugada da Rua Oriente. O balanço segue surpreendendo pela magnitude: foram recolhidos perto de 1,3 milhões de produtos "piratas", removidas mais de 5 mil barracas irregulares, interrompidas cerca de 350 ligações elétricas clandestinas, desligados 41 pontos ilegais de abastecimento de água, desativadas fábricas de gêneros alimentícios que funcionavam precariamente sem qualquer autorização, entre outras intervenções. Esses números foram alcançados durante as operações rotineiras realizadas pela Subprefeitura, somadas às blitze especiais. Paralelamente ao trabalho de reintegração do espaço público, a Subprefeitura elabora e adota soluções que resolvam definitivamente a questão. O que se pretende não é expulsar as pessoas que vivem do comércio informal, mas criar alternativas para que continuem buscando seu sustento e trabalhando pelo desenvolvimento da região. Migrando, porém, da informalidade para uma atividade regular, com maiores possibilidades de crescimento financeiro e profissional.

E

xistem, atualmente, sete shoppings populares fomentados pela Subprefeitura Mooca em funcionamento no Brás e região. O sucesso alcançado pela iniciativa é comprovado pelo expressivo número de exambulantes que optaram por esses novos centros de compras. São aproximadamente 5 mil pessoas que deixaram as ruas da cidade para desenvolver suas atividades como microempresários. Esses locais estão demonstrando enorme viabilidade econômica, por oferecerem conforto e segurança para os comerciantes e consumidores. Enfim, medidas protecionistas e demagógicas adotadas no passado já demonstraram sua total ineficiência. Entendemos, por isso, que devemos continuar buscando soluções inovadoras e de consenso, que tragam resultados positivos para todos os setores da sociedade. EDUARDO ODLOAK É SUBPREFEITO DA MOOCA

Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

gora que a Itália levou a Copa do Mundo de 2006, quero retornar ao assunto na qualidade de um dos cerca de 180 milhões de técnicos de futebol no Brasil. Não vou discutir detalhes, culpas, glórias, mas apenas fixar-me no que já foi comentado a respeito e sobre lições que devemos aprender nessa eliminação acachapante que nos impuseram. Sou de opinião, certamente balizada apenas em meu palpitômetro íntimo, de que se o time considerado

É preciso acabar com a vaidade, a acomodação e os intere$$es escusos. Na política e na Seleção. Ricardo Stuckert/PR

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

s questões culturais, educacionais pesam muito em times nacionais. Jogadores que já estão num estágio de celebridades internacionais não encaram jogar na seleção do Brasil como um fator de compromisso responsável. Sentem-se cativos e o que correm em campo é menos do que dançam meia hora nas boates do circuito internacional após derrotas em campo de jogo. É preciso também um técnico que se emocione e emocione todos à sua volta. Algo à la Felipão, mas ainda tenho dúvidas se deveria ser dele o cargo novamente. Eu até ia torcer pela França, só para (que ilusão!) tentar impedir que a Itália chegasse com o Tetracampeonato perto do nosso Penta. Achei melhor reconsiderar, porque se não somos capazes por nós mesmo de manter a vantagem, deixando o Hexa escorrer ralo abaixo por falta de empenho, não há porque

reserva do Brasil tivesse entrado em campo, mantidos como titulares apenas Lúcio e Juan, e talvez, talvez, Zé Roberto, teríamos feito menos feio. Razão pela qual concordo com quem sugeriu que para as próximas seleções sejam chamados jogadores que atuam no Brasil, que não falem outras línguas (ao menos o português), que não sejam milionários e que não se julguem eternos ou donos inquestionáveis de posições conquistadas com glória. Sobre a qual dormiram nos jogos desta Copa, anestesiados por suas vaidades e negócio$.

Q

uero também apoiar a renovação do quadro diretivo da CBF e da equipe técnica da Seleção. Sugiro uma estátua em vida para todos, desde Ricardo Teixeira até Parreira e Zagalo, cujas glórias prestadas ao futebol brasileiro serão eternamente reconhecidas. Café e Roberto Carlos, por exemplo, também as merecem, ainda que depois de tudo que se viu (ou não se viu) nos gramados da Alemanha este ano sigam querendo ser eternos Seleção e não suas estátuas de heróis.

desdenhar ou desejar coisas negativas para quem está fazendo sua parte, como fez a Itália. E a própria França, resguardada a bobagem de Zidane no apagar das luzes.

D

epois de um mês de porre de Copa eu deveria estar escrevendo sobre outro assunto, porque com as decepções que tivemos com nosso biliardário time (nosso dream team virou nightmare team) o assunto começa a provocar náuseas. Só há um porém. Ao voltarmos à realidade, fora da bola, caímos no cenário nacional e retorna à mente a luta pelo poder no Brasil, que é o único motivo pelo qual existem partidos, políticos, governantes, militantes, e atividade política no País. O que dá mais náuseas e engulhos do que Copa perdida. Fiz a opção, então, de ficar num rescaldo de modesta colaboração à Seleção, porque no âmbito da campanha eleitoral ainda há muita repugnância pela frente. E como na Seleção, é preciso mudar muita vaidade, acomodação e intere$$es escusos, fora a incompetência. PAULO SAAB É JORNALISTA PSAAB@UOL.COM.BR

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


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quarta-feira, 12 de julho de 2006

Indicadores Econômicos

7

26

por cento foi a valorização das ações preferenciais da Varig no pregão de ontem da Bolsa de Valores de São Paulo. Os papéis fecharam a R$ 3,8.

11/7/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 07/07/2006 07/07/2006 07/07/2006 07/07/2006 07/07/2006

P.L. do Fundo 5.938.152,35 1.390.574,47 6.695.268,20 9.772.811,78 1.060.799,12

Valor da Cota Subordinada 1.123,236453 1.042,540194 1.089,969625 1.078,716021 1.030,535112

% rent.-mês 0,6028 0,2596 0,5016 0,8142 0,0191

% ano 14,9713 4,2540 8,9970 7,8716 3,0535

Valor da Cota Sênior 0 1.053,369374 1.063,453315 0 0

% rent. - mês 0,2834 0,3086 -

% ano 5,3369 6,3453 -

rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


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12

quarta-feira, 12 de julho de 2006

Internacional

Tais atos servem apenas para reafirmar que o terrorismo é uma das mais sérias ameaças à paz e à segurança internacional. Kofi Annan, secretário-geral da ONU

Prashanth Vishwanathan/Reuters

Trabalhadores do sistema ferroviário avaliam os estragos de uma das oito explosões de ontem, em Mumbai. Atentados atingiram centro financeiro da Índia

TERROR NA ÍNDIA 163 mortos após 8 explosões em trens

O

ito explosões atingiram ontem o sistema ferroviário de Mumbai (ex-Bombaim), a capital financeira da Índia, matando pelo menos 163 pessoas e ferindo mais de 460, informaram as autoridades. Nenhum grupo assumiu a autoria dos ataques, mas os atentados contra trens ocorreram quase simultaneamente – uma tática geralmente usada pelos militantes separatistas da Caxemira, responsabilizados por vários atentados no passado. As autoridades declararam estado de alerta em todo o país e os aeroportos tiveram suas medidas de segurança ampliadas. Como Nova York e Londres, Mumbai (com 18 milhões de habitantes) é um alvo fácil para os militantes que querem causar o máximo de dano e destruição. Mais de 6 milhões de pessoas, a maioria pobres, chegam à cidade e voltam para os subúrbios nos trens abarrotados. Os atentados ocorreram na hora do rush (entre as 18h24 e 18h35), quando um trem de passageiros com nove vagões transporta mais de 4.500 pessoas, cerca de três vezes a sua capacidade. Espremidos e ansiosos para voltar para casa após um dia de trabalho, os passageiros não notariam um pacote suspeito. O caos tomou conta do sistema ferroviário da cidade após os atentados, enquanto as autoridades tentavam determinar a gravidade da situação. Os passageiros fugiam das estações em pânico e as autoridades suspenderam todos os serviços de trens de subúrbio. A busca por informações causou o colapso das linhas de telefones celulares. As tevês mostravam os metais retorcidos dos vagões atingidos pelas explosões, vítimas estendidas no chão e pessoas com as roupas encharcadas de sangue carregando os mortos e os feridos, muitos mutilados. Horas depois dos atentados, ambulâncias continuavam chegando aos superlotados hospitais de Mumbai, que pediam à população que doasse sangue. Centenas de voluntários apresentaram-se para ajudar no serviço de emergência, enquanto centenas de pessoas buscavam informações sobre parentes e amigos. "Falei com ele 10 minutos antes de ele morrer", disse Haji Mastan, que chorava descontroladamente após saber da morte do sobrinho Mukti Darvesh. "Ele era tão jovem, era uma criança". A primeira explosão ocorreu em um trem na estação de Khar. Um repórter da TV CNN-IBN da Índia, que viajava no trem, disse que a explosão ocorreu no vagão da primeira classe. A polícia disse que todas as explosões ocorreram em trens. Alguns estavam parados nas estações e outros, em movimento. O primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, disse que as explosões foram obra de terroristas e convocou uma reunião de emergência de seu gabinete. As explosões ocorreram horas após ataques com granadas cometidos por extremistas islâmicos matarem pelo menos oito pessoas em Srinagar, na Caxemira indiana. Dezenas de grupos militantes vêm combatendo o domínio indiano de parte da Caxemira, exigindo a independência da região de maioria islâmica ou sua união com o Paquistão, que condenou os atentados. (AP/AE)

Adeel Halim/Reuters

CHÁVEZ A Venezuela já recebeu quatro helicópteros de ataque comprado da Rússia.

P Nos hospitais lotados, colchonetes foram transformados em leitos AFP

Ó RBITA

IRAQUE

GAZA

T

elo menos 60 pessoas morreram ontem no Iraque em atentados, tiroteios e emboscadas, a grande maioria em Bagdá, onde a violência entre grupos religiosos e políticos não pára de crescer. Nos últimos três dias, mais de cem pessoas foram mortas somente na capital, sem que o novo governo, liderado pelo primeiro-ministro Nuri alMaliki, consiga impor seu plano para coibir a ação de milícias muçulmanas sunitas e xiitas, bem como dos grupos insurgentes. AE/AP

ropas de Israel entraram na madrugada desta quarta-feira (noite de ontem em Brasília) na região central da Faixa de Gaza, ampliando a ofensiva do Exército no território lançada depois que grupos palestinos capturaram um soldado israelense no dia 25. Moradores disseram que os soldados estavam revistando casas na cidade de Deir el-Balah. Os militares já haviam entrado em áreas no sul e no norte de Gaza. Nos ataques aéreos de ontem, um militante palestino foi morto.

VATICANO

RÚSSIA

O

Condutor indiano ferido observa vagão onde foi colocada bomba

FUJIMORI O ex-presidente peruano foi visto em Los Vilos (Chile) comprando mariscos...

padre jesuíta Federico Lombardi, 63 anos, diretor-geral da Rádio Vaticano e do Centro Televisivo Vaticano, é o novo diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé. Formado em Matemática pela Universidade de Turim, onde entrou na Companhia de Jesus, fez o curso de Teologia em Frankfurt, na Alemanha. Lombardi substitui o espanhol Joaquín NavarroValls, membro da Opus Dei, que encerrou ontem a carreira exercida nos últimos 22 anos. O porta-voz do Vaticano estava demissionário desde a eleição de Bento XVI. (AE/AP)

O

s Estados Unidos estão dispostos a assinar com a Rússia um protocolo bilateral para a entrada russa na Organização Mundial do Comércio (OMC) antes da cúpula do G-8, que começa no sábado, em São Petersburgo. "Tenho certeza de que Rússia e EUA firmarão um acordo durante a cúpula bilateral prévia ao G8", disse ontem Andrew Somers, presidente da Câmara de Comércio Americana na Rússia. Somers qualificou de "histórica" a oportunidade de concluir as negociações comerciais entre os dois países.(AE/AP)


8

Empresas Nacional Estilo Finanças

T

oda vez que a decoradora Flávia Sayeg sai para assessorar uma cliente nas compras de peças e adornos para dar vida aos ambientes que cria, ela volta com mais sacolas do que as pessoas que a contratam. Flávia mesma reconhece que é uma consumidora compulsiva de design e de novidades do mundo da decoração. "Não adianta. É irresistível encontrar algo novo e não imaginar como ficaria bonito junto com alguma peça ou móvel que eu tenho em minha casa", comenta. Flávia, que também é apresentadora de um quadro sobre decoração do programa Bom Dia Mulher, da RedeTV, disse que não se cansa de mudar os móveis de casa de lugar e nem de trocar as cores de peças decorativas que distribui pelos cômodos. Ela procura unir peças antigas com contemporâneas na composição dos ambientes. Não tem um local específico para a decoradora comprar seus adornos, apesar de se declarar fã do design da loja Etna. Sempre que viaja, volta com algum objeto diferente. "Já trouxe luminárias que comprei em outros países no colo, dentro do avião, para que não quebrassem", conta. Ferrari Design de moda e decoração estão entre as preferências do consultor financeiro Daniel Heuri. Aficionado pela Ferrari, Heuri comprou um tênis no valor de R$ 700 da marca italiana. "Sempre fui apaixonado pela Ferrari, como ainda não posso ter uma, pelo menos o tênis eu me dei ao capricho de comprar. Afinal, ele vai me levar para vários lugares."

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 12 de julho de 2006

FORMAS INUSITADAS ENCANTAM OS ANTENADOS

DESIGN Clássico, retrô, futurista. A vez dos móveis com grife. Mobiliário de design assinado começa a conquistar novos consumidores Milton Mansilha/LUZ

Flávia Sayeg cai em tentação de comprar cada vez que encontra um objeto inusitado

Luludi/LUZ

Para combinar com o tênis, Heuri não viu outra solução se não comprar um agasalho esportivo da Fila – de R$ 400 – como manda o figurino. Apesar de gostar muito do calçado, o consultor confessa que não o usa tanto da forma como gostaria. Em dois anos, foram apenas 20 vezes. "É uma raridade, não posso vesti-lo em dias de chuva ou para pisar em qualquer piso", lamenta. O gosto de Heuri pelo design pode ser conferido em sua casa. Várias peças que compõem o ambiente têm um estilo próprio. "Comprei um guarda-roupa barroco e o transformei em um bar totalmente contemporâneo. Claro que a peça ganhou lugar de destaque na minha sala por ter ficado muito bonita", reforça. Outro capricho do consultor está no quarto, um colchão d'água, avaliado em R$ 10 mil. "Comprei o colchão nem tanto pelo seu design, apesar de ser reconhecidamente bonito, mas por ser aconchegante. Dá a impressão de que ele te abraça", conta Heuri. Tendências Não existe um perfil do consumidor de design. Sabe-se apenas que o primeiro impacto causado por uma peça é o que determina sua aquisição e isso ocorre por meio do olhar, da capacidade que possui o design de encantar as pessoas. Por isso, na opinião do artista plástico e designer Rubens Szpilman, o "artista precisa captar o que está acontecendo ao seu redor para criar produtos que realmente façam a diferença na vida da pessoa". "Ela precisa ter a vontade incontrolável de comprar aquele produto, mesmo que seja mais ca-

Como não posso comprar uma Ferrari, me dei ao capricho de comprar um tênis da marca. Daniel Heuri, consultor

ro do que peças que têm a mesma função, mas sem formas sofisticadas", explica o designer. Valorização A loja da Artefacto, da Rua Haddock Lobo, recebe, em média, 5 mil pessoas por mês à procura de novidades. Muitos são clientes cativos, segundo o arquiteto Wair de Paula, responsável pelo departamento de estilo da marca. Para ele, o brasileiro está começando a valorizar produtos com design por perceber a diferença que peças bem desenhadas dão a um ambiente. "As pessoas acabam produzindo mais e melhor quando se sentem bem no ambiente de trabalho. Por isso, produtos com forte valor agregado estão conquistando cada vez mais mercados", destaca de Paula. Na opinião do coordenador de tendência da Tok&Stok, Edson Coutinho, outro fator que vem contribuindo para a valorização de produtos com design assinado é que o brasileiro está investindo mais no convívio social, fazendo mais reuniões de amigos em casa. "As pessoas estão começando a projetar sua casa para ser um lugar para receber pessoas. Tanto que as cozinhas hoje são mais abertas, permitindo que a pessoa cozinhe e converse com os amigos ao mesmo tempo", reforça Coutinho. Segundo ele, as peças vêm sendo desenvolvidas para tornar a cozinha um ambiente mais agradável e acessível. É comum quando alguém conquista um novo namorado ou emprego, por exemplo, que essa mudança aconteça também na decoração da casa", conclui o coordenador. Márcia Rodrigues

Milton Mansilha/LUZ

O consultor financeiro Daniel Heuri é aficcionado até pelo tênis da marca italiana Ferrari Marcos Fernandes/LUZ

Formas, cores e padrões geométricos estão alinhados com as tendências de moda e de comportamento

A decoradora já viajou de avião com objetos no colo, com medo de serem quebrados durante o transporte Marcos Fernandes/LUZ

Peças com formas sofisticadas dão maior aconchego e beleza aos ambientes. E o consumidor já percebeu isso, segundo Wair de Paula, responsável pelo departamento de Estilo da loja Artefacto.


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quarta-feira, 12 de julho de 2006

O Fundo de Solidariedade do Estado acaba de prorrogar a campanha do agasalho até o dia 27.

18.000.000 de corações aquecidos As doações de agasalhos chegam a quem precisa? No Fundo de Solidariedade há 2.500 entidades cadastradas. E tudo é entregue a seus representantes

T

Leonardo Rodrigues/Hype

odo ano acontece a mesma coisa. Quando se inicia o outono, começam a aparecer as caixas de arrecadação de agasalhos em drogarias, estações do Metrô e shopping centers. Campanhas de governos municipais e estaduais juntam-se às de redes de comércio varejista e escolas, todas com o objetivo de ajudar pessoas carentes a atravessar o inverno com um pouco mais de conforto. Muita gente se pergunta se as doações realmente chegam a quem precisa. Os órgãos oficiais que lideram estas campanhas garantem que toda doação é entregue às instituições e às áreas necessitadas. Há cadastros das entidades e de bairros carentes, bem como das suas principais necessidades. No Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo, a campanha acaba de ser prorrogada até o dia 27 deste mês. A coordenadora, Regina Von Christian, explica que 2.500 entidades estão cadastradas para receber doações, que são entregues diretamente a seus representantes. "As entidades mandam um ofício ao Fundo de Solidariedade solicitando o que mais necesRegina: as sitam, assim como as prefeituras. O Fundo enpessoas estão via uma guia a ser utilizada para retirar os domandando nativos", diz a coordenadora Regina. peças em bom Estado e município - Neste ano, pela primeiestado ra vez, a prefeitura de São Paulo também participará da campanha estadual, distribuindo as doações nas suas áreas mais carentes. Regina ressalta que a expectativa é de que a parceria ajudará a aumentara a arrecadação. "Fora da capital, as doações são distribuídas para entidades que atuam nos próprios municípios". Para estimular a arrecadação de agasalhos, cobertores e outras peças, as escolas estaduais que recebem as caixas para doações incentivam seus alunos a participar da entrega do que foi arrecadado. Assim, os estudantes conscientizam-se da importância das ações e participam destas e de outras iniciativas com mais entusiasmo, diz a coordenadora. Neste ano, a expectativa é de, no mínimo, igualar os 18 milhões de peças arrecadadas na campanha de 2005; os números definitivos ainda não foram divulgados. Em cada caixa colocada em ponto público cabem cerca de 250 peças de tamanho médio. Já dentro dos sacos plásticos, também distribuídos em todo o Estado, entram cerca de cem unidades. Mudança de mentalidade – Regina ressalta uma alteração Nesta época do positiva na campanha nos últimos anos. "Agoano, as doações ra, as pessoas enviam peças em melhor estado. de agasalhos e Antigamente, as doações eram de roupas sujas e outros itens rasgadas. Nas caixas, encontramos todo tipo de aumentam roupas, mas já tivemos surpresas positivas como um lote de três mil pares de meias novas", conta. Segundo ela, essa mudança também é conseqüência de um processo de conscientização da população e das campanhas de esclarecimentos do Fundo Social sobre a importância da doação de roupas em bom estado. "Neste sentido, a campanha vai além do assistencialismo. Roupas boas ajudam desempregados que precisam procurar trabalho e têm de se apresentar apropriadamente. Eleva a auto-estima. Soubemos de um senhor que faltou a uma audiência pública porque não tinha roupa adequada. Por isso, nosso principal objetivo continua sendo ajudar as pessoas e não apenas divulgar números", conclui.

Empresas também entram nessa corrente

N

As roupas doadas em bom estado chegam às instituições após uma triagem inicial

Bazares: bom para quem dá, bom para quem recebe.

A

lém de encaminhar as doações de agasalhos e roupas a quem precisa, muitas instituições as utilizam para levantar fundos para suas ações sociais. Este é o caso do Lar Escola São Francisco, na capital paulista. O Lar mantém um bazar que se transformou em uma de suas principais fontes de receita. Responsável por 24% do total da renda obtida pela instituição, o bazar oferece, além de peças de vestuário, eletro- Gimenez: discos antigos ajudam a manter as obras do Lar Escola eletrônicos, computadores, móveis, livros, revistas, dis- cial de Solidariedade do Esta- modelos modernos, que pocos, fitas cassete e de vídeo e do de São Paulo. O Lar e suas dem ser usados no dia-a-dia.. antiguidades a preços baixos. atividades são bastante co- Os preços compensam e parPor isso, a presidente da ins- nhecidos pela população. ticipo de uma boa causa". tituição, Clélia Salgado TeiEntre vasos antigos, dis"Temos outros doadores, xeira, ressalta que outro obje- como a Imprensa Oficial do cos, livros e roupas, a diretora tivo do bazar é atender a po- Estado, que nos cede aparas da instituição conta sobre pulação de baixa renda, que de papel para vender. Mas os doações inusitadas. Certo encontra um meio barato de principais doadores são as dia, recebeu a visita de dois não apenas se vestir digna- pessoas físicas. Somente o ba- homens que lhe entregaram mente, mas também equipar zar recebe de 240 a 260 pes- um maço de promissórias. seus lares com produtos que soas diariamente. Nos sába- Um deles resolveu que conão tem condição de adquirir dos são de 360 a 380." braria a dívida do outro, cujo no comércio tradicional. Durante a entrevista, que valor equivalia a um auto"Já recebemos até gravuras durou cerca de 40 minutos, móvel que teria sido roubade Portinari, mas atualmente cerca de 20 passaram pelo es- do, na forma de promissórias é mais difícil aparecer itens paço. Entre elas, José Antônio que o Lar Escola São Francistão valiosos", explica Clélia. Gimenez escolhia LPs anti- co descontaria no banco e fiA maior parte das doações é gos. Amante de música ro- caria com o dinheiro. Um adcomposta de roupas, eletro- mântica, ele conheceu o ba- vogado avalizou a doação e a domésticos e móveis. zar quando a esposa passou entidade utilizou o dinheiro Ela ressalta que toda a ren- por um tratamento no Lar Es- para continuar oferecendo o da é voltada para o Lar Escola cola São Francisco. "Venho tratamento a seus assistidos. São Francisco, que realiza uma vez por mês. Já comprei Para a coordenadora Jake1.500 atendimentos mensais móveis, aparelho de som e li- line, todas as histórias das para pessoas com deficiên- vros. Os preços são bons". pessoas e dos objetos que cias físicas nas áreas de ortoBem mais prática, Ana Ta- doaram fazem parte do esforpedia, fisioterapia e psicolo- sia percorre as salas do bazar ço da instituição para oferegia, entre outras. observando tudo com aten- cer tratamento de qualidade Divulgação – A coordena- ção, em uma rotina diária que a quem necessita. "Cada doadora de marketing da insti- já dura dez anos. Proprietária ção é importante e reforça o tuição, Jakeline Dominici, diz de um brechó há 15 anos, ela nosso lema que é 'você não que as doações são realizadas descobriu o bazar por meio faz parte do problema, mas espontaneamente pela po- de uma cliente. "Venho sem- pode fazer parte da solução'", pulação e pelo Fundo de So- pre procurar roupas. Quero finaliza. (PC)

Paula Cunha

Mais 23 jovens chegam ao mercado. Eram aprendizes, agora são corretores.

O

projeto Aprendiz Indiana, que tem o apoio do Sindicato das Seguradoras do Estado de São Paulo (Sincor), forma amanhã mais 23 jovens que durante dois anos passaram por cursos de introdução

ao mercado das corretoras de seguro. A maioria dos jovens irá receber o certificado já empregados. Mas sete deles ainda aguardam uma oportunidade. Os detalhes para a contratação de um jovem aprendiz pode ser tratados na Indiana Seguros, no telefone (11) 3248-3830, com Laureny Prates Durante os anos de aprendizado os participantes receberam a base teórica do curso Técnicas Básicas de Seguros, com aulas sobre teoria geral do seguro, técnica de automóvel, vistoria prévia, sinistro de

automóvel, técnica e sinistro de pessoas, salvados, técnica e sinistro de riscos patrimoniais e contabilidade de seguro. “O jovem formado pelo projeto, apesar de ter apenas 16 anos, tem experiência profissional de um ano e foi treinado por experientes profissionais de mercado”, explica Guilherme Afif Domingos, diretor-presidente da Indiana. Legislação – A lei 10.097, de 2000, determina que as empresas contratem como aprendizes entre 5% e 15% do total de seus colaboradores.

ão são apenas os órgãos governamentais e as entidades voltados ao atendimento à população carentes que se mobilizam nas campanhas de inverno e em outras ações de caráter assistencial. Empresas e entidades de categorias profissionais e empresariais também promovem mobilizações que já se consolidaram em São Paulo. Até o dia 30 de julho, a S.O.S. Computadores promove, pelo quinto ano consecutivo, a campanha Inverno Quente. Nela, as suas unidades arrecadam agasalhos e produtos escolhidos pelos participantes e os entregam a entidades escolhidas pelos alunos. Em cada localidade, a campanha tem características específicas para atender as necessidades de cada comunidade. "Há, também, a ação "Leite do Bem", que arrecada o produto e de brinquedos, doces e chocolates para datas como Dia das Crianças, Natal e Páscoa", diz o gerente de marketing da empresa José Carlos de Souza. Pão de Açúcar – Além da parceria com o Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo na campanha do agasalho, a rede de supermercados conta com o Instituto Pão de Açúcar, que também estimula ações entre seus funcionários. Todos os meses, as unidades participam das festas das paróquias e escolas dos bairros onde estão instaladas. Sonia Manastan, gerente de marketing institucional do grupo, explica que os funcionários divulgam a campanha do agasalho e a rede participa da entrega simbólica do primeiro caminhão. "Além disso, as entidades cadastradas para receber os agasalhos do Fundo de Solidariedade também são inscritas no programa da rede para receber frutas e legumes das redes semanalmente", acrescenta Sonia. Indústria – A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) arrecadará agasalhos de hoje até sábado, em frente à sua sede, na avenida Paulista, 1.313. Eles serão doados à Campanha do Agasalho do Fundo Social de Solidariedade do Estado. Para mais informações sobre esta e outras campanhas, os telefones, endereços e sites são estes: Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo: nas caixas nas estações de metrô, escolas, supermercados da rede Pão de Açúcar e órgãos públicos e pelo telefone (11) 3874-6738; www.sossolidario.combr; - Lar Escola São Francisco: (11) 5571-63-74/5579-4633. (PC)

E a lei 10.748, de 2003, criou o Programa Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego para Jovens (PNPE), que estimula a contratação. Junto da formatura dos novos aprendizes, uma nova turma, de 30 jovens, iniciará a terceira edição do programa Aprendiz Indiana Sincor. A primeira edição do projeto aconteceu em 2003. Dez dos 12 alunos que iniciaram o programa e concluíram o curso naquele ano permanecem empregados. Renato Ibelli


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quarta-feira, 12 de julho de 2006

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Política

O conjunto de indicadores mostra melhor performance de Lula, mas revela também uma significativa melhora no desempenho de Alckmin. Ricardo Guedes, diretor do Instituto Sensus

A DIFERENÇA ENTRE OS DOIS PRINCIPAIS CANDIDATOS VOLTOU A CAIR NA ÚLTIMA PESQUISA, DO SENSUS. Roberto Stuckert Filho / Agência O Globo

ALCKMIN SOBE. MAS PERDERIA NO 1º TURNO. O candidato da coligação PSDB/PFL reduziu, mais uma vez, a distância que o separa de uma disputa no segundo turno com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O levantamento mostra que, mesmo nesse cenário, a reeleição estaria consagrada. Mas Alckmin festejou não apenas o avanço na enquete popular mas também o apoio formal do presidente do PMDB, deputado Michel Temer. Lula em reunião ministerial, ontem: queda nas intenções de votos, mas ainda em vantagem.

TUCANO COMEMORA E APOSTA EM 2º TURNO

E

m viagem à Europa, o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, recebeu com entusiasmo o resultado da pesquisa CNT/Sensus. "Crescer 7 pontos antes de começar a campanha é um crescimento grande. Sem ter publicidade, sem gastar dinheiro, sem ter máquina governamental", disse o tucano em Bruxelas, na Bélgica. "Eu diria que isso mostra que a população está recebendo bem a nossa mensagem, as nossas propostas." Apesar de a pesquisa mostrar que o presidente Lula venceria no primeiro turno, caso as eleições fossem hoje, Alckmin avalia que o eleitorado tende a levar a disputa ao segundo turno, para ter mais clareza das propostas e mais segurança na escolha. Ele aposta em avanço maior depois de 15 de agosto, quando começa o horário eleitoral. Mas ressalvou: "A gente precisa ter os pés no chão. Uma coisa é pesquisa, outra é eleição."

Crescer 7 pontos antes de começar a campanha é um crescimento grande. A população está recebendo bem a nossa mensagem. Geraldo Alckmin Alckmin minimizou o apoio de alguns caciques do PMDB à reeleição de Lula e destacou que as lideranças regionais do partido apóiam a sua candidatura. "No Nordeste, Jarbas Vasconcelos (PE) está conosco. No Centro-Oeste, Joaquim Roriz (DF) está conosco. No Sul do País, o atual governador Luiz Henrique (SC) está conosco e, em São Paulo, acredito que Michel Temer estará conosco", disse antes de o presidente nacional do PMDB anunciar apoio formal à

candidatura tucana. O presidente nacional do PSDB, Tasso Jereissati, que acompanha o candidato na viagem, listou as lideranças peemedebistas que apóiam Lula: Renan Calheiros, José Sarney, Ney Suassuna e Jader Barbalho. "Liderança de voto importante com o PMDB não tem nenhuma (com Lula). Germano Rigotto está neutro, Roberto Requião está neutro. Jarbas, Luiz Henrique e Itamar Franco têm feito elogios à candidatura do Alckmin." Alckmin criticou Lula por ter acomodado nos Correios quatro apadrinhados do PMDB. "Os Correios foram dados ao PMDB. Isso demonstra que o governo não aprendeu com a crise. Não é a maneira adequada de fazer política." Para ele, a estratégia de Lula para atrair o PMDB é "muito ruim". "Principalmente em véspera de eleição porque isso acena para um segundo governo, se for o caso, cujo critério é o de loteamento político." (AE)

BERZOINI: PESQUISA SÓ FAVORECE LULA.

O

presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), afirmou ontem que os dados da pesquisa da CNT / Sensus refletem a avaliação que a população faz dos governos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato da coligação PT-PRBPCdoB à reeleição, em comparação com o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Berzoini afirmou que "a grosso modo" a performance de Lula, com 44,1% das intenções de voto no 1º turno, serve de prova de que a população está satisfeita com a gestão. Já a do candidato Geraldo Alckmin (PSDB), da coligação Por um Brasil Decente (PSDBPFL), que obteve 27,2%, enfrentaria um impacto da experiência atravessada com a administração de FHC.

O segundo colocado (Alckmin) representa uma experiência que o povo já viveu. Sofreu muito com esta experiência. Ricardo Berzoini, presidente do PT A sondagem mostra que a avaliação positiva do governo Lula subiu de 38,3% para 41%. Os eleitores que avaliaram negativamente o Poder Executivo totalizaram 19,3%, abaixo dos 22,2% obtidos na pesquisa anterior. Já a avaliação regular saiu de 37,5% para 38,5%. "Se nós observarmos a relação entre o voto e a avaliação do País,

temos algo muito próximo", disse. "O segundo colocado (Alckmin) representa uma experiência que o povo já viveu. E sofreu muito com esta experiência", acrescentou. Berzoini também afirmou que os números do levantamento apontam para uma consolidação, ainda que não absoluta, da atuação do presidente. "Há uma estabilidade muito forte", declarou. Mesmo assim, ele assegurou que o partido não trabalha com a idéia de vencer a eleição no 1º turno, apesar de existirem indícios que permitam não descartar totalmente esta possibilidade. "A campanha ainda está no aquecimento. Nós nem chegamos ao primeiro tempo", disse. Segundo ele, um quadro mais claro do desempenho dos candidatos só ficará visível por volta do meio de agosto. (AE)

A

escalada de Geraldo Alckmin em sete pontos percentuais nas intenções de voto diminuiu a vantagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o candidato tucano ao Palácio do Planalto. O movimento, entretanto, não foi suficiente para a eliminar as chances de vitória de Lula ainda no 1º turno. Pesquisa do instituto Sensus encomendada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e divulgada ontem, mostra que Lula tem 44,1% das intenções de voto, contra 27,2% do tucano. Em maio, numa lista de candidatos parecida com a atual, o presidente tinha 42,7% e Alckmin, 20,3%. O levantamento foi realizado entre os dias 4 e 6 deste mês. De maneira geral, a percepção do governo Lula também melhorou, com indicadores bastante favoráveis à sua reeleição. Mas a avaliação principal da pesquisa é a de que a melhora do ex-governador de São Paulo é mais significativa do que a evolução dos números colhidos em relação ao atual presidente. "O conjunto de indicadores mostra melhor performance de Lula, mas revela também uma significativa melhora de de Alckmin, dada a sua exposição na mídia, maior conhecimento do eleitorado e o amortecimento da crise do PCC", avalia Ricardo Guedes, diretor do Sensus. Espaço para Lula – A rejeição em relação ao tucano caiu, segundo a consulta, exatamente por esses motivos. Ela era de 40,6% em maio e agora

PARA GOLDMAN, HOUVE UM AVANÇO EXPRESSIVO.

O

candidato a vice-governador de São Paulo na chapa de José Serra (PSDB), Alberto Goldman (PSDB-SP), disse que a pesquisa revela o bom início da campanha tucana este ano. "Tivemos um avanço expressivo do Geraldo", comentou, ressaltando que o novo levantamento trouxe números alinhados com os de outras sondagens divulgadas nas últimas semanas. "Vai começar a competição e ele (Alckmin) começa muito bem". Goldman discordou da avaliação feita pelo cientista político Carlos Alberto Furtado de Melo, de que os dados trazem indícios de uma consolidação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, à reeleição, com a preferência de mais de 40%. Segundo Goldman, o desempenho de Lula ainda reflete um "recall" de eleições passadas e o grau de conhecimento que ele possui junto à população. Mas este cenário, em sua opinião, ainda tende a se alterar bastante no decorrer dos próximos meses. (AE)

está em 35,8%. A taxa de Lula oscilou para baixo, de 34,7% para 32,4%, o que indicaria que "Lula ainda tem para onde crescer", diz Guedes. "Quem tem 40% ou mais dentro do indicador de rejeição está fora do páreo político. Alckmin está dentro de limites competitivos, embora o conjunto de indicadores seja francamente mais favorável a Lula", completou. Vitória – Num eventual 2º turno entre os dois principais candidatos ao Palácio do Planalto, o presidente bateria Alckmin por 48,6% contra 35,8%. Na lista do 1º turno, a senadora Heloísa Helena (PSol-AL) figura em terceiro lugar no ranking dos candidatos, com 5,4% das intenções de votos, embora tenha caído em relação à sondagem de maio, quando obteve 8%. O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) aparece na quarta posição, com apenas 1,4% dos votos, seguido de outros quatro candidatos pouco conhecidos do eleitorado, com números inferiores. A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais

para cima ou para baixo. O Instituto Sensus entrevistou duas mil pessoas entre os dias 4 e 6 de julho, em 195 municípios. Crescimento – Entre os indicadores favoráveis a Lula que se destacaram no levantamento está o do ensino público, com avaliação positiva de 38,5% dos entrevistados e negativa de apenas 9,2%. Ainda assim, diminuiu o número – de 38,1% para 32,7% – do eleitorado que considera que o governo vem sendo conduzido de maneira eficaz. Também subiu significativamente, de 48,1% para 54,3%, o índice daqueles que consideram insuficientes as ações do governo federal. Programas sociais – Considerado o ponto alto da administração petista federal junto ao eleitorado de baixa renda, os programas sociais do atual governo influenciam bastante na decisão do voto. Para 58,7% dos entrevistados, programas como o Bolsa-Família pesam muito na hora da escolha. Avaliação semelhante se repete quando setores da educação são analisados. (Reuters)

ATA

FAZENDA PALMEIRAS DO RICARDO S/A CNPJ Nº 61.206.314/0001-30 - NIRE Nº 353.000.365.31 ATA DE ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA E EXTRAORDINÁRIA REALIZADA EM 31 DE MAIO DE 2006 Data, Hora e Local: 31 de maio de 2006, às onze horas, na Sede Social, à Alameda Campinas, nº 463, 8º andar, em São Paulo - SP; Presença: Quorum legal, com a presença de acionistas que representam mais de 2/3 (dois terços) do Capital Social, confirmado por declarações e assinaturas no Livro de Presença de Acionistas. Mesa: Raul Raphael Saigh (Presidente) e Francisco Antonio La Rocca (Secretário). Publicações Legais: Convocações no Diário Oficial do Estado e Diário do Comércio, edições dos dias 23, 24 e 25 de maio de 2006, contendo os avisos de que trata o Artigo 133 da Lei nº 6.404/76, e demonstrações financeiras no Diário Oficial do Estado e Diário do Comércio, edição do dia 26 de abril de 2006. Ordem do Dia: Em Assembléia Geral Ordinária: a) Relatório da Diretoria, Balanço Patrimonial e Demonstrações Financeiras do exercício social encerrado em 31/12/2005; b) Destinação do resultado; c) Eleição da Diretoria para novo período de Mandato. Em Assembléia Geral Extraordinária: a) Alteração e aprovação do Quadro de Acionistas; b) Outros assuntos. Acham-se à disposição dos Senhores Acionistas, os documentos de que trata o art. 133 da Lei nº 6.404/76. Deliberações: I) Aprovados por unanimidade o Relatório Anual da Diretoria, o Balanço Patrimonial e demais Demonstrações Financeiras do exercício social encerrado em 31/12/2005, sem restrições; II) Aprovada a destinação do lucro líquido apurado no exercício social de 2005, no montante de R$ 750.589,63 deliberando-se o valor de R$ 37.529,48 para constituição da Reserva Legal e R$ 713.060,15 levado a crédito da conta de Lucros Acumulados; III) Aprovada a retenção total do lucro, com fundamento no art. 202, parágrafo 3º, da Lei nº 6.404/ 76; IV) Aprovada a reeleição dos membros da Diretoria, para novo mandato a se expirar em 30 de abril de 2009, a saber: Diretora Presidente – Laila Racy Saigh, brasileira, viúva, industrial, portadora da Carteira de Identidade RG nº 746.395/SP e do CPF nº 001.789.898-60, residente e domiciliada nesta Capital, na Alameda Ministro Rocha Azevedo, nº 1388, apto. 101; Diretor Superintendente – Raul Raphael Saigh, brasileiro, casado, industrial, portador da Carteira de Identidade RG nº 2.536.313/SP e do CPF nº 008.202.298-49, residente e domiciliado nesta Capital, na Rua Alemanha, nº 659, os quais fazem expressa declaração de desimpedimento, afirmando cada qual não se achar incurso em crime que os impeça de exercer atividades mercantis, permanecendo vagos para serem preenchidos oportunamente os cargos dos dois Diretores Adjuntos; V) Aprovada a remuneração global e colegiada da Diretoria, para o período de maio/2006 em diante em até R$ 30.000,00, mensais; VI) O sr. Presidente informou aos Srs. Acionistas que o Sr. Raul Raphael Saigh, detentor de 13.512.300 ações e a Sra. Laila Racy Saigh, detentora de 4.713.422 ações, procederam à avaliação de suas ações para serem conferidas à sociedade Bens de Raiz Participações S/A, como integralização da totalidade do capital por eles subscrito em 13 de julho de 2005. Diante disto, o Quadro Societário da Sociedade continua a estar representado por 21.250.000 ações ordinárias, sem valor nominal, passando a pertencer aos seguintes acionistas, na seguinte proporção: Acionista Nº do Qtde. Partic. CNPJ/CPF de ações % Bens de Raiz Partic. S/A 07.717.193/0001-45 18.225.722 85,7681 Marina Saigh Sucar 308.838.418-00 1.178.349 5,5452 Doris Saigh Lati 307.825.018-00 1.178.349 5,5452 Nazik Nassif Saigh 668.087.078-04 255.345 1,2016 Edgard Nassif Saigh 003.421.148-91 177.060 0,8332 Gilda Saigh 882.549.418-15 85.455 0,4022 Lina Saigh Maluf 143.222.258-96 85.110 0,4005 Sylvia Laila Guilnar 262.369.758-25 63.830 0,3004 Roberto Moulatlet 006.688.698-87 345 0,0016 Roberto Maluf 007.687.908-91 345 0,0016 João Rodrigues de Barros 082.313.708-20 90 0,0004 Total 21.250.000 100,0000 VII) Declarações complementares: a) O Conselho Fiscal deixou de se instalar no curso do ano social de 2005, por falta de acionistas interessados, b) Das votações, não tomaram parte os legalmente impedidos e todas as deliberações foram tomadas por unanimidade dos presentes. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, o Presidente deu por encerrada a Assembléia Geral, de cujos trabalhos foi lavrada Ata em sumário, ao final lida, aprovada e por todos assinada. São Paulo, 31 de maio de 2006. aa) Raul Raphael Saigh (Presidente); Bens de Raiz Participações S/ A - Raul Raphael Saigh (Diretor Presidente); Francisco Antonio La Rocca (Secretário). Declaramos ser a presente cópia fiel da Ata lavrada no Livro de Atas de Assembléias Gerais. a) Raul Raphael Saigh - Presidente; a) Francisco Antonio La Rocca - Secretário. Certidão: Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania - Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 155.873/06-4 em sessão de 13/06/2006. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.


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CPMI Planalto Eleições Congresso

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quarta-feira, 12 de julho de 2006

TEMER DECLARA APOIO A CANDIDATURA DE TUCANO

PEDIDO FOI FEITO ONTEM DURANTE REUNIÃO MINISTERIAL EM BRASÍLIA

Na reunião com os ministros, no Palácio do Planalto, para discutir o comportamento do governo nas eleições, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu para que sua equipe continue a trabalhar com afinco. "Os candidatos aqui sou eu e o José Alencar", disse. "Vocês têm que continuar fazendo a tarefa de vocês cada vez melhor. Daqui para frente, cada um de vocês vai ser analisado pelo que vocês fizerem", ressaltou, reiterando a importância de dar continuidade aos programas em andamento. Na reunião, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, fez uma exposição sobre regras eleitorais. Segundo o porta-voz da Presidência, André Singer, Bastos explicou os aspectos legais em vigor e as últimas decisões tomadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Lula determinou que os ministros obedeçam a todas as regras previstas. Depois de Bastos, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, expôs dados sobre a economia, destacando o controle da inflação e o cumprimento da meta de superávit primário, entre outros indicadores. Ele também orientou os colegas a não fazerem mais comparações diretas com o governo anterior. Segundo Mantega, as comparações serão feitas com "governos pretéritos". De sua parte, a ministra Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil, falou sobre os principais programas de governo, como o Fome Zero e ações na área de educação, saúde e habitação. Ações nacionais– Coordenados pelo PT, movimentos sociais de abrangência nacional decidiram ontem promover no dia 21 de julho atos em todo o País em apoio à candidatura Lula. Fazem parte da articulação a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Nacional por Moradia Popular, a Federação Nacional dos Trabalhadores Domésticos (Fenatrad) e o Movimento Evangélico Progressista (MEP). (AE)

Os candidatos aqui sou eu e o José Alencar. Vocês têm que continuar fazendo a tarefa de vocês cada vez melhor. Presidente Lula

Eymar Mascaro

Lamber a cria

LULA PEDE D OBEDIÊNCIA À LEI ELEITORAL Gerard Cerles / AFP

Roberto Stuckert Filho / AOG

Avanços: Alckmin comemora, em Bruxelas, o crescimento na pesquisa

Temer: no ninho tucano.

NA EUROPA, ALCKMIN CRITICA POLÍTICA EXTERNA DE LULA.

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candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, continuou ontem com os ataques à política externa do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, centrando fogo sobretudo nas dificuldades do País nas negociações comerciais. O tucano manteve a estratégia de utilizar o atual giro pela Europa para reforçar sua imagem como político sintonizado com as grandes questões do mundo globalizado. Por sinal, durante sua passagem por Paris, após visita a Portugal e à Comissão Européia, em Bruxelas, Alckmin disse que "o Estado subnacional é mais limitado em matéria de política externa", ao explicar o fato de só agora estar investindo mais em contatos internacionais. Assim mesmo, disse o tucano, como

governador de São Paulo esteve na Itália, China, Índia, Japão e Grã-Bretanha, para citar alguns dos países visitado. Imagem – Foi assim que ele respondeu a uma pergunta se não havia demorado muito para iniciar a construção de sua imagem internacional, o que outros candidatos fizeram em campanhas anteriores, a exemplo de Fernando Henrique Cardoso, Leonel Brizola, Fernando Collor e do próprio Lula. O ex-governador considera cada vez mais importante tratar das questões internacionais no mundo globalizado, o que explica sua presença atualmente na Europa, marcando posição mais ofensiva em matéria de política internacional. Ele disse que o atual governo tem dificuldades nessa área, como nas negociações comerciais

de Doha e no Mercosul, que se encontram praticamente paralisadas. No caso do Mercosul, Paraguai e Uruguai recentemente demonstraram descontentamento com o papel de coadjuvantes no bloco. O candidato tucano apontou vários pontos negativos da política externa imposta por Lula. Ele tratou desses temas com o primeiro-ministro português José Sócrates e com o presidente da Comissão Européia, José Durão Barroso. Para o candidato, a questão fiscal não pode mais ser adiada e a reforma tributária não teve efeitos positivos. Alckmin acha que o Brasil necessita de uma maior inserção internacional, mas para isso é preciso ter condições de eficiência, o que, para ele, não é o caso da atual administração federal. (AE)

TEMER ANUNCIA: VAI COM TUCANO

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presidente do PMDB, Michel Temer, anunciou ontem apoio formal à candidatura de Geraldo Alckmin, do PSDB, à Presidência da República. O comunicado ocorre poucos dias depois de o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) ir à tribuna do Senado declarar que apoiaria à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Temer (PMDB-SP) disse que pretende nos próximos dias realizar reunião com as lideranças do partido com Alckmin para acertar como se dará a participação dos peemedebistas na campanha tucana. Segundo Temer, ainda não há uma data para o encontro, que será definida tão logo Alckmin retorne ao Brasil. Esse encontro terá, por exemplo, a participação do ex-governador Jarbas Vasconcelos (candidato ao Senado pelo PMDB de Pernambuco) e de Santa Catarina, Luiz Henrique, que disputará a reeleição. A decisão de apoio ao candidato tucano foi tomada após uma reunião no último sábado com Alckmin, na qual acertaram pontos programáticos. Temer diz, no entanto, que terminada a eleição será possível unir a legenda em torno de uma só direção. "Vou trabalhar para que e o PMDB vá todo para o governo ou vá todo para a oposição", disse. (AE)

e olho nos 70 milhões de votos que estão concentrados nas duas regiões, o conselho do PSDB decidiu que até que os candidatos comecem a pedir votos na televisão, Geraldo Alckmin vai fixar sua campanha no Sul e Sudeste do Brasil. Já o PT resolveu que Lula deve também ficar concentrado na região em que está na frente, o Nordeste, onde se somam 33 milhões de votos. São Paulo, Rio, Minas e Espírito Santo, reservam 53 milhões de votos, sendo que 26 milhões estão em São Paulo. É natural, portanto, que os tucanos se preocupem em consolidar a posição de Alckmin para depois sair à caça de votos nas áreas ainda incertas. O pensamento no PT é o mesmo: os petistas desejam que Lula também consolide sua situação no Nordeste, 2º maior colégio eleitoral no País.

CONSOLIDAÇÃO

NA FRENTE

Alckmin está vencendo Lula entre os eleitores paulistas, mas o tucano perde para o petista, por exemplo, em Minas, que conta com um colégio eleitoral de 13 milhões de pessoas. É curioso que Lula vença Alckmin em Minas porque o Estado é governado pelo tucano Aécio Neves (70% de índice de aprovação).

O PT recebeu o informe de que Pernambuco é o Estado no Nordeste em que Lula ganha com maior diferença de Alckmin. Pernambuco tem quase seis milhões de votos. Em tempo: Lula nasceu no interior do Estado. Também é pernambucano o vice de Alckmin, o senador José Jorge.

CARIOCAS Também no Estado do Rio, com 11 milhões de eleitores, o tucano está perdendo para o petista. Alckmin tem o apoio no Estado do prefeito Cesar Maia (PFL), mas espera por um pronunciamento favorável da governadora Rosinha Matheus (PMDB).

Alckmin confia na força do presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati, para reverter a situação no Ceará (cinco milhões 500 mil votos).O PSDB enfrenta problemas no Estado: o tititi é que o governador cearense Lúcio Alcântara é o mais lulista dos tucanos e incentiva a chapa Lu-Lu.

GAROTINHO

Os tucanos estão com o mapa rural nas mãos. Como a agricultura no País está em crise, a ordem no tucanato é intensificar a campanha de Alckmin nos Estados que sustentam sua economia no agronegócio. A campanha anti-Lula será feita nos Estados agrícolas de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.

CONFIANÇA

AGRICULTURA

Alckmin espera também pelo apoio do exgovernador Anthony Garotinho, uma vez que não deve contar com a ajuda do candidato do PMDB ao governo estadual, Sérgio Cabral. Perguntado se apoiaria Alckmin ou Lula, Sérgio Cabral escolheu a comodidade da neutralidade.

VOTAÇÃO Os três Estados do Sul somam quase 20 milhões de votos. Por enquanto, Alckmin argolou o apoio do ex-governador de Santa Catarina, Luiz Henrique (PMDB). O colégio de Santa Catarina é de 4 milhões de votos. O tucano corre atrás do apoio do PMDB no Paraná e Rio Grande do Sul.

CORRIDA Apesar dos governistas do PMDB terem anunciado o apoio da maioria dos diretórios a Lula, Alckmin ainda corre atrás das adesões dos governadores do Paraná (Roberto Requião) e do Rio Grande do Sul (Germano Rigotto). Ambos os Estados somam 14 milhões de votos.

BAIANOS A Bahia é o Estado do Nordeste com maior colégio: nove milhões de eleitores. Apesar do predomínio do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL), Lula está superando Alckmin na região, segundo as pesquisas. Em compensação, o candidato a governador na Bahia pelo PT, Jacques Wagner perde para Paulo Souto (PFL).

DUREZA Os candidatos Cristovam Buarque (PDT) e Heloísa Helena (PSol) continuam sem dinheiro para movimentar suas campanhas. O candidato pedetista vai restringir sua campanha estreitando o relacionamento com a classe estudantil. Fará palestras em escolas e universidades. Heloísa Helena optou pelas caminhadas.

PERDA A cúpula do PT ainda não sabe a dimensão do estrago que Lula deve sofrer com o veto ao projeto aprovado no Congresso concedendo aumento de 16,76% aos aposentados que recebem mais do que um salário mínimo. Calcula-se que mais de 10 milhões de aposentados tenham sido atingidos pelo veto.

CAMPANHA Aloizio Mercadante vai aproveitar o jantar de lançamento oficial da candidatura de Lula à reeleição, amanhã, em São Bernardo, no restaurante São Judas Tadeu, para atrair mais petistas para sua campanha a governador de São Paulo. Frango com polenta será o prato principal. E o O PT espera vender três mil convites. A meta é arrecadar R$ 600 mil para a campanha.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 12 de julho de 2006

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mil novas vagas de emprego foram geradas pela indústria paulista no primeiro semestre.

PREVISÃO DE CRESCIMENTO, QUE ERA DE 6%, PASSOU PARA 3,5% DEVIDO AO AUMENTO DAS IMPORTAÇÕES

FIESP REVÊ PARA BAIXO PIB INDUSTRIAL

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Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) revisou para baixo a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) industrial deste ano. Segundo o diretor do Departamento de Pesquisas Econômicas da entidade (Depecon), Paulo Francini, a expectativa caiu de 6% para 3,5%. A queda da previsão se justifica, de acordo com o diretor da Fiesp, pelo peso que as importações têm exercido no mercado brasileiro, principalmente em relação aos bens de consumo não-duráveis, "já que o mercado de duráveis produzidos no País foi para o espaço há muito tempo". Francini manteve, entretanto, a projeção de crescimento do PIB brasileiro para "cerca de 4%, podendo ficar entre 3,7% e 3,8%". "Em anos de sobrevalorização da moeda, o crescimento do PIB industrial tende a ser menor do que o PIB do País", comentou o diretor da Fiesp. Esse é o motivo, segundo ele, para a revisão da projeção feita no início do ano. Reflexos – Dentro desta nova perspectiva, o emprego inA indústria de fabricação de artigos de borracha e plástico está entre os setores que apresentaram geração de novas vagas de emprego no Estado de São Paulo em junho. No primeiro semestre, a indústria paulista acumula a criação de 75 mil vagas

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ram foram os de fabricação de máquinas para escritório e equipamentos de informática (6,17%); fabricação de coque, refino de petróleo, elaboração de combustíveis nucleares e produção de álcool (3,34%); confecção de artigos do vestuário e acessórios (1,35%); fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (0,5%); e fabricação de artigos de borracha e plástico (0,42%). Os principais cortes foram nos setores de preparação de couro e fabricação de artefatos de couro (-1,89%); fabricação de produtos de madeira (-1,69%), equipamentos de comunicações (-0,71%); produtos de minerais não-metálicos (-0,53%); e outros equipamentos de transportes (-0,53%). Receio – De acordo com o diretor de Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da entidade empresarial, Paulo Francini, o de-

sempenho do nível de empreg o c a u s a p re o c u p a ç ã o n a Fiesp. "Em maio, na última divulgação, quando o nível de emprego subiu 0,7% sobre abril, já tínhamos dito que o desempenho estava em desacordo com a nossa expectativa, porque esperávamos um revigoramento do emprego industrial. Junho confirma o sinal de alerta", disse Francini. "Não será surpresa se os próximos números de divulgações vierem negativos. Considerando o comportamento histórico, o emprego industrial tem grande queda em dezembro, se recupera no primeiro semestre até junho, passa por amortecimento até setembro, entre setembro e outubro cresce, e volta a cair a partir de novembro. O indicador de junho foi zero e sempre temos medo quando o ponto zero é atingido, porque há o risco de se tornar negativo", disse. (AE)

Marinho: 5 milhões de novas vagas

ministro do Trabalho, Luiz Marinho, previu que a taxa de desemprego no País deve ficar abaixo de 10% da população economicamente ativa neste ano. O ministro destacou a redução g r a d u a l d o i n d i c a d o r, d e 12,3% em dezembro de 2003 para 11,5% ao final de 2004 e 9,8% em 2005. A última informação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de maio de 2006, indica uma taxa de 10,2%. "Devemos fechar o ano com 5 milhões de novos empregos com carteira assinada", disse em entrevista à revista Conjuntura Econômica, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que será publicada nesta semana. Segundo Marinho, se considerados o funcionalismo público, o número vai a 6 milhões. Sobre as mudanças na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o ministro observou a dificuldade de conciliar inte-

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Francini: importação atrapalha

dustrial também deverá ser comprometido, com alta de 2% na visão dele, tanto para a indústria paulista como para a nacional. "O emprego na indústria vai fechar com pobreza", projetou Francini. O diretor da Fiesp também criticou o "entusiasmo" com que foi recebida a informação, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de crescimento do emprego industrial em maio, com interpretações de que a indústria mostrava "sinais de recuperação", (veja reportagem nesta

página). "Apenas alguns setores, que são intensivos em capital, vão bem nas exportações e conseguiram elevar seus preços no mercado internacional. Os setores intensivos em mãode-obra vão mal e sofrem com as importações", observou. "Vamos ter um ano atípico, de expansão do PIB geral maior do que o crescimento do PIB industrial. E a indústria não vai crescer aqueles pontos percentuais acima do PIB porque parte da atividade está sendo roubada pelas importações." Pessimismo – Ao revelar certo pessimismo sobre o desempenho da indústria ao longo do ano, Francini disse que as projeções já estão consolidadas, podendo haver ou outra pequena oscilação e que as eleições deste ano não deverão influenciar esse quadro, sugerindo que o País já comece a trabalhar para o próximo ano. "Não vemos sustentabilidade nesse crescimento, como muitos dizem. Temos uma série de assuntos para avançar a partir do próximo ano", avaliou, ao destacar a necessidade da realização das reformas legislativas que o País precisa promover. (AE)

Rumo ao desenvolvimento

Emprego estável em junho

nível de emprego na indústria paulista ficou estável em junho, em relação a maio, oscilando apenas 0,02%, de acordo com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Assim, a indústria de transformação criou 500 vagas no período. No primeiro semestre, o crescimento do nível de emprego foi de 3,65%, resultando na geração de 75 mil postos. O volume do acumulado do semestre tem como base comparativa os empregos criados pela indústria a partir de janeiro, não sendo comparável aos primeiros seis meses de 2005, pois a Fiesp alterou a metodologia do levantamento. Em 2006, o desempenho de junho é o pior do ano, ficando atrás, inclusive, do mês de fevereiro, quando a variação foi de 0,25% e 5 mil vagas foram criadas. Os setores que mais contrata-

Marcos Fernandes/LUZ - 23/03/2005

resses e foi taxativo: "Há quem queira tirar direitos. E quem deseja isso pode desistir". Ele ressaltou a posição contrária do governo às propostas de flexibilização e a dificuldade que qualquer governo encontraria para aprovar essas medidas no Congresso. Marinho defendeu a construção de um "ponto de entendimento na sociedade brasileira", que possibilite uma reforma "englobando todos os asp e c t o s d a s re l a ç õ e s e n t re capital e trabalho". O ministro ressaltou a importância de reforma sindical ampla, que fortaleça os trabalhadores. Tributos – O tema da reforma tributária também foi abordado na entrevista. A respeito da alteração do vínculo da contribuição previdenciária à folha de pagamento, ele afirmou que há insegurança sobre os impactos que a mudança poderia causar. Marinho mostrou-se favorável a uma altera-

ção na forma de contribuição que faça uma "correção para fortalecer o sistema previdenciário". Entre os setores contrários à alteração, o ministro citou o financeiro, "que tem pouca mão-de-obra e muito lucro". Já empresas com mão-de-obra extensiva querem a mudança. Ao comentar o debate sobre a aplicação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) no setor de infra-estrutura, Marinho explicou a relevância da proposta do Ministério do Trabalho para aplicação dos recursos do Fundo em setores que gerem empregos. Marinho criticou as altas taxas de juros como fator de bloqueio no mercado de trabalho. "Se o Banco Central tivesse dado uma mãozinha, certamente teríamos tido um resultado ainda melhor, com a economia crescendo a taxas mais altas, gerando mais emprego e contribuindo para o processo de distribuição de renda." (AE)

Brasil teve um per í o d o d e c r e s c imento e agora precisa entrar no período de desenvolvimento econômico. A análise é do professor de Mercado Financeiro da Trevisan Escola de Negócios, Alcides Domingues Leite Júnior. Ele explicou que a fase de crescimento é mais ligada ao quantitativo; enquanto a de desenvolvimento tem relação com os aspectos qualitativos. Em balanço sobre a economia brasileira, feito na sede da instituição, Leite elencou "importantes conquistas e transformações" do País, associadas

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à urbanização, inclusão social, democratização, Estado de Direito e previsibilidade das regras do jogo na política econômica. "Pela primeira vez na história temos, simultaneamente, inflação baixa, câmbio livre, superávit nas contas externas, ajuste fiscal e crescimento do Produto Interno Bruto (PIB)", salientou Leite. Desafios – Entre os problemas a serem equacionados, ele apontou as altas taxas de juros, carga tributária elevada e baixo volume de crédito. O Brasil, detalhou, lidera um grupo de países em desenvolvimento (como Polônia, Indonésia, Mé-

xico e Argentina), com oferta de crédito que chega a 32% do PIB. "Mas está longe de outros e m e rg e n t e s c o m o o C h i l e (63%), ou de desenvolvidos como Canadá (83%) e Japão (175%). Leite também mencionou a necessidade de crescimento continuado do PIB, para evitar o "vôo de galinha". Oportunidades – Entre as oportunidades para os próximos anos, o professor apontou negócios associados a energia renovável, softwares de gestão de pequenas empresas e turismo, além de commodities minerais e agrícolas. Fátima Lourenço

Produção cresce em 12 regiões s resultados regionais da indústria em maio mostraram crescimento na produção em 12 dos 14 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na comparação com igual mês do ano passado. A indústria paulista, puxada pelos bons desempenhos nos segmentos de automó-

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veis, alimentos e informática, registrou expansão de 6,7%. Não há dados comparativos em relação ao mês anterior. André Macedo, técnico da Coordenação de Indústria, avalia que os dados regionais "acompanham o movimento de recuperação da atividade no Brasil". Na semana passada, o IBGE divulgou aumento de 4,8% na produ-

ção industrial em maio em relação a igual mês de 2005. Nas regiões que elevaram a produção, as commodities, como minério de ferro e petróleo, influenciaram os resultados do Pará (17,9%), Minas Gerais (8,5%), Rio de Janeiro (4,3%) e Espírito Santo (5%). O mercado interno teve influência em regiões como São Paulo. (AE)


quarta-feira, 12 de julho de 2006

Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Aqui em São Paulo não sobe nem um nem outro ( Lula e Alckmin) . Orestes Quércia, candidato ao governo de SP

PMDB DE SP LIVRE PARA APOIAR O PT OU O PSDB

Evelson de Freitas/AE

Epitácio Pessoa/AE

Em campanha no interior de São Paulo, o candidato tucano visita crianças no hospital do Câncer da Fundação Pio XII, em Barretos. José Serra evitou comentar os resultados da pesquisa CNT/Sensus e não quis responder nem comentar as críticas que o candidato petista ao governo paulista, Aloizio Mercadante, tem feito às gestões tucanas no Estado. Ex-governador do Estado, Orestes Quércia, carrega criança em visita a Itaquaquecetuba.

QUÉRCIA OPTA SERRA SE NEGA A POR FICAR NEUTRO FALAR DE OPOSITOR

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PMDB paulista não vai apoiar ofic i a l m e n t e n enhum candidato na disputa presidencial. A decisão foi anunciada ontem pelo presidente da legenda em São Paulo e candidato ao governo do Estado, Orestes Quércia, em reunião da Executiva Estadual. "Não vamos apoiar nem um candidato nem outro. Vamos dar liberdade aos companheiros do PMDB para apoiarem quem eles quiserem", disse. Para o ex-governador paulista, essa é a melhor forma de fortalecer sua candidatura em São Paulo. A decisão foi consenso na reunião, apesar de algumas manifestações alertarem para uma tendência de apoio ao PT. Com isso os 490 mil filiados ficaram livres para apoiar quem quiserem. Quércia aproveitou a presença de jornalistas para criticar o acordo fechado entre os governistas do partido e o Planalto na segunda-feira à noite, em jantar realizado na

Granja do Torto. "A nossa posição é antiga no sentido de que é preciso ouvir o partido e a convenção nacional para tomar uma postura. Muitas vezes as lideranças não falam de acordo com as bases", disse.

Não vamos apoiar nem um candidato nem outro. Vamos dar liberdade aos companheiros do PMDB. Orestes Quércia

Nem um nem outro – Terceiro colocado nas pesquisas, Quércia afirmou que não pretende dar espaço em seu palanque nem para o candidato do PSDB Geraldo Alckmin, nem para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Aqui em São Paulo não sobe

nem um nem outro. Eles precisam é subir no palanque deles", disse o peemedebista. Ele disse não ter condições de avaliar qual candidato a presidente terá mais apoio dos peemedebistas de São Paulo, pois não tem pesquisas sobre o assunto. Correios – Quércia disse também que ficou "péssimo" para o partido aceitar a oferta do Planalto de cargos nos Correios, onde a corrupção desencadeou a maior crise do governo. "Simbolicamente é péssimo porque, depois do que aconteceu com os Correios, (a concessão do controle da estatal) acontece em seguida. Da minha parte, não aceitaria nunca", finalizou. Quércia disse que foi chamado para engrossar o coro de apoio à reeleição de Lula, mas recusou o convite. "Pediram para enviar um representante, mas não mandei", disse ele, que ontem cumpriu agenda de campanha em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo. (AE)

L

íder nas pesquisas de intenção de voto na corrida pelo governo de São Paulo, o candidato José Serra (PSDB) tem evitado entrar em polêmicas com seus adversários, principalmente com o candid a t o A l o i z i o M e rc a d a n t e (PT). Ontem, em Barretos, no interior do Estado, Serra abandonou uma entrevista coletiva no meio quando foi perguntado sobre as propostas do adversário. A assessoria informou que ele tem evitado falar sobre os opositores. Minutos depois, num discurso para simpatizantes, José Serra afirmou que a "mídia só quer saber de tititi" e que não tem dado atenção para as propostas que ele tem anunciado. Em Olímpia, no interior do Estado, Serra foi novamente questionado sobre as críticas que Mercadante tem feito ao governo tucano em São Paulo e, mais uma vez, ficou calado. O candidato tucano tam-

SANGUESSUGAS Mercado de emendas agiu nas Comunicações

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s três empresários que negociavam a compra de equipamentos hospitalares superfaturados com emendas de parlamentares declararam à CPMI dos Sanguessugas, em Cuiabá (MT), que o esquema montado pela família Vedoin, dona da Planam, não era o único existente no Congresso. Eles relataram, em depoimento fechado, que também operaram com emendas dirigidas a programas do Ministério das Comunicações. "É uma espécie de mercado de emendas. A emenda é uma moeda", relatou o vice-presidente da CPMI, Raul Jungmann (PPS-PE). O deputado explicou que o "comércio" entre os parlamentares incluía ainda operações de "recompra". Um empresário comprava uma emenda de um parlamentar (pagava a propina ao autor da emenda em troca do direito de executá-la na cidade que desejasse, em acordo com o prefeito) e a revendia para outro. Emendas são moeda – Pelas normas atuais, cada parlamentar tem o direito de incluir no Orçamento da União até R$ 5 milhões em emendas para financiar projetos nos municípios de sua escolha. Em geral, os deputados costumam dedicar as emendas às suas bases eleitorais. Em 2005, esse limite era de R$ 3,5 milhões.

Os empresários ouvidos ontem disseram ainda que planejavam transferir seu "negócio" para o ramo da inclusão digital. O Ministério das Comunicações tem um programa semelhante ao mantido pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, que prevê recursos para implantação de telecentros (pequenas centrais com computadores e canais de acesso à internet gratuitos e abertos ao público). O projeto faz parte do programa de inclusão digital criado pelo governo federal. Até o primeiro semestre de 2005, o Ministério das Comunicações também liberava recursos para a compra de telecentros móveis. Nesse caso, a central era montada em um ônibus, o que encarecia o programa. A partir do segundo semestre daquele ano, mudou as regras. Eliminou os telecentros móveis e passou a financiar exclusivamente as centrais fixas, bem mais baratas. Também decidiu estabelecer limites no valor das emendas parlamentares dirigidas ao programa. Três senadores – Há indícios de envolvimento de pelo menos três senadores no esquema de compra de ambulâncias. A CPMI já sabe que 62 parlamentares passaram a integrantes do esquema suas senhas exclusivas fornecidas pelo Ministério da Saúde . (Agências)

A Ó RBITA

BUARQUE

C

om uma caminhada no fim da tarde de ontem na rodoviária de Brasília – ponto de maior concentração popular no centro da cidade – o candidato do PDT à presidência, senador Cristovam Buarque (DF), lançou sua campanha no Distrito Federal, onde foi governador entre 1995 e 1998. Cristovam reiterou que pretende fazer da educação sua principal bandeira nas eleições deste ano.

MSLT

Procuradoria da República no Distrito Federal informou que encaminhou ao juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara Federal, denúncia contra 116 pessoas Ed Ferreira/AE envolvidas na invasão da Câmara pelo MLST, em junho. Dos 540 detidos, 42 foram presos e ainda estão na Penitenciária da Papuda. Segundo o procurador Vinícius Fermino (foto), só 32 presos estão entre os denunciados, pois ainda faltam esclarecimentos sobre outros 10, que tiveram a soltura pedida pelo MP.

bém não quis comentar a proposta Mercadante de implantar no Estado um Orçamento Participativo. Serra também negou-se a falar sobre o resultado da pesquisa CNT/Sensus para presidente da República, divulgada ontem, que mantém a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda no primeiro turno. Debate aceito – Em visita às cidades de Barretos, Olímpia e Bebedouro, no norte do Estado, Serra admitiu, no entanto, participar de debates com seus adversários durante a campanha eleitoral. "Ainda não vi convite, mas estamos sempre dispostos a debater", disse o ex-prefeito da capital paulista. O candidato tucano comentou a crise da segurança pública no Estado de São Paulo e prometeu acabar com todas as cadeias em delegacias durante seu mandato, caso seja eleito, estendendo para o interior a decisão já tomada durante o mandato do ex-gover-

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nador Geraldo Alckmin. Serra disse ainda que irá separar os presos nas penitenciárias paulistas de acordo com o grau de periculosidade de cada um. "Nós temos que fazer uma seleção, agrupando os presos de acordo com a gravidade de seus crimes, juntando os mais perigosos com os perigosos", explicou Serra, que criticou a falta de recursos e de construção de presídios federais. Apesar de dizer que não iria falar sobre as ações de seus adversários, Serra acabou criticando, na cidade de Olímpia, o candidato petista, responsável pelo intermédio das negociações entre produtores de laranja e a indústria processadora de suco de laranja, na renovação dos contratos. "O governo federal está fazendo corpo mole, e é só 'frufru' que estão fazendo em cima disso para ter uma impressão de que estão resolvendo, mas não estão", concluiu Serra. (AE)

SEM ACORDO

ão adiantou: na reunião de líderes partidários governistas e de oposição, ontem, com o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), para destrancar a pauta da Casa, não houve consenso. Isso significa que não há votações até segunda ordem. O PT e os partidos da base deverão obstruir a

votação da medida provisória que reajusta o valor da aposentadoria, mantendo a estratégia que vem adotando desde o dia 7 de junho, quando a MP começou a ser votada. O temor do governo é que a oposição consiga, numa manobra, aprovar uma modificação na MP aumentando o índice de reajuste para 16,67%. (AE)


Ano 81 - Nº 22.167

São Paulo, quarta-feira 12 de julho de 2006

Jornal do empreendedor

R$ 0,60

Edição concluída às 23h40

w w w. d co m e rc i o. co m . b r Roberto Stuckert Filho/ Agência O Globo

Alckmin cresce e ganha Temer

Os sete pontos percentuais conquistados por Geraldo Alckmin na última pesquisa Sensus não o tornam um perigo para Lula, que ainda é o vitorioso já no 1º turno. Mas ontem ele ganhou o apoio formal de Michel Temer, presidente do PMDB. Pág. 3

"O candidato aqui sou eu", diz Lula Com esta declaração, o presidente definiu o comportamento do governo na campanha, pedindo aos ministros que continuem a trabalhar e que cumpram a legislação eleitoral. Página 4

BOMBARDEIO DE TRENS Idranil Mukherjee/AFP

163 MORTOS

Mais uma vítima do terror em SP

Foram oito bombas colocadas em vagões lotados dos trens do centro financeiro da Índia, em Mumbai. O bombardeio traz a marca do terror separatista da Caxemira, embora nenhum grupo tenha reivindicado sua autoria. Os trens pararam. Os celulares emudeceram, tantas as chamadas. Página 12

Jovem de 23 anos, filho e cunhado de agentes penitenciários, foi assassinado a tiros. PCC visaria o cunhado. Pág.7

André Conti/Agência Fotosite

José Luis da Conceição/AE

Dona Violeta quer seu "lixo" de volta Mulher que guardava 250 toneladas de lixo em casa, no Itaim Bibi, reclama da "invasão" de domicílio e diz que até suas roupas foram levadas. Página. 8 HOJE Parcialmente nublado Máxima 24º C. Mínima 13º C.

AMANHÃ Sol Máxima 24º C. Mínima 11º C.

Retrato da Fashion Week É hoje. Seu tema, a África. Seu símbolo, Emanuela (foto) Economia/6

Acidente de superônibus mata 1 e fere 60 Desgovernado, biarticulado (foto) tombou na alça de acesso da avenida Professor Vicente Rao e partiu-se em três. Página. 9


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Nacional Finanças Energia Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 12 de julho de 2006

85,4

TELEFONE: REDUÇÃO SÓ NA SEMANA QUE VEM

milhões de barris por dia é a previsão da demanda mundial de petróleo

ESTATAL ENCONTRA ÓLEO LEVE A MAIS DE CINCO MIL METROS DE PROFUNDIDADE NA BACIA DE SANTOS

PETROBRAS ANUNCIA NOVA DESCOBERTA

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Petrobras anunciou ontem uma nova descoberta de óleo leve na Bacia de Santos, a mais de 5 mil metros de profundidade. É a segunda descoberta do tipo nos últimos meses o que, segundo especialistas, reforça a tese da existência de uma nova bacia petrolífera situada em uma camada do solo bem mais abaixo da que vem sendo explorada na região Sudeste. A estatal, em nota, considerou a descoberta do óleo "um marco histórico", mas ainda não há condições de determinar o volume da jazida e se a extração no local é comercialmente viável. "O poço, ainda em perfuração, está situado em uma área de nova fronteira exploratória, em águas com 2.140 metros de profundidade, e representa um marco histórico na atividade de exploração de petróleo no Brasil: é o primeiro a ultrapassar uma camada de sal de mais de 2 mil metros de espessura, no subsolo marinho, e encontrar petróleo", diz o comunicado. A perfuração ocorreu no bloco BM-S 11 (sigla usada para identificar as áreas na Bacia Marítima de Santos), que foi arrematado em 2000 pela Petrobras, em parceria com a britânica BG e a portuguesa Petrogal, no segundo leilão realizado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Por lei, as empresas têm obrigação de informar imediatamente ao órgão regulador a existência de indícios de petróleo e gás nos

Lindomar Cruz/Ag. Senado

locais perfurados. Mas devido ao trabalho ainda preliminar no campo, nenhum executivo da companhia forneceu maiores detalhes da operação. "É uma ótima notícia. Não é de hoje que se vem alertando para a necessidade de perfuração abaixo da camada de sal. Mas é um trabalho difícil e muito caro", explica o geólogo Giuseppe Bacoccoli, da Coordenação de Pós-Graduação em Engenharia (Coppe) da UFRJ. Atualmente professor e consultor de mercado, Bacoccoli atuou por 30 anos na Petrobras, sempre na área de exploração e produção. Ele argumenta que, embora internacionalmente forte na produção de óleo em lâminas d'água (distância entre a superfície e o fundo do mar) de grande profundidade, em torno de 2 mil metros, a Petrobras ainda trabalha com uma média de perfuração de poços que não passa de 2,5 mil metros. No caso como o da descoberta de Santos, é necessário que o poço atravesse de 5 mil a 6 mil metros até chegar à jazida. Na opinião do especialista, será necessária a perfuração de mais três poços para verificar o potencial do bloco, como dimensão da jazida e a medida de vazão. Bacoccoli disse que a descoberta se deve à aceleração dos trabalhos da Petrobras em Santos. A estatal está buscando novos suprimentos do mercado nos próximos anos, caso se acentue o impasse com a Bolívia, hoje a principal fornecedora do mercado nacional. (AE)

Demanda por petróleo deve cair

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Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos (AIE) divulgou um estudo ontem que aponta que a demanda mundial por petróleo no terceiro trimestre deste ano deve ficar em 85,4 milhões de barris por dia. A estimativa corresponde a 100 mil barris por dia a menos em relação à previsão anterior realizada pela agência norte-americana. A AIE fez a projeção em seu relatório mensal sobre oferta e demanda de petróleo. A agência informou ainda que a Organização dos Países Exportado-

res de Petróleo (Opep) produziu aproximadamente 29,605 milhões de barris por dia no mês de junho. O volume foi de cerca de 300 mil barris diários a mais do que o produzido em todo o mês de maio. Excluindo o Iraque, que não faz parte do sistema de cotas do cartel, a produção registrada pela Opep ficou em 27,405 milhões de barris por dia em junho, um número estável frente ao mês anterior. A oferta no mundo sem a Opep deve crescer em 1,3 milhão de barris por dia no terceiro trimestre, em relação a 2005. (Reuters)

Uruguai autoriza nova fábrica de celulose

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José Gabrielli, da Petrobras: não há contradição em financiar a Bolívia

Gás boliviano: o impasse continua

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diretoria da Petrobras responsável pela negociação do contrato de gás com a Bolívia promete entregar entre hoje e amanhã à Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) a resposta ao pedido de revisão da cláusula de preços do contrato de compra de venda de gás natural boliviano. A reunião, a segunda para negociar o preço do gás, está prevista para começar hoje, em Santa Cruz de la Sierra. Outros encontros serão realizados para a negociação da situação dos ativos da Petrobras no país. A estatal brasileira prefere chamar o documento que será entregue por ela de "análise" do pedido boliviano. A Petrobras dirá que considera desnecessária a alteração da fórmula em vigor. Com isso, a discussão do preço caminha para a Câmara Arbitral, em Nova York, nos Estados Unidos. Pelo cronograma de negociação definido entre as partes, haverá ainda mais dois encontros até o esgotamento do prazo de 45 dias previsto em contrato, que termina no fim deste mês. A Petrobras, porém, ainda considera a possibilidade de a Bolívia não recorrer à arbi-

tragem em Nova York, mesmo depois de recusar a proposta de revisão de valores. Sem contradição – O presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, disse ontem que não vê "nenhuma contradição" no fato de o governo brasileiro oferecer financiamento à Bolívia por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no momento em que negocia o preço do gás boliviano. "São duas coisas diferentes", disse. O presidente da Petrobras reforçou que a negociação com os bolivianos está transcorrendo no âmbito técnico, dentro do que prevê o contrato entre a estatal brasileira e a YPFB. Baixo risco – Já o presidente do BNDES, Demian Fiocca, afirmou ontem que a perspectiva de concessão de financiamento da instituição financeira para negócios de empresas brasileiras no país vizinho se insere na política do governo, e do próprio banco, de ampliação de relações comerciais entre o Brasil e outros países. Além disso, Fiocca também enfatizou que as garantias para os financiamentos "são consistentes" e que não existem riscos na operação. (AE)

COMUNICADOS

ATAS

COMUNICADO Barilla do Brasil Ltda, I.E. 115.306.342.110, CNPJ 02.195.380/0001-92 comunica que a 1ª, 3ª e 4ª via da nota fiscal 26747 série 2 de 11/05/2006 foi extraviada.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESCLEROSE MÚLTIPLA - ABEM - CNPJ 53.689.287/0001-75

ROMAG ASSESSORIA E PLANEJAMENTO DE JOGOS ELETRÔNICOS LTDA, CNPJ 00.956.534/0001-96, CCM 2.420.657-1, comunica o extravio do livro fiscal modelo 57 n.º 1 da PMSP. (11, 12,13/07/06)

tensão entre os governos do Uruguai e da Argentina – desde agosto do ano passado engalfinhados na "Guerra da Celulose" – entra nesta semana em uma nova escalada, já que o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, anunciou que autorizará a construção de uma nova fábrica de celulose no Rio Negro. Vázquez comunicou a intenção a seus ministros na noite da segunda-feira, durante reunião de gabinete. Ontem, em Buenos Aires, capital da Argentina, a notícia foi recebida com desagrado, já que o Rio Negro desemboca no Rio Uruguai, e, portanto, a eventual poluição produzida pela empresa chegaria à fronteira argentina. Essa fábrica, a terceira a ser construída em território uruguaio próximo à fronteira da Argentina, deverá irritar o presidente Néstor Kirchner, que desde o ano passado exige o fim da construção de duas outras fábricas de celulose sobre o Rio Uruguai. Ambas as fábricas (uma pertencente à empresa finlandesa Botnia, enquanto a outra é da espanhola Ence) estão sendo construídas no município uruguaio de Fray Bentos, lo-

calizado na frente da cidade argentina de Gualeguaychú. A terceira fábrica da discórdia – com a autorização do Ministério do Ambiente e do Ministério da Pecuária e Agricultura – será construída pela empresa sueca Stora Enso sobre o Rio Negro, entre as cidades de Paso de los Toros e San Gregorio de Polanco. A fábrica será abastecida com madeira removida de 100 mil hectares destinados ao reflorestamento. A decisão de Vázquez também irritou os habitantes argentinos da fronteira, que ameaçam realizar novos protestos. Os habitantes de Gualeguaychú, a principal cidade do lado argentino, reunidos em uma assembléia popular, realizaram entre dezembro e março piquetes em duas das três pontes que ligam os dois países. Os argentinos alegam que as fábricas causarão um "apocalipse ambiental" que levará ao "colapso econômico" a região da fronteira. Os uruguaios afirmam que as fábricas não poluem, além de sustentarem que precisam dos investimentos das empresas (um total de US$ 1,8 bilhão, o equivalente a 13% do PIB uruguaio) para recuperar a austera economia do país. (AE)

Interurbano pode cair 2,7%

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s tarifas das ligações interurbanas entre telefones fixos terão, pela primeira vez, redução no preço. O corte deverá entrar em vigor na semana que vem e será de aproximadamente 2,7%. Segundo técnicos da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), esse percentual, proposto pela área técnica da agência, será votado pelo conselho diretor até a próxima sexta-feira. No mesmo dia, a Anatel também deverá autorizar a redução nas tarifas das ligações internacionais. A redução nos preços das chamadas de longa distância vai variar de empresa para empresa. Além disso, os técnicos

ainda não definiram uma proposta para a Embratel. Assim, a redução de 2,7% foi calculada pela Anatel com base na média de todas as concessionárias (Brasil Telecom, Telefônica, Telemar, CTBC e Sercomtel), à exceção da Embratel, uma vez que a agência está revisando os índices de produtividade da operadora para calcular quais serão suas novas tarifas. O conselheiro da Anatel José Pereira Leite ressaltou, entretanto, que, na prática, os consumidores mal sentirão a redução das tarifas, já que o mercado de telefonia de longa distância é muito competitivo, e as empresas adotam preços inferiores aos das tabelas. (AE)

CONVOCAÇÕES

ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA Realizar-se-á no dia 24 de julho de 2006, na sede da ABEM, à Av. Indianópolis, 2752, São Paulo, SP, às 10 horas (1ª convocação) e às 10:30 horas (2ª convocação), com qualquer quorum para deliberar sobre alteração nos estatutos da ABEM com a inclusão, no artigo 1º, do seguinte texto: “Parágrafo único - Não visa distribuição de lucros ou dividendos a dirigentes e associados sob qualquer forma ou espécie. Os integrantes dos seus órgãos diretivo e fiscal exercerão seus cargos gratuitamente” e deliberar sobre outros assuntos. A DIRETORIA

COMUNICADO INTERACT SERVICES LTDA. - CNPJ/MF 06.012.383/0001-02 - Comunica o encerramento de suas atividades a partir de 05/05/2006.

COMUNICADO CAPNETO - ENGENHARIA LTDA. - CNPJ/MF 05.567.817/0001-60 - Comunica o encerramento de suas atividades a partir de 31/05/2006.

EDITAIS FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR PREGÃO Nº 018/2006- FAMESP PROCESSO Nº 566/2006 - FAMESP Acha-se à disposição dos interessados do dia 03 de julho de 2006 até o dia 13 de julho de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignolli, s/nº, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680–ramal 111FAX(0xx14)3882-1885–ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/pregao.htm, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL Nº 018/2006-FAMESP, PROCESSO Nº 566/2006 - FAMESP, que tem como objetivo a AQUISIÇÃO DE POLTRONAS E POLTRONAS DIRETOR COSTURA DUPLA LATERAL GIRATÓRIA COM RELAX E CAPA, PARA A DIVISÃO HEMOCENTRO DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU, CONFORME ESPECIFICAÇÕES CONTIDAS NO ANEXO II DO EDITAL. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação será realizada no dia 17 de julho de 2006, com início às 14:00 horas, na Sala da Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar, no endereço supracitado. Botucatu, 01 de julho de 2006. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi - Diretor Vice Presidente - FAMESP

FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR / HOSPITAL ESTADUAL BAURU EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL PREGÃO Nº 027/2006-FAMESP/HEB PROCESSO Nº 180/2006-FAMESP/HEB REGISTRO DE PREÇO 017/2006-FAMESP/HEB Acha-se à disposição dos interessados do dia 12 de julho de 2006 a 28 de julho de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignholi s/n, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680–ramal 111-FAX(0xx14)38821885–ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/HospitalEstadualBauru, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL - PREGÃO Nº 027/2006-FAMESP/HEB - PROCESSO Nº 180/2006-FAMESP/ HEB, que tem como objetivo a Aquisição de Catéter Diagnóstico – vários tipos etc..., Para o HOSPITAL ESTADUAL BAURU, conforme especificações constantes do anexo II. O prazo para entrega das Amostras será até o dia 28 de julho de 2006, a fase de análise das amostras será do dia 31 de julho de 2006 até o dia 07 de agosto de 2006. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação, será realizada no dia 11 de agosto de 2006, com início às 09:00 horas, na Sala da Seção de Compras do Hospital Estadual Bauru, Avenida Engº Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº 1-100 – Jardim Santos Dumont, Município de Bauru, Estado de São Paulo. Botucatu, 12 de julho de 2006. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi - Diretor Vice-Presidente - FAMESP.

SOL LEVANTE PARTICIPAÇÕES S/A

CNPJ Nº 05.608.178/0001-33 - NIRE Nº 35.300.195.353 Extrato da Ata da Assembléia Geral Ordinária realizada em 28/04/2006 Aos 28/04/2006, às 10:00 horas, na sede social sita na Rua Riachuelo, nº 44, 6º andar, em São Paulo/SP, com a presença da totalidade de seus acionistas nos termos do artigo 124, § 4º da Lei 6.404/76. Os trabalhos foram presididos pelo Sr. Albino José Coelho da Rocha Filho e secretariados pelo Sr. José Rosolini Netto. As deliberações tomadas por unanimidade foram: (I) aceitar o pedido de renúncia do Diretor vice-presidente, Sr. Ricardo Barthy Sales; (II) Aprovação das Demonstrações Financeiras de 31/12/2005 e das contas dos administradores, com a conseqüente destinação do montante do lucro líquido apurado de R$ 2.474.125,12, para a conta de reserva legal, sem distribuição de dividendos; e (III) Eleição para o cargo de Vice-Presidente pelo prazo ramanescente do mandato, do Sr. José Rosolini Netto, brasileiro, casado, economista, RG nº 2.328.362/SSPSP e CPF nº 069.532.808-59. O Presidente da mesa ofereceu a palavra a quem dela quisesse fazer uso e, como ninguém se manifestou, foram encerrados os trabalhos e lavrou-se a ata, que depois de lida e achada conforme, vai assinada por todos os acionistas. Certifico ser a presente cópia fiel da Ata lavrada no livro próprio que contém as respectivas assinaturas dos acionistas da companhia, assinada pelos Srs. Presidente e Secretário da Mesa. (aa) Presidente - Albino José Coelho da Rocha Filho; Secretário - José Rosolini Netto. Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania - Jucesp nº 169.943/06-9, em sessão de 27/06/2006.

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FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 11 de julho de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial:

Reqte.: Mercantil Farmed Ltda. - Reqda.: Drogaria Droganikko Ltda. Av. Liberdade, 368 - 1ª Vara de Falências Reqte.: Mercantil Farmed Ltda. - Reqda.: Droga Prissy Ltda. - Av. Diógenes Ribeiro de Lima,

2.182 - 1ª Vara de Falências Reqte.: Têxtil Canatiba Ltda. - Reqda.: Indústria Com. Confecções Jordache Ltda. End.: n/c - 1ª Vara de Falências Reqte.: Têxtil Canatiba Ltda. - Reqdo.: Foz Mo-

das Indústria Comércio Confecções Ltda. - Rua Maria Marcolina, 879 - 2ª Vara de Falências Reqte.: CCD Comércio Ltda. - Reqdo.: Cel Serviços e Sistemas Ltda. - Rua Salvador

Simões, 1284 - 2ª Vara de Falências Reqte.: Romana Tecnologia de Ativos e Fomento Mercantil Ltda. - Reqdo.: Rolbrasil Comércio de Rolamentos Ltda. - Rua Tijuca Paulista, 216 - 2ª Vara de Falências


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 12 de julho de 2006

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Cidades

Douglas é o primeiro civil assassinado na segunda onda de atentados da facção criminosa, iniciada no dia 28 de junho. Gilberto Marques/Agência o Globo

Lawrence Bodnar/Agência O Globo

Acima, na foto maior, posto da Polícia Militar atacado na madrugada de ontem com uma bomba de fabricação caseira. À direita, Douglas Konishi de Souza, assassinado a tiros na Vila Santa Catarina. Filho e cunhado de agentes penitenciários, sua família acredita que Douglas tenha sido morto "por engano". O alvo seria seu cunhado, que ontem não saiu de casa porque estava de folga. Para a polícia, foi uma ação do crime organizado.

TERROR VOLTA A MATAR

Jovem de 23 anos, filho e cunhado de agentes penitenciários, foi assassinado a tiros, no Jabaquara. Família crê que alvo seria o cunhado, que ontem estava de folga.

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Primeiro Comando da Capital (PCC) é o principal suspeito do assassinato do jogador de futebol Douglas Konishi de Souza, que completaria 24 anos hoje. Filho e cunhado de agentes penitenciários, o jovem foi executado ontem com cinco tiros quando saía de casa para levar a mulher ao ponto de ônibus, na Vila Santa Catarina, zona sul de São Paulo. A família tem certeza de que Douglas foi confundido com o cunhado ao ser atacado. A Secretaria da Segurança Pública não descarta a hipótese de ação do crime organizado. Douglas é o primeiro civil assassinado na segunda onda de atentados da facção, iniciada no dia 28 de junho. Nessa fase, a ordem da organização era atacar funcionários de presídios. Nos últimos 13 dias, cinco agentes penitenciários foram assassinados Quando o jovem saiu de casa, às 6h20, abraçado à mulher, P.K.S, ainda estava escuro. Não havia sequer iluminação pública, pois, segundo os moradores, o quadrilátero da rua Alto do Bonfim, onde aconteceu o crime, está sem luz há mais de 30 dias. O jovem morava na casa do cunhado A.S., agente do Centro de Detenção

Robson Fernandjes/AE

Lembo ironiza Força Nacional

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Marca de bala na rua onde Douglas Konishi de Souza foi assassinado a tiros, na manhã de ontem

Provisória (CDP) de Mauá. Duas coincidências sustentam a tese da família de que o jovem foi morto numa emboscada preparada para o agente penitenciário. "Ele tinha o mesmo porte físico e saiu de casa no mesmo horário que o cunhado costuma sair. O A. só não saiu porque está de folga", afirmou o tio V.E. Assim que o casal cruzou a Travessa Aragonita, a menos de dez metros do portão de casa, o Astra prata placas CVC-

2431, que foi visto na área desde as 5h, o seguiu. O rapaz e sua mulher caminharam 50 metros até serem interceptados pelo veículo. Dele desceu um rapaz que fez o primeiro disparo, atingindo Douglas nas costas. Ele caiu de bruços. Desesperada, a mulher agachou junto ao corpo do marido, mas foi lançada longe pelo assassino, que ordenou que ela se afastasse. De dentro do carro, o motorista atirou de oito a dez vezes contra o corpo no chão. Os

tiros acertaram o pescoço, as costas e nádegas da vítima. Representantes dos agentes acham que ele foi morto por engano. "As circunstâncias nos levam a crer nisso" disse Luiz da Silva Filho, diretor do Sindicato dos Funcionários. Durante a madrugada, uma bomba de fabricação caseira foi lançada contra uma instalação da PM, também no Jabaquara. Não houve danos materiais nem feridos entre os soldados de plantão. (AE)

PM ocupa território de Biroska

ropas de elite da Polícia Militar do Estado de São Paulo ocuparam com 456 homens, na manhã de ontem, a favela do Morro do Samba, em Diadema, na Grande São Paulo. A região é comandada pelo traficante de drogas Edilson Borges Nogueira, o Biroska, ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e acusado de ordenar ataques contra agentes penitenciários no fim do mês passado. "Mesmo preso, o Biroska continua mandando no tráfico da região. Queremos acabar com a atuação dele. Não vai ter oferta nem procura", disse o comandante do Policiamento de Choque, coronel Joviano Conceição Lima. Esta é a sétima Operação Saturação da PM para fechar pontos-de-venda de drogas em várias regiões de São Paulo.

T

governador de São Paulo, Claudio Lembo, ironizou ontem a possibilidade de a Força Nacional atuar no Estado, alegando que a polícia paulista é auto-suficiente e está preparada para conter a onda de violência dentro e fora dos presídios. "A Polícia Militar é mais qualificada", disse Lembo, irritado, durante visita a Campinas. "Todo mundo vem aprender com os nossos policiais", disse. "A Força Nacional entrou em atividade há um ou dois meses. Nossa polícia tem 161 anos. Temos 81 mil homens e a nacional tem 280 soldados para uma situação de 40 milhões de habitantes", disse, após inaugurar o Centro de Integração da Cidadania (CIC), no bairro Vida Nova. Lembo disse ainda que as cenas do pátio lotado na penitenciária de Araraquara "fo-

Segundo o coronel, o comando do traficante se estende a áreas vizinhas. Por isso, a PM também ocupou os bairro s d o J a rd i m O f é l i a , S ã o Francisco e Luzo. Foram usados na operação 117 viaturas e um helicóptero. A intenção da polícia é de ocupar essas regiões entre 45 e 60 dias. Durante as operações de ontem foram abordadas 1.515 pessoas, 599 motocicletas e 354 carros vistoriados. Um homem foragido da Justiça foi recapturado. Biroska está preso no Centro de Readaptação Penitenciária (CRP) de Presidente Bernardes, a 605 quilômetros da capital paulista, considerado de segurança máxima. Neste presídio está o líder do PCC, Marcos Camacho, o Marcola. Segundo a Polícia Civil de São Bernardo do Campo, foi Biroska quem ordenou os ata-

ques contra funcionários dos Centros de Detenção Provisória (CDP) da região do ABC, a mando da facção criminosa. O serviço de inteligência da polícia paulista descobriu o plano e se antecipou aos bandidos. A ordem era matar entre cinco e dez funcionários do sistema prisional. No confronto, que se deu no dia 26, 13 pessoas foram mortas durante um suposto tiroteio e cinco delas acabaram deti-

das. Apenas um investigador ficou ferido. No começo do ano, foi encontrado um grafite na favela do Morro Samba que teria sido "patrocinado" pelo traficante. No desenho havia dois carros da Rota furados de balas e policiais baleados ao lado de traficantes de drogas que atendiam a uma fila de clientes. No dia seguinte, a mando da polícia, o muro foi pintado de branco. (AE)

ram encenadas por um grupo de presos". Ele prevê gastos de mais de R$ 110 milhões para recuperar 19 presídios destruídos no Estado. Blitze –Agentes de segurança e policiais militares apreenderam 39 celulares, 37 carregadores e uma bandeira do PCC em blitze feitas ontem em três unidades prisionais do oeste do Estado. Também foram apreendidas 103 bolsas de maconha e quatro bolsas de cocaína. A maior parte dos produtos estava em poder dos presos da Penitenciária de Segurança Máxima de Assis, onde 100 agentes e 70 homens da tropa de choque da PM passaram dez horas revistando as celas, que abrigam 1.196 detentos. Eles encontraram 23 celulares, 30 carregadores, quatro chips e uma bateria de celular, além de 98 bolsas de maconha e quatro de cocaína. (AE)


quarta-feira, 12 de julho de 2006

Finanças Empresas Nacional Estilo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 Novo carro da GM, batizado de Prisma, derivado do Celta, custará cerca de R$ 30 mil.

LEILÃO DA VARIG MARCADO PARA DIA 18

VALOR MÍNIMO PARA O NOVO LEILÃO, DIA 18, FOI ESTIPULADO ONTEM PELA JUSTIÇA DO RIO

VARIG POR APENAS US$ 24 MILHÕES

A

Tasso Marcelo/AE

Ontem, o movimento foi fraco no balcão da Varig no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro

BIOCOMBUSTÍVEL A Suécia é o primeiro país europeu a adotar o modelo brasileiro do biocombustível.

Ó RBITA

IPC-S Preços no varejo em São Paulo tiveram deflação de 0,39% na primeira semana de julho.

André Dusek/AE

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WINDOWS

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lançamento do Windows Vista pela Microsoft deve começar em novembro, com distribuição a empresas e clientes em geral até janeiro de 2007. (Reuters) A TÉ LOGO

de Ramalho foi uma resposta às críticas dos industriais, que demonstraram preocupação com o nível de comércio entre os dois países.

As reclamações são da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e da Confederação Nacional da Indústria (CNI). (AE)

BUSH ANUNCIA QUEDA DE DÉFICIT

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presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, anunciou ontem que o déficit fiscal do país está caindo "mais rápido que o previsto" e disse que as medidas em favor do

crescimento dão resultado. A declaração foi feita após o Departamento de Administração e Orçamento ter rebaixado em US$ 100 bilhões a previsão de déficit para o exercício que termina em setembro. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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TAM e Gol investem para atuar em manutenção ao lado da VEM

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Governo descarta nova crise do álcool tanto agora como na entressafra

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Governo federal envia ao TCU projeto técnico de sua primeira PPP

tajoso hoje do que o processo de liquidação", disse Fiore. A VarigLog havia proposto pagar R$ 277 milhões pela nova Varig. Além dos US$ 20 milhões, ela daria a trabalhadores e aposentados R$ 100 milhões em debêntures conversíveis em ações da nova Varig em um prazo de dez anos, com rendimento anual de R$ 4,2 milhões; R$ 15 milhões em três anos pelo fretamento de aviões que ficarão com a velha Varig; R$ 10 milhões por serviços encomendados ao Centro de Treinamento; e R$ 24 milhões pela recompra de ações da VarigLog em poder do fundo de pensão da Varig, o Aerus. Tudo isso se tornou obrigação de quem comprar a Varig no leilão, mas igualmente a prazo. Sindicatos – A Varig classificou de "predatória e parcial" a atuação do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), em nota à imprensa distribuída ontem. O sindicato, que reúne representantes da própria Varig e de suas concorrentes, TAM, Gol e BRA, mantém posição contrária à venda

da VarigLog para a Volo, companhia que tem entre seus acionistas o fundo americano de investimentos Matlin Patterson. A Varig pediu uma assembléia para debater o tema amanhã. Qualidade – As operações precárias e em poucas rotas nacionais e internacionais da Varig puxaram para baixo as médias de qualidade dos serviços prestados pelas companhias aéreas em junho. Essa é a principal conclusão sobre os indicadores de regularidade de vôos, eficiência operacional e pontualidade das empresas divulgados ontem pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Também ontem, a Comissão de Serviços de Infra-Estrutura do Senado aprovou a convocação dos ministros da Casa Civil, Dilma Rousseff, e da Defesa, Waldir Pires, a dar explicações ao Senado sobre a participação do governo no processo de recuperação da Varig. A audiência ainda não tem data marcada. A comissão também aprovou, por 19 a 1, a indicação do economista Josef Barat para a diretoria da Anac. (Agências)

Lufthansa pede solução para crise

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CHINA COMPRA POUCO DO BRASIL s produtos brasileiros respondem por apenas 1% de tudo o que a China importa, disse ontem o ministro interino do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Ivan Ramalho. A China compra cerca de US$ 660 bilhões ao ano, sendo US$ 6,8 bilhões em produtos do Brasil. "Devemos elevar as exportações brasileiras", disse durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE) (foto). A declaração

Justiça do Rio decidiu que a Varig será leiloada em 18 de julho, um dia depois da assembléia de credores, e que o preço mínimo à vista será de apenas US$ 24 milhões. O valor representa os US$ 20 milhões que a VarigLog está injetando na Varig até o leilão, acrescidos de 20%. Se a VarigLog for a vencedora, já terá pago esse preço. Todo o resto a ser pago pela Varig poderá ser feito a prazo. A decisão foi anunciada no fim da noite de segunda-feira, após um dia inteiro de reuniões entre representantes da Varig, VarigLog, Deloitte (administradora judicial da companhia aérea) e da Justiça. O objetivo da reunião era tentar convencer a VarigLog a melhorar sua proposta, que oferecia muito pouco à vista. Segundo Luiz Alberto Fiore, da Deloitte, a VarigLog garantiu que todos os bens imóveis serão da velha Varig – que não vai a leilão e ficará com a dívida de cerca de R$ 7,5 bilhões: "O valor da proposta é mais van-

m dos principais executivos do setor aéreo mundial fez um apelo ao Brasil: que o País e o governo tenham uma "visão de futuro" ao pensar a respeito de uma solução definitiva para a crise que atinge a Varig. O presidente do Conselho de Administração da Lufthansa, Jurgen Weber, recebeu ontem o prêmio da Câmara de Comércio Brasil-Alemanha como personalidade do ano, ao lado do ex-ministro da Agricultura brasileiro Roberto Rodrigues. Em um discurso para cerca de 500 convidados, em Berlim, Weber afirmou que os problemas que atingem a Varig são lamentados também por executivos do setor aéreo de outros países, que viram a empresa brasileira como uma parceira nos últimos anos. "O Brasil precisa de uma companhia aérea forte e saudável", disse. A platéia do executivo incluía o ministro brasileiro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan. O representante do governo Lula, porém, não tocou no assunto da Varig ao discursar no evento depois de Weber, e apenas ressaltou a importância da relação entre Alemanha e Brasil. Ele contou, ainda, como foi, nos anos 1990, a iniciativa de levar a Varig para a Star Alliance,

grupo de empresas aéreas lideradas pela Lufthansa. "Desde o início de nossa aliança, eu tinha certeza de que tínhamos de ter a Varig conosco", afirmou o executivo. Weber, porém, evitou

falar sobre o que a Lufthansa estaria fazendo para ajudar a Varig em questões como o transporte de passageiros que já tenham milhas da empresa brasileira. (AE)

RECEPCIONISTA Admite-se entre 18 e 20 anos, c/ ou sem experiência, residente na zona oeste. Ensinamos o serviço. Entrevista pelos fones: (11) 3801-1525 ou 3676-1161


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Ciência Urbanismo Saúde Pública Tr â n s i t o

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 12 de julho de 2006

Quem sabe ela tenha começado a juntar coisas com a intenção de suprir a falta do espaço deixado pela morte do marido. Nelson Carrozzo, psiquiatra

COMPORTAMENTO PODE REVELAR PSICOSE

"ERA LIXO? EU NÃO ACHO". GIr A espanhola Violeta Martinez quer recuperar parte das 250 toneladas de lixo retiradas de sua casa. Para psiquiatra, ação foi uma violência. Fotos de Luiz Prado/Luz

Agendas da Associação e das distritais

Fernando Vieira Hoje

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espanhola Violeta Martinez Rodrigues, de 80 anos, aproximou-se do portão. Visivelmente irritada, caminhava lentamente de um lado para o outro. “Está tudo errado. Isso não se faz! Levaram todas as minhas coisas. Era lixo? Eu não acho”, esbravejou como se falasse com o filho Juan Martinez Rodrigues. Ontem à tarde, calado, ele se esforçava para lavar o quintal da casa número 1.700 da rua João Cachoeira, no Itaim Bibi, zona sul de São Paulo. Na manhã de ontem, um advogado impediu o prosseguimento do trabalho de retirada dos materiais do interior do sobrado, onde estavam armazenadas cerca de 250 toneladas de resíduos. "Por se tratar de um imóvel particular e com a presença da dona, não havia embasamento legal para continuarmos a ação. Estamos aguardando a decisão judicial", informou a subprefeitura de Pinheiros. Uma parte do lixo já havia sido retirada por 25 caminhões, num trabalho que começou no domingo, após queixas de vizinhos à polícia. O último caminhão só levou o que foi permitido, após uma triagem de Juan. O quintal, um quartinho nos fundos e a sala ficaram praticamente vazios. Seria necessário pelo menos o dobro das viagens já realizadas para a retirada de todos os itens, segundo a subprefeitura. Dona Violeta reclamou daquilo que chamou de “invasão” de sua casa, sem autorização. “Se pensavam que eu estava morta, deveriam ter entrado aqui, olhado e ido embora. Essa é a única roupa que me restou. O resto levaram”. Segundo vizinhos, Violeta circulava normalmente durante o dia, mas perambulava pelas ruas na madrugada, recolhendo de tudo. Mãe de dois filhos adultos e viúva há doze anos, Violeta vive sozinha. O marido “não gostava de guardar nada”, revelou. “Depois que ele faleceu comecei a guardar as coisas. Faço isso para ver o que posso aproveitar”, justificou. Ela convidou a reportagem a entrar em sua casa. O filho tentou convencer a mãe do contrário, mas ela insistiu. Caminhou até a sala do piso inferior. O ambiente ainda exalava mau cheiro. “Não, lá em cima não pode ir. Agora tenho que ir embora. Preciso recuperar minhas coisas”. Na verdade, os

I Transportes – O diretor da

Garagem com o Fiat onde Violeta costumava dormir: lixo foi retirado, mas mau cheiro na casa ainda permanece no sobrado Daniel Mobilia/Agência O Globo

Na segunda-feira, de máscaras, garis fizeram a remoção do lixo

Violeta: “Está tudo errado. Isso não se faz! Levaram as minhas coisas".

cômodos do andar superior ainda estão cheios de lixo. Perguntada sobre onde estava dormindo, ela não teve tempo para responder. “Mãe, chega. Vamos embora”, interrompeu Juan, que admitiu a possibilidade de sua mãe “estar com

problemas”. “Devemos procurar um especialista”. Violeta também não confirmou se é proprietária dos 19 imóveis, cujas escrituras foram encontradas em seu nome. O filho a interrompeu de novo e respondeu em seu lu-

gar: “É o que dizem que encontraram. Pergunte para eles", disse de forma ríspida. Todos os imóveis estão com os impostos em dia. Segundo o psiquiatra Nelson Carrozzo, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento de Saúde Mental e Psico-social - A Casa, ocorrências como essa são comuns. Ele avalia que o comportamento de Violeta pode ser de uma pessoa que sofre de psicose ou esquizofrenia. "Colocar valor nas coisas é uma particularidade que somente as pessoas que sofrem dessas doenças são capazes de entender. A retirada abrupta dos objetos, sem tratamento e acompanhamento médico, é uma atitude muito violenta para o doente", disse Carrozzo. "Quem sabe ela tenha começado a juntar coisas com a intenção de suprir a falta do espaço

deixado pela morte do marido. Mas essas construções levam tempo para serem feitas no trabalho de psiquiatria", disse. Ele condenou a ação da Prefeitura e afirmou que uma equipe de saúde mental deveria ter sido destacada para atender Violeta. "Isso que foi feito é uma violência. A ação foi muito mal engendrada e desumana", disse Carrozzo. Violeta e o filho Juan foram indiciados por colocar em risco a saúde pública, por violação de medida sanitária e por porte de material explosivo sem autorização (em meio ao lixo havia 24 frascos de pólvora). A delegada do plantão do 15º Distrito Policial, Maria Aparecida Corsato, que instaurou o inquérito policial, não considerou a remoção dos objetos da casa uma ação irregular.

ACSP, Nelson Ibrahim Maluf ElHage , participa da reunião almoço com a presença do Secretário Municipal de Transportes, Frederico Victor Moreira Bussinger. Às 12h30, na sede do Secovi-SP, rua Dr. Bacelar, 1043, 2º andar. I São Miguel - A distrital da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) realiza reunião do núcleo setorial de Escolas particulares do "Projeto Empreender" , coordenada por Valdeir Gimenez. Às 9h. I Fiesp – O vice-presidente da ACSP, Carlos Monteiro, a convite de Paulo Skaf, presidente da Fiesp, do Instituto Roberto Simonsen, do Sesi-SP e do Senai-SP, participa da exposição do Ten-Brig-do-Ar Luiz Carlos da Silva Bueno, comandante da Aeronáutica sobre o projeto "CTX- Aeronave Regional e de Transporte Tático Militar". Às 10h, na sede da Fiesp, av. Paulista, 1313 /15º andar, salão Nobre. I Santo Amaro - A distrital da Associação Comercial realiza reunião da Diretoria Executiva e do Conselho Diretor. Às 19h. I Butantã - A distrital da Associação Comercial promove palestra com o tema "Administração competitiva", ministrada pelo consultor Sérgio Diniz. Favor confirmar presença para a palestra pelos telefones 3032-8878/8873 ou pelo e-mail: dbutanta@acsp.com.br. Às 19h30. I São Miguel - A distrital da Associação Comercial realiza reunião do núcleo setorial de móveis e colchões do "Projeto Empreender" , coordenada por Valdeir Gimenez. Às 20h.

Amanhã I Pinheiros - A distrital da

Associação Comercial, em parceria com a OAB, promove o I Fórum Jurídico da Vila Madalena, com o tema "Advocacia, início de carreira e suas perspectivas", ministrado pelo dr.Flávio Romeu Canton Filho. Às 19h30. I São Miguel - A distrital da Associação Comercial realiza reunião do núcleo setorial de automecânicas do "Projeto Empreender" , coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 20h. I Milão – O vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e coordenador da São Paulo Chamber Of Commerce, Alfredo Cotait Neto, participará nos dias 13, 14 e 15 da Missão Institucional de São Paulo, com reuniões na Câmara de Comércio de Milão.

Noel' é condenado Seqüestro termina com 12 presos 'Papai a 13 anos de prisão

"E

sse seqüestro é realmente preocupante porque esses homens são profissionais". Foram essas palavras que o advogado Ademilson Alves de Brito usou para deixar ainda mais em pânico a família do garoto Lucas da Silva, de 6 anos, que passou 63 dias seqüestrado. O advogado, amigo íntimo dos pais de Lucas e vizinho no condomínio de luxo localizado no Arujá, foi preso durante o seqüestro, acusado pela polícia de estar envolvido no crime. "Ele foi abusado e traidor. Entrou na minha casa dois dias após o seqüestro dizendo essas palavras de terror. Ele se gabava em dizer que era advogado do Primeiro Comando da Capital (PCC) e sabia que um seqüestro como o do meu filho custava R$ 150 mil para os bandidos pagarem todos os membros do bando", contou a mãe

Wladimir de Souza/Agência O Globo

Nádia e Robson com o filho Lucas, libertado após 63 dias de cativeiro

do menino, Nádia da Silva. À família, a quadrilha articulada exigiu R$ 3 milhões como pagamento de resgate. Durante os longos dois meses de agonia e desespero, os criminosos entraram somente duas vezes em contato com os parentes de Lucas. O primeiro foi na madrugada do dia 11 de

maio. "Um homem calmo pediu para falar comigo. Disse para eu desistir que até o fim não falaria com meu filho. Exigiu R$ 3 milhões e desligou". A segunda ligação foi feita no dia 24 de maio. "Durante os ataques do PCC entramos em desespero. E, dessa vez, outro homem, muito violento e agressi-

vo avisou que iria matar o Lucas. Antes de desligar, avisou que ligaria novamente em 30 dias, mas isso não aconteceu", acrescentou a mãe. Durante o seqüestro, os pais, donos de uma escola em Arujá, e os quatro irmãos mais velhos de Lucas, percorreram de carro todas as região de São Paulo. "Tínhamos a esperança de encontrá-lo na rua ou em um orelhão. Eu cheguei a passar perto do cativeiro", disse Nádia. No dia 11 de maio, dois dias após o seqüestro de Lucas, os policiais estouraram um cativeiro, mas ele já havia saído de lá. Lucas foi levado para a casa de outra seqüestradora, em Guaianases, na zona leste. Lucas completou 6 anos no cativeiro. Ontem, o garoto passou o dia feliz com a família, recebendo os sonhados presentes de aniversário. A polícia já prendeu 12 pessoas envolvidas no seqüestro. (AE)

O

ex-policial militar José Benedito da Silva foi condenado ontem a 13 anos e 4 meses de prisão pela tentativa de assassinato da publicitária Renata Guimarães Archilla, no bairro do Morumbi, zona sul de São Paulo, em 2001. Benedito, que também perdeu o cargo de PM, teve a prisão decretada durante a leitura da sentença, pela juíza Patrícia Álvares Cruz. Ontem o réu vestiu, pela segunda vez, a roupa de Papai Noel com a qual tentou matar Renata. Ele usou a roupa a pedido de seu advogado, Celso Vendramini, no plenário 7 do 1º Tribunal do Júri, em São Paulo, para tentar mostrar que as vestes eram grandes demais para seu tipo físico, logo, ele não poderia ser o autor do crime. Os jurados não se convenceram e o condenaram, por 4 votos a 3, por tentativa de ho-

micídio qualificada. Eles entenderam que ele não deu chance de defesa à vítima. Patrícia ressaltou que o crime cometido por Benedito era mais grave devido a sua condição de policial militar, porque tem obrigação de proteger a sociedade. Segundo ela, os três tiros disparados contra Renata foram um ataque covarde, que "exige rigorosa reprovação". Renata ficou muito emocionada ao saber da decisão e disse que a Justiça foi feita. "Estou encerrando aqui esse pedaço da minha vida que quero esquecer que aconteceu e começar uma nova vida", afirmou. "Eu nunca iria acusar uma pessoa que eu não tivesse absoluta certeza que foi (autor do crime)". A mulher de Benedito, Josélia Domingues da Silva, não quis falar com a reportagem. Para o promotor Roberto Tardelli a pena foi adequada. (AE)


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Finanças Empresas Tr i b u t o s Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 12 de julho de 2006

Comércio de crédito de carbono pode trazer 6 bilhões de euros ao Brasil até 2007.

DÉBITOS DO ITR NÃO ENTRAM NO REFIS 3

ARTIGO DA MEDIDA PROVISÓRIA QUE TRATA DO REFIS 3 BENEFICIA CONTRIBUINTE AUTUADO

MP 303 EXTINGUE MULTA ISOLADA

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Medida Provisória n° 303 – que instituiu o chamado Refis 3 – traz uma bondade importante para os contribuintes, independente de aderirem ou não ao parcelamento de débitos tributários com o fisco: a extinção da multa isolada. Esta multa é cobrada quando o contribuinte autuado paga o imposto devido, mas não a multa de mora. "Comemoramos a medida porque o valor da multa isolada é absurdo, de 75% do montante devido", afirma o advogado e assessor da presidência do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP), José Constantino de Bastos Júnior. "Antes, se eu recolhesse R$ 100 de imposto sem a multa de mora de 0,33% ao dia, recebia outra multa (multa isolada) correspondente a 75% do valor recolhido. Assim, por não recolher R$ 0,33 – no atraso de um dia – eu teria que pagar R$ 75 de multa isolada", exemplifica Bastos Júnior. "Com a mudança, quando o contribuinte deixar de pagar a multa de mora, deverá apenas quitála com correção", diz. Pedido – Como a MP 303 ainda precisa ser regulamentada, o Sescon-SP aproveitou a oportunidade para pedir à Superintendência da Receita Federal da 8ª Região que a extinção da multa isolada vigore para as multas cobradas antes da entrada em vigor da MP. "A retroatividade na re-

Luludi/LUZ

gulamentação da MP seria importante porque a maioria dos 75 mil autos de infração enviados a contribuintes paulistas no ano passado referemse à cobrança de multa isolada", justifica Bastos Júnior. Parcelamento – A extinção da multa isolada foi incluída na MP que autoriza o parcelamento de débitos tributários das empresas com a Receita Federal, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) em até 130 parcelas, com redução de multa. Mas especialistas alertam para algumas maldades escondidas no texto da medida provisória. O advogado Régis Trigo, do escritório Marcondes Advogados Associados, lembra que débitos relacionados a tributos retidos na fonte, como o Imposto de Renda (IR) e contribuição previdenciária, não podem entrar no programa de parcelamento. O mesmo vale para o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR). O advogado Tércio Chiavassa, do escritório Pinheiro Neto, alerta que o critério de exclusão no novo Refis é mais severo que o dos programas anteriores. "Se o contribuinte deixar de pagar duas parcelas consecutivas ou alternadas do parcelamento ou de qualquer imposto federal será excluído", explica. No Parcelamento Especial (Paes), a exclusão ocorre com o não pagamento de três parcelas consecutivas ou seis alternadas. Laura Ignacio

José Constantino de Bastos Júnior, assessor do Sescon: era um absurdo o valor da multa isolada Ana Carolina Fernandes/ Folha Imagem

Pesquisas detectam que fraudes são comuns nas empresas

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Aterro sanitário de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, pioneiro na venda de créditos de carbono

Brasil tem muito a ganhar com o crédito de carbono

S

e o Brasil esperar mais dois ou três anos para usufruir da comercialização dos créditos de carbono, previstos no Protocolo de Kyoto, vai perder para a China e Índia os potenciais investimentos desse negócio. O alerta é de Antônio Carlos Porto Araújo, consultor da Trevisan e autor da cartilha "Como Comercializar Créditos de Carbono", lançada ontem pela consultoria. Estimativas da Trevisan apontam que, até 2007, serão negociados 30 bilhões de euros para a compra e venda dos créditos de carbono. "O Brasil pode aproveitar 20% desse total", estima Araújo. A experiência do Projeto Novagerar, implantado na Central de Tratamento de Resíduos de Nova Iguaçu (RJ), aponta para isso. No dia 30 de junho último, o projeto recebeu sua primeira parcela, de 1,2 milhão de euros, pela venda do crédito de emissão de gases que deixou de ser feita naquele aterro sanitário. O crédito foi vendido à Holanda, por intermédio do Banco Mundial. A experiência é apontada pelo consultor da Trevisan como a primeira do mundo a ser inscrita como projeto de Meca-

nismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), uma das formas que o Protocolo de Kyoto estabelece para reduzir emissões de gases que promovam o "efeito estufa" no planeta. Vendas – Pelo tratado, países em desenvolvimento ficam fora das metas de redução da emissão de gases. E podem vender aos desenvolvidos as toneladas de emissões que deixam de fazer. Na Europa há contratos fechados pelo valor de cinco ou seis euros a tonelada, conta Araújo. "Mas já há casos de fechamento por 16 euros a tonelada." Tudo funciona à semelhança dos negócios da bolsa de valores. Hoje, já há bancos de grande porte montando mesas especializadas na compra dos créditos de carbono. O empresário brasileiro interessado na comercialização de crédito de carbono deve estar amparado em projeto técnico que comprove os dados de emissão. O projeto deve ser aprovado em comissão específica no Brasil e ser registrado na Organização das Nações Unidas (ONU) para obtenção de certificado – equivalente às ações das bolsas de valores. Fátima Lourenço

Adiada votação da Super-Receita

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pedido do próprio governo, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado adiou para agosto a votação do projeto de lei que cria a Secretaria da Receita Federal do Brasil, também chamada de Super-Receita. O líder do governo no Senado, Romero Jucá, disse ontem que as alterações feitas pelo rel a t o r R o d o l p h o To u r i n h o (PFL-BA) podem "inibir a fiscalização" e, por isso, devem ser melhor analisadas. Tourinho incluiu no texto uma série de propostas que estão previstas em outro projeto de lei, em tramitação no Senado desde 1999, que cria o Códi-

go de Defesa do Contribuinte. O Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Unafisco) considerou, em nota técnica lida ontem na CAE pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que as mudanças feitas por Tourinho dificultam o combate às fraudes e à sonegação fiscal, impedem o lançamento do crédito tributário e postergam as cobranças de débitos tributários, além de lesar o caixa da Previdência Social. Até senadores oposicionistas, como é o caso de Jefferson Peres (PDTAM), votaram com o governo pelo adiamento da votação do projeto da Super-Receita. (AE)

nquete da Boucinhas Campos Soteconti Auditores Independentes realizada em junho pelo site da auditoria, com 250 empresários, mostrou que 21% deles já foram alvo de fraudes. "O objetivo é assessorar as companhias com programas de prevenção", afirma o diretor da Boucinhas, Marcelo Conti. O baixo percentual de empresas vítimas de fraudes surpreendeu o diretor. Para Conti, os executivos que responderam, provavelmente, não tinham muita idéia de todos os tipos de fraudes. "A maioria acredita que é a apropriação indevida de ativos, mas há outras categorias", explica, ao citar o suborno fiscal tributário ou o pagamento indevido por algo ilegalmente aceito. Para o diretor da consultoria, se a pergunta da enquete tivesse sido específica, o número poderia ter sido maior, já que as fraudes se encaixam em seis categorias: fraudes nos relatórios financeiros, elisão fiscal, alteração de valores de vendas, roubo de mercadorias ou equipamentos e conduta indevida da alta administração da empresa. Preocupação – Conti afirma que, depois da entrada em vigor da lei norte-americana Sarbanes Oxley, aumentou a preocupação dos empresários com o assunto. Isso porque as companhias que decidem abrir capital são obrigadas a realizar um trabalho de prevenção de fraudes. Precisam identificar, por exemplo, quais são seus riscos, em que processos e quais controles podem ser implementados para evitá-los. "É um processo lento e falta uma cultura de avaliação de riscos no Brasil", diz Conti, ao comparar o tratamento dado ao assunto em outros países. Nos Estados Unidos, exemplifica, uma pesquisa realizada no setor de seguros mostrou que, para cada US$ 1 investido em prevenção de fraudes, é possível evitar a perda de US$ 7. Nos últimos anos, as fraudes nas empresas foram temas de três pesquisas publicadas pela KPMG Auditores Independentes. Em 2004, das mil empresas pesquisadas, 69% foram vítimas de fraudes. Em 2000, a pesquisa mostrou que 81% dos empresários haviam confirmado a mesma ocorrência. Em 71% dos casos, a deficiência dos controles internos foi citada como o principal facilitador para as fraudes. Pesquisa da PriceWaterhouseCoopers, divulgada em 2005, mostrou que 45% das empresas no Brasil sofreram algum tipo de fraude nos dois anos anteriores. Os tipos mais comuns são apropriação indevida de ativos, manipulação das demonstrações financeiras, falsificação, corrupção e fornecimento de informações falsas. Adriana David


quarta-feira, 12 de julho de 2006

Estilo Nacional Finanças Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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FUNDAMENTOS POSITIVOS FAVORECEM O PAÍS

bilhões de reais foi o giro financeiro da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) ontem.

ECONOMISTA DO BANCO DRESDNER KLEINWORT DIZ QUE PAÍS COMPROVOU MENOR VULNERABILIDADE

BRASIL PASSOU NO TESTE, DIZ ANALISTA Luiz Prado/AE – 27/3/06

por causa de seus déficits em conta corrente ou fiscal. "Chama atenção de todos o fato de o Banco Central brasileiro ser o único que pode cortar juros no atual ambiente", disse o analista. "Isso serve de contraponto à preocupação gerada pelo ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos, União Européia e Japão." Eleições — Segundo Camara, ficou claro que as atenções dos investidores expostos ao Brasil estão se voltando para a eleição presidencial de outubro. "A partir de agora, esse será um tema que despertará cada vez mais interesse", disse. Ele observou que a eleição não gera temores em relação a eventuais mudanças nas linhas gerais da condução macroeconômica do País, pois os dois principais candidatos, o presidente Lula e o tucano Geraldo Alckmin, estão comprometidos com a manutenção das atuais políticas ortodoxas. "Mas o mercado vai se tornar mais exigente com o programa de governo dos candidatos", disse. "Os investidores querem saber quais serão as reformas que podem ser implementadas a partir de 2007, em especial as que melhorem o desempenho fiscal do País." (AE)

Bovespa sobe 1,14%, e o dólar vai a R$ 2,185

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Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou o pregão de ontem em alta de 1,14%, aos 36.554 pontos e volume financeiro de R$ 2,095 bilhões. O dólar, que chegou a inverter a tendência de alta registrada desde a manhã, passando a operar em queda durante a tarde, acabou vendido a R$ 2,185, com valorização final de 0,14%. O novo leilão de compra da moeda norte-americana, promovido pelo Banco Central (BC) no início da tarde, foi decisivo para interromper a desvalorização. Apesar de, neste mês, as bolsas americanas oscilarem ao sabor dos resultados das corporações no segundo trimestre do ano e influenciarem o humor dos mercados globais, o anúncio feito pelo presidente americano George W. Bush sobre a redução do déficit fiscal do país ajudou a melhorar o clima em Wall Street. As bolsas americanas também foram beneficiadas com a alta das ações de petrolíferas, como a Exxon Mobil. O índice Dow Jones, da Bolsa de Valores de Nova York, fechou com alta de 0,28%. O índice Nasdaq, por sua vez, subiu 0,56%. De acordo com Sidnei Moura Nehme, economista e diretor-executivo da corretora de câmbio NGO, os mercados estiveram "titubeantes" e sem tendências efetivas no início dos negócios ontem devido à ausência de indicadores que pudessem sinalizar os rumos

dos juros norte-americanos, grandes balizadores do humor dos investidores ultimamente. Os investidores permanecem cautelosos, à espera da definição sobre os rumos dos juros nos Estados Unidos a partir de agosto, ressaltou, por sua vez, o responsável pela área de equity sales da corretora Brascan, Rodrigo Aché. "A ata do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), a ser divulgada na próxima semana, será um indicador de pausa ou de seqüência na alta das taxas de juros. Até lá, os investidores de países emergentes vão se manter cautelosos, realizando poucos negócios", observou Aché. O especialista lembrou que a ausência dos investidores estrangeiros da bolsa paulista, cuja presença atrai também investidores nacionais, além do início do período de férias no Hemisfério Norte, tem contribuído igualmente para um montante de negócios reduzido no mercado. O giro de ontem da Bovespa ficou abaixo da média diária de R$ 2,5 bilhões que vem sendo registrada desde o início do ano. Com o resultado do pregão de ontem, a bolsa paulista passou a acumular baixa de 0,21% em julho e alta de 9,26% em 2006. Entre as ações mais negociadas, destacaram-se ontem Petrobras PN (2,74%), Varig PN (26,66%), Vale do Rio Doce PNA (0,43%) e Bradesco PN (0,75%). (Agências)

Juro sobe para consumidor

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elo segundo mês consecutivo, os juros cobrados do consumidor subiram em junho, apesar do corte de 0,5 ponto percentual feito pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) na taxa básica da economia, a Selic, em maio. Os movimentos da Selic costumam balizar o que vai ocorrer com os juros de mercado, mas, no mês passado, as direções foram opostas. Em junho, a taxa média de juros da pessoa física fechou em 7,56%, com alta de 0,04 ponto percentual

na comparação com maio, segundo pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). As taxas subiram em todas as linhas de crédito pesquisadas. De abril para maio, a alta também foi de 0,04 ponto percentual. O vicepresidente da Anefac e coordenador da pesquisa, Miguel Ribeiro de Oliveira, disse que a redução de 0,5 ponto na última reunião do Copom não foi repassada ao consumidor. (AE)

Gustavo Miranda/Agência O Globo

Mantega: combinação de fatores

Ministro prevê círculo virtuoso

Dia nos mercados financeiros brasileiros foi de vaivém. Na BM&F, dólar fechou negociado a R$ 2,177.

MasterCard investe para atrair clientes de alta renda E

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MasterCard, uma das maiores bandeiras de cartões de crédito do mundo, acaba de iniciar mais uma rodada de investimentos para ampliar sua base de clientes de alta renda, portadores do cartão MasterCard Black. Desta vez, o lugar escolhido é a charmosa cidade de Campos do Jordão que, até o próximo dia 6 de agosto, abrigará um espaço de convivência com o mesmo nome do produto. Com 30 milhões de cartões de crédito, 60 milhões de cartões de débito e 900 mil estabelecimentos credenciados a recebêlos no Brasil, a empresa desenvolveu o Lounge MasterCard Black, em uma área de 5 mil metros quadrados, com conceitos que valorizam o estilo de vida sofisticado dos clientes e a demanda por serviços exclusivos e benefícios de seus usuários. O MasterCard Black desembarcou no País em outubro do ano passado, depois de chegar às outras duas únicas nações latino-americanas a recebê-lo: México e Venezuela. E, de acordo com o diretor de Produtos de Alta Renda da empresa, Venâncio Castro, chegou para abocanhar até 3% do Produto Interno Bruto brasileiro, que é o potencial de mercado,

mensurado pela instituição, para suas ações no Brasil. Atualmente, esse cartão tem como emissores apenas Bancos do Brasil, Bradesco e Unibanco. E os clientes, "selecionados a dedo" na expressão de Castro, são convidados a aderir graças ao bom relacionamento e à solidez de seus investimentos. O limite mensal oferecido é de R$ 20 mil. "Mas se o cliente vier ao lounge ou a qualquer lugar do mundo e quiser fazer uma transação de R$ 300 mil, nós resolveremos a situação", garantiu o diretor. Além disso, cada dólar gasto rende dois pontos em milhas e há disposição dos adicionais que forem solicitados. Público — Para se diferenciar entre os demais da categoria, que atingem uma camada social bem abastecida de crédito, a empresa buscou conhecer seu público. "Após uma pesquisa realizada, tivemos o conhecimento para atuar de forma estratégica e, a partir dessa análise, oferecer um tratamento diferenciado que prioriza o estilo de vida e a qualidade dos serviços", definiu a vice-presidente de Marketing Consumidores, Beatriz Galloni. No lounge, esse conceito fica mais claro. Ele é aberto ao pú-

blico em geral, mas possui área exclusiva para seus clientes, que podem fazer test-drives em veículos como Land Rover, Discovery e Freelander, nos quadriciclos Polaris e até no patinete motorizado Segway Human Transporter. Luxo que pode ser levado para casa, com as facilidades do cartão. Castro e Beatriz destacaram que o MasterCard Black chega ao Brasil em alinhamento global com o conceito "Não Tem Preço". O que inclui assistência de emergência ao viajante, para casos de saúde de até 30 mil euros, não reembolsáveis, seguro de acidentes pessoais de até US$ 1 milhão, cobertura para perda de bagagem, acesso gratuito a todos os eventos locais de entretenimento realizados pela marca, como os campeonatos de golfe organizados pela confederação brasileira do esporte, além de livre trânsito dentro de salas VIP de aeroportos em várias cidades espalhadas pelo mundo. Em Campos do Jordão, o lounge MasterCard Black pode ser desfrutado de quintafeira a domingo, das 11 horas às 19 horas durante a temporada de inverno que aquece os negócios na cidade. Kleber Gutierrez

Real lança fundo para alta renda

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banco Real intensificou seu foco nos clientes de alta renda. A instituição financeira está lançando no mercado um fundo de investimento voltado exclusivamente para seus clientes Van Gogh – aqueles que têm renda média mensal igual ou superior a R$ 4 mil ou que têm no mínimo R$ 40 mil investidos em produtos financeiros do banco. Mas a novidade do fundo, batizado de Real Investimento Personalizado Van Gogh, está mais na estratégia de gestão da carteira, que segue o modelo inovador de alocação fixa dos recursos nos mercados. Essa nova forma de gestão proporciona maior comodidade ao investidor, segundo o banco. As usuais reavaliações das posições de investimento dos recursos no mercado, feitas de acordo com o desempenho dos ativos, deixam de ser uma preocupação do aplicador. Gestores distribuirão os recursos do fundo de forma que os percentuais de alocação no mercado sejam respeitados, sem prejuízo para o investidor. "Além da comodidade, a vantagem do fundo é ter um gestor que sabe o momento

certo para remanejar os recursos", afirmou o superintendente de produtos do Real, Luciano André de Carvalho. Lacuna – Com valor mínimo de aplicação de R$ 50 mil, o Real Personalizado Van Gogh preenche uma lacuna nos serviços Van Gogh da instituição. O superintendente de investimentos do Real, Eduardo Jurcevic, disse que a procura por investimentos com risco médio por parte do cliente de alta renda do banco se ampliou, criando a necessidade de o Real ampliar o leque de produtos para esse investidor. "É uma mudança de perfil do cliente que o banco percebeu", afirmou Jurcevic.

Risco – O novo fundo do Real chega em três versões, que se distinguem pelo percentual de alocação dos recursos nos mercados. A distribuição leva em conta o tipo do investidor em relação ao risco a que está preparado para correr. Investidores menos preparados para grandes riscos podem optar pelo Real Investimento Personalizado Balanceado, que tem 72% do fundo lastreado em renda fixa. O Real Personalizado Moderado aplica 65% em renda fixa e 8%, por exemplo, em ações, ativos com risco maior. E o Real Personalizado Arrojado amplia o lastro em bolsa para 15%. Roseli Lopes

Factoring

DC

A

fase de turbulência iniciada nos mercados globais em maio serviu para testar a avaliação, predominante entre os investidores, de que a vulnerabilidade do Brasil foi muito reduzida nos últimos anos devido à melhora dos fundamentos macroeconômicos e financeiros do País. Essa foi uma das principais conclusões tiradas pelo economista sênior do banco Dresdner Kleinwort, Nuno Camara, depois de concluir ontem uma extensa rodada de contatos com investidores na Europa. "Antes do início da volatilidade, se especulava muito sobre a blindagem adquirida pelo Brasil, se ela seria suficiente para superar ameaças externas à estabilidade financeira do País", afirmou Camara. "Pois bem, essa tese foi testada nas últimas semanas, e o Brasil superou muito bem até aqui o período de turbulência nos mercados", disse o economista. Camara observou que o Brasil, neste momento, tem uma avaliação positiva entre os investidores estrangeiros, contrastando com a situação de outros países emergentes, como a Turquia, Hungria e África do Sul, que preocupam

O que é Factoring? É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com

ncarregado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva de propagar os êxitos do governo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, previu ontem que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2006 será, pela primeira vez, maior do que a inflação. Ele estimou uma expansão do PIB entre 4% e 4,5% para este ano e de 4,75% a 5% em 2007. Para 2008, foi ainda mais otimista e projetou um crescimento de 5,5%. O ministro disse que o Brasil vive hoje um cenário de "círculo virtuoso" em que indústria, investimento, produtividade e nível de emprego crescem em seqüência, garantindo uma expansão sustentada da economia. "O balanço que se faz é que nós temos uma combinação inédita. A inflação está em um dos patamares mais baixos da história brasileira no momento em que a economia está crescendo", afirmou o ministro em entrevista convocada pelo Palácio do Planalto, após a reunião ministerial de ontem. Ele destacou que o Brasil teve inflação baixa em outros momentos, mas havia um quadro de recessão econômica. "A questão é a combinação desses fatores que se dá agora", disse, citando, entre os fatores, além de inflação baixa e crescimento, responsabilidade fiscal, redução de endividamento e da vulnerabilidade externa. As projeções do ministro estão ligeiramente mais otimistas do que as do Banco Central, que estima alta do PIB de 4% e da inflação pelo IPCA de 3,8% este ano. Os analistas esperam uma inflação em torno de 3,81% e alta do PIB de 3,6%. Mais cauteloso do que nas últimas semanas, por conta das regras eleitorais, Mantega traçou um cenário extremamente positivo da economia sem fazer comparações diretas com o governo passado. (AE)


quarta-feira, 12 de julho de 2006

Tr â n s i t o Urbanismo Transpor te Polícia

DIÁRIO DO COMÉRCIO

9 Qualquer cidadão que se sentir prejudicado pode procurar seus direitos. Roberto Scaringella, presidente da CET

ÔNIBUS BIARTICULADO SE DIVIDIU EM TRÊS

ACIDENTE DE ÔNIBUS MATA 1 E FERE 60 Um ônibus biarticulado tombou na alça de acesso da avenida Professor Vicente Rao à avenida Vereador José Diniz, na zona sul, por volta das 8h05 de ontem.

A

passageira Annexelle Marcial da Silva, de 26 anos, morreu e 60 pessoas ficaram feridas em um acidente ontem na zona sul de São Paulo, quando um ônibus biarticulado tombou na alça de acesso da avenida Professor Vicente Rao para a avenida Vereador José Diniz, sentido centro, por volta das 8h05. O veículo da Viação Campo Belo fazia a linha 6455 Terminal Capelinhalargo São Francisco. Segundo informações da Secretaria de Estado da Saúde, a vítima, que sofreu traumatismo craniano, faleceu logo que chegou ao hospital Regional Sul. Outra vítima, de 41 anos, sofreu esmagamento do tórax e, até a noite de ontem, permanecia internada em estado grave em um hospital da zona sul. Sem controle - O acidente partiu o ônibus em três partes. A frente do biarticulado caiu de uma altura de 5 metros na rua da Prata, que fica abaixo da alça de acesso da Vereador José Diniz, derrubou o muro de uma casa e invadiu a garagem, estilhaçando os vidros. Ninguém se feriu. A parte do meio também caiu na rua da Prata, um pouco distante do compartimento da frente. A traseira do ônibus foi a única parte que se manteve na alça. O trânsito no local ficou prejudicado e o

Marcos Alves/Agência O Globo

trânsito só foi liberado no início da tarde. Equipes de resgate chegaram a dizer que o ônibus transportava cerca de 200 pessoas quando o acidente aconteceu. Alguns passageiros confirmaram que o ônibus estaria superlotado. Em nota, a Secretaria Municipal de Transportes informou que o veículo transportava 150 passageiros e sua capacidade é de 190. Uma placa dentro do ônibus indicava, porém, uma lotação de 152 passageiros, sendo 71 sentados e 81 em pé. O gerente da Viação Campo Belo, João Feitosa Saraiva, afirmou que a empresa vai arcar com todas as despesas com a reconstrução do muro da casa da aposentada Vilma Cardia, de 72 anos, destruído após a colisão. Segundo a família de Annexelle, a Campo Belo pagou o serviço funerário da vítima. Falha - O acidente pode ter sido provocado por um problema mecânico. Segundo o motorista Adilson Castro, que perdeu o controle do biarticulado, o sistema entrou em pane e o ônibus travou na curva. "Disparou um alerta no computador de bordo. O ônibus começou a acelerar. Eu puxei o freio de mão e enfiei o pé no freio, mas não foi suficiente". Alguns passageiros disseram que o ônibus estava em alta ve-

O ônibus biarticulado se dividiu em três partes na alça de acesso da avenida Professor Vicente Rao à avenida Vereador José Diniz Fotos de José Luis da Conceição/AE

locidade. As causas ainda serão investigadas. Para o delegado João Costa, que investigará o acidente, é possível que o problema tenha sido mesmo no veículo. A perícia deverá ficar pronta em 10 dias.

CET - O presidente da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), Roberto Scaringella, disse que irá analisar o acidente para entender a causa. Ele afirmou que o biarticulado pode passar no local em que aconteceu o acidente, mas em velocidade normal. Segundo Scaringella, os passageiros feridos e os moradores da casa atingida poderão recorrer à Justiça para serem indenizados. "É importante saber as condições mecânicas, elétricas, eletrônicas do veículo. E qualquer cidadão que se sentir prejudicado pode procurar seus direitos", disse. Scaringella reclamou da falta de obrigatoriedade de inspeção veicular por conta da falta de regulamentação pelo Conselho Nacional de Trânsito e disse que os veículos inspecionados no licenciamento correm menos risco de apresentar falhas. A Viação Campo Belo informou que o ônibus biarticulado, fabricado em 2004, passou por uma inspeção da São Paulo Transportes (SPTrans) no dia 31 de maio deste ano e não foi registrado nenhum problema. Há alguns meses, viações da capital retiraram os veículos biarticulados das ruas, alegando que a Prefeitura não queria pagar valor maior pelo uso deles e que os biarticulados têm manutenção mais cara. Eles são conhecidos como "Martões", pois foram colocados em circulação na gestão de Marta Suplicy, em um acordo com as empresas para aumentar o número de assentos em linhas que atendem a periferia. A maioria desses veículos circulam na zona sul. (Agências)

O acidente deixou duas vítimas em estado grave. Uma morreu.

Passageiros foram socorridos pelo resgate. Sessenta ficaram feridos.


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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 12 de julho de 2006

A Sais fará parte de uma maratona de 48 desfiles.

SÃO ESPERADAS 12 MIL PESSOAS POR DESFILE

10ª EDIÇÃO DA SEMANA DE MODA DE SÃO PAULO APRESENTARÁ AS COLEÇÕES PRIMAVERA-VERÃO 2007

COMEÇA HOJE A MARATONA DO SPFW

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oje, a moda volta a ser assunto principal, com a estréia de mais uma edição da São Paulo Fashion Week. Durante uma semana, até o dia 18, a Bienal do Ibirapuera será a sede de 48 desfiles em uma maratona fashion que também inclui oito apresentações em outras locações: de Karla Girotto, no jardim em frente ao prédio de Niemeyer e da Ellus, no Bosque dos Eucaliptos, no Parque do Ibirapuera; Pedro Lourenço e Glória Coelho no espaço de eventos do Shopping Iguatemi; V. Rom, no Parque da Luz, com trilha sonora ao vivo; Cavalera, com seu masculino no Autódromo de Interlagos; Reinaldo Lourenço, no Shopping Cidade Jardim; e Lorenzo Merlino, que ainda não divulgou a locação. Na dança das cadeiras, saem VR, Caio Gobbi, Zapping, Alphorria, Água Doce e Gisele Nasser. Ausência significante, tratando-se de uma temporada de verão, a Rosa Chá fará sua apresentação em plena Semana de Moda de Nova York. Já Carlos Tufvesson, que não se apresentou na última edição, voltará a desfilar. A promessa da temporada fica a cargo do coletivo conceitual OESTUDIO, que migrou da semana de moda carioca para a passarela paulista. A expectativa é por uma apresentação diferenciada com projeções, multimídia e trilha sonora sob o tema "Love Fuel". Inspiração – Depois da co-

Fernando Donasci/Folha Imagem

memoração do 10º aniversário, organização e participantes voltam seus olhos para a África, que inspira esta edição. A cargo de Daniela Thomaz e Felipe Tassara, a cenografia evoca no papelão – foram utilizadas 32 toneladas – o poder de renovação, fusão, maleabilidade e inovação. Assim, entra em cena a vibração africana, com suas cores, ritmos e exuberância. Olha-se para a África como um continente pop, cheio de estímulos e sensações já assimilados em nosso DNA. Reforçando seu papel de fomentadora de negócios, a Bienal também será a sede da segunda edição da FW House, showroom coletivo que promove a aproximação de designers e criadores de diversos segmentos da moda com compradores de lojas e multimarcas do Brasil e do exterior. A expectativa é de um aumento de vendas de 20% neste ano. Flashes – Para alegria dos paparazzi, top models e celebridades disputarão os flashes dentro e fora das passarelas. Carlos Tufvesson convocou a amiga Angélica para seu casting de verão. Fernanda Lima faz um revival dos tempos de modelo e desfila para a Patachou. A atriz global Letícia Birkheuer repete a dose para a Ellus e está garantida para o desfile e a campanha da marca. A top pernambucana Emanuela de Paula e o rosto da vez da SPFW e do desfile de Alexandre Herchcovtich. Ricardo Almeida, como

sempre, abre a temporada, apostando na preservação da natureza e dos valores humanos, com inspiração no movimento hippie. O grande destaque da coleção é o costume claro de seda com linho. Com styling de Giovani Frasson, a Zoomp traz a supertop Carol Trentini às passarelas do primeiro dia. Traz também a promessa de confirmar algumas das apostas desta temporada: calça skinny, afunilada, comprimentos minis e, é claro, a inspiração africana. "Farm", o título do desfile, é também a obra do fotógrafo Jackie Nickerson, que se aventurou nas paisagens campestres de Malawi, Moçambique, Zimbabwe e África do Sul para registrar trabalhadores no dia-adia. Sem a menor intenção, Nickerson também criou uma biblioteca fashion rica em texturas, camadas, tecidos e cores. Badalação – A Bienal abrigará lounges tão concorridos quanto as salas de desfiles. A Melissa espera receber cerca de mil convidados por dia no espaço ambientado pelo arquiteto Marcelo Rosenbaum. Adriana Barra e Andrés Sandoval foram os designers convidados para estampar o tradicional modelo Aranha, que será o brinde da marca nesta temporada. Destaque também para o Vicunha Stereophonics, que terá computadores equipados com um software que permite a criação de trilhas sonoras customizadas.

Operários passaram o dia de ontem montando os camarins das grifes. Coleção da UMA já chegou ao local. Divulgação

Eduardo Nicolau/AE

Biquíni de 2005 da Cia. Marítima

Passarela do desfile da UMA será toda em cristais

Fotos: Andrea Felizolla/LUZ

Sabina Deweik

Família Dedini está no negócio há cinco gerações. A empresa foi fundada há 86 anos

ESPM mostra o sucesso e o fracasso de empresas familiares

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ucessos e fracassos. Experiências de famílias que souberam superar divergências para garantir o êxito de seus empreendimentos. A história da Casa José Silva, que faliu em 1999, depois de conflitos entre os familiares, as dificuldades e os acertos dos negócios administrados por famílias foram destaque ontem de um workshop promovido pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). O evento foi o primeiro de uma série que deve ser realizada entre 22 de agosto e 5 de dezembro. No primeiro encontro, o painel teve a coordenação do professor Eduardo Najjar, da ESPM. Na platéia, herdeiros de dezenas de empresas de diversos segmentos do Estado de São Paulo. As empresas gerenciadas por famílias representam, atualmente, cerca de 70% da economia nacional e estão concentradas em setores como agropecuária, têxtil e alimentos. Representantes e sócios dos Frigoríficos Ceratti, Meias Luppo, Dedini, Massas Di Cunto, além da falida Casa José Silva, são exemplos desse

Cláudio Ceppas: falência

universo. Todas elas foram representadas no primeiro encontro sobre o tema na ESPM. A história de sucesso da Dedini, de produção diversificada, que inclui equipamentos industriais, alimentos, celulose e papel, aço inox, química e petroquímica, foi um dos destaques e está no livro A Força de um Ideal. Uma das herdeiras da empresa, Mariana Dedini, que é também gerente de recursos humanos da companhia, enfatizou que "quando os membros da família pensam como executivos, o negócio que ad-

ministram tem muito mais chances de dar certo." Fundada há 86 anos, a Dedini já está chegando à quinta geração. Modelos – Erros e acertos na administração, formação do conselho administrativo, sucessão familiar e como dosar os relacionamentos entre sócios foram os temas que mais chamaram a atenção da platéia do encontro, formada por cerca de 200 pessoas. O contraponto foi a história da Casa José Silva, contada por Claudio Ceppas, filho do fundador da rede, que faliu em 1999. No início dos anos 90, o grupo tinha 46 lojas no País. Os problemas familiares, que acabaram levando a empresa à falência, ficaram insustentáveis. A falta de acordo no núcleo familiar impediu até a venda da loja de departamentos para uma instituição financeira. Para o professor Eduardo Najjar, essas experiências podem ajudar outras empresas de administração familiar. Mais informações sobre os cursos de empresas familiares pelo telefone: (11) 5081-8225 ou cadastro@espm.br. Wladimir Miranda


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Sempre tenho prazer de jogar pela seleção, sempre que eu me sentir útil, e o treinador me quiser, vou jogar. Do atacante Ronaldo, ontem, reclamando das críticas que recebeu durante a Copa.

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quarta-feira, 12 de julho de 2006

JULHO

2 -.LOGO

12 Nascimento do poeta chileno, prêmio Nobel de Literatura, Pablo Neruda (1904-1973)

C IÊNCIA F UTEBOL

Alimento da alma

Arrependimento do craque O "melhor do mundo" Ronaldinho Gaúcho divulgou ontem uem seu site oficial um pedido de desculpas à torcida brasileira por seu desempenho na Alemanha. "Muitos esperavam uma atuação brilhante da nossa seleção e de mim, especialmente. O que não ocorreu. Lamento termos saído deste Mundial sem ter conseguido mostrar nossas qualidades", disse o jogador, que dois dias depois a derrota para a França, foi visto numa boate de Barcelona. No texto, Ronaldinho agradece às "mensagens de carinho" que diz ter

recebido pela internet e afirma que se dedicou ao máximo para ajudar a seleção a conquistar o hexacampeonato mundial. "Estou triste. Queria terminar minha temporada com mais um título importante conquistado", diz o jogador, que foi campeão espanhol e da Liga dos Campeões da Eurocopa com o Barcelona. "Não foi desta vez que conquistamos o hexa, mas com o apoio de todos vocês vamos superar os erros do Mundial de 2006 e retornar mais fortes em busca do hexa em 2010". www.ronaldinhogaucho.com

R IO DE JANEIRO Bruno Domingos/Reuters

Pesquisa norte-americana comprova efeitos "espirituais" de cogumelos

O

s "cogumelos mágicos", usados por índios norte-americanos e hippies para alterar a consciência, parecem ter efeitos místicos similares para muitas pessoas, disseram cientistas dos EUA. Mais de 60% dos voluntários que receberam cápsulas de psilocibina, um composto retirado dos cogumelos, disseram ter passado por "uma experiência totalmente mística". "Muitos dos voluntários de nosso estudo relataram, de uma maneira ou de outra, uma experiência direta e pessoal com o 'além"', disse Roland Griffiths, professor de Neurociência, Psiquiatria e Biologia Comportamental na Universidade John Hopkins, que comandou o estudo. Dois meses depois de receber

a droga, 79% dos voluntários disseram ter sentido um aumento de nível moderado ou elevado em seu bem-estar e na satisfação com a vida, segundo o relato publicado ontem na revista Psychopharmacology. Griffiths afirmou que a droga poderá ser usada para tratar o vício, e como terapia para dores severas ou depressão. A equipe testou 36 voluntários saudáveis e com boa escolaridade, que afirmassem manter uma vida espiritual ativa. A idéia é que pessoas espiritualizadas seriam menos perturbadas pelos efeitos da droga. Griffiths disse que não queria ser acusado de trabalhar como Timothy Leary, o ex-psicólogo da Universidade de Harvard que ficou conhecido por suas experiências com o LSD nos anos 1960.

"Até mesmo neste estudo, em que controlamos grande parte das condições para minimizar os efeitos adversos, cerca de um terço dos voluntários afirmou ter tido um medo significativo, e alguns relataram sensações transitórias de paranóia", afirmou. "Sob condições não monitoradas, não é difícil imaginar que essas emoções evoluiriam para o pânico ou para comportamentos perigosos." A psilocibina não é tóxica nem provoca dependência e atua como transmissor químico da serotonina nas células cerebrais. A serotonina é ligada ao humor. Retirada de várias espécies de cogumelos nativas das Américas, a psilocibina é considerada, pela lei norte-americana, como substância alucinógena de tipo 1, o mesmo de drogas como a heroína. (Reuters)

B RAZIL COM Z

A praga do favoritismo A Copa de 2006 mal acabou e o jornal britânico The Times já anunciou: a seleção brasileira é favorita para o Mundial de 2010. A fonte da notícia são os agentes do mercado britânico de apostas - na Grã-Bretanha, há apostas para tudo. Cada agência tem suas próprias cotações, mas alguns casos são quase unânimes. A vitória da França é a menos popular e, como não é nem provável nem improvável, as casas pagam 14 libras por cada uma apostada. Inglaterra vale 12-1 e Itália, 8-1. Com o número de apostas em alta, o Brasil vale 4-1. Para os apostadores arrojados, vale à pena colocar umas libras em Gana ou Austrália. As vitórias são tão improváveis que as casas pagam 100-1 e 150-1 respectivamente. C OPA

David Moir/Reuters

L

Um lobo-marinho de 1 metro foi capturado ontem na praia do Sossego, em Niterói. Depois de driblar os bombeiros encarregados de pegá-lo desde segundafeira, ele foi apelidado de "Zinedine Zidane", em homenagem ao autor dos dribles na seleção brasileira, e levado ao zôo de Niterói

R OCK

Logotipo inicia polêmica de 2010

Morre Syd Barrett, do Pink Floyd de Barrett no palco, no fim dos anos 1960, eram legendárias no mundo do rock. Cantor, compositor e guitarrista, Barret escreveu a maior parte das músicas da primeira fase do Pink Floyd e é visto como alguém que ajudou a moldar seu som progressivo e que influenciou vários outros artistas, entre eles David Bowie. Barrett, entretanto, ficou de fora dos anos de maior sucesso do Pink Floyd, na década de 1970, quando a banda criou The Dark Side of the Moon, Wish You Were Here e The Wall.

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Syd Barrett, membro fundador da banda de rock britânica Pink Floyd, morreu aos 60 anos, na última sexta-feira. A notícia só foi revelada ao público ontem. "Syd foi o guia condutor da primeira formação da banda. Ele deixa um legado que continua a nos inspirar", disseram em comunicado os membros da banda. A morte de Barrett teria sido provocada por complicações de diabetes, mas o músico também sofria de colapsos nervosos e passou os últimos 30 anos recluso. Ele deixou a banda em 1968. As bizarras performances

BAILE DE MÁSCARAS - Depois de três anos em reformas, a galeria de arte Kelvingrove, em Glasgow, na Escócia, reabriu ontem para o público. Entre as obras expostas, Expressões, da artista Sophie Caves.

M EIO AMBIENTE E M

C A R T A Z

VILLA-LOBOS

Orquestra do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. Obras de Purcell, Vivaldi e Villa-Lobos (foto). Teatro São Pedro. Rua Barra Funda, 171, Telefone: 3667-0499. 20h. Grátis.

Sandália-carteira para o verão

Viva tranqüilo, ou quase

A Archport Shoes apresenta uma solução criativa para a falta de bolsos nas maioria das roupas de verão: sandálias com espaço para carregar dinheiro, chaves, etc. Custa US$ 54.

Saúde, seguros, bem-estar, atividades físicas, alimentação, terceira idade, automóveis, casa... O site Viva Tranqüilo promete trazer informações que ajudam a lidar com tudo isso sem complicações, com segurança e praticidade. Além de textos sobre esses assuntos, o site tem também dados sobre legislação, dicas, notícias, relatos sobre as mais recentes descobertas científicas e um glossário para ajudar a interpretar todos os artigos e reportagens do site.

www.archpor tshoes.com/ archpor t.biz/index.html

Homem morde cão da polícia

Imagens em alta resolução captadas pela Nasa em 2005: queimadas agrícolas ameaçam sobrevivência

Um canadense, desesperado para evitar sua detenção, mordeu um cão da polícia no Canadá. O homem atingiu uma caminhonete da polícia de Victoria, no Canadá, com um carro roubado. Ele tentou escapar correndo, mas um cão da polícia, chamado Pago, o perseguiu e o alcançou. O homem bateu, chutou e mordeu o animal. "É bastante estúpido fazer isto porque um cão morderá você de volta e muito mais forte", disse um policial. Tanto o suspeito quanto o cão, um pastor alemão de três anos, sofreram ferimentos leves. L OTERIAS Concurso 469 da DUPLA SENA Primeiro Sorteio 21

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Segundo Sorteio

A TÉ LOGO

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Na Coréia do Sul, mulher é acusada de envenenar Coca-Cola para chantagear empresa Magnata norte-americano da hotelaria quer inicia projeto de resort espacial inflável

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Denúncias de assédio contra o presidente de Israel ganham manchetes de jornais do país

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Concurso 1624 da QUINA 09

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www.vivatranquilo.com.br

C ANADÁ

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F AVORITOS

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stação após a estação, ano após o ano, o fogo d e s t ró i p a i s a g e n s , áreas de pastagens e áreas de segurança ambiental na África. A constatação veio de imagens de alta resolução feitas por satélites da Nasa. O fogo se desloca do norte ao sul ao longo do ano, e os ecologistas dizem que a freqüência com que os fogos retornam às áreas já ameaça espécies vegetais. Como conseqüência, espécies animais podem desaparecer e algumas regiões podem se transformar em terras não cultiváveis e secas, o que limitaria também a sobrevivência humana em quase todo o continente.

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G @DGET DU JOUR

Continente do fogo

O logotipo projetado pela Fifa (acima) para o Mundial da África do Sul, em 2010, deu início esta semana às polêmicas que vão cercar o futebol nos próximos quatro anos. O logo representa os contornos do continente africano nas cores da África do Sul. Um jogador estilizado numa "bicicleta" sobrepõe a imagem. O jogador é a fonte da polêmica: intérpretes já reclamaram que a figura representa um jogador africano, não o "jogador universal". Outros acham que a imagem tem muita informação. Mas muitos comentaristas ouvidos pelo jornal sul-africano Cape Argus simplesmente acharam o logo genial. Em quatro anos, todos vão se acostumar.

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OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.OPINIÃO

quarta-feira, 12 de julho de 2006

LENTE DE

AUMENTO

SEM NUVENS NEGRAS NO CÉU

O Fed conseguiu reduzir a expectativa do mercado de que haverá um forte aperto monetário na economia dos EUA caso o cumprimento de seus objetivos se revele ameaçado. Pode parecer pouco, mas de fato não é, como, de resto, demonstrou a reação dos mercados. Em essência, o Fed logrou desarmar o mais importante temor que angustiava os participantes de mercado: o de aperto mais acentuado da política, fator que poderia provocar expressiva desaceleração da economia americana, com reflexos possivelmente graves sobre o desempenho econômico mundial. Vale dizer que este temor nada tinha de descabido, visto que a grande maioria dos ciclos de aperto monetário dos últimos 20 anos terminou com taxa de Fed funds acima de 6,0% ao ano. Eventual desaceleração do crescimento econômico norte-americano, causado por “puxada” mais forte de taxa de juro, seria bastante prejudicial à economia brasileira, hoje bem mais integrada aos fluxos de comércio de bens e serviços do que há poucos anos.

Passando do comunicado para a análise, cabe lembrar que a inflação de hoje é resultado defasado de determinado relaxamento monetário, predominante por longos anos, durante a chamada era Greenspan. Contudo, como é de conhecimento de todos, a fase de aperto, iniciada já há algum tempo, e os efeitos desta mudança de rota ainda não se fizeram sentir, em sua plenitude. Como enfatiza a “ciência lúgubre”, é preciso que bancos centrais tenham um pouco de paciência em relação às inquietantes defasagens da política monetária, sob pena de lançar a economia em desnecessária recessão. Acreditamos que o FED de Bernanke não pense diferente do que sugere a teoria e a prática econômica, neste particular. Em resumo, a decisão e o comunicado do Fed desanuviaram bastante as tensões que se haviam formado nos mercados financeiros do mundo todo. O mais provável é que os juros americanos na casa de 5,25% ou 5,50% ao ano, respeitadas as defasagens de política monetária, acabem trazendo a inflação de volta para a zona de conforto, alguns meses à frente. Possivelmente, a economia americana sofrerá alguma desaceleração, mas, ao que parece, preocupações de “overhooting” de política reduziram-se, de modo considerável. Mas nada disso implica que a volatilidade nos mercados financeiros internacionais tenha se encerrado. O próprio Fomc condicionou suas próximas decisões aos dados vindouros da economia. Infelizmente, vistos em estatísticas de alta freqüência, tais dados costumam apresentar elevada volatilidade. Também é comum, nas proximidades de pontos de inflexão dos ciclos econômicos, o surgimento de números contraditórios, que podem dar suporte a cenários bastante divergentes. TRECHOS DO ARTIGO DE OPINIÃO DA MCM CONSULTORES WWW.MCM.COM.BR

O s bancos centrais precisam ser mais pacientes

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

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JOÃO DE SCANTIMBURGO

MOEDA ESTÁVEL

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Roberto Alvarenga

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epois de seguidas semanas de tensão e volatilidade, os participantes de mercado voltaram a respirar mais aliviados. O juro básico nos EUA acabou sendo elevado em 25 pontos, como previsto. A novidade ficou por conta do tom relativamente otimista do press release. Por certo, é fácil identificar no comunicado o aspecto que mais contribuiu para a melhora do mercado. Na verdade, trata-se de uma ausência. Ao contrário do documento de maio, desta vez não se mencionou a necessidade de aperto adicional de política monetária, ressaltando-se apenas o óbvio ululante de que o Fed acompanhará os dados e reagirá prontamente

O que não pode ser feito -1 BENEDICTO FERRI DE BARROS

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poder pode tudo, menos revogar leis da natureza, a história e os paradigmas culturais de um povo. É sob esse prisma mais amplo que devem ser encarados os chamados projetos de inclusão racial, que por iniciativa do PTismo deverão tramitar no Congresso. Mesmo "fazendo de conta que não estamos politicamente dominados por uma facção criminosa que objetiva se perpetuar no poder", como foi explicitamente diagnosticado por duas figuras máximas da República, o ministro-chefe do Supremo Tribunal Eleitoral e o Procurador-Geral da República, as iniciativas em trâmite pretendem não só revogar essas leis supremas como violentar o princípio básico da democracia consagrado pela Constituição, segundo o qual todos são iguais perante a lei. A pretexto de que se tratam de medidas destinadas a minorar as desigualdades de cidadãos de populações marginalizadas, promovendo sua inclusão na atualidade econômica, no usufruto dos serviços sociais disponíveis, os projetos de "inclusão racial" vão muito além disso, e se aprovados por esse Congresso "que aí está" – que já não é mais apenas de picaretas, como Lula o qualificou, mas inclusive de corruptos e ladrões, como as próprias comissões de inquérito vêm atestando – o que será ameaçado é o próprio lema da "Ordem e Progresso" da bandeira sob a qual caminhamos como um povo.

A colocação que vimos fazendo pode parecer radical ao leitor que por numerosas razões não disponham de tempo e informações para analisar a amplitude dos atentados contidos nessas iniciativas, que se apresentam sob o inofensivo disfarce de mais algumas "bondades" deste desgoverno de tantas maldades evidentes. Entretanto, o que se apresenta como paliativos emergenciais, na realidade tem uma abrangência que alcança e justifica tudo o que vimos dizendo.

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e fato, os projetos não tratam apenas de abrir mais espaço racial para estudantes nos cursos superiores. Eles envolvem, igualmente, uma compulsória composição racial nas empresas privadas e uma participação privilegiada em cargos públicos de confiança. Da confiança de quem? Do governo, é óbvio. Neste caso, como nos demais, somos levados a esperar que as coisas sejam decididas segundo os princípios da racionalidade e da moralidade que regem o progresso e asseguram a convivência humana. Esquecemo-nos de que, infelizmente, a menos que exerçamos permanente vigilância, tudo isso será anulado pelos interesses que o poder comanda e domina e que a ideologia do PT é a mesma que originou e degenerou na Nomenklatura dos donos do poder que fez regredir o povo da URSS.

P retendem violentar o princípio de todos são iguais perante a lei

A guerra dos anúncios RUBENS DAMATO

A

confusão visual da cidade não resulta de um único fator. Não são responsáveis por ela somente os outdoors, ou a fiação enegrecida, ou as faixas de vários tamanhos. Não se trata, tampouco, apenas dos anúncios indicativos – aqueles que os negócios ostentam em suas fachadas para sinalizar seu funcionamento ao consumidor. A poluição visual resulta de um amplo conjunto de irregularidades. O cidadão desavisado, porém, tende a olhar e julgar tudo de uma única maneira. O que ocorre com esses julgamentos apressados é que eles são generalizadores – e o projeto de lei Cidade Limpa, encaminhado à Câmara Municipal pelo prefeito Gilberto Kassab , certamente também nasce de uma visão equivocada do problema. Falando dos aspectos que mais atingem aos comerciantes, é importante analisar com calma o que leva as empresas a transgredir a lei. Há, claro, uma minoria de empresas que aproveita o caos para fazê-lo, colocando peças enormes na porta de seus negócios. A grande maioria, porém, tem seus engenhos fora dos padrões legais por ignorar da lei ou mesmo por ter sido induzida por despachantes ou produtores dos anúncios a os instalarem em desacordo com a lei. Há, também, os que são praticamente forçados a aumentar suas peças, uma vez que seu concorrente próximo o fez e não foi punido pelo poder público. Então, é bom deixar claro que os que agora são acusados de desrespeitar a lei têm certamente menos culpa do que a Prefeitura, que não fiscaliza, embora seja paga para agir assim por meio do recolhimento da Taxa de Fiscalização de Anúncios.

É importante a Associação Comercial alertar seus associados na iminência de fazerem o investimento, que não é barato, para identificarem seu negócio. É importante dizer, também, que caso seja aprovada a lei em questão, a confusão visual não acabará. O próprio prefeito assume que desde o início de 2005 foram retirados quase 5 mil outdoors e anúncios indicativos dos espaços públicos da capital e que de janeiro de 2005 ao início de maio de 2006 foram aplicadas 8.211 multas nos responsáveis. Há documentos provando que a Prefeitura arrecadou mais de R$ 30 milhões em 2005. Se, tendo feito tudo isso e com dinheiro em caixa para fiscalizar, a cidade continua sem domínio sobre os anúncios, o que indica que ela conseguiria fiscalizar e "limpar a cidade" após a aprovação desta lei?

S

e as leis fossem respeitadas, a situação não teria chegado ao estado atual. E se a Prefeitura quisesse realmente fiscalizar, entenderia que é mais fácil primeiramente ordenar. Até porque há empresários que sempre atuaram para ajudar as administrações municipais neste processo. Empresários que, no passado, sugeriram aumentos de multas aos irregulares. Empresários que sabem que, para ter uma cidade que valoriza a atividade que realizam – a publicidade regulamentada, de interesse público, que presta serviços efetivos à população - é preciso ter um espaço urbano cuidado e bonito. RUBENS DAMATO É PRESIDENTE DA PAINEL PUBLICIDADE

D esde 2005 foram retirados quase 5 mil outdoors e aplicadas 8.211 multas

m dos fatores da estabilidade da moeda é o seu poder de compra estar garantido para os salários das primeiras vítimas dos desencontros inflacionários, ou seja, os trabalhadores, com a sua oprobriosa desventura de viver num ambiente como o que nos acompanhou durante anos, de inflação alta. Felizmente, esse período já passou e faz parte da sociedade enferma que conseguiu se tratar com esforços dos agentes econômicos e financeiros, aos quais foram confiados os destinos da Nação. Não demos importância às técnicas adventícias. O trabalhador brasileiro suportou uma situação inflacionária prolongada, que beneficiou não poucos operadores de investimento nas Bolsas de Valores, sem que pudéssemos atirar-lhes a prancha salvadora.

A inflação ficou nas dobras do passado e só voltará se os governos descuidarem das operações para nos defender

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sse brutal período do nosso cenário econômicofinanceiro ficou para trás e outros lidadores dos fenômenos econômicos que nos atenazam não serão atingidos, e com isso ficará livre o salário do trabalhador da perda de capacidade aquisitiva; vale dizer, quando mostrase a fome e a sua realidade, que não é desejada por ninguém do País. Releva notar que a política econômicofinanceira e seus governos se sucederam no ápice do mandato e não se capacitaram, e deixaram viver como uma força viva (e não morta em fase de transição para a morte. A inflação tanto nos agitou em poucos anos e não soçobrou por regime graças, exclusivamente, à resistência passiva nos instrumentos postos em função pela política de saneamento monetário. É o que temos a dizer desta época, já trasladada, das agruras de uma vertiginosa inflação que ficou nas dobras do passado e que só voltará se os governos descuidarem das operações que devem realizar para nos defender. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


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quinta-feira, 13 de julho de 2006

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Política OPOSIÇÃO TEM CULPA NO VETO, DIZ LULA. Tudo dava a impressão de que o PMDB embarcou na reeleição do presidente Lula e estou aqui para mostrar que isso não acontece. Michel Temer, presidente do PMDB

Antonio Cruz/ABr

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TRANSFERÊNCIA DE RESPONSABILIDADE – Ao lado do cantor Stevie Wonder e do ministro da Cultura Gilberto Gil, Lula atribuiu o veto ao reajuste dos aposentados à ineficiência da oposição – que levou cinco meses para votar o Orçamento da União e não incluiu a verba necessária para a concessão do aumento de 16,67%.

ORÇAMENTO

Apesar dos esforços, governo e oposição não entram em acordo e o Congresso Nacional terá de entrar em 'recesso branco' sem a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2007.

VOTAÇÃO DA LDO SÓ EM AGOSTO

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ais uma vez, o Congresso entrará em "recesso branco" sem a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que servirá de base para a elaboração da proposta do Orçamento da União de 2007. Como a Constituição impede o recesso antes da aprovação da LDO, a Câmara e o Senado não encerrarão, formalmente, as atividades, mas terão apenas sessões não deliberativas – apenas para discursos, no período que vai da próxima terça-feira ao dia 31. Na primeira semana de agosto, os presidentes da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoBSP), e do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), tentarão fazer um esforço para

J. Freitas/Agência Senado

votar as matérias em pauta. Depois, o Legislativo entrará em novo "recesso branco" até a primeira semana de setembro, quando será feita uma nova tentativa de votação dos projetos. Posteriormente os deputados e senadores voltarão aos Estados e só retornarão depois das eleições gerais. Em 2005, o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão foi obrigado a elaborar a proposta orçamentária de 2006 sem a LDO, que só foi aprovada pelo Congresso em 20 de setembro, depois do prazo constitucional para a preparação do Orçamento. O Ministério do Planejamento e Orçamento usou, como base, o projeto de lei da LDO. A razão alegada para não votar a Lei de Diretrizes ontem foi

a crítica da oposição, principalmente do senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), ao artigo que permite que o governo execute o Orçamento de 2007, se não for aprovado até 31 de dezembro. Apenas os novos investimentos – aqueles que teriam início em 2007 – não poderiam ser executados. ACM considera que esse artigo retira atribuições do Congresso. ACM apresentou requerimento à Mesa do Senado propondo a criação da CPI do Orçamento, destinada a investigar o uso e manipulação política de verbas do Orçamento. Segundo ele, as verbas estão sendo usadas para atender os interesses eleitoreiros do presidente Lula. O requerimento contém a assinatura de 34 senadores. (AE)

Wilton Junior/AE

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PT LANÇA LIVRO SOBRE GESTÃO LULA

A Temer e Alckmin, em reunião para consagrar o apoio do presidente do PMDB ao candidato tucano. Para Temer, a chapa ideal seria Alckmin presidente e Quércia para governador de SP.

TEMER OFICIALIZA APOIO A ALCKMIN

eraldo Alckmin (PSDB) para presidente e Orestes Quércia (PMDB) como governador de São Paulo. Esta é a chapa considerada "ideal" pelo presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP). Ele deu a declaração depois de se reunir ontem com o candidato da coligação "Por um Brasil Decente" (PSDB-PFL), na capital paulista. Durante um bom período, o presidente nacional do PMDB negociou ser candidato a vicepresidente na chapa do ex-prefeito da capital José Serra (PSDB), mas o acordo não prosperou. Agora, Temer diz estar "entusiasmado" com a

Heloísa Helena e parlamentares na sessão do Congresso para votar a LDO

candidatura do candidato do PMDB a governador. "Pelo que tenho visto nas viagens ao interior de São Paulo, acho que Orestes Quércia estará no segundo turno", afirmou. A aparição de Temer ao lado de Alckmin teve o objetivo de contrabalançar o apoio que a ala governista do PMDB tem dado à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato da coligação PT-PRBPCdoB. "Tudo dava a impressão de que o PMDB embarcou na reeleição do presidente Lula e estou aqui para mostrar que isso não acontece. Há uma clara divisão de diretórios", assegurou. (AE)

liderança do PT na Câmara lançou ontem o livro Governo Lula: a construção de um Brasil melhor – a verdade dos números, que traz um balanço das principais realizações dos três anos e meio de mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Os dados revelam que um governo, quando comprometido com o interesse nacional e popular, pode fazer

avançar, e muito, as condições sociais e econômicas de um país", afirma o líder petista na Câmara, deputado Henrique Fontana (RS), no texto de abertura. Elaborado pelas assessoria técnica e de comunicação da bancada, o livro tem 114 páginas com dados sobre a gestão Lula e comparações com os governos. Os dados são oriundos de fontes oficiais, segundo o PT. "Procuramos mostrar aquela comparação da qual PFL e PSDB querem fugir como o diabo foge da cruz." Serão impressas 20 mil cópias. (AG)

p re s i d e n t e L u i z Inácio Lula da Silva transferiu ontem para a oposição a responsabilidade pelo veto ao aumento de 16,67% das aposentadorias e pensões superiores a um salário-mínimo. Segundo Lula, a oposição deveria ter incluído no Orçamento os recursos para a concessão do aumento. "Se a oposição tivesse o mínimo de seriedade, na questão do salário, quando o Orçamento foi votado (com cinco meses de atraso), ela poderia ter colocado verbas para dar o reajuste aos aposentados. Ela não colocou. Ela manteve exatamente aquilo que mandamos para o Congresso Nacional", disse Lula, destacando que a proposta do governo foi elaborada em acordo com as centrais sindicais e representantes dos aposentados. O presidente lembrou que, pelo acordo, o salário-mínimo teria reajuste de 16% e as aposentad o r i a s , a umento de 5%. Lula rebateu também as acusações O prede que o PT agia da mes- sidente da m a f o r m a , República q u a n d o e r a deve agir oposição. Pa- como se ra ele, não im- estivesse porta o que o PT fazia. "O agindo que importa é com o o q u e e s t á orçamento a c o n t ec e n d o da família. h o j e . Ti n h a Presidente um OrçamenLula, to para ser voontem, em tado e eles poSalvador. deriam ter tirado dinheiro da educação, do transporte, do superávit, poderiam ter tirado dinheiro do que eles quisessem. Mas que colocassem no Orçamento", ressaltou Lula, ao participar, em Salvador, da 2ª Conferência de Intelectuais da África e da Diáspora. O presidente destacou que o aumento aprovado pelo Congresso, vetado na última segunda-feira, e que poderá ser novamente aprovado na MP 291, provocaria um rombo de R$ 12 bilhões na Previdência. Em família – "O presidente da República deve agir como se tivesse agindo com o orçamento de sua família, ou seja, tenho de saber que só posso gastar aquilo que tenho. Aquilo que eu não tenho, não posso inventar". Para Lula, nem o veto nem as críticas de seu adversário, Geraldo Alckmin deverão acirrar a disputa eleitoral. "Da minha parte, a campanha está começando. E vamos tratar como eu tratei as outras campanhas. Temos é que mostrar para o povo as coisas que estão acontecendo e que aconteceram no Brasil. Quem quiser acirramento que faça. (Agência O Globo)


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Eleições Planalto STF Congresso

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 13 de julho de 2006

PRESIDENTE DA CPMI QUER INVESTIGAÇÃO ÀS CLARAS

Apesar de não ter nada pessoal com ele, o Palocci é o maior malandro do mundo e vai fazer a campanha com milhões. João Cunha (Ribeirão Preto) candidato a deputado federal

CPMI DOS SANGUESSUGAS VAI PEDIR O FIM DO SIGILO DE INQUÉRITOS

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presidente da CPMI dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), vai pedir à presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, a retirada do sigilo nos inquéritos contra 57 parlamentares acusados de envolvimento com o esquema da máfia das ambulâncias. O fim do sigilo seria uma forma de acabar com os vazamentos e especulações sobre quem são os parlamentares sob investigação no Supremo. Ontem a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) se disse "estarrecida" com o vazamento de informações sigilosas da CPMI dos Sanguessugas, que suscitaram a acusação de seu envolvimento com irregularidades na compra de a m b u l â nNão admito cias. "Não admito meu meu nome nome em em boca de boca de banbandido. dido", reaSerys g i u , c o n s iSlhessarenko, derando essenadora s e t i p o d e (PT-MT) d e n ú n c i a comum em a n o e l e i t oral. Serys garante que não conhece o conteúdo das investigações e apresentou requerimento ao STF, à Procuradoria Geral da República e à CPMI dos Sanguessugas para saber o teor das ilegalidades das quais está sendo acusada. Novo depoimento – A CPMI marcou para 25 de julho o novo depoimento de Luiz Antônio Trevisan Vedoin, apontado pela Polícia Federal como um dos principais organizadores do esquema de compra superfaturada de ambulâncias com verbas do Orçamento. Há dez dias, Vedoin vem prestando depoimento ao juiz Jefferson Schneider, da 2ª Vara Federal no Mato Grosso, que se disse impressionado não só com a riqueza de detalhes do depoimento, mas também com as provas que ele teria apresentado em juízo. Ele é sócio de seu pai, Darcy Vedoin, já ouvido pela CPMI, na Planam Comércio e Representações. Va z am e n t o – Em relação a informações que deveriam ser mantidas em sigilo, de acordo com determinação do STF, o presidente da CPMI, Antonio

Eymar Mascaro

Fotos: Roberto Stuckert Filho/Ag. O Globo

Foguetório

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conselho de campanha do PSDB ficou entusiasmado com o resultado da pesquisa CNT/Sensus porque Geraldo Alckmin está conseguindo diminuir a diferença com Lula. O tucanato está convencido de que Alckmin continuará crescendo na medida em que vai se tornando mais conhecido do eleitor. A meta dos tucanos é impedir que a eleição se decida ainda no 1º turno. Por isso é importante todo ponto que o tucano vai conquistando nas pesquisas. Detalhe: mesmo com o crescimento de Alckmin na pesquisa CNT/Sensus, Lula se elegeria já no 1º turno, caso a eleição fosse hoje. Os tucanos entendem que haverá 2º turno porque, além do crescimento de seu candidato, também a senadora Heloísa Helena (PSol) tem tendência a subir e tirar pontos do candidato petista. Alckmin quer zerar o jogo até que chegue a campanha gratuita na televisão, em 15 de agosto.

OBJETIVO

STF VAI DECIDIR SE DIVULGA NOME DE PARLAMENTARES

Para continuar crescendo, Alckmin vai intensificar a campanha no Sul, Sudeste e CentroOeste, conforme decisão de seu comando de campanha. Claro, sem se descuidar da garimpagem de votos no Nordeste, que concentra 33 milhões de eleitores e é a região em que Lula tem possui ampla vantagem.

COMO ESTÁ Alckmin está de olho na campanha em Minas e Rio, Estados do Sudeste em que está em desvantagem, segundo pesquisas. O tucanato admite que pode se reerguer em Minas porque Alckmin vai fazer a campanha acoplado ao governador Aécio Neves, que tem 70% de aprovação.

PALANQUES Acima, a senadora Serys Slhessarenko pede transparência nas investigações da CPMI. Ao lado, Antonio Carlos Biscaia engrossa o coro no STF.

Carlos Biscaia, garantiu que as reuniões entre parlamentares para ouvir os depoimentos já tomados até o momento foram fechadas e que não houve qualquer tipo de vazamento.

Biscaia informou que a idéia da comissão é apresentar um relatório parcial de seus trabalhos na primeira semana de agosto. As eventuais ramificações do esquema também nos

Ministérios da Ciência e Tecnologia, Educação e Comunicações – além do da Saúde, ficariam para ser investigadas depois das eleições de outubro. (Agências)

PALOCCI VIRA ALVO EM RIBEIRÃO PRETO

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x-deputado federal por quatro mandatos e com base eleitoral em Ribeirão Preto (SP), João Cunha, decidiu centralizar sua campanha para voltar à Câmara em ataques ao ex-ministro da Fazenda e ex-prefeito da cidade, Antonio Palocci. Cunha, o primeiro na cidade paulista a escolher como alvo o ex-ministro, é candidato a deputado federal pelo PDT e iniciou ontem a distribuição de 50 mil panfletos no qual sugere ao eleitor escolher entre ele e Palocci, candidato pelo PT à Camara nas próximas eleições. Com fotos de ambos, o texto do folheto lembra que Cunha, além dos quatro mandatos, "enfrentou e denunciou a corrupção que abalou a ditadura militar", foi "eleito o melhor orador do Congresso Nacional " e "aprovou leis que garantem até hoje a sua cidadania". O ex-deputado federal aproveita ainda a coincidência de ter dado o voto 344 que garantiu a eleição de Tancredo Neves, em 1984. "Ele elegeu Tancredo Neves presidente do

Brasil e mudou a história brasileira, com seu voto você pode mudar o Brasil", informa o panfleto de campanha. Já sobre Palocci, o panfleto diz que o ex-ministro "fundou a republiqueta de Ribeirão Preto na mansão em Brasília, pagou os maiores juros do mundo aos banqueiros" e ainda que "denunciado na CPI, quis prender o caseiro nordestino e foi demitido por Lula". Segundo Cunha, a intenção do panfleto é "polarizar a campanha" entre ambos. "Nada do que eu disse no panfleto é mentira. Apesar de não ter nada pessoal com ele, o Palocci é o maior malandro do mundo e vai fazer a campanha com milhões", afirmou o candidato. José Roberto Batochio, advogado de Palocci, informou que não iria fazer comentários sobre os ataques sofridos pelo ex-ministro no panfleto. "Vou falar com ele (Palocci) e tento obter uma resposta", prometeu Batochio, que foi deputado e, curiosamente, é filiado ao PDT de Cunha. (AE)

No Rio, Alckmin quer recuperar o terreno ocupando dois palanques: os dos candidatos a governador Eduardo Paes (PSDB) e Denise Frossard (PPS). O tucano confia no trabalho do prefeito Cesar Maia (PFL) e na adesão da governadora Rosinha Mateus (PMDB).

APOIO Apesar da desavença que sustenta com Cesar Maia, o ex-governador Anthony Garotinho (PMDB) pode anunciar a qualquer momento seu engajamento na campanha do tucano. Garotinho controla considerável fatia do eleitorado fluminense e pode ser útil a Alckmin.

caitituar o voto em áreas ainda indecisas, muito bem exploradas pelos tucanos.

CONCENTRAÇÕES Lula está esboçando comícios que serão realizados nos fins de semana em capitais de Estados nordestinos, como Salvador (Bahia) e Recife (Pernambuco). Apesar da liderança do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL) na região, o candidato petista continua na frente na Bahia, segundo pesquisas.

ADVERTÊNCIA O PSDB age para minimizar os efeitos da campanha que é feita no Ceará (Estado do presidente do PSDB Tasso Jereissati), incentivando o eleitor a votar em Lula para presidente e Lúcio Alcântara (PSDB) para governador. Foi esboçada no Estado a chapa Lu-Lu. O governador Lúcio Alcântara é considerado o mais lulista dos tucanos.

ADESÃO Depois de aderir a Geraldo Alckmin, Michel Temer, articula um encontro do candidato tucano com dirigentes do PMDB, entre os quais, os ex-governadores Jarbas Vasconcelos (PE), Luiz Henrique (SC) e Joaquim Roriz (DF). A ordem geral é desfazer a impressão de que todo o PMDB estaria com Lula.

ACENO Quem não tem cão caça com gato: depois de perder o apoio do exgovernador de Santa Catarina, Luiz Henrique, para Alckmin, Lula acena para ter o candidato do PP a governador do mesmo Estado, Espiridião Amin, como companheiro de palanque. O petista não quer ficar órfão entre os eleitores catarinenses.

PAULISTAS Alckmin está consolidando sua liderança em São Paulo, maior colégio eleitoral do País, com mais de 26 milhões de um total de 126 milhões de votos. É por isso que o tucano conseguiu reduzir de 22 para 17 pontos a diferença que o separa de Lula na pesquisa CNT/Sensus.

NORDESTE Assim que lançar oficialmente sua campanha à reeleição, no jantar de hoje, em São Bernardo, Lula volta a intensificar a campanha no Nordeste. O petista quer consolidar sua posição na região para depois

PARTICIPAÇÃO Os governistas do PMDB, como os senadores José Sarney e Renan Calheiros, ainda não sabem se vão aceitar o convite do PT para participar do comando de campanha do partido. Os governistas já acertaram, no entanto, participar de um governo de coalizão caso Lula se reeleja.

FUÇA-FUÇA Os marqueteiros do PT desmentem que Lula já teria decidido não participar de debates na televisão com Geraldo Alckmin, com medo de perder pontos. Os marqueteiros garantem que o presidente ainda não resolveu se debaterá com os adversários no 1º turno, como fez FHC na campanha de reeleição de 1998.


quinta-feira, 13 de julho de 2006

Congresso Planalto Gover no CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

TELEMAR CORTA LINHA DO GOVERNO, NO RIO.

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Nós tomamos isso como uma ameaça Tânia Lazzoli, assessora de Comunicação, no Rio.

ROSINHA MATHEUS FICA SEM TELEFONE

DÍVIDA DE R$ 50 MIL DO GOVERNO COM A TELEFÔNICA LEVOU AO CORTE

or falta de pagamento, a Telemar, empresa de telefonia fixa do Rio de Janeiro, cortou ontem 12 linhas telefônicas do governo do Estado. O corte atingiu o gabinete da governadora Rosinha Matheus (PMDB), do vice-governador Luiz Paulo Conde, do Gabinete Civil, da Secretaria de Justiça, da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) e do Proderj, centro de processamento de dados também responsável pela folha de pagamento dos servidores estaduais. O governo confirmou apenas o "corte pontual" de algumas linhas do Gabinete Civil e do Proderj. No fim do dia, depois de uma reunião entre as duas partes, o serviço já havia sido restabelecido. "O Estado não foi notificado e a governadora soube da notícia pela imprensa", disse a subsecretária de Comunicação, Tânia Lazzoli. "Nós tomamos isso como uma ameaça", afirmou, inconformada. Em nota oficial, o governo estadual disse "repudiar a tentativa da empresa de trocar o foro de discussão, saindo da esfera administrativa para entrar no campo político-eleitoral". Também em nota divulgada no fim da tarde, a Telemar esclareceu que as linhas foram

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Alessandro Costa - O Dia / AE

religadas porque "o governo estadual se comprometeu a apresentar até 21 de julho um cronograma dos pagamentos suspensos". A dívida do Estado com a companhia telefônica começou em 2002, no governo Benedita da Silva (PT) e atualmente é de R$ 50 milhões. Segundo a nota do governo, todas as contas de 2006 foram pagas. O governo do Rio também alega que a Telemar tem uma dívida ativa de R$ 637 milhões, a maioria referente a multas no Procon e não recolhimento de ICMS. "Eles devem muito mais ao Estado do que o Estado deve a eles, isso estava na mesa de negociações, pois queríamos que houvesse um ajuste de contas", disse a subsecretária de Comunicação. De acordo com a assessoria de imprensa da Telemar, a companhia não reconhece a dívida de R$ 637 milhões, pois os valores estão sendo questionadas judicialmente. A empresa sustenta, de oujtro lado, que mais de uma parcela da dívida telefônica renegociada deixou de ser paga no prazo estabelecido, o que o governo nega. De acordo com Lazzoli, os pagamentos estavam sendo feitos em dia, porém numa quantia menor do que a cobrada pela companhia. (AE)

NA MÍDIA O Financial Times publicou ontem reportagem com programas de Lula e Alckmin

NAS RUAS A senadora Heloísa Helena cumpriu agenda de campanha nas ruas de Brasília.

Ó RBITA Roosewelt Pinheiro/ABr

GASTOS

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Palácio do Planalto ultrapassou, no início deste mês, o total de gastos de 2005. De janeiro para cá, a estrutura de apoio do presidente da República teve uma despesa de R$ 637,3 milhões, valor R$ 69 milhões maior que o registrado em todo o ano passado. Os números atingiram essa cifra pelos recursos disponibilizados com pessoal, diárias de viagens, aluguel de carros e publicidade. Só a Coordenação de Recursos Humanos teve uma despesa nos últimos seis meses de R$ 285 milhões, contra R$ 31 milhões em 2005.

JANENE

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A governadora Rosinha Matheus só conseguiu a religação no final da tarde, após promessa de regularização nas contas.

deputado professor Irapuan Teixeira (PPSP) pediu ontem, durante a reunião da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), vista ao recurso de deputado José Janene (PP-PR) contra decisão do Conselho de Ética, que recomendou a cassação do mandato do parlamentar por envolvimento no mensalão. Em seu parecer, o relator, deputado Mendes Ribeiro Filho (PMDB-RS), negou provimento do recurso. A análise do processo prossegue na próxima reunião da CCJ, ainda sem data marcada.

PT-MINAS

N

o dia do lançamento oficial da candidatura de Nilmário Miranda (PT) ao governo mineiro, o tom dos discursos foi voltado para a unidade do partido, dividido desde que os petistas decidiram firmar aliança com o PMDB e apoiar o nome de Newton Cardoso ao Senado. A grande ausência sentida na solenidade foi do prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel (PT), que foi representado pelo secretário municipal de governo, Paulo Moura. Ele enviou uma carta a Nilmário e ao vicepresidente, José Alencar, afirmando que, em função de uma forte gripe foi impedido de comparecer, mas prometeu engajamento na campanha, "sem abrir mão das divergências partidárias tão comuns na democracia".


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.TURISMO

quinta-feira, 13 de julho de 2006

Inverno delicioso em Campos do Jordão Em plena temporada, a cidade da Serra da Mantiqueira reforça suas atrações tradicionais e não deixa de lançar novidades. Entre os destaques está um novíssimo city tour e o festival gastronômico que envolve 24 restaurantes Por Fernanda Pressinott Fotos: Divulgação

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onsiderado um dos mais disputados destinos turísticos de montanha do País, Campos do Jordão localiza-se a exatos 176 quilômetros de São Paulo e reúne belas paisagens, ar puro, lazer e ótimos restaurantes. E, nesta temporada, reforça as atrações que já fazem sucesso ano a ano e lança novidades. Uma delas é um city tour pelos principais pontos turísticos da cidade. Para participar é preciso fazer a inscrição em qualquer hotel e visitar Morro do Elefante, Auditório, Fábrica de Cerveja Baden Baden, Palácio do Governo... O passeio foi exigência das agências receptivas, que contavam apenas com os trenzinhos de particulares para mostrar aos turistas as maravilhas da região. Agora, com o apoio da prefeitura, o city tour deve incrementar ainda mais as vendas de pacotes turísticos para Campos. Segundo a presidente da Asstur – Campos do Jordão Associação de Hotelaria e Gastronomia –, Elisabete Simabuco, a intenção é atrair um público variado para a montanha. "Os estabelecimentos criaram tarifas especiais de domingo a quinta-feira, o que também estimula a vinda de quem está de férias em julho com a família", acredita Elisabete. Outra iniciativa para atrair um público diferenciado para a região é o estímulo da prática de esportes radicais como arvorismo, escalada, passeios de jipe e mountain bike. A empresa Visual Adventure (Av. Macedo Soares, 320, Vila Capivari, tel. 12/3663-4486 e 97136663), por exemplo, tem um dos maiores circuitos de arvorismo da América Latina, e fica a apenas 15 minutos do centro de Campos. O passeio pela copa das árvores a três metros de altura, por cordas, cipós, arames e escadas, dura cerca de uma hora e dá bem mais medo

Marcelo Soares/Folha Imagem

No menu do Le Foyer (acima), raclete; no Spaghetti Maggiore, filé com ervas (acima, no meio); e no La Gália, a boa pedida é o faisão ao risoto de funghi

Baden Baden Cervejaria e Restaurante: um clássico na cidade

do que aparenta. No final do circuito, uma tirolesa de 400 metros é o melhor jeito de alcançar o solo. Para os ativistas ecológicos, uma boa notícia: as redes e equipamentos de apoio são fixados às árvores por pressão, sem nenhum prego ou objeto cortante nos troncos. Segundo o secretário de turismo de Campos do Jordão, Flávio Ventura, esses incentivos devem trazer cerca de 38 mil pessoas para a cidade nos fins de semana. "A lotação máxima dos hotéis (8 mil leitos) deve ser alcançada. E os turistas devem deixar de R$ 3 milhões a R$ 4 milhões na cidade por dia", diz. Roteiro gastronômico – No que diz respeito aos incentivos gustati-

vos, a Asstur preparou um roteiro gastronômico de inverno que promete ser um bom motivo para tirar os casais ou famílias dos aquecidos quartos de hotel. Vale a pena conferir a criatividade dos chefs, que usaram ingredientes da região nos pratos criados para o evento. Ao todo, são 24 restaurantes participantes do roteiro, que vai até 6 de agosto. Durante todo o dia, uma boa pedida é o Lenz Gourmet, localizado em um sítio próximo ao Hotel Toriba, a cerca de 20 minutos do centro. O único problema é a falta de sinalização para chegar ao local. Mas chegando lá, a vegetação e o cheiro de mato fazem valer a pena. Antes de comer, a dica é caminhar bastan-

Ambiente aconchegante e bem português no Vila Chã

te por uma das trilhas que leva às cachoeiras ou ao maravilhoso mirante. Lá, servem-se desde lanches rápidos até almoço completo e chá da tarde. Sugestão para os dias frios é a sopa de cordeiro com laranja e hortelã ou a salada quente de pêra ao vinagre balsâmico. De sobremesa, sorvete de pinhão ou LenzCake, receita tradicional da família Lenz. Se preferir, o turista pode passar na lojinha no fundo do restaurante e levar o bolo para casa. Se quiser presentear alguém, no restaurante também é possível encontrar uma série de objetos artesanais de Campos do Jordão. À noite, após as compras e passeios pela cidade, uma boa alternativa ao paladar é provar a típica comida portuguesa no Vila Chã. O ambiente é acolhedor, quente e familiar. Além dos pratos tradicionais com bacalhau, o cliente encontra cordeiro, coelho e outras carnes de caça. O Bacalhau à Vila Chã é simples, mas especial por ser grelhado e não assado. Leva alho frito, batatas e brócolis. De sobremesa, nada melhor que um dos doces portugueses. O pastel de Santa Clara é divino! E o roteiro pode ser muito mais extenso. Há opções para todos os gostos e bolsos. O ideal mesmo seria ter tempo e orçamento para experimentar todos os restaurantes. A viagem foi oferecida pela ASSTUR –Campos do Jordão Associação de Hotelaria e Gastronomia

OS RESTAURANTES

Imperdível, o fondue de carne do Rostie Restaurant

Presidente em exercício Chefe de reportagem Alencar Burti Arthur Rosa Presidente licenciado Editor de Fotografia Guilherme Afif Domingos Masao Goto Diretor de Redação Editor de Arte Moisés Rabinovici José Coelho Editor-Chefe Diagramação José Guilherme Rodrigues Ferreira Djinani S. de Lima Editora Ilustração Antonella Salem Jair Soares e Abê antonellasalem@uol.com.br Gerente Comercial Sub-editora Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Lygia Rebello Impressão Diário de S. Paulo lygiarebello@uol.com.br www.dcomercio.com.br

Araucária: Grande Hotel Campos do Jordão, Av. Frei Orestes Girardi, 3.549, tel. (12) 3668-6000. Culinária internacional.

Restaurante Matterhorn: R. Djalma Forjas, 93, loja 20, Capivari, tel. (12) 3663-184. Suíça.

Baden Baden Cervejaria e Restaurante: R: Djalma Forjaz, 293, loja 10, Capivari, tel. (12) 3663-3610. Cozinha alemã.

Pesca na Montanha: Vila Monôh, Estrada da Campista- Pedra do Baú, km 18, tel. (12) 3662-1987. Culinária regional da montanha e trutário.

Bia Kaffee: Rua Isola Orsi, 33, Vila Capivari, tel. (12) 3663-1507. Confeitaria e casa de chá, alemã.

Rostie Restaurant: Av. Brasil, 160, Capivari, tel. (12) 3663-6077. Suíça.

Café Spaguetti Maggiori: Av. Macedo Soares, 148, Vila Capivari, tel. (12) 36632736. Italiano.

Santiago: Av. Macedo Soares, 508, Capivari, tel. (12) 3663-4561. Cozinha contemporânea espanhola.

Capriccio: Hotel Orotour Garden, R. Engenheiro Gustavo Kaiser, 165, tel. (12) 3662-2833. Culinária francesa.

Spazio di Paolo: Av. Macedo Soares, 486, Capivari, tel. (12) 3663.4666. Cozinha italiana.

Casa Jordão, Bar Culinária e Cultura: Av. José Manuel Gonçalves, 86 – antiga Avenida Brasil –, Capivari, tel. (12) 3663-3472. Culinária regional brasileira.

Só Queijo: Av. Macedo Soares, 642, Vila Capivari, tel. (12) 3663-4100. Suíça.

Charpentier: Hotel Frontenac, Av. Doutor Paulo Ribas, 295, Vila Capivari, tel. (12) 3669-1000. Culinária internacional com predominância francesa. Confraria do Sabor: Av. Dr. Victor Godinho, 191, Capivari, tel. (12) 3663.6550. Culinária contemporânea, com tendência ítalo-francesa. Davos: Av. Macedo Soares, 340, Capivari, tel. (12) 3663-1824. Francesa e suíça. Itália Restaurante: Av. Macedo Soares, 306, tel. (12) 3663-1140. Italiana. La Gália: Av. Macedo Soares, 340, Capivari, tel. (12) 3663-2993. Carnes de caça. Le Capivari: Gilla, 20, Capivari tel. (12) 36634612 e 97826919. Internacional. Le Foyer – Chateau La Villette: Rua Cantídio Pereira de Castro, tel. (12) 3663-1278 e 3663-2767. Culinária com inspiração francesa com influências do terroir da montanha. Lenz Gourmet: Estrada Municipal Paulo C. Lenz Cesar, 2.150, tel. (12) 3662-1077. Contemporânea e alemã.

Taberna do Leão: Hotel Leão da Montanha, R. Dr. Raul Mesquita, 443, Capivari, tel. (12) 3669-8811. Internacional. Toribinha: Hotel Toriba, Av. Ernesto Diederichsen, 2.962, tel. (12) 3668-5000. Cozinha suíça.

FIQUE DE OLHO O Festival de Inverno Considerado o maior evento de música clássica da América Latina, o 37º Festival de Inverno de Campos do Jordão se estende até 30 de julho em seis espaços: Auditório Cláudio Santoro, Praça Capivari, Palácio da Boa Vista, Igreja Santa Terezinha, Igreja São Benedito e Espaço Cultural Cinema Dr. Além. A programação deste ano está recheada de atrações e artistas do porte do Quinteto de Sopros da Filarmônica de Berlim e presta homenagens à música da Rússia e à arte de Wolfgang Amadeus Mozart – no ano em que se celebra os 250 anos de nascimento do compositor. Muitos eventos são gratuitos na Praça Capivari, caso do esperado musical Saltimbancos, dia 22, às 12h30. Uma novidade desta edição é a mostra de cinema com clássicos russos e baseados na vida de Mozart – entre os dias 16 e 30. Quem for a Campos em agosto verá, ainda como parte do festival, dois concertos gratuitos dias 5 e 12. Mais informações no www.festivalcamposdojordao.org.br. Mais festival. No Grande Hotel O Grande Hotel Senac virou palco de atrações gastronômicas e culturais neste inverno. Para aqueles que curtem boa música, a Sala da Lareira recebe Gabriel Sater e Chico Teixeira (14/7), Sandra de Sá (21/7) e Zé Ricardo (28/7) – entrada franca. Já o Theatro Grande Hotel programou sessões humorísticas com Juca Chaves e Miele, além das peças O micofone, Clube de Comédia, entre outras, todas as sextas e sábados, a partir das 21h. No lobby do hotel, hóspedes e visitantes fazem degustação de bebidas ao som da Orquestra de Câmara da Cia. Filarmônica (às sextas, às 19h). Sem esquecer dos eventos gastronômicos com chefs da casa e convidados – cozinha alemã (22/7), francesa (29/7), amazonense (19/7) e mineira (26/7). Reservas devem ser feitas com antecedência. Av. Frei Orestes Girardi, 3.549, tel. 0800/770790, site www.sp.senac.br/hoteis. Villa TIM LG de cara nova O concorrido restaurante Villa TIM LG foi todo renovado para a temporada – do cardápio à decoração. Agora no estilo de uma vila italiana, uma das novidades é um deque de madeira coberto que ampliou a capacidade da casa. No quesito culinária, estão planejados festivais de cerveja, gastronômico e de fondue. Para celebrar as mudanças, o Villa TIM LG elegeu como madrinha a modelo e atriz Angelita Feijó, que estará por lá durante todo o inverno. Rua Djalma Forjaz, 89, tel. (12) 3663-7513. Cozinha árabe na montanha O Restaurante Espaço Árabe montou uma filial de sua casa em São Paulo no Campos do Jordão Market Plaza. No menu, especialidades como o kibe assado, acompanhado de coalhada fresca, e os michwies de filé mignon e de frango. E para quem prefere ficar em casa, o restaurante tem serviço de delivery. Av. Macedo Soares, 499, Capivari, tel. (12) 3669-2046, www.espacoaraberestaurante.com.br. Eventos especiais na SCA A loja de ambientes SCA, em Capivari, preparou para as férias o "Programa Inverno 2006 SCA/Altero". Todo sábado até o fim de julho, das 11h às 14h, haverá um evento especial. Dia 15, está programado o lançamento da revista Casa Mix; dia 22, o chef Hermann Fritz, do Grande Hotel, dará receitas da cozinha alemã; e dia 29 o chef Gilles Dupont, dono de um dos melhores restaurantes de Genebra, ensinará a culinária francesa. Av. Dr. Emilio Ribas, 870, Capivari, tel. (12) 3663 4497.

Outros roteiros gastronômicos em Campos de Jordão até o fim do ano

Palestras sobre café A especialista em cafés Isabela Raposeiras será destaque no Espaço Red, café cultural que funciona até 30/7 no Shopping Market Plaza. É que Isabela ministrará workshops gratuitos sobre o assunto. Degustação de cafés raros, receitas de drinques com café e dicas de como preparar um bom café caseiro estão incluídos. Dias 21,22 23, 28,29 e 30/7. Av. Macedo Soares 499, Capivari. Informações pelo tel. (11) 5542-6606.

Roteiro Gastronômico do Queijo e Vinho na Montanha, de 18 de agosto a 10 de setembro de 2006.

ERRATA

Vila Chã: Rua Engenheiro Diogo de Carvalho, 99, Vila Capivari, tel. (12) 3663-4702. Culinária portuguesa com ingredientes da montanha. Yakissoba Niji: Av. Macedo Soares, 331, Vila Capivari, tel. (12) 3663-655.

Cozinha da Primavera da Montanha, de 21 de setembro a 23 de outubro de 2006. Natal da Montanha e Mostra de Mesas e Cardápios Natalinos, de 10 de novembro a 6 de janeiro de 2007.

Na matéria sobre hotéis-fazenda da edição passada (6/7), publicamos o preço errado da diária do Hotel Fazenda Fonte Colina Verde. O correto é a partir de R$ 310, com pensão completa, para julho (e não R$ 105).


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 13 de julho de 2006

1 Empresas como a CNS apostam em lançamentos de calçados, item entre os prediletos para os pais.

DIA DOS PAIS

Paulo Pampolin/Hype

VAREJO APOSTA NA DATA PARA RECUPERAR PERDAS DA COPA Shoppings e lojistas anteciparam o início da campanha de venda para a data

S

e por um lado a Copa ceiro lugar em vendas, atrás de 12% e de público, de 15%. Lançamentos – Também os do Mundo terminou Natal e Dia das Mães. Já Alfiecedo demais para os ri, da ACSP, coloca o Dia dos lojistas estão animados com a brasileiros, por outro, Pais, "uma data fraca", em data, principalmente os que o varejo agradeceu o fato de a quinto lugar de importância comercializam produtos masseleção ter caído nas quartas- de vendas, atrás de Natal, Dia culinos. Luiz Flores, sócio-dide-final. Isso, somado à proxi- das Mães, Namorados e Crian- retor da CNS, loja especializamidade do Dia dos Pais, é o ças, que chama mais a atenção da em calçados e acessórios que está animando os lojistas. por ser a última data com apelo masculinos, prevê aumento de 20% nas vendas e lançou moAfinal, nos dias de jogos da se- comercial antes do Natal. Investimento – O Shopping delos de sapatos para aproveileção, o movimento foi praticamente nulo no varejo. Com Interlagos também aposta na tar a data. "Dia dos Pais só pera saída prematura do Mun- data e fará investimentos de de para o Natal", diz Flores, dial, o jeito foi começar mais R$ 200 mil em mídia e premia- que aumentou em 30% o estocedo a campanha para o Dia ção para a campanha dos pais, que das 39 lojas da rede. "A dos Pais e tentar preencher o que começará na última sema- preocupação é com os produtos mais em conta, que o economista Paulo Pampolin/Hype que devem repreda Associação Cosentar boa parte mercial de São dos itens das vitriPaulo (ACSP), nes nesta época. Emílio Alfieri, "Dia dos Pais é dichama de "vácuo ferente de Dia dos nas promoções". Namorados: comNo Shopping pra-se um sapato Frei Caneca, que de mais qualidaespera um aumende", acredita. to de público de Mesmo assim, 20% e de vendas cada cliente disentre 12% e 15% pensa aos pais, em em relação ao remédia, R$ 150 na sultado de 2005, a CNS. Compras campanha do Dia acima de R$ 230 dos Pais e a liqui- Sapatênis da CNS para calçar pés modernos e nem tanto dão direito a um dação começam no mesmo dia, 25 de julho. A pro- na de julho, quando será divul- CD grátis de música popular moção nas 140 lojas vai até 13 gada em outdoors da região, na brasileira. Pela pela primeira de agosto, segundo domingo zona sul. "Comparado ao Dia vez a empresa fará campanha do mês e dia da comemoração. dos Pais do ano passado, espe- apenas com folders distribuíPara incentivar um pouco ramos um crescimento de 8% dos ou enviados aos clientes. Já mais os clientes, aqueles que nas vendas e entre 6% e 7% na a Camisaria Colombo, que tem gastarem R$ 80 (mais R$ 5 na freqüência de público", prevê no Dia dos Pais um dos princitroca da nota fiscal) levarão pa- Carla Bordon Gomes, superin- pais períodos do ano, também ra casa uma garrafa de vinho tendente do empreendimento. vai apostar em campanhas estinto italiano. Outro centro de compras pecíficas. "A data só perde para O superintendente do shop- que investiu bastante para a o Natal", diz Patrícia de Fátima ping, Wilson Pelizaro, aposta data, R$ 250 mil, é o Shopping Amaro, gerente de marketing principalmente em vestuário. ABC. Segundo Elizabete Hen- da empresa, que não quis co"As lojas estão recompondo es- riques, gerente de marketing, a mentar sobre investimentos ou toques para a data." Apesar campanha de Dia dos Pais, que expectativas de vendas. O cara – Para quem procura disso, ele diz que os aparelhos geralmente começa só em celulares acabam se destacan- agosto, foi antecipada para o presentes que fujam do tradido. "No ano passado, ganhou dia 24 de julho. "O shopping cional, a Imaginarium dispovestuário, mas celular chegou quer aumentar a divulgação e nibiliza desde peças de design bem perto", afirma. com isso fazer as pessoas in- para decoração até acessórios Segundo Pelizaro, no ran- vestirem mais no presente dos para uso pessoal com o tema king das datas comemorati- pais", diz Elisabete. Ela prevê "Pai, você é o cara!". vas, o Dia dos Pais fica em ter- um crescimento em vendas de Kety Shapazian

Nova deflação no varejo paulista

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s preços no comércio varejista apresentaram deflação de 0,63% em junho, ante uma queda de 0,39% em maio, na região metropolitana de São Paulo, segundo divulgou a Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). Segundo a entidade, a baixa, medida por meio do Índice de Preços no Varejo (IPV), foi a

mais expressiva desde o início da série, em janeiro de 2002. No primeiro semestre de 2006, o indicador acumulou deflação de 1% na comparação com o mesmo período de 2005. Os analistas da FecomercioSP explicaram que a terceira deflação mensal consecutiva no varejo foi provocada, principalmente, pelo grupo feiras, que registrou baixa de 5,29%,

favorecida pelas condições climáticas que possibilitaram uma boa safra agrícola. Para a Fecomercio-SP, a manutenção do dólar em patamares baixos, aliada à "amenização da problemática", enfrentada pelos combustíveis, e a uma boa safra agrícola, indicam que o IPV não deverá sofrer pressões significativas nos próximos meses. (AE)

Inadimplência cresceu 9% em junho

A

inadimplência das pessoas físicas aumentou 9% no Brasil em junho em relação a igual mês do ano passado, segundo levantamento divulgado ontem pela Serasa. Na comparação com maio de 2006, no entanto, houve queda, de 12,8%. No primeiro semestre, a pesquisa da empresa de

análise de crédito constatou um aumento de 15,3% da inadimplência sobre os primeiros seis meses de 2005. O Indicador Serasa de Inadimplência analisa registros de cheques devolvidos por falta de fundos, títulos protestados, dívidas vencidas com bancos, cartões de crédito e

financeiras. No mês passado, as dívidas com cartões de crédito e financeiras ultrapassaram as dos cheques sem fundos na representatividade da inadimplência dos consumidores e registraram o maior peso no indicador, com participação de 32,8%. Os cheques tiveram participação de 32,4%. (AE)

Vitrines das lojas da rede CNS já trazem os lançamentos de calçados para as vendas da data Fotos: divulgação

Porta-retrato para o Dia dos Pais: presente para qualquer bolso

Pijama de verão para pais modernos

Além da praticidade, modernidade

Para embalar bons sonhos


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quinta-feira, 13 de julho de 2006

Toyota cria um espaço dedicado à natureza

TURISMO - 3

Fotos: Divulgação

Atração até o fim de julho na cidade, o chamado Espaço Ecologia ocupa uma área de 6 mil m² onde promove oficinas gratuitas sobre o tema da preservação ambiental. Ali, aprende-se desde como produzir papel reciclado até como plantar mudas Por Neide Martingo

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Turistas podem conferir uma mostra de fotos sobre o projeto Arara Azul – de proteção à espécie no Pantanal

SERVIÇO Espaço Ecologia Toyota: Avenida Pedro Paulo, 7.400, Descansópolis. Anexo ao Brigitte Bar e Restaurante, na altura do km 8 do caminho do Horto Florestal. Sextas e sábados, das 10h às 17h, até 29 de julho. A participação e o estacionamento são gratuitos. Para as crianças, há oficinas que ensinam a construir brinquedos com garrafas, latinhas e papelão

Fotos: Divulgação

exuberante harmonia da natureza de Campos do Jordão é um convite à preservação do meio ambiente. Quem se interessa pelo assunto pode visitar o Espaço Ecologia criado pela montadora Toyota. Numa área de 6 mil metros quadrados, crianças e adultos aprendem com profissionais a cuidar da natureza. Todos os fins de semana deste mês, as pessoas participam das atividades sem custo. As oficinas gratuitas têm 50 minutos de duração, com temas variados: arte com papel, incluindo a produção de papel reciclado, e construção de terrarium e de brinquedos com garrafas pet, latinhas e papelão. As folhas de jornal são enroladas e utilizadas para fazer cestas, brincos, colares, descansos de panela, bolsas ou pequenas esculturas. "Quem chega e vê os itens prontos logo fala que não tem talento para fazêlos. Mas qualquer pessoa pode preparar as peças. Os pequenos de até 5 anos terão ajuda de familiares ou de monitores", afirma o responsável pela oficina de jornal, José Antônio de Melo. Uma das atividades mais apreciadas é a reciclagem de papel. A ecóloga Elaine Silva, do Instituto Recicle, pica o material e o deixa numa bacia com água. Depois de algumas horas, uma peneira é utilizada para "pescar" os pedacinhos, que viram um só elemento na tela. Uma esponja retira o excesso de água da peneira, antes de ela ser levada ao sol. "Em meia hora a placa fica pronta e pode ser usada para vários fins, até para outra reciclagem", ensina Elaine. Quem escolhe a produção de terrarium sai do Espaço Ecologia sabendo com detalhes o que a poluição pode fazer ao solo. Além disso, planta uma mudinha e a leva para casa. "Com as instruções de plantio, os turistas aprendem a manter os jardins e floreiras", diz Elaine. Na oficina

de pet, as crianças e adultos fazem presilhas, brinquedos, potes. Bruna Black Dalarmelino, de 5 anos, divertiuse transformando meia garrafa de refrigerante em um catavento, utilizando tintas e tesoura. "A Bruna está aprendendo a preservar o meio ambiente na escola. Os ensinamentos dos monitores reforçaram as informações", diz a mãe da menina, a fonoaudióloga Betina Dalarmelino. "É importante que as crianças aprendam sobre o uso racional da água. Afinal, que mundo teremos no futuro se não houver uma análise agora?" A administradora de empresas Gabriela Furlan levou os filhos Felipe e Eduardo para aproveitar as oficinas. "O espaço é tão agradável que eu também resolvi participar das atividades. As aulas servem para unir a família. É diferente quando as pessoas aprendem por obrigação. Aqui estamos nos divertindo e assimilando informações importantes", destaca. "A idéia é levar o Espaço Ecologia para outros lugares do País, aproveitando um grande fluxo de pessoas. No verão, as atividades podem ficar numa praia, por exemplo", afirma a relações-públicas da Toyota, Mariana de Moraes. Os turistas também podem conferir uma exposição de fotos feitas pelo fotógrafo Luciano Candisani sobre o projeto Arara Azul. É um programa de proteção às araras do Pantanal, no Mato Grosso do Sul. O projeto também tem o apoio da Toyota.

Na loja de fábrica da Araucária há um espaço cultural com museu e minicinema. E lá os turistas têm a chance de ver o chocolate sendo preparado, passo a passo

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Tudo sobre o chocolate

hocolate é o sabor de Campos do Jordão. A cidade é um ponto de encontro de pessoas que amam o inverno. E para elas o frio é um convite para a degustação do alimento. Nem precisa procurar muito. As lojinhas de chocolate artesanal estão em todo lugar e sempre lotadas. “O chocolate de Campos do Jordão é diferente, mais saboroso. E só aqui eu encontro mini fondue, uma mistura de chocolate cremoso e frutas. Quando venho para cá, esqueço que estou de regime. Até meu cachorro, o Peter, come o produto”, afirma a estudante paulista Juliana Silveira. As primas Raquel, Sara e Aline Rossi vêm de Caçapava, no interior de São Paulo, para Campos do Jordão só para comer chocolate. “O morango com chocolate é o melhor”, diz Aline. O chocolate agrada tanto que virou ponto turístico. Algumas empresas, como a Araucária e a Montanhês, oferecem ao turista a possibilidade de conhecer suas fábricas. A unidade da LieSERVIÇO Chocolate Araucária: Rua Amadeu Carletti Jr., 255, Vila Jaguaribe, tel. (12) 3662-1581. Não é preciso agendar visitas à fábrica. Chocolate Montanhês: Rua José Correa, 100, Recanto Floresta Negra. Agendamento da visita à fábrica pelo tel. (12) 3662-3900. Chocolate Lievori: Rua Djalma Forjaz, 140, Shopping Calil, Capivari, tel. (12) 3662-4714. As visitas à fábrica estão suspensas até o fim do ano.

No centrinho de Capivari, a loja da Montanhês vive lotada

vori, uma das marcas mais tradicionais de Campos do Jordão, está em reforma, mas até o fim do ano a expectativa é de que as visitas (agendadas) voltem a ocorrer. Na loja de fábrica da Araucária, onde são comprados os produtos prontos e embalados, o cliente recebe o convite para conhecer o espaço cultural do chocolate. No andar de cima estão o museu e o minicinema da Araucária. De lá, os turistas vêem o chocolate sendo preparado, passo a passo. Com a transformação, o cacau vai ganhando outras formas – bombons, barras, bolinhas. Para contar a história do chocolate, a fábrica reuniu máquinas e fôrmas antigas, colocou o cacau num vidro, para conservá-lo, e montou vários painéis, que detalham, por exemplo, uma lenda que indica que o deus asteca da lua, Luciano Coca/Chromafotos

da vida, do ar e dos ventos descobriu os cacaueiros nos campos dos filhos do sol e doou-os aos homens. Daí origina-se o nome científico da planta, theobroma cacao, que em grego significa alimento dos deuses. Na verdade, o cacau é comum nas regiões tropicais das Américas do Sul e Central. Em 1519, o chocolate caiu no gosto dos europeus. No século 19, os chocolateiros suíços adicionaram leite à massa do cacau – e assim foi criado o produto que é consumido hoje. De acordo com o gerente de marketing da Chocolate Araucária, João Paulo Miranda, o espaço cultural e a fábrica funcionam de segunda a segunda. "Na temporada de julho, época de grande movimento em Campos do Jordão, mais de 20 mil pessoas visitam o local", diz. "A árvore araucária tem a cara de Campos do Jordão, é vista em todo o lugar." O casal Ricardo Fernandes e Shirley Gimenez, chocólatra assumido, visitou o espaço cultural da Araucária e saiu muito feliz. "Nós pretendemos voltar. É muito bom saber a origem de um alimento que consumimos todos os dias", afirma Fernandes. (N.M.)


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Finanças Nacional Tr i b u t o s Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 13 de julho de 2006

Trataram uma mulher de classe média baixa como se fosse uma empresa multinacional. Luiz Inácio Lula da Silva

MP DEVE PREVER REGRAS PARA DOMÉSTICAS

LULA CONFIRMOU ONTEM QUE VETARÁ ARTIGO QUE OBRIGA PATRÃO A RECOLHER FUNDO DE GARANTIA

EMPREGADOS DOMÉSTICOS SEM FGTS

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presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou claro ontem que vetará a regra aprovada pelo Congresso Nacional, que torna obriga-

tório o recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) dos empregados domésticos. "Nós vamos ver se é possível ter um acordo com os sindicatos das empregadas

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 12 de julho de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial:

Requerente: Vicunha Têxtil S.A. - Requerido: Femina Confecções Ltda.- EPP - Av. Senador José Ermírio de Moraes, 1770 - 02ª V. Falências Requerente: Inbranox Aço Inoxidável Ltda. - Requerido: ABS Aços Brasileiros Ltda. - Rua Dona Vitória Speers, 560 - 02ª V. Falências Requerente: Atlanta Viagens e Turismo K. Ltda.- EPP - Requerido: Workusa Ltda. - End.: n/c - 01ª V. Falências Requerente: Antonio Carlos Correa - Requerido: EBID – Editora Páginas Amarelas Ltda. - End.: n/c - 02ª V. Falências

domésticas e das patroas para ver se a gente consegue fazer uma nova proposta conjunta para mandar ao Congresso", afirmou, pouco antes de participar da abertura da 2ª Conferência de Intelectuais da África e da Diáspora, em Salvador. Lula disse a questão do FGTS é uma de suas maiores preocupações do momento. "Nós mandamos uma lei que era para formalizar o emprego doméstico. O Congresso Nacional entendeu diferente", disse o presidente. "Trataram uma mulher de

classe média baixa, que ganha R$ 1,5 mil e contrata uma empregada doméstica, como se fosse uma empresa multinacional, dando a ela todos os encargos, coisa que é quase impossível", criticou Lula. A proposta original do governo criava a possibilidade de os patrões recolherem a contribuição previdenciária de um empregado doméstico e descontar o valor do Imposto de Renda (IR), limitado ao valor de um salário mínimo e um empregado. A idéia era estimular a formalização dos em-

pregados domésticos. Dispositivo – No Congresso, entretanto, foi incluído um dispositivo que tornou obrigatório o recolhimento do FGTS, equivalente a 8% do salário por mês, e o pagamento de multa de 40% sobre o valor do fundo em caso de demissão sem justa causa, como ocorre com empresas. Ao avaliar que esse acréscimo feito pelo Congresso vai, na prática, inibir a contratação formal de empregados, o governo decidiu vetar as regras referentes ao FGTS. Ao mesmo tempo, está

em estudo uma regra intermediária, que será enviada ao Congresso na forma de uma Medida Provisória ou um projeto de lei. O governo já indicou que não vai impor a multa de 40% aos patrões. A contribuição mensal, que é de 8%, deverá ser menor. Em Brasília, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, sugeriu ao ministro do Trabalho, Luiz Marinho, a adoção de medidas que garantam no longo prazo a ampliação de direitos dos empregados domésticos. (AE)

ATAS

CONVOCAÇÕES COMUNICADOS

LICITAÇÃO PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP

SECRETARIA MUNICIPAL ADMINISTRAÇÃO DEPARTAMENTO DE COMPRAS ABERTURAS DE LICITAÇÃO SITE: www.riopreto.sp.gov.br MODALIDADE: CONCORRÊNCIA DE PREÇOS Nº 23/2006 Objeto: ALIENAÇÃO DE IMÓVEIS, objeto de parte da transcrição nº46884 e da matrícula nº49.918, ambas do 1º CRI, e que constituem de parte da rua General Osório e seu respectivo prolongamento– Bairro Jardim Congonhas. Limite p/entrega dos envelopes 14/08/2006 às 16:00h e abertura dia 15/08/ 2006 às 08:30h.

COMUNICADO Barilla do Brasil Ltda, I.E. 115.306.342.110, CNPJ 02.195.380/0001-92 comunica que a 1ª, 3ª e 4ª via da nota fiscal 26747 série 2 de 11/05/2006 foi extraviada. ROMAG ASSESSORIA E PLANEJAMENTO DE JOGOS ELETRÔNICOS LTDA, CNPJ 00.956.534/0001-96, CCM 2.420.657-1, comunica o extravio do livro fiscal modelo 57 n.º 1 da PMSP. (11, 12,13/07/06)

EDITAIS DECLARAÇÕES DE PROPÓSITOS

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

PREGÃO (presencial), para Compra DSE nº58/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 3108/5900/ 2006. OBJETO: Colheres de Caldeirão Pequenas, Colheres de Caldeirão Grandes e Pás de Caldeirão Pequenas. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 - Perdizes, nesta capital, com início previsto às 09:30 h do dia 01 de agosto de 2006. PREGÃO (presencial), para Compra DSE nº59/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 3107/5900/ 2006. OBJETO: Panelas de Pressão de 12 litros e Panelas de Pressão de 20 litros. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 Perdizes, nesta capital, com início previsto às 14:30 h do dia 01 de agosto de 2006. PREGÃO (presencial), para Compra DSE nº60/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 3106/5900/ 2006. OBJETO: Freezer Horizontal. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 - Perdizes, nesta capital, com início previsto às 09:30 h do dia 02 de agosto de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº49/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 2930/5900/2006. OBJETO: Geléia Comum de Morango. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 - Perdizes, nesta capital, com início previsto às 09:30 h do dia 03 de agosto de 2006. Edital completo à disposição dos interessados, via Internet, pelo Site www.e-negociospublicos.com.br. INFORMAÇÕES: fones: (11) 3866-1615/1616, de 2ª a 6ª feira, no horário das 8h às 17h SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE SUPRIMENTO ESCOLAR

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.TURISMO

quinta-feira, 13 de julho de 2006

SAÚDE

Para o bem-estar na temporada: os melhores spas do Brasil Seguindo os critérios de avaliação e classificação oficial da ABC-Spas, Alan Szerman, a presidente da entidade criada há quatro anos, lista aqui os 10 mais do setor Por Sonaira San Pedro

M

ais do que um dia-a-dia vazio de calorias, os spas de hoje oferecem um verdadeiro cardápio recheado de terapias, cenários e atividades que satisfazem qualquer um. "A intenção de quem vai para um lugar desses não é somente perder peso, mas também se desintoxicar e recobrar o mínimo de equilíbrio físico e emocional", diz a presidente da Associação ABC-Spas Associação Brasileira de Clínicas e Spas, Ala Szerman, que existe há quase quatro anos. "Hoje, as propostas se tornaram mais abrangentes e acolhem o bem-estar geral, do corpo e da mente." Ainda não se tem dados do crescimento do setor no Brasil, mas estima-se que o número de spas tenha mais que dobrado nos últimos anos. "Foi um boom que aconteceu e daí a necessidade de criarmos a associação para ordenarmos esse segmento", diz Ala. "Finalmente conseguimos classificar esses empreendimentos, que ora se encaixavam no ramo de hotel, ora no departamento de hospitais", completa. E a associação classifica os spas em oito categorias. Médicos são aqueles estritamente ligados a emagrecimento e à saúde do corpo. O spa naturista dispõe de tratamentos anti-stress, desintoxicação do organismo e somente alimentos orgânicos. Aqueles chamados holísticos priorizam a medicina psicossomática, que vê o ser humano como um todo. Os spas de nutrição e fitness são focados nas atividades físicas. Há os que se abrigam dentro de resorts ou hotéis cinco-estrelas. E, ainda, spas termais e aqueles ligados especificamente ao bem-estar, rodeados por paisagens exuberantes e guiados por programas de reequilíbrio. "Desenvolvemos um selo de excelência, com certificação e critérios mínimos para garantir a qualidade desses empreendimentos", conta Ala. Ela cita a necessidade de se ter um médico responsável, programas relacionados à saúde do hóspede e qualidade de vida e bom serviço de hospedagem. "Credibilidade é a palavra-chave para o sucesso do setor". Ala elege aqui os dez melhores spas do País.

1º KUROTEL (Gramado, RS) O atendimento é a parte mais importante de seus servi-

Fotos: Divulgação

ços e todo hóspede tem seu assessor de spa. Entre as atividades, destaca-se uma caminhada na piscina rasa com fundo de pedras. Rua Nações Unidas, 533, Bavária, tel. (54) 3295-9393, site www.kurotel.com.br. Pacotes de uma semana a partir de R$ 5.670 por pessoa. 2º SETE VOLTAS (Itatiba, SP) O clima é liberal: tem atividades suficientes para ocupar o dia inteiro, mas não impõe que se participe delas. Não é o melhor lugar para se enfrentar uma dieta severa, mas é ideal para aliviar o estresse. Rodovia das Estâncias, km 93, t e l . ( 11 ) 4 5 3 4 - 7 8 0 0 , s i t e www.setevoltas.com.br. A partir de R$ 3.528 sete dias por pessoa. 3º COSTÃO DO SANTINHO (Florianópolis, SC)

Hidroterapia, no Costão do Santinho

A água é usada como o principal recurso terapêutico. Infra-estrutura de resort e a localização, no norte da bela ilha, são excelentes. Estrada Vereador Onildo Lemos, 2.505, Praia do Santinho, tel. 0800/481000, site www.costao.com. Pacotes por pessoa a partir de R$ 2.298 a semana. 4º SPA MED GUARUJÁ (Guarujá, SP) Dentro do luxuoso hotel Casa Grande, na Praia da Enseada, destaca-se pela comida muito bem preparada, apesar da dieta diária ser de apenas 300 calorias. Av. Miguel Stéfano, 1.001, Enseada, tel. 0800/172217, site www.spamedguaruja.com.br. A partir de R$ 3.272 sete dias por pessoa. Promoção: em julho, o hóspede de uma semana ganha uma diária a mais. 5º SPA MED CAMPUS (Sorocaba, SP) É o primeiro spa do Brasil. Estritamente médico, é indica-

do para aqueles que querem mesmo perder peso. Estrada José Celeste, tel. 0800/550023, site www.spamed.com.br. Pacotes por pessoa a partir de R$ 2.117,50 por semana.

Ala: 'Desenvolvemos um selo de excelência, com certificação, para garantir a qualidade dos empreendimentos'

6º MARIA BONITA (Nova Friburgo, RJ) Ali, 70% dos alimentos são comidos crus. Consultas astrologias e de tarô, pilates, dança do ventre e water ioga fazem parte da programação. Mas não há médicos no spa. Rodovia Teresópolis, Nova Friburgo, km 56, tel. (21) 25134050, site www.spamariabonita.com.br. Por pessoa, custa a partir de R$ 1.300 o pacote de uma semana. 7º ENGENHO DO CORPO (Maragogi, AL) Funciona num resort cincoestrelas e os tratamentos anticelulite (R$ 30) e a limpeza de pele (R$ 60) têm preços bem abaixo do mercado. Praia de Maragogi, tel. (82) 3 3 2 6 - 5 9 0 7 , s i t e w w w . s p a e n g e n h o d o c o rpo.com.br. A partir de R$ 2.200 uma semana por pessoa. 8º BRAIN SPA PLAZA ITAPEMA (Itapema, SC) Na diária, estão incluídos cerca de 15 tratamentos, sem pagar extras: da drenagem linfática à talassoterapia. O cenário: um lugar rodeado por praia de rochedos. BR-101, km 144, tel. (47) 32617 0 0 0 , s i t e w w w . p l a z a h oteis.com.br/spa_itapema. Sete dias custam a partir de R$ 2.736 por pessoa. 9º LAPINHA (Lapa, PR) Cem funcionários cuidam de, no máximo, 61 hóspedes numa fazenda cheia de bosques e um lago cinematográfico. Destaque para o Maykur, uma dieta intensiva de desintoxicação. Estrada da Lapa, km 16, bairro Rio Negro, tel. (41) 3622-1044, site www.lapinha.com.br. Pacote de uma semana por R$ 2.277 por pessoa em quarto single ou 1.969 em quarto duplo. 10º SPA SOROCABA (Sorocaba, SP) Tem atendimento exemplar e clima de colônia de férias. O diretor, dr. Castanho, é sócio de três spas da cidade e especializado no ramo. Rod. Raposo Tavares, km 104.5, tel. 0800/7018878, www.spasorocaba.com.br. Sete dias a partir de R$ 3.000 por pessoa.

O Spa Lapinha, no Paraná, fica instalado numa antiga fazenda

A academia do Spa Med Guarujá (acima), localizado dentro do hotel Casa Grande, e a sala de ginástica do Spa Maria Bonita (ao lado), em Nova Friburgo

Pista para caminhada no Spa Med Campus, em Sorocaba, e massagem no Kurotel, na gaúcha Gramado

Tropical lança o 'all-inclusive' dos eventos

A

Tropical Hotels & Resorts Brasil apresenta mais um produto destinado ao segmento de eventos, cujo objetivo principal é resgatar sua tradição na área e uma maior competitividade frente à concorrência emergente do setor. Trata-se do Tropi Plan Eventos – Basic e Tropi Plan Eventos – Gold, um plano de eventos da Tropical que, com uma política comercial arrojada, visa unificar serviços e facilitar a operacionalização de médios e grandes eventos. "Fizemos uma pesquisa para saber as necessidades do cliente que quer lançar um produto ou fazer grandes convenções", conta o gerente nacional de Vendas, Edward Mazzei, que voltou para a empresa há seis meses para reestruturar o departamento comercial. Como a logística para organizar um evento é complicada, eles pensaram em criar um produto que facilite o trabalho de quem organiza eventos e, de quebra, explore essa área dentro da rede. "A idéia é facilitar o orçamento e a logística que envolve um evento. Colocar um preço único com tudo o que o cliente precisa", explica. "Só a parte aérea e os casos de festas temáticas não entram no plano", afirma, lembrando que negociam tarifas especiais com a companhia aérea TAM. Serviços – O objetivo é apresentar uma proposta comercial simples e objetiva para facilitar a tabulação orçamentária para seus clientes, otimizando custos e oferecendo um conjunto de serviços com preço único. Para a Tropical é uma espécie de allinclusive dos eventos, já que o "pacote" inclui hospedagem, café da manhã, coffeebreak, almoço, jantar, bebidas nãoalcoólicas, sala e as taxas. Assim, o serviço passa a ser também um fator ainda mais fortalecido para a fidelização dos clientes. E como tudo o que é bom dura pouco, o

projeto tem data de validade: julho de 2007, prazo para alavancar as vendas e a ocupação média dos hotéis da rede. Para usufruir o máximo das vantagens dos novos planos, é preciso ficar atento às exigências, como o número mínimo de apartamentos e diárias nas respectivas propostas. Outra dica é que tenha uma antecedência de dez a 15 dias, já que os bloqueios só serão aceitos na confirmação formal do evento. Facilidade – Empolgado com o produto, Mazzei reafirma que a nova proposta trata de um conceito comercial simples, tem preço formatado em plano de eventos, uma única categoria de apartamento e salas conforme disponibilidade, condições claras de confirmação e pagamento, política motivadora de comissionamento, além de ser fácil para tabulação de custos, entre outras vantagens. Embora o produto tenha sido lançado há um mês, os executivos da Tropical já estão negociando eventos no novo formato com empresas gabaritadas como Microsoft, Pfizer, Tim e Roché, para citar algumas. Vale lembrar que a rede dispõe do complexo hoteleiro de Manaus (AM), hotéis em João Pessoa (PB), Salvador e Porto Seguro (BA), todos preparados para atender a organizadoras de eventos, agências corporativas, laboratórios, bancos, montadoras, e outros segmentos que buscam destinos exóticos, bonitos e com boa infraestrutura para atender às suas necessidades em eventos – com direito a salas que comportam até 1,5 mil pessoas. Reservas e informações: (11) 2168-7200, site www.tropicalhotels.com.br.

Mais informações sobre o Panrotas Corporativo no site www.panrotas.com.br. Assinaturas pelo tel. (11) 5070-4816 ou 5070-4804, e-mail assinaturas@panrotas.com.br.


quinta-feira, 13 de julho de 2006

Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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PARA O IBPT, CARGA FISCAL FOI DE 37,82% DO PIB

Foco da doença de Newcastle em granja no Rio Grande do Sul pode afetar vendas externas de frango.

DADOS DO TESOURO NACIONAL MOSTRAM QUE A CARGA TRIBUTÁRIA, EM 2005, CHEGOU A 38,8% DO PIB

LEÃO ABOCANHOU R$ 751 BI EM 2005 DEFLAÇÃO Fipe confirma queda de 0,19% nos preços em São Paulo na primeira semana de julho.

Ó RBITA

CENTRAL FÁCIL Comissão da Câmara aprovou projeto que reduz burocracia para abrir empresa.

REAQUECIMENTO LEILÃO DA VARIG FOI ADIADO DE DA INDÚSTRIA NOVO, AGORA PARA 19 DE JULHO

A

indústria mostra sinais de reaquecimento em sua atividade no segundo trimestre deste ano. A avaliação é da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que divulgou ontem prévia da 160ª Sondagem Conjuntural da Indústria. A instituição ouviu 513 empresas. Ao serem questionados sobre o cenário atual, o conjunto das respostas dos industriais mostrou um cenário favorável sobre a situação presente. Subiu de 8% para 12% a parte dos que classificam a demanda atual como forte. (AE) A TÉ LOGO

A

Justiça do Rio de Janeiro adiou a data do novo leilão judicial da Varig, de 18 de julho para 19. A mudança foi necessária para que eventuais competidores da VarigLog, única candidata até agora, tenham tempo de depositar o sinal obrigatório de US$ 24 milhões para participar da concorrência. Como só havia um dia de diferença entre o leilão e a assembléia de credores da Varig, marcada para o dia 17, havia o temor de que outros potenciais investidores não pudessem concorrer por falta de tempo

para fazer o depósito. A aprovação pelos credores é pré-requisito para a realização do leilão. A Varig apresentará hoje a seus credores modificações no plano de recuperação judicial. As principais mudanças são em prazos de pagamentos e garantias para quitação de dívidas. Esses quesitos terão de ser adaptados ao fluxo de caixa da companhia, previsto na proposta de compra da exsubsidiária de logística e transporte de cargas. As adaptações passarão por votação em assembléia na próxima segunda-feira. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Petrobras poderá bancar a própria expansão se alta do petróleo continuar

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Brasil pede fim das restrições aos calçados e eletrodomésticos na Argentina

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Confederação da Agricultura prevê queda do superávit do agronegócio

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Sindicato de Taubaté recua e faz acordo para demissões na Volkswagen

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Agricultores europeus querem proibir importação de produtos brasileiros

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carga tributária brasileira subiu 1,7 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB) em 2005. Ao to do, União, estados e municípios arrecadaram cerca de R$ 751,7 bilhões, ou 38,8% do PIB. É o que mostram os dados da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), referentes à consolidação das contas públicas de 2005. Os números englobam as receitas do governo federal, de 26 governos estaduais e de 67,6% das prefeituras do País, incluindo todas as grandes cidades. Ou seja, o total de tributos pagos pela sociedade ainda é preliminar, pois não inclui a arrecadação de 1.801 pequenos municípios. Fazem parte desse cálculo da carga tributária todas as receitas de impostos, taxas, contribuições e as chamadas " receitas correntes", como juros e multas sobre dívidas tributárias, além da arrecadação do FGTS e as contribuições ao chamado "sistema S", como Sesc e Senai. Entre 2000 e 2005, a receita tributária cresceu cerca de 4,4 pontos percentuais do PIB, dos quais 2,3 pontos nos três anos do governo Lula. Juntas, a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) foram as que mais engordaram os cofres públicos, passando de 12,8% do PIB, em 2000, para

Cesar Diniz/Digna Imagem (21/07/04)

Marangon: sem surpresa Newton Santos/Digna Imagem (27/10/05)

Amaral: entrave econômico

17% em 2005. Além de grande parte dessas contribuições, a Receita exclui do cálculo da carga fiscal os acréscimos legais referentes às dívidas tributárias e a maioria das taxas recolhidas pela União, como as pagas pelas empresas do setor de telecomunicações. Repercussão – O Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) divulgou recentemente que a carga tributária de 2005 havia chegado a

R$ 733 bilhões, ou 37,82% do PIB. Segundo o presidente do instituto, Gilberto Luiz do Amaral, a diferença pode ser explicada pelo fato de a STN considerar os royalties como receita tributária. Para Amaral, os dados revelam que o quadro tributário do País é mais grave do que se pensava. "Eles são importantes porque demonstram que a carga tributária brasileira extrapolou qualquer grau de razoabilidade para um país emergente. Esse é o principal entrave para o crescimento econômico brasileiro", afirma. Já o diretor da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo, diz que os dados confirmam as críticas da entidade. "Cada vez mais, o Estado se apropria de uma parcela maior de recursos da sociedade, que não tem o devido retorno em serviços públicos", diz. Para Solimeo, se não houver uma pressão da sociedade contra os gastos públicos, sempre haverá aumento de impostos. "Temos de mobilizar a sociedade para tentar conter a carga tributária", defende. Para o presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP), Antônio Marangon, era previsível uma carga próxima dos 40% do PIB. "Só não chegou a esse patamar por causa de movimentos da sociedade, como a Frente Brasileira contra a MP 232", lembra. Laura Ignacio/AE


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

quinta-feira, 13 de julho de 2006

Peças bem comportadas abriram o desfile da grife de praia Sais, de Amir Slama.

TEMA DESTA EDIÇÃO É A ÁFRICA

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Gina Stocco/Futura Press

E FASHION Caetano B

arreira/ Reuters

As cores da África na praia e nas ruas

O

Inspiração da Sais vem dos anos 60

primeiro dia do São Paulo Fashion Week confirmou, entre outras tendências, que África é mesmo o tema não só do evento como de algumas coleções. Quem confirma a tendência é o estilista Alexandre Herchcovitch, que como sempre, fez uma das melhores apresentações do dia. A África de Herchcovitch é pop, sofisticada e mistura elementos e referências diversas. O verão do estilista é vibrante trazendo uma cartela de inspirada na África com marrons terrosos, vermelhos fechados, amarelos e azuis e adereços como colares gigantes, lenços amarrados na cabeça junto a quepes e chapéus feitos de capim dourado. Beatles – Ao som de "Imagine”, dos Beatles, Ricardo Almeida abriu o primeiro dia de desfiles do São Paulo Fashion Week evocando um clima de paz e amor. Na passarela, troncos gigantes, folhas e plantas convidam a natureza a servir de cenário à atmosfera hippie do final dos anos 60. A moda de Ricardo Almeida para o verão 2007 pede descontração e atitude cool. A

ordem é relaxar. Para isso, a silhueta vem bem justa, repetindo o look do inverno passado. Saem as gravatas e os cintos, entram os lenços – amarrados na cintura ou no colarinho – e as sandálias rasteiras. Ao final do desfile um coral de vozes entoa "All You Need is Love" e segue acompanhado pelas palmas da platéia. Pós-punk – A proposta póspunk de Raquel Davidowicz já fica explícita na cenografia da passarela da Uma. Lustres que mesclam cristais e correntes demonstram o encontro entre o luxo e o punk que sua moda quer mostrar. A silhueta das meninas vem solta, mole, em tecidos fluidos como o jersey e a malha de seda. As bermudas e shorts são peças-chave, na maioria cortados com cós baixo em estilo sarouel. Tops com decotes vertiginosos nas costas fazem o contraponto a pantalonas amplas de tricoline e cambraia. A veia punk se manifesta nas correntes com cristais GG, nos cintos metálicos e no tratamento especial aplicado aos tecidos dando aspecto de prata corroída. No masculino, calças curtas e tênis com acabamento

prata e fluorescente. Couro – A maestria com que Patrícia Vieira trabalha o couro atingiu níveis excepcionais no desfile realizado no MAM. Patrícia apresenta uma moda mais jovem e fresca mesclando texturas e formas diferenciadas ao material. O couro se transforma em linho, jeans, se mistura a organzas e tules, é recortado e plissado. Já a Sais, segunda grife de Amir Slama, que tirou sua Rosa Chá da SPFW para levá-la às passarelas de Nova York, abriu o segmento de moda praia com coleção inspirada nos anos 60. O desfile começou com a top Gianne Albertoni envergando um maiô psicodélico e abrindo a seqüência para uma série de peças bem-comportadas. Na coleção da Zoomp, a África apareceu em estampas de leopardo, em preto com fundo branco e grafismo. Tudo era muito curto, como os vestidos soltos no corpo, desfilados por Gianne Albertoni. Hoje, o dia começa com Pedro Lourenço em desfile no Shopping Iguatemi, além de Cori, Carlos Tufvesson e Fause Haten com sua moda masculina. Sabina Deweik

Coleção de Alexandre Herchcovitch abusa das cores Caetano Barreira/Reuters

Herchcovitch aposta nos grafismos com branco Gina Stocco/Futura Press

Natureza inspirou Ricardo Almeida

Rogério Cassimiro/Folha Imagem

Kassab na SPFW, em clima de paz e amor

Prefeito Gilberto Kassab assistiu aos desfiles de Ricardo Almeida, na SPFW

E

m um dia tumultuado por ataques de bandidos na cidade, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, chegou meio sem jeito à abertura da São Paulo Fashion Week (SPFW). E continuou sem jeito. Falou em "forças do mal", mas achou graça e abriu o sorriso quando lhe foi perguntado sobre o terno que vestia. "É de um alfaiate antigo, o Antonio." A imprensa de moda não ficou satisfeita e virou do avesso a gravata do prefeito para anotar a marca. Ninguém conhecia. Era a primeira vez de Kassab na SPFW. Ele chegou meia hora atrasado ao desfile de Ricardo Almeida e viu

moços bonitos passarem vestidos com ternos claros e sandálias. O prefeito saiu impressionado com as 50 vozes de um coral que cantavam músicas dos Beatles em clima de paz e amor. Foi questionado, mas não quis apontar uma peça de roupa que mais gostou. Segundo o prefeito, a SPFW é um dos eventos mais importantes da cidade e por isso ele não poderia faltar, mesmo com o clima de insegurança em São

Paulo. "Todos nós assumimos a responsabilidade e fazemos o que está ao nosso alcance, para vencer as forças do mal", comentou sobre os ataques. Depois do desfile, o prefeito foi levado ao lounge da Natura, um dos espaços de patrocinadores montados na Bienal. Lá, escutou um sobre a nova linha de maquiagem da marca, a importância de sombras com refil e do batom vermelho suave. Ouviu, agradeceu e foi embora. (AE)

Instituto vai ajudar setor de algodão

E

sclarecer os produtores de algodão do Mato Grosso, e de todo o País, sobre a importância da aplicação da legislação trabalhista na contratação de seus funcionários e da adoção de condições adequadas de trabalho nas lavouras. Esse é o objetivo do Instituto Algodão Social (IAS), que será lançado oficialmente hoje em São Paulo. Criada em setembro do ano passado, a entidade já tem expectativas de expandir seu campo de atuação para outros estados, como Bahia, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Maranhão e Piauí, para adotar iniciativas de responsabilidade social. A entidade já conseguiu também a adesão da Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) e da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit). Ontem, em entrevista coletiva, os representantes dessas

Andrea Felizolla/LUZ

Instituto elaborou estudo sobre problemas do setor, diz José Cupim

entidades ressaltaram a importância da iniciativa em razão da necessidade tanto de aumentar a produção brasileira de algodão quanto de adequar o setor às normas internacionais de comércio. Elas exigem, além da qualidade do produto, o cumprimento das leis trabalhistas em itens como jornada de trabalho, proibição do trabalho infantil e segurança nas lavouras. A entidade nasceu no Mato

Grosso porque a cultura de algodão, que chegou ao estado em 1994, está se expandindo. Com isso, intensificou-se a fiscalização por parte do Ministério do Trabalho. O presidente do IAS, José Cupim, explicou que seus representantes já elaboraram um diagnóstico dos problemas que 247 unidades produtoras do Mato Grosso enfrentam dentro de um universo de 380 fazendas. Paula Cunha


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Ciência Urbanismo Polícia Transpor te

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 13 de julho de 2006

BASTOS SE REÚNE HOJE COM CLÁUDIO LEMBO

A crise de São Paulo parece ser de inteligência, de gestão. Márcio Thomaz Bastos, Ministro da Justiça

Robson Fernandes/AE

BASTOS: CRISE EM SP É DE GESTÃO

O

ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, afirmou ontem que a melhor contribuição que o governo federal pode dar neste momento é o compartilhamento de inteligência. "A crise de São Paulo parece ser de inteligência, de gestão", disse, argumentando que ela ocorre desde maio. "A situação em São Paulo é muito grave, é uma situação que precisa ser vigiada, trabalhada nesse ambiente de cooperação", afirmou. "Essa cooperação já está acontecendo na prática. Tudo o que a Polícia Federal detecta nas atividades de inteligência passa para as forças de segurança de São Paulo". A cooperação entre todos os partidos, avaliou, é fundamental. "Não é possível que uma situação como essa, em que estão morrendo pessoas, seja objeto de disputa eleitoral. Este é um ano difícil, mas é preciso que todos os agentes públicos mantenham essa consciência. É importante reiterar: a crise não pode ser objeto de disputa eleitoral nem de guerra política". Bastos, que hoje vai se encontrar com o governador Cláudio Lembo, explicou que a crise de São Paulo, apesar de grave, não justifica uma intervenção federal e a União só pode agir a pedido da autoridade estadual. "Nós estamos à disposição. A Força Nacional de Segurança, que neste momento atua em dois Estados, está pronta para entrar em ação em São Paulo. Temos ainda as Forças Armadas, com brigadas treinadas, mas o juiz da presença dessas forças é o governo estadual", reforçou. Catanduvas - Da mesma forma, Bastos afirmou que a transferência de detentos de São Paulo para a penitenciária federal de Catanduvas, no Paraná, só depende da iniciativa do governo paulista e do aval da Justiça. "Estamos esperando que comece o processo de transferência. As vagas estão asseguradas", disse. (AE)

Parentes e amigos acompanharam o enterro do soldado da Polícia Militar Odair Lorenzi e de sua irmã Rita de Cássia, mortos na terça-feira, na porta de casa, na zona norte Márcio Fernandes/AE

Emivaldo Silva Santos, o BH, líder do PCC no ABC, foi preso na terça-feira

Moacyr Lopes Júnior/Folha Imagem

Diego Padgurschi/Folha Imagem/Reprodução

Policial observa vidro blindado quebrado por bala em Guaianazes

Lorenzi: morto ao abrir a porta

Sérgio Castro/AE

André Porto/Folha Imagem

Acusados de participar de ataques foram presos no Guarujá

PMs fizeram barreiras na zona sul

VIOLETA GASTAVA R$ 30 COM VENENO PARA MATAR RATOS

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rês dias depois de chegar em casa e ver o portão da garagem arrombado e caminhões levando o lixo que guardava embora, Violeta Martinez Rodrigues, 80 anos, passou o dia de ontem lutando contra o tempo para salvar seus pertences. "Faz dois dias que não durmo, e ainda não consegui achar minhas roupas", reclamou ela, vestindo a mesma calça preta e blusa lilás desde o domingo. Na manhã de ontem, o advogado Paulo Roberto Santoro Salomão, amigo da família, conseguiu negociar com a Prefeitura um prazo de 24 horas para que Violeta e seu filho, Juan, pudessem retirar os objetos de valor da casa no Itaim Bibi, antes que os funcionários da subprefeitura de Pinheiros terminem de remover o lixo. O advogado disse que Violeta entendeu e aceitou o fato de a Prefeitura ter levado grande parte do que ela guardava para aterros sanitários. "Eles tiraram tanta coisa que acabaram levando coisas boas também", explicou o advogado. Desde o início da limpeza, eles ainda não conseguiram encontrar uma mala de roupas e jóias, de uma viagem dela à Espanha, sua terra natal. No andar de cima da casa, onde eles não deixam ninguém su-

bir, existem máquinas e tecidos da época em que Violeta trabalha como comerciante. Segundo o advogado, alguns dos imóveis que Violeta tem em seu nome foram dados em troca de serviços prestados. "Quando um cliente fazia um pedido muito grande e não tinha como pagar, dava um terreno ou imóvel não muito valioso". Salomão não sabe dizer qual é a condição dos imóveis, se estão abandonados ou alugados. Nova cara - Dentro da casa, a garagem e a sala estão irreconhecíveis perto da imagens de domingo. Não há mais montanhas de lixo e, segundo Iolanda Machado Leite, vizinha de Violeta, o cheiro ontem era "um perfume perto de domingo". Iolanda disse que sempre teve uma relação amigável com Violeta. "Dava boa noite quando ela saía à noite para buscar lixo com o catador de papel". Segundo ela, os moradores chegaram até a fazer um abaixo-assinado cobrando soluções por causa do mau cheiro. "Ela nunca deixava ninguém entrar na casa", disse. Viagem - Violeta contou que na semana passada foi visitar o seu outro filho no Guarujá, e deixou veneno para matar os ratos, que são atraídos por uma

feira livre. Quando voltou, a polícia já tinha entrado na casa, atendendo ao chamado de uma das vizinhas, que temia que a idosa estivesse morta. "O cheiro vinha dos ratos mortos", justificou Juan. Violeta disse que gasta R$ 30 todo mês com veneno para ratos, e acusa os feirantes de deixar papel higiênico com fezes na garagem de sua casa, entre o carro e a parede, onde ela não podia notar. Ontem, Violeta e Juan tentavam liberar as cinco motos levadas pela polícia no início da semana, que foram deixas no pátio da delegacia, em Pinheiros. Trajetória - Violeta chegou ao Brasil há 50 anos. Ela fazia parte de um grupo de 33 pessoas que visitaram o Rio de Janeiro e Curitiba. "Guardamos só o dinheiro da passagem de volta. Mas, quando fomos comprar, o valor tinha subido. Então tivemos que começar a trabalhar para juntar dinheiro", lembrou a espanhola. Ela começou a vender produtos de porta em porta, casou-se com um argentino que "não trabalhava muito", e teve dois filhos. Passou a fazer a vender bordados e teve várias lojas. Um dos motivos que a fez ficar em São Paulo foi o clima brasileiro. (Da Redação)


quinta-feira, 13 de julho de 2006

Empresas Tr i b u t o s Nacional Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Faltam projetos para transformar artigos agrícolas em produtos de maior valor agregado. Ricardo Neto, da Fispal

FISPAL TERÁ PADARIA DE 625 M²

DE CADA R$ 100 GASTOS COM ALIMENTAÇÃO, R$ 25 SÃO PARA COMER FORA. E A CIFRA NÃO PÁRA DE CRESCER.

INDÚSTRIA APOSTA EM FOOD SERVICE

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Leonardo Rodrigues/Hype

Para Flávio Corrêa, o setor de food service representará 50% da produção da cadeia de alimentícia

Fispal terá benefícios fiscais

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om expectativa de gerar US$ 2,2 bilhões em negócios, 10% a mais que em 2005, a 22ª Fispal Food Service terá a Caixa Econômica Federal para financiar os negócios fechados durante a feira. Os empresários terão à disposição todas as linhas de crédito do banco. Serão oferecidos financiamentos do Proger a taxas de 5% ao

ano mais TR, com 12 meses de carência e 24 para pagar. Outro benefício para os empresários que realizarem negócios durante o evento é a prorrogação por 30 dias do recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Segundo o diretor da Fispal, Marco Antonio Mastrandonakis, a intenção é estender esse benefício a

outros estados onde for realizada a feira, como a Fispal Nordeste, que será realizada em novembro, em Pernambuco. A feira é realizada entre os dias 17 e 20 de julho, das 13 às 21 horas, no Pavilhão do Anhembi, na capital paulista. São esperados 63 mil visitantes em uma área de 37,5 mil metros quadrados com 1.443 expositores. (AD)

Fispal – Agência Internacional Privada de Desenvolvimento do Mercado de Alimentos – projeta um crescimento de 100% nos gastos dos brasileiros com food se rvic e, alimentação fora do lar, para daqui a 15 anos. A cada R$ 100 gastos com alimentos, R$ 25 são de despesas com refeições fora do lar: em hotéis, restaurantes, bares, padarias e redes de fast food. A expectativa é de que as despesas com comida fora de casa representem 50% da cadeia de alimentação. A projeção é baseada nas mudanças de hábitos da população e melhorias de infra-estrutura para alavancar a indústria alimentícia. "Há oportunidades de expansão, em pouco tempo, da cadeia, que deverá representar a metade de tudo o que o Brasil produz", disse o presidente executivo da Fispal, Flávio Corrêa, no lançamento da feira para a imprensa. Lucro maior – O setor gera para a indústria o dobro do lucro que o varejo. Segundo o consultor especialista em food s er vi ce , Enzo Donna, o segmento responde por 7% a 10% do faturamento da indústria e entre 15% e 18% do lucro. Esses números não contabilizam os canais, como restaurantes, que recebem tíquete médio inferior a R$ 10. Cerca de 28% dos restaurantes compram de atacadistas e supermercados, pois os distribuidores das indústrias não chegam

até eles. Mas, segundo Donna, a tendência é mudar essa situação. E uma oportunidade para o setor crescer ainda mais é a 22ª Fispal Food Service. A feira traz inovações em alimentos processados, equipamentos, acessórios para cozinhas profissionais e serviços de consultoria para a capacitação de funcionários. Foi montada uma padaria de 625 m², com diversas áreas: auto-serviço, refeições e produtos frescos. "Mais que uma feira para vender estandes, a Fispal é uma plataforma para a indústria, operadores e distribuidores dessa área", afirmou o fundador da agência, Ricardo Santos Neto e atual presidente do Instituto Mercadológico

das Américas (IMA), criado para fomentar as exportações de produtos com alto valor agregado e desenvolver novos parques industriais. Para ele, o governo não tem dado atenção ao setor. "Faltam projetos para fixar as pessoas em seus locais de origem e para o desenvolvimento dessas regiões por meio da transformação de produtos agrícolas em artigos de maior valor agregado", disse Santos Neto. Como parte do compromisso da Fispal de internacionalizar suas feiras, o vice-presidente da agência, Marcelo Santos Neto, vai coordenar os trabalhos do escritório de Miami, nos Estados Unidos, em 2007. Adriana David


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Empreendedores Empresas Finanças Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

INSS PROÍBE CARTÕES ADICIONAIS

quinta-feira, 13 de julho de 2006

29,6

por cento foi a aumento das captações dos fundos de previdência privada no último mês de maio.

VOLUME DE NOVOS RECURSOS NOS FUNDOS CHEGOU A R$ 8,2 BILHÕES NO PERÍODO DE JANEIRO A MAIO

PREVIDÊNCIA PRIVADA CRESCE 24,3%

O

mercado de previd ê n c i a c o m p l ementar vem crescendo em 2006, segundo levantamento divulgado ontem pela Associação Nacional de Previdência Privada (Anapp). O volume de novas contribuições entre janeiro e maio foi 24,36% superior ao de igual período do ano passado, saltando de R$ 6,6 bilhões para R$ 8,2 bilhões. A Anapp creditou esse desempenho ao plano VGBL, que teve alta de 52,33% no período, atingindo R$ 5,2 bilhões em novos recursos. Com isso, o produto passou a representar 63% do volume de novos depósitos que ingressaram no sistema nos cinco primeiros meses deste ano. Já o PGBL teve captação de R$ 1,8 bilhão no período, com alta de 11,48% na mesma base de comparação, correspondendo a 22% do total de contribuições. Por sua vez, os planos tradicionais captaram R$ 1,2 bilhão, com queda de 21,63%. O volume total de recursos depositados no sistema cresceu 25,94% até maio, somando R$ 83,3 bilhões, contra R$ 66 bilhões registrados em maio de 2005. O VGBL responde por 39% do volume, seguido pelos planos tradicionais (32%), PGBL (28%) e Fapi (1%). Em relação às seguradoras, a Bradesco Vida e Previdência lidera o ranking de captação, com 38% dos volumes de contribuição, seguida por Itaú Vida e Previdência (17%), Brasilprev (11%), Unibanco (8%), Caixa Vida e Previdência (8%), HSBC (4%), Santander (3%), Real (3%), Icatu Hartford (2%) e Capemi (1%). As demais seguradoras somam 5% do total de novas contribuições. Por tipo de público, destacaram-se no período os planos individuais, cuja captação

Newton Santos/Hype

cresceu 31,15%, passando de R$ 5 bilhões no fim de maio do ano passado para R$ 6,5 bilhões em maio de 2006. Com esse resultado, o volume de contribuição dos planos individuais chega a 79% do total. Os planos para menores de idade tiveram crescimento de 11,65% no período, passando de R$ 275,3 milhões em maio de 2005 para R$ 307,3 milhões em maio passado, representando 4% do volume de captações. Já os planos corporativos tiveram desempenho estável, saindo de R$ 1,344 bilhão para R$ 1,369 bilhão — 17% do volume de captações. Balanço de maio — A pesquisa da Anapp revelou que, em maio, a variação das novas captações foi de 29,67% na comparação com maio de 2005, passando de R$ 1,3 bilhão para R$ 1,7 bilhão. Mais uma vez o VGBL sustentou o desempenho, com um crescimento de 61,44% entre um ano e outro, passando de R$ 699,8 milhões para R$ 1,1 bilhão. Já o PGBL teve alta de 28,82% no volume de captação em maio de 2006 em relação a igual mês do ano passado (de R$ 318,4 milhões para R$ 410,2 milhões). Por fim, os planos tradicionais apresentaram queda de 37,5% no período, com captação de R$ 185 milhões em maio, contra R$ 296 milhões em igual mês de 2005. Em relação aos públicos, os planos individuais mais uma vez lideraram a alta, com crescimento de 34,74%. Em maio de 2005, o mercado captou R$ 1 bilhão nessa modalidade de produtos, contra R$ 1,4 bilhão em maio de 2006. A captação dos planos para menores cresceu 26,13% no período, passando de R$ 56,3 milhões para R$ 71 milhões. Os novos depósitos de planos corporativos cresceram 8%. (AE)

Fed atento ao emprego

I

ndicado à diretoria do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Frederic Mishkin afirmou ontem que ficaria preocupado se uma meta numérica de inflação levasse o banco a se concentrar menos no pleno emprego. Mas ele ponderou que um sistema bem desenhado poderia evitar esse perigo. "Eu compartilho da preocupação em evitar que o foco fique na inflação apenas porque há algum tipo de meta quantitativa e, ao mesmo tempo, sejam esquecidas as flutuações do emprego e da produção",

afirmou ao comitê bancário do Senado americano, durante audiência sobre sua indicação para a diretoria do Fed. Mishkin também afirmou que o banco central pode adotar medidas para ampliar a transparência, mas destacou que é arriscado ir muito longe. "O importante na transparência é que, de fato, ajude a tornar o Fed mais justificável no processo político e diante do público. Mas, por outro lado, muita informação poderia confundir", afirmou. Ele foi escolhido pelo presidente George W. Bush. (Reuters)

Cresce uso do cartão de crédito na internet

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ntre maio de 2005 e igual mês deste ano, 9,1 mil h õ e s d e b r a s i l e i ro s compraram de um simples livro até eletroeletrônicos pela internet. Desses, 47%, ou 4,3 milhões de pessoas, utilizaram o cartão de crédito para fazer o pagamento do equivalente a 85% do total das transações. No ano passado inteiro, as compras online no Brasil geraram uma receita de R$ 9,9 bilhões, com R$ 2,3 bilhões pagos com esse tipo de cartão. As estatísticas acima estão no estudo intitulado O Cartão de Crédito e o Comércio Eletrônico, divulgado ontem pela Credicard Itaú como parte da pesquisa Indicadores do Mercado de Meios Eletrônicos de Pagamento, e mostram algo mais do que o fato de que é significativa a parcela de consumidores que se renderam à comodidade de adquirir produtos com um simples clique no mouse do computador. Os números indicam que a participação dos pagamentos de compras online no mercado brasileiro de cartões de crédito está em pleno crescimento. Em 2005, as compras pela rede representavam 1,8% das transações com cartões no

Fernando Chacon: após primeira compra online, cartão vira a forma preferida de pagamento do internauta

País. Para este ano, a estimativa é de que o comércio eletrônico amplie essa participação para a casa dos 2,4%, somando R$ 3,8 bilhões. O valor também representa uma elevação de 65% nessa forma de pagamento na internet. No total, as compras online devem fechar este ano em R$ 13 bilhões. Para o alto – Se confirmado, o crescimento desse tipo de transação em 2006 será maior que o previsto para o mercado de cartões como um todo, que é de 25% em relação ao ano passado. "Vencida a resistência na primeira compra pela internet, o cartão de crédito passa a ser o meio de pagamento preferido do consumidor", afirmou o di-

retor-executivo de Marketing e Vendas da Credicard Itaú, Fernando Chacon. O levantamento da operadora sobre o uso do cartão de crédito online, que levou em conta pesquisas de penetração da internet nas residências – a TIC Domicílios (Tecnologia de Informação e da Comunicação) –, detectou que o produto é, atualmente, o meio mais utilizado para o pagamento nas compras pela web. Os boletos bancários ficam em segundo lugar, com a preferência de 35% dos internautas, seguidos pelo pagamento na entrega, usado por 14% das pessoas. Produtos – Em relação aos produtos adquiridos na rede,

aqueles com menor valor, como CDs e DVDs, ao lado dos livros, ainda dominam o volume, com 50% das compras. A surpresa é quanto ao segundo lugar, ocupado pelas aquisições de eletroeletrônicos, bens de maior valor agregado, que responderam, em 2005, por 27% dos negócios. Em último, estão roupas e calçados (6%). A maior participação dos eletroeletrônicos é uma das explicações para que o valor médio nas compras online com cartão de crédito – que é de R$ 287 atualmente – tenha superado o das transações desse tipo feitas em lojas fora da rede, que está em R$ 90. Roseli Lopes/Agências

INSS libera cartões para aposentados uspenso desde novembro do ano passado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o cartão de crédito consignado para aposentados e pensionistas volta ao mercado nesta semana. Mas esse tipo de crédito passou a ter regras claras. As novas orientações estão em Instrução Normativa do instituto publicada na última segunda-feira no Diário Oficial da União. A partir de agora, os beneficiários do INSS podem fazer compras com cartões de crédito e ter a fatura descontada na folha de pagamento, desde que o total gasto não ultrapasse 10% do benefício por mês. O governo também mexeu com os juros. Depois de várias rodadas de negociação com os bancos, ficou estabelecido um teto de 2,9% mensais para os encargos financeiros.

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Autorização — Na nova instrução, o INSS determinou que a emissão dos cartões de crédito com o desconto da fatura no benefício só pode ser feita depois que o titular fornecer autorização por escrito. Os bancos não podem mais emitir apenas com base em autorização por telefone ou oferecer cartões adicionais. Segundo o Ministério da Previdência Social, há reclamações de aposentados que têm descontos mesmo sem terem autorizado ou um empréstimo ou a emissão de um cartão de crédito. De olho em um mercado em franca expansão, alguns bancos já se preparam para voltar a operar com os cartões o quanto antes. De acordo com o INSS, até maio passado, o total de crédito consignado a beneficiários (por meio de cartões de crédito ou pela modalidade

tradicional) da Previdência chegava a R$ 13,7 bilhões — de um total de R$ 39,1 bilhões desses empréstimos. A estimativa é de que metade das operações (50,7%) foi feita por aposentados que ganham até um salário mínimo por mês. Têm a autorização do INSS para oferecer esse tipo de crédito 36 bancos. "Estamos em fase de adaptação", disse o superintendenteexecutivo do Banco Cruzeiro do Sul, Fábio Amaral. "Voltaremos a fazer campanhas de divulgação para aumentar o número de clientes", afirmou. "A demanda deve ser atendida já a partir dos próximos dias." Procurados, Itaú, Unibanco e Bradesco não se pronunciaram sobre o assunto. Mais dívidas — Para a Confederação Brasileira de Aposentados, Pensionistas e Idosos (Cobap), esse tipo de crédi-

to endivida, cada dia mais, os beneficiários do INSS. A entidade apresentou ao Conselho Nacional de Previdência uma proposta para acabar com o cartão de crédito com desconto da fatura no benefício. "Os bancos só divulgam as vantagens, quase nunca falam dos juros e deixam a desejar na hora de detalhar as regras da operação", disse o secretário da entidade, José Lopes de Almeida. "Se o aposentado já ganha mal e não consegue pagar as contas, tem dificuldades ainda maiores com os vários descontos no benefício." Segundo dados da Previdência, o número de beneficiários que ganham salário mínimo subiu de 12,5 milhões para 14,9 milhões nos últimos cinco anos. "Isso significa que há mais aposentados ganhando pouco", disse. Sonaira San Pedro


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

quinta-feira, 13 de julho de 2006

RESENHA

INTERNACIONAL

LIÇÃO DO VIETNÃ

JOÃO DE SCANTIMBURGO

meio de ganhar tempo pelo inimigo. Aparentemente, por inúmeras manifestações públicas, Abu Mazen quer um acordo final que traduza o princípio de dois países vivendo em paz um ao lado do outro. Mas o ataque palestino na manhã de domingo representou mudança qualitativa no confronto. E não parece aceitável imaginar que foi improvisado como réplica e vingança por ataques israelenses justificados como resposta a ataques dos Qassam. O governo de Israel responsabiliza o governo palestino e Abu Mazen. E agora alega que não tem mais com quem conversar do lado palestino… Na guerra do Vietnã a tática

Roberto Alvarenga

A

ção tática é meio de se chegar ao objetivo estratégico. Os mísseis Qassam lançados sobre centros israelenses próximos de centros palestinos, tinham o evidente propósito de provocar respostas israelenses mais violentas, até se chegar a um confronto maior que atraísse um rápido “deixa disso” internacional, ou participação de diferentes forças muçulmanas, árabes e/ou persas. As réplicas israelenses eram obviamente comedidas. Mostravam tanto a determinação da vingança como a de se evitar explosão. Simultaneamente, com as claramente insuficientes réplicas tentava-se saídas

Estadista com chapéu alheio ROBERTO FENDT

H

Haim Azoulay/Reuters

Israel agora vai lutar contra o Hamas e o Hezbollah

políticas. Egito e Jordânia destacavam-se em tal esforço. A Jordânia conseguiu um encontro entre o primeiro-ministro israelense Ehud Olmert e o presidente palestino Abu Mazen. O destaque e apoio a Abu Mazen, cidadão simpático, vinha de suas posições moderadas como líder da Organização de Libertação da Palestina e do al Fatah, graças aos quais chegou-se a entendimentos pelos quais foi reconhecido o direito palestino à pátria. O Hamas se nega a reconhecer o direito de Israel a existir. Chegou a propor um prolongado cessar-fogo, com a condição de Israel retirar sua gente de territórios conquistados em guerras. E saia de Jerusalém. O cessar-fogo, hudna, não significa aceitar o status quo; implica em adiar a solução da questão. Israel vê como

da abertura de túneis foi decisiva na luta com os americanos. Vinha sendo usada pelos palestinos para contrabandear armas e pessoas do lado egípcio. Dezenas, centenas foram descobertos e destruídos. Mas não há como impedir novas construções. E nem sempre os meios de vigilância pegam todos os detalhes. É possível que o ataque palestino provoque entradas maciças de tropas israelenses na zona palestina. E que não há parceiro para conversas do lado palestino. Então haverá grave escalada. A vivência deste conflito indica que as coisas tanto podem se ajeitar como piorar de um momento para o outro.

á quem ache que o presidente Lula agiu como estadista ao vetar a extensão do aumento de 16,67% a todos os aposentados que ganham mais de um salário mínimo. Essas mesmas pessoas acham que o presidente tem, de mão beijada, uma segunda oportunidade de reafirmar sua condição de estadista: vetar o dispositivo da lei que torna obrigatório o pagamento do FGTS do empregado doméstico pelo empregador e da multa de 40% sobre o saldo do FGTS em caso de demissão. Tenho uma opinião diferente. Não há heroísmos nos gestos necessários. Com relação ao veto do reajuste de 16,67%, não há qualquer gesto de estadista no veto a uma armação da oposição, cujo único objetivo era produzir justamente o veto e o desgaste político que vêm junto com ele. Um reajuste dessa ordem aumentaria em sete bilhões de reais as despesas do governo federal ou exigiria um corte de sete bilhões nas demais despesas – coisa que o atual governo não está disposto a fazer. A Previdência Social gasta cerca de 13% do PIB brasileiro. Os beneficiários, pessoas com 65 anos ou mais, constituem 7% da população. Portanto, como apontou José Márcio Camargo, os gastos com a previdência no PIB correspondem percentualmente ao dobro da participação dos idosos no total da população. Olhando na outra ponta da distribuição etária da população, esses gastos per capita com a Previdência são 15 vezes maiores que os gastos per capita com Educação. A situação ficaria ainda pior com o reajuste proposto. Por outro lado, o responsável pelo veto é o próprio senhor presidente. Não há razão que explique porque o reajuste do salário mínimo em 16,67% se a inflação ficou em torno de 5%. A variação do salário mínimo corrige o piso previdenciário. Portanto, governo deu adeus com chapéu alheio, posando demagógica e eleitoralmente de "pai dos pobres" ao reajustar o salário mínimo, sabendo que quem paga é o setor privado. Agora, está em palpos de aranha para ve-

L

Em cartaz, a incompetência

DISPONÍVEL NO SITE WWW.MIDIASEMMASCARA.COM.BR

IVAN PINTO

O s limites desta guerra são imprevisíveis

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

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udo isso poderia ter sido evitado se atual governo tivesse aprofundado as reformas incompletas que herdou do governo passado. A solução para a questão da Previdência é a substituição do atual regime de repartição por um regime de capitalização. Não precisa ninguém dizer que não é fácil, caso contrário alguém já teria feito. Mas é preciso encarar o problema e resolvê-lo, no marco do Estado de Direito. A questão dos domésticos tem a ver com a reforma trabalhista, ensaiada, mas não levada adiante pela atual administração. Gesto de estadista seria reconhecer a origem dos problemas e encaminhar as necessárias soluções.

ula reajustou o mínimo sabendo que quem paga a conta é o setor privado.

TRECHOS DO COMENTÁRIO DE NAHUM SIROTSKY

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

tar a extensão do aumento, necessária, à totalidade dos aposentados. O veto também é imprescindível na questão do FGTS dos empregados domésticos. Não haverá tampouco qualquer heroísmo nisso. Caso contrário, teremos um aumento da informalidade, já grande o suficiente, nesse segmento do mercado de trabalho. O que o governo parece não entender é que quem determina preços (e salários) é o mercado. Se uma empregada doméstica ganhava R$ 600 (dois salários mínimos) em 2005, o simples aumento do salário mínimo para R$ 350 não aumentará o salário recebido. No caso extremo, em que a patroa não teve aumento, a empregada passou a ganhar, a partir de maio, 1,71 salário mínimo (os mesmos seiscentos reais). É fácil perceber que caso a patroa tenha que arcar com o FGTS, algum tipo de renegociação terá também que ocorrer. A prevalecerem as mudanças nas regras da contratação e dispensa dos empregados domésticos, o problema social a ser criado será enorme. Cerca de 95% dos trabalhadores domésticos no Brasil são mulheres. Os domésticos representam 7% da população economicamente ativa. No total, compreendem entre 6 e meio e 8 milhões de trabalhadores domésticos. Colocar na incerteza toda essa população é cruel.

S

ão Paulo está poluída por excesso de publicidade exterior. Sem dúvida. Mas o projeto de lei da Prefeitura que proíbe a publicidade exterior é simplista. Seria como impedir a passagem no Rio Tietê e Pinheiros pela cidade porque estão poluídos, ou proibir automóveis e ônibus porque emitem poluentes ou mesmo vetar novos prédios porque muitos estão irregulares. A solução, como tudo nas sociedades desenvolvidas, é complexa. Ninguém ousaria desviar os rios, transformar a cidade em um calçadão ou impedir construções. Os efeitos danosos desses e outros simplismos são óbvios. Já os da proibição da publicidade exterior são menos evidentes, mas não deixam de ser graves. Da Idade Média nós herdamos uma cultura religiosa que vê a atividade empresarial como pecaminosa, por gerar lucros. Dos nossos ancestrais ibéricos vem uma visão patrimonialista em que o Estado tudo tem e tudo pode. Mercador e mercadejar são palavras tão depreciativas que tivemos que importar o anglicismo do marketing. Não adiantou. Os que condenam a liberdade política e econômica cunharam outro nome depreciativo: marqueteiro, para o mercante dos nossos tempos. O que polui São Paulo são cartazes e faixas

clandestinos, além de fachadas de lojas pintadas como se fossem cartazes não autorizados. A solução correta é fiscalizar as infrações já previstas nas leis e punir os irresponsáveis, tanto os que poluem o visual contrariando as regras quanto os que poluem o serviço público deixando de fiscalizar. A prefeitura alega que fiscalizar é difícil, mas a publicidade exterior rendeu à prefeitura em 2005 cerca de R$ 45 milhões com a tal taxa de fiscalização de anúncios. Ora, isso dá pra pagar centena de fiscais. O problema obviamente é outro.

A

publicidade exterior é um importante instrumento de comunicação, cria impacto e lembrança das marcas e, portanto, é instrumento da competitividade estimuladora da economia e do emprego. Tudo o que afeta a sociedade precisa de restrições. Essas restrições já existem e podem ser sempre aperfeiçoadas. A proibição pura e simples atenta contra o princípio fundamental da democracia econômica, que é a liberdade de expressão comercial. E perdão pelo trocadilho: coloca a incompetência dos governantes em cartaz. IVAN PINTO É MEMBRO DO CONSELHO SUPERIOR DO CONAR

O que polui a cidade são os cartazes clandestinos. A solução é fiscalizar.

TUDO

PREVISTO

T

udo que está ocorrendo na campanha presidencial, principalmente, mais do que nas estaduais, já era previsto por quem acompanha os períodos sucessórios disputados desde a Primeira República até nossos dias. O que nunca antes aconteceu vem a acontecer agora, o candidato a sucessão é o mesmo que tem o direito de disputar as eleições usando o poder do Estado na campanha, como de resto o faria qualquer outro candidato. São culpados de sua fraqueza diante do poderoso detentor da Presidência, com esse cabo eleitoral de primeira grandeza, os candidatos ao cargo em situação notoriamente inferior a do presidente em exercício. Não devem os candidatos destituídos dessa regalia se afundar em manhas ou choradeira, pois a sorte está lançada. É estranho que não protestaram contra a presença do

O presidente em exercício usa da força do cargo para conquistar votos que o habilitem a continuar por mais um período candidato em exercício na Presidência na disputa à reeleição sem se demitir, para se igualar aos demais candidatos, quando essa seria a regra a ser adotada para as eleições presidenciais, bem como para as demais.

O

resultado está aí, para ser exposto a todos que se interessem pela corrida presidencial, em que vemos o presidente em exercício usar da força que lhe vem do cargo para conquistar votos que o habilitem a continuar por mais um período. Isso valeu para o expresidente Fernando Henrique Cardoso, vai valer para o presidentecandidato Luiz Inácio Lula da Silva, como valeria para qualquer outro candidato que estivesse na posição que ele se encontra. São essas as considerações que, mais uma vez, tenho que fazer sobre a campanha presidencial, na qual um candidato dispõe de tais meios e de tais direitos, recentemente adquiridos, para uma campanha em que conta ser reeleito. Saber como ficam os outros candidatos é que é o problema. Mas agora é tarde! JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


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quinta-feira, 13 de julho de 2006

Indicadores Econômicos

7

14,45

por cento ao ano é a taxa para o Certificado de Depósito Bancário (CDB) de 31 dias, de acordo com a Enfoque Sistemas.

12/7/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 10/07/2006 10/07/2006 10/07/2006 10/07/2006 10/07/2006

P.L. do Fundo 5.940.723,34 1.391.518,65 6.713.817,22 9.789.938,25 1.066.852,06

Valor da Cota Subordinada 1.123,722771 1.043,308088 1.077,979377 1.080,606429 1.036,415365

% rent.-mês 0,6463 0,3335 -0,6040 0,9908 0,5898

% ano 15,0211 4,3308 7,7979 8,0606 3,6415

Valor da Cota Sênior 0 1.053,964765 1.063,107945 0 0

% rent. - mês 0,3401 0,3704 -

% ano 5,3965 6,4108 -

rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


8

Empresas Tr i b u t o s Empreendedores Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 13 de julho de 2006

Cerca de 60 produtos infláveis são fabricados e vendidos mensalmente pela Big Format.

EM 2005, A FÁBRICA BIG FORMAT CRESCEU 50%

Luiz Prado/Luz

EX-LETRISTA APAIXONA-SE POR INFLÁVEIS E MONTA UMA FÁBRICA Ex-pintor de faixas e letreiros foi trabalhar na produção de bonecos infláveis e adorou o negócio. Alguns anos, muito esforço e ousadia depois, conseguiu montar sua própria empresa, junto com a mulher. Atualmente, vende produtos para o Brasil e o exterior e já foi até premiado pelos trabalhos.

E

LETREIRO

O

nome e o logotipo da Big Format começaram a ser idealizados por Denílson Souza e sua mulher, Ana Pinheiro, quatro anos antes de a empresa ser formalizada. A proposta era criar um nome que associasse a marca aos infláveis de grande porte que eles planejavam criar, assim de imediato, sem que a pessoa tivesse de pensar muito, explica Ana. "Usamos o inglês porque a internet estava começando e já pensávamos em vender para fora do Brasil", diz ela. (FL)

SEGREDO

O

investimento em equipamentos modernos e a disposição em patrocinar treinamentos para os funcionários foram decisivos, na visão dos proprietários da Big Format, para o sucesso da empresa. A modernização lhes deu domínio sobre todo o processo de confecção dos infláveis e, associada aos treinamentos, imprimiu agilidade ao atendimento. "Esse é o diferencial da empresa frente à concorrência", acredita o proprietário Denílson Souza, que já havia sido funcionário de fábricas do mesmo ramo. (FL)

M

PEDRA omento decisivo para a sobrevivência do negócio, a mudança da Big Format para sua atual sede foi um misto de ousadia e desespero para os fundadores da empresa. "Era um investimento que fazíamos – em reformas e compromisso com o aluguel – sem ter o dinheiro. Não podíamos regredir e, se tudo desse errado, nem a venda do nosso carro daria conta de pagar as dívidas", lembra-se Denílson Souza, proprietário da empresa. A falta de um espaço amplo já lhe custara a perda de trabalhos, explica ele. (FL)

E m d e z e m b ro do ano passado, alguns jornais de Portugal e do Brasil noticiaram a presença, na cidade de Batalha – ao norte de Lisboa – do maior Papai Noel do mundo, um boneco inflável, com 30 metros de altura. Para Denílson Souza, que foi acompanhar a montagem do boneco, foi um momento especial. O artefato mobilizara toda a equipe da sua empresa, a Big Format, para ser concebido em uma semana, quando o normal seriam 30 dias. É por feitos como esse que Souza situa a Big Format entre as dez empresas brasileiras de infláveis – de um universo de 80 – estruturadas para disputar trabalhos de grande porte. Da sua área de produção, em Guarulhos, na Grande São Paulo, saem mensalmente cerca de 60 infláveis para diferentes pontos do País e até para outros países. São gigantescas réplicas de produtos variados, mascotes ou brinquedos, entre outras possibilidades. Perseverança A história de sucesso da empresa só ocorreu, segundo o empresário, por força de sua afinada parceria com a mulher – e também sócia no negócio –, Ana Pinheiro. Juntos, eles relatam uma trajetória de perseverança e muita disposição para enfrentar desafios. O baiano Souza tinha 21 anos quando se estabeleceu em São Paulo, onde já estivera para trabalhar em campanhas políticas. Era pintor letrista, habituado a trabalhar com faixas e fachadas. Ana, natural do Rio Grande do Norte, também começou a trabalhar muito jovem, aos 13 anos, como costureira em uma fábrica de bolsas. Chegou a retornar com a família para a terra natal, mas acabou por estabelecer-se por aqui. Entre idas e vindas, os dois conheceram-se, namoraram e casaram. Decidido a ficar em São Paulo, Souza buscava uma alternativa profissional, quando, alertado por um primo, descobriu que uma empresa de infláveis precisava de um letrista. "Quando conheci o negócio, foi amor à primeira vista." Ao longo de três anos, ele esticou jornadas de trabalho para conhecer todas as etapas do ofício, já disposto a um dia montar empreendimento próprio no mesmo ramo. Quando a empresa em que trabalhava fechou as portas, ele conseguiu emprego em outra fábrica de infláveis. "Eu comandava a equipe de letristas e projetistas. Era uma espécie de gerente de produção." A experiência durou nove anos. Os últimos quatro, divididos entre as tarefas de gerência e o planejamento de sua futura empresa. "Um ano antes de sair, avisei o dono e treinei uma pessoa para assumir meu lugar", conta. Nessa época, Ana – que havia feito curso de auxi-

liar de enfermagem – trabalhava em um hospital. Ousadia O vôo próprio para estruturar a Big Format foi um momento de pura ousadia. Souza sabia que a demanda pelos infláveis era grande, mas sua experiência era com a produção. Ele não tinha contato com a clientela e tampouco recursos para estruturar sua empresa. Ana ajudava trabalhando meio período no hospital e o restante na fábrica familiar, acomodada em uma salinha. "Havia um computador, mas eu nem entendia de internet", conta. Ela era a encarregada de buscar novos projetos. Sem clientes e sem pedidos próprios, Souza ganhava dinheiro com trabalhos terceirizados pela concorrência, executados na garagem de sua residência. Ana lembra que, quando eles pagavam o aluguel do escritório, atrasavam o da casa. Ela buscava clientes discando para os "0800" que copiava dos rótulos das embalagens nos supermercados. Perseverante, aprendeu a cadastrar a Big Format nos sites gratuitos de busca. O telefone, no entanto, nunca tocava – era preciso anunciar nos catálogos especializados. Era caro, mas necessário. "Foi um momento difícil, mas não foi o pior deles. Se não desse certo, poderíamos vender o carro. Eu tinha proposta para trabalhar na Bahia", conta Souza. Mas os clientes começaram a aparecer e a Big Format ganhou um salão maior. A boa nova dessa ocasião foi uma encomenda de 40 infláveis, mas o pedido foi logo cancelado depois que a agência de publicidade do cliente foi conferir as instalações da Big Format. Para piorar, um vizinho denunciou a empresa, pelo cheiro de tinta. Intuição O casal percebeu que se a Big Format não crescesse, seria esmagada. E apostaram tudo na sobrevivência da empresa. Ana deixou o hospital, Souza foi aprimorar-se em cursos do Sebrae e eles mudaram-se para a atual sede. Com Ana na parte administrativa, Souza liberou-se para cuidar mais do operacional, do desenvolvimento de produtos, das inovações tecnológicas e do aprimoramento dos funcionários. O retorno dos esforços começou a aparecer em forma de novos clientes. Ana confere até hoje, meticulosa, se um pedido foi feito por força de indicação, publicidade, participação em feira, ou pela etiqueta que acompanha os produtos. "Desde o início, cada inflável leva etiqueta com nome e telefone da empresa", explica. Ela também recebe cópia das conferências de pós-venda, para conhecer as observações e críticas dos clientes. Na pauta de cuidados com o negócio, ainda constam treinamento, festas e premiações para os 40 funcionários. Na última semana, por exemplo, todos se reuniram para comemorar o aniversário

EMPREENDEDORES Souza em frente ao Papai Noel gigante: a empresa precisa crescer para conquistar clientes

de cinco anos da Big Format. Eles também festejaram o prêmio de qualidade concedido pela Associação Paulista de Supermercados (Apas), pelo formato do estande da própria marca, na categoria pequeno porte – inflável, claro. Em 2005, a empresa cresceu 50%, de acordo com Souza. O maior diferencial frente à concorrência, segundo os sócios da Big Format, fica por conta do domínio de todo o processo de produção dos artefatos, o que lhes dá segurança para garantir prazos exí-

guos. Na retaguarda, funcionários treinados para dar conta da produção, equipe própria de criação e de vendas, além de um escritório em Fortaleza, para atender toda a região Nordeste. Entre as metas imediatas para melhoria dos negócios está a implantação de um software próprio – em desenvolvimento – para monitorar todas as etapas do trabalho. Esforço A trajetória profissional do casal subverte o caminho normalmente trilhado por quem

planeja montar um negócio. Primeiro estabilizar a empresa para, em seguida, dar continuidade a seus estudos. Juntos, atualmente, eles já fazem um curso de memorização e leitura dinâmica, além de inglês. E Ana inicia, em agosto, um curso de administração de empresas. Sorte de quem vier a ser colega de classe desses dois. A busca por soluções para a Big Format lhes deixou ensinamentos práticos que nem sempre o estudante consegue aprender em sala em aula. Fátima Lourenço

Exposição de produtos Big Format, em Guarulhos. São várias opções de infláveis, de cerveja a bolas de futebol.

CABECEIRA

Lições de guerra no marketing

O

s gurus de marketing Al Ries e Jack Trout fizeram história, há 20 anos, quando lançaram os conceitos de marketing de guerra. Para eles, o "marketing é uma guerra e o cliente é um território a ser conquistado". Termos como defensiva, ofensiva, flanqueamento e guerrilha passaram a fazer parte do cotidiano dos marqueteiros em todo o mundo. As lições inovadoras,

baseadas nos dois gurus, e os fiascos de grandes corporações foram reunidos no livro Marketing de Guerra – Edição Histórica – 20 Anos (Editora M.Books). A nova edição foi atualizada e contém os bastidores de campanhas de empresas multinaticionais, como Coca-Cola, Budweiser, IBM e McDonald's, além de reproduções de anúncios de sucesso. Dora Carvalho

Divulga

ção


Ano 81 - Nº 22.168

São Paulo, quinta-feira 13 de julho de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h50

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

Oslaim Brito/Agência O Globo

O alvo preferido do PCC. Foram pelo menos 30 ônibus ontem. Queimando na foto ao lado é o da Parada de Taipas.

Marcio Fernandes/AE

Marcos Alves/Agência O Globo

73 ataques, 6 mortos. Mas SP não se rendeu. A prisão de Emivaldo, o "BH", líder do PCC no ABCD, pode ser a causa dos ataques que mataram os irmãos Lorenzi, enterrados ontem (foto)

São Paulo não parou ontem, o seu dia mais violento desde o início dos ataques do PCC, há dois meses. Mesmo que a bandidagem tenha mirado alvos civis lojas, bancos, supermercados e ônibus. Em alguns atentados, ficou um recado escrito: "Contra a opressão carcerária". Lula tentou de novo tirar partido político da guerra em SP oferecendo uma força inócua de 2 mil soldados a uma cidade com 95 mil PMs. Os mortos, os presos e a situação, em Cidades.

Aviões de Israel bombardeiam Líbano e Gaza Guerra em dois fronts. Em Gaza, bombardeio arrasa ministério palestino. No Sul do Líbano, as tropas israelenses avançam. Pág. 8 e Opinião/6 Roberto Assun/Folha IMagem

NESTA EDIÇÃO

RUAS TEMÁTICAS HOJE Sol Máxima 26º C. Mínima 11º C.

Refúgio na capital do inverno

AMANHÃ Sol Máxima 26º C. Mínima 11º C.

Campos do Jordão, de festivais e aventura.

Gina Stocco/Futura Press

DC

Boa Viagem

Vibração da África Gianni Albertoni (foto) com saída de praia da Zoomp: motivos africanos. Fashion Week, Eco/4

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 13 de julho de 2006

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Cidades

Moacyr Lopes Júnior/Folha Imagem

Até as 22h de ontem foram feitos 73 ataques. Seis pessoas foram mortas pelos bandidos do PCC.

Hélvio Romero/AE

Zona leste: Caminhão foi incendiado na pista local da marginal Tietê Hélvio Romero/AE

Buracos de bala em vidraça da fachada do supermercado Pão de Açúcar localizado na rua Maria Antônia, bairro de Higienópolis, em São Paulo

Uma represália contra a prisão de Emivaldo da Silva Santos, o BH, líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) na região do ABC, teria sido o estopim de uma onda de 73 atentados cometidos entre a noite de terçafeira e a tarde de ontem em São Paulo e em outros 27 municípios. Os bandidos atacaram vários alvos civis. Seis pessoas foram mortas. Oito suspeitos foram presos. Apesar dos atentados, a cidade não parou.

Na rua da Mooca, fachada de agência do banco Itaú foi depredada

PCC ATACA ALVOS CIVIS

P

assados dois meses da série de 293 ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC), São Paulo e outros 27 municípios do Estado voltaram a sofrer novos atentados terroristas. Desta vez, o PCC concentrou suas ações contra alvos civis. Foram pelo menos 73 ataques (mais da metade a ônibus e caixas eletrônicos), com 6 pessoas mortas. A polícia prendeu 8 suspeitos. O ataque impressiona por superar, em um único dia, os atentados dos dois primeiros dias da ofensiva de maio. À época, nos dias 12 e 13 foram atingidos 69 alvos: na maioria bases da PM, delegacias e ônibus. Ontem, entre os 73 ataques, havia duas bases da Polícia Militar, três casas de policiais, cinco revendedoras de veículos, dois supermercados e pelo menos 30 ônibus. Apesar de tudo, a cidade não parou. O transporte funcionou normalmente. Não houve onda de boatos. Foram mortos pelos bandidos o soldado PM da Força Tática Odair José Lorenzi, de 29 anos; sua irmã Rita de Cássia, de 39; três vigilantes da empresa GP (que presta serviço para a prefeitura do Guarujá), Antonio Leandro Soares Forner, de 19 anos, filho de um investigador de Mauá, e um agente peniten-

Oslaim Brito/Folha Imagem

ciário de Campinas. A última morte não teria relação com os ataques do PCC. O Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Saulo de Castro, disse que a nova onda de ataques teria sido motivada por boatos de que 40 presos seriam transferidos, na madrugada de ontem, para o único presídio federal do País, o de Catanduvas, no Paraná. Existe ainda a versão de que os ataques teriam sido uma represália pela prisão, na noite de anteontem, de Emivaldo da Silva Santos, 30 anos, o BH, líder da facção criminosa no ABC. Por volta das 13h, representantes das forças de segurança do Estado falaram sobre a nova ofensiva. Eram eles: Saulo Castro, o secretário da Administração Penitenciária, Antonio Ferreira Pinto e o Comandante- Geral da PM, coronel Elizeu Eclair Teixeira Borges. Segundo o coronel, "os 140 mil policiais militares do Estado foram chamados e deverão agir na Capital e em outras cidades onde houve ataques. Saulo de Castro disse que sabia do horário exato do "salve geral" (aviso) dos presos que deu início ao novo ataque. Ele minimizou a ofensiva dizendo que foram atacados " comércios e locais que estavam vazios". Mais informações sobre os novos ataques nas páginas 2, 3 e 4

Vítima de atentado é levada às pressas por soldados da PM e médica para o interior do Pronto Socorro do Mandaqui, na zona norte da cidade


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Ciência Urbanismo Polícia Tr â n s i t o

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 13 de julho de 2006

Revendedoras de veículos também foram atacadas pelo PCC. Muitos carros foram incendiados.

SOLDADO DA PM FOI ASSASSINADO NA PORTA DE CASA

Eduardo Nicolau/AE

Ônibus foi totalmente destruído depois de incendiado por bandidos ligados à facção criminosa Primeiro Comando da Capital. O atentado ocorreu em Suzano, município localizado na região da Grande São Paulo

POLICIAMENTO VAI AUMENTAR À NOITE Estratégia da Polícia Militar para coibir atentados do PCC, geralmente realizados durante a madrugada, poderá reduzir o número de policiais em ação ao longo do dia

A

nova ofensiva do PCC mostrou que seus "soldados" incluíram vigilantes de empresas particulares em seus atentados, além de bancos, supermercados e revendedoras de veículos. Por conta dos ataques, o Comandante-Geral da Polícia Militar, coronel Elizeu Eclair Teixeira Borges, disse que o número de policiais deverá aumentar à noite, acarretando uma redução durante o dia. "É para prevenir os ataques que geralmente acontecem à noite", afirmou. O primeiro caso de morte de um policial na nova ofensiva do crime organizado aconteceu às 23h50 de terça-feira. A vítima foi Elizeu Eclair Teixeira Borges, 29 anos. O crime ocorreu na porta de sua casa, na Vila Nova Cachoeirinha, zona norte. Segundo a polícia, Lorenzi foi chamado por uma mulher. Ao atender, foi metralhado por desconhecidos e morreu a caminho do hospital. Os criminosos executaram também sua irmã, Rita de Cássia Lorenzi, 39 anos, que mora na mesma casa. Ela ouviu os tiros, abriu a janela e foi atingida na cabeça. Horas antes, por volta das 2h, dois vigilantes da empresa de segurança GP, firma que presta serviço no Guarujá, foram atacados. Éverson de Souza Silva foi morto em frente a uma escola no bairro de Morrinhos. O outro segurança, de prenome Geílton, foi baleado por um grupo de jovens que passava de bicicleta em frente ao Instituto Médico Legal (IML), no mesmo bairro. Um terceiro vigia (não-identificado) foi morto na travessia de balsas do litoral. Um agente penitenciário ajudou a polícia a prender quatro suspeitos. De acordo com a polícia, o agente (não identificado) percebeu quatro homens em um Santana parado junto a sua residência, no Jara-

Apu Gomes/Folha Imagem

Fotos de Fernando Pereira/AE

Saulo de Castro, secretário da Segurança Pública

Policial militar monta guarda junto a um depósito de materiais

guá. Assustado, chamou a polícia, que acabou prendeu os suspeitos Luciano Andrade da Silva, Rogério Gomes Rodrigues, Ricardo Moura e Gere Alves Batista. Com Batista foi apreendido um revólver. Os quatro tem passagens pela polícia. Bases – Também foram atacadas duas bases da PM, duas delegacias, cinco bases da Guarda Civil Metropolitana (GCM) e dois órgãos do Poder Judiciário. Uma das bases foi a da 2ª Companhia do 13º Batalhão, localizado na praça Rotary, em Santa Cecília, região central. A outra, do 16º Bata-

lhão, fica na rua Flávio Américo Maurano, em Paraisópolis, próximo ao bairro do Morumbi, zona Sul. Em outra ação, criminosos armados atiraram contra duas bases da GCM, entre 2h e 3h da madrugada. A primeira (sede do Comando Leste da GCM) fica na avenida dos Têxteis, Cidade Tiradentes, zona leste. Não houve feridos. O mesmo grupo teria seguido para a base localizada na praça Getúlio Vargas, esquina da rua Deodato Tadeu, em Guianazes, e efetuou mais de vinte disparos, sem vítimas.

Duas delegacias do Interior também foram atacadas na madrugada. A primeira foi o 1º DP de Santa Isabel. A outra, o 2º Distrito Policial de Suzano. Em ambos os casos, os DPs estavam fechados. Supermercados - Lojas de supermercados também foram atingidas por tiros ou bombas. A primeira foi a do Pão de Açúcar localizada na rua Maria Antônia. Dois homens fizeram vários disparos e fugiram a pé. Não houve feridos. Quinze minutos depois, criminosos voltaram a atacar um supermercado, também na região central: dois criminosos incendiaram um galpão da rede Compre Bem, localizado na rua Condessa de São Joaquim, esquina com a rua dos Bororós, na Bela Vista. Como no caso anterior, não houve feridos. Nos dois supermercados foi deixado um aviso, com os seguintes dizeres: "Contra a opressão carcerária". Bancos – Agências bancárias não foram poupadas. Até as 21h de ontem, pelos menos 15 foram atingidas, entre elas uma do Itaú, localizada na avenida Santo Amaro. No Centro, uma agência do Bradesco, na rua Tabatinguera, Sé, foi alvo de incen-

Cel. Elizeu Eclair Teixeira Borges, comandante da PM

diários durante a madrugada. Na Mooca, uma agência do Itaú e uma revendedora de veículos foram atacadas. Em Mauá, na avenida Presidente Castelo Branco, outra agência do Itaú foi atacada . Foram feitos vários disparos e houve princípio de incêndio, controlado logo em seguida. Não houve feridos. Ônibus – Os ônibus também voltaram a ser alvo de criminosos incendiários. No total foram mais de 30 em todo o Estado. Entre eles, pelo menos sete em Guarulhos, dois em Santo André, um em Suzano, um Ferraz de Vasconcelos, um em Mauá e um em Campinas. Na Capital, foram mais de oito, em diversos pontos da cidade. Carros – Revendedoras de veículos também foram atacadas pelos bandidos do PCC. Até o final da noite de ontem, a polícia contabilizava seis estabelecimentos atacados, com mais de 24 veículos destruídos, a maioria incendiada. Num desses ataques foi preso E.M.O., de 21 anos, detido por populares logo após atear fogo em pelo menos cinco carros de uma revendedora localizada na rua Tobias Barreto, na Mooca, zona leste da Capital. Levantamentos realizados

por policiais do Setor de Investigações Gerais (SIG) da 5ª Delegacia Seccional revelaram que E.M.O. agia sob ordens do comando do PCC. Uma agência do Poupatempo, localizada na rua Rocha Miranda, no bairro do Jaçanã, zona norte, foi alvo da ofensiva da facção criminosa. De acordo com a polícia, dois indivíduos em um veículo efetuaram disparos contra a fachada do estabelecimento que pertence ao governo estadual. O Secretário de Segurança Pública, Saulo de Castro, disse que os ataques vão diminuir. Sobre os novos alvos do PCC, o secretário disse que é uma forma de amedrontar a população. "Está tudo sob controle". Comércio – O economista Marcel Solimeo, diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo, disse que, por enquanto, o comércio não registrou prejuízos. "Esperamos que o governo tome medidas para terminar com essas ações. Se os ataques continuarem, especialmente contra ônibus, o comércio poderá ter prejuízos, já que, com medo, poucas pessoas sairiam de casa", disse. Ivan Ventura, com agências


quinta-feira, 13 de julho de 2006

Transpor te Ciência Polícia Urbanismo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 A decisão de Lembo, de recusar ajuda do governo federal, recebeu várias críticas de deputados e de senadores.

PARA LULA, SITUAÇÃO ESTÁ FORA DE CONTROLE

Lawrence Bodnar/Agência O Globo

Antonio Cruz/ABr

À esq., base da GCM em Guaianazes, na Praça Getúlio Vargas, alvo dos ataques em São Paulo. Acima, o presidente Lula: "Queremos colocar o governo federal à disposição do governador para que o povo de São Paulo possa dormir e acordar tranqüilo todo dia".

LULA INSISTE NA FORÇA NACIONAL O presidente critica a resistência do governo de São Paulo em aceitar ajuda federal. Hoje, Lembo se reúne com o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. autoridades do governo do Estado para o que elas precisarem. Bastos criticou o uso eleitoral da crise de segurança de São Paulo por políticos: "Neste ano eleitoral, reitero a advertência de que essa crise não pode ser objeto de disputa eleitoral nem de guerra política. Não é possível que, numa situação em que pessoas estão morrendo, isso seja objeto de disputa eleitoral", disse. A decisão do governador de São Paulo, Cláudio Lembo, de recusar ajuda do governo federal para conter a onda de violência em São Paulo também recebeu críticas de deputados e senadores. Para políticos experientes, o ideal é que ele peça apoio federal para tentar resol-

ver esse problema. "Guerra civil" – O candidato do PDT à Presidência, Cristovam Buarque, criticou ontem o presidente Lula, a quem responsabiliza pela crise de segurança em São Paulo. Para ele, Lula deveria declarar que há uma guerra civil no País. "Volto a insistir que não é apenas violência, mas uma guerra civil. Isso significa que o problema tem que ser enfrentado pela República, pela nação, pelo presidente da República. Não adianta enfrentar guerra civil apenas com as polícias estaduais, até porque são muito desiguais. O presidente precisa convocar o conselho da República, declarar que o Brasil vive uma guerra civil e que,

para enfrentar, são necessárias medidas em nível nacional", disse Buarque. Tr ol ol ó - O candidato do PSDB ao governo do estado de São Paulo, José Serra, voltou a atacar o governo federal ao falar sobre a crise de segurança. Segundo Serra, houve 40% de redução nas verbas dos fundos de segurança e penitenciário a serem repassadas ao estado. Ele disse que o governo federal só construiu um presídio, que nem está funcionando. "O governo federal deveria cuidar do contrabando de drogas e de armas, que são base do crime organizado, e não tem feito isso. Tem feito demagogia, é trololó, é falar, mas fazer que é bom, não faz", disse Serra.

Reação - Para o ex-governador de São Paulo e candidato à Presidência da República, Geraldo Alckmin, os ataques do PCC foram uma reação à política de enfrentamento ao crime organizado. Ele classificou como "mesquinho", qualquer uso eleitoral do problema. "Foi uma reação a uma ação da polícia que prendeu um dos grandes traficantes, líder do crime organizado no Estado. Cabe ao Estado um enfrentamento, seja reação a mais dura e dolorosa possível", disse. Para ele, o que não pode é o governo retroceder. "A polícia sairá mais fortalecida dessa batalha, a população mais segura, e as organizações criminosas enfraquecidas". (Agências)

Factoring

DC

O

O presidente informou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ministro da Justiça vai convercriticou ontem a re- sar com Cláudio Lembo hoje pesistência do gover- la manhã, mais uma vez. "Nós no de São Paulo em aceitar a queremos colocar o governo feoferta federal de uso da Força deral à disposição do governaNacional de Segurança e do dor para que a gente possa enExército. Lula classificou a si- contrar uma solução e fazer com tuação do Estado de grave e fora que o povo de São Paulo possa de controle, cobrou atitude dos dormir e acordar tranqüilo todo governantes paulistas e afir- dia", afirmou Lula. Mas, antes mou que a oferta será repetida mesmo da conversa, em uma hoje ao governador Cláudio nota, o governador negou mais Lembo pelo ministro da Justiça, uma vez a ajuda. Eleições - Questionado se o Márcio Thomaz Bastos. Na capital baiana, onde par- problema da segurança em São ticipou da abertura da II Con- Paulo não poderia ser afetado ferência de Intelectuais da pela disputa eleitoral, o presiÁfrica e Diáspora, o presidente dente mostrou irritação. "Então disse que a situação em São vamos criar um País de mudos, Paulo é hoje uma das suas porque não se pode falar nada", maiores preocupações. Ape- reclamou. "O dado concreto é sar de tentar amenizar suas crí- que os fatos estão existindo. Os ticas ao governo paulista, o bandidos não estão preocupapresidente não conseguiu es- dos se vai ou não ter eleição. Os conder uma certa irritação bandidos estão aterrorizando com as constantes recusas de São Paulo e nós temos que tomar atitudes. IsLembo em aceiso não foi feito no tar o uso da Forano passado, reça Nacional. trasado, porque "Na sexta-feinão aconteceu o ra reiteramos a Agora, se São Paulo que está aconteproposta que já continua achando que cendo hoje". havia sido feita Lula fez quesn o p r i m e i r o pode tomar conta da tão de reiterar a a t e n t a d o . E l e situação, o governo (Lembo) disse federal não pode fazer boa relação que diz ter com Lemque não precisa- nada. bo e repetiu que va. Eu parto do Luis Inácio Lula da não haverá nepressuposto que Silva, presidente nhuma atitude ele diz que tem unilateral do gocontrole", afirverno federal mou o presidente. "Mas se tem controle não porque seria uma intervenção poderia acontecer o que está e isso "não está nas previsões acontecendo". Lula cobrou, da democracia brasileira". Mas mais uma vez, que Lembo foi o próprio presidente que leaceite a ajuda federal. Afirmou vantou o assunto na conversa que o governo federal não po- com jornalistas, dizendo-se exde fazer nada sem a concor- tremamente preocupado. E fez dância do governo do Estado questão de frisar, mais de uma vez, que está tudo nas mãos do ou seria intervenção. O presidente foi irônico ao governo paulista. "Eu acho comentar as declarações do que a situação é grave porque governador paulista de que a não estamos enfrentando bansituação está dentro do normal didos comuns. Estamos ene que o próprio governo do Es- frentando uma indústria do tado pode controlar os proble- crime. Uma indústria que remas causados por facções cri- solve matar policiais, matar minosas. "Agora, se São Paulo carcereiros, matar pessoas inocontinua achando que a situa- centes, queimar ônibus, invação está normal, que pode to- dir supermercados. Estamos mar conta da situação, o gover- aguardando que as autoridano federal não pode fazer na- des de São Paulo digam se queda", disse. Perguntado se a sua rem ou não querem", disse. Lula lembrou que a Força avaliação era de a situação no Estado estaria dentro do nor- Nacional de Segurança está no mal, ele respondeu: "Pelo que Espírito Santo e em Mato Groseu vejo na imprensa, não está so do Sul e garantiu que lá ajunormal. Todo dia é a morte de daram a melhorar a situação. um carcereiro, todo dia é um "É só perguntar para os goverônibus queimado. Obviamen- nadores de lá se a situação mete isso vai colocando a socieda- lhorou ou não", argumentou. Justiça - O ministro da Justide em pânico. Eu acho que São Paulo, pelo que representa pa- ça, Márcio Thomaz Bastos, disra o Brasil, merece ser tratada se ontem que o governo federal continua à disposição das com um carinho especial".

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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quinta-feira, 13 de julho de 2006

PERTO DA GUERRA

Adnan Hajj/Reuters

Internacional

Ninguém pode ficar no caminho de nosso progresso. Nós venceremos essa guerra contra o terror. Ninguém acabará com nossa determinação. Manmohan Singh, primeiroministro indiano

Em ação para libertar dois soldados capturados pelo Hezbollah, Israel ataca mais de 30 alvos no sul do Líbano

Um libanês da defesa civil, após o bombardeio de uma ponte no sul do país por aviões militares israelenses Thomas Coex/AFP

Tropas de Israel atacam Sul do Líbano por ar, terra e mar Hezbollah seqüestra dois soldados israelenses Governo israelense começa a convocar reservistas

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Hagai Ahron/AFP

Palestinos choram no funeral de uma família de palestinos mortos durante um ataque israelense em Gaza

Samuel Aranda/AFP

Exército de Israel invadiu ontem o sul do Líbano depois que as milícias radicais xiitas do Hezbollah mataram oito soldados israelenses e capturaram outros dois. "Estes atos representam uma declaração de guerra", afirmou Dan Guillerman, embaixador de Israel na ONU. O Hezbollah condiciona a libertação dos soldados à soltura de libaneses, palestinos e árabes presos em Israel. Esta é a primeira ação militar de Israel, em solo libanês, desde a retirada de suas tropas do Líbano, em 2000. Ontem de madrugada, o governo israelense chegou a convocar as tropas de reserva para a ação. Informações vindas do Líbano são de que a infantaria israelense já estaria no país. Os ataques do Hezbollah – tido como organização terrorista pelos EUA – significam um duro golpe contra Israel, já envolvido em ações militares da Faixa de Gaza para libertar um refém israelense transformado em moeda de troca de prisioneiros palestinos. A crise começou às 9h50 (horário local), quando o Hezbollah lançou um ataque com foguetes Katiusha à cidade israelense de Shlomi e a postos militares na região de Sheeba. Na operação, dois soldados israelenses foram capturados e oito mortos. Dois libaneses morreram. Em resposta, o governo do primeiro-ministro Ehud Olmert ordenou ataques militares, com bombardeios a Saida, principal cidade do sul do Líbano. Ao mesmo tempo, a aviação israelense sobrevoou a baixa altitude as colinas de Damur e Naameh. Em outra ação, caças atacaram a ponte de Awali, próximo a Sidon. "Os seqüestros representam uma escalada de violência na região", disse Olmert antes de responsabilizar o governo do Líbano, Síria e Irã (supostos financiadores do Hezbollah) pelos ataques xiitas. O governo do Líbano negou ter responsabilidade sobre a captura dos soldados israelenses e pediu uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU. "Não podemos ser responsabilizados, porque não estávamos informados sobre as ações do Hezbollah", disse Ghazi Aridi, ministro das Comunicações. A Síria apontou a ocupação do território palestino de Gaza, por Israel, como estopim da violência. O líder do Hezbollah, Hussein Nasrallah, afirmou que os reféns israelenses estavam "em um canto distante do Líbano", e não abriu mão de exigir a libertação dos prisioneiros libaneses. O governo de Israel se nega a negociar com o grupo radical xiita.

LÍBANO

SÍRIA

ISRAEL Acima, irmã de soldado israelense morto e uma mulher palestina choram depois dos ataques. Oito soldados israelenses, dois civis libaneses e dois membros do Hezbollah morreram. O grupo capturou dois militares de Israel e anunciou que espera trocálos por libaneses e palestinos detidos em prisões de Israel. A proposta foi rejeitada.

Em Gaza, ataque a ministério palestino

I

ntensificando sua ofensiva militar na Faixa de Gaza, aviões israelenses lançaram vários mísseis na madrugada de hoje (noite de ontem em Brasília) contra o prédio do ministério palestino das Relações Exteriores na Cidade de Gaza. Ao menos dez palestinos ficaram feridos nas casas atingidas próximas ao alvo, de acordo com fontes médicas. Também ontem, Israel lançou ontem uma bomba de 250 quilos numa casa, matando uma família de nove pessoas.

Sete eram crianças. O alvo, segundo os israelenses, era o chefe da ala militar do Hamas, Mohamed Deif, que ficou ferido. Autoridades de segurança palestinas disseram que Deif sofreu uma lesão séria na coluna, passou por uma cirurgia de quatro horas e poderia ficar paralítico. Deif é um dos militantes do Hamas mais procurados por Israel, que o acusa de vários atentados. Ele teria assumido a responsabilidade pela fabrica-

ção de bombas do Hamas depois que Israel matou Yehiya Ayyash, conhecido como "o Engenheiro", em 1996. Deif sobreviveu a duas outras tentativas israelenses de matálo, entre elas um ataque com mísseis em 2002 no qual ele perdeu um olho. Pelo menos 23 palestinos foram mortos durante as operações militares de Israel, segundo funcionários palestinos. O número é o mais alto em um único dia desde que Israel iniciou suas incursões em Gaza.

HEZBOLLAH, LIGAÇÕES PERIGOSAS

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governo de Israel entende o ataque na fronteira Norte como um ato de guerra de um país vizinho, o Líbano. A fronteira Norte de Israel corresponde à fronteira Sul do Líbano, onde se concentram as forças do Hezbollah, a mais poderosa – e de melhor comando – das organizações árabes qualificadas de terroristas. A linha separando os dois lados é tão estreita que é possível trocar palavrões. Ao longo da rodovia, do lado israelense, se vê a bandeira amarela da guerrilha e se pode dar um adeusinho. Lógico, do outro lado se pode fazer o mesmo. O Hezbollah foi criado por veteranos da guerra no Afeganistão. São da seita muçulmana minoritária xiita, a mesma da maioria da população do Iraque árabe e do Irã persa. É notório o vínculo com o Irã, de quem receberia assistência monetária e armas que viriam via Síria. Damasco, onde vive a liderança política do Hamas, muçulmano fundamentalista sunita, seita da maioria absoluta dos muçulmanos, tem acordo de mútua defesa com Teerã. O Hamas domina a Faixa de Gaza e luta com Israel, cujo direito a existir não reconhece. O Hamas conta com as simpatias sírias, do Hezbollah, do Irã dos aiatolás, e raptou um soldado israelense, resultando no confronto em Gaza. O Hezbollah raptou dois soldados is-

raelenses ontem e alega exatamente o mesmo que o Hamas: agora tem o que oferecer em troca da libertação de gente sua detida em Israel. H IS T Ó RI A – Nesta região houve a revelação do monoteísmo, da existência de um Deus único, a Abraão, há cerca de 4 mil anos. Daí as religiões monoteístas – a judia, a cristã e a muçulmana – terem aqui surgido. A área onde fica Israel é considerada sagrada por judeus e cristãos. Mas o mesmo reclamam os muçulmanos, pois existe tradição da presença de Maomé na Colina do Templo, aquela onde Salomão terá construído o primeiro templo, primeira Casa de Deus, pois guardava a versão original dos Mandamentos revelados a Moisés no deserto do Sinai. Maomé dela teria ascendido a Alá (Deus) e recebido a revelação do Corão, o livro sagrado dos muçulmanos cuja tradição diz que terra onde Maomé pisou é sagrada, portanto, toda a região onde fica Israel é terra sagrada dos muçulmanos. Os maometanos, que chegaram a dominar a então Palestina, onde nascera Jesus, derrotaram todas as tentativas das Cruzadas de conquistá-lá. Não se antecipa um final próximo para o conflito entre o Hamas e o Hezbollah e o estado israelense que prometem destruir. Mas existe uma diferença fundamental entre as duas organiza-

ções. O Hamas não representa um estado independente, enquanto o Hezbollah domina o Sul do Líbano e tem dois ministros no governo libanês, um estado independente, membro da Comunidade Internacional... logo, por definição, força libanesa. Daí Israel qualificar o ataque que sofreu de ato de guerra. Muito provavelmente, na pressa de agir, Israel e Líbano esqueceram que existe um estado de guerra entre ambos desde a criação do estado israelense, há 58 anos. O Líbano não reconhece a existência de Israel, assim como Síria, Irã e todos os países do Oriente Médio, excetuados Egito e Jordânia. O ato de guerra implica em denúncia do armistício e, pela lei internacional, os estados têm direito a defesa. Não se pode prever até onde irá Israel na sua ação contra o Hezbollah, que tem armas com as quais poderá atingir grandes distâncias dentro do estado israelense, morteiros de longo alcance. E simpatias da Síria e Irã. Existe um grande movimento de diplomatas numa tentativa de se promover rapidamente um entendimento que limite, no tempo e espaço, o contágio da crise. Em princípio, o que começa como uma ação contra o Hezbollah pode atrair outros atores. A região está sempre à beira de explodir... Nahum Sirotsky, de Tel-Aviv

Como Israel está enfrentando a escalada de ataques do terror muçulmano. Em Opinião


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John MacDougall/AFP

Não disse nada para ele sobre raça, religião ou política. Também não falei sobre a mãe dele. Perdi minha mãe quando tinha apenas 15 anos e ainda me entristece falar sobre isso. Claro que não sabia que a mãe dele estava no hospital. Envio-lhe meus melhores votos. Do zagueiro italiano Marco Materazzi, que levou uma cabeçada de Zidane, ontem, no jornal italiano Gazzetta dello Sport.

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quinta-feira, 13 de julho de 2006

JULHO

2 -.LOGO

13 Recolhimento de IRRF e IPI Dia Mundial do Rock

F UTEBOL T ECNOLOGIA

A dança da cabeçada

A força do pensamento tarefas básicas. A tecnologia, que está em testes, é apresentada na edição de hoje da revista Nature. A expectativa dos cientistas é de que, no futuro, o BrainGate System possibilite a ativação de músculos com os sinais cerebrais, restaurando o controle cérebromúsculo por meio de um sistema nervoso físico, em outras palavras, que o movimento seja determinado pelo pensamento. O BrainGate System é um sensor de 16 milímetros quadrados, com 100 eletrodos, mais finos que um fio de cabelo humano que é implantado nos pacientes para realizar a interface.

L EILÃO Reuters

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A Sotheby´s de Londres realiza hoje o esperado leilão de um exemplar do First Folio completo, de Shakespeare. O livro, do século 17, deve atingir US$ 6,1 milhão.

Canção francesa comemora uma atitude de que Zinédine Zidane não se arrepende

O

Bertrand Guay/AFP

Uma nova interface tecnológica entre o cérebro humano e computadores, desenvolvida por equipe de pesquisadores de diversas universidades, vai possibilitar que pessoas com paralisia grave possam recuperar alguns movimentos. O chamado BrainGate Neural Interface System, uma prótese neuromotora, permite enviar sinais da área do cérebro responsável por movimentos voluntários para um computador. Os sinais são detectados, gravados em ação - permitindo que o paciente paralisado realize

jornal francês Libération div u l g o u o ntem que uma canção recém-lançada sobre a cabeçada que o meia francês Zinédine Zidane deu no zagueiro italiano Marco Materazzi na final da Copa do Mundo já é o grande sucesso das paradas francesas. Zidane il a tapé (Zidane o acertou) é o estribilho da música Coup de boule (Cabeçada), criada por três publicitários. A notícia foi publicada no mesmo dia em que Zizou revelou o real motivo da cabeçada. Zidane afirmou nesta quarta-feira que o zagueiro italiano Marco Materazzi insultou sua mãe e sua irmã durante o jogo em Berlim. "Ele (Materazzi) puxou minha camisa várias vezes e eu lhe disse que poderíamos trocar camisas no fim do jogo, se ele quisesse", disse Zidane em entrevista à emissora de TV Canal Plus, transmitida ao vivo. "Ele

disse palavras muito duras sobre minha mãe e minha irmã. Tentei não lhe dar ouvidos, mas ele continuou repetindo", disse, negando que Materazzi o tenha chamado de "terrorista", como foi noticiado. Zidane pediu desculpas às crianças e aos torcedores, mas disse que não está arre-

pendido. Nem tem motivos. A França enaltece, na canção, sua atitude. Composta na segunda-feira logo após a final, a música diz: Attention, c'est la danse du coup de boule. Coup de boule à droite, coup de boule à gauche, allez le bleus, Zidane il a frappé, Zidane il a tapé (Atenção, esta é a dança da cabeçada. Cabeçada para direita, cabeçada para esquerda, avante seleção. Zidane bateu nele, Zidane o acertou). Os compositores a enviaram na própria segunda-feira, por e-mail, para 50 conhecidos e um deles a repassou para o apresentador de uma emissora de rádio, o suficiente para colocar a música nas paradas do verão francês. O sucesso foi comprado por uma grande gravadora. No sábado, será feito o videoclipe em um estádio de Paris. Os compositores também receberam ofertas para criar versões para celulares do sucesso.

B RAZIL COM Z

Racismo, por Darcy Ribeiro O site italiano MusiBrasil, dedicado a divulgar a cultura, a música e imagens do Brasil no país, divulgou ontem um extenso artigo sobre o antropólogo brasileiro Darcy Ribeiro e sua obra O Povo Brasileiro. O artigo, que traz citações em português do livro de Ribeiro, diz que ele foi um dos autores que melhor mergulharam nos mitos e contradições da cultura brasileira e, sobretudo, sobre o racismo velado e complexo que existe no País. Entre as frases de destaque do autor retiradas do livro, uma afirmação que hoje nos parece quase óbvia. "A distância social mais espantosa do Brasil é a que separa e opõe os pobres aos ricos. A ela se soma a discriminação que pesa sobre índios, mulatos e negros". www.musibrasil.net

M EIO AMBIENTE Ann Batdorf/Reuters

Yoshikazu Tsuno/AFP

C HINA

Casais burlam lei com 'parto único' Os casais chineses encontraram um método para burlar a rígida "política do filho único" imposta pelo governo. Um número cada vez maior de casais chineses está recorrendo a um medicamento contra a esterilidade que, se ministrado a mulheres férteis, aumenta notavelmente a probabilidade da geração de gêmeos. Num hospital de Nanquim, durante a Festa da Primavera (que dura sete dias) foram feitos mais de dez partos de gêmeos e um de trigêmeos. Nesse mesmo hospital, no ano passado inteiro, foram 90 partos de dois ou mais gêmeos. O fenômeno se repete em várias

Moradia garantida

L

E M

cidades chinesas. É fácil encontrar a chamada "pílula dos gêmeos" no país, por valores que variam de 7 a 20 yuan (entre um e dois euros) cada. A "política do filho único" foi lançada há 26 anos pelo governo chinês, que temia um excessivo aumento da população e a escassez de alimentos. Os casais que vivem na cidade podem ter apenas um filho e os que vivem no campo, no máximo dois, desde que não pertençam à etnia Han (a mais numerosa). Aqueles que desrespeitam a lei são punidos com multas de dezenas a milhares de yuan, mas os casais que têm gêmeos ficam isentos destas multas.

C A R T A Z

VISUAIS

TESTEMUNHA OCULAR - Criado para melhorar a comunicação com pessoas idosas, o robô japonês MuuSocia, ainda em fase de protótipo, tem formato de olho, reconhece rostos e vozes humanas e é capaz de conversar com as pessoas. C IÊNCIA

Sexo (ainda mais) frágil A

Coleção Gilberto Chateaubriand. Na exposição, entre outras obras, Paisagem de Pancetti (foto). Pinacoteca do Estado. Praça da Luz, 2. Telefone 3229-9844. 10h às 18h. R$ 4.

Para visitar antes das eleições

Ideal para frequentadores de piscinas, esse aparelhinho elimina a umidade dentro do ouvido -- que pode causar otite externa. O Swimmers Ear Eliminator tem um ciclo de ar morno que seca o ouvido e mata os germes. Custa US$ 99,95 na loja Hammacher Schlemmer.

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www.votebrasil.com.br

A TÉ LOGO

P OLÔNIA

Auschwitz, campo alemão A Organização das Nações Unidas (ONU) vai rebatizar o campo de Auschwitz para destacar que foram os alemães nazistas, não os poloneses, os responsáveis pelo campo de extermínio mais famoso do mundo. "O Campo de Concentração de Auschwitz", será rebatizado como "Antigo Campo de Concentração Alemão de Auschwitz". A Polônia pediu à ONU, em abril, para rebatizar Auschwitz, onde 1,5 milhão de pessoas, a maioria judeus, morreram na 2ª Guerra Mundial. L OTERIAS Concurso 636 da LOTOMANIA 02

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Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Raloxifeno, droga criada para evitar câncer pode aumentar riscos cardíacos em mulheres EUA aprovam novo medicamento que combina coquetel contra HIV em uma única pílula

Concurso 780 da MEGA-SENA 07

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Secador de ouvidos

chefe ou perder um prazo, estavam ligados a "beliscar" mais entre as refeições e ingerir uma quantidade menor de vegetais e frutas. "O estresse atrapalha os hábitos alimentares normais de uma pessoa", afirmou. Os mais vulneráveis a esse tipo de alteração são os chamados "comedores emocionais". "Essas pessoas apresentam altos níveis de vulnerabilidade e tendem a recorrer à comida como forma de escapar da autocrítica", afirmou O'Connor. "Quando se sentem ansiosos ou emocionalmente excitados ou pessimistas sob si mesmos, esses indivíduos tentam evitar esses sentimentos negativos voltandose para a comida". (Reuters)

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F AVORITOS

nor, da Universidade de Leeds, na Grã-Bretanha. "Para os homens, as jornadas de trabalho mais longas não produzem um impacto negativo a respeito da prática de exercícios, no consumo de café ou no fumo", disse O'Connor em um comunicado divulgado pelo Conselho de Pesquisa Econômica e Social, que custeou o estudo. A equipe de cientistas liderada por O'Connor avaliou o impacto do estresse sobre os hábitos alimentares. Foram analisadas as causas de estresse no trabalho e no lar e como as pessoas reagem a ele. Os resultados mostram que um ou mais eventos estressantes, como realizar uma apresentação, participar de um encontro com o

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G @DGET DU JOUR

s longas jornadas de trabalho têm um impacto negativo maior sobre as mulheres do que sobre os homens porque esse fator as predispõe mais a fumar, beber café e ingerir alimentos pouco saudáveis. Os dois sexos consomem menos álcool se passam mais tempo trabalhando, disseram pesquisadores ontem. Mas as horas extras fazem com que aumente o desejo das mulheres por alimentos desaconselháveis. "As mulheres que trabalham por longos períodos comem mais alimentos com alto teor de gordura e açúcar, fazem menos exercícios, bebem mais café e, se forem fumantes, fumam mais do que seus colegas do sexo masculino", afirmou Daryl O'Con-

O Comitê do Patrimônio Mundial decidiu no fim de semana incluir o habitat dos pandas gigantes, na Província de Sichuan, sudoeste da China, na Lista de Patrimônio Mundial. A notícia, divulgada pela agência Xinhua, foi comemorada pelos ambientalistas. "Proteger um animal não é somente colocá-lo no zoológico, mas mantê-lo vivo em seu habitat", disse Lu Zhi, especialista em pandas da Universidade Peking. A área protegida tem 9.245 quilômetros quadrados e abriga um terço da população mundial de pandas gigantes, algo entre 1.500 e 3.000 animais.

Desmatamento e queimadas na porção paraense da floresta amazônica diminuíram 60%

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Suplemento Especial / São Paulo, quinta-feira 13 de julho de 2006

WValente/AFG

Marcelo Min/AFG

Roteiros de construção, reforma e decoração Consumidores gostam muito de visitar ruas temáticas, dessas que concentram o mesmo tipo de produto. Sabem que ali encontram tudo o que precisam e ainda podem pesquisar preço de forma mais fácil, uma loja ao lado da outra. E não é assim com portas e janelas do Gasômetro ou da Alvarenga? Com as ferragens, puxadores e lâminas de madeira da Paes Leme? Com os móveis e toda a decoração da Teodoro Sampaio? Ou com as luzes da rua da Consolação? Siga o roteiro deste caderno especial: uma arquiteta indica o que há de melhor em algumas das ruas

Luzes da Consolação, madeiras de exportação da Paes Leme, móveis da Teodoro Sampaio. São ruas temáticas

Marcelo Min/AFG


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 13 de julho de 2006

DOISPONTOS -77

do valoroso árbitro, interferência essa praticada ao arrepio das regras do jogo.

Mercadante também quebrou promessas

A

loizio Mercadante insiste no discurso de atacar seu oponente José Serra com a assertiva de que este faltou com a palavra dada: antes de se eleger firmou declaração de que não deixaria a Prefeitura e que cumpriria o mandato por inteiro. Se a norma é cumprir as promessas de campanha, temos, então, que Aloizio Mercadante, segundo a ótica de sua fala, não está fazendo coisa diversa, senão deixar de cumprir o que se comprometeu fazer. Por primeiro devemos deixar patente que a confiança depositada pelos eleitores no candidato em que votam não depende de

qualquer declaração escrita deste: os eleitores sempre, sempre esperam que o seu candidato cumpra o mandato para o qual for eleito, honrando, assim, o voto que lhe deu. Ambos, Serra e Mercadante foram eleitos por um muito bom número de votos. Ambos, agora, estão disputando o cargo de governador do estado. Na ótica do senador Mercadante, então, ambos e não apenas Serra, estão descumprindo seus propósitos de campanha e os projetos neles depositados pelos eleitores respectivos. Em sendo assim, nesse aspecto, um não pode censurar o outro, é claro. Porém, entre os dois há um grande

Rafael Neddermeyer/AE diferença de postura em face do chamado (desejado, é claro) para a disputa do cargo de governador. Serra para poder concorrer à governança do estado renunciou ao exercício do cargo de prefeito, Aloizio Mercadante foi em razão do que, o eleito para ficar no mandato será exercido Senado durante oito pelo vice-prefeito, o anos. Ao contrário de dito desconhecido Serra, se perder a Gilberto Kassab, que o eleição não ficará acompanhou na desempregado. disputa marcando presença. Serra decidiu, pois, arriscar o mandato de prefeito pelo de governador. A situação de Aloizio Mercadante é bem diversa. Recebeu ele os votos de seus eleitores para ficar no Senado durante 8 (oito) anos. Considerando para o que foi eleito, também não lhe cai bem, pois,

afastar-se do Senado para disputar e, se for o caso, exercer a governança deste Estado. Ademais, se eleito, em seu lugar assumirá o seu suplente, este sim realmente um ilustre desconhecido. Alguém sabe quem é o suplente do Senador Mercadante? O nome deste sequer aparece no site do senador. Por outro lado, entre ambos há uma grande diferença. Se perder, Serra volta para a vida privada. Se perder, Mercadante tem o privilégio de voltar a desfrutar das benesses do exercício de seu mandato de senador até 2011. PEDRO LUÍS DE CAMPOS VERGUEIRO PEDROVER@MATRIX.COM.BR

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Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

Dom Menas, um homem sem pecados

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CLÁUDIO WEBER ABRAMO CHIFRADA NA LEI

A

expulsão de campo do futebolista francês Zidane por conta de cabeçada que desferiu no zagueiro italiano Materazzi durante a disputa do título mundial, no último domingo, dá origem a especulações interessantes sobre o primado da Lei. Antes que os eventuais leitores deste artigo reclamem que, ao abordar o tema, este que escreve estaria descumprindo com a promessa de eliminar o futebol deste

al interferência só pode ter partido de algum prócer da FIFA, o qual, ipso facto, induziu o árbitro a descumprir com as leis do esporte. A comentarista Soninha argumentou que, como o jogador francês havia de fato chifrado o peito do italiano, e além disso em rede mundial (na verdade, em rede mundial depois de passado bastante tempo, o que reforça a idéia de que autoridades mais altas se alevantaram), como deixá-lo em campo? A expulsão teria sido merecida, independentemente da forma como a decisão foi gerada. Já José Trajano perguntou: mas como ficam as inúmeras jogadas que os telespectadores vêem (usualmente beneficiados pela constatação reiterada proporcionada pelo replay por vários ângulos), mas o juiz ou algum bandeirinha não viram,

LCI/AFP

Um juiz pode condenar o que não viu?

espaço até 2010, esclareço que o tema extrapola as chamadas quatro linhas. Conforme sucintamente exposto por Juca Kfouri e José Trajano, a questão é a seguinte: as regras do futebol especificam que só o árbitro pode interferir com o andamento do jogo, podendo, para decidir algo, consultar os bandeirinhas.

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ficialmente, a campanha eleitoral começou. Está aberta a temporada de mentiras. Daqui pra frente, nada será diferente: os candidatos serão todos favoráveis à educação, à saúde, à inclusão digital e a tudo mais que lhes possa render algum dividendo imediato ou futuro–político, ou pecuniário. A maioria, se eleita, fará o oposto do que prega. Lamento pelos que são sérios. Eles não são tão poucos assim, ao contrário do que a ignorância corrente faz crer. Não gostaria de estar na pele deles: dos sérios. Aos vagabundos não desejo nada além de cova rasa e padre de passeata a lhes encomendar a alma. Dom Menas,Primeiro e Único vem aí de novo, em dose dupla, com carga total. O que dele se ouve hoje é pinto perto do que se ouvirá a partir de agosto. Sua Alteza jura por A + B que fez o que não fez. A partir de agora, Ela irá além: vai também jurar fazer tudo o que jamais fará. Sua Excelência é invencível nas bravatas sem-fim – mas não nas urnas. Não sei se as oposições terão a coragem necessária para mandá-lo de volta para o ostracismo. Lula já declarou, durante o velório de João Paulo II, que é um homem sem pecados. Lula é, por assim dizer, um mentiroso vocacional. Desde sempre, ele comete todos os pecados – a começar pelos capitais. Vejamos: Gula: A silhueta arredondada fala por si. Dá conta de sua fome e sede sem-fim. Preguiça: O homem não trabalha há três décadas e dobrou o patrimônio oficial em quatro anos. É ícone da juventude transviada. Onde estão nossas ONGs inzoneiras? Desistiram de tirar os jovens do mau caminho, ou não querem perder a boquinha oficial?

Ira: Sei não. Aquela bravura de palanque parece não condizer com os supostos – e tímidos – arPrimeiro e Único, reganhos de bastidores. Logo, logo, a história virá vem aí de novo, em à tona. Pior que a ira é a falsa ira. dose dupla. Inveja: Por via das dúvidas, FHC – o ateu – há tempos não sai à rua sem patuá. Faz muito bem. G O que dele se Bruxas existem. Como estão a comprovar alguouve hoje é pinto mas primeiras-damas. perto do que se Avareza: Se tudo estiver nos conformes, Sua ouvirá a partir de Alteza enriqueceu tanto e em tão pouco tempo agosto. Sua Alteza porque, nos últimos anos, jamais pôs as mãos nos bolsos próprios. Abusou do compadre, deixou jura por A + B que pelado o Okamoto. fez o que não fez. Arrogância: É preciso escrever algo sobre isso? A partir de agora Sua Alteza disse, por "n" + "n" vezes, que o mundo irá além: vai não seria mais o mesmo, economicamente, por também jurar obra e graça de sua sem graça. Tudo isso falando fazer tudo o que aquele Português velho conhecido. jamais fará. Luxúria: Bem este é um assunto delicado. Em sendo assim, temos que nos valer das aspas: "A G Daqui pra frente, coisa que eu mais queria na vida, quando casei nada será com minha galega, era um filho. E ela logo engradiferente: os vidou no primeiro dia do casamento, porque percandidatos serão nambucano não deixa por menos". Eis a dúvida: o que está nas linhas acima, entre todos favoráveis à educação, à saúde, aspas, é uma soma de luxúria e arrogância ou apeà inclusão digital e nas uma das inúmeras bravatas de Dom Menas? G Dom Menas,

a tudo mais que lhes possa render algum dividendo imediato ou futuro. A maioria, se eleita, fará o oposto do que prega.

ORLANDO SILVEIRA É JORNALISTA ORLANDOSILVEIRA@UOL.COM.BR

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contece que a marrada de Zidane não foi vista pelo juiz nem por nenhum dos dois bandeirinhas (conforme demonstrou a TV alemã, de acordo com relatos). Especula-se que o quarto árbitro (reserva), ou o quinto (segundo reserva), ou alguém outro, teria avisado o juiz. De forma a dar um ar de legalidade à coisa, este teria fingido fazer consulta ao bandeirinha antes de expulsar Zidane. Ora, se a cabeçada não foi vista pelo árbitro e nem pelo bandeirinha, mas por alguém externo ao campo de jogo que então avisou o juiz, segue-se que houve uma interferência na decisão

como, por exemplo, a mão na bola, o pênalti que houve ou não houve, os esgares teatrais do Cristiano Ronaldo que podem tanto configurar uma contusão gravíssima quanto só mais uma bacalhoada, a “paulistinha” sorrateira no adversário, a bola que entrou ou não entrou?

E

mbora não professe de todo a posição, Soninha abre espaço para a tese de que o que interessa no processo legal é a aplicação do que é justo, em vista dos indícios que se apresentam. Trajano problematiza essa perspectiva ao perguntar, essencialmente: “Onde vamos parar?”, e “Por quê vale nuns casos e não noutros?” Juca Kfouri vai na mesma linha de Trajano.

P

ois bem, digamos que esse episódio seja tomado como paradigma para o funcionamento das instituições de modo geral. O que deve valer? Aquilo que os indícios apontam gritantemente, ou o chamado “devido processo legal”? Fica a pergunta. CLÁUDIO WEBER ABRAMO É DIRETOR EXECUTIVO DA

TRANSPARÊNCIA BRASIL WWW.TRANSPARENCIA.ORG.BR

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.ESPECIAL

quinta-feira, 13 de julho de 2006

Na combinação de objetos, o que vale mesmo é o bom gosto A arquiteta Regina Mello percorreu algumas ruas temáticas a convite do Diário do Comércio e nesta página dá dicas importantes. Como esta: "Decoração é que nem roupa. Precisamos sempre de atualização para ficarmos na moda" Fotos: Denise Adams/AFG

Uma sala moderna e um quarto clássico da loja Ilustre da rua Teodoro Sampaio

Vanessa Rosal

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estilo pode ser clássico ou moderno: quando o assunto é decoração, algumas tendências nunca saem de moda. O que vale é o bom gosto na hora de combinar os objetos com as cores e com a iluminação. Tudo para deixar o ambiente agradável e bonito. Em São Paulo, as chamadas "ruas temáticas" oferecem inúmeras opções para quem está construindo ou reformando a casa. Segundo a arquiteta Regina Mello (foto ao lado), a moda é comprar móveis e objetos de decoração que deixem o ambiente clean. "Nada de comprar cadeiras, mesas e estantes escuras. A tendência é aquela madeira com aspecto cor de mel", garante. Isso para uma decoração básica. Quem gosta de ousar, pode optar por um estilo mais colonial ou super moderno. Uma das unidades da loja Ilustre, por exemplo, é dividida em duas partes. De um lado, no número 1548 da Rua Teodoro Sampaio, fica o mobiliário com design antigo. Do outro, no nú-

mero 1572, estão os móveis de última geração. "São bem modernos, com acabamento reto e horizontal. As cores mais usadas são branco e preto, para dar contraste", explica Regina. Formada pela Faculdade de Mogi das Cruzes e pela Escola

A janela vitro pivotante e a porta camarão da loja Supermad da rua Alvarenga

Panamericana de Artes, a arquiteta e decoradora atua em projetos residenciais desde a década de 80. Ela diz que um dos fatores mais importantes na hora de decorar é a luz. E nenhuma rua entende mais do assunto do que a Rua da Consolação, na re-

gião central da cidade. O local possui inúmeras lojas do segmento. Produtos como abajures, lustres, luminárias, pendentes e spots saltam aos olhos do consumidor com formas arrojadas e conceitos diferenciados. A Laboratório da Luz, por exemplo, oferece itens sofisticados que atendem a todos os tipos de gostos e bolsos. "Uma boa dica é usar a arandela em forma de cubo na parede. Além de moderna, ela faz um bonito desenho com a luz, que vaza por cima e por baixo. Fica lindo", diz Regina. Outra dica é utilizar mais de um objeto igual para iluminar o ambiente. "O legal, nesse caso, é o conceito da repetição. Super moderno", afirma. Outra rua especializada fundamental é a Rua Alvarenga, no Butantã. "Eu sempre venho pesquisar modelos de portas e janelas aqui", diz Regina. Na loja Supermad, a arquiteta indica para a porta de entrada um modelo pivotante. "A cor do momento é branca. E de preferência portas grandes, que estão na moda". Para dividir a sala da cozinha, por exemplo, a dica é colocar

As arandelas maia e a de cubo, criações do Laboratório da Luz, na região da Consolação

uma porta estilo camarão. "Ocupa menos espaço, e os modelos são lindos". A janela pode ser capelinha básica, estilo romântico. Um charme.

"Decoração é que nem roupa. Precisamos sempre de atualização para ficarmos na moda", finaliza a arquiteta. Vanessa Rosal

SERVIÇO Loja Ilustre Rua Teodoro Sampaio, 1548/1572 Tel: 3031-0916 Supermad Wood Center Rua Alvarenga, 1350 Tel: 3812-3977

Laboratório da Luz Rua Antônio Carlos, 686 (Travessa da Rua da Consolação) Tel: 3218-2788 Decoração de interiores Regina Mello Tel: 3057-0183

Presidente em exercício Alencar Burti

Editor de Fotografia Masao Goto

Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos

Editor de Arte José Coelho

Diretor de Redação Moisés Rabinovici

Diagramação Evana Clicia Lisbôa Sutilo

Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira

Ilustração Jair Soares

Editor Luciano Ornelas Chefe de reportagem Arthur Rosa Reporteres Maristela Orlowski Vanessa Rosal

Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão Diário de S. Paulo

www.dcomercio.com.br


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TURISMO - 1

Veja mais imagens desta edição na nossa galeria de fotos virtual no site www.dcomercio.com.br/ galeria/boa viagem_index.htm

Médicos, naturistas, holísticos, fitness... Confira os melhores lugares para emagrecer, malhar, relaxar ou purificar a alma. Pág. 4 Adriana Moreira/AE

Fotos: Divulgação

Capital do inverno

Rachel Guedes/Divulgação

CAMPOS DO JORDÃO

SPAS BRASILEIROS: O RANKING DOS DEZ MAIS

Divulgação

A mais badalada cidade da Serra da Mantiqueira dispensa apresentações formais. Além do tradicional roteiro para chocólatras, da cervejaria Baden Baden e do famoso Festival de Inverno, a cada temporada o destino apresenta novas atrações – de eventos gastronômicos a espaços ecológicos. E garante, assim, seu título de queridinha dos paulistanos quando chega o frio. Págs. 2 e 3

Ponto de encontro dos turistas, o Baden Baden (no topo) fica sempre lotado. Mas há muito mais para fazer na cidade. Visite a fábrica de chocolate Araucária (acima, à esq.); aprecie música clássica num concerto do Festival de Inverno (à esq.); conheça o novo Espaço Ecologia Toyota (acima); ou prove o avestruz ao molho de pinhões do restaurante La Gália – um dos 24 que promovem o Roteiro Gastronômico


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ESPECIAL - 3

LOJAS CONSULTADAS

Lane Madeiras e Ferragens

Golden Glass Rua do Gasômetro, nº 166

Rua do Gasômetro, nº 206

Madeiras Pau-Brasil Rua do Gasômetro, nº 223

Pranchados e Cia Rua do Gasômetro, nº 81

Comercial de Madeiras José Motta Rua do Gasômetro, nºs 145/151

Cantina Gigio Rua do Gasômetro, nº 254 Marcelo Min/AFG

Um passeio pela Gasômetro: é pura madeira Apenas marceneiros circulavam pela rua até alguns anos atrás, mas a história da Gasômetro mudou: o comércio se expandiu, ficou sofisticado e ainda é referência nacional com seus produtos de madeira

M

aior metrópole da América do Sul, além de centro cultural e da vanguarda brasileira, São Paulo é uma cidade singular no Brasil. Principalmente em relação ao comércio. Relacionar de imediato uma rua a um negócio específico é um fenômeno típico da capital paulista. Quando o assunto é mobiliário e decoração, por exemplo, a rua do Gasômetro, no Brás, surge c o m o r e f er ê n c i a . S egundo os comerciantes da região, o local é conhecido como pólo madeireiro desde a década de 50. Hoje em dia, aproximadamente 80 lojas estão concentradas nos 800 metros de extensão da rua. Numa rápida caminhada entre um estabelecimento e outro é possível perceber a evolução dos produtos comercializados ao longo do tempo. Se há alguns anos apenas marceneiros circulavam por ali, atualmente a história é outra. É comum encontrar consumidores finais, arquitetos e decoradores pesquisando preços no Gasômetro da mesma forma que nas grandes lojas de materiais de construção. Isso porque, antigamente, a

rua comercializava apenas madeira bruta. Agora, carroschefes de vendas são produtos industrializados, pré-fabricados e até mesmo acabados. Portas, janelas e assoalhos de madeira ficam intercalados com sua própria matéria-prima nos locais de vendas. Em geral, o comércio do Gasômetro oferece uma vasta variedade de ferragens e acessórios como puxadores, dobradiças, corrediças e aramados. De a c o rd o c o m os lojistas, para atender à atual demanda, os estabelecimentos têm investido cada vez mais na variedade de itens, seguindo as tendências do mercado. De pai para filho Várias gerações acabam fazendo história na rua do Gasômetro. Uma das lojas mais antigas, localizada no número 206, pertence à família Lane desde 1954. Administrada atualmente pelos irmãos Milton, Gilson e Denise, a Madeiras Lane vai de vento em popa: cresceu e hoje já soma sete estabelecimentos espalhados pela cidade. Lá, o marceneiro encontra de tudo, desde acessórios para portas e gavetas até diferentes tipos de matérias-primas para a fabricação de móveis. O apo-

Embelezar o Brás, o sonho do comércio

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nome diz tudo: a rua da madeira no Brás se chama Gasômetro em virtude da instalação de um aparelho destes por volta de 1870 na região. Há registros da chegada de imigrantes nesta época, o que explica a nacionalidade italiana de alguns comerciantes que ali mantêm suas lojas até hoje. No começo do século XX surgiram algumas marcenarias no local, atraindo revendas para complementar a atividade. O tempo fez com que a rua ficasse conhecida como o principal pólo madeireiro da cidade. Com o passar dos anos o bairro foi se degradando. Apesar da visita ao Gasômetro ser quase que obrigatória quando o assunto é material para a fabricação de móveis sob medida, a visita ao local poderia ser mais agradável. É o que afirma o presidente da Associação Cultural de Revitalização do Brás, Vitor Manuel Andrade Braz. Proprietário da aconche-

gante Cantina do Gigio, único restaurante da rua, Braz explica que há um projeto de revitalização já pronto, assinado pelo arquiteto Paulo Bastos, de São Paulo: "A idéia é fazer com que a região ganhe uma nova vida, a começar pela rua do Gasômetro". Segundo ele, o projeto já foi aprovado pela administração municipal anterior e os recursos deveriam vir do empréstimo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID): "Não sei porque está demorando tanto. Já era para as obras terem começado no final do ano passado". O projeto tem como proposta eliminar a ilha presente ao longo da via e ampliar as calçadas para melhorar a circulação dos pedestres. A idéia é construir um estacionamento e um calçadão com área verde, bancos, lixeira e jardim. Toda a fiação e parte elétrica deverão ser subterrâneas. "Essa é a parte mais complicada e mais cara do projeto. É um dos motivos do atraso das obras", diz Braz.

Aqui o marceneiro encontra de tudo, de acessórios para portas e gavetas até diferentes tipos de matérias-primas para a fabricação de móveis

sentado espanhol Félix Fernandes, hoje com 77 anos, foi cliente da loja há muitos anos. O marceneiro chegou ao Brasil na década de 50, quando a Espanha enfrentava um momento político delicado com a ditadura de Francisco Franco. "Na Lane eu encontrava todo o material que precisava para inventar os meus produtos. Lembro-me perfeitamente como se fosse hoje", relembra Fernandes, que já não vive mais aqui: "Voltei para a Espanha, mas nunca me esqueci da cidade de São Paulo e de quando eu freqüentava a rua do Gasômetro". De acordo com Gilson, naquela época os marceneiros tinham poucas opções na cidade: "Era a época que podemos chamar de pré-shopping center. O Gasômetro era muito mais movimentado". Concorrência Sobreviver em meio a uma rua temática pode parecer difícil, já que todas as lojas comercializam os mesmos produtos. Mas não é o que ocorre na prática: "Muito pelo contrário.

Uma loja ajuda a outra", diz o irmão de Gilson, Milton Lane. "A oferta agregada aos vários tipos de madeiras comercializadas, além da comodidade de encontrar tudo na mesma rua, alavanca as vendas". Apesar disso, o mercado em 2006 está mais difícil do que no ano passado. "Por incrível que pareça, a Copa do Mundo prejudicou não apenas o nosso setor, mas o comércio como um todo. Para piorar, o grande número de feriados prolongados no meio de semana fez com que a clientela se afastasse das madeiras". Artesanato Outra loja bastante tradicional na rua do Gasômetro é a Madeiras José Motta. O estabelecimento existe desde 1967 e atualmente está sob os cuidados da segunda geração da família. "Essa era a paixão do meu pai", diz Mário José Motta. Junto com a irmã Márcia, ele trabalha há 36 anos no local: "As pessoas mais antigas da rua contam que em 1920 o Gasômetro já comercializava madeiras. Os operários viviam

numa travessa aqui perto e a maioria era imigrante. É uma região de muita história". Diferente da Madeiras Lane, a loja da família Motta é voltada para o consumidor que produz artesanatos. Lá o cliente encontra tábuas de diversos tipos e tamanhos com espessuras entre 1,0 cm até 29 cm: "Por isso a concorrência não atrapalha as vendas. Atendemos clientes diferentes. Tem mercado para todo mundo". Diferencial Se a concorrência é boa e mora ao lado, o jeito é tentar vencê-la com simpatia e criatividade. Nesses dois quesitos, a loja Pau Brasil sai na frente por meio de atendimento personalizado e muita conversa com o cliente. Filho de italianos, o proprietário do estabelecimento, Roberto Ferrero, é todo sorriso quando uma pessoa entra na loja: "Já ofereço logo um café ou um capuccino importado da Itália. Ninguém nunca tomou uma bebida tão gostosa". Segundo ele, na maioria das vezes um pequeno detalhe pode fazer toda a dife-

rença na hora de conquistar o cliente. Fundada em 1966 pelo pai de Ferrero, a Pau Brasil comemora 40 anos com muito sucesso: "Se meu avô, que chegou ao Brasil em 1890, fosse vivo, estaria muito orgulhoso por tudo que conquistamos até hoje". Antigamente a loja vendia apenas madeira bruta e tinha o marceneiro como principal cliente. Mas o mercado dinâmico fez com que o proprietário da Pau Brasil incluísse novos produtos à lista de itens comercializados: "Anos de experiência no ramo de madeira me ensinaram a não centralizar apenas um tipo de consumidor". Hoje a loja vende também produtos acabados, como portas, janelas, bancos e escadas. Apesar do leque de itens ter aumentado, o comerciante diz que o mercado madeireiro já foi muito melhor: "A situação geral do Brasil piorou. Não dá para lutar contra um País onde 1/3 do Produto Interno Bruto (PIB) é destinado aos impostos. Isso é um absurdo". (VR)

WValente/AFG

O projeto prevê a construção de estacionamento e um calçadão com área verde, bancos, lixeira e jardim

De acordo com ele, a decisão de revitalizar a rua foi tomada por 80% dos cerca de 100 comerciantes com lojas na rua do Gasômetro: "Cada lojista contribuiu com R$ 1500 para a contratação do arquiteto. O resto virá mesmo do BID, mas não temos previsões de quando concretizaremos este sonho".

Opiniões A loja Madeiras Lane, por exemplo, é a favor da revitalização da rua. O proprietário Gilson Lane diz que um local mais bonito e arborizado atrairá mais clientes: "Principalmente aqueles que vêm passear aos finais-de-semana. Com certeza o projeto ajudará

muito o nosso comércio". A Madeiras José Motta não acredita que a circulação de clientes aumentará com a obra proposta pela Associação Cultural de Revitalização do Brás. "Se eliminarem a ilha central, algumas árvores serão removidas. Não vejo muita vantagem para nós, comerciantes de

madeira", diz a proprietária Márcia do Carmo. Para o proprietário da loja Pau Brasil, Roberto Ferrero, "trabalhar em um local mais agradável servirá como incentivo para os lojistas do Gasômetro inovarem seus estabelecimentos com mais freqüência".


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O cheiro de árvore e o respeito à natureza

aroma agradável da madeira percorre os diversos ambientes da loja. Nos galpões de estoque é ainda mais presente. "Tantos anos trabalhando aqui e eu já nem sinto mais esse cheirinho bom do produto. Já me acostumei com ele", diz o proprietário da Madeiras Lane, Gilson Lane. As cheirosas lojas do Gasômetro procuram ser ecologicamente corretas, comercializando madeira certificada, com o selo verde do Conselho Brasileiro de Manejo Florestal (FSC) ou do Instituto Brasileiro

Fotos: WValente/AFG

do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Este selo não certifica somente a espécie da madeira, mas também a floresta de onde é extraída, a madeireira, a transportadora e o depósito onde ela será estocada. "Todas estas certificações buscam garantir ao usuário final que a madeira adquirida provém de uma extração sustentável", explica Lane. Também muito utilizada na fabricação de mobiliário, a madeira reflorestada é encontrada mais freqüentemente do que as

Gílson Lane e Roberto Ferrero

peças feitas em madeira certificada. As espécies mais comuns

são pinus, eucalipto e teca. Esse tipo de madeira geral-

mente é usado na forma de MDF (Medium Density Fiberboard), que pode ser traduzida como "Chapa de Fibras de Madeira de Média Densidade". Trata-se de um produto derivado da madeira, produzido a partir das suas fibras e aglutinadas por uma resina sintética. "É o produto que mais vendemos", afirma Gilson. Do outro lado da rua, um amigo concorrente explica a importância de trabalhar com madeiras ecologicamente corretas. Segundo o proprietário da loja Pau Brasil, Roberto Ferrero, "é obrigação do comércio mostrar

que a madeira foi submetida a todos os métodos governamentais e está legalizada". A sócia-proprietária da Madeiras José Motta, Márcia do Carmo, também se preocupa com a natureza: "Sou contra todo tipo de árvore que é derrubada sem planejamento para ser replantada". Todos os produtos da loja possuem certificado: "Aqui na rua, todos nós estamos conscientes sobre os problemas da Mata Atlântica brasileira. Sabemos de casos de árvores em extinção que ainda são derrubadas. Isso é um absurdo". (VR)

As lojas do Gasômetro procuram ser ecologicamente corretas e comercializam madeiras certificadas com o selo verde

Passarela de tábuas, espelhos e apaixonados Fotos: WVAlente/AFG

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pesar de ser consid e r a d a u m a ru a temática, o Gasômetro também vende outros produtos além da madeira. A Golden Glass, por exemplo, que comercializa vidros e espelhos, é mais antiga do que muito estabelecimento madeireiro da região. Localizada no número 166, a loja existe há 75 anos e é administrada pela terceira geração da família de imigrantes portugueses. "Meu tio avô, quando chegou ao Brasil, abriu logo o comércio, que gera bons frutos até hoje", diz Arnaldo Rodrigues Filho. Hoje em dia ele administra a loja junto com o pai e mais cinco funcionários: “As pessoas brincam bastante. Somos conhecidos como 'Arnaldo Pai' e 'Arnaldo Filho', já que temos o mesmo nome". Segundo ele, os consumidores da Golden Glass são marceneiros, vidraceiros e consumidores finais: "O produto que mais sai é mesmo o espelho". E ele é mesmo o destaque da loja. Em vários formatos, enfeitam o estabelecimento com desenhos geométricos. Querendo

A Cantina do Gigio, dos casais apaixonados, foi ampliada pelo dono, Vitor Braz (alto, à direita). Acima, o espelho de Arnaldo Filho, da Golden Glass

um espelho diferente, em forma triangular ou forma abstrata? Na tradicional loja do Gasômetro, tem: "Esse é o nosso diferencial". Quanto ao mercado, Arnaldo Filho afirma que este ano a situação piorou em razão da Copa do Mundo e aos diversos feriados de meio de semana: "Embora a rua tenha apenas lojas que vendem madeira, a nossa está conseguindo sobreviver. Os vidros e espelhos fazem parte dos móveis e os mar-

ceneiros acabam comprando tudo aqui. Nossa principal propaganda é o boca a boca. Por isso precisamos sempre oferecer bons produtos, para ter retorno". Romance A rua do Gasômetro, por incrível que pareça, também é para os apaixonados. Entre as lojas com pilhas e pilhas de madeiras, há um lugar aconchegante, no qual se pode tomar um bom vinho à luz de velas e dançar agarradinho,

como os namorados nas décadas passadas. Fundada em 1971 por filhos de imigrantes italianos, a Cantina do Gigio atrai outro tipo de público à região, caracterizada pela freqüência de marceneiros, arquitetos e decoradores. Aos finais de semana e até mesmo às quintas-feiras, quando há o jantar romântico, o Gasômetro ganha uma nova clientela, faminta e apaixonada. A produção artesanal de suas próprias massas e molhos

são os segredos de tantos anos, retratando fielmente o ambiente das cantinas italianas. O restaurante representa também uma das casas brasileiras que conta a história da imigração, com várias fotos antigas de São Paulo. O proprietário da cantina, Vitor Manuel Andrade Braz, diz que o estabelecimento retrata bem a miscigenação que se formou na Capital ao longo do tempo: "A casa é italiana, o cozinheiro é pernambucano, o

dono é português e o cantor das noites musicais é japonês". A mistura deu certo. A Cantina do Gigio acaba de ser ampliada. Ao novo espaço, Braz deu o nome de "O Lavrador", em homenagem a seu pai: "Ao todo contamos com 380 lugares à disposição do cliente de segunda a domingo". Para conferir os diferentes tipos de pratos servidos no único restaurante da rua do Gasômetro, acesse o site www.cantinadogigiobras.com.br. (VR)


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LOJAS CONSULTADAS

Bigmad Portas e Janelas Rua Alvarenga, nº 1279

Provimad - Portas, Esquadrias e Ferragens Rua Alvarenga, nº 1139

Crespcar Esquadrias Rua Alvarenga, nº 1263

MC Portas e Janelas Rua Alvarenga, nº 1104

Esquadrias Casa Nova Rua Alvarenga, nº 1158

Madecrespi Rua Alvarenga, nº 1151

Portas, janelas e pisos da Alvarenga e arredores Como a rua do Gasômetro, a Alvarenga e suas travessa, no Butantã, se especializaram no comércio de artigos de madeira. Ali tem de tudo e o cliente pode personalizar: é só escolher no catálogo e mandar fazer Fotos: Denise Adams/AFG

Ivone Crespi: “Percebi grandes oportunidades no mercado de portas e esquadrias”. Nilma Pescuma: "O cliente pode escolher no catálogo, que mandamos fazer".

oportunidades no mercado de portas e esquadrias. Há dois anos, montei duas lojas, que futuramente serão administradas pelos meus filhos". Com olhos voltados para o futuro, Ivone vai gerenciando as lojas Crespcar Esquadrias, que comercializam portas, janelas, fechaduras e dobradiças. Assim como a gerente da loja Provimad, ela acredita que a moda do mercado seja mesmo a porta camarão. A mais

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rua do Gasômetro é a mais antiga em matéria de comércio de madeira, mas há outras boas opções em São Paulo para quem deseja comprar portas e janelas para construir ou reformar a casa. No extremo oeste da Capital, ao pé da rodovia Raposo Tavares, fica a rua Alvarenga, no bairro do Butantã. Próximo de endereços especializados em objetos de demolição, como cruzetas, dormentes, portas e janelas antigas, há dezenas de lojas que comercializam esquadrias e portas novas. Não faltam modelos nem tipos de madeira até para os mais exigentes. Os negócios na Alvarenga vão bem, mas já foram melhores, segundo a gerente da loja Provimad, Nilma Pescuma de Ávila, que atua no segmento há seis anos. Aberto há apenas dois meses, o

estabelecimento tenta copiar a fórmula de sucesso dos mais tradicionais, oferecendo produtos exclusivos criados pelos marceneiros da loja: "O cliente pode escolher no catálogo, que mandamos fazer". Para Nilma, o diferencial de qualquer mercado de rua temática é o atendimento: "Ninguém faz milagre vendendo portas e janelas muito abaixo do preço. Então, o fator decisivo são mesmo os pequenos detalhes".

A concorrência na rua Alvarenga é boa, principalmente para uma loja que está começando como a Provimad. Os clientes que freqüentam a região entram nas lojas mais conhecidas, mas sempre acabam dando uma passadinha na loja de Nilma para pesquisar preços: "Ganhamos a clientela assim". Na Provimad, é possível encontrar portas de R$ 35 a R$ 207. O modelo que mais sai atualmente é o chamado "camarão", uma espécie de

porta articulada que ocupa menos espaço e é fabricada com ricos detalhes: "As portas são lindas e super práticas. Quase não ocupam lugar. Trabalhamos sempre com madeiras certificadas e reflorestadas”. Experiência Há 32 anos a comerciante Ivone Crespi mantém um centro automotivo na rua Alvarenga. Mas o que isso tem a ver com as madeiras? Ela explica: "Tantos anos vivendo por aqui e eu fui percebendo grandes

em conta desse tipo que Ivone tem na loja custa R$ 89: "O cliente precisa entender que escolher madeira é como escolher um médico: é preciso confiar no produto". A fama da rua Alvarenga praticamente trouxe outro setor para a região - o de pisos, assoalhos e escadas de madeira -, estabelecido na rua Camargo. Afinal, quem escolhe portas e janelas, acaba pensando automaticamente no acabamento do piso. (VR)


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LOJAS CONSULTADAS

Icem Comércio e Exportação de Madeiras Rua Paes Leme, nº 364/366

EURO Materiais p/ Construção e Ferragens Rua Paes Leme, nº 86 Paraná Couros e Ferragens Rua Paes Leme, nº 74

Maderagem Madeiras e Ferragens Rua Paes Leme, nº 340

Ferragens Floresta Rua Paes Leme, nº 455

Madeiras Pinheiro Rua Paes Leme, nº 136

Uma fileira de lojas especializadas em bom gosto Ferragens, puxadores e lâminas de madeira, usadas para revestir e dar o toque final ao móvel: tudo se concentra na Paes Leme, perto do largo Pinheiros. “Trabalhamos com a felicidade”, diz um comerciante

Marcelo Min/AFG

Na Paes Leme, concentração de ferragens, puxadores e lâminas de madeira, usadas para revestir e dar o toque final aos móveis. Pino Ceresa é diretor da Icem, exportadora de madeira; e Paulo Lima, da Madeiragem, trabalha com a felicidade

C

om acesso pela Marginal Pinheiros, a rua Paes Leme é outro reduto imperdível para quem está à procura de madeira. Ali, a poucos metros do largo de Pinheiros, em meio ao trânsito caótico, há uma fileira de lojas especializadas em ferragens, puxadores e lâminas de madeira, usadas para revestir e dar aquele toque final ao móvel de casa ou do escritório. Uma boa dica é parar o carro em um dos estacionamentos da região e percorrer a rua com calma, anotando modelos, preços e os nomes dos estabelecimentos, que ocupam os dois lados da rua. Logo no começo da Paes Leme, do lado esquerdo, há uma loja especializada em lâminas, radi-

cas e pré-compostos de madeiras. Há 43 anos no mercado, a Icem Comércio e Exportação de Madeiras trabalha com produtos nacionais e importados para um público específico de marceneiros, arquitetos, decoradores e lojistas do Brasil todo, que buscam na empresa a sofisticação de mais de 80 espécies de madeiras encontradas em todos os continentes. Uma das principais características da Icem, assim como as demais lojas especializadas do Gasômetro e da rua Alvarenga, é a tradição familiar. Com descendência italiana, a empresa passa de geração para geração não apenas na propriedade, mas também entre os funcionários. "Meu avô e meu pai trabalharam aqui. Hoje, eu cuido de toda a parte administrativa", conta a jovem Ana Paula Martins, que traba-

lha no setor desde os 15 anos. Para quem deseja criar móveis exclusivos, a loja da rua Paes Leme é um prato cheio de novidades e bom gosto. As lâminas de madeira dão o toque final para construir peças exclusivas. A radica, por exemplo, é uma espécie de raiz, e pode ter detalhes variados, dependendo do tipo de árvore que é extraída.

Segundo o diretor de marketing e vendas da Icem, Pino Ceresa, tantos anos no mercado transformaram a empresa em ponto de referência quando o assunto é lâmina de madeira: "Nossa diferenciação está na origem: além de revendedores, somos produtores. Isso nos possibilitou desenvolver tecnologias exclusivas de produção".

Além de comercializar seus produtos em todo o Brasil, a Icem exporta para países da América do Sul, América do Norte e Europa. "Infelizmente os negócios não vão muito bem porque a política monetária brasileira prejudica todos os setores da economia. Além disso, o dólar baixo não nos favorece", explica Ceresa. Variedades Procurando um rodapé diferente para d a r a q u e l e a c a b amento especial na sua obra? Na Madeiragem, tem. Há vinte anos o comerciante Paulo César Lima cuida da loja na Paes Leme, e garante que o mercado é bom. Além de rodapés, o estabelecimento vende ferragens, portas, janelas, e peças de restauração em madeira. Lima conta que o lugar começou a se tornar conhecido como a rua da madeira e das

ferragens há dez anos: "Antes, quase não tinha loja por aqui". Segundo ele, a partir da expansão do mercado na Paes leme, os negócios melhoraram: "A concorrência ajuda a atrair cliente. Quem entra em uma loja, acaba entrando em todas. O estabelecimento que atender melhor, sai na frente dos outros". A Madeiragem atende principalmente profissionais de arquitetura e consumidores finais, que costumam freqüentar a Paes Leme aos sábados. Segundo Lima, trata-se de um tipo de consumo diferenciado: "São pessoas cautelosas, que levam dois ou três meses pesquisando preços e produtos. Precisamos ter tranqüilidade neste tipo de comércio". Segundo ele, comercializar produtos para a casa das pessoas é maravilhoso, porque lida com um momento especial: "Trabalhamos com a felicidade do consumidor, participamos deste momento especial. Ele acaba compartilhando toda a alegria dele com o lojista. Isso é maravilhoso". (VR)


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ESPECIAL - 7

LOJAS CONSULTADAS

Ilustre - Decoração Personalizada Rua Teodoro Sampaio, 1548/1572/1633/1838 Plenitude Design Rua Teodoro Sampaio, 1768/1774 Allegrini Rua Teodoro Sampaio, 1366 Casa & Móvel Rua Teodoro Sampaio, 1400/24

Dunélli Móveis Rua Teodoro Sampaio, 1829 Companhia das Camas Rua Teodoro Sampaio, 1749 Gramado Móveis Rua Teodoro Sampaio, 1679 Estúdio Finest / Dress Rua Teodoro Sampaio, 1455/1666/1805

Caminhar pela Teodoro, para deixar a casa em dia Em seis quarteirões, uma fileira de lojas de móveis na rua Teodoro Sampaio, em Pinheiros, naquela parte abaixo da avenida Henrique Schaumann. Na parte de cima, outro cenário: instrumentos musicais Fotos: Marcelo Min/AFG

Móveis para todos os ambientes, modernos ou coloniais, infantis, sofás modulados, qualquer item de decoração? Pode procurar naqueles seis quarteirões da Teodoro Sampaio

Maristela Orlowski

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obiliar e decorar a casa não é tarefa fácil, principalmente porque demanda tempo, disposição e dinheiro. Mas quem não quer perder dias ou até semanas indo aqui e ali pela cidade atrás de bons produtos e ofertas, tem a opção de ir somente a um lugar e encontrar tudo para a casa toda. Na Teodoro Sampaio, a principal do comércio da região de Pinheiros, Zona Oeste da Capital, é possível garimpar, além de instrumentos musicais, móveis e objetos de decoração de todos os estilos, do clássico ao moderno, para todos os ambientes. Basta colocar um sapato confortável e ter disposição para percorrer os seis quarteirões repletos de lojas entre a rua Fradique Coutinho e a avenida Henrique Schaumann. A tradicional rua especializada em móveis e instrumentos musicais - que recebe o nome do engenheiro baiano que participou da criação da Escola Politécnica, em 1893, e do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, em 1894 tornou-se o pólo de comércio de móveis da cidade a partir de 1960. Desde então vem se firmando como um ponto importante do comércio paulistano e muitos comerciantes com estabelecimentos em shoppings centers procuram abrir outras lojas também na Teodoro Sampaio. A Di Franelli, por exemplo,

que vende produtos de linha colonial, veio de Santo André, região metropolitana de São Paulo, para o centro comercial de Pinheiros há três meses. Segundo a gerente da loja, Conceição Braz de Souza Batista, as vendas ainda estão lentas, mas agora, com o fim dos episódios de atentados da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) e da Copa do Mundo, pode ser que as coisas melhorem: "O povo está meio receoso. Não deveria ser assim, já que a moeda está estável". A Dunélli Móveis está há trinta anos na Teodoro Sampaio. De acordo com a sócia-proprietária da loja, Fernanda Der Hagobian, outras quatro lojas estão espalhadas pela cidade, mas as da Teodoro e a da avenida Rebouças, região dos Jar-

dins, são as mais movimentadas. Por estar em rua especializada, onde a concorrência é grande, Fernanda acredita que também precisa oferecer produtos diferenciados: "Nosso forte são móveis voltados para ambientes menores, como apartamentos. Temos de tudo, mas os campeões de vendas são os estofados modulares e articulados, adequados a qualquer espaço". A empresária comenta também a fama que a Teodoro Sampaio tem de oferecer os melhores preços: "Até meus próprios clientes das outras lojas fazem questão de vir aqui verificar o preço dos produtos. Isso sempre ocorre,

embora nossos preços sejam iguais em todas as lojas". Para Fernanda, o movimento e as vendas melhoraram nos dias posteriores à saída do Brasil da Copa: "O ano de 2006 começou bem, depois veio a Copa, que atrapalhou o movimento, mas agora parece que os clientes já esqueceram o futebol. As férias estão aí e a circulação já está aumentando". Negócios O vaivém de pessoas à procura de móveis e outros produtos na Teodoro Sampaio possui uma característica peculiar segundo os lojistas da região. Durante a semana a circulação é inconstante - com picos na hora do almoço e no final da tarde. Aos sábados há muita visitação para cotação de preços. No entanto, aos domingos é que há maior circulação, é quando os negócios realmente são fechados. "A falta de tempo dos clientes é responsável por isso. Domingo é o dia em que eles saem sem compromisso com horário", comenta a proprietária da Dunélli Móveis. O segundo semestre do ano, geralmente, é o período mais propício para os negócios, conforme ressaltam os comerciantes locais. Segundo a gerente da Gramado Móveis (especializada no estilo colonial europeu), Noêmia Soares, do segundo para o primeiro semestre, em média, registra-se um aumento de até 20% das vendas: "Setembro, outubro e novembro são os melhores meses", afirma a gerente, que ressalta o aumento das vendas de produtos rústicos para São Paulo: "Antigamente, de cada 20 vendas, somente uma era para São Paulo, pois existia a idéia de que móveis coloniais eram para o campo e não para a cidade. Hoje isso não ocorre, pois há liberdade de misturar estilos em casa".

Uma vitrina de móveis modernos e confortáveis

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inhas modernas e sofisticadas, clássicas e requintadas, peças com design arrojado, funcional e clean. São inúmeras as opções de móveis e produtos de decoração para salas, quartos, cozinhas e lavanderias. Seja qual for o estilo, na Teodoro terá algo correspondente. E melhor: com preços mais atraentes que os praticados nas passarelas da decoração paulistana. O diretor do Estúdio Finest, Eduardo Hadid, diz seguir as tendências das feiras de Milão e Colônia: "Nossa linha é diferenciada, minimalista, contemporânea. Utilizamos uma linguagem mais nova, que segue tendências européias e de Nova York". O cliente jovem e descolado vai encontrar peças coloridas e irreverentes, com materiais diferenciados, em qualquer um dos três estabelecimentos do Estúdio Finest na Teodoro Sampaio. Há mais de 35 modelos de estofados com design diferenciado. O modelo Presley de sala de estar, por exemplo, faz o cliente retornar aos anos 60, com seu revestimento de couro branco e suas almofadas de lantejoulas brancas, pretas e prateadas: "Na verdade, as pessoas estão redescobrindo o estilo contemporâneo, que existe desde 1920. Nosso público geralmente é formado por jovens até 45 anos e formadores de opinião", completa Hadid. Mexe-mexe Quem procura conforto e praticidade na hora de assistir aos programas e filmes favori-

tos pode encontrar poltronas e estofados que reclinam, giram e balançam. De acordo com o gerente da Plenitude Design fabricante de estofados reclináveis com mecanismos importados dos Estados Unidos , Silvio Júlio Barros, as pessoas estão procurando muito esse tipo de produto para colocá-lo em salas de home theater: "Eles podem ser colocados mesmo em 'apertamentos', pois medem 1,70 metro total-

mente abertos, já contando com afastamento de 10 centímetros da parede", diz o gerente, que revela alta nas vendas durante a Copa. Pessoas que possuem dificuldades para se levantar ou deitar ou mesmo aquelas que não querem fazer muito esforço podem contar com modelos com controle remoto e que fazem todos os movimentos de subida e descida: "Esse tipo de produto é um sonho de consumo para muita gente". Pequenos As mamães de plantão podem decorar o quarto inteiro

do bebê com móveis e produtos da Teodoro Sampaio. Na Allegrini, por exemplo, conforme conta a supervisora Márcia Regina Moura Pontes, é possível encontrar desde papel de parede, quadros, até kits de berços, guarda-roupas, camas de babá e poltronas de amamentação. Segundo ela, ao contrário das outras lojas, o mês que registra o maior número de vendas é janeiro: "Vendemos até o dobro de dezembro". Um quarto completo, com cama de babá e decoração, pode variar entre R$ 3 mil e R$ 8 mil: "Temos produtos para todo o tipo de público". Planejamento Nada melhor do que ter uma cozinha bonita, planejada, num ambiente clean e moderno, em que todos os espaços são aproveitados da melhor forma possível. Na Teodoro Sampaio, marcas famosas como DellAno e Todeschini estão perto de produtos mais em conta, mas que não deixam a qualidade de lado. Segundo a gerente da Favorita, Juliana Augusta de Almeida, um projeto de uma cozinha com qualidade, porém com acessórios mais simples, pode custar até 15% mais barato. Para encontrar as melhores ofertas é preciso pesquisar. E isso é fácil para quem não dispensa fazer compras na famosa rua de Pinheiros. O fisioterapeuta Antônio Carlos Borges assegura a fama da Teodoro: "Não troco a Teodoro por outro lugar. Já mobiliei dois apartamentos com os móveis daqui". (MO)


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8 -.ESPECIAL

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LOJAS CONSULTADAS

Clarité Rua da Consolação, 2219 Lumin.com Rua da Consolação,1938 Libanori Lustres Rua da Consolação, 2204/2130 Lustres Yamamura Rua da Consolação, 2004/2064

Shopping dos Lustres Rua da Consolação, 1964/1970 Model Lux Rua da Consolação, 2265 Lustres Igapó Rua da Consolação, 1906/1908 Iluminação Kadoro Rua da Consolação, 2037

Tempo vai, tempo vem, e a Consolação é um brilho só A rua da iluminação tem bons e maus momentos nas suas vendas. Depois do apagão, por exemplo, muitas lojas fecharam as portas. Mas nem isso tirou da Consolação o título de “corredor da luz” WValente/AFG

Maristela Orlowski

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rilhos, sombras e contrastes. Para dar um toque especial aos cômodos de sua residência e criar uma atmosfera diferenciada, basta usar e abusar da luz - um dos principais elementos de decoração. Seja com o auxílio de arquitetos e decoradores ou com inspiração e coragem, quem está planejando elaborar um projeto de iluminação para sua obra ou mesmo quem somente deseja trocar o antigo lustre da sala ou o abajur do quarto por algo mais requintado e moderno, pode encontrar uma ampla variedade de produtos e serviços em uma única rua de São Paulo: a Consolação. Travessa da avenida Paulista, a rua já é consagrada como o "corredor da luz". Conforme conta o proprietário da Libanori Lustres (desde 1959 na Consolação), Pedro Sérgio Libanori, as primeiras lojas especializadas em lustres começaram a surgir a partir da década de 50: "Naquela época a via ainda era estreita e quase não havia movimento. Movimento mesmo só tinha quando passava o bonde", lembra o lojista com nostalgia. Hoje, ampliada e com movimentação intensa de automóveis, ônibus e pessoas, a Consolação conta com mais de trinta lojas especializadas em lustres, luminárias, lâmpadas e materiais elétricos - um verdadeiro shopping de iluminação a céu aberto. A fama da rua não se restringe à cidade de São Paulo. Segundo lojistas da região, pessoas de todos os cantos do Brasil, de Norte a Sul, vêm para a Consolação em busca de novidades e preços mais acessíveis. A corretora de imóveis Ana Carolina de Oliveira revela que comprou todos os lustres e arandelas de sua casa na Consolação: "Venho aqui porque sempre encontro o que procuro e com o melhor preço. Sem falar que a variedade é imensa". O proprietário da Kadoro Iluminação (ou Shopping da Iluminação), Isidoro Krasilcic, revela que 60% de suas vendas são feitas para pessoas de outras regiões, como o Interior do Estado, Mato Grosso do Sul, Bahia, Rondônia, Acre e até Bolívia. Diferencial Como a concorrência mora ao lado, cada estabelecimento tenta se diferenciar em algum aspecto, seja pela oferta de produtos exclusivos, pelo atendimento especial ou pelo baixo preço. "O segredo é trabalhar de forma diferenciada para tornar o cliente fiel à loja", diz o gerente da Model Lux, Wander Santos: "Fazemos projetos, mostramos e explicamos as peças, auxiliamos nas instalações e indicamos eletricistas. Se necessário, até adaptamos peças para atender às necessidades do consumidor". Quem não tem o auxílio de um arquiteto ou decorador pode

WValente/AFG

Marcelo Min/AFG

Marcelo Min/AFG

A rua da Consolação mantém o fascínio das luzes. Acima, Sandra Metri, da Lustres Igapó; Isidoro Krasilcic, da Kadoro; e Márcia Fernandes, da Lumin.com

contar com a ajuda de decoradores e projetistas das lojas. Segundo o proprietário do Shopping dos Lustres, Sidney Victoratte, este é o diferencial de sua loja: "Vamos até a casa do cliente e fazemos o projeto sem compromisso. Desse modo conquistamos a fidelidade da clientela". A família do empresário trabalha no ramo desde 1929; seus avós, italianos lapidadores de peças de cristal, começaram a montar lustres e abriram a primeira loja no bairro do Belenzinho, Zona Leste da cidade: "A loja veio para a Consolação em 1950. Hoje, eu, minha esposa e meus três filhos estamos à frente da empresa".

Vendas De acordo com o gerente da Model Lux - loja há dez anos na Consolação -, o comércio ali já foi melhor: “Antes do apagão, que ocorreu em 2001, havia maior número de lojas na região. As vendas caíram muito, e só quem tinha capital agüentou a crise". Santos conta também que a solução foi se adequar ao mercado. A clientela com perfil elitizado, interessada em adquirir luminárias de alto padrão e de custo mais elevado, deu lugar a pessoas simples, arquitetos e executivos, que procuram preços mais baixos e atraentes: "Hoje há produtos a partir de R$ 10".

Atualmente, segundo os comerciantes locais, o mercado aqueceu um pouco. Para o proprietário da Libanori Lustres, houve uma melhora nas vendas neste ano, mas ainda não está como deveria: "A Copa do Mundo atrapalhou um pouco". Libanori, que já passou por várias crises brasileiras em seus 47 anos de experiência, revela um crescimento de 15% dos negócios deste ano em relação ao mesmo período de 2005: “A moeda está mais estável, o dólar abaixou e isso dá mais confiança ao cliente para gastar e parcelar a dívida". Ofertas Para atrair o público, as lojas apostam também nas promo-

ções. "Sempre damos um jeito de negociar", conta Victoratte, do Shopping dos Lustres. Isidoro Krasilcic, da Kadoro, está promovendo um festival de descontos. Mas o motivo é outro. O empresário, no ramo de móveis e decoração há mais de trinta anos, pretende se aposentar. Krasilcic entrou para o segmento de iluminação no início da década de 90, quando construiu um pequeno shopping vertical com 24 lojas no lugar da antiga loja de móveis. "Depois de um tempo meus inquilinos foram saindo e abrindo seus próprios negócios. No fim, transformei o prédio todo em uma só loja, com um leque

variado de produtos. Pretendo sair do mercado até o final do ano, pois preciso de mais tempo para mim. Até lá, vou fazer muitas promoções para acabar com boa parte do estoque”. Todos os estilos Basta ter um pouco de paciência e disposição para percorrer a rua e vislumbrar a grande oferta de produtos, que atende a diferentes estilos e cabe em todos os bolsos. Do medieval ao contemporâneo, do clássico ao complexo, do papel à cerâmica, da madeira ao Swarovski. Pense no que for. Quando se trata de abajures, luminárias, lustres, spots, embutidos, colunas, arandelas e alabastros, a riqueza de estilos, formatos e cores surpreendem quem caminha pelos corredores das lojas da Consolação. Para quem gosta de peças de época pode conferir o acervo da Lustres Igapó, há 38 anos no mercado. Segundo a gerente Sandra Metri, a loja fabrica, reproduz e restaura peças de época, clássicas, como Versalhes, Art-Noveau e ArtDéco, por exemplo: "Trabalhamos com bronze e cristais de rocha, tchecos, austríacos, egípcios e franceses. Também trabalhamos com móveis clássicos. Antes, importávamos móveis do Egito. Agora, estamos dando início à fabricação própria". Clean A proprietária da Lumin.com, Márcia Fernandes, escolheu destacar em sua loja produtos naturais, ecológica e politicamente corretos: "Temos uma proposta clean. Fazemos peças em 100 padrões de fibra natural, que vai desde bananeira, cebola, cana, até sisal, madeira e espada de São Jorge. Também trabalhamos com papel reciclado e tecido". Márcia conta que 60% do seu público moram sozinhos. Por isso, fabrica peças fáceis de manusear. Segundo a proprietária da loja, a novidade exclusiva demorou um ano e meio para ser elaborada e seis meses para ser montada: uma peça que pode ter seu revestimento trocado de forma simples e rápida, a qualquer momento, sem mexer na estrutura ou tirar do lugar: "O objetivo é fornecer um produto que dure muito tempo e que não enjoe o cliente, que pode escolher quantos revestimentos quiser. Como fabricamos todo o material, repassamos a economia de custos aos clientes, que saem ganhando com produtos mais em conta". Megastore Na Yamamura Lustres, uma megastore que oferece 2.300 metros quadrados de showroom, é possível encontrar um portfólio com mais de 18 mil itens. O mix de produtos inclui luminárias, lustres, pendentes, arandelas, abajures, spots e plafons, além de ventiladores, lâmpadas e materiais elétricos. Divididos por sessões, lá se pode encontrar produtos de cristal, cerâmica, bambu e metal, nacionais e importados, tanto para áreas internas quanto externas. É lá também que se encontra um dos lustres de cristais importados mais caros da Consolação. Formado por 7.500 pedras de cristal, a peça tem altura de 3,50 metros, pesa 150 quilos e custa R$ 69 mil.


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Empresas Nacional Tr i b u t o s Finanças

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DOMÉSTICOS COM DIREITO AO SEGURO-DESEMPREGO

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bilhões de reais a mais do que o previsto é quanto os fiscais federais devem arrecadar neste ano

REAJUSTE DOS AUDITORES FISCAIS DEPENDE DE QUANTO VAI ENTRAR PARA OS COFRES DA UNIÃO

FISCAIS OBRIGADOS A ENGORDAR LEÃO Governo prepara pacote de bondades para domésticos

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governo prepara um pequeno pacote de benefícios para os empregados domésticos, para compensá-los pelo veto que imporá ao recolhimento obrigatório do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) pelos empregadores e à multa de 40% em caso de demissão sem justa causa. A idéia é propor que a categoria passe a ter direito ao seguro-desemprego, além de férias de 30 dias corridos e não mais de 20 dias úteis, como é hoje. Os patrões também não poderão mais descontar do salário os gastos com alimentação, higiene, vestuário e moradia do trabalhador doméstico. Esses benefícios deverão ser propostos por meio de um projeto de lei, a ser anunciado até o dia 20, junto com os vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à chamada MP das Domésticas. Essa MP, cujo objetivo original era apenas permitir que os patrões descontassem de seu Imposto de Renda (IR) parte da contribuição previ-

denciária recolhida para o empregado doméstico, recebeu vários acréscimos no Congresso Nacional. Entre eles, estão as novas regras do FGTS e a ampliação das férias. O presidente Lula tem duas opções. Ou ele veta todos os acréscimos e manda para o Congresso um projeto de lei criando os novos direitos dos empregados ou veta parte deles – como os dispositivos do FGTS – e preserva os outros benefícios. A diferença é que, com o projeto de lei, os novos direitos demorarão a entrar em vigor. Eles precisarão ser aprovados na Câmara e no Senado. Com o veto parcial, alguns novos direitos começarão a valer de imediato. Mas, como o acesso dos domésticos ao seguro-desemprego não consta do texto aprovado da MP, qualquer que seja a escolha de Lula, esse novo direito terá de ser proposto ao Congresso por meio de projeto de lei. Outro ponto que ainda não está decidido é se, após vetar a obrigatoriedade de se reco-

lher o FGTS de 8%, o governo proporá o pagamento de uma alíquota menor para os empregados domésticos. Alguns técnicos defendem que não existe qualquer contribuição obrigatória. Outros acreditam que a contribuição ao FGTS deve começar em torno de 2% para, ao longo de um determinado período, chegar a 8%. Há ainda uma terceira corrente que defende 4% de contribuição ao FGTS para os empregados domésticos. Já há consenso, porém, de que não se exigirá dos empregadores o pagamento da multa de 40% sobre o saldo do FGTS, em caso de demissão sem justa causa. Esse ponto foi o mais criticado no texto da MP das Domésticas aprovado pelo Congresso. O elevado custo da indenização levou os técnicos a avaliarem que a regra inibiria a contratação formal de empregados. Para o presidente Lula, o Congresso deu às donas de casa obrigações semelhantes às de empresas multinacionais. (AE)

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pal. E, à medida que atuarem fim da greve dos concretizar ou não", diz. A vinculação de salário à ar- mais satisfeitos, vão arrecaauditores fiscais da Receita Federal po- recadação passou a ser usada, dar mais", disse o vereador Ride significar mais também, para os fiscais muni- cardo Montoro, líder da banum cerco aos contribuintes. A cipais. Em janeiro deste ano, o cada do PSDB na Câmara Mucategoria conseguiu um reajus- prefeito de São Paulo, Gilber- nicipal de São Paulo. Pela lei, a chamada Gratifite de 34% nas gratificações. to Kassab (PFL), sancionou a Uma delas, porém, está vincu- Lei n° 14.133/06, que trata da cação de Produtividade Fiscal l a d a à m e t a d e a r re c a d a r modernização da administra- dependerá do cargo e do cumprimento das metas do R$ 4 bilhões mais do Leonardo Rodrigues/Hype Programa de Moderque o previsto. "Esperanização da Adminismos aumentar a arrecatração Tributária. A ledação por efeito de gislação estabelece combate à sonegação", ainda que essas metas explica o presidente do serão definidas pelo Sindicato dos AuditoSecretário de Finanças res Fiscais da Receita da capital e que o valor Federal (Unafisco Nada meta mínima de arcional), Carlos André recadação será corresSoares Nogueira. pondente à previsão Há anos, a Gratificade arrecadação para o ção de Incremento da respectivo período. Fiscalização e da ArreNa esfera estadual, a cadação (Gifa) recebivinculação de salário da pelos auditores é dos agentes fiscais com vinculada a metas de metas de arrecadação mais tributos para os existe desde 1990. Secofres da União. Para gundo a Secretaria da 2006, a gratificação seFazenda do Estado de ria correspondente a São Paulo (Sefaz), esse 45% da remuneração sistema foi instituído básica (sem gratificacom o objetivo de motições) dos auditores, se fosse atingida a meta Nogueira, do Unafisco: foco no combate à sonegação var os fiscais a buscarem níveis de produtividade de R$ 358 bilhões. Com a aprovação da Medida ção tributária e prevê abonos cada vez mais altos e, com isso, Provisória n° 302 – que levou salariais mensais aos audito- elevar ao máximo as receitas paos auditores a encerrar a greve res fiscais do município, con- ra o estado. Cada trabalho fiscal iniciada em maio – a Gifa será forme a meta de arrecadação realizado recebe uma pontuade 95%, desde que seja atingi- atingida. Chamada de Super- ção que se converte em cotas, da a marca de R$ 362 bilhões Receita municipal, a aprova- cujo limite é de 2,7 mil por mês. em arrecadação para a União, ção da nova legislação foi con- Com isso, e dependendo do um montante considerado al- siderada uma vitória pelo go- cargo, a remuneração do agente to para o presidente do Una- verno. "Isso porque a catego- fiscal municipal pode variar fisco Nacional. "Assim, não ria é responsável direta pelo entre R$ 8,5 mil e R$ 14,8 mil. sabemos se o reajuste vai se incremento da receita municiLaura Ignacio


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Tr i b u t o s Empresas Nacional Imóveis

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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POR DIA SÃO PRODUZIDAS 9,6 TONELADAS DE FILÉS

A Anatel deverá aprovar hoje a redução de 2,7% nas tarifas de telefonema interurbano.

Milton Mansilha/LUZ

PESCADO DE CARA NOVA NA CEAGESP Entreposto moderniza setor de pescados, que terá horário de atendimento ampliado

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Entre 1998 e 2005, vendas de pescados na Ceagesp tiveram queda de 40%

EMPREGO O nível de emprego na indústria paulista cresceu 0,1% em junho, de acordo com o Ciesp.

VARIG: AINDA SEM CONSENSO

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reunião da direção da Varig com os credores da companhia terminou sem um consenso sobre a alteração do plano de recuperação da empresa a partir da proposta de compra feita pela exsubsidiária VarigLog. Um A TÉ LOGO

Ó RBITA novo encontro está marcado para as 14 horas de hoje. Segundo o advogado do consórcio Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), Otávio Neves, que participou da reunião, o encontro hoje será com os credores divididos por classes. Ele disse que os trabalhadores que representam a classe, um de credores, serão os primeiros a ouvir as

ISENÇÃO O governo do Paraná isentou de ICMS a venda de carnes para outros Estados.

explicações da diretoria da Varig sobre o plano. Neves afirmou que as modificações mudam toda a concepção do plano original. "Basicamente, acaba com o FIP Controle e mantém o controle da Varig antiga na Fundação Ruben Berta", disse, referindo-se ao Fundo de Investimentos e Participações, aprovado em assembléia. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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EUA tiveram superávit orçamentário de US$ 20,47 bilhões em junho

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Amorim e Mandelson discutem em Londres rodada da OMC

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OCDE reduz o risco de crédito do Brasil ao menor nível em 7 anos

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Vendas de micros e pequenas empresas de SP cresceram 7,1% em maio

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Fabricantes de relógios querem maior combate ao contrabando

Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) inicia ainda neste ano a modernização de seu setor de pescados com investimento próprio de R$ 375 mil. A Secretaria Especial da Pesca da Presidência da República (Seap) entra com R$ 1,5 milhão em recursos. O início da primeira das quatro etapas de obras do maior entreposto de pescados da América Latina foi oficializado ontem, durante a assinatura de um convênio entre o ministro da pesca, Altemar Gregolin, e o presidente da Ceagesp, Francisco Cajueiro. O setor de pescados da Ceagesp reúne 60 empresas e comercializa, em média, 200 toneladas por dia de produtos. Em três anos, espera-se que o setor abrigue 102 pontos de venda e movimente 734 toneladas diárias. A SEAP deve arcar com 50% do custo total do projeto, orçado em R$ 11 milhões. "A reforma possibilitará a melhoria da qualidade do pescado, redução de preços e mais acesso da população aos produtos", disse o ministro. De acordo com o presidente da Ceagesp, a primeira etapa das obras deve terminar no prazo de um ano. A proposta é que o novo espaço tenha o horário de funcionamento ampliado para atender a outros se-

Milton Mansilha/LUZ

Convênio foi assinado ontem

tores do mercado. Hoje, a venda no atacado de pescados é realizada das 2 às 6 horas. Modernização – As principais mudanças que a modernização trará ao entreposto de pescados são a melhoria da higiene, o atendimento às normas higiênico-sanitárias e ampliação do volume de comercialização, com a construção de três novos setores. O setor de inspeção primária – formado por duas esteiras, dois separadores de gelo, dois túneis de lavagem e uma higienizadora de caixas – terá capacidade de inspecionar até 10 toneladas de pescado por hora. O centro de filetagem, com 16 bancadas, produzirá 9,6 toneladas de filés de pescados por dia. Anexo a esses setores, será ins-

talada uma fábrica de gelo que, inicialmente, produzirá 40 toneladas por dia, com perspectiva de atingir 300 toneladas no término da quarta etapa de obras. Atualmente, 75% do pescados são comercializados frescos e precisam de gelo. Consumo – A modernização do setor de pescados também visa a aumentar o consumo anual do produto no País, que hoje é de 8 quilos por habitante, bem abaixo da média mundial, que é de 15 quilos por habitante ao ano. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o consumo mínimo de 12 quilos de pescados per capita anualmente. Esses números refletem a queda de quase 40% no comércio de pescados na Ceagesp entre 1998 e 2005. Nesse período, as vendas caíram de 67,15 mil para 40,93 mil toneladas por ano. "O Brasil tem potencial para produzir 10 milhões de toneladas por ano, ante a produção atual de 1 milhão de toneladas", afirmou o ministro. Para o presidente da Associação dos Atacadistas do Setor de Pescados da Ceagesp, Jiro Yamada, a pouca oferta de pescados encarece o produto e prejudica o consumo. "Desde que cheguei aqui, há 35 anos, o movimento caiu muito. O setor precisa melhorar em termos de higiene e se modernizar", disse. Rejane Tamoto

Impasse nas negociações do gás

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d i re t o r i a d e G á s e Energia da Petrobras negou formalmente ontem, em Santa Cruz de la Sierra, o pedido de revisão da cláusula que define o mecanismo de reajuste do preço do gás pelo Brasil feito pela Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB). Por conta disso, o presidente da estatal boliviana, Jorge Alvarado, admitiu que a posição da Petrobras em relação ao pedido de revisão do contrato de compra de gás natural deve realmente levar o caso à arbitragem internacional. Para Alvarado, as declarações do presidente da estatal brasileira, José Sérgio Gabrielli, indicam que a companhia está irredutível. O tribunal arbitral que poderá definir a questão está lotado em Nova York. Alvarado não esclareceu se aguardará o prazo de 45 dias estipulado no contrato. Esse prazo expira no fim deste mês. Ele disse que a Bolívia pretendia aumentar imediatamente para "pelo menos US$ 5 o preço por milhão

de BTU (unidades térmicas britânicas) de gás", o que representaria um acréscimo de 20% sobre o atual preço. A proposta já seria, segundo Alvarado, abaixo dos US$ 7,50 que pretendia a Bolívia no início das discussões. "Ainda assim foi rejeitada pela Petrobras", reclamou o presidente. Resposta – A Petrobras alegou que os preços cobrados pela estatal boliviana são reajustados trimestralmente e acompanham a evolução do mercado internacional. Para a empresa brasileira, a fórmula, que atrela o preço do gás ao comportamento de uma cesta de três óleos combustíveis, "garante equilíbrio econômico-financeiro ao contrato". A Petrobras concentra o argumento no fato de que, ao longo do tempo, houve reajustes do preço do combustível vendido ao Brasil. Para confirmar isso, mostra que o preço inicial do gás natural boliviano, cobrado em julho de 1999, era de US$ 1,23 por milhão de BTU. O último reajuste ocor-

reu em 1º de julho deste ano e elevou o preço para US$ 4,30 por milhão de BTU. Em nota distribuída ontem, a Petrobras informou que "ambas as partes promovem discussões internas" a partir de agora e voltam a se reunir entre os dias 24 e 28 próximos. O encontro será no Rio de Janeiro, quando a YPFB deve apresentar uma posição formal sobre as argumentações da Petrobras. Continuidade – O vice-presidente de operações da empresa boliviana, Nelson Cabrera, afirmou que as negociações com a Petrobras acerca da operação dos campos de produção de gás e das duas refinarias continuam sob a responsabilidade da empresa brasileira. Segundo ele, essa situação deverá ser mantida até outubro, quando vence o prazo de 180 dias do decreto supremo de nacionalização dos hidrocarbonetos, anunciado no dia 1º de maio. Ele disse que as negociações seguem em "tom cordial" e que, no final do prazo, haverá um acordo. (AE)

Lei sobre trabalho na mídia é criticada

O

presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Maurício Azedo, anunciou que, em articulação com a Associação Nacional de Jornais (ANJ), tentará convencer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a vetar o projeto de lei aprovado pelo Senado que fixa regras para o exercício da profissão de jornalista. "Considero esse projeto desastroso, um disparate de autoria de amadores sem nenhuma vivência no dia-adia das redações", disse Azedo, ao justificar sua oposição à proposta. O presidente da ABI critica a "imprecisão" do texto ao

definir as funções que, de acordo com a nova lei, só poderiam ser exercidas por portadores de diploma de jornalismo. Um dos exemplos mais gritantes, segundo Azedo, é a definição de comentarista, "o profissional que realiza avaliação, comentário pelo rádio, televisão ou processo semelhante", conforme consta do inciso XIII do Artigo 6º, que enumera as 23 atividades privativas de jornalista profissional. "Se as escolas de jornalismo tiverem de dar uma formação de acordo com as qualificações definidas pelo projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional, elas vão se

transformar em um amontoado de disciplinas sem possibilidade de formar profissionais", alertou. A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) também se manifestou, em nota, contra o projeto. Para a entidade, antes de deliberar sobre a matéria, o presidente deveria receber e analisar as ponderações de todos os setores envolvidos. "Confiamos que o princípio constitucional da liberdade de expressão e do direito ao trabalho prevaleça no exercício das atividades desenvolvidas pelos milhares de profissionais", acrescenta o texto, assinado pelo presidente da entidade, José Inácio Gennari Pizani. (AE)


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

sexta-feira, sábado e domingo, 14, 15 e 16 de julho de 2006

RESENHA

NACIONAL

O QUE APRENDER COM MARCOLA

JOÃO DE SCANTIMBURGO

vítimas e algozes? Vamos reler o mundo à luz do puro vitimismo? Quanto mais retardamos as reformas para que o País cresça, com menos peso do Estado e gastos públicos mais qualificados, mais inseguros ficaremos no futuro, por falta de empregos. É um caso de dislexia argumentativa. Toda a tese, até aqui, era nada mais do que a leitura que a esquerda e as ONGs, a maioria igualmente de esquerda, tem do problema. Do nada, Dimenstein pede “menos Estado”. Como assim? O que esse pedido tem a ver com o resto do texto? Serve apenas ao propósito de demonstrar que ele não é, assim, um Emir Sader, embora pense da mesma maneira.

ECONOMIA CALMA

T Roberto Alvarenga

A

bro o UOL e dou de cara com um texto de Gilberto Dimenstein. É o único brasileiro que conseguiu aprender “boas lições com o PCC”. O texto dele segue abaixo, em itálico. Se vocês repararem bem, a culpa, segundo ele, por tudo o que acontece é nossa. Quer dizer, “sua”, leitor. Ele não é culpado porque já está do lado do bem, já foi iluminado, já aderiu aos bons propósitos. Vamos aos texto e aos comentários: Os métodos do PCC são terríveis e selvagens, mas há, em tudo isso, uma boa lição de civilidade: estamos vendo como a repressão é limitada para enfrentar a violência. Quanto mais se prende (e é isso o que a opinião pública quer), mais

A lei da força PAULO SAAB

S Jorge Santos/AE

Pedir desculpas ao Marcola?

vulnerável fica a sociedade -isso porque o PCC se torna ainda mais forte. Logo, a melhor maneira de a sociedade não ficar vulnerável é não prender. Segundo esse raciocínio, temos de abrir as portas dos presídios para que nos sintamos todos mais seguros. Reparem que o PCC, na sua equação, torna-se um dado da natureza do problema. Não pode haver presídios sem organização criminosa Quanto mais se pede tratamento desumano aos presos, num espírito de vingança, mais e mais somos, como estamos vendo, as vítimas, e não só eles, os delinquentes. Quem é que pede tratamento desumano aos presos, cara pálida? Nós somos vítimas deles, isso é verdade, mas eles são vítimas de quem? Somos todos vítimas? Quer dizer que não existem algozes? Esse conceito do “todo mundo é vítima” se aplica a qualquer situação histórica ou só a esta? Vamos rever a história da humanidade eliminando essa distinção de

Essas são as boas lições do PCC. Errado. Essas são as lições de Gilberto Dimenstein. Eu não sabia que o PCC faz o que faz para que nos tornemos humanistas mais conscientes dos problemas sociais. A propósito: Dimenstein, que sempre opina sobre tudo o que diz respeito aos “problemas sociais”, ainda não analisou a proposta de Aloizio Mercadante de criar uma caderneta de poupança para os presos e de melhorar o tempero da comida dos bacanas. Ele deve apoiar. Afinal, como é mesmo? Temos de concorrer, segundo a lei da oferta e da procura, com o PCC... Eu não consigo imaginar vitória do crime maior do que essa. Em vez de a sociedade dar lições ao PCC, é o PCC que dá lições à sociedade. Por isso chegamos aonde chegamos. É o que as ONGs têm a nos dizer. Elas querem que a gente peça desculpa a Marcola. TRECHOS DO COMENTÁRIO DO BLOG DE REINALDO AZEVEDO HTTP://BLOGDOREINALDOAZEVEDO. BLOGSPOT.COM/

S egundo Dimenstein, a culpa é nossa.

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

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ão Paulo assiste novamente outra onda de ataques de bandidos, criminosos, contra as instituições, as pessoas, o patrimônio público, e agora também o privado. São Paulo ouve, lê, assiste também a declarações de "líderes" dos bandidos tratados como celebridades e recebem destaque maior do que o dado às pessoas que fazem o bem à humanidade, à comunidade. Há uma profunda distorção vigente nos valores da mídia brasileira e no âmbito da própria sociedade, já se acomodando nessa situação de dominação de suas vidas pelos bandidos, e na atuação igualmente criminosa das autoridades federais que desdenham São Paulo e se regozijam nas dificuldades, oferecendo demagogicamente uma ajuda que não produzirá efeito a não ser eleitoral, talvez, para combater uma situação que ajudou a enraizar, ao abandonar um Estado com 40 milhões de habitantes nas mãos da inteligência de 300 policiais federais. A Argentina tem 40 milhões de habitantes e 120 mil agentes federais. Ao Estado de São Paulo cabe, e sempre coube, se defender e se proteger sem o apoio da União, que aqui arrecada a maior parte de seus impostos. As polícias de São Paulo ensinam às dos outros estados da federação. E com recursos paulistas! É hora de um basta! É hora de agir com a força da lei e até modificá-la se necessário, sem a demagogia dos "direitos humanos" dos criminosos. Na hora de

abater covardemente suas vítimas esses bandidos não pensam nos direitos humanos de suas vítimas. E os apressadinhos, defensores dos "direitos humanos" de criminosos, onde estão quando as mortes são do outro lado da trincheira? Estão em busca de projeção pessoal demagógica, isso sim. Os criminosos usam a lei da força!

U

sando-se a força da lei, mas reagindo, agindo, sendo forte no uso da força, poder-se-á dar uma mínima resposta aos que sabem que a sociedade está anestesiada, dominada e paralisada pelos que no enfrentamento só olham os direitos e a lei dos bandidos. Exigem seus direitos sem respeitar as leis. É uma palhaçada que o brasileiro comum engole, assiste impassível, enquanto ao seu lado as pessoas inocentes vão ficando presas e sendo mortas como insetos. E a mídia nacional glorifica o crime. A Fifa, na Copa, não mostrava no vídeo os invasores de campo, para não estimulá-los. Aqui a mídia mostra, ensina como e explica como age a polícia. Presta um enorme serviço a bandidagem, à infração, achando que ter critério e bom senso seria censura. Quanta bobagem ainda há para superar no País. E que venham os demagogos, os patrulheiros, os partidários do caos social como forma de imposição de ditaduras proletárias ou outras asneiras que a História já enterrou!

S ão Paulo está vendo os bandidos serem tratados como celebridades

A primeira em tudo ARNALDO NISKIER

E

sther de Figueiredo Ferraz foi a única mulher até hoje a ocupar a pasta do Ministério da Educação e Cultura, no governo de João Figueiredo, em 1982, ficando a seu crédito uma questão emblemática: aprovou a Emenda João Calmon, ampliando os recursos destinados à educação, em todos os níveis de ensino. Ficou no MEC quase três anos. Entrou levando esperanças. Saiu sob aplausos dos estudantes, dos seus colegas professores e de políticos das mais diversas facções. Foi também a primeira a integrar o Conselho da Ordem dos Advogados do Brasil, a primeira secretária da Educação de São Paulo, a primeira reitora de universidade na América Latina (a Mackenzie, em 1965) e a primeira mulher a dar aula no curso de Direito da USP (década de 50). Temos excelente lembrança dos tempos vividos por ela como membro do então famoso Conselho Federal de Educação. Conviveu 12 anos com alguns dos melhores educadores de todos os tempos, autores de pareceres que até hoje são recordados, como reflexo de competência e de sabedoria. A Dra. Esther costuma recordar com muita simplicidade, como é o seu estilo, que foi alfabetizada aos 5 anos de idade, brincando com as letras e os números. Marcou sua vida pelo pioneirismo bem sucedido e respeito muito grande pelos seres humanos. Professora de ensino médio de Português, Francês, Latim e Matemática, foi licenciada em Filosofia pela Faculdade de São Bento. Assim chegou à imortalidade, entrando para a Academia Paulista de Letras, onde hoje é uma das figuras mais proeminentes. Além disso, continua trabalhando no seu escritório de advocacia, em São Paulo. Data de 1961 o título de professora de Direito Judiciário Penal da Faculdade de Direito da Faculdade Mackenzie.

Pertence ao Instituto Histórico e Geográfico, onde todos fazem questão da sua companhia, e recebeu, ainda, numa solenidade de que fui testemunha, o Prêmio Professor Emérito – Troféu Guerreiro da Educação, oferecido pelo jornal O Estado de S. Paulo e o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE).

A

depta do pensamento de que "as coisas boas não aparecem, só as ruins", a Dra. Esther hoje reconhece que há aspectos favoráveis do ensino brasileiro que devem ser destacados. Abona sobretudo a grande ampliação de oportunidades, que considera uma bênção dos novos tempos. Método bom é aquele que apresenta bons resultados, costuma afirmar, apaixonada pelo método silábico na alfabetização, sem desdouro para outras experiências positivas que estão em curso nas nossas escolas. Outra qualidade a se destacar na personalidade da Professora Esther de Figueiredo Ferraz é a grande defesa que sempre fez da necessária qualificação do magistério. Sem isso, diz ela, é muito difícil obter êxito nas tarefas inerentes aos diversos graus de ensino. São ainda de sua autoria reflexões sobre as quais devemos sempre nos debruçar. A primeira é para inferir que "o Direito não é fácil, ao contrário, é dificílimo". E a outra condiz bem com o espírito luminoso da querida professora: "O meu forte é realizar, é fazer bem feito." Assim tem sido a vida da Profa. Esther de Figueiredo Ferraz. Na vida brasileira pode ser considerada a primeira em tudo, no Direito e na Educação. ARNALDO NISKIER É SECRETÁRIO DA EDUCAÇÃO DO RIO E MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS

E sther Ferraz entrou no MEC levando esperanças. Saiu sob aplausos.

emos ainda na mente o espantoso filme da inflação violenta que abalava os salários e, em geral, todos os preços das mercadorias estocadas apressadamente nos supermercados. Chegamos a ter medo da síncope que poderia ter causado a morte do presidente José Sarney, tamanha era a força dos impactos sucedidos pela inflação nos vários preços, que não resistiam a um dia de fixação nos supermercados; os preços dançavam, mesmo, no terrível balé da instabilidade. Hoje são outros os tempos. Nos damos por bem situados numa política de moeda estável, preços mantidos sob controle e o poder de compra dos salários inalterado. É uma vitória, sem dúvida, do Ministério da Fazenda e do Banco Central, por terem capturado o sinistro meliante inflacionário nas suas piruetas pela economia, que não resistia aos impactos que lhe eram dirigidos pelas políticas adotadas na área econômica do governo, com glamurosa ineficácia.

Os preços não resistiam um dia no supermercado. Os preços dançavam no terrível balé da instabilidade.

F

omos conduzidos a uma nova política econômica e nela os resultados estão sendo colhidos, pois estamos livres, ao menos é o que podemos afirmar sobre o fenômeno inflacionário. Os salários dos trabalhadores, com a última ascensão do mínimo, já podem fazer face aos preços das mercadorias expostas nos supermercados, que é coerente com os desejos dos compradores de gêneros de manutenção diária, que não têm o peso agravante da inflação duradoura combatida. Essa é uma regra que aprendemos no Brasil e da qual nos orgulhamos, pois ela vem depois de lutas sem tréguas, até encontrar guarida transformadora no seu estágio atual, ou seja, o da inflação morta à vista. Nada tendo que desvirtue esse retrato político e acabado, na mensuração de um fenômeno do qual temos terríveis experiências, mas que agora está esquecido, podemos afirmar que a economia está em calma. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


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Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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JAPÃO E ARGENTINA EMBARGAM AVES DO SUL

Exportação de carne de frango deverá ter redução de 10% neste ano por receio da gripe aviária

VENDAS SOMARAM US$ 1,458 BILHÃO NO PRIMEIRO SEMESTRE, QUEDA DE 4,14% SOBRE O MESMO PERÍODO DE 2006

EXPORTAÇÃO DE FRANGO SERÁ 10% MENOR

A

Gilberto Abelha/Jornal de Londrina - 27/01/04

Apesar da recuperação nos preços internacionais, venda externa brasileira será menor que em 2005

Rumo ao fim do embargo bovino

O

ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, afirmou ontem que uma missão técnica da União Européia (UE) visitou nos últimos dias fazendas no Mato Grosso do Sul e apresentará um relatório preliminar na segunda-feira sobre as medidas adotadas pelo Brasil para conter os focos de febre aftosa constatados no Mato Grosso do Sul e Paraná no ano passado. O relatório final deverá ser apresentado em 30 dias. Por causa da aftosa, a União Européia suspendeu as compras de carne de Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo. Além de vistorias nas fazendas infectadas com a doença, os técnicos europeus visitaram revendas de vacinas, para au-

ferir o volume de vendas, e laboratórios brasileiros. Pressão – Um bom resultado na avaliação dessa missão técnica será muito importante para o Brasil, no momento em que grupos empresariais europeus pressionam o governo a adotar medidas para barrar a entrada de alimentos brasileiros, alegando desrespeito a regras de controle fitossanitário. No alvo das empresas européias estão a carne suína, ovos e frutas como o mamão e a maçã. Para empresários do agronegócio brasileiro, essas pressões são puro protecionismo. O ministro Guedes Pinto confirmou, ainda, a chegada de uma missão técnica da Rússia, na semana que vem, para inspecionar fazendas no Mato

Grosso do Sul e Paraná. Segundo o ministro, a expectativa é de que, ao final do encontro, o governo russo reveja o embargo imposto à carne brasileira. Em dezembro do ano passado, aquele país embargou parcialmente a compra de carnes brasileiras. Com o surgimento da febre aftosa, deixou de comprar carne produzida em oito estados brasileiros: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Em abril, os russos suspenderam o embargo à produção gaúcha. Segundo o Ministério da Agricultura, atualmente só o Rio Grande do Sul, o Tocantins e Rondônia estão autorizados a exportar para a Rússia. (AE)

Críticas aos fabricantes de calçados

A

indústria argentina de calçados emitiu ontem nota rejeitando a alegação dos fabricantes brasileiros de que o Brasil perdeu mercado na Argentina após o acordo de autolimitação de suas exportações, de junho de 2005, e que outros países têm ocupado esse espaço deixado pelos calçados brasileiros. "As reclamações do governo brasileiro resultam inexatas, já que se pode inferir que um dos maiores inconvenientes não é a suposta perda de participação no mercado argentino, mas que a China vem ganhando os maiores mercados mun-

diais, como os Estados Unidos e a Europa, em detrimento de suas exportações e seu mercado interno", dizia a nota. "As exportações brasileiras para a Argentina representam menos de 2% de sua produção, o que constitui um dado ínfimo", afirma o texto distribuído à imprensa, em Buenos Aires. Assinada pelo presidente da Câmara de Calçados, Alberto Sellaro, a nota opina que "tal é o dano que China ocasiona ao país vizinho que, mesmo sendo um dos três maiores produtores mundiais de calçado (junto com China e Índia), não consegue frear o avanço

asiático". Dessa maneira "perde força seu argumento de reclamar ao nosso país pelo suposto desvio de comércio argentino para a China". Provocação – A câmara argentina ainda provoca os negociadores brasileiros ao dizer que "não se pode perder de vista que o Mercosul é um mercado integrado que deve servir para que as economias de todos os seus países membros cresçam. Parece que existem funcionários brasileiros que não querem que a Argentina cresça e rejeitam qualquer tipo de acordo em setores sensíveis, como o de calçados". (AE)

Uruguai ganha "guerra da celulose"

RECEPCIONISTA Admite-se entre 18 e 20 anos, c/ ou sem experiência, residente na zona oeste. Ensinamos o serviço. Entrevista pelos fones: (11) 3801-1525 ou 3676-1161

der a hipótese de que as duas fábricas de celulose – que são o pivô do conflito desde meados do ano passado – em construção do lado uruguaio da fronteira, causarão danos irreparáveis à economia e ao ambiente da região. O único voto a favor da Argentina foi emitido pelo juiz argentino Raúl Vinuesa. Dessa forma, a finlandesa Botnia e a espanhola Ence poderão continuar as obras, cujas conclusões estão previstas para 2007.

Água fria – A decisão de Haia consiste na primeira derrota que o presidente argentino sofre na área internacional em três anos no poder. Além disso, a derrota poderá ter custos políticos internos. Em 2005, o respaldo de Kirchner aos manifestantes que se opunham às fábricas proporcionou milhares de votos a seu favor nas eleições de outubro. Sem a vitória em Haia, ele não terá um trunfo adicional nas eleições presidenciais de 2007. (AE)

Factoring

DC

O

p re s i d e n t e N é s t o r Kirchner teve que digerir ontem sua primeira grande derrota no âmbito internacional. A queda de braço perdida foi protagonizada pela Corte Internacional de Justiça de Haia, que emitiu parecer favorável ao Uruguai, contra a Argentina, sobre a "Guerra da Celulose". Dos 15 juízes da Corte, 14 determinaram que o governo Kirchner não conseguiu argumentos concretos para defen-

O que é Factoring? É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com

s exportações brasileiras de carne de frango devem fechar neste ano com redução de 10% em volume e receita sobre o ano passado, totalizando 2,544 milhões de toneladas e US$ 3,153 bilhões. Os focos de gripe aviária na Europa e Ásia têm contribuído para a queda do comércio internacional de carne da ave. A estimativa de retração é da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Abef), que ontem divulgou que as vendas brasileiras ao mercado externo no prim e i ro s e m e s t re s o m a r a m US$ 1,458 bilhão, uma queda de 4,14% em relação ao mesmo período de 2006. Em toneladas, a queda foi de 8,18%, com exportação de 1,24 milhão de toneladas de carne de frango. A diferença entre volume e valor refere-se ao preço médio dos produtos exportados, que teve alta de 4,41% entre janeiro e junho. O aumento foi maior e n t re o s i n d u s t r i a l i z a d o s (5,76%). Esse percentual deve ser mantido ao longo do ano, passando o preço do quilo de carne de frango de US$ 1,23 para US$ 1,30. "Como há oportunidade para vender salsicha de

frango, nuggets e filé empanado ao mercado externo, todos com mais valor agregado, o Brasil está forçando a exportação desses produtos", afirmou Ricardo Gonçalves, presidente-executivo da entidade. Nos primeiros seis meses de 2006, a exportação de produtos com mais valor agregado teve desempenho 57,77% maior em comparação ao primeiro semestre de 2005. As vendas de frango inteiro e em cortes registraram declínio de 18,26% e 4,82%, respectivamente, na mesma comparação. Gonçalves criticou a redução de 53% da verba destinada à sanidade animal, enquanto o orçamento para o Ministério da

Agricultura teve redução menor, de 47%. O setor também aguarda a liberação de R$ 283 milhões para o plano de prevenção contra a gripe aviária. China – Os empresários também estão de olho na China, um mercado potencial consumidor de 300 mil toneladas de carne de frango. Alguns produtores até mesmo já conseguiram habilitação para exportar para o país asiático. Em relação aos embargos de exportação de frango pelo Japão e Argentina por causa do foco da doença de Newcastle, Gonçalves afirmou que "os impactos são irrelevantes, atingem poucos produtores". Adriana David

Newcastle afasta Argentina e Japão

A

rgentina e Japão informaram ao governo brasileiro que deixarão de importar carne de frango do Rio Grande do Sul por causa do foco da doença de Newcastle diagnosticado na semana passada em uma granja de subsistência localizada no município de Vale Real. A Argentina suspendeu as compras do estado, com exceção do produto cozido. O Japão barrou as importações de carne de frango produzida em um raio de 50 quilômetros a partir da fazenda infectada. Os embargos foram divulgados ontem pelo ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto. No começo da semana, a Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio tinha confirmado o embargo de Nova Caledônia, uma colônia francesa na Oceania. Para o ministro, a suspensão não deverá trazer prejuízo para a exportação de frango. "Os embargos são localizados e pontuais", comentou, após

participar da cerimônia de inauguração do Centro de Controle da Informação Meteorológica, na sede do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em Brasília. O ministro salientou que o Rio Grande do Sul vende pouco frango para a Argentina e que, no caso do Japão, o embargo não vale para todo o estado. Desafio – Negociar o fim do embargo argentino é o primeiro desafio para Guedes Pinto, que assumiu o ministério no começo de julho. Ele estará em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, entre os dias 20 e 21 deste mês para reuniões do Conselho de Agricultura do Cone Sul (CAS). "Vou conversar com os argentinos sobre a suspensão do embargo", comentou. A Ásia é o principal destino do frango brasileiro. O Japão tem um acordo sanitário com o Brasil que prevê a suspensão temporária da emissão dos certificados que permitem a exportação em caso de problemas sanitários. Nos seis pri-

meiros meses do ano, os japoneses gastaram US$ 295,009 milhões com compras de frango ao natural do Brasil. Desse total, US$ 56,622 milhões foram gastos com compras no Rio Grande do Sul. No caso da Argentina, os exportadores brasileiros faturaram US$ 1,781 milhão com os embarques de frango ao natural no acumulado do ano até junho. Desses, US$ 1,259 milhão é de vendas realizadas por produtores gaúchos. As vendas de carne industrializada do Rio Grande do Sul para a Argentina, comércio que continua liberado, totalizaram US$ 2,440 mil no mesmo período. O ministério divulgou ainda dados referentes ao comércio com a Nova Caledônia. As vendas de frango ao natural para a colônia francesa renderam US$ 1,529 milhão e, do produto industrializado, US$ 12.250 no acumulado do ano. As vendas in natura para todos os destinos somam US$ 1,332 bilhão no período. (AE)


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Política

A Força Federal é um blefe. Dizer que isso vai resolver a questão de São Paulo é piada ou exploração política. Miguel Reale Júnior, ex-ministro da Justiça

MINISTRO DA JUSTIÇA LEVARÁ HOJE PROPOSTAS PARA O GOVERNO PAULISTA ENFRENTAR A VIOLÊNCIA Sergio Dutti /AE

BASTOS OFERECE SUGESTÕES PARA SP

O SERRA LIGA O PCC AO PT Para candidato tucano ao governo do Estado, há fortes indícios de ligação entre o partido e o crime organizado

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candidato a governador de São Paulo José Serra (PSDB) disse, em Jales, na região noroeste do Estado, que são fortes os indícios de que há ligações entre o PT e o Primeiro Comando da Capital (PCC). "Há indícios, sim. Basta você olhar manifestos do crime organizado, o que eles dizem sobre a política e coisas que se diz que eles (PCC) dizem, inclusive nas gravações. Eu não diria que há provas, mas isso merece ser investigado", afirmou. Serra, que visitou também Fernandópolis e Votuporanga (SP), disse estranhar que a onda de violência tenha se iniciado em ano político e volta à carga no início da campanha eleitoral. "Eu não tenho dúvidas de que são muito estranhos esses ataques, nas suas implicações políticas. Têm havido constantes manifestações políticas de líderes do crime organizado contra determinadas forças políticas, como se eles tivessem partidarizando suas ações", acusou. Para ele, porém o mais importante é a disposição do governo de São Paulo, que , segundo ele, responde com firmeza e não cederá ao crime organizado. "Ven-

cer essa batalha é muito mais importante." Serra prometeu dar continuidade a esta luta contra o crime, caso seja eleito. Suspeita – O senador José Jorge (PFL-PE), candidato a vice-presidente na chapa do candidato da coligação PSDBPFL, Geraldo Alckmin, não vinculou diretamente as ações criminosas ao PT como fez o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC) e Serra, mas manifestou a suspeita de que os ataques têm por objetivo prejudicar a candidatura do tucano, que foi governador de São Paulo até recentemente. Ele disse que Bornhausen fala pelo partido e que, se fez a afirmação na quarta-feira de que o PT pode estar manipulando o PCC, deve possuir alguma informação, a qual, no entanto, ele, Jorge, não tem. "Pode ser apenas uma coincidência, mas, que tem acontecido, tem", acrescentou o senador. José Jorge criticou a oferta de ajuda federal a São Paulo. "O governo Lula não fez uma única ação (pelo combate à violência em São Paulo). Simplesmente oferece essa guarda virtual (a Força Nacional)", disse.

A FALA DE MARCOLA

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o depoimento à CPI do Tráfico de Armas, em 8 de junho, o líder do PCC, Marcos Camacho, o Marcola, afirmou acreditar na origem social da violência, se disse leitor de Nietzsche, Voltaire e Victor Hugo, declarou que não acredita em recuperação de criminosos, e, discutindo com um parlamentar que atribuiu a ele a liderança da organização criminosa, atacou: "E o que é que os deputados fazem? Não roubam também?" Veja alguns trechos: Marcola - Nós todos somos praticamente filhos da miséria, todos somos descendentes da violência, desde crianças somos habituados a con-

viver nela (...) Quer dizer, a violência é o natural do preso. Agora, essas organizações (como o PCC) vêm no sentido de refrear essa natureza violenta (...) Ela proíbe ele (o preso) de tomar certas atitudes que pra ele seria natural, só que ele estaria invadindo o espaço de outro. Dep. Torgan Moroni (PFLCE) – (...) O PCC existe para explorar os coitados dos presos que têm que sair para a rua e trabalhar para eles (...) Marcola – E o que que os deputados fazem? Moroni – Temos que ir para rua. Marcola – E não roubam também? Roubam para c(...), meu. (AE)

Veja a íntegra do depoimento no site www.dcomercio.com.br

PT NEGA USO ELEITOREIRO Berzoini diz que crise na segurança em SP não será 'eleitoralizada' por candidatos petistas e rebate críticas da oposição

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presidente nacional do PT, deputado federal Ricardo Berzoini, afirmou que seu partido continua trabalhando sob a orientação de não tratar a violência em São Paulo de forma oportunista. Ao acusar a oposição de transformar o problema em uma questão eleitoral, Berzoini admitiu que o PT pretende tratar deste tema de forma política, porém com seriedade. "Acho importante debater esta questão do ponto de vista político, mas não 'eleitoralizá-la'", disse. "Nós não vamos agir de forma oportunista." O presidente do PT apontou que o fato de os ataques do PCC estarem ocorrendo em um Estado, antes administrado pelo PSDB e agora pelo PFL, abriria a oportunidade para que o PT se aproveitasse dessa circunstância para fortalecer sua performance nas próximas eleições. Mas, contraditoriamente, quem tenta adotar uma postura como essa é a própria oposição, na

Valéria Gonçalves/AE

avaliação do presidente do PT. Berzoini rebateu as declarações feitas pelo senador Jorge Bornhausen (PFL), que levantou a suspeita de um envolvimento do PT com o PCC. "É uma irresponsabilidade fazer esse tipo de afirmação." Mercadante – O candidato do PT ao governo de São Paulo, senador Aloizio Mercadante, afirmou que, caso seja eleito, a primeira providência a ser tomada na pasta da Segurança Pública seria "cumprir a Lei de Execuções Penais". "Não podemos deixar os presos sem remédio, jogar comida pelo telhado ou deixar que durmam ao relento. É necessário separar os presos por periculosidade e impulsionar as casas de ressocialização que têm dado certo", afirmou. Para Mercadante, é preciso isolar os chefes de facções criminosas em presídios de segurança máxima, além de "promover a educação e o trabalho para os detentos". (AE)

Mercadante na missa em homenagem a agentes penitenciários mortos

Acho importante debater esta questão do ponto de vista político, mas não 'eleitoralizá-la'. Ricardo Berzoini, presidente do PT

ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, informou que levará hoje ao governador de São Paulo, Cláudio Lembo, um novo plano, com um conjunto de medidas destinadas a pôr fim aos ataques comandados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). O documento será entregue em encontro marcado para as 15 horas, no Palácio dos Bandeirantes. Alegando razões de segurança, Bastos não quis antecipar quais serão as medidas, mas explicou que elas terão o objetivo de aprofundar a colaboração do governo federal "para que São Paulo supere a grave crise de segurança pública". Bastos deu a informação após reunião de emergência realizada no Ministério da Justiça (foto) reunindo a cúpula de todos os órgãos de segurança federais e os comandantes das Forças Armadas. O ministro descartou a possibilidade de intervenção federal em São Paulo. "Não há, no horizonte, a menor possibilidade", afirmou. Ele explicou que a reunião teve o propósito de fazer uma avaliação do quadro de segurança em São Paulo e levantar as medidas de colaboração que serão levadas para a reunião com Lembo. "Temos a firme disposição de intensificar a cooperação no enfrentamento do crime e da situação de insegurança que está aterrorizando o povo de São Paulo, mas não há nenhum um tipo de confronto com o governo do Estado", afirmou Thomaz Bastos. Ele disse que são medidas importantes e que o governador "vai gostar e, certamente, vai querer implementá-las ". (AE) Acompanhe, em Cidades, o segundo dia de ataques do PCC em SP.

Roberto Stuckert Filho/Agência O Globo

Alckmin durante entrevista no Congresso: governo federal não ajudou.

ALCKMIN: ONDA DE ATAQUES É ESTRANHA.

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candidato do PSDB à presidência, Geraldo Alckmin, afirmou ontem considerar muito "estranha" a nova onda de ataques de organizações criminosas de São Paulo e defendeu que as forças policiais investiguem quem pode estar por atrás desses atos de violência. Mas ao contrário do presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), o candidato tucano evitou fazer qualquer vinculação direta dessas ações com o PT. "Tem muita coisa estranha por trás de tudo isso. Mas eu não vou fazer nenhuma observação política. É estranha a forma como as coisas ocorrem, a época e a maneira como os atos foram desencadeados. Mas eu não vou politizar esse debate", amenizou Alckmin, logo depois de desembarcar em Brasília para uma reunião com o comando de sua campanha. "Há um coincidência: quando as pesquisas estão a favor de Alckmin, os ataques recomeçam. O crime trabalha de acordo com as pesquisas", afirmou o vice de Alckmin, o senador José Jorge (PFL-PE). Ajuda – O candidato tucano disse que há outras formas de ajudar, além de oferecer 200 homens da Força Nacional. Segundo ele, a melhor ajuda seria liberar recursos do Fundo Nacional de Segurança e do Fundo Penitenciário. Alckmin afirmou que o governo de São Paulo aguarda desde o dia 2 de

janeiro passado a assinatura de um convênio com a União para viabilizar a liberação desses recursos. "Já estamos no segundo semestre do ano e o convênio sequer foi assinado. Reclamo disso desse 2003. Mas hoje dependemos do voluntarismo do governo federal querer ou não liberar", disse. O coordenador financeiro da campanha de Alckmin, o jurista e ex-ministro da Justiça Miguel Reali Júnior, classificou a oferta de ajuda do governo federal como uma "piada". "A Força Federal é um blefe. Essa oferta é uma falta de respeito com São Paulo. Uma força criada por decreto, sem unidade de comando. Dizer que isso vai resolver a questão de São Paulo é piada ou exploração política. O presidente pode escolher." Reunião – Geraldo Alckmin se reuniu com governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), para se solidarizar com ele e as vítimas dos ataques nos últimos dois dias. "Ninguém se iluda. Isso não vai se resolver rapidamente. Nós temos consciência da gravidade do crescimento das organizações criminosas e da necessidade do enfrentamento, por mais doloroso e desgastante que possa ser. O Estado de São Paulo optou, há muitos anos, por fazer esse enfrentamento, por não fazer nenhum tipo de acordo e de endurecer o jogo." (AOG)


Logo Logo DIÁRIO DO COMÉRCIO

Se Israel cometer uma outra idiotice e atacar a Síria, isto será sinônimo de uma agressão contra todo o mundo muçulmano e receberá uma resposta severa. Do polêmico presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, durante uma conversa por telefone com o colega sírio, Bachar al Assad, segundo a TV estatal iraniana.

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sexta-feira, sábado e domingo, 14, 15 e 16 de julho de 2006

JULHO

2 -.LOGO

14 Queda da Bastilha, em 1789, o marco do início da Revolução Francesa

C ASO JEAN CHARLES H AITI

Acusação à vista

Três brasileiros feridos em conflito Três soldados brasileiros que integram a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti, a MINUSTAH, ficaram feridos em confrontos com militantes em Porto Príncipe, no Haiti, informou ontem o Exército Brasileiro. Os soldados feridos são Renato Dannylo Silva Augusto Barreto e Leandro de Oliveira Lino e foram atingidos por disparos, respectivamente, no braço e no tórax, enquanto participavam de uma operação de reconhecimento em uma escola no bairro de Cité Soleil. Um terceiro soldado, o fuzileiro naval Francisco Marcelo Bandeira Batista, foi atingido por um disparo na boca enquanto fazia guarda no ponto de controle 21, situado na rodovia Nacional 1, de Porto Príncipe. Ele não corre perigo de morte. Leandro, atingido por um disparo no tórax, teve de ser submetido a um procedimento E M

cirúrgico em um hospital argentino da MINUSTAH, a força da ONU na região, e sua condição é estável. Dois civis haitianos teriam sido levemente feridos nos incidentes. Na noite de quartafeira, o Congresso Nacional aprovou o envio de avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e de destacamento de fuzileiros navais à República do Haiti para retirar brasileiros residentes naquele país. A missão destacada também deverá retirar cidadãos de países vizinhos ao Brasil, além de proteger as instalações diplomáticas brasileiras em Porto Príncipe, em razão do "agravamento do conflito civil no território haitiano", segundo o texto do projeto. O Brasil comanda as tropas da missão de paz da Organização das Nações Unidas no país desde 2004, quando uma revolta popular derrubou o então presidente Jean Bertrand Aristide.

C A R T A Z

ESPETÁCULOS

Comissão recomenda acusar policiais britânicos por homicídio do brasileiro

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Comissão Independente de Queixas contra a Polícia Britânica (IPCC, na sigla em inglês) recomendou em um relatório divulgado ontem que a Promotoria do Reino Unido acuse de homicídio dois agentes e uma oficial pela morte do brasileiro Jean Charles de Menezes. Em 22 de julho do ano passado, Jean Charles, de 27 anos, que trabalhava em Londres como eletricista, O jovem Jean Charles: morte ainda impune brasileiro, foi baleado por agentes da brigada antiterrorista da Scotland Yard, na es- sistema de transportes londritação de metrô de Stockwell, no no, que deixaram 56 mortos - insul sul de Londres. cluindo os quatro terroristas Os policiais confundiram suicidas - e cerca de 700 feridos. Jean Charles com um dos terroA Promotoria (Crown Proristas responsáveis pelos aten- secution Service, CPS) terá um tados fracassados da véspera prazo de quatro dias para decicontra três estações de metrô e dir se apresenta acusação conum ônibus de Londres. Na oca- tra algum policial em relação à sião, terroristas tentaram copiar morte do jovem, após estudar os atentados cometidos em 7 de as conclusões apresentadas julho do ano passado contra o em janeiro pela IPCC. A deci-

são deve ser anunciada na segunda-feira. Segundo a emissora britânica BBC, que teve acesso ao relatório, a oficial é Cressida Dick, que estava à frente das operações no dia em que Jean Charles morreu. Os outros dois nomes não foram revelados. Uma porta-voz da Promotoria, entretanto, veio a público logo após a revelação das informações para negá-las, qualificando o noticiário de "pura especulação". O IPCC entrevistou uma série de pessoas envolvidas no caso e testemunhas para elaborar o relatório, mas não entrevistou o chefe da polícia de Londres, Ian Blair, que é alvo de uma investigação em separado. Os 30 passageiros que estavam no trem do metrô quando Jean Charles foi baleado foram entrevistados, e a IPCC coletou um total de 600 declarações escritas.

Ed Oudenaarden/AFP

Passoca (foto), violeiro e cantador. Teatro do SESC Ipiranga. Rua Bom Pastor, 822. Telefone: 3340-2000. Hoje, às 21h. R$ 7,50 a R$ 15.

L

Celina Charlier (foto) e Fábio Pellegatti em recital de flauta e cello. Museu da Casa Brasileira. Av. Brig. Faria Lima, 2705. Telefone: 3032-3727. Domingo, 16, às 11h. R$ 2 a R$ 4.

JARDINEIRA FIEL - Uma moradora do vilarejo de Strijen, na Holanda, usa guardachuvas para proteger suas hortências do sol intenso do verão europeu: as temperaturas, ontem, superaram os 30 graus centígrados em algumas cidades européias.

P OLÍTICA

Brasil integraria um G-8 inchado O primeiro-ministro Tony Blair vai sugerir durante a reunião de cúpula do G-8 neste fim de semana em São Petersburgo que o grupo dos países mais ricos do mundo seja ampliado com a entrada de cinco nações em desenvolvimento China, Índia, Brasil, África do Sul e México transformando-se no G-13, informou ontem o jornal inglês The Guardian. Segundo o chefe de governo britânico, isso facilitaria as negociações de acordos multilaterais sobre o comércio, mudança climática e o Irã. Para Blair, Brasil e Índia são atores-chave das negociações comerciais. B RAZIL COM Z

As várias cores do Brasil A revista britânica The Economist desta semana traz uma reportagem sobre a tentativa brasileira de distinguir as muitas cores de sua população. "Africanos, europeus e índios deram a esta nação do Novo Mundo cem caras e mais cores do que um crayon", diz a revista que cita os 136 termos, no mínimo, pelos quais os brasileiros qualificam sua cor de pele, passando pelo "canela" ao branco "neve". Esses termos não têm nada a ver com a classificação oficial, diz a revista, mas com a auto-estima do brasileiro. Mas podem complicar a política racial do País, que agora estuda a adoção de um sistema de cotas no trabalho e em universidades. C IÊNCIA Reuters

C OMUNICAÇÃO

Tribos que conversam M Homens e Insólito, espetáculo de dança com a Cia SeráQuê? SESC Pinheiros. Rua Paes Leme, 195. Telefone: 3095.9400. Amanhã, às 21h. R$ 7,50 a R$ 15. Outros programas para o fim de semana no DCultura

Em busca de emprego

A Seju Engineering apresentou recentemente o "Kiss Me Meter", um sensor capaz de indicar o mau hálito de uma pessoa. O aparelho detecta a presença de compostos de enxofre na respiração, formados pelas partículas de comida na boca. O resultado aparece numa escala colorida, de verde a vermelho. Ainda sem lançamento definido no mercado. www.sejumicron.com/

O site Click Empregos está de cara nova e traz dicas de sites para procurar e oferecer trabalho, informações sobre estágios, cadastro de currículos, vagas para recém-formados. O site funciona com informações sobre emprego em todo o Brasil, e também tira dúvidas sobre o Sistema Trabalho em Casa, sites de classificados de empregos, vagas de empregos no exterior e sites de concursos públicos, funcionando como um serviço de busca. Os serviços são gratuitos, mas alguns dos links podem levar a sites pagos.

eng/menu2_10.htm

www.clickempregos.com

A TÉ LOGO

Os usuários do Yahoo! Messenger com voz e do Windows Live Messenger já podem conferis o teste nos sites www.yahoo.com.br/messenger ou http://ideas.live.com.

Farinelli, o maior dos 'castrati' Cientistas italianos exumaram o cadáver de Carlo Broschi, mais conhecido como Farinelli, o lendário cantor de ópera do século 18, para aprender mais sobre os "castrati", cantores que eram castrados na infância para preservar a voz aguda. Farinelli – que aparece na imagem acima, um detalhe do quadro O cantor Farinelli e seus amigos, de Jacopo Amigini – foi o mais popular e bem pago cantor de ópera da Europa até sua morte, em 1782. Seus restos mortais foram exumados no cemitério Certosa, em Bolonha. Os cientistas querem saber mais sobre os efeitos fisiológicos da castração nos meninos.

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L OTERIAS

Levantamento mostra que aborto é provocado em 16,7% dos casos de primeira gravidez Movimentos negros boicotam CDs e shows de Caetano Veloso, que se declara contra cotas

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Alta tecnologia avalia o hálito

empresas querem expandir a intercomunicação para todos os usuários. O acordo que permite a interoperabilidade apenas das redes Yahoo e MSN Messenger e deixa de fora outros comunicadores instantâneos concorrentes como o AIM, da AOL, o Skype, do eBay, e Google Talk. Inicialmente, a intercomunicação será em versão beta limitada. A mudança é gratuita e permite o livre compartilhamento de funcionalidades já existentes em cada um dos programas, como a troca de mensagens instantâneas, seleção de emoticons, adição de novos contatos.

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F AVORITOS

por enquanto, em apenas alguns países: Argentina, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Hong Kong, Índia, Itália, Coréia, México, Holanda, Cingapura, Espanha, Taiwan, Turquia, Inglaterra e Estados Unidos. As duas

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G @DGET DU JOUR

ensagens instantâneas entre os usuários do Yahoo! Messenger e do MSN Messenger começaram a ser testadas ontem por meio de um novo serviço que permite que os dois programas mais usados para papos virtuais possam "conversar" entre si. É a primeira vez que dois dos maiores serviços de comunicação global via internet possibilitam a troca de mensagens de texto ou voz, independentemente da escolha do comunicador. O conjunto das duas redes, até então ferrenhas concorrentes no segmento de comunicadores, contará com aproximadamente 350 milhões de usuários cadastros dos programas Yahoo! Messenger com voz e Windows Live Messenger, a nova geração do MSN. O sistema está disponível,

Índia identifica os dois primeiros suspeitos de atentados ao sistema ferroviário de Mumbai

Concurso 1675 da QUINA 40

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Empresas Nacional Imóveis Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 14, 15 e 16 de julho de 2006

Em geral, nas cartas de crédito incidem juros menores que em outros tipos de empréstimo.

CONSÓRCIO DE MATERIAIS CHEGA A 60 MESES

Marcos Fernandes/Luz

CONSTRUÇÃO E REFORMA AGORA SÃO GARANTIDOS POR CONSÓRCIO Instituições financeiras e outras entidades apostam na nova modalidade de venda para materiais de construção. Período longo de pagamento exige planejamento pelo consumidor, porém proporciona parcelas menores.

Q

uem deseja reformar, construir ou comprar imóveis na cidade de São Paulo e região metropolitana dispõe de novas modalidades de crédito. São os consórcios, que recentemente intensificaram sua atuação nesse mercado, e contemplam os consumidores que tenham planejamento e prazo para realizar seus projetos. Há, entretanto, necessidade de tempo e cautela porque esses negócios não representam dinheiro rápido. No Consórcio Sincomavi de Imóveis, que entrará em operação em agosto, por exemplo, os grupos serão consituídos com 96 participantes, que terão até 60 meses para serem sorteados. A cada mês, uma pessoa será sorteada e outra ou mais poderão ter suas cartas de crédito liberadas mediante lances. O consórcio é mantido pelo Sindicato do Comércio Varejista de Materiais de Construção, Maquinismos, Ferragens, Tintas, Louças e Vidros da Grande São Paulo (Sincomavi), em parceria com a administradora Embracon,

A idéia por trás da nova modalidade de crédito é assegurar a fidelização dos clientes junto às lojas que, conforme informou a gerente de Negócios do Sincomavi, Andréa Nista Richter, funcionarão como consultoras, "ajudando os compradores na definição das demandas de materiais necessários à construção ou reforma de suas propriedades". O valor mínimo de contratação é de R$ 5 mil e o máximo, de R$ 30 mil, com planos de 12 a 60 meses para pagamento, "pois são condições construídas para favorecer os pequenos empreendimentos", disse Andréa. As taxas de administração mensais variam de 0,33%, para o plano de 60 meses, a 0,91%, para o de 12 meses. Segundo Andréa, a expectativa do Sincomavi, que tem 15 mil contribuintes, é chegar a 500 estabelecimentos cadastrados até o final deste ano. "Mas estamos em negociação com uma grande rede varejista de âmbito nacional, o que vai possibilitar que clientes de todo o País tenham acesso a nosso consórcio", esclareceu. Caixa – O banco Nossa Cai-

xa, em parceria com a Rodobens Consórcio, também lançou seu produto para o mesmo nicho. Suas cartas de crédito e prazos são maiores, com valor mínimo de R$ 35 mil, máximo de R$ 200 mil e duração única de 120 meses por plano, com grupos de até 480 cotistas. Na Nossa Caixa, a taxa de administração é de 17% para todo o período de vigência do plano, o que daria uma média de 0,14% ao mês, além do seguro prestamista. Mas não é exatamente assim que o banco calcula o percentual. Na verdade, 2% do total são aplicados diretamente nas cinco primeiras prestações. Os demais 15% incidem sobre a sexta até a sexagésima parcela. Depois disso, não há mais encargos até o final. Nesse modelo, um plano de R$ 35 mil teria o valor de R$ 540,80 para as cinco primeiras prestações; R$ 400,80 até a sexagésima e R$ 292,78 até o encerramento do pacote. De acordo com a área de produtos do banco, a expectativa é a de comercializar 6 mil cotas por ano, com valor médio da carta de crédito em torno de R$ 80 mil. E é direcionado para

Lojas de pisos e cerâmicas passaram a oferecer novas formas de crédito ao consumidor

pessoas físicas e jurídicas. Os sorteios da Nossa Caixa são também mensais e transmitidos ao vivo pela Rede Vida de Televisão. Os lances podem ser feitos por telefone ou pela internet no site da ad-

ministradora Rodobens. As cartas de crédito conseguidas junto aos consórcios sofrem menor incidência de juros do que os empréstimos obtidos em outras modalidades financeiras. (Veja tabela

SERVIÇO comparativa, acima). Kleber Gutierrez Mais informações nos sites: www.sincomavi.com.br ou www.nossacaixa.com.br

Prévia do IGP-M registra alta de 0,27%

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primeira prévia do Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) de julho subiu 0,17%, inferior à taxa registrada em igual prévia de junho (0,27%). Para a Fundação Getúlio Vargas (FGV), que divulgou ontem o resultado, a taxa menor indica que o IGP-M deste mês pode fechar bem abaixo do nível de junho (0,75%). O indicador é um dos mais utilizados para reajustar preços de aluguel. O coordenador de Análises Econômicas da

FGV, Salomão Quadros, explicou que os preços na construção civil subiram 0,59%, menos da metade da elevação da primeira prévia de junho (1,80%). "Os preços na construção civil subiram muito no mês passado, devido aos reajustes nos valores de mão-de-obra", comentou. Os preços no atacado subiram 0,28% e, no varejo, caíram 0,28% na primeira prévia do mês. No ano, o IGP-M acumula alta de 1,57% e, em 12 meses, de 1,38%. (AE)


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Eleições Planalto Câmara Congresso

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 14, 15 e 16 de julho de 2006

PAÍS AGUARDA AÇÃO PARLAMENTAR PARA APROVAR REFORMAS

Essa não é a primeira vez que o Senado aprova matérias importantes que acabam não andando suficientemente na outra Casa (Câmara). Renan Calheiros, presidente do Senado

DEMORA NA VOTAÇÃO DAS LEIS DE SEGURANÇA AMPLIA CRISE POLÍTICA

Eymar Mascaro

Hora de crescer

PACOTE DE SEGURANÇA S PARADO NA CÂMARA

P

ara o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a demora da Câmara em apreciar matérias já aprovadas pelos senadores, como o pacote de medidas contra a violência, é reflexo da sucessiva troca de chumbo contra parlamentares: "Acho que a crise política provavelmente atrapalha muito o funcionamento da Câmara. Essa não é a primeira vez que o Senado aprova matérias importantes que acabam não andando suficientemente na outra Casa. Isso também aconteceu com a reforma tributária, a reforma política e agora com o pacote de combate à violência." O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), diz que os dez projetos que compõem o pacote de segurança aprovado pelos senadores só chegaram à Casa no último dia 20 de junho. Segundo sua assessora, imediatamente todos eles foram despachados para as comissões temáticas. Há duas semanas pelo menos, Aldo tem tentado costurar um acordo com os líderes partidários para limpar a pauta do plenário, de forma que possam ser votados projetos considerados importantes, como o pacote de segurança e a lei geral da microempresa. P ro j et o s– Pelo menos dez projetos de lei aprovados em meio à primeira onda de ataques do crime organizado em São Paulo, em maio passado, não saíram do papel. Aprovados pelos senadores, nenhum deles foi votado até hoje pela Câmara. Outras duas propostas chegaram a ser apreciadas

e a tendência de crescimento de Geraldo Alckmin nas pesquisas continuar com a mesma velocidade, os marqueteiros do PSDB acreditam que o candidato tucano à Presidência da República poderá romper a barreira dos 30% de índice de intenção de voto nos próximos levantamentos. Na pesquisa CNT/Sensus, Alckmin tinha 20,3% de preferência eleitoral em maio: cresceu para 27,2% em julho, enquanto Lula foi de 42,7% para 44,1%. Os dois candidatos subiram, mas o crescimento de Alckmin ocorreu em velocidade maior. Além do crescimento no quesito de intenção de voto, a pesquisa CNT/Sensus registra também uma queda na rejeição de Alckmin. O tucano tinha 40,6% de rejeição em maio e veio para 35,8% em julho, enquanto a de Lula caiu menos, de 34,7% para 32,4%.

Roberto Stuckert Filho/ Ag. O Globo

SUPERAÇÃO A meta de Alckmin é superar a barreira dos 30% nas pesquisas e encostar em Lula até a chegada da campanha gratuita na televisão (15 de agosto). Para que isto aconteça, não basta Alckmin crescer nas pesquisas. É preciso também que Lula caia.

PONTOS Dia de ontem na Câmara: só o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) presente no plenário.

pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado – entre eles o que determina que as operadoras de telefonia instalem bloqueadores de celular nas penitenciárias estaduais e federais – mas nem chegaram ao plenário da Casa. Além da falta de agilidade nas pautas de votação, a burocracia legislativa também atrapalha. Esse projeto sobre os bloqueadores de celulares, por exemplo, aguarda apenas um ato da Comissão de Infra-Estrutura antes de ir para o plenário do Senado. Já a proposta que veda o contingenciamento de verbas orçamentárias destinadas a programas de segurança pública, ainda aguarda um acordo entre os líderes partidários para ser incluída na

ordem do dia. O que só deve ocorrer agora após a eleição. Também discutida no auge da crise de violência em São Paulo, a proposta de emenda constitucional de autoria do senador Romeu Tuma (PFLSP), que estabelece que parte da receita federal terá de ser aplicada obrigatoriamente na organização e manutenção de órgãos de segurança pública, não conseguiu sequer ser aprovada na CCJ, primeira etapa de votação. Le is– Aguardam votação dos deputados os projetos que instituem o regime disciplinar diferenciado de segurança máxima. Essa proposta prevê a ampliação do prazo de isolamento do preso de alta periculosidade por 720 dias, com

possibilidade de prorrogação ou de conversão para o regime disciplinar diferenciado. Na mesma situação está o projeto que proíbe a possibilidade de livramento condicional para os presos reincidentes em crimes dolosos que tenham sido condenados a pena de reclusão e a proposta que torna o uso de telefone celular por presidiários falta disciplinar grave, possibilitando que o preso flagrado com um aparelho telefônico, rádio ou similar possa ser punido com o regime de isolamento. Nessa lista também estão incluídos os projetos que permitiriam aos juízes decretar a indisponibilidade dos bens de pessoas indiciadas em processos judiciais. (AOG)

CPI DO ORÇAMENTO NÃO TRAMITAÇÃO DAS TEM CHANCE DE VINGAR MPS EXIGE MUDANÇA

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ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse ontem que o requerimento apresentado pelo senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) de instalação de uma CPI para investigar irregularidades no Orçamento é "muito vago" e, por isso, difícil de ser levado adiante pelo Congresso Nacional. "Tem que ter fato determinado. Vai fazer CPI para investigar o quê?", indagou Bernardo. Segundo ele, o Congresso tem direito de fazer CPIs e o governo já mostrou que não fica paralisado por conta delas. Mas o ministro defendeu a gestão do Orçamento realizada pelo governo. "Os investimentos que o governo faz são registrados contabilmente e, até on-

de eu sei, não há nenhuma contestação, nossas contas são completamente colocadas à disposição, tanto no site do governo como nos sites que trabalham de maneira independente", afirmou. Indagado sobre as análises que apontam que o governo teria elevado a contabilização de investimentos por meio de liquidação de obras não realizadas, Bernardo afirmou que, se essa liquidação sem efetivação da obra de fato ocorresse, isso seria muito grave. "Se realmente isto tiver acontecido, é muito grave. A liquidação é a entrega do serviço ou a execução da obra e do serviço. Alguém liquidar uma coisa que não foi feita seria muito grave", afirmou. (AE)

O

presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), defendeu ontem mudanças na tramitação das medidas provisórias (MPs) no Congresso. A Câmara e o Senado estiveram com a pauta do plenário trancada em quase todas as sessões deliberativas neste primeiro semestre do ano legislativo. Na Câmara, de fevereiro até a semana passada foram realizadas 71 sessões deliberativas, mas 60 delas ou 84,51% do total, estavam obstruídas por MPs. Assim, restaram apenas 11 sessões, 15,49%, em que a ordem do dia esteve livre, segundo levantamento feito pela assessoria técnica do PSDB,

com base nos dados da Mesa Diretora da Casa. Atualmente, quando não é votada, a MP segura a pauta dos trabalhos da Casa em que tramita, Câmara ou Senado, 45 dias depois de ser editada. Uma das saídas é alterar os prazos. Para Aldo, a alteração nas regras tem de ser feita com equilíbrio: "Ninguém vai conseguir acabar com as medidas provisórias, mas é preciso que o Congresso encontre uma alternativa para evitar que o Executivo continue definindo a pauta do Legislativo". "Tem que reduzir a capacidade de trancar a pauta e permitir uma liberdade maior para o Congresso fazer a sua agenda", afirmou. (AE)

Os pontos que Geraldo Alckmin conquistou não foram em cima de Lula. O tucano herdou os votos de presidenciáveis que abandonaram as candidaturas, como Enéas Carneiro (Prona) e Roberto Freire (PPS). O tucano herdou também um pontinho perdido por Heloísa Helena (PSol).

ATAQUES Para derrubar Lula nas pesquisas, o PFL se propõe a continuar denunciando o governo do PT de corrupto. Os pefelistas acham que Alckmin cresceu porque o partido conseguiu fazer a associação do governo Lula com os escândalos do mensalão. As denúncias contra o presidente vão continuar nos programas de TV do PFL.

SETORIAL Alckmin raciocina da seguinte forma: precisa consolidar sua liderança em São Paulo (26 milhões de eleitores) e avançar nos demais Estados do Sudeste, Rio, Minas e Espírito Santo. No Rio (11 milhões de votos) e em Minas (13 milhões) , o tucano está atrás de Lula nas pesquisas.

RECUPERAÇÃO O candidato tucano vai cumprir uma agenda de campanha em Minas circulando ao lado do governador Aécio Neves, que tem mais de 70% de aceitação. O PSDB acredita na transferência de votos de Aécio para Alckmin.

O

coordenador do Movimento Degrau – Desenvolvimento e Geração de Redes, Rogério Amato – recebeu, na última quarta-feira, o título de cidadão campineiro oferecido pela Câmara Municipal da cidade. A honraria foi entregue durante a formatura de 29 adolescentes da segunda turma dos cursos de hotelaria e gastronomia da entidade Aprendizado Doméstico Casa Santana, dentro do Programa Jovem Aprendiz. Amato volta a Campinas no próximo dia 27, desta vez

como secretário estadual de Assistência e Desenvolvimento Social, para iniciar a implementação da Rede Social São Paulo, na cidade. Criada em março de 2003, a Rede reúne empresários, Estado e entidades sem fins lucrativos para trabalhar pela eficiência das políticas sociais. O compromisso fundamental da Rede, hoje, é a implantação efetiva, no Estado de São Paulo, do Estatuto da Criança e do Adolescente. O Estatuto completou 16 anos esta semana. A idéia de oferecer o título partiu do vereador Luis Yabiku (PDT). Também vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e do Centro das Indústrias do

APOIO

Vereador Luiz Yabiku entrega título de cidadão campineiro a Rogério Amato.

Estado (Ciesp), Yabiku conheceu o trabalho de Amato na época em que presidiu uma Comissão Especial de Estudos da Câmara a respeito da lei do aprendiz (lei

10.097/2000). “Amato é uma dessas pessoas que se tornaram símbolo do processo de implantação da responsabilidade social no Brasil”, disse. Mário Tonocchi

DIVISÃO Os adeptos das candidaturas de Alckmin e Lula estão anunciando, ao mesmo tempo, o apoio do governador paranaense Roberto Requião a seus presidenciáveis. O PT admite que vai contar com o apoio de Requião a Lula, mas o presidente do PMDB, Michel Temer, acredita na ajuda do governador a Alckmin.

ENCONTRO Além da reunião sustentada com Alckmin em São Paulo, Michel Temer vai promover um encontro do tucano com importantes lideranças do PMDB, entre os quais, os exgovernadores Jarbas Vasconcelos (PE), Luiz Henrique (SC) e Joaquim Roriz (DF). Temer admite que metade dos diretórios estaduais do PMDB vai apoiar Alckmin.

EMPERROU O que está atrasando o anúncio do apoio de Anthony Garotinho (PMDB-RJ) a Alckmin é o atrito que o ex-governador alimenta com o prefeito Cesar Maia (PFL). Um diz que não sobe no palanque em que o outro está. Detalhe: Garotinho lidera uma ampla faixa do eleitorado no Rio.

(IN) SEGURANÇA A crise na segurança em São Paulo voltou a mexer com os dois principais candidatos a presidente. Geraldo Alckmin prefere se ausentar momentaneamente do Estado. O tucano acredita que a ação do PCC é uma resposta às prisões dos principais líderes da organização. O PSDB tem medo de que a ação do grupo macule novamente a imagem de Alckmin.

INVESTIDA

Marcos Peron /Virtual Photo

ROGÉRIO AMATO É HOMENAGEADO EM CAMPINAS

no Estado. Alencar venceu o braço de ferro com Aécio e conseguiu amarrar o apoio do PMDB estadual ao candidato do PT.

O presidente do PSDB, Tasso Jereissati, está informado de que Itamar Franco pode anunciar a qualquer momento seu apoio a Geraldo Alckmin. O ex-presidente acha que foi traído no PMDB antes de deixar o partido: era candidato ao Senado, mas foi substituído pelo ex-governador Newton Cardoso.

OLHO VIVO Lula também está de olho nos 13 milhões de votos mineiros. Seu vice, José Alencar, ficou encarregado de tocar a campanha petista

Lula insiste em oferecer a ajuda da Polícia Federal e da Força Nacional ao governo paulista para auxiliar no combate ao crime organizado. O governador Cláudio Lembo também insiste em recusar a ajuda, admitindo que a polícia estadual está preparada para enfrentar sozinha o crime..

DESENLACE Cláudio Lembo não gostou das últimas declarações de Lula sobre a crise na segurança em São Paulo. O governador paulista admite que o presidente aproveita a situação para desgastar a imagem de Alckmin. O clima entre Lembo e Lula já não é tão amistoso.


sexta-feira, sábado e domingo, 14, 15 e 16 de julho de 2006

Para combater a violência o estado deve pedir ajuda para o governo federal ou para as prefeituras?

Hélvio Romero/AE

José Vicente da Silva Filho

OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

DOISPONTOS -77

defendeu (igualzinha a que Zidane deu e Buffon defendeu na prorrogação), fez outro pênalti que o juiz não deu mas a tv mostrou à saciedade para o mundo inteiro, e se envolveu no lance crucial, o da expulsão de Zidane.

Apesar das limitações quanto à atuação direta, a administração municipal deve se envolver com a segurança pública. Porque as prefeituras devem se envolver: 1. a violência é questão que afeta significativamente a qualidade de vida dos habitantes das médias e grandes cidades e, portanto, deve ser assunto do maior interesse dos prefeitos; 2. os municípios maiores administram serviços de emergência que fazem interface com a ação da polícia: bombeiros (que em São Paulo é conveniado com os municípios), serviço de ambulância, administração do trânsito, defesa civil; 3. os programas sociais dos municípios, principalmente nas áreas mais degradadas, têm elevado potencial para interferir em fatores facilitadores e precipitadores de desordens e crimes; 4. a sociedade local, representantes de entidades civis e comunitárias são cada vez mais solicitadas a participar da discussão e solução de problemas da violência; 5. os prefeitos devem estar informados sobre os problemas de segurança, sobre os recursos policiais existentes em seu município, bem como sobre planos em andamento e resultados obtidos. Esse conhecimento é fundamental para conhecer tipos e locais de problemas, para promover possíveis programas sociais de prevenção, bem como para exercer seu poder político junto ao governo do estado, para o provimento de recursos policiais compatíveis com as necessidades do município.

NEIL FERREIRA

ZIDANE E AS BENGALADAS NO JOSÉ DIRCEU

V

ocê não deve ter esquecido, como eu não esqueci, aquele senhor que encheu o José Dirceu de bengaladas. Não há nada que justifique esse ato, mais simbólico do que violento. Mas fala sério, lavou a nossa alma revoltada com o espetáculo de imundície moral proporcionado pela quadrilha chefiada por José Dirceu.

Entendo o Zidane. Eu também teria jogado tudo para cima e não sei quais consequências essa besteira traria para a minha vida. Besteira?

Cidades com lei

Márcio Fernandes/AE

Como a violência organizada pode ser combatida no dia-a-dia

G Liderar a

comunidade implica em ir além dos deveres formais, pois se trata de influenciar entidades e pessoas do município e do estado, de diferentes poderes, que não devem subordinação ao prefeito. G A única área

totalmente debitada ao estado refere-se à atividade de polícia. Muitos prefeitos preferem não se envolver com ela porque está sempre sujeita a complicadas demandas e repercussões.

Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

O

crescente repasse de responsabilidades ao município para gerir mais proximamente as necessidades dos cidadãos reconhece a conveniência da autoridade local para atender com mais eficácia os encargos com relação a áreas problemáticas como saúde, educação, assistência e desenvolvimento social. A única área de atendimento de necessidades sociais totalmente debitada ao estado refere-se à atividade da polícia, à qual muitos prefeitos preferem não se envolver, por não vislumbrar competência e também para evitar a sobrecarga de responsabilidades com área técnica de grande complexidade e sempre sujeita a complicadas demandas e repercussões (insucesso, demanda insaciável, violência, corrupção). A atividade policial é totalmente regulada e executada pelo estado – com exceção das polícias Federal e Rodoviária Federal – e deve assim permanecer por algumas boas razões: 1. Pela complexidade de sua organização e operação; 2. Altos custos de investimentos e custeios; 3. Flexibilidade para atuar em outros municípios e 4. Necessidade de atuar em sintonia com outros órgãos de âmbito estadual como o Poder Judiciário e o Ministério Público.

M

as a administração municipal deve não só exercer com competência suas atribuições legais, como também liderar sua comunidade nos esforços para resolver seus problemas críticos, entre os quais está a questão da segurança pública. Liderar a comunidade implica em ir além dos deveres formais, pois se trata de influenciar entidades e pessoas, do município e do estado, de diferentes poderes, que não devem subordinação ao prefeito. O esforço cooperativo eficaz, principalmente no caso da segurança pública, depende dessa liderança e deve ser instrumentalizado por alguma estrutura formal que possibilite definir responsabilidades e

articular esforços coordenados. A sugestão, no caso, é a criação, por lei municipal, de um Conselho Municipal de Segurança Pública que congregue representantes da prefeitura, da câmara municipal, das polícias civil e militar, do poder judiciário, do ministério público, de entidades empresariais, de entidades civis prestadoras de serviço social e de representação da comunidade. Caberia a esse Conselho diagnosticar os problemas vinculados à violência no município, estabelecer programas coordenados de ações e acompanhar a implementação dos trabalhos, além de gerir recursos orçamentários e eventuais fundos provenientes de doações.

A

s sugestões que se seguem são mais direcionadas para as cidades de porte médio para cima (70 mil habitantes em diante), onde a complexidade dos problemas de segurança demanda igualmente soluções mais complexas: zelar pela ordem, desenvolver programas sociais de prevenção, apoiar e articular o esforço policial e desenvolver análise e planejamento integrados, onde pode ser introduzida a tecnologia de informação para dar eficácia ao planejamento policial e às atividades complementares de outras agências públicas que atuam no município. Da análise desses dados devem surgir planos e programas, tanto policiais como sociais, para a efetiva redução dos problemas específicos de cada localidade. Podem-se obter orientações técnicas dos policiais para que a guarda municipal complemente e coopere com o trabalho policial em áreas que lhe sejam próprias (escolas, praças, corredores comerciais etc) e para que a prefeitura complemente o esforço policial com medidas pontuais TRECHOS DO TEXTO "A PARTICIPAÇÃO DA PREFEITURA NA PREVENÇÃO E CONTROLE DA VIOLÊNCIA", DE JOSÉ VICENTE DA SILVA FILHO, EXSECRETÁRIO NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA, DISPONÍVEL NO SITE WWW.BRAUDEL.ORG.BR

Lembrei-me disso quando vi atônito Zidane, o mais sublime jogador desta Copa, jogar o bicampeonato mundial pela janela e dar uma cabeçada no italiano Materazzi, sob os olhares de mais de um bilhão de espectadores. Mesmo tendo sido eleito o melhor jogador da Copa e premiado com a Bola de Ouro, a sua explosão e a sua expulsão marcarão a sua carreira mais do que as glórias que conquistou. Chirac disse que Zidane é homem e não Deus, e portanto erra, tentando compreender o que aconteceu, da mesma maneira como Lulla "explicou" o "erro" dos cumpanheros que enfiaram a mão em milhões de reais de dinheiro público. Você não deve ter esquecido o "nosso" Delúbio, Silvinho Land Rover, Marcelo Sereno, Genoino, os dólares na cueca, a dançarina gorda da pizza no Congresso, o "professor" Luizinho, João Paulo Cunha, Palocci, Okamoto, Lullinha. Mensaleiros e corruptos unidos jamais serão vencidos! Eu acompanho o campeonato italiano pela RAI e pela ESPN e sei que Materazzi é um defensor medíocre e violento, reserva da seleção, para quem os deuses dos estádios apontaram o dedo na final e o escalaram para fazer o pênalti que Zidane transformou em gol, dar a cabeçada que Barthez não

O

que ele teria dito que cegou Zidane? Ele sabe o que falou. Zidane sabe o que ouviu e como ouviu. Eu não justifico Zidane mas compreendo Eu já fiquei igualmente cego uma vez na minha vida. Foi em novembro do ano passado, no mais aceso da crise da lama em que o PT mergulhou o País. Eu estava em Paris na Église de Saint Germain des Près para assistir a um desses concertos tão comuns nas igrejas parienses e eis que eu vejo lá Tarso Genro. Esse mesmo, o ex-"ministro" da "refundação" da Educação, o expresidente da "refundação" do PT, que iria negar legenda para os mensaleiros e os corruptos (ele foi defenestrado e os corruptos e mensaleiros estão todos lá, candidatíssimos) e hoje é um "ministro" que vive e viaja às nossas custas tramando a reeleição do Noço Guia. Ele estava na primeira fila com uma mocinha, não sei se sua filha ou se uma mocinha Caixa 2. Eu comecei e enxergar vermelho. Eu queria ir lá e dizer para ele em alto e bom som que mais do que roubar o dinheiro público, organizando a maior onda de corrupção que eu tinha visto na vida, o PT tinha feito pior, tinha enganado e roubado o sonho de uma geração inteira.

E

u pensei, se eu for lá e ele esboçar uma reação sequer, eu vou cair de porrada em cima dele. Mas eu achei que não adiantava nada falar com um cara que tem a moral e a ética na política de um petista de alto escalão. O negócio é ir direto na porrada mesmo, sem nem explicar porquê. Fiquei cego. Minha mulher percebeu e graças à cabeça fria e juízo dela, eu evitei dar um escândalo, acabar com um concerto numa igreja maravilhosa e talvez até ser preso. Mas ele teria levado uma bela surra ao som de Bach, o que é honra demais para um petista metido com corruptos e mensaleiros. Pego o cara na saída, pensei. Minha mulher, que a vida inteira foi muito mais inteligente do que eu, percebeu e me tirou de lá na base da conversa suave e da persuasão. Entendo o Zidane. Não justifico mas entendo. Eu também teria jogado tudo para cima e não sei quais consequências essa besteira traria para a minha vida. Besteira? Será? NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO NEIL_FERREIRA@UOL.COM.BR

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sexta-feira, sábado e domingo, 14, 15 e 16 de julho de 2006

Congresso Planalto Horário Eleitoral CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Eu não diria que ele (Itamar) está irritado, mas que está desagradado com o comportamento do presidente Lula. Michel Temer, presidente do PMDB

TSE DEFINE APARIÇÃO DOS CANDIDATOS

NO JANTAR DE LANÇAMENTO DE SUA CAMPANHA, PRESIDENTE REBATE ACUSAÇÕES DA OPOSIÇÃO.

'LEVIANDADE TEM LIMITE', DIZ LULA.

O

Ricardo Stuckert/PR/ABr

HORÁRIO ELEITORAL COMEÇA DIA 15 DE AGOSTO

O

ministro Gerardo Grossi, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), reuniu-se ontem com representantes dos partidos políticos que requereram registro de candidatos à Presidência e de emissoras de rádio e televisão para elaboração de um plano de mídia. O horário eleitoral gratuito começa dia 15 de agosto e vai até o dia 28 de setembro, em cadeia nacional de rádio e TV. A propaganda dos presidenciáveis será da seguinte forma: No rádio: às terças, quintas e sábados, em dois blocos de 25 minutos cada um, das 7h às 7h25 e das 12h às 12h25. Na televisão: às terças, quintas e sábados, em dois blocos de 25 minutos cada um, das 13h às 13h25 e das 20h30 às 20h55. Os partidos têm direito a 6 minutos diários, inclusive aos domingos, para inserções de até 60 segundos, distribuídas ao longo da programação. O candidato com maior tempo é Geraldo Alckmin, com 10 minutos e 22 segundos. O presidente Lula terá 7 minutos e 21 segundos. O tempo dos candidatos a governador, senador, deputado federal e deputado estadual/distrital é dividido pelo Tribunal Regional Eleitoral do Estado do candidato. Deputado Federal – A propaganda irá ao ar às terças, quintas e sábados, como a dos presidenciáveis. No rádio, será das 7h25

às 7h50 e das 12h25 às 12h50. Na televisão, das 13h25 às 13h50 e das 20h55 às 21h20. Governador – Irá ao ar às segundas, quartas e sextas. No rádio, das 7h às 7h20 e das 12h às 12h20. Na tevê, das 13h às 13h20 e das 20h30 às 20h50. Senador – A propaganda também será às segundas, quartas e sextas, sendo no rádio das 7h40 às 7h50 e das 12h40 às 12h50. Na tevê, das 13h40 às 13h50 e das 21h10 às 21h20. Deputado Estadual – Será às segundas, quartas e sextas, sendo no rádio das 7h20 às 7h40 e das 12h20 às 12h40. Na tevê, das 13h20 às 13h40 e das 20h50 às 21h10. As emissoras ainda precisam reservar 30 minutos diários da programação para veiculação de inserções de seis minutos para cada cargo. É proibida a veiculação de propaganda que possa degradar ou ridicularizar candidatos. A punição é a perda do direito ao programa do dia seguinte ao da decisão. Suspensão - O TSE concedeu liminar para suspender a veiculação da propaganda do Banco do Nordeste em que se usam as expressões "Cresce Nordeste!" e "Brasil, um país de todos". O tribunal julgou que a propaganda infringe a legislação eleitoral, que proíbe a veiculação de publicidade institucional nos três meses que antecedem as eleições. (AE)

PAN 2007 – Na manhã de ontem, Lula participou, no Forte de Copacabana, Rio de Janeiro, do evento comemorativo "Um Ano para os XV Jogos Pan-Americanos", no qual foi lançado o mascote dos jogos.

presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, respondeu ontem às afirmações feitas pelo senador Jorge Bornhausen (PFLSC) e o ex-prefeito José Serra (PSDB), que sugeriram a existência de uma ligação entre PT e PCC relacionada aos ataques em São Paulo. Durante o evento que lançou oficialmente sua candidatura à reeleição, Lula mandou um recado à oposição, alegando ser uma insanidade estabelecer qualquer vinculo. "É no mínimo uma questão de insanidade tentar vincular o PT ao crime organizado do qual eles cuidam há 12 anos", disse Lula, em referência ao fato de ao governo paulista ter sido comandado pelo PSDB até este ano, e agora estar nas mãos do PFL. Lula fez um apelo para que o debate político não seja levado para esse lado, pedindo ao senador Aloizio Mercadante que não responda aos ataques em sua campanha para o governo do Estado. "Leviandade tem limite", disse Lula. O jantar renderá cerca de R$ 490 mil líquidos aos cofres de sua coligação, segundo cálculos feitos a partir da venda de 3 mil convites para o evento no restaurante São Judas Tadeu, em

São Bernardo do Campo (SP). Cada convite foi vendido a R$ 200. O PT fechou em R$ 36 o gasto por pessoa. Um esquema especial foi montado para a entrega de recibos eleitorais aos convidados. Escaldado com a crise do mensalão, os petistas estavam atentos a qualquer deslize, preocupados inclusive com a eventual presença de fiscais da Justiça Eleitoral. Antes de chegar à festa, Lula passou algumas horas no apartamento da família, a poucos quilômetros do restaurante, onde se reuniu com o marqueteiro João Santana para definir o tom e os argumentos do discurso. Convidados – Eram aguardados para a festa, o candidato ao governo do Estado Aloizio Mercadante, a governadora do Rio Grande do Norte, Wilma Farias (PSB), o candidato ao governo do Maranhão Edson Vidigal (PSB), além do vice na chapa de Lula, José Alencar (PRB). Os convidados tiveram uma surpresa ao ocuparem seus lugares. Cada um recebeu um guardanapo em tom azul com a estampa do presidente e os dizeres: "Jantei com o Lula e apóio a reeleição." Também receberam um kit com adesivo, cartaz e uma revista com o discurso do presidente na convenção do partido. (AE)

Fabio Motta / AE

FROSSARD E BUARQUE: ENCONTRO.

N

Por acaso: Denise Frossard e Cristovam Buarque trocam beijos em encontro casual, em Duque de Caxias (RJ).

a seqüência de um roteiro previamente definido, o candidato do PDT à Presidência, senador Cristovam Buarque, fez campanha pelo segundo dia consecutivo no Rio. E acabou se encontrando com a candidata do PPS ao governo fluminense, deputada Denise Frossard. Ele fazia uma caminhada pelo calçadão de Duque de Caxias, acompanhado de Carlos Lupi, candidato ao governo do Estado do Rio, quando encontrou a deputada. Aliada de Geraldo Alckmin (PSDB), Frossard deu um longo abraço em Cristovam. (AE)

MAGOADO, ITAMAR APÓIA ALCKMIN. VOX POPULI:

O

ex-presidente Itamar Franco está com um pé na escada do palanque do candidato tucano Geraldo Alckmin. A adesão de Itamar ao candidato da oposição começou a ser acertada na quarta-feira com o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP). O ex-presidente amadureceu sua escolha depois de perder a indicação para disputar a vaga de senador para o ex-governador mineiro Newton Cardoso (PMDB). Itamar ficou muito irritado com a intervenção pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da

Silva na convenção estadual do partido. O acordo com Cardoso, a quem Lula chamou de "novo companheiro" ao visitálo em casa, em Contagem (MG), assegurou o apoio do PMDB mineiro a seu projeto de reeleição e ao candidato petista a governador Nilmário Miranda. Em troca, o comando do PT estadual comprometeu-se com a campanha de Cardoso. "Eu não diria que ele está irritado, mas que está desagradado com o comportamento do presidente Lula", disse Temer. Itamar prometeu a Temer que dará sua palavra final nes-

se assunto depois de conversar com o governador Aécio Neves (PSDB), que apoiava o seu nome para o Senado. Itamar tem dito a seus interlocutores que avalia o gesto de Lula como um ato hostil a sua pessoa, e não como um movimento circunstancial da política. O presidente do PMDB confirmou ter tido uma longa conversa telefônica com Itamar, antes de reunir-se com Alckmin, em São Paulo, a quem deu a notícia em primeira mão. Em breve, Itamar deve participar de um ato público a favor do candidato tucano. (AE)

VANTAGEM DE LULA CAI.

P

esquisa presidencial do Vox Populi divulgada na TV Bandeirantes mostrou que a diferença entre Lula e Alckmin caiu. Lula passou de 45% das intenções de voto na última pesquisa (junho) para 42%. Alckmin ficou com os mesmos 32% da enquete anterior. Heloísa Helena oscilou de 5% para 7% e Cristovam Buarque (PDT) manteve 1%. A pesquisa foi feita entre os últimos dias 8 e 10, com 2 mil pessoas. (AE)


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Indicadores Econômicos

7

5,67

por cento foi o crescimento do Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), neste ano.

13/7/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 11/07/2006 11/07/2006 11/07/2006 11/07/2006 11/07/2006

P.L. do Fundo 5.947.787,66 1.392.499,46 6.788.537,03 9.805.721,42 1.067.986,96

Valor da Cota Subordinada 1.125,059028 1.044,117196 1.091,309176 1.082,348564 1.037,517887

% rent.-mês 0,7660 0,4113 0,6251 1,1536 0,6968

% ano 15,1579 4,4117 9,1309 8,2349 3,7518

Valor da Cota Sênior 0 1.054,560449 1.064,762952 0 0

% rent. - mês 0,3968 0,4322 -

% ano 5,4560 6,4763 -

rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 14, 15 e 16 de julho de 2006

LAZER - 1

Descobrir novos lugares para passear pode ser uma boa pedida para aproveitar o tempo livre antes do início das aulas. Opções na cidade não faltam FÉRIAS

Fotos: Andrea Felizolla/LUZ

DEGRAUS DA ARTE Aprendizes descobrem um novo mundo de pincéis, tintas, cores e imagens. Foi um mutirão de alegria, surpresas e aprendizado Rita Alves

S

air com os amigos, ler, ir ao cinema, viajar. Não importa a programação. Em época de férias, o principal é aproveitar o tempo para fazer o que se gosta. Mas que tal incluir no roteiro um lugar desconhecido? Com a imensidão de São Paulo, encontrar um local nunca antes visitado não é das tarefas mais difíceis. Os adolescentes Bruno Silva e Michelle Gonçalves, de 16 anos, gostaram da idéia e toparam a proposta de passeio feita pelo DC. Os dois são integrantes do Movimento Degrau da Associação Comercial de São Paulo. Bruno é aprendiz do departamento de Recursos Humanos há nove meses. Michelle tem menos tempo na ACSP. Há quatro meses é aprendiz da Unidade de Novos Associados (UNA). O dia escolhido foi a primeira sexta-feira do mês de férias. O destino do passeio, a Estação Pinacoteca, localizada no Largo General Osório, sede do antigo Departamento de Ordem Política e Social (Dops). Logo na chegada, a arquitetura do prédio, criada por Ramos de Azevedo, chama a atenção de Michelle. Sua suspeita é de que a construção seja bem antiga. Quem tira a dúvida da adolescente é o educador da Estação Pinacoteca, Leandro Roman. É com ele que a dupla do Degrau descobre a história do edifício construído em 1914 e conhece o Acervo da Fundação Nemirovsky – O Olhar do Colecionador. Os quadros de Alfredo Volpi (1896-1988) são os primeiros alvos do olhar explorador dos aprendizes. Bruno reconhece logo as obras do artista, famoso pelos quadros com bandeirinhas. Diante da revelação, o educador pede à dupla que interprete as possíveis mensagens das telas de Volpi. "Acho que a cor marron representa tristeza", diz Bruno. É nesse momento que eles sentam em frente aos quadros, continuam a opinar e conhecem um pouco mais sobre o artista. "Eu vejo

alegria no azul. Lembra vida, felicidade", completa Michelle. O passeio pelo andar da exposição segue. São 121 peças entre pinturas, esculturas, gravuras e desenhos. Diante delas, dúvidas, troca de idéias, riso, curiosidade, admiração. Bruno e Michelle não se cansam de descobrir obras de Emiliano Di Cavalcanti, Portinari, Lygia Clark, Pancetti, Tomie Ohtake, entre outros. A obra sem título, 1966, de Bernardo Cid (1925-1982) chama a atenção de Michelle. O educador instiga os aprendizes per-

guntando o que eles conseguiram identificar no quadro. "Ele retrata conflitos vividos pelo artista. Tem muita coisa misturada", diz Bruno. O olhar feminino enxerga algo mais atual: "acho que essa confusão de coisas tem a ver com a nossa época", opina Michelle. Mais uma caminhada pelo andar e a dupla encontra uma velha conhecida deles: Antropofagia, 1929, de Tarsila do Amaral. O encanto com o achado inesperado daquela que só era vista nos livros é nítido. Se no papel, virar a pági-

na era uma reação possível, ao vivo a resposta foi outra. O impacto ganhou minutos de atenção. Atenta, Michelle até notou um ponto vermelho que não tinha percebido nos livros. Ficou tão intrigada que não resistiu. Quis saber do educador o que significava aquele sinal vermelho do quadro. "O que você imaginar", respondeu Leandro, para decepção dela. Depois de percorrer toda a exposição, os adolescentes quiseram mais. E foram até outro andar da Estação Pinacote-

ca visitar a exposição Onde Pedra a Flora, de Claudio Cretti. Os dois caminharam pela sala que abrigava instalações do artista e elegeram o trabalho que mais gostaram: a obra de 2006 que dá título à exposição com tiras e rolos de grama, mármore e lâmpadas fluorescentes. "O trabalho é bem chamativo porque é difícil imaginar uma obra de arte com esse tipo de material", diz Michelle. A dupla aprecia as instalações do artista contemporâneo e, entre elas, caminha em direção a outro andar do prédio.

Bruno e Michelle trocam idéias sobre o Relógio de Sol, de Lygia Clark (acima). Rodeados de obras de Alfredo Volpi, os aprendizes fazem possíveis leituras sobre os quadros, a pedido do educador Leandro Roman (esq.). O olhar curioso da dupla de adolescentes percorre o Acervo da Fundação Nemirovsky em exposição na Estação Pinacoteca.

Continue o passeio com os adolescentes do Degrau na página 3


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Internacional

É extremamente importante que Israel se contenha em seus atos de legítima defesa. Condoleezza Rice, secretária de Estado dos EUA

Reprodução/AOG

O LÍBANO SOB FOGO CERRADO DE ISRAEL Com bombardeios que deixaram dezenas de mortos e mais de cem feridos, inutilizaram o aeroporto, atingiram a principal rodovia de ligação entre Beirute e Damasco e com o bloqueio de todos os portos do país, Israel tenta isolar o Líbano. Hezbollah respondeu com lançamento de mísseis em cidades israelenses

Crianças brasileiras que morreram durante o ataque de ontem a Beirute

Adnan Hajj/Reuters

Bomba mata família de brasileiros

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srael impôs ontem um bloqueio naval e aéreo ao Líbano e prosseguiu pelo segundo dia consecutivo com bombardeios intensos a alvos civis e do grupo xiita Hezbollah, que por sua vez lançou mais de cem foguetes contra cidades e vilas israelenses perto da fronteira. Os bombardeios israelenses se concentraram no sul do Líbano. . Pelo menos 53 libaneses e 2 israelenses morreram e mais de 200 pessoas (120 em Israel, 103 no Líbano) ficaram feridas. entre os mortos está uma família brasileiro-libanesa (veja ao lado). Entre os mortos há pelo menos dez menores (um deles um bebê de sete meses). Não se sabe se foram mortos combatentes do Hezbollah. A crise na fronteira norte de Israel começou na quarta-feira, quando militantes do Hezbollah invadiram o país e capturaram dois soldados israelenses. Na seqüência, outros oito soldados foram mortos e dois feridos. Poucas horas depois, o líder do Hezbollah, xeque Hassan Nasrallah, relacionou a operação à ofensiva israelense na Faixa de Gaza e anunciou que só soltará os militares em troca da libertação de árabes e palestinos presos em Israel. A aviação israelense despejou bombas nas pistas do aeroporto internacional Rafik Hariri, o único do Líbano, localizado em Beirute. Também houve ataques a bases militares libanesas e posições do Hezbollah, incluindo na capital. Na madrugada de sexta-feira (pelo horário local), bombardeou a rodovia Beirute-Damasco, principal artéria libanesa, o que acabou por isolar quase completamente o Líbano do exterior. O aeroporto internacional foi inutilizado. Segundo Israel, "o local era utilizado como centro estratégico para a transferência de armas e outros equipamentos para o Hezbollah". Todos os vôos em direção ao Líbano tiveram de ser desviados para outros aeroportos, principalmente para o de Larnaca, no Chipre. Além disso, pontes foram atacadas e foi imposto um bloqueio às águas territoriais libanesas, o que deixou o país virtualmente isolado.

Wael Ladki/AFP

Tanques de combustível nas proximidades de Beirute foram atingidos pela aviação israelense, deixando a capital libanesa em chamas. O único aeroporto internacional do Líbano foi destruído em bombardeios sob alegação de que era usado pelo Hezbollah para transferência de armas e equipamentos. Os portos do país foram bloqueados e a principal rodovia interditada. O Hezbollah revidou com lançamento de mísseis nas cidades de fronteira.

urante quase cinco horas, parentes e vizinhos dos libaneses naturalizados brasileiros Akil Merhei e Ahlam Jabir reviraram os escombros da casa de três andares onde o casal dormia na noite de quarta-feira (pelo horário de Brasília), quando cinco mísseis israelenses a destruíram na cidade de Srifa no sul do Líbano. A busca foi em vão. "O ataque atingiu em cheio o quarto deles", disse Daniele Merhi, cunhada de Akil. Na tentativa improvisada de socorro, o filho de 8 anos do casal, Hadi, foi retirado com vida dos destroços, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na ambulância a caminhos do hospital. Sua irmã Fátima, de 4 anos, também morreu no ataque. A casa onde o casal e os filhos passavam férias, com a intenção de retornar ao Brasil no fim do mês, estava em construção há sete anos para um dia abrigar a família toda, dividida por questões financeiras A tragédia abalou a comunidade libanesa de Foz do Iguaçu, onde as crianças nasceram e onde Akail, de 34 anos, chegou havia 16 anos acompanhado de dois irmãos e se casou com Ahlan, de 28 anos. No Líbano ainda vive um casal de irmãos de Akail e também os avós das crianças. Ao receber a notícia da morte do filho, o pai foi hospitalizado por problemas cardíacos.

O enterro dos Merhi ocorreu ontem no Líbano, informou Mohamad Mead, amigo de Akail havia mais de dez anos. Para Zaki Moussa, um dos líderes da comunidade árabe de Foz e também amigo da família, lamenta a tragédia: "O sonho da família Mehri de voltar a se reunir um dia em Srifa, e numa mesma casa, acabou", lamenta Moussa. Em nota publicada em seu site na internet, a Embaixada de Israel no Brasil lamentou a morte da família brasileira. No comunicado, a embaixadora israelense, Tzipora Rimon, também lamentou a situação da "população civil não envolvida em ações terroristas", mas justificou a ofensiva de Israel no Líbano classificando-a como uma resposta à "agressão" praticada pelos guerrilheiros do Hezbollah. "Israel precisa responder com a devida severidade a essa agressão", diz a nota, referindose à invasão do território israelense pelo Hezbollah. Tzipora reitera a posição do governo israelense, que considera o governo libanês responsável pela ação e pela saúde dos soldados capturados. Segundo Tzipora, a ofensiva israelense está ancorada na Resolução do Conselho de Segurança da ONU nº 1559, que pede o desmantelamento de todas as milícias libanesas e não libanesas que operam no Líbano. (AE)

Louai Beshara/AFP

Contra-ataque – O Hezbollah lançou foguetes contra 20 vilas e cidades de Israel, tendo pela primeira vez atingido a terceira maior cidade do país, Haifa, situada a 30 quilômetros da fronteira libanesa. A extensão do alcance desses projéteis trouxe uma nova dimensão ao confronto, pois até então o grupo só conseguia acertar localidades menores, a menos de 20 quilômetros da divisa. Foguetes Katyusha caíram também sobre a cidade portuária israelense de Haifa, de 270 mil habitantes. O Exército de Israel disse que o ataque não deixou vítimas. Sayyed Nasrallah líder das milícias xiitas - afirmou que os ataques continuariam e que os reféns israelenses continuariam em poder do Hezbollah até que "o inimigo liberte prisioneiros libaneses e palestinos presos em Israel". A escalada do conflito provocou forte reação de líderes das potências mundiais e advertências contra o Irã e a Síria, acusados de terem ajudado a armar essa crise, já que apóiam política e financeiramente o Hezbollah. Autoridades israelenses sus-

tentaram que o Hezbollah pretende transferir os soldados capturados para o Irã, que negou categoricamente qualquer ligação com o caso. O governo da Arábia Saudita, outra potência regional, criticou em linguagem franca - raramente usada pelo reino - o Hezbollah e seus aliados. "Uma distinção deve ser feita entre resistência legítima e aventuras mal calculadas de elementos dentro do Líbano e de outros por trás deles, sem consulta às autoridades legais e coordenação com as nações árabes", diz a mensagem saudita. ONU – O paradeiro dos dois israelenses feitos reféns pelo Hezbollah ainda continua uma incógnita. Israel afirmou que o Líbano pagará um "alto preço" pelos ataques a seu país e que suas tropas "destruirão o Hezbollah". Já o governo o premier do Líbano, Fouad Siniora, disse não ter responsabilidade sobre os ataques e convocou os países-membros do Conselho de Segurança da ONU para discutir a situação. (AP/AE) Saiba como o conflito atingiu os mercados internacionais em Economia

Táxi libanês atravessa a fronteira da Síria levando civis que estão abandonando o Líbano Yonathan Weitzman/Reuters

Crianças israelenses num abrigo nas proximidades da fronteira Líbano-Israel: proteção contra Hezbollah


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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

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pesar da organização criminosa Primeiro Comando da Capital, o PCC, mais uma vez ter instaurado o caos na rotina paulista, a moda continuou a dar show nas passarelas da Bienal do Ibirapuera. Diferente do primeiro dia, em que se viu uma convergência de tendências, principalmente na inspiração africana, o segundo dia foi mais heterogêneo, começando com o frescor atual de Pedro Lourenço e terminando com a concorrida moda praia da Cia Marítima. No espaço de eventos do Shopping Iguatemi, o precoce estilista Pedro Lourenço despediu-se das passarelas brasileiras revelando uma moda madura que mescla sensualidade e sofisticação. De malas prontas para Paris, onde vai cursar a escola de Belas Artes e quem sabe estagiar em alguma grande maison, o estilista demonstrou extremo domínio técnico e cuidado minucioso com acabamentos e costura. Uma provável herança genética, já que Pedro é filho do casal de estilistas Glória Coelho e Reinaldo Lourenço. Na passarela, a inspiração veio a partir de fraques masculinos do século passado. A vestimenta se desdobrou em blusas, casacos e vestidos em organza. O tecido aparece em várias camadas formando lindas saias e godês. Marca registrada, os corseletes à Maria Antonieta ganham atitude sexy e aparecem ora trabalhados em escamas de peixe de couro, ora com imensas golas e ilhoses. Na cartela de cores, tons frescos de areia, o f f -w h i t e e brancos, com intervenções conceituais de tecidos fluo em rosa choque e laranja. As pantalonas muito largas, assim como as calças skinny, prometem ser hits. Capuzes monásticos, golas e coletes agregam um certo ar de rua à coleção de quem só tem 16 anos. Mais uma vez, a Cori trouxe demonstrações de como fazer uma moda usável com um quê

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 14, 15 e 16 de julho de 2006

O jovem estilista Pedro Lourenço levou o glamour à moda Maria Antonieta para a SPFW

SEMANA DE MODA TERMINA NO DIA 18

SP A MODA LEVE FASHION E SOLTA WEEK

Caetano Barreira/Reuters

Caetano Barreira/Reuters

Coleção de Carlos Tufvesson teve transparências e efeitos geomètricos

Caetano Barreira/Reuters

A veterana Marcelle Bittar em modelo ousado de Carlos Tufvesson

A apresentadora Angélica foi a celebridade do segundo dia da SPFW

Gina Stocco/Futura Press

Gina Stocco/Futura Press

Herchcovitch assinou a coleção da Cori

Modelos de Pedro Lourenço surpreenderam

Caetano Barreira/Reuters

Caetano Barreira/Reuters

Desfile de Fause Haten misturou rock com nerds

Ellus: África com Letícia Birkheuer

a mais. A cargo de Alexandre Herchcovitch, a grife trabalhou bem a feminilidade e fez com o perfume retrô dos anos 20 uma moda contemporânea. A coleção tem peças em estampa vichy azul e branco, casaquinhos curtos pespontados e blusas de seda. Na seqüência, evolui para vestidos e saias, atingindo o ponto alto com os florais suaves e fluidos e as blusas-vestido em seda pêssego transparentes, que revelam franjas pretas por baixo. C e l e br i d a d e s – Quem garantiu as páginas das revistas de celebridades foi Carlos Tufvesson. De mãos dadas com a apresentadora Angélica – aplaudida de pé pelo maridotiete Luciano Huck – Tufvesson atraiu os paparazzi em uma semana que não terá nem Gisele Bündchen nem Raica. A passarela ainda trouxe Marina de Sabrit, Fabiana Scaranzi, Beth Szafir e a modelo veterana Marcelle Bittar. Os tecidos da coleção são o cetim e a seda, que se encontram em patchworks e sobreposições. A cenografia do desfile de Fause Haten já permitia deduzir o show logo na entrada. A bateria aguardava as batidas secas e agressivas do músico Igor Cavalera rasgando a entoação clássica de violinos. E o clima do desfile foi justamente esse. De óculos e cabelos bem penteados, os homens de Haten utilizam a roupa de forma racional, transformando o paletó em uma espécie de robe e revelando a informalidade do smoking. Por cima de blazers e ternos, cintos de tecido criam amarrações na cintura. A Cia Marítima encerrou o segundo dia de desfiles com um verão inspirado na África, tendência que foi confirmada por Alexandre Herchcovitch, Ellus e Zoomp, que se apresentaram no primeiro dia. Hoje, é dia de Reinaldo Lourenço, Máxime Perelmuter, Água de Coco, Fause Haten feminino, Mario Queiroz, Fórum e Osklen na SPFW. Sabina Deweik

as atenções com a São file de março (que mostrou a dente da CDL, Antônio Ary lingerie de grife vendido a Avant-première do Bom Retiro vidir Paulo Fashion Week. "Não par- coleção outono-inverno), pa- Martorelli, que prevê um au- R$ 120, custa cerca de R$ 30 no

A

ousadia marca a terceira edição do Bom Retiro Fashion Business, a semana de desfiles que é organizada nas ruas do bairro para o lançamento das grifes locais. Hoje, está programada a "avant-première" da

coleção primavera-verão, que será lançada oficialmente entre os dias 7 e 10 de agosto. Além de antecipar os desfiles, com uma expressão francesa para dar mais charme, a Câmara de Dirigentes Lojistas do Bom Retiro (CDL) não teme di-

tilhamos o mesmo público. Nosso objetivo é comercial, não lançar tendências", explicou a secretária executiva da CDL, Kelly Cristina Lopes. A terceira edição vem com novidades. O número de participantes subiu de 25, no des-

ra 40. E o investimento passou de R$ 250 mil para R$ 400 mil. A expectativa é receber 150 mil pessoas, ante os 80 participantes da última edição. "Com a revitalização, o bairro se sofisticou. Lembra locais glamorosos na Europa", afirmou o presi-

mento de 20% nas vendas. É o que também espera a proprietária das lojas Companhia das Calcinhas, Universo das Calcinhas e QBella, Luciana Alberico: "As lojas do Bom Retiro oferecem qualidade e preço justo. Um conjunto de

bairro", comparou. Com um investimento de R$ 20 mil, a Guelt participa pela primeira vez do evento. "Quero principalmente divulgar a marca", disse o proprietário da loja, Fábio Shoel. Neide Martingo


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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sexta-feira, sábado e domingo, 14, 15 e 16 de julho de 2006

TEATRO Clássicos no palco. E o um novaiorquino derrama humor sobre textos alimentares

Fotos: Paulo Pampolin/Hype

Fotos: Arquivo DC

Allen (no alto); Aristóteles, que teria colocado o problema do peso em termos científicos; Nietzche, Descartes e o racionalista Tomás de Aquino

DESCOBERTA A dieta de Nietzsche, segundo Woody Allen Renato Pompeu

Atriz e o diretor do espetáculo: Senhora MacBeth é a primeira montagem brasileira para a adaptação da escritora argentina Griselda Gambaro

Luzes sobre Lady Macbeth Sob o comando de Antonio Abujamra, Marília Gabriela estrela Shakespeare

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inguém pode acusar Marília Gabriela de ser uma mulher acomodada com o sucesso. Jornalista e apresentadora de carreira consolidada, ela já havia passado dos 50 anos quando aceitou o convite do diretor Gerald Thomas para estrear como atriz em Esperando Beckett – um espetáculo com um pé no experimentalismo em que enfrentava o palco praticamente sozinha, já que os atores da Cia. de Ópera Seca, de Thomas, deixavam a cena nos dez minutos iniciais. Algum tempo depois, um novo convite, desta vez de Aderbal Freire-Filho, e Marília Gabriela voltava ao palco, na companhia do já então marido Reynaldo Gianecchini, na montagem de A Peça Sobre o Bebê, do dramaturgo americano Edward Albee, que passou longe de ser um sucesso comercial. Hoje à noite, no palco do teatro do Sesc Vila Mariana, a postura esguia, a voz grave e os olhos azuis claros da jornalista (tudo agora coroado por uma peruca de cabelos escuros) serão requisitados novamente para a composição de um outro personagem, a vilã shakespeariana lady Macbeth, no espetáculo Senhora Macbeth, texto da escritora argentina Griselda Gambaro que recebe a primeira montagem brasileira, sob o comando do diretor Antonio Abujamra. Escrita em 2004, Senhora Macbethé uma versão feminina – e não feminis-

Sérgio Roveri ta, apressa-se em esclarecer Marília convertê-lo em assassino. Na raiz de Gabriela – da tragédia Macbeth, na tudo, estaria o amor". A amizade entre o diretor Antonio qual um general, auxiliado por um empurrãozinho da esposa ambiciosa, Abujamra e a escritora Griselda Gammata o rei da Escócia para estabelecer- baro começou na década de 1970, se no trono. No original de Shakespea- quando os dois se conheceram em um re, lady Macbeth é uma espécie de – a festival de teatro na Venezuela. "Nacomparação ainda é oportuna – Bia quela época, ela reclamava de ser uma autora pouco lida Falcão com um e pouco encenacaráter ainda da", diz Abujamm a i s t u r vo : s e ra. "As coisas para existe alguém enela mudaram, e tre ela e o poder, a vão mudar muito melhor receita mais após o suainda é eliminácesso de Senhora lo. Sob os olhares Macbeth. Este mais generosos mês a peça entra da argentina em cartaz tamGambaro, a sebém na Suécia, e nhora Macbeth é É uma peça de tenho certeza de ambiciosa, sim, mulher, escrita que se tornará mas o que serve para mulheres um sucesso munde combustível Marília Gabriela dial quando espara seus atos trear em Londres. pouco ortodoxos é a paixão e a devoção inconteste que Convidei Marília Gabriela para este ela devota ao marido guerreiro. "Se- trabalho porque é no palco que ela nhora Macbeth é uma peça de mulher, tem de envelhecer. Se ela tem só cinco escrita para mulheres, mas que não re- anos de experiência teatral, a culpa é dime a lady Macbeth", diz Marília Ga- dela. Deveria ter começado antes a briela. "O que a autora argentina fez foi trabalhar como atriz. Mas a vida é dela: jogar muita luz sobre este persona- se ela quer estragá-la no jornalismo, gem importante de Shakespeare, mas não posso fazer nada". Da trama original de Macbeth, a auque sempre esteve em segundo plano. Ela tenta esclarecer quais foram os tora argentina transportou para a sua motivos que levaram lady Macbeth a versão apenas lady Macbeth e as três fazer a cabeça do marido, a ponto de bruxas – além de ter transformado em

fantasma o personagem de Duncan, o rei escocês assassinado pelo general Macbeth. Eis um dos motivos, segundo Marília Gabriela, para que o público se esqueça do verdadeiro Macbeth na hora de assistir à Senhora Macbeth. "A história desta mulher tem de ser compreendida sob o olhar do século 21, e não mais do Renascimento. A senhora Macbeth tem algo que até hoje não mudou: não nos iludamos, o poder continua sendo dos homens. Nós, mulheres, não demos certo desde sempre, daquela corte de Shakespeare até hoje". Marília Gabriela foi a primeira atriz do elenco a começar a ensaiar, em maio. As outras três (Selma Egrei, Natália Corrêa e Danielle Farnezi, que fazem as bruxas) chegaram um pouco depois. Durante todo o processo de ensaio, a jornalista confessa ter tido apenas um momento de crise: quando Abujamra foi provisoriamente substituído no processo de ensaios pelo assistente Hugo Rodas, ela não sabia mais se estava diante de uma tragédia ou de uma comédia. Abujamra, o provocador que também sabe apaziguar, voltou e deu o veredicto que pôs fim ao dilema da apresentadora: façamos uma tragicomédia. Senhora Macbeth, estréia hoje, sexta (14) no Teatro do Sesc Vila Mariana, rua Pelotas, 141, tel.: (11) 5080-3000. Sexta e sábado às 21h e domingo às 18h. Ingressos de R$ 15 a R$ 30.

Ética na política ou o marido ideal

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universo das geniais frases Herson Capri, de efeito, dos Edwin Luisi, personagens Jacqueline adoravelmente perversos e Laurence e da crítica à sociedade inglesa Silvia Pfeifer: do século 19 – mas que destaques parece prestar-se à do elenco radiografia de qualquer sociedade em qualquer época – está de volta. Escrita pelo irlandês Oscar Wilde em 1894, a comédia Um Marido Ideal ganha uma nova montagem nacional, desta vez com tradução de Miguel Falabella e direção do argentino Victor Garcia Peralta, que já mostrou sua Divulgação queda pelo humor ao assinar o espetáculo Não sou Feliz, Mas Tenho Marido, monólogo com Zezé Polessa em cartaz na cidade. Um Marido Ideal entra difícil e estou tentando descobrir as em cartaz hoje no Teatro Procópio nuances da minha personagem, Ferreira com um conhecido elenco que é muito séria, mas não pode ser em que os destaques são Herson uma mulher chata”. Capri, Edwin Luisi, Jacqueline Ambientada na Londres do fim Laurence e Silvia Pfeifer, que faz sua do século 19, a trama de Um Marido estréia no teatro. “Eu fui muito Ideal mostra os esforços do criticada quando comecei a fazer aristocrático solteirão lorde Arthur televisão”, diz a atriz. “Vamos ver Goring (Edwin Luisi) na tentativa de como o público e a crítica vão reagir salvar o casamento de sir Robert agora. O trabalho no teatro é muito Chiltern, o tal marido ideal

(personagem de Herson Capri), e lady Gertrude (Pfeifer), ameaçado pelas chantagens de uma perua aventureira, lady Laura Cheveley (Vanessa Gerbelli). Lady Laura tem em mãos uma carta que revela episódios nada edificantes do passado de sir Robert Chiltern. Se vierem a público, tais fatos podem acabar não apenas com seu casamento, mas com suas

ambições políticas. Neste processo de defesa do amigo Chiltern, lorde Goring termina vítima de uma série de malentendidos típicos de uma comédia ligeira. E o público irá descobrir que lady Gertrude, esposa do marido ideal, não é a típica e recatada dama inglesa. “A montagem não pretende fazer nenhuma crítica direta à política atual”, diz Victor Peralta. “A peça é atual porque trata da ética e da moral social e política”. A história de Um Marido Ideal rendeu uma adaptação cinematográfica em 1999, no longametragem dirigido por Oliver Parker. No elenco estavam os atores Cate Blanchet, Rupert Everett e Julianne Moore – estes dois últimos contemplados com o Globo de Ouro para melhor atuação em comédia. (SR) Um Marido Ideal, estréia hoje, sexta (14) no Teatro Procópio Ferreira, Rua Augusta, 2823, tel.: (11) 3083-4475. Sexta e sábado às 21h30, domingo às 19h. Ingressos de R$ 30 a R$ 50.

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om toda certeza é brincadeira, mas o consagrado cineasta americano Woody Allen garante ter encontrado na cidade universitária de Heidelberg, na Alemanha, um exemplar do século 19 do Livro da Dieta de Friedrich Nietzsche, o celebre filósofo também alemão. Pelo menos, é o que Allen afirma, em artigo no número mais recente, do último dia 3, do mais importante seminário cultural dos Estados Unidos, The New Yorker. No artigo, intitulado Assim comia Zaratustra, Allen, depois de esclarecer que cabe aos especialistas verificar a autenticidade do livro, apresenta o que seriam "trechos" de Nietzsche sobre alimentação. Eis o primeiro deles: "A gordura em si é uma substância, ou essência de uma substância, ou um modo dessa essência . O grande problema surge quando ela se acumula nos seus quadris. Entre os pré-socráticos, foi Zenão que defendeu a opinião de que o peso era uma ilusão e que não importa quanto um homem coma, ele sempre será metade tão gordo quanto um homem que nunca faz flexões. A busca de um corpo ideal era uma obsessão para os atenienses, e, numa peça de teatro perdida de Ésquilo, Clitemnestra quebra a promessa de nunca petiscar no intervalo das refeições e arranca os olhos quando se dá conta de que não cabe mais no seu traje de banho." A rigor, o trecho acima estaria mais adequado dentro da obra de Aristóteles do que da de Nietzsche. Por isso mesmo, talvez, o trecho continua: "Foi necessária a mente de Aristóteles para colocar o problema do peso em termos científicos, e num fragmento antigo de sua Ética ele afirma que a circunferência de qualquer homem é igual à sua cintura multiplicada por pi. Isso foi suficiente até a Idade Média, quando Tomás de Aquino traduziu alguns menus para o latim e quando foram abertos os primeiros bons restaurantes de frutos do mar. Jantar fora ain-

da era visto com maus olhos pela Igreja, e estacionar com a ajuda de ‘valets’ era visto como pecado venial". Vê-se que Allen conhece mais a respeito da filosofia em geral do que de Nietzsche em particular, pois este era dionisíaco, visceral, tendente ao irracionalismo e à emoção, e jamais aceitaria Aristóteles e Tomás de Aquino, ambos racionalistas, como autoridades. E, a não ser que Nietzsche fosse muito ignorante ou que falsificasse a história, a brincadeira de Allen fica muito evidente no trecho sobre o sanduíche de peru. Nietzsche aparece escrevendo que este sanduíche foi proibido na antiga Roma cristã, por ter sido considerado "licencioso". E que o sanduíche de peru só foi reabilitado na Europa após a Reforma protestante. Ocorre que o peru é originário da América e só foi introduzido na Europa no século 16. E que o sanduíche só surgiu no século 18, quando o almirante inglês Sandwich resolveu enfiar carne no meio do pão. Portanto, fica claro que Woody Allen está brincando, ainda mais quando "Nietzsche" apresenta o grande compositor alemão Wagner como tendo ficado obeso por comer nachos, iguaria mexicana (tortillas de queijo), adotada pelos americanos no século 20 e desconhecida na Alemanha no século 19. Mas Nietzsche-Allen apresentam um consolo para os obesos no seguinte trecho: "Nenhum filósofo esteve perto de resolver o problema da culpa e do peso, até que Descartes dividiu a mente e o corpo em dois, de modo que o corpo podia se empanturrar enquanto a mente pensava: quem se importa com isso, não sou eu" (que engordo). É claro que, espiritualmente, ninguém se considera gordo. Renato Pompeu é jornalista e escritor, autor de Canhoteiro, o Homem que Driblou a Glória (Ediouro), e do romance internético O Poder Virtual (www.carosamigos.com.br). Woody Allen "investiga" a vida do Conde de Sanduíche

De olho no sanduíche

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oody Allen adora uma paródia alimentar. Uma das mais divertidas já escritas por ele é o conto A História de Uma Grande Invenção, que integra o livro Cuca Fundida (Editora LP&M, em primorosa tradução de Ruy Castro). O cineasta novaoirquino relata sua "pesquisa" sobre o inventor do sanduíche, o Conde de Sanduíche, iniciada ao acaso, quando folheava uma revista e encontrou uma nota que chamoulhe a atenção "como um anúncio de sutiã". E exalta: "Os rascunhos de Da Vinci avultaram à minha frente, esboços das mais altas aspirações da raça humana. Pensei em Aristóteles, Dante, Shakespeare. O Primeiro Fólio. Newton. O Messias de Handel. Monet. O Impressionismo. Edison. O Cubismo. Stravinsky. E = mc2..." Allen perpassa toda a cronologia da vida do conde, recheada de, claro, puro nonsense. Nascido em 1718, ele

freqüenta a escola. Mas em 1736, depois de mostrar notável interesse por frios, o conde é acusado de furto de fatias de pão e de "realizar experiências imorais com elas". Por esse motivo expulso da universidade e renegado, viaja até os países escandinavos para estudar os queijos e acaba casado com Nell Smallbore, filha de um verdureiro que ensina a ele tudo sobre alfaces. Entre outras criações, o conde inventaria o hambúrguer apenas aos 65 anos de idade, quando visita as grandes capitais do ocidente, "preparando pessoalmente os sanduíches em teatros, diante de enormes platéias entusiasmadas". Conhece personalidades, mas acaba rompendo intelectualmente com Goethe, "devido a uma discordância sobre conceitos de bem-passado, mal passado e ao ponto". E os outros contos do livro também são ótimos. Lúcia Helena de Camargo


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por cento foi a queda ontem do principal índice da Bolsa de Valores de Tel-Aviv, em Israel

OFENSIVA DE ISRAEL ONTEM PRESSIONOU PREÇO DO PETRÓLEO E, NO BRASIL, FEZ DÓLAR SUBIR E BOLSA CAIR

ATAQUE AO LÍBANO AFETA MERCADOS

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efletindo a deterioração dos mercados globais com o aumento de tensões geopolíticas — fator que voltou a elevar a aversão dos investidores ao risco — os ativos brasileiros tiveram significativa piora ontem. Já ressabiados por causa do temor de alta dos juros nos Estados Unidos e dos recentes testes de artefatos nucleares pela Coréia do Norte, os mercados internacionais receberam muito mal o ataque de Israel ao Líbano (leia mais sobre o assunto na página 8 do primeiro caderno desta edição) e a conseqüente disparada dos preços do petróleo. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou o pregão em queda de 2,42%, com o Ibovespa, seu principal indicador, em 35.354 pontos. Operadores disseram que, mais do que a desvalorização, o volume de negócios foi a prova de retração dos investidores: o giro somou R$ 1,425 bilhão, bem menos que a média diária de R$ 2,5 bilhões registrada no primeiro semestre. A piora do cenário externo também mexeu com o mercado de câmbio brasileiro. Depois de alguns dias de oscilações próximas à estabilidade, o

Spencer Platt/Getty Images/AFP

dólar comercial subiu 0,86%, para R$ 2,22. O risco-Brasil, por sua vez, teve alta de 2,44%, para 252 pontos base. Nervosismo — "Todos os mercados estão muito ruins e os investidores, apreensivos", afirmou o gerente de Câmbio do banco Schahin, Daniel Szikszay.

2,22

reais foi a cotação de fechamento ontem do dólar para venda no segmento comercial. A valorização em relação ao dia anterior foi de 0,86%. De acordo com analistas, além do ataque de Israel e da ousadia da Coréia do Norte, o que deixa os mercados nervosos é o programa nuclear do Irã, de que poucos conhecem detalhes. O fato é que o conjunto desses temores torna o ambiente pouco propício para o fluxo de negócios, o que deter-

mina quedas generalizadas nas bolsas mundiais (leia mais em reportagem nesta página). Leilão — Apesar da pressão vinda do exterior, o Banco Central (BC) continuou atuando no mercado de câmbio para evitar quedas nas cotações. A autoridade monetária fez, no fim da manhã, leilão de compra de dólares, operação em que adquiriu a moeda americana por R$ 2,207. Operadores calcularam, porém, que o volume de compra foi menor do que o registrado nos dias anteriores. Szikszay, do Schahin, disse que o leilão ocorreu em um momento de maior calmaria no mercado ontem — o clima piorou perto do fim dos negócios. O mercado internacional de moedas também sofreu impacto do agravamento da situação no Oriente Médio, com o franco suíço valorizando-se em relação a outras moedas por ser considerado ativo seguro. O gerente de câmbio de um banco estrangeiro afirmou que os fundamentos da economia brasileira, embora sejam muito positivos, não conseguem compensar a piora do cenário externo, em especial quando o preço do petróleo está envolvido. (Agências)

Pregão de ontem da Bolsa de Valores de Nova York: venda de ações para compra de ativos mais seguros. Valter Campanato/ABr

Quedas generalizadas nas bolsas

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mercado americano de ações sofreu ontem quedas fortes pelo segundo dia consecutivo. A escalada de violência no Oriente Médio, com o ataque de Israel ao Líbano, levou os preços do petróleo a níveis recordes, fazendo os investidores venderem ações para comprar ativos considerados mais seguros, como o ouro e os títulos do Tesouro dos Estados Unidos. Somam-se, ainda, as preocupações quanto aos lucros das empresas, que têm afetado as ações nos últimos dias. Resultado: o índice Dow Jones, da Bolsa de Valores de Nova York,

teve a maior queda em pontos das últimas seis semanas e fechou abaixo da marca de 11 mil pontos pela primeira vez desde 28 de junho. O indicador terminou o dia em 10.846 pontos, com baixa de 1,52%. O Nasdaq fechou no nível mais baixo desde 13 de outubro de 2005, com queda de 1,73%. Riscos — "Se essa situação se prolongar, é possível que aumentem os riscos para a economia global", afirmou a vicepresidente sênior da Capital Management Associates, Sarah Hunt, referindo-se à violência no Oriente Médio. "O medidor de ansiedade dispa-

rou", destacou o diretor de estratégia para ações da RBC Dain Rauscher, Phil Dow. A tensão no Oriente Médio atingiu em cheio a bolsa de valores de Tel-Aviv, que fechou com forte baixa. O TA-25, principal indicador do mercado acionário local, despencou 4,3%. Não por acaso, as ações de seguradoras foram as mais afetadas pelo forte movimento de vendas, casos de Migdal Insurance (-8,9%) e Harel Insurance (-8,4%). Na Europa, caíram Londres (-1,63%), Paris (-1,81%), Frankfurt (-1,96%), Milão (-1,44%), Madri (-1,41%) e Lisboa (-0,32%). (AE)

Petróleo bate recorde: US$ 76,70

O

preço do petróleo nos Estados Unidos encerrou os negócios ontem em nível recorde, acima da casa de US$ 76 por barril. A disparada foi resultado da escalada da violência entre Israel e o Líbano no Oriente Médio. As tensões geopolíticas em outros lugares do mundo ajudaram a elevar os temores dos investidores em relação a um desequilíbrio no fornecimento. Em Nova York, os contratos com entrega em agosto subiram US$ 1,75, para US$ 76,70 por barril, depois de atingirem US$ 76,85 por barril — recorde desde a abertura da Nymex, em março de 1983. Os contra-

tos para abril de 2007 atingiram US$ 80 o barril. Em Londres, o petróleo tipo Brent encerrou a US$ 76,72 por barril. N a o f e n s i v a , I s r a e l b l oqueou portos libaneses e atacou três aeroportos, endurecendo a atuação militar depois da captura de dois soldados israelenses pelo Hezbollah e da morte de militares em um ataque na última quarta-feira. Suspeitas de explosões de oleodutos na Nigéria, país africano membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), também geraram temores com o fornecimento mundial do produto. Em outra área do mapa geo-

político mundial, a disputa do Irã contra o Ocidente parecia rumar ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, elevando as chances de sanções contra Teerã. Isso, na visão de analistas, amplia as preocupações de desequilíbrio no abastecimento. Há, ainda, a tensão com a Coréia do Norte, retomada depois que o governo de Pyongyang decidiu recentemente testar artefatos nucleares no mar do Japão. "Um amplo menu de tensões e conflitos globais impulsionou os preços do petróleo para o recorde", disse o administrador do TFS EnergyAddison Armstrong. (Reuters)

Em tom de campanha, ministro destacou o processo geral de queda nas taxas de juros vigentes no País

Bernardo: menor juro em 30 anos

O

ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse ontem que, se o Comitê de Política Monetária (Copom) confirmar as expectativas do mercado e reduzir a taxa de juros básica (Selic) em 0,5 ponto percentual neste mês, o Brasil terá o juro mais baixo dos últimos 30 anos. Ele admitiu, porém, que apesar da queda, os juros continuam elevados. A Selic está atualmente em 15,25% ao ano, mesma taxa em vigor no início de 2001. Em tom de campanha, Bernardo destacou o processo geral de queda nas taxas de juros vigentes no País, não só a Selic, para níveis historicamente baixos. "Se pegarmos qualquer modalidade de crédito ao consumidor ou às empresas, os juros estão declinando para os níveis mais baixos dos últimos anos. A taxa de juros de longo prazo (TJLP), por exemplo, é a mais baixa da história, desde quando foi criada, em dezembro de 1994", afirmou.

Bernardo elogiou o que chamou de "postura prudente" do Banco Central (BC) na condução da política monetária porque, segundo ele, é preciso acabar com a "memória inflacionária que ainda existe no Brasil". Ele disse que, como a inflação e as expectativas futuras para os preços estão abaixo da meta de 4,5% para o ano, o Copom tem condições de continuar com o processo de redução da taxa básica brasileira. Otimista — O ministro reconheceu que, apesar de estarem em queda, os juros no Brasil ainda são altos. "Nesse ponto, o Brasil ainda é uma referência negativa, pois nossos juros realmente são muito altos para os patamares internacionais." Ao analisar a situação da economia brasileira, Bernardo usou um tom otimista e destacou que o País vive uma combinação de fatores que "dificilmente se reúnem ao mesmo tempo". Os elementos, segundo ele, são o crescimento eco-

nômico com geração de empregos e alta na renda, ao mesmo tempo em que a inflação está em queda e as contas do governo, ajustadas. "A economia brasileira vive um momento especialmente positivo", disse, destacando o fato de que, em pleno processo eleitoral, a economia não tem sofrido abalos, como ocorreu na eleição de 2002. O ministro lembrou, ainda, que o bom funcionamento da economia, sobretudo o aumento no emprego, permitiu que 7 milhões de pessoas fossem alçadas à classe média. "Essa é uma notícia excepcionalmente boa. Que bom se isso acontecer todo ano." Apesar de comemorar resultados, Bernardo disse que é importante garantir a manutenção e a melhora do desempenho. "Temos de comemorar, mas é preciso promover aperfeiçoamentos institucionais que melhorem a capacidade da economia", afirmou. (AE)


Ano 81 - Nº 22.169

São Paulo, sexta-feira a domingo, 14 a 16 de julho de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h50

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

PCC PROCLAMA

TRÉGUA MAS OS ATAQUES CONTINUAM A ordem foi interceptada numa escuta policial: "Parar tudo", trinta e seis horas depois do "Atacar tudo". Mas não funcionou. Ontem à noite, bomba explodiu no Shopping Aricanduva, escrivão de polícia foi baleado no Campo Limpo e uma agência bancária incendiada na Zona Leste.Cidades

POLÍTICOS DECLARAM

GUERRA O candidato a governador José Serra (PSDB) ligou o PCC ao PT. E o presidenciável Alckmin disse estranhar os ataques em São Paulo. Lula rebateu: "Leviandade tem limite". O PT não vai "eleitoralizar" a violência, avisou o seu presidente, Ricardo Berzoini. Página 3

FALA MARCOLA! Íntegra do depoimento do líder do PCC à CPI do Tráfico de Armas já está na internet. Veja a comparação que irritou os deputados. Pág.3

Adnan Hajj/Reuters

Andrea Felizolla/LUZ

DCultura

Beirute em chamas

Reprodução de TV/Ag. O Globo

Beirute (foto) é o principal alvo do fogo cerrado imposto por Israel ao Líbano. Pelo menos 53 libaneses e 2 israelenses morreram. Página 8

Mísseis matam família de brasileiros HOJE Sol Máxima 28º C. Mínima 12º C.

AMANHÃ Sol Máxima 27º C. Mínima 13º C.

Casa de Akil Merhei e Ahlan Jabir (foto) foi destruída. Os dois filhos do casal também morreram.

Integrantes do Movimento Degrau, da ACSP, Michelle e Bruno (acima) foram à Estação Pinacoteca a convite do DC. Divirta-se e aprenda com o que eles viram.

Bom fim de semana Rogério Cassimiro/Folha Imagem

Angélica (foto), celebridade do dia na Fashion Week, que continua até terça. Desfilou leveza e transparências. Eco/8


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 14, 15 e 16 de julho de 2006

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Cidades

Hélvio Romero/AE

Eles querem manter a vida boa e o poder na organização. Um delegado do Deic

Durante boa parte do dia de ontem, ônibus que operam no sistema de transporte coletivo de São Paulo permaneceram na garagens. Com isso, cerca de dois milhões de pessoas tiveram de optar por outro meio de locomoção.

PCC ORDENA TRÉGUA, MAS ATAQUES CONTINUAM Maurício Lima/AFP

Marlene Bérgamo/Folha Imagem

Apesar de ter anunciado uma trégua, vários ataques foram feitos na noite de ontem pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). Uma bomba de fabricação caseira explodiu nas Lojas Pernambucanas do Shopping Aricanduva. Um escrivão foi baleado no Campo Limpo.

A

cúpula da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) determinou ontem que seus "soldados" suspendam os atentados iniciados na noite de terçafeira em todo o Estado de São Paulo. A informação foi interceptada pela inteligência da polícia paulista. Entre a ordem de "atacar tudo" e a de "parar tudo", o número oficial de ataques chegou a 102, com 118 alvos, em 45 cidades. Mesmo assim, na noite de ontem, novos ataques foram registrados. Uma bomba de fabricação caseira explodiu nas Lojas Pernambucanas do Shopping Aricanduva, na zona leste. Um escrivão do 92.º Distrito Policial, do Parque Santo Antonio, foi baleado no Campo Limpo. Uma agência do Banco Itaú, localizada na avenida Celso Garcia, na zona leste, foi incendiada. Até as 15h de ontem, o saldo apontava pelo menos sete mortos em ações do crime organizado – há casos ainda não

esclarecidos. Nove suspeitos foram presos. As informações da inteligência policial apontam também para o fim dos ataques a policiais e agentes penitenciários – pelo menos na capital. A situação no interior, onde ficaram concentrados os ataques de ontem, ainda é tensa: 20 das 144 cadeias do Estado foram atingidas por uma paralisação de servidores. A polícia considera que, mesmo que haja a dúvida sobre a continuidade ou não dos ataques aos agentes, o "salve" (ordem) do PCC no sentido de parar os ataques foi geral. O acompanhamento das decisões tomadas pela cúpula da organização criminosa demonstra que os líderes do PCC resolveram suspender temporariamente os atentados. "Isso está bem claro", disse um delegado do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic). Assim, os atentados podem recomeçar a qualquer momento, desde que a cúpula se

sinta novamente em perigo, julgando ser iminente uma transferência para o presídio federal de Catanduvas (PR) ou se o isolamento em condições precárias dos presos de Araraquara e Itirapina perdurar por muito tempo. "Eles querem manter a vida boa e o poder na organização", disse o delegado do Deic. Sem transporte – O segundo dia de ataques do PCC a alvos civis atingiu um dos pontos mais sensíveis e estratégicos da vida da cidade: seu sistema de ônibus. Cerca de dois milhões de paulistanos ficaram sem ônibus depois que apenas quatro, das 16 empresas que operam o sistema, colocaram seus carros em circulação. Sem garantias de segurança, os empresários de ônibus decidiram recolher os veículos. Para trabalhar, a alternativa do paulistano foi recorrer a lotações, trens da CPTM e ao metrô, que, apesar de lotados, funcionaram durante todo o dia. Por conta da falta de transporte, o rodízio de carros foi

suspenso. O comércio também sofreu com os ataques. Tática - Durante encontro do prefeito Gilberto Kassab com o comandante da Polícia Militar, coronel Elizeu Eclair Teixeira Borges, ficou decidido que ontem policiais à paisana passariam a monitorar os ônibus, dentro dos coletivos. A medida visou garantir a segurança no retorno dos trabalhadores a suas casas. "Cada ônibus terá um policial à paisana e armado, informou a PM. Mais sobre os atentados praticados pelo PCC nas páginas 2, 3 e 4 de Cidades e em Política, na página 3.

Acima, à esquerda, o Terminal da Praça da Bandeira, no Centro de São Paulo, totalmente vazio. Acima, passageiros disputam lugar nos poucos ônibus que circularam no período da manhã. Na parte da tarde, soldados da Polícia Militar à paisana circularam no interior dos coletivos.

ERRATA Por uma falha técnica, na edição de ontem do DC o nome do comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, coronel Elizeu Eclair Teixeira Borges, apareceu erroneamente, entre as vítimas dos ataques do PCC.


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Nacional Empresas Finanças Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 14, 15 e 16 de julho de 2006

CMN VAI DEFINIR PERCENTUAL DE RECEITA NO EXTERIOR

200

milhões de reais é a estimativa do governo federal de perda de receitas

GOVERNO QUER QUE A NOVA LEGISLAÇÃO BENEFICIE TODOS OS SETORES E EMPRESAS DE DIFERENTES PORTES

LEI CAMBIAL SERÁ MAIS FLEXÍVEL

A

flexibilização da legislação cambial para permitir aos exportadores manter no exterior uma parcela dos dólares obtidos com a venda de seus produtos no mercado internacional beneficiará todas as empresas, independente do porte e do setor em que atuam. A proposta do governo considera a possibilidade de o Conselho Monetário Nacional (CMN) passar a ter a atribuição de definir o percentual da receita que os exportadores poderão manter no exterior. Esse limite não será diferenciado por setor. Na semana passada, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, comentou que o benefício seria diferenciado entre empresas e setores e definido, caso a caso, pelo CMN. Essa possibilidade foi criticada por alguns analistas pelo seu caráter discriminatório e por poder provocar distorções no mercado de câmbio, uma vez que criaria condições diferenciadas para todos os participantes do mercado. Outro problema apontado pelos analistas se refere à possibilidade de prática de taxas de câmbio reais diferentes entre os setores, o que abriria brechas para contestações na Organização Mundial do Comércio (OMC), que proíbe política de câmbio duplo. O governo ainda não definiu a forma de compensar a perda

Paulo Pampolin/Digna Imagem/05/02/2003

de receitas que a flexibilização da chamada cobertura cambial deve provocar e que é estimada em R$ 200 milhões. Essa arrecadação menor pode ocorrer à medida que os exportadores deixem receitas no exterior e sobre esse montante, em princípio, não deveria incidir a cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF). Apesar disso, existe a decisão de compensar de alguma forma essa perda de receita para não comprometer o ajuste fiscal. O governo arrecada R$ 1,2 bilhão por ano com a cobrança da CPMF sobre as exportações. Correção – As mudanças na legislação cambial estão em estudo pelo governo desde maio e devem ser anunciadas até o fim deste mês. Ontem, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, admitiu que as medidas na área cambial vão ajudar a corrigir a relação "desfavorável" para os exportadores na taxa de câmbio. Ele disse que a valorização do câmbio é um problema. Para o ministro, é preciso trabalhar para, independentemente do câmbio e do grau de abertura da economia, dar mais competitividade a esses setores. Segundo ele, isso seria feito por meio de medidas tributárias, entre elas a aprovação da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, em tramitação no Congresso, e a ampliação do mercado interno. (AE)

BNDES incentiva projetos sociais

O

A Losango deve fechar neste ano 20 parcerias com redes varejistas

Losango lança cartão para público de baixa renda

A

Losango, empresa do grupo HSBC, anunciou ontem o lançamento de um cartão de crédito popular, com a bandeira Visa, voltado para as classes C e D. Henrique Frayha, diretor-presidente da financeira, disse que o objetivo é somar 2 milhões de cartões até o final de 2007. Além do cartão com a marca Losango/Visa, também foi lançado um cartão de crédito com o nome da rede varejista Ricardo Eletro, que tem 120 lojas espalhadas nos Estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e Sergipe. Frayha disse que o cartão não terá taxa de anuidade.

Os investimentos no novo cartão Losango/Visa totalizaram R$ 15 milhões em um ano e meio. Segundo Frayha, serão fechadas 20 parcerias com redes varejistas para venda do cartão até o final deste ano. De acordo com a Losango, o mercado de cartões de crédito populares deve movimentar aproximadamente R$ 10,6 bilhões em 2006. Frayha acredita que a participação da população de baixa renda no mercado de cartão de crédito chegue a 23,1% no final deste ano, com um total de 18,5 milhões de cartões em um mercado que somará 80,12 milhões de unidades. (AE)

Banco Nacional de D e se n v o lv i m en t o Econômico e Social (BNDES) aprovou a criação da linha Investimentos Sociais de Empresas, que contemplará financiamento para implantação ou consolidação de projetos sociais. A nova linha, lançada em substituição ao Programa de Apoio a Investimentos Sociais de Empresas (PAIS), que visa à redução das desigualdades sociais, tem duas vertentes. Uma delas de apoio a ações voltadas para os funcionários de empresas e seus dependentes ou

familiares, empregados de fornecedores de insumos materiais e serviços ou clientes. A outra apoiará projetos envolvendo as comunidades nas áreas de influência geográfica. A diretoria do BNDES também decidiu ampliar a abrangência de sua atuação no setor ambiental. A linha oferece uma das mais baixas taxas de financiamento, de 1% sobre a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). A participação do BNDES nessas operações poderá chegar a 90% do total do investimento. (AE)

Agricultura pega menos recursos

O

s desembolsos do Banco Nacional d e D e s e n v o l v imento Econômico e Social (BNDES) no primeiro semestre deste ano foram de R$ 18,2 bilhões, com queda de 9% em relação ao mesmo período do ano passado. O banco atribui a redução dos recursos para a agropecuária a problemas do setor, como questões climáticas e redução dos preços internacionais. Segundo o BNDES, sem considerar agropecuária e exportações, a redução no desembolso no primeiro

semestre foi de apenas 0,9% em relação aos primeiros seis meses de 2005. Já os setores de infra-estrutura e de comércio e serviços tiveram aumento das liberações do BNDES. Na infra-estrutura, o valor desembolsado no semestre foi de R$ 6,5 bilhões, 4% a mais do que no mesmo período de 2005, com destaque para telecomunicações, com alta de 53%, e transportes terrestres (gasodutos), com 14%. O setor de comércio e serviços recebeu R$ 1,2 bilhão neste ano até junho. (AE)

ATAS MITSUI

BRASILEIRA

IMPORTAÇÃO

E

EXPORTAÇÃO

S.A.

CNPJ nº 61.139.697/0001-70 - NIRE 35.300.172.108 Ata da Assembléia Geral Extraordinária 1. Data e Horário: 26 de junho de 2006, às 10:00 horas. Local: Sede Social à Av. Paulista, 1.842 23º andar - Cetenco Plaza Torre Norte, em São Paulo, SP. 2. Convocação e Quórum: Presentes acionistas representando a totalidade do capital social conforme assinaturas constantes do Livro de Presença de Acionistas, dispensada, dessa forma, a publicação de editais de convocação nos termos da faculdade outorgada pelo § 4º, do artigo 124, da Lei 6.404/76. 3. Mesa Diretora: Presidente Takao Omae; Secretário Atsuo Fujishita. 4. Ordem do Dia: a) Indicação dos Srs. Takeshi Yamada, de nacionalidade japonesa, portador do Passaporte Japonês nº TH0559474, expedido em 06.06.2006 para ocupar futuramente o cargo de Diretor Supervisor da Companhia. b) Outros assuntos de interesse social. 5. Deliberações: - Foram aprovados por unanimidade com a abstenção dos legalmente impedidos: 5.1. Quanto ao item “a” da ordem do dia, foi aprovado por unanimidade a indicação do Sr. Takeshi Yamada para ocupar futuramente o cargo de Diretor Supervisor da Companhia, devendo ser efetuado oportunamente, na forma da lei e das disposições estatutárias. A posse do Sr. Takeshi Yamada no referido cargo dar-se-á por deliberação a ser adotada pela respectiva Assembléia Geral dos Acionistas a ser convocada para esse fim, após a legalização de sua respectiva permanência no país. 5.2. Quanto ao item “b” da ordem do dia, nada foi apresentado para discussão e deliberação. Cumprida assim, a ordem do dia e nada mais havendo a ser tratado, o Sr. Presidente declarou suspensa a sessão pelo tempo necessário à lavratura da presente que lida e aprovada vai assinada por todos os presentes. São Paulo, 26 de junho de 2006. aa) Mitsui & Co., Ltd., pp. Takao Omae; Takao Omae; Atsuo Fujishita; Shuichi Matsumoto; Hidehiro Takahashi, pp. Atsuo Fujishita; Nobuhisa Tomoda; Yasushi Nakano; Hitoshi Ueda; Hajime Tonoki, pp. Atsuo Fujishita, Shunsuke Murai, pp. Atsuo Fujishita; Masanao Matsuo; Mitsunobu Takagi, pp. Atsuo Fujishita; Yota Orii, pp. Atsuo Fujishita; Kenta Hori, pp. Atsuo Fujishita; Tamotsu Ishihara, pp. Atsuo Fujishita; Yoshinobu Watanabe; Takuya Saito, pp. Atsuo Fujishita; Tokuji Morimoto, pp. Atsuo Fujishita; Kengo Yagi. Mesa: Takao Omae, Presidente e Atsuo Fujishita, Secretário. Esta é cópia fiel da ata lavrada no livro próprio. São Paulo, 26 de junho de 2006. (a) Atsuo Fujishita - Secretário. Visto da Advogada: (a) Mônica Missaka - OAB/SP - 131.912. Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania. Jucesp. Certifico o registro sob o nº 175.737/06-0 em 06/07/2006. Cristiane da Silva F. Corrêa: Secr. Geral.

COMUNICADOS CONVOCAÇÕES

COMUNICADO ABA SERVIÇOS MÉDICOS LTDA declara ter sido registrada em 11/07/06 no 5º Cartório Oficial de Registro de pessoa jurídica nesta capital, através do nº 33481. São Paulo, 14 de julho de 2006.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA:

COOHSESP - COOPERATIVA HABITACIONAL E SOCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO Convocação - Assembléia Geral Extraordinária Cooperativa Habitacional e Social de São Paulo convoca todos os seus cooperados para Assembléia Geral Extraordinária no dia 26 de agosto de 2006, a realizar-se no Largo do Arouche, 150 - Hotel San Raphael, próximo à Praça da República, com 1ª convocação às 9:00 h e 2ª convocação às 9:30 h com qualquer número de cooperados. Ordens do dia: Esclarecimentos; Preenchimento de cargos vagos na Diretoria; Inadimplência; Exclusões; e Distribuições de unidades Habitacionais/sorteio e antecipação. Diretora presidente - Márcia Sampaio.

EDITAL FORENSE

PREGÃO PRESENCIAL Nº 14/0388/06/05 OBJETO: SERVIÇO DE CABEAMENTO DE REDE LÓGICA ESTRUTURADA E INFRA-ESTRUTURA ELÉTRICA E FORNECIMENTO DE PABX A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para Serviço de Cabeamento de Rede Lógica Estruturada e Infra-Estrutura Elétrica e Fornecimento de PABX. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital a partir de 14/07/2006, na sede da FDE, na Supervisão de Licitações na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – CEP 01121-900 – São Paulo/SP, de segunda a sextafeira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, ou verificar o edital na íntegra, através da Internet no endereço: http:// www.fde.sp.gov.br. O credenciamento do representante das proponentes e o recebimento dos Envelopes “Proposta” e “Documentos de Habilitação” ocorrerão na sede da FDE, no endereço acima mencionado, às 14:00 horas do dia 27/07/2006. Todas as propostas deverão obedecer rigorosamente o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo

DECLARAÇÕES DE PROPÓSITOS FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 13 de julho de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial:

DECLARAÇÃO DECLARAÇÃO - ODETE SARACENE PACHI torna à público que extraviou o documento do carro DPVAT e CERT. REG. LICENCIAMENTO DE VEÍCULO FIAT/ PALIO 2002/03 Cinza – Placa DIT 8187 em junho/06. São Paulo, 14 de julho de 2006.

Requerente: OPRN Tecnologia de Ativos e Fomento Mercantil Ltda. - Requerido: Mercosucos Indústria e Comércio de Alimentos Ltda. Rua Ibitirama, 1.749 - 1ª Vara de Falências Requerente: Elastofilm Indústria e Comércio Ltda. - Requerida: Vip Card Indústria Gráfica Ltda - ME - Rua Marcelo Muller, 778/784 - 2ª Vara de Falências Requerente: Uniserv União de Serviços Ltda. - Requerido: Walfran Acessórios e Equipamentos Ltda. - Rua Marquês Maricá, 638 e 642 - 2ª Vara de Falências Requerente: Banco Rural S/A - Requerido: Formatum Confecções Ltda. - ME - Rua Utupeva, 77 - 2ª Vara de Falências Requerente: Romana Tecnologia de Ativos e Fomento Mercantil Ltda. Requerido: Termanyl Termoplásticos Técnicos Ltda. - EPP - Rua Nabica, 212 - 2ª Vara de Falências


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 14, 15 e 16 de julho de 2006

LAZER - 3

FÉRIAS Bruno e Michelle descobrem exposições que todos podem e devem ver Fotos: Andrea Felizolla/LUZ

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eandro leva os adolescentes para conhecer o local onde ficavam as celas do Dops. Lá, os dois escutam com atenção as explicações do educador enquanto observam o cubículo vazio. Ficam admirados com a revelação de que naquele pequeno espaço viviam 26 presos na época do governo militar. Também são levados até o estreito corredor onde os aprisionados tomavam banho de sol. Bruno não esconde a surpresa ao descobrir a história do prédio. "É bom ver como as coisas mudam. Não imaginava que um lugar que hoje expõe tantas obras de arte já serviu de prisão para outros artistas". Depois de conhecerem a Estação Pinacoteca, a dupla foi escalada para se divertir no escurinho do cinema. Uma sessão no meio da tarde foi a forma escolhida para terminar o passeio. E como toda sexta-feira é dia de estréia, a opção não poderia ser outra. Abastecidos de pipoca, lá foram os dois integrantes do Degrau assistir a animação Os Sem-Floresta. Para Michelle, fã de desenhos animados, o passeio não poderia terminar melhor. Além dos divertidos personagens, os adolescentes também gosta-

ram das mensagens passadas pelo longa: preservação da natureza, amizade e união. Bruno destaca a cena em que o guaxinim se dá conta de que tem uma família. "Ele descobre naquele espaço uma nova família e o valor disso". Bruno e Michelle pretendem incluir outras sessões de cinema na programação de férias. As exposições também não ficarão de fora. Michelle conta que do mais gostou foi aprender a estimular a imaginação ao olhar uma imagem. Bruno fala do quanto foi bom descobrir que existem outros lugares para passear, além dos shoppings centers. "O mais legal de hoje foi o despertar do sentimento pela arte. Nunca tinha passado por isso. Achei o passeio espetacular". No fim do dia a dupla de aprendizes não hesita em declarar: faria tudo de novo.

O quadro Antropofagia, de Tarsila do Amaral, visto somente por meio de livros, ganhou atenção especial dos admiradores. A surpresa da dupla ao conhecer as celas do antigo Dops. No cinema, atentos durante a exibição do longa Os SemFloresta. Abaixo, a dupla contempla obra de Wesley Duke Lee, Retrato de Bia, exposta na Estação Pinacoteca

Acervo da Fundação Nemirovsky – O Olhar do Colecionador. Estação Pinacoteca - Largo General Osório, 66, Luz, telefone: (11) 3337-0185. Aberta de terça a domingo, das 10h às 18h. Ingresso: R$ 4. Grátis aos sábados. Em cartaz até março de 2008. Os Sem-Floresta (Over the Hedge, EUA, 2006, 83 minutos). Direção: Tim Johnson. UIP.

DEGRAU Aprendizes completam equipes da ACSP

O

Movimento Degrau da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) conta atualmente com 46 aprendizes e é formado por um Conselho Gestor composto por representantes do segundo e terceiro setores, um Grupo Operacional, responsável pelo planejamento das ações e uma Equipe Executiva. Fazem parte do Movimento Degrau adolescentes com idade entre 14 e 18 anos incompletos que ganharam desde dezembro de 2000 a oportunidade de aprender uma profissão durante o período escolar. A conquista veio por meio de uma legislação trabalhista, a

Lei 10.097, conhecida como Lei do Aprendiz, que ampliou o trabalho de aprendizes para a nova faixa etária. Antes, somente adolescentes a partir de 16 anos podiam trabalhar. Além de oferecer a vaga, a empresa contratante deve inscrever o adolescente em um curso técnico profissionalizante correspondente à ocupação desenvolvida na empresa. Hoje a maioria dos departamentos da Associação Comercial conta com um aprendiz dentro da equipe. Para conhecer a legislação que regulamenta a Lei do Aprendiz e saber mais sobre o Movimento Degrau acesse www.degrau.org.br.

MICHELLE

M

Michelle e Bruno exercitam o olhar diante de Central Park, de Djanira Motta

ichelle Gonçalves tem 16 anos é aluna do 1º ano do ensino médio da Escola Estadual Julio Pestana, no bairro do Jaçanã, Zona Norte. Ingressar em uma faculdade de psicologia ou administração em RH está entre seus futuros projetos. Na Associação Comercial trabalha como aprendiz há quatro meses. A adolescente diz que desde que entrou para o Movimento Degrau seus pensamentos em relação ao futuro aumentaram. "Hoje penso mais em progredir, evoluir. O trabalho também me ensinou a ter mais responsabilidade". Michelle gosta de sair com os amigos, é fã de baladas, livros e se considera uma pessoa bem humorada. "Meu sorriso é minha marca registrada. Eu estou sempre dando risada".

BRUNO

B

runo Silva é estudante do 3º ano do ensino médio do Colégio Estadual Padre Antônio Vieira (CEPAV), em Santana, Zona Norte. Tem 16 e é aprendiz da ACSP há nove meses. Desde que entrou no Movimento Degrau descobriu que tem o dom e gosta de trabalhar com pessoas. Passou a acreditar mais na faculdade de psicologia que pretende fazer. Estuda inglês no bairro onde mora, no Jardim Brasil. Bruno gosta de ir ao cinema, assistir DVDs com os amigos e se define como um sonhador. "Acredito muito na minha capacidade e tenho sempre pensamentos positivos em relação à vida". Outro talento do aprendiz é seu dom artístico. Ele é tecladista e um dos vocalistas de um conjunto musical evangélico.

NA PINACOTECA Pinacoteca do Estado/Divulgação

EDUCADOR

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eandro Roman trabalha no complexo da Pinacoteca há três anos. Além da formação em artes visuais, participou de um curso preparatório interno para ingressar como educador na instituição. Durante a visita de Bruno e Michelle à Estação Pinacoteca, o processo de investigação do olhar dos aprendizes foi compartilhado por ele. Muitos grupos escolares visitam o prédio,

mas Roman não lida só com adolescentes. Seu público é amplo e deve crescer nas férias. Bom para ele que se considera um privilegiado pelo trabalho gratificante que exerce. "O retorno do público é ótimo. A aprendo muito com o olhar dos outros. Todo o processo de descoberta, de educação do olhar dos visitantes acaba enriquecendo meu repertório".

Veja mais sobre as exposições e o filme em www.dcomercio.com.br

Até dia 23, veja a mostra O que é que a Bahia tem, com 320 peças de ourivesaria do Museu Carlos Costa Pinto. Formada ao longo de 25 anos, a coleção é composta por mais de três mil peças. A maior parte do século 18. Na Pinacoteca do Estado, praça da Luz, 2, tel.: (11) 3229-9844. Terça a domingo, das 10h às 18h. Ingressos: R$ 4 e R$ 2. Grátis aos sábados.


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Transpor te Saúde Polícia Urbanismo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 14, 15 e 16 de julho de 2006

PARA ESPECIALISTAS, CRIME PODE SER COMBATIDO COM INFORMAÇÕES

A instalação desse projeto é urgente e necessária. José Vicente da Silva Filho, ex-Secretário Nacional de Segurança

´ PCC PODE DAR TIRO NO PE Ataques do crime organizado deflagraram iniciativa que vem sendo estudada há anos: a criação de um sistema de informações capaz de neutralizar os criminosos

bilhões da Secretaria Estadual de Segurança, que foi triplicaor mais paradoxal que do nos últimos oito anos, fopossa parecer, os vio- rem realocados, podem suporlentos ataques do PCC tar uma estrutura que conte no Estado de São Pau- com pessoal capacitado e sistelo podem representar o começo ma de tecnologia preparado. Desde o fim da década de 90, do fim do crime organizado. Especialistas ouvidos pelo Diário o maior investimento em segudo Comércio contam que a apli- rança no Estado foi direcionacação de um sistema inteligente do à redução de homicídios. O de informações no combate ao resultado foi positivo e em seis crime, discutido na teoria há anos o número caiu quase pela anos por analistas do setor, fi- metade – de 13,6 mil em 1998 nalmente começa a ser colocado para 7,6 mil em 2004. Os outros em prática. E isso só começou a dois "segmentos do comportaacontecer depois – e por causa – mento criminoso", entretanto, das primeiras ofensivas ocorri- que são os assaltos e o crime organizado, receberam pouco das em maio. O sistema ainda está engati- investimento e não tiveram nhando. Mas já deu mostras de melhorias visíveis. Para que elas apareçam, Gall que pode funcionar no último dia 26 de junho, quando a Po- também defende a construção lícia Militar interceptou um de bancos de dados sofisticaataque do PCC ao Centro de dos, com cobertura nacional – e, se possível, inDetenção Proviternacional –, sória de São Beraliado à incornardo, antes de poração de noe l e a c o n t e c e r. vas tecnologias "Nesse caso, a Não adianta prender e modelos de polícia se valeu o 'cabeça'. Precisamos gestão nas políde informações cias estaduais. fornecidas pelos fazer com que percam "Quando há próprios presos o controle dos escuta telefôniinimigos da fac- negócios ca, a polícia receção. Precisamos José Vicente da Silva be um calhamanos desenvolver Filho, ex-Secretário ço de 80 páginas para não depenNacional de Segurança da empresa de der deles", diz o telefonia, com consultor José as ligações feitas Vicente da Silva Filho, ex-Secretário Nacional pelo investigado. Uma pessoa leva dias para analisar e cruzar de Segurança Pública. Desmantelar o funciona- os números. Um software faz mento do crime organizado, de isso em uma hora", exemplifiacordo com José Vicente, passa ca José Vicente. Além da realocação de repor descobrir o funcionamento de sua estrutura e, assim, che- cursos estaduais, Gall diz que gar aos lavadores de dinheiro, um maior investimento fedeaos distribuidores do tráfico de ral na segurança pública dos armas e drogas e aos contado- estados é essencial. Critica as res. "Não adianta prendermos gestões atual e passada do goo 'cabeça', pois logo ele é subs- verno federal pela negligência e tituído. Precisamos fazer com conta que nos últimos três anos que percam o controle dos ne- o déficit de vagas prisionais no gócios. Muitas vezes, uma ação País triplicou para 154,8 mil, enaparentemente simples, como quanto foram criadas apenas 10 a prisão do contador, desestru- mil com recursos federais – no mesmo período, o fundo naciotura todo o processo", diz. Para implantar esse sistema, nal para construir penitenciáuma das mudanças essenciais rias acumulou R$ 297 milhões segundo Normal Gall, diretor- não gastos. Para José Vicente, um investiexecutivo do Instituto Fernand Braudel de Economia mento federal que contribua Mundial, é permitir às polícias com a criação de um presídio a infiltrar agentes nas organiza- cada dois meses em São Paulo, ções criminosas, ação hoje aliado ao investimento feito peproibida no Brasil – o que priva lo governo estadual nos últimos as instituições públicas de mé- seis anos, quando foram constodos usados por exemplo nos truídos 72 presídios (1 por mês), Estados Unidos e Itália para acabaria com o déficit de vagas debilitar e derrotar grupos ter- em poucos anos, pois o Estado roristas e o crime organizado. precisa de 1,5 presídio novo por Recursos financeiros esta- mês. "O orçamento do Fundo duais para colocar em prática Penitenciário dos últimos três um sistema de informação in- anos era de R$ 200 milhões, mas tegrado existem. "A instalação o governo cortou 40% para ter desse projeto não só é plausí- superávit fiscal", diz. Mesmo que o total tivesse sivel como é urgente e necessária", sentencia José Vicente. O do aplicado, ainda seria pouco ex-secretário explica que se os de acordo com um estudo do recursos do orçamento de R$ 7 ex-secretário. Baseado em pes-

Clarice Chiquetto

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Ataques são comparados a atos terroristas

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Joel Silva/Folha Imagem

Presídio de Araraquara: controle das lideranças do PCC deve ser feita por meio de ações de inteligência

quisa do Banco Mundial, que determinou que o custo da segurança no Brasil é equivalente a 10,5% do PIB, ou seja, R$ 400 milhões/dia, José Vicente disse que o governo federal precisaria contribuir com os custos de três dias, ou R$ 1,2 bilhão/ano, para que os estados conseguissem cobrir o resto dos gastos. "As rebeliões dos presídios terem se espalhado para outros Estados mostra que é preciso investimento federal", diz Gall. Além disso, os recursos vinculados a projetos repassados a São Paulo pelo governo federal caíram R$ 50 milhões de 2004 para 2005 – foram R$ 13,7 milhões no ano passado. Entre os pedidos do Estado negados pelo governo federal estão os projetos da escolta de presos e

o de inteligência policial, que envolve, por exemplo, a digitalização da comunicação. Polícia Federal – O sistema de informações defendido pelos especialistas integraria as Polícias Militar, Civil e Federal, além da Administração Penitenciária e do Ministério Público. Mas, além da dificuldade de criar essa integração, já que hoje cada órgão trabalha por conta própria, com regras e estrutura diferentes dos demais, seria preciso aumentar o efetivo da Polícia Federal. "Hoje são menos de 300 policiais federais no Estado para ajudar com a segurança das ruas. É muito pouco. Na Argentina, por exemplo, que tem uma população menor do que a de São Paulo, são 300 mil",

conta o ex-secretário nacional. Mudanças nas leis – O coordenador de Direito Penal e Econômico da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Celso Villardi, diz que, ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, não é necessário mudar as leis penais para combater o crime. E ressalta que é muito mais importante reformar o sistema prisional, que hoje mistura batedores de carteira com traficantes. Villardi também defende um investimento governamental no combate ao tráfico de armas e drogas. "Há alguns anos, os governos investem, com resultados positivos, muitos recursos no combate à lavagem de dinheiro, mas raramente investigam a fundo os tráficos, que são o cerne do problema", afirma.

ARARAQUARA: PRESOS DÃO ULTIMATO Caso o pedido de transferência de presos não seja atendido, novos ataques poderão acontecer contra agentes. Prazo termina hoje.

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íderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) deram um ultimato para a transferência dos 1.414 presos que estão na penitenciária de Araraquara, no interior de São Paulo. Segundo os familiares dos detentos, o prazo termina hoje. Caso nenhuma providência seja tomada, eles ameaçam realizar novos ataques contra as forças de segurança do Estado de São Paulo. Os alvos preferenciais seriam agentes de segurança do próprio presídio, das unidades da região e seus familiares. A facção criminosa estaria sendo pressionada pelos parentes dos detentos, que teriam exigido "mais ação" da organização. A ameaça fez cres-

cer o clima de tensão e medo entre os agentes. Muitos passaram a usar capuzes no contato com os presos. Os guardas armados da muralha do presídio também decidiram se encapuzar. De dentro do Anexo de Detenção Provisória (ADP), um preso deu uma pista de que o ultimato é para valer. "Nossa situação aqui é tenebrosa e isso mexe com a irmandade", disse um detento. Falando por celular, ele contou que a situação amenizou "um pouquinho só" depois que a direção permitiu a entrada do "jumbo" (sacolas com roupas, alimentos e produtos de higiene). Parentes de presos ligados ao PCC também confirmaram a ação. A mulher de um detento

disse que muitos deles estão feridos e continuam sem assistência médica. "É uma situação que nem cachorro agüenta". Ela lamentou pelos agentes ou familiares, possíveis vítimas de ataques, mas resumiu o quadro assim: "São eles ou nós". A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) já prepara uma operação para a transferência dos presos de Araraquara. Eles serão distribuídos entre os presídios e Centros de Detenção Provisória (CDP), segundo uma fonte ligada ao sistema prisional. "Vai deixar tudo ainda mais superlotado mas, para o governo, é melhor do que ficar como está". Segundo a fonte, a decisão não foi tomada em razão das ameaças do PCC, mas por cau-

sa da pressão do Judiciário e do desgaste político que a situação acarreta. O caos no sistema penitenciário, comprovado pelas imagens dos presos amontoados, teve repercussão internacional. A retirada dos presos possibilitaria o início da reforma das instalações. A SAP não confirmou a transferência. Segundo a assessoria de imprensa, a secretaria não dá informação sobre essas operações, por questão de segurança. Choque - Um mês após a rebelião que destruiu a penitenciária, a Tropa de Choque deve entrar no presídio hoje para apoiar a transferência de parte dos presos para um dos raios (pátios) vazios. Dessa forma, vai reduzir a lotação do pátio

que tem o maior número de presos, 949 detentos. O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo também deve decidir hoje sobre o pedido do Ministério Público Estadual para que seja obrigada a transferência dos presos. O corregedor geral de Justiça do TJ, Gilberto Passos de Freitas, dará a decisão com base nas informações passadas pela Secretaria. O juiz corregedor de Araraquara, José Roberto Liberal, havia se declarado incompetente para julgar o pedido, mas a Procuradoria Geral do Estado recorreu ao TJ. O promotor de Araraquara, Raul de Mello Júnior, entrou com ação civil pública na Vara da Fazenda do Estado para exigir a retirada dos presos. (AE)

s recentes ataques em São Paulo são comparáveis a atos de grupos terroristas, acredita o cientista político Geraldo Tadeu Monteiro, diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Pesquisa Social e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Para Monteiro, as ações do PCC evoluíram para um novo padrão. "Eles atuam coordenados, estão organizados em redes, as ações ocorrem simultaneamente em diferentes pontos da cidade e atingem múltiplos alvos civis. Essa estratégia de atuação é a mesma usada por grupos como Al Qaeda e Hezbollah", comparou. A intenção do PCC é espalhar a sensação de pânico e medo e, assim, obrigar as autoridades a fazerem acordo, diz o professor. "Esse tipo de ação é extremamente difícil de ser combatida. Teremos de ficar reagindo indefinidamente", afirmou Monteiro. Para ele, a Força Nacional de Segurança tem pouco a acrescentar em "termos operacionais". "O efeito seria meramente psicológico. E correríamos o risco de queimarmos uma de nossas últimas reservas". O secretário-geral adjunto da Coordenadoria de Segurança do Ministério de Administração Interna de Portugal, Paulo Valente Gomes, defendeu a adoção de medidas para reduzir a pressão carcerária como forma de evitar ataques como os que estão ocorrendo em São Paulo. "É mais fácil a Justiça mandar criminosos para a cadeia do que levá-los para o trabalho comunitário. Mas a adoção de medidas alternativas são uma forma de aliviar a pressão nas carceragens", afirmou Gomes, que participou do Seminário Internacional de Gestão em Segurança Pública e Justiça Criminal, na Universidade Federal Fluminense. Gomes também acredita que a tecnologia deve ser aliada nesse processo. Ele citou como exemplo as pulseiras eletrônicas, em que o criminoso condenado não precisa cumprir pena no presídio. O sistema, já utilizado na Europa e nos Estados Unidos controla o condenado por GPS. Em caso de prisão domiciliar, um alarme toca na central de polícia caso ele deixe sua casa. Alguns presos podem movimentar-se de casa para o trabalho. "Um pedófilo, por exemplo, está proibido de circular próximo a escolas, praças, parques e o GPS avisa se ele não estiver cumprindo as normas". Para ele, a transferência de líderes das facções para uma penitenciária de segurança máxima não é solução. "Essa só pode ser uma solução temporária, mas não resolve problemas de fundo. São necessárias políticas de investimento como educação". (AE)


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Urbanismo Tr â n s i t o Polícia Ciência

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 14, 15 e 16 de julho de 2006

BARES FECHARAM MAIS CEDO NA VILA MADALENA

Na esquina das ruas Aspicuelta e Fidalga, três homens jogaram líquido inflamável no piso do ônibus e atearam fogo.

Rodrigo Dias/Agência O Globo

VILA MADALENA SOFRE ATAQUE Ônibus foi incendiado em tradicional bairro da zona sul da cidade. Bares fecharam suas portas mais cedo.

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té o fim da tarde de ontem, 65 coletivos haviam sofrido algum tipo de atentado. “Estamos concentrando todas as nossas forças em cima dos nossos corredores de ônibus. Pode acontecer outra queima de ônibus? Sim. Mas a grande maioria, com certeza absoluta, nós vamos preservar”, disse no início da tarde o comandante da Polícia Militar, coronel Elizeu Eclair Teixeira Borges. Segundo o sindicato que congrega as empresas de ônibus, cada carro queimado representa um gasto de 120 mil reais para a empresa. Por volta das 11h de quartafeira, na Vila Madalena, bairro da zona sul, três homens entraram como passageiros em um ônibus. Na esquina das ruas Aspicuelta e Fidalga, o trio jogou um líquido inflamável no piso do carro e ateou fogo. Dois suspeitos foram presos. Dezenas de bares que costumam ficar abertos até as 5h fecharam suas portas antes da meia-noite. Em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, outro ônibus foi incendiado e destruído. Os atentados contra alvos civis também continuaram na madrugada de ontem. Na capital paulista, cinco agências bancárias foram atacadas por bandidos, uma delas incendiada. Segundo balanço do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, nove agências foram atacadas pelo crime organizado desde a noite de quartafeira. Não houve registros de vítimas e a maioria dos ataques aconteceu na zona leste. Em Juquitiba, no Vale do Ribeira, a Câmara Municipal foi destruída por uma bomba. Em Santana de Parnaíba, na Grande São Paulo, o alvo foi uma ambulância. Ela foi incendiada.

No interior do Estado, três agências bancárias foram atacadas na noite de quarta-feira – duas em Sorocaba e uma em Piracicaba. Em Jacareí, a população também enfrentou problemas com o transporte coletivo ontem pela manhã. Além disso, uma granada foi jogada em frente ao Fórum da cidade. O Gate foi chamado para desativá-la. Na quarta-feira à noite, nove veículos foram queimados em Jacareí. Em Poti, bandidos também atiraram uma bomba no prédio da prefeitura durante a madrugada de quarta-feira. Em Taubaté, seis tiros foram disparados contra uma delegacia. Em outro ataque, cinco dos 16 carros de uma agência foram incendiados. Em Jundiaí, um guarda civil foi morto na quarta-feira à noite, enquanto trabalhava. O guarda municipal Elias Soares, de 37 anos, foi morto também na quarta-feira durante um ataque de motoqueiros que disparam vários tiros no carro da corporação. Litoral - A noite de quartafeira também foi violenta na Baixada Santista. Bandidos jogaram três bombas caseiras na casa de um policial aposentado, na Praia Grande, em quatro supermercados e em um ônibus. Um menino de dois anos ficou ferido ao ser atingido por bombas de fabricação caseira em um ônibus em São Vicente. O garoto, que estava com a mãe, não teve tempo de descer do veículo e teve o rosto e os braços queimados. Em Santos, homens que passavam de moto jogaram uma bomba em uma revendedora de automóveis, deixando os comerciantes assustados. Tiroteios - A Polícia Militar fez algumas blitze durante a madrugada de ontem. Na região da represa de Guarapi-

Ônibus incendiado na Vila Madalena, na noite de quarta-feira. Bairro tradicional fechou as portas de seus bares por volta de meia-noite. Lawrence Bodnar/Agência O Globo

Maurício de Souza/AE

Acima, ambulância incendiada em Santana de Parnaíba. À direita, menino de dois anos que se queimou durante atentado em São Vicente.

ranga, ao abordar um carro, três homens começaram a atirar. Os soldados da PM reagiram, mas os homens conseguiram fugir a pé. Bandidos também atacaram um posto da Guarda Civil Metropolitana no Jardim Ângela, zona sul. Ninguém ficou ferido. Na Vila Formosa, zona leste, policiais prenderam quatro homens na noite de quarta-feira. Rodrigo Andrade Custó-

dia, de 22 anos, e Leandro Lopes Badolato, de 21 anos, confessaram ser integrantes do crime organizado. Leandro seria o assassino do carcereiro Elias Pereira Dantas, morto no dia 13 de maio, durante os primeiros ataques do PCC. Também foram presos Rodrigo Gonzalez, de 25 anos, e Rafael Pinheiro da Silva, de 20 anos. Outros sete suspeitos fugiram. (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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sexta-feira, sábado e domingo, 14, 15 e 16 de julho de 2006

FÉRIAS No frio, sopas, drinques, petiscos, namoro...

Tertúlias em Oxford

GASTRONOMIA

José Guilherme Ferreira

Para um inverno paulistano mais quente

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Fotos: Divulgação

Caldos, consomês ou veloutés: o calor da refeição amena Lúcia Helena de Camargo

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rio lá fora, um aquecedor ou lareira e, na mesa, uma boa sopa. Essa pode ser a fórmula para um fim de semana tranqüilo neste inverno que começa a engrenar. Fácil de preparar, já que se jogam na panela os ingredientes sem necessitar de grandes dotes culinários, a sopa é um dos alimentos mais antigos de que se tem notícia. Vem em várias versões: caldos, consomês, veloutés e outras, mas nada como o calor dessa refeição amena, sem pretensões, perfeita se acompanhada de um bom pedaço de pão. Em alguns casos o pão serve até de recipiente, traduzindo na prática a palavra "sop", do latim arcaico, que significa o pão sobre o qual se despeja o caldo quente. E qualquer ingrediente pode virar sopa. O italiano minestrone (de legumes), o caldo verde português, que leva couve, lingüiça e batata, o gaspacho espanhol, servido frio; o consomê de frango do Shabat, o jantar de sexta nas casas judaicas, no qual também não pode faltar o pão trança-

do, que simboliza a unidade. Há sopas fortes, como o grego caldo negro, originário da cidade de Esparta, feito com sangue de animais, vinagre e especiairias. E famosas, como a romana à base de alho-poró, consumida por Nero diariamente, para manter sadias as cordas vocais, usadas nos discursos. Mas foi na França – sempre lá – que a sopa foi sosfisticada e surgiram os cremes, bouillons e consomés. Em São Paulo, esta é a época dos festivais de sopa. O restaurante japonês Kayomix incluiu no cardápio neste inverno a S opa Consolação, para comemorar o nascimento da rua da Consolação, onde está instalado há dez anos. O nome da rua surgiu em razão da via ligar a cidade à antiga estrada de ferro Sorocabana. E no local onde hoje fica a igreja da Consolação, uma pequena capela recebia os viajantes, oferecendo abrigo e um prato de sopa quente. A sopa é uma adaptação da bouillabaisse mar-

seillaise, típico ensopado de peixes de Marseille, cidade litorânea no sul da França. A versão do Kayomix, criação do chef Mário Yoshimura, traz o polvo no lugar do peixe e custa R$ 18. Outra sopa com frutos do mar é a do chef Allan Vila Espejo, do restaurante Al Mare. A Pescattore - Zuppa di Pesce Ligure inclui lulas, mexilhões, camarões e peixes, além de cenoura, salsão e um toque de açafrão. No cardápio até final de julho, custa R$ 37,20. Na recém inaugurado Empório Moema Pães & Cia, de terça a domingo, das 18h às 23h, acontece o festival de sopas, com 14 opções, sendo quatro delas criadas pela chef Anna Lacerda. Paga-se R$ 18 por pessoa para servir-se à vontade. A cada dia são colocadas cinco opções no bufê, que podem ser de aspargo; cappelleti in brodo; caldo verde; canja; cebola; feijão; gaspacho; grão-de-bico; legumes e queijo. As sopas criadas pela chef são de pinhão com amêndoas filetadas;

feijão branco com carneiro desfiado; creme de queijo de cabra e sálvia e creme mediterrâneo à base de caldo de peixe com camarõezinhos puxados ao azeite de trufas. Para comer a sopa dentro do pão italiano, paga-se um adicional de R$ 2. Também lanchonete News oferece durante o inverno seis diferentes sopas, servidas na tigela de porcelana ou no pão italiano. No Festival de Sopas entram canja, sopa de cebola, ervilha com bacon, feijão, palmito e queijo. As sopas podem ser pedidas a qualquer hora, mas são mais solicitadas nas frias madrugadas paulistanas, pois a casa fica aberta até 5h da manhã. Na tijela, custa R$ 8; no pão italiano, R$ 10.

luno especial em Oxford, nos anos 20, o sociólogo Gilberto Freyre (1900-1987) recebeu uma incumbência do governador da cidade do Porto, Nuno Simões: procurar nos alfarrabistas da Inglaterra livros sobre vinhos... do Porto. Uma das obras encomendadas a Freyre foi A Treatise of the Wines of Portugal, de John Croft, publicado em 1788. Simões classificava esse livro como um dos "clássicos na matéria", já que os ingleses até então eram os que mais tinham estudado a história desse vinho fortificado, considerado em boa parte do reino um vinho "meio-inglês", tal o envolvimento dos ingleses na comercialização e universalização do produto português. A empreitada nos sebos de Londres é descrita por Gilberto Freyre no pequeno livro Ingleses, de 1942. O antropólogo e sociólogo que interpretou o Brasil e

fez um polêmico retrato da sociedade patriarcal brasileira em Casa Grande & Senzala, também reuniu impressões sobre o comportamento dos ingleses, esses "anglos às vezes anjos". A curta mas intensa temporada de Freyre em Oxford, regada a muito vinho do Porto e tertúlias universitárias, abriu os olhos do estudante tanto para os poetas românticos daquele país como para a personalidade intrincada desses "ilhéus". Anos mais tarde, Gilberto Freyre escreveria trabalho de mais fôlego Ingleses no Brasil, no qual mostra o peso da presença inglesa, dos primeiros trilhos às primeiras décadas do século 20. Colecionador de recortes publicitários de empresas britânicas no Brasil, Freyre revelou detalhes do comércio entre os dois países num tempo no qual "o engenheiro inglês", seu vinho de adoção e sua língua eram personagens de culto.

http://www.fgf.org.br/ http://www.e-mercatura.net/html/pt/historiavinho.asp

Kayomix – Rua da Consolação, 3215, tel.: (11) 3082-2769. Al Mare – Av. Pavão, 109, Moema, tel.: (11) 5041-7179. Empório Moema – Esquina da Av. Macuco com a Rua Canário, tel.: (11) 2101-4000. News - Rua Joinville, 377, Vila Mariana, tel.: (11) 3884-2138.

No alto, sopa do Al Mare; sopa no pão do Empório Moema e consomê de frango do Shabat

ADEGA

Bebida de índio Sérgio de Paula Santos

Reprodução/Larousse

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Fotos: Andrea Felizolla/LUZ

Vianna: decoração charmosa, clima descontraído, quase caseiro

Chope esperto: com (R$ 3,30) e sem (R$ 3,50) colarinho

HAPPY HOUR

É lá... Só falta criar o seu roteiro

Namoricos depois do cinema, troca de idéias, bate papo ... No Bar Vianna Armando Serra Negra

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rimeiro era o Flores. Depois, em 2002, já sob a direção do Edson – "comprei a casa de porteira fechada" – em 2004 veio o bistrô Vianna: "O nome Flores estava micado!!!". Desde então, elevou sua clientela em 120% (às terças-feiras a paquera ferve!). Numerologia? Talvez não... O novo homenageia a rua em que se localiza, quase esquina de dois importantes corredores viários – Jardins e Perdizes, Centro e Pinheiros. Outro poderoso dado para a formidável

ascensão: "Nasci atrás do balcão do meu pai, dono de boteco de esquina; sempre trabalhei com alimentação!". MPB, Salsa, Merengue, embalam o chope Brahma diferenciado, gelado à base de nitrogênio, oferecendo uma textura mais cremosa. Esperto, pela confusão que sempre rola nos bares quanto ao tamanho do colarinho, resolveu o problema estabelecendo dois tipos: com (R$ 3,30) e sem (R$ 3,50), claro ou escuro. "Espuma de três dedos (padrão da Ambev) deixa o chope mais

saboroso, faz bigode, o barril rende até 25% a mais de bebida", contabiliza e justifica. Caipiroska (R$ 8,50) e meia de seda (gin, creme de cacau e creme de leite – R$ 10,50) são os aperitivos mais concorridos entre as damas. Decoração charmosa, clima descontraído, ambiente quase caseiro – o Edson sempre está lá – espelhos espalhados, balcão de mármore no canto, o velho truque das lousas indicando sugestões do cardápio (uma invenção do Ritz nos anos 80) fisgam o apetite

pela curiosidade: spinakopitas (pão sírio, folhas de espinafre, parmesão ao forno R$ 13,90), wonton de frango (trouxinhas de massa de pastel recheadas com alho-poró, geléia de gengibre, lascas de pimenta dedo de moça R$ 14,50). Namoricos depois do cinema, troca de idéias, bate papo entre amigos... É lá! Vianna - Rua Cristiano Viana, 315, Pinheiros, tel: (11) 3082-8228.

pouco conhecida tiquira é a aguardente de mandioca, base da alimentação de nossos indígenas. Mandioca vem do tupi mandi oca, raiz da planta denominada mandi iwa. Originária das Américas, surgiu provavelmente no Brasil, onde os aborígenes a cultivavam e consumiam, quando da chegada dos europeus ao continente. Considera-se os tapuias como seus descobridores. A palavra mandioca aparece no idioma em 1549, com Nóbrega (Cartas, ed. Serafim Leite, 1955 p.60), “o mantimento comum da terra é uma raiz de pau, que chamam de mandioca […] de que comemos todos”. Para Antonio Geraldo Cunha (Dicionário Histórico de Palavras Tupis, Melhoramentos, 1978), “nenhum vocábulo de origem tupi está tão amplamente documentado na língua portuguesa”. Assim, historicamente, a mandioca é nosso primeiro e mais importante alimento, como o cauim, seu ensalivado, nossa primeira bebida alcoólica, que aparece no idioma pela primeira vez em 1584, com Anchieta (Inform. Casamento Indígena, fl. 132). A tiquira é menos conhecida, possivelmente por sua limitação geográfica, produzida que foi, e ainda é, artesanalmente apenas no Maranhão e em menor escala no Piauí e na Bahia. De gradação alcoólica alta, de 36º GL a 54º GL e tonalidade azulada, seu aroma lembra a fécula da mandioca, seu amido. A bebida foi consumida historicamente pelas classes mais pobres e pelos escravos do Maranhão, que a produziam e pelos seus descendentes, fato que a discriminou e gerou preconceito. Nos registros históricos a presença da tiquira é tímida, ao contrário da mandioca e da aguardente de cana, a cachaça. Para os que pregam que “a cachaça é nossa”, pode-se contestar que a tiquira é muito mais, pois se a mandioca é brasileira, a cana-de-açúcar é estrangeira. A produção da tiquira segue as seguintes etapas: lava-se, rala-se e prensa-se a mandioca, com o que se elimina o componente tóxico (ácido cianídrico) da raiz. A massa resultante é desfeita a mão, como farofa grossa e

espalhada sobre uma chapa quente (o forno), de modo a formar “bolos”, de cerca de 30 cm de diâmetro, os chamados beijus, que são assados até ficarem internamente cozidos. Resfriados então os beijus, são expostos ao ar, na sombra, quando ocorre a proliferação espontânea dos esporos dos fungos do ambiente. Em três ou quatro dias aparecem sobre os beijus uma flora de micélios, de cor rosada. Com o passar dos dias diminui o teor de umidade dessas massas e os micélios da superfície chegam ao interior dos beijus, contaminando e sacarificando toda a massa, completandose o processo entre 12 e 14 dias, quando se desdobra todo o amido. Os beijus sacarificados são então colocados em um cocho (um tronco de árvore escavado) com cerca de 200 litros de capacidade e coberto com água. No dia seguinte, encontra-se a massa desfeita e xaroposa, que é então mexida e agitada para uniformizar e arejar o mosto, que completará sua fermentação alcoólica em 48 horas. Terminada a fermentação o mosto é então destilado em pequenos alambiques de barro ou de cobre, obtendose no total cerca de 100 litros da bebida. Os fabricantes mais cuidadosos coam o mosto antes da destilação, o que elimina o gosto desagradável da parte lenhosa no fundo do alambique, que recebe o fogo direto. Como o processamento da tiquira é longo e complexo, artesanal e de pequeno rendimento, a produção não sofre qualquer controle ou fiscalização oficial. Com freqüência restam substâncias tóxicas no produto. Nos últimos anos, entretanto, a bebida vem sendo promovida por agências de turismo e por órgãos governamentais da região, enfatizando sua vinculação com o Estado do Maranhão. Sérgio de Paula Santos é médico e crítico de vinhos. Membro-Fundador da Federação Internacional dos Jornalistas e Escritores do Vinho (Fijev), é autor de livros sobre vinhos, o último dos quais, O Vinho e suas Circunstâncias, Senac, São Paulo, 2003.


sexta-feira, sábado e domingo, 14, 15 e 16 de julho de 2006

Transpor te Ciência Polícia Urbanismo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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FALTA DE ÔNIBUS AFASTOU PAULISTANO DO CENTRO

Regiões com comércio próprio e forte não foram muito afetadas. Marcel Solimeo, diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da ACSP

Marcos Fernandes/Luz

PENTE-FINO EM VENCESLAU 2

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Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) fez ontem uma operação pente-fino num dos raios na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, a 635 quilômetros de São Paulo, para tentar apreender o celular de onde teria partido a ordem para os últimos ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC). A ordem teria sido dada por Edílson Borges Nogueira, o Biroska, tido pela SAP como o principal suspeito de ordenar os ataques da facção. Agentes de segurança passaram cerca de três horas revistando as 46 celas do raio 1, onde Biroska está preso, mas não encontraram nenhum celular. "Ele pode ter escondido ou repassado o aparelho para outro companheiro", disse ontem um agente. A última revista feita na P-2 de Venceslau foi em 6 de julho, quando os PMs encontraram 25 estiletes e uma chave falsa de algemas, que seria usada numa tentativa de fuga e de rebelião. A SAP vai levantar agora se a mensagem pode ter sido passada por telefone por alguma visita. A suspeita da SAP sobre Biroska está embasada numa interceptação feita pela Policia Civil dando conta de que a ordem dos ataques teria saído da P-2 de Venceslau. Para a Civil, os suspeitos pelos ataques são Biroska e Orlando Mota Junior, o Macarrão. A SAP também embasa suas

Ontem, Guardas Civis Metropolitanos fizeram ronda na ladeira General Carneiro, no centro da capital. Movimento nas lojas e nas ruas foi baixo.

VENDAS CAEM ATÉ 30% COM ATAQUES DO PCC suspeitas sobre Biroska no fato de ele ser o único membro da facção com estrutura suficiente para bancar os ataques. Além disso, a prisão de Emivaldo Silva Santos e o fato de a maioria dos ataques terem ocorrido em áreas de sua atuação, reforçam a suspeita de que Biroska foi o mandante. (AE)

Epitácio Pessoa/AE

Em Araraquara, policial veste colete à prova de bala, arma e capuz

A cada morte, paralisação

A

cuados com a onda de violência e a promessa de que os ataques contra agentes penitenciários irão continuar, os funcionários dos presídios prometem fazer uma paralisação por 24 horas após o assassinato de cada colega. A convocação foi feita por João Rinaldo Machado, presidente do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional, aos 22 mil servidores nos 144 presídios do Estado. "Nossa paralisação é um protesto contra as mortes e em luto", disse. Segundo a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), 200 dos 144 presídios já aderiram à paralisação, entre eles o de Presidente Bernardes e o de Itirapina, além do complexo Penitenciário Campinas-Hortolândia, atualmente o maior do Estado de São Paulo, com seis unidades e cerca de 6,8 mil presos. Eles prometeram manter a greve durante todo o fim de semana. Como vem ocorrendo desde maio, as visitas de familiares e advogados estão canceladas, além da entrega de pertences enviados por parentes aos presos e, em alguns casos, o banho

de sol. Serão mantidos apenas os serviços básicos de alimentação e saúde aos presos, além da segurança externa do presídio para evitar fugas. Mesmo com a paralisação, Machado não acredita que ocorram novas rebeliões. "Os presos estão vendo que, se queimarem colchão, vão ficar sem. Se quebrarem o telhado, dormirão ao relento. O coordenador dos presídios (Hugo Berni) já avisou sobre isso". A SAP não confirmou a declaração de Berni. "O governo está tentando minimizar a situação, dizendo que se trata de represália ao Estado, que teria acabado com o poder do PCC nos presídios. Se o PCC não tem poder, imagine se tivesse", ironizou Machado. "Queremos que o governo estadual pare de fingir que está tudo bem. Os bandidos sabem onde a gente mora e qual é a nossa rotina. Estamos acuados", disse Machado. Ele disse que está recebendo ameaças por telefone e ontem teve de ser escoltado por policiais militares até o Complexo Penitenciário Campinas-Hortolândia, onde trabalha. (AE)

O movimento das lojas na região central foi baixo. Para o Sindilojas, o motivo foi a falta de transporte. Fernando Vieira e Maristela Orlowski

Paulo Pampolin/Digna Imagem/Arquivo

A

segunda onda de ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital) voltou a atingir ontem o comércio de São Paulo, que registrou queda de, pelo menos, 10% no faturamento, segundo a Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Mas o impacto pode ter sido ainda maior. De acordo com estimativa do Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo (Sindilojas), a redução nas vendas pode ter atingido entre 20% e 30%, em relação a outros dias. Na rua 25 de Março, o mais tradicional centro de compras popular da capital, onde circulam diariamente 400 mil pessoas, o movimento foi bem abaixo do normal. Segundo a gerente da loja Preço de Fábrica, Bruna Facioli, a queda nas vendas foi drástica e chegou a 60%. “O movimento de pessoas na rua em um dia normal é maior do que o que estamos observando. Quase ninguém está entrando para olhar as mercadorias”, disse. A clientela da loja é formada, principalmente, por comerciantes de outras cidades, que vêm à região central para renovar seus estoques. "Com a divulgação dos atos de violência, muitos cancelaram as viagens", disse Bruna. Para o diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da ACSP, Marcel Domingos Solimeo, a crise atual atingiu mais o comércio central da cidade. "Outras regiões, que possuem comércio próprio e forte, não foram muito afetadas". Na média, as consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) e ao Use-Cheque da ACSP, que medem as compras a prazo no comércio em São Paulo, caíram 10% em relação à quinta-feira da semana passada. O assessor de relações institucionais do Sindilojas, Marcos Antonio Galindo, também confirmou a tendência de novos prejuízos ontem para lojistas de ruas comerciais e shoppings centers. “Assim como ocorreu na primeira ação dos marginais, os comerciantes voltaram a registrar queda no faturamento, estimado entre 20% e 30%. Mas já percebemos que é uma queda muito menor, quando comparado aos últi-

Para Solimeo, a crise atual atingiu mais o comércio central da cidade

mos ataques, em maio”. No dia 15 de maio, São Paulo praticamente parou diante do temor da primeira onda de ataques em toda a cidade. Naquela ocasião, o prejuízo para o comércio – que baixou as portas ainda durante o dia e liberou funcionários mais cedo – foi extremo, atingindo 70% de queda no faturamento, de acordo com o levantamento feito pelo Sindilojas. Dessa vez, no entanto, em vez do pavor generalizado, Galindo atribuiu a diminuição no movimento de clientes à dificuldade de conseguir transporte público em toda a cidade. “Hoje (ontem), o que afastou os clientes foi a falta de ôni-

bus, não o medo de ataques. Tanto é que o comércio não fechou e funcionou normalmente”, ressaltou. Um levantamento oficial será realizado a partir de hoje pelo Sindilojas, para determinar o real impacto dos ataques ao comércio, com a consulta aos lojistas vinculados à entidade. Espera – Para os comerciantes, o mais complicado foi chegar ao trabalho. Alguns funcionários enfrentaram horas de espera em filas de lotações, visto que poucos ônibus circularam pela cidade. Segundo a SPTrans, das 16 empresas que operam o transporte coletivo em São Paulo, apenas quatro mantiveram carros nas ruas,

sendo três delas na zona oeste e uma na zona leste. De acordo com o presidente do Sindicato dos Comerciários do Estado de São Paulo, Ricardo Patah, a força sindical pediu aos associados que não descontassem o dia de trabalho da folha de pagamento dos funcionários. "Vamos promover uma reunião na próxima segunda-feira para chamar a atenção do comércio e dar um basta nesta situação", ressaltou Patah. A gerente da loja Contém 1G, na rua São Bento, no Centro da cidade, Lucélia Florêncio Bezerra, que mora na região de Santo Amaro, na zona sul, disse que só chegou ao trabalho porque conseguiu carona. "Quando acontece esse tipo de coisa, nosso patrão se encarrega de buscar os funcionários em casa", informou. "Para quem mora perto do metrô foi mais fácil". O mesmo não aconteceu com Elisabete Elisei, que não conseguiu chegar a tempo no trabalho. Moradora do Parque Santa Madalena, perto de Sapopemba, na zona leste, a vendedora contou que saiu de casa às 7h20, como sempre faz, e só conseguiu pegar uma lotação duas horas depois. "O ponto estava cheio e a lotação não tinha mais espaço. Até briga teve".


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sexta-feira, sábado e domingo, 14, 15 e 16 de julho de 2006

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CINETV Quadrinhos em movimento, nova novela e uma saga de crueldade

Fotos: Divulgação

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PROGRAMA

Novo drama pantaneiro

Bicho do Mato: Juba em seu santuário ecológico

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or que não recorrer a uma fórmula que já se mostrou, no passado, sinônimo de sucesso? Sucessão dos grandes, é bom lembrar, que balançou as estruturas de audiência da toda-poderosa emissora global em 1990. Pois foi o que a Record fez. Recorreu à fórmula bem-sucedida da novela Pantanal, exibida pela extinta TV Manchete, e mandou equipe, atores e toda a parafernália possível para aquele santuário ecológico, onde grava as cenas de sua nova produção, Bicho do Mato, que estréia na terça, às 19h15. A novela de Bosco Brasil e Cristianne Fridmann, baseada em argumento de Chico de Assis, vai narrar a história de Juba (ôps, quase Juma Marruá, a heroína de Pantanal), rapaz criado em uma fazenda do Pantanal, ao lado da aldeia indígena dos Guaporás. A aldeia e a fazenda são ameaçadas pelo conflito de terras, pelo garimpo e tentativas do vilão da história, Ramalho (Jonas Bloch), em usurpar as terras de Juba e dos índios para a exploração de uma mina de diamantes. Para encontrar o assassino do pai, mas ali, Juba (vivido pelo bonitão André Bankoff) vai para a cidade grande. É ali, naquele inferno urbano, que também encontrará o grande amor de sua vida. Ou seja: o personagem vai cair de boca num mundo desconhecido e sofisticado, e enfrentará toda sorte de preconceito por causa de seu 'ar natural'. Beatriz Segall, Luiz Guilherme, Angelina Muniz, Almir Sater, Renata Dominguez, Denise Del Vechio, Paulo Gorgulho, Sérgio Malheiros, Marcos Mion, Bia Seidl, Marcio Kieling, Miriam Freeland, Adriana Garambone, Ana Beatriz Nogueira, Sérgio Reis e Castrinho são os atores escalados para dar vida e emoção a esse novo folhetim da Record.

TNT

SESSÃO ADRENALINA

elo menos hoje, sexta-feira (14), malfeitores de todas as espécies (pelo menos os das HQs) vão estar em sérios apuros. Três conhecidos paladinos da Justiça – Batman (foto), HomemAranha e Superman – vão dar o ar da graça na tela do canal TNT durante todo o dia. O objetivo do canal: preparar corações e mentes para a estréia do novo filme do Superman nos cinemas. A primeira produção a esquentar a tela, às 14h, é Batman - O Filme (1989), direção de Tim Burton. Aqui o homem-morcego é vivido pelo insosso Michael Keaton, o que acaba tirando um pouco o brilho do filme – que é salvo, afinal, porque o velho e bom Jack Nicholson se encarregou de fazer o vilão Coringa. O roteiro narra o começo da saga: os pais de Batman foram assassinados quando ele era criança, e ele, adulto, preocupa-se em combater o crime na sua Gothan City natal, destinando gran-

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Fotos: Califórnia Filmes/Divulgação

imples é o novo CD de Jair Oliveira. Simples assim. Junto a Serginho Carvalho (baixo) e Jotaerre (percussão e percuteria), Jair criou o Simples (gravadora S de Samba). Três músicos dispostos a fazer simplesmente aquilo que de mais simples há no samba. Simples é simples como simples é a onda que quebra e requebra na praia. Simplesé simples como pode ser simples e bela a vida que vem à luz, saída do ventre de uma mulher. Simples é simples como só pode ser tão simples o choro de uma criança quando cai e rala o joelho. Simples é simples como simples é a gota que se pendura na pétala antes de se estatelar na terra; simples como a lua que é cheia até ser minguante. Simples se faz simples como simples é o balanço em que se embalança a jovem de saia rodada. Simplesé simples como um acorde maior saído do violão de Nelson Cavaquinho. Simples é simples como a melodia saída da alma de Cartola. Simples é simples como a batucada que faz a mulata sacudir as ancas, essas sim, enigmáticas. Simples embute a simplicidade que têm as levadas de

Ódio, sombras e chuva Geraldo Mayrink

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gosto japonês por dramas brutais é ancestral, com seus suicídios com adagas que expõem as vísceras e samurais degoladores, mas no cinema é oferecida altíssima tecnologia, o que nem um pouco diminui sua selvageria. Uma das cinematografias mais delicadas do mundo fez sua glória planetária e paradoxal com filmes como Consumido pelo Ódio, cujo título brasileiro já diz tudo. Ambientado numa época sombria e chuvosa, 1923, conta as desventuras de um certo Kim (interpretado por um diretor famoso, Takeshi Kitano), coreano que vai para o Japão em busca de dias melhores e lá come o sushi que o diabo amassou. Forte, astuto e cruel, sobrevive ao amargor da vida como pequeno empresário e agiota, tiranizando a família. Ele espanca e estupra a mulher submissa, que se torna cancerosa e careca. Bate nos filhos, que o odeiam. Como pano de fundo, há conflitos políticos entre comunistas emergentes e a tradição decadente. Como decoração macabra, um porco é esquartejado,

jorrando sangue como se viesse de uma bica. Tudo é gritado em xingamentos monossilábicos e saltitantes, bem à japonesa. É tudo muito bem filmado e ao mesmo tempo desagradável de ver. O diretor Yoichi Sai, que também é pintor já foi da equipe do grande Nagisa Oshima, tem competência para contar a história tirada de um romance, Sangue e Ossos, e sua primeira versão durava sete horas, menos que as nove de um filme torturante dos anos de 1960, Guerra e Humanidade, e em espírito lembrando outro marco daquela época, Harakiri, com sua violência voltada contra o próprio corpo, num ritual de autodestruição jamais igualado. Para quem gosta de temperos fortes e exóticos, às vezes indigestos, é um programa que pode ter seu atrativo. Consumido pelo Ódio (Chi To Hone, Japão, 2004, 140 minutos). Direção: Yoichi Sai. Com Takeshi Kitano, Hirofumi Arai, Tomoko Tabata. Califórnia Filmes.

Lázaro Ramos vê o negro

Regina Ricca de parte de sua fortuna a criar uma vestimenta que lhe permita lutar contra o mal sem correr riscos. Às 16h30, Homem-Aranha (2002) entra em ação, na primeira adaptação para a tela grande da célebre história em quadrinhos de Stan Lee e Steve Ditko. Tobby Maguire vive o tímido Peter Parker, que leva uma vidinha banal, é apaixonado pela vizinha, mas tem seu destino mudado quando é picado por uma aranha enquanto fazia uma experiência de laboratório. A mordida do animal, que havia sido bombardeado por forte radiação, faz com que Peter desenvolva poderes estranhos. Suas habilidades aracnídeas incluem a capacidade de escalar paredes, muita força e um estranho sentido extrassensorial. Assim nasce o Homem-Aranha. A direção é de Sam Raimi. Às 19h o homem de aço entra na batalha contra o crime. Superman - O Filme (1978), direção de Richard Don-

AVENTURA

ner e estrelado por Christopher Reeve, tem Marlon Brando interpretando o pai do herói. O filme narra as aventuras de Super-Homem e do seu alter-ego, o repórter Clark Kent, na Terra. Kent consegue um emprego no jornal Planeta Diário e se apaixona por Lois Lane (Margot Kidder). O romance fica em segundo plano quando o vilão Lex Luthor (Gene Hackman) põe em prática um plano para dominar o mundo e matar o SuperHomem. A segunda parte da saga de Superman, A Aventura Continua, entra no ar às 22h. Aqui, Zod, Ursa e Non – três criminosos do planeta Krypton condenados a vagar pelo espaço – conseguem escapar e chegar à Terra. Mas, antes de executarem seus planos de dominar o planeta, deverão enfrentar Super-Homem em uma guerra espacial. Enquanto isso Lois Lane e Super-Homem iniciam um romance. Mas a moça desconfia das intenções de seu amor.

N

o Canal Brasil, um projeto muito acalentado pelo ator Lázaro Ramos entra em cartaz a partir de sábado, às 20h. Trata-se do programa Espelho, que Lázaro dirige e apresenta, baseado no Cabaré da Raça do Bando de Teatro Olodum. O programa, segundo o ator (que esquenta baterias para dirigir um longa-metragem em breve), não tem formato definido e pretende dar uma "entortadinha" nos formatos conhecidos da TV. O certo é que vai, a cada um dos seis episódios, discutir um assunto ligado à raça negra. Terá também sempre um entrevistado sobre o tema – entre eles Ruth de Souza, Ubiratan Castro, MV Bill, Ilê Aiyê, Muniz Sodré – e esquetes com os atores do Bando de Teatro Olodum, opiniões do povo sobre os assuntos, e Flavio Bauraqui no fim de cada episódio declamando uma poesia. Os temas, em geral, vão falar, com humor e "às vezes um pouco de dor", diz Lázaro, sobre o negro na história, juventude, teatro negro no Brasil, o negro na mídia e auto-estima. Vale conferir. (RR)

CD

Ser simples Aquiles Rique Reis Jackson do Pandeiro e de Jorge Benjor. Simples é a carga de artilharia que simplesmente desmonta muralhas antigas e bolorentas. Simples é o samba criado por quem sabe que o samba é simples e, por isso, pode simplesmente ser. Simples é Jair Oliveira e seus companheiros de descobertas. Simples é a palavra certa para o acorde revelado por baixo da melodia assanhada, que se dá ao desfrute de dar mole a quem a canta. Simples é o ritmo alucinado que desnuda instintos moleques a povoar corpos pagãos. Simples é, até aqui, o grande disco de 2006. Nele, Jair Oliveira se dedica com afinco a produzir uma rara jóia para adornar a coroa que é hoje a música popular brasileira. Jair descobriu que no samba está o simples, que no samba bom, no samba de qualidade (ou seja, na música de boa qualidade) reside o futuro musical de todos os da sua geração. Jair Oliveira fez 13 tipos de samba desdobrados em nuances que o levam a passear por congêneres que se completam e se acrescentam. Simples tem o mérito de também

mostrar que para o samba não há limites: há a imensidão da criatividade que lhe confere vida e alegria. Você, leitor, não perca tempo: corra e compre Simples. Deixe-se contaminar por Braços de Iemanjá, um retumbante samba de roda de capoeira, feito para homenagear João Bosco. Deleite-se com Tiro Onda, emplacado por Jair na novela da TV Globo Cobras & Lagartos. Ouça e se delicie com o sambão O Samba me Cantou – com as participações vocais de Luciana Mello e de Wilson Simoninha –, acompanhado pelo competente violão de sete cordas de Edmilson Capeluppi e pelo cavaquinho de Marinho Mattos. Emocione-se com a simplicidade cativante da poesia de Intacto, tocada apenas pelo violão límpido de Jair. Ouça com atenção a levada do baixo upright tocado por Serginho em Pele. Liguese na especialíssima participação de Paula Lima em Todo Dia. Surpreenda-se com mais um sambão (Casa da Dor), levado no sete cordas de Capeluppi e no cavaco de Marinho, que na repetição ganha leve batida funk. Reverência a Lenine, Eu Você dá vontade de dançar, ao

Takeshi Kitano como tirano: tudo muito bem filmado e ao mesmo tempo desagradável de ver

Mais cinema na página 6

Simples: carga de artilharia que desmonta muralhas antigas

levar o samba até o xote pernambucano, misturando-os. Compraza-se com as notas do violão de Jair sendo encurtadas para proporcionar compreensão inteira à bela poesia de Simples (“Elementar, meu caro amor/ Amar é simples”). Simplescontagia com Eu Também Tive um Sonho(feita para filme de Walter Lima Jr.), O Que Pensam as Estrelas(“O que pensam as estrelas enquanto eu/ Cá embaixo/ Morro”), Sete e Meia (“Demorô”) e Au Niveau du Bar (esta com Otto). Simples é uma mulher e é um homem; é uma criança e é uma bela senhora; é um velho cafetão e uma simples rapariga de bordel estradeiro. Simples é a saudade que só aumenta; é dor que não aplaca. Simples é feito erva daninha corroendo almas empobrecidas. Simples são sonhos que apagam pesadelos podres e protocolares, pesados, obscuros... Aquiles Rique Reis é vocalista do MPB4 e autor de O gogó de Aquiles, editora A Girafa.


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sexta-feira, sábado e domingo, 14, 15 e 16 de julho de 2006

Fotos: Warner Bros./Divulgação

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Superman O Retorno: lado humano do herói confere emoção à trama. Mas bons mesmo são os superpoderes e os efeitos especiais.

mem de aço, sua namorada Lois Lane, abandonada sem explicações, tocou a vida. Ela teve um filho, hoje também com cinco anos de idade. A moça está noiva do sobrinho do diretor do jornal, no qual é respeitadíssima repórter. Acaba de ganhar o prêmio Pulitzer, o mais importante da imprensa americana, por seu artigo Por que o mundo não precisa do Superman. Talvez com objetivo de atrair a platéia jovem que aprecia o seriado televisivo Smallville, foi escolhida para o papel a atriz Kate Bosworth, de apenas 23 anos, faixa etária em que a maioria está apenas entrando no mercado de trabalho. A idade da personagem não é citada. Mas se for a mesma da atriz, aqui tratase de uma mãe adolescente, que deu à luz aos 18 anos, logo, concebeu o rebento com apenas 17? Ignorada também essa idiossincrasia, chega-se à trama que envolve a volta do herói a um mundo mais violento, já que carente de sua proteção, e à mercê do vilão Lex Luthor (Kevin Spacey, vencedor de prêmios Oscar

Kent na redação do Planeta Diário: repórter obscuro, tímido. E de óculos.

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á 35 títulos em DVD com as aventuras do homem de aço. E enquanto Superman - O Retorno estiver em cartaz nos cinemas, sites e lojas fazem diversas promoções para quem quiser iniciar ou completar a coleção. Ganha-se um ingresso para a rede Cinemark ao comprar cada um desses: Superman - O Filme; Superman II; Superman III ou o primeiro episódio da série Smallville, por R$ 24,90 cada. Nas compras pela internet, a cada dois produtos do Superman, ganha-se uma entrada de cinema. Há ainda à venda o Box Co-

B ud a (Un Buda, Argentina, 2005, 115 minutos). No longametragem dirigido pelo argentino Diego Rafecas, Tomás (Augustin Markert) é um jovem que após passar por perdas, desilusões e tragédias decide ir em busca de seu mestre em um templo zen nas montanhas.

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por Os Suspeitos e Beleza Americana), que lançou mão de um estratagema legal para sair da prisão e tem planos de enriquecer usando uma tecnologia originária de Krypton. Superman, o personagem, surgiu em uma história em quadrinhos da DC Comics no ano de 1938. Desde então voa por aí em gibis traduzidos em 25 idiomas, para mais de 40 países. Chegou à TV em 1941 e, dez anos depois, ao cinema, em Superman and the MoleMen. Nunca foi esquecido, mas o longametragem que legitimou Christopher Reeve como o homem de aço foi Superman - O Filme, de 1978, com Marlon Brando no papel de Jor-El, seu pai. Os produtores anunciam este novo filme, dirigido pelo norte-americano Bryan Singer, como uma continuação dos anteriores. Mas em alguns momentos, soa mais como um remix. Porém, as referências são atualizadas. Em Superman - o Retorno, Lois Lane acaba desistindo de fumar depois de levar um advertência do herói. No filme de 1978, Reeve protagoniza cena

Lois Lane: ganhadora do Pulitzer.

HERÓIS ALADOS

semelhante, mas a Lois da época (Margot Kidder) mesmo assim acende o cigarro. Sinal dos tempos. Antes tolerado, o fumo agora é banido dos filmes de Hollywood vistos por crianças e adolescentes. Outro aspecto muito valorizado é a equiparação à saga de Jesus Cristo, que embora nunca camuflada, na atual produção é martelada à exaustão na cabeça do espectador. O pai de Kal-El não o deixa esquecer que ele, seu único filho, é um enviado especial e tem uma missão de salvar a humanidade. Mas felizmente Superman, com ou sem conotação messiânica, tem lá seu lado humano para conferir certa dose de intriga e emoção à história. Superman - O Retorno (Superman Returns, EUA, 2006, 154 minutos). Direção de Bryan Singer. Com Brandon Routh, Kate Bosworth, Kevin Spacey, Hugh Laurie, Sam Huntington, Eva Marie Saint, James Marsden. Warner Bros.

Com asas ou artefatos

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mais conhecido e cultuado é ele mesmo, Superman. Mas o homem de aço não está sozinho nos céus. Muitos outros heróis também possuem o poder de voar. Um dos primeiros a planarem sobre os mortais foi o Capitão Marvel, também conhecido como Shazam. Não confundir com o outro Marvel, que nomeia a Marvel, editora dos Xmen, Homem-Aranha, entre outros. Entre os companheiros do Superman na Liga da Justiça, alguns dos alados mais conhecidos são Ajax; o Caçador de Marte e o Gavião Negro. Cruzam os ares ainda o Lanterna Verde, que precisa do anel para sair do chão, mas bem, ele consegue voar. Outro que usa um acessório para voar é o Homem de Ferro, mais leve do que o ar ao vestir uma armadura, e seu colega Surfista Prateado, que utiliza para isso, obviamente, a sua prancha de surfe. No time entram ainda Thor e Tocha Humana, que risca o céu com suas chamas. As mulheres são conhecidas por terem os pés mais fincados ao chão, mas também voam, como não? A Mulher Maravilha precisa de seu avião invisível, mas no clube dos X-Men, além do Anjo, Tempestade, Jean Grey e Vampira possuem esse poder. Entre os japoneses, há Goku (Dragonball), Ultraman, UltraSeven e Spectroman, sessão favorita de desenhos e séries de muitos meninos hoje bem crescidos. (LHC)

Jean Grey, dos X-men (acima); Shazam, entre os pioneiros, e o Gavião Negro, um dos muitos integrantes da Liga da Justiça

FIGURINOS E GIBIS

Lex Luthor: Spacey é o vilão.

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DVD leção Superman, com quatro DVDs, que traz Superman - O Filmeem disco duplo; Superman II - A Aventura Continua e Superman III. Este mês todos ficam em promoção por R$ 59,90. Para quem prefere a cara que o homem de aço ganhou na TV, Lois & Clark: As Novas Aventuras do Superman - 1ª Temporada, com seis DVDs, dos anos de 1990, com Teri Hatcher – hoje mais conhecida como a Susan do seriado Desperate Housewies – no papel de Lois Lane. E ainda as caixas Smallville, com o jovem Superman come-

çando a experimentar superpoderes enquanto passa pelas dúvidas da pósadolescência. Já foram lançadas quatro temporadas da série, vendidas por R$ 100, em média, cada conjunto. E Superman em desenho animado não falta: Superman - A Série Animada já chega ao segundo volume. A coleção, que ganhou um prêmio Emmy, exibe as aventuras em animação em 18 episódios e é vendida por R$ 89,90. Ele também integra a Liga da Justiça, aquele grupo de super-heróis (Superman, Batman, Flash, Mulher-Maravi-

l h a , M u l h e r - G avião, Lanterna Verde e Ajax) que se reúne para combater o crime. Liga da Justiça Sem Limites: Forças Unidas, com 68 minutos, custa R$ 29,90 e reúne os três episódios da primeira temporada do desenho, também exibido na TV pelo canal pago Cartoon Network e pelo SBT. (LHC)

Divulgação

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epois de cinco anos fora do planeta, Superman volta à Terra. Coincidentemente, o tímido repórter Clark Kent também é readmitido na redação do jornal Planeta Diário. Ambos sumiram na mesma época. E com exceção dos óculos usados pelo jornalista, os dois têm exatamente o mesmo rosto. Mas não convém desconfiar da coincidência, para que o filme não perca a graça. Melhor concentrar a atenção nos superpoderes e divertir-se com os ótimos efeitos especiais de Superman - O Retorno, que estréia no Brasil nesta sexta, dia 14. O longa traz Brandon Routh no papel do rapaz que, nascido em Krypton e batizado de Kal-El, foi criado por pais adotivos em uma fazenda no Kansas e recebeu o nome de Clark Kent. Depois que descobriu sua visão de raio X, capacidade de voar e força descomunal, entre outros poderes, ajuda o mundo, ou pelo menos Metrópolis e os arredores, a livrar-se de bandidos e catástrofes. Depois do desaparecimento do ho-

Lúcia Helena de Camargo

té o dia 23 os fãs do Superman podem também brincar de desenhá-lo no Espaço Superman do Shopping Metrô Santa Cruz, que terá ainda uma exposição de 22 bonecos e gibis antigos do super-herói, entre eles os primeiros exemplares do Superman publicados pela Editora Abril. As crianças que quiserem participar das oficinas de desenho podem se inscrever no local minutos antes do início. Os eventos são todos gratuitos e acontecem no piso térreo do Shopping Metrô Santa Cruz, à avenida Domingos de Moraes, 2564, estação Santa Cruz do metrô. Figurinos - Outra exposição exibe algumas roupas usadas no filme Superman - O Retorno, até dia 20, no mezanino do Shopping Iguatemi. Estarão lá o terno de Clark Kent, além de uma camisa, saia e colete de Lois Lane. O shopping fica na avenida Brigadeiro Faria Lima, 2232, tel.: (11) 3816-6116.

OUTRAS ESTRÉIAS Paris Filmes/Divulgação

Focus Filmes/Divulgação

ransamérica (Transamerica, Estados Unidos, 2005, 103 minutos). Os planos da transexual Bree Osbourne (Felicity Huffman) de operar para se transformar em mulher são adiados quando descobre que um jovem preso em Nova York pode ser seu filho. Dirigido por Duncan Tucker.

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Europa Filmes/Divulgação

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eu encontro com Drew Barr ymore (My Date with Drew, Estados Unidos, 2004, 90 minutos). Aos 10 anos de idade o americano Brian Herzlinger já era apaixonado por Drew Barrymore. Agora adulto, teve a idéia de documentar a tentativa de encontrar a atriz.


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Empresas Nacional Tr i b u t o s Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 17 de julho de 2006

SESCON VAI A BRASÍLIA COBRAR POSIÇÃO DA RECEITA

92,6

por cento dos empresários perderam negócios por não conseguirem a CND

Milton Mansilha/LUZ

CND: MAIOR TORMENTO DOS EMPRESÁRIOS Pesquisa mostra que obter certidão de débito do fisco é a maior dificuldade das empresas

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á três meses, a distribuidora de produtos de informática Inspirit tenta obter, na Receita Federal, uma Certidão Negativa de Débitos (CND). O gerente administrativo-financeiro da empresa, Adriano Vilela, afirma que os débitos estão quitados, apresenta os documentos que comprovam o pagamento, mas cada vez que a empresa tenta obter o documento, aparece um empecilho diferente e mais burocracia. "Órgãos públicos de diversos estados têm nos procurado para comprar nossos produtos. E sem CND eles já nos avisaram que vão atrás do concorrente se passar o prazo", diz Vilela. Segundo pesquisa feita pela Força Tarefa de Reforma Tributária da Câmara Americana de Comércio (Amcham), em conjunto com a PricewaterhouseCoopers, conseguir a CND – considerada um passaporte para entrar em licitações e conseguir financiamentos – é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelas empresas. De um grupo de 117 companhias pesquisadas, das quais 20% são do comércio, 92,6% afirmaram já ter retardado ou deixado de concluir negócios em decorrência da não obtenção da certidão no prazo necessário. A pesquisa também mostrou que 13% das empresas entrevistadas mantêm mais de 10 empregados exclusivamente para o cumprimento dessa tarefa. Para 60,4% dos pesquisados, diferenças de valor abaixo de R$ 10 impedem rotineiramente a obtenção da certidão. O levantamento mostra, ainda, que o sistema informatizado da Receita apresenta várias falhas. Dos pesquisados, 50,8% responderam que o retorno à lista de pendências à própria Receita e de débitos já baixados é o principal entrave para conseguir a CND. Outros

33% disseram que é a falta de registro das compensações de débitos ou créditos federais. Para 11% dos empresários, o principal entrave é a falta de registro de pagamentos efetuados dentro do prazo. Martírio – A encarregada de contabilidade da Organização King, Neusa Soares de Souza, acompanha o martírio dos empresários no dia-a-dia. "São comuns casos de empresas que não possuem débito, tentarem tirar a certidão e aparecerem irregularidades no site da Receita", afirma. Nesse caso, o contribuinte é obrigado a comparecer a uma unidade do fisco para saber qual é a pendência. Elvira lembra que o empresário que tem certificação digital consegue ver pela internet quais são esses problemas. "Mas isso im-

Órgãos públicos de diversos estados têm nos procurado para comprar nossos produtos. E sem CND podemos perder para o concorrente. Adriano Vilela, gerente plica custo, e muitos não podem pagar ", critica. Burocracia – O empresário que é obrigado a comparecer à Receita primeiro precisa ir ao atendimento para descobrir a pendência que consta do sistema. Depois, precisa juntar a Darf e a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) que comprovam o pagamento do imposto em discussão para protocolar junto ao fisco um pedido de revisão. Este protocolo é chamado de envelopamento ou impugnação. "Quando se trata de débito não inscrito na dívida ati-

EDITAIS

va, o fisco concede um prazo de 15 ou 20 dias para responder. Se o débito já está inscrito, não há prazo", explica Souza. "Há casos de 2001 e 2002 ainda em análise", revela. Por conta da demora e dificuldades na obtenção da CND, em agosto, o Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP) vai a Brasília para entregar um ofício ao secretário da Receita, Jorge Rachid. "Vamos pedir que volte o prazo de 30 dias para análise do envelopamento ou o empresário terá direito de obter a Certidão Positiva de Débitos com Efeito de Negativa", afirma o vice-presidente da entidade, José Maria Chapina Alcazar. O Sescon-SP também fará uma manifestação de protesto e enviará uma denúncia ao Ministério Público. "O contribuinte não suporta mais ter seus direitos lesados por acusações indevidas da Receita", reclama Alcazar. Judiciário – Atualmente, a solução mais prática – ainda que custosa – para a obtenção do documento é recorrer ao Judiciário. "Na maioria das vezes, o juiz concede a liminar", afirma o gerente societário da Confirp Consultoria Contábil, Flávio de Oliveira. A Superintendência da Receita Federal da 8ª Região (São Paulo) nega a existência de dificuldades para expedir a CND quando o contribuinte está em dia com os tributos. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, se houver irregularidade, basta o contribuinte levar a Darf e DCTF que comprovem o pagamento à Central de Atendimento ao Contribuinte do posto fiscal da Receita e, no dia seguinte, ele poderá retirar a certidão. A assessoria afirma também que, quando o contribuinte entra com impugnação, pode tirar a Certidão Positiva de Débitos com Efeito de Negativa.

O gerente administrativo da Inspirit, que há três meses tenta, sem sucesso, obter uma certidão na Receita

Laura Ignacio CONVOCAÇÕES

PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ Processo: Pregão Presencial nº 015/06 (prorrogação de prazo) Objeto: Aquisição de óleos lubrificantes Edital disponível no site www.guaratingueta.sp.gov.br. Local sessão pública: Praça Dr. Homero Ottoni, nº 75, centro-Guaratinguetá. Data da sessão: 28.07.06, às 9:00 horas, Valor para retirada do edital R$ 5,00.

PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ Processo: Pregão Presencial nº 016/06 Objeto: Aquisição de material de limpeza Edital disponível no site www.guaratingueta.sp.gov.br. Local sessão pública: Praça Dr. Homero Ottoni, nº 75, centro-Guaratinguetá. Data da sessão: 31.07.06, às 10:00 horas, Valor para retirada do edital R$ 5,00.

ATAS

AVISOS DE LICITAÇÕES PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ Aviso de abertura de licitação Processo: Pregão Eletrônico nº 059/06 A Prefeitura Municipal de Guaratinguetá informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela internet. Objeto: Contr. empresa espc. em serviços de seguro de veículos. Endereço Eletrônico do Pregão: www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até às 23:59 horas do dia 25/07/2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até às 9:00 horas do dia 28/07/2006. Data e Horário do Recebimento dos Lances: das 10:00 horas às 10:30 horas do dia 28/07/2006. Disponibilização do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores-pregão eletrônico, no item Editais. PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ Aviso de abertura de licitação Processo: Pregão Eletrônico nº 060/06 A Prefeitura Municipal de Guaratinguetá informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela internet. Objeto: Aquisição de materiais de construção para manutenção de vias públicas. Endereço Eletrônico do Pregão: www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até às 23:59 horas do dia 27/07/2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até às 9:00 horas do dia 01/08/2006. Data e Horário do Recebimento dos Lances: das 10:00 horas às 11:00 horas do dia 01/08/2006. Disponibilização do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores-pregão eletrônico, no item Editais. PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ Aviso de abertura de licitação Processo: Pregão Eletrônico nº 061/06 A Prefeitura Municipal de Guaratinguetá, informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela internet. Objeto: Aquisição de areia média lavada, pedrisco limpo, pó com pedrisco e brita I. Endereço Eletrônico do Pregão: www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até às 23:59 horas do dia 28/07/2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até às 9:00 horas do dia 02/ 08/2006. Data e Horário do Recebimento dos Lances: das 10:00 horas às 11:00 horas do dia 02/08/ 2006. Disponibilização do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores-pregão eletrônico, no item Editais.

CONVOCAÇÃO

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 14 de julho de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial:

Requerente: Coester Automação S/A - Requerida: Criciúma Comercial e Construtora Ltda. - Praça Tókio, 20 - 1ª Vara de Falências

Requerente: Plasfor Produtos Plásticos Ltda. - Requerida: VPC Vânia Polímeros e Compostos Ltda. - Av. Guarapiranga, 291 - 1ª Vara de Falências

Requerente: F.B. Factoring e Serviços Ltda. - Requerido: Carinelli Comercial Ltda. - Av. Cruzeiro do Sul, 439 - 1ª Vara de Falências


2

Passe Livre Copa do Brasil Brasileirão Séries B e C

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 17 de julho de 2006

Os torcedores que me vaiaram não sabem, mas é o primeiro pênalti que perdi na vida." Alecsandro, do Cruzeiro

RIVAIS QUE FAZEM A ALEGRIA TRICOLOR

SÃO PAULO AGRADECE paSse livre

D

eu tudo certo para o São Paulo. Depois de derrotar o Figueirense por 2 a 1 com um gol no último minuto, no sábado, o Tricolor teria que torcer muito no domingo para terminar a rodada na liderança do Brasileiro. E não é que tudo do que o time precisava acabou acontecendo? A começar pelo empate do Cruzeiro por 0 a 0, em casa, contra o Goiás. Caso vencesse, a equipe mineira teria chegado à liderança isolada, um ponto à frente do São Paulo. Como só empatou, está agora um ponto atrás do Tricolor. O Cruzeiro ainda perdeu um mesmo pênalti duas vezes, com Alecsandro, que repetiu a cobrança mas teve que assistir a a duas defesas seguidas do goleiro goiano Harley. Outro resultado que teria atrapalhado as pretensões tricolores de permanecer na liderança ao final da rodada do final de semana seria uma vitória do Internacional sobre o Juventude, que levaria o Colorado a 27 pontos contra os 26 do São Paulo.

Sérgio Assis/AE

Eduardo Oliveira/AE

Roberto Benevides

A conta da Copa

A O empate por 4 a 4 entre Grêmio e Fluminense foi um dos resultados que beneficiaram o Tricolor Paulista

Pois ontem, em Caxias do Sul, deu Juventude, 2 a 0, com gols de Fabrício e Marcel, marcados ainda no primeiro tempo. O Inter, que entrou em campo com um time reserva a fim de poupar os titulares para o jogo de quarta-feira, contra a LDU do Equador, pela Libertadores, está agora dois pontos atrás do São Paulo na classificação do Brasileiro.

Também no jogo entre Grêmio e Fluminense, realizado ontem no Estádio Olímpico, em Porto Alegre, o resultado interessava diretamente ao São Paulo. Depois de abrir uma vantagem de 2 a 0 (com gols de Ramón, no primeiro tempo, e de Rômulo, no segundo), o Grêmio sofreu a virada para 4 a 2. Evando, Petkovic (dois) e Marcelo marcaram pa-

ra o Fluminense, que, com o resultado, iria para 25 pontos, alcançando o Cruzeiro. Mas Herrera, aos 47, e novamente Rômulo, aos 48 minutos do segundo tempo, voltaram a igualar tudo para o Grêmio. Considerando-se que entre o segundo e o oitavo colocados somente o Paraná venceu (2 a 1 no Atlético-PR), a rodada não poderia ter sido mais tricolor.

DE NOVO?

MODÉSTIA À PARTE

O presidente Alvaro Uribe anunciou ontem que a Colômbia também quer fazer a Copa do Mundo de 2014. O país deveria ter organizado a última edição sul-americana, em 1986, mas roeu a corda e a Copa foi para o México.

Imodesto, o técnico Emerson Leão tem uma explicação muito simples para a vitória por 2 a 0 sobre o Santos, ontem, no ABC: "O São Caetano foi melhor dentro e fora do campo." Luxemburgo fez de conta que não ouviu.

*Com Agência Estado e Reuters

E

SÉRIE C Bahia perde na estréia

m sua estréia na Série C, o Bahia perdeu para o Confiança. Neste ano, 64 equipes começam jogando em ida e volta dentro de 16 grupos. No final, subirão para a Série B os quatro melhores. RESULTADOS: Grupo 1 - Rio Negro-AM 2 x 0 Adesg-AC. Grupo 2 - Ananindeua-PA 4 x 2 São Raimundo-RR; Amapá-AP 0 x 1 FastAM. Grupo 3 - Araguaína-TO 1 x 2 Operário-MT; Mixto-MT 1 x 1 Ulbra-RO. Grupo 4 - Imperatriz-MA 1 x 1 River-PI ; Flamengo-PI 1 x 1 Maranhão-MA. Grupo 5 - PortoPE 2 x 4 Icasa-CE; Botafogo-PB 3 x 1 Baraúnas-RN. Grupo 6 - Ferroviário-CE 3 x 1 Ypiranga-PE; Potiguar-RN 0 x 1 Treze-PB. Grupo 7 CSA-AL 3 x 1 Colo Colo-BA; Con-

SÉRIE B

Paulistas em baixa 11ª rodada Brasiliense 2 x 0 Avaí Santo André 1 x 1 Atlético-MG Ituano 1 x 1 Paysandu Remo 1 x 2 Portuguesa Guarani 3 x 1 Gama Paulista 1 x 0 São Raimundo CRB 2 x 2 Coritiba Vila Nova 1 x 1 Sport Ceará 1 x 1 Marília Náutico 1 x 0 América-RN 12ª rodada Portuguesa 1 x 1 Brasiliense Vila Nova 2 x 1 Marília Gama 3 x 3 Santo André Avaí 2 x 0 Atlético-MG Remo 0 x 5 Ituano Guarani 0 x 0 Paysandu Coritiba 2 x 1 Paulista CRB 4 x 2 América-RN Náutico 2 x 1 Sport São Raimundo 1 x 0 Ceará

Classificação

P

V

S

GP

1 Náutico

23

7

4

20

2 Avaí

22

6

4

10

3 Sport

19

5

4

15

4 Coritiba

19

5

3

19

5 Brasiliense

18

5

9

24

6 Ituano

18

5

4

20

7 Guarani

18

4

3

17

8 Paysandu

17

5

-3

22

9 CRB

17

5

-3

22

10 Paulista

16

4

0

12

11 Marília

16

3

1

13

12 Vila Nova

15

4

-2

15

13 Gama

15

4

-4

14

14 Atlético-MG

15

3

5

16

15 Santo André

14

3

-1

14

16 São Raimundo

14

3

-4

10

17 América-RN

13

4

-3

16

18 Portuguesa

12

3

-6

12

19 Ceará

12

2

-4

11

20 Remo

9

2

-12

11

*Recuperou 6 pontos que havia perdido no STJD.

O Guarani não foi além de um 0 a 0, em casa, contra o Paysandu

Q

pífia campanha na Copa da Alemanha abalou o prestígio da Seleção, mas o futebol brasileiro ainda é e será por muito tempo a mais universal e positiva marca do país em todos os mercados externos e continuará faturando com a exportação de talentos. Internamente, porém, nosso futebol está pendurado em dívidas com o governo, jogadores, comissões técnicas, Justiça do Trabalho, fornecedores e até dirigentes que juram ter emprestado o próprio dinheiro aos clubes. Com o que faturam em ingressos, direitos de TV, royalties e patrocínio, Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Santos, Flamengo, Vasco, Grêmio, Inter, Cruzeiro e tantos outros não fecham as contas. Se os dirigentes brasileiros não se unirem para reinventar o futebol como negócio no mercado interno, criando condições para a volta da competitividade técnica, nenhum grande time sobreviverá por muito tempo. Uma conferida rápida na bilheteria dos jogos do Campeonato Brasileiro no meio e no fim de semana dá a medida do descompasso entre a oferta de espetáculos e a demanda por ingressos. Tudo bem: a bilheteria não pode ser a principal fonte de recursos dos clubes de futebol, mas continua sendo importante indicador do interesse do público. O Brasil pretende organizar a Copa do Mundo de 2014 e, para tal, terá de investir não menos do que US$ 1 bilhão na construção e reforma de estádios. A primeira questão - quem paga a conta? - tem uma importante preliminar: quem usará os estádios depois? Ou se reinventa o negócio do futebol ou os estádios serão monumentos abandonados após 2014. Não é melhor passar a conta a quem tem como pagá-la?

uatro vitórias, seis empates e duas derrotas. Este foi o saldo dos times paulistas nas duas rodadas da Série B disputadas após a Copa do Mundo. Se os resultados não foram de todo ruins, os reflexos na classificação foram péssimos. O campeonato é liderado pelo Náutico, seguido por

Avaí, Sport e Coritiba, que, hoje, estariam classificados para a Série A de 2007. O paulista mais bem classificado é o Ituano, que no sábado goleou o Remo, jogando em Belém, por 5 a 0, e agora aparece em sexto lugar. Em seguida, vem o Guarani, que também no sábado não foi além de um 0 a 0 em casa com o Paysandu.

O Paulista, décimo colocado, perdeu para o Coritiba, no Paraná, por 2 a 1. O Marília, décimo-primeiro, também jogou fora e perdeu: 2 a 1 para o Vila Nova, em Goiânia. Décimoquinto, o Santo André, que já havia empatado em casa com o Atlético-MG (1 a 1), marcou um gol no final e ficou nos 3 a 3 com o Gama, fora de casa.

A situação mais difícil entre os times do Estado, no entanto, continua sendo a da Portuguesa. Na sexta-feira, a equipe apenas empatou com o Brasiliense, no Canindé, em 1 a 1. Com o resultado, a Lusa permanece em 18º lugar, na zona de rebaixamento, junto com América-RN (17º), Ceará (19º) e Remo (20º).

fiança-SE 1 x 0 Bahia. Grupo 8 Pirambu-SE 1 x 1 Vitória-BA; Ipitanga-BA 1 x 2 Coruripe-AL. Grupo 9 - Luziânia-DF 0 x 2 Anapolina-GO; Jataiense-GO 2 x 0 CoximMS. Grupo 10 - Ituiutaba-MG 3 x 1 Ceilândia-DF; Serc-MS 0 x 1 Atlético-GO. Grupo 11 - BarueriSP 0 x 1 América-MG; América-RJ 1 x 1 Vitória-ES. Grupo 12 - Estrela do Norte-ES 0 x 1 Ipatinga-MG; Juventus-SP 1 x 1 Americano-RJ. Grupo 13 - Cabofriense-RJ 2 x 0 Barbarense-SP; Rio Branco-SP 2 x 1 Madureira. Grupo 14 - J. Malucelli-PR 3 x 0 Noroeste-SP; América-SP 0 x 1 Adap-PR . Grupo 15 - Ulbra-RS 0 x 0 Joinville-SC; Rio Branco-PR 1 x 0 Caxias-RS. Grupo 16 - Marcílio Dias-SC 1 x 2 Novo Hamburgo-RS; Brasil-RS 3 x 2 Criciúma-SC.

COPA DO BRASIL

Cariocas começam a decidir

F

lamengo e Vasco começam a decidir nesta quarta-feira, no Maracanã, o título da Copa do Brasil de 2006, que dá a seu vencedor uma das vagas brasileiras na Copa Libertadores da América do ano que vem. A decisão entre os dois clubes foi adiada para depois da Copa do Mundo. A segunda partida será realizada também no Maracanã, na quarta seguinte, 26 de julho.

Para estas finais, em que ambos os jogos serão realizados em campo neutro (o Maracanã), não valerá o critério do maior número de gols marcados fora de casa — o Flamengo é o mandante do primeiro jogo e o Vasco, o do segundo. Em caso de empate no saldo de gols entre os dois clubes ao final de ambas as partidas, o título será decidido nos pênaltis.


segunda-feira, 17 de julho de 2006

Ações da Arcelor ainda são atraentes

O

acordo que uniu a européia Arcelor e o grupo anglo-indiano Mittal Steel, ambos do setor siderúrgico, colocou um ponto de interrogação na cabeça de muitos investidores minoritários que têm ações da Arcelor Brasil, a subsidiária da companhia: vale a pena manter os papéis da empresa após a entrada da gigante Mittal? O principal motivo que gerou a dúvida não está nos fundamentos da empresa, que continuam sólidos, nem nas perspectivas para o setor siderúrgico, que se mantêm positivas. O ponto de interrogação surgiu das reduzidas informações sobre o formato do negócio, e, principalmente, devido à dúvida acerca da atuação da nova empresa criada, a Arcelor-Mittal, no Brasil. O comunicado oficial da Arcelor anunciou a fusão, sem mudança no controle da empresa, eliminando com isso a obrigatoriedade de a c o m p a n h i a re c o m p r a r n o mercado as ações dos investidores minoritários. Mas um grupo de minoritários tem outro entendimento: o de que, pela proporção da Arcelor comprada pela Mittal – de 43% –, houve, de uma certa forma, a troca do controle e a necessidade de se estender aos minoritários os direitos dos demais investidores. Impacto – Foram essas informações conflitantes que derrubaram o preço das ações da Arcelor Brasil em quase 6% em apenas dois dias: entre 26 de junho (um dia após o anúncio da compra) e 28 de junho (véspera da suspensão, pela Comissão de Valores Mobiliários, dos negócios da empresa em bolsa, pela falta de informações sobre a venda), assustando muitos investidores. "Esperava-se que houvesse a recompra das ações de investidores da Arcelor Brasil, mas, como isso não ocorreu, o preço caiu devido à frustração e não à perda de valor dos papéis", diz o analista da área de siderurgia da Socopa Corretora, Daniel Lemos. Os papéis continuam sendo um bom negócio, opina Lemos. As ações da Arcelor Brasil compõem o Ibovespa (o índice da bolsa paulista que reúne as 54 ações mais negociadas) com participação significativa, de 1,72%. O que lhe confere alta liquidez, reduzindo as possibilidades de o investidor perder dinheiro. Negócios – Outro ponto positivo está no volume médio mensal de negócios com os papéis da Arcelor Brasil nos últimos seis meses: R$ 42 milhões. Some-se a isso o fato de que perto de 33% das ações da empresa, cujo valor de mercado, na última sexta-feira, era de R$ 22 bilhões, circulam entre investidores, ampliando sua liquidez e pronto: há bons motivos para manter o papel, na visão de alguns analistas desse mercado. Para o analista de investimentos Eduardo Kondo, da Concórdia Corretora, o preço justo da ação da Arcelor Brasil – valor que o papel pode alcançar – é de R$ 51,00. Na quintafeira, ele valia R$ 34,00. "É um papel muito bom, principalmente porque a demanda da construção civil por aços longos, setor em que a Arcelor atua, está alta, diz Kondo. Já a analista de siderurgia da corretora Coinvalores, Elaine Rabelo recomenda: na falta de uma definição se foi fusão ou mudança de controle, o investidor tem de olhar, agora, para o resultado operacional da empresa, que é um grupo forte". Roseli Lopes

Comércio Exterior Finanças Nacional Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3

EMBRAPA INVESTE EM INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

33

milhões de dólares é o montante que a Embrapa vai receber do BID para incrementar pesquisas

evento. A empresa receberá de contrapartida nacional (INAE), João Paulo Reis VeEspecialistas discutem US$ 60 milhões para pesquisa (governo federal, Embrapa loso, que falará sobre o tema fortalecimento de sua infra- como executor e beneficiá- "Desenvolvimento Científidesenvolvimento agrícola eestrutura de trabalho. Os re- rio). Do volume total, 58% co, Político e Institucional:

D

e hoje até quarta-feira, cerca de 200 especialistas reunidos em Brasília vão avaliar como se deu o desenvolvimento da agricultura tropical em países como o Brasil e a Índia e qual modelo deve ser aplicado em nações que ainda não alcançaram o mesmo avanço. As discussões ocorrerão no Workshop Internacional sobre Desenvolvimento da

Agricultura Tropical, organizado em conjunto pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), pelo Grupo Consultivo em Pesquisa Agrícola Internacional e pelo Banco Mundial. A assinatura de um contrato entre a Embrapa, que é vinculada ao Ministério da Agricultura, e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) deve ser o ponto alto do

cursos serão aplicados, ao longo de cinco anos, no Programa de Inovação Tecnológica e Novas Formas de Gestão na Pesquisa Agropecuária, que será lançado hoje, com a assinatura do contrato de empréstimo entre o governo brasileiro e o BID. Resultado de uma negociação de cerca de quatro anos, o novo programa vai receber US$ 33 milhões do BID e outros US$ 27 milhões

irão para projetos em recursos naturais e genéticos, biotecnologia e biossegurança, boas práticas de laboratório e campo, avaliação de impactos e eficiência, propriedade intelectual e sistemas de informação e comunicação. O workshop terá 38 apresentações de especialistas, entre elas a do ex-ministro do Planejamento e atual diretor do Instituto Nacional de Estudos Superiores

Atendendo às Necessidades da Agricultura Tropical". O evento terá também a participação do ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, do presidente da Embrapa, Silvio Crestana, e do diretor do Banco Mundial, John Briscoe, entre outros especialistas. Kety Shapazian


segunda-feira, 17 de julho de 2006

E

Ronaldo Real Madrid Liber tadores Itália

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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SÃO PAULO E INTER TENTAM IR ÀS SEMIFINAIS

Não jogamos nada contra o Figueirense, mas quarta será diferente." Muricy Ramalho

VALE A AMÉRICA

stá chegando o dia tão esperado: na quartafeira, São Paulo e Internacional entram em campo para lutar por uma vaga nas semifinais da Copa Libertadores. Os jogos de volta deviam ter ocorrido no dia 17 de maio, mas a Fifa havia proibido a realização de jogos internacionais por causa da Copa do Mundo, e a Conmebol teve de adiar os jogos, apesar das reclamações dos clubes. "Vai prejudicar o calor da disputa", disse à época o técnico do São Paulo, Muricy Ramalho. Ele reclamava, mas ganhou um reforço e tanto para tentar reverter a derrota por 1 a 0 para o Estudiantes, em Quilmes, no jogo de ida: Ricardo Oliveira, que então não estava totalmente recuperado. Ele deve formar o ataque com Thiago, embora Muricy aguarde a recuperação do contundido Aloísio e já tenha avisado que o curinga Leandro pode entrar a qualquer momento. "Ele é um jogador que coloca fogo no jogo", elogia o técnico. A defesa sofrerá alterações: André Dias e Lugano foram expulsos na Argentina, e Muricy deve escalar Edcarlos, Fabão e Alex - mantém os três zagueiros, apesar da necessidade de vitória e de ter treinado o 4-4-2 durante o Mundial. O setor preocupa Rogério Ceni, capitão do time, que não gostou das atuações contra Grêmio e Figueirense, no Brasileiro. "Se tomarmos um gol do Estudiantes na quarta-feira, será fatal: perderemos a classificação", diz, num exagero: quarta-feira, às 21h45, no Morumbi, o time tem de vencer por dois gols de diferença - se tiomar gols, por 3 a 1. "O Rogério tem razão. Todos sabem que é quase impossível fazer três gols contra um time argentino", diz Souza. "São organizados taticamente e sabem catimbar." Muricy pode ter um

Sebastião Moreira/AE

Rogério pede mais atenção à defesa do São Paulo para o jogo de quarta-feira contra o Estudiantes, que vale vaga nas semifinais da Libertadores Marcelo Campos/AE

Fernandão é uma das armas do Internacional para passar pela LDU

Cirurgia tira Ronaldo da Seleção onaldo está fora da Seleção Brasileira - pelo menos, no amistoso contra a Noruega, dia 16 de agosto, em Oslo. O atacante do Real Madrid foi submetido a uma cirurgia, sábado, no Rio, para a retirada de duas calcificações na parte frontal superior da tíbia esquerda que lhe causavam dores no joelho. "Ronaldo ficará cerca de dez dias em repouso para o período de cicatrização, em duas semanas iniciará a fisioterapia e em um mês o trabalho com bola", explica o médico José Luiz Runco, que operou o atleta. O procedimento cirúrgico foi acompanhado do diretor do Departamento Médico do Real Madrid, Alfonso del Corral. Por um corte de cinco centímetros na perna esquerda do artilheiro, foi realizada a operação de raspagem das calcificações. A cirurgia demorou aproximadamente 1h15. "Trabalhamos durante todo o tempo em uma sintonia extraordinária", destacou o diretor médico do Real Madrid. Corral informou que a tendência é Ronaldo iniciar o tratamento fisioterápico na Espanha, depois de passar o período de cicatrização no Brasil. Ronaldo desfalcará o Real Madrid no início de preparação para a temporada européia. Os jogadores se reapresentarão no fim do mês e a primeira partida do Real está programada para o dia 12 de agosto, contra o Real Salt Lake, nos EUA. Segundo os jornais espanhóis, no entanto, Ronaldo pode se transferir para o Manchester United, da Inglaterra.

desfalque importante: o lateral Júnior, que sofreu um entorse no tornozelo esquerdo e foi poupado contra o Figueirense. O Internacional joga antes, às 19h15, no Beira-Rio, contra uma embalada LDU - nem tanto pelos próprios resultados, mas pela boa campanha do Equador na Copa, com vários de seus jogadores, entre eles o goleiro Mora e o atacante Delgado, melhor em campo e autor de gols nas vitórias sobre Polônia e Costa Rica. Abel Braga poupou titulares ontem, e o time acabou derrotado por 2 a 0 pelo Juventude, perdendo a chance de voltar à ponta do Brasileiro. "Nossa decisão foi certa", defende-se o técnico, que reclamou: "Pedimos a antecipação do jogo para o sábado e não fomos atendidos, enquanto o São Paulo foi". O time perdeu por 2 a 1 em Quito, de virada, e se classifica com uma vitória por 1 a 0. O adversário do Inter será o primeiro semifinalista, que sai do duelo entre Libertad e River Plate, às 21h15 (de Brasília). A partida marca a despedida do goleiro Bobadilla, titular do Paraguai na Copa após a contusão de Villar, e que curiosamente vai deixar o Libertad para se apresentar ao Boca Juniors nos dias seguintes à partida. O jogo de ida, em Buenos Aires, terminou 2 a 2, o que deixa o time paraguaio com a vantagem de jogar pelo empate por 0 a 0 ou 1 a 1. O São Paulo, se passar, enfrenta Vélez Sarsfield ou Chivas, que volta a contar com seus principais jogadores, como o goleiro Sanchez, os zagueiros Salcido e Pineda e o atacante Bravo - eles foram liberados para a seleção do México em abril, dois meses antes da Copa. O jogo será em Buenos Aires, às 21h45, e o Chivas joga por um empate com gols o jogo de ida, em Guadalajara, ficou no 0 a 0.

Itália pune seus heróis

Fabio Gonçalves/AE

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a segunda-feira, eles desfilaram pelas ruas de Roma como os novos heróis do país. No começo da noite de sexta-feira, souberam que seu destino é disputar a Série B, dentro de dois meses - se continuarem em suas equipes. As punições da Comissão de Apelo Federal da Federação Italiana de Futebol atingiram oito campeões do mundo: Buffon, Zambrotta, Camoranesi, Del Piero e Cannavaro (capitão), todos da Juventus. Também caem de divisão Peruzzi e Oddo, da Lazio, e o artilheiro Luca Toni, da Fiorentina. Sobrou até para o brasileiro Emerson, que joga na Juve. Cesare Ruperto, chefe da comissão especial encarregada do processo, pouco se importou com o momento de euforia do calcio. Anunciou a cassação dos títulos de campeão da Juventus nas duas últimas temporadas e o seu rebaixamento para a Série B, com a punição adicional de 30 pontos negativos. O Milan perdeu 44 pontos no último campeonato e, portanto, está fora da Liga dos Campeões da Europa. A comissão agiu rapidamente. Em maio, surgiram as primeiras notícias de investigação das irregularidades. A principal apontava Luciano Moggi, então todo-poderoso dirigente da Juventus, como chefe de grupo que controlava a escalação dos juízes em partidas decisivas. Depois, promotores de Nápoles, Roma, Turim e Milão apontaram que os atos ilícitos se estendiam a administração da carreira de jogadores, transferências frau-

N

Após operação para retirar duas calcificações na tíbia, Ronaldo fica um mês longe da bola e não irá a Oslo

Real quer Emerson e Kaká oberto Carlos está praticamente fora do Real Madrid. Fabio Capello, o novo treinador, não quer trabalhar com ele e o lateral brasileiro tem uma reunião com o diretor Peja Mijatovic nos próximos dias para decidir o seu futuro. Pode ser que Ronaldo também não fique no clube, que dá como praticamente certa a contratação do holandês Ruud van Nistelrooy, mas o Real já pensa em mais dois brasileiros para os próximos tempos - o volante Emerson, um dos homens de confiança

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de Capello na Roma e na Juventus, e o meia Kaká, que não está muito satisfeito com as punições que tiraram o Milan da Liga dos Campeões da Europa. A negociação com a Juve inclui ainda o zagueiro Fabio Cannavaro e o lateral Zambrotta, que atuou pela direita na Copa do Mundo, mas prefere jogar pela esquerda. O Real tenta se aproveitar da situação da Juventus, rebaixada para a Segunda Divisão na Itália, mas os dirigentes do clube de Turim ficaram to irritados com a saída de Capel-

lo e prometem dificultar as negociações com o Real. Mais difícil ainda é a contratação de Kaká, embora o novo presidente do Real Madrid, Ramón Calderón, tenha anunciado a disposição de fazer uma proposta de 50 milhões de euros ao Milan. Os dirigentes italianos chegaram até a antecipar a assinatura de um novo contrato com o craque brasileiro, mas a punição do Milan altera as coisas e, em Madri, se tem como muito provável a sua contratação, promessa de campanha de Calderón.

dulentas e sonegação fiscal. O escândalo provocou a queda imediata de Moggi, Antonio Giraudo (também alto executivo da Juve), Franco Carraro (presidente da Federação), Pierluigi Pairetto (responsável pelo setor de arbitragens) e até de Massimo de Santis, um dos árbitros italianos escalados para a Copa do Mundo. Rossi, interventor da Federação, criou o grupo de investigação, chefiado por Francesco Borrelli, e a Comissão de Apelo Federal, que ficou com Cesare Ruperto. Essa comissão é que apresentou as sentenças. O comunicado oficial diz que havia uma relação de promiscuidade entre dirigentes e árbitros que permitia favores a clubes. Os mais beneficiados teriam sido Juventus, Fiorentina, Lazio e Milan, que receberam as punições mais duras. Numa segunda etapa, podem vir a ser julgadas equipes menores da Série A que também teriam obtido vantagens. Moggi e Giraudo pegam cinco anos de suspensão, com pedido de banimento definitivo; Claudio Lotito, presidente da Lazio, leva gancho de 3 anos e meio; Massimo de Santis fica 4 anos e meio sem apitar; e Pierluigi Pairetto (que apitou no Campeonato Paulista no fim dos anos 90), está afastado por 2 anos e meio. Adriano Galliani, ex-presidente da Liga e vice do Milan, pega um ano de suspensão. E assim oito tetracampeões do mundo e estrelas como Emerson terão de mudar de emprego se quiserem continuar jogando na elite do futebol europeu.


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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 17 de julho de 2006

Máquinas de vendas têm de DVDs e livros a bijuterias e presentes, por preços baixos.

BOM RETIRO FASHION BUSINESS SERÁ EM AGOSTO

Fotos: Paulo Pampolin/Hype

A sobreposição com vestidos leves e curtos é uma das tendências para a moda de rua

BOM RETIRO DITA A MODA DAS RUAS NO PRÓXIMO VERÃO Saias curtíssimas irão compor o look feminino na próxima estação

S

ai a São Paulo Fashion Week. Entra o Bom Retiro Fashion Business. Ao contrário da semana de moda da capital paulista, em que imperam as criações conceituais, as novidades do Bom Retiro ditam a moda do dia-a-dia. Na chamada avantpremière do evento, realizada na última sexta-feira, as modelos exibiram todos as apostas dos estilistas das lojas do bairro para a próxima estação. As primeiras amostras do Bom Retiro Fashion Business apontam que a estação mais quente do ano terá vestidos curtinhos de renda, floridos, bordados ou com bolinhas, blazer e saia justa com babados. Tudo em sintonia com o que está sendo exibido na São Paulo Fashion Week (leia mais na página 8 deste caderno). São peças românticas, com

Para as noites quentes de verão, vestidos longos, soltos e com brilho

rendas e fitas. Outra novidade é o estilo dos marinheiros, ou navy, com azul, vermelho e branco, além das tradicionais camisetas listradas. O preto não foi deixado de lado, usado em peças com brilhos. A terceira edição do Bom

Retiro Fashion Business será realizado na Rua Ribeiro de Lima entre os dias 7 e 10 de agosto. O número de grifes subiu de 25 para 40, e o investimento para a realização do evento também aumentou: de R$ 250 mil para R$ 400 mil. São

Antonio Martorelli: compradores de todo o Brasil

esperadas 150 mil pessoas para assistir aos desfiles. "Das 1,2 mil empresas do bairro, mil têm estilistas. Setenta mil compradores circulam todos os dias pelo local. Os empresários têm a responsabilidade de fornecer peças para o Brasil inteiro", afirmou o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do Bom Retiro (CDL), Antônio Ary Martorelli. O proprietário da Birô, fabricante de bolsas, Nivaldo Cid, disse que as vendas na estação passada aumentaram até 40%, estimuladas pela última edição do Bom Retiro Fashion Business, o mesmo índice esperado na primavera-verão. "Os desfiles do Bom Retiro ditam as tendências de moda das ruas, mas com enfoque comercial", disse o produtor do evento, Reginaldo Fonseca. Neide Martingo

Os macaquinhos jeans, bem curtos, devem ser os destaques do verão

Máquinas de vendas já movimentam US$ 340 mi no Brasil

A

s máquinas de venda de café e guloseimas que tanto ajudam as pessoas a matar a fome e a espairecer as idéias no ambiente de trabalho são o carro-chefe de um mercado que já movimenta cerca de US$ 340 milhões no Brasil, de acordo com a Associação Brasileira de Vendas Automáticas (ABVA). Estima-se que aproximadamente 50 mil dessas máquinas, mundialmente conhecidas como vending machines, estejam operando no País, vendendo produtos tão diferentes quanto refrigerantes e preservativos. Esses números, fornecidos pela ABVA, representam um crescimento médio de 10% ao ano desse mercado. Há, no entanto, grande espaço para expansão, de acordo com a entidade. No Brasil, a estimativa é de que existe uma máquina de vendas para cada 4.150 habitantes. No Japão, essa relação é de uma máquina para cada 48 habitantes. Livros e bijuterias — Mesmo com espaços inexplorados no mercado nacional, não é difícil encontrar uma dessas máquinas em estações do metrô, onde elas costumam vender de

Marcelo Soares/Hype

As chamadas vending machines já começam a fazer sucesso, vendendo bijuterias e livros em estações do metrô

livros a bijuterias, ou em bancas de jornal, que costumam abrigar as de venda de lanches e refrigerantes. Mais do que os espaços públicos, o principal mercado para esse tipo de equipamento no País, segundo Cláudio Malamud, diretor da ABVA, está nas empresas, onde as máquinas de café dominam os espaços. "É mais econômico que servir bebidas em garrafa térmica. O copo descartável, a pá para mexer, o açúcar e outros itens do processo no total custam R$ 0,50, no caso de o café ser em grão", afirma. Depois das máquinas de venda automática de café vêm, em número, as que vendem refrigerantes, doces e lanches. Existem, segundo Malamud, 40 empresas que prestam serviço de terceirização dessas máquinas no País. Em geral, cada equipamento, que não ocupa mais de um metro quadrado de espaço, é importado ou produzido por empresas estrangeiras instaladas no Brasil. Na compra do serviço, em geral, o valor mínimo pedido pelas empresas que exploram esse mercado é de R$ 2 mil

mensais. Assim, instalada a máquina em um ambiente qualquer, para venda de café, livro, chinelos ou outro produto, se a quantia mínima não for atingida, a empresa, ou pessoa física que comprou o serviço, arca com a diferença. Em uma empresa de porte médio, o custo operacional mensal por máquina gira em torno de R$ 20 mil, de acordo com a ABVA. Novidades – Toda a tecnologia presente nesse mercado vai poder ser vista entre os próximos dias 20 e 21 no IV Expovending&OCS Latin América, feira que mostrará as tendências do segmento e será realizada na Câmara Americana de Comércio (Amcham), em São Paulo. Entre as novidades anunciadas está o V2M, da empresa Henger. O sistema, wireless (com transmissão de dados sem fio), coleta remotamente informações junto às vending machines, mostrando as necessidades de cada máquina ligada a esse sistema. Também estão previstos lançamentos de produtos para o mercado, entre eles uma sopa instantânea sabor galinha, da marca Qualimax Vending. Renato Carbonari Ibelli


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Fórmula 1 Vôlei Basquete Ginástica

segunda-feira, 17 de julho de 2006

Meu segundo lugar salvou um fim de semana desastroso." Fernando Alonso

BRASIL É CAMPEÃO SUL-AMERICANO

Uwe Meinhold/AFP

BRIGA ABERTA

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ichael Schumacher está definitivamente na briga pelo oitavo título de sua vitoriosa carreira na Fórmula 1. Ele venceu o GP da França, estabeleceu novo recorde na categoria - foi o primeiro a vencer oito vezes a mesma prova - e mostrou que a boa vitória em Indianapolis não foi só fogo de palha. É verdade que o roteiro traçado pela Ferrari não foi cumprido à risca: depois que Schumacher e Felipe Massa fizeram a primeira fila, no sábado, a idéia era repetir a dobradinha da prova anterior e reduzir ainda mais a vantagem para Alonso, que chegou à França com 19 pontos de vantagem. Deu certo no começo: Massa defendeu a segunda posição dos ataques do espanhol nas primeiras voltas e permitiu que o alemão disparasse. Alonso só passou graças a uma mudança de estratégia: fez duas paradas nos boxes, contra três da Ferrari. Foi o suficiente para obter o segundo lugar e manter a boa vantagem: a sete provas do fim, chegará ao bicampeonato com seis segundos lugares e um terceiro. Mesmo assim, o espanhol não estava nada satisfeito após a prova. Fez elogios ao trabalho de Massa como escudeiro, numa alfinetada na Renault que troca em 2007 pela McLaren - e no parceiro Giancarlo Fisichella, sexto colocado. "Nenhuma equipe tem os serviços de Massa. Ter o seu companheiro de equipe atrás de você segurando o seu maior rival é muito bom. Infelizmente, isso não acontece nas de-

Fred Dufour/AFP

mais escuderias", disparou. Schumacher comemorou muito a vitória, porque sabe que a Ferrari demonstrou clara evolução nas últimas duas provas, mas admite que sua situação ainda é difícil. "Nós melhoramos, mas teremos uma dura batalha nas próximas corridas", disse. Massa, por sua vez, se defendeu das críticas de que poderia ter mantido o segundo lugar. "Foi um bom resultado para mim e para o Mundial de Construtores." Para Rubens Barrichello, porém, foi um fim de semana para esquecer, com problemas em todos os treinos e abandono antes da 20ª volta. "Não conseguimos acertar o carro para a corrida. Temos de sentar e conversar para ver o que aconteceu", lamentou.

Martin Bureau/AFP

Schumacher venceu o GP de França com a ajuda de Massa e reduziu vantagem de Alonso, no fim de semana em que Barrichello sofreu com os seguidos problemas enfrentados pela Honda

CONSTRUTORES: 1. Renault, 142; 2. Ferrari, 121; 3. McLaren, 71; 4. Honda, 32; 5. Toyota, 21; 6. BMW, 20; 7. Red Bull, 11; 8. Williams, 10; 9. Toro Rosso, 1.

Ouro e contusão

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iego Hypólito foi do céu ao inferno na etapa de Xangai da Copa do Mundo de ginástica. No sábado, manteve o hábito e faturou a medalha de ouro no solo, sua especialidade. No domingo, sofreu uma lesão no tornozelo esquerdo durante o exercício nas barras paralelas e acabou em oitavo lugar - último dos finalistas -, depois de ser o quarto no salto sobre o cavalo. "Quando chegar ao Brasil devo passar por alguns exames para avaliar o que realmente aconteceu. É a primeira vez que me machuco nessa região", disse Diego, que tem dois pinos no pé direito e já havia reclamado de dores no lo-

MUNDIAL DE PILOTOS: 1. Alonso (ESP/Renault), 96; 2. M. Schumacher (ALE/Ferrari), 79; 3. Fisichella (ITA/Renault), 46; 4. Raikkonen (FIN/McLaren), 43; 5. Massa (BRA/Ferrari), 42; 6. Montoya (COL/McLaren), 26; 7. Button (ING/Honda) e Barrichello (BRA/ Honda), 16; 9. R. Schumacher (ALE/Toyota) e Heidfeld (ALE/ BMW Sauber), 13; 11. Coulthard (ESC/Red Bull), 10; 12. Trulli (ITA/ Toyota), 8; 13. Villeneuve (CAN/ BMW Sauber), 7; 14. Webber (AUS/Williams), 6; 15. Rosberg (ALE/Williams), 4; 16. De la Rosa (ESP/M cLaren), 2; 17. K lien (AUT/Red Bull) e Liuzzi (ITA/Toro Rosso), 1.

cal durante a viagem à China. "Foi o preço de uma grande competição", resignou-se. Sua irmã Daniele Hypólito não foi tão bem em terras chinesas: foi sétima nas barras assimétricas e quarta no solo. Mesmo assim, saiu satisfeita. "Apresentei séries boas, mas as medalhas não vieram. Agora é pegar os vídeos para ver onde errei e aperfeiçoar os movimentos", explicou. Como a principal prioridade é o Mundial de Aarhus, na Dinamarca, de 13 a 21 de outubro, os técnicos da seleção gostaram da participação em Xangai. "A Daniele foi a finais importantes e teve boa atuação", disse Irina Ilyashenko.

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Diego venceu o solo, mas sofreu lesão no tornozelo nas barras paralelas

Basquete leva Sul-Americano

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RESULTADOS: Grupo A - EUA 1 x 3 Polônia; Japão 3 x 0 Sérvia; EUA 1 x 3 Polônia; Japão 1 x 3 Sérvia. Grupo B - Finlândia 3 x 0 Portu-

alentino Rossi (foto) venceu ontem o GP da Alemanha e, depois de um complicado início de temporada, assumiu a vice-liderança, a 26 pontos de Nicky Hayden, que chegou na terceira posição. Rossi aproveitou para comemorar a vitória com a camisa da seleção da Itália presentada pelo zagueiro Materazzi, um dos campeões do mundo. CLASSIFICAÇÃO: 1. Hayden (EUA), 169; 2. Rossi (ITA), 143; 3. Pedrosa (ESP), 140; 4. Melandri (ITA), 134; 5. Capirossi (ITA), 118; 6. Stoner (AUS), 91; 7. Edwards (EUA), 77; 8. Nakano (JAP), 67; 9. Roberts Jr. (EUA) 66;10. Hopkins (EUA), 64; 11. Tamada (JAP), 59; 12. Elias (ESP), 58.

Helinho é 5º e cai na IRL

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eliocastroneves chegou em quinto lugar no GP de Nashville, no sábado à noite, e caiu para o terceiro lugar, após 9 das 14 provas da temporada. Foi superado pelo vencedor da prova, Scott Dixon. Em segundo chegou o atual campeão da categoria, Dan Wheldon, seguido pelo brasileiro Vítor Meira. O líder Sam Hornish Jr. abandonou, assim como o outro brasileiro que disputou a prova, Tony Kanaan.

O primeiro ouro de Leila

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Marcelinho Huertas foi um dos destaques na conquista do título

Obrigação cumprida luta brasileira pelo sexto título da Liga Mundial começou bem: o Brasil não tomou conhecimento da Argentina, que contava com a volta do atacante Milinkovic, e venceu por 3 a 0 as duas partidas do fim de semana, em San Juan. No sábado, as parciais foram de 25/20, 25/23 e 25/22. Ontem, a partida foi mais tranqüila: 25/17, 25/17 e 25/20. "Estava preocupado com a falta de ritmo, mas compensamos com experiência e velocidade", explicou o técnico Bernardinho. Na segunda rodada, o Brasil recebe os argentinos em Belo Horizonte, sábado e domingo, ambos os jogos às 10h.

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CLASSIFICAÇÃO: 1. Hornish Jr. (EUA), 316; 2. Dixon (NZL), 311; 3. Castroneves (BRA), 310; 4. Wheldon (ING), 300; 5. Meira (BRA), 262; 6. Kanaan (BRA), 224.

Juan Barreto/AFP

m meio à crise em dividiu o basquete brasileiro, com dois campeonatos - um deles parado na Justiça -, a jovem seleção masculina deu um alento ao conquistar o 17º título sul-americano da história do País, com a vitória tranqüila de 92 a 61 sobre o Uruguai, em Caracas. O principal objetivo do técnico Lula Ferreira era avaliar revelações dos últimos torneios para formar o time que disputará o Mundial do Japão, em setembro. Destacaram-se o armador Nezinho e o ala Marcelinho Huertas - cestinha da decisão, com 19 pontos. A vitória mais difícil foi nas semifinais: 74 a 72 sobre a Argentina, com direito a cesta no último segundo de Nezinho. Na decisão, os uruguaios só conseguiram oferecer resistência no primeiro quarto.

Rossi vence e já é vice-líder

FIVB

ontreal, no Canadá, teve a honra de assistir à primeira medalha de ouro da musa Leila (foto) no Circuito Mundial de vôlei de praia. Ela e Ana Paula venceram Juliana e Larissa por 2 a 0 (21/15 e 27/25) e subiram para o quinto lugar do ranking mundial, com 2.010 pontos, contra 4.220 das rivais. "Ela foi bem. É preciso muita energia para bater Juliana e Larissa", elogiou Ana Paula. Entre os homens, a vitória ficou desta vez com Marcio e Fábio Luiz, no confronto contra os líderes do Circuito, Ricardo e Emanuel, por 2 a 0 (21/15 e 21/13). "Hoje estávamos melhor preparados mentalmente do que eles", disse Marcio. FIVB

Ricardinho liderou o Brasil nas duas vitórias contra a Argentina na Liga gal; Argentina 0 x 3 Brasil; Finlândia 3 x 0 Portugal; Argentina 0 x 3 Brasil. Grupo C -Rússia 2 x 3 França; China 0 x 3 Itália; China 0 x 3 Itália; Rússia 3 x 0 França. Grupo D Coréia do Sul 1 x 3 Cuba; Bulgária 3 x 0 Egito; Coréia do Sul 0 x 3 Cuba; Bulgária 3 x 0 Egito.

CLASSIFICAÇÃO: Grupo A - 1. Polônia, 4; 2. Sérvia, 3; 3. Japão, 3; 4. EUA, 2. Grupo B - 1. Brasil, 4; 2. Finlândia, 4; 3. Portugal, 2; 4. Argentina, 2. Grupo C - 1. Itália, 4; 2. Rússia, 3; 3. França, 3; China, 2. Grupo D - 1. Bulgária, 4; 2. Cuba, 4; 3. Coréia do Sul, 2; 4. Egito, 2.


São Paulo, segunda-feira, 17 de julho de 2006

DCARRO

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VEM AÍ Arte de Abê sobre foto Divulgação/GM

Prisma, o novo compacto da GM

O modelo pequeno, mas não popular, só chega no final do ano. Mas o nome já foi definido pela montadora.

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ma nova visão, um novo ângulo, um novo caminho. Ou, ainda, um modo de ver ou considerar as coisas; um novo ponto de vista. São idéias que a GM quer sugerir com a escolha do nome Prisma para denominar seu novo carro compacto, mas não popular, a ser produzido em Gravataí, no Rio Grande do Sul. O novo modelo, que será lançado no mercado brasileiro até o final deste ano, é o segundo a ser produzido na fábrica gaúcha, que abriga a linha de montagem do Celta desde meados de 2000. Comentase no mercado que o Prisma será uma versão sedã do Celta. A montadora, no entanto, adianta apenas que ele participará do segmento dos veículos pequenos não populares, ou seja, com motorização acima de 1.0 litro. "Esta categoria registrou um crescimento expressivo nas vendas internas, de 76,7%, nos últimos três anos", destaca Ray Young, presidente da General Motors do Brasil e Mercosul. Foram emplacadas 249.912 unidades deste tipo de carro no ano passado, com uma participação de 14,6% no mercado nacional total. Em 2004, o volume de vendas ficou em 217.993 unidades (13,8%) e também houve crescimento em relação ao ano anterior, quando foram registradas 141.368 unidades comercializadas internamente e 9,9% de penetração. Investimentos - O novo carro Chevrolet sairá de fábrica com a tecnologia Flexpower, que utiliza gasolina ou álcool de acordo com a conveniência do consumidor. Com isso, a GM informa que até o final deste ano praticamente 100% da sua produção destinada a consumo local será de produtos bicombustíveis.

Para lançar o Prisma, a GM está investindo cerca de US$ 240 milhões no Brasil. O projeto inclui não apenas o desenvolvimento do novo veículo derivado do Celta, mas também a ampliação da capacidade produtiva da unidade de Gravataí, que passará dos atuais 120 mil carros/ano para 230 mil já a partir de 2007. Significado - Para chegar à denominação Prisma, a General Motors realizou uma pesquisa com clientes, inicialmente com a indicação de dez nomes e, numa etapa semifinal, apenas com três. O nome já foi registrado junto ao INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial). Além de indicar um novo ângulo ou modo de ver as coisas, a palavra Prisma, pelo descritivo nos dicionários, ainda pode ser definida, na geometria, como um poliedro limitado lateralmente por paralelogramos e superior e inferiormente por dois polígonos iguais e paralelos. Já na física, indica um sólido prismático de seção triangular, de vidro ou de cristal, que serve para decompor os raios luminosos. Referência mundial - O Complexo Industrial de Gravataí é um dos mais modernos da General Motors no mundo e é considerado referência internacional dentre as mais de 100 fábricas da corporação espalhadas por vários países. O Celta começou a ser produzido em julho de 2000 e é, atualmente, o carro mais procurado da linha Chevrolet. Suas vendas atingiram 119.882 unidades no ano passado e superaram 60 mil nos primeiros seis meses deste ano. Até meados de julho, já foram produzidos 690 mil Celta.

O nosso ilustrador Abê deu três "opiniões" de como será novo carro da GM derivado do Celta. Mas, claro, você também pode ter a sua.


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São Paulo, segunda-feira, 17 de julho de 2006

MITO Milton Mansilha/LUZ

Harleyros em dia de "easy rider" Eles são fãs apaixonados da Harley-Davidson, mito entre motos. E mostram isso nos seus encontros, agora trismestrais, na Vila Beatriz, ao lado da Madalena. SERGIO LEOPOLDO RODRIGUES

O

s nomes são, por si só, bem sugestivos: Garage Metallica The Choper Shop; Chrome Eagle Kustom Cycles; Johnnie Wash, entre outros, oficinas que vão além do mito Harley-Davidson. Elas vivem financeiramente do sonho que cultivam seus donos. O Chris Miranda, o Rafael e o Fernando, o Ricardo Medrano são alguns dos harleyros que divulgam o estilo Harley diariamente a caráter, com seus blusões de couro, tatuagens, lenços na cabeça do tipo Easy Rider, muito cromo e, já que ninguém é feito de ferro, vão no embalo do rock anos 50, 60 e 70, doses "cowboy" de Jack Daniels (puro, em pequenos copos) na mão e óculos Poncherello no rosto. Reuniões periódicas - E se tudo der certo essa turma vai crescer nos encontros trimestrais marcados por Chris na porta de sua oficina, a Metallica, na rua Isabel de Castela, no coração da Vila Beatriz, bairro incrustado entre a Vila Madalena e o chique Alto de Pinheiros, a menos de 200 metros da Praça do Por do Sol, ponto de encontro da moçada descolada. O primeiro swap meet já deu certo, no primeiro domingo de julho.

Entre as legendárias máquinas na "swap meeting", este modelo, comemorativo dos 100 anos da HarleyDavidson, cuja primeira moto foi fabricada em 1903

abrasileirado de ser; que na Vila Beatriz/Madalena não poderia cair melhor. Ambos bolaram o meet harleyro, puseram mãos à obra e nem o domingo chuvoso estragou. A turma estava toda lá. Consumidores Harley, empreendedores que Um show de figuras saídas do mundo vivem deles. E, obvio, onde curiosos pofashion harley: carros de época, trucks dem passear e xeretar livremente. Aos poucos a turma foi aparecendo, (caminhões) malucos e motos, sobretudo, motos Harley-Davidson customizadas, armando tendas, lonas no chão, na Garantigas, antiquíssimas, novas, novíssimas rage e na rua, expondo motos (para como "speedizada" V-ROD, 2003, de vender ou apenas mostrar), muitas peças raras. Os "chega1800CC, com um dos" dos harleyros motor desenvoltambém se acovido pela Porsche modam: oferecem especialmente paroupas, skates – é ra Harley, que o caso da Wave não sai por menos Boys SK8 Shop, do de R$ 130 mil. Leonardo, com Mas naquele dia, seus clássicos naquela feira de "long board", comotos, de suas queluche nos anos partes avulsas e 60 em fase de repeças, roupas, vival, mais conheskates, óculos, lu- Tudo no encontro: motos, peças... cidos como Dogvas, e muita troca de informação, não estava à venda. "Por Town californianos, cujos preços variam enquanto não", disse Rafael da Chrome entre R$ 500 a R$ 800. "Isso faz parte do espírito do nosso Eagle, que fica na Vila Olímpia. meet", diz Dani. É o caso do jovem Vitor Organizando o sonho - O Chris Mi- Dinola que representa óculos de grife. randa, de 32 anos, e sua esposa Dani, "Aquele Poncherello é o que há", aponta. viveram nos EUA uns bons seis anos, mais Vale R$ 900. Ao lado, uma arara expõe exatamente na pátria mundial do rock, blusões de couro: nada abaixo de mil reais. surf, skate e da moto customizada: a Pudera, entre as peças à mostra sobre a California. Mecânico, skatista, Chris lona, uma caveira cromada vale R$ 280 e aproveitou para fazer por lá um curso um velocímetro R$ 700. completo e ao vivo na fábrica da Harley. A Custo elevado - Sobre uma bancada na Dani aposta e apóia o projeto de customizar o "american dream" para o estilo Garage reluz uma Harley hiper-custo-

mizada de 1.340 cc amarelíssima ano 1963, obra das mãos do Chris. "Foi um trabalho legal", resume. Grana não é o principal, mas ela não sai da Garage Metallica por menos de R$ 70 mil. Outro show para o olhar harleyro é a Panhead 1958 (Cabeça de Panela), 1200CC, à venda por R$ 40 mil. O dono, Fernando Costa, 45 anos, da Chrome Eagle, não esconde o orgulho da customização. "Não existe moto tunada", avisa. O Ricardo Medrano, 44 anos, da Johnnie Wash, mostra uma roda feita de alumínio, aro 18, com 8,5 polegadas de largura, para pneus 280. Custo: R$ 2,5 mil. Mas se Harley é business, também é desejo materializado nos dois modelos inclinados na rua, escoradas na calçada: a Harley Shovel Head de 1.200CC e a Softail 1995 de 1.600CC - custam R$ 80 mil e R$ 50 mil. O cromo é ouro que atrai; todos querem sentar um pouquinho. "Sem problemas", libera Medrano. Um super truck MACK A-51 encosta na esquina: a swap meet vai alongar o domingo.

Chris e Daniela, harleyros militantes


São Paulo, segunda-feira, 17 de julho de 2006

LANÇAMENTO Divulgação

Modelo mistura clássico com moderno

Chega ao Brasil nova moto inglesa

Triumph Thruxton 900 está sendo vendida por R$ 38,9 mil

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Grupo Izzo, representante oficial da marca inglesa Triumph no País, está iniciando a venda no mercado brasileiro da Thruxton 900, uma motocicleta que mistura o estilo clássico com o moderno. Inspirado no visual Café Racer das charmosas máquinas dos anos 60, o modelo é uma releitura da T120R Thruxton, produzida em 1962 em homenagem à histórica competição de motos realizada em Thruxton 500, em Hampshire (GrãBretanha). Seu preço: R$ 38.900. Com design retrô, a nova motocicleta captura a essência do visual das motocicletas de corrida daquela década, com seu pára-lamas curto, banco rebaixado e um enorme farol frontal cromado. O guidão, em linhas arrojadas, foi projetado para a moto alcançar grandes velocidades. O motor de 865 cc, DOHC, refrigerado a ar e com duplo cilindro, é o mais potente entre os modelos da categoria fabricados pela Triumph. Em quatro tempos, tem intervalo de ignição de 360º e uma taxa de compressão de 9.2:1. A potência de 69 cv é atingida a 7.200 rpm e o torque máximo, de 72 Nm, a 6.400 rpm. A alimentação é feita por dupla carburação, com sensor de posição do acelerador, aquecedores elétricos e ignição digital indutiva. Para que a direção proporcione uma sensação indescritível, o amortecimento conta com dupla mola cromada com ajuste de pré-carga na suspensão traseira. Aros de alumínio, pneus de alta aderência e disco flutuante dianteiro dão o toque final ao desempenho desta super máquina. No visual, o destaque fica por conta de uma estreita faixa pintada na carenagem traseira e no tanque. Quadriculada em preto e branco, remete às bandeiradas de encerramento das provas de alta velocidade.

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EDIÇÃO ESPECIAL/MOTO GP

Relógio para colecionador Tissot vai vender 50 peças no Brasil, com custo unitário médio de R$ 3 mil

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Tissot, como timekeeper dos campeonatos de Moto GP, preparou uma versão especial de relógios, em edição limitada, para homenagear o tradicional esporte com veículos duas rodas. As 50 peças, que começam a ser vendidas no Brasil a partir do próximo mês, serão acomodadas em uma caixa com design único em formato de capacete. O relógio Tissot será comercializado nas principais joalherias do País ao preço médio de R$ 3.000. A edição é numerada com 6.002 relógios no mundo. O modelo apresenta como principal diferencial a possibilidade de personalizar o fundo da caixa com medalhões, que representam cada uma das 17 corridas da temporada Moto GP 2006. Para tanto, a Tissot desenvolveu uma ferramenta especial que permite a troca do medalhão com uma resistência perfeita à água. Assim, o colecionador pode usar cada circuito de acordo com sua preferência ou simplesmente acompanhar o calendário da competição. Os medalhões vêm expostos na parte interna da caixa do produto. Amarelo - A coleção também é estilizada com materiais e tecnologias avançadas e, nesta edição especial, ganha a cor amarela. Segundo o fabricante, existem muitas semelhanças entre o novo relógio recémlançado no mercado mundial e o design das motos de competição. A catraca e todos os detalhes em torno da coroa, por exemplo, foram inspirados em um freio a disco. A caixa do modelo é desenvolvida com o mesmo material da carenagem de uma motocicleta, que é a fibra de carbono. Já a pulseira de borracha amarela possui o mesmo desenho dos pneus utilizados nos veículos de duas rodas. Liderança - Com 150 anos de história, a Tissot está sempre procurando inovar na fabricação dos tradicionais relógios suíços. Líder mundial no segmento, a empresa informa que seu principal objetivo é oferecer alta qualidade a preços compatíveis com o mercado. Como cronometrista oficial de vários campeonatos mundiais, entre os quais o de Moto GP, ciclismo e esgrima, além do hóquei sobre o gelo, a Tissot mantém há muitos anos uma política voltada à valorização do mundo esportivo.

Divulgação

Com sede em Le Locle, na Suíça, a marca está presente em mais de 150 países espalhados por todo o mundo. Desde 1983, é membro do Swatch Group, maior produtor e distribuidor de relógios do mundo.

O modelo vem com 17 medalhões e tem a pulseira na cor amarela


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São Paulo, segunda-feira, 17 de julho de 2006

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Jetta chega para aumentar a briga Volkswagen importa do México o sedã que vai embolar ainda mais o já confuso mercado do segmento e custar R$ 82.500

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mportado do México, a Volkswagen do Brasil apresentou na semana passada o novo Jetta, modelo que estará à venda em setembro, concorrendo no segmento de sedã médio de luxo, um mercado que hibernava fazia muitos anos, sem atenção da indústria automobilística e consumidor. Mas nos últimos 12 meses foi o que mais novidades recebeu, com diversos lançamentos, como o Honda Civic, Chevrolet Vectra, Ford Fusion, Honda Accord, Volkswagen Passat, Toyota Camry e, agora, o Jetta. Todos embolados, com um preço muito próximo, misturam-se de forma selvagem nas categorias, tamanhos e motores. Mas, como sempre, a decisão é do consumidor, atraído pelo preço e status. Nesse quesito, pelo menos até agora, o

O porta-malas do Jetta é um dos maiores do segmento, mas roubou espaço interno para passageiros do banco traseiro

São Paulo, segunda-feira, 17 de julho de 2006

Ford Fusion deita e rola. Apresentado no Salão de Los Angeles, EUA, em janeiro de 2005, o Volkswagen Jetta chegou ao mercado norte-americano e Europeu para substituir o Volkswagen Bora. Afinal, ele nada mais é do que o Golf sedã. Inclusive, nos lançamentos mundiais isso é deixado bem claro. Porém, no Brasil e no México os dois vão caminhar lado a lado, como o primo rico e primo pobre. O Bora custando R$ 56.800 e o Jetta, R$ 82.500. Com design moderno, o sedã da Volks deve chamar a atenção por onde passar. Como nos demais modelos atuais da marca, a grade do radiador é cromada, em forma de V, se estendendo do spoiler ao pára-brisa. Os faróis, trapezoidais, têm as pontas arredondadas. O duplo refletor, além de ampliar a luminosidade, dá um "olhar" mais atraente à frente do carro. As lanternas traseiras usam tecnologia LED (Light Emitting Diode ou diodo emissor de luz), com melhor efeito estético e maior durabilidade. Divididas em duas partes, nos limites da lateral do veículo e porta-malas, seu formato mistura elementos retangulares e circulares, criando visual moderno e agradável. Na lateral, o ponto de maior equilíbrio do modelo. Sem molduras, mantém estilo clássico e o conjunto transmite robustez, esportividade e elegância. Por dentro, onde fica mais evidente a menor distância do entreeixos com relação aos seus concorrentes, deixa claro o mercado que quer disputar. Muito bem acabado e luxuoso, o Jetta é bem equipado. Os bancos são envolventes, o painel de instrumentos com enormes mostradores tem fácil leitura. No centro, o visor multifuncional. Destaques também para o som e o arcondicionado - é o único modelo do segmento que vem de série com equipamento 2-zonas, que permite ao motorista e ao passageiro da frente controlálo individualmente. Atrás, recomenda-se o uso por apenas duas pessoas. Só uma criança iria bem sentada no meio. Na alavanca de setas direcionais, à esquerda da coluna de direção, há o útil sistema de controle de velocidade, também chamado de piloto automático. O maior - O motor de 2.480 cm³ é o de maior cilindrada dentre seus concorrentes, mas não o mais potente. Transversal, com cinco cilindros e vinte vál-

O interior, em couro e confortável para quatro pessoas, não deixa dúvidas do público-alvo: requintado e também exigente

Alguns detalhes, como o das rodas de 16 polegadas e o do pisca de direção abaixo do retrovisor externo mostram o requinte do VW Pablo de Sousa

Farol e a lanterna elegantes

vulas, duplo comando no cabeçote com sistema de fluxo cruzado (admissão de um lado e escape do outro). Essa característica acentua a fluidez dinâmica dos gases, aperfeiçoando seu funcionamento e elevando rapidamente a obtenção de potência e torque. Tanto que rende 150 cv a 5.000 rpm de potência máxima. Segundo a montadora, o Jetta trazido para o Brasil acelera de 0 a 100 km/h em 9,6 segundos e tem máxima de 205 km/h, limitada eletronicamente. O câmbio automático tem seis marchas, contra quatro ou cinco de todos os seus "adversários". As rodas são aro de 16 polegadas "calçadas" com pneus 205/55. Opcionalmente pode vir equipado com rodas de 17 polegadas e pneus 255/45.

Sem os tradicionais frisos laterais, o carro ficou mais "limpo", com design, ganhando sobriedade nas suas linhas claramente definidas

Opcionais - O Jetta oferece alguns opcionais, como teto solar com acionamento elétrico, faróis bi-xênon com lavador elétrico, aquecimento individual para os bancos, cortina de proteção solar traseira e sensor de estacionamento.

A traseira revela eficiente e elegante conjunto ótico. Sob o capô, o motor de 2.480 cm³ e 150 cavalos de potência.


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MERCADO/AUTOINFORME

Stilo tem alta desvalorização Todo o segmento dos hatchs médios está perdendo espaço com a chegada de novas categorias de carros

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s números de mercado não são muito favoráveis ao Stilo. O hatch médio da Fiat tem alta depreciação: perde 12,5% em média do valor do zero-quilômetro depois de um ano de uso. A versão com teto solar deprecia mais ainda, 16,3%. O carro também tem um grande desconto em relação ao preço oficial: pode ser comprado a até 13% abaixo da tabela, dependendo da versão. Os preços oficiais vão de R$ 49,3 mil (versão básica) a R$ 89,5 mil (Abarth com teto solar). Mas os problemas de mercado do Stilo não são exclusivos e sim comuns a essa categoria de carro, os hatchs médios, que vem perdendo espaço. Varejo - A venda de hatchs médios caiu 14,6%. No ano passado, o segmento totalizou 65.313 unidades vendidas, uma média mensal de 5.434 unidades. Nesse ano foram vendidas, de janeiro a junho, 27.846 unidades, média/mês de 4.641 unidades. Além disso, a participação do segmento caiu de 4% em 2005 para 3,4% nesse ano. O desempenho de vendas do Stilo cai ano a ano. O melhor resultado foi em 2003 com 12.356 unidades comercializadas. Em 2004 o volume de vendas caiu para 10.548

unidades e no ano passado vendeu 10.178 unidades. Nesse ano a média mensal é de 765 carros por mês, o que representa uma queda de 9,6% em relação às vendas do ano passado. Chevrolet Astra e Volkswagen Golf, seus principais concorrentes, tiveram as vendas reduzidas pela metade nos últimos cinco anos. Ford Focus e Peugeot 307 completam o concorrido segmento dos hatchs médios. Vectra em queda - Os novos modelos Honda Civic e Ford Fusion (importado do México) estão agitando o mercado dos sedãs, categoria que vive momento de ascensão. Esses modelos que chegaram com muitos equipamentos e preços baixos forçam a concorrência a derrubar os preços. A última pesquisa da AutoInforme/Molicar para apurar a evolução do preço no mercado em junho detectou queda de 5,4% do Vectra, vendido agora por menos de R$ 60 mil. A versão de entrada, o Elegance 2.0 flex, custa na tabela R$ 62.482, já com o frete incluído. Sua cotação do mercado, no entanto é de R$ 59,8 mil. A versão Elite, top de linha, pode ser encontrada por R$ 79 mil. Na tabela, sai por R$ 84.159.


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MERCADO/AUTOINFORME

VW e Citroën, as que mais cresceram

Embora mantenha a liderança, a Fiat tem hoje uma participação menor do que no ano passado, assim como a Ford, marca que mais perdeu em 2006

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echado o semestre, é possível ter uma noção mais clara do desempenho das montadoras em sua participação no mercado. A Fiat lidera o mercado com folga e tem tudo para fechar o ano na liderança. Mas apesar disso ela perdeu 0,29 ponto porcentual em relação à participação que tinha em 2005. No ano passado a empresa italiana ficou com 23,59% e hoje tem 23,30%. A situação da Volkswagen é inversa. A montadora foi a que mais cresceu este ano. Depois de fechar o ano passado com 22,01% do mercado conquistou 23,11% do bolo. Isso não é pouco: 1,1 ponto porcentual significa cerca de oito mil unidades.

A Volks está vendendo uma média mensal de 33.240 veículos, ante 31.463 no ano passado (veja a comparação da média de venda mensal por montadora 20052006). A GM também está crescendo. A empresa aumentou 0,18 ponto porcentual sua participação no mercado, fechando o semestre com 21,47% de participação. A Ford é a marca que mais caiu no ano. Depois de fechar o ano passado com 12,38% de participação, a montadora encerra o semestre com perda de 1,05 ponto percentual no bolo do mercado, com um total de 11,33%. Na briga acirrada das novas montadoras, a Honda, com a ajuda do Civic novo, ultrapassou a Toyota e ganhou 0,21

ponto porcentual, terminando o semestre como a quinta marca mais vendida (3,53% de participação). A Peugeot também cresce. A marca francesa aumentou em 0,16 p.p sua participação nas vendas. Mas o desempenho mais significativo é o da Citroën, que faz parte do mesmo grupo da Peugeot, a PSA.

A Citroën ganhou 0,35 p.p., aumentando sua participação de 1,59% para 1,93%. Pode parecer pouco, mas para uma montadora desse porte, o crescimento representa um aumento de 22,6% no volume mensal de vendas, muito superior à média do mercado, que cresceu 7,6% no primeiro semestre.

COMBUSTÍVEL

SEGURANÇA

Preço do álcool está em queda

Cai o número de carros com air bag

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ngana-se quem pensa que os automóveis estão cada vez mais seguros e que as montadoras priorizam os itens de segurança. Levantamento feito recentemente pela AutoInforme revelou que, de cinco anos para cá, diminuiu o volume de carros com air bag, tanto como item de série quanto como opcional. No ano 2000, o air bag simples (destinado apenas ao motorista) estava disponível em 72% da oferta total de carros nacionais (30% já vinham como item de série e os demais 42% eram oferecidos como opcional). Hoje o porcentual caiu para 66%. A pesquisa mostrou que as montadoras instaladas no País passaram a retirar o equipamento de muitos carros como item de série para torná-los mais acessíveis e ampliar vendas. Um exemplo é o da linha Chevrolet Astra, da General Motors do Brasil. Todas as versões deste modelo pro-

alta do preço do álcool no início do ano assustou o consumidor, preocupou os fabricantes e provocou uma equivocada discussão sobre a oportunidade do carro flex. Alguns analistas iniciaram uma onda de "terrorismo" de mercado, criticando o uso do álcool como combustível e prenunciando a repetição da "tragédia" dos anos 80, quando a falta do produto nos postos afundou o Proálcool. Equivocada porque o carro flex veio justamente para livrar o consumidor das oscilações de mercado, dos problemas de safra e entressafra. Coloca-se no tanque o que está mais barato. E ponto final. E mesmo que o aumento do álcool prejudicasse o dono do flex, não havia motivo para o terrorismo feito por parte da sociedade (e da imprensa) quando o combustível subiu 10,7% em janeiro, 11,45% em fevereiro e 9,36% em março. Era período de entressafra. Bastou chegar a colheita que os preços começaram a cair.

Em abril a queda foi de 8,56%, em maio 16,24% e em junho 5,06% e o álcool fechou o semestre com queda de 1,9%. O preço hoje na bomba está mais barato que no início do ano.

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duzidos no ano 2000 eram oferecidos com air bag, pelo menos como equipamento opcional. No ano/modelo 2006, a versão Comfort do Astra não tem o air bag nem mesmo para ser adquirido à parte. No momento - No mercado atual, o air bag para motorista está vindo de série em apenas 24% dos automóveis e em 42% é disponibilizado como item opcional (nesse caso, verifica-se o mesmo porcentual de seis anos atrás). No caso do air bag duplo (para motorista e passageiro), as montadoras deixaram de oferecer o equipamento como opcional. No ano 2000, ele estava presente em 23% dos carros vendidos no mercado interno como item de série e em 42% como opcional. Hoje está nos mesmos 23% de série, mas caiu para 37% na segunda opção. Joel Leite


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Nacional Finanças Comércio Exterior Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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BRASIL TERÁ EMBAIXADA NA ARMÊNIA EM AGOSTO

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por cento foi o crescimento das exportações de máquinas e tratores para o Sudão no primeiro semestre

IMPORTAÇÕES E EXPORTAÇÕES AUMENTARAM MAIS DE 20% NOS PRIMEIROS SEIS MESES DESTE ANO

CRESCE O COMÉRCIO ÁRABE-BRASILEIRO

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unca o Brasil e as nações árabes tiveram um comércio bilateral tão intenso. No primeiro semestre, as negociações de compra e venda entre esses países aumentaram 21,77%, se comparadas ao mesmo período do ano passado. O petróleo continua líder das importações brasileiras. Açúcar e carnes são os carros-chefe das exportações. "O governo egípcio acaba de zerar a alíquota de importação do frango, que era de 44%; e a de carne, antes de 22%, será zerada até janeiro do próximo ano", diz o presidente da Câmera de Comércio Árabe Brasileira, Antônio Sarkis Jr. "É a chance de os brasileiros aumentarem ainda mais a participação nesse mercado." Hoje, há 1,2 mil empresas brasileiras que exportam para o mundo árabe. Até o final do ano, elas devem ser 1,5 mil. Só nos primeiros seis meses do ano, as vendas para os países árabes – Arábia Saudita, A r g é l i a , B a h r e i n , C a t a r, Kuwait, Líbano, Djibuti, Egito, Líbia, Marrocos, Emirados Árabes Unidos, Mauritânia, Iêmen, Omã, Ilhas Comores, Palestina, Iraque, Jordânia, Síria, Somália, Sudão e Tunísia – somaram US$ 2,6 bilhões, um aumento de 21,77% sobre o mesmo período do ano anterior. E que fica 8% acima da média do crescimento das exportações totais brasileiras, que aumentaram 1 3 p o n t o s p e rc e n t u a i s n o mesmo período, alcançando os US$ 60,9 bilhões. Nessa mesma época, o Brasil importou, ao todo, US$ 41,3 bilhões, uma elevação de 21,55%. Novos mercados – Mo d a brasileira, aeronaves, máquinas, tratores, alimentos, minérios e produtos automotivos têm cada vez mais caminhos abertos no mundo árabe. As exportações de roupas made in Brazil aumentaram 42% no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2005. O Líbano e os países do Golfo Pérsico representam 80% das importações árabes desse setor. "O interesse deles por nossos produtos é tanto que levaremos uma missão de franquias brasileiras para lá no começo de 2007", diz Sarkis Jr. As marcas O Boticá-

Nasser Younes/AFP

Marina em Dubai, capital dos Emirados Árabes Unidos e uma das principais cidades árabes. É lá que fica um dos mais importantes centros de distribuição chineses.

rio e Arezzo já têm lojas por lá. Rosa Chá e Marisol ainda não têm ponto fixo, mas vendem seus modelos nesses países. O setor de agronegócios responde por 60% das exportações, um índice menor que em 2005, quando correspondia a 67%. "Não é que as vendas de produtos agrícolas caíram, mas elas não acompanharam o desempenho total das exportações", explica Sarkis Jr. Há 320 milhões de consumidores nessa região do mundo e eles importam 90% dos alimentos que consomem. Para se ter uma idéia desse potencial, é para os países árabes que se escoa a maior parte do açúcar produzido no Brasil. Tanto que a empresa brasileira Cristal Serv está envolvida na construção da maior refinaria da Síria. O objetivo é reexportar esse produto, da Síria, para os países das redondezas. Tamanho é o interesse dos

árabes pelos negócios brasileiros, que os empresários da região costumam mandar para cá consultores a fim de conhecerem os empreendimentos com possibilidades de prosperar no Oriente Médio. "Há pouco tempo, um deles se encantou com o modelo de empresa do Habib’s", conta Sarkis Jr. "Só faltava agora a rede de comida árabe fundada por um mineiro, filho de portugueses, fazer sucesso nesse mercado", brinca. Aviões – Outro segmento que começa a decolar é o de aeronaves. Desde o começo deste ano, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos começaram a comprar aeronaves brasileiras. Juntas, essas nações ocupam o segundo lugar entre os maiores compradores de aviões brasileiros, atrás apenas dos norte-americanos. O comércio com o Sudão também cresceu vertiginosa-

mente. As vendas de máquinas, tratores e autopeças para o país aumentaram 130% nos primeiros seis meses de 2006. "Isso aconteceu, principalmente, por conta de feira comercial da qual participamos no Sudão", conta Sarkis Jr. "Para disseminar o crescimento dos negócios entre esses países, temos selecionado setores potenciais, como o de maquinário, produtos agrícolas e vestuário, que, mesmo tendo uma pauta de exportáveis pouco significativa anos atrás, agora tendem a contribuir para o desenvolvimento total da pauta das vendas brasileiras para os países árabes." A construção civil também é um dos segmentos com grande potencial de crescimento, nesse pedaço do mundo. Embora ainda não se tenha números consolidados desse setor, é cada vez maior o número de edificações, principalmente

hotéis e casas de luxo. E quem se beneficia com esse desenvolvimento, que se verifica especialmente nos Emirados Árabes, são os engenheiros civis, produtores de móveis e de materiais de construção. As empreiteiras Odebrecht, líder em construção na América Latina, e a Andrade Gutierrez, especializada em construções pesadas, começam a conquistar esse mercado. Obstáculos – Porém, nem tudo são flores no comércio árabe-brasileiro. A distância geográfica acaba encarecendo os fretes e influencia nos preços finais dos produtos. O frete de uma mesma carga enviada de Santos para o Oriente Médio custa o dobro do que se fosse remetida da China. Para que se possa mensurar

as dificuldades do setor, só existe uma empresa que faz vôos de carga diretamente para o Oriente Médio, a Emirates Airlines; e cargas em navios, que seriam mais baratas, demoram até um mês para chegar. Vôos comerciais sem escalas devem começar até o final do ano, pela Emirates e a Qatar Airways. E essa brecha de mercado é aproveitada pela gigante China, beneficiada ainda pelo preço mais atrativo de seus produtos, pela proximidade dos países árabes e pela chegada mais rápida das mercadorias encomendadas. Tanto, que o maior centro de distribuição de produtos chineses do mundo fica em Dubai, capital dos Emirados Árabes Unidos. Sonaira San Pedro

Bons negócios na Armênia Newton Santos/Hype

Embaixadora Renate: grandes chances de ampliar relação bilateral

já estamos conversando com exportadores brasileiros para iniciarmos as negociações o quanto antes", disse Renate. Contrapartida – Como todo acordo bilaterial deve trazer vantagens para ambos os lados, a embaixadora ressaltou que, em contrapartida, o Brasil poderá contribuir, no primeiro momento, para a diminuição do desemprego na Armênia. A idéia é enviar produ-

tos semi-finalizados ao país, principalmente do setor calçadista, para utilizar mão-deobra local. "Claro que tudo ainda deve ser estudado, mas podemos verificar com fabricantes calçadistas a possibilidade de concluir a produção de alguns modelos, que necessitem de acabamento manual, na Armênia. É uma forma de mostrarmos interesse em investir no país", comentou.

Cotait Neto, por sua vez, manifestou interesse de realizar uma missão comercial para o país já em 2007. "Temos uma proposta de levarmos um grupo de empresários para a Rússia e podemos estender a missão até a Armênia, se percebermos que existe um mercado em potencial para trabalharmos", acrescentou o coordenador da SP Chamber. Balança comercial – Até o mês de maio, as exportações brasileiras para a Armênia não ultrapassaram US$ 5,21 milhões, enquanto as importações não chegaram a US$ 3,4 mil. Ou seja, a balança comercial bilateral pende fortemente para o Brasil. As mercadorias brasileiras mais vendidas para a Armênia são semi-manufaturados de ferro e aço, carnes suína e bovina, fumo, café solúvel, pneus novos para automóveis, equipamentos odontológicos, bombons, caramelos, confeitos e biscoitos, entre outros produtos. Já o Brasil, importa do mercado armênio apenas barras de ferro e aço e algumas peças de máquinas e aparelhos mecânicos.

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Factoring

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s relações políticas e comerciais entre o Brasil e a Armênia têm um motivo a mais para se intensificar nos próximos meses. Depois de ficar por quase quatro anos na gaveta do Itamaraty, finalmente o governo brasileiro vai instalar uma embaixada no país. O anúncio foi feito pela diplomata Renate Stille, designada pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) para assumir o comando da embaixada, durante reunião com o coordenador da São Paulo Chamber of Commerce, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Alfredo Cotait Neto, e o vice-presidente da ACSP Luiz Roberto Gonçalves. A previsão é de que a embaixada seja oficialmente inaugurada no final do mês de agosto. Como primeira ação no comando diplomático brasileiro na Armênia, a embaixadora pretende fazer um mapeamento do mercado interno para levantar as possíveis demandas por produtos brasileiros. "Sabemos que a Armênia é um grande importador de carnes e o Brasil é muito competitivo nesse segmento. Por isso,

O que é Factoring?


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DCARRO

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SERVIÇO

Baterias: os cuidados no inverno O componente é mais exigido neste período do ano e, com isso, o risco de haver problemas aumenta

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pesar de as baterias sofrerem maior desgaste durante o verão, é no inverno que elas são mais exigidas e cresce a perspectiva de surgirem problemas. Vale lembrar que o componente, além de alimentar todo o sistema elétrico do veículo quando o motor está em marcha lenta ou quando não está em funcionamento, também tem a função de fornecer potência ao motor de partida e ao sistema de ignição. Quando chega o inverno, a queda na temperatura faz com que as peças do carro apresentem menor folga entre si e o óleo lubrificante fica mais viscoso, o que exige maior esforço para dar a partida e consequentemente maior consumo de energia da bateria. Já no verão, a alta temperatura acelera as reações químicas dentro da bateria, o que melhora sua performance. Porém, aumenta também a degradação das placas e a corrosão das grades internas. A maior exigência no inverno aliada ao maior desgaste no verão pode fazer com que a bateria literalmente “morra”, ou seja, não tenha condições de dar partida no motor. Para evitar dor-de-cabeça, a Bosch, uma das principais fabricantes de baterias do País, recomenda ao motorista que tome alguns cuidados. A empresa lembra que a manutenção preventiva do veículo é a solução mais adequada. Essa prática pode estender para até cinco anos a vida de uma bateria, que dura em média de três a quatro anos.

A popular chupeta - em que a bateria de um carro é usada para dar carga na de outro - pode causar sérios danos

Cuidados - Durante a manutenção, o mecânico eletricista deve checar se está havendo algum tipo de “vazamento” ou fuga de energia da bateria, além de verificar o motor de partida, o alternador e o regulador de tensão. Se estes não estiverem em perfeita condição, podem utilizar maior quantidade de energia do que o necessário e, com isso, acelerar o processo de deterioração da bateria. Para aumentar a durabilidade do componente, a Bosch recomenda que o usuá-

rio somente ligue o som do carro, acione os vidros elétricos e deixe os faróis acesos com o veículo em funcionamento. O tranco e a chupeta são soluções populares entre os motoristas e muito utilizadas quando a bateria descarrega. Resolvem o problema no momento, mas podem comprometer outras partes do veículo. O procedimento do tranco, por exemplo, pode causar pequenas trincas no motor, forçar o câmbio e danificar o catalisador. Já a chupeta pode prejudicar a performance

CARTÃO PARA TRANSPORTADORAS

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Grupo gaúcho Apisul e a Bradesco Cartões acabam de lançar o ApisulCard, um novo cartão que se destina às empresas transportadoras de cargas. Ele elimina a carta-frete e faz a recarga dos valores referentes ao combustível, frete, vale-pedágio e demais despesas efetuadas

pelo motorista via web, através do Portal Transportes Bradesco. O novo produto visa aumentar a segurança e agilidade nas operações financeiras das empresas e garante, aos motoristas, a possibilidade de realizar compras sem necessitar de cheque ou dinheiro.

AVANÇOS TECNOLÓGICOS

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XIV Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva (Simea), organizado pela AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva), vai discutir os avanços da tecnologia aplicada na indústria automobilística, destacando a criatividade dos projetos deste

ramo. A edição de 2006 contará com importantes nomes da indústria mundial para discutir as tendências tecnológicas, políticas e econômicas do setor. O evento acontece nos dias 28 e 29 de setembro, no C e n t r o F e c o m e rc i o d e Eventos, em São Paulo (SP).

dos componentes elétricos do automóvel, o que acontece em decorrência de picos de tensão ocorridos durante o processo. O melhor a fazer, após qualquer um destes procedimentos, é levar o veículo a um mecânico que avaliará a necessidade de troca da bateria ou se recarregá-la resolverá o problema. Para efetuar a troca, o certo é, na hora de retirar, desconectar primeiro o cabo negativo e depois o positivo. Para reinstalar é preciso fazer o inverso, evitando, assim, um possível curto circuito.

DIAGNÓSTICO BRASILEIRO

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DCARRO POR AÍ

IVECO VENDE PARA A SANEPAR

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Iveco acaba de entregar 12 caminhões médios Eurocargo Tector 170E22 para a Companhia de Saneamento do Paraná - Sanepar. A compra dos equipamentos foi efetuada por meio de licitação e atenderá aos serviços de saneamento da Região Metropolitana de Curitiba. Os modelos, que fazem parte do plano de renovação da frota da Sanepar, serão utilizados nos serviços de desobstrução e limpeza da rede coletora de esgoto da região.

Bosch lança o primeiro scanner de diagnóstico KTS fabricado no Brasil – o KTS 160. Com este equipamento, os profissionais do mercado de reparação poderão realizar diagnósticos mais precisos dos sistemas eletrônicos de veículos das principais montadoras instaladas no País. Seguindo os

mesmos padrões de qualidade e tecnologia alemã, o KTS 160 permite a verificação das condições da injeção eletrônica de motores ciclo Otto (gasolina, álcool, flex) e Diesel, bem como de outros sistemas de eletrônica embarcada como ABS, air bag, câmbio automático e climatização.

PILOTO AUTOMÁTICO PARA O C3

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Dalgas Precision já iniciou a venda do kit de piloto automático para o Citroën C3. O acessório, segundo a empresa, é fácil de instalar e tem funcionamento simples. Por manter a velocidade do carro constante sem a necessidade de pisar no acelerador, é ideal para

viagens longas, pois evita dores musculares causadas pelo cansaço. O kit tem comando de alavanca fixado na coluna da direção, abaixo do acionador do pisca, possui "on/off" e três botões que permitem o controle das funções do piloto com a ponta dos dedos.


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Tr i b u t o s Empresas Nacional Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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VENDAS DE CARROS NA EUROPA ESTÃO EM QUEDA

Muitos não sabem o que uma empresa é obrigada a carregar. José Ocete, da Futebol Esporte Total, sobre a carga tributária brasileira

DEFESA DOS LÍDERES PARA DESTRAVAR RODADA DE DOHA DEVE OFUSCAR APELO DE LULA HOJE

G-8 COBRA PRÉ-ACORDOS DA RODADA COPOM Expectativa dos analistas é de corte de 0,50 ponto no juro básico na reunião que começa amanhã.

NOVOS AVIÕES

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Airbus e a EADS vão revelar esta semana planos para uma nova variedade de aviões de tamanho médio, assim como um modelo de avião de frete para competir com a rival Boeing Co. Tom Enders, co-presidenteexecutivo da EADS, afirmou que os novos aviões terão custo de desenvolvimento de US$ 10 bilhões. A Airbus vem analisando o modelo A350 desde 2004, depois que planos para oferecer simplesmente uma versão atualizada e de ampla variedade do já existente A330 encontraram demanda de possíveis futuros compradores. (Reuters) A TÉ LOGO

Ó RBITA

TRABALHO O emprego industrial cresceu 0,2% em maio em relação a abril, segundo o IBGE.

CAI VENDA DE CARROS NA EUROPA

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venda de carros novos na Europa caiu 1,4% em junho, em parte pelo menor número de dias úteis no mês. A italiana Fiat, porém, resistiu à tendência e teve o maior crescimento entre as montadoras, segundo dados do setor.

Os licenciamentos de automóveis novos somaram 1,49 milhão de unidades em junho, abaixo das 1,55 milhão de unidades de igual mês do ano passado. Foi o segundo mês de queda da comercialização no ano. Em abril, a redução havia sido de 7,3%. (Reuters)

EMERGENTES DA AL MAIS ALIVIADOS

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s mercados emergentes têm vivido um momento de alívio de "meio de verão" (no Hemisfério Norte), com os latinoamericanos entre os mais beneficiados, avaliou o banco JP Morgan em relatório de perspectivas para o mercado.

A instituição disse que os mercados com posições fortes em seu balanço de pagamentos continuarão a ter desempenho acima da média, destacando que o real brasileiro e o peso mexicano "encontram-se atualmente bem posicionados para novos ganhos". (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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IR: Receita libera hoje, nos bancos, restituição referente ao 2º lote

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Rússia é o quarto país a suspender importação de frango do RS

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Novo plano para a Varig prevê demissão de 8 mil funcionários

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s líderes do G-8 deram ontem ao diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, mais 17 dias para promover a conclusão dos préacordos da Rodada Doha nas áreas agrícola e industrial. Em um documento que pegou de surpresa a delegação brasileira, assinado na cúpula de São Petersburgo, o G-8 atropelou o apelo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresenta no encontro de hoje, para o qual o Brasil e outras cinco economias em desenvolvimento foram convidados. Lula ainda pretende cobrar dos líderes presentes as concessões políticas necessárias para destravar a Rodada. Seu discurso, entretanto, deverá perder o impacto esperado pelo governo brasileiro, assim como os recados enumerados pelo grupo das economias em desenvolvimento – Brasil, Índia, China, México, África do Sul e Congo. No segundo dos sete parágrafos do documento, os líderes do G-8 deixaram claro que Lamy terá "mais um mês", ou seja, até o dia 17 de agosto para romper as intransigências e aproximar as posições sobre os três principais impasses – a abertura de mercado agrícola, o corte de tarifas na área industrial e a redução de subsídios concedidos a agropecuaristas. O prazo anterior encerraria em 31 de julho. Também enfatizaram a necessidade de finalizar

Satoshi Arai/Associated Press/AE

Cúpula do G-8, reunida em São Petersburgo, na Rússia

o acordo final da Rodada, com "alto nível de ambição em todas as áreas", até o final de 2006. Em nenhum momento, o G-8 indicou a necessidade de convocação de uma reunião de chefes de Estado para tomar decisões cabíveis para dissolver os impasses da Rodada, como vem defendendo o presidente Lula desde o final de novembro do ano passado. O fracasso das negociações dos préacordos sobre agricultura e indústria, que deveriam ter sido concluídos nos encontros ministeriais da OMC nos dias 29 de junho e 1º de julho em Genebra, foi lamentado. Porém, o G-8 assinalou como acertada a decisão dos seis parceiros mais influentes – Estados Unidos, União Européia, Japão, Brasil, Índia e Austrália – de reforçar o papel de Lamy como mediador e facilitador desses pré-acordos, com prazo até 31 de julho. "Nós con-

clamamos todos os países a se comprometerem com uma liderança concertada e com uma ação voltada para o sucesso da Rodada Doha", afirma o documento. "Nós apelamos a todas as partes para trabalharem com máxima urgência para a conclusão da Rodada no final de 2006, para reforçar o sistema multilateral de comércio e prover um importante impulso na economia mundial. A Rodada deve promover cortes reais de tarifas, efetivar os cortes nos subsídios e gerar um real aumento dos fluxos de comércio", determinou o G-8. Questionado se o documento do G-8 turvaria sua proposta de destravar a Rodada por meio de decisões políticas dos líderes mundiais, Lula insistiu que as negociações deixaram de ser econômicas para tornarem-se políticas - argumento que respalda seu apelo em favor de decisões de líderes. (AE)

Marcos Fernandes/LUZ

Marcos Fernandes/LUZ

Vera Daniel: "aquilo é meu"

Casal reclama da carga tributária

"Eu gosto de olhar e dizer: aquilo é meu". Ela não vê o dia-a-dia como rotina e afirma que sempre é obrigada a encarar situações novas, o que a mantém motivada na vida profissional que escolheu. Outra vantagem é o contato diário com inúmeras pessoas, de todos os tipos. "A oportunidade de conversar com pessoas diferentes todos

dor, não estar vendedor. O comerciante depende de bons profissionais, com vontade de encarar a carga horária diferenciada e com capacitação", reconhece. "Só os golpes na praça é que me deixam desanimada", concluiu a jovem comerciante. Altos impostos – O casal de comerciantes Vera Couto, 51 anos, e José Carlos Ocete, 44 anos, colocou em prática a realização do sonho do negócio próprio com a inauguração da loja Futebol Esporte Total, que completou recentemente um ano de existência. Para viabilizar o empreendimento, eles contaram com a ajuda de familiares para os investimentos e até para o trabalho. Eduardo Couto, 48 anos, irmão de Vera, por exemplo, passou a integrar o time de vendedores da loja. Apesar do pouco tempo de vida do empreendimento, os dois comerciantes já perceberam uma das principais dificuldades enfrentadas hoje no Brasil: a alta carga tributária. "Como funcionário, a gente reclama. Mas muitos não sabem o que a empresa é obrigada a carregar", diz Ocete. Mas ambos estão animados com a vida de empreendedores. "Damos um duro danado, mas a satisfação de trabalhar para você mesmo e ver que há retorno é maravilhoso. Esperamos abrir outras loja futuramente", conta Vera.

Um dia dedicado à arte de vender Para comemorar o Dia do Comerciante, ontem, o DC foi buscar nas ruas algumas histórias de sucesso

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omingo é tradicionalmente dia de descanso, de almoço em família. Mas a regra geral não vale para todos. E muitos descobrem cedo que é preciso abrir mão de momentos de lazer e sossego em busca de um sonho: abrir o próprio negócio. Este é apenas um dos desafios do comerciante, que ontem, 16 de julho, comemorou seu dia, sem esquecer da sua regra particular: trabalhar sempre é a chave do sucesso. A comerciante Luciana Domingues, 25 anos, conhece bem os desafios. Desde pequena observava a rotina diária da mãe, que há 40 anos dedica-se ao comércio. Nada que a intimidasse. Pelo contrário. Ainda adolescente começou a ajudála na loja Vera Daniel, de moda feminina, localizada no shopping Central Plaza, na zona leste da capital. Aos 15 anos, foi vendedora para aprender a lidar e entender o cliente, uma primeira lição e fundamental para o comerciante. Faz de tudo – Tempos depois, passou a cuidar mais de perto da administração do negócio, ao lado da mãe. Hoje, conta que "faz de tudo, da negociação com fornecedores ao fechamento do caixa". As duas se revezam no trabalho durante os finais de semana. Apesar de ser ainda muito jovem, Luciana não reclama. Para ela, ser comerciante traz como recompensa retorno financeiro com a sensação de independência.

O comerciante depende de bons profissionais, com vontade de encarar a carga horária diferenciada e com capacitação. Luciana Domingues, da loja Vera Daniel os dias é fascinante. Esse contato com o público, que se torna 'cliente-amigo', não tem preço. Aprendi que um elogio é tão bom quanto uma venda", diz Luciana. Desafios – Mas ela adverte que também existem muitas dificuldades no comércio. A formação de uma boa equipe de vendas, que vai estar na linha de frente, em contato direto com o cliente, é um fator decisivo para o sucesso de qualquer empreendimento. "No comércio, tem que ser vende-

Fernando Vieira


São Paulo, segunda-feira, 17 de julho de 2006

D C A R R O 11

MUDANÇA Divulgação

Palio e Siena Fire ganham "cara" nova Sem alterar preços, Fiat acaba com versões antigas dos dois modelos que tinham suas carrocerias diferenciadas

E

les vão continuar com os mesmos preços, mas suas aparências estão modificadas para a linha 2007. Palio Fire e Siena Fire ganham o design que as versões em acabamento superior já haviam recebido há cerca de um ano. Assim, os dois modelos vão custar: Palio Fire 1.0 Flex 2 portas, R$ 24.090; Palio Fire 1.0 Flex 4 portas, R$ 25.590; Siena Fire 1.0 Flex R$ 27.430. Os dois campeões de vendas da Fiat são as versões de entrada da família Palio e, com as modificações, perderam a aparência de "velhos", tornando-se mais atraentes para o consumidor deste segmento. Eles ganharam o design externo do resto da família, que levam a assinatura do estilista italiano Giorgetto Giugiaro. A nova carroceria, segundo o diretor de Vendas da Fiat, Lélio Ramos "somada aos já conhecidos atributos dos Palio Fire e Siena Fire, aumenta ainda mais a competitividade e a excelente relação custobenefício desses modelos". Ousadia - Ao receber o mesmo visual e a mesma ousada estética que aparece na

família Palio, à venda no mercado, o design dos dois modelos - Palio Fire e Siena Fire consegue se sobressair, especialmente porque ele causa a impressão de que o carro é maior do que na verdade é. Na dianteira, Palio Fire e Siena Fire ganharam detalhes externos diferenciados e exclusivos das versões. Entre eles, faróis com interno cromado e máscara negra e grade frontal na cor preta. Na parte traseira os Fiat Palio Fire e Siena Fire demonstram o perfil de uso de cada um. Mas ambos têm um ponto em comum, resultado do trabalho de design

Agora os "Fire" ganharam a mesma cara dos demais modelos da família. E o consumidor, a manutenção dos preços antigos do Palio e Siena, campeões de vendas da marca.

desenvolvido: eles têm um "size impression" maior. Eles também ganharam calotas exclusivas. Ambos são equipados com o avançado motor 1.0 Flex, que já cumpre as normas de emissões brasileiras, Conama 4,

É VERDADE

Agora Pirelli também faz rodas Divulgação

S

e você ouvir falar em rodas Pirelli, não pense que a pessoa com quem conversa se equivocou. É verdade, uma das principais fabricantes de pneus do mundo, a Pirelli, aproveitou sua vocação para produzir peças na forma circular e entrou, como já aconteceu na década de 80, no ramo das rodas, em parceria com a fabricante Antera. A marca, italiana como a Pirelli, é especializada em design e produção de rodas sofisticadas e exclusivas dirigidas a público do segmento premium. Leia-se Ferrari, Maserati, Austin Martin, Lamborghini, Porsche e outros esportivos, além de modelos MercedesBenz, Audi e BMW, todos tops de linha e da alta performance. As novas rodas, reedição atualizada

Roda Pirelli, só com pneus da marca

dos modelos lançados pela Pirelli nos anos 80, têm detalhes exclusivos, com destaque para o P maiúsculo do logo da Pirelli nos cinco raios da roda. As rodas chegarão primeiro na Alemanha, vendidas exclusivamente com os pneus da linha Ultra High Performance da Pirelli, podendo ser usadas com sistemas de freios de grande porte. Apresentadas pela primeira vez durante a Feira de Pneus de Essen, Alemanha, realizada no final de maio, as novas rodas com “P maiúsculo” tornaram-se objetos de desejo dos entusiastas do “tuning”. O lançamento comercial dos aros 17”, 18” e 19” está previsto para janeiro de 2007, na Alemanha.

que só entrará em vigor para 100% da produção em 2007. Desenvolvem, com 100% de gasolina, potência de 65 cv; e utilizando 100% álcool, 66 cv.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 17 de julho de 2006

Indicadores Econômicos

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868 14/7/2006

reais era a cotação do lote de mil ações preferenciais da Ambev, na Bolsa de Valores de São Paulo, na última sexta-feira.

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 12/07/2006 12/07/2006 12/07/2006 12/07/2006 12/07/2006

P.L. do Fundo 6.105.269,97 1.393.420,45 6.752.070,62 9.821.638,70 1.069.082,95

Valor da Cota Subordinada 1.125,906884 1.044,858780 1.084,687566 1.084,105502 1.038,582609

% rent.-mês 0,8420 0,4826 0,0145 1,3178 0,8002

% ano 15,2447 4,4859 8,4688 8,4106 3,8583

Valor da Cota Sênior 0 1.055,156087 1.065,417989 0 0

% rent. - mês 0,4535 0,4940 -

% ano 5,5156 6,5418 -

rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


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DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 17 de julho de 2006


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Finanças Tr i b u t o s Empresas Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 17 de julho de 2006

Estilo jamaicano e estampados afro na coleção masculina de Alexandre Herchcovitch.

ESTILISTAS APOSTAM EM VERÃO DELICADO

SURPRESA DO DOMINGO, A ESTILISTA GLÓRIA COELHO MESCLOU O TRADICIONAL PRETO A PEÇAS BRANCAS

TOQUES SUAVES DOMINAM SPFW Caetano Barreira/Reuters

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Hélvio Romero/AE

Lorenzo Merlino optou pelo minimalismo na sua coleção para o verão do próximo ano

urpresa no quinto dia da maratona de moda da São Paulo Fashion Week. No primeiro desfile de ontem, a estilista Glória Coelho apresentou sua opção por pontuar o negro com a suave presença da tricoline branca. Tanto o make das modelos que mostraram a coleção como a modelagem das peças denotaram a escolha de Glória pela leveza. Na passarela do prédio da Bienal, um pouco de tudo o que as clientes da G, a marca da estilista, gostam: cetim, algodão, malha e sarja, com pinceladas de metalizado, brilho bem aplicado dos cristais Swarovski, pérolas, camadas de babados, plissados. Destaque para os aviamentos de perolinhas que, usados aqui e ali nas roupas, renderam bons looks. Ao final da apresentação, um longo e vaporoso vestido rendado branco entrega a intenção da estilista de investir pesado na linha festa. Guiado mais uma vez pelo minimalismo, o estilista Lorenzo Merlino apresentou o que talvez tenha sido o melhor desfile de sua carreira. O frescor que a estação de verão pede esteve presente em vestidos esvoaçantes, shorts com leve volume e assimetria em tops de um ombro só. Destaque para as plumas utilizadas com efeito de escamas. Um desfile poético e cheio de simbologias, para entrar para a história do SPFW. Karla Girotto apresentou sua moda nos jardins do Parque do Ibirapuera. Sem primeira fila e sem lugar marcado, a estilista deu voz à democracia, fazendo participar até mesmo o público que lotava o parque em pleno domingo de sol na cidade. Os modelos se posicionavam em uma escadaria do parque com balões brancos, que serviam de cabides às criações femininas de Karla, na maioria roupas evasê com predomínio de tons do pôr-do-sol: a estilista usou azuis, amarelos, rosas, alaranjados e brancos. Por baixo dos vestidos, com pregas e volumes, Karla propôs tules coloridos e blusas ultra-finas. Com o vento, umas vestes sobem, outras descem e giram aleatoriamente, como manda o momento. Tudo bem no clima da estação quente.

Clayton de Souza/AE

Poko Pano buscou inspiração no filme Piratas do Caribe e na história do Capitão Gancho.

A estilista Glória Coelho, da grife G, apostou em tons escuros misturados a tricoline branco.

Rogério Cassimiro/Folha Imagem

Branco e bege se sobrepõem ao tradicional preto na coleção verão da estilista da grife G, Glória Coelho

Sérios e comportados, os bojos, barbatanas e meia-taças meninos usam bermudas, bla- prateadas e brancas. Bordados zers acinturados e regatas ca- de moedas e cristais enfeitavadas. Sisudos fazem o contra- ram modelos com amarração ponto à leveza dos vestidos e corselet. Sobreposições de rede seus cabides flutuantes. des e cintos, que têm tudo para Nadando cair no gosto na onda do da meninada, sucesso cinearremataram m a to g r á fi c o o desfile. Bem no clima de verão Piratas do CaÁfrica — desta edição da SPFW, ribe, a Poko Estreante na estilista Lorenzo Pano tomou semana da emprestada e moda paulisMerlino levou à lenda do Catana, o estilispassarela vestidos pitão Gancho ta português e levou para a esvoaçantes, shorts com Miguel Vieira passarela pi- leve volume e assimetria c o n f i r m o u ratas, mocimais uma vez nhos e corte- em tops de um ombro só. a África como sãs. O listra- Ele inovou ao apresentar tendência pado, hit absora este verão. plumas com efeito luto na moda Mas ao conde escamas praia, ganhou trário do que a companhia se viu até agode bandanas ra, a inspirae poás, propondo o mix de es- ção veio diluída por uma veia tampas. Rica em detalhes, a co- elegante e sensual, em uma leção abusou de cintos, argolas cartela bicolor em preto e brane mosquetões para compor os co com algumas nuances de looks. O trio clássico do bran- dourado. Mesclando looks feco, preto e vermelho ganhou a mininos e masculinos por companhia do marrom para meio das estampas, o estilista renovar a idéia tradicional. trabalhou com texturas e teciNo meio do desfile, uma dos para reinventar listrados, apresentação circense simulou florais e zebrados. uma invasão pirata. Foi a hora Para os homens, Miguel de entrarem em cena as corte- Vieira apostou nas calças jussãs e seus maiôs com inspira- tas e curtas fazendo duo com ção em modelos de lingerie. A blazers mais acinturados. A exemplo da Forum, que utili- aplicação de tachas ou de eszou os recortes dos sutiãs para tampas com brasões conferivalorizar seus vestidos, na Po- ram um look militar com up ko Pano os biquínis ganharam grade de primeira patente.

Na coleção feminina para o verão, apareceram modelitos sensuais em cetim e seda, que deixam as costas à mostra em vestidos curtos e sofisticadas saias assimétricas. Destaque para os sapatos assinados por Miguel: são sandálias femininas de cetim com laçarotes e plataforma, mocassins zebrados e sandálias masculinas com brasões dourados. A obra do escritor João Guimarães Rosa serviu de inspiração para o estilista mineiro Ronaldo Fraga e sua moda sertaneja. Intitulado "A Cobra: Ri", o desfile apresentou cartela de cores empoeirada, com ares de sertão — bem ao estilo dos textos de Guimarães Rosa. Formas evasês, bordados artesanais e um rico trabalho de estamparia pontuaram a cole-

ção. Ao final, livros do autor foram distribuídos à platéia pelo próprio estilista. Sábado — As grifes femininas dominaram o sábado na SPFW. E decretaram um verão fresco e delicado. A Maria Bonita encantou as amantes da grife com sobreposições e falsas sobreposições trabalhadas em tons de pele. Ponto para os trechcoats, levíssimos. Clô Orozco trouxe mais uma vez um lindo trabalho de moulage, desta vez focado nas pregas. Desconstruindo o quimono, ela fez casaquinhos, vestidos e blusas. Tudo muito elegante. Como é praxe, Terezinha Santos esbanjou sua habilidade nos tricôs e fez uma moda com cara de verão urbano, cheia de grafismos. A modelo e atriz Fernanda Lima fez duas entradas com vestidinhos de tricô curtíssimos finalizando o

desfile ao lado da estilista responsável pelos looks. Feminina ao extremo, a moda praia apresentada pela Movimento apostou em um colorido intenso, com peças em bordados tridimensionais e crochê, bastante brejeiros. Destaque também para as bijuterias montadas com tecidos, pedaços brutos de madeira, metais e pedras, sintetizando a vontade de natureza para este verão 2007 da marca. Arrasando novamente na SPFW de verão deste ano, o estilista Alexandre Herchcovitch levou à passarela um mix de influências bastante eclético para sua coleção masculina: rastafáris jamaicanos, indumentária judaica e estampados afro. Com originalidade e ousadia, ele consegue misturar tudo com maestria. Sabina Deweik

Grife Daspu desfila em SP

E

m que desfile as modelos estão mais preocupadas com a platéia do que com os fotógrafos? Certamente em nenhum da São Paulo Fashion Week (SPFW). Mas no da marca carioca Daspu é assim que funciona. Em seu terceiro desfile oficial, segundo em São Paulo, a marca criada pela ONG da Vida há 14 anos (o desfile também foi comemoração do aniversário), de um jeito irreverente, chama a atenção da sociedade para a prostituta como mulher. A paulista e criadora de

Reprodução do site

No site www.dcomercio.com.br galeria completa de fotos da SPFW

ONG, Gabriela Leite, não conseguia conter a felicidade. "Voltei para casa", disse, enquanto limpava as lágrimas com uma mão e segurava um terço cor-de-rosa na outra. "Saí daqui porque a vida era horrível. Hoje, luto para mostrar que prostituta é uma mulher como qualquer outra", afirmou. Em clima de muita festa e sob os atentos olhos dos curiosos, a Daspu levou seus convidados no último sábado à noite para a boate Gloria, na Rua 13 de Maio, no centro, com decoração estilo "borracharia". (AE)


Ano 81 - Nº 22.170

São Paulo, segunda-feira 17 de julho de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h30

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

CIVIS

Banco, ônibus... É a rotina do PCC.

Os civis estão no front na guerra da bandidagem com a polícia, em São Paulo; em Beirute, Tripoli e Sidon, no Líbano de novo em destruição; em Haifa, Tiberiades e Afula, em Israel; no Iraque e em Gaza, na Palestina.

SOB

Leonardo Wen/Folha Imagem

O front doméstico internacional tem um denominador comum: o pânico. No Oriente Médio, o balanço de civis mortos é refeito a cada hora. O povo foge das ruas, ônibus e trens. É quem paga o preço da violência.

Este Caixa 24 horas no Brás foi destruído, mas não roubado. Dois ônibus, incendiados. E o lixo tem sido recolhido, com escolta. O fim de semana, Cidades/1

ATAQUE

Beirute: de volta ao passado. A Paris do Oriente Médio vira Bagdá-2.

Barkay Wolfson/Reuters

Chuva de mísseis em Israel A guerra chegou dentro de Israel. Os mísseis disparados do Líbano já se aproximam de Tel-Aviv. A população dorme em abrigos. Os alarmes antiáreos disparam várias vezes, dia e noite. Um dos mísseis acertou ontem a estação ferroviária de Haifa, matando 8 pessoas. O país está paralisado. Internacional/4 Pablo de Sousa

Issam/Kobeisi/Reuters

Mauricio Lima/AFP

Paulo Pinto/AE

Eis o Jetta, um agitador Importado do México, novo modelo da VW (foto) chega em setembro para embolar o mercado de sedãs. DCarro HOJE Parcialmente nublado Máxima 24º C. Mínima 11º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 24º C. Mínima 11º C.

Fashion leve e natural A densidade do preto abre espaço à suavidade do branco, evocando a natureza em belos achados de tricô, bordados e algodão. (Acima, modelo do estilista português Miguel Vieira.) Economia/8. E veja galeria completa de fotos no site www.dcomercio.com. br.

Sinais verdes de vida Paulo Bayer (foto), 1 a 0 contra o Corinthians. O Palmeiras respira no Brasileiro. DC Esporte


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 17 de julho de 2006

Cidades

Milton Mansilha/AE

1 Mais informações sobre os recentes ataques do PCC em São Paulo em www.dcomercio.com.br

Márcio Fernandes/AE

Na foto acima, ônibus incendiado na noite de sábado, na rua Monte Alegre de Minas, altura do número 111, Vila Cosmopolita, zona leste da cidade. Na foto à esquerda, agência bancária do Unibanco atacada também no sábado, no bairro do Brás, zona leste. Os criminosos destruíram quatro terminais e quebraram as vidraças.

SÁBADO TENSO. DOMINGO CALMO. Violência diminui, mas escutas telefônicas feitas pelo serviço de inteligência da Polícia Civil e da PM mostram que uma nova rebelião estaria marcada para o Dia dos Pais.

O

crime organizado cometeu novos atentados na noite de sábado e na madrugada de ontem em São Paulo. Na capital, os alvos foram ônibus, uma base da Guarda Civil Metropolitana (GCM) e uma agência bancária. Ontem não foram registrados atentados na cidade. O ritmo dos crimes diminuiu depois da transferência de cinco supostos chefes do Primeiro Comando da Capital (PCC) para a unidade de Presidente Bernardes, onde vigora o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), que impõe regras rígidas aos presos. Interceptações telefônicas feitas por um sistema de inteligência (montado pelas polícias Civil e Militar e por agentes penitenciários) mostram que o PCC estaria preparando uma rebelião para o Dia dos Pais. Ataques –No sábado, em três motos, seis pessoas atiraram contra os guardas-civis que se encontravam próximos ao muro da base de Itaquera, na zona leste. Nenhum agentes foi atingido, mas era possível ver as marcas de balas nas paredes. "Nossa reação imediata foi o revide, atiramos também. Só depois que você vai pensar em alguma coisa", disse um dos guardas que participou do tiroteio. "Foi tudo muito rápido, não deu pra ver quase nada", afirmou um inspetor identificado como Marcelino. Banco – Na rua do Hipódromo, no bairro do Brás, também na zona leste, uma agência do Unibanco foi alvo de vandalismo por volta das 22h30 de sábado. Os criminosos destruí-

RECEPCIONISTA Admite-se entre 18 e 20 anos, c/ ou sem experiência, residente na zona oeste. Ensinamos o serviço. Entrevista pelos fones: (11) 3801-1525 ou 3676-1161

Márcio Fernandes/AE

Caminhão de lixo é escoltado por viaturas da GCM durante coleta em Itaquera, na zona leste. Três caminhões já foram atacados por bandidos.

ram quatro terminais, quebraram os vidros do Caixa 24 horas, jogaram gasolina e atearam fogo na agência. "Não dá para dizer que foi uma ação do Primeiro Comando da Capital (PCC), mas que foi vandalismo, isso é certo. Eles não tentaram levar dinheiro", disse o soldado PM Paulo Rodrigues, que fazia a vigília do local enquanto aguardava a perícia técnica. Transporte – Mais dois ônibus foram incendiados sábado, na capital. Um atentado ocorreu na zona leste e outro

na zona sul. Por volta das 20h, um coletivo foi atacado na rua Monte Alegre de Minas, na altura do número 111, na Vila Cosmopolita. Outro ataque aconteceu na rua Prudêncio do Amaral, no Pirajuçara, zona sul de São Paulo. Em São Bernardo do Campo, na região do ABC, Grande São Paulo, um ônibus foi incendiado por volta das 22h de sábado. O motorista e o cobrador foram abordados por dois homens enquanto estavam no ponto final da linha, na rua João de Barros. A dupla ateou

fogo ao veículo, fugindo em seguida. Ninguém ficou ferido. Panfletos – Em Ferraz de Vasconcelos, zona leste, a 40 quilômetros da capital, quatro rapazes, dois deles menores de idade foram detidos pela polícia quando entregavam panfletos pedindo pelos direitos d o s p re s o s , d e n u n c i a n d o

maus tratos e abusos nas cadeias, criticando o governo e conclamando a imprensa para "a verdade" dos presídios. O flagrante aconteceu às 21h30 do sábado. Na madrugada, por volta das 3h, os quatro foram liberados. "Eles estavam numa festa, ofereceram R$ 10 para que entregassem os

papéis e os bobos aceitaram", explicou Delvite Rosa dos Santos Silva, mãe dos dois menores R.S.S., de 15 anos e L.S.S., de 16, enquanto aguardava a liberação dos filhos na delegacia de Ferraz de Vasconcelos. Lixo – Na madrugada de ontem, dois carros da Guarda Civil Metropolitana (GCM) escoltaram um caminhão de coleta de lixo da empresa Eco Urbis durante todo o seu trajeto, em Itaquera. Para evitar novos ataques a caminhões de lixo, as escoltas estão sendo realizadas na região desde a noite de quinta-feira. Ontem, a coleta foi reforçada. Segundo a Eco Urbis, seus funcionários coletaram o lixo acumulado desde quinta-feira, quando houve o primeiro dos três ataques aos caminhões da empresa, que calcula prejuízo da ordem de R$ 500 mil. A assessoria de imprensa da Eco Urbis informou que, embora não costume fazer coleta aos domingos, ontem havia caminhões de lixo em São Miguel Paulista, Itaim Paulista, Itaquera e Guaianases. Fuga – Cerca de 58 presos recolhidos à cadeia pública de Igaraçu do Tietê (SP) fugiram ontem. Os detentos abandonaram duas celas e balearam o carcereiro Cosme dos Santos. Um detento identificado como Giovandro foi encontrado morto em uma das celas. (Agências) Mais informações na página 2


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Tr â n s i t o Urbanismo Polícia Memória

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 17 de julho de 2006

GORDO PASSOU A RETRANSMITIR AS ORDENS DO PCC

Gordo foi preso sábado à tarde quando tomava cerveja em uma padaria com um casal de amigos.

Paulo Pinto/AE - 10/04/2006

PRESO NOVO LÍDER DO PCC NA REGIÃO DO ABC Gordo ou Tonelada, de 28 anos, assumiu papel de liderança depois da prisão de Emivaldo Silva Santos, o BH

M

árcio Pereira Maia, 28 anos, o Gordo ou Tonelada, apontado como chefe interino do PCC, foi preso sábado à tarde quando tomava cerveja em uma padaria com um casal de amigos. Gordo havia assumido a "sintonia geral" (transmissão das ordens da cúpula) do ABC após a prisão, na terça-feira, de Emivaldo Silva Santos, o BH. Até então, Gordo era o homem que chefiava a facção criminosa na “quebrada de São Bernardo”. Gordo estava desarmado e não reagiu. Com ele foram detidos Nivaldo Monteiro da Cruz, de 37 anos, traficante que havia fugido do presídio de Mongaguá, na Baixada Santista, e Miriam Oliveira Andrade, namorada de Nivaldo. “Os dois vieram da Baixada reforçar o PCC no ABC”, disse o delegado Paul Henry Verduraz. Com eles, a polícia apreendeu um Golf cinza. Na sexta-feira, a delegacia havia detido três homens acusados de incendiar ônibus em São Bernardo. “Eles disseram que estavam cumprindo ordens do Gordo”, contou o delegado. Segundo Verduraz, com a prisão de BH, foi Gordo quem passou a receber as ordens da cúpula do PCC – vindas de dentro das prisões – para repassá-las aos "soldados", nas ruas. Maia, que no passado esteve

Márcio Fernandes/AE - 12/07/2006

Suzane von Richthofen, que deverá ir a julgamento hoje, na Barra Funda

Começa hoje júri de Suzane e dos irmãos Cravinhos Emivaldo Dias Santos, o BH (foto acima), foi preso na rodovia dos Imigrantes. O Gordo era seu substituto no ABC.

preso por roubo e tráfico de drogas, tinha prisão decretada pela Justiça, sob a acusação de ter participado da tentativa de assassinar agentes prisionais no Centro de Detenção Provisória (CDP) de São Bernardo, em 26 de junho. Essa ação do PCC foi frustrada por uma operação policial que deixou 13 mortos e 5 presos. Quatro criminosos haviam escapado do cerco policial. Entre eles estava Gordo, que dirigia um caminhão. Por causa disso, ele é acusado de tentativa de homicídio, resistência à

prisão, porte ilegal de arma e formação de quadrilha. Após o fracasso da ação no CDP, a organização criminosa ficou debilitada na região do ABC. “Sem o Gordo, o PCC ficará acéfalo no ABC”, disse o delegado Marco Antônio Paula Santos, chefe da Polícia Civil em São Bernardo. Impacto – BH foi detido por policiais rodoviários quando dirigia seu Audi A3 no km 53 da rodovia dos Imigrantes. A prisão foi apontada pelo governador Cláudio Lembo (PFL) como uma das causas

para o início dos mais recentes ataques feitos pelo PCC a, principalmente, alvos civis em todo o Estado. BH foi quem recebeu as ordens da cúpula da organização para preparar a guerra atual por meio do aumento da mensalidade paga pelos integrantes em liberdade. As investigações da polícia sobre ele e o Gordo começaram em maio, depois dos primeiros ataques do PCC. Desde então, a polícia tem monitorado os passos dos principais integrantes da organização para conseguir detê-los. (AE)

Deputado quer monitorar advogados

Em Araraquara, Continua no Prefeito de taxistas evitam hospital menino São Sebastião levar policiais que se queimou sofre atentado

declaração do líder da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), Marco Camacho, o Marcola, durante depoimento à CPI do Tráfico de Armas, de que o dinheiro dos seus assaltos é que financiava o pagamento dos seus advogados, surpreendeu o relator da comissão, deputado Paulo Pimenta (PT-RS). Para impedir que o dinheiro ilícito do crime organizado financie advogados, o relator pretende propor mudanças na legislação exigindo a comprovação da fonte de recursos dos honorários pagos pelos presos. Em entrevista à Agência ao Estado, o relator antecipou alguns pontos do seu relatório, que será apresentado no fim de agosto e informou que encomendou estudo para verificar como outros países tratam o tema e punem presos e os advogados que recebem dinheiro de fonte ilícita. O estudo servirá de base para as recomendações que o deputado pretende incluir no seu relatório. (AE)

om medo de se tornarem alvo do PCC, motoristas de táxi e moto-taxistas já não atendem policiais fardados e agentes penitenciários com uniforme em Araraquara (SP). "Se dão sinal, finjo que não vi e passo direto", disse o moto-taxista Fernando Carmo Campesan, de 31 anos. Seu colega Carlos Alberto Gallo, de 22, adotou o mesmo procedimento. "Nada contra eles, mas ficou arriscado demais." Um motorista de táxi que se identificou apenas como Antonio conta que teve a impressão de ser seguido por dois homens em uma moto quando levava um policial. "Agora, se me chamam dou uma desculpa ". A cidade, de 200 mil habitantes, vive em estado de pânico desde que virou foco de atenção do crime organizado por causa da penitenciária superlotada. Cerca de 1,4 mil presos estão ao relento, confinados em três pátios, depois de terem destruído o estabelecimento. (AE)

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té a noite de ontem, continuava internado na Santa Casa de Misericórdia de Santos o menino de 2 anos e 9 meses que sofreu queimaduras nas mãos e no rosto no ataque a um ônibus ocorrido na última quarta-feira em São Vicente. O incêndio criminoso, provocado por um coquetel molotov, ocorreu por volta das 21h de quarta-feira, na avenida Penedo, bairro de Catiapoã. Ninguém foi preso. O garoto sofreu queimaduras de segundo grau no rosto e nos braços quando sua mãe lutava para retirá-lo do ônibus em chamas. As áreas de seu corpo que foram afetadas estão cobertas por bandagens. Mesmo assim, o menino chora e ainda demonstra estar traumatizado com a violência. O garotinho havia passeado o dia todo com sua mãe. Ambos voltavam para casa quando o ônibus foi atacado por bandidos. Outras três pessoas ficaram feridas, mas sem risco de morte. (Agências)

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ito tiros foram disparados na madrugada de ontem contra o carro do prefeito Juan Garcia (PPS), de São Sebastião. Por volta das 2h Garcia voltava de uma festa com sua mulher os filhos, quando um homem encapuzado saiu de um matagal e fez os disparos. "Tínhamos ido à festa caiçara e já estava bem perto de casa quando, de repente, um homem na nossa direção", disse o prefeito. A tentativa de homicídio aconteceu no bairro Reserve Du Moulin, centro da cidade, onde mora Garcia. No momento do atentado ele tentou se desvencilhar dos tiros e proteger a família "Puxei o carro para um lado, depois para o outro. Tentei jogar o automóvel contra ele e fui embora. O carro chegou a bater no homem, que caiu e se apoiou na mureta da ponte", relatou. "Por sorte, ninguém se feriu, mas foi um susto, algo que a gente nunca espera". Para Garcia, o crime foi político. (AE)

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ercado de dúvidas sobre possíveis manobras dos advogados de defesa, deve começar hoje o julgamento de Suzane von Richthofen e dos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos, réus confessos do assassinato de Manfred e Marísia von Richthofen, em São Paulo, em outubro de 2002. O júri será realizado no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste da capital, e, segundo previsões do juiz Alberto Anderson Filho, poderá durar quatro dias. No último dia 6, os desembargadores da 5ª Câmara Criminal do TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo negaram pedido de habeas corpus impetrado pela defesa de Suzane, que pretendia separar seu julgamento do dos irmãos Cravinhos. Suzane está presa no Centro de Ressocialização de Rio Claro, no interior de São Paulo, depois de decisão judicial que a enviou novamente para a prisão. A jovem virá a São Paulo sob escolta policial. Ela deixará o presídio às 8h30 de hoje e seguirá diretamente para o Fórum Criminal da Barra Funda em um carro da Secretaria de Administração Penitenciária.

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Suzane e os irmãos Daniel e Cristian já deveriam ter sido julgados. O júri estava marcado para o último dia 5 de junho. Entretanto, manobras dos advogados de defesa de ambas partes levaram o juiz Alberto Anderson Filho a adiar o julgamento. Na ocasião, os advogados dos irmãos Cravinhos não compareceram ao Fórum da Barra Funda sob a alegação de que não tinham tido contato com os seus clientes na semana anterior ao júri, o que teria dificultado a estratégia de defesa. Por sua vez, os advogados de defesa de Suzane von Richthofen deixaram o plenário antes que o júri fosse instaurado, diante de uma recusa do juiz em adiar a sessão em razão da ausência de uma testemunha. Mário Otavio Nacif, um dos quatro advogados de defesa de Suzane, já afirmou que hoje não abandonará o plenário do Tribunal do Júri. Segundo ele, nada mais haveria o que ser feito e que o júri seria finalmente realizado. Mesmo assim, Nacif deverá tentar separar os júris. Na época do crime, Suzane era namorada de Daniel Cravinhos. (Agências)

Agliberto Lima/AE - 08/11/2002

Os irmãos Cristian (à esquerda) e Daniel Cravinhos, depois de presos

Morre em SP o jornalista Exército apura sumiço de sabre Vincenzo Scarpellini orreu sábado em São Paulo, no Hospital 9 de Julho, o designer gráfico e jornalista Vincenzo Scarpellini, de 41 anos. Há um ano ele lutava contra um câncer de estômago. No Brasil desde 1996, Scarpellini trabalhou na reformulação gráfica do jornal paulistano Folha de S. Paulo, onde ilustrava a coluna Urbanidade, publicada no caderno Cotidiano. Vincenzo Scarpellini nasceu em Ascoli Piceno, na Itália. Formou-se em design e em jornalismo em Roma, onde foi professor universitário. Antes de radicar-se em São Paulo, trabalhou no Rio

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de Janeiro. Participou da reformulação do projeto gráfico da revista Ma nc he te . Em 1997, assinou o novo design da revista "A&D", para a Editora Abril. Em 1998, realizou a reforma gráfica da revista "Nova Beleza". Escreveu livros infantis e expôs seus trabalhos – em desenhos, óleos e cerâmica – no Brasil e na Itália. Em seu país de origem foi diretor de arte do jornal Il Manifesto. Vincenzo Scarpellini deixa a filha Sophia, de 2 anos, e a mulher, a jornalista Cláudia Marques. Seu corpo foi cremado ontem no crematório da Vila Alpina, em São Paulo. (Redação)

comando do Batalhão Escola de Engenharia do Exército, em Santa Cruz (RJ), abriu inquérito para apurar o desaparecimento de um sabre que faz parte do armamento de serviço da unidade. Noventa e oito militares, entre soldados e oficiais, permaneceram detidos por três dias no quartel. Eles só tiveram permissão para sair e falar ao telefone no final da tarde deste domingo, quando terminou o prazo de detenção. Nesse período, militares foram ouvidos sobre o caso. Eles não foram confinados em celas, apenas não puderam deixar a unidade e tiveram os aparelhos celulares retidos. (AE)

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segunda-feira, 17 de julho de 2006

Urbanismo Transpor te Distrital Ciência

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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O TEMA DA PALESTRA FOI ESCOLHIDO PELA POPULAÇÃO

Procuramos sempre atender às necessidades da comunidade. José Sérgio Toledo Cruz, diretor-superintendente da Distrital Butantã

Milton Mansilha/Luz

BUTANTÃ DISCUTE COMPETITIVIDADE A palestra Administração Competitiva foi ministrada por um consultor do Sebrae

Se há falta de visão estratégica, inadimplência, entre outros fatores, a empresa está fadada ao fracasso e à falência. José Eduardo Ferreira Lopes, consultor do Sebrae-SP

Lopes, do Sebrae-SP, falou sobre como impulsionar o desenvolvimento das micro e pequenas empresas

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conhecimento é a grande ferramenta competitiva no atual ambiente empresarial e será, mais ainda, no futuro. Com o objetivo de impulsionar o desenvolvimento e a sustentabilidade, principalmente das micro e pequenas empresas, a Distrital Butantã, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), promoveu a palestra Administração Competitiva. Coordenado pelo consultor financeiro do Sebrae/SP, José Eduardo Ferreira Lopes, o evento contou com a participação do diretor-superintendente da distrital, José Sérgio Toledo Cruz, e de algumas entidades de classe da região. De acordo com Toledo, o tema da palestra foi escolhido pelos associados e pela população local. “Procuramos sempre atender às necessidades da comunidade. Quando promovemos um evento em parceria com o Sebrae, por se tratar de uma instituição que confere respeitabilidade, o sucesso é garantido”, disse. Competitividade – Com o mercado cada vez mais aberto, outras empresas com produtos iguais, porém com melhores condições de preço e qualidade, podem vir a competir

GIr Agendas da Associação e das distritais

Hoje I Workshop – O conselheiro da

ACSP, José Cândido de Almeida Senna, participa do Workshop Plano Nacional de Logística de Transportes – PNLT. Às 9h, no Salão Nobre da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), avenida Paulista, 1.313/15º andar. I Cívica – Reunião da Comissão Cívica e Cultural da ACSP, coordenada pelo vice-presidente Francisco Giannoccaro. Às 15h, na sede da entidade, rua Boa Vista, 51/11º andar, sala Tadashi Sakurai. I Executiva - Reunião da diretoria executiva da ACSP. Às 15 h, na sede da entidade, rua Boa Vista, 51/11º andar, sala Abílio Borin. I Plenária - Reunião plenária da ACSP com análise da conjuntura econômica e política. Às 17h, na sede da entidade, rua Boa Vista, 51/9º andar, plenária. I São Miguel - A distrital realiza reunião do núcleo setorial de salões de beleza do Projeto Empreender, coordenada por Valdeir Gimenez. Às 18h.

Toledo: desenvolvimento da região

em uma determinada região. “É importante para uma empresa ter qualidade no âmbito nacional. Não basta pensar somente no mercado regional. Assim, ela poderá gerar lucros por um maior período de tempo, neutralizando as ameaças dos seus concorrentes. É preciso ter foco no cliente e no mercado”, afirmou José Eduardo Ferreira Lopes. Para o consultor do Sebrae, um bom planejamento é essencial para a sobrevivência de qualquer empresa. O empresário deve fazer um planejamento de negócios e estratégico, por meio de um processo que visa determinar os objetivos e metas futuras da empre-

sa, assim como o desenvolvimento de padrões e políticas pelas quais os objetivos serão alcançados, sempre baseadas em informações dos ambientes interno e externo. Empresas de todos os ramos de atividade estão sujeitas ao sucesso ou ao fracasso. Segundo Lopes, são muitos os fatores que contribuem para o sucesso de uma empresa, entre eles: estratégia de mercado bem definida, tecnologia atualizada, produtividade, aplicação dos lucros, equipe motivada, entre outros. “Se existe falta de visão estratégica, inexistência de controles e informações gerenciais, incapacidade gerencial, desequilíbrio dos recursos, alta inadimplência, entre outros fatores, a empresa está fadada ao fracasso e à falência". Segundo Lopes, 56% das micro e pequenas empresas fecham suas portas em menos de cinco anos de existência. Propostas – A Distrital Butantã, de acordo com Toledo, está trabalhando em várias frentes para o desenvolvimento da região. “Estamos empenhados na instalação do Fórum Regional do Butantã e nalinha 4 do metrô. Estamos trabalhando também pela revisão do plano diretor e de zoneamento da região", disse.

Palestra em São Miguel

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núcleo de auto mecânicas do Programa Empreender da Distrital de São Miguel, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), promoveu, em maio, uma palestra técnica realizada pela Dayco Correias Automotivas. Participaram 85 empreendedores do ramo que puderam esclarecer suas dúvidas com o supervisor técnico da Dayco, Fábio Simões. O Em-

preender é coordenado pelo consultor Valdeir Gimenez. Bufês – Também em maio, os núcleos de bufês e eventos e salões de beleza realizaram uma ação social na Casa do Ancião, na Vila Curuça. Na oportunidade, foram realizados cortes de cabelo gratuitos nos idosos atendidos pela instituição. O evento proporcionou um dia diferente para as 62 pessoas que vivem no asilo.

Marcas e Patentes na Lapa

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Distrital Lapa realizou a sua 20ª Reunião Ordinária, com palestra sobre o tema: Tudo o que você precisa saber sobre Marcas e Pate nte s, com Geisler Chbane Bosso, da empresa VilageMarcas e Patentes. Geisler referiu-se ao tema como sendo o calvário do empresário. Para ele, o empresário que precisa registrar sua marca ou patente no Brasil atravessa uma verdadeira via crúcis. Na opinião de Geisler, a demora na análise de marcas e patentes gera uma insegurança muito grande para os empresários. “Imagine um restaurante que resolve ampliar seu negó-

cio com franquias. Depois de três anos que criou a empresa, está tudo formatado, o registro da marca no INPI ainda não foi concedido e o empresário, que pretende vender franquias do negócio, tem de explicar para o seu franqueado que ainda não tem o registro da marca. É uma situação bastante delicada", disse Geisler. No evento, que contou com a presença de mais de 100 convidados, entre diretores e conselheiros da Distrital Lapa, autoridades, empresários, entidades e membros da comunidade, todos puderam tirar dúvidas e obter mais informações sobre como solicitar o registro de marcas e patentes.


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Tenho convicção que não estou só porque todos estamos juntos. Vamos fazer valer a democracia e triunfar" Andrés Manuel Lopez Obrador, candidato que perdeu a eleição presidencial no México e saiu às ruas, ontem, com mais de 800 mil simpatizantes para pedir a recontagem dos votos.

segunda-feira, 17 de julho de 2006

www.dcomercio.com.br/logo/

JULHO

2 -.LOGO

17 Recolhimento de ICMS e INSS Morte da cantora norte-americana Billie Holiday (1915-1959)

J URO NO MUNDO S AÚDE

E o BCE eleva os juros

A proteína da obesidade e da asma Cientistas Instituto Garvan de Pesquisa Médica de Sydney, na Austrália, descobriram que uma proteína que pode ser encontrada no sistema respiratório humano está vinculada a problemas de saúde como obesidade, à asma e ao diabetes. A revelação foi publicada num artigo da revista Journal of Clinical Investigation. A proteína, conhecida como aP2, regula a absorção de ácidos gordurosos pelo organismo e tem papel essencial nas doenças do aparelho respiratório. Os cientistas

descobriram que ela está ligada à resistência à insulina no diabetes e com o desenvolvimento de arteriosclerose, além de estar vinculada aos sistemas metabólico e de imunização. Os dados apontariam uma superposição nos sistemas que regulam a inflamação e o metabolismo. Os cientistas sugerem que os tratamentos para bloquear a função da proteína poderiam ajudar na luta contra a asma, obesidade e doenças pulmonares inflamatórias.

R EINO UNIDO Luke MacGregor/Reuters

Decisão vai na contramão do Brasil, que ensaia movimento de queda nas taxas

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redução de 0,50 ponto percentual da taxa Selic nesta semana, se confirmada, vai na contramão do mercado mundial. Enquanto no Brasil o movimento é de queda, no resto do mundo a decisão é de aperto monetário. Vários países iniciaram, no começo de junho, uma rodada de alta dos juros nominais, depois de um bom período de estabilidade, como é o caso da União Européia e Japão. O principal motivo da elevação dos juros é a escalada dos índices de preços, provocada pela demanda crescente ou por pro-

blemas internos, como déficit em conta corrente. "Em muitos países, a política monetária estava extremamente acomodada, com taxas em patamares muito baixos. É um movimento natural de crescimentos econômicos mais robustos", afirma a economista da Mellon Global Investments, Solange Srour Chachamovitz. Ela explica, no entanto, que cada país tem um motivo diferente para a decisão de aperto monetário. O Japão, por exemplo, decidiu elevar sua taxa para 0,25% ao ano, encerrando a política de juro zero adotada nos últimos cinco

anos. O banco central do país julgou que a economia japonesa saiu da deflação e superou um longo período de desaceleração da atividade. Da mesma forma, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu elevar a taxa de juro da Zona do Euro em 0,25 ponto percentual, para 2 75%, maior patamar em três anos. A justificativa para a decisão foi a ameaça à meta de inflação definida e a recuperação econômica bastante positiva. Para os dirigentes do BCE, é preciso promover um aperto monetário mais severo e evitar riscos inflacionários. (AE)

Paulo Pinto/AE

L ITORAL

Ambientalistas dizem não a prédios "Vão matar a galinha dos ovos de ouro". Foi com esta frase que ambientalistas do litoral norte do Estado de São Paulo, reunidos durante o Ecoadventur Litoral NorteSP/2006, que terminou ontem, em Caraguatatuba, se opuseram ao projeto que prevê a construção de prédios populares em 41 áreas em São Sebastião, no litoral norte paulista. A criação das Zonas de Especial Interesse Social (Zeis), de autoria do prefeito Juan Garcia (PPS), havia sido rejeitada pela Câmara, mas retornou à Casa para ser analisado de novo. Todas as ONGs do Litoral Norte defendem uma mobilização contra estas obras. B RAZIL COM Z

Brasil, a sede dos esportes

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Os macacos do zoológico de Londres foram "reintegrados" ao contato com o público no fim de semana. Eles tiveram de fazer um treinamento para parar de roubar os celulares dos visitantes.

H ISTÓRIA

Jack, o barbeiro da Polônia

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com uma faca. Com problemas mentais, ele foi internado em um centro psiquiátrico e não pode ser interrogado pelos investigadores. Mas o barbeiro foi reconhecido pela única suposta testemunha dos crimes, que depois se negou a depor contra ele por serem ambos judeus. Kosminski morreu em um asilo, em 1919. Já as anotações de Swanson permaneceram praticamente secretas, passando de geração a geração, até chegar ao bisneto do inspetor, Nevill Swanson, que as entregou ao Museu do Crime.

C A R T A Z

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O canto da areia

agoa que encanta, areia que canta. Em meio à mata nativa, ciliar, na região de Brotas (SP), formase uma piscina de 10 metros de diâmetro de água pura e cristalina (PH neutro), brotando de uma nascente. Raríssimo afloramento do aqüífero Guarani, o único conhecido por sua peculiar característica: o canto da areia. Em outros já identificados – também raros – nas regiões de Bonito (MS) e Jalapão (TO), tal fenômeno musical inexiste devido à camada rochosa sob o solo, formada por outros minerais que não basalto e quartzo. A ebulição constante do olho d’água principal – capaz de jorrar até 100 mil litros/hora em épocas de estiagem – somada à emersão do gás carbônico produzido pela matéria orgânica subterrânea em decomposição, provoca intenso borbulhar na superfície, como um vulcão. Resultado: esfregando os sedimentos em movimentos circulares com as mãos, eles emitem sua "canção", som estridente, semelhante ao ronco das cuícas. Comportando bilhões de litros, o aqüífero Guarani é o maior manancial de água doce do mundo, estendendo-se por 1,2 milhões de km², 71% compõe no subsolo brasileiro. Abrange também a Argenti-

A TÉ LOGO

na, Paraguai e U ru g u a i , j á tendo sido chamado de aqüífero do Mercosul. Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Ambiental e Agropecuária (Embrapa), a água é de qualidade excelente, suficiente para abastecer a população brasileira por 2500 anos. Ele é constituído pelo preenchimento de espaços nas rochas (poros e fissuras), em camadas arenosas depositadas na bacia geológica do Paraná. Formado a cerca de 200 milhões de anos, a espessura

V OLTA AO LAR

Discovery prepara retorno à Terra Astronautas a bordo do Discovery preparam-se para deixar a Estação Espacial Internacional (ISS) no próximo sábado, confiantes de que terão uma viagem segura de volta à Terra. Ele deve pousar no Centro Espacial Kennedy, na Flórida, às 10h07, da próxima segunda-feira. A missão do ônibus espacial, a segunda desde o desastre de 2003 com o Columbia, tem sido um sucesso até agora. A agência especial norteamericana, Nasa, precisava provar que o ônibus é um veículo seguro para voar, pois investiu US$ 1,3 bilhão de dólares em reparos e melhorias de segurança após o acidente que matou sete astronautas. E spionagem

Britânicos querem mulheres espiãs

dessas camadas varia de 50 metros a 800 metros, podendo situar-se em profundidades de até 1800 metros. Ou mesmo surgirem à flor da Terra, com suas águas cristalinas e areias cantoras. (Armando Serra Negra) www.areiaquecanta.com.br www.ana.gov.br/guarani

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Usinas de Angra 1 e 2 vão ganhar um novo depósito de lixo atômico SBPC apresentará 2.450 trabalhos de autores brasileiros e estrangeiros

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Telefone com gravador

M EIO AMBIENTE

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F AVORITOS

FASHION WEEK JAPONÊS – Senhora vestida a caráter desfila durante evento dedicado a mostrar os hábitos e costumes japoneses. Trata-se do Festival do Japão, que foi realizado no Centro de Exposições Imigrantes, na zona sul da cidade de São Paulo.

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G @DGET DU JOUR

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Aaron Kosminski. Esta seria a identidade do verdadeiro Jack, o Estripador, segundo documentos entregues na semana passada ao Museu do Crime da Scotland Yard, em Londres. Os documentos anotações de Donald Swanson, o inspetor de polícia que comandou as investigações sobre os assassinatos e mutilações cometidos por Jack que vitimaram cinco prostitutas londrinas, em 1888. Aaron Kosminski era um barbeiro polonês que vivia em Londres e levantou suspeitas da polícia depos de ameaçar sua irmã

A Rádio Canadá divulgou os planos do Brasil de transformar os Jogos Panamericanos de 2007 numa vitrine para suas futuras candidaturas a sede de outros eventos esportivos. A Copa do Mundo de futebol de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 estão na lista de intenções do País. O Rio de Janeiro perdeu a corrida internacional para sediar os Jogos Olímpicos de 2012 em 2004, mas volta a ter chances agora, já que Milão retirou a sua candidatura para 2016. Roma e Milão estavam na corrida, mas a estratégia italiana foi concentrar esforços numa única candidata.

José Rainha cria frente para acelerar reforma agrária no estado paulista

O serviço interno de espionagem da Grã-Bretanha, conhecido como MI5, inicia hoje uma campanha com o objetivo de recrutar mais mulheres e integrantes de minorias étnicas. O MI5 quer aumentar o número de agentes pertencentes a grupos minoritários em suas fileiras para combater ameaças internas, especialmente depois dos atentados em julho do ano passado contra Londres, quando quatro homens-bomba suicidaram-se e provocaram a morte de 52 pessoas. A campanha do MI5 se concentrará em academias de ginástica e em revistas de lazer de toda a Grã-Bretanha. O MI5 recebe por semana cerca de 1.500 candidatos a espiões.


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

segunda-feira, 17 de julho de 2006

LENTE DE

AUMENTO PERSPECTIVAS

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filosofia oriental ensina a não viver o passado e, muito menos, sonhar com o futuro. Deve-se, apenas, concentrar a mente no momento atual. Em muitos aspectos, esta lição pode ser a chave da verdadeira felicidade. Em matéria de política monetária, no entanto, a doutrina é pouco útil – para dizer o mínimo. Se, de um lado, é interessante que o Copom mantenha, digamos, uma “postura zen” diante das volatilidades, de outro, a arte da política monetária implica a tentativa de antecipar os acontecimentos, concentrando a mente no futuro. Como se sabe, o objetivo do Banco Central é criar condições para que um conjunto representativo de

Só será possível ficar sossegado, particularmente em 2007, quando a inflação passar pelo teste do crescimento. preços se expanda de acordo com a meta de inflação. Deixando-se de lado considerações sobre custo de vida, pode-se dizer que a inflação encontra-se bem adormecida. Não por acaso, espera-se que o IPCA variará menos de 4,0%, em 2006. Afastada a possibilidade de um Copom "budista”, que vive apenas o dia de hoje, o regozijo da inflação corrente controlada não desvia o foco da autoridade monetária de especular sobre o futuro. O sucesso obtido no combate à inflação ainda precisa passar pelo teste do crescimento. Em síntese, o País cresce pouco e tem inflação relativamente elevada. Conforme entrevista recente do diretor do BC, Afonso Beviláqua, o curso futuro dos preços dependerá do balanço entre o comportamento da demanda agregada e do ritmo de expansão da oferta da economia. Estímulos de demanda não faltam, como ilustram o aumento continuado do crédito ao

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consumo e a elevação do salário mínimo. No primeiro trimestre, a julgar pelos indicadores dessazonalizados do IBGE, a demanda interna se expandiu o equivalente a 9,4% ao ano . Se tal crescimento fosse acomodado sem prejuízo das exportações líquidas, o Brasil teria registrado desempenho econômico semelhante ao dos demais emergentes. Mas não foi isso o que ocorreu. O crescimento trimestral das importações de bens e serviços foi o maior desde 1997. Olhando para frente, a demanda agregada (interna e externa) deverá crescer de acordo com o potencial do País, acrescido de eventual margem dada pela existência de capacidade ociosa. Em que pesem dificuldades de medida, a margem de capacidade ociosa existente não parece expressiva. E se o passado for um bom guia, o potencial de crescimento encontra-se entre 3,0% e 3,5% ao ano. Deve-se ter claro que este é o limite para expansão da demanda agregada. É evidente que há espaço para a demanda interna crescer mais fortemente, durante certo período de tempo, sacrificando-se o superávit externo, sem que o real sofra punição do mercado. A nosso ver, o estado tranqüilo em que os preços se encontram é de certa forma uma novidade que poderá fazer diferença no futuro. Há elementos novos na conjuntura econômica que tornam menos precisa a análise baseada em modelos que descrevem o passado. Ainda assim, é preciso considerar que o crescimento econômico é muito modesto. Em quatro trimestres, a expansão acumulada do PIB é inferior a 2,5%. Somente será possível ficar sossegado com o futuro, particularmente em 2007, quando a inflação passar pelo teste do crescimento. Até lá, será preciso cautela. TRECHOS DO ARTIGO DE OPINIÃO DA MCM CONSULTORES WWW.MCM.COM.BR

ouco crescimento e inflação relativamente alta

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

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Roberto Alvarenga

DA INFLAÇÃO

JOÃO DE SCANTIMBURGO

DELINQÜÊNCIA E SOCIEDADE

Responsabilidade de todos N MARCEL SOLIMEO

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novo surto de violência direcionada que se abateu sobre São Paulo vem despertando reações que vão desde o temor da população à tentativa de aproveitamento político dos fatos, com mais trocas de acusações do que propostas de soluções. Qualquer que seja o fator que desencadeou essa nova onda de ataques é necessário considerar de que não se está diante de um quadro de violência resultante da ação isolada de indivíduos, mas perante um movimento organizado, cujo combate exige estratégia e recursos diferentes daqueles utilizados para enfrentar o crime comum. O objetivo por trás dos ataques é o de contestar a autoridade do Estado e exigir atendimento das propostas dos líderes dessas organizações, utilizando, para tanto, a tática de intimidar os agentes da lei e a população, em ações que se assemelham muito aos ataques terroristas da década de 70. Em vez de procurar culpados, é mais importante discutir o que cada parte pode fazer para solucionar o problema, até porque as responsabilidades por essa situação têm que ser divididas não apenas entre diferentes níveis de governo, como também entre os diferentes poderes. Se cabe ao governo do Estado a responsabilidade pelo controle dos presos, impedindo que continuem a comandar o crime de dentro das prisões, de outro lado está afeto ao governo federal o combate maior, a origem da escalada da violência: o tráfico de drogas e o contrabando e a venda de armas, bem como a decorrente lavagem de dinheiro. Além disso, o governo federal não investiu recursos suficientes no Plano Nacional de Segurança, embora tenha gasto milhões com a campanha do desarmamento da população ao invés de desarmar os bandidos. A oferta de enviar a Guarda Nacional soa mais como uma jogada política do que como o desejo sincero de colaborar para a solução do problema. O Legislativo somente se mobilizou após os acontecimentos de 15 de maio, aprovando rapidamente no Senado um "pacote antiviolência" parado há anos, mas ainda não votado na Câmara dos Deputados. A demora no an-

damento dos procesos criminais também contribuiu para o quadro atual. O importante, agora, é despolitizar o debate e entender que não se trata de um problema de São Paulo, até porque a penetração das drogas e do tráfico de armas, com todos os crimes ligados a essas atividades, não se limita a uma cidade ou Estado, mas afeta todo território nacional. É fundamental, também, considerar, que se está enfrentando o crime organizado. Toda organização exige recursos materiais e financeiros para funcionar. Assim, o combate a esses grupos criminosos requer mais o uso de inteligência, para cortar as fontes de abastecimento de recursos, do que o aumento de efetivo policial. Combater a lavagem de dinheiro, a distribuição de drogas e de armas, é a forma de se atacar na raiz o problema dos recursos dessas organizações. Naturalmente, isso não dispensa medidas do Governo do Estado para aumentar a segurança da população e para impedir que os líderes dessas organizações possam continuar se comunicando a partir das prisões.

O

s prejuízos que as ações de violência acarretam não se limitam às lamentáveis perdas de agentes da lei e do temor que atinge às suas famílias, mas, também, a insegurança que transmite à população, ao sinalizar a impotência do Estado em conter os atos de vandalismos e de destruição do patrimônio privado. Do ponto de vista material, as perdas resultantes dos atentados podem ser contabilizadas, mas a possível fuga de investimentos devido a esse quadro pode ser significativa, embora não seja possível quantificá-la. A população de São Paulo, assim como a das demais regiões, não aceita que a grave questão de segurança pública que o País atravessa possa resultar em disputas políticas e espera das autoridades respostas efetivas ao problema - com medidas de curto, médio e longo prazos -, capazes de restabelecerem a confiança da sociedade na capacidade do poder público de garantir segurança e tranqüilidade às famílias brasileiras.

C ombater os criminosos requer mais inteligência do que efetivo policial

E nós, como ficamos? CÂNDIDO PRUNES

R

ecente portaria do Ministério da Justiça autorizou os agentes carcerários de São Paulo a portarem armas. Como todos os cidadãos brasileiros, esses funcionários públicos estão sujeitos ao Estatuto do Desarmamento, que torna muito difícil (e caro) o porte de arma. Diante dos vários atentados que resultaram na morte de mais de uma dezena de agentes carcerários, a União decidiu concederlhes o "direito" de se defender. Assim, o Governo Federal dispensou uma série de exigências legais para o porte de arma e o governo estadual abriu uma linha de crédito para que os funcionários das prisões pudessem comprar um simples revólver. Os gestos do Ministério da Justiça e do Governo de São Paulo são a prova definitiva do fracasso do Estado no Brasil. Dentro e fora das prisões ele falha miseravelmente. Nas cadeias, onde a sua presença deveria ser absoluta, quem manda são os criminosos; pior, em algumas delas, a julgar pelos últimos acontecimentos, o Estado sequer entra. Fora dos muros das penitenciárias o exercício da autoridade é, na hipótese mais otimista, precário. Bastam poucos exemplos. As fronteiras do território nacional nunca estiveram tão porosas. Armas, drogas e contrabando praticamente não são reprimidos. As TVs mostram diariamente bandidos à luz do dia portanto metralhadoras, granadas e outros armamentos produzidos no exterior. No Brasil não se produz coca, mas o País se transformou num entreposto comercial da droga. E uma simples caminhada pelas ruas centrais das principais capitais brasileiras permite ver o assombroso

volume de mercadorias contrabandeadas posto à venda por camelôs. Nem a Polícia de Fronteiras, nem a Marinha, nem a Aeronáutica, nem a Polícia Rodoviária Federal, nem a Receita Federal, nem as polícias militares estaduais, nem as secretarias estaduais da Fazenda, nem as guardas municipais ou as prefeituras têm conseguido deter o avanço dos criminosos sobre os espaços públicos e que encurralam os cidadãos-contribuintes. Ao invés de reprimir a criminalidade – e a forma mais eficaz de repressão é não deixar o crime impune – o Estado decide conceder um direito que é de outra forma dificultado ou impedido para os demais cidadãos. Está correto franquear o porte de armas aos agentes. Mas isso é um direito que todo o cidadão honesto deveria ter, sem precisar dar satisfações ao Estado.

E

nós, como ficamos? Simples: sem patrulhamento nas fronteiras, no espaço aéreo e no mar territorial. Sem policiamento preventivo eficaz nas ruas. Sem polícia treinada e capacitada a elucidar a maioria dos crimes cometidos. Sem fiscalização da Receita Federal, das Fazendas estaduais e municipais contra bandidos disfarçados de camelôs. Sem um Poder Judiciário rápido e confiável. Sem leis processuais que impeçam os advogados chicaneiros de recorrer indefinidamente. Sem prisões seguras que possam de fato isolar os condenados mais perigosos. Mas pagando religiosamente em dia impostos para uma burocracia sem compromissos. CÂNDIDO PRUNES É VICE-PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL

N enhuma autoridade brasileira consegue deter o avanço dos criminosos

ão se tenha dúvida que a luta atual entre delinqüência e sociedade seja uma luta à Robin Hood. Na realidade, estão bem distintos os sinais da delinqüência do Primeiro Comando da Capital (PCC) e também evidentes os sinais que distinguem a sociedade, forçada pela audácia do crime organizado. Em qualquer situação, São Paulo sobressai-se com vantagem sobre o seu oposto, que aparece no campo de luta com a vantagem de armas e jogo pessoal, visando a melhor posição. A realidade é esta, pois o lado da delinqüência está aparecendo em toda a sua nitidez e com pontos de triunfo incontestes sobre o Estado de Direito, ferido pelas bombas da insurreição planejada dentro de presídios, como ainda não se tinha visto no Estado de São Paulo, o mais numeroso e, portanto, o mais perigoso no campo da luta.

O lado da delinqüência está aparecendo com nitidez e com pontos de triunfo incontestes sobre o Estado de Direito

E

stá certo o governador, Cláudio Lembo, recusando para São Paulo a ajuda federal que, no entanto, não dá razão à legenda de sua bandeira no momento de terrível inquietação, em que a morte ronda cada um de nós, sujeitos a uma bala atirada a esmo. Reconheço estarmos em situação anômala, mas é a que temos e é ela que cabe invectivar, para resolver a situação antes de se tornar mal maior. Conhecemos o governador, seu gabinete e sua prudência, incapazes de se desmerecerem do prestígio que os sustenta na posição que se encontram. O que podemos dizer é que o Estado está ferido, mas esta situação irá para melhor, enfrentando o crime organizado com os recursos que lhe são próprios e que não destoam de sua característica liminar, pronta para falar em nome de toda a sociedade, que não vai se abalar para o crime organizado. Na luta entre o Estado e a delinqüência só sairá vencedora a sociedade no Estado de Direito, contra as suas mistificações. Quem está com a palavra é o governador, a quem devemos dar apoio. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 17 de julho de 2006

Eymar Mascaro

Política

DE FOLGA, LULA FAZ TURISMO NA RÚSSIA.

E

PERDA É possível que Geraldo Alckmin e Lula fiquem a ver navios quanto à luta de ambos pelo apoio do PMDB do Rio Grande do Sul. O senador Pedro Simon, que controla o partido no Estado, está admitindo que o PMDB gaúcho pode apoiar Cristovam Buarque (PDT).

IMPORTÂNCIA O que importa para Alckmin ou Lula é o apoio do governador Germano Rigotto. Pedro Simon não tomaria qualquer iniciativa de anunciar o apoio do PMDB a um candidato contrariando a opinião de Rigotto.

RACHADO Também no Paraná o PMDB expõe suas rachaduras. Lulistas e alckimistas saem do silêncio e anunciam o apoio do governador Roberto Requião a seus candidatos. Michel Temer, no entanto, não inclui o Paraná na lista dos diretórios do PMDB que apóiam Lula.

DECISÃO Decidido, mesmo, no Sul do País, está o exgovernador de Santa Catarina Luiz Henrique, também do PMDB, que já está apoiando a candidatura de Alckmin. Oportunamente, Luiz Henrique se integrará ao núcleo de campanha do candidato tucano. Ele é candidato à reeleição ao governo catarinense.

cima do presidente Lula. Para o candidato tucano, Lula se omite em matéria de segurança pública, preferindo transferir a culpa aos governos estaduais.

AUSÊNCIA A estratégia do PSDB é deixar Alckmin fora de foco dos acontecimentos em São Paulo e também evitar que o debate entre seu candidato e o petista avance na área de segurança. Os tucanos querem impedir que o PT conduza o debate sucessório.

INCÊNDIO O candidato ao governo paulista pela coligação PSDB/PFL, José Serra, vai incendiar a campanha com sua declaração sobre o possível elo que existiria entre o PT e as ações do PCC. O tucano diz ter visto indícios dessa ligação nas suas andanças pelo interior do Estado.

REAÇÃO Um dos principais adversários de Serra na corrida pelo governo do Estado, Aloizio Mercadante (PT), mordeu a isca e reagiu de imediato às acusações do tucano. Mercadante responsabiliza o PSDB pelos atentados lembrando que o partido controla São Paulo há 12 anos.

CAMPANHA Peemedebistas do Rio esclarecem que Anthony Garotinho já está trabalhando por Alckmin no Estado. Apesar do exgovernador estar em constante sinal de atrito com o prefeito Cesar Maia. Garotinho quer aproveitar a campanha para criticar duramente Lula.

ENCONTRO Para fazer contraponto à presença de Sarney e Renan Calheiros na Granja do Torto, Michel Temer vai reunir um grupo de líderes estaduais do PMDB para um encontro com Geraldo Alckmin. Constam do grupo os ex-governadores Jarbas Vasconcelos (PE), Luiz Henrique (SC) e Joaquim Roriz (DF).

PERDA Alckmin e Lula esperam com ansiedade as próximas pesquisas para saber quem perdeu pontos com as novas ações do PCC, em São Paulo. Os petistas culpam o governo Alckmin pela fragilidade da política de segurança no Estado.

RESPOSTA Alckmin responde no ato e joga a culpa para

DESVANTAGEM Alckmin tem interesse em deslanchar a campanha no Rio, que é uma região que tem dado a vitória a Lula nas últimas eleições. Outro Estado que preocupa o tucano é Minas: apesar do governador Aécio Neves ser favorito na campanha de reeleição, Alckmin perde para Lula nas pesquisas mineiras.

VINGANÇA Está confirmado que o ex-presidente Itamar Franco fecha com Alckmin. Itamar quer se vingar de Lula devido ao apoio que o presidente deu a Newton Cardoso na convenção do PMDB que derrotou o ex-presidente na indicação para o Senado.

Será um ganho extraordinário" para a campanha de Alckmin. Aécio Neves, sobre o eventual apoio de Itamar Franco

LONGE DA CAMPANHA, ELE TIROU O DIA PARA VISITAR MONUMENTOS.

Briga no PMDB nquanto os governistas José Sarney e Renan Calheiros anunciam o movimento do PMDB próLula, o presidente do partido, Michel Temer, aglutina lideranças peemedebistas nos Estados em sinal de apoio à candidatura do tucano Geraldo Alckmin. A iniciativa dos dois grupos é mais uma prova de que o PMDB está navegando em duas canoas. Sarney e Calheiros estiveram na Granja do Torto para anunciar que de 16 a 21 diretórios estaduais fechariam com Lula. A informação foi indiretamente contestada por Michel Temer, para quem o apoio ao presidente não passaria de nove. Segundo Temer, o apoio a Alckmin pode vir de sete diretórios. O restante optaria pela neutralidade. Enfim, seja qual for o resultado da eleição, ganhando Alckmin ou Lula, o que se sabe é que o PMDB vai participar do próximo governo.

3

Andre Dusek / AE

AÉCIO VAI SUGERIR A ITAMAR APOIO A ALCKMIN

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governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), disse ontem que nos próximos dias conversará com o ex-presidente Itamar Franco sobre seu eventual apoio ao candidato tucano à presidência, Geraldo Alckmin. Aécio observou, porém, que não pretende constranger Itamar a tomar uma decisão. Interlocutores do ex-presidente – que em 2002, então governador de Minas, apoiou a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva – têm sugerido que Itamar deverá manifestar apoio a Alckmin. Apesar de ocupar o cargo de embaixador na Itália durante o governo Lula, Itamar se distanciou do presidente. A intervenção de Lula em favor da aliança PT-PMDB em Minas irritou bastante o ex-presidente, que se sentiu traído. Itamar acabou derrotado por Newton Cardoso na convenção do PMDB, que indicou o candidato ao Senado pela coligação encabeçada ao candidato a governador, Nilmário Miranda (PT). Itamar defendia o apoio do PMDB mineiro à reeleição de Aécio. O governador tucano disse que Itamar é "uma grande autoridade política" do País e que seu eventual apoio "será um ganho extraordinário" para a campanha de Alckmin. "É uma figura extremamente honrada e respeitada no Brasil. E o País precisa muito de honra e respeito", destacou. "Eu pretendo conversar com ele nesses próximos dois dias", disse Aécio. "Não o constrangerei, caberá a ele tomar essa decisão". No seu discurso, durante a solenidade do Dia de Minas Gerais, em Mariana (MG), o governador fez elogios a Itamar e lembrou que o ex-presidente foi o responsável pela construção da Usina Hidrelétrica de Irapé, no Vale do Jequitinhonha. O investimento, de mais de R$ 1 bilhão da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), foi finalizado no governo Aécio. O tucano aproveitou a oportunidade para dar uma cutucada indireta no presidente Lula. "É um momento em que assistimos a enorme dificuldade de alguns governantes em reconhecer méritos em seus antecessores, como se isso pudesse diminuí-los em alguma coisa". Preterido na disputa pela indicação ao Senado, Itamar deixou mais uma vez o PMDB e está sem partido. Gove rnista – Presente ao evento no qual foi agraciado com uma medalha, o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (AL), reafirmou a decisão da ala governista do PMDB de aderir à reeleição de Lula. Ele disse que vai assumir uma função na campanha do presidente, mas com "cuidado" e "equilíbrio", para evitar incompatibilidade com o exercício da presidência do Congresso. Segundo Calheiros, no atual desenho partidário brasileiro, o PMDB é "fundamental" para garantir a governabilidade a qualquer futuro presidente. De sua parte, Aécio pregou a "refundação do pacto federativo" e criticou a concentração de recursos na União. (AE)

A passeio: o presidente Lula durante tour, que incluiu uma visita à estátua de Pedro, O Grande.

C

onvidado especial para a reunião de cúpula do G-8 (grupo que reúne os sete países mais ricos do mundo, mais a Rússia), que acontece nesta segunda-feira na antiga capital russa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou a manhã de folga no domingo para fazer turismo. Longe da campanha eleitoral e do embate político com seus adversários, por um rápido momento o presidente sentiuse em casa, enquanto visitava o Museu Hermitage: foi aplaudido por turistas espanhóis e mexicanos, que o reconheceram e apontavam: "É o Lula". O presidente e dona Marisa Letícia passearam pelos principais pontos históricos da cidade de São Petersburgo. Durou apenas 45 minutos a visita ao Museu Hermitage – originalmente a residência dos czares russos – um complexo de seis edifícios, considerado um dos museus mais importantes do mundo, com uma coleção de arte de cerca de 3 milhões de itens. Depois o casal tirou foto em frente ao Monumento ao Imperador Pedro, o Grande, e ainda visitou a Catedral de Santo Isaac. Diante da estátua de Pedro, o

Grande, Lula soltou uma de suas brincadeiras, tendo como alvo o chefe do Cerimonial da Presidência, Paulo César de Oliveira Campos, chamado por Lula de "POC": — Ô POC, você nunca poderia ser chamado de imperador! Você só tem 1,60! E ele tem quase 2 metros — disse Lula, bem-

Ô POC, você nunca poderia ser chamado de imperador! Você só tem 1,60! E ele tem quase 2 metros! Presidente Lula, comparando Paulo Cesar de Oliveira Campos à estátua de Pedro, O Grande. humorado, mas evitando falar de política interna, reeleição. Um esquema especial foi montado para o presidente Lula visitar o museu. Ele e sua comitiva entraram por uma porta especial, enquanto que na entrada principal do Hermitage os turistas enfrentavam uma longa fila para podercomprar ingresso.

Acompanhados por assessores e pelos ministros Dilma Rousseff (Casa Civil) e Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), Lula e dona Marisa viram quadros do pintor espanhol Diego Velásquez e ainda d o p i n t o r h o l a n d ê s R e mbrandt, com destaque para a obra "O Retorno do Filho Pródigo". O ministro Furlan era o verdadeiro turista e não parava de tirar fotos das obras. No fim do passeio, na Catedral de Santo Isaac, construída entre 1818 e 1858 e que contêm 400 quilos de ouro, Lula encontrou-se, por acaso, com o presidente do México, Vicente Fox, também convidado especial do G-8. Os dois conversaram rapidamente sobre a magnitude da igreja. Depois do passeio, Lula almoçou no restaurante italiano do luxuoso hotel onde está hospedado. Ao lado de dona Marisa Letícia e dos ministro Dilma e Furlan, Lula conversava animadamente e exaltava o sabor de uma comida bem brasileira: o churrasco. Enquanto Lula e parte da comitiva faziam um tour, o chanceler Celso Amorim se reuniu com a representante dos EUA para o Comércio, Susan Schwab. (AOG)

TSE COBRA PROJETOS

O

presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Marco Aurélio Mello cobrou ontem dos candidatos à Presidência a divulgação de seus projetos para o País. Ao comentar o bate-boca e a troca de acusações entre políticos de governo e de oposi-

ção em relação à nova onda de violência em São Paulo, Mello observou que não é o momento de se explorar as "agruras" sociais do Brasil. "Nós precisamos conhecer os projetos nas diversas áreas. Hoje temos mais a homenagem ao perfil do candidato do que a aparência do próprio

candidato", disse o presidente do TSE que foi o orador oficial da solenidade do Dia de Minas Gerais, em Mariana (MG). Mello evitou falar sobre o comportamento dos candidatos. Mas destacou: " O que cabe, agora, é buscar correção de rumo, e isso passa evidentemente pela eleição". (AE)


Nº 129 São Paulo, 17 de julho de 2006

DCARR

DIÁRIO DO COMÉRCIO

MAIS UM SEDÃ VW Jetta entra no segmento mais confuso do mercado, onde todos se misturam em tamanho e preço PÁGINAS 6 E 7

Dilvulgação/Fiat

Fiat apresenta o Palio e Siena Fire com a mesma cara do resto da família. E sem alteração nos preços. Página 11.

Pablo de Sousa

Ricardo Hirae/Lafstudio

Ainda sem divulgar imagens, GM anuncia o "Prisma", versão sedã do seu campeão de vendas Celta. Na página 3.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 17 de julho de 2006

BONS ADVOGADOS ASSEGURAM QUALQUER CANDIDATURA

ELES SÃO RÉUS. E CANDIDATOS. Sergio Kapustan

E

nquanto milhares de brasileiros recorrem à Justiça gratuita para defender seus direitos por falta de dinheiro, uma parcela da classe política, de norte a sul do País, contrata a peso de ouro escritórios de advocacia para se manter na vida pública e disputar eleições sucessivas, apesar de responder aos mais variados processos. A dedução é óbvia: vale a pena. Até o ano passado, quando explodiu o escândalo do mensalão – suposto pagamento de propina a deputados da base aliada –, 102 deputado federais eram réus em 185 processos. Com o escândalo da máfia dos sanguessugas – esquema de venda ambulâncias superfaturadas para prefeituras com dinheiro de emendas parlamentares –, a expectativa é que o número de parlamentares denunciados dobre. Mesmo assim, quase todos os 513 deputados são candidatos à reeleição. A vantagem de ser deputado é que os processos são julgados no Supremo Tribunal Federal (STF). Como

o STF está atolado de processos, o julgamento é demorado. Enquanto isso, se reelegem. De acordo com o procurador regional eleitoral, Mário Luiz Bonsaglia, quem tem condições financeiras de contratar advogados experientes leva muita vantagem. De modo geral, explica ele, o Ministério Público consegue condenar em primeira instância vários administradores públicos, mas os advogados recorrem da decisão com uma série de recursos. Resultado: quase ninguém é impedido de concorrer. "O Ministério Publico ganha mas não leva. Dou um exemplo: existem casos de condenações claras que não transitam em julgado porque a defesa apresenta sucessivos embargos de declaração", diz o procurador. Problemas extras – Na fila de candidatos com problemas "extra políticos" aparecem:

NAS BARRAS DA LEI

Antonio Palocci (PT), Paulo Maluf (PP), Celso Pitta (PTB), Jader Barbalho (PMDB/PA) e os irmãos José Genoino e José Nobre Guimarães. Todos são candidatos à Câmara. Ex-homem forte do governo Lula, Palocci renunciou ao cargo de ministro da Fazenda depois do vazamento das informações bancárias do caseiro Francenildo dos Santos Costa. Jader Barbalho foi denunciado por corrupção no caso de desvio de recursos do Banpará. Aliados no passado, os exprefeitos paulistanos Paulo Maluf e Celso Pitta foram acusados no episódio chamado "Frangogate" – suposta compra superfaturada de coxas e sobrecoxas destinadas à merenda escolar. A compra ocorreu na gestão Maluf (19931996). Pitta responde que o processo foi arquivado. A situação de Genoino e do irmão é uma caso à parte. Em julho do ano passado, José Adalberto Vieira da Silva, então assessor do deputado José Guimarães (PT-CE), foi preso no Aeroporto de Congonhas com US$ 100 mil dólares na cueca e R$ 209 mil numa mala. O caso é investigado pela Polí-

Sebastião Moreira/AE - 22/05/2005

cia Federal. O fato levou Genoino – já desgastado pelo escândalo do valerioduto (movimentações financeiras que tinham como canal as contas do empresário Marcos Valério), a renunciar à presidência nacional do PT. Falta de rigidez – Segundo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Ministério Público (MP), três fatos ajudam os candidatos: a lentidão da Justiça; as brechas a legislação processual, que permitem infindáveis recursos até que prescrevem os crimes; e a falta de interesse dos partidos em rejeitar candidaturas potenciais. De acordo com a Constituição, a regra para participar da eleição é o candidato não ter decisão transitada e julgada (não cabe mais recurso). Os advogados chamam isso de amplo direito de defesa. De modo geral, políticos são processados e condenados com a perda de direitos por sonegação fiscal, evasão de divisas, estelionato, fraude à lei de licitações, lavagem de dinheiro, entre outros crimes. Bonsaglia está examinando o registro de três mil candidatura em São Paulo. De acordo

Até o ano passado, nada menos que 102 deputados federais estavam sendo processados, sob as mais diversas acusações. O número, porém, deve dobrar esse ano. A questão é que ao contratar bons advogados eles não enfrentam problema para disputar sucessivas legislaturas. Como são julgados pelo Supremo Tribunal Federal, que está atulhado de processos, eles ganham tempo para entrar com recursos e garantir o mandato. com ele, é quase impossível impedir as candidaturas. Ele dá um exemplo. Por lei, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) é obrigado a remeter ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) a lista dos candidatos inelegíveis. Mas a legislação deixa um brecha: o adminis-

Eles entram com ações sem fundamento. O objetivo é afastar a inegebilidade – e só. Mário Luiz Bonsaglia, procurador regional eleitoral trador citado pode entrar com um recurso, que enquanto é julgado lhe dá o direito de se candidatar. "Eles entram com ações sem fundamento. O objetivo é afastar a inegebilidade e só", critica o procurador. De carona – O advogado Everson Tobaruela, presidente da Comissão de Direito Político e Eleitoral da OAB, acrescenta que deputados federais Antonio

Ed Ferreira/AE - 26/10/2005

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Joedson Alves/AE - 22/06/2005

Clayton de Souza/AE - 08/07/2005 Jarbas Oliveira/O Globo

Ailton de Freitas/ O Globo - 17/11/2005

Luiz Prado/Luz - 18/11/2005

Ed Ferreira/AE - 24/04/2004 Ed Ferr

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do PT, PL e PP denunciados pelo Procurador-geral da República de participação no esquema do mensalão – pagamento de propina a parlamentares na Câmara – devem seguir o mesmo caminho. Na sua avaliação, depois de o presidente Lula admitir que o PT operava o chamado caixa 2, a exemplo de outro partidos, os petistas devem dificultar o trabalho da Justiça. Os beneficiados serão julgados no STF. "Vamos ver os mensaleiros inocentados", prevê. Avaliação – O cientista político Gaudêncio Torquato, da USP, diz que sem a reforma política, que permanece no Congresso Nacional há décadas, não há como mudar o quadro. "Enquanto não houver atitudes rígidas, vai continuar essa esculhambação", diz. O cientista político Rubens Figueiredo, do Centro de Pesquisa, Análise e Comunicação (Cepac), diz que os partidos pensam apenas em atrair candidatos bem votados. "O partido é como uma empresa. Do que a empresa sobrevive? Do lucro. No caso do partido, ele primeira almeja o voto e depois, o poder", observa.

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Vamos ver os mensaleiros inocentados. Everson Tobaruela, presidente da Comissão de Direito Político e Eleitoral da OAB.

Alan Marques/Folha Imagem - 26/01/2006

Congresso Planalto Eleição CPI

Sérgio Lima/Folha Imagem - 17/02/2002

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Joedson Alves/AE 09/02/2006

Beto Barata/AE - 30/03/2006

1- Sandro Mabel (PL-GO) 2- José Mentor (PT-SP) 3- José Genoino (PT-SP) 4- Romeu Queiroz (PTB -MG) 5- Josias Gomes (PT-BA) 6- Professor Luizinho (PT-SP) 7- Antonio Palocci (PT-SP) 8- Paulo Maluf (PP-SP) 9- José Nobre Guimarães (PT-CE) 10- Celso Pitta (PTB- SP) 11- Paulo Rocha (PT-PA) 12- João Paulo Cunha (PT-SP) 13- Jader Barbalho (PMDB- PA) 14- Valdemar Costa Neto (PL-SP) 15- Pedro Henry (PP-MT) 16- João Magno (PT-MG) 17- Vadão Gomes (PP-SP) 18- José Borba (PMDB-PR)

Sérgio Lima/Folha Imagem - 19/05/2005 Valter Campanato/Abr

ONG PREPARA FICHA COMPLETA

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ONG Transparência Brasil disponibilizará na internet, até o final do mês, um banco de dados com o histórico de todos os candidatos à reeleição à Câmara Federal. Além de deputados, vai divulgar a ficha de "notórios" que se candidatarem, como ministros, governadores e prefeitos. A iniciativa faz parte da campanha "Não vote em mensaleiro". No final de março, o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, denunciou ao STF 40 pessoas – entre políticos e empresários – por envolvimento com o

mensalão. Na denúncia, Souza concluiu que o esquema era operado por uma "sofisticada organização criminosa" comandada pelo PT. O procurador denunciou 13 dos 19 parlamentares e exparlamentares apontados pela CPMI dos Correios como beneficiários do 'valerioduto'. Dos 19 envolvidos, só três foram cassados: José Dirceu (PT-SP), Roberto Jefferson (PTB-RJ) e Pedro Corrêa (PPPE), mas o procurador inclui também em sua lista os três ex-dirigentes petistas – José Genoino, Delúbio Soares e Silvio Pereira. Conforme Cláudio Weber Abramo, diretor-executivo da

ONG, o objetivo da campanha é levar o eleitor a votar melhor. "O eleitor poderá comparar quem tem ficha limpa e quem não tem", diz . O levantamento vai mostrar ainda relatórios de Tribunais (Contas e Eleitoral) e o desempenho de cada deputado (comparecimento às sessões e comprovação de despesas de gabinete). Em relação aos mensaleiros, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), defende a prudência. Em abril, o PT decidiu em encontro nacional adiar para depois da eleição o futuro de cada um no partido. Suplicy acrescenta que os todos os denunciados terão a

oportunidade de se defender no STF: "Agora cabe ao eleitor fazer a sua avaliação". Presidente da Comissão de Ética da Câmara, Ricardo Izar (PTB-SP), diz que "o certo seria fazer uma triagem para que os problemas não se repitam". "Não é o que vai acontecer e, como sempre, quem paga o pato, por escolher mal o candidato, é o leitor", reforça. Presidente da Comissão de Direito Político e Eleitoral, da OAB, Everson Tobaruela, defende que as campanhas de esclarecimento tenham critérios – principalmente a checagem de dados na Justiça– para evitar injustiças.

Wilson Dias/ABr

No alto, à esquerda, o deputado Ricardo Izar diz que o eleitor é quem vai pagar o pato. E Claudio Weber Abramo, presidente da ONG Transparência Brasil, criou lista com histórico detalhado dos candidatos à Câmara na tentativa de alertar os eleitores sobre problemas enfrentados por eles.


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 17 de julho de 2006

DOISPONTOS -77

O

Blitz neles!

E

ntre as atitudes que a polícia teria que tomar de imediato para coibir a onda de violência na cidade, uma é simples, mas se mostra eficiente: a blitz, ou o ato de revistar todos os veículos e pessoas que circulam pela cidade e pela periferia. Nem sempre o bandido tem cara de bandido, nem sempre ele está num carro velho. Muitas vezes o bandido se esconde atrás da família, usa carros de marcas famosas e até se disfarça de trabalhador. Sem contar que bandidos circulam livremente pelas ruas, com armas de fogo com silenciadores. São os chamados bandidos comuns. Os que não estão nas

estatísticas dos PCCs. A polícia só pára veículos para ver se o extintor está carregado ou se uma lanterna não funciona. Também quando realizam alguma blitz costumam fechar avenidas em hora de pico, para causar transtorno e provocar a bronca da população; assim fica mais fácil suspender a operação e evitar trabalho. Mas, as blitzes devidamente organizadas, contendo policiais preparados para abordar desde crianças a idosos, pode apresentar melhores resultados que colocar viaturas nas esquinas, sem que os guardas que as ocupam se

preocupem ao menos em identificar bandidos ou cercar os postos com cones de borracha. O que vemos hoje são policiais convivendo com bandidos (pessoas que circulam armadas), até trocando cumprimentos, sem que haja qualquer tipo de ameaça para o bandido. A blitz, além de ajudar a tirar armas de circulação, ajuda a diminuir o uso e o tráfico de drogas, ajuda a pegar carros roubados, o que hoje não se faz. As blitzes podem evitar seqüestros em andamento e possibilita a polícia pegar artefatos perigosos e poderá responder como que

José Patrício/AE

Nem sempre o bandido tem cara de bandido, nem sempre está num carro velho. Se esconde atrás da família, usa carros famosos ou se disfarça de trabalhador.

os bandidos chegam até seus alvos de ataque com tais arsenais, sem que ninguém sequer desconfie de suas intenções. Se falta à polícia ser devidamente treinada, equipada e conscientizada para não abusar do poder, falta à Justiça rever e fazer cumprir as leis, para não ficar naquele prende-e-solta entre a Justiça a polícia. As blitzes são ações que podem ser colocadas em prática de imediato. É só esclarecer os policiais e a população da necessidade de haver o devido respeito de ambas as parte. Quem não tem nada a temer, não irá se opor, penso.

ANTONIO DELFIM NETTO

EMBARAÇOS

N

a semana passada colhi reações muito interessantes de leitores, a propósito de comentários recentes que fiz sobre o funcionamento defeituoso de nossas instituições políticas e as dificuldades crescentes de relacionamento entre os poderes da República. Atribuo em parte essas dificuldades ao fato que da Constituinte de 1988 nasceu um sistema político que ficou no meio do caminho entre o presidencialismo e o parlamentarismo.

JOÃO PATRÍCIO JBPATRIC@UNISYS.COM

Site na internet www.blog. dcomercio.com.br

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

Nem Executivo nem Legislativo podem ignorar que o equilíbrio fiscal é condição necessária para o crescimento

Moacyr Lopes Junior/Folha Imagem

Não vamos amarelar!

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Brasil, como a maioria sabe, tem desses mistérios que ninguém explica. Ora consegue o prodígio de parar totalmente e mobilizar 180 milhões de pessoas em torno de onze jogadores de futebol em uma competição mundial. Ora infla-se, como ficou para a História, e derruba um presidente da República, fato ocorrido na década de 90. Esta capacidade de mobilização, por situações diversas, é louvável, sob o ponto de vista da união de um povo por um ideal, ainda que este seja pontual, fugaz e passageiro. Entretanto, chama a atenção o fato de que esta mesma sociedade continua inerte, sem se unir, para realmente, mudar a situação em que a Nação se encontra.

Por que não parar o G Por que não Brasil contra a violên- parar o Brasil contra cia, que voltou à carga a violência, que nesta semana, e exigir voltou à carga, de nossos parlamenta- e exigir de nossos res leis mais duras con- parlamentares leis t r a o s c r i m i n o s o s e mais duras contra os ações que nos dêem criminosos mais segurança? Por e ações que nos que não sair às ruas e dêem mais clamar por um sistema segurança? de saúde melhor, sem pessoas morrendo em G A sociedade corredores superlota- continua inerte, sem dos? se unir para Por que não lotar a realmente mudar a capital federal e gritar situação em que a por mais educação, ao Nação se encontra invés de acompanharmos, impassíveis, o G Fracassar desmantelamento gra- nesse momento dual do sistema educa- é deixar cional? Ou ainda, por a esperança escoar que não mostrar nossa ralo adentro. indignação com este Congresso Nacional que, afundado em jogo de interesses, inviabiliza o funcionamento do País? Mande seu comentário São muitos por quês para doispontos@ e poucas respostas. As dcomercio.com.br

que surgem, por sinal, estão cheias de lacunas. Esta história de que o Brasil é o "País do Futuro" é mera falácia. Onde está este futuro, que nunca chega? Queremos saber do Brasil do presente. Precisamos de uma Nação consciente de seus direitos e deveres, que proteja sua infância e seus idosos; que tenha governantes preparados e dispostos a fazer as alterações necessárias. Vamos nos mobilizar e lutar para fazer do Brasil um país mais justo socialmente. Se ações deixarem de ser empreendidas logo, que futuros herdarão nossos filhos e netos? Creio que esta é hora de mudar os rumos da Nação, uma vez que podemos começar pelo voto, nas eleições de Outubro, escolhendo pes-

soas que se comprometam com os anseios do povo brasileiro e sejam indivíduos preparados para nos representar dignamente. A sociedade precisa ter a mesma disposição de parar o País, se for preciso, para conseguir que seus anseios sejam atendidos. Caso contrário, faremos o mesmo papelão que aquela seleção (com letra minúscula mesmo) realizou na Alemanha. Não vamos amarelar! Fracassar nesse momento é deixar a esperança escoar ralo adentro. ANTONIO MARANGON É PRESIDENTE DO SINDICATO DAS EMPRESAS DE SERVIÇOS CONTÁBEIS E DAS EMPRESAS DE ASSESSORAMENTO, PERÍCIAS, INFORMAÇÕES E PESQUISAS NO ESTADO DE SÃO PAULO SESCON-SP.

Nos tempos modernos, nem o difuso compromisso francês (a cohabitation) nem a quase caótica organização italiana (esta pelo menos uma aproximação do parlamentarismo clássico) produzem embaraços comparáveis aos nossos. Aqui, nem o Congresso tem condições de cumprir sua missão principal (aprovar o Orçamento e fiscalizar a sua execução), nem o Executivo tem o suporte de uma maioria parlamentar que pode ser dissolvida quando se revela infiel ao programa assumido. Estamos muito longe, portanto, de um sistema em que o Executivo e o Legislativo são "independentes e harmônicos", ou em que o primeiro é uma simples emanação do segundo.

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revolução tecnológica, a imensa ascensão da importância dos mercados e a integração internacional (a popular "globalização"), exigem do Poder Executivo respostas quase imediatas aos problemas da vida cotidiana, o que é dificilmente compatível com o inerente e trabalhoso "contraditório" do Legislativo. A acomodação encontrada no Brasil foi o instituto da Medida Provisória, copiado da constituição italiana.

problema é que: primeiro, elas exacerbam o "poder" do Executivo e colocam, efetivamente, a administração do País nas mãos da treinada burocracia brasiliense, o que implica em enorme déficit democrático e, segundo, elas prejudicam de forma insanável o funcionamento do Legislativo, pela recorrente paralisação da sua pauta de trabalho. Nos momentos eleitorais a situação piora: o Executivo é tentado a produzir, por Medidas Provisórias, "bondades" que o beneficiam no processo de reeleição sem desincompatibilização, a grande praga que restou dos oito anos de FHC. A resposta do Congresso é usar o mecanismo de "conversão" das MPs em Lei, para contrabandear para dentro dela ainda mais "bondades". Isso obriga o Executivo a vetálas para seu próprio dano, ou a aprová-las para o dano do equilíbrio fiscal. As últimas semanas mostraram a verdade conhecida de Bismarck. A disputa eleitoral mesquinha e os interesses privados transformam o Orçamento no "resíduo que sobra depois que a salsicharia do Congresso termina o seu trabalho"...

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em Executivo nem Legislativo podem ignorar que o equilíbrio fiscal é condição necessária (embora não suficiente) para crescimento econômico sustentado e a estabilidade. FHC em seu primeiro mandato (1994/1998) desprezou a racionalidade do controle fiscal, preferindo elevar a carga de impostos quando a sociedade estava distraída e acumulando as enormes dívidas interna e externa. Por isso a economia não cresceu. Quando não se pode mais aumentar impostos ou a dívida pública, o desequilíbrio fiscal termina na mais iníqua das tributações que incide sobre os mais pobres: o aumento da inflação. Por compreender este fato , tendo que resolver nas vésperas das eleições o espinhoso problema do aumento salarial dos aposentados, Lula escolheu enfrentar o desgaste. Vetou a parcela do aumento que não cabe no Orçamento, concedida em manobra da oposição no Congresso. Como disse a ministra Dilma Rousseff, "este governo arbitrará no interesse do País, que vem à frente dos interesses de categorias". ANTONIO DELFIM NETTO, EX-MINISTRO DA FAZENDA, É DEPUTADO FEDERAL (PMDB) DEP.DELFIMNETTO@ CAMARA.GOV.BR

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


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DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 17 de julho de 2006

O Brasil não pode perder o ritmo competência da engenharia da mobilidade brasileira tem colocado o País em lugar de destaque entre as montadoras de veículos. Bons exemplos não faltam e o mais ilustre é o sistema multicombustível, foco de interesse internacional. Recentemente, o The New York Times publicou editorial em que o governo norte-americano reconhece e defende a tecnologia nascida no Brasil. Estamos, portanto, na vanguarda e temos condições de permanecer assim por um bom tempo. Mas para isso é preciso manter os investimentos em tecnologia, tarefa não muito fácil nos dias de hoje. Isso porque o setor não se recuperou do tombo sofrido no final do século XX, quando o mercado interno consumia 2 milhões de veículos/ano. Hoje, soma 1,6 milhão. Não haveria problema se a cadeia produtiva não tivesse investido para elevar a capacidade para 3,2 milhões. O relativo crescimento das vendas internas, sem ocupar a capacidade instalada, é o principal motivo da nossa dificuldade em manter investimentos e, por isso, corremos o risco de não sermos mais vanguarda na tecnologia de motores flexíveis. Assim, é preciso acordar e montar um plano estratégico tecnológico para que o Brasil não seja ultrapassado na acirrada corrida da utilização de combustíveis alternativos. Japoneses, norte-americanos, coreanos, chineses, australianos e europeus já demonstraram interesse no nosso sistema e alguns destes países levam vantagens, pois sediam as matrizes das empresas responsáveis pela tecnologia e que têm o poder de decisão sobre onde investir.

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ÍNDICE MAIS UM GM - 3 O novo compacto não popular da Chevrolet vai chamar-se Prisma.

MOTOS - 4 e 5 Os encontros dos apaixonados por Harley-Davidson.

IMPORTADO - 6 E 7 Volkswagen lança o Jetta, ampliando a oferta no segmento de sedãs.

MERCADO - 9 Volks e Citroën, as marcas que mais cresceram este ano.

MUDANÇA - 11 Versões Fire do Palio e do Siena ganham "nova" cara.

AGENDA 27 a 29 de julho

Acontece em Indaiatuba (SP), no Campo de Provas de Cruz Alta, a Maratona Eficiência Energética, que reunirá mais de 20 equipes de universidades brasileiras com protótipos de veículos.

1º de agosto

A ASE Brasil abre inscrições, que se estendem até 24 de outubro, para participação no 21º teste de certificação da entidade, destinado a profissionais do setor automotivo de todo o País.

Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor chicolelis chicolelis@dcomercio.com.br Repórteres Alzira Rodrigues alzira@dcomercio.com.br Anderson Cavalcante acavalcante@dcomercio.com.br

Aumentar as vendas internas facilitaria na hora de pedir novos investimentos junto às matrizes. Enquanto isso não acontece, a indústria tem buscado alternativas, como a exportação, mas com a valorização do real frente ao dólar, exportar deixou de ser atraente. Corremos, assim, o risco de ficar com uma indústria defasada. A capacidade de desenvolvimento local é elevada, mas a produção precisa acompanhar um ritmo de crescimento ou ficaremos às margens de países como China, Índia e Coréia. Dentro do planejamento é preciso rever a carga tributária, muito elevada para o setor produtivo. Também é importante mudar o foco de atuação dos engenheiros especializados com títulos de mestre e doutor. Nossos cientistas estão nas universidades, enquanto na Coréia estão na indústria. Temos de rever qual futuro queremos para a nossa indústria. Nós, da SAE Brasil, trabalhamos para desenvolvê-la cada vez mais no âmbito tecnológico. Lançaremos em breve um curso de mestrado profissional que permitirá aos engenheiros brasileiros se especializarem em quatro anos, metade do tempo que levariam caso contassem apenas com a experiência profissional. Este ano agendamos 40 cursos de curta duração em diversas áreas de engenharia. É preciso que cada um faça sua parte, para que daqui a 10 anos possa contar uma história diferente da realidade atual. Precisamos defender os 50 anos de nossa indústria da mobilidade. Gábor J. Deák, presidente da SAE BRASIL e da Delphi América do Sul

Chefe de reportagem Arthur Rosa Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Hedilberto Monserrat Junior Ilustração Abê / Céllus / Jair Soares Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão S/A O Estado de S. Paulo www.dcomercio.com.br/dcarro


segunda-feira, 17 de julho de 2006

Congresso Planalto Debate político CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 A campanha poderá ser exposta a um processo de rebaixamento Ministro Tarso Genro

VIOLÊNCIA AINDA DOMINA CAMPANHAS

CANDIDATO AO GOVERNO VOLTA A RECLAMAR DA FALTA DE SOLUÇÃO PARA A VIOLÊNCIA EM SÃO PAULO

FALTA AUTORIDADE, DIZ MERCADANTE.

Luciano Coca / Folha Imagem

Roberto Stuckert Filho / AOG

TARSO PEDE 'MECANISMOS CORRETIVOS'

Em campanha na Feira Agropecuária de Jacareí, o senador Aloizio Mercadante não economizou críticas ao governo do Estado, a quem atribuiu a culpa pelos ataques da facção criminosa PCC. "Falta impor disciplina e é isso que levou São Paulo a este estágio de crescimento do crime organizado", acusou.

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m uma análise interna enviada ontem para ministros e líderes petistas, o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro (foto), fez um alerta de que a campanha eleitoral deste ano corre o risco de sofrer um processo de "rebaixamento" e "desqualificação", com forte desgaste para as instituições democráticas. O ministro referiu-se diretamente às declarações do presidente do PFL, senador Jorge Bornhuasen (SC), que afirmou que havia indícios de ligação entre a facção criminosa que controla os presídios de São Paulo e o PT. As declarações, reclama o ministro petista, foram repetidas pelo candidato tucano ao governo de São Paulo, José Serra. No documento — uma espécie de análise política feita para o público interno — Tarso Genro acrescenta que espera que a Justiça haja com rigor. Para o ministro, caso isso não aconteça, haverá o que ele classificou de "radicalização política" que seria nefasta para a democracia brasileira. O alerta de Tarso Genro de que a disputa eleitoral corre o risco de ser beligerante foi feita em sua "Nota Rápida de Conjuntura – 10", um texto que ele costuma encaminhar quinzenalmente por mensagem eletrônica para integrantes do PT e de partidos de esquerda. "As declarações do senador Jorge Bornhausen feitas essa semana são de extrema gravidade. Não porque tenham qualquer veracidade – ele mesmo sabe que não – mas porque repetidas por José Serra. Elas demonstram a total sensação de impunidade da oposição em relação aos mecanismos corretivos dos Tribunais competentes", escreveu Genro. E completou: "Considerando a extrema rigidez com que a Justiça tem se comportado em relação à interpretação das normas eleitorais, é de se esperar uma dura resposta do Poder Judiciário. Caso isso não ocorra, a campanha poderá ser exposta a um processo de rebaixamento e desqualificação, com pesado desgaste para as instituições democráticas, sendo previsível – embora não desejado por ninguém – uma radicalização política nefasta para a sociedade brasileira e para a construção democrática da Nação." (AOG)

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m dia depois de fazer elogios ao governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), o senador Aloizio Mercadante, candidato do PT ao governo paulista, voltou a fazer críticas sobre a falta de solução para a violência em São Paulo, depois dos ataques promovidos pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). "Nós só vamos resolver esta situação quando tirarmos este governo, porque 12 anos depois eles foram absolutamente incapazes de resolver o problema", disparou Mercadante durante sua passagem pela cidade de Jacareí ontem pela manhã, onde ele assistiu à missa do peão, na Feira Agropecuária da cidade. Para Mercadante, "falta autoridade, a começar pelos presídios. Falta impor disciplina e é isso que levou São Paulo aeste estágio de crescimento do crime organizado". Mercadante assistiu à missa ao lado do prefeito da cidade, Marco Aurélio de Souza (PT) e dos também petistas e candidatos Ângela Guadagnin e Carlinhos de Almeida. No palco petista estavam também o tucano ex-secretário de habitação do Estado e ex-prefeito de São José dos Campos, atual candidato, Emanuel Fernandes (PSDB). Depois da missa, Mercadante deu uma volta no pavilhão de exposições, mas não foi acompanhado pela deputada Guadagnin, autora da dança da impunidade, cujo reduto eleitoral está na região do Vale do Paraíba. Questionado se estava evitando aparecer ao lado da deputada, Mercadante se irritou. "Acabei de sair de uma missa, não vou responder a esta questão. Eu saí acompanhado do prefeito, que me convidou, e eu nunca excluí quem quer que seja para estar do meu lado". Notícia-crime – Mercadante diz que espera punição ao principal adversário, José Serra (PSDB), sobre as afirmações de um possível elo entre PT e a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). O PT protocolou notícia-crime contra José Serra e contra o presidente nacional do PFL Jorge Bornhausen. "Eu não sei qual vai ser a decisão da Justiça, mas sei que a lei eleitoral estabelece regras e comportamentos dos candidatos e o Serra afrontou abertamente a legislação eleitoral. O que ele fez é incompatível com a democracia e com o respeito que cada candidato deve manter ao longo do processo eleitoral". Acompanhado de dois seguranças, o senador disse que esta prática é comum durante todos os períodos eleitorais e não se trata de se prevenir dos ataques - numa referência às ações comandadas nos últimos dias pelo PCC. "Em todas as campanhas eleitorais o partido coloca uma assessoria para nos acompanhar e para que possamos andar com bastante desenvoltura. Mas é só por causa da campanha. Antes e depois eu jamais usei qualquer tipo de segurança". (AE)

RIGOTTO ASSUME A LIDERANÇA Rodrigo Paiva / AE

governador gaúcho Germano Rigotto, que concorre à reeleição, assumiu a liderança na disputa para o Palácio Piratini. Agora ele está com quase oito pontos percentuais à frente do seuprincipal concorrente, o ex-governador e ex-ministro Olívio Dutra, do PT. Divulgada pelo Centro de Pesquisa Correio do Povo (CPCP), essa é a primeira pesquisa realizada após o registro das candidaturas ao governo do estado. No final de junho, segundo pesquisa do Ibope, Rigotto e Olívio apareciam empatados em 26% na pesquisa estimulada. No momento, segundo o CPCP, Rigotto aparece com 28,1% das intenções de voto, contra 20,8% de Olívio Dutra, 14,5% da deputada federal Yeda Crusius (PSDB), 9,6% do exgovernador Alceu Collares e

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Rigotto: quase oito pontos percentuais à frente de Olívio Dutra.

4,2% de Francisco Turra. Outros cinco candidatos têm menos de 1% das intenções de voto. Já na pesquisa espontânea Germano Rigotto aparece com 11%, Olívio com 8%, Collares com 3,4%, Yeda Crusius com 3,2% e Francisco Turra com 1,2%.

A pesquisa também mostrou que, ao menos no Rio Grande do Sul, Geraldo Alckmin, que em outras enquetes realizadas por diversos institutos ainda não apresentou desempenho suficiente para uma disputa no segundo turno, aparece como o preferido para

a Presidência da República. E com boa vantagem: ele ficou com 34,7% das intenções de voto na pesquisa estimulada, contra 29% de Luiz Inácio Lula da Silva. Na pesquisa espontânea, entretanto, as preferências se invertem. Sem o estímulo dos nomes dos candidatos, o presidente Lula teve 23,8% das intenções de voto, contra 19,4% de Alckmin. Os pesquisadores do Centro de Pesquisa Correio do Povo ouviram 1.540 eleitores em 55 municípios do Rio Grande do Sul. O levantamento foi feito entre os dias 12 e 14 deste mês, com uma margem de erro de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos, segundo o CPCP. Analistas acreditam que esses números tendem a se manter estáveis. Não há data marcada para a próxima pesquisa. (AOG)

BUARQUE: ALERTA EM SC

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omo tem feito ao longo de sua campanha, o senador Cristovam Buarque, candidato do PDT à Presidência da República, manteve em Florianópolis o tom elevado nas críticas à violência. Em um debate sobre segurança pública, que seria realizado na sede da OAB mas acabou sendo transferido para a Associação Catarinense de Medicina, ele reafirmou que São Paulo está vivendo uma guerra civil e advertiu: "É só uma questão de tempo para que essa guerra do crime se encontre com a guerra social". Buarque disse que sua proposta para trazer paz a São Paulo está escorada na criação de uma agência federal de segurança e também na criação de um sistema nacional de informações sobre a criminalidade. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Internacional

Barkay Wolfson/Reuters

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segunda-feira, 17 de julho de 2006

O governo libanês precisa receber apoio. Angela Merkel, chanceler alemã

Elie Abou Faysal/Reuters

Trem atingido em Israel (esq.) e quarteirão destruído na libanesa Tiro (dir): os dois lados do horror.

GUERRA DOS CIVIS

ísseis israelenses a t i n g i r a m o ntem novamente o aeroporto de Beirute, capital do Líbano, e mataram pelo menos 36 pessoas em diversas partes do país, horas depois de o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, ter advertido sobre "as conseqüências de longo alcance". Ele respondia à decisão do grupo xiita Hezbollah de lançar foguetes contra a cidade israelense de Haifa. No pior dos ataques, 16 civis libaneses morreram e cerca de 50 ficaram feridos quando dois mísseis israelenses atingiram um prédio de apartamentos na cidade portuária de Tiro. Oito membros da mesma família — com cidadania canadense e libanesa — foram mortos durante ataque de aviões israelenses contra o vilarejo de Aitaroun, na fronteira com Israel. Na outra ponta, oito israelenses morreram e mais de 30 ficaram feridos quando um míssil do Hezbollah atingiu Haifa, a terceira maior cidade do país. Os mortos eram funcionários de uma companhia ferroviária. O ataque provocou pânico entre os moradores de Haifa, esvaziando as ruas. O ataque elevou para 24 o número de israelenses mortos desde o início do conflito, metade deles civis. Sirenes soaram várias vezes em Haifa durante todo o dia, alertando para as quatro baterias de mísseis que caíram na cidade. No total,

Ataques de Israel à infra-estrutura libanesa dificultam fuga de moradores e estrangeiros. Contra-ataque mata trabalhadores de empresa ferroviária israelense. Perdedores já apareceram: civis de ambos os lados. Anwar Amro/Reuters

o Hezbollah lançou cerca de 700 mísseis contra Israel desde a última quarta-feira. O ministro israelense da Defesa, Amir Peretz, decretou estado de emergência por 48 horas em toda a região norte de Israel e nas colinas do Golã, na fronteira com a Síria. Isso significa que apenas trabalhadores de empresas e serviços essenciais são instruídos a continuar trabalhando. Os demais têm o direito de receber férias remuneradas pelo governo. Logo após o bombardeio em Haifa, o Exército instruiu todos os habitantes do centro do país, incluindo Tel-Aviv, a ficarem em estado de alerta para possíveis ataques. Televisões e rádios repetiram durante todo o dia normas de conduta no caso de uma investida aérea. Todos os abrigos subterrâneos de Tel-Aviv foram reabertos e limpos, para abrigar pessoas em caso de emergência. País isolado — Enquanto isso, aviões israelenses lançaram pelo menos quatro bombas contra o aeroporto internacional de Beirute, incendiando um tanque de combustível. O aeroporto está fechado desde o início dos ataques. No Líbano, Israel atingiu portos, estradas, bases militares e centrais elétricas e novamente atacou a principal estrada entre Beirute e Damasco, na Síria. As ações praticamente isolaram o país, dificultando a fuga dos libaneses e a retirada dos estrangeiros do front. (AE)

George Maroun/Reuters

Vista do aeroporto de Beirute à noite: ataque à infra-estrutura do país.

Os poderosos discutem: como parar esta guerra?

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Fumaça e bandeiras do Brasil em volta de mesquita em Beirute

Brasileiros saem do front

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Boeing 707 da Força Aérea Brasileira (FAB), chamado de Sucatão na época em que servia à Presidência da República, decolará no final da tarde de hoje de Adana, na fronteira sul da Turquia, trazendo cem brasileiros que conseguiram deixar o Líbano no sábado. A informação partiu do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que acompanha de longe as operações de retirada enquanto assessora o presidente Luiz Inácio Lula da

Silva na reunião de cúpula do G-8 ampliado, na Rússia. Na semana passada, os ataques de Israel provocaram a morte de quatro brasileiros de uma mesma família. Segundo Amorim, caso seja necessário, outra viagem do Sucatão pode ser requisitada para resgate. O ministro disse que, dos 117 brasileiros resgatados nos últimos dias pela diplomacia, apenas 17 decidiram retornar ao Brasil por seus próprios meios e destacou que o governo não cobra pelo transporte. (AE)

s líderes do Grupo dos Oito (G-8, composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Itália, Japão e Rússia) disseram ontem aos militantes do grupo xiita Hezbollah que eles precisam libertar os dois soldados israelenses capturados e encerrar imediatamente os ataques contra Israel para acabar com a violência no Oriente Médio. Em um comunicado divulgado durante sua reunião de cúpula em São Petersburgo, na Rússia, os líderes do G-8 também pediram a Israel que tenha maior comedimento na ofensiva no Líbano para evitar a morte de civis, danos à infraestrutura e a desestabilização da frágil coalizão de governo libanês. Mas atribuíram a crise a "elementos extremistas" e colocaram sobre o Hezbollah o ônus de acabar com ela.

Condições — Listando condições para o fim da violência, o texto com palavras cuidadosamente escolhidas diz que o fim das operações militares de Israel e a retirada de suas forças da Faixa de Gaza eram necessários para "criar a base de uma solução mais permanente". Também pediu que ministros e deputados palestinos recentemente capturados sejam libertados. A declaração transmitiu apoio ao direito de autodefesa de Israel, algo pregado pelos Estados Unidos, o principal aliado do Estado judeu. A chanceler alemã, Angela Merkel, disse que, como parte dos esforços para encerrar a crise, os líderes do G-8 queriam que fosse formada uma nova missão de observadores militares para o Líbano. "Estamos firmemente convencidos de que o governo libanês precisa receber apoio." (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

8 -.INTERNACIONAL/OPINIÃO

m porta-voz do Exército, por telefone, informou ao Diário do Comércio, e prometeu confirmar oficialmente, que a carta publicada no Alerta Total, aqui comentada no artigo anterior, não é autêntica ou pelo menos não partiu dos comandantes militares. Eu deveria portanto escrever ao editor daquele site, Jorge Serrão, reclamando de ele me fazer gastar neurônios à toa com a análise de um documento forjado. Se não o faço, é porque não considero que o meu esforço tenha sido tempo perdido. Se os comandantes não escreveram a carta, alguém a escreveu em lugar deles e, espalhando-a pela internet até chegar ao Alerta Total, conseguiu lhe dar tão ampla divulgação que dezenas de leitores, perplexos, me enviaram cópias dela, pedindo que a comentasse. Não é preciso ser muito esperto para perceber que esse fato é tão significativo do presente estado de coisas quanto o seria o próprio documento, se autêntico. Também, quem quer que leia o meu artigo com atenção notará que a análise de significado, ali empreendida, enfocou apenas o texto em si, sem entrar no mérito dos objetivos políticos visados pelos seus presumidos autores. O resultado da análise, pois, permanece intacto a despeito da revelação da falsa autoria. Esse resultado, caso o leitor não se recorde, consistiu na afirmativa de que os remetentes da carta, que eu então acreditava serem os comandantes militares, transmitiam nela uma idéia atenuada da situação presente, raciocinando segundo uma falsa analogia com os tempos finais do governo Goulart e escamoteando o poderio e a agressividade infinitamente maiores da esquerda revolucionária hoje em dia. Não há o que mudar nessa conclusão. Só o que é preciso fazer agora é ampliar a análise levando em conta o desmentido da autoria e colocando o documento no seu efetivo contexto político. E aí a coisa fica ainda mais interessante. PREPARAÇÃO DOS ESPÍRITOS - Se algum anônimo tentou dar a impressão de que o primeiro escalão militar estava preocupado com as ligações entre a atual corrupção no governo e as velhas maquinações revolucionárias da esquerda continental, mas quis fazer isso sem dar com a língua nos dentes quanto ao agravamento dramático da situação entre 1964 e agora, está claro que o objetivo do farsante foi atrair a atenção do público para uma possível e talvez genuína irritação militar com o governo, mas abafando, ao mesmo tempo, os motivos que a tornariam ainda mais justa e razoável. Ora, que raio de coisa é isso senão desinformação alarmista, preparação dos espíritos para que se encham de hostilidade profilática contra um golpe militar que não está sendo tramado de maneira alguma? E para que haveria alguém de alertar contra uma trama golpista inexistente, senão para dar preventivamente ares de contragolpe a alguma trama existente? FALA CASTRENSE - A pergunta revela-se ainda mais pertinente quando se considera que todo golpe é contra alguma coisa e que, para descobrir quais tendências golpistas podem existir dentro de um grupo social, basta saber contra quem se fala usualmente nesse grupo. Se tomarmos as declarações oficiais dos srs. comandantes, os exemplares da revista da Escola Superior de Guerra (Defesa Nacional) e os discursos pronunciados nos clubes militares como amostras significativas do pensamento castrense, notaremos que nesse meio só se fala contra três coisas: 1.) o baixo orçamento das Forças Armadas (e a conseqüente míngua dos soldos militares); 2.) a corrupção dos políticos; 3.) a "cobiça interna-

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MuNDOreAL por OLAVO DE CARVALHO, de Washington DC

Banditismo e revolução Keith Skeen/Corbis

Quem quer que, hoje, tentasse unir num empreendimento golpista a classe militar, teria enorme dificuldade de fazê-lo em nome do anticomunismo de 1964. cional" (subentende-se: americana). Com exceção de pequenos grupos de oficiais da reserva que representam antes o passado do que o presente, e que a meu ver são o que de melhor e mais quixotesco ainda resta nas Forças Armadas, em parte alguma do meio militar se ouve ou se lê uma só palavra contra o Foro de São Paulo, contra o esquema revolucionário continental, contra Fidel Castro ou contra Hugo Chávez. Quem quer que, hoje, tentasse unir num empreendimento golpista a classe militar, teria enorme dificuldade de fazê-lo em nome do anticomunismo de 1964. Desaparelhados para compreender a ameaça comunista desde que o governo Sarney retirou a disciplina de "guerra revolucionária" do currículo das escolas militares, castrados coletivamente por um sistema de promoções que favorece antes os burocratas bem comportadinhos do que os verdadeiros líderes, desmoralizados, atemorizados e esgotados pela hostilidade da mídia inteira, os militares

brasileiros, hoje, anseiam mais por um sorriso paternal da esquerda triunfante do que por uma oportunidade de lutar contra ela. Iniciativas golpistas podem florescer, é claro, alimentadas pelo caos em torno. Mas não se voltarão, como em 1964, contra o comunismo internacional, mesmo que este seja hoje muito mais perigoso, mais forte e mais agressivo que o daquela época. IDEOLOGIA MILITAR - O levante militar de 1964 refletiu uma cultura impregnada de conservadorismo cristão e anticomunismo tradicional – raízes que foram extirpadas da mentalidade nacional por quarenta anos de revolução cultural gramsciana. A "ideologia militar" subsistente compõe-se de moralismo politicamente neutro, ressentimento corporativo e nacionalismo: desses três fatores, nenhum é intrinsecamente anti-esquerdista e os três podem ser absorvidos e instrumentalizados pela estratégia da esquerda. Podem ser, não: já estão sendo, e há bastante tempo. Quem viu, como eu, centenas de oficiais brasileiros inflamados de entusiasmo lulista quando da visita do candidato do PT ao Clube da Aeronáutica logo antes da eleição de 2002, sabe que as Forças Armadas brasileiras já não são as de antigamente. Em 1964, a tendência do espírito militar era exagerar o perigo comunista, o qual nem era tão ameaçador quanto ele próprio se alardeava, se tivermos em vista a facilidade incruenta com que em seguida se desmantelou da noite para o dia o esquema subversivo de João Goulart; hoje, quando esse perigo é incomparavelmente maior, a tendência é minimizá-lo ao ponto de o tornar invisível – e quem conhece a

importância estratégica que Antonio Gramsci dava à invisibilidade sabe que isso é a melhor colaboração que o esquema comunista continental poderia receber. Há ainda outro aspecto que deve ser levado em conta. Ao longo de trinta anos ou mais, a esquerda fez tudo o que podia para favorecer a ascensão do banditismo: ensinou técnicas de guerrilha urbana aos delinqüentes presos na Ilha Grande, integrou quadrilhas de criminosos no esquema do Foro de São Paulo; cultivou com devoção fiel a fantasia ideológica que desculpa o criminoso e inculpa a sociedade; promoveu líderes do narcotráfico à condição de "líderes comunitários" e "intelectuais populares"; glamurizou as drogas como meio de "libertação psico-

Com exceção de pequenos grupos de oficiais da reserva (...), em parte alguma do meio militar se ouve ou se lê uma só palavra contra o Foro de São Paulo, contra o esquema revolucionário continental, contra Fidel Castro ou contra Hugo Chávez.

lógica"; promoveu o massacre moral da polícia através da mídia, do show business e das escolas, ao ponto de tornar os policiais uma classe inibida e atemorizada, persuadida de que o cumprimento fiel das suas

Marafonas a página do Ministério do Trabalho, http://www. mtecbo.gov.br/ busca/competencias.asp? codigo=5198, encontra-se um manual de ensino distribuído oficialmente pelo governo brasileiro a interessadas e interessados em seguir carreira no oficio de prostituta ou prostituto. Muitos visitantes do site se escandalizam com o conteúdo das instruções. Eu não. Vejo nelas um auspicioso sinal de restauração da moralidade. Num país onde todos pontificam sobre o que ignoram, nossos governantes dão um exemplo de probidade intelectual lecionando matéria na qual têm a autoridade da longa prática. Curiosamente, entre as habilidades requeridas para a exercício profissional, meticulosamente listadas pelo

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segunda-feira, 17 de julho de 2006

site, como por exemplo "capacidade de persuasão", "capacidade de expressão gestual", "conquistar o cliente" etc., não consta a prática do sexo oral, anal ou mesmo vaginal. Não consta sequer aquilo que os anúncios de massagistas denominam pudicamente "finalização manual". Convenhamos que, sem esses elementos, a atividade nos lupanares se reduzirá à cobrança de emolumentos em troca de serviços inexistentes, etéreos ou meramente simbólicos, em nada se distinguindo, portanto, das sessões do Congresso Nacional ou das reuniões ministeriais no Palácio do Planalto. Invertendo a ordem natural das gerações, as mães seguirão o exemplo dos filhos em vez de lhes servir de modelos. Mas a originalidade da situação não pára por aí. Como a lei penal

funções legais só lhe trará novas perseguições e punições; debilitou o senso moral dos formadores de opinião por meio de engodos acadêmicos como o multiculturalismo, o relativismo, a maliciosa exploração psicológica das frustrações raciais e sexuais das minorias; garantiu a impunidade para os delinqüentes menores de idade; promoveu por todos os meios a desmoralização do direito de propriedade; e por fim diminuiu as penas para os crimes hediondos. Sua ação no sentido de fortalecer o crime e debilitar a sociedade foi tão coerente, tão contínua e tão abrangente que ela basta para explicar a desordem e a violência atuais, para as quais ela própria fabrica, ex post facto, pretextos diversionistas destinados a agravar ainda mais o estado de coisas. O resultado desse esforço sistemático e perverso está hoje ante os olhos de todos, e ele é a maior prova de que o esquerdismo é criminoso em si, por essência e vocação. DOIS CAVALOS - Alcançado esse resultado, só restam ao esquema esquerdista dominante duas alternativas: ou governar em aliança com a bandidagem, tentando organizá-la como força armada paralegal e subjugando a ela o que resta do aparato policial e militar do Estado; ou dar a volta por cima, usando como pretexto a atmosfera geral de pavor, criando um Estado repressivo com a ajuda das forças militares, aparecendo como salvador da pátria e angariando o apoio maciço de uma população amedrontada, desmoralizada, disposta a aceitar todas as exigências ditatoriais em troca de uma promessa de alívio. É cedo ainda para a liderança esquerdista optar por uma dessas vias. Por enquanto, ela pode prosseguir

no entretenimento dialético de acirrar as contradições, apostando nos dois cavalos ao mesmo tempo e esperando para ver qual das alternativas será a mais vantajosa no instante temível da mutação revolucionária. No trato com as duas forças opostas, ela tem sabido até agora conduzir com habilitade notável a manipulação perigosa do "duplo jogo duplo", de um lado fomentando o banditismo sem lhe ceder o controle total da situação, do outro estonteando e subjugando as forças armadas por meio da bem dosada alternância de pancadas difamatórias e lisonjas sedutoras. Por mais sofisticada que seja a brincadeira, ela não é original: é o procedimento-padrão da estratégia revolucionária desde o século XVIII. Num ponto qualquer do processo, será preciso escolher. A experiência histórica ensina que, no fim, a aliança com os militares predomina sempre. É mais fácil utilizar as forças estatais já existentes do que organizar uma nova com elementos anárquicos, rebeldes e ilimitadamente ambiciosos. É absolutamente impossível que, entre os estrategistas do Foro de São Paulo, nenhum esteja consciente disso. O momento de trair os amigos delinqüentes e esmagá-los entre aplausos da população está chegando, como chegou para Robespierre, para Lênin, para Hitler, para Mao Dzedong e para Fidel Castro. A massa tem de ser preparada para vivenciar o advento da ditadura sangrenta como um consolo e uma libertação. O regime criminoso, como sempre aconteceu, será cimentado com o sangue dos criminosos. O socialismo não admite delinqüentes porque ele é o monopólio estatal da delinqüência. FETO HEDIONDO - Ainda há tempo para as forças liberais e conservadoras abortarem a gestação desse feto hediondo. Mas só o conseguirão por um ataque direto ao coração mesmo da estratégia maligna. É preciso mostrar ao povo a unidade profunda de banditismo, corrupção e revolução comunista. É preciso conscientizar as Forças Armadas do engodo trágico em que estão caindo quando se desorientam e cedem ante a alternância pavloviana de afagos e pancadas. Durante muito tempo até os políticos e empresários mais antipetistas resistiram a essas obviedades. Mas a declaração recente do senador Jorge Bornhausen sobre a epidemia de assassinatos em São Paulo mostra que, por fim, uma luz parece ter brilhado no cérebro da oposição: "O PT pode estar manuseando, manipulando essas ações. O PT vive no submundo de Santo André, vive no submundo do mensalão e vive no submundo do MLST. Então, tudo é possível, nada seria surpresa." Essa foi a coisa mais importante que algum líder liberal-conservador brasileiro disse nos últimos trinta anos. Importante, mas não nova. O que os políticos levam décadas para perceber é às vezes anunciado com muita antecedência pelo observador atento. Depois de insistir desde 1993 no tema da unidade de revolução e crime, resumi tudo num artigo publicado em O Globo em 7 de maio de 2005, que quase com certeza apressou a minha demissão daquele exgrande jornal rebaixado a house organ do PT: a taxa anual de homicídios que o Brasil havia alcançado -- cinqüenta mil por ano segundo a ONU, cento e cinqüenta mil segundo o livro do jornalista Luís Mir, Guerra Civil – bastava, dizia eu, "para fazer de um país um bicho amestrado, pronto para curvar-se docilmente, como os alemães do período entre guerras, àquele novo tipo de autoridade anunciado por Fritz Lang no seu filme profético de 1933, O Testamento do Dr. Mabuse: ‘Quando a humanidade, subjugada pelo temor da delinqüência, se tornar louca por efeito do medo e do horror, e quando o caos se converter em lei suprema, então terá chegado o tempo para o Império do Crime .’"

Vacinas brasileira não proíbe o exercício da prostituição mas pune o ganho extraído dela por terceiros, nosso governo, ao regulamentar o ofício das marafonas e cobrar-lhes impostos, instituiu o monopólio estatal do lenocínio, de modo que os cafetões e catefinas, doravante, não serão criminalmente responsabilizados pela natureza das suas atividades, mas somente porque se entregam a elas por iniciativa privada. O Estado, segundo Hegel, é a mais sublime encarnação da razão. Passando para a esfera estatal, amoldando-se aos ditames da ética socialista e deixando de ser uma hedionda exploração burguesa, a cafetinagem se livra do seu ranço pecaminoso milenar e ganha um lugar de honra entre as mais altas e nobres atividades humanas.

escritor mineiro Júlio Severo, autor do livro O Movimento Homossexual que fez dele um alvo preferencial do ódio das ONGs bilionárias auto-incumbidas de orientar moralmente o Brasil, tem sofrido toda sorte de perseguições e humilhações judiciais por querer educar seu filho em casa em vez de entregá-lo aos cuidados de pedagogos iluminados, e também por julgar que o menino deve ser dispensado de tomar vacinas que, na opinião de seus pais, possam ser danosas à sua saúde. Sem surpresa, noto que até alguns dos melhores articulistas conservadores, incapazes de negar solidariedade a esse combatente solitário e valoroso numa hora difícil, divergem dele no tópico das vacinas, argumentando que, em questões que envolvam decisões científicas, a autoridade do

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Estado deve prevalecer sobre a vontade dos pais. É perfeitamente possível ser conservador, com sinceridade, sem jamais ter levado até o fundo a crítica cultural conservadora e libertária às crenças da modernidade. Esses articulistas, obviamente, não se deram conta da absurdidade intrínseca da premissa subentendida, segundo a qual as idéias científicas legitimadas institucionalmente devem ter alguma autoridade sobre a vida social. Se a ciência se propõe ser a livre investigação racional dos dados da realidade, nenhuma conclusão que ela ofereça sobre o que quer que seja pode estar isenta de crítica e portanto nenhuma pode ter "autoridade", exceto no sentido do prestígio intelectual desprovido de respaldo privilegiado do poder estatal. A estatização da autoridade

científica, em qualquer grau que seja, prenuncia a morte da ciência e o advento da "ditadura científica" preconizada por Auguste Comte, que aliás morreu maluco. A autoridade estatal é o refúgio do cientificismo, não da ciência. Não tenho a menor convicção pessoal quanto às vacinas. Já li provas científicas eloqüentes de que são úteis e de que são perniciosas, e me considero humildemente em dúvida até segunda ordem. Alguns de meus oito filhos tomaram vacinas, outros não. Todos foram abençoados com saúde, força e vigor extraordinários, e nenhum deles deve isso aos méritos da ciência estatal, mas a Deus e a ninguém mais. Tenho o direito às minhas dúvidas, tanto quanto Júlio Severo tem direito às suas certezas. O Estado e sua burocracia científica que vão para o diabo, que é pai dos dois.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 17 de julho de 2006

1 Instalado em uma vagão de trem desativado, o restaurante Estação Boca do Monte faz sucesso.

Fotos: Paulo Pampolin/Hype

A LOJA ESTÁ CHEGANDO. E ELA VEM DE ÔNIBUS. Cada vez mais os empresários buscam e pensam em formas inusitadas para atrair consumidores. Agora, eles decidiram levar seus empreendimentos até eles. São as lojas e estabelecimentos itinerantes, que percorrem ruas e bairros.

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ão se faz mais loja, mais certo, outras não", afirma. mento reproduz exatamente o cinema ou restau- Mesmo assim, depois de seis clima de um cinema, com pirante como antiga- meses da criação da loja itine- poqueira, cadeiras confortám e n t e . F o i - s e o rante Maria Berenice (em ho- veis, banheiros químicos e artempo em que o consumidor menagem à sua avó), ela pro- condicionado. Em geral, as precisava ir até o estabeleci- pôs sociedade a uma amiga es- primeiras sessões são oferecimento. Agora é o estabeleci- tilista e montou um pequeno das gratuitamente para platéias carentes e, nas demais, mento que chega ao cliente. A ateliê na garagem de casa. Onde for – Sem periodicida- são veiculadas ações promoidéia dos varejistas é estar na hora e no lugar certos para cha- de certa, a atriz e, agora, em- cionais. "Descobrimos que mar a atenção. E, claro, vender. presária pára o veículo na por- 92% das cidades brasileiras Uma das pioneiras em co- ta de faculdades, feiras de arte- não têm cinema", diz Michel mércio itinerante é a atriz sanato como a da Praça Bene- Farah, presidente da empresa. O primeiro cliente foi a VisaAdriana Bruno Nunes. Ao dito Calixto, em Pinheiros, ou passar por dificuldades finan- na porta de empresas. "Acon- net, que já realizou 1,3 mil ceiras por conta da falta de tra- tece muito de uma cliente pe- apresentações, percorreu 9 mil balho no teatro, ela optou por dir que eu leve o ônibus até o quilômetros e passou por 66 cidades ao longo produzir bol- Divulgação d e 11 m e s e s . sas. Seu trabaMais de 18 mil lho fez sucesso, crianças pudemas, passados ram ver diveralguns meses, sos filmes nos já não tinha caminhões. mais amigas Avaliação – para quem venNa opinião da der. Foi então consultora em que escutou um varejo Emília veículo anunGuan, tanto as ciando pamoações de marnha na rua e teketing como as ve a idéia: "Por de vendas direque não comertas são imporcializar as boltantes para chasas dentro de Crianças aguardam a vez para entrar no caminhão-cinema mar a atenção um carro?", perguntou a si mesma. local onde trabalha para que do consumidor. A dúvida é se E foi o que Adriana fez. Mas suas colegas possam ver as elas conseguem fidelizar. "O de maneira bem inusitada. Ela bolsas também", explica. As inusitado chama atenção e sertransformou o microônibus da fotos do Diário do Comércio ve como solução para aumenfamília em uma perfeita loja de foram feitas justamente assim, tar compras por impulso. Pobolsas, com direito a espelhos, próximo a uma grande empre- rém, é difícil o consumidor volalmofadas de chita, araras e pi- sa, onde trabalha uma cliente. tar para comprar, já que não saso revestido de carpete. Além Marketing social – Ta m- be bem onde é o lugar e quando disso, pintou o veículo de bém usando o conceito de mo- estará disponível", explica. Além disso, diz Emília, é branco com flores coloridas bilidade, a empresa de markepara ninguém deixar de notá- ting social Farah Service criou preciso ter cuidado com o relo. Antes, porém, ela tratou de um modelo em que leva as torno do investimento. "Ações se informar. Descobriu que ações sociais de seus clientes como essas costumam dar um precisava ter carteira de moto- às regiões mais afastadas da retorno entre 10% e 15% do rista de ônibus e obter uma li- cidade e ainda aumenta a pu- que foi investido. É preciso cença na Prefeitura. "Não que- blicidade nesses locais. Trata- ver se vale a pena", diz. A consultora ressalta que ria ser ilegal", diz. se do cinema itinerante. O resultado foi melhor do A Farah importou três carre- marcas consagradas ou emque o esperado. Em um só dia, tas da empresa mexicana Cine- presas que vendem produtos estacionada em pontos estra- transformer, que são locadas mais complexos, que exigem tégicos da cidade de São Paulo, pelos clientes para levar ses- pesquisa antes da compra, Adriana chega a vender 50 bol- sões de cinema a qualquer lu- não devem arriscar nesses sas. "Claro que depende do lu- gar do País. Nos caminhões ca- modelos itinerantes. Fernanda Pressinott gar onde paro. Às vezes dá bem 92 pessoas e o equipa-

Inusitado e com boa comida ugares inusitados para venda realmente chamam a atenção do consumidor, independente de irem ou não até o cliente. O restaurante Estação Boca do Monte, em Piedade, interior de São Paulo, é um exemplo. Ele funciona dentro de um vagão de trem, o que por si só já é um motivo para conhecer o local. Mas não é o único – a comida e a natureza também valem a pena. A idéia surgiu há 10 anos, durante uma conversa do publicitário e artista plástico Paulo de Andrade com um de seus alunos do curso de escultura, que trabalhava na rede ferroviária de Sorocaba, também no interior paulista. Após um ano e meio de busca, Andrade conseguiu comprar um vagão em um leilão em São Paulo. Levou três meses para restaurá-lo e o transformar em um restaurante. "Vamos completar 10 anos e temos clientes assíduos, embora a maioria nem more na região", afirma Andrade. O vagão é um prêmio aos não fumantes, já que aqueles que fumam almoçam na cópia

Divulgação

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Estação Boca do Monte, em Piedade, vagão-restaurante de verdade

de uma plataforma de estação, no mesmo local. De qualquer modo, os dois públicos têm acesso à mesma comida, elaborada pela mulher de Andrade, Kimimo Mizuno. O cardápio é bem diferenciado e inclui desde yakissoba, aquele macarrão japonês frito com molho à base de frango e gengibre, até salmão, sopa de cebola, medalhão, lanches e fondues. Além do charme – "O restaurante não deve ser apenas um lugar bonito. Acredito que,

sem uma boa comida, ninguém voltaria ao local. É justamente isso que os comerciantes têm de pensar: dar embasamento às ações de marketing ou às inovações porque elas, por si só, não bastam", diz a consultora em varejo, Emília Guan. Segundo Emília, muitos empresários pensam sempre em "idéias mirabolantes", sem saber ao certo como dar sustentação a elas. No caso, ir ao Estação Boca do Monte tem outros atrativos, como a paisagem. (FP)

A atriz Adriana, na janela de sua loja-ônibus, que percorre as ruas da cidade e pára em pontos estratégicos

Quando descobre um ponto interessante, o Maria Berenice estaciona

A placa convida os clientes

Sentadas confortavelmente em almofadas, as clientes se divertem e escolhem os modelos de bolsas

SERVIÇO stação Boca do Monte –Tel: (15) 3244-1699 w w w. e s t a ca o b o c a d omonte.com Maria Berenice – mariaberenice.dri@gmail.com Farah Service – Tel: (11) 3086-0141 – www.farahservice.com.br Bumerangue – w w w. b u m e r a n g u e re b o q u e s .com.br

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Se a lotação máxima estiver esgotada, vale até uma espiadinha


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 17 de julho de 2006

Foi melhor do que tínhamos planejado: esperávamos quatro pontos nestes dois jogos." Tite

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Esporte

É muito triste: fizemos um time para conquistar o título e estamos na zona de rebaixamento.” Mascherano

Eduardo Knapp/Folha Imagem

almanaque Celso Unzelte

A RIVALIDADE ESTÁ DE VOLTA UH/Arquivo do Estado de São Paulo

Com o fim da Copa do Mundo, a temporada do futebol brasileiro é retomada com jogos envolvendo velhas rivalidades entre os clubes. O principal confronto é entre Flamengo e Vasco, que se enfrentaram ontem, pelo Brasileiro, e voltarão a jogar mais duas vezes, nas duas próximas quartas-feiras, decidindo a Copa do Brasil. Acima, o rubro-negro Luís Carlos disputa a bola com o vascaíno Silvinho em jogo pela Taça Guanabara de 1968, em 18 de agosto daquele ano, que terminou com a vitória do Flamengo por 1 a 0. Depois de fazer 4 a 2 no Vasco, Palmeiras derruba o Corinthians com um gol de Paulo Baier, ultrapassa o próprio rival em número de pontos e já começa a respirar no Brasileiro

FLAMENGO 128, VASCO 120 Com o resultado de ontem, o Vasco diminui um pouco a vantagem histórica do Flamengo no confronto. São, agora, 336 partidas disputadas, com 128 vitórias rubro-negras, 120 triunfos vascaínos e 88 empates. O Flamengo marcou 462 gols e o Vasco, 451. A maior goleada da história do clássico pertence ao Vasco: 7 a 0, pelo Campeonato Carioca, em 26 de abril de 1931. A maior diferença de gols rubro-negra em cima do rival foi uma vitória por 6 a 2, também pelo Campeonato Carioca, no dia 3 de outubro de 1943.

PALMEIRAS 115, CORINTHIANS 111 Ontem, também se enfrentaram Palmeiras e Corinthians, dois outros velhos rivais. A vitória palmeirense serviu para aumentar a diferença entre os dois no histórico do clássico. Agora, em 323 jogos, aconteceram 115 vitórias palmeirenses, 111 corintianas e 97 empates, 476 gols do Palmeiras e 440 do Corinthians. A maior goleada do clássico pertence ao Palmeiras: 8 a 0, em jogo válido pelo Paulista e pelo Rio-São Paulo, em 5 de novembro de 1933. O Corinthians fez 5 a 1 pela Taça São Paulo, em 1952, e pelo Paulista, em 1982.

"Na minha época, era o maior clássico do futebol paulista. Ganhar do Corinthians tinha um sabor especial, algo para curtir durante muitos dias." (Ademir da Guia, camisa 10 do Palmeiras, um dos jogadores que participaram mais vezes na história do clássico, entre 1962 e 1977.) Começou neste final de semana o Campeonato Brasileiro da Série C, a terceira divisão nacional. A competição foi criada em 1981, ainda com o nome de Taça de Bronze, e vencida pelo Olaria (RJ). Depois disso, deixou de ser realizado por alguns anos, mas vem sendo disputada em seqüência de 1994 para cá.

SINAIS DE VIDA

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Palmeiras continua na zona do rebaixamento — é, ainda, o 18º colocado . Mas ontem, no Morumbi, deu mais um sinal de vida. Alcançou a segunda vitória seguida neste Brasileiro (a primeira foi no meio da semana, 4 a 2 no Vasco), justamente aquela que sua torcida mais gosta de comemorar: sobre o Corinthians. Foi 1 a 0, gol do ala Paulo Baier, aos 44 minutos do primeiro tempo. De quebra, com o resultado, o Alviverde foi a dez pontos, deixando a penúltima colocação do Brasileiro justamente para o maior rival, que parou em nove pontos.

Quando Carlos Alberto chutou forte da entrada da área, Marcos deu rebote e, na dividida com Rafael Moura, o goleiro levou a pior, parecia que as coisas não iriam sair tão bem para o Palmeiras. Marcos teve que ser substituído por Diego Cavalieri, e saiu com suspeita de fratura em uma das costelas. Depois disso, o Palmeiras quase não ameaçou Sílvio Luiz, mas quando foi ao ataque Edmundo desequilibrou. O atacante percebeu Paulo Baier livre, dentro da área, e deu um passe preciso para o lateral. A defesa corintiana parou e pediu impedimento, mas o palmeirense, em posição le-

gal, dominou, mandou para as redes e abriu o placar, que permaneceu inalterado até o fim. “Esse é o Palmeiras que a gente quer. É claro que ainda o pessoal está um pouco afobado e perdemos algumas chances de matar o jogo. Com essas duas vitórias, a alegria voltou, mas terça a gente já tem que começar a pensar no Goiás”, comemorava Edmundo. “Sei que hoje podemos ficar felizes pela vitória e que vencer um clássico tem uma conotação maior, mas os três pontos que conquistamos contra o Corinthians ainda não nos tiraram da zona de perigo”, lembrava o técnico Tite. “Nosso maior

objetivo é sair da zona de rebaixamento e isso nós ainda não conseguimos. Demos apenas mais um passo.” Com a cara fechada e os olhos baixos, o técnico corintiano Geninho fez uma crítica de seu próprio trabalho depois da sexta derrota consecutiva do Corinthians no Campeonato Brasileiro, e também da sexta partida sem marcar um único gol: “Os resultados são muito ruins. Muito ruins mesmo. Não dá para falar o contrário. Nunca vivi isso na minha carreira. Estou muito incomodado com a situação. Não estou tranqüilo e acho que ninguém ficaria”.

Além de ter de explicar a sexta derrota do Corinthians, o volante Mascherano saiu em defesa do companheiro Carlitos Tevez, que se reapresentará hoje após pedir ao técnico Geninho o prolongamento de suas férias para resolver “problemas particulares” na Argentina: “Estão sendo injustos com o Carlitos. Ele tem problemas, como todo o mundo, e precisou resolvê-los. As pessoas têm de saber das coisas antes de falar. Ele já fez muito pelo Corinthians. Quando precisou jogar, jogou e resolveu as coisas para nós. É lógico. Ele é um grande jogador. Mas o Corinthians não é só o Carlitos”.

Fernando Pilatos/AE

Vitória nos pênaltis

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ois pênaltis cobrados pelo lateral-direito Anderson Lima deram ao São Caetano a vitória por 2 a 0 sobre o Santos, ontem, no ABC. Com o resultado, o time treinado por Emerson Leão afastou-se da zona de rebaixamento, enquanto o de Vanderlei Luxemburgo, que no meio da semana já havia sido derrotado para o Figueirense, fora de casa, por 2 a 1, perdeu outra oportunidade de se aproximar dos primeiros colocados. Foi a primeira vitória de Leão como treinador do São Caetano, pois no meio da semana a equipe havia empatado em casa com o Botafogo (1 a

1). Um jogo truncado, em que os gols só poderiam sair como saíram: em cobranças de pênalti. No primeiro, o ex-corintiano Elton foi empurrado por Ávalos dentro da área. Anderson Lima bateu bem, aos 34 minutos do segundo tempo . Oito minutos depois, Elton trombou com Ronaldo e o árbitro marcou outra penalidade, que Anderson não desperdiçou. “A arbitragem foi muito ruim”, reclamou Vanderlei Luxemburgo. “Para mim, de onde eu estava, o primeiro pênalti foi duvidoso. Quero ver de novo o lance na televisão. Quanto ao segundo, tenho certeza de que não aconteceu.

Além disso, o gol do Reinaldo foi legal. Não quero que apitem para nós, apenas que não nos atrapalhem.” Elton sai em defesa do juiz: “No primeiro, nem foi o juiz que marcou, foi o bandeirinha (Irani Pinto da Paz) que viu quando fui empurrado. No segundo, fui atropelado”. Para Leão, os dois pênaltis “foram tão pênaltis que poderiam ser marcados três em vez de dois. O que importa é que o jogo foi muito bom e, pelo que eu ouvi, foi a melhor apresentação do São Caetano até aqui”. Leão aproveitou para lembrar que saiu do Santos pela porta da frente: “Não deixei rastro, só amigos”.

José Patrício/AE

Durante o recesso para a Copa, sagraram-se campeãs estaduais as seguintes equipes: São José (Amapá), Baraúnas (Rio Grande do Norte), Coruripe (Alagoas), Coxim (Mato Grosso do Sul), Araguaína (Tocantins). Houve, também, a realização de algumas Copas estaduais, com as vitórias das seguintes equipes: Maranhão Atlético Clube, no Maranhão; América, no Rio Grande do Norte; Itabaiana, em Sergipe; e Americano, no Espírito Santo. O goleiro Fábio Costa lamenta, Anderson Lima e seus companheiros festejam: São Caetano 2 x 0 Santos

Festa para o gol da vitória tricolor, feito por André Dias aos 46 do 2º

Líder em cima da hora

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São Paulo empatava com o Figueirense por 1 a 1, sábado, no Morumbi, com gols de Ricardo Oliveira, logo aos 2 minutos, e Tiago Prado, aos 14 do segundo. Chegava, assim, a 24 pontos, dando adeus à liderança do Campeonato Brasileiro, pois o Cruzeiro, àquela altura, tinha o mesmo número de pontos e vitórias, saldo de gols superior e ainda jogaria em casa, contra o Goiás, no dia seguinte. Até que, de repente, tudo mudou. Aos 46 minutos do segundo tempo, Lúcio cobrou escanteio da esquerda e o zagueiro André Dias subiu para acertar o canto do goleiro Andrei. Com os 2 a 1, o São Paulo voltava a se isolar na liderança do Brasileiro, e nela permaneceria graças aos resultados dos outros jogos, disputados no domingo. “Nós não estávamos inspirados. Não mostramos nada do

que poderíamos”, reclamou o técnico Muricy Ramalho, apesar do bom resultado. “O time vem se esforçando, mas precisamos render mais. Estamos encontrando muitas dificuldades aqui no Morumbi”, fazia coro com o treinador o goleiro Rogério Ceni. “Os adversários entram em campo com muita movimentação e complicam nossa vida.” Já André Dias, o herói do jogo, não tinha de que reclamar. “Geralmente, a gente sobe só com dois dos três zagueiros nos escanteios. Eu fico, o Edcarlos e o Lugano sobem. Mas como a gente precisava muito dessa vitória, eu pensei: 'Seja o que Deus quiser'. Fui embora e tive a felicidade de fazer o gol”, disse. Além da vitória, outra boa notícia para a torcida tricolor partiu do atacante Ricardo Oliveira, que marcou o primeiro gol do jogo e depois garantiu: “Fico aqui até dezembro”.


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Quando saí da prisão, entrei em uma nova África do Sul. Quando fui preso, ninguém estava interessado em educar crianças negras. Do sul-africano Nelson Mandela, líder do movimento anti-apartheid que ficou 27 anos na prisão e foi eleito presidente da África do Sul ao sair da prisão. Mandela completou ontem 88 anos.

terça-feira, 18 de julho de 2006

www.dcomercio.com.br/logo/

JULHO

2 -.LOGO

18 Morte do sociólogo e escritor brasileiro Gilberto Freyre (1900-1987)

M EIO AMBIENTE G EOLOGIA

A rainha das florestas

Romeo Ranoco/Reuters

E SPAÇO Rick Fowler/Reuters

Pará ganha uma das maiores áreas de floresta protegida do mundo

O Antonio Parrinello/Reuters

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Na foto do alto, lava do vulcão Mayon, em uma erupção silenciosa, em Manilla. Na foto abaixo, o Etna, considerado o vulcão ativo mais importantes da Europa e localizado na Ilha de Sicília, sul da Itália, continuava soltando lava ontem, mas sem representar perigo para os povoados próximos. A lava começou a jorrar na sexta-feira à noite da cratera sudeste do vulcão e de duas fendas laterais a mais de 3 mil metros de altura e já escorreu por uma superfície de 2 quilômetros no Vale do Bove, uma zona isolada de povoados e centros turísticos.

Pará anuncia nos p ró x i m o s d i a s a criação de uma das maiores áreas de floresta protegida do mundo. A Floresta Estadual do Paru, com 36 mil quilômetros quadrados maior do que a Bélgica - será localizada na calha norte do rio Amazonas e destinada à preservação e à exploração dos recursos florestais. No cenário nacional, será a maior unidade de conservação de uso sustentável do País e a segunda maior floresta, perdendo apenas para o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, no Amapá, de aproximadamente 39 mil km². "Vai ser a rainha das florestas, a maior área protegida de produção de madeira do mundo tropical", diz o pesquisador Adalberto Veríssimo, do Instituto do Homem e Meio Am-

biente da Amazônia (Imazon), responsável pelo laudo técnico de criação da unidade. Toda a produção de madeira terá de ser certificada, segundo o coordenador de Proteção Ambiental da Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente do Pará (Sectam), Paulo Altieri. A região, segundo ele, está em ótimo estado de conservação, com menos de 1% de área desmatada. Mas já são claros os indícios de grilagem de terras - primeira etapa do processo ilegal de ocupação e destruição da floresta, característico da Amazônia. Picadas e placas de vendas de lotes servem de evidência nas bordas da unidade. Empresas madeireiras e grileiros de terras oriundos do vizinho Estado de Mato Grosso são acusados por ribeirinhos e

agricultores nativos dos municípios de Oriximiná e Monte Alegre de promoverem desmatamento, queimadas e retirada ilegal de madeira da região. "Eles usam pistoleiros e ameaçam matar quem atravessa seu caminho. Alguns chegam a dizer que são donos das terras", diz o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Monte Alegre, José Costa, que se autodenomina uma "espinha atravessada na garganta" dos madeireiros. Outra preocupação dos movimentos sociais é quanto à exploração da madeira por empresas estranhas à região. Eles querem que sejam feitas licitações para permitir a participação de empresários locais que não dispõem de grande capital para concorrer com grupos mais poderosos. (AE)

Eric Estrade/AFP

C ASO JEAN CHARLES

Policiais escapam de indiciamento por acreditar que o sr. Menezes era um militante suicida e que, se não o matassem, ele provocaria uma explosão no trem que mataria muita gente", prosseguiu O'Doherty. Asad Rehman, portavoz do grupo "Justiça para Jean", disse que a família ficaria "muito decepcionada se nenhum agente pagasse por suas ações". Jean Charles, de 27 anos, foi morto pela polícia britânica no interior do metrô de Londres em 22 de julho do ano passado. Duas semanas antes, quatro homens-bomba promoveram atentados suicidas que provocaram a morte de mais 52 pessoas na capital britânica.

Cenário da destruição Os jornais britânicos The Guardian e The Independent publicaram ontem reportagens em que apontam a seca e o plantio de soja como as principais ameaças à Amazônia. No ano passado e neste meado de 2006, a região enfrentou secas. O Guardian destaca os 40 dias sem chuva no Acre. Já o Independent concentrou sua análise no crescimento das plantações de soja na região, que colocaram o Brasil no topo da lista de exportadores do produto. De acordo com o jornal, quase 75% da degradação na região amazônica ocorre ilegalmente.

VERÃO CULTURAL - As praias de Saint-Tropez, na França, se transformaram numa galeria a céu aberto para a exposição de esculturas e instalações dedicadas à mulher européia. Na foto, a obra Dias Brancos, de Suzy Gomez, uma das 70 artistas da mostra. P ATRIMÔNIO

C A R T A Z

Santuário em perigo

JAZZ

A

Trompetista Terence Blanchard (foto), ex-integrante do grupo Jazz Messengers, do jazzman Art Blakey. Bourbon Street. Rua os Chanés, 127. Telefone: 5095-6100. R$ 120.

Documentação sem estresse

O Room Defender lembra um robô do filme "Robocop", mas não tão violento. O aparelho tem um sensor de movimento e pode disparar até 16 discos de espuma se o ambiente que ele "protege" for invadido. Custa cerca de US$ 45 no site. www.gadget-box.com/

O site Rede Governo traz uma grande quantidade de informações sobre a emissão de documentos em todo o País. Desde registro de boletins de ocorrência para documentos perdidos ou furtados até informações sobre como obter a carteira de identidade, certificado de reservista, CPF e Carteira de Trabalho e passaporte, entre outros. Há também um serviço de consulta a processos sobre carteiras de estrangeiros, formulário de requerimento da 2ª via do certificado de naturalização.

product_info.php?products_id=4064

www.redegoverno.gov.br

R ELIGIÃO

Fé da era cibernética

nistério do Turismo tenta evitar a obra, mas mede forças com os prefeitos da região. O tema foi tratado com destaque pela imprensa do País ontem, que destaca o descumprimento da Lei de Áreas Protegidas e da Lei do Patrimônio Cultural. A ponte, cuja construção está embargada por ordem judicial, fica na região de Carrilluyachoc, a 8 km de Aguas Calientes, povoado situado ao pé da montanha

em cujo cume fica a fortaleza de pedra de Machu Picchu (foto). A ponte serviria para o escoamento da produção agrícola, mas a agricultura não é a atividade econômica principal da região. Além disso, argumentas os especialistas, se a ponte for construída, novos povoados poderão surgir às margens do parque arqueológico, ameaçando seu ecossistema e o patrimônio local.

Um estudo da Universidade de Heidelberg, na Alemanha, que tem um centro de estudos sobre religião. A pesquisa aponta que a internet já se transformou num novo espaço para prática de rituais religiosos. O estudo, divulgado pela Deutsche Welle, descobriu que há na rede locais para orações e rituais, visitados por pessoas sob a forma de avatares desenhos ou figuras que têm a função de representar as pessoas no ambiente virtual. Semelhantes a templos, esses espaços permitem a prática da adoração, rituais coletivos ou individuais e até consultas a sacerdotes. L OTERIAS Concurso 147 da LOTOFÁCIL

A TÉ LOGO

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Robô atirador contra invasores

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construção de um pont e n o p a rque arqueológico de Machu Picchu situada na serra de Cuzco, antiga capital do império inca - se transformou no mote de u m a v e rd a d e i r a guerra entre autoridades peruanas. O impacto causado pela construção defendida pelos prefeitos de algumas cidades da região, como Santa Teresa e La Convención - pode fazer com que a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) declare o santuário como patrimônio cultural em perigo. Com isso, a maior atração turística do Peru ficaria ameaçada e, principalmente, deixaria de atrair turistas, com conseqüências para a economia de todo o país. O governo peruano tem compromissos de manter o parque arqueológico. O mi-

Mário Viana/AE

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O ônibus espacial Discovery retornou à Terra ontem, depois de 13 dias de missão no espaço sideral. Conforme o previsto pela agência aeroespacial americana (Nasa), a Discovery aterrissou no Centro Espacial Kennedy, no Estado americano da Flórida às 9h14 locais (10h14 em Brasília). A missão da Discovery foi apenas a segunda viagem espacial promovida pela Nasa desde o desastre com o ônibus espacial Columbia, no início de 2003. A Discovery, que levou alimentos e equipamentos para a Estação Espacial Internacional, retornou trazendo lixo e material de experiências científicas. B RAZIL COM Z

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Os policiais britânicos que mataram a tiros o brasileiro Jean Charles de Menezes no metrô de Londres ao confundirem um homem inocente com um "terrorista" não serão levados à justiça, anunciaram promotores ontem. Stephen O'Doherty, advogado da divisão penal especial da promotoria, disse que não existiam perspectivas reais de condenação dos assassinos de Jean Charles. O departamento da Polícia Metropolitana de Londres, entretanto, será denunciado por violação das normas de saúde e segurança. "Os agentes que dispararam os tiros fatais o fizeram

Discovery, de volta à Terra

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Posse do cineasta Nelson Pereira dos Santos na cadeira 7 da ABL tem festa concorrida Diretor de teatro e ópera Jorge Takla viajou para o Líbano e não dá notícias há 2 dias Pesquisa da Unifesp mostra que 18% dos fumantes brasileiros estão na terceira idade

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Ambiente Compor tamento Urbanismo Transpor te

DIÁRIO DO COMÉRCIO

APÓS UM ANO FECHADA, RUA DOS PINHEIROS REABRE

terça-feira, 18 de julho de 2006

Dos 12 funcionários que tínhamos, restaram apenas quatro. Maria dos Anjos de Fátima, gerente de loja

Fotos de Marcos Fernandes/Luz

Samia Nahoum (esquerda), dona de um restaurante de comida árabe, quase fechou as portas durante as obras do metrô na rua dos Pinheiros, na zona oeste da cidade. Segundo ela, o apoio de clientes fiéis foi fundamental para manter o estabelecimento funcionando, apesar de servir somente 30 almoços por dia. O trecho da rua que está interditado (acima) será liberado na próxima sexta-feira, mas as obras continuarão no subsolo. Os funcionários vão utilizar duas entradas laterais na própria via.

FIM DE OBRA AGRADA COMERCIANTES A construção da estação Fradique Coutinho do metrô, na rua dos Pinheiros, trouxe grandes prejuízos ao comércio. Para alegria dos lojistas, a rua reabre na sexta. Vanessa Rosal

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epois de quase um ano interditada, a rua dos Pinheiros, na zona oeste da cidade, será liberada para o tráfego na sexta-feira. Mais do que o trânsito caótico, o fechamento da via causou grandes transtornos para os comerciantes da região, que viram o movimento de clientes diminuir em suas lojas desde 24 de julho de 2005. Foi nesta data que o Metrô iniciou a construção da futura estação Fradique Coutinho da Linha 4-Amarela (Luz/Vila Sônia). Mesmo com o tráfego liberado, as obras terão prosseguimento no subsolo da rua por mais algum tempo: até 2008. Os funcionários irão trabalhar utilizando duas entradas de serviço localizadas nas laterais da própria rua. Segundo a diretora da Distrital Pinheiros da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Ana Lúcia Donnini, das 300 lojas que estavam instaladas no trecho que foi fechado pelas obras do Metrô, 40 foram afetadas. Desse total, 15 tiveram uma redução de 85% no faturamento e quatro faliram. "Muitos comerciantes não puderam se planejar, pois foram avisados pela Prefeitura em cima da hora. Foi um grande susto, alguns não conseguiram continuar", disse. Um dos pedidos feito pela Distrital Pinheiros ao Metrô foi a revitalização das calçadas, de acordo com o decreto nº 45.904, que estabelece um novo padrão arquitetônico nas ruas da cidade. Sem fiação aparente (foi criado um sistema subterrâneo como o da avenida Paulista) e calçadas padronizadas em cinza e vermelho, a rua está pronta para receber novamente a população. Sobrevivência – Samia Nahoum, proprietária do Restaurante Laiele, especializado em comida árabe, é um grande exemplo de sobrevivência em meio aos transtornos causados pelas obras do Metrô na rua dos Pinheiros. Há três anos ela inaugurou o estabelecimento, que teve o seu movimento reduzido pela metade após o fechamento da via. "Graças a Deus eu não precisei mandar nenhum funcionário embora. Enfrentei três meses de muito prejuízo, mas a qualidade da comida conseguiu manter alguns bons clien-

tes fiéis", explicou. Após o início das obras, Samia passou a servir 30 almoços por dia. Ela até pensou em fechar as portas, mas os fãs de sua comida não deixaram. "Recebi muito apoio deles. O ruim é que eu pago R$ 1.900 de aluguel. O que eu ganho, praticamente é para cobrir os meus gastos". Outros problemas enfrentados pela libanesa durante o ano foram os danos causados pelas obras. Visível aos olhos de quem entra no restaurante, um grande buraco no teto já virou o centro das atenções. "Tive a estrutura abalada e até agora não resolveram a situação. Isso é um absurdo", disse Samia. "Não vou aceitar essa história de que o Metrô chegou para valorizar os empreendimentos da rua. Não aceito que aumentem ainda mais o aluguel daqui", completou. História - A loja A Morada comercializa cortinas e persianas desde 1981 na rua dos Pinheiros. Em tanto tempo de existência, nunca passou por uma crise tão difícil como a atual. "Dos 12 funcionários que tínhamos, restaram apenas quatro", lamentou a gerente Maria dos Anjos de Fátima. Segundo ela, o movimento caiu 70% desde que a estação Fradique Coutinho começou a ser construída na rua. "Nossa sorte foi que o proprietário do imóvel concordou em abaixar o valor do aluguel. Mesmo assim, está sendo muito difícil manter as portas abertas", disse. Em dezembro, a loja precisou fechar as portas por falta de clientes. "Justamente o mês do ano em que o comércio mais vende, foi o pior de todos para nós. Pensei que a loja fosse à falência", afirmou. Uma das soluções seria mudar o comércio de endereço. Mas, de acordo com Maria dos Anjos, talvez não valesse à pena arriscar uma mudança tão radical. "Fizemos uma reunião e concordamos que um ano poderíamos suportar. Tudo bem que São Paulo precisa de Metrô, mas não é certo sacrificar comerciantes e moradores. O barulho aqui chega a ser ensurdecedor, muita gente mudou de casa", disse. Protesto - A proprietária da Futura Iluminação, Silvana Pedroso, está vivendo o que chama de um "verdadeiro pesadelo". Ela alega não ter sido avisada sobre o fechamento da rua, há um ano, e que somente graças à Distrital Pinheiros pô-

Dono de pizzaria consegue até ampliar a loja

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Para enfrentar a redução no número de clientes, algumas lojas fecharam as portas e mudaram de endereço

Samia mostra um buraco no teto do seu restaurante provocado pela obra subterrânea

de se organizar para tentar driblar os prejuízos. A loja, que está instalada desde 1999 na região, fica na altura do número 753 da rua dos Pinheiros, na esquina com a rua Capitão Antônio Rosa. Silvana afirmou que o movimento na Futura Iluminação caiu 70%. "Além da queda brusca no faturamento, tenho que enfrentar motoristas mau-educados que estacionam na minha calçada sem dar satisfação", disse. A loja está localizada em um dos poucos trechos onde ainda á possível a circulação de veículos. "Como não há lugar para parar na rua, que está em obras, os motoristas largam o carro aqui sem ao menos pedir licença".

Ana Lúcia, da Distrital Pinheiros: muitos comerciantes desistiram

ditado que afirma que tudo acaba em pizza parece ser verdade para o dono da Fração da Pizza, na rua dos Pinheiros. Marcelo Prota administra a pizzaria há dois anos e meio e garante: "Graças aos meus clientes fiéis consegui sobreviver às obras do Metrô". Não só sobreviveu, como ainda ampliou a loja. "Nos primeiros meses a freqüência de clientes caiu 10%. Mas contornei a situação e fui crescendo, pouco a pouco". O sucesso da Fração da Pizza é a chamada propaganda boca-a-boca". Para ele, a rua dos Pinheiros, após ser aberta, demorará cerca de dois meses para voltar ao normal. "As pessoas precisarão de um tempo para se habituar novamente a circular por aqui". Criatividade - Nu m a rua onde o comércio é variado, tem espaço até para um sofisticado brechó. Tr a t a - s e d o E m p ó r i o Hexler, que precisou de adaptações para sobreviv e r. A d o n a , I s a b e l Orihuela disse que antes da obra, a loja comercializava perfumes e sabonetes em barra. "Como a freqüência de clientes caiu 80%, tive que me virar para não fechar a loja. A solução que encontrei foi montar um brechó, com ro u p a s s o b m e d i d a e ponta de estoque", disse. O Empório Hexler também confecciona fantasias para escolas, grupos de teatro e de dança. Segurança -O próximo passo na revitalização da rua dos Pinheiros será a troca de luminárias. A iluminação da via foi prejudicada após o início das obras, oferecendo risco à população. Uma carta solicitando providências já foi enviada à Prefeitura. O objetivo é oferecer mais segurança aos comerciantes à noite, além de um visual bonito e padronizado. (VR)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 18 de julho de 2006

Só a entrega física do DVD não pode ser eletrônica. Mas todo o resto só depende de uma conexão internet. Na página seguinte, veja o nosso teste do serviço.

Eduardo Casarini, 29 anos, veterano da web: Pipoca Online segue o modelo da Netflix americana.

Informática

DVD

1 Não houve, até agora, nenhum extravio (de DVD). Eduardo Casarini, dono da Pipoca Online

fotos Rachel Melamet

sem levantar da poltrona: quase tudo já se faz pela

WEB Rachel Melamet

ocê acabou de montar seu home teather ou comprou uma televisão nova esperando assistir à conquista do hexacampeonato pela Seleção e deu tudo errado? Não se entristeça. As férias de julho chegaram e, com os filhos em casa ansiosos por diversão, os novos equipamentos serão de grande utilidade. E, com um computador e alguns cliques, sua casa pode se transformar em um cinema de verdade, com variedade infinita de filmes, sem enfrentar filas nos shoppings e sem as disputas nas locadoras. Sem levantar do sofá. O aluguel de DVDs pela internet ainda é negócio recente, mas conquista consumidores fiéis com muita rapidez. Funciona assim: o cliente paga uma assinatura mensal, cujo custo varia com a quantidade de filmes a cada entrega, escolhidos entre seus favoritos em uma lista que ele cria no site da locadora, e os recebe em casa, sem pagar frete. Pode ficar com os DVDs o tempo que quiser, sem pagar multa, e trocar por outros, quando desejar. O modelo de locação online surgiu nos Estados Unidos e já apavora as lojas físicas. A Netflix, maior rede online dos EUA, fechou 2005 com faturamento de US$ 682,2 milhões e 4,5 milhões de usuários. A Blockbuster, maior rede de videolocadoras do mundo, já adotou o sistema online naquele país, mas está bem atrás da Netflix, com 1,2 milhão de cyberclientes. Em cidades como São Francisco, Califórnia, cerca de 20% da população não sai de casa para ir à locadora. Pipoca em casa - Aqui no Brasil, o jovem empreendedor Eduardo Casarini, que aos 29 anos é um veterano da web — é sócio da bem-sucedida floricultura virtual Flores Online, criada há sete anos — fatura com seu Pipoca Online (www.pipocaonline.com.br), que segue o modelo Netflix. Por ora, atua na Capital e nas 38 cidades da Grande São Paulo. No ar desde dezembro de 2005, o site (3 mil títulos) quer chegar a 2,5 mil usuários até o fim do ano. A primeira pergunta quanto à locação online é: mas isso dá lucro? Se o cliente pode ficar com os filmes quanto tempo quiser, não poderá emprestá-los a amigos ou mesmo sublocá-los? Segundo Casarini, a prática dissipou seus temores: "Nossos clientes estão mais preocupados com conforto e segu-

rança. É claro que chamam amigos e parentes para ver os DVDs e levam os filmes em viagens, mas não houve até agora nenhum caso de extravio. Ao contrário, pessoas que tiveram contato com o sistema viraram associados", diz ele. Um cliente ficou quatro meses com um filme, sem alugar nenhum outro, pagando as mensalidades, até que finalmente o devolveu. "Teria saído mais em conta ele comprar o DVD, mas acho que ele simplesmente esqueceu", divertese o empresário. Como funciona - O Pipoca Online tem planos mensais, que podem ser pagos com cartão de crédito. O carro-chefe de vendas sai a R$ 74 por mês e dá direito a número ilimitado de locações (três filmes a cada pedido). Novos DVDs da lista de desejos — que pode ser alterada, todo dia até 18h — são enviados quando os anteriores são devolvidos. Para isto, basta acessar o site, e clicar em "solicitar retirada". Lo gís tic a - Para retirada e entrega, o Pipoca Online tem parceria com a Direct Express, um courier, responsável pelo processo logísitico. Dois funcionários lideram uma equipe de dez pessoas, que separam os DVDs segundo os pedidos; 150 couriers estão nas ruas. A parceria com a Direct Express, já estabelecida nas grandes capitais do país, permitirá que a Pipoca Online chegue ainda este ano em Campinas e também no Rio de Janeiro. Os planos de expansão para 2007 Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Recife e Brasília. Concorrência - Com seis mil títulos disponíveis — três vezes o acervo de uma locadora tradicional — a FlexFilmes (www.flexfilmes.com.br) divide com a Pipoca o mercado paulistano de locações virtuais. O diferencial é permitir ao associado a criação de perfis diferenciados para outras pessoas no mesmo endereço. Os preços são mais em conta que os da Pipoca — a partir de R$ 19,90 (dois filmes em casa por vez) e até R$ 49,90 (oito filmes), mas os planos só permitem duas trocas mensais. Locações adicionais, R$ 2,90 cada. Mordomia - Algumas locadoras de rua já testam serviços online. Com lojas em Moema e nos Jardins, a Movie To Go ( ww w. mo v ie t o go . co m . br ) atende via web nessas regiões e entrega refrigerantes, chocolates e salgadinhos para completar o cinema em casa. Mas entrega e coleta ainda são separadas, e cobram-se multas por atraso. Para ter delivery o cliente deve comprar um pacote pré-pago, mínimo de R$ 50. Preço e prazos seguem a tabela da loja de rua.

Basta fazer o pedido pela web e os pacotes chegam em casa. Depois, é só solicitar a retirada, sem atropelos. E sem multas.


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Te s t e Geoinfor mação Administração Livros

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 18 de julho de 2006

O DIRETOR DE TECNOLOGIA VAI ALÉM DA INFORMÁTICA

TESTE

O sistema, conveniente, funciona. Rachel Melamet

DC Informática testou as duas principais locadoras de DVD online que atendem na cidade de São Paulo e que oferecem test drive de dez dias grátis, Pipoca Online e FlexFilmes. Veja o resultado. 1 - CADASTRO - Os cadastros foram feitos entre 5h e 8h de quinta-feira, propositamente em um horário no qual ambas não teriam funcionários no atendimento ao cliente. As duas fichas se mostraram fáceis de preencher e o retorno de aprovação da inscrição via e-mail foi imediato, prometendo a entrega dos primeiros pedidos em 24 horas. 2 - USABILIDADE - As duas locadoras oferecem sistemas parecidos de busca de filmes e indicações automáticas geradas pelo programa a partir dos temas favoritos apontados pelo próprio clien-

te, o que facilita o trabalho de consulta aos catálogos online e permite ter uma boa noção dos filmes disponíveis sem perder tempo. 3 - ATENDIMENTO - A Pipoca Online sugere uma relação mínima de seis filmes na lista de desejos, enquanto a Flex pede que se escolha pelo menos 20 filmes, que serão entregues priorizando os primeiros da lista, de acordo com a disponibilidade do DVD escolhido. Escolhemos seis filmes na Pipoca Online e colocamos dois lançamentos no topo da lista. Recebemos um e-mail de confirmação do pedido às 18h de quinta-feira e ambos os filmes foram entregues às 10h30 de sexta-feira; em seguida foi enviado e-mail informando

que o pedido já havia sido entregue, o que facilitou a retirada na portaria do prédio. Propositadamente, colocamos apenas duas em vez de 20 opções na lista da Flex para checar o que o sistema faria. O primeiro filme foi enviado sozinho na sexta-feira ao meiodia, sem aviso prévio via e-mail nem confirmação posterior de entrega. No sábado a empresa enviou, sem aviso, o segundo DVD da lista. Foi uma agradável surpresa, mas o risco da não comunicação via e-mail é que o cliente pode sair de casa sem saber da entrega e/ou esquecer de avisar a portaria para receber. 4 - EMBALAGEM - Os filmes da Pipoca Online são entregues em uma embalagem

DVD WEB

O GEOBrasil Summit 2006 começa hoje, em São Paulo, e vai até o próximo dia 20

plástica lacrada, etiqueta com os dados do cliente e identificação do conteúdo. Os DVDs vêm em suas caixas originais dentro de uma simpática caixinha de papelão que protege todo o conteúdo. A FlexFilmes entrega os DVDs em um saquinho de plástico transparente com fecho tipo zip-lock; na prática, isso não garante a segurança do conteúdo. Os discos não vêm na caixa original, e sim em uma caixinha de plástico transparente, do tamanho do DVD, com um prático mecanismo especial para tirar e recolocar os discos. Mas o fato de as duas embalagens protetoras serem transparentes, muito finas e pequenas facilita a visualização do conteúdo e a sua confusão com outras correspondências, o que pode dar lugar a furtos e extravios. Rachel Melamet

A dura vida do CIO moderno Entender a fundo o negócio da empresa, saber economia, administração e finanças e ainda aprender tudo que surge de novo. Esse é o papel do diretor de tecnologia do século XXI Guido Orlando Júnior oi-se o tempo em que o diretor de tecnologia de uma empresa era o todo poderoso da corporação. Quem é mais velho, com mais de 40 anos, deve lembrar-se do poder que esse profissional detinha nas mãos. Muitas vezes "mandava" mais do que o próprio presidente ou dono. Praticamente nenhuma decisão importante era tomada sem que o chamado CIO (Chief Information Officer) estivesse presente. Porém, de alguns anos para cá seu poder foi diminuindo, principalmente após o estouro da bolha das ponto com - ou as empresas de internet - e ele teve que adaptar-se à nova realidade de mercado. Hoje já não se admite mais um profissional desse nível que entenda apenas de tecnologia e não esteja completamente envolvido com os negócios da empresa, além de ter amplos conhecimentos de economia e administração. Saber apenas colocar os bits e bytes nos lugares certos do quebra-cabeça tecnológico já não é garantia de emprego para ninguém. Ele tem que estar perfeitamente sintonizado com o chamado core bussiness de onde trabalha para poder prestar o melhor serviço e, o mais importante, manter seu emprego. Não é à toa que verdadeiros batalhões de profissionais de tecnologia lotam as classes dos cursos de MBA,

principalmente os voltados aos negócios, para fazerem uma completa reciclagem em seus conceitos profissionais. E, além disso, não podem deixar de ficar atualizados com as novidades da tecnologia, que não pára de despejar inovações todos os dias no mercado. Só nos últimos três anos veja algumas que prometem aumentar os lucros, diminuir despesas e proporcionar agilidade nos negócios despontaram:

As redes com esse perfil deslancharam em um prazo curto de tempo a ponto de fazer com que praticamente nenhum notebook novo seja vendido hoje sem essa tecnologia incorporada. Sem dúvida ela traz benefícios, aumenta de

Todo executivo que se preza hoje em dia tem um celular que também faz e recebe chamada. Achou estranha essa frase? Pois fique sabendo que nos celulares mais sofisticados, falar praticamente ficou em segundo plano. Eles recebem e mandam e-mail em tempo real, carregam planilhas eletrônicas e apresentações, podem ser ligados a projetores para rodar uma apresentação, acessam a internet e até mesmo a rede interna da empresa. Com eles os executivos ficam conectados 24 horas por dia com a empresa, principalmente num mundo globalizado como o que estamos vivendo. E não adianta querer abrir mão de um aparelho desses, pois eles passaram a fazer parte do arsenal que a corporação obriga seus comandantes a lançarem mão para tentarem derrotar as estratégias da concorrência. Além de estarem por dentro de tudo que desponta - sem esquecer do que já está implantado -, se debruçarem sobre um desafio enorme: a segurança, ainda têm

O chefe de tecnologia do Os papas da Google Earth, Michael e o diretor da geoinformação Jones, Microsoft-Vexcel, Franz Leberl, são palestrantes no estão GEOBrasil Summit 2006, evento de geoinformação no Brasil

organizado pela Alcantara Machado Feiras, de hoje a 20 de julho, no Centro Imigrantes, em São Paulo. No dia 20, às 11h15, o executivo do Google Earth - que permite localizar

praticamente qualquer lugar do planeta por imagens de satélite apresentará palestra sobre o impacto das imagens e mapas virtuais no mercado, e deve falar

VoIP, ou Voz sobre IP Segundo o mercado, a empresa que não adotá-la em espaço curto de tempo tende a ver seus lucros escoarem pela linha telefônica das operadoras fixas, principalmente se as ligações de longa distância tanto nacionais quanto internacionais forem freqüentes. Sua implantação à primeira vista pode parecer dispendiosa, mas ao longo do tempo traz retorno e resultados positivos para o caixa das empresas. O problema é o investimento inicial, principalmente para as médias e grandes empresas. Wireless, ou redes sem fio

forma consistente a mobilidade e dinamiza os negócios. Tornou corriqueira a figura do executivo nos aeroportos com o micro no colo, trabalhando enquanto espera a chamada de seu vôo. Os smartphones

que vender essas idéias para o board da corporação. Maratona do CIO: levar tudo isso ao conhecimento do alto escalão e convencer os demais diretores que vale a pena investir em um ou mais sistemas desses. Mãos à obra, começa a freqüentar seminários sobre o tema, sabendo de antemão que terá que ouvir palestras de fornecedorespatrocinadores "do melhor evento sobre o tema" e que irão prometer o melhor dos mundos no assunto. Desenvolve planilhas, escreve pilhas de relatórios, faz uma apresentação bem caprichada em Power Point, ensaia a dita-cuja cem vezes e treina o discurso outra duzentas, pois sabe que se tentar convencer com palavras não adiantará de nada. Ele terá que provar que o ROI (Retorno sobre o investimento) será em determinado tempo e que trará uma lucratividade de X% a partir daí. E que sem isso a empresa correrá perigo. Os diretores se olham, balançam a cabeça, fazem cara de "pode ser", coçam o queixo e... deixam esse assunto para depois, para ser discutido no planejamento do próximo ano fiscal. Ou concordam, mas em termos. Será implantado, mas a conta-gotas. Ou melhor, de acordo com o que o fluxo de caixa permitir. Mas querem resultados rápidos. Não é fácil ser diretor de tecnologia nos tempos atuais. gojunior@voit.com.br

também sobre as novidades para a área. Às 9h, no mesmo local, estará no palco o executivo da Microsoft-Vexcel, para falar sobre uma câmera digital aerotranspostada,

recentemente comprada pela Microsoft para dar suporte ao programa Virtual Earth, que concorre com o Google Earth. Mais informações no site www.geobr.com.br.


terça-feira, 18 de julho de 2006

Eventos Administração Livros Equipamentos

Campanhas eleitorais na era da internet

Para Alessandro Bender, políticos não devem ser arrogantes em blogs ou fotoblogs. A criação destas páginas pode custar muito pouco para os candidatos

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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INTERNET, VITRINE PARA POLÍTICOS EM CAMPANHA.

Livro E-leição, do publicitário Alessandro Bender, mostra aos candidatos como usar a internet para agitar uma campanha política Por Rachel Melamet vida política na internet é fervilhante. Campanhas, grupos de discussão, comunidades, gente engajada em causas e em idéias lotam a web mundo afora, inclusive no Brasil. No entanto, as campanhas políticas partidárias no universo virtual estão apenas engatinhando, em especial no Brasil, onde muitos políticos e lideranças populares sequer têm um site ou domínio próprio. Partindo dessa premissa, o publicitário Alessandro Bender, especialista em estratégias e interatividade na web, decidiu escrever o livro E-Leição, que apresenta, de forma simples e direta, as maneiras de otimizar uma campanha eleitoral através da internet. O livro também pode ser muito útil para empresários que têm interesse em criar ações que integrem estratégias de Marketing Viral, Buzz Marketing, 1to1 e Relações Públicas. Muitas das estratégias de comunicação e marketing apresentadas podem ser utilizadas com outros fins, como vender produtos, fortalecer o relacionamento com o cliente, criar um atendimento eficaz e aumentar a percepção do valor de uma marca. Tudo grátis – Para facilitar a vida dos políticos sem recursos, Bender lista no E-Leição uma série de ferramentas gratuitas, como softwares e endereços de sites para download, explicações sobre a eficácia de recursos como blogs, fotologs, chats e fóruns e como criá-los

sem gastar um tostão. Em relação às competências específicas necessárias para realizar as tarefas, Bender lembra que "a maioria dos softwares é tão simples quanto o Word, o Power Point ou o Internet Explorer – programas a que a grande maioria têm acesso e relativo domínio". O livro também orienta sobre como buscar patrocínios para sites e como manter os arquivos da campanha em discos virtuais gratuitos. Explica como agir diante de hackers e de ataques pessoais e políticos via web. O que o eleitor detesta – "A internet é hoje o espaço onde as pessoas mais opinam. Em todos os sites é possível interagir, enviar mensagens, deixar recados, reclamar, questionar, dialogar, enfim", observa Alessandro Bender. Entretanto, o publicitário alerta para práticas que podem surtir o efeito contrário e deixar os internautas irritados. "As mudanças comportamentais e as novas tecnologias trouxeram um novo modelo comunicacional: a interação entre quem fala e quem ouve, no caso o discurso político. Quando a tecnologia abriu a "janela" do ouvir, todo mundo resolveu querer falar e procurar alguém para ouvir o que ele tem a dizer", comenta Bender. Desta forma, informações não solicitadas, como as enviadas por spams, são a anticomunicação e devem ser esquecidas. Outra coisa que um cyber eleitor odeia é promessa – se não tem como cumprir al-

gum item do programa de campanha, elimine-o. O excesso de formalidade também não agrada aos internautas: evite a arrogância virtual com palavras difíceis, tentando mostrar que é "doutor". E o mais importante: nunca deixe um eleitor virtual sem resposta. Se ele se deu ao trabalho de mandar um e-mail ou comentar num blog ele quer atenção. Responda e ganhe votos. Onde encontrar –O livro ELeição está disponível em versão e-book para download gratuito no site Eleição.Info: www.eleicao.info. Divulgação

No livro, todas as técnicas de criação de estratégias políticas também podem ser aplicadas na administração de qualquer empreendimento que venda produtos e atenda clientes

O que o eleitor gosta? E o que fazer contra hackers? Este livro ensina os políticos.


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Administração Livros Equipamentos Automação

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 18 de julho de 2006

O custo da impressão cai dramaticamente: de R$ 0,12 por folha para R$ 0,01.

UM FLUXO CONTÍNUO DE TINTA: PARA GANHAR TEMPO.

fotos Divulgação

Tinta sem parar

Para funcionar, o conjunto Guter Past tem de ser conectado à cabeça de impressão. A tinta vem de tanques externos.

Quem tem grandes volumes de impressão pode se beneficiar da Guter Past. A economia é grande, mas há risco de perder a garantia da impressora. Por Fábio Pelegrini uando o consumidor compra uma impressora a jato de tinta, n e m s e m p re a s u a principal preocupação está relacionada à qualidade de impressão, mas sim ao preço dos suprimentos. A Epson, uma das maiores fabricantes de impressoras do País, percebendo esse mercado, desenvolveu um sistema na qual a tecnologia mais cara do cartucho (a cabeça de impressão) fizesse parte da da impressora, e não do cartucho, diminuindo o custo na hora da troca do produto. E, é bom lembrar, antes esses suprimentos vazios eram dispensados no lixo ou vendidos pelos usuários para empresas que remanufaturavam o produto e o revendiam. Quando o assunto é economia, soluções sempre aparecem e se multiplicam no mercado. Esse é o exemplo do novo sistema para quem pretende economizar em impressão, chamada Bulk In, mais conhecido no Brasil como Fluxo Contínuo de Tinta. Como o próprio nome diz, o sistema é uma adaptação a modelos parecidos dos cartuchos originais, os quais são abastecidos continuamente de tinta, através de uma mangueira de silicone que serve de caminho para o líquido, que fica em tanques externos. Apesar da Epson condenar o uso desse equipamento afirmando, inclusive, a perda imediata da garantia no caso da instalação, a economia na im-

pressão surpreende. "Quando a Epson vende uma impressora, ela vende uma promessa de chegar a um resultado de impressão. Esse resultado tem como condição a utilização dos suprimentos originais do fabricante da impressora. Esses dispositivos de tanques que são colocados fora das impressoras, geralmente são utilizados por pessoas que necessitam de grande volume de impressão e acabam utilizando uma máquina a jato de tinta, que muitas vezes não tem essa aplicação, para uma outra finalidade a não a impressão doméstica", explica Gustavo Assunção, gerente de Negócios da Área de Suprimentos da Epson. Segundo dados da própria Epson, um cartucho original imprime cerca de 250 páginas, com exceção dos primeiros cartuchos e considerando uma área de impressão de 5% do papel — o que equivale, aproximadamente, a uma folha de texto comum no tamanho A4. Esse mesmo cartucho tem preço sugerido a R$ 29,90; o custo por folha impressa — considerando os dados anteriores e na cor preta — é de R$ 0,12. Com o sistema de fluxo contínuo de tinta, a Guter afirma que o consumidor consegue imprimir aproximadamente 2500 páginas, já que seu produto tem cerca de dez vezes mais o volume de tinta (100 ml), também levando em conta os dados anteriores. Além disso, o cliente paga R$ 20 por

frasco, um custo de R$ 0,01, na cor preta. O DC Informática testou em duas impressoras (modelos CX7700 e C67) a solução da Guter Past do Brasil ( h t t p : / / w w w . g u t e rpast.com.br), para verificar como é feita a instalação, a qualidade e a eficiência final do seu produto. O kit é composto de quatro frascos de tintas de 100 ml (nas cores preta, ciano, magenta e amarelo), quatro seringas, quatro tanques, porta tanques, luvas, cartuchos vazios adaptados com mangueira, manual e um vídeo demonstrativo de instalação. O CD-ROM que acompanha o kit demonstra passo-a-passo como deve ser feita a instalação. O procedimento básico consiste basicamente em retirar os cartuchos originais, a trava de segurança - que é parafusada - e fixar as mangueiras e tambores, o que levou cerca de 5 minutos. O momento mais difícil e cansativo, no entanto, foi o de fazer a retirada do ar das mangueiras, fazendo a sucção no fundo do cartucho com uma seringa. Além da demora, foi uma tarefa que necessitava de certo esforço e muitos movimentos repetitivos. Mas segundo o fabricante, esse problema já foi resolvido. Quanto à impressão, não foi possível notar diferenças na qualidade em textos impressos do cartucho original e o do sistema da Guter. Já na impres-

são de fotos, foram utilizados diversos tipos de papéis, de qualidade fotográfica a sulfite. A qualidade dos cartuchos da tinta Epson é maior quando feita a impressão no papel da mesma empresa. Em papéis brilhantes de outros fabricantes, pode-se notar que a impressão do cartucho original se manteve mais fosca, diminuindo a diferença entre as duas companhias. De maneira geral, os testes apontaram que, para quem deseja uma solução para impressão em grande escala, o sistema de fluxo contínuo de tinta pode ser uma alternativa eficiente. Mas é preciso levar em conta alguns pontos negativos, como a perda da garantia pelo fabricante da impressora e do suporte técnico. Além disso, todos os equipamentos, independentemente da marca, têm um ciclo de ciclo de vida útil que deve ser levado em conta, dependendo da finalidade da compra. Isso significa que a impressão de um grande volume de páginas pode diminuir de forma significativa o tempo de vida útil do equipamento. O kit da Guter para os modelos testados custa R$ 280, mas os preços variam conforme o equipamento. Existem também soluções para impressoras da HP e frascos bem maiores, com até um litro de tinta. A Guter fornece suporte técnico e oferece garantia de um ano, desde que o consumidor utilize suas tintas.

Um jeito redondinho de ouvir as músicas do seu iPod Divulgação

Sem fone, sem fios: pode funcionar a até 30 metros da base

ão é comum um acessório custar muito mais caro que o produto principal. Mas, no caso dos iPods, os tocadores de MP3 da Apple, já está virando rotina. A qualidade do som digital e a capacidade de armazenamento cada vez maior dos aparelhinhos permite transformá-los em verdadeiras centrais musicais para grandes ambientes, o que requer bem mais que um simples fone de ouvido. Um bom exemplo é o iBall, criado para oferecer uma nova forma de ouvir o iPod, que está chegando ao Brasil pela Oregon Scientific (www.oregonscientific.com.br), multinacional pertencente à IDT, uma das maiores fabricantes de aparelhos eletrônicos do mundo. O novo sistema de alto-falante permite aos usuários de iPods acessar, controlar e ouvir suas músicas com a facilidade do plug and play, sem fones de

ouvido ou cabos. O iBall é composto por um dock onde o iPod é plugado e um conjunto de alto-falantes dispostos em um case redondo, que pode ser colocado a até 30 metros da base. Através do dock, é possível conectar o iPod ao computador e carregar a bateria do aparelho. Por meio da tecnologia Frequency Hopping Spread Spectrum (FHSS), que elimina interferências de outros produtos sem fio, o iBall garante um som ainda mais puro e limpo. Controle remoto - O usuário pode, ainda, controlar o iPod diretamente do iBall, por controle remoto, sem ter de ir até a base. O iBall vem com diversos adaptadores para iPod, sendo compatível com todos os modelos à exceção do Shuffle, cujo adaptador pode ser vendido separadamente. O design diferenciado torna o iBall um aparelho portátil e

extremamente leve. As informações são mostradas em um visor de cristal líquido redondo que acentua as curvas do aparelho. O alto-falante possui um apoio para a mão, que torna mais fácil seu transporte sem riscos. O iBall possui plug para saídas de áudio e vídeo, que permite que as músicas do iPod sejam reproduzidas por fontes de áudio secundárias, como micro systems e televisores. Além disso, tem entrada para áudio auxiliar, fazendo com que o iBall reproduza músicas de outros aparelhos, como discmans. O iBall começa a ser vendido no Brasil a partir de agosto pelo preço sugerido de R$1.299. Só para comparar: os preços de um iPod Nano com capacidades entre 1 GB e 4GB (de 240 a mil músicas) variam de R$ 699 a R$ 1.199. Rachel Melamet

o iBall — altofalante de grande eficiência — custa mais caro que o principal, o iPod.


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Nos EUA, encontro avaliará a implementação das etiquetas para controlar os estoques

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CRESCE O USO DAS ETIQUETAS QUE CONTROLARÃO TUDO

Primeiro encontro do setor de etiquetas com radiotransmissores: agosto, em Nova York.

RFID para roupas e calçados Por Sergio Kulpas American Apparel & Footwear Association (AAFA), a associação varejista de vestuário e calçados dos Estados Unidos, se uniu à publicação RFID Journal para promover o primeiro encontro do setor com a tecnologia de etiquetas com radiotransmissores, que será entre 15 e 16 de agosto em Nova York, no Fashion Institute of Technology (FIT). O evento RFID Journal - AAFA Apparel & Footwear Summit é co-patrocinado pela Avery Dennison (www.averydennison.com/), empresa especializada em tecnologias de sensores de contato e adesivos, e que possui uma divisão dedicada ao desenvolvimento de soluções de RFIDs para o varejo. Vários palestrantes vão apresentar "cases" sobre o uso dos RFIDs no varejo. James Stafford, que coordena o programa de RFID da rede inglesa Marks & Spencer (M&S), fará a palestra principal do evento. A M&S é uma das líderes mundiais na adoção de etiquetas com microtransmissores de rádio para o controle de estoques de roupas. Depois de um teste preliminar bem-sucedido em 2005, a rede começou a colocar RFIDs em itens individuais em 42 lojas no Reino Unido a partir do começo deste ano. Stafford diz que a M&S está obtendo grandes benefícios com o uso de RFIDs, graças às sensíveis reduções de custos com perdas de estoque. O executivo deve detalhar durante

modo viável ao setor de vestuário e calçados. O evento promete uma avaliação do estado geral da implementação dos RFIDs no setor. Palestrantes e temas

a conferência as principais áreas de economia na empresa e os planos para o futuro. Vestuário e calçados Segundo Mary Howell, vice-presidente de relações industriais da AAFA, os setores de vestuário e calçados são os maiores interessados nos benefícios que a tecnologia dos RFIDs pode proporcionar. A executiva explica que grandes empresas estão adotando várias estratégias para a implementação da tecnologia, que serão discutidas durante a conferência. Um grande número de varejistas norte-americanos já lançou programas piloto com as etiquetas inteligentes e esse número está aumentando, à medida que cai o preço unitário dos RFIDs. A queda nos custos está tornando economicamente viável para o setor de roupas e cal-

çados aplicar etiquetas em itens individuais e monitorar seu deslocamento em toda a cadeia de produção. A conferência terá painéis com casos de sucesso e também experiências que não deram certo. Participantes O evento reunirá usuários finais (as lojas), integradores de sistemas, consultores e vendedores de tecnologias e soluções, para discutir pontos críticos relacionados com a adoção das etiquetas radiotransmissoras. Os fabricantes vão demonstrar novas tecnologias especificamente criadas para atender as necessidades do setor de calçados e vestuário. Os tópicos principais do RFID Journal – AAFA Apparel & Footwear Summit incluirão debates sobre "cases" de sucesso e experiências malsucedidas. Serão mostradas soluções que podem ser aplicadas de

Entre os palestrantes estarão Mary Howell (vice-presidente de relações industriais da AAFA); Marc Osofsky (vice-presidente de marketing e desenvolvimento de produto da OATSystems); Götz Pfeifferling (executivo-chefe de informação da Lemmi Fashion); Uwe Quiede (diretor da alemã LogistikFuture Store Initiative, Kaufhof Warenhaus AG) e James Stafford (diretor do projeto de RFIDs da Marks & Spencer). Os temas mais importantes do evento abordarão como os RFIDs podem beneficiar o setor de roupas e calçados, as vantagens de etiquetar itens individuais, calendários propostos para a adoção em massa da tecnologia e como os RFIDs podem melhorar os processos internos e economizar nos custos. Entre as empresas que participarão da conferência estarão grandes redes dos Estados Unidos, como Allen-Edmonds Shoe Corp., Chantelle Lingerie, Dillard's, Gold Toe Brands, Jockey, Levi Strauss & Co., Liz Claiborne, New Balance Athletic Shoes, Perry Ellis International, Phillips-Van Heusen Corp., Russell Corp., Stride Rit e C o r p . , Ti m b e r l a n d , V F Corp., Wolverine World Wide and Woolrich. sergiokulpas@gmail.com

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Nas etiquetas, informações que agilizam a movimentação do produto nas lojas reduzem os custos


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SAI DE LINHA O QTEK 9090, ENTRA O 9100: MAIS RECURSOS.

Qualquer empresa pode baixar os custos com telefonia: agora, existem especialistas terceirizados

Novo smarthphone: uso final e corporativo Por Barbara Oliveira

Telecom Outsourcing: opção para reduzir custos de telefonia Voitel, empresa brasileira de serviços de voz sobre IP (VoIP), lançou o Telecom Outsourcing, produto que pode ser usado tanto em voz sobre IP quanto no sistema tradicional de telefonia. O objetivo da Voitel é suprir a necessidade de empresas que precisam reduzir custos operacionais e de manutenção nos seus sistemas de comunicação. O produto foi lançado em junho apenas em São Paulo. A empresa já o instalou em 20 clientes e pretende fechar negócio com mais 30. O Full Outsourcing é um pacote completo, com instalação e programação de equipamentos (em comodato), manutenção e funcionamento de PABX, contas e extratos mensais detalhados e tarifação parcial sob demanda. Ele inclui correio de voz e identificador de chamada, sem custo adicional. Outro outsourcing é o VLINK, com as mesmas características do Full, mas voltado para empresas que já possuam uma central telefônica interna. "O Telecom Outsourcing destaca-se por proporcionar redução de custos com comunicação", afirma o gerente de Planejamento e Implantação da Voitel, Marcelo Fontanesi. Custos –O custo mensal para a utilização do serviço é a partir de R$ 500,00, em contratos de 12, 24 e 36 meses. Mais informações: www.voitel.com.br.

IMORTALIDADE Quer ter seu nome no Firefox? Convença um amigo a baixar o programa.

om o avanço dos recursos dos smartphones, que funcionam tanto como telefones como pequenos computadores de mão, cresce também a oferta dos modelos para executivos e empresas. Na semana passada foi a vez da operadora Claro lançar um novo telefone inteligente da linha QTek, o 9100, e desta vez também com vendas para o usuário final e não apenas para o corporativo. O aparelho vai substituir o QTek 9090, que sai de linha e era comercializado pela Claro desde o ano passado a um preço mais elevado (custava acima de R$ 2.000) e só para empresas. Este novo 9100, da H i g h Te c h C o m p u t e r, d e Taiwan, vai custar no varejo R$ 1.199 mais o plano de voz e de dados escolhido pelo usuário. Se for adquirido por empresas – mercado natural para esse tipo de produto – ele pode sair mais barato ou até ser fornecido em regime de comodato. "Tudo vai depender do plano de voz, do pacote de dados, do número de linhas e da região onde a empresa se encontra", informa o diretor de serviço de valor agregado da Claro, Marcos Quatorze. Micro de mão O QTek 9100 se parece mais com um micro de mão do que com um celular, apesar das funções de telefone para rede GSM. Ele está mais leve – pesa 160 gramas (contra 200 g do anterior) e menor (10,9 cm de comprimento por 2,3 cm de espessura). O teclado Querty (aquele mesmo usado em

O sistema operacional foi atualizado para o Windows Mobile 5.0, usado em PCs de mão, que além de uma interface mais amigável, permite ao usuário mais produtividade com acesso ao Outlook Mobile, arquivos do Word, Excel e PowerPoint e a programas de chat como o MSN M e s s e n g e r M o b i l e e Wi ndows Media Player 10, para vídeos e músicas, porque afinal, um pouco de diversão

não faz mal a ninguém. Outro recurso oferecido é a possibilidade de a empresa embutir um sistema móvel de CRM (de relaciomamento com o cliente) ou de ERP (gestão). Como em todo o smartphone que se preze, o usuário pode enviar e visualizar seus emails armazenados no servidor corporativo (ou do Outlook doméstico) graças ao Exchange Server 2003, que faz sincronização dos e-mails, calendário e contatos via rede de dados em tempo real. A mobilidade é um dos grandes diferenciais do QTek 9100, pois ele vem pronto para a rede GPRS/Edge (com velocidade de dados que pode chegar a 300 kbps) integrada à conexão Wi-Fi da Claro, mas também tem Bluetooth e infravermelho. O modelo ainda embute uma câmera de 1,3 MPixel, permite streaming de vídeos e conta com 128 MB de memória interna. Mais informações sobre o novo modelo da companhia podem ser obtidas no site www.claro.com.br .

O Qtek 9100, da Claro, ficou mais leve, mais barato e ainda traz Wi-Fi e Windows Mobile 5.0

Divulgação

O visual é de um micro de mão e o teclado permite ao usuário acessar o teclado tanto por uma caneta quanto por seus dedos.

Ó RBITA

SEU NOME vai aparecer nos créditos do navegador de código aberto.

Captura de tela

Calendários das executivas de tecnologia

Piratas no Google Earth disse que fará o possível "para promover o encontro online de nossos parceiros de Hollywood e dos fãs de cinema". A propósito, o Google Earth ganha força total com a criação de diversas comunidades, como por exemplo a Google Earth Hacks, onde os internautas podem tocar imagens dos mais variados e curiosos pontos do planeta. Outros sites relacionados s ã o o s s e g u i n t e s : ht tp :/ /w ww.di sc ov er pi rateisland.com/ http ://www.googl eearthhacks.com/

OFFICE 2007 GRÁTIS

elo menos durante dois meses, eis uma boa oportunidade para todos que gostariam de ter um pacote autêntico da Microsoft: o Office 2007, suite para escritório criado da empresa de Bill Gates, poderá ser utilizado gratuita-

Sistema operacional

@

Captura de tela

No Google Earth,o cenário onde Jack Sparrow navega e busca novos tesouros

inho de piratas no Google Earth? Pois é, os estúdios Disney conseguiram colocar no serviço de imagens via satélite do Google um fictício quartel-general de flibusteiros do século XVII, para promover o seu longa metragem Piratas do Caribe: O Baú da Morte, estrelado por Johnny Depp, Orlando Bloom e Keira Knightley, a mocinha da trama de ação. Os internautas podem navegar até o local para pegar fotos, ouvir um trecho da trilha sonora e até assistir ao trailer do filme. Em comunicado, o Google

PCs) fica embutido e é slider. Ao deslizar o teclado, o aparelho mostra na tela o modo de visualização paisagem, pronto para escrever mensagens. Mas para fazer chamadas não é preciso abrir o teclado, basta o usuário apertar a tecla do telefoninho verde na frente do aparelho para aparecer um keyboard alfanumérico virtual na tela, acessado por uma caneta ou mesmo pela ponta dos dedos. Mas as chamadas podem ser feitas também via comando de voz.

mente. Com a iniciativa, a gigante de Redmond pretende aumentar as vendas do produto, naturalmente. As versões experimentais oferecidas aos interessados são o Office Basic, o Office Small Business e o Office Professional.

nze de agosto é data marcada para o lançamento do Screen Goddess IT, primeiro calendário de executivas e diretoras de empresas de tecnologia. Em poses sensuais elas relembram cartazes de filmes de sucesso, como por exemplo 007 contra o Dr. No, Beleza Americana, Zorro e Moulin Rouge. O objetivo do time feminino, elas explicam, é divulgar e incentivar a presença de mulheres no setor de tecnologia. Entre as

O filme norteamericano Beleza Roubada foi a inspiração para a australiana Sonja

beldades do calendário figuram Sonja, diretora de um centro de tecnologia na Austrália; Kara, ex-diretora de operações da Eduka, e Natalija, diretora da Seedpod.

O calendário será vendido através da web pelo preço fixado em US$ 19,95. Para conhecer as outras deusas, o site relacionado é: http://www.itgoddess.info/

Compras online: cartão de crédito ados do estudo "O Cartão de Crédito e o Comércio Eletrônico", divulgado na semana passada pela Credicard, revelam que nove milhões e cem mil brasileiros fizeram compras online em 2005,

sendo que 47% deles utilizaram cartão de crédito, o equivalente a 4,3 milhões de usuários. Para este ano, há expectativa de crescimento de 65% nas compras com cartões de crédito. Ainda segundo o documen-

to, 4,1 milhões de pessoas acessaram a internet em 2005 com a intenção de compra, sendo que o ticket médio, valor gasto por compra, chegou a R$ 287.Site rel a c i o n a d o : w w w. c r e d icard.com.br

Games auxiliam funcionários Gestum, empresa especializada em educação on-line, desenvolveu uma plataforma de simulação com inteligência artificial, destinada a treinar de funcionários e colaboradores de empresas. Batizada de Ludus, a novidade gera games com cenários e personagens com capacidade de mo-

vimentação. "Os jogos colocam o treinando frente a uma realidade virtual que refletirá todos os aspectos de seu dia-a-dia, desafiando-o a solucionar os impasses que surgem", explica Cesar Braga, diretor geral da Gestum. No Programa de Especialização Jurídica (PEJ), oferecido

pelo projeto Inteligência Educacional e Sistemas de Ensino (IESDE), os alunos utilizam o Ludus para simular situações que deverão enfrentar em sua vida profissional. Para maiores informações visite o site da Gestum. h t t p : / / w w w . g e stum.com.br/

Aroma digitalizado: um novo efeito especial no futuro? ientistas do Instituto de Tecnologia da Universidade de Tóquio desenvolveram um dispositivo que permite gravar aromas, como o de um pãozinho saído do forno, armazená-los digitalmente e depois reproduzilos como se fossem um arquivo de som ou imagem. O professor Pambuk Somboon, chefe do projeto, diz que será possível, a partir da nova tecnologia, sentir o cheirinho da namorada ao telefone, ou do mar, em uma cena do filme Titanic. C h e i r e m a i s n o http://www.newscientisttec h . c o m / c h a n n e l / t ech/mg19125586.300.html

Militares americanos pesquisam blogs cartaz dos blogs está tão alto que a o departamento de pesquisa científica da Força Aérea dos Estados Unidos resolveu gastar US$ 450 mil para saber direitinho o que eles são, afinal. Segundo o site Goveexec, a idéia dos militares americanos é desenvolver uma ferramenta para avaliar que tipo de informação circula com mais freqüência nos diários d i g i t a i s . h t t p : / / g o v exec.com/fedblog/#1726


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Equipamentos Te l e f o n i a Fotografia Jogos

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O jogo Ghost Recon reuniu uma das melhores equipes desenvolvedoras do mercado

UMA CÂMERA PEQUENA, MAS DE ALTA RESOLUÇÃO.

Ana Maria Guariglia

Uma digital que cabe na palma da mão Empresa especializada em relógios e calculadoras, a Casio lança modelo com recursos diferenciados

Pequena notável: a compacta da Casio é ideal para os fotógrafos apressadinhos, pois conta com um mecanismo que permite fotografar apenas 1,3 segundo após ser ligada. Conta com ajustes de sensibilidade, que regulam a intensidade da luz

Por Ana Maria Guariglia Exilim Ex-Z1000 (preço de US$ 370) é a mais nova digital da Casio Computer, conhecida pelos relógios e calculadoras de precisão. O modelo, ainda sem data prevista para chegar no país, é da série Exilim, criada em 2002, tendo resolução de 10,1 Megapixels (3.648 X 2.736 pixels). Apresenta-se com essa capacidade toda em um corpinho compacto, cabendo literalmente na palma da mão. Para captar as imagens, utiliza um sensor CCD de 1/1,8 pol, acoplado a um processador criado pela própria Casio, que tem o objetivo de reproduzir principalmente as tonalidades dos objetos. Apesar da pequenez, tem um belo monitor de cristal líquido de 2,8 pol e, segundo os engenheiros japoneses, o monitor alcança o máximo de brilho, possibilitando ver com detalhes as imagens a serem fotografadas. São cerca de 1.200 pontos por milímetro quadrado com brilho contínuo, mesmo quando se fotografa em locais muito claros. Recursos – Nessa câmera, a Casio também não fez economia de recursos, criando, por exemplo, um dispositivo, capaz de evitar que o zoom digital que costuma diminuir a resolução das imagens, mantenha as particularidades da resolução escolhida. Logo ao ligar a câmera, cerca de 1,3 seg depois, você já pode sair fotografando de imediato, graças à função inteligente batizada "power on". Normalmente, sempre há um tempo de espera, de cinco a dez segundos, para disparar a primeira foto. Não deixa de ser um recurso legal para os apressados e para quem não quer perder nenhum lance dos acontecimentos. Você também pode optar pelas 37 amostras de fotos com a ajuda do "BestShot" (fotos bem tiradas). Nesse caso, a digital permite que se escolha um dos exemplos para que as imagens saiam corretas. Outra função interessante é o Quick Shutter, criada para a focalização de nove pontos da imagem. É rápida e precisa. Os videoclipes em VGA são produzidos com resolução de 640 X 480 pixels e a 25 quadros por seg ou 320 X 240 pixels com áudio em formato WAV. Além da resolução de 10,1 MP, a Z1000 traz outras opções como as de 5 MP (2.560 X 1.920 pixels), 3 MP (2.048 X 1.536), 2 MP (1.600 X 1.200) e 0,3 MP (640 X 480). Existem ainda outras soluções digitais curiosas como o zoom contínuo, que permite comparar a imagem da objetiva grande angular com a da tele e tudo é visto no monitor simultaneamente, bastando dar um leve toque no botão disparador. O zoom óptico é de três vezes e o digital de quatro e a objetiva de cristal é bem luminosa, com variação de zoom de 38/114 mm e aberturas de f/2.8 e f/5.4. Ajuste de sensibilidade – Para os mais interessados em fotografia, a Z1000 tem ajustes de sensibilidade. Esse fator é importante quando se deseja ter uma imagem bem exposta em altas ou baixas luzes. Tempos atrás, com um equipamento tradicional, era possível escolher um tipo de filme 35 mm para cada situação de iluminação. Para locais pouco iluminados, a preferência recaía em filmes de ISO/ASA 400 ou 1.000, que possuem mais sensibilidade à luz ou velocidade em relação a ela. O mesmo acontece com as digitais e na Casio, a variação oscila entre ISO 50 e 800. É importante lembrar que sensibilidade/velocidade estão intimamente ligadas aos princípios fotográficos: granulação dos pixels (que são os pontos que formam a imagem), contraste e capacidade de reproduzir detalhes com nitidez. Um certo conhecimento dessas relações será útil, no sentido de tornar a escolha do ISO mais objetiva para os propósitos. A Z1000 tem memória interna de 8 Megabytes, muito pobre para uma câmera de 10 MP, e é compatível com os cartões SD (SecureDigital Card) e MMC (MultimediaMmory Card). De acordo com as informações do manual, a bateria de lítio conta com carga para cerca de 360 registros.

Todos os detalhes com precisão ara conhecermos a compacta, fizemos instantâneos da Capela do Morumbi (bairro do Morumbi, SP). O pequeno monumento histórico de taipa (construção feita de barro ou de cal e areia e ripas) é patrimônio da cidade e sua cor vermelha nos chamou a atenção. A Exilim fotografou com fidelidade os detalhes do edifício, as cores amarelas da taipa e a decoração interna com pinturas já esmaecidas. A câmera teve bom

desempenho, é funcional e prática, o que faz lembrar as palavras de Hiroshi Fujii, um dos dirigentes da Casio, ao anunciá-la no mês passado. "Com funções de fácil compreensão, a Z1000 chega ao mercado para acrescentar mais opções de qualidade e garantir aos usuários que suas imagens serão para sempre guardadas como memória do tempo". Para saber mais, acesse: www.casio.com

GAMES

Guerra urbana Por Fábio Pelegrini

ma das mais famosas e renomadas séries de guerra tática retorna ao PC combinando gráficos de última geração com tecnologia militar do futuro. Distribuído pela Electronic Arts, Ghost Recon – Advanced Warfighter inclui muitas inovações e recursos avançados de tecnologia, mergulhando o jogador em uma verdadeira guerra urbana. Para a elaboração desse título, foi reunida uma das melhores equipes no assunto. Com o roteiro escrito por Tom Clancy, um dos maiores escritores de histórias militares, e a produtora Red Storm, que gerou algumas das séries de maior sucesso, Ghost Recon – Advanced Warfighter tem todos os elementos para se manter no topo do gênero por um bom tempo. A atmosfera do jogo nos leva ao futuro, mais precisamente a 2013. Fortes conflitos militares ocorrem na Cidade do México, onde rebeldes tentam derrubar o Governo, em um golpe de Estado. O caos urbano é iminente e a única solução é colocar a equipe militar mais bem treinada e armada para acabar com essa guerrilha. Sendo assim, o jogador estará na pele de um membro da unidade de elite Ghosts, equipada com aparelhos de última geração como o Cross-Com, aparelho de comunicação individual conectado a satélite, que disponibiliza informações completas e detalhadas do campo de batalha. O jogador presenciará fortes elementos táticos e muita ação em um game de tiro com visões de primeira e terceira pessoa, utilizando quatro soldados aliados, que devem auxiliá-lo em combates e cobertura, em caso de deslocamentos da equipe. Não espere que esse seja um jogo fácil. Na verdade, um dos seus problemas é o número de teclas de controle e botões que devem ser pressionados para fazer combinações em determinados comandos. Sendo assim, é muito importante uma passada pelo tutorial para conhecer os comandos. No modo singleplayer, as fases de reconhecimento do local são importantes. O gamer deverá encarar a guerra de uma forma mais tática do

Captura de tela

O jogador conta com recursos especiais para reconhecer terrenos

que desesperada – não se deve sair atirando para todo lado igual ao Rambo. É preciso observar e procurar alternativas de caminho, pois bastam poucos tiros para você ser identificado e colocar tudo a perder. O jogador poderá usar os obstáculos a seu favor. Colocando o seu personagem de costas para parede, por exemplo, permite que ele se desloque para os lados e tenha uma melhor visão. O seu soldado terá acesso ao futuro da tecnologia militar, com sistemas de combate totalmente integrados com armas e sistemas de comunicação de última geração, baseados em pesquisas militares reais, proporcionando uma visão realista de como as guerras serão lutadas na próxima década. Equipamentos como o Cross-Com, acoplado ao visor digital do soldado, permite verificar informações e análise da situação do campo de batalha. Assim, o soldado poderá tomar suas decisões de forma rápida e segura. Se a situação apertar, o jogador poderá comandar ataques de tanques e helicópteros em determinados alvos ou utilizar um pequeno robô, que voa sobre o local para revelar a posição dos inimigos. O mapa 3D é importante para verificar a sua atual posição. A qualidade gráfica da obra é um show à parte. Os gráficos colocam o jogador em um universo meticulosamente detalhado que irá gerar uma completa imersão na batalha. Mostra como houve um cuidado especial com o detalhamento das cidades, em uma clara elaboração de blocos de regiões, como áreas residenciais, fabris, prédios, vilas e ruas muito diferentes umas das outras. Já as explosões e tiros realmente causam estragos nos ambientes. As animações e veículos são outros destaques que

nos leva a vivenciar essa guerra urbana. A trilha sonora é impressionante e traz características cinematográficas, com vozes e efeitos sonoros, de tiros e explosões, que se alternam e estão próximas ao que vemos em filmes. Dos pontos negativos, citamos as curtas 11 fases do modo singleplayer, mas que não deixam de ser intensas. Isso requer do jogador uma combinação rápida de decisão de ação e tática. Já a experiência do modo multiplayer de Ghost Recon – Advanced Warfighter traz recursos melhorados, possibilitando até 32 companheiros nos novos modos de jogo online e quatro no cooperativo.

Ghost Recon - Advanced Warfighter G Distribuído pela Electronic Arts Telefone de atendimento ao consumidor: (11) 5506-0232 G Configuração mínima do sistema: processador Pentium IV de 2 GHz, Microsoft Windows 2000 ou XP, 1024 MB de memória RAM, unidade de DVD-ROM com velocidade 8x, 5 GB de espaço livre no disco rígido, placa de vídeo aceleradora 3D de 128 MB e placa de som de 16 bits, ambas 100% compatíveis com o DirectX 9.0c. G Idioma: software em inglês e manual em português. G Faixa etária: 18 anos G Preço: 98,90


OPINIÃO

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6 -.OPINIÃO

terça-feira, 18 de julho de 2006

RESENHA

NACIONAL PORQUE ALCKMIN TEM QUE BATER dinheiro público. Coloca - e fala - nas TVs como se tivesse criado coisas que já estão aí há décadas. A taxa de sua representação objetiva dos interesses orgânicos dos mais necessitados - ou seja, inclusão permanente é muito baixa. Mas a taxa de identificação dos mais necessitados com Lula é muito alta. Essa armadilha, certamente se desarma com o tempo. E os exemplos são inúmeros. Mas quando desarmar já se passaram alguns anos e a eleição ... Num quadro destes - com alta taxa de identificação e baixa de representação - não há outro caminho eleitoral que não seja a artilharia pesada, de forma a atingir esta trama de identificação e

coincidência entre os dois fatos: representar e ser identificado como tal. O que Botana chama a atenção é para um descolamento crescente entre um fato e outro na América Latina. Vamos a um exemplo para o nosso caso. O presidente FHC inaugurou - como política pública - a focalização social através de programas de renda mínima vinculados. Lula apenas o ampliou e sem os cuidados de focalização anteriores. Mas ninguém duvida que a taxa de identificação do eleitor -por isso - com Lula é muito maior que com FHC. Lula inaugurou no Brasil o que politólogos começaram a chamar de "populismo vegetariano". Ou seja: usa, sem radicalizar, o discurso, os mesmos elementos da comunicação populista: mente, inventa, cria ilusões, enfim, uma salada demagógica potencializada pela propaganda com

A Daspu regulamentada PAULO SAAB

C

Joedson Alves/AE

Artilharia pesada para bloquear o caminho

Roberto Alvarenga

O

politólogo argentino Natálio Botana, em artigo recente, chamava a atenção para um fato recorrente na América Latina: o descolamento entre representação e identificação. Digamos, para simplificar, que representação seja um fato objetivo, onde alguém atua política e praticamente na defesa de um segmento social. Isso pode gerar uma maior ou menor identificação deste segmento com quem o representa, objetivamente. A identificação é um fato de caráter subjetivo, ou seja, um segmento social se identifica com um líder político por suas características pessoais. É claro que pode haver uma

reduzir a taxa relativa. Não se trata, necessariamente, de reduzir drasticamente esta taxa. Mas pelo menos para um nível que permita tornar a eleição competitiva, e, assim, abrir caminho ao seu oponente, para a vitória. Esta é equação da vitória. E razões - munições - para esta artilharia se tem de sobra. Leiam parte da entrevista do escritor e intelectual mexicano Carlos Fuentes: O que significa para o México a vitória do candidato de direita Felipe Calderón? CF- Significa que a campanha do medo contra Obrador - a de que ele faria o México voltar para seus velhos hábitos - funcionou. Sua vitória é um triunfo da Virgem de Guadalupe, a santa padroeira do México. Ela é a única realidade verdadeira no país. COMENTÁRIO DE CESAR MAIA, PREFEITO DO RIO (PFL), BLOGCM@CENTROIN.COM.BR

R epresentação é uma coisa, identificação é outra

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

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irculou na Internet, como sendo da lavra do ex-ministro Rubens Ricúpero, o texto abaixo. Vale a pena conferir: "A crise social está brava: governo coloca em link oficial cartilha com instruções (para as mulheres de origem pobre, sem dúvida...) de como exercer (bem) a profissão de prostituta. Coloca em link oficial cartilha de como se tornar prostituta. Acredite se quiser, mas está no site oficial do Ministério do Trabalho. Em sua página eletrônica é possível encontrar uma bem detalhada cartilha que ensina, a quem quiser, o ofício de prostituta. Dentre tantas informações que constam da cartilha, técnicas de abordagem de clientes e roupas adequadas para a profissão estão entre as mais interessantes. Depois disto, alguém ainda duvida que o governo Lula é uma verdadeira zona?". Caso você queira conferir, leitor, basta na internet clicar no endereço eletrônico www.mtecbo.gov.br/busca/competencias.asp?codigo=5198 e lá encontrará o que se mencionou no texto acima. Faço a citação não por preconceito ou indignação ou qualquer tipo de prevenção, mas pelo simples fato de que prostituição é considerada imoral no país, mas recebe regulamentação oficial do próprio governo. Não deveríamos estranhar. Governo gosta de regulamentar. Lembro-me de uma compilação feita há anos pelo presidente da Associação Comercial de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, segundo a qual um tipo de queijo para ser fabricado no Brasil tinha o equivalente a quatro livros em regulamentos. Algo assim. O País está em diversas frentes de batalha. Da violência, da governança, da credibilidade, da criminalidade, entre outras. Precisa de muitas reformas, como a política, a tributária, a trabalhista, a previdenciária, chovendo no molhado, e não faz nenhuma. Pouco se faz ou se fala dos

absurdos cometidos pela burocracia e o excesso de regulamentações que o Estado impõe à sociedade. É algo absurdo. Nunca fui anarquista, mas começo a considerar que a ausência de governo seria melhor do que certos governos. Como começo a considerar, e me penitencio por isso, como acadêmico do Largo de São Francisco, que a pena de morte cairia bem em certos crimes e criminosos no Brasil. Aqui a leviandade é uma festa permanente. Como o País viceja em prosperidade, o entulhado contingente de funcionários públicos não deve ter mais o que fazer do que se dedicar a regulamentar a profissão de prostituta. A vida está boa para os brasileiros, paulistanos, paulistas. Todos vivem em paz e com renda elevada. Não há problemas sociais, nem mesmo com a pobreza das moças que se prostituem, já que em vez de dar-lhes estudo e trabalho, regulamentam-lhe a profissão de vender o corpo, último recurso da miséria e em alguns casos do interesse pensado.

T

em faltado bom senso, coragem, ação, às autoridades, aos políticos, aos membros do Legislativo, do Judiciário, do Executivo. Tem faltado bom senso às lideranças empresariais, dos trabalhadores, dos movimentos sociais. Só não falta coragem às lideranças dos movimentos políticos de implantação do caos no País. Os MSTs, MLSTs, PCCs e outros. Esses sabem o que fazem. Fazem com consciência, contando com a incompetência, corrupção, inapetência, vaidade e desequilíbrio dos que deveriam pensar e agir, no sentido contrário da intenção, de como agem os donos do crime organizado no País. Quando não são os mesmos. Viva a Daspu oficial!

A leviandade é uma festa permanente. Tem faltado bom senso, coragem.

Desiguais devem ser tratados desigualmente NAPOLEÃO CASADO FILHO

A

Medida Provisória 281/2006 foi aprovada na Câmara em sessão ocorrida recentemente. O principal ponto da MP é a concessão de isenção de Imposto de Renda e CPMF para estrangeiros que apliquem em títulos públicos brasileiros. Embora do ponto de vista econômico a medida tenha sido elogiada, acredito que merece censura por sua não-extensão aos residentes. É bem verdade que a isenção possibilita uma melhora no perfil de nossa dívida pública, com prazos mais longos e até juros mais baixos, mas concedê-la apenas ao capital estrangeiro não me parece ser uma medida isonômica. Isonomia, na verdade, não implica que todos devem ser tratados da mesma forma. Afinal, as pessoas não são iguais. Na verdade, há um consenso no mundo jurídico segundo o qual, para se ter uma lei isonômica, os desiguais devem ser tratados desigualmente, na medida de sua desigualdade. Em outras palavras, para que uma lei estabeleça condições diferenciadas para um grupo, deve haver um critério razoável, uma justificativa que demonstre que esse grupo merece o privilégio. A título de exemplo, isentar os produtos da cesta básica, permitir que deficientes tenham filas especiais ou vagas reservadas nos estacionamentos são medidas que, embora gerem uma discriminação, possuem um critério razoável para assim proceder. Da mesma forma, teríamos como inaceitável uma lei que concedesse isenção de todos os impostos às grandes fortunas do país, ou apenas à população de um determinado Estado. Entre os critérios que, a priori, não devem ser

T

utilizados para se conceder tratamento distinto estão sexo, cor, religião e origem (Constituição, art. 3°, IV). A medida provisória, agora convertida em lei, traz exatamente este último critério para conceder um tratamento mais benéfico. E o pior, em vez de se gerar uma discriminação em favor dos seus residentes – igualmente abominável -, o governo optou por conceder o privilégio ao capital estrangeiro.

C

umpre lembrar que os títulos emitidos pelo governo federal são remunerados com capital público, isto é, pertencente aos residentes. Se o benefício fosse estendido a estes, me parece que o resultado econômico seria ainda melhor, com os brasileiros aplicando sua poupança nos títulos e percebendo o valor pago a título de juros que continuaria a circular em nossa economia. Como se não bastasse, incentivar a compra de títulos públicos por brasileiros aqui residentes ainda seria um grande passo na direção de se criar uma cultura de investimento em mercado de capitais que, até hoje, praticamente inexiste. A tentativa do Governo de isentar os não-residentes é válida e não deve ser revista, mormente quando se sabe que nossos concorrentes mais diretos pelo capital estrangeiro, México e Argentina, já possuem incentivos semelhantes. Porém, a extensão de tal benefício aos residentes, além de medida do bom senso e de isonomia, contribuiria para diminuir as contradições do nosso sistema fiscal. NAPOLEÃO CASADO FILHO É ADVOGADO DO TREVISIOLI ADVOGADOS ASSOCIADOS NAPOLEAO@TREVISIOLI.COM.BR

ributação privilegiada é uma das contradições da política fiscal

JOÃO DE SCANTIMBURGO ORIENTE MÉDIO EM CHAMAS

O

Oriente Médio clama pela paz e ela não vem. A situação de Israel e do Líbano encontra-se numa fase de altíssima turbulência e não atrairá para nenhum dos lados a paz tanto desejada por todos os que habitam aquela região sinistramente conflagrada. Não entro na aspiração entre israelenses e palestinos, agora irrelevante diante do número de mortos que crescem assustadoramente, desfalcando cada lado de vidas jovens que, aplicadas ao trabalho, dariam produção maior às economias de seus países. Todos os recursos praticados em Israel foram baldados até agora e se admite, como recurso inapelável, a morte em combate de cada um dos lados e com o organismo sinistro do terror, que nada resolve na região abalada permanentemente por insegurança. E a paz cada vez mais distante.

A situação de Israel e Líbano está numa fase de altíssima turbulência e não atrairá a paz para nenhum dos lados

N

ão adianta, agora, discutir por princípios, nem lembrar os mortos em combate pela guerra, quando vemos que os dois lados são intransigentes em ceder seu quinhão de paz, a fim de que os mortos sejam enterrados com dignidade e para sempre voltados à claridade da Paz, tão distante e tão desejada. Os palestinos foram desalojados para dar lugar a uma nova realidade. Não interessa agora quem está no direito e quem não está, o que interessa é a paz e o convívio de todos sob a bandeira da ONU e o apoio das nações ocidentais, capazes de garanti-la em nome dos civis que já morreram de um lado e de outro. Não se leve na conta de inúteis os esforços feitos até agora pela paz numa região de conflito permanente, mas que procurem um acordo que seja viável, ainda que imaginariamente seja impossível, e que um veja no outro uma comunhão pronta para servir à causa da paz e à causa da vida. É preciso apagar as chamas do Oriente Médio, clamam os mortos, pela voz da tristeza com que foram acolhidos na Terra Sagrada da Santidade. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 18 de julho de 2006

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Política PT CRIA OS DEZ

A melhor forma de responder a qualquer baixaria é pôr o nível para cima Marcelo Déda, candidato ao governo de Sergipe.

ALCKMIN: À PROCURA DE VOTOS NO RIO.

MANDAMENTOS PARA LULA

O

PSDB está preocupado em fortalecer a candidatura de Geraldo Alckmin no Rio de Janeiro. Entre os principais colégios eleitorais do País, é no Estado que o tucano apresenta os mais fracos índices nas pesquisas, segundo levantamentos do próprio partido. Para isso, a coordenação da campanha começa, a partir de hoje, a incrementar a agenda em território carioca. Alckmin desembarca à tarde no Rio para reuniões sobre programa de governo e para afinar a campanha local. Depois, volta ao Estado ainda essa semana, na sexta-feira, para outras atividades. Além do acréscimo das visitas, o próprio ex-presidente Fernando Henrique Cardoso entrou em campo para colaborar com o fortalecimento de Alckmin no Rio. O ex-presidente telefonou p a r a a g overnadora Rosinha Garotinho FHC (PMDB) nuaproveitou ma tentatiuma conversa va de aprocom a ximar o cagovernadora sal – ela e o ex-governapara fazer a aproximação. dor Anthon y G a r o t iDe integrante n h o – d o da cúpula p r e s i d e ntucana ciável tucano. "Fernando Henrique aproveitou uma conversa com a governadora para fazer a aproximação", disse um integrante da cúpula do partido. No Rio, o PSDB tem como candidato ao governo o deputado Eduardo Paes, que amarga baixos índices nas pesquisas. Os tucanos, porém, também investem no palanque de Denise Frossard (PPS) – que apresenta mais chances que Paes – e, sobretudo, não querem fechar canal com o PMDB de Rosinha e Sérgio Cabral, líder nas pesquisas para o governo carioca. Agenda – Nas agendas no Rio, Alckmin não deve explorar só a capital. Ele deve concentrar esforços na baixada fluminense como em Duque de Caxias, e também no Grande Rio, como São Gonçalo. "No Rio as pesquisas do partido apontam que Alckmin tem cerca de 20% (das intenções de voto). É pouco pois até no Maranhão ele já conseguiu mais de 30%", reconheceu um coordenador da campanha. Hoje, antes de embarcar para o Rio, o ex-governador paulista se reúne com deputados para um café da manhã, em São Paulo. A agenda de viagens da semana prevê ainda ida Minas Gerais, Ceará e Santa Catarina. (AE)

Alertados pelo crescimento de dez pontos percentuais do candidato Geraldo Alckmin (PSDB/PFL), dirigentes petistas decidiram elaborar uma cartilha com os dez mandamentos a serem seguidos pelo presidente, em busca da reeleição. A idéia prevalente é a de que ele deve se recolher para evitar maiores riscos.

P INVESTIDORES JÁ FALAM EM 2º TURNO

O

crescimento da candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência nas pesquisas eleitorais é destaque no capítulo dedicado ao Brasil nos relatórios dos bancos de investimentos estrangeiros. Analistas acreditam que cresceu a chance de o tucano enfrentar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva num segundo turno e poderá ser reforçada com a divulgação de novos levantamentos de intenção de voto. Nuno Camara, economista sênior do Dresdner Kleinwort, observou que a pesquisa Vox Populi, divulgada na sexta-feira, mostrou que a distância entre Lula e Alckmin foi reduzida a 10 pontos. "É uma indicação de que Alckmin continua a se beneficiar de sua maior exposição na mídia", disse. "E como ele terá mais tempo no programa eleitoral gratuito do que Lula, essa distância deve se estreitar ainda mais." Além disso, salientou o analista, a última pesquisa reforçou a aposta de que a eleição irá para o segundo turno, o que até agora era visto como improvável. Para analistas do UBS, apesar de Lula manter uma dianteira confortável, os resultados mais positivos de Alckmin mostram que sua campanha está tendo

impacto junto à opinião pública. "A possibilidade de a eleição ir para segundo turno ainda está dentro da margem de erro nessa pesquisa (Vox Populi), por isso vamos monitorar os próximos levantamentos para ver se corroboram esses resultados", afirmaram. Paulo Leme, economista do Goldman Sachs, acredita que a pesquisa Datafolha que será divulgada esta semana vai confirmar que a vantagem de Lula sobre Alckmin caiu. "Ela confirmará também que é realista assumir que haverá segundo turno. Como Alckmin cresceu em resposta a um tempo limitado na televisão em junho, acreditamos que poderá se sair ainda melhor com o início do programa eleitoral gratuito na TV." Cautela – No Brasil, aliados de Lula já admitem que a eleição pode ser decidida em dois turnos. O ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, diz que "nunca apostou numa vitória no primeiro turno, apesar de essa possibilidade ter existido". "Sempre trabalhamos com a expectativa dos dois turnos. A pesquisa não altera o quadro." Aliados defendem ajustes na campanha, que estaria muito centrada no Bolsa-Família, com a divulgação de outros avanços do governo. (AE)

HELOÍSA: PAÍS ESTÁ ESTAGNADO.

A

senadora Heloísa Helena, candidata à Presidência da República pelo PSol, afirmou ontem que é fundamental a alteração da política econômica do governo, para permitir um maior crescimento da economia. Segundo Heloísa, que cumpriu agenda de campanha em Florianópolis (SC), o País atravessa um momento de estagnação econômica "em função dos juros altos, do câmbio baixo e do aumento da importação, o que está provocando uma quebradeira na indústria, no comércio, na agricultura". Para senadora, reduzir os juros pela metade permitiria

Marcelo Bittencourt/AE

Candidata do PSol: reduzir juros.

equilibrar o câmbio, diminuir o nível de importação e conseguir R$ 170 bilhões de dinheiro novo para fazer os

investimentos necessários, inclusive em políticas sociais. A senadora, candidata da coligação Frente de Esquerda, foi recebida por um pequeno e animado grupo de militantes em Florianópolis. Na companhia do pequeno grupo de candidatos da coligação, Heloísa Helena caminhou pelo centro da cidade e participou de um rápido comício, onde repetiu as críticas contra os escândalos envolvendo parlamentares. Ela terminou seu discurso explicando que precisava voltar a Brasília para cumprir seus compromissos no Senado. "É preciso dar um basta ao vagabundismo parlamentar", disse. (AE)

reocupado com a possibilidade de o candidato Luiz Inácio Lula da Silva cometer erros ou deslizes que o prejudiquem e que possam levar a disputa pelo Palácio do Planalto para o segundo turno, o comando petista produziu recomendações que deverão ser seguidas por todos: pelo próprio Lula, pelos coordenadores da campanha e, em alguns casos, pelos integrantes do governo. A idéia é fazer com que ninguém se afaste das boas práticas de campanha e tenha consciência da importância de seguir as normas apresentadas. Nas cartilhas, chamadas pelos coordenadores de “Os dez mandamentos da reeleição”, o partido recomenda que Lula se recolha para esfriar a campanha e evitar maiores riscos. Efeito Zidane – A adoção da cartilha ganhou força especialmente na semana passada, no Palácio do Planalto, quando comentava-se sobre o risco de ocorrência do chamado “efeito Zidane” na campanha do favorito Lula. Acontece que ao discutir detalhes estratégicos da campanha pela reeleição, vários petistas citaram o exemplo do jogador francês Zinedine Zidane, eleito o melhor da Copa de 2006 na Alemanha, que estava praticamente consagrado como um dos atletas a se despedir do futebol da maneira mais brilhante, mas cometeu, a dez minutos de encerrar a carreira, o erro de reagir a provocações e dar uma cabeçada no adversário, o que levou à sua expulsão e às vaias da torcida. "O presidente Lula tem de apresentar uma postura de estadista, mesmo em campanha", alertou o petista Marcelo Déda, candidato ao governo de Sergipe, que participou de reuniões semana passada, em Brasília. "Em momento algum ele pode correr o risco de sofrer o efeito Zidane. É preciso tranqüilidade para evitar as provocações dos adversários. O partido é que terá que responder a eventuais ataques", avaliou. Nível elevado – "A melhor forma de responder a qualquer baixaria é pôr o nível para cima", acrescentou Déda. "O que não podemos é perder o

controle. Zidane foi magnífico em toda a Copa, mas perdeu o tranqüilidade nos minutos finais. Temos que administrar a vantagem que já alcançamos e não perder o controle nunca". Para evitar erros, o decálogo do PT é o seguinte: 1) Não expor o candidato a situações de risco. 2) Evitar viagens para Estados em que haja divergências entre aliados. 3) Evitar entrevistas individuais e coletivas. 4) Só falar com a imprensa quando tiver um tema específico e definido pela campanha. 5) Não comentar assunto negativo para o governo, deixando essa função, de preferência, para os ministros. 6) Falar sempre de temas de conteúdo positivos. 7) Não participar de debates. 8) Explorar mais a postura

A possibilidade de um 2º turno depende muito mais de um erro nosso do que do acerto da oposição. Se houver erro, parte do eleitorado pode migrar. Ricardo Berzoini de presidente da República do que a de candidato. 9) Evitar a presença física no comitê de campanha. 10) Esfriar a campanha, participando de poucos atos públicos, pois uma disputa acirrada e dinâmica só interessa aos adversários. Essa advertência ganhou consistência na última quintafeira, com a divulgação da pesquisa do Instituto Vox Populi, cujos números apontaram, pela primeira vez, para a possibilidade de haver segundo turno na disputa eleitoral. A pesquisa mostrou que a vantagem de Lula sobre o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, que já foi de mais de 20 pontos percentuais, caiu para dez pontos. O petista aparece com 42% das intenções de voto contra 32% do tucano. Na mesma pesqui-

sa, a senadora Heloísa Helena (PSOL) aparece com 7% e o senador Cristovam Buarque (PDT), com 1%. A tentativa do PT e do Planalto de manter Lula fora de polêmicas e fazer atividades de rua só quando for essencial será reforçada nos meses de julho e agosto. Neste mês, por exemplo, Lula terá apenas um grande evento de campanha – em Pernambuco, dia 23. Fórmula antiga – A estratégia definida pelo marqueteiro João Santana é a de potencializar a campanha da TV, com o horário eleitoral gratuito a partir de 15 de agosto, quando Lula correria menos risco. Também foi descartado debate no primeiro turno. O PT deve repetir a fórmula utilizada pelo tucano Fernando Henrique, quando disputou a reeleição em 1998. Na ocasião, o ex-presidente tentou e conseguiu esfriar o clima eleitoral, o que impediu o crescimento de Lula. Análises internas no PT apontam que Lula consolidou uma vantagem segura nas classes D e E. Prevalece a percepção de que o eleitorado mais pobre já reconhece os avanços da gestão Lula e dificilmente esses votos seriam revertidos. Num segundo momento, o esforço será direcionado para as classes A, B e C. "A possibilidade de um segundo turno depende muito mais de um erro nosso do que do acerto da oposição", diz o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP). "Se houver um erro, parte do nosso eleitorado ainda pode migrar. Temos que ampliar o eleitorado. Para ter segundo turno é preciso uma queda de 5% nas intenções de voto, o que no cenário atual não é provável". Manter a vantagem – A vitória no primeiro turno é considerada, no Planalto e no PT, como essencial para que Lula consolide seu capital político. Assim iniciaria o segundo mandato com maior margem de governabilidade e menos pressão da oposição. "Lula está sendo julgado por seu governo", avalia a líder do partido no Senado, Ideli Salvatti (SC). "Será uma eleição difícil pelo ânimo beligerante da oposição". (AOG)


terça-feira, 18 de julho de 2006

Empresas Nacional Finanças Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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MERCADO REDUZ PROJEÇÃO PARA IPCA DO ANO

14,75

por cento ao ano deve ser a nova taxa básica de juros, segundo projeções do mercado financeiro

QUEDA DOS PREÇOS DO PETRÓLEO NO MERCADO INTERNACIONAL DERRUBOU PAPÉIS DA ESTATAL BRASILEIRA

PETROBRAS FAZ BOVESPA CAIR 1,37% Fotos: Paulo Liebert/AE

cisa ser aprovada por órgãos reguladores da concorrência. O preço da oferta de compra é de R$ 27,88 por ação da Perdigão, o que representa um prêmio de 35% sobre a média registrada nos 30 dias anteriores ao anúncio da proposta. Agenda cheia — A agenda da semana inclui a divulgação de uma série de resultados financeiros importantes nos Estados Unidos, depoimento do chairman do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, no Congresso norte-americano, dados de inflação no país e decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre os juros básicos brasileiros. "A semana promete turbulências e fortes emoções para os participantes do mercado", avaliou a SulAmérica em relatório distribuído a clientes. O dólar comercial encerrou a segunda-feira com queda de 0,41%, cotado a R$ 2,205, mas o mercado manteve-se cauteloso diante do cenário externo e da agenda da semana. De acordo com o diretor de Câmbio da corretora Novação, Mário Battistel, exportadores e alguns ingressos de recursos sustentaram o real, enquanto a expectativa antes da reunião do Copom, mais uma atuação do Banco Central (BC) e os conflitos no Oriente Médio pesaram no sentido oposto. No início da sessão, o dólar teve leve alta — avançando até 0,36%, para R$ 2,222. À tarde, porém, a moeda americana perdeu força. O BC fez um leilão de compra no final da manhã, aceitando de cinco a seis propostas, de acordo com operadores de câmbio. (Reuters)

Febraban aposta em Selic menor

N

a reunião desta semana, o Comitê de Polític a M o n e t á r i a ( C opom) do Banco Central deverá reduzir a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, para 14,75% ao ano, segundo expectativa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). A projeção foi divulgada ontem pelo economista-chefe da entidade, Roberto Luis Troster. De acordo com ele, o quadro macroeconômico interno é adequado para a continuação do processo de redução de juros, apesar do cenário externo "turbulento", com problemas no Oriente Médio, alta dos preços do petróleo e indefinições na evolução das taxas de juros nos Estados Unidos. "Todos os índices de inflação e suas expectativas estão consistentes com uma redução de juros e não há ameaças ao processo de estabilização de preços no horizonte de cur-

to prazo", disse Troster, em comunicado à imprensa. Projeções — A Febraban também divulgou ontem uma pesquisa com projeções econômicas feitas por 50 instituições financeiras. A expectativa dos bancos consultados é de que a Selic recue ainda mais até o fim do ano. A estimativa média para dezembro é de uma taxa de 14,29% ao ano. Para dezembro de 2007, a projeção média é de uma Selic de 13,23% ao ano. Segundo Troster, a taxa deverá ser reduzida nas próximas reuniões, mas a permanência em níveis baixos depende de alguns fatores. "A manutenção de juros num patamar baixo e a possibilidade de reduções mais significativas, no futuro, dependem de avanços na sustentabilidade fiscal e em ganhos de produtividade na economia. Isso demanda determinação política", comentou. (AE)

BrTelecom capta R$ 1 bilhão

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Brasil Telecom anunciou ontem a conclusão da captação de R$ 1,08 bilhão em debêntures de sete anos. Os papéis serão usados para rolar dívidas que vencem neste ano. "A emissão foi uma renovação de dívida", disse o vicepresidente financeiro da companhia Charles Putz. Segundo ele, R$ 1,372 bilhão vencem neste ano. Os papéis lançados agora pagam remuneração equivalente a 104% do Certificado de Depósito

Interbancário (CDI). O pagamento do principal será feito a partir do quinto ano em três parcelas anuais. Putz informou que a demanda pelas debêntures chegou a R$ 1,44 bilhão, se considerada a taxa inicial oferecida (104,3% do CDI). Houve rateio e, dentro da taxa do fechamento da operação, havia demanda para mais R$ 1,253 bilhão. Segundo Putz, 98 fundos de investimento e um fundo de pensão compraram os papéis. (Reuters)

COPOM Juro deve ceder 0,5 ponto

M Segundo Walter Fontana Filho, da Sadia, fusão é sonho antigo credito

Fundos de pensão acionistas da Perdigão agora avaliam oferta

Perdigão: Sadia ofereceu pouco

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Perdigão considerou baixo o preço oferecido pela Sadia para a compra da empresa, mas não descartou totalmente a proposta. "Achamos extremamente baixa a oferta de R$ 27,88 por ação", disse Nildemar Secches, presidente da Perdigão. A Sadia fez anteontem oferta pública de ações para assumir 100% do controle da concorrente. Os papéis estão no mercado. Alguns fundos de pensão procuraram recentemente bancos de investimento na tentativa de vender a participação acionária na Perdigão. Juntos, eles têm 47,1% da empresa. Os fundos foram surpreendidos com a oferta. Somente no domingo, quando o edital da operação já estava pronto, os acionistas da Perdigão foram informados. "Ainda nem conseguimos avaliar. Não fomos procurados antes para negociar", comentou Sérgio Rosa, presidente da Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil). "Foi uma surpresa enorme", afirmou Sérgio Wilson Ferraz Fontes, presidente da Fundação Real Grandeza (Furnas). O Conselho de Administração da Perdigão reúne-se no próximo dia 27 para discutir a proposta. Entrave — Além da subavaliação das ações, a companhia vê um entrave jurídico na oferta da Sadia. Pelas normas do Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), uma oferta pública de ações só pode ser feita por uma empresa se ela tiver pelo menos 20% das ações da companhia que deseja adquirir. Mas esse não é o entendimento da Sadia. Para o diretor de Relações com Investidores da Sadia, Luiz Murat, a oferta da companhia é remuneradora. O valor estipulado prevê o pagamento de R$ 27,88 por ação, já com

esmo revisando para baixo, pela sétima vez consecutiva, a projeção para a inflação neste ano, o mercado mantém suas apostas de que o Comitê de Política Monetária (Copom) reduzirá amanhã a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, para 14,75% ao ano. E, até o final do ano, vai baixá-la para 14,25%. A informação consta da pesquisa Focus, feita na semana passada pelo Banco Central (BC) com uma centena de instituições financeiras. O levantamento mostra que os analistas acreditam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechará neste ano em 3,77%, percentual pouco inferior aos 3,81% projetados na semana anterior. A diferença em relação à projeção de um mês atrás (4,17%), porém, é bem maior, de 0,4 ponto. Revisão mais significativa na semana teve o prognóstico para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) em 2006, que passou de 2,5% para 2,31%. Para 2007, o IPCA teve a estimativa mantida em 4,5%, enquanto o IPC-Fipe teve ligeira alteração, passando de 4,3% para 4,28%. Assim, a projeção para a Selic no fim de 2007 continuou em 13% anuais. IGPs — O movimento não foi acompanhado pelos Índi-

ces Gerais de Preços (IGP), que tiveram discreta elevação. O IGP-DI projetado subiu de 3,61% para 3,63% e o IGP-M passou de 3,72% para 3,74%. Mas não houve alteração na expectativa desses três indicadores para 2007: 4,5% de alta em cada um deles. Nas avaliações a respeito do setor externo, apenas duas alterações. A primeira foi a elevação de US$ 15 bilhões para US$ 15,4 bilhões na expectativa de ingresso de Investimento Estrangeiro Direto em 2006. Para 2007, foi mantida a projeção de US$ 16 bilhões. A segunda alteração foi na estimativa de saldo positivo na conta de transações correntes do balanço de pagamentos (que registra todas as operações de comércio e serviços com o exterior) para o ano que vem, que subiu de US$ 4 bilhões para US$ 4,05 bilhões. Para 2006, a expectativa é de que essa conta tenha superávit de US$ 9 bilhões, a mesma projeção da semana anterior. O mercado também reduziu discretamente, de 4,21% para 4,17%, a projeção de crescimento na produção industrial neste ano. Não houve mudança para 2007 e também não foram revistas as projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste e do próximo ano, em, respectivamente, 3,6% e 3,7%. (AE)

Factoring

DC

A

Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda ontem, com investidores receosos no início de uma semana cheia de eventos importantes. O exercício de opções sobre ações e a queda do preço do petróleo no mercado internacional ajudaram a derrubar as ações da Petrobras, ofuscando a disparada dos papéis da Sadia e da Perdigão, com o anúncio da união das duas empresas. O Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, recuou 1,37%, para 34.866 pontos. O volume financeiro ficou em R$ 2,38 bilhões, giro inflado em R$ 449,4 milhões pelo exercício de opções. Em Wall Street, os principais índices da Bolsa de Valores de Nova York fecharam perto da estabilidade, com os investidores à espera de uma saída para o conflito entre Israel e Líbano. As ações preferenciais da Petrobras, que estão entre as mais importantes do Ibovespa, caíram 4,39% e fecharam a R$ 42,30. A queda de 2,2% do preço do petróleo no pregão de Nova York, para US$ 75,30 por barril, contribuiu para que os investidores embolsassem lucros, pois a disparada da commodity no exterior elevou o valor das ações da estatal. Sadia e Perdigão — Os destaques de alta na Bovespa ficaram por conta de Perdigão ON, que disparou 17,61%, e Sadia PN, com valorização de 8,77%. A Sadia informou que pretende adquirir, no mínimo, 50% mais uma das ações da Perdigão, para, em seguida, adquirir a totalidade da concorrente. Mas a operação pre-

O que é Factoring? prêmio de 35% sobre a média dos papéis nos últimos 30 dias no mercado acionário. Não é a primeira vez que se tenta unir Perdigão e Sadia, que já criaram a BRF Trading. A idéia não deu certo. Para a Perdigão, o problema está nas "culturas" distintas. Segundo Walter Fontana, presidente do Conselho de Administração da Sadia, o sonho de formar uma grande empresa é antigo. Ele lembra de conversas com o presidente da Perdigão, em que concordavam em criar uma grande companhia nacional para enfrentar o mercado global. Repercussão — O anúncio da operação surpreendeu e preocupou o varejo. O receio é de aumento de preços. "Não temos detalhes da proposta, mas, em tese, qualquer aumento de concentração é ruim para o mercado", disse o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Carlos de Oliveira. (AE)

É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com


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Eleições Planalto Justiça Congresso

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 18 de julho de 2006

TESTEMUNHA DO CASO CELSO DANIEL COMPLICA SOMBRA

Entre os 90 parlamentares com mandato (envolvidos na máfia dos sanguessugas), estão três senadores e entre os dez ex-parlamentares, está pelo menos um ex-senador. Fernando Gabeira ( PV-RJ)

SANGUESSUGAS GTV vai decidir

Eymar Mascaro

QUASE 100 POLÍTICOS ENVOLVIDOS

A

CPMI dos Sanguessugas começará a notificar hoje mais 42 parlamentares citados pela Procuradoria-Geral da República como suspeitos de envolvimento no esquema de compra de ambulâncias a preços superfaturados, por meio de emendas parlamentares ao Orçamento Geral da União. Após o recebimento das notificações, os parlamentares terão até cinco dias úteis para apresentar suas defesas por

escrito à CPMI. Com isso, a comissão chega a uma relação de 57 os acusados de envolvimento. Já foram notificados 15 parlamentares e nove deles apresentaram a defesa por escrito. Os nomes não foram divulgados porque o processo tramita em segredo de Justiça. Segundo o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), que integra a CPMI, são cerca de 100 os parlamentares e exparlamentares sob suspeita. Ele relatou que esse número foi fornecido por Luiz

Antonio Trevisan Vedoin, um dos donos da empresa Planan, durante depoimento à Justiça de Mato Grosso, na semana passada. A Planan seria a principal empresa a atuar na fraude de venda de ambulâncias a preços superfaturados para prefeituras, que eram pagas com recursos liberados pela aprovação de emendas ao Orçamento. O deputado disse que 90 dos nomes mencionados são de parlamentares e que dez são de ex-parlamentares. "A

lista que o Luiz Antonio deu é maior. Nós tínhamos chegado a uma lista de cerca de 60 parlamentares", revelou. Segundo Gabeira, é maior o número de parlamentares do Rio e de Mato Grosso. O deputado contou ainda que, entre os 90 parlamentares com mandato, estão três senadores e que, entre os dez ex-parlamentares, está pelo menos um ex-senador (Carlos Bezerra, ex-presidente do INSS no governo Lula e já denunciado pelo Ministério Público à Justiça). (Agências)

BENS DE VALÉRIO SOB PENHORA A Roberto Stuckert Filho/ Ag. O Globo - 15/08/05

16ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) negou o recurso do empresário Marcos Valério de Souza, para que fosse excluído da ação de execução movida pelo Banco BMG contra o PT. Os desembargadores confirmaram a decisão da juíza de primeira instância, que determinou que Valério apresentasse certidões e endereços de seus bens imóveis para penhora. A ação foi impetrada pelo banco em agosto do ano passado no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte, para cobrar a execução de título, referente a um empréstimo realizado em fevereiro de 2003, no valor de R$ 2,4 milhões. O contrato tinha o PT como mutuário e José Genoino, Delúbio e Marcos Valério na condição de avalistas. Parte do pagamento chegou a ser efetuado, mas o PT ficou inadimplente. Dívida não paga – Dessa forma, os citados na ação firmaram uma confissão de dívida e três aditamentos ao contrato com o BMG, alterando as datas de vencimento dos pagamentos e atualizando os valores. Assinaram os aditamentos na condição de avalistas apenas José Genoino e Delúbio Soares. Em agosto de 2005, o valor atualizado da dívida, ainda não quitada, chegava a R$ 3,37 milhões.

Marcos Valério pede à Justiça que seja excluído de ação movida pelo BMG.

No decorrer do processo, o banco nomeou à penhora diversos bens de propriedade do empresário Marcos Valério, que então apresentou pedido de sua exclusão da ação, afirmando não ser mais avalista do contrato de mútuo, já que não assinou nenhum dos aditamentos. O pedido foi indeferido pela juíza de primeira ins-

tância da 34ª Cível de Belo Horizonte que, em seu despacho, determinou a entrega de certidões de seus bens imóveis para a realização da penhora. Em recurso apresentado ao TJMG, os desembargadores José Amâncio (relator), Otávio Portes e Mauro Soares de Freitas confirmaram o despacho da juíza, sob o entendimento

de que os aditamentos foram meros ajustes nos prazos de vencimento da dívida. No entendimento do relator do processo, a execução tem por base o contrato de mútuo, assinado por todos os devedores e uma nota promissória emitida pelo devedor principal e pelos avalistas, inclusive Marcos Valério, como garantia do pagamento dos valores contratados. Dessa forma, o empresário não pode ser desonerado de suas obrigações. Bloqueio– Em nota encaminhada pela assessoria de imprensa de Marcos Valério, um dos advogados do empresário, Rodolfo Gropen, esclareceu que a decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais não é definitiva e que as providências judiciais cabíveis neste caso já estão sendo tomadas. O advogado de Valério informou que, "de toda forma os bens de Valério já estão indisponíveis por decisão do ministro Joaquim Barbosa do Supremo Tribunal Federal (STF)". Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça, o prazo para que o empresário apresente as certidões para a realização da penhora é de 15 dias após a publicação da súmula do processo no Diário Oficial do Estado. Após este período, Marcos Valério terá mais quinze dias para recorrer da decisão. (AE)

SOMBRA PODE IR A JÚRI POPULAR

U

ma nova testemunha será decisiva para que o empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, vá a júri popular pelo assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel. A informação foi dada pelo promotor de Justiça de Santo André, Roberto Wider Filho, em entrevista à Rádio Jovem Pan de São Paulo. Segundo a promotoria, a testemunha morava em frente ao local onde Celso Daniel foi atacado e relatou ter assistido

Heitor Hui /AE - 20/06/02

ao seqüestro da janela de casa. Ela contou que, por volta das 23 horas do dia 18 de janeiro de 2002, viu Sombra de arma em punho e falando ao celular ao lado dos criminosos. Essa testemunha tem o nome mantido em sigilo. Ela disse que não foi questionada pela polícia sobre a conduta do empresário no momento do seqüestro. Wider Filho acrescentou que todas as pessoas ouvidas sobre o caso apontam o envolvimento de Sombra no crime. (AE)

CONDENADOS

O

Tribunal Regional Eleitoral condenou os candidatos a deputados Jadson Mendes (estadual, PSC), Paulo Mansur (federal, PP) e Gilberto Marques (estadual, PP) a multa de R$ 21.282, cada, por propaganda eleitoral antecipada. O primeiro foi à TV, o outro ao rádio e o último distribuiu camisetas.

MSLT A Justiça Federal mandou soltar 32 integrantes que depredaram o Congresso.

IMPORTÂNCIA A campanha na TV tem sido decisiva. Por isso é importante para Alckmin dispor de três minutos a mais. O tucano ainda está em desvantagem nas pesquisas e espera pela recuperação quando começar a campanha na TV, em 15 de agosto.

COMO ESTÁ Alckmin acredita que pode zerar o jogo até o início da campanha. Pela última pesquisa divulgada, a Vox Populi, o tucano está 10 pontos atrás de Lula: 32% contra 42% do presidente.

COMPARAÇÃO Na campanha de TV, Alckmin espera divulgar suas realizações no governo de São Paulo. O tucano não quer deixar que Lula faça a comparação de seu governo com as duas gestões de Fernando Henrique Cardoso. Prefere exibir suas principais obras como governador.

APOIO Os tucanos estão preparando uma festa especial, talvez um jantar, para marcar o anúncio do apoio de Itamar Franco a Alckmin. Lembrete: na eleição de 2002, Itamar foi o primeiro político de peso a divulgar seu apoio a Lula. Agora, vai de Alckmin.

CONTRIBUIÇÃO Alckmin precisa deslanchar em Minas. Apesar do Estado ser governado por um tucano de prestígio, Aécio Neves, Lula está liderando as pesquisas mineiras. O apoio de Itamar Franco é considerado fundamental na recuperação de Alckmin no Estado.

1º ATO O primeiro comício de Lula está sendo agendado para a cidade de Recife, no dia 22. O presidente escolheu Pernambuco por ser o Estado em que nasceu. As pesquisas estão indicando que o petista leva vantagem sobre o tucano em Pernambuco.

SALVADOR Celso Daniel, morto em 2002.

Sérgio Gomes da Silva ( Sombra).

SEM CULPA

NA MIRA

O Ó RBITA

Celso Júnior /AE - 17/11/05

eraldo Alckmin vai ter três minutos a mais do que Lula na campanha gratuita de televisão. O tucano vai dispor de 10 minutos e 22 segundos para expor suas idéias e levar sua mensagem ao eleitor, contra sete minutos e 21 segundos do petista. Os tucanos acham que a televisão vai decidir a eleição. O método para medir o tempo de cada candidato usado pelo Tribunal Superior Eleitoral beneficiou Alckmin. Levou em consideração a bancada de deputados federais que foi eleita em outubro de 2002 e não o número atual, pois muitos mudaram de partido depois da eleição. Para decidir o tempo de cada candidato foi importante a coligação que o PSDB amarrou com o PFL: ambos os partidos elegeram numerosas bancadas em 2002. O PT, no entanto, fez coligação com dois partidos nanicos, o PRB e o PC do B. Saiu perdendo.

presidente Lula alegou em defesa à representação movida contra ele e o presidente do Banco do Nordeste , Roberto Smith, pela coligação Por um Brasil Decente (PSDB-PFL), que não teve responsabilidade sobre a transmissão da publicidade do banco com as expressões "Cresce Nordeste!" e "Brasil, um país de todos".

O

Ministério Público Eleitoral acusou, junto ao TSE no Espírito Santo, o PSDB de aproveitar a propaganda partidária gratuita para fazer promoção pessoal do candidato à Presidência da República, Geraldo Alckmin, e do candidato à reeleição ao governo do Estado, Paulo Hartung (PMDB).

Depois do comício em Recife, a comitiva de Lula desembarca em Salvador para uma nova concentração e encontro de populares com o candidato. O petista quer consolidar sua posição no Nordeste, região em que está na frente de Alckmin nas pesquisas.

PALANQUE Uma curiosidade na passagem de Lula por Recife: o presidente terá em seu palanque dois

candidatos a governador, Humberto Costa (PT) e Eduardo Campos (PSB). Aos trancos e barrancos, o PT conseguiu acalmar os grupos dos dois candidatos ao governo pernambucano.

CARIOCAS Apesar do crescimento de Alckmin na pesquisa Vox Populi, os tucanos continuam preocupados com o panorama no Rio. Segundo o instituto, Lula tem 43% de índice de intenção de voto entre os cariocas, contra 20% de Alckmin. Em tempo: o PSDB e o prefeito Cesar Maia não se entendem.

CURIOSIDADES Lula não quer debater com Geraldo Alckmin no 1º turno na televisão. Em compensação, José Serra também não aceita debater com Aloizio Mercadante. Detalhe: Lula e Serra lideram as pesquisas para presidente e governador. Alckmin e Mercadante reclamam dos fujões.

DESCONFIANÇA Alckmin está desconfiado de que o governo federal só liberará a verba de R$ 100 milhões para a área de segurança de São Paulo no ano que vem. Ele duvida que o dinheiro chegue antes das eleições. Alckmin lembra que os dois governos ainda não assinaram o convênio.

MST O Movimento dos Sem-Terra (MST) decidiu ficar oficialmente à margem das manifestações de apoio à reeleição do presidente Lula. No 1º turno, segundo coordenação nacional, os militantes estão liberados para apoiar o candidato que quiserem. Se houver 2º turno, aí sim o MST poderá recomendar o voto no petista.

COPA Presidente da CBF, Ricardo Teixeira, quer amarrar já o compromisso da entidade com Alckmin e Lula. Pretende garantir o apoio deles à realização da Copa do Mundo em 2014 no Brasil. Teixeira deve se encontrar com os dois presidenciáveis oportunamente.


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Tr i b u t o s Empresas Agronegócio Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 18 de julho de 2006

Paulo Pampolin/Hype

Leonardo Rodrigues/Hype

É cada vez maior o número de pessoas que vivem em apartamentos e dedicam-se a cultivar frutas, legumes e hortaliças em pequenos vasos. Além de fazer bem à saúde, porque essas plantas não levam agrotóxico, a atitude é ótima para relaxar.

PAULISTANO RENDE-SE AO CULTIVO ORGÂNICO EM CASA

O

quintal junto ao apartamento do técnico de informática Roberto Alexandre Rodrigues, na Vila Madalena, mescla cultivos de manjericão, maracujá, boldo, guaraná, acerola, uvas, plantas de incenso, bálsamo e jacarandá, misturados a uma infinidade de flores. Tudo isso espalhado em apenas 15 metros quadrados. Roberto faz parte de um grupo cada vez maior de paulistanos que se dedicam ao cultivo de verduras e legumes em casa. "Meus alimentos são de melhor qualidade", diz. "Mas é preciso gostar de cuidar de plantas e ter paciência." Um recipiente pequeno, com 15 centímetros de profundidade, já é suficiente para o cultivo de alimentos como alface, alho, coentro, rabanete, rúcula, manjericão e salsa. "Eles são bastante resistentes, crescem em um mês, e não precisam de tanto espaço para se desenvolver", diz o engenhei-

Setor perde 30% do lucro por conta da má logística de distribuição de frutas e legumes.

ALIMENTOS ORGÂNICOS SÃO 20% MENORES

Rodrigues na sua casa: temperos e plantas para incensos

ro agrônomo Hans Dieter Temps. "Dá para plantar em qualquer canto do apartamento onde sempre bata sol." A profundidade do vaso depende do tamanho do vegetal a ser plantado. Beterraba, cebola, espinafre, nabo e pepino precisam de recipientes um pouco maiores, com 25 centímetros de profundidade. Almeirão, cenoura, chuchu, pimentão, tomate e vagem dão frutos em cerca de dois meses e conseguem se desenvolver em recipientes de 30 centímetros de profundidade. "Em uma área de 50 centímetros quadrados dá para plantar cinco pés de couve e, dois meses depois, é possível apanhá-las a cada dez dias", diz Temps. Apesar de a planta demorar um pouco mais para se desenvolver em cultivo orgânico, ela tem sabor acentuado e folhas mais estruturadas. Mas perde um pouco na aparência: o tomate bem redondo e vermelho que se encontra na feira, dificil-

mente brotará em uma horta orgânica. Além disso, os alimentos podem sofrer uma diminuição de tamanho de até 20%. "Mas tudo isso compensa pelo prazer do cultivo e pelos alimentos livres de agrotóxicos", afirma Temps. Especialização – Quem se interessa pelo assunto, pode procurar alguns cursos especializados. Entre eles, destacam-se as aulas sobre "Como fazer uma horta", da Escola de Jardinagem do Departamento de Parques e Áreas Verdes da Prefeitura Municipal de São Paulo (Depave). O curso é gratuito e se estende por dois meses, com encontros semanais. "Ele é espaçado para dar tempo suficiente de as plantas se desenvolverem", explica a engenheira agrônoma Helen Elisa Bevilacqua. O Spa Fazenda Igaratá, a 90 quilômetros de São Paulo, também oferece esse tipo de curso. "É uma maneira de reaproximarmos o homem da

energia física da terra", diz o biólogo e responsável pela horta do spa, Lito Fernandes. Ele dá a receita de como preparar o solo para o plantio: 60% de terra preta, misturada a 30% de adubo orgânico e 10% de areia, que facilita a passagem da água e deixa a raiz respirar melhor. É preciso ficar atento à disseminação de pragas e preparar soluções naturais contra elas. Para acabar com os pulgões, por exemplo, deve-se salpicar nas folhas das plantas uma solução de melão-de-são-caetano (50 gramas de folha para cada litro de água), que deve ficar guardada por dois dias antes da aplicação. Restos de lixo caseiro, ossos, cascas de ovos, de nozes e de frutas e sabugo de milho também podem ser salpicados na terra. Para colocar a mão na massa, o gasto médio é de R$ 30 por vaso. O resto é paciência e dedicação. Sonaira San Pedro

Fernandes no spa Igaratá: maneira de aproximar o homem da terra Milton Mansilha/Luz

Temps em sua própria horta: plantas não têm agrotóxico

Incentivo à horta doméstica

O

cultivo de hortas tem recebido atenção especial da Prefeitura Municipal de São Paulo. Desde 2004, o Programa de Agricultura Urbana e Periurbana é lei e une as secretarias do Verde e do Meio Ambiente, do Trabalho, de Serviços e das Subprefeituras. "Ensinamos a preparar a horta, plantar e colher os frutos", diz o agrônomo e coordenador do programa, Luís Eduardo

Galletti. O objetivo é capacitar os moradores de comunidades carentes a plantar o próprio alimento e fazer disso um negócio. Hoje, são cultivadas 250 hortas comunitárias em escolas, creches e postos de saúde. "O próximo passo do programa serão aulas de horta com plantas medicinais", diz Galletti. Os interessados podem entrar em contato pelo telefone (11) 5539-5291. (SSP)

Fotos: Luludi/Luz

Daniel Toniel, que expõe suas frutas na feira, espera um incremento de 10% nas vendas

Evento discute questão logística

O

setor de agronegócio chega a perder 30% do lucro em razão dá má logística de distribuição dos produtos. Eles são perecíveis e devem chegar rápido às prateleiras. Qualquer falha no caminho pode jogar no lixo toda a margem das negociações. Para buscar soluções para o problema, será realizada até hoje a 3ª Conferência e Feira de Flores, Frutas, Legumes e Verduras (FLV) e a Feira de Centrais de Negócios (FCN), no Expo Center Norte, em São Paulo. O evento reúne pequenas redes de supermercados e fornecedores, sem intermediários comerciais. O objetivo é aprimorar o esquema de distribuição desses produtos. O empresário do ramo de flores Marcello Franco, um dos participantes da feira, conseguiu dinamizar a logística de entrega para que os ramalhetes cheguem vistosos aos supermercados e lojas de conveniências, seus principais clientes. "Antes, elas iam para o centro de distribuição, depois para a fábrica, e só aí o produto seguia para o mercado. O processo todo demorava quatro dias", explicou Franco. "Agora, colocamos a fábrica dentro do centro de distribuição e ganhamos dois dias. Qualquer falha de logística pode acabar com nosso lucro."

Organização espera que 10 mil pessoas visitem os estandes

Além de buscar soluções para esse problema, a feira põe em contato agricultores, fornecedores e supermercadistas do Brasil inteiro. "O resultado de tudo isso é a integração desses profissionais e a geração de novos negócios", disse o gerente financeiro da distribuidora de frutas Frugal, Daniel Toniel, que espera um aumento de 10% nas vendas com a participação na FLV. Negócios – Quem está interessado em comprar ou vender também deve visitar a Feira de Centrais de Negócios, onde ficam as pequenas redes de supermercados e fornecedores. A marca de chocolates Topcau, que antes só vendia em embalagens grandes e para atacadistas, resolveu chegar direto aos supermercados,

com pacotes menores. "O objetivo é tirar o intermediário da nossa comercialização", disse a gerente de vendas da marca, Simone França. Ela acredita que seus negócios possam crescer 80% até o final do ano por conta dos contatos que fará na feira. Outras marcas como Dona Benta, Global Vinhos, e Arroz Guacira também ocupam estandes no evento. De acordo com Sussumu Honda, presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas) – organizadora do evento –, 10 mil visitantes devem conhecer os 150 estandes de expositores. As feiras são realizadas no Pavilhão Branco do Expo Center Norte, em São Paulo, das 14 horas às 22 horas. Sonaira San Pedro


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terça-feira, 18 de julho de 2006

Indicadores Econômicos

7

17,60

por cento foi o aumento registrado nas ações ordinárias da Perdigão S/A no pregão de ontem da Bolsa de Valores de São Paulo.

17/7/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 13/07/2006 13/07/2006 13/07/2006 13/07/2006 13/07/2006

P.L. do Fundo 6.171.743,03 1.393.472,36 6.765.868,68 9.837.612,33 1.069.094,17

Valor da Cota Subordinada 1.128,207110 1.044,618665 1.087,085389 1.085,868660 1.038,593509

% rent.-mês 1,0480 0,4595 0,2356 1,4826 0,8012

% ano 15,4801 4,4619 8,7085 8,5869 3,8594

Valor da Cota Sênior 0 1.055,752470 1.066,073794 0 0

% rent. - mês 0,5102 0,5558 -

% ano 5,5752 6,6074 -

rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


terça-feira, 18 de julho de 2006

Congresso Planalto Corrida eleitoral CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Administramos, governamos com firmeza e sem concessão. Cláudio Lembo, governador de SP

O USO POLÍTICO DA VIOLÊNCIA

Paulo Pinto/AE 30/05/2006

LEMBO DIZ NÃO AOS ATAQUES Irritado com as críticas que vem recebendo graças às ações do PCC, o governador Cláudio Lembo afirmou que responderá sempre ao sentir seu governo atingido inadequadamente.

"Defendo a criação de um comitê que viabilize essa soma de forças entre governos, justiça e Congresso" José Serra sobre o enfrentamento ao crime organizado no País. Cláudio Lembo: rebate aos ataques políticos motivados pelas ações do PCC. Evelson de Freitas/AE

SERRA PEDE REAÇÃO AO CRIME D

epois de levantar suspeitas sobre uma possível ligação do PT com os ataques do PCC em São Paulo, o candidato ao governo do Estado, José Serra (PSDB) amenizou o discurso ontem e disse que "a reação do PSDB foi para que eles (o PT) não faturassem eleitoralmente", em cima da crise da segurança pública. "Não se pode fazer disso (crise da segurança) um jogo eleitoral. Quem começou foram eles", afirmou Serra. O ex-prefeito que, junto com o presidente nacional do PFL, José Bornhausen, esquentou a troca de acusações entre PT e

PSDB na semana passada, sugerindo que integrantes petistas pudessem manter ligações com o PCC, minimizou suas declarações feitas em Jales, no interior de São Paulo. Ele havia dito achar estranha a relação entre membros do PT e a facção criminosa que tem levado pavor ao Estado de São Paulo. "Eu não disse que era o PT, eu disse que achava estranho o que estava acontecendo." Serra é alvo de uma notícia-crime movida pelo PT por conta de suas declarações. Líder absoluto nas pesquisas, o candidato fez campanha corpo-a-corpo em Francisco

O tucano José Serra durante trajeto em trem metropolitano

Morato e Franco da Rocha, depois de fazer o trajeto Perus – Francisco Morato num trem da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Durante a caminhada, o candidato tucano proferiu um discurso em prol da união de forças – muito distante do tom adotado na semana passada. Segundo ele, é preciso haver uma "união de esforços" entre governo federal, estadual, e

outras esferas no enfrentamento ao crime organizado. Ele afirmou que a participação do governo federal no combate à criminalidade tem deixado a desejar. "São Paulo tem 600 ou 700 presos federais que deveriam estar em presídios da União. Em vez disso, é o Estado quem está cuidando de todos eles. Enfim, há muita coisa para se avançar" nessa questão, afirmou Serra. (AE)

Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem

CANDIDATO QUER MAIS MORADIAS

O

candidato do PT ao governo do Estado, senador Aloizio Mercadante, defendeu a ampliação dos mecanismos públicos de financiamento para a compra de moradias, e acusou o governo de São Paulo de não investir neste setor o mínimo determinado no Orçamento Estadual. O candidato reuniu-se, ontem, com presidentes das entidades ligadas ao mercado

imobiliário em São Paulo, entre elas o Sindicato da Habitação (Secovi), o Instituto de Engenharia, a Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas (Apeop), Sindicato das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco), Sindicato da Indústria da Construção Pesada (Sinicesp) e o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon), na sede do Secovi, no bairro de Vila Mariana.

O

governador de São Paulo, Cláudio Lembo, afirmou ontem que não irá tolerar ataques políticos a seu governo, relacionados à onda de violência que atinge o Estado. Ao comentar o fato de ter afirmado na semana passada que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está "desequilibrado", Lembo ressaltou que não aceitará agressões de nenhum tipo e responderá sempre que julgar necessário. "Agressão nenhuma", disse o governador, que conversou rapidamente com a reportagem, depois de se reunir com deputados federais para discutir o tema da segurança em São Paulo. "Isso eu não vou aceitar", disse ele. Lembo esclareceu que a afirmação de que Lula está desequilibrado foi feita em resposta a uma entrevista concedida pelo presidente em visita à Bahia um dia antes. Na ocasião, o presidente falou sobre a recusa de Lembo em aceitar o auxílio de forças federais para combater a violência e disse que, "se há controle em São Paulo, não poderia estar acontecendo" o que acontece no Estado. Na avaliação do governador paulista, Lula "não foi feliz" ao "colocar situações de São Paulo que não são verdadeiras". Ele disse ainda que, como governador do Estado, se sentiu não apenas no direito mas também na obrigação de "colocar as coisa no lugar". "Aqui em São Paulo nós administramos, governamos com firmeza e sem nenhuma concessão. Portanto, eu res-

pondi", disse Lembo. Indagado sobre se sente que seu governo vem sendo repetidamente atacado pelo presidente, Lembo disse acreditar que esta foi uma situação excepcional. Mesmo assim, ironizou a posição de Lula, que segundo ele teria se deixado emocionar pelas belezas da Bahia. "Certamente, ele viu aquela grandeza de cor e a beleza da Bahia e se deixou emocionar. Com certeza, não haverá outra. Tenho consciência de que o presidente Lula terá um respeito cada vez maior pelo Estado de São Paulo." Ao criticar o caráter eleitoral que vem sendo dado à discussão da violência em São Paulo, Lembo também não poupou o presidente de seu próprio partido, senador Jorge Bornhausen que, ao lado do ex-prefeito de São Paulo José Serra, ajudou a levantar suspeitas de um envolvimento entre o PT e os ataques coordenados pelo PCC na última semana. Reiterando que ele próprio não fez e não fará acusações desse tipo, Lembo destacou que é fundamental separar o debate eleitoral das questões que envolvem a violência, em benefício da democracia. "Eu tomaria grande cuidado com as palavras para a preservação da democracia brasileira. Toda posição de antagonismo onde há a utilização de situações de ponta na campanha não é boa", disse Lembo. "Como disse isso do presidente Lula, falo também do presidente do meu partido. Me sinto absolutamente livre para falar o que penso." (AE)

VANTAGEM PARLAMENTAR

O

Mercadante pede novos mecanismos para a compra de imóveis

A iniciativa do encontro partiu do senador, com o objetivo de apresentar suas prioridades de governo e discutir o setor imobiliário no Estado. Referindo-se à polêmica da segurança pública no Estado, Mercadante negou que tenha definido um acordo para aliviar a troca de ataques entre PT

e PSDB. "A segurança continuará como tema da disputa eleitoral para o governo de São Paulo. O único acordo que vai tirar essa questão da minha pauta é a paz", afirmou. O senador também disse esperar que a reunião do Copom determine uma nova redução na taxa de juros. (Agências)

s 497 deputados federais e os 46 senadores que concorrerão nas eleições disputam em condições privilegiadas, usufruindo de benefícios existentes só para quem tem mandato parlamentar. Eles podem usar a TV das duas Casas como palanque eletrônico – com público potencial de 62 milhões de telespectadores –, falar dos projetos no programa "Voz do Brasil", dispor da verba indenizatória do Congresso para despesas nos Estados, além de contar com a estrutura dos gabinetes. Oficialmente, a verba de

R$ 15 mil é para pagar despesas do escritório e, portanto, não pode ser usada na campanha, mas não há fiscalização. Dos 81 senadores, 46 decidiram disputar as eleições: 2 são candidatos a presidente, 2 a vice-presidente, 19 a governador, 3 a vice-governador, 13 à reeleição, 4 a deputado federal e 3 a deputado estadual. Na Câmara, dos 513 deputados, só 16 não disputarão nenhum cargo. A maioria tenta a reeleição (454), 18 concorrem ao Senado, 11 são candidatos a governador, 6 a vice-governador e 8 a deputado estadual. (AE)


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 18 de julho de 2006

DOISPONTOS -77

O

O

ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos anunciou a liberação de R$ 100 milhões para o combate à violência em São Paulo. A metade dessa quantia, porém, deverá ser utilizada na reforma de presídios. Se considerarmos o exemplo do Rio sitiado pelo CV há tanto tempo, é inconcebível que durante mais de três anos a governabilidade petista não tenha percebido o crescimento do PCC e o risco que isso representava, não apenas para este Estado de São Paulo, mas para o País.

É espantoso que somente agora seja oferecido (!?) dinheiro quando nos anos anteriores foi repassado (este é o verbo correto) a este Estado que mais contribui para os cofres da União, menos que merrecas. A contabilidade a respeito, não negada pelo petismo, foi noticiada: no ano passado, 2005, este Estado recebeu 5% do que solicitou; e da quantia solicitada para o corrente ano, R$ 354 milhões, "não recebeu nada" . O que mais é preciso para se constatar o real desequilíbrio entre a contribuição paulista,

para o Tesouro Nacional, e o retorno que lhe é devido? A postura da governabilidade petista perante a realidade está mais uma vez demonstrada: é a da estratégia da terra arrasada. Depois que o PCC destruiu, só nestes 7 meses do ano em curso) 19 presídios, cuja recomposição vai custar, na ótica otimista, pelo menos R$ 60 milhões, os cínicos hipócritas, visualizando-se como salvadores da situação, anunciam, sob alardes, a oferta de dinheiro, repito, de uma merreca de dinheiro para nosso Estado. Em suma: a esmola

Alessandro Roncatti/ Futura Press

O governo não percebeu o crescimento do PCC nos últimos três anos?

federal para o combate à violência no Estado de São Paulo está, em verdade, abaixo das divergências, pois vem ela a lume dos porões para ser usada na campanha eleitoral. Ou seja, a governabilidade federal vigente demonstra, mais uma vez, que está usando a insegurança e o medo dos cidadãos paulistas em sua campanha eleitoral. E isso, é certo, não é uma postura com relação apenas aos paulistas, mas, também, perante os cidadãos brasileiros de todos os Estados da Federação.

ROBERTO FENDT LIÇÕES DO MÉXICO

L

eitor escreve perguntando qual a minha opinião sobre as eleições no México. Há muitas lições a tirar dos resultados (contestados) da eleição. A primeira, e a que julgo mais importante, é a de ter posto às claras o mito da inevitável e irreversível "guinada à esquerda" na América Latina. Somos pobres, mas não somos burros. Humala não ganhou as eleições no Peru, embora não se possa dizer que Alan Garcia tenha ganho: qualquer que fosse o vencedor, não teria maioria no Congresso. Evo Morales ganhou a eleição para presidente, mas não obteve maioria absoluta no plebiscito. Michelle Bachelet, presidenta do Chile, é uma social-democrata "light". No México, para todos os efeitos práticos, a eleição empatou. O que Obrador contesta são

PEDRO VERGUEIRO PEDROVER@MATRIX.COM.BR

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Longe do 5º lugar

D

G De todos os

campeonatos, o principal que o Brasil precisa disputar para valer, como forma de superar seus problemas sociais e econômicos, é o da educação. G No Campeonato

Mundial de Repetência Escolar na 1ª série fomos campeões de repetência. No Programa Internacional de Avaliação de Alunos da OCDE ficamos em último lugar em Matemática entre os 40 países avaliados, em penúltimo em Ciências e 37º em História.

G Ganhar posições nessa área é mais importante e todos os campeonatos, o principal que o do que ganhar o Brasil precisa disputar para valer como campeonato forma de superar seus problemas sociais mundial de futebol

e econômicos é o da educação, o que parece começar a ser entendido por parcelas crescentes da população e, principalmente, de lideranças empresariais e outras. Quem imaginaria, por exemplo, há alguns anos, um encontro dos ultra-ricos e dirigentes de mega-empresas reunindo cerca de 250 pessoas num hotel na Bahia para discutir o tema com especialistas e promover um trabalho de conscientização da população sobre a necessidade de priorizar a educação? Ou a existência de um candidato à Presidência que faz da educação a sua principal bandeira?

E

ducação é a primeira das cinco prioridades escolhidas pelo Projeto Brasil 2022 – “Do País que Temos para o País que Queremos” , lançado em 2003 pelo PNBE – Pensamento Nacional das Bases Empresariais como parte do objetivo de criar um país socialmente justo, economicamente forte, ambientalmente sustentável, politicamente democrático e eticamente responsável até o ano da comemoração dos 200 anos de nossa Independência. Felizmente vemos que tanto a data como o foco estão sendo seguidos por outros grupos, pessoas e entidades. Esperamos que essa mensagem a favor da prioridade para uma educação geral e de qualidade possa garantir que em 2022 todos os jovens nascidos após o ano 2000 tenham completado pelo menos 12 anos de curso escolar – a primeira meta que fixamos em nosso projeto.

Obrador e Lula: a hora do messias

E

speramos que as outras quatro prioridades do Projeto Brasil 2022 também passem a contar com a mesma ênfase e entusiasmo que a mídia, as lideranças e a sociedade dedicaram ao Campeonato Mundial de Futebol. Elas são a reforma do Estado, o apoio ao empreendedorismo, o desenvolvimento sustentável com utilização de nossa biodiversidade e a boa governança pública, com o combate à corrupção, ao desperdício e ao mau uso dos recursos públicos. Em todas elas estamos mal colocados nas comparações internacionais. Nosso Estado custa mais aos cidadãos e oferece menos que os demais países de desenvolvimento equivalente, nossos empreendedores enfrentam mais dificuldades e burocracia e contam com menos financiamentos que seus similares em outros locais, investimos pouco na nossa biodiversidade e somos pouco cuidadosos com nosso ambiente, nossa governança pública é péssima. Ganhar posições nessas áreas é certamente mais importante do que ganhar o Campeonato Mundial de Futebol para todos nós brasileiros de hoje e, principalmente para as gerações vindouras.

alguns milhares de votos, em milhões. Aos que julgam que o PAN de Felipe Calderón e suas promessas de reformas modernizadoras derrotaram a esquerda de Andrés Manuel López Obrador, é bom lembrar que Calderón teve um terço dos votos e o PRI cerca de um quarto – tornando-se o fiel da balança, já que o partido do presidente eleito teve apenas 42% dos votos. Calderón é o presidente mexicano eleito com o menor percentual de votos e terá que mover-se para o centro do espectro político. A segunda lição é a seguinte: quem se opõe ao atraso precisa ir além das promessas e mostrar modernidade. A esquerda mexicana tornou-se, ao longo dos anos, o partido dos aposentados e dos "grotões", para usar um termo nosso. A votação majoritária de Calderón foi de jovens e urbanos – a maioria no país. De fato, Obrador não teria tido a menor chance nessa eleição não fosse o fato de que as reformas das duas últimas décadas ficaram incompletas.

MARIO ERNESTO HUMBERG, CONSULTOR E Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

CONFERENCISTA, É PRESIDENTE DA CL-A COMUNICAÇÕES E COORDENADOR DO PNBE – PENSAMENTO NACIONAL DAS BASES EMPRESARIAIS

A

s lições para os brasileiros são singelas. Brasil e México se parecem em tudo. Economicamente, fizemos reformas abrangentes, que passam pela redução expressiva do Estado-empresário (com as privatizações), pela abertura do comércio exterior, pela estabilidade monetária. Embora o risco-Brasil seja o dobro do risco-México, é hoje um décimo do que era em 2002. Mas continuamos cerceando e sufocando a criatividade empresarial com uma tributação e uma regulamentação absurdas. Não completamos a reforma previdenciária nem começamos a reforma trabalhista. Não surpreende, portanto, que a desesperança do povo se manifeste na busca, sempre repetida, de um novo messias, um novo Conselheiro, a nos indicar o caminho do paraíso neste mundo. Os Collor e os Lula são reflexos da incapacidade de reformar. Como Obrador no México. É ECONOMISTA FENDT@TERRA.COM.BR

Albari Rosa/GAZETA DO POVO/AE

A

derrota da seleção do Brasil pela da França no Campeonato Mundial deixou o país indignado, encheu páginas de jornais e revistas e ocupou grandes espaços no rádio, na tevê e na internet com comentários de lideranças, especialistas e pessoas comuns. Isso tudo porque ficamos em quinto lugar num torneio que reuniu mais de 100 seleções, entre as eliminatórias e a fase de disputa final. É claro e natural que todos desejássemos ver a Seleção disputar e ganhar a final, mas o hexacampeonato não representaria qualquer avanço na solução dos problemas do país, como violência, criminalidade, desemprego, corrupção etc. Seria excelente que a população, os políticos, as lideranças, e particularmente a mídia dessem o mesmo destaque a outros campeonatos de que o Brasil participa e em que o quinto lugar seria uma posição muito honrosa. Por exemplo, no Campeonato Mundial de Repetência Escolar na 1ª série do ensino fundamental, em que fomos o país de pior desempenho (campeões de repetência!), segundo a Unesco. Ou no teste PISA-Programa Internacional de Avaliação de Alunos da OCDE (Organização para Cooperação de Desenvolvimento Econômico), em que ficamos em último lugar em matemática, penúltimo em ciências e 37º em história, entre os 40 países avaliados. Ou, ainda, na disputa sobre ética na política e corrupção pública, em que também detemos um destaque negativo. E também no IDH-Índice de Desenvolvimento Humano, em que há sessenta países melhor colocados.

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AFP

Merrecas

grande sucesso que o PAN pôde mostrar aos eleitores foi a manutenção da extraordinária estabilidade monetária iniciada no governo de Ernesto Zedillo, que levou o prêmio de risco dos bônus mexicanos hoje à metade do prêmio de risco brasileiro. O perfil da dívida pública mexicana também teve extraordinária melhoria, com prazos de vencimento de 20 anos. O comércio exterior foi liberalizado e centenas de empresas estatais ineficientes foram privatizadas. A despeito disso, uma brutal carga tributária continua sufocando os mexicanos, lá como cá; persistem monopólios estatais, lá como cá; a legislação trabalhista impede a flexibilidade no mercado de trabalho, que só funciona bem na semiinformalidade das maquillas, as zonas francas de produção para o mercado norteamericano. Lá, como cá. Calderón não ganhou de forma acachapante porque o seu partido e Vicente Fox não concluíram as reformas. Alguém dirá que Fox foi bloqueado pelo Congresso. É verdade. Mas também é verdade que faltou liderança e compromisso. Reformas pela metade geram frustração e ressentimento, que deságuam nas eleições.


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Nacional Empresas Moda Finanças

terça-feira, 18 de julho de 2006

Cores suaves e estampas do cotidiano foram os destaques do desfile de Isabela Capeto.

MARATONA DE DESFILES TERMINA HOJE

Paulo Whitaker/Reuters

SPFW Mauricio Lima/AFP PHOTO

Babados, fitinhas e ultra-romantismo

Raia de Goeye utiliza materiais rígidos para o verão Gina Stocco/Futura Press

Algodão, bustiês em total estilo St. Tropez Paulo Whitaker/AE

Moulages formam os origames de Érika Ikezili

O

penúltimo dia de desfiles do São Paulo Fashion Week confirmou duas tendências muito fortes para o verão 2007: estampas mil e comprimentos mini, com destaque para Isabela Capeto e Raia de Goeye, que apresentaram coleções maduras e desfiles bem editados. A maratona fashion teve uma première cinematográfica: estrelado por Patrícia Pillar, Zuzu Angel tem pré-estréia badalada no Cinemark do Shopping Iguatemi. O filme conta o drama vivido pela estilista mineira, cujo único filho, Stuart (Daniel de Oliveira), desapareceu durante o período da ditadura militar, nos anos 70, e ainda serve de mote a um concurso para eleger novos talentos da moda. No quesito moda, aliás, Isabela Capeto, a primeira a desfilar, deixou clara sua opção pelo romance. Para expressar seu desejo de amor, a estilista fez uma coleção naïf (ingênua), suave, com estampas de imagens do cotidiano trabalhadas com precisão. Nuvens, flores, casinhas e corações aparecem em bordados embaralhados sobre os vestidos evasés, blusinhas em A e shorts. Ao som de Roberto Carlos, Isabela desfilou looks de cintura mais alta, formas secas e justas. Como alternativa aos dias quentes, propõe o uso de bermudas com bustiês, bem ao estilo St. Tropez. Seguindo a veia romântica do desfile, a estilista aposta no uso do bordado inglês, algodão, sarja, cambraia e tricoline em suaves tons pastéis que passeiam entre o amarelo, o azul, o lilás e o rosa. U ma – Brasileiro radicado em Nova York, Geová Rodrigues apresentou sua coleção na flagship (loja líder) da grife UMA, na Vila Madalena. Com muita renda e bordados, o desfile ganhou destaque nos bons momentos em algodão cru, nas bolsas de sarja tamanho GG e no último look de Fernanda Tavares – um vestido de cauda longuíssima que, aliás, quase lhe foi vilão (a modelo tropeçou na barra da peça). Com seu

Caetano Barreira/Reuters

O romantismo de Isabela Capeto

punk-rock, Supla fechou o desfile que ainda teve a participação de Luana Piovani. Para "patricinhas" – A dupla de estilistas da Raia de Goeye mostrou mais uma vez que trabalha em sintonia. Seu verão 2007 é um suspiro de alegria para uma geração que busca um estilo mais forte e exclusivo – a imensa maioria de patricinhas. A dualidade entre a perseverança e a distração com a vida – tão presentes na essência feminina – serviu de ponto de partida. De um lado, vestidos curtos e materiais rígidos; do outro, comprimentos longos e tecidos fluidos. Michele Alves abriu o desfile com um lindo vestidão em cetim verde com corte abaixo do busto e detalhes em matelassê. O efeito agregou modernidade às laterais dos vestidos, aos minicoletes e aos cintos largos. Os mais curtinhos trouxeram um ar de baby doll, leves com babados e barras duplas. Os modelos mais ousados e decotados abusam de recortes e alças, deixando transparecer pedaços de pele e sutiãs traba-

lhados com babadinhos. Ponto para as argolas, ferragens, alças duplas e recortes que pontuaram a coleção. Universo japonês – Em desfile apresentado no MAM, Érika Ikezili explorou o universo japonês, fazendo com que os tecidos virassem origamis e formas geométricas misturaram-se a estampas florais. A coleção confirma a idéia da linha A para vestidos e blusas. O melhor momento ficou a cargo dos vestidos construídos a partir da técnica de moulage em tecido cortados em forma de círculos. A estilista ainda construiu origamis de flores a partir de geométricos e formou plissados, babados e flores gigantes aplicadas nas golas. Como parte do intercâmbio cultural pretendido pelo São Paulo Fashion Week, a designer portuguesa Anabela Baldaque, que participa do Portugal Fashion, trouxe pela primeira vez sua coleção para o Brasil. O conterrâneo Miguel Vieira, que também se apresentou no calendário paulista, estava na primeira fila conferindo o trabalho da colega. Tendo o céu como inspiração, Anabela apresentou um verão romântico e suave. Oscilando dos celestes aos brancos – looks monocromáticos confirmam a força do branco também em terras lusitanas – a coleção abusa de tecidos leves como musselina, voal, seda e crepe e traz versões transparentes de blusas, vestidos ou saias com camadas de tecidos. O estilista André Lima finalizou o penúltimo dia com uma coleção inspirada em uma viagem ao Caribe. Cheia de drapeados, pregas, franzidos e laços, os vestidos metálicos e bordados em seda pura trouxeram uma veia urbana. A maratona fashion termina hoje com os desfiles no Autódromo de Interlagos com o masculino da Cavalera. Na sequência de Fabia Bercsek, Jefferson Kulig, OEstúdio, Neon e, como já é de praxe, o final da semana de moda com o feminino de Cavalera. Sabina Deweik

Vide Bula usou formas e estampas inusitadas Gina Stocco/Futura Press

Coleção de Érika Ikezili resgata universo japonês Clayton de Souza/AE

Lino Villaventura apostou na mistura de texturas

Clayton de Souza/AE

J.F. Diorio/AE

Clayton de Souza/AE

Gianne Albertoni desfilou para Lino Villaventura

Fernanda Tavares tropeça no desfile da UMA, na Vila Madalena

A grife Raia de Goeye: vestidos curtos de cetim lembram baby-dolls


DIÁRIO DIÁRIO DO DO COMÉRCIO COMÉRCIO

8 -.INTERNACIONAL

terça-feira, 18 de julho de 2006

Internacional

Nossa mensagem a Israel é: defenda-se, mas pense nas conseqüências. George W. Bush

Yoav Lemmer/AFP

Batalha de mísseis causa êxodo de Beirute

Um míssil do Hezbollah caiu num prédio de apartamentos em Haifa (ao lado). Não houve vítimas. Abaixo, à esquerda, soldado libanês ajuda colega ferido em ataques próximo a Beirute. Abaixo, israelenses se assustam com alerta de míssil em Haifa.

Conflito marca nova atuação da divisão Barak

A

tempestade de granadas de artilharia de 155 mm que Israel lança contra o Líbano, parte de canhões móveis da força expedicionária desmembrada da divisão Barak - o Raio, em hebraico. Famosa há 40 anos por atuações espetaculares nas guerras de 1967, 1973 e 1982, a Barak está na região do conflito com 50 tanques Merkava-2, de 60 toneladas equipados com canhões de 122 mm, feitos para disparar munição supersônica de cinco tipos - todos com grande

poder de destruição. Não é só. A cobertura aérea, que usa mísseis e bombas de até 900 quilos, guiados por laser, corre por conta de 30 caças F-16, protegidos por interceptadores F-15. No mar, três fragatas lança-mísseis e lanchas disparadoras de foguetes de 70 mm completam o quadro. O maior risco agora é que a Síria se envolva. Na luta do vale do Bekaa, há 24 anos, a artilharia antiaérea foi um obstáculo para a aviação. Pior que isso é o Comando Aeroestratégico de Damasco, armado com mísseis pesados, de até 650 km de alcance. Israel acredita também que o Hezbollah tenha recebido clandestinamente armas modernas fornecidas pelo Irã.

Herzi Shapira/Reuters Reuters

Hassam Ammar/AFP

I

srael intensificou ontem os bombardeios contra o Líbano. Pelo sexto dia consecutivo, Beirute foi bombardeada pela aviação israelense. Pelo menos 50 pessoas morreram. Com isso, elevam-se para 210 as mortes nos ataques no Líbano (das quais 196 eram civis). Mais de 500 ficaram feridas. Caças-bombardeiros israelenses também atacaram as colinas de Rachaya al-Fujar, na zona oriental do sul do Líbano, e a região de Baalbeck, no leste do país. As regiões, conhecidas por abrigarem escritórios do Hezbollah, foram abandonados nas primeiras horas da ofensiva israelense, pouco depois de as milícias do partido xiita terem capturado dois soldados do Exército de Israel. Ao mesmo tempo, o grupo islâmico libanês Hezbollah prosseguiu com os ataques contra o norte israelense, que já mataram 24 pessoas (12 civis) e feriram mais de cem. Mais de 40 foguetes caíram em cidades e vilarejos perto da fronteira libanesa. Pelo menos cinco pessoas ficaram feridas. A força aérea israelense destruiu ontem pelo menos um míssil de fabricação iraniana com alcance de mais de 160 km, 40 a mais do que os 120 necessários para atingir a maior cidade de Israel. Os israelenses descobriram que haviam destruído o míssil Zilzal ("terremoto", em árabe) por acaso, quando a TV libanesa transmitiu imagens de um objeto em chamas. O fogo cruzado fez com que França, Estados Unidos, GrãBretanha e outros países mobilizassem esforços para retirar seus cidadãos do Líbano, fretando barcos para resgatá-los. Muitos estrangeiros saíram por terra para a Síria. O aeroporto de Beirute, bombardeado, está desativado. Libaneses também tentam Devolvam sair da zona de conflito pela Síria. os soldados Diplomacia – A intensificação das ofensivas de ambos os lados mobilizou as atenções da e tirem o comunidade internacional. O secretário-geral da Hezbollah ONU, Kofi Annan, e o primeiro-ministro do sul e não britânico, Tony Blair, propuseram o envio de atacaremos. uma força internacional de paz ao sul do Líbano Asaf Shariv, e a Rússia ofereceu um contingente militar. O assessor de cessar-fogo parece muito longe de se concretizar Ehud Omert porque nem os EUA - um dos países com poder de veto no Conselho de Segurança da ONU nem Israel nem o Hezbollah modificaram suas posições quanto aos pressupostos para uma solução diplomática. Autoridades de todos os outros países também se manifestaram. O primeiro discurso do premier israelense, Ehud Olmert, desde o começo do conflito foi duramente criticado por especialistas. A expectativa era a de que a fala desse legitimidade a Olmert a conduzir o país num momento de guerra. Segundo o jornalista Ari Shavit, do jornal Haaretz, entretanto, o texto lido por Olmert no plenário do Knesset (o parlamento), em Jerusalém, não conseguiu sensibilizar os israelenses para a guerra. No discurso, Olmert listou duas condições para o fim dos bombardeios israelenses no Líbano: a libertação dos dois soldados israelenses seqüestrados na semana passada pelo Hezbollah e o afastamento da guerrilha libanesa da fronteira com Israel. Brasileiros – Em meio ao conflito, um grupo de 122 brasileiros saiu de Beirute e seguiu para a cidade de Adana, na Turquia. De lá, os brasileiros interessados seguiriam para o Brasil. A saída do avião - um Boeing 707 da Força Aérea Brasileira, o antigo Sucatão da Presidência da República - estava previsto para as 21h15. Eles devem chegar hoje em Cumbica O cônsul-geral do Brasil em Beirute, Michael Gepp, informou, com base em dados recolhidos em agências de turismo, que havia entre 300 e 500 brasileiros em no Líbano antes do início dos ataques. O número de brasileiros natos ou naturalizados no país é estimado em 70 mil. (Agências)

Ramzi Haidar/AFP

Israel corre para destruir arsenal do Hezbollah, depois que um míssil atingiu Haifa. Libaneses e estrangeiros tentam deixar área do conflito.

Microfone indiscreto registra gafe de Bush

U

m bate-papo privado na hora do almoço entre líderes mundiais, no encerramento da Cúpula do G-8, foi captado por um microfone e o que se ouviu foram banalidades incluindo palavrões do presidente George W. Bush a propósito dos ataques do Hezbollah contra Israel. Em conversa com o primeiro-ministro Tony Blair, da Grã-Bretanha, Bush falou da sua frustração com a ONU e da indignação com o grupo militante islâmico. "O irônico é que eles precisam

conseguir que a Síria faça o Hezbollah parar com essa m..., e aí acaba", disse Bush. Ele comentava com Blair sua conversa com o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, em visita aos líderes reunidos em São Petersburgo. Bush teria dito a Annan para telefonar ao presidente sírio Bashar Assad para "fazer alguma coisa acontecer". Os comentários ao vivo do presidente foram ouvidos quando os líderes posavam para uma foto durante o almoço. Ninguém percebeu que o microfone estava ligado.

Menino israelense ferido no sul do Líbano: como brinquedo, uma arma

Tsunami mata 104 na Indonésia U

Suara Merdeka/AFP

Famílias deixam suas casas rumo a abrigos depois do tsunami

ma onda de mais de dois metros de altura, provocada por um forte terremoto, atingiu ontem resorts e aldeias pesqueiras da ilha indonésia de Java, matando pelo menos 104 pessoas e deixando dezenas de desaparecidos, informaram funcionários da Cruz Vermelha indonésia. A notícia sobre o desastre espalhou pânico em toda a região, que ainda se recupera do tsunami de dezembro de 2004, que deixou cerca de 230 mil mortos e desaparecidos, a maioria na Indonésia. Agências de meteorologia da região tinham enviado

alertas sobre o terremoto de 7,7 graus na escala Richter, a 40 quilômetros de profundidade no Oceano Índico. Mas os alertas não chegaram às vítimas, pois a ilha densamente povoada não tem um sistema de divulgação adequado. Aparentemente, a área mais afetada foi a praia de Pangandaran, um balneário muito freqüentado por turistas indonésios e estrangeiros, perto da cidade de Ciamis, 270 quilômetros a sudeste de Jacarta. Segundo um funcionário local, 37 pessoas morreram em Pangandaran. (AP/AE)


Um dos réus muda depoimento e cria mais suspense

Exército contra o PCC

Ernesto Rodrigues/AE

O JULGAMENTO DO ANO

Leonardo Wen/Folha Imagem

Daniel Cravinhos diz que matou sozinho os pais de Suzane (na foto, o carro que a conduziu ao júri). Ele isenta o irmão Christian. Cidades/1

Um grupo de 1.500 soldados pode ser mobilizado a qualquer momento pelo governador Lembo para a luta contra o PCC. A tropa, com experiência do Exército no Haiti, foi oferecida pelo comandante militar do Sudeste, general Luiz Edmundo Maia de Carvalho. O reforço em dia de trégua, Cidades/2 Ano 81 - Nº 22.171

São Paulo, terça-feira 18 de julho de 2006

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Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h45

w w w. d co m e rc i o. co m . b r Aviv Divon-IDF-HO/AFP

Guerra de mísseis

No sexto dia da guerra de mísseis entre Israel e o grupo Hezbollah começou o êxodo de Beirute. Brasileiros, franceses e ingleses partiram em ônibus, helicópteros e navios. Civis nos dois fronts são as maiores vítimas. Falase em tropa de paz para o Líbano. Mas Israel diz que a guerra só pára com a volta de seus soldados seqüestrados e o fim dos mísseis. Inter/8 Eric Feferberg/AFP

Nir Kafri/Reuters J.F. Diório/AE

Geová é moda em NY e SP

Fernanda Tavares (foto) tropeçou na cauda de Geová, brasileiro na moda. Todo SPFW em Economia/8 HOJE

Nikola Solic/Reuters André Dusek/AE

PT elabora dez mandamentos para Lula. Tudo contra o 2º turno Partido teme que presidente (na foto com Bush, no G-8) cometa deslizes que mudem atuais intenções de voto. Pág. 3 e Eco/4

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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É HORA DE DESOVAR OS ESTOQUES

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omeça amanhã a 18ª Liquida São Paulo, campanha que envolve as lojas de shoppings de todo o Brasil. Além de roupas femininas e masculinas, brinquedos, acessórios de moda e decoração, cristais e móveis terão os preços reduzidos "Os descontos podem chegar a 70%", garante o diretor-superintendente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Luis Augusto Ildefonso da Silva. Segundo ele, hoje é o último dia para os centros de compras aderirem à promoção. A edição anterior da campanha teve a participação de 16 shoppings. Nesta, 14 fizeram a inscrição. "Os consumidores terão uma excelente oportunidade para comprar. Isso porque os comerciantes precisam desovar os estoques e fazer capital de giro", diz Silva. A expectativa é de um aumento de 15% nas vendas. O diretor-superintendente da Alshop admite que os ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC) atrapalham um pouco as vendas das lojas. Mas o movimento nos shoppings, acredita, deve se manter, principalmente pela segurança que oferecem aos consumidores. ICMS – Outro ponto destacado por Silva é o novo prazo para o recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) das lojas que farão as promoções, que será estendido em 30 dias em relação à data regular para o pagamento. "A ampliação incidirá sobre o volume total de vendas de todo o mês de julho, e não apenas sobre aquelas realizadas nos cinco dias de promoção", explica o diretor-superintendente da Alshop. O Shopping Metrô Tatuapé

oferece descontos de até 70%. Ao mesmo tempo em que participa da Liquida São Paulo, promove também os "5 Dias de Loucura". "Esperamos um aumento de 12% nas vendas e 10% no fluxo de público em julho e agosto", diz a gerente-geral do centro de compras, Elaine Almeida, ao lembrar que a expectativa é menor do que a do ano passado. "O frio não ajuda. E as interferências externas, como os ataques do PCC, fazem com que as pessoas fiquem mais em casa. O que vemos é uma retração do mercado", explica Elaine. O Shopping ABC aposta num crescimento de 12% nas vendas. O centro de compras promove a campanha do Dia dos Pais para alavancar o faturamento. Para a gerente de marketing do shopping, Elizabete Henriques, o calor predominante neste inverno não atrapalha o movimento. "Muita gente vai viajar para Campos do Jordão, Monte Verde ou Paranapiacaba, locais de baixas temperaturas, e faz questão de ficar na moda", aponta Elizabete. Outras promoções – Muitos shoppings na capital estão fazendo liquidações paralelas ao Liquida São Paulo, como o Ibirapuera. Mais de 70% das lojas do empreendimento baixaram os preços das mercadorias em até 60%. "É o movimento natural do comércio, de desovar os estoques para a troca de coleção. Esperamos um aumento de até 7% nas vendas, o mesmo patamar registrado no período de promoções do ano passado", afirma o gerente de marketing, Ricardo Portela. O Shopping SP Market criou a promoção Zás-Trás, no dia 29 de julho, data em que os clientes poderão comprar até às 23 horas. A expectativa é aumentar em até 10% as vendas. Os descontos variam entre 20% e 70%. Neide Martingo

Marcos Fernandes/LUZ

Luciano Amarante/Hype

Até ontem, 14 shoppings haviam aderido à campanha Liquida São Paulo

Descontos podem chegar a 70%

Sem o hexa, vendas recuam Newton Santos/Digna Imagem

eliminação prematura da Seleção Brasileira da Copa na Alemanha e a elevação da temperatura em pleno inverno contribuíram para a queda das vendas no comércio varejista de São Paulo na primeira quinzena de julho. Levantamento feito pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), baseado nos números de consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), mostra uma retração de 0,4% nas vendas na comparação com o mesmo período de 2005. Para Marcel Solimeo, diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da ACSP, a saída do Brasil do mundial foi preponderante para que as vendas caíssem. "A eliminação da seleção brasileira influiu negativamente no ânimo dos

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Solimeo: aposta na redução da Selic

consumidores. Com o Brasil fora da Copa, a 'moda verde e amarela' ficou encalhada nas prateleiras. Também não podemos esquecer que houve uma antecipação nas vendas de alguns produtos, como as TVs, e que em julho não temos nenhuma data promocional para ajudar a

acelerar as vendas", explica Solimeo. O diretor lembra, ainda, que o fato de a temperatura não ter caído como o esperado acabou afetando a venda de roupas e calçados de inverno. As consultas ao SCPC servem para medir o nível de vendas de móveis e eletrodomésticos. Já o Usecheque, outro serviço da ACSP, que serve para mensurar as vendas de vestuários, calçados e outros bens de menor valor, registrou um aumento de 4,7% no mesmo período. O Instituto de Economia Gastão Vidigal constatou também que o número de registros no cadastro de inadimplentes do SCPC teve um crescimento de 2,8% na primeira quinzena do mês. Da mesma forma, houve um aumento de 7,7% no número de consumidores que

quitaram ou renegociaram suas dívidas junto às instituições de crédito. Segundo Marcel Solimeo, o baixo número de pessoas que tiveram seus nomes incluídos no cadastro de inadimplentes e o maior número de clientes que tiveram seus débitos quitados ou renegociados são fatores positivos. "São dados otimistas, mas mesmo assim não podemos projetar a inadimplência com base nos números da primeira quinzena, que são muito sujeitos a alterações. Esperamos a recuperação do movimento do varejo em agosto, com o Dia dos Pais, e mais a redução da taxa Selic, que deve ocorrer nesta semana, além das ofertas e liquidações que o comércio deve realizar", afirma Solimeo. Wladimir Miranda

Consumidores estão menos endividados número de consumidores da região metropolitana de São Paulo que possuem dívida em cheque, cartão ou carnê recuou 5 pontos percentuais em julho, totalizando 52% dos entrevistados, contra 57% em junho, segundo pesquisa da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). Trata-se do menor indicador desde o início do levantamen-

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Empreender é o caminho

poder público precisa morrem até o sexto ano de viagir em parceria com a da. Ele apresentou a receita iniciativa privada pa- para reverter essa situação: ra inovar, reduzindo encargos "As lideranças do associatie entraves burocráticos para vismo devem estar unidas em incentivar o empreendedoris- torno de princípios e ideais camo. "Porque esse é o melhor e pazes de mobilizar a sociedade na luta pelo talvez o único cabem comum". minho para gePara Burti, o rar trabalho e papel dos dirirenda no País", gentes das Assod i s s e A l e n c a r A capacitação para ciações ComerBurti, presidente empreender deveria ciais é buscar ouem exercício da começar desde o vir suas bases e Associação Comercial de São ensino básico, indo até t r a b a l h a r p o r o curso superior. uma sociedade Paulo (ACSP). Ontem, duranAlencar Burti, c o n s c i e n t e d e te palestra que presidente em exercício seus direitos e comemorou o da ACSP deveres. O presidente Dia do Comerda ACISA, Zollo ciante, na Assode Souza Assis, ciação Comercial e Industrial de Santo André disse que o associativismo (ACISA), Burti lembrou que a vem cumprindo seu papel globalização mudou todos os frente às inovações constantes paradigmas nas relações tra- impostas pelo mercado. "O cobalhistas. "Por isso mesmo, a merciante é um exemplo dos capacitação para empreender que buscam vencer as inúmedeveria começar desde o ensi- ras dificuldades burocráticas no básico, indo até o curso su- impostas no seu dia-a-dia", concluiu o vice-presidente da perior", enfatizou. Burti lembrou que 72% das ACISA, Otávio Leite Vallejo. micros e pequenas empresas Sergio Leopoldo Rodrigues

O

to, iniciado em 2004. Quanto ao total de consumidores inadimplentes – que informaram possuir algum tipo de dívida em atraso –, a pesquisa constatou estabilidade. O índice atingiu 40%, contra 39% no mês anterior. De acordo com a FecomercioSP, embora a pesquisa de julho tenha registrado queda no nível de endividamento e estabilidade no percentual de consumi-

dores com contas em atraso, o comprometimento da renda com dívidas aumentou e a intenção de quitá-las se retraiu. Neste mês, o percentual da renda comprometido subiu 6 pontos, para 40%, contra 34% em junho. Quanto à intenção dos consumidores em quitar total ou parcialmente os débitos, o levantamento revelou que apenas 69% dos entrevistados responderam afirmativamente,

contra 75% em junho. Já o índice daqueles que não poderão honrar seus compromissos aumentou de 23% para 30%. "São dados que preocupam. Embora o crescimento do rendimento médio tenha colaborado para a redução do endividamento, ele ainda é insuficiente para uma melhora generalizada de todos esses indicadores", disse o presidente da entidade, Abram Szajman. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 18 de julho de 2006

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Cidades JOGO DE EMPURRA NO JÚRI DE SUZANE Christian (à esquerda) e Daniel, por sua vez, acusam Suzane pelo crimes.

Suzane von Richthofen joga a culpa dos assassinatos nos irmãos Cravinhos.

O julgamento de Suzane von Richthofen e dos irmãos Daniel e Christian Cravinhos começou ontem em São Paulo. Nos depoimentos, troca de acusações.

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omeçou ontem, quatro anos depois do assassinato de Manfred e Marísia von Richthofen, o julgamento da filha do casal, Suzane von Richthofen, e dos irmãos Daniel e Christian Cravinhos, réus confessos do crime, em outubro de 2002. Em julgamento único, os três foram ao banco dos réus algemados. O primeiro a depor foi Daniel, que mudou seu depoimento anterior e disse ter matado o casal sozinho. Christian afirmou que teria assumido a co-autoria do assassinato apenas para aliviar a pena do irmão. O último depoimento – o mais aguardado do dia – foi o de Suzane, que começou às 19h50, no Fórum Criminal da Barra Funda. Sua defesa disse que pedirá a anulação do júri. Ontem, Suzane manteve o mesmo discurso apresentado no programa Fantástico, da TV Globo, em abril: mostrou-se uma menina frágil, ingênua, que mentia para os pais para ficar com o namorado, que constantemente a drogava e pedia que ela mentisse para os pais. Namoro – Suzane disse que começou a fazer caratê quando era adolescente. Na mesma época, seu irmão, Andreas, começou a fazer aulas de aeromodelismo. Foi quando ela conheceu Daniel, que dava as aulas. Suzane contou que acompanhava o irmão no curso e que começou a namorar com o consentimento da mãe. Contrariando o que disse Daniel em seu depoimento, a jovem afirmou que usou drogas pela primeira vez no Natal de 1999, acompanhada pelo namorado, que lhe ofereceu maconha. Disse também que perdeu a virgindade com Daniel em janeiro de 2000, ao contrário do que ele disse. Sua primeira vez aconteceu no aniversário de Daniel, na casa dele. Segundo ele, ela teria perdido a virgindade com um outro namorado, lutador de caratê, aos 14 anos. Um dos argumentos da defesa é que, perdendo a virgindade com Daniel, a ré teria aumentando sua paixão e sua dependência pelo namorado – e por isso poderia ter planejado a morte dos pais, a mando de Daniel. Nesse sentido, Suzane disse que era obediente a Daniel, a quem atribui o plano de matar seus pais. "Para mim, era Deus no céu e Daniel na Terra." O pai dos irmãos Cravinhos, Astrogildo, deixou o plenário durante o depoimento de Suzane. "Isso é uma palhaçada", disse antes de levantar. Minutos antes, Suzane o acusara de ter sido conivente com uma viagem feita em 2000 por ela e Daniel, sem anuência dos Richthofen. Suzane acusa Daniel de tê-la convencido a matar os pais com a intenção de apoderar-se da herança, avaliada em R$ 2 milhões. Em seu interrogatório, Suzane fez diversas referências a coisas que pagou para Daniel. "Ele nunca falou 'eu quero tanto'. Mas ele falava 'ah, meu amorzinho, eu queria tanto tal coisa' e eu, querendo agradar, dava." Quando foi interrogado, Daniel disse que, no primeiro ano de namoro, Suzane chegou a chorar antes de os dois transarem pela primeira vez. Na ocasião, ela teria admitido que chorava por causa das lembranças do ex. "Ficou uma situação muito constrangedora pra mim", disse Daniel. O debate sobre a perda da virgindade de Suzane é importante porque sustenta a principal tese dos advogados de defesa da jovem: a de que Daniel a convenceu a matar os pais pelo poder irresistível que exercia sobre ela.

Sozinho – Em depoimento, que começou às 14h45 e durou cerca de três horas, Daniel Cravinhos afirmou ter matado Manfred e Marísia sozinho. Ele disse que conheceu a garota quando ela tinha 16 anos. O réu disse também que a jovem já fumava maconha antes de conhecê-lo. As declarações de Daniel vão no sentido contrário à tese de que Suzane teria se viciado durante o relacionamento com ele, de quem teria ficado escrava psíquica. A defesa da jovem diz ainda que Suzane dava dinheiro a Daniel, o que o jovem também negou, reforçando que trabalhava desde os 14 anos e que, na época do crime, tinha um salário de R$ 2,5 mil e não precisava do dinheiro da jovem. Daniel se recusou a responder, sob orientação de seu adv o g a d o , G e r a l d o J a b u r, à maioria das perguntas feitas pelo advogado da defesa de Suzane, Mauro Nacif. Grande parte das questões dizia respeito ao namoro dos dois. Nacif insistiu em perguntas sobre o uso de drogas e também sobre o relacionamento que Suzane e Daniel mantinham.

Eduardo Nicolau/AE

Robson Fernandjes/AE

O juiz Alberto Anderson Filho chega ao Fórum Criminal da Barra Funda

O promotor Nadir de Campos mostra foto de Suzane com sua avó

Ayrton Vignola/Folha Imagem

Especialistas não acreditam em absolvição de réus

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Mário Octávio Nacif, um dos advogados de Suzane, disse ter uma "bomba" para absolvê-la

Depois que ela (Suzane Richthofen) contar toda a história, depois que ela contar todo o sofrimento dela com ele (Daniel Cravinhos, seu exnamorado), no final do julgamento, eu vou lançar um argumento bomba, nos últimos oito minutos. Mauro Nacif, um dos advogados que fazem a defesa de Suzane Richthofen

Não sei se tem explicação. Eu acho que o que ocorreu foi totalmente errado. Não consegui ajudar meu irmão com palavras, mas tentei ajudar assumindo a culpa. Se eu assumisse um dos crimes, meu irmão ficaria menos tempo preso. Christian Cravinhos, explicando porque antes havia assumido a co-autoria do crime

O crime – Segundo Daniel, no dia do assassinato, seu irmão Christian teria entrado no quarto do casal Richthofen, mas ficou nervoso e passou mal no momento do ataque. Até então, acreditava-se que Daniel teria tido a ajuda do irmão para dar os golpes que mataram o casal. Porém, Daniel disse que deu os golpes sozinho, primeiro em Manfred, depois em Marísia. Disse também que freqüentava o sítio da família Richthofen e que os pais de Suzane não eram contra o namoro, mas que começaram a brigar com a filha após uma viagem que ela teria feito sozinha com o namorado. Segundo Daniel, Suzane sempre quis matar os pais, pois Manfred batia nela

com freqüência, além de submetê-la a abusos sexuais. Daniel disse que matou o casal a mando de Suzane, que tinha arquitetado vários planos para o assassinado, um deles previa o corte dos dutos de freio do carro dos pais. Daniel ainda reiterou o que consta no depoimento de Suzane, que o casal Richthofen seria grande consumidor de álcool, que Manfred tinha amantes e que Marísia mantinha um relacionamento homossexual com uma paciente. Para Mário Sérgio de Oliveira, um dos advogados de Suzane, o depoimento de Daniel é mentiroso, "uma estratégia da defesa". O advogado também rebateu as declarações de que Suzane demonstrava intenção

de matar os pais desde o primeiro ano de namoro porque o pai a maltratava e abusava dela sexualmente. Christian – Em seu depoimento, que durou 1 hora e 25 minutos, Christian Cravinhos repetiu a versão apresentada por seu irmão, de que ele não participou do assassinato de Manfred e Marísia. Em suas declarações, Christian afirmou que Daniel e Suzane chegaram transtornados à casa da família Cravinhos dizendo que iam matar os pais dela. Quando encontraram Christian no cybercafé onde estava Andreas, irmão mais novo de Suzanne, levaram-no de carro até a casa dos Richthofen. A caminho da casa dos pais, já pretendendo matá-los, Suzane fumava um cigarro de cravo como se estivesse indo ao Hopi Hari, disse Christian. Ele repetiu a versão de que subiu ao quarto do casal, mas não bateu em ninguém. Ficou na janela vendo o irmão dar os golpes que mataram Manfred e Marísia. Ele disse que, depois de ter visto o assassinato, não conseguiu dormir. Em seu primeiro depoimento, em 2002, Christian havia dito que atacara Marísia. Ontem, ele afirmou ter feito a confissão para proteger o irmão Daniel. Christian disse que o arrependimento é uma tatuagem no coração e que vai levá-la até a morte. O julgamento deve se estender até sexta-feira, quando os jurados (quatro homens e três mulheres) decidirão se os réus são culpados ou inocentes. (Agências)

om a experiência de 200 júris, o advogado criminalista e professor titular de Direito Penal da Universidade de São Paulo (USP) Paulo José da Costa, de 80 anos, considera "praticamente impossível qualquer absolvição" no caso Richthofen. "A única coisa nova até agora é o depoimento do Daniel assumindo a autoria, o que muda a situação do irmão. Se o júri aceitar, Christian pode ter a pena reduzida", afirmou Costa, que foi professor de um dos advogados de Suzane, Mauro Otávio Nacif. Ele disse não acreditar que a pena supere 20 anos, para não dar chance a um novo júri. "O que me causou estranheza foi não haver a separação do júri, que acabou sendo unificado." O advogado Celso Vilarde também não vê hipótese de absolvição. "Parece que há uma clara tendência de transferir responsabilidades, tanto deles quanto dela. Daniel confirmou a execução, mas disse que Suzane foi a mentora, buscando reduzir a gravidade da pena. A tese precisa ser acolhida pelo

conselho de sentença. E me parece impossível a absolvição." Quadro crítico - O advogado Luiz Flávio Gomes acompanhou o interrogatório no 1º Tribunal do Júri. "Quando se muda a versão, é difícil ter credibilidade. O quadro é crítico para os três", declarou, referindo-se ao depoimento de Daniel. Gomes não acredita na eventual redução de penas. "Não creio que o julgamento favoreça ninguém." Até o último momento, o advogado Mauro Nacif tentou separar o julgamento. Logo no início da sessão, ele fez questão de deixar registrado seu protesto pela rejeição da Justiça na cisão do julgamento. "Quero protestar porque vou ter meia hora a menos." Futuramente, a insistência pode embasar um pedido de anulação do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Entre as testemunhas que devem ser arroladas pelo Ministério Público está Alexandre Boto, o primeiro policial a chegar à cena do crime; a perita criminal Jane Belucci que participou da investigação a delegada Cíntia Tucunduva, que conduziu a investigação; e o irmão de Suzane, Andreas. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.ECONOMIA/LEGAIS BALANÇO

terça-feira, 18 de julho de 2006 TOMADA DE PREÇOS PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS - TOMADA DE PREÇOS Nº 009/2006 - PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 10342/2006 - Faço público de ordem do Senhor Prefeito Municipal de São Carlos, que se acha aberta licitação na modalidade de TOMADA DE PREÇOS, do tipo menor preço global, tendo como objeto a contratação de empresa especializada de engenharia para conclusão da Obra do Armazém da Cultura, no distrito de Água Vermelha, conforme Projeto Básico, Projeto Executivo, Memoriais Descritivos e Planilha de Orçamento Básico, que fazem parte do Anexo I do presente edital. O Edital na íntegra poderá ser retirado na Sala de Licitações da PMSC, sita à R. Major José Inácio, 1973, Centro, São Carlos, fone 3307-4272, a partir do dia 17/07/06 até o dia 04/08/06, no horário das 09h às 12h e 14h às 16hs, mediante o recolhimento de emolumentos no valor de R$ 30,00 (trinta reais). Os envelopes contendo a documentação e as propostas serão recebidos na Sala de Licitações até às 10:00 horas do dia 04/08/06, quando após o recebimento iniciar-se-á sessão de abertura. São Carlos, 17 de julho de 2006. Paulo José de Almeida - Presidente da Comissão Permanente de Licitações.

CONVOCAÇÕES

ATAS

EDITAIS FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL PREGÃO Nº 024/2006-FAMESP/HEB PROCESSO Nº 169/2006-FAMESP/HEB Acha-se à disposição dos interessados do dia 18 de julho de 2006 a 02 de agosto de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butigholi s/n, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680–ramal 111-FAX(0xx14)38821885–ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/HospitalEstadual Bauru, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL - PREGÃO Nº 024/2006-FAMESP/HEB - PROCESSO Nº 169/2006FAMESP/HEB, que tem como objetivo a aquisição de Bobina de papel grau cirúrgico, tamanho 50 milímetros x 100 metros, 150 milímetros x 100 metros, 300 milímetros x 100 metros, de acordo com o anexo II do edital, do Hospital Estadual BAURU. As amostras deverão ser entregues até o dia 01 de agosto de 2006 às 15:00 horas. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação, será realizada no dia 15 de agosto de 2006, com início às 09:00 horas, na Sala da Seção de Compras do Hospital Estadual Bauru, Avenida Engº Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº 1-100 – Jardim Santos Dumont, Município de Bauru, Estado de São Paulo. Botucatu, 18 de julho de 2006. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi - Diretor Vice Presidente - FAMESP FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR EDITAL DE PREGÃO Nº 028/2006- FAMESP/HEB PROCESSO Nº 194/2006 - FAMESP/HEB Acha-se à disposição dos interessados do dia 18 de julho de 2006 a 27 de julho de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignolli, s/nº, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14)3815-2680–ramal 111- FAX (0xx14) 38821885 – ramal - 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/HospitalEstadualBauru, o Edital do Pregão nº 028/2006-FAMESP/HEB, Processo nº 194/2006-FAMESP/HEB, que tem como objetivo a CONTRATAÇÃO DE EMPRESA PARA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE RENOVAÇÃO DE LICENÇA ANTIVÍRUS(SOFTWARE ANTIVÍRUS), McAfee Security (VirusScan Enterprise 7.1.0), conforme especificações contidas no Edital. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação, será realizada no dia 28 de julho de 2006, com início às 09:00 horas, na Sala da Seção de Compras do Hospital Estadual Bauru, Avenida Engº Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº 1-100 – Jardim Santos Dumont, Município de Bauru, Estado de São Paulo. Botucatu, 14 de julho de 2006. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi - Diretor Vice - Presidente - FAMESP

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL

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Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 17 de julho de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Guindastec Guindastes e Serviços Técnicos Ltda. - Requerido: Gerência Construtora Ltda. - Av. Cardozo de Mello, 709 - 01ª Vara de Falências Requerente: Ronaldo Moraes Petruitis - Requerido: Editora de Guias LTB S.A. - Requerido: Ebid Editora Páginas Amarelas Ltda. - Av. Brig. Luís Antonio, 277 – 6º andar – s/ 67 - 02ª Vara de Falências Requerente: Comercial Visão Ferramentas Ltda. - Requerido: Aurora Energia S.A. - Av. Marquês de São Vicente, 121 – conj. 1501/1502 - 01ª Vara de Falências

ATA CHEMIN INCORPORADORA S.A. CNPJ nº 61.849.386/0001-03 - NIRE 35.300.033.132 Ata da Assembléia Geral Extraordinária realizada em 27 de junho de 2006 1. Dia, Hora e Local: Aos 27 (vinte e sete) dias do mês de junho de 2006, às 10h00min, na sede social da Sociedade, na cidade de São Paulo - SP, na Rua Sebastião Gil, nº 22, sobreloja. 2. Mesa: Presidente: Arnaldo Giácomo Chemin. Secretário: Luiz Nicodemo Chemin. 3. Presença: Presentes os acionistas representando a totalidade do capital social, conforme assinatura no “Livro de Presença de Acionistas”. 4. Convocação: Dispensada a publicação dos avisos previstos no artigo 124 da Lei nº 6.404/76, face à faculdade prevista no § 4º do mesmo artigo - comparecimento da totalidade dos acionistas. 5. Ordem do Dia: 5.1. Deliberar sobre o aumento do capital social da Sociedade; 5.2. Transformação de parte das Ações Ordinárias em Ações Preferenciais sem direito de voto; 5.3. Deliberar sobre a aprovação do novo Estatuto Social; 5.4. Deliberar sobre o preenchimento ou não do cargo de Diretor Jurídico. 6. Deliberações: 6.1. Aumento do Capital Social - Por decisão unânime dos acionistas, em relação ao item (5.1.) da ordem do dia, foi aprovado o aumento do Capital Social da Sociedade, da seguinte forma: o capital social da sociedade, no valor de R$ 55.845.499,19 (cinqüenta e cinco milhões, oitocentos e quarenta e cinco mil, quatrocentos e noventa e nove reais e dezenove centavos) é aumentado para R$ 56.000.000,00 (cinqüenta e seis milhões de reais), mediante a integralização em moeda corrente nacional de R$ 154.550,81 (cento e cinqüenta e quatro mil, quinhentos e cinqüenta reais e oitenta e um centavos), dos quais R$ 43.863,21 (quarenta e três mil, oitocentos e sessenta e três reais e vinte e um centavos) são oriundos de incorporação total do saldo da conta “Reserva de Capital” da Sociedade e R$ 110.687,60 (cento e dez mil, seiscentos e oitenta e sete reais e sessenta centavos) são oriundos da incorporação de parte do saldo da conta “Reserva de Lucros” da Sociedade, ambas registradas no Balanço Patrimonial de 31/12/2005. O aumento de capital ora aprovado é efetivado sem emissão de novas ações, nos termos do § 1º do art. 169 da Lei 6.404/76, portanto permanecem inalteradas as quantidades de ações componentes do capital social. 6.2. Ações Preferenciais: Em relação ao item (5.2.) da ordem do dia, por decisão unânime dos acionistas foi aprovada a transformação de ações ordinárias nominativas em ações preferenciais nominativas sem direito de voto, do correspondente à metade (50%) da totalidade das 367.906.858 ações ordinárias nominativas, sem valor nominal, da Sociedade, ou seja, de 183.953.429 (cento e oitenta e três milhões, novecentas e cinqüenta e três mil, quatrocentas e vinte e nove) ações ordinárias, que passam a ser ações preferenciais sem direito de voto, nominativas, sem valor nominal, remanescendo ainda 183.953.429 (cento e oitenta e três milhões, novecentas e cinqüenta e três mil, quatrocentas e vinte e nove) ações ordinárias nominativas, sem valor nominal. As ações preferenciais ora criadas pertencerão aos acionistas na mesma proporção já existente entre os atuais acionistas, ou seja: a) ao Sr. Arnaldo Giácomo Chemin caberá 45.068.590 (quarenta e cinco milhões, sessenta e oito mil, quinhentas e noventa) ações ordinárias e 45.068.590 (quarenta e cinco milhões, sessenta e oito mil, quinhentas e noventa) ações preferenciais; b) ao Sr. Luiz Nicodemo Chemin caberá 45.068.590 (quarenta e cinco milhões, sessenta e oito mil, quinhentas e noventa) ações ordinárias e 45.068.590 (quarenta e cinco milhões, sessenta e oito mil, quinhentas e noventa) ações preferenciais; e c) ao Sr. Luiz Alberto Chemin caberá 93.816.249 (noventa e três milhões, oitocentas e dezesseis mil, duzentas e quarenta e nove) ações ordinárias e 93.816.249 (noventa e três milhões, oitocentas e dezesseis mil, duzentas e quarenta e nove) ações preferenciais. Face à deliberação retro, o Capital Social da Sociedade, no valor de R$ 56.000.000,00 (cinqüenta e seis milhões de reais), totalmente integralizado, está dividido em 367.906.858 (trezentos e sessenta e sete milhões, novecentas e seis mil e oitocentas e cinqüenta e oito) ações nominativas, sem valor nominal, sendo 183.953.429 (cento e oitenta e três milhões, novecentas e cinqüenta e três mil, quatrocentas e vinte e nove) ordinárias com direito de voto e 183.953.429 (cento e oitenta e três milhões, novecentas e cinqüenta e três mil, quatrocentas e vinte e nove) ações preferenciais sem direito de voto. 6.3. Novo Estatuto Social - Quanto ao item (5.3) da ordem do dia, o Sr. Presidente passou à leitura e discussão do Novo Estatuto Social, previamente distribuído aos acionistas, o qual foi aprovado por unanimidade pelos presentes, e anexado em sua íntegra, à Ata desta Assembléia como seu Anexo I. 6.4. Vacância de Cargo: Quanto ao item (5.4) da ordem do dia, os acionistas decidiram por unanimidade não ser necessário o preenchimento do cargo de Diretor Jurídico, que ficará vago por tempo indeterminado. 7. Encerramento: Nada mais havendo a ser tratado, o Sr. Presidente ofereceu a palavra a quem dela quisesse fazer uso e, como ninguém se manifestou, foram suspensos os trabalhos pelo tempo necessário à lavratura desta ata no livro próprio, a qual reaberta a sessão, foi lida, achada conforme, aprovada por unanimidade e assinada. A presente é cópia fiel da Ata lavrada no livro próprio. (a.a) Arnaldo Giácomo Chemin - Presidente da Mesa; Luiz Nicodemo Chemin - Secretário da Mesa. Jucesp sob nº 177.887/06-0 em 11/07/2006. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral. ANEXO I - À Ata de Assembléia Geral de Extraordinária da Chemin Incorporadora S.A. realizada em 27 de junho de 2006. Estatuto Social da CHEMIN INCORPORADORA S.A. - CNPJ nº 61.849.386/0001-03 - NIRE 35.300.033.132 - Capítulo I - Nome - Sede - Objeto - Duração: 1. Nome e Duração - A CHEMIN INCORPORADORA S.A. é uma sociedade por ações, com prazo de duração indeterminado, regida pelo disposto no presente Estatuto Social e pelas disposições legais aplicáveis, em especial a Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e suas alterações posteriores. 2. Sede - A sociedade tem sua sede e foro na cidade de São Paulo - SP, na rua Sebastião Gil, nº 22, sobreloja, e poderá abrir e fechar filiais, agências, sucursais, escritórios e depósitos, onde e quando convier aos interesses sociais, a critério exclusivo da Diretoria, que por sua vez, poderá fechá-los a qualquer tempo. 3. Objetivo - A sociedade tem por objetivo: a. a realização de empreendimentos imobiliários; b. A incorporação de imóveis; c. A construção de edifícos e residências, por conta própria ou de terceiros, por empreitada ou administração; d. A compra, venda, corretagens e administração de bens imóveis; e. A administração de bens móveis e imóveis próprios; f. A industrialização, compra e venda de materiais de construção; e g. A participação em outras sociedades, nacional ou estrangeira, na qualidade de sócia, acionista ou quotista. Capítulo II - Capital Social - Ações - 4. Capital Social - O capital social é de R$ 56.000.000,00 (cinqüenta e seis milhões de reais), totalmente integralizado, dividido em 367.906.858 (trezentas e sessenta e sete milhões, novecentas e seis mil e oitocentas e cinqüenta e oito) ações nominativas, sem valor nominal, sendo 183.953.429 (cento e oitenta e três milhões, novecentas e cinqüenta e três mil, quatrocentas e vinte e nove) ações ordinárias com direito de voto e 183.953.429 (cento e oitenta e três milhões, novecentas e cinqüenta e três mil, quatrocentas e vinte e nove) ações preferenciais sem direito de voto. 5. Propriedades das Ações - A propriedade das ações será comprovada pela inscrição do nome do Acionista no livro de “Registro de Ações Nominativas”. 6. Direito de Voto - Cada ação ordinária confere ao seu titular o direito de 01 (um) voto nas Assembléias Gerais de Acionistas, cujas deliberações serão tomadas na forma da legislação aplicável. 7. Mudança de Espécie - As ações não poderão ter sua espécie alterada de ordinária para preferencial ou vice-versa, ressalvada deliberação da maioria dos acionistas em Assembléia ou determinação legal neste sentido. 8. Proporções e Classes - Por deliberação dos acionistas que representam a maioria das ações ordinárias, em Assembléia Geral especialmente convocada para este fim, poderão ser emitidas ações, sem guardar a proporção das espécies e/ou classes das ações já existentes, bem como criar classes de ações preferenciais, desde que o número de ações preferenciais não ultrapasse o limite de 50% (cinqüenta por cento) do total das ações emitidas. 8.1 As ações ordinárias e preferenciais participarão igualitariamente dos aumentos do capital oriundos de incorporação de lucros e reservas, reavaliação do ativo e correção anual do capital social, se aplicável. 9. Ações Preferenciais - As ações preferenciais, que não têm direito de voto, não resgatáveis, asseguram aos seus titulares as seguintes vantagens: 9.1. Plena participação com prioridade no recebimento de dividendo mínimo, não cumulativo, anual de 5% (cinco por cento), calculado sobre o valor do lucro líquido apurado no balanço encerrado em 31 de dezembro de cada exercício. 9.2. Participação, em igualdade de condições com as ações ordinárias, na distribuição de lucros que excederem ao mínimo estabelecido no inciso anterior, bem como nas bonificações em dinheiro ou em títulos que a Sociedade vier a distribuir. 9.3. Prioridade, em relação às ações ordinárias, no reembolso do capital, sem prêmio. 10. Aquisição do direito de voto pelas ações preferenciais - As ações preferenciais adquirirão o exercício do direito de voto, nos termos do art. 111, § 1º, da Lei 6.404/76, se a sociedade deixar de pagar o dividendo prioritário por 03 (três) exercícios consecutivos, direito que conservarão até que ocorra o pagamento, se tais dividendos não forem cumulativos. 11. Direito de Preferência - As Ações representativas do Capital Social somente poderão ser cedidas e/ou transferidas a terceiros após terem sido oferecidas em igualdade de condições aos demais acionistas, que terão o direito de preferência na aquisição das referidas ações, pelo prazo de 30 (trinta dias) contados do recebimento do aviso por escrito do acionista disposto a ceder e/ou transferir suas ações. Decorrido este prazo sem que exercida a preferência pelos demais acionistas, terceiros poderão adquirir as ações desde que nos mesmos termos e condições às oferecidas aos acionistas. 11.1 Dentre os acionistas, terão preferência para aquisição de qualquer ação, independentemente da classe a que pertence a ação cedida/alienada, em primeiro lugar os acionistas ordinaristas, seguidos pelos acionistas preferencialistas. 11.2 Caso haja interesse na aquisição das ações por mais de um acionista portador da mesma classe de ações, as ações cedidas e/ou transferidas serão transferidas e/ou cedidas para os acionistas remanescentes obedecendo-se a proporção existente antes da cessão e/ou transferência. 12. Aumento de Capital Social - A distribuição das ações decorrentes de aumento de capital social deverá se efetivar dentro de 60 (sessenta) dias, contados da data da publicação da Ata da Assembléia Geral que o aprovar, observadas as prescrições legais. 13. Suspensão - As transferências, desdobramento e conversões de ações serão suspensas 10 (dez) dias antes da realização das assembléias gerais. Capítulo III - Administração - Diretoria - 14. Administração - A administração da Sociedade compete à Diretoria, que terá as atribuições conferidas por lei e pelo presente Estatuto Social, estando os Diretores dispensados de oferecer garantia para o exercício de suas funções. 15. Posse - Os

Diretores eleitos tomarão posse por Termo lavrado no livro de Atas de Reuniões da Diretoria, observadas as prescrições legais. 16. Remuneração - A Assembléia Geral de Acionistas deverá estabelecer a remuneração total dos membros da Diretoria, cabendo a esta deliberar sobre a sua distribuição a seus membros. 17. Mandatos - Os membros da Diretoria serão eleitos ou reeleitos por 03 (três) anos, em Assembléia Geral que lhes fixará a remuneração. 17.1. Findo o mandato, os membros da Diretoria permanecerão em seus cargos, até a eleição e posse de seus substitutos legais. 18. Composição - A Sociedade será administrada por uma Diretoria composta por no mínimo 03 (três) e no máximo 07 (sete) membros, acionistas ou não, residentes no país, sendo um Diretor Presidente, um Diretor Vice-Presidente, um Diretor Superintendente, um Diretor Industrial, um Diretor Comercial, um Diretor Administrativo-Financeiro e um Diretor Jurídico. 18.1. No caso de vacância de cargo da Diretoria, a respectiva necessidade de substituição será deliberada pela Assembléia Geral de Acionistas, a ser convocada no prazo de até 90 (noventa) dias, contados da vacância. 19. Poderes - Compete: 19.1 À Diretoria, que se reunirá com a presença da maioria de seus membros titulados, desde que presentes ou o Diretor Presidente, ou o Diretor Vice-Presidente ou o Diretor Superintendente. a) Deliberar sobre a orientação dos negócios sociais, e organizar os planos globais de desenvolvimento da Sociedade; b) Preparar o relatório anual, a ser apresentado na Assembléia Geral, juntamente com o Balanço Geral e a Demonstração do Resultado do Exercício; c) Instalar, manter, transferir ou extinguir filiais, agências, sucursais, escritórios ou depósitos; d) Deliberar sobre outros assuntos que, na forma deste Estatuto, lhe competir. 19.2 A qualquer dos Diretores Titulados, isoladamente: a) Presidir as reuniões da Diretoria e da Assembléia Geral; b) Convocar a Assembléia Geral; c) Representar a sociedade ativa e passivamente, em juízo ou fora dele, assim como perante as repartições públicas federais, estaduais, entidades autárquicas ou paraestatais, empresas de serviços públicos, privadas ou mistas, nacionais ou internacionais, no endosso de cheques para depósitos em contas correntes bancárias mantidas pela sociedade, nas requisições de saldos, extratos posições de aplicações financeiras e talões de cheques; e; d) Praticar todos os outros atos de gestão ordinária não prevista nos demais incisos. 19.3 Aos Diretores Titulares, agindo sempre 02 (dois) deles em conjunto, ou 01 (um) deles em conjunto com procurador com poderes específicos: a) Movimentar todas e quaisquer contas mantidas pela Sociedade em bancos ou outras instituições financeiras, públicas, privadas ou mistas, nacionais ou internacionais; b) Representar a outorgante na assinatura de contratos particulares de compromisso de venda e compra de imóveis em construção ou construídos pela Sociedade e respectivas frações ideais de terreno; e c) Na outorga de procurações “ad-judicia”. 19.4 Aos Diretores Presidente, Vice-Presidente ou Superintendente, agindo 02 (dois) deles em conjunto, independentemente da ordem de nomeação ou, qualquer um deles em conjunto com outro diretor titulado ou procurador com poderes específicos: representar a outorgante na compra, venda e oneração de bens móveis e imóveis, podendo receber o preço, dar quitação e transmitir posse, domínio, direito e ação, responder pela evicção legal, na outorga de penhores, na alienação fiduciária de bens da sociedade, na prestação de avais ou fianças, na obtenção de empréstimos ou financiamentos no País ou no Exterior e na outorga de procurações. 19.5 Aos Diretores Titulados, agindo sempre um deles em conjunto com procurador com poderes específicos: para representar a companhia na compra, venda e oneração de bens móveis e imóveis, podendo receber o preço, dar quitação e transmitir posse, domínio, direito e ação, e responder pela evicção legal sobre os bens. 20. Da Validade dos Mandatos - Na ausência de determinação de período de validade nas procurações outorgadas pela Sociedade, presumir-se-á que as mesmas foram outorgadas pelo prazo de validade de 12 (doze) meses, com exceção daquelas para fins judiciais, que terão seu prazo de validade indeterminado. 21. Atos estranhos à sociedade - São expressamente vedados, sendo nulos e inoperantes com relação à Sociedade, os atos de qualquer Diretor, procurador ou funcionário que a envolverem em obrigações relativas a negócios ou operações estranhos aos objetivos sociais. Capítulo IV - Assembléia Geral de Acionistas - 22. A Assembléia Geral dos acionistas é órgão soberano da Sociedade e tem poderes conferidos em lei, a qual será presidida por um Diretor titulado acionista, que convidará um dos presentes para atuar como secretário. 23. Assembléias Ordinárias - As Assembléias Gerais de Acionistas realizar-se-ão ordinariamente uma vez por ano, até o 4º (quarto) mês seguinte ao encerramento de cada exercício social, a fim de que sejam discutidos os assuntos previstos em lei. 24. Assembléias Extraordinárias - As Assembléias Gerais Extraordinárias serão realizadas sempre que necessário, quando os interesses sociais assim exigirem, ou quando as disposições do presente Estatuto Social ou da legislação aplicável exigir deliberação dos Acionistas. 25. Convocação - As Assembléias Gerais de Acionistas, Ordinárias ou Extraordinárias, serão convocadas por qualquer Diretor. 25.1. A assembléia geral pode também ser convocada por acionistas que representem 20% (vinte por cento), no mínimo, do capital social, quando os Diretores não atenderem, no prazo de 08 (oito) dias, o pedido de convocação que apresentarem, o qual deverá ser devidamente fundamentado e obrigatoriamente conter a indicação das matérias a serem tratadas. 25.2. A convocação far-se-á mediante anúncio publicado por 03 (três) vezes, no mínimo, e deverá conter, além do local, data e hora da assembléia, a ordem do dia, e, no caso de reforma do estatuto, a indicação da matéria. 26. Dispensa - Independentemente das formalidades previstas na Cláusula (25) retro, será considerada regular a assembléia geral a que comparecerem todos os acionistas. 27. Quórum de Instalação - Ressalvadas as exceções previstas em lei, a Assembléia Geral será instalada em primeira convocação, com a presença de acionistas que representem, no mínimo 25% (vinte e cinco por cento) do capital social com direito de voto; em segunda convocação, com qualquer número. Capítulo V - Conselho Fiscal - 28. Composição - A sociedade terá um Conselho Fiscal não permanente, composto de 03 (três) membros e de suplentes em igual número, acionistas ou não, residentes no país, que somente será instalado por deliberação da Assembléia Geral, nos casos previstos no artigo 161 da Lei 6.404/76, a esta competindo fixar-lhes a remuneração atendendo-se ao disposto no artigo 162, § 3º, da mesma Lei. 28.1. O Conselho Fiscal não permanente somente poderá ser instalado pela Assembléia Geral, a pedido de acionistas que representem, no mínimo 20% (vinte por cento) das ações sem direito a voto, e cada período de seu funcionamento terminará na primeira Assembléia Geral ordinária após a sua instalação. 29. Instalação - O Conselho Fiscal, quando instalado, funcionará até a primeira Assembléia Geral Ordinária que vier a realizar-se após sua instalação. 30. Atribuições - As atribuições, deveres e responsabilidade dos membros do Conselho Fiscal são os previstos na Lei das Sociedades Anônimas em vigor. Capítulo VI - Do Departamento Técnico - 31. A Sociedade manterá um Departamento Técnico, dirigido por profissional habilitado, com participação efetiva e autoria declarada, e com absoluta independência de ação em seu campo técnico. Capítulo VII - Exercício Social - Balanço Geral - Reservas - Dividendos - 32. Exercício Social - O exercício social iniciar-se-á em 1º de janeiro e terminará em 31 de dezembro de cada ano, quando então se procederá, de conformidade com as determinações legais, ao levantamento do Balanço Geral da Sociedade. 33. Balanços Intermediários - A Diretoria poderá mandar proceder ao levantamento de balanços semestrais e, se julgar de interesse da Sociedade, promover a distribuição dos lucros apurados, respeitadas as prescrições legais e estatutárias, tudo “ad-referendum” da Assembléia Geral que aprovar as contas do exercício. 34. Destinação - A Assembléia Geral deliberará sobre a distribuição dos resultados verificados anualmente em balanço, mediante proposta da Diretoria, atendidos os seguintes critérios: a) 05% (cinco por cento) para a constituição de um Fundo de Reserva Legal, destinado a assegurar a integridade do capital societário, dedução esta que deixará de ser obrigatória tão logo este fundo atinja 20% (vinte por cento) do capital social; b) O valor equivalente a 05% (cinco por cento) do lucro líquido do exercício como parcela necessária ao pagamento do Dividendo Mínimo às ações preferenciais e ordinárias, a todos os acionistas, deduzido do valor previsto no item (a) retro, a serem distribuídos no prazo fixado neste Estatuto ou na Assembléia Geral, se esta dispuser em prazo diferente, e observado o disposto na Cláusula (9.1) deste Estatuto. c) Até 85% (oitenta e cinco por cento) do lucro líquido, a título de Reserva Especial de Expansão, destinada a atender os planos de expansão da Sociedade. 34.1 - Os dividendos deverão ser obrigatoriamente distribuídos aos acionistas dentro de 60 (sessenta) dias salvo deliberação em contrário da Assembléia Geral e contados da data da publicação da ata de referida Assembléia Geral que os aprovar, observada a prioridade para distribuição conforme estipulado neste estatuto. 34.2. Os dividendos não reclamados dentro de 60 (sessenta) meses contados da data do aviso de pagamento prescreverão em favor da Sociedade. 35. Bonificação - Sempre que houver de ser distribuída aos acionistas uma bonificação em ações, em decorrência da incorporação ao capital seja de reservas, seja de lucros, seja de fundos, seja do produto de reavaliação ou correções determinadas ou permitidas por Lei, respeitar-se-á o direito de cada acionista de receber gratuitamente (no caso de bonificação) ou subscrever (no caso de subscrição) uma quantidade de ações proporcional à de que for titular. Capítulo VIII - Dissolução e Liquidação - 36. Dissolução - A sociedade não se dissolverá pela morte, interdição, incapacidade ou insolvência de qualquer Acionista e continuará a existir com os acionistas remanescentes e com os herdeiros ou sucessores do acionista falecido, interditado, declarado incapaz ou insolvente, ou com terceiros para as quais tenham sido transferidas. 37. Liquidação - A Sociedade será liquidada nos casos previstos em lei, sendo a Assembléia Geral o órgão competente para determinar o modo de liquidação e indicar o liquidante. 37.1. Durante a fase de liquidação, o liquidante poderá prosseguir nos negócios da Sociedade. Capítulo IX - Disposições Finais - 38. Acordo de Acionistas - A Sociedade deverá observar os eventuais Acordos de Acionistas e deverá a Diretoria se abster de praticar atos contrários aos seus termos, nos termos do artigo 118 da Lei 6.404/76. 39. Casos Omissos - Em tudo que eventualmente for omisso o presente Estatuto Social serão aplicadas as disposições legais pertinentes. 40. Impenhorabilidade - As ações da sociedade são revestidas do caráter de impenhorabilidade, conforme disposto na legislação vigente, e não podem ser penhoradas por terceiros, sob pena de nulidade. 41. Foro - As partes elegem o foro da comarca da Cidade de São Paulo - SP, ressalvado o direito da Sociedade, a seu exclusivo critério, eleger a foro de domicílio de seus acionistas, conforme disposto no artigo 111, do CPC. O presente Estatuto é cópia fiel do texto aprovado na Assembléia Geral Extraordinária realizada em 27/06/2006, transcrito e assinado no Livro de Atas das Assembléias Gerais da Sociedade. (a.a) Arnaldo Giácomo Chemin; Luiz Nicodemo Chemin; Luiz Alberto Chemin.


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Compor tamento Ambiente Polícia Urbanismo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 18 de julho de 2006

LEMBO ESTEVE NO COMANDO MILITAR SUDESTE

Barreiras de concreto são colocadas em frente do Deic, na Capital, por causa dos ataques do PCC.

EXÉRCITO DE PRONTIDÃO CONTRA PCC Comando Militar do Sudeste já tem 1,5 mil soldados preparados para sair às ruas caso receba um pedido formal. Governador reafirma que não há necessidade.

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Comando Militar fico de emprego de seus hodo Sudeste (CMS) mens. Quando isso ocorrer, sepretende usar em rá mais fácil determinar como São Paulo o conhe- será o trabalho conjunto entre cimento adquirido na missão o Exército e as forças de segude paz no Haiti caso seja neces- rança estaduais. Essa definição tornaria mais sário o emprego de tropas das Forças Armadas para a manu- fácil a realização de um plano tenção da ordem pública no de emprego da tropa. "O plaEstado. O general-de-Exército nejamento mais válido ocorre Luiz Edmundo Maia de Car- a partir do recebimento de valho, comandante militar do uma missão, quando temos Sudeste, revelou ontem que uma missão clara." De acordo tem 1.500 homens prontos pa- com o comandante, o Exército ra a ação, em caso de solicita- ainda estuda o fenômeno do ção do governo do Estado. O crime organizado para saber número pode chegar a 10 mil. como melhor combatê-lo. "O O general reuniu-se ontem, movimento é recente", disse. O general afirmou, por por uma hora, com o governador Cláudio Lembo na sede do exemplo, que a Companhia de CMS. O governador disse que Inteligência do CMS sempre foi uma "visita de cortesia" e manteve boas relações com os reafirmou que não vê, por en- setores de informações das poquanto, necessidade do em- lícias Civil e Militar, mas disse prego do Exército para manter que não faz parte das prioridaa ordem no Estado. "Se for ne- des o combate ao crime organicessário, o pedido será elabo- zado. Apesar disso, em novembro de 2004 agentes da rado", disse Lembo. "Nossas tropas estão em companhia auxiliaram o Decondições e têm experiência partamento de Investigações adquirida no Haiti", afirmou o sobre o Crime Organizado general. Ele fez questão de res- (Deic) a capturar o mais procurado ladrão de saltar que conSão Paulo na corda com o traépoca: Alexanbalho realizado dre Pires Ferreipelo governo ra, o ET. d o E s t a d o n o Nossas tropas estão R ej ei çã o – O combate ao cri- em condições e governador e me organizado deputados fedee afirmou não têm experiência rais, que repreacreditar que adquirida no Haiti será preciso o General-de-Exército sentam o Estado uso de tropas. Luiz Edmundo Maia de na Câmara, deciLembo disse Carvalho, comandante diram, também que sua recusa militar do Sudeste ontem rejeitar a proposta de se não implica arcriar um pacote rogância nem de leis relacionadesrespeito. "É muito nobre a função das For- das à área de segurança. No enças Armadas. Elas preservam contro, ficou acertado que uma a soberania nacional." Para o iniciativa como essa seria mais governador a utilização do prejudicial do que favorável Exército só se justificaria em para solucionar a crise. "Este pacote de leis não deve meio a uma "plena desorganização da estrutura social", o ser analisado com pressa e que não é o caso atual, pois, no muito menos votado com preseu entender, a sociedade rea- cipitação", disse Lembo, ao lagiu e a polícia conseguiu en- do da deputada Luiza Erundifrentar a ameaça do Primeiro na (PSB), que reuniu representantes da bancada federal em Comando da Capital (PCC). Desde o dia 11, foram presos torno do assunto. Estiveram 164 acusados de envolvimento presentes também José Eduarcom os ataques. Cinco líderes do Cardoso (PT), Alberto da organização foram retira- Goldman (PSDB), Michel Tedos da Penitenciária 2 de Pre- mer (PMDB), entre outros. "Nós entendemos que não sidente Venceslau e enviados para o isolamento do Regime faltam leis, faltam condições D i s c i p l i n a r D i f e re n c i a d o objetivas para que as leis sejam (RDD) do Centro de Readapta- devidamente aplicadas", disse ção Penitenciária (CRP), em Erundina. Na avaliação da deputada, estratégias como essa Presidente Bernardes. O general concordou com o nunca foram positivas em uma governador e afirmou que a situação de crise. "Nós vamos PM conseguiu superar o mo- ver o que é possível. Não mais mento crítico dos ataques em uma lei, uma tentativa de monmaio e deu uma resposta aos tar pacotes, isso não deu certo e criminosos. O comandante do nunca foi uma resposta efetiva Sudeste disse ainda que não re- a um problema como este". A reunião também serviu cebeu nenhum pedido especí-

Ernesto Rodrigues/AE

Cláudio Lembo em visita ao general Luiz Edmundo Maia de Carvalho: caso houvesse necessidade, o número de soldados poderia chegar a 10 mil Márcio Fernandes/AE

Facção distribui leite e cestas básicas

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Ônibus incendiado, domingo, na avenida Marquês de São Vicente

para manifestar o apoio dos parlamentares paulistas à forma como o governador vem conduzindo a questão da violência. Uma das sugestões apresentadas no encontro foi a de criar uma comissão parlamentar para manter um debate constante com o governo paulista em torno deste tema. Ataques – Embora com menor intensidade, continuaram os ataques atribuídos ao crime organizado. Em Marília, desconhecidos lançaram garrafas cheias de combustível contra as casas de dois PMs, por volta das 2h30. Os ataques aconteceram depois da prisão de Sidney Pereira de Jesus, o Cica, e Osvaldo Marchi de Lima, o Chicão, acusados de liderar os atentados na região. Em Araras, as residências de dois guardas municipais foram atingidas por disparos, entre a noite de domingo e a madrugada de ontem. Mais

dois ônibus foram alvos de ataques na região de Ribeirão Preto: um em Sertãozinho e o outro em Barrinha. Uma bomba de fabricação caseira explodiu, domingo à noite, em frente à casa de um aposentado no distrito de Sousas, em Campinas. Junto com o artefato, havia uma faixa onde estava escrito: "Chega de opressão no sistema carcerário". Um ônibus da Viação Santa Brígida foi atacado, por volta das 23h30 de domingo, na avenida Marquês de São Vicente, 2.700, em frente ao Centro de Treinamento do São Paulo Futebol, na zona oeste da capital. Dois homens invadiram o coletivo, ordenaram que motorista e passageiros descessem e jogaram um coquetel molotov. Após a fuga da dupla, o motorista conseguiu apagar as chamas usando o extintor de incêndio do veículo. Ninguém ficou foi preso. (AE)

Primeiro Comando da Capital (PCC) está distribuindo leite e cestas básicas para famílias de presos considerados colaboradores. A entrega regular dos alimentos, que estava suspensa desde a série de rebeliões de maio, teria sido retomada em razão do crescente descontentamento com o "partido" dentro e fora das prisões. Segundo familiares de detentos, entre o fim da semana passada e ontem foram entregues cerca de mil cestas e 1,5 mil litros de leite. "É para mostrar que o PCC não abandona seus afiliados", contou a mulher de um preso de Araraquara. Detentos dessa unidade e da penitenciária de Itirapina estariam revoltados com as condições precárias em que se encontram desde que destruíram os presídios por ordem da facção. Além de familiares desses presos, as cestas estão sendo entregues às famílias de detentos recolhidos em Presidente Venceslau e no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) de Presidente Bernardes. "Quem não precisa, não recebe", disse a mulher.

A mulher, que só falou com o compromisso de não ser identificada nem fotografada, contou que é uma das pessoas incumbidas da triagem de quem precisa de ajuda. Ela negou vínculo com o PCC. "Faço para ajudar os outros". Em favelas de São Paulo e na periferia das cidades maiores, a distribuição é feita com caminhões ou kombi. Em cidades menores, a facção libera o dinheiro para a família do preso. O PCC também usa eventos e datas para cooptar as famílias, distribuindo ovos de Páscoa e presentes no Natal, Dia da Criança e Dia das Mães. A mulher revelou que a facção está reforçando o quadro de advogados, desfalcado após a prisão de alguns. "Às vezes tem preso com direito a sair e não tem como pagar (o advogado). O partido cuida disso sem cobrar". Ela reconhece que o preso não pode negar um pedido. "A maioria dos ataques não foi encomendado PCC", disse. "Tem muito bandidinho tirando proveito." Ela negou ter conhecimento da receita milionária da facção, obtida em ações criminosas. (AE)


terça-feira, 18 de julho de 2006

Nacional Tr i b u t o s Empresas Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 Governo deve subsidiar com recursos de R$ 209 milhões a produção de componentes para TV digital e medicamentos.

VARIG TERÁ NOVO LEILÃO NA QUARTA-FEIRA

AUDITORA DE PREFEITURA EXPLICA PROCEDIMENTOS PARA QUE PRESTADOR RECEBA IMPOSTO RETIDO

ISS: DEVOLUÇÃO SÓ COM CADASTRO

A

Marcos d´Paulo/AE

Na assembléia de ontem, trabalhadores e estatais concordaram, mas credores disseram não às mudanças

Credores vetam modificações para a recuperação da Varig

A

falência da Varig surgiu ontem como forte candidata ao desfecho da crise da companhia. Isso porque credores da empresa vetaram modificações ao seu projeto original de reestruturação, o que abria caminho para um novo leilão, que está marcado para amanhã. As mudanças tinham como objetivo legitimar a única proposta feita até agora, pela VarigLog, que previa cerca de US$ 500 milhões para salvar a companhia. Trabalhadores e estatais aprovaram o novo plano de reestruturação, que foi rechaçado pelas empresas de arrendamento de aviões. "Se o resultado de hoje (ontem) levar à falência da Varig, o responsável é a GE (General Electric)", afirmou o presidente da Varig, Marcelo Bottini, após o fim da assembléia de credores.

Segundo ele, os advogados da empresa estavam reunidos para tentar reverter o resultado da reunião. Além disso, haverá nova reunião hoje com o juiz Luiz Roberto Ayoub, responsável pela recuperação judicial da empresa, a quem caberá tomar uma decisão após o veto. Fontes do setor contam que o administrador judicial da Varig, a consultoria Deloitte, já teria indicado que o caminho para a companhia é a falência, caso o novo plano de venda fosse rechaçado. Bottini afirmou que o veto da GE teve peso porque ela integra um grupo de 17 divisões dentro da própria empresa, sendo que cada uma teve direito de voto. Além disso, o executivo informou que a GE teria vendido seus créditos para o banco J.P Morgan. "Fomos avisados na última hora de que te-

DEFLAÇÃO O IPC-S até 15 de julho recuou 0,13%, ante taxa negativa de 0,23% apurada dia 7.

TELEFONIA

A

Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), anunciou que as tarifas de ligações nacionais de longa distância (DDD) entre telefones fixos, cobradas pelas concessionárias, serão reduzidas, na média, em 2,52%. Para as chamadas internacionais (DDI) executadas pela Embratel, a redução será de 9,97%. (AE)

CHINESES

A

invasão de produtos chineses já atinge 120 dos 132 principais manufaturados importados pelo Brasil. Pela primeira vez desde 2000, o País deverá fechar a balança comercial em déficit com o parceiro. O embaixador na China no Brasil, Chen Duqing, nega invasão. Ele diz que o real valorizado estimula compras e que os produtos da China ajudam a combater a inflação. (AE) A TÉ LOGO

Ó RBITA

riam sido vendidos (créditos da GE para o J.P Morgan). E aí, teria que pagar à vista, se não votariam aqui de forma contrária", afirmou Bottini. Antecipado – Segundo um representante de arrendadores de aviões, o veto teria sido a opção dessas empresas porque, na falência, eles receberiam primeiro do que no cronograma previsto pelo novo modelo de venda da Varig. Credores como o fundo de pensão Aerus, o maior entre os privados, pediram mais tempo para analisar o plano, que foi enviado por e-mail, no domingo, pelo presidente da Varig. Antes da votação na assembléia de credores, Bottini pediu aos presentes que votassem a favor das mudanças ao plano de recuperação judicial da companhia, que levariam a Varig a novo leilão. (AE)

NEGÓCIOS Estudo mostra que número de fusões e aquisições no País chegou a 241no primeiro semestre.

EVENTO DE ÁLCOOL DEVE GIRAR R$ 250 MI

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Simpósio Internacional e Mostra de Tecnologia da Agroindústria Sucroalcooleira (Simtec) abre hoje sua quarta edição com expectativa de negócios de R$ 250 milhões somente durante o evento, que vai até sexta-feira em Piracicaba, interior paulista. Embalado pelo interesse mundial no álcool combustível, o setor deve movimentar outros R$ 2 bilhões nos próximos quatro anos em negócios gerados a

partir de contatos feitos no Simpósio. Hoje, estão sendo implantadas 50 novas usinas de processamento de álcool e açúcar no País. São Paulo, o maior produtor, tem 131 unidades em operação. Além dos estandes, que apresentam o que há de novo na área tecnológica para a produção nas usinas e o cultivo da cana, há palestras sobre assuntos do setor. Estão em pauta o uso de cana transgênica no Brasil e o bicombustível. Mário Tonocchi

IMPORTAÇÕES BATEM RECORDE

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s importações brasileiras na segunda semana de julho bateram recorde histórico, registrando US$ 2,06 bilhões. Foi o maior volume de compras externas alcançado numa única semana. As maiores importações foram de produtos siderúrgicos,

combustível e lubrificante, cobre, farmacêuticos, eletroeletrônicos e químicos. As exportações no período totalizaram US$ 3,28 bilhões, resultando num superávit da balança comercial de US$ 1,22 bilhão na semana. O superávit acumulado em julho está em US$ 2,91 bilhões. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Justiça determina apreensão de depósitos de fornecedora da Schincariol

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Honda consegue suspender na Justiça produção de moto da Sundown

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Fabricantes de brindes em busca de novos nichos de mercado

Paulo Pampolin/ Digna Imagem

Secretaria de Finanças do Município de São Paulo só vai devolver o Imposto sobre Serviços (ISS) retido de prestadores com sede fora do município de São Paulo depois que essas empresas se cadastrarem na Prefeitura paulistana. A devolução está prevista na Portaria n° 60/2006. Os pedidos de restituição do imposto deverão ser protocolados pelo tomador de serviços, acompanhados de diversos documentos, como cópia autenticada da nota fiscal sobre a qual houve a retenção, autorização do prestador, cópia simples do CNPJ e comprovante de recolhimento do ISS retido. A auditora fiscal da Prefeitura de São Paulo, Marina Aun, esclarece que é o tomador de serviços quem deve pedir a restituição do ISS. O repasse ao prestador deve ser acertado entre ambos. "Colocamos a autorização do prestador na lista de documentos exigidos para liberação da restituição justamente para garantir que o tomador vai repassar o dinheiro para o prestador", explica. Segundo a técnica, o contribuinte deve esperar, no máximo, 60 dias para ter o imposto devolvido. Cadastro – Mas a Prefeitura só vai devolver a restituição ao prestador que fez o cadastro. Segundo o advogado Paulo Sigaud, do escritório Felsberg Advogados, muitas vezes, a análise do cadastramento era lenta, o que ocasionou a retenção. "Também há casos de

Paulo Sigaud, advogado: Prefeitura demora para analisar cadastro

prestadores que se livraram da obrigação do cadastro por liminar, mas o prestador, por preocupação, fez a retenção", diz o tributarista. Segundo a auditora da Prefeitura, só deverá ser feita a retenção quando a nota fiscal for emitida em data anterior à do deferimento do cadastramento. Ela explica que é considerado deferido o cadastramento na data do pedido feito pela internet. "Isso mesmo que a autorização demore para ser efetivada", diz. De acordo com a auditora, a Prefeitura demora, no máximo, 30 dias para autorizar ou não o cadastramento. Para se cadastrar, primeiro o contribuinte faz o requerimento de inscrição no site w w w. p re fe i t u r a. s p . go v. b r, no qual obtém um número de protocolo. Depois, é preciso enviar os documentos exigidos pela Portaria n° 101/2005, por correio e com aviso de recebimento, para a Prefeitura.

A técnica deixa claro que o extravio de documentos nesse percurso não é de responsabilidade do poder público. No entanto, Marina alerta que a documentação deve ser enviada no prazo de 30 dias a contar da requisição do cadastramento pela internet ou o envelope é devolvido. "Se o contribuinte não anota o número do protocolo obtido na internet na parte frontal do envelope, também devolvemos os documentos", avisa. Se o prestador de serviço obteve liminar que o libera da obrigatoriedade do cadastramento, o tratamento é diferente. Segundo a Prefeitura, nesse caso, fica registrado no sistema que a empresa está dispensada do cadastro. "Por isso, o tomador sempre deve fazer a consulta sobre a situação do prestador pelo site da Prefeitura antes de pagar a nota fiscal", afirma. Laura Ignacio INFORME PUBLICITÁRIO

Transparência e atratividade Pessoas interessadas em investir em ações sentemse cada vez mais atraídas por empresas com perspectivas de lucro, que respeitem os direitos dos acionistas e, sobretudo, demonstrem transparência nos resultados financeiros apresentados nos balanços patrimoniais. Por isso, nos últimos anos, tem crescido o número de empresas que adotam práticas de governança corporativa. Para seguir este caminho, as empresas devem assumir um compromisso com a transparência e prestação de contas, além de buscar um equilíbrio no relacionamento entre os acionistas e a área administrativa da sociedade. Isto porque a adoção de práticas de governança corporativa permite que os investidores utilizem

os Conselhos Fiscal e de Administração, além de uma Auditoria Independente, para monitorar as decisões tomadas pela direção executiva da empresa. Com o objetivo de fortalecer ainda mais o mercado de ações brasileiro e proporcionar um ambiente de negociação que estimule tanto o interesse dos investidores quanto a valorização das companhias, a BOVESPA implantou, em dezembro do ano 2000, segmentos especiais de listagem: o Nível 1, o Nível 2 e o Novo Mercado. A diferença básica entre eles é o "pacote" de compromissos – que vão além da legislação – assumidos pela empresa que deseja ingressar em um destes segmentos especiais (veja detalhes no destaque). Hoje, 31 empresas fazem parte do Novo

Mercado, sendo que 14 delas aderiram ao segmento neste ano; 13 integram o Nível 2, e outras 34 o Nível 1. BOVESPA MAIS Pensando nas empresas que buscam visibilidade e uma parceria com o mercado para concretizar seus projetos de crescimento, a Bolsa desenvolveu o BOVESPA MAIS – Mercado de Ações para o Ingresso de S.A.s. Nele, podem ser listadas as companhias abertas que tenham registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e que fechem seus negócios através do mercado de balcão organizado – mercado de títulos sem local físico. O objetivo do BOVESPA MAIS é ajudar as empresas que tenham uma estratégia gradual de acesso ao mercado de capitais.

NÍVEL 1

NÍVEL 2

NOVO MERCADO

I É o primeiro segmento de listagem de empresas que adotam características de transparência que vão além do exigido pela legislação. Nele, as companhias se comprometem com melhorias na prestação de informações ao mercado e com a dispersão acionária.

I Segmento intermediário entre o Nível 1 e o Novo Mercado. As empresas Nível 2 se comprometem a cumprir as regras do Nível 1, além de um conjunto mais amplo de práticas de governança relativas aos direitos dos acionistas minoritários.

I Segmento mais alto de governança e o que exige maior transparência das empresas. Sua principal inovação em relação à legislação é a exigência de que o capital social da empresa seja composto apenas por ações ordinárias (que dão direito a voto).

Acompanhe quinzenalmente, nesta seção, mais informações sobre a importância do mercado de ações para a economia do país


terça-feira, 18 de julho de 2006

Compor tamento Urbanismo Fiscalização Ambiente

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Agendas da Associação e das distritais

Hoje fissionais de escolas particulares do Projeto Empreender, coordenada por Valdeir Gimenez. Às 9h. I Pinheiros - Reunião ordinária do conselho diretor. Às 19h. I São Miguel - Reunião do setor de bufês e eventos do Projeto Empreender, coordenada por Valdeir Gimenez. Às 19h.

Quarta I Jabaquara –Encontro de co-

merciantes da av. Santa Catarina com o subprefeito de Santo Amaro, Geraldo Mantovani, para debater revitalização. Às 8h30. I Pirituba – Reunião da comissão organizadora do Desfile Cívico Militar em comemoração à Semana da Pátria. Às 9h. I Centro -Reunião ordinária da diretoria executiva e do conselho diretor. Às 18h. I Pi n h ei ro s - A distrital e a OAB/SP promovem a palestra A importância da prerrogativa para o livre exercício da advocacia, com o advogado Mário de Oliveira Filho no I Fórum Jurídico da Vila Madalena. Às 19h30. I Sudeste- Reunião do Fórum dos Jovens Empreendedores. Às 19h30. I São Miguel - Reunião do setor de lojas de móveis e colchões do Projeto Empreender, coordenada por Valdeir Gimenez. Às 20h.

Quinta I CPU – Reunião da Comissão

O barulho e o trânsito levaram a subprefeitura ao local onde estavam os instalados os bares.

AS BLITZE VÃO CONTINUAR NA REGIÃO

GIr

I São Miguel - Reunião de pro-

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de Política Urbana (CPU) da ACSP. Às 10h, rua Boa Vista, 51/11º, Tadashi Sakurai 1 e 2. I S olenidade – O vice-presidente da ACSP Carlos Monteiro participa da solenidade pelo aniversário do marechal-do-ar Alberto Santos-Dumont, patrono da aeronáutica, promovida pelo Quarto Comando Aéreo Regional. Às 10h30, na Base Aérea de São Paulo, avenida Monteiro Lobato, 6.365. I Conjuntura – Reunião do comitê de avaliação da conjuntura. Às 12h30, rua Boa V ista, nº 51/12º andar, no Enre. I Pirituba - A distrital promove a palestra Ética na política, ministrada pelo deputado estadual Milton Flávio Marques Lautenschalger. Às 19h. I Pi n h ei ro s - A distrital e a OAB/SP promovem a palestra Início e fim da vida segundo o Direito, com o advogado Erickson Gavazza Marques, durante o mês de julho, no I Fórum Jurídico da Vila Madalena. Às 19h30. I Santo Amaro - A distrital realiza reunião do núcleo setorial de pet shops do Projeto Empreender, coordenada pela consultora Maria Cristina Imbimbo Gonçalves. Às 20h. I São Miguel - A distrital realiza reunião do núcleo setorial de automecânicas Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 20h.

SUBPREFEITURA FECHA BARES NA ZONA SUL Abertos há mais de um ano, os estabelecimentos da Vila Mariana não tinham licença de funcionamento

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ma ação da Subprefeitura da Vila Mariana, fechou ontem os bares Old Vic Pub, Santa Helena e Vila Isabel, todos eles localizados na avenida Hélio Pelegrino, no cruzamento com a Rua Diogo Jacome, na zona sul da capital paulista. Apesar de estarem abertos já há mais de um ano, nenhum dos estabelecimentos interditados tinha licença de funcionamento. O subprefeito da Vila Mariana, Fábio Lepique, explicou que foram as reclamações de moradores, principalmente por causa do barulho e do trânsito, que chamaram a atenção para o local. As portas dos estabelecimentos foram lacradas com blocos e cimento. Quem romper o lacre pode responder criminalmente por desobediência. "Nestes casos, a multa pode ser de 15 dias a seis meses ou serviços de pena alternativa, como prestação de serviços públicos", disse Lepique. O subprefeito prometeu ainda intensificar as ações de fiscalização, principalmente no bairro de Moema. (AE)

José Luis da Conceição/AE

As portas dos bares foram lacradas com blocos e cimento. A reabertura implicará em processo criminal. LENTIDÃO A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrou 84 quilômetros de lentidão às 19h de ontem. A média do horário é de 73 quilômetros.

AFOGADOS

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ois sargentos do Exército morreram afogados, domingo, em treinamento de guerra na selva, em Manaus. Os terceiro-sargentos Alexsandro de Oliveira Sales e Antonio Carlos Duarte Angelim se afogaram em uma piscina do Centro de Instrução de Guerra na Selva. Sales e Angelim foram levados ao hospital, onde morreram. Sales servia em Boa Vista (RR) e Angelim trabalhava em Marabá (PA).

Ó RBITA

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CAPOTAMENTO O capotamento de um caminhão carregado com soja provocou lentidão, ontem, no km 64 da via Anchieta. Apenas uma faixa ficou liberada para o tráfego.

JÚRI EM EMBU-GUAÇU

omeça hoje, em EmbuGuaçu, o julgamento de três dos cinco envolvidos na morte dos namorados Liana Friedenbach e Felipe Silva Caffé, seqüestrados e executados quando acampavam em um sítio

abandonado em Juquitiba, em outubro de 2003. R.A.A.C., o Champinha, hoje com 19 anos, acusado de ser o assassino, deve deixar a Febem em novembro, quando completa 3 anos de internação. Na época do crime, ele tinha 16 anos.

PROTESTO

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Terminal Ouro Verde, em Campinas, ficou fechado por 15 minutos ontem por causa de um protesto realizado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários Anexos de Campinas e região. Os motoristas e cobradores reclamaram da falta de segurança. Desde a quarta-feira, 17 ônibus foram incendiados. Os usuários que estavam no terminal não concordaram com a paralisação.

ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú

Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407


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Nacional Finanças Comércio Exterior Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 18 de julho de 2006

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LULA APRESENTA PROPOSTA DE ENERGIA

de agosto é o prazo para que países avancem nas negociações da Rodada de Doha na OMC

DEPOIS DE ULTIMATO DOS LÍDERES DO G-8, AUTORIDADES DISCUTEM AVANÇOS DA RODADA EM GENEBRA

MINISTROS TENTAM SALVAR DOHA

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inistros das principais potências c o m e rc i a i s d o mundo intensificaram ontem os esforços para salvar as negociações da Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC), após sinais de que os líderes políticos podem ser mais flexíveis que os técnicos. O diretor da OMC, Pascal Lamy, alertou que a Rodada estaria fadada ao fracasso sem mais margem de manobra, e logo em seguida os ministros do G-6, formado por União Européia, Estados Unidos, Brasil, Japão, Austrália e Índia, decidiram se reunir novamente nos dias 23, 24, 28 e 29 de julho em Genebra. A reunião de ontem foi convocada às pressas, depois de, no domingo, os líderes do G-8 (que reúne os principais países industrializados) estabelecerem o prazo de um mês para a retomada das negociações na OMC. Essa rodada de negociações comerciais começou em 2001, com a meta de ampliar o comércio mundial de modo a resgatar milhões de pessoas da pobreza. Mas ela está dois anos atrasada e pode demorar muito mais, ou simplesmente ser

Ricardo Stuckert/ABr

arquivada, se não houver solução nas próximas semanas. O presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, disse que ele, o presidente dos Estados Unidos (EUA), George W. Bush, e o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva demonstraram durante a cúpula do G-8, na Rússia, serem capazes de dar os passos necessários para a retomada da negociação. A representante comercial dos EUA, Susan Schwab, disse ser hora de os negociadores mostrarem que tipo de concessões podem fazer. "Acho que o próximo passo é voltarmos às capitais para ver que tipo de flexibilidade traremos de volta à mesa", disse ela a jornalistas após a reunião de Genebra. Durante esta semana, ela mantém reuniões com lideranças parlamentares de seu país. Todos estão de olho na redução dos subsídios agrícolas dos EUA, das tarifas agrícolas européias e das tarifas industriais e de serviços dos países em desenvolvimento. Barroso disse que a União Européia provavelmente ainda tem margem de manobra com o mandato que possui dos

seus membros, mas que é possível que o bloco busque um mandato mais amplo. Já Schwab disse, por meio de um porta-voz, que tem ordens do presidente norte-americano para buscar um resultado "robusto" na Rodada de Doha. Emergentes – Líderes de países emergentes, como China, Índia e Brasil, participaram ontem de uma reunião comercial com os líderes do G-8. Autoridades do G-8 disseram que a posição do Brasil, que junto com a Índia lidera o G-20 (bloco dos países em desenvolvimento), foi essencial depois que o G-8 apresentou uma frente unida nas negociações. "Estou convencido de que agora é hora de tomarmos uma decisão política", disse o presidente Lula, acrescentando que as negociações "não têm mais cartas escondidas no bolso." Especialistas dizem que, se não houver avanços nas próximas semanas, toda a Rodada de Doha poderá parar durante anos, pois a autorização para o presidente negociar acordos comerciais com pouca interferência do Congresso, o "fast track", expira em meados do próximo ano. (Reuters)

Fim da salvaguarda para brinquedo

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esgotamento, em 30 de junho, da salvaguarda que estabelecia sobretaxa para as importações brasileiras de brinquedos, não põe fim à polêmica em torno do assunto. Fabricantes nacionais pleiteam uma nova medida, agora, para limitar as compras junto à China. Importadores, por seu lado, discordam do pleito, que neste momento está sob análise no Departamento de Defesa Comercial (Decom), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Há a expectativa de que ainda neste semestre o Decom se manifeste sobre o assunto. Mas o MDIC não o comenta. Processos do gênero correm em sigilo, segundo a assessoria de imprensa do ministério. Sabe-se, no entanto, que o governo já dispõe das considerações da Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre a consulta a respeito da eventual salvaguarda específica contra a China. A consulta foi encaminhada pelo Ministério das Relações Exteriores, de onde a resposta já seguiu para o Decom. "Pedimos que o governo encontre uma fórmula que permita à indústria nacional manter o espaço conquistado no mercado nos últimos anos", afirma Synésio Batista da Costa, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Brinquedos (Abrinq). Para ele, as importações podem ser saudáveis se responderem, no máximo, por 40% do mercado local. Com o fim da salvaguarda, o impacto do aumento das importações é esperado para o segundo semestre, historicamente mais forte para o setor de brinquedos. "Neste momento, estamos debaixo de um mega-ataque chinês", diz. Reação – Ao longo da vigência da salvaguarda, segundo o presidente da Abrinq, a indústria nacional reagiu. Em 1995, foram fechadas 536 empresas, com 17 mil demissões. "Chegamos em 30 de junho deste ano com 308 empresas e 34,2 mil empregados." A reação ainda incluiu 1,25 mil lançamentos, com manutenção do mix na casa dos 4,2 mil itens. Costa diz que nos últimos anos a indústria de brinquedos investiu cerca de R$ 150 milhões, por ano, em inovações.

"A qualidade dos brinquedos nacionais melhorou muito", avalia Márcio Eduardo Gavranic, gerente da loja matriz dos Armarinhos Fernando, que abastece atacadistas de todo o País, além do varejo. Os brinquedos estão entre os três segmentos mais representativos da rede. Os importados compõem de 5% a 10% do mix e são comprados de importadores, explica Gavranic. Para os Armarinhos Fernando, restringir ou não as Pablo de Sousa/LUZ - 11/10/2005

Gavranic: salvaguarda não afeta

importações é definição que não chega a afetar o negócio. Polêmica – Mas há opiniões divergentes no setor. Importadores e varejistas contrários ao pleito da Abrinq criaram o Movimento pela Liberdade de Escolha do Brinquedo. "Nosso objetivo é fazer com que só permaneçam os 20% de alíquota de importação. E não a sobretaxa", diz Roberto Esteves, gerente de operações da Lego no Brasil, um dos porta-vozes do movimento. Segundo ele, uma salvaguarda específica contra

produtos chineses "coloca todos os brinquedos da China em uma mesma situação, como se viessem atrapalhar o mercado". Limites às importações também geram desemprego, argumenta Esteves. O que prejudica o setor, e nisso as opiniões são convergentes, é a importação ilegal. Ela movimenta cerca de R$ 3 bilhões, quase três vezes o faturamento do setor em 2005, de R$ 950 milhões, diz Esteves. Câmbio – Carlos Tilkian, presidente da Brinquedos Estrela, acrescenta o dólar fraco frente ao real como estímulo ao aumento das importações. Além disso, diz que a indústria se ressente dos altos custos financeiros e da carga tributária muito elevada. "A crescente substituição da mão-de-obra local pela importação é um modelo perdedor. Gera emprego na China", afirma. Empurrada pelas circunstâncias, no entanto, a Estrela ampliou importações. Elas não chegavam a 10% do faturamento da empresa em 2005. Agora, saltaram para 30%, em movimento que custou 600 empregos diretos. Entenda a questão – A salvaguarda para importação de brinquedos, expirada em 30 de junho, estava em vigor há dez anos, prazo máximo permitido pela OMC para vigência desse mecanismo. Estabelecida para proteger a indústria nacional por ocasião da abertura de mercado, ela previa sobretaxar o imposto de 20%, incidente sobre toda importação de brinquedos. A sobretaxa inicial, de 50%, sofreu reduções gradativas, até chegar a menos de 10%. Fátima Lourenço

Lula apresentou a Bush proposta de investir na criação de um mercado mundial para o etanol

Lula volta com mala de frustrações

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presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou ao Brasil sem trazer o troféu acalentado nos últimos oito meses: extrair dos chefes de Estado do G-8 (os países mais industrializados, somados à Rússia) o compromisso de tomarem decisões políticas necessárias para impedir o fracasso da Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC). O presidente acumulou frustração também na forma como foi tratada sua outra prioridade na reunião de cúpula do G-8 e das seis economias em desenvolvimento, o G8+6 – a proposta de investir na criação de um mercado mundial para o etanol, o biodiesel e o H-Bio. Essa proposição se perdeu nas entrelinhas do documento adicional dos 13 líderes reunidos ontem em São Petersburgo. O relator do encontro, Sergey Prikhodko, deixou claro em seu parecer que houve respaldo na implementação do Plano de Ação definido no dia anterior, exclusivamente pelo G-8, e indicou que o grupo prefere a energia nuclear como opção. Nenhum destaque

especial foi dado aos combustíveis renováveis, tão caros ao governo brasileiro. Em seu encontro reservado com o presidente George W. Bush, na manhã de ontem, Lula havia destacado a importância desses combustíveis, todos produzidos no Brasil, nos debates sobre a segurança energética – um dos tópicos centrais das discussões em São Petersburgo. Chegara a fazer um convite a Bush para formalizar uma parceria entre Brasil e Estados Unidos em torno dessa questão e a lhe entregar uma pasta com informações sobre os projetos brasileiros. A reação de Bush foi deixar-se fotografar segurando o material, cuja capa trazia um detalhe da bandeira brasileira. Rússia – No início da noite de ontem, Lula levou consigo outra pasta para seu encontro privado com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Mas esquivou-se de entregá-la diante dos jornalistas. Em seguida, embarcou de volta ao Brasil sem dar uma palavra em público sobre o assunto. O relato de Prikhodko deixou claro que o G-8+6 repro-

duziu o mesmo enfoque da reunião do G-8, no domingo. Os líderes reunidos preocuparam-se mais em dar um sinal tranqüilizador ao mundo, depois de colhidos os impactos da crise no Oriente Médio sobre os preços do petróleo. Ou seja, reforçaram que é preciso lidar com a questão energética com transparência, previsibilidade e estabilidade, e que é necessário investir na cadeia de abastecimento e na diversificação das fontes de energia, sem assinalar os programas defendidos pelo Brasil. O único segmento grifado foi o nuclear. Com exceção da Alemanha, todo o G-8 prefere o desenvolvimento dessa alternativa, que considera uma contribuição para a segurança energética mundial e a redução da contaminação do ar. Retorno – Lula saiu de São Petersburgo discretamente depois do encontro privado com o presidente da Rússia. O presidente brasileiro não teve nem mesmo o cuidado de seus "colegas", como tratou os chefes de Estado do G-8+6, de explicar os resultados extraídos do encontro. (AE)

Mais exposição para a carne brasileira

U

m convênio entre a Agência de Promoção de Exportações e Investimento (Apex-Brasil) e a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), de R$ 7,8 milhões, deverá aumentar as vendas anuais de carne brasileira ao mercado externo para US$ 3,8 bilhões até 2008. Em 2005, o País exportou US$ 2,6 bilhões. Esse desempenho foi 100% maior que o de 2004, graças a investimentos da Apex e das empresas parceiras. O objetivo da agência de exportação é consolidar a marca Brazilian Beef no exterior, intensificar a prospecção de novos mercados, como os da África e Ásia, e retomar as vendas para a Europa, paralisadas por causa dos focos de febre aftosa. "A carne é prioridade na estratégia da Apex-Brasil, que também pretende inserir novas empresas na exportação", afirmou ontem o presidente da entidade, Juan Quirós, após a assinatura do convênio. Atualmente, a Apex-Brasil possui cinco Centros de Distribuição (CD) e 47 mil pontosde-venda em todo o mundo, como em 9,5 mil lojas do Carrefour em 18 países e em mil lojas na China. Uma das estratégias da agência é vender diretamente aos estabelecimentos, sem atravessadores, para garantir melhores preços. Novos mercados – Segundo

Leonanrdo Rodrigues/Hype

Pratini: estratégias para aumentar entre 5% e 10% as vendas de carne

o presidente da Abiec, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, até 2008 o volume de carne embarcada deverá aumentar entre 5% e 10%. "Nosso objetivo é vender com mais valor agregado, com cortes especiais", disse Pratini de Moraes. A expectativa é grande para a conquista do mercado árabe. "Há nichos nesse mercado. No Marrocos, por exemplo, a hotelaria prefere cortes nobres para atender os turistas", afirmou o presidente da Abiec. Eventos – Até 2008, estão previstas participações do setor em oito feiras internacionais, 11 workshops em embaixadas e projetos-imagem, que consistem em trazer pequenos grupos de jornalistas ao Brasil para conhecer toda a cadeia produtiva da carne, da criação à exportação, às vezes até o de-

sembarque no país de destino. No convênio anterior, de 2004 a 2005, quando foram aplicados R$ 4,2 milhões, as ações desenvolvidas pela Apex-Brasil foram a participação em seis feiras internacionais, dois workshops e a realização de dois projetos-imagem e um projeto comprador, quando a agência de exportação convida importadores de novos mercados para conhecer o trabalho no Brasil. "Muitos estrangeiros acreditam que criamos gado na Amazônia", disse Pratini de Moraes. O convênio terá a participação de 21 empresas associadas à Abiec. Atualmente, cerca de 67% da pauta da exportação do Brasil passa pela Apex, que tem 400 projetos de 62 setores da economia. Adriana David


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Estilo Empresas Nacional Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 19 de julho de 2006

Brasil tem terceiro maior rebanho de cavalos do mundo, com um total de 5,9 milhões de cabeças.

40 PAÍSES DEIXARAM DE COMPRAR FRANGO

FOCO DE NEWCASTLE FAZ MARROCOS, UCRÂNIA E BIELO-RÚSSIA SUSPENDEREM IMPORTAÇÕES DO PRODUTO

MAIS PAÍSES VETAM FRANGO DO RS

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arrocos, Ucrânia e Bielo-Rússia anunciaram ontem que deixarão de comprar frangos do Rio Grande do Sul, por causa do surgimento de um foco da doença de Newcastle. De acordo com o superintendente federal de Agricultura no Estado, Francisco Signor, a suspensão vale por um período de seis meses. Esses países se juntam à Rússia, Japão e Nova Caledônia, que também anunciaram a suspensão de suas importações da região do foco. O total de mercados parcialmente fechados por causa da doença, porém, ultrapassa os 40, segundo Signor. Ele explicou que o Brasil tem um acordo

sanitário com vários países, pelo qual ficam suspensas as compras do frango produzido num raio de 10 quilômetros do foco, surgido em granja de subsistência localizada no município gaúcho de Vale Real. A restrição vale por 30 dias. Reflexos — "O acordo sanitário fechado entre o Brasil e esses países impede a venda", disse Signor. Nesse bloco de países estão importantes c o m p r a d o re s d o p ro d u t o gaúcho, como Arábia Saudita, China, Emirados Árabes, Hong Kong e União Européia. "Ainda não existem reflexos sobre as exportações porque, para esses mercados, está sendo fornecido produto de fora da região atingida", afirmou.

Rússia — A retomada das vendas de frango gaúcho para a Rússia pode ser discutida durante visita de missão de veterinários russos ao País. Eles vêm verificar as medidas adotadas para conter os focos de febre aftosa diagnosticados no Mato Grosso do Sul e no Paraná. Porém, os técnicos brasileiros querem também discutir o embargo ao frango. Ontem, depois de participar de um seminário organizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, disse que a missão havia chegado ao Brasil na última segunda-feira, informação ainda não confirmada. (AE)

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 18 de julho de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial:

Requerente: Kátia Pinheiro de Brito - Requerida: Editora de Guias LTB S/A - Requerida: Ebid Editora Páginas Amarelas Ltda. Av. Brigadeiro Luis Antônio, 277 - 15º andar - sala 115 - 2ª Vara de Falências Requerente: Comércio de Papéis São Judas Tadeu Ltda. - Requerida: Ophicina de Reciclagem Ltda. - Rua Presidente Almeida Couto, 76 - 1ª Vara de Falências Requerente: VMX do Brasil Indústria e Comércio Ltda. - Requerida: Construtora Triunfo S/A - Rua Olimpíadas, 205 - conj. 1.403 - 2ª Vara de Falências Requerente: Carlos Eduardo Lopes Mariano Requerido: Kwikasair Cargas Expressas

S/A - Rua João Veloso Filho, 323 - 1ª Vara de Falências Requerente: Souza Pinto Ind. e Comércio de Artefatos de Borracha Ltda. - Requerida: Agro Oeste Paulista Com. Importação e Exportação Ltda. - Rua Benedito Campos de Moraes, 248 - 2ª Vara de Falências Requerente: Radup Sistemas de Segurança Ltda. - Requerida: Lingraf Indústria Gráfica Ltda. - Rua Antônio de Camargo, 120 - 1ª Vara de Falências Requerente: ALG Terceirização e Serviços Ltda. - Requerido: Caciel Transportes Ltda. Rua Prof. Ulpiano Pinto de Souza, 87 - 1ª Vara de Falências

Requerente: Galpão Comércio de Tintas Ltda. Requerido: Sog Design Ltda. - Rua Paulina, 685 - 1ª Vara de Falências Requerente: Repsol YPF Distribuidora S/A Requerido: Posto de Serviços MMB Ltda. - Av. Cel. Sezefredo Fagundes, 1.100 - 1ª Vara de Falências Requerente:Tecidos Cássia Nahas Ltda. - Requerido: André Mouhammad Apasse - ME - Rua João Cachoeira, 1.523 - 1ª Vara de Falências Requerente: CMA Consultoria, Métodos, Assessoria e Mercantil Ltda. - Requerido: Stelecom Serviços de Telecomunicações Ltda. - Rua Flórida, 1.737 - 2º andar - conj. 22 - 2ª Vara de Falências

Criação de Trabalhadores cavalos gira ganham outras duas R$ 7,3 bi parcelas de seguro

C

erca de 77 mil trabalhadores desempregados da indústria de calçados, de móveis e do setor de tratores, máquinas e equipamentos para agricultura vão ser beneficiados com o pagamento de duas parcelas extras do seguro-desemprego. A decisão foi tomada ontem pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), que levou em consideração o desemprego agudo nesses segmentos, bastante agravado pelo atual nível do câmbio. O pagamento das duas parcelas adicionais vai custar ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) R$ 72,17 milhões. A medida chega a três meses das eleições. Esses três setores estão presentes em vários estados, mas se concentram no Sul do País. É nessa região que os índices de intenção de votos para o presidente Luiz Inácio

BALANÇO

Lula da Silva estão mais baixos do que os do candidato do PSDB, Geraldo Alckmin. Por outro lado, não é a primeira vez que o Codefat, um conselho tripartite com representação dos trabalhadores, empresários e governo, aprova o pagamento extra do seguro-desemprego. No governo Fernando Henrique Cardoso foram beneficiados os trabalhadores desempregados das regiões metropolitanas e, em 2005, também receberam por mais dois meses os desempregados da indústria calçadista. O pagamento normal do seguro-desemprego varia de três a cinco parcelas, dependendo do tempo de serviço com carteira assinada que o trabalhador desempregado consegue comprovar. O pagamento mínimo do seguro-desemprego é equivalente ao salário mínimo, de R$ 350 e o máximo chega a R$ 654,85. (AE)

O

Brasil possui o terceiro maior rebanho de eqüinos e é o quinto maior exportador de carne de cavalo do mundo. Além disso, o segmento do agronegócio do cavalo movimenta R$ 7,3 bilhões por ano no Brasil e emprega 3,2 milhões de pessoas direta e indiretamente. Os números fazem parte de um estudo elaborado pela Universidade de São Paulo (USP), encomendado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). "Não sabíamos que o setor tinha essa dimensão no País", disse o vice-presidente-executivo da CNA, Pio Guerra. Com os números, a CNA quer mobilizar o setor e o governo para discutir medidas que estimulem o agronegócio do cavalo no Brasil. O País tem hoje rebanho de 5,9 milhões de cabeças, atrás apenas da China e do México, e exporta US$ 2 milhões em cavalos vivos ao ano. (AE)

COMUNICADO

EDITAL PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP

SECRETARIA MUNICIPAL DE ADMINISTRAÇÃO DEPARTAMENTO DE COMPRAS ABERTURA DE LICITAÇÃO SITE: www.riopreto.sp.gov.br MODALIDADE: TOMADA DE PREÇOS Nº 11/2006 Objeto: Aquisição de ácido nalidíxico, ácido pipemídico, ácido valproíco, adrenalina e outros para repor estoque da atenção básica. Limite p/entrega dos envelopes 03/08/2006 às 16:00h e abertura dia 04/ 08/2006 às 08:30h.

ATAS

Máquinas Piratininga S/A – CNPJ/MF nº 60.894.482/0001-00 – NIRE nº 35.300.041.542 Ata de Assembléia Geral Extraordinária realizada em 17.07.2006 Data e Local: Aos 17 (dezessete) dias do mês de julho de 2006, às 08:30 horas, na sede social, localizada na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, à Rua José Antonio Valadares, 123, Vila Liviero, reuniram-se em Assembléia Geral Extraordinária, em segunda convocação, os acionistas de Máquinas Piratininga S/A abaixo-nomeados, representando 99,12% do seu capital social. Por aclamação dos presentes assumiu a presidência dos trabalhos o Senhor Luiz Nogueira dos Santos, Diretor-Presidente da companhia, e que convidou a mim, Laedes Gomes de Souza, para secretariálo, ficando assim constituída a mesa. Dando início aos trabalhos o Senhor Presidente fez a leitura do Edital de Segunda Convocação publicado nos jornais “Diário Oficial do Estado de São Paulo” nos dias 11.07.2006, 12.07.2006 e 13.07.2006 e “Diário do Comércio” dos dias 11.07.2006, 12.07.2006 e 13.07.2006, com a seguinte Ordem do Dia: a) Proposta de aumento do capital social formulada pela Diretoria no valor de R$ 3.500.000,00 (Três milhões e quinhentos mil reais), passando o capital social do valor atual de R$ 3.436.269,58 (Três milhões, quatrocentos e trinta e seis mil, duzentos e sessenta e nove reais e cinqüenta e oito centavos) para R$ 6.936.269,58 (Seis milhões, novecentos e trinta e seis mil, duzentos e sessenta e nove reais e cinqüenta e oito centavos), mediante a emissão de 305.143.853 (Trezentas e cinco milhões, cento e quarenta e três mil, oitocentas e cinqüenta e três) ações ordinárias nominativas, sem valor nominal e com direito a voto, ao preço de emissão de R$ 0,01147 por ação, conforme disposto no artigo 170, § 1º, inciso II, da Lei nº 6.404, de 15.12.1976, podendo as ações emitidas serem integralizadas em dinheiro ou créditos, no ato da subscrição; b) Alteração do artigo 5º do Estatuto Social, a fim de adequá-lo ao aumento do capital social proposto. Esclareceu ainda o Senhor Presidente que toda a documentação relativa à matéria objeto da presente Assembléia Geral foi posta à disposição dos Senhores Acionistas na sede da companhia, no prazo legal. Deliberações: Passando ao item a) da Ordem do Dia, o Senhor Presidente esclareceu que, tendo em vista a existência de contingências fiscais e trabalhistas na companhia, que necessitavam ser provisionadas conforme recomendação do Conselho Fiscal e conforme parecer dos auditores da companhia, se fazia necessário o aumento do capital social. Ato contínuo, o Senhor Presidente procedeu à leitura da proposta de aumento do capital social, cujo teor encontra-se disposto no item a) da Ordem do Dia e que integra a presente ata na forma de seu anexo nº 01. O Senhor Presidente observou ainda que a presente proposta não implicará em qualquer alteração nos valores patrimoniais das ações existentes, tendo sido adotado para a fixação do preço de emissão das novas ações o critério referido no inciso II do mesmo artigo 170, § 1º, qual seja, o valor do patrimônio líquido, que representa a divisão do patrimônio contábil pelo número de ações existentes na data do balanço que serviu de base ao cálculo, neste caso, 31.12.2005, conforme orientação dos auditores de Máquinas Piratininga S/A, da empresa Terco Grant Thornton (Anexo nº 02), revelandose adequado o critério adotado para fixação do preço de emissão no sentido de não representar diluição injustificada das participações acionárias existentes. Ato contínuo, o Senhor Presidente procedeu à leitura de parecer do Conselho Fiscal favorável à proposta de aumento do capital social (Anexo nº 03). Iniciados os debates, a acionista Glory United Sociedad Anónima manifestou-se pela desaprovação de referida proposta, através de voto em separado, discordando da proposta apresentada pela Diretoria Executiva visando o aumento de capital social mediante a subscrição em moeda corrente nacional, pois na sua opinião, para fazer face às futuras despesas de natureza processual, deveriam as administrações anteriores da companhia e a atual terem realizado provisões contábeis/financeiras, nos termos da legislação vigente, ao invés de solicitar que os acionistas aportassem valores na sociedade para cobrir a má administração social. Reiterou nesta oportunidade, nos termos do art. 159 da Lei das S/As, pedido feito anteriormente de a sociedade contratar advogados para o ajuizamento de ação de responsabilidade civil contra os administradores que geraram o passivo processual levantado pelos auditores e que não fizeram durante o passar dos anos qualquer tipo de provisão contábil/financeira. A acionista Delga Participações S/A manifestouse pela aprovação da proposta de aumento do capital social, ressaltando os aspectos benéficos que o aporte de capital poderá trazer à companhia, sendo ademais a única medida de que dispõe a atual Administração, em conformidade com a Lei das S/As, para solução de referida questão que se originou nas administrações anteriores - sem comprometer o funcionamento da companhia, inclusive conforme orientação e pareceres favoráveis do Conselho Fiscal. Submetida a votação, por maioria de votos foi aprovada a proposta de aumento do capital social, tendo sido aprovado o aumento do capital social no valor de R$ 3.500.000,00 (Três milhões e quinhentos mil reais), passando o capital social do valor atual de R$ 3.436.269,58 (Três milhões, quatrocentos e trinta e seis mil, duzentos e sessenta e nove reais e cinqüenta e oito centavos) para R$ 6.936.269,58 (Seis milhões, novecentos e trinta e seis mil, duzentos e sessenta e nove reais e cinqüenta e oito centavos), mediante a emissão de 305.143.853 (Trezentas e cinco milhões, cento e quarenta e três mil, oitocentas e cinqüenta e três) ações ordinárias nominativas, sem valor nominal e com direito a voto, ao preço de emissão de R$ 0,01147 por ação, conforme disposto no artigo 170, § 1º, inciso II, da Lei nº 6.404, de 15.12.1976. Também por maioria de votos foi rejeitada proposta de propositura de ação de responsabilidade contra os ex-administradores. O Senhor Presidente informou que os Senhores Acionistas terão assegurado em sua plenitude o seu direito de preferência na subscrição das ações resultantes do aumento do capital social, pelo prazo de 30 (trinta) dias a contar da publicação da presente ata de Assembléia Geral e do correspondente Aviso aos Acionistas, nos termos do art. 171, § 4º da Lei das S/As, podendo as ações emitidas serem integralizadas em dinheiro ou créditos, no ato da subscrição, sendo que os boletins de subscrição encontram-se à disposição dos Senhores Acionistas na sede social. Findo o prazo para o exercício do direito de preferência, as ações porventura não subscritas serão rateadas entre os acionistas que houverem manifestado seu interesse em boletim de subscrição. Passando ao item b) da Ordem do Dia, como conseqüência do deliberado acima, foi aprovada por maioria de votos a alteração do artigo 5º do Estatuto Social que, desde que verificada a subscrição e integralização de todo o aumento de capital social proposto, passará a ter a seguinte redação: “Artigo 5º - O capital social, totalmente integralizado, é de R$ 6.936.269,58 (Seis milhões, novecentos e trinta e seis mil, duzentos e sessenta e nove reais e cinqüenta e oito centavos), representado por 895.243.853 (Oitocentas e noventa e cinco milhões, duzentas e quarenta e três mil, oitocentas e cinqüenta e três) ações nominativas, sem valor nominal, sendo 894.981.353 (Oitocentas e noventa e quatro milhões, novecentas e oitenta e uma, trezentas e cinqüenta e três) ações ordinárias, com direito a voto, e 262.500 (Duzentas e sessenta e duas mil e quinhentas) ações preferenciais, sem direito a voto.” Os efeitos da alteração do artigo 5º do Estatuto Social ora aprovada ficarão subordinados à homologação do novo valor do capital social que vier a ser efetivamente subscrito e integralizado pelos Senhores Acionistas, devendo a respectiva homologação ser realizada em Assembléia Geral a ser oportunamente convocada, em conformidade com as disposições da Lei das S/As.” Nada mais havendo a tratar, foi franqueada a palavra a quem quisesse fazer uso, sem que nenhum dos presentes dela tivesse feito uso. Foi assim lavrada a presente ata, que lida e achada conforme, foi aprovada, tendo sido ao final por todos assinada. Acionistas presentes: Delga Participações S/A (p.p Dr. Laedes Gomes de Souza), Glory United Sociedad Anónima (p.p. Dr. Guilherme Aparecido Brassoloto). Membro do Conselho Fiscal: Dr. Valdir Nicodemo Martini. São Paulo, 17 de julho de 2006. Luiz Nogueira dos Santos, Presidente da Mesa; Laedes Gomes de Souza, Secretário da Mesa. A presente é cópia autêntica da original, lavrada no livro próprio. (ass.) Luiz Nogueira dos Santos – Presidente da Mesa; Laedes Gomes de Souza – Secretário da Mesa.

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quarta-feira, 19 de julho de 2006

Cidades

Fotos: Carol Guedes/Parceiro/Agência O Globo

1

Policiais militares cercaram a área e chamaram os homens do Gate, especializados em bombas

Carrinho especial (à esquerda) se aproxima de sacola onde estava o explosivo, que foi retirado da lixeira. Na foto acima, policial vestido com roupa especial chega para recolher o artefato. Abaixo, o mesmo policial retira o explosivo. Polícia ainda analisa se o caso tem ligação com os ataques do PCC.

BOMBA?

BOMBA!

BOMBA! (No Centro de São Paulo) Um explosivo foi encontrado na manhã de ontem numa lixeira na região do Parque Dom Pedro, no Centro da Cidade. O artefato estava perto de um prédio da Guarda Civil Metropolitana (GCM). Policiais do Gate, especializados em bombas, usaram equipamentos e roupas especiais para retirar o explosivo do local. Na zona oeste da cidade, motoqueiros atacaram a tiros a guarita de um condomínio fechado.

U

m artefato explosivo foi encontrado ontem, por volta das 10h, numa lixeira da Guarda Civil Metropolitana (GCM) da rua da Cantareira, na região do Parque Dom Pedro, no Centro da capital paulista. No prédio funciona a Inspetoria de Mediação de Conflitos e Gerenciamento de Crises da GCM. O local foi isolado por policiais militares e os homens do Gate, que são especializados em bombas, foram chamados. Os policiais usaram um carrinho para examinar o artefato e também roupas especiais. O caso foi registrado no 1º DP e a Polícia ainda não sabe se tem relação com os ataques promovidos nos últimos dias pela facção criminosa do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Novos ataques – Por volta das 3h30 de ontem, dois motoqueiros atiraram contra a guarita do condomínio Parque dos Princípes, na zona oeste da cidade. O vigilante que estava de plantão não se feriu, mas a guarita ficou destruída. A Polícia ainda investiga se existe relação com a recente onda de violência. Na zona norte da capital, na avenida Zaki Narchi, barreiras de concreto foram colocadas em frente ao prédio do Deic, departamento da Polícia Civil que investiga o crime organizado. O objetivo é evitar possíveis ataques. Em Jundiaí, o PCC mudou a estratégia de ataques a ônibus. Na noite de segunda, em vez de atear fogo, membros da facção picharam um veículo da Viação Jundiaiense com frases como

MOTOS TERÃO FAIXA PREFERENCIAL

A

partir de segunda-feira, os motociclistas que circulam pelas avenidas Eusébio Matoso, Rebouças e rua da Consolação terão uma faixa preferencial, ao lado do corredor de ônibus, com 6,6 km de extensão. O objetivo do projeto Faixa Cidadã, lançado ontem pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), é evitar acidentes na cidade envolvendo motos. No ano passado, acidentes deste tipo resultaram em quatro mortes por dia. Segundo a gerente de segurança no trânsito da CET, Nancy Reis Schneider, as principais causas de acidentes são o excesso de velocidade e a pouca distância lateral entre motos e veículos. Hoje, aproximadamente 1500 motos trafegam em horários de pico nestas vias, em todas as faixas. A faixa exclusiva aumentará a segurança e a visibilidade para motoristas e motociclistas.

Andrea Felizolla/Luz

Sinalização na Rebouças indica a Faixa Cidadã, para uso das motos

Segundo Nancy, não haverá penalidades para aqueles que não obedecerem a faixa, que será sinalizada com 26 placas indicativas. A cada 200 metros, nos dois sentidos, serão pintados losangos verdes sobre o corredor preferencial. "Esperamos que os motoristas e motociclistas respeitem a sinalização. O projeto prioriza a se-

gurança, em detrimento da velocidade", afirmou Nancy. O presidente do Sindimoto (Sindicato dos Motofretes), Altemir Martins, disse que a faixa é uma antiga reivindicação da categoria. "Para que funcione, é preciso que a CET faça uma ampla divulgação do projeto para a população", disse. Rejane Tamoto

"Só queremos o que é nosso por direito" e "Os oprimidos contra os opressores". Havia também a inscrição do PCC. Na ação, quatro homens encapuzados invadiram o veículo e obrigaram o motorista e o cobrador a descerem. O ônibus foi totalmente pichado. Protesto – Presos ligados ao PCC continuam com os atos de protesto nos presídios. A chamada greve branca seria contra a situação vivida pelos colegas nas penitenciárias de Araraquara, Mirandópolis e Presidente Venceslau. Na segunda, detentos do Centro de Detenção Provisória (CDP) de São José do Rio Preto se recusaram a comparecer às audiências marcadas no fórum da cidade. Das nove audiências previstas, apenas duas foram realizadas. Segundo os

detentos, trata-se de um protesto contra a situação dos colegas em Araraquara. Ontem, detentos da P-2 de Presidente Venceslau completaram um mês sem sair das celas para o banho de sol, sob alegação de estarem enfrentando opressão por parte do Estado. Para vigiá-los, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) colocou aproximadamente cem agentes com armamento anti-motins. O objetivo é evitar rebeliões. Os detentos não deixam as celas nem mesmo no horário das visitas em fim de semana. Por isso, avisaram os parentes para não irem visitálos, como aconteceu no fim de semana passado, quando ninguém apareceu para visitar detentos na P-2 de Venceslau. (Agências)


quarta-feira, 19 de julho de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

ECONOMIA - 3


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Urbanismo Ambiente Polícia Compor tamento

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 19 de julho de 2006

JUIZ FARÁ ACAREAÇÃO ENTRE SUZANE E DANIEL

Eu não sei se é verdade, mas dizem que ela é psicopata. De uma pessoa assim, a gente pode esperar qualquer coisa. Andreas von Richthofen

Sebastião Moreira/AE

IRMÃOS FRENTE A FRENTE NO SEGUNDO DIA DO JÚRI

D

ois depoimentos dados ontem no julgamento de Suzane von Richthofen e dos irmãos Daniel e Christian Cravinhos, no Fórum da Barra Funda, mereceram atenção especial. Andreas von Richthofen, irmão da acusada, disse que tinha receio da irmã e que já se sentiu ameaçado por ela. A perita Jane Belucci analisou as fotos de Manfred e Marísia mortos e explicou detalhes, chocando os jurados. Ela garantiu que duas pessoas praticaram o crime, usando de muita violência. Primeira testemunha a ser ouvida no 1º Tribunal do Júri, Andreas falou por mais de duas horas. Por 20 minutos ele ficou na presença da irmã, depois pediu que os réus saíssem. Quando era retirada, Suzane se virou para olhar Andreas. O jovem disse que teve vontade registrar boletim de ocorrência quando, ao sair para uma aula de direção, viu Suzane em frente à casa onde mora. "Eu não sei se é verdade, mas dizem que ela é psicopata. De uma pessoa assim, a gente pode esperar qualquer coisa". Sobre o bilhete que escreveu, em 22 de junho de 2003, no qual dizia estar com saudades da irmã e ser contra o processo que a excluía da herança, Andreas disse que foi coagido pela irmã a escrever. O jovem negou a hipótese de que o pai, Manfred, estuprava a filha e que também o havia molestado. "Meu pai era uma homem muito mais digno do que muita gente aqui", disse. A defesa de Suzane pediu ao juiz Alberto Anderson Filho, que a ré seja interrogada novamente para abrir mão dos bens da família. Quando o advogado de Suzane, Mauro Nacif, perguntou a Andreas se ela poderia retornar para ser interrogada, dizendo "sua irmã, que tanto

O depoimento, ilustrado com fotos da perícia feitas na noite do crime, mostrando os corpos do casal, foi um dos mais chocantes até o momento. Alguns dos jurados não conseguiram ver as imagens impactantes exibidas no telão. Os réus ficaram de costas. Até as 20h haviam sido ouvidos também o sargento Alexandre Boto, que atendeu a ocorrência, em outubro de 2002, e a delegada Cíntia Tucunduva, responsável pelas investigações. Boto disse que, ao chegar na casa, encontrou Suzane e Andreas do lado de fora e entrou para ver se tinha alguém. O que chamou sua atenção foi a pergunta de Suzane quando ele saiu. Ela queria saber como estavam os pais, mesmo não tendo dado nenhuma informação inicial de que o casal estaria na casa. A delegada disse que estranhou o comportamento de Suzane e Daniel, logo após a descoberta do crime. Eles se beijavam apaixonadamente. Afirmou também que Suzane nunca declarou, em seus depoimentos, ter planejado o assassinato dos pais porque estaAndreas von Richthofen va perdida de amor por Daniel Cravinhos. A delegada contou ainda que Suzane mostrou um ra, a perita do Departamento de Homicídios e certo desdém ao levá-la ao quarto dos pais após Proteção à Pessoa (DHPP) Jane Belucci contra- as mortes, na reconstituição. "Esse é o quarto em disse as declarações de Daniel e Christian. Se- que morreram meus pais", disse a jovem. À noite, depuseram Fábio Oliveira, diretor da gundo ela, é impossível que apenas uma pessoa tenha golpeado e matado o Manfred e Marísia. penitenciária de Iperó, onde estavam os CraviNa segunda -feira, Daniel disse que havia ma- nhos, Hélio Artesi, vizinho da família Cravitado o casal sozinho. Versão repetida por Chris- nhos, e a vendedora Ivone Muss Wagner. Ela tian. "Não tem como uma só pessoa ter agredido afirmou ter visto, várias vezes, Marísia ser malo casal", disse Jane. Segundo a perita, os dois fo- tratada pela filha. Segundo ela, Daniel era um instrumento nas mãos de Suzane, que também ram agredidos simultaneamente. De acordo com Jane, as pessoas que mataram influenciava Andreas, Hoje deve acontecer a o casal levaram meia hora para concluir o crime. acareação entre Suzane e Daniel. (Agências)

"Eu me sentia ameaçado por ela" o ama", o jovem respondeu: "Se Suzane tanto me ama, por que ela faz isso tudo comigo? Por que não me deixa viver em paz?" Andreas frisou que o relacionamento da jovem com os pais era bom e que, no começo, o relacionamento de Suzane e Daniel tinha a aprovação dos pais. O casal só teria se oposto ao namoro após descobrir que Daniel teria apresentado maconha a Suzane. Conforme relato de Andreas, uma vez Suzane pediu para morar no apartamento da avó, mas ele não autorizou. Perita – Em depoimento de cerca de uma ho-

COMEÇA OUTRO JULGAMENTO DE CRIME BÁRBARO

Daniel Pera/Diário SP/Agência O Globo

O pai de Liana, Ari Friedenbach chega à Câmara de Embu-Guaçu

D

epois de três anos do assassinato do casal Liana Friedenbach, de 16 anos, e Felippe Café, de 19, deverá ser conhecida hoje a pena de três dos cinco acusados. A sessão de ontem, na Câmara de Embu-Guaçu, não teve a presença do mentor do crime, o Champinha, de 19 anos, acusado de ter matado a jovem. Na época ele tinha 16 anos e está na Febem, de onde deverá sair em novembro. Também não foi julgado Paulo César da Silva Marques, acusado de ter matado Felippe com um tiro na nuca. Ele será julgado em

José Luis da Conceição/AE

outra data. O julgamento começou às 11h e transcorreu em segredo de justiça. Os três acusados chegaram às 8h25 com o uniforme de presidiários e chinelos. O primeiro depoimento foi de Agnaldo Pires, acusado de estupro e cárcere privado. O segundo foi de Antônio Caitano da Silva, o Nojento, acusado de seqüestro, estupro e cárcere privado. O último depoimento foi de Antônio Mathias de Barros. Ele não saberia que Liana estava em cárcere privado. A jovem foi estuprada por quatro dias e morta a facadas. (AE)

Acusados chegaram cedo com o uniforme de presidiários e chinelos


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

quarta-feira, 19 de julho de 2006

LENTE DE

AUMENTO DESACELERAÇÃO DA ECONOMIA NOS EUA

Os efeitos da política monetária dos EUA apontam para um menor crescimento da economia no futuro Na comparação anual, o crescimento das vendas atingiu sua menor taxa em 2006, tanto para o índice que inclui automóveis (5,85%), quanto para o que exclui este item (8,54%). Mesmo assim, a média de 12 meses continua em patamar elevado, sem apresentar tendência clara de arrefecimento. Por esta medida, as vendas crescem a um ritmo de 7,4% em junho contra 7,7% em maio, mostrando leve recuo. Na abertura do indicador, destacam-se as vendas de materiais de construção, que caíram 1,0% em junho, após recuos semelhantes nos dois meses anteriores, o que reflete a desaceleração do mercado imobiliário. Os dados de estoque no varejo e confiança do consumidor de maio e julho, respectivamente, também mostraram resultados em linha com os sinais de desaceleração emitidos por outros indicadores de atividade, inclusive o de

vendas no varejo. O aumento dos estoques das empresas em maio foi acima do esperado (0,8% contra uma expectativa de 0,4%) e a prévia de julho do indicador de confiança do consumidor da Universidade de Michigan registrou 83 pontos contra a expectativa de relativa estabilidade no patamar de 85 pontos. O aumento dos estoques indica que a demanda está crescendo abaixo da oferta, o que deverá significar uma queda do crescimento da oferta no futuro, enquanto a queda do sentimento do consumidor significa menor confiança no desempenho da economia, apontando redução de demanda mais à frente. Ambos os indicadores mostram que os efeitos da política monetária sobre o crescimento da economia continuam a se intensificar e apontam para um menor crescimento da economia no futuro. Por fim, no campo inflacionário, o índice de preços de importados registrou alta menor que as expectativas em junho. A elevação de 0,1% ficou levemente abaixo do esperado (0,2%) e foi significativamente inferior à alta apresentada em maio (1,7%), devido especialmente à queda no preço do petróleo (-1,4%). Excluindo petróleo, a alta foi de 0,4%. Excluindo todos os combustíveis, a elevação foi de 0,7%, em função de um aumento mais pronunciado dos preços importados de bens de capital. Observando especificamente os bens importados da China, notamos que os mesmos ainda entram com deflação nos Estados Unidos, embora a queda nos preços esteja perdendo força ao longo dos últimos meses. Neste contexto, o cenário de Fed funds entre 5,25% e 5,50% continua sendo o mais provável. O cenário de Fed funds a 6% após o último comunicado do Fomc e dos últimos dados de atividade continua como muito pouco provável. ALESSANDRA RIBEIRO E FILIPE ALBERT, DA CONSULTORIA TENDÊNCIAS

JOÃO DE SCANTIMBURGO

DESTINOS

TRUNCADOS

Roberto Alvarenga

O

s indicadores divulgados na sexta-feira nos EUA evidenciam que, na margem, a economia está se desacelerando, refletindo o aperto da política monetária que tem se efetivado desde junho de 2004. No campo inflacionário, o índice de preços importados mostrouse positivo, com um número abaixo do previsto, mas trouxe alguns alertas. O resultado das vendas no varejo de junho nos EUA ficou abaixo do esperado. Contrariando expectativas de alta de 0,4%, o indicador registrou queda de 0,1%, contra um aumento de 0,1% no mês anterior. Excluindo as vendas de automóveis, a alta de junho alcançou 0,3%, contra 0,5% das expectativas e 0,7% em maio.

A política do tigre OLAVO DE CARVALHO

O

filósofo Carl Schmitt, no período em que namorava com o nazismo, criou uma definição de "política" que se harmonizava perfeitamente com os objetivos e o estilo de Adolf Hitler. Na época, era moda nos altos círculos europeus a busca de fronteiras precisas entre as várias ciências. A palavra "pureza" denotava, nesse contexto, a ausência de confusão entre os diferentes domínios da realidade, portanto também entre as disciplinas que os estudavam. Leon Walras criou a "economia pura", Hans Kelsen o "direito puro", Edmund Husserl a "lógica pura". Schmitt embarcou na onda, buscando a política pura, distinguindo-a da economia, da sociologia, da moral etc. De exclusão em exclusão, chegou ao conceito da política como aquele setor da atividade social humana em que, já não sendo possível nenhuma arbitragem racional dos conflitos, só restava reunir os "amigos" contra os "inimigos", formando partidos e resolvendo tudo pela força do número. A definição estava errada, pois não distinguia entre a política e a guerra. Se Clausewitz havia descrito a guerra como uma continuação da política por outros meios, Schmitt simplesmente invertia a fórmula, fazendo da política uma continuação da guerra, aliás nem sempre por outros meios. Os antigos, ao contrário, enfatizavam a função política eminente da persuasão racional. Para Aristóteles, a discussão política só se distinguia da investigação científica pelo nível de precisão alcançado no confronto das provas. A arte retórica, instrumento básico da ação política, não tinha a força demonstrativa da lógica e da dialética, mas obedecia ao mesmo critério racional de arbitragem que as orientava. A persuasão racional supõe a adesão comum das correntes políticas a um núcleo de princípios comuns. No mundo moderno, esses princípios estão geralmente resumidos numa Constituição e no conjunto de tradições de onde ela extrai seu significado moral. Quando uma das correntes políticas rompe o pacto de lealdade constitucional, esses fundamentos se esboroam e a política no sentido de Aristóteles desaparece, sendo substituída pela "política" no sentido de Schmitt. Todo partido revolucionário, isto é, todo partido que visa à transformação integral da

E

sociedade, pouco importando se promete realizá-la por meios pacíficos ou sangrentos, é por natureza um partido desleal, que não quer nem pode continuar concorrendo normalmente com seus adversários no quadro constitucional vigente, mas necessita tirá-los do caminho de uma vez por todas para poder criar um novo quadro, construído à imagem e semelhança dele próprio. Por definição, todo partido revolucionário coloca seu programa de ação acima da legitimidade constitucional que lhe dá os meios de realizá-lo. Esperar lealdade, honestidade, idoneidade de um partido revolucionário é tão imbecil quanto implorar piedade a um tigre esfomeado. Um partido revolucionário só é leal a uma coisa: à total destruição dos adversários, à vitória integral e absoluta, ao império triunfante da nova ordem. Recusar-se a usar de meios imorais, ilícitos e criminosos para alcançar esse fim seria, pela ética do partido, imoral, ilícito e criminoso. Para um partido revolucionário, o crime, quando útil a seus fins, é uma simples obrigação. A tranqüilidade interior de um José Dirceu ou de um Lula provém da consciência da obrigação cumprida.

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uem quer que tenha lido as atas de discussões internas do PT de dez, de quinze anos atrás, para não falar dos documentos do Foro de São Paulo acumulados desde 1990, sabe que ele é um partido revolucionário, igual, em tudo e por tudo, a qualquer outro partido comunista conhecido na História. Quem quer que tenha confiado e votado nesse partido sem ter averiguado esses documentos é um leviano, um irresponsável, que por omissão e preguiça atraiu sobre si os males dos quais agora se sente vítima inocente. E quem quer que, conhecendo os documentos, tenha ainda assim apostado no PT o futuro do Brasil é ele próprio um revolucionário, um adepto da deslealdade e do crime. Tertium non datur, só é inocente dos crimes do PT aqueles que o denunciaram como partido revolucionário desde pelo menos as CPIs de 1993, quando sua índole de organização imoral e maquiavélica se tornou visível na ânsia de usar de todos os recursos da mentira e do engodo para destruir a reputação dos adversários. Todos os outros, sem exceção, são culpados.

sperar lealdade de um partido revolucionário é implorar piedade ao tigre

V endas no varejo ficaram abaixo do esperado

Orçamento e realidade ARTHUR CHAGAS DINIZ

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

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governo federal está liberando uma verba de R$ 100 milhões para o programa de segurança de São Paulo. A liberação se dá em meio a uma crise sem precedentes na história policial desse estado. O orçamento do ano já previa esses gastos federais com a segurança, mas a verba era contingenciada. Supõe-se, com boa dose de razão, que as restrições à liberação eram políticas. Precisou que Cláudio Lembo acusasse a burguesia paulista para os petistas se sensibilizassem. Sei que não é realista falar em orçamento impositivo, ou seja, um orçamento que represente as obrigações programáticas de governo. O orçamento impositivo implica em definir prioridades não só qualitativas como, especialmente, quantitativas . O orçamento deve ser a representação econômico-financeira de um plano de trabalho. Um conjunto de compromissos do governo com a sociedade. Não é assim, como todos sabemos. Há orçamentos que são cumpridos em percentagens insignificantes. Outros são superados classifican-

do-se as despesas de maneira fantasiosa. A chamada Operação Sanguessuga, por exemplo, é clássica a um orçamento autorizativo como o nosso. Possibilita ao governo liberar emendas para “seus” parlamentares, ou outros, por razões escusas. Obviamente, para “intermediários” o modelo é considerado perfeito.

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ara um país como o Brasil que, apesar da brutal tributação, alega falta de recursos para investir nas carências estruturais mais evidentes (abastecimento d’água, saneamento básico, estradas, portos, etc.) e gasta milhões de reais sustentando ONGs e OSCIPs ligadas a amigos de Lulla e seus apaniguados financiando desde “movimentos sociais”, como é o caso dos invasores do MST, até movimentos pelos direitos dos gays, um orçamento como o existente é perfeito. Sei que ao Governo não interessa orçamento impositivo, mas à Nação, sim, e muito. ARTHUR CHAGAS DINIZ É PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL

O orçamento deve ser um conjunto de compromissos do governo

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sse é o drama que os países integrantes do Oriente Médio estão sofrendo nessa guerra sem mercê, que vai levando os jovens para a morte e que desfalcam as forças ativas. A guerra de novo invade o Líbano, que já sofreu tristemente o seu quinhão de misérias e torpezas, como não se tinha visto até então entre mirantes da civilização. Israel foi contemplado com o que se denominou em 1948 de direito à terra, que está ocupando, e também se reconhece aos palestinos o direito à terra que ocupam. Seria preciso que a ONU, única instância viável, ampliasse a condição de mãe salvadora e exercesse essa função junto aos povos do Oriente Médio, que marcham para a guerra certos de sacrificarem populações inocentes, para confirmarem a posse de um pedaço de terra.

A ONU precisa ampliar a condição de mãe salvadora e exercer sua função junto aos povos do Oriente Médio

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emos observado que as nações não se ajustam com facilidade aos seus limites; salvo em antigos limites , com linhas definitivamente reconhecidas, não aceitam mudanças nos limites tradicionais, por ser esse o sentimento do povo que habita o seu território. A história da humanidade tem sido uma porfia constante na luta por seus limites de terras, nem sempre admitidos pelos contendores. A ONU já fez muito neste sentido, normalizando situações que pareciam impossíveis, chegando à acordos que satisfazem aos interesses dos povos. Na Europa já estão definidas as linhas fronteiriças entre as nações, daí não haver disputas e a paz está definitivamente estabelecida entre as nações que integram o continente. Já não acontece o mesmo no Oriente Médio, onde a presença de Israel não foi acolhida com boa vontade por um povo sedentário, que se teve como gerente definitivo em suas terras, ocupadas há milênios. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


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Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 19 de julho de 2006

A Embraer já comercializou 235 mini-jatos em menos de 1 ano.

LIGAÇÕES INTERURBANAS VÃO CAIR 2,52%

JUCESP COMEMORA 116 ANOS E APONTA RECUO NA FORMALIZAÇÃO DE NOVOS NEGÓCIOS ATÉ O FINAL DO ANO

ABERTURA DE EMPRESAS EM QUEDA

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o ano em que c o m p l e t a 11 6 anos, a Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp) constata que o empreendedorismo passa por um período de retração. Isso porque os registros de abertura de empresas estão em queda no Estado de São Paulo este ano. De 2003 a 2005, mais de 130 mil negócios eram abertos anualmente. Até junho de 2006, entretanto, foram registradas 62 mil aberturas de empresas, o que leva a Junta a estimar que, até o final do ano, dificilmente será alcançada a média dos períodos anteriores. Segundo o presidente da Jucesp, o contador Antonio Marangon, a queda é conseqüência da atual situação econômica. "Os empresários estão desanimados com a falta de incentivos por parte do governo, especialmente em relação à alta carga tributária", critica Marangon. E a proximidade do final do ano não deve mudar essa tendência, pois a formalização de empresas significa mais custos, principalmente encargos trabalhistas, como o pagamento do 13º salário. O número de baixas de empresas também deve fechar 2006 em queda, devido, segundo o presidente da Junta, à falta de dinheiro para quitar dívidas. "Os empresários ainda ficam tentando tocar o negócio na esperança de as coisas melhorarem", diz, ao acrescentar à lista de empecilhos a falta de

Milton Mansilha/LUZ

expectativa com outra fonte de renda. "Eles se perguntam: se eu fechar, o que vou fazer?" Insolvências – Já as falências no Estado de São Paulo vêm mostrando movimento contrário. Em 2004 e 2005, foram decretadas, respectivamente, 1,58 mil e 1,32 mil falências. Até junho deste ano, já são 1,04 mil casos de insolvência. Essa evolução também é atribuída à atual conjuntura econômica. "Ela favorece a falta de pagamento aos credores, que acabam executando as empresas", afirma Marangon. Modernização – Uma das contribuições da Jucesp para facilitar o empreendedorismo será concluída até o fim do ano, com o processo de modernização e criação de um sistema para sincronizar os dados cadastrais do contribuinte entre os

fiscos federal, estadual, municipal e a Junta. "Todos os procedimentos de abertura, alteração e fechamento de empresas serão feitos eletronicamente do próprio escritório", diz o presidente da Jucesp. Mas, segundo Antonio Marangon, ainda há muita resistência do contribuinte em relação à informatização. Há três anos, foi instalado um posto da Certisign, uma das empresas que concede certificação digital, no Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP) e, até agora, foram concedidas menos de 5 mil assinaturas. A Jucesp recebe atualmente 2,5 mil documentos por dia em 21 escritórios regionais e 51 postos de atendimento espalhados em todo o Estado. Adriana David

O presidente da Jucesp, Antonio Marangon, que atribui a queda no número de novas empresas à situação econômica

Impostômetro alcança R$ 450 bi

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esde o dia 1º de janeiro deste ano, União, estados e municípios já arrecadaram R$ 450 bilhões em impostos. A marca foi atingida nesta manhã, segundo o Impostômetro, com 21 dias de antecedência em relação ao ano passado. Em 2005, o Impostômetro computou os mesmos R$ 450 bilhões no dia 9 de agosto, por volta das 22 horas. O painel eletrônico que monitora em tempo real a

arrecadação tributária de todas as esferas de governo está instalado na fachada da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), no centro da capital, e também pode ser visualizado pelo site www.impostometro.com.br. A ferramenta foi lançada no ano passado e faz parte de uma das campanhas desencadeadas pela Associação Comercial para mostrar à população o quanto ela paga de impostos e que, portanto, deve exigir uma

DEFLAÇÃO Os preços caíram 0,25% em SP, na segunda semana do mês. Na anterior caíram 0,39%.

Ó RBITA

contrapartida do governo em serviços públicos de qualidade. Segundo levantamento preliminar feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), durante todo o mês de julho, deverão ser arrecadados R$ 70,485 bilhões em tributos, o que representa uma média de R$ 2,273 bilhões por dia. No mês de junho, a arrecadação alcançou R$ 68,872 bilhões. (AD)

PASSAGENS A tarifa média da Lufthansa nos vôos para o Brasil aumentou 14% nos últimos 12 meses.

Wilson Dias/ABr

MENOS SPREAD - O presidente Lula reuniu-se com representantes dos bancos oficiais para pedir aumento na oferta de empréstimos e redução do spread. O governo deve reduzir os juros dos empréstimos de médio e longo prazos concedidos com recursos dos fundos constitucionais.

TELEFONIA

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s reduções das tarifas nas ligações interurbanas e internacionais de Embratel, Telefônica e Telemar, determinadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), começam a vigorar amanhã. As empresas publicaram ontem, em jornais de circulação nacional, tabelas com os novos preços. Na média, as tarifas de interurbanos diminuíram 2,52%. As chamadas internacionais feitas pela Embratel cairão, em média, 9,97%. Os preços cobrados, porém, variam muito, em virtude de reajustes diferenciados nas ligações, de acordo com distância e horário das chamadas.(AE) A TÉ LOGO

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BOLÍVIA INICIA AUDITORIA

omeçou ontem, na Bolívia, a auditoria nas nove companhias petrolíferas instaladas no país, entre elas a Petrobras. O objetivo é identificar o volume exato dos investimentos feitos pelas empresas estrangeiras no

País desde que o mercado foi aberto, há dez anos. As empresas alegam ter investido em torno de US$ 3,6 bilhões e querem ser reembolsadas com a estatização das reservas de petróleo e gás decretada pelo presidente Evo Morales. (AE).

VOLKS: TAUBATÉ APROVA PLANO

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s empregados da fábrica da Volkswagen em Taubaté aprovaram ontem em assembléia o acordo negociado entre a empresa e o Sindicato dos Metalúrgicos, que estabelece as ações previstas no plano de

reestruturação da empresa. O acordo, que define regras para a demissão de funcionários, estabelece como contrapartida a possível aprovação de novos investimentos para a fábrica de Taubaté por parte da matriz na Alemanha. (AG)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Cominho importado da Turquia é isento de imposto estadual

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Operadoras podem optar entre distribuir lista ou usar o 102

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Petrobras inaugura posto de serviço no Paraguai


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Transpor te Ciência Urbanismo Compor tamento

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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PROJETO QUER ACABAR COM POLUIÇÃO VISUAL E MÍDIA EXTERIOR

Faltam fiscais a quarta maior cidade do mundo Paulo Badra, presidente da Eletromídia

Leonardo Rodrigues/Hype

PROJETO AMEAÇA EMPRESAS DE MÍDIA EXTERIOR Empresas ligadas ao setor de mídia exterior temem queda no faturamento de até 5% e demissões. Em agosto, empresários pretendem pressionar os poderes executivo e legislativo em favor de um substitutivo ao projeto de lei Cidade Limpa.

da Eletromídia foi motivada por uma comparação do prefeito Gilberto Kassab, no dia sar Barcelona do anúncio oficial do projeto como exemde lei na Câmara Municipal, plo de cidade entre São Paulo e as cidades de q u e o rg a n iBarcelona e Chicago. Na ocazou a mídia exterior não é a mesião, Kassab disse que "São lhor comparação para São PauPaulo deveria seguir exemlo. Aliás, o nosso município está plos de Barcelona e Chimais para Tóquio, conhecicago, que conseguiram da pelas diversas publiciorganizar a mídia extedades espalhadas nas rior em suas cidades". ruas, do que para a capital B a d r a a rg u m e n t o u catalã". A comparação é de que São Paulo é uma ciPaulo Badra, presidente da dade voltada quase que Eletromídia, empresa esexclusivamente para os pecializada na chamada negócios. "A principal camídia televisiva ou eletrôracterística de Barcelona nica (outdoors que divulé o turismo, com suas gam propagandas, mosconstruções seculares. tram notícias, além de inAliás, todas as grandes formações de utilidade Paulo Badra, presidente da Eletromídia capitais européias são aspública como hora e condisim. Já a nossa cidade tem ções climáticas). A Eletromídia é apenas uma duas votações. Se for aprovado características de cidades asiádas diversas empresas ligadas no Legislativo Municipal, o ticas, como Tóquio, conhecia mídia exterior que, no mês projeto seguirá para sanção ou das pelas arquiteturas mais recentes, onde predomina o tuque vem, deverá pressionar os veto do prefeito. poderes executivo e legislativo A declaração do presidente rismo de negócios", comentou.

Ivan Ventura

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em favor de um substitutivo ao projeto de lei Cidade Limpa. A proposta, de autoria do prefeito Gilberto Kassab, promete acabar com a poluição visual e também com a mídia exterior no município. O PL deverá passar pelas comissões permanentes da Câmara e seguirá para as

Painéis de mídia eletrônica da Eletromídia instalados nas avenidas Paulista (acima) e Juscelino Kubitschek (à direita)

A capital japonesa citada por Badra é famosa por outdoors e letreiros publicitários espalhados nas principais ruas e avenidas da cidade. "Isso deixa a cidade mais bonita e iluminada. Quando bem organizado, o trabalho fica de bom gosto", disse Badra. Contrário a alguns pontos do projeto, mas não a proposta de uma cidade limpa, Badra ainda citou os problemas do município em fiscalizar e punir os responsáveis pela publicidade irregular na cidade, de acordo com a lei 13.525 de 2003. "Se a lei atual fosse respeitada, a cidade ficaria limpa do mesmo jeito. Faltam fiscais para a quarta maior cidade do mundo". A fiscalização, inclusive, será um dos temas a serem discutidos na Câmara Municipal. O presidente da Eletromídia revelou que, até o fim do ano, as empresas deverão pagar à Prefeitura cerca de R$ 57 milhões pelas Taxa de Fiscalização de Anúncio (TFA) e o Cadastro de Anúncio (Cadan). "São Paulo tem pouco mais de 700 fiscais na cidade. Com o dinheiro da TFA poderíamos pagar outros 700 fiscais ou até mais". Um das idéias dos setores é sugerir um aumento no número de fiscais. "O executivo poderia nomear mais agentes e fiscalizar a publicidade irregular no município, de acordo com a lei que já existe. Se ele proibir tudo, as demissões em massa serão inevitáveis", disse Badra. Ameaça - Outra preocupação das empresas de mídia exterior é a possibilidade de queda nos negócios até o fim do ano por causa do anúncio da criação do projeto de lei Cidade Limpa. Se em 2005 a publicidade das ruas movimentou mais de R$ 680 milhões e previa um crescimento de até 15%, para este ano, alguns empresários já falam em queda de até 5%. "Alguns anunciantes estão receosos em investir os seus produtos na mídia exterior, justamente por causa da ampla exposição do tema nos meios de comunicação", disse Badra. A Eletromídia, por exemplo,

faturou cerca de R$ 15 milhões no ano passado, com os seus 20 telões de mídia televisiva nas avenidas mais famosas e movimentadas da cidade. "Tínhamos a expectativa de superar os números do ano passado, mas acredito que ficaremos nos mesmos R$ 15 milhões ou até menos", disse Badra. Hoje, as mídias televisivas são populares entre os motoristas paulistanos. Antes do início de toda a polêmica em torno do PL de Kassab, a empresa chegou a encomendar uma pesquisa ao Datafolha sobre o número de pessoas que Quer falar com 26.000 empresários de uma só vez? Publicidade Comercial - 3244-3344 Publicidade Legal - 3244-3643

passam diariamente pelos telões da Eletromídia. Segundo a pesquisa, diariamente, mais de 6 milhões de pessoas, cerca de 61% da população da cidade, das classes sociais A, B e C passam pelas mídias da empresa. A pesquisa ainda revelou que 89% da classe A passa diariamente pelos telões da empresa. Para quem ainda não conhece a chamada mídia televisiva, um dos telões mais conhecidos da empresa está localizado na Avenida Paulista, na esquina com a Alameda Campinas, sentido Centro.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 19 de julho de 2006

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Política

Num encontro desses, queremos deixar as portas abertas para um diálogo no segundo turno Geraldo Vinholi, deputado estadual (PDT-SP).

FOI UM CAFÉ DA MANHÃ FARTO: ENTRE OS PARLAMENTARES CONVIDADOS, VÁRIOS SÃO DA BASE DE LULA. Sérgio Castro / AE

ALCKMIN ASSEDIA DEPUTADOS LULISTAS

Geraldo Alckmin: "Temos relação já de muitos anos com os deputados estaduais e essa foi uma oportunidade de agradecer o apoio deles".

PT VAI AO TSE CONTRA PFL O

PT apresentou ontem ao Tribunal Superior Eleitoral uma notícia-crime (pedido de investigação) contra o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, e o candidato a vice-presidente na chapa do tucano Geraldo Alckmin, senador José Jorge, em mais uma reação às acusações de que a legenda estaria ligada à facção criminosa PCC. A petição, assinada pelo presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, pede que a proposta seja encaminhada ao Ministério Público e

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c a n d i d a t o d o dele no governo de São Paulo PSDB à Presidên- era bem avaliada. "Acho que cia da República, isso é prova de confiança em Geraldo Alckmin, nosso trabalho, de quem nos participou ontem de um en- conhece e esteve conosco tocontro com 37 deputados esta- dos esses anos", opinou. O deputado Geraldo Vinhoduais paulistas, durante um café da manhã realizado num li justificou sua presença no restaurante da região dos Jar- encontro alegando ter sido dins, na capital paulista. Entre convidado e por respeitar AlO crescimento da preferência do eleitor pela os participantes da reunião, ckmin, mas ressaltou que consenadora Heloísa Helena (PSol), de 6% para estiveram diversos parlamen- tinuava seguindo a orientação tares da base aliada do gover- partidária e apoiava a candi10%, diminui a possibilidade da eleição ser no, caso do PSB, PTB, PP e até datura Cristovam Buarque. "É decidida em 1º turno. E o desempenho de Lula mesmo do PRP, como a depu- claro que, num encontro destada Maria Almeida, do mes- ses, queremos deixar as portas e Alckmin oscila dentro da margem de erro. mo partido do vice-presidente abertas para um diálogo no seda República, José Alencar, gundo turno, já que será muito que também forma a chapa de difícil ao PDT apoiar a candiesquisa Datafolha pesquisa: subiu de 6% em reeleição com o PT na campa- datura Lula", explicou, dando que será divulgada maio para 10%. Com o avanmostras de não acreditar na nha do presidente Lula. hoje no jornal Folha de ço da senadora, aumentaOutro participante do en- presença do candidato BuarS.Paulo revela o presidente ram as chances de haver 2º contro foi o deputado estadual que no segundo turno. Luiz Inácio Lula da Silva li- turno nas eleições presidenG e r a l d o A l c kGeraldo Vinholi, do dera com folga a disputa pe- ciais deste ano. min admitiu tamPDT, legenda que Pelo atual cenário, Lula lo eleitor, com 44% das inbém manter tratatilançou o senador tenções de voto. Em maio, o venceria em 1º turno com vas com o ex-goverCristovam Buarque 52% dos votos válidos. Copetista aparecia com 46%. nador do Rio, Anpara disputar o coNa pesquisa, o tucano Ge- mo a margem de erro é de thony Garotinho, mando da nação com Acho que isso raldo Alckmin aparece em dois pontos, não é possível para tentar conseo presidente Lula e o é prova de seguida, com 28% das inten- afirmar com certeza que Luguir mais este próprio candidato confiança em ções de voto do eleitorado. la obteria os votos necessáapoio à sua candiGeraldo Alckmin. Anteriormente tinha 29%. A rios para vencer a disputa nosso No caso de Rui Pimenta, Xadatura. Embora teIndagado se a premargem de erro é de dois em 1º turno. Em maio, ele titrabalho, de vier informa que o PCO pediu nha dito que não fasença de tantos parpontos percentuais para nha 54% dos votos válidos. o registro apresentando uma la com Garotinho lamentares – cujos quem nos A pesquisa Datafolha oumais ou para menos. ata de convenção irregular. há um mês, Alckp a r t i d o s f o r m a m conhece e A candidata do PSol à Pre- viu 6.264 eleitores nos dias "Pois não consta que (a ata) temin fez questão de alianças com a admi- esteve sidência, senadora Heloísa 17 e 18 de julho, em 272 munha sido lavrada em livro próenfatizar a contrinistração Lula ou até conosco todos Helena (AL), despontou na nicípios do País. (TN) prio ou conferida pela Secretabuição que o ex-gomesmo disputam a esses anos ria do TSE ". Já em relação a vernador do Rio Presidência da RepúGivaldo Barbosa/O Globo Geraldo traria à campanha. Ana Maria Rangel, ele alega blica – não seria a caque ela não foi indicada pelo Alckmin, "Claro que quem racterização da infipartido em convenção. delidade partidária e ontem. foi candidato a preAgora, a decisão de impugsidente da Repúbliaté mesmo do desnar ou não as candidaturas vai ca e teve uma votacompromisso dos depender dos relatores dos redeputados com seus respecti- ção expressiva, tem votos", querimentos no TSE. O tribuvos partidos, Alckmin descon- disse Alckmin, após participar nal tem até 23 de agosto para versou. Disse que a eleição do café da manhã com deputajulgar os três casos. O ministro presidencial deste ano é "su- dos estaduais paulistas. "Mas Cezar Peluso é o relator dos peprapartidária", por conta da não vou cometer a indelicadedidos de registro do PDT e verticalização estabelecida pe- za de discutir isso (apoio de PRP. O ministro Caputo Bastos lo TSE para as campanhas es- Garotinho) pelo jornal porque é o relator do pedido de regisisso não está colocado nesse taduais e federal. tro do candidato do PCO. "Primeiro, temos relação já momento", acrescentou. Cristovam Buarque entreAlckmin afirmou que, por de muitos anos com os deputagará hoje ao TSE as certidões dos estaduais e essa foi uma não contar com candidato prócriminais. Ele reiterou que não oportunidade de agradecer o prio à Presidência, o PMDB é houve impugnação de sua apoio de todos eles, nesses um partido cobiçado e, por iscandidatura porque "não houanos todos, seja com o gover- so, ele tem trabalhado para ve julgamento do pedido do nador (falecido) Mário Covas, atrair lideranças do partido. Cristovam Buarque pode ter que desistir de concorrer à Presidência MPF". (AE) "Tivemos já os reforços do seja conosco", iniciou o tucano. "Segundo, acho que vamos ter presidente do partido, Miuma campanha suprapartidá- chel Temer (SP), do vice-preria, pelo menos é o que sinto to- sidente do PMDB, Elizeu Pado dia. Grande parte dos par- dilha, dos (ex-)governadores tidos não tem candidato à Pre- Jarbas Vasconcellos (PE), Joapara a reunião dos Embaixada da presidente da sidente da República e a ques- quim Roriz (DF), Luiz Henripresidentes do Venezuela. Assessores Venezuela, tão da verticalização diminuiu que (SC), do candidato a goMercosul. A Venezuela do governo Hugo Chávez, muito a quantidade de candi- vernador do Mato Grosso do é o novo integrante do venezuelano desembarca hoje, por datos", complementou, sem Sul pela legenda, André Pucbloco, que vive um informaram que Hugo volta de 12 horas, na comentar a presença dos de- cinelli, e temos obtido apoio momento de Chávez dará entrevista Base Aérea de Brasília. putados que apóiam Lula ou de diretórios importantes do turbulência, com à imprensa ainda na À tarde, ele terá um PMDB", comemorou. "Fui veoutro candidato. divergências entre base aérea, antes do encontro no Palácio do Alckmin preferiu dizer que reador, prefeito, deputado países como Argentina e encontro com Lula. Planalto com o a presença deles na reunião se estadual e federal pelo MDB, Uruguai. Lula também De Brasília, Hugo presidente Luiz Inácio mostrava como uma compro- o velho 'manda brasa', e pelo marcou presença na Chávez seguirá para Lula da Silva. A vação de que a administração PMDB". (AE) reunião do bloco. (AE) Córdoba, Argentina, informação é da

solicita a instauração de uma ação penal contra os dois oposicionistas por crime contra a honra. No documento, Berzoini diz que as declarações dos pefelistas atentam contra "a honra e a moral do Partido dos Trabalhadores e de todos os seus filiados" e classifica as acusações como um "ato de nítida conotação eleitoral". A notícia-crime se soma a uma petição semelhante apresentada pelo PT paulista contra o ex-prefeito de São Paulo, José Serra, sobre o mesmo tema. (AE)

CRISTOVAM PODE SER IMPUGNADO

Ministério Público Federal (MPF) pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que indefira o requerimento de registro de três candidaturas à Presidência da República: Cristovam Buarque, do PDT, Ana Maria Rangel, do PRP, e Rui Pimenta, do PCO – e dos seus três candidatos a vice, respectivamente senador Jefferson Péres (AM), Delma Gama e Pedro Paulo Pinheiro. O vice-procurador-geral eleitoral Francisco Xavier Pinheiro, que encaminhou o pedido ao TSE, explicou que, no caso da chapa formada pelo PDT, o pedido de registro não inclui a documentação necessária. "Não há, nos autos, as certidões criminais fornecidas pela Justiça Federal e estadual, com jurisdição no domicílio eleitoral de cada um dos candidatos", afirma o vice-procurador. Segundo ele, esses documentos são essenciais.

Em reunião com dezenas de parlamentares num restaurante de São Paulo para um café da manhã, ontem, o candidato tucano à presidência da República, Geraldo Alckmin, justificou a presença de diversos deputados da base aliada petista como efeito direto da verticalização branda adotada pelo TSE para a eleição de outubro. "A eleição é supraparditária", desconversou.

PESQUISA

DATAFOLHA: O 2º TURNO É POSSÍVEL.

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CHÁVEZ VISITA LULA HOJE

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quarta-feira, 19 de julho de 2006

Tr i b u t o s Nacional Finanças Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

PETROBRAS QUER SIMPLIFICAR DÍVIDA

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800

milhões de dólares é a arrecadação anual de CPMF com as operações dos exportadores.

MINISTRO MANTEGA CHEGOU A ANUNCIAR MEDIDAS PARA HOJE, MAS DEPOIS ADIOU PARA A PRÓXIMA SEMANA

ARRECADAÇÃO ATRASA PACOTE CAMBIAL Givaldo Barbosa/Agência O Globo – 3/7/06

que não quer perder recursos da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), que incide sobre os dólares que ingressam no País. Por isso, o governo quer cobrar a CPMF mesmo sobre a parcela dos dólares que não for internalizada pelos exportadores. Solução — O problema é que, estando no exterior, o dinheiro não é movimentado no Brasil e, por isso, não ocorre o chamado "fato gerador" da CPMF. Os técnicos da Receita Federal buscam uma solução que evite essa perda e que, ao mesmo tempo, não seja questionada na Justiça. "Essa tentativa está sendo feita. Não queremos ter perda de arrecadação", afirmou Mantega. "É justamente para isso que são pagos os técnicos. Para descobrir essas soluções." O ministro acrescentou que, se aceitasse abrir mão da CPMF, o problema estaria resolvido. Mas, insistiu, haveria risco para o equilíbrio das contas públicas. "Se a cada medida o governo abrir mão de arrecadação, daqui a pouco os cofres públicos estarão debilitados",

disse. Segundo Mantega, a arrecadação anual da CPMF sobre essas transações é entre US$ 700 milhões e US$ 800 milhões. O valor da perda dependerá do percentual de dólares que permanecerem no exterior. Estimativas técnicas apontam para uma perda de R$ 200 milhões. Esse, porém, é um ponto controverso. Equívoco – Defensor do pacote, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, disse considerar um "equívoco" falar em queda na arrecadação, porque as exportações estão crescendo e o governo já está arrecadando mais CPMF. Outro ponto polêmico do pacote, aparentemente, foi resolvido. Mantega descartou a possibilidade de as medidas serem aplicadas setorialmente ou por empresas. O governo pensou em fazer regras individualizadas, mas a idéia foi criticada pelos especialistas. Eles argumentaram que políticas cambiais diferentes por setor poderiam ser questionadas na Organização Mundial do Comércio (OMC). (AE)

Volatilidade afeta mercados

Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve ontem um pregão marcado por variações significativas de seu principal índice, o Ibovespa, que acabou fechando em alta de 0,76%, aos 35.130 pontos e com giro financeiro de R$ 1,695 bilhão. O mercado acionário brasileiro refletiu o desempenho das bolsas americanas, que inverteram a tendência da abertura e fecharam em alta. O dólar comercial, por sua vez, voltou a fechar em queda, ignorando novamente os esforços do Banco Central (BC) para conter a desvalorização da moeda americana. Ontem, apesar de novo leilão de compra por parte da autoridade monetária, o dólar recuou 0,59%, cotado a R$ 2,193.

Dados sobre a economia dos Estados Unidos, alta do preço do petróleo, resultados de empresas e os desdobramentos da crise militar no Oriente Médio marcaram o comportamento dos mercados globais ontem. As bolsas européias, por exemplo, fecharam sem mostrar uma tendência definida. O Índice de Preços ao Produtor (PPI) nos EUA, divulgado ontem, apurou alta de 0,5% em junho, no maior avanço em cerca de dois anos e meio. A inflação estrutural, no entanto, ficou dentro do esperado. Ontem também saiu a produção industrial americana de maio, que cresceu 0,8%, acima das expectativas (0,4%). Os dados podem reforçar preocupações de que a economia esteja crescendo mais do que o esperado.

De qualquer maneira, na avaliação do diretor-executivo da corretora NGO, Sidnei Moura Nehme, os indicadores americanos ainda não sinalizam claramente uma possível tendência para os juros. Copom — No cenário doméstico, o destaque foi a reunião de dois dias do Comitê de Política Monetária (Copom), que começou ontem e que definirá hoje a nova taxa básica de juros (Selic). Analistas dão como certa uma redução de 0,5 ponto percentual, com a Selic caindo dos atuais 15,25% para 14,75% ao ano. Assim, as atenções começam a voltar-se para o dia 27 deste mês, quando a ata do Copom poderá sinalizar para o mercado os rumos da política monetária do País. (AG)

CHINA

primeiro semestre, apesar das medidas adotadas pelo governo de Pequim para desacelerar a economia, o valor total do PIB atingiu 9,14 trilhões de yuans (US$ 1,15 trilhão), com uma alta de 10,9% em relação a igual período de 2005. As informações foram dadas ontem por Zheng Jingping, porta-voz da Agência Nacional de Estatísticas (ANE), o equivalente ao IBGE local.

A inflação em junho, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), foi de 1,5%, a mais alta do ano, mas manteve-se baixa no acumulado do semestre — 1,3%, inferior à taxa da primeira metade de 2005, contrariando a percepção dos moradores de Pequim de que o custo de vida sobe. Fala-se em alta de 50% nos preços da gasolina nos postos de combustíveis da capital do país. (AG)

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Economia cresceu 11,3% no 2º trimestre

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Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 11,3% no segundo trimestre deste ano, a maior taxa de crescimento da economia do país desde 1994. No acumulado do

Cooperativa de factoring

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ara conseguir empréstimos a juros mais baixos que a média do mercado, a Associação Brasileira de Factoring (Abfac) discute a viabilidade da criação de uma cooperativa de crédito com a participação de seus associados, os empresários do setor. As factorings são empresas comerciais especializadas em comprar recebíveis, como duplicatas e cheques pré-datados. Atuando por meio de uma cooperativa, elas conseguiriam vantagens restritas às instituições financeiras, como carga tributária menor. Para que o projeto saia do papel, no entanto, é preciso que ao menos 20 associados da entidade façam parte da cooperativa e que, juntos, eles somem, no mínimo, R$ 400 mil em capital inicial da operação.

Estas são duas das regras do Banco Central para que o projeto possa funcionar. "Nos empréstimos por cooperativas, os juros são menores porque o objetivo não é a obtenção de lucro. Além disso, o risco de inadimplência é menor", disse o presidente da Abfac, Antonio Carlos Donini. "O risco é moral, pois as pessoas que organizam a cooperativa se relacionam no dia-a-dia e um não vai querer prejudicar o outro deixando de pagar o que deve." Rendimentos — Os associados que depositarem dinheiro no fundo da cooperativa — de onde sairão os recursos para os empréstimos —lucram de acordo com os rendimentos do Certificado de Depósito Interbancário (CDI). Na hora de resgatar o investimento, o aplicador recebe o dinheiro em até

cinco vezes iguais, para não comprometer a cooperativa. Para quem toma os recursos, a taxa é um pouco superior ao retorno do fundo, de modo que seja possível a cobertura das despesas administrativas da cooperativa. Funcionários das factorings e parentes de primeiro grau dos empresários também podem participar, mas os clientes não. Toda a movimentação financeira da cooperativa das empresas de factoring estará livre de depósito compulsório e de tributos como Imposto de Operações Financeiras (IOF), PIS, Cofins e Imposto de Renda (IR). "Nosso objetivo é que os associados reflitam a respeito das possibilidades que uma cooperativa de crédito apresenta ao setor", disse Donini. Sonaira San Pedro

De acordo com o ministro da Fazenda, metodologia de estudo de investimentos do governo já é antiga

Mantega: "Não inflei dados"

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ministro da Fazenda, Guido Mantega, rebateu ontem as críticas de que o governo federal inflou os dados a respeito de investimentos públicos. De acordo com ele, não existe artificialismo nas informações fornecidas pelo Tesouro Nacional. "O estudo de investimentos elaborado pelo Tesouro está rigorosamente correto. Andaram falando um monte de bobagens por aí, disseram que tínhamos inflado os dados. Usamos exatamente a mesma metodologia, que é de 1964, com modificação feita em 1995", afirmou o ministro. Mantega ressaltou que o governo não mudou nenhum critério e que está seguindo exatamente as regras estabelecidas pelos governos anteriores. Ele insistiu, afirmando

O estudo de investimentos do Tesouro está correto. Andaram falando um monte de bobagens por aí. Guido Mantega, ministro da Fazenda que, se esses critérios possuem falhas, elas já existiam há muito tempo. "Se inflaram alguma coisa, inflaram em vários momentos, e não foi agora", afirmou. Quando os jornalistas perguntaram se o governo poderia mudar os critérios, respondeu: "Podemos fazer um estudo."

Má interpretação — Mantega afirmou várias vezes que é falsa a avaliação de que o governo manipulou os dados. Alguns críticos associaram a divulgação do balanço de investimentos à campanha do presidente Lula à reeleição. "É uma má interpretação e uma má vontade de quem fez essa avaliação", destacou. "A execução está rigorosamente dentro da lei. Se isso causa superestimativa dos números, talvez seja o caso de analisar se a metodologia que está em vigor há muito tempo é a melhor ou não", disse. "Podemos até vir a discutir isso e mudar a metodologia de forma explícita e clara. Mas eu não vou mudar as regras só porque tem gente dizendo que agora está inflado. Se está inflado agora, estava em 2001, em 2000." (AE)

Petrobras vai recomprar até US$ 1 bi de dívidas

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Petrobras anunciou ontem que pretende recomprar dívidas até o valor de R$ 1 bilhão. A operação de ajuste no endividamento da estatal deve ser feita por meio de uma oferta que se estenderá até 24 de julho. O gerente-executivo de Relação com Investidores da companhia, Raul Adalberto de Campos, informou que a Petrobras está tentando simplificar o perfil de sua dívida, principalmente com a recompra de cinco títulos de médio e longo prazos — papéis que têm vencimentos entre abril de 2008 e dezembro de 2018. "A administração da empresa não pode reduzir muito a dívida total com esse tipo de operação. Tem condições, no entanto, de simplificar o perfil do passivo, já que alguns desses títulos tinham garantias para riscos políticos e outras condições", destacou o diretor. Os títulos globais a serem recomprados pela Petrobras na operação anunciada ontem incluem uma emissão com vencimento em 1º de abril de 2008 e de outros papéis, com vencimento em 2 de julho de 2013 e 10 de dezembro de 2018. Os demais títulos que fazem parte da recompra têm dois vencimentos — 9 de maio de 2008 e 6 de julho de 2011. As ações preferenciais da Petrobras fecharam com alta de 0,44% no pregão de ontem da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), negociadas a R$ 42,49 por unidade. Os papéis ordinários subiram 0,84%, para R$ 47,60. (Reuters)

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DC

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ministro da Fazenda, Guido Mantega, tenta, mas não consegue, anunciar seu pacote de medidas na área cambial. Ontem pela manhã, ele disse que as medidas poderiam ser anunciadas hoje. Horas depois, no entanto, sua assessoria avisou que o pacote só será anunciado na semana que vem, pois ainda existem pontos a serem discutidos. É uma rotina que se repete desde o início de junho. O objetivo do governo é permitir que parte dos dólares recebidos pelos exportadores com a venda de seus produtos no exterior não precise ingressar no País. A legislação em vigor, que será alterada, os obriga a trazer os dólares obtidos — mecanismo conhecido como "cobertura cambial". A idéia é que parte desse dinheiro fique no exterior, facilitando a vida do exportador. Porém, o próprio Mantega admitiu que há dificuldades jurídicas para se fechar o pacote, principalmente por causa do risco de perda de receitas tributárias. O ministro frisou

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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quarta-feira, 19 de julho de 2006

É a Constituição que coloca criança e adolescente como prioridade Rogério Amato

Leonardo Rodrigues/Hype

SP: prefeitura e350 ONGs tiram crianças da rua

C Nas grandes avenidas, crianças apresentam-se com malabares durante o dia todo.

TRABALHO x INFÂNCIA Contra o cruzamento perigoso entre trabalho e infância — neste 16º aniversário do Estatuto da Criança e do Adolescente —, Poder Público e ONGs trabalham juntos. Em São Paulo, os primeiros resultados: caiu de 3 mil para 2,1 mil o número de menores nos cruzamentos. Paula Cunha

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Cruzamentos: beco sem saída para quem não estuda e trabalha para ajudar a família.

Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completou 16 anos de vida na semana passada e autoridades e organizações não governamentais que atuam na sua proteção destacam o seu valor para garantir a validade de suas ações e a necessidade de reafirmar que crianças e adolescentes têm que ser prioridade neste país. "O Estatuto é um adolescente que necessita c a r i n h o , e s t ímulo e atenção. Precisa ser entendido", destaca o Secretário Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social, Rogério Amato. Neste ano, ONGs e órgãos oficiais estão centrando suas atenções no combate ao trabalho infantil. Apenas na cidade de São Paulo, há, atualmente, 2,1 mil crianças trabalhando nos cruzamentos das suas principais avenidas. Este número já atingiu a marca de três mil há dois anos, mas as ações combinadas destes dois grupos estão contribuindo para transformar este quadro. Para Amato, os programas

de aprendizado são a solução para tirar as crianças e adolescentes do trabalho porque eles fornecem, simultaneamente, formação teórica e prática. "Muito já está se fazendo contra o trabalho infantil. A mídia já aborda constantemente o tema, o que contribuiu para diminuir o desconhecimento a respeito do assunto. Há programas nacionais como o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) que auxiliam nesta direção", explica. E acrescenta que "se lembrarmos de um barco afundando temos que ter em mente que a prioridade máxima tem que ser a seguinte: crianças e adolescentes primeiro. Eles são o nosso futuro". Desenvolvimento pessoal – Acreditando nesta máxima, o Instituto Rukha atua há um ano no combate ao trabalho infantil, desenvolvendo o potencial individual de crianças e adolescentes em parceria com ONGs que oferecem apoio às famílias e complementação escolar em bairros da capital paulista com dificuldades em oferecer estrutura adequada de vida a esta parcela da população. Sua diretora, Angela Dannemann, explica que a entidade elaborou um levantamento sobre a situação em torno de sua sede, no bairro de Pinheiros, na zona Oeste da capital paulista

e depois concentrou sua atua- a estimular os pais na particição nos bairros de Jardim Ân- pação das atividades com as gela, Capão Redondo e Jardim crianças assistidas. Hoje, a entidade atende 1,2 mil crianças e São Luís, na zona Sul. Em conseqüência da expan- adolescentes de 7 a 18 anos e são do campo de atuação, ela oferece, também, orientação ressalta que grupos diferentes para que os pais encontrem alt e r n a t if o r a m vas para a b o r d ac o m p l ed o s d umentar rante o sua renda p ro c e s s o com curde levansos e alfatamento betização de dados. e, assim, Além de retirar crianças e s e u s f ia d o l e sRogério Amato: se um barco lhos do centes, afunda, crianças e adolescentes tr abal ho também devem ser salvas primeiro. Elas são nas ruas. f o r a m o nosso futuro. Ela oferep e s qu i s ados os distribuidores de pan- ce 17 oficinas voltadas para a fletos, mas constatou-se que formação humana e para a geeles trabalham em condições ração de renda familiar. Para Dagmar, estas iniciatimelhores, já que recebem, além do pagamento, um auxí- vas estão surtindo efeito porque já pode observar uma mulio para alimentação. A partir daí, passaram a dança de atitude nas mães asatuar junto a ONGs que auxi- sistidas pela entidade, que já liam as famílias a manter seus entendem que as crianças prefilhos na escola. A Casa do Ze- cisam freqüentar a escola. "Já zinho, também instalada na p a s s a r a m p o r a q u i 1 0 m i l zona Sul da capital paulista, é crianças e sonhar possibilidauma delas. O lema "eu tenho des de uma vida melhor para direito a sonhar" resume o es- esta população é possível. pírito que guia a atuação da en- Transformar o ser humano é a tidade. A diretora Dagmar filosofia de vidaque adotamos Garrux ressalta que a parceria e o nosso espelho é sempre o com o Instituto Rukha ajudou outro", conclui.

om o lema "Dê mais que esmolas, dê futuro", a prefeitura de São Paulo está reforçando suas ações para combater o trabalho infantil. Atualmente, ela mantém convênio com 350 ONGs para colocar em prática a jornada ampliada, que oferece atividades educacionais, culturais e esportivas para as crianças da rede pública de ensino. O secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro, explica que existe um convênio firmado entre a secretaria e estas entidades para colocar em prática estas atividades. Ao mesmo tempo, as famílias são cadastradas nos programas de complementação de renda, o que as auxilia a manter as crianças na escola e nos programas educativos da prefeitura. "Priorizamos as famílias e elas são monitoradas durante a sua permanência nos programas de transferência de renda. Para participar deles, os pais precisam manter os filhos na escola e comprovar a freqüência às aulas", explica. Todas estas ações fazem parte do programa municipal "São Paulo Protege", que atua no combate ao trabalho infantil na capital paulista. Ele aceita doações que são encaminhadas às ONGs que têm seus projetos aprovados pelo Conselho Municipal de Defesa da Criança e do Adolescente (CMDCA), precisam ser cadastradas no Conselho Municipal de Assistência Social (Comas) e passam por um processo de audiência pública para atuar junto às famílias e às crianças. Além disso, é necessário que as famílias participem do programa Ação Família Viva em Comunidade, que garante a sua participação nos projetos de transferência de renda. (PC)

Paulo Pampolin/hype

Pesaro: prioridade para famílias

Paulo Pampolin/Hype

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s a l t o s p re ç o s d e qualquer procedimento odontológico no Brasil tornam o tratamento inacessível à população de baixa renda. Por isso, as iniciativas neste sentido têm sido encampadas pelas autoridades. Foi lançado, na terça-feira, um termo de cooperação entre a Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas (APCD) e a Secretaria Municipal de Assistência Social que atenderá os Centros de Referência da

Acordo assinado pelo prefeito Gilberto Kassab (à esquerda): menores de abrigos e moradores de rua terão tratamento sem custo.

Tratamento odontológico gratuito Criança e do Adolescente (Crecas) e também os abrigos municipais. Durante a cerimônia de assinatura do convênio, que terá duração de um ano a partir de 1º de agosto, foram divulgadas

as metas de atendimento. Uma unidade móvel percorrerá os Crecas, as casas de acolhida e os abrigos e oferecerá tratamento semanal individualizado a crianças e adolescentes, com limite de 16 atendimentos

semanais. Ao mesmo tempo, outros 16 menores também receberão tratamento na sede da APCD, localizada no bairro de Santana, na capital paulista. Serão prioritários os casos de obtura-

ções e aplicação de flúor. Com pré-agendamento, mais 16 crianças e jovens serão atendidos semanalmente para passar por obturações, extrações, profilaxia e aplicação de flúor. No campo da prevenção, ha-

verá palestras de orientação sobre cuidados básicos, como escovação diária, para o mesmo público. Elas serão ministradas na sede da entidade para 20 crianças e jovens mensalmente. Assinaram o convênio o prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, o secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro, e Sílvio Jorge Ceccheto, presidente da APCD. (PC)


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CPMI Planalto Eleições Congresso

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 19 de julho de 2006

Não se pode separar o senador (Eduardo Suplicy) do PT. Zulaiê Cobra Ribeiro (PSDB-SP)

O DIA DOS CANDIDATOS NA BUSCA PELOS ELEITORES

Epitácio Pessoa/AE

SERRA PROMETE GUERRA FISCAL

Eymar Mascaro

Jogo de xadrez

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candidato ao governo de São Paulo pelo PSDB, José Serra, defendeu ontem que o governo deve intervir com incentivos regionais e setoriais e criar uma agência de fomento que ajude a buscar recursos no BNDES para o desenvolvimento. "A estratégia geral é de enfrentamento à guerra fiscal. Cada caso é um caso e o governo passado fez bastante nessa direção", afirmou Serra, após caminhada em Tatuí (SP). O candidato usou como exemplo a indústria do frango, após visita a Sorocaba, onde foi a um abatedouro do Grupo Céu Azul. "A indústria do frango estava desaparecendo por causa da guerra fiscal. O governo zerou a alíquota e manteve as indústrias de frango", disse, ao ressaltar avanços na área. Serra ainda prometeu dar incentivos, dentro do Estado, por regiões, dando como exemplo a cidade de Franco da Rocha, onde o Estado é proprietário de uma fazenda e a indústria moveleira local passa por dificuldades. (AE)

PT elaborou uma programação especial para Lula cumprir no Sul e Sudeste do País, na tentativa de evitar que Geraldo Alckmin consolide sua posição nessas regiões. A informação que o PT recebe é que Alckmin está avançando em importantes redutos eleitorais. Os petistas acham que Lula não deve se preocupar apenas em consolidar sua liderança no Nordeste. Lula foi advertido de que não deve abandonar a campanha em outras localidades. Alckmin está reduzindo a diferença que o separa de Lula investindo no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Para Lula, será difícil sustentar a liderança nas pesquisas se Alckmin continuar crescendo. O medo do petista é que a senadora Heloísa Helena (PSol) também cresça e leve a eleição para o 2º turno. Os tucanos estão convencidos de que Lula teme enfrentar Alckmin no 2º turno.

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VOTE EM MIM E NÃO SE PREOCUPE – O candidato ao governo do Estado, José Serra, desfila nas ruas de Sorocaba ( SP) ao lado de um sósia do cantor Falcão. Não faltaram piadinhas em torno do repertório brega: "I'm not dog no", "Vida de corno", "Vote em mim e não se preocupe", "A mala" e "A mulher é um gênero humano". Vidal Cavalcanti/AE

MERCADANTE EM ATO FALHO

O

candidato do PT ao governo do Estado, senador Aloizio Mercadante, classificou como "graves" as declarações de José Serra (PSDB), que amenizou as críticas sobre suspeita de ligação entre PT e PCC. "Ele (Serra) disse que fez isso para que o PT não tivesse benefícios eleitorais, o que do meu ponto de vista é inconcebível, só agrava a situação", disse, antes de fazer caminhada em Santana, zona norte da capital. Mas, durante a caminhada, Mercadante entrou em contradição. "No Estado inteiro eu só ouço essa insegurança da sociedade com a violência e ainda querem fazer um acordo para não discutir a violência", disse. Ao ser questionado sobre tal acordo, ele voltou a negar que houve um. "Que acordo? Acordo que a imprensa publicou", disse. (AE)

PÂNICO As últimas pesquisas constataram que Alckmin está na frente de Lula, por exemplo, no Rio Grande do Sul. Houve princípio de pânico entre petistas gaúchos. Os petistas acham que o partido vacilou em deixar o candidato tucano avançar muito no Sul.

TEMOR Mercadante durante caminhada pelas ruas de Santana, na zona Norte da capital.

Paulo Pinto/AE

QUÉRCIA CONSTRANGE O PT

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Quércia durante visita a cidade de Diadema (SP), maior reduto petista do ABCD.

ZULAIÊ: CICLO DE SUPLICY ACABOU. A

deputada federal Zulaiê Cobra Ribeiro (PSDB) afirmou ontem que terá presença ativa na campanha do candidato a senador Guilherme Afif Domingos (PFL), presidente licenciado da Associação Comercial de São Paulo. A tucana é a primeira suplente do candidato ao Senado pela coligação PFLPSDB -PTB-PPS. Para Zulaiê, o ciclo do senador Eduardo Suplicy (PT), que disputa o terceiro mandato, está encerrado. Em sua avaliação, a crise política do mensalão, que derrubou as principais lideranças petistas, é um dos motivos para que ele não seja reeleito. "Não se pode separar o senador do PT", argumentou ela. Advogada e parlamentar experiente, a tucana foi a primeira mulher conselheira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), foi relatora da reforma do Judiciário (sancionada por Lula) e

PREOCUPAÇÃO Os Estados do Sul (Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul) somam 19 milhões de votos: é nesta região que Alckmin está investindo nos últimos tempos. O tucano já atraiu o apoio do PMDB catarinense e agora corre atrás do apoio de peemedebistas nos outros dois Estados.

m campanha em Diadema, maior reduto petista no ABCD, o candidato ao governo de São Paulo pelo PMDB, Orestes Quércia, visitou a prefeitura, posou para fotos ao lado do prefeito Joel Fonseca Costa (PT) e deixou o petista numa saia-justa. "Viemos aqui ver se dividimos um pouco os votos do PT com o Quércia", disse o candidato, rindo, ao sair do gabinete do prefeito. Terceiro colocado nas pesquisas, Quércia disputa com o candidato do PT, Aloizio Mercadante, uma vaga num eventual 2º turno. Em Diadema, o PMDB faz parte da base de sustentação do governo. Quércia disse que "foi uma visita formal". O prefeito alegou ter simpatia pelos candidatos progressistas. "E eu sou progressista", explicou. Mercadante ainda não visitou Diadema. (AE)

SOCIALISMO Heloísa Helena (AL), candidata do PSol à Presidência, disse que aprendeu socialismo na Bíblia

Ó RBITA

Não é somente o Sul que preocupa o PT. O partido não quer deixar Alckmin avançar no Sudeste. Em São Paulo (26 milhões de votos) Alckmin também consolida sua liderança, o que não acontece no Rio (11 milhões de eleitores) e em Minas (13 milhões).

CORRIDA Em Minas, Alckmin espera reverter a situação fazendo campanha ao lado do governador Aécio Neves e com o apoio do ex-presidente Itamar Franco. Os tucanos querem transformar a adesão de Itamar num ato político de grande repercussão em toda a região.

Marcos Fernandes/LUZ

Zulaiê, suplemente do candidato ao Senado, Afif Domingos.

presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. A deputada apresentou projetos nas áreas de segurança e dos direitos da mulher. "Estou unida à campanha de Afif, político e empresário com credibilidade comprovadas. Vamos apresentar as nossas propostas e fazer um debate sério com a população", declarou Zulaiê. Sergio Kapustan

A

cirurgia a que se submeteu ontem o vice-presidente José Alencar não deve prejudicar sua capacidade de conduzir normalmente a campanha eleitoral deste ano. A avaliação foi feita pelo médico da família, Manoel Cataldo, que conversou rapidamente com a imprensa após deixar o Hospital SírioLibanês, onde o vice-presidente está internado. A previsão é de que Alencar consiga se recuperar rapidamente. "Esperamos que ele esteja em sua plena capacidade de saúde dentro de dez a 14 dias", afirmou o médico. (AE)

ESTATIZAÇÃO

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erca de 300 manifestantes ligados à CUT pediram ontem, em frente ao Palácio do Planalto, a estatização de três fábricas de plásticos, duas de Santa Catarina e uma de São Paulo, que estão sob controle de funcionários. As empresas têm uma dívida de R$ 800 milhões, a maior com o INSS. (AE)

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TIMBÓ

general Peter Jan Schoomaker, chefe do Estado-Maior do Exército dos EUA, desembarcou ontem em Manaus para conhecer a organização e atuação do Exército Brasileiro na Operaç;ão Timbó, uma ação conjunta das Forças Armadas brasileiras na defesa da soberania do país na Amazônia. (AE)

BAIANOS Na Bahia, ocorre um caso curioso: Lula está vencendo Alckmin nas pesquisas, apesar da liderança do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL) na região. Em compensação, o candidato do PT a governador, Jacques Wagner, perde para o governador Paulo Souto (PFL), candidato à reeleição.

IMPORTÂNCIA A Bahia tem significativa importância por ser o Estado do Nordeste com maior número de eleitores: mais de nove milhões. Por isso, ACM quer intensificar a campanha no Estado, mas com Alckmin desfilando ao lado do governador Paulo Souto.

IMBRÓGLIO A campanha do PSDB está se enrolando no Ceará (mais de cinco milhões de votos). Os tucanos estão incomodados com a dobradinha que nasceu no Estado: Lu-Lu. Isto é, o governador Lúcio Alcântara (PSDB) estaria fazendo campanha da reeleição com Lula para presidente.

GLOBO

OCUPAÇÃO Trabalhadores ligados à CPT ocuparam ontem a sede do Incra, no Recife (PE)

ALENCAR SE RECUPERA EM 14 DIAS

com 33 milhões de votos. O PSDB está fazendo campanha na região com os senadores Sérgio Guerra e Tasso Jereissati e, ainda, com o vice, José Jorge, que é pernambucano.

NO RIO A exemplo de Minas, os tucanos querem reverter a situação de Alckmin também no Rio de Janeiro. Lula tem vencido as últimas eleições no Estado. O tucano admite que vai crescer no Rio, apesar do desentendimento entre o PSDB e o prefeito César Maia (PFL).

NORDESTE No princípio, Lula estava disposto a concentrar sua campanha no Nordeste, região em que leva boa vantagem sobre Alckmin. Agora acaba de ser alertado de que Alckmin avança em outras regiões, especialmente no Sul e Sudeste. E o PT decidiu reagir.

VOTOS O Nordeste é o 2º maior colégio eleitoral do País,

Lula não vai fugir apenas dos debates com Alckmin na televisão: por sugestão do comando de sua campanha o presidente deve evitar as entrevistas. Com exceção para os jornais da TV Globo, como Jornal Nacional, Jornal da Globo e Bom dia Brasil.

MEDIÇÃO O PT e também o PSDB insistem em medir a extensão do prejuízo ocasionado a seus candidatos pelas ações criminosas do PCC. O PT, por exemplo, contratou uma pesquisa do Vox Populi para conhecer até que ponto o eleitor responsabiliza o governo federal pelos atos terroristas.

COMITÊ O Comitê Central da campanha de Alckmin será inaugurado hoje em Brasília. O imóvel tem cerca de dois mil metros quadrados e não custará um real aos cofres do partido: foi cedido pelo proprietário, senador Paulo Octávio (PFL-DF).


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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 19 de julho de 2006

Padarias começam a diversificar oferta de pães, que hoje não passam de 100 tipos no País.

LEILÃO DA VARIG SERÁ AMANHÃ

OFERTA DE COMPRA NÃO ATENDERIA AO ESTATUTO DA COMPANHIA, MAS VENDA NÃO ESTÁ DESCARTADA

PERDIGÃO REJEITA PROPOSTA DA SADIA

O

presidente da Perdigão, Nildemar Secches, declarou ontem que a oferta de compra apresentada pela Sadia é inválida e foi recusada pelos principais acionistas da companhia, detentores de 55,38% do capital. Segundo Secches, a oferta da Sadia se baseia em uma interpretação equivocada do artigo 37 do Estatuto da Perdigão. Ele disse que a rival pode recorrer à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para contestar a interpretação do estatuto, mas ainda assim esbarraria no interesse dos acionistas. Conforme o estatuto, o acionista que atingir participação de 5% no capital deve informar ao mercado sua participação. A partir desse ponto, deve di-

Fotos: Newton Santos/Hype

vulgar ao mercado cada percentual acrescido na sua fatia. Somente ao chegar a 20% de participação, será aplicado o artigo 37 do estatuto. Esse artigo obriga o detentor dos 20% a fazer uma oferta pública pelos 80% restantes a um preço 35% acima da cotação média dos 30 pregões anteriores ou do preço vigente na última emissão de ações da Perdigão ou, ainda, no valor econômico da companhia, o que for maior. Nesse processo, um concorrente como a Sadia seria notado comprando participações na Perdigão, o que inflaria o preço antes da oferta pública. "Essa é a proteção ao acionista", disse Secches. De acordo o presidente da empresa, a Perdigão não tem informação de que a Sadia te-

nha ações de sua emissão e graças às regras do estatuto é possível afirmar que não tem 5%. Fundos – O executivo afirmou que ainda que tenham rechaçado em bloco a proposta da Sadia, os principais acionistas da Perdigão são independentes e podem negociar suas participações sem consulta aos demais. O maior acionista individual é a Previ (Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil) com 15,67% do capital da empresa. Em nota, a Sadia considerou equivocada a recusa da Perdigão. Segundo a companhia, a CVM não havia encontrado obstáculos à operação até o momento. "Consideramos que nossa oferta está em perfeita consonância com o mercado de capitais." (Agências) Uma padaria com equipamentos de alta tecnologia é um dos destaques da Fispal 2006

Varig: Justiça anula votos da GE

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Justiça anulou ontem os votos dados pelo grupo General Electric (GE) na assembléia de credores realizada na última segunda-feira, que foram contrários às mudanças no plano de recuperação da companhia aérea, que permitiria que a oferta de US$ 500 milhões feita pela VarigLog fosse levada a leilão. A oferta foi mantida, mas a data de realização foi transferida de hoje para amanhã, às 10 horas, na sede da Varig. O juiz da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, Luiz Ro-

berto Ayoub, explicou que os votos foram impugnados porque, "quando as empresas da GE votaram, já haviam cedidos seus créditos, portanto não eram mais credores da Varig". O pedido de impugnação foi feito pela Varig, Sindicato Nacional dos Aeronautas, de Aeroviários de Guarulhos, Porto Alegre e Pernambuco, além da VarigLog. A Justiça informou que a petição argumenta que "há fortes indícios de práticas ilícitas pela GE". Ayoub explicou ainda que houve aprovação de mais de

90% dos credores em relação à nova proposta da VarigLog. Segundo o juiz, os números mostram que 100% dos integrantes da classe 1 (trabalhadores) votaram a favor de mudanças. Da classe 2, que tem o fundo de pensão Aerus como principal credor, houve aprovação de 94,2%. Já na classe 3, a aprovação foi de 81,2%. A maior parte dos votos contra o plano de compra da VarigLog vieram dos créditos que pertenciam a 17 companhias de aluguel de aviões (leasing) do grupo GE. (AE)

Luiz Farias: padarias inovam

Rodrigo Figueiredo, da Saggio, participa da feira pelo Sebrae-SP

Fispal é vitrine de alimentos

A

s padarias brasileiras têm despertado a curiosidade de empreendedores estrangeiros em razão das novas tecnologias que vêm sendo incorporadas ao negócio ao longo dos últimos cinco anos. É o que observa o chef Luiz Farias, responsável pela Padaria Show, montada na Fispal Food Service 2006, onde se pode conhecer, até amanhã, as novidades das indústrias, operadores e distribuidores dedicados à alimentação fora do lar. As padarias, em torno de 55 mil no País, são uma fatia importante desse mercado, formado, ao todo, por aproximadamente um milhão de estabelecimentos, entre bares, restaurantes e congêneres. Em 2005, eles compraram R$ 38,1 bilhão da indústria, entre alimentos e bebidas, o equivalente a um faturamento 11,9% superior em relação às vendas para o mesmo segmento no ano anterior. Em números médios, o mercado de food service (alimentação fora de casa) cresce 12,5% ao ano desde 1995, bem acima dos 8,1%, relativos às vendas

da indústria para o varejo alimentício, associado aos supermercados. O potencial de negócios é imenso. Estima-se que 24% dos gastos dos brasileiros com alimentação estão voltados ao food service. Por conta desse potencial, a feira é uma vitrine importante para quem vende soluções e também para aqueles que buscam novidades que facilitem a produção diária de refeições. Tendências – A Fispal também funciona como uma vitrine de conceitos. A Padaria Show é um exemplo disso. O chefe Luiz Farias, gerente nacional de serviços e atendimento da Unilever, patrocinadora do espaço, explica que ali estão concentradas as tendências mais modernas e que têm despertado a curiosidade de estrangeiros em visita à feira. Para Farias, a padaria de hoje tornou-se um espaço para alimentação, que já representa de 40% a 50% do faturamento desse tipo de estabelecimento. "Atualmente, não se abre mais uma padaria sem um restaurante", disse o especialista. E isso significa oferecer uma linha de pães diversificada e

com valor agregado. Ele lembra que o Brasil tem de 80 a 100 tipos de pães, ante cerca de mil existentes na Alemanha. A Fispal também é palco para novidades que indicam tendências. É o caso de temperos sem conservantes e gorduras apresentados pela Nestlé. O gerente-executivo da Unidade de Negócios Food Service da empresa, Caio Gouvea, disse que a linha "Chef", de molhos, em formatos menores, também tem sido procurada por consumidores domésticos. Peq uenos – Mas não é só "gente grande" que apresenta lançamentos na feira. Beneficiadas por parceria com o Sebrae -SP, 29 empresas de pequeno e médio portes também expõem na Fispal seus produtos e serviços destinados ao food service. A Saggio, por exemplo, apresenta suas pastilhas de cappuccino e café, que se incorporam ao mix de sachês que a empresa já fabrica, explica Rodrigo Figueiredo, diretor comercial. A feira é realizada no Pavilhão de Exposições do Anhembi, das 13 horas às 21 horas. Fátima Lourenço

Rodeio de Barretos gera R$ 120 mi

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51ª Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, que será realizada de 17 a 27 de agosto, terá como lema "100% bons tratos aos animais". O objetivo é qualificar "ainda mais" o rodeio e aumentar os cuidados com os animais, afirmou Marcos Abud Wohnrath, presidente do clube "Os Independentes", entidade que promove a festa. O respeito aos animais e a preocupação com a imagem são justificadas pelo retorno do evento. Segundo o diretor de rodeio do grupo, Emílio Carlos dos Santos, serão gastos R$ 15 milhões e a arrecadação "passará" de R$ 120 milhões na região em torno da cidade de Barretos. Com comunicação serão gastos R$ 3,5 milhões, sem contar as inserções na Re-

Paulo Pampolin/Hype

Wohnrath e a rainha dos peões

de Globo. "Mas nossa maior mídia ainda é a propaganda boca-a-boca", reforçou Santos. Várias iniciativas já foram implementadas e R$ 2 milhões foram gastos na pousada dos

tropeiros e peões e nos currais para aproximadamente 700 animais, que "ficarão na sombra", segundo Wonhrath. A Brahma será a cerveja oficial do evento. Para a ocasião, a marca produziu uma lata diferenciada, com alusão ao rodeio. Já o CompreBem patrocina a festa pela segunda vez. A rede investiu R$ 150 mil na loja do Parque do Peão. Outra empresa que apostou na festa é a Cachaça 51. A marca gastou cerca de R$ 2 milhões para se tornar uma das patrocinadoras oficiais da festa. Curso – Outra novidade é a implantação do curso Técnico em Gestão com Ênfase em Rodeio, uma iniciativa do clube "Os Independentes" e a Fundação Educacional de Barretos. Kety Shapazian


Logo Logo 19 DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO No México não há fraude eleitoral, nunca. Pedro Armestre/AFP

www.dcomercio.com.br/logo/

Do presidente do México, Vicente Fox, sobre as recentes eleições presidenciais no país em que o candidato que recebia seu apoio, Felipe Calderón, foi eleito. A oposição acusa Calderón de fraude.

quarta-feira, 19 de julho de 2006

JULHO Recolhimento de ICMS, Simples, IPI e Previdência Social (INSS) Paes

T EATRO T SUNAMI

Morre Raul Cortez

Comoção na busca de desaparecidos lado da esposa, revirava os escombros deixados pelo tsunami. A área afetada pela catástrofe natural de ontem foi poupada do devastador tsunami de dezembro de 2004. Muitos moradores disseram não ter sentido o terremoto de 7,7 graus de magnitude que desencadeou o tsunami e enviou uma parede de água de dois metros de altura na direção da ilha de Java. Muitas pessoas, porém, perceberam o perigo quando viram o mar recuar. Elas fugiram para áreas mais altas gritando "tsunami". Cerca de meia hora depois, a onda gigante invadiu a ilha por cerca de 300 metros.

C URIOSIDADE

Terra, fora de órbita por um dia Uma inusitada idéia tem sido divulgada: se 600 milhões de pessoas do hemisfério ocidental pularem ao mesmo tempo (às 8h39 de amanha, horário de Brasília) a Terra ampliará sua órbita. A idéia, batizada de Dia Mundial do Pulo, começou a correr o mundo em 2005, pela internet, e 598 milhões de voluntários já se cadastraram virtualmente como "puladores com hora marcada". Segundo essa idéia, se a órbita da Terra for ampliada com esse "ato de boa vontade em massa", o aquecimento global será

freado. A ciência, porém, joga um balde de água fria nessas boas intenções. "É um absurdo", diz João Zanetic, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP). De acordo com ele, só uma força externa pode alterar a trajetória de um corpo. O pulo não é externo porque as pessoas fazem parte da massa da Terra. Mesmo assim, a idéia é popular: "Se não der certo, pelo menos aproveito para pagar minhas promessas para São Longuinho", dizem alguns voluntários.

Ator estava internado devido a complicações relacionadas a um câncer

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ator Raul Cortez, de 73 anos, morreu ontem, às 20h15, em função de complicações relacionadas a um câncer no pâncreas. Cortez estava internado no Hospital Sírio-Libanês desde o dia 30 de junho. O corpo vai ser velado hoje no Teatro Municipal de São Paulo, a partir das 7h. Depois, o corpo será cremado, segundo desejo do ator, no crematório da Vila Alpina, localizado na zona leste. Raul Cortez teve um tumor diagnosticado entre o intestino delgado e o pâncreas em 2004, durante as gravações da novela Senhora do Destino, da Rede Globo, em que ele interpretava o Barão de Bonsucesso. Em dezembro, foi operado para a retirada do tumor e afastou-se das gravações, submetendo-se à quimioterapia. O ator – que era considerado um dos mais talentosos do teatro brasileiro e muito popular na TV – deixa duas filhas, Ligia, que teve com Célia Helena, e Maria, com Tânia Caldas, e duas netas, Vitória e Clara, filhas de Ligia.

Paulo Pampolin/Digna Imagem

Pais desesperados procuravam ontem pelos filhos desaparecidos ao mesmo tempo em que soldados reviravam os escombros de casas derrubadas pelo segundo tsunami a atingir a Indonésia em menos de dois anos. Autoridades locais confirmaram a morte de pelo menos 341 pessoas e informaram que há mais de 600 feridos. Em Pangandaran, o corpo de uma mulher jazia na areia de uma praia popular entre a população local e turistas estrangeiros. "Não me importo por ter perdido minha propriedade, mas Deus, por favor, devolva meu filho", pedia Basril, um moradores Pangandaran que, ao

Recorde do templo: 50 anos em obras

O papa Bento 16 está escrevendo um livro sobre Jesus Cristo enquanto passa férias nos Alpes italianos, noticiou ontem o jornal romano La Repubblica. A publicação não divulgou o nome do novo livro nem quando será publicado. No Vaticano, ninguém quis comentar a reportagem. Estudioso da teologia, o papa tem publicado livros desde quando era professor na Alemanha. Durante as férias, Bento 16 costuma tocar músicas clássicas no piano e fazer passeios pelas montanhas.

É um recorde difícil de ser quebrado: a Igreja de São Bento, em Araraquara, a 275 km de São Paulo, está em obras há meio século e continua inacabada. A construção foi iniciada em 1956 e ainda falta erguer uma torre lateral e revestir com reboco toda a parte externa. As dimensões do templo de porte monumental, com 64 metros de altura, não justificam a demora. Mas o pároco Oswaldo Baldan reconhece que o projeto foi superdimensionado. "Pensou-se numa catedral, pois havia chance de Araraquara sediar uma diocese."

O primeiro hotel sete estrelas da Europa deve ser inaugurado em Milão no fim do ano, anunciaram ontem os empreendedores. O Town House Galleria, na sofisticada Galleria Vittoria Emanuele, um centro de compras situado entre o teatro lírico La Scala e a catedral de Milão, terá cerca de 30 suítes e um exército de mordomos, motoristas e babás. O empreendimento é de propriedade do grupo italiano Town House, que não divulgou o valor da diária. O o hotel será o segundo do mundo na categoria sete estrelas, ao lado da torre em forma de vela do Burj Al Arab, em Dubai.

Yonathan Weitzman/Reuters

M ÚSICA

Beatles com tarantella L

NOIVA EM FUGA - Momentos depois da explosão de foguetes do Hezbollah na cidade de Haifa, no norte israelense, um casal recém-casado israelense sai às ruas. Haifa é o principal alvo do Hezbollah em Israel pela proximidade da fronteira entre os dois países. I RAQUE

R

Exposição de pinturas de Simon Abuhab, tendo como foco o cotidiano tradicional judaico (foto). Galeria do Centro da Cultura Judaica. Rua Oscar Freire, 2500. Telefone: 3065-4344. Das 10h às 18h. Entrada franca.

Arquitetura para leigos

Esse aparelho é um "must" para os amantes da natureza. Basta inserir um cartão e apertar o botão correspondente à imagem do pássaro para ouvir seu canto. Cada cartão vem com 10 trinados diferentes. Infelizmente, só identifica aves da América do Norte. US$ 34,95 no site da Wind & Weather. Outdoor_Living___Bird_Habitat

A legislação que regula as atividades de engenharia e arquitetura no País é apenas um dos itens do conteúdo do site do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. O site também dá acesso aos conselhos regionais, onde é possível consultar registros de profissionais, obter certidões e formulários, buscar emprego, além de notícias e informações atualizadas sobre cursos e deliberações nessas áreas. O site tem serviços para profissionais e para consumidores.

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www.crea.org.br

www.windandweather.com/store/

Segundo o informe, "assassinatos, seqüestros e tortura continuam sendo freqüentes" e profissionais das áreas de educação e saúde e integrantes do Judiciário são os mais visados. A maioria das vítimas morreu em Bagdá. Do total, 244 eram mulheres e 71 crianças. Desde 2003, o Ministério da Saúde já registrou 50 mil mortes por violência, mas admite que o número real "provavelmente é maior". Só nos ataques a comunidades xiitas desde domingo, o número de mortos chega a 150. Ontem, a explosão suicida de um carro-bomba em um mercado na cidade de Kufa, ao sul de Bagdá, deixou 59 mortos e 92 feridos. Na segunda-feira, um ataque em Mahmudiya deixou número mais de 50 mortos. Logo depois da explosão,

as pessoas presentes entraram em conflito com a polícia, exigindo mais segurança. A multidão atacou os policiais com pedras, aos gritos de "traidores" e "agentes americanos", e pedindo que as milícias leais ao clérigo radical xiita Moqtada al-Sadr assumissem a segurança. O Partido Islâmico Iraquiano, principal legenda sunita do país, pediu ontem uma conferência dos os líderes religiosos e políticos para acabar com os ataques sectários e impedir que o Iraque chegue à guerra civil. "Há uma horrível escalada de violência e reação à violência", declarou em nota. "O Partido Islâmico Iraquiano denuncia os massacres em Mahmoudiya e Kufa e apela aos iraquianos para que recuperem o bom senso em vez de cair no abismo". (AE)

O maestro e compositor italiano Lilli Greco foi destaque ontem da imprensa italiana com uma teoria polêmica. Segundo ele, a música Yesterday, um dos maiores sucessos dos Beatles, é uma variação de uma canção napolitana do século 19: Piccere Che Vene a Diceré. O maestro diz que conheceu Brian Epstein, empresário da banda, e que ele teria afirmado que John Lennon e Paul McCartney conheceriam melodias do mundo todo, e tinha especial interesse nas canções napolitanas.

L OTERIAS Concurso 471 da DUPLA SENA Primeiro Sorteio 08

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Segundo Sorteio

A TÉ LOGO

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Fauna brasileira terá dicionário com 38 mil verbetes preparado pelo Museu Nacional Tribunal de Justiça descobre em cartório fraude da criação de superlatifúndio no Pará

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Senado dos EUA aprova financiamento a pesquisas com células-tronco. Bush quer vetar

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Concurso 1627 da QUINA 06

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Identificador de pássaros

elatório divulgado ontem pela Organização das Nações Unidas (ONU) informa que os conflitos no Iraque deixaram 5.818 civis mortos e 5.672 feridos em maio e junho. O número de pessoas que tiveram de abandonar suas casas pela violência é estimado em 150 mil. Com o balanço de maio e junho, já são 14.338 os civis mortos no primeiro semestre e a tendência é de esse número aumente. "Apesar de elogiar as recentes medidas positivas para promover a reconciliação nacional, o relatório alerta para o crescente número de vítimas civis, mortas ou feridas em ataques indiscriminados de terroristas e insurgentes, milícias e grupos criminosos", apontou a missão de assistência da ONU para o Iraque, em nota.

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F AVORITOS

Bagdá no abismo

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G @DGET DU JOUR

O jornal francês Le Monde destacou ontem a controvérsia em torno da decisão do Ministério Público britânico de não culpar individualmente nenhum policial pela morte do brasileiro Jean Charles de Menezes. Como ninguém foi culpado, a Polícia em conjunto será responsabilizada. Para o jornal, que relatou na reportagem a história de Jean Charles na Inglaterra e o sofrimento da família que mora no Brasil, há um certo descaso no ar com a "morte de um inocente". Jean Charles foi morto em julho do ano passado no metrô de Londres, quando policiais britânicos o confundiram com um terrorista. Foram disparados oito tiros contra ele.

Milão terá hotel sete estrelas

C A R T A Z

VISUAIS

E M

A morte de um inocente

H OTELARIA

R ELIGIÃO

Papa trabalha em novo livro

B RAZIL COM Z

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 19 de julho de 2006

Indicadores Econômicos

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5,01

por cento é a variação do Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo, no acumulado do ano.

18/07/06

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 14/07/2006 14/07/2006 14/07/2006 14/07/2006 14/07/2006

P.L. do Fundo 6.492.410,55 1.394.551,87 6.955.476,16 9.312.427,32 1.070.289,50

Valor da Cota Subordinada 1.129,060342 1.045,538894 1.108,221087 1.087,635321 1.039,754737

% rent.-mês 1,1244 0,5480 2,1845 1,6477 0,9139

% ano 15,5674 4,5539 10,8221 8,7635 3,9755

Valor da Cota Sênior 0 1.056,348807 1.066,729629 0 0

% rent. - mês 0,5670 0,6177 -

% ano 5,6349 6,6730 -

rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 19 de julho de 2006

DOISPONTOS -77

D

PCC, o retorno!

S

ão Paulo vive novamente sob o ostensivo comando do crime. Digo ostensivo porque este está no comando há muito, apenas mantinha-se discreto, enquanto seus alicerces eram reforçados com a “fraterna” ajuda de movimentos e ONGs de direitos humanos, criando uma distinção de classes ao feitio da esquerda: humanos com direitos e humanos só com obrigações, e a obsequiosa conivência do Estado. A tolerância da esquerda - e aí ponha-se todo mundo no mesmo balaio: tucanos, petistas comunistas, socialistas e quejandos, aliados na utilização financeira do crime para dar suporte a projetos políticos - fez com que a partir dessa simbiose houvesse o agigantamento da estrutura criminal, formando imensa rede. Dinheiro e poder percorrem os dutos dessa imensa rede, que se alastra e contamina as entranhas de estados e governos.

Márcio Fernandes/AE

se entre o péssimo e o horrível, a não ser par a a e s q u e rd a , q u e tem esse brodo como o ideal para cozer o seu capeletti. Se restar algo de sadio na sociedade, e por certo há, deve juntarse objetivamente, buscando criar um dique que possa conter este tsunami de corrupção e desmandos.

O

Criminosos com autoridade só é possível quando há autoridades coniventes

Afinal, penso que criminoso com autoridade só é possível quando há autoridades no mínimo coniventes com o crime. E é bom começar a observar atentamente, afinal não existe acaso em política. Diante da inapetência e do oportunismo da esquerda, e claro da pasmaceira da direita, foi depositado no caule da Nação a semente de uma figueira que vicejou e suas enormes raízes tomam de conta a árvore principal, asfixiando-a.

N

ão tenhamos ilusões, a coisa está feia, mas pode ficar muito pior. Por certo não irá melhorar com o nosso patético secretário de Segurança Pública, que faz lembrar cachorro de casa de caboclo: late muito e grosso, mas à medida que se vai entrando, vai recuando. Digase, a bem da verdade, que é o que todos fazem; presidente, ministros, deputados, senadores e juízes. São como pernilon-

gos: quem pica é a fêmea, o macho só faz zumbido. Assim, na hora de picar e sugar o sangue da sociedade tudo é no mais absoluto silêncio; na hora de fazer algo pela Nação, é só zumbido. Estou de fato pessimista com o futuro. O P a í s e s t á p o d re e m suas entranhas. Não é uma podridão superficial, que possa ser extirpada sem comprometer o todo. Neste ponto, todas as alternativas tornam-se perigosas, situando-

momento é agora, é o único momento onde quem decide é o povo. Sabemos que as opções não são as melhores, mas temos que extirpar do cenário político nacional todos os envolvidos e os também supostamente envolvidos com o festival de bandalheiras. Este será um primeiro passo que nos fará, embora claudicantes, avançar rumo a um futuro melhor. O contrário será inexoravelmente um golpe de Estado, uma guerra civil aberta, ou ambos. MARCO AURÉLIO SPROVIERI É PRESIDENTE DO

SINCOELETRICO E CONSELHEIRO DA ACSP

Site na internet www.blog. dcomercio.com.br

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

Além da conta P

or aqui, para o bem e para o mal, tudo é exagerado. A começar pelo número de partidos. Temos 29. A maior parte deles não serve para nada, ao menos do ponto de vista do bom e verdadeiro jogo político. Na hora da verdade, temos quatro ou cinco siglas que devem ser levadas em conta. As demais, quando muito, servem sempre de coadjuvantes das legendas maiores. Isto quando elas não surgem, vivem e morrem, por causas nada nobres. Ganhar um capilé do fundo partidário – ou "ganhar" espaço gratuito no rádio e na televisão para defender causas que inexistem – é coisa que, definitivamente, não é de fazer corar muitos patrícios. Tudo indica que a cláusula de barreira (ou de desempenho) vai pôr um ponto final nesta quase-orgia político-partidária. Se isso, de fato, vier a ocorrer, será muito bom para o fortalecimento da democracia representativa. Mas aqueles eleitores do "bem" – os bem-intencionados – devem arregalar os olhos e apurar os ouvidos. Para não serem, mais uma vez, enganados. A regra atual é simples: os partidos que não conseguirem obter 5% dos votos para deputado federal em todo o país – e 2%, no mínimo, em 9 Estados, estarão condenados à cova rasa. E por quê? Porque todos aqueles eleitos pela sigla que não ultrapasso, em termos de votos, a "barreira" legal, serão empossados. Mas eles estarão impe-

G A dança das cadeiras a partir de outubro será frenética! G Temos 29

partidos. A maior parte não serve para nada, ao menos do ponto de vista do bom e verdadeiro jogo político. G Tudo indica que

a cláusula de barreira (ou, de desempenho) vai pôr um ponto final nesta quase-orgia G O eleitor bem-intencionado corre o risco de votar em um sem-partido.

didos de indicar líderes e nomear integrantes para as comissões permanentes. A tendência evidente é que eles debandem para outras siglas, antes mesmo de terem assumido o mandato. Seus partidos viverão na penúria. Perderão o gás mínimo que lhes poderia garantir a sobrevivência. Praticamente, não terão mais acesso aos recursos do fundo partidário. Nem espaço gratuito na mídia eletrônica. Vão viver de quê? Da contribuição voluntária de militantes?

O

nde entram os bem-intencionados eleitores? Estes já são vítimas involuntárias de uma legislação maluca, que facilita a proliferação de siglas e candidatos a cargos proporcionais. Padecem também da permissividade que leva o cidadão a votar num partido e/ou candidato e a eleger alguém de quem ele nunca ouviu falar. Agora, eles correm um risco adicional, mas não original: o de votar em alguém que pertence a um partido sem representatividade suficiente para superar os votos mínimos exigido, que será eleito e que, fatalmente, irá para uma nova sigla. Salvo engano, a dança das cadeiras, a partir de outubro, será frenética. MILTON FLÁVIO É PROFESSOR DA UNESP E EX-VICE-LÍDER DO GOVERNO NA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DE SÃO PAULO EPMILTONFLAVIO@YAHOO.COM.BR

BENEDICTO FERRI DE BARROS

O ESTATUTO DA IGUALDADE RACIAL

N

o contexto da barafunda factual em que o desgoverno lula-petista envolveu o País, motivada por seu arcaismo ideológico, o Estatuto da Igualdade Racial, que envolve não apenas a educação, mas a atividade empresarial privada, cargos de confiança política do governo e atividades da mídia e de apresentação artística, se escancara seu pendor totalitário. Dois traços dominantes desse Estatuto são suficientes para autenticar esse pendor. O primeiro é que o projeto abrange praticamente a totalidade das principais atividades sociais - educação, economia e governo; o segundo é que a "raça" é o critério único e/ou total, de sua orientação.

A igualdade de todos perante a lei, assegurada pelo Estado de Direito e aspirada pela democracia, desapareceram. O critério racista foi o núcleo e a origem da discriminação, do preconceito, da exclusão e das desigualdades jurídicas e civis decorrentes, adotados pelo nazismo e pelo comunismo soviético. A igualdade de todos perante a lei, assegurada pelo Estado de Direito e aspirada pela democracia, desapareceram. Sabe-se no que deu. Os judeus que o digam. Inversamente no que ocorreu na História do Brasil e nas suas relações inter-individuais, talvez em nenhum outro povo e nação as diferenças raciais sejam menos atuantes e mais minimizadas. Isto é confirmado por estrangeiros que nos visitam e conhecem e por dados estatísticos oficiais, que ao contrário das acusações ideológicas, em lugar de excluídos, negros e índios já se incluem na vida brasileira na proporção de suas populações na população em geral. Exceção se há nessa regra é a de pequenas tribos que se tornaram latifundiárias em virtude da extensão das reservas que lhes foi outorgada.

esde há muito, notadamente a partir da monumental obra de identificação do espírito nacional produzida por Gilberto Freire (execrado de morte pelos petistas) se patenteou o fato histórico-cultural de que o Brasil promoveu a mais ampla mixagem de povos, etnias e raças, onde o preconceito e a discriminação com base nesses critérios tem menor relevância e efeito. E se assim é, entretanto, não obstante e embora, não tem nenhum cabimento nem benefício algum trará para a melhor convivência nacional, muito menos para índios e negros, esse Estatuto discriminatório. Ao contrário, é evidente que será primeiro entre eles que se instalará a disputa e a discórdia sobre quem tem o direito de ser considerado negro e índio para gozar de privilégios que poderão gozar em detrimento dos que não têm o direito de ser assim considerados. Como ficará a maioria dos miscigenados, que não são nem uma coisa nem outra e hoje constituem se não a maioria, enorme contingente da população brasileira? Será criado algum ministério apoiado em numerosos institutos para conceder titulagem de negritude ou de indigenidade? E no setor educacional? Que se fará com "os brancos" preteridos pelos "negros e índios" pior sucedidos nos exames de "seleção"? A curto prazo (ele está previsto para ser aplicado em 10 anos), privilegiará possivelmente alguns em detrimento dos demais. Mas, como tantos outros feitos e malfeitos deste desgoverno incompetente e ideológico provocará estragos e desastre estruturais de difícil se não impossível correção. Não há nada mais arcaico, cretino, ineficiente e odioso do que pretender corrigir desigualdades à base de diferenças de cor da pele.

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melhor mesmo seria instituir um Estatuto da Nova Ordem Social, que estabelecesse que não só torneiros mecânicos prematuramente aposentados, se tornassem políticos petistas. Revogando-se a ordem genética natural que faz de cada ser humano um indivíduo desigual e único entre seus pares, todos poderiam igualar-se a Lula, que na aposentadoria chegou a juntar um patrimônio de R$ 400 mil e em quatro anos apenas de governo dobrou seu patrimônio, chegando a R$ 839.033,52. Teríamos instalado a primeira República Social Capitalista Igualitária do mundo e poderíamos dizer como Dirceu, que freta aviõezinhos para suas viagens de cabala: "Quem pode, pode." E frite-se o resto! BENEDICTO FERRI DE BARROS É ESCRITOR PAJOLUBE@TERRA.COM. BR

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Nacional Empresas Estilo Finanças

Paulo Whitaker/Reuters

quarta-feira, 19 de julho de 2006

Desfile artístico de Jefferson Kulig abusou das fibras naturais da Amazônia.

SEMANA DE MODA TEVE 48 DESFILES

Paulo Whitaker/Reuters

Paulo Whitaker/Reuters

SPFW

Maurício Lima/AFP

No alto, vestido com inspiração cigana da Neon. Acima, modelos nuas em cenário de Cavalera. Maurício Lima/AFP

Cavalera se inspirou na praia para o verão 2007 Maurício Lima/AFP

A renda renascença marcou coleção de Cavalera

Paulo Whitaker/Reuters

Filmes, design e moda são as marcas de OESTUDIO

Jefferson Kulig: estampas variadas e xadrezes Paulo Whitaker/Reuters

Desfile da grife OESTUDIO teve uma ousada mistura de moda, artes gráficas e efeitos multimídia

Volumes, cores fortes e ousadia

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epois de 48 desfiles e um público estimado em 84 mil pessoas, chega ao fim mais uma edição do São Paulo Fashion Week – Verão 2007. É hora de digerir o que se viu na passarela e fazer o balanço do que será moda quando os termômetros começarem a subir. Algumas tendências importantes se consolidaram: comprimentos curtos, a África como inspiração, seja selvagem, romantizada, sofisticada ou étnica, além de estampas mil e muitos volumes. A silhueta deste verão é ampla e solta. O branco também se confirma como a aposta certa e os saltos plataformas devem ser o acessório indispensável para a próxima estação. No último dia de desfiles, o destaque ficou a cargo das aplaudidas estampas da Neon e da apresentação multimídia do coletivo OESTUDIO – menos por conta da moda e mais pela tecnologia que coloca as roupas como meio de comunicação como qualquer outro. No início da manhã, a grife Cavalera optou por desfilar seu masculino em pleno Autódromo de Interlagos, deslocando o público fashion da Bienal. Em um trecho de pista de 200 metros, a grife apostou pesado no que chamou de "paixões brasileiras", com muito street e jeanswear. Surf, automobilismo e um clima tropical fizeram o mix de referências da coleção, agora com styling de Marcelo Sommer, que recentemente vendeu sua marca. Bruno Senna, sobrinho de Ayrton Senna, Paulo Zulu, Sergio Mello, Felipe Hulse e João Venturini desfilaram ao som da bem-editada trilha do DJ Zé Pedro, que homenageou Ney Matogrosso. Mostraram estampas mega e cores ácidas, confirmando o desejo masculino da temporada. A silhueta

Gina Stocco/Futura Press

OESTUDIO estréia na SPFW

veio ampla, quase largada, abusando de grandes bolsos laterais e na parte de trás. Diversão – Já o verão 2007 da estilista Fábia Bercsek mostrouse ingênuo e pervertido. Romântica, a coleção abusou de cores suaves, como rosa e amarelo claro, além de babadinhos moles, laços e rendas. Ao mesmo tempo, Fábia expôs o corpo da mulher em formas ajustadas, leggings e transparências e deixou entrever a lingerie com sutiãs de tule e baby dolls. No primeiro bloco desfilaram as calças de cintura alta e as microssaias usadas com paletós e bolerinhos navy, que ganharam vida com detalhes de tachas quadradas na cor rosa aplicadas nas laterais das calças ou nas costas de blazers. Fibras naturais – O conceitual Jefferson Kulig usou fibras naturais para questionar o papel da moda em sociedades excluídas. A base de suas criações esteve na fibra de tururi, encontrada no Amazonas, Pará e Amapá. Foram blusas e calças ajustadas que Jefferson trabalhou em estilo moulage, construídas no próprio corpo. Experimental em excesso, o estilista optou pelo uso de cordões crus e tinturados aplicados sobre vestidos formando espirais naturais. Kulig tam-

bém misturou estampas variadas, como xadrez plástico e florais picotados no próprio tecido. Saias-bules, que foram preenchidas com muito tule, fecharam um desfile que pecou por ser artístico demais. Estréia – Após quatro apresentações no Fashion Rio, o coletivo carioca OESTUDIO desfilou pela primeira vez em São Paulo em uma das estréias mais aguardadas da temporada. Formada por sete sócios, a agência de comunicação, como eles se definem, trabalha com filmes, design e moda, esta última a cargo da estilista Anne Gaul. Seguindo o conceito multimídia do grupo, o cenário do desfile interagiu com as modelos à medida que o telão projetava imagens psicodélicas e absurdas, como a de um feijão brotando e espermatozóides nadando. Na seqüência do dia, a Neon misturou ciganas, piratas, espanholas, africanas e baianas em um bem-bolado de referências. Utilizando seda, gaze de algodão, tricoline e jeans, Rita Comparato e Dudu Bertolini, estilistas da marca, convocaram três artistas plásticos para compor suas belas e coloridas estampas: Goya Lopes, responsável pela criação afrobrasileira, bastante explorada em outras coleções; Fábio Gurjão, que compôs um pavão com adesivos e mosaicos multicolor; e Fernando Vilella, cujos carimbos e nanquins recriaram a paisagem paulistana. Inspirada na praia, a coleção da Cavalera usou como cenário 14 modelos seminuas apenas de tapa-sexo. Sob o tema "paixões nacionais", investiu nas cores fortes e em materiais como tricoline, seda, malha, moletom e nylon. A renda renascença também marcou presença trabalhada de forma diferenciada como a grife pede. Sabina Deweik

Muito volume e balonês na apresentação de Kulig Maurício Lima/AFP

Streetwear e velocidade no desfile de Cavalera Maurício Lima/AFP

Autódromo de Interlagos foi passarela da Cavalera


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Epitácio Pessoa/AE

LÍBANO SOB ATAQUE: MAIS DE 30 MORTOS

quarta-feira, 19 de julho de 2006

Internacional

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uas grandes explosões reverberaram sobre Beirute nas primeiras horas de hoje (noite de terça-feira em Brasília) e mísseis atingiram cidades ao leste e ao sul da capital libanesa em outro ataque aéreo de Israel. As explosões noturnas se seguiram ao sétimo dia consecutivo de bombardeios israeleneses que, ontem, deixaram 31 mortos. Foguetes do grupo xiita Hezbollah atingiram o norte de Israel. Uma pessoa morreu. Civis dos dois lados estão amedrontados com os ataques, mas nem Israel nem o Hezbollah se mostraram dispostos a conter a ofensiva, que já causou 235 mortes no Líbano e 25 em Israel. Um foguete do Hezbollah caiu na cidade israelense de Nahariya, matando uma pessoa. Outros foguetes caíram em Haifa, onde um ataque do Hezbollah matou oito pessoas no domingo. O porto de Haifa ficou fechado pelo segundo dia. No Líbano, nove membros da mesma família, incluindo crianças, foram mortas em um ataque aéreo contra sua casa no vilarejo de Aitaroun, perto da fronteira com Israel. Outras dez pessoas morreram em bombardeios no Vale do Bekaa e no sul. Entre os mortos, dois brasileiros (leia ao lado). Aviões de Israel também bombardearam ontem postos do Exército no leste de Beirute, matando 11 soldados, incluindo 4 oficiais, e ferindo outros 30 militares. Um caminhão levando remédios doados pelos Emirados Árabes Unidos também foi atingido e o motorista morreu. O Exército de Israel afirma que o Hezbollah está contrabandeando armas da Síria, mas acrescentou ontem que não a considera um alvo. Os EUA pediram ao Irã e à Síria, que apóiam o Hezbollah, que usem sua influência para que o grupo xiita pare de lançar os foguetes. Atta Kenare/AFP

Iranianos carregam cartaz do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, durante ato contra Israel, em Teerã

Ofensiva prossegue até que israelenses estejam seguros. Ehud Olmert

GUERRA EM TEMPO DE BLOG

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Familiares do brasileiro Aiman Daher, lojista no Brás, em luto. Aiman foi morto junto com outras 30 pessoas em ataque a Tiro, no Sul do Líbano

O MÍSSIL QUE ATINGIU UMA FAMÍLIA NO BRÁS Mais dois brasileiros morrem no Líbano. Clima entre a colônia libanesa de São Paulo é de apreensão

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comerciante naturalizado brasileiro Aiman Daher, de 35 anos, morreu domingo no Líbano durante um bombardeio de aviões israelenses contra a cidade de Tiro. E o menino Bassel Termos, de 7 anos, foi morto quando a casa de parentes que ele visitava na cidade de Talousa, sul, foi atingida por mísseis de Israel. A mãe e o irmão de Bassel ficaram gravemente feridos. No Brás, bairro da região central de São Paulo onde o comerciante Daher morava e tinha suas lojas, o conflito domina as conversas. Nas rodas, balcões e restaurantes, os semblantes são de tensão. "É tradição viajar pelo menos uma vez por ano para o Líbano. E este verão seria especial porque o país estava lindo, depois de muitos anos", lamenta o presidente da Academia Árabe Brasileira de Letras Fadi Khalek. "O momento não é de discutir política, e sim a pátria. O sangue das nossas crianças está sob os nossos pés. O Líbano merece esse ódio?" Daher será sepultado na cidade de Tiro, a 100 km de Beirute, onde ele nasceu, informou a família. "Vamos viajar assim que houver uma trégua na guerra", disse o tio, Majed Zabad. Daher foi atingido na cabeça pelo estilhaço de um míssil lançado pelas forças de Israel contra a cidade de Tiro, no sul do Líbano. Ele estava sentado numa cafeteria pertencente à família de sua mulher, na frente de um prédio atingido por um míssil. O ataque ocorreu às 16h, horário local. Por volta das 10h, Daher tinha ligado para o Brasil e falara com o pai, o comerciante Mohammed Daher. Segundo o tio, ele viajara três dias antes de começar a crise entre Israel e Líbano e pretendia ficar no país mais duas semanas. Daher foi sozinho para o Líbano. A mulher Zena e seus dois filhos, Lena e Ali, ficaram no Brasil. A família vestia luto ontem em Itapetininga, a 165 quilômetros de São Paulo, onde moram os pais de Daher. A família tem lojas na cidade. Manifestações – Entidades da Comunidade Árabe, realizam hoje, às 17h diante da Assembléia Legislativa de São Paulo (Av. Pedro Alvares Cabral), uma manifestação contra os ataques ao Líbano. No sábado, às 9h30, está marcada uma marcha pela paz com saída do Clube Atlético Monte Líbano. (AE)

Áurea Cunha/Gazeta do Povo/Ag. O Gobo

Moramad Temos mostra imagem do primo Basel, morto no Líbano Maurício Lima/AFP

Brasileiros descendentes de libaneses oram ao chegar em Guarulhos

Tensão, dor e alívio na volta para casa

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oram 18 horas de tensão por terra em um comboio de três ônibus entre a capital libanesa, Beirute, e a cidade de Adana, na Turquia, para que 88 brasileiros resgatados no Líbano pudessem embarcar de volta ao Brasil, enfrentando mais 14 horas de expectativa até o destino final, São Paulo. Na chegada ao aeroporto de Cumbica, foram recebidos por aplausos de familiares e de representantes da comunidade libanesa. Em troca, abraços, beijos e choro, muito choro, em parte de alívio por se sentirem a salvo. Junto ao sentimento de alívio, a maioria dos brasileiros que desembarcaram ontem também sentia dor por haver deixado para trás familiares libaneses. O último contato da maioria dos brasileiros que estavam no Líbano com a

família no Brasil foi a madrugada de segunda-feira, quando souberam que seriam retirados do país. O comboio foi escoltado por soldados do Exército libanês até a fronteira com a Síria. O embaixador Virgílio Morezsohn de Andrade, chefe do escritório do Itamaraty no Rio de Janeiro, que recepcionou o avião da Fab em Cumbica, confirmou que ainda há brasileiros no Líbano e disse que o governo pode enviar novas aeronaves para resgatá-los. Os brasileiros que desembarcaram ontem criticaram muito a dificuldade de entrar em contato com o consulado do Brasil em Beirute. Segundo o embaixador, o consulado foi criado há pouco mais de um mês no país, mas afirmou que estão tentando trazer todos os brasileiros de volta. (AE)

ssim como aconteceu no Iraque, israelenses, libaneses e palestinos contam com uma ferramenta poderosa de comunicação em tempos de guerra – o blog. De dentro de seus abrigos antiaéreos, moradores de Haifa, Nahariya e Safed descrevem o dia-a-dia dos moradores do norte do País com os disparos de foguetes do Hezbollah. Segundo o exército de Israel, centenas de foguetes já atingiram a região nos últimos sete dias. Apenas ontem, mais de 80 foguetes caíram em diversas cidades da região. Libaneses relatam a dificuldade que encontram para deixar o país, duramente bombardeado por Israel. E palestinos contam como é viver num campo de refugiados em Gaza, uma das regiões mais populosas do planeta e outra frente de combate de Israel desde o seqüestro do soldado Gilad Shalit. Israelenses – No blog do rabino Lazer Brody, o religioso relata que, após diversas horas de relativa calma, um "massivo bombardeio de foguetes" voltou a atingir Israel, matando uma pessoa em Nahariya. Ele diz que não há tempo para o descanso e aqueles que não estiverem no front da guerra devem pegar o Torah e rezar. Em outro blog, o britânico Adrian, que vive em Israel, compara os dias atuais àqueles da primeira Guerra do Golfo e diz que, até agora, "tem sido fácil". Ele também lamenta os bombeiros que têm que trabalhar no calor do verão israelense. Em Haifa, terceira maior cidade de Israel e que tem sido castigada pelos foguetes do Hezbollah – oito pessoas morreram em um ataque no domingo – Eugene criou o blog Ao Vivo de um Bunker Israelense, "via laptop e wifi", tecnologia que permite acesso à Internet sem fio. "Aqui em Haifa, as sirenes tocaram três vezes, nos últimos 20 minutos. Pelo menos seis foguetes atingiram o meu bairro", postou Eugene (ele não coloca o sobrenome) às 17h, 11h da manhã no Brasil. Libaneses – Um internauta cujo apelido é "Árabe-americano frustrado" criou o blog Preso no Líbano. Ele diz que não consegue deixar o país e que decidiu seguir a primeira chance que aparecer para poder voltar aos Estados Unidos. E agradece aos comentários postados no blog. "Estranhos me desejam uma viagem segura e rezam por minha volta. Pessoas que apóiam Israel expressam solidariedade, oferecem soluções e fazem suas próprias previsões." No blog Vox's Den, o anônimo blogueiro perde a paciência com o líder do Hezbollah e o manda para o inferno. "Você e todos os seus terroristas", diz ao xeque Hassan Nasrallah. Em outro blog, os "Blogueiros Libaneses" postaram ontem endereço e hora de todas as demonstrações de paz que pedem o fim do conflito e que acontecem hoje em diversas partes do mundo. Palestinos – No blog Gaza no Escuro, blogueiros contam como está difícil para todos, principalmente para o comércio local, depois que Israel começou a Operação Chuva de Verão e, com mísseis, atingiu diversas estações elétricas, deixando o território sem eletricidade. Israel diz que só vai terminar a excursão quando reaver Gilad Shalit, soldado seqüestrado por extremistas palestinos há quase três semanas. (Kety Shapazian) Quem quiser acompanhar os três lados do conflito no Oriente Médio pode acessar o site: http://truthlaidbear.com /mideastcrisis.php


quarta-feira, 19 de julho de 2006

Congresso Planalto Corr upção CPMI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

OITO PREFEITOS FORAM PRESOS NA OPERAÇÃO FOX, NO NORDESTE.

SANGUESSUGAS CPMI DIVULGA LISTA DE 57 SUSPEITOS

A

o divulgar a lista dos 57 parlamentares (56 deputados e um senador) investigados por suspeita de envolvimento com a "máfia das ambulâncias" – fraude na qual prefeituras comprariam veículos a preços superfaturados, usando para isso recursos provenientes de emendas de parlamentares ao Orçamento da União – o presidente da CPMI dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), disse que em 30 dias envia o relatório da comissão ao Conselho de Ética para a abertura de processo. O sub-relator da CPMI, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), disse que a relação dos acusados ainda pode aumentar. "A lista pode aumentar, ainda estamos ouvindo outras fontes. Mas o envolvimento destes parlamentares que foram citados ainda não foi caracterizado. Quando o procurador-geral solicita instaura-

ção de inquérito ainda não é acusação. É, na verdade, um pedido de elucidação dos fatos", explicou Sampaio. Segundo ele, o Ministério Público Federal ainda não pediu a instauração de outros inquéritos porque tem dúvidas sobre o envolvimento dos acusados e a forma como os parlamentares participariam do esquema. Divulgação – Durante entrevista coletiva, Biscaia disse que o ministro Gilmar Mendes, vice-presidente do Supremo Tribunal Federal e relator do caso, manteve o segredo de Justiça dos inquéritos, mas reconheceu que a comissão pode divulgar os nomes daqueles que estão sendo notificados pela CPMI. Segundo Biscaia, não será preciso, pelo menos por enquanto, o depoimento à CPMI de Luiz Antônio Vedoin na próxima terça-feira. A comissão pretende continuar analisando o depoimento dele à Polícia Federal, que durou dez dias.

OS NOMES D

os 57 deputados da lista, 15 já respondem a inquérito no STF. São eles: Paulo Feijó (PSDB-RJ), Paulo Baltazar (PSB-RJ), João Caldas (PL-AL), Cabo Júlio (PMDB-MG), Pedro Henry (PP-MT), Bispo Wanderval (PL-SP), Iris Simões (PTB-PR), Benedito Dias (PP-AP), Lino Rossi (PPMT), Edir de Oliveira(PTB-RS), Teté Bezerra (PMDB-MT ), Fernando Gonçales(PTB-RJ), Almeida de Jesus(PL-CE), Pastor Amarildo(PSCTO), Nilton Capixaba(PTB-RO). Suspeitos – Mais 42 parlamentares são suspeitos de envolvimento com a máfia dos sanguessugas. O único senador da lista é o líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PB). São: Reinaldo Betão (PL-RJ), Isaías Silvestre (PSB-MG), José Militão (PTB-MG), Wellington Fagundes (PL-MT), Mário Negromonte (PP-BA), Laura Carneiro (PFL-RJ), Zelinda Novaes (PFL-BA), Vieira Reis (PRB-RJ), Junior Betão (PL-AC),

Ribamar Alves (PSB-MA), Eduardo Gomes (PSDB-TO), Eduardo Seabra (PTB-AP), Osmânio Pereira (PTBMG), Jefferson Campos (PTB-SP), João Batista (PP-SP), Wanderlei Assis (PT-SP), João Mendes de Jesus (PSB-RJ), Dr. Heleno (PSC-RJ), Reinaldo Gripp (PL-RJ), José Divino (PRB-RJ), Alceste de Almeida (PTBRR), Marcos Abramo (PP-SP), Nélio dias (PP-RN), Ricarte de Freitas (PTB-MT), Cleonâncio Fonseca (PPSE), Benedito de Lira (PP-AL), Reginaldo Germano (PP-BA), Ricardo Estima (PPS-SP), Newton Lima (PTB-SP), João Correia (PMDB-AC), Amauri Gasques (PL-AP), Maurício Rabelo (PL-TO), Coriolano Sales (PFL-BA), Almir Moura (PFL-RJ), Marcelino Fraga (PMDB-ES), Ney Suassuna (PMDB-PB), Raimundo Santos (PL-PB), Edna Macedo (PTBSP), Irapuã Teixeira (PT-SP), Itamar Serpa (PSDB-RJ), Enivaldo Ribeiro (PP-PB), Elaine Costa (PTB-RJ).

LÍDER DO MLST DENUNCIA VIOLÊNCIA NA CÂMARA

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Givaldo Barbosa/Agência O Globo

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líder do M o v imento de Libertação dos Sem-Terra (MLST), Bruno Maranhão, disse ontem que tem orgulho de ser dirigente do PT e espera não ser Maranhão: presos receberam tapas e socos. punido pela direção do partido por causa do episódio da inva- Câmara e a polícia legislativa. são e depredação da Câmara, Segundo Maranhão, os semem junho. Disse que quer traba- terra foram obrigados a sentar lhar na campanha da reeleição em chão molhado com urina do presidente Luiz Inácio Lula de policiais e impedidos de ir da Silva e prometeu comparecer ao banheiro. Os piores moao comício do petista no próxi- mentos, segundo ele, teriam mo fim de semana, em Recife. ocorrido no ginásio, quando os Em sua primeira entrevista manifestantes teriam passado após a libertação, Maranhão 26 horas sem alimentação, alafirmou que ele e os demais gemados e sofrendo maus tramanifestantes presos sofreram tos. "Alguns receberam socos, agressões físicas, torturas e pri- tapas na orelha, empurrões e vações de direitos básicos nos xingamentos", afirmou. 38 dias de cadeia. Ele saiu do Por intermédio de nota, a Câpresídio da Papuda na última mara dos Deputados informou leva de 32 manifestantes, liber- que em nenhum momento os tada no sábado passado. O di- integrantes do MLST passaram rigente disse que o MLST estu- por constrangimentos no Gináda medidas judiciais contra a sio Nilson Nelson. (AE)

Repercussão –Após a divulgação da lista, líderes dos partidos declararam que, se os nomes forem confirmados no envolvimento do esquema de corrupção, os culpados serão punidos até mesmo com a expulsão. O presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), ameaçou expulsar do partido os três deputados tucanos que tiveram os nomes divulgados pela CPMI. Em nota, Tasso antecipou que não vai admitir a permanência dos investigados no escândalo. "O PSDB não admitirá em seus quadros pessoas envolvidas em quaisquer práticas ilícitas, especialmente em um episódio vergonhoso como este. Não pode haver outro caminho senão a expulsão dos nossos quadros", anunciou. O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), disse que chamará os deputados citados pela CPMI para se explicarem à executiva nacional. (AG)

A lista pode aumentar, ainda estamos ouvindo outras fontes. Carlos Sampaio, sub-relator da CPMI dos Sanguessugas.

Jorge Henrique/Futura Press

Na cidade de Aracaju, 32 pessoas foram presas.

Os detidos na Operação Fox ficarão em Maceió

PF PRENDE 35 ACUSADOS DE DESVIO DE VERBAS

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Polícia Federal (PF) prendeu ontem oito prefeitos de municípios do Sergipe, Bahia e Alagoas, suspeitos de envolvimento num esquema de desvio de verbas repassadas pelos Ministérios da Saúde e da Educação. Eles foram indiciados pelos crimes de fraude à Lei de Licitações, formação de quadrilha, falsificação de documentos, corrupção ativa e passiva, peculato, advocacia administrativa, violação à Lei de Licitações, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro (ocultação de bens). Em 2005 e nos primeiros seis meses deste ano, os prefeitos captaram R$ 34, 67 milhões da União para empregar na área de educação – capacitação de professores e aquisição de material didático –, além de verbas da saúde para os

programas Farmácia Básica e Endemias. A suspeita é que todo o montante teria sido desviado. A PF não descartou a hipótese de parlamentares também terem sido beneficiados. Mais prisões – Outras 27 pessoas, entre empresários, contadores e servidores públicos, foram capturadas pela Operação Fox, uma força-tarefa que mobilizou 350 policiais, 70 delegados de todo o País, além de 8 procuradores da República, 30 auditores da Receita e 16 técnicos da ControladoriaGeral da União. Das 35 prisões, 32 ocorreram em Sergipe. Seis prefeitos detidos são do Estado – três deles do PFL, um do PL, um do PPS e um do PSB . Foram presos ainda um prefeito de Alagoas e um da Bahia. Dois foram autuados por porte ilegal de

arma – com eles foram apreendidos um revólver 38 e uma escopeta calibre 32. A Operação Fox, desencadeada a partir de uma investigação de mais de dois anos realizada pelo Ministério Público Federal em Sergipe compreendeu buscas em 62 endereços, onde foram recolhidos documentos, notas fiscais e CPUs. Em fevereiro de 2004, o procurador Paulo Gustavo Guedes Fontes abriu a apuração e requereu à Justiça Federal interceptação telefônica dos investigados. As prisões foram decretadas pelo desembargador Napoleão Nunes Maia, do Tribunal Regional Federal da 5.ª Região, em Recife. Ele proibiu a divulgação da identidade dos prisioneiros, que foram transferidos para a sede da PF em Maceió. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 19 de julho de 2006

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11,92

por cento é o índice de queda no consumo de combustíveis e lubrificantes em um ano

AUMENTO DO SALÁRIO MÍNIMO, MAIS EMPREGOS E OFERTA DE CRÉDITO IMPULSIONARAM O CONSUMO

VAREJO MANTÉM TRAJETÓRIA DE ALTA

O

comércio varejista mantém a trajetória de crescimento nas vendas, com tendência de melhora, em conseqüência do reajuste do salário mínimo, aumento dos empregos, maior oferta de crédito e juros mais baixos. A avaliação é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou ontem os indicadores do comércio no Brasil no último mês de maio. Segundo o técnico da Coordenação de Comércio e Serviços do IBGE, Reinaldo Pereira, os resultados do mês (aumento de 0,59% das vendas ante abril e de 7,32% sobre maio de 2005) foram influenciados, ainda, pela Copa do Mundo. O varejo tem registrado crescimento nas vendas ante igual mês do ano anterior, conforme os levantamentos do IBGE, desde dezembro de 2003. A proximidade do mundial de futebol elevou as vendas de móveis e eletrodomésticos na comparação com abril (5,61%) e também ante maio do ano passado (14,97%). Das cinco atividades ajustadas sazonalmente pelo IBGE, além de móveis e eletrodomésticos, houve crescimento ante abril nas vendas de veículos, motos, partes e peças (3,47%). Esse segmento apresentou expansão ante maio do ano passado (12,48%). Para Pereira, as vendas de automóveis foram influenciadas positivamente pela "continuidade da política de crédito". Por outro lado, o segmento de hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo sofreu queda ante abril (-0,4%). Este é o ramo com

Patrícia Cruz/LUZ

Hélvio Romero/AE - 25/11/2004

Vendas de combustíveis sofreram a quinta queda consecutiva no ano

maior peso na pesquisa. O técnico do IBGE disse que "provavelmente" esse segmento sofreu pelo comprometimento da renda do consumidor com a Copa, que trocou os bens não duráveis pelos duráveis. Apesar da queda em relação ao mês anterior, o segmento manteve a trajetória de crescimento sobre igual mês de 2005, com expansão de 7,36%. Com o crescimento, o grupo representou a maior influência positiva nas vendas do varejo nessa base de comparação. Segundo Pereira, os hiper e supermercados continuam beneficiados pelo aumento no emprego e na renda, além da estabilidade nos preços dos alimentos. Combustíveis – As vendas de combustíveis e lubrificantes tiveram em maio a quinta queda consecutiva, de 0,62% ante abril, segundo o IBGE. Além disso, o segmento registrou um recuo nas vendas

(-11,92%) também ante maio de 2005, a 17ª retração seguida. Neste ano até maio, a atividade acumula queda de 9,54% e, em 12 meses, recuo de 8,52%. Pereira disse que os reajustes forçaram a redução do consumo. Segundo ele, em 12 meses até maio, esses produtos tiveram alta de 12,67%, enquanto a inflação medida pelo IPCA no período foi de 4,23%. Vestuário e calçados – As vendas de tecidos, vestuário e calçados também caíram (0,09%) em maio ante abril, mas o recuo é considerado uma "estabilidade" pelo técnico do IBGE. Para ele, a queda foi influenciada pelo forte crescimento (2,91%) do mês anterior no segmento. Na comparação com maio do ano passado, as vendas do setor cresceram 9,26%, influenciadas pelo maior entusiasmo dos consumidores com as compras para o Dia das Mães. (AE)

Os artigos ligados à Copa do Mundo foram destaque no bom desempenho de alguns setores do varejo Paulo Pampolin/Hype

Andréa Pinotti: vendas de pacotes de viagem para as férias de julho cresceram 25% em relação a 2005

Confiança estável em julho Turista ganha o exterior

Índice de Confiança do Consumidor (ICC), apurado pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), ficou estável em julho, registrando queda de 0,1% em relação a junho, quando o indicador havia caído 2,9%. Conforme a pesquisa divulgada ontem pela entidade, o ICC passou de 134,7 pontos em junho para 134,6 em julho, dentro de uma escala de otimismo que vai de 0 a 200. Na comparação com julho de 2005, o índice recuou 1%. "As pequenas variações ocorridas no ICC deste mês resultam do período relativamente tranqüilo no âmbito político e econômico", avaliou o presidente da entidade, Abram Szajman. "Como a economia não deverá apresentar grandes novidades, o conjunto de indicadores evoluirá, mas modestamente, sem crises a curto prazo", concluiu ele. O ICC é composto pelo Índi-

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0,1 por cento foi a queda do índice de confiança do consumidor neste mês, variando de 134,7 para 134,6 pontos

ce de Expectativas do Consumidor (IEC), que mede a percepção em relação ao futuro, e pelo Índice de Condições Econômicas Atuais (ICEA), que avalia o otimismo quanto à situação presente. O IEC teve queda de 1,8% em julho, e fechou em 138,8 pontos. A Fecomercio-SP avaliou que a situação econômica futura foi uma preocupação no mês, independente da faixa de

renda. O IEC dos consumidores de alta renda teve redução de 1,6% e o dos de renda mais baixa registrou queda de 2%. Já o ICEA apresentou alta de 2,9% e ficou em 128,4 pontos. O índice revelou que a confiança no futuro dos entrevistados com renda abaixo de dez salários mínimos caiu 0,5% na comparação com junho, enquanto a dos que têm salário acima deste valor subiu 9,3% no mesmo período, fechando em 142,5 pontos. De acordo com a Fecomercio-SP, os homens se mostraram mais otimistas do que as mulheres: alta de 1,8% no ICC, que ficou em 140,2 pontos, contra uma queda de 1,9% do otimismo do público feminino, que fechou com um índice de 129,3 pontos. Na análise da entidade, esse resultado ocorreu porque, em geral, o sexo feminino se preocupa muito mais com as turbulências econômicas e como elas podem afetar sua família.(AE)

valorização do real frente ao dólar está aquecendo o mercado de turismo nestas férias de julho. A moeda americana mais baixa alterou a rota dos brasileiros para o exterior. De acordo com o presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens (Abav), Carlos Alberto Amorim Ferreira, as vendas de pacotes internacionais para este mês aumentaram, em média, 30% em relação ao mesmo período de 2005. Por outro lado, as viagens em território nacional tiveram queda de 20%. Bariloche, na Argentina, Orlando (Disney) e Nova York, nos Estados Unidos, são os destinos mais procurados. Já aqueles que pensam em aprimorar algum idioma traçam rotas variadas. Para a gerente nacional de Relacionamentos do Student

A

Travel Bureau (STB) – operadora de turismo jovem e estudantil – Andréa Pinotti, as vendas de pacotes em julho cresceram 25% em relação ao mesmo período de 2005. "Seguindo a tendência dos últimos dois anos, o Canadá desponta como alternativa preferida de 40% dos estudantes que utilizam esta temporada para aperfeiçoar o Inglês", disse. "Inglaterra e Estados Unidos vêm depois", completou a gerente do STB. Europa – Também ficou mais procurado o turismo para a Europa. A Vivere Viagens já constata grandes dificuldades para confirmar passagens para Paris, Madrid, Lisboa e cidades da Itália. "Quase 70% das pessoas que pensavam em viajar pelo Brasil, optaram pelo exterior", disse o gerente-geral da empresa, Renato Duarte. "O

preço de uma viagem para o exterior hoje pode ser até 20% menor que um passeio nacional", completou o gerente. Segundo ele, é grande o número de turistas que estão saindo do Brasil pela primeira vez. Os vôos para cidades como Buenos Aires e Santiago do Chile já estão lotados. "Quem não se programou terá que entrar em lista de espera ou optar por vôo fretado", ressaltou Duarte, que aponta queda de 30% na venda de pacotes nacionais. De acordo com o diretor da operadora Natural Mar, Mario Sérgio Righi de Castro, a procura começou mais tarde por causa da Copa do Mundo. Esperávamos um aumento de 10% na demanda, mas estamos registrando os mesmos índices do ano passado", calculou o executivo. Maristela Orlowski


Sanguessuga agora tem nome Ano 81 - Nº 22.172

Roberto Stuckert Filho/Agência O Globo

CPMI da "máfia das ambulâncias" divulga nome de 57 parlamentares suspeitos. Antonio Carlos Biscaia (foto), presidente da comissão, diz que em 30 dias o Conselho de Ética poderá iniciar abertura de processo contra eles. Página 5 São Paulo, quarta-feira 19 de julho de 2006

Alerta para Lula: chance de 2° turno

Lula cai de 46% para 44%; Alckmin, de 29% para 28%; e Heloisa Helena sobe de 6% para 10%. Conclusão do Datafolha: possível 2º turno. Página/3 R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h40

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

Maurício Lima/AFP

DE VOLTA DO INFERNO

Epitácio Pessoa/AE

Áurea Cunha/ O Globo

Divulgação

A tempestade de bombas israelenses continua a cair no Líbano, mas 88 brasileiros estão a salvo, emocionados em Cumbica (foto). O comerciante Daher e o menino Bassel, 7 anos (à esq.), ficaram para sempre, mortos. A diplomacia tenta agora conter o inferno. Inter/8

Paulo Whitaker/Reuters Sebastião Moreira/AE

Irmão não poupa Suzane Andreas von Richtophen no júri: "Eu me sentia ameaçado por ela". Cidades/2

Raul Cortez sai de cena. Aos 73 anos A morte do ator em Logo HOJE Parcialmente nublado Máxima 25º C. Mínima 12º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 25º C. Mínima 11º C.

Verão fashion, livre, solto e colorido Alegre, grife Cavalera (foto) fecha mais uma edição do SPFW em cenário de dunas e nus. Economia/8

450

mpostômetro BILHÕES Ialcançou DEVORADOS a marca hoje. PELO LEÃO Economia/4


Logo Logo DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO O discurso do meu governo me dá vergonha, vergonha de ser francesa e de ser até certo ponto desprezada e totalmente incapaz de ser ouvida em meu próprio país. Da ex-musa do cinema francês Brigitte Bardot, que pensa em morar na Suécia porque a França se mostra insensível à proteção aos animais, causa que ela defende.

www.dcomercio.com.br/logo/

quinta-feira, 20 de julho de 2006

20

JULHO

Dia do Amigo Nascimento de Santos Dumont (1873-1932) Neil Armstrong pisa na Lua (1969)

F UTEBOL C IÊNCIA

Adeus sem comoção

Limites para os cientistas O presidente dos EUA, George W. Bush, prometeu e cumpriu. Ele emitiu o primeiro veto de sua administração, derrubando uma lei que autorizaria o uso de verbas federais em pesquisas com célulastronco embrionárias. Ele é contra esse tipo de pesquisa por razões pessoais: a obtenção das células resulta na destruição de um embrião. Bush assinou o veto sem fotos ou outro tipo de cerimônia especial, porque "não considera apropriado", de acordo com o porta-voz Tony Snow. O presidente pretende, no entanto, pronunciarse mais tarde sobre a questão, cercado por 18 famílias que "adotaram" embriões congelados,

descartados por outros casais, e os usaram para ter filhos. É improvável que a Câmara como o Senado dos EUA obtenham, agora, o número de votos necessário para derrubar o veto presidencial. Células-tronco têm o potencial de se converter em qualquer tipo de tecido do corpo humano, o que abre caminho para o desenvolvimento de terapias contra várias doenças degenerativas e, até mesmo, para a recuperação de pessoas com graves lesões da medula espinhal. Embora existam outras fontes dessas células, as embrionárias são consideradas as mais promissoras para o estudo científico e as possíveis futuras terapias.

M ANIFESTO Jim Watson/AFP

Sem popularidade, Parreira deixa a seleção. Novo técnico ainda não foi anunciado

A

CBF anunciou oficialmente ontem que Carlos Alberto Parreira não é mais o técnico da seleção brasileira. Ele se reuniu pela manhã com o presidente da entidade, Ricardo Teixeira, e alegou necessidade de descansar, depois de três anos e meio no cargo. O técnico Parreira completou 127 partidas à frente do Brasil no dia 1º de julho, quando a equipe perdeu por 1 a 0 para a França e, favorita destacada, acabou eliminada nas quartas-de-final da Copa do Mundo. Foi apenas a 14ª derrota de uma longa carreira a serviço da seleção. Foram ainda 64 vitórias e 39 empates, num aproveitamento de 60,6% (considerados três pontos por vitória). Foi campeão da Copa do Mundo de 1994, da Copa América de 2004 e da Copa das Confederações de 2005. O comunicado da CBF ressalta que Parreira não tem mais vínculo nenhum com a CBF, o que descarta a hipótese, veicu-

Antonio Scorza/AFP

lada antes da Copa, de que ele assumiria o cargo de coordenador-técnico. Zagallo, que é o coordenador-técnico, ainda não tem seu destino decidido. Parreira encerra sua terceira passagem pela seleção brasileira com os títulos da Copa América de 2004 e da Copa das Confederações de 20005. Na Copa do Mundo, a seleção terminou em quinto lugar, apesar do destacado favoritismo. Segundo o comunicado, Teixeira "fez questão de destacar o respeito que merece o treinador, com uma passagem na seleção brasileira marcada por

conquistas, a mais importante delas o tetracampeonato mundial de 1994". O destino de Parreira pode ser o Corinthians. Ele treinava o clube em janeiro de 2003, quando se demitiu para voltar à seleção, depois de um ano vitorioso: o time foi campeão do Rio-São Paulo e da Copa do Brasil, e vice do Brasileiro. O novo técnico da seleção "será anunciado em breve", segundo a CBF. Sem Parreira, o nome de Paulo Autuori perde força, já que Teixeira o considera pouco experiente para assumir o cargo depois da traumática derrota para a França na Copa. Como Luiz Felipe Scolari preferiu ficar mais dois anos à frente de Portugal, Vanderlei Luxemburgo se torna o favorito à vaga, que já ocupou entre 1998 e 2000. O Brasil volta a jogar no dia 16 de agosto, contra a Noruega, em Oslo, e segundo as normas da Fifa, a convocação dos atletas que atuam no exterior deve ser feita até o dia 1º de agosto. (AE)

François Guillot/AFP

L

Uma das integrantes da organização de defesa dos animais PETA usa um sutiã decorado com folhas em uma manifestação em Washington, incitando os consumidores a comerem vegetais e não carne.

C HINA

Passageiro de alto risco

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responderá criminalmente por ter colocado em risco as pessoas a bordo do avião. Após ser interrogado, foi hospitalizado para fazer uma avaliação psiquiátrica. O avião ficou mais de três horas parado no aeroporto.

A casa do imperador Um grupo de arqueólogos anunciou ontem em Roma a descoberta das ruínas da casa onde teria nascido o primeiro imperador Augusto. A equipe escavou parte de um corredor e outros fragmentos sob o Monte Palatino, descobrindo o que qualificou como "uma casa pertencente a uma família muito antiga de aristocratas". Augusto nasceu em 63 a. C. e um cruzamento de dados históricos e outras descobertas mostram que o imperador era muito afeiçoado àquela região da cidade. Escavações feitas no Monte Palatino ao longo das últimas décadas expuseram maravilhas do passado romano, entre elas outra casa onde Augusto teria vivido. H ISTÓRIA

'Apartheid' da antigüidade Um 'apartheid' pode ter vigorado entre a população da ilha da Grã-Bretanha na antigüidade, sugere um estudo publicado na revista Proceedings of the Royal Society. Uma pequena população de migrantes saxões teria formado uma sociedade segregacionista ao chegar à ilha. Os pesquisadores descobriram que os nativos britânicos tinham desvantagens sociais e econômicas substanciais em comparação com os recémchegados e esta desvantagem teria resultado na abundância de genes germânicos - 50% dos casos - nos homens da Inglaterra contemporânea. M EIO AMBIENTE

Força-tarefa pelo planeta

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Um avião da China Airlines que voava de Ho Chi Minh para Taipé com 218 pessoas a bordo, mas teve de fazer um pouso de emergência ontem em Kaohsiung, Taiwan, depois que um passageiro bêbado quebrou uma janela da aeronave, um Airbus 330. Um porta-voz da companhia explicou que passageiros e tripulação não chegaram a correr riscos, já que a janela tem duas partes e somente a interna foi danificada. Uma aeromoça ficou ferida no incidente. O passageiro bêbado, um americano-vietnamita,

A RQUEOLOGIA

C A R T A Z

FOTOGRAFIA

REFRESCO - Crianças brincam em fonte de Paris, onde as temperaturas, ontem, chegaram a 36 graus Celsius. O forte calor dos últimos dias também causou a morte de nove pessoas na França, a maioria idosos. B RAZIL COM Z

Febem frente e verso

O André Cypriano. Os quilombolas, comunidades negras remacescentes dos quilombos, são o objeto do estudo do fotógrafo em imagens em preto-e-branco. Caixa Cultural. Praça da Sé, 111. Telefone 3107-0498. Terça a domingo, das 9 às 21h. Grátis.

Atualização jurídica

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L OTERIAS Concurso 638 da LOTOMANIA 04

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Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Milhares de cientistas realizam pesquisas sobre biodiversidade ilegalmente no País Em Bagdá, mãe e três filhos são assassinados com violência; 20 sunitas são raptados

Concurso 782 da MEGA-SENA 02

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Webcam com telescópio

compara os complexos educacionais com prisões de adultos, com policiamento pesado, muros altos, chuveiros comunitários e pequenos espaços para exercícios diários. "O problema, segundo órgãos de direitos humanos, é que infelizmente as semelhanças não param por aí", diz o jornal, lembrando que a formação das gangs como o PCC acontece justamente sob essas condições. As autoridades, diz The Christian Science Monitor, se justificam com uma estatística: a reincidência na Febem seria de apenas 17%. Mas muitos saem da instituição já para a vida adulta e outros morrem em rebeliões. Além disso, a instituição não oferece o que se propõe: educação, terapia e lazer.

L

F AVORITOS

claras o pesadelo permanente dentro das unidades da Febem. "Para seus críticos, entretanto, ela é uma baderneira perigosa, mais preocupada com sua imagem do que com o bemestar dos mais de 6 mil detentos da instituição. Para seus partidários, ela é a voz que evita as autoridades de desviarem o foco da má administração e da violência que dominam a Febem há décadas", resume a publicação. A reportagem mostra que a Anistia Internacional e o Human Rights Watch valorizam o trabalho de Conceição, que freqüentemente denuncia maus tratos aos adolescentes, faz visitas aos jovens e conversa com eles. O clima intimidante das unidades da Febem também é descrito no texto, que

L

G @DGET DU JOUR

norte-americano The Christian Science Monitor publicou ontem uma matéria sobre a paulistana Conceição Paganele, presidente da Associação de Mães e Amigos de Crianças e Adolescentes em Risco (Amar) e defensora dos direitos dos jovens detidos. Ela é "acusada pelo governo do estado de São Paulo de incitar motins e rebeliões, o crime organizado, e causar os danos de propriedade dentro dos complexos da Febem". Conceição está sendo investigada pela polícia, que considera, segundo The Christian Science Monitor, considera entrar com uma acusação formal contra ela. A Anistia Internacional analisou o caso e, aparentemente, o crime de Conceição foi colocar às

Biólogos respeitados pela comunidade científica mundial defenderam ontem em um artigo publicado hoje na revista britânica Nature que cientistas de todos os países criem uma força-tarefa global para defender a biodiversidade, alertando que a Terra enfrenta uma crise de extinção sem paralelos na História. O grupo avaliaria as análises mais recentes sobre biodiversidade, emitindo um alerta claro e sonoro às autoridades e à comunidade em geral sobre os danos ao planeta e as formas de conter a extinção que, segundo os autores da proposta (que está na internet), caso contrário eliminará a maioria das populações e espécies ainda neste século.

No Rio de Janeiro, trens exclusivos para mulheres continuam sendo usados por homens

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OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 20 de julho de 2006

DOISPONTOS -77

N

"Não há gado contribuinte que agüente"

O

Brasil tem mais de 3 mil normas tributárias com 300 modificações anuais, incluindo mais de 50 mil novos artigos e 30 mil parágrafos. O custo gerado pela burocracia estatal aliado à alta carga de impostos asfixia nossos meios de produção, de comércio e de serviços, a tal ponto que a Associação Comercial de São Paulo admite que se o comércio pagar sem questionamentos todos os impostos não conseguirá continuar mantendo as portas abertas. Claro que, como a renomada Associaçã o, somos a favor da legalidade. Combatemos a sonegação. Faço parte de uma cooperativa de produção de chapas e caixas de papelão ondulado, integrada por cerca de 300 sócios-cooperados que sustentam, no conjunto, mais de 1500 pessoas.

R e s s u rg i m o s d a s cinzas de uma fábrica que entrou em falência fraudulenta já comprovada na Justiça. Como alternativa para receber nossos créditos trabalhistas reativamos a produção com autorização judicial, através de uma cooperativa que arrenda o parque fabril da indústria de Embalagens Paulistana, a falida, na cidade de Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo. A luta foi difícil. Permanecemos mais de 30 longos meses parados e defendendo a fábrica contra vândalos e depredadores. Na batalha pela sobrevivência os sócios-cooperados chegaram até a passar fome. Agora, estamos diante de uma outra a d v e r s i d a d e . E s t amos sendo asfixiados pela sanha arrecadatória do INSS. Como cooperativa,

praticamos o chamado ato cooperativo previsto em lei. Todos os sócios-cooperados são donos do empreendimento, não têm remuneração fixa e assumem coletivamente todos os riscos do negócio. A cooperativa, que é do ramo de p ro d u ç ã o , n ã o t e m funcionários, pois os cooperados são a própria mão-de-obra e contribuem individualmente. Recentemente, no entanto, fomos surpreendidos por uma resposta do INSS a uma consulta administrativa, que informou que somos obrigados a pagar duas vezes a previdência: 11% como sócios-cooperados e mais 20% como empresa, por força de uma Instrução Normativa criada no ano passado (IN número 3, de abril/2005). Ora, de acordo com a lei (5764 de 1971), que regula o

Reprodução

As cooperativas enfrentam dupla tributação do INSS, mais injusta que a derrama denunciada por Tiradentes.

sistema cooperativista no Brasil, cooperativas não podem ser equiparadas às empresas para fins de tributação, inclusive previdenciária, quando praticam ato cooperativo. Juristas especializados no assunto e parlamentares que se identificam com as causas do cooperativismo têm afirmado que a bitributação previdenciária de cooperativas de produção autênticas, como é o nosso caso, é inconstitucional. Na época da Inconfidência Mineira, que terminou com o esquartejamento de Tiradentes, a carga tributária correspondia à metade da que é cobrada hoje. Não queremos a cabeça de ninguém. Mas também não podemos deixar que suguem todo o nosso sangue cooperativista. SÉRGIO MADJAROF É DIRETOR EXECUTIVO DA

COOPERCAIXA

Site na internet www.blog. dcomercio.com.br

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

O que Dom Menas gosta de fazer D

om Menas, Primeiro e Único, é o "cavalo" político de Clementina de Jesus. E que não me levem a mal os espíritas. Que a "rainha ginga", "a mãe" e "Quelé" – alguns dos muitos apelidos carinhosos de Clementina – não me amaldiçoem. Minha fé, infelizmente, é pouca. Mas sou temente a Deus. A fé não é maior por conta dos padres de passeata. E dos bispos "universais" que apóiam Lula da Silva. Clementina de Jesus entrou para a história por várias – e importantes – razões. Uma delas: sua interpretação magistral daquela música em que, personagem, nos dizia que "fora feita pra vadiá". Não falo de "Circo Marimbondo". Isso nos levaria a Sarney – e a seu filhote político dileto: aquele rapaz, Mercadante. Não há espaço para maiores informações. Uma busca na internet dará aos interessados dados objetivos sobre seu desempenho no Senado – sempre em prol de Sarney, sempre contra São Paulo. Atenção: este rapaz, Mercadante, é candidato ao governo de São Paulo. Conta com o apoio de Lula e João Paulo Cunha e de todos os demais mensaleiros do PT e base aliada. Por ora, ele faz de conta que nada tem a ver com a deputada Ângela Guadagnin, a musa-bailarina do mensalão. Fingimento puro – o dele. Quem elogia o apoio de

G Clementina nunca foi vadia. O mesmo não se pode falar de Dom Menas. G Sua Majestade ficou 82% do tempo fora do gabinete. Viajando para cá e para lá. Às nossas custas. G Dom Menas,

na melhor das hipóteses, deve ser cassado nas urnas por vadiagem. Perdão, Clementina!

João Paulo Cunha é capaz de tudo. Mercadante é do tipo que não cora nunca. Se for preciso, ele vai às ruas do ABC, de mãos dadas com aquele "professor" petista de Matemática: Luizinho, dublê de analfabeto e mensaleiro. Clementina nunca foi vadia; o mesmo não se pode falar de Dom Menas. E aqui não há nada de pessoal, muito embora ache Dom Menas um idiota definitivo, do tamanho exato dos que, por uma razão ou por outra, o apóiam. A cretinice desconhece fronteiras.

A

o que importa: o jornalista Joelmir Betting fez e refez as contas – e também nisto ele é muito bom – e provou que, de 1º de janeiro de 2003 a 15 de julho de 2006, Sua Majestade ficou 82% do tempo fora do gabinete. Viajando para cá, viajando para lá. Às nossas custas. O que, é forçoso reconhecer, lhe dá um "meio" álibi: quem viaja tanto não tem tempo de saber o que fazia a "quadrilha" no gabinete ao lado do seu. Dom Menas, na melhor das hipóteses, deve ser cassado nas urnas por vadiagem. Perdão, Clementina. E se proteja! Marimbondos são terríveis. ORLANDO SILVEIRA É JORNALISTA ORLANDOSILVEIRA@UOL.COM.BR

CLÁUDIO WEBER ABRAMO

NÃO É SÓ LÁ EM CIMA

Q

uem ouve os discursos dos próceres da oposição fica com a impressão de que a corrupção no Brasil se resume ao caso do mensalão e, talvez, dos sanguessugas. Não é o caso, como talvez o eventual leitor distraidamente intua. A corrupção origina-se de disfunções institucionais e administrativas que afetam a interação entre o aparelho de Estado e os agentes econômicos. Como o Estado brasileiro está repleto de disfunções, nas três esferas e nos três poderes, é normal e esperado que a propinagem seja encontrada por toda parte. “Toda parte” significa muito mais do que uma estatal federal (os Correios) e o caso do mensalão.

Nenhum governador (inclusive o sr. Alckmin) combate a corrupção da máquina pública A aproximação das eleições de outubro deveria, ou poderia, estimular questionamentos aos candidatos a respeito do quê, exatamente, propõem para combater a corrupção. Uma pauta minimamente detalhada sobre o que fazer é o que se deveria cobrar dos candidatos, particularmente dos candidatos a governador.

N

um país com o grau extremo de autonomia de que gozam os estados (sem falar nos municípios, nos quais a situação é verdadeiramente catastrófica), a responsabilidade pelo controle da corrupção, e que extrapola qualquer possibilidade de ação do Executivo federal, é imensa. Há alguns meses, escrevi neste espaço que “um diagnóstico do desempenho do governo Lula no combate à corrupção não resultará (apenas) na nota vermelhíssima do mensalão. Há também ganhos.” Tais ganhos tomaram a forma de programas de prevenção à corrupção pela Controladoria-Geral da União.

enhum governador, incluindo-se o sr. Alckmin, adversário de Lula no pleito presidencial, fez coisa alguma nessa direção. Caso se espere que haja redução do desperdício de recursos públicos geridos pelos estados, o padrão de comportamento observado até aqui nos executivos estaduais terá de mudar. Candidatos que não oferecerem respostas ao problema exibirão tanta inadequação para exercer o cargo quanto alguém que afirmar descaso com a infra-estrutura de transportes, digamos. Combater a corrupção nos estados inclui assumir a questão como problema estratégico, e significa trazer o peso do chefe do Executivo para a condução de programas objetivos de diagnóstico e reforma. Também significa alterar padrões de relacionamento político do governador com os partidos, pela renúncia ao toma-lá-dá-cá, um notório motor de corrupção. Significa enfrentar as resistências que o próprio funcionalismo público antepõe a reformas – resistências originadas não na cumplicidade com o crime, mas no receio quase genético à mudança sempre que alguém propõe mudar alguma coisa, qualquer coisa. Significa contraporse às resistências que serão opostas pelos interesses econômicos que se aproveitam das fragilidades institucionais para abocanhar contratos fraudulentamente, eximir-se de suas obrigações tributárias, beneficiar-se de favores regulatórios. Por outro lado, combater com eficácia a corrupção traz aumento de arrecadação tributária e uma melhor alocação dos recursos de investimento, proporcionando mais espaço para realizações programáticas.

P

esquisa realizada pela Transparência Brasil junto ao setor privado revelou que 70% das empresas estimam que gastam até 3% de seu faturamento com propinagem. É impossível estimar o prejuízo que isso traz ao erário público em termos de quebra de arrecadação, contratos superfaturados, projetos mal engendrados. Digamos, porém, que se consiga num Estado como São Paulo reduzir a propinagem à metade. Imagina-se o quê isso significaria só em termos do aumento de atividade produtiva por parte das empresas. Esse é o desafio que se deveria apresentar aos candidatos a governador. CLÁUDIO WEBER ABRAMO É DIRETOR EXECUTIVO DA

TRANSPARÊNCIA BRASIL WWW.TRANSPARENCIA.ORG.BR

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OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

quinta-feira, 20 de julho de 2006

LENTE DE

AUMENTO

SEGUNDO TURNO

E

m pesquisa de opinião pública, os grandes números servem muito pouco. Não adianta saber dos 40%, dos 30%, etc. São volumes que, em geral, podem ser mudados na margem apenas. Nos dois momentos baixos de Lula (em julho/setembro de 2004 e em setembro/novembro de 2005), ele caiu para pouco mais de 30%. Se hoje ele tem 43% (média do Vox Populi e DataFolha), seus eleitores mais descoláveis somam uns 10%. A análise destes 10% é que é importante. Alckmin já mostrou que absorve os votos do Serra (que tinha estes 30% que Alckmin tem hoje). Quem são estes 10% do Lula que podemos descolar? Como fazer para descolar? Tenho insistido que se deve jogar

nos perguntassem o endereço de alguém e respondessemos "Brasil". Estas 2000 ou 3000 entrevistas nos dizem "Brasil": Lula 43%, e Alckmin 30%, por exemplo. Para servir a uma decisão a pesquisa tem que ser feita em nível regional e subregional. Dezenas e dezenas de pesquisas para se tomar decisão. Usem esse dado como referência. Enquanto não se fizer isso fica-se no terreno da torcida e das idéias gerais sobre um eleitor, que não correspondem a nenhuma média. Bem, as pesquisas estaduais começam a chegar. E, então, as decisões eleitorais serão rapidamente efetivas, descolando estes 10% do Lula. Isso se faz com

Ricardo Stuckert/PR

Ataque, receita para tirar Lula da dianteira com todas as pedras e não apenas com as nossas. O fato de a senadora Heloisa Helena ter crescido era previsível e este ex-blog tem insistido e tentado ajudar. Seu crescimento segura o crescimento dos votos nulos. Seu crescimento segura o voto da esquerdapura, que não iria nunca para Alckmin. E com isso amplia a probabilidade de um segundo turno. Mas daqueles 10% do Lula não se precisa de tudo. Basta ele cair uns cinco pontos que depois vêm os outros cinco. A meta deve ser descolar cinco pontos e trazê-lo para qualquer coisa abaixo dos 40%. Isso não é difícil. Os números nacionais não servem para nada, mas apenas os números gerais de regiões e cortes gerais de gênero, idade, renda e instrução. Bem, servem para captar recursos para a campanha. É como se

pinça e não com facão. Segundo o Datafolha: 1. Quinze dias atrás: Lula, 46%. Demais, 38%. Diferença 8 pontos. 2. Hoje: Lula, 44%. Demais, 41%. Diferença de 3 pontos. 3. Mas vamos corrigir com os 38% de ótimo+bom: essa é a máxima intenção de voto em Lula, se todos os candidatos fossem igualmente conhecidos. Mantendo o mesmo não-voto ( branco, nulo, não sabe), temos: Lula, 38%. Demais, 47%. 4. Segundo turno: em maio Lula 52% x Alckmin 35%. Diferença de 17 pontos. Em junho, 51% x 40%. Diferença de 11 pontos. E agora: 50% x 40%. Diferença de 10 pontos. E la nave va... Olha o segundo turno aí, gente ! TRECHOS DO PREFEITO DO RIO, CÉSAR MAIA (PFL) HTTP://CESARMAIA.BLOGSPOT.COM

A meta é descolar cinco pontos de Lula

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

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Roberto Alvarenga

MAIS PRÓXIMO

Futebol e PCC BENEDICTO FERRI DE BARROS

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ois magnos acontecimentos varreram de norte a sul a consciência da nacionalidade brasileira, deixando estupefatos os cidadãos que os assistiram sem compreender, nem poder aceitar: o desastre da Copa e o sucesso do PCC. Aparentemente dissociados entre si eles parecem motivados por uma síndrome geral da comunidade nacional: a de que este é um país sem governo, onde ninguém sabe, não faz nada nem é responsável por coisa nenhuma – nem mesmo por calamidades desse porte. Passado um primeiro tempo, em que o time brasileiro não fez nenhum chute a gol, seu técnico permaneceu olhando para o chão, não fez nada e deu como explicação o fato de que não estava preparado para aquilo. Recusou-se a dar outras explicações. E ficou no ar a pergunta que não foi feita: mas se ele declarava seu despreparo e incompetência, quem foi o responsável por sua escolha e nomeação para dirigir o favorito campeão de cinco outras Copas? Naturalmente, "o donatário do futebol brasileiro", cujo nome permaneceu oculto nas trevas do desastre. E o que se passa nesses porões da política futebolística brasileira similarmente se repete nos porões do desgoverno nacional. É aqui que volta a se manifestar, no caso do sucesso do PCC, a síndrome nacional do ninguém sabe, ninguém viu, ninguém é responsável, ninguém faz nada. Desconsertadas nos porões e la-

birintos de seus interesses eleitoreiros, já que Lula jamais ocupou a cadeira presidencial, ocupado como esteve durante todo seu mandato em freqüentar palanques de sua reeleição, nem as autoridades federais nem as estaduais se consertaram para que bandidos encerrados em presídios sob seu comando não destruíssem a ordem pública, bens privados e próprios do Estado, violando o mais fundamental direito dos cidadãos, que é sua garantia de viver. Tão grave quanto isso foi a omissão de notórios próceres políticos, quer da situação, quanto da oposição, escancarando-se a situação de que o País realmente se acha sem governo.

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guerrilha deflagrada pelo PCC não só na capital como em numerosas cidades do estado, não é, entretanto, um fato original no desgoverno em que vivemos. Outro tipo de organização ilegal, subversiva e terrorista - o MST - em várias ocasiões já executara ações análogas, não só contra entidades privadas mas invadindo até recessos do próprio governo. E foi sobre esse "movimento" que Lula declarou ser o mais importante movimento social do País, e foi a seus assentamentos, resultados de invasão que a muitas vezes compareceu para distribuir abraços e bonezadas. Alguém viu? Alguém sabe? Alguém se lembra? Como na anedota da hiena, é o caso do cidadão se perguntar: "E de que se ri esse bicho?"

N inguém sabe, ninguém viu, ninguém é responsável, ninguém faz nada.

Onde o orgulho nacional? MAKS BEHAR

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omo empresário e pessoa responsável por algumas centenas de empregos, sempre me pego pensando sobre a necessidade do orgulho nacional. Se nos reportarmos às grandes nações, que ao longo da história enfrentaram períodos de total desmoronamento da sua economia, em todos os níveis, observamos que todas essas histórias têm algo em comum: o orgulho nacional. Observamos esse sentimento no Japão pósguerra, na Alemanha após a queda do nazismo e em outros exemplos menos conhecidos, mas igualmente relevantes; o povo sempre esteve presente e ajudou na reconstrução do quê? Da indústria nacional. Em ambos os casos, o setor industrial foi praticamente destruído. O contexto atual é totalmente diferente. Podemos dizer que a globalização e a velocidade do desenvolvimento tecnológico constituem nossos grandes desafios. Cada país tem suas características ditadas pela instrução de seu povo, pelo tamanho da população, pela área geográfica e pela qualidade desta área. O Brasil é privilegiado nisso. Resta saber como vamos equacionar este desafio. Acredito que a única saída seja com idéias e ações corajosas, para entusiasmar a população jovem a assumir riscos e realizar coisas. Uma população do tamanho da brasileira não pode, a longo prazo, importar todos os bens dos quais necessita, especialmente os técnicos e máquinas que produzem estes bens, pagando com commodities como minérios, soja, café, etc. Quando vim para esse país, na década de 50, assumi essa como a minha Pátria e um dos desafios a que me propus foi exatamente montar um sistema de produção que ajudasse o país a minimizar as importações, especificamente no que se refere a empilhadeiras. E junto com Manuel Martinho montei uma empresa que projetaria e fabricaria suas próprias máquinas e seria reconhecida como fabricante de produtos de qualidade, que poucos saberiam fazer num país de terceiro mundo, com pouca tradição eletromecânica e um vasto reservatório de complexos de inferioridade, mas com intenções e capacidade para sair desta situação. Em janeiro de 1979 não havia ninguém que fabricasse o que pretendíamos produzir, empilhadeiras elétricas para manusear cargas

em fábricas e armazéns. Hoje, por incrível que pareça, passados 27 anos, continuamos sozinhos no mercado como projetistas e fabricantes de empilhadeiras elétricas. Porém temos 14 concorrentes que se instalaram como importadores e distribuidores. Quando a Skam começou, era difícil importar maquinário; era preciso de licença especial e taxa de importação de 60%. Hoje se pode importar de tudo sem licenças e com um imposto de importação de 10%. Foi difícil imaginar que nestes anos seguidos houvesse tanta mudanças na economia e na visão que os vários dirigentes do país tiveram do futuro, sobre tudo na política industrial.

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pesar de todas estas dificuldades, não desistimos, não vendemos a empresa e nem mudamos de foco. Podemos dizer que sobrevivemos e estamos ganhando cada vez mais a confiança dos dirigentes brasileiros, trabalhando em grandes empresas multinacionais e nacionais. Cidadãos que, apesar de muito bem formados em universidades brasileiras e estrangeiras, aprenderam na prática esta nova especialização de engenharia de logística, que há uns 15 ou 20 anos não existia no país. Sobre estes homens, junto com os engenheiros de manutenção e segurança, é que a Skam está focando, para convencê-los de que são fabricadas no país empilhadeiras modernas e confiáveis. Após alguns anos de experiência com máquinas importadas, o mercado está se rendendo à conta de que a relação custo/benefício não é tão favorável, pois o custo e disponibilidade de peças de reposição é alto demais se comparados com os das empilhadeiras nacionais. E as máquinas nacionais hoje chegam a ter um desempenho técnico igual às melhores máquinas importadas. É exatamente nesse ponto que devemos nos voltar para o orgulho nacional. Além de todos esses fatores, temos que pensar que estamos gerando empregos, desenvolvendo tecnologia, fazendo produtos adequados à nossa realidade industrial e, mais do que tudo, contribuindo para o crescimento do País como um todo. MAKS BEHAR É PRESIDENTE DA SKAM EMPILHADEIRAS ELÉTRICAS MAKSBEHAR@SKAM.COM.BR

O país não pode viver da importação de bens, técnicos ou máquinas.

JOÃO DE SCANTIMBURGO A CRISE DO ORIENTE MÉDIO

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ui a Israel duas vezes, visitando também, a convite dos países interessados, a Síria, a Jordânia, o Líbano e a pequena Faixa de Gaza. Quem comandava a Força da ONU, estacionada nos desertos, era o general Sizeno Sarmento, que comandou o II Exército. Não há dúvida que as Forças Armadas de Israel são a mais poderosa, a mais bem instruída, a última palavra em perfeição combatente. Mas também se deve levar em conta a capacidade destruidora do Hezbollah atuando no Líbano, de onde o governo brasileiro está retirando os súditos nacionais que ali se encontram. É uma tremenda reviravolta que se dá no Líbano, agora sob o peso dos bombardeios israelenses, cujo poder de fogo é considerável, equivalente ao dos EUA.

O que tinha que ser decidido, já foi. Ambos os lados não transigem além do que já fizeram. É nesse ponto que devemos meditar.

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ssas considerações vêm não porque desejamos ver o exército israelense em combate, quando o queremos como instrumento de paz, como guardião da Terra Santa. Pode-se fazer uma idéia do clima bélico no Oriente Médio sabendo-se que o dia começa e acaba quando dispositivos militares entram em atividade. O que a diplomacia já conseguiu estabelecer para os inimigos virtuais em confronto é o ponto principal do reencontros das forças armadas, em que sobressai o poderio de Israel e o fanatismo do Hezbollah. Todos os mecanismos para uma paz duradoura já foram manipulados, sem resultados, numa constância factual. Para quem observa a situação bélica no Oriente Médio, o que tinha que ser decidido, já foi. Ambos os lados não transigem além do que já fizeram e é nesse ponto que devemos parar para meditar. Não é possível concordar com uma destruição total de ambos os lados, para que o outro subsista. A paz espera um acordo, para que seja possível a manutenção da vida humana, segundo os códigos civilizados, para que cresçam as colheitas e vivam os povos no regime de solidariedade. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 20 de julho de 2006

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A caravela vai partir. As velas estão cheias de sonho e de esperança, e é com esse sonho e essa esperança que vamos fazer uma grande campanha. Geraldo Alckmin

Lúcio Távora/Folha Imagem

ALCKMIN INAUGURA COMITÊ EM BRASÍLIA

candidato da coligação PSDB/PFL à Presidência da República, Geraldo Alckmin, reuniu-se com o comando da campanha, na sede de seu comitê em Brasília, inaugurado ontem. Entre os participantes estavam os senadores pefelistas Antonio Carlos Magalhães (BA) e Heráclito Fortes (PI), bem como o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM); o prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (PFL), e seu filho, o líder do PFL na Camara, deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ); o presidente do PPS, deputado Roberto Freire (PE), e o deputado Raul Jungmann (PPS-PE). Antes de começar a reunião, Alckmin esteve na porta do comitê, onde discursou por cerca de dois minutos para militantes que apóiam sua candidatura e a da tucana Maria de Lourdes Abadia (PSDB) ao governo do Distrito Federal. Após ser carregado pelos militantes, o

Política

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candidato tucano disse que estava inaugurando um novo trabalho em Brasília. Ele afirmou que era um trabalho para o Brasil crescer mais e ter mais emprego, renda e igualdade. Ressaltou a importância do entusiasmo da militância e disse que pretende fazer uma boa campanha. "A caravela vai partir. As velas estão cheias de sonho e de esperança, e é com esse sonho, com essa esperança, com o entusiasmo de vocês, que nós vamos fazer uma grande campanha", discursou o candidato. Segundo turno – Alckmin, disse ainda que as pesquisas de intenções de votos mostram claramente que haverá segundo turno nas eleições presidenciais deste ano. Ele acredita que a tendência do eleitor é levar a disputa para o segundo turno, que a mensagem que está transmitindo está sendo bem recebida e que só agora a campanha está realmente começando.

CANDIDATO INTENSIFICARÁ CAMPANHA NO NORDESTE

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Alckmin ressaltou a importância do entusiasmo da militância e disse que só agora a campanha vai começar

O presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), disse ontem que a pesquisa Datafolha de intenções de votos, divulgada no dia anterior, indica que haverá segundo turno nas eleições presidenciais de outubro. Tasso avaliou que, quando começar o horário eleitoral na televisão, a população terá maior conhecimento do candidato tucano. "Quem estava na mídia era só o presidente (Lula). Quem deve perder mais é quem está na frente", afirmou. TV – Jereissati disse que a diferença de tempo no horário eleitoral na TV entre Lula e Alckmin é muito pequena e que o que vai valer mesmo, é o conteúdo da mensagem. Ele avaliou que a subida da candidata Heloísa Helena se deve ao fato de ela manter uma coerência. "A Heloísa Helena tem o espaço dela", observou. Heloisa – O candidato tucano avaliou que o crescimento

da candidatura da senadora Heloísa Helena (PSol-AL) facilita um segundo turno. Segundo Alckmin, a senadora ocupa um espaço na disputa eleitoral. Ele disse que, quando tiver início o horário eleitoral gratuito na televisão, haverá possibilidade de o eleitor fazer suas comparações. Apoios – Ele relatou que esta recebendo apoios, como o manifestado pelo candidato ao governo de Rondônia pelo PMDB senador Amir Lando, que foi ministro da Previdência do governo Lula. Sobre apoio formal do expresidente Itamar Franco a sua campanha, Alckmin informou que terá um encontro com ele na próxima semana. San gues suga s – Jereissati reafirmou que o partido vai expulsar os tucanos que tiverem o envolvimento comprovado pela CPMI dos Sanguessugas no esquema de venda superfa-

turada de ambulâncias com recursos do Orçamento da União. "Não vamos fingir que não vimos nem vamos dizer que todo mundo faz isso", afirmou o senador. "Nos nossos quadros, não permitiremos mensalão nem sanguessugas". A declaração refere-se, de forma indireta, a declarações feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na época do estouro do escândalo do mensalão, segundo as quais todo mundo fazia caixa 2. Jereissati atribuiu ao governo do presidente Lula o esquema de sanguessugas. "Nenhuma operação é feita sem o Executivo", argumentou. "O governo do PT é envolvido nisso até a tampa", concluiu Tasso. E st ra da s – Alckmin, disse que, se eleito, pretende fazer uma ampla recuperação das estradas do País, já em seu primeiro ano de governo. (AE)

urante a reunião que durou cerca de três horas, ontem na inauguração do comitê de Geraldo Alckmin em Brasília, o comando da campanha do candidato da coligação PSDB/PFL à Presidência da República, decidiu centrar fogo na Região Nordeste, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição pelo PT/PRB, tem vantagem maior. Representantes nordestinos que integram o comando de campanha disseram que a estratégia será a de tornar Alckmin conhecido no Nordeste e levar para a região a discussão em torno de projetos locais, como turismo e água para o Semi-árido nordestino. Eles lembraram, por exemplo, que há projetos inacabados de irrigação na região, com barragens feitas mas sem a complementação dos canais para irrigação. O próprio Alckmin disse que cada hectare irrigado permite a criação de, pelo menos, três empregos. Menores – Ele defendeu ainda a limitação do prazo de internação de menores infratores em instituições de recuperação, como a Fundação Estadual para o Bem-Estar do Menor (Febem). "Acho que, ao completar 18 anos, o interno deve ser liberado ou encaminhado para uma penitenciária caso ofereça perigo. (AE) Veja mais sobre eleição na pg. 8


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CPMI Planalto Eleições Congresso

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 20 de julho de 2006

Cada um vai apresentar sua defesa ao povo, que fará o julgamento nas eleições. Aloizio Mercadante, sobre a reeleição de 'mensaleiros'.

O VAIVÉM DOS CANDIDATOS AO GOVERNO DO ESTADO

Eymar Mascaro

PESQUISA DATAFOLHA

Testes com o povo

SERRA CAI, QUÉRCIA SOBE. P José Serra lidera a disputa com 48% das intenções de voto, ante os 52% registrados em maio. Mercadante permanece com 15%. Quércia sobe de 9% para 11%. Decisão pode não ser no 1º turno.

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esquisa Datafolha sobre as intenções de voto para o governo do Estado de São Paulo que será divulgada na edição de hoje do jornal Folha de S.Paulo revela que o ex-prefeito José Serra (PSDB) se mantém à frente na preferência do eleitorado, com 48%. Em maio, ele tinha 52%. Como a margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais (para mais ou para menos) e os votos válidos não

foram divulgados até a noite de ontem, não se pode afirmar ao certo que a eleição será decidida no 1º turno, conforme indicavam as pesquisas anteriores. A perda de quatro pontos percentuais de Serra fez diminuir a vantagem sobre Mercadante, diminuindo de 37 pontos percentuais em maio para 33 em julho. O candidato do PT ao governo de São Paulo, o senador Aloizio Mercadante, aparece na

pesquisa com 15%, mesmo percentual obtido em maio. Crescimento obteve o peemedebista Orestes Quércia, que obteve 11% das intenções de voto. Em maio, ele tinha 9%. Nanicos – O candidato Carlos Apolinário (PDT), tem 2%. Anaí Caproni (PCO), aparece com 1%. Os demais candidatos ao governo paulista não atingiram nem 1%. Eleitores indecisos representam 11% do eleitorado. Os que

Valéria Gonçalvez/AE

pretendem anular o voto ou votar em branco são 10%. 2º turno – Num eventual cenário entre Serra e Mercadante, o tucano aparece com 61% contra 26% do petista. Contra Quércia, Serra também fica com 61% contra 23% do peemedebista. O levantamento do instituto Datafolha foi feito nos últimos dias 17 e 18 de julho com 1.910 pessoas em 56 municípios do Estado de São Paulo. (TN)

SERRA PEDE PUNIÇÃO

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José Serra aperta as bochechas de uma criança durante visita a Itaquaquecetuba

MERCADANTE E AMIGOS

candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, defendeu a expulsão do partido dos deputados tucanos acusados de envolvimento no esquema das sanguessugas. "Têm de ser punidos, se efetivamente se comprovar (a participação dos acusados) e excluídos", disse em Suzano, na Grande São Paulo, onde foi recepcionado por 300 cabos eleitorais do ex-prefeito Estevam Galvão, candidato a deputado estadual pelo PFL. Serra também visitou Itaquaquecetuba, mas depois cancelou os compromissos para ir ao velório do ator Raul Cortez, seu amigo. No local, foi recebido com vaias. (AE)

Fernando Donasci/Folha Imagem

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candidato a governador da coligação Melhor pra São Paulo (PT-PRB-PL-PC do B), Aloizio Mercadante (PT), disse em Santo André (SP) que acredita que haverá renovação nas eleições tanto para a Assembléia Legislativa como no Congresso. Como estava acompanhado do deputado professor Luizinho (PT-SP), candidato à reeleição, e do ex-presidente nacional do PT José Genoino, foi questionado sobre se os políticos envolvidos no "mensalão" estariam incluídos na renovação. " Cada um vai apresentar sua defesa ao povo, que fará seu julgamento nas eleições", disse. (AE)

ATÉ O DIA 30 O ato público próAlckmin ainda não tem data para acontecer, mas o PMDB pode optar por sua realização até o fim do mês. Além de Jarbas Vasconcelos, outros dois ex-governadores do PMDB vão se engajar na campanha tucana: Luiz Henrique (SC) e Joaquim Roriz (DF).

ENGAJAMENTO O próprio presidente do PMDB, Michel Temer, está se encarregando de agrupar os peemedebistas que apóiam o candidato tucano. Temer faz frente à ação dos peemedebistas governistas (José Sarney e Renan Calheiros), que já hipotecaram apoio a Lula.

INVESTIDA Dia 29, está prevista a viagem de Lula ao Rio Grande do Sul e, no dia 30, a Santa Catarina. Os petistas querem neutralizar a ação de Alckmin no Sul do País. Depois de atrair o apoio do PMDB de Santa Catarina, Alckmin corre atrás de peemedebistas gaúchos e paranaenses.

SUSTO Lula se apavorou com os bons índices de Alckmin entre os eleitores gaúchos. Por isso, o petista agendou viagem a Porto Alegre no dia 29. O Rio Grande do Sul já foi um reduto de petistas, principalmente a capital. A ordem no partido é reverter a situação no Estado. Genoino, Mercadante e professor Luizinho: amigos sem constrangimento.

Sergio Castro/AE

PALOCCI: DE VOLTA A RIBEIRÃO PRETO.

QUÉRCIA VAI AO MERCADO. E OUVE 'BRONCA'.

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candidato do PMDB ao governo de São Paulo, Orestes Quércia, fez campanha no Mercado Municipal, na região central da capital, onde ouviu uma 'bronca' dos comerciantes. A principal queixa foi a falta de espaço para o comércio noturno (reivindicação feita desde a época que era governador), quando as vendas são feitas no atacado. "Eu já me comprometi com os comerciantes a negociar com o governo um espaço maior para o comércio noturno", disse Quércia. Questionado sobre a possível ajuda da força armada ao Estado, ele respondeu que aceitaria o reforço, mas foi enfático ao afirmar que isso deve ser apenas para a proteção de prédios e patrimônios públicos. "Não podemos colocar o Exército fazendo investigações", declarou. (AE)

eemedebistas de oposição esboçam a realização de um ato público pró-Alckmin, que pode ocorrer na cidade de Recife por sugestão do ex-governador Jarbas Vasconcelos (PMDB). Recife pode ser o palco da concentração para fazer contraponto com Lula, que escolheu a capital pernambucana para seu primeiro comício, no próximo sábado. Os tucanos querem aproveitar a possibilidade de haver 2º turno na eleição presidencial, como constatou a pesquisa Datafolha de ontem, para esquentar a campanha. O primeiro impulso dos tucanos é eliminar os pontos de discórdia que possam existir no comando da campanha. O exemplo mais evidente de que as arestas estão sendo aparadas foi o engajamento na campanha do prefeito do Rio, César Maia (PFL), que vinha sustentando um mal-estar com a cúpula do PSDB.

Orestes Quércia fez campanha no Mercado Municipal de São Paulo. Ouviu dos comerciantes antigas reclamações sobre o comércio noturno.

ela primeira vez desde a série de escândalos que culminou com a saída do Ministério da Fazenda, em março deste ano, o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, candidato a deputado federal, voltou a Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, cidade a qual governou duas vezes – de 1993 a 1996 e entre 2001 e 2002. Não foi um retorno em definitivo. Palocci passou quatro dias entre a última e esta semana no município, mantendo contatos com líderes políticos e visitando amigos. Ele pretende inaugurar um comitê em Ribeirão e outro na capital paulista, nos quais serão centralizadas as ações de campanha. As inaugurações acontecerão até o fim deste mês. No início de agosto Palocci retomará as aparições públicas e iniciará a campanha no Estado. De acordo com os dados fornecidos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele pretende gastar até R$ 2,5 milhões na campanha. (AE)

DIVISÃO Alckmin e Lula brigam pelo apoio do PMDB do Paraná. Alckimistas e lulistas juram de pés juntos que contam com o apoio do governador Roberto Requião. A notícia que vem de Curitiba, porém, é a de que o PMDB estadual está rachado, a exemplo do PMDB nacional.

REAÇÃO

alcançou na sua passagem por Minas. Alckmin circulou ao lado do governador Aécio Neves e obteve o apoio do exministro Eliseu Padilha (PMDB). Aécio promete virar o jogo no seu Estado.

MARANHÃO A família Sarney rachou: enquanto o pai, José, faz campanha pró-Lula, a filha, Roseana, dá uma colher de chá a Alckmin: dia 25, Alckmin deve visitar o Maranhão e almoçar com a senadora e lideranças estaduais do PFL. Roseana é candidata ao governo maranhense.

DEBATES Candidato do PDT a presidente, Cristovam Buarque, invocou o passado do PT para chamar Lula para os debates com os demais candidatos. Por enquanto, a ordem no partido é evitar que Lula debata na campanha do 1º turno, como fez FHC na campanha de reeleição em 1998.

PESQUISA O que mais chama a atenção na pesquisa Datafolha de ontem é o sensível crescimento de Heloísa Helena (PSol). A senadora subiu de 6% para 10% nas intenções de voto. Seu crescimento pode levar a eleição presidencial para o 2º turno.

SUBIDA No PSol existe uma previsão, a de que Heloísa Helena pode bater nos 15%, devido à sua exposição na TV. Se isso acontecer é certo que haverá 2º turno, mas se a senadora permanecer no teto de 10% pode não haver dois turnos. Os demais nanicos somam muito pouco.

Lula quer estancar o crescimento de Alckmin não só no Sul mas, também, no Sudeste. O PT decidiu investir também em São Paulo, Rio e Minas. Em São Paulo a vantagem é do tucano, mas no Rio e em Minas o petista está na frente.

ENCONTROS Alckmin deve visitar o Rio amanhã, sendo recepcionado pelo prefeito César Maia. O candidato deve se encontrar, separadamente, com dois candidatos ao governo fluminense: Eduardo Paes (PSDB) e Denise Frossard (PPS), apoiada por César Maia.

SATISFEITO O candidato tucano gostou da recepção que

SENADO Repercutiu no PT a previsão da deputada Zulaiê Cobra de que o ciclo do senador Eduardo Suplicy (PT) teria acabado. A deputada acha que o empresário Guilherme Afif Domingos tem muita chance de se eleger senador pela coligação PFL-PSDB. Zulaiê é a 1ª suplente na chapa de Afif.


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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 20 de julho de 2006

As vendas de veículos no varejo cresceram 4,48% nos primeiros 11 dias do mês de julho.

VARIGLOG FICARÁ COM A NOVA VARIG

Sérgio Castro/AE

LEILÃO JUDICIAL DA VARIG TEM APENAS UM PARTICIPANTE A VarigLog manteve oferta de compra da companhia com depósito de US$ 24 mi

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leilão judicial da Varig que será realizado hoje deverá ser apenas uma cerimônia para homologar a única oferta pela companhia, feita pela ex-subsidiária de logística e transporte de cargas VarigLog. Ontem, ninguém se habilitou para participar da disputa, por meio do depósito do preço mínimo de US$ 24 milhões, e apresentação de uma carta de fiança bancária no valor de US$ 75 milhões. A ex-subsidiária de logística e transporte de cargas quer iniciar a primeira etapa de reestruturação da Varig com 2 mil funcionários e 13 aviões, o que vai custar a demissão de cerca de 8 mil pessoas. Situação bem diferente do fim do ano passado, quando haviam quase 12 mil empregados e em torno de 80 aviões. A nova Varig, como está sendo chamada a empresa que vai a leilão, terá a concessão de toda a operação nacional e internacional da Varig e Rio Sul. Em até 180 dias após a oficialização da compra, a VarigLog planeja ter até 80 aviões, o que indica a possibilidade de recontratação dos empregados que serão dispensados. O programa de milhagem Smiles, com 6 milhões de usuários e passagens a serem honradas no valor de R$ 70 milhões, também ficará na nova Varig. A Va-

rigLog vai assumir o passivo de R$ 245 milhões referente a passagens que já foram vendidas, mas não foram usadas. A área comercial, que inclui toda a venda de passagens, também permanecerá nessa estrutura. A oferta da VarigLog, de US$ 500 milhões, inclui US$ 20 milhões que estão sendo emprestados para custear a operação da ex-controladora até o leilão. Há US$ 485 milhões previstos como aporte para a companhia. Nordeste – Parte dos recursos prometidos pela VarigLog será usada para garantir uma receita mínima na Varig antiga, que é como está sendo conhecida a empresa que permanecerá em recuperação judicial para amortizar o passivo de R$ 7,9 bilhões da Varig. A Varig antiga herdará a marca Nordeste e apenas uma rota, o vôo ida e volta Congonhas-Porto Seguro, com 50 funcionários, e fará, ainda, fretamentos de aeronaves para a nova Varig, por meio de um contrato de 3 anos. O mesmo tipo de parceria valerá para o centro de treinamento de pilotos, num período de 10 anos. Todos os imóveis da Varig, avaliados em R$ 120 milhões, também renderão receita vinda de aluguel. De acordo com o novo plano de recuperação judicial da Varig, até o dia 17 de agosto deve-

rá ser convocada uma assembléia de credores para eleger um gestor judicial para a Varig antiga. Também está prevista a escolha de um agente fiduciário, que será responsável pela emissão de títulos de dívida (debêntures) para reduzir dívidas. Para trabalhadores e credores com garantias reais, estão previstos R$ 100 milhões em 10 anos. Para estatais e arrendadoras de aviões, foram reservados 70% do fluxo de caixa da Varig antiga, que tem previsão inicial de receita de R$ 19 milhões por ano. Para o fundo de pensão Aerus, com 7,6 mil participantes das empresas do grupo Varig e R$ 2,3 bilhões a receber, a VarigLog destinou parte do que a ex-controladora tem a receber do governo por perdas com o congelamento de tarifas entre as décadas de 80 e 90, em torno de R$ 4,5 bilhões. Participação – A Varig que vai a leilão hoje representa uma fração muito pequena da companhia. Com apenas 16 aviões em atividade, a empresa opera só 20% dos vôos de sua malha original. São 14 cidades no Brasil, o que fez a participação de mercado da empresa despencar para 4,9% na primeira quinzena de julho. A malha internacional se resume a apenas a vôos p a r a F r a n k f u r t , L o n d re s , Miami e Nova York. (AE)

Companhia aérea está operando com apenas 16 aeronaves e detém só 4,9% do mercado doméstico

Sadia tenta negociar com sócios da Perdigão

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Sadia conseguiu ganhar tempo para negociar a compra da Perdigão, um dia depois de a oferta ter sido rejeitada pela concorrente. Ontem, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), responsável pela fiscalização do mercado de ações, pediu explicações à Perdigão sobre a rejeição da proposta Enquanto isso, a Sadia começou a procurar, um a um, os principais sócios da Perdigão para tentar reverter a decisão. Na segunda-feira, a Sadia havia feito uma oferta pública para comprar todas as ações da Perdigão, em um negócio estimado em R$ 3,7 bilhões. Seria o primeiro caso de compra de uma empresa por outra no Brasil por meio da aquisição de ações em mercado. Agora, porém, a Sadia decidiu mudar sua estratégia e vai concentrar

as negociações em conversas individuais com os principais acionistas da Perdigão. A Sadia está procurando os representantes de sete fundos de pensão e da empresa Weg Participações. Donos de 55,38% das ações, os fundos e a Weg haviam rechaçado a proposta com o argumento de que o preço oferecido pelos papéis era muito baixo. A Sadia também está ouvindo administradores de fundos de investimentos, que têm participações menores na Perdigão. Dificuldades – "Não queremos mais negociar pela imprensa. Estamos tentando f a l a r d i re t a m e n t e c o m o s acionistas", disse um dos representantes da Sadia. Até agora, porém, a empresa tem tido dificuldades para tratar do assunto com os dirigentes dos fundos de pensão.

A proposta de compra ganhou uma sobrevida depois que a Sadia mandou, ontem, uma carta à CVM, questionando a decisão da Perdigão. Com base no documento, a CVM cobrou explicações da empresa. "A documentação apresentada (pela Perdigão) não é suficiente para afirmar a efetividade de tal recusa", questionou a CVM em comunicado oficial. A Comissão não considerou válida, como prova da rejeição da oferta, a ata de reunião dos fundos de pensão, realizada na terça-feira. E pediu aos fundos de pensão que enviassem outros documentos confirmando oficialmente a recusa. A CVM determinou que, após a entrega dos documentos dos fundos de pensão, a Sadia informe em até 24 horas se mantém a proposta nos termos do edital de oferta pública. (AE)

OceanAir aproveita crise Chocolate vira obra de arte Luludi/LUZ

presidente da companhia aérea OceanAir, Carlos Ebner, afirmou ontem que a empresa não pretende disputar o leilão de venda da Varig previsto para ocorrer hoje no Rio de Janeiro. Ele informou que os passivos trabalhistas e fiscais são o maior empecilho. "Não vemos como blindar essa dívida", acrescentou. O executivo criticou o processo de venda da Varig. "Algumas coisas nos parecem estranhas, como o fato de se estarem usando as mesmas regras do leilão antigo", disse. Para Ebner, em caso de falência da Varig não haverá maiores problemas no mercado doméstico porque as empresas nacionais já estão se acomodando há algum tempo. "O mercado já veio assumindo

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de forma gradual porque a crise da Varig não é de hoje", comentou. Ele criticou, no entanto, o fato de a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) permitir que a Varig, mesmo tendo suspendido várias rotas, continue vendendo bilhetes. Ebner afirmou que isso tem obrigado as demais companhias a assumir os clientes da Varig prejudicados com os cancelamentos de vôos e também os custos. Desde o início do plano de emergência, há um mês, quando a Anac orientou as empresas aéreas a endossarem os bilhetes de passageiros Varig, a OceanAir afirma já ter transportado 420 passageiros da concorrente. Só em linhas internacionais, a Varig está devendo à OceanAir cerca de US$ 300 mil em passagens.

A companhia de aviação OceanAir está aproveitando o aprofundamento da crise da Varig para expandir sua presença. A empresa está ampliando suas operações e vai começar a oferecer vôos partindo da capital federal para Porto Alegre, Rio de Janeiro e Petrolina, com escalas em Salvador e Recife, de segunda a sexta-feira. A aérea tem frota de 20 aviões e está esperando mais seis até o fim do ano para atender novas cidades. A OceanAir voa para 30 cidades e atingirá 40 destinos até o fim do ano. Mas Ebner afirmou que a Anac não facilita a expansão das pequenas empresas. Ele criticou o papel do órgão regulador, que, segundo ele, deveria ser independente do governo. (Agências)

Vivo poder ter GSM Ericsson Tiago Queiroz/AE

Ericsson está bem posicionada para ganhar um contrato da Vivo para a montagem de nova rede de telefonia móvel com tecnologia GSM, afirmou ontem uma fonte da indústria próxima ao negócio. Um analista disse que o contrato pode valer várias centenas de milhões de dólares para a companhia sueca, maior fabricante mundial de equipamentos para telecomunicações. "A Ericsson está muito bem posicionada para vender esse contrato, mas as negociações ainda não foram concluídas. Alguns detalhes ainda estão faltando", afirmou. Segundo a fonte do setor, é provável que haja notícias sobre o fechamento do contrato já na próxima semana. Silêncio – A Vivo é controlada por Portugal Telecom e Te-

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Vivo mudará para sistema GSM

lefónica. Procurada, a assessoria de imprensa da maior operadora de telefonia celular do País informou que a empresa não comenta o assunto e que está próxima de divulgar seus resultados de segundo trimes-

tre. A Ericsson também não quis comentar o tema. O jornal sueco Dagens Industri, porém, citando uma fonte próxima da indústria de telecomunicações, publicou que a Ericsson obteve a maior parte do pedido da Vivo para a construção da rede GSM. Ontem, as ações da Vivo operavam em alta de 1,89%, a R$ 5,40, enquanto o Ibovespa (principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo) registrava grande valorização. O presidente-executivo da Portugal Telecom, Henrique Granadeiro, disse recentemente que a Vivo vai desenvolver uma plataforma GSM até o final do ano, que iria funcionar em paralelo com a atual rede CDMA. Ambas as tecnologias migrariam então para sistemas de terceira geração, disse o executivo. (Reuters)

empresário Ricardo Branco, quando esteve na Itália, em 2001, se encantou com a EuroChocolate, feira do setor realizada na cidade de Peruggia, onde é produzido um dos "melhores chocolates do mundo", o Bacci. No ano passado, foi chamado pela Daslu para fazer a decoração natalina e montou dentro da loja o Caminho do Chocolate. Achou que poderia montar também uma feira como a EuroChocolate no Brasil. Resolveu tocar o projeto e hoje inaugura no Mube, o Museu Brasileiro de Escultura, a "Maison Chocolatier – uma exposição de dar água na boca". Amanhã, a mostra será aberta ao público a partir do meio-dia. Ex-dono de 17 restaurantes e criador de lanchonetes famosas na cidade, como o Hamburguinho e o Flight 510, Branco e sua empresa, a Zero 2 Global Promotion, investiram cerca de R$ 400 mil na mostra, que t e m e x p o s i t o re s d e p e s o : Hersheys, Gelateria Parmalat, Ferrero Rocher, Lacta, Garoto e Cacau Show, para citar alguns. "A indústria do chocolate ain-

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Mostra de chocolates é realizada no Mube até o dia 30 deste mês

da é carente desse tipo de evento", diz o empresário. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Chocolate, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), dos R$ 8,5 bilhões de faturamento gerados pelo setor no ano passado, só os chocolates contribuíram com R$ 5,6 bilhões. As exportações chegaram a US$ 323 milhões, com 205 mil toneladas para 152 países de todo o mundo. "Há ainda muito potencial a ser explorado na produção e comercialização do produto", comenta Branco.

Além da divulgação do chocolate, haverá exposições, concursos de esculturas e até jóias feitas com a iguaria. Para os baixinhos, foi criado o Ateliê da Criançada. Depois de São Paulo, a mostra segue para as cidades de Porto Alegre, Curitiba, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador. Branco conta que Portugal também se interessou pelo evento, mas não há nada fechado ainda. O Mube fica na Avenida Europa, 218, no Jardim Europa. A mostra vai até dia 30 de julho. Kety Shapazian

Fenabrave: efeito Copa acabou

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s vendas de veículos no varejo cresceram 4,48% nos primeiros 11 dias úteis de julho, na comparação com igual período de junho. De acordo com levantamento da Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos (Fenabrave), na primeira metade deste mês foram comercializados no País 139.625 veículos, entre automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus,

motocicletas e implementos rodoviários, contra 133.637 unidades no mesmo período de junho. "Definitivamente, o efeito Copa do Mundo acabou. O resultado mostra, também, que o consumidor continua confiante na economia do País, o que o faz assumir compromissos como a compra de veículos", afirmou o presidente da Fenabrave, Sérgio Reze. As vendas de automóveis e comerciais leves com

motorização flex totalizaram 58.789 unidades, ante 56.024 no mesmo período do mês anterior, uma alta de 4,94%. Já os demais modelos contabilizaram 18.880 unidades vendidas, contra 17.609 unidades no período anterior, com crescimento de 7,22%. No início de julho, a participação dos carros bicombustíveis foi de 75,69%. Os demais tiveram 24,31% das vendas. (AG)


quinta-feira, 20 de julho de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

LEGAIS - 5

Anúncio de Início de Distribuição Pública da 4ª Emissão de Debêntures da

Avenida Alphaville, nº 1.500, Piso 2 – parte – 06453-000 – Barueri – SP CNPJ/MF nº 47.509.120/0001-82 Companhia Aberta

O Banco Bradesco S.A., na sua qualidade de coordenador líder comunica o início, nesta data, da distribuição pública de 65.000.000 (sessenta e cinco milhões) de debêntures simples da 4ª emissão da Bradesco Leasing S.A. Arrendamento Mercantil (a “Oferta”, a “Emissão” e a “Emissora”, respectivamente), não conversíveis em ações de emissão da Emissora, da forma escritural, em uma única série, com garantia subordinada, com valor nominal unitário de R$ 100,00 (cem reais) (as “Debêntures”), perfazendo, na data de emissão, qual seja, 1º de fevereiro de 2005 (a “Data de Emissão”), o total de:

R$ 6.500.000.000,00 ISIN nº BRBDLSDBS032 Classificação de Risco da Emissão – AUSTIN RATING: AAA INFORMAÇÕES SOBRE A OFERTA A Oferta é realizada no âmbito do 2º Programa de Distribuição de Debêntures da Emissora (“2º Programa”), arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”) nos termos da Instrução CVM n.º 400, de 29 de dezembro de 2003 (“Instrução CVM n.º 400/03”), sob n.º CVM/SER/PRO/2006/003, em 28 de junho de 2006, o qual tem prazo de duração de até 2 (dois) anos e limite de R$ 10.000.000.000,00 (dez bilhões de reais). 1. Reunião do Conselho de Administração que deliberou sobre a Emissão A Emissão foi aprovada conforme deliberação da Reunião do Conselho de Administração da Emissora realizada em 7 de julho de 2006 (“RCA”), cuja ata foi publicada no jornal Diário Oficial do Estado de São Paulo e no jornal Diário do Comércio em 18 de julho de 2006, e arquivada na Junta Comercial do Estado de São Paulo – JUCESP (“JUCESP”) sob nº 179.847/06-5, em 13 de julho de 2006. 2. Características das Debêntures 2.1.Valor Nominal Unitário As Debêntures terão valor nominal unitário de R$ 100,00 (cem reais) ("Valor Nominal Unitário") na Data de Emissão. 2.2. Número de Séries A Emissão será realizada em uma única série. 2.3. Quantidade de Títulos 2.3.1. Serão emitidas 65.000.000 (sessenta e cinco milhões) de Debêntures. 2.3.2. Nos termos do artigo 14, § 2º, da Instrução CVM nº 400/03, a quantidade de Debêntures a serem distribuídas poderá, a critério da Emissora e sem a necessidade de novo pedido à CVM ou modificação dos termos da Emissão, ser aumentada até um montante que não exceda número correspondente a até 20% da quantidade de Debêntures inicialmente ofertada (“Debêntures Adicionais”). Neste caso, será mantido o mesmo preço de subscrição das Debêntures para as Debêntures Adicionais, conforme previsto no item 2.13.3. abaixo. A distribuição dar-se-á no regime de melhores esforços de colocação. 2.3.2.1. A utilização da faculdade prevista no item anterior para a emissão de Debêntures Adicionais deverá ser ratificada pela Assembléia Geral ou pelo Conselho de Administração da Emissora e eventual colocação será amplamente divulgada por meio de publicação nos jornais Diário Oficial do Estado de São Paulo, edição nacional e Diário do Comércio, edição nacional, indicados na Escritura de Emissão. 2.3.3. Além da quantidade de Debêntures prevista no item acima, o Coordenador Líder poderá colocar uma quantidade suplementar de até 15% da quantidade inicialmente ofertada de Debêntures sob regime de melhores esforços de colocação de subscrição em função do exercício da opção de que trata o item 2.13.8. abaixo. 2.4.Valor Total da Emissão O valor total da Emissão será de R$ 6.500.000.000,00 (seis bilhões e quinhentos milhões), observado o disposto no item 2.3. acima. 2.5. Data de Emissão Para todos os efeitos legais, a Data de Emissão das Debêntures é 1º de fevereiro de 2005 (“Data de Emissão”). 2.6. Prazo e Data de Vencimento As Debêntures terão prazo de vencimento de 20 (vinte) anos contados da Data de Emissão, com vencimento fixado em 1º de fevereiro de 2025 (“Data de Vencimento”). 2.7. Forma e Conversibilidade As Debêntures serão da forma escritural, simples, não conversíveis em ações de emissão da Emissora. 2.8. Espécie As Debêntures serão da espécie com garantia subordinada. 2.9. Negociação As Debêntures serão registradas (a) para distribuição no mercado primário no Sistema de Distribuição de Títulos – SDT, administrado pela Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro ("ANDIMA") e operacionalizado pela Câmara de Custódia e Liquidação ("CETIP"); no sistema de negociação BOVESPA FIX, da Bolsa de Valores de São Paulo ("BOVESPA"), sendo os títulos custodiados na Central Brasileira de Liquidação e Custódia ("CBLC"); e (b) para negociação no mercado secundário no Sistema Nacional de Debêntures ("SND"), administrado pela ANDIMA e operacionalizado pela CETIP; e no sistema de negociação BOVESPA FIX, da BOVESPA, sendo os títulos custodiados na CBLC. 2.10. Certificados de Debêntures Não serão emitidos certificados representativos das Debêntures. Para todos os fins de direito, a titularidade das Debêntures será comprovada pelo extrato da respectiva conta de depósito das Debêntures, aberta em nome de cada debenturista, emitido pela instituição depositária. Adicionalmente, será expedido pelo SND o “Relatório de Posição de Ativos” acompanhado de extrato em nome do titular da Debênture, emitido pela instituição financeira responsável pela custódia desses títulos quando depositados no SND. Para as Debêntures depositadas na CBLC, será emitido, pela CBLC, extrato de custódia em nome do titular da Debênture. 2.11. Preço de Subscrição e Forma de Integralização 2.11.1. As Debêntures serão subscritas pelo seu Valor Nominal Unitário acrescido dos Juros Remuneratórios (conforme definido abaixo), calculados pro rata temporis desde a Data de Emissão até a data de sua efetiva subscrição e integralização (o “Preço de Integralização”). 2.11.2. As Debêntures serão integralizadas em moeda corrente nacional à vista, no ato da subscrição. 2.12. Regime e Prazo de Colocação das Debêntures 2.12.1. O Coordenador Líder desenvolverá os melhores esforços para efetuar a colocação pública da totalidade das Debêntures. 2.12.2. A colocação das Debêntures deverá ser efetuada até o período máximo de 6 (seis) meses, a contar da data da publicação do Anúncio de Início de distribuição (“Prazo de Colocação”). 2.13. Forma, Procedimento e Condições de Colocação das Debêntures 2.13.1. A colocação das Debêntures somente terá início 5 (cinco) dias úteis após: (a) o protocolo do pedido de registro da Emissão na CVM; (b) a publicação deste Anúncio de Início de distribuição; e (c) a disponibilização do prospecto definitivo e do suplemento definitivo para os investidores. 2.13.2. A colocação das Debêntures será pública, realizada nos sistemas de negociação autorizados pela CVM e indicados no item 2.9. acima, sem recebimento de reservas antecipadas e intermediada pelo Coordenador Líder, que deverá assegurar tratamento justo e eqüitativo para todos os destinatários e aceitantes da Emissão das Debêntures, compreendidos exclusivamente por investidores qualificados. 2.13.3. Durante todo o Prazo de Colocação, o preço de subscrição das Debêntures será o seu Valor Nominal Unitário, acrescido dos Juros Remuneratórios, calculados conforme o Instrumento Particular de Escritura da 4ª Emissão de 65.000.000 (sessenta e cinco milhões) de Debêntures Não Conversíveis em Ações, em Série Única, com garantia subordinada, da Bradesco Leasing S.A. Arrendamento Mercantil ("Escritura de Emissão"), pro rata temporis, desde a Data da Emissão até a data da efetiva subscrição e integralização. 2.13.4. Na hipótese de o Coordenador Líder não lograr êxito em colocar as 65.000.000 (sessenta e cinco milhões) Debêntures objeto de melhores esforços de colocação, dentro do Prazo de Colocação, este não estará obrigado a subscrever e integralizar o eventual saldo remanescente que não tenha sido subscrito e integralizado por investidores no âmbito da Oferta. 2.13.5. Não serão constituídos fundos de sustentação de liquidez nem celebrados contratos de estabilização de preços e/ou de garantia de liquidez para as Debêntures. 2.13.6. Não será admitida a distribuição parcial das Debêntures. Na hipótese de não colocação da totalidade das debêntures, a Emissão não será realizada e os valores eventualmente recebidos em contrapartida à subscrição das debêntures deverá ser restituído aos investidores, deduzida a quantia relativa à Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira (“CPMF”) ou quaisquer outras taxas ou encargos, sem juros ou correção monetária. 2.13.7. Conforme autorizado pela Emissora, o Coordenador Líder organizou plano de distribuição, que leva em conta suas relações com clientes e outras considerações de natureza comercial ou estratégica, tendo o Coordenador Líder assegurado: (i) que o tratamento aos destinatários e aceitantes da Oferta seja justo e eqüitativo; (ii) a adequação do investimento ao perfil de risco de seus respectivos clientes; e (iii) se for o caso, que os representantes de venda das instituições participantes do consórcio de distribuição das Debêntures recebam previamente exemplar do prospecto do 2º Programa e do suplemento ao referido prospecto, para leitura obrigatória, e que suas dúvidas possam ser esclarecidas por pessoa designada pelo Coordenador Líder. 2.13.8. A Emissora, poderá outorgar ao Coordenador Líder a opção de, caso, a critério do Coordenador Líder a procura pelas Debêntures assim justifique, aumentar a quantidade de Debêntures a distribuir junto aos destinatários da Emissão, nas mesmas condições e preço constantes da Oferta aplicáveis às Debêntures, até um montante de até 15% da quantidade inicialmente ofertada de Debêntures (“Opção”). 2.13.9. A Opção outorgada nos termos do item 2.13.8 acima deverá ser exercida até um dia antes do encerramento do prazo final da distribuição, devendo o Coordenador Líder comunicar a Emissora, com até um dia útil de antecedência, da intenção de exercer a Opção. 2.13.10. O Coordenador Líder deverá informar a CVM, até o dia posterior ao do exercício da Opção, a data do respectivo exercício e a quantidade de Debêntures envolvidas. 2.14. Alteração das Circunstâncias, Revogação e Modificação da Emissão 2.14.1. A Emissora, a critério da instituição intermediária líder da distribuição das Debêntures, poderá solicitar modificação ou revogação da oferta perante a CVM na hipótese de alteração substancial, posterior e imprevisível nas circunstâncias de fato existentes quando da apresentação do pedido de registro da Emissão perante a CVM, ou que o fundamentem, acarretando aumento relevante dos riscos assumidos pela Emissora e inerentes à própria oferta. 2.14.1.2. É sempre permitida a modificação da oferta para melhorá-la em favor dos debenturistas ou para renúncia à condição da Emissão estabelecida pela Emissora. 2.14.1.3. A revogação torna ineficazes a Oferta e os atos de aceitação anteriores ou posteriores, devendo ser restituídos integralmente aos aceitantes os valores, bens ou direitos dados em contrapartida às Debêntures ofertadas, na forma e condições previstas no suplemento ao prospecto da Emissão deduzida a quantia relativa à CPMF ou quaisquer outras taxas ou encargos, sem juros ou correção monetária. 2.14.1.4. Os investidores que já tiverem aderido à Oferta deverão ser comunicados diretamente a respeito da modificação efetuada, para que confirmem, no prazo de 5 (cinco) dias úteis do recebimento da comunicação, através de correspondência protocolada na sede da Emissora, o interesse em manter a aceitação da oferta, presumida a intenção de manutenção da mesma na hipótese de silêncio. 2.14.1.5. Na hipótese de o debenturista manifestar a intenção de revogar sua aceitação à presente Emissão, terá direito à restituição integral dos valores dados em contrapartida à aceitação da oferta, na forma e condições que deverão estar previstas no suplemento ao prospecto da Emissão, deduzida a quantia relativa à CPMF e quaisquer outras taxas ou encargos, sem juros ou correção monetária. 2.14.1.6. Na hipótese do item 2.14.1 acima, a modificação dos termos da Emissão deverá ser divulgada ampla e imediatamente, nos termos do item 2.26 e as instituições intermediárias deverão se acautelar e se certificar, no momento do recebimento das aceitações da oferta, de que o manifestante está ciente de que a oferta original foi alterada e de que tem conhecimento das novas condições da Emissão. 2.15. Remuneração As Debêntures serão remuneradas de acordo com as seguintes condições: As Debêntures renderão juros correspondentes à variação acumulada de 100% (cem por cento) das taxas médias diárias dos Depósitos Interfinanceiros - DI de um dia, Extra-Grupo (“Taxas DI”), expressas na forma percentual ao ano, base 252 (duzentos e cinqüenta e dois) dias úteis, calculadas e divulgadas pela CETIP, incidente sobre o valor nominal da Debênture, pro rata temporis, a partir da Data de Emissão até a data do seu efetivo pagamento (“Juros Remuneratórios”). 2.16. Pagamento dos Juros Remuneratórios Os Juros Remuneratórios das Debêntures serão pagos na Data de Vencimento. 2.17. Repactuação As Debêntures serão objeto de repactuação de acordo com os procedimentos descritos a seguir. A Emissora reserva-se o direito de repactuar as condições da remuneração aplicáveis às Debêntures, ressalvado que a data da repactuação será 1º de fevereiro de 2010, ao final do prazo de 60 (sessenta) meses a contar da Data de Emissão ("Data da 1ª Repactuação"). O Conselho de Administração da Emissora deverá deliberar e comunicar aos Debenturistas com antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis da Data da 1ª Repactuação, as condições aplicáveis ao Período de Vigência dos Juros Remuneratórios subseqüente ("Novo Período de Vigência dos Juros Remuneratórios"), incluindo: a) a remuneração a vigorar durante o Novo Período de Vigência dos Juros Remuneratórios; b) alterar a periodicidade de pagamento dos Juros Remuneratórios durante o Novo Período de Vigência dos Juros Remuneratórios; e c) demais datas de repactuação, conforme o caso. As condições fixadas pelo Conselho de Administração da Emissora, de acordo com o disposto acima serão comunicadas aos debenturistas até o 15° (décimo quinto) dia útil anterior à Data da 1ª Repactuação. Caso os Debenturistas não concordem com as condições fixadas pelo Conselho de Administração da Emissora para o Novo Período de Vigência dos Juros Remuneratórios, caso tais condições não sejam publicadas pela Emissora, os Debenturistas poderão, entre o 14° (décimo quarto) e o 5° (quinto) dia útil anterior à Data da 1ª Repactuação, inclusive, manifestar sua opção de exercer o direito de venda das Debêntures, sem prejuízo da possibilidade de ser requerido o vencimento antecipado das Debêntures na hipótese de não publicação das condições aplicáveis às Debêntures durante o Novo Período de Vigência dos Juros Remuneratórios. A manifestação dos debenturistas será realizada por meio da CETIP e/ou do BOVESPA FIX, conforme o caso, ou, tratando-se de debenturistas não vinculados ao sistema CETIP e/ou BOVESPA FIX, por correspondência dirigida à Emissora, sendo certo que somente serão consideradas as manifestações recebidas pela CETIP, pelo BOVESPA FIX ou pela Emissora, conforme o caso, até o 5° (quinto) dia útil anterior à Data da 1ª Repactuação, inclusive. A Emissora obriga-se a adquirir as Debêntures dos debenturistas que se manifestarem de acordo com o disposto no parágrafo acima, pelo Valor Nominal Unitário acrescido dos Juros Remuneratórios devidos nos termos deste Suplemento e da Escritura de Emissão até a data da efetiva aquisição, que deverá ocorrer na data de encerramento do respectivo Período de Vigência dos Juros Remuneratórios. A aquisição a que se refere este parágrafo não será acrescida de prêmio de qualquer natureza. As Debêntures adquiridas pela Emissora, nos termos desse parágrafo, poderão ser canceladas, permanecer em tesouraria da Emissora ou ser novamente colocadas no mercado. 2.18. Amortização Não haverá amortização para as Debêntures 2.19. Resgate Antecipado 2.19.1. As Debêntures poderão ser resgatadas, a qualquer momento, mediante deliberação do Conselho de Administração da Emissora e publicação de “Aviso aos Debenturistas”, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias da data do resgate antecipado, informando a data e o procedimento de resgate. 2.19.2. O resgate antecipado poderá ser total ou parcial, pelo valor nominal unitário da Debênture, na Data de Emissão, acrescido dos Juros Remuneratórios incidentes, pro rata temporis, desde a Data de Emissão, até a data do pagamento das Debêntures resgatadas sobre o saldo a ser resgatado. 2.19.3. Na hipótese de deliberação de resgate antecipado parcial, adotar-se-á o critério de sorteio, a ser realizado, nos termos da Lei das Sociedades por Ações, na presença do Agente Fiduciário e com divulgação pela imprensa, inclusive no que concerne às regras do sorteio. 2.19.4. As Debêntures resgatadas nos termos aqui previstos deverão ser canceladas pela Emissora.

2.20. Aquisição Facultativa 2.20.1. A Emissora poderá, a qualquer tempo, adquirir as Debêntures em circulação por preço não superior ao Valor Nominal Unitário acrescido dos Juros Remuneratórios, calculados pro rata temporis desde a Data de Emissão até a data da efetiva aquisição, observado o disposto no parágrafo 2º do artigo 55 da Lei das Sociedades por Ações. 2.20.2. As Debêntures objeto desse procedimento poderão ser canceladas, permanecer em tesouraria da Emissora ou ser colocadas no mercado. 2.21.Vencimento Antecipado 2.21.1. O Agente Fiduciário, independentemente de aviso, interpelação ou notificação extrajudicial, deverá declarar antecipadamente vencidas todas as obrigações constantes da Escritura de Emissão e exigir da Emissora o pagamento integral do valor nominal das Debêntures em circulação, acrescido dos Juros Remuneratórios devidos, pro rata temporis, desde a Data de Emissão até a data do pagamento das Debêntures declaradas vencidas, nas seguintes hipóteses: i) intervenção da Emissora; ii) liquidação, decretação de falência da Emissora ou pedido de recuperação judicial formulado pela Emissora; iii) pagamento de dividendos pela Emissora, observado o disposto no artigo 202 da Lei das Sociedades por Ações, ou, por qualquer forma, distribuição pela Emissora de todo ou parte de seu resultado, mesmo para pagamento de debêntures com participação nos lucros, se a Emissora estiver em mora em relação ao pagamento de quaisquer valores devidos aos debenturistas, relativos às Debêntures objeto desta Emissão; e iv) falta de cumprimento, pela Emissora, de qualquer obrigação não pecuniária relevante prevista na Escritura de Emissão, não sanada no prazo de 30 (trinta) dias contados do aviso escrito que lhe for enviado pelo Agente Fiduciário. 2.21.2. A ocorrência de evento indicado no subitem (ii) acima acarretará o vencimento antecipado automático das Debêntures, independentemente de qualquer consulta aos Debenturistas. 2.21.3. Na ocorrência de qualquer dos eventos indicados nos subitens (i), (iii) e (iv) supra, o Agente Fiduciário deverá convocar, dentro de 48 (quarenta e oito) horas da data em que tomar conhecimento da ocorrência de qualquer dos referidos eventos, Assembléia Geral de Debenturistas para deliberar sobre a declaração do vencimento antecipado das Debêntures. 2.21.4. A Assembléia Geral de Debenturistas a que se refere o item 2.21.3. anterior poderá, por deliberação de 75% (setenta e cinco por cento) das Debêntures em circulação, determinar que o Agente Fiduciário não declare o vencimento antecipado das Debêntures. 2.21.5. Na ocorrência da declaração do vencimento antecipado das Debêntures, a Emissora obriga-se a efetuar o pagamento do Valor Nominal, acrescido dos Juros Remuneratórios (e, no caso do subitem (iv) do item 2.21.1. acima, dos encargos moratórios, calculados a partir da data em que tais pagamentos deveriam ter sido efetuados), calculada pro rata temporis desde a Data de Emissão até a data do seu efetivo pagamento e de quaisquer outros valores eventualmente devidos pela Emissora nos termos da Escritura de Emissão, em até 5 (cinco) dias úteis contados de comunicação neste sentido, a ser enviada pelo Agente Fiduciário à Emissora, sob pena de, em não o fazendo, ficar obrigada, ainda, ao pagamento dos encargos moratórios. 2.21.6. Para fins do subitem (ii) do item 2.21.1. acima, será considerado como pedido de recuperação judicial ou decretação de falência qualquer procedimento extrajudicial ou judicial análogo previsto na legislação que venha a substituir ou complementar a atual legislação sobre falências e recuperação judicial. 2.22. Local de Pagamento Os pagamentos referentes às Debêntures serão efetuados: (i) utilizando-se os procedimentos adotados pelo SND, para as Debêntures registradas em negociação nesse sistema e/ou pela CBLC, para as Debêntures registradas para negociação no Bovespa FIX; ou, na hipótese de as Debêntures não estarem custodiadas no SND, (ii) na sede da Emissora; ou, conforme o caso, (iii) por instituição financeira contratada para este fim. 2.23. Encargos Moratórios Ocorrendo impontualidade no pagamento pela Emissora de quaisquer obrigações pecuniárias relativas às Debêntures, os débitos vencidos e não pagos serão acrescidos de juros de mora de 0,5% (cinco décimos por cento) ao mês, calculado pro rata temporis, desde a data de inadimplemento até a data do efetivo pagamento, bem como de multa não compensatória de 2% (dois por cento) sobre o valor devido, independentemente de aviso, notificação ou interpelação judicial ou extrajudicial. 2.24. Não Comparecimento dos Debenturistas O não comparecimento do debenturista para receber o valor correspondente a quaisquer das obrigações pecuniárias da Emissora nas datas previstas na Escritura de Emissão, no prospecto desta Emissão ou em comunicado publicado pela Emissora, não lhe dará direito ao recebimento de remuneração e/ou encargos moratórios no período relativo ao atraso no recebimento, sendo-lhe, todavia, assegurados os direitos adquiridos até a data do respectivo vencimento. 2.25. Prorrogação dos Prazos Considerar-se-ão automaticamente prorrogadas as datas de pagamento de qualquer obrigação pecuniária relativa às Debêntures, pela Emissora, até o primeiro dia útil subseqüente, se a data de vencimento da respectiva obrigação coincidir com dia em que não houver expediente comercial ou bancário na Cidade de São Paulo, no Estado de São Paulo, sem qualquer acréscimo aos valores a serem pagos, ressalvados os casos cujos pagamentos devam ser realizados através da CETIP e/ou CBLC, hipótese em que somente haverá prorrogação quando a data de pagamento coincidir com sábado, domingo ou feriado nacional. 2.26. Publicidade Todos os atos e decisões relevantes decorrentes da Emissão que, de qualquer forma, vierem a envolver, direta ou indiretamente, os interesses dos titulares de Debêntures, deverão ser publicados sob a forma de “Aviso aos Debenturistas” no Diário Oficial do Estado de São Paulo e no jornal Diário do Comércio, edição nacional. Utilizados pela Emissora para efetuar as publicações ordenadas pela Lei das Sociedades por Ações e pela legislação da CVM. 2.27. Público-alvo da Oferta A Oferta será destinada a investidores considerados qualificados nos termos do artigo 109 da Instrução da CVM nº 409, de 18 de agosto de 2004. 2.28. Declaração de Inadequação de Investimento A presente Oferta não é adequada aos investidores que necessitem de ampla liquidez em seus títulos, uma vez que o mercado secundário no Brasil para negociação de debêntures é restrito. 2.29. Imunidade Tributária Caso qualquer Debenturista goze de algum tipo de imunidade ou isenção tributária, este deverá encaminhar ao Banco Mandatário, no prazo mínimo de 10 (dez) dias úteis antes da data prevista para recebimento de valores relativos às Debêntures, documentação comprobatória dessa imunidade ou isenção tributária, sob pena de ter descontados dos seus rendimentos os valores devidos nos termos da legislação tributária em vigor. 3. LOCAIS ONDE AS DEBÊNTURES PODEM SER ADQUIRIDAS Os interessados em adquirir Debêntures poderão contatar o Coordenador Líder no endereço indicado abaixo: Coordenador Líder Banco Bradesco S.A. Avenida Paulista, n° 1.450, 3° andar CEP 01310-917 – São Paulo – SP At.: Sr. João Carlos Zani – Telefone: (11) 2178-4800 – Fax: (11) 2178-4880 Correio Eletrônico: 4013.zani@bradesco.com.br O diretor abaixo prestará esclarecimentos sobre a Oferta em nome da Bradesco Leasing: At.: Sr. Milton Almicar Silva Vargas – Diretor de Relações com os Investidores Telefone: (11) 3681-4011 – Fac-símile: (11) 3684-4630 Correio eletrônico: 4000.diretoria@bradesco.com.br Cidade de Deus, Vila Yara CEP 06029-900 – Osasco – SP 4. BANCO MANDATÁRIO Banco Bradesco S.A. Cidade de Deus, s/nº, Vila Yara, Prédio Amarelo – 2º andar CEP.: 06029-900 – Osasco – SP At.: Sr. Cassiano Ricardo Scarpelli Departamento de Ações e Custódia Telefone: (11) 3684-4522 – Fax: (11) 3684-5645 Correio Eletrônico: bradescocustodia@bradesco.com.br 5. AGENTE FIDUCIÁRIO Aporte Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda. Avenida Getúlio Vargas, 1.300, sala 1802, Bairro Funcionários CEP 30.112-021 – Belo Horizonte – MG At: Sr. Philip Neves Rabelo Telefone: (31) 3261-3737 – Fax: (31) 3261-3737 Correio eletrônico: philip@aportebhdtvm.com.br Data do início da Oferta: A Oferta, devidamente registrada perante a CVM, terá início 5 (cinco) dias úteis contados deste Anúncio de Início, ou seja, dia 27 de julho de 2006. Para maiores informações sobre a Oferta e as Debêntures, bem como para obtenção do exemplar do prospecto e do suplemento da Oferta, os interessados deverão dirigir-se à CVM, à sede da Emissora ou à sede do Coordenador Líder, nos endereços indicados abaixo, sendo que o prospecto e o suplemento da Emissão encontram-se à disposição dos investidores na CVM para consulta e reprodução apenas. COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS – CVM Rua Sete de Setembro, nº 111, 5º andar CEP 20050-901 – Rio de Janeiro – RJ

Rua Cincinato Braga, 340 - 2º, 3º e 4º andares Edifício Delta Plaza CEP 01333-010 – São Paulo – SP

BRADESCO LEASING S.A. ARRENDAMENTO MERCANTIL Cidade de Deus, s/nº, Vila Yara CEP 06029-900 – Osasco – SP At.: Sr. Milton Almicar Silva Vargas Diretor de Relações com Investidores Telefone: (11) 3681-4011 – Fax: (11) 3684-4630 Correio eletrônico: 4000.diretoria@bradesco.com.br

BANCO BRADESCO S.A Avenida Paulista, nº 1.450 – 3º andar CEP 01310-917 – São Paulo – SP At.: Sr. João Carlos Zani Telefone: (11) 2178-4800 – Fax: (11) 2178-4880 Correio Eletrônico: 4013.zani@bradesco.com.br

Exemplares impressos do prospecto e do suplemento da Emissão estão disponíveis para retirada, pelos interessados, junto aos endereços da Emissora e do Coordenador Líder indicados acima. O prospecto e o suplemento da Emissão estão disponíveis, para consulta e reprodução, na página da rede mundial de computadores (a) o Coordenador Líder (www.shopinvest.com.br); (b) da Emissora (www.bradescoleasing.com.br); (c) da BOVESPA (www.bovespa.com.br); e (d) da CETIP (www.cetip.com.br). A Oferta foi submetida para análise da CVM, em 19 de julho de 2006, nos termos da Instrução CVM nº 429, de 22 de março de 2006. O REGISTRO DA OFERTA NÃO IMPLICA, POR PARTE DA CVM, GARANTIA DE VERACIDADE DAS INFORMAÇÕES PRESTADAS OU EM JULGAMENTO SOBRE A QUALIDADE DA EMISSORA, BEM COMO SOBRE AS DEBÊNTURES A SEREM DISTRIBUÍDAS.

ANBID

"A presente Oferta foi elaborada de acordo com as disposições do Código de Auto-Regulação ANBID para Ofertas Públicas de Distribuição e Aquisição de Valores Mobiliários, registrado no 4º Ofício de Registro de Pessoas Jurídicas da Cidade de São Paulo, sob nº 510718, atendendo, assim, a presente Oferta, aos padrões mínimos de informação contidos no referido Código, não cabendo à ANBID qualquer responsabilidade pelas referidas informações, pela qualidade da Emissora, das instituições participantes e das Debêntures objeto da Oferta."

Coordenador Líder


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quinta-feira, 20 de julho de 2006

Indicadores Econômicos

7

2,10

por cento foi a queda das ações ordinárias da Souza Cruz no pregão de ontem da Bolsa de Valores de São Paulo.

19/7/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 17/07/2006 17/07/2006 17/07/2006 17/07/2006 17/07/2006

P.L. do Fundo 6.823.358,50 1.395.104,36 6.967.927,38 9.328.440,83 1.069.941,23

Valor da Cota Subordinada 1.128,181767 1.045,864057 1.110,369355 1.089,505603 1.039,416403

% rent.-mês 1,0457 0,5793 2,3826 1,8225 0,8811

% ano 15,4775 4,5864 11,0369 8,9506 3,9416

Valor da Cota Sênior 0 1.056,945090 1.067,385440 0 0

% rent. - mês 0,6238 0,6795 -

% ano 5,6945 6,7385 -

rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


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ATACAMA

quinta-feira, 20 de julho de 2006

TURISMO - 1

'FUI AO SUPERMERCADO E COMPREI AS FÉRIAS!'

Divulgação

Parceria entre os gigantes CVC e Carrefour agita o setor de viagens e aponta para uma tendência no mercado do varejo. Pág. 4 Fotos: Lygia Rebello

Expedição sobre rodas

P aisagens lunares, planícies ocres, vulcões, cânions, gêiseres, salares, lagoas e ruínas de povoados indígenas. O deserto mais árido do mundo leva a uma viagem permeada de maravilhas da natureza. O 'DC Boa Viagem' conheceu o destino no melhor estilo aventura, a bordo do Exploranter, um caminhão adaptado para hotel, que percorre roteiros no Brasil e no exterior. Págs. 2 e 3 Nada como passar dias pelas estradas do norte chileno num veículo-hotel. Na programação, há desde o passeio para os impressionantes gêiseres El Tatio (acima, à dir.) até caminhada pelo Valle de la Luna (abaixo, à esq.) e tour na pitoresca cidade de San Pedro de Atacama (abaixo, à dir.). Nas refeições, o grupo de até 30 viajantes se reúne ao redor da cozinha adaptada, sempre tendo como pano de fundo uma paisagem remota, de tirar o fôlego

Veja mais imagens desta edição na nossa galeria de fotos virtual no site www.dcomercio.com.br/ galeria/boa viagem_index.htm


8

Empresas Finanças Empreendedores Nacional

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quinta-feira, 20 de julho de 2006

Doctor Feet vende hidratantes para os pés, mas quer ter uma linha própria de cosméticos.

FRANQUIA EXIGE ATÉ 200 MIL DE INVESTIMENTO

Fotos: Marcelo Min/AFG

LETREIRO

C

omo Jonas Bechelli já pensava muito grande, até em internacionalizar a marca, criou o nome em inglês – Doctor Feet, ou Doutor dos Pés. "Isso (a internacionalização) não aconteceu ainda. A empresa é nova. O Brasil é muito grande e ainda tem muita coisa a ser feita dentro do País antes de dar um vôo maior." A última crise financeira vivida pela vizinha Argentina fez com que o empresário voltasse a matutar sobre o assunto. "Pensei em aproveitar o ensejo, mas vi que seria muito trabalhoso", conclui. "O sonho, no entanto, permanece." (KS)

SEGREDO

O

segredo do sucesso, segundo o proprietário da Doctor Feet, Jonas Bechelli, é querer. "Tudo que você quiser de verdade, você consegue. Precisa persistir. Sem persistência não se chega a lugar algum na vida. Além disso, a pessoa tem que se dar o direito de sonhar." No momento, Bechelli sonha em patrocinar ou montar uma equipe de vela, esporte que, segundo ele, vem ganhando muitos adeptos e grande exposição na mídia. "Barco é meu lazer", diz o feliz proprietário de uma bela embarcação de 150 pés ancorada em Ilhabela. (KS)

CUIDADO COM OS PÉS GERA REDE DE FRANQUIAS

S

Criador da Doctor Feet levou seu prazer com cuidados pessoais para o mundo dos negócios

e há uma coisa que o paulistano Jonas Bechelli sempre adorou é cuidar muito bem de seus pés. Porém, quando era jovem, achava que o serviço que encontrava no mercado não estava à altura de seus desejos. Descontente também com o trabalho na rede de farmácias de manipulação do pai, Bechelli, após dez anos na empresa, resolveu unir o prazer ao trabalho. Aos 23 anos, abriu a primeira Doctor Feet, uma mistura de loja de produtos ortopédicos com prestação de serviço especializada em cuidar muito bem dos pés alheios. "Se uma pessoa quebra o pé no sábado à noite, no domingo ela compra na Doctor Feet uma sandália para a bota de gesso."

A década que trabalhou com o pai lhe ensinou muitas coisas. A primeira é que não é fácil o dia-a-dia de uma empresa familiar. "Ou o pai passa o bastão, ou ele compromete a continuidade do negócio", acredita Bechelli, que de office-boy chegou a diretor comercial na rede, vendida recentemente. O empresário resolveu então usar tudo de positivo que aprendera na empresa familiar no novo negócio. Ele fazia o pé numa rede muito conhecida, mas achava "o ambiente simples, sem assepsia; o atendimento era ruim", diz. Saiu definitivamente da empresa do pai em dezembro de 1997 e, em maio de 1998, nasceu a Doctor Feet, no Shopping Center Aricanduva. Com carinho, o jovem em-

O segundo franqueado veio rápido. Hoje, as 65 lojas (três são próprias) geram mais de mil empregos diretos. "A franquia é uma forma de se multiplicar por meio de outras pessoas", diz. A maioria das lojas fica em shoppings, segundo Bechelli, pela velocidade do retorno ser maior em função do número de pessoas que os centros de compras atraem. O empreendedor comparece a todas as inaugurações de unidades. "Há franqueados que viraram amigos. Tenho um excelente relacionamento com quase todos eles e é lógico que, com alguns a relação é mais especial", diz. Endereços especiais Os endereços dos shoppings Villa Lobos, Center 3 e Continental disputam o primeiro lugar no ranking de faturamento das franquias, que exigem um investimento inicial entre R$ 150 mil e R$ 200 mil. O retorno geralmente ocorre entre um ano e meio e três anos. "Depende muito do empenho do franqueado. Tem gente que consegue retorno depois de um ano", afirma Bechelli. A loja deve ter no mínimo 30 metros quadrados e um quadro de dez funcionários. Em 2005, a Doctor Feet ganhou um selo de excelência da Associação Brasileira de Franchising (ABF). "Mais de 2 mil empresas se inscreveram e só 60 ganharam o selo", conta o empresário, orgulhoso. Sobre o futuro, Bechelli diz que ainda quer abrir muitas unidades. Estados como Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul não têm lojas da Doctor Feet. "O futuro é esse, abrir lojas. Temos também intenção de alçar vôo maior de mídia." Atualmente, a divulgação se faz por meio de f ro n tl i gh t s, aqueles painéis iluminados à noite em rodovias, e pela assessoria de imprensa da rede. Bechelli quer também procurar parceria com um grande laboratório para desenvolver uma linha de cosméticos próprios da Doctor Feet. Segundo o empreendedor, oito entre cada dez brasileiros têm problemas nos pés, desde uma simples calosidade até unha encravada. Até recentemente, 90% dos clientes eram mulheres. Hoje, metade são homens. "Os homens estão bem vaidosos – perderam o preconceito de fazer o pé. Antes, entravam aqui escondidos", diz.

preendedor lembra de Nilo Delgado, superintendente do shopping naquela época e "padrinho" de Bechelli, hoje com 31 anos. "Ele foi uma das primeiras pessoas que acreditou no nosso sonho, um grande incentivador." Das cinco lojas abertas logo no primeiro ano de atividade, Delgado "apadrinhou" duas. "Ele foi muito legal em me dar uma oportunidade quando eu não tinha nome ainda", diz. "Hoje, com 65 lojas franqueadas, os shoppings nos procuram em função do valor agregado que a gente traz ao empreendimento." Divergências Durante os três primeiros anos da empresa, Bechelli teve um sócio – "um amigo de infância" – , mas a sociedade não

resistiu ao mundo dos negócios. "Tínhamos objetivos diferentes." A amizade foi mantida apesar do alto custo da separação. "Somos amigos ainda; tenho uma grande consideração por ele", diz. Bechelli, que só cursou seis meses do curso de Administração de Empresas ("vi que nada daquilo seria útil para mim"), chegou a ter 13 lojas próprias. "A intenção era só ter loja própria, mas um cliente muito chato, que queria porque queria ser dono de uma Doctor Feet, me convenceu a trabalhar com franquia." Em maio de 2000, esse cliente virou o primeiro franqueado da empresa. Hoje, é amigo de Bechelli e franqueado de duas lojas. "Pois é, o chato virou meu amigo", afirma, rindo.

Atenção nos pormenores

Cliente trata os pés com profissionais qualificados

Kety Shapazian

PEDRA

J

onas Bechelli, proprietário da Doctor Feet, diz que ainda hoje o maior desafio é achar profissionais. "Há poucos cursos profissionalizantes, como os do Senac, e a demanda de trabalho é muito maior que a oferta de profissionais que as escolas formam. Isso trava um pouco o crescimento da empresa." Bechelli conta que chega a 'exportar' podólogos de São Paulo para outras praças, como Campo Grande, Cuiabá e Brasília. Depois que saem do Senac – "o curso de maior credibilidade" –, os profissionais ainda recebem treinamento em sua empresa. (KS)

CABECEIRA

O que é válido nos negócios?

U

ma grande idéia na cabeça, que promete abalar a concorrência. Mas como colocá-la em prática? Esse é um dos principais dilemas dos empreendedores brasileiros, que promete ser solucionado por Guy Kawasaki. Considerado um dos estrategistas mais irreverentes e originais dos Estados Unidos, Kawasaki – que ajudou a Apple a se tornar um gigante nos anos 80 – quebra padrões e clichês do mundo dos negócios e convida o leitor a Fachada de uma das 65 lojas da rede Doctor Feet

repensar o que deve ser prioridade na hora de iniciar um novo projeto. Em aA Arte do Começo - O Guia Definitivo para iniciar o seu Projeto (Editora Best Seller) desafia, a cada capítulo, o empresário a analisar se tudo o que vem sendo feito em sua empresa é de fato válido. E, por meio de diversos exercícios de análise, ajuda o leitor a definir a real posição da empresa em um mercado tão concorrido como o atual. Dora Carvalho

o

Divulgaçã


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2 -.TURISMO

quinta-feira, 20 de julho de 2006

Fotos: Lygia Rebello

No norte do Chile, um cenário delirante A natureza impressiona neste canto do planeta. De paisagens lunares a vulcões, conheça os destaques no Deserto de Atacama Por Lygia Rebello

A

visão: um território vasto, árido, ermo. Uma planície ocre, bege, branca, de gesso, argila, mica e sal. Seria sem fim não fossem os vulcões que cortam o horizonte em direção ao céu azul intenso. Terra também dos incansáveis e impressionantes jatos de vapor, os gêiseres de El Tatio. O cenário, por mais estranho que pareça, é real e fica ao norte do Chile, no Deserto de Atacama, o mais seco do mundo. Paisagem lunar, costuma dizer a maioria, que não tem medo de parecer exagerada, afinal, licenças poéticas e devaneios são mais do que permitidos frente à maestria da natureza nesse canto do planeta. A primeira impressão ao chegar lá, porém, é física. A claridade cansa a vista e a altitude (mais de 2 mil metros), os pulmões. O ar seco provoca cócegas nas narinas e resseca a garganta, que não se cansa de clamar por água. É preciso cautela e respeito para explorar essas terras e evitar pegar o mal das alturas: o "puna", que provoca tontura, falta de ar e mal-estar. Mas nada que um pouco de infra-estrutura e organização não se resolva a vida dos exploradores. "Para não ter problemas é preciso lembrar sempre dos três ‘itos’ que os locais ensinam: andar despacito, comer poquito e dormir solito", aconselha Dalton, um dos comandantes da tripulação dessa expedição a bordo do Exploranter – um caminhão que foi adaptado para o que se pode chamar de hotel sobre rodas (veja matéria na página ao lado). O ponto estratégico para se ter a melhor visão desse cenário deslumbrante, que mais parece uma miragem, é do alto da colina onde ficam as ruínas de Pukara de Quitor – um dos principais pontos turísticos do Atacama, resquícios de um povoado de indígenas atacameños do século 12, que fica a três quilômetros da cidade sede da região, a pitoresca San Pedro de Atacama. Dali de cima, vêem-se todos os vulcões que emolduram a paisagem: Colorado, Saire Cabur, Puriques, Láscar e o imponente Licancabur, de cerca de 5.90 metros de altura, objeto de oferendas dos atacameños, por ser o protetor do povoado. E se de ruínas estamos falando, ainda fale um passeio às de Katarpe, de influência inca, mais escondidas e menos conheci-

Muitas estrelas coroam o Atacama. O Valle de Katarpe (à dir.) exibe um cânion coberto de cactos gigantes. Imperdível no pôr-do-sol, o Valle de la Luna (acima) rendeu ao destino a fama de paisagem lunar. Outro show, a exatos 4.285 m, os gêiseres El Tatio (à esq.) mostram o fenômeno do encontro de águas subterrâneas com lava. Lá perto, relaxe em uma das piscinas naturais de Puritama

Um vilarejo descolado an Pedro de Atacama, o ponto de partida para todos os passeios na região, poderia ser mais um desses povoados de destinos remotos que de charme e graça não tem nada. Mas não é. Com ruas de terra, uma tímida praça central e uma pitoresca igreja do século 17, revela construções de fachadas simples até mesmo na rua do burburinho, a Caracoles. Simplicidade, porém, só mesmo da porta pra fora. Dentro, muitas casinhas abrigam restaurantes descolados, como o Blanco e o Cuna. Outros exploraram o estilo rústico apenas para dar mais charme à coisa. É o caso do Adobe e do La Estaka. Nos

S

das, mas que rendem belíssimas fotos e momentos de meditação. A pedida é ir de bicicleta ou a cavalo para curtir a paisagem e o silêncio. O Deserto de Atacama, no entanto, parece ter tantas estrelas como o céu estrelado que o protege todas as noites. No roteiro é preciso incluir sem falta um passeio ao Valle de Katarpe, com seu cânion coberto por cactos enormes e pelas "colas de zorro", espécie de trigo gigante que embeleza o ambiente com seus tons de dourado. No pôr-do-sol a parada é no Valle de La Luna – como o próprio nome diz, o local rendeu ao Atacama a fama de paisagem lunar. Localizado na chamada Cordillera de Sal, exibe montanhas cheias de sulcos e faixas brancas que mudam de cor conforme o sol vai se despedindo. ‘Velho que chora’ – N um destino tão inédito, todas as horas do dia devem ser muito bem aproveitadas. Antes mesmo dos primeiros raios de sol, é preciso enfrentar o frio e uma altitude ainda maior (cerca de 4.300 metros), para presenciar um dos espetáculos mais impressionantes deste destino. O encontro de águas subterrâ-

Presidente em exercício Chefe de reportagem Alencar Burti Arthur Rosa Presidente licenciado Editor de Fotografia Guilherme Afif Domingos Masao Goto Diretor de Redação Editor de Arte Moisés Rabinovici José Coelho Editor-Chefe Diagramação José Guilherme Rodrigues Ferreira Evana Clicia Lisbôa Sutilo Editora Ilustração Antonella Salem Jair Soares e Abê antonellasalem@uol.com.br Gerente Comercial Sub-editora Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Lygia Rebello Impressão Diário de S. Paulo lygiarebello@uol.com.br www.dcomercio.com.br

neas com a lava provoca o fenômeno dos gêiseres. No El Tatio – que na língua local significa "velho que chora" –, uma a uma, as crateras no sólo começam a expelir finas colunas de vapor que, aos poucos, se transformam em nuvens gigantes. A sauna ao ar livre só se dispersa totalmente quando o sol já está a pino. Hora de amenizar os efeitos da altitude, do frio e do sono com uma boa dose de relaxamento das Termas de Puritama, a cerca de meia hora dos gêiseres. Pequenos deques à beira de oito piscinas naturais formadas pelo leito de um rio de águas mornas, também rodeado pelas belas "colas de zorro", convidam ao deleite a 30°C. A fronteira com a Bolívia e a Argentina fica a poucos passos do centro de San Pedro. Do outro lado, outros salares (desertos de sal), similares ao que o Atacama também exibe. Cruzando a fronteira, mais surpresas em território boliviano, a 4.600 metros de altitude, como a Laguna Blanca – com seus flamingos e guaiatas (gansos andinos) – e a impressionante Laguna Verde, ambas com o Licancabur de pano de fundo. Para fechar com chave de ouro, um fenômeno raro, mas não impossível: a erupção do Vulcão Láscar, que há 13 anos não se manifestava. Nem todos os exploradores terão a chance de ver tamanho espetáculo – uma enorme nuvem de cinzas cortando o horizonte –, mas num cenário delirante como este nunca se sabe o que a natureza irá reservar para seus admirados espectadores. A viagem foi oferecida pelo Exploranter, pela LAN e pelo Hotel Fundador

cardápios, oferecem desde a tradicional empanada até pratos mais sofisticados. Nas lojinhas e feirinhas, são inúmeros os artigos de artesanato andino – gorros e luvas de lãs coloridas podem ser úteis aos desavisados que não levaram as roupas apropriadas. A folha de coca também será muito bem-vinda para amenizar os efeitos da altitude. Longe das compras, uma rápida passada pelo Museo Arqueológico Padre Le Paige é um programa diferente e ajuda a entender um pouco mais do lugar. (L.R.) Mais informações no site www.sanpedroatacama.com.

San Pedro: igreja do século 17 e casinhas simples, que escondem restaurantes badalados

ONDE COMER Adobe Restaurante: Calle Caracoles, 211, tel. (5655) 851-132. Restaurante Blanco: Calle Caracoles, tel. (5655) 851-939. Restaurante Cuna: Calle Tocopilla, 359, tel. (5655) 851-999. Restaurante café La Estaka: Calle Caracoles, 259, tel. (5655) 851-201.

Um planetário no jardim o coração do deserto, há uma área, um pouco afastada das luzes do centrinho de San Pedro e sem vizinhos para incomodar, onde imperam o silêncio e um céu carregado de estrelas como em poucos lugares pode ser visto com tanta nitidez. Não é à toa que o astrônomo francês Alain Maury escolheu justamente este ponto do planeta para apreciar e estudar o cosmos, sua paixão. Paixão tamanha que foi preciso deixá-la transbordar em forma de discretas palestras para os turistas mais curiosos. E ali, no norte do Chile, onde existem as melhores condições para a observação dos astros, Alain criou há três anos o Space (San Pedro de Atacama Celestial Explorations), o seu planetário privée. É preciso vencer o frio da noite no Atacama para participar do programa, mas é certeza de que não haverá arrependimentos. Enquanto revela os mistérios das constelações, planetas e galáxias, com sua caneta de laser que parece tocar o céu, sua mulher, Ale, passa entre o grupo, sempre silencioso para não perder nenhum detalhe das explicações, oferecendo chocolate quente e, aos mais friorentos, casacos reforçados. Entre explicações permeadas por piadinhas, o simpático francês entretém seus "convidados" por um par de horas, com direito até a curiosidades astrológicas. No auge da reunião, observação de várias estrelas, satélites e planetas são explorados pelas lentes de diferentes telescópios instalados no jardim da casa do simpático casal. Para coroar a deliciosa experiência, estrelas cadentes aos montes, tantas que mal sobram pedidos para fazer. (L.R.)

N

Mais informações e reservas no site www.spaceobs.com.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 20 de julho de 2006

1 O importante agora é que a ata do Copom transmita a continuidade da queda. Marcel Solimeo, da ACSP

MESMO COM QUEDA DE 0,5 PONTO DA SELIC, TAXA REAL AINDA É ALTA PARA PADRÕES INTERNACIONAIS

JURO NO MENOR NÍVEL EM 31 ANOS

A

nova redução de 0,5 ponto percentual na taxa básica da economia, a Selic, fixada ontem em 14,75% ao ano por decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), levou o juro ao menor patamar da série histórica do Banco Central (BC), iniciada em julho de 1986. É, ainda, a taxa mais baixa dos últimos 31 anos, conforme levantamento realizado pela consultoria Austin Rating. A menor taxa de juros básica nominal já vigente no País foi de 13,6% anuais, registrada em março de 1975. A decisão de ontem marcou a nona redução consecutiva da Selic, que acumula, desde setembro do ano passado, um corte de 5 pontos percentuais. Ao anunciar a decisão, o BC repetiu o comunicado divulgado em maio: "Dando prosseguimento ao processo de flexibilização da política monetária, iniciado na reunião de setembro de 2005, o Copom decidiu, por unanimidade, reduzir a Selic para 14,75% ao ano, sem viés, e acompanhar a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião, para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária". Juro real — Mas se em termos nominais (não descontada a inflação do período) a taxa alcançou mínimas históricas, em valores reais (quando se deduz a inflação) ela ainda está em níveis elevados, na casa dos 10%, um patamar muito

Fotos/Newton Santos/Hype

alto para os padrões mundiais. A Austin Rating estima que, com a redução de 0,5 ponto, o juro real (descontada a inflação acumulada em 12 meses — com estimativa de 0,35% para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, IPCA, de julho) fecha o mês em 10,2%. Mesmo no governo Lula, o juro real já esteve em níveis menores, como no período de junho de 2004 a janeiro de 2005, quando a taxa descontada a inflação se situou em 10% ao ano.

A queda é importante porque representa redução de custos para o consumidor e a produção. Um grande passo foi dado. Alex Agostini, economista da Austin Repercussão — "A decisão do Copom era esperada, embora os indicadores de inflação e do nível de atividade permitissem uma queda mais acentuada", afirmou, em nota, o diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo. "O importante agora é que a ata da reunião transmita a continuidade da redução dos juros nos próximos meses, uma vez que as taxas praticadas no Brasil

ainda continuam sendo as maiores do mundo e um grande inibidor dos investimentos, da produção e do consumo." A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) também via espaço para uma decisão mais ousada do Copom. Isso porque a projeção para a inflação dos próximos meses vem caindo tão rapidamente quanto a Selic, de maneira que a taxa de juros real brasileira permanece estável. "Há, portanto, espaço para queda mais acentuada, só o BC não vê", sustenta a entidade. Para o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, apesar de a taxa de juros real continuar alta e atrapalhar os investimentos, o fato de a Selic ter rompido a barreira de 15% ao ano deve ser comemorado. "É muito importante porque representa uma redução de custos para o consumidor e para a produção. Um grande passo foi dado", avaliou. Bancos — Logo depois do fim da reunião, dois bancos anunciaram corte de juros de linhas de empréstimos. O Bradesco informou a redução das taxas de juros nas operações para clientes pessoas físicas e jurídicas a partir de hoje. O Banco do Brasil anunciou a redução das taxas de juros para cheques especiais, cartões de crédito, linhas de crédito direto ao consumidor (CDC) e capital de giro às empresas. As novas taxas de juros do Banco do Brasil vigoram a partir do próximo dia 24. (AE)

SCPC oferece mais que informação

A

expansão das vendas a prazo no Brasil tem ocorrido mais pelos benefícios gerados com o constante aprimoramento nos instrumentos que dão segurança na hora da concessão do crédito, do que pelas reduções na taxa básica de juros (Selic). "Por isso hoje não oferecemos apenas informação, mas soluções para nossos clientes", disse ontem Roberto Haidar, superintendente de Marketing e Serviços da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Durante a reunião do Conselho Consultivo do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), da ACSP, que teve a participação de representantes do varejo, de bancos e fi-

nanceiras, Haidar destacou dois fatores que impulsionaram a informação de crédito: a relação de parceria do SCPC com seus clientes, e o fato de que "somos movidos pelas necessidades do mercado". Nelson Castilho, superintendente de Tecnologia da Informação (TI), da ACSP, lembrou os constantes investimentos feitos em informatização, "garantiram estarmos sempre antecipando essas necessidades". Para Roseli Garcia, gerente da Unidade de Pessoa Física (UNPF), da ACSP, todo esse esforço resultou sempre em novos e eficientes produtos que respondem às necessidades dos clientes. Esse trabalho inclui, expli-

cou Roseli, desde um ágil serviço de inteligência da informação e produtos específicos, até a preocupação com a constante defesa do consumidor, como o site (www.apoioaoconsumidor.com.br), "para que ele tenha amplo acesso à sua situação restritiva", disse. Roque Pelllizzaro Júnior, presidente da Confederação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Santa Catarina (FCDL-SC), concluiu que a Rede Nacional de Informações Comerciais (RENIC), que atinge todo o País, ampliou a velocidade e a confiabilidade do sistema. O próximo passo será a padronização de procedimentos e produtos que compõem a rede nacional. (SLR)

Mantega: custo do crédito cai pouco

O

ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem que o custo do crédito no Brasil não vem caindo no ritmo desejado. "O que está baixando é a taxa de juros, principalmente por causa da queda da Selic. O spread não está baixando na proporção que deveria. É uma preocupação permanente", afirmou. Spread é o que os bancos cobram de seus clientes, nas operações de crédito, para cobrir custos administrativos, lucro, risco e tributos. Mantega vem conduzindo, a pedido do presidente Lula, discussões com os bancos públicos para a definição de medidas que levem à queda do spread e, conseqüentemente, dos juros para os clientes. "Embora os bancos públicos já pratiquem taxas de juros menores que os privados, elas ainda estão elevadas do ponto de vista da racionalidade econômica." Mantega afirmou que as taxas cobradas pelo crédito consignado poderiam ser menores, considerando o comportamento recente da inflação e o grau de segurança do retorno do empréstimo.

Fundos — O ministro sinalizou que pode haver uma redução das taxas de juros dos empréstimos concedidos com recursos dos fundos constitucionais, como pediu o presidente do Banco do Nordeste, Roberto Smith, na terça-feira.

7,5

ao ano é hoje a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), cobrada nos empréstimos do BNDES. Segundo Mantega, esses juros eram menores que a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), aplicada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Mas, com as últimas reduções da TJLP, hoje em 7,5% ao ano, ficaram defasados. Lula tem pressionado os bancos oficiais a baixar os juros

para induzir as instituições privadas a seguirem o movimento. O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, afirmou que o esforço conjunto dos bancos oficiais para reduzir os spreads não irá comprometer "a boa governança" das instituições. "Ficou muito claro que qualquer medida que eles possam tomar para contribuir para reduzir o spread tem que se encaixar na estratégia competitiva dos bancos. Não pode haver ameaça à rentabilidade ou ao bom funcionamento das instituições", disse o secretário. Segundo Appy, estão sendo discutidas medidas de aperfeiçoamento do mercado de crédito. Ele disse que, entre as propostas, estão maneiras de reduzir os custos administrativos e a inadimplência, que são componentes importantes na formação do spread, além da necessidade de aumentar a escala das operações de crédito no País. O secretário argumentou que à medida que aumenta o volume do crédito em proporção ao Produto Interno Bruto (PIB), a tendência é de que os custos se diluam. (AE)

Amâncio: estímulo psicológico

Packer destacou inadimplência

Savioli: menos títulos públicos

Redução da Selic tem efeito psicológico, dizem varejistas

A

redução de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic) é um fator psicológico positivo importante para o mercado, pois sinaliza uma tendência de queda, mas não reflete diretamente no bolso do consumidor final, por dois fatores básicos: a inadimplência, que representa de 20% a 30% do spread (taxa de risco), e a alta cunha fiscal que incide sobre o crédito. Essa é uma posição de consenso entre representantes do grande varejo, de instituições financeiras e de crédito, que participaram ontem da reunião do Conselho Consultivo do SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). "Essa queda representa um estímulo psicológico para produtores e consumidores", disse Celso Amâncio, diretor do cartão Carrefour. A redução, porém, não chegará facilmente ao crediário, segundo o senior-executivo do banco HSBC, Gibson Silva, porque a inadimplência e a carga tributária ainda são elevadas e pesam na composição do juro final. Contudo, a manutenção dessa tendência de queda da Selic pode fazer com que os

Fotos/Newton Santos/Hype

Silva, do HSBC: longe do crédito

Pellizaro teme por crescimento

bancos reduzam os investimentos em títulos públicos. "Como esses títulos se tornarão, aos poucos, menos rentáveis e atrativos, os bancos poderão ampliar a oferta de crédito", acredita Adalberto Saviolli, diretor de Administração de Risco do Banco Panamericano. Mas para que isso ocorra de forma consistente, será preciso aprimorar os instrumentos de avaliação de crédito, como a aprovação do cadastro positivo, cujo projeto tramita no Congresso. "É preciso reduzir também a inadimplência que ainda é alta", enfatizou Odacir Packer, superintendente geral adjunto da Lojas Cem.

Embora a Selic tenha atingido seu menor patamar desde o início do Plano Real em 1994, é insuficiente para estimular investimentos na produção. "Precisaríamos de uma taxa abaixo de 13%", afirmou Roque Pelizzaro Júnior, presidente da Federação de Dirigentes Lojistas de Santa Catarina (FCDL-SC). O fato de as reuniões do Comitê de Política Monetária ocorrerem a cada 45 dias, disse Pelizzaro, sugere que dificilmente a barreira de 13% será ultrapassada neste ano. "Isso empurra para 2007 as decisões de investimento e ameaça a chance de crescimento maior em 2006." Sergio Leopoldo Rodrigues


Durante a foto, Leão devora R$ 112,13 Impostômetro atingiu a arrecadação de R$ 450 bilhões. Mas o Leão é rápido, não posa o nº redondo. Eco/5 Ano 81 - Nº 22.173

São Paulo, quinta-feira 20 de julho de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h45

w w w. d co m e rc i o. co m . b r Paulo Pampolin/Hype

A MUSA DO PSDB Partindo de menos de 2% de intenção de votos no começo da campanha, a candidata do Psol, senadora Heloísa Helena (foto), arrancou para 6% e, na pesquisa Datafolha mais recente, chega a 10%. A ascensão meteórica de Heloísa é boa para ela e ótima para o PSDB, que ganhou uma musa. Página 8

Serra lidera. Decisão pode ser no 1º turno O candidato do PSDB ao governo do Estado lidera a disputa com 48% das intenções de voto. Em maio, tinha 52%. Mercadante permanece com 15%. E Quércia sobe de 9% para 11%. Veja nova pesquisa Datafolha na página 4. Dida Sampaio/AE

SUPERATAQUE Adnan Hajj/Reuters

Dezenas de aviões miram Nasrallah

Israel despejou 23 toneladas de bombas no bunker em que poderia estar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em Beirute. Ninguém morreu. E a caçada aérea continua.

Lucas Lacaz Ruiz/AE

120 mil no adeus a Raul Cortez O cortejo (foto) saiu do Teatro Municipal, onde foi o velório, em direção a Vila Alpina. Cidades/1

Álbum de família/AE

Lygia Rebello

O hotel foi junto ao Atacama. É um caminhão. BOA VIAGEM

3 mísseis matam o 7º brasileiro Era o ex-subprefeito de Riacho Grande, Dib Barakat (foto). Inter/3

AMANHÃ Sol Máxima 26º C. Mínima 10º C.

DC

HOJE Parcialmente nublado Máxima 26º C. Mínima 10º C.

Juro vai a 14,75%, o menor em 31 anos. Economia/1

www.finanfactor.com Pabx (11)

6748-5627 (Itaquera) 6749-5533 (Artur Alvim)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 20 de julho de 2006

TURISMO - 3

Fotos: Divulgação

A nada fácil doce vida de 'exploranter' Nas estradas há quatro anos, este caminhão transformado em hotel sobre rodas surgiu da paixão de uma família por explorar caminhos. E hoje conquista cada vez mais hóspedes fiéis

T

Lygia Rebello

homaz já foi cinco vezes. Pili duas, assim como Thais e as irmãs Dani e Bia. A Deby fez como o Fred: na sua quarta vez decidiu levar acompanhante. A Sol foi sozinha, mas já conhecia parte do pessoal. No Exploranter é sempre assim: bastam poucos dias de viagem e já todos estão se chamando pelos apelidos, emprestando objetos e fazendo brincadeiras. E há duas explicações para isso. A primeira é a convivência intensa com o grupo e a segunda está acima: uma vez exploranter, sempre exploranter. "Praticamente 100% dos nossos hóspedes já viajaram com a gente ou foram indicados por alguém que já participou de alguma de nossas viagens. Mas há sempre um hóspede antigo", conta Dalton, criador do Exploranter junto com o filho Flávio, sem medo de exagerar. O perfil, conta ele, é principalmente de solteiros bem-sucedidos, entre 30 e 50 anos, na maioria mulheres, à procura de novos amigos. E diz que o seu hóspede não é o típico aventureiro, mas alguém que procura uma coisa diferente, com segurança. "E os passeios são mais para o lado contemplativo que para o lado esportivo, por isso temos viajantes de todas as idades". Dalton faz as vezes de motorista, cozinheiro, enfermeiro se preciso, e o papel de pai do que pode se chamar de família Exploranter. Afinal de contas, que outro nome poderíamos dar a um grupo de 30 pessoas que dorme num mesmo ambiente, come ao redor da mesma mesa e passeia durante mais de uma semana? A visão do caminhão adaptado para um "hotel sobre rodas" assusta à primeira vista. Dividido em duas partes, o Romeu, espécie de sala de estar, onde os viajantes ficam quan-

Outros roteiros

O caminhão é dividido em duas partes, o Romeu, espécie de sala de estar, onde os viajantes ficam quando está em movimento (acima), e a Julieta – o dormitório. As 27 camas (três de casal) estão empilhadas e há apenas um corredor (abaixo, à esq.) para a passagem. O que pode parecer missão impossível vira rotina a bordo. Esperar sua vez, por exemplo, para tomar banho em um dos três banheiros (abaixo). Na hora de comer, todos se juntam numa mesa a céu aberto ao redor da cozinha adaptada (ao lado)

do o veículo está em movimento, e a Julieta, que é o dormitório, por assim dizer. Mala pequena – As 27 camas (três de casal!) empilhadas uma em cima da outra fazem a Julieta parecer uma gaiola gigante. Há apenas um corredor para a passagem. Malas – que não podem ser grandes – são esvaziadas para não atrapalhar a circulação. Dentro de cada compartimento, ou melhor dentro que cada cama – de 84 centímetros de largura e cerca de 1,90 metros de comprimento –, há um pequeno armário para guardar os pertences de cada um. Ali, com as cortinas fechadas será o único lugar realmente seu. Uma janelinha ameniza a sensação de claustrofobia, pois a única posição possível é a horizontal, já que as camas têm no máximo 80 cm de altura. Mas os dias passam e tudo o que parecia ser um desafio impossível vira rotina. Então, trocar de roupa deitada, dentro de um saco de dormir, vira ta-

PARAGUAI

Chile ARGENTINA

URUGUAI

SERVIÇO refa fácil; ou dormir ao som de (vários) roncos alheios vira um incômodo superável; a fila para tomar banho num dos três banheiros (de água quente quase sempre) desaparece, pois naturalmente cada um fica com um horário diferente. Rotina – Claro, tudo é uma questão de se acostumar e, principalmente, de querer se acostumar e entrar no clima da proposta. "É uma viagem em grupo, mas com liberdade individual", explica Flávio. Assim, a maioria dos passeios é opcional e, muitas vezes, há mais de uma opção para agradar a todos. Para um mesmo passeio, por exemplo, há bici-

cletas e uma van... Mas, de novo, o grupo acaba decidindo por fazer quase tudo junto, afinal esse é o objetivo. Quem já foi conta que o auge das viagens com o Exploranter são os jantares comunitários. Feitos normalmente em lugares ermos, sob um céu estrelado, todos se juntam ao redor da cozinha adaptada do caminhão – sim, há fogão, forno duas geladeiras e freezer – para preparar e depois degustar o jantar. Para petiscar, guloseimas que cada um leva para a viagem e que acaba compartilhando com todos. E, apesar de tudo, a receita parece dar certo. O Exploranter

Santiago: parada obrigatória

P

Hotel El Fundador é a dica no centro da capital

Agosto – de 18 a 20 e 25 a 27: roteiros de dois dias para a Festa do Peão de Barretos. Destaque: o Exploranter ficará dentro do Parque do Peão, a poucos passos da Arena. Setembro – de 3 a 9: serão sete dias viajando entre as regiões do Pantanal e da Bodoquena. Destaque: o roteiro inclui o santuário ecológico de Bonito, no Mato Grosso do Sul. Outubro – de 7 a 16: baleias, praias e chope são os destaques desse roteiro pelas praias do litoral do Sul do País, incluindo Florianópolis. Destaque: época de avistagem de baleias em Garopaba e a Oktoberfest, que está na programação. Dezembro – de 1º a 22: Expedição Iguaçu-Patagônia. Destaque: roteiro completo passando pelas Cataratas, Missões e Patagônia Argentina. Ano-Novo, janeiro e fevereiro de 2007– saídas 27/12, 10/1 e 24/1: viagens de 12 dias, principalmente pela Patagônia Chilena. Destaque: cruzeiro marítimo, Parque Torres del Paine, Chaltén e Glaciar Perito Moreno. Fevereiro (Carnaval) – de 10 a 25: fiordes, vinhos e vulcões compõem os atrativos desse roteiro principalmente pela regiões sul do Chile, passando pela Patagônia e a região dos Lagos. Fevereiro/ março – de 26/2 a 3/3: Travessia dos Andes, entre Mendoza e Santiago, que mistura aventura e vinhos. Abril /maio – de 31/3 a 15/4 ou 21/4 a 6/5: Expedição Aconcágua-Atacama.

ara chegar a São Pedro de Atacama é preciso ir de avião até Calama – cidade mais próxima com aeroporto. Antes disso, porém, será obrigatório passar pela capital Santiago. A companhia aérea LAN possui duas freqüências diárias São PauloSantiago e a partir da capital, vôos diários (alguns dias da semana há mais de um vôo por dia) para Calama. Mesmo se conseguir as passagens para fazer São Paulo-Calama num mesmo dia, a dica é reservar parte da viagem para uma parada na capital chilena. Charmosa e emoldurada pela Cordilhera dos Andes, Santiago não merece ser apenas um ponto de partida para outros destinos do país. Para facilitar a vida do turista com pouco tempo, o melhor é se hospedar no coração da cidade, onde ficam os principais pontos turísticos. Uma boa opção é o Hotel El Fundador, com 150 quartos, dois restaurantes e pis-

cina aquecida. Ele fica no centro histórico de Santiago – a poucos passos do Palácio de La Moneda e da Iglesia San Francisco, da Plaza de Armas e do Cerro Santa Lucía, só para citar alguns destaques. E para quem esticar a visita por mais alguns dias ainda vale um passeio a Viña del Mar, passando pelo Valle de Casablanca e suas vinícolas, ou ir até Valle Nevado se aventurar sobre esquis enquanto ainda é temporada. (L.R.)

RAIO X LAN Airlines: tel. (11) 2121-9000, site www.lan.com. Até 13/8 e de 2/12 a 6/2/07 a tarifa São Paulo-Santiago-Calama custa a partir de US$ 765 ida-e-volta. De 14/8 a 1º/12, o mesmo trecho sai por US$ 705. Hotel El Fundador: Paseo Serrano, 34, centro, Santiago. Tel. (562) 387-1200, site www.hotelfundador.cl. Diárias a partir de US$ 160 por quarto duplo, incluindo café da manhã.

está nas estradas há quatro anos, sempre com roteiros novos dentro e fora do País. E o que começou com a paixão de uma família por explorar os caminhos mundo afora, hoje é um hotel sobre rodas que atrai cada vez mais viajantes. Outro roteiro para o Atacama? Só no ano que vem, mas até lá há várias opções, de Barretos à Patagônia (veja ao lado). Os exploranters de plantão que o digam. Depois da aventura no Chile já foram muitos os encontros e viagens em que o grupo se reencontrou e encontrou novos amigos. É sempre assim: uma vez exploranter, sempre exploranter. (L.R.)

Exploranter: informações e reservas em São Paulo pelo tel. (11) 3085-2011, site www.hotelsobrerodas.com.br. De 25 a 30 deste mês, a próxima viagem será um roteiro especial para skatistas, conhecendo as principais pistas para a prática do esporte na Região Sul do País, passando seis dias entre Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, na companhia do profissional Fabio Schumacher. Com pensão completa, hospedagem no Exploranter, clínica com skatistas profissionais, DVD com imagens do tour e fotos digitais, seguro-viagem e entrada para as pistas, o roteiro sai a R$ 2.000 por pessoa.


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Nacional Tr i b u t o s Finanças Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 20 de julho de 2006

Hugo Chávez deve fazer discurso de alto impacto em sua primeira reunião na Cúpula do Mercosul.

COMEÇA HOJE A CÚPULA DO MERCOSUL

BANCOS OFERECEM ANTECIPAÇÃO DO IR E 13º PARA CLIENTE Juros e taxas são menores que os cobrados em outras linhas de empréstimos

S

e as contas estão atrasadas e o orçamento apertado, uma das opções para equilibrar o déficit é antecipar com os bancos a liberação da restituição do Imposto de Renda (IR). As instituições financeiras oferecem linhas de crédito vinculadas ao ressarcimento do imposto e, em alguns bancos, os empréstimos podem chegar a 100% do valor a ser restituído para o contribuinte. Os juros e taxas variam de acordo com cada banco e tendem a ser menores quanto maior é a quantia emprestada. "Quem estiver enrolado em uma dívida que cobra acima dos 3% de juros ao mês deve recorrer a um empréstimo desses", diz o economista e ex-presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF), Carlos Alberto Bifulco. "Juros de cartão de crédito, por exemplo, chegam a 12% mensais e os de crediário também." Segundo ele, compensa emprestar também quando se pretende dar entrada em um

carro ou comprar um eletrodoméstico à vista, para fugir dos altos juros do financiamento. Simulação – Uma pessoa com dívidas de R$ 2 mil no cartão de crédito, por exemplo, pagando juros mensais de 12%, vai dever, em quatro meses, R$ 3.144,96 à operadora do cartão. Mas, se optar pela linha de crédito do IR, com taxas médias mensais de 3% para pagar essa dívida, vai economizar R$ 895,44 e pagará ao banco R$ 2.249, 52. "Agora, se for para usar esse dinheiro e aplicar em qualquer investimento, já não vale a pena", explica Bifulco. "Tem que analisar se os juros do empréstimo compensam, para que o trabalhador não saia perdendo", diz. Diferentemente das linhas de crédito usuais, em que o pagamento é feito todo mês, aqui só se debita o valor quando o dinheiro da restituição do Imposto de Renda entrar na conta do contribuinte. Isso quer dizer que, do valor total emprestado, os bancos descontam os juros e as outras tarifas cobra-

das pelo serviço. O cliente terá creditado na sua conta o que sobrar desse total. Garantia – Para ter a garantia do recebimento do dinheiro emprestado a juros mais baixos que a média do mercado, os bancos só disponibilizam esse serviço aos correntistas que tenham indicado o próprio banco para receber a restituição. "Mas o contribuinte corre o risco de cair na malha fina e de demorar mais tempo para que ele receba, e terá de acertar o pagamento do empréstimo com o banco no final de 2006 ou no começo do ano que vem", lembra Bifulco. "E, nesse caso, as instituições financeiras até parcelam a dívida." 13º salário – A regra também vale para lançar mão do empréstimo que antecipa o 13º salário. Mas há o risco de o trabalhador perder o emprego até o final do ano e só receber o proporcional trabalhado no período, segundo o economista Leonardo Diz, da ProTeste. Sonaira San Pedro e Kleber Gutierrez

Fluxo cambial atinge US$ 1,9 bi

epois do forte movimento de saída de dólares do Brasil em junho, o mercado de câmbio se acalmou nas duas primeiras semanas deste mês e o fluxo cambial ficou positivo em US$ 1,942 bilhão. A informação foi divulgada ontem pelo Banco Central (BC). Em junho, houve uma saída líquida da moeda da ordem de US$ 2,676 bilhões, determinada pelo nervosismo que tomou conta dos investidores. Com o melhor resultado da primeira quinzena de julho, o saldo acumulado de dólares que entraram no Brasil de janeiro até o último dia 14 de julho ficou em US$ 25,072 bilhões, praticamente retomando o nível de maio, que já era maior do que o verificado em todo o ano de 2005. Para economistas, entretanto, o saldo positivo no fluxo

D

cambial deste mês ainda não pode ser visto como uma recuperação do otimismo em relação ao País. Isso porque, apontam, o fluxo financeiro – que registra as operações com títulos, ações, pagamentos de dívida externa – líquido continuou negativo, embora em um ritmo mais fraco: US$ 1,366 bilhão na primeira quinzena de julho, ante US$ 6,251 bilhões em todo o mês de junho. As operações de compra da moeda somaram, entre 1 e 14 de julho, US$ 4,765 bilhões e, as de venda, US$ 6,161 bilhões. No acumulado do ano, o saldo líquido no segmento financeiro está negativo em US$ 6,088 bilhões. "É possível perceber uma boa melhora em relação a junho, que foi um mês muito ruim. A taxa de rolagem da dívida externa melhorou e já não tem tanta saída de bolsa e juros. Apesar da melhora, o flu-

xo ainda está longe do comportamento otimista mostrado nos cinco primeiros meses do ano", disse a economistachefe do banco Mellon Global Investments, Solange Srour. A economista do banco ABN Amro, Zeina Latif, tem opinião semelhante. "Ainda não dá para falar de otimismo dos investidores. Eles apenas pararam de tirar recursos do País no ritmo que estava em junho", explicou. Para ela, o que o fluxo cambial mostra é que, depois de um momento de forte nervosismo, os investidores começaram a diferenciar o Brasil dos outros países e ficaram mais tranqüilos. Também pesa no desempenho melhor, o fato de haver menos da metade dos vencimentos de dívida externa que ocorreram em junho. "O ambiente melhorou, mas ainda há desconforto", disse a economista. (AE)

Chávez e Morales preparam anticúpula

A

s expectativas da imprensa argentina são de que Hugo Chávez, presidente da Venezuela, e Evo Morales, presidente da Bolívia, façam discursos de alto impacto, principalmente quando saírem da reunião de cúpula dos presidentes para participar da "anticúpula", um evento paralelo promovido por piqueteiros, organizações não-governamentais (ONGs), como as Madres de la Plaza de Mayo, e seguidores de ambos os presidentes. Será mais um teste de popularidade de Chávez, após sua inflamada passagem pela frustrada cúpula de Mar del Plata, em 2004, que não avançou nas negociações de um livre acordo do Mercosul com os Estados Unidos para a formação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca). No encontro,

que acabou sendo cancelado, entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Chávez, ontem, no Brasil, antes de embarcar para Córdoba, na Argentina, o presidente brasileiro tentaria "doutrinar" o venezuelano para que sua atuação seja limitada e não prejudique a imagem do Mercosul. Fontes da diplomacia brasileira reconheceram que "doutrinar" é uma palavra muito forte mas, "tanto Lula quanto Kirchner gostariam de transmitir a importância do momento político que o bloco está vivendo". Segundo uma das fontes, "o mais importante dessa cúpula é mostrar um Mercosul politicamente unido", após "tantas críticas e atestados de óbitos", completou. Para isso, Lula pediria um tom "mais moderado" de Chávez. De qualquer forma, os téc-

nicos dos países sócios estão negociando os detalhes dos documentos que serão assinados pelos presidentes. Ontem, no final da tarde, começaram a desembarcar em Córboda os ministros das áreas econômicas, como o ministro de Fazenda do Brasil, Guido Mantega. O presidente Lula desembarcará por volta do meio-dia de hoje, segundo informações da chancelaria argentina. Ontem, os técnicos terminaram de concluir os detalhes do acordo que será firmado com Cuba, o qual permitirá ampliar a venda de máquinas, aparelhos elétricos e instrumentos médicos. Mas o principal impacto desse acordo, entretanto, é o político, já que é o primeiro depois dos mais de 40 anos de bloqueio econômico dos Estados Unidos contra o país de Fidel Castro. (Agências)

UE adia negociação com Mercosul A Europa jogou um balde de água fria sobre as pretensões do Itamaraty em relação ao Mercosul. Na terça-feira, em Bruxelas, os negociadores europeus informaram que o processo para a criação de uma área comercial entre a União Européia e o Mercosul está

ATAS

suspenso até que se saiba o resultado das negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC). O Brasil, que assume a presidência do Mercosul nesta segunda metade do ano, enviou carta a Bruxelas pedindo a retomada das negociações com a UE. O

Itamaraty quer que reuniões sejam agendadas para dar prosseguimento ao processo. Mas os europeus já falam em uma "negociação mais lenta" para que os dois blocos possam avaliar os impactos das aberturas de seus mercados com um eventual acordo na OMC. (AE)

COMUNICADO A PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ-SP torna público que requereu à Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo SMA a Licença de Instalação para implantação de uma avenida ligando a avenida Juscelino K. de Oliveira (bairro Campo do Galvão) à avenida Ronald Ottoni Mesquita (bairro Jardim Rony) no Município de Guaratinguetá-SP.

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Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 19 de julho de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Benafer S.A. Comércio e Indústria - Requerido: Aços Vitória Com. de Produtos Siderúrgicos Ltda. - Rua Alto da Conceição, 459 a 463 - 02ª Vara de Falências Requerente: Comercial Magan Ltda. - Requerido: Modelo Entretenimentos Temáticos e Propaganda Ltda. - Av. Nove de Julho, 3229 – conj. 1501 - 02ª Vara de Falências Requerente: Libra Nacional Factoring Fomento Mercantil Ltda. - Requerido: Dino Decorações Ltda. - Rua Francisco Marinho, 248 - 02ª Vara de Falências Requerente: Aços Groth Ltda. - Requerido: Aços Vitória Comércio de Produtos Siderúrgicos Ltda. - Rua Alto da Conceição, 459 - 02ª Vara de Falências


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 20 de julho de 2006

Cidades

1 As cinzas do corpo de Raul Cortez serão lançadas no terreno do sítio da família, em Porto Feliz

Sidney Tuma/AE

RAUL CORTEZ

No último ato, aplausos de 120 mil Fotos de Hélvio Romero/AE

As atrizes Beth Faria (à esq.) e Maria Fernanda Cândido, juntamente com a filha do ator, Ligia (à dir.), no velório de Raul Cortez realizado no Teatro Municipal de São Paulo Eduardo Nicolau/AE

O caixão com o corpo de Raul Cortez saiu do teatro por volta das 17h e foi levado ao crematório de Vila Alpina por um carro do Corpo de Bombeiros. As cinzas serão jogadas no sítio do ator, em Porto Feliz.

Factoring

DC

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lacionadas a um câncer na revelório do ator gião abdominal". O ator estava Raul Cortez, oninternado desde o último dia tem, no Teatro Mu30 de junho. nicipal de São PauSeu último trabalho foi na lo, no Centro da capital, reuniu minissérie JK, na Rede Globo, cerca de 120 mil pessoas, seque foi ao ar este ano. Um dos gundo a Guarda Civil Metropersonagens mais marcantes politana (GCM). A cerimônia da vida do ator foi Jeremias foi aberta ao público ao meioBerdinazzi, um imigrante itadia. Antes, o velório ficou resliano ranzinza da novela O Rei trito a parentes e amigos do do Gado, exibida na Globo entre ator. Por volta das 17h, o caixão 96 e 97. A última novela da foi colocado em cima de um qual Raul participou foi Senhocarro do Corpo de Bombeiros e ra do Destino, em 2004. seguiu para o crematório da Nascido na região de Santo Vila Alpina, na zona leste, em Amaro, zona sul de São Paulo, cortejo sob aplausos dos fãs. As cinzas do corpo de Raul Multidão esperou para ver o ator Cortez contrariou os pais para ser ator. Deixando a carreira de Cortez devem ser lançadas no terreno do sítio da família, em Porto Feliz, inte- advogado de lado, começou sua trajetória no rior de São Paulo. "Ele nos pediu isso antes da teatro e no cinema nos anos 50. Fez o filme O Pão primeira operação. Ele tinha muito carinho pelo Que o Diabo Amassou (1957), dirigido por Maria sítio", afirmou a irmã do ator, Lúcia Cortez. En- Basaglia, Lavoura Arcaica (2001), de Luiz Fertre outros pedidos do ator estavam o lacramen- nando Carvalho, e A Grande Arte (1991), de Walto do caixão, a cremação e o uso de um terno do ter Salles. Em 2004, brilhou ao lado de Fernanda amigo e estilista Ricardo Almeida. Cortez des- Montenegro o filme O Outro. Mas foi nas novefilou para o estilista na São Paulo Fashion Week las da Globo que Raul Cortez ficou famoso. O em 2005, ocasião em que foi intensamente ator participou de Água Viva (1980), Baila Comigo (1981), Partido Alto, Brega & Chique (1987), aplaudido por sua elegância. A jornalista Marília Gabriela e os atores Sér- Mandala (1987-1988), Rainha da Sucata (1990), O gio Mambert, Alexandre Frota, Maria Fernanda Rei do Gado (1996-1997), Terra Nostra (1999-2000) Cândido, Beth Faria, Denise Fraga, Juca de Oli- e Esperança (2002-2003). Em sua carreira teatral, Cortez recebeu cinco veira, Dan Stullbach e Paulo Autran, os escritores Silvio de Abreu e Benedito Rui Barbosa, o prêmios Molière. Nos anos 70, o ator provocou prefeito Gilberto Kassab, o senador Eduardo polêmica declarando a uma revista que todas as Suplicy e o candidato ao governo José Serra, en- pessoas eram bissexuais. Ele também dizia que permaneceu virgem até os 23 anos. tre outros, foram dar o último adeus ao ator. Raul Christiano Machado Cortez, deixou Trabalhos - Raul Cortez morreu às 20h15 de terça-feira, aos 73 anos, no hospital Sírio-Liba- duas filhas: Lígia, da união com a atriz Célia Henês, na zona sul. De acordo com o boletim mé- lena, que faleceu em 97, e Maria, da união com a dico, a causa da morte foram "complicações re- promoter Tânia Caldas. (Agências)

O que é Factoring? É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com


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Compor tamento Ambiente Polícia Urbanismo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 20 de julho de 2006

Eu sei que eles fizeram uma coisa muito séria, mas sei que estão muito arrependidos. Nadja Cravinhos, mãe dos réus Daniel e Christian

SUZANE ABRE MÃO DA HERANÇA DOS PAIS

José Luis da Conceição/AE

Júri revela uma nova Suzane Depoimentos e atitudes da própria ré mostraram uma Suzane autoritária e manipuladora, que dá ordens constantes aos advogados. À noite, Christian fez novo relato e disse que, em um churrasco, a jovem perguntou se ele poderia matar os pais dela.

"U

ma mulher consegue tudo de um homem. Ela pode levá-lo ao sucesso ou deixá-lo na desgraça total. Foi isso que Suzane fez com o meu filho, manipulando, coagindo. Usando seus sentimentos, fazendo dele um instrumento durante o tempo que ficaram juntos". Foi isso que disse Nadja Cravinhos, mãe de Daniel e Christian, em seu depoimento ontem, no terceiro dia do julgamento de seus filhos e de Suzane von Richthofen pelo assassinato dos pais dela, Manfred e Marísia. Ela afirmou que Suzane e seu irmão Andreas freqüentavam sua casa quase que diariamente. "Eu tinha os dois como filhos", disse. Durante

Suzane von Richthofen chega ao Fórum da Barra Funda para o terceiro dia de seu julgamento

seu depoimento, que começou por volta das 14h30, Nadja não conseguiu conter a emoção e chorou muito. Seus filhos também choraram. Nadja Cravinhos estava vestida de preto em luto por tudo o que aconteceu. Ela disse que não poderia perdoar seus filhos sem perdoar Suzane e que, por isso, perdoava todos os réus. "Eu sei que eles fizeram uma coisa muito séria, mas sei que estão muito arrependidos. Acredito na Justiça e no poder de decisão dos senhores", desabafou. Segundo ela, Daniel relatou que a namorada não era mais virgem quando o conheceu e que ela contava que era molestada pelo pai, Manfred. Para Nadja, a alegação de abuso sexual foi uma mentira inventada por Suzane para domi-

nar Daniel e fazê-lo selar um "pacto". O rapaz só confessou o crime, disse a mãe, quando percebeu que havia sido manipulado. Nadja afirmou que os Richthofen bebiam muito. "Eles eram pessoas maravilhosas quando não estavam alcoolizados, mas eram agressivos quando bebiam". Ela foi autorizada a abraçar os filhos. Os advogados de Suzane protocolaram ontem documento no qual a jovem abre mão da herança dos pais. Choro e ordens – Daniel chorou em diversas ocasiões desde o início do julgamento, na segunda-feira, enquanto Suzane não se mostrou emocionada e deu várias ordens aos advogados. Ele chegou a pedir lenços de papel, para se-

car o rosto e o nariz, e copos d'água. Suzane se mostrou incomodada com o choro, pediu autorização e afastou sua cadeira cerca de 30 centímetros, se distanciando do ex-namorado. Em seu depoimento, Daniel falou de forma pausada e correta, usando expressões formais, que poderiam denunciar que o discurso havia sido ensaiado. Ele manteve as mãos algemadas entre as pernas. Suzane ficou numa postura praticamente estática, com o queixo enterrado no peito e os cabelos sobre o rosto. Em alguns momentos, ergue a cabeça com determinação e chama pelos advogados. "Vem aqui agora", diz, com os lábios travados e a testa franzida. Ela conversa freqüentemente com seu ex-tutor legal e advogado, Denivaldo Barni, que alisa seus cabelos e beija sua testa, enquanto a ouve. Em seu interrogatório, no primeiro dia de júri, Suzane, embora estivesse algemada, ergueu as mãos para gesticular. Quando começou a falar, ela adotou um tom pausado e infantil, que concordava com sua postura: os pés para dentro. Suzane usou muito o verbo "obedecer". Por volta das 22h, a promotoria anunciou que Christian Cravinhos falaria outra vez. Ele que em julho de 2002, num churrasco na casa de Suzane, e ela teria perguntado: "você quer matar meus pais?". Ele ficou irritado e foi embora. Chorando, ele contou que foi convidado para ir à casa dela novamente e saiu para comprar cigarro com ela. Ele perguntou o motivo de Suzane querer matar os pais. E disse que estas foram suas palavras: "Não suporto meus pais porque não tenho vida, liberdade". Christian contou que a ré disse que, com 13 anos, o pai teria tentado estuprá-la. Segundo Christian, pouco antes do crime, Daniel contou que Suzane estava determinada a matar os pais e que iria ajudá-la. O rapaz chorou copiosamente ao dizer que não entende como Suzane dominava tanto Daniel. Ele voltou atrás e disse ter matado Marísia. (Agências)

Primeiro hóspede de Catanduvas: Beira-Mar traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, tornou-se o primeiro preso a ocupar uma das 208 celas da Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná, por volta das 3h de ontem. A transferência de Beira-Mar teve como ingrediente principal o sigilo.

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Por volta de 1h30, um avião chegou ao Aeroporto de Cascavel e foi recebido por policiais federais, que levaram o traficante de carro ao presídio. Para chegar à sua cela, BeiraMar passou por 17 portões de ferro. De porta em porta chegou à triagem, onde foi tirada a impressão digital e feitas as fo-

tografias. Foi conduzido com capuz na cabeça até a cela e encontrou uma cama, uma pia e um vaso sanitário. Tudo construído em concreto com chapas de aço internas. Beira-Mar também recebeu colchão, cobertor, travesseiro e material de higiene. O traficante é monitorado por câmeras. (AE)

Fotos de casal emocionam Caio Guatelli/Folha Imagem

ntem, no segundo dia do julgamento de três dos cinco acusados do assassinato de Liana Friedenbach, de 16 anos, e Felippe Caffé, de 19, em novembro de 2003, a promotora Helena Bonilha Toledo Leite mostrou fotos e slides dos corpos e imagens de quando estavam vivos. Até as 20h30, o júri em Emb u - G u a ç u p ro s s e g u i a e a expectativa era de que a sentença fosse nesta madrugada. A promotora também exibiu as armas do crime: a faca usada por R.A.A.C., o Champinha, então com 16 anos, para matar Liana, e a espingarda que tirou a vida de Felippe. Helena tentou sensibilizar os jurados -

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Lenice e Reinaldo, pais de Felippe, no julgamento em Embu-Guaçu

seis homens e uma mulher mostrando um bilhete de amor da garota para o namorado. Foi muito para a enfermeira Lenice Caffé, mãe de Felippe.

Emocionada, ela chorou ao ver as fotos do rapaz sem vida. O pai de Liana, Ari, não assistiu ao julgamento ontem, mas também se emocionou. (AE)


quinta-feira, 20 de julho de 2006

Empreendedores Nacional Finanças Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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9,95

BOLSAS SUBIRAM NOS EUA E NA EUROPA

por cento é a valorização acumulada pela Bolsa de Valores de São Paulo desde o início deste ano.

DECLARAÇÕES DO PRESIDENTE DO BC AMERICANO DETERMINARAM DIA POSITIVO NOS MERCADOS MUNDIAIS

FED FAZ BOVESPA SUBIR 4,7%. DÓLAR CAI.

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Mike Segar/Reuters

Jim Young/Reuters

O presidente do Fed, Ben Bernanke, afastou recessão em curto prazo

Operador na bolsa de Nova York, feliz com segunda maior alta do ano

Bernanke descarta recessão nos EUA

presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, afirmou ontem que não considera provável que haja uma recessão na economia do país em curto prazo, apesar das taxas de juros maiores e do recente arrefecimento do mercado de moradia. "Nossa previsão é de que a economia americana vai crescer perto do potencial e que a inflação vai moderar. E esse cenário é condizente com o que o Congresso exige que nós façamos", declarou Bernanke durante depoimento ao comitê bancário do Senado dos EUA. "Eu não vejo uma recessão como sendo muito provável. Eu nunca posso descartar na-

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da. Minha expectativa é de que a economia americana vai continuar a crescer", afirmou. Bernanke disse que os gastos do consumidor ainda podem ser fortes o suficiente para dar apoio ao crescimento econômico, mesmo em um momento em que a taxa de poupança nos EUA melhora. Riscos — O presidente do Fed destacou, no entanto, que os maiores riscos para a expansão econômica no curto prazo são a alta desmedida da inflação, a turbulência no Oriente Médio — recentemente intensificada com as agressões entre Israel e Líbano — e a conseqüente alta no preço do petróleo no mercado internacional. "Acho que os riscos que estão sendo considerados, e res-

salto que são apenas riscos, são de que a inflação possa se mover para cima e nos forçar a ser mais agressivos. Isso nós não queremos fazer porque esperamos que a inflação se mantenha sob controle e que venha abaixo do que estimamos", disse Bernanke em seu depoimento aos senadores. O comandante do banco central afirmou também que diminuir a dívida pública dos Estados Unidos ajudaria a brecar aumentos esperados nos custos futuros relativos ao sistema de saúde e social. Ele disse que o avanço dos preços de energia tem sido um importante contribuinte para um recente repique da inflação. Pediu, durante o depoimento, mais certeza na regula-

mentação de fontes alternativas de geração de energia. "Os aumentos nos preços de energia e de commodities certamente têm sido um importante contribuinte, e eu acho que nós realmente não estaríamos falando disso agora se os preços de energia estivessem ainda em US$ 30 ou US$ 40 o barril", afirmou, referindo-se à escalada do petróleo. No fim da última semana, os valores do barril de petróleo no mercado à vista de Nova York (Nymex) ultrapassaram a barreira de US$ 76, nível recorde. Também houve alta expressiva nos preços no mercado de Londres, em que é negociado o petróleo tipo Brent. Os avanços foram fruto da tensão no Oriente Médio. (Reuters)

s mercados financeiros mundiais tiveram ontem um dia de quase euforia. Isso porque os investidores anteciparam o pior para a economia dos Estados Unidos e as declarações dadas pelo presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Ben Bernanke, mostraram que a situação não parece tão grave (leia mais sobre o depoimento de Bernanke em reportagem nesta página). As bolsas de valores dispararam, com vigorosas altas na Europa e em Nova York. No Brasil, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) correspondeu ao movimento positivo e fechou em alta de quase 5%, na máxima do dia. Apesar de o Banco Central (BC) ter comprado entre US$ 700 milhões e US$ 800 milhões no mercado de câmbio, a cotação do dólar comercial fechou em queda, influenciada pelos fatores positivos internacionais e pela queda do riscoBrasil de mais de 2%. No fim da tarde, outra boa notícia no cenário doméstico: o anúncio de que o País passou a ter o nível de reservas internacionais superior ao valor da dívida externa líquida da União. Esse fator também impediu o dólar de subir, segundo operadores. A moeda norte-americana encerrou os negócios de ontem cotada a R$ 2,175 para compra e a R$ 2,177 para venda, o que representa queda de 0,73% na comparação com o fechamento da última terça-feira.

Bolsa — Nos últimos dois meses, os mercados de ações anteciparam o pior em relação à economia dos Estados Unidos. Nesse período, registraram forte volatilidade e realizaram perdas, parcialmente compensadas ontem. O Ibovespa, principal indicador do mercado brasileiro de ações, fechou em alta de 4,71%, com 36.785 pontos, na máxima do dia. Com esse resultado, a bolsa paulista saiu do vermelho neste mês e passou a acumular alta de 0,42% em julho. Em 2006, o índice sobe 9,95%. O movimento financeiro melhorou um pouco em relação à média diária das últimas semanas. Mas ainda foi considerado fraco — R$ 2,354 bilhões. Em Nova York, o índice Dow Jones teve sua segunda maior alta em pontos do ano. No fechamento, o indicador subiu 1,96%. O índice Nasdaq, que reúne empresas de alta tecnologia, subiu 1,83% no dia. Na Europa, todas as principais bolsas tiveram valorização. Bernanke disse ontem, em depoimento no Senado, que as decisões de política monetária continuam dependentes dos indicadores econômicos e que a inflação continua sendo uma preocupação no Fed. Até aí, não houve grande novidade. Mas Bernanke também disse que há sinais de desaceleração na atividade econômica, o que leva os investidores em todo o mundo a apostar que o aperto monetário não será mais necessário. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.TURISMO

quinta-feira, 20 de julho de 2006

MERCADO

Varejo invade a indústria de viagens Uma tendência entre as grandes redes do setor, como C&A e Casas Bahia, a comercialização de pacotes turísticos começa a ganhar força no segmento de viagens e consegue ainda mais fôlego com a parceria firmada na terça-feira entre Carrefour e CVC

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r a u m s u p e rmercado para fazer as compras do mês e voltar para casa com um pacote completo para as férias da família. Ou, então, sair para renovar o guardaroupa numa grande loja de departamento ou procurar novidades para a casa e, em vez disso, encontrar a viagem dos sonhos. Há alguns anos, estas cenas seriam impensáveis. Hoje, são cada vez mais comuns. A tendência de grandes redes do mercado de varejo venderem pacotes turísticos vem conquistando destaque no segmento de viagens e conseguiu ainda mais fôlego com a parceria firmada na terça-feira entre a rede de supermercados Carrefour e a operadora CVC. Depois de seis meses de negociações, a Turismo Carrefour – a agência de viagens da rede que começou a funcionar em 2001 – decidiu fechar com a maior operadora do Brasil para impulsionar as vendas e concretizar o projeto Expectativas – " P re t e n d ede expansão das agências da mos ser a maior agência de viarede, à exemplo da proposta gens do Brasil", afirma Alexanbem-sucedida da Vacances dre Ribeiro, diretor de Serviços Carrefour na França e na Es- e Novos Negócios do Carrep a n h a . " E n c o n t r a m o s n a four. "Para conseguir a meta de CVC um parceiro sério e com- cobertura de mercado que petente, que agrega valor aos queremos precisávamos ter demais serviços que oferece- uma estrutura muito boa e mos", diz o diretor superin- conseguimos isso com a CVC tendente do Grupo Carrefour como parceira. A expectativa é Brasil, Jean-Marc Pueyo. de aumentar as nossas vendas "Uma das grandes dificul- em 300% ainda este ano." dades para o crescimento do Segundo Ribeiro, algumas turismo é o fadas vantagens t o r d i s t r i b u idas agências ção. Nós preciCarrefour sesamos não só farão facilidades zer com que as de pagamento viagens caibam Há impacto negativo (em até 10 veno bolso no zes e com a posagora no começo, mas cliente, mas sibilidade de também estar a longo prazo o usar o Cartão cada vez mais mercado perceberá Carrefour), hop r e s e n t e n o s que a entrada de uma rário (estarão pontos de ven- empresa do porte do abertas de doda", explica Valm i n g o a d oCarrefour, uma das ter Patriani, vimingo, junto c e- pre si de nt e maiores redes de com o horário da CVC, com- varejo no País, trará c on v e nc i o na l pletando: "Já te- prestígio à indústria dos hipermermos uma gran- do turismo. cados) e servide rede de reços adicionais a Valter Patriani, vice- s e re m d e f i n ivendedores em presidente da CVC d o s . " A s s i m , agências instaladas nos shoppoderemos pings e com a oferecer aos parceria com o Carrefour tere- nossos clientes a revelação mos uma distribuição fabulo- das fotos da viagem nas lojas sa dos nossos produtos." Carrefour ou, então, por A Turismo Carrefour irá co- exemplo, na compra de um mercializar, com exclusividade, pacote o cliente poderá abastodos os produtos CVC – de cru- tecer o carro na volta em um zeiros e pacotes regulares, a vô- dos nossos postos de gasolios fretados e serviços de hotela- na", explica o diretor de Serviria –, que deverão representar ços e Novos Negócios da rede 95% das vendas das seis agên- francesa. cias em operação (três na capiTendência – A tendência tal, uma em Taubaté, uma em vem ganhando cada vez mais São Bernardo e uma no Rio) e adeptos do setor de varejo. E a das outras 11 a serem inaugura- moda caiu nas graças de mardas até o fim do ano. cas de peso, como as Casas BaE a parceria promete núme- hia e a C&A. Esta última, foi ros ousados. A previsão de in- uma das primeiras a vislumvestimentos no relançamento Divulgação da Turismo Carrefour será de mais de R$ 5 milhões – incluindo, além da parceria que promete agitar o setor e embarcar mais de 20 mil passageiros até o fim do ano, a implantação de agências em pelo menos 100 lojas da rede até 2008, reformulação das lojas já existentes, treinamento de funcionários e um forte trabalho de divulgação da marca. Guilherme Paulus, presidente da CVC, e Jean-Marc Pueyo, diretor superintendente do Grupo Carrefour: aliança de peso

brar esse novo nicho. A C&A Viagens começou a funcionar em 2004 e hoje está presente em sete lojas da rede em São Paulo, com planos de expansão. Já a gigante do varejo nacional iniciou suas atividades no mercado de turismo em abril deste ano, em parceria com a SancaTur. Com agências em seis lojas na capital e na região do ABC, a expectativa das Casas Bahia é de comercializar cerca de 1.400 pacotes turísticos (marítimos e terrestres) e mais de 12 mil passagens aéreas ao ano. Virtual – A novidade chegou até ao mercado virtual. A Submarino, empresa líder no varejo online, iniciou suas operações como agência de viagens online no mês passado. "Pretendemos ter todos os serviços que uma agência normal oferece, como venda de passagens aéreas, locação de carros e assitência de viagem, com a facilidade de ter tudo com um clique", afirma Luciano Martins Barreto, diretor da Submarino Viagens. "Além de não ter de sair de casa para programar uma viagem, temos outros benefícios, como tarifas exclusivas para os clientes Submarino", completa. E se a empresa contar com pelo menos parte de sua cartela de clientes, o sucesso do novo serviço está garantido, pois são nada menos que 2 milhões de consumidores ativos. "Somos a primeira agência online do País caminhando para se tornar uma operadora." Concorrência – As novas aquisições do setor já agitaram o mercado e vêm assustando os agentes de viagens que vêem nesse processo uma concorrência desleal, já que as redes de varejos possuem um número de ponto de vendas

muito superior e com uma abrangência nacional. "Foi uma surpresa e uma atitude desleal. É claro que saímos perdendo com uma parceria dessas. Já esperamos uma diminuição imediata nas vendas de 30% a 40%", afirmou o presidente da Associação das Agências de Viagens Indepen-

dentes do Interior do Estado de São Paulo (Aviesp), José Carlos Rocha Vieira. "Essa nova tendência traz com ela o começo do fim das agências de viagens", completa, avisando que a entidade estuda alguns procedimentos para barrar o crescimento do varejo no mercado de viagens.

Em defesa – Os novos adeptos, por sua vez, se defendem. Alegam que o objetivo é aumentar a oferta de serviços para seus clientes e, ao mesmo tempo, popularizar o ato de viajar e mostrar, principalmente, às classes mais populares – a partir de facilidades de pagamento e outros benefícios –, que viajar é viável para qualquer pessoa. "Com essa parceria nós não estamos inventando a roda. É uma tendência de mercado e quem quiser sobreviver tem de criar novas facilidades e, principalmente, se adaptar às mudanças na forma de comprar do consumidor", conclui Ribeiro do Carrefour. "A CVC não está agindo de forma desleal porque continua vendendo para todos e sempre com os mesmos preços, da mais humilde agência de viagens a uma grande rede como o Carrefour. O cliente comprará onde tiver o atendimento mais qualificado", defendeuse Patriani. "Há impacto negativo agora no começo, mas a longo prazo o mercado perceberá que a entrada de uma empresa do porte do Carrefour, uma das maiores redes de varejo no País, trará prestígio à indústria do turismo", aposta o vice-presidente da CVC. Lygia Rebello

Maksoud Plaza investe em áreas de eventos

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om uma das maiores e mais bem equipadas áreas de eventos dos hotéis da capital paulista e marco da hotelaria nacional, o Maksoud Plaza está investindo mais ainda no segmento, ao abrir 11 novas salas para reuniões, congressos e até feiras. O hotel, que já conta com wi-fi em todas as salas e salões, ballroom para 1,1 mil pessoas, teatro e acesso exclusivo com escadas rolantes, terá um total de 38 salas e salões, depois das novas aberturas. Cinco salas de 80 metros quadrados cada e mais duas maiores, para 250 pessoas cada (podendo virar uma só para 500), no piso de eventos B, já estão prontas e sendo usadas para diversos acontecimentos. Todas elas com luz natural, pois têm vista para a rua, sendo que nas menores há janelões e até um jardim. Neste mesmo andar serão abertas, em três meses, mais três salas de eventos, onde funcionava o 150 nightclub. O espaço também vai ganhar um foyer e nova entrada independente para a Alameda Campinas. No piso de eventos A, onde fica o teatro e o ballroom para 1,1 mil pessoas, o Terraço Bonair, que era aberto, foi fechado e climatizado, ganhou instalações para estandes (tomadas, acesso à internet, piso especial etc) e tinha previsão de reabertura para a semana passada. Cabem, segundo a diretora de Marketing e Vendas, Márcia Brown, cerca de 100 estandes no local, que pode ser dividido em três salões e que também conta com entrada independente. O hotel não revelou quanto foi investido no setor de eventos, mas a ambientação clean, a climatização de qualidade e os revestimentos de primeira levam a crer que não foi barato. Quem lida com eventos tem de ir conhecer de perto, e com certeza vai desfazer qualquer imagem negativa que tenha ficado do hotel, ainda da época em que anunciava em outdoors tarifas a preços bem baixos. O mesmo vale para os apartamentos, que são amplos e com tecnologia de ponta – da internet ao controle remoto único para luz, TV e sinalização de "não perturbe" ou "arrume este quarto". Do aroma

agradável ao entrar no quarto à manutenção eficiente dos móveis (não há nada manchado ou rasgado), os apartamentos são impecáveis, mas ainda guardam uma decoração tradicional, que se contrapõe ao estilo moderno da hotelaria paulistana. Vale ressaltar: apesar do visual, os quartos têm tecnologia de ponta e são muito amplos e confortáveis. A gastronomia, concentrada no lobby, para dar espaço aos eventos nos pisos A e B também continua ponto forte. E o hotel apresenta como diferencial o fato de ter cozinhas separadas para cada andar: o de restaurantes e uma em cada andar de evento (A e B). 25 anos – O teatro também foi reformado e recebe o espetáculo Maksoud 25 anos – Uma Crônica Musical, em homenagem às bodas de prata do hotel, completadas no final de 2005, e com música ao vivo e projeções que contam sua história. O próprio Henry Maksoud, que continua à frente de todos os negócios do hotel, fez o roteiro e a seleção musical nesse verdadeiro documento ao vivo da história de um dos símbolos da hotelaria nacional. Ainda não conferimos a produção, mas a sensibilidade de Maksoud, além do fato de ter vivido cada um desses anos do hotel intensamente, devem ter produzido um produto muito rico. Volta – De volta ao hotel desde dezembro de 2005, Márcia Brown já está também com sua equipe montada e a última "aquisição" foi Gilbran Chalita, ex-Intercontinental e Utell. Ele é gerente de Vendas e Reservas. Teresa Pedutto é a outra gerente de Vendas. Márcia já havia trabalhado por sete anos no hotel, até 1977, quando foi para a rede Intercontinental (na época Bass) e depois cuidar dos negócios da Marriott em Santiago. Voltou ao Brasil no final do ano passado, por motivos pessoais. Mais informações pelo tel. (11) 3145-8000.

Mais informações sobre o Panrotas Corporativo no site www.panrotas.com.br. Assinaturas pelo tel. (11) 5070-4816 ou 5070-4804, e-mail assinaturas@panrotas.com.br.


quinta-feira, 20 de julho de 2006

Polícia Compor tamento Urbanismo Transpor te

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Trabalhamos com anúncios iluminados. Com esse projeto deveremos perder parte da beleza. Luís Felipe Sola, diretor da Publitas

CONFECÇÃO DE LOGOMARCA UTILIZA 30 EMPRESAS

Milton Mansilha/Luz

LDO será votada de novo na Câmara

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Apagar o cartão postal de SP? É o que quer a lei do prefeito

Paulo Pampolin/Hype

Milton Mansilha/Luz

prefeito Gilberto Kassab vetou anteontem a maior parte das emendas do substitutivo da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), referentes ao exercício de 2007. A decisão do Executivo foi publicada ontem no Diário Oficial do município. O objetivo da LDO é apontar, durante a elaboração do orçamento da Prefeitura para 2006, as obras e os investimentos prioritários para a capital paulista. Agora, o projeto retornará à Câmara para uma nova rodada de votações. Caso os parlamentares votem contra o veto, o substitutivo será validado mesmo sem o aval do prefeito. Aprovada no dia 28 de junho, a proposta da LDO é do vereador Paulo Fiorillo (PT) e da Comissão de Finanças e Orçamento do Legislativo Municipal. Entre os vários tópicos rejeitados pelo prefeito Gilberto Kassab, destacam-se

três artigos considerados polêmicos: o 4º, que obriga a Prefeitura a regionalizar a proposta orçamentária, enumerando os gastos previstos para cada região; e o 14º, que se refere ao remanejamento do dinheiro de uma secretaria para outra, que só poderá acontecer com aprovação dos vereadores. Por último, a terceira emenda sugere que, quando a Prefeitura apresentar superávit ao fim de um ano, 25% do valor seja destinado ao pagamento de dívidas fundadas (compromissos superiores a 12 meses, contraídos para atender desequilíbrio orçamentário ou financiamento de obras e serviços). A LDO foi aprovada mediante a duas votações simbólicas, com decisões favoráveis aos substitutivos de parlamentares do Centrão e do PT. Contrária às alterações, apenas a bancada governista (formados por vereadores do PSDB e PFL).

GIr

da ACSP José Cândido de Almeida Senna participa, a convite do coordenador executivo da Procomex, John Edwin Mein, do seminário Os Grandes Desafios e as Oportunidades dos Ganhos dos Tempos Aduaneiros no Brasil. Às 8h30, no Hotel Transamérica, avenida das Nações Unidas, 18.591.

Agendas da Associação e das distritais

Hoje I Seminário – O membro

Ivan Ventura

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onstruir aquele famoso anúncio do Itaú no alto do Conjunto Nacional, na avenida Paulista – que já é um cartão postal da cidade – ou a enorme letra M da lanchonete Mc' Donalds utiliza o serviço de, pelo menos, 30 empresas ligadas a mídia exterior na cidade. Quase todas elas são fornecedoras de matéria-prima como plástico, acrílico, madeira, ferro, tinta e lâmpadas, sem mencionar as prestadoras de serviços de transporte e instalação do anúncio. De posse de produtos, empresas como o Grupo Publitas montam os chamados back lights, front lights e publicidades no topo dos prédios da capital paulista e em cidades de países como Uruguai e Paraguai. Essa complexa rede de empresas que trabalham na construção de um tipo de mídia exterior também poderá sofrer prejuízos por conta do projeto de lei Cidade Limpa – proposta apresentada pelo prefeito da cidade, Gilberto Kassab, que pretende acabar com a poluição visual nas ruas. O próprio luminoso do Itaú, por exemplo, não poderia existir de acordo com as novas normas. Quem garante é o diretor da Publitas, Luís Felipe Sola.

nato do conselho consultivo

Pelo projeto de lei , o anúncio do Itaú no Conjunto Nacional (foto maior) e do posto de gasolina deixarão de existir. Felipe Sola (acima) prevê demissões.

Fachadas – Fundado no final da década de 50, o grupo Publitas especializou-se na montagem de anúncios indicativos em fachadas de bancos, totens e outras mídias nos postos de gasolina, além da elaboração de fachadas de lojas famosas, propagandas no topo dos prédios e os back lights e front lights. Nesse segmento, Luis Felipe garante que o grupo faturou aproximadamente R$ 28 milhoes somente no ano passado. "Trabalhamos com anúncios iluminado, que deixam a cidade mais bonita e decorada. Com esse projeto de lei deveremos perder parte dessa beleza", afirmou. A beleza, aliás, não deverá ser o único prejuízo para o setor. De acordo com o diretor da Publitas, somente o anúncio oficial do PL, no mês de junho, foi responsável por acarretar queda nos negócios do setor e da empresa. "A expectativa quanto à proposta causou uma redução de 30% nos meus ne-

gócios de mídia exterior na cidade. Para se ter uma idéia, recentemente a Publitas perdeu um grande contrato apenas porque o projeto foi apresentado aos vereadores da Câmara Municipal", revelou Sola, sem mencionar os valores do contrato e de qual empresa. Sola ainda acredita numa redução nos negócios de empresas ligadas indiretamente ao segmento de mídia exterior na cidade. "Veja só: as 30 empresas fornecem a matéria-prima para que possamos montar a publicidade de um cliente. Com o fim da mídia exterior nas ruas, outros setores também serão afetados imediatamente", afirmou Sola. Cancelamento – A proibição da publicidade na cidade, que já está acarretando em cancelamento de contratos com os investidores, poderá também causar demissões no setor. "Num primeiro momento, existe a possibilidade de redução de 40% num universo de 200 funcionários da Publitas. E o pior: com o fim da mídia exterior a empresa vai fechar". Hoje, o setor de mídia exterior emprega diretamente cerca de 15 mil pessoas no Estado. Indiretamente são outros 45

mil empregos. "O mais grave de tudo isso é que São Paulo servirá de exemplo para outras cidades do País. E será o fim da mídia exterior", disse Sola. Substitutivo - Um substitutivo ao PL é uma das soluções do setor contra o atual texto que tramita na Câmara Municipal. Sola, por exemplo, defende um novo projeto com outras características. "Padronizar o tamanho da área expositiva do anúncio, uma fiscalização enérgica contra a publicidade ilegal e restrições com relação às cotas expositivas seriam uma boa solução". As cotas a que se refere o diretor da Publitas é o tamanho máximo permitido por lei de um anúncio na fachada de um comércio, banco ou empresa. Atualmente, são permitidos três tipos de cotas: meio, 1 e 2. O meio significa que o anúncio não deverá exceder a metade do tamanho da fachada. A cota 1 será igual ao tamanho da frente da loja. Já a cota de número 2 permite que a mídia exterior tenha duas vezes o tamanho da frente da fachada. Sola citou como exemplo de estabelecimento de cota 2 algumas revendedoras de veículos.

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Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 20 de julho de 2006

Lucro de R$ 103,5 milhões da Suzano no segundo trimestre é 60% menor que em igual período de 2005.

PAULISTANO VAI GASTAR COM REFORMAS

PESQUISA DO PROVAR PARA O TERCEIRO TRIMESTRE APONTA QUEDA NA INTENÇÃO DE COMPRAS

CONSUMIDOR PRETENDE GASTAR MENOS

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esmo com o aumento da renda média do trabalhador de 7,7% entre maio de 2006 e maio de 2005, a estabilidade da economia e a manutenção do índice de desemprego em 10,2%, caiu a intenção dos consumidores de ir às compras no terceiro trimestre deste ano. Segundo a pesquisa trimestral do Instituto Provar, o Programa de Administração de Varejo da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP), 31,4% dos paulistanos não pretendem comprar bens duráveis entre julho e setembro. No mesmo período do ano passado, o índice era de 35%. No trimestre anterior (abril, maio, junho), 30,8% não tinham intenção de adquirir itens como automóveis, autopeças, foto e ótica, eletroeletrônicos, material de construção, cama, mesa e banho, informática, telefonia e celulares, linha branca e móveis. Entre os que pretendem colocar a mão no bolso até setembro, 14,6% priorizam adquirir móveis (contra 8,8% no mesmo período de 2005), 13,4% linha branca, máquinas de la-

First Wave investe em Taubaté

var, de secar, geladeira, lavalouça (contra 8,8% no ano passado) e 11,4%, produtos de telefonia e celulares (13% nos mesmos meses em 2005). "Existe uma disputa dos produtos pela renda dos consumidores. Quando alguém compra um celular, por exemplo, precisa esperar para fazer outra aquisição", afirma o coordenador-geral do Provar, professor Cláudio Felisoni. Ele explica que, tirando as despesas fixas, como contas de água, luz e tributos, as pessoas têm em média 10% da renda para compras planejadas. "Mas os recursos estão comprometidos. Além disso, a taxa de juros desencoraja. A Selic (taxa básica de juro) diminuiu. Mas, para os consumidores, os juros aumentaram. No trimestre passado, eram de 104%." Preferências – Já o coordenador de Pesquisas e Publicações do instituto, Luiz Paulo Lopes Fávero, o material de construção é um item sazonal na preferência do consumidor para este trimestre. "Todo final de ano as pessoas querem arrumar a casa para o Natal." O professor Felisoni completa: "Em ano de eleição, essa tendência se aprofunda. É um

fator psicológico. Como há muitas incertezas no cenário político e econômico, o consumidor sente a necessidade de assegurar algo que é possível para elas", afirma. Prova disso é que os consumidores pretendem gastar 120% mais com material de construção, passando de R$ 660 para R$ 1,5 mil do terceiro trimestre do ano passado para este. Os móveis, que aparecem em primeiro lugar na preferência de compra, apresentam queda no montante a ser investido – de R$ 788 para R$ 668. "A maioria dos itens apresentou redução na intenção de gasto", diz o professor Fávaro. Ele explica que a sobreposição dos instrumentos de crédito adquiridos em períodos sazonais impedem o crescimento sustentado do consumo. Para adquirir itens da linha branca, 95% usarão parcelamento. Quando o assunto são móveis, o índice é de 87,7%. Um dado que causa surpresa é que até famílias com renda mensal de R$ 5 mil terão de financiar os bens. "Isso mostra que as pessoas com renda mais alta também estão precisando de crédito."

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empresa, fornecedora da Embraer, traz para Taubaté a produção de tintas de aviação e a prestação de serviços de materiais compostos. (AE)

First Wave Companies, empresa americana de estoque e distribuição de materiais aeronáuticos, investiu US$ 8,5 milhões em uma unidade no Brasil. A

Neide Martingo

Dólares acumulados pagam a dívida externa

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Brasil já tem dólares suficientes para quitar toda a dívida externa do governo, que, no passado, já foi o maior problema da economia brasileira. As reservas internacionais ultrapassaram a marca de US$ 64 bilhões e já são maiores do que a dívida externa da União, de US$ 63,28 bilhões. Na prática, a dívida externa do governo federal foi zerada e o País agora é credor em dólar. Em plena campanha eleitoral, o governo Lula não deixou de faturar com o acontecimento histórico. Antes de embarcar, ontem, para a Argentina, onde participará da reunião do Mercosul, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou o feito. Antes, pela manhã, comunicou o fato ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "O Brasil saiu do cheque especial e somos agora credores. Nós temos a receber e não a pagar. Talvez seja a primeira vez na história do País que nós tenhamos essa situação", disse o ministro. O Tesouro Nacional, no entanto, esclareceu que si-

tuação idêntica já tinha ocorrido em 1998, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Segundo Mantega, esse quadro reduz a vulnerabilidade externa e assegura maior tranqüilidade para o País enfrentar as turbulências do mercado internacional. "Sem reduzir essa vulnerabilidade, não se pode ter crescimento sustentado. Na primeira turbulência, se o País está fragilizado, se depende de capitais externos, acaba interrompendo o crescimento que estiver em curso", comentou o ministro. Agora, avaliou Mantega, o crescimento da economia brasileira não será interrompido por turbulências externas. "É uma grande meta que foi atingida", afirmou. O ministro disse que o BC vai continuar a sua política de acumulação de reservas e que há espaço para esse "colchão" de liquidez em dólar aumentar. "Se nós olharmos para as reservas que possuem os países emergentes parecidos com o Brasil, como a Rússia e a Coréia, o colchão ainda pode encher mais", disse Mantega.

IPC-FIPE Índice apurou inflação de 0,02% na segunda prévia de julho na cidade de São Paulo.

COMBUSTÍVEIS

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Agência Nacional do Petróleo (ANP) informou que têm caído os índices de nãoconformidade da gasolina, álcool e diesel que, de certa forma, indicam uma queda no índice de adulteração desses combustíveis. Os padrões de qualidade são os melhores dos últimos cinco anos. (AE)

PANTANAL

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grupo siderúrgico EBX, presidido pelo empresário Eike Batista, ganhou licença ambiental de um órgão do governo de Mato Grosso do Sul para operar na área do Pantanal pertencente ao estado. O investimento é de US$ 75 milhões. (AE) A TÉ LOGO

Ó RBITA

Para o ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central Carlos Thadeu de Freitas, a nova situação pode acelerar a queda da taxa Selic nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom). "O prêmio de risco do Brasil deve cair e, conseqüentemente, as taxas de juros de longo prazo. Com isso, a Selic pode cair mais rápido." Freitas ressaltou que o governo já tinha conseguindo zerar, em janeiro, a dívida interna corrigida conforme a variação do dólar. Por esse critério, o Brasil já era credor na moeda norteamericana. Segundo o ex-diretor, depois da moratória da dívida externa, nos anos 80, o Brasil nunca tinha estado numa situação tão confortável. Apesar de considerar positivo o fato, o economista da MB Associados, Sérgio Vale, disse que num país normal a notícia não mereceria tanto destaque, mas em época de campanha ganha apelo eleitoral. "Isso é bom para a propaganda, mas é também um indicador positivo de que as contas externas são saudáveis", afirmou o especialista. (AE)

LAMINADOS Demanda interna elevou em 14,6% venda de produtos siderúrgicos no mês passado.

CONSTRUÇÃO SEGURA INFLAÇÃO

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om os preços da construção civil subindo menos, o Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) apresentou elevação de 0,39% em julho, abaixo da alta registrada em junho, de 0,57%. Na avaliação da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a taxa menor indica cenário de inflação altamente favorável

e livre de elevação de preços no atacado, varejo e também na construção civil. O coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, disse ontem não descartar a possibilidade de o IGP-10 de agosto registrar taxa "ligeiramente menor" do que a que acaba de ser anunciada (AE)

ARGENTINA CRESCEU 8% EM MAIO

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economia da Argentina cresceu 8% em maio em relação a maio do ano anterior, disse ontem o presidente Néstor Kirchner, que falou horas antes de o governo divulgar os números preliminares sobre o Produto Interno Bruto.

"A Argentina está crescendo e gerando empregos", afirmou o presidente. A economia do país – a terceira maior da América Latina – teve três anos consecutivos de crescimento médio de 9%, após a crise econômica de 2001 e 2002. (Reuters)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Gabrielle reitera que Petrobras não repassará volatilidade de preço ao varejo

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Marcas internacionais processam chineses por propriedade intelectual

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Volks alemã aprova programa de investimentos em fábrica de Taubaté


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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quinta-feira, 20 de julho de 2006

Internacional

Há uma semana, Israel está nos levando ao inferno. Fuad Siniora, primeiro-ministro libanês

Fatih Saribas/Reuters

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enino sueco-libanês é um dos milhares cidadãos em fuga da área do conflito. Segundo balanço da ONU, mais de 500 mil libaneses já fugiram nos últimos dias para outras regiões do Líbano ou para o exterior.

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viões israelenses lançaram ontem à 30 ficaram feridos nesse bombardeio que noite 23 toneladas de explosivos também destruiu cerca de dez casas no vilarejo contra o esconderijo do grupo de Srifa, no sul libanês. Moradores dizem que há mais pessoas sob os escombros. A maioria islâmico Hezbollah em Bourj al dos outros civis foi morta em ataques nas Barajneh, ao sul de Beirute, no Líbano. As autoridades militares israelenses acreditavam cidades de Baalbek e Nabatiya. Um míssil que ali estariam abrigados os mais altos líderes também atingiu pela primeira vez desde o início o conflito um bairro da guerrilha, entre eles o Reprodução/AE cristão de Beirute. número 1, Hassan O Hezbollah também Nasrallah. O Hezbollah continuou disparando divulgou um comunicado dezenas de foguetes contra o afirmando que nenhum norte de Israel: 140 somente líder foi ferido. ontem e mais de 900 Ontem durante todo o dia projéteis em oito dias. Um Israel bombardeou o Líbano deles atingiu hoje a cidade causando o maior número árabe de Nazaré, matando 2 de mortes num só dia de crianças e ferindo outras 14 ataques: 63 civis e 1 militante pessoas. A morte das do Hezbollah, elevando crianças e de dois soldados para 300 o saldo de libaneses do Exército de Israel em mortos em oito dias de confronto com militantes do conflito. Mais de mil pessoas Hezbollah, no sul do Líbano, ficaram feridas nesse O industrial Dib Barakat, o sétimo elevou para 29 os mortos período no país, segundo brasileiro vitimado em uma semana israelenses (dos quais 15 balanço do primeiroeram civis), desde o início ministro Fuad Siniora. do conflito. Entre os mortos está o sétimo brasileiro O Exército israelense advertiu a população vitimado pelo conflito: o ex-subprefeito de do sul do Líbano, num comunicado em árabe Riacho Grande, em São Bernardo do Campo por uma emissora de rádio, de que deve deixar (SP), Dib Barakat, morto quando sua fábrica suas casas e dirigir-se ao norte do país - num de móveis, na região do Vale de Bekaa, foi claro sinal de que intensificará seus atingida por três mísseis. Pelo menos 12 pessoas, incluindo várias crianças, morreram e bombardeios na região. (AP/AE)

Crianças de Nazaré, vítimas do conflito

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s bombardeios do Hezbollah a Israel não poupam locais bíblicos. Ontem, uma bateria de mísseis atingiu Nazaré, maior cidade árabe do país, onde, pela tradição cristã, Jesus Cristo cresceu. Um foguete matou os irmãos Rabia e Mahmud Abed Taluzi, de 3 e 7 anos, que brincavam na rua. Mais de 20 pessoas ficaram feridas. Outro foguete atingiu um prédio, mas não causou vítimas Por pouco, o ataque não destruiu locais sagrados para os cristãos. Em Nazaré fica a Basí-

lica da Anunciação, maior do Oriente Médio, onde, segundo o Novo Testamento, o anjo Gabriel avisou a Maria que ela teria o filho de Deus. Nazaré é também o centro da vida árabe no norte de Israel. Com 70 mil habitantes, a maioria de árabes cristãos, a cidade nunca fora alvo de ataques. As duas crianças foram as primeiras vítimas árabes do atual conflito. Com elas, o número de mortos em Israel subiu para 29, entre os quais 15 civis. O ataque põe a minoria árabe (20%, 1,5 milhão de pes-

soas) no centro da discussão sobre a legitimidade do conflito e o status dos árabes em Israel. Líderes árabes reclamam que suas vilas têm poucos abrigos subterrâneos e não há sirenes que alertem para ataques. Isso prova, segundo eles, que as verbas governamentais se destinam prioritariamente à maioria judaica. Segundo pesquisa do jornal Yediot Aharonot, 86% dos israelenses consideram justificada a ação no Líbano. Líderes árabes, porém, garantem que o apoio é bem menor entre eles. (AE)

Jonathan Campos/Gazeta do Povo/AOG

Durante a noite, aviação israelense lançou 23 toneladas de explosivos contra esconderijo dos principais líderes do grupo xiita no sul de Beirute. Nos ataques de ontem, pelo menos 64 pessoas morreram, entre elas, um brasileiro.

Adban Hajj/Reuters

Israel caça com aviões os líderes do Hezbollah

INDIGNAÇÃO BRASILEIRA – A comunidade árabe de Curitiba realizou ontem um protesto contra a ofensiva israelense e a ameaça de uma futura ação dos EUA na região do conflito. Dos sete brasileiros mortos em ataques no Líbano, cinco são do Paraná, três deles crianças.

Inimigos preparados para a guerra de muitos dias

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primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, disse ontem que a ofensiva no Líbano continuará "por quanto tempo for necessário" para libertar os dois soldados - capturados dia 12 pelo Hezbollah - e para assegurar que o grupo não represente mais ameaça. Olmert também impõe como condição que seja implementada a resolução da ONU que exige o desarmamento do Hezbollah e o envio do Exército libanês para o sul, hoje controlado pelo grupo. Do lado do Hezbollah, o tom é o mesmo. "Continuaremos os disparos de foguetes contra Israel a fim de utilizar nosso arsenal durante muitos meses, e não apenas dias ou semanas", disse Mahmud Qomati, do conselho político do grupo. Já o primeiroministro do Líbano, Fuad Siniora, fez novo apelo por um cessarfogo e ajuda estrangeira. Siniora está numa situação delicada porque o Hezbollah tem o apoio da comunidade xiita - a maior do Líbano - e integra o governo. Segundo fontes diplomáticas, os EUA deram sinal verde a Israel para continuar com os bombardeios por pelo menos mais uma semana para destruir o arsenal de foguetes Katiusha e de mísseis de longo alcance do Hezbollah. Oficialmente, as autoridades americanas têm repetido que não pedirão um cessar-fogo porque "Israel tem o direito de defender-se". De acordo com o diário israelense Haaretz, a secretária americana de Estado, Condoleezza Rice, chegará domingo à região. A França enviou proposta de paz à ONU que inclui o cessar-fogo, a libertação dos dois soldados israelenses e o possível envio de uma força multinacional à área do conflito. (AP/AE)


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Congresso Planalto Pesquisa CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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SOBE...

Dida Sampaio/AE

Foi uma ascensão meteórica. Partindo de meros 2% de intenção de votos no início da campanha, a candidata do pequeno PSol, a senadora Heloísa Helena (AL), arrancou rapidamente para os 6% e, na última pesquisa Datafolha, agora teria 10% do eleitorado. Isso foi péssimo para o PT de Lula, que pode ir para o segundo turno. E ótimo para o PSDB de Alckmin, do qual ela agora é musa. Evaristo Sá/AFP

A candidata à Presidência, Heloísa Helena (PSol), comemora o resultado no centro de Fortaleza.

A gente não consegue estar em muitos lugares ao mesmo tempo, mas vamos a todos os Estados, independente do número de votos. Heloísa Helena Mais tarde, se equilibrando em um pequeno pilar de cimento que utilizou como palanque no centro histórico de Fortaleza e sob um sol abrasador, a senadora insistiu no assunto sobre o programa social e repetiu o discurso, lembrando que foi "uma menina pobre do sertão do Alagoas". No início da tarde, a candidata iniciou viagem a Juazeiro do Norte, no Ceará, dando seqüência à sua campanha. Tarso Genro – O ministro das Relações Institucionais Tarso Genro, minimizou o impacto do crescimento das intenções de voto para Heloísa Helena e disse que quem deve se preocupar é o tucano Geraldo Alckmin. "O presidente Lula certamente estará no 2º turno e não é improvável que o adversário dele seja Heloísa

Raul Cutait, que está ALENCAR TEM afirmou cuidando de Alencar, junto AVAL MÉDICO de Roberto Kalil, no pósoperatório. PARA ASSUMIR Assessores de Alencar que ele A PRESIDÊNCIA confirmaram assumirá hoje interinamente vice-presidente da República, José Alencar, passa bem e já pode até assumir a Presidência da República, segundo um dos médicos que o acompanham após a cirurgia feita na terça-feira para extração de um tumor na região abdominal. "Ele está ótimo, está muito bem",

O presidente Lula certamente estará no 2º turno e não é improvável que o adversário dele seja Heloísa Helena. Tarso Genro, ministro das Relações Institucionais

DATAFOLHA ACENDE SINAL DE ALERTA

O senadora Heloísa Helena (PSol) não escondeu o entusiasmo com o seu desempenho na pesquisa do Datafolha, que aponta crescimento de quatro pontos percentuais e a coloca pela primeira vez no patamar dos dois dígitos, com 10% das intenções de voto para a presidência da República da República. "Virei candidata", disse aos risos a senadora ao iniciar uma entrevista coletiva na sede do partido em Fortaleza, onde fez campanha. "Quero agradecer de coração a generosidade, o carinho, a delicadeza de mulheres e homens espalhados pelo Brasil que têm demonstrado a intenção de voto na Frente de Esquerda (f or m ad a pelo PSol, PCB e PSTU)". A candidata ressaltou as dificuldades em fazer uma campanha modesta e manteve duras críticas aos dois principais candidatos à Presidência, o tucano Geraldo Alckmin (PSDB) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Um tem o aerolula (menção ao nome dado pela imprensa ao novo avião presidencial), o outro faz campanha com jatinhos e helicópteros cortando o céu do Brasil e a gente faz com avião de carreira", disse Heloísa. "A gente não consegue estar em muitos lugares ao mesmo tempo, mas vamos a todos os Estados, independente do número de votos que cada lugar tem", prometeu a candidata do PSol. E lembrou: "Somos sobreviventes, acostumados a esforços inimagináveis, como socialistas, como militantes da esquerda ao longo da nossa história". B o l s a - F a m í li a – Sem citar nomes, a senadora reclamou recorrentes vezes de um ministro de Lula (Tarso Genro) que teria afirmado que ela acabaria com o Bolsa-Família se eleita. "Acho muito feio isso, muito desqualificado, ridículo até um emissário do Lula dizendo que eu vou acabar com o BolsaFamília", disse, classificando a suposta atitude de mentirosa e motivada por seu desempenho na campanha. Heloísa aproveitou o tema para criticar o uso político do programa social. "Sou contra a utilização demagógica e eleitoreira da apropriação de um pai e uma mãe de família para fazer política", disse, defendendo a reformulação do programa e não o seu fim, desde que "integrado à escolaridade e à capacitação profissional e ao emprego". Programa de fato – Segundo ela, o Bolsa-Família "tem que ser um instrumento para que as meninas pobres do Brasil não sejam incentivadas à gravidez na adolescência, mas que sejam incentivadas a se transformarem em cientistas, ou bailarinas, ou esportistas. Ou em algo que possa significar um futuro melhor".

quinta-feira, 20 de julho de 2006

a presidência, mesmo internado, em decorrência da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Argentina. Lula embarca para Córdoba, onde participa de uma reunião da cúpula do Mercosul e ficará afastado do cargo por dois dias. Visitas – Do ponto de vista clínico, já estão autorizadas até visitas a

Helena", afirmou. "Seria muito bom para o País pois são duas candidaturas com propostas bem nítidas", completou. Em entrevista no Palácio do Planalto, Tarso Genro avaliou que Heloísa Helena cresceu no eleitorado de Alckmin. O ministro voltou a afirmar que a senadora tem como proposta acabar com o Bolsa - Família, governar sem o Congresso e recentemente se posicionou contra os projetos de educação do governo, como o Fundeb e o Prouni. Contradição – "Não estou fazendo acusação. Aliás, Heloísa Helena enriquece o processo eleitoral", disse. E voltou a atacar: "ela cresceu entre os indecisos pois está fazendo uma campanha ofensiva do ponto de vista político, colocando que só ela presta, ninguém mais presta." A uma pergunta sobre se o governo foi surpreendido pelo crescimento da candidata do PSol nas pesquisas e se desconhecia a candidata, Tarso Genro respondeu: "Nós sempre soubemos quem ela é. Fomos, inclusive, ofendidos por ela, que ofendeu o presidente Lula sem fundamentação." Tarso Genro disse ainda que a direita está sendo "generosa" no tratamento dado à candidata do PSol. (AE) Alencar, mas , segundo assessores, ele não receberá ninguém por enquanto. De acordo com a assessoria de imprensa do Hospital Sírio Libanês, onde o vicepresidente está internado, diversos políticos vêm telefonando para obter informações sobre seu estado de saúde. Alencar foi operado para a retirada do tumor, que havia sido detectado em um exame de rotina, feito na semana passada. Será necessário aguardar mais três dias para saber se o material coletado é benigno ou maligno. (AE)

Luiz Inácio Lula da Silva: desempenho estacionado, segundo o Datafolha.

... O A

inda sob o impacto da última pesquisa do Datafolha sobre a eleição presidencial, divulgada na noite de terçafeira, o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, reuniuse ontem com os coordenadores estaduais e regionais da campanha pela reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No encontro, dessa vez os petistas discutiram não apenas o andamento da campanha, mas também fizeram uma avaliação da enquete, que apontou o expressivo crescimento da candidatura da senadora Heloísa Helena, do PSol - que saltou de 6 para 10% nas intenções de voto, e a possibilidade de realização de um segundo turno, em função da queda de 2% do candidato petista e de 1% do candidato tucano, Geraldo Alckmin. Como Lula obteve 44% na pesquisa e a margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, o Datafolha indicou que a vitória instantânea não estaria assegurada. Preocupação - A estratégia petista discutida na reunião convocada por Berzoini para enfrentar esse novo cenário não chegou a ser anunciada, mas a preocupação com os números apurados entre 6.264 eleitores de 272 municípios de todo o País, entre os dias 17 e 18 de julho – até então inexistente, diante da margem de vantagem que o presidente Lula mantinha nas pesquisas anteriores – tornouse evidente entre os coordenadores do partido e das legendas coligadas. Tanto que, ao chegar ao encontro, o governador do

Acre, Jorge Viana, reconheceu que o PT já vem trabalhando com a possibilidade de realização do segundo turno e com as ações que o partido deverá tomar, caso isso venha efetivamente a ocorrer. "O próprio Lula disse, outro dia, que temos de ter consciência de que estamos saindo de uma crise muito grande", lembrou. "Temos que ter o pé no chão e trabalhar duro, já pensando nessa hipótese de ocorrer o Antonio Cruz / ABr

Viana: "Temos de trabalhar duro"

segundo turno". Jorge Viana, que é coordenador da campanha no Acre e na região Norte, informou que deve se licenciar por alguns dias do governo do Estado para participar mais ativamente da campanha. Já a exgovernadora do Rio de Janeiro, Benedita da Silva, coordenadora da campanha no Estado, minimizou o resultado da pesquisa: "Estamos apenas esquentando os tamborins, a campanha ainda não

CA I começou" - avisou a petista. Nas ruas – De fato, a campanha só deverá ganhar maior fôlego e entusiasmo entre os eleitores a partir do início da programação na mídia, em especial nas emissoras de rádio e de tevê. Mas mesmo assim a preocupação entre os petistas persiste, levando-se em conta que o partido, com apenas duas coligações – com o pequeno PCdoB e com o nanico PRB, do vice José Alencar, que formam a união denominada "Força do Povo" – terá uma exposição bem menor que o do seu adversário, o que significa menos tempo para apresentar projetos e conteúdo programático. De qualquer modo, se os tamborins não esquentaram, como diz a ex-governadora, o presidente Lula já escolheu Pernambuco para fazer o primeiro desfile de campanha. Lula fará um comício no sábado (22), às 18 horas, no Recife. No domingo (23), ele participa do evento O Futuro do Nordeste, em Olinda (PE), onde se encontrará com intelectuais e candidatos a governador no Nordeste que apóiam a candidatura dele. Com exceção do lançamento oficial da campanha – um jantar para 3 mil convidados no último dia 13, em São Bernardo do Campo (SP) –, esta é a primeira vez que Lula terá uma agenda pública como candidato.(Agências)


quinta-feira, 20 de julho de 2006

Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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DOMÉSTICAS TERÃO ESTABILIDADE PÓS-PARTO

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dias foi a antecipação da arrecadação tributária de R$ 450 bilhões em relação a 2005.

MEDIDA PROVISÓRIA PRESERVA DIREITOS INCLUÍDOS PELO CONGRESSO, COMO FÉRIAS DE 30 DIAS CORRIDOS

LULA VETA FGTS PARA DOMÉSTICOS

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Paulo Pampolin/Hype

Painel está instalado na Associação Comercial de São Paulo (ACSP)

R$ 450 BI VALEM 15 MILHÕES DE MORADIAS C

om uma arrecadação de R$ 450 bilhões seria possível construir 15 milhões de casas populares. Segundo dados da Secretaria da Habitação do Estado de São Paulo, o custo médio de construção de cada moradia gira em torno de R$ 30 mil. Com 21 dias de antecedência em relação a 2005, os R$ 450 milhões foram alcançados ontem, por volta das 6 horas, pela União, estados e municípios, de acordo com o Impos-

tômetro, que mede em tempo real a arrecadação tributária brasileira. O valor foi mostrado no painel eletrônico instalado na fachada do prédio da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), e também pode ser visualizado no site www.impostometro.com.br. A construção de casas populares seria uma forma de o governo devolver à população os tributos por ela recolhidos. "A falta de contrapartida é a maior reclamação dos brasilei-

ros, que se assustam com o valor arrecadado de tributos e não vêem retorno", diz o presidente licenciado da ACSP, Guilherme Afif Domingos. Mas a população está mais atenta e exigente. De janeiro a maio deste ano, 1,564 milhão de pessoas participaram do movimento De Olho no Imposto, encabeçado pela entidade, que tem por objetivo mostrar a quantidade e o valor dos impostos embutidos nos preços de mercadorias e serviços.

Mais conscientes, essas pessoas aderiram a um abaixo-assinado para pedir transparência tributária por meio da regulamentação do parágrafo 5º do artigo 150 da Constituição. A campanha resultou na elaboração do projeto de lei nº 174/06, em tramitação no Senado, que prevê a divulgação da carga tributária incidente sobre produtos e serviços na nota ou cupom fiscal e em local de fácil visibilidade no estabelecimento. Adriana David

presidente Luiz Inácio Lula da Silv a l i v ro u o s p atrões de recolherem, de imediato, a contribuição mensal ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para os empregados domésticos. Também barrou a multa de 40% sobre o saldo, em caso de demissão sem justa causa. Porém, autorizou uma série de novos direitos para a categoria que terão vigor imediato, como férias de 30 dias corridos e maior período de estabilidade para a trabalhadora gestante. Além disso, deixou para o futuro a possibilidade de tornar obrigatório o recolhimento mensal do FGTS para os domésticos, ao enviar um projeto de lei tratando do assunto para o Congresso Nacional. Foi assim, agradando um pouco aos dois lados, que o presidente procurou sair da "saia justa" em que havia sido colocado pelos parlamentares por causa da chamada MP das Domésticas. Originalmente, a MP apenas autorizava abater do Imposto de Renda (IR) parte da contribuição paga ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O Congresso incluiu vários outros direitos para os empregados, entre eles o FGTS. Lula decidiu vetar os artigos que tratavam do fundo, mas preservou outros direitos incluídos pelos parlamentares. FGTS – Segundo os ministros do Trabalho, Luiz Marinho e da Previdência Social, Nelson Machado, o governo

vetou todo o artigo que tornava obrigatória a contribuição mensal de 8% ao FGTS, assim como a multa de 40% nos casos de demissões sem justa causa. Também foi barrada a concessão do salário-família à trabalhadora doméstica. Fora isso, o governo aceitou as modificações feitas pelo Congresso Nacional e as transformou em lei. Assim, o período de férias dos domésticos passa de 20 dias úteis para 30 dias corridos. Gravidez – A empregada não pode ser demitida desde o momento em que comunica a gravidez até cinco meses após o parto (antes, a estabilidade valia só para o período da gestação). Os patrões também ficam proibidos de descontar do salário do trabalhador os gastos com alimentação, higiene, vestuário e moradia. "Preservamos a lógica do projeto e a conquista da categoria, sem punir os empregadores", disse Marinho. O ponto principal da lei sancionada por Lula é que os empregadores vão poder descontar do IR os 12% da contribuição previdenciária sobre um salário mínimo. Ao mesmo tempo, o governo anunciou que enviará ao Congresso Nacional um projeto de lei tornando obrigatório o recolhimento mensal de 8% sobre o salário, a título de contribuição ao FGTS. Quando essa lei for aprovada, o benefício fiscal concedido aos patrões em relação ao INSS será praticamente cancelado. (AE)


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Nacional Tr i b u t o s Empresas Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

VENEZUELA QUER MELHORAR CONTROLE DE RECURSOS

Petrobras e PDVSA unidas

estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA) anunciou ontem um acordo para formar uma empresa mista com a brasileira

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sexta-feira, sábado e domingo, 21, 22 e 23 de julho de 2006

Petrobras, acerto semelhante ao firmado com a anglo-holandesa Royal Dutch e Shell e com a norte-americana Chevron. A Venezuela terminou neste

ano um processo de conversão de convênios operacionais para criar empresas mistas, com maioria acionária da PDVSA, como parte dos esforços do presidente Hugo Chávez para incrementar o controle sobre os recursos energéticos do quinto maior exportador mundial de petróleo. A Corporación Venezoelana de Petróleo (CVP), filial da PDVSA, informou que o acordo

fechado com a Petrobras permitiu a criação da Petrowayú, que vai operar o campo de La Concepción, no leste do país, com uma produção de 12,3 mil barris de petróleo por dia. Negociações – A Venezuela declarou ilegais os acordos operacionais em 2005 e determinou às empresas privadas e estrangeiras que transferissem os negócios para sociedades de maioria estatal. Grande

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parte dos operadores dos 32 campos aceitaram as novas condições, enquanto a PDVSA retomou o controle dos campos da francesa Total e da italiana ENI, após o fracasso do processo de negociação. Na semana passada, a PDVSA completou um acordo com a Shell para a criação de uma empresa que explore o campo ocidental de Urdaneta, que produz 45 mil barris de petró-

mil barris de petróleo por dia será a produção da Petrowayú em campo no leste da Venezuela

leo diários. A empresa também fechou acordos com a Chevron para operar o campo Boscán, que tem uma produção de 115 mil barris diários, e o LL-652, que produz 8 mil barris. A Venezuela tem encabeçado amplos esforços na América Latina para incrementar o controle sobre os recursos naturais e o pagamento de impostos por parte de companhias estrangeiras. (Reuters)

ATAS

HP FINANCIAL SERVICES ARRENDAMENTO MERCANTIL S.A. C.N.P.J. n° 97.406.706/0001-90 - N.I.R.E. 35.300.314.352 Ata da Assembléia Geral Extraordinária realizada em 20 de janeiro de 2006 I. - Data e Horário: 20 de janeiro de 2006, às 9:00 horas. II. - Local: sede social, localizada no Município de Barueri-SP, na Alameda Rio Negro, n° 750, fundos, 2° andar, sala 3, Alphaville. III. Mesa: Presidente, Sr. Irving Harold Rothman; Secretária, Sra. Maria Fernanda Vieira Rodrigues Couto. IV. - Presença: acionistas representando a totalidade do capital social da companhia, conforme comprovam as assinaturas constantes do Livro “Presença dos Acionistas”. V. Convocação: dispensada a convocação prévia pela imprensa, em face da presença dos acionistas representando a totalidade do capital social, nos termos do artigo 124, § 4° da Lei 6.404, de 15.12.1976. VI. - Ordem do Dia: Exame e discussão das seguintes propostas, com modificação dos respectivos artigos do Estatuto Social da empresa: a) extinção da possibilidade de emissão das ações preferenciais classe “B” nominativas, com a conseqüente exclusão dos parágrafos 1°, 2° e 4° e alteração da redação do parágrafo 3°, todos do Artigo 5°, exclusão da letra “c” do Artigo 39 e alteração da redação do parágrafo único do Artigo 40; b) acusar o recebimento de renúncia do Diretor Geral e extinguir o cargo de Diretor Geral, com as conseqüentes alterações estatutárias: alteração da redação do “caput” do Artigo 14 e seu parágrafo 2°; exclusão do parágrafo 1 ° do Artigo 16; alteração da redação do Parágrafo Único do Artigo 18; alteração da redação do “caput” do Artigo 19; alteração da redação das letras “a”, “b” e “c” do Artigo 20. VI. - Deliberações Tomadas por Unanimidade: Após terem sido prestados os esclarecimentos necessários, foram apreciadas e resultaram aprovadas, sem qualquer ressalva as seguintes propostas: a) extinção da possibilidade de emissão de ações preferenciais classe “B” nominativas, que nunca foram emitidas, com a conseqüente exclusão e alteração dos Artigos correspondentes e renumeração dos remanescentes, a saber: exclusão dos parágrafos 1°, 2° e 4° e alteração da redação do parágrafo 3°, todos do Artigo 5° , exclusão da letra “c” do Artigo 39 e alteração do Parágrafo Único do Artigo 40. Dessa forma, esses artigos passarão a ter a seguinte redação: “Artigo 5º - O capital social subscrito é de R$ 267.251.401,98 (duzentos e sessenta e sete milhões duzentos e cinqüenta e um mil quatrocentos e um Reais e noventa e oito centavos), dividido em 267.251.401 (duzentos e sessenta e sete milhões duzentos e cinqüenta e um mil quatrocentos e uma) ações ordinárias nominativas e 1001 (hum mil e uma) ações preferenciais classe A nominativas, sem valor nominal, as quais deverão ser representadas por títulos múltiplos ou singulares, assinalados sempre por dois Diretores. § 1º - As ações preferenciais classe A terão as seguintes características e vantagens: (a) não terão direito a voto, salvo nos casos previstos em lei; (b) direito ao recebimento de dividendos no mínimo; 10% (dez por cento) maiores do que os atribuídos às ações ordinárias; (c) serão irresgatáveis, bem como inconversíveis em ações ordinárias; § 2º - Sem prejuízo do que dispõe o inciso I do artigo 136 da Lei n° 6.404/76, a eficácia da deliberação, tendo por objeto a criação de novas classes de ações, o aumento de classes já existentes ou a alteração, nas, respectivas preferências, vantagens e condições de resgate de uma ou mais classes de ações preferenciais dependerá da aprovação prévia e expressa dos acionistas titulares de mais da metade de cada classe de ações preferenciais prejudicadas, reunidos em assembléias especiais, convocadas e instaladas conforme a legislação aplicável. Artigo 39. - Do lucro liquido do exercício: (a) 5% (cinco por cento) serão aplicados antes de qualquer outra destinação na constituição da reserva legal, até o limite de 20% (vinte por cento) do capital social; e (b) 6% (seis por cento), no mínimo, serão destinados à distribuição como dividendos a todos os acionistas da sociedade. Artigo 40. - Todos os acionistas da sociedade receberão como dividendo em cada exercício, a quantia correspondente a 6% (seis por cento), no mínimo, do lucro liquido ajustado na forma determinada pela Lei das Sociedades por Ações. Parágrafo Único - As ações preferenciais de classe A terão direito ao recebimento de dividendos no mínimo dez por cento maiores que os atribuídos às ações ordinárias.” b) Acusado o recebimento e aceita a renúncia do Diretor Geral Sr. Reinaldo Egídio Pinheiro, apresentada em 28 de outubro de 2005, agradecendo os excelentes serviços prestados durante todos os anos em que atuou na empresa. Extinto o cargo de Diretor Geral, com as conseqüentes alterações estatutárias: alteração da redação do “caput” do Artigo 14 e seu parágrafo 2°; exclusão do parágrafo 1 ° do Artigo 16; alteração da redação do Parágrafo Único do Artigo 18; alteração da redação do “caput” do Artigo 19; alteração da redação das letras “a”, “b” e “c” do Artigo 20, que passarão a ter a seguinte redação: “Artigo 14. - A Diretoria será composta por um mínimo de 2 ( dois) e um máximo de 6 (seis) Diretores, residentes no País, eleitos e destituíveis a qualquer tempo pelo Conselho de Administração, com um mandato de 3 (três) anos, podendo ser reeleitos. § 1º - Os Diretores permanecerão em seus respectivos cargos, investidos dos poderes que lhe forem atribuídos, até a data da investi dura de seus sucessores, a critério do Conselho de Administração. § 2º - Nas reuniões da Diretoria, as decisões serão tomadas por maioria absoluta de votos, sendo certo que cada Diretor terá direito a 1 (um) voto. A Ata de cada Reunião da Diretoria deverá ser assinada por todos os Diretores presentes e apresentada ao Conselho de Administração. Artigo 16. - Aos diretores compete assegurar o pleno funcionamento da sociedade, cumprindo e fazendo cumprir o Estatuto Social, as deliberações das assembléias gerais de acionistas e do Conselho de Administração e as disposições legais aplicáveis. Artigo 18. -Os diretores poderão outorgar mandatos a terceiros para, em nome da sociedade, praticar ato de sua atribuição. Parágrafo Único - Os instrumentos de mandato serão assinados por 2 (dois) Diretores e deverão conter, além dos poderes especificamente outorgados ao mandatário, os prazos de duração, que não excederão a 1 (um) ano. Artigo 19. - Nos casos de impedimento definitivo de um dos Diretores, suas funções serão desempenhadas por outro Diretor até ulterior indicação de novo Diretor pelo Conselho de Administração. Nas vacâncias temporárias, os próprios Diretores indicarão seus substitutos dentre os membros da Diretoria. As vacâncias temporárias superiores a 45 (quarenta e cinco) dias serão consideradas, para todos os efeitos deste artigo, como vacâncias definitivas. Artigo 20. - As escrituras de qualquer natureza, aceites de títulos ou letras de câmbio ou quaisquer outros documentos que importarem em responsabilidade ou obrigação para a sociedade serão, obrigatoriamente assinados: ( a) por 2 (dois) Diretores, sendo vedado a qualquer Diretor, caso esteja acumulando a função de outro, firmar individualmente os documentos mencionados neste artigo; (b) Por qualquer Diretor em conjunto com 1 (um) procurador; ou (c) por 2 (dois) procuradores em conjunto, investidos de poderes especiais e expressos. Parágrafo Único - Os cheques, as ordens de pagamento e os contratos em geral, incluindo contratos de Arrendamento Mercantil ou quaisquer outros instrumentos necessários para o desenvolvimento das atividades da Sociedade serão obrigatoriamente assinados por: 2 (dois) Diretores, sendo vedado a qualquer Diretor, caso esteja acumulando a função de outro, firmar individualmente os documentos mencionados neste artigo; ou por 1 (um) Diretor em conjunto com 1 (um) procurador; ou por 2 (dois) procuradores em conjunto, investidos de poderes especiais e expressos.” VII. - Encerramento e Lavratura: todas as deliberações foram tomadas por unanimidade de votos, observadas as abstenções legais, sendo a presente ata lavrada no livro próprio, aprovada e assinada por todos os presentes. Barueri, 20 de janeiro de 2006. Mesa: Presidente, Sr. Irving Harold Rothman; Secretária, Maria Fernanda Vieira Rodrigues Couto. Acionistas Presentes: (a) HPFS GLOBAL HOLDINGS III, LLC P.p. Fernando Ruiz de Almeida Prado; e (b) HPFS BRAZIL HOLDINGS B.V., P.p. Fernando Ruiz de Almeida Prado, IRVING HAROLD ROTHMAN, THOMAS GERARD ADAMS, GEORGE DANIEL McCARTHY, P.p. Fernando Ruiz de Almeida Prado. A presente é cópia fiel do original. Barueri, 20 de janeiro de 2006. Maria Fernanda Vieira Rodrigues Couto - Advogada - OAB/SP nº 75.323 - Secretária. Testemunhas: Rodrigo Luz - CPF: 140.728.758-30; Lilian C. G. Silva - RG: 18436934. Secretaria da Justça e Defesa da Cidadania - Junta Comercial do Estado de São Paulo - Certifico o registro sob o nº 179.289/06-8, em 13/07/2006. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

EDITAL FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR

PREGÃO Nº 025/2006- FAMESP/HEB PROCESSO Nº 178/2006 - FAMESP/HEB Acha-se à disposição dos interessados do dia 21 de julho a 04 de agosto de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignolli s/n, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680–ramal 111-FAX(0xx14)3882-1885–ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/HospitalEstadualBauru, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL Nº 025/2006-FAMESP/HEB- PROCESSO Nº 178/2006-FAMESP/HEB, que tem como objetivo a Aquisição de Equipamentos Hospitalares: ELETROENCEFALÓGRAFO COMPUTADORIZADO, PORTÁTIL, COM CONJUNTO DE INFORMÁTICA COMPLETO... conforme especificações constantes do anexo II. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação será realizada no dia 07 de agosto de 2006, com início às 09:00 horas, na Sala da Seção de Compras do Hospital Estadual Bauru, Avenida Engº Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº 1-100 – Jardim Santos Dumont, Município de Bauru, Estado de São Paulo. Botucatu, 20 de julho de 2006. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi Diretor Vice Presidente - FAMESP.

COMUNICADOS DECLARAÇÃO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA:

CONVOCAÇÕES EDITAL DE CONVOCAÇÃO Ficam convocados os servidores da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania para se reunirem em Assembléia Geral, no próximo dia 05 de agosto de 2006, às 10 horas, no Salão dos Anjos, sito no Páteo do Colégio nº 184 – 1º andar, a fim de deliberarem sobre a seguinte ordem do dia: a) Eleição da nova Diretoria da Associação Paulista dos Servidores da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania – ASPAJUS, e b) Outros assuntos. São Paulo, 19 de julho de 2006. aa) A Diretoria. EDITAL DE CONVOCAÇÃO Pelo presente e na forma do artigo 25 do Estatuto Social, ficam os sócios convocados para a Assembléia Geral Extraordinária da Banstur - Hotéis, Lazer e Turismo, a realizar-se às 14:30 horas do dia 31.07.2006, em primeira convocação e 1 (uma) hora após em segunda convocação, para deliberar sobre a seguinte ordem do dia: Exame, discussão e votação da Proposta do Conselho de Administração para alteração do Estatuto Social relativos a: a) composição dos cargos da diretoria com a extinção do cargo de Diretor Comercial, transferindo suas atribuições estatutárias para o Diretor da Central de Reservas; b) alteração da nomenclatura de Diretor da Central de Reservas para Diretor de Convênios e Reservas; c) alteração do período dos mandatos do conselho de administração e da diretoria de cinco para nove anos; d) número de associados para deliberação em assembléias; e) alteração do prazo para a segunda convocação das Assembléias Gerais de uma hora para trinta minutos; f) alteração da periodicidade para reunião do Conselho de Administração. Propõe ainda a prorrogação dos atuais mandatos dos membros do Conselho de Administração e da Diretoria até abril de 2016. A assembléia realizar-se-á na sede da sociedade, no Largo do Arouche, 24- 2° andar, nesta Capital, a) José Oliver Sandrin- Presidente do Conselho de Administração.

EDITAL FORENSE

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 20 de julho de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial:

Requerente: Radial Fomento Mercantil Ltda. - Requerido: Marc Trois Confecções Ltda. - Rua do Acre. 449 - 1ª Vara de Falências Requerente: Ladal Plásticos e Embalagens Ltda. - Requerido: Supersuco Indústria de Alimentos Ltda. - Rua José Abrantes, 63 - 1ª Vara de Falências Requerente: KSQ Factoring Fomento Mercantil Ltda. - Requerido: Future Computer Com. Importação Exp. de Prod. de Informática Ltda. - Rua Maestro Cardim, 11-A - sala 112 - 2ª Vara de Falências

PREGÃO PRESENCIAL Nº 14/0734/06/05 OBJETO: PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS CONTÍNUOS DE APOIO TÉCNICO E ADMINISTRATIVO PARA A ÁREA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO DA FDE A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para contratação de empresa para prestação de serviços contínuos de apoio técnico e administrativo para a área de Tecnologia da Informação da FDE, nos termos constantes do Edital e anexos. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital a partir de 21/07/2006, na sede da FDE, na Supervisão de Licitações na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – CEP 01121-900 – São Paulo/SP, de segunda a sextafeira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, ou verificar o edital na íntegra, através da Internet no endereço: http:// www.fde.sp.gov.br. O credenciamento do representante das proponentes e o recebimento dos Envelopes “Proposta” e “Documentos de Habilitação” ocorrerão na sede da FDE, no endereço acima mencionado, às 09:30 horas do dia 08/08/2006. Todas as propostas deverão obedecer rigorosamente o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Reforma de Prédio(s) Escolar(es): TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – ÁREA (m2) - CAPITAL SOCIAL MÍNIMO DE PARTICIPAÇÃO – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/1653/06/02 - EE Jardim Paiva I – Rua João Daquil Bichuette, 300 - Jardim Paiva I - Ribeirão Preto/SP – 40 – 815,57 - EE Portal do Alto / Rua Alfredo Calixto, 35 - Portal do Alto - Ribeirão Preto/SP – 40 – 815,57 - R$ 82.832,00 – R$ 8.283,00 – 09:30 – 08/08/2006. 05/1654/06/02 - EE B. Dom Bernardo José Miele – Rua Bertha Lutz, 200 - Dom Miele - Ribeirão Preto/SP – 40 – 846,69 - EE Esplanada da Estação / Rua Serra Negra, 100 - Jd. Jiquei Club - Ribeirão Preto/SP – 40 – 815,57 - R$ 80.495,00 – R$ 8.049,00 – 10:30 – 08/08/2006. 05/1652/06/02 - EE Parque Servidores – Rua Antonio Teixeira Duarte, s/nº - Parque dos Servidores - Ribeirão Preto/SP – 60 – 1.235,68 - R$ 54.849,00 – R$ 5.484,00 – 13:00 – 08/08/2006. 05/1688/06/02 - EE Barragem II – Rua Manoel da Costa Capanema, 19 - Barragem - Parelheiros - São Paulo/SP – 60 – 1.344,46 - EE Chácara Corujas - Rua Ascânio Meo, 187 - Chácara das Corujas - Capela do Socorro - São Paulo/SP – 60 – 1.213,78 - R$ 91.721,00 – R$ 9.172,00 – 14:00 – 08/08/2006. 05/1690/06/02 - EE Dr. Ervin Horvath – Rua Americana, 251 - Cid. Nova Louzada - Itaquaquecetuba/SP – 60 – 1.344,46 - EE Recanto Mônica II - Estrada do Merenda (entre Rua Mirandópolis e Rua Rubuneia), 2000 - Parque Recanto Mônica Itaquaquecetuba/SP – 60 – 936,74 - R$ 76.213,00 – R$ 7.621,00 – 15:00 – 08/08/2006. 05/1687/06/02 - EE Parque Nações – Al. Yosakichi Yoshida, 170 - Res. Parque das Nações - Bastos/SP – 40 – 681,85 R$ 36.237,00 – R$ 3.623,00 – 16:00 – 08/08/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 21/07/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 07/08/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo


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Finanças Empresas Tr i b u t o s Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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DESONERAÇÃO TRIBUTÁRIA VAI CUSTAR R$ 9 BI AO LEÃO

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bilhões de reais é a meta de arrecadação fixada pela Receita Federal para este ano.

MAIS UM RECORDE DO LEÃO: ARRECADAÇÃO DA RECEITA ATINGE R$ 175,3 BILHÕES DE JANEIRO A JUNHO

FISCO RECOLHE R$ 2 BI ACIMA DA META

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Wilson Dias/ABr

Ricardo Pinheiro, secretário-adjunto da Receita Federal: "A palavra recorde não consta do meu dicionário".

Marcha pela redução de impostos

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Associação Brasileira dos Fabricantes de Refrigerantes (Afrebras) está mobilizando mais de 100 pequenos e médios produtores de refrigerantes para uma marcha a Brasília nos dias 2 e 3 de agosto. O setor vai pressionar o Congresso Nacional para que promova alterações na legislação de forma a diminuir sua carga tributária, que hoje é de 40%. No último dia 13 de junho,

a entidade enviou um ofício ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, acompanhado de um estudo intitulado "Radiografia da Tributação sobre Refrigerantes". O setor vai propor, entre outros pontos, a tributação do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) pelo regime cumulativo, além

de uma alíquota diferenciada do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). O presidente da entidade, Fernando Rodrigues de Bairros, levanta a possibilidade de recorrer à Justiça caso a União não apresente uma proposta de redução da carga tributária em até quatro meses. "Precisamos tomar providências acertadas para dar condições aos empreendedores do setor de refrigerantes de tocarem seus negócios", disse. (DC)

esmo com as medidas de desoneração tributária adotadas pelo governo, a receita administrada pela Secretaria da Receita Federal (SRF) no primeiro semestre deste ano bateu novo recorde e está cerca de R$ 2 bilhões acima da meta estabelecida pela área econômica para o período. A arrecadação líquida (descontadas as restituições e incentivos fiscais) alcançou a casa dos R$ 175,3 bilhões, contra uma meta de R$ 173,3 bilhões, que consta do decreto 5.780 de maio último. A meta fixada para o ano é de R$ 358,4 bilhões, mas ela será aumentada no novo decreto de programação financeira, a ser divulgado nos próximos dias. Ao divulgar ontem os resultados, o secretário-adjunto da Receita Federal, Ricardo Pinheiro, não quis falar em novo recorde. "Esta palavra não consta do meu dicionário", afirmou. "Tivemos sim um bom resultado e estamos conseguindo cumprir a meta, mas sem folga", disse. Por isso, Pinheiro informou que "este ano praticamente ficou sem espaço para novas desonerações". A previsão do governo é de que, em 2006, a perda de receita com as desonerações feitas no ano passado chegue a R$ 9 bilhões. Segundo Pinheiro, se o governo fosse atender a todos os pleitos de desoneração apresentados nos últimos seis meses, o equilíbrio fiscal correria perigo. O secretário-adjunto

da Receita observou que as medidas de desoneração tributária adotadas no ano passado foram feitas de "forma seletiva", "com critério" e levando em consideração os benefícios que elas trarão para toda a sociedade. Ele não descartou, no entanto, outras desonerações a partir de 2007. Em junho, a arrecadação federal (que inclui a receita administrada pela SRF e as taxas e contribuições controladas

34,03 bilhões de reais foi quanto a Receita Federal arrecadou em junho, um aumento de 4,71% sobre o mesmo mês do ano passado

por outros órgãos, menos as contribuições previdenciárias) totalizou R$ 34,03 bilhões, um aumento real de 4,71% em relação a junho de 2005. Foi um novo recorde para o mês. De janeiro a junho, a arrecadação federal total atingiu R$ 188,37 bilhões, com crescimento real de 3,05% em relação ao mesmo período do ano passado. A receita administrada pela SRF registrou elevação real de 2,82% na mesma comparação.

Petrobras – O Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) pagos pela Petrobras contribuíram de forma expressiva para o bom resultado da receita em junho. Segundo a Receita, a arrecadação do setor de petróleo em junho, relativa a I R P J e C S L L , s u p e ro u e m R$ 1,2 bilhão a do mesmo mês de 2005. Pinheiro disse que esse resultado reflete aumento de lucro e o efeito do câmbio sobre a rentabilidade das empresas do setor petrolífero. Bancos – Em junho, a receita do IRPJ cresceu 23,3% em termos reais, ante o mesmo mês de 2005, e a da CSLL, 13,65%. Ocorreu também arrecadação atípica do IRPJ, de R$ 420 milhões, e da CSLL, de R$ 50 milhões. Além disso, algumas instituições financeiras que em 2005 estavam com demanda judicial relativa ao IRPJ retomaram o pagamento regular. De janeiro a junho deste ano, a receita com o IRPJ apresentou crescimento de 8,8% em termo reais, na comparação com o mesmo período do ano passado. Já a receita com a CSLL cresceu 5,3%. A arrecadação do IRPJ pago pelas entidades financeiras aumentou 25,4% no primeiro semestre deste ano, na comparação com igual período de 2005. Houve também um aumento nominal de 71% do IRPJ pago pelas empresas do setor de refino de petróleo e de 68% da CSLL. (AE)


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Tr â n s i t o Urbanismo Polícia Ciência

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 21, 22 e 23 de julho de 2006

Pelo Código Penal Brasileiro, cada um dos acusados não pode ficar mais do que 30 anos na cadeia.

DECISÃO DOS JURADOS FOI UNÂNIME

SENTENÇA: 124 ANOS Evelson de Freitas/AE

Tonho foi o primeiro a sair da Câmara de Embu-Guaçu, ontem, após o fim do julgamento

Antonio Caitano da Silva, o Tonho, foi condenado a 124 anos de prisão pelo assassinato do casal Liana Friedenbach e Felippe Caffé

O

julgamento de três dos cinco envolvidos na morte dos casal Liana Friedenbach e Felippe Caffé acabou com a condenação total de 178 anos. O júri durou dois dias e terminou na madrugada de ontem na Câmara Municipal de Embu-Guaçu. Agnaldo Pires foi condenado a 47 anos e 3 meses de prisão

por estupro. Antonio Caitano pegou pena de 124 anos por cárcere privado e estupro. Antônio Matias foi o que recebeu a pena mais leve, 7 anos e 9 meses por cárcere privado e porte ilegal de arma. "Fiquei surpresa, não esperava uma pena tão alta. Esperava uma pena máxima, essa foi a máxima da máxima", disse a mãe de Felippe, Lenice Caffé.

O pai de Liana se disse satisfeito com o resultado do julgamento. "Estou profundamente satisfeito com o trabalho dos advogados, com a sentença, com o trabalho dos jurados, mas isso não reverte minha situação, evidentemente", disse Ary Friedenbach. Os culpados foram condenados por sete votos a zero. O quarto acusado, conheci-

do como Champinha, não responde ao processo pois na época do crime tinha 16 anos e está há 3 anos na Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor (Febem), de onde deve sair ainda neste ano. Champinha teria sido o responsável pelos golpes à faca contra Liana. Só um laudo atestando que Champinha tem um grave distúrbio psiquiátrico poderá

mantê-lo afastado da sociedade. A promotoria da infância disse que vai entrar com uma ação pedindo que Champinha seja internado em um manicômio judiciário se um novo laudo revelar que ele tem um grave distúrbio psiquiátrico. O quinto envolvido no seqüestro e morte do casal é Paulo César da Silva Marques, o Pernambuco, autor do tiro

contra a nuca de Felipe. O advogado de Marques recorreu e conseguiu adiar o julgamento de seu cliente para uma data ainda não definida. Liana e Felippe foram acampar em um sítio na região de Juquitiba e sumiram no dia 31 de outubro de 2003. A garota foi estuprada e morta a facadas. Felippe foi assassinado com um tiro na nuca. (Agências)

AGORA, A SENTENÇA DE SUZANE S

ete jurados atentos e quase sempre impassíveis devem decidir hoje à noite o destino de Suzane von Richthofen e dos irmãos Daniel e Christian Cravinhos, acusados de assassinar Manfred e Marísia, pais de Suzane, em outubro de 2002. O Ministério Público Estadual pedirá condenação de 50 anos para cada réu, 25 pela morte de Manfred e 25 pela de Marísia. Hoje, a sessão no 1º Tribunal do Júri deve começar às 9h, com o debate entre acusação e defesa. Primeiro, os promotores Roberto Tardelli e Nadir de Campos terão três horas para tentar convencer os jurados de que os réus agiram por motivo torpe (interesse pela herança, no caso de Suzane, e crime para obter pagamento, por parte de Daniel e Christian), meio cruel (golpes com barras de ferro e asfixia de Marísia) e recurso que impossibilitou a defesa da vítima (o casal dormia). Afirmarão que Suzane foi a mentora do crime. Os advogados, em seguida,

Ayrton Vignola/Folha Imagem

Os irmãos Daniel e Christian Cravinhos na saída do 2º DP, ontem, para o quarto dia de julgamento

também terão três horas. Geraldo Jabur dirá que Daniel foi induzido por Suzane a cometer o crime e que Christian entrou na história por amor ao irmão. Mauro Nacif sustentará a versão da moça rica, virginal, obcecada pelo então namorado interesseiro e envolvida na trama por ele. Ontem, no quarto dia do julgamento, foram exibidas fotos dos laudos necroscópicos de Manfred e Marísia. Segundo o advogado Mário Sérgio de Oliveira, Suzane chorou. A ausência de Nacif no plenário, por conta de um descolamento de retina no olho esquerdo, levantou a suspeita de que se tratava de uma estratégia para atrasar o julgamento. Ele apareceu à tarde e passou o resto do dia com a cabeça inclinada para a esquerda. Foram lidas cartas de amor de Suzane para Daniel. Ele chorou, ela não. Depois, foram exibidos vídeos com a reconstituição do crime, um programa de televisão e uma entrevista de uma rádio. (AE)


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

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LENTE DE

AUMENTO

O EFEITO COPA DO MUNDO

No mês da Copa, a venda de tevês foi a campeã do varejo. estimativa de ligeira queda de 0,3%. Um destaque foi o desempenho do segmento de bens não-duráveis (hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo), que, apesar de ter mostrado um discreto recuo de 0,4% frente ao mês anterior, continuou com um nível de vendas bastante expressivo. Vale chamar a atenção, em particular, para a "quebra estrutural" observada na série de supermercados em janeiro deste ano, mês a partir do

JOÃO DE SCANTIMBURGO

qual as vendas do segmento passaram a apresentar resultados significativamente acima dos meses anteriores. De fato, no acumulado de janeiro a maio as vendas de não-duráveis encontravamse em um nível 4,6% superior ao verificado nos últimos meses de 2005. É um pouco difícil explicar tal ruptura em termos de fundamento econômico, o que também torna mais complicado projetar os próximos resultados (veja o gráfico abaixo). Mas o destaque do setor foram as vendas de duráveis (móveis e eletrodomésticos), que registraram um forte acréscimo em maio, de 5,6%, em relação ao mês anterior, depois de já terem

apresentado um crescimento de 3,0% em abril. Este resultado expressivo para o segmento pode ser explicado, ao menos em parte, pela Copa do Mundo. Naquele mês, que antecedeu o início dos jogos, as vendas de televisores foram o grande destaque. Em razão deste efeito pontual do Mundial de Futebol, as próximas divulgações devem mostrar algum recuo nas vendas do segmento. ADRIANO PITOLI E CAMILA SAITO, DA CONSULTORIA TENDÊNCIAS

MERCADO

Roberto Alvarenga

COMUM E SUA CONTRAFAÇÃO

Falta poupança pública PAULO SAAB

O Divulgação/FHILIPS

N

o mês que antecedeu ao início dos jogos, as vendas de televisores foram o grande destaque. Em razão deste efeito pontual, as próximas divulgações devem mostrar algum recuo nas vendas do segmento. O resultado da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) referente a maio, divulgado pelo IBGE, mostrou um ritmo forte de vendas, acima das nossas expectativas. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, as vendas mostraram expansão de 7,3%, sendo que nossa projeção correspondia a um aumento de 6,0%. Na série com ajuste sazonal, o varejo apresentou um crescimento de 0,6% em relação a abril, contra nossa

Informe Conjuntural da CNI, Confederação Nacional da Indústria, que circulou nesta semana, aponta os riscos e ameaças que existem à continuidade do quadro de expansão da economia brasileira. A deterioração nas contas fiscais, associada ao forte crescimento dos gastos correntes e à perda do ritmo das exportações, segundo o Informe, acendem um sinal de alerta e reclama a falta de bases sólidas e permanentes para o crescimento acelerado do País. A ameaça se deve, conforme a CNI, à falta de atenção com a agenda de mudanças estruturais, uma vez que a modernização institucional da economia não se completou. O que restringe o crescimento da produtividade e da competitividade, condições essenciais para enfrentarmos os desafios do cenário mundial, de acordo com o Informe. Analistas da Indústria ressaltam que a superação desses obstáculos exige um aumento permanente da taxa de investimento em proporção ao PIB. A baixa capacidade de investimentos do setor público é atualmente, na visão da CNI, um limitador do processo de aumento sustentado da taxa de investimento global da economia. O que, por sua vez, exige a elevação da capacidade doméstica de aumento da poupança do setor público. O Informe destaca, ainda, que o constante crescimento dos gastos correntes impede o essencial aumento da poupança pública. Sem estancar o aumento dos

S

gastos correntes será impossível elevar o investimento público, assinala a CNI. O cenário descrito mostra bem porque o Brasil operacional está ficando obsoleto. Sem investimentos públicos, obras de infra-estrutura, de logística, portos ultrapassados, falta de ferrovias, rodovias em estado degradante, hospitais, transportes, educação (tudo que é patrimônio público) estão absolutamente inadequados às demandas atuais do País. Fica fácil ver como são equivocadas, ausentes e omissas as ações do governo que não gasta bem e não poupa para investir.

E

m compensação, os gastos com publicidade, com a divulgação de atos do governo - cuja ação realizadora só existe na criatividade dos autores de projetos inexistentes e diretores de propaganda -, são excepcionalmente altos. Em compensação, a elevação dos gastos com contratação de pessoal para milhares de cargos públicos é volumosa. Sem mencionar questões inoportunas, como o Aerolula e outros mimos que os governantes se auto-outorgam com recursos do erário. Sem uma poupança pública que não cria sustentação para os investimentos públicos, o País fica correndo atrás do rabo, não sai do lugar e ainda tem que sustentar o esmolão, que mantém os mais pobres na marginalidade para viverem às custas do favor do governante que deseja seus votos.

em poupança pública o País fica correndo atrás do rabo, não sai do lugar.

Rever a matriz energética LUIZ GONZAGA BERTELLI

S S upermercados e alimentos continuam em alta

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egundo levantamentos da FIESP, o consumo total de energia, em todo o País, registrou um crescimento de cerca de 40%, nos últimos 15 anos. Modernamente, os países mais industrializados duplicaram o consumo de energia elétrica a cada dez anos. O setor industrial aumentou mais de 3% ao ano, assegurando às indústrias a liderança no balanço energético nacional. Mais da metade da demanda global de energia no Brasil é proveniente de fontes renováveis e limpas, correspondendo: hidroeletricidade (40%), lenha (10%) e os derivados da cana-deaçúcar (11%). O restante é suprido por fonte fóssil e não-renovável, como é o caso do petróleo (30%), gás natural (6%) e energia nuclear (3%). Desta forma, a matriz energética brasileira, para o nosso orgulho, continua sendo uma das mais ecológicas do universo, com a emissão de aproximadamente 40% menos monóxido de carbono (CO²) do que a média mundial. Contudo, se o potencial brasileiro de biomassa energética, notadamente o bagaço da cana, fosse devidamente aproveitado, teríamos oferta adicional de 15 mil MW, com a adoção de tecnologias modernas e equipamentos produzidos entre nós. As indústrias produtoras do açúcar e do álcool já poderiam estar vendendo neste ano pelo menos 2 mil MW da eletricidade do bagaço. Contudo, o total não excede 500 MW. O governo até agora concedeu prioridade à construção de plantas geradoras térmicas movidas a gás natural importado da Bolívia (25 milhões de m³), preterindo os projetos de cogeração com o uso do bagaço. A estatal boliviana deseja receber 7,5 dólares por milhão de BTU (hoje o preço médio é de US$ 5,5) para continuar exportando o seu gás para o nosso país. Vários investidores decidiram postergar as iniciativas, em virtude das restrições encontradas no financiamento do BNDES, que exige

garantias reais de 130%, o que inibe os interessados. Várias hidrelétricas, igualmente, continuam no aguardo da concessão das licenças ambientais emitidas pelo IBAMA e Ministério do Meio Ambiente. Das 27 concessões de novas usinas hidrelétricas (que demoram de 5 a 10 anos para ficar prontas), autorizadas entre 2000 e 2001, nenhuma saiu ainda do papel. O Brasil aproveita apenas 30% da sua capacidade hídrica. No último leilão de energia o preço médio do MWh para as usinas hidrelétricas ficou em R$ 127, enquanto para as térmicas de R$ 132. Energia é um insumo cada vez mais escasso e caro. Grandes obras, como a hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, no Pará, tiveram o seu projeto de viabilidade ambiental vetado pelo Poder Judiciário. A sua capacidade de produção é quase similar à de Itaip u e a d i c i o n a r i a 11 m i l M W à M a t r i z Energética Brasileira. Para crescer mais de 4% ao ano, até 2015, o Brasil terá que aumentar a geração de eletricidade em mais de 42% e a maior parte terá de vir de hidrelétricas.

É

fundamental, desta forma, que a Matriz Energética Brasileira, limpa, ecológica e renovável, seja preservada, o que somente poderá acontecer com a adoção de políticas públicas claras e a fundamental sinergia com outras fontes energéticas. Para tanto o Brasil possui a maior reserva de biomassa do universo, terras disponíveis, água abundante, sol, tecnologia e recursos humanos. O mundo quer mais energia para o seu desenvolvimento. O Brasil possui, inclusive, para vendê-la. É só querer. Com menos intervenção do Estado, tarifas remuneradoras, marcos regulatórios e menos burocracia governamental. LUIZ GONZAGA BERTELLI É DIRETOR DA DIVISÃO DE ENERGIA DA FIESP E PRESIDENTE EXECUTIVO DO CIEE.

O mundo quer mais energia para seu desenvolvimento. O Brasil pode vendê-la.

A

reunião do Mercosul não conta com a unidade ideológica que sempre defendi, como organismo inicial de nações interessadas numa maior troca de comércio e serviços em cada economia. Trata-se de uma ampliação difícil de se concordar, mesmo com simulações ideológicas que não visualizam bem. Que vai fazer nessa reunião o carismático líder - apesar de cabelos e barba brancos, já muito visíveis – Fidel Castro, grande ator de uma América Latina que já perdeu a unidade há muito tempo? O que vai fazer, também, o organismo econômico posto em funcionamento por Alfonsín e Sarney, se não sabemos a que título ele pôs a Venezuela no conjunto inicial? Me refiro a Hugo Chávez. O que vão fazer outros esquerdistas, como o presidente do Uruguai, Tabaré Vasques, o presidente do Peru, Alejandro Toledo, e a presidente do Chile, Michelle Bachelet, se não puxarem a brasa para as suas sardinhas, se me permitem a expressão popular e não-acadêmica?

Que fará nessa reunião o carismático Fidel Castro, grande ator de uma América Latina que perdeu a unidade?

T

emos na Europa o modelo de uma União Européia que exigiu anos para se consolidar, a partir de um encontro em Roma que não despertou muito interesse na mídia da época. Quem assim pensa é, evidentemente, um observador calejado pela insegurança de organismos internacionais que se formam sem base histórica ou sem necessidade econômica, ou com necessidade econômica menor. O encontro dos países do Mercosul, e de outros interessados em aderir ao renovado bloco, não parece corresponder à expectativa dos chefes de Estado, ou ex-chefes, que se empenharam numa organização de mercado comum a partir da segurança de sua unidade, evoluindo para o modelo de uma União. É isso o que tenho a dizer à respeito do Mercosul, que convidou chefes de Estado tão díspares. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


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Ambiente Compor tamento Urbanismo Transpor te

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 Com o anúncio do projeto de lei aconteceu uma queda de investimentos Luiz Roberto Valente, diretor da Centro de Outdoors

MAIS UM SETOR DE MÍDIA EXTERNA SERÁ AFETADO

Ivan Ventura

A

generalização da palavra outdoor tem preocupado as empresas especializadas nesse segmento da mídia exterior. Segundo elas, uma parcela da população adquiriu o hábito de denominar toda e qualquer peça publicitária de outdoor e isso poderá prejudicar a discussão sobre o destino da mídia exterior e das empresas de outdoor na cidade, assunto que veio à tona depois do projeto de lei Cidade Limpa – proposta de autoria do prefeito Gilberto Kassab que pretende acabar com a poluição visual e também com a publicidade no município. De acordo com as empresas, a generalização do termo poderá penalizar um único segmento da mídia exterior por toda a poluição visual. O presidente da Exibição Propagandas e diretor da seccional São Paulo da Central de Outdoor, Luiz Roberto Ferreira Valente Filho explicou a questão. "Com certeza, o uso banalizado do termo outdoor para qualquer mídia exterior atrapalha nosso segmento. O cartaz adotou a denominação de

Patricia Cruz/Luz/26/01/2006

Padronização de outdoors também será afetada com o projeto Cidade Limpa. Empresas do setor criticam a generalização do termo.

Segunda-feira sem multas: marronzinhos em greve

O

s paulistanos devem ficar livres de multas na segunda-feira. A direção da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e os representantes dos marronzinhos não chegaram a um acordo a respeito das reivindicações dos funcionários. "Na segunda-feira não vamos multar. Vamos apenas dar instruções e orientação aos motoristas", explicou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Trânsito Urbano (Sindviários), Luiz Antônio Queiroz. De acordo com Queiroz, a categoria pede um reajuste de 7% nos salários referente à inflação e outras perdas do período. Os funcionários também querem aumento em seus vales-refeição e cesta básica, cujos valores são menores do que de outras empresas do município, como SP Turismo e Prodan. "Somos nós que damos o maior retorno financeiro e os que recebemos menos", disse o presidente. Atualmente, o valor dos vales é de R$ 11,00 e o da cesta básica, R$ 110,00. Além disso, questionam a decisão da CET de reduzir o adicional de férias de 50% para 33% (como determina a legislação trabalhista), o adicional noturno de 42% para 25%, e aumentar a carga horária de 6h40 para 8h diárias. Desde 1990, graças a um acordo coletivo, o número de horas de trabalho por dia foi reduzido por causa da escala dos funcionários, que trabalham em horários variados, que incluem madrugada e finais de semana. Caso não cheguem a um acordo, os marronzinhos já programaram mais duas datas para o projeto Multa Zero: a terça-feira 1º de agosto e a quarta dia 9. A partir desta data, se não houver acordo, os funcionários devem entrar em greve por tempo indeterminado. A CET analisa os pedidos e prometeu apresentar uma proposta, no máximo, até quartafeira. Desde a última assembléia da categoria, dia 13, o número de multas caiu cerca de 50% (três mil por dia). Clarice Chiquetto

outdoor, quando as outras mídias utilizavam o conceito "publicidade ao ar livre, que basicamente é uma tradução do termo americano "outdoor advertising". Adotamos a palavra outdoor nos anos 60 , referindo-se ao cartaz de 3 X 9 metros. Nem toda publicidade exterior é o outdoor". A generalização, porém, trouxe benefícios financeiros a esse segmento. Segundo Luiz Roberto, dos R$ 690 milhões arrecadados com a mídia exterior no Brasil, São Paulo ficou com R$ 210 milhões. As empresas de outdoors ficaram com 53,68% desse bolo, arrecadando R$ 112 milhões. P re j uí z os – O anúncio da proposta do Kassab chegou justamente no ano em que as expectativas das empresas de mídia exterior eram grandes. "Iniciamos o ano com uma perspectiva alta, pois teríamos Copa do Mundo e eleições. No nosso grupo empresarial um primeiro trimestre de crescimento. Com as ações da Prefeitura, o anúncio do projeto de lei e a proibição do outdoor para as campanhas eleitorais, aconteceu uma queda de investimentos", disse. Segundo ele, no período pré Copa do Mundo, houve um número reduzido de anunciantes. "Ficou muito aquém da expectativa que tínhamos em função dos anos anteriores", contou Luiz Roberto, que revelou uma queda em seus negócios de aproximadamente 15% no segundo trimestre deste ano. Em contrapartida, o primeiro trimestre teve um crescimento de 16% do setor. A queda nos negócios já vem afetando também os outros segmentos de mídia exterior. O setor de mídia televisiva, por exemplo, teve queda de 5%. As empresas especializadas em back light, front lights e empenas cegas apontam uma redução em seus negócios de 25%. Segundo a Central de Outdoors, somente em São Paulo são 4.200 outdoors, sendo que os pontos mais caros da cidade estão na região do Parque do Ibirapuera, e nas avenida Luís Carlos Berrini e Nova Faria Lima. Os três locais são altamente valorizados por causa do grande fluxo de veículos e as diversas empresas de negócios instaladas. "Estamos confiantes de que haverá muita discussão em torno desse projeto de lei do prefeito. Estamos num ano eleitoral e acreditamos que só haverá uma discussão mais ampla e tempo hábil para uma conclusão após as eleições", concluiu o diretor da Central de Outdoors.


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6 -.LAZER

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VISUAIS Mostra traz à luz 170 obras, entre pinturas, esculturas, fotografias e gravuras

P

Fotos: Pinacoteca do Estado/Divulgação

100 anos de arte no Brasil Pinacoteca exibe panorama da Coleção Chateaubriand Lúcia Helena de Camargo

anorâmica, abrangente, completa. Assim é a mostra Coleção Chateaubriand: um Século de Arte Brasileira, em cartaz na Pinacoteca do Estado de São Paulo até 13 de agosto. Sem um período ou técnica delimitando a seleção, traz à luz 170 obras, entre pinturas, esculturas, fotografias e gravuras pinçadas entre os sete mil trabalhos amealhados pelo colecionador ao longo de mais de 50 anos. Gilberto Chateaubriand, herdeiro de Assis, o homem de notícias, tomou gosto pela arte ao ganhar de José Pancetti, em 1954, a tela Paisagem de Itapoã. Passou a gostar de conhecer o artista de quem comprava obras, ir ao ateliê e entender os caminhos da criação. Assim formou uma coleção hoje estimada em US$ 20 milhões, composta por trabalhos executados ao longo do século 20. Com representantes de arte moderna e contemporânea, na exposição estão, entre outros, Anita Malfatti, Brecheret, Portinari, Di Cavalcanti, Oswaldo Goeldi, Volpi, Ismael Nery, Lasar Segall, Pancetti, Tarsila do Amaral, Vicente Rego Monteiro, e também Hélio Oiticica, Lygia Clark, Lygia Pape, Milton Dacosta. Surpresa- Além da afeição pela arte genuninamente brasileira, o colecionador apreciava a surpresa da descoberta de novos talentos. Por esse motivo estão ali contemporâneos como Anna Maria Maiolino, Antônio Dias, Carlos Zilio, Leda Catunda, Nelson Leirner, Carlos Vergara, Antônio Manuel, Cildo Meireles, Edgard de Souza, Rosângela Rennó, Tunga, Waltércio Caldas, Vik Muniz. Pelos corredores da Pinacoteca, é possível percorrer um século de produção artística brasileira. Com curadoria de Fernando Cocchiarale e Franz Manatta, a exibição está dividida em núcleos históricos. Começa pelo Modernismo e seus desdobramentos. Em seguida, os trabalhos traduzem a emergência dos regionalismos na década de 30 e o realismo social dos 40, o estado de espírito durante a Segunda Guerra Mundial e ao longo da década de 50. As esculturas de Victor Brecheret estão entre as

maiores representantes dessa fase. A seção Construtivismo e Abstracionismo impacta com o surgimento e a consolidação das tendências não figurativas no país, entre 1948 e 1962. Trabalhos de Antônio Bandeira, Hélio Oiticica e Lygia Clark exemplificam. Figurativo - Já na sala Imagem Contemporâneaforam juntadas a produção das décadas de 1960 e 1980, momentos cronologicamente diversos, mas com algo em comum: o foco figurativo, retomado após o desgaste do Abstracionismo na passagem das décadas de 1950 para a de 1960. Vemos aqui fotografia, publicidade e artes gráficas. Chegam Anna Maiolino, Beatriz Milhazes, Carlos Zilio, Cláudio Tozzi, Cristina Canale, Daniel Senise, Gerchman, Glauco Rodrigues, Jorge Guinle, Leda Catunda, Luiz Zerbini, Marcos Coelho Benjamin, Maria do Carmo Secco, Nelson Leirner, Roberto Magalhães, Wanda Pimentel, Raimundo Collares, Vergara. A última parte, O Experimentalismo e seus Desdobramentos, cobre o experimentalismo dos anos de 1970 e as novidades dos anos de 1990 até agora. A marca é o uso de meios não convencionais, novas mídias, instalações e performances. Com destaque, Carlos Zilio, Cildo Meireles, Edgar de Souza, Jac Leirner, José Damasceno, José Resende, Luiz Fonseca, Marcos Chaves, Miguel Rio Branco, Milton Machado, Raimundo Collares, Rosângela Rennó, Tunga, Waltércio Caldas, Vik Muniz. Cedida em comodato para o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro desde 1993, a coleção tem sido mostrada no MAM e em outras instituições do Brasil e do exterior. Depois de terminada a mostra na Pinacoteca, segue para o Museu de Arte Moderna da Bahia, em Salvador, de 1º de setembro até 15 de outubro. Em seguida, será montada no Museu Oscar Niemeyer de Curitiba, permanecendo lá de 14 de novembro até 4 de março de 2007. Pinacoteca do Estado - Praça da Luz, 2, tel.: (11) 3229-9844. Terça a domingo, das 10h às 18h. Ingressos: R$ 4. Grátis aos sábados. Até 13 de agosto.

EM 1922...

Objetivo: chocar a burguesia

U

Vaso de flores, de Alfredo Volpi, e Moças com violões, de Emiliano Di Cavalcanti (alto). Acima, Anita Malfatti e sua A Japonesa. E o Autoretrato de Ismael Nery.

No alto, Vai-evem diagonal número 2 (1954), de Samson Flexor. Ao lado, Hélio Oiticica em Lá e cá 10 (esq.) e Wesley Duke Lee em O artista chorando assina... Ao lado, Rua Aurora, de Carlos Scliar.

ma das salas mais vivas e ricas da exposição Coleção Gilberto Chateaubriand: um Século de Arte Brasileira é o Modernismo e seus Desdobramentos, que exibe a arte praticada por aqueles que protagonizaram a Semana de Arte Moderna, entre os dias 13 e 17 de fevereiro de 1922, no palco do Teatro Municipal de São Paulo. O objetivo dos jovens artistas era revolucionar a arte brasileira e romper com o academicismo presente na pintura, escultura, literatura e música. Influenciados pela vanguarda artística européia – futurismo, expressionismo, cubismo, surrealismo, dadaísmo –, os modernistas paulistas mostraram na semana a "nova arte nacional", concebida a partir da "antropofagia cultural", que acreditavam ser o caminho possível para a renovação. Nos saraus em que se reuniam para trocar impressões sobre arte, os artistas conceberam o que viria a ser o movimento modernista e seu marco, a Semana de Arte Moderna. Um dos lugares mais conhecidos desses encontros era a casa de Mário de Andrade, na rua Lopes Chaves, na Barra Funda. O sobrado projetado por Oscar Americano hoje pertence à Secretaria do Estado da Cultura e abriga a Oficina da Palavra, que promove debates, palestras, mostra de filmes e recitais, com o objetivo de promover estudos sobre literatura. As exposições de Anita Malfatti e de

Lasar Segall, em 1917, começaram a traçar os rumos que a produção artística tomaria a partir dali. Grande parte dos críticos consideram que a polêmica em torno da mostra de Malfatti propiciou o clima necessário à eclosão do modernismo. O famoso artigo de Monteiro Lobato contra a exposição de Anita, Paranóia ou Mistificação?, provocou a reação de Oswald de Andrade, Menotti del Picchia e outros intelectuais que passaram a defender a artista e, simultaneamente, a promover um outro pioneiro do modernismo, o escultor Victor Brecheret (1894-1955). Mário de Andrade, em conferência proferida em 1942, no Rio de Janeiro, contaria: "Parece absurdo, mas aqueles quadros foram a revelação. E ilhados na enchente de escândalo que tomara a cidade, delirávamos de êxtase diante de quadros que se chamavam O Homem Amarelo, Estudante Russa e Mulher de Cabelos Verdes". Perguntado sobre o autor da idéia de fazer a Semana de Arte Moderna, não raro atribuída a ele próprio ou a Oswald de Andrade, Mário disse: "Não sei quem foi, nunca soube, só posso garantir que não fui eu". Em seu livro de memórias, Viagem de Minha Vida - Testamento da Alvorada, de 1955, o pintor Di Cavalcanti (1897-1976) afirma ter sido ele o idealizador do evento. O artista conta ter sugerido a realização de "uma semana de escândalos literários e artísticos", com objetivo claro de "chocar a burguesiazinha paulistana". (LHC)


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Empresas Nacional Finanças Imóveis

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5 Os salários cresceram, melhorando a base de cálculo da arrecadação. Helmut Schwarzer

BC VOLTOU A OFERECER SWAPS REVERSOS

SALDO POSITIVO NA CONTA CORRENTE DO PAÍS FICOU ABAIXO DAS ESTIMATIVAS DO BC E DOS ANALISTAS

CAI SUPERÁVIT DAS CONTAS EXTERNAS

S

Valter Campanato/ABr

Mais turistas estrangeiros

O

Brasil está cada vez mais recebendo turistas estrangeiros. Mesmo com o real valorizado, as receitas de viagens internacionais atingiram, nos 12 meses anteriores a junho, a marca recorde de US$ 4,188 bilhões, informou ontem o chefe-adjunto do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Luiz Malan. Porém, os gastos dos estrangeiros no Brasil não foram páreo para o entusiasmo dos viajantes brasileiros no exterior com o dólar barato. No mesmo período, as despesas do País na conta de turismo somaram US$ 5,296 bilhões. Somente em junho, a receita obtida de estrangeiros que visitaram o Brasil atingiu US$ 295 milhões, ante US$ 275 milhões em igual mês de 2005. Nos seis primeiros meses do ano, esse indicador alcançou a marca de US$ 2,195 bilhões,

montante 17,5% superior ao verificado nos seis primeiros meses do ano passado. O BC tem atribuído essa elevação nas receitas de viagens internacionais à melhora na infraestrutura turística do País. Déficit — Apesar da elevação nos gastos de estrangeiros no Brasil, o País ainda apresenta saldo negativo na conta de viagens. Em junho, com despesas de US$ 491 milhões, a conta apresentou um déficit de US$ 196 milhões, praticamente estável em relação ao de US$ 194 milhões de igual mês de 2005. De janeiro a junho, o saldo é negativo em US$ 469 milhões, o dobro em comparação ao primeiro semestre do ano passado. O desempenho foi determinado pelo crescimento de 27,5% nos gastos de brasileiros lá fora, que atingiram US$ 2,664 bilhões nos seis primeiros meses do ano. (AE)

Diminuem cheques sem fundo

E

studo da Serasa revela queda de 11,8% no volume de cheques devolvidos a cada mil compensados em junho, na comparação com maio. Segundo o levantamento, foram devolvidos 20,9 cheques sem fundos por mil compensados no mês

passado, contra relação de 23,7 cheques em maio. Houve 139,8 milhões de cheques compensados em junho, e 2,9 milhões devolvidos por falta de fundos. Em maio, os cheques devolvidos por insuficiência de fundos foram 3,6 milhões. (AG)

Déficit de R$ 19 bi na Previdência

O

De acordo com o ministro da Fazenda, governo encontrou alternativa para evitar perda de arrecadação

Mantega: solução para CPMF no pacote cambial

O

ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que a equipe econômica conseguiu chegar a uma fórmula que permitirá o anúncio, no início da próxima semana, das medidas cambiais pleiteadas pelos setores produtivos. Conforme adiantou, a cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) incidente sobre os pagamentos de exportações brasileiras será mantida. Mas haverá benefício para o setor exportador. "Nós encontramos a fórmula. Ela não vai acarretar perdas de arrecadação. Mesmo porque temos obrigação de manter as finanças públicas equilibradas. Vocês me cobram isso a todo momento", afirmou Mantega, que participou ontem em Córdoba, na Argentina, da reunião de ministros da área econômica do Mercosul (leia mais sobre o encontro em reportagem na página 4 deste caderno). A equipe econômica analisa há pelo menos dois meses a possibilidade de alterar a legislação vigente para permitir que os dólares resultantes de operações de exportações não precisem, necessariamente, ingressar no País. No exterior, facilitariam a vida do exportador, ao permitir a rápida cobertura de desembolsos com importações e pagamentos.

Competitividade — Dessa forma, não haveria injeção de recursos no mercado de câmbio brasileiro, o que reduziria as pressões que provocam a valorização do real. Com isso, os setores exportadores manteriam alguma margem adicional de competitividade, garantida pelo câmbio. A dificuldade até o momento, acentuada por Mantega nos últimos dias, está no interesse do governo em manter o recolhimento de CPMF sobre os resultados das operações de exportação, ou seja, dos dólares convertidos em reais. "Não pretendemos abrir mão de aumento de receitas. Já estão nas contas tributárias do governo", afirmou Mantega. A opção a esse dilema seria a cobrança da CPMF sobre os resultados das vendas ao exterior, mesmo sem a internalização dos dólares no País. Mas como os recursos não ingressariam no Brasil, não haveria "fato gerador" para a aplicação da alíquota de 0,38% da CPMF. Pela indicação do ministro, a solução encontrada pelos técnicos da Fazenda estaria nesse tópico. Quando os jornalistas perguntaram se a alta carga tributária incidente sobre o setor produtivo brasileiro não é também um fator contrário ao desempenho das exportações,

Mantega respondeu que concordava. Mas, ainda assim, alegou que a arrecadação e o equilíbrio das contas públicas são as suas prioridades. Juros — O ministro desconsiderou as reclamações da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) sobre os altos juros para financiamento. "A Fiesp não deve estar se referindo à TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), porque dinheiro para financiamento está barato. A TJLP está no patamar mais baixo da história, de 7,5% ao ano, e acredito que os investimentos estão viabilizados", disse Mantega. "Temos mercado de capitais que permite captação para investimento a taxas mais baixas. Agora, se a Fiesp se refere à Selic (taxa básica), ela está em trajetória correta. Caiu mais 0,5 ponto percentual na reunião de ontem (anteontem), já tinha descido na anterior, em meio a uma turbulência internacional, quando outros países elevavam as suas taxas." O ministro afirmou ainda que a continuidade do Brasil, "na trajetória de redução" dos juros, "é salutar" e mandou um recado para quem não investe com o argumento das taxas de juros elevadas: "O investimento, se não ocorre, não é por falta de financiamento e nem pelo seu custo", disse. (AE)

déficit da Previdência Social no primeiro sem e s t re a l c a n ç o u a marca de R$ 19,023 bilhões, o que representa crescimento de 13,6% em relação aos R$ 16,739 bilhões apurados no mesmo período do ano passado. Em junho, as contas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ficaram negativas em R$ 3,156 bilhões, com queda de 4,6% sobre maio, quando o déficit atingiu R$ 3,309 bilhões. O principal fator para o crescimento do saldo negativo no semestre foi o aumento do salário mínimo, que passou de R$ 300 para R$ 350. Ele pesa nas contas da Previdência Social porque cerca de dois terços dos beneficiários do INSS, o equivalente a 15,8 milhões de pessoas, recebem de aposentadoria ou pensão esse piso. O secretário de Previdência Social, Helmut Schwarzer, afirmou que a redução do déficit no mês passado em relação a maio foi resultado do bom desempenho da arrecadação que, mais uma vez, bateu recorde. O recolhimento líquido do INSS em junho atingiu a casa de R$ 9,655 bilhões. Esse valor é quase 10% maior, em termos reais, do que a arrecadação líquida verificada no mês de junho de 2005, que foi de R$ 8,828 bilhões. De acordo com o secretário, o crescimento da arrecadação, muito superior ao do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro apurado no período, deve-se principalmente à melhora do mercado de trabalho, que vem registrando saldo positivo de novos empregos formais. "O salário médio dos trabalhadores também aumentou, o que melhora a base de cálculo da arrecadação da Previdência", ressaltou o secretário. Também contribuiu para o INSS arrecadar mais, segundo Schwarzer, o esforço que o órgão vem fazendo na gestão, com acompanhamento dos grandes contribuintes e combate às fraudes. (AE)

Em dia de ajuste, Bovespa cai 2,5%

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Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em forte baixa ontem, com o mercado corrigindo a valorização de quase 5% da quarta-feira, quando comentários do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, foram interpretados como sinal de que o ciclo de aperto monetário americano estaria perto do fim. O Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, recuou 2,55%, para 35.846 pontos. O volume ficou em apenas R$ 1,7 bilhão, abaixo da média do ano (R$ 2,46 bilhões). Nos EUA, os índices das bolsas também registraram queda. O Dow Jones caiu 0,76% e o Nasdaq perdeu 1,98%. "O mercado vivia um momento bastante ruim, com muitas más notícias. O depoimento de Bernanke ao Senado americano trouxe certo alívio.

Seria natural que os investidores realizassem lucros", disse o diretor da corretora Ágora Senior, Álvaro Bandeira. No cenário econômico, o evento mais importante de ontem foi a divulgação da ata da última reunião do Fed. Segundo o documento, a alta do núcleo da inflação — medida que exclui os preços de alimentos e energia — foi a principal preocupação dos membros do banco central no encontro de junho. Em compensação, a maioria acreditava que os índices inflacionários tendem a cair. Bernanke esteve ontem na Câmara dos Deputados dos EUA, onde repetiu o discurso feito no Senado a respeito do arrefecimento da economia do país. Ações — A blue chip Vale do Rio Doce PNA despencou 4% e Petrobras PN recuou quase 3%. O mau desempenho desses papéis, que têm grande peso no Ibovespa, prejudicou o

índice. Na contramão, Perdigão ON subiu 4,39%, diante da expectativa de aumento na oferta de compra pela Sadia. O dólar comercial fechou em alta de 0,73%, a R$ 2,193, depois de o Banco Central (BC) atuar duas vezes no mercado. À tarde, o BC anunciou a venda de contratos de swap cambial reverso — operação suspensa desde abril. (Reuters)

Factoring

DC

O BC também espera uma urpreendendo o mercado financeiro e o desaceleração no ritmo de saípróprio Banco Central da de dólares por meio das re(BC), a conta de transa- messas de lucros e dividendos ções correntes do balanço de ao exterior. A projeção para jupagamentos – que registra to- lho é de que a conta registre saídas as operações de comércio e da líquida de US$ 900 milhões. serviços do Brasil com o exte- Com isso, Malan projetou para rior – apresentou um saldo po- o mês um superávit de US$ 2,4 sitivo de apenas US$ 614 mi- bilhões para a conta corrente, lhões em junho. O valor foi quatro vezes superior ao de juquase três vezes inferior ao nho. Outro fator que influencia US$ 1,7 bilhão previsto pelo essa expectativa mais otimista BC e é cerca de metade do re- é o comportamento da balança sultado obtido em junho de comercial em julho, que até agora apresenta um desempe2005 (US$ 1,285 bilhão). De janeiro a junho, o superá- nho bem mais forte por causa vit em conta corrente atingiu do fim da greve dos auditores US$ 3,1 bilhões e no acumula- fiscais da Receita Federal. I E D — S edo em 12 me- Antônio Cruz/ABr gundo o BC, o ses terminados f l u x o d e I nno mês passav e s t i me n t o s do, o saldo fiEs tra ng eiros cou positivo (IED) ficou em em US$ 12,02 US$ 1,1 bilhão. bilhões – o A expectativa equivalente a do mercado 1,41% do Proera de ingresduto Interno sos da ordem Bruto (PIB). de US$ 600 miSegundo o lhões. Em chefe- adjunto igual mês de d o D e p a r t a2 0 0 5 , o s i nmento Econôgressos foram mico (Depec) d o B C , L u i z Luiz Malan: queda maior que a de US$ 1,3 biMalan, o resul- esperada pelo BC não preocupa. l h ã o . E m j ulho, o fluxo tado abaixo do esperado não preocupa e ocor- continua forte, atingindo, até reu devido ao volume forte de ontem, US$ 1,2 bilhão. Para o chefe-adjunto do Deremessas de lucros e dividendos de empresas para o exte- pec, o resultado de junho foi inrior no final do mês. Elas soma- fluenciado por empresas que ram US$ 1,6 bilhão, valor transformaram dívidas a rece55,6% superior ao verificado ber em investimentos no País e também por investimentos de em junho do ano passado. Malan não associou a movi- um fundo de pensão canadenmentação à turbulência no se no setor imobiliário. Em julho, Malan espera um mercado financeiro, que teve seu auge em junho. "Há alguns quadro mais favorável, por fatores que influenciam essa conta da redução na volatilidaconta, como taxa de câmbio, de do mercado financeiro, que lucratividade das empresas e o influencia a taxa de rolagem e o fluxo de dólares. No acumulaestoque de investimentos." Mas para o economista da do do ano, os ingressos de IED MB Associados Sérgio Vale, o somam US$ 7,386 bilhões, ante comportamento das remessas US$ 8,5 bilhões nos seis pritem tudo a ver com a turbulên- meiros meses de 2005. Refletindo a turbulência nos cia. "Acredito que as empresas, diante da alta do dólar, come- mercados financeiros, a taxa çaram a projetar taxa de câm- de rolagem dos empréstimos bio mais desvalorizada e ante- externos de médio e longo praciparam remessas. Passada a zos das empresas ficou em turbulência, a tendência é que 32%, ante 100% em igual mês do ano passado. (AE) a conta volte ao normal."

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ELEIÇÕES Planalto CPMI Congresso

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 21, 22 e 23 de julho de 2006

Os que ainda votavam no Lula porque não querem a volta do PSDB, agora estão vendo que há outra alternativa. Luciana Genro (PSol-RS)

LEVANTAMENTO INDICA MAIS SUSPEITOS

Eymar Mascaro

SANGUESSUGAS NFome de voto INVESTIGAÇÃO PARALELA AMPLIA CASOS SUSPEITOS

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vice-presidente da C P M I d o s S a nguessugas, deput a d o R a u l J u n gmann (PPS-PE), divulgou ontem um levantamento com 94 parlamentares sob suspeita feito por ele sobre as denúncias de pagamento de propina da máfia das ambulâncias. Segundo Jungmann, o empresár i o L u i z A n t ô n i o Ve d o i n , apontado como líder do esquema, deixou claro em seu depoimento à Justiça que repassou dinheiro a mais de 90 congressistas e 10 ex-congressistas, em troca de emendas parlamentares ao Orçamento da União que permitiram a venda de ambulâncias, ônibus escolares e outros equipamentos com valores superfaturados. Formas de pagamento – Vedoin teria dito que 40 parlamentares receberam em dinheiro vivo, 34 através de depósitos na conta de assessores, dez em sua própria conta corrente, cinco na conta de parentes (sendo três esposas) e outros cinco receberam outros benefícios. Jungmann revelou que há o caso de um parlamentar que recebeu um BMW da quadrilha. Outro, teria sido presen-

teado com uma viagem; e um terceiro, com um imóvel (um flat). Vedoin só não entregou provas à Justiça contra os que receberam dinheiro vivo, ou seja, existiriam documentos incriminando pelo menos 54 parlamentares por recebimento de propina. Provas– Não é possível precisar se estes 54 estão entre os 57 (56 deputados e um senador) que são alvo de investigação no Supremo Tribunal Federal (STF) porque o pedido de abertura destes inquéritos foram feitos antes do depoimento do empresário, a maioria deles com base em escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal. Vedoin contou detalhes do esquema em troca da delação premiada. As cópias das declarações chegaram há uma semana à Procuradoria Geral da República, que deve solicitar ao STF novas investigações. Jungmann defendeu que todos os parlamentares denunciados por Vedoin sejam notificados e tenham os seus nomes revelados. Segundo ele, outros 11 também teriam recebido algum benefício financeiro, mas Vedoin não deixou claro quais foram. (AE)

Roberto Stuckert Filho/Ag. O Globo

EXPOSIÇÃO Técnicos em pesquisas constataram que Heloísa Helena cresceu devido à sua aparição na televisão. A senadora se tornou mais conhecida do eleitor. O crescimento da senadora não interessa a Lula, mas agrada a Geraldo Alckmin, que quer decidir a eleição no 2º turno.

TETO A cúpula do PSol, partido da senadora, admite que Heloísa Helena ainda não atingiu o teto: pelas previsões do partido ela pode chegar a 15%. Seria o suficiente para evitar que a eleição acabe no 1º turno.

EMPATE

Deputado Raul Jungmann (PPS-PE), vice-presidente da CPMI.

LUCIANA GENRO X TARSO A

briga não é em família, mas ideológica. Depois de alertar que não criticava o pai, mas o ministro do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a deputada Luciana Genro (PSol-RS) afirmou que "nem Tarso Genro nem nenhum petista pode ter a ousadia de questionar o posicionamento ideológico de seu partido nem da candidata à Presidência", a senadora Heloísa Helena (AL). Ontem, ao comentar o crescimento da candidatura de Heloísa Helena de 6% para 10% na pesquisa de intenção de votos do Datafolha, o minis-

A

Ó RBITA

DILMA

ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou que "gostaria muito" de ver uma disputa nas eleições deste ano entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a senadora Heloísa Helena, do PSol. "Seria muito interessante. Não estou externando qual será o candidato, até porque não sabemos nem se vai ter 2º turno. Agora, seria irônico, muito irônico enfrentar Heloísa Helena", disse.

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(que distribui bolt r o d a s R e l asas de ensino suções Institucioperior em institunais, que é pai cionais privadas), de Luciana, o Fundo Nacioafirmou que a Quem abandonou senadora He- os ideais de esquerda, nal de Educação Básica (Fundeb) loísa Helena "é os ideais socialistas, de direita". O foi o PT. Ele (meu pai) e o Bolsa-Família. Para a depucrescimento da tada, o ministro candidata pode precisa se informar Tarso Genro delevar a eleição melhor. para o 2º turno, Luciana Genro monstrou "abtudo o que o go(PSol-RS) s o l u t o d e s c onhecimento a verno e o PT respeito das ponão querem. Tarso Genro afirmou ainda sições políticas e econômicas que o PSol de sua filha ataca do PSol". A história é outra, programas como o Universi- disse. "Quem abandonou os dade para Todos (Pro-Uni) ideais de esquerda, os ideais INTERNET O PT vai usar o potencial da Internet (36 milhões de pessoas) para a campanha de Lula.

ALENCAR

M

esmo no hospital, o vice-presidente José Alencar assumiu a Presidência da República na tarde de ontem, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcou para a Argentina, segundo o Palácio do Planalto. Alencar foi submetido a uma cirurgia no Hospital Sírio-Libanês para a retirada de um tumor na região posterior do abdome, na terça-feira e passa bem.

ERRO MILIONÁRIO

m erro de digitação transformou um fotógrafo de Rondonópolis, no interior do Mato Grosso, em milionário. Na relação distribuída ontem pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com os tetos para gastos de campanha de cada candidato, Kelson Jorge

Abrão aparece com destaque com o maior teto previsto no Brasil. Segundo o documento, ele estimou que gastará R$ 800 milhões em sua campanha a deputado estadual pelo Partido Verde (PV). "Se me seqüestrarem, eu vou fazer o quê? Não tenho dinheiro", disse.

ão foi apenas no Sul (Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul) que a senadora Heloísa Helena cresceu nas pesquisas (de 6% para 13%), como constatou a pesquisa Datafolha. Seu crescimento ocorreu em todas as regiões do País: a senadora que tinha 6% de índice de intenção de voto subiu para 10%. O crescimento de Heloísa Helena tem importância significativa porque o seu índice ajuda a levar a eleição presidencial para o 2º turno. Pela pesquisa Datafolha não é possível garantir que a eleição tenha só um turno. Lula teria 52% dos votos válidos se a eleição fosse hoje, mas a margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Com relação à pesquisa anterior, Lula e Alckmin oscilaram para baixo: o petista tinha 46% e caiu para 44%, enquanto o tucano oscilou de 29% para 28%.

socialistas, a defesa da universidade, do serviço público, de uma política econômica que enfrente o capital financeiro, foi o PT. Ele precisa de informar melhor". Luciana disse ainda que o governo está com medo do crescimento da candidatura de Heloísa Helena. "Ela está tirando votos do Lula e vai tirar mais. Os que ainda votavam no Lula porque não querem a volta do PSDB, agora estão vendo que há outra alternativa, que é a candidatura da senadora Heloísa Helena", disse a deputada. "É isso que assusta o governo e o PT". (AE)

A pesquisa Datafolha revelou que Lula reagiu no Sul. O petista tinha 30% de intenção de voto na região e foi para 31%. Ocorre que Alckmin tinha 37% e caiu para 30%. Os três Estados do Sul somam quase 20 milhões de votos.

ESTABILIDADE Lula e Alckmin estão estabilizados no Sudeste. Em São Paulo (26 milhões de votos) o tucano leva vantagem sobre o petista, mas o mesmo não ocorre no Rio (11 milhões) e em Minas (13 milhões). Nesses dois Estados o petista continua na frente do tucano.

NA FRENTE Continua a supremacia de Lula no Nordeste. O petista, segundo o Datafolha, caiu um ponto na região (de 64% para 63%), enquanto Alckmin perdeu quatro pontos ( de 17% para 13%). O Nordeste concentra 33 milhões de votos.

pesquisas. Cabral quer se manter neutro na eleição presidencial. Mas os dois presidenciáveis não jogam a toalha.

MINEIROS Alckmin conta com o governador Aécio Neves (PSDB), o ex-presidente Itamar Franco (sem partido) e com o exministro Eliseu Padilha (PMDB) para virar o jogo em Minas. Por enquanto, a vantagem é do petista no Estado. Itamar acerta na segunda-feira sua adesão à campanha de Alckmin.

POPULISMO Alckmin está de olho nos votos que Lula tem nas classes "D" e "E". O tucano admite que a vantagem do petista está enraizada, por exemplo, entre eleitores que recebem o BolsaFamília. São l2 milhões de famílias representando mais de 30 milhões de pessoas assistidas pelo programa.

AMEAÇA Orestes Quércia (PMDB) cresceu dois pontos na pesquisa Datafolha (de 9% para 11%) e já ameaça o 2º lugar de Aloizio Mercadante (PT), com 15% de intenção de voto. Os dois, porém, estão distantes de José Serra (PSDB) que ganharia a eleição já no 1º turno se a eleição fosse hoje.

REPULSA Embora tenha crescido na pesquisa Datafolha, Quércia mantém o maior índice de rejeição: 26%, enquanto os índices de rejeição de Mercadante e Serra sejam de 17% e 16% respectivamente.

NO GRUPO Depois do engajamento do prefeito César Maia (PFL) na campanha, os tucanos admitem que Alckmin vai crescer no Rio. Além do prefeito, o candidato espera contar também com as adesões da governadora Rosinha Matheus e de seu marido Anthony Garotinho, ambos do PMDB.

AMARGURA Os tucanos teriam encarregado Fernando Henrique Cardoso para servir de intermediário nas negociações com o casal Garotinho. César Maia não quer saber de se aproximar dos Garotinho. Pelos menos por enquanto.

NEUTRALIDADE Até o momento, nem Lula nem Alckmin conseguiram atrair o apoio do candidato do PMDB ao governo do Rio, Sérgio Cabral, líder absoluto nas

CAMPEÃO Impressiona, até aos tucanos, o índice de favoritismo de Aécio Neves em Minas, com 73% de intenção de voto. Aécio só tem uma preocupação: gerenciar a vantagem que leva sobre os adversários. A idéia é pavimentar sua candidatura presidencial em 2010 como governador reeleito de Minas.

PÉ NO CHÃO Aécio Neves diz que seu favoritismo nas pesquisas não vai tirar o "pé no chão" da sua campanha à reeleição. "Existe hoje em Minas uma percepção de que há um trabalho sério à frente do governo", justifica.


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Finanças Empresas Nacional Imóveis

DIÁRIO DO COMÉRCIO

JOVENS TRABALHAM, MAS NÃO ESTUDAM

sexta-feira, sábado e domingo, 21, 22 e 23 de julho de 2006

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mil jovens entre 16 e 24 anos fazem parte da mão-de-obra do comércio paulistano

CERCA DE 40% DOS EMPREGADOS DO COMÉRCIO PAULISTANO ESTÃO NA FAIXA ENTRE 16 E 24 ANOS DE IDADE

JOVEM DOMINA TRABALHO NO COMÉRCIO

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comércio é um dos principais acessos ao mercado de trabalho para muitos jovens paulistanos. Atualmente, do total de 428 mil trabalhadores no segmento, cerca de 40% têm entre 16 e 24 anos de idade. Porém fatores como extensa jornada de trabalho, informalidade e baixos salários atrapalham a continuidade dos estudos ou o crescimento profissional do jovem trabalhador, segundo pesquisa divulgada ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e o Sindicato dos Empregados no Comércio de São Paulo (SECSP). A pesquisa aponta que o varejo absorve 172 mil pessoas com idade entre 16 e 24 anos, o correspondente a 21,3% do total de ocupados com a mesma faixa etária no município de São Paulo. "O comércio sempre teve presença marcante do pessoal mais jovem, e a indústria vem perdendo importância do ponto de vista do trabalho", disse o supervisor do Dieese em São Paulo, José Silvestre Prado de Oliveira. Atualmente, a indústria absorve 17,4% dos jovens paulistanos que possuem alguma ocupação profissional. Trabalho pesado – Quando são avaliados os rendimentos e as horas semanais trabalhadas, os números são considerados alarmantes. No comércio, os jovens entre 16 e 24 anos trabalham, em média, 45 horas

Fotos: Milton Mansilha/LUZ

por semana e recebem um salário mensal médio de R$ 554. Na indústria, esses números passam para 43 horas e R$ 633, respectivamente, enquanto no setor de serviços são 40 horas e R$ 640. "Esses são os principais fatores que dificultam a conclusão dos estudos dos jovens comerciários", afirmou Oliveira. Segundo o levantamento, 90% dos jovens que

Talita: falta tempo e dinheiro

participaram da pesquisa têm interesse em continuar os estudos e 80% em cursar ou completar o ensino superior. A vendedora Marta Paulina da Silva ilustra a estatística. Ela já enfrentou jornada noturna de 12 horas em uma rede de fast food. "Era muito cansativo, trabalhava das 17 horas às 5 horas", contou. Hoje, Marta, que trabalha 9 horas diárias em uma loja de moda feminina, encontra tempo para fazer um

curso técnico de enfermagem. Já a promotora de vendas da Taíí Financeira Itaú, Talita Janaína de Assis, que trabalha em parceria com o Extra Eletro, conseguiu seu primeiro emprego e sonha entrar para uma faculdade. "Quero prestar vestibular para publicidade ainda neste ano. Como falta tempo e dinheiro para o cursinho, estou estudando em casa mesmo", disse a garota, que ressaltou ser muito cansativo trabalhar na rua. "Ficamos em pé o tempo todo, faça chuva ou faça sol, correndo atrás de clientes. Não é fácil", reclamou. Números e ações – O estudo mostra ainda que, dos jovens trabalhadores do comércio, cerca de 35,5% são assalariados sem carteira assinada; 53,3% do sexo feminino e 74% atuam no setor varejista, principalmente em supermercados (21,5%) e estabelecimentos do ramo de tecidos e vestuário (20,1%). A maioria deles em lojas de pequeno porte, com até dez empregados. De acordo com Ricardo Patah, presidente do SECSP, as conclusões da pesquisa já estão servindo de base para a adoção de estratégias e ações voltadas para a melhoria das condições de trabalho e estudo dos jovens comerciários paulistanos. "Queremos motivar os jovens a concluírem seus estudos. Para isso, já fizemos convênios com 70 universidades para reduzir em até 50% o preço das mensalidade", disse. Maristela Orlowski

Marta Paulina: já fez jornada de 12 horas. Agora, trabalhando nove horas, conseguiu tempo para estudar

"Cinqüentões" permanecem no mercado e têm melhores salários

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o contrário do que ocorre com os jovens de 16 a 24 anos, os ocupados com mais de 50 anos de idade recebem maiores salários, trabalham especialmente como empregadores, funcionários públicos ou por conta própria e aumentaram acima da média sua participação no total de trabalhadores nas seis principais regiões metropolitanas do País desde 2002, segundo pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento mostra que, em maio de 2002, havia 2,7 milhões de pessoas ocupadas com 50 anos ou mais nas seis regiões (15,4% da população ocupada total), passando, em maio de 2006, para 3,6 milhões (18,1% da população). Nesse período, o número de ocupados com 50 anos ou mais cresceu 33,9%, enquanto a população ocupada

total aumentou 13,6%. Maria Lúcia Vieira, analista da pesquisa de Emprego do IBGE, acredita que o aumento na participação das pessoas dessa faixa etária no total dos ocupados resulta de fatores como o envelhecimento e maior expectativa de vida da população, que permanece por mais tempo no mercado de trabalho. Ela cita ainda as mudanças nas regras previdenciárias, que elevaram a idade mínima para aposentadoria e aumentaram o tempo de contribuição. Provedores – Segundo revela a pesquisa, 70,2% dos ocupados de mais de 50 anos são os principais responsáveis em prover o domicílio em que vivem. Marcelo de Ávila, analista de mercado de trabalho do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), acredita que a permanência da população dessa faixa etária no mercado de trabalho está direta-

mente vinculada à questão do rendimento. Segundo ele, a renda não tem crescido o suficiente para permitir que, após a aposentadoria, a opção seja a de ficar de fora do mercado. Renda – Como provedores, os "cinqüentões" se mantêm na ativa, especialmente nos grupos de trabalho por conta própria (32,7% dos ocupados nessa faixa etária), militares e funcionários públicos (13,8%) e empregadores (9,6%). Eles garantiram, em maio de 2006, rendimento médio real 36% acima da média dos ocupados nas seis principais regiões metropolitanas do País. O rendimento médio das pessoas ocupadas com mais de 50 anos em maio último era de R$ 1.401,30, enquanto a renda média dos ocupados em geral alcançava R$ 1.027,80. A renda apurada pelo IBGE não inclui aposentadorias ou outro benefício.(AE)

Cai vaga nas pequenas empresas

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evantamento divulgado ontem pelo SebraeSP mostrou que o nível de emprego das micros e pequenas empresas (MPEs) do Estado de São Paulo caiu 1,5% em maio ante o mesmo período do ano passado, o que representou a eliminação de 90 mil postos de trabalho. Em relação a abril de 2006, foram criadas 12 mil vagas ou uma variação de 0,2%, desempenho considerado "estável" pela instituição. De acordo com o Sebrae-SP, o comportamento do emprego em maio de 2006 foi reflexo do nível de faturamento das MPEs abaixo do esperado, no acumulado dos primeiros cinco meses do ano. "Havia um otimismo em relação ao primeiro semestre, que se refletiu em contratações nos três primeiros meses. Mas a queda de 2% no faturamento médio dos primeiros cinco meses, comparado com o mesmo período do ano passado, acabou obrigando as empresas a reade-

quar os quadros", analisou, em comunicado à imprensa, o diretor-superintendente da instituição, José Luiz Ricca. Em maio de 2006, havia 5,81 milhões de pessoas ocupadas nas MPEs paulistas. Em média, cada empresa proporcionou 4,38 ocupações. Na comparação entre os meses de maio de cada ano, o de 2006 ficou 8,7% abaixo de 2001, o melhor mês de maio da série, com 4,8 ocupações, em média, por empresa. Segundo o SebraeSP, os dados do primeiro semestre deverão ser negativos. Mas, a partir do segundo semestre, a instituição destacou que a tendência é de retorno ao crescimento no nível de ocupação devido a fatores sazonais como pagamento do 13º salário e vendas de Natal. Setores – No levantamento por setor de atividade, o comércio, que responde por 57% do universo pesquisado, foi o único com desempenho positivo até maio de 2006. Na média dos cinco primeiros meses do

Luiz Marinho. A Garantia maior Trabalho, medida foi aprovada pelo para trabalhador Conselho Deliberativo do

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rabalhadores demitidos de empresas de calçados, móveis e máquinas agrícolas devem começar a receber dentro de 30 a 40 dias a primeira de duas parcelas adicionais de seguro-desemprego, segundo o ministro do

Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) na terça-feira e atende a uma reivindicação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), metalúrgicos e sapateiros para amenizar a crise nesses setores. O presidente do Codefat, Remígio Todeschini, explicou que os

ano, em comparação com o mesmo período de 2005, as MPEs do comércio expandiram seu pessoal em 2,5%. Na indústria e em serviços as variações foram negativas: de 1,5% e 2,4%, respectivamente. Na comparação apenas entre maio de 2006 e de 2005, os resultados são muito próximos em termos de tendência: comércio (0,2%), indústria (-1,2%) e serviços (-4,2%). Salários – Os empregados das micros e pequenas empresas de São Paulo continuam com melhora nos rendimentos, influenciados por reajustes salariais obtidos em várias categorias. O valor médio pago em maio de 2006, de R$ 689, foi 9,3% maior do que em maio de 2005, o melhor recebido em um mês de maio desde 2002. Em termos absolutos, os rendimentos médios pagos em maio foram de R$ 834 no Grande ABC; de R$ 767 na capital; de R$ 761 na média da Região Metropolitana; e de R$ 628 no interior e litoral. (AE) trabalhadores serão avisados do benefício pela Caixa Econômica Federal (CEF). O Ministério do Trabalho prevê que o pagamento atingirá 77 mil pessoas, com desembolso de R$ 72 milhões. De acordo com Todeschini, esses ramos de atividade foram escolhidos por atravessarem uma crise de produção decorrente do câmbio do dólar. (AE)


Logo Logo DIÁRIO DO COMÉRCIO

Alessia Giuliani/AFP

Os rios e as florestas da Amazônia,em sua beleza e em sua grandeza, nos falam de Deus e de sua grandiosa obra em favor do homem. Do papa Bento 16, ontem, fazendo uma defesa do rio Amazonas diante das ameaças ao equilíbrio ecológico da região, em carta ao Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, promotor do simpósio sobre meio ambiente que terminou ontem em Manaus.

sexta-feira, sábado e domingo, 21, 22 e 23 de julho de 2006

www.dcomercio.com.br/logo/

JUNHO

2 -.LOGO

21 Nascimento do escritor norteamericano Ernest Hemingway (1899 -1961)

E SPETÁCULO M ERCADO

Império sob ameaça A agência de notícas estatal chinesa Xinhua divulgou ontem que a Coca-Cola está prestes a perder seu título de bebida mais consumida na China. O refrigerante mais famoso do mundo vem sendo substituído pelos consumidroes por um chá de ervas que, segundo a farmacologia oriental, traria benefícios à saúde. A província de Cantão, que é a principal produtora desse chá, fabricará 3,5 milhões de toneladas da bebida neste ano, quantidade que superará a produção de Coca-Cola no país em 2005. O chá é uma

combinação tradicional de ervas e já está na lista nacional de patrimônios intangíveis, elaborada pela primeira vez este ano, ao lado de costumes, festas e formas de conhecimento chineses como o Festival da Primavera, a acupuntura e o kung-fu. A idéia dos produtores chineses, agora que a popularidade da bebida já foi comprovada, é tentar desbancar o poder da Coca-Cola também em outros países. Cantão, Hong Kong e Macau – as regiões que são as maiores produtoras da bebida – querem agora produzir o chá para o mercado mundial.

U RBANISMO

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Jean-Paul Pelissier/Reuters

Parisienses e turistas aproveitaram o sol escaldante europeu, ontem, nas areias da praia artificial criada às margens do rio Sena, batizada como Paris Plage. A atmosfera praiana foi recriada no centro urbano com toneladas de areia importada, uma psicina com vista para o rio, e espaços para a prática de esportes.

M EIO AMBIENTE

Pulmão do mundo ameaçado Cientistas da Nasa – a agência espacial norte-americana – acreditam que Amazônia já não é mais o "pulmão do mundo" e que as freqüentes queimadas a estariam transformando num grande emissor de dióxido de carbono. Os sete milhões de quilômetros quadrados de floresta ao redor do rio Amazonas e seus afluentes, uma extensão maior que a do continente europeu, purificam o ar, ao reterem dióxido de carbono - um

Newton Santos/Hype

Circo armado

do recorde histórico. Tais números, obviamente, incentivaram a CIE Brasil, empresa responsável pela vinda do circo, a correr atrás de novas turnês. O que já deve ocorrer no ano que vem, com a chegada de um segundo espetáculo do Soleil ao Brasil, Alegria, que será visto em quatro capitais além de São Paulo e Rio de Janeiro. A possibilidade de assistir aos espetáculo do Soleil para quem ainda não comprou ingressos é praticamente nula. Os organizadores mantêm o

Estrutura do Cirque du Soleil, uma grande tenda azul e amarela de 50m de diâmetro e 25m de altura, é montada em 5 minutos por 35 profissionais e é capaz de receber 2.500 espectadores por espetáculo

dos principais gases que o efeito estufa e o aquecimento global produzem - e liberam oxigênio. O carbono, capturado pela fotossíntese, é armazenado na vegetação e no solo, mas a queima de florestas estaria liberando novamente esse carbono na atmosfera. Os cientista suspeitam que a quantidade de carbono absorvido é menor do que a de carbono liberado, contribuindo para o aquecimento global e o efeito estufa.

G EOLOGIA

O sertão vai virar mar

Gramática de emergência

Um sistema para controlar os desejos. Este pote de doces (ou cigarros, ou qualquer outro vício) tem a tampa equipada com um timer que só permite a abertura em horários determinados. Se tentar abrir antes, o "viciado" pode tomar um choque como castigo. Custa US$ 18 no site.

Quem precisa de um tira-dúvidas instantâneo de regras gramaticais da língua portuguesa pode testar o anexo 2 do Manual de Redação da TV Senado. O serviço é fácil de consultar e ajuda a resolver dilemas imediatos como uso de hífen, abreviaturas, acentuação, siglas, crase e parônimos, aquelas palavras parecidas na escrita e na pronúncia, mas que têm significados completamente diferentes.

www.gobaz.com/

www.senado.gov.br/

detprod.asp?ProdCode=5517

tv/conheca/manual/anexo2.htm

A TÉ LOGO

eventual novo oceano. Os geólogos acreditam que, no longo prazo – cerca de um milhão de anos – o nordeste da Etiópia e da Eritréia, região conhecida como o Chifre da África, se destacará do continente africano, atingindo o Mar Vermelho, cuja água jorrará pela fenda formando um novo e grande mar. O fenômeno, na região vulcânica de Dabbahu, em Afar, foi detectado em um período de apenas três semanas e já formou uma fenda de 8 metros. A análise, publicada num artigo da edição de ontem da revista científica britânica Nature, aponta que

o deserto de Afar, no extremo sul do Mar Vermelho, deve se romper nesse processo. As conclusões foram tiradas a partir de imagens do satélite Envisat, da ESA (Agência Espacial Européia), que revelam alterações geológicas da área, e também de instrumentos que registram os movimentos sísmicos. O estudo foi realizado em conjunto por geólogos da Universidade de Oxford University, do Royal Holloway College na Universidade de Londres e da Universidade de Adis Abeba. www.nature.com

O jornalista e professor José Maria Cançado morreu esta madrugada, aos 54 anos, em Belo Horizonte, de causas não reveladas. Autor de diversos livros como Marcel Proust: As Intermitências do Coração, Um Colégio nos Trópicos e Memórias Videntes do Brasil: A Obra de Pedro Nava, Cançado escreveu ainda a mais completa biografia do poeta Carlos Drummond de Andrade, Os Sapatos de Or feu, obra que exigiu dois anos de pesquisa. Cançado foi editor ainda do jornal Leia Livros. No campo da criação literária, publicou o volume de poemas O Transplante É um Baião-deDois. O enterro foi realizado na tarde de ontem, em Belo Horizonte. F UTEBOL

Fifa castiga Zidane e Materazzi Com punições tanto ao francês Zinedine Zidane quanto ao italiano Marco Materazzi, a Fifa espera ter colocado um fim ao lance mais polêmico da Copa da Alemanha: a cabeçada dada pelo francês no peito do zagueiro da Itália para revidar as provocações durante a final. Zidane, agora aposentado, recebeu uma multa de cerca de US$ 6 mil, o que seria equivalente a duas horas de trabalho do astro na temporada passada, e uma pena de trabalhos humanitários. Materazzi pegou dois jogos de suspensão e uma multa de US$ 4 mil. Para prevenir incidentes, a Fifa evitou que os dois jogadores se enfrentassem numa acareação.

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Biotecnologia brasileira cria animais transgênicos que produzem moléculas terapêuticas Ministério Público quer mais demissões para que a PUC-SP elimine déficit até o fim do ano

L OTERIAS Concurso 1628 da QUINA 11

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Pote de doces com timer

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m estudo feito por uma equipe internacional de geólogos aponta que um novo oceano pode estar se formando na África. O levantamento – que monitorou as conseqüências de um terremoto e uma erupção vulcânica ocorridos na Etiópia em setembro de 2005 – mostra que as duas placas tectônicas que formam a África e a Arábia estão se separando lentamente. À medida em que a fenda cresce, rochas derretidas são empurradas para a superfície, se solidificando e formando o piso de um

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F AVORITOS

da semana no DCultura

Morre escritor José Maria Cançado

JOGOS DE GUERRA - Taiwan simulou ontem uma invasão chinesa. Mísseis Patriot cruzaram os céus do país asiático e aviões F-16 bombardearam navios em manobras destinadas a testar as habilidades de Taiwan na utilização de seu arsenal.

G @DGET DU JOUR

Veja a programação cultura

L ITERATURA

C A R T A Z

Miúcha (foto) interpreta canções de Tom Jobim, Vinícius de Moraes e do mano Chico Buarque. Tom Jazz. Avenida Angélica, 2331. Telefone: 3255-3635. 22h. R$ 50.

que eles chamam de reserva técnica, uma média de apenas 20 ingressos por sessão, que poderão ser colocados à venda caso não caiam antes em mãos mais VIPs. Ganhar na mega sena parece ser bem mais fácil. A temporada do Soleil em São Paulo se estende de 3 de agosto a 22 de outubro. No Rio, o circo ficará de três de novembro a 10 de dezembro. (Sergio Roveri)

Sam Yeh/AFP

MPB

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A

equipe do Cirque du Soleil tirou ontem da cartola o primeiro dos inúmeros truques com que espera seduzir a platéia brasileira a partir do próximo dia três, quando estréia na cidade o espetáculo Saltimbanco: 35 funcionários da produção do circo promoveram, durante precisos cinco minutos, um evento batizado de big top raising – ou a montagem de uma grande tenda azul e amarela de 50 metros de diâmetro e 25 de altura, capaz de receber 2.500 espectadores por sessão. A lona foi montada na avenida Chedid Jafet, esquina com a Juscelino Kubitscheck, no bairro do Itaim. Antes da chegada dos artistas, que no momento encontram-se em férias após a temporada de Buenos Aires, o público poderá ver, ocasionalm e n t e , u m o u t ro t i p o d e espetáculo no local, e este de graça: um grupo de alpinistas escalará as tendas a partir do dia 25 para um show de lavagem. Depois disso, iniciam-se os ensaios gerais. Saltimbanco, o espetáculo com que o Soleil irá debutar em território nacional, teve vendidos 240 mil ingressos em São Paulo a três meses da estréia – um recorde na história do circo, criado no Canadá em meados dos anos 80. Para a temporada carioca, a partir de outubro, foram vendidos 14.850 ingressos em apenas um dia – um segun-

Criação da Floresta Estadual do Paru, uma das maiores do País, é adiada para agosto

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sexta-feira, sábado e domingo, 21, 22 e 23 de julho de 2006

Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Serra faz campanha de improviso e com demagogia passageira. Aloizio Mercadante Candidato petista ao governo de SP.

PARTIDOS E EMISSORAS ACERTAM HORÁRIO ELEITORAL

APESAR DAS RESTRIÇÕES ESTABELECIDAS PELO TSE, CANDIDATOS PREVÊEM GASTOS ESTRATOSFÉRICOS

R$ 17.000.000,00 CAMPANHA BILIONÁRIA NAS RUAS

O

Hélvio Romero / AE

MERCADANTE CHAMA SERRA DE DEMAGOGO

E

m campanha em Suzano, na Grande São Paulo, ontem, o candidato do PT ao governo de São Paulo, senador Aloizio Mercadante, afirmou que seu adversário José Serra (PSDB) faz "campanha de improviso e demagogia passageira." Mercadante tenta desconstruir a candidatura Serra ao dizer que promessas feitas pelo tucano são equivocadas. "Assim como ele (Serra) não sabia que já havia licitação para a alça de acesso da Rodovia Ayrton Senna (Mogi), ele tampouco sabe que o ensino básico de Suzano é municipalizado", disse, em crítica à promessa do tucano de que poria dois professores para cada sala de ensino básico na cidade. O petista fez as críticas durante discurso na praça central de Suzano, logo após caminhar, cumprimentar eleitores e andar numa bicicleta emprestada. (AE)

Para Mercadante, Serra faz demagogia passageira e de improviso. Raimundo Faccó/Folha Imagem

O MAIS RICO FAZ A CAMPANHA MAIS POBRE

D

ono do maior patrimônio pessoal entre os candidatos ao governo de São Paulo, de R$ 111 milhões, Orestes Quércia (PMDB) tem feito uma campanha modesta nas ruas. Duas semanas depois da largada oficial das eleições, o peemedebista ainda não tem folhetos nem bandeiras. O pouco material nas caminhadas é de candidatos a deputado, assim como os palanques e caminhões de som. A demora em colocar a campanha na rua tem dois motivos. O primeiro é a dificuldade de captar recursos. "Os doadores estão com muitas dúvidas quanto à prestação de contas", disse o coordenador-geral da campanha, Marcelo Barbieri. Eles temem que seus nomes apareçam no site do Tribunal

PROPAGANDA ELEITORAL ESTÁ DEFINIDA Ainda sem materiais de campanha, Quércia investe no corpo-a-corpo

Superior Eleitoral (TSE). A publicação poderia causar constrangimentos com outros candidatos, já que muitos ajudam mais de uma campanha simultaneamente. A preocupação é desnecessária, segundo o Tribunal Regional Eleitoral, porque os nomes dos doadores só precisam ser divulgados no fim das

eleições. As regras mais rigorosas também levaram à demora, diz o PMDB. "Tivemos que estudar a legislação para saber o que pode e o que não pode", explicou. Mas a modéstia deve durar só até o fim da semana, quando haverá a entrega do material. O PMDB estima gastar na campanha até R$ 30 milhões. (AE)

Raimundo Paccó/Folha Imagem

SERRA ACHA NORMAL RECUO EM PESQUISA

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candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, disse ontem ter considerado "ótimo" o resultado da última pesquisa do Instituto Datafolha na corrida estadual, na qual as intenções de voto dele caíram de 52% para 48%. "Acho que o resultado foi ótimo e não poderia ser melhor. Temos mais de 60% dos votos válidos no primeiro turno e mais de 70% no segundo turno. Realmente, acho que seria muito difícil estar melhor do que isso", declarou, após se reunir com diretores da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), na sede da entidade na capital. Segundo Serra, embora seja um bom indicador, as

Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou ontem o total de gastos máximos informados pelos candidatos nas campanhas eleitorais deste ano: R$ 16,6 bilhões, somados os limites de gastos dos mais de 18 mil candidatos em todo o País. A estatística foi feita com base nos dados cadastrados até o último dia 18 e poderá ter pequenas modificações. Na totalização dos gastos previstos junto ao TSE os valores chegam a R$ 19,7 bilhões, mas pouco mais de R$ 3,1 bilhões são considerados fora do padrão. Para o corregedor-geral do TSE, ministro Cesar Asfor Rocha, este número, superior ao de eleições anteriores, evidencia a preocupação dos candidatos em apresentar gastos mais próximos da realidade, que antes eram escamoteados no caixa 2. "Seguramente são valores bem superiores aos da eleição passada. Evidencia a preocupação em apresentar gastos mais compatíveis com os que se supõe reais. É a consciência de partidos e candidatos de que a Justiça Eleitoral e a sociedade não vão mais aceitar essas prestações de contas irreais", disse o corregedor eleitoral. A Resolução 22.250 do TSE prevê que gastar recursos além dos valores declarados sujeita o responsável ao pagamento de multa no valor de 5 a 10 vezes a quantia em excesso. O infrator também pode responder por abuso de poder econômico. É um Real – Apesar do montante de gastos previstos, um dos candidatos informou à Justiça Eleitoral que só vai gastar R$ 1. Alberto Luiz Guimarães Iecin, do PFL, pretende gastar esse valor para se eleger deputado federal pelo Rio de Janeiro. Já o candidato ao Senado Frederico Luiz Maciel dos Santos, do PCB do Maranhão, tem previsão de despesa de R$ 50. Para presidente da República, os oito candidatos registrados no TSE devem gastar nas campanhas, juntos, R$ 279,1 milhões. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende

Para Serra, importante é vencer seja no primeiro ou segundo turno.

pesquisas não significam necessariamente que a eleição estadual esteja vencida. "Não estamos apostando nem no primeiro turno e nem segundo turno, mas na vitória. Nunca houve decisão em primeiro turno em São Paulo. Se vier, está ótimo; se não, ganha-se no segundo turno", afirmou José Serra.

De acordo com o candidato, o recuo que ele teve nas pesquisas foi "normal", já que "ninguém pode ter uma vantagem tão intensa o tempo inteiro". "O importante é vencer, mas vencer com mais de 70% de vantagem no segundo turno seria muita pretensão de minha parte", esquivou-se o tucano.(AE)

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epresentantes dos partidos e de emissoras de rádio e TV definiram ontem, numa reunião no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo, o plano de mídia das eleições. Durante o encontro, houve sorteio da ordem das legendas e coligações para a

gastar R$ 89 milhões. Quem deve gastar menos é o candidato Rui Pimenta (PCO): R$ 100 mil. A candidata Ana Maria Rangel (PRP) declarou a maior previsão de gastos: R$ 150 milhões. O tucano Geraldo Alckmin pretende gastar até R$ 85 milhões. Estados – Para governador, todos os candidatos reunidos vão gastar até R$ 942,55 milhões. As campanhas a governador mais caras serão feitas em São Paulo. Os valores máximos somados no Estado equivalem a R$ 151,33 milhões. O estado em que as campanhas totalizadas sairão mais baratas é o Acre, onde serão gastos R$ 7,4 milhões. Senado – Para senador, os candidatos de todos os estados investirão o total de R$ 434,516 milhões. As mais onerosas serão feitas também em São Paulo. Serão gastos R$ 67,73 milhões no estado. A corrida ao Senado sairá mais barata no Acre, onde serão gastos R$ 2,75 milhões. Congresso – Os candidatos a deputado federal informaram, em todo o Brasil, que o valor máximo com campanhas eleitorais será de R$ 6,96 bilhões. Os maiores gastos, R$ 2,34 bilhões, estão previstos para as candidaturas do estado de São Paulo. Os candidatos do Acre farão a campanha de menor custo, com R$ 16,36 milhões. Assembléias – Os gastos dos candidatos a deputado estadual, de todas as unidades da federação, somam R$ 10,71 bilhões. As candidaturas com maiores gastos são as do estado de São Paulo, totalizando R$ 2,19 bilhões. Os gastos com as campanhas do estado do Amapá serão os menores do País, somando R$ 38,84 milhões. Os candidatos a deputado distrital informaram que seus gastos eleitorais no Distrito Federal serão de R$ 455,93 milhões. João Carlos de Souza Santos Guerreiro previu gasto de R$ 50 milhões para se eleger deputado estadual na Bahia. Valor superior ao previsto por José Serra, que tem gasto estimado em R$ 45 milhões. (Agências)

a publicidade eleitoral gratuita, em rede e inserções, no primeiro dia do horário previsto. De acordo com o TRE haverá rodízio nos dias subseqüentes, de forma que a última sigla de um dia será a primeira na publicidade eleitoral seguinte. Também foram sorteadas as emissoras conforme os períodos estabelecidos. A publicidade começa dia 15 e ocupará cem minutos por dia, em rede.

Veja como ficou a programação, por emissora: De 15 a 21 de agosto: TV Cultura, Rádio Cultura. 22 a 28 de agosto: Rede Record, Rádio Bandeirantes. 29 de agosto a 4 de setembro: SBT, Rádio Record. 5 a 11 de setembro: Rede Globo, Rádio CBN. 12 a 18 de setembro: TV Gazeta, Rádio Capital. 19 a 25 de setembro: Rede TV, Rádio Eldorado. 26 a 28 de setembro: TV Bandeirantes, Rádio América. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Indicadores Econômicos

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6,41

20/7/2006

por cento é a rentabilidade média dos fundos de renda fixa no ano, de acordo om o Banco Central.

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 17/07/2006 17/07/2006 17/07/2006 17/07/2006 17/07/2006

P.L. do Fundo 6.823.358,50 1.395.104,36 6.967.927,38 9.328.440,83 1.069.941,23

Valor da Cota Subordinada 1.128,181767 1.045,864057 1.110,369355 1.089,505603 1.039,416403

% rent.-mês 1,0457 0,5793 2,3826 1,8225 0,8811

% ano 15,4775 4,5864 11,0369 8,9506 3,9416

Valor da Cota Sênior 0 1.056,945090 1.067,385440 0 0

% rent. - mês 0,6238 0,6795 -

% ano 5,6945 6,7385 -

rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


Marcel Solimeo

OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

DOISPONTOS -77

A Receita Federal está transferindo suas obrigações para os contribuintes, generalizando a retenção na fonte e transformando empresas em coletorias de impostos, além de fiscais de seus fornecedores, com o agravante de, assim, ameaçá-las com elevadas multas. São obrigadas a enviar mensalmente planilhas, formulários e demonstrativos de toda natureza, sujeitando-se a uma informatização do Fisco cujos ônus e riscos são todos do contribuinte. Será que vale a pena ser empresário no Brasil? Ou, para quem pode escolher outra alternativa, não é melhor buscar um emprego, de preferência público, para ter estabilidade? Ou, ainda, para quem tem recursos, aplicá-los no mercado financeiro e "viver de rendas", aproveitando os juros generosos garantidos pelo governo?

SEM SAÍDA G É improvável, ou até mesmo impossível, desatar o emaranhado burocrático e intervencionista do Fisco, tal o grau de avanço que ele atingiu, fazendo com que somente "zerando" tudo, e começando de novo, se poderia eliminar os entraves que desestimulam o empreendedorismo e o crescimento da economia.

G Considerando as obrigações acessórias a que estão sujeitos todos os empreendimentos, comecei a mudar de idéia sobre se devo continuar com minha pregação, procurando incentivar os jovens a analisarem a atividade empresarial como alternativa de futuro. G Talvez, para isso, seja necessário "implodir" tudo que está aí. Como está é que não dá para continuar.

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o longo dos anos, tenho escrito e feito muitas palestras, procurando incentivar os jovens a analisarem a atividade empresarial como alternativa de futuro capaz de propiciar não apenas condições de subsistência, como a realização pessoal e a satisfação de contribuir para o desenvolvimento do País. Passando um final de semana examinando a burocracia a que estão sujeitas as empresas comerciais que se dedicam à exportar ou importar, e considerando as obrigações acessórias a que estão sujeitos todos os empreendimentos, comecei a mudar de idéia sobre se devo continuar com essa pregação. A Secretaria da Receita Federal criou uma burocracia extremamente complexa e onerosa para as empresas comerciais que se dedicam ao comércio exterior, partindo da premissa de que todo empresário é um sonegador ou pratica o subfaturamento e que, considerando que "é melhor prevenir do remediar", prefere impedir operações legítimas, do que aceitar a possibilidade de que venha a ocorrer alguma fraude. A par de exigir uma parafernália de documentos, certidões, balanços, demonstrativos de resultados, prova de integralização de capital e, até, nota fiscal de energia elétrica ou telefone, entre outras coisas, a Receita, sem qualquer base legal, pretende interferir diretamente nas operações das empresas, arvorando-se no direito de "avaliar a capacidade financeira da pessoa jurídica para realizar as transações internacionais pretendidas". Não bastasse isso, estabelece arbitrariamente "procedimentos para as comerciais importadoras nas operações de encomenda para terceiros", desconsiderando práticas de garantias, normalmente exigidas nas operações por encomenda.

V Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

EU SOU O

CACHORRO ATROPELADO NA PORTA DA MINHA CASA

A

s redações dos melhores jornais convivem com duas verdades estabelecidas pelos fatos: (1) na cobertura de uma guerra a primeira vítima é a verdade, e (2) um cachorro atropelado na sua porta te comove mais do que dez mil pessoas mortas por um tsunami na Indonésia – ou pelos conflitos do Oriente Médio. Falo isso porque deveria estar comovido, e estou, pelas mortes deste absurdo que está acontecendo agora no Líbano e em Israel, que incluem até um brasileirinho de oito anos de idade que o destino

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em mais peso na jamanta. Os sete por cento que estão afiando a peixeira de "Dame" Helô. De onde ela tirou isso, claro que foi de onde ela saiu, de onde sairam seus cumpanheros Chico Alencar, Babá,

Lula no Datafolha: a jamanta que passou por cima

Images.com/CORBIS

G Discordei de Roberto Campos sobre o imposto único, mas considerando a caótica situação existente na área fiscal, sem que se vislumbre a possibilidade de simplificar a vida do contribuinte, estou começando a mudar de idéia.

NEIL FERREIRA

jatinho de fazendeiro do Pontal do Paranapanema, tanto Stédile fazendo palestra na Escola Superior de Guerra. E ainda mais, como o creme em cima do sorvete, os nomes dos deputados sanguessugas, noventa e cinco por cento deles da base de apoio do "governo", e u ômi firme lá em cima no Datafolha, a aprovação do "governo" du ômi subindo firme nas pesquisas. Duas coisas eu entendo, os banqueiros biliardários apoiam u ômi porque nunca os bancos ganharam tanto dinheiro como agora. E o lúmpen pensa que está ganhando algum com a bolsaesmola, que está comprando uns vinte e cinco milhões de votos para a reeleição du ômi. Pai dos pobres, mãe dos ricos. Mas e os milhões dos outros, e nós todos, por que nunca aparecemos na pesquisa ? Você algum dia já foi pesquisado pelo Datafolha, Ibope, Vox Populi, Sensus, Toledo & Associados? Não é que eu duvide deles, mas você já foi? Já?

em ocorrendo uma transferência crescente das obrigações do Fisco para os contribuintes, com a generalização da retenção da fonte, que as transforma não apenas em arrecadadoras do imposto, como, também, em fiscal de seus fornecedores ou prestadores de serviços, com o agravante de que isso as expõem a riscos de multas elevadas. Além disso, são obrigadas a enviar mensalmente planilhas eletrônicas, formulários e demonstrativos de toda natureza, sujeitando-se a uma informatização do fisco cujos ônus e riscos são todos dos contribuintes.

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que o contribuinte recebe em contrapartida? Filas, greves, burocracia, CADIN, multas e carga tributária crescente, que inibem a criação e o desenvolvimento das empresas, levando ao desperdício de recursos e energias que deveriam ser canalizados para o processo produtivo, para fazer crescer a economia e o País. Com tudo isso, será que vale a pena ser empresário no Brasil? Ou, para quem pode escolher outra alternativa, é melhor buscar um emprego, de preferência público, para ter estabilidade?. Ou, ainda, para quem tem recursos, aplicá-los no mercado financeiro e "viver de rendas", sem riscos e aproveitando os juros generosos garantidos pelo governo? Sem empresários, contudo, não haverá empresas e, sem empresas, não teremos empregos e renda, uma vez que o governo nada cria, apenas gasta ou transfere o que arrecada da sociedade. O problema é que não parece provável, e até mesmo possível, desatar esse emaranhado burocrático e intervencionista, tal o grau de avanço que ele atingiu, fazendo com que somente "zerando" tudo, e começando de novo, se poderia eliminar os entraves que desestimulam o empreendedorismo e o crescimento da economia.

H

á alguns anos, perguntando ao então senador Roberto Campos, porque apoiava o "imposto único", mesmo sabendo dos riscos que sua implantação traria, ouvi a seguinte resposta: " somente o fato de implodir essa burocracia infernal, vale a pena correr qualquer riscos". Discordei na oportunidade dessa posição, mas, considerando a caótica situação existente na área fiscal, sem que se vislumbre a possibilidade de simplificar a vida do contribuinte, estou começando a mudar de idéia. Seria necessário não apenas procurar simplificar. É preciso que se redefina a função de cada um. Ao contribuinte deve caber apenas pagar o tributo e fazer a escrituração necessária. Ao Fisco compete arrecadar e fiscalizar, sem transferir responsabilidades, impor restrições injustificáveis ou exigências excessivas aos contribuintes. Talvez, para isso, seja necessário "implodir" tudo que está aí. Como está é que não dá para continuar.

colocou no caminho de um míssil israelense. Mas acontece que estou com um cachorro atropelado na porta da minha casa, o que me emociona muito. E o cachorro atropelado sou eu, e isso me emociona mais ainda. Não é que fui atropelado agorinha mesmo. Estou sendo atropelado faz tempo, quase quatro anos, e se não tomarmos jeito vou ser atropelado mais quatro anos no mínimo.

A

última jamanta que passou por cima do meu lombo foi o Datafolha, como sempre com excesso de carga. Se olharmos dentro da margem de erro, Lulla e Geraldo estão como Minas, estão onde sempre estiveram e daí não arredam pé. Lulla acima dos quarenta e tantos por cento e Geraldo abaixo dos trinta. Isso é uma lambada nos brios do povo brasileiro; como é que pode com tanto escândalo, tanta corrupção, tanto mensaleiro solto e lampeiro por aí, tanto Zé Dirceu para cima e para baixo de jatinho fretado ninguém sabe por quem, tanto José Rainha indo e voltando para Brasília em

Luciana Genro, Plínio de Arruda Sampaio, o PT, são todos ex-petistas enojados com o comportamento do PT. Só sete por cento, apenas sete por cento, um tiquinho de gente esses sete por cento, quase ninguém. Quero dizer, do total da massa pesquisada, quarenta e tantos por cento fecham firme com u ômi, sem se importar nadinha com o que já aconteceu de corrupção e pode acontecer mais ainda. E os setinho porcentinho de "Dame" Helô mostram que quase ninguém do PT ficou com vergonha daquela bandalheira toda. É peso demais numa jamanta para um pobre cachorro sobreviver ao atropelamento (e sem contar quantos mísseis atigiam Haiffa e Beirute, quantas vidas foram ceifadas enquanto você lia este artigo).

A

proveito este espaço para tornar pública minha adesão ao movimento humanitário Um namorado para Marilena Chauí, aquela que disse "Quando Lulla fala o mundo se ilumina". O movimento foi lançado por Alexandre Marques (ammarques@uol.com.br).

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894

Luis Carlos Murauskas/Folha Imagem

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Nacional Empresas Imóveis Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

ALUGUEL CUSTA ATÉ R$ 80 O METRO QUADRADO

Milton Mansilha/Luz

sexta-feira, sábado e domingo, 21, 22 e 23 de julho de 2006

As torres do Market Place têm 31 salas alugadas, na média, por R$ 62 o metro quadrado.

Andrea Felizolla/Luz

O Conjunto Nacional continua fazendo sucesso na cidade

GRANDES CENTROS DE COMPRAS INVESTEM EM PROJETOS ALIADOS A ESCRITÓRIOS COMERCIAIS

PRÉDIOS COMERCIAIS INVADEM A ÁREA DOS SHOPPINGS

O Market Place foi concebido com duas torres comerciais, que garantem público ao shopping mesmo em dias de semana

A

vança em São Paulo uma forte tendência no mercado imobiliário: a construção de torres comerciais coladas a grandes shopping centers. Os centros de compras Morumbi e Eldorado incluíram em seus projetos de expansão a construção de edifícios com escritórios. O megaempreendimento, ainda em projeto, que tem como âncora o shopping Cidade Jardim – erguido nas proximidades da Marginal Pinheiros –, também terá quatro torres com salas comerciais. O Market Place, vizinho do Morumbi, foi concebido com duas torres de escritório. Para completar, ao redor d o I g u a t e m i , We s t P l a z a , Shopping D e Center Norte já

apareceram prédios e centros empresariais com ligações com os centros de compra. A convivência entre escritórios e shoppings não ocorre por acaso. Ela traz vantagens para as empresas que se instalam em imóveis desse tipo, como amplitude de vagas na garagem, segurança reforçada e melhor uso do tempo livre dos funcionários. Na outra ponta, para o shopping, a proximidade com escritórios é garantia de clientela fixa, em especial nos dias da semana. Os preços de locação de salas comerciais em torres de shopping ou próximas a eles seguem a escala de valores para imóveis comerciais de alto padrão (leia texto abaixo). As torres do Market Place têm,

Imóveis têm escala de padrão

N

o mercado imobiliário, os escritórios de alto padrão seguem uma escala de classificação internacional, com três níveis (medidos pela letra A). Recebem o valor mínimo da escala os imóveis que têm como diferencial apenas sistema central de arcondicionado. Ficam no segundo patamar os edifícios de escritórios que, além de equipamento central de ar-condicionado, têm elevadores inteligentes e piso elevado entre os principais diferenciais.

O topo da escala (classificação conhecida como "Triple A") é ocupado por imóveis que oferecem alta tecnologia de informática e comunicação wireless (sem fio) e isolamento acústico, além de ficarem em áreas nobres da cidade. "Os escritórios em torres próximas a shoppings costumam ficar entre o segundo e terceiro patamares da escala", afirma o diretor da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp), Luiz Paulo Pompéia. (RCI)

juntas, 31 salas de mil metros quadrados cada uma, alugadas, na média, por R$ 62 o metro quadrado. E os espaços são concorridos. Segundo Sandro Fernandes, gerente geral do complexo Market Place, a vacância máxima chegou a 10%, em 2004. "Hoje, todas as salas têm inquilinos", afirma. Nas torres do shoppings as empresas de tecnologia são maioria. Novidades – Uma série de novos empreendimentos do gênero está a caminho na cidade. O Morumbi Shopping prepara seu centro empresarial para fevereiro de 2008. A torre de escritórios terá 11 pavimentos, que abrigarão 198 conjuntos de salas, a partir de 40 metros quadrados. O Eldorado também está construindo uma torre comercial, que ficará de frente para a Marginal Pinheiros. O projeto prevê 32 andares, suficientes para o trânsito diário de cerca de 5 mil pessoas. Outro empreendimento que segue a mesma linha é o shopping Cidade Jardim, que deve ter quatro torres comerciais. Elas dividirão espaço com outros nove edifícios residenciais e com um hotel. Conjunto Nacional – A aposta do mercado imobiliário em projetos de uso múltiplo não é nova no Brasil. O primeiro desse tipo no País foi o Conjunto Nacional, construído em 1955 na Avenida Paulista. O edifício, concebido para reunir em um único espaço apartamentos, escritórios e um centro de compras e lazer, foi um grande sucesso. "Até hoje, quem quer comprar um imóvel lá tem que entrar em uma fila" , diz o diretor da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp), Luiz Paulo Pompéia. Um dos motivos do sucesso, de acordo com ele, é o fato de o Conjunto Nacional ter algumas das mais amplas garagens da cidade. Imóveis comerciais de alto padrão, estejam em torres vizinhas a shoppings ou não, têm o metro quadrado para locação entre R$ 40 e R$ 80. A grande diferença desses valores está ligada à localização dos imóveis. Na região da Avenida Brigadeiro Faria Lima, o aluguel médio é de R$ 80 por metro quadrado. Já na Vila Mariana ou em Moema, o valor vai de R$ 40 a R$ 60. O preço de venda de unidades de alto padrão vai de R$ 5,5 mil a R$ 8 mil por metro quadrado de área útil. Os números são da Embraesp. Renato Carbonari Ibelli

Divulgação

Croqui do centro empresarial que será inaugurado pelo Morumbi Shopping em fevereiro de 2008 Andrea Felizolla/Luz

Vagas de garagem são um dos atrativos para escritórios próximos a centros de compra


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LAZER - 1

CINEMA Johnny Depp é o debochado Jack Sparrow no novo Piratas do Caribe, sucesso de bilheteria nos EUA Fotos: Buena Vista/Divulgação

Peter Pan e o feroz Capitão Gancho

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Baú pirata de cem milhões de dólares

O

mês de férias escolares já está na sua segunda metade e só agora chega às telas um lançamento com o luxo e riqueza que a petizada merece. Piratas do Caribe – o Baú da Morte, continuação de um grande sucesso de 2003, não economiza dinheiro nem tempo de projeção (dura mais de duas horas) para reviver os tempos muito antigos dos bandoleiros do mar, com sua festiva indumentária de pernas de pau, olhos de vidro e caras de maus, além de ganchos de ferro no lugar de antebraços, turbantes e argolas dependuradas nas orelhas. Piratas, com o selo do eterno campeão do gênero, o estúdio Walt Disney, chegou arrasando no mundo e no Brasil circula com 450 cópias. Foi a maior bilheteria americana de todos os tempos num único dia, e em dois encheu seu baú com cem milhões de dólares, deixando para trás grandes saqueadores de moedas infantis como o bruxo Harry Pottter e várias geringonças do grande imperador Steven Spielberg. É uma proeza e tanto para personagens tão antigos, além de andrajosos, sem nada dos raios high-tec dos modernos ou futuristas piratas das galáxias. Parte da aclamação talvez se explique porque o filme torna real o sonho nem sempre secreto de tantas crianças, a começar pela falta de banho dos

Geraldo Mayrink

personagens. Os navios em que eles viajam são tão imundos e bagunçados como a meninada deseja que assim deveriam ser seus próprios quartos de dormir. Há um desfile de desdentados e gente de aspecto repulsivo em variados graus. Claro que tudo é tratado em tom de comédia, para não incentivar maus hábitos de higiene, e a atração fatal corre por conta do grande atrativo deste tipo de filme, que é o apelo ao sobrenatural e a nomes cabalísticos como Pérola Negra. Segredo - Há também uma história do arco da velha para ser contada. O capitão Jack Sparrow (Johnny Depp) e seus companheiros Will Turner (Orlando Bloom) e Elizabeth Swann (Keira Knightley) procuram alguma coisa secreta e muito cobiçada, enfrentando o grotesco vilão Davy Jones (Bill Knight), o comandante das profundezas do mar, que é pegajoso-esverdeado e tem dedos que parecem serpentes. Nativos selvagens daquelas ilhas onde vão parar os atormentam. Pior do que tudo, há um monstro em forma de polvo cujo hálito é tão ruim, numa outra nojeira apreciada pelas platéias mirins, que dizem lembrar o fedor de corpos em decomposição. Enfim, brilha um cachorro simpático e esperto, outro brinquedo muito apropriado ao gênero, a quem os roteiristas Ted Elliott e Terry Russo reservam um destino surpreendente. Mas isto só pode ser visto

depois que o filme acaba, num adendo que se segue à projeção dos créditos (para saber do que se trata, é preciso esperar o quilométrico desfile dos nomes de técnicos que trabalham em superproduções deste porte). O filme não chega a valer todo o ouro que vem sendo surripiado dos bolsos dos papais, mas uma certa graça se mantém nas roupas extravagantes e no meio a tantos tombos, lutas de espada e tiros de canhão. Assina a direção Gore Verbinski, que é uma espécie de Spielberg que passou do ponto. Levam-no muito a sério como publicitário, tanto que já arrebatou alguns dos cobiçados Leões em que festivais recompensam os melhores criadores de reclames (anúncios) de todo o mundo. No cinema, não é para ser levado a sério como vendedor de produtos pois seu único compromisso é com os folguedos e fantasia próprias da primeiríssima idade. Não é à toa que seus filmes anteriores se chamam O Ratinho Encrenqueiro e A Máquina do Tempo. Piratas do Caribe: O Baú da Morte (Pirates of the Caribbean: Dead Man`s Chest, Estados Unidos, 2006, 150 minutos). Direção: Gore Verbinski. Com Johnny Depp, Bill Nighy, Geoffrey Rush, Jack Davenport, Keira Knightley, Keith Richards, Mackenzie Crook, Naomie Harris, Orlando Bloom, Stellan Skarsgard, Tom Hollander.

Lobato levou a magia de Peter Pan ao Sítio

Dona Benta contou as aventuras de Peter e Gancho a Narizinho e Cia.

escritor escocês James Matthew Barrie (1869-1937) criou Peter Pan ao contar histórias mirabolantes aos filhos de uma grande amiga, Sylvia Davies. Antes de aventurar-se na literatura, Barrie trabalhou duro como repórter do Nottingham Journal, em Forfarshire, onde nasceu. Repórter? Para Barrie, era um sacrifício o dever de ater-se ao factual. Sua vida, ao contrário, comparava-se ao cotidiano daquele menino chamado Peter Pan, habitante da Terra do Nunca. Peter Pan, forte em sua doce fragilidade, virava gigante à frente do Capitão Gancho, um sujeito de maus bofes, pirata-bufão, incapaz de compreender que o poder é também uma armadilha. Entre ambos, flutuava Wendy (a fada Sininho, sempre a favor de Peter Pan, é lógico). O personagem de Barrie inspirou, primeiro, uma peça de teatro (1904), depois um livro. Em 1953, Walt Disney encantou-se com a história e a transformou em filme um clássico da animação (acima). Em 1991, Steven Spielberg ("Sou etenamente criança", costuma dizer) embalou a obra-prima de Disney em fita com atores de carne e osso. Dustin Hoffman no papel-título, Hook (Capitão Gancho); Julia Roberts, Wendy; Robin Williams, Peter Pan (crescido!). No Brasil, Monteiro Lobato também não resistiu ao feitiço de Barrie. E incumbiu Dona Benta, lá no Sítio do Pica-Pau Amarelo, de contar a Narizinho e Cia. as proezas de Peter Pan, o herói da Terra do Nunca. Que, por isso mesmo, jamais será a nossa. (MMJ) Dustin Hoffman como Capitão Gancho: caricatura

Sparrow, de ar blasé; o vilão Davy Jones; a mocinha Elizabeth (Knightley), Bloom como Will Turner e Verbinski dirigindo a ação (dir.) Mais piratas na página 2


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2 -.LAZER

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CINEMATV A descoberta de um filho, filmes de pirata originais e um macaco esperto na telona Focus Filmes/Divulgação

Arquivo DC

Bree e o filho, fruto de uma relação fugaz do passado

CRÍTICA

Transamérica, Transaméricas... Aquiles Rique Reis

M

Gene Kelly: coreografias acrobáticas.

Errol Flynn (ao lado), O Pirata Barba Negra, Piratas das Ilhas Selvagens e Piratas: ação e gargalhadas.

DVD

Tesouros da pirataria.

B

atalhas entre navios em alto mar, motins a bordo, sagas em busca de tesouros. Vilões impiedosos; heróis imbatíveis (em nome da honra, virtude verdade). Eis o cenário típico dos filmes de piratas, protagonizados por celebridades de Hollywood, entre eles, Errol Flynn. Mas Hollywood também soube parodiar o tema, em forma de comédias musicais. O melhor exemplo, nunca repetido, mas imitado numerosas vezes, é O Pirata (1948), com o dançarino Gene Kelly, sob a direção criativa de Vincente Minelli. Kelly faz o papel de Serafim, um pirata caricato, que luta pelo amor de uma jovem (Judy Garland), protegida do vilão (um "piratão",

encarnado por Walter Slezak): o nome deste personagem é Dom Pedro Vargas. É uma obra valorizada pelas coreografias arriscadas de Kelly, que dispensou dublês. Entre os antológicos de piratas, resgatados pela tecnologia do DVD, estão Capitão Blood (1935), com Errol Flynn e Olivia de Havilland, dirigido por Michael Curtiz (o mesmo que fez Casablanca); O Pirata Barba Negra (1952), em que Keith Andes faz o papel de Torin Thatcher, o mocinho enviado do rei para destruir Barba Negra (Robert Newton), considerado o pirata mais perigoso "de todos os tempos"; Piratas das Ilhas Virgens (1983), com Tommy Lee Jones (atualmente no circuito em Três

Enterros, um filme magnífico, dirigido e interpretado por ele); e Piratas (1985), uma visão debochada da "pirataria", concebida pelo diretor Roman Polanski, com o divertido Walter Matthau no papel do vilão. Menções honrosas: A Vingança dos Piratas (1951), com o francês Louis Jourdan e belas atrizes americanas (Jean Peters e Debra Paget) e A Ilha da Garganta Cortada (1995), com o malfeitor implacável Frank Langella, o mocinho Matthew Modine e a mocinha Geena Davis. Todos estes filmes (os mais antigos com som e imagem recuperados à perfeição) podem ser comprados em lojas especializadas, com lacre de garantia. Código livre a todas as regiões. (MMJ)

uito mais do que visto com preconceito, hoje o transexual é temido como tabu sobrenatural. Começa a projeção de Transamérica. Cortante, quase uma navalha, não dá atenção para mais nada que não a sua intenção de dilacerar a pele, atiçar os nervos, incentivar as incertezas, detonar as hipocrisias, tornar inteiras as meias-verdades. Um punhal penetrando carne adentro. Afiado, sua lâmina abre sulcos e continua aprofundando, sem se importar com possíveis e previsíveis dores ou sangramentos. Transamérica é um filme de atrevida contemporaneidade. O novato diretor e roteirista Duncan Tucker compôs uma trama em que o papel principal cabe a Bree, um transexual em vias de se submeter a uma vaginoplastia. Vivido por Felicity Huffman (sucesso na TV com o seriado Desperate Housewives), Bree recebe a notícia de que tem um filho. Fruto de uma relação fugaz com uma colega de colégio, o jovem Toby (Kevin Zegers) está detido em um reformatório em Nova York por uso de drogas. Para seu desespero, Bree é avisada por sua terapeuta que deverá ir vêlo e trazê-lo para Los Angeles, onde reside. Caso contrário, a cirurgia estará cancelada. Como se fosse uma missionária, lá vai Bree ao encontro de Toby. Vai com o intuito de cumprir as exigências que permitirão viabilizar a tão sonhada vaginosplatia, não por qualquer outro sentimento que

B

UIP/Divulgação

National Maritime Museum/Reprodução

Regina Ricca as férias escolares, é hora de privilegiar as crianças. Por isso em julho a TV Cultura estréia o Teatro Rá Tim Bum, programa que pretende levar à tevê adaptações de peças teatrais infantis. Neste sábado, dia 22, às 16h, Fotos: Divulgação entra em cena a história de Rapunzel (foto), a famosa fábula dos Irmãos Grimm sobre a donzela de longos cabelos aprisionada na torre pela bruxa má. A montagem é da Cia. Furunfunfum, com direção de Marcelo Zurawski e Paula Zurawski. No sábado, 29, será a vez da peça Os Três Porquinhos, produzida pela Cia. Le Plat du Jour, com direção de Alexandre Roit. A história é narrada pelos açougueiros Pipo e Pepe, donos de um açougue diferente, onde há todo tipo de carne: de óculos, de bicicleta, de martelo, de banana, menos de bicho. Mas quando um freguês pede carne de porco, um dos açougueiros se veste de lobo para entrar na estória dos Três Porquinhos e conseguir a carne almejada. Jackie

como os mares do sul da China, até hoje são relatados saques marítimos. Os corsários, que operavam no Mediterrâneo entre os séculos 15 e 18, clamavam para si a legitimidade de estar a serviço de seus governos. Roubo oficial? Mas a atividade era a mesma: assaltar navios, retirando deles as mercadorias de valor. Um dos mais conhecidos, Barbaruiva, se auto-denominava corsário, embora

os historiadores apontem divergências a respeito da destinação dos produtos de seus roubos. Com ou sem olho de vidro e cara de mau, Capitão Gancho, Francis Drake, Barbanegra, e agora o capitão Jack Sparrow, sempre dão origem a boas histórias, chegando em seu navio com a caveira branca estampada na bandeira negra, e incitando a imaginação dos homens. (LHC)

Aquiles Rique Reis é vocalista do MPB4 e autor de O gogó de Aquiles, editora A Girafa.

Rá Tim Bum e Jackie Kennedy

N

Pirata do século 17: época "de ouro" da pirataria no mundo

que busca um pai que está ali bem perto dele, mas que usa vestido, ingere hormônios, tem seios e a voz falsa, como falsa se mostrou ser para ele a genitália masculina com a qual nasceu. Nascido mulher em corpo de homem, não resta a Bree outro rumo que não ir à luta e a fundo. Nascido homem do ventre de uma mulher suicida, violentado pelo padrasto, não resta a Toby outro caminho que não ir às drogas e ao comércio do próprio corpo. Reunidos em meio ao caminho que cruza o desconhecido feito de paisagens desconexas, Toby descobre Bree. E os dois seguem em frente. Vão atrás do destino que crêem lhes estar reservado, e são destemidos; são como heróicos guerreiros que força alguma abate. Aos poucos Transamérica arrebata o espectador. Devagar, como se tivesse um argumento digerível, a fita se torna cada vez mais profunda. Fita que não quer ser pungente, mas quanto mais foge disso, mais lancinante se torna. Fita que não pretende tomar partido de minoria alguma, mas quanto mais se faz impessoal, mais se adensa. Transamérica é um filme no qual não cabem epítetos; um drama que não cai na tentação de provocar lágrimas; uma história inusual a mostrar que a vida é feita também daquilo que é estranho a muitos, mas não àqueles que nela estão envolvidos.

TV

Caveira branca na bandeira negra

ucaneiros, flibusteiros, corsários, piratas e outros nomes ganhavam aqueles que cruzam os mares com o intuito de roubar. Há ainda quem rouba propriedade intelectual, não respeitando os direitos de autoria sobre obras literárias, musicais, de informática. Mas a palavra ganhou ao longo dos tempos também a conotação de sujeito audacioso, espertalhão, malandro. A origem desses homens remonta à Grécia antiga, quando cargas de grãos e azeite eram tomadas durante o transporte. Homero já descreve essas ações em sua Odisséia. Na Idade Média, os normandos foram os mais assíduos na pirataria, atuando nas ilhas britânicas, França e império germânico, além do Mediterrâneo e mar Morto. Mas foi o século 17 que viu a maior proliferação da, digamos, categoria. Segundo registros reunidos na seção Pirates - Fact and Ficton (Piratas Fatos e Ficção) do National Maritime Museum de Greenwich, no Reino Unido, a "época de ouro" dos piratas foi entre 1650 e 1720, quando haviam milhares de piratas em atividade no mundo. O Caribe, área escolhida para ambientar os filmes protagonizados por Johnny Depp, era o ambiente mais freqüentado por esses bandidos do mar. Em algumas partes do planeta,

aquele drogadito e prostituído (Toby é garoto de programa) moço de 17 anos pudesse lhe despertar. Com ares de falsa comédia, Transamérica é pródigo em diálogos bemhumorados, como quando Toby pergunta a Bree a qual igreja ela pertence, e ela inventa que é ligada a uma certa "Igreja do Pai em Potencial". E assim, cada um com seu segredo, cada um com suas preocupações e desejos, os dois vão para Los Angeles. Tem início um show de interpretação dado por Huffman. Soberba, ela tem uma expressão facial que confere a Bree a carga dramática imaginada para ela por Tucker. Mais: a simplicidade com que ela se entrega às falas; a contenção de seus gestos; sua angústia e sua esperança de ser feliz a tornam alguém pronta para ser vista como parte de um mundo real, para o qual não adiantam olhares dissimulados nem gestos de desdém. Aos poucos a trama se acentua e naturalmente o espectador se vê envolvido no drama que viaja de automóvel pelas estradas americanas. Bree só quer devolver Toby a alguém que queira assumir responsabilidade por ele, para assim conseguir a autorização e fazer sua cirurgia de troca de sexo. Toby não quer nada a não ser se drogar e conseguir ser ator de cinema pornô em Holywood. Dois solitários em busca de sonhos aparentemente opostos, não fossem eles pai e filho. Uma mulher no papel de um homem que quer ser mulher; um jovem

Chegam duas boas estréias no canal GNT. A primeira vai ao ar no domingo, dia 23, às 23h, no lugar do Manhattan Connection, em férias. É série de ficção inédita Jackie Bouvier Kennedy Onassis que, em quatro episódios, contará a saga da ex-primeira-dama americana, até hoje ícone de glamour. Jackie (foto) será interpretada pela atriz Joanne Whalley, e sua história começa no nascimento, em 28 de julho de 1929, em uma família rica – vida que praticamente abandonou, aos 21 anos, para tornar-se repórter e fotógrafa em Washington no Time Herald. Então conheceu o futuro presidente dos EUA, J.F. Kennedy (vivido pelo ator Tim

Matheson, da série West Wing), com quem casou-se dois anos depois. Na Casa Branca, a elegante e culta Jackie promoveu quase uma ‘revolução cultural’ e viveu dramas com o marido-presidente. A história segue a trajetória de Jackie até seu polêmico casamento, anos após o assassinato de Kennedy, com o armador grego Onassis. Poupe! Na segunda (24), outra atração no GNT, às 22h. Trata-se da série Me Poupe que vai ‘desconstruir’ a economia, ou seja, irá mostrá-la com um enfoque menos sisudo e mais didático e com humor. O ‘personal financeiro’ será o economista Daniel Balaban (foto), que ensinará o telespectador a relacionar-se com o dinheiro de forma mais inteligente e equilibrada. A cada programa ele fará o diagnóstico da saúde financeira de um convidado e proporá mudanças. A jornalista Sônia Racy (foto), do jornal O Estado de S. Paulo, craque no assunto, também participará da série. No programa de estréia, o economista Eduardo Giannetti, do IBMEC/SP, falará sobre se, afinal, dinheiro traz felicidade. O presidente do Grupo Pão de Açúcar, Abílio Diniz, entrevistado por Sonia Racy, acredita que a felicidade está em pequenas coisas, mas sempre em conjunto. O cantor e compositor Tom Zé faz uma participação luminosa, e defende a tese de que dinheiro, definitivamente, não traz felicidade. Ex-executivo de uma multinacional, Vitor Sapolink conta como decidiu largar tudo e se dedicar à esposa e à família. No quadro O Pechinchador será mostrado que, com muita insistência e perseverança, um bom desconto sempre pode ser conseguido. O cineasta e jornalista Arnaldo Jabor diz: "Na vida, a gente tem que pechinchar em tudo. No amor, no trabalho, em tudo você tem que tentar – como diria Gerson – levar o melhor da situação".

OUTRAS ESTRÉIAS

G

eorge, o Curioso (Curious George, Estados Unidos, 2006, 86 minutos). As crianças de até oito anos vão ficar encantadas com as travessuras do macaco George. O bichinho vive em uma floresta da África e lá encontra por acaso Ted, um guia de museu, que com seu luminoso chapéu amarelo, corre em busca de um relicário da tribo africana Zagawa. Se conseguir o que procura, Ted evitará o fechamento do Museu Blowsberry. Apenas cópias dubladas.

Pandora Filmes/Divulgação

E

m Segredo (Grbavica, Áustria/BósniaHerzegovina/Alemanha/Croácia, 2006, 90 minutos). O longa, vencedor do Urso de Ouro no Festival de Berlim deste ano, é dirigido pela estreante Jasmila Zbanic. Conta a história da garçonete Esma (Mirjana Karanovic) que vive um difícil relacionamento com a filha Sara (Luna Mijovic) e esconde dela um segredo do passado. O mistério corre o risco de ser esclarecido depois que Sara marca uma excursão escolar.


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Cidades O PARTIDO DA

BANDIDAGEM COMEÇA A SUMIR Vânia Delpoio/Diario de SP/Agência O Globo

Na casa da Lapa foram apreendidos 21 quilos de cocaína e R$ 35 mil, dinheiro de apenas dois dias de tráfico.

PCC

Alan Marques/Folha Imagem/23/05/2006

Prefiro morrer a ser presa Maria Cristina Rachado, advogada de Marcola

Uma operação policial iniciada quarta-feira terminou ontem com a prisão de integrantes da facção criminosa, inclusive de uma advogada. A ação policial desarticulou a tesouraria do PCC e a arrecadação do bicho-papão, o lucro da venda de entorpecentes destinado aos líderes dos bandidos.

A

polícia desarticulou ontem a tesouraria do tráfico de drogas do Primeiro Comando da Capital (PCC) e do bicho-papão, o dinheiro da venda de entorpecentes destinado à cúpula da facção. O Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic) deteve 21 acusados de participar da organização, entre os quais a advogada Maria Cristina Rachado que defendia o líder máximo do grupo, Marcos Herbas Camacho, o Marcola. A ação da polícia começou às 14h30 de quarta-feira, quando investigadores do Deic chegaram à rua Sinfonia Branca, na Lapa, zona oeste de São Paulo. Lá funcionava a tesouraria do tráfico. Segundo o delegado Ruy Ferraz Fontes, era ali que se administrava o dinheiro e se faziam os pagamentos dos serviços prestados pela advogada para Marcola. No local foram presos quatro acusados. Dois são importantes na facção: Marilene Simões, a Marlene, de 33 anos, e Leandro Souza de Queiroz, o Leandrinho. Marlene recebia ordens dos presos Ronaldo de Simone, o Elefante Branco, e Davi Magalhães, o Mago. Ambos têm o cargo de sintonia-geral do PCC, função de quem é encarregado de repassar as ordens da cúpula para as diversas células compartimentadas que a facção mantém nas ruas. Ronaldo de Simone é irmão de outro cabeça do PCC, Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, apontado como provável substituto de Marcola nas ações criminosas. Livro – Marlene administrava a contabilidade. Registrava num livro a origem do dinheiro que recebia e o destino da droga para os pontos-de-venda no Estado de São Paulo. Leandro fiscalizava o trabalho de Marlene, pegava o dinheiro e lhe dava o destino final. O lucro do tráfico, que é destinado aos líderes, é chamado de bicho-papão. Na casa da Lapa foram apreendidos 21 quilos de cocaína e R$ 35 mil, dinheiro de apenas dois dias de tráfico. Em junho, o bicho-papão ficou em R$ 224 mil. Marlene foi flagrada em escutas da polícia preparando atentados contra ônibus na quinzena passada. "Ela era

Maria Cristina (acima) foi detida em sua casa, na zona norte. Na foto à esquerda, material da tesouraria do PCC apreendido na ação da Polícia.

Andréa Faria/AE

Luiz Cláudio da Rocha Mero foi preso em Praia Grande, litoral paulista

TRAFICANTE DO RIO É PRESO EM SÃO PAULO

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traficante Luiz Cláudio da Rocha Mero, conhecido como Berola, acusado de chefiar o tráfico de drogas nos morros Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, na zona sul do Rio, foi preso em Praia Grande, no litoral sul de São Paulo, na noite de quarta-feira. Ele foi encontrado em um quiosque na orla marítima, no bairro Aviação, junto com mais cinco pessoas. Berola foi levado ontem de manhã para o Rio de Janeiro, onde deverá permanecer preso. O estabelecimento penal para onde o criminoso foi encaminhado não foi revelado pela polícia.

Plano – A prisão do traficante foi planejada durante seis meses pela Polícia Federal de Santos. Não só Berola, mas as cinco pessoas que o acompanhavam e foram presas, foram ouvidas na sede da PF, em Santos, no decorrer da madrugada. Os acompanhantes foram dispensados pela manhã e Berola levado para o Rio. O traficante chegou a ser preso pela polícia carioca no dia 31 de maio do ano passado, na Cidade de Deus, zona oeste do Rio. Ele é acusado de integrar as quadrilhas de Barreira do Vasco, em São Cristóvão, da Cidade de Deus, em Jacarepaguá, e Parque Alegria, na região do Caju. (AE)

acordada de madrugada para receber os salves (ordens) da organização para quebrar tudo, atacar ônibus e matar policiais", disse o delegado Em Pirituba, zona oeste de São Paulo, o Deic deteve um armeiro que trabalhava para o PCC e apreendeu um fuzil e três espingardas. Os policiais ainda fizeram prisões no interior, em Sumaré e Cajamar, onde foi detido Alex Claudino Reis, o piloto (gerente) do PCC na zona oeste. Mais da metade dos presos participou dos ataques que assustaram a cidade de São Paulo em maio e julho. Advogada - Já a advogada de Marcola foi detida esta manhã em sua casa, na Casa Verde, zona norte de São Paulo. Maria Cristina não queria acompanhar os policiais, mas acabou sendo levada à sede do Deic. Ali, negou todas as acusações. Durante o trajeto, ela teria tentado se jogar da viatura e teria dito: "prefiro morrer a ser presa". Contra ela os policiais dizem ter provas de que usava integrantes do PCC para ameaçar desafetos de morte. Ela é ainda acusada de pagar R$ 200,00 a um funcionário do Congresso Nacional com o objetivo de comprar depoimentos sigilosos que delegados deram à CPI do Tráfico de Armas. Maria Cristina é advogada de Marcola há pelo menos cinco anos. Ela é casada com o delegado José Augusto Rachado, mas garante que ele não sabia de suas atividades. Quando depôs à CPI ela tentou defender Marcola e chorou. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) informou que a nova acusação contra Maria Cristina será analisada no processo ético e disciplinar já aberto contra a advogada. O procedimento foi instaurado por causa do suborno na CPI do Tráfico de Armas e já provocou a suspensão temporária por 90 dias do registro na OAB da advogada. Em outra operação, policiais do Departamento de Homicídios detiveram o traficante de drogas Dácio Cândido da Silva, de 38 anos, acusado de liderar o tráfico no Jardim Lajeado, na zona leste de São Paulo. Foi Silva quem mandou distribuir, no fim de semana passado, panfletos defendendo os atentados do PCC. (AE)

GOVERNO DECIDE ATACAR O BOLSO DE FACÇÃO CRIMINOSA

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governo federal avalia que, apesar dos avanços de São Paulo no combate à onda de violência, a situação no Estado ainda é preocupante e, por isso, decidiu ontem manter em estado de alerta as Forças Armadas e todo o aparato de segurança da União. Além disso, quer ampliar a cooperação ao governo estadual e convocar a rede nacional de combate à lavagem de dinheiro para sufocar o suprimento de recursos do PCC. O governador Cláudio Lembo se disse "feliz" com as medidas. A nova ofensiva contra o crime em São Paulo foi anunciada ontem pelo governo, após reunião do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, com a cúpula dos órgãos federais de segurança, a segunda desde o início da onda de violência. A mobilização do aparato federal será mantida até a volta à normalidade em São Paulo. Essa decisão inclui o plano de contingência para o envio de tropas da Força Nacional de Segurança Pública e as Forças Armadas. Apesar de recusar a oferta reiteradamente, Lembo elogiou ontem a posição do governo federal. "Não há necessidade da intervenção do Exército no momento, mas estou feliz com a total cooperação com o Comando Militar do Sudeste e muito grato pela ajuda oferecida pelo ministro e pelos comandantes militares". Lembo disse que o plano de parceria com o Exército será anunciado "em não mais que 72 horas".

Rodovias - A Polícia Rodoviária Federal informou que começará o plano de bloquear as principais rodovias do País. A idéia é fazer um pente fino nos 65 mil quilômetros de estradas federais em busca de armas e drogas. A União enviará hoje uma missão a São Paulo, a fim de acelerar a transferência de até 45 líderes de facções criminosas para o presídio de Catanduvas, no Paraná. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 21, 22 e 23 de julho de 2006

LAZER - 3

FÉRIAS Água em tema de exposição, adrenalina, cursos e animais marinhos. E poesia.

Fotos: Luludi/LUZ

Leonardo Rodrigues/Hype

Renata Pallottini: imaginação prodigiosa deu vida a obra de 881 páginas. Livro traz desde a sua primeira peça feita em 1959 a textos inéditos como um feito em 2005.

João Gabriel, de 9 anos, observa a maquete sobre o ciclo da água. A simulação de chuva atrai a garotada.

A educadora Gabriela Carrasco fala de enchentes

Crianças experimentam tocar no gelo e na água.

Águas de julho serão as crianças os maiores beneficiados com o desenvolvimento do consumo consciente", diz Elisabeth Lorenzetti Bez Chleba, idealizadora da exposição. Quem percorrer a área de 500 metros quadrados que abriga a mostra poderá interagir de várias maneiras. São utilizados recursos cênicos, estímulos luminosos, auditivos, olfativos, táteis e visuais. Além da oportunidade de contemplar o cenário, o visitante aprende a valorizar e respeitar o meio ambiente. A exposição também tem espaço para a demonstração de problemas cotidianos como a poluição de rios. A maquete sobre água e urbanização é uma das que mais chama a atenção do público. Nela, é possível observar por meio de uma simulação de chuva, a resposta de uma área da cidade considerada modelo e, em outra, a enchente tomando conta do espaço problemático.

O lugar certo para quem prefere conhecer informações básicas sobre a estrutura física e química da água é a cabine de observação do elemento água. O visitante vê e ouve as explicações por meio de frestas distribuídas pela parte externa da cabine. Em um dos painéis espalhados pelas paredes o público também pode conhecer a imagem da visão microscópica de um floquinho de gelo. Há ainda maquetes que mostram os inventos ao longo da História, o ciclo da água, o uso da água nos dias atuais e muito mais. A exposição Corpo d'Água, feita no segundo ano da Década Internacional Água para a Vida, instituída pela ONU, fica em cartaz até 30 de agosto na Universidade Aberta do Meio Ambiente e da Cultura de Paz (UMAPaz), Parque do Ibirapuera, Avenida IV Centenário, Portão 7. Terça a sexta, das 8h30 às 17h e sábado e domingo, das 10h as 18h. Ingresso: grátis.

Julho reserva emoção, aventura e aprendizado para o público mirim

A

criançada não tem do que reclamar nestas férias. Museus, galerias e outros espaços estão com atrações especiais voltadas ao público infantil. Diversos shoppings da cidade prepararam surpresas para a platéia mirim. O Interlagos é um deles e o local escolhido para atrair a atenção das crianças foi a Praça de Eventos. É nela que está montado o 4 em 1 Eurobungy Trampolim. São quatro trampolins que garantem adrenalina e emoção aos candidatos a malabaristas corporais. O brinquedo, destinado a crianças a partir de dois anos pode levar o participante a até oito metros de altura. Se a família inteira quiser entrar na brincadeira, não tem problema. O Eurobungy sustenta pais e filhos. Aventura - Caminhar por uma floresta repleta de desafios também pode fazer parte das aventuras de férias. Para participar da proeza, o destino certo é o Shopping D. A criançada que passar por lá e quiser fazer parte do circuito ambiental terá que enfrentar muitos desafios para chegar a fase final. O roteiro educativo tem como temas a reciclagem e os animais em extinção. O passeio pela selva é acompanhado por monitores que orientam o percurso. Capacetes, jalecos, animais em extinção, cavernas de pedras sonorizadas, índios canibais e jacarés fazem parte da rota selvagem. Aventureiros de quatro a 12 anos têm espaço garantido na floresta. Tubarão - Já no Osasco Plaza Shopping quem domina são os seres marinhos. Quem está acostumado a ver tubarões somente pela televisão pode conhecê-los pessoalmente. É a

exposição Expotuba que traz cinco tubarões-lixa, considerados inofensivos, que medem entre um metro e 2m20 e pesam entre 10 Kg e 120 Kg. Às segundas, quartas e domingos os bichanos recebem a visita de um mergulhador que chega para alimentar os animais. O público pode acompanhar a hora do lanche, que tem filé de peixes e crustáceos no cardápio marinho. Turma da Mônica - Cascão, Cebolinha, Magali e a turma toda vão passar as férias no Shopping Metrô Tatuapé. Quem tiver de 3 a 10 anos pode acompanhá-los. A Turma da Mônica está no shopping com cinco espaços, cada um com atividades específicas. Há teatro de fantoches, brinquedos interativos, além de atividades de desenhos e brincadeiras com jogos de montar e quebra-cabeça. Cursos - O público mirim também pode tirar proveito do tempo livre fazendo cursos sem que a família precise gastar dinheiro. O Shopping ABC está com inscrições abertas no Espaço das Artes, localizado no Piso PB. Quem preferir fazer a inscrição pela internet pode acessar www.shoppingabc.com.br ou ainda telefonar para (11) 4427-3581. A Divulgação

Tubarões-lixa da Expotuba são a atração no Osasco Plaza Shopping

criançada pode aprender a fazer bichinhos de biscuit em lacre de refrigerante e ainda se divertir nas aulas de culinária infantil. Exposições - As férias também podem ser aproveitadas com visitas a museus e teatros. Muitos espaços culturais inauguraram mostras neste mês. O período é ideal para conhecêlas ou ainda ver exposições desconhecidas. O melhor de tudo é que o passeio pode ser feito de graça ou apenas com um real. Crianças e adolescentes da rede pública de ensino nada pagam. Já os estudantes de escolas particulares desembolsam um real para frequentar os locais. Foram selecionados 18 teatros e museus da Secretaria de Estado da Cultura na capital e no interior paulista. Para obter o benefício basta apresentar um documento que comprove o vínculo educacional. (RA) Shopping Interlagos Avenida Interlagos, 2255, tel.: (11) 3471-8888. Ingresso: R$ 10. Osasco Plaza Shopping - Rua Tenente Avelar Pires de Azevedo, 81, centro de Osasco, tel.: (11) 2117-2777. Ingresso: R$ 5. Shopping D - Avenida Cruzeiro do Sul, 1100, tel. : (11) 33119333. Grátis. Shopping Metrô Tatuapé - Av. Radial Leste, esquina com a Rua Tuiuti, tel.: (11) 6192-9444. Grátis. Shopping ABC - Avenida Pereira Barreto, 42 , Santo André. Tel.: (11) 4994-0611. Grátis. Para ver os museus e teatros ligados à Secretaria da Cultura acesse www.dcomercio.com.br

Quantidade e qualidade Poesia e dramaturgia reunidas em 910 gramas

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m catatau de capa avermelhada, 881 páginas e 910 gramas serve de abrigo para 144 personagens que escaparam, nas últimas cinco décadas, da imaginação prodigiosa da poetisa e dramaturga Renata Pallottini, 75 anos, uma das primeiras – e até hoje mais atuantes – autoras do teatro nacional. Recém-lançado pela editora Perspectiva, o Teatro Completo de Renata Pallottini traz 21 textos, sendo 15 de sua própria autoria e seis adaptações e traduções. Fazem parte do volume sua primeira peça, A Lâmpada, publicada em 1959 pela revista Prisma, e Pivete, seu último texto, que traz como protagonista um menino de rua, de 13 anos, concluído no início de 2005 e ainda inédito. A poesia chegou antes do teatro na vida de Renata Pallottini, formada em direito, filosofia e dramaturgia. Seus primeiros poemas foram publicados em 1950, na revista da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Dois anos depois, ela lançou, de forma artesanal, o primeiro livro de poesias, Acalanto, impresso na gráfica de sua família. "Eu soube dividir muito bem minha produção, e o meu tempo, entre a poesia e a dramaturgia", diz a autora. "Recorri à poesia sempre que quis falar de alguma coisa que eu mesmo não sabia o que era, de algo subjetivo. A poesia é a expressão do quase indizível, o teatro costuma ser muito mais racional". Enquanto trabalha na seleção de seus poemas para uma possível publicação em 2007 e na redação de uma biografia sobre a qual ela prefere manter segredo, a autora conversou com o DC.

Sérgio Roveri Diário do Comércio: Como foi o processo de seleção das peças que entraram no livro? Ele traz mesmo a íntegra da sua produção teatral? Renata Pallottini: Publicar a obra completa de teatro é completamente diferente de todo o resto. Estou fazendo isto depois de 50 anos de carreira. Algumas poucas coisas ficaram de fora, peças que até hoje eu julgo inacabadas e que, espero, tenha tempo de um dia voltar a elas. Também deixei de lado as traduções que não foram feitas a partir do idioma original. E decidi não incluir a tradução do musical Hair, que fiz em parceria com Ademar Guerra. Ele não está mais aqui para dividir os créditos comigo. Este livro é a minha vida no teatro passada a limpo. Deu muito trabalho, mas agora estou em paz com este lado da minha carreira. Ao reler todas estas peças, a que conclusão você chegou? Seu teatro, no fundo, falou de quê? Principalmente de justiça. No sentido mais amplo que esta palavra possa ter, não apenas de direito penal. Falei de se fazer justiça com o ser humano, com os excluídos e as minorias. Fazer justiça àquilo que Camus chamava de o estrangeiro, tudo que não faz parte dos inseridos socialmente. O curso de direito teria tido, então, uma grande influência na sua dramaturgia? Com certeza. A coisa mais importante que aprendi na Faculdade de Direito é que todo ser humano tem de ser defendido, tem de ter direito à justiça. Empreguei isso no meu teatro, mesmo nas brincadeiras e nas comédias mais ligeiras. Suas peças aparecem divididas

no livro entre comédias, peças curtas, melodramas e ciclo italiano. Foi um objetivo seu percorrer diversos gêneros? As peças refletem momentos específicos da minha vida. É normal que, na juventude, quando a vida parece ser muito mais leve, a gente escreva comédias e farsas. Com o passar dos anos, vamos nos voltando para temas mais sérios, situações mais duras. Sua primeira montagem profissional foi O Crime de Cabra, que estreou no Teatro Bela Vista, em 1965, quando o Brasil já vivia sob a ditadura. Como o regime militar afetou sua produção? Eu reagi trabalhando. É possível que alguns autores tenham se sentido com bloqueio criativo, mas eu não parei. Eu tentei derrubar o muro da censura, e nem sempre consegui. Enquanto se Vai Morrer, peça que escrevi em 1972 e que fazia um manifesto contra a tortura e a pena de morte, foi proibida pela Censura Federal, pouco antes de estrear, com direção de Celso Nunes. Ela só veio a ser encenada em 2002, nas escadarias da Faculdade de Direito. Que balanço você faz, hoje, das encenações que suas peças tiveram? Vejo que houve um equilíbrio. Há montagens que amei, outras das quais apenas gostei e outras que prefiro nem comentar. Colônia Cecília, de 1984, dirigida pelo Ademar Guerra, continua sendo minha montagem mais querida. Eu costumo entregar tudo nas mãos do diretor. Às vezes, fico contente, em outras vezes arranco os cabelos. Mas é assim mesmo, não sou diretora e tenho de respeitar o trabalho deles.

CLÁSSICOS

ArquivoDC

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e o Parque do Ibirapuera continua entre os programas mais atraentes para quem escolheu passar as férias na cidade é porque, além de sua tradição e beleza, ele sempre surpreende com alguma novidade. Uma delas, neste mês, está em cartaz na Universidade Aberta do Meio Ambiente e da Cultura de Paz (UMAPaz). É a exposição Corpo d'Água que oferece ao visitante a oportunidade de aprender e se divertir ao mesmo tempo. Para mostrar a importância da preservação da água no planeta foram montadas maquetes dinâmicas, filmes, painéis, efeitos holográficos e projeções. A maneira didática e lúdica conquista o público infantil que acompanha as explicações das educadoras e participa de forma interativa da mostra. "Queremos criar, de forma cognitiva, uma conscientização da preservação do solo, meio ambiente e principalmente da água, afinal

PERSONALIDADE

Rita Alves

Jornalismo nas telas Teatro Completo de Renata Pallottini, editora Perspectiva, 881 páginas, R$ 75

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Cine Olido preparou, até domingo (23) um ciclo bem oportuno sobre a atuação da mídia, chamado Jornalismo e Cinema. Nesta sexta (21), exibe A Primeira Página (The Front Page), uma das obrasprimas de Billy Wilder (acima), com Jack Lemmon e Walter Matthau, memoráveis. Às 17h. Ainda sexta, às 19h30, Vlado, 30 Anos Depois, de João Batista de Andrade. No sábado (22),

os filmes são: às 17h, A Sangue Frio (In Cold Blood), de 1967, com Robert Blake e John Forsythe; às 19h, Boa Noite, Boa Sorte (Good Night, and Good Luck ), direção de George Clooney, em 2005, com Jeff Daniels. No domingo (23): às 17h30, O Informante (The Insider), de Michael Mann, lançado em 1999, com Al Pacino. Olido: Avenida São João, 473. Telefone: (11) 3334-0001. Grátis.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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sexta-feira, sábado e domingo, 21, 22 e 23 de julho de 2006

Fotos: Milton Mansilha/LUZ

Adamastor e Dr. Pinotage José Guilherme Ferreira

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José Autran, o garçon autodidata: professor em cordialidade

Ambiente festivo e amplo

HAPPY HOUR

Caneca cheia, cerveja extra. Bier & Bier: local privilegiado, vasto cardápio.

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À mesa, especialidades como a lingüiça branca e a salsicha bávara

Quem vem depois paga o normal (R$ 3,50). Outra novidade é o Mayerle Boonekamp Bitter, natural de Joinville (a mais alemã das cidades brasileiras) com alta graduação alcoólica (37,2 %) e baixo custo (R$ 5). Namoram especialidades: Bratwurst (lingüiça branca de vitela, R$ 9,45), Kassler (costela cozida e frita R$ 12,95), salsicha bávara (frita e enrolada em bacon – uma delícia! – R$ 9,45). Cardápio tão robusto quanto um exemplar do Fausto, de Goethe. Diferentes mostardas (mustum ardens) e raiz forte (cochlaria armoracia). Exemplar também é a categoria, bom humor e amabilidade do garçon José Autran, responsável pelo cerimonial. De Aquidabã (SE), chegou a São Paulo sem saber ler e escrever: "Aprendi sozinho, identificando as direções dos ônibus". Tornou-se professor em cordialidade.

"Sobrevivi nessa cidade fantástica disputando com os ‘bacanas’ pau a pau", sorri orgulhoso. Ele é tão bom em sua dupla função – marketing e serviço – que o proprietário Nilo Régis pensa logo dobrar seu salário... Ambiente festivo, amplo, madeira e tijolinho à vista, toalhas xadrezas, grande afresco de casal tirolês dançando colorem convidando – como as flâmulas do balcão e o verde exuberante da praça adentrando o salão – ao bom papo e diversão. Tradicionalmente, os alemães e os italianos são considerados os povos mais alegres da Europa. Ótimo lugar para confraternizações de fim de tarde, estendem-se noite afora: aproveite a promoção de abertura, com Clube do Uísque oferecendo Red Label (R$ 75) e Black (R$ 110), preços surpreendentes

até mesmo para a Diagio, representante da marca no País. Outra curiosidade divertida, executada com maestria: submarino (R$ 11) – cobre-se um cálice de steinhager (apoiado sobre o bocal de uma garrafa) com uma caneca de chope; manobrando os recipientes o pequeno cálice há de ficar em repouso de ponta cabeça no fundo da caneca, sem vazar o conteúdo. Enche-se a caneca, que é sorvida calmamente, a cada trago um pouquinho do destilado vasa pela inclinação do cálice, misturando-se paulatinamente à bebida espumosa e fermentada, como um aditivo que vai lubrificando o motor devagarinho... Vrum! Bier & Bier - Rua Delfina, 196, Vila Madalena, tel.: (11) 3812-4987.

GASTRONOMIA

Brinde aos sentidos no mar e na terra Lúcia Helena de Camargo

Fotos: Divulgação

A entrada do Menu di Mare: salada, carpaccio de polvo e salmão.

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e dia, parece uma casa de família, com muitas salas, cortinas, mesinhas, toalhas, quadros e vasos de flores. À noite, velas acesas sobre as mesas tornam o ambiente romântico. A qualquer hora, a qualidade da comida se mantém. E os menus especiais aparecem sempre no cardápio, para trazer os comensais de volta à Vinheria Percussi. Para fazer jus ao nome, o forte da casa são as combinações entre grandes pratos e grandes vinhos. Este é o último final de semana, aliás, para provar as harmonizações entre pratos toscanos e vinhos sul-americanos. Na sexta edição, o festival Di Vino, servido apenas no jantar, traz dois cardápios inspirados nos sabores da região italiana da Toscana, cuja capital – Florença – abriga algumas das maiores obras de arte da humanidade. Entre outras, está lá o David de Michelângelo. Assim, inspiração não faltou para a chef e sócia Silvia Percussi criar dois menus: um de mar e outro de terra, ambos com antepasto, prato principal e sobremesa. Junto com o Menu di Mare são servidos vinhos chilenos e os argentinos acompanham o Menu di Terra. As bodegas Santa Rita e Dona Paula fornecem os vinhos. Segundo o sócio Lamberto Percussi, o homem que experimenta, busca, compra e recomenda os vinhos, os rótulos escolhi-

Stellenbosch cruzou a Pinot Noir, a uva dos Burgundy tão querida dos franceses, e a resistente Cinsault. Conseguiu, em 1924, quatro sementes, plantadas no quintal da residência oficial. Ao ser transferido, entretanto, deixou a experiência para trás. Tempos depois, outro mestre, Charlie Niehaus, passeando de bicicleta perto da antiga casa de Perold, notou jardineiros em sua azáfama. E conhecedor da pesquisa com as sementes, salvou-as da sanha dos carpidores. Estas foram replantadas na incubadora da universidade. Nascia a Pinotage, ainda pouco compreendida, mas que pode bem entrar na cota da retomada da viticultura pós-Apartheid.

http://www.pinotage.co.za/html/bir th.html http://www.wineanorak.com/toptenpinotage.htm

Armando Serra Negra

nquanto os brazucas torciam de olho na telinha, de mansinho a Alemanha inaugurou sua primeira representação diplomática na Vila Madelena, o bairro paulistano mais disputado pelas embaixadas gastro-etílicas do mundo inteiro. O Bier & Bier esperava apenas um local privilegiado para estabelecer o showroom de seus produtos: raras cervejas Paulistaner, de Munique, fábrica fundada em 1634 (R$ 10,50), a bávara de nome complicado Weihentephaner Premium (R$ 13,90), saboreadas com um trago de steinhager Schlichte (garrafa geladíssima, R$ 8,80) – excelente mistura germânica a ser apreciada com moderação. O chope Brahma não foi esquecido – preço vantajoso para quem chega a partir da happy hour (R$ 2,50).

vinho da África do Sul deve tributos aos navegadores que desafiaram Adamastor. O gigante mitológico cantado por Camões (n'Os Lusíadas) é marcante imagem literária de uma natureza feroz agindo contra desbravadores que tentavam atravessar o Cabo das Tormentas (também da Boa Esperança), no extremo sul do continente. No século XVII, barcos da Companhia Holandesa das Índias Orientais enfrentavam com destemor o mar bravio da região, rumo ao Índico. Seus tripulantes ali fundaram a primeira colônia e passaram a cuidar de uvas e de vinhos, abastecendo mercadores na luta contra outros gigantes dos mares. O primeiro vinho de prestígio foi o branco doce Constantia, de uvas Moscatel. Mas o de maior originalidade nasceu das mãos de Abraham Izak Perold (18801941), Ph.D. em Química, então professor da Universidade de Cape Town. Perold (na foto, com a noiva no dia do casamento) percorreu o mundo atrás de variedades que pudessem ser cultivadas naquele pedaço da África. Mas foi além. Como primeiro professor de Viticultura da Universidade de

dos perfazem uma boa equação entre sabor e bom preço. O branco chileno Riesling Gran Hacienda 2004 Santa Rita chega entrada do Menu di Mare, composta de quatro pequenas porções combinadas em um único prato: Insaltina di Mare (salada de frutos do mar); Carpaccio di polvo com pomodori e olive nere (finas lâminas de polvo com tomate e azeitonas pretas); salmone, pomodori, pinoli, rughetta e balsâmico (salmão com tomate, rúcula selvagem e vinagre balsâmico). O prato principal é o Fetuccine com baccala, pinoli e pomodorini, deliciosa massa com pedaços de bacalhau, pinoli e tomates-

Prato do Menu di Terra: massa ao molho de javali

Lamberto Percussi: degustações e expedições de enoturismo.

cereja. Este servido com vinho Carmenere Reserva 2003 Santa Rita. No Menu di Terra, vem a Bufalina ao pesto (mussarela de búfala ao molho pesto), Funghi all'olio d'oliva (cogumelos ao azeite de oliva), Prosciutto crudo (presunto italiano cru), Fett'unta ai pomodori (bruschetta toscana com tomate), Mozarella in corazza (mussarela empanada) e Zucchine ripiene (abobrinha recheada). O vinho é o Sauvignon Blanc Estate 2005 Dona Paula, de Mendoza. O prato, Pappardele al ragù di cinghiale (massa ao molho de javali) harmoniza com o vinho Malbec Estate 2005 Dona Paula, também argentino de Mendoza. A sobremesa para os dois menus é uma torta de macadâmia com sorvete de creme, acompanhada do vinho Late Harvest 2005 Santa Rita. Os vinhos experimentados podem ser comprados em garrafa, com preços entre R$ 36 (Riesling Gran Hacien-

da 2004 Santa Rita) a R$ 60 (Malbec Estate 2005 Dona Paula). Lamberto Percussi comanda também degustações, expedições de enoturismo, para interessados em saber mais sobre vinhos – já levou grupos à Argentina, Chile e Itália. E faz consultoria, indicando vinhos para festas e eventos e para montagem de adega pessoal. O menu completo – com uma taça de cada vinho para cada um dos pratos – custa R$ 93. Para aqueles que quiserem experimentar apenas a comida, sem bebidas, sai por R$ 69. Mas Lamberto vai logo avisando que, com vinho incluído, a refeição torna-se "muito mais que um mero jantar: um brinde a todos os sentidos." Vinheria Percussi - Rua Cônego Eugênio Leite, 523, Pinheiros, tel.: (11) 3088-4920.

ADEGA

Em nome do bom gosto

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Sérgio de Paula Santos

az parte da natureza humana adiar as decisões difíceis. Seja no plano pessoal, no coletivo e principalmente no político, as decisões que possam contrariar interesses são sistematicamente postergadas. Em princípio falta coragem para mudar o estabelecido. No mundo do vinho não haveria por que ser diferente. Foi essa a causa da violenta reação dos vinhateiros europeus, principalmente franceses, italianos e espanhóis, e de seus governos, à proposta de junho, da Comissão de Agricultura da União Européia (UE), sediada em Bruxelas, de que se arranquem, nos próximos cinco anos, 400 mil hectares de vinhas, correspondentes a 12% da O vinho deve ser superfície cultivada no continente. um produto A comissão de agrícola ligado ao seu ambiente Agricultura da UE dispõe de 2,4 bie não um lhões de euros paproduto ra indenizações e industrial comp ensações. uniforme Essa "reconversão", ou mudança de culturas, tem seu início previsto para janeiro de 2007. Como seria previsível, as manifestações de protesto mais violentas ocorreram na França, na qual o próprio ministro da agricultura, Dominique Bussereaux, solidarizou-se com os manifestantes. Afinal sua carreira política depende também dos mesmos... Bruxelas, por outro lado, representa os interesses de toda comunidade européia (hoje com 25 nações) e não apenas os de uma categoria de agricultores e comerciantes de vinhos de três ou quatro países, e tem motivos ponderáveis para suas propostas. O comissário de agricultura da UE, Marion Fischer Boel afirma que "a produção vinícola excedente não tem mercado e perdemos muito dinheiro em absorvê-la em vez de procurar melhorar sua qualidade e competitividade". Segundo Le Fígaro de Paris de 23 de junho, dos 1,26 bilhões de euros destinados pela UE para a vitivinicultura, 793 milhões foram para os excedentes, estimados em 15 milhões de hectalitros – verbas para a destilação, para transformá-los em etanol, para o armazenamento e outras atividades dispensáveis e onerosas. O que pretende é reduzir a produção do vinho ordinário, pois o mercado europeu vem sendo ocupado pelos concorrentes do Novo Mundo. Nos últimos dez anos, as exportações da África do Sul e da Austrália aumentaram respec tivamente 770% e 500%, enquanto as da UE diminuíram. Naturalmente, es-

sa reforma, considerada por muitos como "drástica", não se limita à redução da produção, tendo vários outros detalhes, entre os quais a simplificação dos rótulos das garrafas, de modo a facilitar ao consumidor o reconhecimento da procedência e qualidade dos vinhos. A certa altura, o texto da regulamentação diz "O vinho deve ser um produto agrícola ligado ao seu ambiente e não um produto industrial uniforme". Relativamente aos rótulos, as alterações deverão começar em 2007 e será obrigatória no ano seguinte. Os vinhateiros que não quiserem ou não puderem se adaptar aos novos regulamentos, poderão transferir seus "direitos" a outros com condições de produzirem vinhos melhores e mais competitivos, até a data limite: 2013. Para o diário lisboeta Público, de 23 de junho, os dados diferem das citadas pelo Le Fígaro. O jornal português diz que os excedentes de vinhos representaram 27 milhões de hectalitros anuais, dos quais a metade é encaminhada para a destilação, sendo 1300 milhões de euros anuais. E chegou a hora da verdade. "Não se prejudicará toda uma comunidade, de 23 nações, em função dos interesses de alguns grupos de profissionais." No Brasil- Entre nós a hora da verdade no setor vitivinícola é ainda distante, mas deverá chegar. Com um vinhedo de 60 mil hectares (que inclui uvas de mesa e para a passificação), temos uma produção anual de 2,5 a 3 milhões de hectalitros, a grande maioria (80%) de vinho de garrafão, proveniente de uvas americanas e híbridas, não viníferas. O consumo médio nacional é muito baixo, inferior a dois litros anuais per capita. Como sugeriu recentemente o conceituado enólogo Michel Rolland, que dá acessoria à uma centena de vinícolas em oito países, inclusive aqui, necessário se faz eliminar as videiras não viníferas, o que melhoraria o nível dos vinhos e daria respeitabilidade à nossa vitivinicultura. Essas sugestões causaram polêmica e debates, pois se acatadas, contrariariam interesses poderosos, alheios aos critérios de qualidade. Evidentemente também se faz vinho ordinário de uvas viníferas, mas de não viníferas, só se faz vinho ruim. Se gosto não se discute, educa-se. Sérgio de Paula Santos é médico e crítico de vinhos. Membro-Fundador da Federação Internacional dos Jornalistas e Escritores do Vinho (Fijev), é autor de livros sobre vinhos, o último dos quais, O Vinho e suas Circunstâncias, Senac, SP, 2003.


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TEATRO O mito Quaderna, clássicos russos. E puro samba SP. Fotos: Emilio Luisi

Herói anônimo faz uma peculiar viagem rumo ao coração do público. Palco é o passaporte.

Montagem de Antunes Filho traz no elenco apenas jovens atores do Centro de Pesquisa Teatral

SUASSUNA VISCERAL Por Sérgio Roveri

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m dos mais colossais – e ironicamente menos conhecidos – pilares da literatura brasileira, o Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, de Ariano Suassuna, dá início hoje à noite a uma peculiar viagem rumo ao coração do público, utilizando desta vez como veículo o teatro, já que as livrarias, onde ele aportou em 1971, não foram muito felizes nesta missão. Dissecados ao longo de duas décadas pelo diretor Antunes Filho, este romance de Suassuna, e um outro que o autor pernambucano publicou na seqüência, a História do Rei Degolado nas Caatingas do Sertão: Ao Sol da Onça Caetana, deram origem ao espetáculo teatral A Pedra

A cidade, ribalta livre para a cena russa

do Reino, que entra em cartaz no Teatro Sesc Anchieta. Os dois romances são protagonizados por um herói mitológico (para muitos críticos, ninguém mais do que o alter ego de Suassuna), o bibliotecário, poeta e memorialista Pedro Dinis Ferreira-Quaderna, ou simplesmente Quaderna para os poucos íntimos destas duas obras do pernambucano. Personagem pouco conhecido da literatura nacional – situação que Antunes Filho promete alterar agora – Quaderna poderia estar situado num ponto de encontro imaginário entre Dom Quixote e Antonio Conselheiro – ele transita por um mundo de castelos, brasões e estandartes, com a promessa de conduzir seus seguidores a um

Divulgação

Shakespeare em cena

paraíso perdido no meio do sertão nordestino. “Quaderna não pode continuar sendo um personagem desconhecido na literatura nacional”, diz Antunes Filho, 77 anos. “Ainda mais neste momento, em que a sociedade brasileira precisa como nunca de um herói. É uma missão pessoal esta que eu me impus: criar um espetáculo para tirar Quaderna do anonimato e também fazer justiça à monumental obra de Ariano Suassuna. Ele é, hoje, o maior gênio vivo da literatura brasileira”. Antunes Filho começou a adaptar os dois romances para o palco em meados dos anos 80, mas hoje confessa que, na época, não estava suficientemente maduro para uma empreitada deste porte. “Precisei trabalhar

A

programação do projeto Estação de Teatro Russo no Brasil, que será aberta na próxima terça-feira, no palco do Sesc Anchieta, com uma montagem de Noite de Reis, de Shakespeare, pode sugerir, à primeira vista, que o teatro russo ainda não foi apresentado ao século 21. Afinal, os cinco espetáculos que desembarcam aqui, até o próximo mês de outubro, são inspirados nas obras de, além de Shakespeare, Gogol, Dostoievski e Puchkin. Mas esta seleção, assegura Maria Malkina, uma das coordenadoras do projeto, foi

muito com outros autores, envelhecer e ganhar sabedoria para entender o gigantismo da obra de Suassuna”, diz. “E não apenas a obra, precisei conhecer o artista e suas idiossincrasias”. A montagem de A Pedra do Reino, que Antunes considera seu trabalho mais visceral, traz no elenco apenas jovens atores – os medalhões do CPT, o Centro de Pesquisa Teatral que o diretor mantém desde os anos 80, ficaram fora deste espetáculo. A Pedra do Reino, estréia hoje, sexta (21) no Teatro Sesc Anchieta, Rua Doutor Vila Nova, 245, tel.: (11) 3234-3000. Sexta e sábado às 21h e domingo às 19h. Ingressos a R$ 30.

proposital. "Estamos trazendo somente peças baseadas em textos clássicos, mas isso não quer dizer que na Rússia não exista dramaturgia contemporânea ou de vanguarda", diz. "Escolhemos estas montagens por acreditar que elas representam o melhor cartão de visita de nosso teatro". Além de Noite de Reis, que poderá ser vista apenas terça e quarta da semana que vem, o projeto vai trazer as seguintes montagens: Boris Godun ov, de Alexander Puchkin (em julho), Proprietários à Moda Antiga, de Nicolai Gogol, em agosto, O Capote,

Espetáculo faz justiça à monumental obra do autor pernambucano

também de Gogol, em setembro, e K.I. Crime e Castigo, de Dostoievski, em outubro. A vinda destes espetáculos ao Brasil é uma delicada resposta russa à turnê realizada no ano passado por diversos grupos brasileiros por Moscou, entre eles o Oficina, de Zé Celso. "No ano passado, para usar um verbo que vocês adoram, o teatro brasileiro goleou a Rússia. Vocês nos ensinaram a enxergar o mundo com o coração aberto", diz Malkina. "Agora chegou a vez de o nosso teatro aportar aqui para fazer gols. Esta partida tem de terminar empatada".

Única comédia entre os cinco espetáculos vindos da Rússia, Noite de Reis é, na opinião do diretor Declan Donellan, uma história de amor com diversas manifestações. Ambientada no Dia de Reis, seis de janeiro, a peça mostra os esforços de um grupo de amigos para alegrar a vida do bobo Malvólio e da jovem Olívia, que vivem tristes e, no caso dela, ainda por cima enlutada. (SR) Noite de Reis, no Teatro Sesc Anchieta, rua Doutor Vila Nova, 245, tel.: (11) 3234-3000. Terça e quarta às 21h. Ingressos a R$ 20.

PESQUISA

Veterano do samba enaltece São Paulo em poesia, pulsação e estilo André Domingues com a minha cara, só uma porção de músicas jogadas por aí. Por muito tempo estive preocupado em fazer shows, acompanhar artistas, levar uma vida dedicada aos outros, e não fiz nada pra mim", conta. Divulgação

Após sua surpreendente recuperação, começaram os preparativos. Osvaldinho recuperou músicas antigas, como Garotos do Tucuruvi, composta em 1958 para o cordão de mesmo nome – o primeiro grupo carnavalesco que integrou –, e criou mais algumas, como Barra Funda, dedicada ao primeiro cordão da cidade, o Grupo da Barra Funda (depois, Camisa Verde e Branco). Para lembrar as rodas de pernada dos valentes da cidade, compôs Tiririca e pediu a um construtor de cajón que lhe fizesse uma caixa de engraxate, a fim de reproduzir a hábil batucada que costumava acompanhar os gingados dessa espécie de capoeira Reprodução

Osvaldinho da Cuíca: puro samba paulista

paulista. O exótico instrumento, aliás, teve um resultado sonoro tão bom, que já se encontra à venda em lojas especializadas. Ainda que a doença tenha sido curada, Osvaldinho não pôde confiar só na sua voz, um pouco fragilizada, para conduzir as interpretações. Buscou, então, desde paulistas famosos, como Jair Rodrigues, Thobias da Vai-Vai e os Demônios da Garoa, até a pouco conhecida – e brilhante! – Elizeth Rosa. Entre os dois extremos, o disco apresenta gente competente como Aldo Bueno, Dedé Paraízo e o Quinteto em Branco e Preto. É curioso notar que, embora se trate de um registro do maior cuiqueiro de todos os tempos, a cuíca é pouco presente no lançamento. "Desta vez, eu não abri muito espaço para exibicionismos, quis priorizar as levadas típicas do samba paulista", explica. O disco, contudo, não deixa de ser um legítimo trabalho de batuqueiro, trazendo linhas de percussão irretocáveis em todas as faixas. Além disso, seus sambas, mesmo com preocupação cultural tão evidente, sempre guardam espaço para o romantismo despretensioso de Luz do Teu Olhar ou o humorismo moleque e

zombeteiro de Minha Vizinha (ideal para quem tem vizinhos incômodos!). É coisa de quem sempre vai ver o samba do lado de dentro da roda.

ução

desde as nossas variantes típicas, rurais e urbanas, até o samba convencional feito aqui, foi seguida à risca. Esboça, até mesmo, uma geografia do samba paulista, indo da Barra Funda ao seu Tucuruvi, com passagens pelos Campos Elíseos e pelo Bixiga, ou rumando à Pirapora (a Meca do nosso quase esquecido samba-rural) e embrenhando-se pelo interior do estado. Não falta, também, uma coleção de nomes lendários, tanto sambistas outrora famosos, como Geraldo Filme e Henricão, que Osvaldinho faz questão de reverenciar, quanto alguns quase anônimos, como os pioneiros Dionísio Barbosa e Elpídio de Farias, que só estão se tornando familiares por conta da sua insistência em mencioná-los. Esse belo trabalho, contudo, nasceu numa circunstância das mais adversas: um câncer na garganta que quase o tirou deste mundo, há cerca de três anos. A dura prova da finitude da vida levou-o a se apressar para registrar tudo aquilo que pensa e sente sobre o nosso samba (além desse disco, Osvaldinho já tem um livro e um documentário em vias de serem lançados). Suas palavras são comoventes: "No meio daquela doença, vi que eu não tinha nada

Reprod

É

verdade que bons pesquisadores não costumam ser grandes músicos e vice-versa, mas Osvaldinho da Cuíca está fora disso. O veterano sambista paulistano, que acaba de lançar Osvaldinho da Cuíca Convida: Em Referência ao Samba Paulista, não deixa espaço para a frieza dos estudiosos, nem para a falta de rigor dos artistas. Sua música é uma deliciosa combinação do melhor de uns e de outros. Também pudera. O samba de São Paulo, seu principal objeto de pesquisa, foi também sua maior escola musical. Muito antes de ouvir as palavras de qualquer folclorista, Osvaldinho já se fazia respeitado nos antigos cordões carnavalescos, nas batucadas de rua e, pouco adiante, nos conjuntos de Germano Mathias e outros bambas de renome. Por isso, o título do CD, escolhido pelo produtor Paulo Félix, está enganado. Osvaldinho não é um artista que, entre mil possibilidades, faz uma "referência" ao samba paulista. Ele é puro samba paulista. Mas, se o título do álbum escorrega, o mesmo não acontece com o conteúdo. A proposta de enaltecer São Paulo em poesia, pulsação e estilo, contemplando

MARICENNE

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camaleoa Maricenne Costa acaba de lançar o CD Movimento Circular, com composições dela própria, Johnny Alf, Fernanda Porto, Rosa Passos e Moisés Santana. Com a liberdade de quem experimentou um pouco de tudo, tendo transitado da bossa-nova à música de vanguarda, com passagem muito elogiada por um trabalho de memória musical, Como Tem Passado!! (de 2000), a cantora agora investe em misturas de MPB com música eletrônica.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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ropas de Israel e a milícia do grupo xiita libanês Hezbollah entraram ontem em choque no extremo sul do Líbano, perto da fronteira. Pelo menos um militante do Hezbollah foi morto. Segundo a TV árabe AlJazira, do Catar, quatro soldados israelenses morreram, mas Israel só confirmou a morte de "dois militares", sem dar detalhes. Em nove dias de conflito já morreram 311 libaneses e 29 israelenses. Mais de mil pessoas ficaram feridas. No norte de Israel, dois helicópteros israelenses "Apache" que seguiam para o sul do Líbano colidiram. Os quatro ocupantes dos aparelhos ficaram feridos. As causas do acidente não foram determinadas, mas as investigações apontam para uma falha técnica. Milhares de soldados israelenses avançaram ontem sobre o sul do Líbano. A aviação e a artilharia de Israel prosseguiram com os bombardeios, concentrando-se nos bairros muçulmanos xiitas de Beirute, Baalbek e Hermel e em vilas do sul do país, onde o Hezbollah mantém suas bases. Não há informações sobre mortos. Em contrapartida, o Hezbollah lançou mais de 30 foguetes contra o norte de Israel, sem causar vítimas. A ameaça israelense de invasão por terra provocou a primeira reação oficial do Exército do Líbano, que se vem mantendo à margem do confronto e não reagiu aos bombardeios e incursões das tropas de Israel na fronteira. Desde o início dos ataques, 20 militares libaneses foram mortos. O ministro da Defesa libanês, Elias Murr, advertiu que se houver invasão, suas forças vão entrar no conflito. " Estamos esperando por

Ali Jarekji/Reuters

Internacional

Em Aman, manifestantes fizeram protestos contra Israel e os EUA

eles para que possamos defender nossa terra, honra e dignidade. O Exército libanês - e isso eu enfatizo - vai resistir, defender o país e provar que merece respeito", declarou Murr. Na maioria dos ataques anteriores de Israel ao Líbano, incluindo as invasões de 1978 e 1982 - durante as quais Beirute foi ocupada - o Exército não se envolveu nos embates contra os israelenses, travados pelo Hezbollah e outras milícias muçulmanas. Um dia depois de Israel ter despejado 23 toneladas de bombas em seu suposto abrigo subterrâneo em Beirute, o líder do Hezbollah, xeque Hassan Nasrallah, reapareceu ontem em público para reafirmar as exigências do grupo. As autoridades israelenses disseram acreditar que ele estava no local bombardeado. "Mesmo se o universo inteiro vier (pressionar o Hezbollah), isso não trará de volta os soldados israelenses, a não ser por meio de negociações indiretas e troca de prisioneiros", afirmou em entrevista à TV árabe Al-Jazira. Cessar-fogo – Os apelos internacionais pelo fim do conflito se intensificaram ontem. O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, pediu um imediato cessar-fogo, acusou o Hezbollah de "manter o Líbano refém com seus ataques à população civil em Israel" e condenou o governo israelense "pelo uso desproporcional de força e punição coletiva aos libaneses". Apesar dos apelos de Annan, a ONU não tem como intervir porque os EUA, um dos países com poder de veto no Conselho de Segurança apóiam a posição de Israel. (AE/AP)

Não temos intenção de ocupar o Líbano, mas não vamos deixar de adotar medidas necessárias. Amir Peretz, ministro da Defesa de Israel

Milhares de soldados israelenses entraram ontem no Líbano, tomando bairros e vilas muçulmanas no sul do país e entrando em conflito direto com o Hezbollah, que também intensificou os lançamentos de mísseis contra o norte israelense. Preocupado com a gravidade dos ataques, o secretário-geral da ONU condenou árabes e israelenses e fez um apelo pelo cessar-fogo. Em nove dias Yannis Behrakis/Reuters de conflito, pelo menos 340 pessoas morreram e mais de mil ficaram feridas.

ISRAEL ENFRENTA RESISTÊNCIA NO AVANÇO POR TERRA

Helicóptero da Força Aérea do Reino Unido em operação no porto de Beirute: 3 mil cidadãos britânicos foram retirados do Líbano

Oussama Ayoub/AFP

ITAMARATY ORGANIZA RETIRADA

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AFP

Xeque Hassan Nasrallah na TV: Hezbollah só solta prisioneiros após negociação indireta

sexta-feira, sábado e domingo, 21, 22 e 23 de julho de 2006

Jornalistas registram a destruição nos subúrbios do sul de Beirute, de maioria muçulmana xiita, atingidos por mísseis israelenses Yiorgos Karahalis/Reuters

Cidadãos norte-americanos, retirados pelo governo da área de conflito, embarcam em navio numa praia nas proximidades de Beirute Marcos Alves/Diário de S. Paulo/AOG

BRASILEIRO, 17 ANOS, NO FRONT

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comerciante Sleiman Mohamad, de 47 anos, n ã o co n s e g u e m a i s dormir. O filho dele, o brasileiro Bilal Majzoub, 17 anos, nascido em Diadema, está no front. Há dois anos, o pai mandou o filho estudar no Líbano. Ao solicitar o visto permanente, a idade do

garoto foi aumentada em três anos, por um erro do consulado. Resultado: o Exército libanês convocou Bilal para seis meses de serviço obrigatório. Bilal é filho de Sleiman, nascido em Ghazze, sul do Líbano, com Samira Ahmad. A mãe estava com dois filhos menores na cidade natal do marido quando o conflito começou. Agora, foram para a Síria. Em reunião ontem com o cônsul do Líbano em São Paulo, Walid Minkara, o pai de Bilal ouviu a promessa de que o engano será corrigido. (AE/AP)

Sleiman Majzoub: engano colocou o filho no exército libanês

Itamaraty começa hoje uma megaoperação para retirar cerca de 1.300 brasileiros da região do conflito no Oriente Médio. Ônibus fretados pelas Embaixadas do Brasil em Beirute, no Líbano, e Damasco, na Síria, serão levados para Adana, no sul da Turquia, onde funcionará o núcleo de apoio aos brasileiros que fugem do conflito. Estava programada para hoje, às 7h30 (horário local), a saída de três ônibus do prédio do consulado brasileiro em Beirute. Durante o trajeto até a fronteira norte, os veículos serão escoltados pela força militar libanesa. Em Tel-Aviv, a embaixada brasileira comunicou às autoridades israelenses os planos de retirada. Entre hoje e domingo, ônibus fretados pela embaixada em Damasco terão como missão entrar no Vale do Bekaa, no Líbano, para resgatar cerca de 1.000 brasileiros lá isolados, voltar para a Síria e partir rumo à Turquia. Esse será o caminho dos veículos que a partir de sábado transportarão 200 brasileiros que estão em Damasco. Até ontem à noite, diplomatas brasileiros corriam contra o relógio para acertar os detalhes finais. Desde domingo, 200 brasileiros já foram levados à Turquia e, de lá, 89 - 4 deles libaneses naturalizados voltaram para o Brasil no Sucatão, o ex-avião presidencial. Muitos dos brasileiros em Beirute estão em dúvida sobre o que fazer. Sair do Líbano por conta do governo é vantajoso, já que muitos taxistas cobram até US$ 1 mil para chegar à fronteira com a Síria. O problema, dizem alguns brasileiros, é o depois. Quanto tempo terão de ficar na Turquia? Quem pagará o hotel? E a passagem de volta para o Brasil? A curitibana Fauzie Fauaz, empresária de 42 anos, faz justamente essas perguntas. Ela, a mãe e a filha, Gihan, têm passagem com saída do aeroporto de Beirute, destruído pela aviação israelense. A empresa Middle East diz que não tem culpa que a pista não tem mais condições de uso. Fauzie não queria sair, mas foi convencida pela filha. "Já abusei um pouco da sorte e não vou pagar para ver ficando aqui". (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 21, 22 e 23 de julho de 2006

1 O chinês Lap Wai Chan é um dos sócios do fundo de investimentos Matlin Patterson, que comprou a Varig.

EMPRESA SUSPENDE 36 ROTAS DOMÉSTICAS E VAI OPERAR ATÉ O DIA 28 SOMENTE ENTRE RIO E SÃO PAULO

VENDIDA, A VARIG CORTA VÔOS E DEMITE

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epois de 13 meses em recuperação judicial, a Varig foi arrematada ontem em leilão por US$ 505 milhões pela Aero Transportes Aéreos S.A, razão social da ex-subsidiária de logística e transporte de cargas VarigLog. Oito horas após o martelo ter sido batido, porém, a companhia anunciou que vai operar apenas a ponte aérea, de hoje até o dia 28. A freqüência nessa rota aumentou de 10 para 36 vôos diários, mas estão suspensos todas as demais linhas nacionais e internacionais. A Varig informa que os passageiros com passagens nesse período serão acomodados em outras companhias aéreas. O preço pago pela VarigLog inclui US$ 20 milhões já desembolsados para custear a operação da companhia aérea até sua venda. Outros US$ 485 milhões estão reservados para investimento e obrigações que a VarigLog terá de assumir, nos próximos 10 anos, para contribuir com a redução do passivo de R$ 7,9 bilhões da companhia. "Para aqueles que apostaram que a Varig ia morrer, renasce aqui uma nova Varig", afirmou o presidente da companhia aérea, Marcelo Bottini, logo após ter batido o martelo do leilão. Em até três dias, deverá ser divulgada uma lista com as demissões que serão realizadas, cerca de 8 mil, e a nova diretoria da empresa. Nos próximos 60 dias, a VarigLog deverá contratar 1.680 trabalhadores para a nova Varig, que deverá iniciar sua operação com 15 aeronaves. A informação é do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), que tomou conhecimento do planejamento em reunião com a VarigLog. Ontem, a Varig informou que tem em torno de 10 mil empregados e está voando com 13 aviões, de uma frota de cerca de 60 unidades. Nos próximos 12 meses, a idéia da VarigLog é ter uma frota de 30 aviões, com média mensal de até dois jatos novos e a conseqüente contratação de até 110 empregados por avião. "Temos inúmeros problemas a serem superados nos próximos 30 a 60 dias", disse a presidente do SNA, Graziella

Fotos: Bruno Domingos/Reuters

Baggio. A presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino, contou que os sindicatos pedirão uma audiência com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, para discutir a situação dos empregados da Varig. Smil es – Funcionários da Varig relatam que o programa de milhagem Smiles, com 6 milhões de usuários e R$ 70 milhões de milhas a serem honradas, estaria sendo negociado para a Aeroplan, programa de milhagem da Air Canada. Pelo plano de compra da VarigLog, o Smiles ficaria na nova Varig e a ex-subsidiária se comprometeu a honrar seu passivo. A nova Varig herdará a marca principal e a da subsidiária Rio Sul, além das concessões de rotas dessas duas empresas. Também terá toda a operação comercial, que inclui a venda de passagens. A redução do passivo de R$ 7,9 bilhões da companhia ficará a cargo da chamada Varig antiga, que vai operar com a marca Nordeste apenas um vôo, o de ida e volta Congonhas-Porto Seguro. Essa empresa deverá ter duas aeronaves para fazer

fretamento para a nova Varig, num contrato de três anos que renderá receita de R$ 15 milhões. Também está previsto um centro de treinamento de pilotos, que será alugado pela nova Varig por 10 anos, o que vai render um faturamento de R$ 10 milhões nesse período. A Varig antiga receberá aluguel dos imóveis da empresa. Obsessão – Comprar a Varig se transformou quase em uma obsessão para o chinês Lap Wai Chan. Sócio minoritário dos americanos David Matlin e Mark Patterson no fundo de investimentos Matlin Patterson – que comprou a Varig em sociedade com a VarigLog – Lap não saia do Brasil nos últimos tempos. Fluente em português por influência materna, Lap tem 39 anos e mora nos Estados Unidos. Em dezembro do ano passado, em sociedade com o empresário Marco Antonio Audi, com quem criou a Volo do Brasil, o fundo Matlin Patterson arrematou a VarigLog por US$ 42,8 milhões – um valor considerado pequeno, ante um faturamento de R$ 1 bilhão da companhia. (AE)

Funcionários da companhia aérea choraram e se abraçaram após a venda para a VarigLog

Preocupação dos trabalhadores agora é com a possível demissão de 8 mil funcionários da empresa

Linhas terão de ser confirmadas em até 30 dias

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presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, explicou ontem, depois do leilão da Varig, que a companhia aérea tem 30 dias após a homologação da venda para a VarigLog para comprovar que tem condições de manter todas as suas linhas. Nos últimos meses, a companhia aérea deixou de operar várias rotas, que foram atendidas por outras empresas em um

plano de contingência preparado pela Anac. Zuanazzi disse que a autorização da agência para a nova companhia que será criada para incorporar os ativos da Varig dependerá do cumprimento dos prérequisitos exigidos pela Anac. Da proposta total da VarigLog para a compra da Varig, de US$ 500 milhões, US$ 24 milhões fazem parte do preço mínimo para arrematar a empresa no leilão. Os demais recursos da oferta serão destinados a investimentos na chamada nova Varig e no reconhecimento de dívidas. A Varig vai parar de voar

para as 11 cidades que ainda servia no exterior e para 12 das 14 cidades brasileiras nas quais atuava. Restarão apenas os vôos entre Rio e São Paulo, que estão sendo ampliados de dez para 36 diários. Segundo a Varig, a partir do dia 28, as demais rotas, domésticas e internacionais, "serão retomadas gradativamente". Uma fonte que acompanha o dia-a-dia da empresa contou que até o fim da tarde a expectativa era de que a Varig parasse de operar totalmente por três ou quatro dias, para definições internas e estruturação. (AE)

É a vez da Justiça dos EUA Venda não agrada a governo Varig volta a enfrentar hoje mais uma audiência na Corte de Falências de Nova York, no embate para evitar o arresto de aviões e a execução de dívidas anteriores a junho de 2005. Mas, desta vez, a empresa chegará à audiência conduzida pelo juiz Robert Drain com trunfos que pesam a favor da manutenção da liminar, como a venda para a VarigLog e um movimento insólito no processo que se arrasta há meses: credores protocolaram um pedido ao juiz para a prorrogação da liminar concedida. O pedido dos advogados James Spiotto e Richard Hiersteiner, que representam os credores US Bank e Wells Fargo, tem como condição a continuidade dos esforços recentes da Varig na preparação da devolução das aeronaves. Esse es-

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forço da Varig para colaborar no processo relacionado às questões burocráticas quanto à documentação dos jatos desses credores segue determinação do juiz Drain feita na audiência de 28 de junho, e reiterada no início de julho. As determinações, naquele período, foram para que a empresa interrompesse imediatamente as operações dos jatos e colaborasse com os pedidos que fossem encaminhados por escrito pelos advogados de credores ao advogado da Varig em NY, Rick Antonoff, solicitando o retorno de jatos. Assim, a decisão de Drain, ao mesmo tempo em que protegia a Varig da execução de dívidas anteriores a 2005 e impedia o retorno forçado das aeronaves, concedia, aos credores, o direito de receber seus aviões de volta em um prazo de dez

dias após o pedido, organizando o Plano de Contingência para Retorno de Aeronaves. Repatriação – Dessa forma, desde o início deste mês, dizem Spiotto e Hiersteiner, seus clientes vêm trabalhando na segurança e pouso das aeronaves e recolocação de partes que haviam sido retiradas dos aviões. Eles estão tendo a cooperação da Varig na desvinculação do registro dos jatos no Brasil para a repatriação. Para facilitar a continuidade dessa devolução ordenada, os credores protocolaram o pedido para uma outra audiência nos próximos 30 a 45 dias, a partir de hoje. Contudo, os advogados dos credores tomam o cuidado de reiterar que são contra o pedido do advogado da Varig, que quer transformar a liminar temporária em permanente. (AE)

Procon pede respostas

s órgãos de defesa do consumidor esperam por esclarecimentos da Justiça e dos novos controladores da Varig sobre quem responderá por possíveis novos conflitos envolvendo clientes da

companhia aérea. Segundo a diretoraexecutiva do Procon SP, Maria Aparecida Sampaio, as informações disponíveis até o momento não dizem quem irá responder por compromissos. (AG)

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venda da Varig para a VarigLog ontem não agradou ao governo, que esperava a participação de um grupo mais forte no leilão da companhia aérea. O ministro da Defesa, Waldir Pires, ressaltou que a compradora, a única qualificada a disputar o controle da empresa, terá de mostrar condições financeiras para garantir recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento e Social (BNDES). "Gostaria e esperava que tivesse havido um esforço conjunto de empresas para a solução dos problemas da Varig", disse. "Eu desejaria que nossas empresas tivessem feito um consórcio, se juntado e encontrado uma solução mais robusta." Em Córdoba, na Argentina, onde participa da reunião do Conselho do Mercosul, o ministro da Fazenda, Guido Mantega também comentou a venda. "Se a Varig conseguiu uma saída, fico satisfeito." Ele não analisou detalhes da operação, explicando que estava sendo informado do resultado naquele momento. Depois de participar da entrega da medalha do mérito Santos Dumont, concedida pelo comando da Aeronáutica,

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Waldir Pires ponderou, na entrevista, que mesmo não sendo uma "solução robusta", a venda da Varig para a VarigLog dá condições para que os bancos financiem a companhia. "Se (a VarigLog) for uma empresa que tenha condições, eu tenho a impressão de que a Varig vai ter possibilidade de negociar financiamento com os bancos." O ministro destacou que a BR Distribuidora, o BNDES e a Infraero sempre estiveram abertos na busca de uma solução para a companhia aérea. "Evidentemente, (as ajudas) devem ser para pessoas jurídicas que têm crédito", disse. "Não entro no detalhe de quem comprou a Varig, o que achei bom é que não tenha tido a falência", completou o ministro. Pires observou que a Varig será beneficiada pela tendência de crescimento do mercado aéreo de transportes. O ministro elogiou a postura do juiz Luiz Roberto Ayoub, que conduziu o processo de recuperação judicial da Varig. "Ele (Ayoub) decidiu na circunstância que encontrou", disse. Infraero – O presidente da Empresa Brasileira de InfraEstrutura Aeroportuária (Infraero), brigadeiro José Carlos

Pereira, avaliou que a venda da Varig para a VarigLog foi a melhor solução para os credores estatais da companhia. "Essa situação melhora muito a nossa perspectiva como credores da Varig", disse o brigadeiro. "Ainda não posso dizer que se encerrou a novela, mas posso afirmar que se chegou ao penúltimo capítulo", comentou. Os controladores da Varig operacional vendida ontem, segundo o brigadeiro, levarão cerca de 50 a 60 dias para começar a negociar com os credores, como a Infraero, o pagamento das dívidas acumuladas a partir de junho do ano passado. Foi nesse mês de 2005 que a companhia aérea entrou em processo de recuperação judicial pelas regras da nova legislação de falência de empresas. Esse período de até dois meses é o prazo mínimo, estimado pelo brigadeiro, para que ocorra a homologação definitiva da operação de venda. Desde 30 de junho, a companhia está recolhendo as tarifas no dia anterior aos vôos. Até ontem, já tinham sido pagos dessa forma R$ 4,2 milhões. A Varig deve à Infraero no total cerca de R$ 600 milhões em tarifas aeroportuárias. (AE)


Forró eleitoral

Veja Alckmin: está dançando. Veja Heloisa Helena: sente-se em casa. Ambos foram pedir a bênção de Padre Cícero. Amanhã, veremos Lula no Recife. O NE são 33 milhões de votos. Página 3 Dida Sampaio/AE

Dida Sampaio/AE

Ano 81 - Nº 22.174

São Paulo, sexta-feira a domingo, 21 a 23 de julho de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h50

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

Varig recomeça na ponte aérea Depois de 13 meses em recuperação judicial, a empresa foi arrematada em leilão por US$ 505 milhões pelo Aero Transportes Aéreos, razão social da ex-subsidiária VarigLog. A nova Varig anuncia que vai operar, de hoje até o dia 28, só a ponte aérea. Eco/1 Ilustrações: Abê e Roberto Alvarenga

Leão engorda R$ 2 bi acima da meta Ao arrecadar R$ 175,3 bilhões de janeiro a junho, Fisco ultrapassa a meta estabelecida pelo governo e bate novo recorde. Página 3

cYannis Behrakis/Reuters

Johnny Depp, em Piratas do Caribe II: show. Na Pinacoteca, o gênio de Tarsila: obra preciosa.

Ayrton Vignola/Folha Imagem

Batalhas em terra. Cresce o êxodo.

Divulgação

Cinema espetacular, o fino da arte brasileira. Bom fim de semana!

Internacional/8 HOJE Sol Máxima 27º C. Mínima 10º C.

AMANHÃ

Jurados selam hoje destino de Suzane Duelo final entre defesa e acusação, que pede 50 anos de cadeia para Suzane, Daniel e Christian Cravinhos (foto). Pág. 2

Buena Vista/Divulgação

Sol Máxima 27º C. Mínima 10º C.


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Nacional Finanças Comércio Exterior Imóveis

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 21, 22 e 23 de julho de 2006

CHEFES DE ESTADO DO MERCOSUL E VIZINHOS JUNTOS

Ministério da Agricultura descartou existência de novo foco da virose de Newcastle no País.

PEDIDO IRREVERENTE DO PRESIDENTE DA VENEZUELA POLEMIZA REUNIÃO DE LÍDERES DO MERCOSUL

MERCOSUL: CHÁVEZ QUER UMA ESTRELA

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em bem tornou a Venezuela o quinto sócio pleno do Mercosul, o presidente Hugo Chávez já deseja mudar até a bandeira do bloco. Isso foi o que indicou um dos aliados do presidente venezuelano no Parlamento, o deputado Francisco Torrealba. Segundo ele, o Mercosul precisaria acrescentar mais uma estrela ao logotipo do bloco. A bandeira do Mercosul possui quatro estrelas, representando os sócios fundadores do bloco: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. "Como cada estrela na bandeira do Mercosul representa um país, o fato de a Venezuela ter entrado implicaria incorporar mais uma estrela", argumentou Torrealba. A proposta provocou reações de senadores e deputados dos outros países que participavam da reunião da Comissão Parlamentar do Mercosul, organismo que pretende ser o embrião de um futuro Parlamento do Mercosul. O presidente da Venezuela desembarcou no fim da tarde de ontem em Córdoba para participar da 30ª Reunião Ordinária de Presidentes do Mercosul. Na chegada, Chávez declarou aos jornalistas que essa será a "Cúpula dos povos latino-americanos". "Vamos escrever a nova história da América Latina." Antes, entretanto, Chávez reuniu-se, em Buenos Aires, com Néstor Kirchner, presidente da Argentina, para discutir detalhes do "Bônus do Sul", um projeto binacional de título da dívida pública. A proposta foi aceita com entusiasmo por Chávez, que nos últimos tempos se tornou o "padrinho financeiro" da região, graças aos petrodólares. Desde o primeiro semestre do ano passado, ele já adquiriu mais de US$ 3 bilhões em títulos da dívida pública argentina, a maioria com vencimento

em 2012. Chávez costuma afirmar que os "Bônus Kirchner" são mais confiáveis que os títulos do Tesouro de "Mister Danger" (Senhor Perigo), como se refere ao presidente americano George W. Bush. Banco regional – Durante a reunião, a ministra da Economia, Felisa Miceli, propôs a adesão dos demais países da região à proposta do "Bônus do Sul", que será lançado até o fim de setembro (leia texto abaixo). O chanceler argentino, Jorge Taiana, também destacou a importância da criação de um banco regional, o "Banco do Sul", "para financiar projetos produtivos" para o Mercosul. Segundo ele, é preciso elaborar "políticas públicas setoriais complementárias" e trabalhar na "reforma institucional progressiva, que possa ir desarmando os obstáculos existentes na estrutura internacional". Durante a reunião, o governo do presidente Néstor Kirchner rejeitou de forma categórica a oferta de diálogo do presidente uruguaio, Tabaré Vazquez, para tentar encontrar uma solução para a "guerra da celulose", travada há quase um ano entre Argentina e Uruguai. Os representantes uruguaios propuseram a criação de uma comissão binacional para fiscalizar a construção e o funcionamento das polêmicas fábricas de celulose – pertencentes à espanhola Ence e à finlandesa Botnia – que estão sendo instaladas no município uruguaio de Fray Bentos, à margem do Rio Uruguai, na fronteira dos dois países. O presidente cubano, Fidel Castro, também participa da reunião. O motivo oficial do convite é a conclusão das negociações de um acordo comercial do bloco do Cone Sul. Mas a presença de Fidel, segundo os analistas políticos, inclinará "perigosamente" a cúpula para a esquerda. (Agências)

Ministros da região afinam os discursos

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Chávez, presidente da Venezuela, propõe novo logo para o bloco comercial

Lula desembarca em Córdoba para reunião do Mercosul

É preciso 39 dias para exportar Andrea Felizolla/LUZ

m estudo do Banco Mundial, intitulado "Trading on Time", que faz parte do relatório Doing Business 2006, mostra que a tramitação de documentos consome 59% do tempo de todo um processo de exportação, desde a venda ao embarque da mercadoria. O levantamento foi feito em janeiro de 2005, com base na legislação e em simulações no Porto de Santos, em São Paulo, e apresentado ontem a empresários na capital paulista. O estudo mostra que os empresários brasileiros levam 39 dias para cumprir todos os procedimentos exigidos na exportação. Os processos de importação também são morosos no Brasil. São necessários 32 dias para o recebimento das mercadorias. Nesses dois quesitos, o País campeão em agili-

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Economia em passos lentos

Sergio Leopoldo Rodrigues

dade, segundo o diretor-executivo do Banco Mundial, o brasileiro Otaviano Canuto, é a Dinamarca, onde os processos aduaneiros demoram cinco dias, tanto para importar, como para exportar. O Brasil

nos procedimentos, o Chile conseguiu aumentar a arrecadação tributária com as mudanças. Entre os trabalhos feitos, destaque para a informatização e o uso de avaliação de risco dos contêineres. O Banco Mundial está investindo US$ 1 bilhão para a modernização aduaneira na Europa, na Ásia e em países emergentes. Na Alemanha e Egito, foi estabelecido um limite de tempo para a aduana liberar a carga. Se esse prazo não for cumprido, a carga está livre. Na Hungria e Ilhas Fiji, os arquivos aduaneiros são aprovados em dez minutos. Cerca de 80% dos embarques são liberados sem paradas e 2% dos contêineres são abertos. "É usada a gestão de risco para verificar a carga que pode ter algum problema", disse Enrique Fanta. Adriana David

Sadia eleva oferta pela Perdigão Sadia elevou ontem a oferta de compra das ações da Perdigão de R$ 27,88 para R$ 29 por papel – um incremento no preço final de cerca de R$ 150 milhões. O reajuste foi de 4%. Com isso, a oferta por 100% do capital da Perdigão sobe de R$ 3,734 bilhões para R$ 3,884 bilhões. A nova proposta da Sadia mantém viva a primeira oferta hostil lançada no mercado brasileiro e transfere agora para a Perdigão novamente a tarefa de responder à ofensiva. Segundo Mauro Guizeline, advogado que participou da formulação da oferta pública, o objetivo da Sadia é fazer com

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FORD Montadora teve um prejuízo de US$ 123 milhões no segundo trimestre de 2006.

CSN NEGOCIA COM AMERICANA WHEELING STEEL

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Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) informou ontem que as negociações sobre a A TÉ LOGO

que o novo valor seja avaliado pelos acionistas da Perdigão. A primeira proposta foi recusada pela Perdigão com base em dois argumentos: o preço baixo e uma questão jurídica existente no artigo 37 do Estatuto Social da empresa. A Sadia acredita que a alegação da Perdigão de que a empresa não podia fazer uma oferta pública por não ser acionista foi derrubada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A expectativa é de que a direção da Perdigão chame uma assembléia de acionistas para a escolha de um avaliador que faça um laudo sobre o valor econômico da empresa.

Ó RBITA

aliança estratégica com a Wheeling-Pittsburgh Steel Corporation estão em estágio avançado. Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a siderúrgica brasileira informou que acredita que a

Os executivos da Perdigão não se pronunciaram sobre o novo lance da negociação. A direção da empresa confirmou ontem que um grupo de 55,38% dos acionistas recusou a oferta feita pela Sadia. A CVM havia determinado o prazo limite de 24 horas, após a confirmação da rejeição da oferta pela Perdigão, para a Sadia anunciar o que faria com a proposta de compra. O prazo venceria hoje antes da abertura do pregão da Bovespa. Com a recusa de um bloco de 55,38% das ações, a opção seria a de revogar a proposta ou alterá-la. A Perdigão deverá falar hoje sobre o novo lance. (AE)

KLABIN Fabricante de celulose fechou segundo trimestre com lucro líquido de R$ 97,8 milhões.

aliança trará "grandes benefícios" como integração de know-how de produção global e instalações e acesso a insumos-chave. A aliança poderia envolver participação minoritária da CSN na WheelingPittsburgh. (Reuters)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Pacote cambial provoca queda-de-braço entre Desenvolvimento e Receita Volkswagen abre hoje plano de demissão para cortar 160 empregos

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economia brasileira vai bem, mas caminha a passos lentos, enquanto outros países emergentes aproveitam melhor a maré do crescimento mundial, puxada pela economia dos Estados Unidos. O destaque positivo fica por conta da inflação no País, mais baixa que o esperado. Apesar disso, empresários e economistas não escondem a preocupação com o aumento dos gastos públicos. E lá fora crescem os perspectivas de uma elevação da taxa de juros nos EUA, para tentar conter a inflação, que já empata com a brasileira. "A junção dos dois fatores indica que o Brasil continuará tendo crescimento medíocre em 2007, entre 2% e 3%", projetou um professor de economia da USP, que participou ontem da reunião de conjuntura da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Liquidações – O consumidor deverá lucrar com liquidações da linha marrom (televisores, DVDs e portáteis), que ficaram nos estoques depois da Copa. O varejo apresentou pequeno crescimento no primeiro semestre, mas com poucas perspectivas de retomada maior no segundo.

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Canuto: Dinamarca é mais ágil

perde para países como Argentina, Coréia do Sul, Colômbia e Venezuela. Mas está a frente dos africanos. "São os países mais pobres que mais impõem obstáculos", disse. Gastos – Os custos aduaneiros e administrativos são outra barreira para os empresários brasileiros, já que representam 20% do valor dos embarques. Em parte, isso ocorre pelo número de entidades governamentais. No Brasil, são 20, a mesma quantidade de documentos exigidos do exportador. "O ideal seria ter uma cadeia integrada para autorizações online", defendeu o especialista em administração fiscal e aduaneira do Banco Mundial, o chileno Enrique Fanta. Segundo Fanta, 25 países emergentes, como o Chile, já concluíram as reformas aduaneiras. Em 20 anos de reformas

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ternacional (FMI), a ser realizada em setembro, em Cingapura, e nos encontros seguintes da organização. Entretanto, foi cuidadoso ao reiterar que isso não significará negociação em conjunto com o FMI, como sugeriu a ministra argentina. Mantega igualmente foi cauteloso ao avaliar outra sugestão argentina – a criação do Banco de Desenvolvimento do Mercosul, uma espécie de BNDES para financiamento de obras de infra-estrutura na região, com sede no país vizinho. Com cuidado para não trombar diretamente com Miceli, disse que teme ver construída mais uma estrutura burocrática. Acrescentou que prefere a criação de uma agência de fomento, para a qual o BNDES poderia aportar recursos, e que poderia ser operada pela Corporação Andina de Fomento (CAF), que já tem uma estrutura adequada. Debutante – Mantega participou pela primeira vez como ministro da Fazenda em uma reunião de cúpula do Mercosul. Hoje, assumirá a coordenação de seus colegas da área econômica até dezembro. Animado, o ministro propôs uma reunião, em setembro, para resolver problemas no comércio bilateral que se mostram insolúveis. Entre eles, as reclamações dos sócios menores, o Uruguai e o Paraguai, que se mostram insatisfeitos com os parcos ganhos com a integração regional. (AE)

Juan Mabromata/AFP

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rasil e Argentina pretendem eliminar a intermediação do dólar nas operações comerciais entre os dois países, que passaria a ser feita em reais e pesos. O anúncio foi feito ontem pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. A iniciativa teria o objetivo de fortalecer as moedas locais e, especialmente, aliviar a pressão dos ingressos de dólares resultantes do comércio bilateral nas taxas de câmbio de cada país. A proposta de adoção dessa nova "arquitetura financeira", assegurou Mantega, foi apresentada durante reunião de ministros de Economia do Mercosul, e será analisada particularmente pelos dois sócios maiores. "Isso não existe em outras partes do mundo. Mas seria uma maneira de fortalecer nossas moedas", disse. Os ministros Mantega e Felisa Miceli, da Argentina, não definiram se essa "arquitetura financeira" pode ser adicionada ao Convênio de Créditos Recíprocos (CCR), mecanismo de países latino-americanos de compensação das operações comerciais, com garantia dos respectivos bancos centrais. Cautela – A comunhão de idéias entre Mantega e Miceli, entretanto, não passou desse ponto. Diplomaticamente, o ministro afirmou à imprensa ter considerado "positiva" a proposta de sua colega de afinar as posições dos países do Mercosul e outros vizinhos par a a p ró x i m a A s s e m b l é i a Anual do Fundo Monetário In-

Juan Mabromata/AFP

Lucro líquido do Google sobe 110% no trimestre, mas ações caem


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 21, 22 e 23 de julho de 2006

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Política NORDESTE, O DESTINO DE QUEM QUER VOTO. Com um universo de 33 millhões de eleitores – o que a torna o segundo maior colégio eleitoral do País –, a região Nordeste seria, só por isso, um pólo de sedução irresistível para qualquer aspirante ao Palácio do Planalto. Mas a atratividade ainda é muito maior para os atuais postulantes ao cargo de presidente da República: é ali que o atual ocupante do posto, o presidente Lula (PT/PCdoB/PRB), tem a grande sustentação de sua liderança nas pesquisas de intenção de votos. Não é por acaso que ele começará o seu corpo-a-corpo na campanha no Recife, em Pernambuco. Também não é à toa que foram para o Ceará, ontem, os seus dois principais adversários – Geraldo Alckmin (PSDB/PFL) e Heloísa Helena (PSol/PCB/PSTU). Ambos estiveram até em Juazeiro do Norte para dividir as bênçãos do Padre Cícero com os milhares de devotos em homenagem aos 72 anos da morte do beato. Além de pagar promessas, os fiéis ouviram outras – as que podem render um mar de votos para quem as faz.

Dida Sampaio/AE

LULA NOS BRAÇOS DO POVO

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HELOÍSA HELENA 'PIMENTINHA' NAS ELEIÇÕES

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candidata do Psol à presidência, senadora Heloísa Helena, que cumpre agenda de campanha no Ceará, compareceu ontem à missa dos 72 anos da morte do Padre Cícero, em Juazeiro do Norte, região sul do Ceará. A cerimônia atraiu cerca de 30 mil romeiros de todo o Nordeste e a candidata, que chegou com alguns minutos de atraso, ficou de pé na última fila do palanque das autoridades. O palanque contou com a presença do governador do Ceará, Lúcio Alcântara, e do prefeito Raimundo Macedo, ambos do PSDB. "Um senhor em uma feira falou para mim que essa eleição tem o rei da abobrinha (Lula) e o chuchu (Alckmin). Agora vai ter a pimentinha" brincou a candidata com os jornalistas, ainda eufórica com o bom desempenho nas últimas pesquisas. Na missa, a senadora

chegou a chorar e, mesmo discreta, causou furor ao descer do palanque. O assédio, principalmente das mulheres, era tanto que ela levou dez minutos para andar sete metros e uma multidão que formou ao seu redor. Redução de taxas – Nas entrevistas voltou a defender a reestruturação do Bolsa Família e a redução das taxas de juros para 6,5%. "Isso garantiria o R$ 161 bilhões por ano para investimentos públicos", disse, chamando os diretores do Branco Central, o presidente Lula e o expresidente Fernando Henrique Cardoso de "moleques de recado do capital financeiro". "Os banqueiros fazem o que querem porque têm os homenzinhos acovardados e incapazes", cutucou. Indagada sobre se suas propostas políticas não eram semelhantes às do presidente venezuelano Hugo Chávez,

bateu as mãos no peito e disse: "num governo de Heloísa Helena não manda nem Bush, nem Chávez. Manda Loló", sorriu batendo as mãos no peito, mostrando que Loló era ela. À noite, a candidata retomou os ataques a seus adversários políticos, em Fortaleza, numa plenária para cerca de 130 militantes. Ela trajava chapéu de cangaceira, que ganhou em visita ao Mercado Municipal. "A gente tá crescendo na campanha e vendo a histeria lá no Palácio do Planalto", disse, chamando os ministros de "empregadinhos de Lula". "A feira do chuchu disse que o nosso crescimento foi pequeno. A gente está em seu encalço (Geraldo Alckmin), e depois no da majestade Barbuda (Lula)", discursou. "Que gentalha maldosa, quês (sic) cabra ruim só porque agente cresceu um pouquinho." (AE)

Num governo de Heloísa Helena não manda nem Bush, nem Chávez. Manda Loló. Heloísa Helena (PSol), ao comentar que suas propostas não sofrem influências externas

Dida Sampaio/AE

O PT estava com salto alto, salto número 15. Na hora em que for para o segundo turno, já vai meio derrotado psicologicamente. Geraldo Alckmin (PSDB)

GERALDO ALCKMIN IDÉIA DE UM NOVO NORDESTE

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mbalado pelas pesquisas de intenção de votos que indicam a possibilidade de a eleição presidencial ser decidida em dois turnos, o candidato do PSDB à presidência, Geraldo Alckmin, deu início ontem à nova ofensiva no Nordeste, região onde é pouco conhecido, e criticou o "salto alto" do PT e do presidente Lula. Em campanha em Fortaleza e no interior do Ceará, o tucano anunciou que no próximo dia 4 de agosto, em Recife, apresentará seu programa de governo para a região, chamado de Novo Nordeste. São 12 propostas para enfrentar as disparidades e implantar uma política de desenvolvimento na região. "Desde Celso Furtado, nenhum outro candidato à presidência fez algo parecido para o Nordeste", antecipou o presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), que acompanhou o candidato

tucano durante palestra voltada para representantes da Associação de Jovens Empresários. Segundo turno – Otimista e entusiasmado com a mudança no quadro que apontava como quase certa a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva já no primeiro turno, Alckmin afirmou que esse clima de já ganhou que vinha prevalecendo entre os petistas pode acabar sendo substituído por uma sensação de derrota só com a ida de Lula para o segundo turno. Ele afirmou que a certeza no segundo turno fez o presidente Lula mudar a estratégia e partir agora para o corpo a corpo. "O PT estava com salto alto, salto número 15. Na hora em que for para o segundo turno, já vai meio derrotado psicologicamente", previu o tucano, em entrevista a Rádio Juazeiro, na capital do Ceará. Segundo Alckmin, as intenções de voto em Heloísa

Helena (PSol) vão crescer, mas não o ameaçam: "Não há nenhum perigo". Para tenta reduzir o favoritismo de Lula na disputa presidencial, Alckmin aproveitou a oportunidade para ressaltar mais uma vez sua intenção de manter o Bolsa-Família, um dos principais cabos eleitorais de Lula. "É mentira o que o PT anda dizendo, de que vamos acabar com o Bolsa Família. Pelo contrário, vamos continuar, ampliar e aperfeiçoar esse programa." Com um discurso voltado também para a questão da ética na política, Alckmin lamentou que a onda de denúncias de corrupção que atingiram o governo federal e o Legislativo tenha "roubado a esperança" do povo. "Política é coisa boa. Política não pode ser um clube de má fama, onde ninguém quer participar, só jogar pedra", salientou. (Agências)

Ed Ferreira/AE

Sou um animal político. Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao comentar que, apesar de estar 'enferrujado' para campanhas políticas, não vê a hora de pôr o pé na estrada

iante da possibilidade de segundo turno na eleição para o Palácio do Planalto, indicada em pesquisas de intenção de voto, o comando da campanha petista decidiu jogar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos braços do povo. Para popularizar ainda mais a imagem do presidentecandidato, que assumirá o estilo garoto propaganda do governo nas viagens pelo País, o comitê da reeleição prepara vários atos de rua nos Estados, a partir de amanhã. A nova estratégia apelará para o tom emocional e pretende realçar o que Lula tem de mais forte: a identidade com os mais humildes. Amparado em pesquisas qualitativas, o publicitário João Santana está convencido de que é preciso sair da retaguarda e exibir o estilo carismático de Lula no palanque para enfrentar com "paz e amor" os tiros dos adversários, principalmente os desferidos por Geraldo Alckmin, do PSDB. Propaganda – Ontem, Lula trocou a agenda no Palácio do Planalto pela primeira gravação de cenas para a propaganda eleitoral gratuita, que irá ao ar no dia 15 de agosto. Apesar de comentar em público que perdeu o hábito de fazer campanha, Lula vive afirmando, em conversas reservadas, que não vê a hora de pôr o pé na estrada. "Sou um animal político." Ele já decorou até o novo jingle, que não por acaso é um baião – ritmo do Nordeste, onde ele aparece com mais de 60% das preferências – e o apresenta como o primeiro presidente que tem a "alma do povo" e a "cara da gente". Em Córdoba, na Argentina, onde desembarcou no início da noite, Lula comentou que a ascensão da candidata do PSol, a senadora Heloísa Helena, não o assusta. "Acho ótimo que ela cresça e espero que os outros candidatos também cresçam, porque senão não haverá eleição", desdenhou. "O crescimento dela é importante para a democracia brasileira". Recife – A largada oficial da quinta campanha presidencial de Lula será dada sábado, em comício no Recife, justamente no emblemático bairro de Brasília Teimosa, erguido após uma invasão e reurbanizado em seu governo. No domingo, ele tem encontro com intelectuais em Olinda. (AE)


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Compor tamento Ambiente Urbanismo Transpor te

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 21, 22 e 23 de julho de 2006

O vale é como qualquer outro lugar para receber eventos Andrea Matarazzo, secretário de Coordenação das Subprefeituras

VALE FICOU LOTADO NOS JOGOS DA COPA

Milton Mansilha/Luz

Rejane Tamoto

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hows, torcidas e centenas de pessoas. Estas cenas são cada vez mais frequentes no vale do Anhangabaú devido a eventos como a virada Cultural e comemorações da Copa do Mundo. Os atos indicam uma possível vocação para o cartão postal do Centro de São Paulo: a de ocupar o posto de espaço urbano para eventos, que deixará de ser da avenida Paulista em 2007. Esta idéia, no entanto, provoca polêmica entre uma organização não-governamental, Prefeitura e no comércio. O subprefeito da Sé e secretário Municipal de Coordenação das Subprefeituras, Andrea Matarazzo, considera que os eventos que atraem público de várias regiões da cidade são importantes para a revitalização do Centro. "O vale é como qualquer outro lugar da cidade para receber eventos". De outro lado, a Associação Viva o Centro defende que o vale do Anhangabaú seja um portal de acesso à região central. Uma das propostas da entidade é que dois calçadões sejam abertos ao tráfego de veículos e atendam as empresas instaladas na região. Na concepção da entidade, o vale do Anhangabaú também deve ser uma praça voltada para atividades que não gerem barulho excessivo, nem concentração muito grande de pessoas. No comércio, a questão divide as opiniões. Comércio - O gerente do tradicional restaurante Guanabara - que fica localizado na avenida São João com o vale do Anhangabaú - Edvalson Ferreira da SilMilton Mansilha/Luz va, de 55 anos, acredita que a realização de eventos pode ser positiva para a revitalização. Conhecido como Vavá do Bexiga, o gerente está há oito anos na região e ressalta que os eventos atraem públicos de vários bairros, mas nem sempre trazem retorno financeiro ao estabele cimento. "Meus clientes são Vavá do Bexiga afirma as pessoas que traque eventos nem sempre balham no Centro e aumentam o movimento almoçam aqui todos de clientes no restaurante os dias", disse. Para uma jornaleira - que não quis se identificar por temer represálias - os eventos mascaram problemas profundos que existem no vale, como a presença constante de crianças usando drogas e moradores de rua. Ela teme que outros atos tragam mais destruição ao local. "Quando há shows aqui, os assaltos continuam. As pessoas que estão no evento, e são assaltadas, vêm à minha banca e pedem para usar o telefone". A banca, que está no vale há 30 anos, também já foi destruída durante um show. "As pessoas sobem nas árvores, consomem bebidas alcoólicas e estragam o gramado". Revitalização - Segundo o superintendente da Associação Viva o Centro, Marco Antônio Ramos de Almeida, é importante estudar o impacto da realização de eventos no vale do Anhangabaú para a revitalização da região central. "Os eventos atraem pessoas, mas podem afastar as empresas. Na década de 90, quando havia muitos shows no vale do Anhangabaú, as empresas foram embora por causa da destruição e do vandalismo contra jardins e edifícios. Era um lamaçal", disse. Outro argumento do superintendente contra as aglomerações no vale do Anhangabaú é a inadequação do espaço a eventos de massa pela acústica deficiente. "O som é baixo para quem anda pelo vale, mas é alto e ecoa para quem está trabalhando em edifícios históricos como o Conde Prates e o Esplanada". O subprefeito da Sé e secretário Municipal de Coordenação das Subprefeituras, Andrea Matarazzo disse que somente eventos importantes, e de interesse para a população da cidade, poderão ser realizados no vale do Anhangabaú. Matarazzo explicou que cada pedido será analisado isoladamente. "Não vamos autorizar

O vale do Anhangabaú, na região central, tem abrigado vários eventos nos últimos meses, mas não tem a mesma capacidade de público da avenida Paulista Caio Mattos/Viva o Centro

VALE DO ANHANGABAÚ: UMA NOVA PAULISTA? Transferir eventos da avenida Paulista para o Anhangabaú provoca polêmica e discussão entre população, Prefeitura e instituição eventos que prejudiquem o trânsito e nem permitir que o barulho atrapalhe a rotina dos escritórios. O critério será analisar a importância do evento em função do horário", disse. O subprefeito da Sé também reforçou que cada empresa ou entidade deverá organizar a infra-estrutura e o esquema de segurança para poder realizar seus eventos na região central da cidade. Copa - Na opinião de Marcelo Flores, diretor da Playcorp, empresa que organizou a Torcida Olé no Anhangabaú durante a Copa do Mundo, as comemorações foram um sucesso e podem se repetir no futuro. Basta que haja investimentos, organização e também segurança reforçada. O evento Torcida Olé, por exemplo, teve custo de R$ 3 milhões e mais de 500 homens entre seguranças contratados, guardas civis metropolitanos e policiais militares. "São Paulo tem poucas opções de espaços para reunir a população. A revitalização não pode ser encarada apenas sob o aspecto da infra-estrutura. Não podemos nos preocupar só com planta, gramado e piso. É fundamental pensar nas pessoas, e fazer o vale do Anhangabaú ser um lugar transitável e de acesso às pessoas". Embora afirme que o vale poderá ser um endereço para diversos eventos da cidade, Flores disse que o local não substitui a avenida Paulista em capacidade de público. "Pelo evento da Copa do Mundo passaram cerca de 500 mil pessoas, em 60 dias, no Anhangabaú. Na Paulista, a estimativa de público é de 1 milhão de pessoas em um dia", afirmou.

Na década de 90, o Anhangabaú era frequentemente destruído durante shows ou outros eventos. Algumas pessoas temem que isso volte a acontecer.

Abertura de ruas em estudo no Vale

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ma das propostas da Associação Viva o Centro para a revitalização do vale do Anhangabaú é a abertura de calçadões para o tráfego de veículos. O objetivo é que o local se torne um portal de entrada do Centro e, assim, atraia mais turistas e empresas para a região. Segundo informações da subprefeitura da Sé, o projeto de abertura de ruas no vale do Anhangabaú ainda está em estudo. Estão sendo avaliadas as aberturas das ruas Florêncio de Abreu, avenida São João com rua Anhangabaú e rua Formosa. O estudo deverá ser finalizado no segundo semestre deste ano. "Até o final do ano, vamos abrir as vias de trânsito local no Anhangabaú para que os veículos leves tenham acesso aos edifícios. O trânsito será organizado e mais seguro para as pessoas", disse Matarazzo. Os primeiros calçadões a serem abertos ao trânsito local no Centro foram os das ruas 24 de Maio e Dom José de Barros. Até o final deste mês, os calçadões deverão ser ampliados e sinalizados. Nos próximos dois meses, segundo informações fornecidas pela subprefeitura da Sé, irão começar as obras de abertura do calçadão da rua XV de Novembro, no trecho entre a rua João Brícola e a ladeira General Carneiro.

Garagens - Segundo Marco Antônio Ramos de Almeida, da Viva o Centro, as poucas opções de acesso para quem vêm de automóvel à região central causam congestionamentos e ociosidade de vagas em estacionamentos, numa região também carente de garagens. "Existem 300 garagens ociosas nos prédios da região do vale do Anhangabaú porque os veículos não conseguem acessar essas vagas", disse Marco Antônio. Projeto - O projeto da associação para refuncionalizar o vale do Anhangabaú consiste na abertura de vias junto aos edifícios. A proposta é manter as características de parque central do vale do Anhangabaú, com acesso de veículos e de pedestres ao Centro. Para o trânsito de pessoas, foi projetada uma rambla um grande calçadão com lojas, restaurantes, bares e hotéis, projetada com inspiração nas existentes na cidade de Barcelona (Espanha) - no centro da avenida São João, entre o Largo do Paissandu e a rua Líbero Badaró, de oito metros de largura. O objetivo é facilitar a locomoção entre o Centro Velho e o Centro Novo. Os automóveis circulariam por vias paralelas com sete metros de largura cada. O acesso de veículos continuaria sendo feito pelo eixo norte-sul/sul-norte, pelas al-

ças de retorno existentes nas e x t re m i d a d e s d o v a l e d o Anhangabaú. A principal mudança que o projeto propõe é o restabelecimento da comunicação de ruas na região do vale do Anhangabaú, que voltaria à configuração de antigamente, ou seja, ligando a Líbero Badaró, ao Paissandu e ao eixo norte/sul, conhecido como sistema Y. "Isso aumentaria a segurança do vale do Anhangabaú à noite. O projeto também tem o objetivo de atrair empresas, atividades ligadas ao turismo, lazer, cultura e entretenimento, altamente geradoras de emprego e renda", disse Marco Antônio Ramos. Acesso - O acesso à região central hoje é restrito ao percurso Praça da Sé, rua Boa Vista, Líbero Badaró ou pelas ruas Xavier de Toledo e Conselheiro Crispiniano. Segundo o superintendente da Viva o Centro, a obra que resultou no atual vale do Anhangabaú, resolveu um dos grandes problemas da cidade de São Paulo, a ligação rodoviária norte-sul/sul-norte. "Por outro lado gerou outro problema grave: tornou o Centro ilhado e estrangulado. Qualquer incidente em uma dessas vias bloqueia o acesso ao Centro, impacta a rótula central e os acessos a ela, disse o superintendente da Viva o Centro, Marco Antônio de Almeida. (RT)


segunda-feira, 24 de julho de 2006

Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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LOJA TAMBÉM É RESPONSÁVEL PELO PRODUTO

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por cento dos fabricantes de brindes dirigem a produção para campanhas políticas.

Divulgação

Steve Marcus/Reuters

Já são várias as ações judiciais envolvendo o aparelho

TELEVISÃO DE PLASMA É ALVO DE AÇÃO NA JUSTIÇA

Bom funcionamento da TV de plasma depende da implantação do sistema digital. A resolução só é boa quando está exposta nas lojas, ligada a aparelho de DVD. Luiz Prado

Consumidor ganha ação por danos morais no valor de R$ 4,1 mil contra LG e Ponto Frio

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LG e o Ponto Frio foram condenados pela Justiça a pagar indenização no valor de R$ 4,1 mil ao consumidor Adolpho Tuchman por terem vendido uma TV de plasma sem informar que o funcionamento perfeito do aparelho depende da implantação do sistema digital no País. O autor da ação é o presidente e advogado da Associação Nacional de Assistência ao Consumidor e ao Trabalhador (Anacont), com sede no Rio de Janeiro, José Roberto de Oliveira. "Depois da vitória contra as duas empresas, já entrei com mais de 30 ações no mesmo sentido. Todas contra os respectivos fabricantes e comerciantes", informou o advogado. A decisão, proferida pela juíza Lúcia Glioche, do 1° Juizado Especial Cível do Rio de Janeiro, foi favorável ao pedido de indenização por danos morais em conseqüência da frustração da expectativa com

o funcionamento o aparelho. Cada réu deverá pagar 50% do valor da indenização. "Na loja, a imagem do televisor era perfeita por ser veiculada via DVD digital mas, em casa, a imagem fica esticada", explicou o advogado. Sistema – Para Oliveira, tanto os fabricantes como os lojistas deveriam alertar os consumidores de que, enquanto o sistema digital não for implantado no Brasil – cujo padrão será o japonês, mas provavelmente apenas dentro de um ano – a resolução das TVs de plasma não será perfeita. Na ação, o advogado se baseou no artigo 6° do Código de Defesa do Consumidor (CDC), que diz ser direito básico do consumidor "a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem". O advogado explicou, ain-

da, que é possível acionar os comerciantes desses televisores porque o CDC garante que eles são responsáveis solidários em qualquer relação de consumo. O artigo 13 do código determina que o comerciante é igualmente responsável se o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador. Em nota, tanto a LG como o Ponto Frio declararam que estão tomando providências para esclarecer os consumidores sobre a resolução dos televisores até que o sistema digital seja implantado no País. Alerta – A advogada Fabiane Luisi Turisco, do escritório Leite, Tosto e Barros Advogados Associados, alerta os comerciantes que a maneira mais efetiva para escapar desse tipo de ação é a prevenção. "O comerciante deve passar, de preferência por escrito, o máximo de informações sobre o produto e seu uso", disse.

Nesse caso, o cliente não poderia entrar com ação por danos morais contra a empresa. Ela lembra também que há a chamada inversão do ônus da prova. Ou seja, quando se trata de direito do consumidor, é o réu, no caso o comerciante, quem tem de provar que informou corretamente o cliente. Não é a primeira vez que as TVs de plasma são alvos de ação judicial. No último mês de junho, a Comissão de Defesa do Consumidor da Assembléia Legislativa do E s t a d o d o R i o d e J a n e i ro (Alerj) conseguiu liminar contra as empresas Samsung, Phillips, Panasonic, Gradiente e Sony. Já a Associação Nacional de Defesa da Cidadania e do Consumidor (Anadec) entrou com medidas judiciais contra a Philips e a LG, pedindo até mesmo a devolução do dinheiro pago pelos televisores, mas ainda não há decisão definitiva. Laura Ignacio

Setor de brindes quer vencer entraves s fabricantes de brindes resolveram usar a criatividade para tentar reverter as perdas provocadas pela determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de maio deste ano, que proibiu os políticos de distribuírem "mimos" aos eleitores, como bonés, camisetas, canetas e chaveiros. Apenas 10% dos empresários do segmento atendem as campanhas políticas. Mesmo assim, segundo o presidente da Bríndice – feira de brindes e produtos promocionais que será realizada entre 25 e 28 de julho em São Paulo –, Luiz Roberto Salvador, haverá uma queda no faturamento dos fabricantes. "O setor cresce anualmente entre 5% e 10%. Neste ano, a Copa fará com que o índice seja 5% maior. Como os políticos precisarão de faixas e banners, nossa perda não será tão grande. Se não houvesse a determinação do TSE, o faturamento de 2005 poderia ser 20% maior que o do ano passado. Mas chegará a 15%", analisa Salvador. Entretanto, com a demanda menor, não haverá abertura de vagas para temporários no setor. "Cerca de 4 mil pessoas eram chamadas para trabalhar por dois meses. Isso não acontecerá neste ano", diz o presidente do evento. O setor emprega atualmente 50 mil pessoas. Segundo Salvador, o segmento movimenta anualmente US$ 2,4 bilhões. Caminhos – O presidente da

O

Andrea Felizolla/LUZ

Marcos Fernandes/LUZ

Douglas Alves, da Still Promotion

Sandra: brindes diferentes

feira diz que os fabricantes "quebraram os limites" de atuação. "Os brindes vão bem nas festas de final de ano e também em eventos importantes, como os esportivos, lançamento de produtos, aniversários de empresas. É uma alternativa de marketing que alavanca o faturamento", garante. Para o presidente da Forma Editora, que promove a Brazil Promotion, feira também dedicada às novidades em brindes, Auli de Vitto, o setor poderia crescer, neste ano, até 30% em relação ao ano passado. A Copa do Mundo corresponderia a 10%. "Mas, com a saída precoce do Brasil do mundial, o índice deverá ser de 8%". Ele critica a decisão do TSE. "Se o objetivo era coibir a corrupção nas eleições, a medida é equivocada. O

caminho seria apurar melhor de onde vêm e para onde vão os recursos de campanha", diz. Segundo ele, a proibição vai fazer com que o setor deixe de faturar 5%. "Isso representa um montante que pode chegar a R$ 300 milhões. Sem contar os 5 mil empregos diretos que não serão criados", completa. O proprietário da Still Promotion, Douglas Alves, confirma a expectativa de queda no faturamento. Ele sempre produziu canetas, chaveiros, bonés, camisetas e lixas para abastecer as campanhas políticas. Sem o trabalho deste ano, imagina que o faturamento poderá cair 5%. "Buscamos parcerias com bufês para repor a perda. Mesmo assim, o resultado não será satisfatório." Já a proprietária da Donna

Produtos Personalizados, Sandra Donatangelo, não tem do que reclamar. Ela produz brindes diferentes: barras de cereais, doce de leite em barra, paçoca, pé-de-moleque – tudo personalizado com nomes de empresas clientes. "Não há um único mercado de atuação para o fabricante de brindes." Sandra espera que o faturamento neste ano seja 30% maior em relação ao registrado no ano passado. "O dono de uma churrascaria me ligou dizendo que os freqüentadores levam as balas para os amigos. Funciona como um cartão de visitas", afirma. Ela detalha que um pacote com 10 mil balas personalizadas custa R$ 600. "É o pedido semanal de uma churrascaria", explica Sandra. Even tos – A Bríndice será realizada no Centro de Eventos São Luis entre os dias 25 e 28 de julho, com participação de 110 expositores. De acordo com o presidente da feira, a expectativa é de que o evento movimente um total de R$ 3 milhões. "Num prazo de seis meses, esse número pode chegar a R$ 50 milhões", analisa Salvador. Já a Brazil Promotion será realizada no Transamérica Expo Center, de 1 a 3 de agosto. Segundo o presidente da Forma Editora, que a promove, trata-se de uma feira de negócios. "O número de expositores subiu de 180 para 200. Os visitantes conhecerão as novidades, como bonés ecológicos". Neide Martingo

Silva (esq.) recebe prêmio das mãos de Santos (dir.), do Sindcont-SP

Sindicato dá prêmio a contabilista

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ome de brasileiro, história de brasileiro, ele foi nomeado "o contabilista dos contabilistas". Na última quinta-feira, no aniversário de 87 anos do Sindicato dos Contabilistas de São Paulo (Sindcont-SP), João Miguel Silva recebeu o título de Contabilista Emérito 2006, por serviços prestados à classe. "Vim de uma família humilde e encontrei muitos desafios ao longo da vida. Mas acredito que desafio ou se enfrenta ou se acomoda. Escolhi enfrentar", afirmou o homenageado na sede do sindicato. Nascido em 1963, na cidade de Alpercatas, no norte de Minas Gerais, João viajou para São Paulo com a família aos cinco anos de idade. Como perdeu o pai aos nove anos, logo começou a trabalhar, como marceneiro. Estudou o primeiro grau em escola pública, fez colegial técnico em Contabilidade e passou no vestibular para cursar a Faculdade de Ciências Contábeis da Universidade Mackenzie. Para conseguir pagar seus estudos, buscou um complemento de renda carregando sacolas em feiras livres da cidade. Bacharel em Contabilidade e trabalhando na área, Silva também cursou a graduação de Direito na Universidade Paulista (Unip). Atualmente, ele é professor de Direito Internacional no curso de MBA da Universidade de São Paulo (USP) e tem um escritório de consultoria jurídico-tributária. Para o contabilista, a formação dupla ajudou.

Desafios — "Hoje, o grande desafio dos profissionais da contabilidade é cumprir com fidelidade a legislação tributária brasileira, que é complexa e muda a cada dia", afirmou. João Miguel Silva aproveitou o evento de sua premiação para criticar a carga tributária brasileira. "Antes, eu afirmava que pagávamos o tributo duas vezes porque o governo não devolve esses recursos à população em saúde, educação, segurança. Hoje, acredito que pagamos os impostos três vezes, porque temos que pagar plano de saúde, escola privada e segurança", disse o contabilista. "As empresas não suportam quase 40% do PIB de carga tributária", completou, referindose ao Produto Interno Bruto. A concessão do título de contabilista emérito é decidida por comissão do Sindcont formada pelo presidente, Sebastião Luís Gonçalves dos Santos, diretoria e ex-presidentes. Prestigiaram a homenagem: Walter Arnaldo Andreolli, expresidente do sindicato; Francisco Antônio Feijó, presidente da Confederação Nacional das Profissões Liberais (CNPL) e da Federação dos Contabilistas do Estado de São Paulo (Fecontesp); Luiz Carlos Vaini, vice-presidente da Confederação Nacional de Contabilidade (CFC), Luiz Antônio Bala-minut, presidente do Conselho Regional de Contabilidade no Estado de São Paulo (CRC-SP) e o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), entre outros convidados. Laura Ignacio


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Nacional Tr i b u t o s Empresas Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 24 de julho de 2006

A mãe, Carina, e a filha, Stephanie, visitaram a mostra de chocolate no Mube.

A MAISON CHOCOLATIER VAI ATÉ DIA 30

Fotos: Milton Mansilha/LUZ

Chocolate de dar água na boca e elevar os lucros Mostra Maison Chocolatier é oportunidade de propaganda para fabricantes

i/LUZ

Parece de verdade. E as pegadas? Chocolate é tão gostoso que faz subir pelas paredes", afirmou sobre a obra "Caminhos do Prazer". Santos, na noite de inauguração da mostra, comeu "praticamente" todos os chocolates que encontrou pela frente. "Comi mais do que deveria", admitiu. Do lado de fora, João Titara dos Santos Silva, manobrista do Museu da Imagem e do Som (MIS), vizinho ao Mube, perguntou o horário de funcionamento da Maison Cholola-

Lulud

A

Maison Chocolatier, mostra que reúne fabricantes, exposição de jóias e esculturas de chocolate no Mube (Museu Brasileiro de Esculturas), atrai até quem passa de carro pela Avenida Europa, corredor chique que corta o bairro de mesmo nome, na região dos Jardins. A argentina Carina Edenburg e a filha Stephanie admiravam tudo com interesse. "A gente estava passando de carro e resolveu parar", disse Carina, que também é escultora e terapeuta artística, ou seja, "trabalha a alma humana por meio da arte". "Adorei o Willie Wonka", contou Stephanie, referindose à estátua em tamanho natural do ator Johnny Depp na refilmagem do filme "A Fantástica Fábrica de Chocolate". A mãe comenta sobre os sentidos que a mostra evoca. "O cheiro incentiva os sentidos. Já a cor do chocolate é uma coisa de mulher. É só olhar que dá vontade de comer." Outro que se divertiu no Mube foi Edmilton dos Santos, funcionário encarregado da limpeza do museu. "Tem bastante coisa interessante. Olha esse chocolate caindo do vaso.

tier e diz que tem vontade de conhecer a mostra. "Mas não dá tempo." Ele acha que a mulher e os dois filhos vão querer visitar o lugar porque os três adoram chocolate. E ele não? "Para falar a verdade, não gosto muito de chocolate, não. Gosto mais de salgado e de massa", disse o manobrista. Já o segurança Valdemir da Silva Nascimento, além de conhecer as instalações, experimentou os chocolates – "adorei o da Hershey's", disse, enrolando a língua – e pretendia levar a família na última sextafeira para visitar a mostra. Ranking – Quem ia gostar de escutar Nascimento falando é Renata Vieira, gerente de produto da Hershey's, um dos vários expositores. A empresa está em quarto lugar no ranking de fabricantes, atrás de Nestlé, Lacta e Garoto. "Em quatro anos de atuação, já somos maiores, em volume, que a Ferrero Rocher e a Mars." Outro amante de chocolate é Marcelo Gualdani, estudante de Publicidade que trabalha com vendas do Café Santa Lúcia e, como gentileza aos visitantes da mostra, oferece gratuitamente um gostoso cafezinho. "Chocolate é um grande

O público que trabalha nas empresas vizinhas ao Mube aproveitou a hora do almoço para visitar a mostra

problema porque minha mãe é chocólatra e eu acho que isso passa de mãe para filho. Como eu tenho tendência a engordar, só como chocolate nos fins-desemana", contou Gualdani, que abriu uma exceção e experimentou diversos chocolates. Freqüentadores do museu, quatro funcionários de uma empresa de agropecuária vizinha ao Mube aproveitaram o horário do almoço para conhecer a mostra. "Ai, Davi! Tira uma foto", pediu Vanessa Cristina Araújo, do departamento pessoal, a Davi da Roc h a M o n t e i ro , o ff i c e - b o y. Monteiro fotografou Vanessa fingindo dar uma mordida no Johnny Depp de chocolate. A copeira Luisa Ana dos

Santos disse que vai avisar "as meninas" que saem para almoçar depois deles para irem ao museu. Ao lado, o motorista Roberto Mauro da Silva comenta que "está tudo muito bonito, mas falta experimentar uns chocolates". Expositores – De olho em toda essa quase devoção ao chocolate, Marisa Diniz, proprietária da Doce Café, que produz aproximadamente 700 quilos da iguaria por mês, espera aumentar a visibilidade de sua empresa. "Temos pouca penetração no mercado nacional", disse Marisa, cuja empresa tem apenas seis anos. Luiz Carlos Coyodo, franqueado da Cacau Show, com três lojas, tem o mesmo objeti-

vo da proprietária da Doce Café. "Não estamos visando só o lucro, já que o forte da mostra é a exposição, mas a divulgação da loja." Coyodo, que um dia trabalhou com madeira e açougue, disse que vale a pena vender chocolate. Mas o comerciante acredita que só uma mudança de hábito do brasileiro aumentaria o consumo per capita de chocolate no País. "Brasileiro acha que chocolate só se come no inverno, época em que se vende mais. Além disso, o brasileiro não tem o paladar apurado", disse. Para quem quiser visitar a Maison Chocolatier, o Mube fica na Avenida Europa, 218. A mostra vai até o dia 30. Kety Shapazian

A paixão por São Francisco de Assis

O

organizador da Maison Chocolatier, Ricardo Branco, sempre gostou muito de São Francisco de Assis. Tanto que um de seus sonhos era visitar a cidade italiana de Assisi. Em 2001, levou mãe, mulher e sogra à Itália. Depois de Assisi, foi à Peruggia e, sem querer, acabou visitando a EuroChocolate. Ficou encantado. Ex-dono de diversos restaurantes e criador de lanchonetes

famosas em São Paulo, Branco trocou de ramo e abriu a Zero 2 Global Promotion. Começou a tocar o projeto de uma feira de chocolate e a procurar locais que pudessem abrigar o evento. Super-religioso – "meu email é jmricardo: Jesus, Maria e Ricardo" –, o empresário tomou um susto quando entrou no Mube e viu uma estátua enorme de São Francisco de Assis, obra de Victor Brecheret. "Deus me conduziu para

cá", diz, em frente à obra. Sobre o nome de sua empresa, Branco, dependente químico de álcool, diz que saiu do zero e agora é dois. "E meu sócio é Deus." O empresário, que também é piloto de avião, fala que "deletou" a palavra álcool do cérebro e está limpo há dois anos. Hoje, presta serviço voluntário na Toca de Assis, entidade que ajuda moradores de rua no centro da cidade. (KS)

Divulgação

A fibra de bambu é misturada ao algodão e o resultado é um tecido que amassa menos, diz Carlos Kanadani, da Corduroy

Bambu vira tecido de roupas primeira pergunta arranca uma gargalhada do diretor comercial da Corduroy, indústria especializada na área têxtil e única fabricante de veludo no País. O tecido à base de bambu que a empresa está lançando não penica? "Não, ao contrário", diz, rindo, Carlos Kanadani. "O tecido é semelhante ao algodão e à viscose. As vantagens são que amassa menos, protege mais que o algodão dos raios solares e tem uma capacidade de absorção muito grande. Ou seja, a pele transpira melhor", explica Kanadani. A Corduroy já havia lançado em setembro de 2005 uma linha à base da fibra em veludo, o Bamboo Corduroy. Agora, serão mais duas linhas: indigo e flats, ou tecidos planos, como

A

chinos, tussores e maquinetados. "O veludo, o indigo e os flats são as três linhas mais importantes do jeans wear", afirma o diretor comercial. A fibra de bambu, segundo Kanadani, já é muito utilizada em meias e no setor de cama, mesa e banho. O bambu é um material de origem vegetal de crescimento muito rápido. Importada principalmente da China, já que não existe ainda no Brasil, segundo Kanadani, a fibra já chega em forma de fio de bambu. "O tecido não é 100% fio de bambu. São mistos de bambu e algodão. Dá um tecido mais sedoso, brilhante e suave." O fio, de acordo com o diretor comercial, tem uma capacidade muito boa de ser tingido. "Tão boa quanto o algodão." Preços – Kanadan diz que o

preço final do tecido é entre 30% e 40% a mais que o 100% algodão. "Não é um produto popular", admite. "No entanto, é um tecido que chama muito a atenção", pondera. Os investimentos da Corduroy foram de cerca de US$ 1 milhão. Foram dois anos de pesquisas para o desenvolvimento dos novos produtos. Na última Fenatec (Feira Internacional de Tecelagem), realizada em março, a grande novidade foi a fibra de bambu. O tecido já é usado em países como Estados Unidos e Itália, e fez parte da última coleção do estilista Giorgio Armani. Na passarela da última edição da São Paulo Fashion Week, Lorenzo Merlino foi um dos estilistas que utilizaram o novo fio. (KS)


segunda-feira, 24 de julho de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Indicadores Econômicos

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2,201 21/7/2006

COMÉRCIO

reais é o valor de cada dólar comercial para venda, de acordo com a cotação da última sextafeira. A moeda norte-americana teve alta de 0,36%.


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Nacional Finanças Comércio Exterior Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 24 de julho de 2006

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DINAMARCA QUER MAIS COMÉRCIO COM BRASIL

milhões de dólares foram exportados do Brasil para a Dinamarca no primeiro semestre deste ano

Newton Santos/Hype

N gócios

&

oportunidades

Bauru será palco do "Exportar para Crescer"

L

Kfouri (à esq.) recebe o novo embaixador do Brasil na Dinamarca, Georges Lamazière, que pretende ampliar a pauta comercial entre as nações

EMBAIXADOR NA DINAMARCA QUER INTENSIFICAR COMÉRCIO Georges Lamazière assume o posto em outubro com a intenção de aumentar o comércio entre as duas nações

O

futuro embaixador do Brasil na Dinam a rc a , G e o rg e s Lamazière, pretende incrementar uma agenda comercial bilateral baseada na diversificação da pauta de troca, com ênfase para os produtos brasileiros com maior valor agregado, os industrializados, sem prejuízo para os já consagrados do agronegócio. "Além disso, pretendo difundir a imagem do Brasil por meio das nossas múltiplas manifestações culturais, de forma a incentivar o turismo dos dinamarqueses para o País", adiantou durante visita à São Paulo Chamber of Commerce, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), na semana passada. Ele deverá

assumir o posto em meados de outubro próximo, deixando o consulado geral do Brasil em São Francisco (EUA). Impressionado com o relato feito por Gilberto Kfouri, membro do conselho diretor da SP Chamber, sobre as ações – promoção e inteligência comercial, recepção e envio de missões comerciais para vários países – da entidade para ampliar o comércio exterior paulista das empresas de pequeno e médio portes, Lamazière disse que vai trabalhar em parceria com o setor privado. "Esse trabalho (da SP Chamber) poderá ajudar a montar uma nova agenda de aproximação comercial entre Brasil e Dinamarca", afirmou. Kfouri relatou ao embaixa-

dor que a SP Chamber já trabalha em parceria com o Itamaraty, com os governos do Estado e da Prefeitura de São Paulo, além do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae), Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F). Mais do que isso, que a SP Chamber, por ser um instrumento da ACSP na área de promoção do comércio exterior, tem ligação com as 420 associações comerciais que integram a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp). "Todas com acesso ao projeto Exporta São Paulo, que pretende ampliar para 4 mil as empresas exportadoras do estado, com foco nas pequenas e

médias", explicou Kfouri. Para o embaixador Lamazière, essas ações poderão auxiliar seu esforço para reverter o quadro da balança comercial entre Brasil e Dinamarca, favorável a este último. Lamazière acrescentou que, no campo da política internacional, as relações entre os dois países são "excelentes" e coincidem em muitos pontos no quadro mundial. "Temos posições coincidentes em relação ao meio ambiente, direitos humanos, desenvolvimento e reforma da Organização das Nações Unidas (ONU)", relatou. Inclusive, observou, a Dinamarca apóia a pretensão do Brasil em ocupar uma cadeira no Conselho de Segurança. Sergio Leopoldo Rodrigues

O fluxo de negócios ainda é pequeno

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e as relações entre Brasil e Dinamarca são excelentes e coincidentes em vários pontos da agenda política mundial – a Dinamarca apóia a pretensão brasileira de ter uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) – o mesmo não se pode dizer da corrente de comércio entre os dois países, que além de modesta (US$ 220,148 milhões no acumulado do primeiro semestre), é desfavorável para os brasileiros em US$ 25,175 milhões, no mesmo período. Por isso mesmo, o futuro em-

baixador na Dinamarca, Georges Lamazière, terá de dar duro se quiser incrementar as exportações para aquele país, que ainda concentra suas compras no Brasil em produtos primários, como café, soja, carnes, óleos, fumo, açúcar, couros, madeiras – e menos em produtos industrializados, entre os quais se destacam medicamentos, autopeças, motocicletas e ferro e aço, entre outros. De uma pauta de mais de 100 itens, de janeiro a junho deste ano as exportações do Brasil para lá somaram US$ 97,486 milhões – apenas 0,16% do to-

tal vendido pelo País para o mundo, no mesmo período, de US$ 60,9 bilhões, segundo dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior (Mdic). Os dinamarqueses estão levando a melhor nessa troca comercial, em que o Brasil ainda compra produtos de maior valor agregado, com destaque para medicamentos, aparelhos de audição, instrumentos e aparelhos para controle de temperatura, conversores, ar-condicionado, brinquedos, máquinas e ferramentas. Esses e muitos outros produ-

tos juntos, somaram, de janeiro a junho, US$ 122,661 milhões, ou 0,3% do total das importações brasileiras de US$ 41,367 bilhões no semestre. Vikings – A Dinamarca, que tem Kopenhagen como capital, ficou conhecida como o país dos vikings. Também vem de lá a história mundialmente conhecida de "O Patinho Feio", obra do escritor Hans Christian Andersen. Situada ao norte da Europa, é uma monarquia constitucional desde 1849 e faz parte da União Européia (UE) desde 1973, mas, em 2000, decidiu não aderir ao euro – a moeda oficial continua sendo a coroa dinamarquesa. Cerca de 5,3 milhões de habitantes vivem em um território de apenas 43 mil quilômetros quadrados, a metade do Estado de Santa Catarina. Contudo, a Dinamarca tem uma economia vigorosa. Detém o 43º Produto Interno Bruto (PIB) do mundo, de US$ 174,4 bilhões. Suas exportações e importações, que ocorrem em grande parte dentro da UE, representam um terço do seu PIB. Seu maior sócio comercial é a Alemanha, mas também faz bons negócios com a Noruega, EUA e Japão. O país concentra 80% de suas exportações em produtos industrializados, como máquinas e equipamentos; e apenas 11% em agrícolas. E importa, basicamente, matérias-primas e semifabricados. (SLR)

iderada pela Associação Comercial e Industrial de Bauru (Acib), será realizada no dia 4 de agosto, uma rodada de negócios com representantes de empresas comerciais exportadoras de todo o estado, que buscam novos contatos para representar produtos de São Paulo em mercados externos. A rodada faz parte do seminário "Exportar para Crescer Novos Caminhos para o Mercado Externo", que busca sensibilizar cada vez mais empresas paulistas para ações de comércio internacional. O projeto faz parte de um convênio entre o governo de São Paulo, por meio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, a Federação das Associa-

ções Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e a São Paulo Chamber of Commerce, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Estarão presentes na abertura do seminário, a partir das 9 horas, a secretária da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, Maria Helena Guimarães de Castro, o prefeito de Bauru, José Gualberto Martins Angerami, e lideranças das entidades empresariais promotoras. O evento reunirá indústrias com potencial exportador das cidades da região. A inscrição é gratuita. Informações e agendamento de encontros de negócios deverão ser efetuadas na Acib, pelo telefone (14) 3223-8455 ou e-mail acib@acib.org.br.

Empresários franceses buscam parceria no Brasil

O

Setor de Promoção Comercial (Secom) da Embaixada do Brasil na França comunica o interesse de empresas francesas em fazer alianças com companhias nacionais: G A empresa La Croix Ruggieri busca parceiro para montagem de unidade de fabricação de produtos pirotécnicos no Brasil. O interesse da companhia é atender, posteriormente, o mercado local. A La Croix Ruggieri tem 250 anos de experiência, 250 funcionários, certificação ISO 9001, e faturamento anual de 50 milhões de euros (não inclusa receita com exportação). Contato: Michael Weber, telefone: 0-534-478693, em a i l : m i c h a e l . w e b e r @ l acroix.ruggieri.com G A empresa Groupe DE2L Industries busca parceiro téc-

nico para a fabricação, no Brasil, de unidade de liofilização. A unidade compreende a transferência de alta tecnologia aplicada à secagem e liofilização de produtos alimentares e também cosméticos. A companhia procura ainda um parceiro para a fabricação de máquinas destinadas ao tratamento de produtos. A DE2L é detentora de tecnologia para a conservação e transformação de alimentos e componentes de cosmetologia para garantir aromas, cores e vitaminas (sistema Zebiotech). A tecnologia aplicada adota um processo ecológico que utiliza menos energia e não provoca rejeitos na natureza. Os contatos devem ser feitos com Francis Larue, telefone: 33-870-447912, e-mail: larue@DE2L.com.

Abastur Red Hotel no México

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ntre os dias 4 e 6 de outubro será realizada a 21ª edição da Abastur Red Hotel 2006, no Centro Banamex, na Cidade do México. Trata-se de uma feira dirigida para os fornecedores de restaurantes, hotéis e de catering no México e sua área de influência. No ano passado, participaram do evento 360 expositores e 21 mil visitantes, representando diversas cadeias de hotéis cinco estrelas, restaurantes, linhas de cruzeiros, cafeterias, c a t e-

ri ng, bares e a indústria da hospitalidade em geral. Além dos produtos alimentícios e bebidas, a feira também apresenta equipamentos e serviços para o setor. Entre eles: franquias, mobiliário e equipamentos, refrigeração, iluminação, áudio e vídeo, entretenimento, controle de pragas, sistemas de computação e internet, uniformes, produtos de limpeza, decoração e até mesmo jardinagem. Mais informações: www.feriasalimentarias.com/abastur/

PAÍSES QUE DESEJAM EXPORTAR PARA O BRASIL PAQUISTÃO 149 - Potes e vasos em argila (tradicional "ghamia") 150 - Jogos de lençóis, colchas,

tapetes de quartos, cortinas e toalhas. 151 - Instrumentos odontológicos, cirúrgicos e aparelhos para manicure e pedicure.

PAÍSES QUE DESEJAM IMPORTAR DO BRASIL PORTUGAL 142 - Máquinas automáticas, para processamento de dados, posição NCM 8471.49 TAILÂNDIA 143 - Açúcar em bruto. 144 - Armas e munições. TAIWAN

145 - Madeira serrada da posição NCM 4407.29 146 - Álcool etílico não desnaturado 147 - Soja, da posição NCM 1201.00 CROÁCIA 148 - Pedras preciosas ou semipreciosas, metais preciosos e folheados.

Departamento de Comércio Exterior da Associação Comercial Gerente: Sidnei Docal R. Boa Vista, 51— Telefones: 3244-3500 e 3244-3397


"Planos do governo para segurança não saem do papel", acusa socióloga. Cidades/1 Arte de Abê sobre foto de Jonathan Campos/Gazeta do Povo/AE

Ano 81 - Nº 22.175

São Paulo, segunda-feira 24 de julho de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h35

w w w. d co m e rc i o. co m . b r Milton Mansilha/LUZ

Leonardo Rodrigues/Hype

Fresquinho dia-a-dia há 40 anos. É o Ceasa.

Liquida SP calcula aumento de 7%

Ceasa para quem o viu nascer, mas Ceagesp hoje, aos 40 anos. O presente de aniversário será uma série de revitalizações. A comemoração no DC só termina amanhã. Cidades/3

15 shoppings, 6 mil lojas de rua, descontos de até 70%: o 18º Liquida São Paulo termina com expectativa de 7% a mais de faturamento. Economia/1

Hassan Ammar/AFP

Denis Sinyakov/AFP

O Hezbollah disparou 200 Katiushas contra Israel...

...E Israel bombardeou Beirute e Tiro. Tudo igual no 13º dia de guerra.

NADA DE NOVO NO FRONT Brasileiro, go home!

Shalom, Salaam

Peace

A última batalha

Até quarta-feira mais 1,1 mil brasileiros devem ser resgatados do Líbano por terra, ar e mar

A Europa e a Arábia Saudita continuam pressionando por uma trégua. E propõem força de paz.

A secretária Condy Rice chega hoje a Israel. Mas a pax americana vai demorar: será negociada em Roma.

O ex-primeiro-ministro Ariel Sharon está pior no 7º mês em coma. Internacional, 4

Sebastião Moreira/AE

Tricolor, líder com time reserva Tiago e Alex Silva (foto) comemoram: 3 a 1 na Ponte. No jogo de ontem, só um titular: Rogério. DC Esporte HOJE Parcialmente nublado Máxima 27º C. Mínima 12º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 27º C. Mínima 12º C.

Divulgação

Outro Belô É o Mercedes feito em Minas Gerais.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 24 de julho de 2006

Cidades

1 O governo federal optou por não se envolver na segurança pública. Prefere ser chamado de omisso do que de incompetente. Julita Lemgruber, socióloga

Presídios que não saem do papel Socióloga que ajudou a elaborar propostas da área de segurança do então candidato Lula, diz

que a União é omissa e fez pouco para conter o avanço das facções criminosas e a eclosão de rebeliões

A maioria das 27 propostas do Plano Nacional de Segurança Pública para reverter o quadro catastrófico dos presídios brasileiros e evitar a expansão de grupos como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e a eclosão

zia que era o único presidente que já assumiria com um plano de segurança e que ele começaria a ser implementado no primeiro dia de seu governo. E aí ele assume e esquece tudo?" Um dos problemas

os presos, que devem ser providenciados pelo Estado, conforme defende o plano e determina a Lei de Execuções Penais (LEP), também estão muito aquém do que se deveria esperar a essa altura do governo Lula, na

e técnico à informatização das fichas e cadastros, de tal modo que se evitem os atrasos na concessão do benefício da progressão de pena" – temas importantes para se conter a superlotação nas cadeias. "O governo federal optou

Mar. Outros três presídios estão em obras. Entre as propostas não implementadas, a historiadora Vera Malaguti, secretária-geral do Instituto Carioca de Criminologia, destaca a revisão dos processos dos encar-

gão está empenhado em aumentar a oferta de trabalho e escola para os presos. Hoje deverá acontecer uma reunião em Vitória (ES) para discutir uma parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi) para instalar cursos profis-

de rebeliões não foi posta em prática pelo governo federal. "A maior parte ficou no papel", afirma a socióloga Julita Lemgruber, que trabalhou na elaboração do capítulo sobre sistema penitenciário. O Plano Nacional de

mais graves, segundo ela, é o contingenciamento dos recursos do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen). O primeiro item do capítulo dizia: "determinação expressa para que os recursos do Funpen não sejam contin-

visão da pesquisadora. Dos 362 mil homens e mulheres presos no País, apenas 26% trabalham e 17% estudam, conforme levantamento de 2003. E o número de internos que deveriam estar na escola é enorme: 70% não com-

por não se envolver na segurança pública, para não ser cobrado quando algo der errado nos estados. Prefere ser chamado de omisso do que de incompetente. É uma estratégia covarde", diz Julita. A construção de presí-

cerados, fundamental para que as celas sejam liberadas para quem realmente deve estar lá. "O Brasil tem Guantánamo como modelo. Aquilo é bom?", diz Vera. No entanto, ela considera "perverso" culpar somente o

sionalizantes nas prisões. Para melhorar as condições dos presídios, o Depen, conforme Kuehne, faz inspeções por todo o Brasil. Cinqüenta unidades já foram vistoriadas. O treinamento de agentes penitenciários

Segurança Pública foi uma das principais bandeiras de campanha de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002. Julita lamenta pelo fato de a situação caótica nos presídios não ter se alterado. "Eu me sinto frustrada. Lula di-

genciados". Atualmente, segundo o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), R$ 140 milhões "carimbados", ou seja, que não podem ser usados para outros fins, estão bloqueados. Estudo e trabalho para

pletaram o ensino fundamental e 10% não foram alfabetizados. As propostas incluem ainda o "efetivo apoio técnico e financeiro aos estados que criarem programas de penas alternativas" e o "apoio financeiro

dios federais, item de número 21 do plano, já começou, mas avança lentamente – o de Catanduvas (PR) já foi inaugurado; no entanto, até hoje, só tem um detento, o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-

governo federal. Maurício Kuehne, diretor do Depen, garante que já houve avanços. "Depois de muita luta, conseguimos a liberação de R$ 200 milhões do Funpen. É um recurso substancial", afirma. Ele disse que o ór-

também tem merecido maior atenção – até o início de 2005, informa, existiam cinco escolas penitenciários; em breve, serão 17. "O plano está sendo implementado, sim. É u m re s g a t e a p ó s u m a omissão centenária". (AE)

Reginaldo Pupo/AE/21/06/2006

Marcola: Alckmin deu tiro pela culatra

Agentes denunciam diretores corruptos

No depoimento sigiloso de mais de quatro horas que prestou a deputados da CPI do Tráfico de Armas, em 8 de junho, em Presidente Bernardes, o chefe do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Camacho, o Marcola, perguntou os partidos dos políticos e citou o candidato do PSDB à Presidência da República, e ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, de forma hostil e agressiva. Marcola classificou como "uma forma de dar uma resposta à sociedade" a decisão do ex-secretário de Administração Penitenciária de São Paulo, Nagashi Furukawa, de transferir os principais líderes do PCC para Presidente Venceslau. A medida levou à onda de ataques que aterrorizou São Paulo. Indagado se a intenção da Nagashi era dar "uma demonstração de força", Marcola respondeu: "Para promover o Alckmin". E emendou que "o tiro saiu pela culatra". Marcola insistiu que a cúpula do governo paulista atribui a ele mais importância do que realmente tem dentro da facção criminosa, para valorizar o fato de que o líder está preso. "Se eu fosse político, eu ia arrumar um Marcola também. Se eu fosse governador, ter um Marcola, não é bom?", afirmou, rindo. "Tá tudo errado, a segurança pública... tá um caos, a culpa é do Marcola, não é do Alckmin. Infelizmente. Essa é a realidade, para quem quiser ver", criticou. Alckmin foi o único político citado pelo chefe da facção mais perigosa de São Paulo. (AE)

Agentes penitenciários acusam diretores de unidades prisionais controladas pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) de praticar atos de corrupção e cometer irregularidades para favorecer líderes do crime organizado e se manter nos cargos. Segundo os agentes, "na tentativa de permanecer nas cadeiras", diretores de pelo menos quatro unidades no oeste paulista e outras quatro na Grande São Paulo e vale do Paraíba estão desrespeitando as regras. Entre as irregularidades apontadas, as mais graves ocorreriam em unidades da Grande São Paulo e do vale. Lá, diretores de algumas unidades são suspeitos de superfaturar preços, apropriar-se de recursos destinados à compra de materiais de limpeza e ficar com o dinheiro da venda de materiais recicláveis de uma oficina tocada pelos detentos. Segundo a denúncia, os diretores não teriam evitado que a facção escolhesse para quais presídios seus integrantes seriam transferidos, as chamadas "vendas de bondes", e reduziriam o tempo do castigo para determinados detentos, sem aviso aos agentes. O caso, que está sendo apurado pelo Ministério Público, é o mesmo tipo de denúncia que causou a queda do ex-coordenador dos presídios do vale, João Batista Paschoal, em 2005. "Com os líderes da cadeia, os diretores fazem reuniões pessoais onde fecham os acordos", disse um agente. A Coordenadoria do Oeste Paulista informou que as denúncias serão apuradas. (AE)

Vivi Zanatta/AE

Suzane recebe primeira visita após ser condenada

O advogado Denivaldo Barni, ex-tutor de Suzane von Richthofen, de 22 anos , foi a primeira visita recebida pela jovem, ontem, no Centro de Ressocialização Feminino de Rio Claro, no interior do estado. Suzane está no local desde sábado, para onde foi levada na madrugada após ser condenada a 39 anos pela morte dos pais, Marísia e Manfred. Barni chegou ao local na manhã de ontem e só foi embora por volta das 16h, quando term i n a v a o h o r á r i o d e v i s itas.Suzane não comeu o almoço servido às presas, macarrão com frango, preferindo minipizzas levada por Barni. O advogado era colega do pai de Suzane, Manfred von Richthofen, e seu representante no processo em que pedia na Justiça a parte dela na herança dos pais. No julgamento, Suzane abriu mão da herança.

Barni, ex-tutor de Suzane, deixa a unidade prisional de Rio Claro

Ao contrário de Suzane, os irmãos Daniel, de 25 anos, e Christian Cravinhos, de 30, ainda não podem receber visitas. De acordo com a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), todo condenado que é levado pela primeira vez a uma penitenciária tem de passar por um período de observação e adaptação, no qual não

recebe visita. O caso se aplica aos Cravinhos, recolhidos pela primeira vez na Penitenciária 2 de Tremembé, também no interior. Suzane já esteve presa em Rio Claro antes de ser condenada. Suzane e Daniel foram condenados a 39 anos e seis meses de prisão. A pena de Christian foi um ano menor. (Agências)


Compor tamento Urbanismo Distritais Ambiente

DIÁRIO DO COMÉRCIO

ÁRVORES CONDENADAS POR CAUSA DE CUPINS

Milton Mansilha/Luz

Café com Negócios reúne 70 pessoas em São Miguel

A

Praça 30, criada em 1982, apresenta sinais de abandono, como a falta de iluminação e árvores com cupins

Distrital São Miguel realizou o VI Café com Negócios no último dia 29. O evento, coordenado pelo superintendente José Parziale Rodrigues, contou com a participação de 70 pessoas entre empresários, representantes de indústrias e autoridades da região. Vários brindes promocionais foram oferecidos pelas empresas para serem sorteados entre os participantes. Para o superintendente da distrital, esse encontro é uma grande oportunidade para fazer contatos, ampliar e desenvolver novos negócios.

PRAÇA NO IPIRANGA SERA´ REVITALIZADA C

Automação Comercial para empreendedores

A

praça 30, na esquina da avenida Dom Pedro I com a rua Mariano Procópio, no Ipiranga, está sofrendo com o abandono. Criada em 1982, ano do trigésimo aniversário de fundação da Distrital Ipiranga da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a praça ainda mantém um marco com o número 30. Com o objetivo de apresentar propostas de revitalização, a distrital promoveu um encontro que teve a presença de entidades de classe do bairro e da Subprefeitura do Ipiranga. O projeto de revitalização da praça 30 surgiu em 2005, por iniciativa da distrital. "Atualmente o local está deteriorado, sem iluminação e com árvores condenadas por cupins. Estamos propondo o replantio, o cascalhamento do terreno, a recuperação do marco e a construção de uma passagem no meio da praça", afirmou Antonio Jorge Manssur, superintendente da Distrital Ipiranga. Além dessas propostas, a praça terá outro marco com 15 painéis de vidro temperado para que as instituições do bairro coloquem seus logotipos.

Manssur: projeto de revitalização

De acordo com o subprefeito do Ipiranga, Plínio Xavier Mendonça Júnior, a obra tem orçamento de R$ 88 mil. “Quando tomamos conhecimento do projeto ficamos entusiasmados. A primeira etapa será o remanejamento das árvores imprestáveis e o replantio de outras”, disse. Plínio garante que a subprefeitura já tem a verba e ficará encarregada do paisagismo, da manutenção da área verde e da construção da passagem e do pavimento. “Os recursos para a montagem dos painéis e para a revi-

talização do marco nós ainda não temos. No entanto, vamos continuar ao lado da distrital, ajudando no trabalho de conscientização”, explicou o subprefeito do Ipiranga. A reforma da praça, na opinião do superintendente da Distrital Ipiranga, vai colaborar ainda mais para o turismo cultural no bairro. “Acredito que possamos começar as obras dentro de um mês. A subprefeitura está nos dando um grande apoio nesse projeto”. A praça 30 não tem um nome oficial. No entanto, ela é reconhecida como tal por todos os moradores do Ipiranga. Faz parte do projeto também a escolha de um novo nome. As três opções são: praça Associação Comercial, praça das Entidades e praça Itaú. Para comemorar o aniversário dos 422 anos do Ipiranga, em setembro, a distrital pretende promover diversas ações, entre elas uma feira comunitária, os concursos Ipiranga em versos e miss bairro, uma corrida infantil com alunos das escolas e clubes da região, além de um jantar para homenagear personalidades do bairro. André Alves

Divulgação

Na Lapa, harmonia entre os três poderes

A

palestra Harmonia entre os três Poderes e a Reforma Política, ministrada pelo vereador de São Paulo Ricardo Montoro, foi tema da 21ª reunião ordinária da Distrital Lapa. O vereador falou sobre a crise política, citando como exemplo o mensalão, e o crescimento do País. Para ele, esses dois temas afetaram conside-

Amanhã I CPU – Reunião da Comissão

de Política Urbana da ACSP (CPU) com a presença do diretor-presidente da Hines América do Sul, Douglas Munro, que proferirá palestra sobre "A visão do incorporador internacional no mercado imobiliário brasileiro". Às 12 h, na sede da entidade, rua Boa Vista, 51/12º andar, no Enre. I Exterior – Reunião da Comissão de Comércio Exterior da ACSP, coordenada pelo vicepresidente Renato Abucham. Às 17h, na sede da entidade, rua Boa Vista, 51/11º andar, sala Tadashi Sakurai. I Mooca - A distrital realiza reunião ordinária da diretoria executiva e do conselho diretor, com palestra sobre o tema "Mudança no plano diretor da Vila Prudente e Sapopemba", com a presença do subprefeito Nelson Evangelista Vitor. Às

segunda-feira, 24 de julho de 2006

Lys dos Santos, Montoro, Formaglio e Osvaldo Soares

ravelmente a população brasileira. "O mundo inteiro está crescendo. A China e a Índia crescem mais de 10%, a Argentina 9%, o Chile e o Peru 8%, e o Brasil de 2% a 3%, superando apenas o Haiti", disse. Ao falar sobre a importância de um programa gerador de emprego, que só ocorre por meio de desenvolvimento eco-

GIr Agendas da Associação e das distritais 19h, na Associação dos Amigos em Cristo, rua Padre Bruno Ricco, 272.

Quarta-feira I Debate – O vice-presidente

da ACSP, Roberto Mateus Ordine, participa do debate sobre "Código de Defesa do Contribuinte". Às 9h30, na sede Seccional da OAB-SP, Praça da Sé, nº 385. I Aniversário- O diretorsuperintendente da distrital Santana da ACSP, João de Favari, participa a convite do subprefeito de Santana/ Tucuruvi, Luiz Antonio Carvalho Pacheco, do 224º aniversário do bairro de Santana. Às 19h30, no

nômico, Montoro ressaltou a importância da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) no combate a um dos maiores entraves do crescimento: a carga tributária. O vereador encerrou a palestra, destacando a necessidade de uma melhor harmonia entre os três poderes: Legislativo, Judiciário e Executivo. Sesc Santana, av. Luis Dummont Vilares, 579. I Tatuapé - A distrital promove palestra com o tema "Como conciliar um empresário campeão com um ser humano vencedor?", coordenada pelo consultor da Canbyo Motivação Humana, Elberto Mello. Às 19h30, na sede. I Ipiranga - A distrital realiza palestra com o tema "O que enriquece e o que empobrece uma nação", coordenada pelo jornalista João Mellão Neto. Às 19h30, na sede. I Vila Maria - A distrital promove palestra com o tema "Como resolver conflitos", coordenada pelo terapeuta Anderson Bontorin. Os participantes deverão confirmar presença pelos telefones: 6954-6303/69675686/6955-7646 ou pelo e.mail: dvilamaria@acsp.com.br. Às 19h30, na sede.

om o objetivo de proporcionar aos associados e empreendedores da região central condições de se atualizarem sobrea as mudanças do Emissor de Cupom Fiscal (ECF), a Distrital Centro ministrou a palestra Automação Comercial, com Antônio Accetta. As micro e pequenas empresas que quiserem adquirir o equipamento, poderão solicitar linhas de crédito na Caixa Econômica Federal (CEF), agência Liberdade.

Santo Amaro participa de entrega do Prêmio de Saúde

Obras de recuperação da praça devem começar dentro de um mês

Pirituba realiza Jantar de Negócios Divulgação

Antonio Marangon (ao centro) no Jantar de Negócios da Distrital Lapa

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Distrital Pirituba promoveu, em parceria com a Caixa Econômica Federal (CEF), no último dia 28, um Jantar de Negócios, tradicional encontro de empresários, executivos, industriais, comerciantes e autoridades locais. No evento, o presidente do Sescon-SP e Jucesp, Antonio Marangon, ministrou uma palestra com o tema Movimento da sociedade contra a carga tributária e Movimento Quero mais Brasil. Marangon evidenciou que a atual carga tributária tem impedido o crescimento das empresas e que não estimula a ação de novos empreendedores. Citou também que, em um futuro próximo, o prazo para constituição de uma empresa será de poucos dias. O palestrante foi homena-

geado com um certificado de reconhecimento em agradecimento pela participação no evento. Reunião - No último dia 20, a distrital realizou a 18ª reunião ordinária, coordenada pelo superintendente, José Roberto Maio Pompeu. Na ocasião, o jornalista João Mellão Neto, editorialista do jornal O Estado de S. Paulo, fez um palestra com o tema O que enriquece e o que empobrece uma nação. Na palestra, João MellãoNeto falou sobre honestidade e também que o dinheiro não faz a riqueza de uma nação, mas sim as suas instituições organizadas. O jornalista recebeu, das mãos do líder comunitário, Eduardo Rosmaninho, um certificado de reconhecimento pela participação.

Divulgação

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Distrital Santo Amaro, representada pelo diretor conselheiro Nelson Gonçalves de Camargo, participou da entrega do Prêmio de Saúde, com enfoque em Medicina Humana, ao professor e doutor Hidelbrando Pereira da Silva. O prêmio, entregue no Espaço Rosa Rosarum, pela Fundação Peter Muranyi, é um reconhecimento pelo trabalho de Pesquisa e Inovação em Métodos Alternativos para o controle da Malária. Silva recebeu um prêmio em dinheiro, um troféu e um diploma das mãos do governador do Estado de São Paulo, Cláudio Lembo.

MMDC – A Distrital Sudeste da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) realizou, no mês de junho, a sua 14ª reunião ordinária em um almoço no Hotel Comfort. No evento, que contou com a participação dos conselheiros da Distrital Sudeste e integrantes da diretoria da Sociedade de Veteranos de 32 – MMDC, foram discutidas ações para o hasteamento definitivo da Bandeira Nacional junto Memorial ao Soldado Constitucionalista, no Parque do Ibirapuera. Além disso, foi criado o Movimento Cívico ao Obelisco, que será responsável pela manutenção e pela zeladoria do Pavilhão Nacional.


segunda-feira, 24 de julho de 2006

Compor tamento Ambiente Urbanismo Transpor te

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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ENTREPOSTO JÁ SENTE O EFEITO DA IDADE

Fotos: Milton Mansilha/Luz

QUARENTONA, CEAGESP RECUPERA A BOA FORMA Ao completar 40 anos, um dos maiores mercados do País será modernizado

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A Ceagesp, na zona oeste, ainda é conhecida por Ceasa e recebe entre 30 e 50 mil pessoas todos os dias

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Mulheres ganham espaço em universo masculino

ma das características da cidade Ceasa é a predominância masculina. Nos corredores, nas ruas, nos atacados diários são eles que dominam o movimento. Mas a feira de flores – às terças e sextas, das 5h às 10h30 – é das mulheres, que levam a família inteira às compras. Já no lado oposto, no setor de pescados – de terça à sábado, das 2h às 6h – os responsáveis pela entrada e saída das mercadorias são os homens, sejam compradores ou vendedores. Nas madrugadas, poucos são os varejistas que se aventuram a adquirir os peixes pessoalmente. O espaço é dominado por compradores que recebem comissões do médio e do grande comércio para garimpar as melhores ofertas. A exceção é o dono de um varejo de peixes, Ricardo Watanabe, de 35 anos, que costuma ir à feira junto com seu comprador. "Ele chega às 2h para escolher os melhores produtos e as ofertas". A saída de peixe é rápida e, às 5h30, o setor quase não tem mais produtos. Sobraram apenas os mais caros, como o atum e os frutos do mar. Populares – De acordo com o atacadista Rodolfo Hasegawa, que trabalha no setor há 14 anos, os peixes mais vendidos são os populares: pescadinha, sardinha e cação. "Mas vendo aqui todos os tipos de peixes de água salgada, vindos do sul do país, do norte e até do Uruguai".

Ceasa é uma cidade que mudou muito pouco. E olha que tem muita cidade que não tem tanto produto quanto aqui. No entreposto todo mundo é amigo e não tem confusão". A declaração, do atacadista de abóboras Renato Perez de Lima, de 37 anos – sendo 15 deles vividos no Ceasa – resume o sentimento de muitos dos comerciantes de produtos hortifrutigranjeiros que comandam o ritmo de um dos maiores mercados do País. Neste mês, a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) – ainda conhecida popularmente pelo seu primeiro nome, o Ceasa (Centro Estadual de Abastecimento) – completa 40 anos de existência e tem como principal meta a modernização. Para as comemorações de aniversário está programada uma série de revitalizações em vários setores do entreposto terminal de São Paulo. "A quarentona Ceasa paulista já começa a sentir o efeito da idade. Temos consciência da necessidade de modernização", disse o presidente da Ceagesp, Francisco Cajueiro. Pescado - O primeiro setor a passar por modernização será o de pescados, que reúne 60 empresas e comercializa, em média, 200 toneladas por dia de produtos. O projeto de recuperação está orçado em R$ 11 milhões, que serão custeados com recursos da própria Cea-

Terças e sextas são dias de flores

Rejane Tamoto

Zetune: projeto para empresários

gesp e da Secretaria Especial da Pesca da Presidência da República (Seap). No dia 13, a Seap oficializou a liberação de R$ 1,5 milhão e a Ceagesp, R$ 375 mil, para o início da primeira etapa de obras, que começam ainda neste semestre e devem se prolongar por um ano. Nesta fase, haverá melhoria da higiene e da capacidade de comercialização do entreposto. A projeção é de que, em três anos, o setor de pescados abrigue 102 pontos de venda e movimente 734 toneladas diárias de produtos. O aniversário do Ceasa também antecipa as comemorações do centenário da imigração japonesa no Brasil, cuja história se confunde com a do entreposto. O jardim japonês de 500 metros quadrados, marco significativo do mercado inaugurado em 1967, será revitalizado por meio de parceria da Ceagesp e da comunidade cultural do Japão no Brasil. "A revitalização e manutenção começam neste ano e devem terminar em 2008, justamente no ano do centenário da imigração japonesa no Brasil", explicou o gerente do entreposto, Carmo Zeitune. Revitalização - Além do jardim, a Ceagesp passará por um amplo processo de revitalização física, ambiental, logística e urbana a partir deste ano, com obras que devem se estender por cinco anos. "O projeto tem custo estimado em R$ 60 milhões e está em fase final de

elaboração. A reforma vai privilegiar o acesso para a comercialização da produção hortifrutigranjeira, de flores e de pescados", afirmou o gerente do entreposto. Os recursos, segundo Zeitune, devem vir da própria Ceagesp e de investidores. "Vamos abrir concessões para que empreendedores se instalem aqui e revitalizem o espaço". O gerente afirmou que, até o final deste mês, o projeto será apresentado aos empresários interessados em investir. A reforma da Ceagesp também seguirá modelos europeus. Por isso, além da melhoria da logística, de aproveitamento sazonal de espaços, tráfego, segurança e a parte estrutural dos pavilhões, o mercado deve mudar a relação urbana com seu entorno. "Esse mercado está localizado dentro de uma região valorizada da cidade e, por isso, precisa ter uma interação maior com o entorno. A idéia é que o mercado atacadista também preste serviços adicionais à comunidade que mora e trabalha ao redor do Ceasa". Cidade - Com 700 mil metros quadrados de área, o entreposto terminal Ceagesp tem 38 pavilhões e gera aproximadamente 3 milhões de empregos diretos e indiretos para o setor da agricultura paulista e nacional. O entreposto foi projetado em 1966, quando a cidade tinha seis milhões de habitantes. O Ceasa recebe hoje uma população flutuante que varia de 30 a 50 mil pessoas por dia. Só por seus números já pode ser considerado uma cidade, com vida e ritmos próprios. A reportagem do Diário do Comércio visitou a cidade Ceasa para decifrar alguns de seus códigos e as percepções de seus moradores, que o leitor poderá conhecer hoje e amanhã. Em diferentes momentos acompanhamos a vida diária do Ceasa, onde o movimento é intenso, da alvorada ao anoitecer, e até nas feiras da madrugada – onde clientes e vendedores não desanimam nem diante da neblina. Mais sobre a Ceagesp na edição de amanhã

A feira das flores embeleza as manhãs na Ceagesp

No setor de pescado impera a lei da oferta e da procura. "Um caminhão chega aqui com 500 caixas e vendemos em consignação. Hoje, recebi oito caminhões. A venda depende também da pescaria. Se vem pouco peixe, o preço sobe e vendo menos", disse Hasegawa. Para o presidente da associação dos atacadistas do setor de pescados do Ceagesp, Jiro Yamada, de 60 anos, a revitalização do setor deve aumentar a oferta do produto. "Desde que cheguei ao Ceasa, há 35 anos, não mudou nada. É preciso modernizar". Mulheres - Se para Yamada pouca coisa mudou, para a comerciante de legumes Maria Leide de Souza Leal, de 36 anos, a situação é diferente. Conhecida como Leide, a atacadista trabalha há 12 anos no Ceagesp e considera que houve mudanças positivas no entreposto desde que adquiriu um boxe. "Hoje a mulher é mais aceita. Antigamente havia mais

discriminação, principalmente para uma dona de boxe que não conseguia fechar negócio com cliente". Leide disse que ninguém entrava em seu boxe para comprar produtos. Ela só não faliu porque sempre trabalhou com o marido por perto. "Hoje todos preferem negociar com mulheres, porque elas são mais inteligentes". Flores – Na feira de flores, as mulheres também reinam e costumam ir acompanhadas. A assistente de diretoria Solange Maria Maciel Miazato, de 41 anos, levou a mãe Gilda Stefani Maciel, de 74 anos. Solange disse que compra na feira do Ceasa porque as plantas sobrevivem por mais tempo em casa. " O melhor daqui é respirar ar puro. As flores desestressam um pouco o diaa-dia", disse Solange. E Gilda, completa: "Eu sempre gostei de flores, é uma tradição mesmo. Porque uma casa sem planta não tem vida". (RT)

Setor de pescado funciona na madrugada, reúne 60 empresas e comercializa 200 toneladas diárias


DIÁRIO DO COMÉRCIO

8 -.INTERNACIONAL/OPINIÃO

segunda-feira, 24 de julho de 2006

Yonathan Weitzman/REUTERS

MuNDO

reAL

por OLAVO DE CARVALHO, de Washington DC

Em plena guerra assimétrica uando o sr. Hugo Chávez proclama que sua estratégia contra os EUA é a da "guerra assimétrica", já não há como negar que esse conceito é o instrumento essencial para a descrição e compreensão do estado de coisas na América Latina. Se nossos comentaristas internacionais, analistas estratégicos, politólogos e tutti quanti continuam a usá-lo com parcimônia ou a abster-se por completo de usá-lo, não é só por preguiça mental: é porque um dos elementos fundamentais da assimetria é a desigual iluminação do quadro. Esses cavalheiros jamais desejariam ver o seu querido mentor bolivariano mostrado à mesma luz implacável e crua com que seus inimigos são exibidos e dissecados diariamente na mídia. Conceder a um dos lados o direito à penumbra protetora e obrigar o outro a um contínuo strip-tease ante a curiosidade sádica dos holofotes não é descrever nem analisar a guerra assimétrica: é praticá-la. Jornalistas, professores e similares, os "formadores de opinião" ou "intelectuais", no sentido calculadamente elástico que Antonio Gramsci dá ao termo, são a vanguarda da revolução. Sua função não consiste em mostrar o mundo como ele é, mas transformá-lo naquilo que ele não é. Deformar propositadamente o quadro, portanto, é seu dever profissional número um. Mas a palavra mesma "deformação" é um tanto enganosa. Deformar por meio do fluxo de informações uma realidade preexistente é uma coisa; outra bem diversa é criar praticamente do nada uma nova realidade constituída de puro fluxo de informações. Mentir em situações de guerra, para favorecer um dos lados, é tão antigo quanto a própria guerra. Mas mesmo o formidável desenvolvimento da técnica da desinformação ao longo de duas guerras mundiais e inumeráveis revoluções do século XX não dá uma imagem adequada do que hoje se passa. Em todos esses casos, os "formadores de opinião" desempenhavam um papel auxiliar: a parte substantiva dos conflitos desenrolava-se nos campos de batalha. Os protagonistas da narrativa bélica eram os militares, os guerrilheiros, os terroristas, os partiggiani. Jornalistas e tagarelas em geral formavam apenas o coro.

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Nas últimas décadas, as proporções inverteram-se. A integração mundial das comunicações e a conseqüente reorganização da militância revolucionária em "redes" de extensão planetária permitiram reduzir ao mínimo a função bélica das armas e ampliar ao máximo a da guerra de informações. O princípio subjacente a essa mudança é simples e baseia-se na regra clássica da arte militar que mede a eficácia da ação armada segundo a relação custo-benefício que ela guarda com os resultados políticos visados. Quanto mais ampla a repercussão política que se pode obter com um esforço militar reduzido, tanto melhor. Nesse sentido, batalhas inteiras da II Guerra Mundial, com centenas de milhares de mortos, foram politicamente menos relevantes do que alguns ataques terroristas comparativamente modestos realizados nas últimas décadas, pela simples razão de que neste caso havia meios de alcançar repercussão jornalística mais vasta e mais imediata, determinando decisões de governo que em outras épocas necessitariam de um estímulo sangrento muito mais eloqüente. Exemplos característicos foram a guerrilha mexicana de Chiapas, militarmente irrisória, que graças ao apoio instantâneo da mídia internacional conseguia transformar em vitória política cada nova derrota que sofria em combate, e o atentado à estação férrea de Madri, que do dia para a noite fez a Espanha mudar de lado na guerra contra o terrorismo. Napoleão, Rommel, Zhukov ou MacArthur jamais sonharam em obter resultados tão espetaculares com investimentos bélicos tão minguados. O fenômeno ao qual estou me referindo recebe às vezes o nome de "guerra informática" Ahmed Tawil/REUTERS

(netwar). A bibliografia a respeito já é bem extensa e foi inaugurada em 1996 com a excelente monografia da Rand Corporation sobre a guerrilha de Chiapas, The Zapatista ‘Social Netwar’ in Mexico, que pode ser comprada ou descarregada gratuitamente em PDF no s i t e h t t p : / / w w w. r a n d . o r g / p u b s / m o n o g r a p h _ r eports/MR994/ index.html, mas nunca encontrei entre as elites brasileiras, seja intelectuais, empresariais, políticas ou militares, quem a tivesse lido.. Menos ainda encontrei quem tivesse alguma consciência clara da ligação entre guerra informática e guerra assimétrica, embora essa ligação seja a chave mesma para a compreensão do quadro internacional hoje em dia. A fórmula do negócio pode ser enunciada numa frase: A guerra assimétrica não é outra coisa senão uma estratégia destinada a compensar a desproporção de força e capacidade militares por meio da guerra informática. Uma sugestão para quem deseje entender o funcionamento da coisa é ler a monografia da Rand junto com o livro de Jacques Baud, La Guerre asymétrique, ou la défaite du vainqueur, Paris, Editions du Rocher, 2003. Uma vez que se entendeu a unidade de guerra informática e guerra assimétrica – e quem não entendeu está fora do mundo --, torna-se inevitável tirar dessa convergência de estratégias algumas conclusões óbvias: Os alvos da guerra assimétrica são três e sempre os mesmos: os EUA, Israel e aquilo que, nesses países ou em quaisquer outros, ainda reste da civilização judaico-cristã. A "guerra cultural" é parte integrante da guerra assimétrica.

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Os alvos da guerra assimétrica são três e sempre os mesmos: os EUA, Israel e aquilo que, nesses países ou em quaisquer outros, ainda reste da civilização judaico-cristã. Se a identidade dos alvos é nítida e bem conhecida, a das forças atacantes permanece difusa e nebulosa ao ponto de que a noção mesma de sua unidade estratégica continua impensável até para o público mais culto. Para apreendê-la é preciso ter estudado a estrutura das "redes", mapeando a circulação de dinheiro, de informações e de palavras-de-ordem entre governos, fundações, partidos políticos, ONGs, banditismo organizado e mídia no mundo inteiro. Elementos para esse estudo podem ser encontrados nos sites h t t p : / / w w w. d i s c o v e r t h enetworks.org e www.activistcash.com, que já citei aqui, bem como na recém-inaugurada seção "Mapas Visuais" do jornal eletrônico brasileiro www.midiasemmascara.com.br. Quem quer que examine esse material com a devida atenção sabe que a existência de um eixo anti-americano, anti-israelense e anticristão formado pelos governos da Rússia e da China, pelas fundações globalistas bilionárias, pela grande mídia esquerdista chique, pela rede terrorista internacional e por milhares de organizações militantes espalhadas pelo mundo não é uma hipótese ou uma teoria: é um fato brutalmente real – o fato essencial do nosso tempo. Mas as informações que o evidenciam não saem, é claro, no "Jornal Nacional" nem na "Folha", não são alardeadas desde o alto das cátedras universitárias e, enfim, não chegam de maneira alguma ao público maior. O resultado é que a hostilidade contra os EUA, Israel e o cristianismo, meticulosamente fabricada a um custo de muitos bilhões de dólares, parece surgir do nada, como manifestação espontânea dos belos sentimentos morais da humanidade – e qualquer tentativa de contestar essa hipótese logicamente insustentável e supremamente imbecil é rejeitada, mesmo por

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pessoas cultas, como "teoria da conspiração". O sucesso psicológico da guerra assimétrica pode medir-se pela facilidade com que histórias da carochinha acabam parecendo mais verossímeis do que os fatos mais abundantemente comprovados. A função da mídia e dos "formadores de opinião" em geral, no novo quadro estratégico, é bem diversa daquele papel meramente auxiliar que tiveram em outras ocasiões, incluindo nisto as vastas campanhas de desinformação e manipulação montadas pelo governo soviético desde a década de 30 até o fim da Guerra Fria (campanhas cuja amplitude permanece ainda desconhecida fora do círculo dos estudiosos, por ter sido revelada só a partir da abertura temporária dos Arquivos de Moscou). Se a orientação geral é inverter as proporções recíprocas do esforço bélico e da manipulação informática que o transmuta em resultados políticos, os militares e terroristas é que se tornam força auxiliar, enquanto o papel principal incumbe aos manipuladores da opinião pública. Uma vez que você percebeu isso, sabe que é uma ingenuidade suicida continuar interpretando a situação como se os únicos agentes revolucionários que importam fossem os terroristas e os militantes mais descarados a serviço de organizações subversivas e como se os formadores de opinião fossem apenas cidadãos inofensivos exercendo candidamente o seu direito à liberdade de expressão. Ao contrário: jornais, rádios, noticiários de TV, aulas, livros, espetáculos de teatro são hoje as principais armas de guerra, sua função essencial ou única é serem armas de guerra, e por isso mesmo o controle planejado do noticiário deixou de ser uma exceção para se tornar a regra. Um dos sinais mais alarmantes dessa mudança é o fato de que a exclusão de notícias indesejáveis, um recurso extremo antes usado com parcimônia até por censores oficiais, se tornou procedimento normal e rotineiro da maioria dos órgãos da chamada "grande mídia" (no Brasil, em todos eles, sem exceção). A supressão é tão vasta e tão sistemática que continentes inteiros da realidade contemporânea se tornaram invisíveis para o público. Notícias sobre torturas e assassina-

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tos políticos em Cuba, na China, no Vietnã ou na Coréia do Norte, por exemplo, desapareceram por completo há mais de vinte anos, embora nesse período o número das vítimas nesses países não esteja abaixo dos dez milhões de pessoas. É só quando projetados sobre esse fundo vazio que epidódios inócuos como as humilhações ocasionais e incruentas sofridas por terroristas em Abu-Ghraib ou Guantánamo podem despertar atenção. É só nesse quadro totalmente deformado que centenas de mísseis lançados diariamente contra Israel podem parecer menos chocantes do que a tardia reação israelense. É só nesse mundo de fantasia que o simples pedido de uma congressista da Flórida para que o governo americano estude a possibilidade de alguma ação militar na Tríplice Fronteira pode parecer uma intervenção estrangeira mais perigosa, e mais insultuosa à dignidade nacional, do que a movimentação efetiva e constante, naquela área, de bandos de terroristas armados atuando em parceria estreita com quadrilhas de narcotraficantes, sob os olhos complacentes das nossas autoridades federais. É só no reino da mentira total que a presença amazônica de agentes do Conselho Mundial das Igrejas, um órgão acentuadamente pró-comunista e anti-americano, pode ser vendida ao público como prova de intervenção imperialista ianque. Não, já não se trata de censurar esta ou aquela notícia, mas de modificar radicalmente a estrutura e as proporções do panorama inteiro. Já não se trata de enganar o público quanto a um ou outro episódio em particular, mas de modificar sua percepção integral da realidade. Por isso é que a "guerra assimétrica", tão constantemente presente no mundo dos fatos, raras vezes ou nunca dá o ar da sua graça no universo de discurso da mídia brasileira. É que aí não se trata de falar da assimetria, mas sim de criá-la. P. S. – No meu artigo "A política do tigre", deixei passar dois erros de concordância, frutos do cansaço e da sobregarga. Nenhum de meus críticos usuais, tão zelosos em contestar detalhes naquilo que escrevo, acusou qualquer dos dois. Condescendência fingida ou analfabetismo genuíno?


Logo Logo DIÁRIO DO COMÉRCIO

Temos de defender os interesses do ser humano, não os interesses demoníacos dos capitalistas, onde quer que eles estejam. Temos de acabar com a exploração do homem pelo homem. Hugo Chávez, presidente da Venezuela, em discurso em Belarus, ex-república soviética, sobre o que chamou de "luta contra a hegemonia do capitalimo no mundo".

segunda-feira, 24 de julho de 2006

www.dcomercio.com.br/logo/

JULHO

2 -.LOGO

24 26 anos da morte do ator britânico Peter Sellers (1925-1980)

F ALTA D IVERSÃO

Tiziana Fabi/AFP

Equatoriana é eleita Miss Gordinha Silvana Vergara, uma equatoriana de 21 anos que pesa 156 quilos, foi escolhida Miss Cicciona 2006 (Miss Gordinha), em uma festa que elegeu como Mister Gordinho um homem de 194 quilos. A jovem, que vive na Itália há cinco anos, foi escolhida a mais gorda do país em uma festa realizada no final de semana na cidade toscana de Forcoli. Ela enfrentou outras 29 candidatas, todas de manequim grande.

C HINA Paul Yeung/Reuters

A despedida de Guarnieri Ator e dramaturgo foi enterrado ontem em Mairiporã, cidade serrana de São Paulo

O

enterro do ator e dramaturgo Gianfrancesco Guarnieri, marcado para as 16h de ontem, começou com cerca de uma hora de atraso. O cortejo que seguiu o carro fúnebre com o corpo do ator saiu às 15h10 do hospital Sírio-Libanês, onde foi realizado o velório, e levou mais de uma hora e meia para chegar ao cemitério Jardim da Serra (Mairiporã), na região da serra da Cantareira, local do enterro. Guarnieri morreu no sábado, aos 71 anos, em decorrência de complicações geradas por insuficiência renal crônica. Ele estava internado desde 2 de junho. O velório foi fechado a parentes e amigos. Na noite de sábado, estiveram no Sírio-Libanês atores como Antonio Fagundes, Juca de Oliveira, John Herbert e Eva Vilma. O movi-

mento no local se intensificou no domingo, com a chegada de Othon Bastos, Renato Consorte e Antônio Petrin. A maioria das pessoas presentes no velório seguiu o carro fúnebre em cortejo até o cemitério. Carreira –Em 1958, aos 24 anos, Guarnieri mudou os rumos da dramaturgia brasileira com a obra "Eles não Usam Black-Tie", que explorava as relações trabalhistas a partir de uma greve de operários. Como ator, foram outras dezenas de criações inesquecíveis no teatro, cinema e televisão. E ainda escreveu mais de 20 peças, sem contar episódios para casos especiais ou seriados. Seu último papel na televisão foi na novela "Belíssima", como Pepe. A participação teve de ser interrompida por causa da doença. Guarnieri era filho de imigrantes italianos e nasceu em

Milão, Itália, em 6 de agosto de 1934. Em 1937, seus pais migraram para o Brasil e foram morar no Rio, onde ficou até 1953, quando mudou-se para São Paulo. Em inúmeras entrevistas, creditou à empregada Margarida, que cuidou dele na infância e adolescência, o "aprendizado" da cultura popular, da vida nas ruas, no morro, nas favelas cariocas. Ator e dramaturgo, foi homenageado no 18º Prêmio Shell de Teatro São Paulo, cuja cerimônia ocorreu em abril último, por sua contribuição ao teatro. Ele também recebeu quatro prêmios Molière. Ele era casado há 40 anos c o m a s o c i ó l o g a Va n y a Sant'Anna, 62. Antes, havia sido casado com Cecília Thompson, com quem teve seus primeiros filhos, Flávio e Paulo Guarnieri. Com Vanya, teve mais três filhos. (Agências)

José Manuel Ribeiro/Reuters

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No sul da China, um homem passeia de bicicleta por uma rua repleta de pares de sapato colocados para secar depois que as águas da enchente - que matou 115 pessoas na semana passada - baixaram.

R EINO UNIDO

Aprendendo a ser feliz respiratórios para manter a calma em situações desgastantes, como uma briga em família, e a evitar assumir culpa por fatos que estão fora de seu controle como o divórcio dos pais. As técnicas foram importadas dos EUA depois de testes que provaram sua eficácia no bem-estar dos jovens. O Departamento de Educação vai avaliar o programa e, se os resultados forem positivos, as aulas de felicidade podem se tornar parte da grade escolar definitivamente.

HISTÓRIA - Cópias de embarcações famosas como a de Américo Vespúcio participaram da Regata dos Grandes Veleiros nas comemorações 50 anos da Tall Ships' Races, no Rio Tejo, em Lisboa ontem. A regata realça a importância do mar em toda a História de Portugal. A STROLOGIA

C A R T A Z

VISUAIS

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Diálogos com Tarsila. Treze artistas expõem trabalhos que traçam paralelos com o universo artístico da modernista Tarsila do Amaral. Na foto, escultura de Yeda Sandoval. Cultural Blue Life. Av. Brasil, 298, Jardim América. Telefone: 3884-9084. Das 10h às 19h. Até 29/7. Grátis.

Serviços da delegacia eletrônica

A Cybertouch lançou uma tela sensível ao toque de cristal líquido com 32 polegadas. O equipamento é ideal para sinalização eletrônica em lojas e quiosques em pontos de grande circulação, como hotéis e shopping centers. Preço sob consulta no site.

Casos como carros roubado, perda de placas, celulares ou documentos, desaparecimento de pessoas ou encontro de alguém desaparecido podem ser registrados na delegacia eletrônica de São Paulo. O Boletim de Ocorrência é feito sem sair de casa, com total comodidade, mas o internauta tem de se responsabilizar pelas informações. Para outros tipos de ocorrência, é possível encontrar no site orientações para o registro do Boletim de Ocorrência.

www.cyber touch.com/ORION32.html

http://www.ssp.sp.gov.br/bo/

A TÉ LOGO

Arte: O. Sequetin

a tarefa era irrealizável a não ser por um filho de Zeus. A fera, além de tamanho e força descomunais, tinha uma pele intransponível a qualquer arma. Habitando um abrigo com duas entradas, Hércules

fracassou ao tentar matála com suas flechas mágicas. Então tapou uma das ent r a d a s d a c averna com uma grande p e d r a . Monstro e n c u r r al a d o , adentrou a gruta, batalha titânica corpo a corpo, estrangulou-a com as próprias mãos. De sua pele fez um manto, da cabeça o capacete. Assim aparece no verso de moedas (dracmas) cunhadas no império de Alexandre o Grande (356 a.C. – 323 a.C.), com quem foi comparado. Para celebrar a luta, Zeus elevou o Leão aos céus. Características astrológicas: luta com emoções, orgulho, temperamento, charme, alegria. Armando Serra Negra

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Morales comemora seis meses na presidência da Bolívia e promete novas reestatizações Adultos e adolescentes recém-alfabetizados ganham livros sob medida

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'Touchscreen' de 32 polegadas

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m 22 de julho, ouviuse rugir o Leão no centro da elíptica, estabelecendo seu reinado celeste por um mês, até 22 de agosto. Das mais antigas constelações babilônicas, o rei das selvas associava-se ao Sol – seu regente astrológico – determinando o solstício de verão, o ponto orbital mais próximo da estrela, então marcando o início dessa estação. Para os egípcios, coincidia com as cheias do Nilo, essencial à atividade agrícola: às inundações seguia-se a fertilidade das margens. Mitologicamente, refere-se ao primeiro dos 12 trabalhos de Hércules, exterminar o leão que assolava a região da Neméia. Matando os habitantes, devorando os rebanhos, destruindo plantações,

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F AVORITOS

Leão, orgulho e alegria

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G @DGET DU JOUR

Sistema solar terá mais um planeta Astrônomos estão prontos para acrescentar pelo menos um novo planeta aos nove já conhecidos do nosso sistema solar. O novo astro, provisoriamente chamado de Xena, está a 9 bilhões de anosluz do Sol, cerca de 100 vezes mais distante do que a Terra e é maior que Plutão. A decisão será tomada no mês que vem, em um encontro da União Astrônoma Internacional, em Praga, onde astrônomos votarão pela inclusão. B RAZIL COM Z

A volta dos psicodélicos Dois jornais novaiorquinos, o New York Daily News e o New York Press destacaram em seus cadernos culturais do fim de semana o retorno da banda brasileira Os Mutantes. A banda, atualmente em turnê pelos EUA, se apresentou pela primeira vez em Nova York, nos palcos do Webster Hall. Sem Rita Lee, falam pela história e pelo futuro da banda Sergio Dias e Arnaldo Baptista. As reportagens também destacam o único álbum d´Os Mutantes disponível no mercado norte-americano, especialmente em sebos, o Everything Is Possible, lançado nos anos 60 com os principais sucessos da banda. E COLOGIA

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A partir do próximo ano letivo, as escolas públicas britâncias vão incluir uma nova matéria no currículo das crianças na faixa dos 10 aos 12 anos: aulas de felicidade. O objetivo é combater o aumento nos índices de depressão, ferimentos autoinfligidos e comportamento anti-social entre os jovens. As aulas vão ajudar as crianças a reforçar sua auto-estima, combater o pensamento negativo e expressar claramente seus pensamentos. Os pequenos também aprenderão exercícios

A STRONOMIA

Casal cobrava para organizar invasões em casas populares em construção

A cerveja mais que correta Há dois anos, a cervejaria Young's começou a produzir a cerveja Kew Brew, produzida com um tipo raro de lúpulo que nasce no Jardim Botânico Royal de Londres. Para evitar críticas e preservar as paisagens do jardim, a empresa passou a reverter parte do valor da venda das garrafas para trabalhos de conservação ambiental do Jardim Botânico, que coordena os trabalhos do banco de sementes mundial. Nem todos gostam do sabor do tal lúpulo raro, mas analisado como proposta ecológica, a idéia tem sido aplaudida. M ÚSICA

A primeira guitarra de McCartney Um amigo de infância de Paul McCartney venderá em leilão da casa Cooper Owen, em Londres, na sexta-feira, uma guitarra Rex acústica, a primeira guitarra tocada pelo ex-Beatle. A guitarra é avaliada em US$ 180 mil. O leilão será celebrado no estúdio musical Abbey Road, onde os Beatles gravaram a maior parte de seus discos. Um bilhete de próprio punho do ex-Beatle é a garantia de autenticidade da peça. "Esta guitarra pertence ao meu colega de escola Ian James, foi a primeira guitarra que toquei", escreveu no bilhete o ex-Beatle. "Foi a guitarra com que aprendi meus primeiros acordes em casa", acrescentou.


Divulgação

Nº 130 São Paulo, 24 de julho de 2006

DCARR

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Divulgação

Magentis, é o novo sedã do mercado. Coreano, da Kia, chega custando R$ 69,9 mil. Junto com ele vem a nova Carnival, van, por R$ 139,9 mil. Ambos na pág. 4. Acredite, a manutenção do seu carro pode custar 250% mais caro. Por isso, pesquise na hora da oficina. Na página 9.

O NOVO MERCEDES MINEIRO

ÊTA TREM BÃO, SÔ! PÁGINAS 6 E 7


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DCARRO

São Paulo, segunda-feira,24 de julho de 2006

Pesquisar é preciso bsurdas diferenças de até 250%, isto mesmo, duzentos e cinqüenta por cento, foram constatadas em pesquisa feita pela Agência AutoInforme, publicada nesta edição do DCarro, em sua página 9, sobre preços e peças de serviços em nossos caros automóveis. O caro aqui tem duplo sentido: o de valor, porque o carro brasileiro está entre os mais caros do mundo, com todos os absurdos impostos agregados ao valor do veículo; e caro, no sentido sentimental, carinhoso, de querido, amado. Afinal, nós brasileiros, amamos os nossos automóveis, ainda que, nem sempre, eles correspondam a este amor, deixando de nos oferecer, em troca, mais conforto, maior economia de combustível, mais potência, freios mais eficientes, mais ergonomia, melhor estabilidade, menos multa (ôpa! Ato falho, multa é responsabilidade nossa, ainda que sob o olhar sempre atento dos nossos marronzinhos da CET, que só sabem fazer isso: multar, sem se preocupar no outro trabalho que deveriam executar que é orientar o motorista no trânsito). Pois é, esta pesquisa da AutoInforme nos mostra que este desamor nos atinge de uma maneira até brutal, quando levamos nosso

querido automóvel à oficina e mandamos fazer o serviço nele necessário, sem prestar atenção, mas atenção de verdade, no valor que está sendo cobrado pelo serviço e pelas peças. É preciso estar atento para saber se o cobrado está de acordo com o nosso bolso, com o saldo bancário, ou para pedir que a oficina "divida" o débito em "n" vezes, para que as prestações caibam no nosso orçamento. Por isso, leia com muita atenção a matéria da página 9. E, se puxar pela memória, você talvez vá se lembrar que na última vez em que seu "fonfom" esteve na oficina, se uma pesquisa atenta tivesse sido feita, teria sobrado "algum" para levar as crianças num programa incomum, um fim de semana diferente, ou algo mais que a tradicional pizza de domingo à noite. Mas tudo isso deve ser feito com muito cuidado. Não adianta ir só em busca do mais barato pois, como diz o dito popular, "o barato sai caro", quando se olha apenas o preço. Há boas oficinas nesta grande cidade, independentes ou ligadas às marcas das montadoras. Em uma delas você vai encontrar o preço justo para o serviço que o seu querido e amado carro precisa.

Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor chicolelis chicolelis@dcomercio.com.br Repórteres Alzira Rodrigues alzira@dcomercio.com.br Anderson Cavalcante acavalcante@dcomercio.com.br

Chefe de reportagem Arthur Rosa Editor de Fotografia Masao Goto

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ÍNDICE IMPORTADOS - 4 A Kia traz dois novos produtos para o mercado brasileiro.

REESTILIZAÇÃO - 5 O BMW X3 deve chegar ao Brasil no começo de 2007.

PRODUÇÃO LOCAL - 6 e 7 O Mercedes-Benz C Sports Coupé será produzido em Juiz de Fora (MG).

MERCADO - 9 Custos com manutenção têm diferenças de preço de até 250%.

ENCONTRO - 11 Evento de motos antigas reúne modelos do século passado.

AGENDA 25 de julho

Termina amanhã a 17ª Festa do Caminhoneiro, realizada na Área de Exposições dos Caminhoneiros (anexo ao Posto Sakamoto II), na Via Dutra, km 210,5, em Guarulhos, São Paulo.

27 a 29 de julho

Acontece em Indaiatuba, no Campo de Prova de Cruz Alta, a Maratona Eficiência 2006, que mostra protótipos de veículos feitos por 20 equipes de diversas universidades brasileiras.

chicolelis

Editor de Arte José Coelho Diagramação Hedilberto Monserrat Junior Ilustração Abê / Céllus / Jair Soares Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão S/A O Estado de S. Paulo www.dcomercio.com.br/dcarro


São Paulo, segunda-feira,24 de julho de 2006

DCARRO

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OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

segunda-feira, 24 de julho de 2006

RESENHA

NACIONAL O PAÍS DA MENTIRA de campanha, embora estivessem longe de período de arrecadação eleitoral. Silvinho "Land Rover" Pereira, alto executivo do PT à época, há poucos meses, fez declarações bombásticas ao Globo. Convocado para depor, alegou confusão mental, mas o PT acertou suas contas e, diga-se de passagem, a empresa de engenharia doadora do veículo, continua trabalhando para a Petrobras. Zé Dirceu também ameaçou publicar um livro de memórias, com o apoio literário de Fernando Moraes. Lulla já acertou as contas e Dirceu desistiu do livro. Mais uma mentira do guerrilheiro Daniel. Quem pensa que é proibido pagar despesas locais no exterior ficou

Orçamento impositivo para estancar a sangria ROBERTO FENDT

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Sérgio Castro/AE

Edemar pagava o cartão de crédito. Roseana não sabia.

Roberto Alvarenga

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senadora Roseana Sarney deixou de incluir em sua declaração de bens à Justiça Eleitoral o valor de 14 dos 15 itens que integram seu patrimônio. Não é o primeiro esquecimento de Roseana. Em março de 2002, quando pretendia se candidatar (ou negociar) à Presidência da República, uma de suas empresas, a Lunus, foi surpreendida com a existência, no caixa, de R$ 1,34 milhão em dinheiro vivo. Depois de algumas apurações e deslavadas mentiras do genro de Sarney sobre a origem desse dinheiro, o assunto foi encerrado. A opinião pública não recebeu nenhuma satisfação. Recentemente, o banqueiro e amigo pessoal (e

intransferível) de Sarney, Edemar Cid Ferreira (Banco Santos), hoje preso, foi acusado de pagar o cartão de crédito da princesinha. Ela não declarou esses pagamentos como renda. Também ninguém perguntou. No auge do episódio dos mensaleiros, João Paulo Cunha informou que sua mulher teria ido ao Banco Rural para pagar a conta da NET. Na verdade, Márcia Regina Milanésio Cunha tinha recebido R$ 50 mil reais. Ele foi apontado como um dos mensaleiros, indiciado pela Comissão de Ética e perdoado pelo plenário da Câmara. O que mais chamou a atenção, no entanto, foi a deslavada mentira com que Cunha se defendeu da pecha de mensaleiro: "nunca recebi nada". Em seguida, possivelmente orquestrados pelo criminalista Márcio Thomaz Bastos, todos os mensaleiros apelaram para um crime menor, o Caixa 2

estarrecido quando o homem das rinhas, Duda Mendonça, declarou ter recebido nos EUA cerca de R$ 10 milhões. Ficou o dito pelo não dito e, como Duda sabe muito mais do que falou, foi "premiado" com a extensão e a ampliação de seu contrato como publicitário da Petrobras. Lulla, que teve seu ministério arrasado por denúncias que vão de corrupção nos fundos de pensão até quebra criminosa de sigilo bancário, mente quando diz que não sabia nada. Os congressistas fingem que estão realizando sessões no Congresso. Até o partido do presidente da Casa, o Partido Comunista do Brasil, é uma mentira. O comunismo já acabou. Agora é atração turística (em Cuba) ou manicômio (na Coréia do Norte). Aldo Rebelo é o Saci Pererê. É mentira. EDITORIAL DE ARTHUR CHAGAS DINIZ NO SITE DO INSTITUTO LIBERAL

E Lulla mente quando diz que não sabia nada

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

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omo se sabe, o Orçamento da União é autorizativo. Isto é, ele fixa o limite de gastos com os diversos programas de responsabilidade do governo. O fato de um programa ter previsão de recursos no orçamento não implica sua automática execução, no todo ou em parte, como mostram os dados da execução do orçamento da União até junho deste ano, em que diversos programas têm gasto zero. Não é uma idiossincrasia de 2006, ocorre todo ano. O orçamento autorizativo dá ao gestor do orçamento enorme discricionariedade na decisão de quanto e em que programas gastar, e prestase a todo o tipo de malandragem e falcatruas. No passado, já tivemos um escândalo de "anões do Orçamento". E agora estamos diante do escândalo das "sanguessugas", pondo em suspeição 105 parlamentares. Além disso, o Orçamento perde a finalidade para a qual foi criado: a de dar materialidade aos planos de trabalho do governo - o equivalente ao business plan das empresas - e ser instrumento de controle da execução desse plano de trabalho. Não é nenhuma coincidência o fato de que o controle da execução orçamentária pelo Congresso tenha começado na França em 1831 e na Inglaterra em 1866, quando os gastos "sociais" do governo começaram a concorrer com as funções tradicionais do Estado: defesa nacional, manutenção da ordem interna e resguardo do Estado de Direito. Se o orçamento é autorizativo, a função de controle desloca-se para fiscalizar apenas o respeito aos limites fixados para os gastos, em lugar de concentrar-se nos resultados. Dentre as soluções apresentadas para resolver o problema, começa a tomar corpo a idéia de tornar o orçamento impositivo. Recentemente o Senado aprovou proposta de emenda constitucional (PEC 22/00) nesse sentido. Pela proposta, o Executivo fica obrigado a executar o orçamento aprovado pelo Congresso, ficando autorizado a bloquear recursos constantes do orçamento aprovado somente quando solicitado pelo presidente da República ao Congresso, até 120 dias

antes do encerramento da sessão legislativa. De todos os argumentos a favor do orçamento impositivo o que mais gosto é o de que, na prática, o Orçamento da União já é 90% impositivo. Isso decorre de que 90% das dotações são rígidas - principalmente com gastos obrigatórios com salários e encargos dos servidores públicos da União, despesas previdenciárias com aposentados e pensionistas e com pagamentos dos encargos da dívida pública, por determinação constitucional. Portanto, torná-lo 100% impositivo retiraria da burocracia brasiliense a discricionariedade sobre os restantes 10%. Um orçamento impositivo também eliminaria (ou reduziria drasticamente) o volume de Restos a pagar que transita de um ano para o outro na execução orçamentária, tornando ainda mais nebulosa a destinação dos recursos gastos e mais difícil o controle parlamentar. Além disso, obrigaria o Executivo (no projeto de lei orçamentária) e o Legislativo (nas suas emendas) a prever melhor a receita, o que em si já contribuiria para tornar mais realista o orçamento.

O

orçamento impositivo talvez também contribuísse para por um paradeiro no volume de transferências de recursos orçamentários para organizações não-governamentais "sem fins lucrativos". Essas transferências têm sido em média de dois bilhões de reais por ano e atingiram 2,5 bilhões no ano passado, envolvendo 535 ONGs somente na esfera do Ministério do Desenvolvimento Agrário! Este ano já estão empenhados recursos da ordem de 1,3 bilhão de reais. Supostamente, essas organizações não-governamentais "sem fins lucrativos" estão realizando melhor as ações que de outra seriam realizadas menos eficientemente pelo governo. Mas será sempre esse o caso? Quem controla os gastos dessas organizações? Não é por aí que se está desviando o dinheiro do "contribuinte" para ações político-partidárias como a que assistimos na depredação do Congresso Nacional pelo MLST?

O Orçamento já é 90% impositivo. Nos 10% restantes é onde mora o perigo.

Desemprego se combate com educação WALTER IHOSHI

T

oda campanha eleitoral é a mesma coisa: a população pede emprego e os políticos prometem criá-los aos montes. Infelizmente, ninguém consegue cumprir esta promessa, pois gerar trabalho não é tão simples assim. Para que sejam abertas novas vagas no mercado é preciso que o país cresça. Isso acontece baixando os impostos e os juros, incentivando o comércio, investindo em infra-estrutura e, principalmente, em educação. A educação de qualidade é a única forma de diminuir as desigualdades sociais e dar a oportunidade de os cidadãos mais humildes terem as mesmas chances que os mais ricos. É na escola que pessoas de todas as idades adquirem conhecimento, ferramenta que as possibilita competir de igual para igual. Os países mais desenvolvidos do mundo só chegaram aonde estão porque investiram pesado em suas crianças e jovens. Construíram boas escolas e capacitaram professores que, além de ensinar em matérias pedagógicas, também ensinam aos seus alunos a praticarem o que aprenderam fora da sala de aula. Investir em educação não garante apenas um diploma. Pesquisas mostram que as pessoas "mais estudadas" conseguem transformar suas idéias em negócios, tecnologia ou em algum tipo de inovação. Isso leva o País ao desenvolvimento econômico, à geração de

trabalho e melhor qualidade de vida. Um bom exemplo disso é a Coréia do Sul. Há 25 anos, ela tinha tantos problemas de desemprego e miséria quanto têm hoje o Brasil. Mas ela apostou na educação, mesmo passando dificuldades nos primeiros anos. Hoje, é um dos países mais ricos do planeta.

P

recisamos investir nas escolas públicas e, em especial, nos professores. São eles que garantem a boa aula. Apesar de toda a tecnologia existente, nada substitui o bom professor. Assim como temos que investir mais na educação profissionalizante. Quem nunca viu alguém perder uma vaga de emprego por falta de qualificação profissional? Temos que construir mais escolas técnicas e abrir novos cursos, de acordo com as necessidades de cada região. Até porque, atualmente, há mais vagas para técnicos do que para jovens formados no ensino superior. Há muito o que fazer para o desemprego deixar de existir no Brasil. Nada acontecerá de uma hora para outra, mas é um sonho que pode ser realizado. E todos nós podemos contribuir para isso. Basta acreditarmos neste país e lutarmos pelo direito ao estudo. Nossos protestos sempre farão a diferença. WALTER IHOSHI É VICE-PRESIDENTE LICENCIADO DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO

A educação de qualidade é a única forma de diminuirmos as desigualdades

JOÃO DE SCANTIMBURGO MERCOSUL E OUTRAS UNIÕES

S

eria preciso juntar na mesma mesa, o que não é difícil, os ex-presidentes Raúl Alfonsín e José Sarney, aos quais se deve a obra notável de criação do Mercosul, no original uma liberdade de alfândegas, a zolverein do grande chanceler de ferro Bismarck. A idéia do Mercosul foi bem recebida pelos agentes econômicos dos países-membros e do Chile, que ficou na porta de entrada do grande organismo, o que valeu como uma adesão provisória do país andino. O Mercosul inicial, tempo em que durou a prática geral de liberdade de alfândegas, foi excepcionalmente bem situado pelos agentes econômicos e pelos órgãos de comunicação, que lhe deram cobertura desde sempre, mostrando as vantagens que representavam a grandiosa idéia, corporificada numa organização inicial de quatro países fixos mais um associado. Isto é uma cota valiosa de países sul-americanos, capazes de enfrentar no campo econômico a União Européia .

Não é exagero afirmar que o Mercosul cambaleia. Mas a idéia não está perdida. Dará frutos abundantes.

F

oi-se o tempo de nações individualizadas. Na União Européia, em vias de ser ampliada, vários países já comprovaram a eficiência desse organismo. Todos querem participar da mesma aliança, estabelecida no primeiro contrato à partir de Roma. Evidentemente, o Mercosul ainda não foi confirmado definitivamente. Não é exagero afirmar que o Mercosul cambaleia, mas tenho esperança de que ainda vá firmar-se nos seus princípios ideológicos e na sua prática econômica, para favorecer às economias dos países-membros e dos futuros países que vieram a participar. A idéia do Mercosul não está perdida, assim espero; virá, sem dúvida, a dar frutos abundantes. As economias já sentem o que podem esperar dessa nova união, inspirada no modelo europeu. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 24 de julho de 2006

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Política

Você pode ter um vencedor no 1º turno por uma pequena margem e outro no 2º turno. João Francisco Meira, diretor do Vox Populi.

COM BASE NAS ÚLTIMAS PESQUISAS, INSTITUTOS JÁ ACREDITAM - E ANALISAM - ESSA POSSIBILIDADE.

SEGUNDO TURNO: DÁ PARA APOSTAR? Epitácio Pessoa/AE

Sergio Kapustan

Dicas para Alckmin

A

A principal delas: deixar de lado as acusações em torno de mensalão e caixa 2 e falar de propostas.

E

specialistas em pesquisa de intenção de voto afirmam que o futuro de Alckmin na eleição depende fundamentalmente dele próprio. Melhor ainda: de seu desempenho no horário gratuito de rádio e tevê. A justificativa é a de que o tucano é pouco conhecido nos grotões do País, onde esses são os únicos meios de informação de que as pessoas dispõem. O tucano é o candidato que terá mais tempo para mostrar as suas propostas: 10 minutos e 22 segundos. Lula tem 7 minutos e 21 segundos, Heloísa Helena 1 minuto e 21 segundos; e Cristovam Buarque, 2 minutos e 23 segundos. Segundo os diretores dos institutos de pesquisa, apesar de Alckmin ter mais tempo que Lula, o presidente tem bom desempenho no microfone e na telinha. Para eles, os tucanos devem priorizar a apresentação de propostas e não atacar de frente a figura do presidente. O mensalão e as denúncias de caixa 2 não devem ser explorados, tendo em vista que o eleitor já isentou Lula dos escândalos e as acusações não interferem na intenção de voto. Além disso, dois fatores ajudam o petista: a facilidade de comunicação e Andrea Felizolla /LUZ as realizações de seu governo, como a manutenção da estabilidade econômica, o aumento da oferta de emprego, o aumento do salário acima da inflação e o Bolsa - Família. "Qual será a moeda substitutiva do candidato Alckmin? Choque de gestão? Isso já foi questionado pelo efeito PCC", diz Márcia Cavallari, diretora do Ibope. A estratégia de mídia é simples. O candidato precisa passar credibilidade e apresentar as propostas de Qual será a governo de forma clara, pa- moeda ra o eleitor entender o que substitutiva ele está falando. "No caso da disputa entre Lula e Al- de Alckmin? ckmin, o eleitor precisará Choque de entender qual é a contra- gestão? Isso partida que o PSDB tem às já foi propostas do PT. O eleitor questionado. fará uma avaliação prograMárcia mática dos candidatos". Fátima Pacheco Jordão, Cavallari diretora de Pesquisa da TV Cultura, acentua que o tucano deve ficar de olho no voto feminino, em especial. De um total de 125,9 milhões de eleitores brasileiros, elas são 64,8 milhões, representando 51,53% do eleitorado. Os homens somam 60,8 milhões – 48,33% do total. A pesquisadora acrescenta que 10% do eleitorado brasileiro decide o seu voto 48 horas antes da eleição e 65% desse contingente é de mulheres. "As mulheres, de modo geral, são pouco ligadas em política. As preocupações delas dizem respeito às coisas do dia-adia, como a educação dos filhos e a saúde". Para a socióloga, o fato de Alckmin ser médico também pode ajudá-lo. Um integrante da campanha informa que o candidato deve ir para a tevê só para falar dele e das propostas de governo. Ele lembra que Alckmin, assim como Lula, é "bom de mídia", e cita o exemplo da eleição à Prefeitura de São Paulo em 2000. O tucano iniciou a campanha com 2% das intenções de voto e quase foi ao 2º turno graças à campanha eletrônica. No ar – Além do horário gratuito, os candidatos terão direito a 540 inserções em rádio e tevê durante 45 dias. Serão 12 inserções diárias de 30 segundos cada, totalizando seis minutos de comerciais diários. Alckmin terá 2 minutos e 29 segundos. O presidente Lula contará com 1 minuto e 45 segundos por dia. Em seguida vem o candidato do PDT à presidência, Cristovam Buarque, que terá direito de 34 segundos diários. Os demais candidatos, como Heloísa Helena, não terão direito a inserções todos os dias.

Fátima Pacheco Jordão, da TV Cultura, recomenda atenção ao voto feminino. Andrea Felizola /LUZ

Andrea Felizola /LUZ

Acima, João Francisco Meira, (Vox Populi) e à direita, Francisco Toledo (Toledo & Associados): precaução no prognóstico de 2º turno.

Kathia Tamanaha /AE

Cavallari: "E a contrapartida?".

menos de um mês do início da campanha gratuita na televisão e no rádio, a probabilidade de haver 2º turno é real, segundo avaliação de especialistas em pesquisas de intenção de voto e política. Duas pesquisas recentes – Sensus/CNT e Datafolha – sinalizaram esse quadro, a exemplo de 2002. Em apenas duas eleições (1994 e 1998) o presidente foi eleito no 1º turno – caso do tucano Fernando Henrique Cardoso em disputa polarizada com Luiz Inácio Lula da Silva. A pesquisa Sensus mostrou que a diferença entre Lula e o tucano Geraldo Alckmin caiu sete pontos, mas o presidente seria reeleito no 1º turno. O Datafolha revelou que os dois ficaram estáveis em relação a maio: 44% contra 28%. Em contrapartida, a candidata do PSol, a senadora Heloísa Helena, subiu de 6% para 10%. Ela cresceu mais na camada de cinco a dez salários, de simpáticos a Lula e Alckmin. O "fator HH", aumentou as chances de haver 2º turno, porque Lula teria apenas 52% dos votos válidos. Como a margem de erro é de dois pontos percentuais, Lula poderia ficar com 50%. "A pesquisa de intenção de voto é como uma partida de futebol. Só termina quando o juiz apita, mas é possível afirmar que há sinais de 2º turno", observa Waldyr Pilli, presidente da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisas (ABEP).

No entendimento do especialista, dois fatos convergem em favor do tucano: o avanço de Heloísa Helena e a estabilidade de Alckmin. "O pequeno crescimento de um candidato pode levar ao 2º turno", diz. Mano - a - mano – A diretora do Ibope, Márcia Cavallari, diz que será uma "eleição cabeça a - cabeça" e que cada candidato terá que, primeiro, cuidar do seu eleitorado e depois buscar os votos nas outras candidaturas. Embora admita a existência de polarização entre Lula e Alckmin, o diretor do Vox Populi, João Francisco Meira, prefere esperar o início do horário gratuito para ter uma percepção clara do quadro. Segundo Meira, em 70% das eleições no Brasil o primeiro colocado venceu o 2º turno e em apenas 30% ocorreu o contrário. Ele faz, porém, uma ressalva: "Não há mais um vencedor que larga na frente e ganha. Você pode ter um vencedor no 1º turno por uma pequena margem e outro vencedor no 2º turno", afirma. Ricardo Guedes, diretor do Sensus, lembra da situação dramática vivida no Rio de Janeiro (2004), quando César Maia (PFL) foi reeleito prefeito no 1º turno com 50,1% dos votos válidos. "Tudo indica que poderemos ter uma eleição muito parecida".

O cientista político Leôncio Martins Rodrigues

ESTUDIOSOS PREVÊEM CENÁRIO COMPLICADO

D

uas figuras de peso do pensa- terar a política brasimento brasileiro – o cientista leira", diz o sociólogo, político Leôncio Martins Ro- referindo-se à disputa É uma drigues e o sociólogo Francisco de Oli- PT x PSDB. "Podere- eleição em veira – afirmam que o País terá uma de mos ter ajustes nas po- que os suas eleições mais complicadas. E isso sições, mas vamos papartidos vão ra o 2º turno". deve levar a decisão para o 2º turno. Para Francisco José investir em Na avaliação deles, as denúncias de corrupção no Congresso deixaram o de Toledo, presidente pesquisas eleitorado – que jamais imaginaria o PT da Toledo & Associa- qualitativas. envolvido em denúncias – desiludido. dos, passada a fase de Rodrigues, "É uma eleição em que os partidos vão aquecimento da camcientista investir em pesquisas qualitativas para panha, o debate petispolítico definir a estratégia do voto", pontifica ta-tucano vai esquenLeôncio. Para Francisco de Oliveira, a tar muito. Os candidacobertura da imprensa será outro com- tos vão em busca dos indecisos e daponente importante. "Vamos ter os can- queles que podem mudar o voto. Segundo o Datafolha, 30% dos entredidatos no Jornal Nacional, de grande audiência no País, apresentado-se dia- vistados podem mudar o voto até outubro. "As coisas serão colocadas com clariamente ao eleitorado". Segundo o sociólogo , deve-se acom- reza no noticiário. E atingem aquele panhar com cuidado o desempenho de eleitor que não acompanha a política". Toledo aposta no 2º turno por acrediHeloísa Helena e Cristovam Buarque daqui por diante. Em sua avaliação, a tar no crescimento de Heloísa e Cristoex-petista subiu nas pesquisas por con- vam. "Se ela atingir 15% (já está em ta da decepção do eleitorado com o PT. 10%) e o senador de 5 a 7%, haverá 2º Já o pedetista, que também rompeu turno, porque o crescimento de Alckcom o PT, pode subir porque a bandeira min já está ocorrendo", declarou. da educação – seu mote de cam- Sérgio Zacchi /Folha Imagem panha – atrai uma parcela do eleitorado. Sua conclu- A eleição é são: com o de- um jogo de correr da cam- cartas panha, os nú- marcadas, meros podem por não mudar e embaralhar a dis- alterar a puta de vez. política " A e l e i ç ã o é brasileira um jogo de Oliveira, cartas marcasociólogo O sociólogo Francisco de Oliveira durante seminário das por não al-

Os pesquisadores trabalham com amostras ou grupos representativos da sociedade divididos em cotas. Assim, ser entrevistado seria como acertar na loteria, comparam.

OPINIÃO DE QUEM?

A

divulgação de pesquisas de intenção de voto tornou-se rotina em época de eleição, mas desde que passaram a ser divulgadas geraram uma dúvida crucial entre os eleitores: quem são os entrevistados? A questão baseia-se numa frase muito repetida nessa época: "Eu nunca fui entrevistado por um pesquisador". O presidente da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisas (ABEP), Waldyr Pilli, explica que a pesquisa é uma amostra representativa do que pensa o eleitorado. Como é im-

possível entrevistar todos os eleitores brasileiros, os institutos elaboraram métodos estatísticos para obter a maior precisão possível. De modo geral, os institutos entrevistam cerca de mil pessoas em municípios escolhidos por sorteio. "Funciona mais ou menos como na loteria: todo mundo compra o bilhete, mas poucos são os sorteados", compara Pilli. "Assim é a pesquisa. Você tem uma pequena amostra – mas muito representativa – do que pensa o eleitor", explica.


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Eleições Planalto Dívidas Congresso

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 24 de julho de 2006

PROPAGANDA IRREGULAR: UM DOS PRINCIPAIS MOTIVOS DAS MULTAS

QUEM NÃO PAGAR DÍVIDA DE CAMPANHAS PASSADAS NÃO PODERÁ SER ELEITO

Eymar Mascaro

MULTAS ELEITORAIS: UMA A DÍVIDA DE R$ 110 MILHÕES.

D

everia ser notícia pos de pessoa jurídica, tamv e l h a , m a s p e l a bém estão entre os devedores. Os tribunais regionais e o primeira vez um candidato terá de TSE têm até o dia 23 de agosto pagar suas multas eleitorais para julgar os mais de 18 mil antes de tentar novamente pedidos de registro de candiconquistar o seu voto. Apesar datura para as próximas eleida corrida que levou aos cartó- ções. Cada um deve conter, enrios nos últimos meses até fi- tre outras exigências, uma cergurões da próxima campanha tidão negativa de débito com a interessados em quitar débi- justiça eleitoral. Os candidatos tos, o País ainda têm a receber têm de provar que prestaram R$ 110.485.643,10. São multas contas nas eleições anteriores, não pagas e inscritas na dívida bem como pagaram suas penas por infrações. Antes, basativa da União. Aprovada no segundo se- tava provar estar em dia com mestre de 2004 pelo Tribunal as funções cívicas, atender a Superior Eleitoral, mas válida a uma convocação para ser mepartir de agora, a resolução que sário, por exemplo, ou votar. ameaça tirar de políticos ina- Nesse caso, a multa é quase dimplentes a possibilidade de simbólica, de R$ 3,51. As punições para os candidaregistrarem suas candidaturas tos são mais salgadas. Variam pode virar pendenga judicial. Num cenário em que os par- de R$ 2 mil a R$ 53.205, no caso tidos estão dispostos a gastar da propaganda feita antes de 6 quase R$ 20 bilhões para eleger de julho e podem ser duplicadas seus candidatos, R$ 110 milhões em caso de reincidência. TSE – Especialistas em direiparece pouco. Não é. O valor das penas devidas equivale pra- to eleitoral já prometem recorticamente a tudo o que o fundo rer se os pedidos de registro de que sustenta os partidos distri- seus clientes forem rejeitados por causa de multas. O presibuiu no ano passado. dente do TriNas últimas b u n a l S u p eeleições para a rior Eleitoral capital, aproxi(TSE), Marco madamente Aurélio Mello uma em cada A lei dá prazo para discorda e suscinco multas que o candidato tenta que a (21%) foi encaapresente os norma não minhada à documentos faltosos e cria inelegibiP ro c u ra d o ri a lidade, trata Geral da Fapague suas dívidas. somente dos zenda NacioJosé Joaquim dos Santos, requisitos exinal (PGFN) assessor da presidência gidos para alpara inscrição do TRE-SP guém se aprena dívida atisentar à eleiva. Nas eleiç ã o . P o r e nções de 2002, o Tribunal Regional Eleitoral quanto, os julgamentos de paulista aplicou R$ 6,7 milhões pedidos de registro estão apeem multas, a maioria por causa nas no começo e não há inforde propaganda antecipada ou mação de que algum tenha siirregular. O TSE anulou duas do rejeitado. "O tribunal vai sentenças de R$ 2,213 milhões acompanhar de perto todos os cada. Dos R$ 2,3 milhões restan- julgamentos. Não faz sentido tes, nada menos do que 71% não que uma pessoa que não esteja foram pagos e acabaram reme- quite com a Justiça Eleitoral tidos para execução fiscal, de- possa ser candidato", afirmou pois de encerrada a possibilida- Marco Aurélio. "A lei dá prazo de de recursos. Os processos para que, após notificado, o abertos pela PGFN correm na candidato apresente os documentos faltosos e pague suas justiça federal ou eleitoral. Devedores – Eleitores que dívidas" explica o assessor da deixaram de votar ou não aten- presidência do TRE-SP, juiz Joderam convocação da Justiça sé Joaquim dos Santos. O volume de multas eleitoEleitoral, assim como meios de comunicação, entre outros ti- rais pagas entre janeiro e maio

SANGUESSUGAS CPMI VAI REDUZIR LISTA DE SUSPEITOS

O

Espólio

dmitindo-se a possibilidade real de que haverá 2º turno na eleição presidencial, lulistas e alckimistas se movimentam para saber para quem iriam os votos da senadora Heloísa Helena (PSol). Calcula-se que por baixo ela terá cerca de 10 milhões, de um total de 125 milhões de votos no País. Para a cúpula do PT, a maioria dos votos da senadora migrará para Lula, porque Heloísa Helena é oriunda do PT. A tese é contestada pelos tucanos, que acham que a votação da senadora é composta de votos que o PT perdeu. A cúpula do PSol acredita que Heloísa Helena crescerá mais nas próximas pesquisas. Atualmente, a senadora tem 10% de índice de intenção de voto, segundo a última pesquisa Datafolha. O otimismo domina o PSol.

Valter Campanato/ABr/05-2006

Não faz sentido que uma pessoa que não esteja quite com a Justiça Eleitoral possa ser candidato. Marco Aurélio Mello, presidente do TSE deste ano no Brasil equivale a R$ 12,35 milhões, pouco menos do que o valor levantado ao longo de 2005. O número de infrações quitadas após a inscrição na dívida ativa também aumentou. Foi de 2.052 em 2003 para 4.244 em 2004 e 6.992 no ano passado. Candidatos – Dono de uma fortuna de R$ 38,9 milhões, o exprefeito Paulo Maluf (PP) fechou acordo na PGFN para parcelar multas atrasadas que somam R$ 329.871. A maioria das infrações foi cometida em 2002 e 2004. Candidato a deputado federal, Maluf pagará 60 prestações de R$ 5,4 mil, disse seu advogado, Eduardo Nobre. Antes de entrarem na lista da dívida ativa, dois candidatos ao governo de São Paulo, José Serra (PSDB) e Orestes Quércia (PMDB) e o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB), pagaram multas este ano. Serra foi condenado por conta da divulgação de uma pesquisa de intenção de voto sem o registro antecipado na Justiça Eleitoral, em 2002. Desembolsou R$ 57 mil há algumas semanas. "A multa só não

foi paga há mais tempo porque não havíamos sido notificados" afirmou Ricardo Penteado, advogado do PSDB. Já Aldo Rebelo, sofreu penalidade por ter sido beneficiado com a pixação não-autorizada de um muro. Pagou R$ 9 mil. Quércia tinha uma multa remanescente da última eleição para o Senado, em 2002, por propaganda irregular em postes. Quitou R$ 10.641. "O exgovernador nunca foi inscrito na dívida ativa, sempre paga seus débitos após o trâmite dos recursos", disse o advogado do peemedebista, Ricardo Porto. Foram remetidos à PGFN para execução fiscal, entre outros, pelo menos três candidatos nas próximas eleições condenados em 2004: Maluf, o ex-presidente da Força Sindical, Paulo Pareira da Silva (PDT) e a ex-prefeita Luiza Erundina (PSB). Ela pagou R$ 21.282, por propaganda antecipada no programa partidário exibido na TV. Há representantes de quase todos os partidos entre os candidatos multados desde 2002, segundo levantamento feito pelo TRE-SP. (AE)

DOIS TURNOS

IMBRÓGLIO

Lula decidiu fazer a campanha convencido de que a eleição será decidida somente no 2º turno. O presidente elogiou o crescimento de Heloísa Helena nas pesquisas e advogou a tese de que não é boa coisa para a democracia a eleição terminar no 1º turno.

Os tucanos estão negando que o expresidente Fernando Henrique Cardoso teria sido designado para trabalhar o apoio de Anthony Garotinho e Rosinha Matheus, ambos do PMDB, a Alckmin, no Rio (11 milhões de votos). O prefeito Cesar Maia (PFL) não gostaria de se reencontrar com o casal Garotinho no mesmo palanque.

SUBIDA Heloísa Helena, segundo o seu partido, continua crescendo em quase todas as regiões do País. A região em que ela mais subiu foi no Sul, indo de 6% para 13%. A senadora invadiu um reduto que era dominado pelo PT, o Rio Grande do Sul (mais de sete milhões de votos).

TENDÊNCIA Os outros dois Estados do Sul, Paraná (sete milhões de votos) e Santa Catarina (quatro milhões) também registraram novo crescimento da senadora. Heloísa Helena está conquistando mais votos porque está se tornando mais conhecida do eleitor, via TV.

MULHERES As mulheres continuam sendo minoria nas campanhas eleitorais. Dos 19 mil candidatos – a presidente, governador, senador, deputado federal ou deputado estadual – apenas 13,95% são mulheres, segundo levantamento do (Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

RETORNO Geraldo Alckmin vai voltar mais vezes, em agosto, para fazer campanha no Sul (quase 20 milhões de votos). O tucano não gostou de estar dividindo a liderança na região com Lula. Alckmin chegou a ter 37% de intenção de votos no Sul, mas seu índice caiu para 30% segundo o Datafolha.

Gustavo Miranda/Agência O Globo

se. Segundo Lanrela tódo, as investigario da ções sobre quem CPMI não for citado no dos Sanguessuprimeiro relatógas, que deverá rio continuarão ser apresentado após as eleições. e votado na priO Ministério meira semana Público Federal de agosto, não está investigantrará o nome dos do 57 parlamen112 parlamentatares. Em depoires apontados mento à Justiça como envolviFederal, o emdos com a máfia p re s á r i o L u i z d as a m bu lâ ncias. A informa- Lando: provas convincentes. Antônio Vedoin, sócio da Planam, ção é do relator da CPMI, senador Amir Lando apresentou uma lista de 112 (PMDB-RO), ao explicar ontem parlamentares e ex-parlamenque será enviado aos Conselhos tares que teriam recebido prode Ética da Câmara e do Senado pina para fazer emendas ao Orum número inferior de envolvi- çamento para compra de amdos no escândalo, com os nomes bulâncias. "Temos de nos conapenas de parlamentares contra centrar para que não aconteça os quais a comissão tem provas como na CPI do Fim do Mundo (como era chamada a CPI dos Bin"convincentes e exuberantes". "Com absoluta certeza, o nú- gos, que investigava qualquer demero no relatório será menor do núncia contra o governo Lula)", que os 112 parlamentares", dis- argumentou. (Agências)

Com absoluta certeza, o número no relatório será menor do que os 112 parlamentares. Amir Lando, relator da CPMI dos Sanguessugas

SEMINÁRIO Além da campanha natural, o PSDB está programando a realização de um seminário no Nordeste para debater os problemas da região. É mais uma forma de colocar Alckmin em contato com as lideranças políticas regionais.

PROBLEMA O Nordeste (33 milhões de votos) é a região em que o candidato do PT aparece nas pesquisas com amplo favoritismo. Há pesquisas, como o Datafolha, em que Lula aparece com cerca de 60% de intenção de voto. Alckmin vai investir na região para reverter a situação.

COMITÊ O comitê central da campanha do PT será inaugurado amanhã, em Brasília. O partido confirma a presença de Lula no evento e programou uma concentração de populares no estacionamento do edifício. O comitê fica na zona comercial.

PARABÉNS Para evitar exploração dos adversários, Lula resolveu não comparecer a nenhum ato de comemoração dos 80 anos do ditador Fidel Castro. O presidente se limitará a enviar uma mensagem cumprimentando seu amigo.

EXPOSIÇÃO

PAULISTAS Lula deseja que o PT encare com mais atenção a campanha em São Paulo (26 milhões de votos). Alckmin continua alcançando a maioria da preferência dos eleitores paulistas. Lula não quer ficar na dependência do crescimento ou queda do candidato do partido a governador, Aloizio Mercadante.

Com medo do crescimento de Geraldo Alckmin nas pesquisas, o PT está sugerindo que Lula deixe o gabinete após o expediente, para fazer caminhada nas ruas de Brasília. Os petistas acham que o candidato estagnou nas pesquisas porque deixou de fazer campanha.

(IN)SEGURANÇA O governo paulista é como São Tomé: ver para crer. A informação é que o Ministério da Justiça começaria a liberar esta semana os R$ 100 milhões prometidos pelo governo federal para serem aplicados na área de segurança. Alckmin, por exemplo, só acredita vendo.


. TA

A U PA DEGUERRA ISRAEL AO LÍBANO

A desproporção da reação israelense à agressão do Hesbollah não tem limites. Os israelenses resolveram se vingar de duas nações soberanas pelos golpes recebidos de uma facção terrorista! Declararam guerra aberta ao Líbano, à Palestina e a seus povos! Pasmem, tanto o Líbano quanto a Palestina tiveram eleições livres e o povo escolheu seus líderes democraticamente! Devemos nos manifestar de forma inequívoca contra o barbarismo cometido por israelenses e americanos contra o povo libanês. Onde está a ONU, diante de tudo isso? Onde estão os órgãos internacionais que poderiam intervir nestas atrocidades? Acho que devemos repensar a ONU. A hora é agora. Se não podemos contar com a ONU, então que sigamos sozinhos, todos, como era antes da Liga das Nações. A ONU, como está, presta-se somente para endossar os atos terroristas de nações fortes, leia-se EUA e seus protetorados, contra povos fracos e sem voz ativa.

DOISPONTOS -77

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Que o Deus cristão e muçulmano, Deus perdoador, clemente, misericordioso, tenha piedade desta gente bárbara, selvagem, falaciosa, desumana, que travestida de "civilizada" destrói pelo prazer de destruir e assassina seres humanos indefesos, fingindo ignorar que seus atos ensandecidos são contraproducentes e serão prejudiciais a si própria no futuro. E que o Deus de Israel, Deus vingativo, severo, punidor da iniqüidade dos pais nos filhos por várias gerações, assistindo a tanta covardia e barbárie, faça dessa gente aquilo que tiver de ser feito, conforme Seus desígnos. Amém. MAURO FADUL KURBAN, SÃO PAULO, SP.

RRRIVA@IG.COM.BR

Site na internet www.blog. dcomercio.com.br

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

a maioria está feliz: "Mais de 2/3 afirmaram que podiam controlar suas próprias vidas e que se sentiam independentes. Nove em cada 10 idosos ainda têm objetivos marcantes". Os que pensavam positivamente sobre os idosos viveram, em média, sete anos e meio a mais.

Eu tenho a força! O consumidor mais velho já é o dono do mercado

ANTONIO DELFIM NETTO

ANÁLISES APRESSADAS uas notícias sobre economia esta semana, relativas ao comportamento das exportações e à redução das taxas de juros, num clima de "comemoração", devem ser lidas com um certo cuidado. Há análises que são feitas com alguma ligeireza para tirar proveito da distração dos incautos, seja no campo político seja no fértil território da especulação financeira. No caso das exportações, a insistência de alguns economistas em sustentar a idéia que a taxa de câmbio não tem a importância que se lhe procura atribuir como fator de expansão do comércio exterior, tem um ar de enganação no curto prazo e de

o capítulo dos juros, o que se viu foi a festa pela queda da taxa Selic para o nível mais baixo dos últimos 12 anos, o que precisa ser melhor observado. É evidente que o Brasil inteiro torce para que a taxa de juros real do país fique abaixo de 10%. A taxa Selic foi para 14,75% ao ano, mas a inflação também caiu, de forma que chegamos a uma situação curiosa: quanto mais cai a Selic, mais a taxa fica no mesmo lugar... Se a inflação estimada continua 4% ao ano, a taxa de juros real se mantém acima dos 10% , o que ainda é a mais alta do mundo e obviamente não anima nenhum setor da economia e muito menos o exportador.

O

que vai fazer baixar a taxa real de juros é a decisão do governo de construir uma política fiscal adequada, que assinale para a redução do endividamento em relação ao PIB, com um choque de gestão que corte efetivamente os gastos da administração pública federal.

Lula poderia sinalizar uma queda maior dos juros

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Divulgação

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ROGÉRIO RIVA RAYMUNDO

gdal, minha editora, recomendou-me o livro A Revolução dos Idosos, de Frank Schirrmacher: "Leia-o antes de ir adiante com o projeto de seu livro sobre os idosos". Em noite de insônia, peguei o livro como quem precisa tomar óleo de rícino. Comecei a ler e a sensação de purgante acentuou-se; uma escrita seca sobre um tema não excitante, mas importante. Por algum motivo, não consegui largar o "bichinho". Quando o sol raiou, já devorara um terço do livro. Na terceira madrugada, o livro estava rabiscado do início ao fim (com lápis, claro, como indico no meu livro Quem mexeu na minha vida?). Desde então, estou tão apavorado com o que vem por aí, quanto excitado com as imensas oportunidades de negócios que estão brotando. Há décadas, Peter Drucker já alerta para os profundos impactos da maior revolução demográfica da história da humanidade. Mas, até ler o livro do Frank, isso ficou na minha mente como uma mera informação para uma oportunidade mercadológica, pois os idosos deterão a maior parte do poder de consumo. Porém, o buraco é mais embaixo: Schirrmacher afirma que, pela primeira vez, eles serão maioria: "As japonesas chegam hoje, em média, aos 85 anos... de cada duas meninas, uma viverá mais de 100 anos, e um de cada dois meninos viverá provavelmente 95 anos... no ano 2050 haverá na China cento e cinqüenta milhões de pessoas acima dos 80 anos". Apesar das piadas sobre previsões, as demográficas demonstram ser bastante confiáveis, com desvios de menos de 3,5% ao longo dos últimos 40 anos. "...teoricamente, o ser humano pode chegar hoje à idade de 700 anos!... o risco de cân-

governo passado ao utilizar o câmbio como coadjuvante no combate à inflação.

cer, que aumenta durante toda a vida, diminui na idade avançada... uma pessoa pode ser mais sadia, criativa e jovem com 90 anos, do que com 80..." Parece loucura, mas está lá, "preto-no-branco". Somos das gerações mais longevas e as próximas serão mais ainda: "...teremos então uma Terra circulando no universo como um lar de velhos...".

G Os idosos

O

G Estou tão

que muda na sua vida? Por q u ê " r e v o l ução dos idosos"? O problema está na relação entre as gerações. Seremos um fardo para os jovens e levaremos a acusação, a esperança e a lembrança de nossa grande promessa: "por que vocês não morreram"? Os idosos são, e serão, alvo da mais ampla orquestração racista que um grupo já sofreu: "Os jovens matam os velhos destruindo sua identidade. A guerra conduzida com meios

deterão a maior parte do poder de consumo. G Mas o buraco é

mais embaixo: Schirrmacher afirma que, pela primeira vez, eles serão maioria. O problema está na relação entre as gerações. apavorado com o que vem por aí, quanto excitado com as imensas oportunidades de negócios que estão brotando.

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psicológicos destrói a auto-estima..." A insinuação de que pessoas com 60 ou 75 anos não podem trabalhar é preconceituosa. Para elas, o fim da vida será marcado por angústia, doença, solidão, demência e morte. Vêmnos à mente imagens de asilos, onde os velhos são tratados como "lixo" humano; algo que não ocorrerá conosco, claro... Não me refiro só ao choque entre gerações: ninguém os critica mais do que eles mesmos, que se sentem culpados por agredir a natureza ou por meramente existirem. "Estamos sendo enxotados para o exílio. Convivemos com o sentimento de que tudo que fazemos é errado e representa um crime, senão a nós próprios, então a nossos filhos e a nosso meio ambiente". É preciso manter a autoconfiança dos idosos, pois nossa cultura depende desta postura. O interessante é que

o m o p o d e r emos viver psiquicamente os 50 anos que nunca foram previstos e habituar o ser da Idade da Pedra a uma experiência de vida cinco vezes maior? "Um dos cenários mais prováveis é que os idosos substituirão a família pela internet", pois no mundo eletrônico as capacidades físicas não são um fator limitador. E sugere, também, investir na educação: "Acabem com a lavagem cerebral para seu próprio bem. A educação é a intervenção cirúrgica mais eficaz que podemos imaginar". Agora, imagine este cenário apocalíptico colocado em uma matriz SWOT ou PFOA (Potencialidades, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças). Consegue calcular quantos negócios novos surgirão? Os early birds, ou seja, os que estão sempre antenados nas novidades, saberão tirar pleno proveito disto e sairão na frente com produtos e serviços voltados a esta imensidão de pessoas com poder aquisitivo e tempo, exatamente aquilo que os jovens não têm sobrando. Quem sabe não estamos perante um tsunami maior até do que o fenômeno da China, considerada hoje "o chão de fábrica do planeta". E você? Irá surfar nesta onda ou será arrastado por ela? JIMMY CYGLER É PRESIDENTE DA RESOLVE! ENTERPRISE

SERVICES JIMMY.CYGLER@ RESOLVENET.COM.BR

Dida Sampaio/AE

EM

OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 24 de julho de 2006

irresponsabilidade no largo prazo. É como se o Real não continuasse supervalorizado por força do diferencial de juros internos e externos.

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izer que " as coisas continuam bem", apesar das taxas de juro, e que o Brasil está virando o jogo porque os exportadores estão aumentando a produtividade, é fugir da realidade. Há indústrias que mantém a rentabilidade e podem exportar com taxas de câmbio de 2,20 e até mesmo as que poderiam lucrar com o câmbio de 1 por 1, dependendo das vantagens comparativas que o Brasil oferece. O que se deve perguntar é se a atual taxa de câmbio é capaz de convencer alguém a investir apostando no dinamismo futuro das exportações brasileiras. Na verdade, estamos construindo novamente as mesmas dificuldades que atingiram o setor no

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presidente Lula, que esta semana mostrou grande interesse em dar incentivos para a expansão dos investimentos privados, podia dar uma boa contribuição para baixar os juros, sinalizando nessa direção. ANTONIO DELFIM NETTO, EX-MINISTRO DA FAZENDA, É DEPUTADO FEDERAL (PMDB) DEP.DELFIMNETTO@ CAMARA.GOV.BR

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segunda-feira, 24 de julho de 2006

Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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COMITÊ NACIONAL DE LULA SERÁ INAUGURADO HOJE

Ex-ministro José Dirceu reaparece no cenário público em evento do MST, para pedir votos para os companheiros e para Lula.

CANDIDATOS SAEM ÀS RUAS PARA FALAR DE REFORMA POLÍTICA, CORRUPÇÃO, BOLSA-FAMÍLIA E CRIANÇAS

DOMINGO DE CAMINHADA Jorge Araújo/Folha Imagem

Flavio Florido/Folha Imagem

O nordestino precisa de direitos iguais na hora de dividir o bolo. Presidente Lula, em Olinda

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m sua primeira viagem como candidato à reeleição – que teve o primeiro comício na noite de sábado – o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem, em Olinda, que ao longo dos anos a política brasileira sofreu um acúmulo de deformações e que é preciso coragem para mudar, prometendo uma "reforma política profunda". "Precisamos mexer nessa ferida chamada política brasileira com muita profundidade senão vamos continuar do mesmo jeito por muito tempo", disse em encontro com cerca de 400 pessoas do qual participaram ex-ministros, candidatos ao governo do PT de todos o Nordeste e lideranças políticas. Lula falou sobre os destaques de seu governo, sobre o desempenho no Nordeste e sobre a revitalização do Rio São Francisco. "O Nordeste deve parar de ser vítima. O Nordeste não vai dar salto de qualidade se continuar se apresentando como vítima. O nordestino precisa de direitos iguais na hora de dividir o bolo", disse o petista, que enfrentou um protesto de 30 policiais ferroviários. Com a abertura de seu comitê nacional, prevista para hoje à noite com direito a minicomício, Lula cederá aos apelos do marqueteiro João Santana e começará a dedicar mais espaço na sua agenda para atividades de rua. Lula vai intercalar inspeções de obras públicas com viagens de campanha e reuniões noturnas com grupos de eleitores durante a semana.

PSDB Durante visita ao 9º Festival do Japão, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo,

o candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, reagiu às criticas de Lula, que declarou não tolerar que o chamem de "desonesto". "O presidente fica bravo com a notícia, mas não fica bravo com o fato. Como você pode chamar um governo que tem mensalão, escândalo dos Correios, Operação Sanguessuga, valerioduto? Para onde se olha, se vê desvio de dinheiro público." Alckmin mandou um recado para Lula, que no sábado disse para seus acusadores que lavasse "a boca com lisoforme". "É tudo palavrório. O governo é violento, autoritário com o caseiro, o Francenildo (Santos Costa), mas é fraquinho, fraquinho com o crime", afirmou. Vestido com um quimono amarelo, Alckmin visitou a feira, posou para fotos com muitos que o abordaram, e até arriscou tocar um tambor taiko. PSol Em campanha em São Paulo, a senadora Heloísa Helena, candidata do PSol à presidência, exibiu sua confiança nas eleições, baseada na melhora des seu desempenho nas pesquisas de intenção de voto. "Vou para o segundo turno." A senadora evita falar sobre uma eventual aproximação da legenda com o PT, caso ela fique fora de um eventual segundo turno, pois ainda se diz ressentida com a sua expulsão do partido, há três anos. Segundo Heloísa, além da expulsão ela sofre de ataques e mentiras desde que se tornou candidata. "Espalharam no Nordeste inteiro que vou acabar com o Bolsa-Família, mas não vou bater boca com empregadi-

Jorge Santos/Oeste Notícias/AE

Lucas Lacaz Ruiz/AE

Como você pode chamar um governo que tem mensalão, Operação Sanguessuga, valerioduto? Geraldo Alckmin, em São Paulo nhos. Vou discutir propostas de forma civilizada", afirmou, reiteirando que não vai abolir o Bolsa-Família, mas pretende reformular o programa. Ela reafirmou que não aceitará contribuições financeiras de empresas para sua campanha. PDT O candidato do PDT à presidência da República, Cristóvam Buarque, atribuiu seus baixos índices nas pesquisas de preferências eleitorais ao fato de estar apresentando uma proposta para os brasileiros que não irão às urnas no dia 1º

de outubro: as crianças. "Meu projeto é para quem não vota", disse, ao visitar o Brique da Redenção, feira de antigüidades de Porto Alegre. "Eu só estou lá embaixo (nas pesquisas) porque criança não vota", ressaltou. "Se votassem eu garanto que estaria lá na frente". Acompanhado de cerca de 150 militantes, Cristóvam parou diversas vezes para afagar crianças. Também ouviu pedidos de diversos eleitores, mas, cuidadoso, não prometeu atender aos pedidos. Preferiu repetir que seu projeto está centrado na educação. (Agências)

Espalharam que vou acabar com o Bolsa-Família, mas não vou bater boca com empregadinhos. Heloísa Helena, em São Paulo Adriana Franciosi/Agência RBS

Estou lá embaixo (nas pesquisas) porque criança não vota. Cristóvam Buarque, em Porto Alegre

A Sadia declara que o grupo de controle da Perdigão não aceitou a oferta de aquisição dirigida a 100% dos acionistas da companhia. Pela forma precipitada com que os controladores da Perdigão recusaram a oferta, ficou evidente que os integrantes do referido grupo decidiram não dar aos acionistas minoritários a oportunidade de examinar detalhadamente a proposta, que respeitava totalmente as normas do estatuto da Perdigão e as regras do Novo Mercado. A oferta voluntária da Sadia foi pioneira e mereceu reconhecimento da grande mídia e de analistas independentes. Foi também positivamente percebida pelo próprio mercado, que valorizou as ações da Sadia e da Perdigão na última semana. Ficou claro para todos que se tratava de uma união entre duas tradicionais companhias brasileiras, para competir em igualdade de condições com concorrentes internacionais em setor estratégico para o País. Lamentamos que os detentores de ações, que representam 55% do capital da Perdigão, tenham desprezado o prazo para responder à oferta. Neste prazo, poderiam produzir outro laudo de avaliação a ser elaborado por instituição financeira independente, que lhes daria condições para avaliar o valor oferecido - R$ 29,00 por ação, na última oferta. Através dessa iniciativa, a Sadia demonstrou ser uma empresa arrojada, inovadora, com as melhores práticas de Governança Corporativa. Amparada na sua solidez financeira e com grande capacidade de financiamento para sua expansão, a Sadia, líder de mercado, reforça o seu compromisso com o Brasil e de crescimento no cenário internacional.

Em evento do MST, ex-ministro é homenageado por José Rainha.

DIRCEU PEDE VOTOS PARA LULA

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ex-ministro José Dirceu pediu ontem votos para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à reeleição, num evento promovido pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais SemTerra (MST) no Pontal do Paranapanema, extremo oeste do Estado de São Paulo. Desde que deixou o governo, acusado de envolvimento

com o caixa 2 do partido, foi a primeira vez que o ex-ministro apareceu num evento político público. Dirceu esteve ao lado do ex-presidente nacional do PT José Genoino, candidato a deputado federal, e foi homenageado pelo líder sem-terra José Rainha Júnior. Dirceu pediu votos para os "companheiros" e disse que é preciso reeleger o presidente Lula (AE)

São Paulo, 24 de julho de 2006. Sadia S.A.


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Hassam Ibrahim/AFP

Governo tenta resgatar brasileiros por terra, mar e ar

segunda-feira, 24 de julhode 2006

Internacional TUDO IGUAL NO FRONT

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governo brasileiro detalhou ontem a estratégia dos próximos resgates de brasileiros que moravam ou faziam turismo no Líbano, onde ocorre confronto entre Israel e o grupo Hezbollah há 13 dias. Segundo o embaixador Everton Vieira Vargas, cerca de 1,1 mil brasileiros chegarão ao País até quartafeira e entre 800 e 1,2 mil tentam deixar a região. Desse grupo, entre 200 e 300 ainda estão em Beirute, no Líbano. A estimativa é que cerca de 550 brasileiros deixaram o país, sendo 442, por terra, com destino a Adana, na Turquia. "Esperamos que todos os brasileiros saiam o mais rápido possível do Líbano", disse o embaixador em entrevista coletiva. Na madrugada de domingo, partiu o segundo comboio, de dois ônibus, a partir de Damasco, para Adana, na Turquia, com 85 brasileiros, sendo a maioria mulheres e crianças. Estavam no grupo cinco cidadãos libaneses que possuem cônjuge ou filhos brasileiros. Também ontem um Boeing 707 da Força Aérea Brasileira (FAB) partiu da Turquia, com 150 passageiros, que deverão chegar hoje a São Paulo. Um navio canadense com 73 brasileiros saiu do porto de Mersin, na Turquia, rumo ao Brasil. A viagem, dependendo da autorização do roteiro pelas autoridades locais, vai demorar nove horas. No mesmo barco, estava previsto o ingresso de 160 canadenses, mas apenas 29 conseguiram embarcar. Hoje, parte de Adana mais um vôo da FAB com 70 brasileiros. Amanhã, outros 500 devem sair em um novo comboio, por terra, do Vale do Bekaa, entre Líbano e Síria. O traj e t o , d e s e i s q u i l ô m e t ro s , segundo Vargas, dependeu de intensas negociações entre autoridades israelenses e libanesas. "As autoridades israelenses autorizaram apenas o uso da fronteira norte. Por isso, uma viagem de 1 hora será realizada em 14 horas", contou. O governo também negociou com a TAM a partida de uma aeronave com 225 brasileiros, a partir de Damasco, na quarta-feira às 14 horas (horário local). O Airbus 747 estava arrendado para uma empresa dos Emirados Árabes e seria devolvido à TAM. A chegada do vôo no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, está prevista para às 22 horas (de Brasília). A mesma nave deve realizar um segundo vôo, também a partir de Damasco, ainda sem data definida. (Agências)

Esperamos que todos os brasileiros saiam o mais rápido possível do Líbano Everton Vargas, embaixador

Capturados dois combatentes do Hezbollah, mas ataques continuam

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Beirute é tomada por uma fumaça densa e marrom causada pelos ataques israelenses. No fim de semana, a guerra continuou intensa.

Uma chance para a paz no Oriente

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secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, deverá desembarcar hoje no Oriente Médio, com o objetivo de amenizar os efeitos da crise causada pela hostilidade entre Israel e a milícia xiita Hezbollah no Líbano. Ela irá se reunir com o premiêr Ehud Olmert e outros líderes, e sua agenda inclui

um encontro com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas. Ontem o ministro da Defesa de Israel, Amir Peretz, disse que seu governo está disposto a aceitar o envio de uma força multinacional, que seria da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), à fronteira entre Líbano e Israel.

O governo do Líbano também apoia os esforços pela trégua: "Meu governo propôs, e o Hezbollah aceitou, que negociemos, por intermédio de uma terceira parte, a libertação dos reféns", disse o presidente do Parlamento libanês, Nabih Berri. A Arabia Saudita pressionou o presidente dos EUA, George W. Bush, a buscar um

acordo para um cessar-fogo imediato, enquanto a ministra de Defesa da França, Michelle Alliot-Marie, disse ontem que seu país só participará de uma força internacional de paz para o Líbano sob certas condições, entre elas, a definição antecipada de quais seriam as funções desempenhadas pelos países participantes. (AE)

arquivo AFP

David Guttenfelder/Reuters

Sharon piorou devido a uma insuficiência renal

Piora estado de saúde de Ariel Sharon

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estado de saúde do exprimeiro-ministro israelense Ariel Sharon, em coma desde janeiro, piorou devido a uma insuficiência renal, informou a rádio pública israelense. Essa insuficiência fez com que nos últimos dois dias houvesse uma acumulação de líquidos perigosa. O ex-primeiro-ministro está

internado desde maio em um hospital de Tel Aviv, para onde foi transferido após permanecer quatro meses no departamento de emergência de neurocirurgia do Hospital Hadassah de Jerusalém. Sharon ainda era chefe de governo quando, sofreu um derrame cerebral que o levou ao coma. (Agências)

Ex-ditador durante julgamento, antes de iniciar uma greve de fome

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Saddam é internado

addam Hussein foi hospitalizado ontem em conseqüência de uma greve de fome iniciada há 15 dias para protestar contra os trâmites judiciais e o assassinato de seus advogados, disse o promotor de justiça. Jaafar al-Moussawi afir-

mou que esteve no centro de detenção onde estão Saddam e outros sete acusados e foi informado que a saúde do ex-ditador "era instável devido à greve de fome". Porém, o promotor não disse em que hospital estava Saddam.(Agências)

ois combatentes do Hezbollah foram presos pelo exército israelense ontem, no Líbano, anunciou a rádio militar de Israel. Os combatentes foram capturados no setor de Marun AlRas, no sul do Líbano, onde houve combates pelo controle da localidade, informou a rádio. Ontem, o Exército israelense anunciou ter tomado o controle dessa aldeia, localizada na fronteira com Israel. Depois de 13 dias de confronto, não houve sinais de trégua entre as partes no final de semana. A guerra entre as Forças Armadas de Israel e as milícias libanesas do Hezbollah foi marcada por uma ofensiva de ataques, com mísseis e foguetes de lado a lado. Israel continuou seus bombardeios sobre várias localidades do Líbano, entre elas Sidon – pela primeira vez desde que começou a ofensiva – e o Hezbollah atingiu com 200 foguetes Katiusha o norte de Israel – vários deles sobre a cidade de Haifa, enquanto prosseguem os combates na fronteira. Seis enfermeiros da Cruz Vermelha do Líbano ficaram feridos na noite de domingo, quando os veículos em que estavam foram atingido por bombardeios de aviões israelenses, disseram fontes de segurança. Esse ataque aéreo ocorreu quando eles estavam transferindo pacientes de um veículo para outro, em uma estrada a leste do porto de Tiro. Ataques noturnos – Explosões ecoaram por Beirute durante ataques aéreos noturnos nos subúrbios xiitas. Aviões de guerra também destruíram um centro religioso xiita na cidade de Sidon, no sul, ferindo quatro pessoas. Uma dúzia de ataques aéreos israelenses no Vale de Bekaa matou pelo menos um civil e feriu outros sete. Aviões de guerra israelenses também alvejaram uma torre de comunicações perto de Jezzine. Uma fotógrafa libanesa, Layal Najib, foi morta perto da cidade de Qana durante um bombardeio israelense. Ela foi a primeira vítima fatal entre os jornalistas que cobrem a guerra Em Israel, duas pessoas morreram e 15 ficaram feridas quando foguetes do Hezbollah atingiram prédios e veículos em Haifa O conflito começou no dia 12, quando dois soldados de Israel foram capturados por forças do Hezbollah no sul do Líbano. Mais de 310 pessoas morreram no Líbano e 37 em Israel. (Agências)


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segunda-feira, 24 de julho de 2006

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Esporte RESERVA DE LUXO O torcedor tem que entender que tem que apoiar. Apoiar quando se está ganhando por 4 a 0 é fácil.” Vanderlei Luxemburgo

Temos um bom elenco, mas não somos um supertime. Temos uma estrutura excelente, e isso ajuda.” Muricy Ramalho

almanaque Celso Unzelte

O CENTENÁRIO DO CLUBE ATLÉTICO YPIRANGA Arquivo Celso Unzelte

Durante todo este mês de julho, uma das instituições esportivas mais tradicionais do Brasil está comemorando seus 100 anos de fundação: o Clube Atlético Ypiranga. Acima, em foto de 1915, Arthur Friedenreich, um dos maiores jogadores de futebol do Brasil em todos os tempos, aparece envergando a camisa do time alvinegro. Considerado o Pelé do início do século passado, Friedenreich foi o grande craque da história do Ypiranga, time que defendeu no início da carreira, em 1910 e entre 1913 e 1915.

UM CLUBE À PROCURA DE UM BAIRRO O Clube Atlético Ypiranga foi fundado no dia 10 de julho de 1906, na Camisaria Lebre, que ficava na esquina das Ruas Direita e XV de Novembro, no centro de São Paulo. Ao contrário do que se pode pensar, o clube não foi assim batizado em homenagem ao bairro onde hoje está sua sede, mas, sim, por causa da Rua Ypiranga. Em seus primeiros tempos, o time jogava na zona leste da cidade. Depois, estabeleceu-se na Água Branca. Somente em 1928 o Ypiranga mudou-se para o bairro do Ipiranga, cumprindo, assim, seu destino.

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Rubens Chiri/AE

os onze jogadores do São Paulo que entraram em campo ontem, em Campinas, para enfrentar a Ponte Preta pelo Campeonato Brasileiro, apenas o goleiro Rogério Ceni deverá atuar depois de amanhã, contra o Chivas, pela Libertadores. Mas o fato de jogar com dez reservas não alterou em nada o resultado da partida: com a vitória por 3 a 1, de virada, o Tricolor continua líder da competição. Está certo que, no início, o time levou um susto. Logo aos 11 minutos, Tuto fez 1 a 0 para a Ponte, cobrando duas vezes um pênalti que Rogério havia defendido na primeira vez mas o juiz Wagner Tardelli mandou que fosse cobrado novamente. Depois disso, no entanto, só deu São Paulo. Foi um show dos reservas de luxo do Morumbi, principalmente de Lenílson, autor de dois dos três gols, aos 40 minutos do primeiro tempo e aos 26 do segundo. O outro (o da virada para 2 a 1) foi do zagueiro Alex Silva, zagueiro como seu irmão Luisão, da Seleção Brasileira, marcado aos 7 minutos do segundo tempo. “Mostramos que temos grande elenco, um time competitivo”, disse o capitão Rogério Ceni no final da partida. “Uma vitória que muitos acha-

Ilsinho, Thiago e Richarlyson cercam Lenílson, que fez dois gols nos 3 a 1 sobre a Ponte: na ausência dos titulares, eles deram conta do recado

vam difícil. Que mostra nosso interesse na competição.” Lenílson era uma mistura de felicidade e alívio. “Precisava de um gol para mostrar meu

valor. Saíram dois, muito importantes”, vibrou. “Mas o mais importante é que o São Paulo seguiu na liderança da competição.”

Em alta

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O Ypiranga disputou o Campeonato Paulista entre 1910 e 1958. Nunca foi campeão, mas chegou a ser vice em 1913, 1935 e 1936. Revelou craques como o goleiro Barbosa, do Vasco e da Seleção Brasileira vice-campeã mundial em 1950; o meia Rubens, ídolo do Flamengo na década de 1950; o médio Dema e o ponta-esquerda Rodrigues, que brilharam no Palmeiras, também nos anos 1950. Em 1959, o Ypiranga encerrou suas atividades no futebol profissional, dedicando-se até hoje aos esportes amadores e às atividades sociais.

Morreu na quinta-feira, dia 20, em Belém (PA), aos 55 anos, o ex-atacante Alcino Neves dos Santos Filho. Alcino, que sofria de câncer, foi ídolo do Clube do Remo nos anos 1970, quando foi tricampeão estadual invicto em 1973, 74 e 75. Nasceu no Rio e jogou também no Grêmio e na Portuguesa, entre outros clubes. Há exatos seis anos, no dia 24 de julho de 2000, o meia português Luís Figo trocava o Barcelona, da Espanha, pelo Real Madrid, em uma transação recorde para o futebol mundial na época: 56,1 milhões de dólares. Também hoje completa 68 anos João José Altafini, o ex-centroavante Mazzola, campeão do mundo pelo Brasil em 1958. Mazzola começou a carreira no Palmeiras e fez muito sucesso no futebol italiano, em que defendeu Milan, Napoli e Juventus.

vem sendo bastante criticado nos últimos jogos. O camisa 10 alega que o esquema tático de Muricy faz com que seu futebol não fique em evidência.

Laílson Duarte/Agência O Globo

O FUTEBOL NO YPIRANGA

“Por mim, que sou amante do futebol, o clube voltaria às atividades profissionais. Mas para isso seria necessária uma parceria com alguma empresa. Se conseguirmos isso agora, este sonho pode se realizar nas próximas gestões.” (Odair Oberle, atual presidente do Clube Atlético Ypiranga.)

Lenílson vinha sendo pouco aproveitado, mas agora acredita estar pronto para fazer sombra a Danilo. Ainda mais porque o titular da posição

Paulo Baier: gol de falta dá vantagem ao Palmeiras diante do Goiás e ajuda a fuga à zona de rebaixamento

o r a m o s p r i m e i ro s pontos ganhos pelo Palmeiras fora de casa neste Campeonato Brasileiro. Mais importante: os 3 a 1 sobre o Goiás, em Goiânia, deixaram o time comandado por Tite perto de sair da zona de rebaixamento. Foi a terceira vitória consecutiva do Palmeiras, que fez 1 a 0 aos 14 minutos: Edmundo bateu falta, Harlei espalmou e o zagueiro Nen, dentro da área, concluiu para o gol. Dois minutos depois, o Goiás empatou, com um gol de Souza. O Palmeiras, entretanto, não parou de pressionar e, aos 24, novamente em cobrança de faltam, Paulo Baier fez 2 a 1. O Goiás voltou para o segundo tempo disposto a retomar a iniciativa do jogo, mas um pênalti em Enílton, aos 14 minutos, definiu o placar: Edmundo cobrou e fez seu 4º gol no campeonato. Nem a expulsão de Wendel, aos 27, conseguiu estragar a festa palmei-

rense na casa adversária. A vitória manteve em alta o ânimo dos jogadores: "O Palmeiras é um excelente time", ressaltou Edmundo. "Embora ainda estejamos na zona de rebaixamento, vamos deixar essa situação pra trás." Já preocupado com o jogo do próximo sábado, contra o Paraná, no Parque Antártica, o técnico Tite foi mais cuidadoso nos comentários: "Apesar da vitória, que foi toda construída no primeiro tempo, nossa equipe precisa ter mais atenção na marcação." O técnico reconhece que o time mudou, está em ascensão e tem tudo para finalmente sair da zona de rebaixamento, mas lembra: "Para isso, temos de continuar assumindo cada jogo como decisivo". E o craque Edmundo explica os últimos bons resultados com o trabalho realizado no período da Copa do Mundo: "Depois desta parada, é outro Palmeiras. Pelo menos, até agora."

A alegria está de volta à Vila

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ão foi nada fácil, mas depois de quatro jogos o Santos voltou a vencer no Campeonato Brasileiro. A vítima foi o Juventude, que brigou muito, mas acabou derrotado por 3 a 2. O primeiro tempo, equilibrado, terminou 0 a 0. No segundo, duas vezes o Santos esteve à frente no marcador, com um gol de Fabiano, aos 6 minutos,e outro de Reinaldo, de pênalti, aos 22. E duas vezes a equipe gaúcha empatou, ambas com o ex-santista Éder Ceccon, aos 16 e aos 24. O gol da vitória, marcado por Reinaldo, valeu o ingresso: um chute forte no ângulo esquerdo do goleiro André, aos 27 minutos do segundo tempo. Quando o jogo acabou, Reinaldo, que foi substituído por Wellington Paulista quase no final e ficou no banco de reservas, comemorou muito. Para ele, a vitória por 3 a 2 e em es-

pecial os seus dois gols confirmaram sua total recuperação, depois de cinco contusões e de ter sido alvo de muita confiança. “Disse na sexta-feira que Deus iria me iluminar e me iluminou mesmo. Agradeço a Deus, aos companheiros, que me apoiaram, e aos médicos do Santos”, disse o atacante. “Essa vitória dá confiança não só a mim, mas para todo o grupo.” O técnico Vanderlei Luxemburgo elogiou o desempenho de Reinaldo, lembrando que, depois da última contusão, ontem foi a primeira vez que ele começou jogando. Luxemburgo também aprovou o futebol do centroavante Fabiano. “É um jogador que eu não conhecia e que está voltando de contusão. É um atacante que pode ter o seu espaço.” Para Vanderlei Luxemburgo, a vitória de domingo recoloca o time na disputa não só por uma vaga na Libertadores como também pelo título.

Ricardo Nogueira/AE

Festa de Tabata para o gol de Fabiano: o Santos sofreu, mas ganhou do Juventude por 3 a 2, em casa


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segunda-feira, 24 de julho de 2006

1 Os lojistas que participaram da Liquida São Paulo terão 30 dias a mais para pagar o ICMS

LIQUIDA SÃO PAULO

FATURAMENTO DEVE CRESCER 7%

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erminou ontem a 18ª Liquida São Paulo, que levou 15 shopping centers e 6 mil lojas de rua do estado a fazer promoções com até 70% de desconto para desovar os estoques de inverno. Do dia 19, quando iniciou a campanha, até sábado à noite, os lojistas de shoppings estavam divididos sobre os resultados da liquidação, mas o presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Nabil Sahyoun, está otimista. "A expectativa é de 2% a mais de vendas do que na campanha realizada em 2005. Esperamos um crescimento médio de faturamento de 6% a 7%", aposta. No Shopping Taboão, com participação de 60 das 120 lojas, o movimento era intenso no sábado à tarde, principalmente nos quiosques de alimentação, cinema e áreas de diversão para crianças. A gerente da loja de roupas Arena Wrangler, Shirlei Rosana Gama, disse que começou a perceber aumento de vendas no sábado. "Disponibilizamos 40% do estoque e nossa expectativa é de crescimento de 30% nas vendas durante a promoção", afirmou. Olhadinha – Para o gerente da loja Windbeach Surf e Skate, Felipe Morais Teixeira, as vendas se elevaram desde o início da campanha. "Percebi que os clientes aproveitam para levar uma peça a mais quando vêem que há liquidação. Esperamos um crescimento de, no mínimo, 30% em vendas", disse. A loja colocou de 50 a 60 peças por modelo com até 40% de desconto no preço. Uma blusa de moletom flanelada, por exemplo, passou de R$ 200 para R$ 110. O casal Rafael Lima, estudante, e Sandra Maria de Medeiros, babá, entraram na loja

Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype

´Consumidores observam as ofertas do Liquida São Paulo

para "dar uma olhadinha" e acabaram comprando uma camiseta que estava na promoção. "Não ia comprar, mas conheço a marca e pelo preço vale a pena levar", disse Rafael. No Ponto Frio, cerca de metade do estoque de TVs, DVDs e Home Theaters e 5% do estoque de produtos de informática estavam na promoção do Liquida São Paulo. "Nossa expectativa é de elevar as vendas de eletroeletrônicos em 10% e de informática em até 15%", informou o gerente da loja, Rogério Oliveira. Mas o gerente contava com o movimento de ontem. "Hoje em dia é comum vendermos mais aos domingos do que nos outros dias da semana", explicou. Incentivo – Até jóias estavam na liquidação nos shoppings. A Samira Jóias do Shopping Taboão, por exemplo, ofereceu correntes e alianças de ouro – os produtos de maior saída na loja – com 35% de desconto e outras mercadorias com 15% ou 20%. O preço de um par de alianças de 9 gramas de ouro caiu de R$ 1.112 para R$ 720. "Esperamos totalizar um aumento de 15% nas vendas", disse a vendedora Andrea Ayres.

Cheia de sacolas, Etiene Marceli, revisora de empresa farmacêutica, aproveitou algumas ofertas. "Liquidação incentiva mais a comprar. Nas lojas com promoção, primeiro pergunto quais produtos têm desconto", afirmou. Já no Shopping ABC, em que mais de cem lojas aderiram ao Liquida São Paulo, até sábado à noite a maioria dos lojistas abordados pelo Diário do Comércio ainda não tinham retorno da campanha. O movimento no shopping também era intenso, mas a maioria das pessoas pareciam estar só passeando. Na loja de roupas masculinas Pólo Play, por exemplo, a expectativa inicial era de crescimento de 30% nas vendas. "Até agora, praticamente não mexemos no estoque", reclamou a gerente da loja, Tânia Maria Lourenço Pires. A Pólo Play colocou à venda malharias e jaquetas de inverno com descontos a partir de 20%. Frustração – Na loja Colchões Ortobom, apesar de todo o estoque ter sido oferecido em liquidação com até 60% de desconto, a expectativa de vendas foi frustrada. "Esperávamos elevar as

O movimento no Shopping Taboão, na zona oeste, cresceu no sábado em função das 60 lojas em liquidação

vendas em 30% e chegamos a 10% apenas", disse a gerente Maria de Socorro Oliveira. Segundo ela, na Liquida São Paulo de 2005 a loja vendeu 30% mais do que neste ano. Para a lojista Eliane Kirita Rodriguez, gerente da loja de sapatos Carmen Steffens, há lojistas que não contabilizam retorno no caixa durante o Liquida São Paulo porque antes da campanha já haviam antecipado as liquidações para desova da coleção de inverno. Alguns, fizeram isso antes mesmo do início da estação por causa da queda de vendas com os ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC) e dos dias de jogos na Copa do Mundo. "Desde que começamos a liquidar, nossas vendas aumentaram 20%, mas isso foi antes do Liquida São Paulo", disse Eliane. ICMS –Embora a Alshop tenha investido na divulgação da campanha pelo rádio, TV e jornais, muitos consumidores só souberam da Liquida São Paulo ao chegar nos shoppings sou pelo chamado boca-a-boca. "Uma amiga da minha esposa veio ao shopping e nos ligou para avisar da liquidação", disse o empresário Laércio Santos Barros. A expectativa da superintendência do Shopping Taboão era de crescimento de 15% nas vendas em relação ao mesmo mês do ano passado. Já no Shopping ABC, a projeção era de crescimento de 12% nas vendas, somando os resultados dos meses de julho e agosto, em comparação com igual período de 2005. Além do retorno em vendas, as lojas que participaram da 18ª Liquida São Paulo terão 30 dias a mais para pagar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de julho. Laura Ignácio

Andrea Ayres, da Samira Jóias, prevê aumento de 15% nas vendas

Rafael e Sandra foram dar "uma olhadinha" e compraram uma camiseta

Oliveira: mais vendas no domingo

Shirlei: crescimento de 30%

Etiene Marceli aproveitou as promoções e fez várias compras: "Liquidação incentiva mais a comprar. Nas lojas com promoção, primeiro pergunto quais produtos têm desconto"

Muitas pessoas só foram passear, mas saíram com compras


2

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Passe Livre Copa do Brasil Brasileiro Séries B e C

Evelson de Freitas/AE

Teremos a volta de jogadores importantes. Com uma ou duas peças, a coisa muda.” Geninho, técnico corintiano

CORINTHIANS EMPATA E AGORA É 20º

ULTIMÃO J

Fernando Pilatos/AE

Tevez empata o jogo com o Fortaleza e pede silêncio. A Fiel protesta

E

segunda-feira, 24 de julho de 2006

á são sete jogos sem vitórias, sendo seis derrotas seguidas sem marcar um único gol. Sábado, no Morumbi, o Corinthians pelo menos não perdeu. E ainda conseguiu chegar às redes adversárias — aliás, duas vezes, com Ramón, aos 31 minutos do primeiro tempo, e com Tevez, aos 27 do segundo. O time, no entanto, sofreu outros dois gols, de Finazzi, empatando o jogo, aos 45 minutos do primeiro tempo, e de André Cunha, virando o placar, aos 17 do segundo. Por isso, não foi além de um 2 a 2 com o Fortaleza. Pior que isso, para o Corinthians, só mesmo os resultados do domingo. As vitórias do Santa Cruz sobre o Flamengo, por 3 a 0, no Recife, e do Palmeiras sobre o Goiás, por 3 a 1, em Goiânia, empurraram o campeão brasileiro do ano passado para a 20ª e última colocação de um campeonato em que os quatro últimos colocados caem para a segunda divisão no ano que vem. “Se a torcida quiser me xingar, eu posso

paSse livre Roberto Benevides

sair, não tem problema”, dizia no final da partida Carlitos Tevez, o autor do gol do empate. Na comemoração, ele pediu silêncio aos torcedores. Na saída do estádio, alguns deles protestaram, gritando e chutando o carro do jogador. “Como se pode jogar bola assim com torcedores enchendo o saco toda a semana?”, perguntou o argentino. “ Xingam, ofendem o pai e a mãe e isso só atrapalha. Eu sinto muitos companheiros pressionados e eles têm razão. É muito duro disputar partidas desse jeito. Se ofendem a gente, quer dizer que o time vai melhorar? A torcida aplaudiu bastante tempo, mas alguns só sabem xingar.” Sereno, o técnico Geninho aceitou as cobranças. “Ficaria surpreso se o corintiano aceitasse uma situação delicada como esta”, afirmou. Para a próxima partida, contra o Santa Cruz, penúltimo colocado, no Recife, ele terá os retornos de Mascherano e Rafael Moura, que cumpriram suspensão, e de Carlos Alberto, recuperado de contusão. “Até o Marcelo será importante”, disse, referindo-se a Marcelinho. Em contrapartida, os zagueiros Sebá, expulso, e Marcus Vinicius, que recebeu o terceiro cartão amarelo, não poderão atuar. Dos onze jogadores que começaram atuando no empate por 2 a 2 diante do Fortaleza, sábado, no Morumbi, apenas o goleiro Sílvio Luiz, o volante Marcelo Mattos, o meia Ricardinho e o atacante Tevez devem seguir entre os titulares.

Insuportável

O

palmeirense aqui do lado, com a aquiescência sorridente do corintiano, bota os olhos na telinha, tão logo o são-paulino Lenílson faz 3 a 1 na Ponte Preta, e murmura: "Timinho insuportável..." Realmente, está difícil - para os outros - engolir o São Paulo. Aliás, depois desta vitória , talvez seja mais justo reconhecer o quanto está difícil engolir os São Paulos. Este time que venceu em Campinas, quase todo de reservas, não é, como querem alguns críticos, uma simples soma de Rogério e mais dez. É um dos melhores times do atual futebol brasileiro. Quantas equipes entram em campo, no Campeonato Brasileiro, com um ataque comparável à dupla Thiago-Alex Dias? Pois os dois são ou estão reservas no São Paulo da Libertadores - que vai às semifinais com Leandro e Ricardo Oliveira. E Muricy ainda tem o tanque Aloísio à disposição. As muitas opções dadas ao treinador, não apenas nas posições de ataque, mostram que o São Paulo entendeu o momento atual do futebol e está trabalhando competentemente para dar conta dos múltiplos compromissos que as equipes vencedoras são obrigadas a assumir ao longo da temporada. O líder do Campeonato Brasileiro também briga pelo bi da Libertadores. Até o fim do ano, se passar pelo Chivas nas semifinais e bater Inter ou Libertad nas finais da Libertadores, continuará batalhando em duas frentes, pois terá garantido o direito de também lutar pelo bi mundial em dezembro. O São Paulo preparou-se para isso, tanto quanto é possível, em nosso pobre futebol, preparou-se para encarar empreitada tão difícil. Para as demais torcidas, insuportável mesmo seria ver este São Paulo concentrado numa única competição.

MARCA DA PAIXÃO

MARCA DO ÓDIO

O jornalista Rodolfo Rodrigues, que é corintiano e nunca jogou no gol, autografa hoje, a partir das 19h30, o livro "Escudos dos times do mundo inteiro". Será na Saraiva MegaStore do Shopping Eldorado.

Ficou claro no 2 a 2 com o Fortaleza que Tevez não está gostando da impaciência da torcida corintiana e boa parte da torcida não está gostando da paciência do craque com os maus resultados do time. O que era paixão está virando ódio.

*Com Agência Estado e Reuters

SÉRIE C

Todos os paulistas estão vivos

A

pesar da goleada sofrida pelo Rio Branco (4 a 1 para a Cabofriense) e da perda da liderança de seu grupo (o 13) pela equipe de Americana, todas as equipes paulistas continuam com chances de classificação para a próxima fase da Série C. Até mesmo América e União Barbarense, que haviam sido derrotados nas duas primeiras rodadas, reabilitaram-se, vencendo seus jogos. RESULTADOS: Grupo 1 - Tuna Luso-PA 2 x 2 Rio Negro-AM. Gru-

po 2 - São Raimundo-RR 2 x 2 Amapá-AP; Fast-AM 1 x 0 Ananindeua-PA. Grupo 3 - Ulbra-RO 3 x 0 Araguaína-TO; Operário-MT 1 x 2 Mixto-MT. Grupo 4 - Flamengo-PI 1 x 1 Imperatriz-MA; Maranhão-MA 1 x 0 River-PI. Grupo 5 Botafogo-PB 2 x 3 Porto-PE; Baraúnas 2 x 2 Icasa-CE. Grupo 6 Potiguar-RN 1 x 2 Ferroviário-CE; Treze-PB 1 x 0 Ypiranga-PE. Grupo 7 - Confiança-SE 1 x 1 CSA-AL; Bahia-BA 2 x 1 Colo Colo-BA. Grupo 8 - Coruripe-AL 3 x 3 VitóriaBA; Ipitanga-BA 1 x 2 Pirambu-SE. Grupo 9 - Coxim-MS 1 x 1 Anapolina-GO; Jataiense-GO 3 x 2 Luziâ-

SÉRIE B

COPA DO BRASIL

Empate entre o melhor e o pior

mpate por 1 a 1. Foi esse o resultado do jogo de sábado pela Série B do Campeonato Brasileiro, em Itu, que reuniu o Ituano, clube paulista mais bemcolocado na competição (6º lugar), e a Portuguesa, antepenúltima e ameaçada pelo rebaixamento, à frente apenas de Ceará e Remo. Juliano abriu a contagem para o time da casa, aos 8 minutos do primeiro tempo. A Lusa só empatou no segundo, com Souza, aos 6. Em número de pontos ganhos (19 em 13 partidas disputadas) o Ituano tem agora a companhia do Marília, que também no sábado, jogando em casa, goleou por 4 a 0 o líder Náutico, que mesmo derrotado segue na primeira posição. Bruno Ribeiro, Neto Potiguar e Gum, no primeiro tempo, e Fernando, no segundo, marcaram para a equipe paulista. Na terça-feira, o Santo André havia aberto a 13ª rodada fazendo 3 a 0 em casa no lanterna Remo, gols de Gallardo, aos 9, Bebeto, aos 37 do primeiro, e Pará, já aos 49 do segundo. Os demais clubes paulistas não obtiveram bons resultados

Flamengo larga na frente

N

Sérgio Assis/AE

13ª rodada Paysandu 1 x 1 Avaí Santo André 3 x 0 Remo Brasiliense 1 x 0 Guarani Atlético-MG 4 x 2 Gama Ituano 1 x 1 Portuguesa Coritiba 2 x 1 Vila Nova Marília 4 x 0 Náutico Ceará 0 x 0 CRB Sport 1 x 0 São Raimundo América-RN 1 x 0 Paulista

Ituano, time paulista mais bem-colocado (6º), fica no 1 a 1 com a Lusa

nesta rodada. Na sexta-feira, o Guarani foi a Taguatinga (DF) e perdeu para o Brasiliense por 1 a 0, gol de Nélio aos 8 minutos do primeiro tempo. Também no sábado, em Natal, o Paulista de Jundiaí foi derrotado pelo América-RN, por 1 a 0. O gol solitário da equipe potiguar foi de Luís Maranhão, aos 34 minutos do

primeiro tempo. Nesta partida, os jogadores dos dois times atuaram de luto, em homenagem ao volante Hélder, do América. Ele foi encontrado morto na última sexta-feira, no flat onde morava, em Natal. A autopsia apontou embolia pulmonar como causa da morte do jogador, de 27 anos.

nia-DF. Grupo 10 - Ituiutaba-MG 1 x 0 Serc-MS; Ceilândia-DF 1 x 3 Atlético-GO. Grupo 11 - América-RJ 1 x 2 Barueri-SP; Vitória-ES 0 x 2 América-MG. Grupo 12 - Juventus-SP 4 x 1 Estrela do NorteES; Americano-RJ 1 x 0 IpatingaMG. Grupo 13 - Cabofriense-RJ 4 x 1 Rio Branco-SP; União Barbarense 1 x 0 Madureira. Grupo 14 América-SP 1 x 0 J. Malucelli-PR; Adap-PR 0 x 0 Noroeste-SP. Grupo 15 - Ulbra-RS 1 x 1 Rio BrancoPR; Joinville-SC 3 x 1 Caxias-RS. Grupo 16 - Marcílio Dias-SC 2 x 3 Brasil-RS; Novo Hamburgo-RS 3 x 3 Criciúma-SC.

Classificação

P

V

S

GP

1 Náutico

23

7

0

20

2 Avaí

23

6

4

11

3 Sport

22

6

5

16

4 Coritiba

22

6

4

21

5 Brasiliense

21

6

10

25

6 Ituano

19

5

4

21

7 Marília

19

4

5

17

8 Paysandu

18

5

-3

23

9 CRB

18

5

-3

22

10 Atlético-MG

18

4

7

20

11 Guarani

18

4

2

17

12 Santo André

17

4

2

17

13 América-RN

16

5

-2

17

14 Paulista

16

4

-1

12

15 Vila Nova

15

4

-3

16

16 Gama

15

4

-6

16 10

17 São Raimundo

14

3

-5

18 Portuguesa

13

3

-6

13

19 Ceará*

13

2

-4

11

20 Remo

9

2

-15

11

*Recuperou 6 pontos que havia perdido no STJD.

o primeiro jogo da decisão carioca da Copa do Brasil, realizado na quarta-feira passada, no Maracanã, o Flamengo largou na frente do Vasco. Com a vitória por 2 a 0, o Rubro-Negro pode perder a próxima partida, depois de amanhã, também no Maracanã, pela diferença de até um gol, que ainda assim ficará com o título e uma das vagas brasileiras para a Copa Libertadores da América de 2007. Os gols da vitória do Flamengo foram de Obina, que entrou em campo aos 10 mi-

nutos do segundo tempo substituindo Renato Silva e marcou quatro minutos depois, e Luizão, de cabeça, aos 17 do segundo tempo. Como ambas as partidas serão realizadas no mesmo estádio, o Maracanã, os gols marcados fora de casa não contarão como critério de desempate. Vitória do Vasco pela diferença de dois gols, por qualquer placar, levará a decisão para os pênaltis. Para ser campeão diretamente, o Vasco precisará ganhar do Flamengo por uma diferença de três ou mais gols.


segunda-feira, 24 de julho de 2006

Liber tadores São Paulo Real Madrid Adriano

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 Vamos dar sangue em campo na Libertadores. A possibilidade de sermos campeões é grande." Abel Braga

ESPANHÓIS ABREM O COFRE PARA TER KAKÁ

PRIORIDADE TOTAL

P

elo segundo ano consecutivo, a Libertadores pode ter dois times brasileiros na decisão. E mais uma vez um time mexicano tentará impedir isso. Chivas e São Paulo abrem nesta quarta as semifinais da competição, às 22 horas (de Brasília), no Estadio Jalisco, que ficou famoso ao receber dez jogos da Seleção Brasileira nas Copas de 1970 e 1986. Na quinta, em Assunção, o Inter pega o Libertad, às 21h45 (de Brasília). Os dois times decidiram usar estratégia semelhante neste fim de semana: pouparam seus titulares a fim de preservá-los para os confrontos. O São Paulo tinha apenas um titular em campo contra a Ponte Preta, o goleiro e capitão Rogério Ceni. O Inter, nem isso - Renan jogou no lugar de Clêmer. "Precisava deste jogo, pois senão ficaria muito tempo sem atuar e isso poderia atrapalhar", alegou o goleiro após a partida. Não estava com o melhor dos humores por causa da indefinição quanto à data da viagem - que pode durar até 15 horas. "Agora é ir para o México, hoje, amanhã, sei lá." A diretoria queria ter viajado ontem à noite, mas, na falta de vôos, os jogadores treinam hoje no CT da Barra Funda. O Chivas é uma pedra no sapato tricolor. Venceu os dois jogos entre as duas equipes na fase de grupos da competição, ambos por 2 a 1, e de virada quebrou um tabu de 19 anos do São Paulo sem derrotas no Morumbi pela Libertadores. Sua única derrota foi nas oitavasde-final, contra o Independiente Santa Fe, quando jogava sem seis jogadores integrados à seleção mexicana, que se preparava para a Copa. Nas quartas, os dois passaram por argentinos. Mas, enquanto o São Paulo teve o apoio de um Morumbi lotado para derrotar o Estudiantes nos pênaltis, o Chivas passou fora de casa pelo Vélez, com uma vitória por 2 a 1. "Quero ver se esse uísque é bom mesmo. Vamos tomá-lo com gelo e apreciar com calma o gosto da vitória", brincou o falastrão ala Souza, citando a homônima marca de bebidas - que não tem nada a ver como o time. O Chivas é famoso por não contratar jogadores estrangeiros,e foi a base do México na

Neco Varella/AE

Sebastião Moreira/AE

Rogério foi o único titular do São Paulo a não ser poupado contra a Ponte, em busca de ritmo de jogo. O Inter de Rafael Sóbis usou a mesma estratégia: só reservas pelo Brasileiro

Alemanha, com o goleiro Sánchez, os defensores Pineda e Rodríguez, o meia Morales e o atacante Bravo. No ano passado, também chegou às semifinais da Libertadores, mas acabou eliminado pelo Atlético-

PR. "Nosso próximo adversário é uma equipe difícil, mas faremos de tudo para sairmos classificados dos jogos", disse Morales sobre o São Paulo. Em Assunção, o Inter também não deve encontrar mole-

za. Afinal de contas, o desconhecido Libertad eliminou ninguém menos que o River Plate nas quartas-de-final, com autoridade: venceu por 3 a 1, em casa, no jogo de volta, e só não goleou por causa das boas defesas do goleiro Lux. É verdade que o time não terá o goleiro Bobadilla, titular do Paraguai no Mundial, que se transferiu para o Boca Juniors. Abel poupou os titulares nas últimas duas rodadas do Brasileiro - ontem os titulares treinaram no Beira-Rio, e a equipe deve viajar amanhã à noite para o Paraguai. Com um desfalque já confirmado: o volante Tinga, que sofreu uma lesão muscular na vitória sobre a LDU, na quarta passada. "Ele faz falta a qualquer equipe, mas não adianta nada ficar lamentando", disse o técnico.

Real e Kaká, casamento à vista

O

Real Madrid não desiste da contratação do brasileiro Kaká. Depois das sucessivas negativas do Milan nos contatos entre diretores e procuradores dos dois clubes, o presidente Ramón Calderónresolveu negociar diretamente com seu colega Silvio Berlusconi. Nesta semana, segundo o jornal espanhol As, os dois presidentes vão se encontrar na residência de verão do ex-primeiro-ministro italiano, em Cala di Volpe. Para o Real, esta é a semana Kaká. O clube espanhol pode aumentar para 60 milhões de euros (cerca de R$ 162 milhões) a oferta para contratar o meia atacante que defendeu a Seleção Brasileira na Copa do Mundo da Alemanha. A equipe madrilena já conta com os brasileiros Ronaldo, Robinho, Cicinho, Júlio Baptista e Emerson, recém-contratado à Juventus, e pode manter o lateral Roberto Carlos dependendo da conversa que ele terá com o técnico Fabio Capello. Kaká tem emitido discretos sinais de que quer ir para o Real. Como o Milan perdeu a vaga na Liga dos Campeões da

Dominic Favre/Reuters

Para contratar o brasileiro, presidente do clube vai à casa de Berlusconi

Europa e vai começar o próximo Campeonato Italiano com 15 pontos negativos, o craque brasileiro vê no Real Madrid a chance de continuar nas prin-

cipais vitrines do futebol europeu. Ainda de acordo com oAs, Berlusconi só aceitou conversar com Calderón após inúmeros pedidos do pai do atleta,

Bosco Leite, que gostou muito da proposta do Real Madrid Kaká pode receber 70 milhões de euros (cerca de R$ 189 milhões) por sete anos de contrato. O jogador já disse não a uma proposta do Chelsea, que se disporia a pagar 100 mihões de euros ao Milan. O Real considera o meia brasileiro o substituto ideal para a vaga deixada pelo francês Zinedine Zidane, que se aposentou na Copa do Mundo. Em férias, Kaká deve passar por São Paulo nesta semana antes de se reapresentar ao Milan, com o qual renovou até 2011 durante o Mundial. Se for mesmo para a Espanha, será o sétimo brasileiro do Real, recorde histórico de jogadores não-espanhóis de uma única nacionalidade. O número é impressionante, até porque, em toda a história, o Real teve apenas 18 jogadores brasileiros - desde o pioneiro Fernando Giudicelli, um meia que jogou no América e no Fluminense e fez uma única partida pelo clube espanhol na temporada 1935-1936, passando por Canário, Evaristo, Didi, Ricardo Rocha, até chegar ao numeroso contingente agora à disposição de Capello.

Adriano: “Faltou força de vontade”

A

driano resolveu falar com a imprensa, depois de duas semanas recluso, e disse que faltou "força de vontade" à seleção brasileira no jogo em que foi eliminada pela França na Copa do Mundo da Alemanha. O atacante da Inter de Milão admitiu que ainda se sente triste por não ter sido titular na última partida da seleção no Mundial. "Queria muito ter sido escalado contra a França. Mas não quero culpar o técnico Carlos Alberto Parreira. Faltou um pouco mais de força de vontade dentro de campo, naquele confronto, e a França se aproveitou disso", explicou o jogador. Se detectou o problema, o jogador não quis apontar nenhum colega de seleção como responsável pela derrota. "Somos um grupo e não podemos ficar buscando culpados por um erro coletivo", avisou. Mesmo assim, reclamou da pressão, segundo ele o motivo que o fez se calar até agora. "Fiz de

tudo para conquistar uma vaga. Mas era sempre eu que tinha de sair do time." Adriano passou os últimos dias com a família no Rio, e ficou a maior parte do tempo em casa, na Barra da Tijuca. Mas disse que, quando saiu, a reação de quem o abordava era a melhor possível. "Me pediam autógrafos e fotos. Fui tratado com carinho, me diziam que na próxima Copa eu darei a volta por cima", revelou. O atacante viaja hoje para Milão, e se reapresenta amanhã à Inter para começar a pré-temporada. Disse que espera voltar a ser o "Imperador" , depois de uma temporada ruim pela equipe. Afirmou desconhecer qualquer interesse do Real Madrid em contratá-lo, e não confirmou nem negou proposta do Chelsea. Mas manifestou a alegria pela saída do desafeto Verón, que voltou à Argentina para jogar no Estudiantes. "O ambiente lá em Milão deve estar melhor para mim."


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Nacional Finanças Consumo Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 24 de julho de 2006

O mercado de produtos para solteiros, com porções menores, cresce, em média, 6% ao ano.

MERCADO TEM POTENCIAL DE CRESCIMENTO

Fotos: Newton Santos/Hype

Na medida para os solteiros Indústria e varejo já oferecem porções menores

O

Daniela opta por miniporções para evitar desperdício de alimentos

carrinho de supermercado da redatora Daniela Marques é recheado de comida congelada em miniporções, iogurtes individuais e pequenos pacotes de biscoitos, além de saladinhas. Ela é solteira, mora sozinha e quase não come em casa. Ou, quando come, prefere as quantidades pequenas para não deixar que o alimento estrague. E é de olho nesse perfil de consumidor — o single — que muitas

marcas têm investido na fragmentação das embalagens e na qualidade dos alimentos. "Cada dia mais encontro novidades para pessoas como eu nas prateleiras", diz Daniela. Trata-se de um mercado em expansão, que cresce 6% ao ano, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Alimentícias (Abia). "Esse é um novo público-alvo, com formação superior e poder aquisitivo mais elevado", diz o diretor do Departamento Econô-

mico da Abia, Denis Ribeiro. De acordo com ele, a indústria começou a investir nesses produtos fracionados há cerca de cinco anos. "Hoje, as pessoas comem fora de casa, vão ao supermercado em vez de ir à feira, e as famílias são menores." Números do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que cerca de 5 milhões de pessoas moram sozinhas no País. E 16% dessa po-

pulação recebe de cinco a 20 salários mínimos mensais. Mercado vantajoso — "Vale a pena investir nesse público, que está disposto a pagar por porções menores e produtos de preparo rápido e prático", diz o diretor comercial de Mercado Interno da Sadia, Gilberto Xandó. "Mas esse mercado ainda é pouco explorado no Brasil, já que nem todos os produtos têm porções pequenas", observa o diretor.

Um dos últimos lançamentos da Sadia para esse público foi a linha Cardápio Completo, com pratos individuais e compartimentados. Por conta das boas vendas, devem ser lançadas novas versões neste ano. Outras marcas também investem em embalagens fracionadas, como a Danone. "A tendência é o consumidor preferir levar produtos diversos para casa, em quantidades pequenas para evitar o desperdício", diz o gerente de comunicação da empresa, Alberto Bendicho. "Ainda mais no caso dos alimentos lácteos, que têm prazo de validade menor." A Danone fez mudanças em itens que sempre foram vendidos em várias porções, como as bandejas de iogurte. Pães — Na linha dos pães, a Panco investe em novas medidas, todas abaixo da média do mercado. O pão de forma Premium 500g, o mais vendido da marca, agora é oferecido na versão de 350g. "Desde que lançamos a embalagem menor, as vendas do pão de 500g

se mantiveram", diz o coordenador de Marketing da Panco, Alexandre Rodrigues. "Isso quer dizer que ganhamos clientes de outro perfil, aqueles que preferem consumir produtos em porções menores." A Wickbold também desenvolve seu segmento single, que deve chegar ao mercado nacional no próximo mês. Supermercado — Na opinião dos solteiros, o Pão de Açúcar é o supermercado mais bem preparado para atender a esse público na cidade de São Paulo. "É uma tendência as pessoas irem mais vezes ao supermercado e racionalizar a compra, em vez de fazer a lista uma vez por mês", diz o diretor regional do Pão de Açúcar, Paulo Lima. "Além de apostarmos nesse público de pessoas que moram sozinhas, atraímos os casais sem filhos, os aposentados e as famílias, que estão cada vez menores", destaca o executivo. O Pão de Açúcar ainda não divulga os dados de vendas para esse público. Sonaira San Pedro

ATA Televisão Cidade S.A. CNPJ/MF nº 01.673.744/0001-30 - NIRE 35.300.170.504 Ata da Assembléia Geral Extraordinária Realizada em 12 de junho de 2006. 1. DATA, HORA E LOCAL: Aos 12 /12/2006, às 9 hs, na sede social da Cia. 2. CONVOCAÇÃO E PRESENÇA: Dispensada a publicação de Edital sempre que o interesse social o exigir, com a presença de, pelo menos, 3 de seus membros. Parágrafo Único - As reuniões da Diretoria de Convocação, nos termos do §4º, do Artigo 124 da Lei 6.404/76, conforme alterada (“Lei das S.A.”), em decorrência de estarem serão convocadas por qualquer de seus membros e suas deliberações deverão ser tomadas por maioria de votos. Artigo 15 - A Diretoria presentes os acionistas representando a totalidade do capital social, conforme assinatura no “Livro de Presença de Acionistas”. 3. MESA: tem amplos poderes de administração e gestão dos negócios sociais, podendo deliberar sobre a prática de todos os atos e operações Assumiu a presidência dos trabalhos o Sr. João Carlos Saad, que convidou o Sr. Fernando Korn para secretariá-lo. 4. ORDEM DO DIA: relacionados com o objeto social da Cia que não forem de competência privativa da Assembléia Geral ou do Conselho de Administração. Deliberar sobre a reforma integral do Estatuto Social da Cia. 5. DELIBERAÇÕES: Os acionistas aprovaram, por unanimidade de votos, Além dos poderes gerais estabelecidos neste artigo, são atribuições específicas da Diretoria: (a) zelar pela observância da lei e do e sem quaisquer restrições, o que segue: 5.1. Reformar integralmente o Estatuto Social da Cia, o qual passará a vigorar com a nova estatuto social e fazer cumprir as deliberações tomadas pela Assembléia Geral e pelo Conselho de Administração; (b) propor ao redação constante do Anexo I à presente ata. 6. ENCERRAMENTO: Nada mais havendo a tratar, foi lavrada, lida e aprovada a presente ata Conselho de Administração a distribuição e a declaração de dividendos anuais, intermediários e intercalares; (c) apresentar anualmente de Assembléia Geral Extraordinária, tendo a mesma sido assinada em livro próprio por todos os acionistas presentes. Foi autorizada o Relatório da Administração sobre os negócios sociais e os principais fatos administrativos do exercício findo, bem como o Balanço a lavratura da ata a que se refere esta Assembléia em forma de sumário, nos termos do §1º do Artigo 130 da Lei das S.A. São Paulo, Patrimonial e demais Demonstrações Financeiras; (d) propor ao Conselho de Administração orçamentos anuais de operações e 12 de junho de 2006. Mesa: João Carlos Saad - Presidente; Fernando Korn - Secretário; Acionistas presentes: SBC - Sistema investimentos da Cia; e (e) preparar e apresentar anualmente, para aprovação do Conselho de Administração, um Plano Anual contendo Brasileiro de Comunicações Ltda., p. Luiz Sebastião Sandoval e Henrique Abravanel; Band Cabo S.A., p. Paulo Jafet Saad e Sílvia Jafet o orçamento financeiro e planejamento de negócios para o exercício seguinte., Parágrafo 1º - Caberá ao Diretor -Presidente as Saad; S.A. Correio Brasiliense, p. Evaristo de Oliveira; Rede Cidade Ltda, p. Paul Burton Salvodelli; Televisão Itapuca Participações seguintes atribuições: (a)presidir e convocar as reuniões da Diretoria; (b) manter a permanente coordenação entre a Diretoria e o Ltda., p. Mario Sugawara; Luiz Sebastião Sandoval; Waldico Bucci; Teseo Ramon Bergoglio; Everett John Santos; Marcos Alejandro Conselho de Administração; e (c) definir as atribuições dos Diretores sem designação específica. Parágrafo 2º - Caberá ao Diretor Clutterbuck; Paul Burton Savoldelli; João Carlos Saad; Fernando Korn; e Evaristo de Oliveira. Confere com o original lavrado em livro de Operações gerir as operações da Cia. Parágrafo 3º - Compete aos Diretores sem designação específica assistir o Diretor Presidente próprio. São Paulo,12 de junho de 2006. Mesa: João Carlos Saad - Presidente, Fernando Korn - Secretário. Estatuto Social: Capítulo no exercício de suas funções e exercer as funções que lhes forem atribuídas pelo mesmo. Artigo 16 - De acordo com as disposições 1 - Denominação, Sede e Prazo de Duração - Artigo 1º - A sociedade opera sob a denominação de “Televisão Cidade S.A.” (a “Cia”) deste Estatuto, 2 Diretores, agindo conjuntamente, têm poderes para representar e validamente obrigar a Cia. Parágrafo 1º - A Cia e rege-se pelo presente Estatuto Social e pelas disposições legais aplicáveis. Artigo 2º -A Cia tem sede e foro, na Cidade de São Paulo, obrigar-se-á também quando representada: (a) pela assinatura de 1 diretor em conjunto com a assinatura de 1 procurador constituído Estado de São Paulo. Parágrafo Único - A Companhia poderá, por deliberação da Diretoria, abrir e/ou encerrar filiais de qualquer para representar a Cia, quando assim designado no respectivo instrumento de mandato e somente na extensão dos poderes que nele espécie, em qualquer parte do território nacional ou no exterior, fixando, para os fins legais, o capital de cada uma delas, a ser destacado se contiverem; ou (b) pela assinatura conjunta de 2 procuradores indicados por 2 diretores para representar a Cia, quando assim do capital social. Artigo 3º -A Cia tem prazo de duração indeterminado. Capitulo 2 - Objeto Social - Artigo 4º -A Cia tem por objeto designado nos respectivos instrumentos de mandato e somente na extensão dos poderes que neles se contiverem; ou (c) pela assinatura (i) a instalação e exploração de serviços de telecomunicações de TV a Cabo e outros serviços de telecomunicações, de acordo com isolada de 1 diretor ou de 1 (um) procurador indicado por 2 diretores para representar a Cia, quando assim designado no respectivo os atos de outorga de autorizações, permissões ou concessões que venha a obter dos poderes públicos competentes; (ii) realizar a venda instrumento de mandato e somente na extensão dos poderes que nele se contiverem, ressalvado, entretanto, que a representação da de mercadorias; e (iii) participar, em outras sociedades, na qualidade de sócia, quotista ou acionista. Capitulo 3 - Capital Social e Cia nessas condições é limitada aos seguintes atos: representação perante a Justiça do Trabalho, repartições públicas federais, Ações - Artigo 5º - O capital social da Cia, totalmente subscrito e integralizado, é de R$ 461.198.841,90, dividido em 1.186.244.890 estaduais e municipais, inclusive órgãos da Secretaria da Receita Federal, autarquias, Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, ações, sendo 390.310.667 ações ordinárias e 795.934.223 ações preferenciais, todas nominativas e sem valor nominal. Parágrafo 1º Departamento do Comércio Exterior (DECEX), Secretaria do Comércio Exterior (SECEX) do Banco do Brasil e de outros bancos - As ações são indivisíveis em relação à Cia. Parágrafo 2º - Cada ação ordinária confere direito a um voto nas assembléias gerais. autorizados a praticar operações de câmbio, Banco Central do Brasil, Companhia de Estradas de Rodagem, Aérea e Marítima, bem Parágrafo 3º - As ações preferenciais não terão direito de voto e gozarão de prioridade no reembolso de capital. Parágrafo 4º - As ações como a assinatura de correspondência, inclusive bancária, endosso de cheques para depósito em conta corrente da Cia; emissão e da Cia poderão ser escriturais, mantidas em conta de depósito em nome de seus titulares junto à instituição financeira indicada pelo endosso de duplicatas para desconto, cobrança ou caução e representar a Cia em quaisquer processos administrativos ou judiciais. Conselho de Administração, podendo ser cobrado dos acionistas os custos de que trata o parágrafo 3º do art. 35 da lei n° 6.404/76. Parágrafo 2º - A Cia poderá, eventualmente, ser representada e obrigar-se por atos ou pela execução de acordos específicos pela Parágrafo 5º - A Cia poderá aumentar o número das ações preferenciais de qualquer classe, mesmo que sem guardar proporção com assinatura de 1 diretor ou de 1 procurador especialmente indicado por 2 diretores para representar a Cia, ressalvado que tal ato do as demais ações preferenciais ou com as ações ordinárias, e, ainda aumentar as ações ordinárias sem guardar proporção com as ações Diretor ou do procurador deve ser prévia, específica e expressamente aprovada pelo Conselho de Administração. Parágrafo 3º - Todas preferenciais. Parágrafo 6º -Observados os limites legais e constitucionais então vigentes, as ações preferenciais serão livremente as procurações outorgadas pela Cia deverão ser assinadas por 2 diretores, terão prazo determinado e vedarão o substabelecimento, conversíveis em ações ordinárias, à razão de uma ação ordinária para cada ação preferencial, mediante a solicitação por escrito de seus sob pena de nulidade. Parágrafo 4º - As procurações outorgadas a advogados, para representação da Cia em processos judiciais e detentores endereçada ao Presidente da Companhia. Artigo 6º - Independentemente de reforma estatuária, é autorizado o aumento do administrativos, poderão ser assinadas individualmente por 1 diretor ou por 1 procurador, este último desde que assim previsto no capital, até o limite de R$ 750.000.000,00, por decisão do Conselho de Administração, podendo ser emitidas ações preferenciais e/ou respectivo instrumento de mandato e de acordo com a extensão dos poderes que nele se contiverem, ter prazo de validade indeterminado ordinárias, conforme deliberado pelo Conselho de Administração, até o limite do capital autorizado. Capitulo 4 - Assembléia Geral - e permitir o substabelecimento. Artigo 17 - Todos e quaisquer atos praticados pelos diretores ou procuradores que sejam estranhos Artigo 7º -A Assembléia Geral reunir-se-á, ordinariamente, nos quatro meses seguintes ao término do exercício social e, ao objeto social e aos negócios da Cia, tais como avais, fianças, endossos e outras garantias em favor de terceiros, são expressamente extraordinariamente, sempre que o interesse social o exigir. Parágrafo Único -A Assembléia Geral será dirigida por uma mesa proibidos e serão nulos de pleno direito. Seção III - Conselho Fiscal - Artigo 18 - A Cia terá um Conselho Fiscal, composto por 3 composta por um presidente escolhido pelos acionistas presentes, o qual convidará um dos acionistas para secretariar os trabalhos. membros. O Conselho Fiscal não terá caráter permanente, sendo instalado quando solicitado por acionistas, nos termos da lei. Artigo 8º - Sem prejuízo das disposições legais aplicáveis à convocação e instalação da Assembléia Geral, a convocação da Assembléia Capítulo 6 - Exercício Social, Balanços, Lucros e sua Aplicação - Artigo 19 - O exercício social será encerrado em 31 de dezembro Geral deverá ser feita individualmente, por escrito, aos acionistas, com antecedência mínima de 10 dias. Capitulo 5 - Administração de cada ano, quando a Diretoria fará elaborar as demonstrações financeiras exigidas por lei. Parágrafo 1º - Do lucro líquido verificado, - Artigo 9º - A Companhia é administrada por um Conselho de Administração e por uma Diretoria. Seção I - Conselho de Administração 5% serão destinados à constituição da reserva legal, até que alcance o limite previsto em lei. Parágrafo 2º - Do saldo remanescente, - Artigo 10º -O Conselho de Administração será composto de 09 membros, acionistas, eleitos e destituíveis pela Assembléia Geral. ajustado de acordo com o disposto no artigo 202 da lei n° 6.404/76, no mínimo 25% serão distribuídos aos acionistas, como dividendo. Parágrafo 1º - Os membros do Conselho de Administração terão mandatos de 1 ano, permitida a reeleição. Parágrafo 2º -O Conselho Parágrafo 3º - O saldo terá a destinação fixada pela Assembléia Geral, consoante proposta da Diretoria. Artigo 20 - A Cia pode levantar de Administração terá um Presidente e um Vice-Presidente, ambos indicados dentre os conselheiros na primeira reunião do Conselho balanços semestrais ou em períodos menores e, por deliberação do Conselho de Administração, declarar dividendos à conta do lucro que se realizar após cada Assembléia Geral Ordinária, os quais permanecerão nos respectivos cargos pelo prazo de 1 ano ou até a apurado nesses balanços. Parágrafo 1º - Também por deliberação do Conselho de Administração podem ser declarados dividendos investidura dos novos Presidente e Vice-Presidente. Parágrafo 3º - Em caso de morte, renúncia ou motivo que determine o afastamento intermediários, à conta de lucros acumulados ou de reservas de lucros existentes no último balanço anual ou semestral. Parágrafo 2º definitivo de qualquer membro do Conselho, a Assembléia Geral indicará seu substituto, que completará o mandato do membro - Os dividendos não reclamados no prazo de 03 anos prescrevem em favor da Cia. Artigo 21 - Os dividendos serão pagos dentro do substituído. Parágrafo 4º - O Conselho de Administração reunir-se-á pelo menos trimestralmente ou sempre que o interesse social exercício social em que forem declarados, no prazo de 60 dias contados da data de publicação da ata da Assembléia Geral que os o exigir, instalando-se a reunião com a presença de, no mínimo, 7 de seus membros. Parágrafo 5º - As reuniões do Conselho de aprovar. Capítulo 7 - Continuação da Companhia - Artigo 22 - A Cia não se dissolverá pela recuperação judicial, falência ou Administração poderão ser convocadas pelo Presidente do Conselho ou por quaisquer 02 de seus membros, delas lavrando-se atas que liquidação de qualquer acionista, que continuará com os acionistas remanescentes, os quais terão preferência na aquisição das ações serão assinadas por todos os presentes. Artigo 11 - Compete ao Conselho de Administração, além das atribuições que lhe são do acionista em processo de recuperação judicial, falido ou que se retira, pelo valor contábil estabelecido no Balanço Patrimonial da Cia, atribuídas por lei, aprovar o Plano Anual da Companhia para o exercício social seguinte. Artigo 12 - Observado o disposto no Acordo especialmente levantado nos 30 dias seguintes do requerimento da recuperação judicial ou liquidação. Capítulo 8 - Liquidação de Acionistas arquivado na sede da Companhia, as deliberações do Conselho de Administração serão adotadas pelo voto favorável de, Artigo 23 - A Cia entrará em liquidação nos casos previstos em lei, competindo à Assembléia Geral estabelecer o modo de liquidação, no mínimo, 05 de seus membros. Seção II - Diretoria - Artigo 13 - A Diretoria será composta por 04 membros, sendo um o Diretor- eleger os liquidantes e o Conselho Fiscal que deverão funcionar no período de liquidação. Capítulo 9 - Acordos de Acionistas - Artigo Presidente, um o Diretor de Operações e os demais Diretores sem designação específica, todos eleitos pelo Conselho de Administração. 24 - Os acordos de acionistas, devidamente registrados na sede da Cia, que estabeleçam cláusulas e condições em caso de alienação Parágrafo 1º - O prazo de gestão dos membros da Diretoria é de 1 ano, sendo permitida a reeleição. Parágrafo 2º - O Diretor Presidente de ações de sua emissão, disciplinem o direito de preferência na respectiva aquisição ou regulem o exercício do direito de voto dos será sempre um membro do Conselho de Administração. Parágrafo 3º - Em caso de vaga definitiva, o Conselho de Administração acionistas, serão respeitados pela Cia e pela sua administração. Capítulo 10 - Disposições Gerais - Artigo 25 - O presente Estatuto reunir-se-á nos 10 dias seguintes, para preenchimento do cargo vago, devendo o substituto completar o prazo de gestão do substituído. Social rege-se pelas disposições da Lei n° 6.404, de 15 de dezembro de 1976 e suas alterações. São Paulo, 12 de junho de 2006. João Parágrafo 4º - Os membros da Diretoria são dispensados da prestação de caução. Parágrafo 5º - Findo o prazo de gestão, os diretores Carlos Saad - Presidente, Fernando Korn - Secretário. Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania - Junta Comercial do Estado de São permanecerão no exercício dos respectivos cargos até investidura dos novos administradores. Artigo 14 - A Diretoria reunir-se-á Paulo - certifico o registro sob o n° 178.647/06-8 em 12/07/06. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

ATAS

COMUNICADO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA: CONCORRÊNCIAS A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Construção de Cobertura de Quadra em Estrutura Mista (Pilares Pré-Moldados de Concreto e Tesouras Metálicas): CONCORRÊNCIA N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO PRAZO – PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/1661/06/01 – EE Prof. Orlando Horácio Vita - Rua Diogo Cabrera, 424 - Imirim - Santana - São Paulo/SP; EE Profª Flávia Vizibelli Pirro - Rua Pe. Abreu de Lima, 107 - Parque Jabaquara - Ibirapuera - São Paulo/SP; EE Alfredo Paulino - Rua Caativa, 15 - Alto da Lapa - Lapa - São Paulo/SP; EE Alfredo Bresser - Rua Sumidouro, 66 - Pinheiros - São Paulo/SP; EE Profª Maria Ribeiro Guimarães Bueno - Rua Vuturuna, 190 - Saúde - São Paulo/SP; EE Prof. Victor Oliva - Rua Alvilândia, 409 - Vila Ida - Vila Madalena - São Paulo/SP; EE Dr. Augusto de Macedo Costa - Rua Conceição de Jacareí - Vila Cruz das Almas - Nossa Senhora do Ó - São Paulo/SP. 90 - R$ 123.290,00 – R$ 12.329,00 – 09:30 – 25/08/2006. 05/1662/06/01 – EE Joaquim Silvério Gomes dos Reis - Rua Guilherme Valença, 45 – CHB José Bonifácio – Itaquera – São Paulo/ SP; EE Profª Marisa de Mello - Rua Dr. Luiz Carlos, 1400 – Vila Aricanduva – Vila Matilde – São Paulo/SP; EE Prof. Amador Arruda Mendes - Rua Sílvio Torres, 290 – Artur Alvim – Vila Matilde – São Paulo/SP; EE Profª Maria Antonietta de Castro - Rua Inácio Firmo, 65 – Vila Sabrina – Tucuruvi – São Paulo/SP; EE Prof. Theodoro de Moraes - Av. Regente Feijó, 586 – Alto da Mooca – São Paulo/SP; EE Prof. Alvino Bittencourt - Rua Francisco Machado de Campos, 294 – Vila Califórnia – Tatuapé – São Paulo/ SP; EE Profª Irene Ribeiro - Rua Cel. Amaro Sobrinho, 303 – Vila Carrão – Tatuapé – São Paulo/SP; EE Dep. Raul Pilla - Rua São Bertoldo, 449 – Parque Cruzeiro do Sul – São Miguel Paulista – São Paulo/SP; EE Jardim Oliveiras II - Rua Valdomiro Gonzaga da Silva, s/nº - Itaim Paulista – São Miguel Paulista – São Paulo/SP. 90 - R$ 158.692,00 – R$ 15.869,00 – 10:30 – 25/08/2006. 05/1663/06/01 – EE Profª Mildre Alvares Biaggi - Rua Monte Alverne, 91 - Ipiranga - São Paulo/SP; EE Profª Annita Atalla - Rua Lourenço Caetano da Silva, 18 - Jardim Avelino - Vila Prudente - São Paulo/SP; EE Prof. Oswaldo Guerner Gonzalez - Rua Caruso, 314 - Vila Califórnia - Vila Prudente - São Paulo/SP; EE Tereza Togno Comolatti - Estrada das Laranjeiras, s/nº - Faz. Sama Juquitiba/SP; EE Rudge Ramos - Av. Pres. Arthur Bernardes, 152 - Rudge Ramos - São Bernardo do Campo/SP; EE/DER Prof. Iturbides Bolivar de Almeida Serra/Diretoria de Ensino – Região Sul – 3 - Av. de Pinedo, 777 - Capela do Socorro - São Paulo/ SP; EE Manuel dos Santos Paiva - Rua José Dantas, 112 - Vila Maluf - Suzano/SP; EE Yolando Mallozzi - Rua Atlântico Meridional, 116 - Vila dos Andradas - Vila Nova Cachoeirinha - São Paulo/SP. 90 - R$ 143.664,00 – R$ 14.366,00 – 14:00 – 25/08/2006. 05/1681/06/01 – EE Regina Bartelega da Cunha M.J. Ortiz Monteiro - Av. Profª Luiza Chagas, 618 - Santo Antonio - Lorena/SP; EE Prof. Joaquim Ferreira Pedro - Rua Antonio Haddad, 703 - Santo Antonio - Lorena/SP; EE Pe. Carlos Leôncio da Silva - Av. Dr. Epitácio Santiago, 199 - Centro - Lorena/SP; EE Dr. João Pedro Cardoso - Rua Godofredo Pestana, 262 - Campo Alegre - Pindamonhangaba/ SP; EE Prof. Mario de Assis Cesar - Rua Maria da Glória Carlota, 424 - Moreira Cesar - Pindamonhangaba/SP; EE Parque Odimar - Rua José Alves Pereira, 202 - Res. João Luis - Hortolândia/SP; EE Min. José de Moura Resende - Rua Gonçalves Dias, 356 - Jardim Amália - Caçapava/SP; EE Jacques Felix - Av. Domingues Ribas, 1072 - Vila Albina - Taubaté/SP. 90 - R$ 143.664,00 – R$ 14.366,00 – 15:00 – 25/08/2006. 05/1682/06/01 – EE Profª Odila Leite dos Santos - Rua Jundiaí, 84 - Monte Belo - Itaquaquecetuba/SP; EE Carlos Escobar - Rua Adelino de Almeida Castilho, 178 - Tatuapé – São Paulo/SP; EE Frederico Vergueiro Steidel - Rua Atlântida, 8 - Vila Carrão Tatuapé – São Paulo/SP; EE Brg. Eduardo Gomes - Rua Leôncio Costa Vieira, 137 - Jardim Piqueroby - Vila Formosa - São Paulo/ SP; EE Profª Sueli Oliveira Silva Martins - Rua 2, 110 - Caputera/Conj S. Sebastião - Mogi das Cruzes/SP; EE Chb Toyama - Av. Eng. Miguel Gemma, s/nº - Jardim Armênia - Mogi das Cruzes/SP; EE Profª Heliana Mafra Machado de Castro - Rua Thomaz Domingues, s/nº - Parque Santana - Mogi das Cruzes/SP; EE Paulo Tapajos - Est. Mogi/Bertioga - Km - 28 - Tapanhau - Mogi das Cruzes/SP. 90 - R$ 143.664,00 – R$ 14.366,00 – 16:00 – 25/08/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 25/07/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 50,00 (cinquenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 24/08/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo

RETIFICAÇÃO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA: Retificação Retificação do D. O. 21-07-2006, em FDE Avisa – Tomadas de Preços nº 05/1653/06/02; 05/1654/06/02; 05/1652/06/02; 05/1688/06/02; 05/1690/06/02 e 05/1687/06/02, onde se lê: - CAPITAL SOCIAL MÍNIMO DE PARTICIPAÇÃO, leia-se corretamente: PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR (em R$).

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL

DECLARAÇÃO

Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 21 de julho de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial:

AVISO DE LICITAÇÃO PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PEDRO Aviso de abertura de licitação Objeto: Fornecimento de uma máquina retroescavadeira com pá carregadeira Modalidade: Tomada de Preço nº 021/2006. Processo: nº 1144/2006 Encerramento: dia 09 de agosto de 2006, às 11:00 horas. Abertura: às 14:00 horas do mesmo dia. O edital completo poderá ser retirado no Departamento de Compras e Licitações, à Rua Valentim Amaral, nº 748, Centro, São Pedro/SP. Outras informações pelo telefone 0xx-19-3481-9208. Obs.: Não serão enviados editais por via Postal ou fac-símile. São Pedro, 21 de julho de 2006. Eduardo Speranza Modesto - Prefeito Municipal.

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segunda-feira, 24 de julho de 2006

Finanças Empresas Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 O dono da Claro, o mexicano Carlos Slim Helú, quer que a empresa seja a líder do setor no País

VARIG COMEÇA A DEMITIR FUNCIONÁRIOS

DESDE SÁBADO EMPRESA REASSUMIU ALGUNS VÔOS DOMÉSTICOS E INTERNACIONAIS. E TENTA LIBERAR O ARRESTO DE AVIÕES

VARIG NEGOCIA PARA RETOMAR ROTAS

O

Valéria Gonçalves/AE

s passageiros que têm bilhetes da Varig terão de torcer, nesta semana, pelo bom desfecho das negociações entre a companhia e as empresas de leasing que arrendaram aviões da frota. Ontem, o presidente da companhia aérea, Marcelo Bottini, disse que a retomada de rotas de vôos dependerá do desfecho das negociações com as arrendadoras, que determinaram o cancelamento de operação de aviões da empresa. Demissões – Nesta semana, a Varig deve divulgar a lista de demitidos. A expectativa é de que pelo menos 8 mil dos cerca de 10 mil funcionários sejam dispensados. A empresa também deverá anunciar a nova diretoria. A ex-presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) Maria Sílvia Bastos Marques está cotada para o cargo. Bottini disse que a resposta sobre a possível permissão para que as aeronaves retomem

as operações está sendo aguardada para hoje. Acrescentou que a Varig atenderá "dentro do possível" a determinação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) de retomada imediata de 13 rotas da empresa. Segundo o executivo, desde sábado a empresa retomou alguns vôos domésticos e vôos internacionais. "Vamos tentar aumentar isso", afirmou. A crise da Varig provocou a suspensão dos concertos da Orquestra Sinfônica da Rádio de Frankfurt, programados para agosto pelo Mozarteum Brasileiro em São Paulo. Houve uma tentativa de usar outra empresa aérea para o transporte dos músicos, mas não foi possível. Embarques – A Varig e a Anac não informam quantos aviões da empresa estão em operação. A Varig tem 60, incluindo as que estão paradas por causa do custo de manutenção ou por decisão judicial. Ainda de acordo com a asses-

IGP-M A segunda prévia do índice de julho subiu apenas 0,16%, abaixo dos 0,56% de junho.

CAI OTIMISMO

O

s empresários estão menos otimistas com a evolução dos negócios e da economia. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), divulgado na última sexta-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), caiu de 55 pontos, em abril, para 52,9 pontos em julho. Índices acima de 50 pontos indicam otimismo e abaixo de 50, pessimismo. (AE)

TOYOTA

O

presidente da Toyota Mercosul Shozo Hasebe, viajou na última sexta-feira para o Japão para discutir com a matriz as possibilidades de expansão da montadora. "O Brasil, a Rússia, a China e a Índia são mercados crescentes para a Toyota, mas estou viajando para que a matriz veja nosso trabalho com bons olhos", disse Hasebe no estande da empresa na cidade de Campos do Jordão. (AE) A TÉ LOGO

Ó RBITA

soria da Varig, a empresa prosseguiu ontem e manterá hoje o procedimento em relação aos passageiros que têm bilhetes para localidades que não estão sendo atendidas: embarcá-los em vôos de outra companhia ou em próximos vôos da própria Varig ou de outra empresa. Rotas – A assessoria garantiu que a empresa está cumprindo as rotas a que se comprometeu na última sexta-feira: Frankfurt, Miami e Nova York (em dias alternados) e Londres, além de Caracas e Buenos Aires. No mercado doméstico, Rio-Recife-Fernando de Noronha, São Paulo (Guarulhos)-Fortaleza e São PauloManaus, em dias alternados. A ponte aérea Rio-São Paulo também está sendo mantida. Já a assessoria da Anac disse que a retomada de vôos cancelados não é imediata, e a expectativa é de que a Varig cumpra todas as rotas determinadas a partir de hoje. (AE/DC)

ÁLCOOL Produto hidratado sobe 7,14% e litro vai a R$ 1,50 nos postos da cidade de Ribeirão Preto.

CELULARES ATIVOS DIMINUEM

P

ela primeira vez na história, o número de celulares operando no Brasil recuou. Em junho, segundo dados levantados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), eram 91.760.171 aparelhos ligados, 617.165 unidades a menos (ou queda de 0,67%) do que em maio, quando o total somava 92.377.336. De acordo com a Anatel, a queda deveu-se ao ajuste que a operadora Vivo fez em

sua base de clientes, o que acabou cortando de seus dados 1,8 milhão de celulares. A empresa, que é a líder no País no setor de telefonia móvel, decidiu enxugar sua base de clientes por se tratarem de celulares inativos. A Vivo informou ainda que tentou reativálos, mas não obteve sucesso. A empresa fechou o trimestre passado com 28,525 milhões de celulares habilitados. (AG)

PETROBRAS QUER DISTRIBUIDORA

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presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, admitiu na última sextafeira a possibilidade de a estatal comprar uma grande distribuidora de combustíveis para ampliar a participação da BR no mercado nacional. Com previsão de investimentos da ordem de US$ 2,2 bilhões nesse segmento de negócios entre 2007 e 2011, o plano estratégico da Petrobras tem

entre suas metas a ampliação da fatia de mercado da BR. Sobre os rumores de que a Petrobras teria interesse em adquirir a rede da Ipiranga, Gabrielli disse tratar-se de um "uma boa empresa", que tem 22% do mercado nacional de distribuição. Uma investida sobre pequenas distribuidoras, acrescentou, seria outra opção para expandir a rede de postos da BR em território nacional. (AG)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Agravamento do conflito no Líbano deixa mercado em alerta nesta semana

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Lula sanciona hoje Lei da Política Nacional da Agricultura Familiar

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Mineradora MMX faz a maior oferta inicial de ações do Brasil: R$ 1,03 bilhão

Passageiros aguardam informações sobre seus vôos no balcão da Varig no Aeroporto de Congonhas

BNDES vai financiar capital de giro e reduzir juros do Modermaq

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Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) trabalha em dois grandes projetos que podem dar impulso à produção industrial no País, adiantou ontem o presidente do banco, Demian Fiocca. A primeira medida, em fase final de elaboração, é a redução dos juros do programa Modermaq, específico para financiamento à produção e compra de bens de capital. A segunda, ainda em estudos, é a concessão de empréstimo para capital de giro, em processos vinculados à produção. Modermaq – Em duas semanas, será anunciada a redução de taxa do Modermaq, criado em agosto de 2004 com juros fixos anuais de 14,95% e prazo de financiamento de cinco anos. Na época, apesar do benefício de uma taxa fixa, o patamar elevado dos juros não despertou o interesse dos empresários. No ano passado, uma redução para 13,95% elevou um pouco a procura. Agora, com a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP),

Tasso Marcelo/AE

Fiocca: medidas em estudo

referência para as operações do BNDES, em seu patamar histórico mais baixo, 7,5% ao ano, o banco prepara nova queda, que será conseguida à custa de cortes na remuneração (spread). Mas isso não significa que os juros do Modermaq também caiam a um dígito. "Vamos esperar arredondar a proposta para anunciar", comentou Fiocca. Capital de giro – O BNDES tem na linha de pré-embarque (financiamento da produção para cumprimento específico de contratos de exportação) seu único exemplo de empréstimo

para capital de giro. Esse programa, que existe há 15 anos, é muito usado, por exemplo, pelas montadoras de automóveis em projetos de exportação. "Estamos estudando, mas o projeto ainda não está maduro, a possibilidade de financiar um capital de giro vinculado a investimentos passados ou a planos de investimento futuro, especialmente para empresas que não são grandes corporações, com acesso ao mercado internacional", disse Fiocca. "Seriam empresas que ocupam uma faixa intermediária e estão em expansão. Não necessariamente micros e pequenas empresas, mas aquelas de porte médio." Esse tipo de financiamento ficaria necessariamente vinculado a um plano de investimentos, relacionado à perspectiva de crescimento da empresa. "Ainda não está bem definido o que é, mas poderíamos, por exemplo, relacionar prazos com o investimento", disse o presidente do BNDES, acrescentando que "giro puro" o banco não tem intenção de financiar. (AE)

G6 tenta acordo de livre comércio

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eis potências comerciais se reuniram ontem em Genebra (Suíça) no que pode ser uma última tentativa de superar as diferenças que impedem um acordo de livre comércio mundial. O chamado G6 – Austrália, Brasil, Índia, Japão, União Européia e Estados Unidos, responsáveis por três quartos do comércio mundial – deve entrar em acordo sobre como aumentar o comércio de produtos agrícolas e industrializados, se não quiser assistir ao colapso das negociações da OMC, após quase cinco anos de tentativas.

O chefe da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, incumbido da tarefa de obter um acordo, presidirá os dois dias de negociações na missão norte-americana em Genebra. Ontem, depois de mais de 12 horas de reuniões, os ministros dos seis países do G6 não conseguiram desbloquear o processo da Rodada Doha. Hoje haverá nova tentativa. Diplomatas dizem que um novo fracasso por parte dos seis países, que já fizeram várias "últimas tentativas" de chegar a um acordo, deixaria a OMC,

formada por 149 países, sem tempo suficiente para completar todos os detalhes complexos de um tratado de livre comércio mundial até o fim do ano. O prazo limite até o final de 2006 para concluir a Rodada de Doha é regido pela expiração, em meados de 2007, dos poderes especiais do presidente norte-americano para negociar na área comercial. A Rodada foi considerada uma oportunidade única em uma geração para promover o crescimento global e tirar milhões de pessoas da pobreza. (Reuters)


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Vôlei Basquete Vôlei de Praia Ciclismo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 24 de julho de 2006

FIVB

O BRASIL QUE GANHA

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oram duas equipes bem diferentes entre si, que tiveram atuações distintas, mas o resultado foi o mesmo: com as duas vitórias sobre a Argentina, em Belo Horizonte, o Brasil manteve a liderança do Grupo B da Liga Mundial. Mais do que as vitórias, por 3 a 1 no sábado (parciais de 25/15, 24/26, 25/22 e 25/23) e por 3 a 0 ontem (25/15, 25/17 e 25/21), Bernardinho comemorou a boa atuação coletiva dos novatos, como o ponta Samuel, titular na primeira partida, e o meio-de-rede Sidão, que fez sua estréia na segunda. Para ele, a conquista do hexacampeonato mundial na Liga é importante, mas o objetivo principal é reconstruir a "equipe de 12 titulares" que perdeu depois do ouro olímpico de 2004, em Atenas, quando Nalbert, Maurício e Giovane deixaram a seleção. "Estamos fazendo a reconstrução da equipe, mas é um processo difícil, que requer tempo", diz O próximo adversário do Brasil, na semana que vem, é Portugal, em Lisboa. A equipe perdeu três dos quatro jogos que disputou contra a Finlândia - neste fim de semana, uma vitória e

É preciso educar as pessoas a não pensar só no resultado final. Às vezes o outro time é mais competente.” Bernardinho

JULIANA COMEMORA ANIVERSÁRIO COM TÍTULO

Stock Car: Cacá vence 4ª no ano

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acá Bueno venceu o GP de Londrina, quinta das 12 etapas do ano na Stock Car, e abriu boa vantagem para o vice-líder Hoover Orsi, que não passou do décimo lugar. Mesmo assim, ele recusou a condição de favorito ao título. "Prefiro dizer que somos bons candidatos", afirmou. Mateus Greipel foi o segundo, seguido do atual bicampeão, Giuliano Losacco, que conseguiu seu segundo pódio no ano, depois de abandonar nas últimas duas corridas.

uma derrota, ambos por 3 a 2 -, mas Bernardinho não baixar a guarda. Ele lembra que Portugal foi o único a vencer o Brasil na Liga Mundial de 2005, por 3 a 0, e hoje é treinado por seu exauxiliar Chico dos Santos. "Ele conhece a seleção tão bem quanto eu", diz. RESULTADOS: Grupo A - Sérvia 3 x 1 Polônia; Japão 0 x 3 EUA; Sérvia 3 x 2 Polônia; Japão 0 x 3 EUA. Grupo B - Portugal 3 x 2 Finlândia ; Brasil 3 x 1 Argentina; Portugal 2 x 3 Finlândia; Brasil 3 x 0 Argentina. Grupo C - Itália 1 x 3 França; China 1 x 3 Rússia; China 0 x 3 Rússia; Itália 2 x 3 França. Grupo D - Coréia do Sul 1 x 3 Bulgária; Cuba 3 x 0 Egito; Coréia do Sul 0 x 3 Bulgária; Cuba 3 x 0 Egito.

CLASSIFICAÇÃO: 1. Cacá Bueno, 100; 2. Hoover Orsi, 76; 3. Antonio Jorge Neto, 55; 4. Giuliano Losacco e Thiago Camilo, 42; 6. Alceu Feldmann, 41; 7. Felipe Maluhy, 32; 8. Guto Negrão, 31; 9. Ricardo Maurício, 29; 10. Pedro Gomes, 24.

A 1ª vitória de Tony Kanaan

CLASSIFICAÇÃO: Grupo A - 1. Sérvia, 7; 2. EUA, 6; 3. Polônia, 6; 4. Japão, 5. Grupo B - 1. Brasil, 8; 2. Finlândia, 7; 3. Portugal, 5; 4. Argentina, 4. Grupo C - 1. Rússia, 7; 2. França, 7; 3. Itália, 6; China, 4. Grupo D - 1. Cuba, 8; 2. Bulgária, 8; 3. Coréia do Sul, 4; 4. Egito, 4.

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Rodrigão e Giba brilharam na vitória de ontem contra a Argentina, em Belo Horizonte, a segunda do fim de semana

Presente de aniversário

J

uliana fez festa em dose dupla na arena de São Petersburgo, na Rússia: no sábado, dia de seu aniversário de 23 anos, ela conquistou a medalha de ouro da oitava etapa do Circuito Mundial de vôlei de praia, ao derrotar, ao lado da parceira Larissa, as chinesas Zhang Xi e Chen Xue por 2 a 0 (21/11 e 21/17), em 34 minutos. Foi o quarto título na temporada e o 11º da carreira, em 33 etapas disputadas. "O dia do aniversário é sempre especial, e foi ainda melhor por causa da medalha de ouro. Tenho muita sorte de ter uma parceira como a Larissa, e de ter uma equipe de trabalho como a nossa", elogiou Juliana. Na disputa brasileira pelo terceiro lugar, Adriana Behar e

FIVB

Juliana supera a chinesa Zhang Ji: 23 anos e 11 títulos com Larissa no Circuito Mundial de vôlei de praia

Início animador O

Brasil venceu a Nova Zelândia por 105 a 89, no primeiro de quatro amistosos entre as duas equipes na preparação para o Mundial masculino de basquete, mas o técnico Lula Ferreira não gostou. "Não podemos tomar tantos pontos. Deveriam ter sido no máximo 75". A competição será de 19 de agosto a 3 de setembro, no Japão, e o próximo duelo entre as duas seleções será amanhã, em Brasília. Sem os pivôs Nenê, contundido, e Baby, não liberado por seu novo time na NBA, o Utah Jazz, o Brasil testou um sistema de jogo mais veloz e menos baseado no garrafão. A equipe lidertou o placar durante todo o confronto, exceto por duas ocasiões, no meio do primeiro quarto e no início do segundo. Mas o time, apesar de chegar a abrir 24 pontos de vantagem, mostrou que ainda sofre com a falta de ritmo e de conjunto foram só seis treinos antes da partida. Para aumentar o entrosamento, Lula mexeu pouco no quinteto que é considerado titular: Leandrinho (cestinha do Brasil, com 21 pontos), Guilherme, Marcelinho, Tiago Splitter e Anderson Varejão. "A Nova Zelândia é uma equipe chata de marcar. Vai para chutar de três pontos e, por isso, surpreenderam no Mundial de Indianápolis, em 2002,

Shelda bateram Renata e Talita por 2 a 0 (21/11 e 21/14). Entre os homens, Márcio e Fábio Luiz ficaram com o terceiro título da temporada ao vencer os alemães Brink e Dieckmann por 2 a 0 (21/18 e 21/17), e se aproximaram dos líderes da temporada, Ricardo e Emanuel, que ficaram em quarto lugar, derrotados na decisão do bronze pelos holandeses De Gruijter e Ronnes por 2 a 0 (21/19 e 21/19). "Estamos jogando nosso melhor voleibol", afirmou Márcio. "É bom estar atravessando este momento agora porque temos duas importantes etapas pela frente", disse, em referência aos torneios de Paris, na França, e Klagenfurt, na Áustria, nas próximas semanas.

Pascal Guyot/AFP

Fernando Azevedo/CBB

ony Kanaan ganhou ontem o GP de Milwalkee, sua primeira vitória na temporada da IRL. "Estou tão feliz hoje como quando ganhei o campeonato há dois anos", disse o brasileiro, que divide o quinto lugar com Vitor Meira, que abandonou. Sam Hornish Jr. chegou em segundo e disparou, aproveitando o décimo lugar de Scott Dixon e o abandono de Helio Castroneves, que havia largado na pole position. CLASSIFICAÇÃO: 1. Hornish Jr. (EUA), 356; 2. Dixon (NZL), 331; 3. Castroneves (BRA), 326; 4. Wheldon (ING), 324; 5. Meira (BRA) e Kanaan (BRA), 277; 7. Franchitti (ESC), 231; 8. Andretti (EUA), 226; 9. Patrick (EUA), 223; 10. Herta (EUA), 215.

Brasileiros mal na Champ

B

runo Junqueira e Cristiano da Matta não completaram ontem o GP de Edmonton, oitava prova da temporada da ChampCar. Bruno Junqueira ainda somou pontos pela 15ª posição - teve problemas mecânicos na 54ª volta - e manteve o nono lugar, mas Da Matta caiu dois postos depois de nem conseguir largar. O vencedor foi Justin Wilson, que assumiu o segundo lugar no campeonato, seguido do líder Sebastien Bourdais. CLASSIFICAÇÃO: 1. Bourdais (FRA), 221; 2. Wilson (ING), 198; 3. Allmendinger (EUA), 193; 4. Tracy (CAN), 130; 5. Ranger (CAN), 127; 6. Dominguez (MEX), 120; 7. Tagliani (ITA), 119; 8. Servia (ESP), 118; 9. Junqueira (BRA), 108; 10. Da Matta (BRA), 107.

Hayden ganha o GP dos EUA

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orrendo em casa, Nicky Hayden venceu ontem o GP dos Estados Unidos, em Laguna Seca, e disparou na liderança da MotoGP, após 12 das 17 provas. Dani Pedrosa foi o segundo, e Marco Melandri em terceiro ambos têm as mesmas posições no campeonato, à frente de Valentino Rossi, que teve problemas mecânicos e não conseguiu pontuar.

O HERDEIRO DE LANCE – O norte-americano Floyd Landis

quando ficaram em quarto", lembrou o técnico. "Mas nossos jogadores melhoraram tecnicamente e estão disciplinados taticamente", elogiou.

Leandrinho foi o cestinha do Brasil na vitória contra a Nova Zelândia, que abriu a preparação para o Mundial

foi o escudeiro de Lance Armstrong em algumas de suas sete conquistas na Volta da França. Ontem, na ausência do antigo "chefe", que já se aposentou, ele conquistou o título da mais tradicional prova do ciclismo, após 89 horas, 39 minutos e 30 segundos de pedaladas, por 3.653 km, passando pelos Pirineus, pelos Alpes e no fim, por baixo do Arco do Triunfo. Tudo isso no limite físico: de volta aos EUA, fará uma cirurgia nos quadris que pode até obrigá-lo a encerrar a carreira.

CLASSIFICAÇÃO: 1. Hayden (EUA), 194; 2. Pedrosa (ESP), 160; 3. Melandri (ITA), 150; 4. Rossi (ITA), 143; 5. Capirossi (ITA), 126; 6. Stoner (AUS), 91; 7. Edwards (EUA), 84; 8. Roberts Jr. (EUA) 79; 9. Hopkins (EUA), 74; 10. Nakano (JAP), 67; 11. Tamada (JAP), 64; 12. Elias (ESP), 59; 13. Gibernau (ESP), 58.


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Empresas Nacional Finanças Comércio Exterior

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 24 de julho de 2006

AÇÕES VERDE-AMARELAS GANHAM DESTAQUE LÁ FORA

118%

é quanto aumentou o volume total de negócios de empresas brasileiras na NYSE

NESTE ANO, 37 EMPRESAS NACIONAIS MOVIMENTARAM US$ 1,06 BILHÃO NA BOLSA DE VALORES DOS EUA

BRASILEIRAS FAZEM SUCESSO EM NOVA YORK

E

Nas alturas – Tome-se o stão em alta os negócios com ações de em- exemplo da gigante Petropresas brasileiras lis- bras, cujas ações ordinárias tadas na Bolsa de No- (com direito a voto) negociava York (NYSE) na forma de das no mercado americano American Depositary Re- movimentaram, em todo o ceipts (ADRs) – recibos de pa- ano de 2005, um volume mépéis de companhias estrangei- dio diário de US$ 95 milhões. ras emitidos em dólar por ban- Em 2006, foram US$ 243 micos norte-americanos. No ano lhões até 17 de julho, que equipassado, 37 companhias bra- valem a uma alta de 156%. Os sileiras presentes na NYSE negócios com as ações preferesponderam por um volume renciais (sem direito a voto) médio diário de US$ 486 mi- somaram US$ 55 milhões em 2005 e, neste lhões. Em ano, até mea2006, em seis dos de julho, meses e meio bateram nos (entre os dias 2 U S $ 11 3 m ide janeiro e 17 lhões. de julho), o voMaior banlume médio Foi a variação no co privado do diário mais volume médio diário Brasil e com que dobrou em relação a de negócios da Gol na valor de mercado de US$ 30 2005, somanbolsa americana em bilhões (R$ 64 do US$ 1,06 bibilhões), o Bralhão. Ou 118% 2006, até meados de desco quase mais, segundo julho, em relação a triplicou o vou m l e v a n t atodo o ano passado. lume médio mento da conde negócios sultoria Ecodiários com nomática feito suas ações preferenciais na para o Diário do Comércio. É inegável que uma parcela NYSE em 2006, frente a 2005. desse bom resultado vem da A média diária foi de US$ 21,8 entrada de pouco mais de uma milhões, no ano passado indezena de empresas brasilei- teiro, contra US$ 58,8 miras no mercado norte-america- lhões, neste ano, uma alta signo, em 2005. Mas quando se nificativa, de 169%. Segundo o diretor-executiolha para o desempenho individual de muitas dessas com- vo do Bradesco Domingos panhias na NYSE (ver tabela) é Abreu, a adoção da governanpossível enxergar algo mais do ça corporativa explica o sucesque o fato de a bolsa nova-ior- so do banco lá fora. Hoje, 43% quina ter recebido mais parti- das ações PN estão com investidores estrangeiros. Desse tocipantes verde-amarelos.

213%

Milton Michida/AE -

tal, 24% são negociadas na forma de ADRs. Os restantes 19% estão com investidores estrangeiros na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Reconhecimento – A Petrobras é uma velha conhecida dos investidores estrangeiros, com atuação tarimbada no mercado internacional. E o Bradesco negocia suas ações na bolsa norte-americana desde 2001. Mas como explicar o êxito da Gol Linhas Aéreas Inteligentes, que aterrissou na NYSE há menos de dois anos e registrou, apenas em 2006, um aumento no volume médio de negócios diário de 213%? É simples, diz o analista da Fator Corretora, Ermínio Lucci: "As empresas brasileiras são hoje mais do que reconhe-

cidas no mercado internacional como empresas competitivas em qualquer parte do mundo, com boa qualidade de ativos. Sem esquecer que o lucro dessas companhias que hoje fazem sucesso lá fora tem subido bastante, o que dá maior valor às suas ações", diz Lucci. Manter um contato intenso com investidores também conta pontos. Em 2006, o Itaú comemora cinco anos de listagem no mercado norte-americano com uma atuação dinâmica que inclui encontros pelo Brasil afora e no exterior. Em 2005, foram 13. Neste ano, sete. Um deles em Nova York. Muitos reúnem até 1,2 mil investidores. "Antes de listarmos nossas ações na NYSE, o Itaú negociava R$ 15 milhões por dia na Bovespa. Após a listagem lá fora, os negócios com ações somam R$ 165 milhões, sendo que desse total R$ 95 milhões vêm dos Estados Unidos e R$ 70 milhões, da Bovespa", diz o superintendente de Relações com Investidores do Itaú, Geraldo Soares. Só isso? Não. Recursos – A boa liquidez das ações brasileiras na bolsa de Nova York é resultado também da maior disponibilidade de recursos de investidores estrangeiros para os mercados emergentes, opina o gerente de Relações com Investidores da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Marcos Ferreira. O volume de negócios da siderúrgica em 2006 na NYSE soma US$ 31 milhões.

Itaú ampliou negócios na Bovespa após ter ações no mercado externo

Para o professor de Finanças da Fundação Dom Cabral Haroldo Vale Mota, os bons resultados têm a ver com a queda da volatilidade do mercado brasileiro, expressa pela queda do risco-Brasil e dos bons fundamentos macroeconômicos.

Mas o mérito maior, diz ele, vem mesmo das empresas, que, ao contrário do governo, fizeram a lição de casa ao dar prioridade a questões como transparência, respeito ao acionista e equilíbrio de contas. Roseli Lopes

Alaor Filho/AE

Alaor Filho/AE

Companhia Siderúrgica Nacional se destaca entre as dez companhias brasileiras com maior volume de compra e venda de ações na bolsa norteamericana


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DCARRO

São Paulo, segunda-feira,24 de julho de 2006

COREANOS Divulgação

Magentis, o novo sedã da Kia Motors Além do modelo que vem para competir no segmento do Ford Fusion, também está chegando à rede da marca a nova Carnival, minivan com capacidade para oito ocupantes

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Kia está iniciando a venda de dois novos produtos da marca, ambos importados da Coréia do Sul: o sedã Magentis, na versão EX 2.0L a gasolina com câmbio automático de quatro velocidades com opção de troca de marchas seqüencial, e a minivan Carnival, com capacidade para oito ocupantes. O Magentis, que custa R$ 69,9 mil, chega para competir na faixa do Citroën C5 Sedã 2.0L, Ford Fusion 2.3L, Honda Accord 2.0L, Peugeot 407 2.0L e Volkswagen Passat 2.0L. "O segmento de sedãs no País é muito competitivo, tanto que nos últimos anos recebeu inúmeros lançamentos", destaca José Luiz Gandini, presidente da Kia Motors do Brasil. "Já participamos dele com os modelos Cerato e Opirus e decidimos importar o Magentis para atuar em mais um nicho do segmento". O Magentis é equipado com motor de 4 cilindros em linha, 2.0 litros e 16 válvulas, que desenvolve 145 cv de potência a 6.000

rotações por minuto. Os bancos e painéis de portas são revestidos em couro, sendo que o do motorista conta com ajuste por alavanca para altura do assento. Melhorias - A nova minivan Carnival, que foi completamente redesenhada, destina-se a consumidores que necessitam de

O preço sugerido do Magentis é de R$ 69,9 mil

um veículo seguro, de eficiente performance, mas com equilíbrio no consumo de combustível e que ofereça todo o conforto de um veículo de passeio. No Brasil seu concorrente direto é a Chrysler Grand Caravan. A versão EX 3.8L com câmbio automático está sendo lançada com preço sugerido em R$ 139,9 mil. O modelo, que tem garantia de cinco anos, vem com motor 6 A minivan Carnival, que custa R$ 139,9 mil, foi totalmente reestilizada

L200 OUTDOOR

CAMINHÕES E ÔNIBUS

Para enfrentar terra e asfalto J Divulgação

á está à venda na rede de concessionários Mitsubishi a picape L200 Outdoor, que chega com mudanças no design externo e no interior. Preparado para enfrentar terra e asfalto, o modelo ganhou nova tomada de ar no capô, uma nova tela da grade do radiador e um desenho diferente da roda em liga leve de 16 polegadas de diâmetro. Na versão HPE, pode vir com protetor de caçamba e rack transversal traseiro de cabine. Internamente, a cabine dupla recebeu bancos com novo revestimento em tecido e um novo sistema de som com CD Player e MP3 para o modelo HPE. Segundo a Mitsubishi, um dos pontos altos da L200 Outdoor é o conjunto propulsor. Trata-se de um quatro cilindros com oito válvulas, 2.5 litros, Turbo Diesel Intercooler, que tem

cilindros em "V" a gasolina de 3.8 litros, que gera 242 cv de potência a 6.000 rotações por minuto. Dotado de acelerador eletrônico, este propulsor possui comando de válvulas duplo nos cabeçotes, 24 válvulas, injeção de combustível eletrônica seqüencial multiponto, bloco em alumínio - que proporcionam uma ótima taxa peso/potência. Tal como no Magentis, o bloco de alumínio do motor da Carnival tem em sua carcaça nervuras que servem para aumentar e reforçar sua rigidez. Segundo a Kia, a conveniência a bordo é um dos grandes atrativos da Carnival. Ela começa pela abertura das portas laterais corrediças com acionamento elétrico. O mesmo sistema é utilizado para a abertura da tampa do porta-malas. No interior, os portaobjetos estão presentes em todos os locais necessários e mesas tipo "avião" estão localizadas nos encostos dos bancos dianteiros, que possuem apoio de braço.

baixíssimo nível de vibração. A versão GLS tem bomba de combustível eletrônica e turbina de rotor variável VGT (Variable Geometry Turbocharger) que produz 121 cavalos. Já o modelo HPE, com gerenciamento eletrônico exclusivo, dispõe de uma motorização mais

O modelo ganhou nova tomada de ar no capô e nova tela da grade do radiador

potente, com 141 cavalos gerados a 4.000 rpm e torque de 30,6 kgf.m a 2.000 rpm. Além do câmbio manual de cinco marchas, a L200 Outdoor pode vir equipada com caixa automática de quatro velocidades na versão HPE. O sistema de tração é o Easy Select, que permite que se passe para o modo 4x2 (que gera economia e suavidade no uso on-road) para 4x4 (modo mais seguro e versátil em pistas off-road), ou o inverso, com o carro em velocidades de até 100 km/h.

50 anos da ArvinMeritor

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Divisão de Veículos Comerciais da ArvinMeritor, fabricante de eixos para caminhões e ônibus de Osasco, está completando 50 anos de atividades no Brasil agora em julho. A empresa, que traz em sua história a tradição da Braseixos e Rockwell, é líder de mercado no segmento na América do Sul. A ArvinMeritor atende a Agrale, Encava (Venezuela), Ford, International, Iveco, Scania e Volvo e participa diretamente do Consórcio Modular da Volkswagen em Resende, RJ, fornecendo eixos completos e montando sistemas de suspensão para todos os caminhões e ônibus da marca. A ArvinMeritor mantém joint-ventures nas áreas de freios e suspensão com o Grupo Randon, através da Freios Master e Suspensys, em Caxias do Sul, RS.


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DCARRO

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ALEMÃO Divulgação

Novo BMW X3 aqui? Para o ano. Ele ficou mais bonito, ganhou nova suspensão e seus motores agora estão mais potentes. Na Europa já chegou. No Brasil isso só acontecerá em 2007. ANTONIO FRAGA

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inda que as alterações não sejam significativas, chega ao mercado europeu no final deste ano e, possivelmente, no começo do próximo ao Brasil, o novo BMW X3. O carro ficou mais moderno e agressivo. Externamente, os destaques ficam para os novos conjuntos ópticos dianteiros e traseiros e os pará-choques, maiores e mais envolventes, que são pintados na cor do modelo. Os faróis duplos circulares com fontes de luz e refletores montados atrás de um vidro transparente melhoram o apelo agressivo do X3. A grade, marca registrada da montadora alemã, ficou maior.

Sofisticação - No interior, poucas alterações deixaram o modelo mais aconchegante e sofisticado. O painel de instrumentos ganhou uma nova faixa que tem as mesmas cores e o mesmo material das superfícies decorativas do console central. Além disso, o X3 tem novo volante de três raios. Na versão esportiva, vem equipado com elegantes rodas de 18 polegadas e os canos de

Novos faróis e pára-choques valorizam a dianteira do modelo alemão

escapamento maiores, entre outros componentes. Nova geração de motores foi desenvolvida para o lançamento do X3, com mais potência, força e economia de combustível. O destaque na Europa será o novo motor a diesel, de seis cilindros em linha e três litros, com a tecnologia de turbo duplo variável (VTT), com 286 cavalos. Para o Brasil, virão somente os equipados com as novas gerações de motores a gasolina seis cilindros em linha, de 3.0 e 2.5 litros, com 272 cv e 218 cv respectivamente. Novas também as transmissões automáticas de seis velocidades. A tração é permanente nas quatro rodas, do tipo inteligente. O sistema BMW xDrive oferece uma distribuição de potência totalmente variável entre os eixos dianteiro e traseiro. Ele sempre direciona a potência do motor ao eixo em que ela pode ser usada com mais eficiência por meio de uma caixa de transferência com uma embreagem multiplaca controlada eletronicamente.

PROMESSA

E o Audi TT vem para o Salão J á rodando por ruas e estradas européias, o Audi TT, cupê esportivo, será apresentado no Salão Internacional do Automóvel, no Anhembi, em São Paulo, de 19 a 29 de outubro. Aqui será vendido, a partir de fevereiro, em duas configurações de motor: 2.0 turbo de quatro cilindros e 3.2 V6. No mercado desde 1998, o modelo vem Divulgação

O carro será apresentado em outubro

fazendo sucesso no segmento de cupês esportivos. Nesta segunda geração, ganhou melhoras na transmissão de força e também na dirigibilidade. O carro cresceu 137 mm no comprimento e 78 mm na largura. Agora ele tem 4.178 mm e 1.842 mm, respectivamente. A distância entreeixos, 2.468 mm. O motor 2.0 Turbocharged TFSI, com sistema de injeção direta de gasolina FSI, com 200 cv de potência, acelera de 0 a 100 km/h em 6,4 segundos, com câmbio manual de seis marchas. A máxima é de 240 km/h e a tração dianteira. O outro motor é um 3.2 V6 aspirado, com 250 cv de potência, que acelera o TT de 0 a 100 km/h em 5,7 segundos, com máxima de 250 km/h, limitada eletronicamente. Neste caso a tração é traseira. As duas versões podem vir equipadas com caixa de câmbio manual de seis velocidades.


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om para o Brasil, bom para Minas Gerais. E ótimo para Juiz de Fora: a DaimlerChrysler do Brasil anunciou que sua fábrica naquela cidade mineira vai continuar a todo vapor produzindo, a partir de 2007, com exclusividade mundial, o Mercedes-Benz C Sports Coupé, para exportar mundial, com destaque para a Europa. O novo mineiro da Mercedes é fabricado atualmente em Sindelfingen, na Alemanha, que passará a produzir os modelos da futura linha Classe C. Para se ter uma idéia da vantagem da fábrica de Minas, em toda a sua existência no Brasil o Classe C Sedã, que é exportado esclusivamente para o mercado norte-americano, totalizou apenas 30 mil unidades, desde 2001. No mesmo período, o carro que chega em 2007 vendeu, para o mercado mundial, nove vezes mais, ou seja, 270 mil unidades. Na Europa, o carro hoje custa entre 25 mil e 30 mil euros, dependendo da versão. O preço para o Brasil não está definido, porque ainda não está decidido se ele será colocado no mercado interno.

BOA NOTÍCIA

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A estrela vai manter seu brilho em Juiz de Fora, MG, produzindo, apenas lá, o Sports Coupé da Classe C

No teto solar, uma das atrações do carro. No interior, requinte.

Teste - O DCarro testou o modelo que será produzido no Brasil. Sem dúvida a mais charmosa e esportiva das Classes C. Pode até não ser a que mais status vai dar ao seu proprietário - dentro da gama de alto grau de luxo e sofisticação oferecido pela marca - mas, para quem quer um carro de espírito esporte e moderno, eis a Mercedes-Benz certa. Seguindo o design de outros veículos da Classe C, a maior diferença em relação aos demais modelos fica na sua traseira que, por ser hatch, tem o corte acentuado na tampa do porta-malas, ficando cerca de 18 centímetros mais curta que a versão sedã de quatro portas. Outra característica é a traseira alta, com lanternas escuras, que lhe dão aspecto esportivo. Muito bonita e cativante toda a traseira é muito harmoniosa. Na sua extremidade superior um defletor que melhora a aerodinâmica, exercendo força sobre o eixo e aumentando a estabilidade do C Sports Coupé. O defletor também tem uma faixa transparente, que proporciona ao motorista uma boa visibilidade, eliminando pontos cegos, principalmente quando comparada aos padrões normais de um coupé.

superior do teto do modelo. Alem de aumentar a iluminação interior, revela visual extraordinário. E a utilização é simples: ao pressionar botão próximo ao retrovisor interno, a metade dianteira do teto desliza para trás, deixando uma abertura que é aproximadamente um terço maior que um teto solar convencional. Duas cortinas operadas eletricamente por dentro do teto solar protegem o interior do coupé da luz solar direta quando o teto está fechado.

Visão total para cima - Entretanto, um dos principais destaques vai para o teto solar panorâmico. Muito semelhante ao já utilizado na station-wagon Peugeot 307 SW, tem uma grande superfície de vidro que se estende por toda a área

Esportivo com interior versátil - O interior acompanha o estilo esportivo e elegante a que o modelo se propõe. Com detalhes em alumínio, volante de três raios com botões de controles iluminados para o rádio do carro, telefone e

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Mercedes C Sports Coupé. Melhor que pão de queijo. O modelo será produzido para exportação a partir de 2007, mas poderá ser vendido também no Brasil ANTONIO FRAGA As linhas do futuro Mercedes-Benz brasileiro são atraentes e mostram esportividade

outras funções, o painel de instrumentos completo, com enormes mostradores, e os bancos dianteiros envolventes e muito confortáveis deixam o interior aconchegante, luxuoso e muito harmonioso. Os passageiros de trás, apesar de uma certa dificuldade de entrar, algo tradicional em carros de duas portas, sentam-se em confortáveis assentos individuais, que podem ser completamente rebatidos para ampliar a capacidade do porta-malas. Dependendo da posição dos assentos traseiros, o volume do portamalas pode ser aumentado quase quatro vezes, de 310 para 1.100 litros. Com a ajuda do mostrador central no painel de instrumentos, o motorista pode programar ajustes individuais, e assim personalizar o carro. Uma vez programados, os ajustes estarão permanentemente ativos, eliminando a necessidade de pressionar qualquer botão. Para fazer os ajustes ou programações, basta utilizar os botões do volante multifuncional, que está ligado ao mostrador central do painel, rádio e telefone do automóvel. Mais de 50 ajustes individuais podem ser programados selecionando uma das cinco opções separadas de menu. O controle automático de climatização Thermotronic é feito por computador e utiliza os sinais de diversos sensores que indicam a temperatura interior e do ar ambiente, umidade do ar, transmissão de raios solares e níveis de poluentes no ar externo. Além disso, o ar interior é mantido limpo por um grande filtro de partículas e dois filtros de carvão ativado, que absorvem odores e poluentes.

Para garantir a segurança, entre as diversas O motor, 1.8, com tecnologias embarcadas, o modelo dispõe de air compressor, gera 192 cavalos e bags laterais dianteiros e traseiros de série. O modelo de duas portas tem todas as van- leva o carro de 0 tagens tecnológicas presentes no sedã, como, por a 100km/h em 8,2 segundos. O exemplo, o ABS (sistema de antitravamento dos câmbio, freios) e o ESP. O sistema ESP controla as forças de frenagem que atuam nas rodas dianteiras e automático, tem cinco traseiras de forma a reduzir o risco de derrapagens velocidades e e para ajudar o motorista a manter tudo sob permite trocas controle em situações críticas. seqüenciais Se o veículo desviar demais da "linha ideal" de manuais. segurança, o sistema intervém numa fração de segundo para corrigir o percurso do automóvel utilizando dois diferentes métodos: aplicação dos freios em uma ou mais rodas e/ou redução do torque do motor. Acelerando - O prazer de dirigir é algo muito grande nos modelos esportivos da marca alemã, mas neste, em especial, é impressionante. Além da posição de dirigir, do espírito esportivo que está presente em tudo, o motor é outro destaque. Quatro cilindros em linha, 16 válvulas, 1.8 litro com compressor, produz 192 cavalos de potência máxima a 5.800 rpm. O C Sports Coupé acelera de 0 a 100 km/h em 8,2 segundos e atinge a máxima de 236 km/h. O câmbio, automático, tem cinco velocidades com possibilidade de trocas seqüenciais manuais. A estabilidade é um de seus pontos mais fortes e os freios param o carro em espaços muito curtos e sem desvios, com ABS e ESP.

Você sabe como funciona o compressor?

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compressor do motor é acionado diretamente pelo virabrequim por intermédio de uma correia. Ele funciona como um tipo de ventilador que produz pressão no sistema de admissão, comprimindo o ar e gerando a chamada amplificação de pressão, um dos critérios fundamentais para um carregamento mais eficiente dos cilindros e uma melhor aspiração do motor. Devido a essas características, o motor equipado com compressor desenvolve um torque muito maior que um motor de aspiração normal. Além disso, o motor consegue combinar as características de torque de um motor de seis cilindros com a economia de combustível de um motor de quatro cilindros.


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São Paulo, segunda-feira,24 de julho de 2006

MERCADO/AUTOINFORME

Venda cresce após a Copa Fiat amplia a liderança. Na primeira quinzena a marca ficou com 26,9% de participação no segmento de autos e comerciais leves.

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assado o "efeito Copa do Mundo", a indústria automobilística voltou a crescer. Segundo dados preliminares do Renavam, a primeira quinzena de julho terminou com 71.660 carros e comerciais leves vendidos internamente, alta de 5,1% em relação ao mesmo período do mês anterior, quando o setor comercializou 68.147 unidades. O número de vendas diárias ampliou-se em 4,5%. A média até sexta-feira, dia 14, era de 7.166, enquanto no mês de junho, também na primeira metade, o volume ficou em 6.855 unidades. As primeiras quinzenas dos dois meses tiveram exatamente dez dias úteis cada. Só que em junho, por causa da Copa do Mundo, o mercado ficou praticamente parado nos dias em que a seleção jogou, como, por exemplo, no dia 13, por ocasião da estréia do País no campeonato. Segundo o presidente da Fenabrave Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos, Sérgio Reze, até as vendas de final de semana, durante o mês de junho, foram afetadas por causa dos jogos na Alemanha. “Mas agora em julho o quadro é diferente", diz Reze. "Definitivamente, o efeito Copa do Mundo acabou. O re-

sultado mostra, também, que o consumidor continua confiante na economia do País, o que o faz assumir compromissos como a compra de veículos”. Se o volume de negócios no mercado de veículos continuar mantendo o mesmo ritmo de crescimento do começo do mês, julho deve superar o resultado de junho, que teve 141.093 unidades comercializadas internamente no País. Fiat aumenta diferença - A primeira colocada na quinzena foi a Fiat Automóveis, com 19.306 carros e comerciais leves vendidos no varejo. A montadora italiana continua aumentando sua participação no mercado brasileiro – fechou os dez primeiros dias úteis de julho com 26,9% do bolo. No acumulado do ano, o número de licenciamentos de automóveis da marca já é de 220.426, o que representa 24,8% do volume total comercializado ao longo de 2006. A Volkswagen se mantém na segunda posição, com 15.807 unidades comercializadas e participação de 22,1%. A General Motors segue de perto, com a venda de 15.206 carros e comerciais leves e 21,2% do bolo, enquanto a Ford é a quarta, com 8.439 unidades e 11,8% do mercado. A briga pela quinta colocação continua acirrada, mas a Honda ainda é a primeira entre as montadoras que se instalaram no Brasil a partir dos anos 90. A marca vendeu 2.821 unidades na primeira quinzena de julho e ficou com 3,9% de participação. A também japonesa Toyota fechou com um pouco menos, 2.745 negócios e 3,8% do bolo total do mercado, ocupando, dessa forma, o segundo lugar entre as "novas".


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MANUTENÇÃO

Diferença de preço chega a 250% O consumidor deve ficar atento aos valores e à qualidade do serviço. É preciso pesquisar.

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diferença de preço na manutenção do carro, relativa à troca de peça ou acessório e gastos com mão-deobra, pode chegar a até 250% de um estabelecimento para outro. É o que constatou pesquisa da Agência AutoInforme que coleta mensalmente os valores para compor o IMC (Índice de Manutenção do Carro), conhecido como Inflação do Carro. A diferença de 250% foi constatada no custo de alinhamento de direção do Gol 1.0 (modelos 2003, 2004 e 2005). Na Oficina Brasil, Zona Norte de São Paulo, o serviço sai por R$ 10 e na Della Via Pneus, de São Bernardo do Campo, por R$ 35. Balancear as rodas de um Palio 2004 custa R$ 12 na Bond´s Car, Zona Sul, enquanto na Central de Pneus, na mesma região, sai por R$ 30, uma diferença de 150%. As variações também são grandes na área de serviço. O jogo original de amortecedores do Gol 2003, já instalado, tem custo que varia de R$ 274 (preço encontrado na Tecnicar, Zona Leste) a R$ 486, diferença de 77%. Mesmo serviços mais simples, como lavagem, têm grandes oscilações. Encontramos o valor mais barato de um carro pequeno por R$ 8 e o mais caro por R$ 19.

Na concessionária - Na hora de comprar a peça de reposição, o motorista se vê num dilema: pagar o preço da concessionária e ter a garantia de fábrica ou optar pelo mercado paralelo. A diferença é grande, pelo menos no preço. Já a garantia é a mesma desde que o produto seja legal,

comprado com nota fiscal. Pesquisamos nas lojas independentes e na rede autorizada os valores de mercadorias e de mão-de-obra do Gol, Celta, Peugeot e Civic, todos modelos 2004. O resultado é claro: a concessionária vende mais caro. A diferença nos itens pesquisados chegou a 30%. O menor valor encontrado durante a pesquisa ocorreu na hora de trocar o jogo de vela, juntamente com os filtros de combustível e de óleo do Peugeot 206 1.4. Na concessionária Peugeot Itavema, o serviço custa R$ 276, R$ 21 mais caro que

DCARRO POR AÍ

VOLKS INICIA PRÉ-VENDA DO JETTA

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Volkswagen iniciou na semana passada a pré-venda de seu mais recente lançamento para o mercado nacional, o sedã médio de luxo Jetta. O cliente pode fazer a reserva nas concessionárias autorizadas e no site corporativo da empresa - www.vw.com.br. O interessado configura o Jetta de acordo com as suas necessidades e envia para a concessionária

escolhida a intenção de compra, que será analisada e agendada a entrega dentro da disponibilidade do modelo, de acordo com a chegada dos lotes de importação. "O modelo, que chega em setembro para esquentar o mercado de sedãs, pode ser reservado graças a um sistema inédito desenvolvido pela Volkswagen que antecipa as vendas pela internet", afirma o diretor de Vendas e Marketing da Volkswagen do Brasil, Paulo Kakinoff. O Jetta, que será importado do México, tem preço sugerido a partir de R$ 82.500.

na loja ZM Pneus. Já o kit de freio – composto por pastilha, lona e disco – do Celta 1.4 na concessionária Vigorito é comercializado por R$ 462, enquanto na Auto Center Varga sai por R$ 354, R$ 108 mais barato. Segundo o supervisor de Peças da Vigorito, Carlos Bispo de Lima, diferentemente do mercado paralelo, as montadoras têm um departamento de engenharia para avaliar as peças antes de instalá-las. "Isso cria um custo maior que, por outro lado, garante uma qualidade superior ao produto".

O vice-presidente do Sincopeças (Sindicato do Comércio Varejista de Peças e Acessórios para Veículos no Estado de São Paulo), Francisco Wagner de la Tôrre, contesta. "Todos os fabricantes de peças testam seus produtos antes. As peças são iguais, só muda a embalagem". Francisco cita dois motivos para essa diferença: "O primeiro é que as concessionárias estão atreladas às montadoras que, por sua vez, tabelam os preços visando, cada vez mais, uma maior lucratividade. O segundo é o fato de a concorrência ser muito grande entre os independentes, o que reduz os valores". Somente em um caso na pesquisa o mercado paralelo vendia o produto mais caro que na concessionária: o kit de embreagem (disco, platô e rolamento) do Civic 1.7 custa R$ 1.308 na loja independente Varga, enquanto na Honda Flora o preço é R$ 934,51, isto é, R$ 373,49 mais barato. No entanto, essa diferença é quase que compensada com a montagem da peça, já que o preço da mão-de-obra na revenda autorizada chega a R$ 508, R$ 236 acima do cobrado na loja paralela. O supervisor de Peças da Vigorito diz que a mão-de-obra é mais cara nas autorizadas porque elas têm aparelhos constantemente atualizados e o pessoal recebe treinamento diferenciado. Para Roberto Santos Passos, chefe de oficina da loja Varga e com experiência de dez anos na rede oficial, a história não é bem essa. "As peças são as mesmas e a mão-de-obra é qualificada tanto na rede quanto na independente".


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QUINTA GERAÇÃO

Novo Corsa chega na Europa

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Este é o Corsa europeu, na quinta geração e muito diferente do nosso, ainda na terceira. Tivemos equivalência por algum tempo, nos anos 90. Depois...

Olhe bem, é o novo Corsa que a Europa conhece desde a semana passada. Vem para o Brasil? Se a economia melhorar com as vendas é possível. ANTONIO FRAGA

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om um visual distinto e marcante, o novo Corsa chegou à Europa na semana passada, no Salão de Londres. Entre as características principais, o design com linhas fortes e esportivas e o novo chassi que permitiu ampliar o espaço interno e assim aumentar o conforto. A quinta geração do Corsa chegará aos concessionários europeus em outubro deste ano. Esta nova geração vai agregar mais um membro, o Corsa cinco portas. Trata-se de uma versão diferente da de

três portas, seguindo a filosofia do Astra e Astra GTC, plena de sucesso. Enquanto o Corsa de três portas do tipo coupé herdou um caráter esportivo e ousado, o conceito de cinco portas faz do novo Corsa o automóvel ideal para a família e ganha o sistema flexível e integrado de transporte de carga ‘FlexFix’, que faz a sua estréia mundial num automóvel de produção convencional. Com este sistema de carga, totalmente integrado no pára-choques traseiro, a Chevrolet apresenta novo padrão em matéria de versatilidade

exterior, depois de ter já estabelecido uma referência a nível do interior, com o sistema de bancos "Flex7" do Zafira. O sistema retrátil "FlexFix" é uma funcionalidade totalmente integrada, evitando a montagem, desmontagem ou armazenamento de acessórios. Aqui, ainda a terceira - Enquanto a Europa conhece a quinta geração do Corsa (contando-se desde o primeiro

modelo, dos anos 80, em linhas retas) no Brasil o carro continua na terceira geração - a segunda aqui - já que o mercado continua opondo-se ao crescimento do setor, em razão das dificuldades econômicas enfrentadas pelo consumidor. Basta lembrar que, pelas projeções do início dos anos 90, hoje o País estaria vendendo entre 4,5 milhões e 5 milhões de veículos. Não chegamos a 1,5 milhão.

TYPE S

Versão esportiva do Civic A Honda está apresentando no British International Motor Show, em Londres, Inglaterra, o novo Civic Type S, versão hatch de três portas do Civic fabricado no Reino Unido. Com comercialização prevista para janeiro de 2007, o esportivo possui as mesmas dimensões do modelo de cinco portas, porém com aparência esportiva e suspensão modificada. Ele servirá de base para o Type R, equipado com um motor 2.0 de 200 cv, que estará à venda na Europa a partir de março. Com o Type S, a Honda pretende atrair um público jovem que valoriza estilo e performance. O exterior do carro recebeu saias laterais e spoilers, o que destaca a estrutura rebaixada da carroceria. A maior inclinação da janela lateral traseira reforça o aspecto inspirado nos cupês esportivos,

tornando-o mais agressivo. O novo carro da Honda teve as suspensões redimensionadas. Molas e amortecedores possuem novas calibragens, além de um aumento de 20 mm na bitola traseira. A nova versão será equipada com os motores i-VTEC 1.8 litro a gasolina ou o 2.2 litros a diesel, ambos com 140 cv. O conjunto de transmissão terá como opcionais o câmbio manual de seis marchas e o sistema i-SHIFT, que permite mudanças manuais sem a necessidade de embreagem. No interior, bancos revestidos de tecido preto, volante em couro e pedais de alumínio. Apesar do design que remete a uma carroceria cupê, o espaço interior acomoda os passageiros confortavelmente. Graças ao tanque de combustível centralizado sob os bancos dianteiros, o porta-malas acomoda 485 litros. Divulgação

Venda do modelo na Europa começa em janeiro de 2007


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REENCONTRO

Motos antigas brilham no Pateo

O sol ajudou e fez mais bonitas as motos no encontro de antigas e clássicas onde São Paulo nasceu Maria de Lourdes/LUZ

SONAIRA SAN PEDRO

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em só os carros antigos são dignos da paixão dos colecionadores. Modelos raros de motos de várias décadas do século passado, garimpados em garagens esquecidas e restaurados com capricho, atraíram os olhos dos que passaram pelo Pateo do Collegio - mantida a ortografia original do lugar onde a cidade começou - quando acontecia o 3º Encontro MotoeCia Classic, no domingo, 16. Quatrocentos colecionadores levaram seus mimos ao programa, que reuniu o mesmo número de motocicletas e durou o dia inteiro. O clima era mesmo o do reencontro de velhos amigos. Ali, o som do rock americano se misturava ao barulho dos motores das motos, "acelerando" a adrenalina dos visitantes. A BMW R-62 preta, de 1928, era a estrela da festa. Seu dono e também organizador do evento, Antonio Carlos Lopes, a descobriu no interior de São Paulo. "Conseguimos as peças originais em uma pequena cidade da Alemanha para que ela voltasse a funcionar", contou. "A equipe do Museu da BMW me indicou um fornecedor que fabricava as peças para os modelos da marca desde antes da Segunda Guerra". É no boca-aboca que os colecionadores vão descobrindo onde essas relíquias estão guardadas. Data de "Muita gente desnascimento monta as motos e as guarda por anos, até décadas, no quarto de bagunças ou embaixo da cama. E cabe a nós descobrirmos que elas existem", afirma Lopes. E, nesse trabalho minuncioso de garimpo, Lopes já apinhou 50 exemplares diversos, que exibe na garagem de sua casa. Cada um tem sua história que ele, pacientemente, conta aos admiradores do modelo que chama muito a atenção. Ano e país - No evento, as motocicletas se enfileiravam uma a uma, divididas pelo ano e o país de origem. Onde se alinhavam os modelos japoneses, uma Honda 750 verde, de 1971, era destaque. Seu proprietário, o fazendeiro Paulo Afonso Guimarães, 73 anos, viaja o Brasil inteiro a bordo da moto. Parece até promessa: ele só dirige Honda, nenhuma outra marca.

Eram 400 motos antigas e milhares de admiradores ocupando o Pateo do Collegio

Várias marcas presentes, entre elas a italiana Ducati, Norton, Harley...

Antonio Carlos Lopes, o organizador

"Fazemos comboio para Porto Seguro, Foz do Iguaçu e para onde os motoqueiros quiserem ir", contou Guimarães. "Na fazenda, eu ainda troco o cavalo pela moto e rodo a propriedade inteira com ela". Customização - Mas quem chamou mesmo atenção quando o assunto era a criatividade foi "seu" Adelmo Araújo, que customizou peça a peça de um triciclo ano 1978. Influenciado pelo "charme" de Maria Bonita, ele reuniu peças de inspiração feminina, muitas fitas coloridas e amuletos no triciclo. Quando o comprou, há dois anos, ele era só um esqueleto. "E não tem origem definida, é made in Adelmo mesmo", brincou. "Agora está assim, mas daqui a pouco eu enjôo e mudo todos os acessórios do triciclo. É meu grande divertimento".


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São Paulo, segunda-feira,24 de julho de 2006


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 25 de julho de 2006

1 As 23 maiores fábricas da de bichos de pelúcia da região oferecem 1,2 mil empregos diretos.

TABATINGA, NO INTERIOR DE SP, ESTÁ SE TRANSFORMANDO EM PÓLO PRODUTOR DE BRINQUEDOS DE PELÚCIA

A CIDADE DOS BICHOS T

abatinga poderia eternizar-se na lembrança das pessoas apenas pelo nome da pequena placa indicativa que aponta a entrada da cidade, na SP 331, uma vicinal da Rodovia Washington Luís, no oeste paulista. Afinal, por ali passam viajantes de todo o País, atraídos pela fama dos bordados da vizinha Ibitinga, 25 quilômetros à frente. Mas a vocação empreendedora dos moradores da pequena Tabatinga deu um novo sentido à placa da beira da estrada. Hoje, o nome dessa pacata cidade, de 14 mil habitantes, remete para um novo e promissor pólo do segmento têxtil. Ali, concentram-se 23 fábricas empenhadas em produzir bichinhos de pelúcia ou de plush, além de kits completos para decorar quartos de bebês. Mesmo nessas coleções, a presença da colorida fauna é marcante, às vezes, como tema da própria coleção; em outras, agregando valor decorativo para almofadas, mosquiteiros e edredons. Inspiração – Há quem diga que em Tabatinga se passou uma verdadeira revolução dos bichos, inspirada no pioneirismo de empresárias como Neide Felix Soares Nonaka, fundadora da Juna Baby, a primeira fábrica do ramo na cidade. A empresária conta que desde menina cultivava o gosto pelo artesanato e trabalhos manuais em geral. Em 1987, por conta da carreira militar do marido, ela se mudou para Brasília. Ali, encontrou na antiga afinidade a alternativa profissional que buscava. "Meu marido tinha sua profissão. Eu parei de estudar e não sabia o que fazer." Inicialmente, Neide confeccionava os bichinhos para dar de presente, ursinhos, gatinhos e algumas bonecas. A propaganda boca-

Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype

a-boca dos amigos trouxe as primeiras encomendas. E a demanda crescente pelo produto motivou sua primeira fábrica, ainda na capital federal. "Por seis meses trabalhei dentro de casa, com mais 20 pessoas." Em 1993, quando o casal voltou a viver em Tabatinga, Neide montou um salão para dar continuidade ao negócio. "Ninguém sabia fazer bicho por aqui", lembra-se ela, que vendia sua produção para lojas da vizinha Ibitinga e antigos clientes de Brasília. Depois de três anos, a fábrica empregava 40 pessoas. À época, ela e o marido arrendaram sua fábrica e foram trabalhar no Japão. "Lá, eu aproveitava todos os finais de semana para pesquisar novos bichos. Voltei com 150 modelos novos ", conta a empresária, que aproveitou as economias feitas no exterior para estruturar o negócio em Tabatinga. Hoje, com a ajuda de 80 funcionários diretos, Neide atua com a Juna Baby, especializada nos enxovais para o quarto do bebê, e a Kena Baby, criada há dois anos para concentrar a produção dos bichos. Bons ventos – Só em kits de berço, de nove a 12 peças cada um, a Juna Baby produz 100 conjuntos por dia. Dividir a produção em fábricas distintas é parte de um projeto que inclui inaugurar, ainda neste ano, um showroom para atender o atacado, junto à Kena Baby, e outra loja, no centro de Tabatinga, para atendimento ao varejo, com inauguração prevista para 2007. Hoje, Neide está orgulhosa por ver seus produtos em grandes lojas: são 280 como clientes ativos, sem contar as empresas atacadistas. Conheça as fábricas e seus produtos em www.eb t.u fscar.br/tabatingababy Fátima Lourenço

Sebrae fez estudo do potencial do município

A

s fábricas de bichos de pelúcia e plush chegaram a Tabatinga como uma opção de emprego. Até então, a oferta de trabalho vinha das fazendas de café, canade-açúcar e laranja. Em 1999, a pedido da Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Tabatinga, o Serviço Nacional de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae-SP) foi chamado para estudar os potenciais econômicos do município paulista. "Começamos a capacitar as empresas com cursos sobre empreendedorismo, atendimento ao cliente, formação de preços e até de corte e costura",

explica Patrícia Ferrari Peceguini, gestora, pelo SebraeAraraquara, do Arranjo Produtivo Local de Confecções de Bichos de Pelúcia e Acessórios Infantil (APL de Tabatinga). Hoje, o APL de Tabatinga congrega 23 empresas. "Pensamos em criar uma central de compras e um fundo para construir nossa sede", diz Arivaldo Otávio de Almeida Coelho, presidente da entidade. Ele é proprietário da Sonho Encantado, fabricante de enxovais para quartos de bebê. Coelho começou como empregado no ramo, aos 13 anos. Hoje emprega 43 pessoas e produz 10 mil peças por mês. (FL)

Quarteiro: mais investimentos

Neide: enxovais para bebês

Os artigos da CKD confecções são fornecidos para 280 clientes ativos. A fábrica emprega 80 pessoas e a marca deve ganhar um showroom em 2007.

Coelho: 10 mil peças por mês

Novo ânimo e opção de emprego

A

s histórias que permeiam o nascimento das fábricas de pelúcia de Tabatinga estão, em grande parte, associadas à busca de opções para a sazonalidade dos negócios agrícolas. Sidnei Reinaldo Cruciari, por exemplo, trabalhava com seu caminhão no transporte de laranja. Nos períodos de entressafra, buscava serviço em outros estados. Chegava a ficar três meses fora da casa. A mulher, Cleide, aprendeu o ofício dos bichinhos e começou a produzi-los em casa. "Percebi que esse mercado tinha futuro e que poderia dar certo", lembra-se Cruciari, que se uniu com a esposa e fundou a CKD Confecções, sigla formada pelos nomes dela e das

Leonardo Rodrigues/Hype

Sidnei Reinaldo Cruciari e Cleide fundaram a CKD Confecções

filhas Karini e Denise. Eles começaram com lembrancinhas e, gradativamente, ampliaram o mix de produtos, as instalações da fábrica e a base de clientes, que inicialmente

se restringia às lojas da cidade vizinha, Ibitinga. Hoje, vendem para todo o Brasil, por meio de atacadistas, e empregam 28 funcionários. Os fabricantes de bichos de

Tabatinga estimam que sua atividade gere pelo menos 1,2 mil empregos diretos. É uma mão-de-obra majoritariamente feminina e composta, em grande parte, por adolescentes, que tiram das fábricas a possibilidade de dar continuidade aos estudos. Projetos – O prefeito da cidade, José Luiz Quarteiro, planeja atrair novos empreendimentos e promete estruturar Tabatinga para recebê-los. O projeto inclui tratamento de esgoto, melhoria da malha viária e aquisição de área para instalar as indústrias. Segundo ele, por influência das empresas já instaladas, a fabricação de móveis infantis já começa a despontar como uma nova atividade com potencial. (FL)


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Nacional Empresas Tr i b u t o s Agronegócio

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 25 de julho de 2006

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DÍVIDA ATIVA DE SÃO PAULO É DE R$ 16,81 BI

mil reais mensais é o valor que cervejarias, no Rio, pagariam de propina a ex-funcionários da PF.

BANCOS PODEM COBRAR DE CONTRIBUINTE DÉBITO TRIBUTÁRIO Uma resolução do Senado autoriza estados e municípios a repassarem para os bancos a tarefa de cobrar a dívida ativa. A Febraban e a CNM, mentora da proposta, comemoram a medida, que deve agilizar a recuperação de tributos.

M

unicípios e estados brasileiros foram autorizados a repassar a cobrança de suas dívidas ativas para os bancos. A medida consta da Resolução n° 33, do Senado Federal, que já está em vigor. A iniciativa do projeto, em discussão desde 2003, foi da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), com o objetivo de reforçar o caixa das prefeituras do País. Um levantamento da entidade aponta que os municípios têm mais de R$ 63 bilhões de dívida ativa, composta pelo Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), Imposto sobre Serviços (ISS), Imposto sobre a Transmissão de Bens Inter vivos (ITBI), além de taxas e contribuições. Os bancos comemoraram o repasse da cobrança. Mas especialistas acreditam que a medida só será colocada em prática pelas prefeituras e estados que não possuem uma procuradoria estruturada. Para o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, a novidade será positiva para o cidadão. "No momento em que o dinheiro entrar no caixa, 25% vão para educação, por exemplo. Além disso, o procedimento gerará menos custo, além de ser mais rápido. Isso porque os bancos têm mais estrutura do que as

prefeituras para cobrar essa dívida", explica Ziulkoski. Segundo o assessor técnico da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Ademiro Vian, um município poderá transferir títulos da dívida no valor de R$ 1 milhão, por exemplo, para um banco. A garantia da instituição financeira será o título. O banco analisará

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bilhões de reais é valor total da dívida ativa dos municípios brasileiros, segundo a Confederação Nacional dos Municípios a qualidade do crédito para negociar com o município qual será a taxa de juros aplicável. Depois de fechado o acordo, a instituição financeira repassará ao município R$ 1 milhão, menos os juros. "Se algum débito não for recuperado, o banco devolverá o título para a Prefeitura. E o município reembolsará o montante, sem ju-

ros, ao banco", explica. Segundo o senador Sérgio Cabral (PMDB-RJ), relator do projeto de resolução, o município interessado abrirá uma licitação e vencerá o banco que oferecer melhores vantagens. "As prefeituras certamente traçarão um perfil da sua dívida ativa para a classificação dos seus créditos e abrirão procedimento licitatório", diz. A Prefeitura de São Paulo não poderia aplicar a medida porque está acima do nível de endividamento, segundo Ziulkoski. De acordo com a Lei Orgânica do Município, a cobrança da dívida ativa municipal é atribuição da Procuradoria Geral do Município. Já o procurador-chefe fiscal do estado, Clayton Eduardo Prado, afirma que, no estado, não há interesse em pôr em prática a nova resolução. "Por ser bem estruturada, a Procuradoria Fiscal faz isso por si própria. Além disso, a Constituição estadual estabelece que a cobrança compete a seus procuradores", diz Prado. Para o jurista Ives Gandra Martins, a discussão sobre a legalidade da nova resolução é polêmica. Ele explica que, por um lado, a medida é legal porque cumpre o princípio constitucional da eficiência, já que a cobrança feita por bancos seria

ATA AD Maiora Participações S.A. - Em constituição Extrato da Ata de Assembléia Geral de Constituição de Sociedade Anônima Realizada em 03 de maio de 2006 Data, Hora e Local: 03.05.2006, às 14hs., na R. Antônio das Chagas, 1.623, 6º and., sl. 02, de comprovação. § 4º: As deliberações deverão ser aprovadas por maioria, correspondendo SP/SP. Mesa: Presidente: Gian Enrico Mantegazza, Secretária:Anna Maria Capella Mantegazza. a cada ação ordinária um voto. Cláusula Nona: Compete à Assembléia Geral Ordinária dos Presença: subscritores da totalidade do capital social: (i) Gian Enrico Mantegazza, brasileiro, Acionistas: i) examinar, discutir e votar o balanço anual, os demonstrativos financeiros, e o casado, administrador de empresas, domiciliado em SP/SP, R. Antônio das Chagas, 1623, 6º RelatórioAnual da Diretoria; ii) eleger os membros da Diretoria; iii) deliberar acerca da destinação and., Chácara Sto. Antônio, RG 8.329.207-X (SSP/SP) e CPF/MF 697.644.258-87; e (ii) Anna dos lucros líquidos do exercício e da distribuição dos dividendos; iv) aprovar a correção da Maria Capella Mantegazza, cidadã italiana, casada, empresária, domiciliada em SP/SP, expressão monetária do capital social; v) definir a remuneração dos administradores; e vi) R. Marechal Deodoro, 135, apto. 162, Bl. A, Sto. Amaro, RNE W 439548-C (SE/DPMAF) e CPF/ examinar, discutir e votar todos os demais assuntos de interesse social, que, por Lei, incumbam MF 028.010.497-94. Convocação: dispensada (art. 124, § 4º, Lei 6.404/76). Deliberações: àAssembléia Geral Ordinária. Cláusula Décima: Compete à Assembléia Geral Extraordinária (i) Constituída a sociedade anônima, com sede em SP/SP, R. Antônio das Chagas, 1.623, 6º dos Acionistas examinar, discutir e votar, todos os assuntos de interesse social que, não sendo and., sl. 02, Chácara Sto. Antonio; (ii) fixar o capital social em R$ 45.715.104,00, dividido em pertinentes àAssembléia Geral Ordinária exijam, na forma da Lei ou deste Estatuto, manifestação 22.857.552 ações ordinárias, nominativas, sem valor nominal, e 22.857.552 ações preferenciais, prévia dos acionistas e especialmente assuntos pertinentes a: i) alteração do Estatuto Social; nominativas, sem valor nominal, totalmente subscritas e integralizadas mediante a conferência ii) aumento de capital social; iii) alteração da natureza jurídica da Cia., bem como aprovação de 303.512 ações ordinárias da empresa Mantefarma Participações S.A., registrada na JUCESP de qualquer fusão, cisão, liquidação ou dissolução; iv) autorização de venda de quaisquer sob o NIRE 35.300.192.109 e CNPJ/MF 60.879.608/0001-60, e de 187.635 quotas da empresa bens imóveis que venham a compor o patrimônio da empresa; e v) aprovação de qualquer Italfarma Farmacêutica Ltda., registrada na JUCESP sob o NIRE 35.218.688.805 e CNPJ/MF pedido de concordata ou falência. Cláusula Décima Primeira: A Cia. será administrada 40.238.230/0001-08, todas a valor declarado no (IRPF) dos Srs. Gian Enrico Mantegazza e por uma Diretoria composta por 2 membros, denominados Diretor Presidente e Diretor Anna Maria Capella Mantegazza, conforme Boletins de Subscrição: (a) Gian Enrico Superintendente, eleitos pela Assembléia Geral para ocuparem seus cargos pelo período de 1 Mantegazza, subscreveu 22.763.325 ações ordinárias, nominativas, sem valor nominal, e ano, podendo ser destituídos de seus cargos, a qualquer tempo, com ou sem justificativa, 22.763.325 ações preferenciais, nominativas, sem valor nominal, tendo integralizado nesta pelos acionistas representando a maioria do capital social. § 1º: A remuneração dos Diretores data 100% do preço de emissão por ação, no total de R$ 45.526.650,00; e (b) Anna Maria será fixada pela assembléia geral que os eleger e levada à conta de despesas gerais. § 2º: Os Capella Mantegazza, subscreveu 94.227 ações ordinárias, nominativas, sem valor nominal, Diretores serão investidos nos seus cargos mediante assinatura de termo de posse de Diretoria, e 94.227 ações preferenciais, nominativas, sem valor nominal, tendo integralizado nesta no prazo de 30 dias seguintes à nomeação. § 3º: O mandato dos diretores que eventualmente data 100% do preço de emissão por ação, no total de R$ 188.454,00. (iii) aprovar o Estatuto sejam eleitos para substituição de diretores que já estavam cumprindo mandato, encerra-se Social (“Anexo II”). (iv) eleger para a Diretoria: (a) Sr. Gian Enrico Mantegazza, para na mesma data em que se encerrariam os mandatos dos diretores substituídos. Cláusula Diretor Presidente; e (b) Sra. Anna Maria Capella Mantegazza, para Diretora Décima Segunda: Caberá aos Diretores ou aos procuradores constituídos em nome da Cia. Superintendente, os quais foram empossados para exercerem suas funções pelo prazo de a prática dos atos necessários ou convenientes à administração da mesma, entre os quais 1 ano, os quais declaram que não estão impedidos de exercer a administração. Foi fixado, destacam-se: i) representação da Cia. em Juízo e fora dele, ativa ou passivamente, perante o valor da remuneração global dos Diretores para 2006, no valor de R$ 9.100,00. terceiros, quaisquer repartições públicas, autoridades federais, estaduais ou municipais, bem Encerramento: Nada mais havendo, lavrou-se a ata. Acionistas: Gian Enrico Mantegazza, como autarquias, sociedades de economia mista e entidades paraestatais; e ii) assinatura de e Anna Maria Capella Mantegazza. Extrato do original. SP, 03.05.2006. Gian Enrico quaisquer documentos, bem como deliberação acerca de emissão de notas promissórias para Mantegazza - Presidente, Anna Maria Capella Mantegazza - Secretária. JUCESP NIRE distribuição pública, mesmo quando importem em responsabilidades sociais ou obrigações da Cia., inclusive escrituras, títulos de dívidas, cambiais, cheques, ordens de pagamento e nº 35.300.331.621 em 07.06.06. Cristiane da Silva F. Corrêa - Sec. Geral. Estatuto Social - Cláusula Primeira - A Cia. tem a denominação social de AD Maiora outros. § 1º: A Cia. obriga-se perante terceiros: (i) pela assinatura isolada do Diretor Presidente Participações S.A. - Cláusula Segunda - A Cia. tem sede no Município de São Paulo/SP, ou do Diretor Superintendente; (ii) por dois procuradores da Cia., conforme a extensão dos na R. Antônio das Chagas, 1623, 6º and., sala 02, Chácara Sto. Antonio. § Único: A Cia. poderes constantes do respectivo instrumento de mandato; e (iii) pela assinatura isolada de poderá, por resolução dos acionistas, abrir e encerrar filiais, de qualquer espécie, em qualquer um procurador da Cia., conforme a extensão dos poderes constantes do respectivo instrumento parte do território nacional, fixando, para os fins legais, o capital de cada uma delas a ser de mandato. § 2º: As procurações em nome da Cia. serão outorgadas pelo Diretor Presidente, destacado do capital social. Cláusula Terceira: O prazo de duração da Cia. é indeterminado. isoladamente, além de mencionarem expressamente os poderes conferidos, deverão, com Cláusula Quarta: A Cia. tem por objeto social: i) a administração de bens próprios, móveis exceção daquelas para fins judiciais, ter prazo de validade limitado. § 3º: São expressamente ou imóveis, estes urbanos ou rurais; e ii) a participação em outras sociedades na qualidade vedados, sendo nulos e inoperantes com relação à Cia., os atos de qualquer dos diretores, de sócia ou acionista. Cláusula Quinta: O capital social é de R$ 45.715.104,00, dividido procuradores ou funcionários que a envolverem em obrigações relativas a negócios ou operações em 22.857.552 ações ordinárias, nominativas, sem valor nominal, e 22.857.552 ações estranhas ao objeto social, tais como fianças, avais, endossos ou quaisquer outras garantias preferenciais, nominativas, sem valor nominal, totalmente subscrito e integralizado em bens. em favor de terceiros. Cláusula Décima Terceira: Compete ao Diretor Presidente e ao § 1º: O capital social poderá ser aumentado sempre que a assembléia geral o julgue conveniente, Diretor Superintendente as seguintes funções, respectivamente: I) Diretor Presidente: i) e da seguinte forma: i) pela emissão de novas ações, a serem subscritas e integralizadas em administrar a Cia., definir metas e planos e distribuir funções ao Diretor Superintendente; ii) dinheiro ou bens; e ii) pelo aumento do valor nominal das ações existentes, resultante quer elaborar os planos organizacional e estratégico da Cia.; e iii) elaborar os planos administrativo da incorporação de bens, quer pela aplicação das reservas, quer ainda por quaisquer outros e financeiro da Cia.. II) Diretor Superintendente: i) substituir o Diretor Presidente em meios, a juízo da assembléia geral. § 2º: Na hipótese de aumento de capital, os acionistas suas ausências e impedimentos; ii) coordenar as informações e auxiliar na elaboração dos terão o prazo de 30 dias a contar da data da assembléia que deliberou o aumento, para o planos organizacional, estratégico, administrativo e financeiro da Cia.; iii) coordenar as relações exercício de seu direito de preferência para subscrição de ações. § 3º: Na hipótese de desistência da Cia. com os acionistas e prestar informações sobre as atividades da Cia. aos mesmos; e iv) expressa desse direito, ou após a decorrência do prazo previsto no § 2º acima, a preferência coordenar e controlar as atividades relacionadas à execução dos referidos planos. Cláusula para subscrição das ações correspondentes será transferida aos demais acionistas, observada Décima Quarta: O exercício social terá início em 1º de janeiro e término em 31 de dezembro a proporcionalidade do capital subscrito. § 4º: As ações são indivisíveis em relação à Cia. e de cada ano. Ao fim de cada exercício será levantado o balanço patrimonial e as demais dentro das condições previstas em Lei e neste Estatuto, cada ação ordinária corresponderá a demonstrações financeiras correspondentes ao mesmo. Cláusula Décima Quinta: Os lucros um voto nas deliberações das Assembléias Gerais dos Acionistas. Cláusula Sexta: As ações líquidos anualmente obtidos terão a aplicação que lhes for determinada pela assembléia preferenciais terão as seguintes características e vantagens: (a) não terão direito a voto nas geral, garantida a todos os acionistas sua participação proporcional ou sua participação nos assembléias gerais, salvo nos casos legais; (b) prioridade no reembolso de capital, em caso termos de eventual acordo de acionistas registrado na sede da Cia.. Nenhum dos acionistas de liquidação da sociedade; (c) o direito de participar, em igualdade de condições com as terá direito a qualquer parcela dos lucros até que seja adotada deliberação expressa sobre a ações ordinárias, em distribuição, pela sociedade, de ações ou quaisquer outros títulos ou sua aplicação. § 1º: A destinação do lucro líquido do exercício deverá observar o seguinte: i) vantagens, incluídos os casos de incorporação de lucros ou reservas ao capital social; (d) 5% obrigatoriamente para a constituição da reserva legal, até o limite de 20% do capital serão inconversíveis em ações ordinárias. Cláusula Sétima: A transferência, a alienação ou social; ii) a distribuição dos dividendos obrigatórios aos acionistas, respeitando-se o valor oneração, no todo ou em parte, de ações da Cia. a terceiros não será permitida sem a anuência mínimo de 2% do lucro líquido; e iii) a destinação do saldo remanescente será determinada prévia, por escrito, dos demais acionistas, que terão direito de preferência para a aquisição em Assembléia Geral. § 2º: A Cia. poderá, por deliberação dos acionistas que representem a das referidas ações, na proporção do número de ações que possuírem, pelo mesmo preço e maioria do capital votante, levantar balanços semestrais ou em períodos menores, e distribuir condições constantes na oferta formulada, por escrito, por terceiros. § 1º: O referido direito dividendos intermediários, à custa dos lucros apurados nos referidos balanços. Cláusula de preferência deverá ser exercido durante os 30 dias seguintes à data de recebimento da Décima Sexta: Em caso de liquidação ou dissolução da Cia., o liquidante será nomeado comunicação escrita efetuada pelo acionista. § 2º: Se um ou mais acionistas não exercerem pela assembléia geral. Nessa hipótese, os haveres da Cia. serão empregados na liquidação o direito de preferência no prazo estabelecido no § primeiro acima ou declinarem, por escrito, das obrigações e o remanescente, se houver, rateado entre os acionistas de acordo com a o direito de exercê-lo, então os demais acionistas poderão, no prazo adicional de 30 dias a participação de cada um deles no capital social, na data da liquidação. Cláusula Décima contar do término do prazo para o exercício do direito de preferência, exercer proporcionalmente Sétima: Todos os litígios surgidos em relação às disposições deste Estatuto Social serão a preferência sobre a parcela residual, de modo que todas as ações ofertadas possam ser dirimidos, de forma definitiva, segundo as Regras de Arbitragem da Corte de Arbitragem da adquiridas por um ou mais acionistas. § 3º: O direito de preferência não poderá ser cedido a Câmara de Comércio Internacional- CCI vigentes à época do conflito (as “Normas”). O Tribunal terceiros, não acionistas da sociedade. § 4º: A cessão e transferência de ações, se efetuadas Arbitral será composto por 3 árbitros nomeados de acordo com tais Normas. O procedimento em desacordo com as regras contidas nesta cláusula, serão consideradas nulas e sem qualquer de arbitragem será conduzido na cidade de São Paulo/SP. A língua da Arbitragem será o efeito em relação à sociedade e aos demais acionistas. Cláusula Oitava: As assembléias português e o direito material que rege as relações previstas no presente Estatuto Social é o gerais serão ordinárias e extraordinárias. Nos 4 primeiros meses após o término do exercício direito brasileiro. Os acionistas desde já especificamente renunciam, de forma irrevogável e social, reunir-se-á aAssembléia Geral Ordinária; as Assembléias Gerais Extraordinárias realizar- irretratável, a toda e qualquer espécie de recurso ou outra medida que porventura pudesse se-ão nas épocas e datas julgadas convenientes aos interesses da Cia. e sempre que convocadas ser dirigida ao Poder Judiciário, relativa à validade da presente Cláusula Arbitral, ficando na forma da lei. § 1º: As assembléias gerais ordinárias ou extraordinárias serão presididas convencionado, ainda, que a decisão dos árbitros será final e irrecorrível, desde já renunciando pelo Diretor Presidente, que escolherá o secretário. § 2º: Será considerada regularmente instalada ao eventual direito de recorrer ou, de qualquer forma, impugnar a referida decisão. Cláusula a assembléia geral a que comparecer a totalidade dos acionistas. Ressalvadas as exceções Décima Oitava: Independentemente do disposto na cláusula décima sétima acima, fica previstas em lei, a assembléia geral instalar-se-á somente com a presença de, no mínimo, ressalvado o direito dos acionistas requererem ao Tribunal Arbitral que este ingresse em juízo 50% do capital social com direito a voto. § 3º: Qualquer acionista poderá ser representado para obter tutela jurisdicional coercitiva ou cautelar, nos termos do art. 22, § quarto, da Lei por procurador, desde que esteja portando a declaração de voto assinada pelo acionista, 9.307/96. § Único: Poderão os acionistas, ainda, requerer perante o Poder Judiciário, medida sendo então considerado presente à reunião. Da mesma forma, serão considerados presentes que se mostre necessária para evitar o perecimento iminente de direito, desde que não analise se derem seu voto por carta, telegrama ou qualquer outra forma escrita, assinada e passível ou decida a respeito do mérito ou da substância da controvérsia entre as partes.

mais eficaz. "Por outro, se o município tem uma procuradoria, é dela a responsabilidade de fazer esta cobrança. Somente em casos de cidades pequenas, sem estrutura, a aplicação da resolução poderia se justificar", acredita. "Meu receio é que a antecipação feita pelos bancos possa dificultar a aplicação da Lei de Responsabilidade Fiscal. Isso porque a

medida pode gerar um festival de gastos e, se os bancos não conseguirem receber os débitos, os municípios terão que devolver o dinheiro antecipado", alerta o jurista. O senador Sérgio Cabral afirma que não há ilegalidade. "A dívida do contribuinte continuará a ser inscrita pela procuradoria com o cumprimento de todas as formalidades legais", afirma.

Para o diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo, é válida a busca de eficiência na cobrança da dívida ativa. "Se for verificado que os direitos do contribuinte estão resguardados, não haverá problemas com a nova sistemática", diz Solimeo. Laura Ignacio

Cervejarias na mira da polícia

A

possível existência de um esquema de corrupção, que asseguraria R$ 50 mil mensais pagos por indústrias de cerveja do Rio aos três últimos superintendentes da Polícia Federal (PF) no estado, é mais uma das investigações feitas pelos responsáveis pela Operação Cerol, que, na semana passada, levou para a cadeia 17 acusados, entre eles, seis delegados federais. A caixinha, segundo a juíza federal Ana Paula Vieira de Carvalho, que concedeu os mandados de

prisão teria beneficiado os principais responsáveis pela segurança do estado nos últimos anos, uma vez que dois dos envolvidos também ocuparam a Secretaria de Segurança Pública depois de deixarem o cargo federal. Os citados na denúncia são os ex-superintendentes Marcelo Itagiba, ex-secretário de Segurança Pública e atual candidato a deputado federal pelo PMDB; Roberto Precioso Júnior, atual secretário de Segurança, e José Milton Rodri-

gues, preso na última sexta-feira e que está internado no Hospital Pró-Cardíaco. Itagiba e Precioso, por meio de assessores, não quiseram se manifestar por desconhecerem o processo. O advogado de Rodrigues, Wilson Mirza, não retornou as ligações. A juíza falou da "caixinha" ao relatar o envolvimento de um dos sócios da Cervejaria Petrópolis, Paulo Henrique Vilela Pedras, um dos presos, e também investigado na Operação Cevada. (AE)

COMUNICADO

DECLARAÇÃO DE EXTRAVIO

EDITAIS FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL PREGÃO Nº 029/2006-FAMESP/HEB PROCESSO Nº 202/2006-FAMESP/HEB Acha-se à disposição dos interessados do dia 25 de julho de 2006 a 16 de agosto de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignoli s/n, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680–ramal 111FAX(0xx14)3882-1885–ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/HospitalEstadual Bauru, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL - PREGÃO Nº 029/2006-FAMESP/HEB - PROCESSO Nº 202/2006-FAMESP/HEB, que tem como objetivo a aquisição de Enxoval (Fronha adulto, fronha pediátrica, Lençol adulto, Camisola adulto, conjunto short e blusa adulto etc..., de acordo com o anexo II do edital, do Hospital Estadual BAURU. A Visita Técnica para esclarecimentos e a entrega das amostras será no dia 17 de agosto de 2006 às 09:00 horas na sala de reuniões do Hospital Estadual Bauru. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação, será realizada no dia 31 de agosto de 2006, com início às 09:00 horas, na Sala da Seção de Compras do Hospital Estadual Bauru, Avenida Engº Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº 1-100 – Jardim Santos Dumont, Município de Bauru, Estado de São Paulo. Botucatu, 25 de julho de 2006. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi - Diretor Vice Presidente - FAMESP FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR HOSPITAL ESTADUAL BAURU - EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL PREGÃO Nº 030/2006-FAMESP/HEB PROCESSO Nº 204/2006-FAMESP/HEB REGISTRO DE PREÇO 018/2006-FAMESP/HEB Acha-se à disposição dos interessados do dia 15 de julho de 2006 a 09 de agosto de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignoli s/n, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680–ramal 111-FAX(0xx14)3882-1885–ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/HospitalEstadualBauru, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL - PREGÃO Nº 030/2006-FAMESP/HEB - PROCESSO Nº 204/2006-FAMESP/HEB, que tem como objetivo a Aquisição de Bobina de polietileno de vários tipos, Saco de Polietileno de vários tipos, para o HOSPITAL ESTADUAL BAURU, conforme especificações constantes do anexo II. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação, será realizada no dia 09 de agosto de 2006, com início às 09:00 horas, na Sala da Seção de Compras do Hospital Estadual Bauru, Avenida Engº Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº 1-100 – Jardim Santos Dumont, Município de Bauru, Estado de São Paulo. Botucatu, 24 de julho de 2006. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi Diretor Vice Presidente - FAMESP

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 24 de julho de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Indústria de Embalagens Promocionais Vifran Ltda. Requerido: Great Baby Importação Comércio de Roupas e Acessórios Ltda. - Avenida Giovanni Gronchi, 5.819 - 01ª Vara de Falências Requerente: JGM Fomento Mercantil Ltda. - Requerido: Sommer Multipiso Ltda. - Avenida Presidente Wilson, 5.737 - 02ª Vara de Falências Requerente: Libra Nacional Factoring Fomento Mercantil Ltda. - Requerido: Silmara Pedroso de Moraes - ME - Rua Barão de Jaguará, 170 - 02ª Vara de Falências

AVISO DE LICITAÇÃO Coordenadoria de Planejamento Ambiental Estratégico e Educação Ambiental AVISO DE LICITAÇÃO Encontra-se aberto na Divisão Administrativa da CPLEA, PREGÃO número 09/2006-CPLEA – Processo nº 7114/2005, destinado à contratação de serviços para mapeamento temático do uso e do solo do Estado de São Paulo na Escala de 1:50.000, no âmbito do Contrato Fehidro nº 023/05, do tipo MENOR PREÇO GLOBAL. A realização da sessão será no dia 27/07/2006 às 10:00 horas, na Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - Pr. 6 - 2º andar. Os interessados poderão retirar ou consultar o Edital completo no endereço acima ou via Internet nos sites www.e-negociospublicos.com.br e www.ambiente.sp.gov.br. Visando um controle quanto ao nº de licitantes que acessam a este Edital, solicitamos preencher o recibo de entrega do edital e remeter à Comissão Especial de Licitação por meio de fax (11) 3030.7086/7109, ou e-mail cplea.da@cetesb.sp.gov.br . Para qualquer informação ou esclarecimento, entrar em contato pelos telefones: (11) 3030.6649 – 3030.6928 e fax: (11) 3030.7086 - 3030.7109. ou e-mail cplea.da@cetesb.sp.gov.br. É importante o acesso freqüente aos sites acima mencionados na Internet, porquanto eventuais questionamentos sobre o edital e devidos esclarecimentos, serão ali divulgados, não sendo aceitas alegações de desconhecimento.

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terça-feira, 25 de julho de 2006

Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 O Índice de Serviços de Telecomunicações registrou alta de 0,36% em junho, segundo a Anatel.

VALOR TOTAL DA VARIG É DE US$ 505 MILHÕES

CANCELAMENTOS DE VÔOS CAUSAM TRANSTORNOS EM TODO O PAÍS E ANAC AMEAÇA DEFINIR AS ROTAS

VARIG RECEBE APORTE DE US$ 75 MI

A

Caio Guatelli/Folha Imagem

A Varig cancelou os vôos para Manaus na manhã de ontem e 80 pessoas protestaram em Congonhas

IPC-S Indicador tem a mais longa seqüência de deflação desde sua criação, em 2003.

EMBRAER

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Embraer anunciou ontem ter fechado um acordo para a venda de 30 aviões Embraer 175 à Republic Airlines Inc.. O negócio eleva para 78 ordens firmes (com compra confirmada) e 75 opções (com encomenda acertada, mas compra ainda a confirmar) o número total de E-Jets sob encomenda da Republic. (AG)

O

CHINA

ALCATEL

A

Comissão Européia aprovou a proposta de fusão entre o grupo de telecomunicações francês Alcatel e seu concorrente americano Lucent Technologies. O grupo combinado deve concentrar receita anual de 21 bilhões de euros, segundo a Lucent. O acordo é avaliado em US$ 13,4 bilhões. A Alcatel, com sede em Paris, registra vendas anuais de 13 bilhões de euros e emprega 58 mil pessoas. (AE)

Segundo ele, as questões técnicas já foram exaustivamente debatidas e agora a decisão a respeito do investimento seria "política". "A decisão será tomada pelo Conselho Nacional de Política Energética. Eu não sei se tem relação ou não com as eleições", disse, rebatendo se o adiamento teria ligação com o ano eleitoral. (AE)

NEWCASTLE: À ESPERA DE UMA POSIÇÃO

O

governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), pediu ontem uma "palavra afirmativa" do Ministério da Agricultura em relação ao foco de Newcastle diagnosticado em granja de subsistência do município gaúcho de Vale Real. Segundo ele, cabe ao Ministério divulgar aos A TÉ LOGO

compradores internacionais as medidas adotadas para conter o foco. "A doença não se propagou pelo local, as medidas necessárias foram tomadas pelo governo e o foco está contido", avaliou. Balanço divulgado pelo Ministério mostra que 38 países impuseram algum tipo de restrição à carne de frango fornecida pelo Estado. (AE) Clique www.dcomercio.com.br/logo/

Pacote cambial sai no máximo até quinta-feira Depois de forte crise, Fiat retoma crescimento

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A

empresa brasileira Metalfrio Solutions anunciou ontem a compra do grupo dinamarquês Caravell, formado pelas empresas Caravell e Derby. Segundo a Metalfrio, a aquisição a transforma na terceira maior companhia de refrigeração comercial do mundo, com um faturamento estimado em R$ 400 milhões para este ano. O valor da operação não foi divulgado e a produção deve passar de 200 mil unidades anuais para 370 mil. (AE)

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secretário de Planejamento e Desenvolvimento do Ministério de Minas e Energia, Marcio Zimmermann, deu a entender ontem, durante o Energy Summit, encontro do setor de energia, no Rio, que a discussão sobre a implementação de Angra 3 deve ficar para 2007.

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METALFRIO

ANGRA 3 SÓ NO ANO QUE VEM

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presidente da China, Hu Jintao, disse que o governo tomará as medidas necessárias para controlar o montante de investimentos diretos para o país, dentro de seu programa para fortalecimento e melhora dos ajustes macroeconômicos do segundo semestre. A China trabalhará para expandir a demanda doméstica, afirmou Hu. O governo divulgou medidas para restringir os investimentos no setor imobiliário por estrangeiros. A decisão faz parte dos esforços para controlar a expansão econômica. (AE)

Ó RBITA

VÔOS NO BRASIL País teve 3,86 milhões de desembarques em vôos domésticos no mês de junho.

GM dá licença para 250 trabalhadores

VarigLog injetou ontem US$ 75 milhões na Aéreo Transportes Aéreos S/A, criada para comprar a Varig. A colocação direta de dinheiro na empresa foi a forma encontrada para fugir de eventuais entraves burocráticos que atrasassem o aporte dos recursos à Varig. Por isso, a Justiça concordou em substituir o depósito judicial, previsto no leilão, pelo investimento direto. Essa foi a primeira parcela do investimento total de US$ 505 milhões, com desembolso previsto ao longo dos próximos 10 anos. A primeira semana pós-leilão começou tumultuada no atendimento aos passageiros. Nos aeroportos, ainda é grande o transtorno provocado pelos adiamentos e cancelamentos de vôos. E, embora a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) tenha determinado a retomada das rotas canceladas, a Varig declarou ontem, por meio de sua assessoria de imprensa, não ter condições de informar quantos vôos de fato está operando. Do total que a VarigLog colocou à disposição ontem, US$ 39 milhões foram depositados na sexta-feira passada. Segundo uma fonte da ex-subsidiária, esse dinheiro foi usado para pagar a Câmara de Compensação da Associação Internacional de Transporte Aéreo, para permitir que outras companhias transportem passageiros da Varig. Também foram pagas taxas aeroportuárias da Infraero e aluguéis devidos a arrendadoras de aviões, entre outras despesas. A expectativa é de que a VarigLog anuncie esta semana a nova diretoria da Varig, que manterá a marca, mas irá mudar a razão social para Varig Linhas Aéreas, em vez de Via-

ção Aérea Riograndense. A expresidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Maria Silvia Bastos Marques, não nega nem confirma o convite que recebeu na semana passada, conforme relatou uma fonte da VarigLog. A executiva diz apenas que presidir a Varig a "atrai com certeza. É um desafio maravilhoso". De mi ss õe s – Em reunião com a direção da Varig, o advogado da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac), Álvaro Quintão, soube que o valor estimado das rescisões contratuais é de R$ 170 milhões. A companhia, porém, não detalhou o número exato de cortes nem quando acontecerão. No entanto, já se sabe que a idéia é demitir em torno de 8 mil funcionários dos atuais 10 mil. A Anac informou em nota que recebeu ontem, da presidência da Varig, a garantia de que todos os passageiros da empresa prejudicados com cancelamentos de vôos receberão acomodação. Segundo a Anac, a garantia foi dada pelo presidente da companhia Marcelo Bottini, em ofício endereçado à agência. De acordo com a nota, os

passageiros em trânsito serão acomodados em vôos de outras empresas, "desde que haja lugares disponíveis nos aviões", lembra a Anac. Também deverão receber refeições em caso de espera acima de quatro horas e acomodação em hotel caso não haja vôo no mesmo dia. A Anac ainda orienta que os passageiros que tiverem vouchers da Varig para alimentação e hotéis e que não forem recebidos pelas empresas deverão pagar os gastos e guardar notas e recibos para "posterior ressarcimento junto à Varig". Definição de rotas – A agência ameaçou ontem definir unilateralmente as rotas que a Varig terá de operar até o dia 28 quando termina o período de emergência após a venda da empresa. "Caso a Varig não apresente sua malha aérea imediatamente, a Anac vai definir as rotas que a empresa vai voar durante o período de emergência com as aeronaves disponíveis", diz o texto da nota oficial. Essa foi a única resposta oficial da agência reguladora ao caos instalado nos aeroportos, devido aos cancelamentos de vôos ocorridos ontem. (AE)

TAM FAZ VÔOS EXTRAS

A

TAM informou ontem que fará mais quatro vôos de reforço para o Nordeste entre hoje e quarta-feira a fim de atender solicitação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O plano de contingência da Anac, iniciado em 21 de junho por causa do agravamento da crise da Varig, está mantido até o próximo dia 28. Segundo a TAM, foram

necessários 32 vôos de reforço para atender a demanda extra até agora. A companhia reitera que continua a receber em seus vôos regulares passageiros da Varig com bilhetes aéreos endossados. Hoje, o vôo extra será entre São Paulo (Congonhas) e Fortaleza. Na quarta, serão três: Fortaleza a Congonhas; Guarulhos a Salvador; e Salvador a Guarulhos. (AE)

Consumidores recorrem à Justiça

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Associação Nacional dos Consumidores de Crédito (Andec), com sede em Belo Horizonte, ajuizou uma ação civil coletiva no Tribunal Regional Federal da Primeira Região contra a Varig, a Variglog e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O objetivo é ressarcir todos os consumidores do País pelos danos morais e materiais

ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú

Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407

causados pela crise da companhia, principalmente pelos cancelamentos e atrasos de vôos, impossibilidade de troca de milhas e ainda gastos com hospedagem e com alimentação. A ação terá abrangência em todo o território nacional se for julgada procedente, de acordo com a advogada da Andec, Vivian Vargas.

Dessa forma, no caso de decisão favorável da Justiça federal, os consumidores que se sentirem lesados e ainda tiverem os comprovantes de despesas poderão entrar com uma ação de indenização para ressarcimento dos prejuízos. A ação poderá ser também estendida para as agências de viagens que registraram queda nas vendas. (AE)


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Nacional Finanças Comércio Exterior Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 25 de julho de 2006

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NEGOCIAÇÕES DE DOHA EMPERRAM

bilhões de dólares seriam injetados na economia internacional se a Rodada de Doha fosse concluída

MÉDIA DIÁRIA NAS COMPRAS EXTERNAS ALCANÇOU US$ 397,9 MILHÕES, ALTA DE 37,9% SOBRE JULHO DE 2005

IMPORTAÇÃO IMPÕE RITMO DA BALANÇA

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Paulo Ponto/AE - 22/07/2004

s importações brasileiras mantiveram o ritmo intenso de crescimento na terceira semana de julho. A média diária das compras neste mês alcançaram US$ 397,9 milhões, o que significou um crescimento de 37,9% em relação a todo julho de 2005. As exportações também continuaram em alta, mas crescendo em ritmo menor do que as importações: 25,4% no mesmo período comparado. A média das vendas externas do País atingiram US$ 660,8 milhões até o fim da última semana. Com esses resultados, divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o superávit comercial obtido na terceira semana de julho foi US$ 1,030 bilhão. As

exportações somaram US$ 3,068 bilhões e as importações, US$ 2,038 bilhões. Em todo o mês, as vendas externas estão acumuladas em US$ 9,912 bilhões e as compras externas em US$ 5,969 bilhões, resultando em um saldo positivo de US$ 3,943 bilhões. De janeiro até a última semana, o País vendeu o equivalente a US$ 70,813 bilhões e comprou US$ 47,337 bilhões, atingindo um superávit comercial de US$ 23,476 bilhões. O aumento das importações em relação a julho de 2005, segundo os dados do MDIC, pode ser justificado pelos maiores gastos em compras de produtos de siderurgia, que se elevaram 133%, de combustíveis e lubrificantes (80,6%), automóveis e peças (52,4%) e produtos farmacêuticos (53,6%).

Pelo lado das exportações, houve crescimento geral das vendas externas do País nas três semanas de julho em relação ao mesmo mês de 2005. As três categorias de produtos (básicos, semimanufaturados e manufaturados) apresentaram elevações. Entre os semimanufaturados, com crescimento de 37,9%, destacaram-se as vendas de açúcar em bruto, ferro fundido, alumínio em bruto, celulose, couros e peles e ferro-ligas. Entre os básicos, com alta de 25,2%, houve aumento na venda de minério de ferro, soja em grão e em farelo e petróleo em bruto. Já as exportações de manufaturados cresceram 21,1% com óleos combustíveis, veículos, álcool etílico, autopeças, laminados planos de ferro e aço e motores de carros. (AE)

Preço do petróleo continua em alta

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s preços do petróleo em Londres subiram US$ 1 ontem, impulsionados pelas dúvidas em relação ao cessar-fogo no Oriente Médio. A interrupção na oferta do produto pela Nigéria também influenciou o mercado. Os contratos futuros de L o n d re s f o r a m c o t a d o s a US$ 74,75 dólares. Apesar de todo o reflexo das questões geopolíticas sobre os preços do petróleo no globo, também fortes fundamentos do setor estão dando suporte à permanência do preço do óleo em um nível elevado, segundo relatório divulgado ontem pelo Centro para Estudos Globais de Energia (CGES). A economia mundial ainda está crescendo em robustos 5%, conduzida pela China. Como

resultado, o CGES revisou para cima o crescimento mundial da demanda por petróleo em 1,5%, ou 1,3 milhão de barris diários de petróleo, em 2006. O centro prevê demanda de 84,9 milhões de barris diários neste ano, ante o número de 83,6 milhões no ano passado. A equipe comandada pelo especialista Leo Drollas reconhece que o crescimento da demanda global por petróleo tem desacelerado nos últimos dois anos, uma vez que preços maiores do petróleo encorajam a substituição de óleo na geração de energia. Contudo, acrescentou o relatório, a demanda por combustível para transporte continua forte. Entre os maiores consumidores de petróleo no globo, que respondem por mais da

metade do consumo mundial, a demanda agregada por petróleo aumentou, em bases anualizadas, em menos de 1% nos primeiros cinco meses de 2006, estimou o CGES. O consumo de óleo combustível caiu 2%, com a redução para geração de energia pelos países que integram a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Segundo o centro de estudos, a demanda por combustível para transporte cresceu 2%. "O contínuo crescimento por combustível para transporte tem adicionado pressão sobre o sistema de refino que está se debatendo para produzir quantidades representativas de combustíveis que respeitem os limites da concentração de enxofre." (Reuters)

Noruega cria oleoduto inteligente

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m grupo de pesquisa da Noruega e algumas empresas estão desenvolvendo um oleoduto que monitora sua própria situação de funcionamento para prevenir desastres ambientais e que pode custar menos que os oleodutos convencionais utilizados para transportar petróleo e gás sob o mar. A inovação tem atraído a atenção de algumas das maiores empresas de petróleo do mundo, como Shell e ConocoPhillips, que podem investir em mais desenvolvimento do projeto chamado SmartPipe (oleoduto inteligente). "O SmartPipe ganha impor-

tância à medida em que a produção de petróleo e gás se move cada vez mais para meio ambientes sensíveis, como o Ártico, ou para regiões sísmicas ativas", disse Jack Odegard, do grupo de pesquisa que coordena o projeto. Riscos – A alta do preço do petróleo tem intensificado os esforços para incrementar a produção dos campos existentes e explorar novos recursos, como os encontrados em remotas áreas do Ártico. Como consequência desse processo, velhos oleodutos estão em operação há anos, se não décadas, além do esperado, e novos são instalados em ambientes

COMUNICADOS

mais arriscados, elevando as chances de vazamentos. Em março, um oleoduto corroído rompeu no Alasca, derramando 200 mil galões de petróleo. O SmartPipe irá monitorar parâmetros como pressão interna, corrosão, espessura das paredes, fadiga e até movimentos sísmicos a qualquer hora e a qualquer lugar ao longo do trajeto do oleoduto. O sistema de dados, associado a ferramentas de simulação, avaliará as condições técnicas em tempo real e avisará o surgimento de qualquer problema. O SmartPipe poderá chegar ao mercado em prazo de seis a oito anos. (Reuters)

Bolívia acusa Petrobras de fraude

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para Reforma de Prédio(s) Escolar(es): TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – ÁREA PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/1689/06/02 - EE Ponte Alta VI - Rua Maria Quitéria J. Medeiros, s/nº - Ponte Alta - Guarulhos/SP – 60 - 952,42m² EE Profª Maria Apparecida Ransani Magalhães - Rua Elizabete, 380 - Lavras - Guarulhos/SP – 90 - 1.736,50 m² R$ 92.340,00 – 9.234,00 - 09:30 – 11/08/2006. 05/1692/06/02 - EE Jardim Progresso - Rua Joaquim Peres, 100 - Jardim Marchesi - Ribeirão Preto / SP – 90 - 1.750,37 m² R$ 78.201,00 – 7.820,00 - 10:30 – 11/08/2006. 05/1700/06/02 - EE Parque Nações Unidas II - Estrada de Taipas, 1370 - Parque Nações Unidas - Jaraguá - São Paulo/SP – 60 - 837,03 m² EE Jardim Aldefiori - Rua Tarcon, 313 - Perus - São Paulo/SP – 90 - 1.344,46 m² R$ 80.145,00 – 8.014,00 - 14:00 – 11/08/2006. 05/1730/06/02 - EE Jardim Irene III - Rua Serra dos Dois Irmãos, 212 - Jardim Amália - Campo Limpo - São Paulo/SP – 60 1.213,78 m² EE Lot. Gaivotas I - Rua São Paulo, s/nº - Grajaú - Capela do Socorro - São Paulo/SP – 90 - 1.344,46 m² R$ 84.837,00 – 8.483,00 - 15:00 – 11/08/2006. 05/1701/06/02 - EE Vila Penteado II - Av. Dep. Cantídio Sampaio, 1701, - Vila Penteado - Brasilândia - São Paulo/SP – 60 - 837,04 m² EE Chb Elísio Teixeira Leite III - Av. Elísio Teixeira Leite, s/nº - CHB Elísio T. Leite - Jaraguá - São Paulo/SP – 90 - 1.736,50 m² R$ 90.073,00 – 9.007,00 - 16:00 – 11/08/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 26/07/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 10/08/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo

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governo boliviano acusou ontem a Petrobras e a Repsol-YPF de suposta fraude em medidores ocorrida nos dois maiores campos de gás controlados pelas duas petroleiras. O problema teria ocorrido nos campos de San Alberto e Margarita. Representantes das auditorias também criticaram o pouco apoio às equipes contratadas pela Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) para fazer uma investigação em todas as petroleiras. A acusação de fraude sobre as companhias de gás e petróleo foi feita depois que as equipes de auditoria encontraram 13 medidores fora de operação. (AE)

Desembarques nos portos brasileiros foram mais intensos que os embarques na última semana de julho

Negociações na OMC acabam sem atingir consenso

O

ntem, depois de meses de impasse, a Organização Mundial do Comércio (OMC) decidiu admitir que não há como fazer as negociações avançarem. As reuniões foram suspensas por tempo indeterminado. A Rodada Doha, lançada em 2001, está paralisada e a crise está oficialmente declarada. Enquanto os Estados Unidos eram acusados como responsáveis pelo fracasso por parte dos negociadores e países pobres deixavam claras suas frustrações, o projeto de concluir a negociação neste ano está praticamente abandonado e um adiamento de dois ou três anos já é considerado. A Rodada era uma das grandes esperanças de muitos para garantir o crescimento econômico dos países em desenvolvimento na próxima década. Segundo estudos do Banco Mundial, uma injeção de US$ 280 bilhões poderia ser dada na economia internacional nos próximos anos se a liberalização fosse negociada. Os países emergentes ficariam com um terço desses ganhos. De um lado, países ricos estariam de acordo em abrir seus mercados para os produtos agrícolas, enquanto os países em desenvolvimento aceitariam reduzir suas barreiras pa-

ra bens industriais e serviços. Os líderes do G-8, há uma semana, concordaram em dar novo impulso ao projeto e pediram que os ministros tentassem chegar a um consenso. No domingo, os ministros da Austrália, Índia, Brasil, Estados Unidos, Japão e Europa passaram mais de 14 horas em debates sobre como salvar a Rodada. Mas depois de vários prazos perdidos, os governos decidiram interromper todo o processo diante da falta de um consenso. "As diferenças em ambições permaneceram muito grandes", explicou o diretor da OMC, Pascal Lamy. Motivos – Para europeus, indianos e brasileiros, a culpa foi a falta de flexibilidade dos americanos em reduzir seus subsídios domésticos para a agricultura. Washington sugeria um corte de seus atuais US$ 22 bilhões para US$ 18 bilhões, o que não era considerado suficiente. "Todos mostraram flexibilidades, menos os Estados Unidos, que não estavam prontos para reconhecer que os demais países fizeram sua parte", afirmou o comissário de Comércio da Europa, Peter Mandelson. Os Estados Unidos tinham uma avaliação diferente. Susan Schwab, representante de Comércio da Casa Branca, ale-

gou que tinha flexibilidades em subsídios. Segundo ela, o problema é que os demais negociadores, principalmente os europeus, não mostraram que cederiam no corte de tarifas de importação. "Não vamos aceitar uma Rodada Doha Light." A realidade é que os debates nem conseguiram chegar ao capítulo de bens industriais, no qual certamente o Brasil seria chamado a cortar tarifas. Conseqüências – Mas o que preocupa os embaixadores é que vários temas que já haviam sido fechados, agora podem voltar a ser rediscutidos. Um deles é o fim dos subsídios à exportação em 2013, negociado em Hong Kong no ano passado e condicionado a um acordo neste ano na OMC. Para muitos, uma peça-chave na retomada do processo de negociação serão as eleições legislativas nos Estados Unidos e uma eventual renovação da autorização que o Congresso norte-americano dá à Casa Branca para que continue a negociar acordos depois de 2007. Sem a autorização, nenhum governo aceitaria sentar-se à mesa com Washington. Para completar o cenário, países importantes nas negociações, como México, Brasil, França e Japão, passam por eleições até o próximo ano. (AE)

Brasil: agora, acordos bilaterais

S

em um acordo na Organização Mundial do Comércio (OMC), o chanceler Celso Amorim admite que está agora "aberto" a voltar a negociar acordos bilaterais e regionais. O ministro, porém, insiste que esses acordos não são substitutos à OMC. Para diplomatas, o fracasso em Genebra obrigará vários países a repensar suas estratégias comerciais. No caso do Brasil, Amorim admite que estaria na hora de pensar em uma retomada das negociações para a criação de um bloco comercial entre o Mercosul e a União Européia (UE). Mariann Fischer Boel, comissária agrícola da Europa, é da mesma opinião e também acha que o processo deve ser relançado antes do final deste ano. As negociações entre o Mercosul e a UE estão virtualmente paralisadas desde 2004 e, desde então, as várias tentativas de reativar o processo esbarraram nas diferenças entre os dois blocos. "Quando estávamos a ponto de concluir a rodada da OMC, não fazia muito

Denis Balibouse/Reuters

Celso Amorim, na saída da OMC: retomada de negociações bilaterais

sentido continuar a negociação com a Europa. Agora, me sinto aberto para esse tipo de acordo", afirmou Amorim. Alberto Dumont, embaixador da Argentina na OMC, admite que o Mercosul terá de repensar suas estratégias. Já Peter Mandelson, comissário de Comércio da Europa, é mais cauteloso e afirma que ainda "é muito cedo para dizer" se o processo bilateral deve ser relançado. "Vamos digerir antes o que ocorreu aqui na OMC, pois será uma digestão difícil", disse. Amorim ainda aponta que poderia repensar a possibili-

dade de voltar à negociação com os Estados Unidos. Sua preferência, porém, não seria a Área de Livre Comércio das Américas (Alca), mas um acordo 5 + 1, ou seja, um entendimento entre o Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela) e os EUA. Ajuda no Líbano – Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ao ministro Amorim que viaje de Genebra, na Suíça, para Adana, na Turquia, a fim de acompanhar a retirada dos brasileiros que fugiram do Líbano, pelo tempo que achar necessário. (Agências)


terça-feira, 25 de julho de 2006

Finanças Empresas Nacional Agronegócio

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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CLASSE ALTA ESTÁ COMPRANDO MAIS IMÓVEIS

CONSUMO EM ALTA SERÁ MOTOR DO CRESCIMENTO DO PAÍS

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trilhões de dólares deve ser o tamanho da economia mundial em 2030, segundo o Bird

Leonardo Rodrigues/Hype

Segundo levantamento do IBGE, rendimento médio do trabalhador subiu 7,7% em maio

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gasto do consumidor deve continuar sendo um dos motores do crescimento brasileiro neste ano, sem pressionar a inflação, que vem sendo impactada por condições positivas de oferta e pelo real valorizado, segundo analistas. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, em maio, o rendimento médio real do trabalhador brasileiro subiu 7,7% sobre igual mês de 2005. "O poder aquisitivo do consumidor está crescendo", disse Paulo Picchetti, economista da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). "Isso é resultado da alta do emprego, da alta do salário nominal, que vem sendo conseguido nos dissídios, e da alta do salário real, já que você tem a redução da inflação", disse Picchetti. Uma pesquisa do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócioeconômi-

cos (Dieese) mostrou que o valor da cesta básica somou R$ 172,31 em junho deste ano, abaixo dos R$ 183,14 do mesmo mês de 2005. "O consumidor está comprando tanto quanto no ano passado, mas com despesa menor. A sobra ele vai gastar em outras coisas", disse João Carlos Gomes, economista da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio). Uma sondagem da Fecomércio-RJ apontou que no primeiro semestre, mais pessoas (26,1%) disseram que, depois do pagamento de todas as despesas, haveria sobra no orçamento familiar, contra 25,3 % em igual período de 2005. O dinheiro que sobra seria usado para pagar contas ou prestações, comprar mais produtos básicos, adquirir produtos de pequeno valor e comprar produtos de grande valor, ordem esta estabelecida com base nas respostas recolhidas

no levantamento de junho. A melhora da renda imediata se reflete principalmente em um maior consumo de bens não-duráveis, de menor valor, enquanto produtos mais caros dependem mais da disponibilidade de crédito. O IBGE informou, na semana passada, que as vendas no varejo de bens duráveis subiram em maio sobre igual mês de 2005. As de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo saltaram 7,36%, e as de tecidos, vestuário e calçados, 9,26%. Picchetti, da Fipe, argumentou que, apesar do aumento do consumo, outras variáveis estão pesando mais sobre a inflação, mantendo-a sob controle. Além do real forte, que diminui os custos de produtos importados, a boa safra agrícola e os reajustes menores de preços administrados dão um alívio para a inflação neste ano. (Reuters)

Construção eleva investimentos

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construção residencial está puxando os indicadores de investimento no País, avalia o economista Sérgio Vale, da MB Associados. A maior parte do crescimento de 3,7% da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, que determina a taxa de investimento) no primeiro trimestre foi alavancada pelo setor, afirma o economista. Segundo o cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 60% da FBCF são compostos pela construção e 40% por máquinas e equipamentos. Vale afirmar que não há crescimento significativo na construção de fábricas ou em infra-estrutura. O economista avalia que, na construção residencial, os investimentos estão ocorrendo especialmente em reformas ou em empreendimentos para a classe alta. "A classe alta continua comprando imóveis, a baixa faz reformas e a classe média está parada", disse ele. Reformas – Dados nacionais do Sindicato da Indústria da Construção do Rio (Sinduscon-Rio) confirmam essa tendência, mas apontam que o

crescimento se concentra especialmente em reformas ou compra de imóveis usados, sem grandes avanços em novos empreendimentos. O presidente da entidade, Roberto Kauffmann, disse que as aplicações do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) em atendimento habitacional totalizaram R$ 2,34 bilhões no acumulado de janeiro ao início de julho. Em todo o ano de 2005, essas aplicações não ultrapassaram R$ 3 bilhões. Este ano, a expectativa é de que passem dos R$ 4 bilhões. No caso das aplicações do FGTS para imóveis novos, entretanto, o acumulado até julho foi de R$ 1,53 bilhão, enquanto em todo o ano de 2005, foram aplicados R$ 2,5 bilhões. Ou seja, a probabilidade, segundo Kauffmann, é de que, no caso dos imóveis novos, o resultado da construção neste ano não seja muito diferente do ano passado. O maior incremento está ocorrendo em saneamento, cujas aplicações do FGTS já somam os R$ 860 milhões, ante os R$ 34 milhões destinados a isso em 2005. As aplicações do Fundo respondem por 50% dos recursos

para o segmento habitacional, afirma Kauffmann. No caso da poupança, responsável pelos demais 50% dos recursos, de janeiro a maio de 2006, foi aplicado R$ 1,8 bilhão para aquisição de imóveis prontos, quase o total destinado em todo o ano passado, que foi de R$ 2 bilhões. No caso dos imóveis novos, o desempenho neste ano também está em ritmo similar ao do ano passado. Os recursos da poupança somaram R$ 1,4 bilhão até maio, ante R$ 2,8 bilhões no total de 2005. Cimento – O crescimento da construção está embalando o consumo de cimento no País. Dados do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic) apontam um aumento de 8,5% do consumo no acumulado de janeiro a maio, ante igual período do ano passado. O secretário-executivo do sindicato, José Otávio Carvalho, disse que a expansão é resultado do bom desempenho da construção habitacional e também da infra-estrutura. A estimativa de Carvalho é de uma produção de 38 milhões de toneladas de cimento em 2006, ante 36,7 milhões fabricados no ano passado. (AE)

Tolmasquim teme novo apagão O pou do 3º Energy Summit, como representante do comitê de energia da EPE. O representante do PSDB, o professor da Universidade de Brasília, Ivan Camargo, afirmou que o modelo do atual governo pode provocar uma escassez de energia entre 2008 e 2009 e rebateu as declarações de Tolmasquim. "As pessoas que fazem parte do comitê do PSDB não

Factoring

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presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, afirmou ontem que, caso o PSDB assuma o governo, o País corre o risco de sof re r u m n o v o a p a g ã o d e energia. "Tenho medo se entrarem neófitos no governo, que não conhecem o modelo. Podemos jogar por água abaixo todo o trabalho", disse Tolmasquim, que partici-

O que é Factoring? É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com

são aventureiras. É ridículo falar em neófitos em debates como esse. Essa acusação é um grande absurdo", rebateu Camargo, ao declarar que o projeto do PSDB para o setor será concluído em agosto. O programa está sendo elaborado pelo presidente da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), Elói Fernández, e outros acadêmicos. (Reuters)

Consumidores disseram que, depois do pagamento de todas as despesas, haverá sobra no orçamento

Brasil deve manter sua posição na economia mundial

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economia mundial deve dobrar de tamanho em 25 anos, passando de US$ 35 trilhões, em 2005, para US$ 70 trilhões em 2030, prevê o Banco Mundial (Bird). Nesse período, os mercados emergentes devem aumentar sua participação na economia mundial de 23% para 32%, sendo que a China será responsável por boa parte desse aumento. O trabalho prevê que o Brasil crescerá em torno de 3% ao ano, mantendo sua participação na economia mundial, com expansão dos números absolutos. O diretor-executivo do Bird, Otaviano Canuto, que apresentou ontem o cenário traçado pela instituição em palestra na Câmara de Comércio Americana (Amcham-Rio), disse acreditar que o País possa crescer mais do que isso, em torno de 4%, e aumentar sua proporção na economia global. "Os cenários do Brasil subestimam o crescimento porque estão projetando o passado", disse Canuto, que é brasileiro e foi secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda. Petróleo – De acordo com o diretor-executivo do Bird, o grande risco para a economia mundial atualmente é a ocorrência de um choque de oferta de petróleo no mercado. Para Canuto, não há risco "de a economia mundial caminhar para uma recessão brava em 2006 e

Tasso Marcelo/AE

O diretor-executivo do Bird, Otaviano Canuto: País deve crescer 4%

2007, a não ser que o preço do petróleo suba para US$ 120 ou US$ 130 ou para uma faixa estupidamente alta". Otaviano Canuto observou que esse "é um risco de curtíssimo prazo". Ele se baseia na possibilidade de o atual conflito entre Israel e Líbano se ampliar, atingindo grandes regiões produtoras de petróleo, como Irã e Síria. Nesse caso, o preço do barril pode superar seu recorde histórico, que, segundo o diretor do Bird, foi de US$ 83, atingido em 1979. Com o aumento da violência, o barril chegou a US$ 78,40 há alguns dias, mas baixou depois para menos de US$ 75. Bons fundamentos – Exceto pela volatilidade do petróleo, o diretor acredita que o mundo está passando atualmente por ajustes graduais e saudáveis.

Nesse cenário e com os fundamentos econômicos do Brasil tendo melhorado nos últimos anos, disse Canuto, o problema histórico do País com choques externos está diminuindo. "A restrição externa vai deixar de ser manchete de jornal", completou. De acordo com o diretorexecutivo do Bird, os investidores internacionais estão diferenciando as economias emergentes de bons fundamentos econômicos, "como o Brasil", de outras como Turquia, Hungria e África do Sul, que estão sofrendo mais com a atual fase de aversão ao risco. Para Canuto, o movimento de saída de recursos dos mercados emergentes também é um ajuste, devido ao aumento das taxas de juros nas economias desenvolvidas. (AE)


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Nacional Agronegócio Finanças Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

ITAÚ FINANCIA IMÓVEIS EM ATÉ 20 ANOS

terça-feira, 25 de julho de 2006

1,03

bilhão de reais foi o montante captado pela mineradora MMX em sua oferta pública de ações

EM JUNHO, TOTAL DO PASSIVO MOBILIÁRIO DO GOVERNO FOI A R$ 1,01 TRILHÃO, 1,7% MAIS DO QUE EM MAIO

DÍVIDA VOLTA À CASA DO TRILHÃO

A

dívida interna federal em títulos voltou a subir em junho, atingindo R$ 1,01 trilhão, segundo dados divulgados ontem pelo Tesouro Nacional e pelo Banco Central (BC). De maio para junho, a dívida cresceu R$ 17 bilhões (1,7%) por causa da absorção de R$ 10,5 bilhões de juros ao estoque e de R$ 6,5 bilhões de novas emissões de papéis. Em maio, a dívida tinha caído para nível abaixo de R$ 1 trilhão (R$ 999,1 bilhões) porque o Tesouro fez um grande volume de resgate de papéis, sem que houvesse novas emissões. Essas novas operações foram suspensas por conta do nervosismo que tomou conta do mercado financeiro. As turbulências continuaram criando problemas para os administradores da dívida pública em junho, mas em menor intensidade. "A volatilidade externa ainda afeta o desempenho do nosso mercado. Mas junho foi mais positivo que maio por conta do cenário interno benigno e agora em julho está melhor", afirmou o coordenador de Operações da Dívida Pública do Tesouro, Manuel Augusto Silva. De acordo com ele, o mercado brasileiro ainda acompanha o comportamento externo, mas o mercado interno está mais favorável, influenciado pela divulgação de índices de inflação positivos para a eco-

Alex Ribeiro/DC – 10/1/06

nomia e do upgrade do Brasil determinado por duas agências de classificação de risco. Pós-fixados — Em junho, o Tesouro voltou a oferecer ao mercado as Letras Financeiras do Tesouro (LFTs), que não eram leiloadas desde fevereiro. São papéis corrigidos no vencimento (pós-fixados) pela variação da taxa Selic (juro básico da economia). Esse é o título preferido pelo mercado em momentos de incerteza. O Tesouro, porém, tem como meta acabar com as LFTs, que

6,5 bilhões de reais foi o total de novos papéis emitidos pelo Tesouro Nacional no mês de junho, o que elevou a dívida pública.

deixam a dívida pública muito sensível às variações do juro no País. O governo prefere se financiar com prefixados, como as Letras do Tesouro Nacional (LTNs), papel cuja taxa de juro é determinada no leilão (prefixada). Esse título dá mais previsibilidade quanto ao comportamento da dívida.

Porém, por causa das turbulências no mercado, a estratégia de reduzir a quantidade de LFTs no mercado foi atrapalhada. A parcela desses papéis do total da dívida interna do governo federal continua em queda, mas o ritmo de redução diminuiu em junho, mês de pico do estresse no mercado financeiro mundial por causa das incertezas com a política de juros dos Estados Unidos. Do total de R$ 41,1 bilhões de emissões em junho, 44% foram de LFTs e 55%, de títulos prefixados. Ainda assim, a participação das LFTs no total da dívida caiu de 44,07% para 42,52% e a de prefixados subiu de 29,55% para 31,45%. O prazo médio da dívida pública permaneceu estável em 29,2 meses e a parcela a vencer nos próximos 12 meses aumentou de 40,1% para 41,1%. O coordenador de Operações da Dívida Pública informou que, se as condições do mercado melhorarem, a parcela das LFTs na dívida pode cair a 39%. Para isso, é necessário que o Tesouro consiga emitir R$ 86 bilhões em papéis prefixados de agosto a dezembro. De acordo com ele, o processo mais rápido de redução das LFTs que ocorreu no início do ano está ajudando o Tesouro Nacional a enfrentar o momento de volatilidade nos mercados. "Estamos em uma posição confortável", afirmou o coordenador. (AE)

Bovespa fecha em alta de 2,01%

A

Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou o pregão de ontem em alta de 2,01%, aos 36.224 pontos, com volume financeiro de R$ 1,545 bilhão, giro inferior à média de R$ 2,5 bilhões registrada desde o início do ano. O risco-Brasil cedia 1,7%, para 231 pontos. O dólar comercial, que teve um dia de ajustes, fechou em queda de 0,32%, vendido a R$ 2,193. A entrada de recursos externos influiu na queda, embora uma nova intervenção do Banco Central (BC) comprando dólares no mercado tenha tentado conter a desvalorização da moeda americana. A bolsa paulista, a exemplo de outros mercados emergentes, concentrou as atenções no

comportamento dos negócios em Nova York. Nos Estados Unidos, as operações refletiram as expectativas dos investidores em relação aos resultados de empresas, aos rumos da política monetária americana e à crise no Oriente Médio. O Índice Dow Jones avançou 1,68%, e o Nasdaq, 2,05%. As altas foram puxadas pelos resultados favoráveis de empresas como Merck e ScheringPlough, além de fusões corporativas. As bolsas européias fecharam em alta expressiva, repercutindo aumento de fusões e aquisições neste mês e os bons resultados de empresas americanas no trimestre. Nesta semana, os destaques nos Estados Unidos, de acordo com analistas, serão a primeira

prévia do Produto Interno Bruto americano referente ao segundo trimestre (a ser divulgado na sexta-feira), os novos pedidos de seguro-desemprego (na quinta-feira) e, amanhã, o Livro Bege do Federal Reserve (Fed, o banco central norteamericano). Nesse documento, o banco faz uma minuciosa análise da atual situação da economia dos EUA. No cenário doméstico, os investidores aguardam, para quinta-feira, a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). No texto, eles esperam encontrar as explicações para o corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros brasileira determinada no encontro da última semana. (Agências)

Ações da MMX caem na estréia

E

m sua estréia na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), as ações ordinárias (com direito a voto) da MMX Mineração e Metálicos fecharam ontem com desvalorização de 0,12%, negociadas a R$ 814 por unidade. O resultado do primeiro dia de negociação das ações não tirou o ânimo do empresário Eike Batista, que já conseguiu captar R$ 1,03 bilhão com a pulverização dos papéis de sua empresa. As ações da MMX entraram no Novo Mercado da Bovespa, segmento especial das empresas que seguem as mais rígidas regras de relacionamento transparente com seus acionistas. A Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla em inglês), a maior já feita no País, será concluída em 29 agosto e até lá o empresário espera atrair mais R$ 150 milhões. É com esse dinheiro que ele pretende tirar do papel três grandes projetos da MMX, uma empresa que ainda está em fase pré-operacional, para produção de minério de ferro e processamento de matéria-prima. Eles estão no Amapá, no Mato Grosso do Sul e em Minas Gerais.

Sebastião Moreira/AE

Empréstimos para imóveis crescem 103%

N

Cerca de 50 mil unidades foram financiadas com recursos da poupança

Itaú reduz prazo do crédito imobiliário

O

Itaú anunciou ontem ter ampliado de 15 para 20 anos o prazo de suas operações de financiamento imobiliário, reduzindo o valor da entrada de 25% para 20%. O banco decidiu diminuir os juros dos empréstimos para a compra de imóveis residenciais com valor acima de R$ 350 mil ou comerciais acima de R$ 40 mil. Nesses casos, a taxa caiu de 14% para 12% ao ano, mais correção pelo índice da poupança, que atualmente é a Taxa Referencial (TR). Para imóveis de até R$ 100 mil, os encargos passaram de 12% para 8%, mais TR. A carteira de crédito imobiliário do Itaú soma R$ 560 milhões. "A decisão de melhorar as condições de competição desse crédito é estratégica, pois esse tipo de empréstimo tem bom retorno", disse o diretor de Crédito Imobiliário do Itaú, Luiz Antonio Rodrigues. Segundo ele, em 2003, o banco financiou R$ 340 milhões, montante que subiu a R$ 840 milhões em 2004. A expectativa de investimento em 2006

saltou de R$ 1 bilhão para um total de R$ 1,4 bilhão, informou. O montante é suficiente para financiar aproximadamente 18 mil unidades. Déficit — O diretor do Itaú lembrou ainda que o mercado nacional tem um déficit habitacional de 6,7 milhões de residências, sendo que 84% situam-se na faixa de até três salários mínimos mensais . "Para esse conjunto de pessoas com renda inferior a três salários, a solução se dará com recursos vindos do orçamento dos municípios, dos estados e do governo federal", afirmou. Todavia, segundo ele, há também 11,5 milhões de pessoas que moram em casas alugadas, sendo que 35% têm renda acima de três salários mínimos, portanto, formando um grande potencial de clientes que poderão adquirir imóveis desde que a prestação seja próxima do aluguel. "Além disso, há pessoas que ganham acima de três salários mínimos com muito interesse em fazer um upgrade da residência", disse. Sonaira San Pedro/AE

os primeiros seis meses de 2006, o volume de operações de crédito imobiliário contratadas pelos agentes que integram o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) alcançou R$ 4,143 bilhões, superando em 103,6% o volume de operações registrado no primeiro semestre de 2005. Em junho, o volume de contratações atingiu R$ 898,6 milhões, com variação de 148,53% sobre o volume contratado em junho de 2005. Em termos de unidades financiadas, o primeiro semestre também se caracterizou por números expressivos: 50.832, contra 25.123 unidades do primeiro semestre de 2005. Os números, em termos de valor, representam quebras sucessivas de recordes, de acordo com a Associação Brasileiras das Empresas de Crédito e Poupança (Abecip). Outro aspecto positivo do fechamento dos seis primeiros meses do ano foi a constatação de que, em junho, os depósitos na poupança superaram os saques em R$ 383 milhões. De janeiro a junho, porém, a evasão alcança R$ 7,3 bilhões. Caixa — O volume de recursos liberados pela Caixa Econômica Federal para a compra de imóveis usados na cidade de São Paulo cresceu 5,54% no primeiro semestre, em relação a igual período de 2005. Os créditos de outros bancos privados e do estadual Nossa Caixa para a aquisição da casa própria aumentaram 4,44%. Os dados fazem parte de levantamento divulgado ontem pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Creci-SP). Em nota, a entidade informou que o aumento do crédito para a compra fez recuarem na capital as vendas à vista e com financiamento direto dos proprietários (casos em que o parcelamento é acertado entre comprador e vendedor, sem financiamento bancário). De acordo com o Creci-SP, as negociações feitas à vista durante o primeiro semestre deste ano foram 1,8% menores e as financiadas pelos proprietários tiveram redução de 14,74%. Já as vendas realizadas por meio de consórcios tiveram expansão de 123,81% no período. (Agências)

Mercado prevê menos investimento

O

Eike Batista (à dir.) quer ter a quarta maior mineradora do mundo

Dos três projetos, o de Corumbá (MS) é o mais adiantado. Uma mina próxima ao rio Paraguai já está em fase de extração e deve alcançar 1 milhão de toneladas ainda este ano. "Queremos ser a quarta maior mineradora do mundo", disse Batista, que estuda listar suas ações também nas bolsas de Londres e Toronto. Demanda mundial — O executivo disse acreditar que a demanda mundial por minério deverá continuar forte nos próximos 40 anos. "A China já viveu um ciclo de 20 anos de crescimento e deve ter mais

dois ciclos como este", afirmou o executivo da MMX. O dinheiro captado pela companhia veio dos chamados investidores qualificados, como bancos e fundos de pensão. A alegria do empresário só não foi maior porque a intenção inicial era que o papel, negociado a R$ 815, fosse vendido por pelo menos R$ 1 mil. Batista disse ter ainda outros US$ 2,7 bilhões em financiamentos bancários para seus projetos, com o objetivo de atingir uma produção de 37 milhões de toneladas de minério por ano até 2011. (AG)

mercado financeiro cortou sua estimativa de ingressos de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) no Brasil neste ano. Segundo a pesquisa Focus, divulgada ontem pelo Banco Central (BC), os analistas esperam que entrem no País US$ 15 bilhões em 2006. No levantamento da semana passada, a expectativa estava em US$ 15,4 bilhões. Para 2007, porém, a projeção foi mantida em US$ 16 bilhões. Também ficou inalterado para 2006,, em US$ 9 bilhões, o prognóstico para o superávit na conta de transações correntes do balanço de pagamentos, que registra as operações de bens e serviços do Brasil com o exterior. Para o próximo ano, a mediana das estimativas para a conta corrente subiu de superávit de US$ 4,05 bilhões para US$ 4,2 bilhões. Nas

projeções para a balança comercial, movimentos semelhantes. Para este ano, a estimativa permaneceu em superávit de US$ 40 bilhões, enquanto para 2007 subiu de US$ 35,64 bilhões para um total de US$ 35,72 bilhões. Em relação à próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em agosto, a maior parte dos especialistas espera um corte de 0,25 ponto na taxa Selic (juro básico da economia). É metade da redução feita na semana passada. Inflação — A pesquisa mostra ainda que continua em queda a estimativa para a inflação. A projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 3,77% para 3,76%, corte mais suave do que o registrado nas semanas anteriores. Para o IPCA de 2007, a previsão ficou em 4,5%.

Teve também ligeira queda a projeção para o IPCA nos próximos 12 meses, de 4,39% para 4,38%. Outra variação nas projeções de inflação ocorreu no IPCA para julho, que caiu de 0,24% para 0,2%, mas o mercado manteve em 0,34% a expectativa para agosto. Já a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) medido pela Fipe, para 2006 teve discreta alta, passando de 2,31% para 2,33%. Para o próximo ano, a expectativa para o índice ficou inalterada em 4,28%. Nos indicadores de atividade econômica, a única mudança ocorreu na expectativa para a produção industrial este ano, que recuou de 4,17% para 4,11%. Pela sétima semana consecutiva, o mercado financeiro manteve em 3,6% a estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2006. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 25 de julho de 2006

Indicadores Econômicos

7

2,96

por cento foi a queda das ações ordinárias da Perdigão S/A no pregão de ontem da Bolsa de Valores de São Paulo.

24/7/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 20/07/2006 20/07/2006 20/07/2006 20/07/2006 20/07/2006

P.L. do Fundo 6.565.246,00 1.397.688,96 7.015.227,05 9.376.603,61 1.071.652,29

Valor da Cota Subordinada 1.130,973966 1.047,884987 1.112,764874 1.095,130725 1.041,078648

% rent.-mês 1,2958 0,7736 2,6034 2,3482 1,0424

% ano 15,7633 4,7885 11,2765 9,5131 4,1079

Valor da Cota Sênior 0 1.058,736839 1.069,356141 0 0

% rent. - mês 0,7944 0,8654 -

% ano 5,8737 6,9356 -

rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


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Finanças Empresas Agronegócio Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

PIRACICABA É PÓLO PRODUTOR DE CANA

terça-feira, 25 de julho de 2006

12,2

por cento da produção brasileira de álcool é destinada às exportações.

REPRESENTANTES DE VÁRIOS PAÍSES REUNIRAM-SE EM PIRACICABA PARA CONHECER TÉCNICAS DE PLANTIO DE CANA

O MUNDO DE OLHO NO ÁLCOOL DO BRASIL

O

setor sucroalcooleiro brasileiro está pronto para exportar todas as tecnologias que envolvem a produção de açúcar e álcool. As últimas pesquisas, maquinários e novas tecnologias foram mostradas na semana passada na 4ª edição do Simpósio Internacional e Mostra de Tecnologia da Agroindústria Sucroalcooleira (Simtec), que aconteceu em Piracicaba, no interior de São Paulo. "Hoje, temos condições de ir ao país interessado no etanol e implementar tudo, da pesquisa do solo à melhor planta para a região e ao que há de mais moderno nos equipamentos de produção", disse o coordenador-geral do simpósio, José de Jesus Vaz. A busca pelo que o Brasil faz nesse setor atrai cada vez mais países interessados no combustível não poluente. Além do Japão e dos Estados Unidos, que há dois anos freqüentam Piracicaba para levar a tecnologia brasileira para suas economias, neste ano estiveram na cidade representantes da Venezuela, Porto Rico, El Salvador, Honduras, Barbados e Peru, entre outros. Essas caravanas também ajudaram o simpósio a ultrapassar a expectativa de geração de negócios durante o evento. Era de R$ 250 milhões, mas chegou a R$ 350 milhões, segundo a coordenação do Simtec. Para os próximos quatro anos, espera-se que os contatos realizados no evento sejam transformados em R$ 2 bilhões em negócios somente para as empresas instaladas na região de Piracicaba. A Costa Rica, por exemplo, vai utilizar etanol a partir deste ano. Um decreto presidencial estabeleceu a adição de 8% do produto na gasolina local. Para que isso ocorra, serão necessários 240 mil litros diários de etanol. Segundo o presidente da Câmara de Comércio Exterior Brasil-Costa Rica (CCBCR), David Cruz Costa e Silva, serão formadas joint ventures para atrair filiais de empresas brasileiras do setor sucroalcooleiro para a Costa Rica. O país vai oferecer também, de acordo com Costa e Silva, infra-estrutura, mão-de-obra qualificada e segurança jurídica. Negócios – Entre os negócios realizados na feira, a Dedini Indústrias de Base, uma das maiores companhias do setor, fechou uma venda de cerca de R$ 100 milhões com o Grupo Cosan, de produção de açúcar e etanol. "O Simtec é o mais im-

Simtec: R$ 350 mil em negócios

portante evento na geração de negócios para a Dedini", disse o vice-presidente da empresa, José Luiz Olivério. A Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana), com sede em Piracicaba, também registrou alta de 20% a 25% nos negócios concretizados em relação a 2005. Segundo o diretor da cooperativa, Arnaldo Antônio Bortoletto, foram comercializados R$ 15 milhões em fertilizantes e defensivos. Tecnologia – Na área tecnológica, o principal assunto discutido no Simtec deste ano foi a possibilidade de extração de álcool da palha de cana (pontas e folhas), hoje simplesmente descartada e queimada. A idéia foi debatida no Simpósio sobre Biotecnologia na Canade-açúcar (Simbio), que aconteceu durante o Simtec. Segundo o gestor de pesquisa e desenvolvimento do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), Jaime Finguerut, a produção de álcool no País pode aumentar 30% dentro de três a cinco anos com o aproveita-

mento da palha da cana para a geração do combustível. A tecnologia, entretanto, ainda depende de mais pesquisas para ser implantada. Para viabilizar o processo, por exemplo, é necessário reduzir o uso de energia nas usinas para fazer sobrar mais bagaço e encontrar formas econômicas de transportar e desenvolver um processo viável de pré-tratamento dessa parte da cana. Transgênicos – Outro assunto recorrente no simpósio foi a possibilidade de o Brasil perder a liderança mundial no setor sucroalcooleiro para a Austrália. Isso se não for permitido o uso da cana transgênica para adição na gasolina, segundo a presidente da Associação Nacional de Biossegurança (ANBio), Leila Macedo Oda. De acordo com ela, os 15 conselheiros do Conselho Nacional de Segurança (CNBS), responsáveis pelo estudo de transgênicos no País, são de ministérios diferentes e têm interesses distintos, o que dificulta a decisão final para a liberação do organismo geneticamente modificado. "O conselho não está cumprindo seu papel principal, que é o de análise científica, mas sim está focando em discussões políticas", observou. Segundo a presidente da ANBio, as pesquisas desenvolvidas desde 1997 já possibilitariam a existência de plantações transgênicas para produção de álcool desde 2001. Defendendo a cana geneticamente modificada, Leila disse que o custo do cultivo e o uso de agrotóxicos poderiam ser reduzidos em 50% se os transgênicos fossem aprovados. Mário Tonocchi

Estudo para conhecer entraves

O

Arranjo Produtivo Local do Álcool (Apla), da região de Piracicaba, vai realizar um diagnóstico da cadeia produtiva do setor sucroalcooleiro brasileiro junto com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O Sebrae vai aplicar um questionário, com aproximadamente 300 perguntas, para empresários do setor. O diagnóstico custará cerca de R$ 60 mil. A princípio a pesquisa seria feita apenas na cidade de São Paulo, por meio da Acupoll – empresa que realiza

trabalhos com multinacionais. É a primeira vez que o trabalho da Acupoll é aplicado no Brasil. Porém, o estudo foi ampliado para outras regiões. O objetivo é identificar os principais entraves na cadeia do etanol nas áreas comercial, administrativa e produtiva. Devem participar do diagnóstico, os executivos do setor que tenham conhecimento de todo o processo fabril. Já está sendo feita uma prévia com 12 empresas. A conclusão do trabalho está previsto para o dia 9 de agosto. (MT)

Moagem de cana deve crescer 11%

A

moagem brasileira de cana-de-açúcar para a safra 2006/07, segundo a União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), na região Centro-Sul, deve chegar a 375 milhões de toneladas, 11,32% acima dos 336,8 milhões de toneladas da safra anterior. Os estudos são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo e Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz (Cepea). Com esse volume de cana, o País deve processar 25,5 milhões de toneladas de açúcar, um aumento de 15,84% em relação aos 22,01 milhões de toneladas da safra 2005/06, e 6,6 bilhões de litros de álcool anidro, o produto que pode ser misturado à gasolina. Nesse caso, entretanto, está prevista uma redução de 5,88% em relação à safra anterior, que foi de

Marcos Peron/Virtual Photo

Marcos Peron/Virtual Photo

Simpósio trouxe empresários sucroalcooleiros de diversos países. Os negócios ultrapassaram expectativas.

Vista área de uma plantação de cana-de-açúcar da região de Piracicaba, no interior de São Paulo

Sai a lei para agricultura familiar

A

agricultura familiar brasileira, responsável por mais de 40% do Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária, passa a ter uma lei específica que ajudará a fortalecer políticas e a destinação de recursos específicos para os pequenos produtores. Desde ontem, com a sanção presidencial, os agricultores familiares são reconhecidos como segmento produtivo e, com isso, há mais estabilidade para as políticas de gestão, crédito e apoio à produção. A lei, que institui a Política Nacional de Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais, era uma reivindicação do setor desde 1993. O projeto, de autoria do deputado Assis Miguel do Couto (PT-PR), define em primeiro lugar o que é a agricultura familiar. Isso permite a classificação dos trabalhadores para receber benefícios e integrar ações como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). A lei registra que esse trabalhador tem pequenas propriedades,

utiliza mão-de-obra da própria família, tem renda originada no seu empreendimento e é seu próprio gestor. Medida – O tamanho da pequena propriedade é definido por, no máximo, quatro módulos fiscais, ou seja, uma unidade de medida regional que varia para cada localidade, de acordo com dados de produtividade. Isso pode significa uma área maior na região Norte e Nordeste, em relação ao Sudeste. O conceito de agricultor familiar também beneficia trabalhadores da floresta, pescadores e extrativistas. A política nacional deverá observar os princípios da descentralização, da sustentabilidade ambiental, social e econômica, da eqüidade na aplicação das políticas, respeitando os aspectos de gênero, geração e etnia, e da participação dos agricultores familiares na formulação e implementação da nova política. Toda legislação também vai ajudar a integrar as políticas da agricultura familiar, em todas as suas fases de implementação, ges-

tão e execução, com aquelas direcionadas à reforma agrária. PIB – A agricultura familiar é o setor que movimenta mais de 40% do PIB da produção agropecuária e cerca de 10% de toda a produção de riqueza do País. São 4,2 milhões de empreendimentos familiares, o que representa 84% do total na zona rural nacional. Como os dados do último censo agropecuário são de 1995, não há como saber com precisão a quantidade de alimentos da mesa do brasileiro que tem origem na agricultura familiar. Contudo, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) estima que esse percentual passe da metade de tudo o que é consumido no País. Segundo o MDA, cerca de 70% da mão-de-obra do campo encontra espaço em propriedades familiares. O setor é responsável pela produção de 84% da mandioca, 67% do feijão, 58% dos suínos, 54% da bovinocultura de leite, 49% do milho, 40% das aves e ovos, e 32% da soja produzidos no Brasil. (ABr)

Boicote à soja da Amazônia

O

Usina Furlan, em Santa Bárbara do Oeste: produção de açúcar e álcool

7,01 bilhões de litros. Já o álcool hidratado (utilizado na frota antiga de veículos a álcool e também nos novos carros bicombustíveis) deve chegar a 9 bilhões de litros, um crescimento de 22,98% em comparação aos 7,3 bilhões de litros da safra anterior. Exportações – No caso do álcool, estima-se que 87,8% da produção seja destinada ao mercado interno e 12,2% à ex-

portação. Já com o açúcar, 68,6% devem ser vendidos ao exterior e o restante abastecerá todas as regiões do Brasil. A cultura, iniciada no início da colonização do País, é uma espécie de gramínea semiperene, que se estende atualmente a mais de 5 milhões de hectares de terra no CentroSul e Norte-Nordeste. O Centro-Sul concentra cerca de 85% da produção nacional. (MT)

anúncio de que as quatro maiores tradings de soja do Brasil (ADM, Bunge, Cargill e Louis Drayfus) irão boicotar a compra de soja proveniente de regiões desmatadas da Floresta Amazônica fez com que as principais entidades representantes tomassem medidas rápidas. A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) anunciaram que, a partir da safra 2006/07, irão adotar um sistema de governança "em que não será mais

permitida a comercialização da soja oriunda de regiões de desmatamento". Segundo Sérgio Mendes, diretor-executivo da Anec, o bioma amazônico corresponde a 418,44 milhões de hectares e as lavouras de soja ocupam uma área de 1,15 milhão de hectares dentro desse universo. "A soja nessa região representa apenas 0,27% da área total. Vamos mostrar às organizações não-governamentais (ONGs) que essa é uma área muito pequena e que não prejudica em nada o bioma amazônico", afirma.

O próximo passo das entidades é encontrar o interlocutor adequado para passar às ONGs internacionais os números levantados sobre o cultivo de soja na Amazônia. Um dos nomes mais cotados é o de Mário Mantovani, diretor de Relações Institucionais da SOS Mata Atlântica. A pressão das t ra di ng s é re s u l t a d o d e u m a c o rd o firmado entre supermercados, empresas alimentícias e redes de fast-food internacionais, que se comprometeram em não utilizar soja cultivada ilegalmente na região amazônica. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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terça-feira, 25 de julho de 2006

Internacional

Jamal Shama/Reuters

Oleg Popov/Reuters

Em Beirute, Rice com Fouad Siniora

Após desembarque em Jerusalém, rápido encontro com a ministra Tzipi Livni

EM GIRO PELA PAZ, RICE OUVE O PRIMEIRO "NÃO" Condoleezza voltou a repetir que os EUA defendem um "cessar-fogo viável". Israel rejeita suspender os bombardeios ao Líbano e retirar suas tropas do país enquanto os dois soldados não forem libertados. Contra-proposta – Um político ligado a Berri confidenciou que o diálogo com Condoleezza fracassou porque ela insiste num pacote completo de medidas para o encerramento do conflito. Berri fez uma contraproposta: um plano em duas fases, que defina um imediato cessar-fogo e uma troca de prisioneiros entre o Hezbollah e Israel, mas deixe para bem mais tarde o envio do Exército libanês para o sul, a ser definida num diálogo interno no Líbano. Siniora insistiu que o governo israelense liberte todos os libaneses que capturou nos 18 anos de sua ocupação do Líbano. Também exige que o país se retire da região Shebaa, que a Síria cedeu ao Líbano, mas Israel considera parte das colinas do Golan (ocupadas pelos israelenses na guerra de 1967). Nesse ponto reside o impasse: o governo central libanês considera o Hezbollah uma organização de resistência e teme que o envio do Exército para a fronteira possa resultar em confrontos com o grupo. Mas Siniora disse concordar com o retorno do Exército libanês à fronteira, desde que Shebaa seja entregue ao Líbano. A libertação dos prisioneiros e a saída israelense de Shebaa eram as principais alegações do Hezbollah para continuar atacando Israel e manter sua estratégia de capturar soldados para trocá-los pelos prisioneiros. Mas ao seqüestrar os dois soldados o grupo exigiu, em troca deles, a libertação de prisioneiros libaneses, palestinos e outros árabes". (AP/AE)

Clayton de Souza/AE

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Soldados israelenses durante avanço nas incursões terrestres na região sul do Líbano

Libanês que apóia o Hezbollah mostra uma foto do líder Hassan Nasrallah em área atacada de Beirute

o 13º dia de ofensiva, as forças israelenses entraram ontem mais fundo no território libanês e invadiram um reduto do grupo xiita Hezbollah em Bint Jbail, em meio a intenso tiroteio: 2 soldados morreram e 20 foram feridos . O Exército de Israel afirmou ter matado 10 combatentes do Hezbollah. Um helicóptero israelense caiu no norte de Israel perto da fronteira com o Líbano, matando 2 soldados. Segundo o Exército, a causa da queda foi um problema técnico, mas o Hezbollah assegurou ter derrubado o helicóptero. Israel também informou que capturou dois guerrilheiros do Hezbollah e que ampliou as ações terrestre no Líbano. Aviões israelenses atingiram entre domingo e ontem 270 alvos, incluindo 21 lançadores de foguetes, mais de 50 prédios do Hezbollah e linhas de comunicação. Israel parece ter reduzido seus ataques nas áreas densamente povoadas e estradas. Mas o comandante do Exército de Israel, o general Dan Halutz, afirmou que para cada ataque com foguetes que o Hezbollah lançar contra a cidade de Haifa serão destruídas dez casas no sul de Beirute, informou o diário Haaretz. O Hezbollah disparou mais de 80 foguetes contra o norte de Israel, ferindo 13 pessoas. Israel iniciou sua ofensiva no Líbano depois que guerrilheiros do Hezbollah invadiram o território israelense no dia 12 e capturaram dois soldados. Pelo menos 378 pessoas já morreram no Líbano e 41 em Israel desde o início do confronto. (AP/AE)

Travessia de brasileiros mais curta pós dias de divergências que caminhavam para um incidente diplomático, o governo brasileiro obteve ontem de Israel permissão para fazer a retirada de brasileiros do Vale do Bekaa, no Líbano, pela fronteira oriental. Com isso, a travessia pode ser feita em uma hora e meia e não em 14 horas, caso a retirada tivesse de ser feita pela fronteira Norte, como exigia o governo israelense. Para alcançar esse objeti-

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Familiares abraçam brasileira que estava no Líbano e voltou ao País

Israel invade reduto do Hezbollah

Adnan Hajj/Reuters

A

secretária americana de Estado, Condoleezza Rice, fez ontem uma visitasurpresa ao Líbano para apresentar um conjunto de propostas para um cessar-fogo entre o grupo xiita libanês Hezbollah e Israel. Rice embarcou ontem mesmo para Jerusalém, onde teve um rápido encontro com a chanceler Tzipi Livni. Condoleezza Rice deve se encontrar com o primeiro-ministro israelense Ehud Olmert hoje para fazer a mesma proposta. As medidas apresentadas por Rice foram mal recebidas pelos líderes políticos aliados do Hezbollah, pelo fato de impor como condições para o fim das hostilidades a libertação de dois soldados israelenses capturados pelo grupo e o envio do Exército nacional libanês e de uma força multinacional de paz - provavelmente formada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) – à fronteira entre Líbano e Israel. Condoleezza se encontrou com o primeiro-ministro libanês, Fuad Siniora – líder que tem o apoio dos EUA –, e com o presidente do Parlamento, Nabih Berri, que é aliado do Hezbollah e se relaciona bem com o líder Hassan Nasrallah. "A situação na fronteira não pode retornar ao que era antes de 12 de julho", disse Condoleezza a Berri, referindo-se ao dia em que o Hezbollah invadiu o território de Israel e capturou dois soldados, desencadeando o conflito. Berri rejeitou as propostas, insistindo que um cessar-fogo deve preceder qualquer negociação sobre os soldados e a milícia do Hezbollah, que de fato controla todo o sul libanês. O encontro de Condoleezza com Siniora também parece ter sido tenso, uma vez que ele insiste num "cessar-fogo imediato" e

David Furst/AFP

Em Beirute, secretária norte-americana de Estado, Condoleezza Rice, apresentou um proposta de cessar-fogo que foi rejeitada pelos aliados do Hezbollah. Hoje, ela se encontra com o primeiro-ministro israelense Ehud Olmert, em uma nova tentativa de negociar uma saída para o conflito.

vo, o chanceler brasileiro, Celso Amorim, apelou até para a intermediação da secretária norte-americana de Estado, Condoleezza Rice. Amorim viaja hoje à Turquia para acompanhar o resgate dos brasileiros. Amanhã, um grupo de brasileiros partirá para o Brasil da cidade turca de Adana em um vôo da Força Aérea Brasileira (FAB). Ontem de manhã, no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, 142 brasileiros ou libaneses que têm cidadania dos

dois países desembarcaramdepois de mais de 13 horas de viagem desde Adana. "A situação lá é degradante, humilhante. Crianças que morrem. Vi estômagos para fora, braços para todos os lados. Caminhões de comida sendo bombardeados", descreveu Antonia Merhi, que conseguiu sair com os filhos do país onde vive há nove anos, mas deixou para trás o marido libanês. Segundo o embaixador Jadiel Ferreira de Oliveira, cerca de 300 brasileiros já retor-

naram ao País. Outros 400 estão fora das áreas de ataque e a expectativa é tirar 1.500 até o fim da semana. Segundo Oliveira, amanhã deverão desembarcar em São Paulo mais 70 brasileiros. A expectativa é de trazer ao País mais 225 amanhã, 150 na quinta e 70 na sexta-feira. "A grande dificuldade para resgatá-los é a distância. Estamos pedindo às famílias que se agrupem em locais mais concentrados, como Beirute ou o Vale do Bekaa". (AE)


INFOESPECIAL: Tudo para a informatização de sua loja Ano 81 - Nº 22.176

São Paulo, terça-feira 25 de julho de 2006

Jornal do empreendedor

R$ 0,60

Edição concluída às 23h50

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

A revolução dos bichos de pelúcia CBF News

Leonardo Rodrigues/Hype

Uma história de empreendedorismo: Neide Nonaka (foto) começou a fazer bichos de pelúcia em Tabatinga, no Oeste de SP. Hoje, são 23 fábricas que empregam 1,2 mil tabatinguenses. Vieram então os kits para decorar quartos de bebês. E agora começam a despontar fábricas de móveis infantis. Economia/1

Na rua dos camelôs

Depois do Soneca, Dunga O guerreiro Dunga chega para acordar a trôpega Seleção de Parreira. "Venho com a mesma vibração de 94", diz o ex-capitão. Em Logo

SANGUESSUGAS Marcos Fernandes/LUZ

Esquema atingiu cúpula do PT, diz empresário Segundo Luiz Antônio Trevisan Vedoin, que está preso, negócios da máfia das ambulâncias dependiam de pessoas ligadas ao partido. Pág. 5 Ed Ferreira/AE

Luzia e Alcides, deficientes visuais: em campo minado. Cidades/1 Rickey Rogers/Reuters

Fuga de brasileiros mais rápida Israel agora permite saída de brasileiros do Vale do Bekka pela fronteira oriental. Em SP, emoção na chegada de outro avião com libaneses (foto). Inter/8

Rice ouve um "não" em Beirute

Oposição vai ter de "roer o osso", diz Lula

Nabih Berri, presidente do Parlamento libanês, rejeita proposta da secretária de Estado dos EUA. Quer cessar-fogo sem prévia negociação. Inter/8

HOJE Parcialmente nublado Máxima 29º C. Mínima 12º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 29º C. Mínima 12º C.

US$ 75 mi para dar fôlego à Varig Economia/3

DC

Ao inaugurar comitê em Brasília (foto), presidente diz que não vai entregar "Brasil ajeitadinho" aos adversários. Pág. 3

www.finanfactor.com Pabx (11)

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 25 de julho de 2006

Informática

1 A informática e a tecnologia permitem mais e melhores controles do negócio

Tudo muito ligado

Com a modernização crescente, sobra mais tempo para prestar mais atenção a quem de fato interessa: o consumidor. Sergio Kulpas

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omo em praticamente todos os setores econômicos, a tecnologia afetou profundamente o varejo, transformando radicalmente toda uma série de práticas que pareciam imutáveis por décadas. No curto espaço de quinze, vinte anos, a automatização e a computação penetraram nos sistemas comerciais e mudaram as relações do varejo com seus fornecedores e clientes. Muito mudou nas últimas décadas, e o ritmo está apenas se acentuando, indicando que o setor de varejo ainda passará por grandes transformações propiciadas pela informática e pela automação. Arma para aumentar vendas - O objetivo fundamental para a adoção de um sistema de informática no comércio é melhorar a qualidade dos negócios: controlar melhor o estoque, modernizar a contabilidade e o back-office e, acima de tudo, atender melhor o consumidor. A informática se torna especialmente atraente para o varejista porque permite a redução das filas, facilita o autoatendimento dos clientes e aumenta a liberdade dentro do espaço da loja. Especialmente nos centros urbanos, essas facilidades são valorizadas pelos consumidores, porque tornam a experiência da compra algo prático e simples. Em resumo, a tecnologia é uma arma para aumentar as vendas. Quem pensaria há 20 anos que as mercadorias seriam registradas no caixa por raio laser, capaz de ler códigos de barra? Ou que o pagamento seria feito prioritariamente por cartões de débito e crédito, até em pequenas lojas? Consolidação do uso - De câmeras digitais que vigiam o interior da loja via internet até cartões de fidelização que geram perfis dos consumidores, o varejo está se apoiando cada vez mais no uso da tecnologia para oferecer serviços diferenciados e aumentar suas vendas. Computadores, scanners, impressoras e softwares para as mais variadas funções estão se tornando lugar comum no

varejo brasileiro, mesmo em localidades menores e distantes dos grandes centros. O presente do varejo é a consolidação do uso dessas tecnologias. São cruciais para esse desenvolvimento o barateamento significativo dos equipamentos, as mudanças na legislação para a importação de alguns aparelho e o surgimento de uma produção nacional de softwares e hardware de alta qualidade. Soluções nacionais para a informatização do v a re j o s ã o e s p e c i a l m e n t e atraentes, porque levam em conta as peculiaridades do comércio que é praticado aqui. Além da automação cada vez mais presente nas lojas tradicionais, de "cimento-e-tijolo", as lojas virtuais também experimentam crescimento significativo no Brasil. O comércio eletrônico brasileiro começou timidamente na década de 90, mas tem se expandido rapidamente e ganhado grande aceitação pelos consumidores. Prova disso são as vendas substanciais em datas específicas, como Dia das Mães, Dias dos Namorados e Natal. A adoção de sistemas de informática pelo varejo também tem seus riscos. O custo de implementação deve ser calculado, avaliado a partir das reais necessidades do comerciante. Uma vez instalada, a tecnologia deve ser amigável para os funcionários e para os clientes. Sistemas devem ser continuamente atualizados, e isso também representa um custo considerável. Outro problema é que muitas vezes tecnologias de fabricantes diferentes não conversam entre si, reduzindo muito as vantagens práticas da adoção. Mudanças radicais - O futuro da informática no setor de varejo é muito promissor. Novas tendências prometem mudar radicalmente o cenário da automação no comércio. Uma das principais novidades é a emergência das chamadas "etiquetas inteligentes", chips equipados com microtransmissores de rádio (RFIDs, na sigla em inglês). Os RFIDs já

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começaram a revolucionar toda a cadeia de suprimentos e estão sendo testados em larga escala pela rede Wal-Mart nos EUA. Com a aplicação dessas etiquetas radiotransmissoras permite que o comerciante monitore suas mercadorias com grande precisão: sua posição no estoque ou nas prateleiras, dados sobre o fabricante, preço, data de validade etc. Recentes desenvolvimentos estão deixando os RFIDs mais baratos, e essa redução de preço será decisiva para a adoção em massa. Com isso, é possível imaginar um centro de compras onde as mercadorias nem precisam passar pelo caixa: os sistemas da loja lerão as etiquetas dos produtos no carrinho e cobrarão a compra diretamente na conta bancária do consumidor cadastrado. O Wal-Mart avalia que a adoção dos RFIDs nas lojas representará uma economia de até 65% nos estoques. Outra tecnologia promissora é o "data mining", a mineração de dados fornecidos por câmeras e sensores dentro do estabelecimento comercial. Um software pode usar câmeras digitais para avaliar se determinado produto ou marca está sendo corretamente exposto na loja, e quais marcas despertam mais a atenção do consumidor. O uso de minicâmeras de vídeo digital está se tornando cada vez mais freqüente no comércio, principalmente para ajudar na vigilância das lojas. O passo seguinte é conectar os dados dessas câmeras a um computador, e avaliar os padrões de deslocamento dos clientes. Tudo pelo consumidor - A informática permite que as lojas prestem mais atenção ao consumidor, adaptando o espaço e a experiência de compra para as necessidades específicas. Economia de tempo, itens bem posicionados, cartões de fidelidade que dão descontos e prêmios, atendimento personalizado. Com o auxílio desses sistemas, o varejista pode se concentrar em atender bem, o que é a essência do comércio. sergiokulpas@gmail.com

VAREJO E TECNOLOGIA NESTA EDIÇÃO EQUIPAMENTOS Como escolher computadores, softwares e impressoras fiscais .................................................... 2/3

COMÉRCIO Os pequenos comerciantes aprendem a enfrentar os grandes ..................................................... 4

GERENCIAMENTO Com boas ferramentas, todo o controle está ao alcance das mãos ................................................. 6

LIGADO AO MUNDO Sem banda larga, ninguém mais gerencia uma loja ............ 7

NF ELETRÔNICA Vem aí uma grande mudança fiscal. ................................. 8

TELEFONIA Um modo de economizar ao levantar o fone ...................... 9

SEU SITE, SUA NOVA FILIAL Segredo para vender na internet: site simples, logística muito sofisticada .............................................. 10

PEQUENO GUIA PARA A WEB Veja os sites que ajudam você a ter um site. E os exemplos de bons vendedores na Web ...................... 11

SEGURANÇA Mantenha seus dados e bens seguros: nnão deixe ninguém se intrometer nos seus negócios.......................................12


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Va r e j o Te c n o l o g i a Equipamentos Lojas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 25 de julho de 2006

PCs NO COMÉRCIO TÊM DE ENFRENTAR TRABALHO DURO

Computador e impressora formam um par imbatível desde que a tecnologia tomou conta do mundo

Divulgação

Computadores prontos para o varejo PC Daruma PCDV, registradora 800S e micro New Era: equipamentos especiais para varejistas.

Por Carlos Ossamu

Esses equipamentos são muito exigidos e não podem falhar

eja em casa, no escritório ou mesmo na loja, além de um bom computador, alguns periféricos são essenciais para o dia-a-dia de qualquer usuário. O primeiro da lista é, sem dúvida, a

s microcomputadores padrão PC não fazem sucesso apenas nas residências e nas empresas. O comércio também é um grande usuário do equipamento nos pontos-de-vendas, registrando entrada e saída de mercadorias, posicionamento do estoque, emitindo relatórios gerenciais e controlando outras atividades. Apesar de a maioria dos lojistas usar micros convencionais, muitos sem marca, montados por empresas de "fundo de quintal", o mais indicado são equipamentos especialmente desenvolvidos, por fabricantes idôneos e com componentes de qualidade. Muitas vezes, esses computadores ficam ligados muitas horas por dia, em ambientes com poeira e sujeitos a choques físicos. O lojista não pode perder o controle. Por essa razão, o equipamento deve ser muito robusto e confiável. Checkouts - A Elgin Automação (www.elgin.com.br)

oferece para esta aplicação as CPUs NEWERA E3 Slim Mini Torre, ideal para uso em checkouts. Ele pode vir com chips Celeron ou Pentium 4, com memória RAM de 128 MB ou 256 MB, disco de 40 GB, placa de rede Ethernet 10/100, placa de som, gravador de CD-RW e Windows XP Home. O modelo oferece quatro portas seriais (duas on board), seis USB e uma paralela. Assim, é possível conectar diferentes tipos de periféricos, como scanner de mão, pin pad, balança eletrônica etc. Compacto, medindo 370 x 350 x 136 mm, o NEWERA E3 Slim ocupa pouco espaço no checkout, podendo ficar na parte inferior da área de trabalho, tanto na horizontal como na vertical. O preço está em torno de R$ 1.200. Rede – Caso o lojista tenha dois ou mais checkouts, passa a ser interessante montar uma pequena rede local. Para tanto, a Elgin oferece a versão servidor do NEWERA E3. O gabinete é similar à versão desktop, só que a configuração é mais robusta, com processador Pen-

tium 4 de 2.4 GHz e memória RAM de 256 MB ou 512 MB. Custa em torno de R$ 2.400. A Bematech é outra fabricante de peso que oferece CPUs para automação de frente de caixa. O Smart Box 4010 utiliza chip Celeron de 2.4 GHz, 128 MB de memória, 40 GB de disco, placa de rede Ethernet 10/100, leitor de CDROM 52x, duas portas seriais, duas USB e uma paralela. Opcionalmente, o micro pode realizar operações de TEF (Transferência Eletrônica de Fundos), pela instalação de modem e software opcionais. Custa R$ 1.210,00. A Daruma Urmet (www.daruma.com.br) lançou recentemente o PCDV (antiga PC Varejo), que segue o programa de inclusão digital do governo federal, o PC Conectado ou Computador para Todos. O equipamento custa R$ 1.300 e vem com sistema operacional Linux, um pacote com 96 programas e aplicativos, processador Celeron de 2.5 GHz, 128 MB de memória, HD de 40 GB, leitor de CD-ROM 52x,

fax/modem 56K, placa de rede, quatro portas USB e monitor de 15 polegadas. Solução dedicada – Para pequenos negócios, uma boa solução ainda são as caixas registradoras, também baseados em processadores, como os PCs. A Elgin comercializa dois modelos: a MR 800 controla até 800 itens, e a MR10.000S /12.000S, até 10 mil ou 12 mil p rod u t os . E l e s c u st a m R $ 1.500 e R$ 2.400, resp e c t i v amente. " C o n e ctam-se a leitores de código de barras, registram saída de mercadorias e fazem diversos controles. É possível saber quais produtos foram vendidos, de qual departamento e como foi feito o pagamento, se em dinheiro, cheque ou cartão", explica o executivo. Já a Bematech oferece o modelo Y2000, equipamento que

lembra uma impressora fiscal acoplada a um teclado. O produto possui displays alfanuméricos e quatro saídas seriais independentes, que comandam periféricos como leitor de código de barras, balança, impressora de cheques e também se comunica com um microcomputador. Atende ao convênio ICMS 156/94 da legislação fiscal e seus adendos. Se-

Y2000, da Bematech: comando direto de periféricos.

gundo a fabricante, o Y2000 é fácil de operar e de programar. E faz Transferência Eletrônica de Fundos (TEF) com a instalação de uma placa opcional. Controla até 4 mil itens e emite relatórios fiscais de gerenciais. Preço sugerido de R$ 1.300.

O par ideal do seu computador impressora. Computador e impressora formam um par imbatível. Apesar de ter os arquivos na tela, ler o texto no papel é mais confortável. Na loja, pode-se criar e imprimir cartazes ou lista de preços.

Na linha jato de tinta colorida, a grande pedida hoje são os equipamentos multifuncionais, que estão mais compactos, velozes, apresentam resolução fotográfica e ainda reúnem funções de scanner e co-

p i a d o r a . D a H P (www.hp.com.br), o modelo de entrada em multifuncionais é o modelo PSC 1510, que custa R$ 399 na loja virtual da K a l u n g a ( w w w . k a l u nga.com.br). Como impressora,

o equipamento oferece velocidade de 20 páginas por minuto (ppm) em preto e 18 ppm em cores, resolução máxima de 4.800 x 1200 dpi, ideal para impressão de fotos. Como scanner, a PSC 1510 oferece resolução óptica de 1.200 x 1.200 dpi, com profundidade de cor de 48 bits. Como copiadora, permite redução/ampliação entre 50% e 400%, até 50 cópias em uma única operação. O equipamento vem sem cabo USB. No site do Submarino (www.submarino.com.br), a multifuncional da Epson (www.epson.com.br) mais em conta é a CX4100, R$ 499. Oferece velocidade de impressão

de 20 ppm em preto e 19 ppm em cores; resolução de 5.670 x 1.440 dpi. Como scanner, a resolução é de 1.200 x 2.400 dpi. Como copiadora, a velocidade é de 19 cópias por minuto em preto e 16 com em cores. Já a Lexmark (www.lexmark.com.br) tem o modelo X2350, que no site da Americanas (www.americanas.com) está em promoção. O preço caiu de R$ 399 para R$ 299. Como impressora, a resolução é de 4.800 x 1.200 dpi, velocidade de 15 ppm em preto e em cores. O scanner tem resolução de 600 x 1.200 dpi e a copiadora, recurso de redução/ampliação. (CO)


Pertopay: realiza diversas tarefas e faz impressão térmica do cupom fiscal ao preço de R$ 5.700

Va r e j o Te c n o l o g i a Equipamentos Lojas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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ESSAS IMPRESSORAS VERIFICAM O PAGAMENTO

Impressoras indispensáveis Impressoras fiscais sofisticadas também oferecem preenchedor e leitor de código CMC7 de cheques

Divulgação

terça-feira, 25 de julho de 2006

Daruma Urmet FS 2100: alta velocidade de impressão a R$ 2.100

Por Carlos Ossamu o futuro, quando o comércio estiver totalmente interligado com a rede bancária, o cheque de papel deverá se abolido e substituído definitivamente pelas transações eletrônicas, que são mais econômicas para os bancos. Numa etapa anterior, o transporte dos cheques de papel para compensação será substituído pela truncagem eletrônica – o documento será digitalizado e será a imagem que seguirá para a compensação. A digitalização dos che-

ques deverá ser feita por meio de um scanner acoplado na impressora fiscal. Mas enquanto isso não ocorre, as impressoras fiscais têm incorporado novas funções além da emissão do Cupom Fiscal. O modelo Pertopay 2023, fabricando pela Perto S.A. (www.perto.com.br) é um bom exemplo disso. Ele realiza a leitura de cheques e código CMC7, imprime os cheques com tecnologia jato de tinta, faz leitura de cartão magnético (crédito e débito) e faz impressão térmica do cupom fiscal. Seu preço é de R$ 5.700. O equipamento conta com

modem interno, permitindo conexão com o sistema UseCheque da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), realizando a consulta no documento no maior banco de dados de informações cadastrais de pessoas físicas e jurídicas da América Latina. O cliente não chega a notar a operação: enquanto o cheque está sendo impresso, o equipamento já fez a leitura do código CMC7 e efetua a consulta. O serviço UseCheque informa se o nome do cliente consta do cadastro de emitentes de cheques sem fundo, se há cheques devolvidos, se o cheque consta como rou-

bado, extraviado ou sustado. Nesta categoria de equipamentos que realizam várias tar e f a s , a E l g i n ( w w w. e lgin.com.br) participa com a IF6000 TH, uma impressora de duas estações, com ECF com impressão térmica com velocidade de 170 mm/segundos (um dos modelos mais rápidos do mercado) e um preenchedor de cheques com tecnologia matricial. O equipamento é indicado para o varejo de grande porte, onde velocidade e robustez são importantes. O seu preço sugerido para o consumidor final é de R$ 7.200. Mais modelos – A Bematech (www.bematech.com.br) possui um modelo similar de duas estações, o MP-6000 TH FI, que incorpora não só impressora fiscal térmica com MFD e impressora de cheques matricial, como um leitor de código CMC7: R$ 7.900. Outra fabricante com equipamentos multitarefas de impressora fiscal híbrida é a Daruma Urmet ( w w w . d a r uma.com.br). Seu modelo FS 2100, com preço de R$ 7.200, oferece velocidade na emissão do cupom fiscal de 100 mm/segundo, impressão de venda de item em uma única linha (proporcionando economia de papel), bobinas com 100 mm de diâmetro, fácil substituição de bobina (Easy Loading), imprime logotipo personalizado e código de barras. Um sistema próprio permite o preenchimento de cheques (na horizontal ou na vertical) e autenticação de documentos sem interferência na fita detalhe. O leitor de código CMC7 é opcional.

Preenchem cheques e estarão aí até que as notas fiscais eletrônicas cheguem

MP 6000 TH da Bematech: impressão térmica MFD e leitor de código CMC7 a R$ 7.900


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Te c n o l o g i a Equipamentos Lojas Software

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 25 de julho de 2006

PREÇOS E ATENDIMENTO DIFERENCIADOS SÃO TRUNFOS

Na maioria das lojas especializadas, o cliente conta com consultoria no momento da compra.

Newton Santos/Hype

Especializadas em luta contra as gigantes Para atrair consumidores, lojas especializadas montam computadores de acordo com necessidades específicas Por Carlos Ossamu

atendimento é o principal diferencial de uma loja especializada em produtos de informática. No fator preço, sofre concorrência acirrada das grandes lojas de varejo (como Kalunga, Fnac, Ponto Frio, Casas Bahia, Magazine Luíza etc.), os hipermercados (Carrefour e Extra) e até de lojas virtuais (Submarino e outras), que não enfrentam os custos de uma loja física (aluguel, água, luz etc.). Além disso, há a concorrência do mercado informal, que monta computadores sem pagar impostos e instala softwares piratas. "Em nossas lojas, o usuário senta com um consultor especializado e monta a sua configuração, de acordo com as suas necessidades. Ele também terá certeza da qualidade do equipamento, fabricado por um parceiro, a PC Box, com certificação ISO 9001 e PPB", comenta Emílio Cristiano, gerente da loja M.C. Grow de Moema. A M.C. Grow (www.mcgrow.com.br) possui cinco lojas próprias em São Paulo e uma unidade virtual. Para usuários iniciantes, esta orientação é importante,

Star Computer: atendimento diferenciado e funcionários especializados orientam o consumidor

pois evitará muitas frustrações futuras. Imagine este usuário indo a um hipermercado, escolher um computador pelo preço e depois descobrir que o game que ele queria não roda no sistema operacional Linux que veio com a máquina. Um outro extremo é o usuário mais avançado, que sabe exatamente o que precisa e não encontra nenhuma flexibilidade em magazines e supermercados. Cristiano comenta que 80% das vendas da loja são para usuários domésticos e 20% para pequenas e médias empresas. Computadores e notebooks são so campeões de vendas, mas as unidades também comercializam impressoras, monitores, câmeras digitais, scanners, webcams, teclados, mouses e outros acessórios. "Além do atendimento personalizado e produtos de quali-

dade, é importante ter boas condições de financiamento. Oferecemos parcelamento em até 36 vezes para pessoas físicas, por meio de uma financeira. Para empresas, oferecemos financiamento com base no Cartão BNDES, com taxas mais atrativas", diz o gerente. O Cartão BNDES (www.carDenise Adams/AFG

Cristiano: com financiamento

taobndes.gov.br) é uma linha de crédito pra compras de até R$ 100 mil, com taxa de juros de 1,26% ao mês (julho). Tanto o fornecedor quando a empresa compradora devem se cadastrar e estar em dia com os tributos federais. Poder de compra – Fernando Schevz, CEO da Star Computer, diz que, por centralizar as compras das 84 franquias consegue ter volume similar às grandes redes do varejo e negociar preços mais baixos. "Estamos conseguindo competir também com o grey market". Segundo o executivo, o atendimento personalizado também é o forte da Star Computer. "O usuário pode ir até a loja e um vendedor especializado irá sugerir a melhor configuração, de acordo com o uso que o cliente tiver, em seu escritório ou loja, para a máquina.

Preços M . C . G r o w ( w w w. m cgrow.com.br - Micro Celeron de 2.66 GHz, 256 MB, disco 40 GB, monitor 17 polegadas, gravador CD, rede, som, fax/modem 56K e Windows XP Home. Preço: R$ 1.929. Star Computer (www.starcomputer.com.br) - Micro Celeron de 2.66 GHz, 256 MB, disco 40 GB, monitor 17 polegadas, gravador CD, rede, som, fax/modem 56K e Windows XP Home. Preço: R$ 1.726. Atera (www.atera.com.br) Celeron 2.66 GHz, 256 MB, disco 40 GB, monitor 15 polegadas, leitor DVD/Gravador de CD, placa de rede, fax/modem 56K, som e sistema operacional Linux. Preço: R$ 1.329. K a l u n g a ( w w w. k a l u ng a . c o m . b r ) - M i c ro S e m p Toshiba Celeron D315, 256 MB, disco de 40 Gb, gravador de CD, placa de rede, fax/modem, som e Windows XP Starter Edition. Não vem com monitor. Preço: R$ 1.190. Ponto Frio (www.pontofrio.com.br) - Micro Positivo Celeron, 2.26 GHz, 256 Mb, disco 40 GB, monitor 17 polegadas, gravador CD, rede, fax/Modem, som e Windows XP Home. Preço: R$ 1.599. Submarino (www.submarino.com.br) - Micro Amazon Celeron 2.13 GHz, 128 MB, disco 40 GB, monitor 17 polegadas, leitor CD-ROM, rede, fax/modem e Windows XP Home. Preço: R$ 1.578. Extra (www.extra.com.br) Micro Kennex Celeron 2.26 GHz, 256 MB, disco 80 GB, monitor 15 polegadas, gravador CD, placa de rede, fax/Modem 56K, som e sistema operacional Linux. Preço: R$ 999.

Star Computer quer aumentar rede de franquias

rede paulista de franquias Star Computer (www.starcomputer.com.br), que hoje tem 84 lojas de produtos de informática, está em expansão e em busca de novos parceiros. No primeiro semestre, quatro unidades foram inauguradas – Campinas (SP), Ourinhos (SP), Rio de Janeiro e Uberaba (MG) – e mais seis estão previstas até o fim do ano. A preferência é para lojas em shopping centers. "Queremos

aumentar ainda mais a nossa capilaridade, principalmente nas regiões Sudeste, Norte, Nordeste e Sul", diz Fernando Schevz, CEO (principal executivo) da empresa. Segundo ele, o sistema de franquia é uma boa oportunidade para empreendedores, mesmo sem experiência no setor, já que oferece diversos níveis de apoio, como cursos e treinamentos, orientação gerencial, troca de experiências com outros

Newton Santos/Hype

Fernando Schvez: crescer para Sudeste, Norte, Nordeste e Sul

parceiros. "Com o volume gerado por toda a rede, conseguimos mais poder de negociação junto aos fornecedores. Da mesma forma, fechamos acordos com as financeiras Losango,m Finasa e ABN, pra oferecer melhores linhas de créditos aos clientes", observa Schevz. Schevz explica que o formato da franquia é mais maleável e procura não onerar o franqueador. "Não cobramos royalties, como ocorre em outras redes.

Cobramos apenas uma taxa inicial, de R$ 30 mil a 50 mil, dependendo do tamanho da loja. Somos remunerados pelos fornecedores no volume de compras", observa o executivo. Além da taxa de adesão, o empreendedor arca com os custos do ponto, instalação e capital de giro. Total, entre R$ 200 mil e R$ 1 milhão. O retorno se dá de 14 e 22 meses, segundo Schevz. Vantagens – Na sua opinião, os benefícios para o franqueado não se limitam a

isto. O modelo atual da rede, com sistema próprio de administração, logística, marketing e operação de pontos-de-vendas, permite manter a qualidade do serviço mesmo em Estados diferentes. A Star Computer tem parcerias com Microsoft, Samsung, Sony, Epson, Intel, AMD, EA, Itautec, ACER, ATI, Nvidia, D-Link, LinkSys, McAfee, Symantec, Pinnacle, Iomega, Logitech e Targus, entre outros. Em seu catálogo há 3 mil itens diferenciados.


terça-feira, 25 de julho de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

INFORMÁTICA - 5


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 25 de julho de 2006

Fernando Vieira

O

casal de deficientes visuais, Alcides e Luzia Lio, caminha com cautela pela rua 15 de Novembro, quase esquina com a Direita. Passos lentos, mais vagarosos do que o habitual. Ele, à frente, tenta descobrir e mapear o caminho. Uma tarefa árdua que traz a sensação de percorrer um campo minado cheio de obstáculos surpresa. Ela vem logo atrás. Corpos bem juntinhos, colados para evitar acidentes. "Não gosto de passar por aqui. É muito mais difícil", diz a telefonista Luzia que segue em direção ao trabalho no Teatro Municipal de São Paulo acompanhada pelo marido. Mesmo sem enxergarem, os dois sabem bem qual é o motivo de tanta dificuldade: "É muito camelô na rua", diz Alcides, já aposentado. A constatação não é novidade. As ruas do Centro de São Paulo continuam tomadas por camelôs irregulares. Estima-se que existam mais de cinco mil só na área central. Eles estão em todos os lugares, com mercadorias expostas ao público em banquinhas sobre cavaletes, caixotes de madeira ou papelão, telas de mostruários, além das inúmeras lonas estendidas no meio dos calçadões e até nas ruas, próximas à sarjeta. Em diversos trechos dos calçamentos e vias da região central, os marreteiros chegam a formar quatro corredores de exposição irregular. Para quem enxerga, andar por essas ruas é quase impossível, imagine para quem não vê. De vendedor ambulante – no sentido literal da palavra – restou, aparentemente, apenas o nome para uma grande parcela. Hoje, muitos deles agem como se tivessem pontos fixos. "Pode comprar dona, se não funcionar a senhora volta amanhã que eu troco. Tô sempre aqui", garante um camelô irregular que vende carregador de telefone celular. Pedestres – Para circular, os pedestres desviam como podem, pulando CDs e DVDs piratas, cintos, meias, bijuterias, brinquedos e um infinidade de outros produtos. Algumas trombadas durante o passeio são inevitáveis. Para Alcides e Luzia a dificuldade é ainda maior. "Não tem jeito. Mesmo sem querer, a gente acaba pisando em algumas coisas. Os marreteiros não gostam, mas nunca fomos agredidos. Alguns colaboram dizendo vai mais para a direita ou para a esquerda. Isso acontece sempre", conta Alcides. Dito e feito. Poucos passos adiante, o casal avança em direção aos produtos sobre a lona, que mede 2 X 2, estendida no chão. Apressado, um camelô toma a dianteira e pega no braço de Alcides. "Opa! Cuidado aqui", desvia os dois e salva de pisões seus CDs e DVDs piratas. Mais à frente, de novo, um outro ambulante vem ajudar o desvio. "Ajudo todo dia, é normal ver cegos passando. E o incrível é que eles estão sempre em grupo, nunca tem uma pessoa que enxerga acompanhando. Eu acho que isso está errado. Não pode deixar dois ceguinhos andando sozinhos na cidade", diz o camelô José Paulo Gomes, que vende telefones celulares usados e também baterias seminovas para os aparelhos. Curiosamente, ele só menciona sua ação de venda irregular quando perguntado. "Também acho que está errado, mas perdi meu emprego há um ano e não tenho outra forma de me manter". Ele disse que compra seus produtos na ‘feira do rolo do Brás’. "Se é

Luiz Prado/Luz

Cidades Casal de cegos nas ruas dos camelôs

Marcos Fernandes/Luz

Luzia e Alcides, ambos deficientes visuais, se sentem num verdadeiro campo minado ao andar nas ruas da região central da cidade. Passar entre os milhares de camelôs, suas barracas e lonas estendidas no chão, é uma tarefa quase impossível para quem freqüenta o Centro da capital. Luiz Prado/Luz

Luludi/Luz

1 Não tem jeito. Mesmo sem querer, a gente acaba pisando em algumas coisas. Alcides Lio, aposentado

roubado eu não sei. Mas se todo mundo compra, por que eu ia ser diferente?", diz Gomes. "Acho que aparelho bom e bonito tem que ter nota (fiscal), mas vender aparelho velho não tem problema. Pode ver quanta gente está vendendo a mesma coisa", conclui. De fato, a concorrência entre os ambulantes é grande. E, em matéria de produtos expostos por camelôs, a competição é ainda mais acirrada no segmento de programas piratas para computador, segundo os ambulantes. "A concorrência está cada vez maior. Hoje, dá para fazer, miseravelmente, R$ 40 por dia. Antigamente, era bem melhor", reclama um camelô que não quis se identificar. Comércio – Os comerciantes, por sua vez, reclamam do excesso de ambulantes irregulares. Para Adriana Cavalcanti, gerente de uma loja na ladeira Porto Geral, o prejuízo para o comércio chega a 30% do faturamento. Para ela, a concorrência desleal é um dos fatores que derruba as vendas dos estabelecimentos. Exemplo disso, é a propaganda de um camelô a poucos metros: "Três DVDs por R$ 10! Até para alugar na locadora é mais caro". Adriana afirma que a fiscalização, a cargo da Guarda Civil Metropolitana (GCM), é constante. No entanto, não é capaz de apresentar resultados efetivos. Os fiscais passam e provocam a debandada geral, com a liberação das vias. E, em seguida, com o sumiço dos guardas, vem a hora da reconquista dos espaços pelos mesmos ambulantes. Não tem segredo. "Essa dinâmica atrapalha porque os clientes ficam com medo e deixam de vir para as compras. O cliente tem receio de brigas nas ruas", diz. Segundo o inspetor Rubens Trapiá, da GCM, o trabalho de fiscalização é eficiente. Hoje, mais de 900 guardas se revezam em turnos na região central. Em 2006, até o dia 15 de maio, foram realizadas mais de 49 mil apreensões. Cada conjunto de produtos ensacados e lacrados representa uma apreensão. Apenas a soma de CDs e DVDs piratas apreendidos neste ano chega a 1,1 milhão, dos quais 500 mil já foram destruídos. Trapiá reconhece, contudo, a dificuldade em coibir a ação dos ambulantes irregulares. "A GCM está enxugando gelo". Para conseguir resultados, ele afirma que é preciso o engajamento de outras forças no combate à produção ilegal de mercadorias e ao contrabando. "Se não forem eliminados os meios de fornecimento dos produtos aos ambulantes, vamos continuar apreendendo mercadorias e eles se reabastecendo". A Subprefeitura da Sé não prevê uma ação integrada com forças estaduais e federais no combate ao comércio ilegal nas ruas, nos moldes da ação desenvolvida no final da gestão da prefeita Marta Suplicy. Por meio da assessoria, afirma que faz sua parte com a atualização anual dos cadastros de ambulantes legalizados, que possuem Termo de Permissão de Uso (TPU). Desde o início da gestão de José Serra, assumida pelo atual prefeito, Gilberto Kassab, o número de ambulantes com TPU caiu de 1244 para 963 no Centro. Com a atualização anual, que está em andamento, é possível que haja nova redução. Caso os ambulantes permissionários não compareçam ou não comprovem o recolhimento das taxas municipais, terão as suas licenças cassadas. Luludi/Luz


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Transpor te Saúde Revitalização Ciência

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Milton Mansilha/Luz

David Sim, da Jan Gehl Architects

Tompkins, da Times Square

O sotaque da revitalização

Especialistas estrangeiros visitam a capital paulista e dão dicas de revitalização

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logiada por especialistas estrangeiros, a revitalização do Centro de São Paulo recebeu ontem novas dicas de soluções já aplicadas em outras grandes cidades do mundo e que podem ser usadas, pelo

Se existirem condições, o número de turistas e pedestres pelas ruas aumentará. Enrique Peñalosa, ex-prefeito de Bogotá

O PRINCIPAL É A MELHORIA DO ESPAÇO PÚBLICO

Newton Santos/Hype

Peñalosa, ex-prefeito de Bogotá

terça-feira, 25 de julho de 2006

menos de forma parecida, na capital paulista. Em mais uma "Aula São Paulo", organizada pela Secretaria Municipal de Relações Internacionais, estiveram presentes para contar suas experiências David Sim, associado da Jan Gehl Architects, da Escócia, o norte-americano Tim Tompkins, presidente da Times Square Alliance, e o ex-prefeito de Bogotá, Enrique Peñalosa, que faz par-

te do Institute for Transportation & Development Policy. Eles elogiaram o trabalho que tem sido feito na capital paulista e ressaltaram que já não pode mais ser chamado de revitalização, porque a região já possui "vida". A denominação correta, para eles, seria requalificação, pois o que falta é melhorar a qualidade de vida do local. Sim falou da revitalização em Copenhague, capital da Di-

As obras de revitalização na praça da Sé, no Centro de São Paulo, cercada por tapumes, estão aceleradas.

namarca, e disse que projetos parecidos podem ser aplicados em São Paulo. O principal é a melhoria do espaço público baseada no aumento de segurança, que inclui locais para as pessoas se protegerem da chuva e sentarem, e não apenas a diminuição da criminalidade. "Pensamos também em uma calçada bem feita para que os saltos não quebrem e as pessoas não tropecem em bancos de descanso. Antigamente, o centro de Copenhague era um local ruim, por causa de brigas, bebidas e prostituição. Precisamos de anos para mudá-lo", contou Sim. Na cidade dinamarquesa, a revitalização começou em 1962,

quando os governantes decidiram dar início a uma "pedestrinização". Hoje há 97 mil m2 destinados exclusivamente aos pedestres e às ciclovias. Não é preciso ir tão longe para ver que o investimento em regiões limpas e iluminadas, exclusivas para pedestres e bicicletas, ajudam a reduzir a criminalidade e a aumentar a qualidade de vida. Peñalosa contou que em menos de sete anos, desde que foi iniciado o processo de revitalização do centro de Bogotá, a quantidade de homicídios diminuiu de 87 por cem mil habitantes/ano para 18. Ao mesmo tempo, o número de usuários diários de bicicleta cresceu de

1% para 5%. Foram construídos 400 quilômetros de ciclovias. Para o ex-prefeito de Bogotá, os shoppings centers são exemplos de cidades com problemas. "As pessoas gostam de andar e caminham quilômetros pelas lojas em locais fechados. Mas têm medo de andar nas ruas. Se existirem condições, o número de turistas e pedestres passeando pelas ruas aumentará de forma considerável", disse. Estiveram presentes o subprefeito da Sé, Andrea Mataraz z o , o v i c e - p re s i d e n t e d a Emurb, Geraldo Biasoto, e o superintendente da Associação Viva o Centro, Marco Antônio de Almeida. Clarice Chiquetto

Jurubatuba pronto em 60 dias

C

om a aproximação do GP Fórmula 1, quando a estimativa de tráfego nas proximidades do autódromo de Interlagos chega a 50 mil veículos/dia, a entrega da primeira etapa das obras do Complexo Viário Jurubatuba será feita em 60 dias. "Até o final de setembro entregaremos o primeiro trecho das obras, que vai melhorar a qualidade do tráfego na região", disse o prefeito Gilberto Kassab, durante vistoria ao local, na manhã de ontem. O GP acontece no mês de outubro. Serão liberados e finalizados dois trechos de trânsito provisório, e aberta a ponte Vitorino Goulart da Silva, que terá dois sentidos. O objetivo é desafogar o trânsito das pontes Interlagos e Socorro, que recebem fluxo de 10 mil veículos em horários de pico. Iniciadas em 2004, as obras já consumiram R$ 80 dos R$ 100 milhões orçados. O motorista que seguir no sentido Cidade Dutra, poderá acessar a avenida Miguel Yunes, atravessar a ponte e seguir à esquerda pelas ruas Raimundo Lopes, Durval de Morais, Gregório Bezerra e Matias Beck. Para ir ao autódromo, a opção será atravessar a ponte e à direita, por uma alça de acesso, entrar nas avenidas Estação e Interlagos. As ruas locais serão ampliadas de 6 para 12 metros. A segunda etapa das obras do Complexo Viário Jurubatuba, prevista para terminar em 2007, fará a interligação entre os bairros Socorro, Cidade Dutra, Grajaú, Parelheiros, Jardim Ângela e Interlagos e beneficiará 600 mil pessoas. (RT)

Andrea Felizolla/Luz

Prefeitura prevê entrega do primeiro trecho do Complexo Viário para setembro, antes do GP de Fórmula 1


terça-feira, 25 de julho de 2006

Ambiente Compor tamento Urbanismo Tr â n s i t o

DIÁRIO DO COMÉRCIO

CEASA RECEBE VEÍCULOS ATÉ DE OUTROS PAÍSES

Fotos: Milton Mansilha/Luz

Rejane Tamoto

O

s frequentadores da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), que este mês comemora 40 anos, convivem com um problema muito comum à vida agitada da capital: os congestionamentos. O processo de revitalização que será feito na Ceagesp, com duração de cinco anos, deve priorizar também o tráfego e a logística e não só a recuperação de prédios e a melhoria das condições do comércio. Funcionando como uma cidade, devido a sua grandiosidade, o antigo Ceasa tem como principais responsáveis pelo trânsito interno os cerca de 10 mil veículos de transporte de cargas, que por ali trafegam dia e noite. Além deles, há 3.500 carregadores autônomos, que atendem os 3 mil vendedores do entreposto. O trânsito é sempre intenso, seja a pé ou ao volante. Como em qualquer cidade, existem códigos de organização. Para não ser atropelado por carregadores em meio às feiras atacadistas, por exemplo, basta prestar atenção à buzina natural, um assobio, que indica que o carrinho vai passar e que você deve sair da frente. Informal - Mesmo com o tráfego organizado informalmente, os congestionamentos provocam reclamações freqüentes dos vendedores e clientes dos atacados. O comerciante Naor Lopes dos Reis, de 42 anos, dono da Naor Distribuidora de Alimentos – um boxe que vende diariamente 70 mil toneladas entre batata, cebola e alho – defende uma reforma no sistema logístico. "O trânsito está muito tumultuado, tem muito caminhão que vem do interior de São Paulo, sul de Minas Gerais e Paraná e não consegue descarregar direito. O cliente também tem de parar longe do boxe", reclamou Naor. A cliente Maria Ramarez, de 38 anos, feirante, costuma ir ao Ceasa três vezes por semana para comprar frutas, batata, verduras e legumes. Para ela, sexta-feira é o dia mais difícil. "É complicado porque na sexta-feira também acontece a feira de flores. Compro batata e depois tenho de ir aos setores de frutas e legumes. Chego a demorar mais de uma hora, por causa das flores". O comerciante Renato Perez de Lima, dono de uma distribuidora de abóboras, acredita que o único ponto negativo para a venda a atacado no Ceasa é o trânsito. "O movimento é bom, mas o trânsito não coopera. Essa organização é importante para melhorar a rotina". Prioridade – De acordo com o gerente da Ceagesp, Carmo Zeitune, as melhorias no tráfego são prioritárias no processo de revitalização. As medidas facilitarão o trânsito de veículos, que chegam do interior, de outros estados e países, transportando as 3 milhões de toneladas comercializadas anualmente no entreposto. "É um volume bastante alto, considerando a parte logística, não só de acesso, como também de estacionamentos. É fundamental que a revitalização contemple esse aspecto prioritariamente, para que compradores, vendedores e prestadores de serviços possam ter uma melhora efetiva no processo de comercialização e distribuição. A revitalização também deverá criar um ambiente apropriado para a movimentação das mercadorias feitas pelos carregadores", assegurou Zeitune. Carregadores - Os carregadores autônomos são identificados pelo avental amarelo, por um crachá e pelos percursos que fazem com carrinhos de mão cheios de verduras, legumes e frutas. Eles sempre es-

Os carregadores autônomos atendem 3 mil comerciantes do entreposto. Congestionamento na Ceagesp atinge quem anda a pé ou de carro.

TRÂNSITO TAMBÉM DENTRO DA CEAGESP O processo de revitalização da Ceagesp, que este mês comemora 40 anos, vai priorizar também o trânsito interno, considerado um grande problema por comerciantes e fregueses. A cidade Ceasa recebe 10 mil veículos de transporte de cargas nas 24 horas do dia, além de 3.500 carregadores autônomos que atendem os 3 mil vendedores do entreposto. O cliente precisa ficar atento para não ser atropelado por um carrinho, para isso é só prestar atenção na buzina: um assobio do carregador.

A

Faixa Cidadã, uma faixa de rolamento preferencial dos motociclistas, começou às 7h30 de ontem e já registrou dois acidentes envolvendo motos em um dos corredores onde foi implantada a operação. Na avenida Rebouças, Joana Silva, de 21 anos, foi atropelada por um motociclista, por volta das 8h, próximo à rua Oscar Freire. Joana é uma das entregadoras dos 300 mil folhetos informativos da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) sobre a Faixa Cidadã. O motociclista trafegava pela faixa chamada de corredor, que divide a faixa preferencial e a pista central. Ela e o motociclista, Manuel Leite, tiveram ferimentos leves e foram socorridos pelo Corpo de Bombeiros, que os levou para o Hospital das Clínicas. O outro acidente aconteceu por volta das 12h30, também na pista sentido Centro da Rebouças, envolvendo uma motocicleta e um veículo de passeio. Os veículos ocupam a faixa da direita da via. (AE)

Kauê, Edinei e Carla: o varejão noturno já virou um passeio familiar

RECLAMAÇÃO As queixas sobre iluminação pública aumentaram em 50% no primeiro semestre deste ano

RECURSO PARA SUZANE

O

s advogados de Suzane von Richthofen vão tentar reduzir a condenação de 39 anos e meio para 24 anos de prisão. Hoje os advogados Mário Sérgio de Oliveira, Mauro Nacif e Denivaldo Barni devem se reunir para decidir qual será a estratégia

tão correndo porque ganham por viagem e por peso. Adão Rêgo de Lima, de 42 anos, foi carregador durante 22 anos. "Existem carregadores que ganham R$ 1 mil por mês. Só saí desse ramo porque tenho problema na coluna", disse. A vida de carregador que Adão levava é diferente da que leva hoje como vendedor de melancias do Verdinho Comércio de Frutas. Segundo o ex-carregador, a venda de melancias caiu 60% por causa do inverno. Por isso, a espera pela freguesia o deixa com saudades da vida de carregador. "Quando eu era autônomo, estava em lugares diferentes a cada momento. Encontrava amigos em todos os setores.

A

Ó RBITA

MOTO

O movimento na Ceagesp é bom, mas o trânsito não coopera. Renato Perez de Lima, comerciante

Varejão noturno: compras, comida e diversão

A feira noturna para o varejo acontece às quartas-feiras, das 16h às 22h. Clientes garantem que os produtos são de melhor qualidade. Além de fazer compras, muita gente aproveita para jantar nas barracas de comida japonesa, batatas-suíças, pastéis ou acarajés. CALOR A temperatura em São Paulo ontem atingiu 30,4 graus. A mais alta para o mês desde 1943.

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para pedir o habeas corpus. Caso o pedido seja aceito e as qualificadoras (meio cruel, motivo torpe e impossibilidade de defesa das vítimas) retiradas, a pena poderá ser reduzida para 24 anos: 6 anos pela morte de Manfred e 18 pela de Marísia von Richthofen. (Agências)

Ceagesp também é considerada por muitos como um roteiro de passeio e diversão. Pelo menos isso é o que pensa a família do vendedor Edinei Gimenes, de 36 anos. Junto com a esposa, a comerciante Carla Viana Carneiro, e com o filho de 12 anos, ele freqüenta o varejão noturno às quartas, das 16h às 22h, há oito anos. "Posso ir depois do trabalho e o atendimento e o preço são bons. Também é um passeio", disse Edinei. Carla costuma gastar cerca de R$ 100 cada vez que vai à feira. Ela experimenta de tudo e pechincha muito. "Os produtos são mais baratos. As frutas são mais frescas do que no supermercado". A comerciante afirmou que ir à feira noturna é um costume transmitido pelos pais. "Não é aquela compra chata, feita por obrigação. O interessante é que aqui tem de tudo, queijos, vinhos, frutas. É uma feira superestilizada". Depois das compras, o casal costuma jantar nas barracas que vendem de comida japonesa, pastéis, batatas-suíças a acarajés. Carla e o filho Kauê preferem pastel. Segundo uma das proprietárias da banca de pastel, Toshie Kanachiro, de 52 anos, são vendidos de 800 a 1000 unidades/dia. "Chegamos aqui às 14h30 e ficamos até às 22h". O clima da feira noturna na banca de pastéis é mesmo de diversão. (RT)


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

terça-feira, 25 de julho de 2006

LENTE DE

AUMENTO

O SUSTO DA QUEDA ANUNCIDA JOÃO DE SCANTIMBURGO

e o presidente também, porque não colocou ordem na casa, na percepção do eleitor. Em maio se sabia que este desgaste de imagem de Lula iria ocorrer na campanha, com a TV. Só que começou a ocorrer antes. E Lula nada pode fazer, a não ser mudar sua estratégia: em vez de jogar para ganhar no primeiro turno, agora terá que pensar como fazer para ganhar num segundo turno, sabendo que no primeiro todos o terão como alvo. Há literatura a respeito do que fazer no primeiro turno para construir uma maioria no segundo. É bom mergulhar nela. Os discursos de Lula no sábado e no domingo foram um desastre nesse sentido.

FIM DE Roberto Alvarenga

N

inguém tem mais dúvida de que a imagem de Lula começa a ser atingida. Era esperado que isso ocorresse com a entrada da TV e a volta das imagens da corrupção patrocinada pelo governo federal e descoberta em 2005. Lula - que tentou empurrar a eleição pra frente, com a barriga, até pelo menos 1º de agosto teve que antecipá-la e já voltou aos palanques de forma desastrada. Essa mudança de rumo pode agravar o desgaste de sua imagem. Antes, dever-se-ia perguntar: por quê? Uma razão é que a presença da senadora Heloísa Helena eliminou a percepção de que "todos são iguais", em que Lula apostou.

Encabrestando o coringa BENEDICTO FERRI DE BARROS

A Evaristo Sá/AFP

Segundo turno à vista

Outra, estudada pelo professor André Blais, da Universidade de Toronto, é a taxa de informação vis a vis escândalos passados. A proximidade da eleição - e, depois, a eleição em si - aumentam esta taxa. Um trabalho realizado pelos professores Powe, Pereira e Rennó, das Universidades da Flórida, Michigan e Arizona (Opinião Pública, estratégia presidencial e ação do Congresso no Brasil) nos ajuda ainda mais. Eles afirmam que o descontrole/parálise do Congresso influencia a visão dos eleitores sobre o desempenho do presidente. Ou seja, num regime presidencialista é como se o presidente fosse o chefe e tivesse perdido o controle do governo. Nesse sentido, os escândalos que Lula joga para dentro do Congresso, como o dos Sanguessugas (que seria impossível sem a função matriz do Executivo), é percebido pela opinião pública como escândalo da política. Os deputados se desgastam

Intensificaram o vetor de desgaste de imagem pela escolha do tema e iniciaram a desconstrução de um segundo turno (alianças), visto agora como certo.

PS

Semana passada fomos informados por um delegado da Polícia Federal que policiais-hackers, sob comando político, haviam entrado no Ex-blog e clonado de forma a invibilizá-lo. Soubemos que seria hoje e suspendi a emissão. Com esta introdução repassamos em seguida o Ex-blog de hoje. Continuamos firmes no próposito de analisar e informar, muitas vezes com fatos e opiniões que a imprensa não pode divulgar ou só o faz com atraso. Se a guerra política é eletrônica, vamos a ela. Este Ex-blog continuará contando tudo. Os governos e seus candidatos que se cuidem. Vem muito mais por aí. ANÁLISE DE CESAR MAIA, PREFEITO DO RIO (PFL) BLOGCM@CENTROIN.COM.BR

O Congresso prejudica a candidatura de Lula

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

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s mais recentes pesquisas do Datafolha confirmaram a tendência que vem se manifestando desde o início, de crescimento da candidatura Alckmin e queda da de Lula. Lula ainda tem 44% das intenções de voto, o que lhe daria com 52%, vitória no primeiro turno. Contudo, seria uma vitória garantida apenas pelo 2% e 30% dos entrevistados declararam que podem mudar sua intenção. Na antevéspera do vôo eleitoral isso cria uma perspectiva alarmante para um segundo turno e provoca um formigamento nos altos escalões do PT. Daí a iniciativa do comando petista de editar uma cartilha denominada de Os dez mandamentos da reeleição, destinada a disciplinar a atuação não só dos coordenadores da campanha como do próprio Lula. Não vá ele - não como Zidane, nem na última, mas a qualquer hora - dar uma cabeçada que estrague toda a festa, como aptamente foi comentado neste jornal. A saber, se o coringa do PT vai se encaixar na cartilha, aceitar os 10 Mandamentos da "Lei do PT" e meter a cabeça no cabresto. Lula se encaixou de bom-grado na postura de coringa ao não exercer o governo, deixando isso a cargo da mafiocracia petista e saindo em tournée pelo mundo e pelos palanques da reeleição do País durante seu primeiro desmandato. Contudo, por artes do demo - ou, não se sabe, de outro tipo de "espírito" desencabrestado - cometeu

maior número de cincadas políticas do que qualquer outro presidente brasileiro. E cincadas políticas podem ser fatais, como atestam os precedentes de Jango, Jânio e Collor, para citar apenas os mais recentes.

A

ssim, o decálogo do PT visa mantêlo escondido e o mais afastado possível de toda a frente da campanha para evitar uma jogada desastrada e desastrosa. Os 10 mandamentos são uma coleção completa não do que ele pode, mas do que não deve fazer. É uma leitura edificante e ao mesmo tempo hilariante. Pois o preceito fundamental dos mandamentos é que o candidato que pleiteia representar o povo deve se expor ao mínimo, evitar a mídia, fugir de entrevistas, só falar sobre temas de campanha e em termos positivos, evitar comparecer no comitê da campanha, e outras que tais. Em suma, esconder-se ao máximo. Parece que o PT tem um medo muito grande dos erros que seu coringa é capaz de cometer. E os chefes da campanha não querem nem vê-lo nem que ele se meta na campanha propriamente dita. É o caso de saber se Lula se acha disposto e capacitado para seguir a cartilha e cumprir esses 10 Mandamentos, que não são propriamente os que Moisés recebeu. Será que combinaram isso com ele?

O s 10 mandamentos do PT enumeram o que Lula não deve fazer na campanha

A vez da nota fiscal eletrônica MARCO BUENO

D

epois do SPB (Sistema de Pagamento Brasileiro), que levou as empresas a se adequarem tecnologicamente para efetuar transações financeiras em tempo real, um novo projeto de informatização começa a movimentar o segmento corporativo. A bola da vez é a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e). Apesar de ser o assunto do momento com ampla divulgação em mídia e entidades representativas do setor, a maioria das empresas está totalmente despreparada e carente de informações. A Nota Fiscal Eletrônica vai substituir os atuais talonários, registros fiscais e contábeis por modelo digital. Desde abril, a NF-e se encontra em fase de testes nas 19 maiores empresas dos estados de São Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás e Maranhão. No ano que vem, o sistema deverá atingir cerca de 2 mil corporações e até final de 2008 companhias de todos os portes, envolvendo mais de 10 mil usuários de todo o País. O projeto visa criar mecanismos capazes de melhorar o acesso e a qualidade das informações dos contribuintes Pessoa Jurídica, e promover uma fiscalização mais eficiente no âmbito federal, estadual e municipal. Assim, ao emitir a nota digital, a solução irá gerar em tempo real informações para o controle de ICMS. A NF-e também estará integrada SPED (Sistema Público de Escrituração Digital), que permitirá enviar ao Fisco a contabilidade consolidada do ano em formato de documento eletrônico com validação jurídica. Na prática, o sistema da NF-e não é muito diferente do envio da Declaração de Imposto de Renda via ReceitaNet. Para as empresas usuárias, as mudanças trarão alguns benefícios como gastos com papel, material de impressão, espaço para a armazenagem de documentos, além de reduzir o tempo de espera dos caminhões nos postos fiscais de fronteira, ou seja, da

entrega dos produtos. Já o governo prevê um aumento de arrecadação, já que poderá promover uma fiscalização mais eficiente com informações mais transparente do contribuinte e cruzamento dos dados da Receita com a da Fazenda de diferentes estados e municípios. Entretanto, as mudanças trazem algumas desvantagens iniciais. Como os usuários corporativos passarão a sofrer maior exposição fiscal, eles terão que organizar sua base de dados e ERP (sistema de gestão interna), para assegurar que todas as informações mencionadas na nota estão corretas e de acordo com a lei, uma vez que o sistema com assinatura digital não admite erros e nem retificações.

A

falta de infra-estrutura e de conhecimento técnico das operações, verificada hoje na maior parte do mercado, representa, sem dúvida, o principal gargalo para o projeto. Esse problema se torna ainda mais agravante nas pequenas e médias empresas que, assim como as demais, serão incluídas no programa até 2008. Portanto, os empresários precisam correr para se adequar ao processo de gestão tributária dentro do prazo estabelecido pelo cronograma, porque o Fisco não espera. Ainda é cedo para avaliar com precisão o impacto da NF-e. O governo ainda está estudando o layout final do projeto junto a fornecedores de tecnologia e companhias participantes, e outras mudanças deverão ocorrer para tornar o sistema mais simples e barato. Com a informatização crescente dos processos fiscais, o ambiente competitivo se torna mais justo. Caberá aos empresários decidirem se é melhor sustentar a operação dentro da lei ou sair do mercado. MARCO BUENO É DIRETOR DE CANAIS ALIANÇAS DA MASTERSAF MBUENO@MASTERSAF.COM.BR

O s empresários precisarão de gestão tributária. O Fisco não espera.

NOVELA

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eja-me permitido dar esse título ao longo noticiário da crise da Varig e de sua solução pela VarigLog. A opinião pública não estava minuciosamente informada sobre a operação VarigLog, uma companhia do Grupo Varig vendida a homens de negócios. A Varig tem uma longa história, que vem desde o Sindicato Condor, passa pelos descendentes de alemães e chega às administrações menos brilhantes dos últimos anos. Os novos proprietários da Varig, todos do ramo, recebem uma empresa em operação e poderão obter ganho de causa logo nos primeiros meses de nova administração. As providências anunciadas pelos novos proprietários são as clássicas da economia liberal. Assim seja, portanto, o novo breviário da Varig para a sua salvação como uma empresa de aviação comercial.

Chegou-se a uma solução para o Caso Varig. Diremos, um fim de novela aparentemente feliz.

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emos acompanhado o problema da Varig passar pela Justiça, sofrer interrupções, com interessados se manifestando pela aquisição de suas ações. O negócio não era fácil de ser equacionado, pois uma companhia de aviação como a Varig tem ramificações numerosas, que devem ser atendidas pelos peritos que a controlam e administram. Vê-se pela conclusão a que chegou a VarigLog que os seus adquirentes já estavam de posse da fórmula viável para fechar o negócio como foi fechado na Justiça, por um preço razoável. Agora é partir para a reconstituição da empresa, saneando-a de seus abalos no corpo do pessoal administrativo e técnico, e na conservação das aeronaves, inclusive a parte obtida por locação nos EUA, onde as leis são severas a propósito desses compromissos. Vê-se que se chegou a uma solução para o Caso Varig; diremos, um fim de novela aparentemente feliz. E que feliz continue a sê-lo, no interesse da aviação comercial brasileira, da qual foi a Varig uma das empresas mais categorizadas. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


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Congresso Planalto Eleição Estadual CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 25 de julho de 2006

O povo tem saudade da Marta (Suplicy). Aloizio Mercadante

SERRA CRITICA ATRASO DA REFORMA

EM CAMPANHA NAS RUAS DO ITAIM PAULISTA O CANDIDATO DIZ QUE O DEBATE, AGORA, É ELEITOREIRO. Amanda Loureiro / AE

SERRA: REFORMA POLÍTICA JÁ VEM TARDE. Para o candidato do PSDB, a reformulação da atividade política é importante, mas inócua se não vier acompanhada de rígida disciplina do comportamento dos políticos. Ele disse estranhar, no entanto, que a discussão em torno da reforma só tenha merecido atenção do presidente Lula agora, às vésperas da eleição, de modo a favorecer a sua candidatura.

O SUPLICY SENADOR PEDE CONVOCAÇÃO DO PRESIDENTE LULA PARA EXPLICAR ESCÂNDALOS Logo em seguida, os parsenador Eduardo Suplicy (PT), candi- ticipantes pediram a opidato à reeleição, nião de Suplicy sobre a parvoltou a defender ontem a ticipação do presidente no convocação do presidente caso do mensalão. O candiLuís Inácio Lula da Silva no dato petista alegou que não Senado ou na Câmara Fede- saberia responder sobre a ral para que ele dê explica- extensão do envolvimento ções sobre o andamento dos de Lula no caso, mas... “Anprogramas sociais da atual tes do surgimento do caso gestão e, principalmente, mensalão, soube que alguns sobre os escândalos do men- d e p u t a d o s e s e n a d o re s salão e agora dos sangues- pressionaram o Poder Exesugas. A declaração foi dada cutivo com diversos pedidurante a sabatina organi- dos. E essa pressão foi admizada pelo jornal Folha de São tida pelo governo federal”, Paulo no Shopping Higienó- respondeu o senador. Eleição – Outro assunto polis, região central da Capital. Entre outros assuntos, muito discutido na sabatina Suplicy ainda revelou que foi, logicamente, a eleição que seria “interessante” um para a presidência da Repúsegundo turno presidencial blica. Perguntado sobre um entre Luiz Inácio Lula da Sil- possível segundo turno aos va e a também senadora e candidatos ao Palácio da Ala m i g a H e l o í s a H e l e n a vorada, Suplicy afirmou (PSol). Ao fim do encontro, que gostaria que os “rivais” Suplicy ainda cantou a mú- fossem o presidente Lula e a sica “Blowin’ in the Wind” ex-petista e agora candidato (ou Explodindo no Vento) pelo PSol, Heloísa Helena. “Nessa situado roqueiro ção (Lula contra americano Bob H el o í sa ) o meu Dylan. apoio é para o Suplicy abriu Num eventual a série de sabati- segundo turno entre p r e s i d e n t e sempre. Mas nas que o jornal Geraldo Alckmin promoverá com (PSDB) e a Heloísa, o num eventual segundo turno os candidatos ao Senado e ao- meu voto será para entre Geraldo A l c k m i n governo de São a senadora. Paulo. Hoje, o Senador Eduardo (PSDB) e a Heciclo de debate Suplicy, ontem, em loísa, o meu vocontinua com a sabatina da Folha. to iria para a senadora”. presença de Suplicy ainda Guilherme Afif Domingos (PFL) e amanhã rasgou elogios a senadora. será a vez de Alda Marco "Tenho por Heloísa Helena Antonio (PMDB). Os candi- carinho, respeito e amizade. datos ao Palácio dos Bandei- Votei para que ela não fosse rantes José Serra (PSDB), expulsa do PT. Eu preferia Orestes Quércia (PMDB) e que ela ainda estivesse no Aloizio Mercadante (PT) partido. É louvável o procetambém participarão da sa- dimento ético da senadora." O senador revelou ainda batina nos próximos dias. Platéia – Mercadante, in- que chegou a ser convidado clusive, acompanhou meta- para ingressar no PSol, mas de da sabatina (que durou que não deixou o PT porque pouco mais de duas horas) acredita nos programas do ao lado do presidente esta- partido. "Não posso deixar dual do PT, Paulo Frateschi. minha família. O PT tem Os dois testemunharam p ro c e d i m e n t o s q u e n equando, por quatro vezes, o nhum outro partido tem. candidato à reeleição ao Se- Quero permanecer no partinado defendeu a convoca- do e ajudá-lo a reparar os erção do presidente Lula na ros que cometeu." O combate ao Primeiro Casa para uma espécie de prestação de contas. “Sem- Comando da Capital (PCC) pre defendemos (ele e Lula) também foi discutido no enesse procedimento de trans- contro. O candidato petista parência na política. Caso disse que respeita a decisão seja aprovado, em segunda do governador Cláudio votação, o requerimento de Lembo (PFL) de não aceitar convocação do presidente, o envio da tropa da Força os senadores irão questioná- Nacional. “Porém, o goverlo sobre o andamento dos nador precisa demonstrar programas sociais e as duas que o problema será solupolêmicas geradas na atual cionado". gestão”, disse. Ivan Ventura

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HOJE, O SABATINADO SERÁ GUILHERME AFIF DOMINGOS.

candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, ironizou a afirmação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição pelo PT, de que, se vencer o pleito de outubro, terá como prioridade implementar a reforma política para disciplinar a atividade governamental e a condução dos trabalhos no Congresso Nacional. "Não adianta agora, tardiamente, falar de reforma política", criticou. "Todo mundo sempre fala (sobre a implantação da reforma), mas na hora H, nunca se faz. É preciso ter determinação", acrescentou Ser-

ra, após participar de uma caminhada, à tarde, pelas ruas e avenidas do bairro Itaim Paulista, na zona leste da Capital, ao lado do candidato tucano à Presidência da República, Geraldo Alckmin. Comportamento – Na avaliação de Serra, as discussões sobre a reformulação do sistema político são muito importantes, porém há um fator de maior preocupação a ser levando em consideração numa proposta de mudança, que é o comportamento dos políticos e o seu comprometimento com o mandato, em respeito ao eleitor. "Você pode ter os melhores institutos do mundo e não fun-

cionarem direito, por causa do comportamento dos políticos", emendou. Ele acredita que a reforma política tem um peso significativo na administração pública, mas é preciso determinação do próprio presidente e de seus assessores técnicos para colocá-la em prática. E isso, reiterou o candidato tucano, não aconteceu ao longo da gestão Lula, e a questão só veio à tona neste momento, justamente às vésperas da eleição presidencial, como plataforma eleitoral, o que não seria razoável nem aceitável. Na visita ao bairro do Itaim Paulista, um dos mais populo-

sos da cidade, Serra disse que, se for eleito, uma de suas prioridades será o incremento da linha F da Companhia Paulista d e Tr e n s M e t r o p o l i a n o s (CPTM) para ampliar a rede de transporte da região e atender melhor a população local, muito carente neste aspecto. "Vamos modernizá-la, a ponto de transformá-la em metrô de superfície", anunciou, ressaltando que essa linha ligará a capital até Mogi das Cruzes. Depois de caminhar pelas imediações da Avenida Tito, uma das principais do bairro,Serra visitou a Casa de Apoio à Mulher Vítima de Violência, na região. (AE)

MORADORES PEDEM A MERCADANTE A VOLTA DE MARTA Amanda Loureiro / AE

candidato do PT ao governo do Estado, Aloizio Mercadante, fez campanha ontem em São Matheus, na zona leste de São Paulo, reduto eleitoral de Marta Suplicy. Em sua incursão pela principal avenida do bairro, Mercadante foi acompanhado por deputados que defenderam o nome da ex-prefeita nas prévias do partido. Hoje o petista volta à zona leste, desta vez a Itaquera, outro local onde Marta foi bem votada. A ex-prefeita o acompanhará. Será a primeira agenda externa conjunta dos dois. No sábado, ela esteve na inauguração do comitê de campanha do senador. Em seu discurso para cerca de 100 militantes, Mercadante elogiou a gestão da petista na prefeitura paulistana e lembrou que ela construiu dois CEUs (Centros Educacionais Unificados) no bairro. Mercadante entrou em várias lojas e, num salão de cabeleireiros, acabou passando por uma saia-justa, proporcionada paradoxalmente, por um petista. "Tinha de ser a Marta", disse ao candidato o torneiro mecânico Moisés Batista da Silva, enquanto cortava o cabe-

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Gastando a sola: Mercadante engraxa os sapatos em São Matheus e ouve elogios à administração Marta.

lo. O senador sorriu, apertou a mão do eleitor, e continuou sua caminhada pela calçada, tornada estreita pela aglomeração de militantes e moradores que se espremiam entre lojas e barracas de produtos piratas. Mais tarde, em entrevista, ele afirmou que a escolha de seu nome como candidato do

PT ao governo do Estado se deu após "grande discussão" no partido. "O povo tem saudade da Marta", afirmou. A caminhada por São Matheus durou uma hora e 20 minutos. Nesse meio tempo, parou para engraxar os sapatos com Adalgiso José de Lima, 62 anos. Pagou a despesa de R$ 4

com uma nota de R$ 10. Santista, o senador posou para fotos com uma camiseta de seu time. Um torcedor corintiano o cumprimentou. "O Corinthians e o senhor são as duas forças de São Paulo." Mercadante agradeceu. O Corinthians é o lanterna do Campeonato Brasileiro. (AE)

MINISTÉRIO PEDE VETO PARA DIPLOMA DE JORNALISTA m parecer do Ministério da Justiça encaminhado ontem à Casa Civil recomenda ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que vete integralmente o projeto de lei que restringe o exercício do jornalismo e que, se sancionado, exigiria o diploma para outras atividades jornalísticas, como comentarista esportivo, ilustrador, colunistas e críticos de variadas áreas. O parecer do Ministério afirma que o projeto "contraria os postulados do estado democrático de direito" e que afronta o direito à informação e a liberdade de expressão. Segundo assessores do governo, o presidente Lula deve acompanhar o parecer e vetar a proposta na sua totalidade. "Com o veto, espera-se ga-

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"É dever do Estado garantir rantir plenamente os valores constitucionais do pluralismo que o cidadão tenha acesso e da diversidade de idéias, opi- pleno às fontes de informação, niões e pontos de vista", diz o de maneira que, ao se negar a possibilidade de documento. um economista O projeto foi consagrado assiapresentado penar uma coluna lo deputado Pas- A exigência de periódica e remut o r A m a r i l d o diploma de nível nerada de econo(PSC-TO), em superior em mia, por exemabril de 2003, e plo, verifica-se tem o apoio da jornalismo limita além da irrazoaFederação Na- o exercício do bilidade da situacional dos Jorna- direito à ção, uma clara listas (Fenaj). Foi liberdade de violação à liberaprovado, na Câinformação. dade dominante, mara e no SenaTrecho do parecer que é o direito à do, em julho desser informado". te ano, quando O parecer afirseguiu para sanma ainda que a proposta impeção do presidencial. Para o Ministério da Justiça, diria ainda que um cartunista o projeto restringe o direito de ou um ilustrador de publicar suas charges e ilustrar uma reexpressão.

portagem. Da mesma forma, cientistas políticos não poderiam ser contratados para comentar a situação política do País. "A exigência indiscriminada de diploma de nível superior em jornalismo limita o exercício do direito à liberdade de informação". O documento do Ministério aponta inconstitucionalidades no projeto, que, segundo o parecer, dá uma nova definição da profissão de jornalista ao incluir novas atividades na sua lista. "Há um excesso na regulamentação da profissão". O parecer cita artigos da Constituição que garantem o livre exercício da comunicação, artigos de especialistas e até convenções internacionais em defesa da liberdade de pensamento. (AOG)


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terça-feira, 25 de julho de 2006

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Política

Agora que o Brasil está ajeitadinho, ajeitadinho, eles querem comer o filé mignon? Presidente Lula, ontem, na inauguração do seu comitê.

PREFERIDO NAS PESQUISAS E NOS ATAQUES ADVERSÁRIOS, PRESIDENTE DEIXA VERMELHO DO PT PARA TRÁS Ed Ferreira/AE

COM TUDO AZUL, LULA ABRE NOVO COMITÊ. A orientação dada pela coordenação da campanha de Lula é que as cores da bandeira nacional ocupem os espaços vagos pelo carmim petista

N Presidente Lula inaugura seu novo comitê em Brasília e segura o rádio que ganhou para se sintonizar com os anseios dos militantes presentes

ALCKMIN: GOVERNO É INEFICIENTE. Valéria Gonçalvez/AE

candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, Geraldo Alckmin, disse ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "tapa o sol com a peneira" ao culpar o sistema partidário pelos casos de corrupção no seu governo. Lula afirmou, durante o fim de semana, que uma reforma política é necessária para que sejam evitados episódios como os do mensalão. "Não é só reforma política, não. Corrupção se combate não permitindo impunidade", disse Alckmin a jornalistas em evento de campanha no Itaim Paulista, bairro no extremo da zona leste de São Paulo. "Corrupção existe pela tolerância, pelas más amizades, pela falta de controle e por governo ineficiente", afirmou Alckmin, acrescentando que Lula tem de "parar de jogar a culpa nos outros e assumir suas responsabilidades". Alckmin criticou as taxas de juros e a carga tributária, a qual prometeu diminuir caso vença as eleições de outubro. Ele destacou que o Brasil tem um grave problema fiscal, com a perda da capacidade de investimento e aumento dos impostos. "Precisamos agir com qualidade no gasto público para não aumentar os impostos, e investir em infra-estrutura, em logística e no transporte de massa", afirmou. "O sistema partidário dificulta a governabilidade. Eu pretendo logo em janeiro aprovar a fidelidade partidária. Se conseguir aprovar isiso rapidamente, já avança", disse. O candidato tucano decla-

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Durante caminhada, ao lado de Serra, Alckmin recebeu apoios mas foi cobrado por mais saúde e segurança

rou que a cláusula de desempenho, que dará representação no Congresso levando em conta um piso para os votos dados aos partidos, é um aspecto positivo das próximas eleições. Cobranças – O ex-governador paulista, para quem "o PT e o governo Lula abriram uma ferida na política brasileira", prometeu às pessoas que o cumprimentavam em um dos bairros mais pobres "substituir o mensalão por emprego". Apesar disso, também ouviu reclamações de eleitores. Enquanto falava em uma praça, alguns entre os cerca de 100 moradores presentes gritaram "Cadê a segurança?" Outros, como a vendedora Maria Garcia, 43, cobraram Alckmin pelo atendimento do

Corrupção existe pela tolerância, pelas más amizades, pela falta de controle e por governo ineficiente Geraldo Alckimin candidato tucano à presidência da República sistema de saúde na região. "Nossa prioridade vai ser a saúde, vai ser a saúde", respondeu o candidato. Apoios –Se na região Nordeste do País o desempenho de Geraldo Alckmin ainda é bas-

LULA É INCOERENTE, DIZ JORGE andidato a vicepresidente na chapa do tucano Geraldo Alckmin, o senador José Jorge (PE) subiu à tribuna, ontem, para fazer duros ataques ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele rebateu três pontos do discurso feito por Lula em Recife no fim de semana: reforma política, propostas para o Nordeste e baixo nível das campanhas. Segundo José Jorge, Lula não tem condições de falar em reforma política porque ficou quatro anos no governo e não propôs nada nesse sentido. Pelo

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contrário, acusou o presidente de utilizar métodos que contrariam a reforma política. Disse ainda que suas propostas para o Nordeste não andaram e que está fazendo uma campanha de baixo nível. "Essa é uma proposta indecorosa. Lula foi totamente incoerente com aquilo que vem fazendo em seu governo. Todos nós sabemos que o presidente não fez nenhum esforço pela reforma política. O presidente Lula foi lá e prometeu fazer uma reforma política se for eleito, que é pura mentira. Mesmo

as reformas mais simples que foram feitas, como essa lei que pretende reduzir custo de campanha, foi de iniciativa do senador Jorge Bornhausen", ele. Em relação ao Nordeste, José Jorge afirmou que Lula não tem nenhum plano para apresentar ao País. Segundo ele, a única proposta do governo, que foi a transposição do Rio São Francisco, além de não ter sido feita, serviu apenas para dividir a região. "É mais uma enganação, para enganar aqueles que não estão acompanhando, disse o senador. (AOG)

tante inferior ao de Lula, que tem mais de 60% das intenções de voto para as próximas eleições, os nordestinos que moram no Itaim Paulista demonstravam através de faixas o seu apoio ao candidato tucano. Perueiros e lojistas também pararam para cobrá-lo, sem deixar de lhe prometer os seus votos nas urnas em outubro. Transportes – O tucano Geraldo Alckmin defendeu o estabelecimento de políticas de incentivo às regiões metropolitanas de todo o País e garantiu que estuda uma redução dos impostos que incidem sobre os combustíveis como mais uma maneira para baratear o valor cobrado pelas passagens nos diferentes transportes públicos. (Reuters/AE)

o d i s c u r s o d e uma kombi da frota oficial da inauguração do Presidência da República les e u c o m i t ê d e vando frutas. A assessoria de imprensa da campanha em Brasília, o presidente Luiz Iná- campanha da reeleição explicio Lula da Silva disse que tem cou mais tarde que se tratava orgulho de seu passado e de de lanche e material para o pesseu governo e que a oposição soal da segurança da Presidênvai ter que lutar muito para ti- cia que estava no local desde o início da tarde. A lei eleitoral rá-lo do governo. "Se nós, na hora em que está- permite o uso de carro oficial vamos roendo o osso, fizemos apenas para os deslocamentos tudo isso que fizemos, agora do presidente da República e que o Brasil está ajeitadinho, “a servidores indispensáveis à ajeitadinho, eles querem co- segurança e atendimento pesmer o filé mignon que coloca- soal do presidente da Repúblimos na mesa? Não! Vão ter que ca” — com o devido ressarciroer o osso, como fizemos" afir- mento pelo partido da despesa equivalente. mou o presidente candidato. Na identificaDirigindo-se à ção das pessoas militância, disse que foram ao coque tem tudo pamício e ficaram ra ganhar, mas próximas ao paa l e r t o u q u e o Ganharam muito. lanque foram processo ainda Mas é melhor usados detectonão terminou. E dar lucro aos res de metal e tovoltou a atacar a bancos do que dos receberam o oposição: broche de papel " N ã o v a m o s fazer um Proer permitir que desPresidente Luiz Inácio usado nas portatruam o que fize- Lula da Silva em ataque rias da Presidênmos em quatro ao antecessor Fernando cia da República. A lei não trata esanos. Eles fizeHenrique Cardoso p e c i f i c a m e n t e ram por 500 deste caso, o que anos. E nós só tipoderá gerar vemos quatro anos! Com mais quatro anos consultas ou ações no Tribunal vamos fazer infinitamente Superior Eleitoral. A justificativa é de que a segurança do mais", previu Lula. Ainda no discurso, defen- presidente é feita pelo serviço deu o Bolsa-Família, negando de segurança do Planalto. Desânimo azul – Antes da que seja esmola, como dizem seus opositores, e reconheceu chegada de Lula, o mestre de que os bancos tiveram grandes cerimônia tentou por quase lucros em sua gestão. "Ganha- uma hora animar a platéia, enram muito. Mas é melhor dar sinando o novo jingle da camlucro aos bancos do que fazer panha, mas o clima não era de um Proer" disse, em referência muita animação no mar de faiao programa do governo Fer- xas e cartazes em tom de azul. nando Henrique que ajudou Os coordenadores da campanha do presidente Lula seguiinstituições financeiras. Máquina – Sem o vermelho ram à risca a determinação do tradicional do PT, com um for- publicitário João Santana de tíssimo esquema de segurança evitar o vermelho, marca que e dúvidas sobre o uso da má- embalou o petismo por anos. Em todas as faixas, balões e quina, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez ontem seu cartazes, inclusive no grande primeiro comício na capital fe- painel com a foto de Lula insderal, durante inauguração do talado na fachada do prédio, comitê da campanha pela ree- predominaram as cores do leição. No fim da tarde, quan- Brasil. No meio delas, uma tído o local ainda estava sendo mida estrelinha vermelha foi arrumado, chegou ao comitê mantida. (AG)


Logo Logo 25 DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO Ele ficava feliz comigo. E quando ele está feliz, joga bem futebol. Além disso, assisti a todos os jogos do Brasil e acho que Ronnie jogou bem. Da modelo Alexandra Paressant, namorada de Ronaldinho Gaúcho, ao explicar ao tablóide inglês The Sun que o craque "escapou várias noites da concentração" da seleção brasileira para ficar com ela durante a Copa. Ela acrescentou que ele é "uma maravilha na cama".

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terça-feira, 25 de julho de 2006

JULHO Recolhimento de ICMS, IRRF, IPI e DCide Dia do Escritor

F UTEBOL

De capitão a técnico

F RANÇA

Louvre para as massas O Museu do Louvre, em Paris, passará por obras de ampliação para receber ainda mais visitantes. Com espaço para ampliação – 12% das salas do museu estão fechadas – o Louvre foi reformado em 1989, quando ganhou a pirâmide de cristal e alumínio que se tornou seu símbolo. Mas já está pequeno para a demanda. Mais de 7,5 milhões de pessoas visitam o museu anualmente e, em 2010, o número deve chegar a 9 milhões de pessoas. Apesar de existirem várias bilheterias e de os visitantes optarem por uma das três alas

(Richelieu, Sully e Denon), o museu fica lotado, dificultando o trânsito de quem entra ou sai. A aglomeração de pessoas cria um barulho que atrapalha e irrita os visitantes que querem se concentrar na arte. Assim, o governo francês e a direção do museu optaram por novas obras, que têm como prazo inicial 2012, e que alterará o acesso principal ao museu e o local da livraria e do restaurante. Atualmente, o museu passa por obras para abrigar, em 2009 uma área dedicada às artes do Islamismo.

D INAMARCA Lars Helsinghof/Reuters

B RAZIL COM Z

Roupas com respeito

Dunga é anunciado como o novo técnico da seleção brasileira

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presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, anunciou ontem o nome do ex-jogador, que foi capitão do Brasil na conquista da Copa de 94, para substituir o agora impopular Carlos Alberto Parreira. Sem nenhuma experiência como treinador, Dunga vai completar 43 anos em outubro. Seu primeiro compromisso no cargo será o amistoso do dia 16 de agosto, contra a Noruega, em Oslo - a convocação ainda não tem data marcada. A sua comissão técnica ainda não foi anunciada. "Quero trazer para a seleção brasileira a mesma vontade que tive como jogador. Vi-

bração, motivação e vontade de vencer são imprescindíveis para vestir a camisa da seleção brasileira", disse Dunga. "A escolha do Dunga vai atingir em cheio o anseio dos torcedores brasileiros que querem na seleção um treinador vibrante", afirmou Ricardo Teixeira. O dirigente também revelou que o planejamento que começa a ser feito agora atinge a Copa de 2010, na África do Sul, e até a de 2014, que provavelmente será realizada no Brasil. Com a saída de Parreira, depois da eliminação do Brasil nas quartas-de-final da Copa da Alemanha, Dunga não estava entre os favoritos ao cargo - Paulo Autuori e Vander-

lei Luxemburgo eram os principais candidatos. Mas sua contratação foi rápida. Ele se reuniu com Ricardo Teixeira na tarde de ontem, no Rio, e acertou tudo. A reunião teve cerca de duas horas de duração, marcando, segundo a assessoria de imprensa da entidade, o "início da reformulação que o presidente da CBF vai implantar na estrutura da seleção brasileira". Entre as mudanças prometidas pela CBF está o trabalho integrado entre a comissão técnica da seleção principal e a das divisões de base. Além disso, haverá um "estreitamento da relação entre a comissão técnica e a presidência da CBF". (AE)

O norte-americano Miami Herald destacou em sua edição de ontem a moda feita pela Daspu, a casa de moda criada pelas prostitutas do Rio de Janeiro e que ganhou tanta publicidade que chamou a atenção dos norte-americanos. Os modelos da Daspu - que já ganharam as páginas da edição brasileira da Vogue e, em breve, estarão na Marie Claire - foram vestidos até por Gisele Bündchen no Fashion Rio. "Ainda há muita discriminação contra as prostitutas, mas isso está mudando", declarou Gabriela Leite, socióloga e exprostituta ao jornal, que fez questão de destacar que as roupas da Daspu podem ser usadas por todos. M ÚSICA

JPL-Caltech/R. Hurt/Reuters

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Mais de 150 papais noéis se reuniram ontem na convenção anual da "categoria" em Copenhague, na Dinamarca. No evento, eles competem para saber quem faz a melhor decoração de árvore e até jogam futebol.

C OPA 2006

Chávez em seu dia de Perón

O mistério da cabeçada

Na visita que faz à Argentina, no fim de semana, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, teve o prazer de dirigir o bem conservado Cadillac preto modelo 1951 pelos jardins da residência presidencial de Olivos, hoje ocupada por Néstor Kirchner, nos arredores de Buenos Aires. O Cadillac pertenceu ao presidente argentino Juan Domingo Perón. "Tive a honra de dirigir o carro de Perón. Ele está em perfeitas condições. Fez ''rac'', pegou rapidinho e demos uma pequena volta", contou o presidente venezuelano.

A expulsão de Zidane na final da Copa continua repercutindo. Ontem, o argentino Horácio Elizondo, que apitou a decisão, disse não saber como o quarto árbitro da partida, o espanhol Luis Medina Cantalejo, viu a cabeçada de Zidane em Materazzi. "Não sei onde ele obteve essa informação. O bandeirinha Dario Garcia me avisou pelo ponto eletrônico que Cantalejo viu a cabeçada e eu apliquei o cartão vermelho". Os franceses acusaram Cantalejo de observar a cabeçada pelo telão, recurso que seria proibido pela Fifa.

Pavarotti, de volta em 2007

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V ENEZUELA

ANTI-COLAPSO - Reprodução de imagem do telescópio Spitzer, da Nasa: a formação de um disco de poeira em torno de estrelas em rotação. Para os astrônomos, a poeira previne a morte das estrelas.

R EINO UNIDO C A R T A Z

Trajes de rainha

TEATRO

A peça O Eclipse (foto), de Sérgio Roveri. Com Alex Gruli, André Custódio e Evandro Vaz. Direção de Fábio Ock. Nova temporada no Espaço Satyros Um. Praça Franklin Roosevelt, 214. Telefone: 3285-6345. Às terças e quartas, 22h30. Até 30 de agosto. R$ 20

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erca de 80 vestidos, tiaras, coroas, colares e jóias que compõem a maior coleção de vestidos e acessórios usados por Elizabeth II durante seu reinado estão em exposição no palácio de Buckingham, em Londres. A mostra – Dress for the Ocasion – inclui o vestido feito por Norman Hartnell nos anos 40, de veludo preto e cetim (ao lado), e o traje da coroação, em 1953, e marca a abertura do palácio ao público. Muitas peças podem ser vistas no site. www.royalcollection.org.uk

O CEP, diretório definitivo

Para pessoas que requerem cuidados constantes, o ExmoCare é um relógio que monitora sinais vitais como pressão e ritmo cardíaco, e pode identificar estados de ânimo do paciente. Os dados são coletados e enviados via BlueTooth para computadores ou celulares, permitindo a monitoração à distância. O sistema completo custa a partir de US$ 1.000.

Apesar de vários sites oferecerem a tal consulta de Código de Endereçamento Postal (CEP), o único local 100% garantido é mesmo a página dos Correios exclusiva para este fim. Para encontrar o CEP é preciso informar o nome da cidade, município, distrito ou povoado e o nome da rua ou de regiões administrativas. O site também traz CEPs especiais, números de caixas postais comunitárias e CEPs promocionais, além de dicas de endereçamento e informações sobre códigos internacionais.

www.exmocare.com

www.correios.com.br

No alto, a tiara Vladimir, presente do czar Nicolau em 1917. Acima, o vestido da coroação e um modelo feito por Hardy Amies em 1950 e usado em uma viagem ao Canadá. Ao lado e no canto, duas peças feitas para a rainha pelo estilista inglês Norman Hartnell

Um porto para naves espaciais A companhia Blue Origin, financiado e desenvolvido pelo fundador do site Amazon.com, Jeff Bezos, quer criar no Condado de Culberson, a cerca de 200 quilômetros ao leste de El Paso, nos EUA, um porto para naves espaciais. A nave espacial que partisse do "espaçoporto" decolaria verticalmente e, ao contrário do ônibus espacial da Nasa, também aterrissaria verticalmente. A nave atingiria uma altitude de quase cem quilômetros antes de descer e religar seus motores para "um preciso pouso vertical na plataforma". A empresa já está desenvolvendo veículos e o espaçoporto e aguarda apenas a autorização do governo dos EUA para iniciar a construção e os testes: cerca de dez previstos para este ano. L OTERIAS Concurso 148 da LOTOFÁCIL

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Um relógio que monitora saúde

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E SPAÇO The Royal Collection © 2006, Her Majesty Queen Elizabeth II

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O tenor Luciano Pavarotti, que há duas semanas foi submetido a uma cirurgia para a retirada de um tumor no pâncreas, espera voltar a cantar no próximo ano, segundo informou o jornal La Stampa, de Turim. "Quero terminar a minha turnê. Não posso dar datas precisas, porque dependo da opinião do médico, mas acho que poderei voltar no início do próximo ano", afirmou Pavarotti ao jornal. Pavarotti também acredita que deverá voltar à Itália dentro de dez ou 15 dias. O tenor cancelou, no final de junho, uma série de concertos que faria no Reino Unido quando os médicos descobriram o tumor no pâncreas.

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Em Nova York, cerca de 12 mil pessoas entram na sua segunda semana sem eletricidade Casal de idosos guardava mais de 60 toneladas de lixo em casa no bairro do Itaim-Bibi Explosão mata pelo onze pessoas e deixa seis desaparecidos em mina de carvão na China

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

CPMI Planalto Eleições Congresso

terça-feira, 25 de julho de 2006

É assim (com militantes sem remuneração) que deve agir um partido de esquerda. Richard Araújo, professor da rede pública.

A BUSCA DOS CANDIDATOS PELO VOTO

NAS HISTÓRICAS RUAS DE SÃO BERNARDO, O PSOL VOLTA À SUA ORIGEM .

N

as escadarias da igreja da Praça da Matriz de São Bernardo do Campo, berço do PT, a candidata do PSol à Presidência da República, Heloísa Helena, disse que a política econômica do governo de Luiz Inácio Lula da Silva desestrutura o setor produtivo e p ro v o c a d e s e m p re g o n a s montadoras de automóveis. "Os juros altos, o câmbio baixo e os problemas com as exportações estão levando à desestruturação de grandes montadoras e a milhares de desempregados, não apenas dentro das fábricas, mas desde os fornecedores de peças aos revendedores de automóveis", afirmou. Heloísa foi ao ABC a convite de operários da Volkswagen e da oposição no Sindicatos dos Metalúrgicos. Ela fez uma rápida caminhada pela Rua Marechal Deodoro - uma das áreas de comércio que serviu de cenário, nos anos 70, para os confrontos entre a polícia do regime militar e os metalúrgicos grevistas comandados por Lula, que começava a ganhar projeção como sindicalista. Raiz do PT– Ao chegar à igreja matriz, que serviu de refúgio em mais de uma ocasião para os grevistas perseguidos, a candidata recebeu dos metalúrgicos um manifesto: "O governo e seus ministros mudaram de lado", dizia o texto. As cenas de campanha lembravam o nascimento do PT. Quem agitava bandeiras e distribuía panfletos eram militantes, que não ganham nada, como acontecia antes do PT contratar agências publicitárias e cabos eleitorais. "É assim que deve agir um partido de e s q u e rd a " , d i z i a R i c h a rd Araújo, professor da rede pública, que agitava, incansável, uma bandeira do PSTU. Para o estudante de biologia Idalício Reinberg Lima, que levava a bandeira do PSol, esta

Grito da terra

HELOÍSA HELENA U INVADE O REDUTO DE LULA Expulsa do PT em 2003, a candidata à Presidência da República pela frente de esquerda (PSol, PCB, PSTU) Heloísa Helena, visita metalúrgicos da Volkswagen e é recebida com festa em São Bernardo do Campo, berço político do presidente Lula.

Alckmin vai aproveitar o encontro de lideranças para acusar o presidente Lula de não ter cumprido as promessas que fez para melhorar o Nordeste na campanha de 2002. O candidato tucano acha que depois de Celso Furtado ninguém mais olhou pela região (nem FHC?).

IMPORTÂNCIA

Depois de São Bernardo, Heloísa Helena participa de encontro com metalúrgicos em São José dos Campos.

eleição pode ser a oportunidade de consolidar um partido que ocupe o espaço deixado pelo PT. À tarde, a candidata fez uma caminhada na Avenida Paulista, acompanhada do candidato ao governo de São Paulo pelo PSol, Plínio de Arruda Sam-

paio, outro ex-petista. Em um minicomício realizado no vão livre do Masp, Heloísa disse que o presidente Lula tenta ludibriar a população ao culpar o sistema político brasileiro pela corrupção dos partidos. "A legislação em vigor, seja o código penal seja o código eleitoral, já

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ITAMAR INDICA QUE PODE NÃO APOIAR ALCKMIN

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ma grande manifestação está sendo programada para recepcionar Geraldo Alckmin (PSDB) no Recife, dia 4 de agosto, quando o candidato deve lançar seu projeto de recuperação econômico e social do Nordeste. Trata-se de um compromisso que Alckmin assumirá: se eleito, promete administrar voltando-se para a região, a fim de atender ao Grito da Terra. A meta de Alckmin é melhorar sua posição no Nordeste, região (33 milhões de votos) que ainda dá amplo favoritismo a Lula. Na última pesquisa Datafolha, Alckmin aparece com 13% de índice de intenção de voto contra 63% do petista. A partir do lançamento do programa intitulado "Novo Nordeste", os tucanos querem dar uma arrancada e diminuir a diferença que separa os dois candidatos nas pesquisas.

REPRESENTAÇÃO

Roosewelt Cassio/Folha Imagem

estabelece como crime tudo o que foi feito pelos partidos". Um buquê de lírios brancos foi entregue a ela por Maria Cristina Mendes Caldeira, exmulher do presidente do PL Valdemar Costa Neto e candidata a deputada federal pelo PV. (Agências)

GENRO ATACA ALCKMIN

ex-presidente da República, Itamar Franco (sem partido), manteve indefinido seu eventual apoio a um candidato na eleição para o Planalto. Depois de almoçar com o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), Itamar não confirmou a adesão à candidatura do tucano Geraldo Alckmin e disse que tomará até o final desta semana uma decisão visando "os interesses de Minas" e a campanha presidencial em 2010. O ex-presidente foi reticente, sugeriu que pode optar pela neutralidade na disputa deste ano e não descartou apoio a outros candidatos, como Cristovam Buarque (PDT). "Os mineiros têm de ter à vista o sentido dessa campanha não apenas a eleição, agora. É uma busca de que Minas volte novamente ao governo

Eymar Mascaro

secretário de Relações Institucionais da Presidência da República, Tarso Genro, disse que o candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB), da coligação Por um Brasil Decente (PSDB-PFL), "não compreende o País". "O País precisa de reforma política porque o sistema atual alimenta a corrupção. A reforma política é um ato de

mudança para impedir que as pessoas que erram tenham facilidade de continuar a agir. Quem não compreende isso não compreende o País em que vive", afirmou Tarso. Na avaliação dele, a Operação Sanguessuga, da Polícia Federal, é "uma ação do governo contra um caso de corrupção desde 1995" e que vem se alimentando de um sistema político -legislativo viciado. (AE)

Pernambuco tem um colégio de quase seis milhões de eleitores. As pesquisas indicam que é significativa a diferença no Estado entre os dois candidatos. A previsão do tucano é que sua candidatura vai deslanchar depois que a população conhecer seu programa de recuperação do Nordeste.

REGIÕES Alckmin está preocupado também em avançar no Rio (11 milhões de votos) e em Minas (13 milhões). No Rio, Lula tem 40% de intenção de voto contra 22% de Alckmin e, em Minas, o placar está 45% a 26% para o petista.

DECISÃO Enquanto não decide se Anthony Garotinho vai se engajar na sua campanha, Alckmin vai continuar usando dois palanques no Rio: os dos candidatos a governador Eduardo Paes (PSDB) e Denise Frossard (PPS).

CAMINHADAS O PT programou viagens de Lula, até l3 de agosto, ao Paraná, São Paulo, Minas, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A maior preocupação do candidato é com São Paulo (26 milhões de votos). Alckmin tem 14 pontos a mais do que Lula entre os eleitores paulistas.

CONTATOS Com medo do crescimento de Alckmin, Lula vai para a campanha corpo a corpo, a partir de agosto. E mais: na tevê, o petista vai fazer comparações do seu governo com as duas gestões de FHC, mas sem esquecer de focalizar também o futuro na hipótese de ganhar um segundo mandato.

EXPULSÃO Começa a se falar no PDT na expulsão do partido do prefeito de Campinas, dr. Hélio, devido ao apoio que deu a Lula. Para o dr. Hélio, o candidato do PDT à presidência, Cristovam Buarque, não tem contato com o povo. Os pedetistas abominaram o comportamento do prefeito.

CRESCIMENTO

NULO central", afirmou Itamar, aliado de Aécio no seu projeto de chegar à Presidência dentro de quatro anos. Alckmin passou a buscar a adesão de Itamar depois que ele foi derrotado pelo ex-governador Newton Cardoso na convenção que definiu o candidato do PMDB mineiro ao Senado. Itamar ficou irritado com a interferência em favor de Cardoso por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem apoiou em 2002 e foi agraciado depois com o posto de embaixador na Itália. Aécio, contudo, já havia adiantado que não pretendia constranger o expresidente, conhecido pelo comportamento ciclotímico. "O governador não cometeria essa deselegância comigo", observou Itamar, que confirmou ter recebido um telefonema de Alckmin. (AE)

dos votos. Os três Estados, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina concentram quase 20 milhões de votos. Alckmin chegou a ter 37% do votos contra 30% de Lula na região.

Comenta-se que, em reuniões a portas fechadas, Garotinho estaria pregando o voto nulo para presidente. Segundo informações, o ex-governador do Rio tem elogiado Heloísa Helena, mas diz que não votaria nela devido ao seu partido, o PSol.

CONFIANÇA Os tucanos confiam na pegada de Aécio Neves e acham que o governador conseguirá transferir votos para Alckmin. Aécio Neves está com 73% de intenção de voto. Deve ser reeleito em susto no 1º turno. Além de Aécio Neves, Alckmin espera contar com o apoio de Itamar Franco em Minas.

EMPATE Alckmin não gostou ao saber que está empatado com Lula nas pesquisas no Sul do País, com 31%

Heloísa Helena (PSol) admite que nas próximas pesquisas pode chegar a 20% de intenção de voto. A candidata acha que pode chegar ao 2º turno. Sua irritação com ministros de Lula continua: ela diz que é mentira que pensa em acabar com o programa social Bolsa-Família.

RADICAL A senadora está radicalizando os discursos contra Lula para ganhar votos da parte do PT que está descontente. A tática de Heloísa Helena pode forçar Geraldo Alckmin a também radicalizar as críticas ao presidente. O tucano não quer deixar a senadora polarizar a campanha com Lula.

EXPOSIÇÃO O candidato ao Senado pela coligação PFL-PSDB, empresário Guilherme Afif Domingos, será sabatinado hoje no jornal Folha de S. Paulo. O candidato vai expor suas idéias e revelar como será sua atuação no Congresso, caso seja eleito senador.


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

DOISPONTOS -77

faria Fernandinho BeiraMar e Marcola parecerem ladrões de pirulito. O voto do ignorante eleitor médio brasileiro consagra, legitima, absolve, dá aval a todo tipo de marginal, que acaba virando autoridade.

Satisfação garantida e o dinheiro de volta

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Ed Ferreira/AE

itta é denunciado por corrupção, estampa o Jornal da Tarde de 5/7. Pois é, a notícia informa que vários são os crimes constantes da denúncia: corrupção passiva, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Além disso, informa que há os processos na área cível para recuperação de dinheiro que teria sido, ilegalmente, transferido para o exterior. Sua assessoria rebate dizendo que Pitta irá comprovar sua inocência perante o Poder Judiciário.

Assim, tem a obrigação não só informar a origem do dinheiro que custeia suas despesas, como também esclarecer como vive e como ou de onde aufere rendimentos, sem prejuízo é claro das informações sobre o dinheiro já repatriado.

Ora, por que prestar contas apenas à Justiça? Por que o Poder Judiciário terá esse privilégio? Sua inocência está abalada porque foi recuperada/ repatriada a quantia de US$ 1 milhão, assim está noticiado, dinheiro esse que se encontrava nas paradisíacas Ilhas Cayman. Por que sua assessoria não esclarece, como deve, esse fato. Se é inocente, como diz, sua obrigação como homem é prestar as contas devidas à população que, um dia, nele depositou sua confiança e o elegeu.

UM CONGRESSO VERGONHOSO

A

Pitta só pensa em dar satisfações à Justiça

mesma ousadia que tem para ser candidato em busca da imunidade parlamentar deveria ter, como homem corajoso, para prestar esclarecimentos devidos à população paulistana.

T

odas as generalizações são perigosas. Numa casa de representação popular, onde convivem os mais diversos tipos de personalidades, de caráter, de formação sócio-cultural-econômica, como o Congresso Nacional, onde se abriga a Câmara dos Deputados, generalizar seria cometer injustiças. Salvando-se, então, as exceções, podese dizer do Congresso, e em especial da Câmara, que é uma vergonha o que ali se faz em termos de corrupção,

PEDRO LUÍS DE CAMPOS VERGUEIRO PEDROVER@MATRIX.COM.BR

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O santo milagroso

A vida pública está dominada por picaretas. Perto deles, Beira-Mar é ladrão de pirulito.

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Roberto Castro/AE

Lula multiplicou pães e peixes para os banqueiros

articipei recentemente de reunião com lideranças políticas experimentadas em eleições. Elas participaram de diversos embates eleitorais, cujas regras garantiam aos coronéis de antanho os privilégios que praticamente eternizavam suas vitórias. Entregaram santinhos, fizeram comícios, participaram de debates. Algumas até emprestaram suas costas para suportarem pesados traseiros de políticos, que faziam deste expediente a demonstração maior de carinho e prestígio junto às classes mais empobrecidas. Beijar criança, então, nem se fala. Em muitas ocasiões, as crianças eram especialmente recrutadas para serem acariciadas e carregadas por braços e mãos sem nenhuma intimidade com estes gestos. Tudo pelo voto. Tudo pela vitória. Era um vale tudo. A única situação inaceitável era a derrota do seu candidato. Alguns contam, ainda com emoção, que guardavam suas férias e licençasprêmio, para trabalhar incansavelmente pelos seus líderes. Com a apuração dos votos, ganhando ou perdendo, voltavam à velha rotina, provocando ou sendo provocados pelos adversários e desafetos, na espera da próxima peleja. A paga, quando muito, era uma carta de agradecimento, com a assinatura de próprio punho. Ou, com sorte, uma fotografia com o candidato, com dedicatória explicitando a gratidão e amizade. Não podia faltar, é claro, a data do encontro. Sentem saudades deste tempo em que, sem pagas, lutavam pelos que acreditavam ser capazes de traduzir em ações concretas os discursos inflamados e recheados de promessas de uma vida melhor. Guardam símbolos, broches, santinhos desta época e chegam até entoar jingles. "Varre, varre vassourinha, varre, varre a bandalheira". Afinal, desde aquele tempo o povo estava cansado de viver desta maneira. Era a hora de um novo messias político distribuindo manás ao povo faminto de oportunidades.

M

essias político como aquele que, envolto num manto de paz e amor, brotado presidente está das entranhas de uma nordestina sofriconseguindo o da, irrigado por uma luta sindical discutível pamilagre de roubar ra os sobreviventes dos embates da época e – o a crença de todos mais importante – supostamente comprometinós, políticos ou do com a necessidade de mudanças que abrannão, e matando dariam a grande brecha social que envergonha a esperança de que nossa nação. juntos poderíamos Três anos e meio depois, este inebriado messias construir uma produziu pouco e seus milagres beneficiaram os Brasil melhor para mesmos de sempre. Quem comemora mais os resultados da "era lulista" que os banqueiros, emos nossos filhos. presas multinacionais e, é claro, as companheiras e companheiros beneficiários das malversações G Como não do luloduto e transfusões financeiras bem-suceaprendeu a multiplicar os pães didas das sanguessugas de ocasião? Do velho Lula sobrou a barba, a preguiça e inae peixes, temos o petência para o trabalho, o gosto pelas peladas – combate à fome e às vezes, geladas -, as agressões permanentes com nota zero ao idioma pátrio (que, para ele, abriga "esses" dee o Bolsa-família mais) e a capacidade de agradar, disfarçadadistribuindo os mente ou nem tanto, os seus patrões – atualmenpeixes e não se te, atendendo pelos nomes de Hugo e Evo. preocupando em Como não aprendeu a multiplicar os pães e peiensinar aos que xes, temos o combate à fome com nota zero e o bolsa-família distribuindo os peixes e não se preocunão sabem pando em ensinar aos que não sabem pescar suas pescar suas oportunidades. oportunidades. O mais grave é que este abúlico presidente está conseguindo o milagre de roubar a crença de todos nós, políticos ou não, e matando a esperança de que juntos poderíamos construir uma Brasil melhor para os nossos filhos. Lula, eu falei "nossos" e não "seus" filhos. Estes estão com o seu futuro garantido! G Este abúlico

MILTON FLÁVIO É PROFESSOR DE MEDICINA DA UNESP E

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H

PAULO SAAB

á também os marginais que se elegem travestidos de representantes de Jesus na Terra mas corrompidos até a alma pelo Maldito, e tentam posar de puros invocando o filho de Deus, enquanto enfiam a mão em toda bolsa de dinheiro que consigam alcançar. Fosse o eleitor médio brasileiro melhor esclarecido, menos ignorante, mais bem informado e melhor formado, e a canalha toda de bandidos travestidos de políticos iria piorar a situação carcerária no Brasil, superlotando as belíssimas cadeias brasileiras. Não concordo com quem diz que são anti-humanas. Antihumano é roubar, matar, desviar dinheiro público,

EX-VICE-LÍDER DO GOVERNO NA

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA EPMILTONFLAVIO@YAHOO.COM.BR

manipulação de verbas públicas e negociatas em favor deste ou aquele projeto de lei. Numa Câmara de cerca de quinhentos parlamentares, existirem acusações de envolvimento em corrupção direta, envolvendo mais de cento e vinte parlamentares, é constatar que a dignidade da representação popular no legislativo da União está seriamente comprometida, cancerosamente dilacerada.

A

ssim como deputados que renunciaram para recandidatar-se, outros que foram escandalosamente absolvidos em plenário, após condenação na Comissão de Ética, são todos candidatos à reeleição em primeiro de Outubro próximo, numa atitude de deboche, de descaso, de desconhecimento da opinião pública brasileira. E por quê? Simplesmente porque sabem como funcionam as corrupções eleitorais, os currais de votos e serão reeleitos como se donzelas ímpias fossem. O eleitor médio brasileiro não tem idéia do que se passa nos bastidores da vida nacional. Não tem noção do comportamento de seus governantes, seus políticos eleitos e em sua santa ignorância perpetua nos cargos, no poder, muita gente que

Rafael Ruas/Divulgação

terça-feira, 25 de julho de 2006

formar quadrilhas, invadir e destruir propriedade alheia. Bandido que põe fogo no colchão, na cela e depois vira coitadinho apoiado pelos ingênuos (ingênuos?) defensores dos direitos humanos por causa das más condições das prisões. Com arma na mão (ou caneta, conforme o caso) são valentes, arrogantes. Descobertos, presos, querem seus "direitos".

É

preciso rejeitar os atuais parlamentares. As exceções, poucas e raras, devem se salvar por ter outro tipo de eleitor, o esclarecido. À volta ao Congresso de condenados declarados na Comissão de Ética, de sanguessugas, de pais da pátria, porá o País de joelhos diante da vergonha que o acomete com tamanha má representação. A falta de educação, em todos os sentidos, torna o brasileiro médio escravo da vontade dos dominadores, tenham eles origem na elite ou no operariado. A vida pública brasileira está tomada, infestada, dominada, por picaretas sem pudor, que avançam na riqueza nacional para usufruto próprio, em detrimento de milhões de pessoas dignas, que suam a camisa diariamente para entregar quase tudo aos próprios, sob o nome de pagamento de impostos. PAULO SAAB É JORNALISTA PSAAB@UOL.COM.BR

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terça-feira, 25 de julho de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Congresso Planalto Corr upção CPI

5 Vamos apresentar no relatório o nome de todos cuja culpabilidade já é visível. Amir Lando, relator da CPMI dos Sanguessugas

QUANTOS SÃO OS SANGUESSUGAS?

Lúcio Távora/Folha Imagem

SANGUESSUGAS DÚVIDA NO NÚMERO DE ACUSADOS

O

Lando, relator da CPMI: 'Vamos apresentar no relatório o nome de todos cuja culpabilidade já é visível'.

DINHEIRO PÚBLICO O prefeito de São Sebastião, Juan Garcia (PPS), vai comprar um carro blindado.

Ó RBITA

Lindomar Cruz/ABr/04-2005

IMPUGNAÇÃO O PSB quer cancelar a candidatura de Roseana Sarney por propaganda antecipada.

Marcos Michael/JC Imagem/AE

QUEIXA-CRIME

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secretário nacional de Comunicação do PT e ex-ministro da Saúde, Humberto Costa, anunciou ontem a decisão de entrar com uma queixa-crime contra os jornalistas autores da reportagem da última edição da revista Veja, em que o nome dele é envolvido com a Operação Sanguessuga. O advogado Bráulio Lacerda, contratado pelo candidato ao governo de Pernambuco, também entrará com uma ação civil de perdas e danos contra a revista. Costa diz não ter nada a ver com o caso e pediu ao relator da CPMI, deputado Antônio Carlos Biscaia (PTRJ) uma apuração profunda e imediata. Leonardo Rodrigues/Hype/18-01-2006

ilonastaller.net

BOA DE VOTO

s integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas ainda não chegaram a um consenso sobre o número de parlamentares envolvidos no esquema de compra ilegal de ambulâncias com recursos do Orçamento, embora tenham a mesma fonte de informação: o depoimento do empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, dono da Planam. Um grupo de cinco integrantes da comissão apresentou ontem requerimento para a quebra de sigilo bancário e telefônico de todos as pessoas citadas pelo empresário. Se aprovado, a devassa poderá abranger mais de 200 pessoas, entre deputados, senadores, assessores parlamentares e até o ex-ministro da Saúde, Humberto Costa, citado por Vedoin por suposta interferência no pagamento de dívidas do ministério com a Planam. A CPMI pode votar o requerimento em uma reunião administrativa marcada para a manhã de hoje. Mas os próprios deputados acham que, com o Congresso vazio, dificilmente haverá quórum. Também poderá ser votado requerimento apresentado pelo mesmo grupo para que todos os 112 parlamentares e ex-parlamentares citados no depoimento de Vedoin sejam notificados. Até agora a comissão só notificou os 57 que estão sendo investigados pelo Ministério Público e pelo Supre-

RECOMEÇO

TSE MULTA CLODOVIL

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juiz eleitoral auxiliar James Siano multou o candidato a deputado federal Clodovil Hernandes (PTC) em R$21.282 por propaganda antecipada. No dia 2 de fevereiro, durante uma de peça teatral, Clodovil comunicou que pretendia se candidatar e pediu votos à platéia, segundo o Tribunal Regional Eleitoral (TSE). Conforme a decisão: “Buscar a simpatia e votos do público presente no seu espetáculo teatral, inegavelmente tipifica a norma e se enquadra no art. 36 da Lei nº 9.504/97”. A legislação eleitoral permite a propaganda eleitoral a partir do dia 5 de julho do ano da eleição.

P

or que votar? É válido anular o voto? O que se deve levar em conta em relação aos candidatos? Essas e outras questões são a pauta do livro "Vamos recomeçar o Brasil", de Salomão Rabinovich, professor de Ética e presidente da Comissão de Ética da Academia Paulista de Psicologia.

FGTS

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Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) deverá passar a investir parte do seu patrimônio líquido em fundos de investimentos destinados a financiar obras. Ontem, Lula deu sinal verde para o projeto que pretende usar cerca de R$ 5 bi do patrimônio líquido do FGTS, que hoje somam R$ 22 bi.

PPS ABRE PROCESSO CONTRA ENVOLVIDOS

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presidente do PPS, deputado Roberto Freire (PE), anunciou ontem que dois prefeitos do partido, dois ex-prefeitos e o deputado federal Fernando Estima (SP) vão responder a processo no Conselho de Ética do partido por terem tido seus nomes citados no escândalo dos Sanguessugas. Estima apareceu na lista dos 57 parlamentares apresentada pela CPMI. Já os prefeitos e os ex-prefeitos foram denunciados pelo empres á r i o L u i z A n t ô n i o Vedoin. Os processos podem resultar em expulsão do partido. "O PPS não vai ficar esperando que esse caso se resolva por si só", disse Freire. (AOG)

vo, por exemplo, por ser fato de difícil comprovação." Fitas – O sub-relator da CPMI, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), afirmou, após deixar a sede da Polícia Federal em Brasília, que há 99 parlamentares citados nas conversas telefônicas mantidas entre Luiz e Darci Vedoin, outro sócio da Planam. Sampaio obteve a transcrição das fitas com a polícia. O sub-relator disse que pretende concluir as investigações esta semana para poder pedir a quebra de sigilo bancário dos envolvidos. Ele defendeu a inclusão de todos os parlamentares mencionados nas conversas dos sócios da Planam, além dos 57 já notificados, no relatório parcial da CPMI, a ser apresentado em 18 de agosto. O sub-relator de investigação de parlamentares, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), é contra a divulgação dos nomes de todos os suspeitos. Para ele, é necessário analisar cada caso. "A lista que está sendo divulgada, com mais de 100 nomes, tem que ser confirmada para ver se realmente existe o envolvimento de parlamentares." Já o relator da CPMI, senador Amir Lando (PMDB-RO), voltou a afirmar que o relatório parcial irá apontar somente os nomes dos parlamentares cujas provas já são suficientes para incriminá-los. "Vamos apresentar no relatório o nome de todos cuja culpabilidade já é visível e encaminhar os resultados à Comissão de Ética." (Agências)

ESQUEMA ATINGIU CÚPULA DO PT, DIZ EMPRESÁRIO.

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odelo e exnamorada de Jarbas Vasconcelos, Débora Daggy (PSB) pretende angariar votos para deputado estadual com uma campanha à la Cicciolina.

mo Tribunal Federal (STF). O vice-presidente da comissão, deputado Raul Jungmann (PPS-PE) disse ontem ter dados suficientes que confirmam a participação de cerca de 80% dos 112 parlamentares acusados. Ele disse que as provas incluem gravações telefônicas e cópias de depósitos bancários, entre outros comprovantes. "As dúvidas são quanto aos que receberam em dinheiro vi-

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depoimento do empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, um dos donos da Planam, mostra que, no caso do PT, os contatos do esquema da máfia das ambulâncias não se restringiam apenas a negócios fechados nos gabinetes de parlamentares. Vedoin teria conseguido acesso a pessoas ligadas à cúpula do PT, capazes de transitar dentro do governo. No depoimento, ele afirma que desembolsou R$ 22.400 para cobrir despesas de hospedagem de sete pessoas, incluindo Antônio Alves, atual secretário de Gestão Estratégica do Ministério da Saúde e exchefe de gabinete de Humberto Costa na pasta. O empresário também diz que repassou R$ 860 mil a pessoas e empresas ligadas a José

Aírton Cirilo, atual candidato a deputado federal pelo PT do Ceará e integrante do diretório nacional pestista. O dinheiro seria o pagamento pelas gestões feitas por Cirilo junto ao ministério da Saúde, já na administração de Costa, para liberar recursos referentes a 130 ambulâncias entregues, que estavam retidos. Dinheiro – Vedoin relata que participou de uma audiência com Costa, no início do governo Luiz Inácio Lula da Silva, levado por um ex-deputado, para pedir a liberação do dinheiro, sem sucesso. Teria retornado ao ministério, acompanhado de Cirilo. Aguardou por duas horas "do lado de fora do gabinete do ministro da Saúde", enquanto o petista, lá dentro, negociava a liberação do dinheiro. Conforme Vedoin, Cirilo teria saído do

gabinete dizendo que a dívida seria paga em quatro parcelas. Igualmente com a intermediação de Cirilo, Vedoin diz ter negociado a participação em uma fatia de R$ 14 milhões destinadas pelo Ministério da Saúde aoPiauí, governado por Wellington Dias (PT). O dono da Planam relata que teve contatos na Secretaria de Saúde do Mato Grosso do Sul, governado por Zeca do PT, mas as negociações não prosperaram. O empresário diz ainda que repassou R$ 35 mil a Paulo Roberto, que seria genro da senadora Serys Slhessarenko (PT-MT). Vedoin conta ainda que negociou com o deputado João Grandão (PT-MS) o pagamento de 10% sobre as emendas liberadas para compra de equipamentos hospitalares e ambulâncias. (AE)


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Equipamentos Lojas Software NF-e

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 25 de julho de 2006

CENTRALIZAÇÃO AJUDA A GARANTIR PAGAMENTOS

Não é preciso ser uma grande empresa para aproveitar as facilidades dos programas

Gestão eficiente nas mãos

e aplicativos de frente de caixa a controle de estoque, os ganhos em se manter as informações à mão, de forma rápida e eficaz traz grandes benefícios financeiros, organizacional e, principalmente, estratégicos. Hoje é quase impossível imaginar uma gestão empresarial eficiente sem o auxílio de softwares adequados para dar suporte aos empresários. Com o grande número de informações existentes e com a severa concorrência , eles são extremamente necessários para fornecer informações rápidas, organizadas e seguras de como anda a situação da empresa. Pequenas e grandes Não é preciso necessariamente ser uma grande empresa para rever a sua situação tecnológica. Aliás, a legislação vigente exige que toda empresa varejista forneça cupom fiscal e que tenha seus terminais de Transações Eletrônicas Financeiras (TEFs) ligados a uma impressora fiscal que, por sua vez, necessita de programas para seu gerenciamento. Sabendo da exigência do governo e da crescente procura por programas de gestão, muitas empresas de desenvolvimento vêm trazendo sistemas cada vez mais sofisticados, em uma saudável batalha por captação de novos clientes, agregando serviços e soluções cada vez mais atraentes. Muitas soluções A CompuFour Software ( h t t p : / / w w w . c o m p ufour.com.br), empresa de desenvolvimento e comercialização de sistemas especializados para pequenas e médias empresas, criou duas soluções para gerenciamento e automação de empresas comerciais e pres-

Por Fábio Pelegrini tadoras de serviços: o Aplicativos Comerciais 2006 e o Ordem de Serviço 2006. O software Aplicativos Comerciais 2006 ajuda a organizar e realizar as tarefas manuais e repetitivas do dia-a-dia varejista, como controle de estoque, emissão de notas fiscais, geração de arquivos para a Receita Federal, baixa de estoque online, listas, cálculo automático do preço de venda, rápida consulta de preços, entre outros recursos. Módulo complementar Já o software Ordem de Serviço 2006 é um módulo complementar ao Aplicativos Comerciais 2006 e uma boa solução para quem é prestador de serviços e que precisa ter um controle minucioso e organizado dos serviços prestados, principalmente ao que se refere à garantia. O programa controla a entrada de equipamentos ou materiais a serem consertados, desde o seu recebimento a sua entrega, com a opção de impressão de comprovantes para o cliente e ordem de serviço, com a descrição dos trabalhos a serem feitos pelo técnico. Programas exclusivos Médias e grandes empresas têm soluções sofisticadas de gerenciamento e automação. A Viasoft (http://www.viasoft.com.br), por exemplo, é uma empresa com mais de 15 anos de experiência no setor de desenvolvimento. A companhia traz para o mercado brasileiro aplicativos para o comércio, indústria e prestação de serviços, com a qualidade e padrão ISO 9001. Além disso, a empresa conta com programas exclusivos para a área de agronegócio, como o Agro Viasoft. O sistema torna possível o gerenciamento

Captura de tela

Os controles podem ser visuais, por meio de gráficos no monitor.

completo dos processos de entrada e saída dos insumos e cereais, chegando a ferramentas para auxiliar a comercialização, além de fornecer informações gerenciais e estratégicos, o que possibilita tomada de decisões eficientes para aumentar o poder de competitividade da organização.

Já com o software de gerenciamento de lojas, MainRetail ( h t t p : / / w w w . m a i n r etail.com.br), da Igmam Soluções em Tecnologia, é um aplicativo completo, seguro e dispõe de acesso as informações do comércio via internet. O programa conta com ferramentas para melhorar a administração da lo-

ja, com serviços específicos para controle de inventário, por exemplo, em um único computador. Tudo isso visa o aumento da produtividade, por meio da redução de gastos desnecessários e de eliminação de tarefas repetitivas. O que se ganha? Otimização do tempo. E tempo — todos sabem — é dinheiro.

Com bons aplicativos nas máquinas, o controle da empresa fica mais fácil.

Divulgação

PAGAMENTO RÁPIDO Transferência Eletrônica de Fundos (TEF) dedicada facilita a vida dos lojistas e garante dinheiro em caixa redução do tempo de espera no caixa é o sonho de todo varejista. Além de ser fundamental para garantir o aumento da lucratividade e da produtividade, melhora a qualidade de atendimento ao consumidor. Hoje, uma das formas mais eficientes de reduzir o tempo e atender à legislação tributária é a Transferência Eletrônica de Fundos (TEF) dedicado. A solução é baseada na centralização da comunicação das lojas a um Data Center, através de um link de alta velocidade. Desta forma, as transações levam cerca de três segundos, com total segurança e praticidade. A Conectef, solução fornecida pela Linx Conectividade, disponibiliza uma infra-estrutura centralizada em seu Data Center, com redundância de comunicação e prestação de serviços de apoio ao varejista. Uma única rede estruturada para interligação entre matriz e filiais de cadeias de varejo, por onde trafegam dados, incluindo transações de TEF dedicado. Esse sistema já conectou cerca de mil lojas pertencentes às principais redes de varejo do país, como Cinemark, Forum, Luigi Bertolli, Siberian, M. Martan, Kopenhagen, Brooksfield. Juntas, já movimentaram de forma eletrônica, nos últimos 12 meses, um volume de mais de R$ 1 bilhão, referente a

pagamentos efetuados por consumidores com cartões de débito e crédito. "Trabalhando com diferentes segmentos do varejo, temos acompanhado um crescimento cada vez maior da participação dos cartões de crédito e débito nas vendas, o que significa mais rapidez e segurança para os lojistas e os consumidores na frente do caixa", afirma Dennis Herszkowicz , diretor geral da Linx Conectividade. O backbone da Conectef está presente nos m a i o re s s h o ppings centers do país, o que facilita a implementação da solução, traz mais segurança e diminui custos fixos, ao interligar lojas no mesmo canal. A via Venuto, uma das maiores redes de lojas de moda masculina, encontrou uma forma de economizar e melhorar a comunicação entre as lojas da rede. A companhia interligou as cinco marcas diferentes que tem no Center Norte, contratando um único link para todas as marcas. "Isso trouxe redução de custos fixos consideráveis", explica Ricardo Popescu, diretor de Tecnologia e Informação da Via Veneto. "Ao invés de ter um link para

Da passagem do cartão no checkout ao datacenter, em segundos. E, ainda, com redução de custos.

cada loja, eu o dividi para as cinco. A idéia é sempre ter links maiores para ter um custo menor, rateando entre todas as lojas do local", completa Popescu. Para o gerente de TI da Luigi Bertolli, Altair Ribeiro, o grupo GEP, um dos grandes varejista da rede têxtil, a companhia obteve grandes benefícios com a solução da Linx. O grupo migrou sua estrutura de interligação da

Telefônica para o Conectef, ganhando maior agilidade, qualidade de serviços prestados as lojas e redução de despesas. "O maior diferencial foi o custo. Em média uma redução de 30%, em comparação a solução que tínhamos, que era caseira. Além disso, tem uma melhoria na qualidade de serviços. Hoje podemos fazer a gestão da loja de forma remota, além de manutenção e correções de alguns eventuais erros. Eu consigo enxergar a loja virtualmente, de qualquer computador da companhia, podendo gerir, administrar e verificar praticamente qualquer problema", explica. A Linx faz contratos com duração de 3 anos e cobra, por ponto, cerca de R$ 350 em shoppings onde já existem a estrutura instalada. Mais informações: www.linx.com.br. (FP)


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Software Banda larga NF-e Te l e f o n i a

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COM A NF-e, OS ERROS FISCAIS SÃO REDUZIDOS

Há supermercados em que o índice de erros chega a 50% do total de notas recebidas

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Com a nova NF-e, o custo cai: em um CD, de R$ 1, por exemplo, cabem 70 mil notas fiscais

Acima, a página do portal da Nota Fiscal Eletrônica na internet

O fim da papelada e dos erros de digitação Por Vanderlei Campos

advento da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), que substitui as vias em papel por documentos eletrônicos trafegados entre fornecedor, comprador e o Fisco, não altera a forma de operar na boca do caixa, na relação entre comerciante e consumidor. Em contrapartida, a mudança abre oportunidades de grandes melhorias na cadeia de fornecimento e pode eliminar custos relacionados a "obrigações acessórias" (as despesas acionadas ao pagamento dos impostos, como contabilização, arquivamento de documentos e procedimentos de correção). "Há supermercados em que o índice de erros – de quantidades, preços, produtos e cálculo fiscal incorreto – chega a 50% do total de notas recebidas. Erros reduzidos - Com a NFe, os erros fiscais são reduzidos e as outras informações podem ser conferidas pratica-

mente em tempo real", observa projeto conta com um orçaClóvis Chiaravalloti, diretor mento de R$ 15 milhões, rateade práticas de consultoria de dos entre o Governo e o Banco vejo da Unisys. "Quando a NF- Interamericano de Desenvole chega ao revendedor ou a seu vimento (BID). Na prática –Na atual fase de contador, não precisa ser redigitada. Isso mantém a infor- adoção da NF-e, apenas um mação íntegra de ponta-a- grupo de algumas dezenas de ponta e o documento já vem re- corporações está emitindo o doconhecido pela autoridade fis- cumento eletrônico. A partir de agosto, a NF-e passa cal", acrescenta GilO novo a ter plena validade son Shinji Torii, gerente de marketing documento fiscal tributária e essas companhias deida Xplan, especializada em sistemas reduz o trabalho xam de emitir a nota em papel. "Quando para as cadeias de burocrático a empresa emite a suprimentos. "O fluxo de informações em NF-e, é gerado um arquivo papel envolve muito trabalho XML, transmitido para a Secremanual e se sai um erro, é difí- taria de Fazenda do Estado de cil saber o responsável. Outro origem. Na Sefaz, o documento problema comum é tentar é autorizado e outro arquivo achar um documento em pa- XML é enviado ao emissor, à Repel dentro de um arquivo de ceita Federal (que funciona cocinco anos. Esses são alguns mo repositório nacional) e à Sedos motivos para modernizar faz do destino (no caso de opeas obrigações acessórias", rações interestaduais). Junto à menciona Newton Oller, coor- mercadoria, vem o DANFe (Dodenador do projeto de NF-e na cumento Auxiliar de Nota FisSecretaria de Fazenda de São cal Eletrônica), que contém um Paulo (Sefaz-SP). No Estado, o código de barras com as infor-

mações da Nota Fiscal", descreve Oller, da Sefaz-SP. Com o código do DANFe, que capturado com um leitor de código de barras ou por digitação dos 44 dígitos, o comprador pode acessar a NF-e no site da Secretaria. "Para evitar eventuais congestionamentos no site público, o fornecedor deve enviar a nota por e-mail ou criar um portal próprio para seus revendedores. No México (país que já teve experiência semelhante), muitas empresas agregaram outros serviços à consulta de NF, como informações sobre percurso da mercadoria e oferta de outros produtos", conta Ton Nogueira, diretor de indústrias e soluções da Neoris. Padrões –Em termos técnicos, dois elementos fundamentam o projeto de NF-e: o padrão XML e a Certificação Digital. Assim como os padrões HTML e SMP (da web e de e-mail) permitem o fluxo de informações entre pessoas independente do computador ou do aplicativo que cada

um usa, a XML (Extensible Markup Language, ou linguagem de marcação estendida) uniformiza a descrição de dados e funções, que podem ser interpretados por qualquer aplicativo compatível com o padrão. Para quem quiser simplesmente ver a NF-e recebida, um visualizador já pode ser baixado em http://200.198.224.29/ p o r t a l / v i s u a l i z a d o r / d o w nload.htm. Contudo, com os arquivos XML, que permite que os aplicativos falem entre si, os dados da nota podem ser transferidos para qualquer outro sistema, como as ferramentas de escrituração. Hoje, grande parte dos escritórios de contabilidade entrega o livro mensal em meio eletrônico, constituído a partir de informações de documentos em papel (o que inclui horas de digitação e risco de erro humano). "Com a NF-e, o software de escrituração pode ser adaptado para extrair os dados do XML ou para capturar as informações com a leitura do código de barras do DANFe. Ainda há muita coisa a ser definida", constata Homero Rutkowski, vice-presidente de registro do Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo. "O interessante desse projeto é que, de uma forma sem precedentes, as Receitas estão chamando todos os interessados para o debate. Isso é fundamental para que uma mudança dessa abrangência seja viável". Base técnica e jurídicaO Certificado Digital, que assegura validade legal às mensagens eletrônicas entre as empresas envolvidas e o Fisco, é o principal mecanismo de segurança do projeto de NF-e. "O Certificado é uma base técnica e jurídica, sem a qual nada disso seria possível. Um dos objetivos, inclusive, é contribuir para disseminar o uso desse instrumento", diz Newton Oller. A um custo que varia entre R$ 60 e R$ 150 por ano, o eCNPJ (a identidade digital da empresa) pode ser usado também para racionalizar outras atividades, como relacionamento com a Previdência, a Receita e para fechar contratos por meio eletrônico.

Muita economia nas duas pontas do comércio té agora, apenas um grupo de companhias, como Sadia, Souza Cruz, Wick Bold e Petrobras participam do piloto, em regime especial (a relação completa está em: h tt p: / /2 00 .1 9 8. 22 4 .2 9/ po rtal/info/participantes.htm). A projeção da Receita é que, até 2007, 10 mil empresas no país tenham aderido à NF-e. Do ponto de vista dos clientes desses fornecedores, que tenham estrutura mínima de informática, a mudança é boa notícia. Ton Nogueira, da Neoris, calcula que só o arquivamento das notas em papel custa R$ 0,25 anuais por documento e lembra outros dispêndios, como pré-recebimento fiscal (conferência dos dados na hora da entrada da mercadoria) e correção de erros. A NF-e, por sua vez, é fácil de armazenar e localizar em caso de fiscalização. "No piloto, os arquivos ficam em uma média entre 8 Kb e 10 Kb", informa Oller, da Sefaz-SP. Ou seja, um CD, de R$ 1, guarda até 70 mil notas, todas elas com autenticidade atestada. No início do próximo ano, a Sefaz-SP vai oferecer, gratuitamente, aplicativos gratuitos para empresas com baixos volumes de emissão. O empresário tem que investir no Certificado Digital e em acesso à Internet, mas a maioria já precisa disso para outras atividades. Segundo Alexandre Tranjan, diretor da PIC Informática, que desenvolve sistemas para pequenas e médias empresas, até agora não surgiram demandas por parte dos clientes. "Se estivermos amparados em especificações claras, a programação (de um módulo agregado de geração de NF-e) é rápida e não impacta o custo dos produtos", afirma. Os investimentos em infraestrutura e software variam conforme o volume de transações e o ambiente de TI de cada empresa. Só com a economia direta, o investimento se paga em poucos meses. (VC)


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Mais alternativas para economizar

utro serviço que também direciona para os melhores preços da telefonia fixa independentemente do código é o Skyvoice Reduz$Conta, da mineira Leucotron. A solução engloba hardware, caixinha conectada aos telefones convencionais, à linha fixa e ao computador com banda larga onde está o softphone (no caso o Skype). A partir daí o cliente terá diferentes maneiras de utilizar o VoIP, por telefonia fixa, pelas operadoras VoiP ou pelo Skype. O preço é de R$ 350 (para um ano de atualização das tarifas).

SPEEDY

plano Speedy Business, da Telefônica, oferece velocidades de até 2 MB (350, 550, 800, 1.2 MB e 2 MB), embora o Speedy chegue a 8 MB para usuários domésticos. Mas os pacotes Business além de oferecerem a IP fixo, dão prioridade à assistência técnica e ao compartilhamento entre vários computadores. Os preços do Speedy começam em R$ 109,90 (350 kbps) para escritórios com dois computadores e sobem para R$ 1.379 (de 2 MB) para 12 ou 30 PCs.

VIRTUA

ão Paulo e algumas cidades do interior (Campinas, Ribeirão Preto, Santos, Sorocaba) e outras sete capitais do Sul, Sudeste e DF também dispõem do Vírtua, da Net, em duas velocidades: 600 kbps, por R$ 199,90 mais 30 GB de franquia mensal, e de 1 MB por R$ 399,90 e 50 GB. A empresa precisa ser assinante da Net. Captura de tela

VELOX

o Rio de Janeiro e outras capitais da região Norte e Nordeste, o Velox atende às empresas assinantes da Telemar. Os planos vão até 1 MB a preços que começam em R$ 79 mensais (básicos), desde que a empresa faça contrato de 24 meses (12 meses, R$ 109). O plano de 1 MB custa R$ 299 – e é um dos mais baratos para essa velocidade.

Software NF-e Comunicação We b

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POR TELEFONE OU CABO, COMUNICAÇÃO COM O MUNDO

ssim como a banda larga já é adotada por milhares de usuários finais e empresariais (mais de quatro milhões de acessos segundo as operadoras e a Anatel), o serviço de voz sobre protocolo de internet (VoIP) também é um caminho sem volta para o mercado corporativo, seguindo tendência verificada nos lares domésticos com a utilização dos softphones do tipo Skype. Não existe uma estimativa precisa de quantas empresas utilizam a tecnologia no Brasil (intimamente atrelada à banda larga), seja via os sofphones no c o m p u t a d o r, s o l u ç õ e s d e softwares agregados aos telefones convencionais ou pelos sistemas híbridos com os PABX ligados aos serviços VoIP. Vale tudo para driblar as tarifas altas com DDD e DDI. Uma rápida olhada no site da Teleco (http://www.teleco.com.br/opvoip.asp), que reúne informações sobre telecomunicações no Brasil e no mundo, encontramos 47 empresas cadastradas prestadoras do serviço para o mercado corporativo (muitas delas também têm planos para o mercado doméstico). Os projetos empresariais mais profissionais também incluem gateways, telefones IP e equipamentos sem fio servindo de ramais mesmo que o funcionário esteja fora da empresa. O grande atrativo é a redução de custos com telefonia, es-

VoIP Está na hora de reduzir as tarifas telefônicas. Use o seu computador. Por Bárbara Oliveira Divulgação

pecialmente em empresas que gastem acima de R$ 600 mensais com DDD e DDI. Mas a produtividade, mobilidade (uso do telefone sem fio ou celular) e segurança também são incorporados à nova tecnologia. O instituto de pesquisas Radicati Group informa que no máximo em 3 anos, cerca de 75% das empresas norte-ame-

Na velocidade de hoje Os pacotes para small business oferecem várias velocidades e algumas vantagens enhuma empresa que se preze, seja do tamanho que for, pode dispensar os serviços de banda larga para acessar a internet. Aquele chiado irritante das conexões por linha discada ficou para trás e hoje é só deixa saudades para os mais românticos. Com a banda larga a empresa agiliza os contatos com clientes e fornecedores, faz negócios, promove teleconferências com alguma filial ou fornecedor dentro e fora do País, movimenta as finanças pelo internet banking, pesquisa preços e efetua compras de mercadorias em lojas eletrônicas, consulta bancos de dados e listas telefônicas, obtém mais rapidez em downloads de programas e aplicativos e promove cursos e treinamentos à distância para seus funcionários. Um estudo recente feito pela Júpiter Research informa que 79% das pequenas empresas que acessam a Web nos Estados Unidos já usam a internet para fazer suas compras, e a familiaridade com as marcas ou com o fornecedor e a comparação de lojas são os itens que mais estimulam as decisões de

compras, segundo o relatório. Com isso, as pequenas empresas conectadas ajudam também os outros negócios a crescer, como anúncios e serviços de marketing e financeiros, cartões de crédito, veículos, viagens e compra de computadores e suprimentos de escritório. As duas conexões mais populares ainda são a ADSL (que faz a transferência digital de dados por meio da linha telefônica de cobre) e o cabo, que transmite ao assinante através de uma rede híbrida de cabos (ópticos e coaxiais), aquele das tevês por assinatura. Telefônica, Brasil Telecom, Telemar, GVT, Net, TVA, etc. dispõem de planos também voltados para empresas, alguns com direito ao IP fixo, que é importante para quem quer ser encontrado, ter um servidor próprio, hospedar uma página na Web. Pelo IP fixo a empresa é mais facilmente encontrada na Web e permite ao usuário acesso ao computador da empresa, mesmo estando ausente do escritório. Já o IP dinâmico serve aos usuários domésticos que só querem usar a internet e não serem encontrados. (BO)

A JATO ambém por cabo, a TVA tem o Ajato empresarial, mas somente para São Paulo (capital) e Rio de Janeiro com downloads que começam em 600 kbps (R$ 214,90) até 2,1 MB, por R$ 1.059, incluindo modem, provedor

e dois IPs fixos. Para detalhes, no site, o usuário precisa informar o CEP em que se encontra, mas mesmo assim aparecem planos para outras capitais que não estão mais disponíveis. O melhor é ligar para o serviço ao atendimento a empresas.

ricanas usarão sistemas de comunicação baseados no protocolo IP e que as empresas de médio e grande porte estão trocando suas centrais de PABX por soluções híbridas. Aqui, um levantamento feito em junho pela fornecedora Trellis com 917 profissionais do mercado corporativo indicou que 36% deles já utilizam a tecnolo-

gia e 22% pretendem adotá-las nos próximos três meses. As soluções mais fáceis e baratas são, sem dúvida, os softwares de telefonia como Skype, UOL Fone, Terra VoIP, eTribo, etc., que usam o PC com um microfone, ou um PC conectado a telefones convencionais com tarifas bem reduzidas (em média R$ 0,15 o minuto para qualquer cidade brasileira, contra R$ 0,41/0,61 da Embratel em horário normal). A economia nesses casos chega a 85% em DDD e DDI. Mas a qualidade desses softphones deixa a desejar, com ecos, falas cortadas, interferências e ruídos. A empresa que precisar de credibilidade e qualidade em sua comunicação terá opções mais profissionais para seu PABX, por menor que ele seja (a partir de quatro ramais), e ainda preservando a estrutura já existente. Para esses clientes, existem várias soluções e empresas fornecedoras. O hIPer VoIP, da Trellis, que possui uma licença de SCM (Serviço de Comunicação Multimídia) da Anatel, é indicado para quem gasta entre R$ 600 a R$ 1.000 mensais com telefonia de longa distância. A ferramenta usa um gateway ligando o PABX da empresa ao serviço da VoIP. O funcionário faz a ligação de longa distância como se fosse de um ramal, discando o código da operadora escolhida pela empresa e economiza 30% mensais. "É uma solução ideal

Os serviços de VoIP ampliam suas facilidades para o mercado corporativo

para agências de turismo, transportadoras, comércio atacadista", diz Cássio Spina, diretor-comercial da Trellis. A taxa de ativação por linha começa em R$ 99. A solução Transit Telecom para esse nicho de mercado é o Fast VoIP, que conecta um adaptador (ATA) entre o modem de banda larga e o PABX ou aparelho telefônico (até dois telefones podem ser conectados ao ATA). O gerente de produtos da Transit, Flávio Werneck, lembra que a empresa pode manter a linha fixa já existente e gerar chamadas DDD e DDI com economia de 40%, enquanto as ligações para outros usuários que tenham Transit em qualquer cidade serão gratuitas. Aqui, a empresa paga uma mensalidade pelo serviço de R$ 39,90, além dos m i n u t o s q u e u t i l i z a r. N o PABX, a Transit instala um software para procurar naquele horário qual o DDD mais barato. "Toda a vez que o usuário discar para outra cidade ou Estado via Fast VoIP, o software procura o menor custo e efetua a ligação. Esta é uma facilidade do PABX", diz Werneck. Mas se o cliente preferir usar o softphone (programa VoIP do computador) para pagar menos, também é possível. "É uma decisão do cliente, existem empresas que preferem utilizar uma operadora de telefonia fixa para manter a qualidade do serviço," observa o executivo.


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A INTERNET VENDE BEM MAIS QUE LIVROS E CDs

Bons sites, que vendem de verdade, requerem tecnologia e cuidado com o cliente.

Site simples, logística sofisticada Vender na Internet pode ser um bom negócio, desde que você mantenha tudo fácil para o cliente: da escolha à entrega da mercadoria. Por Rachel Melamet

Seu cliente entra no site e faz a escolha: tem de ser fácil.

tudo uma questão de logística: sem ela não existe comércio eletrônico. Criar um site de e-commerce vai muito além do trabalho de um bom webdesigner. De nada adianta o internauta ficar satisfeito com a facilidade de navegação de um site de comércio eletrônico se os produtos adquiridos não forem entregues no prazo, bem embalados e de conformidade com o pedido. E quem rege a afinação dessa orquestra é a logística, isto é, a entrega da mercadoria ao cliente. "A automação comercial e a internet são irmãs. Caminham lado a lado, ambas são subprodutos da digitalização dos processos da sociedade", afirma Cid Torquato, diretor executivo da Câmara-e.net (Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico). Por onde começar O primeiro passo para quem está interessado em vender pela web é avaliar se seu produto se adequa à venda pela web. Para vender produtos perecíveis, por exemplo, é necessária uma grande infra-estrutura para armazenar e manter os alimentos em condições perfeitas, além de um ágil sistema de entregas. Produtos que o consumidor geralmente quer tocar e precisa experimentar - como calçados e roupas sem numeração genérica como P, M e G - podem gerar dissabores e muitos pedidos de trocas. Portanto, pense bem se vale mesmo a pena arriscar. Campeões de vendas Uma pesquisa realizada pelo departamento de Desenvolvimento de Negócios da ECT, responsável pelo serviço CorreiosNet Shopping mostrou que, além dos campeões de venda via internet - livros, CDs e DVDS - os consumidores virtuais se interessam por itens como artigos para bebês e para festas, produtos esotéricos, cosméticos, turismo, informática, instrumentos musicais e até por animais e acessórios pet - um leque bem abrangente de nichos de mercado que nem sempre são a primeira opção de exploração pelos empreendedores. Onde hospedar o site Os Correios oferecem às pequenas e médias empresas uma solução para hospeda-

Depois, a mercadoria deve chegar logo. Tem de ser eficiente.

gem de loja virtual e realização segura de transações comerciais na internet. Os lojistas podem utilizar toda a estrutura do CorreiosNet Shopping para montar e hospedar sua loja virtual, em duas modalidades. A categoria Loja Cooperativa atende associações e cooperativas que possuem, no mínimo, dez cooperados, com quantidade de 50 produtos catalogados por cooperado/associado. Possui visibilidade em espaços especificados pelo Shopping. Já na categoria Loja Hospedada, a empresa pode ter quantidade ilimitada de produtos catalogados e visibilidade em espaços especificados pelo Shopping. Se o empreendedor já possui uma loja virtual, também pode se cadastrar no CorreiosNet Shopping e dar mais visibilidade ao negócio. A Câmara-e.net, por sua vez, busca incentivar a participação das micro, pequenas e médias empresas no e-commerce, e tenta mostrar que atuar no segmento não é um bicho-de-setecabeças. A entidade criou um seminário sobre o tema específico para o setor, com todas as dicas sobre como montar uma loja virtual, que já foi apresentado em quase todas as capitais brasileiras e cidades mais importantes do interior. Entre no site e veja quando haverá um evento êm sua região. Grandes provedores de acesso à internet, como Locaweb e Terra, também possuem servi-

ços de hospedagem e monitoramento de sites de e-commerce. O Terra lançou no final de 2005 o Site Facil, cuja idéia é oferecer uma ferramenta facil de usar, com a qual qualquer pessoa possa montar o próprio site, sem a necessidade de conhecimentos técnicos e a baixo custo. O serviço conquistou 4 mil clientes em quatro meses e o Terra adotou a versão "ilimitada", que oferece aos clientes número de páginas e quantidade de imagens sem restrições, toda a infra-estrutura de hospedagem, segurança e suporte técnico 24 horas por dia, 7 dias por semana, com mensalidades que

começam em R$ 19,90. Facilidade Mas a coqueluche do momento para quem quer encomendar uma loja online sem dor de cabeça e pulando os passos descritos acima é o Fast Commerce. O portal tem parceria com o UOL, Terra, Correios, e-Bit, Visa, Hacker Safe (sites blindados) e centenas de lojas bem-sucedidas como clientes. Oferecem test-drive para o empresario montar uma loja fictícia e ver como funciona antes de contratar os serviços. Tem clientes do calibre da Land Rover, Dell, Netshoes, Arapuã e Akitemtudo.


terça-feira, 25 de julho de 2006

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11 Para quem quer ser comprador ou vendedor na internet: sempre há um bom site.

UM GIRO NO MUNDO DO COMÉRCIO VIRTUAL

A AMAZON.COM É A MAIOR A Amazon.com é o maior modelo para outros sites de compras online.

@

COMPRADORES FAMOSOS Tem clientes como Bill Gates, da Microsoft. Fez de Jeff Bezos, seu criador, um dos homens mais ricos do mundo.

Ó RBITA

Captura de tela

Lojas virtuais de grande sucesso, como Submarino e Americanas. Sites que ajudam a realizar negócios, a exemplo do e-Bit. Páginas na web especializadas em comparação de preços, como o Buscapé. Para direcionar seu navegador para o que realmente interessa, o DC preparou um pequeno guia. Boa viagem. João Magalhães Na página do Sebrae: dicas para os empreendedores

Enciclopédia de negócios site do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) tem tudo o que você precisa para se sair bem no mundo empresarial: desde um teste para comprovar se você tem mesmo o perfil de um verdadeiro empreendedor, até um simulador de crédito, que indi-

ca qual é a melhor linha de financiamento para seu negócio. Não deixe de consultar também o banco de franquias do endereço virtual: pode estar lá sua oportunidade de alcançar o sucesso tão almejado. Procure por este site: h t tp : / /w w w. se b r a e. c o m. b r /br/home/index.asp

Ouça a opinião de quem sabe

m dos maiores sites de opinião sobre compras online, o e-Bit avalia as lojas virtuais e as classifica com medalhas de ouro, prata ou bronze. Entre as dez mais de seu ranking estão: Americanas, Farmácia em Casa, Flores Online, Magazine Luiza, Li-

vraria Cultura e Marisa. O site re a l i z a p e r i o d i c a m e n t e o WebShopper, pesquisa que traça o perfil do varejo online brasileiro. Não deixe de assinar o "e-bit Informa". Trata-se de uma publicação mensal com informações inéditas sobre o assunto.

Varejo e atacado

lém de vendas no varejo, o sistema do Lojista Online permite também fazer negócios no atacado com preços, condições de pagamento e limites diferenciados. O site conta com recursos

como um slideshow mostrando com funciona a empresa para facilitar a vida dos seus visitantes. Este é o endereço virtual para se obter maiores informações: http://www.lojistaonline. com.br/site/

Ofertas de lojas físicas e online

É clicar e achar

BuscaPé compara preços de mais de 3,5 milhões de produtos de 1.200 empresas nacionais e estrangeiras. O banco de dados é atualizado diariamente, ou de seis em seis horas, dependendo da loja escolhida pelo internauta. Também é possível acessar comentários de consumidores sobre as lojas e pesquisar preços de itens como álcool, gasolina, diesel, tarifa bancária e telefônica. O site traz uma seção, chamada "Central de Negócios BuscaPé", que permite a empresas de todo o país cadastrar produtos e serviços do

mundo real. Desse modo, é possível encontrar, simultaneamente, as ofertas das lojas online e físicas. Oferece ainda uma barra de ferramentas que, incorporada ao Internet, facilita as pesquisas e bloqueia aquelas janelinhas suspensas que surgem de repente, exibindo propaganda não solicitada. Em maio último, o Buscapé fez uma parceria com o seu rival Bondfaro, o que propiciou aos internautas ter à sua disposição uma lista com 40 mil lojas virtuais. A c e s s e w w w . b u s c ape.com.br.

ERRATA

a matéria do dia 13 de junho, O banco do futuro chegou, houve uma inversão na descrição de dois produtos. Ao contrário do que foi publicado, o InfoTOKEN Celular foi lançado para substituir o aparelho token, utilizado por executivos para efetuar

transações bancárias através do método de autenticação forte. Já o MobiliBANK é um atendente móvel: sistema que modifica o atendimento nas instituições financeiras. Usa a tecnologia TFA (Two Factor Autentication) para integrar a instituição financeira e o usuário final.

No site da Câmara Brasileira de Comércio, tudo para gerar negócios

Tudo o que você precisa saber a respeito de e-commerce âmara Brasileira de Comércio Eletrônico é a principal entidade da Economia Digital no Brasil e também em toda a América Latina, voltada ao comércio eletrônico. Atua na área de relações governamentais discutindo e formulando tanto políticas públicas quanto regulatórias para o setor.

Outra meta da entidade é a construção de mercado e a geração de negócios para todas as empresas associadas a ela. O site da Câmara traz agenda de eventos, pesquisas, notícias e artigos especiais sobre esta modalidade de transações. Para obter maiores informações, basta digitar http://www.camara-e.net/

SUA LOJA NA INTERNET FastCommerce coloca sua loja na internet. Tudo é feito via web pelo próprio lojista sem qualquer custo de desenvolvimento. O site oferece também a possibilidade de você conhecer os bastidores de sete lojas fictícias

para entender como funcionam itens como o cadastro de produtos, o fluxo dos pedidos e, além disso, os meios de pagamento. Para obter mais informações, digite o endereço www.fascommerce.com.br

SEMPRE CRESCENDO Americanas é o maior portal de ecommerce da América Latina: vende mais de 50.000 itens de 4.000 empresas diferentes. Em 2005, conseguiu recuperar o desempenho menos favorável que tinha apresentado em no ano anterior, relativo a seus lucros, e fechou o ano com um crescimento expressivo de 23,4% na receita bruta, em um total de R$ 3,63 bilhões. Ano passado adquiriu 44% do capital social da TV Sky Shop detido pela Globopar e 56% da TV Sky Shop, através da compra de 98,85% da

Shoptime. Na Bolsa Valores de São Paulo (Bovespa) vale o equivalente a 16 vezes seu patrimônio líquido que é de aprox i m a d a m e n t e R $ 2 3 0 m ilhões. Para conhecer melhor este gigante do comércio online, d i g i t e w w w . a m e r i c anas.com.br e conheça a enorme variedade de produtos que podem ser adquiridos com apenas um click.

A MAIOR DO PAÍS m dos poucos casos de sucesso no e-commerce sem contar com a base de uma loja física é o Submarino. O portal conseguiu sobreviver ao boom da Internet e tornou-se o maior varejista virtual de todo o país. Suas ofertas mais fortes incluem CDs e DVDs, eletrônicos, além de itens como produtos voltados para saúde e beleza. Desde a entrada da empresa no Novo Mercado da Bovespa, em 29 de março de 2005, suas

ações registraram valorização expressiva de 93%. Para este ano, as projeções de seus diretores apontam uma receita de R$ 870 milhões com crescimento de 59% em relação ao desempenho obtido no ano passado. h t t p : / / w w w. s u b m a r ino.com.br/default.asp

Também por telefone Já Cotei trabalha, atualmente, com 800 mil produtos e aproximadamente 700 lojas virtuais. Permite acompanhar a oscilação semanal do preço do produto escolhido e ver se é uma boa época para

comprá-lo. A pesquisa de preços também pode ser feita pelo telefone. Entretanto, para ter acesso a este serviço, é necessário cadastrar-se. Para mais informações, digitar www.jacotei.com.br


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Comunicação We b Segurança Dados

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 25 de julho de 2006

Proteja seus dados: não instale programas piratas em seu computador e atualize o antivírus

A MAIORIA DOS USUÁRIOS ESTÁ VULNERÁVEL AOS VÍRUS

Fotos divulgação

Só mesmo com aparelhos apropriados...

... é possível tirar a etiqueta que não deixa ocorrer furtos nem sumiços...

Desembaraçados pela máquina, os clientes saem; os ladrões são barrados.

Vigilância eletrônica para aumentar ganhos Sistemas de monitoramento com câmeras e etiquetas antifurto ajudam lojistas a diminuir perdas

Rachel Bonino s furtos já representam quase metade das perdas de mercadorias registradas pelos varejistas brasileiros, segundo os dados mais recentes do Provar (Programa de Administração de Varejo) da USP. Em tempos de margens de lucro reduzidas, prevenir este tipo de perda pode representar aumento significativo nos ganhos do lojista. Não há solução mágica ou pronta para combater os furtos. "É preciso fazer um projeto com equipamentos adequados para cada ambiente", afirma Selma Crusco Migliori, presidente da Associação Brasileira de Empresas de Segurança Eletrônica (Abeses), setor que deve faturar US$ 900 milhões neste ano, crescimento de 12% em relação a 2005. As soluções mais utilizadas passam pela implantação de dois sistemas: o circuito fechado de televisão e a vigilância eletrônica, por meio de antenas nas saídas das lojas e etiquetas que disparam alar-

mes quando não são desativadas ção digital das imagens. É o que exno ato da compra. Ainda segundo plica Hailton Santos, gerente naos dados do Provar, divulgados em cional de vendas da Plastrom Senoutubro de 2005, os lojistas estão sormatic, empresa que domina esdirecionando investimentos na te setor no Brasil. "A melhora nas mesma proporção para os dois ti- técnicas de compactação de dados pos de sistema. Selma, da Abese, e nas conexões possibilitaram este prevê para 2006 um crescimento avanço", afirma. m a i o r n a á re a dos circuitos fechados de TV (CFTV). Controle remoto Seguir os passos de funcionários e clientes com pequenas câmeras escondidas não é novidade. Mas os sist e m a s e v o l u íram, e hoje incorporam a transmissão de dados por meio de conexões de internet banda Vigilância o tempo todo: para larga e a grava- garantir tranqüilidade.

A rede de material de construção Center Castilho aderiu ao sistema. No lugar de ter operadores para monitorar as imagens em cada uma de suas 11 lojas em São Paulo, a rede implantou uma central única de segurança, que recebe imagens de todas as unidades. Além da menor necessidade de pessoal, com redução de custos, a P l a s t ro m S e nsormatic aponta que esta forma de implantar o CFTV também evita que gang u e s d e a s s a ltantes tentem roubar os registros dos roubos. Etiqueta Dedo-duro Mas as câmeras, sozinhas, não vão resolver o problema de furtos nas lojas,

diz Gustavo Messiano Velehov, diretor-geral da Checkpoint, multinacional americana que atua há 10 anos no Brasil e que disputa intensamente este mercado com a Plastrom Sensormatic. "É jogar dinheiro fora", diz o executivo, sobre a possibilidade de um lojista simplesmente instalar câmeras em sua loja, sem investir em treinamento, e sem o aliado mais forte para combater perdas com furtos: a vigilância eletrônica de mercadorias. A parte mais visível e conhecida deste sistema são as tradicionais etiquetas que, presas aos produtos mais cobiçados, disparam alarmes à saída se não estiveram desativadas. Este mercado se sofisticou e hoje apresenta aos varejistas uma infinidade de modelos. Pelo seu custo, as etiquetas são colocadas apenas nos produtos de maior valor agregado, e mais simples de furtar. Segundo a pesquisa do Provar, o setor de perfumaria é o mais cobiçado. Em seguida vêm as carnes, depois remédios e lâminas de barbear.

Como eles atacam seus dados Não há uma só pessoa que nunca teve seu computador infectado. Com a velocidade com que eles evoluem, vai acontecer novamente.

Guido Orlando Júnior e você nunca pegou um vírus de computador, só existe uma explicação: seu micro nunca esteve conectado à internet e você não permite que disquetes ou CDs que não sejam de seu uso exclusivo visitem sua máquina. Como esse não deve ser o seu caso, saiba como conviver com os vírus e hackers que rondam seu PC. Quem cria e propaga vírus pela Internet sabe que a maioria dos usuários está vulnerável, apesar de possuir programas antivírus instalados. Isso porque um vírus recém criado - se bem escrito -, ainda não é capaz de ser detectado imediatamente pelos programas que os combatem. A indústria bem que se esforça e lança o antídoto num espaço de tempo cada vez menor, mas é incapaz de prever como e quando será o próximo ataque. Tipos de vírus Para se combater de maneira eficaz qualquer ameaça, é necessário que se conheça pelo menos a forma e o modo como ela quer atingir seu alvo. Basicamente os vírus utilizam como hospedeiros programas com as terminações EXE, COM, OVL e DLL, mas também podem vir embutidos em arquivos do Word ou Excel, na forma de vírus de macro. Macros são mini programas dentro de um documento - ou mesmo programas - que realizam tarefas repetitivas, tais como correção

automática de texto, verificador ortográfico e outras rotinas. Os mais destrutivos são os do primeiro tipo, que podem fazer com que você tenha que formatar seu disco rígido, não dando chance sequer de você tirar um backup de seus dados. Os mais famosos e comuns são os classificados de Setor de Boot do micro e não permitem que você consiga iniciar o sistema operacional. Porém, esses são os mais fáceis de serem detectados e eliminados. Um dos mais nocivos são os chamados Multipartite, que podem ser considerados uma combinação dos vírus de Programa com os de Setor de Boot. Ele atua de maneira a alterar tanto os programas quanto a inicialização da máquina e sua remoção dá um pouco mais de trabalho. Existem ainda os mais destrutivos e inteligentes, classificados como Polifórmicos. Eles são capazes de mudar de forma, o que dificulta sua eliminação. Existem também os denominados Cavalo de Tróia. Eles entram em sua máquina sem que você perceba e executam tarefas em segundo plano, o que dificulta sua detecção imediata. Você só irá perceber que foi infectado depois dele já ter desferido algum ataque à rede ou mandado um e-mail para toda sua base de dados do catálogo de endereços. Esse tipo de vírus vem sendo utilizado por hackers, não para causar algum dano ao computador, mas para apoderarem-se de

senhas de rede, banco e cartão de crédito ou simplesmente utilizar as máquinas infectadas para disseminar páginas da Internet, geralmente pornôs. Podem ainda valer-se dos computadores infectados para disparar um ataque em massa contra um determinado site. Esse ataque manda milhões de e-mails ao mesmo tempo para um servidor, com o intuito de sobrecarregá-lo a ponto de tirá-lo do ar. Ou ainda ficarem

Proteção 100% é praticamente impossível, mas todos podem (e devem) minimizar o risco de infecção ou invasão em estado de hibernação, esperando instruções do hacker. Porém, o que mais preocupa os usuários e os fabricantes de antivírus é o phishing. O que faz o phishing Se o termo phishing for traduzido para a língua portuguesa de maneira correta, ele quer dizer "pescaria". E é justamente isso que os hackers fazem quando lançam milhares ou milhões de e-mails com mensagens indicando que o usuário supostamente está com al-

gum problema no banco, Serasa ou Receita Federal, por exemplo, e pede informações pessoais e senhas para que não sofra algum tipo de represália pela instituição "emissora" do aviso. O hacker lança milhares de iscas e espera que alguns usuários as mordam, o que invariavelmente acontece. Os que forneceram os dados solicitados e as senhas caíram na rede e para começarem a ter seu patrimônio lesado é apenas uma questão de tempo. Na verdade, o termo phishing, em uma tradução livre, nada mais é do que a versão eletrônica do conhecido e constrangedor "conto do vigário". Esse tipo de golpe ainda é aplicado e as versões são mais do que conhecidas: trocar um bilhete premiado por dinheiro, vender um terreno a preço de banana, mas que na realidade não existe, o golpe da carteira encontrada no chão no meio da rua e tantos outros. Obviamente, se alguém cai em um deles não vai contar para ninguém e vai guardar esse segredo pelo resto da vida. Com o phishing é a mesma coisa. Quem cai em um golpe virtual desses, não vai contar em uma roda de amigos com os exemplos que dei sobre os vírus. É constrangedor demais para sair falando por aí. Além disso, todo mundo se acha esperto suficiente para não cair em um golpe desses, mas quando menos se espera, já está na rede. Isso porque os hackers contam com o stress, corre-

ria e inocência das vítimas para conseguirem o que desejam. Dicas de proteção Ficar 100% protegido é uma tarefa praticamente impossível, mas você pode minimizar bastante o risco de infecção ou invasão. Basta ficar atento e seguir algumas regras básicas. As dicas a seguir farão com que você fique protegido de maneira eficaz. 1 - Não instale programas piratas em seu computador. 2 - Faça atualização de seu programa antivírus a cada sete dias; 3 - Fique atento às mensagens de e-mail que receber. O SPAM vem sendo utilizado como ferramenta principal de disseminação de vírus e ações de hackers. Se você receber mensagens com os seguintes títulos no campo assunto: Re: Thank you; Thank you!;Your details; Re: Details; Re: Re: My details; Re: Approved; Re: Your application; Re: Wicked screensaver; Re: That movie. Ou uma das seguintes sentenças no corpo da mensagem: See the attached file for details; Please see the attached file for details, ou ainda um dos seguintes arquivos anexados: Your_Document.Pif; Document_All.Pif; Thank_You.Pif; Your_Details.Pif; Details.Pif; Document_9446.Pif; Application.Pif; Wicked_Scr.Scr; Movie0045.Pif ou qualquer outro nome com essas características, não abra o e-mail. Exclua-o logo. E limpe a pasta. gojunior@voit.com.br


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.ESPECIAL

quarta-feira, 26 de julho de 2006

Fale com VoIP ou cale-se para sempre Captura de tela

A telefonia pela internet chegou para ficar e já faz parte do dia-a-dia de usuários domésticos e empresas de todos os portes, que enxergam na tecnologia uma maneira de baixar custos

D

ivisor de águas da telefonia, o VoIP (Voz sobre IP) é um fenômeno que, cada dia mais, leva usuários domésticos e empresariais a largar o telefone fixo ou celular e usar a Web como meio para trafegar voz. Só nas residências, o VoIP deve crescer mais de 300% até 2010 e saltar dos 10,5 milhões atuais para 44 milhões de usuários no mundo, segundo a consultoria IDC. Aliado na hora de reduzir a conta telefônica, o novo conceito de telefone também cresce nas empresas. Estudo realizado pela Trellis, especializada em tecnologia para comunicação de dados e voz, revela que 12% da base de 200 empresas de pequeno e médio porte ouvidas, com gastos entre R$ 600 e R$ 10 mil com ligações de longa distância DDD ou DDI para qualquer telefone fixo ou celular, já adotaram o VoIP. "Deste total, 87% indicaram ter interesse na tecnologia, sendo que 30% já s encontram em fase avançada de fechamento de contrato do serviço", afirma Cassio Spina, diretor executivo da Trellis. Por conta da possibilidade de reduzir drasticamente os custos com telefonia e permitir, principalmente, que funcionários de diferentes filiais de uma mesma companhia se comuniquem a preços módicos, dezenas de serviços de VoIP surgiram no mercado. A maioria está de olho nas pequenas empresas e oferece planos diversificados. Com a concorrência acirrada, quem ganha é o usuário, que pode pesquisar e barganhar. De um lado, há as empresas de tevê a cabo, do outro as operadoras de telecom. Quem quiser, pode ainda fazer uso do popular Skype, o mais famoso serviço de VoIP do mundo. Embora atinja de adolescentes a donas-de-casa, Carlos Pi-

res, gerente de desenvolvimento de negócios da Skype para a América Latina, lembra que o Skype atende às necessidades das empresas com seu Skype for Business, voltado aos negócios com menos de 10 funcionários. Em relação à qualidade do serviço, Pires explica que ela vai depender de uma série de fatores, principalmente a velocidade da conexão, a qualidade do headset, a compatibilidade e as configurações dos computadores envolvidos na operação. No formato Skype, qualquer micro pode conversar gratuitamente com outro, depois de instalado o software disponível no site. A conversa pode ocorrer via voz ou texto. Para quem quer ir além, o Skype oferece recursos extras e também pagos, como o SkypeOut, que permite ligar para telefones fixos e celulares no mundo inteiro. Para usar o serviço é preciso comprar créditos. O débito ocorre por minuto e o preço vai depender do destino da chamada. Outro serviço pago é o SkypeIn, que cria um número convencional exclusivo para receber ligações. Morando em São Paulo, por exemplo, é possível ter um número em Paris e receber ligações originadas de lá, a um custo local para quem chama. Dá para ter até 10 números SkypeIn em lugares diferentes e o custo varia de 10 euros (por três meses de assinatura) a 30 euros (por ano). Concorrência As operadoras de telecom também entraram nesta briga e oferecem seus serviços. A GVT, por exemplo, é dona do Vono, serviço que utiliza a banda larga para permitir que seus usuários efetuem ou recebam ligações telefônicas convencionais no micro ou em um aparelho comum. Neste último caso, é necessário adquirir um adaptador (ATA), que co-

Captura de tela

As ofertas são muitas e aumentam a cada dia. Participam deste mercado tanto operadoras de tevê a cabo como de telefonia

Nascida com o processo de privatização do setor de telecomunicações, a Transit Telecom, que hoje tem o código 17, oferece serviços de VoIP para empresas. Segundo Alexandre Alves, vice-presidente de tecnologia e marketing da Transit Telecom, eles representam 10% do faturamento da empresa. Um dos produtos oferecidos é o FastVoIP, voltado às micro, pequenas e médias empresas. A mensalidade de R$ 39,90 inclui o aparelho e uma franquia de minutos, com os excedentes cobrados à parte. “Com este serviço, dá para ligar para qualquer lugar do mundo a um custo entre 60% e 70% mais barato”, garante Alves. Tevê e telefone Na outra ponta estão as operadoras de tevê a cabo, como TVA e NET, que também disponibilizaram serviços de VoIP para turbinar suas receitas. Este é o caso do TVA Voz, da TVA, que funciona sem a

A Vivo passará a operar nas plataformas CDMA e GSM, ampliando o seu portfólio de serviços e produtos

Françoise Terzian

necta o aparelho à internet banda larga. As ligações podem ser feitas para 146 cidades com tarifa local (R$ 0,11 fixo ou R$ 0,58 celular). Para outros destinos do País, a chamada para um fixo sai por R$ 0,25 o minuto. Dependendo do país no exterior, o minuto para um fixo sai de R$ 0,25 a R$ 0,60. Quem tem filiais pode instalar o Vono em dois ou mais pontos e falar de graça entre eles via Vono, que pode ser integrado ao PABX da empresa via ATA. Para permitir que os clientes de outros Estados liguem para sua empresa a um custo de chamada local, também é possível solicitar até quatro números de telefone dentre uma lista de 140 cidades do Brasil. O Vono é um serviço pré-pago no qual o cliente, após escolher um dos planos, compra créditos para efetuar ligações e serviços.

Vivo anuncia a implantação de rede GSM no Brasil

A

necessidade do computador estar ligado. Ou seja, a comunicação é feita via aparelho telefônico convencional, após o usuário instalar um adaptador e um cabo de rede, que dividirão a conexão banda larga para o telefone convencional e para o computador, de forma que cada um funcione de forma independente e sem que haja interferências. O TVA Voz traz recursos como conferência, bloqueio de chamadas, chamada em espera e identificador de chamadas. Para usar, deve-se escolher um plano nacional (para ligações locais e DDD). Entre as opções há os de 250 Minutos por R$ 49,90, 500 Minutos por R$ 89,90 e ilimitado por R$ 249,90. Os planos internacionais (local + DDD + DDI + celular para EUA, Canadá, China, Hong Kong e Cingapura) custam de R$ 59,90 (250 minutos) a R$ 259,90 (ilimitado).

operadora de telefonia móvel Vivo (www.vivo.com.br), anunciou que desenvolverá uma nova rede GSM/EDGE, que coexistirá e complementará a oferta de produtos e serviços oferecidos pela atual rede CDMA/EV-DO, que continuará em pleno funcionamento e expansão. A operação consolida a posição competitiva da Vivo, que será a única operadora no Brasil a oferecer uma gama completa de produtos e serviços nas duas principais tecnologias de celular

no mundo: CDMA e GSM, podendo personalizar suas ofertas de acordo com as necessidades e preferências de seus clientes. A empresa esclarece que os clientes atuais da Vivo com tecnologia CDMA continuarão a se beneficiar dos produtos e serviços oferecidos, especialmente os de dados, sem que a implantação da nova rede GSM afete os serviços que a Vivo já presta. A instalação da rede GSM/EDGE da Vivo será iniciada a partir da assinatura dos contratos

de fornecimento. O investimento previsto (CAPEX) para a instalação desta nova rede é de aproximadamente R$1,08 bilhão. O desenvolvimento da rede GSM permitirá à Vivo ampliar sua gama de terminais e oferecer a seus clientes uma ampla cobertura nacional e internacional, beneficiando-se de acordos de roaming com as demais operadoras, inclusive com as controladoras Portugal Telecom e Telefónica Móviles, consolidando a maior comunidade de telefonia celular das línguas espanhola e portuguesa do mundo. A Vivo vai se beneficiar do conhecimento adquirido em implantações anteriores (TDMA/CDMA). Ao mesmo tempo, conta com a experiência de seus dois principais acionistas na implementação da nova redes GSM.


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quarta-feira, 26 de julho de 2006

ESPECIAL - 5

Celso Júnior/AE

O sonho do telefone social ainda no papel Diferentemente do Telefone Popular, esse tipo de serviço viria com franquia de 120 minutos, assinatura 50% mais barata do que a convencional e manteria as tarifas diferenciadas para fins-de-semana, feriados e madrugada

N

o início do mês entrou em operação o Aice (Acesso Individual Classe Especial), também chamado de Telefone Popular, com assinatura 40% menor do que o plano básico normal (R$ 23 no caso de São Paulo). Mas há uma série de restrições - é preciso comprar créditos para chamadas, não recebe chamadas a cobrar e o custo fica mais caro se ultrapassar 60 minutos de conversão por mês. Em uma época em que se fala tanto da inclusão digital da população, o País discute agora o Telefone Social. De acordo com o ministro das Comuicações Hélio Costa, atualmente as operadoras têm 12 milhões de linhas ociosas, prontas para oferta ao mercado. O detalhe é que há cinco anos o número de linhas continua estacionado em 40 milhões de unidades. Diante deste cenário em que as operadoras perdem por não lucrar e a população menos favorecida se prejudica por não ter um telefone fixo na residência, o ministro levantou a bandeira do projeto. “Hoje, muitas dessas famílias dispõe de telefones celulares pré-pagos, só que pagam R$ 1,25 pelo minuto de ligação, quando poderiam pagar R$ 0,10 no fixo”, defende Costa. A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou, no final de maio, o projeto do Telefone Social, que reduz pela metade o valor da assinatura básica. A idéia é que o telefone ainda ofereça franquia de 120 minutos e tarifas mais baratas em horários especiais (a chamada modulação horária), possibilitando o uso da internet. A proposta, que tramita no Congresso Nacional em regime de urgência, deverá seguir para votação no plenário da Câmara, para depois ser avaliada no Senado Federal. Uma semana antes, o projeto do Telefone Social já havia sido aprovado por unanimidade na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara. Além disso, o serviço ainda precisará ser regulamentado pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). A expectativa do ministro é que o telefone social passe a ser oferecido para a população a partir do segundo semestre de 2006. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encaminhou ao Congresso Nacional uma proposta de alteração na LGT (Lei Geral de Telecomunicações) para a criação de um serviço de telefonia fixa direcionado à população de baixa renda, com preços mais em conta que os prestados atualmente pelas operadoras. A mudança na LGT também impulsionaria o projeto Computador para Todos, já que ofereceria acesso à internet a custos menores. Bom para a população e para as operadoras que devem desencalhar linhas ociosas, o telefone social também é esperado com expectativa por fornecedores de infra-estrutura de telecomunicações. Principalmente no segmento de comutação fixa, que vem registrando queda nas vendas ano a ano, por conta dos baixos investimentos das operadoras fixas. “Se o telefone social for aprovado e tiver sucesso, poderemos viver um crescimento na telefonia fixa tradicional”, afirma Raul Del Fiol, diretor-presidente da Trópico, empresa que fornece desde

centrais telefônicas até aplicações integradas para infra-estrutura de acesso. Ele calcula que o fato de atender 10% do potencial de mais de 20 milhões de assinantes de menor renda já represen-

tará um aumento de 5% sobre a atual planta de 40 milhões de telefones fixos em serviço. “Se o projeto for realmente aprovado, constituirá em uma demanda boa para a gente”. Françoise Terzian

O ministro das Comunicações Hélio Costa é um dos defensores do Telefone Social


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quarta-feira, 26 de julho de 2006

Brasil sintoniza IPTV em 2007 Além de ser digital, a tevê pela internet permitirá a tão sonhada interatividade do telespectador, uma vez que usa uma conexão banda larga bidirecional, em que é possível receber e enviar dados Fotos: Divulgação

Françoise Terzian

A

IPTV (Internet Protocol Television) ou televisão pela internet, conceito que prega o uso da internet banda larga para transmitir conteúdo televisivo e serviços interativos ao telespectad o r, d e v e s e t o r n a r u m a realidade no Brasil a partir do primeiro semestre de 2007. A exemplo de outros países que já oferecem o serviço – China, Espanha, França e Estados Unidos –, o Brasil deve deixar a fase de testes no final deste ano e passar a oferecer a IPTV comercialmente logo em seguida. Pelo menos do ponto de vista tecnológico, o que se ouve é que existe um grande avanço, embora ainda hajam acertos a serem realizados. O que vai determinar a chegada rápida da IPTV é a questão regulatória e o fechamento de acordos comerciais, incluindo produção de conteúdo e temas como direitos autorais. Caminho sem volta, o mercado de IPTV deve explodir e alcançar US$ 30 bilhões até 2010, segundo estimativas da Alcatel. Deste total, um terço deve ser gasto com marketing e serviços e dois terços em infra-estrutura. Segundo a Pyramid Research, a IPTV tem 2,5 milhões de usuários no mundo hoje e deve chegar aos 25 milhões em 2011. Hélio Rubens Nobre, diretor comercial de redes fixas da Alcatel, lembra que o crescimento de adeptos da banda larga é um forte impulsionador da IPTV. Em relação ao usuário, é preciso deixar claro que, ao contrário do conceito de Web TV, modelo em que o usuário assiste televisão pelo computa-

Carlos Brito: mesmo sem autorização da Anatel, neste momento já será possível oferecer conteúdos como vídeos e música sob demanda. Para programação ao vivo será necessária a mudança na legislação

Renato Cotrim: a taxa de transmissão do conteúdo entre a operadora e a casa do usuário ficará em torno de 2 Mbps

dor, a IPTV propõe a entrega de serviços digitais avançados. Renato Cotrim, gerente regional de vendas da Microsoft TV, lembra que IPTV usa o protocolo de transporte IP em uma rede privada e não pública. Por isso, a taxa de transmissão do conteúdo entre a operadora e a casa do usuário deverá girar em torno de 2 Mbps. Novos negócios Depois de perderem muito mercado para o explosivo mercado de celulares, as operadoras fixas de telecomunicações enxergam a IPTV como uma oportunidade de gerar novos negócios, incrementar a renda e fidelizar os clientes. Por conta disso, as operadoras são as primeiras a levantar a bandeira da IPTV no mundo todo. Estima-se que, mundialmente, elas já investiram mais de US$ 500 milhões em pesquisas. Microsoft, Alcatel, Lucent e Agilent Technologies são fornecedoras de software, equipa-

mentos de infra-estrutura e serviços que também estão de olho na IPTV. A tevê pela internet ajudará as operadoras a colocar em prática o conceito de Triple Play, combinação de voz, dados e multimídia. Nobre lembra que em tempos de convergência, da mesma forma que as tevês a cabo entraram na seara de voz com o VoIP, agora as operadoras de telecom entrarão na área de entretenimento com a IPTV. Amilton De Lucca, diretor de novos negócios da TVA, lembra que na tecnologia IPTV as residências que tiverem vários aparelhos de televisão precisarão ter vários acessos banda larga para fazer uso do serviço. “Ao contrário da tevê a cabo, na IPTV isso sairá muito caro”, alerta De Lucca. Outro dado preocupante refere-se a um relatório do Forrester Research. Ele alerta que as operadoras de telecom poderão per-

der muito dinheiro com IPTV em seus primeiros 10 anos de investimento. O retorno só deve vir no longo prazo. No Brasil, o serviço de IPTV tem sido testado pelas principais operadoras, como Telefônica, Telemar e Brasil Telecom. Em abril, o grupo Telefônica anunciou um acordo estratégico com a Lucent Technologies, no qual a fornecedora de equipamentos para telecom proverá suporte aos seus serviços de IPTV a serem lançados em todo o mundo. Para isso, a empresa estabelecerá centros de desenvolvimento e pesquisa na Espanha e no Brasil. Somente em IPTV, a Lucent deve gastar US$ 250 milhões em cinco anos. O serviço de IPTV da Telefônica já é comercial na Espanha há três anos, onde atende a mais de 250 mil assinantes e entrega conteúdos de áudio e tevê totalmente digitais, com qualidade de DVD. O serviço interativo de vídeo sob de-

manda possibilita que seus assinantes assistam a filmes, documentários, concertos, shows e noticiários a qualquer hora do dia, com recursos de controle similares aos do DVD ( i n c l u i n d o i n i c i a r, p a r a r, avançar, rever, pausa, automático e seleção de idioma). Licença Carlos Brito, diretor de vendas da área de serviços da Lucent, diz que a mesma tecnologia começa a ser oferecida na República Tcheca. Em relação à oferta deste serviço em São Paulo, área da Telefônica, a montagem da infra-estrutura para IPTV já teve início, com previsão de começar os testes com usuários selecionados nos próximos três meses. Para o serviço ser comercial, é preciso ter a autorização da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Brito explica que sem a licença é possível oferecer vídeo e música sob demanda. Entretanto, progra-

mação ao vivo está proibida sem autorização. Diferentemente da tevê via satélite ou a cabo, a IPTV oferece a personalização e a interatividade que os telespectadores até então só conseguiam encontrar em filmes futuristas. O fato de a rede banda larga ser bidirecional permite que o telespectador interaja com o serviço e passe a decidir o que vai assistir e em qual horário. “Com IPTV, quebra-se o paradigma de ter de assistir o Jornal Nacional às 20h. As operadoras poderão oferecer o noticiário em vários outros horários, assim como faz a British Telecom, que disponibiliza os sete dias de programação passada”, conta Cotrim. Desta forma, o telespectador passa a selecionar conteúdo digital – de noticiário a entretenimento – e baixar na hora via banda larga. Cotrim lembra ainda que, ao contrário da limitação do número de canais que chega a 110, na IPTV o céu é o limite. A idéia é que a tecnologia abrirá espaço para canais especializados como tevê judaica ou coreana ou com foco em profissionais de diferentes setores. O assinante também pode esperar novidades, como gravação seletiva de conteúdo à distância e jogos online. Só que para ter acesso a tantas possibilidades, não bastará simplesmente ligar o televisor. O assinante precisará de uma conexão banda larga e um decodificador (setop-box). Sua função é receber o vídeo em pacote IP, decodificá-lo e jogar o sinal para a tevê. Acredita-se que o decodificador será oferecido dentro do pacote que prevê pagamento mensal. Françoise Terzian


quarta-feira, 26 de julho de 2006

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CPMI Planalto Eleições Congresso

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 26 de julho de 2006

NO MARANHÃO TUCANOS NÃO SE BICAM COM PEFELISTAS

Lula tem ministros que não chovem nem molham e que a gente nunca sabe o que têm na cabeça. João Pedro Stédile, líder do MST

GERALDO ALCKMIN PEDE QUE PEFELISTA DO MARANHÃO FIQUE NEUTRA Orlando Brito

Eymar Mascaro

Reserva de votos

S

e a eleição fosse hoje, Geraldo Alckmin (PSDB-PFL) teria cerca de três milhões de votos a mais do que Lula (PT-PRB-PC do B), em São Paulo. Segundo a última pesquisa Datafolha, o candidato tucano está 14 pontos na frente do petista no Estado. O Estado de São Paulo concentra 26 milhões de eleitores, mas pelos cálculos e com base em eleições passadas, teremos aproximadamente 20 milhões de votos válidos. É por isso que o PT está queimando pestana. O partido quer encontrar uma fórmula para eliminar a diferença que favorece Alckmin no Estado. Com exceção de Juscelino Kubitchek, nenhum outro candidato conseguiu se eleger presidente perdendo a eleição em São Paulo. O Estado dispõe de 1/5 do eleitorado brasileiro, isto é, de cada grupo de cinco eleitores no País, um é paulista.

OBSTÁCULO

Presidenciável tucano reúne-se com a ex-governadora do Maranhão (PFL), Roseana Sarney, na praia de Calhau, em São Luís (MA).

ALCKMIN TEME QUE ROSEANA APÓIE LULA

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candidato presidencial da coligação PSDB-PFL, Geraldo Alckmin, teve uma conversa, em São Luís, com a ex-governadora maranhense Roseana Sarney, do PFL, que ainda não decidiu se lhe dará apoio nesta campanha. O pai de Roseana, senador José Sarney (PMDB-AP), é um dos principais articuladores da reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A situação do presidenciável tucano, no Estado, não é das mais confortáveis. Entre os eleitores do Maranhão, Lula tem 71% das intenções de voto para a Presidência, contra 16% de Geraldo Alckmin. Heloísa Helena está em terceiro lugar, com 4%, segundo pesquisa do Ibope realizada entre 6 e 9 de julho. O mesmo levantamento aponta ainda que Roseana Sarney venceria o governo do Maranhão no 1º turno com 60% das intenções de voto. Em seguida aparece Jackson Lago (PDT), com 22% e Edson Vidigal (PSB), com 5%.

Está tudo muito bem encaminhado para que Roseana fique neutra. No Nordeste, quem recebe em casa abençoa. Heráclito Fortes, senador (PFL-PI) Não é por acaso que a intenção dos coordenadores da campanha de Alckmin é conseguir, pelo menos, que Roseana se mantenha neutra na disputa presidencial. Estiveram ontem na casa dela, para reforçar a visita de Alckmin, o presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), o senador Edison Lobão (PFLMA) e o candidato a vice de Alckmin, senador José Jorge (PFL), que está intermediando as negociações. Ressentimento – A senadora tem mágoas do PSDB desde o início de 2002, quando, na frente nas pesquisas de opi-

STÉDILE: 'UM PÓ-DE-ARROZ'.

líder nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) João Pedro Stédile disse ontem, em Aracaju, que o candidato a presidente Geraldo Alckmin "é um pó-de-arroz qualquer, um bundão, a expressão mais desavergonhada da volta ao passado, ao neoliberalismo puro. Ele seria a derrota completa da classe trabalhadora e da luta pela reforma agrária", alfinetou. A crítica a Alckmin foi durante um discurso na Praça da Cruz Vermelha, na capital sergipana, que marcou as manifestações do Dia do Trabalhador Rural. Stédile disse ainda que "o simples fato de a direita colocar o Alckmin já é o atestado de derrota deles". Ao fazer uma análise da situação política para cerca de 15 mil trabalhadores rurais, ele afirmou que, se os conservadores tivessem certeza que ganhariam as eleições presidenciais, teriam "colocado o Serra (José Serra, candidato tucano a

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governador de São Paulo), que é mais perigoso para nós derrotarmos." "Então, a burguesia botou Alckmin como boi de piranha e centrou fogo nos seus jogadores para priorizar a campanha nos Estados." Stédile usou o termo "jogadores" ao fazer uma analogia com a seleção brasileira que, na opinião dele, "se c... toda diante da França", na Copa do Mundo. O líder nacional do MST também criticou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dizendo que ele não conseguiu derrotar a doutrina neoliberal, instituída, conforme ele, pelos ex-presidentes Fernando Collor de Mello e Fernando Henrique Cardoso. "Primeiro porque o Lula, para ganhar as eleições, se aliou com parte do time dos ricos. Os ricos infiltraram o jogador deles no nosso time e isso resultou num governo de composição, de coalização. É um governo eleito pelo povo para mudar, mas não teve força para isso", arrematou Stédile (AE)

nião para a disputa pela Presidência da República, foi surpreendida por uma ação da Polícia Federal (PF) na Lunus Empreendimentos, empresa na qual é sócia com o marido, Jorge Murad. A PF encontrou R$ 1,34 milhão no cofre da Lunus e apreendeu o dinheiro. Levantou ainda suspeitas de que a empresa estava envolvida em fraudes. Roseana atribuiu a ação ao então pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra. Com o escândalo, a candidatura dela naufragou. Desafio – Bornhausen, Jorge e o senador Heráclito Fortes (PFL-PI) estão em São Luís

desde terça-feira, quando tiveram uma primeira reunião. Ao chegar ao Maranhão, Alckmin disse que durante a campanha estará voltado prioritariamente para os temas nacionais. "Farei aqui uma campanha nacional. Jamais vou entrar nas questões locais", prometeu Alckmin, para agradar Roseana. Heráclito Fortes arriscou um palpite, depois de testemunhar a cortesia com que Roseana tratou Alckmin. "Está tudo muito bem encaminhado para que Roseana fique neutra", disse. "No Nordeste, quem recebe em casa abençoa." O interesse do PFL e do PSDB em resolver o caso no Maranhão é grande porque, sendo do PFL e dando apoio a Lula, Roseana poderá criar um fato político de muito simbolismo. Será a única candidata importante do PFL a apoiar a reeleição do presidente. Apesar de correr esse risco, Bornhausen comemora: "De uma coisa, já podemos ter certeza. A Roseana vai votar no Alckmin". (TN/Agências)

O PT enfrenta um problemão em São Paulo: seu candidato a governador, Aloizio Mercadante ainda não deslanchou. Se deslanchasse poderia ajudar Lula. Enquanto José Serra arranca 48% de intenção de voto na pesquisa (Datafolha), o petista desponta com 15%.

DIVISÃO A maior defasagem de votos do PT está concentrada no interior, que dispõe de 2/3 do eleitorado no Estado(l8 milhões aproximadamente). O PT não sabe como tirar a diferença.

SUDESTE O PSDB também vive seu drama no Sudeste. Em dois outros importantes Estados na região, como o Rio (11 milhões de votos) e Minas (13 milhões), no entanto, Alckmin está perdendo nas pesquisas. A mesma preocupação que Lula tem em São Paulo, Alckmin tem em relação ao Rio e Minas.

AGENDA No Rio, Alckmin conta com a coordenação da campanha do prefeito Cesar Maia (PFL). Alckmin usa dois palanques no Estado, os dos candidatos a governador Eduardo Paes (PSDB) e Denise Frossard (PPS).

IMBRÓGLIO Apesar de Cesar Maia não se bicar com Anthony Garotinho (PMDB), Alckmin quer encontrar um jeito de atrair o apoio do ex-governador. Quando era pré-candidato a presidente, Garotinho aparecia nas pesquisas com mais de 10% de índice de intenção de voto. Alckmin quer abocanhar esse quinhão.

RECUPERAÇÃO

arrancar o apoio público do governador Roberto Requião (PMDB). O partido está rachado no Estado e se dividiu entre Lula e Alckmin. Todos esperam por uma palavra do governador.

PALANQUE O governador do Rio Grande do Sul (sete milhões 500 mil votos) Germano Rigotto, continua negando o acesso de presidenciáveis ao seu palanque. Ele pretende manter a neutralidade até as eleições, enquanto cresce no Estado a candidatura da senadora Heloísa Helena (PSol).

APOIO Já, em Santa Catarina (mais de 4 milhões de votos) Alckmin tem o apoio do ex-governador Luiz Henrique (PMDB). Em compensação, Lula está acenando para outro ex-governador, Esperidião Amin (PP). Em tempo: um assessor de Amin já esteve com o candidato petista.

APOSTA Os tucanos estão apostando no êxito da concentração do dia 4 de agosto, em Recife, para a arrancada de Geraldo Alckmin no Nordeste (33 milhões de votos). Naquele data, o tucano vai lançar seu programa de recuperação econômica e social da região, intitulado "Novo Nordeste".

INVESTIGAÇÃO Alguns membros da CPMI dos Sanguessugas querem apresentar seu primeiro relatório parcial na próxima semana. Os membros da comissão garantem que já reuniram provas contra a maioria (dos 112 parlamentares (80%) e ex-parlamentares acusados de envolvimento no escândalo das ambulâncias superfaturadas.

Também em Minas, Alckmin espera reverter a situação. O candidato tem um forte trunfo no Estado: o apoio do governador Aécio Neves, que tem 73% de intenção de voto como candidato à reeleição. Além disso, Alckmin conta também com o apoio do ex-presidente Itamar Franco (sem partido).

LADO A LADO Nos três Estados do Sul (quase 20 milhões de votos), Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, Alckmin empata o jogo com Lula. Cada um tem cerca de 20% de intenção de voto. A campanha na região deve ser intensa.

DISPUTA No Paraná (sete milhões de votos) nem Lula e nem Alckmin conseguiram

RECUO Tucanos e pefelistas podem colocar o pé no breque e devem policiar melhor as críticas que fazem ao governo do PT de envolvimento com o escândalo das ambulâncias porque o chefe da quadrilha, Luiz Antonio Vedoin, envolveu no caso o governo de Fernando Henrique Cardoso.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

8 -.ESPECIAL

quarta-feira, 26 de julho de 2006

Acessórios que dão mobilidade J

aquetas, gorros, fones de ouvido, kits para carros, headsets, vale tudo para dar charme e liberdade de movimentos na hora de receber ou fazer uma chamada. Os acessórios ficaram leves, bonitos, ergonômicos e muitos deles ganharam Bluetooth, o que torna a conversa pelo telefone mais natural (no carro, caminhando ou no escritório) e sem a necessidade de fios para falar. Hoje em dia, ao lançarem novos modelos de celulares, os fabricantes já pensam também nos acessórios para garantir mais conforto ao usuário. Os dispositivos com Bluetooth são as novidades, que chegam ao mercado à medida que também os telefones vêm equipados com essa conexão wireless – o que já está virando padrão na indústria. Essa tecnologia permite comunicação sem fio num raio de até 10 metros. A Motorola dispõe da maior variedade de acessórios com Bluetooth do mercado. Os novos fones de ouvido são o H300, H500 e H700 e o headphone S805. Nada daqueles dispositivos desconfortáveis e que não se encaixam na orelha nem no ouvido. Agora eles ganharam ergonomia, com hastes dobráveis e redução de eco, como é o caso do H700. Já o H500 traz diversas cores, inclusive rosa (para as mulheres), bateria de longa duração (oito horas de uso contínuo) e microfone multidirecional para captar claramente a voz. Os preços variam de R$ 167 a R$ 389, dependendo da sofisticação. O headfphone DJ S806 permite atender as chamadas do celular e ouvir músicas arquivada com som estéreo. Há também peças como jaquetas, capacetes, gorros e óculos munidos da tecnologia sem fio. Um desses é o óculos de sol da Oakley, o RAZRWire, que graças a uma parceria com a Motorola incorporou Bluetooth na haste e é compatível com a família RAZR V3. Os modelos anteriores de óculos eram mais pesados, este já é bem mais leve e só começa a ser vendido em agosto nos Estados Unidos. E que tal vestir uma jaqueta e com ela poder ouvir música e ainda falar no telefone com um toque na manga? Pois a fabricante de roupas Burton tem a linha de jaquetas Audex, fabricada em parceria com a Motorola. O painel de controle com botões está na manga esquerda para acesso mais fácil no envio e recebimento de cha-

A tecnologia de conexão Bluetooth já virou padrão da indústria e está revolucionando o uso de celulares, proporcionando maior liberdade aos usuários Fotos: Divulgação

ÓCULOS HI-TEC – Parceria entre a Motorola e a Oakley, o RAZRWire traz um fone de ouvido sem fio

FONE COM FIO – Nokia BH 800 permite fazer ligações e rediscagem pelo reconhecimento da voz do usuário

JAQUETA – O painel de controle fica na manga esquerda e permite fazer e receber ligações e ouvir músicas

QUASE INVISÍVEL – O Nokia HS26W é pequeno e discreto, tem conexão Bluetooth e custa cerca de R$ 260

VIVA-VOZ – O SonyEricsson HCB 300 pode ser colocado no painel do carro e tem reconhecimento de voz

FONE SEM FIO – Modelo da LG para acompanhar a sua linha de celulares com tecnologia Bluetooth. São leves e práticos

madas e seleções de músicas. O celular Bluetooth fica conectado ao painel da manga, mas os fios do iPod ficam escondidos na roupa. O capuz possui alto-falantes e um microfone para o usuário ouvir músicas e falar. Nos Estados Unidos, o preço é de US$ 600. A Burton também acaba de lançar um capacete e um gorro com fones estéreo Bluetooth por US$ 150. Opções Os acessórios da SonyEricsson sem fio também estão mais ergonômicos e leves. O HBH 608 Bluetooth pesa 20 gramas e seu gancho pode ser fixado em qualquer tipo de orelha (grandes ou pequenas), permitindo mais liberdade nos movimentos. O preço no Brasil é de R$ 299. O outro da mesma família é o HBH-610 (R$ 180) com Digital Signal Processing e cujo microfone capta o ruído do fundo e filtra o som para que a única coisa ouvida pelo interlocutor seja a voz do usuário. O kit veicular HCB 300 Orange é muito prático, pois pode ser colocado no painel do carro e o telefone fica dentro do bolso ou numa bolsa. As ligações são aceitas ou rejeitadas através do acessório e, o melhor, é que é possível compartilhar seus recursos com outras quatro pessoas, cada uma com uma cor diferente como identificação. Cada usuário escolhe a cor na opção Color ID e, quando a chave de ignição é ligada, o HCB se conecta automaticamente ao celular com Bluetooth e mostra a cor selecionada para aquele telefone. Tem reconhecimento de voz e pesa 160 gramas. Custa entre R$ 400 e R$ 800. A Nokia está lançando um dos modelos mais leves do mercado. O BH 800 pesa apenas 9 gramas, apesar de ser Bluetooth, e está disponível em duas cores, podendo ser usado em ambas as orelhas. Vem com uma alça para colocar e retirar o fone com apenas uma mão. Suporta 6 horas de conversação e faz chamadas e rediscagens só pelo reconhecimento de voz. Está previsto para chegar em julho do Brasil. O outro acessório é o HS 26W, com botões para atender e finalizar chamadas. O kit veicular HF 6W, da Nokia, pode ser conectado ao acendedor de cigarros do carro e não exige instalação prévia. Ajusta volume, atende chamadas e é usado como carregador de baterias. Preço sugerido de R$ 499. Bárbara Oliveira

Telefones mais do que espertos Fotos: Divulgaçao

Os smartphones carregam os aplicativos do escritório, além de músicas, rádios e comunicação wireless e prometem ser a nova mania entre os usuários

Qtek 9090: Oferecido pela Claro, é um Pocket PC com sistema Windows

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s smartphones estão ganhando força no mundo corporativo pelas suas inúmeras vantagens, especialmente por serem dispositivos portáteis que transportam no bolso boa parte das tarefas antes limitadas ao escritório ou à empresa. Além de acessarem aplicativos de texto, planilhas, agenda, e-mails e navegarem na internet, os telefones inteligentes também permitem a comunicação sem fio (Bluetooth ou Wi-Fi) com outros terminais e funções multimídia (fotos e músicas). Assim como os sistemas operacionais embutidos, seus formatos são variados. Alguns têm ojeitão de agenda mesmo, daqueles que fecham como se fossem um caderninho, ou são telefones um pouco maiores, com teclados à mostra ou do tipo deslizante. O que importa é que eles estão ocupando o seu espaço e devem superar os PDAs na preferência do mercado empresarial. No ano passado, o crescimento das vendas de smartphones foi de 70% e deve continuar nesse ritmo segundo o instituto de pesquisas norte-americano In-Stat. No Brasil, o bom é que esses equipamentos também começam a ampliar seu foco, saindo dos limites do cliente corporativo e chegando ao varejo. As operadoras também deixaram de ter exclusividade na venda de alguns modelos, o que aumenta ainda mais o leque para o consumidor. É claro que se o cliente fizer um plano empresarial com a operadora terá vantagens sobre o preço de varejo do equipamento. O Blackberry, da canadense RIM, que antes era exclusivo da TIM, passa a ser oferecido também pela Claro. Ambas também ampliaram as vendas para o usuário final. O Treo 650, da Palm, que só

era vendido pelas operadoras GSM passou também a funcionar em rede CDMA, da Vivo. O vice-presidente da Palm para o Cone Sul e Chile, Alexandre Szapiro, observa que depois do telefone, a principal característica do Treo 650 para seus usuários é a leitura de e-mails e acesso aos programas de comunicação online (os mensageiros). Mas ele faz muito mais que isso. O programa VersaMail para acesso a e-mails em tempo real aceita padrões POP3 (UOL, Terra, Yahoo!, etc.), IMAP e Exchange 2003. A cada mensagem que chega no desktop do escritório ou da empresa, o usuário recebe um aviso e pode apagar as mensagens diretamente do Treo. O modelo é fabricado no Brasil desde o fim do ano passado só na rede GSM, com uma capacidade de 30 mil unidades/mês, mas em breve a unidade de Jaguariúna vai começar a produção dos aparelhos CDMA, que ainda são importados. Bluetooth, infravermelho e slots para cartões de memória são outras vantagens do Treo. Os preços tanto para o varejo como para empresas dependem dos pacotes de dados e de voz, mas variam de R$ 1.200 a R$ 1.600. Assim, como o Treo, o Blackberry é um dos smartphones mais populares no mundo principalmente entre profissionais liberais e executivos. Aqui ele era vendido desde 2005 exclusivamente aos clientes corporativos da TIM, mas agora tanto ela como a Claro começaram a comercializar para o usuário final. Neste caso, as operadoras é que replicam os e-mails recebidos pelos assinantes para os telefones inteligentes. Sincronizar contatos e agendas com o computador da casa ou da empresa, receber e-mails (Hotmail, Gmail, etc.) e navegar na Web são as suas principais funções. Se a pessoa estiver em uma área de cobertura GPRS ou Edge, a velocidade na transmissão de dados pode chegar a 200 Kbits por segundo. A TIM está oferecendo os modelos 7100g e 8700g em regime de comodato às grandes empresas, mas para o small business e usuários finais só o 8700g está disponível por R$ 1.500, além de taxa de ativação do serviço de R$ 69,90 e pacotes de uso de e-mails. Os preços não incluem serviços de voz. Os Blackerry da Claro são o 7290 e o 7100g, este com um visual renovado e jeito de celular. Tanto a TIM como a Claro também têm os Qtek, da High Tech Computing. O mais novo da

família é o 9100, com teclado Querty (iguais aos do PC) e memória interna de 128 MB, ele vem com sistema operacional Windows Mobile 5.0 para gerenciar a sincronização com o PC na atualização do calendário, agenda, listas de contatos, favoritos e caixa de e-mails. A Claro vende o produto no varejo por R$ 1.199 mais o plano de voz e de dados. As operadoras GSM também comercializam os já tradicionais Nokia Communicator 9300 e 9500, com Bluetooth, MP3 e acesso à internet em redes GPRS e Edge. Alguns clientes do BankBoston e da TIM já estão com seus Nokias configurados com a solução Mobile Banking para consultarem saldos e extratos e efetuar pagamentos, transferências e consultas nos 69 países com os quais a operadora tem roaming internacional de dados. O 9300 e o 9500 também têm câmera embutida e Wi-Fi. Os preços dependem dos planos com as empresas. Da série Communicator, a novidade que chega ao Brasil é o 9300i, com 80 MB de memória e todas as funções de um computador de bolso. O aparelho da Nokia ajudou inclusive à operadora Deutsche Telekon a gerenciar 28 mil convidados da Copa do Mundo, na Alemanha, com reservas online de vôos, graças às conexões sem fio. O preço sugerido é de R$ 2.500. Os mais recentes da Nokia lá fora são o 770 Tablet e o 550 Sports com funções avançadas. O 500 Sports é voltado para pessoas que gostam de esportes, pois ele monitora o desempenho do usuário em corridas e caminhadas, tem leitor de MP3, rádio FM e câmera de 2 Mpixel e tecla instantânea para comutação fácil entre telefone, música e esportes. Custa cerca de 300 euros na Europa. O 770 Internet Tablet, com Linux, usa o browser Opera e acessa redes Wi-Fi, sintoniza rádio da internet e reproduz vídeos e música. A memória é de 128 MB e ele pesa 230g. Em 2006, será atualizado o software para o Tablet 2006 que vai suportar também VoIP e mensagens instantâneas. Nos EUA custa US$ 445. A Benq-Siemens trouxe recentemente para o mercado brasileiro o seu smartphone P50 (preços sugerido de R$ 2.900), com sincronização de e-mails diretamente do Outlook, edição e busca de documentos, comando de voz e VoIP via WiFi (Skype), além de conexão sem fio Bluetooth. Bárbara Oliveira

Blackberry 8700g: voltado para uso corporativo, possui teclado

Palm Treo 650: o aparelho opera tanto em redes GSM como CDMA

Nokia 770 Tablet: disponível apenas na Europa, usa sistema operacional Linux

Blackberry 7100: sincroniza e-mails e possui teclado alfanumérico


quarta-feira, 26 de julho de 2006

Congresso Planalto CPMI Eleições

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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RIO É O ESTADO COM MAIOR NÚMERO DE NOTIFICADOS

Tecnicamente, o Saraiva Felipe está sendo notificado como deputado, mas o objetivo é ouvi-lo como ministro. Deputado Arnaldo Faria de Sá

Ed Ferreira/AE

EX-MINISTRO ESTÁ NA NOVA LISTA DA CPMI

MÁFIA TAMBÉM TERIA ATUADO EM VINHEDO

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prefeito de Vinhedo (SP), João Carlos Donato (PL), admitiu ontem que a Máfia dos Sanguessugas pode ter atuado na administração local. Ele aparece na lista de 60 prefeitos que supostamente aceitaram suborno da empresa de fornecimento de ambulâncias Planam, do empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin. Donato não admite, entretanto, que ele tenha recebido R$ 39 mil, em 2005, como o empresário declarou à Justiça Federal. "O que pode ter acontecido é a corrupção ter sido realizada na administração anterior ou algum servidor nessa administração ter recebido o dinheiro em meu nome", disse o prefeito. Donato já contratou um advogado para acompanhar o processo da Planam e baixou uma portaria para investigações na prefeitura sobre o assunto. No centro da acusação em Vinhedo está a compra de duas ambulâncias em uma licitação vencida pela Planam em 2004 ao preço de R$ 77.980 cada veículo. A prefeitura pagou com R$ 120 mil arrecadados com verbas do Ministério da Saúde mais R$ 24 mil da própria administração. Donato, no entanto, afirma que o convênio com o Ministério e a licitação foram realizados na gestão do ex-prefeito Milton Serafim. O pagamento das ambulâncias, entretanto, foi feito na administração Donato, defende-se Serafim. Serafim e dois ex-secretários estão envolvidos com a Justiça processados por exigir propina para liberar loteamentos em Vinhedo. Eles permaneceram presos por dois meses e agora respondem em liberdade. (AE)

GADELHA VAI DEIXAR COMISSÃO

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deputado Marcondes Gadelha (PSB-PB) pediu ontem afastamento da CPMI dos Sanguessugas. Ele disse que iria provar aos colegas da comissão que as acusações contra ele são infundadas. Gadelha foi citado pelo empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin no depoimento à Justiça Federal de Mato Grosso. Antes do seu pedido de afastamento, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), sub-relator da CPMI, defendeu sua saída e a do senador Jonas Pinheiro (PFL-MT) da comissão. "Todas as pessoas mencionadas deveriam se dar por impedidas (de continuar na CPMI)." (AOG)

Saraiva Felipe, ex-ministro da Saúde, está entre os parlamentares notificados ontem pela comissão. Já são 90.

SANGUESSUGAS A

Lando, Biscaia e Gabeira, durante reunião da CPMI, na qual ficou decidido que Vedoin irá depor em agosto.

MAIS 33 NOTIFICADOS

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baixo os 33 nomes que fazem parte da nova lista de parlamentares. Destes, 31 são deputados federais e dois são senadores. Deputados: Adelor Vieira (PMDB-SC), Agnaldo Muniz (PP-RO), Almerinda de Carvalho (PMDB-RJ), Benjamin Maranhão

(PMDB-PB), Carlos Dunga (PTB-PB), Carlos Nader (PL-RJ), Celcita Pinheiro (PFL-MT), Cesar Bandeira (PFL-MA), Cleuber Carneiro (PTB-MG), Coronel Alves (PL-AP), Érico Ribeiro (PP-RS), Feu Rosa (PPS-ES), Gilberto Nascimento (PMDB-SP), Helenildo Ribeiro (PSDB-AL), Heleno Silva (PSDB-AL), Ildeu Araújo (PP-SP), João Grandão (PTB-MT), João Magalhães (PMDB-MG), Jonival Lucas Junior (PTB-

BA), Jorge Pinheiro (PL-DF), Josias Quintal (PSB-RJ), Josué Bengston (PTB-PA), Marcondes Gadelha (PSB-PB), Marcos de Jesus (PFL-PE), Nilton Baiano (PP-ES), Paulo Gouveia (PL-RS), Paulo Magalhães (PFL-BA), Ricardo Rique (PL-PB), Robério Nunes (PFL-BA), Saraiva Felipe (PMDB-MG), Wellington Roberto (PL-PB) Senadores: Magno Malta (PL-ES), Serys Slhessarenko (PT-MT). (AOG)

BISCAIA: MALTA É CULPADO.

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Sérgio Lima/Folha Imagem/04-03-2004

presidente da CPMI dos Sanguessugas, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), disse ontem não ter dúvidas de que o senador Magno Malta (PL-ES) quebrou o decoro parlamentar ao usar por mais de um ano um carro que teria sido comprado pela Máfia Magno Malta: 'Entrei nessa de gaiato'. dos Sanguessugas. O uso do veículo foi admitido (PP-MT), também acusado pela próprio senador em re- por Vedoin de envolvimento portagem do jornal O Globo. com a quadrilha. "Devo ter "Se confirmada a reporta- usado o carro por um ano e gem, fechou-se a cadeia dos pouco, mas há um ano e dois elementos suficientes para meses, mais ou menos, devolincluí-lo no relatório. Eu não vi. Entrei nessa coisa de gaiato. entendo que alguém utilize Não conheço essa corja" disse um carro por empréstimo de Malta ao Globo. qualquer empresa, quanto Fiat – O Fiat Ducato usado mais da Planam, que é uma pelo senador, que está nos Esquadrilha. Não há justificati- tados Unidos está registrado va, disse Biscaia. no nome da estudante de DiSegundo o empresário Luiz reito Querli Batistello, mulher Antônio Trevisan Vedoin, um de Lino Rossi. dos donos da Planam e acusaNo depoimento que deu à do de ser um dos chefes da má- Justiça Federal em Cuiabá, Vefia das ambulâncias, o carro foi doin disse que ofereceu o carro dado ao senador como paga- a Magno Malta em troca do dimento de propina. O senador recionamento de R$ 1 milhão alegou, no entanto, inocência e em emendas parlamentares disse que o Fiat Ducato preto destinadas à compra de equinão foi um presente da quadri- pamentos médicos para munilha, mas um empréstimo do cípios do Espírito Santo. deputado federal Lino Rossi Atualmente Querli Batistel-

lo trabalha no escritório da coordenação política da candidatura do marido à reeleição. Procurada, Querli disse que não faria comentários sobre o assunto e negou que conhecesse Magno Malta. Lino Rossi conhece o empresário Darci José Vedoin, outro sócio da Planam, desde o seu primeiro mandato como deputado federal, em 1999. Na época, ele levou o empresário a Brasília e o apresentou a colegas de Congresso. Rossi iniciou sua carreira na primeira metade da década de 90 como apresentador de tevê. Lino Rossi não teve o telefone grampeado pela Polícia Federal durante as investigações da Operação Sanguessuga. Mas em uma ligação captada do celular da ex-assessora do Ministério da Saúde, Maria da Penha Lino, o deputado surge dizendo que ela e seu marido Noriaque José de Magalhães são bons parceiros. E afirma que vai lhe mandar um “presente”. Maria da Penha é considerada pela PF o membro da quadrilha infiltrado no Ministério da Saúde com a função de agilizar a aprovação de projetos de interesse do grupo. (AOG)

Dida Sampaio/AE/13-07-2005

O Ó RBITA

CONFIANÇA

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candidato do PSL à Presidência da República, Luciano Bivar, disse que se tornará conhecido do eleitorado e subirá nas pesquisas usando as entrevistas que dará à imprensa durante a campanha, a página que mantém na internet e o tempo de pouco mais de um minuto que terá na propaganda eleitoral gratuita para passar sua mensagem. "Eu confio na tecnologia", afirmou. (AE)

REFORMA

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Justiça Federal autorizou e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), numa ação inédita, vai comprar uma fazenda, em Goiás, de um empresário traficante para usá-la na reforma agrária. Avaliada em R$ 6,3 milhões, tem mais de mil hectares.

SAIU ACORDO

s advogados do exdeputado José Dirceu (foto)e o médico João Francisco Daniel firmaram ontem um acordo pondo fim a um processo por calúnia movido pelo ex-ministro chefe da Casa Civil contra o irmão do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel, assassinado em 2002. O processo se referia a declarações dadas por João Francisco, em que acusava José Dirceu de receber propina da prefeitura de Santo André em um esquema que estaria relacionado à morte de seu irmão. Em uma audiência realizada no Fórum de Santo André, João Francisco afirmou que nunca teve a

intenção de ofender Dirceu, o que satisfez a defesa do exministro. "Minha única intenção sempre foi de fazer com que o assassinato de meu irmão seja esclarecido", afirmou João Francisco, logo após a audiência. No documento resultante da acordo, ficou acertado que as duas partes concordam em extinguir o processo, a partir do momento em que João Francisco admitiu que "não teve a intenção de ofender a honra ou impetrar crimes" a Dirceu. Apesar da decisão, João Francisco assegurou que ele e sua família prosseguirão com a "luta" para que o crime que resultou na morte de Celso Daniel seja esclarecido. (AE)

nova lista de 33 par- zia um trabalho extra-orçalamentares investi- mentário para o ministro". gados pela CPMI "Tecnicamente, o Saraiva Felidos Sanguessugas pe está sendo notificado como mostra que os partidos acusa- deputado, mas o objetivo é oudos de se beneficiarem com o es- vi-lo como ministro", disse o cândalo do mensalão são tam- deputado Arnaldo Faria de Sá bém os principais envolvidos (PTB-SP), que participou da com a quadrilha que vendia reunião de mais de duas horas ambulâncias superfaturadas. de integrantes da CPMI. Notificações – Até a semana Com os novos nomes, o total já soma 90 parlamentares notifica- passada, a CPMI já havia notifidos pela comissão, sendo três cado 57 parlamentares que são senadores – Ney Suassuna alvo de inquérito aberto no Su(PMDB-PB), Magno Malta (PL- premo Tribunal Federal a pediES) e Serys Slhessarenko (PT- do da Procuradoria Geral da República. Ontem, a comissão de MT) – e 87 deputados. O vice-presidente da comis- inquérito notificou parlamentasão, deputado Raul Jungmann res que foram citados por Vedoin, mas não fa(PPS-PE), disse que o ziam parte da lista número total de endo Supremo. volvidos é de 115, "O número total pois, além dos 90 de parlamentares parlamentares, há 25 O total de que está sendo inex-parlamentares. parlamentares Dos 90 parlamen- investigados pela vestigado pela CPMI é 90. Mas no relatares, 74 (ou 82%) CPMI é 90. Mas tório da comissão essão da base aliada se número provado governo – ao ser no relatório esse velmente será incluído o PMDB número inferior aos 90 notifientre os governis- provavelmente cados", afirmou Bistas. No ranking dos será inferior. caia. A idéia é incripartidos, a liderança fica com o PP e Antônio C. Biscaia minar os parlamentares contra os quais PL, cada um com 18 parlamentares apontados por a CPMI tem provas contundenparticipar da Máfia dos San- tes. Também serão colocados os guessugas. O PTB tem 17 en- nomes de ex-parlamentares. volvidos e o PMDB aparece "Têm ex-parlamentares que são candidatos em outubro e é imcom 11 nomes. O Rio é o Estado com o maior portante que a sociedade tenha número de parlamentares noti- conhecimento dos fatos." Depoimento – Além das 33 ficados: são 16. Em seguida, está São Paulo com 12. O Mato Gros- novas notificações, a CPMI so, sede da Planam, tem oito. "O também decidiu que vai ouvir procedimento será o mesmo pa- reservadamente Vedoin no dia ra os novos notificados, após a 1º de agosto. Não há definição notificação eles terão cinco dias ainda se o depoimento será em para apresentarem suas respos- Cuiabá ou em Brasília. Após reunião entre cinco tas por escrito", explicou o presidente da CPI, Antônio Carlos membros da CPMI e os seis delegados que integram a força-taBiscaia (PT-RJ). Ex-ministro – Entre os no- refa para investigar o caso, a comes da nova listagem está o do missão fechou um acordo com a ex-ministro da Saúde, Saraiva Polícia Federal (PF) para comFelipe (PMDB-MG). O nome partilhar provas e fechar o cerco de Saraiva Felipe, que foi mi- sobre os parlamentares envolvinistro do governo Lula entre dos. A PF comprometeu-se a enjulho de 2005 e março deste viar trechos dos diálogos interano, foi citado à Justiça Federal ceptados que ajudem a esclarepor Luiz Antônio Trevisan Ve- cer o envolvimento de cada pardoin, um dos sócios da Pla- lamentar com a Máfia das nam, principal empresa do es- Ambulâncias. (Agências) quema, e por Maria da Penha Lino, braço da quadrilha no Ministério da Saúde. O empresário afirmou que Maria da Penha era amiga de longa data de Saraiva e que "fa-


Suplemento Especial / São Paulo, quarta-feira 26 de julho de 2006

Alberto Ruggieri/Corbis

ESPECIAL TELECOMUNICAÇÕES

Infinitas maneiras de dizer alô Os telefones celulares e a internet revolucionaram a comunicação e a vida de todas as pessoas


Ano 81 - Nº 22.177

R$ 0,60

São Paulo, quarta-feira 26 de julho de 2006

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h45

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

O presidenciável Geraldo Alckmin, que adotou o apelido de Chuchu, comemorou a pesquisa do Ibope de ontem. Veja ao lado os números do 1° turno. Mal começou a campanha, e a diferença entre ele e o presidentecandidato Lula, num 2º turno, já caiu de 22 pontos para apenas 9. A avaliação do governo Lula também piorou: foi de 44% para 39%. "É uma perda de substância vital", avalia o Ibope. Heloísa Helena (PSOL) está em 3º lugar, com 8% das intenções de voto. Página 3

Serra disparado já no 1º turno

41%

Lula no Planalto: discurso sobre biodiesel e notícia de queda na pesquisa.

Wilson Dias/ABr

Lula cai pra Chuchu

30%

Alckmin, em São Luiz, comemora: "Já tive 10%, passei a 30%, e a campanha nem começou".

A nova lista da CPMI que investiga a máfia das ambulâncias tem 33 parlamentares suspeitos, inclusive o deputado Saraiva Felipe (PMDB-MG), ex-ministro da Saúde de Lula. Agora são 90 notificados: três senadores e 87 deputados. Página 5

8%

Heloisa Helena, em Brasília, durante sessão no Senado: alto astral.

Ed Ferreira/AE

Sanguessugas: mais 33 na lista

Orlando Brito/OBritoNews

Com 63% dos votos válidos, o candidato tucano a governador de SP venceria no 1º turno se a eleição fosse agora. Na nova pesquisa do Ibope, Serra ficou com 46% das intenções de votos, 2% a menos em relação a junho; o senador Aloizio Mercadante (PT), com 13% ( 14% em junho) e Orestes Quércia (PMDB), 9% (10% em junho). Página 3

Procon (e Santa Edwiges) em ação Programa vai orientar superendividados. Economia/1 David Furst/AFP

Dia de vitória e erro para Israel Israel conseguiu ontem criar uma zona tampão no sul-libanês, eliminou um chefe regional do Hezbollah, e continua atacando. Mas errou um alvo e matou 4 observadores da ONU. Em Roma, começa hoje a reunião pela paz. E o Hezbollah ameaça com foguetes de maior alcance. Inter/4

OPINIÃO Roberto Fendt analisa retrocesso de Doha

DOIS PONTOS Alfredo Cotait pergunta: Por que o Líbano?

Fernando Pilatos/Gazeta Press/AE

Calor: alívio só na sexta-feira HOJE Parcialmente nublado Máxima 30º C. Mínima 12º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 30º C. Mínima 13º C.

Em pleno inverno, São Paulo registrou ontem 30 graus, com ar muito seco e poluído (foto). Só na sexta uma frente fria deve acabar com o sufoco. Estados Unidos e Europa também vivem forte onda de calor. Cidades/1

ESPECIAL TELECOMUNICAÇÕES


2

Estilo Finanças Nacional Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Queda média dos preços na prévia deste mês foi de 0,02%. Deflação é menor do que a registrada em junho.

O

0,6

BRASÍLIA TEVE DEFLAÇÃO MAIS EXPRESSIVA

IPCA-15 apura deflação Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) de julho apresentou deflação de 0,02%. A retração foi menor que a registrada em junho (-0,15%), apesar de grande parte dos produtos terem mantido a trajetória de queda ou apresentado menores avanços, conforme divulgou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado, o índice acumula no ano 1,68% e, em 12 meses, 3,89%. De acordo com o IBGE, os preços do álcool combustível, que deixaram de cair com tanta intensidade, influenciaram a taxa. Apesar de o combustível ter ficado 3,76% mais barato em julho,

quarta-feira, 26 de julho de 2006

3,89

por cento é a taxa acumulada pelo IPCA-15 nos 12 meses encerrados em julho, segundo pesquisa divulgada pelo IBGE. no mês anterior a queda havia sido de 12,87%. Como o álcool é responsável por 20% da composição da gasolina, também suavizou a queda dos preços do combustível, que ficou 0,40% mais barato neste mês.

Alimentos — Os alimentos mantiveram a trajetória de queda, passando de -0,4% em junho para -0,44% em julho. De acordo com o IBGE, com grande oferta no mercado, diversos produtos ficaram mais baratos neste mês, como o tomate, cujos preços chegaram a cair 24,81%; feijão carioca (-9,92%) e hortaliças (-7,69%). Também foram registradas pelo IBGE quedas em artigos de limpeza (-0,35%), automóveis novos (-0,52%) e energia elétrica (-0,19). Artigos de vestuário (de 0,91% para 0,46%), gás de cozinha (de 1,36% para 0,96%) e remédios (de 0,52% para 0,13%) recuaram no ritmo de aumentos de preços de junho para julho, mostrou o levantamento.

As regiões metropolitanas de Goiânia (0,4%), onde houve elevação da taxa de água e esgoto e da gasolina, Fortaleza (0,31%), Belo Horizonte (0,13%), Recife (0,07%) e São Paulo (0,02%), não tiveram deflação. Brasília, onde houve queda de 3,9% nos preços da gasolina e de 5,48% no álcool, foi a região que teve o mais baixo índice regional (-0,34%). O IPCA-15 é apurado em Brasília, Goiânia e em nove regiões metropolitanas brasileiras, com base nos gastos de famílias com renda de um a 40 salários mínimos. Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 13 de junho a 13 de julho e comparados aos vigentes de 16 de maio a 12 de junho. (ABr)

por cento foi o aumento dos custos com mão-deobra na construção civil entre maio e junho.

Custo da construção civil sobe 0,46%

O

custo médio do metro quadrado de construção (CUB) no Brasil subiu 0,46% entre maio e junho, acumulando alta de 2,99% no ano e de 4,15% em 12 meses, segundo dados divulgados ontem pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Em valores monetários, o CUB médio no Brasil ficou em R$ 858,18 por metro quadrado. O quesito mão-de-obra correspondeu a R$ 442,96 por metro quadrado e apresentou alta de 0,6%. O quesito materiais de construção subiu 0,3% no mês passado, correspondendo ao valor de R$ 415,19 por metro quadrado de construção.

Regiões — Entre as regiões, o Sul apresentou a maior elevação nominal no custo global (0,88%). O CUB mão-de-obra regional subiu 1,75%, puxado pelas altas ocorridas no Rio Grande do Sul (4,25%) e em Santa Catarina (0,78%). Os custos com os materiais de construção na região caíram 0,02% no período. No Sudeste, o CUB médio global subiu 0,23%. O resultado deve-se ao acréscimo de 0,19% nos materiais, que foi puxado pelas altas ocorridas em todos os estados da região. O CUB mão-de-obra subiu 0,27%, influenciado pelo resultado positivo do Estado de São Paulo (0,39%). (AE)

CONVOCAÇÃO

ATAS

COMUNICADOS

Comunicado Vimos retratar um protesto indevido em nome de A Catedral Ind. de Panif. Ltda – CNPJ 547.165.063/0001-61. Rua Min. Gastão Mesquita, 367 – Perdizes/SP.

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO

Centro de Suprimento e Manutenção de Material de Telecomunicações COMUNICADO - SSP/SP - PMESP - CSM/MTEL, por razões de interesse público, fica PRORROGADO para o dia 01/08/2006 às 10:00 horas, na sede da Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública, sita na Rua Líbero Badaró nº 39 - Centro - Capital - São Paulo, no salão nobre localizado no andar térreo, a sessão do Pregão Presencial nº CSMMTEL - 015/UGE. 163/06. As informações estarão disponíveis no sítio http://www.e-negociospublicos.com.br.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

DaimlerChrysler Administradora de Consórcios Ltda.

Instrumento particular de alteração do Contrato Social, para redução do Capital Social e alteração na Cláusula do Capital Social CNPJ nº 36.770.683/0001-03 - NIRE 35219225060 Pelo presente instrumento particular e na melhor forma de direito, as partes abaixo: STAREXPORT TRADING S.A., com sede na Avenida Alfred Jurzykowski, 562, parte, bairro Vila Paulicéia, CEP 09680900, em São Bernardo do Campo - SP, inscrita no CNPJ sob nº 54.646.419/0001-44, registrada na Junta Comercial do Estado de São Paulo - Jucesp sob o NIRE 35300108311, por seus Diretores, Sr. Paulo Antonio Silvestri, brasileiro, casado, administrador de empresas, portador da cédula de identidade RG nº 7.734.978-7-SSP/SP e do CPF nº 074.277.478-36 e Sr. Toshihiro Yamamoto, brasileiro, casado, administrador de empresas, portador da cédula de identidade RG nº 3.587.769-SSP/SP e do CPF nº 063.824.958-91, ambos domiciliados em São Bernardo do Campo - SP, na Av. Alfred Jurzykowski, 562, bairro Vila Paulicéia, CEP 09680-900; e CIM - COMERCIAL E IMPORTADORA LTDA., com sede na Av. do Café, 277, Torre A, 4º andar, conjuntos 401 e 402, bairro Vila Guarani, em São Paulo - SP, CEP 04311-900, inscrita no CNPJ sob nº 63.106.363/0001-26, com registro na Jucesp sob NIRE 35201129514, por seus Diretores, Srs. Paulo Antonio Silvestri, brasileiro, casado, administrador de empresas, portador da cédula de identidade RG nº 7.734.978-7-SSP/SP e do CPF nº 074.277.478-36 e Toshihiro Yamamoto, brasileiro, casado, administrador de empresas, portador da cédula de identidade RG nº 3.587.769-SSP/ SP e do CPF nº 063.824.958-91, ambos domiciliados em São Bernardo do Campo - SP, na Av. Alfred Jurzykowski, 562, Vila Paulicéia, CEP 09680-900, únicas sócias da sociedade limitada DaimlerChrysler Administradora de Consórcios Ltda., com sede em São Bernardo do Campo -SP, na Av. Alfred Jurzykowski, 562, parte, bairro Vila Paulicéia, CEP 09680-900, inscrita no CNPJ sob nº 36.770.683/000103, com seu Contrato Social arquivado na Jucesp sob NIRE 35219225060, em sessão de 06.05.04, sendo esse ato a última alteração contratual arquivada na Jucesp, têm entre si justo e contratado o seguinte: I. Tendo em vista que o capital social é excessivo em relaçao às atuais necessidades operacionais da Sociedade, as Sócias deliberam, por unanimidade de votos, aprovar a redução do capital social da Sociedade de R$ 18.420.000,00 (dezoito milhões, quatrocentos e vinte mil reais) para R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais), uma redução, portanto, no montante de R$ 13.620.000,00 (treze milhões, seiscentos e vinte mil reais). Por força da redução acima, o capital social, que está totalmente integralizado, fica alterado para R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais), dividido 4.800.000 (quatro milhões e oitocentas mil) quotas e o valor nominal da quota é diminuído na mesma proporção daquela redução, nos termos dos artigos 1.082 e 1.084, da Lei nº 10.406 de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil Brasileiro), passando cada quota a ter o valor de R$ 0,26058631921824104234527687296417, sem qualquer alteração na proporção da participação das Sócias no capital social, restituindo-se às Sócias a correspondente parte do valor das suas quotas, na proporção de suas participações no capital social. II. As Sócias também deliberam, por unanimidade de votos, tendo em vista que a redução do valor nominal de cada quota do capital social resultou em fração de centavos de real, reestruturar a composição do capital social da Sociedade, atribuindo o valor nominal de R$ 1,00 (um real) para cada quota. Diante de tal reestruturação, o capital social de R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais), passa a ser dividido em 4.800.000 (quatro milhões e oitocentas mil) quotas, no valor nominal de R$ 1,00 (um real) cada uma, distribuídas entre as Sócias da seguinte forma: (a) a Sócia Starexport Trading S.A. passa a possuir 4.799.999 (quatro milhões, setecentas e noventa e nove mil, novecentas e noventa e nove) quotas, no valor total de R$ 4.799.999 (quatro milhões, setecentos e noventa e nove mil, novecentos e noventa e nove reais); e (b) a Sócia CIM - Comercial e Importadora Ltda. passa a possuir 1 (uma) quota, no valor total de R$ 1,00 (um real). III. Em razão das alterações acima, o Artigo 5º do Contrato Social passa a ter a seguinte nova redação: “ARTIGO 5º O capital social, totalmente integralizado em moeda corrente nacional, é de R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais) dividido em 4.800.000 (quatro milhões e oitocentas mil) quotas, do valor nominal de R$ 1,00 (um real) cada uma, assim distribuídas entre as sócias: a) STAREXPORT TRADING S.A. possui 4.799.999 (quatro milhões, setecentas e noventa e nove mil, novecentas e noventa e nove) quotas, no valor total de R$ 4.799.999 (quatro milhões, setecentos e noventa e nove mil, novecentos e noventa e nove reais). b) CIM - Comercial e Importadora Ltda. possui 1 (uma) quota, no valor total de R$ 1,00 (um real). PARÁGRAFO ÚNICO - A responsabilidade de cada sócia é, na forma da lei, restrita ao valor de suas quotas, mas ambas respondem solidariamente pela integralização do capital social”. IV. Permanecem em vigor e inalteradas todas as demais cláusulas e condições do Contrato Social que não foram modificadas pelo presente instrumento. E, por estarem assim justas e acordadas, as partes assinam o presente instrumento em três vias de igual teor e forma, na presença de duas testemunhas. São Bernardo do Campo, 2 de maio de 2006. STAREXPORT TRADING S.A. - Paulo Antonio Silvestri; Toshihiro Yamamoto - CIM - COMERCIAL E IMPORTADORA LTDA. Paulo Antonio Silvestre; Toshiro Yamamoto. Testemunhas: 1. Nome: Amélia Fumiko Kawashita - RG nº: 5.169.857-SSP/SP - CPF nº: 533.689.168-15. 2. Nome: Andréa Malago - RG nº: 28.074.583-7 - SSP/SP - CPF nº: 192.446.188-93.

INDIANA SEGUROS S/A CNPJ/MF nº 61.100.145/0001-59 - NIRE nº 35300014839 Ata da Assembléia Geral Extraordinária realizada em 01 de junho de 2005 Dia, hora e local: Ao primeiro dia de junho de dois mil e cinco, às 11 horas, na sede social, na Rua Boa Vista nº 254, 6º andar - Sé - São Paulo/SP. Quorum: Acionistas da Companhia representando 100% do capital social. Convocação: Dispensada a convocação editalícia, em conformidade com o § 4º do art. 124 da Lei nº 6.404/76. Mesa: Sr. Guilherme Afif Domingos - Presidente e Sr. Cláudio Afif Domingos Secretário. Deliberações: Por unanimidade de votos dos acionistas presentes: 1ª) Foi ratificada a nomeação da Caixa Econômica Federal, para proceder à avaliação; 2ª) Foi aprovada a reavaliação dos imóveis pertencentes ao ativo imobilizado da Companhia, identificados na relação constante do laudo de avaliação apresentado à Mesa, que foi numerado, como documento nº 1, e que fica fazendo parte integrante desta Ata; 3ª) Foi aprovado e deferido o Laudo de Avaliação, que orçou os imóveis pelo valor total de R$ 4.020.000,00 (quatro milhões e vinte mil reais); 4ª) Foi aprovada a contabilização da diferença positiva entre o valor total apurado pelos peritos avaliadores conforme laudo de avaliação, já referido nos itens acima, e o valor contábil dos imóveis no montante de R$ 2.608.369,17 (dois milhões, seiscentos e oito mil, trezentos e sessenta e nove reais e dezessete centavos) na rubrica de Imóveis (Ativo Permanente) e valor líquido de tributos no montante de R$ 1.745.523,65 (hum milhão, setecentos e quarenta e cinco mil, quinhentos e vinte e três reais e sessenta e cinco centavos) na rubrica Reserva de Reavaliação (Patrimônio Líquido). Encerramento: Nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente encerrou os trabalhos desta Assembléia Geral Extraordinária, lavrando-se no livro próprio, a presente Ata que, lida e achada conforme, foi aprovada por todos os presentes, que a subscrevem. São Paulo, 01 de junho de 2005. Assinaturas: Sr. Guilherme Afif Domingos, Presidente e Sr. Cláudio Afif Domingos, Secretário; Acionistas: Luis Carlos Trabuco Cappi; Samuel Monteiro dos Santos Júnior; Ivan Luiz Gontijo Júnior; Ricardo Saad Affonso, Bradesco Auto/RE Companhia de Seguros S/A (pp Samuel Monteiro dos Santos Júnior); Itaberaba Participações S/C Ltda. (pp Cláudio Afif Domingos); Jorge Domingos Neto, Guilherme Afif Domingos; Cláudio Afif Domingos, Luciano Afif Domingos e Marcos Machini. Declaração: Declaramos para os devidos fins, que a presente é cópia fiel da ata lavrada no livro próprio e que são autênticas, no mesmo livro, as assinaturas nele apostas. Cláudio Afif Domingos - Diretor Vice-Presidente, Marcos Machini - Diretor Operacional. Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 177.516/06-9, em 10/07/2006. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral. INDIANA SEGUROS S/A CNPJ/MF nº 61.100.145/0001-59 - NIRE nº 35300014839 Ata da Assembléia Geral Extraordinária realizada em 28 de dezembro de 2005 Dia, hora e local: Aos 28 dias de dezembro de dois mil e cinco, às 11 horas, na sede social, na Rua Boa Vista nº 254, 6º andar - Sé - São Paulo/SP. Quorum: Acionistas da Companhia representando 100% do capital social. Convocação: Dispensada a convocação editalícia, em conformidade com o § 4º do art. 124 da Lei nº 6.404/76. Mesa: Sr. Guilherme Afif Domingos - Presidente e Sr. Cláudio Afif Domingos Secretário. Deliberações: Após os debates, com abstenção dos acionistas legalmente impedidos, por unanimidade de votos, sem quaisquer ressalvas ou reservas, foi aprovada a proposta verbal apresentada pelo Conselheiro e Diretor Vice-Presidente Sr. Cláudio Afif Domingos recomendando a adequação do Objeto Social da Companhia à Legislação Vigente, bem como a criação de uma conta de Reserva Estatutária, com a conseqüente alteração estatutária na forma abaixo. Assim sendo, deliberou-se: 1ª) Alterar o Artigo 3º do Estatuto Social que passará a viger com a seguinte redação: “Art. 3º - A sociedade tem por objeto a exploração de Seguros de Danos e Pessoas, como definido na legislação em vigor”. 2ª) Alterar o § 2º do Artigo 33 do Estatuto Social, que passará a viger com a seguinte redação: Art. 33. Os acionistas têm direito a receber, como dividendo obrigatório, incluídos os dividendos intermediários e/ ou juro sobre capital próprio de que trata o § único do art. 31, “ad referendum” da Assembléia Geral Extraordinária, em cada exercício, 25% (vinte e cinco por cento) do lucro líquido, apurado ao término de cada exercício social, no balanço então levantado. § 1º Os juros sobre o capital próprio, eventualmente pagos aos Acionistas, serão imputados, líquidos do Imposto de Renda na fonte, ao valor do dividendo mínimo obrigatório do exercício, de acordo com o disposto no “caput” deste artigo. § 2º O saldo que remanescer, após atendimento do disposto neste artigo e no artigo anterior, limitado ao valor do Capital Social, terá como destinação a conta de Reserva Estatutária cujo saldo poderá ser utilizado, parcial ou totalmente, para aumento de capital, compensação de prejuízos ou ainda, para distribuição aos acionistas. § 3º O Conselho de Administração poderá, em reunião própria, declarar dividendos intermediários à conta de lucros acumulados ou de reservas de lucros existentes no último balanço anual ou semestral. 3ª) Destinar os valores já existentes e os futuros da conta de Lucros Acumulados para a conta de Reserva Estatutária. 4ª) Permanecem inalterados os demais artigos do Estatuto Social, doc. anexo. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente encerrou os trabalhos desta Assembléia Geral Extraordinária, lavrando-se no livro próprio, a presente Ata que, lida e achada conforme, foi aprovada por todos os presentes, que a subscrevem. São Paulo, 28 de dezembro de 2005. Assinaturas: Sr. Guilherme Afif Domingos, Presidente e Sr. Claúdio Afif Domingos, Secretário; Acionistas: Luis Carlos Trabuco Cappi; Samuel Monteiro dos Santos Júnior; Ivan Luiz Gontijo Júnior; Ricardo Saad Affonso, Bradesco Auto/RE Companhia de Seguros S/A (pp Ricardo Saad e Luiz Carlos Almeida Braga Nabuco de Abreu); Itaberaba Participações S/C Ltda. (pp Cláudio Afif Domingos); Jorge Domingos Neto, Guilherme Afif Domingos; Cláudio Afif Domingos, Luciano Afif Domingos e Marcos Machini. Declaração: Declaramos para os devidos fins, que a presente é cópia fiel da ata lavrada no livro próprio e que são autênticas, no mesmo livro, as assinaturas nele apostas. Cláudio Afif Domingos - Diretor Vice-Presidente, Marcos Machini - Diretor Operacional. Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 177.515/06-5, em 10/07/2006. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Reforma de Prédio(s) Escolar(es): TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – ÁREA PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/1691/06/02 - EE Jardim Arujá – Rua Jaboatão, 20 - Pimentas - Guarulhos/SP – 90 - 1.052,64 m² EE B. Pimentas V - Rua do Poente, 55 - Pimentas - Guarulhos/SP – 90 - 1.736,50m² R$ 95.494,00 - R$ 9.549,00 – 09:30 – 14/08/2006. 05/1698/06/02 - EE Jardim Maria Dirce III – Rua 13 de Julho, 421 - Jardim Maria Dirce - Guarulhos/SP – 90 - 1.997,86 m² R$ 60.486,00 - R$ 6.048,00 – 10:30 – 14/08/2006. 05/1699/06/02 - EE Chb Vida Nova III – Rua Estevão Segallio, 30 - Chb Vida Nova - Campinas/SP – 90 – 1.997,86 m² R$ 60.987,00 - R$ 6.098,00 – 14:00 – 14/08/2006. 05/1702/06/02 - EE Parque Novo Santo Amaro II – Rua Dr. Renato Locchi, 36 - Parque Santo Amaro - Campo Limpo - São Paulo/ SP – 90 - 936,74 m² EE João da Silva - Rua Lageado (Av. Belmira Marin-Alt.do nº 4816) - Jardim Ideal - Capela do Socorro - São Paulo/SP – 90 1.213,78 m² R$ 89.832,00 - R$ 8.983,00 – 15:00 – 14/08/2006. 05/1731/06/02 - EE Parque Ecológico – Rua Japichaua, 300 - Vila Jacuí - Ermelino Matarazzo - São Paulo/SP – 90 - 2.364,82 m² R$ 65.386,00 - R$ 6.538,00 – 16:00 – 14/08/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 27/07/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 11/08/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo

EDITAL

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 25 de julho de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial:

Requerente: Têxtil MN Comércio de Tecidos e Confecções Ltda. Requerida: Street Modas Confecções Ltda. - Rua Mendes Gonçalves, 70 - 1ª Vara de Falências Requerente: Cooperativa Mista dos Produtores Rurais Frutal Ltda. -

Requerido: Comercial Araújo de Produtos Alimentícios Ltda. Rua Muniz de Souza, 908 - 1ª Vara de Falências Requerente: Giulen Indústria Têxtil Ltda. - Requerida: Maria das Graças Domingues Leite Schwartsman - EPP - Rua Arthur Azeve-

do, 1.299 - 1ª Vara de Falências Requerente: Dova S/A. - Requerido: Tomperfil Ltda. - Rua Antônio Foster, 97 - 1ª Vara de Falências Requerente: Danny Comércio Importação e Exportação Ltda. - Requerido: Work Shop Com. de Equipamentos de Proteção

Ltda. - Rua Dr. Avelino Chaves, 57 - 1ª Vara de Falências RECUPERAÇÃO JUDICIAL Requerente: Tintas Viwalux Indústria e Comércio Ltda. - Requerida: Tintas Viwalux Indústria e Comércio Ltda. - Rua Antônio Foster, 412 - 2ª Vara de Falências

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.ESPECIAL

quarta-feira, 26 de julho de 2006 Denise Adams/AFG

Banda larga no celular já é realidade Na Ásia e na Europa, redes das operadoras de celular permitem assistir vídeos com qualidade de DVD, disputar jogos online e acessar conteúdos da internet possíveis antes apenas com conexão banda larga Divulgação

Bárbara Oliveira

V

ideocon ferência, s t re a m i n g d e v ídeos, navegação na internet, e-mails, jogos online em alta definição, download de músicas e programas de tevê. Tudo isso, sem aquelas incômodas travadas de imagens e de áudio e com resposta rápida na hora de receber os conteúdos, já é possível com a banda larga fixa. Pois as novas redes de 3,5G (terceira geração e meia) da telefonia móvel, em implantação comercial na Ásia e Europa, vão permitir que também os celulares recebam esses conteúdos em velocidades mais rápidas até do que a banda larga que temos em casa. Isso porque as tecnologias c o n h e c i d a s c o m o H S D PA (High Speed Downlink Packet Access, ou downlink de pacotes em alta velocidade) e HSUPA (High Speed Uplink Packet Access, quando os pacotes são enviados pelo usuário) chegam a picos de 3.6, 5.5 ou 14.4 megabits por segundo em experimentos já feitos em vários países (geralmente entre poucos terminais). Na prática, e com muitas pessoas acessando os serviços ao mesmo tempo, a média em geral chega a 800 Kbps ou até a 1 Mbps, o que já é um ótimo desempenho e muito próximo ao alcançado pela banda larga via ADSL ou cabo convencional. Essas tecnologias que po-

Benq EF91: primeiro modelo HSDPA da fabricante

dem ser embutidas nas plataformas e em estações controladoras (das estações radiobases) das operadoras de telefonia móvel e também nos chipsets dos celulares de 3,5G, são evoluções da rede de terceira geração conhecida como W-CDMA ou UMTS, cuja base lá atrás, ainda na fase da 2G (segunda geração), era a GSM. “Tanto a HSDPA como a HSUPA são facilidades que incrementam a terceira geração WCDMA/UMTS, portanto essas redes podem suportar ambas as soluções”, explica o diretor de Redes Wireless da Nortel, Marcelo Ceribelli. No caso da tecnologia fornecida pela Nortel (e ela é um dos players nesse segmento de 3,5 G), as operadoras precisariam apenas fazer um upgrade (atualização) de software de suas redes, sem a necessidade de troca de hardware.

“Quando cresce o número de clientes adotando aplicativos para transmissão de dados em alta velocidade, há também um aumento proporcional na necessidade de capacidade de espectro, taxas de transmissão maiores, menor latência e custo reduzido por bit. Assim, as operadoras e os usuários de 65 países onde a 3G UMTS já existe serão beneficiados pela HSDPA”, observa Chris Pearson, presidente do consórcio 3G Américas. Sopa de letrinhas São muitas as siglas em telecomunicações, mas não é difícil de entender. Essas duas novas que foram incorporadas ao jargão da telecom nada mais são do que “evoluções tecnológicas” para acelerar a transmissão de um ponto de acesso à rede até o celular ou o handheld (no caso da HSDPA), criando um novo tipo de canal

para usar, de forma mais eficiente, os recursos de freqüência de transmissão. Para o usuário final, que não quer saber a quantos quilobits por segundo seus dados trafegam ou que faixa de freqüência eles usam, isso é transparente, ou seja, ele recebe a informação de forma mais rápida e sem atrasos, tanto nos dados como no áudio. Não tem coisa mais chata do que baixar um vídeo, por menor que ele seja, e esperar uma eternidade até que ele entre ou então ver as imagens congelando, não é mesmo? Pois isso não vai acontecer com essas novas redes mais velozes nos celulares ou em laptops (estes munidos de cartões específicos para comunicação sem fio). É o que garantem fornecedores dessas plataformas como a Nortel, Motorola, Nokia, Lucent, Ericsson, entre outras. Essa é uma vantagem não só para o usuário, mas também para a operadora do serviço de telefonia móvel, já que ela pode comprimir um número maior de transmissões em um único canal. “É um serviço que tende a ser eficiente para as operadoras, o que pode reduzir também seus custos e o preço final para o assinante”, observa Ceribelli. Experimentos Durante o ano passado e ao longo do primeiro semestre foram vários os testes feitos com a integração da HSDPA nas redes de terceira geração W-CDMA/UMTS, na Europa e na

Marcelo Ceribelli: todos ganham com essa nova tecnologia

Ásia. Agora, estão começando os lançamentos comerciais do serviço. A francesa SFR lançou a sua rede com a tecnologia da Siemens, e deve colocá-lo em operação em breve. Na França e na Espanha, as operadoras Orange e Vodafone, respectivamente, também estão dando o pontapé inicial nos seus serviços de 3,5G. A SK Telecom, maior operadora da Coréia do Sul – uma das pioneiras em terceira geração de celulares no mundo utilizando a tecnologia concorrente CDMA1x/Ev-DO – partiu, agora, para uma nova faixa de freqüência alocada para a 3,5G (em UMTS). A SK acaba de lançar a primeira rede HSDPA comercial do mundo baseada em dispositivos móveis, com infra-estrutura da Nortel e LG. Os serviços da SK incluem

vídeos sob demanda de alta definição, streaming de MP3, games online para múltiplos usuários e outros conteúdos que exijam alta velocidade. O serviço da SK Telecom denominado 3G+ atenderá inicialmente a 25 cidades sul-coreanas e cerca de 300 assinantes até o fim do ano. Na esteira dos serviços já disponíveis de 3,5G, os fabricantes de celulares aproveitam para lançar modelos com suporte à HSDPA. A Samsung lançou, em maio, o W200 com câmera de 2 Mpixel e capacidade para receber tevê pelo padrão coreano S-DMB. O celular é híbrido, uma tendência entre os novos aparelhos, pois aceita desde a 2G até a 3,5G. A Benq Mobile lançou em junho o EF91, seu primeiro HSDPA e câmera de 3.2 MPixel.

Em breve, a estréia da tevê de bolso A Qualcomm planeja lançar um chip em 2007 para permitir aos aparelhos captarem a programação da televisão em diversos padrões

I

magine a cena: o consumidor compra um celular daqueles hi-tech e pleno de recursos, inclusive com capacidade para receber sinais de tevê em tempo real, e espera poder ver os principais lances de um determinado jogo que está ocorrendo. Só que seu telefone não é compatível com a tecnologia (o padrão de transmissão) utilizada pela operadora local em que ele se encontra, e o torcedor que não está no campo, na frente da tevê ou do micro perde as melhores jogadas do torneio. Pois, a partir de 2007, a Qualcomm colocará no mercado um chip que vai solucionar parte dessas incompatibilidades de padrões na transmissão de tevê móvel existentes no mundo e, com isso, facilitar a vida do usuário na hora de comprar um celular. Trata-se do UBM – Universal Broadcast Modem – um chip único para aparelhos móveis (celulares ou PDAs), que suporta até três padrões de tevê, o europeu DVB-H (Digital Vídeo Broadcasting - Handheld); o japonês ISDB-T (Integrated Services

Denise Adams/AFG

Digital Broadcasting – Terrestrial) e o FLO (de Foward-Link-Only), da MediaFLO, empresa subsidiária da Qualcomm, desenhado especialmente para conteúdo portátil e em testes nos Estados Unidos pela Verizon Wireless. A tevê móvel será um dos grandes negócios do futuro para as operadoras, e deveria ter estreado com força total na Copa do Mundo, mas a indefinição de sistemas e de alocação de espectros por parte dos governos locais, principalmente na Europa, limitou o serviço a poucas cidades alemãs. Mesmo assim, o uso da telefonia para a transmissão da programação de tevê em tempo real é só uma questão de tempo. A Qualcomm se preparou para isso. Caso lance o chip UBM no começo de 2007, ela permitirá que a indústria coloque no mercado, em no máximo 18 meses, os primeiros apa-

Breviglieri: nos EUA, a Verizon está montando sua rede de tevê móvel

relhos já dotados com a tecnologia, ou seja, em meados de 2008. Funciona assim: um celular 3G com chipset Qualc o m m ( t a n t o d a re d e C DMA2000 como WCDMA, este último o mais popular na Europa) dispõe de três compo-

nentes básicos: o MSM (Mobile Station Modem), o RF (sigla de radiofreqüência) e o PM (Power Management, que gerencia o consumo de potências dos dois anteriores). Paulo Breviglieri, diretor técnico da Qualcomm, explica

que a operadora norteamericana Verizon, a maior em CDMA dos Estados Unidos, está montando uma rede para o uso do serviço de tevê móvel com o sistema da MediaFLO, e em paralelo à rede Ev-DO para voz e dados. Desta forma, os assinantes da Verizon poderão, em breve, ter um aparelho com o chip UBM e receber sinais de tevê em um canal de UHF da MediaFLO, nos Estados Unidos, e ao se deslocaram para outras regiões (Europa ou Ásia) também terão acesso aos serviços oferecido por operadoras que utilizam outros padrões de tevê (como o DVB e o ISDB). Mesmo dentro dos EUA, esse aparelho pode funcionar em DVB e FLO, já que outras empresas (como a Cingular e a Modeo) estão testando o sistema europeu. Segundo Breviglieri, “para o assinante isso será transparente, seu relacionamento será com a sua operadora e ele só pagará a conta no final do mês, sem precisar trocar de aparelho ou de empresa, mesmo que saia do país”. Testes com a tevê móvel FLO começaram no fim de 2005 nos Estados Unidos. A Qualcomm já investiu cerca de US$ 70 mi-

lhões no espectro de freqüências (comprou o canal 55 em UHF, de alcance nacional) e deve lançar comercialmente o serviço no fim do ano. A Verizon, por sua vez, compra o serviço da MediaFLO e vende para seus assinantes. A tecnologia suporta até 20 canais de videostreaming, 10 canais de áudio estéreo e mais 800 minutos de pequenos vídeos armazenados no aparelho. No Brasil, a Vivo, que também é CDMA e utiliza chipsets da Qualcomm em seus aparelhos, ao contrário da Verizon, não deverá montar uma nova rede da MediaFLO para transmitir tevê móvel, e sim agregar mais um servidor MDS (Multimedia Distribution System) na rede já existente de 3G Ev-DO para adicionar, formatar e transmitir conteúdos de tevê. As outras operadoras – todas de GSM – ainda não têm planos para a tevê móvel no País. A diferença entre o FLO e os outros dois padrões DVB-H e ISDB-T, segundo Breviglieri, é que nesses dois é possível usar a mesma rede da tevê aberta para transmitir o conteúdo móvel. “Enquanto que no FLO a rede é especificamente desenhada para portáteis, eliminando protocolos e uma série de equipamentos, aumentando a eficiência espectral e tornando o sistema ‘mais leve’ e mais eficiente”, afirma.

Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor Carlos Ossamu Chefe de reportagem Arthur Rosa Repórteres Bárbara Oliveira e Françoise Terzian

Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Evana Clicia Lisbôa Sutilo Ilustração Jair Soares

Bárbara Oliveira

Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão Diário de S. Paulo

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quarta-feira, 26 de julho de 2006

Tr i b u t o s Empresas Nacional Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 Quem sabe um dia a gente tenha um carro totalmente a biodiesel. Luiz Inácio Lula da Silva

BIODIESEL: 840 MILHÕESDE LITROS EM 2007

CHEGADA DE RECURSOS INTERNACIONAIS ESTÁ MAIS VINCULADA AO EXCESSO DE LIQUIDEZ LÁ FORA

IMÓVEIS NA MIRA DE ESTRANGEIROS

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Milton Mansilha/LUZ

Alfredo Cotait Neto, coordenador da Comissão de Política Urbana da ACSP, pediu soluções

Lula: plantamos petróleo

m busca de números positivos para apresentar na campanha pela reeleição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a exaltar a auto-suficiência em petróleo e o aumento da produção de biodiesel. Em solenidade ontem no Palácio do Planalto, ele ressaltou que a Petrobras apóia o projeto de combustíveis renováveis e afirmou que não há mais preocupação com preços. "Eu digo sempre, a Petrobras nunca pode se ofender com isso, mas a empresa não pensava muito em outra coisa que não fosse petróleo, e, como agora ficamos auto-suficientes, está pouco preocupandose com o preço do petróleo", disse, minimizando as recentes oscilações no mercado in-

E

ternacional do combustível. Lula afirmou que o Brasil terá, em 2007, os 840 milhões de litros de biodiesel que eram esperados pelo governo apenas para 2008 – quando a mistura de 2% de biodiesel ao diesel comum passará a ser obrigatória. "Quem sabe um dia a gente tenha um carro totalmente a biodiesel e a Petrobras exporte o nosso óleo diesel para trazer mais reservas para o Brasil", disse. Durante a solenidade, o presidente assinou os contratos de compra de biodiesel selados no leilão realizado no dia 30 de março deste ano pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) "Estamos plantando petróleo", afirmou Lula, fazendo uma referência às plantações de mamona, palma e outras espécies

que são usadas na produção do biodiesel no Brasil. Foram assinados contratos para a compra de 170 milhões de litros de biodiesel. Desse total, 93% foram adquiridos pela Petrobras, e os 7% restantes foram comprados pela Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), que integra o sistema Petrobras. A legislação estabelece que, a partir de 2008, todo o diesel vendido no País terá de conter 2% de biodiesel. Depois de 2013, a regra determina que essa mistura deverá subir para 5%. Após o evento no Palácio do Planalto, o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, disse que é possível que o governo antecipe essas metas por causa do crescimento na produção desses combustíveis vegetais. (AE)

Álcool: estoques financiados

emendo que o preço do álcool dispare na entressafra da cana-deaçúcar, que começa em janeiro, o governo decidiu retomar, no ano que vem, os financiamentos para a estocagem do álcool. Os empréstimos devem ser oferecidos aos usineiros entre junho e julho de 2007 e pagos no começo do ano seguinte. O assunto foi discutido ontem por técnicos dos ministérios da Agricultura e da Fazenda. "Ainda não falamos em valores. Estamos apenas estudando um modelo que permita a formação de estoques", revelou um técnico que participou da reunião. Interlocutores dos dois ministérios negaram

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que o assunto tenha voltado a ser discutido por causa da alta dos preços do álcool nas últimas semanas, em plena safra. O governo tentou tranqüilizar os consumidores e classificou a alta como "um soluço". O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, afirmou que a elevação dos preços "não preocupa". "Nós estamos vivendo uma pressão natural, estamos acompanhando o mercado internacional, mas nada que nos deixe muito preocupados, porque estamos no meio da safra", afirmou o ministro. Levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq) mostra que o indicador de pre-

ço do álcool anidro subiu 0,17% na semana passada, para R$ 1,04 o litro. No caso do hidratado, o indicador aumentou 0,02%, cotado a R$ 0,90 por litro. Pesquisa do InformEstado em 29 postos espalhados pela cidade de São Paulo mostra que os valores cobrados pelo litro subiram cerca de 6%. O governo endossa explicação da iniciativa privada para a alta de preços. O incremento das exportações de álcool em junho justifica o aumento de preços do combustível no mercado interno. "A cotação do produto no mercado externo é mais remuneradora do que o preço doméstico", avaliou uma fonte do governo. (AE)

Setor de transporte está a pé m estudo do banco Morgan Stanley sobre infra-estrutura de transportes no Brasil aponta a necessidade de aportes de US$ 10 bilhões a US$ 15 bilhões no curto prazo, e de US$ 450 bilhões nos próximos 20 anos, em rodovias e ferrovias. Devido ao baixo investimento histórico em infra-estrutura, o País precisa consertar e expandir o que já existe. Segundo o banco, a falta de investimentos foi a barreira para o desenvolvimento de estradas e ferrovias. "Mas isso pode ser bastante reduzido, alavancando o setor privado para grande parte do investimento necessário", diz o estudo. No entender do Morgan Stanley, o setor privado só não se sentiria atraído por concessões e parcerias público-privadas (PPPs) se houvesse um retrocesso no crescimento econômico, ruído político ou falta

U

de interesse do governo. "Mas nós acreditamos que os estímulos para o governo melhorar a infra-estrutura superam a tendência à inércia." A análise macroeconômica do banco mostra um País em condições favoráveis para investimento, com inflação baixa, perspectiva de crescimento razoável, ambiente político saudável e moeda forte. Para os analistas, o governo brasileiro tem a "habilidade e o desejo" de obter progressos significativos nos investimentos necessários em infra-estrutura. A maioria dos investimentos no curto prazo seria para melhorias na infra-estrutura existente de estradas e ferrovias. Os projetos se concentram em áreas de alto tráfego, nas regiões Sul e Sudeste, e cobrem apenas 1% da atual rede de estradas. "Embora os recursos pareçam elevados, eles são a me-

tade do Produto Interno Bruto (PIB) de um ano, diz o relatório, que estima em 2,2% do PIB o investimento anual de capital em nova infra-estrutura. Em termos de PPPs, o investimento equivaleria a 0,79% do PIB, "alto, mas não inalcançável". A conta não inclui conservação e manutenção da infraestrutura existente. (Reuters)

ma boa e uma má notícia para o mercado imobiliário paulista, na visão de um investidor mundial do setor. São Paulo pode ser a "bola da vez" para os fundos de pensão dos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Europa. Além disso, os fundos de pensão do Brasil devem retornar com maior força aos ativos imobiliários na cidade, por oferecer um bom lucro a esses investimentos. A má notícia é que esses recursos internacionais estão chegando mais pelo excesso de liquidez de dinheiro lá fora e pela forte queda de rentabilidade dos empreendimentos imobiliários em seus países, do que pelos "atrativos" da cidade, avaliou Douglas Munro, diretor-presidente para América do Sul da Hines do Brasil Empreendimentos Ltda, multinacional do setor imobiliário. Ou seja, persiste em São Paulo um excesso de burocracia, emaranhado legal, aprovações municipais lentas para novas plantas, impostos elevados, falta de acesso (avenidas e estradas) que encarece muito o preço dos terrenos e, também, a corrupção. Esses fatores combinados emperram o desenvolvimento dos negócios imobiliários, avaliou Munro ontem, durante palestra da Comissão de Política Urbana (CPU), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Solução – O coordenador da CPU, Alfredo Cotait Neto,

Milton Mansilha/LUZ

Douglas Munro, da Hines: incorporadores enfrentam burocracia

lembrou que boa parte do lucro das empresas imobiliárias vem mais pelo ganho financeiro, do que pela incorporação. E questionou Munro – paulistano de origem – sobre o que faria para resolver esses "entraves" ao setor imobiliário se fosse prefeito ou governador. "Chamaria esta Comissão, pela sua experiência no setor, para tocar comigo a cidade", brincou. De fato, Douglas Munro acredita que, para atrair investimentos sustentáveis no setor, seria preciso aplicar uma política "mais aberta e menos burocrática na administração", bem ao estilo anglo-saxônico. Para ele, os maiores problemas concentram-se na burocracia imposta aos incorporadores, com destaque para a questão da titularidade precária e confusa de terras e terrenos, dificuldades no registro de imóveis, normas obsoletas, lentas aprovações de projetos, até corrupção e falta de infra-estrutura.

Olhando para o futuro, o diretor-presidente da Hines enxerga o seguinte panorama: queda na lucratividade do mercado residencial, que está "espremendo" os escritórios e encarecendo seus terrenos; valorização de terrenos com acesso ao transporte público; maior pressão do aspecto ambiental e menos espaço para o pequeno incorporador, sobretudo porque o Estado vem transferindo atribuições suas para o setor privado. Munro acredita que há um bom espaço para o crescimento do mercado comercial, industrial (galpões) e shoppings na capital e no interior. Para ele, esse mercado deverá se consolidar e aumentar por meio de melhor profissionalização e eficiência, "que resultará na melhor qualidade dos ativos imobiliários", resumiu o diretor-presidente da Hines do Brasil. Sergio Leopoldo Rodrigues

Empresa tem 98 escritórios Hines do Brasil Empreendimentos Ltda. é uma multinacional americana, fundada em 1957, no Texas. Possui 3,5 mil funcionários, distribuídos em 98 escritórios no mundo. Já realizou 600 projetos e tem US$ 13,1 bilhões em ativos incorporados, adquiridos e gerenciados. Desde 1991, levantou US$ 5,4 bilhões para investimentos. Suas operações englobam escritórios, indústrias, mixed-use, varejo, residenciais, resorts e urbanização de grandes áreas de loteamento. Está no Brasil desde 1998 e tem dinheiro de vários inves-

A

tidores estrangeiros, fundos em sua maioria. São US$ 200 milhões para o Brasil, apenas do Hines Calpers Brazil (Calpers é o maior fundo de pensão americano, com reservas

de US$ 210 bilhões). A Hines (Hines & Goldfarb), em São Paulo, tem três investimentos em habitação de até R$ 100 mil, nos bairros do Tatuapé, Imirim e Interlagos. (SLR)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 26 de julho de 2006

ESPECIAL - 3

Modelos para todos os estilos Os novos aparelhos que chegam ao mercado brasileiro são cada vez mais finos e com várias funcionalidades Fotos: Divulgação

produtos em mo del age m, design, funções e capacidades. Mesmo num mercado em que Benq-Siemens predominam EL71: tem os planos pré 1,6 cm de pagos (cerca espessura e de 80%), o que custa R$ 899 implica em l a n ç a me n t o s de modelos mais baratos, não é de estranhar que o Brasil possui 92,4 empenho dos fabricantes – milhões de usuá- tanto no que se refere a estilo rios de celulares, quanto aos recursos – seja por segundo a Agên- aparelhos de nível intermediácia Nacional de Telecomuni- rios e high end, voltados para cações (Anatel). Um cresci- os consumidores de maior pomento de 25% nos últimos 12 der aquisitivo. É neles que a criatividade dos meses e uma dendesigners e engesidade de 49,6 nheiros aparece a p a re l h o s p a r a com mais força. cada 100 habitanMas isso não tes (praticamente significa que os ceum celular para lulares mais barac a d a d u a s p e stos sejam sem grasoas). Apesar da ça, afinal o brasiretração das venleiro é um consudas nos primeiros midor exigente cinco meses em quando se trata de relação ao mesmo tecnologia e prefeperíodo do ano re equipamentos passado (de com estilo e com12,4% para 7,1%), pactos. são números que LG Black Safira: pesa É o caso do finiagradam às ope80g e custa R$ 1.100 n h o C F 11 0 , d a radoras e aos faBenq-Siemens, bricantes e estão com espessura de 1,8 cm, teclalonge de serem desprezíveis. Enquanto as telcos se desdo- do deslizante (o tipo slider), erbram em oferecer os planos gonômico e com mais espaço mais vantajosos para garantir entre as teclas. Permite acesso a fidelidade dos seus assinan- à internet, funciona em rede tes, os fabricantes tentam ima- GPRS e suporta download de ginar o que esses milhões de imagens e sons para mensaconsumidores querem de seus gens multimídia. A novidade é

O

Os aparelhos que brilham lá fora

o dicionário integrado e a agenda de emergência, com os telefones úteis armazenados. Tudo isso pode ser encontrado por R$ 399. O EL71 é outra novidade da Benq-Siemens entre os slim. Além dos requisitos básicos Bluetooth, câmera e MP3, ele traz como diferencial o recurso de blogging para a publicação instantânea, na internet, de fotos tiradas com o EL71. O preço sugerido é de R$ 899. Sofisticação Ser magrinho, no entanto, não é novidade para a família RAZR V3 da Motorola, desde aquele aparelho Pink que despertou o desejo de consumo das mulheres quando foi lançado. Agora é a vez do mais novo membro da família, o MOTORAZR V3i, com 1,4 cm de espessura e com novas cores (cromado e chumbo). Ele vem com mais memória (512 MB) para guardar músicas, fotos e videos, o software de gerenciamento de músicas iTunes, câmera de 1.2 Mpixel com zoom de 8x e Bluetooth. O teclado fica sobre um fundo metálico e em azul, facilitando o manuseio e a leitura mesmo para quem tem dificuldade visual. O V3i teve um badalado lançamento no começo de junho, na Europa, pois ganhou edição especial da grife italiana Dolce & Gabbana, com banhos de ouro e prata no revestimento e a preços proibitivos para os consumidores comuns. Mas para os brasileiros, a versão mais popular e sem a grife italiana, vai custar cerca de R$ 1.400. Um aparelho mais barato, com tudo o que um telefone precisa além da função pushto-talk para comunicação com um simples toque no botão, é o

LG Chocolate MX80: aparelho para rede 3G tem câmera digital

Motorola V3i: tem 1,3 cm de espessura, câmera e custa R$ 1.399

Benq-Siemens CF110: fino e com teclado deslizante. Preço sugerido de R$ 499

Motorola V235p, que está chegando ao País. A tecla dedicada ao PTT fica na lateral do equipamento. O V235p, para rede Edge (GSM), tem suporte para MP3. O preço estimado será de R$ 549. O mais popular entre os lançamentos da marca é o C261 que, apesar do formato barra, também é fino (1,5 cm de espessura) e traz câmera VGA, tela colorida e acesso ao serviço WAP, por R$ 399. Compacto A Kyocera, fabricante exclusiva para a rede CDMA, entrou no mercado de pesos-pena com o seu novo K352, compacto (10,5 x 4,5 x 1,5 cm), com MP3, botões exclusivos para músicas, câmera e memória interna de 256 MB. Tudo isso pesando 85 gramas. As cores do revestimento, em vermelho e azul, dão o toque final ao modelo que ainda não tem preço definido, com previsão de chegada para este mês. No finzinho de junho, a LG

lançou a série Black Label, nas versões Chocolate (MX800) e Black Safira (MG810). Elegantes e pesando pouco mais de 80 gramas, eles trazem memória de 128 MB e câmera de 1.3 Mpixel. O Black Safira (GSM) tempreço de R$ 1.100, em média. O Chocolate MX800, slide e para 3G da Vivo, está prometido para este mês. Para aqueles que gostam de exibir seus modelos com algumas, digamos, pirotecnias com teclados ou lentes giratórias, as dicas são o novo Nokia 3250 e o D820, da Samsung. O primeiro, 3250, tem um formato curioso pois a tela e o teclado numérico são unidos por um eixo. Se for girado a 180 graus e horizontalmente, o aparelho ativa as funções de música, e a 90 graus, a câmera de 2 Mpixel está pronta para o uso. A memória é de 10 MB, mas se expandida a 1 GB é capaz de guardar até 750 faixas. O aparelho custa cerca de R$ 1.200.

Modelos com designs compactos e recursos de edição de música, vídeo, rádio e Bluetooth se firmam no mercado externo

C

elulares com recurs o s p a r a re c e b e r imagens em movimento (vídeos dos jogos), programas de rádio, mensagens multimídia, capturar fotos em boa resolução e que podem transmitir dados com tecnologia sem fio são os que mais chamam a atenção do consumidor que pode pagar um pouco mais pelo aparelho. Poder baixar música diretamente e dispor de memória suficiente para armazenar os conteúdos são outras exigências. E o melhor é que tudo isso venha embalado em modelos leves, finos e elegantes. A conexão Bluetooth, para permitir a transmissão de dados à distâncias de até 10 metros com outros dispositivos que tenham a mesma tecnologia, está se firmando como um padrão nos celulares, mesmo nos modelos intermediários. Assim como a função de player musical, a "killer application" dos lançamentos que podemos ver tanto lá fora como aqui dentro. O recurso para receber vídeos sob demanda é outra facilidade que aparece nos novos chipsets nos mercados europeu, asiático e norteamericano, onde a padronização da tevê digital para handsets começa a esquentar. Mas para isso eles precisam também suportar a 3G (o que vai

depender das operadoras). Modelos A Benq-Siemens reúne vários desses recursos num modelo que lançou recentemente lá fora e que teve até o jogador Ronaldo Fenômeno, como garoto-propaganda na Europa. O EF-81 é magrinho, no estilo folder, com apenas 1,5 cm de espessura sendo o mais fino da empresa para terceira geração UMTS. Sincroniza contatos e compromissos diretamente do Outlook do PC para a agenda de endereços e calendários do telefone móvel. A câmera tem definição de 2 Mpixel e memória interna de 64 MB. MP3 e Bluetooth completam suas características. O produto, revestido em titânio, pesa 100 g e ainda não tem previsão de quando chega ao Brasil. Entretenimento é o forte de outro Benq-Siemens, lançado recentemente no exterior, o EF51 para GPRS, também conhecido como Pandora B2 – uma alusão à mitologia grega e à caixa da mulher que “possui todos os dons”. Ao ser aberto, o EF51 mostra o teclado que estava embutido. O equipamento traz rádio estéreo FM e tocador musical com suporte aos formatos MP3, AAC e ACC+, além de botões exclusivos para acesso ao player. A memória é expansível com cartão MiniSD e a sincronização com o com-

LG VX9800: para ouvir músicas, gravar vídeo e tirar fotos

putador pode ser feita via cabo USB ou Bluetooth. A empresa deve trazer o celular para o Brasil ainda neste ano. Outro telefone dedicado à música é o novo LG Fusic LX550 em CDMA/1xEv-DO (a mesma da Vivo), que acaba de chegar ao mercado norteamericano. O Fusic acessa a loja da operadora Sprint para baixar as músicas e também alguns conteúdos de tevê sob demanda. O modelo dispõe também de um transmissor de rádio FM, câmera de 1.3 Mpixel e Bluetooth. Custa US$ 329. Já o VX9800, também da LG, tem um jeitão de handheld, no formato de uma agenda de bolso, mostrando um teclado QUERTY ao ser aberto e um display interno amplo de 5,6 cm. São features que facilitam na hora de digitar e receber mensagens curtas. O VX9800, para rede Ev-DO, também suporta serviço de GPS (nos Estados Unidos, a Verizon Wireless vende o pacote para seus assinantes), o programinha Mobile Web Mail para acessar as contas do Hotmail, AOL e

Bárbara Oliveira

Samsung P900: aparelho recebe sinais de tevê no padrão DMB e tem display móvel

o

ivulgaçã

Fotos: D

O Samsung SGH-D820, mostrado na Telexpo em março e que chegou há pouco ao mercado, também é voltado para os consumidores mais exigentes. O teclado é slide-up (desliza) e a câmera é giratória. A memória interna de 73 MB e Bluetooth completam o D820 que custa R$ 1.699. O outro da Samsung, o Swift A915 ultra slim (1,5 mm de espessura) é Ev-DO para receber filmes e mensagens em vídeos. Fotógrafos amadores vão gostar do celular da Sony Ericsson K790i, com tela ampla – 5 cm de altura – e a câmera mais robusta do mercado brasileiro, 3.2 Mpixel. As fotos podem ser criadas e atualizadas diretamente no celular graças ao recurso Picture Blogging. O BestPic permite pressionar o botão obturador uma só vez para capturar nove fotos que são exibidas na tela. Preço no varejo: R$ 1.999

Yahoo! e um organizador pessoal. Com Bluetooth, MP3 player, memória de 128 MB e câmera de 1.3 Mpixel, o modelo é vendido por US$ 100. Design A Pantech Wireless, empresa também coreana e que está se firmando no mercado mundial com design inovador, acaba de lançar dois telefones para a rede GSM – um em Hong Kong e outro nos Estados Unidos. Para o consumidor norte-americano, a novidade é o minúsculo C300, que apesar de ser folder, tem apenas 1,9 cm de espessura, por 6,9 cm de comprimento e 4,3 cm de largura, o que o torna um dos menores do mundo com câmera e formato folder. É através dele que a Pantech pretende dar uma arrancada em suas vendas em 2006 nos Estados Unidos, esperando um crescimento de 20%, segundo o seu presidente e diretor-geral Sung Kyu Lee. A parceria da Pantech nos EUA será com a Cingular. O C300 pesa 70 gramas e custa em torno de US$ 119.

Outro GSM da coreana Pantech e lançado na Ásia, em maio, é o PG-3600V, que ganhou o nome de Touch Wheel Music Phone, graças a um sensor circular e sensível ao toque que fica no centro do telefone. O botão traz funções de pausar, avançar e parar as músicas e imita o design no iPod, já que ele serve como um player musical, só que é um telefone sli-

der, isto é, o teclado fica embutido quando fechado. Outra curiosidade do 3600V é a edição de vídeo em Mpeg 4 integrada, o que é novidade em aparelhos da rede GSM. A memória é de dar inveja até mesmo aos tocadores musicais: 512 MB, mas o aparelho também traz um slot para cartão externo. Ele tem conexão Bluetooth e pesa 94 gramas. Em Cingapura, num evento que mostrou as últimas novidades da Nokia, a marca finlandesa mostrou, no mês passado, modelos intermediários e todos com Bluetooth, o que demonstra que essa conexão está mesmo virando um padrão na telefonia móvel. O 6275, para rede CDMA, além de embutir essa tecnologia sem fio, funciona também como MP3 player, rádio FM e dá suporte para conteúdos streaming de áudio e vídeo. A câmera tem resolução de 2 Mpixel e slot para cartão de memória microSD externo, com capacidade de até 2 GB. Agora, é aguardar para que todos eles cheguem ao exigente mercado brasileiro ainda neste ano. Bárbara Oliveira


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quarta-feira, 26 de julho de 2006

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Cidades

Tempo seco e calor continuarão até sexta-feira, quando chega uma nova frente fria a São Paulo.

Suando no inverno. Morrendo no verão.

Paulo Pampolin/Hype

tempo continuará seco, com o nível de umidade entre 20% e 30%, e quente, com temperatura máxima de 30 graus, na cidade de São Paulo até sexta-feira. No litoral e interior, o clima é de verão, com temperaturas entre 32 e 33 graus. Na segunda-feira, os termômetros marcaram 30,2 graus na capital paulista, a maior para o mês de julho desde 1943. Em várias partes do mundo, onde é verão, o calor também é intenso. De acordo com o meteorologista André Madeira, do Climatempo, a explicação para o verão em pleno inverno é a grande massa de ar seco – que já perde força – que deixa o tempo aberto, impede a formação de chuvas e também a chegada de frentes frias. Na tarde de sexta-feira, no entanto, uma frente fria que chega a região sudeste deixará o tempo fechado. Chove no final do dia em São Paulo. No sábado, a chuva continua e haverá queda na temperatura. Domingo a mínima será de 12 graus e a máxima de 22 graus. Por causa do tempo seco, 16 das 20 estações medidoras da Cetesb classificaram a qualidade do ar como regular, on-

Fernanda Ezabella/Reuters

tem pela manhã. Em Paulínia, no interior, o ar estava inadequado. De acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), desde o começo deste mês choveu apenas nos dias 9 e 10. Em junho, a última chuva havia sido dia 26. Cataratas - As altas temperaturas têm mudado até mesmo o turismo em algumas cidades conhecidas pelo inverno rigoroso. Até a profusão de água das Cataratas do Iguaçu, no oeste do Paraná, está mais fraca. Apesar da previsão, as pancadas de chuva que deverão cair no estado no fim de semana não serão suficientes para que o nível de água volte ao normal. É a maior estiagem no estado em 70 anos. O volume de água atual nas cataratas é de 300 mil litros/segundo. O normal é entre 1,3 e 1,5 milhão. Estados Unidos – As autoridades nos Estados Unidos investigam pelo menos 30 mortes que podem ser atribuídas à onda de calor que chegou em 16 de julho e que não dá sinais de partir: o Serviço Meteorológico Nacional emitiu ontem outro alerta de calor. Na Califórnia, o consumo de eletricidade – impulsionado pelo uso de sistemas de ar-condicionado e refrigeração – chega

ao volume recorde de 50.270 megawatts. A colaboração de empresas e repartições públicas tem evitado blecautes, mas a situação é quase insustentável. Os serviços de fornecimento de energia nas cidades de Saint Louis e Nova York ainda trabalham para restaurar a eletricidade de milhares de clientes. Em Nova York, o blecaute parcial já dura nove dias. Alguns dos mais importantes especialistas em clima dos Estados Unidos acreditam que a onda de calor é causada, ao menos em parte, pelas mudanças climáticas globais. Outros, entretanto, discordam e afirmam que ainda é cedo demais para culpar as atuais condições climáticas pelas mudanças no clima do planeta. França – Na França, as temperaturas elevadas já deixaram cerca de 40 mortos, de acordo com o Instituto de Vigilância Sanitária. Mais da metade do país está em estado de alerta "laranja" de calor, e os serviços meteorológicos prevêem que as elevadas temperaturas continuem até amanhã. O balanço anterior de vítimas, divulgado na última segunda-feira, era algo em torno de 30 mortos. Kelly Ferreira, com Agências

Patrick Bernard/AFP

Arquibancada da quadra de tênis, no Pacaembu (foto maior), virou praia de paulistano. Na foto acima, as Cataratas do Iguaçu com um volume de 300 mil litros por segundo – o normal é entre 1,3 e 1,5 milhão de litros por segundo. Abaixo, à esquerda, ciclista se refresca numa fonte em Bordeaux, na França. Abaixo, à direita, holandeses se divertem em piscina pública de Roterdã. Robin Utrecht/AFP


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Tr â n s i t o Urbanismo Geral Ciência

quarta-feira, 26 de julho de 2006

ATOR NÃO TRABALHAVA NA GLOBO DESDE ABRIL

O ator portava uma pistola calibre 9 milímetros e um caderno com histórias em quadrinhos desenhadas por ele.

Fotos de Gustavo Azeredo/Agência O Globo

Um ator faz cobras & lagartos na Rede Globo

O ex-figurante da novela das 19h Ricardo Dualib (foto) invadiu o Projac, tirou a roupa, deu quatro tiros com uma pistola 9 mm e fez um bombeiro da emissora refém

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ator e desenhista Ricardo Ackel Dualib, de 29 anos, entrou na manhã de ontem na portaria do Projac, central de produção da Rede Globo, em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio. Ele tirou a roupa, deu quatro tiros para o alto, fez refém um dos bombeiros da

empresa e invadiu os jardins e uma das unidades de edição. O fato aconteceu às 9h45. Dualib foi contido minutos depois por quatro seguranças. Além da pistola calibre 9 milímetros, com a qual fez os disparos, o rapaz trazia um caderno com histórias em quadrinhos desenhadas e dizia que-

rer mostrar aos diretores da Rede Globo. Ele carregava desenhos de sua autoria e, ao chegar ao local, os lançou sobre uma estátua dizendo que queria que o material fosse analisado pela Globo. O ator foi levado por policiais militares para a 32ª Delegacia de Polícia, na Taquara, onde foi autuado por porte ilegal de arma e tiros a esmo. Na delegacia, Dualib disse que queria convencer a direção da Globo a usar desenhos feitos a mão, como os dele, e não computação gráfica, como acontece na maioria das vinhetas exibidas pela emissora. Dualib disse também que a arma pertencia a seu irmão. A Globo divulgou uma nota informando que Dualib é ator e fez figuração no início das gravações da novela Cobras & Lagartos, que está no ar às 19h. Segundo a nota da emissora,

ele chegou "dizendo coisas desconexas e manifestando a intenção de atirar numa das câmeras do estúdio". Ninguém ficou ferido, apesar de a portaria da emissora estar cheia na hora do incidente. Naquele momento, artistas como Cássio Gabus Mendes, Juca de Oliveira, Cristiane Torloni e Paulo Goulart haviam acabado de passar por lá. Eles iam participar de um seminário e uma entrevista coletiva sobre a nova minissérie de Glória Perez sobre o Acre (ainda sem título definido). Dualib é conselheiro vitalício do Corinthians, e neto do presidente do clube, Alberto Dualib. Ele afirmou à polícia que queria apenas chamar a atenção para o seu trabalho, mas admitiu ter exagerado em sua atitude. Ele não trabalhava como figurante para a Globo desde abril. (AE)

Duas iniciativas, que partem do poder público e envolvem a iniciativa privada, levarão remédio de graça à população

A

Abê

SOLUÇÃO PARA A FALTA DE REMÉDIOS

bancada petista da Assembléia Legislativa de São Paulo deverá apresentar, no próximo mês, um projeto de lei que prevê a isenção de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) para as empresas do setor farmacêutico que doarem seus medicamentos. A proposta vai na mesma direção da regulamentação, na semana passada, da lei municipal 14.084 que cria o programa Cestão de Medicamentos. De autoria do vereador Antonio Carlos Rodrigues (PL), o programa tem como objetivo a captação de doações de medicamentos, já com prazos de validade próximo do vencimento, junto às indústrias de remédios, farmácias e outros estabalecimentos. Os remédios deverão abastecer os postos de saúde, unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) e também hospitais da rede municipal de São Paulo. Benefícios – De acordo com o deputado estadual Cândido Vacarezza (PT), o projeto que prevê a isenção do ICMS tem como objetivo ofertar um duplo benefício a e m p re s a s f a r m a c ê u t i c a s .

"Atualmente, as empresas desse setor já doam medicamentos, mas não recebem nenhum tipo de benefício do Estado. Com a proposta, as empresas não pagariam o ICMS e poderiam ainda baratear o custo dos medicamentos para a população", afirmou. Vacarezza ainda lembrou que, somente na Capital, as empresas de medicamentos pagam anualmente R$ 2,5 milhões de ICMS. "Não se trata de uma renúncia fiscal, mesmo porque o estado será compensado com a doação desses medicamentos", completou o parlamentar. A proposta deverá ser encaminhada pela bancada do PT à Assembléia Legislativa e, segundo o deputado, tem grandes chances de ser aprovada, inclusive com votos dos deputados governistas (formada por parlamentares do PSDB e PFL). Doação - A proposta da bancada petista deverá auxiliar a aplicabilidade da lei municipal do vereador Rodrigues. De acordo com o texto da proposta, a arrecadação de medicamentos, inclusive amostras grátis, será feita junto às indústrias, laboratórios farmacêuticos e distribuidoras de

remédios (farmácias). A nova lei, no entanto, não cita o prazo de validade máximo ou mínimo dos medicamentos que a Prefeitura poderá receber das empresas. A Secretaria Municipal de Saúde é quem promoverá a coleta e confinamento dos medicamentos doados. A lei ainda prevê que a distribuição só será feita por entidades sem fins lucrativos e cadastradas na Prefeitura de São Paulo. Essas entidades cadastradas só poderão retirar dos lotes de medicamentos doados aqueles que lhes forem necessários, mediante apresentação do receituário médico. Na justificativa do projeto, o vereador Rodrigues disse que a medida tem como objetivo dar início a uma mobilização de todo o empresariado do setor farmacêutico de São Paulo para melhorar a situação da saúde no município. Ele até denomina o projeto como "um exemplo de cidadania que poderá ser seguido por todo o País". O vereador ainda falou da importância do medicamento para a população carente da Capital. "Esses remédios com validade próxima do vencimento deverão

ajudar a população que, por muitas vezes, necessita com urgência de algum tipo específico de medicamento e não o encontra na rede pública", comentou. A reportagem do Diário do Comércio entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde para comentar sobre os rumos da aplicação da nova lei. Em nota, a secretaria disse que ainda estuda a logística de como será feita a distribuição dos medicamentos e os locais que receberão a maior parte dos remédios. De acordo com a secretaria, a nova lei começará a ser aplicada dentro de um mês na cidade. O Sindicato das Indústrias de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma) revelou que a categoria ajudou na elaboração da proposta do vereador do PL. No entanto, eles preferiram não se pronunciar agora, justamente por também estarem analisando as questões da distribuição desses medicamentos. Empresas do setor e farmácias foram procuradas pela reportagem do Diário do Comércio, mas preferiram não se pronunciar, por enquanto, sobre o assunto. Ivan Ventura

Ó RBITA

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MARCOLA FICA NO RDD

Tribunal de Justiça de São Paulo negou o habeas-corpus, com pedido de liminar, da advogada Maria Cristina de Souza Rachado, que pretendia retirar Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, do Regime Disciplinar

Diferenciado (RDD). A determinação é do desembargador Borges Pereira, que avaliou não haver ilegalidade na decisão do juizcorregedor da Vara das Execuções Criminais da capital que determinou a inclusão cautelar do apenado no RDD.

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OUVIDORA NOMEADA

prefeito Gilberto Kassab nomeou ontem a advogada Maria Lumena Balaben Sampaio para exercer o cargo de chefe de gabinete da Ouvidoria Geral de São Paulo. A Ouvidoria do Município tem a função de

servir como canal entre o cidadão e a administração. Muitas das reclamações e denúncias sobre a Prefeitura e os servidores podem ser feitas ao ouvidor. O telefone da ouvidoria é o 0800-175-717 e funciona das 9h às 17h. (AE)

NOVOS MACACOS NO ZÔO

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ois casais de macacospregos-louros (Cebus flavius) chegaram ontem a São Paulo vindos de João Pessoa, na Paraíba. Os quatro foram doados pelo Centro de Proteção de Primatas Brasileiros, ligado ao Ibama, para o Zoológico de

São Paulo, que dará início a uma série de estudos sobre reprodução da espécie em cativeiro. Eles não serão expostos à visitação. Até agora foram identificadas só oito populações da espécie em quatro estados do nordeste. (AE)


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Nacional Empresas Finanças Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 26 de julho de 2006

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A META ERA DE 4,25% DO PIB

por cento seria o superávit do governo, caso a Lei de Diretrizes Orçamentárias fosse cumprida.

GASTOS DO SETOR PÚBLICO CRESCERAM R$ 21,7 BILHÕES SOMENTE NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2006

SUPERÁVIT PODE FICAR ABAIXO DA META

O

Walter Campanato/Abr

secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall, admitiu ontem que o superávit primário do setor público poderá ficar, em alguns meses deste ano, abaixo da meta de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB) estimado. "Isso é uma possibilidade", disse Kawall. "O governo não tem compromisso em manter o superávit acima de 4,25% durante todos os meses do ano", afirmou. "A meta de 4,25% do PIB é para todo o ano." O secretário não soube informar se o superávit em junho ficou acima da meta. O Banco Central vai divulgar hoje os números. Ele disse apenas que o resultado do Tesouro Nacional, divulgado ontem, "corrobora a expectativa de atingir a meta". Mas reconheceu que tudo dependerá do resultado das empresas estatais. No passado, segundo Kawall, o superávit primário já ficou, em alguns meses do ano, abaixo da meta fixada para todo o ano. "Não foi inco-

mum que, nos últimos anos, o superávit ficasse abaixo da meta, em alguns meses." Em 2005, no entanto, a meta foi superada em todos os meses. Dúvidas – Kawall não acabou com a dúvida que existe no mercado sobre uma eventual redução da meta de superávit primário em virtude dos gastos com o Projeto Piloto de Investimento (PPI). Ao contrário, a fortaleceu. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) permite que o governo deduza da meta de superávit as despesas com PPI. Se a LDO fosse cumprida, o superávit primário cairia de 4,25% do PIB para 4,10%. O secretário do Tesouro foi bastante cauteloso ao comentar o assunto. "Usar ou não esse espaço (permitido pela LDO) dependerá da política fiscal que iremos executar até o final do ano", disse. Mas, ao mesmo tempo, deixou claro que o governo pretende pagar os R$ 4 bilhões em investimentos do PPI previstos para 2006. "O importante é executar o PPI; queremos fazer os investimentos."

Ele lembrou que, se o superávit ficar abaixo dos 4,25% do PIB, mas dentro da margem da LDO, a legislação será cumprirá. Kawall garantiu que o governo vai executar a sua política fiscal com cautela. "A prudência não indica que devemos ter uma meta de superávit primário já descontando os gastos da PPI", afirmou. "É preciso trabalhar com margem de segurança, pois não sabemos qual será o valor do PIB neste ano e nem qual será o superávit de estados e municípios." Os gastos do governo federal explodiram no primeiro semestre deste ano. De janeiro a junho, as despesas primárias totais (que não incluem o pagamento de juros) do governo central (composto pelo Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) cresceram R$ 21,7 bilhões em relação ao mesmo período do ano passado. Por isso, o superávit primário nos seis primeiros meses caiu de 4,18% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2005 para 3,87% do PIB em 2006. (AE)

Brasil Telecom: papéis à venda

durante teleconferência com analistas. A operadora italiana controla a TIM, segunda maior operadora celular do Brasil. Fundos de pensão brasileiros também têm a intenção de vender sua parte na empresa, segundo a Angra Partners, gestora do fundo Investidores Institucionais FIA.

Fontes que acompanham a briga entre os sócios acreditam que a decisão da Telecom Italia pode estar relacionada à proximidade do fim do prazo dado pela Anatel para solução da sobreposição de licenças móveis e de longa distância existente entre a BrT e a TIM. (AE)

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presidente da Telecom Italia, Marco Tronchetti Provera, disse ter contratado o banco JP Morgan para vender a participação da empresa na Brasil Telecom (BrT). O comentário foi feito

Petrobras recompra dívidas por US$ 1,2 bi

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Carlos Kawall: mercado é mais receptivo a títulos em dólar

País não tem pressa de emitir títulos, diz Kawall

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Brasil não tem pressa de fazer novas emissões no mercado externo e descarta oferecer bônus em euros até o final do ano e títulos em reais antes das eleições de outubro, afirmou ontem o secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall. "Estamos numa situação confortável, não temos pressa de fazer novas captações", disse. O secretário do Tesouro Nacional atribuiu as especulações de que o Brasil estaria retomando as captações por conta de recentes operações feitas por outros países latinos, como a Colômbia, que vendeu na semana passada US$ 1 bilhão em papéis com vencimento em janeiro de 2017. Na última segunda-feira, o Uruguai captou US$ 500 milhões com a reabertura de um bônus global que vence em 2022. Ontem, foi a vez de o governo argentino anunciar que ofertará até US$ 500 milhões com o bônus 2011 hoje. O governo brasileiro estipulou para o biênio 2006-2007 meta de captações no mercado externo de US$ 9 bilhões. Segundo Kawall, todas as necessidades para este ano já foram levantadas. "Ainda falta captarmos US$ 3,7 bilhões até o fi-

nal de 2007. Para 2006, já estamos tranqüilos, qualquer coisa seria antecipação (para o ano que vem)", afirmou. Títulos em dólar – O secretário disse ainda que o mercado mais receptivo hoje é o de títulos em dólar. O mercado em euros tem uma base de investidores muito diferente do mercado de títulos em dólar. "Uma parte significativa dos investidores em euros vem do varejo, e nesse sentido é uma b a s e d e i n v e s t i d o re s q u e requer um trabalho maior, você precisa fazer 'road shows'... Não é a prioridade deste momento", explicou. "No caso de reais, são questões técnicas desse mercado, da base de investidores que se quer atingir, é uma questão de oportunidade. Neste momento não seria adequado." A última emissão do Brasil ocorreu em março, quando o Tesouro reabriu uma oferta de bônus global com vencimento em 2037. A estratégia de antecipar as captações de recursos de um ano para o outro já foi adotada pelo governo federal. Em setembro do ano passado, o Brasil iniciou as operações de captação tendo em vista as obrigações de 2006. (Reuters)

Epitácio Pessoa/AE

Joseph Safra controlará todo o capital do Grupo Financeiro Safra

Muda o controle do Grupo Safra

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s irmãos Joseph e Moise Safra fecharam acordo pelo qual Joseph assume a totalidade do capital do Grupo Financeiro Safra e se torna o único acionista. Os irmãos manterão os investimentos conjuntos na Aracruz Celulose. A estrutura e o volume do capital do banco não serão alterados e as operações do grupo serão mantidas. O Safra é o oitavo maior banco brasileiro e o sexto maior privado, segundo o Banco Central, e encerrou o mês de março com ativos de R$ 52,1 bilhões. "O acordo confere a cada um e às suas respectivas famílias maior flexibilidade para manter e desenvolver seus próprios negócios", diz o comuni-

cado. Os termos do compromisso não serão divulgados, "devido à natureza familiar e privada" do contrato. Os irmãos Joseph e Moise Safra destacam, na nota, que sempre foram sócios e que cresceram e construíram juntos por mais de 50 anos. "Por meio deste acordo, cada um de nós poderá concentrar suas energias no desenvolvimento, no longo prazo, do potencial de negócios de nossas próprias empresas. Com essa decisão de caráter exclusivamente empresarial, teremos a oportunidade de trabalhar lado a lado com os nossos filhos", afirma o comunicado. O acordo está sujeito à aprovação das autoridades regulatórias. (AE)

Petrobras divulgou ontem que concluiu a recompra de dívidas anunciada há cerca de uma semana, totalizando US$ 1,215 bilhão, acima do US$ 1 bilhão previsto. Em um comunicado, a subsidiária Petrobras International Finance Company informou que adquiriu no mercado US$ 888,26 milhões e mais US$ 327,4 milhões da Petrobras e suas afiliadas. A estatal terá de liquidar a compra no dia 27 de julho, segundo o comunicado. Em 18 de julho, quando lançou a recompra, o gerente-executivo de Relação com Investidores, Raul de Campos, disse que o objetivo da oferta era melhorar o perfil da dívida da empresa. Os títulos globais recomprados incluem uma emissão com vencimento em 1º de abril de 2008, papéis com vencimento em 2 de julho de 2013 e 10 de dezembro de 2018. Os demais títulos da recompra têm dois vencimentos – 9 de maio de 2008 e 6 de julho de 2011. As ações da Petrobras recuavam 0,44% no início da tarde de ontem, a R$ 43,39, enquanto o IBovespa (principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo) caía 0,32%. (Reuters)

Ata do Copom pode dar sinais da política de juros

A

divulgação da ata da decisão da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), prevista para amanhã, deve ajudar os analistas a calibrarem suas projeções quanto à magnitude do corte da taxa básica de juro, a Selic, esperado para o encontro de agosto. Como a perspectiva de inflação continua benigna, os especialistas de instituições baseadas em Wall Street observam que haveria espaço para um novo corte do juro em 50 pontos-base. Contudo, diante de referências anteriores do Copom sobre a defasagem dos efeitos da política monetária, os analistas esperam que a ata traga uma sinalização mais clara sobre esse ponto para então concluírem se essa seria de fato uma indicação para o início de um movimento mais moderado de flexibilização da Selic, com cortes de 25 pontos-base. Antes do encontro deste mês, os analistas já ponderavam que os cortes na Selic implementados a partir de agosto surtirão efeito sobre a inflação e a atividade no próximo ano. E essa é uma referência que Gray Newman, economista sênior do Morgan Stanley para a América Latina, espera ver na ata. Para ele, o texto do Copom deve trazer referência "bastante positiva sobre a perspectiva de inflação e deve argumentar que novos cortes terão cada vez mais efeitos em 2007". Antes da publicação da ata, ele ressalva que outro corte de 50 pontos-base é possível. A equipe do ING espera ver no texto "indicação do provável ritmo das reduções do juro". Se depender do mercado doméstico, segundo a pesquisa Focus do Banco Central desta semana, as apostas são de uma redução em 25 pontos-base no próximo encontro levando a Selic para 14,5% ao ano. Para Ricardo Amorim, do WestLB, o desempenho da inflação contribui para a redução de 50 pontos-base. (AE)


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quarta-feira, 26 de julho de 2006

3 "Este cursinho é uma mão na roda (...) A escola pública não dá nada aos jovens." Valéria de Farias, 42 anos, estudante.

Newton Santos/Hype

Jader Nunes, do Instituto

Aluno do XI de Agosto entra Poli da USP

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star no primeiro ano do curso de engenharia da Poli, na USP, é uma vitória para José Arivar de Lira Júnior. Ele enfrentou dificuldades para alcançar este objetivo e diz que o suporte que o cursinho do Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito da USP, ofereceu a ele foi fundamental. José sempre estudou em escolas públicas e ao entrar no cursinho viu que não tinha familiaridade com grande parte das matérias. Além disso, já trabalhava durante o dia na época do vestibular, o que reduzia ainda mais os períodos de estudo em casa. "Ter conseguido bolsa quando meu pai ficou desempregado também me ajudou. No começo, pagava R$ 105 por mês". Agora ele trabalha no plantão de dúvidas do cursinho e recebe ajuda de custo na faculdade de um salário mínimo. "Com isso, já ajudo a família, e a qualidade de vida melhorou 300% porque, morando no alojamento da USP, economizo na condução". Para o orientador pedagógico do XI de Agosto, Fabrício Barbosa Bitencourt, os resultados obtidos por José são a combinação de esforço e orientação. "Além das aulas, oferecemos atividades culturais e plantões de dúvida. Os alunos chegam das escolas públicas com a auto-estima baixa". Para a seleção há uma entrevista e a preferência é por jovens da rede pública. Para se manter, o cursinho recebe a ajuda de exalunos e do Curso Objetivo, que deu desconto na cessão de seu material didático. (PC)

Paulo Pampolin/Hype

José: professores ajudaram

Valéria: auto-conhecimento

Anderson: curso reduz abismos

Vanessa: o professor me conhece

Uma oportunidade para crescer na vida

Paulo Pampolin/Hype

Ruth: inclusão é para todos

Qualidade e conteúdo nos Esta rotina é seguida pelos colas públicas). Aqui, no Insi- rique Achado, o diferencial estudantes após uma semana tuto, estou aprendendo muito. do curso é que apresenta o finais de semana

Os cursinhos alternativos abrem portas para estudantes sem caixa para enfrentar os cursos comerciais Paula Cunha

I

ngressar em uma universidade pública no Brasil é uma meta para a maioria dos jovens estudantes. Ele se transforma em um sonho distante para os adolescentes que estudam em escolas públicas e sofrem com a defasagem nos currículos e com as deficiências da formação de seus professores. Além disso, não podem arcar com as mensalidades de cursinhos prévestibulares tradicionais. Para reverter este quadro, surgiram os cursinhos alternativos, com mensalidades menores (de R$ 70 a R$ 170, enquanto os tradicionais vão de R$ 298 a R$ 506) e professores voluntários, muitos vindos das próprias universidades e que conhecem as enormes diferenças entre os currículos de escolas públicas e particulares. Algumas destas iniciativas se propõem a ir além de preencher esta lacuna e oferecem atividades que desenvolvem o espírito crítico dos alunos e os preparam para a realidade das universidades. Esta é uma tarefa a que se propôs o cursinho Instituto. Criado em 2000, por um grupo de alunos e ex-alunos da Universidade de São Paulo, o grupo tem por proposta conscientizar o aluno de que ele pode concorrer e passar em vestibulares como o da Fuvest e de outras universidades públicas. Seus alunos freqüentam as aulas em três unidades, nos bairros do Brooklin, Itaquera e Vila Prudente, durante os finais de semana. No sábado, as aulas vão das 9 às 16 horas e no domingo das 9h às 13h. A mensalidade é de R$ 70 e dá direito ao material didático, elaborado pelo grupo Ético.

inteira de trabalho. O estresse e o cansaço não desestimulam o grupo de 25 alunos, que chega pontualmente no sábado na unidade da Vila Prudente. Muitos deles estavam fora da escola há muito tempo e vieram de escolas públicas. Por isso, têm consciência da carga curricular que precisam absorver nesse período e se esforçam para solucionar as dúvidas na própria sala de aula. Para Anderson do Nascimento, de 21 anos, "fazer o cursinho é diminuir o abismo entre a escola pública e a particular. O Instituto estimula o aluno a estudar por si próprio". Ele pretende prestar o vestibular para Física na USP e está consciente das dificuldades. Cursa Mecatrônica no Servico Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e aprende grande parte do conteúdo do vestibular no cursinho. Em situação semelhante encontra-se Vanessa Aparecida Gomes da Silva. Ela também freqüentou o Senai e formouse em telecomunicações. "Fui ao Etapa, mas não podia pagar a mensalidade, mesmo com desconto (o cursinho concede reduções para ex-alunos de es-

Os professores conhecem os alunos e os incentivam", diz. A jovem de 20 anos pretende prestar o vestibular da Fuvest e da Universidade de Campinas (Unicamp) para as carreiras de engenharia ou informática. Atualmente, ela trabalha com manutenção de computadores, o que a auxilia a pagar as mensalidades do cursinho. Recomeçar – Em situação diferente está Valéria Antonia Machado de Farias. Aos 42 anos, ela esperou que os filhos crescessem para voltar a estudar. Um deles já está casado e os outros dois têm 13 e 17 anos. "Pretendo estudar para buscar conhecimento. Quero cursar Letras. Agora a prioridade sou eu", explica. Ela descobriu o cursinho na internet e não tem recursos para pagar cursos como o Anglo ou o Objetivo. "Este cursinho é uma mão na roda para todos, principalmente porque a escola pública não dá nada aos jovens. Quem q u e r re a l m e n t e a p re n d e r aprende de verdade. Os professores estão dispostos a ensinar e aqui estou conseguindo aprender", completa. Filosofia – Para o coordenador do Instituto, Marcos Hen-

ANOTE AÍ Cursinho do XI de Agosto www.cursinhodoxi.com.br tel: (11) 3107-6293/3101-4583. Cursinho 20 de Novembro Inscrições no dia 29 de julho, das 11h às 15 no campus da Fatec-SP na av. Tiradentes, 715 ou na Fatesp, Rua Gil de Oliveira, 91. Tel. (11) 6651-8811. Cursinho Instituto Rua Mendonça Corte Real, s/n - Vila Prudente. Tel. (11) 8356-3398 (Eli) e (11) 8138-9208 (Cleiton) Cursinho Afrobrás Rua Washington Luís, 236 - 3º andar. Tel. (11) 3328-1824

currículo de forma a ligar seus conteúdos com a realidade na qual vivem seus alunos. "Os cursinhos alternativos são anticomerciais e acabam por assumir a missão de transformar a visão de mundo dos alunos. O aluno vem para cá e aprende o conteúdo pensando criticamente e, por isso, muitos se sentem frustrados no começo quando não recebem as famosas fórmulas e as músicas para decorar. Ele tem de ter uma noção de coletivo e atuar socialmente. Por isso, estimulamos os grupos de estudo", afirma. Para aumentar o número de vagas, o Instituto busca parceiros e pretende divulgar mais suas atividades. O objetivo é dar oportunidades a mais alunos de escolas públicas e que estão voltando a estudar. A professora de Química Angélica Valência de Lima reforça esta posição. Para ela, que também sempre estudou em escola pública e hoje cursa Química na USP, esta deve ser a mentalidade do aluno e, principalmente, dos professores, todos voluntários. "Os professores têm de assumir um compromisso com os alunos porque estes chegam aqui sem conhecer ninguém que tenha entrado na faculdade. Os professores tornam-se um exemplo e um espelho". Atualmente, dos 18 professores do curso, apenas um já está formado. Eles se comprometem a dar aulas e desenvolver atividades extras nos domingos. Quanto à remuneração, contam com um pagamento simbólico, para a condução, depois que todas as despesas com apostilas são pagas. "Lutamos por quem ainda não é cidadão", conclui Angélica.

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ferecer aos alunos todo o conteúdo exigido pelos principais vestibulares com qualidade apenas nos finais de semana é o desafio do Cursinho 20 de Novembro. Para isso, seus professores foram treinados para dar suporte psicológicos aos alunos, a maioria vinda de escolas públicas. Criado há quatro anos, por alunos da Fatec, ele recebe de adolescentes (16 a 18 anos) até pessoas mais velhas na faixa dos 30 aos 40 anos, que desejam evoluir no trabalho. Segundo o coordenador Émerson Luís Teodoro, não há teste para selecionar os candidatos. Eles se apresentam e fazem a matrícula até o preenchimento de todas as 240 vagas divididas nas duas unidades, no prédio da Fatec, na estação Tiradentes do Metrô, e na Faapesp, na estação Vila Matilde. O valor do semi-intensivo é de R$ 320, divididos em duas parcelas de R$ 160. Incluir todos – Este é o objetivo do curso Afrobrás há dez anos. Inicialmente, era voltado para os afro-brasileiros. Agora, diz sua vice-presidente executiva, Ruth Lopes, recebe também alunos de escolas públicas. A entidade decidiu atuar junto aos alunos que, mesmo com o cursinho, não conseguiam entrar nas universidades públicas. "Passamos a buscar bolsas nas universidades particulares. Depois, criamos a Faculdade Zumbi dos Palmares". Hoje, 30% dos alunos entram na universidade. A mensalidade é de R$ 75 para o semiextensivo. A ex-aluna, Priscila Siqueira, está cursando Rádio e TV na Unisa. Estudou em escolas públicas e diz que o cursinho a ajudou. (PC)

NOTAS SOCIAIS Pinhal. Mais informações: tel. Sou da Paz 11-3812-1333 ou pelo e-mail vende camisetas produtos@soudapaz.org. ara levantar recursos, o Uma lei a P Instituto Sou da Paz, organização nãofavor da mulher governamental (ONG) que trabalha com projetos inovadores de redução da violência, participa do Bazar das Flores. O bazar vende camisetas oficiais da ONG e da campanha Control Arms (Controle de Armas), que reuniu, em todo o mundo, um milhão de pessoas pedindo a assinatura de um tratado internacional de comércio de armas, além de bótons e adesivos. Toda a arrecadação será revertida para os projetos do Instituto. O bazar acontece todo domingo, 11h-15h, na Alameda das Flores, uma travessa entre a avenida Paulista e a rua São Carlos do

O

s movimentos em defesa dos direitos da mulher ganharam nova ferramenta para coibir a violência contra a mulher. É um novo projeto de lei, aprovado no Senado em julho, que endurece a punição para quem praticar violência física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral. O texto proíbe a aplicação de penas alternativas como punição, e cria juizados especiais para os casos. As mulheres vítimas serão encaminhadas a programas de proteção e terão a guarda dos filhos. Só falta a sanção presidencial.

Programas de aprendizagem

A

eleição para o Conselho Municipal de Defesa da Criança e do Adolescente ( C M D C A ) re a l i z a d a e m maio foi anulada pelo Ministério Público em acordo com a Secretaria Municipal de Participação e Parcerias. A nova data foi marcada para domingo, dia 30. Todos os votantes que já se cadastraram não precisam repetir o processo. Basta comparecer ao local de votação com seus títulos de eleitor e um documento de identidade com foto. A expectativa das entidades que atuam na defesa da criança e do adolescente é de

que os eleitores voltem a participar do processo. Na Associação Comercial de São Paulo (ACSP), os participantes podem se dirigir ao local de votação no domingo. Serão escolhidos dois candidatos do segmento de Atendimento Social à Criança e ao Adolescente, dois de Defesa dos Direitos, um de Defesa dos Trabalhadores vinculados, um de Estudos, Pesquisa e Formação com intervenção política na área e dois de Defesa de Melhoria de Condições de Vida. A vot a ç ã o s e r á n o S P Tu r i s (Anhembi), rua Olavo Fontoura 1.209, Santana. (PC)

Ó RBITA

Racismo em discussão

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stá programado, entre hoje e sexta-feira, a I Conferência Regional das Américas Contra o Racismo, em Brasília. Entre as finalidades do evento está a discussão do processo de implementação da Declaração e Plano de Ação de Durban na região, documento assinado em 2001na III Conferência Mundial sobre Racismo. Participam da conferência em Brasília governos de 31 países das Américas do Sul, Central e do Norte, além de países europeus como Holanda, França e Reino Unido, e representantes da sociedade civil de vários setores, como deficientes, de minoria religiosa, portadores de

HIV/Aids, indígenas e outros. O site oficial do evento é www.americascontra racismo.com.br.

Concurso Tim Lopes: até dia 31

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terceira edição do Concurso Tim Lopes, para propostas de reportagens sobre abuso e exploração sexual comercial de crianças e adolescentes, encerra inscrições na próxima segunda-feira. Criado em 2002 pela Andi (Agência de Notícias dos Direitos das Crianças), a iniciativa quer fortalecer a mobilização social em torno desses temas. O concurso não premia matérias: oferece apoio técnico e financeiro para a execução do trabalho. Veja: www.andi.org.br/timlopes.


quarta-feira, 26 de julho de 2006

Empresas Estilo Finanças Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Quando não chove é que se deve consertar o telhado. Guido Mantega, ministro da Fazenda

RECEITA TEME PERDER ARRECADAÇÃO

DE ACORDO COM O MINISTRO DA FAZENDA, MEDIDAS DEVEM SER ANUNCIADAS DEPOIS DA REUNIÃO DO CMN

PACOTE CAMBIAL DEVE SAIR HOJE

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ministro da Fazenda, Guido Mantega, espera divulgar hoje o pacote cambial, cuja principal medida é a permissão para que exportadores deixem no exterior parte dos dólares obtidos com a venda de produtos. Ele disse que, se todas as pendências técnicas estiverem resolvidas, o pacote será anunciado nesta quartafeira, depois da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), marcada para o meiodia. O CMN é que vai estabelecer o percentual de receitas de exportadores que não precisarão ser trazidas para o País. Mantega disse acreditar que as medidas ajudarão a elevar a cotação do dólar em relação ao real, apesar de analistas e especialistas do mercado financeiro avaliarem que esse impacto

Andrea Felizolla/LUZ

tende a ser limitado. O ministro acrescentou que as medidas pretendem simplificar as operações e diminuir os custos no comércio exterior. Detalhes — Ontem ainda faltava fixar o percentual de receitas de exportadores que não precisarão ser trazidas para o País. O próprio ministro, em entrevista no início da tarde, informou que discutiria esse ponto com seus assessores até o fim do dia. "Tenham um pouquinho de paciência", pediu. A área técnica defende que a parcela deixada no exterior seja de pelo menos 50% do total da operação. O ponto mais delicado, porém, é como evitar perdas de arrecadação da Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF). O dinheiro que o exportador deixará no exterior não circulará

mais na economia brasileira e, portanto, não gerará mais CPMF. As perdas são estimadas em R$ 200 milhões. A Receita Federal, no entanto, criou uma fórmula para cobrar a CPMF mesmo sobre o dinheiro que não vier ao País. Temia-se, porém, que essa fórmula fosse questionada na Justiça. Mantega afirmou que discutiria essa questão com a área jurídica do Ministério. Com o pacote, o governo pretende permitir que dólares sejam deixados no exterior para honrar não só pagamento de importações mas também para remessas de lucros, investimentos em outros países e para quitar despesas financeiras. O pacote conterá, ainda, outras medidas para modernizar a legislação sobre o câmbio, considerada muito antiga. (AE)

Mantega defende crédito emergencial

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ministro da Fazenda, Guido Mantega, defendeu ontem a criação de uma linha de crédito emergencial pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que ficaria à disposição dos países em caso de necessidade. Para o Brasil, ele acredita que um montante de US$ 10 bilhões seria suficiente. "O Brasil tem hoje posição sólida. Mas amanhã podemos ter um conflito, um problema, o petróleo pode ir a US$ 150... Sou otimista, acho que isso não vai acontecer", disse. "Hoje, poucos precisam do FMI. Mas é quando não chove que você conserta o telhado. Este é um momento adequado, porque está todo mundo bem."

O ministro disse que o FMI deve ser concebido como uma "instituição anticíclica e pensada para os momentos difíceis". Ele lembrou que a linha de crédito emergencial não é uma proposta nova, mas que vem sendo discutida há algum tempo. "Teremos uma reunião em setembro em Cingapura e este é um dos itens principais da pauta de discussão", afirmou. "Não está definido o volume de recursos dessa linha de emergência, seria como um empréstimo-ponte. É claro que teria de ser algo substancial para ter eficácia, eu diria que algo perto de US$ 5 bilhões a US$ 10 bilhões. Seria um valor expressivo no caso do Brasil", acrescentou Mantega.

Resistência — Segundo o ministro, há certa resistência de alguns membros do FMI, vinda dos países que "nunca precisaram de empréstimo" em um momento de crise, a dar um grau de liberdade maior na concessão de recursos emergenciais. "A maioria dos países emergentes tem contas mais bem administradas que os países desenvolvidos, tem superávit primário, contas públicas e externas mais equilibradas do que alguns países desenvolvidos. Portanto, fazemos jus a uma confiança maior." A idéia é que a linha emergencial funcione com menos burocracia, sem a necessidade do envio de carta de intenções, por exemplo. (Reuters)

Bradesco e Coop lançam cartão

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Bradesco e a Coop, maior cooperativa de consumo da América Latina, anunciaram ontem uma parceria para o lançamento do cartão Coop Fácil. A união deve gerar, no primeiro ano, 170 mil cartões. O banco já emitiu 2,9 milhões de cartões desse tipo e quer alcançar 6 milhões até o fim deste ano, por meio de parcerias com grandes varejistas, como Casas Bahia, G. Barbosa, Esplanada, Magazine Líder e Hering. Mais seis empresas devem se associar ao Bradesco nos próximos meses. A maioria desses parceiros vende e oferece financiamento por meio de carnês. "Já há muito tempo o comércio tem feito o papel de instituição financeira", afirmou o diretor-executivo do Bradesco Paulo Isola. Clientes fiéis — Com o novo cartão, a Coop, que tem 1,3 milhão de cooperados, atendidos em 22 unidades no Estado

Andrea Felizolla/LUZ

Monte, da Coop (esq.), com Isola, do Bradesco (dir.): 170 mil cartões no primeiro ano do negócio.

de São Paulo, pretende tornar mais fiéis seus clientes. "Teremos uma política saudável de uso do crédito. Isso para evitar que o cooperado consuma em excesso e depois não consiga pagar", afirmou o presidente da Coop, Antônio José Monte. Ele aposta nas vendas, com o novo cartão, de vestuário, móveis e eletrodomésticos. As compras podem ser parceladas em até seis vezes ou pagas em um prazo de até 70 dias, com juros de 3,5% ao mês. "Não queremos incentivar o

crédito rotativo, embora ele tenha uma taxa menor que a do mercado", disse Monte. Segundo o diretor-executivo do Bradesco, a taxa de juros do Coop Fácil para o crédito rotativo será de 8,9% mensais, contra uma média de 10,9% ao mês no mercado. Isola estimou que cerca de 65% dos usuários de cartão de crédito pagam suas despesas até a data do vencimento, 25% usam o parcelamento e os outros 10% optam pelo crédito rotativo. Adriana David

Gerente de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp, Garófalo (dir.) defende contas no exterior

Exportadores prevêem guerra jurídica em torno da CPMF

P

ara alegria dos exportadores, em especial de setores como calçados e têxteis, deve ser anunciado hoje o pacote de medidas de liberalização do câmbio no País, que permitirá que empresas deixem dólares no exterior (leia mais sobre o pacote em reportagem nesta página). Mas, se for mantida a cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) sobre esse capital, deve ser iniciada uma guerra jurídica. "Os juristas têm dito que os exportadores vão recorrer à Justiça contra a manutenção da cobrança da CPMF no pacote cambial", afirmou ontem o gerente de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Emílio Garófalo Filho. Ele participou de um encontro promovido pelo Instituto Brasileiro dos Executivos de Finanças (Ibef), evento pautado pela informação, divulgada pelo secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Júlio Sérgio Gomes de Almeida, de que as medidas

devem permitir que as empresas deixem dólares no exterior não só para o pagamento de importações e despesas financeiras, mas também a título de remessas de lucro e de realização de investimentos. O secretário afirmou também que deve ser cobrada a CPMF sobre esses recursos. "Somos contra. A Embraer, por exemplo, estima que eliminaria um custo de US$ 50 bilhões ao ano se a reforma cambial fosse aprovada sem a contribuição", afirmou Garófalo. Arrecadação — A Receita Federal não quer abrir mão da arrecadação de CPMF e sustenta que, sem a cobrança da contribuição, arcaria com renúncia fiscal da ordem de R$ 1 bilhão. Já o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, entusiasta do pacote, calcula que a renúncia seria de R$ 200 milhões. "Não haverá perda de R$ 1 bilhão na arrecadação porque as empresas não deixarão todo o capital no exterior. De uma forma geral, elas tenderiam a deixar de 3% a 5% do capital lá fora", observou Garófalo.

O gerente explicou que, como a taxa de juros brasileira está alta, deixar muito dinheiro em conta no exterior resultaria em custo alto para o exportador, que poderia ganhar mais aplicando no Brasil. "Por isso, acredito que a intenção do governo de estabelecer percentuais das receitas em dólar que as empresas poderão deixar no exterior é uma besteira." Hoje, vale a regra da cobertura cambial, que obriga as empresas a trocar os dólares recebidos no exterior por reais. Assim, mesmo que a empresa tenha passivo em moeda estrangeira, não pode usar os dólares recebidos no exterior para quitá-lo. "Isso gera custos com contratos e CPMF de 3% a 4% do capital movimentado", disse Garófalo. Ele também defendeu a abertura de contas em dólares no exterior. "O Banco Central teme perder o controle dessas contas, mas não há como isso acontecer porque há apenas entre 30 e 40 mil exportadores e/ou importadores no País", afirmou Garófalo, que já foi diretor do Banco Central. Laura Ignacio

BC: caem juros para o consumidor

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taxa média de juro dos empréstimos bancários atingiu em junho 43,2% ao ano, recuando 0,6 ponto percentual em relação a maio, segundo o Banco Central (BC). Essa é a quarta queda consecutiva da taxa. Para as empresas, a taxa recuou de 29,7% ao ano em maio para 28,8% em junho. No crédito para pessoas

físicas, a taxa média cedeu de 56,1% para 55,8% ao ano. Para efeito de comparação, a taxa básica de juros (Selic) da economia brasileira está hoje em 14,75% ao ano. A queda na taxa de juros foi acompanhada de redução no spread (diferença entre o custo de captação dos bancos e o juro cobrado do tomador do crédito). O spread médio

passou de 28,5% em maio para 28% em junho. Volumes — As operações de crédito do sistema financeiro tiveram crescimento de 0,7% entre maio e junho, atingindo R$ 658,946 bilhões. Em 12 meses, o crescimento do crédito foi de 21,7%. No fim de junho, o crédito representava 32,4% do Produto Interno Bruto. (AE)


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

quarta-feira, 26 de julho de 2006

RESENHA

NACIONAL

A

cena já fora vista antes, só que ao contrário. Em meados dos anos 80, o saudoso “doutor” Castor de Andrade foi incomodado em seu apartamento à beiramar, no Leme, por um oficial de Justiça com um mandado de prisão. Conhecedor das obrigações do meirinho, o doutor Castor pediu para que ele aguardasse na recepção do prédio. Nesse ínterim, o ilustre advogado vestiu-se com a elegância que caracterizava os empresários das apostas zoológicas. A seguir, instalou-se confortavelmente no banco de trás da Mercedes-Benz, cujo motor já ronronava macio na garagem, enquanto aguardava o ilustre proprietário. O oficial de Justiça seguiu o carro do doutor Castor até o estacionamento da delegacia onde ele seria preso.

A cena que mostra Tuchinha deixando o presídio de Bangu a bordo de uma Mercedes é uma evidência de que o crime pode compensar. G

Neste mês de julho de 2006 a cena se repetiu. Ao deixar a famosa penitenciária de Bangu I, no Rio de Janeiro, o sr. Francisco Paulo Testas Monteiro, também conhecido por Tuchinha, utilizou-se de uma Mercedes-Benz prateada último tipo. Condenado por dois homicídios e suspeito de comandar o tráfico de entorpecentes no Morro da Mangueira, o bandido passara os últimos 17 anos na cadeia (faltando cumprir ainda 26 anos). Ele se beneficiou do livramento condicional, razão pela qual deixou o estabelecimento carcerário. O luxuoso veículo pertencia a seu advogado, que não poderia negar o mimo de uma carona ao fiel cliente de todos esses anos. Aliás, o defensor de Tuchinha estava indignado. Por suas contas, ele já deveria ter saído de Bangu I há 4 (quatro) anos, mesmo que seu último dia de cadeia esteja previsto para 8 de fevereiro de 2019. Chegou a comparar o caso de seu cliente ao do assassinato de Daniela Perez. Por este rumoroso crime o bandido passara muito menos tempo efetivamente na cadeia. Eis uma daquelas verdades inapeláveis: não importa o número de homicídios nem o volume de drogas traficado nem outros crimes ou atrocidades cometidas, pois haverá sempre uma Mercedes-Benz disponível para o transporte do grande delinqüente. A velha guarda, representada pelo doutor Castor, e a nouvelle génération, pelo Tuchinha, são evidências de que o crime pode compensar. COMENTÁRIO DE CÂNDIDO PRUNES NO SITE DO INSTITUTO LIBERAL WWW.INSTITUTOLIBERAL.ORG.BR

Roberto Alvarenga

A EXEMPLO DO DOUTOR CASTOR

Doha: grave retrocesso ROBERTO FENDT

É

melancólico que as negociações da Rodada Doha de liberalização do comércio internacional tenham sido suspensas. Ninguém expressou melhor esse resultado que o diretor geral da Organização Mundial de Comércio, Pascal Lamy: “Hoje há apenas perdedores”. E acrescentou: “Perdemos uma excelente oportunidade de mostrar que o multilateralismo funciona”. De fato, passados quase cinqüenta anos do Acordo Geral de Tarifas e Comércio, o rápido crescimento do comércio internacional promoveu o crescimento da economia mundial, seguido da melhoria do padrão de vida dos países que se engajaram no livre comércio e da redução da pobreza nesses países. Não há exemplo melhor que o da Coréia do Sul. Em meados da década de cinqüenta, com a sua economia destruída pela guerra, o PIB per capita da Coréia do Sul era equivalente a um terço do PIB per capita do Nordeste brasileiro de então. A Coréia não dispõe de praticamente nenhum dos recursos naturais estratégicos abundantes nos EUA, Brasil ou Argentina. E no entanto, passados 50 anos, o PIB per capita coreano é hoje o triplo do PIB per capita, não do Nordeste, mas do Brasil como um todo! O extraordinário crescimento do comércio mundial resultou das reduções multilaterais das barreiras ao comércio internacional. As primeiras rodadas de negociações multilaterais foram destinadas a reduzir as barreiras alfandegárias ao comércio. A chamada Rodada Kennedy, realizada entre 1964-67, aumentou o leque das negociações, incluindo o tema das medidas “anti-dumping”. As Rodadas de Tóquio e Uruguai ampliaram mais a pauta, que passou a incluir também serviços, aspectos da propriedade intelectual relacionados com o comércio, mecanismos de solução de controvérsias, têxteis, agricultura e a criação da Organização Mundial de Comércio (OMC). O número de países participando das negociações também cresceu ao longo do tempo. Em 1947, as decisões da primeira rodada obri-

gavam apenas os 23 países participantes e afetavam um volume de comércio de apenas dez bilhões de dólares. Na Rodada Uruguai o número de países já havia alcançado 123 nações e as negociações afetavam a maior parte do volume do comércio mundial de bens – dez trilhões de dólares. Os resultados foram expressivos. A alíquota média das tarifas alfandegárias dos países desenvolvidos caiu a 3,8%. Ainda persistem “picos tarifários” (alíquotas extremamente altas para produtos específicos) nos EUA, União Européia e Japão. A despeito disso, a proporção dos produtos importados pelos países desenvolvidos pagando mais de 15% de tarifa aduaneira é hoje inferior a 5% do total. Não deixa de ser melancólico que, no dia em que as negociações da Rodada Doha são suspensas, a OMC lançou o seu Relatório do Comércio Mundial, 2006. No relatório, uma ênfase especial é dada aos subsídios. São eles que, junto com a falta de vontade de alguns países em abrir suas economias, estão impedindo um acordo na atual rodada de negociações.

Q

uem é o culpado pelo fracasso das negociações? Todos: o G-20 capitaneado pelo Brasil, a União Européia e os demais países desenvolvidos, incluindo os EUA – o bode expiatório de sempre. No que diz respeito aos subsídios, em 2000 a União Européia continuava disparada como o principal subsidiador das exportações, respondendo por 87% dos subsídios pagos. Os subsídios americanos correspondiam a apenas 0,5% do total. Por esse critério fica óbvio quem é o responsável. O que vai acontecer? Provavelmente levará tempo, como ocorreu com a Rodada Uruguai, que levou sete anos para concluir. A liberalização do comércio traz benefícios demais para todos para ser posta de lado. Se o caminho não for multilateral, provavelmente passará por uma etapa regional. Mas eventualmente os blocos comerciais voltarão à mesa de negociação.

A liberalização do comércio traz benefícios demais para ser posta de lado

Brasil exporta retórica éa Fa Andr

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MILTON LOURENÇO

T uchinha comanda o tráfico em Mangueira

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

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valorização do real diante do dólar, a partir do ano passado, tem ampliado a tendência à concentração de exportadores, retirando do mercado internacional, em sua maioria, pequenas e médias empresas, além de afetar a exportação de bens de capital e de produtos com maior valor agregado e desestimular investimentos, tanto nacionais como estrangeiros, voltados para o comércio exterior. Em compensação, o real valorizado tem favorecido as importações, o que, por um lado, se estimula a competitividade de nossas empresas, obrigando-as a se atualizar para brigar com o produto estrangeiro, além de colocar ao alcance do consumidor um produto estrangeiro em condições mais favoráveis, tira o sono do empresário nacional e pode atirar ao desemprego maior número de brasileiros. Administrar estes conflitos é papel fundamental que deve ser exercido pelo Estado, passando da retórica para a formulação de políticas públicas que ofereçam estímulo às exportações e à formação de uma cultura exportadora. E isso só se pode conseguir com a presença cada vez mais atuante das empresas pequenas e médias no mercado externo. Só assim o Brasil, hoje considerado a 12ª economia do mundo, poderá deixar de representar apenas 1% das exportações mundiais, o que corresponde ao 23º lugar no ranking das nações exportadoras. Por aqui se vê que há ainda muito espaço para o País crescer. Embora o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mantenha uma projeção de US$ 132 bilhões de exportações para 2006, que indicaria uma superação de US$ 12 bilhões da meta estabelecida ao

início do atual governo, o que se percebe é que havia condições para que esse crescimento tivesse sido muito mais significativo, em razão de um cenário externo extremamente favorável, como não acontecia há muito tempo. Diante disso, fica claro que esse resultado mais expressivo só não ocorreu por razões internas, como a inexistência de uma legislação cambial mais moderna, capaz de reduzir o chamado custo Brasil, que onera excessivamente o produto brasileiro, tornando-o pouco competitivo. É um estado de coisas que só será possível superar com a desburocratização dos procedimentos de comércio exterior. Mas é óbvio que só isso não basta. É necessário que, a partir de 2007, independente de quem seja o novo presidente da República, a política comercial externa deixe de ser formulada pelo Itamaraty, o que se tem mostrado especialmente desastroso para os objetivos econômicos do País.

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inculando a área comercial a estratégias políticas nem sempre coincidentes com os interesses do setor privado, o atual governo só tem colhido decepções na área diplomática. O maior desses desastres, como se sabe, foi a maneira amadora como conduziu as negociações para a formação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), levando-as deliberadamente ao fracasso. Agora, os EUA tratam de substituir a Alca por uma série de acordos bilaterais com países vizinhos, colocando em risco a viabilidade do próprio Mercosul, já por si em frangalhos. MILTON LOURENÇO É PRESIDENTE DA FIORDE LOGÍSTICA INTERNACIONAL FIORDE@FIORDE.COM.BR

É preciso que a política comercial externa saia das mãos do Itamaraty

JOÃO DE SCANTIMBURGO

A PAIXÃO DO LÍBANO

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e ver a paixão do Líbano, temos o fôlego cortado. Um país que tem um parentesco grande e carinhoso conosco está condenado a desaparecer se não levarem condições de vida para sobreviver, depois das tristes situações em que se viu envolvido por seus vizinhos, que não o querem íntegro, como está se vendo. Grande parte da colônia síriolibanesa vivendo em São Paulo tem raízes no Líbano e a estas raízes é fiel no respeito e aos valores do que a tradição lhes oferece. Quem percorre a rua 25 de Março vê grandes lojas de fazendas e utensílios para costura; vemo-nos no Líbano e em sua capacidade para manter mercados florescentes, ao qual acorrem negociantes de todo o Brasil. Não é de hoje que o Líbano está sob a fúria belicosa de seus vizinhos, que irrompe em suas cidades, em seus campos e em tudo que lhe é caro.

A paixão do Líbano chega até nós e nos faz sofrer como povo receptivo que acolheu a alegre e carinhosa gente da Terra dos Cedros G

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fogueira das invasões imposta pela guerra parece não ter fim para o laborioso povo libanês. Pesa na alma tomar conhecimento a cada dia do quanto sofre o povo libanês com as operações de guerra em seu território, operações causadas pelas forças em combate que, pelo visto, não tiveram outra alternativa se não a guerra em seu território, com o seu cortejo de horrores, para o qual não se espera solução. De todas as colônias que nos são caras, a libanesa tem um chamamento especial, completada nas preocupações sociais e médicas que muito nos sensibilizaram por seu alto significado cívico, moral e científico. A paixão do Líbano chega até nós e nos faz sofrer como povo receptivo que acolheu a alegre e carinhosa gente da Terra dos Cedros, e da prova, pela irmandade, sempre dada e repetida, de um povo admiravelmente unido em comunhão conosco. Que a paixão do Líbano seja breve, é o que desejamos. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


Logo Logo DIÁRIO DO COMÉRCIO

Expressamos nossa reivindicação de que, devido ao fracasso das conversas, a OMC já não deve regular o comércio agrícola entre os países, já que só 10% da produção mundial agrícola é comercializada internacionalmente. Do líder camponês francês José Bové, ontem, ao diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, a quem expressou sua satisfação com o fracasso das negociações da Rodada de Doha.

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quarta-feira, 26 de julho de 2006

JULHO

2 -.LOGO

26 Nascimento do escritor norteamericano Aldous Huxley (1894 -1963) , autor, entre outros livros, de Admirável Mundo Novo

M EDICINA C OPA 2010

Risco masculino

A polêmica do logotipo Muita gente tem criticado o logotipo que a Fifa escolheu para a Copa do Mundo da África do Sul em 2010. Mas, para não ficar apenas nas críticas, a agência russa de design Park decidiu criar uma gama inteira de produtos com um logotipo alternativo: são uniformes, ingressos, imagens para a TV baseadas nas cores do leopardo. "O campeonato não é apenas esporte em ação, mas um significante evento cultural, uma performance em que cada jogador é uma peça importante. O leopardo, símbolo da África do

D ESIGN

Traços de uma paixão imaginária

Pesquisa mostra que estilo de vida dos homens pode ser letal

N Sul representa isso tudo", justificou a agência. http://parkstudio.ru/

o mundo inteiro, homens jovens têm taxa de mortalidade mais alta que a das mulheres da mesma idade, por causa do estilo de vida mais arriscado, disseram pesquisadores ontem. O Brasil apareceu em destaque no estudo como um dos países com maior proporção de mortes de jovens do sexo masculino. No Brasil, a alta mortalidade entre jovens de 15 a 34 anos deve-se a homicídios. No geral, entretanto, os acidentes e o suicídio são os principais responsáveis pelas mortes precoces de homens. Entre homens de 35 a 44 anos, tem crescido muito o índice de morte por problemas cardíacos, câncer e doença hepática crônica. "Em todos os países, há um

excesso de mortes masculinas causadas por fatores potencialmente evitáveis. As principais causas de morte são as atribuíveis, mais ou menos diretamente, ao estilo de vida e aos riscos assumidos", explicou Alan White, da Universidade Metropolitana de Leeds, na Inglaterra. No estudo publicado na revista Men's Health and Gender, White e seu colega Mike Holmes analisaram as causas de morte entre homens e mulheres de 15 a 44 anos, em 44 países. Além da Tailândia, Brasil, Cazaquistão e Filipinas registraram a maior taxa de morte masculina entre os 15 e 44 anos de idade. As menores taxas foram observadas no Japão, na Holanda e na Itália. No Japão, a princi-

pal causa de morte entre homens jovens é o suicídio. Para os pesquisadores, as taxas de morte decorrentes de câncer, doenças cardíacas e problemas hepáticos crônicos mostraram a importância de fatores ligados ao estilo de vida, como o fumo e o consumo de bebidas alcoólicas. Nas mulheres, os principais responsáveis pelas mortes foram os cânceres de mama, de ovário e de colo do útero, mas os homens pareceram mais sujeitos ao câncer. "Os homens têm uma incidência mais alta da maioria dos cânceres que deveriam afetar homens e mulheres da mesma forma. Eles estão desenvolvendo a doença mais cedo e morrendo antes", disse White. (Reuters)

O designer industrial Björn Franke, radicado em Londres, criou um kit de ferramentas especial para amantes que querem provocar ciúmes em seus parceiros pouco atenciosos. A idéia das ferramentas é marcar o corpo do usuário com incontestáveis traços de um caso de amor imaginário. As ferramentas criam marcas de mordidas, amarras, esfolados de carpete, contusões e arranhões, entre outros "efeitos especiais". Cabe ao usuário uma certa habilidade como ator para explorar os efeitos psicológicos das marcas no parceiro sem estragar o relacionamento. www.bjornfranke.com

Sergei Karpukhin/Reuters

E SPAÇO

Lagos nas luas de Saturno Cientistas dizem ter encontrado a primeira grande evidência da presença de lagos gigantescos de hidrocarbonetos na superfície de Titã, uma das luas de Saturno. A rede de lagos foi avistada perto do pólo norte do satélite durante um sobrevôo realizado pela sonda Cassini, que está a 950 quilômetros de Titã. Os pesquisadores contaram pelo menos uma dúzia de lagos, com tamanhos variando de dez a cem quilômetros de diâmetro. Diversos estão secos, mas os que ainda contêm líquido provavelmente abrigam uma mistura de etano e metano. Titã E M

é uma das duas luas do sistema solar onde, sabe-se, há atmosferas densas, semelhantes à que se acredita que existia na Terra primordial. Mas a origem da atmosfera de Titã, rica em nitrogênio e metano, intriga os cientistas há anos. Os pesquisadores acreditam que o metano se desfaz na atmosfera de Titã e forma nuvens de smog, que em seguida causam chuvas de hidrocarbonetos sobre a superfície. Mas a fonte do metano no interior da lua, que gera o gás que chega à atmosfera, ainda é desconhecida.

B RAZIL COM Z

Multinacionais do futuro

C A R T A Z

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MOSCOU, LILIPUT - Homem caminha pela maquete de 16 metros de largura de Moscou em 1977. A peça, em exibição em um shopping no centro da capital russa, viajou o mundo no aniversário de 60 anos da União Soviética e será leiloada em agosto. E MPREENDEDORISMO

VISUAIS O Vento Sobre a Cidade (na foto, selo da mostra). Homenagem ao arquiteto Éolo Maia. Museu da Casa Brasileira. Av. Brig. Faria Lima, 2705. Telefone: 3032-3727. Das 10h às 18h. Grátis.

Hospitais pelo Brasil

Na categoria "presente para quem já tem tudo", o site inglês GadgetStorm anuncia esta carteira de dinheiro que tem uma fita eletroluminescente no interior, que ilumina o suficiente para ver o valor das notas. Custa 15 libras no site.

A Escola Paulista de Medicina, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mantém uma página na internet com uma lista dos principais hospitais do Brasil que se dedicam a pesquisas e oferecem tratamentos inovadores para diversas doenças. O site tem também links para as páginas desses hospitais, nas quais é possível pesquisar profissionais, tratamentos e novidades. Útil para médicos e pacientes.

www.gadgetstorm.com/product-3013-

www.unifesp.br/dis/

Walit_Illuminating_Wallet.html

bibliotecas/hospit.htm

rar jovens adolescentes da rua. "Ficamos contente quando conseguimos cumprir nossa função social", declara. (Fátima Lourenço) Ouça a reportagem de Paulo Augusto Vieira sobre os fabricantes de bichos de Tabatinga no site do Diário do Comércio: www.dcomercio.com.br

Nicotina antipileque Um estudo realizado na Universidade A&M, no Texas, ajuda a explicar por que os fumantes tendem a beber mais quando saem do que os não-fumantes. Uma análise feita em ratos mostrou que uma grande dose de nicotina pode cortar os níveis de álcool no sangue pela metade. Isso pode significar que os fumantes precisam beber mais que os nãofumantes para chegar ao mesmo "barato". Os pesquisadores também sabem que tanto a nicotina quanto o álcool ativam a liberação da dopamina, componente químico cerebral responsável pela sensação de bem-estar. Mas advertem: a nicotina não livra ninguém da ressaca no dia seguinte. L OTERIAS Concurso 473 da DUPLA SENA Primeiro Sorteio 01

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A TÉ LOGO

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

SOS Pets: ativistas montam operação para tirar cães e gatos de áreas de risco em Beirute Arqueólogos descobrem na Irlanda um exemplar do livro dos Salmos com 1,2 mil anos

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ONU denuncia presença de mais de 250 mil crianças lutando em conflitos pelo mundo

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Concurso 1630 da QUINA 09

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Carteira com luz interna

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F AVORITOS

triz, onde continua operando, mas agora já totalmente legalizada. Paulo, hoje com 24 anos, além de repórter é o responsável pela parte técnica da rádio. Sua reportagem A Revol u ç ã o d o s B ich os foi uma das finalistas, na categoria Negócios em Turismo e Microcrédito, do Prêmio Caixa de Jornalismo Social e Negócios em Turismo, organizado pela revista Imprensa e instituído pela Caixa Econômica Federal. Não é a primeira vez que o trabalho de Vieira se destaca. Em 2005, ele venceu o Prêmio Ethos de Jornalismo, com a divulgação de um trabalho social de sua cidade, voltado a ti-

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G @DGET DU JOUR

em pree de do ri sm o dos fabricantes de bichos de Tabatinga – destaque da edição de ontem do Diário do Comércio – já contaminou moradores da vizinha Nova Europa. Boa parte do mérito cabe ao repórter Paulo Augusto Vieira, da rádio comunitária da cidade, a Itaquerê FM, autor de longa reportagem sobre a experiência. "A divulgação despertou o interesse de artesãos locais, bordadeiras, pessoas que fazem tricô ou trabalham com madeira, que queriam divulgar seu trabalho", revela Vieira. A rádio buscou parceiros para canalizar esse interesse e junto com a prefeitura, Associação Comercial local e o Sebrae, promove, em agosto, uma feira para divulgar o trabalho dos artesãos, informa o repórter, ele próprio um bom exemplo de empreendedorismo. Jornalista formado há dois anos, Vieira ainda era estudante quando integrou-se ao projeto da Itaquerê FM, à época, uma rádio-pirata, instalada na torre da igreja ma-

C IÊNCIA

Leonardo Rodrigues/Hype

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Bichinhos no ar

A revistaBusiness Week publicou ontem em seu site uma reportagem sobre as companhias de países emergentes que prometem se tornar as multinacionais do futuro. Na lista, empresas de países como China, Índia, Rússia, Egito e Brasil. No caso brasileiro, o destaque é a Embraer, que vende aviões para diversos países e, segundo os norte-americanos da Business Week, quer os clientes das multinacionais de Tio Sam. A reportagem, aliás, se concentra nisso: como essas empresas, de países tão "improváveis", ameaçam a estabilidade de multinacionais nascidas nos EUA.

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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 26 de julho de 2006

O preço do petróleo caiu US$ 1,35 ontem no pregão de Nova York, para US$ 73,70 o barril.

PLANO DE EMERGÊNCIA TERMINA DIA 28

DEPARTAMENTO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APONTA UMA SÉRIE DE IRREGULARIDADES DA COMPANHIA

JUSTIÇA PEDE EXPLICAÇÕES DA VARIG

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Varig vem desrespeitando o Código de Defesa do Consumidor de forma "flagrante", disse ontem o diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) do Ministério da Justiça, Ricardo Morishita. Ele quer explicações da empresa e, para isso, enviou notificação para a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).O órgão regulador servirá de intermediário nesse caso porque desde o leilão da aérea não está claro até onde vai a responsabilidade dos antigos e dos novos gestores. É por essa razão que o DPDC ainda não instaurou processo administrativo contra a Varig. Ele poderia recair sobre a Varig "antiga", que ficou com as dívidas, e não com a Varig "nova", que está infernizando a vida dos viajantes. Morishita espera, porém, que sejam cobradas as responsabilidades do presidente da Varig, Marcelo Bottini, e do gestor judicial que, por determinação da lei, ainda responde pela parte "antiga" da empresa. O objetivo do DPDC é que a situação de desrespeito ao consumidor termine logo. A Varig deixa de cumprir o Código de Defesa do Consumidor quando não providencia hospedagem para os passageiros que tiveram seus vôos adiados para o dia seguinte. Ou não banca despesas de alimentação para aqueles clientes cujos vôos atrasaram mais de quatro horas.

JB Neto/Agência O Globo

Até o início da noite de ontem, a Anac não tinha recebido a resposta da Varig sobre quais as rotas que a aérea pretende operar até o dia 28, quando termina o período do plano de emergência da empresa. Na véspera, a Anac havia determinado que essas informações lhe fossem repassadas "imediatamente", do contrário a Anac decidiria unilateralmente qual seria a nova malha.

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por cento é a participação dos acionistas minoritários no capital da empresa, e que fazem parte da antiga Varig. Minoritários – Diretores da Varig, VarigLog e representantes dos acionistas minoritários irão se reunir na próxima segunda-feira, no Rio de Janeiro, para discutir a situação dos investidores após a venda da operação aérea para a ex-subsidiária de logística. Eles dizem que a Varig "antiga" ficou com todo o passivo e ativos que não cobrem suas dívidas de R$ 7,9 bilhões, o que, na prática, torna as ações sem valor. Esses acionistas esperam

discutir uma forma de participar do capital da nova operação comandada pela VarigLog e, com isso, evitar prejuízos com sua participação acionária. Eles detêm cerca de 13% do capital da Varig, que continua em recuperação judicial, e consideram que poderiam participar com 10% da VarigLog. De acordo com informações divulgadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o prazo para que a Varig divulgue um comunicado (fato relevante) ao mercado e aos acionistas sobre a situação de suas ações, a partir da mudança de controle da companhia, terminou ontem. A Varig foi comunicada na sexta-feira passada, um dia após a empresa ter sido adquirida em leilão, pela VarigLog, a se manifestar em um período de 48 horas, como determina a legislação. Funcionários – A Varig também é alvo de reclamações dos funcionários. Um comunicado fixado no quadro de avisos dos trabalhadores da Varig, no Aeroporto Internacional Tom Jobim, informava ontem que benefícios serão cortados a partir de 1º de agosto. O recado revoltou empregados da companhia aérea, que estão com pelo menos um salário atrasado. "Agora, estamos sem ticket refeição e alimentação, valetransporte e plano de saúde. Vários funcionários estão faltando, mas a gente está aqui, dando a cara a tapa. A fase é crítica, insustentável", disse uma funcionária. (Agências)

Horas de espera nos aeroportos deveriam ser compensadas pela Varig com acomodação e alimentação

Vale inicia operação da maior mina do mundo Companhia Vale do Rio Doce coloca em operação nesta semana a maior mina de minério de ferro do mundo, informou um executivo da empresa. Sérgio de Freitas Leite, diretor do Departamento de Ferrosos Sul da Vale, disse a representantes do setor, durante conferência de mineração e metais no Rio de Janeiro na segunda-feira à noite, que a nova mina de Brucutu, em Minas Gerais, terá capacidade anual de 30 milhões de toneladas. A Vale já é a maior produtora de minério de ferro do mundo. A mina deve produzir 7 milhões de toneladas de minério

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de ferro neste ano e alcançar sua capacidade total em 2007, segundo o executivo. Brucutu possui a maior capacidade inicial já registrada entre as minas de minério de ferro. Geralmente, esse tipo de mina entra em operação com capacidade muito menor e aumenta sua produção com o passar dos anos por meio de expansões, disse Freitas Leite. "A mina de Brucutu representa um investimento de US$ 1,2 bilhão", afirmou o executivo da Vale, acrescentando que a nova mina também vai produzir minérios de ferro como hematita e itabirito. A Vale do Rio Doce também

DEFLAÇÃO Preços na cidade de São Paulo medidos pelo IPC-S caíram 0,13% na terceira semana do mês.

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CHINA

s importações de minério de ferro brasileiro pela China praticamente dobraram em junho, atingindo 6,717 milhões de toneladas, o que equivale a uma alta de 94% em relação a igual período de 2005. No primeiro semestre, o volume foi de 36 milhões de toneladas, 44,2% a mais que na primeira metade do ano passado, segundo dados do governo chinês. (Reuters)

ESTIAGEM

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estiagem que atinge o Sul do País levou 252 cidades da região a permanecer até ontem em estado de emergência. Desse total, 195 são catarinenses. Apesar de ter voltado a chover nesta semana no Rio Grande do Sul, três cidades gaúchas precisaram racionar água. Por causa da falta de chuvas, os reservatórios estão com nível abaixo do normal no Sul. (AE) A TÉ LOGO

Ó RBITA

pretende expandir a produção de minério de ferro em sua mina de Carajás, no Norte do País, para 100 milhões de toneladas por ano em 2007, ante os atuais 85 milhões de toneladas, de acordo o executivo. Freitas Leite, entretanto, preferiu não estimar a produção total de minério de ferro da companhia em 2006 e 2007. Produção – No ano passado, a Vale produziu 234 milhões de toneladas de minério de ferro, um aumento de 10,7% em relação a 2004. A empresa vem mantendo uma taxa média de crescimento anual da produção de minério de ferro em 15% desde 2001. (Reuters)

CTEEP A Aneel aprovou a operação de venda da empresa de transmissão de energia.

GÁS: SANTOS VAI DUPLICAR RESERVAS

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volume de gás natural que pode ser descoberto na nova Bacia de Santos tem potencial para duplicar as reservas brasileiras do combustível, disse ontem José Luiz Marcusso, gerentegeral da Unidade de Negócio de Exploração e Produção da Bacia de Santos (UN-BS). A afirmação foi feita durante a inauguração da nova sede da unidade, localizada em Santos, litoral

paulista. As reservas provadas do Brasil hoje superam os 350 bilhões de metros cúbicos de gás. A unidade terá a tarefa de descobrir mais gás e petróleo na bacia petrolífera, que pode alcançar a relevância atual da Bacia de Campos, responsável por 80% do abastecimento do País. O investimento da Petrobras na nova bacia pode alcançar US$ 18 bilhões em 10 anos. (AE)

MINICARRO LIGADO NA TOMADA

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Brasil desenvolve seu primeiro carro elétrico, que será produzido em série a partir do próximo ano. A tecnologia, vista como opção à escalada do preço do petróleo, além de menos poluente, estará disponível nos dois minicarros que a empresa carioca Obvio! vai exportar para os EUA no fim de 2007. Após cinco horas ligado a uma tomada normal de 110

volts, o veículo poderá percorrer 250 quilômetros. Com meia hora na tomada, a autonomia será de 20 a 80 quilômetros, dependendo do modelo do automóvel. O minicarro para três passageiros terá duas versões: básica e esportiva. As versões elétricas vão custar US$ 45 mil e US$ 59 mil, respectivamente. Também serão oferecidas opções flex, por US$ 14 mil e US$ 28 mil. (AE)

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Ministério Público investiga fornecedores da C&A

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Companhia Hidrelétrica de São Francisco deve ampliar atuação no Nordeste

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Colapso da Rodada de Doha deixa Brasil com poucas alternativas


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 26 de julho de 2006

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Política

Não sei se ele (Lula) está nervoso. Eu estou absolutamente zen. Geraldo Alckmin

Roberto Stuckert Filho/AOG

IBOPE: LULA CAI, ALCKMIN CRESCE E HELOÍSA SOBE. QUEM COMEMOROU MESMO FOI O CANDIDATO TUCANO: ALÉM DE CHEGAR AOS 30%, CONTOU COM A QUEDA ACENTUADA DO PRESIDENTE LULA (DE 44 PARA 41%) E COM O CRESCIMENTO DA SENADORA HELOÍSA HELENA, DO PSOL.

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Quase siameses: Presidente Lula abraça a ministra Dilma Rousseff durante o 2º Leilão Público de Biodisel.

DILMA SINALIZA QUE LULA SÓ FARÁ DEBATE NO 2º TURNO

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ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse ontem , em entrevista no Palácio do Planalto, que a tendência é o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participar apenas de debates na TV no 2º turno.

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Rede Globo de Televisão encaminhou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na semana passada, os critérios para a realização de seu debate entre os candidatos à Presidência da República. Segundo informou ontem o TSE, o programa com os candidatos será feito no dia 28 de setembro, uma quintafeira – último dia para a realização de debates e três dias antes do 1º turno das eleições de 2006, em 1º de outubro. O TSE informou também que, na semana da realização do debate, a TV Globo divulgará pesquisa eleitoral a ser realizada pelo Ibope ou pelo Datafolha. Participarão do debate,

A ministra avaliou que em debates com muitos candidatos há dispersão e o candidato em atividade, que ocupa cargo de governador ou presidente, torna-se o centro das discussões. "Eu não tenho posição definida. Acho que essa será a tendência", afirmou. Eficiência– "Os debates que têm mais possibilidades de confrontos de posições e avaliações de diferenças são

GLOBO APRESENTA REGRAS DO DEBATE alternativamente, os cinco candidatos que obtiverem ao menos cinco pontos percentuais na pesquisa ou aqueles que sejam filiados a partidos políticos que tenham atualmente, ao menos, cinco deputados federais. Reuniões – Segundo o tribunal, a emissora comunicou que realizou diversas reuniões com os representantes legais dos partidos com

os debates no 2º turno", justificou a ministra. Dilma destacou que em eleições passadas candidatos que disputavam o segundo mandato de presidente ou governador pouco se interessavam pelo debate. "Acho que há uma lógica nesta questão. Outros candidatos em momentos anteriores fizeram avaliação se valia ou não ir a debate", completou. (AE) representação na Câmara dos Deputados e com aqueles de relevância para o pleito de outubro, convidando-os para o debate. Destacou ainda que, tanto o PSL, do candidato Luciano Bivar, quanto o PSDC, do candidato José Maria Eymael, "concordaram em não participar" do evento, uma vez que não se enquadram nos critérios da TV Globo. De acordo com o TSE, a emissora solicitou a homologação dos acordos firmados com esses partidos e acrescentou que as reuniões tiveram por finalidade "a exposição do formato do debate, bem como a obtenção da concordância de todos com as regras propostas". (AE)

HELOÍSA QUER PSOL NA MÍDIA

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Ed Ferreira/AE

a expressão candi"eleitos em 2002", data do o que acabou PSol à gerando a Presidência da dúvida sobre o República, direito do partido senadora Heloísa de participar. Helena, entrou O PSol não tem ontem com um dúvida de que as mandado de emissoras vão segurança no convidar Tribunal Superior Heloísa, mas Eleitoral (TSE) quer deixar claro para garantir seu esse direito. direito de Heloísa Helena faz o 'V' da vitória no plenário do Senado Além do mais, participar dos quer a garantia debates entre os de que a participação nos candidatos no rádio e na eleitos em 2002. O PSol foi debates se estendará aos televisão. O PSol alega que foi fundado em 2003. candidatos do partido nos prejudicado por uma Pela Lei Eleitoral de 1997, o estados. "Reconhecemos que resolução, editada pelo TSE partido tem direito a em 10 de julho, segundo a participar dos debates porque pode não haver má vontade, mas acaba penalizando qual tem direito a participar tem representantes no apenas o PSol, um partido de debates os candidatos Congresso, mas a resolução que não existia ainda em cujos partidos tenham do TSE que instruiu a representantes no Congresso regulamentação da lei incluiu 2002", justificou. (AOG)

resultados da última pesquisa Ibope só foram divulgados à noite, mas desde cedo, ontem, o candidato tucano à presidência da República, Geraldo Alckmin, tinha razões de sobra para sorrir. Instalado no conforto da biblioteca do senador José Sarney, na praia do Calhau, no Maranhão, ele comemorou, ao lado do seu candidato a vice, senador José Jorge (PFLPE), do também senador Edson Lobão (PFL-MA) e de Roseana Sarney, candidata ao governo do Estado, uma formidável subida nas intenções de voto: saltou de 18 a 19% para 30%, enquanto o seu principal adversário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, caiu de 48% para 44%. O resultado constou do blog de Ricardo Noblat no portal do Estadão, que encomendou a pesquisa juntamente com a Rede Globo. Para Alckmin, melhor ainda foi observar o crescimento

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Lula tinha, até então, 44%. Alckmin estava com 18 a 19%. Senadora saiu de apenas 2%

sucessivo de sua adversária do PSol, a senadora Heloísa Helena, que arrancou de modestos 2% para apresentar-se, agora, com robustos 8 a 1 0 % e n t re o s e l e i t o re s pesquisados pelo Ibope. Na prática, significa o seguinte: caso a tendência se mantenha, Alckmin e Lula disputariam o 2º turno. Alckmin comentou que a informação que circulava nos meios políticos era o melhor reconhecimento à sua campa-

nha. Ele lembrou que começou "com 10%, depois passou para 12%, 14%, 15%, 18%, 20%, 23%, 25%, 28% e, agora, 30%." E acrescentou: "E a campanha nem começou." Luz amarela – A pesquisa Ibope acendeu uma luz amarela para o governo do PT e seu candidato presidencial: em 45 dias, a avaliação positiva ("ótimo/bom") do governo Lula caiu de 44% para 39%, enquanto a avaliação negativa ("ruim/péssimo") subiu de 19% para 23%, voltando a inverter a curva favorável que começou em janeiro de 2006, após o inferno astral vivido nos escândalos do mensalão. A queda da avaliação do governo, aliada à perda de preferência eleitoral do candidato petista sinaliza uma perda de substância vital, alerta a diretora do Ibope, Márcia Cavallari, principalmente porque as pesquisas do Ibope estão detectando uma curva de tendência para baixo por parte da candidatura Lula. (Agências)

SERRA MANTÉM A DIANTEIRA

O

candidato José Serra (PSDB) manteve folgada vantagem sobre os seus oponentes mais próximos e venceria a eleição para o governo de São Paulo no 1º turno se a eleição fosse agora, com 63% dos votos válidos, segundo pesquisa Ibope feita para a Rede Globo de Televisão. Na simulação de 1º turno, o ex-prefeito tucano ficou com 46% (tinha 48% em junho), o senador Aloizio Mercadante (PT) com 13% (um a menos que os 14% de junho) e o ex-governador Orestes Quércia (PMDB), com 9% (10% em junho), todos estacionados nos números já apontados pela pesquisa anterior. A margem de erro desse levantamento é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos.

46 13 9

Serra tinha até então 48% Mercadante aparecia com 14% Quércia estava com 10%

Os demais candidatos praticamente não aparecem no mapa de pontuação: Carlos Apolinário (PDT) tem 2%, Cláudio de Mauro (PV), Cunha Lima (PSDC) e Plínio de Arruda Sampaio (PSol), todos pontuaram com 1%. Arruda Sampaio

não conseguiu, até aqui, surfar na onda da candidata presidencial do seu partido. A análise da distribuição de votos indica que Serra vence em todas as faixas de idade, em todos os grupos de renda e em todos os segmentos de escolaridade. Ganha também na capital, na periferia e no interior. E vence, até mesmo, entre os 40% de paulistas que avaliam a gestão Lembo como "ruim/péssima". Reação– A capital era o seu pior resultado enquanto tinha como possível adversária a exprefeita Marta Suplicy (PT) , mas Aloizio Mercadante não conseguiu repetir os mesmos índices obtidos por Marta. Hoje, em São Paulo, José Serra venceria o petista por 42% a 14% . (AE)

RIO: CABRAL GANHA NO 1º TURNO. Candidato de Rosinha Matheus (PMDB) é o franco favorito ao governo fluminense

A

primeira pesquisa realizada pelo Ibope, por encomenda da Rede Globo, para sondar as intenções de voto na disputa pelo governo do Estado do Rio aponta para uma vitória do senador Sérgio Cabral Filho (PMDB) no 1º turno. Ele teria mais de 50% dos votos válidos, quando não são contabilizados os votos nulos ou em branco (17%) e aqueles que não souberam responder

ou preferiram não opinar (13%). Na pesquisa Datafolha, apenas a margem de erro impedia o mesmo diagnóstico. Quando todos os votos são considerados, Cabral Filho detém 39% das intenções. Somados, seus adversários alcançam aproximadamente 30%. O senador Marcelo Crivella (PRB), tem 17%. Em terceiro lugar está a deputada Denise Frossard (PPS), com

8%. Eduardo Paes (PSDB) foi o escolhido por 2% dos eleitores. Vladimir Palmeira (PT), Milton Temer (PSol) e Carlos Lupi (PDT) teriam 1% dos votos, cada. Alexandre Furtado (PSL), Luiz Novaes (PSDC), Eliane Cunha (PRP) e Telma Maria Bastos (PCO) não atingiram 1%. Sérgio Cabral também venceria Crivella (42% a 22%) ou Denise (52% a 17%) em um eventual 2º turno. (AE)


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 26 de julho de 2006

DOISPONTOS -77

preste atenção no que acontece ali, perde-se de vista a possibilidade de corrigir o problema.

A CLÁUDIO WEBER ABRAMO

OS PRINCIPAIS SANGUESSUGAS

Louisa Gouliamaki/AFP

A

Por que o Líbano? H

á pouco mais de um mês estávamos no Líbano. Mais um grupo de brasileiros usufruia maravilhado o melhor que a terra tem a oferecer: hospitalidade sem igual, delícias culinárias, luxuosa e animada vida social, belezas naturais, riqueza arqueológica. Na bagagem de volta, uma verdadeira lição de vida. Uma década antes e lá não havia pedra sobre pedra. O país saía de uma interminável guerra dos outros empreendida em seu próprio quintal. Porém, d a s ru í n a s a c i d a d e pouco a pouco renascia. Do centro recuperado de Beirute irradiava-se a reconstrução de todo o país e de sua auto-estima. Seu primeiro-ministro empreendedor personificava a monumental iniciativa. Rafik Hariri entrou para a posteridade como grande realizador, estadista e filantropo. Para isso, saiu da vida. Outra vez por obra de interesses alheios. Os primeiros dias do verão libanês traziam bons presságios este ano. Esperava-se nada menos que 1,6 milhão de turistas, que lotariam hotéis, cafés e restaurantes, caminhariam em absoluta segurança dia ou noite pelos calçadões do Solidere. Anunciava-se um grande espetáculo da lendária Fe y ro uz em comemoração ao cinqüentenário do não menos emblemático Festival de Baalbeck. Não haveria de ser. Os céus encolheram às vésperas da grande estréia, para se voltarem contra os inventores do comércio e do alfabeto. Num passe diabólico, sopraram as nuvens negras da destruição, a reinvenção de um pesadelo que se começava a esquecer. De novo e não por acaso, interesses de fora. Único estado laico do Oriente Médio, o Líbano é por definição estandarte do convívio harmonioso de di-

ferentes confissões, das dezenas que lá existem. Eis um lugar em que intolerância religiosa não passa de falácia, mesmo assim caluniosamente apontada como gênese de todos os males. Quem o diz não leva em conta os tais interesses externos. Difícil imaginar a placidez das encostas do Monte Líbano pert u r b a d a p o r e x p l osões, pelo zunir dos artefatos de morte. Num passe maquiavélico, lá se foram as tardes interminavelmente bucólicas dos pastores e seus rebanhos, das cerejas corde-rosa para refrescar o sol a pino. Lá se foram as reuniões na varanda da casa de pedra, dezenas de convivas filosofando em bom português, tudo em pleno Vale do Bekaa, onde vivem cerca de 70 mil brasileiros. Lá se foi o agito cosmopolita e sofisticado da capital. Lá se foram os turistas. Lá se foi o verão. Muitos verões, talvez. Num passe pulverizante, lá se foram oliveiras, a memória dos ancestrais, economias de uma vida de trabalho. Lá se foram as surradas bicicletas dos meninos. Em muitos casos, com elas se foram os próprios meninos. Lá se foram pontes pelas quais transitavam a agricultura de subsistência, o vinho e as frutas. Lá se foi o aeroporto, a modernidade a duras penas reconquistada, o orgulho de uma nação. Lá se foram juntos Mohamad e Elias, tantos rostos anônimos e inocentes daquele templo de todos os credos. Expoente acadêmico do Oriente, o Líbano é bastião da francofonia pós-imperial. O G Num passe

diabólico, sopraram as nuvens negras da destruição, a reinvenção do pesadelo que começava a ser esquecido.

amor pela França só encontra rival no Brasil, que ajudou a construir. E, assim, torceu por nós e contra seu histórico protetor na final da Copa de 98, fato repetido há poucas semanas. Num passe apocalíptico, as cores brasileiras que até há pouco decoravam incontáveis casas e prédios desse pitoresco país-fazenda, hoje não passam de fragmentos chamuscados e perdidos nos escombros do que um dia foram vidas e sonhos. O Líbano não tem petróleo, mas seus tesouros são valiosos. Do Mediterrâneo aos cedros, a natureza é pródiga. A terra tem nascentes de água pura, ouro branco de nossos dias, alvo de cobiça estrangeira. Não é só; tem a genialidade mundialmente consagrada de seu povo, a excelência de sua mão-de-obra, das instituições financeiras e u m s e m - n ú m e ro d e detalhes que abraçam cada visitante.

I

n v a s õ e s , i n c ê ndios, terremotos. Beirute foi destruíd a e re c o n s t ru í d a à média de uma vez por século. Um pingado de anos desta vez. Como atravessar de novo os espinhos dessa estrada? Embora a autodeterminação do povo seja férrea e dispense novas comprovações, a conta será enorme. O caminho promete ser árduo e longo. Mal alçávamos vôo. Em cinco anos de trabalho, a Câmara de Comércio Brasil-Líbano testemunhou a gradual retomada do País dos Cedros, desde as cinzas, de volta à "Suíça do Oriente" de outrora. Na última visita, em maio último, os resultados não deixaram dúvidas. Milhões em negócios compromissados, outras tantas perspectivas e mais brasileiros encantados com o lugar. Jamais imaginaríamos o que estava por vir. Engolir o noticiário se tornou um martírio. Pior: em meio ao des-

caso leviano dos todopoderosos, parecemos os únicos a perceber a injustiça atroz, a barbárie que respinga em toda a humanidade. O tempo se arrasta torturante num poço sem fundo de más notícias. Cada novo dia de omissão se mede em toneladas de dólares e mísseis, mas acima de tudo pela cifra galopante de seres humanos acuados e sem mais nada a perder. O que terá sido feito da consciência, da boa-fé dos homens? Sofremos da metástase de perplexidade e angústia. Fala-se de um tal "prazo" para q u e o s s e n h o re s d a guerra fechem a torneira dessa avalanche de violência. Qual será então esse hediondo limite de vítimas e desolação que eles se permitem permitir? Fato é que a sobrevivência de muitos tem uma pressa que a diplomacia não acompanhará. Especialistas fabricam teorias e análises, p o ré m f i c a m o s s e m entender o por quê de se esmagar a infra-estrutura renascente de um país frágil e indefeso. Qual a desculpa para o sacrifício sistemático e impune de vidas comuns? Como explicar meio milhão de cidadãos libaneses hoje esquartejados por bombas ditas "cirúrgicas" ou delas escondidos, sem luz, sem água, sem comida ou remédios? Revivemos em pleno 2006 páginas das mais sombrias da história da civilização. A estratégia operada no Líbano não passa de "terra arrasada". O que teriam feito para merecer tamanho castigo os libaneses talhados para empreender e G É preciso

fazer com que cessem imediatamente os ataques ao Líbano. Urge impedir uma calamidade ainda maior.

prosperar? O que fez essa gente dos negócios e da família, past o re s , a g r i c u l t o re s , executivos, intelectuais ou simples trabalhadores para pagar pelos confrontos alheios? Quais ambições alucinadas e inc o n f e s s á v e i s p o d eriam ser a verdadeira causa dessa furiosa aniquilação?

P

az e tolerância são elementos essenciais aos objetivos de vida, embutidos no DNA do povo libanês. Não obstante, este hoje é vítima de um massacre impiedoso e sem precedentes, julgamento sem defesa, condenação sem prova. À mercê da boa vontade de uma comunidade internacional até agora impassível, o destino do Líbano faz correr o prazo este sim - que se esvai na direção de uma catástrofe sem volta. Do outro lado do mundo sem fronteiras, longe, só estão as respostas às perguntas que nos tiram o sono. A tragédia é tão deles quanto nossa, do mundo inteiro. Tudo o que sabemos é a necessidade de encher os pulmões, fazer algo. É preciso fazer com que cessem imediatamente os ataques ao Líbano. Urge prestar assistência humanitária e impedir uma calamidade ainda maior. Alguém, enfim, haverá de ouvir, largar a mera retórica e partir m is e r ic o rdi o sa m e nt e em socorro desse pequenino país que, de tão belo e intenso, João Paulo II um dia batizou como "País-mensagem". Ironia das ironias - é nos consolados que encontramos, nós próprios, consolo. Em meio ao caos, a população do Líbano ainda encontra forças para confortar o primo distante ao dizer: "Reconstruiremos tudo outra vez". ALFREDO COTAIT NETO, PRESIDENTE DA CÂMARA DE COMÉRCIO BRASILLÍBANO E VICE-PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO

atenção dedicada ao caso da Máfia das Ambulâncias tem se concentrado sobre os mais de cem parlamentares que teriam se abeberado no propinoduto operado pela empresa Planam. Por um lado, isso é natural, vindo na esteira da sucessão de escândalos que tem afetado o Congresso Nacional. Contudo, ao se focalizar exclusivamente os deputados e senadores implicados, tende-se a deixar para segundo plano os principais sanguessugas. Estes estão situados nos municípios que realizaram as licitações que, por direcionamento fraudulento, resultaram na contratração das tais ambulâncias. E estão situados no Ministério da Saúde, que é órgão de onde o dinheiro para essas compras saiu. Os parlamentares implicados foram intermediários no processo, encerrando-se seu papel na introdução das emendas ao Orçamento que alocaram recursos para a compra das ambulâncias.

G O ministro da

Saúde declarou que não controla os dinheiros colocados sob sua guarda porque “há o risco de burocratizar o processo”...

D

eputados e senadores não operam a transferência de recursos do Tesouro para o município A ou B. Quem faz isso é o Ministério da Saúde. Deputados e senadores não gerenciam o conjunto desses recursos, para todos os municípios contemplados. Quem faz isso é a Saúde. Tampouco são parlamentares aqueles que, nos municípios, redigem os editais de licitação, conduzem os certames e adjudicam os contratos. Quem faz tudo isso é a administração municipal. É nesses lugares, a saber, nos municípios e nos ministérios (e também no estados, claro) que estão as principais causas da corrupção. Caso não se

virtual totalidade dos municípios brasileiros (excetuam-se uns poucos) não conta com qualquer espécie de controle interno, recorrendo aos serviços de empresas de contabilidade. As Câmaras de Vereadores são em geral cooptadas pelo mesmo mecanismo que vigora no Congresso e nas Assembléias Legislativas: em troca de apoios, o prefeito loteia a administração municipal entre os vereadores. Por que os vereadores querem esses cargos? Ora, porque a partir deles fazem negócios. Isso é a sopa no mel para uma sucessão de fraudes. No outro extremo da escala federativa estão os ministérios, no caso em questão o da Saúde. Em condições normais, seria de esperar que alguém a quem se dá a tarefa de gerir um recurso tomará medidas mínimas de controle de como esse numerário é gasto. As condições, contudo, não são normais. Os ministérios não exercem nenhuma espécie de controle sobre os recursos que são repassados a estados e municípios. Logo que o caso da Máfia das Ambulâncias veio à luz, o sr. Agenor Álvares, ministro da Saúde declarou à Folha que a Pasta não controla os dinheiros colocados sob sua guarda porque “há o risco de burocratizar o processo”...

O

sr. Álvares não é um desses páraquedistas inventados por algum sátrapa partidário para preencher uma “cota”. Trata-se de um respeitado profissional da área da saúde pública, autor de livros, alguém que, ao que tudo indica, de fato entende do assunto. Não obstante, saiu-se com o despropósito replicado acima. Em outras palavras, uma autoridade na gestão do Estado do porte do ministro da Saúde não tem noção da importância do controle de processos sobre a eficiência da gestão. Tal panorama permeia as instituições públicas brasileiras de alto a baixo. Por ignorarem que gerir é controlar, milhares de agentes públicos deixam o barco correr, atribuindo a responsabilidade de evitar a fraude aos organismos que atuam depois que ela aconteceu, como a ControladoriaGeral da República, a Polícia Federal, o Ministério Público. A saber, para eles combater a corrupção é gritar “pega ladrão” depois que a coisa aconteceu. Como pegar o ladrão é muito difícil, o resultado é o que assistimos todos os dias. CLÁUDIO WEBER ABRAMO É DIRETOR EXECUTIVO DA

TRANSPARÊNCIA BRASIL WWW.TRANSPARENCIA.ORG.BR

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


quarta-feira, 26 de julho de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Indicadores Econômicos

7

30,23 25/7/2006

COMÉRCIO

por cento foi a queda das ações preferenciais da Varig no pregão de ontem da Bolsa de Valores de São Paulo.


8

Empresas Finanças Estilo Nacional

Paulo Pampolin/Hype

Paulo Pampolin/Hype

Paulo Pampolin/Hype

No alto, Antunes (em pé) e Marsiglia, da HR, que levaram o gosto pessoal para o trabalho. Acima, luminárias com renda criadas pelos artistas. Newton Santos/Hype

Bar Drosophyla: paredes com luzes de Natal

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 26 de julho de 2006

Luminárias com flores artificiais, luzes e coisas brilhantes são ícones da cultura brega.

MOVIMENTO KITSCH NASCEU NA ALEMANHA

BREGA KITSCH

Newton Santos/Hype

OU

Newton Santos/Hype

HÁ QUEM GOSTE G Produtos e ícones populares fazem sucesso entre as tribos de descolados

osto é relativo. Mas existe um abismo entre o elegante e o extravagante – jeito de ser de muita gente que se considera descolada. Essas pessoas fazem parte de um movimento chamado kitsch, termo surgido em Munique, na Alemanha, em 1860, que significa "reutilização de móveis", ou "traste". No dia-a-dia, são pessoas que usam, ouvem, vêem e compram o popularmente conhecido como brega. Alguns exemplos: o pingüim que decora as geladeiras, anões de jardim, flores de plástico, relicários, canetas com mulheres nuas e alguns itens vendidos nas lojas de R$ 1,99. O cantor Sidney Magal, antigamente considerado brega, hoje é chamado de cult – e virou ícone do kitsch, junto com a apresentadora Hebe Camargo. A empresária Lílian Varella, proprietária do bar Drosophyla, na região da Consolação, em São Paulo, é adepta do estilo. Ela vive rodeada de elementos kitsch em casa e no trabalho. O bar é decorado com itens do mundo todo: máscaras com e sem chifres, cabeças de animais empalhadas, cavalos e galinhas também empalhados, imagens de santos, coleções de caixinhas e bibelôs, além de luzes de Natal espalhadas, piscando o ano todo. Na casa de Lílian, o inusitado para a maioria é o normal para ela. A cortina do banheiro tem um enorme Pateta, da Walt Disney, desenhado; peça que "combina bem", segundo ela, com mais cabeças de animais empalhadas, espelhos e máscaras. "Já estou em um momento à frente do kitsch, que chamo de barroco contemporâneo. Não é mais o estilo criado na Alemanha. Chegamos a uma nova leitura do movimento", acredita Lílian.

Os presentes que a empresária ganha dos freqüentadores do bar tornam-se objetos que compõem a decoração. "Tenho mimos de vários lugares – da Ilha de Páscoa, no Chile, da China, Europa e Juazeiro do Norte, por exemplo. Eu também comprei vários itens. Tudo junto forma uma coleção e passa uma mensagem." Gosto e trabalho Além de gostar do kitsch, o designer Hugo Marsiglia e o artista plástico e arquiteto Ricardo Antunes, da HR Atelier, produzem peças dessa cultura, entre elas luminárias com flores plásticas, rendas e paetês. "O desafio é trazer o popular para o elegante; a renda é um artigo que agrega valor ao produto", afirma Marsiglia. Para ele, kitsch é usar o antigo para criar o novo. "Hoje em dia, o cafona é chique. Criei um solitário de vidro, com um fio de eletricidade e com uma flor de plástico. Ou seja, é uma flor que acende. Tem gente que olha para a peça e diz: 'Que lindo!' E outras pessoas acham brega", analisa. "Mas o kitsch é relativo, depende do gosto de cada um." A pesquisadora de moda Cristiane Mesquita tem várias coleções de produtos kitsch. Entre elas, cinzeiros de vidro branco, que custam cerca de R$ 5 – presentes de amigos ou souvenirs de restaurantes. "Se

as peças forem expostas sozinhas, ficam feias. Em conjunto, fica divertido", diz. Na mesma estante, os cinzeiros dividem espaço com outras coleções: a de pingüins de geladeira e a de bibelôs de louça. "O kitsch é o falso assumido. Comecei a admirar o movimento estimulada pela sociedade de consumo dos anos 1950 e 1960. Tenho muitos anéis coloridos, com bolas de gude. Mas não é um estilo brega", afirma Cristiane. Consumo Para a coordenadora do curso de comunicação e multimeios da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, professora Rosângela Lleote, o kitsch sempre foi a releitura de alguma coisa. "O movimento começou copiando costumes ou peças que davam status, em uma sociedade de consumo em que o entrar e o sair dos valores das coisas é muito rápido", analisa. A professora diz que, se o estilo não for assumidamente brega, deixa de ser kitsch. Ela lembra os clubbers (personagens das baladas eletrônicas), pessoas que ajudaram a difundir o estilo. "Eles usam peças criadas para uma única exibição. A sociedade tem avidez por itens que possam ser consumidos. O kitsch é mais uma possibilidade de consumo", concluiu. Neide Martingo

No alto, cabeças de papel reciclado e de animais empalhados enfeitam o ambiente do bar. Acima, ambiente cheio de objetos antigos e bregas, que recebe os descolados da cidade de São Paulo. Newton Santos/Hype

Lílian no banheiro de sua casa, onde os itens "combinam bem". Ela está além do movimento kitsch, acredita, porque tem uma nova leitura do movimento.

Newton Santos/Hype

Lílian Varella, dona do Drosophyla, decora seu bar com objetos que ganha de clientes e artigos de viagens


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 26 de julho de 2006

1

9,6

por cento foi o índice de inadimplência no mercado de cartões de crédito em junho, segundo o BC

Fotos: Newton Santos/Hype

SUPERENDIVIDADOS AGORA TERÃO APOIO DO PROCON NAS NEGOCIAÇÕES Novo serviço de apoio estará disponível a partir de amanhã em São Paulo

B

oa notícia para quem está inadimplente e não vê muitas saídas para quitar suas dívidas. A Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-SP) lançará amanhã o Núcleo de Tratamento do Superendividamento. Embora não haja um percentual exato de comprometimento do orçamento mensal que aponte quando o consumidor está nessa categoria, a técnica do Procon-SP, Neide Ayoub, explica que todos os consumidores que não conseguem quitar suas dívidas mensais podem ser classificadas como superendividadas. E esse não é um "privilégio" das pessoas de baixa renda. "Elas não são as únicas a se enrolarem em dívidas. Quem ganha muito também perde o controle", afirma. Neide explica que a idéia de se criar um setor de atendimento específico para o superendividado surgiu a partir de um estudo da professora Cláudia Lima Marques, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ela constatou que o problema vem aumentando no Brasil, principalmente pelas facilidades de crédito oferecidas pelas financeiras à população de baixa renda. Segundo o Procon-SP, o desemprego contribui de forma significativa para aumentar a temperatura no caldeirão das dívidas. Tanto é assim que, segundo dados do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), no primeiro semestre deste ano houve crescimento de 6,2% nos cadastros incluídos no registro de maus pagadores em relação a igual período de 2005.

O primeiro passo do Núcleo será uma atuação preventiva e de conscientização sobre o problema. "Através de palestras, explicaremos ao consumidor tudo que ele tem o direito de saber, já que as informações do sistema financeiro no Brasil não são nada claras", diz a técnica do Procon-SP. Além disso, o órgão promete ajudar na negociação da dívida com as instituições financeiras. Basta o consumidor procurar ajuda no Núcleo, em uma das

1,7

milhão de pessoas poderão ser beneficiadas com o novo serviço do Procon, o Núcleo de Tratamento do Superendividamento unidades do Procon em São Paulo. A estimativa é de que cerca de 1,7 milhão de consumidores possam se beneficiar do programa nos próximos meses. São pessoas como a cozinheira Maria do Carmo de Jesus, 48 anos, que já passou grandes dificuldades com as dívidas que fez. Ela conta que em 2002 precisou recorrer a uma financeira para conseguir pagar uma conta atrasada da Telefônica. "Peguei um empréstimo e na mesma época minha filha ficou doente. Precisei usar o dinheiro no tratamento dela, e tive que renegociar minha dívida. Foi um horror, minha vida

virou uma loucura", conta. Na opinião de Maria do Carmo, o problema das dívidas dos brasileiros não está focado somente na falta de organização financeira. "O principal motivo é o desemprego. As grandes empresas não conseguem contratar porque o gasto é muito alto. A maioria dos empregos está nas médias e pequenas empresas, que pagam pouco. E quem ganha pouco, se endivida mesmo." Cartão de crédito – O analista administrativo Edi da Silva, 56 anos, se endividou com o cartão de crédito. "Acredito que esse seja o principal problema da inadimplência do brasileiro. É fácil de usar e mais fácil ainda de perder o controle sobre os gastos", afirma. Caso semelhante viveu o administrador de empresas João Russio, 67 anos. "Tive sérios problemas com o meu cartão e só consegui quitar a dívida depois de cinco anos. Assim que terminei de pagar tudo, joguei ele no lixo", diz. Dicas – Evitar financiamentos, créditos rotativos e crediários é a dica da advogada Silvia Sinhorine a seus clientes. "Em tempos de inflação baixa, o melhor é poupar para fazer a aquisição à vista, com descontos. Caso seja imprescindível financiar, é importante cotar o mercado e conferir, com a ajuda de um profissional, se as taxas anunciadas correspondem à realidade do contrato." Vanessa Rosal

SERVIÇO Núcleo de Tratamento do Superendividamento Procon - SP: tel: 151; www.procon.sp.gov.br

Contribuintes devem R$ 880 bilhões

O

governo tem a receber de seus contribuintes um total aproximado de R$ 880 bilhões, disse ontem o secretário-adjunto da Receita Federal, Ricardo de Souza Cardoso. Toda essa dívida pode ter seu pagamento diluído no novo programa de parcelamento de dívidas do governo federal, o chamado Refis 3, cujas regras foram divulgadas ontem. No bolo que poderá ser renegociado estão R$ 120 bilhões, objeto dos dois programas de parcelamento anteriores (Refis e Paes), mais R$ 260 bilhões de dívidas administrativas ou em cobrança judicial na área da Receita Federal, mais R$ 340 bilhões de débitos inscritos na dívida ativa da União e R$ 160 bilhões de débitos previdenciários. A partir do dia 1º de agosto, as empresas com débito na Receita Federal, Previdência Social e Procuradoria Geral da Fazenda Nacional poderão requerer o parcelamento pelo Refis 3. A partir do dia 14 de agosto, tanto a Receita como a Procuradoria da Fazenda Nacional só vão aceitar inscrições no novo programa de parcelamento se elas forem feitas pela internet. A exceção é para o pagamento à vista ou parcelado em até seis meses. Nesse caso, o pedido pela internet vai estar disponível só a partir de 1º de setembro. As empresas interessadas no parcela-

mento devem ficar atentas para não perderem o prazo final de inscrição no programa, que é até o dia 15 de setembro. Regras – O Refis 3 oferece duas opções de parcelamento para os débitos vencidos até 28 de fevereiro de 2003. Uma delas é pagar à vista, ou em até seis parcelas, com 30% de desconto sobre o valor consolidado dos juros de mora incorridos até setembro de 2006 e 80% de redução sobre o valor

120

milhões de reais é o total de débitos que os contribuintes poderão renegociar no novo programa de parcelamento aberto pelo governo das multas de mora e de ofício. Nas seis prestações incidirá, sobre o valor consolidado e apurado pela Receita Federal, a taxa básica de juros (Selic). A medida provisória estabelece que o valor mínimo da prestação será de R$ 200 para as empresas optantes do Simples e de R$ 2 mil para as demais. Na segunda opção, esses dé-

bitos vencidos até 28 de fevereiro de 2003 podem ser parcelados em até 130 meses. O desconto concedido é de 50% da multa de mora ou de ofício na consolidação do débito. O valor mínimo para as parcelas mensais são os mesmos R$ 200 para as empresas optantes do Simples e R$ 2 mil para as médias e grandes. Para poder se beneficiar do programa, as empresas devem estar em dia com o pagamento dos tributos correntes. Se o contribuinte deixar de pagar duas parcelas, será excluído do programa. Para os débitos vencidos entre 1º de março de 2003 e 31 de dezembro de 2005 existe a opção única de parcelamento em até 120 meses. Nesse caso, segundo o secretário da Receita, não existe qualquer benefício de redução da dívida. Apenas o prazo normal de parcelamento de 60 meses foi estendido para 120 meses. INSS – Com relação ao novo parcelamento de débitos junto à Previdência Social, as condições são as mesmas do parcelamento da dívida com a Receita Federal e Procuradoria. A diferença é que as empresas interessadas devem ir a uma agência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Um formulário específico para solicitar a inclusão no Refis 3 estará à disposição no site da Previdência Social a partir de 1º de agosto. (AE)

Edi da Silva: descontrole com cartão de crédito

João Russio: cinco anos para quitar dívida do cartão

Maria do Carmo: o problema das dívidas não é apenas falta de organização financeira, mas o desemprego

S

Quando só o milagre resolve

e a negociação não resolve, o jeito é apelar para os santos. Não é por outro motivo que todos os anos, no dia 16 de outubro, milhares de devotos visitam o Santuário de Santa Edwiges, a padroeira dos endividados, no bairro do Sacomã, e fazem pedidos, geralmente para saldar dívidas ou arrumar emprego. A santa dos endividados nasceu na Baviera em 1174. Era duquesa na Polônia, mãe de sete filhos e durante toda sua vida usou os bens que possuía para socorrer os pobres, crianças abandonadas, doentes e viúvas. Foi justamente visitando os encarcerados que descobriu que muitos deles se encontravam

Edwiges: a santa dos endividados

ali por não poderem saldar suas dívidas, em geral por falta de trabalho. Ela então saldava esses débitos, resti-

tuía-lhes a liberdade e lhes conseguia trabalho para recomeçar suas vidas. Após a morte de seis dos seus filhos e do marido, Edwiges entrou em um mosteiro cisterciense de Trebniz, na Polônia, e continuou como exemplo de bondade. Morreu no dia 15 de outubro de 1243 e foi canonizada em 1267 pelo Papa Urbano IV. Desde então é invocada como padroeira dos pobres e endividados. Embora a igreja católica celebre as festas dos santos no dia de sua morte, em 15 de outubro a igreja já celebra a festa de outra santa: Santa Teresa D´Ávila; por essa razão, a festa de Santa Edwiges foi transferida para o dia 16 de outubro.

Inadimplência cresce com uso de cartão

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Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) estima que as compras feitas com cartões de crédito, débito, de loja e os regionais movimentem R$ 247 bilhões neste ano, o que representa um crescimento de 22% em comparação com 2005. Boa notícia para o setor, que enfrenta também o lado ruim da tendência: a inadimplência nos cartões de crédito sobe proporcionalmente. Dados do Banco Central citados pelos diretores da Abecs mostram um índice de inadimplência de 9,6%, um dos maiores já registrados. Em maio

passado, as empresas de cartões tinham a receber um total de R$ 30 bilhões. Desse valor, 10%, ou o equivalente a R$ 3 bilhões, seriam recebidos com atraso superior a 90 dias. No mesmo mês de 2005, o montante era de R$ 24 bilhões. Diferenciação — Segundo o presidente da entidade, Jair Scalco, há um movimento natural de diferenciação de clientes, de acordo com o risco que cada um deles apresenta. "Os bancos já criaram nichos que separam os usuários, levando em consideração a renda, o endividamento e outros pontos. Não é possível cobrar uma taxa de juros igual para todos."

No primeiro semestre deste ano, os consumidores gastaram R$ 114 bilhões utilizando algum tipo de cartão. Em relação a igual período de 2005, o aumento é de 24%. Na mesma base de comparação, o número de cartões em circulação no mercado nacional passou de 308 milhões para 358 milhões. Para a Abecs, os clientes das classes A, B e C formam uma base que vai continuar crescendo, mas de forma mais lenta. Por isso, um dos focos do setor será a população de baixa renda. "Vamos buscar agora a parcela de trabalhadores informais", disse Scalco.

Outras formas de financiamento

superiores a R$ 100 milhões ficou em 14,4% do total concedido pelos bancos, ante 15,1% em março de 2005. Também caiu, de 24% para 23,3%, os empréstimos de valores entre R$ 10 milhões e R$ 100 milhões. Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, essas empresas estão buscando

modalidades alternativas de financiamento, como no mercado de capitais, por exemplo, por meio da emissão de debêntures – títulos de dívida do setor privado. Para Adriano Pitoli, da Tendências Consultoria, essa migração também reflete uma situação saudável da economia. (AE)

A

s grandes empresas estão recorrendo menos aos bancos para obter financiamento. De acordo com dados do Banco Central (BC), em março de 2006 a participação dos empréstimos de valores

Neide Martingo


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Congresso Planalto Seção Destaque CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 26 de julho de 2006

Eles ficaram oito anos no governo e não fizeram nada pelo transporte. Aloizio Mercadante em ataque ao PSDB

AUMENTAM ATAQUES ENTRE CANDIDATOS

Epitácio Pessoa/AE Luiz Prado/LUZ

AFIF O EMPRESÁRIO GUILHERME AFIF DOMINGOS QUER SER UMA NOVA OPÇÃO AOS ELEITORES. SUPLICY JÁ É SENADOR HÁ 16 ANOS, DIZ. Aprendizado– No geral, candidato a senador Guilherme Afif Do- Afif afirmou que PT, PFL e mingos, da coliga- PSDB estão em período de ção PFL-PSDB, trabalhará aprendizado. "Quem era em conjunto com o Governo oposição foi para o governo. do Estado para trazer recur- Estamos num período de sos para São Paulo. Presi- aprendizado. O PT aprendente licenciado da Associa- dendo a governar e o PFL e ção Comercial de São Paulo PSDB aprendendo a fazer (ACSP), Afif disse ontem, oposição." Afif acredita na vitória de durante sabatina organizada pelo jornal Folha de São Geraldo Alckmin (PSDB). Paulo, no Shopping Higienó- "Ele tem um perfil moderapolis, na capital paulista, que do, sério, ponderado. É aino Estado recebe só 12% do da é muito desconhecido, que arrecada em impostos mas isso vai mudar quando começar a campanha na TV". por dificuldades políticas. Para mudar a situação, o Em relação a Lula, afirmou c a n d i d a t o s e p r o p õ e a que Heloísa Helena (PSol) 'emendar' o Orçamento. As pode prejudicá-lo. "Ela quer emendas serão discutidas arrebanhar os petistas arrecom o governador. Afif está pendidos, envergonhados. na coligação com o tucano Isso prejudica o presidente José Serra para o governo do Lula. Ele que se cuide, pois Estado. Segundo o pefelista, Heloísa vai acabar levando a Serra pretende fazer obras eleição para o segundo turde infra-estrutura e vai pre- no." Afif se manifestou concisar de recursos da União. tra a reeleição por achar que "Cabe ao senador colocar as "não deu certo no País". Suplicy– Em emendas e mosquase duas hotrar as prioridaras de debate, des do governo Afif mostrou-se de São Paulo", como um candideclarou Afif. Quando Duda dato de contraGrande parte Mendonça disse que ponto a Eduardo debate foi ded o S u p l i c y. O dicado à disputa recebia por fora, pefelista insisentre PT e parti- aquele era o dos de oposição. momento de pedir o tiu que o papel do senador é luO candidato a impeachment . tar pelo seu Ess e n a d o r c r i t iGuilherme Afif tado e apresencou, por exemDomingos tar resultados. plo, a ajuda ofe"O senador Surecida pelo goplicy está há 16 verno federal e rejeitada pelo governador anos no Senado. Quero ser Cláudio Lembo (PFL). Para uma opção aos eleitores". Para reforçar a diferença, o Afif, o governo foi "cínico" em vez de aparelhar melhor pefelista citou o senador Ana Polícia Federal e o Exército. tonio Carlos Magalhães, que "O Exército foi sucateado, ganhou fama no Senado por não houve investimento em defender os interesses da Basegurança. Se eu fosse o hia. "Gostaria que todos briLembo, eu falava: "Aqui não gassem como ele". O candidato respondeu precisamos, na fronteira precisamos para combater o ainda perguntas sobre antigos aliados, como Paulo Manarcotráfico". O pefelista acrescentou luf e Celso Pitta. Afif foi seque as rebeliões em presídios cretário de Agricultura de devem-se a dois fatores: efi- Maluf (década de 80) e de Placiência da Polícia por pren- nejamento de Pitta (março a der mais bandidos e a falta outubro de 1998). Sobre Made ajuda do governo federal. luf, o pefelista respondeu "Não foi possível acompa- que recebeu um convite dele nhar a velocidade da eficiên- para entrar na política. E concia da polícia de São Paulo. tou que sua participação no Com mais verbas, o Estado governo Pitta foi um pedido teria mais ou menos cumpri- da direção nacional do PFL. Voto distrital – Afif defendo essa missão. Faltou ajuda deu a reforma política, com a federal", justificou . Crise política– Afif fez um adoção do voto distrital (o debalanço da disputa no Con- putado é eleito por uma determigresso. No seu entendimen- nada região) e a fidelidade to, PFL e PSDB deveriam ter partidária. "Há um problepedido o impeachment do ma grave de representação. presidente Luiz Inácio Lula A tendência hoje é o deputada Silva após os escândalos do ser cooptado pelo goverde corrupção, em junho do no em detrimento da socieano passado. "O próprio PT dade. Ele pode servir muito sentiu o golpe. Quando o pu- bem ao governo e muito mal blicitário Duda Mendonça à sociedade". O pefelista dedisse que recebia por fora, fendeu também a redução da aquele era o momento de pe- carga tributária para gerar dir o impeachment do presi- empregos no País. dente", disse. Sergio Kapustan

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HOJE, ALDA MARCO ANTONIO (PMDB) SERÁ SABATINADA.

QUEREM ME ENVOLVER, DIZ SERRA SOBRE CPI.

O

candidato tucano ao governo do Estado, José Serra, afirmou ontem que há uma tentativa de envolver o nome dele no escândalo dos sanguessugas. O candidato fazia referência às declarações do empresário Luiz Antonio Vedoin, publicadas pelo jornal "Folha de S. Paulo", de que Vedoin torcia pela vitória de Serra nas eleições presidenciais de 2002. Emp enho – O empresário não envolveu o nome do candidato no esquema de corrupção, mas, segundo ele, a vitória de Serra garantiria o pagamento de R$ 8 milhões empenhados pelo Ministério da Saúde, durante a presidência de Fernando Henrique Cardoso. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva congelou a verba depois de sua eleição. Em visita à cidade de Cruzeiro, no Vale do Paraíba, Serra afirmou que as declarações são uma tentativa de envolver em um mar de lama quem não está dentro da lama. "Fui ministro da Saúde com muito orgulho, tenho um orgulho enorme da

minha gestão. Foi uma gestão onde enfrentamos interesses, diminuímos custos, fizemos os genéricos e jamais criamos dificuldades para vender facilidades" afirmou Serra. Educação – Em um encontro rápido no final da tarde de ontem, com cerca de 70 empresários da região de São José dos Campos, José Serra ouviu pedidos, recebeu elogios, falou da reforma tributária, mas enfatizou que seu governo vai investir na educação. "E o desafio maior é a qualidade da educação. Hoje há 17 mil crianças na quarta série sem saber ler e escrever. Hoje não se ensina tabuada; a Progressão Continuada tirou as provas e vamos ter que dar uma virada nisso", disse em tom de crítica.

Serra quer distância dos sanguessugas e diz ter orgulho de sua gestão

Em seguida, indagado sobre a qualidade do ensino e a Progressão Continuada, instituída pelo próprio PSDB de seu companheiro Geraldo Alckmin, Serra ficou bravo. "Não vou acabar com a Progressão Continuada, concordo com ela. Não critiquei, absolutamente. Disse que a Progressão não pode estar sozinha, tem que ter provas, reforço, dupli-

cação de professores. Isso não significa acabar com a progressão, equivale a fazê-la bem", contradisse novamente. Cadeia – Sobre a superlotação nos presídios, o candidato sugeriu que os municípios que têm presídios ou unidades da Febem (Fundação do Bem-Estar do Menor) recebam compensações do governo estadual, finalizou. (Agências)

MERCADANTE PENSA EM TREM VELOZ Nilton Fukuda/Folha Imagem

senador Aloizio Mercadante (PT) prometeu ontem dar "prioridade total" à criação de uma linha de trem de alta velocidade entre os municípios de São Paulo e Campinas, caso venha a ser eleito na disputa pelo governo paulista. O candidato petista , que tratou do tema dos transportes apenas um dia depois de o ex-prefeito de São Paulo ter apresentado suas próprias sugestões para esta área, aproveitou para atacar seu principal adversário e criticar a política do governo anterior neste segmento. "O que ele (Serra) fez não são propostas", disse o senador, em referência às afirmações de Serra sobre a necessidade de melhorar a qualidade dos trens da CPTM. Ontem, ao lado do candidato tucano à presidência e ex-governador do Estado Geraldo Alckmin, o exprefeito também falou sobre a ampliação da linha F, que segundo ele seria transformada em um metrô de superfície.

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Petista quer prioridade total na ligação entre São Paulo e Campinas

"Eles ficaram oito anos em São Paulo e não fizeram nada pelo transporte ferroviário", acrescentou o petista. Mercadante disse ainda que, diferentemente de seu adversário, está propondo projetos estruturantes para o Estado e não apenas comentando a necessidade de recuperação de equipamentos já existentes. "Estou propondo mudanças muito

mais profundas", afirmou. Trilhos – O projeto ferroviário proposto por Mercadante foi sugerido durante o governo Alckmin mas acabou engavetado, segundo o senador. Ele explicou que a idéia é criar um trem que trafegaria a uma velocidade de 160 km/h entre os municípios de São Paulo e Campinas. Com o sistema, seria possível transportar inicial-

mente 38,2 mil pessoas por dia neste trecho, um número que pode ser elevado em 8% anualmente com o aumento da quantidade de trens em circulação, até atingir 60,2 mil. Segundo dados fornecidos pelo senador, 54,1 mil passageiros são transportados a cada dia neste trajeto. A viagem custaria R$ 12,60. Ainda segundo Mercadante, este projeto poderia ficar pronto em quatro anos, a um custo total de R$ 2,7 bilhões. Destes, R$ 2 bilhões seriam gastos na construção da estrutura, enquanto R$ 700 milhões seriam destinados a material rodante. Para aplicar a proposta, o governo se utilizaria do sistema de parceria público-privada (PPP). O senador petista também afirmou que a arrecadação de impostos a partir desse sistema chegaria a R$ 767 milhões. Mercadante disse que quer negociar uma parceria entre governos, para outro projeto ferroviário, dessa vez interligando São Paulo e Rio. (AE)

Sérgio Castro/AE

QUÉRCIA FALA EM ALTERAR ECA candidato do PMDB a governador de São Paulo, Orestes Quércia, incluiu a Fundação do Bem-Estar do Menor (Febem) nos debates da campanha ao governo de São Paulo ao defender ontem a criação de um "presídio de transição" para adolescentes infratores, para onde seriam transferidos os internos da instituição quando completassem 18 anos. Quércia defendeu a proposta de alteração do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) para que seja criado um juizado especial destinado a avaliar o comportamento dos adolescentes infratores. "Hoje,

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os menores com menos de 18 anos que cometem crimes graves têm como punição a permanência de, no máximo, três anos na Febem. Não tem cabimento que esse jovem não seja julgado e punido", afirmou. Champinha – O ex-governador disse não se conformar com o fato de um adolescente infrator, que tenha cometido um crime de alta periculosidade, conseguir ficar livre em três anos, sem ser recuperado durante a internação. Ele não citou diretamente o caso, mas o peemedebista se referia a Champinha, acusado pela morte dos namorados Liana Friedenbach e Felipe Caffé. O

Tuma Júnior e Quércia querem presídio de transição para infratores

rapaz cometeu o crime aos 16 anos e deverá sair da Febem em novembro. O candidato peemedebista defende a alteração deste período com a criação de um sistema prisional e educacional "de transição". Romeu Tuma Júnior, um dos coordenadores da campanha de Quércia, explicou que não é inconstitucio-

nal a proposta, pois há brechas na legislação de execuções penais que permitem isso. "Não queremos reduzir a maioridade penal, apenas entendemos que algumas penas possam ter aplicação de acordo com cada estado da federação. Há o perfil de cada pessoa, mas também há o perfil regional", explicou Tuma Júnior. (AOG)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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quarta-feira, 26 de julho de 2006

Internacional

Adnan Hajj/Reuters

Uma das áreas de concentração do Hezbollah, no sul de Beirute, ontem, poucos minutos depois de um novo ataque aéreo israelense

ISRAEL ANUNCIA MORTE DE LÍDER DO HEZBOLLAH Na intensificação de ataques no sul do Líbano, israelenses atingem um dos líderes da guerrilha xiita e quatro representantes da ONU Oleg Popov/Reuters

Olivier Laban-Mattei/AFP

Alberto Pizzoli/AFP

MULHERES PELA PAZ – Na reunião de Roma, três mulheres terão papel de destaque nas discussões: da esquerda para a direita, a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, a ministra da Defesa da França, Michele Alliot-Marie e a chanceler grega Dora Bakoyanni.

CESSAR-FOGO, VIÁVEL APENAS EM ROMA ma força de paz internacional, para garantir a implantação de um cessarfogo no sul do Líbano, não poderá ser formada sem a participação da Europa, disse ontem o chefe da política externa da União Européia (UE), Javier Solana,

U

defendendo um "processo de paz" que resulte no envio de uma força de estabilização e de ajuda humanitária para a região. Esta é a proposta que ele pretende discutir, como representante da UE, no encontro internacional realizado hoje em Roma, na Itália, para discutir a crise no Líbano. O encontro, presidido pela Itália e pelos Estados Unidos, terá a presença de ministros das Relações Exteriores e representantes de alto escalão do núcleo de

Áurea Cunha/Gazeta do Povo/AE

conselheiros do Líbano – um grupo criado em 2005 para ajudar na reconstrução econômica do país e que inclui Grã-Bretanha, Egito, França, Itália, Jordânia, Rússia, Arábia Saudita, Estados Unidos, Organização das Nações Unidas (ONU) e Banco Mundial. O Líbano será representado pelo primeiro-ministro, Fuad Siniora, e por quatro ministros de governo. Alemanha, Espanha, Turquia, Grécia, Chipre e Canadá

Israelenses mostram bandeiras do Líbano e do Hezbollah ao voltar de combate

descartou a possibilidade de que um cessar-fogo seja firmado antes de o aparato militar da guerrilha ser desmantelado. Nem a Síria nem o Irã – os dois foram acusados por Israel de dar apoio e armas para o Hezbollah – estarão em Roma. Para analistas, a ausência desses países e de Israel mostra os limites do encontro, já que não participam das negociações os principais envolvidos no conflito. (Reuters)

CARONA BRASILEIRA governo brasileiro deverá incluir cidadãos a r g e n t i n o s , p a r aguaios, bolivianos e canadenses nas próximas operações de resgate de brasileiros que estão no Oriente Médio e fogem da guerra no Líbano, informou ontem o embaixador Everton Vargas, chefe de Gabinete da Secretaria-Geral de Relações Exteriores do Itamaraty Segundo o diplomata, os países vizinhos solicitaram ao governo brasileiro a inclusão de seus cidadãos. No caso da Bolívia, haveria apenas 15 pessoas a serem resgatadas. O Canadá já incluiu 53 brasileiros na sua operação de retirada de canadenses e agora solicita recipro-

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O libanês Mohamad Abbas reencontra sua esposa Ghada e os filhos em Foz do Iguaçu

também participam. O objetivo do encontro é encontrar uma solução viável para o cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah. Outra questão a ser debatida será o perfil e o comando de uma eventual força internacional de paz a ser montada se e quando um cessar-fogo for selado. Israel, que não foi convidado para participar do encontro em Roma, deseja que a conferência condene o Hezbollah, classificando-o como um grupo terrorista, e

Kai Pfaffenbach/Reuters

cidade do governo brasileiro. "Essa é uma ação humanitária. Vamos somar os nossos esforços", afirmou Vargas. "Dentro das possibilidades e havendo lugares disponíveis, vamos acomodar cidadãos de outros países, mas a prioridade continua a ser para cidadãos brasileiros", acrescentou o embaixador. Pelas estimativas do Itamaraty, 850 brasileiros foram retirados do Líbano e levados à Turquia e à Síria pelas operações organizadas até agora por Brasília. Outros 145 brasileiros saíram do Líbano por seus próprios meios e somam-se aos que devem ser transportados para o Brasil. Um avião da Força Aérea

Brasileira deverá partir de Adana (Turquia), às 22 horas (locais), trazendo cerca de 150 brasileiros. No dia 27, outro vôo da FAB trará mais 80 pessoas. No sábado, serão mais 150 pessoas. As empresas TAM e Gol também planejam vôos a partir de Damasco. Adana – Entre hoje e amanhã, cerca de 170 brasileiros dormiriam na cidade de Adana, no sul da Turquia, distribuídos em hotéis modestos. Caso a guerra se prolongue, o governo brasileiro admite que ficará difícil prever o tamanho da operação de resgate e, nesse caso, ginásios e escolas poderão ser usados para abrigar os brasileiros. (AE)

Estávamos em uma ilha que, ao invés de água, era cercada por bombas. O Líbano acabou. Da brasileira Valdelice Nunes Leguth, ao desembarcar no País

T

ropas israelenses mataram ontem um alto comandante do Hezbollah em um confronto perto da fronteira com o Líbano, informou o Exército de Israel. O homem foi identificado como Abu Jaafar pelo Exército, que acrescentou que ele era o comandante do "setor central" do Hezbollah na fronteira libanesa com Israel. Aviões israelenses também bombardearam um reduto do Hezbollah em Beirute, matando 12 civis. Uma fonte do Hezbollah disse que Abu Jaafar era um adido cultural local e foi morto em um ataque aéreo na vila de Qalayleh. Mas o Exército de Israel disse que ele foi morto em uma troca de tiros com tropas israelenses próximo da fronteira libanesa, na vila de Maroun al-Ras. O Hezbollah divulgou seu nome completo como Khalil Amin Shibli e afirmou que ele se juntou ao grupo em 1985. Quatro observadores da Organização das Nações Unidas (ONU) também foram mortos ontem quando uma bomba israelense destruiu seu posto no sul do Líbano, informou um alto funcionário das Nações Unidas, que pediu anonimato. O ataque aéreo teve como "alvo direto" o posto de observação, localizado ao norte da chamada Linha Azul, que separa Israel do Líbano. Subúrbios – Ao menos cinco explosões atingiram Beirute ontem, com ataques aéreos nos subúrbios no sul da capital. Este foi o primeiro ataque dentro de Beirute desde segunda-feira, quando a secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, chegou ao Oriente Médio. Durante a presença de Rice na região, os ataques israelenses ao Líbano diminuíram, mas foram retomados ontem. As forças de segurança do Líbano disseram que um avião israelense fez mais de 100 ataques contra cidades e vilarejos no sul do país, em meio a confrontos entre tropas de Israel e guerrilheiros do Hezbollah na fronteira da cidade de Bint Jbeil e próximo ao vilarejo de Yaroun. Uma nuvem de fumaça escura ascendia de um bairro na zona sul da cidade. A região é considerada um bastião do grupo guerrilheiro pró-iraniano Hezbollah. Explosões menores acompanharam as detonações mais fortes. No início do dia, pelo menos sete libaneses morreram em ataques aéreos israelenses contra o sul do Líbano, seis deles no bombardeio de uma casa em Nabatiyeh. Enquanto isso, o Hezbollah promoveu uma série de disparos de foguetes contra o norte de Israel. Pelo menos 70 projéteis foram disparados. Uma menina morreu e pelo menos 23 pessoas ficaram feridas. Desde 12 de julho, quando Israel desencadeou uma ampla operação militar contra o Líbano em resposta à captura de dois soldados israelenses pelo Hezbollah, mais de 400 pessoas morreram no lado libanês e 40 no lado israelense. O ministro da Defesa de Israel, Amir Peretz, disse ontem que seu país estabelecerá uma zona de segurança no sul do Líbano até que tropas estrangeiras sejam posicionadas na região. Peretz não entrou em detalhes sobre se soldados israelenses seriam posicionados no sul do Líbano ou se a zona tampão seria mantida com bombardeios. Inicialmente, Israel opunhase à presença de forças estrangeiras no sul do Líbano, preferindo o deslocamento de tropas libanesas, mas agora sinaliza que aceitaria um contingente de paz liderado pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). (Agências)


Suplemento Especial / São Paulo, quinta-feira 27 de julho de 2006

TRANSPORTE E LOGÍSTICA

Marcelo Min/AFG

A serviço do conforto

Antônio Gaudério/Folha Imagem

Da entrega da pizza em casa ao gerenciamento de fábricas de veículos, a logística tornou-se instrumento fundamental à vida moderna, com movimento anual de cerca de R$ 20 bilhões. Não se pode mais prescindir dos serviços de entrega expressa, de couriers e das ferramentas que os operadores empregam para colocar um produto fabricado em Manaus na residência de um consumidor de São Paulo no curto espaço de um dia. E, neste processo, as motos são imprescindíveis, apesar dos pesares


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.ESPECIAL

quinta-feira, 27 de julho de 2006

De Manaus para sua casa em apenas um dia Da pizza que o motoboy entrega em casa ao gerenciamento de fábricas de veículos, a logística evoluiu muito. Hoje, é possível colocar um produto fabricado em Manaus na residência de um consumidor de São Paulo no curto espaço de um dia Divulgação

No transporte de carga, falta elaborar políticas para desafogar o trânsito e reduzir o custo do transporte sem perder a agilidade e dinâmica do setor

Sérgio Damasceno

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logística é um setor poderoso do mercado, com um movimento anual de cerca de R$ 20 bilhões. Da pizza que o motoboy entrega em casa ao gerenciamento de fábricas de veículos, esse segmento evoluiu muito nos últimos dez anos. Hoje, é impossível prescindir dos serviços de entrega expressa, de couriers e das ferramentas que os operadores empregam para colocar

um produto fabricado em Manaus na residência de um consumidor de São Paulo no curto espaço de um dia. Mas, de acordo com especialistas no setor, é preciso pensar uma estrutura macro para as grandes regiões metropolitanas, elaborar políticas que envolvam plataformas logísticas para desafogar o trânsito das capitais e reduzir o custo do transporte sem perder a agilidade e dinâmica que caracterizam o setor. Nesse caderno são abordados o mercado dos grandes players logísticos,

como TNT, UPS e Correios; o tratamento das cargas; serviços de exportação; a importância dos centros de distribuição dos varejistas; a demanda na indústria automobilística; e os problemas enfrentados pelos mais de 160 mil motofretistas da cidade de São Paulo, dos quais cerca de 90% trabalham em condições irregulares e precárias. As empresas e consumidores requerem pressa na entrega de produtos, serviços e documentos, mas, ao mesmo tempo, convivem com motocicletas, vans,

furgões e caminhões leves nas cidades numa relação ambígua: necessitam dos seus serviços, mas criticam os efeitos. Os varejistas têm soluções para escoar seus produtos para lojas, supermercados, farmácias e toda a rede de comércio. Os operadores são capazes de administrar processos inteiros de uma linha industrial. Os serviços online viabilizam a entrega dos produtos vendidos pela internet no dia seguinte. Até o proprietário da pizzaria da esquina entende a importância do delivery.

Espera-se que todas essas engrenagens da roda logística se unam para repensar o transporte e

Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor Luciano Ornelas Chefe de reportagem Arthur Rosa Repórter Sérgio Damasceno

abastecimento das grandes cidades de forma a interferir cada vez menos no cotidiano das pessoas.

Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Lino Fernandes Ilustração Abê Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão Diário de S. Paulo

www.dcomercio.com.br


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 27 de julho de 2006

Indicadores Econômicos

7

14,05

por cento é a taxa para Certificação de Depósito Bancário (CDB) para 90 dias, de acordo com a Enfoque Sistemas.

26/7/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 24/07/2006 24/07/2006 24/07/2006 24/07/2006 24/07/2006

P.L. do Fundo 7.517.054,92 1.400.776,81 7.034.436,69 9.407.191,65 1.078.236,24

Valor da Cota Subordinada 1.129,624575 1.050,791175 1.116,037740 1.098,703223 1.047,474858

% rent.-mês 1,1749 1,0531 2,9052 2,6821 1,6632

% ano 15,6252 5,0791 11,6038 9,8703 4,7475

Valor da Cota Sênior 0 1.059,895700 1.070,631086 0 0

% rent. - mês 0,9047 0,9857 -

% ano 5,9896 7,0631 -

rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


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Tr i b u t o s Finanças Empreendedores Nacional

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PRODUÇÃO DO GRUPO GERDAU DEVE CRESCER 10%

quinta-feira, 27 de julho de 2006

A idéia é sair da presidência-executiva e permanecer no conselho. Jorge Gerdau Johannpeter, presidente do grupo Gerdau

Gerdau terá novo presidente em 2007 Segundo o atual comandante do grupo, Jorge Gerdau Johannpeter, seu sucessor virá provavelmente da família fundadora. Entre os candidatos estão seu filho, André Gerdau Johannpeter, e seu sobrinho, Claudio Gerdau Johannpeter.

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substituto de Jorge Gerdau Johannpeter na presidênciaexecutiva do grupo Gerdau, a partir de 2007, será provavelmente um membro da família fundadora da empresa siderúrgica. "A idéia é que, em 1º de janeiro, eu possa sair da presidência-executiva, permanecendo apenas na presidência do conselho. Vou continuar atuando e sair da rotina da gestão", disse Gerdau Johannpeter, de 69 anos, antes de palestra ontem no evento Movimento Brasil Competitivo, realizado no Rio de Janeiro. O executivo informou que ainda não está definido quem será seu substituto, mas citou os nomes de seu filho, André Gerdau Johannpeter, e de seu sobrinho, Claudio Gerdau Johannpeter. "São os candidatos pelo lado da família", informou. "A probabilidade é que algum membro da nossa família venha a assumir (a presidência)", reiterou Gerdau Johannpeter. "O processo não tem nenhuma definição rígida nesse sentido, mas se você tiver um talento dentro da família é uma vantagem competitiva enorme, para não perder os valores estruturais", acrescentou. O executivo estimou que a produção total do grupo neste ano deva atingir 16,5 milhões de toneladas de aço, 10% a mais do que no ano passado.

Grupo pode comprar empresas em países promissores Sobre a fusão que movimenta o setor siderúrgico mundial entre Mittal Steel e Arcelor , o executivo da Gerdau afirmou que as siderúrgicas brasileiras têm uma saúde financeira muito boa e estrutura acionária definida, por isso ele acha "pouco provável" que ocorra um movimento de fusão no mercado brasileiro. "Já que não acontece aqui no Brasil, o Brasil é que tem que se consolidar mundo afora, como a Gerdau está fazendo", disse, referindose à compra de empresas em países como os EUA. O executivo foi perguntado sobre possíveis aquisições na Colômbia e no México e respondeu que "a tendência do grupo Gerdau é estar presente em todos os países que têm escala econômica para sustentar uma usina siderúrgica". "Em países muito pequenos ou pouco representativos não vale a pena ter", completou. Em junho, a Gerdau anunciou a compra de participação de 51,7% da Siderperú, maior produtora de aço do Peru, por US$ 60,6 milhões. Dois meses antes, em abril, a unidade norte-americana do grupo brasileiro, Gerdau Ameristeel, divulgou a aquisição da Sheffield Steel por cerca de US$ 170 milhões. (Reuters)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 27 de julho de 2006

Cidades

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A zona sul de São Paulo registrou ontem o menor índice de umidade relativa do ar da cidade, 17%.

decreto que proíbe temporariamente a queima da palha da cana-de-açúcar em lavouras paulistas. O decreto será publicado hoje no Diário Oficial do Estado e terá validade até que as condições meteorológicas se normalizem. Represas – O inverno quente e sem chuvas também comprometeu o abastecimento de água no interior de São Paulo. Em algumas cidades, está em vigor o racionamento preventivo. É o caso de Rio das Pedras, a 190 quilômetros de São Paulo, onde há duas semanas, cerca de 30 mil moradores tem o abastecimento interrompido das 13h às 17h. Segundo a prefeitura, a medida é preventiva para evitar o racionamento mais drástico nos próximos meses. O Tancão da Usina, represa que abastece a cidade, opera com 60% da capacidade, mas o consumo aumentou muito. Na capital paulista, a estiagem ainda não comprometeu os índices dos reservatórios. Ontem, o sistema Cantareira, que abastece 8 milhões de pessoas, operou com 58,7% da capacidade. Em situação melhor, o Guarapiranga operou com 72,4%, Rio Grande com 85,9%, Rio Claro 89,6%, Alto Tietê 70,2% e Cotia 97,5%. Segundo o gerente do departamento de recursos hídricos da região metropolitana da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Alberto Ferro, os índices dos mananciais estão num nível de queda que já é esperado para este período do ano. Na terça-feira, a média de produção total do sistema foi de 67,15 metros cúbicos de água por segundo. "Houve um aumento de 10% de reservação em relação ao mesmo dia do ano passado, quando a produção foi de 55,9 metros cúbicos de água por segundo", afirmou Ferro. De acordo com o especialista, o calor provocou aumento do consumo de água. "O abastecimento só não corre riscos se houver economia", disse.

J.F.Diorio/AE

O

ntem foi o 16º dia sem chuvas e uma cena comum às cidades do interior pôde ser vista na capital: a queimada. Por causa da estiagem, o terreno de loteamentos da City Jaraguá, no Jardim Cidade Pirituba, na zona oeste da cidade, foi incendiado. O fogo, visto de boa parte do bairro, foi controlado pelos bombeiros. A zona sul de São Paulo registrou ontem o menor índice de umidade relativa do ar da cidade – 17%, de acordo com dados do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Prefeitura. Os outros índices menores foram registrados em Perus, zona norte (19%), Vila Prudente, zona leste (19%), Consolação, Centro (20%) e 21% em Parelheiros, zona sul, e São Mateus, na zona leste. De acordo com a meteorologista Aline Ribeiro, do CGE, o inverno quente e seco dos últimos dias, apesar de atípico, já estava previsto. "No inverno, julho sempre é o mais seco. O que está acontecendo é um fenômeno chamado de veranico, em que o tempo fica sem nuvens, com muito sol e temperaturas elevadas", explicou. A meteorologista disse que esse é um fenômeno normal, ocasionado devido a uma mudança no padrão de circulação da atmosfera que impede a chegada das frentes frias ao sudeste. Mas ela garante que até o fim de semana haverá uma queda brusca de temperatura, com a vinda de uma frente fria do sul do País. "A temperatura vai cair em 10 graus. Como nos últimos dias as máximas chegaram a 30 graus, vai dar para sentir o friozinho." Poluição – Nesta época do ano, além do tempo seco, a população também sofre com a concentração maior de poluentes na atmosfera, o que diminui a qualidade do ar e aumenta o número de doenças respiratórias. "No verão, o ar quente leva os poluentes para camadas mais altas da atmosfera. No inverno, a falta de ventos não dispersa os poluentes e eles ficam concentrados nos níveis mais baixos da atmosfera, a 150, 200 metros de altura", explicou Carlos Lacava, gerente de interpretação de dados da Cetesb, que faz as medições da qualidade do ar na capital. Com o ar seco e poluído, a Defesa Civil do Município faz algumas recomendações: beber líquidos, comer mais frutas e vegetais, não manter objetos que acumulem poeira, evitar o ar-condicionado (ele resseca mais o ar), não fumar em ambientes fechados e não fazer exercícios físicos caso a umidade atinja níveis iguais ou inferiores a 15%. Incêndios – O serviço de monitoramento das queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou 25 focos de incêndios ontem no Estado, número recorde este ano. Em todo o País, havia 378 focos. Em São Paulo, a maioria dos focos era na zona canavieira, do centro para o norte do Estado. O secretário do Meio Ambiente de São Paulo, José Goldemberg, assinou ontem

Rejane Tamoto, com agências Bombeiros trabalham para apagar o fogo em área da City Jaraguá, na zona oeste da cidade (ao alto). Acima, foto do céu paulistano, sobre o rio Pinheiros. A Cetesb registrou ontem qualidade do ar irregular na capital paulista.

Factoring

DC

Por causa da seca, incêndio atingiu um terreno na zona oeste da cidade. Tempo muda até o fim de semana.

Monalisa Lins/AE

Queimadas até na cidade

O que é Factoring? É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com


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Urbanismo Compor tamento Segurança Ambiente

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 27 de julho de 2006

MONITORAMENTO DEVERÁ SER FEITO PELA GCM

As câmeras de segurança não terão, prioritariamente, a função de coibir o comércio informal.

As câmeras de segurança só funcionarão em agosto

A

instalação de câmeras para monitorar a segurança na região central da cidade, muito aguardada por comerciantes, e prometida pela Prefeitura para o final deste mês, foi adiada para o dia 31 de agosto. Segundo o prefeito Gilberto Kassab, cerca de 30 câmeras serão instaladas nas principais vias do Centro Novo, Centro Velho, Nova Luz, Parque Dom Pedro e vale do Anhangabaú. A avenida Paulista receberá três câmeras. Segundo informações da Subprefeitura da Sé, o projeto de R$ 2,7 milhões será patrocinado pela Telefônica. O monitoramento deve ser feito na central da Guarda Civil Metropolitana (GCM), que trocará informações com a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros. A GCM informou que os equipamentos já estão em testes em diferentes pontos do Centro, mas não divulgou as ruas que serão monitoradas,

Paulo Pampolin/Hype

Três novas estações de trens da CPTM na zona leste

para evitar depredações e furtos dos equipamentos. 25 de março - Uma das regiões do Centro que mais aguarda as câmeras de segurança é a 25 de Março onde, em dezembro do ano passado, uma bomba caseira explodiu dentro de uma lixeira. Na ocasião, o Subprefeito da Sé, Andrea Matarazzo, anunciou o plano de instalação de câmeras. Ontem, os comerciantes da região ainda não tinham conhecimento do novo prazo da instalação de câmeras, mas notaram a colocação de postes sextavados na rua Basílio Jafet (em frente à rua Comendador Abdo Schahin) e na esquina da 25 de Março com a ladeira Porto Geral. "Acho que as câmeras serão colocadas ali", especulou o sócio da loja A Gaivota, Ulisses Tadeu Giorgi. Segundo o assessor da presidência da Univinco (União dos Lojistas da 25 de Março e Adjacências), Dilber Santana de Farias, a instalação de câmeras é

Postes esperam pelas câmeras nas ruas 25 de Março e Basílio Jafet

uma reivindicação antiga dos comerciantes. "A fiscalização dos ambulantes pela Prefeitura é falha. Com as câmeras isso vai aparecer nos monitores. Talvez seja por isso que ainda não tenham sido instaladas", afirmou Farias. Segundo o prefeito Kassab, as câmeras de segurança não terão prioritariamente a função de coibir o comércio informal. Para o gerente da São Jorge Tecidos, José Natal Folego, elas são necessárias para combater os furtos que os guardas não conseguem conter. Estima-se que na Grande São Paulo existam cerca de 700 mil câmeras de segurança. Enquanto a instalação das câmeras do Centro foi adiada, amanhã cerca de 267 equipamentos começarão a funcionar em Campinas. O projeto de R$ 4,5 milhões tem recursos públicos e privados. O objetivo é monitorar 99 cruzamentos e ajudar nas ocorrências policiais e acidentes de trânsito. (RT)

Fotos de Luiz Prado/Luz

As estações Jardim Romano, Jardim Helena e USP Leste, na linha F, deverão ser entregues em 2007. O projeto também envolve a reforma de outras estações.

O

s paulistanos que ciência. Assim, as três novas utilizam a linha F estações já estarão em confor( B r á s - C a l m o n midade com as instruções da Viana) da Compa- Associação Brasileira de Nornhia Paulista de Trens Metro- mas Técnicas (ABNT), que exipolitanos (CPTM) terão, em gem facilidade de acesso às breve, instalações mais mo- pessoas com deficiências ou dernas e três novas estações: mobilidade reduzida. História - As obras na Linha Jardim Romano, Jardim Helena e USP Leste. Iniciadas em F da CPTM reservaram algumarço deste ano, as obras pro- mas surpresas. Durante a prosmetem melhorar as condições pecção do solo para o início das de acessibilidade, o conforto, a obras foram encontrados dois sítios arqueolósegurança e a regicos. Um deles dução dos interfica próximo à valos entre os estação USP Lestrens, que cairá de te e é consideranove para sete mido o menos vanutos em horálioso, avaliado rios de pico. assim com base Orçado em R$ nos objetos lá en250,6 milhões, o contrados. De projeto deverá ser acordo com a concluído em CPTM, são ruímarço de 2007 e nas de casas de inclui ainda a ferroviários que construção de ali viveram no passarelas, que Obras estão aceleradas início do século permanecerão passado. abertas 24 horas No segundo sítio foram para atender as comunidades locais. De acordo com a CPTM, achados objetos dos séculos 18 moradores do bairro Jardim e 19 e existe, inclusive, a possiHelena eram contrários à idéia bilidade de que alguns cacos das passarelas, por acharem de cerâmica serem do século mais cômodo atravessar por 17. Vários objetos, como pedacima dos trilhos. Para tentar re- ços de pratos, xícaras e peças verter essa situação, já foram de artesanatos foram colhidos organizadas várias reuniões para análise. O local, que fica em um terpara explicar a importância reno de 5 mil metros quadradesta parte do projeto. Deficientes – O projeto de dos ao longo da estação São modernização envolve 53 es- Miguel, foi isolado. A CPTM tações da CPTM. Algumas fo- aguarda agora o contato de faram construídas na década de culdades interessadas na esca20 e já foram reformadas, mas vação do sítio arqueológico precisam se adequar ao decre- p a r a i n i c i a r u m e s t u d o to que exige condições de aces- mais preciso. sibilidade ao portador de defiVanessa Rosal

Com a construção e reforma das estações da linha F, passageiros ganharão conforto e terão intervalos entre um trem e outro reduzidos

Aos motoristas velozes Nova lei do Código Brasileiro de Trânsito, sancionada pelo presidente Lula, cria três níveis para a cobrança de multas dos motoristas que trafegarem em alta velocidade em rodovias e nas cidades

O

presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou ontem lei que modifica o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), criando uma gradação, com três níveis, para a cobrança de multas de motoristas que cometem infrações em rodovias e cidades. As penas serão aplicadas de acordo com três níveis de excesso de velocidade: ultrapassar em até 20% o limite (falta média), em mais de 20% e até 50% (grave) e mais de 50% (gravíssima). A mudança beneficiará os motoristas que não excederem demasiadamente os limites das vias. Com a nova lei, os que ultrapassarem em até 20% a velocidade máxima deixarão de cometer infração grave. A partir de agora, essa falta será considerada média e punida com multa de 80 ufirs. Antes, a multa era de 120 Ufirs. A Ufir vale R$ 1,0641. Pela lei assinada por Lula, os motoristas que

Sebastião Moreira/AE

Mudança beneficiará quem não exceder demais o limite de velocidade

ultrapassarem os limites de velocidade em mais de 20% e até 50% cometerão uma infração grave e serão punidos com multa de 120 ufirs. Antes, o CTB previa que os motoristas que ultrapassassem em mais de 20% a velocidade máxima cometiam falta gravíssima e seriam punidos com multa de 540 ufirs. Agora, essa multa, de 540 ufirs, será cobrada de quem exceder em mais de 50% os limites. Nesses casos,

o motorista também terá apreendida a sua carteira de habilitação por cometer infração gravíssima. Critérios – Autor do projeto da lei sancionada por Lula, o deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS) disse que as mudanças tornarão mais justos os critérios para punição dos motoristas infratores. O parlamentar afirmou que a modificação segue um princípio do direito, segundo o qual a pena tem de

ser proporcional ao erro cometido pela pessoa. A lei também unifica o tratamento dos motoristas que cometem infrações em cidades e em rodovias. "Não havia gradação. Isso era um erro. Corrigimos o equívoco do código. Quem ultrapassar os limites de velocidade continuará a ser multado, mas agora vamos ter uma gradação justa", observou o parlamentar. "O código punia da mesma forma um condutor flagrado ao trafegar a 97 quilômetros por hora e outro, a 140 quilômetros por hora ou mais, numa via com velocidade máxima fixada em 80 quilômetros por hora. Adequamos a punição à gravidade da infração, tornando a lei mais justa", afirmou o deputado que, no passado, foi secretário dos Transportes no Rio Grande do Sul. "Não estamos fazendo abrandamento, estamos transformando a aplicação das multas em algo justo", afirmou. (AE)


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

quinta-feira, 27 de julho de 2006

RESENHA

INTERNACIONAL

A GUERRA DESNECESSÁRIA

APAVORANTES

Proposta indecente OLAVO DE CARVALHO

S

Carlos Barria/Reuters

Israel precisa decidir se quer derrotar o inimigo ou voltar pra casa

impossível de reverter. Desse modo, todos os que atacassem o Estado de Israel pagariam pelo erro com terroristas capturados, soldados mortos, economias estagnadas e líderes destituídos. Até 1993, esse rol de sucessos imbuiu os israelenses de uma autoconfiança excessiva. Deixaram que os inimigos criassem uma estrutura quase-governamental (a “Autoridade Nacional Palestina") e acumulassem reservas de armamentos (com o Hezbollah, cerca de doze mil foguetes Katyusha no sul do Líbano, de acordo com o jornal árabe Asharq alAwsat). No maior despudor, trocaram por reféns os terroristas capturados. Nesse mishmash de concessões e recuo, os inimigos de Israel logo perderam o medo e se convenceram de que enfrentavam um tigre de

JOÃO DE SCANTIMBURGO SANGUESSUGAS

papel. Desfazer treze anos de estragos exigirão de Israel um retorno ao esforço lento, difícil, custoso, frustrante e cansativo da distensão. Isso significa renunciar à tolice dos acordos, ao sonho de esperar por um gesto favorável, à irresponsabilidade de libertar terroristas, à autoindulgência da prostração, e à idiotice das retiradas unilaterais. O padrão se mantém desde 1993: cada desilusão provoca nos israelenses uma febre de remorsos e reconsiderações, e depois o silencioso retorno à acomodação e ao recuo. Para que as operações atuais consigam ir além do paliativo emocional, elas devem indicar uma profunda alteração de rumo. Devem induzir uma grande reavaliação da política externa israelense, o

Roberto Alvarenga

A

responsabilidade pelos atuais confrontos recai inteiramente sobre os inimigos de Israel, que aplicam métodos desumanos para alcançar objetivos bárbaros. Embora eu deseje às forças israelenses pleno sucesso contra os terroristas em Gaza e no Líbano e espere que com baixas mínimas elas inflijam a maior das derrotas ao Hamas e ao Hezbollah, as decisões erradas que Israel tomou nos últimos treze anos levaram o país a uma guerra desnecessária. Seus líderes concentraram-se no pensamento e na psicologia do inimigo, adotando políticas traçadas para minar o seu moral, com o objetivo de incutir-lhe um sentimento de derrota, a convicção de que o Estado judeu é um fato consumado,

descarte dos paradigmas de Oslo e do plano de desligamento, em favor de uma política de distensão que leve Israel à vitória. Temo que as operações em Gaza e no Líbano não se concentrem em derrotar o inimigo, mas em libertar um ou dois soldados - um estranho objetivo bélico, talvez sem precedentes na história das guerras -, a sugerir que em breve as coisas reverterão à sua forma de sempre. Em outras palavras, a significância das hostilidades em curso não está no que se destruir no Líbano nem no que decidir o Conselho de Segurança da ONU; está no que o público israelense for ou não capaz de aprender com elas. TRECHOS DO COMENTÁRIO DE DANIEL PIPES PUBLICADO PELO NEW YORK SUN DISPONÍVEL NO SITE WWW.MIDIASEMMASCARA.COM.BR

e há um assunto sobre o qual não faltam informações é o MST. Há os livros e discursos do sr. João Pedro Stédile. Há uma infinidade de panfletos, sites da internet, notícias, artigos e entrevistas de jornal, bem como documentários da TV nacional e internacional. Há os relatórios da polícia e do Ministério da Reforma Agrária. Há, para quem deseje saber algo contra, os livros de Xico Graziano (O Carma da Terra no Brasil) e Nelson Ramos Barreto (Reforma Agrária — O Mito e a Realidade), sem contar os relatos de observação direta do advogado paulista Cândido Prunes. Mesmo supondo-se, para raciocinar por absurdo, que nenhum dos militares que freqüentam a Escola Superior de Guerra tivesse jamais acesso a dados colhidos pelos órgãos de inteligência, ainda assim o material existente sobre os sem-terra é abundante, e o tempo que todos os interessados tiveram para estudá-lo foi bem longo. O general Barros Moreira, comandante da ESG, está e sempre esteve ciente de que uma simples palestra, pronunciada por uma criatura que não prima pela erudição nem pela criatividade da inteligência, não poderia acrescentar algo de substancial e novo ao que ele próprio e os demais membros da Escola já sabiam de cor e salteado. Não poderia e não acrescentou: o sr. João Pedro Stédile nada disse ali que já não tivesse dito pelo menos uma dúzia de vezes. Em compensação, acrescentou um novo brilho ao seu próprio curriculum: de chefe de uma organização ilegal e criminosa, foi elevado à condição de porta-voz de uma corrente de opinião legítima, merecedora não só de discussão respeitosa nos altos círculos intelectuais da Nação, como também dos aplausos entusiásticos que a platéia esguiana não lhe regateou. O general sabe hoje, como sabia ao formular o convite, que esse seria o único efeito previsível da recepção dada ao chefe do MST numa instituição que, afinal, já foi bastante respeitável no passado. Ao alegar que “a ESG tem de ouvir os dois lados” e que se Stédile é criminoso “isso é problema da Justiça e não da ESG”, o general só forneceu a prova cabal de que, na sua opinião, entre o lado da Justiça e lado do crime a instituição que ele preside deve ser imparcial e soberanamente indiferente. Ele apenas se esqueceu de esclarecer que esse nivelamento é a essência mesma do crime, o qual não seria crime se respeitasse o primado da lei em vez de ombrear-se com ela. Apagar a diferença entre a legalidade e

a ilegalidade é, aliás, a estratégia deliberada e constante do próprio MST, conforme expliquei em artigo recém-publicado (http://www.olavodecarvalho.org/semana/060720jb.html): “O MST poderia, sem dificuldade, ter-se registrado como ONG e solicitado legalmente a ajuda financeira do Estado. Se não o fez, não foi tanto para escapar à responsabilidade civil e penal, mas por um cálculo estratégico muito preciso: mais importante até do que instituir a violência e o terror como meios válidos de acesso à propriedade da terra era subjugar e usar o próprio Estado como instrumento legitimador do processo... Essa inversão radical do critério de legitimidade é muito mais decisiva do que a subseqüente tomada do poder, que não faz senão dar expressão visível ao fato consumado.” Que um governo que coloca suas alianças revolucionárias acima das leis e da Constituição ajude o MST a implementar essa transição não é, em si, nada de estranho. A novidade é que um alto oficial das Forças Armadas, personificando uma instituição reconhecida como expressão do pensamento militar, se disponha tão bisonhamente a colaborar nessa empreitada sinistra, fundada num dos mais pérfidos cálculos estratégicos da elite gramsciana que conduz o processo da revolução continental.

S

egundo o Art. 142 da Constituição, incumbe às Forças Armadas garantir os poderes constitucionais, e não ajudar a corroê-los por meio de ardis maliciosos como esse no qual o sr. Stédile se tornou o supremo expert. Mas o general Barros Moreira não se limitou a passar por cima da Constituição. Tomando uma decisão que ele não podia deixar de saber que iria chocar a sensibilidade de quase todos os seus companheiros de farda, ele infringiu ostensiva e conscientemente o Regulamento Disciplinar do Exército, que, no seu Anexo 1, proíbe “concorrer para a discórdia ou a desarmonia ou cultivar inimizade entre militares”. Se ele o fez com cara de inocência, das duas uma: ou foi por ser idiota o bastante para acreditar que não havia nisso nada de mais, ou foi por saber que a camuflagem anestésica é indispensável à transição indolor pretendida pelo MST. Nos dois casos, a indignação que tantos oficiais militares vêm mostrando contra ele é mais do que justa: é moralmente obrigatória. O que esse homem lhes pediu foi que se curvassem alegremente à desonra consentida, depois de tantas humilhações já impostas às Forças Armadas. Foi a proposta mais indecente que um oficial brasileiro já fez à corporação militar.

O líder do MST foi elevado à condição de porta-voz erudito pela ESG

D emonstrações episódicas de força nada valem

Por uma menina morta ARTHUR CHAGAS DINIZ

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

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C

om este título, o jornalista David Nasser, há mais de 50 anos, na revista O Cruzeiro, fazia um libelo acusatório contra os assassinos da jovem Aída Curi. A pressão do jornalista foi essencial para as condenações dos assassinos Cássio Murilo e Ronaldo. Na semana passada foram condenados a penas que chegam a 124 anos de reclusão três dos responsáveis pelas mortes dos jovens Liana Friedenbach e Felipe Caffé. O executor, Champinha, hoje maior de idade, está recolhido a uma unidade da Febem de onde poderá sair, no máximo, em três meses e meio. Champinha estuprou seguidamente Liana. Mutilou-a e a matou. A tortura, comprovada pelos depoimentos dos próprios réus, superou aquelas seguidas por vítimas de crimes de guerra. Os três adultos (falta ainda o matador de Felipe) confessaram-se liderados pelo menor. Mesmo assim, o Estatuto o protege. É inadmissível que este assassino, hoje com 19 anos, seja posto em liberdade. Mas é a lei. Há menores que reincidem no crime e continuam impunes. A

Justiça brasileira clama por uma reforma. Não é possível classificar como responsáveis ou não com base no critério exclusivo da idade. O Brasil se caracteriza hoje pela desigualdade com que são tratados os cidadãos. Menores, parlamentares e sem-terra são virtualmente inimputáveis. O crime contra Liana e Felipe ocorreu há quase três anos. O que se pede é que os legisladores não continuem a se fechar para a realidade que salta aos olhos da sociedade. Devem ser julgados como adultos todos os que forem psicologicamente responsáveis por seus atos.

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ândalos, sejam ou não sem-terra, não podem ser sustentados pelo poder público através de ONGs. Cidadãos indiciados não devem poder concorrer a cargos eletivos. Isto tudo ajudará certamente a reduzir a criminalidade e a impedir que gente como Champinha não deixe insepulto moralmente o corpo de uma menina morta. ARTHUR CHAGAS DINIZ É PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL

M enores, parlamentares e sem-terra são virtualmente inimputáveis

T

emos lido, constantemente, notícias sobre as atividades corruptoras, anômalas e imorais dos sanguessugas, que desejam esgotar a capacidade de resistência da nossa gente, vindas à público com riqueza de detalhes sobre as bandalheiras servidas aos municípios carentes de ambulâncias. Já em seu tempo de governo, Paulo Maluf enviou a numerosos municípios ambulâncias para os serviços médicos. Valeu-lhe essa doação de São Paulo o merecimento de ser reconhecido por todos os prefeitos dos municípios contemplados, com uma exceção só, do senhor Antonio Carlos Magalhães, que brandiu para impedir a obra do governador de São Paulo de dar aos municípios carentes uma ambulância adquirida pelo justo preço. O sanguessuga - aqui vai uma observação - é um temível consumidor de sangue. Valha-nos, aqui, a beleza literária de Eça de Queiroz no patético episódio do personagem que caiu num pântano e foi sugado pelas sanguessugas, que o mataram inapelavelmente. G Também

ficamos apavorados com o trabalho dos sanguessugas nas negociatas do superfaturamento das ambulâncias

C

aiu muito bem na opinião pública o nome do trabalho de corrupção, vindo, como vimos, das sanguessugas, que matam o paciente se for ele deixado aos temíveis sugadores. No caso específico de que tratamos, temos a certeza de que a bandalheira foi concentrada nos sanguessugas que prestam serviço sugando pacientes, mas também concorrem para a revelação dos podres de uma sórdida manobra com veículos superfaturados contra as bases legítimas da licitação. As sanguessugas são apavorantes pelo que fazem no corpo humano; quem leu a página do livro de Eça de Queiroz ficou com a lembrança de sua ação apavorante. Também nós ficamos apavorados com essa impressão ao tomarmos conhecimento das negociatas do superfaturamento das ambulâncias para os municípios carentes. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


quinta-feira, 27 de julho de 2006

Ambiente Compor tamento Cemitérios Urbanismo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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A MORADA DOS MORTOS VISTA SEM MISTÉRIOS

Há pessoas que vão ao cemitério empinar pipa, ler um livro, fazer cooper ou andar de bicicleta. Eduardo Rezende, escritor especialista em cemitérios

Newton Santos/Hype

Aqui jaz o céu (

)

mas ainda em busca de melhor qualidade

A simples idéia de ir a um cemitério pode deixar muita gente de cabelo em pé, seja por medo da morte ou dos mortos. Mas esse temor não é unanimidade, pelo menos entre administradores, pesquisadores e até parte da população. Há quem fuja do barulho e da poluição morando perto de um. Os próprios cemitérios particulares, em ritmo de globalização, querem oferecer mais conforto aos clientes, com direito até a atendimento com psicólogos. A idéia de desmistificar a casa dos mortos e torná-la mais agradável à população está presente em dois eventos: um encontro que começa amanhã e no lançamento de um livro no próximo mês. Qualidade - O II Encontro Nacional dos Administradores de Cemitérios e Crematórios, promovido pelo Sincep (Sindicato dos Cemitérios Particulares do Brasil) e pela Associação dos Cemitérios do Brasil (Acembra) acontece amanhã e sábado no Hotel Meliá Confort Paulista. O evento reunirá profissionais de 600 cemitérios para discutir um programa nacional de qualidade e atendimento. Segundo Jayme José Adissi, presidente do Sincep e da Acembra, os principais temas serão a necessidade de melhoria na infra-estrutura, a relação com o meio-ambiente e o treinamento de pessoal. "Hoje, os cemitérios precisam de mais vagas de estacionamento e adaptações para deficientes", disse. Segundo Adissi, em alguns cemitérios já existem psicólogas especializadas em luto. "Isso é importante porque esta-

cemitérios vem da infância, passada perto do cemitério da Vila Formosa, na zona leste, onde brincava de pega-pega e colhia frutas. A sua pesquisa começou quando teve de escolher um tema para o trabalho de conclusão da faculdade de geografia da USP. "Muita gente achou esquisito e ainda não acredita em descobertas que fiz nos cemitérios. Há pessoas que vão lá para empinar pipa, ler, fazer cooper e andar de bicicleta. Percebi que eu não era o único e comecei a pesquisar a arte tumular e o turismo cemiterial ". Turismo - Durante sua viagens, Rezende percebeu que em outros países cemitérios são pontos turísticos. O maior

Eduardo Rezende (na foto ao alto) é especialista em cemitérios. Acima, o Consolação, rico em arte tumular.

mos atendendo uma pessoa no pior momento de sua vida". Livro – Há quem defenda que morar ao lado de cemitério é chique. E saudável. É o caso do professor de geografia do Brasil da Uniban (Universidade Bandeirante), membro e representante brasileiro da Associação Latino-Americana de Cemitérios Patrimoniais e organizador do primeiro Congresso de Cemitérios Brasileiros na USP, Eduardo Rezende. Segundo ele, os cemitérios foram os responsáveis pelo desenvolvimento de muitos bairros de São Paulo que até hoje se mantêm valorizados. Um dos motivos é que o cemitério é um espaço que pode ser usado para o lazer de crianças, jovens, adultos e idosos. "Tem pessoas que vão ao cemitério pela tranqüilidade, por exemplo". O tema, uma pesquisa de mestrado, se

transformou no livro O Céu Aberto na Terra - Uma leitura dos cemitérios na geografia urbana de São Paulo (Ed. Necrópolis, R$ 20), que Rezende lança dia 13 na livraria Ícone. Bairro -"Pesquisei o motivo pelo qual, no início do século 20, os grandes proprietários doavam parte dos terrenos ao município para a construção de cemitérios. A motivação não era religiosa. Eles doavam o centro do terreno porque queriam atrair a urbanização, a construção de ruas e linhas de ônibus", disse. A conseqüência das doações, disse, foi a hipervalorização das áreas ao redor dos cemitérios. "Isso aconteceu na Vila Mariana, Santana, Higienópolis e Pinheiros", afirmou. Essa valorização chegou aos dias atuais, com o crescimento de condomínios fechados ao redor de cemitérios, como em Vila Mariana e Vila Nova Cachoeirinha. O cemitério, inclusive, continua a ser uma estratégia de venda de imóveis. "Os argumentos são a ausência de

poluição sonora e a melhor qualidade do ar", explicou. Outro fator, segundo ele, é o isolamento e a chamada vista eterna. São bairros com características de condomínio fechado que atraem a classe média alta, que não corre o risco de ter como vizinhos outros edifícios. "Quando a Companhia City projetou o Pacaembu, onde estão os cemitérios da Consolação e do Araçá, já adotou essa estratégia". Lazer - Eduardo Rezende confessou que sua atração por

de Paris, o Père-Lachaise, onde estão enterrados escritores como Honoré de Balzac e Marcel Proust, recebe visitantes do mundo inteiro. Um correspondente brasileiro, na opinião do especialista, é o cemitério da Consolação, onde estão os corpos de Monteiro Lobato e Mário e Oswald de Andrade. O cemitério da Consolação, construído em 1858, guarda obras de escultores como Victor Brecheret e Galileu Emendabili. "É preciso criar atividades para incentivar o turismo no Cemitério da Consolação para que a população também conheça a história da cidade", disse. Rejane Tamoto


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Congresso Planalto Eleição Estadual CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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A campanha só acaba com a apuração. Até lá é amassar barro. Aloizio Mercadante

CANDIDATOS ESPERAM PELO 2° TURNO

André Porto/Folha Imagem

SERRA NÃO COMENTA AÇÃO DO PT

candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, disse ontem que está fazendo campanha para ganhar a eleição e não para comentar a estratégia adotada por dirigentes petistas, que estão pedindo, na CPI dos Sanguessugas, a investigação de sua gestão no Ministério da Saúde – de março de 1998 a fevereiro de 2002 – no segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso. "Não vou comentar e amplificar a estratégia do PT. Estamos aí para ganhar a eleição", refutou ele, durante campanha na zona sul da capital paulista. Na avaliação de Serra, o importante agora é fazer um bom trabalho e apresentar propostas para o Estado de São Paulo. "Todo mundo conhece minha experiência na vida pública", reiterou. Serra visitou no início da tarde os bairros de Santa Terezinha e de Vila Joaniza, em Cidade Ademar, na Capital. O tucano comentou o resultado da mais recente pesquisa Ibope, dizendo que ela confirma a tendência apontada em outras pesquisas. "É positivo (o resultado), mas repito que pesquisa não ganha eleição e vamos ter que trabalhar." (AE)

quinta-feira, 27 de julho de 2006

Paulo Pampolin/Hype

A situação que os números mostram não reflete o que pensamos. Vou para o segundo turno com certeza.

Eduardo Nicolau/AE

Quércia acredita subir com o início da propaganda eleitoral

ALDA QUÉRCIA DIZ ESTAR NO 2º TURNO C

FAREI DEFESA INTRANSIGENTE DOS DIREITOS SOCIAIS, DIZ CANDIDATA AVISANDO QUE, SE ELEITA, PRIORIZARÁ CRIANÇAS, JOVENS E MULHERES.

Serra 'almoçou' uma banana e uma mexerica em banca popular

Não vou comentar e amplificar a estratégia do PT. Estamos aí para ganhar a eleição. Todo mundo conhece minha experiência na vida pública.

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candidato ao governo do Estado de São Paulo pelo PMDB, Orestes Quércia, acompanhou a candidata ao senado pelo partido, Alda Marco Antônio, na sabatina realizada pela Folha de S.Paulo, no Shopping Higienópolis, na manhã de ontem. O ex-governador aproveitou para comentar sobre os números divulgados anteontem pela pesquisa de intenção de votos do Ibope. Nela, Quércia figura em terceiro lugar, com 9 pontos, Aloizio Mercadante, do PT, aparece com 13, e José Serra lidera a pesquisa com 46 pontos. Ape-

sar da situação desfavorável, o peemedebista disse que está guardando as energias para o horário eleitoral gratuito, onde, segundo ele, conseguirá reverter o quadro das pesquisas atuais e chegar ao 2º turno. "A situação que os números mostram não reflete o que pensamos que irá ocorrer com a nossa campanha na TV e no rádio. Vou para o segundo turno com certeza". Multa – O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) confirmou a decisão do juiz auxiliar e manteve a multa aplicada a Quércia e ao PMDB em R$ 21,2 mil, cada um. (AOG)

Célio Messias/AE

Candidato do PT, em campanha em Ribeirão Preto.

Em 2002, a expectativa era a mesma: tinham dois candidatos praticamente eleitos pelas pesquisas e quando abriram as urnas tive 10,5 milhões de votos.

MERCADANTE: CENÁRIO AINDA PODE MUDAR.

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candidato do PT ao governo paulista, Aloizio Mercadante, comparou, em Ribeirão Preto, seu desempenho na pesquisa Ibope divulgada na terça-feira ao cenário de 2002, na campanha ao Senado. O instituto de pesquisas aponta Mercadante em segundo lugar, com 13% das intenções de voto e o seu principal adversário, José Serra (PSDB), com 46%. "Em julho de 2002, a expectativa era a mesma; tinham dois candidatos praticamente eleitos por todas as pesquisas e quando abriram as urnas tive 10,5 milhões de votos e fui o senador mais votado da história de São Paulo", disse. "A campanha só acaba quando a apuração é publicada; até lá é amassar barro e cumprimentar o povo e quem está com o sapato alto em geral não chega." (AE)

rianças, jovens e mu- da lei é tratar os desiguais lheres são as bandei- igualmente", sintetizou. A candidata defendeu ras de campanha da candidata ao Senado Alda mudanças na Febem. "O draMarco Antônio (PMDB). A ma é o Poder Executivo não peemedebista foi ontem à sa- apresentar Judiciário a retabatina organizada pelo jor- guarda necessária". Experiência comprovada nal Folha de São Paulo, no Shopping Center Higienó- – Alda se apresentou como polis, na capital paulista, pa- uma pessoa pública de expera debater suas propostas. riência comprovada. Nesse "Vou fazer no Senado uma aspecto, foi lembrada a sua defesa intransigente dos in- participação na polêmica teresses sociais e econômicos gestão do prefeito paulistado Estado", falou ela na aber- no Celso Pitta, entre os anos de 1997 e 2000. tura do evento. Ela foi secretária de AssisAssim que tomar posse em Brasília, Alda disse que vai tência Social por indicação e m b u s c a d e a p o i o p a r a do partido e não se arrepenaprovar três projetos de sua deu. "Eu queria muito partiiniciativa. A começar pelo cipar de uma administração Bolsa Primeiro Emprego pa- e tudo o que eu puder fazer ra ajudar jovens de 16 anos. para acrescentar alguma coiOs outros dois beneficiam sa para a população, eu vou mulheres gestantes e depen- fazer", garantiu. Lula e Heloísa Helena – A dentes químicos. Ela quer tornar obrigatória o atendi- candidata criticou o Bolsamento desses pacientes na Família. "Ele não deu certo porque não tem consistênrede pública. cia". Para ela, o Alda calcula programa preque o governo cisaria de uma gastará R$ 5 bicom pleme ntalhões/ano com o ção. "Dinheiro Bolsa Primeiro Vamos acabar sozinho é esmoEmprego para com o flagelo la, porque as atender 1,5 mipessoas precilhões de jovens da experiência sam de treinaem empresas pri- solicitada. vadas. Segundo a Alda Marco Antônio, mento (qualifiproposta, cada candidata ao Senado, cação)". A peemedejovem receberia sobre seu projeto Bolsa bista elogiou a um salário míniPrimeiro Emprego candidata do mo por ano sem PSol à Presidênnenhum tipo de cia da Repúbliônus para quem ca, Heloísa Helena. "Ela é brio contratou. A candidata respondeu lhante. Ainda não decidi, mas que a experiência foi adota- estou pensando se vou votar da em administrações públi- nela ou não", comentou. Racha – Alda disse que escas passadas, pois foi secretária de dois governadores: pera subir nas pesquisas e Franco Montoro (Trabalho) e declarou que é "pública e noOrestes Quércia (Menor). tória" a divisão dentro de seu "Vamos acabar com o flagelo partido. "Há o PMDB de São da experiência solicitada", Paulo, que defende a unidajustificou a peemedebista ao de partidária, e o PMDB que se referir a dificuldade dos apóia o presidente Lula. Nós jovens para entrar no merca- de São Paulo fomos derrotados, por isso não temos um do de trabalho. Os demais projetos benefi- candidato a presidente". Musa do mensalão – O ciam pobres e ricos. "A gestante e o usuário de droga candidato a governador não podem esperar (na fila) Orestes Quércia participou de parte da entrevista, mas para serem atendidos". Maioridade penal– Alda quem chamou a atenção foi discutiu medidas para com- Fernanda Karina Somaggio bater a violência que envolve – candidata a deputada fedemenores. Ela se posicionou ral pelo PMDB - que ficou até contrariamente à redução da o final do evento. Karina ficou famosa depois de ir à CPmaioridade penal. O gancho para responder MI do Mensalão para explia questão foi a punição a car o funcionamento do esChampinha, acusado pela quema que envolvia o publimorte dos namorados Lia- c i t á r i o m i n e i r o M a r c o s na Friedenbach e Fellipe Valério. O escândalo derruCafé. Ele deverá sair da Fe- bou as principais lideranças bem em novembro porque do PT, entre elas, José Genoíc o m e t e u o c r i m e a o s 1 6 no e José Dirceu. Antes de Alda, foram enanos. "Defendo a revisão do período máximo que o jo- trevistados outros dois canvem pode ficar recluso com didatos ao Senado: Eduardo Suplicy (PT) e Guilherme privação de liberdade". Para ela, os casos de vio- Afif Domingos, candidato lência devem ser tratados se- da coligação PFL-PSDB. paradamente. "O problema Sergio Kapustan A PRÓXIMA RODADA SERÁ COM CANDIDATOS AO GOVERNO


Logo Logo DIÁRIO DO COMÉRCIO

Claudia Daut/Reuters

Já existem não sei quantos milhares de cidadãos neste país, e haverá cada vez mais, que ultrapassam inclusive a cifra dos 100 anos. Mas que não se assustem nossos vizinhos do norte, não estou pensando em exercer funções até essa idade. Do presidente de Cuba, Fidel Castro, que em agosto completará 80 anos, 47 dos quais no posto de presidente.

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quinta-feira, 27 de julho de 2006

JULHO

2 -.LOGO

27 18 anos da aprovação da atual Constituição brasileira (ao lado, Ulysses Guimarães, presidente da Assembléia Nacional Constituinte)

B RAZIL COM Z F UTEBOL

Charge da paz em pó

Sem Parreira, sem Zagallo Com a troca de Carlos Alberto Parreira por Dunga na função de técnico da seleção brasileira, Zagallo também está fora de campo. Em reunião ontem com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, ele acertou sua saída da entidade. Mas ficou com a promessa de ser chamado para participar do comitê de organização da Copa de 2014, se ela for mesmo realizada no Brasil. Zagallo exerceu o papel de coordenador técnico da seleção brasileira durante o período em que Parreira esteve no comando. Mas agora, depois da eliminação do Brasil nas quartas-de-final da

Copa da Alemanha e da reestruturação da comissão técnica, ele ficou sem espaço no grupo. Zagallo tinha manifestado interesse em continuar no cargo. Mas Ricardo Teixeira está convencido a mudar a estrutura da seleção. "É impossível não associar Zagallo à seleção brasileira. Houve apenas uma interrupção no seu vínculo atual, mas que poderá prosseguir de outra maneira", explicou Ricardo Teixeira. "Ele deixa o cargo que ocupa na comissão técnica, mas tem experiência e condições de prestar mais serviços ao futebol no Brasil", acrescentou.

C INEMA

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Odd Andersen/AFP

Modelo veste o famoso vestido usado pela atriz Audrey Hepburn no filme Bonequinha de Luxo (Breakfast at Tiffany's, de 1961), que será leiloado no fim do ano em Londres pela casa Christie's. O vestido, criado por Hubert de Givenchy, terá lance mínimo de US$ 130 mil. Os fundos arrecadados serão destinados a causas beneficentes na Índia.

Cartunista brasileiro fica com terceiro lugar em concurso de ilustrações políticas

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cartunista brasileiro Raimundo Waldez, que publica cartuns diários no Amazônia Jornal e edita a tira Cobaia conquistou o terceiro prêmio no concurso internacional de charges políticas Ken Sprague. O concurso, promovido e divulgado pelo jornal britânico Morning Star e pela Political Cartoon Gallery, foi vencido pelo iraniano Edik Boghosian Konaraki e pelo chinês Zhang Bin, considerados "empatados" no primeiro lugar. Mais de 200 ilustradores de 44 países participaram do concurso, que propôs como temas: paz internacional, justiça social e valores humanitários. A charge de Raimundo Waldez foi escolhida, segundo o juízes da competição, pelo "sentido muito satírico de humor, com um tom sério". Sua ilustração mostra um general brasileiro consumindo cocaína em forma de pomba da paz, numa referência ao descaso de militares latino-americanos em relação à paz. www.kenspraguefund.org/competition.html Marcos D´paula/AE

Crítica explosiva contra Israel

Desemprego com novo nome

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pioneira. A mais recente profissional "dooced" foi a secretária Catherine, uma inglesa que mora na França. Atualmente, ela processa a empresa pela demissão, ocorrida em abril deste ano, e afirma que em nenhum momento identificou os envolvidos nos acontecimentos relatados em seu diário, que recebe mais de 3 mil visitas por dia. Ellen Simonetti, exDelta Airlines, e Rod Smith, também integram a lista dos mais recentes profissionais "dooced". www.urbandictionar y.com

DEIXE QUE FALEM - Jair Rodrigues foi homenageado na noite de terça-feira na entrega do Prêmio Tim de Música 2006, no Rio de Janeiro. No palco, ele cantou Quando eu me chamar saudade, Upa, Neguinho!, em dueto com Elis Regina num telão e Disparada.

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P UBLICIDADE E M

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Cães-robôs de France Cadet (foto) estão entre as atrações da coletiva Emoção Art.ficial, mostra que une arte, tecnologia e interação. Itaú Cultural. Avenida Paulista, 149. Telefone: 21681776. Das 10h às 21h. Grátis.

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'Nessie', na Austrália

Ao lado, os diversos programas da CBS em anúncios inovadores. Abaixo, a diversidade ecológica de uma ONG.

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Cientistas da Universidade de Adelaide identificaram duas novas espécies de um antigo réptil marinho, parecido com o lendário monstro mitológico do Lago Ness. Os répteis, batizados de Umoonasaurus e Opallionectes, pertenciam ao grupo Plesiosauros, que incluía um predador do tipo de uma "baleia assassina" do período Jurássico. Os cientistas estudaram 30 fósseis e afirmam que os répteis marinhos viveram na Austrália há 115 milhões de anos. Na época, a Austrália se localizava muito mais perto da Antártica. O monstro do Lago Ness, ou Nessie, é um animal misterioso e não-identificado que viveria no lago escocês. Especialistas dizem que ele é uma fraude. L OTERIAS Concurso 640 da LOTOMANIA

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Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Concentração de gás carbônico na atmosfera é recorde e chega a 780 bilhões de toneladas Polícia secreta chilena ainda busca parte da fortuna acumulada ilegalmente por Pinochet

Concurso 784 da MEGA-SENA 08

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Espátula com termômetro digital

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ue tal "servir" o nome de seu produto ou empresa junto com o almoço ou jantar? Esta é a idéia básica da empresa norte-americana Egg Fusion, que transformou os ovos do dia-a-dia num veículo de comunicação com tecnologia. A empresa avisa que a mídia, apesar de frágil, tem forte alcance: mais de 50 bilhões de ovos – em média uma dúzia por semana por casa – são vendidos por ano aos consumidores dos EUA. Além da gravação de qualquer mensagem, a empresa também registra data de validade e lote em cada unidade que será posteriormente vendida nos supermercados. Companhias como a Nestlè, o canal de televisão CBS e o site habitat.com são alguns dos clientes da Egg Fusion. Para quem tem dúvidas sobre a manipulação dos ovos, a empresa garante que todas as normas de higiene e segurança alimentar são usadas nas "peças publicitárias", sem riscos de contaminação do omelete de cada dia.

A Embaixada israelense em Olso fez uma reclamação formal à Associação de Imprensa da Noruega contra a caricatura do primeiro-ministro Ehud Olmert publicada no dia 10 no jornal Dagbladet. O desenho mostra o Olmert como se fosse um oficial nazista em um campo de concentração. A reclamação diz que a charge é um "testemunho de ignorância sobre o extermínio em massa de judeus durante o nazismo" e que comparar o Holocausto com as ações israelenses contra extremistas palestinos é "um insulto ao povo judeu, a Israel, ao senso de decência e à História". O editor-chefe do jornal, Lars Helle, recorreu ao "direito de liberdade de expressão" para se justificar. O cartunista Finn Graff recusou comparações com o episódio das caricaturas de Maomé afirmando que sua crítica é política e não religiosa. C IÊNCIA

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F AVORITOS

Além do trivial

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G @DGET DU JOUR

A disputa eleitoral entre os dois brasileiros já ficou para trás há muitos anos. Mas para a revista britânica Prospect, Lula e FHC podem representar mais do que apenas adversários eleitorais do passado - ou do presente, para quem vê nele a encarnação de dois partidos eternamente em disputa. Em um artigo da edição de agosto sobre a chamada "virada latinoamericana à esquerda", cujas eleições recentes no México seria uma exceção à regra, a revista afirma que hoje os países latino-americanos estão divididos entre duas esquerdas: uma que seria bem representada em toda a região pelo estilo do presidente Lula. Outra teria como ícone o expresidente FHC. Uma seria moderna, a outra, reformista. Qual delas seria a melhor? O ex-chanceler do México Jorge Castañeda, autor do artigo, evita esta questão. N ORUEGA

I NTERNET

Em 2002, a designer americana Heather Armstrong foi demitida depois que sua empresa descobriu que em seu blog, Dooce, ela relatava algumas histórias sobre seus colegas de trabalho. Desde então, diários virtuais que transformam seus autores anônimos em celebridades instantâneas e, logo depois, em desempregados, se proliferam pela net. Tanto que o Urban Dictionary (dicionário urbano), site que traz as mais recentes gírias dos surfistas da informática, criou até um verbo para essa ação: to dooce, em homenagem à desempregada

Lula X FHC. Ainda?

Pesquisadores acreditam ter descoberto método para prever terremotos devastadores

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PINGAFOGO

OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 27 de julho de 2006

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CORRUPÇÃO

Aproveitando as reportagens a respeito dos 40 anos do maior entreposto da América Latina, o DC deveria esclarecer a opinião pública a respeito do Caixa 2 do Ceagesp, que é muito, muito maior do que o dos Correios. Fazer um levantamento na Justiça Federal e denunciar que cerca de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) não tem origem na venda de verduras e sim na cobrança de propinas pelo PT de Osasco. FRANCISCO ANÉAS FRANCISCO.ANEAS@UOL.COM.BR

DOISPONTOS -77

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ROGÉRIO RAYMUNDO, CANELA, RS RRRIVA@IG.COM.BR

Site na internet www.blog. dcomercio.com.br

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

Os reis da São Bento G Aclamado

Camelôs dominam a rua por onde fugiu o rei de São Paulo

Rei de São Paulo, Amador Bueno teve que fugir correndo do largo de São Francisco pela rua São Bento, para se esconder no mosteiro. G A situação

lastimável do centro, pela omissão política, pela lei da vantagem e pela máfia de produtos piratas, voltou a ocupar a entrada da igreja de São Bento. G Seria difícil

Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

imaginar que Amador fugiria hoje pela São Bento, tomada por produtos piratas pelo chão.

Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

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á uma tradição oral que afirma que Amador Bueno teria sido aclamado Rei de São Paulo em 1641. Isso teria acontecido ao final da União das Duas Coroas (Portugal e Espanha), que viveram sob o reinado de um mesmo rei por 60 anos. Como se pode imaginar, num momento de mudança há instabilidades e os oportunistas aparecem. Contudo, Amador Bueno rejeitou a aclamação que lhe teriam feito, motivado, segundo a tradição romântica, pela lealdade à Coroa Portuguesa, e segundo outros, pelo juízo. Mas essa rejeição não foi nada fácil, já que teria insuflado o inconformismo e a ira daqueles que o elegeram. Uma placa pregada do lado esquerdo de quem

entra na Igreja do Mosteiro de São Bento relata o ocorrido. O motivo da placa naquele lugar é que, com a ira dos aclamantes, o aclamado teve que fugir correndo do largo de São Francisco, pela rua São Bento, para esconder-se no mosteiro. Embora a história dos vendedores ambulantes conte com mais de dois séculos no centro de São Paulo, não chega, com certeza, a 1641. Afinal, seria difícil imaginar que Amador Bueno pudesse correr em fuga pela rua São Bento repleta de produtos piratas pelo chão. A aglomeração completamente desordenada de vendedores ambulantes por essa rua histórica impede que se possa passar sem ter que parar e desviar muitas vezes, que se dirá de correr.

A

situação lastim á v e l c o n struída no centro da cidade pela mesma estrutura social desigual dos tempos de Amador Bueno, pela omissão política, pela lei da vantagem e pela máfia da distribuição de produtos piratas, prolifera-se vertiginosamente, apesar da repressão ineficaz, e volta a ocupar a entrada da Igreja de São Bento, pelo transbordamento dos camelôs da Rua Florêncio de Abreu. Esse é só mais um sintoma da intensa expansão da atividade, que certamente conta, por um lado, com um mercado consumidor amplo e inconseqüente, e por outro, com uma estrutura econômica e logística aprimorada. O problema merece uma atenção que nunca

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OLAVO DE CARVALHO

ataca de novo. E para comprovar sua paranóia, agora se traveste de biólogo e resolve investir contra o estudo de Charles Darwin que resultou no livro “The Origin of Species”. A salada de frutas que ele fez no artigo Ainda a luta dos monstros, no DC do dia 10, é fantástica se não mal intencionada, como de resto tudo que escreve. Faltou dizer explicitamente que o próprio Darwin estaria com seus estudos procurando contribuir para o futuro dos governos totalitários com suas teorias de segregação social e racial.

lhe foi dada, em todos os níveis de governo. Os evangelhos contam que Jesus, que segundo os cristãos é o próprio Deus, entrou no templo, fez um chicote, e expulsou os vendilhões. Impossível acreditar, contudo, que seria capaz de expulsar os camelôs de produtos piratas das ruas do centro. Em primeiro lugar pelo volume de gente que teria que enfrentar, certamente bem maior do que aquele da ocorrência bíblica. Em segundo lugar, porque talvez tivesse compaixão de toda essa gente, que não teria outro modo de sobreviver, senão servindo informalmente aos oportunistas que elegem verdadeiros imperadores das ruas, na forma de distribuidores de mercadoria ilegal.

S

e Amador Bueno tivesse que correr por uma rua São Bento ocupada como a conhecemos hoje, certamente não teria podido fugir, e das duas uma: ou teria sido o primeiro Rei de São Paulo, ou teria sido mais mártir ainda. No entanto, a história tomou o seu caminho, e novamente é hora de eleger líderes que não podem fugir dos problemas. A situação drástica do centro da maior cidade do país aponta um sintoma social cuja solução demanda uma política muito inteligente, em todas as esferas de governo, e que, além disso, se não contar com a colaboração popular, será o caso de dizer, sem medo de ser sacrílego, que "nem Deus dará solução ao problema". SAULO STEFANONE ALLE É PROFESSOR UNIVERSITÁRIO SSALLE@TERRA.COM.BR

ROBERTO FENDT

LIÇÕES DO JAPÃO

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assou meio despercebida a decisão unânime do Comitê de Política Monetária do Bank of Japan (BOJ), o banco central de lá, no dia 14 de julho, de aumentar a taxa básica de juros japonesa de zero para "cerca de 0,25%". Em decisão mais apertada (seis a três), o Comitê decidiu também aumentar a taxa de redesconto de 0,10% para 0,40%. Nada disso teria qualquer importância, caso a taxa básica de juros japonesa não tivesse ficado parada em "absolutamente zero" por cinco anos e quatro meses. Uma mudança dessa natureza é cheia de significado e conseqüências. Sobre elas, o governor (presidente) do Bank of Japan, Toshihiko Fukui afirmou que "não temos a intenção de fazer novos aumentos consecutivos da taxa de juros. Faremos ajustes graduais nas taxas de juros acompanhando o desempenho da economia e a evolução dos preços". E o ministro da Economia, Kaoro Yosano, endossou a mudança da política de juros do BOJ, dizendo que "a decisão de mudar é correta".

O

próprio comunicado do não deixa qualquer margem de dúvida quanto ao objetivo da decisão. Para o BOJ, a economia japonesa continua a se expandir de forma moderada e assim deve continuar por um período sustentado de tempo. E há uma expectativa de que a taxa de variação dos preços ao consumidor continue a seguir uma tendência positiva. Obra-prima de linguagem arrevesada. O que o BOJ está dizendo é que espera que a inflação continue a subir e, por isso, está mudando a política de taxa de juros zero agora. Nos cinco anos anteriores, praticou uma política monetária expansionista, cujos estímulos finalmente se refletem na retomada do crescimento da economia. E o comunicado do BOJ diz também que a decisão de mudar a política de juros "contribuirá para assegurar a estabilidade de preços e para permitir um crescimento sustentável a médio e longo prazos".

ontei essa história porque acho que ela encerra mais de uma moral e uma lição para nós. A primeira moral é a da persistência em uma decisão tomada faz cinco anos e quatro meses. Certo ou errado, foi diagnosticado que era necessário estimular a economia zerando a taxa básica de juros. E a taxa lá permaneceu, a despeito de todo tipo de críticas, até que eventualmente a economia começou a mostrar sinais de recuperação. Não dispondo o BOJ de instrumentos fiscais, usou o que tinha à mão: a taxa de juros. A segunda moral da história é a seguinte: o fato de decidir-se mudar a política não significou que se deveria ir para o extremo oposto. Note-se que a taxa básica subiu apenas 0,25% e a taxa de redesconto 0,30%. E mudaram a política antes que a inflação pudesse ameaçar sair de controle, de forma a permitir que a retomada não jogasse a economia na inflação, no médio e longo prazos, como diz o comunicado.

G Nosso BC

mostrou ter persistência nipônica. Mas os japoneses não têm nossa carga tributária...

A

lição para nós é a seguinte: o Comitê de Política Monetária do nosso banco central mostrou também persistência em sua decisão de evitar que voltássemos aos dias lúgubres da inflação descontrolada. A decisão foi criticada por praticamente todos, inclusive por mim. Achávamos que havia espaço lá atrás para uma redução mais expressiva. Mas isso são águas passadas. A meta de inflação foi atingida: de acordo com o Boletim Focus do BC, o mercado estima que 2006 fechará com a inflação do IPCA abaixo da meta. Como no Japão, o banco central daqui só dispõe do instrumento monetário. Não crescemos porque temos a maior carga tributária do mundo para um país do nosso nível de renda per capita. Ela asfixia; ela mata toda a criatividade empresarial. Esperemos que, logo após a posse, naquele curto interregno até a eleição municipal, o novo governo possa mostrar à sociedade um plano crível de eliminação do déficit nominal, a ser executado até o final do mandato. Com isso será possível uma queda imediata da taxa de juros, liberando o BC da ingrata tarefa de carregar sozinho o piano. ROBERTO FENDT É ECONOMISTA FENDT@TERRA.COM.BR

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

TURISMO - 1

ENTRE SÃO PAULO E RIO, PELO CAMINHO DO OURO

Divulgação

quinta-feira, 27 de julho de 2006

Na Serra da Bocaina, que engloba seis municípios dos dois Estados, há trilhas, cachoeiras, história e fazendas centenárias. Pág. 4

CUBA

Fotos: Luiz Guedes Jr.

Nas areias do Caribe

O país de Fidel não se resume a Havana e Varadero. Ao todo, oferece 5,7 mil quilômetros de faixa litorânea e, além da ilha principal, engloba outras 1.600 ilhotas, chamadas de cayos. Emoldurados pelo Mar do Caribe, os dois cayos mais conhecidos – Coco e Guillermo – recebem com toda mordomia em luxuosos resorts. E mais: pertinho da capital cubana, descubra outras praias paradisíacas. Págs. 2 e 3

Veja mais imagens desta edição na nossa galeria de fotos virtual no site www.dcomercio.com.br/ galeria/boa viagem_index.htm

Cayo Guillermo (no topo), o destino para quem quer fugir do comum. A pequena ilha é ligada a outra maravilha, Cayo Coco (fotos acima), por uma estrada de pedra sobre o mar. A viagem a Cuba é, ainda, embalada pelos ritmos caribenhos e inclui visita à nostálgica Havana (à dir.)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 27 de julho de 2006

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Política

Pedro Silveira / AOG

Se Santos Dumont não fosse brasileiro teria seu nome cantado em verso e prosa em todos os carnavais. Presidente Lula

PETISTAS ELOGIAM O 'PILOTO' LULA NO CENTENÁRIO DO VÔO DO 14 BIS, O PRESIDENTE NÃO FALOU EM POLÍTICA. SEUS ASSESSORES, NO ENTANTO, COMPARARAM O PAÍS ANTES DELE A UM AVIÃO SEM PEÇAS.

Da janela: Lula e o governador mineiro Aécio Neves participam das comemorações dos 100 anos do primeiro vôo do 14 Bis.

ALCKMIN AINDA COMEMORA O AVANÇO NA PESQUISA DO IBOPE Lula Marques/Folha Imagem

candidato da coligação PSDB/PFL à Presidência da República, Geraldo Alckmin, ainda vive o entusiasmo com o resultado da última pesquisa do Ibope, divulgada na terça-feira, que reduziu a distância entre ele e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição pelo PT/PCdoB, e diz que a campanha caminha para o 2º turno. Segundo ele, no segundo turno o poder de comparação é maior. "A escolha tende a ser mais segura", acredita. Na avaliação de Alckmin, uma diferença de apenas nove pontos, apontada pela pesquisa, é muito pequena. "Basta reverter cinco pontos para mudar de posição com o adversário", afirmou. "A nossa mensagem está sendo bem recebida pela população brasileira", observou ainda o candidato tucano. "À medida que ficamos mais conhecidos, o povo vai examinando as nossas propostas sob o ponto de vista da ética, da eficiência da gestão e, sobretudo do crescimento da economia". Investigação – Alckmin fez as afirmações , em seu comitê eleitoral, em Brasília. Da reunião participaram, entre outros, o candidato a vice-presidente em sua chapa, senador José Jorge (PFL-PE), e o senador Heráclito Fortes (PFL-PI), um dos coordenadores de sua campanha. Fortes defendeu a investigação do Executivo pe-

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Errata: Lula venceria no 1º turno. o contrário do que foi publicado na edição de ontem, a pesquisa do Ibope encomendada pela Rede Globo indicou que o candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva tem, atualmente, 44% das intenções de voto, e não 41%, como constou. Da mesma forma, o candidato tucano Geraldo Alckmin somou 27% na mesma pesquisa, e não 30%, como publicado. Segundo esses números, Lula venceria ainda no 1º turno, por maioria de votos.

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Alckmin à frente do seu comitê de campanha, em Brasília: entusiasmo com o crescimento.

la COI dos Sanguessugas antes mesmo das eleições, seguindo a mesma linha que a comissão de inquérito vem adotando em relação aos parlamentares. "O Executivo tem que ser investigado logo", sustentou. "A partir do momento em que se privilegia o Executivo, passamos a ter um fraudador de primeira classe", acrescentou. Fortes também fez uma avaliação positiva da campanha. Ele atacou o presidente Lula, adversário de Alckmin na campanha, afirmando que o partido dele, o PT, "foi PhD em matéria de corrupção". "Não tenho preconceito contra a origem e a falta de estudo do presidente Lula, mas sim contra o fato de ele não cumprir suas promessas, principalmente no comportamento ético", afirmou Heráclito Fortes. "A ética do partido deixou de ser ideológica para ser uma estratégia baseada no avanço aos cofres públicos". Fortes fez um relato positivo do encontro mantido ontem por Alckmin com a candidata ao governo do Maranhão, se-

nadora Roseana Sarney (PFL), que pretende manter-se neutra na campanha e não declarar apoio ao candidato Lula, que é apoiado pelo pai de Roseana, senador José Sarney (PMDBAP). Isso, para Fortes, já é um avanço. "Foi melhor do que se esperava", afirmou. Sudene – O programa de governo de Geraldo Alckmin prevê a manutenção da Superintendência Nacional de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), mas diretamente vinculada ao gabinete da Presidência da República. Essa é uma das novidades do plano que o candidato discutiu ainda ontem na sede nacional do PSDB, em Brasília, desta vez com a participação, também, do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL- BA), do presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (PE), do presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissatti (CE), e do coordenador-geral do programa de governo de Alckmin, João Carlos Meirelles, além do coordenador da campanha, senador

Sérgio Guerra (PSDB-PE). "Esse programa vai deixar claro que o Nordeste, para Alckmin, é coisa para valer, não é essa conversa fiada que tem, aí, no governo Lula", cutucou o senador Antonio Carlos Magalhães, ao final do encontro. O senador se disse convencido de que a apresentação detalhada do plano tucano para o Nordeste, que está marcada para 4 de agosto, ajudará a melhorar a popularidade de Alckmin na Região. Segundo ACM, a apresentação do plano será feita no Recife, onde fica a sede da Sudene, durante solenidade a que estarão presentes os governadores nordestinos que apóiam a candidatura de Alckmin, intelectuais, reitores de universidades e professores. Para reforçar a campanha de Alckmin na região – onde o presidente Lula o supera com folga nas pesquisas de intenção de voto – a coordenação da campanha da coligação PSDBPFL decidiu montar comitês eleitorais em cada uma das capitais nordestinas. (AE)

JOSÉ JORGE: FUGA É DESPREPARO. senador José Jorge (PFL-PE), candidato a vice-presidente da República na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB), criticou duramente a anunciada tendência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de não participar de debates com outros candidatos no 1º turno. "Essa posição é uma mistura de medo com despreparo. Ele não deve se

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sentir preparado para responder a questões tão graves que pesam sobre seu governo, como mensalão e sanguessuga", disse o candidato a vice. Segundo o senador, se for confirmada a tendência de Lula mencionada pela ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), o presidente está desprezando o eleitor. "Quando um candidato não vai ao debate não é um

desrespeito aos outros candidatos, mas à opinião pública", disse. José Jorge afirmou que pensava que Lula, pelo fato de ter sido líder sindical, gostasse de participar de debates. Em relação ao Nordeste, reconheceu que a situação é vantajosa para o presidente, mas observou que Alckmin cresceu de 10% para 16% e Lula caiu de 66% para 61%. (AE)

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presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou a política de lado no discurso que pronunciou ontem, em Santos Dumont (MG) durante cerimônia alusiva aos 100 anos do vôo do 14 Bis em Paris (pilotado por Alberto Santos Dumont, em 1906). O candidato petista à reeleição preferiu concentrar-se nos elogios ao inventor. Coube a outros dois participantes da solenidade – o prefeito de Santos Dumont, Evandro Neri (PT), e o secretário-geral da Presidência da República e nascido naquela cidade mineira, Luiz Dulci –, no entanto, o trabalho de defender seu governo e elogiá-lo publicamente na ocasião. "Não é pouca coisa homenagear um herói tão importante, um cientista que, se não fosse brasileiro, certamente se fosse francês, ou americano, ou inglês, teria seu nome cantado em verso e prosa em todos os carnavais", afirmou o presidente, para uma platéia de cerca de mil pessoas reunidas no Tangará Tênis Clube, no centro de Santos Dumont, município onde nasceu o inventor do avião. O presidente também elogiou Minas Gerais, lembrando o inconfidente Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, e o escultor Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, representante máximo do barroco min eiro. Em nenhum momento ele fez referência, na solenidade oficial, à campanha eleitoral. Não havia bandeiras, nem faixas políticas, e candidatos às eleições assumiram postura discreta. O candidato do PT ao governo do Estado, Nilmário Miranda, e o candidato do PMDB ao

Senado, Newton Cardoso, que apóia Lula, permaneceram na platéia durante toda a cerimônia e só subiram ao palco após seu término. Alguns cabos eleitorais de candidatos a deputado, contudo, distribuíram material de campanha às pessoas. O presidente parecia bem-humorado, e chegou a tentar descer para a platéia, terminada a solenidade, depois de ser chamado por alguns assistentes. Mas desistiu depois de verificar que não havia passagem. Antes do presidente, Dulci e Neri fizeram uma apaixonada defesa de seu governo. "Nada melhor do que comemorar o centenário da principal descoberta de Santos Dumont quando o Brasil, após anos de estagnação, como um avião sem peças, o Brasil volta a voar sob o comando do presidente Lula", afirmou Dulci. "Talvez não seja ainda um supersônico, mas se sustenta bem no ar, como o 14 Bis se sustentou", completou o secretário-geral. Dulci também lembrou as conquistas alcançadas pela Petrobras em exploração e pesquisas em águas profundas, e os avanços brasileiros no biodiesel e no H-Diesel. O prefeito Neri fez uma longa relação de iniciativas do governo em Santos Dumont e disse que o País melhorou principalmente para os mais pobres. "O senhor não sabe disso, mas lá de Brasília conseguiu diminuir drasticamente o número de pessoas que nos procuram na prefeitura pedindo ajuda e cestas de mantimentos", afirmou Neri, dirigindose à Lula. Segundo ele, a cidade tem 3.528 famílias, cerca de 14 mil pessoas, cadastradas no Bolsa Família. (AE)

BERZOINI DESDENHA RESULTADOS

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presidente nacional do PT, deputado federal Ricardo Berzoini, afirmou ontem que a pesquisa Ibope divulgada terça-feira não trouxe surpresas em relação aos demais levantamentos publicados nas últimas semanas. Segundo ele a pesquisa mostra mais uma vez uma manutenção da liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhada de demonstrações já esperadas de que a população começa a conhecer os demais candidatos. "Não há nenhuma novidade", desdenhou Berzoini, que além de presidente nacional do PT também é coordenador-geral da campanha de Lula. Os números do Ibope mostraram o presidente Lula com 44% das intenções de voto no primeiro turno, enquanto o exgovernador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), ficou com 27%. A senadora Heloisa

Helena (PSOL), terceira colocada na disputa, teve 8%. Os números dificultam a comparação com levantamentos anteriores, em função da alteração do quadro de candidatos. Mas, na pesquisa anterior, referente ao início de junho, Lula tinha 48% e Alckmin 19%. Apesar de destacar o favoritismo de Lula, Berzoini afirmou que a força do presidente não é motivo de acomodação para o PT. "Persiste um quadro de liderança do presidente Lula, mas que obviamente não nos acomoda", disse o presidente do PT. Segundo ele, o partido continua trabalhando apenas com a perspectiva de uma eleição em dois turnos, considerando que uma eventual vitória no 1º turno seria apenas um "acidente" nesse percurso." Quando a lei prevê uma eleição em dois turnos, a eleição deve ser tratada com base nisso", concluiu. (AE)


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CPMI Planalto Licitações Congresso

DIÁRIO DO COMÉRCIO

FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS E EMPRESÁRIOS NA MIRA DA LEI

A ESQUERDA DO PT ESTÁ HOJE NO PSOL Membros do PSol garantem ter um grau de unidade maior entre as correntes políticas do que quando estavam no PT

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o contrário do PT, que surgiu como partido e se subdividiu internamente em várias correntes, o PSol nasce da união de grupos de esquerda dispostos a somar esforços na construção de uma representação política de oposição ao sistema vigente. Mesmo no PT, os oito parlamentares do partido, incluindo a senadora Heloísa Helena, faziam parte de tendências de esquerda. No PSol, alguns deles mantiveram o mesmo nome da corrente da época petista, caso da Ação Popular Socialista (APS), dos deputados federais Maninha (DF) e Ivan Valente (SP), e da Corrente Socialista dos Trabalhadores (CST), do deputado Babá. Os grupos que têm o apoio de Babá e da também deputada Luciana Genro (RS), integrante do Movimento da Es-

quinta-feira, 27 de julho de 2006

Beto Barata /AE - 09/12/05

Orlando Fantazzini, no Enlace.

querda Socialista (MES), derrotaram a tese de apoio ao PDT e uma composição com o senador Cristovam Buarque, que seria vice na chapa de Heloísa Helena à Presidência. Enlace – Principal nome do partido, Heloísa Helena é do grupo Enlace, uma ala que pode ser considerada de centro no PSol, levando-se em conta que seus membros, quando no PT, eram da Democracia Socialista (DS), Articulação de Esquerda (AE) e Movimento de

Unidade Socialista (MUS) . Além de Heloísa, fazem parte desse grupo os deputados federais João Alfredo (CE) e Orlando Fantazzini (SP). O único parlamentar da bancada do PSol na Câmara que não segue para nenhum desses lado é Chico Alencar (RJ), que se classifica como um "desacorrentado", em tom de brincadeira. Os políticos do PSol negam que, por estarem cada um num grupo distinto, haja divergên-

cia profunda entre eles. "São diferenças de pensamento, de ponto de vista sobre atuar no objetivo comum que é a luta pelo socialismo. Há pontos que nos unificam, como a luta contra o capitalismo e contra o governo neoliberal do presidente Lula", disse Babá. Chico Alencar afirmou que a diferença entre as tendências do PSol para as que existem no PT é o respeito. "No PSol, há um caráter democrático e não caciquista, como ainda existe no PT. Há um grau de unidade muito maior. As correntes não são tão orgânicas. Aliás, devemos isso ao PT, onde descobrimos que um não pode atropelar o outro", disse Alencar. Luciana Genro considera essas diferenças do PSol "absolutamente naturais" para que o "debate político flua". "Estamos todos unidos", garantiu a deputada. (AOG)

Fotos: Lúcio Távora/Folha Imagem

OPERAÇÃO MÃOS LIMPAS PRENDE SEIS

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Polícia Federal desmantelou ontem, com a Operação Mão-de-Obra, uma quadrilha especializada em fraudar licitações em órgãos públicos nas áreas de vigilância, serviços gerais e informática. Foram presos seis acusados de envolvimento no esquema, entre os quais dois empresá- Márcio Pontes Veloso, da empresa Brasília Informática: prisão. rios e um funcionário da Alvos de prisão provisória, lhões. Só neste ano, os donos Agência Brasileira de Intelique deve durar até o final do da Conservo e da Ipanema já gência (Abin). A quadrilha, segundo a PF, inquérito, foram presos os receberam R$ 57 milhões dos é a ponta visível de um gigan- empresários Victor João Cú- cofres federais, de acordo tesco esquema de fraudes nos gola, proprietário da Conser- com dados do Sistema Inteeditais de licitação, envol- vo, José Carvalho Araújo, do- grado de Administração Fivendo o conluio de servido- no da Ipanema e Márcio Pon- nanceira (Siafi) levantados res públicos corruptos e em- tes Veloso, da Brasília Infor- pela ONG Contas Abertas. As três empresas prestam presários corruptores. O es- mática. Considerado cabeça quema é antigo e a investiga- da quadrilha, Cúgola foi pre- serviços de segurança e limção abrange contratos de três so em Belo Horizonte e será peza nos órgãos federais investigados. Também foram empresas – Conservo, Ipane- trazido a Brasília. Milhões – Pelos primeiros presos temporariamente, por ma e Brasília Informática – com o governo federal nos úl- dados levantados, o prejuízo pelo menos 10 dias, outra três pode ser superior a R$ 100 mi- pessoas suspeitas de integrar timos quatro anos.

No PSol, há um caráter democrático e não caciquista, como ainda existe no PT. Há um grau de unidade muito maior. As correntes não são tão orgânicas. Chico Alencar ( PSol-RJ)

Eymar Mascaro

Cadeira vazia

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Rede Globo de Televisão confirma que a cadeira do candidato à Presidência da República que faltar ao debate já marcado pela emissora no dia 28 de setembro, três dias antes da eleição, será exibida vazia. Além da Globo, também as tevês Bandeirantes e Record estão convidando os principais candidatos para debater. E a exemplo da Globo, também prometem exibir as cadeiras vazias de eventuais faltosos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava (ou ainda está?) em dúvida sobre sua participação, mas diante da ameaça das emissoras de exibir as cadeiras vazias, pode mudar de idéia. Lula queria fazer como Fernando Henrique Cardoso na campanha à reeleição, em 1998, que fugiu dos debates.

FOCO O comitê político que trabalha na reeleição de Lula decidiu que o candidato deve acompanhar de perto o Rio Grande do Sul - para onde já vai neste final de semana - Minas Gerais e São Paulo. Os demais Estados a serem visitados vão depender da programação a ser discutida nas próximas reuniões.

REFORÇO O tucanato espera a qualquer momento pela adesão de Itamar Franco (sem partido) à candidatura de Geraldo Alckmin, que servirá de reforço para reverter a situação em Minas, 2º maior colégio eleitoral do País, com 13 milhões de votos. As últimas pesquisas indicam que Lula está na frente de Alckmin em Minas Gerais

Cada um tem na região 30% de intenção de votos.

DISPUTA Alckmin e Lula estão dividindo os votos no Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Os três Estados são governados pelo PMDB. O ex-governador de Santa Catarina, Luiz Henrique, fechou com Alckmin, mas os governadores Roberto Requião (PR) e Germano Rigotto (RS) estão em cima do muro.

ITAMAR Paulo Duarte, da Ipanema.

o esquema: Geraldo Luiz Ferreira dos Santos, servidor da Abin, Paulo Duarte, funcionário da Ipanema, e Rosana de Souza Cardoso, da Conservo. Terceiriz ação– Anualmente, os contratos da administração federal com empresas prestadoras de serviços custam cerca de R$ 15 bilhões. O Senado, por exemplo, gastou R$ 140 milhões no ano passado só com esse tipo de serviço. (AE)

Alckmin reúne-se hoje com Itamar na tentativa de acertar seu engajamento na campanha. O expresidente ainda está magoado com Lula, pelo apoio dado a seu adversário Newton Cardoso no processo de escolha do candidato do PMDB mineiro ao Senado.

ANTI-LULA O PSDB esboça um esquema de campanha em Minas para reduzir a diferença entre Lula e Alckmin. O partido acredita na força eleitoral do governador Aécio Neves para reverter a situação. Os tucanos apostam na transferência de votos de Aécio para Alckmin.

TRIÂNGULO Minas forma com o Rio e São Paulo o chamado Triângulo das Bermudas. Os três Estados somam cerca de 50 milhões de votos ou 40% do total do eleitorado brasileiro. Além de Minas, Alckmin está em desvantagem também no Rio (11 milhões de votos).

NA FRENTE Em compensação, Alckmin está derrotando Lula no maior reduto eleitoral do País, São Paulo, com 26 milhões de votos. Segundo as últimas pesquisas, como o Datafolha, o tucano está 14 pontos percentuais na frente de Lula entre eleitores paulistas.

EMPATE Os marqueteiros de Lula e Alckmin planejam novas andanças de seus candidatos pelo Sul do País, região com cerca de 20 milhões de votos. Os dois presidenciáveis estão empatados.

NEUTRA Por enquanto, a senadora Roseana Sarney (PFL) não quer se comprometer com nenhuma candidatura presidencial. Candidata favorita ao governo do Maranhão (quatro milhões de votos) a senadora quer se manter neutra. O tucanato continua insistindo no seu apoio a Alckmin.

CONCENTRAÇÃO As principais lideranças do PSDB e PFL e partidos aliados do Nordeste confirmam participação na manifestação do dia 4 de agosto, em Recife, quando Alckmin fará a divulgação do seu projeto de governo para o Nordeste, região que congrega 33 milhões de votos.

NO ÂMAGO Candidato ao Senado pela coligação PFL-PSDBPPS-PTB, o empresário Guilherme Afif Domingos colocou o dedo na ferida ao dizer, na sabatina a que foi submetido na Folha de S. Paulo, que a oposição errou em não sugerir o impeachment de Lula em plena crise do mensalão.

QUANDO FOI Segundo Afif, o governo abriu a guarda para o encaminhamento do impeachment no dia em que o bruxo Duda Mendonça confirmou, ao depor na CPMI dos Correios, que havia recebido cerca de R$ 10 milhões da campanha de Lula em depósitos feitos pelo PT em contas bancárias localizadas em paraísos fiscais.


quinta-feira, 27 de julho de 2006

Congresso Planalto CPMI Eleições

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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CGU DIVULGA DADOS QUE COMPROMETEM O PSDB

André Dusek/AE

J.F. Diório/AE/07-09-2003

SANGUESSUGAS

OBSTÁCULOS PARA CASSAR OS ENVOLVIDOS

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Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas, que apura a fraude na venda de ambulâncias envolvendo dinheiro público, já decidiu que o prazo para o fim dos trabalhos é o dia 16 de agosto, segundo informou ontem o presidente da comissão, Carlos Biscaia (PT-RJ). Os processos de cassação dos deputados que tiverem os nomes citados pela CPMI, porém, esbarrarão em dificuldades que vão desde a quantidade de acusados e o ano eleitoral até a diversidade de partidos citados. A perspectiva de haver algum julgamento neste ano é nula. A CPMI investiga pelo menos 87 deputados, número muito maior do que o de integrantes do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, colegiado responsável pelo processo de cassação. No Conselho, são 15 titulares e 15 suplentes.

Não haverá relatores suficientes para cada processo. Além disso, são 12 legendas diferentes, o que pode facilitar acordos políticos para livrar os acusados ou certa falta de interesse em puni-los. No escândalo do "mensalão", foram 14 deputados acusados e, um ano e dois meses depois, os processos ainda não foram encerrados. Falta julgar o deputado José Janene (PP-PR). A absolvição de 11 mensaleiros e a cassação de apenas três reforçou a idéia de que houve um "acordão". Etapas – Até o processo chegar ao Conselho de Ética, no entanto, há etapas que podem atrasar ainda mais o julgamento. O relatório da CPMI é encaminhado ao presidente da Casa, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que envia os processos ao corregedor, Ciro Nogueira (PP-PI). Após análise da Corregedoria, a Mesa Diretora reúne-se para decidir sobre o envio dos processos ao Conselho.

Vamos divulgar toda a verdade e não apenas a meia verdade que só interessa a alguns. Jorge Hage, ministro da CGU

NO AMAPÁ, MAIS CASOS DE CORRUPÇÃO.

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Gabeira e Heloísa Helena, em reunião para examinar papéis da CPMI.

Os dois primeiros pedidos de cassação de acusados por envolvimento com a máfia das ambulâncias já esbarraram em questões regimentais e foram para análise preliminar do corregedor e não diretamente ao Conselho de Ética. Os deputados Nilton Capixaba (PTB-RO), segundo secretário da Mesa, e João Caldas (PL-AL), quarto secretário, terão os processos analisados por Nogueira. Outra dificuldade para o julgamento dos acusados está nos prazos dos processos. Eles são contados por sessões ordinárias realizadas e não por dias. No atual período de recesso branco dificilmente são realizadas sessões para a contagem de prazo. Mesmo que parte dos acusados não seja reeleita em outubro, apenas o retorno da metade dos acusados será suficiente para tumultuar os trabalhos do Congresso em 2007. Procedimentos adotados pela Câmara asseguram que, mesmo que o deputado acusado renuncie ao mandato para fugir da cassação, o retorno à Casa reabre o processo. CGU – O ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Jorge Hage, divulgou ontem

uma lista de prefeituras que fizeram negócios entre 2000 e 2004 com os empresários Darci Vedoin e Luiz Antônio Trevisan Vedoin, da empresa Planam. Na lista de 541 prefeituras, 128 são administradas pelo PSDB e 107 pelo PFL. Hage negou que estivesse transferindo a respondabilidade do caso para a gestão anterior. "Não se trata de jogar no colo do governo anterior. Os dados da CGU são numéricos, quantitativos, comprovados. Vamos divulgar toda a verdade e não apenas o que só interessa a alguns." (Agências)

arci Vedoin, um dos donos da empresa Planam, era sócio no Amapá de uma prestadora de serviços na área de limpeza e conservação hospitalar: a Amapá Comércio e Serviços, cujo dono é Érik Janson Sobrinho de Lucena, preso nas operações Pororoca – que desbaratou uma quadrilha que fraudava licitações de obras – e Sanguessuga. Quando foi preso na "Operação Pororoca", em 2004, Érik Lucena era também assessor parlamentar do deputado Benedito Dias (PPAP), responsável por emendas para a construção do Hospital do Câncer em Macapá e envolvido no escândalo da compra de ambulâncias. O Governo do Amapá é um dos clientes da Planam. Só em julho de 2004 a Secretaria de Saúde comprou equipamentos no valor de R$ 3,640 milhões.

QUINTAL SAI DO CONSELHO

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itado no depoimento do empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin à Justiça Federal do Mato Grosso, o deputado Josias Quintal (PSBRJ) rebateu em nota as afirmações do dono da Planam de que o parlamentar teria sido beneficiado pelo esquema de venda superfaturada de ambulâncias e renunciou ontem à sua vaga no Conselho de Ética. No Conselho, ele foi relator

de dois casos e recomendou a cassação do mandato do deputado Romeu Queiroz (PTB-MG). Seu relatório foi aprovado no Conselho, mas Queiroz foi absolvido pelo plenário da Câmara. Em nota, Josias Quintal disse que a citação de seu nome na relação da CPMI dos Sanguessugas trouxe a ele "enorme desgaste moral e prejuízo eleitoral". Ele nega qualquer envolvimento no escândalo. (AOG)

Kapaz, acusado por Vedoin.

KAPAZ DEIXA ETCO APÓS DENÚNCIA

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ex-deputado Emerson Kapaz pediu licença da presidência do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco), onde estava no comando desde a criação, em 2003. Ele foi apontado como um dos exparlamentares envolvidos no esquema dos sanguessugas. Comunicado do Etco diz que ele se afastou para poder se dedicar exclusivamente a esclarecer os fatos. O nome do ex-deputado pelo PPS foi citado por Luiz Antônio Vedoin, um dos sócios da Planam, no depoimento prestado à Justiça Federal. Segundo Vedoin, Kapaz teria apresentado emendas ao Orçamento no valor de R$ 1,6 milhão para a compra de ambulâncias em 10 municípios e pedia em troca 10% do valor do negócio.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 27 de julho de 2006

ESPECIAL - 3

Fotos: Marcelo Mim/AFG

O cliente determina, a logística se encarrega do resto A logística permite, por exemplo, que o cliente receba o telefone móvel, entregue a documentação e assine o contrato sem sair de casa. E o serviço é sofisticado: coleta pedido pela internet, separa, embala, distribui e entrega

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evolução da logística e da distribuição de pequenas entregas e encomendas teve início no final dos anos 80 e ocorreu para ser um diferencial competitivo para as empresas. O setor de logística no Brasil atingiu um volume de quase R$ 17 bilhões em 2004, conforme dados do CEL (Centro de Estudos de Logística), ligado à UFRJ. A partir dessa evolução, o serviço de entrega passou a ser adaptado de acordo com a necessidade do cliente.

Depósitos e carregamentos na Metropolitan e na UPS: sofisticados, os serviços de entrega também podem ser adaptados de acordo com o cliente

Atualmente, por exemplo, é possível receber em casa o telefone móvel, entregar a documentação, assinar o contrato e usar esse telefone sem precisar ir até a operadora. Para ilustrar como isso de fato funciona no dia-a-dia das pessoas, dos cerca de 92 milhões de celulares do País, a Metropolitan Logística entregou 37,6 milhões de unidades na casa dos usuários, ou seja, mais de 40% dos celulares em operação no Brasil passaram por uma empresa de entrega. A Metropolitan faz entregas para as operadoras Claro, TIM e BrT GSM. Tudo isso é possível porque a logística envolvida nesse processo é sofisticada: coleta o pedido pela internet, separa, embala, distribui e entrega, tudo com base na tecnologia da informação. E foi o desenvolvimento tecnológico que permitiu o

que reúne empresas acompanhamento em relacionadas com logística tempo real das tecnologia de necessidades do cliente. movimentação, A personalização da entrega segue um princípio armazenagem e transporte: Denise Adams/AFG básico em economia, o da escala: “Quando maior a carga, menor será o custo unitário”. E o custo unitário será mais barato se transportado em veículos leves como uma van ou motocicleta. “O que Eduardo Banzato, do Imam viabiliza esse custo mais barato e deslocamento “Assim, as empresas mais rápido é o serviço de começaram a perceber que entrega”, afirma o entre o custo de logística presidente do Instituto transporte, armazenagem e Imam, Eduardo Banzato. O distribuição -, e manter instituto é uma associação estoque ou receber

mercadorias a mais tinha um custo maior e passaram a trabalhar com estoques menores”.

armazenagem. A logística é tão complexa que na Metropolitan há uma torre de controle de todos esses componentes para

Marcelo Mim/AFG Escala Com isso, os players do setor, como DHL, Metropolitan, UPS, FedEX e Correios, ganharam escala para operar plenamente no setor. Atualmente, essas empresas estão integradas com os Magalhães Rocha, da Metropolitan fornecedores e participam, efetivamente, da gestão da contornar qualquer cadeia de suprimentos ocorrência com as entregas. (supply chain management) Segundo Magalhães, de seus clientes. Em geral, somente no ano passado a essas empresas têm centros empresa entregou 17 de distribuição próprios e, milhões de itens, dos mais como trabalham com variados produtos. A grandes volumes, ganham Metropolitan tem uma frota no custo unitário/escala. de 110 veículos para atender Banzato, do Imam, diz que, São Paulo diariamente. E apesar de extremamente não é apenas isso. Há três competitivas, essas pontos importantes, diz empresas não matarão as Magalhães: a segurança da pequenas prestadoras de carga (gerenciamento do serviços de entrega: “As risco); o trânsito (a média de pequenas atuam em entrega em São Paulo é de espaços especializados e 16 Km/h); e a roteirização, sempre haverá nichos que em que as entregas variam não trabalharão ou não de 3 a 15/dia. interessarão às grandes”. Todo esse processo de Cargas evolução tenderá a um Magalhães diz que há maior fracionamento de dois conceitos para cargas: cargas ainda, acredita expressas, que são Banzato, com o aumento da encomendas com horários freqüência de entregas até determinados (como o chegar ao “same day Sedex), e as via couriers delivery”, ou entrega no (empresas como UPS, DHL, mesmo dia do pedido. Metropolitan). Com a Para tornar viável essa sofisticação da logística, os tendência, as empresas serviços de entrega também investem em tecnologia e podem ser adaptados de em serviços de valor acordo com o cliente, ou agregado. O diretor seja, é um valor agregado à comercial da Metropolitan entrega. Nessa situação, o Logística, José Magalhães operador logístico cuida de Rocha, afirma que as todo o ciclo do produto: da empresas têm de investir armazenagem da carga à 4% do faturamento anual entrega no domicílio do em tecnologia da consumidor, com informação. E também em possibilidade de remarcar a gerenciamento de risco, entrega se o morador não rastreamento e sistemas de for encontrado. gerenciamento de (SD)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.ESPECIAL

quinta-feira, 27 de julho de 2006

Filme, flor, geladeira, pizza, tudo. É o delivery Depois de alimentação, as farmácias ocupam o segundo lugar na lista dos mais pedidos. Mas quase tudo se pode receber em casa, como geladeira e computador. E agora tem também o Pipoca Online, que aluga filmes pela internet

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Marcelo Min/AFG

ue a entrega de pizza, comida chinesa e italiana em casa é um sucesso, todo mundo já sabe, ou experimentou por si mesmo. A novidade é que agora qualquer coisa pode ser entregue em casa. De filmes a geladeiras, a lista é quase interminável. O delivery nasceu para atender o consumo de bens não-duráveis, principalmente comida. Mas, ao longo do tempo, a cultura de pedir pelo telefone ou internet e receber em casa disseminou-se, ainda mais nas regiões de grande concentração urbana. Agora, produtos duráveis como eletrônicos e da linha branca (geladeira e fogão) estão ao alcance de um clique e, um dia depois, em casa. “O delivery nasceu como um serviço diferencial. Os produtos são todos iguais; logo, o serviço tinha de ser diferente. Assim nasceram os primeiros serviços de delivery e expandiram-se para além dos não-duráveis. As farmácias, por exemplo, respondem pelo segundo lugar na lista dos mais pedidos via delivery”, afirma o coordenador de pesquisa Luiz Paulo Lopes Fávero, do Provar (Programa de Administração de Varejo), da Fundação Instituto da Administração. O Provar fez uma pesquisa há algum tempo em que constatou que a comida era o item mais solicitado para entrega a domicílio, com 96% das citações, seguida pelos remédios, com 39%, e pelos livros, com 31%. Fávero diz que, apesar de a pesquisa não ser tão recente, essa proporção continua válida, só que acrescida de produtos de maior valor como televisores, computadores, geladeiras e fogões.

Consumo Ainda de acordo com levantamento do Provar para a expectativa de consumo pela internet, no primeiro trimestre deste ano cerca de 56,7% das pessoas declararam que tinham a intenção de adquirir livros, CDs e DVDs (filmes). Em seguida, vinham artigos eletroeletrônicos, com 36,7% das intenções de compra. A linha branca, que inclui geladeira e

O delivery é uma prestação de serviço diferenciado, mas também deixa o varejista suscetível à cópia pelos concorrentes

fogão, tinha 12,3% das manifestações quanto ao desejo de aquisição. “O delivery é uma prestação de serviço diferenciado, mas também deixa o varejista suscetível à cópia pelos concorrentes. É um instrumento que deve ser adequado ao públicoalvo, segundo a localidade geográfica e hábitos de comportamento do usuário”, afirma Fávero. O consumidor de uma determinada região pode preferir ir à loja pessoalmente e, nesse caso, o delivery não funciona como diferencial. Com base no desejo do consumidor de fazer e receber suas encomendas confortavelmente em casa, em 1998 o empresário Eduardo Casarini criou o Flores Online, que entrega flores, arranjos, bebidas, perfumes e doces em todo o Brasil. Constatado o sucesso do modelo - o Flores deve faturar R$ 10 milhões este ano -, Casarini criou o Pipoca Online, que aluga filmes em DVD pela internet. A princípio, o serviço está disponível apenas para a Grande São Paulo, mas deve ser expandido para outras capitais. O diferencial em relação ao mercado convencional, além de oferecer o serviço de delivery, é que como a locação tem um prazo, o DVD será retirado pelo Pipoca Online no dia certo da entrega, o que evitará multa por não-devolução. Segundo o Pipoca Online, nos Estados Unidos 13% do faturamento da Blockbuster são gerados pelas multas de não-devolução. A logística será feita por um operador terceirizado e os pedidos feitos até as 18 horas serão entregues no dia seguinte. O problema é que o serviço de delivery, de tão usual, ficou banal. Hoje, todo mundo oferece. E aí entra o que o coordenador do Provar chama de a 3ª etapa, o atendimento, que é um diferencial bem menos suscetível à cópia. Fávero explica que, nesse tipo de atendimento, o vendedor também é usuário e conhecedor do produto. Por exemplo, se vende livros, é leitor. Se vende CDs, conhece música. Esse, sim, segundo Fávero, é um diferencial competitivo que faz a diferença. (SD)


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quinta-feira, 27 de julho de 2006

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EXPORTADOR PODE DEIXAR ATÉ 30% DAS RECEITAS NO EXTERIOR

Jamil Bittar/Reuters

Existe um arcabouço de problemas pendentes que estão sendo resolvidos. Henrique Meirelles, presidente do BC

Essa é a principal medida do pacote cambial anunciado ontem pelo governo

N

a tentativa de atender ao setor exportador, que se queixa do baixo valor do dólar ante o real, o governo anunciou ontem um pacote de medidas que alteram a legislação cambial. Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o pacote deve reduzir em quase US$ 20 bilhões a entrada de dólares no País. A medida mais importante é a autorização para que parte dos dólares obtidos com as exportações fique no exterior, para pagar obrigações em moeda estrangeira. Hoje, tudo tem de ser trazido para o Brasil em até 210 dias, convertido em reais e depois reconvertido em dólares, se a empresa tiver algum compromisso a pagar lá fora. Nesse vaivém, o empresário paga taxas e recolhe a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). O fim da obrigatoriedade de trazer todos os dólares para o Brasil (a chamada "cobertura cambial") é uma medida que simplifica, corta custos e desonera o setor exportador. O governo abrirá mão de cerca de R$ 200 milhões em CPMF. O Conselho Monetário Nacional (CMN) estabelecerá um percentual de quanto o exportador poderá deixar no exterior. Mantega antecipou que, inicialmente, esse montante será de 30% do valor exportado. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, um dos entusiastas do pa-

Mantega (esq.), com Meirelles (dir.), durante o anúncio: medidas para atenuar a desvalorização do dólar.

Empresários aprovam omo já era de se esperar, os setores exportadores aprovaram o pacote de modernização da legislação cambial anunciado ontem pelo Ministério da Fazenda, principalmente por significar diminuição de custos. Já analistas de mercado viram poucas chances de as medidas influenciarem a valorização do dólar, uma das intenções do governo. O diretor financeiro da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), Fábio Barbosa, afirmou que o tom do pacote é positivo e mostra que o tema está avançando na direção correta. "Trata-se de uma revisão necessária de uma legislação que foi concebida para um período muito diferente, quando havia uma série de controles de câmbio e um grau diferente de integração do mercado, além de internacionalização menor da economia", analisou o diretor da Vale, uma das maiores exportadoras do País. Barbosa disse que ainda é cedo para calcular a redução de custos que as medidas anunciadas trarão para a empresa. Em 2005, entre 70% e

C cote, defende uma ampliação desse percentual, para o nível entre 50% e 60% das receitas. Assim, se a projeção da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) de exportações ao longo de 2006 de US$ 127,2 bilhões se concretizasse e o pacote estivesse valendo desde o início do ano, os exportadores brasileiros poderiam deixar no exterior cerca de US$ 38 bilhões. "A medida não é para enfraquecer o real. É para atenuar a valorização da moeda", afirmou Mantega. O CMN terá o poder de elevar ou reduzir a liberdade para o exportador manter seu dinheiro no exterior. "No futuro, diante de situação crítica, o CMN pode até suspender a medida." Impacto — Alertado para o fato de que o dólar estava em queda durante o anúncio do

pacote, Mantega comentou que o impacto das medidas só será visto em cerca de 15 a 20 dias. Por enquanto, o pacote foi só anunciado, mas nem está no papel. Os técnicos elaboram uma Medida Provisória (MP) que o regulará. Depois, o CMN ainda precisará baixar uma série de resoluções para que o pacote chegue à praça. Outra medida é a permissão para que as empresas registrem no Banco Central (BC) os investimentos estrangeiros já contabilizados até 2004 em seus balanços. O presidente do BC, Henrique Meirelles, afirmou que os recursos são regulares, mas ficaram sem registro por decisão do próprio BC. "Existe um arcabouço de problemas pendentes que estão sendo resolvidos", informou Meirelles. (AE)

80% da receita vieram das exportações, patamar que deverá ser mantido neste ano. Economia – A Suzano, outra grande exportadora, também não consegue estimar por enquanto a economia que terá deixando fora do País até 30% de suas receitas com vendas externas. O vice-presidente da Suzano Holding, João Nogueira Batista, disse que o pacote deve melhorar a posição de capital de giro da companhia no exterior. As exportações são cerca de 50% da receita da Suzano Celulose e Papel, ou US$ 500 milhões. Apesar de considerar as medidas positivas, ele disse que a decisão do governo não deve ter impacto significativo sobre a cotação do dólar. "O problema do câmbio só será resolvido quando tivermos taxas de juros menores." A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) considerou "bem-vindo" o pacote. Na avaliação do presidente da entidade, Newton de Mello, as medidas podem diminuir o fluxo de entrada de moeda estrangeira, contribuindo para revalorizar o dó-

lar. "Nos patamares em que está a taxa de câmbio, há perda dramática de competitividade dos produtos brasileiros, industriais ou agrícolas, tanto no mercado externo quanto no próprio mercado interno", afirmou Mello. Pacote fraco — O pacote foi classificado como fraco pelos analistas de instituições financeiras baseadas em Nova York. Eles advertiram que as medidas podem adicionar volatilidade ao mercado de câmbio brasileiro em caso de novo recrudescimento da turbulência internacional que recentemente prejudicou países emergentes. Para Michael Hood, do Barclays Capital, o pacote traz modernização, facilitando a vida do exportador, mas não mexe significativamente com o câmbio. "Nesse sentido, é um não-evento." Os analistas usaram um exemplo prático para comprovar a pouca influência do pacote sobre o mercado de câmbio: contrariando a expectativa do governo, o dólar comercial no Brasil teve mais uma rodada de desvalorização na sessão de ontem. (AE)

Briga terminou empatada Free shops vão aceitar reais

erminou em empate a batalha que atrasou por semanas o pacote cambial. Depois de muito insistir que não aceitaria perda de arrecadação em decorrência do pacote, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, recuou e abriu mão de cerca de R$ 200 milhões em Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). O dinheiro seria cobrado sobre os dólares que ficarão no exterior. Ponto para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Porém, os exportadores poderão deixar lá fora apenas 30% de suas receitas em moeda es-

T

trangeira, e não 50% como defendiam o Desenvolvimento e o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Júlio Sérgio Gomes de Almeida. Ponto para a Receita. Compensação — O principal padrinho do pacote foi o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan. Por causa das medidas, ele chegou a entrar em choque com a Fazenda. Para ele, a preocupação com a CPMF era infundada, pois qualquer perda tributária seria mais do que compensada pelo aumento das exportações decorrente do pacote. Até a noite de terça-feira o governo ainda discutia o per-

centual de recursos que os exportadores poderiam deixar no exterior e uma forma de compensar a CPMF que deixará de ser arrecadada. Técnicos do Desenvolvimento, por exemplo, apostavam que esse montante seria de 50%, em vez dos 30% anunciados ontem. Esperavam, no entanto, que o governo cobraria CPMF dos recursos deixados no exterior – para não perder arrecadação, o governo chegou a pensar em uma cobrança "virtual", sobre o dinheiro que não passaria pelo mercado brasileiro. A idéia foi abandonada provavelmente para evitar contestação judicial da medida. (AE)

ão foram somente os exportadores os beneficiados com o pacote cambial. A partir de agora, os turistas poderão pagar as compras nos free shops dos aeroportos e portos do Brasil em reais. Hoje, essas compras só podem ser feitas em moeda estrangeira. A medida não terá impacto na taxa de câmbio, mas o governo quis facilitar a vida do viajante brasileiro. "É um ato de valorização do real. Não tem impacto cambial", afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega. De acordo com ele, é "inconcebível" que a moeda

N

nacional não seja aceita nas lojas de acesso restrito a passageiros em viagem internacional instaladas em território brasileiro. O ministro não soube informar se o turista poderá pagar as compras em reais

com cartão de crédito. Diante de uma pergunta sobre esse detalhe do pacote, Mantega ficou surpreso: "Não pensei sobre isso. Isso é para vocês verem como é difícil pensar em uma medida provisória desse tipo", destacou. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.TURISMO

quinta-feira, 27 de julho de 2006

Este é o nome dado às ilhotas que circundam a ilha principal de Cuba. Cayo Coco, um dos destinos preferidos entre os viajantes, e sua vizinha Cayo Guillermo possuem resorts de primeira e convidam à prática snorkel e mergulho entre vastas flora e fauna marinhas Fotos: Luiz Guedes Jr.

Mordomia: unidos por uma ponte de 17 km, Cayo Coco (à esq.) e Cayo Guillermo (à dir.) possuem resorts das mesmas bandeiras, com serviço de ônibus que permite ao hóspede escolher onde quer passar o dia

‘Cayos’ cubanos: destino de sol e mar Por Luiz Guedes Jr.

C

uba! A ensolarada ilha comandada pelo ditador Fidel Castro. Símbolo de resistência do sistema socialista. Terra do rum e do tabaco. Famosa pelas vitórias nos esportes e pelas conquistas na área da medicina... São tantos os fatores históricos, políticos e culturais relacionados a este controvertido país, que, ao o escolhermos como destino turístico, muitas vezes acabamos nos esquecendo de que o território cubano também está localizado em pleno Mar do Caribe – região famosa por abrigar algumas das mais belas praias do planeta. Ao todo, Cuba oferece 5,7 mil quilômetros de faixa litorânea e quem viaja pensando em aproveitar sol e mar já tem destino certo: os "cayos". Os cubanos definem a maior ilha do arquipélago como um "jacaré" emerso nas cristalinas águas caribenhas. A sua volta, estão a p ro x i m a d a m e n t e o u t r a s 1.600 ilhotas, às quais eles chamam de cayos. Boa parte dessas ilhas menores oferece excelente rede hoteleira, 68% dela formada por resorts nas categorias de quatro e cinco estrelas, com sistema allinclusive (tudo incluído na diária – refeições, bebidas, atividades...) e menos de uma dé-

O passeio de um dia em Cayo Blanco, próximo a Varadero, inclui belas praias, mergulho, almoço e show de golfinhos

cada de funcionamento. Desde a revolução cubana, em 1959, até o início da década de 1990, as portas do país estiveram fechadas para o turismo. A implementação do regime socialista também impossibilitou o povo cubano de viajar, mesmo dentro da ilha. Isso tudo manteve os cayos livres de qualquer turismo predatório. E são as belezas naturais, incrivelmente preservadas, que hoje despertam o interesse de visitantes de todas as partes do mundo. Vida marinha – É possível encontrar vasta vida marinha – inclusive enormes tartarugas – durante caminhadas pelas intactas praias de Cayo Coco, um dos destinos preferidos entre os viajantes. Além disso, fica impossível não se encantar com o mar de águas mornas e diferen-

Sol Club Cayo Guilhermo, um dos vários resorts da ilha com sistema all-inclusive e infra-estrutura completa

Presidente em exercício Chefe de reportagem Alencar Burti Arthur Rosa Presidente licenciado Editor de Fotografia Guilherme Afif Domingos Masao Goto Diretor de Redação Editor de Arte Moisés Rabinovici José Coelho Editor-Chefe Diagramação José Guilherme Rodrigues Ferreira Djinani S. de Lima Editora Ilustração Antonella Salem Jair Soares antonellasalem@uol.com.br Gerente Comercial Sub-editora Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Lygia Rebello Impressão Diário de S. Paulo lygiarebello@uol.com.br www.dcomercio.com.br

tes nuances de verdes e azuis. O avião que leva a Cayo Coco parte da capital Havana, em vôo de uma hora. O local, batizado pelos colonizadores como Jardines del Rey, é totalmente selvagem: não há cidade ou presença de moradores cubanos (os poucos lá presentes são funcionários dos hotéis). Por isso todos os resorts funcionam no esquema all-inclusive. Sem atividade urbana, a ordem é relaxar e aproveitar ao máximo os 22 km de praias com areias finas e rica fauna e flora marinhas, cenário ideal

para nadar com snorkel ou praticar mergulho. No mar, há opções de outras atividades, como windsurfe, passeios de pedalinho, caiaque, catamarã ou barcos com fundo de vidro, para apreciar melhor a colorida vida submersa. Mulheres mais desinibidas podem aproveitar: a presença maciça de europeus faz do topless prática comum, até mesmo nas piscinas dos hotéis. Estrada de pedra – Embora todos os cayos ofereçam praticamente a mesma infra-estrutura hoteleira e excelente

culinária, com direito a camarões frescos e lagostas de proporções generosas, vale a pena visitar mais de um deles. Isso porque cada local oferece cenário natural e opções de lazer próprios. Com apenas 13 quilômetros quadrados de área, dos quais cinco são tomados por praias de largas faixas de areia fofa, Cayo Guillermo é outro destino bastante procurado. O local é vizinho a Cayo Coco, sendo que ambos estão conectados por uma estrada de pedra sobre o mar com 17

quilômetros de extensão. Como a maioria das bandeiras hoteleiras possui filiais tanto em Cayo Coco como em Cayo Guillermo, há um serviço de ônibus que permite aos hóspedes escolherem onde querem passar o dia ensolarado, sem abrir mão das regalias do sistema all- inclusive. Pelo dia – Há ainda passeios a partir de Havana para quem deseja visitar os cayos por apenas um dia. Os vôos saem diariamente às 7h da capital e o pacote inclui visita às praias, com tempo para mergulho e parada para almoço. O retorno à capital cubana é no fim do dia. Outro programa imperdível é o de veleiro catamarã saindo de Varadero rumo a Cayo Blanco. A ilha é muito pequena e não dispõe de rede hoteleira ou área residencial. Mas oferece cenário paradisíaco e uma das mais belas praias caribenhas. A viagem dura o dia todo e inclui almoço, serviço de open bar, mergulho com snorkel numa barreira coralina em alto-mar e show de golfinhos.

RAIO X COMO CHEGAR A melhor forma de viajar a Cuba a partir de São Paulo é com a Copa Airlines (tel. 11/ 31386200, site www.copaair.com). O bilhete ida-e-volta, com conexão na Cidade do Panamá, custa a partir de US$ 989. De Havana para Cayo Blanco e a outros cayos, deve-se contatar as duas únicas agências de turismo do governo cubano, a Cubatur e a Havanatur (www.cubatur.cu e www.havanatur.cu). Ambas têm loja em todos os hotéis e ruas das cidades e vendem exatamente o mesmo pacote pelo mesmo preço. ONDE DORMIR CAYO COCO Meliá Cayo Coco: Jardines Del Rey, Cayo Coco, Ciego de Ávila, tel. (5333) 30-1180, www.solmeliacuba.com. Neste cinco-estrelas, quartos com arcondicionado, frigobar, cofre, telefone e TV. Oferece cinco restaurantes, quatro bares, quadra de tênis, piscina, fitness center e diversas atividades náuticas. Diária para casal a partir de 160 euros no sistema all inclusive. Sol Club Cayo Coco: Jardines Del Rey, Cayo Coco, Ciego de Ávila, tel. (5333) 30-1280, www.solmeliacuba.com. Opção quatro-estrelas nos mesmos moldes do Meliá, também com infra-estrutura completa de resort e facilidades como minigolfe e fitness center. Diária para casal a partir de 120 euros no sistema all inclusive. CAYO GUILLERMO Meliá Cayo Guillermo: Jardines Del Rey, Cayo Guillermo, Ciego de Ávila, tel. (5333) 30-1680, www.solmeliacuba.com. Neste cinco-estrelas, a mesma estrutura encontrada em Cayo Coco, com quartos com arcondicionado, frigobar, cofre, telefone e TV e facilidades de resort. Diária para casal a partir de 156 euros, também no sistema all inclusive. Sol Club Cayo Guillermo: Jardines Del Rey, Cayo Guillermo, Ciego de Ávil, tel. (5333) 301780, www.solmeliacuba.com. Quatro-estrelas nos moldes do hotel da marca em Cayo Coco. Diária para casal a partir de 120 euros no sistema all inclusive. PRAIAS DO LESTE

Hotel Gran Caribe Villa los Pinos: Avenida de las Terrazas, Praia de Santa Mária, Havana, tel. (537) 97-1361. O cinco-estrelas fica quase na areia, a 20 minutos do centro de Havana. Na infraestrutura, fitness center, bar, cafeteria, churrasqueira, restaurante, esportes náuticos, sauna, quadra de tênis e piscina. Diária para casal custa a partir de 120 euros. HAVANA Nacional de Cuba: 0, esquina com 21, tel. (537) 873-3564, www.hotelnacionaldecuba.com. O hotel mais tradicional de Cuba (cinco-estrelas) oferece quartos com ar-condicionado, cofre, frigobar, telefone , TV e piscina. Tem dois restaurantes e abriga o badalado Cabaret Parisiense. Diária para casal a partir de 170 euros, com café da manhã. Habana Libre: L, entre 23 e 25, tel. (537)33-4011. Antes da revolução, chamava-se Habana Hilton. Foi tomado pelo grupo de Fidel e serviu de QG dos revolucionários. Hoje, quartos antigos, mas conservados, além de três restaurantes, lanchonete e bar. Diárias para casal a partir de 80 euros com café da manhã. Meliá Habana: 3ª Avenida, entre 76 e 80, tel. (537) 204-8500, www.solmeliacuba.com. Um cinco-estrelas supermoderno, com quartos bem-equipados, três restaurantes, bar e piscina. Diárias para casal a partir de 144 euros com café da manhã. ONDE COMER E BEBER La Bodeguita del Medio: Empedrado, 206, tel. (53-7) 68-

8442. Comida cubana e o mais famoso mojito de Cuba. La Floridita: Obispo, 557, tel. (537) 863-1111. Mariscos e peixes, além do tradicional daiquiri. Um dos bares preferidos do escritor Ernest Hemingway. Café del Oriente: Calle de los Ofícios, 112, tel. (537) 66-6686. Cozinha internacional. Sorveteria Coppelia: La Rampa (calle 23), com L. A mais tradicional sorveteria de Cuba. Filas enormes de cubanos são freqüentes diariamente. Turistas não enfrentam filas, mas pagam bem mais caro. ONDE AGITAR HAVANA La Zorra y el Cuervo: 23, entre N e O, tel. (537) 66-2402. Show de jazz latino com congas, piano, trompetes e contra-baixo. Diariamente das 21h às 4h. Jazz Café: 1ª Avenida, Paseo Galerias Paseo, 2º piso, tel. (537) 55-3302. Show de jazz e blues. Diariamente das 12h às 3h. Turquino: Hotel Habana Libre, L, entre 23 e 25, tel. (53-7) 55-4011. Discoteca bastante freqüentada por turistas. Música variada. Diariamente das 22h às 4h. FAÇA AS MALAS Pacotes: programas completos para Cuba, incluindo a passagem aérea,

podem ser adquiridos na Sol y Son (tel. 11/3258-3944), Flot (tel. 11/3255-6044, www.flot.com.br), Agaxtur (tel.11/3067-0900, www.agaxtur.com.br) e Sanchat Tour (tel. 11/3259-6466, www.sanchattour.com.br). Quando ir: Cuba tem clima tropical e o calor predomina o ano todo. A temperatura média é de 26ºC. Evite apenas os meses de setembro e outubro, épocas de tempestades e furacões na região do Caribe. Moeda: a oficial é o peso cubano, mas todos os serviços e estabelecimentos disponíveis a turistas aceitam apenas o chamado "peso convertible", que vale mais do que o dólar americano e quase tanto quanto o euro. Essa moeda só vale em Cuba. Portanto, não volte para o Brasil com notas de "convertibles". Fuso: duas horas a menos em relação ao horário de Brasília. Segurança: ao lado do Canadá, Cuba é o país com menor índice de criminalidade nas Américas. Evite apenas acompanhar pessoas estranhas ou conhecidas durante a viagem a locais sem movimentação. Este é o golpe mais comum para assaltar turistas. Uma simples palavra de negação é suficiente para afastar suspeitos. Passaporte e visto: é obrigatório passaporte com seis meses de validade e visto de entrada. Mais informações nas principais agências de viagens ou diretamente no Consulado Geral de Cuba em São Paulo; Rua Cardoso de Almeida, 2.115, Perdizes, tel. (11) 3873-4537. Taxas: para retornar ao Brasil, brasileiros pagam taxa de 25 pesos no aeroporto de Havana.

Coco-táxi: meio de transporte


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quinta-feira, 27 de julho de 2006

Prato francês ou alemão? Escolha e receba em casa

ESPECIAL - 5

Fotos: WValente/AFG

Serviço de entrega de comida em casa é o mais procurado. O Disk Cook, por exemplo, terceiriza o atendimento e a entrega para 50 restaurantes de São Paulo, dos mais diversos tipos de comida: alemã, francesa, árabe, japonesa

O

paulistano ado- produto não for entregue no ra receber comi- prazo combinado, o cliente não da em casa. Cer- paga. O delivery faz tanto suca de 96% das cesso que mesmo nomes tradipessoas que usa- cionais da cozinha paulistana tiveram de investir ram nesse serviço. Asserviços de delivesim, casas nobres ry por telefone ou como o português pela internet o fizeAntiquarius e os ram para pedir coitalianos Quattrimida, segundo leno e Pasta e Vino vantamento do também atendem Provar (Programa a domicílio. de Administração Cardápio de Varejo) da FunO Disk Cook é dação Instituto da um serviço que Administração. O terceiriza o atenserviço de delivery Patrick Sigrist: dimento e a entreé altamente disse25 mil entregas/mês ga para 50 restauminado na região rantes de São Paumetropolitana e lo, dos mais diversos tipos de atende todo tipo de público. Em média, o tempo de entre- comida: alemã, francesa, áraga de uma pizza é de 30 a 40 mi- be, japonesa. É um verdadeiro nutos. Muitos estabelecimentos cardápio da cozinha internaimpõem metas de tempo: se o cional, cujos pratos podem ser

Disk Cook terceiriza o atendimento e a entrega para 50 restaurantes de São Paulo, dos mais diversos tipos de comida

escolhidos no conforto da sala. O serviço também atua no Rio de Janeiro. O sócio-diretor da Disk Cook, Patrick Sigrist, diz que são feitas, em média, 25 mil entregas/mês em São Paulo. Esse volume inclui as pizzas da rede norte-americana Pizza Hut, que está entre os clientes da

empresa. Para atender a demanda, o Disk Cook tem uma frota de 45 motoboys, que trabalham em regime de cooperativa. “Um sistema de controle gerencia os pedidos feitos pelo call center e pela internet”, diz Sigrist. Esse sistema verifica o motoboy que está mais próximo do restaurante cujo prato

foi solicitado e o contato é feito via rádio. “Esse modelo é teoricamente mais lógico porque o restaurante teria de manter um número ‘X’ de motoboys disponíveis, e nem sempre tem como garantir a qualidade nos horários de pico - uma hora e meia no almoço e entre duas e três no

jantar”, afirma o diretor. Para fazer parte do delivery do Disk Cook, basta o restaurante contratar o serviço e pagar uma comissão sobre as vendas. O controle e gerenciamento do cliente, da operação e da logística são de responsabilidade do serviço contratado. (SD)


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2 -.ECONOMIA/LEGAIS

quinta-feira, 27 de julho de 2006

VALOR DO PRIMEIRO SEMESTRE EMPATA COM O DE TODO O ANO PASSADO

COMUNICADOS

EMISSÕES SOMAM R$ 69 BI

A

s ofertas públicas registradas no mercado doméstico de títulos no primeiro semestre deste ano já alcançaram o valor de todo o ano passado, segundo dados da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid) divulgados ontem. Levando em conta as ofertas registradas até julho e as que estão em análise, o valor chega a R$ 68,9 bilhões, igual ao do ano passado inteiro.

A entidade informou que o destaque são as operações de renda variável e a previsão é que as ofertas continuem aumentando nos próximos meses. Já as emissões no mercado externo estão mais fracas que no ano passado, devido, entre outras coisas, à valorização do real ante o dólar. Mercado ativo — O vicepresidente da Anbid, Luiz Fernando Resende, afirmou que o mercado está ativo e descartou

a possibilidade de as operações terem se concentrado no início do ano em razão de eventuais turbulências geradas pela eleição presidencial em outubro. "Desde 2005, com as CPIs, o mercado consegue separar a parte política da econômica", disse Resende. O volume de ofertas de renda variável totalizou R$ 17,285 bilhões no acumulado do ano, acima dos R$ 14,14 bilhões em 2005. As ofertas de renda fixa

totalizaram R$ 51,49 bilhões, pouco abaixo dos R$ 54,85 bilhões do ano passado. Resende estimou que as ofertas de renda fixa no segundo semestre subirão entre 20% e 30% em relação ao primeiro. A emissão de debêntures foi destinada principalmente a capital de giro da dívida das empresas. Outros objetivos foram o alongamento de dívidas e a aquisição de participações societárias. (Reuters)

COMUNICADOS

BALANÇO

Multigrain Comércio, Exportação e Importação S.A.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Reforma de Prédio(s) Escolar(es): TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – ÁREA PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/1732/06/02 - EE Chb Águia de Haia I – Rua Borja de Castro, 231 - Cidade A.E. Carvalho - São Miguel Paulista - São Paulo/ SP – 90 - 1.997,86 m² R$ 60.987,00 - R$ 6.098,00 – 09:30 – 15/08/2006. 05/1733/06/02 - EE Faz Carmo III – Rua Dois, s/nº - Chb Faz do Carmo - Guaianazes - São Paulo/SP – 90 - 1.997,86 m² R$ 61.311,00 - R$ 6.131,00 – 10:30 – 15/08/2006. 05/1734/06/02 - EE Inocoop II – Rua Elias Dabarian (Esq. c/Rua Carlos Drumond de Andrade), s/nº - Residencial Cumbica - Guarulhos/SP – 90 - 1.997,86 m² R$ 60.486,00 - R$ 6.048,00 – 14:00 – 15/08/2006. 05/1735/06/02 - EE Res São José – Rua Lucia Craveiro Bressan, s/nº - Res. São José - Campinas/SP – 90 - 1.997,86 m² R$ 60.987,00 - R$ 6.098,00 – 15:00 – 15/08/2006. 05/1736/06/02 - EE Parque Mikail – Rua José Lázaro de Almeida Campos, s/nº - Queiroz de Moraes - Guarulhos/SP – 90 - 1.867,36 m² R$ 60.674,00 - R$ 6.067,00 – 16:00 – 15/08/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 28/07/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 14/08/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo

Companhia Fechada CNPJ nº 02.250.783/0001-97 Ativo Circulante Caixa e bancos Aplicações financeiras Contas a receber Estoques Adiantamentos a fornecedores Partes relacionadas Impostos a recuperar Despesas antecipadas e outras contas a receber Realizável a Longo Prazo Partes relacionadas Outras contas a receber Ativo Permanente Investimentos Imobilizado Diferido

Balanço Patrimonial Levantado em 31 de Dezembro de 2005 e 2004 (Em milhares de reais) Passivo Notas 2005 2004 Circulante Empréstimos bancários 6.938 3.237 Fornecedores 5.591 15.071 Partes relacionadas 4 24.114 12.726 Obrigações sociais 5 38.610 24.111 Imposto de renda e contribuição social Contas a pagar 5 163.899 104.864 6 2.642 – Exigível a Longo Prazo 20.168 5.961 Empréstimos bancários Partes relacionadas 5.841 2.147 Contas a pagar 267.803 168.117 Provisão para perdas em controladas Imposto de renda e contribuição 6 6.630 6.922 social diferidos 5.306 166 11.936 7.088 Patrimônio Líquido Capital social Adiantamento para futuro 6 71.822 57.336 aumento de capital 7 40.865 28.334 Reservas de capital 2.309 141 Reservas de lucros 114.996 85.811

Notas

2005

2004

75.360 86.612 46.482 24.704 6 140.227 58.823 3.981 11.133 9 3.148 – 10 11.778 1.550 280.976 182.822

8

8 6 10

24.811 7.957 3.238

– 21.207 –

6

2.623

595

9

5.079 43.708

5.079 26.881

5.514

5.029

11 11 11 11

10.881 10.881 28.990 28.528 24.666 6.875 70.051 51.313 394.735 261.016

Total 394.735 261.016 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido - Exercício Findo em 31 de Dezembro de 2005 e 2004 (Em milhares de Reais) Capital Reserva Reserva de Reserva de Lucros Social AFAC Legal Reavaliação Investimento Acumulados Total Saldo em 31 de Dezembro de 2003 5.000 – – – – 4.004 9.004 Aumento de Capital Por subscrição realizada 29 – – – – – 29 Adiantamento p/futuro aumento capital – 10.881 – – – – 10.881 Reserva de Reavaliação – – – 28.377 – – 28.377 Lucro Líquido do Exercício – – – – – 3.022 3.022 Reserva Legal – – 151 – – (151) – Saldo em 31 de Dezembro de 2004 5.029 10.881 151 28.377 – 6.875 51.313 Ajuste de Exercícios Anteriores Ajuste s/reavaliação de imobilizado – – – 613 – 845 1.458 Aumento de Capital Por subscrição realizada 485 – – – – – 485 Lucro Líquido do Exercício – – – – – 16.795 16.795 Reserva Legal – – 840 – – (840) – Destinação p/Reserva de Investimento – – – – 23.675 (23.675) – Saldo em 31 de Dezembro de 2005 5.514 10.881 991 28.990 23.675 – 70.051 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis Referentes aos Exercícios Findos em 31 de Dezembro de 2005 e 2004 (Em milhares de reais, exceto quando indicado de outra forma) 1. Contexto Operacional: Contexto operacional: A companhia é uma 2005 2004 sociedade por ações de capital fechado e tem por objetivo (a) comércio nos A receber de acionistas: Adiantamentos aos acionistas 2.642 – mercados interno e externo (importação e exportação) de produtos 2.642 – agrícolas, especialmente grãos vegetais e seus derivados, de fertilizantes, Total A receber de acionistas: suas matérias-primas e seus subprodutos e de defensivos agrícolas; Adiantamentos aos acionistas (b) exploração de serviços auxiliares aos transportes aquaviários; A receber de partes relacionadas - longo prazo: (c) serviços auxiliares ao transporte rodoviário de cargas em geral; Cereal Sul Terminal Marítimo S.A. 46 1.919 (d) serviços auxiliares ao transporte de cargas em geral (logística de Multigrain Trading A.G. – – Multigrain Cotton Comercial Ltda. 4.153 4.072 transporte ou agente de transportadoras); (e) agenciamento marítimo e CerealFoods Comércio e Indústria Ltda. 1.105 190 operador portuário; (f) serviços de depósito; (g) logística de depósito; (h) Multigrain Vitória Exportação e Imp. Ltda. – 709 consultoria de transportes em geral; (i) a participação em outras sociedades, Multigrain Consultadoria e Participações S.A. – 32 comerciais ou civis, como sócia-quotista ou acionista; (j) industrialização e Agrícola Demeter S.A. 1.303 – beneficiamento, por conta própria ou de terceiros, de produtos agrícolas e Agrícola Xingu S.A. 10 – seus subprodutos, de fertilizantes e seus derivados, de matérias-primas em Multigrain S.A. 13 – geral e de defensivos agrícolas; e (l) administração de bens próprios. Total 6.630 6.922 2. Apresentação das Demonstrações Contábeis: As demonstrações 2005 2004 financeiras foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas A pagar às partes relacionadas: Multigrain Trading A.G. 140.227 58.823 no Brasil, consubstanciadas na Lei das Sociedades por Ações, normas e Outros – – resoluções do CFC - Conselho Federal de Contabilidade. 3. Sumário das Total 140.227 58.823 Principais Práticas Contábeis: Aplicações financeiras: As aplicações A pagar às partes relacionadas - longo prazo: financeiras estão avaliadas ao custo de aquisição, acrescido dos Multigrain Trading A.G. 5.604 6.283 rendimentos auferidos até a data do balanço. Provisão para créditos de Multicotton S.A. – 13.744 liquidação duvidosa: A provisão para créditos de liquidação duvidosa é Indústria e Comércio de Alimentos Sumaré S.A. – 85 constituída com base na análise individual dos recebíveis, em montante Multigrain Vitória Exportação e Imp. Ltda. 834 – Multicotton USA 21 – considerado suficiente pela Administração para cobrir prováveis perdas. Moinho Mato Grosso Ltda. 362 488 Estoques: Os estoques estão demonstrados ao custo médio das compras Multigrain Armazéns Gerais S.A. 1.136 607 ou produção, ou de mercado, entre esses o menor. Adiantamentos a Total 7.957 21.207 fornecedores: Os adiantamentos a fornecedores são demonstrados ao custo, acrescido de variação cambial e juros auferidos até a data do balanço. As principais informações dos investimentos estão resumidas abaixo: Percentual de Demais ativos circulante e realizável a longo prazo: Os demais ativos participação circulante e realizável a longo prazo são demonstrados aos valores de custo 2005 2004 ou realização, incluindo, quando aplicáveis, os rendimentos auferidos. Controlada Multigrain Vitória Exportação e Importação Ltda. 100 100 Ativo permanente: Os investimentos em controladas são avaliados pelo Multigrain Cotton Comercial Ltda. 100 100 método de equivalência patrimonial. Ganhos ou perdas na conversão Multigrain Armazéns Gerais S.A. – 100 decorrentes dos efeitos da desvalorização (ou valorização) do real, quando Moinho Mato Grosso Ltda. 100 100 da conversão das demonstrações contábeis das subsidiárias estrangeiras CerealFoods Comércio e Indústria Ltda. 100 100 para apuração da equivalência patrimonial e da consolidação, são alocados Cereal Sul Terminal Marítimo S.A. 100 100 28,50 28,50 a despesas ou receitas financeiras. O imobilizado é avaliado pelo custo, Agrícola Demeter S.A. Reavaliação Agrícola Demeter S.A. (a) 28,50 28,50 acrescido de reavaliações. As depreciações são computadas pelo método 50 – linear, tomando-se por base a vida útil estimada dos bens. Ativos e Agrícola Xingu S.A. Multigrain Denmark A.S. 100 – passivos sujeitos à atualização monetária: Contas sujeitas à correção Multigrain S.A. 100 – monetária são atualizadas com base nos índices definidos legalmente ou Multigrain Consultadoria e Participações S.A. – 100 em contrato. Transações em moedas estrangeiras: Transações em Multicotton USA Inc. – 70 moedas estrangeiras são contabilizadas pela taxa de câmbio do dia da Multigrain Logística S.A. – 100 transação. Ativos ou passivos denominados em moedas estrangeiras são Indústria e Comércio de Alimentos Sumaré S.A. – 100 – 100 convertidos utilizando-se a taxa de câmbio na data do balanço patrimonial. Multicotton S.A. (b) As variações cambiais são reconhecidas nas demonstrações do resultado à Outros Total medida que ocorrem. Empréstimos: Atualizados com base nas variações Total

monetárias e cambiais, acrescidos dos respectivos encargos incorridos, até a data de encerramento do exercício. Adiantamentos de clientes: Corrigidos a partir da data do recebimento com base na variação monetária e/ou variação cambial, quando aplicável. Demais passivos circulantes e exigível a longo prazo: Os demais passivos circulante e exigível a longo prazo são demonstrados pelos valores conhecidos ou exigíveis, acrescidos, quando aplicáveis, dos respectivos encargos e variações cambiais. Provisões para contingências: Provisões para contingências relacionadas a processos trabalhistas, tributários, cíveis e comerciais, nas instâncias administrativas e judiciais, são reconhecidas com base nas opiniões dos assessores legais e melhores estimativas da Administração sobre o provável resultado dos processos pendentes na data do balanço. Imposto de renda e contribuição social: A provisão para imposto de renda (IRPJ) e contribuição social (CSLL) é computada pelas taxas oficiais aplicáveis no país onde a operação foi originada, conforme as disposições da legislação tributária vigente. Reconhecimento de receita: As receitas por vendas são registradas no momento da transferência de propriedade das mercadorias, ou seja, quando o direito de propriedade passa a ser de terceiros. Lucro por ação: O lucro por ação é calculado com base no número de ações na data do balanço patrimonial. Uso de estimativas: A preparação das demonstrações contábeis requerem que a Administração efetue estimativas e adote premissas relacionadas com os ativos e passivos na data de encerramento do exercício, bem como com os montantes das receitas e despesas reportados nos respectivos períodos. Os resultados reais podem diferir dessas estimativas. 4. Contas a Receber: Controladora 2005 2004 A receber por: Revenda de farinha de trigo 11.713 10.476 Revenda de trigo 3.799 1.974 Revenda de soja em grão 356 605 Revenda de algodão 7.967 – Revenda de açúcar 89 – Revenda de fertilizante 2.333 1.359 Serviços – – Provisão para créditos de liquidação duvidosa (2.143) (1.688) Total 24.114 12.726 5. Estoques e Adiantamentos a Fornecedores: 2005 2004 Adiantamentos Adiantamentos Estoques a fornecedores Estoques a fornecedores Soja em grão 181 140.363 4.750 84.085 Trigo 10.566 956 13.753 55 Algodão 24.697 21.634 1.287 3.995 Fertilizante matéria-prima 81 283 971 – Farinha de trigo 2.366 – 2.984 – Açúcar – 287 16 16.728 Outros 719 376 350 – Total 38.610 163.899 24.111 104.863 Os adiantamentos a fornecedores são atualizados monetariamente com base na variação do dólar norte-americano e acrescidos de juros. Os mesmos serão liquidados com a entrega física de produtos agrícolas, cujo preço será determinado de acordo com o contrato. 6. Investimentos: Transações com partes relacionadas: O sumário dos saldos com as partes relacionadas está demonstrado a seguir: Diretoria

7. Imobilizado:

2005 2004 Vida útil estimada Depreciação (anos) Custo acumulada Líquido Líquido – 13.138 – 13.138 12.799 25 9.646 895 8.751 3.508 10 9.186 1.401 7.785 6.532 10 1.192 355 837 796

Terrenos Edificações Silos e armazéns Móveis e utensílios Maquinário e equipamento 10 9.917 2.084 7.833 1.552 Melhorias em propriedades de terceiros (a) 331 104 227 94 Veículos 5 960 367 593 386 Computadores e software 5 2.581 1.334 1.247 1.321 Imobilizações em andamento – 347 – 347 41 Outros 10 a 20 127 20 107 1.305 Total 47.425 6.560 40.865 28.334 (a) De acordo com os termos dos respectivos contratos de aluguel/arrendamento dos imóveis. 8. Empréstimos Bancários: A totalidade dos empréstimos e financiamentos bancários está relacionada diretamente a financiamento à exportação, seja sob a forma de prépagamento seja sob a forma de ACCs. As principais garantias são: CPRs, mercadorias adquiridas, contratos de exportação (alguns garantidos por seguros de performance), cessão de recebíveis do importador, notas promissórias emitidas pela Companhia (garantidas pela controlada Multigrain Trading A.G. e pelo acionista Paulo Roberto Moreira Garcez). 9. Imposto de Renda e Contribuição Social: O saldo do imposto de renda diferido no montante de R$5.079, em 2005 e 2004, registrado no exigível longo prazo, é composto pelos efeitos das reavaliações dos itens do ativo imobilizado e pelo ganho de capital sobre o investimento em coligada avaliado ao valor de mercado. Para as sociedades estabelecidas no Brasil, a provisão para imposto de renda e contribuição social são calculadas sobre o lucro tributável ajustado com base na legislação tributária em vigor, à alíquota de 15% mais adicional de 10% sobre o lucro tributável anual acima de R$240 para imposto de renda e 9% para a contribuição social. 10. Contas a Pagar 2005 2004 Parcelamento de impostos 2.725 – Pagamento antecipado de exportações - Carol 10.954 – IBISA - Financiamento Imóvel 513 1.393 Coteminas - Adto. Cliente – – Outros 824 157 Total 15.016 1.550 Curto Prazo 11.778 1.550 Longo Prazo 3.238 – Total 15.016 1.550 11. Patrimônio Líquido: Capital social: Em 31 de dezembro de 2005, o capital social da Companhia estava representado por 5.514.306 ações, da seguinte forma: Número de ações Participação Paulo Roberto Moreira Garcez 5.014.306 91% Fernando A. Lauria Nascimento 500.000 9% 5.514.306 100% Adiantamento para futuro aumento de capital: O acionista Paulo Roberto Moreira Garcez assumiu passivos relacionados a debêntures emitidas pela Multicotton S.A. quando da incorporação realizada em 31 de janeiro de 2005, cujos montantes serão incorporados ao capital social em 2006. O saldo está registrado na rubrica “Adiantamento para futuro aumento de capital”, até que os atos societários sejam devidamente efetuados. Dividendos: A Administração da Companhia deliberou “Ad-referendum” pela não distribuição de dividendos relativo ao lucro líquido do exercício de 2005, com o intuito de investir este montante para investimentos na Companhia. 12. Instrumentos Financeiros: A Companhia não utiliza

Paulo Roberto Moreira Garcez - Presidente

Demonstrações do Resultado para os Exercícios Findos em 31 de Dezembro de 2005 e 2004 (Em milhares de reais, exceto quando indicado de outra forma) Notas Receita de vendas e serviços Deduções sobre vendas e serviços Receita líquida de vendas Custo dos produtos vendidos e serviços prestados Lucro Bruto Receitas e (Despesas) Operacionais Despesas gerais e administrativas Despesas financeiras, líquidas Equivalência patrimonial Outras receitas operacionais

2005

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

635.792 685.059 (23.722) (26.690) 16 612.069 658.369 (552.961) (609.563) 59.108 48.806

(61.756) (47.292) (12.432) 4.748 24.234 (3.250) 14.225 – (35.729) (45.794) 23.380 3.012

Resultado Operacional Outras receitas (e despesas) não operacionais (3.436) 10 Lucro antes do Imposto de Renda e da Contribuição Social 19.943 3.022 Imposto de Renda e Contribuição Social (3.148) – Lucro Líquido do Exercício 16.795 3.022 Lucro Líquido por Ação - Em Reais 3,05 0,55 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras

Demonstrações das Origens e Aplicações de Recursos para o Exercício Findo em 31 de Dezembro de 2005 e 2004 (Em milhares de reais, exceto quando indicado de outra forma) Origens dos Recursos 2005 2004 Das Operações: Lucro líquido do exercício 16.795 – 16.795 – Dos Acionistas: Aumento de capital 485 10.910 485 10.910 De Terceiros: Reserva de reavaliação – 33.456 Aumento no exigível a longo prazo 16.827 3.349 Alienação de investimentos 14.597 – 31.424 36.805 Total das Origens 48.704 47.715 Aplicações de Recursos Das Operações Lucro líquido do exercício – 3.022 Valores que não afetam o capital circulante: – (6.535) Valor residual de alienação de ativo imobilizado (41) 224 Equivalência patrimonial 24.234 3.250 Depreciação e amortização (3.046) 1.268 21.147 1.229 Ajustes de exercícios anteriores com impacto no longo prazo (5.947) – Investimentos 2.231 35.129 Imobilizado 15.637 19.072 Diferido 2.168 141 Aumento no realizável a longo prazo 11.936 – Total das Aplicações 47.172 55.571 Aumento do Capital Circulante Líquido 1.532 (7.856) Variação no Capital Circulante Ativo Circulante: No início do exercício 168.117 274.419 No fim do exercício 267.803 168.117 99.686 (106.302) Passivo Circulante: No início do exercício 182.822 281.268 No fim do exercício 280.976 182.822 98.154 (98.446) Aumento do Capital Circulante Líquido 1.532 (7.856) As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras Valor do investimento 2005 2004 593 5.236 1.367 – – 6.644 1.433 1.544 (723) (595) 2.913 191 (331) 29 14.937 14.937 458 – 34.465 – 14.088 – – 12.667 – – – – – 40 – 16.048 – – 69.200 56.741

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

2004

Lucro (prejuízo) do exercício 2005 2004 (586) 1.104 379 – – (772) (111) (505) (128) (5.481) – 12 (360) – – – (27) – 25.031 – 35 – – 18 – – – – – – – 2.375 – – 24.234 (3.250)

FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Reforma de Prédio(s) Escolar(es): TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/1709/06/02 - EE Prof. Joaquim Ferreira Pedro – Rua Antonio Haddad, 703 - Santo Antonio - Lorena/SP – 120 - R$ 15.628,00 – R$ 1.562,00 – 09:30 – 16/08/2006. 05/1772/06/02 - EE Prof. Plinio Damasco Penna – Rua Gal. Ulhoa Cintra, 37 - Itaberaba - Nossa Senhora do Ó - São Paulo/SP – 150 - R$ 37.690,00 – R$ 3.769,00 – 10:30 – 16/08/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 28/07/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 15/08/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo

ATAS DaimlerChrysler Administradora de Consórcios Ltda. CNPJ nº 36.770.683/0001-03 - NIRE 35219225060 O instrumento de alteração contratual desta sociedade de 02 de maio de 2006, publicado neste jornal e Diario Oficial, em 26/07/2006, tem como anexo a deliberação do Banco Central do Brasil como segue: Deorf/GTSP2-2006/06844. São Paulo, 12 de julho de 2006. Administradora: DaimlerChrysler Administradora de Consórcios Ltda. Endereço: Av. Alfred Jurzykowsk, 562, parte. Cep: 09680-900, Cidade: São Bernardo do Campo, UF: (SP). Ato(s): AC de 02.05.2006, Processo: 0601336697, Data do Despacho: 07/07/2006. Assunto(s) aprovado(s) por este órgão: Alteração do Capital para R$ 4.800.000,00, Alteração Contratual. Observação: Tendo em vista o disposto no artigo 1.084, §§ 1º e 2º da Lei 10.406/ 2002, o ato societário em referência só poderá ser arquivado no Registro do Comércio 90 (noventa) dias após a publicação da ata relativa ao assunto. Estamos devolvendo: documento relativo ao ato para fins de arquivamento no registro do comércio. Departamento de Organização do Sistema Financeiro Gerência Técnica em São Paulo - II. Silvio Antonio Cipriano - Gerente Técnico, Marcelo Alexandre Rodrigues - Coordenador. Atestamos que este documento foi submetido a exame do Banco Central do Brasil em processo regular e a manifestação a respeito dos atos praticados consta de carta emitida à parte. Departamento de Organização do Sistema Financeiro - Gerência Técnica em São Paulo - II. Lígia de Souza Neves Lopes - Analista

Equivalência patrimonial 2005 2004 (586) 1.104 379 – – (772) (111) (505) (128) (5.481) – 12 (360) – – – (27) – 25.031 – 35 – – 18 – – – – – – – 2.375 – – 24.234 (3.250)

instrumentos financeiros derivativos para administrar a exposição de seus ativos e passivos aos riscos de mercado referentes à taxa de juros, à moeda e às oscilações de preços dos produtos no mercado mundial. A gestão de risco do Grupo, com relação a essa exposição, tem sido monitorada diretamente pela Companhia relacionada à Multigrain Trading A.G., por meio de instrumentos financeiros derivativos, principalmente contratos de compromisso de compra e venda para entrega futura. Os principais instrumentos financeiros da Companhia e de suas controladas são: caixa e bancos, aplicações financeiras, contas a receber, adiantamentos a fornecedores, valores a receber (ou a pagar) de partes relacionadas, fornecedores e empréstimos bancários. Os valores contábeis dos instrumentos financeiros aproximam-se de seus valores de mercado. O risco de crédito da Companhia refere-se, principalmente, às contas a receber de clientes e adiantamentos a fornecedores. Para reduzir esse risco, é realizada constantemente a análise de crédito dos clientes e fornecedores considerando-se o ambiente econômico atual. Para fazer face a prováveis perdas com crédito de liquidação duvidosa, foram constituídas provisões cujo montante é considerado suficiente pela Administração para a cobertura de eventuais perdas. 13. Arrendamento: Em 1º de outubro de 2002, a Companhia, através de contrato de sublocação, realizado com sua controlada CerealFoods, tornou-se arrendatária de um moinho de trigo. Este arrendamento foi realizado com o propósito de processar trigo para produzir farinha e distribuir no mercado interno. Além do imóvel, o arrendamento inclui a totalidade das máquinas e equipamentos pertencentes ao moinho, bem como o direito de uso de algumas marcas de titularidade do Moinho Jundiaí Ltda. Em 08 de agosto de 2005 a Companhia, em conjunto com a CerealFoods e o Moinho Jundiaí Ltda. firmaram aditamento ao Contrato de Locação originalmente firmado com a CerealFoods para transferir à Companhia, todos os direitos e obrigações decorrentes do Contrato e adicionalmente prorrogar o prazo da locação até 1º de outubro de 2010. O valor atual mensal do contrato é de R$95. 14. Plano de Aposentadoria: A Companhia e suas controladas não mantêm um plano de previdência privada para seus empregados. O custo total de aproximadamente R$4.815 em 31 de dezembro de 2005 (R$4.131 em 2004), registrado no resultado, representa as contribuições, com base nos salários dos empregados, feitas à previdência governamental, seguro social e FGTS, conforme requerido pela lei trabalhista brasileira. 15. Contingências: Conforme a legislação tributária brasileira, as companhias brasileiras que compram e vendem produtos e serviços de partes relacionadas estrangeiras, ou para elas, devem elaborar análises detalhadas conforme legislações específicas de preços de transferência. Em virtude de as sociedades negociarem seus produtos com base nas cotações de bolsa de mercadorias e os preços desses itens serem monitorados por uma agência de fiscalização governamental, a Administração das Sociedades entende que não há impactos significativos sobre as regras de preços de transferência na base de cálculo do Imposto de Renda e Contribuição Social. De acordo com a legislação vigente no Brasil, Dinamarca e Suíça as operações da Companhia e de suas controladas estão sujeitas a revisões pelas Autoridades Fiscais pelo prazo de cinco a dez anos com referência aos tributos. Não há prazo de prescrição para exame dos recolhimentos de contribuições previdenciárias (Instituto Nacional do Seguro Social - INSS e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS). Como decorrência dessas revisões, transações e recolhimentos poderão ser questionados, ficando os valores identificados sujeitos a multas, juros e atualização monetária. A Companhia e suas controladas foram autuadas por autoridades fiscais no montante de aproximadamente R$6.000 em 31 de dezembro de 2005 e 2004. Com base no parecer de seus assessores legais, a possibilidade de êxito do valor reclamado é possível. 16. Seguro: A Companhia efetua um gerenciamento de riscos com o objetivo de minimizá-los, buscando no mercado coberturas compatíveis com seu porte e suas operações. As coberturas foram contratadas por montantes considerados suficientes pela administração para cobrir eventuais sinistros, considerando a natureza de sua atividade, os riscos envolvidos em suas operações e a orientação de seus consultores de seguros.

José Ricardo Corsatto Varotto - Contador - CRC 1SP.134.989/O-1

EDITAIS

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS - PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 10.514/2005 - CONCORRÊNCIA PÚBLICA Nº 005/2006 - Faço público de ordem do Senhor Prefeito Municipal de São Carlos, que se acha aberta licitação na modalidade de CONCORRÊNCIA PÚBLICA. O objeto desta Concorrência Pública é a concessão administrativa de uso de bem municipal para exploração do espaço físico constituído de um prédio de alvenaria com área coberta de 72,44 m², localizado no Parque da Avenida Francisco Pereira Lopes, denominado “Parque Kartódromo”, com a prestação dos seguintes serviços: a) comercialização cotidiana, nos horários estabelecidos pela Secretaria Municipal de Habitação e Desenvolvimento Urbano, de alimentos naturais como: saladas, sucos, lanches, chás, bolachas, frutas, salgados, assados, iogurtes, doces e refrigerantes; b) comercialização de revistas, livros, jornais e gêneros afins; c) manutenção paisagística do parque, deixando-o sempre em perfeitas condições, no tocante ao canteiro de flores, arbusto, poda de árvores, replantio de mudas, corte de grama e irrigação. O Edital na íntegra poderá ser adquirido na Sala de Licitações da PMSC, sita à R. Major José Inácio, 1973, Centro, São Carlos, fone (16) 33074272, a partir do dia 27/07/06 até o dia 28/08/06, no horário das 09h às 12h e 14h às 16:00hs, mediante a apresentação da guia de recolhimento da Tesouraria Municipal dos emolumentos de R$ 30,00 (trinta reais).Os envelopes nºs 01 e 02 serão recebidos na Sala de Licitações até às 10:00 horas do dia 28/08/06, quando após o recebimento iniciar-se-á a sua sessão de abertura. São Carlos, 25 de julho de 2006. Paulo José de Almeida- Presidente da Comissão Permanente de Licitações.

CONVOCAÇÃO


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 27 de julho de 2006

TURISMO - 3 Fotos: Luiz Guedes Jr.

Um roteiro enxuto, porém completo, revela as pérolas na capital cubana. Da famosa avenida Malecón, passando pelos legendários restaurantes La Bodeguita del Medio e La Floridita, às casas noturnas mais badaladas

O imperdível em Havana

A

Cienfuegos, líderes da luta capital Havana é armada nos anos 50. passagem É quase um pecado passar obrigatória para pela capital sem provar um todo turista que mojito no La Bodeguita del entra ou deixa Cuba. Portanto, Médio ou um daiquiri no La nada melhor que aproveitar Floridita. Trata-se dos mais para esticar a estada por pelo emblemáticos coquetéis da ilha, menos duas noites. Não é servidos em estabelecimentos preciso mais do que esse tradicionais, antes tempo para conhecer os freqüentados por figuras principais atrativos turísticos notáveis como o escritor Ernest da pequena metrópole. Hemingway, o cantor Frank Comece por Habana Vieja, Sinatra e o ator Marlon Brando. centro histórico tombado pelo Outro comércio que se Unesco como Patrimônio confunde com atração turística Cultural da Humanidade. Lá, Charutos: paixão nacional e souvenir para turistas é a Sorveteria Coppelia. O concentram-se as mais único inconveniente dali é que famosas edificações, turistas são servidos numa área majestosas praças e o centenário convertidas em moradias separada dos cubanos e pagam casario colonial de arquitetura populares. Aproveite a ocasião cerca de 20 vezes mais caro (duas espanhola. É também a melhor para conhecer o luxuoso Hotel bolas custam 6 pesos). região para quem deseja comprar Nacional e relaxar no seu bar Dependendo do dia, o cliente é tabaco, rum ou artesanato, além de externo, onde são servidos informado de que só há três contar com alguns dos melhores excelentes drinques. restaurantes locais. Cultura – Havana abriga o melhor sabores: chocolate, creme e chocolate com creme. E isso não é Após caminhar pelas estreitas e do acervo cultural cubano. São mais charmosas ruelas, não deixe de de 30 museus, 10 galerias de arte e 25 piada cubana… Após as 22h, a música e a dança percorrer a Malecón (avenida teatros espalhados pela cidade. A tomam conta das melhores casas beira-mar) a bordo de um coco-táxi visita ao Museu da Revolução é noturnas da capital: La Zorra y El (motocicleta adaptada para o imprescindível para quem deseja Cuervo, Jazz Café, Rincón del transporte de até dois passageiros). entender um pouco mais sobre a Bolero, Havana Café e Turquino. Vale também um passeio a pé pelo história política do país e sobre Seja qual for a escolha, é diversão bairro de Vedado, onde está boa personagens como Fidel Castro, garantida. (L.G.J.) parte das antigas mansões, hoje Ernesto "Che" Guevara e Camilo

Programa obrigatório é caminhar pelas charmosas ruelas de Habana Vieja

Ícones de Havana: o Capitólio (à esq.), e um exemplar dos carros antigos que ainda circulam por lá; o Hotel Nacional (acima), ótimo para um drinque em seu elegante bar; a Catedral (acima); e La Bodeguita del Medio (à dir.), pitoresco restaurante que atrai multidões todos os dias

Nos arredores da capital estão as belas praias do leste uando se fala de praia em Cuba, as primeiras que vêm à cabeça são as do famoso balneário de Varadero e, depois, as dos cayos mais conhecidos. Ambos são destinos caros e exigem longos deslocamentos a partir da capital. O que pouca gente sabe, porém, é que é possível desfrutar de belas orlas sem precisar ir longe ou gastar quantias exorbitantes. Não que o centro de Havana não ofereça opções de banho, mas seus arredores reservam mais de 14 quilômetros de areia fofa e mar aberto. Para oeste, os havaneses costumam

Q

freqüentar pequenas praias (playitas) localizadas nas ruas 12, 16, 24 e 70 do charmoso bairro de Miramar. Mas os melhores pontos estão a leste, onde as estâncias de Mégano, Santa María, Boca Ciega e Guanabo formam o circuito chamado de Praias do Leste. Por ser um roteiro pouco divulgado, quase nenhum turista que visita a capital estica o passeio a essas praias. Outros não imaginam encontrar em área "urbana" cenários tão paradisíacos como os vistos em destinos bem mais conhecidos. Quem vai, não se arrepende! As praias do leste não só oferecem a mesma

combinação de areias finas e mar de diferentes tonalidades, como também propiciam a rara oportunidade de compartilhar a orla com o povo cubano – já que nos pontos turísticos mais badalados só se vêem estrangeiros. A melhor opção para banho é Santa María, cerca de 18 km do centro de Havana. Como não há transporte público ou excursão até o local, o jeito é pegar um táxi. A corrida leva não mais de 20 minutos. Mas não espere encontrar a mesma infraestrutura presente nos balneários famosos. As opções para comer ficam limitadas ao

Freqüentada pelos havaneses, as areias de Santa María ficam a 18 km do centro de Havana. E oferece a mesma combinação de areias finas e mar de diferentes tonalidades dos balneários mais famosos

restaurante do único hotel na região e a dois ou três quiosques na areia. Uma dica: prefira sempre visitar as praias do leste nos dias de semana. Aos sábados e domingos, os cubanos migram em peso para o local e não se intimidam em armar barracas de camping uma ao lado da outra. Com a praia lotada, é recomendado nunca entrar no mar e deixar objetos sozinhos na areia. Ao menos essa é a recomendação que policiais não cansam de fazer aos turistas. De qualquer maneira, vale a pena conhecer mais esse pedaço de paraíso caribenho. (L.G.J.)


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4 -.TURISMO

Por Antônio Paulo Pavone

A

cavalo, a pé ou off road. Rapel, vôo livre ou mountain bike. Se o ouro das tropas já não rola pelas trilhas da Serra da Bocaina, outras atrações, no entanto, aguardam os aventureiros. O núcleo da paisagem é o parque nacional, que preserva inúmeras nascentes, além de variados ecossistemas de mata nativa ciliar em seis municípios de dois Estados: Cunha, Areias, São José do Barreiro e Ubatuba – em São Paulo – e Paraty e Angra dos Reis – no Rio de Janeiro. A reserva tem mais de 100 mil hectares e uma história curiosa: serviria de escudo para amortecer uma catástrofe em caso de um acidente nuclear com as usinas Angra I e II, situadas em Itaorna, na orla marítima. Mas os sinuosos caminhos dessas montanhas espremidas entre os maciços do Mar e da Mantiqueira ("bocaina", em tupi, significa "entre serras") escondem muitos segredos e lendas. Outrora habitadas pelos ferozes tupinambás, constam nos registros históricos que, em muitas dessas trilhas foram massacrados centenas de homens brancos – ossos das vítimas de uma dessas emboscadas foram descobertos em uma caverna e comprovam o macabro episódio. Também é muito conhecida a lenda do ouro enterrado na beira da estrada. Caravanas de tropeiros desciam as picadas carregados do metal extraído das lavras de Minas. O produto era levado até o litoral e embarcado rumo à metrópole nos portos de Mambucaba e Paraty. Durante a viagem alguns animais pereciam e eram enterrados às margens da trilha, para depois ter a carga resgatada. Só que, na maioria das vezes, isso nunca acontecia. Até hoje, moradores da região fazem expedições em busca desses tesouros perdidos. Sossego – O melhor da reserva florestal com vista para o mar, entretanto, é o isolamento natural que oferece aos viajantes dispostos a esquecer da cidade e se irmanar com o refúgio verde. Além das lendas, boas e charmosas pousadas e

M

Pelas trilhas douradas da Bocaina Antigos caminhos, usados para o transporte do ouro de Minas para o litoral, hoje são explorados por aventureiros. Em meio à mata entre São Paulo e Rio, boas caminhadas, banhos de cachoeira e sossego

Do alto, o belo visual de toda a serra. Na região, a grande atração para andarilhos é a Trilha do Ouro (abaixo), antigo caminho de tropeiros e comitivas que levavam o precioso metal. No trajeto, cascatas refrescantes (abaixo)

Divulgação

dezenas de atividades outdoor complementam esse cenário perfeito também para relaxar ou curtir um romântico passeio de inverno. A herança dos tropeiros está nos costumes e no jeito de viver dos moradores das cidades que circundam a Bocaina. Um dos principais meios de transporte utilizados ainda é o cavalo. As fazendas oferecem os animais para passeios leves ou para expedições mais longas e travessias. Os visitantes primeiro familiarizam-se com eles. Depois, partem em busca de um contato maior com a natureza, conhecendo retalhos escondidos da serra. Caminhos – Em um dos percursos mais longos, são feitos 120 quilômetros em quatro dias, de São José do Barreiro a Cunha, com direto a pernoite em fazendas centenárias. No caminho, paradas para contemplar a beleza da Mata Atlântica e a riqueza da fauna e das cachoeiras. Existem trilhas de todos os níveis de dificuldade dentro e fora do parque nacional. Com alguma sorte, aves como o tucano e o gavião podem ser vistos até mesmo nos trechos mais batidos, perto da entrada do

parque. As cachoeiras estão presentes em quase todos os roteiros. A caminhada que leva até a de Santo Izidro é leve e dura cerca de 40 minutos. São 80 metros de altura de queda d'água em degraus. Os mais corajosos podem esquecer o frio e dar um mergulho nas águas geladas da piscina natural ali formada, renovando as energias para conhecer outros dos vários caminhos da Bocaina. O acesso à Cachoeira das Posses, com 40 metros, requer um pouco mais de fôlego: são cinco horas de trilha, e é preciso estar acompanhado de um guia. Ouro – Mas a grande atração para os trekkers é a Trilha do Ouro. São cerca de 40 km de andanças por onde já passaram comitivas levando ouro, café e cachaça, além de índios subjugados. Alguns trechos ainda conservam as grandes pedras de rio colocadas por escravos no fim do século 18, para facilitar a descida em dias de chuva. O percurso requer preparo físico e alguma experiência na atividade, pois dura cerca de três dias. Há a opção de ir cavalgando ou de mountain bike. Nas melhores épocas do ano (entre maio e agosto, quando chove menos) também é praticado o down hill. A principal maravilha desse roteiro é a Cachoeira do Veado, uma das maiores

História e delícias

unicípios como São José do Barreiro, portão de entrada da reserva, e Bananal, mesclam a calma e o charme do interior com relíquias do passado colonial. No primeiro, ao pé da serra, fica a Fazenda Pau d’Alho, cuja construção data de 1817. Lá se hospedou, em meados de 1822, o imperador d. Pedro I. Ele rumava para a cidade de São Paulo, disposto a declarar a Independência do Brasil. Outras fazendas coloniais atraem muitos turistas, oferecendo boa comida e muito conforto. Em Bananal, que chegou a

ser uma das cidades mais ricas do vale paraibano nos tempos do café, está a mais antiga farmácia do país ainda em funcionamento. A Pharmácia Popular foi construída em 1830, e passou por apenas uma reforma. O lugar é um acervo, que guarda instrumentos originais, potes de porcelana francesa (o boticário que inaugurou o local era francês), rótulos ornados com ouro e cristais. Além disso, antigas fazendas coloniais hoje viraram hotéis de luxo. Distantes umas das outras, possuem ambiente bacana para casais.

A comida caseira feita no forno a lenha preserva as origens do Brasil colônia. Os pratos têm forte influência dos tropeiros. Os ingredientes utilizados são produzidos nas fazendas e sítios locais. Os queijos, muito saborosos, são de fabricação própria, assim como verduras e legumes. Em Bananal, há restaurantes charmosos que servem pratos variados, petiscos e aperitivos. E, claro, muita culinária caipira. A galinha-d’angola, o coelho a caçador e a truta são algumas das muitas delícias servidas na região. (A.P.P.)

RAIO X COMO CHEGAR A partir de São Paulo, pegue a Via Dutra até chegar à cidade de Queluz, depois a SP-066 até Areias. Siga as placas até São José do Barreiro. A partir daí são 27 km de estrada de terra, mais adequada a veículos com tração nas quatro rodas. Pode-se alugar carros com motorista para o trajeto. ONDE FICAR Pousada Joaninha: Estrada Vicinal Silveiras, Bairro dos Macacos, Silveiras. Tel. (12) 9111-9466, www.freeway.tur.br/p ousadas_joa.asp. Conta com cinco quartos, bar, fogão a lenha e sauna finlandesa. Hospeda até 15 pessoas – no caso de grupos maiores, há uma residência vizinha que também pode ser utilizada. Diárias para o casal a partir de R$ 300, incluindo pensão completa, bebidas e passeios a cavalo. Refúgio Ecológico Vale dos Veados: Estrada da Bocaina, km 42, Parque Nacional da Serra da Bocaina, São José do Barreiro. Tel. (12) 3177-1192, www.hoteisdabocaina.com.br A única pousada que fica dentro do parque. A antiga propriedade rural, de 1926, possui estilo rústico, com chalés de toras de pinheiro e pedras.

quinta-feira, 27 de julho de 2006

Marizilda Cruppe/Agência O Globo

Possui oito quartos, sendo quatro suítes, e uma tenda. Conta com sauna a lenha e dois ambientes com lareira. Não possui energia elétrica. Diárias para o casal custam a partir de R$ 297, com pensão completa. Pousada Recanto da Floresta: Estrada da Bocaina, km 24,5, São José do Barreiro. Tel. (12) 3117Divulgação

Refúgio Vale dos Veados: conforto dentro do parque 1178, www.bocaina.tur.br. Possui quartos para casal e quartos coletivos, além de área de camping para até dez pessoas. Conta com fogão a lenha e parceria com a MW Trekking para passeios no parque. Diária nos quartos a partir de R$ 55, e no camping a partir de R$ 45, com café da manhã.

ONDE COMER Nas proximidades do Parque Nacional da Serra da Bocaina não existem restaurantes. As refeições são realizadas nas fazendas, pousadas e nas cidades. Dona Licéia (Fazenda Caxambu): Rodovia dos Tropeiros, SP068, Distrito de Arapeí, Bananal. Cozinha caipira com um toque de sofisticação. A galinha d’angola e o coelho à caçador estão entre os principais pratos. Bistrô Quatro Estações: Ru a Olegário Ramos, 27, centro, Bananal. Tel. (12) 3116-1342, www.bananal.tur.br/bistro4estacoes/index.htm No menu de delícias, oferece batatas recheadas, crepes e saladas. AVENTURE-SE Freeway Brasil: tel. (11) 50880999, www.freeway.tur.br. Faz reservas para a Pousada Joaninha. MW Trekking: Praça Cel. Cunha Lara s/nº, centro, São José do Barreiro. Tel. (12) 3117-1220. A agência realiza expedições e trilhas na Serra da Bocaina, incluindo a Trilha do Ouro. Cavalgadas Brasil: tel. (11) 38157 6 8 8 , w w w. c ava l g a d a s b r asil.com.br. Opera expedições a cavalo na Serra da Bocaina.

ainda intactas do Sudeste. São 200 metros de altura em dois patamares de pedra. Para passar a noite, a opção é o camping selvagem. Uma parte da jornada pode ser feita em veículos 4x4. Várias estradas que circundam o parque, caminhos de terra com pedras, pequenos barrancos e muita lama também são usados como circuitos pelos praticantes de off-road. Nas alturas – A região está, em média, a 1.500 metros de altitude. A Pedra Redonda (800 m) dá ao turista uma bela visão das serras da Bocaina e da Mantiqueira. Mas o ponto mais alto do parque é o Pico do Tira Chapéu, a 2.088 metros de altura. A visão panorâmica da Baía de Paraty vale todo o esforço feito para chegar ao topo. Para liberar a adrenalina, no Pico do Gavião existe uma rampa de decolagem de vôo livre. Dali partem os praticantes de páraglider ou párapente e a visão, imagine, é inesquecível. (Colaborou Bruna Veloso)

Antônio Paulo Pavone

ABGev e Hertz em descontraído sarau gastronômico

U

m descontraído encontro promovido pela Associação Brasileira de Gestores de Viagens Corporativas (ABGev) e pela Hertz do Brasil – em uma agradável noite de inverno, no charmoso Atelier Gourmand, escola de culinária que fica nos Jardins (SP) – reuniu o seleto grupo CE-30 da ABGev. A idéia era promover algum evento para estreitar o relacionamento entre os associados, que resultou nessa experiência diferenciada que, de quebra, reuniu os principais clientes e prospects da Hertz. A aula sarau gastronômico foi comandada pela simpática e dinâmica chef baiana Morena Leite, do Capim Santo, Divulgação/Panrotas uma descendente de árabe que se apresenta dizendo que cresceu comendo comida japonesa. Formada na respeitada escola francesa de culinária Le Cordon Bleu, ela conta com orgulho que foi convidada pela escola para dar aula de culinária brasileira. Regada a espumantes e vinhos, acompanhados por saborosos petiscos, a noite começou com a curta apresentação de Morena, que na seqüência sugeriu que cada participante se apresentasse e contasse qual o significado da alimentação na vida dos participantes. A partir daí, começaram as tantas revelações. Aqueles que tinham toda a "pinta" de serem verdadeiros gourmets em casa, revelaram certa aversão à cozinha. A própria presidente da ABGev, Viviânne Martins, admitiu que não tem muita técnica no quesito cozinha. "Aprecio demais, mas não sei fazer nada. E gosto de saborear só o que é realmente bom", disse ela, em clima de descontração. A própria chef admitiu que não gosta de cozinhar só para ela. Transmitindo saberes – Depois de cada depoimento, e foram mais de 20, é que a aula

começou de verdade. Os alunos, munidos de uma pastinha com as devidas receitas, estavam atentos às dicas de Morena, que preparou um tartare de atum e risotos de lula e de açafrão. Enquanto mexia as panelas, dava algumas dicas e ensinava os nomes dos cortes, como pegar na faca, como misturar os ingredientes na panela, como apresentar os pratos, substituir os temperos e, o principal, o planejamento e a organização dos ingredientes antes de começar a cozinhar. "Transmitimos saberes e sabores através das panelas", disse Morena. Mão na massa – E quando todos pensaram que a noitada já iria acabar, os "alunos" formaram duplas e escolheram um fogão para mostrarem que prestaram atenção na aula. Todos prepararam um risoto de lula, prato que os próprios iriam degustar, nas bem equipadas bancadas da escola. Aquele foi o momento de fazer o que Morena pedia, interagir, dar o toque especial em cada prato e reproduzir o que ela passou na aula. "Cada um tem de procurar seu paladar", diz a chef. Exclusividade – Este foi o primeiro evento exclusivo que, para o diretor comercial da Hertz, Hélio Martins Netto, foi especial, já que é uma experiência que pode ser levada para a casa. "A Hertz tem trabalhado no sentido de estreitar os relacionamentos", disse. No fim da noite, Morena declarou que esta foi uma das melhores turmas que já teve. Para o orgulho dos novos chefs.

Mais informações sobre o Panrotas Corporativo no site www.panrotas.com.br. Assinaturas pelo tel. (11) 5070-4816 ou 5070-4804, e-mail assinaturas@panrotas.com.br.


quinta-feira, 27 de julho de 2006

Empresas Nacional Tr i b u t o s Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 Essa história de o empresário ser sonegador já é passado. Roberto Mateus Ordine, vice-presidente da ACSP

LEÃO FOI ENGANADO EM R$ 1 MILHÃO

A QUESTÃO DA DEFESA DO CONTRIBUINTE VOLTOU A SER DEBATIDO ONTEM EM PALESTRA NA OAB-SP

CÓDIGO DEMORA PARA SAIR DO PAPEL

H

á sete anos em tramitação no Senado Federal, o projeto de Lei Complementar nº 646/1999, do senador Jorge Bornhausen (PFLSC), é a esperança para a criação do Código de Defesa do Contribuinte, que reunirá todos os seus direitos em uma única legislação. Após passar por vários parlamentares que se recusaram a dar prosseguimento à proposta pela complexidade da matéria, o projeto foi parar nas mãos do senador Ramez Tebet (PMDB-MS), que deve apresentar relatório somente após a votação do projeto que cria a Super-Receita, que também está parado no Congresso Nacional. Para o presidente do Instituto de Estudos dos Direitos do Contribuinte (IEDC), o advogado Édson Freitas de Siqueira, autor do anteprojeto que cria o código, a sociedade brasileira precisa se mobilizar para que a lei saia do papel. Siqueira participou, ontem, da palestra "Filosofia Fiscal, Política Fiscal e o Código de Defesa do Contribuinte", realizada na seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP). Para o advogado, assim como o Código de Defesa do Consumidor, o do contribuinte será uma inovação em termos de consciência ética, pois tudo já está previsto na legislação, em especial na Constituição Federal. "A legislação existe, mas não é cumprida." Segundo a assessoria do se-

Mário Miranda/LUZ

Para o advogado Édson Freitas de Siqueira, do IEDC, código significa mais ética no trato com o contribuinte

nador Ramez Tebet, o relatório do projeto deveria ser apresentado no plenário em agosto, mas como os auditores fiscais enviaram sugestões, algumas consideradas boas e viáveis pela equipe técnica do senador, o texto deve demorar um pouco mais para ser concluído. Para Siqueira, o novo código deverá contribuir para o crescimento econômico do País. Durante sua palestra na OAB, o advogado disse que não adianta o governo baixar a carga tributária se não houver crescimento da economia. "A população cresceu, mãe, avó, avô, filhos, muito mais gente entrou no mercado de trabalho para dividir a mesma produ-

ção de 1996. Como o PIB não cresceu o que deveria, elevouse a carga tributária com a desculpa de necessidade de ajustes", criticou. Para ele, o maior problema não é a alta carga fiscal, mas a forma como os impostos são cobrados sobre o trabalho e investimento, ao contrário do que ocorre na maioria dos países. "No Brasil, cobram impostos antes da circulação da renda. Os tributos não servem para promover o crescimento, a valorização do trabalho nem a geração de empregos", afirmou. Para o presidente do IEDC, se a carga fiscal voltasse a ser de 29% do PIB, como em 1990, não adiantaria nada. É preciso cres-

cimento econômico, que depende da aplicação de regras já previstas na legislação e em decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), como as Súmulas 70 e 323, que proíbem a interdição de estabelecimentos e apreensão de mercadorias. O advogado criticou também a falta de transparência dos impostos. O vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Roberto Mateus Ordine, disse que é preciso despertar na sociedade a consciência de que "todos somos contribuintes". "Essa história de o empresário ser sonegador já é passado", disse Ordine. Adriana David

Fraude na restituição do IR

A

Receita Federal desmontou ontem, no Rio de Janeiro, um esquema de fabricação de restituições do Imposto de Renda (IR), que teria causado prejuízos de R$ 1 milhão aos cofres públicos nos últimos cinco anos. Na fraude, que teve a participação de servidores, foram utilizados cerca de mil CPFs. A maioria de seus portadores nunca tiveram IR retido em fonte, mas pleiteavam o pagamento de restituições em suas

declarações de renda, totalizando R$ 5 milhões. Segundo as investigações, um dos mentores do esquema que fabricava as restituições possui vários CPFs e identidades falsos. Os indícios apontam que os documentos seriam usados para abertura de contas bancárias, compra de bens e criação de empresas. A operação envolveu cerca de 25 servidores, entre auditores da Receita e policiais federais. (DC)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.ESPECIAL

quinta-feira, 27 de julho de 2006

Faça o pedido, clique e receba o produto em um dia Desde 2001 o faturamento do comércio eletrônico cresceu 355% e continua em franca expansão. Um dos braços mais importantes dessa cadeia é a distribuição e entrega, feita por empresas terceirizadas num prazo cada vez mais curto

O

comércio eletrônico (ecommerce) faturou R$ 2,5 bilhões no ano passado, com um tíquete médio de R$ 272. Para este ano, espera-se um faturamento de R$ 3,9 bilhões, a um tíquete médio de R$ 350. Desde 2001 o faturamento desse segmento cresceu 355%. Nos últimos quatro anos, os produtos mais vendidos nessa modalidade são categorias como CDs, livros e DVDs. Os dados são da e-bit, empresa de pesquisa e marketing online. Para garantir a confiabilidade e a expansão desse tipo de negócio, um dos braços mais importantes dessa cadeia é a distribuição e entrega, feita geralmente por empresas terceirizadas cada vez num prazo mais curto. A Direct Express, que atende sites como Submarino, Americanas, Saraiva e Flores Online, é uma das empresas que faz todo o trabalho de separação (picking), embalagem (packing), distribuição e entrega, desde o pedido do cliente na internet até a entrega a domicílio, no dia seguinte (ou D+1, no jargão do setor). A Direct tem cinco centros operacionais somente na Grande São Paulo e uma frota, em renovação, de 150 veículos de pequeno porte para atender a região. São 150 Fiorinos e Doblos que fazem, em média, 70 entregas/dia, de acordo com o diretor comercial da Direct Express, Luiz Henrique Nascimento. Na Grande São Paulo, segundo Nascimento, são feitas perto

Marcelo Min/AFG

Oslaim Brito/Digna Imagem

Os desafios precisam ser calculados para que as mercadorias sejam entregues no horário marcado. A tendência, com a expansão da demanda, é ter mais centros operacionais e chegar ao ‘same day delivery’ - a entrega no mesmo dia

de 10 mil entregas/dia. Centros Os centros de distribuição estão estrategicamente localizados em Barueri, na Zona Sul, em Santo André, na Zona Norte e no bairro do Cambuci. Algumas rotas efetuam entre 35 e 40

entregas/dia e outras podem chegar a 120 entregas/dia. O maior número de entregas depende da alta verticalização de bairros como os Jardins, em São Paulo, ao passo que em regiões mais afastadas o número de entregas é

menor. A data-limite de entrega D+1 oferecida pelos sites geralmente cobre os 39 municípios da região metropolitana da Grande São Paulo ou todos os CEPs iniciados por “0”, diz Nascimento, da Direct Express. “A tendência, com a expansão da demanda, é ter mais centros operacionais e aumentar o número médio de entregas/dia e chegar ao que se define como ‘same day delivery’, ou entrega no mesmo dia, ou seja, o usuário faz o pedido e no mesmo dia pode receber o produto em casa”, afirma Nascimento. Essa já é uma tendência observada em mercados eletrônicos mais maduros como os Estados Unidos e deve ser seguida também no Brasil. As empresas de entrega e distribuição estão mais sofisticadas e, em muitos casos, instaladas dentro

dos sites, como é o caso da Direct Express, no Submarino, com o objetivo de acelerar o acompanhamento (tracking) do pedido. Em outros casos, a empresa de entrega assume tudo, da armazenagem (wharehouse) à entrega do produto. A Direct também pode fazer a gestão do estoque para pequenas e médias empresas eletrônicas, como é o caso do site Pipoca Online, de entrega de filmes em DVD a domicílio, cuja administração é feita pela empresa de entregas. “O estoque parado tem um custo financeiro alto e quando os varejistas, distribuidores e atacadistas giram mais esse estoque, têm menor custo”, diz Nascimento. Tecnologia A tecnologia da informação é peça

importante no setor. Os couriers são equipados com pockets PCs e registram no ato a entrega da mercadoria. Essa ocorrência é transmitida na hora, via WAP (tecnologia das operadoras móveis) que informa ao banco de dados a baixa no estoque e a conseqüente bilhetagem. Dessa forma, o produto é reposto e tanto a empresa de entrega quanto o site que vende a mercadoria têm controle em tempo real do que foi entregue. Todo esse processo pode ser acompanhado em tempo real pelo usuário, que pode fazer um rastreamento (tracking) do seu pedido e receber, confortavelmente em casa, o produto, geralmente comprado num impulso e que requer, portanto, uma respectiva entrega expressa. (SD)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 VOLTA Governo anuncia que já conseguiu resgatar 1.134 brasileiros do Líbano

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Internacional

FRACASSA CONFERÊNCIA PARA A PAZ NO LÍBANO

Combates sangrentos: 12 soldados de Israel mortos

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Chip Somodevilla/AFP

conferência internacional para o Líbano, realizada ontem em Roma, com representantes da ONU e 18 países, incluindo EUA, nações européias e árabes, não chegou a acordo para um cessar-fogo imediato, o que já era esperado, dada a oposição dos americanos, aliados de Israel. O en- Representantes da ONU e de 18 países (Israel, Síria e Irã não foram convidados) não chegam a acordo para contro terminou com um cha- um cessar-fogo imediato. Vencem os EUA, que querem dar mais tempo a Israel na luta contra o Hezbollah mado pelo fim da violência e envio à região de uma força de Hassan Ammar/AFP paz sob o mandato da ONU sem que se entrasse em detalhes sobre sua composição. A secretária americana de Estado, Condoleezza Rice, afirmou que o principal objetivo dessas tropas será ajudar o governo libanês na ação de desarmar o grupo xiita Hezbollah, medida que teria o apoio do primeiro-ministro do Líbano, Fuad Siniora, que esteve na conferência e fez um apelo emocionado pelo cessar-fogo imediato. Israel, Síria e Irã não foram convidados. Siniora disse que Israel só pode ter esperança de viver em paz e segurança tendo boas relações com os vizinhos. O plano inicial de mandar um contingente da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) foi deixado de lado depois que essa aliança de países alegou estar sobrecarregada (tem tropas no Afeganistão). Aparentemente, a Otan não quis envolver-se no conflito. Em entrevista Le Monde, o presidente francês, Jacques Chirac, afirmou que "a Otan é vista no Oriente Médio como Libaneses tentam apagar o fogo após um ataque aéreo israelense que atingiu o sul da cidade portuária de Tiro braço armado do Ocidente". No comunicado final, os diplomatas dos EUA, Europa, Egito, Jordânia e Arábia Saudita pediram a realização de uma conferência regional, que incluiria Síria e Irã. Segundo o New York Times, o documento adotou uma linguagem nebulosa, que reflete o desejo dos EUA de dar a Israel tempo para continuar o bombardeio de alvos do Hezbollah. A divulgação do texto foi adiada por duas horas por divergências sobre o cessar-fogo. E Condoleezza venceu. "Ela insistiu que deveria ser escrito ‘trabalhar imediatamente para obter um cessar-fogo’ em vez de ‘traHezbollah provoca a maior baixa no Exército balhar para obter um cessarfogo imediato". TOLERÂNCIA – Em Nova York, cerca de 150 judeus ortodoxos israelense desde o início do conflito A insistência reflete a visão protestaram ontem contra os bombardeios israelenses ao Líbano. dos EUA de que o conflito não será resolvido, de modo duradouro, a menos que Israel tebaixas de ontem, o número tanques, na nossa terra". enfrentamentos de ontem. os mais violentos nha luz verde para diminuir a de mortos no lado israelense Os combates de ontem no Segundo o Exército de Israel, combates em duas capacidade militar do Hezbolsuperará 50. Os confrontos sul do Líbano foram os mais semanas de ofensiva houve 20 baixas em suas lah. Israel só admite pôr fim ao israelense contra o Líbano, persistem e não há violentos desde 12 de julho, fileiras nos combates. Não conflito se o Hezbollah soltar guerrilheiros do grupo informações disponíveis ficou esclarecido, entretanto, quando o Hezbollah dois soldados israelenses que islâmico Hezbollah lutavam sobre baixas nas fileiras do capturou dois soldados se as baixas ocorreram por capturou no dia 12 e for força- ontem para impedir que Hezbollah. Bint Jbail é uma israelenses. Horas depois, o morte ou ferimento. do a desarmar-se e recuar da soldados de Israel cidade simbolicamente Hussein Rahhal, porta-voz Exército de Israel fronteira israelense. O grupo capturassem a cidade de Bint da milícia do Hezbollah, importante para o grupo por desencadeou uma ofensiva só admite entregar os militares Jbail. Emissoras árabes de ter sido o centro de sua militar que já provocou a comentou: "O que posso em troca da libertação de liba- televisão informaram que resistência à ocupação morte de mais de 400 dizer é que 13 soldados neses e outros árabes presos pelo menos 12 soldados israelense do sul do Líbano, pessoas no Líbano. israelenses foram em Israel. (AE/AP) entre 1982 e 2000. Se forem confirmadas as queimados vivos em seus israelenses morreram nos

quinta-feira, 27 de julho de 2006

BRIGA Representantes de palestinos e libaneses brigam em passeata pela paz no Rio

Karamallah Daher/Reuters

Soldados carregam corpo de observador morto em ataque

ONU tentou interromper bombardeio

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epresentantes da ONU telefonaram pelo menos dez vezes, em seis horas, para o Exército de Israel terça-feira, para pedir que interrompesse o bombardeio ao posto de observação da ONU na cidade de Khiyam, no sul do Líbano, que provocou a morte de quatro observadores. Informe preliminar da organização diz que em cada telefonema um oficial prometia parar o bombardeio, mas isso não ocorreu. O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, ligou ontem para o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, para manifestar "profundo pesar" pelas mortes e pedir desculpas, mas rejeitou a acusação de que o bombardeio foi proposital. Ele disse que o ataque foi um erro e que determinara "investigação exaustiva". Annan aceitou as desculpas, mas manteve sua posição. "O ataque sobre um posto estabelecido já faz tempo aconteceu apesar das garantias [de Israel] de que as posições da ONU seriam respeitadas". O bombardeio começou de manhã e se estendeu até as 19h. A secretária-assistente da ONU para as forças de paz Jane Lute informou ao Conselho de Segurança, que fez várias ligações à missão de Israel na ONU para pedir a interrupção do bombardeio. Ela contou que a força de paz no Líbano, conhecida como Unifil, conseguiu salvo-conduto para uma operação de resgate, mas os veículos também foram atacados. O ataque foi condenado pelos países que tiveram observadores mortos – China, Finlândia, Áustria e Canadá –, e pela União Européia. O Conselho de Segurança passou o dia discutindo uma declaração em que expressaria o choque com o bombardeio. Jane Lute informou que Israel fez 21 ataques aéreos e 12 de artilharia em Khiyam: na terça-feira, 4 atingiram o posto da ONU.


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Tr i b u t o s Empresas Av i a ç ã o Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 27 de julho de 2006

Fabricantes de sucos terão de pagar multa de R$ 100 milhões para evitar processo de cartel.

VASP DEVE VOLTAR A OPERAR COM 12 AERONAVES

SUSPENSÃO DE VÔOS DEIXA PASSAGEIROS PRESOS EM AEROPORTOS DA EUROPA E SEM DATA DE RETORNO

VARIG: SUFOCO NA VOLTA PARA A CASA

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rinta e sete brasileiros continuam "acampados" no aeroporto de Roissy-Charles De Gaulle. São passageiros da Varig que foram surpreendidos pela crise da empresa em plena Europa e que, com a suspensão de seus vôos, estão sem condições de voltar ao Brasil. Inicialmente, esperava-se esse congestionamento no final da Copa do Mundo, mas como o Brasil foi desclassificado antes do final da competição, houve tempo suficiente para que outras companhias como a TAM, TAP, Air France e Lufthansa pudessem absorver os numerosos passageiros. A surpresa ocorreu um pouco mais tarde com a explosão da guerra do Líbano e o grande número de pessoas de origem brasileira que deixam aquele país, além do fim das férias de julho no Brasil. Esse problema não está ocorrendo apenas em Paris, mas também nos aeroportos de Lisboa, Madri e Londres. Tudo indica que a situação vai se agravar nos próximos dias, à medida que se aproxima o fim do mês, quando deverão se concentrar nesses aeroportos numerosos brasileiros que adquiriram bilhetes aéreos da Varig. Ontem, uma comissão de sete passageiros foi recebida no Consulado do Brasil, mas apesar da boa acolhida das autoridades diplomáticas nenhuma resposta concreta foi dada. Os diplomatas entraram em contato com Brasília, que procu-

Wilton Junior/AE

rou a Agência Nacional da Aviação Civil (Anac). O órgão, em e-mail sem assinatura dirigido aos brasileiros retidos em Paris, se limitou a informá-los de que diante de tal crise "é preciso ter muita paciência", sem informar quando e como esses passageiros poderão embarcar de volta para o Brasil. Lisboa – A situação dos passageiros da Varig que estavam impedidos de embarcar no aeroporto de Lisboa só foi nor-

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passageiros estão no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, aguardando vôos da Varig ou endosso de passagens para retornarem ao Brasil. malizada ontem, depois que a TAP voltou a endossar as passagens emitidas pela empresa brasileira. "No consulado, entre pessoas que vieram e telefonemas, atendemos cerca de 30 brasileiros com bilhetes da Varig. A maioria era de pessoas que ficaram assustadas com as informações de que não embarcariam", afirma a cônsuladjunto Alessandra Vinhas. A Varig deixou para os representantes do Estado brasi-

leiro a tarefa de contar os motivos. Na porta de sua loja em Lisboa – fechada desde terçafeira – havia um papel afixado dando o número da central de chamadas da empresa para resolver os problemas e explicando: "para as devidas explicações, contatar o Consulado do Brasil", com o número do telefone da repartição pública. A Anac adiantou que está monitorando possíveis problemas ocorridos em aeroportos onde a empresa não está operando. A agência informou ainda que a Nova Varig pagará hospedagem e alimentação para os passageiros que estão no aeroporto RoissyCharles de Gaulle em Paris e pretende providenciar o deslocamento dessas pessoas no menor prazo possível. CV M – A Varig encaminhou ontem comunicado à Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) com explicações sobre a venda da marca Varig e ativos operacionais em leilão realizado no último dia 20. No comunicado, a empresa informa ainda que a venda em leilão não altera as posições acionárias atuais, ou seja, as ações de minoritários da Varig continuam na antiga empresa, que permanece em recuperação judicial e com dívida de quase R$ 8 bilhões. Ontem, a CVM suspendeu negócios com ações da Varig porque a empresa não tinha enviado fato relevante a respeito do leilão. (AE)

Passageiros enfrentam longas horas de espera nos aeroportos do Brasil e da Europa

Credores da Vasp aprovam plano

O

s credores da Vasp aprovaram ontem o plano de recuperação judicial da companhia aérea, durante assembléia na sede da empresa, em São Paulo, com a presença de cerca de 250 pessoas. O plano foi aprovado com modificações sugeridas pelas três classes de credores: trabalhistas, com garantia e quirografários (sem garantia). Os interventores judiciais da Vasp, liderados por Raul Medeiros, apresentaram uma nova proposta para os credores da companhia aérea que não quiserem aderir ao Fundo de

Investimentos e Participações (FIP). De acordo com a idéia inicial do plano de recuperação judicial, os credores poderão trocar dívidas por cotas desse fundo, que terá no seu patrimônio imóveis e eventuais créditos obtidos na Justiça. A proposta prevê desconto de 65% no pagamento das dívidas com os credores de fora do FIP, a ser amortizado em 15 anos – com cinco anos de carência, a contar do reinício das operações da Vasp (que pode ocorrer no primeiro semestre de 2007). A partir daí, seriam mais 10 anos em pagamentos

semestrais, com correção pela inflação medida pelo INPC mais 2,5% de juros ao ano. Com a aprovação do plano na assembléia, os credores têm agora 30 dias para manifestar sua adesão à proposta do FIP ou à opção de pagamento com desconto. O interventor Raul Medeiros afirmou que a empresa pretende voltar a voar com 12 aeronaves por meio de leasing. Os aviões antigos da Vasp serão vendidos. A companhia paralisou suas operações em janeiro de 2005 e está sob intervenção judicial desde março do ano passado. (AE)

Doha: momento de "reflexão"

O

diretor do Departamento Econômico do Itamaraty, Roberto Azevedo, afirmou ontem, em Brasília, que a suspensão das negociações da Agenda de Doha não significa o encerramento da rodada. Segundo ele, o momento atual é de reflexão e conversas. Azevedo disse que os negociadores da Europa, Índia, Brasil e de muitos outros países estão mantendo contato por telefone, lembrando que o ministro Celso Amorim se reunirá, no próximo sábado, com a representante comercial dos EUA, Susan Schwab, no Rio de Janeiro. "O desejável para o Brasil é não perder os ganhos já obtidos, como a fixação do ano de 2013 para o fim dos subsí-

dios", afirmou o diretor, acrescentando ser inevitável a perda de alguns prazos. Segundo ele, é praticamente impossível concluir a Rodada de Doha até dezembro para que as medidas comecem a vigorar em meados de 2007. No entanto, afirmou que o comércio multilateral será prioridade do Brasil e de todos os outros integrantes da OMC. Compensação – O Brasil não pretende compensar a suspensão da Rodada de Doha com um aumento no número de contenciosos na Organização Mundial do Comércio (OMC), disse Azevedo. "Não há uma orientação para compensar com mais litígios (o fracasso das negociações de Doha)." No caso do contencioso do

INFLAÇÃO O IPC-Fipe da terceira quadrissemana de julho registrou alta de 0,16%.

FINANCIAMENTO

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eças de automóveis, de tratores e implementos agrícolas feitas no Mercosul passarão a contar como conteúdo nacional para efeito dos financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Para financiar máquinas e equipamentos, o banco vai exigir 60% de conteúdo nacional mínimo. Isso também vale para o setor automotivo em geral. (AE) A TÉ LOGO

Ó RBITA

algodão com os Estados Unidos, cuja decisão da OMC favorece o Brasil, ele disse que o País estudaria o caso para averiguar se os norte-americanos estão cumprindo as determinações da organização. Um próximo passo seria pedir, na OMC, a instalação de um painel de revisão. Caso se constate que os EUA não estão seguindo o que foi determinado, seria feito um pedido de arbitragem. Embora a paralisação da rodada não tenha relação com o caso, havia a expectativa de que o sucesso nas negociações multilaterais levaria os norte-americanos a acelerar a retirada dos subsídios à produção e à exportação, como determinou a OMC no ano passado. (Agências)

QUEROSENE A Petrobras aumentará em 1º de agosto o preço do combustível de aviação em 4%.

PETROBRAS CONSTRUIRÁ NOVA REFINARIA

O

diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, afirmou ontem que a estatal pretende construir no Brasil uma refinaria com capacidade para 500 mil barris diários de petróleo até 2014. Ele informou que a unidade será voltada para processamento de produtos de alta qualidade e parte da produção será exportada. "Olhando a perspectiva de produção no Brasil e

também o crescimento da demanda de mercado, já há necessidade de se projetar uma nova refinaria, que estamos chamando de refinaria Premium", informou Costa. Ele disse que o foco será a produção de gasolina e diesel, "de muita boa qualidade para atender o mercado interno e com possibilidade de exportação", completou. Será a maior refinaria da estatal, superando a Replan, em Campinas. (Reuters)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Ministério da Fazenda define valor mínimo para parcelamento de débitos

L

Petrobras vai construir megaplataforma no Rio de Janeiro

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Ritmo de economia dos Estados Unidos dá sinais de desaceleração


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 27 de julho de 2006

ESPECIAL - 7

Fotos: Marcelo Min/AFG

Giuseppe Chiellino, da TNT Logistics

Da entrega expressa à administração da cadeia produtiva Grandes empresas de logística gerenciam desde a entrega expressa até fábricas de clientes. Uma oferece todo o suporte ao pequeno e médio empreendedor que quer exportar. E os Correios dominam o mercado de cargas expressas

O

s operadores logísticos estão cada vez mais especializados. Da entrega expressa à administração da cadeia de produção dos clientes até o suporte à exportação, o segmento atua em todos os níveis, de acordo com o foco de cada empresa. A TNT Logistics, por exemplo, se especializou no gerenciamento total da cadeia de produção de setores inteiros como o automotivo, o de eletrônica, informática e telecomunicações, e o industrial. A empresa administra fábricas inteiras para a Fiat, Ford, Bosh/Siemens, Votorantin, Brasken e Philips. A UPS oferece todo o suporte ao pequeno e médio empreendedor que quer exportar, desde o financiamento até a importação de matériaprima. A empresa tem três divisões no Brasil para cobrir os diferentes elos da cadeia logística: a UPS Express, a UPS Capital Business Credit e a UPS Sup-

ply Chain Solutions. Os Correios dominam o mercado de entrega de cargas expressas e estendem seus braços para outros setores dessa importante cadeia. A ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), ou Correios, é, atualmente, a maior empresa de entrega de cargas expressas do Brasil. Com 12 mil agências em todo o território nacional, mais o canal internet e o telefônico (0800), a empresa se apóia no seguinte tripé para captar e entregar encomendas em todo o País: atendimento, transporte e distribuição, segundo o assessor do departamento comercial de encomendas dos Correios, Ailton Ricardo de Araújo Fógos. Etapas Há várias etapas para processar as encomendas: captação; tratamento e encaminhamento; entrega, operações da linha courier; e logística rever-

A TNT entrega para as grandes redes varejistas e até na casa do cliente, se o produto for encomendado via internet

sa domiciliar. Na etapa da linha courier, que atende o Sedex 10 (entrega até às 10 horas do dia seguinte) e o Sedex Hoje (entrega no mesmo dia), as encomendas têm tratamento prioritário a fim de garantir o horário limite de entrega. Na logística reversa domiciliar, a coleta é realizada na casa do usuário em mais de 550 municípios e despachada por Sedex e e-Sedex (entrega de encomendas feitas por comércio eletrônico). Os Correios, para fazer frente à concorrência dos players internacionais que atuam no setor, também entraram no segmento de logística integrada, com soluções de gerenciamento de armazéns e operações da última milha (até o destino final) logística. Segundo Fógos, no ano passado foram entregues quase 160 milhões de encomendas expressas e 8,1 bilhões de objetos em geral. São mais de 30 milhões de objetos transportados/mês, o

que equivale a três mil toneladas/dia. “A nossa expectativa é que o volume de cargas fracionadas cresça à taxa de 14% ao ano”, afirma Fógos. Já os volumes originados pelo comércio eletrônico crescem a uma taxa de 40% ao ano. A frota dos Correios em todo o território nacional é composta de 23 aeronaves fretadas, 13,6 mil motociclistas, cinco mil veículos leves e 500 veículos pesados. E a equipe de carteiros é formada por 52 mil funcionários. Gestão O diretor geral da TNT Logistics América do Sul, Giuseppe Chiellino, diz que a empresa foi a primeira no Brasil a oferecer a gestão de fábricas dos clientes: “A Philips, por exemplo, nos dá o programa de descida de Manaus (AM) e entrega aos clientes. Assim, entregamos para as grandes redes varejistas, como Casas Bahia e Pão de Açúcar, até a ca-

sa do cliente, se o produto for encomendado via internet”. Chiellino afirma que além da gestão da movimentação de produtos, há outros dois fatores essenciais: a gestão da informação, com sistemas de gestão de armazenagem, de transporte, de faturamento e de emissão de conhecimento (ou notas fiscais para o tráfego da mercadoria); e os centros de excelência de inovação em logística, que desenvolvem soluções específicas para cada setor de atuação. A TNT trabalha com uma frota de 1.150 veículos, dos quais 8% são próprios: “Temos contrato com 115 fornecedores de transporte para atender os diferentes tipos de clientes, mas esse número deve ser reduzido para 75 ou 80”, afirma o diretor. O volume de entrega da empresa ultrapassa as 150 mil toneladas/mês em todo o País. A unidade Express da UPS tem uma frota de 70 veículos próprios, entre motocicletas e

Fiorinos e também tem contrato com a Expresso Mercúrio para cobrir todo o Brasil, diz a gerente de marketing da UPS Brasil e Mercosul, Juliana Vasconcelos. Um dos diferenciais da empresa é oferecer apoio e suporte ao cliente que quer exportar. Juliana diz que em vários casos a UPS mantém centros de negócios localizados no próprio cliente para acompanhar e organizar o processo de distribuição. A divisão UPS Capital da empresa faz uma verdadeira consultoria de exportação: do financiamento ao despacho da matéria-prima, a empresa é capaz de dar suporte ao cliente pequeno ou médio que quer exportar. Juliana afirma que o mercado brasileiro ainda está em fase de maturação: “Muitas empresas não têm idéia da necessidade que têm desse serviço e, portanto, temos que trazer e ensinar as soluções para o cliente”. (SD)


Ano 81 - Nº 22.178

São Paulo, quinta-feira 27 de julho de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h35

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

Exportador pode, agora, deixar até 30% das receitas no exterior, para pagar obrigações em moeda estrangeira. Esta é a principal medida do pacote cambial anunciado ontem pelo governo. Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega (foto), a medida é para atenuar a valorização do real. Projeção do setor indica que se o pacote estivesse valendo desde o início do ano, os exportadores brasileiros poderiam reter no exterior cerca de US$ 38 bilhões até o final de 2006. Economia/1 Ailton de Freitas/Agência O Globo

Evelson de Freitas/AE

ESPECIAL

Queimadas chegam a cidade AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 30º C. Mínima 15º C.

Nas praias azuis do Caribe Surpreenda-se com a beleza dos 5,7 mil quilômetros do litoral cubano. Boa Viagem

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HOJE Parcialmente nublado Máxima 30º C. Mínima 13º C.

Luiz Guedes Jr.

Castigada pela estiagem e pelo calor de até 30º em pleno inverno, São Paulo viveu ontem um dia de incêndios. Na foto, fogo em loteamentos da City Jaraguá, na Zona Oeste. Cidades/1

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quinta-feira, 27 de julho de 2006

Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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SUPERÁVIT NO SEMESTRE É DE R$ 57,154 BILHÕES

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dias foi o período determinado para a definição da taxa de juro no empréstimo consignado

BC APONTA QUE ECONOMIA DO GOVERNO NOS ÚLTIMOS 12 MESES ULTRAPASSOU OS R$ 90 BILHÕES

SUPERÁVIT PRIMÁRIO SURPREENDE

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superávit primário do País ficou em R$ 10,444 bilhões em junho, segundo o Banco Central (BC). O resultado é maior que os R$ 6,303 bilhões observados em maio. No semestre, o superávit acumulado está em R$ 57,154 bilhões, abaixo dos R$ 59,95 bilhões obtidos em igual período do ano passado. Levando em consideração o fluxo em 12 meses, o superávit primário de agora corresponde a 4,51% do PIB, praticamente estável em relação a maio (4,5%) e ainda superior à meta do governo estipulada para o ano, que é de 4,25% do PIB. Em junho do ano anterior, no entanto, o superávit correspondia a 5,12% do PIB. No mês passado, o governo central (que engloba o governo federal, o BC e o INSS) registrou superávit de R$ 6,877 bilhões, mais do que o dobro do que o valor visto em maio, de R$ 3,146 bilhões. Em junho, os governos regionais (estados e municípios) apresentaram um

superávit primário menor, de R$ 1,472 bilhão, em relação ao resultado de R$ 2,129 bilhões obtido no período anterior.

As empresas estatais, por sua vez, foram as que apresentaram maior esforço para economizar, com um saldo positivo de R$ 2,095 bilhões, quase R$ 1 bilhão a mais do que em maio (R$ 1,028 bilhão). Juros – O pagamento com juros, no mês passado, somou R$ 17,435 bilhões, quase R$ 10

bilhões a mais do que o gasto em maio. E, segundo o BC, essa diferença ocorreu por causa das perdas registradas com swap cambial em junho, de R$ 2,9 bilhões. A dívida líquida total do setor público ficou em R$ 1,024 trilhão, o que corresponde a 50,3% do PIB. No acumulado do ano, o governo central fez uma poupança de R$ 57,15 bilhões, o que equivale a 5,77% do PIB; mas ficou abaixo da economia feita no primeiro semestre de 2005, equivalente a 6,53% do PIB. Os governos regionais pouparam R$ 11,55 bilhões (ou 1,17% do PIB) e as empresas estatais contribuíram com R$ 7,06 bilhões, ou cerca de 0,71% do PIB. O relatório do Departamento Econômico do BC mostra que o superávit primário acumulado nos últimos 12 meses passou dos R$ 89,89 bilhões em maio (4,5% do PIB) para R$ 90,71 bilhões em junho (4,51% do PIB), valor superior à meta de 4,25%, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). (Agências)

Cai projeção de saldo comercial

exportações em 2006, influência do pacote cambial lançado ontem pelo governo. A previsão para o superávit caiu de US$ 41,8 bilhões para US$ 38,1 bilhões. Caso a estimativa seja confirmada, haverá uma queda de 15% no saldo previsto para este ano ante 2005, provocada pelo

crescimento das importações em ritmo maior do que o das exportações. Para a AEB, as importações serão de US$ 89,07 bilhões, com um aumento de 21% ante o ano anterior. Já as exportações deverão totalizar US$ 127,2 bilhões, valor 7,4% superior ao que foi apurado ao longo do ano passado. (AE)

A

Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) divulgou a primeira revisão anual das projeções para a balança comercial, certa de que não haverá, nos resultados das

10,4 bilhões de reais foi o superávit primário do País registrado no mês de junho, segundo o relatório do Banco Central.

CONSIGNADO Aposentado paga juro de até 2,86%

A

queda de 0,5 ponto percentual na taxa Selic (a taxa básica de juros) foi responsável pela redução de 2,9% para 2,86% ao mês no limite de juros dos empréstimos com desconto em folha de pagamento para aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O corte de 0,04 ponto percentual foi anunciado ontem pelo Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS). Há cerca de dois meses, o conselho havia estipulado o teto de 2,9% ao mês para esse tipo de operação. A medida representou uma queda de quase 10% em relação à média das taxas cobradas pelos bancos conveniados com o INSS para oferecer esse tipo de crédito. O ministro da Previdência, Nelson Machado, apresentou ontem um levantamento do conselho, segundo o qual, nos últimos meses, não houve queda na oferta de crédito, bem como não ocorreram mudanças

na composição do crédito de curto, médio e longo prazos (de 1 a 12 meses; de 13 a 24 meses; e 25 a 36 meses). "Uma única coisa que alterou significativamente foi o custo de capitalização do dinheiro, que é a redução da taxa Selic. O conselho achou adequado sugerir ao INSS que reduzisse o mesmo patamar. Caiu 0,5 por cento (a Selic), divide isso por 12 (número de meses do ano), dá 0,04%", explicou Machado. Avaliação – O ministro, explicou ontem que, ao estipular o teto para os juros consignados, o conselho também definiu que após dois meses haveria uma reavaliação desse limite. "Dois meses é um período muito curto para avaliar se o teto estava bem calibrado ou não", disse Machado. O conselho também aprovou ontem a reavaliação do novo teto em 60 dias. Assim, a nova análise deve ocorrer em setembro. Para o representante da For-

ça Sindical no conselho, Luiz Antonio Adriano, os juros do crédito consignado podem cair ainda mais se a Selic continuar em queda. Os bancos, no entanto, queriam manter o limite dos juros em 2,9%. Eles argumentaram que o período de dois meses não foi suficiente para avaliar o impacto da criação do teto. "Os bancos ainda não estavam totalmente preparados, ou seja, estão se adaptando, estão atendendo aquilo que foi definido na reunião passada, ou seja, a fixação do teto", afirmou o superintendente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Jorge Higashino. Dificuldade– Segundo ele, é difícil fazer qualquer avaliação porque ainda não há dados com relação ao volume, à quantidade de operações realizadas, e em que faixas de valor e prazo se situavam os empréstimos no período. "Enquanto não se tiver isso, fica difícil qualquer avaliação." (ABr)


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8 -.ESPECIAL

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Marcos Peron/Virtual Photo

O Ciesp oferece ao micro e pequeno empreendedor alternativas para colocar seu produto no mercado externo, incluindo o meio de transporte Marcelo Min/AFG

Micro e pequenas exportam de telhas a jóias

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Agentes governamentais e privados desenvolvem programas facilitadores para que empreendedores possam vender seus produtos no Exterior, de telha de cerâmica a jóias ou estátuas de santos católicos, por exemplo

s micro e pequenas empresas industriais exportaram US$ 1,85 bilhão em 2004, de acordo com relatório do ano passado divulgado pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Esse valor correspondeu a apenas 2,3% do total das exportações industriais brasileiras no período. Para expandir essa participação, alguns agentes - governamentais e privados - têm desenvolvido programas facilitadores de exportação, a fim de que um produtor de telha de cerâmica, por exemplo, possa vender seu produto nos Estados Unidos, ou que um consumidor da América Latina possa comprar estátuas de santos católicos. O trabalho desses agentes vai desde a prospecção do mercado até o melhor meio de transportar o produto a ser exportado.

Ao contrário das grandes empresas, que têm canais próprios de exportação, as MP muitas vezes desconhecem o potencial do mercado externo, a começar pela barreira da língua, diz o diretor do departamento de comércio exterior do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Ricardo Martins. Inteligência comercial O Ciesp acaba de implantar um sistema de inteligência comercial (ou business intelligence) para o comércio exterior, cujo alvo são justamente as MPs. “Esse sistema desenha cenários para o futuro exportador, o que permite estabelecer o modelo logístico para exportação”, afirma Martins. Um dos méritos do sistema é cruzar informações sobre o comércio exterior, filtrá-los e manipulá-los de forma a oferecer ao micro e pequeno empreendedor as al-

ternativas para colocar seu produto no mercado externo. “Se for um fabricante de calçados do RS, por exemplo, ele pode verificar se os concorrentes embarcam sapatos pelo aeroporto de Cumbica (transporte aéreo), pelo porto de Rio Grande (marítimo) ou de caminhão (rodoviário) até o porto de Santos”, explica o diretor do CIESP. De posse desses dados, o exportador escolhe se seguirá a tendência dos demais exportadores ou se optará por outra forma de comercialização. O CIESP também tem feito missões multisetoriais de micro e pequenos empresários a Miami, nos EUA, para demonstrações de logísticas de “portos secos” (ou dry port), onde as mercadorias são nacionalizadas de acordo com o exportador, o que já ocorre também em Cumbica, São Paulo. Essa experiência dá aos empresários potencial para mercados nunca antes imaginados: de telha de cerâmica para decoração no mercado americano, que não produz esse artigo, a imagens de santos para a América Latina. “São situações que não estão descritas em nenhum manual de exportação”, diz Martins. Correios Os Correios são uma alternativa de exportação aos micro

Ricardo Martins: pequenos e micros desconhecem muitas vezes o potencial do mercado externo

e pequenos empresários. O Exporta Fácil é um serviço que oferece logística simplificada para as exportações de até US$ 20 mil por remessa. “Temos dois centros de tratamento de carga internacional, um em São Paulo e outro no Rio de Janeiro, vinculados diretamente às gerências de operações e negócios internacionais; duas sub-gerências, uma em Minas Gerais e outra no interior de São Paulo; e pelo menos um assistente de comércio exterior em cada diretoria regional, ou seja, em cada Estado brasileiro”, diz o chefe da divisão de comércio exterior dos Cor-

reios, Rosimar Fernandes de Mello. De acordo com Mello, a logística postal é contratada até o país de destino e os Correios cuidam, para o exportador, do registro da operação no Siscomex (Sistema de Comércio Exterior) da Receita Federal. Desde o lançamento, em 2001, as remessas saltaram de 6.745 para 16.509 no ano passado. No primeiro semestre deste ano, foram registradas 2.004 remessas comerciais. As exportações atingem cerca de 200 países e os principais destinos são os Estados Unidos, Japão, Portugal, Alemanha, Espanha, França,

Chile, Grã-Bretanha e Peru. Até 2004, mais de cinco mil empresas haviam utilizado o serviço, cujos principais produtos incluíam artigos de joalheria e metais preciosos; vestuário e acessórios, instrumentos de ótica e médico-cirúrgicos; e materiais elétricos. A logística de exportação desses produtos é feita inteiramente pelo Exporta Fácil e envolve o despacho do produto pelo exportador na agência dos Correios, Siscomex, aduana, transporte (que pode ser áereo, marítimo ou rodoviário) até a entrega no destino final. (SD)


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Tr i b u t o s Empresas Nacional Finanças

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Entregadores de água tiveram mais trabalho nesses dias: venda saltou para 200 galões.

CALOR FORA DE HORA ANIMA VAREJO

DIAS QUENTES ANTECIPAM LIQUIDAÇÕES DE ROUPAS, MAS AJUDAM QUEM SOFRE COM TEMPERATURA BAIXA

INVERNO? SÓ NO CALENDÁRIO Melhora o ânimo do consumidor

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pós cinco meses em queda, a confiança do consumidor se recuperou em julho, impulsionada pelo aumento na intenção de compra de bens duráveis. É o que mostra o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) de julho, que subiu 0,9%, após queda de 0,1% em junho. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o cenário atual de juros mais baixos elevou o apetite do consumidor para comprar bens duráveis, segmento especialmente de automóveis e eletrodomésticos. Na avaliação do economista da FGV, Aloísio Campelo, não há somente um motivo para a melhora de cenário. "O consumidor está otimista com o futuro da economia e com a atual melhora no cenário macroeconômico, além de ter atingido maior equilíbrio em suas finanças", afirmou. Ao detalhar o cenário de julho, Campelo informou que houve melhora nas avaliações do consumidor sobre a situação presente e em suas expectativas. O ICC aborda dois indicadores: o Índice de Situação Atual, que subiu 1,5% em julho ante alta de 1,1% em junho; e o Índice de Expectativas, que avançou 0,7% em julho, ante queda de 0,8% em junho. Entre as boas notícias da pes-

quisa está o tópico sobre situação financeira atual da família. De junho para julho, subiu de 17,1% para 18,4% a parcela dos consumidores que a consideram boa. Mas o grande destaque foi mesmo a resposta sobre compras. Subiu de 8,2% em junho para 9,6% em julho a parcela dos entrevistados que prevêem comprar mais bens duráveis nos próximos meses. Essa tendência se deve, em grande parte, à continuidade na redução da taxa básica de juros (Selic), que conduz a um nível menor de juros reais. "Os juros para empréstimo estão caindo, sim. Não na mesma proporção que a Selic, mas estão caindo", disse Campelo, comentando que isso favorece a decisão do consumidor de comprar ou não bens duráveis. Dia dos Pais – A recuperação no otimismo do consumidor em julho não melhorou muito a intenção de compras para o Dia dos Pais. É o que mostra recorte especial da pesquisa sobre a data. Segundo Campelo, "há mais consumidores informando que vão gastar menos com o presente neste ano do que gastaram no ano passado". Ele afirmou que 17,1% dos entrevistados planejam gastar menos no presente neste ano, enquanto 8,9% pretendem gastar mais. (AE)

FALÊNCIA &

RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 26 de julho de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial:

Requerente: Moinho Vacaria Industrial e Agrícola Ltda. - Requerida: Panificadora Biscoiteria e Confeitaria Bari Indústria e Comércio Ltda. - Rua Marambáia, 616 - 2ª Vara de Falências

ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú

Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407

A

despeito dos transtornos que impõem ao comércio de roupas, os dias quentes de julho são muito bem-vindos para outros segmentos de negócio, como os de água potável ou de sorvetes. Especialmente em uma cidade como São Paulo, em que as férias escolares provocam um êxodo sazonal da população, com impacto nas vendas em geral. "Quando a temperatura esquenta, a diferença é imediata. Julho é o pior mês do ano para nós", conta Cássia dos Anjos Teles Pessoa, proprietária da Oásis, distribuidora de água do bairro da Santa Cecília. A combinação inverno e férias no mês reduz o faturamento da loja em 40%. É o dobro da redução registrada em meses como dezembro e janeiro. Segundo Cássia, estes dias quentes não trouxeram movimento semelhante ao do verão, mas contribuíram para amenizar os efeitos do "inverno antecipado" de abril. Naquele mês, além do frio, as vendas sofreram redução por conta dos feriados acumulados. Para dimensionar o efeito do calor atípico dos últimos dias, ela compara: "No último sábado frio, vendemos 35 galões de água; sábado passado – já sob efeito do veranico – foram cerca

Fotos: Newton Santos/Hype

Veranico fez entrega de galões de água disparar nos últimos dias

Cássia: quando a temperatura esquenta, a diferença é imediata

de 80; e, na última segunda-feira, entregamos 200 galões". Sucos em alta – Os dias quentes de inverno também impulsionam vendas na franquia da Casa do Pão de Queijo

da Rua da Quitanda, no Centro. A frequência média, de 300 pessoas por dia, cresce 15%, segundo o gerente José de Andrade Lira. "Nos dias quentes, as pessoas vão mais para as

ruas. Até turistas nós recebemos." O maior fluxo de pessoas e a temperatura elevada impulsionam em 30% o consumo dos sucos e em 10% o de milk shakes, informa Lira. Surpresa – O veranico inesperado foi uma grata surpresa para Paulo de Oliveira, em seu primeiro inverno como sócio da distribuidora Hiper Gelo. "Me avisaram que as vendas do gelo em cubo cairiam pelo menos 50% no inverno." O pior momento era esperado para julho. Mas, ao contrário, a queda não deverá passar dos 30% em relação ao verão, quando ele vende cerca de 150 pacotes por dia. Ao longo do inverno, esse média oscilou entre 50 e 70 pacotes. Na última semana, beirou os 90. Sorvetes – Para quem mantém uma sorveteria em loja de rua, como Vicente Manzioni, da Offellê, nos Jardins, os dias seguidos de calor, em pleno inverno, reduzem a baixa das vendas do período, da ordem de 70%. Para a Gelateria Parmalat, rede de 27 lojas, esses dias fazem o movimento assemelhar-se ao de verão, diz o gerente de negócios Walter Barbosa. Concentrar as lojas da marca em shopping centers já havia contribuído para amenizar o impacto do inverno. Fátima Lourenço

Sem o frio, lojistas liquidam P

romoção, queima total, desconto. Não importa a região de São Paulo onde estejam as lojas, nem a forma que escolham para passar a mensagem. O comércio está liquidando as peças de inverno. O objetivo de algumas lojas é trocar a coleção; de outras, livrar-se das peças antes que fiquem encalhadas nas prateleiras, já que os dias quentes tomaram o lugar do frio. No popular bairro do Bom Retiro, os descontos vão de 20% a 70%. A maioria das lojas faz promoção para atrair os clientes – dos mil pontos de venda, 60% abaixaram os preços. As peças mais procuradas são calças jeans, saias, vestidos e conjuntos de veludo. "O fluxo de pessoas aumentou 20% em razão das promoções. A expectativa é que as vendas subam até 40%. Os dois últimos meses foram complicados: a Copa do Mundo e os ataques da bandidagem inibiram as compras", disse a secretáriaexecutiva da Câmara de Dirigentes Lojistas do Bom Retiro (CDL), Kelly Cristina Lopes. A gerente da loja Gazzy, Joseane Wojahn, iniciou a liquidação de peças femininas e masculinas há 15 dias. Os descontos chegam a 50%. "O mês de julho facilita as compras. O bairro já recebe muita gente de fora de São Paulo. Nas férias, mais pessoas aparecem e acabam comprando", afirmou. Já a maioria das lojas do bairro do Itaim Bibi, na zona sul de São Paulo, ainda está apostando no inverno. Das 140 unidades, apenas 15 diminuíram os preços. "Os lojistas esperam que o frio volte. Até os primeiros dias de agosto eles podem vender as peças de inverno",

Desemprego fica estável em SP

A

taxa de desemprego na Grande São Paulo atingiu 16,8% da População Economicamente Ativa (PEA) em junho, ficando próxima da estabilidade na

Paulo Pampolin/Hype

No Bom Retiro, vendedores mudam vitrines e anunciam os descontos

analisou o presidente da Associação dos Lojistas da Rua João Cachoeira, Felipe Naufel. Ele afirmou que uma ação unificada de todo o comércio local poderá ser organizada na primeira quinzena de agosto, a

exemplo do que ocorreu no ano passado. A expectativa é de que as vendas de inverno sejam 4% superiores às do mesmo período de 2005. Grifes – Na Rua Oscar Freire, reduto de marcas famosas,

comparação com maio, quando o indicador foi de 17%. Mas a taxa apresentou queda em relação a junho de 2005, quando 17,5% da PEA estava desempregada. O dado foi divulgado ontem pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e pelo

Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O contingente de desempregados chegou a 1,68 milhão de pessoas, 31 mil a menos do que em maio, decorrente da saída de 69 mil pessoas do mercado de trabalho e 38 mil postos

também há liquidações. A mensagem nas vitrines é clara: a Patachou diminuiu os preços em até 60%; a Rosa Chá, 50%; Corpo e Arte, 40%; Fórum, 60%; Arezzo, 50%. Apesar dos descontos, os preços não são acessíveis para muitos. Na Iódice, por exemplo, um vestido custa R$ 598, já com desconto. Mesmo assim, as campanhas estão dando frutos. A sub-gerente da Canal, Marina Samartur, disse que a liquidação começou em 1º de julho, com descontos de 50%. "As promoções alavancaram as vendas em 20%. Mas fomos obrigados a abaixar ainda mais os preços. Se uma loja faz, todas têm que seguir, senão perdem negócios", afirmou. A empresária Fátima Júlio e a filha, Beatriz, passaram todo o dia de ontem na Oscar Freire, em busca de bons preços. "Estamos aqui para comprar presentes para meu marido e para o namorado de minha filha. Já aproveitamos a promoção da Daslu, que vendeu peças com 50% de desconto. Esta época do ano é ótima para adquirir produtos de qualidade com bons preços", disse Fátima. Cuidados – A estilista Com Vieira dá algumas sugestões para o consumidor não se arrepender de comprar. "O mais importante é provar as roupas. Ela pode ser linda na vitrine e não cair bem. É importante também verificar se as peças têm defeitos. Nesse caso, se o problema for pequeno e o item tiver qualidade, vale a pena. Trocar um botão ou um zíper custa pouco." A estilista lembrou que as peças clássicas nunca saem de moda. "Na próxima estação, poderão ser usadas." Neide Martingo

eliminados no período. A redução do nível de ocupação foi de 0,5%, em conseqüência do corte de 41 mil vagas na indústria e 21 mil em serviços. Houve criação de 19 mil postos no comércio e 5 mil em outros setores, principalmente na construção civil. (AE)


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quinta-feira, 27 de julho de 2006

A disseminação da entrega expressa e a proliferação de players internacionais de serviços de courier movimenta diretamente o mercado de veículos leves e semileves e, claro, de motocicletas. A Fiat é líder do mercado de veículos comerciais leves no Brasil, com 19,7% das vendas totais no ano passado. Em 2005, a montadora vendeu 404,8 mil veículos, dos quais aproximadamente 60 mil unidades, ou 15% do total, foram de veículos comerciais leves, de até 3,5 mil toneladas. A maior parte das empresas de courier tem em sua frota os veículos Fiorino, da Fiat, que, no mercado de furgões, responde por 78,7% das vendas nacionais. No segmento de furgões, a Fiat afirma deter a fatia dominante de 93% do mercado (com os já citados 78,7% do Fiorino, 12,9% do Doblo, e 1,4% do Uno Fiorino). “A compra do veículo comercial leve é 100% racional porque se trata de um veículo para trabalho, e a Fiat tem boa participação por oferecer a relação custo/benefício que interessa ao frotista e ao comerciante”, afirma o diretor de veículos comerciais e de vendas diretas da Fiat, João Cláudio Burg. Esse segmento é estratégico para a montadora, que oferece ainda venda direta e financiamento para fro-

ESPECIAL - 9

Mercado de entregas virou estratégico para montadoras Fabricantes de veículos leves e de motocicletas se beneficiam da expansão dos serviços de delivery e de couriers. Por isso, oferecem venda direta e financiamento para frotistas de todos os portes Marcelo Min/AFG

A Fiat domina o mercado de furgões com 93% das vendas - 78,7% do Fiorino, 12,9% do Doblo e 1,4% do Uno Fiorino

tistas de todos os portes na comercialização desses modelos. Van Na Kia Motors do Brasil, a Besta popularizou a van no

País, depois de décadas de domínio da perua Kombi, da Volkswagen. No ano passado, a empresa descontinuou a produção da Besta, mas já a substitui pelo Bongo, que é um veí-

culo comercial leve com opção de cabine simples e dupla e que aceita a colocação de baú, facilmente adaptável para as exigências de veículos urbanos de carga (os VUCs). Segun-

do informações da Kia, em todo o ano passado foram vendidas 665 unidades do Bongo. Entre o primeiro semestre deste ano e o primeiro semestre do ano passado, as vendas do mo-

delo aumentaram 45%, e passaram de 272 unidades para 557 unidades. A empresa destaca as encomendas de unidades Bongo ambulância e Bongo clínica odontológica. No setor de duas rodas a situação é semelhante. O mercado de delivery e courier é o maior usuário das motocicletas de 150 cilindradas. Da produção total de motocicletas no País no ano passado, 88% foram desse tipo. As vendas são feitas pelas concessionárias ou diretamente para os frotistas, por meio de consórcio ou planos de financiamento. Segundo a Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares), a maior parte das vendas de motocicletas foi feita na região Sudeste, com 40,6% do total, seguida pela região Nordeste, com 21,8%. A Honda, de acordo com sua assessoria de imprensa, prefere não revelar os números de motocicletas comercializadas, voltadas exclusivamente para os segmentos de entrega expressa e couriers, mas admite que tem como objetivo intensificar a utilização da motocicleta para uso profissional. No ano passado, a fabricante vendeu 12.836 motos e, até o primeiro semestre deste ano, foram comercializadas 7.073 unidades. Assim como as montadoras de veículos, a Honda tem opções de financiamento e crédito para pequenas e médias empresas. Para companhias com faturamento de até R$ 60 milhões, a linha de crédito é de até R$ 10 mil, com prazo de financiamento de até 36 meses, por meio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). (SD)


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Em ziguezague pela vida. Fora da lei, dentro do horário

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A cidade tem cerca de 160 mil motoboys, dos quais pouco mais de 10% em situação regular. Os riscos são altos - três acidentes com mortes por dia. Por isso, usuários devem refletir ao pedir pressa e pontualidade Marcelo Min/AFG

erca de 160 mil motoboys (ou m o t o f re t i s t a s ) cruzam ruas e avenidas de São Paulo diariamente para entregar comida, documentos, contas, livros, CDs e até buquês de casamento. Desse total, apenas 20 mil, ou pouco mais de 10% da categoria, estão em situação regular, de acordo com os parâmetros de segurança definidos pela SMT ( S e c re t a r i a M u n i c i p a l d e Transportes) e pelo DTP (Departamento de Transportes Públicos). Na Grande São Paulo, existem entre 2 mil a 2,3 mil empresas de entrega expressa feitas com motocicletas, das quais entre 15% a 20% apenas são regularizadas. As informações são do diretor executivo da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares), Moacyr Alberto Paes.

Legislação No final do ano passado, a categoria definiu, juntamente com a SMT e o DTP, uma legislação que pretende dar mais profissionalismo tanto aos motofretistas quanto às empresas de frete. Entre algumas obrigações, a nova lei exige que o motoboy da cidade de São Paulo instale compartimento do tipo baú e use adesivos que informem seu tipo sangüíneo. As empresas de motofrete são obrigadas a se cadastrar para obter credenciamento para operar. O Sindimoto (Sindicato dos Trabalhadores Motociclistas do Município de São Paulo) acredita que, com isso, pelo menos 80 mil motofretistas sejam regularizados. O problema da informalidade é que esses profissionais não têm seguro de vida, FGTS e seguro de saúde, por exemplo, diz Paes, da Abraciclo: “O motofretista é conseqüência de um problema sócio-econômico, pois o desemprego leva à informalidade. Há uma resistência porque, se o motoboy continua na informalidade, não tem de pagar imposto, mas também não será coberto em caso de acidente ou, mais à frente, na aposentadoria”. Paes diz que a sociedade tem parcela de culpa nessa situação. Quem contrata um motofretista quer que a entrega seja expressa, rápida ou super-rápida, diz. “O consumidor quer agilidade”, seja na entrega da pizza, do remédio ou do documento. Por outro lado, o consumidor é incapaz de fazer a transposição de posições com o motoqueiro, no caso das ruas, por exemplo, quando o motociclista ocupa uma faixa, originalmente estabelecida para seu uso também. Em geral, segundo Paes, o motorista de automóveis não compreende que os motociclistas também têm direito ao uso das faixas. O diretor da Abraciclo afirma que quem contrata as empresas de frete corre dois riscos: primeiro, porque a empresa pode ser fantasma, com a conseqüente emissão de recibo ou nota fiscal frios. Numa fiscalização, o contratante pode ser autuado por aceitar nota fiscal fria. Segundo, porque o motofretista pode sofrer um acidente e, se a empresa de frete for fantasma, poderá pedir indenização para o contratante. Não existe, atualmente, uma cultura de pesquisar o cadastro das empresas de frete.

A sociedade tem parcela de culpa nessa situação, segundo a Abraciclo. Quem contrata um motofretista quer a entrega expressa, rápida ou superrápida, seja de pizza, remédio ou documento

Pressão Os motofretistas são pressionados por vários fatores: ficam na informalidade porque o ganho melhora sem os descontos; trabalham por viagem - quanto mais viagens, maior o ganho; a fiscalização não é eficiente e efetiva. Paes diz que a informalidade é tão arregimentada na

categoria que viu, nas ruas de São Paulo, um motoboy com a seguinte inscrição em sua moto: “Estou fora da lei, mas dentro do horário”. Dessa forma, os cerca de três acidentes fatais diários com motofretistas na cidade de São Paulo continuam alimentando as estatísticas de morte nas ruas.

A região Sudeste foi responsável, no primeiro trimestre deste ano, pela venda de 40,6% de todas as motocicletas do País. Do total da produção nacional, 88% foram de motos de 125 a 150 cilindradas, as mais utilizadas pelos motoboys. No ato da compra, 72% declaram que usariam o veículo para o

trabalho ou escola e mais 7% apenas no trabalho. Segundo Paes, essa informação é compulsória e nem sempre revela, portanto, o perfil do comprador com clareza. De qualquer forma, somente a cidade de São Paulo tem cerca de 300 mil motociclistas autorizados a conduzir motocicletas, de acordo

com dados do Detran-SP (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo). E, desse total, mais da metade circula diariamente e enfrenta todos os riscos porque precisa sobreviver e porque a outra parcela da sociedade, usuária, exige rapidez e cumprimento de prazos. (SD)


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quinta-feira, 27 de julho de 2006

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O varejo investe em logística para reduzir custos Grandes redes, como Casas Bahia, Companhia Brasileira de Distribuição e Leroy Merlin, investem em armazenagem própria para escoar produtos nas regiões metropolitanas. O foco é na redução de despesas

s grandes redes v a r e j i s t a s i nvestem pesado na logística para suprir suas lojas em todo o Brasil. A Casas Bahia e a CBD (Companhia Brasileira de Distribuição), que controla os supermercados Pão de Açúcar, Extra, Extra-Eletro, Compre Bem e Sendas, têm, provavelmente, os maiores centros de distribuição do País. O maior centro da CBD fica em Osasco (SP) e tem 200 mil m² de área construída. O da Casas Bahia está em Jundiaí (SP) e tem uma área de 178 mil m². Somente no Estado de São Paulo, além de Jundiaí, a Casas Bahia tem mais dois centros de distribuição localizados em Ribeirão Preto e São Bernardo do Campo. Segundo informação da empresa, a capacidade total de armazenagem nos seus depósitos é de 6,7 milhões de m³. A frota da rede é própria. São 2,2 mil caminhões que fazem uma média mensal de 980 mil entregas em todo o território nacional. Em datas como Dia das Mães, Natal e Dia dos Pais, o volume pode chegar a 1,6 milhão de entregas/mês. A rede francesa Leroy Merlin também investe em centros próprios. Em maio deste

Divulgação

A rede francesa Leroy Merlin investe em centros próprios, com sistema automatizado de gestão de estoque

ano, a empresa inaugurou um novo centro de distribuição em São Bernardo do Campo (SP). A unidade funciona 24 horas por dia, tem uma área total construída de 36 mil m2, de onde saem diariamente cerca de 40 caminhões, segundo a empresa. O novo centro tem um sistema

automatizado de gestão de estoque, baseado na transmissão de dados por radiofreqüência, que permite reduzir a ocorrência de falhas de informação nos processos de movimentação e controle das mercadorias estocadas. Te m , t a m b é m , o s i s t e m a “cross docking”, que permite

a rápida movimentação na chegada e saída dos produtos, sem que seja preciso estocá-los. A rede da Leroy tem 12 lojas no Brasil, localizadas em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Brasília. Suprimentos O foco de atuação da área

de cadeia de suprimentos do Grupo Pão de Açúcar está na redução de despesas, com o desenvolvimento de ações em busca da captura de valor e da diminuição de custos logísticos, segundo informação da empresa. Assim, o CBD promoveu a revisão da malha de distribuição e per-

mitiu o fortalecimento do processo de regionalização a partir de um trabalho mais intenso com alguns fornecedores, que passaram a distribuir seus produtos nos centros de distribuição regionais, o que reduziu os custos da empresa com frete. Também foram desenvolvidas cargas mais compactas, com transporte maior de mercadorias e redução de viagens. O CDB afirma ainda que o custo logístico foi reduzido com a revisão dos processos operacionais dos 13 centros de distribuição, localizados em oito Estados no País, com capacidade total de armazenagem de 380 mil m2. O Grupo Pão de Açúcar é a maior empresa de varejo do Brasil e atua em 15 Estados das Regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, com 556 lojas. Quando reestruturou sua logística, o CDB implantou o processo de rastreamento da frota, o que aumentou a segurança e a eficiência dos caminhões. De acordo com a empresa, com a utilização da tecnologia de rastreamento já houve uma melhora significativa nas condições de contratação de seguros de carga da CBD. (SD)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

12 -.ESPECIAL

quinta-feira, 27 de julho de 2006

Regiões metropolitanas, um caos sem planos logísticos Detentoras do maior tráfego de cargas, áreas urbanas estudam projetos para baixar custos e beneficiar o trânsito. Mas não há uma autoridade governamental para regulamentar o transporte de carga estadual Leonardo Wen/Folha Imagem

C

As regiões da Grande São Paulo, Baixada Santista e Campinas precisam de uma plataforma logística, um plano para organizar o tráfego excessivo e baratear o transporte de cargas no Estado

logística integraria terminais intermodais como rodoanéis e ferroanéis com o objetivo de descongestionar o trânsito das regiões envolvidas e baratear o custo do transporte, afirma Lima. E não significa que não haja uma política pública para tornar viável essa reestruturação: “Não há uma autoridade governamental para regulamentar o transporte de carga erca de 70% das viagens estadual”, diz o de cargas são realizadas coordenador. Isso nas regiões urbanas, de acordo com pesquisa na reduziria o custo São região metropolitana de Paulo, na opinião de Lima. São Paulo. Somente o “A STM (Secretaria de Estado de São Paulo tem Estado dos Transportes três regiões Metropolitanos) metropolitanas diretamente afetadas por regulamenta apenas o transporte de esse tipo de transporte: da Grande São Paulo, da passageiros e dos grandes eixos estaduais, Baixada Santista e de que são as concessões de Campinas. Para rodovias; as secretarias organizar o tráfego municipais cuidam excessivo, essas regiões apenas das cidades. Nas precisam de uma plataforma logística, um regiões metropolitanas, a carga é um problema e plano que organizaria o não tem um transporte de cargas no responsável”, afirma Estado, afirma o Lima. A plataforma coordenador técnico da logística seria dotada de área de transporte da FAT (Fundação de Apoio terminais regionais (por centros comerciais ou à Tecnologia), Alberto bairros), com horários de Lima. tráfego restritos e Essa plataforma

sistemas viários apropriados. O coordenador da FAT defende que, numa cidade como São Paulo, esses terminais regionais poderiam servir como centros de distribuição a partir dos quais veículos leves os transportariam até as lojas. Atualmente, Patrícia Cruz/LUZ

cada tipo de carga tem seu próprio esquema de distribuição: é um para caminhão de bebida, outro para flores, outro para roupas e assim por diante. Segundo a proposta de Lima, os produtos ficariam armazenados nos terminais regionais e

distribuídos pelos VUCs (veículos urbanos de carga), de acordo com a necessidade do comerciante.

diminuiu o número de viagens diárias entre suas lojas. Mas, e os pequenos? Os pequenos não têm centros de distribuição e, assim, os terminais regionais Centros de distribuição seriam os seus centros. Lima cita o exemplo do Um grupo de lojistas de Pão de Açúcar, que criou um determinado bairro centros de distribuição e ou centro comercial teria no terminal regional seu centro de distribuição. “As ações das grandes empresas - na construção de centros próprios - são isoladas, e não geram sinergia”, argumenta o coordenador. Por enquanto, as empresas privadas criam suas próprias plataformas logísticas e as entidades governamentais estudam a viabilidade de alguns projetos. Na rodovia Fernão Dias (que liga São Paulo a Minas Gerais), há projetos de terminais intermodais, “definidos de forma aleatória, sem participar de um sistema”, diz Lima. A STM tem alguns planos de terminais para o Rodoanel e a Prefeitura de São Paulo estuda a viabilidade de instalar terminais em bairros. Lima propõe terminais regionais e distribuição por veículos urbanos de carga (SD)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 28, 29 e 30 de julho de 2006

1

3,8

por cento é a nova taxa da linha de exportação do BNDES para montadoras que gerarem empregos

EM JUNHO, O INA TEVE EXPANSÃO DE 0,1% SOBRE MAIO. O CÂMBIO É APONTADO COMO O PRINCIPAL VILÃO.

PRODUÇÃO CRESCE 3,8% NO SEMESTRE

O

Indicador de Nível de Atividade (INA) da indústria paulista, apurado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), subiu 0,1% em junho na comparação com maio. A variação já leva em consideração os efeitos do ajuste sazonal. Sem o ajuste, o indicador registrou queda de 1%, na mesma base de comparação. No primeiro semestre, o INA cresceu 3,8%, na comparação com o mesmo período do ano passado. Em junho, a alta foi de 3,7% sobre igual mês do ano passado. O nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) caiu para 82,2% no mês passado ante 82,9% em maio. Em junho de 2005, o uso da capacidade instalada estava em 81,9%. No mês passado, as vendas reais da indústria paulista cresceram 3,6% sobre maio. Na comparação com o mesmo mês de 2005, a alta foi de 12,7%. Entre os destaques negativos, a pesquisa da Fiesp e do Ciesp mostrou queda de 2,3% na atividade no setor de veículos automotores, com ajuste sazonal, ante o mês anterior. Nesse setor, as vendas reais, em junho, recuaram 3,9% sobre maio. Em máquinas e equipamentos, o recuo foi de 3,3% nas vendas, na mesma base de comparação. Na ponta positiva, o destaque foi metalurgia básica, com crescimento de 2,1% na série com ajuste. Vilão – O câmbio volta a ser o responsável pelo desempenho da indústria paulista neste ano, considerado fraco pelos empresários. Para Antonio Correa de Lacerda, diretor do Ciesp, três movimentos associados ao dólar depreciado afetam cada vez mais a produ-

Wilson Dias/ABr

ção. O primeiro deles é a desaceleração das exportações, que já vinha ocorrendo desde o fim do ano passado e que resultou em projeções de crescimento das vendas externas inferiores às de 2005. O segundo é a diminuição dos preços dos produtos industriais no mercado interno, resultado da concorrência dos importados e, por último, a substituição da produção local por importados, movimento que se mostra de forma mais clara no setor de máquinas e equipamentos, em que as importações cresceram 15,4% no primeiro semestre sobre o mesmo período de 2005, enquanto as exportações tiveram incremento de 9,7% na mesma base de comparação. Pacote – Na avaliação do diretor do Departamento de Economia da Fiesp, Paulo Francini, o pacote cambial anunciado na quarta-feira pelo ministro Guido Mantega, da Fazenda, não tem como objetivo promover a desvalorização do real. "É errado pensar que as medidas visam a mexer no câmbio", ressaltou, lembrando que foi uma proposta elaborada pela Fiesp para a reforma cambial que serviu de base para as medidas da Fazenda. Segundo ele, o objetivo das medidas, sobretudo o fim cobertura cambial, é dar maior racionalidade à operacionalização do câmbio pelas empresas, já que desobriga, ainda que parcialmente, o exportador a trazer para o País seus recursos em moeda estrangeira. Lacerda, do Ciesp, concorda que a medida não afetará o câmbio isoladamente, mas talvez poderia ter efeito se fosse acompanhada de quedas mais acentuadas nos juros. O pacote cambial não é suficiente, segundo ele, para que se alterem as projeções de desempenho da indústria neste ano. (AE)

Estoques adiam retomada da produção

P

Plástico, têxtil, vestuário e esquisa divulgada ontem pela Confederação minerais não-metálicos (reNacional de Indústria vestimentos em geral, como (CNI) mostrou que as empre- cerâmica) são os que registrasas encerraram o segundo tri- ram o maior nível de estoque mestre de 2006 com os esto- indesejado no fim do primeiro ques elevados, frustrando ex- semestre. Fonseca destaca que pectativas de que haveria mais são justamente os que enfrenespaço para ampliar a produ- tam uma concorrência mais ção. Com isso, a retomada do forte com as importações. O executivo a q u e c i m e n t o Marcello Casal Jr/ABr disse que o câmindustrial foi bio tem levado adiada para o a l g u m a s e mfim do ano. presas a substi"Acreditávatuír fornecedomos que os esres nacionais toques estavam por estrangeipassando por ros. Além disso, ajustes na direo dólar barato ção das metas estimula a imdas empresas e portação de agora vimos bens de consuque não. Com mo, o que tamisso, provavelbém é obstáculo mente, teremos para a indústria. um terceiro triFinalmente, a mestre com níveis de produ- Fonseca: estoque em excesso taxa de câmbio reduziu a rentação não tão altos quanto o esperado. A recu- bilidade das exportações. Por isso, o câmbio passou a peração do crescimento da produção deve começar so- ser a segunda maior complicamente no último trimestre do ção das empresas, perdendo ano", avaliou o gerente-execu- apenas para a elevada carga tivo de pesquisa da CNI, Rena- tributária do País. Por muito tempo, as taxas de juros eram o to da Fonseca. Segundo ele, a maior dificul- empecilho número dois. Agodade está nas pequenas e mé- ra, estão na quarta posição. Capacidade – O nível de utidias empresas. Enquanto as grandes mostram aumento da lização da capacidade instalaprodução e do faturamento, as da permaneceu em 71% no sede pequeno porte registram gundo trimestre do ano, igual queda. "A tentativa de recupe- patamar do primeiro, mas siração da atividade industrial tuado um ponto percentual não decola porque não conse- abaixo do segundo trimestre gue puxar alguns setores." Dos de 2005. Isso mostra que a in26 setores pesquisados, ape- dústria tem folga nas fábricas nas cinco registraram aumen- para atender a um eventual aumento da demanda. (AE) to na produção e vendas.

Dida Sampaio/AE

Acima: Lula, em reunião com ministros e setor automotivo, libera financiamento de apoio às exportações de veículos. Ao lado: Rogélio Golfarb, da Anfavea, e Demian Fiocca, presidente do BNDES.

Juro menor para quem gerar vagas

O

Banco NacionaldeDesenvolvimento Econômico e Social (BNDES) reduzirá o custo do financiamento das exportações para as montadoras que mantiverem ou aumentarem o número de empregados. O presidente da instituição, Demian Fiocca, anunciou ontem, após reunião no Palácio do Planalto, que para essas empresas haverá uma redução de 4,5% para 3,8% ao ano na taxa cobrada nas operações de crédito feitas pela instituição. Esta é a primeira vez que o banco concede um benefício atrelado a uma meta social. Também foi ampliado o financiamento para a produção de veículos a serem exportados, em sua linha chamada "pré-embarque". O BNDES emprestava até 30% do valor necessário, mas agora passará a financiar até 55%. Para isso, as exportações devem ocorrer em até 12 meses após a contratação do crédito. A mudança da linha de pré-embarque para o setor automotivo vem na esteira do esforço do governo para tentar reduzir o impacto negativo do câmbio sobre as exportações e gerar novos empregos. O BNDES estuda ainda a criação de novas linhas para outros setores afetados pela valorização do real. São iniciativas que se somam ao pacote cambial anunciado na quarta-feira. Fiocca explicou que o cálculo para verificar a manutenção do número de postos de trabalho vai considerar a média de vagas do ano anterior. "Então é uma base alta, porque 2005 foi um ano bom para o emprego no setor", afirmou em entrevista coletiva ao lado do presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Rogélio Golfarb, e dos presidentes da Central Ú n i c a d o s Tr a b a l h a d o re s (CUT), Artur Henrique, e da Força Sindical, João Carlos Gonçalves. Antes, eles se reuniram com o presidente Lula e os ministros do Trabalho, Luiz Mari-

nho, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan. Receptividade – O presidente da Anfavea afirmou que o novo formato da linha de pré-embarque é fundamental para manter o nível de competitividade da indústria automotiva. Segundo ele, 33% da produção brasileira é exportada, o que significará a venda para o mercado externo de 980 mil unidades neste ano. "Não dá para nos comprometermos com aumento das exportações porque viemos de um ritmo de aumento bastante significativo, mas essa linha e as outras medidas (cambiais) vão colaborar para melhorar a competitividade do setor automotivo", afirmou Golfarb. O presidente da Anfavea disse que será interrompido o processo de redução das exportações. Segundo ele, no primeiro semestre deste ano, houve queda de 3,4% nas unidades exportadas na comparação com o mesmo período de 2005. Em valores, no entanto, as vendas cresceram 5,5%. O presidente da CUT, Artur Henrique, disse esperar que a iniciativa do BNDES em condicionar a redução do spread (diferença entre a taxa de captação e o juro cobrado pelo banco) ao número de empregos seja um primeiro passo para outras iniciativas de bancos oficiais. Ele, no entanto, não acredita que a medida possa reverter as demissões anunciadas pela Volkswagen. E lembrou que o fechamento de vagas faz parte da reestruturação mundial da empresa. Fórmula – A redução do spread incidirá sobre 80% do valor do financiamento corrigido pela Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). Os outros 20% continuarão sendo remunerados pela variação do dólar mais spread de 3% ao ano. A estimativa é de que o BNDES financie US$ 1,5 bilhão em exportações de veículos por ano. (AE)

CRESCE A FORMALIZAÇÃO

O

governo conta com o aquecimento da economia no segundo semestre do ano para cumprir a meta de gerar 1,3 milhão de empregos com carteira assinada em 2006. Em junho, foram abertas 155.455 vagas, segundo o Ministério do Trabalho. Com isso, o saldo positivo acumulado no ano chega a 923.798 empregos. Esse crescimento, porém, é mais fraco do que o registrado na primeira metade do ano passado, quando foram abertas 195.536 vagas e, no primeiro semestre, um total de 966.303 postos. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, reconheceu que o resultado ficou abaixo da expectativa. "Mas no segundo semestre vai ser melhor. O resultado final vai ficar acima do ano passado", assegurou. Em 2005, foi gerado 1.253.981 de novas ocupações. Marinho atribuiu o baixo desempenho dos primeiros seis meses deste ano ao efeito do câmbio sobre

os setores exportadores e à crise na agricultura, agravada pela seca no Sul do País. O ministro admitiu que o comércio está gerando menos empregos do que seria de se esperar diante do aumento do consumo das famílias. "Precisamos averiguar se o comércio não está contratando trabalhadores informalmente. Nossa fiscalização vai olhar isso." Pelos dados do Cadastro Geral de Empregados e Demitidos (Caged), o desempenho do comércio como gerador de emprego caiu quase pela metade. No primeiro semestre de 2005 o setor gerou 133.109 novas ocupações e, em igual período deste ano, apenas 71.702. Ao contrário do comércio, a agricultura começa a reagir. No último mês (junho), o resultado foi inferior ao de 2005. Mas, no acumulado dos primeiros seis meses do ano, o saldo líquido de geração de emprego alcança 191.581, contra 187.494 do ano passado. (AE)

EMPREGO CAI, RENDA SOBE

A

taxa de desemprego apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nas seis principais regiões metropolitanas do País subiu para 10,4% em junho, ante 10,2% em maio, e foi bem superior à registrada em junho do ano passado (9,4%). Mas houve continuidade na melhora do rendimento médio real dos trabalhadores, que subiu 0,5% em relação a maio, e 6,7% na comparação com junho de 2005. No primeiro semestre, a taxa média de desemprego foi de 10,1%, ante 10,3% em igual período de 2005. Para o IBGE, a taxa de desemprego não apresenta "variação significativa" desde fevereiro. Para o coordenador da pesquisa, Cimar Azeredo, a economia não está aquecendo o suficiente para permitir uma reação mais forte do mercado de trabalho, com maior geração de vagas. A análise é compartilhada por Guilherme Maia, da Tendências Consultoria, para

quem a taxa atingiu um patamar "de equilíbrio" em relação à conjuntura econômica. Para ele, a taxa de desemprego só voltará a cair com uma "mudança mais estrutural" na economia, que signifique crescimento contínuo e consistente. Melhora – Apesar da estagnação na taxa de desemprego, Azeredo e Maia vêem uma melhora qualitativa no mercado de trabalho. O coordenador da pesquisa destaca o aumento no rendimento e a continuidade da formalização – com maior número de vagas com carteira assinada – como dados positivos da sondagem. O rendimento médio real dos trabalhadores chegou a R$ 1.033,50 em junho e, ainda que não tenha retornado ao patamar de dezembro de 2002 (R$ 1.067,35), prossegue em trajetória de alta, que Azeredo atribui à maior formalização, ao aumento do salário mínimo e à inflação sob controle. No primeiro semestre, o rendimento cresceu 4,4%. (AE)


2

Finanças Empresas Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 28, 29 e 30 de julho de 2006

18,6

MULTA DO FGTS PODERÁ SER MENOR

bilhões de dólares é a previsão de investimentos que as empresas farão em 2007 em TI

MEDIDA PODERÁ DIMINUIR DE 50% PARA 40% A MULTA SOBRE O SALDO PARA DISPENSA SEM JUSTA CAUSA

GOVERNO PODE REDUZIR MULTA DO FGTS

O

governo poderá desonerar as empresas, acabando com a cobrança do adicional de 10% da multa rescisória do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), criada para pagar a diferença de correção monetária gerada pelos Planos Verão e Collor 1 nas contas vinculadas dos trabalhadores. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse que examina a questão. Qualquer proposta da administração federal nesse sentido, no entanto, só deverá estar sobre a mesa no fim do ano. Marinho avaliou que, muito provavelmente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não vai querer discutir a medida antes de outubro. "É possível

O

que o presidente não queira mexer nisso agora para não ser acusado de eleitoreiro", disse. Como é – A multa que o trabalhador recebe na demissão sem justa causa é de 40% do saldo acumulado no FGTS durante a vigência do contrato de trabalho. Desde 2002, as empresas pagam um adicional de 10% sobre essa indenização, que não vai para o bolso do trabalhador. Ele é destinado ao FGTS para o pagamento do crédito complementar. Na avaliação do ministro, a Lei Complementar 110, de 2001, que criou as condições para o ressarcimento aos trabalhadores das perdas impostas pelos planos econômicos, foi omissa ao não estabelecer um prazo para a vigên-

cia da multa adicional. Também vai para o cofre do Fundo a contribuição extra de 0,5% sobre a folha de salários que as empresas recolhem, com o mesmo objetivo de pagar as diferenças dos planos econômicos. Porém, ao contrário do adicional sobre a multa, essa contribuição extra tem prazo para terminar. Ela encerra-se no final do ano, quando as contribuições devidas pelas empresas ao FGTS, em nome dos trabalhadores, voltam a ser de 8% do salário. Também em janeiro, a Caixa Econômica Federal, administradora do Fundo, paga a última parcela do crédito complementar devido aos trabalhadores que tinham mais de R$ 8 mil a receber em 2002. (AE)

Brasil deve manter nível de investimento em tecnologia

investimento em tecnologia da informação deve crescer 15% no Brasil em 2007 em relação a este ano, para cerca de US$ 18,6 bilhões, mantido o atual cenário de expansão econômica, afirmou ontem a empresa de pesquisa de mercado IDC. "O próximo ano deve manter os cerca de 15% de expansão que estamos prevendo para este ano", informou o diretor de pesquisas da empresa, Mauro Peres. "Não estamos vendo preocupações do setor (de TI) com o cenário de eleições, a preocupação maior é com a economia norte-americana, que pode trazer implicações sobre juros e câmbio", acrescentou o executivo. Nas contas da IDC, o Brasil deve investir este ano US$ 16,2 bilhões, 14,9% acima do que em 2005, quando também houve crescimento no setor de TI após dois períodos de fraco desempenho. "Os anos de 2002 e 2003 foram péssimos, 2002 teve expansão de apenas 4,5% e 2003 foi negativo", disse Peres. Do total a ser injetado neste ano em TI no País, a área de serviços ficará com 40% dos gastos em tecnologia, crescendo

15% na comparação com 2005. O setor de hardware será responsável por 44% do total de investimentos, avançando cerca de 17%, impulsionado pela valorização do real diante do dólar e por medidas do governo para baratear a compra de computadores, segundo a

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por cento é quanto deverão crescer os investimentos das empresas brasileiras em tecnologia da informação no próximo ano IDC. O restante fica por conta da área de software. O crescimento do mercado de TI brasileiro em 2006 é superior ao previsto pela IDC para a China, país que viu seu Produto Interno Bruto (PIB) avançar 11,3% no segundo trimestre. Segundo as contas da empresa,

os aportes no setor de TI chinês devem crescer 12% este ano. O avanço estimado para o mercado de TI do Brasil é maior também que os cerca de 10% do México e fica em linha com a previsão para a Argentina. Conforme a IDC, os Estados Unidos devem ter alta de cerca de 7% este ano no setor. Setores – A indústria de serviços financeiros responde por 21% dos investimentos em TI no Brasil, movimentando mais de R$ 3 bilhões em 2005, de acordo com a IDC. Para este ano, a previsão é que o setor gaste 12% mais que em 2005. O destaque fica por conta dos bancos, que isoladamente terão uma alta de 15% nos investimentos em tecnologia em 2006, acima dos 9% calculados para as seguradoras. "Tem muita coisa ainda a ser feita em software nos bancos. Boa parte deles está revendo suas arquiteturas de TI", disse Peres, citando Bradesco e Santander. A IDC informou que os números das pesquisas são baseados em entrevistas com 35 bancos, 20 seguradoras e 20 corretoras de valores realizadas entre dezembro de 2005 e março deste ano. (Reuters)

Lindomar Cruz/ABr

Marinho: se proposta passar, será apenas depois das eleições para evitar acusação de "eleitoreira"

SIDERURGIA CSN vai investir R$ 6 bilhões no Rio

A

Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) deve oficializar dentro de duas semanas investimentos de R$ 6 bilhões no Rio de Janeiro, anunciou ontem o secretário de Desenvolvimento do Estado, Maurício Chacur, após se reunir por cerca de duas horas com a governadora Rosinha Matheus e o presidente da CSN, Benjamin Steinbruch. O executivo deixou o local sem falar com a imprensa.

Segundo o diretor corporativo do grupo, Paulo Felipe Borges, "faltam alguns detalhes a serem acertados para que o investimento seja efetivado". De acordo com o secretário Chacur, esses detalhes estariam relacionados a uma reivindicação da empresa por maiores descontos e isenções tributárias para compensar não somente o investimento, mas também a geração de empregos, que deve chegar a até 8

mil vagas diretas e indiretas. Pelo projeto inicial, que envolve cerca de R$ 4,5 bilhões, a empresa pretendia construir próximo ao porto de Itaguaí, uma usina com dois altos-fornos para a produção de, no mínimo, 3 milhões de toneladas de aço. Junto, seria instalada uma fábrica de cimento e uma usina termelétrica com a utilização do vapor gerado pela siderúrgica. A idéia é começar as obras até o início de 2007. (AE)

Preso dono do Papatudo

ordem do desembargador Abel Gomes, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região (Rio e Espírito Santo). Ele é acusado de tentar criar fatos no processo em que pedia a revisão da sua condenação a 13 anos e 2 meses de cadeia. A Interunion, em 1994 e 1995, lançou 555 milhões de

títulos de capitalização, chamados Papatudo, vendidos com o atrativo de sorteios de brindes pela TV às pessoas das classes E e D. Eles deveriam ser resgatados depois de 12 meses pela metade do valor mais o rendimento, mas o dinheiro foi desviado para empresas do grupo. (AE)

O

empresário Arthur Osório Falk, dono da Interunion Capitalização, que administrava o Papatudo, atualmente em liquidação judicial, foi preso na noite de quarta-feira por

ATAS

CONVOCAÇÕES

EDITAIS PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO MODALIDADE: CONCORRÊNCIA Nº 25/2006 Objeto: Permissão de uso de espaços públicos dentro da área central de triagem e reciclagem de resíduos da construção civil. Data de encerramento dia 30/08/06 às 16:00 h e abertura dia 31/08/06 às 09:30h.

COMUNICADO

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 27de julho de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial:

Reqte.: Moinho Pacífico Indústria e Comércio Ltda. - Reqda.: Rebamavi Panificadora Ltda - ME - Rua dos Pinheiros, 100 - 1ª Vara de Falências Reqte.: CBM Central Brasileira de Madeiras Ltda. - Reqdo.: Til Engenharia e Comércio Ltda. - Alameda dos Jurupis, 1.005 - conj. 114 - 1ª Vara de Falências Reqte.: Casa Inox São Paulo Ltda. - Reqdo.: Monte Mor Ind. e Montagem de Máquinas Industriais Ltda. - Rua Forte do Triunfo, 115 - 2ª Vara de Falências

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

FDE AVISA: PREGÃO PRESENCIAL Nº 23/1620/06/05 OBJETO: AQUISIÇÃO DE SISTEMA DE MOBILIÁRIO CORPORATIVO A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para Registro de Preços de aquisição de sistema de mobiliário corporativo em atendimento à Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital a partir de 28/07/2006, na sede da FDE, na Supervisão de Licitações na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – CEP 01121-900 – São Paulo/SP, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, ou verificar o edital na íntegra, através da Internet no endereço: http://www.fde.sp.gov.br. O credenciamento do representante das proponentes e o recebimento dos Envelopes “Proposta” e “Documentos de Habilitação” ocorrerão na sede da FDE, no endereço acima mencionado, às 09:30 horas do dia 10/08/2006. Todas as propostas deverão obedecer rigorosamente o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS - TOMADA DE PREÇOS Nº 010/2006 - PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 10923/2006 - Faço público de ordem do Senhor Prefeito Municipal de São Carlos, que se acha aberta licitação na modalidade de Tomada de Preços, do tipo menor preço global, tendo como objeto contratação de empresa especializada de engenharia para construção de prédio para a instalação de “Restaurante Popular no Município de São Carlos”, conforme Projeto Básico, Projeto Executivo, Memoriais Descritivos e Planilha de Orçamento Básico, que fazem parte do Anexo I do presente edital. O Edital na íntegra poderá ser retirado na Sala de Licitações da PMSC, sita à R. Major José Inácio, 1973, Centro, São Carlos, fone 3307-4272, a partir do dia 28/07/06 até o dia 18/08/06, no horário das 09h às 12h e 14h às 16h mediante o recolhimento de emolumentos no valor de R$ 30,00 (trinta reais). Os envelopes contendo a documentação e as propostas serão recebidos na Sala de Licitações até às 10:00 horas do dia 18/08/06, quando após o recebimento, iniciar-se-á sessão de abertura. São Carlos, 27 de julho de 2006. Paulo José de Almeida- Presidente da Comissão Permanente de Licitações.


sexta-feira, sábado e domingo, 28, 29 e 30 de julho de 2006

Nacional Empresas Av i a ç ã o Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 Nossa meta é consolidar a Ocean Air como empresa de abrangência nacional. Carlos Ebner, da Ocean Air

VARIG TEM HOJE 10 MIL FUNCIONÁRIOS

VARIGLOG VAI GASTAR R$ 170 MILHÕES EM RESCISÕES TRABALHISTAS E VAI RECONTRATAR 1,7 MIL PESSOAS

LISTA DE DEMISSÕES DEVE SAIR HOJE

A

Nelson Antoine/Futura Press

Funcionários da Varig, além de enfrentarem queixas dos passageiros, ainda estão com os salários atrasados

Licenciamento em alta Divulgação/Image.net

D

e olho em um mercado que só nos Estados Unidos movimentou cerca de U$ 100 bilhões no ano passado, o setor de licenciamento vem tendo um crescimento anual constante — entre 10% e 15%. Apenas no setor de brinquedos, os produtos licenciados representaram em 2005 cerca de 40% do faturamento total de R$ 1 bilhão. Apesar de não haver estatísticas oficiais do mercado do licenciamento no Brasil, a Associação Brasileira de Licenciamento (Abral) calcula que o setor conta com 900 empresas licenciadas e 300 ofertas de licenças disponíveis. Em 1979, só seis empresas licenciavam seus produtos, entre elas Warner e Disney. Hoje, são cerca de 60, segundo o presidente da entidade, Sebastião Bonfá. Ele diz que o produto licenciado é de 12% a 15% mais caro, mas que as vantagens são numerosas. "O produto licenciado vende 35% a mais que o não licenciado." Estima-se que as vendas de produtos licenciados no Brasil atinjam R$ 2,7 bilhões por ano. As receitas dos royalties anuais do setor giram em torno de R$ 156 milhões. A produção de filmes de longa metragem, com persona-

Filmes de animação, como Carros, estão entre os produtos licenciados

gens reais ou de animação, contribui para o número de propriedades cada vez maior. Quem tem filho sabe o bombardeio que ocorre cada vez que um desenho, como Carros, ou um filme da série HomemAranha é lançado. Mas não é só com Hollywood que o setor de licenciamento lucra. Personalidades vendem relógios, esmaltes e até macarrão instantâneo. Pan 2007 — Os Jogos Panamericanos, programados para o Rio de Janeiro em 2007, vão gerar também uma série de produtos licenciados. "Ainda assim, o volume de faturamento no País é baixo", diz Bonfá. Alguns dos principais licenciadores que atuam no mercado brasileiro são Warner, Disney, Globo Marcas, Mattel, Maurício de Souza e Instituto Ayrton Senna. O licenciamento é um negócio relativamente

IGP-M Índice captou inflação de 0,18% em junho, contra taxa de 0,75% no mês anterior.

CÂMBIO

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redução dos custos de exportação, principal reflexo do pacote cambial lançado pelo governo, vai beneficiar com exclusividade as grandes empresas. E, em especial, as que são ao mesmo tempo exportadoras e importadoras; ou as multinacionais, estrangeiras ou brasileiras, com investimentos no exterior. A dedução direta é de que o pacote cambial deve elevar a concentração nas exportações. As 40 principais exportadoras nacionais concentram hoje 42% de todo o valor vendido ao exterior. (AE) A TÉ LOGO

Ó RBITA

novo no Brasil, com pouco mais de 50 anos de atividade. Feiras — Entre os dias 1 e 3 de agosto, duas feiras se unem pela primeira vez, a Brazil Licensing e a Brazil Promotion, para mostrar promoções com licenciamento. De um lado, licenciadores e licenciados vão se reunir para divulgar marcas e personagens. Do outro, o mercado de produtos promocionais e brindes. Segundo Auli de Vitto, diretor da Forma Editora, empresa realizadora da feira, o setor de produtos promocionais cresce 20% ao ano e girou em 2005 R$ 4,1 bilhões. Serão 200 estandes espalhados por 12 mil metros do Transamérica Expo Center. A expectativa dos organizadores do evento é de que cerca de 11 mil pessoas visitem a feira, mil a mais que no ano passado. Kety Shapazian

AGRICULTURA Indústria de máquinas agrícolas tem queda de 8,5% e fatura R$ 2,7 bi, segundo a Abimaq.

NEWCASTLE DO RS PREOCUPA CHINA

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governo da China pediu ontem ao Ministério da Agricultura informações sobre o foco de doença de Newcastle diagnosticado no começo do mês em granja de subsistência localizada no município de Vale Real, no Rio Grande do Sul. A doença de Newcastle é uma virose altamente letal que ataca aves, mas não representa riscos para a saúde humana. No ano passado, o Brasil exportou cerca de US$ 80 milhões em carne de frango ao natural para a China, aumento de 132% na comparação com o ano anterior.

O mercado da China foi aberto ao frango brasileiro em 2004. Em documento enviado para a Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura pela embaixada brasileira em Pequim, o Ministério da Agricultura e da Administração Estatal de Supervisão de Qualidade, Inspeção e Quarentena da China (AESQIQ) pede exemplares do modelo oficial de certificação sanitária para exportação de carne de aves e a lista dos veterinários autorizados a assinar o documento. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Abyara estréia na Bovespa e empresa capta R$ 163,750 milhões no mercado

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Justiça de Goiás decreta falência do Grupo Avestruz Master

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Intel acirra concorrência de chips e vai distribuir processadores para laptops

Varig deve anunciar hoje a lista com a demissão de todos os cerca de 10 mil funcionários. De imediato, em torno de 1,7 mil pessoas serão recontratadas na nova empresa, que agora é controlada pela VarigLog. Apenas 50 empregados serão reaproveitados na chamada Varig antiga, que permanece em recuperação judicial, com pesado endividamento. O custo estimado das rescisões trabalhistas é de R$ 170 milhões. Impacientes com a indefinição sobre o seu futuro, funcionários da Varig nos aeroportos de São Paulo, Porto Alegre e Curitiba fixaram prazo até às 17 horas de hoje para que a companhia esclareça sua situação e pague os salários, que caminham para o quarto mês de atraso. Caso contrário, uma assembléia poderá indicar greve por tempo indeterminado. "O que está acontecendo é que está demorando muito para definir a contratação dos funcionários da nova Varig", afirmou o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac), Celso Klafke. Na última quarta-feira, o sindicalista relatou que fun-

cionários da Varig em Congonhas, Porto Alegre e Curitiba realizaram reuniões e paralisações "espontâneas". No Aeroporto Internacional de Guarulhos, houve um movimento mais "organizado", com assembléia que definiu o prazo para a Varig pagar os salários. O plano de pagamento da dívida dos trabalhadores, baseado na utilização de títulos de dívida (debêntures), ainda causa preocupação. Isso porque não só funcionários, mas também outros credores, desconfiam se a Varig antiga terá fluxo de caixa suficiente para abater o passivo de R$ 7,9 bilhões que herdará. Só de dívidas contraídas antes da recuperação judicial, são R$ 210 milhões para os empregados. Uma nova etapa da Varig antiga acontecerá no próximo dia 16. Segundo a fonte da empresa, neste dia será realizada uma assembléia de credores para definir a escolha do novo presidente da companhia, que deverá ser conhecida apenas como Nordeste, já que não poderá usar a bandeira Varig, de uso exclusivo da VarigLog. Nessa assembléia, também será deliberada a criação de uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), que na práti-

ca servirá para abrigar o dinheiro esperado de ações judiciais, como as que cobram indenização pelo congelamento de tarifas entre as décadas de 80 e 90, cerca de R$ 4,5 bilhões, para amortizar dívidas. Um agente fiduciário também deverá ser escolhido para administrar as emissões de debêntures que reduzirão os débitos com credores. Vôos – No segundo dia da nova malha de vôos da Varig, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que "a situação começa a se normalizar no País". Segundo a agência, diminuíram as reclamações nos aeroportos que contam com vôos da Varig. No mercado internacional, os passageiros que compraram passagens antes dos cancelamentos ainda enfrentavam dificuldades para voltar por causa da alta temporada. A Anac divulgou, ainda, que tem atendido essas pessoas e "garantido sua volta ao País no menor prazo possível". Como alternativas para os estrangeiros, a agência acrescentou que foi realizado um vôo para Santiago e outro para Caracas também estava previsto a partir do Aeroporto Internacional de Guarulhos. (AE)

Crise dá espaço a empresas pequenas

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e nos últimos 12 meses apenas a Gol e a TAM se beneficiaram da crise da Varig, agora chegou a vez das pequenas, como OceanAir, Webjet e BRA. As três conseguiram aumentar consideravelmente a ocupação de suas aeronaves nos vôos regulares, enquanto a Gol e a TAM, que aguardam a chegada de novos aviões, já estão voando no limite da capacidade operacional. Depois de uma entrada tímida no mercado de aviação nacional (não regional), a OceanAir está aumentando substantivamente sua oferta. A empresa tem nove aviões Fokker 100 em operação. O décimo será incorporado quando terminar o treinamento da tripulação. Até o fim do ano, a empresa prevê frota de 16 F-100. Com esse aumento de oferta, a empresa concorre com a

BRA e a Varig pelo terceiro lugar no mercado doméstico em julho. "Na média, a oferta individual deve ficar em 35 mil a 37 mil assentos por quilômetro por semana", diz o consultor Paulo Bittencourt Sampaio. Ocupação — Sem a previsão de aumento de frota, BRA e Webjet crescem apenas com o aumento da ocupação e da utilização dos aviões. Já a OceanAir deve exibir o maior crescimento. "Vamos ter bem mais de 2% de participação", prevê o presidente da OceanAir, Carlos Ebner. No mês passado, a empresa registrou 0,9%. Com os novos aviões, a empresa pretende oferecer mais opções de horários nas rotas já existentes, além de ampliar o número de destinos de 25 para 30. A companhia negocia o aluguel de 2 Boeings 757 e um 767 para iniciar operações in-

ternacionais. "Já temos a concessão para Lima e devemos receber autorização para voar para Los Angeles", informa Ebner. A empresa também pleiteia voar para Caracas e Bogotá, rotas que dependem da desistência da Varig e que estão sendo pleiteadas também pelas concorrentes. Apesar de a OceanAir ter praticamente quintuplicado sua oferta de assentos desde dezembro, isso representa pouco diante do tamanho da Gol e da TAM — que detêm 35% e 47% do mercado, respectivamente. A oferta extra que as duas colocarão no mercado no segundo semestre equivale a pelo menos três vezes a oferta atual da OceanAir. Apenas a Gol receberá 11 novos Boeings 737-800 (de 187 lugares), enquanto a capacidade dos F-100 é de 100 lugares. (AE)

OceanAir terá destinos no exterior

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ons ventos estão soprando em direção da companhia aérea OceanAir. Com o objetivo de abranger todo o território nacional, expandir vôos para o exterior e aumentar a participação no mercado brasileiro, a empresa ampliou sua frota de aviões com a aquisição de mais seis MK-28 (antigo Fokker-100), que devem entrar em operação até o fim do ano, totalizando 26 aeronaves. Com isso, de acordo com o presidente da companhia, Carlos Ebner, a expectativa é aumentar em dez vezes o número de passageiros transportados mensalmente até dezembro e elevar de 2% para 6% a participação no mercado no mesmo período. "Em janeiro, transportamos 20 mil passageiros em território nacional. Em junho, 51 mil.

Nossa expectativa para o fim do ano vai além dos 150 mil passageiros", diz o executivo. Segundo ele, os investimentos nas operações da companhia desde o começo de 2005 já somam US$ 100 milhões. "O mercado de aviação civil cresce 15% ao ano. Somada à crise da Varig, esse mercado abre um espaço que, certamente, nos dará a possibilidade de crescer no montante esperado", avalia. "Nossa meta é consolidar a OceanAir como companhia aérea de abrangência nacional", complementa Ebner. Mas a ambição da empresa não pára por aí. Além de ampliar os vôos diários dentro do território brasileiro, como a nova malha São Paulo-Porto Alegre e São Paulo-Curitiba, todos os vôos partindo de Congonhas, a companhia tam-

bém oferecerá, a partir de setembro, vôos para destinos no exterior, como Lima (Peru) e Los Angeles (Estados Unidos). S e g u n d o o p re s i d e n t e d a OceanAir, há negociações para Caracas (Venezuela) e Bogotá (Colômbia). De acordo com o diretor-comercial, Renato Pascowitch, a empresa realiza 120 trechos ou vôos diários. "A expectativa é expandir esse número em 30% a 40%", conta. Inovações – Como estratégia comercial, a empresa reformulou o cardápio de bordo. Mesmo nos vôos de curta distância, serão servidas refeições mais suaves no verão e encorpadas no inverno. Para os vôos mais longos, serão servidas quatro opções de café da manhã e outros quatro tipos de refeições quentes. Maristela Orlowski


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Empresas Tr i b u t o s Nacional Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 28, 29 e 30 de julho de 2006

SETOR DE FAST FOOD DEVE CRESCER 11,5% EM 2006

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redes de comida rápida estão em operação em todo o Brasil e somam 5.765 estabelecimentos.

Patrícia Cruz/LUZ

COMIDA CHINESA E HAMBÚRGUER PERDEM ESPAÇO PARA CAFÉ E DOCE As cafeterias e docerias ganham espaço no setor de fast food e prometem bom desempenho de vendas em 2006. Já as hamburguerias, pizzarias e as redes de comida chinesa começam a amargar queda em razão de um mercado saturado.

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om um crescimento nas vendas de 15,42% em 2005, o segmento de fast food, maior entre os 11 setores que formam o food service (alimentação fora do lar), deve obter um bom resultado em 2006 no Brasil. Segundo um levantamento feito pela ECD, empresa de consultoria especializada em food service, as empresas do segmento devem registrar um faturamento 11,5% maior, somando R$ 5,8 bilhões em 2006. A pesquisa foi realizada com 2,7 mil estabelecimentos do gênero, que representam aproximadamente a receita de 85% do setor. Atualmente, há em torno de 5.765 empreendimentos comerciais de 190 redes. O tíquete médio de vendas de todas elas gira em torno de R$ 13,89. Entre as seis categorias de comidas rápidas – asiática, snacks e cafeterias, docerias, pizzas e massas, sanduíches e comida variada e grelhados –, esse último é o que deve ter o melhor desempenho. As expectativas são de um crescimento de 21,9% no faturamento deste ano. As razões do aumento nas vendas de refeições básicas de redes como Giraffa's e Bom Grillê, compostas por arroz, feijão, salada e carne, são justificadas pela entrada da classe C no consumo. "A porta de entrada dessa classe, com 44 milhões de pessoas, para a alimentação fora do lar é o sanduíche, a pizza ou a comida variada", explica o consultor da ECD, Enzo Donna. Com tíquete médio de R$ 17,41, as redes de grelhados e comidas variadas também obtiveram um bom resultado no ano passado: alta de 19,81% no faturamento. Doces – O segmento de docerias e confeitarias, que detém tíquete médio de R$ 10,87 por cliente, é outro que projeta ganhos altos para este ano. O aumento de receita deve ser de

MERCOSUL Ingresso da Venezuela fortalece bloco sul-americano

O 19,32% superior em relação a 2005, quando o crescimento foi de 16,47% nas 934 lojas que compõem o segmento. Segundo Donna, mesmo com uma preocupação maior com a saúde, com a obesidade e com a contagem de calorias i n g e r i d a s , o c o n s u m i d o r, quando come fora de casa, acaba sempre comprando do que mais gosta: doces. Cafeterias – As redes de snacks e cafeteria, cujo setor tem 1.760 lojas com modelo de negócio semelhante às tradicionais Rei do Mate e Fran's Café, também prometem ter bom desempenho. A projeção é de aumento de vendas em 17,94% neste ano, ante os 11,8% obtidos no ano passado. De olho nesse mercado, com tíquete médio de R$ 6,15, a rede norteamericana Starbucks está vindo para o Brasil em breve. "O Brasil está redescobrindo o café. Está na moda apreciar e degustar variados tipos da bebida", diz Donna. Os setores de comida asiática, sanduíches, pizzas e massas devem crescer menos que os anteriores – apenas 9% em 2006. Na opinião do consultor, esses segmentos estão em processo de saturação, mesmo com um crescimento de

15,32% em 2005. "Mas acho que houve muito pessimismo d a á re a d e s a n d u í c h e s . O hambúrguer, carro-chefe desse setor, realmente está saturado, mas há as variações com frango, picanha e outras opções mais saudáveis que ainda têm mercado", diz. Os fast foods de pizzas e massas, com 556 lojas e tíquete médio de R$ 21,95, têm enfrentado muita concorrência. Para Donna, a pizza virou algo comum. Tem delivery em qualquer lugar, e é normal que tenha registrado um crescimento inferior ao do ano passado, de aproximadamente 10,44%. Comida chinesa e japonesa também virou commodity e alguns empreendedores já começam a encontrar soluções para lidar com a situação por meio da diferenciação, caso da rede Owan, que mistura a culinária japonesa, chinesa e tailandesa. "A vietnamita e a tailandesa devem ter uma chance de sucesso", diz. Mesmo com a baixa expectativa de faturamento do segmento de sanduíches, Donna investiria nessa área pois acredita que há opções para fugir do tradicional hambúrguer de carne com batatas fritas. Adriana David

Cai lucro do Santander Banespa

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lucro do Santander Banespa caiu no primeiro semestre deste ano, na comparação com igual período de 2005, em razão de um ganho extraordinário registrado no ano passado. "Sem o resultado extra, o lucro de 2006 teria subido 26%", disse o vice-presidente de Planejamento Estratégico e Relações com Investidores da instituição, Ramón Sanchez. O Santander Banespa encerrou o semestre com lucro líquido de R$ 473 milhões, o que significa queda de 53% em relação ao mesmo período de 2005, quando o banco registrou resultado não recorrente de R$ 635 milhões com a venda das ações da AES Tietê. Sem esse ganho extraordinário, o lucro do primeiro semestre do ano passado seria de R$ 376 milhões, contra R$ 473 milhões em 2006. Segundo o executivo, as operações do banco tiveram expressivo crescimento neste ano. A carteira de crédito avan-

A porta de entrada da classe para a alimentação fora do lar são as redes de fast food

çou 28% sobre junho de 2005 e atingiu saldo de R$ 31 bilhões. O desempenho foi impulsionado, principalmente, pelo segmento de pessoa física, que avançou 39%. O portfólio de pessoa jurídica subiu 23% na mesma comparação. Dentro da carteira de pessoa física, destacam-se os aumentos de 45% na atividade de cartões, de 35% no financiamento de veículos, de 31% no crédito ao consumo e de 24% no crédito pessoal. "É difícil ganhar participação de mercado nos empréstimos porque a concorrência é grande e os outros bancos, competitivos. Mas ganhamos fatia de 0,3% no crédito total livre", disse. Captação – A receita líquida com crédito dos custos de captação subiu 31% sobre o primeiro semestre de 2005, para R$ 2,389 bilhões. A receita de serviços avançou 26% e atingiu R$ 1,463 bilhão. Já o resultado da intermediação de títulos e mercado, líquido dos custos de captação, caiu 17%, para

R$ 831 milhões. "A redução da Selic ao longo do ano e a instabilidade do mercado nos últimos meses geraram essa queda", explicou Sanchez. A forte expansão do crédito, especialmente em pessoa física, provocou aumento da inadimplência e das provisões do Santander Banespa no primeiro semestre deste ano. O índice que mede as operações vencidas há mais de 90 dias na carteira total subiu de 4,2% para 5,2% em 12 meses. Entretanto, continua abaixo do índice registrado pelo sistema financeiro, de 7,1%. "Não é um cenário preocupante. É um aumento natural", disse Sanchez. Em decorrência do maior risco da carteira, as provisões para crédito de liquidação duvidosa subiram 140% do primeiro semestre de 2005 para o mesmo período deste ano, atingindo R$ 794 milhões "O percentual parece muito alto, mas é condizente com o perfil das operações", afirmou vicepresidente do Santander. (AE)

ingresso da Venezuela fortalece o já esgotado Mercado Comum do Cone Sul (Mercosul), formado, inicialmente, por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Mas esse benefício pode se desgastar em razão de uma excessiva politização na agenda de negociações do bloco, argumentou, ontem, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) no relatório de Perspectiva para o Comércio Exterior. A CNI ressaltou que, com o seu recente ingresso ao Mercosul, a Venezuela ganhou direitos de membro pleno no que se refere a negociações externas

da união aduaneira. Riscos – Essa condição gera riscos "de uma politização excessiva na agenda de negociações internas e externas" do bloco "e de um aumento de tensões entre seus integrantes", acrescentou a CNI na nota divulgada ontem. O Mercosul, segundo indicam delegados do Brasil, que ocupa a presidência rotativa do bloco, se propôs a retomar negociações suspensas para um acordo comercial com a União Européia (UE). As relações entre os blocos dos países da América do Sul com os do continente europeu deverão

mudar com a participação da Venezuela nesse mercado. O relatório divulgado pela Confederação Nacional das Indústria aponta que os opositores ao ingresso da Venezuela no bloco argumentam que o país é governado pelo presidente Hugo Chávez – um crítico constante da política de relações internacionais dos Estados Unidos e estreito aliado do governo de Fidel Castro, de Cuba – usa os abundantes recursos financeiros, obtidos com os altos preços do petróleo, para aumentar sua influência política na América do Sul. (Reuters)

PIB da região alcança US$ 1,1 tri

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revista The Economist, em sua edição desta semana, afirma que a expansão do Mercosul "está pervertendo seu propósito". A publicação britânica observa que a entrada da Venezuela aumenta a população do bloco para 250 milhões de habitantes e seu Produto Interno Bruto (PIB) para US$ 1,1 trilhão. "Mas ela arrasta o grupo para ainda mais longe de seu objetivo original de implantar uma integração ao estilo europeu na América do Sul", argumenta a publicação. Segundo a revista, o encontro de cúpula do Mercosul, realizado na semana passada na Argentina, resultou em alguns gestos similares aos europeus, ao estimular a criação de um

fundo com US$ 100 milhões para canalizar os petrodólares venezuelanos para os menores sócios do bloco, Paraguai e Uruguai. "Mas isso não pode compensar pelo estresse causado pela entrada de novos membros que têm interesses disparatados e que, em alguns casos, são hostis em relação a partes do resto do mundo", informou a revista. A revista observa que o Brasil e a Argentina convidaram a Bolívia, "governada pelo fervoroso nacionalista Evo Morales", para entrar no grupo. Isso, acrescentou o artigo, poderia fortalecer o "estridente coro antiamericano liderado" por Hugo Chávez e dividir o Mercosul entre um campo pragmático, liderado pelo

Telemar nega mudança em reestruturação

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diretoria da Telemar aproveitou a divulgação do balanço do primeiro semestre — quando lucrou R$ 427 milhões, resultado 7,6% superior ao registrado na primeira metade de 2005 — para descartar mudanças no processo de reestruturação societária. "A operação continua absolutamente igual ao que foi planejado", afirmou o diretor de Finanças e Relações com Investidores, José Luís Salazar. Se concluída a reestruturação, a Telemar vai se transformar na maior empresa de capital pulverizado da América Latina. Esta semana, as ações da companhia negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) dispararam com rumores de que a empresa teria abandonado a idéia de pulverizar o controle e prepararia apenas sua migração para o Novo Mercado, com a conver-

são de todas as suas ações preferenciais em ordinárias. TV a cabo —Ainda ontem, a empresa concretizou a entrada no mercado de TV paga. Em leilão na Bovespa, a Telemar arrematou a Way Brasil, que oferece televisão a cabo em Minas Gerais, nas cidades de Belo Horizonte, Barbacena, Poços de Caldas e Uberlândia. O grupo pagou R$ 132 milhões, com um ágio de 65% sobre o preço mínimo de R$ 80 milhões. A Net, pertencente à Globo e à Embratel, também participou do leilão. A operação ainda precisa ser aprovada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A compra, no entanto, pode ser contestada na Justiça. A cláusula 14.1 do contrato de concessão de telefonia fixa local diz que a empresa não pode operar TV a cabo em sua área de concessão. (AE)

Brasil, e um ideológico, capitaneado pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez. Ambiente preocupante – A revista observa ainda que esse ambiente no bloco é especialmente preocupante com o colapso aparente da Rodada de Doha, que deverá estimular acordos comerciais entre regiões. "Um acordo entre o Mercosul e os Estados Unidos, que já era improvável, agora o parece mais ainda", segundo o texto da revista britânica. "A confusão multilateral poderia afiar o apetite da União Européia por um acordo com o Mercosul, mas o fracasso em se chegar a um acordo na redução dos subsídios agrícolas ofusca as esperanças de que ele seja alcançado, reforça o texto" (AE)

Filha de fundador briga por parte da Perdigão

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e senti indignada. A Justiça é muito morosa." Essa foi a reação de Maria Odete Brandalise Bonato, de 62 anos, a filha do meio de Saul Brandalise, fundador da Perdigão, quando viu nos jornais a oferta pública de R$ 3,7 bilhões feita pela Sadia para comprar a empresa na semana passada. Desde 1997, ela briga na Justiça contra os irmãos Saul e Flávio Brandalise e os fundos de pensão para anular a venda da companhia feita em 1994 pelos outros herdeiros, segundo ela, sem sua autorização. Os fundos têm hoje 49,8% da empresa. Ela quer ser ressarcida. Na época, o negócio saiu por US$ 150 milhões. "Não recebi nenhum centavo. Nunca assinei nada", diz Maria Odete. Ela reivindica a participação de 16% no total das ações da empresa, que correspondem ao terço da metade herdada do pai, explica um de seus advogados, Oswaldo Chade. (AE)


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Empresas Nacional Tr i b u t o s Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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PRAZO PARA ENTRAR NO REFIS 3 COMEÇA DIA 14

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bilhões de reais por ano é o valor gerado, indevidamente, de crédito de imposto.

Paulo Pampolin/Digna Imagem

LUPA DA RECEITA VOLTADA PARA A COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS De acordo com o presidente do Unafisco, Carlos André Soares Nogueira, Receita Federal está de olho nas declarações de compensação de tributos feitas pelos contribuintes. Um levantamento do sindicato mostra que as compensações indevidas geram prejuízo de R$ 21 bilhões por ano aos cofres públicos.

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Receita Federal pode intensificar a fiscalização sobre as declarações de compensação de tributos federais. Segundo levantamento realizado pelo Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Unafisco Nacional), estas declarações são, hoje, o principal foco de sonegação, com impacto importante sobre a arrecadação federal. "No início de junho, entregamos o estudo à Receita e o órgão informou que vai começar a combater isso", disse o presidente do Unafisco, Carlos André Soares Nogueira. A compensação pode ser feita, por exemplo, quando o contribuinte paga um imposto maior no mês e compensa o pagamento extra com o débito tributário do mês seguinte. O estudo do Unafisco apurou que cerca de 80% dos créditos compensados por meio dessas declarações são improcedentes e, na maioria dos casos, decorrentes de fraudes, o que ge-

Luis Sawaya, do escritório Nunes e Sawaya: contribuinte deve tomar cuidado para não ser apanhado pela fiscalização Divulgação

Divulgação

Chapina: cuidado com promessas

ra um prejuízo de aproximadamente R$ 21 bilhões anuais para os cofres públicos. Cuidados – Para não ser pego pelo Leão, segundo o vicepresidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP), José Maria Chapina Alcazar, primeiro as empresas devem tomar cuidado com as promessas de consultores e advogados de compensação de determinados créditos, sem base jurídica. "O contribuinte

faz a compensação pelo site da Receita, mas amanhã ele pode ter que fazer prova da legitimidade dessa operação perante o fisco", avisou Alcazar. Cabe à Receita apurar posteriormente, no prazo de cinco anos, se o crédito existe ou não. Depois que as contribuições do Programa de Integração Social (PIS) e para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) tornaram-se não-cumulativos, aumentou o perigo de as empresas entenderem que podem pedir compensação de certos créditos que não são aceitos pela Receita. "Somente determinados custos ligados à atividade da empresa geram créditos. Assim, os gastos com serviço de limpeza ou segurança, por exemplo, não geram crédito para um comerciante", disse. Para se assegurar sobre a legitimidade do crédito, a empresa pode fazer uma consulta à Receita. "A resposta oficial do órgão é publicada no Diário Oficial", explicou. Decisão – O advogado tri-

butarista Luiz Rogério Sawaya Batista, do escritório Nunes e Sawaya Advogados Associados, chama a atenção para os casos em que o direito ao crédito for declarado por meio de decisão judicial. "Para a compensação ser legal, não deve haver possibilidade de recurso contra a decisão. Ela tem que ser definitiva", disse. Batista lembrou que, se o fisco verificar que a compensação foi feita irregularmente, o contribuinte será autuado. "Ele deverá pagar o imposto exigido mais uma multa que pode ser de 75% do montante devido ou 150%, se for constatada intenção de fraude. No último caso, pode ainda ter que responder perante à Justiça por crime fiscal", alertou. Segundo Roberto Porfírio, professor de compensação de tributos federais do Sindicato dos Contabilistas de São Paulo (Sindcont-SP), esquecer de atualizar pela Selic o valor a ser compensado é um dos erros mais comuns cometidos pelos

Carlos Nogueira, do Unafisco: compensação indevida gera prejuízos ao fisco

contribuintes. "Outros esquecem de especificar o tipo do pedido, se relacionado a pagamento indevido ou saldo negativo de Imposto de Renda

(IR), ou ainda confundem o valor do crédito com o valor do débito na hora de preencher a declaração", disse Porfírio. Laura Ignacio

tira dúvidas Turistas gastam mais no Brasil sobreReceita o Refis 3 pela internet

O

s turistas estrangeiros gastam mais dinheiro no Brasil e, muitas vezes, saem do País com o desejo de retornar. Essas são algumas das principais conclusões de um estudo sobre o perfil do turista estrangeiro, desenvolvido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), da Universidade de São Paulo (USP), a pedido do Ministério do Turismo. Ao todo, o Brasil recebeu, em 2005, cerca de 5,3 milhões de turistas do exterior, o que representa um crescimento de quase 12% ante os 4,7 milhões de visitantes do ano anterior. Esses turistas gastaram, em 2005, cerca de US$ 3,9 bilhões em solo brasileiro, em hospedagem, restaurantes ou passeios. Esse montante supera em quase 20% os US$ 3,2 bilhões desembolsados pelos estrangeiros em 2004. Mas o crescimento nos gastos totais dos turistas não ocorreu apenas por causa do aumento no número de visitantes, mas também pelo fato de que essas pessoas gastam, individualmente, mais. Segundo o levantamento, o gasto médio diário do estrangeiro que vem ao País a lazer saltou de US$ 58, em 2004, para US$ 81,9, em 2005. A mesma tendência se verificou com outros tipos de visitantes. Entre os que vêm ao País a negócios, o gasto diário subiu de US$ 98 para US$ 112,3. O ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, admitiu, entretanto, que o aumento dos gastos em dólar foi influenciado pela valorização do real entre 2004 e 2005, o que fez com que os gastos em reais ficassem mais caros para os turistas. Segundo o estudo, 95,9% dos estrangeiros que vieram ao Brasil a lazer, em 2005, manifestaram que pretendem

Fábio Motta/AE

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O Rio de Janeiro é a cidade mais visitada por turistas estrangeiros que vêm ao Brasil a lazer

voltar. Esse percentual é ainda maior entre os visitantes que vieram a negócios (97,9%) ou por outros motivos, como para visitar parentes (97,4%). Guia afirmou que a expectativa do governo é de que, até o ano de 2010, o número de turistas estrangeiros que visitam o Brasil chegue a 12 milhões e o ingresso de divisas com o turismo alcance a marca dos US$ 10 bilhões por ano. Rio – Segundo o levantamento, a cidade mais visitada pelos turistas que vêm a lazer é o Rio de Janeiro. Cerca de 31,5% dos estrangeiros que vieram ao Brasil em 2005 visitaram a capital fluminense. No turismo de negócios, São Paulo é a mais procurada: 49,4% dos estrangeiros que vieram ao País a trabalho estiveram na cidade. Apesar da crise na Varig, o número de passageiros vindos do exterior que desembarcaram no Brasil no primeiro se-

mestre de 2006 apresentou ligeiro crescimento, de 1,6%, passando de 3,363 milhões, entre janeiro e junho de 2005, para 3,417 milhões na primeira metade deste ano, segundo dados da Embratur. O ministro do Turismo disse que a Varig deixou de oferecer cerca de 266 mil assentos em vôos internacionais na primeira metade deste ano. Essa perda, porém, acabou sendo compensada pelos novos vôos abertos por outras companhias aéreas, nacionais e estrangeiras. O ministro ressaltou que, apesar do pequeno crescimento no número de turistas que chegaram ao Brasil no semestre, a entrada de divisas no País proporcionada por esses visitantes teve um crescimento significativo, de 17,5%, passando dos US$ 1,868 bilhão na primeira metade de 2005 para US$ 2,195 entre janeiro e junho deste ano.

O diretor de Estudos e Pesq u i s a s d a E m b r a t u r, J o s é Francisco Lopes, disse que esse aumento de receita ocorreu não só porque os turistas estão elevando seu padrão de gastos no País. Pesa também o fato de o real ter se valorizado perante o dólar, o que faz com que os gastos dos visitantes na moeda americana aumentem naturalmente. "Estamos satisfeitos, pois, independentemente de não estar crescendo o número de turistas como seria possível, não fosse a questão da Varig, temos a felicidade de aumentar a entrada de divisas", disse Mares Guia. O ministro mostrou-se otimista com o futuro da companhia aérea, depois que ela foi comprada pelos controladores de sua ex-subsidiária VarigLog. "Esperamos que, no curto prazo, a Varig se recomponha. Essa é a expectativa", afirmou. (AE)

esde ontem, as empresas podem tirar suas dúvidas sobre o novo parcelamento de débitos tributários, instituído pela Medida Provisória 303, o chamado Refis 3, na página da Receita na internet (w w w.re c e it a . f az e nda.gov.br). O prazo para adesão, pela internet, começa no dia 14 de agosto. Mas, a partir do dia 1º do mês que vem, as empresas que forem pagar a dívida à vista ou dividi-la em seis parcelas podem procurar a unidade mais próxima da Receita Federal. O fisco recomenda que as empresas aguardem a abertura do prazo pela internet, por ser um meio que oferece mais facilidade aos contribuintes que pretendam aderir ao novo programa de parcelamento. "O objetivo é evitar que o contribuinte enfrente filas desnecessariamente", observa a coordenadora de Integração Fisco-Contribuinte, Cláudia Leal. "A internet, além de trazer todas as informações necessárias ao entendimento das regras, torna mais ágil e cômodo o pedido de adesão ao programa", completa. Programas – As regras para os contribuintes aderirem ao Refis 3 foram anunciadas na última terça-feira pelo secretário-adjunto da Receita Federal,

Ricardo de Souza Pinheiro. De acordo com ele, o governo tem a receber em tributos atrasados cerca de R$ 880 bilhões. Toda essa dívida pode ter o pagamento diluído no novo programa. Pelas regras, contribuintes que participam dos programas anteriores (Refis 1 e Programa Especial de Parcelamento - Paes) também poderão migrar seus débitos, que somam R$ 120 bilhões, para o Refis 3. (DC)


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ESPECIAL - 7

Helvio Romero/AE

Andréa Fasano abriu mão da carreira estável no restaurante da família para se dedicar ao serviço de bufê. Queria adrenalina em sua vida. Agora tem, com as festas inesquecíveis que promove para multidões

ntes se contratava o serviço de um bufê para as grandes ocasiões. Hoje, procura-se os préstimos de um banqueteiro até para as reuniões íntimas: é fino, é elegante, é moda. Mas, sobretudo, é garantia de que tudo sairá impecável e que a festa será comentada. Há, na cidade, os banqueteiros que abusam da criatividade, como Neka Menna Barreto, e os bufês tradicionais, como o França. Há ainda os profissionais que aliam a um só tempo simplicidade e refinamento. Andrea Fasano pertence a esta categoria. Caçula de um clã com mais de 100 anos de tradição gastronômica, Andréa abriu mão de uma carreira estável no restaurante da família para criar, há onze anos, seu serviço de bufê. “A rotina do restaurante é monótona e previsível. Eu precisava da adrenalina”. Adrenalina, em outras palavras, é garantir que 1.500 convivas sairão extasiados de uma festa. É esse o número de pessoas que Andrea freqüentemente atende por noite nos dois endereços que mantém na cidade - a mansão de três mil metros quadrados do Itaim Bibi, com capacidade para mil pessoas sentadas, e a Casa Fasano, na Haddock Lobo, que pode receber mais 500. Mais adrenalina? Os eventos realizados em outro ambiente, como o que a banqueteira organizará para a Fórmula 1 em Interlagos: “Esse tipo de trabalho exige uma logística precisa: nada pode dar errado, sob risco de transformar a festa em fiasco”. Para que tudo saia como a banqueteira exige, ela começa a se preocupar desde já com os detalhes do evento: interrompeu as férias para buscar novos chefs, pesquisar pratos, conhecer o ambiente onde irá trabalhar. Adrenalina pura. Ainda assim, a

banqueteira prefere trabalhar com multidões: “As recepções íntimas, para dez ou quinze pessoas, são as mais penosas. É que nelas qualquer detalhe acaba se destacando: se faltar uma louça ou um talher de sobremesa, todos perceberão”. Detalhista, discute antes com os clientes as minúcias da festa. E procura demover o interessado de qualquer exigência, por assim dizer, extravagante: “É arrogante servir Romanée-Conti (um dos vinhos mais caros do mundo) em um banquete para 800 pessoas, mesmo porque não existiriam no mercado 800 taças apropriadas para esse vinho”. Houve quem pedisse. E há quem ainda peça tartufo em quantidade exorbitante outra excentricidade descartada pela banqueteira que, a propósito, afirma não saber cozinhar. “Também não acho apropriado servir canapés de entrada. Dou preferência às entradas rústicas italianas,

mortadela, queijo e presunto”. O segredo, diz ela, é a simplicidade com qualidade. Sempre há um evento em sua agenda, mas a temporada de alta adrenalina vai de outubro a dezembro, época das confraternizações promovidas pelas empresas e dos grandes eventos sociais. “A crise afeta, sim, os negócios. Mas mesmo uma empresa que não tenha tido um bom ano promove uma festa de fimde-ano para seus funcionários. E qual é o pai que não vai querer o melhor para marcar o casamento da filha?” Quando não está trabalhando, prefere ficar em casa curtindo uma de suas paixões: filmes clássicos. Andrea trabalha com a sócia Patrícia Filardi, encarregada da decoração, com um chef e mais trinta pessoas fixas, além dos contratados temporários. Um banquete que leva sua assinatura custa de R$ 150 a R$ 200 por pessoa. É caro. Mas é garantia de que a celebração será inesquecível. (LG)

Andréa Fasano: “A rotina do restaurante é monótona e previsível. Eu precisava da adrenalina”


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Tr i b u t o s Imóveis Finanças Nacional

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BC REFORÇA ÁREA DE SEGURANÇA

sexta-feira, sábado e domingo, 28, 29 e 30 de julho de 2006

0,8

por cento foi a alta da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) no pregão de ontem

REFERÊNCIA A UMA "MAIOR PARCIMÔNIA" NA ATA DO COMITÊ REFORÇOU APOSTA EM QUEDA DE 0,25 PONTO

COPOM SINALIZA CORTE MENOR DO JURO

A

simples inclusão da palavra "maior" ao lado da palavra "parcimônia" na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) foi suficiente para que a maioria dos analistas do mercado consolidasse suas apostas de que o próximo corte na Selic (taxa básica do País) será de 0,25 ponto percentual. O documento, que detalhou as razões para o corte de 0,5 ponto no juro básico no último encontro – para 14,75% ao ano – foi divulgado ontem pelo Banco Central (BC). Apesar de mostrar um cenário otimista para o futuro da economia, a ata tem sinais claros de que o BC já está mais preocupado em ver o impacto na economia dos cortes que vêm sendo realizados desde setembro do ano passado e seus efeitos sobre a inflação de 2007. O texto informa que a nova projeção do BC para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do ano que vem está mais alta, embora permaneça abaixo da meta de 4,5%. "O Copom entende que a preservação das conquistas obtidas no combate à inflação e na manutenção do crescimento econômico, com geração de empregos e aumento da renda real, poderá demandar que a flexibilização adicional da política monetária – ou seja, no-

Givaldo Barbosa/Agência O Globo – 21/6/06

vas quedas nos juros – seja conduzida com maior parcimônia", diz o texto. Em maio, o trecho foi escrito da seguinte forma: "O Copom entende que a preservação das conquistas (...) requer que a flexibilização adicional da política monetária seja conduzida com parcimônia". Para o economista-chefe da corretora Concórdia, Elson Teles, a pequena mudança é indício de que o ritmo de cortes vai se reduzir. Histórico — Ele lembrou que, em abril, quando o BC reduziu o juro em 0,75 ponto percentual, a ata estreou a expressão "maior parcimônia". Na reunião seguinte, o BC só cortou o juro em 0,5 ponto. O professor de economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Carlos Thadeu Filho discorda dessa avaliação e ainda vê a possibilidade de que o BC faça um novo corte de 0,5 ponto em agosto. "Não acredito que a ata amarrou claramente para um corte de 0,25 ponto", disse. Para ele, a expressão "poderá demandar" sinaliza que o Copom quer esperar até o dia da definição da Selic para decidir se mantém ou reduz o ritmo de cortes na taxa básica. "A diretoria do BC deixa em aberto o que poderá fazer na próxima reunião. Apesar da leitura do mercado, a ata é bastante otimista", afirmou Freitas.

Inquietudes — O economista da corretora Convenção, Fernando Montero, acredita que o Copom vai cortar em 0,25 ponto a Selic na próxima reunião. Para ele, a expressão "poderá", na frase sobre a adoção de "maior parcimônia", é necessária somente para não "esvaziar" a próxima reunião. Montero chamou a atenção para as "inquietudes" demonstradas pela diretoria do BC em relação ao cenário externo. Na ata, o Copom ainda considera que a turbulência no mercado internacional pode ser "transitória", mas deixa claro que considera que a volatilidade aumentou riscos em torno do comportamento da inflação no futuro, o que pode dificultar o trabalho do BC de manter as expectativas para os preços dentro da meta. Para Teles, da Concórdia, o BC de fato passou uma mensagem de maior preocupação com o cenário externo, sobretudo em torno das próximas decisões do Federal Reserve, o banco central americano, sobre a taxa de juros do país. "Chamou a atenção a avaliação do Copom sobre a política monetária dos EUA. Eles pareceram mais preocupados e menos otimistas que o mercado", afirmou. Outra preocupação demonstrada na ata de maneira mais incisiva foi com os preços do petróleo. (AE)

Banco Central cria ouvidoria

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Banco Central (BC) criou uma ouvidoria para receber as reclamações da sociedade em relação à instituição e dar explicações. "O novo departamento terá o papel de ampliar a transparência do BC", afirmou o diretor de administração do banco, João Antônio Fleury Teixeira. Segundo ele, o setor terá a responsabilidade de apressar as demandas, cobrando respostas rápidas das áreas do BC. A estrutura do novo departamento, que ainda está em implementação, será pequena, com apenas seis pessoas, entre elas o ouvidor-geral, subordinado ao presidente do banco, Henrique Meirelles.

Corregedoria — Outra área nova no BC é a Corregedoria Geral. Obedecendo ao decreto presidencial publicado em junho de 2005, o departamento será voltado para dentro do banco. A função será receber e analisar representações e denúncias relacionadas à atuação e conduta dos servidores do BC. O corregedor-geral terá mandato fixo de dois anos, renovável por mais dois. A corregedoria pode instaurar processos administrativos e sindicâncias para apuração de responsabilidades de funcionários do BC, e analisar e instaurar sindicância patrimonial por possível enriquecimento ilícito de funcionários.

A instituição criou também um novo Departamento de Segurança, que vai trabalhar para antecipar possíveis riscos ao patrimônio e ao desempenho das funções do BC. Teixeira disse que a medida faz parte de um processo de ampliação da segurança do banco que vem desde 2004, mas que ganhou força após o assalto à sede do BC em Fortaleza, no ano passado. A área de segurança terá a atribuição de "garantir a integridade física das pessoas, do patrimônio e dos valores do BC". O novo departamento terá 352 funcionários em todo o Brasil, dos quais 204 foram contratados recentemente em concurso. (AE)

Juros futuros têm dia de alta

mercado futuro de juros (leia mais sobre o documento em reportagem nesta página). A maioria das projeções feitas em contratos de depósito interfinanceiro (DI) subiu. Os negócios foram concentrados nos

vencimentos de outubro de 2006, janeiro de 2007 e janeiro de 2008. O DI de outubro de 2006, que sinaliza a queda da taxa básica pelo Copom no final de agosto, foi de 14,51% para 14,52% ao ano. (Reuters)

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ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) movimentou ontem o

O presidente do BC, Henrique Meirelles, na sala da reunião do Copom: diretores preocupados com o exterior.

Tesouro inicia troca de títulos

A

proveitando a melhora recente do mercado externo em relação aos países emergentes, o governo brasileiro iniciou ontem uma operação para trocar até US$ 1,5 bilhão de títulos da dívida externa que vencem em 2020, 2024, 2027 e 2030 por um único bônus, com prazo de vencimento em 2037. Nesse tipo de operação, o Tesouro Nacional troca dívida cara por outra mais barata, além de adiar os prazos de vencimento. A operação vai durar seis dias e o resultado só será conhecido na quinta-feira. A troca dá seqüência à série de medidas que o governo vem adotando desde o ano passado para alongar os vencimentos dos papéis e melhorar o perfil da dívida externa. A oferta brasileira foi bem recebida pelo mercado financeiro, que especulava há alguns dias sobre uma possível volta do Brasil ao mercado ex-

terno, seguindo os passos de Colômbia, Uruguai e Argentina, que lançaram novos papéis nos últimos dias. Como o secretário do Tesouro, Carlos Kawall, descartou na terça-feira novas captações no curto prazo, os rumores se voltaram para uma operação de troca. Objetivos — Segundo uma fonte, a operação tem três grandes objetivos: assegurar uma definição mais justa de preços dos papéis brasileiros, reduzir a necessidade de financiamento do governo no curto prazo e economizar custos para o Tesouro. Com a troca, o governo quer retirar do mercado os títulos considerados menos "eficientes", pelos quais os investidores cobram um prêmio mais alto. Retirando esses papéis, o Tesouro estimula a fixação de preços mais justa nas negociações em mercado. Por isso, a expectativa é de que a troca reduza ainda mais o risco do Brasil.

Menos dólares — A troca também permite uma redução do volume de dólares que o governo vai precisar no curto prazo para honrar o pagamento dos papéis que estão vencendo. O Global 2037 é, na prática, o papel mais longo da dívida externa brasileira, já que os papéis de prazo mais longo, os Global 2040, têm uma cláusula, chamada de "call", que permite ao governo recomprálos antecipadamente em 2015. Com a troca, a quantidade do Global 2037 no mercado pode subir dos atuais US$ 1,5 bilhão para US$ 3 bilhões. A expectativa é de que esse valor todo seja negociado na troca. "Se vier menos de R$ 1,5 bilhão não será ruim, porque mostra que os investidores não querem se desfazer do papel brasileiro", comentou a fonte. O volume que está no mercado dos papéis incluídos na operação é de aproximadamente US$ 8,5 bilhões. (AE)

Dólar fecha estável, a R$ 2,191

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dólar comercial encerrou a sessão de ontem no mesmo nível do fechamento anterior, a R$ 2,191 para venda, em uma sessão tranqüila depois do anúncio das mudanças na legislação cambial, na quarta-feira. O analista de mercado Paulo Fujisaki ressaltou que não houve fatores relevantes capazes de dar rumo às cotações da moeda americana, depois do alívio com a divulgação das mudanças na legislação cambial brasileira. "O pacote não te-

ve qualquer efeito sobre o dólar. O mercado de câmbio está apenas guiado pelo fluxo de recursos", destacou Fujisaki. Bolsa — Em um dia calmo e de poucas oscilações, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou o pregão em alta. O Ibovespa, principal referência do mercado brasileiro de ações, subiu 0,8%, chegando a 36.888 pontos. O giro financeiro totalizou R$ 1,888 bilhão, volume inferior à média diária de R$ 2 bilhões registrada nos últimos meses.

Apesar de a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) indicar redução no ritmo de corte de juros, o mercado de ações recebeu bem o documento. "Para a bolsa, o importante é o Copom continuar sinalizando juros mais baixos", afirmou o economista da Corretora Liquidez, Marcelo Voss. Taxas mais baixas favorecem a renda variável à medida que reduzem a atratividade dos investimentos em renda fixa, como os títulos do governo federal. (AG)


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Chique mesmo é ser chef de cozinha. Nos últimos dez anos esse tipo de profissional saiu de perto da quentura do fogão para os holofotes do estrelato. E inspirou centenas de jovens em busca do primeiro emprego

chique era conhecer o maître. Levar a namorada ao restaurante e ser saudado pelo chefe dos garçons (ou maître-d’hôtel, conforme a pomposa denominação francesa) era sinal de prestígio, garantia da melhor mesa, das sugestões mais apetitosas e, em contrapartida, das generosas gorjetas. Isso é passado. Hoje, a moda é trocar dois dedos de prosa com o chef. Se o chef é figura fácil em capas de revista - e eles geralmente são - ou tem programa de gastronomia na televisão - e eles geralmente têm -, melhor ainda. Nos últimos dez anos, se tanto, esse tipo de profissional saiu de perto da quentura do fogão para os não menos quentes holofotes do estrelato. E inspirou centenas de jovens em busca do primeiro emprego (e de outra centena de homens e mulheres insatisfeitos com o emprego atual) a seguir carreira na cozinha. Hoje, o chique é ser chef. “Virou moda”, afirma Paulo Barroso de Barros, do Due Cuochi Cocina, chef revelação em 2005 pela Veja São Paulo e em 2006 pelo Guia 4 Rodas. “Muitos fazem um curso básico de culinária, investem dinheiro na abertura de um espaço, vestem um jaleco branco com o nome assinado no peito e se dizem chefs. Não é bem assim”. Em outras palavras, Paulo diz que se por um lado esses profissionais passaram a ter o merecido reconhecimento, por outro se abriu o caminho para muitos aventureiros de avental. “Estes não sobrevivem por muito tempo, porque não se consegue enganar o cliente”. Ainda assim, a safra de excelentes chefs nunca foi tão farta em São Paulo. Gênios criativos como Alex Atala (D.O.M), grandes talentos - e aqui se fala, entre outros, de Paulo de Barros e de Tsuyoshi Murakami (Kinoshita) - imigrantes recém-chegados como o italiano Salvatore Loi (Fasano) e o espanhol Julian Gil Rivera (Toro), entre outros, juntam-se aos pioneiros da arte de bem cozinhar como Emmanuel Bassoleil (Skye), Giancarlo Bolla (La Tambouille), Sergio Arno (La Vecchia Cucina) e Carla Pernambuco (Carlota). São esses alquimistas do forno e do fogão que fazem as delícias da cidade. “Os chefs brasileiros têm o mesmo nível dos estrangeiros”, atesta Carla Pernambuco, a gaúcha que em 1995 abriu seu restaurante depois de morar por três anos em Nova York e lá se encantar com a culinária asiática. Ela diz que é muito procurada por aspirantes a chef, mas poucos candidatos a um estágio no Carlota revelam

Denise Adans/AFG

Marcelo Min/AFG

Maurilo Clareto/AE

Paulo de Barros (Due Cuochi Cocina), Tsuyoshi Murakami (Kinoshita) e Alex Atala (D.O.M.). A safra de excelentes chefs nunca foi tão farta em São Paulo

jeito para a arte: “São estudantes de gastronomia que estagiam por um mês e acham que com isso podem se tornar um chef de prestígio. É preciso mais que isso: habilidade, determinação e conhecimento das técnicas”. O carioca Tsuyoshi Murakami, um dos magos da culinária japonesa, viajou parte do mundo antes de se estabelecer no restaurante Kinoshita, na Liberdade: “Dá para perceber um talento pela forma como se empunha a faca”. O desejável, no entender de Paulo, é que um candidato a chef estagie por todos os setores da cozinha: da pia de lavagem de pratos ao balcão onde se descasca batatas. Essa é a trajetória comum aos nossos três personagens, mas nem todos os estudantes parecem dispostos a percorrer o mesmo caminho, como conta Murakami: “Uma estudante de um dos cursos mais caros de São Paulo foi convocada a lavar pratos pelo professor (é Murakami descrevendo a cena que presenciou). A garota se recusou, pegou o celular e pediu ao motorista que trouxesse uma das empregadas da família para que fizesse o serviço”. À técnica, à determinação e à sensibilidade características dos grandes chefs, deve-se

acrescentar a disposição para a pesquisa. Murakami, por exemplo, é um voraz consumidor de livros e revistas de culinária japonesa e assíduo freqüentador de cursos de gastronomia. Parte da biblioteca ele deixa à disposição dos clientes no restaurante “para que também aprendam um pouco e, com isso, saboreiem os pratos com mais propriedade.” O cliente, observa Paulo de Barros, nunca foi tão exigente como hoje: “Ele está mais bem informado e muitos trazem referências gastronômicas de outros países: não aceitam qualquer coisa e não se deixam enganar”. O acesso às ferramentas e aos ingredientes para o preparo das criações, em contrapartida, também foi facilitado a partir da abertura das importações. “Encontra-se de tudo no Brasil: de uma especiaria exótica às panelas especiais”, observa o crítico gastronômico Ricardo Castilho. “A oferta de produtos orgânicos hoje é de tirar o chapéu, mas ainda falta qualidade aos ingredientes. É o que nos distancia um pouco da cozinha dos grandes centros gastronômicos”, opina Carla Pernambuco. Paulo de Barros trabalhou durante quatro anos em res-

taurantes de Nova York e da Califórnia antes de voltar ao Brasil (onde estagiou com Emmanuel Bassoleil) e de abrir seu próprio negócio: “A qualidade dos ingredientes que encontrava por lá é superior. Além de produtos uniformes durante todas as estações, o aproveitamento era total. Aqui, além de faltar padronização, aproveita-se muito pouco do que chega do varejo”. Com os pescados, matériaprima da cozinha de Tsuyoshi Murakami, a situação é parecida: “Um peixe nobre é tratado como bebê de colo pelos pescadores no Japão: é cercado de todos os cuidados do armazenamento à chegada ao restaurante. Aqui, ninguém dá muito valor - um atum especial é maltratado desde a captura até o transporte ao mercado e isso interfere na qualidade do alimento”. O agrônomo Ossir Gorenstein, do Ceagesp, aposta na melhoria da matéria-prima dos grandes cozinheiros (e dos cozinheiros domésticos também), baseado em suas observações: “O produtor está mais cuidadoso na seleção, embalagem e transporte dos produtos”. A tendência é de melhora. Em todos os sentidos: os chefs consagrados tendem a ser ca-

da vez mais criativos, os novos devem ousar até acertar a mão para se sobressair e a cidade continuará oferecendo alternativas gastronômicas comparadas às melhores do mundo.

(Vale conferir a receita de um trivial tipicamente brasileiro cedida pelos chefs Carla Pernambuco e Paulo de Barros: o arroz e feijão). (LG)

RECEITA Feijão gordo c/bife de alcatra à cavalo (Rendimento 8 porções) G 1kg feijão carioquinha G 5 gomos de lingüiça calabresa curada G 200gr bacon G 3 cebola picada G 1 cabeça de alho picado G 3 folhas de louro G 200gr extrato de tomate G 8 bifes de alcatra G Qb sal G 50g manteiga G Qb pimenta Cozinhar o feijão com as folhas de louro Em uma frigideira colocar o bacon picado até derreter a gordura, acrescentar a lingüiça moída e refogar por +/10 min., adicionar a cebola, o alho e o extrato de tomate.Reservar. Quando o feijão estiver cozido, junte o tempero do refogado ao feijão e cozinhe por + 15min. Temperar os bifes de alcatra com sal e pimenta e grelhar até o ponto. Fritar os ovos, com a gema mole. Servir com arroz branco o feijão e os bifes com os ovos.


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Indicadores Econômicos

7

1,39 27/7/2006

COMÉRCIO

por cento é a taxa acumulada pelo Índice Geral de Preços Mercado (IGP-M) nos últimos 12 meses.


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ESPECIAL - 9

Fotos: Marcelo Min/AFG

Ali encontram produtos de boa qualidade, do atum às frutas frescas. Encontram também problemas, como estocagem inadequada e grande desperdício em razão de falhas no transporte e armazenagem

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chef Tsuyoshi Murakami, um dos mais talentosos sushimen da nova geração, não perde tempo nas compras que vão abastecer o acolhedor restaurante Kinoshita: cumprimenta pelo nome os vendedores de frutas e legumes da feira que funciona ao lado do Mercado Municipal Paulistano, faz impecáveis reverências ao melhor estilo japonês às antigas comerciantes da colônia, troca dois dedos de prosa com as pessoas que encontra pelo caminho. E enquanto distribui simpatia, faz as encomendas. “Três dúzias de limão suculento: pense naquela caipirinha e separe os melhores”, pede e parte para outra banca para encomendar alecrim e outras especiarias. Murakami, o Mura, não precisa examinar a mercadoria: ele confia que estará levando o melhor. É assim que a maioria dos chefs da cidade vai às compras - sempre no lugar certo, cultivado ao longo dos anos. “Confio tanto nos fornecedores que costumo fazer encomendas por telefone e receber, instantes depois, no restaurante”, diz Mura. O chef só dedica mais atenção na escolha dos peixes - examina com cuidado o atum e outros pescados que servirão de matéria-prima aos seus pratos. Os 17 boxes de peixes do Mercadão atendem a quase totalidade dos restaurantes da cidade. Cada uma delas vende, em média, sete peças de atum de 50 quilos, além de outras espécies apreciadas no sashimi e no sushi. “É importante ter uma boa rede de fornecedores que nos garanta produtos de qualidade”, explica Murakami. “Fora os amigos do Mercadão, mantenho contatos com outros em Santa Catarina, de onde vêm os melhores atuns”. Ele paga mais caro pela mercadoria, mas não se queixa: o melhor custa um pouco mais. Em menos de uma hora, o sushiman conclui as compras e volta ao Kinoshita para preparar

sua rotina diária. São quase 11 horas da manhã e o movimento no mercado continua intenso: ao longo do dia, 17 mil pessoas terão circulado pelo local e 400 toneladas de mercadorias diversas terão sido vendidas - do atum que se transformará em fina iguaria no Kinoshita aos queijos da Serra da Estrela e presuntos Pata Negra. Aos fins de semana, o movimento de visitantes chega a 30 mil pessoas. É pouco se comparado ao do Ceagesp, por onde passam diariamente 50 mil pessoas, 10 mil veículos e são movimentadas 10 mil toneladas de mercadoria - 5 só mil de frutas. “É o terceiro maior mercado do mundo”, explica o economista Flávio Godas. “Por aqui são negociados, diariamente, R$ 9 milhões”. Mercadão e Ceagesp são as duas principais fontes que abastecem os restaurantes da cidade. E ambas revelam aos olhos dos chefs mais exigentes o mesmo tipo de problema a inadequação da estocagem das mercadorias. “Em Nova York, aproveita-se a totalidade dos alimentos. Aqui, o desperdício é enorme por causa das falhas no transporte e armazenagem”, observa o chef Paulo Barroso de Barros, do Due Cuochi Cucina. O agrônomo Ossir Gorenstein, do Ceagesp, concorda e cita três aspectos que precisam ser

O chef Tsuyoshi Murakami no Mercadão: “É importante ter uma boa rede de fornecedores que nos garanta produtos de qualidade”

melhorados: padronização dos produtos, embalagens e transporte. “Os legumes e algumas frutas ainda são embalados em caixotes de madeira, conhecidos por caixas K, com bordas contundentes e superfície áspera. São as mais baratas, mas machucam a mercadoria”. A padronização também é falha, porque boa parte dos produtos ainda não é selecionada na origem, o que acaba acarretando elevado

nível de descarte no varejo. E o transporte, ainda rodoviário em caminhões abertos, é precário. “Por vezes a mercadoria viaja sob sol, sem proteção alguma, e vai desidratando no caminho. Quando chega à mesa do consumidor, perdeu algumas de suas

principais qualidades”, afirma Gorenstein. Algumas áreas, ele percebe, estão mais evoluídas: “As frutas, por exemplo, têm sido embaladas corretamente porque têm valor unitário maior que o das verduras e muitos produtores exportam parte de sua

produção”. Os resíduos orgânicos descartados pelos permissionários do Ceagesp representam oito toneladas diárias. Parte é recolhida por catadores, parte doada para entidades de assistência e parte vira adubo ou ração animal. (LG)


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10 -.ESPECIAL

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Fotos: Marcelo Min/AFG

O Senac oferece cursos de gastronomia desde 1964 e ainda é uma referência nacional num centro com os melhores cursos do País

S

ão Paulo abriga os melhores cursos de gastronomia do País. E o melhor é o do Senac, na opinião de chefs como Carla Pernambuco, do Carlota, e de críticos como Ricardo Castilho, da revista “Prazeres da Mesa”. “Existem excelentes cursos, como o da Anhembi Morumbi (São Paulo), da Univali, (Santa Catarina) e o da Estácio de Sá (Rio de Janeiro)”, enumera Carla Pernambuco. “Mas o do Senac é referência.” A única restrição da chef é a curta duração: o aluno formase em dois Divulgação anos, quando deveria freqü ent ar a escola por q u a t r o anos, no mínimo, no entender de Carla. O Senac oferece esse tipo de curso desde 1964, quando passou a formar, na unidade da rua 24 de Maio, cozinheiros e confeiteiros. Ganhou prestígio a partir de 1977 ao convidar Paul Bocuse, um dos papas da nova cozinha francesa, para dar aulas. E teve o mérito de perceber, em 1995, a tendência de valorização do chef, um profissional que parecia relegado à solidão da cozinha: criou a extensão universitária “Cozinheiro Chefe Internacional” (CCI) em parceria com o “The Culinary Institute of América” (CIA), uma das mais respeitadas escolas de gastronomia do mundo. Rodrigo Martins e Jefferson Rueda (Pomodori), Paulo Barroso de Barros (Due Cuochi Cucina) e Carolina Brandão (Carlota) foram alguns dos profissionais que saíram desse curso. “Até o começo dos anos 1990, os serviços de cozinha eram considerados subemprego”, explica Beatriz Gemha, assessora de gerência de Gas-

Divulgação

tronomia do Senac São Paulo: “Os restaurantes recrutavam, por vezes, gente da construção civil como auxiliares e quem mostrava aptidão e interesse prosperava na carreira”. Ainda há muita gente sem preparo no ramo, mas o perfil está mudando: “Até 2000 havia poucos cursos e, de um ano para outro, foram contabilizados 14 pedidos de abertura de cursos junto ao MEC”. Muitas das escolas que abriram desde então prometem formar chefs. No caso do Senac, quem procura

formação no CCI geralmente é o profissional liberal que planeja montar um restaurante, informa a assessora. Além das técnicas culinárias, o curso ensina como administrar um restaurante, dá noções de armazenamento de alimentos e de planejamento de espaço, entre outras disciplinas. Dura um ano. Há um segundo curso, este o mais antigo, chamado de “Tecnologia da Gastronomia”, com duração de dois anos e graduação superior, muito concorrido entre os mais jovens, cuja maioria almeja montar seu negócio

O chef Volmar Zocchi e seus alunos no restaurante da Câmara: “No fim, saem aptos para seguir a profissão”

Jovens carentes de 17 a 20 anos aprendem os segredos de uma cozinha, as técnicas do bem-servir e noções de higiene e cidadania no Restaurante-escola São Paulo, que funciona na Câmara Municipal

O

próprio geralmente no setor de bufês. Há três unidades do Senac - em Águas de São Pedro e em Campos do Jordão, no interior de São Paulo, e em Santo Amaro, inaugurada em 2004 e cujas instalações para o setor de culinária não ficam a dever para as melhores escolas do mundo, na opinião do crítico Ricardo Castilho. “No ano passado formamos 500 profissionais e só neste primeiro semestre estamos com 650 vagas preenchidas”, afirma Gemha. Metade dos interessados é formada por homens e o índice de recrutamento nas várias áreas da gastronomia é de 83%. Não são cursos baratos: custam, em média, R$ 1.500 por mês. Ela acredita que ainda há muito campo a ser explorado dentro da gastronomia por ser um mercado promissor. E comenta que o glamour associado à profissão de chef trouxe um fenômeno cur i o s o : v ários candidatos são atraídos ao Senac claramente deslu mb rad os com o desejo de sair em capas d e re v i s t a ou em aparecer em prog ram as d e t e l e v isão. “Já na primeira entrevista procuramos filtrar esse deslumbre e explicamos que o profissional deve ter muita disciplina para passar 14 horas de pé ao lado de um fogão quente e dentro de um ambiente nem sempre encantador”. Apesar disso, não há registros de evasão em qualquer um dos cursos: “Tivemos apenas um caso, o de um aluno levado para o exterior para trabalhar com um chef que veio dar aulas aqui”. (LG)

Restaurante-escola São Paulo não forma chefs. Mas ensina a jovens carentes de 17 a 20 anos os segredos de uma cozinha, as técnicas do bem-servir e os rudimentos de administração. “Quando chegam, mal sabem o que é um pé de alface, pois legumes e verduras não são parte de seu cotidiano”, conta o chef Volmar Zocchi, instrutor do curso: “No fim, saem aptos para seguir a profissão”. Além de aprender a rotina de funcionamento de um restaurante, os alunos recebem noções de higiene e de cidadania. Boa parte dos 290 jovens formados nos dois anos de existência da escola encontra trabalho. O curso é semestral e oferece vagas para até 60 alunos. “O campo

de trabalho é vasto e muito carente de mão-de-obra especializada”, explica a coordenadora Teresa de Barros Barreto, superintendente da Fundação Jovem Profissional (antiga Casa do Pequeno Trabalhador), entidade conveniada com a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social neste projeto. Criado em 2003 com suporte de duas entidades internacionais, o Restaurante-escola também recebe apoio das Faculdades Anhembi-Morumbi, que cede o conteúdo de seu curso de gastronomia. Funciona nos moldes das escolas do Senac em Águas de São Pedro e em Campos de Jordão: enquanto aprendem, os alunos trabalham no restaurante de 200 lugares abertos ao público, montado nas dependências da Câ-

Carne Seca no Cestinho de Parmesão e Risoto a Parmegiana Ingredientes G 500 grs. de Carne Seca Traseira G 2 cebolas inteiras G 1 maço pequeno de cebolinha verde G 50 grs. de manteiga G 50 grs de manteiga de garrafa Ingredientes para Cestinho de Parmesão G 200 grs. de queijo parmesão ralado Preparo da Carne Colocar a carne seca 1 dia antes de molho em bastante água e trocar 2 vezes. Ferver e trocar a água para retirar o sal, até a carne amolecer, para desfiar com garfo. Desfiar toda a carne, desprezando a gordura. Corte a cebola em pequenos pedaços, refogue com a manteiga, junte a cebolinha verde picada e carne seca desfiada. No final regue com a manteiga de garrafa, deixe refogar mais um pouco e reserve. Preparo da Cestinha de Parmesão Em uma frigideira pequena anti-aderente, coloque aquecer e espalhe ¼ no fundo um pouco de queijo ralado, deixando desmanchar, para fazer cada cestinha. Retire com ajuda de uma espátula dê um formato de uma cestinha com as mãos ou no fundo de uma xícara. Para servir coloque a carne seca dentro das cestinhas, deite a cestinha no prato com a carne seca caindo. Como guarnição sirva o risoto a parmegiana Rendimento 4 pessoas

mara Municipal, no viaduto Jacareí. A renda do restaurante, mais a verba destinada pela Prefeitura, mantêm o espaço. “Aqui eles aprendem de tudo, muitos deles até a escrever, já que trabalhamos com comandas tradicionais em vez das eletrônicas”, conta Zocchi. Além das refeições servidas no almoço, ao preço médio de R$ 14, os alunos participam de eventos gastronômicos. Quinze monitores, ex-alunos do curso, auxiliam nas tarefas. A experiência está sendo repetida na lanchonete aberta este ano na Assembléia Legislativa. “Mudamos o cardápio diariamente, mas há pratos fixos como o filé fundação e a cestinha de carne seca com risoto, os mais pedidos pelos clientes”, diz Zocchi, um catarinense criado em Milão, na Itália,

onde se iniciou na gastronomia (veja as receitas dos dois pratos cedidas pelo chef). Zocchi viajou por vários países, montou restaurantes em São Paulo e se diz realizado com a experiência: “É gratificante acompanhar o progresso desses jovens.” Os alunos têm aulas de cozinha, bar e salão e invariavelmente assistem a palestras dadas por chefs famosos. Um dos primeiros festivais promovidos por Zocchi, em 2003, recriou os pratos tradicionais da cidade, como a sopa de cebola do Ceasa. Para se inscrever no curso é preciso ter entre 17 e 21 anos, morar na cidade e pertencer a família com renda per capita de até meio salário-mínimo. São 60 vagas por semestre e as aulas vão das 8 às 16 horas. (LG)

Filé Fundação Ingredientes: ( 4 pessoas ) G 4 medalhões de 150 gr. filé mignon G 1 maço de couve manteiga G 1 cenoura cozinha no vapor G 1 mandioquinha cozinha no vapor G 1 abobrinha cozinha no vapor G 8 vagem de feijão verde G 2 dentes de alho picado fino G 100 ml. de azeite G 500 ml. de óleo de soja (para fritar a couve) G Sal e pimenta do reino Preparo: Coloque os 4 medalhões para selar ou grelhar na chapa ou na frigideira de todas as partes até formar uma crosta, tempere com sal e pimenta do reino e reserve. Corte a couve a juliana e frite em óleo bem quente até ficar crocante reserve. Refoge o alho picado c/ azeite até dourar bem, passe dentro da frigideira que tem alho dourado os medalhões deixe aquecer um pouco. Montagem: Forre o fundo do prato com couve crocante, fatie os legumes cozidos no vapor e distribua no centro do prato que tem couve, em cima dos legumes, monte o medalhão regando com o restante do azeite, decore com um ramo de alecrim e sirva, se preferir acompanhado de arroz.


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Empresas Nacional Imóveis Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 28, 29 e 30 de julho de 2006

ESTAÇÃO VILA SÔNIA TERÁ TERMINAL DE ÔNIBUS

O Shopping Butantã reúne boa parte da oferta de comércio e serviços para moradores da Vila Sônia.

Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype

METRÔ VALORIZA IMÓVEIS NA VILA SÔNIA E ATRAI MAIS MORADORES Média de alta do último ano é de 40%, de acordo com dados da Embraesp

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chegada do metrô, em 2012, a proximidade com o famoso Morumbi e com o Shopping Butantã fazem da Vila Sônia, na área sudoeste da capital paulista, uma boa região para morar ou investir em imóveis. No bairro há numerosos novos prédios residenciais em construção. Segundo a Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), há pelo menos sete lançamentos imobiliários nas redondezas. Todos eles voltados para a classe média, com ampla área de lazer. O preço médio por metro quadrado fica em R$ 2,3 mil. "Quem procura a Vila Sônia para morar normalmente é da região, cresceu nas redondezas e já está acostumado ao lugar", afirma o engenheiro e avaliador da Embraesp, Reinaldo Fincatti. "Mesmo quem tem maior poder aquisitivo e poderia recorrer a bairros vizinhos mais nobres, como o Morumbi, por exemplo, prefere ficar por lá", acrescenta. Alguns números comprovam a tese de Fincatti. Cerca de 80% das pessoas que compraram os apartamentos de quatro quartos do Condomínio Plaza Monjardino, na Rua Professor Monjardino, lançado em março de 2003 e que está sendo vendido pela Lopes Consultoria de Imóveis, sempre moraram por perto. O preço do metro quadrado nesse condomínio é de bairro nobre: R$ 3,2 mil. "A proximidade com a Avenida Francisco Morato e a futura estação de metrô

impulsionaram as vendas", diz a consultora Mara Trajano, da Lopes. "Essa é a parte da Vila Sônia que tem mais cara de Morumbi", destaca. Valorização —A dois quilômetros dali, na Rua Áurea Batista dos Santos, a MRV Engenharia lançou prédio residencial de apartamentos um pouco mais modestos, com 3 dormitórios e sem elevador. O metro quadrado, nesse caso, custa R$ 1,6 mil, mas o morador não terá acesso tão facilitado ao metrô. "Vendemos todas as unidades para a vizinhança, para pessoas que moram perto do empreendimento", diz a corretora Sônia Salles. De acordo com ela, o preço das unidades aumentou cerca de 40% desde o lançamento, há 13 meses. Pelos números da Embraesp, essa é a média de valorização dos imóveis da Vila Sônia no último ano. "Quando foi anunciada a chegada do metrô os preços foram lá em cima, quase que dobraram", conta o corretor da imobiliária Jotaerre Imóveis Jaime Rocha. "Mas agora eles encontraram um ponto de equilíbrio", observa. Outro fator que impulsiona os preços dos imóveis é o fato de a maioria dos novos empreendimentos imobiliários da Vila Sônia citarem o Morumbi como referência. "Muitos deles, mesmo estando no coração da Vila Sônia, reforçam para os clientes a idéia de que estarão no glamoroso bairro vizinho", diz Rocha. "Chegam a apontar o Estádio do Morumbi como

parte da região sem nem citar o nome Vila Sônia." Infra-estrutura — O Shopping Butantã e a presença de grandes redes de supermercados, como Extra e Carrefour, facilitam a vida de quem mora por ali. "Faço questão de morar perto de centros comerciais, para não precisar passar horas no trânsito quando preciso fazer alguma compra", diz a empresária Cristiana Vieira, que mora há 20 anos na região. De acordo com a imobiliária Patamar Imóveis, o lugar com maior potencial de valorização do bairro fica em um raio de 800 metros de onde deve ser implantada a estação do metrô. Os imóveis que ficam nas redondezas da Avenida Francisco Morato também são boas opções de negócios. Isso também ocorre com os arredores da Avenida Deputado Jacob Zveibil, que abriga o shopping center e o supermercado Carrefour. Há, no entanto, um ponto do bairro que ainda não foi tão explorado pelos investidores imobiliários. Mas, de acordo com a Patamar Imóveis, o Alto da Vila Sônia, junto à Travessa Manoel Jacinto, deve ter os preços valorizados à medida que o bairro for se desenvolvendo e se tornando mais conhecido em São Paulo. A dica é comprar um imóvel simples, como um apartamento de dois dormitórios. Ele pode ser alugado por até R$ 600 e vendido quando atingir um alto valor de mercado.

Condomínio Plaza Monjardino, já pronto, oferece apartamentos de mais alto padrão, com 4 dormitórios Newton Santos/Digna Imagem – 7/4/05

Mara, da Lopes: metrô contribui.

Vista do pátio de manobras dos trens do metrô: bairro terá terminal.

Metro quadrado pode chegar a R$ 3,2 mil, segundo a Embraesp

Sônia: vendas na vizinhança.

Sonaira San Pedro

Ligação direta com o centro

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estação Vila Sônia do metrô, que ficará na esquina da Avenida Francisco Morato com a Rua Heitor dos Prazeres, deve ser inaugurada no final de 2012. A parada terá integração com terminal de ônibus urbano e capacidade para atender 78 mil passageiros todos os dias.

O projeto faz parte da linha 4 (amarela), que ligará a Vila Sônia ao bairro da Luz, passando por Butantã, Cidade Universitária, Pinheiros, Avenida Paulista, Rua da Consolação, Praça da República e avenidas Ipiranga e Cásper Líbero. No caminho, haverá integração com as linhas verde e vermelha.

A operação da linha 4 será em duas etapas. Na primeira, prevista para dezembro de 2008, ficam prontas as estações Luz, República, Paulista, Faria Lima, Pinheiros e Butantã. Mesmo antes de ser concluída, a estação Vila Sônia terá espaço para manobras e estacionamento dos trens. (SSP) Shopping Butantã, na Avenida Professor Francisco Morato, é referência para os moradores da Vila Sônia

Impulso veio na década de 1990

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os anos 1960, foi a proximidade com o famoso bairro do Morumbi que incentivou muitas pessoas a ir morar na Vila Sônia e influenciou de

forma significativa o desenvolvimento do comércio e da infra-estrutura de serviços na região. O bairro, que fica na área sudoeste da cidade de São

Paulo, foi crescendo aos poucos nos 30 anos seguintes. O grande impulso veio mesmo a partir da década de 1990, quando o boom populacional da Vila Sônia começou a preocupar seus moradores mais antigos. Pequenos terrenos, minichácaras, casas e sobrados foram sendo comprados pelas grandes construtoras e deram lugar a condomínios verticais, com edifícios modernos que atraíram pessoas de classe média para o bairro. O desenvolvimento da Vila Sônia garantiu para seus cerca de 90 mil habitantes as facilidades de um shopping center (o Butantã) e a futura inauguração da estação terminal da linha 4 do metrô, prevista para 2012. A chegada do metrô tende a facilitar a vida dos moradores e deve criar um novo ciclo de expansão para a Vila Sônia, desta vez com maior circulação de pessoas. (SSP)

Imóveis tendem a se valorizar

Bairro oferece opções de novos imóveis de padrão mais elevado

Obra em novo empreendimento


DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.ESPECIAL

sexta-feira, 28 de julho de 2006

A tradição do frango com polenta vem desde 1877, quando foi criada a zona colonial de São Bernardo do Campo com as primeiras famílias de imigrantes italianos. As receitas passam de geração a geração Fotos: Anna Carolina Negri/AFG

O frango com polenta da rota de São Bernardo, no restaurante Florestal: boa comida. Depois os clientes dançam ao som de uma banda de forró (foto abaixo)

Adriana Sekulic

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Rota do Frango com Polenta, em São Bernardo, é um tradicional pólo de gastronomia e ponto de encontro para quem gosta de comer bem e barato. São mais de 15 restaurantes que somam cerca de 16 mil lugares e recebem mais de 25 mil pessoas nos finais de semana, clientela proveniente, principalmente, das cidades da Grande São Paulo e até da Baixada Santista. Embora o prato mais conhecido e pedido seja o frango com polenta, preparado com a original receita italiana passada de geração em geração, é possível degustar pratos como massas, rodízio de carnes e os também famosos bufês de frutos do mar. O atendimento diferenciado, a qualidade e a fartura dos pratos são outros elementos de destaque dos restaurantes da Rota. Durante a semana os restaurantes atendem, na maior parte, trabalhadores das indústrias da região através de bufê self service ou almoço executivo. Muitos possuem também bandas aos finais de semana e uma programação de shows com artistas de renome, dos mais variados gêne-

ros musicais. Os restaurantes da Rota ainda são procurados para a realização de eventos como festas de aniversários, casamentos, confraternizações e convenções de empresas e entidades. Segundo Nini Demarchi, proprietário do Restaurante Florestal Demarchi, que completará 50 anos em dezembro, a tradição tem sido passada de

mil frangos por mês e dois mil quilos de polenta, o Florestal se destacou com um dos principais restaurantes da Rota. Por R$ 22,50 por pessoa é possível degustar o bufê self service com 60 pratos quentes e 30 pratos frios. Outro restaurante, o São Judas Tadeu, que durante a semana atende uma clientela de 400 pessoas, nos finais de semana

pai para filho desde seu bisavô. O quadro de funcionários, que no começo era formado por 20 pessoas da família, hoje chega a 160 nas sextas, sábados e domingos para dar conta de atender às mais de 2,5 mil pessoas que freqüentam o restaurante em cada um desses três dias. Com um consumo de quatro

recebe mais de três mil pessoas a cada dia. O bufê self service com mais de 30 pratos quentes e saladas custa R$ 28 por pessoa, incluindo as sobremesas. “Mais de 70% de nossos clientes aos finais de semana vêm de São Paulo e região”, explica o diretor de Marketing, Júnior Demarchi. Com 57 anos de tradição, o São

Judas ainda mantém uma programação entre oito e dez shows ao ano com grandes cantores da música sertaneja e cantores populares, o que atrai ainda mais a clientela. Para as crianças o local dispõe de um playground coberto. A Rota fica ao longo da Avenida Maria Servidei Demarchi e da Estrada Galvão Bueno, com fácil acesso pelo Km 23 da Via Anchieta e pelo Km 26 da Rodovia dos Imigrantes. A Rota dos Restaurantes teve início em 1877, quando foi criada a zona colonial de São Bernardo do Campo, que passa a abrigar as primeiras famílias de imigrantes italianos impulsionando a produção agrícola, serrarias e posteriormente as indústrias de móveis, outra grande atração da cidade. Com elas veio a tradição e o gosto pela gastronomia, representada por famílias como os Tolotti, Demarchi, Battistini, Morassi e outras ainda presentes na região. A culinária apresentava como ponto forte os pratos à base de frango, do próprio local, tendo a polenta como acompanhamento indispensável, além das sopas, massas e pães. A fama da hospitalidade e da qualidade da comida fez crescer rapidamente o número de restaurantes da Rota.

SERVIÇO Restaurante Florestal Avenida Maria Servidei Demarchi, 2998 - telefone: 6823-0222 Restaurante São Judas Avenida Maria Servidei Demarchi, 1.749 - telefone: 4347-4444 Restaurante Mineirão Avenida Maria Servidei Demarchi, 1.897 - telefone: 4122-5515 Restaurante São Francisco Avenida Maria Servidei Demarchi, 1.991 - telefone: 4369-2255 Churrascaria Pinheirão Grill Avenida Maria Servidei Demarchi, 2.142 - telefone: 4347-0055 Churrascaria Para Pedro Avenida Maria Servidei Demarchi, 2.580 - telefone: 4396-5911 Chabocão Grill Avenida Maria Servidei Demarchi, 1.170 - telefone: 4347-9074 Fiori Avenida Maria Servidei Demarchi, 1.791 - telefone: 7684-1713 Pingu’s Avenida Maria Servidei

Demarchi, 2.100 - telefone: 4347-8040 Gaia Rua Mateus Demarchi, 145 - telefone: 4396-5606 Bona Pizzaria Rua Mateus Demarchi, telefone: 4396-2261 Planet Pizzas Rua das Laranjeiras, 100 telefone: 4347-9498 Casa Nostra Pizzaria Rua Salim Mahfoud, 744 telefone: 4396-2570 Bosque dos Morassi Rua Assumpta Sabatini Rossi, 75 - telefone: 43478172 Capassi Estrada Galvão Bueno, 4.648 - telefone: 43477653 Colonial Estrada Galvão Bueno, 4.764 - telefone: 43476426 Santo Antônio Estrada Galvão Bueno, 5.070 - telefone: 43470864 Morassi Estrada Galvão Bueno, 8020 - telefone: 4347-9790


Ano 81 - Nº 22.179

R$ 0,60

São Paulo, sexta-feira a domingo, 28 a 30 de julho de 2006

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h50

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

Anthony Bannister/Corbis com arte de Abê

Sanguessugas aparecem por inteiro

SANGUESSUGA Segundo o Aurélio, verme do filo dos anelídeos, da classe dos hirudíneos, que habita as águas doces e tem ventosas com que se liga aos animais a fim de sugar-lhes o sangue.

Os vermes do Congresso que trocaram ambulâncias por malas de dinheiro, carros de luxo e passagens aéreas estão finalmente desmascarados. O depoimento do empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, dono da Planam, foi revelado ontem por completo, com uma surpreendente riqueza de detalhes. Um quinto do Congresso, ou 91 deputados e 3 senadores, está na mira da investigação do presidente da CPMI dos Sanguessugas, deputado Antônio Carlos Biscaia (à esq., com o deputado Sampaio). Todo o escândalo, págs. 3 e 4

Lúcio Távora/Folha Imagem

Limor Edrey/AFP

Alckmin ganha um topete No ar, Lula fala e não explica Em entrevista, ontem, à rádio CBN, o presidente evitou discutir o déficit da Previdência e a dívida pública. Sua tática foi impedir que o apresentador Heródoto Barbeiro o questionasse. Página 8

Maria Tereza Correia/Estado de Minas/Agência O Globo

Ao lado de Itamar (foto), o tucano comemorou o apoio, anunciado em Belo Horizonte pelo ex-presidente da República. "Faço isto pelas qualidades do nosso candidato e porque Minas deve estar alerta nesta eleição". Página 8

ESPECIAL GASTRONOMIA

OS DOIS LADOS DA DOR Israelenses (acima) e palestinos choram seus mortos. Sem que os combates cessem no Oriente Médio. Inter/8 Suhaib Salem/Reuters

Divulgação

DCultura

HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 30º C. Mínima 14º C.

AMANHÃ

Ilustração de Lan

Nublado com chuva Máxima 22º C. Mínima 15º C.

No último fim de semana de férias, a vitrine de programas em SP é um show de ofertas. A dança da Companhia David Parsons (acima) está entre as atrações. Poesia, verve, emoção? Leia sobre Mário Quintana (esq.), que faria 100 anos neste domingo. E embarque na sessão cartum!


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.ESPECIAL

sexta-feira, 28 de julho de 2006

De cantinas quase centenárias a endereços altamente sofisticados, passando pelos populares da periferia, a cidade oferece uma gastronomia rica e variada. O setor movimenta R$ 12 bilhões por ano Divulgação

Luiz Guerrero

A

cidade está muito bem servida à mesa: há, pelos cálculos da Prefeitura, 12.500 restaurantes divididos em 42 diferentes etnias. Só de pizzarias, consideradas um dos símbolos gastronômicos do paulistano, fala-se em mais de cinco mil. São delas que saem, todos os dias, quase 700 pizzas por minuto. E há os italianos, representados por casas quase centenárias como o Capuano ou por endereços de cozinha altamente sofisticada, como o Fasano. Das churrascarias que deram ao rodízio ares de requinte (e aqui estamos falando em cerca de 150 casas) aos vegetarianos, há variedade para todos os paladares e para todos os bolsos. É o que se verá neste caderno especial. “O nível dos restaurantes da cidade é bom. Há muito que melhorar, especialmente em qualidade de serviços, mas de maneira geral come-se muito bem em São Paulo”, atesta o crítico gastronômico Josimar Melo. “O fascinante é que tanto se pode gastar muito dinheiro em um restaurante de alta gastronomia, como pagar barato para comer muito bem”, afirma Ilan Kow, editor do caderno Paladar, do jornal O Estado de S. Paulo. Ilan é freqüentador assíduo dos restaurantes populares e garante que tem encontrado saborosas surpresas em alguns endereços da periferia. Fora do eixo dos Jardins, onde estão concentrados as casas mais refinadas, come-se bem nas cantinas do Bexiga, nos restaurantes asiáticos do bairro da Liberdade e também em um local peculiar - a rua Avanhandava, que está prestes a se tornar um centro de gastronomia e de arte incentivado pelo empresário Walter Mancini: “Quero que a cidade volte a ter alegria”. Walter é dono de um fenômeno gastronômico: a cantina Famiglia Mancini, a casa em que o paulistano viu pela primeira vez uma balança para pesar o prato de comida e no qual, desde a inauguração, se formam extensas filas de clientes para o almoço e para o jantar. Come-se bem na cidade. Mas o título de “capital mundial da gastronomia” propalado pelos órgãos públicos, no entanto, ainda está longe de corresponder à realidade da cidade. Ainda não existe, segundo observa outro respeitado crítico, Arnaldo Lorençato, um circuito de alta gastronomia como os de Paris, Londres, Nova York e de algumas cidades da Espanha: “Mas a variedade de restaurantes de bom nível atende plenamente às exigências”. Não por acaso, estão concentrados em São Paulo os melhores chefs de cozinha do país profissionais que nunca foram tão valorizados como agora. “Virou profissão da moda”, nota mais um crítico de renome, Ricardo Castilho. “Há muita ilusão em torno da carreira de um chef de cozinha”, explica Paulo Barroso de Barros, um dos melhores chefs da nova geração: “Nossa rotina é ficar em pé ao lado de um fogão fumegante”. A maioria dos aspirantes a chef, contudo, parece deslumbrar-se com a possibilidade de aparecer em capas de revista e em colunas

Marcelo Min/AFG

Churrasco ou pizza? Tanto faz. O fato é que se come muito bem na cidade, mas o título de “capital mundial da gastronomia” ainda está longe da realidade

sociais. E, é claro, de ganhar muito dinheiro com a carreira. Poucos conseguem. Como afirma Josimar Mello, por trás dos nomes conhecidos existe um milhão de figuras anônimas que movimentam a indústria da gastronomia. O salário médio de um chef empregado em restaurante de bom nível, calcula Ricardo Castilho, é em torno de R$ 8 mil. Um excelente salário, quando se leva em conta que grande parte dos chefs saiu da construção civil. “Muitos cozinheiros começaram como lavadores de prato depois de perder o emprego nas construções. E é simples entender o motivo: ainda hoje não se exige formação para esse tipo de serviço”, explica Josimar. Ainda assim os cursos de gastronomia despejam milhares de candidatos a chef todos os anos. Há os cursos básicos que, além das técnicas de forno e de fogão, ministram aulas de higiene e de cidadania para a po-

pulação carente. E, aqui, a iniciativa Restaurante-Escola, da Prefeitura, merece ser aplaudida. Há, igualmente, os que têm status de curso superior, área em que o Senac se destaca. Considerada a melhor escola do País, na opinião de alguns entrevistados neste caderno, o Senac forma 600 pessoas por semestre. Engana-se quem pensa que esse batalhão é constituído apenas por jovens:

os cursos têm despertado interesse crescente de profissionais de outras áreas seduzidos pela possibilidade de montar negócio próprio. “Poucos sobrevivem”, comprova Carla Pernambuco, dona do restaurante Carlota. “É preciso ter o mínimo de talento e o máximo de dedicação para se dar bem nesse ramo”, aconselha Paulo de Barros, ele próprio formado pelo Senac. O cliente, observa

Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor Luciano Ornelas Chefe de reportagem Arthur Rosa Repórteres Adriana Sekulic

Luiz Guerrero Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Lino Fernandes Ilustração Abê Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão O Estado de S. Paulo

www.dcomercio.com.br

ele, nunca foi tão bem informado como hoje: sabe quando a comida tem ou não qualidade. É o que se constata ao se analisar outra estatística: segundo a Abrasel, Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, de cada dez estabelecimentos, sete fecham nos três primeiros anos de funcionamento. “Muitas casas mudam a razão social por questões societárias e permanecem no mesmo endereço. Mas a maioria fecha as portas definitivamente”, afirma o presidente da entidade, Joaquim Saraiva de Almeida. O motivo dessa média altíssima de falência, afirma Joaquim, é a má administração. “Muitos restaurantes são abertos por profissionais de outras áreas que investem todo o dinheiro da indenização no novo negócio. Mas administrar um restaurante é tarefa para profissionais do ramo”. Assim se fecha o ciclo iniciado dois parágrafos atrás: o sujeito

ou está insatisfeito ou foi dispensado do atual emprego e investe o fundo de garantia em um curso de culinária e na abertura de uma casa. E não sobrevive. “Não é um ramo fácil. Especialmente porque estamos sujeitos às altas taxas tributárias: quanto mais se cresce neste País, mais se é penalizado”, afirma Carla Pernambuco. O negócio da gastronomia, no entanto, é milionário. A Abrasel informa que o setor movimenta R$ 12 bilhões por ano, o equivalente a 2,4% do PIB nacional, e oferece seis milhões de empregos diretos. São Paulo responde por 20% desses números. “É um setor em constante desenvolvimento”, analisa Joaquim de Almeida. “Um dos ramos que está despontando é a terceirização: hoje a maioria dos hospitais, por exemplo, confiaram os serviços de gastronomia a empresas especializadas”. Outro segmento que, segundo o presidente da Abrasel, encontra-se em franca expansão é o de bufês, os serviços de atendimento para festas e recepções particulares. Além das empresas tradicionais nesta área, vê-se hoje o crescimento de bufês de alta gastronomia. Andrea Fasano gerencia um dos mais finos da cidade aquele que leva o nome de uma família de tradição centenária na arte do bem comer. “Chego a servir até 1.500 pessoas por dia. É assim que descarrego adrenalina.” A banqueteira, como se convencionou chamar esses profissionais da celebração, mantém o negócio há onze anos depois de ter passado por todas as áreas dos restaurantes da família - da faxina à administração. Hoje só tem uma coisa a lamentar: não há prêmio para os melhores serviços de buffets. Os prêmios para chefs, pratos e restaurantes, no entanto, são distribuídos à mancheia. Mas pela primeira vez um restaurante brasileiro, o D.O.M,. é consagrado com o mais importante deles: a citação como um dos 50 melhores do mundo, feita por um júri internacional reunido pela revista britânica Restaurant. “Pela sua criatividade e talento, Alex Atala seria conceituado em qualquer restaurante do mundo”, observa Ilan Kow, do Paladar. Atala é tido como um alquimista dos temperos e das especiarias, a maioria garimpada da tradicional cozinha regional brasileira, especialmente da Amazônia. Ironicamente, nos grandes centros de abastecimento e nas butiques de gastronomia, é mais fácil encontrar tartufos italianos que cambuci (uma aromática fruta originária da Mata Atlântica e que por muitos anos podia ser colhida no largo do Cambuci), usada no preparo de molhos e sorvetes. “A abertura às importações permitiu o acesso a todo tipo de matéria-prima usada na gastronomia”, afirma Ricardo Castilho. Vinhos, inclusive. O País bebe 40,5 milhões de litros por ano, mas o consumo per capita do brasileiro está anosluz de se aproximar da maior média mundial - a de Luxemburgo, com 60 litros habitante/ano. “Bebemos míseros 2 litros hab/ano”, informa o crítico Saul Galvão. “E um dos motivos é o alto preço cobrado pela bebida”. Mas nem o preço elevado parece inibir o brinde nos restaurantes da cidade.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 28, 29 e 30 de julho de 2006

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Cidades

Praças e canteiros do Alto de Pinheiros são ocupados por pessoas que vendem de tudo.

Marcos Fernandes/Luz

Os tachos de cobre, expostos no carro de Santos, chegam a R$ 350...

já o preço das redes, amarradas em postes, variam entre R$ 70 e R$ 140.

Na praça São Gonçalo é possível encontrar móveis de fibra sintética

PRAÇAS QUE VENDEM DE TUDO UM POUCO Vendedores aproveitam as praças e o poder aquisitivo da vizinhança do Alto de Pinheiros para expor seus produtos

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o cruzamento da rua Dona Elisa de Moraes Mendes com a avenida Diógenes Ribeiro de Lima, no coração do Alto de Pinheiros, o vendedor ambulante Reginaldo José dos Santos estende uma corda entre um poste e uma árvore e pendura suas colchas de patchwork. Das quatro esquinas, três têm produtos dele. Do outro lado da rua, redes coloridas balançam ao vento. Por último, na terceira esquina do cruzamento, o carro de Santos serve como vitrine para os tachos de cobre que são vendidos por até R$ 350. De segunda a sexta, Santos vende "essas coisas" em outros pontos da cidade. Nos finais de semana, porém, é atraído pelo alto poder aquisitivo dos moradores do Alto de Pinheiros, na zona oeste. Ele não é o único. Praças e canteiros são literalmente ocupados por pessoas que vendem de tudo. E quase tudo é caro. Santos cobra R$ 200 a colcha de solteiro. As redes variam entre R$ 70 e R$ 140. O tacho de cobre mais barato sai por R$ 40. "Quem compra é classe média", diz Santos, morador de Osasco. Ele chega às 10h e não se preocupa com a concorrência. "O pessoal respeita o ponto e não coloca nada". Na São Gonçalo, Tuti Fernandes Silva e Jonas dividem a praça cortada ao meio pela aveni-

Acima, um caminhão anuncia que cofres (blindados ou não) são vendidos no local, na praça Silveira Santos. Na primeira foto à esquerda, Santos expõe colchas de patchwork. Na foto ao lado, Macedo vende sofazinhos para crianças. Os preços variam de R$ 55 a R$ 75

da São Gualter. A mulher, sentada à sombra de uma pequena árvore, vende tapetes de pele de carneiro e couro de vaca. Os de carneiro custam R$ 850. "Parcelo em três vezes no cheque se a pessoa for conhecida. Se não, é dinheiro vivo", diz Tu-

ti, moradora de Embu-Guaçu. Um aviso: quem tem rinite alérgica ou bronquite deve manter distância dos tapetes, que, ela jura, já vêm curtidos. Do lado de lá da São Gualter, o desconfiado Jonas, 20 anos, trabalha com móveis de fibra

sintética para jardins e terraços. "Já nasci na profissão", diz o capixaba. Ele demora cerca de dois dias para fazer uma mesinha de canto (R$ 260) e dez para terminar um sofá de três lugares (R$ 1,3 mil). Em cima do sofá, um mostruário de

tecidos para as almofadas. O prazo de entrega é de 15 dias. "É um produto bem aceito no mercado", conta Jonas, que também aceita pagamento em três cheques. Segundo ele, os móveis têm garantia de dois anos. "A vida útil é de oito anos. De-

pois disso, é só refazer a palha". Um casal pára a caminhada de domingo para perguntar quanto custa o sofá de três lugares e duas poltronas. "Dois, duzentos e quarenta?", pergunta Bona Polloni. "O preço é excelente, a qualidade é boa, a forma de pagamento também. O que falta é marketing", diz Bona, moradora do bairro há mais de 40 anos. Bona sugere que ele coloque faixas para anunciar o negócio. "Ai, não posso. A Prefeitura não deixa", diz Jonas. Cofres – Um caminhão parado na praça Silveira Santos anuncia que cofres são vendidos no local. Por mais bizarro que possa parecer, tem gente que compra cofre na rua. É o que diz Mauro de Souza, que há quatro anos trabalha no ramo. O cofre mais caro custa R$ 800. Se o cliente preferir – e o bolso permitir – há a opção de encomendar um blindado. Um cofre simples que custa R$ 480, blindado não sai por menos de R$ 1,2 mil. Os cofres e Souza vêm de Vitória da Conquista, na Bahia. O prazo de entrega é de 15 dias. Sofazinhos – Em outra praça, a Doutor João Guilherme Flocke, Larri Felix de Macedo, 60 anos, vende sofazinhos para crianças. Custa R$ 55 o de um lugar e R$ 75 o maior. Passa o dia inteiro na praça – "só vou embora se chove" – pensando na mulher e na filha de dois anos que ficaram na Paraíba. Sobre as casas bonitas em volta do seu comércio, Macedo diz que os moradores acham até bom a presença dele ali. "Ninguém se importa, não. É porque a gente fica de olho na casa deles, vigiando". Kety Shapazian

Divulgação

Atenção: o tempo deve mudar a partir de hoje em SP

O

tempo começou a mudar no Estado de São Paulo. A umidade relativa do ar, tão baixa nos últimos dias, subiu um pouco ontem no interior do Estado. Em Bauru, a umidade que chegou a 21%, atingiu 31%. De acordo com especialistas, o que vai melhorar a qualidade da atmosfera é a frente fria que avança em direção ao Estado de São Paulo e altera o clima. Com dias nublados e possibilidade de chuva, a situação muda e as temperaturas terão queda brusca. Também a partir do fim de semana as máximas vão cair cerca de 8 graus e não passarão dos 22 graus. As mínimas ficam em torno de 10 e 12 graus. O frio deve permanecer até quarta-feira da próxima semana e haverá chuva principalmente nas regiões dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, sul de Minas Gerais e sul do Espírito Santo. Segundo meteorologistas, a falta de chuva é típica do inverno, quando há menor circulação de ventos. A estiagem pode voltar depois desta frente fria, mas se pode dizer quando com exatidão". (AE)

Rômulo Ibelli, com a mulher Vilma, em festa das distritais da ACSP

Adeus a Rômulo Ibelli

R

ômulo Ibelli, que até há poucos meses ocupava o cargo de coordenador das Sedes Distritais da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), faleceu ontem em Jundiaí. Ibelli atuava junto às 15 distritais da casa e só deixou o cargo recentemente. Ele se afastou em decorrência da própria doença. Sua trajetória na entidade começou há 36 anos e seu primeiro cargo foi o de secretário da Distrital Lapa. Algum tempo depois, passou a coordenar as distritais da ACSP. Ibelli era o ponto de convergência entre as distritais e a Associação Comercial. Todos os que

tiveram oportunidade de trabalhar com Ibelli, não deixam de elogiá-lo. "Ele era uma pessoa altruísta, bondosa, transparente, sincera, que conciliava tudo e todos", disse Davi Gonçalves de Almeida, que por 13 anos trabalhou na Coordenadoria das Distritais ao lado de Ibelli. "Ele valorizava os colegas e sabia dizer as coisas sem ofender ou depreciar as pessoas", lembrou Davi, emocionado com a perda do colega. Ibelli tinha 70 anos, deixou três filhos e esposa. O velório e o enterro aconteceram no Cemitério Municipal de Jundiaí e tiveram a presença de mais de 200 pessoas.


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sexta-feira, 28 de julho de 2006

ESPECIAL - 11

Nunca se leu tanto sobre gastronomia, há novos livros, mais páginas em jornais e revistas. Mas o fenômeno ainda é “Comer Bem - Dona Benta”, lançado em 1940. Vendeu mais de um milhão de exemplares em 76 edições Fotos: Marclo Min/AFG

A

palavra gastronomia gera mais de seis milhões de resultados em sites de busca. O surpreendente, no entanto, é que entre as generalidades existem milhares de páginas dedicadas ao comer e beber - de receitas triviais a sites mantidos por críticos. O “Basilico”, criado pelo crítico Josimar Melo em 2000, é um deles. Com uma equipe de 16 profissionais, entre pessoal fixo e colaboradores e média de 600 mil visitas por mês, o site procura cobrir todas as áreas da gastronomia, produz informações de qualidade e passa muitas dicas a quem apenas pretende preparar um prato diferente em casa. “Em ‘Meu Livro de Receitas’, o interessado pode guardar as receitas que mais o atraíram para ler mais tarde, em casa. É uma das seções mais consultadas do site”, afirma Josimar. Entre as publicações impressas, a mensal “Prazeres da Mesa”, da Editora 4 Capas, se destaca pela interatividade com o leitor, e o caderno semanal Paladar, do jornal “O Estado de S. Paulo”, por seu sucesso editorial já no segundo ano de vida. “Atraímos anunciantes que não eram tradicionais do jornal e, a cada semana, nos deparamos com um grande dilema que é editar todo o conteúdo produzido pela equipe em apenas oito páginas”, afirma Ilan Kow, editor do Paladar. “Procuramos estar presentes em todos os eventos gastronômicos do País, promovemos cursos e sempre abrimos espaço para o leitor”,

Josimar Melo, Ricardo Castilho e sua “Prazeres da Mesa”: a leitura ajuda a formar clientes mais exigentes e, em contrapartida, melhores serviços Divulgação

Dona Benta, sucesso desde 1940

informa Ricardo Castilho, editor da “Prazeres da Mesa”, lançada há três anos e com tiragem média de 40 mil exemplares.

Há publicações mais antigas e prestigiadas. Mas o surgimento de novos títulos nesse segmento é um dos indicativos do

crescimento da gastronomia. “Nunca se leu tanto sobre o assunto e isso é ótimo porque ajuda a formar clientes mais exigentes e, em contrapartida, melhores serviços”, diz Josimar Melo. Entre os livros, o maior fenômeno editorial é o “Comer Bem - Dona Benta”, da Companhia Editora Nacional: vem sendo publicado ininterruptamente desde 1940 e já vendeu mais de um milhão de exemplares em 76 edições. Em 2004, sofreu a primeira grande reformulação entregue aos cuidados do chef Luiz Cintra: foram incluídas 200 novas receitas que combinam ingredientes antes não encontrados no País e alguns clássicos brasileiros, como o arroz de carreteiro. A apresentação gráfica também se modernizou e a própria figura da capa, que simboliza a personagem de Monteiro Lobato, um dos fundadores da

editora, passou por uma reestilização. Apesar disso, a fórmula vem sendo mantida ao longo dos anos - a de combinar sugestões de doces e salgados em 1100 páginas de receitas simples sem ilustrações ou fotos apetitosas. “É uma obra completa, com receitas que representam a base da alimentação doméstica no Brasil”, escreve Luiz Cintra na apresentação da obra. Bem mais contemporâneo, o livro Carlota - Comidas Favoritas, da chef Carla Pernambuco, com algumas das receitas preparadas no restaurante Carlota, vendeu 15 mil exemplares em cinco

edições. Mas a publicação mais original da autora é o Juju na Cozinha, livro de receitas que podem ser preparadas por crianças (o Juju do título é referência a Júlia, 10 anos, filha de Carla). “É de pequenino que se torce o pepino”, explica Carla: “Precisamos criar desde cedo os hábitos de comer bem e saudavelmente e de reconhecer temperos e paladares.” Entre as receitas que qualquer criança pode fazer há preciosidades como “batatas ao murro” e combinações como o suco de figo e framboesa. Lançado em 2004, vendeu dez mil exemplares. (LG)


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6 -.LAZER Europa Filmes/Divulgação

sexta-feira, sábado e domingo, 28, 29 e 30 de julho de 2006 Reprodução

Image.net/Divulgação

Fox Film/Divulgação

S

e a vontade de assistir a uma animação na telona for irresistível, há três longas em cartaz com opções para agradar a família inteira. Os apaixonados por automóveis vão curtir o desenho animado Carros (foto), da Pixar. A atração da história atende pelo nome de Relâmpago McQueen, um carro de corrida magalomaníaco que antes de participar da corrida mais importante da sua vida, acaba se perdendo na estrada.

A turma de Valiant, o irônico Sid, o Galinho e Randall, de Monstros S.A.

FIM DE FÉRIAS ANIMADO

UIP/Divulgação

Shreck, o carismático ogro verde, é daqueles personagens que agradam a família toda. Tanto o primeiro episódio (2001) quanto o segundo (2004) garantem boa dose de diversão.

perdíveis deste fim de férias. Os personagens de contos de fada que invadem a vida de Shrek, o maligno Lorde Farquaad, o amigo Burro e uma bela princesa fazem parte da turma que transforma a rotina do ogro solitário, morador de um pântano distante. Era glacial - Outros que vêm de longe e de um lugar onde o frio é companhia constante são os animais do longa-metragem A Era do Gelo. Quem já assistiu ao primeiro capítulo tem a chance de ver a última aventura, recém saída das salas de cinema. Na segunda temporada uma nova personagem entra na parada. É a mamute-fêmea Ellie que apaixonada pelo mamute Manny, passa a acompanhar a turma toda. Assim como no primeiro filme, a preguiça Sid continua sendo o mais divertido dos bichanos. Vale lembrar que o brasileiro Carlos Saldanha teve uma participação importante nas duas Eras. Foi co-diretor do primeiro episódio e assumiu a direção do segundo. Nemo - A água também já serviu de cenário para vários animados aventureiros. Um deles é filho de um peixe-palhaço e pode ser visto no premiado Procurando Nemo. A história mostra como o pequeno peixe passou a viver depois de ser seqüestrado por um mergulhador. Nemo é tirado de um coral e passa a viver em um aquário. Mas seus dias no viveiro estão contados porque o tímido

Warner Bros/Divulgação

Fox Film/Divulgação

pai do peixinho, em parceria com a ingênua Dory, sai a sua procura. Herói marinho - Quem protagoniza outra divertida aventura marinha é Oscar, o peixe de grandes sonhos do filme O Espanta Tubarões. O animal, por meio de uma mentira, acaba virando um herói involuntário no mundo aquático. Ele presencia a morte do filho do tubarão-chefe e resolve assumir a autoria do assassinato. Mas é na hora que ele decide bancar o herói da história que as encrencas começam. Família incrível - Na animação Os Incríveis, dirigida por Brad Bird, o herói da vez é Roberto Pêra que, antes da aposentadoria, já tinha sido considerado o maior super-herói do planeta, sob o codinome Sr. Incrível. Durante a vida pacata que leva ao lado da esposa, a também ex-heroína Mulher Elástica, e de seus três filhos, Roberto recebe, depois de 15 anos fora das atividades heróicas, um comunicado sobre uma missão secreta. É assim que nasce a chance do antigo Sr. Incrível voltar à ativa. Dos mesmos criadores de Procurando Nemo. Galinho - Enquanto algumas pessoas ganham com a volta de ex-heróis, outros seres acabam criando confusão entre os habitantes de uma cidade. Em O Galinho Chicken Little a aventura começa quando o pequeno galo confunde a queda de uma avelã com o desabamento de um pedaço do céu. Depois que o pânico toma conta do lugar e o mal entendido é desfeito, Chicken Little perde todo o crédito junto aos habitantes. O que ninguém imagina é que depois do engano, o céu começa a cair de verdade. É nesse momento que o galinho precisa encontrar depressa uma maneira de salvar a cidade, sem causar o mesmo pânico de antes. Sustos - Quem também causa sustos, mas com grande doses de diversão é a turma do Monstros S.A., a maior fábrica de sustos existente. É lá que são construídos portais que levam os monstros para os quartos das crianças. O mais assustador de todos é James P. Sullivan, chamado de Sully pelos íntimos. Sua aparência intimadora (pêlo azul e chifres) chama a atenção. Seu assistente não fica atrás. É pequeno e tem um olho só. Noiva - A animação A Noiva Cadáver, de Tim Burton, é outra boa pedida para aqueles que vão passar um tempo em frente à TV. Há ainda , entre os lançamentos mais recentes, O Castelo Animado, dirigido pelo japonês Hayao Miyazaki. Clássicos - Opções não faltam para quem prefere os clássicos. Quem costuma colecioná-los ainda tem a oportunidade de aumentar o estoque. A coleção Hanna Barbera traz títulos como Os Apuros de Penélope,Scooby-Doo e o Bionicão e o chefe malandro e tagarela de uma turma de gatos, o Manda-Chuva. Já a Looney Tunes tem entre os diversos desenhos, as Aventuras com Gaguinho, personagem marcante da década de 1980. Quem ainda tem a chance de dar boas risadas e aumentar a coleção com o lançamento da última temporada são os fãs dos Simpsons. A família mais maluca da TV não pode ficar de fora da lista de animações para assistir em casa. E é no aconchego do lar, com a família ou os amigos, que o estoque de pipoca deve ser reabastecido antes de apertar o play.

Playarte/Divulgação

P

ara muitos, a contagem regressiva para a volta às aulas já começou. Mas antes que o clima nostálgico tome conta, é bom aproveitar o tempo que resta. Programas mais tranqüilos, como uma sessão-pipoca em casa, podem ser uma boa pedida para os últimos dias de férias. Animações divertidas em DVDs não faltam. A guerra entre elas nas prateleiras é saudável e o território pacífico das locadoras pode e deve ser invadido. Lá é possível encontrar alguém querendo levantar vôo. É Valiant, um pequeno e frágil pombinho, que apesar do pouco crédito dos amigos, alista-se no exército durante a Segunda Guerra Mundial. A missão do guerreiro voador é ir até a França e trazer de volta a Inglaterra um importante documento. Amigos atrapalhados não faltam para acompanhar a ave que segue afirmando que o importante é o espírito de luta. Ogro - O produtor de Valiant - Um Herói que Vale a Penaé John H. Williams, o mesmo dos Shreks. Os dois episódios que trazem o simpático ogro verde também estão entre as animações im-

Rita Alves

Victor Van Dorst e Helena formam o casal de A Noiva Cadáver, de Tim Burton. A animação O Castelo Animado. E o rechonchudo Gaguinho.

Abaixo, a família de Os Incríveis que, depois de 15 anos de aposentadoria, volta a combater o mal. Ao lado, a turma do Manda-Chuva sempre rodeada pelo Guarda Belo

UIP/Divulgação

Já em Os Sem-Floresta (alto) a aventura começa quando uma turma de animais desperta da hibernação. Depois de acordarem, descobrem que um extenso muro verde foi erguido no meio da selva. Ao passarem por ele descobrem um mundo de guloseimas habitado pelos seres humanos. Em George, o Curioso (acima) quem conhece a cidade é um simpático macaquinho. Ele encontra Ted, um guia de museu, durante uma expedição solo rumo a África. Na volta, o animal se esconde na mala de Ted e é nessa hora que a aventura começa.

ANIMA MUNDI

O

público ainda tem a chance de conhecer animações de outros países durante o fim de semana. É o Festival Anima Mundi que fica até domingo (30) na sede do Memorial da América Latina. A 14ª edição está mais recheada que a anterior. São 433 filmes. Além da exibição dos longas, a programação inclui palestras, mostras especiais e bate-papo de diretores com o público. No Memorial da América Latina, avenida Auro S. de Moura Andrade, 664, Barra Funda. Tel.: 3823-4600. Para outras informações acesse o site do Anima Mundi em www.animamundi.com.br Divulgação

Missão de guerra, tempo frio, sustos e romance nos últimos dias de julho

CARTUM

Para assistir na tela grande


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Ambiente Compor tamento Jornalismo Urbanismo

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PROFISSÃO DE JORNALISTA ESTÁ EM DISCUSSÃO

Pelo projeto, fotógrafos, comentaristas, locutores, cinegrafistas, arquivistas e ilustradores seriam obrigados a ter diploma

Joedson Alves/AE

Mudanças na regulamentação da profissão de jornalista, levaram a imprensa ao noticiário esta semana

D

Um grupo de estudos irá agora discutir um novo projeto para regulamentar a profissão. O veto integral à proposta de regulamentação gerou protestos de entidades de classe.

alegou que a exigência do diploma configurava "excesso na regulamentação da profissão" e feria o direito à livre expressão da mídia e o direito da sociedade de receber informações de qualquer fonte. O setor patronal da mídia, representado pela ANJ (Associação Nacional dos Jornais),

Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial) e Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), já havia se posicionado contra o projeto. Em nota, a Fenaj afirmou que o projeto é apoiado pelos sindicatos da categoria e que a decisão mostra que o governo ce-

deu ao lobby dos donos da mídia. "A verdadeira ameaça à liberdade de expressão e de imprensa não é a regulamentação da profissão dos jornalistas. É, isto sim, o alto grau de concentração da propriedade privada na mídia e o conluio com elites políticas nos Estados e no Congresso Nacional".

Grupo - O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, se reuniu com representantes de entidades de jornalistas e de empresas de comunicação. Ele anunciou a criação de um grupo de trabalho para discutir um novo projeto para regulamentar a profissão. O grupo será formado por cinco representantes de

cada um dos dois lados e será coordenado pelo próprio Ministério do Trabalho. A primeira reunião do grupo será em 9 de agosto. A equipe, que ainda será definida, terá de 90 a 120 dias para apresentar uma nova proposta de regulamentação para o setor. Rejante Tamoto, com agências

Ó RBITA

Ó RBITA

Normas da Fenaj, que não retratam a realidade das redações, impedem estagiários de escrever

SEMI-ABERTO

A

empresária Vilma Martins Costa, condenada a mais de 15 anos de cadeia pelos seqüestros dos bebês Pedro Rosalino Braule Pinto e Aparecida Fernanda Ribeiro da Silva, em Brasília e Goiânia, respectivamente, vai voltar a cumprir a pena no regime semi-aberto. A decisão de livrar Vilma das grades de novo foi do juiz Lázaro Alves Martins Júnior, da Vara de Execuções Penais. O juiz acolheu parecer do Ministério Público, que considerou a atitude de transferi-la para o complexo prisional de Aparecida de Goiânia um "excesso de execução". O MP avaliou que ela comprovou que sua ausência foi por problemas de saúde. Desde que chegou à Casa de Prisão Provisória, em maio de 2003, a empresária teve de ser internada várias vezes por causa de pressão alta e diabetes. Na decisão, Lázaro Alves disse que não é permitida transferência de presos para outras unidades prisionais como forma de punição disciplinar. Além de determinar o retorno dela ao regime semi-aberto, o juiz alertou que nenhuma punição deve ser imposta por conta da ausência. Em janeiro de 1986, Vilma levou o recém-nascido Pedro de uma maternidade em Brasília. Um exame de DNA comprovou que outra menina registrada como filha de Vilma, Roberta Jamilly, 24 anos, era Aparecida Fernanda, seqüestrada em abril de 1979, em Goiânia. Os dois foram registrados por Vilma como filhos legítimos. (AOG)

T

odos os anos, cerca de 400 faculdades de jornalismo - 79 no Estado de São Paulo - formam dois mil profissionais. Muitos deles entram no mercado de trabalho já com alguma experiência adquirida em estágios acadêmicos. Essa modalidade de estágio surgiu em Bauru há 10 anos e, desde então, se espalhou pelo Brasil. A partir de julho, a Federação Nacional de Jornalistas adotou um programa nacional de estágios acadêmicos, com regras para a contratação de estagiários, evitando que eles não passem de mão-deobra barata e realizem tarefas que, segundo a lei, são privativas dos jornalistas. Com o discurso de que é necessário proteger a profissão de jornalista e o próprio estagiário, que não tem registro, foi criada uma série de normas. Algumas são razoáveis, como a fixação do piso da bolsa, de acordo com referências do MEC (antes era 60% do piso do profissional, valor quase duas vezes maior do que a média dos estagiários recebe por aí), e a obrigatoriedade do convênio com a instituição de ensino, além da nomeação de um professor e um jornalista para supervisionarem o estudante. Outras, porém, estão tão longe da realidade das redações atuais que só serão postas em prática com muito esforço. A começar pela regra de que estagiário não pode escrever matérias. Quer dizer, pode até escrever para treinar e receber os comentários do editor, mas o texto não pode ser aproveitado. Maté-

Divulgação

Ana Carolina não pode ter suas reportagens publicadas

rias assinadas, então, podem culminar no cancelamento do contrato ou ir parar até na polícia, caso a empresa não tenha convênio com a universidade. Outra norma capaz de provocar risadas, principalmente em quem trabalha com internet, é o limite de apenas um estagiário para cada dez jornalistas contratados. Uma simples pesquisa com estudantes de jornalismo revelou que quase todos os veículos apresentam alguma irregularidade, desde as

principais revistas semanais e mensais, onde estagiários respondem por seções inteiras e escrevem reportagens sozinhos, mas têm seus nomes excluídos do crédito, até grandes emissoras de televisão, onde os aprendizes fazem as vezes de produtores, sem supervisão. Nas ONGs e agências muitos estagiários atuam como assessores de imprensa. Recentemente, uma estagiária foi até responsável pela seleção e contratação de outro estagiário!

AGRESSÃO

Já em relação à carga horária, o limite de 20 horas semanais é outro quesito esdrúxulo, mas que, se for respeitado, garantirá melhor aproveitamento das aulas ao futuro profissional. Quantos não foram os dias em que vários colegas de classe pegavam os 30 últimos minutos de uma aula de três horas por causa dos prazos de fechamento... Quando a revista é semanal, então, o estagiário corre o risco de repetir na disciplina que coincide com o dia de fechamento por excesso de faltas. Isso sem contar os trabalhos feitos de última hora, nas madrugadas. Um "escravizário" ou "estagiotário" não rende o suficiente tanto na sala de aula quanto no ambiente de trabalho. Para elaborar o programa, a Fenaj e os sindicatos contaram com as contribuições da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (Enecos), órgão que, apesar de representar oficialmente os estudantes, ainda não é reconhecido pela grande maioria dos jornalistas em formação e, portanto, pode não ter a abrangência necessária para falar em nome de todos. Quem não se achou contemplado tem chance de tomar providências. Daqui a um ano o programa será reavaliado. Quanto mais estudantes sugerirem mudanças, melhores serão as condições de estágio no futuro, e melhores jornalistas terão os leitores. Ana Carolina Moreno, estudante do 5º ano de jornalismo na USP e estagiária do Diário do Comércio

O

ator Cláudio Heinrich (foto) foi agredido na madrugada de ontem por um fã na boate Toe Cat Walk, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. O agressor teria pedido para tirar uma foto mas queria que fosse num lugar reservado. Como o ator não quis se deslocar, pois estava com um grupo de amigos, o fã atirou um copo em seu rosto. Ao ser atingido, Heinrich desmaiou. Ele sofreu dois cortes no rosto e um no pescoço e levou 14 pontos em um hospital particular do bairro. Identificado apenas como Tiago, o agressor foi detido por policiais militares do Batalhão do Recreio dos Bandeirantes no interior da boate. Antes de ser levado para a delegacia da Barra da Tijuca (16.ª DP), ele foi atendido no Hospital Lourenço Jorge, por causa de um corte na mão. Liberado, o agressor prestou depoimento e vai responder processo por agressão em liberdade. A polícia informou que a boate tem 12 câmeras de segurança e vai disponibilizar as fitas de vídeo para ver como aconteceu a confusão. Procurado pela reportagem, o ator não quis comentar o caso. A assessoria de imprensa da Rede Record, onde ele trabalha, informou que Heinrich está descansando em casa e quer que o agressor seja punido. (AE) Marcelo Franco/Agência o Globo

epois do polêmico projeto do Conselho Federal de Jornalismo que previa 'orientar, normatizar e fiscalizar' as atividades jornalísticas, em 2004, a imprensa novamente voltou a ser notícia. Desta vez, por causa do veto integral do presidente Luiz Inácio Lula d a S i l v a a o p ro j e t o d e l e i 079/2004, de autoria do deputado Pastor Amarildo (PSBTO), que modificava a regulamentação da profissão. O projeto ampliava de 11 para 23 as funções da categoria. Assim, fotógrafos, comentaristas, locutores, cinegrafistas, arquivistas, ilustradores, entre outros, seriam obrigados a ter o diploma de jornalista para exercer estas atividades. O projeto, apoiado pela Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), era uma atualização de um decreto que regulamenta a profissão, de 1969. No começo do mês, o projeto de Amarildo foi aprovado pelo Congresso Nacional. A decisão contrária ao projeto, publicada ontem no Diário Oficial da União, era esperada desde segunda-feira, quando o Ministério da Justiça enviou à Casa Civil um parecer propondo o veto integral. O Planalto


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ABRIGO TERÁ ESPAÇO PARA QUATRO HELICÓPTEROS

São Paulo abriga a segunda maior frota de helicópteros do mundo, superada apenas pela de Nova Iorque.

Robson Fernandjes/AE

Vereadores ganham asas Heliponto da Câmara Municipal passará por reformas e poderá ser usado pelos vereadores. Local deverá se adequar às normas de vôo.

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Armando Fávaro/AE

A nova pista da rodovia dos Imigrantes continuará exclusiva para veículos leves. Juiz manteve proibição.

Caminhões continuam proibidos na Imigrantes O juiz Rômolo Russo Júnior negou, quarta-feira, o mandado de segurança impetrado pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região para que caminhões transitem pela pista nova da rodovia Imigrantes

A

5ª Vara da Fazenda Pública do Tribunal de Justiça de São Paulo negou na quarta-feira o mandado de segurança impetrado pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (Setcesp) para que caminhões transitem pela pista nova da rodovia Imigrantes ou tenham redução no valor dos pedágios. A sentença é do juiz Rômolo Russo Júnior. Para ele, embora a engenharia moderna utilizada na construção da rodovia envolva aspectos técnicos aparentemente desconhecidos para a maioria de seus usuários, podem ser

empregados apenas o conhecimento comum e conceitos da física do ensino médio para perceber que os fenômenos físicos, como a ressonância, podem trazer graves implicações e conseqüências na segurança de quem a utilizar. "Assim, disse o juiz no despacho da sentença, longos viadutos e túneis sucessivos estarão sujeitos a fenômenos físicos variáveis, os quais serão objeto das aludidas avaliações práticas resultantes de ensaios a serem realizados no trecho da serra, sendo certo que o tráfego de veículos com cargas, articulados, cargas

perigosas, etc., podem gerar variáveis imprevistas que eventualmente possam resultar em verdadeira catástrofe". O juiz ressaltou que a rodovia foi construída no trecho de Mata Atlântica, com grandes aclives e declives, onde podem ocorrer deslizamentos de terra, ondulações na pista e afundamento do leito, comprometendo a segurança dos usuários. Por fim, ele observou ainda que a concessão para conservar as rodovias envolve a Anchieta e Imigrantes. (Agências)

s v e re a d o re s d e São Paulo irão reativar o heliponto B r i g a d e i ro E d u Chaves, localizado na laje da cobertura da Câmara Municipal. A decisão foi publicada ontem no Diário Oficial do Município e já contém o nome da empresa que fará a consultoria da obra. Trata-se da Peres Engenharia e Projeto, que firmou um contrato de um ano e, pelo serviço, irá cobrar R$ 60.480. O uso da empresa de consultoria é um sinal que a Câmara deverá adequar-se a uma das características recentes da principal metrópole brasileira: o município abriga a segunda maior frota de helicópteros do mundo, superado apenas por Nova Iorque (EUA). Uma das primeiras mudanças a serem realizadas no local são os chamados serviços de engenharia para a construção do heliponto, com balizamento das aeronaves para operações do tipo visual-noturno. Em linhas gerais, trata-se de uma adequação para pousos e decolagens semelhantes aos que já existem em outros helipontos da cidade – tanto durante o dia quanto à noite. Os engenheiros da empresa vencedora, porém, irão encontrar um heliponto praticamente pronto. Isso porque a Câma-

ra já dispõe de uma estrutura base no local, obra que teve início em meados da década de 80. No projeto original consta que o heliponto comportaria até quatro helicópteros. Por questões de segurança do Departamento de Aviação Civil (DAC), o heliponto nunca recebeu a permissão do órgão para funcionar. Abrigo – Além das obras de reativação do heliponto, está prevista ainda no contrato a regularização do abrigo para os aeronaves junto ao DAC. Os engenheiros responsáveis pela elaboração do heliponto deverão começar essas atividades já na próxima semana, mas oficialmente a Câmara ainda não divulgou uma data para o início das obras. Comenta-se que o começo deverá coincidir com o retorno dos vereadores do recesso de julho. A primeira sessão ordinária após as férias dos parlamentares está marcada para o dia 3 de agosto. Motivos - Na Câmara Muni-

cipal ninguém soube explicar os motivos da construção do heliponto. Porém, existem pelo menos duas teorias, não confirmadas pela assessoria de imprensa da presidência. Primeiro a questão da segurança, num eventual incêndio, o local poderia ser usado na retirada dos funcionários do Legislativo Municipal. O segundo motivo seriam questões do cerimonial da Casa. Com o heliponto funcionando, visitantes ilustres da Câmara poderiam chegar de helicóptero ao local, evitando o pesado congestionamento da região central da cidade. O presidente da Câmara Municipal, vereador Roberto Trípoli (sem partido) não foi localizado pela reportagem para comentar o assunto. Ele e outros vereadores ou estavam viajando por conta do recesso ou não quiseram se pronunciar sobre o assunto, pelo menos por enquanto. Entretanto, comenta-se nos corredores do Legislativo que o vereador Arselino Tatto (PT) foi um dos parlamentares que se posicionaram contrários a nova tentativa de ativação do heliponto. Certa vez, ele teria comentado que "o assunto só deveria voltar a ser discutido pela Mesa Diretora em 2040". Ivan Ventura

Críticas para multas menos rigorosas

A

mudança no Código de Trânsito Brasileiro que tornou menos rigorosa a punição por excesso de velocidade foi criticada ontem. Especialistas temem que a medida, que torna menos rigorosa a punição para excesso de velocidade, faça crescer o número de acidentes no País. Somente neste ano, foram registrados mais de 60 mil acidentes nas estradas federais, com 3,3 mil mortes. Pelo menos 10% dos acidentes foram provocados por excesso de velocidade. O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), por exemplo, nem foi consultado sobre as

mudanças, que constavam de um projeto de lei aprovado pelo Congresso e sancionado pelo presidente Lula. "Na hora em que o órgão sentir que isso vai aumentar a velocidade, essa velocidade será reduzida. Se houver uma incidência muito maior de acidentes, tranquilamente os técnicos reduzirão de 120 para 100 e de 100 para 80", afirmou Alfredo Peres, diretor do Denatran. O advogado Carlos Cateb, que participou da elaboração do código de trânsito critica as mudanças. "Pelo menos a sensação de impunidade deve aumentar entre os motoristas. Acredito que o número de infração por

excesso de velocidade irá aumentar", disse. A partir das mudanças, o motorista punido por exceder a velocidade máxima da via em até 20%, estará cometendo uma infração média, com multa mais branda, de R$ 85,13. Somente se ultrapassar a velocidade estabelecida num patamar entre 20% e 50% é que estará cometendo uma falta grave, que prevê multa de R$ 127,69. Antes da lei, este era o valor da multa no geral, independentemente do excesso de velocidade. O autor da nova lei é o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), líder interino do governo na Câmara.


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

sexta-feira, sábado e domingo, 28, 29 e 30 de julho de 2006

LENTE DE AUMENTO RENOVAÇÃO (POR BAIXO) NA CÂMARA

JOÃO DE SCANTIMBURGO

debate de idéias nem de programas, já que o mundo político brasileiro é majoritariamente de centroesquerda, a questão central é a competição por recursos públicos. A outra causa da brutal queda de qualidade do Congresso está na precária condição de nossas lideranças políticas. Já que a sociedade não manda bons quadros para substituir aqueles que se foram por várias razões, a substituição se dá por alguém de qualidade muito inferior. Por exemplo, há uns dez anos, era difícil acreditar que Severino Cavalcanti ou Aldo Rebelo seriam presidentes da Câmara. Politicamente, sempre foram inexpressivos e de prestígio periférico no

TÉCNICAS DE QUALIDADE

Roberto Alvarenga

U

ma olhada no noticiário das eleições passadas revela que a questão da renovação do Congresso é sempre tema de destaque. De certa forma, o noticiário é motivado pela crescente decepção com a qualidade do Legislativo e pela ocorrência de escândalos. A CPI do Orçamento em 1993 foi um tema que motivou o debate sobre a renovação da Câmara dos Deputados. Assim como hoje os trágicos episódios do Mensalão e das Sanguessugas provocam a questão. A renovação da Câmara dos Deputados tem sido elevada há muitos anos. Ainda que cadente. Em 1998 foi de 43% e, em 2002, foi de 46%. Mesmo sendo

De olho na foto do momento PAULO SAAB

Lúcio Távora/Futura Press

A O respeito pelo processo eleitoral é precário renovada de forma significativa, a qualidade caiu vertiginosamente. Seria a renovação a causa da perda de qualidade? Essa questão é levantada a partir da identificação de que a maioria dos envolvidos com a Máfia das sanguessugas é composta de parlamentares de primeiro mandato. Nesse sentido, seriam eles os responsáveis pela débâcle moral da Câmara? Não é o que eu penso. Existem vários fatores que contribuem para a Câmara ter perdido o respeito. As causas estão dentro e fora do parlamento. Vamos a algumas delas. O interesse da sociedade pelo Congresso é baixíssimo. Em conseqüência, o engajamento da sociedade no processo eleitoral é precário. Para o governo central pouco importa se a qualidade dos políticos piora ou não. Comprar apoios no Congresso é o que importa. Não havendo

jogo da política. De forma generalizada, nossa sociedade não manda os melhores soldados para a política e nossos generais não são os melhores. O resultado é claro. O debate é estéril pouco conectado ao futuro do país. Questões críticas remanescem sendo debatidas por anos sem conclusão. De quando em quando, sem considerar o impacto econômico ou fiscal, o Congresso faz alguma bondade de forma demagógica e clientelística. Ano após anos é assim. Provavelmente, o Mensalão e a CPI das Sanguessugas devem aumentar a taxa de renovação no Congresso Nacional para a legislatura de 2007. Mas não há garantia de que os novos sejam melhores do que os atuais. Tomara que eu esteja errado. TRECHOS DO COMENTÁRIO DO ANALISTA MURILLO DE ARAGÃO WWW.BLOGDOMURILLODEARAGAO. COM.BR/

P ara o governo, pouco importa a qualidade.

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

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divulgação, nesta semana, da rodada do Ibope sobre a sucessão presidencial faz lembrar a frase sempre evocada pelos políticos, de que pesquisa de opinião pública é fotografia do momento. Essa explicação sempre justifica para os envolvidos, especialmente quando não estão bem nos números, os desempenhos apurados. E por mais que muitos tenham interesse em tapar o sol com a peneira. A foto desta semana revela de maneira clara que a tendência para a realização de segundo turno no pleito presidencial e é crescente. Por mais que os números do Ibope apontem que Lula, se fosse hoje a eleição de 1º de outubro, venceria a eleição ainda no primeiro turno, com 54% dos votos válidos, a distância entre o atual ocupante do Planalto (do qual se acha proprietário, pela forma como age), do PT, e o candidato Geraldo Alckmin, do PSDB, vem sendo encurtada de forma consistente. Caso não ocorra nada que motive o eleitorado médio brasileiro, aquele ouvido nas pesquisas, as próximas rodadas, até o início do horário gratuito na televisão e rádio, não deverão trazer grandes surpresas, segundo especialistas. Mudanças mais acentuadas na corrida sucessória deverão ocorrer somente após o início do horário obrigatório. Quem entende de tendências diz que a somatória dos fatores horário na televisão e rádio, crescimento de outras candidaturas, como da

senadora Heloísa Helena e do senador Cristovam Buarque - do PSOL e PDT, respectivamente -e a intensificação da campanha de Alckmin, devem levar a eleição para o segundo turno. O que significa uma nova eleição, de caráter muito mais plebiscitário. A rejeição de Lula é de 32%. A maior entre todos os candidatos. Alckmin, ao lado de José Maria Eymael, tem a menor rejeição, 17%.

A

corrida eleitoral foi e segue sendo o único pensamento efetivo do presidente da República e do que sobrou de sua equipe de governo e do partido a que pertence. Quando os números da rodada de pesquisa lhe são favoráveis, comemora. Quando não o são, ou ignora ou alega para a foto do momento. A verdade é que essa seria a eleição, ou reeleição, mais facilmente ganha da história, caso Lula, o PT e seu entourage, então mais próximos, não tivessem metido os pés pelas mãos, no gostinho agradável do usufruto do poder. O próprio presidente - que como ascendente social não poderia ter tido mais sucesso -, escancarou de público seu gosto pelo luxo, conforto, poder e mordomias. Até aí tudo bem, se, além disso, estivesse fazendo um bom governo e não estivesse este mergulhado em denúncias e casos de corrupção até o pescoço. Vamos ver a próxima fotografia, o que se vai dizer.

A distância entre Lula e Alckmin vem encurtando de forma consistente

NAPOLEÃO CASADO FILHO

U

G Dentre todos

os prêmios destaca-se o da Fundação Bunge. Constitui uma honra obtê-lo.

O

A lógica do ganha-ganha m dos maiores responsáveis pela velocidade cada vez mais frenética do processo de mundialização é, sem dúvida, o sistema de franchising. Consolidado no século passado por empresas de fast-food, o franchising ou franquia empresarial, fez uma verdadeira revolução no comércio mundial. Padronizando procedimentos e investindo pesado em publicidade, redes foram formatadas sempre em busca do crescimento rápido e eficiente com base no capital alheio. E este é o grande atrativo do sistema para quem se interessa em tornar o seu negócio uma franquia: crescer com o capital de terceiros, tornando dispensável um esforço de poupança que pode levar décadas ou mesmo nunca ser concluído. E aí reside o grande risco do sistema: ver o franqueado como mero investidor e não como parceiro em um negócio no qual o insucesso de um tende a ser a ruína do outro. No Brasil, a franquia empresarial é relativamente jovem. O grande salto do sistema se deu com o advento do Plano Real, pois, além da estabilidade da moeda, a Lei do Franchising (Lei 8.955/94) foi promulgada na mesma época. Embora cresça em ritmo mais acelerado que nossa economia e tenha taxa de sucesso maior que os negócios não franqueados, ainda se encontram no Brasil alguns aventureiros que, em busca de taxas de franquia e crescimento a qualquer custo, selecionam os franqueados de maneira pouco criteriosa, observando apenas sua capacidade econômica. Além de colaborarem para o fracasso do seu próprio negócio, tais pessoas terminam

R

efiro-me no título aos prêmios mais conhecidos e mais louvados da vasta gama de premiações que estão em curso no Brasil. Mais precisamente, refiro-me aos vencedores dos prêmios da Fundação Bunge, ao qual me honro em servir. Prevalece a indicação da comissão técnica, que em geral não precisa ser conhecida dos membros do conselho administrativo da Fundação, nem dos membros do grande júri, que se reúnem na venerável Sala de Atos do Tribunal de Justiça de São Paulo, sob a presidência do presidente do Supremo Tribunal Federal, a mais alta corte de Justiça do país. O anúncio dos prêmios nunca é comentado em sentido degenerado, tal a qualidade da comissão técnica e a respeitabilidade do grande júri. Na Academia Brasileira de Letras os prêmios são concedidos por comissões adrede preparadas para quem não tem interesse direto nas premiações, fato que as livra das imposições pessoais.

por desvirtuar o sistema e colocá-lo em risco. Na verdade, o franqueador deve ter responsabilidade para minimizar o risco de insucesso do candidato que está confiando em sua marca. Pesquisas de mercado e estudos de viabilidade do ponto comercial são apenas alguns exemplos de práticas essenciais ao sucesso da parceria entre franqueador e franqueado. O estabelecimento de unidades próprias, para manter o contato com o mercado e com o público também é fundamental. O interesse maior do sucesso da unidade franqueada é do franqueador, afinal, seu maior patrimônio é sua marca. Com a derrocada de uma unidade, o peso da marca é sensivelmente diminuído na região onde ocorreu o insucesso. Não obstante, o franqueado diligente pode e deve observar os cuidados que a rede tem na implementação do negócio, evitando, assim, cair em armadilhas.

A

lógica do sistema de franchising é a do ganha-ganha e não da exploração. O que o fez criar redes poderosas no mundo inteiro foi a noção de que a rede só vai bem quando o ponto final dela também vai. Ficar atento aos maus franqueadores, que não tomam precauções no sentido de minimizar os riscos do cliente, é essencial à consolidação do sistema e uma necessidade para quem está entrando nesse mercado. NAPOLEÃO CASADO FILHO É ADVOGADO DO TREVISIOLI ADVOGADOS ASSOCIADOS NAPOLEAO@TREVISIOLI.COM.BR

O grande risco do sistema é ver o franqueado como mero investidor

utros prêmios são sujeitos a normas severas de julgamento, para que não paire dúvida nenhuma no resultado obtido pelos vários setores da cultura que recebem a indicação, prêmios como o Jabuti, que nunca foram contestados, por serem rigorosas as indicações. Em todo caso, admite-se que haja reação antiindicações, ou algumas delas. É um ato humano o ato de julgar e como tal pode sofrer perdas psicológicas; é um fato raro, mas acontece, embora, que nos conste, não têm havido até hoje protestos ou alusões negativas sobre a destinação dos prêmios. De todos esses prêmios destaca-se, sem dúvida, o da Fundação Bunge, que é altamente rendoso e que constitui uma honra obtê-lo. Os prêmios são convidativos - o problema é como chegar até eles. Nessas técnicas de qualidade tem agido critério lógico; portanto, fiquemos com ele! JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


DIÁRIO DO COMÉRCIO

12 -.ESPECIAL

sexta-feira, 28 de julho de 2006

Já é possível encontrar no País rótulos de quase todos os produtores mundiais e as importações estão crescendo. Mas brasileiro ainda bebe muito pouco vinho se comparado à média de outros países “São apenas 2 litros habitante/ano, quando a média em outros países é de 34 litros hab/ano. Um dos motivos para essa média insignificante é o alto preço da bebida”. Luxemburgo registra a média mundial mais elevada, com 70 litros hab/ano. O importador Otávio Piva de Albuquerque considera que os preços estão dentro da média mundial e acha que o baixo consumo se deve a fatores culturais, como se verá logo adiante. Mas nota que os altos impostos encarecem o importado: “À exceção dos argentinos, que não pagam impostos de importa-

ção, e dos chilenos, que recolhem 22%, os vinhos de outras procedências são taxados em 27%. Fora isso, recolhe uma fábula em ICMS e outros impostos. É o que encarece o produto para o consumidor final”. A cotação do euro diante das moedas sul-americanas também inibe a expansão dos vinhos europeus e abre caminho para os chilenos, que lideram o ranking de importação com 1,5 milhão de caixas por ano. Depois, vêm os vinhos argentinos (um milhão de caixas) e, em seguida, os italianos, com 700 mil caixas. “Os italianos predominam sobre os produtos Tânia Rego/LUZ

maior importadora do país. Até 2003 o ritmo das importações vinha crescendo na ordem de 10% ao ano, com pouco mais de 2,5 milhões de caixas. Em 2004, aumentou para 17% e hoje o B r a s i l d e v e f echar o ano com 4,5 milhões de caixas - ou 40,5 milhões de litros , o maior volume já registrado. Os números são significativos, mas o crítico Saul Galvão, autor de “Tintos e Brancos”, o primeiro manual sobre vinhos lançado no país em 1992, (veja entrevista) observa que o consumo per capita do brasileiro ainda é um dos mais baixos do mundo: Divulgação

N

o começo (estamos falando dos anos 1980) eram os alemães que, em suas garrafas azuis, passaram a colorir as prateleiras dos supermercados. Depois, na década de 1990, vieram os bons tintos chilenos. Com a abertura às importações, os europeus de primeira linha também ganharam espaço, com destaque para os tintos italianos. Hoje, na cidade, encontram-se rótulos de praticamente todos os produtores mundiais. Eis um breve resumo do mercado de vinhos importados, bebida que nunca foi tão valorizada nas mesas de restaurante. Cas a s c o m o F a s a n o e R ubayat mantêm adegas climatizadas e sommeliers para orientar os clientes. “É um setor em crescimento”, afirma Otávio Piva de Albuquerque, da Expand,

mais tradicionais porque a gastronomia mundial é dominada pela Itália. Em São Paulo, por exemplo, há restaurantes que só trabalham com marcas dessa procedência”, explica Piva de Albuquerque. O importador também considera que o nível de exigência do consumidor está mais elevado. Ele foi o responsável pela v i n d a d o s p r imeiros lotes de vinhos alemães, os brancos quase sempre adocicados e que já representaram mais da metade dos importados no País. “Os vinhos de garrafas azuis foram muito injustiçados, porque entre eles

havia os de excelente qualidade. Foram os brancos alemães que levaram o vinho importado para a mesa de muitos consumidores e acabaram formando uma geração de apreciadores da bebida”. Piva de Albuquerque afirma que os jovens já estão incorporando a cultura de apreciadores do bom vinho e, com isso, estão mais exigentes na relação custo-qualidade. Entram hoje no País vinhos de 15 diferentes procedências e com muita variedade. E, segundo o importador, com uma ampla faixa de bons produtos a preços acessíveis: “Além dos importados, é preciso destacar que a produção nacional tem apresentado bom nível”. Ele cita como exemplo os vinhos originários do Nordeste, no Vale do São Francisco, como de excelente qualidade. (LG)

Rogério Albuquerque/AFG

A seção de vinhos da Expand no Empório Santa Maria: vêm de todas as partes do mundo, mas o preço prejudica as vendas, segundo o crítico Saul Galvão

A

O crítico Saul Galvão, autor do livro “Tintos e Brancos”, reclama dos preços dos vinhos, um “absurdo”. Uma indicação? “Aquele que agrade o paladar e que o consumidor possa pagar: este é o melhor”

utor do primeiro guia de vinhos do País, o livro “Tintos e Brancos”, de 1992 e já esgotado, o crítico gastronômico Saul Galvão, do “Estadão/Jornal da Tarde”, fala sobre a variedade de oferta de vinhos na cidade, sobre a qualidade do vinho nacional e critica duramente os altos preços que tornam a bebida de boa qualidade proibitiva nos restaurantes.

DC - Você percebeu aumento de interesse pelo vinho desde que “Tintos e Brancos” foi lançado? Saul - Sem dúvida. Este livro foi o primeiro manual para os leigos e suas vendas me surpreenderam: foram sete ou oi-

to edições, já esgotadas, e uma nova, revista e ampliada, deve ser lançada em setembro pela Conex. De lá para cá, não apenas o interesse pelo assunto cresceu muito, mas também a oferta e variedade de vinhos. DC - Estamos bem servidos tanto em variedade quanto em qualidade? Saul - Eu diria que não temos tanta oferta dos chamados vinhos de butique, os grandes clássicos apreciados em todo o mundo e facilmente encontrados na Europa e nos Estados Unidos. Mas a média de vinhos de primeira linha disponíveis é boa. DC - E os preços, são justos? Saul - Não, os preços dos

Marcelo Min/AFG

Saul Galvão, tintos e brancos

bons vinhos são absurdos. Além dos altos impostos de importação, a margem de lucro dos importadores é alta. Isso dificulta o acesso à bebida.

DC - Você está se referindo aos vinhos comprados em importadores. E em relação à bebida vendida nos restaurantes? Saul -Olha, eu costumo escolher vinho em restaurante pela coluna da direita e sempre tenho surpresas desagradáveis. São caríssimos e a maioria dos restaurantes não faz nada para melhorar a situação. Prefiro beber cerveja quando não encontro um bom custo-benefício. DC - E qual seria um bom custoqualidade? Saul - Há vinhos muito interessantes na faixa dos R$ 30. E por R$ 13 pode-se comprar um bom vinho nacional, o Salton Classic Merlot Reserva Especial. Não são vinhos inesquecí-

veis, mas oferecem boa qualidade por um preço mais justo. DC - Você citou um vinho nacional como exemplo de bom custo-benefício. Como anda nossa produção? Saul - O problema do Brasil é o clima. Aqui chove demais e, por isso, nem sempre a uva amadurece como deveria. Ela perde suas características. Mas ainda assim vejo um salto muito grande de qualidade, especialmente nas regiões produtoras do Sul. De lá tem saído espumantes excelentes, enquanto os varietais registram muitos altos e baixos. Um exemplo de excelente vinho nacional é o Lote 43, da Miolo, mas ele só é produzido em safras excepcionais, como a de

2004. Outro problema é que para cada bom vinho nacional produzido, existem de cinco a dez representantes estrangeiros, nem sempre com a mesma qualidade mas, às vezes, com preço mais em conta. DC - Qual o melhor vinho, em sua opinião? Saul - Eu poderia dizer que é o Petrus, que custa R$ 5 mil a garrafa. Mas prefiro indicar o vinho que agrade o paladar e que o consumidor possa pagar: este é o melhor. DC - E como se aprende a distingüir um bom vinho? Saul - Só tem um jeito: é bebendo, prestando atenção às sensações que o vinho provoca ao paladar.


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Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 28, 29 e 30 de julho de 2006

LULA ADMITE AINDA NÃO TER PLANO DE GOVERNO

Foi apresentada ontem o modelo de urna eletrônica que será usado nas eleições de outubro.

Wilson Dias/ABr

HELOÍSA: CRÍTICAS À LULA E RECEIO COM IMPUNIDADE NA CPMI.

Lula: corrupção veio à tona porque governo fiscaliza.

Em sua primeira entrevista como candidato à reeleição, o presidente falou durante meia hora como se estivesse em um palanque. Ele evitou fazer promessas de campanha, mas não deixou nenhum tema de fora: comentou sobre corrupção, Previdência, Reforma Tributária, energia... E até arriscou uma comparação entre seu possível segundo mandato e a reeleição de FHC.

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Maria Tereza Correia/Est.de Minas/Folha Imagem

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uma caminhada tumultuada pelo centro de Belo Horizonte, a candidata do PSol à presidência, Heloísa Helena, voltou a criticar a política econômica do governo Lula. Ela disse que pretende diminuir os juros e alongar o perfil da dívida dos Estados, para permitir que invistam em infra-estrutura. Sobre a máfia dos sanguessugas, a senadora reafirmou que não tem dúvidas de que o esquema começou no governo passado. Ela disse que a CPMI ainda não teve condições de detectar como funcionava o esquema, que, segundo ela, envolve senadores, deputados, ministros da saúde e da educação. Heloísa Helena afirmou que a CPMI vai apresentar os nomes de todos os envolvidos antes das eleições e pretende lutar para que eles sejam julgados, mesmo que em plenário. "O risco maior à CPMI não é nem da utilização política, é de haver uma tentativa de polarização de denúncias para nada apurar e a todos acobertar", disse. "O que nós esperamos é que a generalização das acusações não leve a um grande 'acordão' para abafar a podridão dos dois lados. " Apoio – Nem Lula nem Alckmin. O voto do ex-governador Anthony Garotinho (PMDB), que não conseguiu disputar a presidência, vai para Heloísa Helena. Durante um comício, ele revelou que votará na senadora. O peemedebista estava sendo assediado pelo PSDB para apoiar Geraldo Alckmin, mas tem dito que ficará neutro na campanha presidencial. (Agências)

BUARQUE: 'EMPREGO E EDUCAÇÃO TEM TUDO A VER'.

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candidato do PDT à presidência, Cristovam Buarque, visitou ontem uma fábrica em São Bernardo e disse que a política de emprego do próximo governo deve estar ligada à educação. Segundo o senador, só assim profissionais mais gabaritados entrarão no mercado, melhorando as condições para patrões e empregados. "Emprego e educação têm tudo a ver. Houve tempo em que para o nordestino ter emprego bastava vir para São Paulo. Agora, é preciso levar escola ao Nordeste", afirmou para metalúrgicos em cima de uma mesa de escritório levada por trabalhadores da fábrica para a calçada. O candidato lembrou que outras necessidades da população podem ser sanadas com geração de emprego e prometeu trabalhar para isso. "O Brasil precisa de milhões de casas e construir as casas dá emprego. É preciso que as casas tenham água e esgoto. Mais emprego. Dois problemas juntos se anulam." Com 1% nas pesquisas, ele sustenta que para conseguir investimentos na área é preciso um pacto entre partidos. (AE)

NO AR, LULA RESOLVE FALAR. SOBRE TUDO.

Aécio, Alckmin e Itamar: apoio à tucano pensando em 2010.

ITAMAR FRANCO VAI DE ALCKMIN

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ex-presidente da República, Itamar Franco, anunciou ontem o seu apoio à campanha do tucano Geraldo Alckmin para a presidência. Em entrevista concedida em seu apartamento na zona sul de Belo Horizonte, Itamar justificou sua escolha, explicando que ela foi motivada por planos políticos futuros para 2010, que incluiria o Projeto Aécio, em que o atual governador mineiro seria o candidato à presidência. "Decidi este apoio não só diante das qualidades do nosso candidato, mas dentro do esquema que vai mais a frente. Minas precisa estar alerta nesta eleição", disse. Itamar não poupou críticas ao presidente Lula, e foi um dos motivos que teriam levado ao apoio a Alckmin. Segundo ele, de uns tempos para cá, o governo Lula " virou um feixe de palha que qualquer vento leva". E foi mais além, afirmando que "o próprio presidente é quem prejudica o PT, por sua postura não ética. Ele que era antigamente um militante, hoje é um homem arrogante". Ele explicou que foi o primeiro governador não petista a apoiar Lula e o fez

acreditando nos seus princípios. "Não é possível que ele não soubesse o que partidários deles faziam, é difícil que o presidente não saiba", disse. O governo dele perdeu a ética, é isto que Minas Gerais precisa entender". Em resposta, o candidato tucano à presidência Geraldo Alckmin agradeceu o apoio, enaltecendo as qualidades de Itamar Franco. Alckmin disse que o ex-presidente é uma referência ética na política brasileira e fez um governo impecável. "Em política é time, é equipe", e citou o ditado popular: "Diga com quem andas e lhe direi quem és". 2010 – O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), que estava no encontro, resolveu também aderir e finalmente se engajou na campanha de Alckmin, porque se convenceu de que com mais quatro anos do presidente Lula suas pretensões de se tornar candidato em 2010 estariam encerradas, segundo revelou a amigos. Aécio passou a considerar que Alckmin pode ser um aliado fundamental nas eleições presidenciais dos próximos quatro anos numa eventual disputa contra José Serra. (Agências)

presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu ontem que sua equipe de campanha ainda não concluiu um plano de governo para um eventual segundo mandato. Em sua primeira entrevista como candidato à reeleição, à rádio CBN, ele se esquivou de responder como resolveria problemas como déficit da Previdência, lentidão no aumento de empregos e dívida pública. Em vez de fazer promessas, Lula preferiu ressaltar operações de combate aos "pássaros" da corrupção e a manutenção de programas sociais existentes e da política econômica, com as metas de superávit e ajuste fiscal. "O dado concreto é que os partidos da minha base política estão trabalhando o plano de governo", disse. "Quem está na oposição tem todo o direito e o dever de escrever as projeções do que vai fazer. Já quem é presidente precisa dizer ao povo brasileiro o que fez, o que está fazendo e o que vai acontecer no próximo período." Na entrevista de mais de 30 minutos, ele usou a tática de dar pouca chance ao apresentador Heródoto Barbeiro questionar e rebater respostas, alongando as explicações com números e relatos de histórias. Abaixo, as declarações mais marcantes do candidato petista. SANGUESSUGAS "É importante a sociedade saber que essas coisas estão vindo a público porque o governo federal resolveu fiscalizar. E vamos fiscalizar muito mais. Isso não começou no Congresso, começou com o governo federal. Foi o governo federal, através da Controlaria Geral da República, que fez a primeira denúncia e começamos a primeira investigação. E quando começamos a investigação era preciso que ela fosse sigilosa para não espantar as andorinhas. Porque no Brasil quando se começa uma investigação que tem uma manchete de jornal, os pássaros fazem uma revoada. Temos que fazer da forma que a polícia moderna faz, fazer uma coisa sigilosamente para, quando pegar, pegar a ninhada inteira. E ela (ninhada) está sendo pega."

REELEIÇÃO E ECONOMIA "Qual é a diferença dessa reeleição agora para a reeleição que houve em 1998? É que, em 1998, quando o presidente da República (Fernando Henrique Cardoso) foi reeleito, ele foi pego de surpresa por uma guinada no mercado que mudou o câmbio. Agora estamos numa situação totalmente de estabilidade. Não vamos correr nenhum risco. O time está ganhando e a perspectiva é o time dar uma goleada. (...) E fizemos uma opção de fazer com que a taxa de juros caia gradativamente. O que fizemos nesses 44 meses foi uma grande revolução em se tratando de macroeconomia. Há algum tempo, quando os EUA espirravam, nós pegávamos pneumonia. Hoje os EUA espirram e nós falamos: 'saúde'!" REFORMA TRIBUTÁRIA "Fiz a reforma tributária em 2003. Essa reforma foi votada, a parte pertinente ao governo federal, mas não foi votada a parte pertinente aos estados, que está no Congresso até hoje. Acontece que a minha oposição não quer votar, e alguns governadores não querem votar porque querem manter a guerra fiscal acesa nesse País. O problema da reforma tributária é que cada brasileiro, cada governador, cada prefeito tem a sua reforma tributária." EMPREGOS "Sabe aquelas coisas que a versão vale mais que a verdade? Se pegar o programa de governo que fiz em 2002, eu dizia que o Brasil precisava criar 10 milhões de empregos. Não está lá dito, em nenhum momento, eu dizendo que eu ia criar. Fazem 44 meses que o emprego cresce todo santo mês." PREVIDÊNCIA "A Previdência tinha muito dinheiro. Tanto é que foram feitos muitos prédios com o dinheiro da Previdência: Brasília foi construída em parte com dinheiro da Previdência e sabe lá Deus onde mais foi utilizado o dinheiro. O dado concreto é que se levássemos em conta apenas os trabalhadores que estão empregados – e que pagam e que recebem – a Previdência não teria o déficit que tem. O déficit da

Previdência é um déficit do Estado brasileiro. O Estado brasileiro tem que cobrir. O que precisamos ter em conta é o seguinte é não jogar mais sacrifício nas costas dos trabalhadores e tentar encontrar solução de compatibilizar os benefícios que criamos com a forma de arrecadação do Estado brasileiro. Isso deve ser motivo de orgulho para o Brasil, porque não há nenhum país do mundo com sistema de inclusão social como foi a inclusão dos trabalhadores rurais na Previdência Social. CRESCIMENTO "O Brasil está numa condição totalmente favorável. Não há momento na história econômica do País em que a gente tenha uma combinação de fatores tão positivos como agora para que o Brasil possa crescer a 5%, 6% (ao ano) de forma sustentável, durante um grande período." DÍVIDA PÚBLICA "A dívida pública brasileira não é um problema. Ela diminuiu de 58% para 50% (do PIB) e conseguimos desdolarizar a nossa dívida. Tínhamos quase que 40% da dívida pública dolarizada e hoje não temos praticamente nada dolarizado. Estamos com uma dívida tranqüila. (...) E vamos manter o superávit fiscal para que a gente possa apontar para os credores e para pessoas que têm dinheiro aplicado que vamos arcar com as nossas responsabilidades. E vamos combinar essa seriedade na política de responsabilidade fiscal com uma forte política social." ENERGIA "O que é grave é que um país como o Brasil não poderia ter ficado dependente do gás da Bolívia. Até 2008, vamos deixar de ser dependente de qualquer país do mundo em se tratando de energia." Após receber os jornalistas da CBN, o presidente Lula deixou o Palácio da Alvorada, onde se realizou a entrevista, e seguiu para o estúdio de uma empresa de marketing político, onde gravou seu programa eleitoral gratuito na televisão. À tarde, viajou para Lima (Peru) para assistir à cerimônia de posse do presidente Alan García. (Agências)

CAMPANHA NAS RUAS Rogério Cassimiro/Folha Imagem

Raimundo Pacco/Folha Imagem

MÁSCARA – Homem com máscara de Delfim Neto desfila pela Avenida Paulista para

PEDALADAS – Bicicleta com propaganda eleitoral circulam na zona sul da cidade,

fazer campanha para o candidato a deputado federal.

na região próxima ao Parque do Ibirapuera.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 28, 29 e 30 de julho de 2006

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Política

Os primeiros a entrar na rede de corrupção, depois de Lino Rossi (PTBMT), teriam sido João Grandão (PTMS), Ricarte de Freitas (PTB-MT) e Nilton Capixaba (PTB-RO). Luiz Antonio Vedoin

SANGUESSUGAS

E ASSIM O ESQUEMA SANGRAVA O CONGRESSO Beto Barata / AE

Conhecido pela opinião pública em pequenos fragmentos, o escândalo dos sanguessugas finalmente veio à tona por completo, ontem, com a revelação do depoimento do empresário Luiz Antonio Trevisan Vedoin, o dono da Planam. Com uma surpreendente riqueza de detalhes, ele contou como a empresa se transformou na sede de uma corporação com 20 outras organizações que funcionavam como sucursais do crime, numa rede da qual participava nada menos que um quinto do Congresso Nacional. Ônibus, automóveis de luxo, passagens aéreas e dinheiro em malas - tudo era moeda corrente no esquema.

OS PRESENTES: CARROS, VIAGENS, CARRETAS...

A

lém dos acordos para o recebimento de propina em dinheiro, o empresário Luiz Antonio Vedoin revelou que deputados e senadores faziam aos donos da Planam todos os tipos de pedidos: ajuda para campanha, passagens aéreas internacionais e presentes como ônibus, carros de luxo, aparelhos de ultrassom e até uma prosaica máquina de café para um gabinete. A maioria dos deputados acusados por Vedoin nega as denúncias. Mas todos os nomes citados foram incluídos nas listas da CPMI. Para agradar aos principais envolvidos no Congresso, os empresários da Planam compraram uma frota de veículos. Os carros entregues aos parlamentares seriam utilizados em campanhas políticas. O caso que mais chama a atenção é do deputado Ricarte de Freitas (PTB-MT), que no inicio do escândalo alegou que, numa conversa gravada pela Polícia Federal com os donos da Planam, sua voz fora confundida com a do deputado Lino Rossi (PTB-MT), suposto integrante do esquema no Congresso. Ao falar de Ricarte, o depoimento de Vedoin

enche três páginas. Ele disse que o acordo para as propinas fora fechado em 10% do valor das emendas, mas ele exigiu um aumento para 15% por tratar-se de véspera de eleição. Além do recebimento de vários repasses, que totalizam cerca de R$ 650 mil, Ricarte teria pedido de presente um carro – um Fiat Ducato que saiu por R$ 72 mil. Desdém– Ricarte usou o carro, mas não gostou. “Passados alguns meses o parlamentar devolveu o veículo ao interrogando porque este pulava muito. Em troca, adquiriu um veículo Hillux SW 4, na cor preta, da revendedora Maranelo, no valor de R$75 mil”, relata o depoimento. Ricarte pediu e recebeu, segundo Vedoin, dinheiro para quatro passagens aéreas para sua filha com destino a Nova York. Darci Vedoin deu três cheques, no valor de R$ 3.272, para pagar as passagens. O deputado Lino Rossi (licenciado) recebeu dos Vedoin um Fiat Ducato e uma carreta no valor de R$ 104 mil. Segundo Vedoin, o carro foi repassado ao senador Magno Malta (PTB-ES), que o teria usado por cerca de um ano para carregar

Biscaia: relator tem, agora, um livro de denúncias.

N

o depoimento à Justiça Federal, o empresário Luiz Antonio Trevisan Vedoin detalhou como começou o maior esquema de corrupção com emendas no Congresso já identificado até hoje. Ele disse que, no início, o deputado Lino Rossi (PTB-MT) o apresentou a outros parlamentares. Os primeiros a entrar na rede, depois de Rossi, teriam sido, segundo ele, João Grandão (PT-MS), Ricarte de Freitas (PTB-MT) e Nilton Capixaba (PTB-RO), que, por sua vez, cooptaram outros parlamentares. Os deputados negam. Vedoin contou com riqueza de detalhes como transformou, em pouco mais de dez anos, uma pequena empresa de consultoria de Mato Grosso numa organização criminosa com mais de 20 empresas que orbitam em torno da Planam com acesso a quase 20% dos gabinetes do Congresso. Criada em 1993, a Planam prestava consultoria a municípios mato-grossenses. Ao perceber as dificuldades para obter verbas oriundas de emendas parlamentares, Vedoin passou a procurar

sua banda de música gospel "Tempero do Mundo". O deputado Jefferson Campos (PTB-SP) recebeu um ônibus equipado com consultório médico. Já o deputado falecido José Carlos Martinez (PTB-PR) tinha despesas pessoais custeadas por ele. Isso incluía desde pagamento de festas e camisetas até uma máquina de café para seu gabinete. O ex-deputado Múcio de Sáteria recebido dinheiro para pagar uma parcela de R$ 20 mil de um Vectra. O deputado Coriolano Sales (PFL-BA) teria recebido da Planam o pagamento de metade de uma máquina de impressão de jornal, no valor de R$ 120 mil, usada em campanha. Frota – Segundo Vedoin, o deputado Pastor Amarildo (PSC-TO) recebeu de presente um microônibus com palco adaptado para fazer campanha eleitoral, no valor de R$ 40 mil. O paulista Neuton Lima (PTB-SP), um ônibus no valor de R$ 67 mil. Também para usar em sua campanha, o deputado Fernando Gonçalves (PTB-RJ) recebeu um ônibus médico odontológico, que, segundo Vedoin, teria custado R$ 54 mil. Já o ex-líder do PP, Pedro Henry (MT), que escapou da cassação por envolvimento no esquema do mensalão, de acordo com o empresário, recebeu, além de repasses do esquema sanguessugas, uma Blazer zero quilômetro, prata, no valor de R$ 48 mil. (AOG)

os parlamentares. Segundo contou à Justiça - e agora está às mãos do relator da CPMI dos Sanguessugas, Antonio Carlos Biscaia - , Vedoin e seu pai, Darci Vedoin, foram apresentados aos parlamentares por Rossi. "Lino Rossi apresentou alguns deputados que eram vizinhos do 5º andar (do prédio da Câmara), como o exdeputado Renildo Leal e Dino Fernandes (PFL-RJ), além de Nilton Capixaba (PTB-RO). A primeira venda de ambulância no esquema foi por intermédio de uma emenda de Nilton Capixaba, em 1999, contou Vedoin. O veículo foi comprado pela Prefeitura de Cacoal, em Rondônia. A partir de 2000, Vedoin e seus sócios, entre eles Ronildo Medeiros, abriram empresas de fachada, em nome de parentes e laranjas, para dar cobertura nas licitações. Consolidado o esquema, Darci Vedoin passou a ter rotina de parlamentar: ficava de segunda a quinta-feira em Brasília, indo aos gabinetes em busca de emendas parlamentares. Em 2005, a Planam atuava em Mato Grosso, Rondônia, Acre, Piauí, São Paulo e Maranhão. As propinas oscilavam entre 10% e 15%. Para cooptar outros parlamentares, a Planam também pagava adiantado. Com uma precisão espantosa, Vedoin detalhou acertos com cada parlamentar, desde 1999. Em relação ao ex-deputado José Antonio Nogueira (PT-AP) — prefeito de Santana e coordenador da campanha à reeleição do presidente Lula no Amapá — disse que os dois fizeram um acordo em 2003 para o pagamento de 10% de propina referente às emendas na área da saúde. Vedoin disse que fez um outro repasse de R$ 5 mil para a empresa SHF Palmerin, a pedido de Nogueira, e outros repasses, sem valor revelado, para o secretário de Nogueira, Ronaldo Lucas de Andrade. (AOG)

AS MALAS Pelo menos R$ 1 milhão foi entregue em espécie

A

s malas de dinheiro que simbolizam os escândalos de corrupção circularam a todo vapor no Congresso Nacional no auge do esquema dos sanguessugas, segundo relatou o empresário Luiz Antonio Vedoin em seu depoimento à Justiça Federal. Pelo menos R$ 1 milhão em dinheiro vivo foram pagos como propina a parlamentares cooptados pela quadrilha. Grande parte desses valores, de acordo com o relato de Vedoin em seu depoimento de 150 páginas, foi entregue em mãos aos congressistas, quase sempre nos gabinetes da Câmara. Pelo menos nove deputados receberam dinheiro em seus próprios gabinetes, diz Vedoin. $$$– A mala mais recheada a entrar no Congresso, segundo o empresário, teve como destino o gabinete do deputado Isaías Silvestre (PSBMG), que teria recebido, em uma só tacada, R$ 82 mil. O deputado Maurício Rabelo (PL-TO) teria recebido parte

da comissão de R$ 80 mil em seu gabinete, mas ainda foi à sede da Planam, em Brasília, buscar mais dinheiro. Campeão– A maior propina em espécie, relatou Vedoin, foi paga ao deputado Fernando Gonçalves (PTBRJ), mas o pagamento não foi realizado diretamente no Congresso. Dos R$ 300 mil que o chefe da máfia dos sanguessugas diz ter repassado ao parlamentar, R$ 150 mil teriam sido pagos em dinheiro vivo, em três parcelas de R$ 50 mil. A primeira delas Vedoin diz ter entregue em abril de 2002 pessoalmente a Gonçalves, em Brasília (ele especificou o local). Já a segunda teria sido paga no mesmo mês, mas em Cuiabá (MT) e a um assessor do deputado: Lélio Penacho. E a última parcela também foi repassada ao parlamentar. Além dos gabinetes, a quadrilha estava acostumada a usar hotéis para pagar propina aos deputados. Segundo Vedoin, no Meliá, em Brasília, a máfia teria repassado

R$ 50 mil ao deputado Nilton Capixaba (PTB-RO) e R$ 42 mil ao deputado João Magalhães (PMDB-MG). Já o deputado Paulo Baltazar (PSBRJ) escolheu o Aeroporto do Galeão, no Rio, para receber R$ 50 mil por ter apresentado emendas ao Orçamento da União que somam mais de R$ 1 milhão. L i s ta – O deputado João Caldas (PL-AL), que se licenciou da Mesa Diretora da Câmara após a inclusão de seu nome na lista dos suspeitos, recebeu R$ 50 mil em dinheiro vivo, segundo o empresário. Vedoin detalhou que a quadrilha entregou em gabinetes da Câmara R$ 12 mil para Marcos de Jesus (PFLPE); R$ 32 mil para Carlos Nader (PL-RJ); R$ 82 mil para Isaías Silvestre (PSB-MG); R$ 15 mil para Benjamim Maranhão (PMDB-PB); R$ 15 mil para Robério Nunes (PFL-BA); R$ 40 mil para Edna Macedo (PTB-SP); R$ 26 mil para José Divino (PRB-RJ) e R$ 20 mil para Jorge Pinheiro (PL-DF). (AOG)


Suplemento Especial / São Paulo, sexta-feira 28 de julho de 2006

A cidade oferece de tudo em matéria de gastronomia: são 12.500 restaurantes divididos em 42 diferentes etnias. Só de pizzarias, consideradas um dos símbolos gastronômicos do paulistano, fala-se em mais de cinco mil. E delas saem diariamente um milhão de pizzas. Fora os restaurantes requintados (nos Jardins, por exemplo, fica um dos listados entre os 50 melhores do mundo). Neste caderno você poderá dar um passeio completo por este mundo da gastronomia e se aprofundar também no capítulo dos vinhos importados ou na rica literatura sobre comer e beber

Eis uma criação do restaurante Carlota: camarões grelhados com shiitake, aspargos frescos e bowl de arroz com castanhas


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Como eu vou me habituar a não trabalhar? Não consigo ficar parado e não gosto dessa vida de ficar indo da varanda para casa, da casa para a varanda. De Zagallo, que trabalha para a seleção brasileira desde 1958 e foi demitido na quarta-feira.

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sexta-feira, sábado e domingo, 28, 29 e 30 de julho de 2006

JULHO

2 -.LOGO

28 Dia do Agricultor e da Agricultura. Imagem: quadro Café, de Cândido Portinari

C IÊNCIA V ENEZUELA

Arsenal multibilionário O presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse nesta quinta-feira que a Rússia ajudou seu país a quebrar um "bloqueio" imposto pelos EUA ao vender a Caracas jatos de guerra e helicópteros. Ele também agradeceu o apoio dado pelo presidente russo, Vladimir Putin, à proposta de concessão de uma cadeira não permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas para a Venezuela. Em visita à Rússia, Chávez finalizou uma série de acordos para a aquisição de armas, incluindo 24 jatos e 53 helicópteros, no valor de mais de US$ 3 bilhões. Caracas também comprará cerca de 100 mil rifles de

assalto Kalashnikov. O acordo de compra de helicópteros e jatos anunciado na última semana pelo ministro da Defesa russo, Sergei Ivanov, custará ao governo de Caracas US$ 1 bilhão. Para pagar a conta, o líder venezuelano usará o lucro adquirido com as extensas reservas de petróleo de seu país. Além da Rússia, ele também já firmou contratos bilionários com a Espanha. As "compras" de Chávez são interpretadas como provocação por algumas autoridades norte-americanas que, oficialmente, declaram que as armas não serão úteis para a estabilização da América Latina.

A RTE

L

A partir do dia 9, quando será aberto ao público, o Sex Museum, o mais novo de Nova York passará a exibir, entre as peças de seu acervo dedicado ao sexo, um busto da senadora democrata e exprimeira-dama dos EUA Hillary Clinton. A polêmica, entretanto, já está criada. Mesmo não sendo uma feminista, Hillary é retratada sem sutiã.

Clone com personalidade Pesquisa mostra que clones humanos só seriam iguais a seus originais biologicamente

I

gual fisicamente, mas com personalidade e identidade diferente. Assim seria um possível clone humano em relação a seu original, garantem os cientistas da Universidade de Viena e do King's College de Londres em um estudo feito com base em experiências com gêmeos. Embora a clonagem de humanos seja uma impossibilidade, no atual estágio científico, os pesquisadores já especulam sobre o caso num artigo publicado no Journal of Social Sciences and Medicine. Para chegar a esta conclusão, eles estudaram gêmeos nascidos quando um único óvulo foi fertilizado por um único espermatozóide, os chamados chamados gêmeos uniovulares.

Esses gêmeos são idênticos fisicamente e, em geral, têm personalidades muito parecidas porque vivem numa mesma época e lugar. Mas ainda assim, alguns gêmeos uniovulares apresentam uma série de características de personalidade e até doenças físicas diferentes. "Podemos esperar que um humano e seu clone que nasceram em diferentes épocas e contextos apresentem diferenças. Sabemos que alimentação, exercícios e doenças podem afetar nossa aparência", explica a professora Barbara Prainsack, da Universidade de Viena. Ela afirma que um clone de Mozart, por exemplo, "também teria um grande talento musical, mas não se pode garantir

que entraria para a história da música, como aconteceu com Mozart". "Não somos feitos somente por nossos genes, mas por nossas circunstâncias vitais. Temos uma família que apóia nosso talento? Temos a possibilidade financeira de desenvolvê-lo? O talento é resultado da soma de muitos fatores: genes, circunstâncias e desenvolvimento da personalidade", diz o especialista Tim Spector, do King's College. "Se Mozart tivesse nascido em uma família de agricultores e desde pequeno tivesse tido que trabalhar duramente no campo, é pouco provável que tivesse desenvolvido tanto seu talento musical", resume Prainsack.

Asif Hassan/AFP

L

SOLIDARIEDADE - Um menino paquistanês deixa a impressão de sua mão em um cartaz de solidariedade às famílias libanesas que sofrem com a guerra entre o Hezbollah e Israel. O conflito entra hoje no 17º dia e já fez mais de 400 mortos. D ESIGN

Marcas do futuro

C A R T A Z

CINEMA

Sinhá Moça (foto), clássico dos estúdios da Vera Cruz, com Anselmo Duarte e Eliane Lage. Produção de 1953, dirigida por Tom Payne. Centro Cultural São Paulo. Rua Vergueiro, 1000. Telefone: 3277-3611. Às 16h. Grátis.

A evolução da tábua de cortar

Justiça para o consumidor

A Slice-o-rama é uma mesa que "serra" vegetais, de modo parecido com uma serra de madeira. Ainda é um protótipo, mas é muito promissora. Segundo o designer Oliver Beckert, a mesa usa uma serra "segura" para cortar vegetais de forma profissional. Sem previsão de lançamento.

O Ministério da Justiça mantém em seu site uma seção dedicada ao Direito do Consumidor com notícias, uma área para tirar dúvidas sobre produtos, serviços e legislação, instruções para requisição de documentos, cópias de processos, informações sobre recall de empresas em todos os setores de atuação. Há ainda um canal exclusivo sobre a legislação que rege o consumo e a oferta de serviços e um roteiro completo de tudo que deve ser avaliado antes de contratar um empréstimo consignado.

www.elseware.to/products/slice.htm

web20logos.html

A TÉ LOGO

Tratamento para viciados. Em games A crescente procura por ajuda para usuários de internet viciados em games online motivou a abertura do Wild Horses Center (Centro Cavalos Selvagens) em Amsterdã. Os Países Baixos se tornam, assim, a quarta nação, depois de EUA, Canadá e China, com uma clínica de reabilitação destinada exclusivamente ao tratamento de pacientes viciados vídeogames – em sua maioria adolescentes. Usuários que passam horas a fio em frente a uma tela de computador – em alguns casos, até 18 horas por dia – podem procurar o centro, mas já se preparar para o preço: a diária custa 500 euros, cerca de R$ 1.350,00.

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L OTERIAS

Escritora paulista Zélia Gattai, de 90 anos, é internada em Salvador após uma queda na rua Produtora )2, do brasileiro Fernando Meirelles, assina contrato com a gigante Universal

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www.mj.gov.br/dpdc/

http://yh.yayhooray.com/

H OLANDA

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F AVORITOS

Exemplos de logos criados para a Internet 2.0: cores mais valorizadas e volume

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G @DGET DU JOUR

Especialistas da Marinha polonesa anunciaram ontem que identificaram um barco encontrado há alguns dias no fundo do Mar Báltico como o Graf Zeppelin, o único portaaviões que a Alemanha de Hitler possuiu. A embarcação foi afundada em 1947, em um local nunca revelado, sem jamais ter entrado em serviço. O casco foi encontrado ao norte do porto de Wladyslawowo. O Graf Zeppelin, um navio gigante de quase 260 metros de comprimento, está a uma profundidade de 90 metros, mas não constitui nenhum perigo para a navegação porque seu ponto mais elevado está 60 metros abaixo da superfície da água.

A

té agora ainda não foi definido um padrão do oficial para a Internet 2.0, novo formato da rede digital muito mais rápido e com melhor definição, capaz de oferecer ao internauta a experiência 3D com qualidade. Mesmo assim, já proliferam na rede uma série de sites que oferecem dicas para utilizar todos os novos recursos. Um deles, o site colaborativo Yayhooray é uma experiência dupla. Além da proposta de redesenhar logos de empresas para o formato Internet 2.0, o site também reúne um grupo de designers que não só comentam os trabalhos como publicam sugestões de outros profissionais. Na Internet 2.0, as únicas regras são explorar as cores brilhantes, o volume das letras e as formas arredondadas. Esses recursos já foram testados e, de acordo com os internautas que discutem o tema no site, tiram o aspecto frio e estático das marcas nas mídias tradicionais.

Reproduções

E M

O semanário Nouvel Obser vateur destacou, na edição que chegou esta semana à bancas francesas, a seca incomum que atinge a região sul do Brasil. A revista fala especificamente de Foz do Iguaçu, patrimônio mundial segundo a Unesco. A vazão das águas das cataratas foi reduzida para 298 metros cúbicos por segundo contra 1.500 metros cúbicos em tempos normais. O "espetáculo da natureza" foi transformado em uma triste imagem de "filetes de água que caem de um muro de rochas", um espetáculo do desequilíbrio. Muitas das quedas estão completamente secas, lamenta o semanário, recordando que o nome Iguaçu vem do guarani e significa "grande água".

O porta-aviões de Hitler

Campeão sob suspeita 17ª etapa da prova é um difícil trecho entre Morzine e os Alpes Franceses, e justamente neste estágio Landis conseguiu um feito inacreditável ao voltar para a briga pelo título depois de uma desastrosa etapa que parecia ter arruinado suas chances de vitória. O ciclista da Pensilvânia cruzou a linha mais de cinco minutos à frente do espanhol Carlos Sastre e conseguiu vencer a competição na chegada em Paris. Landis é o sucessor de seu compatriota Lance Armstrong, que se aposentou no ano passado após vencer sete edições do Tour de France.

Espetáculo do desequilíbrio

H ISTÓRIA

C ICLISMO

O norte-americano Floyd Landis, vencedor do Tour de France – a Volta da França, considerada a mais importante competição de ciclismo do mundo –, apresentou resultado positivo para o teste antidoping a que foi submetido, informou a equipe Phonak ontem. O nível incomum de testosterona/epitestosterona foi detectado no exame feito em Floyd Landis após a 17ª etapa da competição. Landis nega ter ingerido qualquer substância. Agora, será feita uma contraprova. Se o doping for confirmado, o ciclista terá sua vitória retirada. A

B RAZIL COM Z

Onda de calor intenso já provocou pelo menos 147 nos Estados Unidos e na Europa

Concurso 1631 da QUINA 24

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Eleições Planalto CPMI Congresso

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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INCLUSÃO DE QUATRO NOVOS SUSPEITOS PROVOCA RACHA

SANGUESSUGAS

O parlamentar tinha duplo proveito: recebia vantagem em dinheiro, mas também de natureza política porque ele passava a ter uma relação direta com prefeitos. Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ)

Eymar Mascaro

2º turno vem aí

QUADRILHA PARLAMENTAR O Dinheiro em espécie e capital político: a receita exata para fazer os parlamentares 'trabalharem'.

M

ais do que jogar qual o interrogado (Vedoin) esl a m a s o b r e a teve presente, onde foram atuação de cerca acertados os detalhes do direde um quinto do cionamento das licitações”, Congresso, o depoimento do diz um trecho do depoimento. Conta-corrente – O mesmo empresário Luiz Antonio Vedoin, prestado durante nove teria feito o deputado Cabo Júdias à Justiça Federal, revela lio (PMDB-MG), com quem que deputados e senadores Vedoin disse ter estabelecido não só receberam propina para uma espécie de “conta-correnapresentar emendas que favo- te contábil de pagamentos” à reciam a quadrilha como tam- medida que suas emendas bém operaram pessoalmente o eram empenhadas e pagas. O esquema de fraudes nas licita- parlamentar teria reunido toções feitas por prefeituras para dos os prefeitos em uma chácaa compra de ambulâncias e ou- ra nas proximidades de Belo Horizonte. Cabo Júlio recebeu tros equipamentos. O documento mostra que da Klass e de outras empresas de Vedoin dois cabia também aos cheques de R$ 50 parlamentares comil cada, a título optar prefeitos pade garantia. Mais ra direcionarem as tarde esses chelicitações em favor ques foram trocada Planam e de ou- O próprio dos por pagament r a s e m p r e s a s , parlamentar tos de R$ 33 mil, criadas em nomes (deputado João de laranjas, para Caldas) organizou a R$ 25 mil e R$ 25 mil. Já Reginaldo receber as emenGermano (PPdas. Os encontros reunião com BA), recebeu de deputados e se- prefeitos em R$ 15 mil em sua nadores com pre- seu escritório conta pessoal a tífeitos, muitos de- em Maceió. tulo de acordo de les com a presença de Vedoin e seus Luiz Antonio Vedoin 10% sobre o valor das emendas. re p re s e n t a n t e s , Racha na CPMI– O relatório davam-se nos gabinetes do Congresso, em hotéis, escritó- elaborado pela Controladoria Geral da União (CGU) que rios e até em chácaras. O documento, de 150 pági- aponta o nome de mais quatro nas, foi enviado pelo Ministé- parlamentares criou um racha rio Público à CPMI dos San- ontem na CPMI dos Sanguesguessugas, que já notificou 90 sugas. O presidente da comisparlamentares sob suspeita são, deputado Antonio Carlos para apresentarem defesa. Se- B i s c a i a ( P T- R J ) , c h e g o u a gundo Vedoin, pelo menos 40 anunciar que notificaria os deparlamentares operaram pes- putados Aroldo Cedraz (PFLsoalmente o esquema. O dono BA), Márcio Reinaldo Moreira da Planam disse, por exemplo, (PP-MG), Arolde de Oliveira que o deputado João Caldas ( P F L - R J ) e J o ã o A l m e i d a (PL-AL), afastado da Mesa da (PSDB-BA). Alguns parlaCâmara, recebeu pessoalmen- mentares da CPMI viram na te, em espécie, propina de decisão uma jogada política R$ 50 mil, além de comissões para atingir a oposição. João para assessores. Coube ao se- Almeida, por exemplo, é um gundo-secretário da Mesa dos principais escudeiros do marcar encontros com prefei- candidato à presidência Geraltos e tratar das licitações. “O do Alckmin na bancada da Câpróprio parlamentar organi- mara. Cedraz e Oliveira perzou a reunião com prefeitos em tencem ao PFL, outro partido seu escritório em Maceió, na de oposição. (Agências)

Ed Ferreira/AE - 05/03/04

Senador Magno Malta (PL-ES) fez 14 emendas ao Orçamento.

MALTA APRESENTOU R$ 2 MI EM EMENDAS .

O

senador Magno Malta (PL-ES), acusado de receber um veículo como forma de pagamento pela apresentação de emendas para aquisição de ambulâncias superfaturadas, incluiu 14 emendas ao Orçamento, que totalizaram R$ 2,155 milhões para "ações passíveis de serem utilizadas na aquisição de unidades móveis de saúde", no período de 2002 a 2005, informa a página do Senado na internet. A assessoria de imprensa de Malta negou que ele te-

VALÉRIO SE DIZ 'VÍTIMA' DE JOGO POLÍTICO.

BISCAIA: O ESQUEMA COMPROVADO. O

s congressistas que permitiram depósitos em suas contas pessoais apostaram na impunidade, enquanto a quadrilha dos sanguessugas reunia documentos – caso um dia o escândalo estourasse – afirmou o presidente da CPMI dos Sanguessugas, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ). Segundo ele, o esquema está comprovado, faltando apenas estabelecer os limites das operações. A quadrilha se documentou e tem como provar o envolvimento de políticos no esquema. "O parlamentar tinha duplo proveito da situação: recebia vantagem em dinheiro, mas também de natureza política porque ele passava a ter uma relação direta com prefeitos", acusou Biscaia. O presidente da CPMI dos Sanguessugas afirmou que a quadrilha não atuava somente no Ministério da Saúde, como se pensava no início das investigações, mas também no da Ciência e Tecnologia. "As emendas individuais e as de bancada propiciam isto. Somente no meu Estado, das oito

emendas de bancada, seis beneficiavam a Planam", disse. Biscaia declarou que outros quatro deputados poderão ser notificados pela CPMI para apresentarem a defesa. Os nomes surgiram após a Controladoria-Geral da União (CGU) enviar a lista de congressistas à comissão parlamentar na última quarta-feira. Com esse número, aumentaria para 94 os parlamentares investigados pela comissão de inquérito : 91 deputados e três senadores. Biscaia acredita que pode haver um atraso na apresentação do relatório final, se continuarem a surgir novos nomes de envolvidos. O parecer está previsto para ser divulgado entre os dias 9 e 16. A comissão encaminhará, após o fim das apurações, os nomes de todos os deputados cujas provas forem suficientes para incriminá-los ao Conselho de Ética da Câmara. "Desses 94 parlamentares, a CPMI vai responsabilizar alguns, indicar o aprofundamento das investigações sobre outros e excluir uma parte", esclareceu Biscaia. (Agências)

nha feito emendas em favor da Planam. Sobre o carro, informou que o senador usou um veículo, de setembro de 2003 a julho de 2005, emprestado pelo deputado Lino Rossi (PP-MT). "Jamais dirigi emendas especificamente para ambulâncias", diz Magno Malta em nota. Segundo ele, das emendas que apresentou na área da saúde, apenas cinco foram contempladas e nenhuma delas foi para a compra de veículos. Os recursos liberados somariam R$ 383,7 mil. (AE)

empresário Marcos Valério Fernandes de Souza disse ontem que foi vítima de um "jogo político" em que seu nome foi usado "de forma sórdida por grupos que disputavam o poder nesse País". A declaração foi feita ao juiz da 4ª Vara Criminal, Walter Luiz de Melo, durante depoimento em processo por crime de emissão de notas fiscais falsas. Ao negar qualquer participação nos fatos que motivaram o processo, Valério disse que a imprensa divulgou "inverdades" e que chegou a hora de se provar "uma série de coisas" ao seu respeito. O Tribunal de Justiça de Minas (TJ-MG) informou que, de acordo com os autos, Valério e outras sete pessoas são acusadas de participação na emissão de notas falsas entre 29 de agosto de 2001 e 21 de novembro de 2003. Os documentos simulavam prestações de serviços da Wlhad Prestação de Serviços Ltda. à agência SMPB Comunicação. Segundo a Promotoria de Justiça, a Wlhad recebia entre 3% e 4% sobre o valor da nota legal emitida. Valério foi acusado de falsidade ideológica. No último dias, quatro acusados, entre eles os sócios na SMPB, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach Cardoso, e a ex-diretora financeira, Simone Vasconce-

Marcelo Sant´Anna/Estado de Minas/FI

governador Aécio Neves e o coordenador de campanha do PSDB, senador Sérgio Guerra, chegaram à mesma conclusão: estão convencidos de que haverá 2º turno na eleição presidencial entre os candidatos Lula e Geraldo Alckmin. Os dois se concentram nos índices das últimas pesquisas, que apontam para uma queda do candidato petista e o crescimento do tucano. As pesquisas têm agradado em cheio a Alckmin. Na que o Ibope fez, há 45 dias, seu índice era de 19% de intenção de voto. Agora, surge com 27%, enquanto Lula, que tinha 49% desabou para 44%. Alckmin, no entanto, diz estar com os pés no chão. Sua alegria é comedida, pois sabe que toda pesquisa retrata apenas um quadro de momento.

CAUTELA

VANTAGEM

O PT também trabalha com a hipótese de 2º turno, embora a última pesquisa Ibope ainda admita a possibilidade de vitória de Lula já no 1º turno. O presidente do partido, Ricardo Berzoini, não viu novidade no resultado do Ibope: os índices são parecidos com os da pesquisa Datafolha.

Com cerca de 20 milhões de eleitores, a região Norte - Centro Oeste aponta vantagem de Lula com 39% de intenção de voto contra 31% do candidato tucano. A região também vai merecer mais atenção da coordenação de campanha do PSDB.

REJEIÇÃO

Um item chama a atenção na pesquisa Ibope: Alckmin está levando ampla vantagem entre eleitores com curso superior. O tucano está com 41% da preferência eleitoral contra 28% do petista. É a mesma tendência revelada na pesquisa Datafolha.

O que mais entusiasma os tucanos é ver que cresce o índice de rejeição a Lula que, na pesquisa Ibope, bateu na casa dos 32%. Enquanto isso, a rejeição a Alckmin parou nos 17%. O segundo candidato com maior índice de rejeição é Heloísa Helena (Psol), com 19%.

ALERTA O Ibope serviu também para mais uma advertência aos tucanos: continua alta a diferença em favor de Lula no Nordeste. A região dispõe de 33 milhões de votos e Lula tem o apoio de 66% dos eleitores nordestinos, contra 13% do tucano.

REAÇÃO

Valério depõe novamente

los, aceitaram a suspensão condicional por dois anos do processo proposta pelo Ministério Público. No seu depoimento, Valério afirmou que não aceitaria a suspensão do processo. Disse que exercia atividade "comercial" na SMPB, viajando de segunda a sextafeira. Segundo ele, pelo diaa-dia da empresa, os sócios Ramon e Cristiano Paz eram os responsáveis e tinham total autonomia. O empresário afirmou que Simone Vasconcelos tinha procuração para assinar os cheques juntamente com um dos sócios. Ele disse também que não conhecia a empresa Wlhad. No inquérito do mensalão, Valério foi denunciado pelo procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, por corrupção ativa, peculato, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e falsidade ideológica. (AE)

Alckmin acredita que pode começar a virar o jogo na região depois da apresentação do seu programa de governo para o Nordeste, que será conhecido no dia 4 de agosto, na concentração de lideranças regionais marcada para Recife. Trata-se de um projeto de recuperação econômica e social do Nordeste.

EMPATE A exemplo do Datafolha, também a pesquisa Ibope revelou vitória de Alckmin em São Paulo (26 milhões de votos), mas derrota no Rio (11 milhões) e Minas (13 milhões). Lula tem 37% de intenção de voto no Sudeste contra 34% de Alckmin. Existe empate técnico entre os dois devido à margem de erro.

DESEMPENHO O PT esperava que o desempenho de Lula no Sul fosse melhor. A região tem quase 20 milhões de eleitores. Lula arranca 33% nas pesquisas e Alckmin 27%. O Sul corresponde aos Estados do Paraná (sete milhões de votos), Rio Grande do Sul (sete milhões e 500 mil) e Santa Catarina (mais de quatro milhões).

PREFERÊNCIA

CONTUNDENTE O maior índice a favor de Alckmin está concentrado, todavia, entre os eleitores mais ricos: o tucano teria hoje os votos de 52% dos eleitores contra 19% que optariam pelo petista. Em contrapartida, Lula vence Alckmin entre eleitores mais pobres, aqueles que ganham até um salário mínimo por mês.

ESTAGNADO Orestes Quércia (PMDB) ainda não conseguiu deslanchar na campanha de governador. Seus índices nas pesquisas continuam baixos: 9% no Ibope e 11% no Datafolha. É uma surpresa para o candidato que ainda espera superar Aloizio Mercadante (PT).

1º TURNO Em compensação, José Serra (PSDB-PFL-PPSPTB-) vai sustentando seu favoritismo. Todas as pesquisas apontam vitória do tucano ainda no 1º turno, com folga. Serra teria hoje cerca de 60% dos votos válidos.

GUERRA Lulistas e alckmistas estão aproveitando o escândalo dos sanguessugas para se acusarem mutuamente. O PSDB, pela boca de Alckmin, acusa o Executivo pelo escândalo enquanto a Controladoria Geral da União (CGU) divulga documentos com envolvimento de prefeitos do PSDB e PFL com o superfaturamento das ambulâncias.

OPORTUNISMO O tema serve também para mexer na campanha da senadora Heloísa Helena (PSol). A senadora aproveita para denunciar os governos de FHC e de Lula pelo envolvimento com o escândalo sanguessuga. Por isso, pretende mudar o sistema de distribuição de verbas parlamentares no orçamento da União.


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OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

DOISPONTOS -77

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Como manter a independência do Judiciário imune à intervenção dos demais poderes políticos (sem que ele se torne ilimitado e arbitrário, longe do controle externo)? Há dois bons exemplos em Brasília. NEIL FERREIRA CUIDADO COM A HELOÍSA ENÉAS

Paulo Pampolin/Digna Imagem

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ACIMA DA POLÍTICA E Benedicto Ferri de Barros

G Os juízes

têm que julgar segundo as leis, mas não são eles e sim o Congresso, os deputados e senadores, isto é, os políticos, que as fazem. E sabe-se que classe de gente temos tido nessas funções.

m 1763, numa ação contra John Wilkes a Coroa alegou ter agido por "razões de Estado". O juiz Lord Camdem rejeitou o argumento com estas lapidares palavras: "Razões de Estado não são argumento em uma Corte de Justiça". Não se poderia definir de forma mais sucinta e límpida o papel que cabe ao Judiciário na vida de um povo. O que ela quer dizer é que o Judiciário não é um poder sujeito à política, e está fora e acima dela. Entretanto, como manter a independência do Judiciário imune a injunções dos demais poderes políticos e ao mesmo tempo impedir que ele se torne ilimitado e arbitrário pela ausência de um controle externo (da sociedade) que o delimite? Há notáveis exemplos históricos da dificuldade de se conciliar a autonomia do Judiciário com a limitação do seu arbítrio. Um deles foi o conflito político entre Roosevelt e o Supremo, que invalidava todas as medidas propostas pelo New Deal sob alegação de inconstitucionalidade. O confronto era claramente político e Roosevelt cortou o nó górdio ameaçando nomear para a Corte juízes de sua escolha. O Supremo americano deu-se por vencido e passou a aprovar tudo. Isto, entretanto, é apenas um detalhe de um quebra-cabeças maior, posto pela formulação de Montesquieu que viu os poderes de Estado como como complementares e harmônicos, embora independentes. Como se poderes independentes jamais renunciassem à pretensão de supremacia e pudessem, assim, ser harmônicos. Assim sendo, a melhor solução disponível continua sendo a enunciada pelo juiz Camdem, que coloca o poder judiciário como a suprema instância da vida social, fora e acima do poder político, desde que sob os limites de um controle externo exercido pela sociedade a que deve servir. Isto supõe que ele se organize hierarquicamente de acordo com critérios objetivos de seleção por competência, mérito e idoneidade, o que melhormente pode ser feito por integrantes das profissões judiciárias, que são as melhor conhecedoras de seus integrantes. A aplicação de critérios objetivos de seleção e ascenção hierárquica são prática institucional conhecida e utilizada nos serviços públicos.

N Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

o caso brasileiro, este critério fundamental para assegurar a competência e independência dos altos escalões do Judiciário não se acha aplicado na prática. Na atualidade brasileira não há um só ministro do Supremo que não tenha sido nomeado pelo chefe do Executivo. E embora seja concebível que por integridade moral os magistrados supremos sejam capazes de manter a isenção e autonomia indispensáveis à correção de seus julgamen-

tos, o que se tem visto na prática e que não poucos deles, chamados a dirimir questões que envolvem "questões de Estado" (ou mais pedestramente, interesses políticos) sucubem, seja por ambições políticas ou outras razões pessoais muito humanas, a dar sentenças flagrantemente interesseiras e contrárias às mais elevadas exigências sociais, seja do bom-senso, seja da moralidade, ou mais estritamente do "verdadeiro espírito das leis" – algo difícil de definir mas se torna manifesto quando é infligido. Tais casos têm ocorrido com maior evidência e flagrância nos turbulentos tempos da atualidade que vivemos, chegando alguns a assumir o papel escandaloso de que a Justiça é o empecilho maior para a defesa da moralidade e da ordem social, abrindo larga brecha de escape para infratores da lei, não só de criminosos comuns, como de notórios infratores políticos. Muitos desses exemplos são explicáveis - se não justificáveis – por um formalismo legal característico de nossa tradição jurídica e talvez a maioria deles pela barafunda desconexa e contraditória que se acumulou como o acervo da legislação brasileira. Os juízes têm que julgar segundo as leis, mas não são eles e sim o Congresso, os deputados e senadores, isto é, os políticos que as fazem. E sabe-se que classe de gente temos tido nessas funções.

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um quadro dessa natureza destacamse como luminares duas figuras, a do juiz do Supremo Tribunal que preside o Supremo Tribunal Eleitoral, Marco Aurélio de Mello, e o procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza. O ministro Marco Aurélio, ao empregar a expressão faz de conta enunciou o mais sintético diagnóstico da síndrome de patologia moral em que o País foi mergulhado pelos políticos dominantes. O procurador Fernando Souza, ao empregar o vernáculo mais adequado para qualificar a imoralidade da corrupção implantada no governo, chamou-a de organização criminosa com única finalidade de se manter no governo. A altaneria e desassombro de ambos perante os poderes políticos servem como exemplos paradigmáticos do que a independência da Justiça e sua autonomia representam como valor cívico. Pois, acima da mera força e dos interesses corrompidos dos políticos (Todo poder tende a corromper e o poder absoluto corrompe absolutamente – Lord Acton) deva existir uma instituição social capaz de assegurar a sobrevivência da Ética nas relações humanas. E essa é a função primordial da Justiça e do Poder Judiciário. Quando eles falham ou se omitem, ou se deixam cooptar, cai-se em um de dois extremismos: a anarquia ou o totalitarismo.

onfesso minha paranóia logo na primeira linha. Assim, talvez eu seja considerado inimputável como os índios, os "de" menor, os loucos e o Noço Guia. Eu poderia dizer ou escrever qualquer besteira sem ser punido. Eu poderia dizer que é duro "cortar no próprio sangue" como u ômi falou um dia destes e o Prof. Pasquale não poderia fazer nada, nem chamar a atenção e nem me colocar chapéu de burro e mandar ficar no canto da classe. Estou dando um monte de voltas porque quero falar umas coisas e não tenho coragem. Eu tenho medo da senadora Heloísa Enéas. A colunista Danuza Leão definiu-a como uma cangaceira, assim, com minúsculas, não é um nome nem é um apelido.

G Heloísa

Enéas é neta do Lulla. É por isso que eu tenho medo dela. Com esse DNA, não dá para confiar. O colunista Roberto Pompeu de Toledo definiu-a como fofa, também com minúsculas, não é um nome nem é um apelido. Eu conheço umas dez Fofas, com maiúscula, são todas gordinhas. A senadora Heloísa Enéas, ao contrário, é pura carne seca das Alagoas lá dela. "Cangaceira" e "fofa" são dois extremos e eu estou procurando alguma coisa pelo meio e não encontro. Uma hora lembro-me da sua língua afiada como uma peixeira e fico procurando a "fofa" no contraponto. Acho que só o Pompeu de Toledo viu a fofice. Eu estou aqui olhando para a senadora Heloísa Enéas tentando entender o que ela significa nas últimas pesquisas, 10% no Datafolha e 8% no Ibope e porque tem tanta zabumba batendo, tanto triângulo tocando, tanta sanfona assoprando, tanta gente dançando xaxado, tanta farinha com água sendo comida. Não entendo.

senador Suplicy, detto Il Mogadone, finalmente acordou e disse que prefere que o Noço Iluminado dispute o segundo turno com ela, tendo sido vazado, igual foi vazada a esquecida conta poupança do esquecido caseiro Nildo, que o próprio Çenhor do Planalto em Peçoa agora, com o crescimento dela nas pesquisas, lamentou a sua expulsão do PT. Ah, ela foi expulsa do PT. Então, ela é filhote do PT. O PT é filhote do Lulla. Logo, a senadora Heloísa Enéas é neta do Lulla. É por isso que eu tenho medo dela. Com esse DNA, não dá para confiar nela. Ela é o filhote da fera e não vale a pena alimentar o filhote da fera. Como a gente viu na série Surface, o filhote da fera pequenininho é simpático, engraçadinho, divertido, mas alimentado cresce, vira fera e come o cachorro da gente, o gato da gente, os filhotes da gente, acaba comendo a gente e tomando conta do mundo. Ela foi expulsa por interferência direta do Delúbio Dinheiro Não Contabilizado Soares, do José Mensalão Dirceu e com aprovação direta du ômi. A causa não foi o tsunami de lama que engoliu o PT, foi antes. Na realidade foi pela Carta aos Brasileiros, que ajudou o PT a acalmar o mercado antes da eleição de 2002. A senadora Heloísa Enéas e uma enorme massa de uns três ou quatro deputados federais deixou o PT e fundou o PSOL porque eles achavam que o PT tinha ficado neoliberal demais. A senadora e sua multidão havia concordado que a Carta aos Brasileiros era para ganhar a eleição. Ganha a eleição, o "governo" do PT levou a sério o programa econômico de FHC, mantendo-o com aprovação geral, inclusive da oposição.

P

ara a senadora Heloísa Enéas, a Carta aos Brasileiros não era para ser cumprida, como não foi cumprida nenhuma promessa do estelionato eleitoral de 2002, "Fome Zero", "10 milhões de empregos", "Reforma Política", "Reforma da Previdência", "Plano Nacional de Segurança Pública", nada era para valer, tudo mentira fabricada e embalada como docinhos para enganar a criançada. A senadora Heloísa Enéas não é uma peixeirada mortal na corrupção que tomou conta do país. É uma crítica virulenta à única coisa que deu mais ou menas certa, a política econômica, a Lei de Responsabilidade Fiscal, o superavit primário. Dito o quê, coloco meu chapéu de burro e vou para o fundo da classe. Quanto pior, pior. NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO NEIL_FERREIRA@UOL.COM.BR

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Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Esse setor era a galinha dos ovos do desenvolvimento. José Serra sobre a agricultura brasileira

CANDIDATOS INICIAM CICLO DE PROMESSAS

Epitácio Pessoa/AE

PETISTA FAZ POUCO CASO DAS PESQUISAS

JOSÉ SERRA ESVAZIA A DENÚNCIA CONTRA FHC

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candidato a governador de São Paulo José Serra (PSDB), da Coligação Compromisso com São Paulo (PSDB-PFL-PPS-PTB), classificou ontem como "uma ação político-eleitoral" a divulgação de dados na quarta-feira passada pelos ministros da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, tentando comprometer a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso nas denúncias das ambulâncias. "Não tenho o que comentar. Foi uma ação política dos ministros do governo Lula", disse, em Itararé, na divisa com o Paraná, onde fez campanha. "A minha gestão no Ministério da Saúde já foi esquadrinhada. Ela é amplamente conhecida e pode se investigar o quanto quiser", defendeu. No laço – Na cidade, de pouco mais de 40 mil habitantes, Serra foi levado pelo prefeito João Fadel (PSDB) e políticos da região, que conclamavam a população a fazer festa com o candidato. "Vamos cumprimentar nosso governador, olha ele aqui", disse Fadel a oito homens sentados numa praça. Foi atendido prontamente. Mais à frente, na mesma praça, abordaram jogadores de truco. Alguns se levantaram e atenderam Serra cordialmente, mas a maioria – eram seis mesas com quatro jogadores cada – sequer percebeu a presença do candidato. (AE)

Mercadante investe no poder da militância petista para chegar ao 2º turno e diz que as urnas surpreendem Sergio Barzaghi/AOG

Foi uma ação política dos ministros do governo Lula, diz Serra sobre denúncias contra o governo de FHC. Filipe Araújo/AE

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m campanha na cidade de São José dos Campos, região do Vale do Paraíba, ontem, o candidato ao governo do Estado de São Paulo pelo PMDB, Orestes Quércia, defendeu que o partido investigue a suposta ligação de deputados peemedebistas no esquema dos sanguessugas. Anteontem, o empresário Luiz Antonio Vedoin, um dos donos da Planam, apontou em depoimento, o partido como o principal do esquema de corrupção. "Eu ainda não procurei o Michel (Temer, presidente nacional do PMDB), mas o PMDB tem que fazer uma investigação desses membros." Para Quércia, se ficar provada a participação de deputados no esquema de corrupção, o partido deve optar pela exclusão dos envolvidos. Quércia disse que apenas leu sobre o suposto envolvimento de Gilberto Nascimento (PMDB-SP) e que não falou com o deputado. "Vou falar com o Michel. Pelo que consta houve a abordagem, mas ele (Nascimento) não teria recebido nada". Para ele, a aparição dos deputados de seu partido na lista dos sanguessugas não atrapalha sua campanha. Quércia aproveitou o aniversário da cidade, que completou 239 anos, para fazer sua visita. (AE)

Quércia disse que PMDB deve investigar seus supostos sanguessugas

suas propostas e prometeu acabar com a Febem, que considera "contaminada" pelo crime organizado. O atendimento ao menor infrator seria dado em pequenas unidades com 40 vagas nas cidades de origem. Fôlego – O candidato mostrou disposição na maratona de campanha em seis cidades da região de Sorocaba - encerrou as visitas em São Roque, depois de passar também por Salto de Pirapora. Na passagem por Sorocaba, já tinha a testa avermelhada pelo sol. Em Itu, depois de posar ao lado do orelhão gigante e comprar um "borrachão" para "apagar 12 anos de erros do PSDB e PFL", passou um "sufoco" numa agência da Previdência Social, cercado por um coro de aposentados descontentes. "PT nunca mais, acabou com nossa aposentadoria", protestou a funcionária Iraildes de Arruda, de 50 anos. No berro – Para compensar, ganhou o voto do mais antigo barbeiro da cidade, João Guido, de 87 anos, que já atendeu o ex-presidente Jânio Quadros e o ator Mazzaroppi. Em Porto Feliz, tentou tocar um berrante, mas só conseguiu um som desafinado. (AE)

PARTIDOS TÊM 118 MILHÕES

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QUÉRCIA DEFENDE APURAÇÃO

candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, desdenhou das pesquisas que o colocam distante do primeiro colocado, o candidato do PSDB, José Serra, e pediu atuação da militância para chegar ao segundo turno. Enquanto percorria, ontem, a avenida central de Votorantim, na região de Sorocaba, disse que as últimas pesquisas não refletem o que ele sente nas ruas. "Não é crítica aos institutos, mas falo de como fazer uma campanha vitoriosa. O papel da militância é a rua," definiu. Ele lembrou que está "vacinado" contra erros das pesquisas. "Em 89 todo mundo dizia que o Lula não ia para o segundo turno e ele foi. Na eleição para o Senado, eu aparecia fora da disputa, mas quando abriram as urnas, tive mais de 10 milhões de votos." Subida – Mercadante acha que vai crescer com o horário eleitoral na televisão e prevê dificuldades para Serra na capital. "Ele abandonou a cidade, depois de prometer ficar até o último dia do seu governo." Em Itu, reclamou do pouco espaço dado pela imprensa às

orçamento do fundo partidário para 2 0 0 6 d e s t i n a R$ 117.875.439 a todos os partidos políticos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e com representação parlamentar, excluído o montante arrecadado com multas. Até julho, os partidos já receberam R$ 58,93 milhões, referentes a 50% do total do fundo, excluídas as multas. O partido que recebeu a maior quota em 2006 foi o PT, ao qual foram repassados R$ 12,06 milhões. A menor foi destinada ao Partido da Causa Operária (PCO), que recebeu R$ 10,85 mil. O fundo é administrado pelo TSE e se destina à manutenção dos partidos. Provém, em parte, do Orçamento federal e da arrecadação com o pagamento de multas eleitorais. O

valor reservado para o fundo, previsto no Orçamento da União, corresponde ao número de eleitores inscritos em 31 de dezembro do ano anterior ao da proposta orçamentária, multiplicado por R$ 0,35. Em multas, o fundo arrecadou, até maio de 2006, R$ 12,99 milhões. Nos anos anteriores, a arrecadação foi: em 2002, R$ 6,92 milhões; em 2003, R$ 10,91 milhões; em 2004, 12,62 milhões; em 2005, R$ 15,10 milhões. No total, esses recursos chegam a R$ 58,57 milhões. Além da verba orçamentária e da arrecadação de multas, o fundo é composto por doações de pessoas físicas e jurídicas, mais os recursos que lhe são destinados por lei. A Lei 9.096/95 veta a todas as agremiações partidárias

devidamente registradas no TSE o recebimento de doações provenientes de autarquias, empresas públicas ou concessionárias de serviços públicos. O artigo 36 da mesma lei estabelece que o partido que não observar este dispositivo deve ser punido com a suspensão dos recebimentos de suas cotas do fundo pelo período de um ano. (AOG)


sexta-feira, 28 de julho de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

ESPECIAL - 3

Fotos: Patrícia Cruz/LUZ

A churrascaria Fogo de Chão tem filiais nos Estados Unidos e faturou 80 milhões de dólares no ano passado com suas carnes em sistema de rodízio. E o Sattva é o primeiro restaurante naturalista do País

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O D.O.M., um dos 50 melhores do mundo, e seu prato executivo

O D.O.M., comandado pelo chef Alex Atala, foi considerado um dos 50 melhores restaurantes do mundo pela revista inglesa Restaurant. É caro, mas alinha com o Fasano em qualidade, regularidade e requinte

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pontado como o melhor restaurante da cidade pela maioria dos críticos, o D.O.M., comandado pelo chef Alex Atala, passou a ostentar desde abril mais uma distinção: foi considerado um dos 50 melhores do mundo pela revista inglesa Restaurant. O título foi dado por um júri internacional que elegeu o espanhol El Bulli, do chef Ferran Adrià, como o melhor restaurante. “A cozinha do D.O.M é inventiva e instigante”, elogia o crítico Josimar Melo, presidente do júri do “The World’s 50 Best Restaurants” na América do Sul. Aberto em 1999, o D.O.M. (Domus Optimus Maximus, do latim “casa ótima e máxima”.) alinha com o Fasano em qualidade, regularidade e requinte. Mas oferece, além disso, a arrojada criatividade de um de seus sócios, Alex Atala, o ex-punk nascido na Moóca, bairro de origem fabril de São Paulo, e criado em São Bernardo do Campo, que se encantou pela gastronomia durante uma viagem pela Europa. Único latinoamericano a lecionar na Lê Cordon Bleu, a tradicional escola francesa de gastronomia, Atala tem como base para suas criações a culinária clássica européia. A inventividade fica por conta da adição de ingredientes nacionais como ervas e frutos da Amazônia. A casa, nos Jardins, tem pé direito alto, capacidade para 74 lugares, toalhas e guarda-

Vera Jursys/AE

Patrícia Cruz/LUZ

WValente/AFG

de alimento que hoje abomiaja boi para atraídos pela fartura. O restaurante Sattva, aber- na: “Passei a consumir comisaciar o apetite do paulis- to há trinta anos, também re- da natural como profilaxia, tano: a cidade cebe muita gente de fora, es- vi que deu resultado e resolvi devora, dia- pecialmente hindus. Mas montar o restaurante para riamente, 120 ninguém interessado nos difundir o naturalismo”. Os toneladas de carne nas 150 prazeres da carne, ao contrá- ingredientes são comprados churrascarias de bom nível rio: a linha adotada pelo do- de fornecedores que cultique trabalham no sistema de no do negócio, Gilberto An- vam hortas orgânicas e há a rodízio, conforme estimati- gelo, é a “ovo-lácteo-vege- preocupação de não manter va de Jandir Dalberto, dire- tal”, como define. O Sattva é alimentos estocados por tor de operações da Fogo de o primeiro restaurante natu- mais de dois dias. “Hoje está Chão. Só nos três endereços ralista do País: “Há casas que mais fácil conseguir alimenque a rede mantém na cida- se intitulam vegetarianas, tos orgânicos, um mercado de, o consumo é de aproxi- mas usam conservantes e ou- que movimenta cerca de R$ madas 50 toneladas por mês: tros ingredientes não aceitos 500 milhões por ano”, afirma “É a comida t í p i c a d o Divulgação pauli stano. Com cerca de R$ 50, podese fartar de carne, além dos serviços de bufê: não há custo-benefício mais atraente que esse”. Exgarçom, promovido este ano a braço d i re i t o d o s donos da casa, Jandir aprendeu em seus 23 anos de trabalho os hábitos dos clientes. Ele sabe, por exemplo, que cada freqüentador consome a média de 1,3 quilos de carne por refeição - mas que, efetivamente, come metade disso. É que o despe rdício nesse ramo é muito grande: “Tire-se o osso, a gordura, fora as partes que se queimam na churrasqueira, o que se aproveita de uma peça de carne acaba s e n d o p o uco”. A picanha é a carne A carne da Fogo de Chão e a panqueca de proteína de soja do Sattva mais pedida, tanto aqui como nos Estados Unidos, on- por essa corrente”. Em sua Angelo. Mas mesmo as fode a Fogo de Chão, uma rede cozinha, o sal refinado é lhas cultivadas sem produque faturou 80 milhões de substituído pelo marinho e o tos químicos são lavadas dólares no ano passado, tem açúcar branco pelo mascavo. com água, limão, vinagre e filiais. Não é o que leva a casa Tem um público fiel. água sanitária. A freqüência a patrocinar cursos de inglês Angelo adotou a culinária do Sattva, do hindu “equilípara seus funcionários: 70% naturalista aos 24 anos de brio e harmonia”, é formada dos garçons falam inglês pa- idade. Até então adorava por jovens. ra atender aos estrangeiros hambúrguer e outros tipos (LG)

Alex Atala cuida de cada detalhe do restaurante

napos de linho, talheres de prata, pratos de porcelana, taças e copos de cristal Riedel e um ambiente criado pelo arquiteto Ruy Ohtake e pelo paisagista Gilberto Elkis. Entre os pratos, pode-se escolher o menu degustação que, entre outras variedades, traz de entrada papaia, manga e camarão com ervas, brotos e flores, como prato principal,

robalo com tucupi e tapioca e, como sobremesa, ravióli de banana com maracujá e sorvete de tangerina. Além da carta de vinhos, há outra de café com variedades nacionais. “A depender da bebida, uma refeição não sai por menos de R$ 700. Mas vale a pena”, diz o crítico Ricardo Castilho. (LG)


sexta-feira, sábado e domingo, 28, 29 e 30 de julho de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

LAZER - 1

QUINTANA Poeta gaúcho faria 100 anos neste dia 30. Seus versos mordazes e ternos sobrevivem.

Fotos: Acervo Mario Quintana/CCMQ

Versos que sintetizam o estilo do poeta Sesc Carmo/Divulgação

O escritor na caricatura de Tacho, na exposição no Centro Cultural Mario Quintana, de Porto Alegre. E caminhando na capital gaúcha.

Mais Mario Quintana na página 2

Lúcia Helena de Camargo Eu estava dormindo e me acordaram E me encontrei, assim, num mundo estranho e louco... E quando eu começava a compreendê-lo Um pouco, Já eram horas de dormir de novo! (O Morto, em Apontamentos de História Sobrenatural)

ario Quintana, poeta gaúcho nascido em Alegrete, faria 100 anos neste domingo, dia 30. Viveu até 5 de maio de 1994. Desvendou muitos caminhos e tocou muitas almas. O espanto e a busca pelo sentido na vida o acompanharam nas quase nove décadas que aqui passou. Como todos que param para pensar, era inquieto. Aos 13 anos já escrevia e publicava pequenos trabalhos na revista do colégio. Aos 19, seu conto A Sétima Personagem foi premiado em concurso promovido pelo jornal Diário de Notícias, de Porto Alegre. Só tomaria coragem de levar a público um poema em 1927, incentivado pelo cronista Álvaro Moreyra, diretor da revista Para Todos, do Rio de Janeiro. O primeiro livro seria lançado em

1940, A rua dos Cataventos, seguido de Ca n ç õ e s (1946) e Sapato florido (1948) e O aprendiz de feiticeiro (1950), que elogiado por Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade, ficou muito popular. Em 1951 sai uma das mais interessantes obras: Espelho Mágico, com comentários de Monteiro Lobato na orelha. A obra traz 111 quadras com grandes variações métricas e título explicando o tema que será tratado. A qualidade que mais salta aos olhos nos textos é o bom-humor, mas convém lembrar a engenhosidade do poeta também na forma. Em todos os breves poemas, os dois últimos versos refletem sobre os dois primeiros. O resultado traduz perfeitamente o efeito da reflexão, seja no sentido físico – o espelho – quanto na ação de refletir sobre a ação ou palavra dita.

Cuidado, Muito cuidado... Mesmo no bom caminho urge medida e jeito. Pois ninguém se parece tanto a um celerado Como um santo perfeito... (Da moderação, quadra LXXXIV, em Espelho Mágico)

Com mais de 35 títulos, a obra do poeta inclui literatura infantil, como Pé de Pilão, e trabalhos de tradução. Quintana fez a versão em português, por exemplo de Lord Jim, de Joseph Conrad; No caminho de Swa n n , de Marcel Proust; Mrs Dalloway, de Virginia Woolf, entre outros. E também escreveu crônicas: Na Volta da Esquina é uma deliciosa coletânea, de 1979. A Editora Globo, detentora até hoje dos direitos de publicação da obra de Quintana, comemora o centenário com a republicação de Caderno H, que chega às lojas em agosto. O livro reúne textos escritos por Quintana para a revista Província de São Pedro, de Porto Alegre, em 1945, além de material de sua página literária dominical no Correio do Povo, de 1953 a 1967. A primeira edição de Caderno H saiu em 1973, mas os fragmentos da coluna serviriam ainda para a montagem do livro de poemas Sapato florido, em 1945, que assim como Espelho Mágico, faz experimentos na forma. Versos livres e sonetos convivem nas páginas que tratam de infância, lembranças, cotidiano, Deus, meditações sobre o tempo e a própria poesia. O projeto de republicação da obra do poeta, coordenado pela professora Tania Franco Carvalhal, prevê o lançamento de 18 títulos do autor.

Um dia, da ponta daquela mesa comum de hóspedes, dona Glorinha me interpelou: - Seu Mario, o senhor ainda não leu o Cruel Amor? Não, eu nunca tinha lido o Cruel Amor! ... Pois tudo o que falta à minha vida, toda a imperfeição em que ainda me debato, vem de eu nunca ter lido o Cruel Amor... de ter achado ridícula a transcendental pergunta de dona Glorinha... (Cruel Amor, em Sapato Florido) Uma das edições mais carinhosas da obra de Quintana, entre tantas, é Antologia Poética, de 1966 (Editora do Autor, Rio de Janeiro), com 60 poemas, organizada por Rubem Braga e Paulo Mendes Campos, lançado para homenageá-lo em seus 60 anos. O livro foi considerado o melhor do ano pelo Prêmio Fernando Chinaglia, naquele dezembro. Sem estardalhaço, discreto como um mineiro, mas sem inibições de di-

zer o que pensava. Algo irônico, Quintana compunha versos mordazes, mas sempre de maneira leve e explicitando sua perplexidade diante do nonsense do mundo. Assim será lembrado em seu centenário em diversos eventos. Ele não passará. Waldir Firolin/Zero Hora/CCMQ

Todos esses que aí estão Atravancando meu caminho, Eles passarão... Eu passarinho! (Poeminha do Contra, em Prosa e Verso, 1978)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.ESPECIAL

S

“É a comida símbolo do paulistano. Só perdemos para Nova York no consumo de pizzas”, afirma Elídio Biazini, presidente da Associação de Pizzarias Unidas. E a de mussarela é a que melhor simboliza a cidade

ão Paulo consome 40 mil pizzas por hora, 14 mil das quais de mussarela, a preferida do paulistano. A conta pode ser feita de outra maneira: são um milhão de pizzas por dia, preparadas nos mais de cinco mil estabelecimentos cadastrados na cidade. Destas, cerca de 70% são entregues na casa do cliente. Ao todo, as pizzarias empregam 15 mil pessoas, a maior i a p r o v e n i e n t e d o N o rte/Nordeste do País. “É a comida símbolo do paulistano”, afirma Elídio Biazini, presidente da Associação de Pizzarias Unidas, entidade criada em 2002 e responsável pela divulgação dos números acima: “Só perdemos para Nova York no consumo de pizzas”. (Os churrasqueiros, como se verá em outra reportagem deste caderno, contestam a afirmação do pizzaiolo: o pessoal da carne garante que a comida símbolo da cidade é o churrasco. De rodízio). Por que a preferência? Biazini tem suas teorias. Ele acha que, primeiro, a pizza é um alimento barato. “Uma de mussarela custa em torno de R$ 15 e serve bem a dois adultos e duas crianças. São menos de R$ 4 reais por pessoa”. Depois, pizza é uma refeição prática e rápida: “A maioria das mulheres trabalha fora e, quando chega em casa, não quer ter preocupações com a cozinha. Liga e em 20 minutos recebe a pizza pronta para ser saboreada”. Por fim, Biazini

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sexta-feira, 28 de julho de 2006

la não faz entregas a domicílio, não se rende às variedades impostas pelo modismo e fica em uma rua de difícil acesso para quem não é da região. Sem fazer concessões, a Castelões vem se mantendo há mais de 82 anos como a melhor pizzaria da cidade, na opinião de alguns críticos. Sempre no mesmo endereço, a rua Jairo Góis, no Brás. A casa foi aberta em 1924 por Ettore Siniscalchi e logo se tornou um reduto de jogadores de várzea do bairro. Dos antepastos, Siniscalchi passou a assar pizzas em forno que ele próprio construiu. Em 1948 a casa foi comprada por um dos garçons, Vicente Donato, que preservou as tradições do antigo dono. Hoje, João Donato, filho de Vicente, diz que já está preparando a sucessão para a terceira geração da família. “Não mudamos o padrão”,

Marcelo Min/AFG

WValente/AFG

Biazini: pizza sugere alegria e confraternização

Um milhão de pizzas por dia, 70% entregues em casa

acredita que pizza é o alimento que sugere alegria e confraternização: “Ninguém recebe o entregador de pizza ou chega a uma pizzaria com mau-humor. A pizza é um prato para ser compartilhado”. A cidade oferece cerca de 50 variedades de recheio, das tradicionais às mais exóticas, como as pizzas de brigadeiro e cheese banana. Uma das novidades, lançadas este mês em algumas casas, é a pizza de mortadela (“Criamos o sabor e agora estamos na expectativa pela aceitação ou não por parte do cliente”). Mas a mais pedida é a de mussarela, seguida pela calabresa e portuguesa: “A pizza de mussarela é a que melhor simboliza a cidade”. São Paulo é tão identificada com a pizza que aqui se comemora o 10 de julho como “Dia da Pizza”, na verdade uma semana de comemora-

Marcelo Min/AFG

João Donato já está preparando a sucessão da Castelões para a terceira geração da família.

diz Donato. Quando tentou mudar, não se deu bem: nos anos 1990 abriu uma filial na Juscelino Kubitschek e

fechou em um ano e meio porque, segundo ele, era impossível manter o mesmo nível de qualidade em dois

endereços diferentes. Donato faz questão de estar presente todos os dias na pizzaria que também funciona como

cantina. A casa abre de segunda a domingo e só fecha no Natal e no Ano Novo.

ções que envolve as 50 pizzarias ligadas à associação. “O objetivo da comemoração é valorizar a produto e os clientes. Percebemos que os clientes de maneira geral estão muito mais exigentes e que boa parte dos estabelecimentos não tem atendido às suas expectativas”. Biazini refere-se à espantosa quantidade de pizzarias clandestinas que estão proliferando principalmente na periferia: “Não temos como medir esse crescimento, mas podemos afirmar que existem pelo menos cinco mil casas clandestinas em funcionamento. Hoje, o investimento mínimo para se abrir uma pizzaria é de R$ 70 mil. Os clandestinos conseguem operar com R$ 15 mil ou menos que isso. Com esse nível, não podem prestar serviço de qualidade”. (LG)

O cardápio de pizzas é formado por 12 sabores, pouco se comparado ao de outras casas, algumas com uma variedade de 40 tipos de recheio. E a mais pedida leva combinação de mussarela Russanu com calabresa de produção própria, a Castelões, sempre com massa muito grossa e borda crocante. “É a tradição”, repete Donato, que se encarrega de selecionar os pizzaiolos que vão trabalhar na casa: profissionais que vêm de outras pizzarias normalmente não são aceitos. O forno ainda é aquele construído por Siniscalchi. Entregam em casa? “Não. O cliente encomenda por telefone e em dez minutos a pizza dele está pronta. É só vir buscar”. Tem gente que sai de todos os cantos da cidade apenas para cumprir esse ritual. Não é nenhum sacrifício. (LG)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LAZER

sexta-feira, sábado e domingo, 28, 29 e 30 de julho de 2006

POESIA, TEATRO... São Paulo e Porto Alegre prestam homenagens. E uma leitura para poucos. Fotos: Editora Globo/Divulgação

Carpeaux analisa Godot, peça de Beckett.

QUINTANA

O

poeta pouco saiu do Rio Grande do Sul. Morou grande parte da vida no Hotel Majestic e chegou a receber o título de Cidadão Honorário, em 1967, da Câmara de Vereadores de Porto Alegre. É também na capital gaúcha que acontecem um dos maiores eventos pelos 100 anos de seu nascimento. No café do cofre, recinto que antes guardava os itens mais preciosos do banco, estão agora expostos fotos de charges na mostra Quintana Cidadão, dentro do evento Viva Quintana! As charges são de autoria de Cado, Canini, Clara Pechansky, Fetter, Lan, Sampaulo, Schöreder, Tacho e Zegadis. E as 35 imagens – que reconstroem a trajetória do poeta em Porto Alegre nas décadas de 1960, 70 e 80 – são resultados de cliques dos fotojornalistas Adolfo Alves, Antônio Carlos Malfada, Antônio Vargas, Carlos Rodrigues, Dulce Helfer, Fernando Gomes, Guaracy Andrade, Jorge Mendes, José Doval, Juan Carlos Gomez, Lisette Guerra, Luiz Ávila, Mar-

Charges no café do cofre. Declamações no MIS. cos Fernandez, Mauro Mattos, Milton Saraiva, Ricardo Chaves, Rogério Soares, Tude Munhoz e Valdir Friolin. A celebração inclui ainda leituras, contação de histórias, workshops e outras atividades até o final de setembro, na Casa de Cultura Mario Quintana, instalada no complexo Santander Cultural. D eclamações - Em São Paulo, o Museu da Imagem e do Som (MIS) promove, até 13 de agosto, um evento em homenagem ao centenário do poeta gaúcho, com a exibição diária, às 20h, de documentação audiovisual sobre a vida e obra do artista. Com organização feita em parceria com a Casa de Cultura Mario Quintana, de Porto Alegre, o público poderá ver entrevistas, programas de televisão e declamação de poesias. E depois do evento, a documentação continua disponível para pesquisa no acervo do MIS. Poemas digitais- No Sesc Carmo, a comemoração inclui exposições, encontros literários e apresentações musicais e de dança, no evento Quintana-

Cony escreve sobre Fausto, de Goethe (acima). Abaixo, montagem recente de Esperando Godot.

res. Na Praça Patriarca, no centro de São Paulo, uma mostra conta com projeções de poemas digitais a partir do trabalho do artista multimídia Alex Lima. Na segunda, dia 31, às 13h, no Vale do Anhangabaú, a atriz Esther Góes lerá obras do autor e os integrantes da Cia. Duo de Malas Teatrais farão intervenções poéticas. A programação continua em agosto. (LHC) Viva Quintana!- Santander Cultural - Rua Sete de Setembro, 1028, Porto Alegre, tel.: (51) 3287-5500. www.santandercultural.com.br Homenagem a Mario Quintana - Museu da Imagem e do Som - Avenida Europa, 158, telefones (11) 3062-9197 e 3088-0896. Ingresso: R$ 3. Quintanares - Sesc Carmo Rua do Carmo, 147, Praça da Sé, tel.: (11) 3105-9121. Praça do Patriarca, centro. Programação completa no site www.sescsp.org.br .

No livro sobre os clássicos (dir.), espaço para Os Lusíadas, de Camões (abaixo).

O amor é quando a gente mora um no outro (O Amor, em Canções)

ANTOLOGIA

Requintado couvert literário

Sabor de rua, a passagem do tempo. Antologias.

E

Algumas obras de Quintana: - A Rua dos Cataventos (1940) - Canções (1946) - Sapato Florido (1948) - O Batalhão de Letras (1948) - O Aprendiz de Feiticeiro (1950) - Espelho Mágico (1951) - Inéditos e Esparsos (1953) - Poesias (1962) - Antologia Poética (1966) - Pé de Pilão (1968) - literatura infanto-juvenil - Caderno H (1973) - Apontamentos de História Sobrenatural (1976) - Quintanares (1976) - edição especial para a MPM Propaganda. - A Vaca e o Hipogrifo (1977) - Prosa e Verso (1978) - Na Volta da Esquina (1979) - Objetos Perdidos y Otros Poemas (1979) - Buenos Aires - Argentina. - Esconderijos do Tempo (1980) - Nova Antologia Poética (1981) - Lili Inventa o Mundo (1983) - Nariz de Vidro (1984) - O Sapato Amarelo (1984) literatura infanto-juvenil - Oitenta anos de poesia (1986) - Baú de espantos ((1986) - Da Preguiça como Método de Trabalho (1987) - A Cor do Invisível (1989) - Antologia poética de Mário Quintana (1989) - Velório sem Defunto (1990) - Sapato Furado (1994) - Mario Quintana - Poesia completa (2005)

Basta de poemas para depois... Ó Vida, e se nós dois Vivêssemos juntos? (Convite, em Baú de Espantos) Quintana: quase nove décadas de espanto e busca pelo sentido na vida

Sérgio Roveri

m 1808, o imperador francês Napoleão Bonaparte, tido à época como o “dono do mundo”, encontrou-se com o escritor alemão Johann Wolfgang von Goethe. Napoleão não escondia sua admiração pelo autor que, aos 25 anos de idade, havia escrito Os Sofrimentos do Jovem Werther, livro que apresentou o romantismo à literatura européia. Com a autoridade de quem já havia lido a obra oito vezes, o imperador encarou Goethe e não suavizou na crítica. “Eu não gosto do final do seu romance”, teria afirmado. Goethe, que naquela altura já havia expandido os domínios da língua alemã com a mesma genialidade com que Napoleão ampliara as fronteiras do exército francês, retrucou corajosamente: “Eu creio que Vossa Majestade não gosta de que os romances tenham um fim”. Episódios como este, em que os protagonistas são alguns dos mais notáveis poetas, romancistas, teatrólogos e até políticos do Ocidente surgem em deliciosa profusão no livro As Obras-Primas que Poucos Leram, Volume 3 (Editora Record, 430 págs., R$ 52,90), no qual a jornalista e escrita Heloísa Seixas, 54 anos, organizou uma série de artigos publicados originalmente na Revista Manchete, entre os anos de 1972 e 1977. Escritos por jornalistas, tradutores e intelectuais do porte de Otto Maria Carpeaux, Carlos Heitor Cony, Bárbara Heliodora, Ruy Fernando Castro e Paulo Mendes Campos, entre Pessoa, autor outros, os 35 artigos esparramam-se de Ficções de sem pressa e com indisfarçável vocaInterlúdio; ção passional na análise de obras moNöel Coward, numentais do teatro e da poesia, coda peça Vidas mo Esperando Godot, de Samuel BePrivadas, e ckett, O Tartufo, de Molière, e Os LusíaMolière, da das, de Camões. Independentemente peça O das particularidades e preferências de Tartufo; e cada articulista, o conjunto de análises Walt representa, de antemão, uma espécie Whitman, de testamento de uma época, nem tão autor Folhas distante, em que a imprensa requisitade Relva: va seus melhores quadros para revereverenciados. renciar a cultura de uma maneira que fosse ao mesmo tempo especializada e confortável para o leitor leigo. Os artigos partem de uma arquitetura praticamente uniforme: primeiro contextualizam a obra analisada, situando-a no panorama sócio-político em que ela foi originalmente produzida, para depois apontar sua influência no pensamento daquele período. E, entre uma coisa e outra, salpicam a narrativa com informações pessoais sobre o autor – suas decepções amorosas, sua incompreensão por parte do público e, em muitos casos, seus sucessivos fra-

cassos comerciais no início da carreira. É assim que, por exemplo, em sua análise sobre a peça Esperando Godot, Otto Maria Carpeaux explica por que Samuel Beckett, ao lado de Franz Kafka, é apontado como o maior poeta sobre o nada do século 20. Depois demonstra, de maneira impiedosa, sua estupefação em relação à glória do autor. “Como foi possível”, questiona Carpeaux, “que a Real Academia de Estocolmo conferisse um prêmio Nobel, láurea dos esforços em prol do progresso da humanidade, a este autor da negação total, a este profeta do vazio? Como disse Ionesco, a glória é um conjunto de equívocos em torno de um nome”. A organização de Heloisa Seixas tem um mérito inegável – o de conseguir dotar de uma narrativa fluida e de poucas turbulências uma obra escrita por autores de formação e estilos tão diversos. Um cuidado maior de revisão, principalmente na grafia de alguns nomes e na conferência de datas, seria bem vindo. O dramaturgo inglês Christopher Marlowe, a quem se chegou a atribuir a autoria de algumas obras de Shakespeare, surge no livro como Marlow. E Goethe, de quem Carlos Heitor Cony costura um perfil muito interessante, teve sua morte antecipada em dez anos: o autor de Fausto morreu em 1832, e não em 1822 como a publicação revela. A produção em língua portuguesa surge representada em sete artigos, que se propõem a dissecar desde o poema épico Os Lusíadas, de Luís de Camões, até as poesias de Manuel Bandeira. Olavo Bilac e Fernando Pessoa são outros autores de língua portuguesa que mereceram destaque. Claro fica que Seixas não se preocupou em cercar seu livro de qualquer cronologia ou ditames estilísticos: o poeta Rimbaud tornou-se vizinho do dramaturgo Nöel Coward, da mesma forma que os versos de Walt Whitman fazem companhia aos de Gonçalves Dias, numa prova de que o objetivo da publicação é resgatar a diversidade de obras que se tornaram clássicas, independente da época ou do idioma em que foram produzidas. As Obras-Primas Que Poucos Leram cumpre, assim, a função de um sedutor cartão de visitas para um mundo freqüentado por personagens que, de tão trágicos, românticos, vingativos ou niilistas, entraram para a história da literatura do ocidente. É um couver t que, embora saboroso e em quantidade generosa, não diminui o apetite sobre o prato principal – as obras nas quais ele se inspirou.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, 28 de julho de 2006

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ESPECIAL - 5

Começou com o Famiglia Mancini, avançou com o Walter Mancini, depois virão Jeremias, o Bar, o botequim Central 22 e uma galeria de arte na rua Avanhandava. Walter quer restaurar a alegria da cidade

ntre as cantinas, que representam a linha mais popular da gastronomia italiana, a Famiglia Mancini, da rua Avanhandava, pode ser considerada um fenômeno: aberta em maio de 1980 em uma região pouco valorizada na época, ainda provoca filas de clientes à porta. Walter Mancini, o dono, ainda assim lamenta a falta de alegria que se abateu sobre o paulistano: “A bandalheira política do País e a violência na cidade tiraram o bom humor das pessoas: não há o que comemorar. E isso se reflete no movimento dos

restaurantes”. Ainda assim Walter se empenha para transf o r m a r a Av anhandava em espaço gastronômico e de lazer: em setembro inaugura o Jeremias, o Bar, inspirado no personagem de Ziraldo, “Jeremias, o Bom” (o nome, segundo Walter, foi um pedido do próprio cartunista), um botequim chamado Central 22 e uma galeria de arte, a Caligra-

Marcelo Min/AFG

Mancini: “É preciso restaurar a alegria da cidade”

fia. Os novos espaços vão se juntar ao Famiglia, ao restaurante Walter Mancini e à pizzaria Famiglia Mancini. O homem que já foi conhecido como o “pai do peso”, por ter instituído a balança para os antepastos do Famiglia, e que já causou espanto em muitos economistas por ter criado o parcelamento das refeições em até três vezes no cartão, deve passar a ser

identificado como o “dono da rua”. Mas, aos 64 anos de idade, Walter prefere mesmo ser reconhecido como o “vendedor de felicidade”. “É preciso restaurar a alegria da cidade e é isso que eu espero fazer na Avanhandava: uma rua em que as pessoas sintam prazer de visitar”. Na inauguração dos novos espaços, a rua será tomada por manequins femininos decorados por artistas plásticos - um idéia tirada do “Cow Parade”. Os manequins serão leiloados e o dinheiro destinado a instituições de caridade. (LG)

Com o fechamento do Carlino, a Cantina Capuano, na Conselheiro Carrão, se tornou a mais antiga da cidade: completará um século em 2007 sem fazer concessões. Seu fisili ao sugo é o mesmo desde o início

Fotos: WValente/AFG

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O fusili da Cantina Capuano: o segredo está no molho ao sugo, preparado pela própria Elisabeta, à direita da foto com o marido Cosmo e seus funcionários

m uma cidade em que 35% de bares e r e s t a u r a n t e s f echam ainda no primeiro ano de funcionamento e a concorrência entre os estabelecimentos é a mais acirrada do País, chegar às vésperas do centenário sem abrir mão da tradição e permanecer alheio aos modismos é um feito a ser reverenciado. O título foi conquistado com o fechamento da Cantina Carlino, (1881-2002). Aberta em 1907 por imigrantes do sul da Itália, a Cantina Capuano é o restaurante mais antigo de São Paulo: em outubro de 2007 completará um século de funcionamento ininterrupto e, que ninguém duvide, continuará servindo o mesmo fusili ao sugo preparado com massa e molho caseiros que deu fama à casa. “Acho que o segredo dessa longevidade é a honestidade dos nossos serviços”, afirma Elisabeta Luisi Gagliardi, de 57 anos, primogênita de Ângelo Luisi, 86, o patriarca nascido em Salerno, ex-operador de cinema e exvendedor, que em 1960 comprou a cantina de Francisco Capuano. Era um espaço na rua Major Diogo, próximo ao local onde em 1948 seria aberto o Teatro Brasileiro de Comédia. Mas os artistas do TBC, gente de temperamento boêmio, pouco fre-

qüentavam a casa: é que Francisco Capuano estabelecia horário rígido para encerrar as atividades. “Pouco antes das 11 da noite, ele batia na mesa com uma barra de ferro, uma senha para que as mesas fossem desocupadas. Às onze em ponto, ele baixava as portas”, lembra Elisabeta. Capuano não fazia concessões: o então governador Adhemar de Barros, acompanhado de uma comitiva, foi barrado porque chegara perto do horário de fechamento.

O cardápio era fixo: entrada, formada por calabresa seca e provolone, prato principal de fusili ou cabrito assado e frutas como sobremesa. “Hoje temos mais opções, mas o fusili ainda é o mesmo, preparado com massa fresca e moldado com ferrinhos”, conta Elisabeta. O molho ao sugo, um dos segredos da casa, é preparado pela própria Elisabeta. Exige dois dias de preparação, um apenas para selecionar e preparar os tomates e mais seis horas de cozimento junto com a brac-

ciola. As únicas exceções para as massas industrializadas são abertas para o espaguete, para o penne e para o rigatone: “De resto, preparamos tudo aqui, como no início”. Em 1968 a Capuano saiu do sobrado da Major Diogo para a rua Conselheiro Carrão, on-

de funciona até hoje. Elisabeta, que desde os 11 anos de idade freqüentava a cantina para aprender os segredos da massa com a mãe, assumiu a cozinha junto com a irmã Teresa. Seu Ângelo, cujo prazer é prosear com os clientes e tocar bandolim e clarinete, tam-

bém continua na ativa. São eles que fazem todo o serviço da casa com a ajuda de quatro funcionários - da limpeza ao atendimento aos clientes. Não tem página na internet, não fazem anúncio pago em revistas. E continuam firmes. (LG)


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sexta-feira, sábado e domingo, 28, 29 e 30 de julho de 2006

LAZER - 3

CIRCO E CENA Ilusões e fantasias no palco: retratos da vida. Mais coral, corpo e imagem.

Fotos: Divulgação

Poesia visual

P

lic ploc, plic ploc, plic ploc. Chove. Barulho da chuva caindo no chão e nos telhados. No palco, o Cirque Plume, no espetáculo que se passa em um lugar no qual chove constantemente. Para espantar a melancolia, alegria e cores, música e contorcionismo. Poesia visual e sonora. Nascido em 1984 na cidade de Besançon, o francês Cirque Plume foi criado a partir de um grupo de fanfarra musical e já levou a seu picadeiro dois milhões de espectadores em 18 países diferentes. O grupo se apresenta pela primeira vez no Brasil na abertura da Temporada de Dança do Teatro Alfa em 2006, em seis noites, a partir deste sábado, 29. A história começa com uma pequena goteira, um vazamento, aumentando até atingir proporções inimagináveis. Da goteira inicial ao jato d’água, da nuvem de bolhas de sa-

bão ao jorro da cascata e ao rio, a água está sempre lá. O Cirque Plume é dirigido por Bernard Kudlak, também autor de Plic Ploc. Com direção musical de Robert Miny, no total, 13 artistas atuam: Patrick Barbenoire, Maëlle Boijoux, Nicolas Boulet, Sylvaine Charrier, Pierre Kudlak, Alain Mallet, Benoît Schick, Guillaume Montels, Mark Pieklo, Kimberly Scully, Brigitte Sepaser, Laura Smith, Laurent Tellier. Eles se revezam em vários esquetes e nas funções de clowns, acrobatas, malabaristas e músicos.

Arquivo DC

Lúcia Helena de Camargo

VOZES

Rock do Queen. É o Coral Paulistano em versão pop.

A

Contraponto à melancólica chuva: pantomima, sons e cores.

Plic Ploc - Cia. Cirque Plume no Teatro Alfa - Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722, Santo Amaro, tel.: (11) 5693-4000. Amanhã, sábado (29), domingo (30), segunda (31) e 1, 2, 3 de agosto. Domingo às 18h e demais dias às 21h. Ingressos de R$ 40 a R$ 60.

idéia é popularizar para cativar. Assim, depois de apresentar-se no passado interpretando canções de Chico Buarque e dos Beatles, agora o Coral Paulistano canta Queen. O espetáculo, parte da série Matinê no Municipal, é composto por 14 músicas da banda inglesa. Entre elas, a conhecida We Are The Champions, Dear Friends, a romântica Love of My life, além de Bohemiam Rhapsody, Somebody to Love, Radio Ga Ga, Don't Stop me Now e Seaside Rendezvous. As canções serão interpretadas por seis cantores: os tenores Helder Savir, José Palomares e Fernando Grecco e os baixos Xavier Silva, Diógenes Gomes e Jan Szot. O acompanhamento instrumental estará a cargo de Tarik Dib (teclados), Alberto Cunha (teclados e guitarra), Rubens de Donno (contrabaixo). Paulo Tiné (guitarra e violão), Nestor Gomes (percussão) e Lambari (sax e clarinete). A direção musical do espetáculo e os arranjos são de Alberto Cunha. Integrante do corpo artístico do Teatro Municipal de São Paulo, o grupo comemora 70 anos de existência em 2006. Atualmente, está sob a direção da maestrina Mara Campos, cuja marca vem sendo o desenvolvimento de projetos ecléticos. Assim, as vozes são colocadas tanto a serviço de obras eruditas a capela e coral-sinfônicas quanto espetáculos como este, voltados para a música popular. (LHC) Coral Paulistano Canta Queen - Teatro Municipal de São Paulo - Praça Ramos de Azevedo, s/nº, Região Central, tel.: (011) 3222-8698. Amanhã, sábado, dia 29, às 16h. Ingressos: de R$ 5 a R$ 10.

DANÇA

TEATRO

Em Cleide Eló e as Pêras, Gero Camilo exercita sua versatilidade

Lois Greenfield/Divulgação

Divulgação

Cleide e Eló: identidade dos personagens revelada apenas no final do espetáculo.

N

este fim de semana, a premiada companhia de dança David Parsons Dance Company (acima), fundada há 19 anos em Nova York, fará apresentações no palco do Credicard Hall. A companhia formada por onze bailarinos apresentará seis peças. Entre elas, Wolfgang, Shining Star e In The End. (RA) David Parsons Dance Company - Credicard Hall. Av. das Nações Unidas, 17.955, Santo Amaro, tel.: (11) 6846-6010. Sexta (28) e sábado (29), às 21h30; domingo (30), às 18h. Ingressos de R$ 80 a R$ 140.

CLÁSSICO Peça entra em cartaz no Sesc Avenida Paulista

Paixão, inimiga da razão.

prisionado em tipos específicos e reducionistas, tanto no cinema quanto na televisão, é no teatro que o ator e dramaturgo Gero Camilo encontra um terreno mais propício para exercitar sua versatilidade. Há pouco mais de dois anos, ele deixou clara, no comovente espetáculo Aldeotas, sua maturidade como autor teatral. A dramaturgia de Camilo ganha mais um capítulo hoje, com a entrada em cartaz de Cleide Eló e as Pê-

Sérgio Roveri ras, espetáculo baseado em contos extraídos do livro A Macaúba da Terra, que ele publicou em 2002. Ao contrário de Aldeotas, um tratado sobre a amizade e o correr dos anos, Cleide Eló e as Pêras dedica-se agora a falar da paixão sob o ponto de vista de uma das suas principais peculiaridades: a de tornar-se de imediato inimiga da razão. A peça, dividida em três pequenos esquetes, traz, no primeiro deles, os depoimentos

de Ernesto (Camilo), um vigia noturno caído de amores pela jovem Cleide. No segundo bloco, a jovem Isadora (papel da atriz Paula Cohen), abre o jogo sobre Eló, rapaz por quem se diz apaixonada. O último quadro revela ao público quem são, afinal, Cleide e Eló, estes dois personagens que tanta paixão despertaram nos narradores do espetáculo. Cleide Eló e as Pêras reúne os três últimos contos do livro A Macaúba da

Terra que ainda não haviam sido adaptados para os palcos. Antes deles chegaram ao tablado As Bastianas, numa produção da Companhia São Jorge de Variedades, e Entreatos, que deve direção de Ivan Andrade. Cleide Eló e as Pêras, Sesc Avenida Paulista, Espaço Oitavo Andar, Avenida Paulista, 119, tel.: (11) 3179-3700. Quinta a domingo às 21h. Ingressos a R$ 15.

Arquivo DC

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A água jorra, envolve um mundo de pessoas e de símbolos.

Obra-prima de Jacques Tati

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iretor, roteirista e ator francês, Jacques Tati (1907-1987) ocupa lugar especial na história do cinema. Batalhador, realizou obrasprimas sem apelar a financiadores profissionais. Acabou falindo, ao construir uma cidade inteira para filmar Tempo de Diversão (Playtime,

em 1967). Seu personagem (alterego) é Hulot, crítico mordaz da tecnologia, que prefere a mímica às palavras (Tati era mímico). Um de seus clássicos é As Férias do Sr. Hulot, de 1953. Cartaz do Cine Olido, nesta sexta (28). Avenida São João, 473. Tel.: 3334-0001. 19h30. Grátis.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.LAZER

sexta-feira, sábado e domingo, 28, 29 e 30 de julho de 2006

GASTRONOMIA Window: música, dança e uma vista de sonho

Paixões de T. Jefferson

Fotos: Divulgação

José Guilherme Ferreira

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A bela vista das janelas e a gratinada de badejo e camarões ao molho de açafrão e arroz branco, um dos pratos do menu comemorativo pelo primeiro ano de funcionamento.

dia 28 de fevereiro amanheceu com chuva e neve na Paris de 1787. Desafios extras para certa carruagem, puxada por três cavalos, ao iniciar viagem com destino aos mais famosos vinhedos do mundo, entre eles os do coração da Borgonha, na Côte d'Or. O passageiro era Thomas Jefferson, autor da Declaração da Independência dos Estados Unidos (1776) e que viria a ser o 3º presidente do país (1801-1809). Na valise, um indefectível saca-rolhas. Detalhes da temporada de Jefferson em Paris como ministro plenipotenciário, dos bons garfos e interlocutores na farta mesa da residência em ChampsElysées e das visitas que fez a vinhedos europeus estão em Passions - The Wines and Travels of Thomas Jefferson (Bacus Press/Baltimore, 1995), de James M. Gabler. Na primeira parada, Auxerre, elogio ao "generoso" Clos de la Chainette. Na lista de preferidos, entretanto, renomados Borgonhas, degustados in loco: Chambertin (grand cru), Vougeot e Vosne. Jefferson também esteve em Bordeaux, Vale do Rhône, Champagne,

Provence e Languedoc. E conheceu propriedades na Itália e na Alemanha. Tantas foram as paixões cultivadas por ele que é considerado uma espécie de Leonardo da Vinci da América. Tinha como temas de interesse o direito, a liberdade e a democracia. E ao lado das tarefas políticas, cortejava a música e a arquitetura (ele mesmo projetou seu casarão em Monticello, na Virginia, cercado de parreiras). Fã de finos Sauternes, foi um dos grandes conhecedores de vinhos de seu tempo. E wine adviser de vários presidentes dos Estados Unidos.

http://www.thomasjefferson.net/wineconnoisseur.html http://www.presidentsusa.net/jefferson.html

ADEGA

Companheiros!!! Sérgio de Paula Santos

E São Paulo à janela Lúcia Helena de Camargo

W

indow é o nome da casa. Não por acaso, pois remete à sua atração mais evidente: a inacreditável vista que rodeia as mesas de todas as janelas. No 23º andar do hotel Gran Meliá Mofarrej na Alameda Santos, as árvores do Parque Trianon parecem um tapete verde. O coreto lá embaixo faz imaginar uma ágora. Dentro do restaurante, uma pista de dança no centro do salão atrai casais mais animados, que em vez de esperar a refeição sentados, aproveitam para se exercitar num bailado. A decoração moderna, com toques art-noveau, destaca os painéis em madeira entalhada nas paredes, executados por Phelippe Serond, o restaurador do Maxim's de Paris. A luz indireta, combinada com velas, dá o toque aconchegante.

E ainda há a comida, que não é coadjuvante nesta história. Longe disso. Assinado pela chef alsaciana Marie Anne Bauer, o menu francês ganhou este mês uma "formule" comemorativa, para celebrar o primeiro ano de operações do Window. As sugestões que constam desse cardápio são de pratos mais pedidos pelo público durante os doze meses de funcionamento. Ao que interessa, portanto. Entre as escolhas para entrada, estão salmão defumado ao molho de alcaparras com pumpernikel vodka ou mesclun de folhas nobres com lâminas de magret defumado, confit e foie gras ao vinagrete de cereja amarena, ou ainda

risoto de haddock defumado com queijo mascarpone e tomate confite. Para prato principal, chega o cassolette Oceano, a gratinada de badejo e camarões ao molho de açafrão e arroz branco ou pavê de salmão ao molho de agrião com purê de batata com raiz forte. Pode ser ainda cordeiro com purê de grão de bico e molho de hortelã ou, para os tradicionais, filé mignon grelhado no azeite extra virgem com shitake, tomate ao forno e purê de batata. Na sobremesa, profiterolles ao chocolate com sorvete de baunilha ou mousse de mascarpone com frutas silvestres e seus caldos, ou ainda uma cesta de frutas da estação com

sorvete à escolha. Ao preço de R$ 110 por pessoa, o menu especial inclui entrada, prato principal e sobremesa, mais uma garrafa de vinho para cada duas pessoas. E a isenção de taxa de couvert artístico, cobrado normalmente (R$ 25) em razão dos DJs que se apresentam na casa. A segunda-feira é dia de música romântica; MPB e bossa nova na terça; os ritmos latinos aparecem na quarta; flash-backs dos anos de 1960, 70, 80 e 90 na quintafeira. E na sexta, uma mistura das noites anteriores. Alex, Marcelo K e Abud são alguns dos DJs que lá atuam. Para dançar e comer bem, além de avistar São Paulo de cima, Window. Window - Gran Meliá Mofarrej Alameda Santos, 1437, Cerqueira César, telefone: (11) 3146-5900.

Luludi/LUZ

Charmoso oyster bar: Camila, cliente atenta, faz o teste

Descontraído e descolado

HAPPY HOUR

Sumaré boêmia

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ais e mais a Avenida Sumaré se estabelece como via de lazer dos paulistanos. Largas faixas de interligação entre as zonas norte e sul, amplo é o arborizado canteiro central, pista de 3.300 metros para caminhadas, jogging e ciclismo. Pouco tempo atrás a Prefeitura proibiu ali a prática do rapel: jovens deslizando por cordas lançadas 23 metros acima, do viaduto da Avenida Dr. Arnaldo. Mas como todas as leis... ainda há quem pratique! Apoiando o relax dos esportistas, os bares vêm surgindo na trilha, adentrando a noite com animação. Talvez mesmo sem saber, tais botecos borbulham ao longo do que foram as margens do

Armando Serra Negra riacho Água Branca (hoje canalizado sob a avenida), inferindo à região – com toda a propriedade – a metáfora de uma nova "praia paulistana". Desembocando no rio Tietê, até a década de 40 o córrego garantia a lavoura das pequenas chácaras da região; hoje o asfalto dá acesso à paquera descolada, cerveja gelada e badalação. Remando nessas águas, acaba de aportar o Geribá Bar e Restaurante. Casarão simpático de esquina, todo pintado de verde, confortáveis mesinhas na calçada, protegidas no inverno por um bem bolado e eficiente sistema de aquecimento. Pequeno oyster bar logo na entrada convida para qualquer estação: melhor acompanhamento para ostras carnudas, Chandon Brüt

(R$ 55, garrafa de 750 ml). O público está na faixa dos 30, e não raro estende o happy hour – chope (R$ 3,50), caipirinha e caipiroska (R$ 9) – para o jantar. Assina a cozinha Luiz Paiva (ex-The Place e ex-Maddá) sugerindo, principalmente, a Picanha no Avesso: para até quatro pessoas, carne argentina recheada com calabresa e cenoura, mais acompanhamentos (R$ 59). Petisco? Experimente a cremosa polenta de colher, diferentes molhos (R$ 6). Geribá é homenagem à praia de Búzios (RJ). Vá até lá e jogue os seus! Geribá Bar e Restaurante Rua João Ramalho, 899 (esquina com avenida Sumaré), tel.: (11) 3875-1029.

Casarão de esquina: todo verde

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embra Ênio Squeff que Beethoven em seu leito de morte pediu vinho. Pediu e foi atendido, trouxeramlhe um Rüdesheimer 1806. Não pôde tomá-lo, entretanto. Olhou-o carinhosamente e disse com tristeza: "É muito tarde". Beethoven, Mozart, Haendel, Liszt, Schubert, entre outros compositores, foram amigos do vinho. Toda civilização e cultura ocidentais sempre estiveram ligadas ao vinho. Não é, pois, de estranhar que músicos, poetas, filósofos e artistas tenham tido em suas vidas a companhia constante do vinho. Valeria a pena citar o exemplo de Goethe, que em sua obra e em sua correspondência refere-se amiúde ao vinho e ao prazer de beber. Em sua carta de 24 de março de 1820, de Carlsbad, estação termal onde se recuperava, encomenda a uma firma de Schweinfurt um barril de vinho de Francônia (Frankenwein), seu vinho predileto. Juntamente com a água mineral de Carlsbad, tomava diariamente dois litros de vinho. Talvez por isso tenha-se curado. Por causa da fragilidade da condição humana, quantas ambições e desejos não deixamos de realizar, seja por impossibilidade, seja por postergá-las, seja finalmente por "falta de tempo". A ambição é ilimitada e o tempo curto e imprevisível. Em Os Pastores da Noite J orge Amado cita um provérbio do cais do porto de Salvador: "Não se pode dormir com todas mulheres do mundo, mas deve-se fazer um esforço". O mesmo se aplica aos vinhos: não se pode beber todos os vinhos do mundo, mas não custa tentar. Alguns poucos, entretanto se possível, devem ser experimentados. Não há que ter pressa, mas também não se deve deixar para a última hora. É freqüente perderem-se vinhos por usura e egoísmo dos proprietários, e justamente o vinho, que exige companhia, que faz e mantém amigos.

Que maravilhoso exemplo de sociabilidade e generosidade de Yan de Almeida Prado, que como anfitrião vem recebendo regularmente grupos de amigos há mais de 50 anos, em ambiente hospitaleiro de mesa farta e adega inesgotável. Assim como respondem os adeptos de Baco aos que acusam o álcool de matar lentamente, podemos também contestar. Não temos pressa! Enquanto isso, ocorrem-nos à memória sensorial alguns nomes de vinhos, não especialmente famosos, raros ou custosos, mas vinhos queridos, ligados a circunstâncias, fatos ou datas. Afinal, a desgustação é uma experiência eminentemente subjetiva, com base neurossensorial e acentuada participação psicológica. De momento nos vêm à lembrança alguns vinhos, como o verde Alvarinho, branco; Cepa Velha; os Barca Velha, tintos, maduros; Barolo 1964; Bernkasteler Doktor (da viúva Dr. Tanisch); champanhas René Lalou; Cristal e Dom Pérignon; Château Ausone; Château Margaux 1959; Château d’Yquem 1929; Clos de Vougeot, Colares tinto da viúva Gomes; La Tache; Madeira Terrantez; Nuits do St. Georges; alguns Portos do século passado; Vega Sicília; Verdicchio; Weissherbst; Yao Condal 1955 e toda a maravilhosa safra de vinhos da Francônia de 1976. Como se pode ver, não são muitos (felizmente, a memória é função do tempo) nem são, com alguns exceções, muito difíceis de se obter. Poderão, assim ser bebidos, degustados e repetidos algumas vezes enquanto "não é muito tarde..." Sérgio de Paula Santos é médico e crítico de vinhos. Membro-Fundador da Federação Internacional dos Jornalistas e Escritores do Vinho (Fijev), é autor de livros sobre vinhos, o último dos quais, O Vinho e suas Circunstâncias, Senac, SP, 2003.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 28, 29 e 30 de julho de 2006

LAZER - 5

TVCINE A vida de um grande ator francês, dois filmes brasileiros e Cuba pelos olhos de Andy Garcia Divulgação

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A verdade e a loucura em preto e branco

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A Cicatriz, de Krzysztof Kieslowski, em exibição no Telecine Cult na quinta, dia 3 de agosto

TV revisita o cinema e o teatro ESTRÉIAS

Depardieu desvendado e a beleza do leste europeu Regina Ricca

Eurochannel/Divulgação

Gérard Depardieu: infância tumultuada

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cinema europeu e o teatro brasileiro ganham atenção especial na programação televisiva desta semana. A jornada rumo à sétima arte começa já neste domingo, dia 30, com a exibição de um documentário inédito produzido em 2000 sobre Gérard Depardieu, que vai ao ar às 22h pelo Eurochannel. O diretor Jean-Claude Guidicelli revê a trajetória desse ator francês mostrando que, antes dele ser conhecido em todo o mundo (graças, principalmente, aos filmes que rodou em Hollywood), Depardieu teve uma infância tumultuada, difícil, da qual só foi resgatado por uma assistente social que o incentivou a se-

guir carreira como ator. Em seguida, relembra momentos marcantes da carreira do ator, como suas participações em filmes como Cyrano de Bergerac (1990) – que lhe valeu uma indicação ao Oscar de melhor ator –, Danton (1983), de Andrzej Wajda, e Camille Claudel (ambos de 1988). Outro expoente do cinema europeu, o diretor polonês Krzysztof Kieslowski, será homenageado em todas as quintas-feiras de agosto, sempre às 22h, pelo Telecine Cult, com a exibição de filmes premiados e outros que marcaram a carreira de Kieslowski. Além das cinco produções selecionadas, completam a mostra dois documentários sobre a carreira de Kieslowski. O crítico de cinema Marcelo

Janot comentará cada produção antes de suas exibições. Nesta quinta, dia 3, o festival começa apresentando A Cicatriz, longa que marca a estréia do diretor no cinema. Em seguida, entra em exibição o primeiro documentário sobre o polonês, Lição de Cinema - Kieslowski. No dia 10, vai ao ar Amador, sobre um homem que começa a gravar por acaso cenas do cotidiano com uma filmadora e acaba tornando-se testemunha dos mais diversos acontecimentos de sua cidade. Também no dia 10, o canal exibe o segundo documentário, Kieslowski, um diretor polonês. Os próximos filmes são Não Matarás (no ar em 17 de agosto) e Não Amarás, respectivamente quinto e sexto episódios de Decálogo – série de 10 títulos produzidos pela televisão polonesa que remetem a uma metáfora dos Dez Mandamentos da Bíblia. A homenagem a Kieslowski termina com a exibição de A Dupla Vida de Veronique, que concorreu à Palma de Ouro no Festival de Cannes e levou o prêmio de melhor atriz (para Irène Jacob). Em setembro o festival continua, e os assinantes do Telecine poderão conferir a trilogia do diretor, sucesso no mundo inteiro: A Liberdade é Azul, A Igualdade é Branca e A Fraternidade é Vermelha. Na terça, dia 1º de agosto, será a vez de o teatro entrar em cena na TV graças a SescTV, que vai apresentar, às 22h, o documentário Fora de Cena - Teatros do Brasil. Dirigido por Raul Netto e apresentado pela atriz Clarice Abujamra, o filme é baseado no livro homônimo do cenógrafo J.C. Serroni, e mostrará, em quatro episódios, alguns dos mais importantes espaços cênicos da cidade de São Paulo, como os históricos Arena, Oficina, Tuca e TBC, o Ruth Escobar, a sala Cultura Artística, a sala São Pedro, o teatro Municipal de São Paulo, o Espaço Brincante, a Sala São Paulo, o Centro Cultural São Paulo e as unidades do Sesc Pinheiros, Pompéia, Anchieta e Santos.

Verdade Nua: Atom Egoyan dirige trama com muitos segredos a serem desvendados

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erdade Nua (Where the Truth, Inglaterra/Canadá, 2005, 106 minutos). Em 1950, a dupla de apresentadores Vince Collins (Colin Firth) e Lanny Morris (Kevin Bacon) é o grande sucesso da TV americana. Apesar da fama, a separação acontece. Depois de 15 anos do rompimento, a jornalista Karen O'Connor (Alison Lohman) decide escrever um livro sobre os motivos da ruptura e começa a descobrir segredos nunca antes revelados. Dirigido por Atom Egoyan. Estamira (Brasil, 2005, 115 minutos). O diretor Marcos Prado acompanhou a rotina de Estamira de 2000 a 2004. Aos 63 anos, ela sofre de distúrbios mentais e há 20 vive e trabalha no Aterro Sanitário de Jardim Gramacho. Os depoimentos do documentário são de um discurso

filosófico e poético. O longametragem nacional do estreante Marcos Prado, premiado em diversos festivais, traz belas imagens filmadas em preto e branco. A Hora do Rango (Waiting..., Estados Unidos, 2005, 94 minutos). O tempo que Rob McKittrick trabalhou como garçom em um restaurante serviu de base para a comédia A Hora do Rango. O longa acompanha a rotina de um dia no fictício restaurante ShenaniganZ. Quem faz parte do dia-a-dia nada comum do lugar é Justin Long (Olhos Famintos) e Ryan Reynolds (Apenas Amigos). Dirigido e roteirizado por Rob McKittrick. Vamos Todos Dançar (Mad Hot Ballroom, Estados Unidos, 2005, 105 minutos). Em 1994, alunos de duas escolas públicas de Nova York

começaram a ter aulas de dança de salão. Aos poucos, outras instituições aderiram à novidade e, depois de uma década, 60 colégios já ofereciam o curso. O documentário acompanha a trajetória dos alunos desde os primeiros passos de dança até o resultado final do campeonato. A Cidade Perdida (The Lost City, Estados Unidos, 2005, 143 minutos). Ambientado em Cuba, década de 1950, o drama mostra o cotidiano de uma família de classe média alta que vive sob o governo do ditador Fulgêncio Batista. Infelizes com a situação, os irmãos Ricardo (Enrique Murciano) e Luis Fellove (Nestor Cabonell) aliam-se aos revolucionários comandados por Fidel Castro e Che Guevara. Dirigido por Andy Garcia. (RA)

A Hora do Rango: restaurante

A Cidade Perdida: Cuba no salão

Estamira: de Marcos Paulo

Veja a programação de cinema em www.dcomercio.com.br

CD

Simplicidade dá o tom Divulgação

Lucina: música para aquecer ouvidos cansados de ruídos

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Aquiles Rique Reis

ucina parecia aquietada em seu canto. O silêncio aparentava ter sombreado sua voz. Seu recolhimento, lá nas bandas praieiras de Niterói, sugeria que ela desencantara. Seu canto se fazia tímido, suficiente, talvez, apenas para embalar os mais próximos. Fazia-nos falta o cantar de Lucina. Sua voz grave e suave precisava ser ouvida novamente por quem dela se encantou um dia. Seu jeito de fazer música não poderia ficar mesmo por muito mais tempo na encolha. Eis que Zélia Duncan cria uma gravadora, a Duncan Discos, e nos presenteia com um novo disco de Lucina. E Lucina, que formou dupla com Luhli, isso lá pelos anos 1970, compôs nove canções com parceiros diversos e as gravou em A Música em Mim. Com Luhli, sua antiga parceira de cantorias e criações, fez a melodia para Ao Menos e Corpo Canção; com Zélia, sua agora parceira e produtora, criou melodias para Coração Inquebrável e Enfim; com Vicente Barreto (compositor bamba dentre os bambas que temos; mago da mão direita; músico diferen-

ciado que tira sons inimagináveis de seu violão) fez os versos para a saborosa Música na Feira; com Lenita Lopez fez A Música em Mim, balada que abre o CD; com Paulinho Mendonça escreveu a linha melódica de Beijo Clandestino; musicou Oxford Street, um sonho viajante de Sonya Prazeres; e também musicou o samba de Joãozinho Gomes, Samba da Zinha, que fecha o disco. Os arranjos, em sua maioria (quatro), são coletivos; Bia Paes Leme escreveu dois deles (Música na Feira e Corpo Canção); Fábio Luna (que no disco também toca bateria, percussão e flautas) concebeu com flautas e flauta-baixo um belo arranjo para Coração Inquebrável; Marcelo Caldi (que no CD toca piano e acordeão) fez arranjo para Enfim, e Christiaan Oyens, para Oxford Street, que conta com a participação vocal de Zélia Duncan. Com concepção delicada, A Música em Mimfaz do minimalismo seu ponto de partida. A simplicidade dá o tom. A criatividade está presente em cada nota, em cada acorde, em cada sílaba, em cada respiração, em cada inspira-

ção. Lucina canta com a voz da maturidade, aquela que soa bonito por não sentir necessidade de parecer bela; é bela porque é; apenas isso. Tudo isso é A Música em Mim. Os versos de Lenita Lopez que abrem A Música em Mim (cujo intermezzo de sax tenor tocado por Marcelo Bernardes é estupendo) saem da boca de Lucina como uma confissão de fé: “Há música em mim quando acordo cedo/ A música em mim finge não ter medo/ Há música em mim quando dói o dente/ A música em mim age normalmente/ A música em mim tenta ser discreta/ Há música em mim quando fico quieta.” E ouso acrescentar: há música em Lucina como há em tantas e tantos outros de sua geração. Há música em Lucina que não pode (nem deve) calar. Há música em Lucina que precisa ser ouvida para aquecer ouvidos cansados de ruídos do dia-adia. A música de Lucina estava fazendo falta. A música em Lucina sensibilizou Zélia e a entusiasmou a gravá-la e lançá-la a nós. Nós, que podemos voltar a ouvi-la, sentimos que sua música tem tudo a nos dizer. Há mais na música de

Lucina do que supõem os mercadores com ouvidos entupidos de falsa modernidade. Na poesia de Ao Menos, escrita por Luhli e cantada com graça e vigor por Lucina, ouve-se: “Ao menos diz que valeu/ Ao menos diz que foi feliz/ Quando a tristeza vem assim de enxurrada/ A dor é água/ E a saudade é o trampolim”. Mais uma vez, peço licença para seguir o trilho: se ao menos há a música (se ao menos se cria a música), nada poderá ser, nada será tão difícil quanto agora está, e nem mesmo parecerá que nada nunca mais voltará a ser como se sonhou num belo e triste dia de uma juventude que já se foi e teima em demonstrar que nunca reflorescerá. Lucina canta mais versos de Luhli, os de Corpo Canção: “Olho é o espelho do lugar/Alma está aqui para o prazer/ A cabeça serve pra uma coisa só: o amor amar”. Perdão, nada mais tenho a acrescentar. Aquiles Rique Reis é vocalista do MPB4 e autor de O gogó de Aquiles, editora A Girafa.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 ISRAEL De acordo com informações do Exército, 51 israelenses morreram desde o início do conflito. Dezenove eram civis

Internacional

sexta-feira, sábado e domingo, 28, 29 e 30 de julho de 2006

LÍBANO Segundo dados oficiais do governo, nos 16 primeiros dias do conflito, 433 libaneses morreram, 386 eram civis

Israel convoca mais 30 mil soldados Depois das baixas, governo israelense decide não ampliar ofensiva terrestre, mas já chamou três batalhões para treinamento e prontidão

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Kai Pfaffenbach/Reuters

Soldados israelenses descansam perto da fronteira, na região da vila israelense de Avivim, depois de retornarem de pesados combates dentro do Líbano.

Al-Qaeda e Irã pregam Guerra Santa Iranianos partem para lutar no Líbano enquanto líder da Al-Qaeda aparece em vídeo conclamando combatentes islâmicos à guerra

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ercados por bandeiras amarelas do Hezbollah, mais de 60 voluntários iranianos partiram na quarta-feira do seu país para se integrar ao que eles chamam de "Guerra Santa" contra as forças israelenses no Líbano. O grupo planeja se juntar a aproximadamente 200 outros voluntários, entre adolescentes e adultos, no caminho da fronteira com a Turquia. O plano é chegar ao Líbano via Síria no final de semana. O governo iraniano informou que não enviará forças regulares de ajuda ao Hezbollah, mas aparentemente não se mostra disposto a barrar os voluntários. Irã e Síria são considerados os principais patrocinadores do Hezbollah. Encontro – Um enviado iraniano esteve na Síria nesta quinta-feira para discutir o conflito entre Israel e o Hezbollah, em um encontro que reuniu os dois maiores patrocinadores do grupo libanês, informaram jornais do Oriente Mé-

m dia depois de ter perdido nove soldados em confrontos com o grupo Hezbollah, no sul libanês, Israel decidiu ontem não ampliar sua ofensiva militar terrestre no Líbano. A opção foi por continuar com ataques aéreos em amplas áreas e incursões limitadas por terra, perto da fronteira, onde o Exército pretende criar uma zona de segurança de 2 quilômetros de extensão para impedir que o Hezbollah continue disparando foguetes contra cidades do norte israelense. O gabinete resolveu, porém, convocar três batalhões de tropas de reserva para treinamento. Segundo o comandantechefe do Exército Dan Halutz, serão 15 mil soldados, mas há estimativas de que seriam 30.000. "Não precisamos dessas tropas para atacar, mas para serem treinadas. Precisamos estar prontos para o caso de algo acontecer na Síria ou outro lugar", disse um funcionário do governo. A convocação sugere que Israel se prepara para a possibilidade de um conflito prolongado Os combates continuaram intensos ontem. Soldados israelenses e guerrilheiros voltaram a entrar em confronto na cidade libanesa de Bint Jbail. Até agora as operações terrestres do Exército israelense se limitaram à região de Bint Jbail e ao vilarejo de Mroun al-Ras, que fica a 500 metros da fronteira. Já a aviação israelense bombardeou várias estradas e edifícios no sul e leste do país. Já o grupo xiita Hezbollah disparou pelo menos 110 foguetes, causando ferimentos em quatro israelenses. (AE/AP)

Shannon Stapleton/Reuters

dio. Segundo o jornal AlSiyassah, do Kuwait, o encontro foi realizado para discutir formas de manter o abastecimento dos combatentes do Hezbollah com "armas iranianas enviadas a partir do território sírio". O jornal informa ainda que o Sheik Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, participou do encontro e teria circulado pelas ruas de Damasco disfarçado com roupas civis, e não as suas habituais vestimentas de clérigo. Já a agência de notícias iraniana Mher disse que o secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do país, Ari Larijani, viajou para Damasco para discutir a crise no Oriente Médio, mas não confirmou o encontro com o chefe do grupo libanês. Segundo o jornal do Kwait, Larijani se encontraria, sim, com Nasrallah, e também com o presidente sírio, Bashar Assad. Vídeo – Em novo vídeo divulgado ontem, o número dois da Al-Qaeda, o egípcio Ayman

al-Zawahiri, pediu que os muçulmanos se levantem em prol da Guerra Santa contra Israel e se juntem à luta no Líbano e Faixa de Gaza até que o Islã reine da Espanha ao Iraque. No vídeo divulgado pela TV AlJazira, al-Zawahiri disse que a Al-Qaeda "não ficará de braços cruzados" em relação aos ataques israelenses no Líbano e no território palestino. Ele pediu para que os muçulmanos apóiem os "mujahedins" (combatentes islâmicos) no Afeganistão e no Iraque para expulsar "as forças ocupantes que terão que pagar o preço de seus ataques contra a terra do Islã". No vídeo, o número dois diz que a guerra com Israel não depende de cessar-fogo. "Nós atacaremos todos os lugares", ameaçou. No mesmo vídeo, ele declara que todos os regimes árabes devem lutar contra Israel. Al-Zawahiri vestia manto cinza e turbante branco. Um quadro do World Trade Center queimando serviu de cenário para o vídeo.

"Beirute cheira a carniça", diz brasileiro

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AJUDA HUMANITÁRIA – Mulheres e crianças libanesas recebem esperados pratos com comida em abrigo para refugiados em Beirute. Bernama/Reuters

TECLA DA PAZ – O cessar-fogo não saiu. Mas Condi Rice, secretária de Estado dos EUA, teve seu momento de paz ao piano, na Malásia. Mohammed Ameen/Reuters

IRAQUE – A explosão de um carro-bomba no centro de Bagdá e tiros de morteiro provocaram ontem a morte de pelo menos 31 pessoas.

ais brasileiros desembarcaram ontem em São Paulo, vindos das áreas de conflito no Líbano: 150 passageiros – 148 brasileiros e 2 libaneses residentes no País – desembarcaram do avião da Força Aérea Brasileira (FAB). Outros 260 brasileiros chegaram em um vôo da TAM. Youssef Orra, de 60 anos, veio de Chtaura, no Vale do Bekaa, com a esposa, Watfa, e os três filhos. Um deles, Walid, estava no enterro do brasileiro Dib Barakat, morto dia 19 em Sultan Yacob, no Vale do Bekaa. "Caíram cinco bombas durante o enterro", lembrou Walid. "Teve gente que se escondeu na cova". Para fugir dos ataques de Israel, a família tinha suas táticas. "Primeiro vinha um avião pequeno", explicou Walid. Então a família saía da região, com medo de ataques na área antes de voltar ao País, passaram por Beirute e foram até Damasco, na Síria, e depois a Adana, na Turquia. "À noite ninguém se movia no Líbano, era muito perigoso". O pai afirmou que a situação é dramática. "Tem muita gente morrendo", disse Youssef. "Em Beirute, há lugares com cheiro de carniça", completou. Dó de quem ficou – Na chegada ao aeroporto de Guarulhos, uma das mais empolgadas era Najib Ayub, de 78 anos. Entre gritos de vivas ao País e graças a Deus, ela disse não ter sentido temor, apesar de fugir de Almanara, no Bekaa, até Damasco, sem bagagem. "Não tenho medo de guerra. Só tenho dó das pessoas que estão lá", garantiu. (AE)


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MANUTENÇÃO Pablo de Sousa

Uma peça chamada catalisador Há alguns anos só se falava na sua retirada, hoje o trabalho é de conscientização sobre seus benefícios ANDERSON CAVALCANTE

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m conjunto com a Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental (Cetesb), as empresas Umicore, Mastra e Bosch, realizaram na última semana uma inspeção gratuita para avaliar emissões de poluentes dos automóveis no estacionamento do Shopping Center Norte, na Vila Guilherme em São Paulo, com o objetivo de conscientizar a população sobre a necessidade de garantir a boa qualidade do ar. Irritação nas vias respiratórias, anemia, leucemia, câncer pulmonar, asfixia sistêmica, pneumonia, danos cerebrais, bronquite, enfisemas, infecções generalizadas, ardência nos olhos, nariz e mucosas e, até, mutações genéticas. Estes são alguns dos efeitos identificados pelos Hidrocarbonetos (HC), pelo Monóxido de Carbono (CO), pelos Óxidos de Nitrogênio (NO3) e aos oxidantes fotoquímicos Ozônio Adeídos (O3), que saem de nossos escapamentos, principalmente quando os veículos não possuem a devida regulagem

À esquerda, Rubens verifica o catalisador de seu carro. Acima, o gerente da Cetesb, Daniel E. Schmidt.

ou utilizam equipamentos falsos. Para evitar estes graves danos à saúde é que serve o catalisador, que há alguns anos era retirado por muitos lojistas e instaladores com a alegação que o produto

tinha apenas três características: não servia para nada, fazia o veículo perder potência e encarecia os reparos no sistema de escapamento. "Mas é importante que os proprietários de veículos saibam que apesar do catalisador ser essencial, ele faz parte de um sistema que precisa estar "todo" bem regulado. Por isso é que trouxemos a Mastra e Umicore para checar todo sistema de exaustão do veículo, e a Bosch para verificar a emissão de poluentes dos carros e os sistemas de injeção eletrônica", explica o gerente do Setor de Operações, Programas e Regulamentação da Cetesb, Daniel Egon Schmidt, que garante ainda que um carro bem regulado não polui, economiza combustível e tem a vida útil do motor prolongada. Sem discordar da informação de Daniel, as empresas fabricantes de catalisadores garantem que o equipamento em boas condições de funcionamento, em conjunto com um veículo bem regulado, pode converter até 98% dos gases prejudiciais em vapor de água e gases inofensivos. "Vale também ressaltar que além de uma melhora no meio ambiente, a retirada do catalisador pode aumentar o nível de ruídos, aumento no consumo de combustível e ao contrário do que se imagina, o veículo deverá perder potência. Nos sistemas com carburador o equipamento diminuía um pouco a potência do motor, mas com a injeção eletrônica o sistema se auto-ajusta para que isto não ocorra", informa o gerente de Marketing e Produtos da Umicore. Segundo Carlos Eduardo, projetos como este não têm a intenção de vender o equipamento e sim a de conscientizar a população. "Nossa venda de equipamentos para reposição representa apenas 2% a

3% de nossa produção. Apoiamos a Cetesb para que as pessoas entendam a necessidade, não retirem seus catalisadores e não utilizem peças falsas que na maioria das vezes não têm serventia". Resultados - A Operação Inverno da Cetesb é realizada neste período do ano porque é quando a concentração de poluentes na atmosfera se intensifica. A campanha de inspeção gratuita realizou avaliação em 36 carros, sendo que 30 foram aprovados. Anteriormente, foi efetuada uma campanha parecida, no Ceagesp, com veículos pesados. "Lá, aproximadamente 50 veículos foram avaliados e cerca de 50% foram reprovados", afirma Daniel Schmidt. "O interessante para nós não são os números desta campanha que, em si, não atinge tantas pessoas. A divulgação pela mídia é que nos dá o maior retorno e é onde iremos realmente atingir a conscientização da população", completa o gerente da Cetesb. Público - Proprietário de um Peugeot 206 ano 2004, o aposentado Rubens Martins diz que já sabia que o veículo seria aprovado na avaliação. "Espero que ao me ver, outros proprietários participem e ajudem a melhorar o ar da metrópole". Já o assessor parlamentar e proprietário do Escort ano 98, Rogério Salgado Chagas, que também teve o carro aprovado na avaliação, afirma: "está na hora do povo ser contaminado com este tipo de idéia".


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NOVIDADE Divulgação

Eis aqui o Volvo C30 As primeiras fotos oficiais do Volvo C30, a aguardada novidade entre os lançamentos da Volvo Car

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produção vai começar no final deste ano e o seu design esportivo com duas portas, quatro assentos individuais e a tampa do porta-malas de vidro são atributos em que a Volvo aposta que atrairão um novo público para a marca. Ele estará no Salão de Paris. “O novo C30 é um carro moderno e tem como público-alvo jovens solteiros ou casais com um intenso dia-a-dia urbano. Essas pessoas priorizam o design esportivo e a facilidade em dirigir. O carro foi projetado para satisfazer essas exigências e esse estilo de vida”, anuncia Fredrik Arp, presidente e CEO da Volvo Car. Para começar, serão produzidas, anualmente, 65 mil unidades, com expectativa de que 75% dos compradores serão da Europa, especialmente da Itália, Alemanha, Espanha e Reino Unido. Dinamismo e velocidade - Na dianteira, faróis angulosos e a grade do ra-

diador larga e baixa; de lado, as caixas de roda estão alinhadas com a silhueta inclinada do teto. Elas transmitem sensação de velocidade, realçada pelas janelas laterais em formato de barco. As lanternas traseiras são em formato de ferradura e o aerofólio na borda superior da tampa terá duas versões diferentes. O carro foi desenhado para dar conforto a quatro pessoas, com assentos individuais e espaço generoso para as pernas e cabeça. O interior pode ser personalizado, de acordo com as exigências do público-alvo. Ainda que na configuração básica, vai oferecer revestimento em três cores. De 100 a 220 cv - A linha de motores começa com o 1.6 a gasolina de quatro cilindros e 100 cv. Tem também a opção 1.6 de quatro cilindros a diesel com 109 cv, limpa e eficiente; além do D5 diesel de cinco cilindros e 180 cv. A versão mais

CAMINHÃO

O Kia Bongo basculante A

Divulgação

família Bongo passa a ser oferecida com caçamba basculante, somando agora 14 versões do comercial leve da coreana Kia. Ele usa motor diesel, 4 cilindros 2.7 litros de 8 válvulas com 83 cavalos e torque de 17,5 Kgm, com tração 4x4, rodeiro traseiro simples, tanque de combustível com capacidade para 60 litros, amortecedores a gás, barra de torção na suspensão dianteira e feixe de molas na traseira. A capacidade é de 1.530 kg, permitindo o transporte de vários tipos de carga. Outra vantagem característica da utilização do Bongo está na facilidade de colocação da carga, devido à altura da caçamba em relação ao solo. O preço de lançamento sugerido pela montadora é de R$ 67.990 o que, segundo José Luiz Gandini, presidente da Kia Motors do Brasil, o posiciona muito bem na categoria. A garantia desta versão modelo 2006 é de 3 anos ou 100.000 quilômetros.

O basculante da Kia vem também com tração 4x4 e custa R$ 67.990

potente é a T5, com turbo e 220 cv. Entre os itens de segurança, o BLIS (Blind Spot Information System), que avisa quando outro veículo entra no ponto cego do retrovisor externo do carro.

A Volvo causou surpresa pelas linhas arrojadas, não habituais na marca suéca


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SEDANS

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Agora é a vez da Peugeot Marca francesa lança 307 Sedan e entra no segmento que mais tem crescido no mercado brasileiro ALZIRA RODRIGUES E ANTÔNIO FRAGA

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ara disputar o segmento que mais apresenta novidades este ano, a Peugeot inicia no dia 24 de agosto a venda do 307 Sedan, produzido em Palomar, na Argentina, para abastecer toda a América Latina e a Central. Uma das marcas que mais vêm apresentando expansão no mercado brasileiro, a Peugeot pretende comercializar 800 unidades/mês do novo modelo e projeta encerrar este ano com um total de 65 mil veículos vendidos no País, o que representará crescimento de 22,5% sobre 2005. O 307 Sedan será comercializado internamente em três versões - Presence, só com câmbio manual (R$ 54,7 mil), Feline, com transmissão manual (R$ 63,6 mil) e automática (R$ 68,6 mil) e a Griffe, apenas automática (R$ 75,95 mil). Derivada do 307 hatch e produzida com exclusividade na Argentina, a versão Sedan visa principalmente famílias, que privilegiam o espaço interno e a comodidade de um porta-malas amplo (623 litros) separado do habitáculo. O sedan - apresentado na semana passada na Província de Jijuy, na Argentina, segue o estilo da nova linha 307, com uma frente em estilo "felino", com destaque para os faróis alongados. Tem três motorizações principais, sendo uma delas - a bicombustível de 1.6 litro 16V, com 110 cv (gasolina) e 113 cv (álcool) - destinada exclusivamente ao Brasil. A outra é a 2.0 16V, de 143 cv, e a terceira, que não vem para cá, é a 2.0 HDi (Diesel), de 90 cv. O presidente da subsidiária brasileira, Bruno Grundeler, acredita que a versão Presence 1.6 vai representar apenas 20% das vendas locais. A Feline ficará com outros 20%, enquanto a Griffe terá participação de 60%. O câmbio automático é o Tiptronic System Porsche e o veículo tem direção com assistência eletro-hidráulica, rodas de 15 polegadas e sistema de freios com ABS. Entre os itens de segurança, tem o travamento automático das portas e o kit viva-voz "Bluetooth". Oferece, ainda, sistema de ar-condicionado automático Bi-zone, que refrigera inclusive o porta-luvas. Entre as suas principais características, a diretora de Marketing e Qualidade, Ana Theresa Borsani, destaca a ampla área envidraçada, que garante excelente visibilidade. A coluna de direção pode ser regulada em altura e em profundidade dentro de uma variação de 40 mm. Segundo a fábrica, o motor 1.6 atinge velocidade máxima de 186 km/h e acelera de 0 a 100 km/h em 11.5 s. Já o motor 2.0 16V a gasolina (EW10A) tem velocidade máxima de 204 km/h com câmbio manual e de 203 km/h com o automático. A aceleração de 0 a 10 km/h é de, respectivamente, 9.0 s e 9.8s.

No Brasil, o modelo terá versão com motor 1.6 Flex, desenvolvido pela Peugeot em conjunto com a Bosch

SÓ O CÂMBIO DESTOA

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Divulgação/Peugeot

odando por estradas ao Norte da Argentina, similares ou até piores que as brasileiras, o Peugeot 307 Sedan 2.0 16V (o 1.6 Flex não estava disponível para teste), teve um comportamento dinâmico muito agradável. Estabilidade muito boa, mesmo em velocidades mais elevadas e curvas fechadas, mostrou que a suspensão está bem equilibrada e alia conforto e segurança. A posição de dirigir é muito agradável, não só pelos conjuntos de bons bancos e volante regulável, mas também pela área envidraçada que garante visibilidade em qualquer ângulo. Tudo estaria excelente se não fosse um detalhe. O bom motor 2.0 16 V se nega a "falar" com o câmbio automático. Uma briga de francês contra alemão, que já havia sido notada no lançamento do modelo hatch. Desenvolvido pela Porsche, o câmbio pode ser ótimo, mas não faz um bom conjunto com o motor e deixa o 307 "manco". O câmbio "inteligente" faz o que quer nas horas erradas. Exemplo: estamos em quarta marcha a uns 100 km/h e precisamos fazer uma ultrapassagem. Usualmente se pisa no pedal do acelerador e o câmbio se encarrega de "ler" a minha vontade e busca uma terceira ou até uma segunda marcha. Mas não é o caso. Muitas vezes ele não vai buscar marcha nenhuma e, se vai, preguiçosamente não "chama" mais que uma terceira. Com isso, ficamos olhando o veículo que vem do outro lado chegar ou desistimos da ultrapassagem. O curioso é que de repente queremos aumentar ligeiramente a velocidade, pisamos e ele vai buscar a terceira e fica "gritando" sem ter a menor necessidade. A prova de que o conjunto está equivocado é que quando pegamos o mesmo Sedan com o câmbio manual, parece outro carro. Um dos melhores que temos no mercado nacional. Delicioso de dirigir.

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MERCADO/AUTOINFORME

Creia, foram 100 lançamentos no 1º semestre O volume de lançamentos é bem menor do que em 2005. O mercado introduzia a motorização flex.

A

s montadoras lançaram no primeiro semestre 100 novas opções de configurações de carros e comerciais leves no mercado. Nesse total estão incluídas todas as versões de acabamento, número de portas, motorização e séries especiais. O volume de lançamentos é menor em relação ao mesmo período do ano passado. No primeiro semestre de 2005 foram lançados 148, isso em razão das muitas mudanças de motor a gasolina para bicombustível, além da chegada do motor eletrônico em muitos utilitários a diesel. Com praticamente todos os modelos equipados com motor flex, o mercado neste ano está mais estabilizado. Além disso, outros dois fatores inibiram o número de novidades no primeiro semestre: a Copa do Mundo, que retraiu o mercado, e o Salão do Automóvel, em outubro, para quando muitas montadoras estão reservando as novidades. No mês passado apenas quatro modelos foram colocados no mercado. Dois foram

da Fiat: o Dobló HLX 1.8 flex e o Siena tetrafuel. A Nissan lançou a versão Ecotrip do Xterra, que tem motor 2.8 eletrônico e tração 4x4. E a Ford apresentou a Ranger XL 3.0 a diesel com cabine simples. Mas 19 carros saíram em junho Muitos modelos foram retirados do mercado no mês passado, 19 no total. A maioria dos carros foi da Ford. Deixou de figurar no catálogo da montadora toda a linha antiga com motor 2.8 da Ranger, que tinha cinco versões. Saiu do mercado também a versão Supercharger do Fiesta e do EcoSport, num total de quatro versões. E também três versões do antigo motor 4.2 da picape F250. A Ford retirou, portanto, 12 modelos do mercado. A Fiat deixou de vender as versões a gasolina do Mille Fire, duas no total, uma com duas e outra com quatro portas. Também retirou de linha três versões do Palio e Siena 1.0 de 65 cavalos. E a francesa Peugeot encerrou as vendas da série especial Holiday do 206, que era vendida nas, tanto na versaõ duas, quanto na quatro portas. Clio hatch tem mais versões - O consumidor tem 13 opções do modelo da Renault e mais sete na versão sedã. O Celta, da Chevrolet, tem 12 opções; em seguida vem o Volkswagen Gol e a picape Chevrolet S10, com 10. O Renault Clio hatch é o carro nacional com o maior número de ofertas do mercado, são 13 no total. Só com motorização 1.0, a fábrica francesa oferece 10 opções do Clio hatch nos acabamentos Authen-

tique, Expression e Privilége, de duas ou quatro portas, e é a única que ainda dispõe de opção 8 e 16 válvulas. As demais montadoras só vendem modelos 1.0 de 8 válvulas. A empresa ainda tem duas opções de motor 1.6. O Celta vem em seguida com 12 ofertas. A GM disponibiliza três opções de acabamento: Life, Spirit e Super, e os motores podem ser 1.0 ou 1.4 de duas ou quatro portas. O Gol e a S10 estão disponíveis em dez versões na lista dos carros com as maiores ofertas. O consumidor pode comprar o modelo mais vendido da Volkswagen com motor 1.0, 1.6 ou 1.8 nas versões de duas ou quatro portas City, Plus e Power, além da série especial, Copa. A GM vende a picape S10 nas versões de acabamento Advantage, Colina, Executive, Rodeio e Tornado com opções de tração 4x2, 4x4, cabine dupla ou simples, dependendo da versão. Flex salva vendas da Palio - Se não fosse o motor bicombustível, a Fiat poderia estar com problemas com a perua Palio. O carro estava em queda até 2004, quando então a motorização flex deu uma guinada no modelo. A perua pequena da Fiat vem de altos e baixos nos últimos anos. Seu melhor desempenho foi em 2001 quando somou um total de 37.303 unidades vendidas e 60% de participação no segmento, que é representado apenas por dois modelos (Parati e Palio Weekend). Foi também em 2001 que a perua Palio conquistou a liderança dos carros familiares derivados de carros de passeio pequenos, antes dominado pela Volkswagen Parati. A versão 1.0 nunca foi a preferida dos consumidores, tanto que a partir de 2004, a fábrica italiana retirou o modelo popular do mercado. O que deu uma sobrevida à Palio Weekend foi o lançamento da versão flex em 2004. Com a chegada da versão bicombustível, as vendas subiram de 18.653 unidades em 2003, para 25.223 em 2004. No ano passado, o carro da montadora italiana atingiu 26.037 unidades e ficou com a melhor participação, 67% das vendas no segmento. No entanto, considerando a média mensal, as vendas nesse ano caíram 13% em relação ao ano passado. De janeiro a junho foram vendidas 11.228 unidades, o que representa resultado médio de 1.871 unidades, ante 2.169 em 2005. A Palio Weekend está entre os carros que menos depreciam. Segundo estudo da Agência AutoInforme, o carro desvaloriza 5,5% no primeiro ano de uso após sair da concessionária.

A perua Palio está disponível em três versões: a ELX 1.4 flex que custa oficialmente R$ 37.370; a HLX 1.8 flex, R$ 44.280 e a Adventure 1.8 flex, que sai por R$ 49.230. Mas, a julgar pelos cálculos a AutoInforme, que se baseia na cotação da Molicar, o mercado vende a perua Palio com desconto que oscila entre 3,7% a 7%, dependendo da versão. Usados caem 6,1% no semestre - O número de veículos usados vendidos no mercado interno caiu 6,1% no primeiro semestre, em relação ao mesmo período do ano passado. No total, foram comercializadas 4.064.657 unidades entre janeiro e junho, enquanto em 2005 esse volume chegou a 4.329.353. Os dados são fornecidos pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) e incluem todos os mercados, passando pelos automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus e motos. Envolve também os implementos rodoviários. Copa atrapalhou - Conforme era previsto pelos analistas de mercado, em junho, por conta da Copa do Mundo, o número de negócios envolvendo veículos usados diminuiu bastante. Foram 685.032 unidades comercializadas, queda de 14,2% em comparação com o mesmo mês de 2005, que fechou com 799.011. Em relação a maio deste ano (739.431), a retração foi de 7,3%. E o Brasil não ganhou a Copa realizada na Alemanha o que, ao menos, amenizaria o sentimento de perda. A líder entre as montadoras na venda de usados no semestre foi a Volkswagen, com 32% de participação no mercado. A marca Chevrolet é a segunda, com 24,2% do bolo, seguida pela Fiat, com 22,5%. A Ford é a quarta, com 12,4%.


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PRODUÇÃO

Brasil foi o que mais cresceu

Com aumento de produção de 9,1% no ano passado, Brasil bateu China (9%) e Coréia (6,6%) JOEL LEITE - AUTOINFORME

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s pessimistas de plantão - não raros - vão ter que engolir o balanço da indústria automobilística de 2005. A produção mundial de veículos cresceu 3,1% em relação a 2004, mas os maiores mercados - Estados Unidos, Europa e Japão - apresentaram retração, enquanto os pequenos da América e Ásia tiveram crescimento expressivo.

Surpresa ! - O mais surpreendente para quem passou o ano reclamando (e ainda reclama) da situação econômica do País e das dificuldades do setor, foi o desempenho do Brasil. Com aumento de produção de 9,1% a nossa indústria foi a que mais cresceu porcentualmente, em relação ao ano anterior (2004), entre os dez maiores fabricantes do mundo. Depois do Brasil vieram a China, com 9% em relação a 2004 e a Coréia do Sul, com 6,6%. Em relação ao mercado mundial as posições entre Brasil e China se invertem, uma vez que eles têm produção maior que a nossa: a China aumentou em 0,47 ponto porcentual sua participação na produção, passando de 8,1% (5.234.496 unidades) para 8,6% (5.707.688) e subindo um degrau no ranking, desbancando a Alemanha e tornando-se o terceiro maior produtor mundial. Com uma produção de 2.5 milhões unidades, o Brasil encerrou 2005 com 3,8% do bolo mundial. Assim, conhecemos um crescimento de 0,21 ponto porcentual em relação ao ano passado. EUA caíram - Os outros sete da lista dos "dez mais" registraram queda de produção em 2004, a começar pelos EUA. Os maiores fabricantes do planeta continuam líderes, mas registraram pequena queda de 0,1%. Isso significou perda de 0,56 ponto porcentual na sua participação no mercado global. Mantendo a segunda colocação no ranking, o Japão cresceu abaixo da média: apenas 2,7% em 2005 e também perdeu participação. Altos e baixos - A Coréia do Sul subiu da sexta para a quinta posição e a França ocupou o seu lugar. Em sétimo, o Canadá que, mesmo vendendo menos, ganhou uma posição, porque a Espanha desabou:

vendeu 9,1% menos e ficou apenas com o oitavo em 2005. Depois do Brasil, que está em nono, vem o Reino Unido, fechando a lista dos "10 mais" bem distante em volume de produção: 1,8 milhão. No ranking mundial de produção de 2005 o Brasil perde para Espanha e Canadá por poucas unidades: cerca de 140 mil veículos. Como o Brasil está crescendo este ano cerca de 8% em relação a 2005, é possível que feche 2006 avançando duas posições no ranking, assumindo o lugar de sétimo maior produtor mundial. Enquanto a China teve maior aumento de participação, o Brasil foi o terceiro. O país asiático aumentou em 0,47 ponto porcentual a sua participação do mercado mundial. Foi o país que mais cresceu em participação, seguido da Tailândia e Brasil. E os EUA tiveram a maior queda. Ganhando participação - Independente das posições no ranking e do volume de produção por país, outro aspecto a ser considerado no balanço mundial, talvez o mais importante deles: o ganho de participação. Depois da China, que subiu de 8,1% para 8,6% da produção mundial, vem a Tailândia, que tinha 1,4% e ficou com 1,7%. O Brasil foi de 3,6% para 3,8%, como a República Checa, que, no entanto, tem uma participação bem menor que a do Brasil: tinha 0,7% do mercado mundial em 2004 e foi para 0,9% em 2005. Produção mundial cresceu 3,1% - Os tradicionais grandes fabricantes perderam. Entre os maiores produtores, apenas China e Brasil tiveram resultado positivo. Os pequenos países da América Latina e África foram os que mais cresceram. Os centros urbanos, cada vez mais congestionados, o ar das grandes cidades cada vez mais poluído e as montadoras em situação cada vez mais difícil. E, no entanto, o mundo produz cada vez mais carros. Nada menos que 66,4 milhões de veículos saíram das linhas de montagem de 52 países em 2005, volume 3,1% maior do que o produzido no ano anterior. A Ásia com 25,8 milhões produzidos, tem participação de 38,8% do total. A Europa é dona da segunda maior produção, com 20,8 milhões e 31,3% de participação. A América do Norte vem em seguida com um total de 16,3 milhões e

participação de 24,6%. A América do Sul produziu 2,9 milhões e tem 4,5% do bolo total. A África apenas 0,8% com um volume de 519,2 mil unidades. Poderosos perdem participação - No balanço por continente é clara a queda de participação dos maiores mercados nas vendas globais em 2005 e o avanço dos sul-americanos, africanos e asiáticos. Na Europa, o pior desempenho entre os

continentes, com queda de participação de 1,01 ponto porcentual. Na América do Norte, os EUA tiveram decréscimo de 0,56 ponto porcentual. O Canadá teve leve retração e o México registrou crescimento. O bom desempenho da Ásia, é necessário que se diga, não dependeu desta vez do Japão, um dos campeões de vendas. O bom resultado deve ser creditado a China, Coréia, Índia e Tailândia.


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NÚMEROS

A fábrica japonesa começou em 1933. E agora promete dobrar este número em muito menos tempo.

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esde 1933 até agora, a Nissan já produção japonesa de automóveis em produziu mais de 100 milhões de grande escala. Fora do Japão, a primeira fábrica apaveículos com a sua marca. São 76,5 milhões no Japão e, aproximada- receu em Taiwan, em 1959. Depois vieram mente, 23,5 milhões em outras fábricas do as plantas do México, em 1966, Estados mundo, incluindo o Brasil, onde está Unidos e Espanha, em 1983, Reino Unido, desde 2001, na cidade paranaense de São em 1986 e China em 1995. A Nissan hoje é associada à francesa José dos Pinhais, na Grande Curitiba. Dobrar a frota - A intenção da mon- Renault, sob a presidência do brasileiro tadora japonesa é, num prazo muito Carlos Ghosn, que conseguiu reverter o menor, dobrar este número, chegando a processo de perdas financeiras que ela 200 milhões de veículos da marca, se- vinha conhecendo ano a ano. gundo seu vice-presidente executivo, TaNo Brasil -Desde 2001 a Nissan produz dao Takahashi. A julgar pelo ritmo de crescimento da Nissan, que nos últimos aqui a picape Frontier. Um ano depois sete anos aumentou em mais de 25% sua veio o utilitário-esportivo Xterra. Estes produção - foram 80 milhões em 1999, modelos, ao lado dos importados (a nova contra os 104 milhões de 2006, que ainda Pathfinder, o X-TRAIL, o sedan médio não acabou -, dobrar a fabricação deverá Sentra e o cupê esportivo 350Z) são realmente ocorrer antes do final dos anos encontrados nos 60 concessionários da marca instalados no País. 20 deste século 21. Divulgação Tudo começou em 1933, quando a Nissan iniciou a produção de veículos sob o nome de “Jidosha-Seizo Co., Ltd.” (Automobile Manufacturing Co., Ltd.). A corporação comprou a marca Datsun da empresa Tobata Casting co., Ltd. O primeiro carro produzido pela Nissan, ainda sob a marca da Jidosha-Seizo, foi o Datsun Tipo 12, um modelo tipicamente urbano. Ela iniciou, em Yokohama, a O Xterra e a Frontier são produzidos no Brasil

SEGURANÇA

Monitoramento 24 horas A

Siemens Building Technologies está lançando o Radar Siemens, que permite o monitoramento do automóvel 24 horas por dia. Caso ocorra um furto, roubo ou qualquer imprevisto, a empresa informa ao proprietário a localização exata do carro e, se necessário, envia ao local um veículo de pronta-resposta para dar apoio na recuperação e na guarda até a chegada de uma autoridade policial ou do próprio dono. Outra vantagem é que se o botão de

emergência for acionado - diante de um seqüestro-relâmpago, por exemplo - a Central de Monitoramento 24 horas da Siemens executa todos os procedimentos pré-acordados com o cliente. Constatando-se uma eventual situação de risco, a Siemens consegue parar o carro simulando uma pane. Mais informações sobre como contratar o Radar Siemens podem ser obtidas na Central de Relacionamento Siemens, no telefone (11) 3619-9000 ou pelo e-mail securityonline@siemens.com.br.

DCARRO POR AÍ

APROVEITE O SOL DESTE INVERNO

A

líder mundial em troca e reparo de vidros automotivos, Carglass, consolidou parceria com Webasto para comercialização e instalação de tetos solares. Com vários modelos, a instalação do teto solar é feita depois que o veículo já saiu da fábrica. Segundo o gerente geral da Carglass, Marcello Sarcinella, com o teto solar a temperatura ideal é alcançada de maneira instantânea. "Janelas embaçadas pelo ar-condicionado são coisas do passado”. Três lojas já disponibilizam esse serviço: Itaim (R. Joa-

Divulgação

Já são 100 milhões de Nissan no mundo

quim Floriano, 994), Leopoldina (Av. Imperatriz Leopoldina, 1822) e Faria Lima (Av. Brigadeiro Faria Lima, 3825), com atendimento 24 horas.

CUIDADO COM O AMORTECEDOR

DOIS MILHÕES DE PNEUS REFORMADOS

M

C

NOVO SISTEMA DE CAR ÁUDIO: SRK5

ALTO-FALANTES PARA O CITROËN C3

O

A

aior fabricante de amortecedores, a Monroe alerta para o perigo do uso de produtos falsificados ou recondicionados oferecidos no mercado. A empresa garante que isto significa sérios riscos de acidentes, já que deixam de promover sua principal função que é a de manter o pneu em permanente contato com o solo. Busque sempre peças originais adquiridas em locais legalmente estabelecidos.

SRK5 da Clarion é uma caixa acústica composta por sete altofalantes, sendo cinco do tipo fullrange frontais (que reproduzem todas as freqüências) instalados em uma caixa selada e dois midbass (responsáveis pelos médios graves) acomodados em uma caixa dutada, com duto frontal. O canal central da Clarion tem potência de 50 W e está no mercado com preço sugerido de R$ 599.

om 210 representantes em todo o Brasil e presença em outros 22 países Latino-Americanos, a Vipal atingiu recentemente a marca de 2 milhões de pneus reformados com garantia. Operando com processo frio ou quente a empresa reforma a maioria dos pneus radiais do mercado e também os convencionais, promovendo sua reposição imediata em caso de falhas ocorridas no produto.

Arlen do Brasil disponibiliza altofalantes para Citroën C3, sem necessidade de fazer furações. O Multi Space de 6” baixo, com potência de 400 W PMPO ou 100 W RMS, pode ser instalado nos locais originais das portas dianteiras e o Multi Space de 5”, com potência de 360 W PMPO ou 90 W RMS, pode ser instalado nos locais originais das portas traseiras do C3. O preço sugerido é de R$ 160.

AMPLIFICADOR PARA iPOD

U

m amplificador que permite conexão direta do iPod ou MP3 player com os alto-falantes do carro sem a necessidade de CD Player é a novidade da Stetsom. O TH 2030 é um módulo ideal para usuários que exigem praticidade e economia, exigindo para instalação, apenas, que o carro tenha os falantes originais. A conexão do iPod ou de outro MP3

Player com o equipamento é feita por um fio de conexão denominado P2RCA. Este cabo é ligado no amplificador e na saída do fone de ouvido (a alimentação do iPod continua sendo a recomendada pelo fabricante). Compacto, possui dois canais, potência de 225 W PMPO e potência RMS estéreo 4 ohms de 2 x 20 W ou estéreo RMS 2 ohms de 2 x 30 W.


São Paulo, segunda-feira, 31 de julho de 2006

D C A R R O 11

TESTE/MOTO

Esportiva de uso misto perfeita! Sílvio Porto

A TDM900 é uma daquelas motos que chamam a atenção por onde passam. Mas além de beleza, oferece conforto, boa dirigibilidade e ótimo motor. CÉLIA MURGEL

O

s aficionados por motos definem a Yamaha TDM900 como "Perfeita". São unânimes em dizer que parece ser impossível encontrar defeito nela, ainda que a máquina não receba mudanças significativas desde 2002. Para eles, a moto ainda tem bonito design e excelente motor, oferece ótima posição de pilotagem e é estável. Mas por que quase não a vemos nas ruas? Talvez o problema esteja no preço, o seu único defeito: US$ 23.423 (cerca de R$ 57 mil). Mas quando a terceira geração desembarcou no Brasil, em 2003, custava um pouco mais de US$ 15 mil. Se não mudou lá fora e nem aqui, porque o preço tão salgado? Mas, independente do preço, a Yamaha TDM900 é daqueles modelos que agradam da primeira acelerada, passando pela curva e também ao parar, fazeno tudo com com eficiência.

Prazer - A posição de dirigir é ótima, segundo o piloto Paulo Mansi, campeão brasileiro de Motociclismo. O tanque estreito entre os joelhos do piloto torna sua dirigibilidade mais fácil Paulo Mansi diz que é um e ágil no trânsito. prazer pilotá-la A TDM900 impressiona nas primeiras aceleradas. Destaque para a pronta resposta ao giro da manopla de aceleração, para as retomadas de velocidade sem a necessidade de redução de marchas e para a estabilidade. Com esta superesportiva é possível fazer curvas acentuadas com segurança, devido aos pneus esportivos Metzeler MZ-4, montados em roda de 18 polegadas na dianteira e 17 polegadas na traseira, freios a disco nas duas rodas, e o quadro Deltabox de alumínio com subchassi removível. Mas não é apenas o piloto quem

O motor, o painel e a suspensão transportam a Yamaha 900 para algo muito perto da per feição

Beleza é o que não falta à TDM que tem contra ela apenas o seu preço, alto demais

conta com conforto. O garupa também é brindado com uma boa posição no banco com dois níveis. Dianteira e traseira - A Yamaha TDM900 chama a atenção por onde passa, por seu porte, esportividade, beleza e conjunto ótico, dividido em dois, com as setas indicadoras de direção nas extremidades. Atente, também, para o formato da semicarenagem e pára-brisa. A traseira das motos, parte que na maioria das vezes, menos chama a atenção, no caso da TDM900, é diferente, com bonito desenho e bom acabamento. Ela tem 2,18 metros de comprimento, 800 mm de largura total, 1.290 mm de altura total e o peso o 190 kg. No tanque de combustível cabem 20 litros, quantidade de bom tamanho para uma moto que não está entre as mais "beberronas", apesar da performance. O painel - É simples, mas oferece todos os instrumentos necessários que são de fácil visualização. No centro foi colocado o conta-giros analógico, com faixa vermelha começando aos 8.000 rpm. Do lado esquerdo, um visor de cristal líquido indica a velocidade, quantidade de combustível e três hodômetros. Do lado direito, marcador de combustível analógico. À noite, o painel fica

iluminado em âmbar, com excelente visibilidade. Motor - Para mover a TDM900, os engenheiros da Yamaha escolheram um propulsor bicilíndrico paralelo tipo Gênesis, quatro tempos de 897 cc, DOHC, com cinco válvulas por cilindro que desenvolve potência máxima de 88,2 cavalos a 7.500 rpm e 9,1 mkgf de torque máximo aos 6.000 rpm. Conta, ainda, com sistema de injeção eletrônica e transmissão manual de seis velocidades. Com esse conjunto, é capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 3,7 segundos e atingir a velocidade máxima de 214,4 km/h. Outro destaque dessa moto é a suspensão de grande curso e bom comportamento nas curvas, com amortecedor traseiro regulável, que permite inclusive ajustar a altura da moto, que tem como base 825 mm a altura do assento para o condutor. Apesar de ser uma esportiva, o guidão é elevado, não cansando a dirigibilidade. Vale lembrar que esta moto é para uso misto. Uma excelente moto tanto para a cidade, quanto para a estrada. Nas retas, consegue mostrar toda a sua agilidade. Mesmo em alta velocidade não vibra, oferecendo conforto para o piloto. E para completar, o câmbio de seis marchas oferece trocas bem suaves. Leia essa e outras matérias também no www.motorcar.com.br


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

segunda-feira, 31 de julho de 2006

LENTE DE

AUMENTO

IPCA DE JULHO DEVE SUBIR 0,18%

O

movimento de alta da taxa de variação do IPCA deve prosseguir, impulsionado pela continuidade no enfraquecimento da queda de preços de alimentos e combustíveis. O IPCA15 de julho registrou taxa de variação de -0,02%, resultado em linha com a nossa projeção (0,0%) e dentro das expectativas do mercado (entre -0,15% e 0,05%). O resultado, que mostra elevação da taxa de variação em comparação ao IPCA de junho (-0,21%), confirmou a expectativa de fim da deflação ao longo de julho, com o enfraquecimento das principais pressões de baixa do mês passado. Este movimento já foi

JOÃO DE SCANTIMBURGO

contudo, segue baixo, influenciado pelos reajustes negativos de tarifas atrelados aos IGPs, como a energia elétrica (-0,19%). Diversos preços ainda estão recuando, mas a tendência ao longo do segundo semestre é de esgotamento dessa queda com a maior estabilidade da taxa de câmbio. O grupo dos bens não-comercializáveis também registrou queda em menor intensidade (-0,06% ante -0,26%). Contribuíram para isso os preços dos alimentos in natura, cuja redução expressiva do mês passado perde força, e a elevação sazonal dos preços de serviços (de 0,17% para 0,39%). Apesar da tendência de alta, os resultados

SANGUESSUGAS DESABUSADOS a

ng Roberto Alvare

O desmancha-prazeres ROBERTO FENDT

H

Paulo Liebert/AE

Abastecer o carro ficou um pouco mais caro

visualizado nos demais índices de preços divulgados anteriormente. O principal destaque no movimento de alta foi o comportamento da taxa de variação de combustíveis, que passou de -3,13% para 1,06%, por conta dos menores efeitos da entrada da safra da cana-de-açúcar sobre álcool e gasolina. Esse movimento gerou uma pressão de 0,12 ponto porcentual no resultado em comparação ao IPCA de junho. A queda de preços dos alimentos também perdeu força, ao passar de 0,61% para -0,44%, contribuindo com mais 0,04 ponto porcentual na alta da taxa de variação do IPCA. A taxa de variação dos preços administrados subiu de 0,06% para 0,12% por conta basicamente do enfraquecimento da redução do preço da gasolina, de -1,6% para -0,4%. O patamar,

permanecem, de modo geral, favoráveis. Após a deflação de 0,21% em junho e resultado próximo de zero no IPCA-15 de julho (-0,02%), o IPCA deve voltar a registrar variação positiva no fechamento de julho. Projetamos alta de 0,18% neste resultado, o que representa um ajuste na projeção inicial de 0,25%, justificada pelo enfraquecimento na queda dos preços dos alimentos mais lento que o esperado. Julho concentra reajustes em importantes tarifas, como telefone fixo em nível nacional e energia elétrica em São Paulo. E neste ano essas tarifas tiveram reajustes negativos influenciados pela forte queda da inflação acumulada em 12 meses, sobretudo os IGPs. MARCELA PRADA, DA CONSULTORIA TENDÊNCIAS

T elefone e energia: reajuste negativo

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Bob Jungmann (bob@dcomercio.com.br) , Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Ana Laura Diniz, Adriana David, Clarice Chiqueto, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046

á quem diga, leitor, que sou um desmancha-prazeres. Discordo. Mas quando escuto boas notícias demais, desconfio — é aquela história, quando a esmola é demais, o santo desconfia. Checo. Verifico. E muitas vezes, o sujeito que está te contando as boas notícias, não percebe que elas são passageiras, que os problemas que ele deveria resolver não foram resolvidos, foram apenas adiados. Veja um exemplo. Estou indo para o trabalho, ouvindo o senhor presidente dar uma entrevista à rádio CBN. Tranqüilo, à maneira de Leibniz, diz aos ouvintes que vivemos no melhor dos mundos possíveis. E a reforma tributária, presidente?, pergunta o entrevistador. O governo federal já fez a parte dele para a aprovação da reforma tributária. Agora, depende dos governadores decidirem as questões referentes à guerra fiscal... Diz também que a taxa nominal de juros é a menor praticada neste país. Nenhuma palavra sobre a taxa real de juros. Nenhuma palavra para explicar ao ouvinte que a taxa real de juros é uma das mais altas do mundo porque o governo continua em déficit. O senhor presidente diz também que o Brasil será independente do gás importado da Bolívia, até 2008. E que foi um erro ficar dependente das importações do gás boliviano - dando razão ao presidente Geisel, que sempre se opôs à integração energética da América Latina. E a Previdência? O senhor presidente nos diz que a Previdência deve ser reformada a cada 15 ou 20 anos. Que é assim mesmo. Não ocorreu ao senhor presidente nos dizer que uma real reforma da Previdência requer mudar o regime previdenciário — de um regime de repartição, com benefício definido, para um regime de capitalização, com contribuição definida. Com contas individuais, como as cadernetas de poupança. Com concorrência entre as instituições financeiras, para obter a melhor rentabilidade para o mutuário. Com a capacidade de cada trabalhador de trocar a instituição administradora da sua aposentadoria. Se tivesse sido feita uma re-

forma como essa no passado, não teria sido necessário que o seu antecessor tivesse introduzido o "fator previdenciário" nem que os seus sucessores venham a introduzir outras garfadas nos benefícios dos aposentados. Da mesma forma, a reforma fiscal da atual administração, infelizmente e a despeito do otimismo do senhor presidente com os resultados para o governo federal, também não produziu resultados duradouros. Serviu apenas para aumentar a carga tributária. Para garfar mais dinheiro do contribuinte e custear o excesso de despesas do governo federal, em um processo de encolhimento da classe média aparentemente sem fim. Quando essa brutal carga tributária não é suficiente, o governo aumenta a sua dívida para cobrir despesas correntes. É como o trabalhador que toma dinheiro emprestado para pagar a despesa da feira; a dívida é corrigida todo mês pela "menor taxa de juros nominal" deste governo; o salário só será reajustado no ano que vem.

E

spírito de porco, eu? Não, leitor, os números são do próprio governo. Em junho, de acordo com o Tesouro Nacional, a dívida pública voltou a crescer. O saldo passou de um trilhão de reais. Considerados os papéis que estavam vencendo, a colocação líqüida de títulos do Tesouro Nacional foi de sete bilhões de reais, somente no mês. O aumento do endividamento público é equivalente ao déficit nominal do governo. Portanto, caro leitor, ao contrário do que nos querem fazer crer, lamento informar que infelizmente continuamos no vermelho e vamos ser chamados a pagar. Como de hábito. É por isso que me chamam de desmanchaprazeres. Porque desconfio que Papai Noel não existe. Porque nunca comprei "paco". Porque checo e verifico. E porque, quando se trata de governos, em geral tem sempre alguém que, de tanto falar que vivemos no melhor dos mundos possíveis, acaba acreditando e tentando nos fazer crer que é verdade.

A dívida pública voltou a crescer. E vamos ser chamados a pagá-la.

Depois de Doha, eficiência MILTON LOURENÇO

O

futuro do comércio exterior brasileiro depende muito dos resultados das eleições de outubro. Se o atual mandatário ganhar o direito de governar por mais quatro anos, não há a menor hipótese de que a coordenação da política externa comercial, inclusive a negociação de acordos internacionais, deixe de continuar atrelada a interesses estratégicos e ideológicos que pouco têm a ver com os do setor privado, mas que usam e subordinam as negociações comerciais a outros objetivos. Por isso, tende a cair no vazio a proposta da Fiesp para a nomeação de um ministro para o comércio exterior, com poder para comandar a política setorial, com a concentração na Camex das decisões mais importantes. Em termos práticos, equivale a tirar do Itamaraty as atribuições de conduzir as negociações comerciais para deixálo limitado à ação diplomática, embora nem sempre seja possível delimitar onde começa uma e acaba a outra. Como restam cinco meses para a conclusão do atual mandato, está claro que nenhuma mudança nessa área deverá ocorrer. Mas não há dúvida de que deveria haver uma coordenação única para a política comercial externa. Hoje, infelizmente, à falta de um comando único, exportadores e importadores dependem de decisões de 23 ministérios e de dez departamentos e agências. Se a Camex ou, em última análise, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), assumisse efetivamente essa direção, o País teria muito a ganhar, principalmente se o seu titular continuar a ser um empresário, enfim, alguém do ramo. Uma das conseqüências desastrosas da atual politização das negociações comerciais

T

foi a decisão do governo brasileiro de enterrar as conversações para a formação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), sem levar em consideração as oportunidades econômicas que seriam desperdiçadas. Oportunidade perdida, tudo parece muito mais difícil, depois do fracasso da Organização Mundial do Comércio (OMC) em fechar um acordo amplo na última rodada de negociações da Rodada Doha, em Genebra. A partir de agora, aparentemente não há outra estratégia para o governo brasileiro que não seja um retorno às negociações bilaterais com os países europeus e, provavelmente, com os EUA. O problema é que, fora de um acordo amplo no âmbito da OMC, a margem de barganha dos países menores contra os países ricos fica muito reduzida e as trocas acabam sempre favorecendo as economias mais fortes. Seja o acordo bilateral ou multilateral, o certo é que sempre haverá setores que perderão e outros que ganharão. É o que se vê nas atuais relações com a China.

O

que o governo pode fazer é seguir um modelo adotado pela União Européia, que determina a entrada de um produto por um determinado porto, capaz de exercer um controle rigoroso, para, com isso, combater de maneira mais eficaz a pirataria. Já na área de tecnologia, não há o que fazer, exceto esperar que os setores ineficientes da indústria brasileira invistam para enfrentar a concorrência. É também para isso que servem os acordos internacionais. MILTON LOURENÇO É PRESIDENTE DA FIORDE LOGÍSTICA INTERNACIONAL FIORDE@FIORDE.COM.BR

udo parece muito mais difícil depois do fracasso da OMC

O

que mais me surpreende na ruptura moral dos sanguessugas é o seu desabusado êxito em continuarem até o fim em seus mandatos formais. Não lhes passou pela cabeça que viriam a lume os seus atos incorretos, com reflexos direto na doação das ambulâncias superfaturadas. O caso dos sanguessugas veio confirmar a podridão moral do governo sob predomínio do PT, que não se envergonhou ao se tornarem públicas suas maroteiras. Vê-se que o aspecto moral da administração pública foi posto de lado ou não foi mesmo levado em consideração pelos meliantes com postos políticos no cotidiano da administração, podendo, portanto, aumentar o preço das ambulâncias com vantagem, assim, escancaradamente, como se não houvesse opinião pública vigilante.

G O caso dos

sanguessugas veio confirmar a podridão moral do governo sob predomínio do PT

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m escândalo a mais no já escandaloso governo petista não assombrou as multidões que a mídia informa, como disse um dos deputados arrolados; foi "um pequeno caso" de desvio de rumo do qual seus autores não julgaram fosse violento. Aí está no que dá o regime conspurcado pela má gestão dos negócios públicos e a desmedida distância que guarda a obrigação moral de bem administrar a coisa pública, o contrário do que está sendo feito em vários espaços dos negócios do governo. Foi esse o aspecto tenebroso dos sanguessugas e do superfaturamento, que enriqueceu a malandragem e que evidentemente não será punido. Belo retrato da realidade brasileira em nossos dias, em que ninguém da quadrilha de mal feitores que tomou conta da nau do Estado não será punido. É o que tenho a dizer desse horrendo caso dos sanguessugas e do superfaturamento das ambulâncias, que serviram para a tarefa do submundo, das vilanias perpetradas contra o dinheiro do contribuinte. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCNTIMBURGO@ACSP.COM.BR


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DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 31 de julho de 2006


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 31 de julho de 2006

Política

Nenhum dos nossos adversários tem autoridade moral para nos atacar. Presidente Luiz Inácio Lula da Silva

CANDIDATO TUCANO RECEBE O APOIO DE 12 SINDICATOS DA FORÇA SINDICAL E QUER MUITO MAIS Robson Fernandes/AE

Wilson Junior/AE

SINDICATOS NO ALVO DE ALCKMIN

T

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erreno fértil para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o sindicalismo virou ontem alvo do candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin. Num encontro com representantes de 12 sindicatos ligados à Força Sindical, o tucano discutiu medidas que visem reduzir a tributação sobre a folha de pagamento dos trabalhadores. Presidida por Paulo Pereira da Silva, do PDT – partido do candidato Cristovam Buarque –, a Força Sindical não manifestou apoio formal a nenhum presidenciável. Embora o apoio dos sindicalistas a Alckmin seja irrisório — são apenas 12 de 400 sindicatos que a central tem em São Paulo — o PSDB articula ainda um encontro com outras categorias em Brasília, no mês que vem. Na reunião de ontem, à portas fechadas, estiveram presentes sindicalistas ligados as áreas de metalurgia, alimentação e do comércio. "Estamos hoje aqui com lideranças do mundo trabalho. E discutimos sobre o ambiente macroeconômico para o Brasil cresc e r. Ta m b é m discutimos a Previdência Social, além da redução da informalidade", disse Alckmin. O secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Miguel Torres, disse que o apoio se deu porque Lula não cumpriu as promessas feitas em 2002 para os trabalhadores. "Na última eleição apoiamos o Lula, mas a esperança que tínhamos nele não se concretizou em medidas práticas", disse Torres, depois do encontro, lembrando que os 12 sindicatos criaram um movimento pró-Alckmin. Esse grupo representaria menos de 700 mil dos 15 milhões de todos os sindicatos filiados à Força Sindical pelo Brasil. E st r at é gi a – O PSDB está preparando uma grande reunião com outros sindicalistas no dia 9 de agosto, em Brasília. Nela, Alckmin ganharia apoio político "de vários setores do mundo do trabalho". "Queremos o apoio de todos os trabalhadores, de todos os setores do mundo do trabalho", disse Alckmin, após o encontro fechado com os sindicalistas. Segundo o candidato, o ambiente macroeconômico e a

Previdência Social foram temas discutidos na reunião. Alckmin não apresentou propostas, mas afirmou que o déficit previdenciário será solucionado com o crescimento da economia e com a redução da informalidade do mercado de trabalho que, hoje, é de 50% dos postos de trabalho. Empregos – "Aumentar a formalização do emprego e estimular novos postos de trabalho, nós temos que rever essa caríssima intermediação de mão de obra. Isso vai ajudar a Previdência, porque hoje metade da População Economicamente Ativa não contribui para a Previdência Social", afirmou o tucano. Ele citou os benefícios gerados pela redução de alíquotas de ICMS para alguns produtos em São Paulo, durante sua gestão, para demonstrar o possível impacto de mudanças nas contribuições trabalhistas. Sanguessugas– Perguntado se aceitará o apoio de deputados do PSDB e PFL suspeitos de terem recebido o "mensalão" ou envolvidos no escândalo das sanguessugas, Alckmin disse que responderia apenas pelo PSDB. "Aqueles que ficarem comprovada a participação em atos de corrupção não ficarão nem no partido", respondeu, citando uma resolução da Executiva Nacional do PSDB sobre as possíveis expulsões. Privado– Ao comentar a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a dificuldade de separar o candidato do presidente, Alckmin retrucou: "É perfeitamente possível separar as coisas, mas realmente eles não sabem separar. Não separam o público do privado; não separam partido, de governo e, agora, não separam candidato, do presidente". De acordo com o candidato tucano, a continuidade de ações do governo é um fator positivo, mas não quando elas têm motivação política. Nesse sentido, ele criticou o incentivo dado ao setor calçadista na recente viagem de Lula ao Rio Grande do Sul. "Eles estão precisando do incentivo há muito tempo. Deveria ter feito muito antes, mas faz agora porque o presidente foi lá. Isso é subestimar a inteligência das pessoas". (Agências)

Queremos o apoio de todos os trabalhadores, de todos os setores. Geraldo Alckmin

Heloísa na Parada Gay do Rio

HELOÍSA E CRISTOVAM: CAMPANHA A TODO O VAPOR.

A LULA DESAFIA A ÉTICA DA OPOSIÇÃO Hélvio Romeiro/AE

Lula ao lado do presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina, Alcântaro Correa.

O

presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato da coligação A Força do Povo (PT-PRB-PC do B) à reeleição, decidiu ontem desafiar a oposição no campo da ética, principal mote dos adversários na campanha presidencial. Lula afirmou, em Florianópolis, que os governos anteriores cometeram erros maiores que os dele. "Eles não podem querer se comparar com o nosso governo na questão ética, nem em nenhuma outra área", disse, durante um ato político realizado no Centro de Convenções da capital de Santa Catarina. Segundo informações dos dirigentes da campanha de Lula, o evento reuniu mais de 3 mil eleitores, que o ouviram dizer: "Nunca punimos inocentes. Mas também nunca inocentamos culpados. Quem errou tem de ser punido." O presidente criticou o que chamou de campanha difamatória contra a administração federal e citou o escândalo dos sanguessugas como exemplo de informações distorcidas.

"Na verdade, fomos nós que, através da Controladoria-Geral da União (CGU), iniciamos as investigações. A própria Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas está fazendo o seu trabalho a partir de um relatório produzido pelo governo federal. Quer dizer, estamos investigando todo o caso e fornecendo os elementos para que os

As falhas e os erros cometidos em governos anteriores são bem maiores. Eles não podem se comparar com o nosso governo na questão ética. Luiz Inácio Lula da Silva culpados sejam punidos." Em seguida, ressaltou que as apurações apontam para o envolvimento de "mais de cem prefeitos do PSDB e do PFL". Ainda na linha de comprometer os antecessores, Lula afirmou que "a Polícia Federal tem

desmantelado quadrilhas que operavam desde a década de 90 e nunca haviam sido incomodadas com investigações nos governos anteriores". Participantes do comitê de Lula disseram que o presidente recomendou aos militantes que não abaixem a cabeça, argumentando que "nenhum dos nossos adversários tem autoridade moral para nos atacar". Para Lula, a oposição "ofende o tempo todo, mas não é capaz de mostrar o que fez melhor que nós". O presidente citou, como exemplo, a crítica de que os bancos têm tido grandes lucros nos últimos anos. "É melhor que os bancos lucrem do que fazer um Proer (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional), que gastou uma fortuna para socorrer bancos em dificuldades." A conclusão, disse, é que "o ódio deles é pelas coisas boas que fizemos". Depois do comício, Lula almoçou com empresários da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc). (AE)

o ser questionada sobre uma eventual aliança com Anthony Garotinho (PMDB), a candidata a presidente Heloísa Helena, da coligação Frente de Esquerda (PSOLPSTU-PCB), garantiu, no Rio, não ter mantido nenhum contato: "Não tem aliança, não tem apoio. Ele nunca conversou comigo, nem eu com ele. Fora disso, é viagem interplanetária". Heloísa não quis comentar a pesquisa do Ibope que a pôs em segundo lugar no Estado, com 19% (39% Lula e 17% para Alckmin), mas demonstrou contentamento. "Prefiro nunca comentar as pesquisas. Claro que fico muito feliz com o carinho e a generosidade do povo carioca." Cristovam – Em Curitiba (PR), o candidato à Presidência da República pelo PDT, senador Cristovam Buarque, disse que se sente "confortável" para fazer críticas ao presidente Lula, apesar de ter sido seu ministro da Educação: "Eu não mudei. Ele mudou. Lamentavelmente, o PT se acomodou e o Lula mudou." Para ele, o partido do presidente "perdeu o vigor transformador". Cristovam fez críticas mais acentuadas ao discurso do presidente, sábado, no Rio Grande do Sul, quando Lula teria dito que é preciso eleger alguém que não tenha diploma universitário, que teria mais condições de fazer o que precisa ser feito pela educação. "Não digo que é preciso diploma para ser bom presidente, mas o que ele falou é contra a educação e a democracia". (AE) Aniele Nascimeno/AE

Eu não mudei. Lamentavelmente o PT se acomodou e o Lula mudou. Cristovam Buarque


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Empresas Finanças Tr i b u t o s Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

SETOR MOVELEIRO GANHA CRÉDITO

segunda-feira, 31 de julho de 2006

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mil reais é o valor máximo da multa para empresas que não se adaptarem à nota fiscal eletrônica

NOVIDADE VALE PARA PRESTADORES DE SERVIÇOS COM FATURAMENTO SUPERIOR A R$ 240 MIL POR ANO

COMEÇA A EMISSÃO DA NOTA ELETRÔNICA

A

partir de amanhã, empresas de serviços da cidade de São Paulo de 35 áreas de atuação – como paisagismo, transporte escolar, dedetização, carpintaria e ensino superior, entre outras – serão obrigadas a começar a emitir a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) ao recolher o Imposto Sobre Serviços (ISS). A regra vale para as empresas que faturam mais de R$ 240 mil por ano e são regulamentadas pela prefeitura da capital. A s d e m a i s p re s t a d o r a s devem aderir até o mês de novembro, dependendo do código de serviço. A exceção envolve sociedades de profissionais liberais, como advogados e contadores. As empresas que deixarem de emitir o novo documento no prazo serão punidas como se não houvessem emitido qualquer nota, com multas que podem chegar a R$ 4 mil. Para poder emitir a NF-e, os prestadores devem entrar no site da Prefeitura (www.prefeitura.sp.gov.br/nfe) e solicitar senha de acesso e autorização. Há também a lista com os prazos de cada código de serviço. Os créditos acumulados com a emissão podem ser usados pelos tomadores de serviços para abater até 50% do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) do ano seguinte. Críticas — A NF-e tem recebido críticas porque, ao contrário da versão estadual, que tem

Paulo Pampolin/Digna Imagem – 14/4/05

sido estudada há dois anos e visa a integrar empresas, municípios, estados e Receita Federal, a da prefeitura paulistana teria sido implantada com poucos testes, baseada no sistema do município fluminense de Angra dos Reis, pequena e com poucos contribuintes. "Em Angra, não existe necessidade de um programa mais complexo, estudado previamente", comenta Marco

35 áreas de atuação de empresas de prestação de serviços fazem parte da lista de contribuintes alcançados pela medida da Prefeitura de SP

Bueno, diretor da Mastersaf, consultoria fiscal e tributária. Ele critica a falta de segurança do sistema, que não tem criptografia ou certificação digital e pode ser acessado por meio de uma senha simples. "Dados dos prestadores poderão ser acessados com muita facilidade pelos funcionários que emitirem as notas, o que é muito perigoso", afirma. Nesse caso, a Prefeitura se defende alegando que os con-

tribuintes poderão solicitar que seus dados não sejam visualizados pelos funcionários (leia mais nesta página). Outra crítica diz respeito à emissão de muitas notas ao mesmo tempo. Não está prevista no processo uma emissão facilitada para grandes volumes. O contribuinte poderá entregar um recibo provisório de serviços (RPS) em papel ao consumidor, mas terá que efetivar a nota eletrônica mais tarde. E cada uma deverá ser emitida pelo site individualmente, o que pode prejudicar empresas de grande porte. Problemas — O consultor tributário da Confirp Consultoria Contábil, Welinton Motta, prevê problemas no sistema da Secretaria de Finanças da Prefeitura já nos próximos dias, pois poucas empresas aderiram à nota até agora e deve haver um grande número de empresários se cadastrando para não perder o prazo. As adesões começaram em junho, depois da publicação do Decreto 43.356/06 e da Portaria 72/06. "Foi um prazo muito curto para os empresários tomarem conhecimento da nova legislação." Os especialistas dizem que os primeiros seis meses de adaptação à nota eletrônica serão muito complicados tanto para os prestadores como para a Prefeitura, que provavelmente terá de fazer adaptações em seu sistema.

Motta, da Confirp, prevê problemas no sistema pelo grande número de acessos de contribuintes ao site Andrea Felizolla/LUZ

De acordo com Tormin, secretárioadjunto de Finanças da cidade de São Paulo, haverá mais gente pedindo nota e, com isso, maior eficiência nas ações de fiscalização.

Clarice Chiquetto

Mais 10 milhões de fiscais Prefeitura de São Paulo ganhará 10 milhões de fiscais para ajudar a combater a sonegação e a aumentar a arrecadação. Esses fiscais serão os próprios munícipes que, em troca de desconto no Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU), vão pedir mais notas fiscais aos prestadores instalados na capital. E estes, por sua vez, não terão como deixar de pagar o Imposto sobre Serviços (ISS). O secretário-adjunto de Finanças, George Tormin, afirmou na última sexta-feira, em palestra na seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) sobre a implantação da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), que os tomadores de serviços na capital serão sócios do município na fiscalização da arrecadação do ISS. Para Tormin, esse aumento

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indireto na fiscalização é bom, pois a cidade não tem fiscais suficientes. "Vamos ter mais gente pedindo nota e, com isso, maior eficiência nas ações de fiscalização", disse. Tormin afirmou ao Diário do Comércio que três prestadores deixaram de converter os recibos provisórios de serviço (RPSs), notas emitidas em papel, na impossibilidade da emissão online, em notas eletrônicas no prazo de dez dias no sistema da prefeitura. O secretário acredita que vão aparecer centenas de reclamações iguais. Para recebê-las, haverá um link no site ww w. prefe it ur a.s p. go v.b r/ nf e. "Com as denúncias, a prefeitura poderá informar o prestador a respeito da necessidade da conversão", afirmou. Por enquanto, a não conversão no prazo vai gerar uma

multa de R$ 60, mas, em breve, um projeto de lei específico para a nota eletrônica será enviado para a Câmara Municipal. Ilegalidade — Segundo Tormin, um problema que estava sendo questionado pelos contribuintes desde junho, quando a nota começou a ser emitida eletronicamente, é o risco de os dados cadastrais do tomador serem acessados por funcionários que emitirem a nota. Mas ele garante que não há essa chance. "Os que quiserem poderão pedir que os dados não sejam visualizados." Diferentemente dos críticos, ele não vê ilegalidade no uso dos contribuintes como "fiscais". No final da tarde de sextafeira, havia 472 contribuintes autorizados a emitir o documento eletrônico e 18.380 notas haviam sido processadas. Adriana David

Dilma nega uso eleitoreiro ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, negou que o anúncio de linha de crédito de R$ 600 milhões para os setores moveleiro, madeireiro e de máquinas e equipamentos agrícolas, feito na última sexta-feira pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, tenha motivos eleitoreiros. "Isso não é uma questão eleitoral", argumentou. O pacote, segundo ela, beneficiará empresários do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais, afetados pela valorização cambial. No sábado, o presi-

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dente Luiz Inácio Lula da Silva tinha comícios marcados em Porto Alegre e em São Leopoldo. Dilma alegou que o anúncio, na véspera da visita de Lula ao Rio Grande do Sul, não era para preparar a recepção do candidato à reeleição. Para a entrevista dela, no entanto, a assessoria de imprensa da Casa Civil chamou representantes de rádios, TVs e jornais do Rio Grande do Sul, além dos setoristas do Palácio do Planalto. Para ressaltar que a linha de crédito, com juros de 2,8% além da Taxa de Juros de

Longo Prazo (TJLP) de 7,5% ao ano, prazo de 24 meses e carência de 12 meses, vai beneficiar um setor que, no Rio Grande do Sul, tem 2,4 mil estabelecimentos e responde por 26% da produção moveleira nacional. O valor dos empréstimos vai de R$ 5 mil a R$ 5 milhões. A ministra da Casa Civil afirmou também que o governo federal está estudando novos pacotes e linhas de financiamento para outros setores, especialmente os ligados à área de infra-estrutura da economia nacional. (AE)

FGTS: saque mais simples

Serviço (FGTS) por doentes terminais ou seus dependentes. Segundo a Caixa Econômica Federal, a lei era vaga sobre esses doentes. Só no ano passado, 32,6 mil trabalhadores com câncer sacaram R$ 137,4 milhões das contas vinculadas do FGTS. Outros

29,2 mil trabalhadores portadores de HIV resgataram R$ 34,2 milhões. No caso de doenças terminais, é preciso apresentar atestado de diagnóstico assinado por médico com registro nos conselhos federal e regionais de medicina. (AE)

m decreto publicado na última quinta-feira tornou mais simples a regulamentação para o saque de recursos do Fundo de Garantia por Tempo de

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Eleições Planalto Segurança Congresso

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 31 de julho de 2006

SÃO PAULO À ESPERA DA 'AJUDA' DO GOVERNO FEDERAL

Se eles (governo por meio do Ministério da Justiça) mandarem o dinheiro, vamos aceitar. Vou dizer publicamente 'muito obrigado, recebi os valores'. Claudio Lembo, governador de SP

LEMBO APÓIA SAULO EM RECLAMAÇÃO CONTRA O MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

CADÊ A VERBA PROMETIDA?

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governador de São Paulo, Claudio Lembo, disse neste domingo que não recebeu qualquer ajuda do governo federal para a área de segurança pública e defendeu o secretário de Segurança Saulo de Abreu Filho, que em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, afirmou que nenhum dos pedidos feitos ao Ministério da Justiça foi atendido. "Ele (Saulo) não disse nada que não esteja nos limites da atuação dele e é o que todos pensamos. Não recebemos absolutamente nada de Brasília e nem espero receber. Eu sou muito cético. Há um vácuo entre o discurso e a realidade", afirmou o governador. Na entrevista, Abreu Filho afirma que pediu tropas do exército, 200 homens da Força Nacional de Segurança, o empréstimo de equipamentos da Polícia Federal e o repasse de R$ 740 milhões, para projetos como interligação do banco de dados de criminosos. As tropas iriam vigiar áreas dominadas pelo tráfico de drogas e as muralhas de presídios, liberando policiais para o patrulhamento. "Nós, os governadores de todos os Estados, estamos cobrando essas verbas todas de R$ 700 milhões do sistema penitenciário e eles não transferiram. Fazer o que? São Paulo é bastante competente em realizar e aceitar seus próprios desafios. Vamos restaurar nossos presídios e, se eles mandarem o dinheiro, vamos aceitar. Vou dizer publicamente "muito obrigado, recebi os valores", disse Lembo. A assessoria do Ministério da Justiça afirmou que o atraso no repasse das verbas se deve a mudanças no critério de liberação dos recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública, o que prejudicou os estados mais populosos. E informou ainda que vai financiar as obras nos presídios de Franca e Serra Azul. (AOG)

Paulo Pinto/AE- 31/05/06

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Governador Cláudio Lembo (PFL): Não recebemos nada de Brasília. Há um vácuo entre discurso e realidade.

SANGUESSUGAS OS QUATRO NOVOS ACUSADOS

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sub-relator de sistematização da CPMI dos Sanguessugas, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), pretende ouvir informalmente os quatro deputados cujos nomes surgiram nos levantamentos da Controladoria Geral da União (CGU) c o m o t e n d o a p re s e n t a d o emendas orçamentárias que beneficiaram empresas ligadas à máfia das ambulâncias. A ação da CGU foi interpretada pela oposição como uma tentativa de politizar os trabalhos da comissão. Sampaio quer entrar em contato diretamente com os quatro e perguntar a cada um quais esclarecimentos desejam fazer sobre as emendas, mas sem notificá-los formalmente. "Dessa forma, a CPMI não se exime de examinar as informações da CGU, mas não corre o risco de expor desne-

Luiz Prado/LUZ - 28/11/05

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s candidatos a presidente da República e a governador de São Paulo, Luís Inácio Lula da Silva (PT) e José Serra (PSDB) têm algo em comum: ambos estão dispostos a não comparecer nos debates no 1º turno, programados pelas emissoras de televisão. Em princípio, três redes de tevê já decidiram que vão realizara debates: Globo, Record e Bandeirantes. Os fujões estão arriscados a pagar o mico: as emissoras prometem exibir suas cadeiras vazias. Lula e Serra lideram as pesquisas e, por isso, admitem que podem ser os principais alvos dos adversários. Os dois candidatos, porém, admitem que podem rever suas posições se necessitarem disputar o 2º turno.

Fotos: Arquivo DC

Arolde

João Almeida

cessariamente esses quatro parlamentares, contra os quais não existem indícios de envolvimento", diz ele. "Trata-se de um estudo estatístico". Segundo Sampaio, o deputado Fernando Gabeira (PVRJ), também integrante da CPMI, concorda com a proposta, que será levada hoje ao presidente da comissão, deputado Antônio Biscaia (PT-RJ). Na última semana, a Controladoria divulgou um estudo com nomes de parlamentares que tiveram emendas individuais executadas pelo esquema. Nela, surgiram, além de dezenas de parla-

Aroldo

Márcio

mentares já investigados pela CPMI, os nomes dos deputados Aroldo Cedraz (PFL-BA), M á rc i o R e i n a l d o M o re i r a (PP-MG), Arolde de Oliveira (PFL-RJ) e João Almeida (PSDB-BA), todos adversários do governo. A CPMI dos Sanguessugas ouvirá amanhã, reservadamente, o empresário Luiz Antônio Vedoin, da Planam. O depoimento está marcado na sede da Polícia Federal, em Brasília. "Um grupo de parlamentares quer tirar dúvidas a respeito dos depoimentos que ele prestou ao juiz Jeferson Schneider", disse Gabeira. (AE)

Além dos debates, as emissoras querem a participação dos principais candidatos em outras atrações. A Globo, por exemplo, organizou as entrevistas para os seus mais importantes programas: Jornal Nacional, Jornal da Globo e Bom dia Brasil.

EXEMPLO Lula e Serra querem imitar Fernando Henrique Cardoso que, na campanha de reeleição de 1998, não aceitou debater com os adversários na televisão. O argumento é o mesmo: acham que vão virar saco de pancadas por liderarem as pesquisas.

VENCEDORES Lula e Serra estão prometendo rever suas posições no 2º turno. Mas, ambos acham que podem se eleger já no 1º turno, principalmente o tucano, que teria hoje aproximadamente 60% dos votos válidos. O PT trabalha pensando em dois turnos mas, no fundo, Lula tem esperança de se eleger no 1º turno.

PERIGO Os petistas continuam preocupados com a linha ascendente de Geraldo Alckmin nas pesquisas. Admitem que o tucano está sabendo usar a exposição na tevê. O tucano está avançando principalmente no Sul e Sudeste, mas ainda não decolou no Nordeste.

SETORIAL

Maluf: indenização de R$ 30 mil

reportagens do jornal Folha de S. Paulo, nos dias 12 e 17 de março de 2000. O episódio envolvia Nicéia Pitta, na época casada com Celso Pitta, que acusava o marido de irregularidades na prefeitura paulistana. A primeira instância julgou improcedente a ação e condenou o filho de Mário Covas a pagar as verbas de sucumbência. (AE)

COMITÊ DO PT É ROUBADO comitê de campanha do deputado Sigmaringa Seixas (PT-DF), que funciona no centro administrativo de Brasília, foi arrombado na madrugada de domingo. A polícia suspeita, pelos objetos roubados, de crime político. Os ladrões levaram as memórias dos três computadores do escritório. "Só havia dados de campanha registrados nos equipamentos. Além dos computadores, não levaram nada de valor", resume o petista, que preside a Comissão de Constituição e

FUÇA-FUÇA

NA TV

MALUF: NOVA CONDENAÇÃO. ex-prefeito Paulo Maluf foi condenado a pagar indenização, por danos morais, no valor de R$ 30 mil para Mário Covas Neto, o Zuzinha, filho do exgovernador Mário Covas. A 9ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo acolheu o recurso de Covas Neto contra sentença do juiz Francisco Antonio Bianco Neto, da 1ª Vara Cível Central da Capital. A informação é da revista Consultor Jurídico. Covas Neto alegou que teve a honra ofendida por Paulo Maluf e pelo ex-prefeito Celso Pitta. Por esse motivo, resolveu pedir indenização de R$ 200 mil. As supostas ofensas foram publicadas em

Eymar Mascaro

Valter Campanato/ABr

No Sul (quase 20 milhões de votos) Geraldo Alckmin disputa com Lula o apoio dos governadores do Paraná (sete milhões de votos), Roberto Requião e do Rio Grande do Sul (sete milhões 500 mil), Germano Rigotto. Requião e Rigotto querem se manter neutros.

NA FRENTE A meta de Alckmin é reverter a situação em Minas (13 milhões de votos), depois de obter o apoio do ex-presidente Itamar Franco. O candidato confia muito na transferência de votos do governador Aécio Neves (70% de índice de aceitação) como candidato à reeleição.

ex-governador diz que vai votar em Heloísa Helena. O prefeito César Maia promete uma revolução nos votos cariocas em favor do tucano. Mas, por enquanto, Alckmin perde de Lula nas pesquisas feitas no Estado.

SUCESSO Em compensação, Lula não conseguiu ainda reverter a situação em São Paulo (26 milhões de eleitores). Alckmin está vencendo o petista no Estado. O tucano está 14 pontos percentuais na frente de Lula, segundo o Datafolha.

NORDESTE Está difícil para Alckmin tirar a vantagem de Lula no Nordeste. O candidato petista tem cerca de 50 pontos na frente do tucano nos nove estados nordestinos. Mas Alckmin acha que reverte a situação quando se tornar mais conhecido na região.

CONFIANÇA Os tucanos estão levando muita fé no encontro de Alckmin com as lideranças políticas nordestinas, dia 4 de agosto, em Recife. Alckmin vai aproveitar a ocasião para lançar seu projeto de governo para o Nordeste. O candidato promete recuperar econômica e socialmente a região.

ENCONTRO O PT está confiante no encontro de dirigentes sindicalistas marcado para o dia 18, em São Paulo. Lula confirma presença e espera arrancar dos sindicalistas apoio à sua reeleição. Os organizadores esperam pela participação de mais de dois mil sindicalistas.

MISTURA À revelia dos tucanos, surgiu no Ceará clandestinamente a chapa Lu-Lu, isto é, uma dobradinha formada por Lula e o governador Lúcio Alcântara, que é do PSDB, candidato à reeleição. Agora, desponta na Paraíba outra mistura, a dobradinha Luca (Lula e o governador Cássio Cunha Lima, do PSDB), também candidato à reeleição.

INDESEJÁVEL

Sigmaringa Seixas (PT-DF)

Justiça (CCJ) da Câmara e disputa a reeleição. O comitê funcionou até as 23h de sábado e o arrombamento foi constatado por volta das 7h30 de ontem, quando um dos funcionários chegou para reabri-lo.(AE)

REVOLUÇÃO Alckmin esperava pelo apoio de Anthony Garotinho no Rio, mas o

Petistas de Pernambuco estão sugerindo que Lula não apareça mais ao lado do exministro da Saúde Humberto Costa, candidato ao governo daquele Estado. Em tempo: Costa está atolado no escândalo dos Sanguessugas.


8 -.INTERNACIONAL/OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 31 de julho de 2006

o número de agosto da revista cultural história de lutas contra o inimigo comum que, jusbritânica Prospect, Jorge Castañeda retotamente, acabava de abandonar o campo. ma e elabora sua tese das "duas esquerNum lapso de tempo brevíssimo, as idéias condas" latino-americanas, apresentada na servadoras desapareceram do cenário e a uniforedição maio-junho de Foreign Affairs, pumidade ideológica total espalhou-se pelo país, blicação oficial do CFR. formando o panorama que descrevi em O Imbecil por OLAVO DE CARVALHO, de Washington DC A tese foi impugnada pelo historiador Kenneth Coletivo e cuja expressão eleitoral perfeita se viu Maxwell, guru do CFR para assuntos brasileiros, em 2002, com uma eleição disputada entre quatro mediante o argumento de que não pode haver candidatos esquerdistas que, na falta de divergênuma esquerda malvada e outra boazinha porque cias efetivas, travaram um campeonato de pureza tudo o que é esquerdista é bom. Castañeda está ideológica, cada um tratando de provar que os ourealmente enganado, mas, é claro, não por esse tros eram menos fiéis às suas origens (situação motivo. Como Maxwell é aquele sujeito segundo análoga à que viria a ocorrer no Peru entre Ollanta o qual o Foro de São Paulo não existe e Lula é um Humala e Alan García). típico self-made man americano, é vantajoso Como o unanimismo reinante era indecente depara a saúde do cérebro humano ignorar o mais para ser proclamado oficialmente, a solução que quer que ele diga, sobre esse assunto espontânea foi nomear a esquerda moderada coou qualquer outro. mo "direita" ad hoc e remover os poucos remancenA tese das "duas esquerdas" é interestes da direita genuína para a "extrema direita", situasante porque do fundo do seu erro da em algum lugar incerto entre o passado abomitransparece, em filigrana, a verdade sonável, o crime hediondo e o nada absoluto. FORO DE SÃO PAULO - Fazendo entre as duas bre a situação política do continente. esquerdas a mesma comparação de ações respecCASTAÑEDA - Castañeda começa tivas que eu fizera entre a direita e a esquerda no dizendo que desde o início da década começo da década, notei que a ala radical tratava de 90 previa a ascensão da esquerda na de expandir formidavelmente sua militânAmérica Latina, baseado em duas racia, consolidar sua hegemonia cultural, zões: (1) Com a queda do regime soviépreparar-se para grandes ações de mastico, os EUA não podiam mais acusar os sa e fortalecer suas alianças continentais partidos esquerdistas latino-americano Foro de São Paulo, enquanto a modenos de ser paus-mandados de Mosrada, tucana, se contentava com política cou. Livre desse estigma, a esquerda eleitoral local e manobras de gabinete. podia se apresentar em público com Mais ainda, a esquerda tucana, no ponova cara. (2) A América Latina permader, fortalecia sua adversária, alinecia uma das regiões mais afetadas mentando o MST com verbas fedepela desigualdade social, "e a combirais, espalhando a propaganda esnação de desigualdade e democracia querdista nas escolas e atraindo tende a causar uma guinada para a escontra si o ódio das Forças Armadas querda". por meio de cortes orçamentários e Em seguida confessa ter imaginado, de prêmios em dinheiro público ofeerroneamente, que a esquerda cujo surecidos a terroristas aposentados. Era cesso ele vislumbrava seria toda demoimpossível, diante disso, não perceber crática, modernizada, consciente das liqual das duas acabaria vencendo. ções adquiridas com o fracasso dos regimes comunistas no Leste europeu, aberPOPULISMO - Que a esquerda radical seja ta aos benefícios da economia de populista em vez de comunista ou pró-comunista, mercado e disposta, em última instância, como pretende Castañeda, é uma idéia tão boba que a abdicar de seu velho ódio aos EUA. nem mereceria atenção, se o CFR não a usasse como instruSe isso não aconteceu, se por toda parte mento para induzir a direita norte-americana a se desarmar emergiram ambições ditatoriais e as relaideologicamente a exemplo do que fez a latino-americana. O sr. ções da América Latina com os EUA se torCastañeda foi útil num caso como está sendo no outro. A palavra naram piores do que nunca, foi porque a "populismo" espalhou-se, como um mantra, pelos círculos do Paresquerdização geral levou ao poder não tido Republicano, ali exercendo um considerável efeito entorpeuma, mas duas esquerdas. "Uma é modercente. Ninguém jamais viu um cartaz de Getúlio Vargas ou Vena, de mente aberta, reformista e interlasco Ibarra, em vez de Che Guevara e Fidel, brandido pelos nacionalista... A outra é nacionalista, bajovens enragés do Fórum Social Mundial. Ninguém leu jarulhenta e de mente fechada." mais uma única sentença anticomunista – muito meCastañeda completa esse diagnóstico nos "virulentamente anticomunista" – nas atas do expondo aquilo que, no seu entender, Foro de São Paulo, nas cartilhas do MST, nos constitui a origem histórica dessas duas anais de congressos do PT ou dos moviesquerdas e a razão das suas diferenças. mentos chavistas. A analogia entre CháA esquerda latino-americana esclarecivez e os velhos "pais dos pobres" é puda, diz ele, "nasceu da Revolução bolcheramente estética, não política ou vique e seguiu um caminho similar ao da ideológica. Seu estilo bufão aliás esquerda no resto do mundo. Os partidos foi copiado menos de Perón ou comunistas chileno, uruguaio, brasileiro, Batista que do próprio Fidel Cassalvadorenho e, antes da revolução de tro. A unidade ideológica e estraCastro, o cubano, obtiveram parcelas sigtégica do Foro de São Paulo é uma nificativas do voto popular, participaram realidade poderosa, a única realidade governos de ‘unidade nacional’ nos de política que tem peso no continenanos 30 e 40, estabeleceram uma presença te. Chamar o neocomunismo de "populissólida e exerceram uma forte influência nos mo" só é útil a ele próprio, ajudando-o a crescírculos acadêmicos e intelectuais". cer mais um pouco sob a camuflagem protetora PERÓN E VARGAS - A origem da outra ese a adquirir até algum encanto suplementar aos querda, a burra, é especificamente local: ela olhos de alguns militares não nasceu do comunismo, mas do populismolengas que, não tendo mo latino-americano. Suas divindades tufibra para suportar com A analogia entre telares não são Marx, Lênin e Che Guevahonra as cusparadas da Chávez e os ra, mas tipos como o argentino Juan Pemídia e o desprezo do amvelhos 'pais dos rón, o peruano Victor Raúl Haya de la Torbiente impregnado de esCada novo comunista ou pró-comunispobres' é puramente re, o equatoriano José Velasco Ibarra e o querdismo, já se sentem ta que se tucanizava era motivo de festa estética, não política ou brasileiro Getúlio Vargas. coitadinhos ao ponto de entre os direitistas, mas, significativaideológica. Seu estilo Além de nacionalistas extresuspirar, como vagabunda história humana, entrando aí o mente, o sentimento com que estes o remados, "os populistas são, com surrada, por um olhar de cebiam não era de triunfo: era de alívio. comércio de drogas e a luta pelo bufão foi copiado menos No início da freqüência, virulentamente ansimpatia do agressor. domínio quase monopolístico Não festejavam a derrota do adversário, de Perón que de Fidel. década de 90, a ticomunistas, sempre autoritáHUGO CHÁVEZ - Cá endas fontes de subsídios estatais mas um vago arremedo de empate técesquerda tratava rios e mais interessados em obtre nós, duvido muito que e privados nos EUA e na Europa nico que, pro forma, os dispensava de lude se unificar, de se ter e conservar o poder do que o próprio Castañeda não através de uma infinidade de tar. Comemoravam, antecipadamente, em formular políticas". organizar em escala ONGs. Enquanto isso, a direita a aposentadoria ideológica da qual em breve esta- saiba de tudo isso. Há idéias que, precisamente por A culpa de toda a confusão não valerem nada como descrições da realidade, continental ocupava-se apenas riam desfrutando. continental, de se atual na América Latina é desses valem muito como instrumentos de manipulação. ALMOÇO DA DIREITA Numa data que não rede (1) desarmar-se ideologicaarticular com quadrilhas malditos populistas, que não mente, imbuindo-se da crença cordo bem, após a vitória de Fernando Henrique, Não são idéias, são ações políticas. Castañeda sabe de narcotraficantes (...) evoluíram intelectualmente de que o comunismo morrera e creio que em 1996, tomei parte de um dos célebres quem perde e quem ganha por acreditar na sua junto com os comunistas. portanto reprimindo em suas fi- almoços de aniversário do jornalista Aristóteles versão dos fatos. Ela não tem nada a ver com a reaEssa é a teoria de Castañeda. leiras qualquer veleidade anti- Drummond, um direitista histórico, veterano da Re- lidade, mas serve para aproximar mais ainda o CFR Na verdade não é uma teoria. É a simples projeção comunista, acusada de passadista e reacionária; volução de 64. Essas reuniões eram, na verdade, en- e os comunistas latino-americanos. Afinal, ele só mecânica da receita tradicional do CFR para os ma- (2) diluir-se politicamente, apostando tudo no su- contros políticos, ocasiões para tomar o pulso da di- critica neles o nacionalismo, um resíduo direitista. les do mundo: converter os comunistas ao socia- cesso da "esquerda modernizada" e adaptando-se reita nacional. Nesse dia, sentado ao lado de Eduar- Mas todos sabemos e ele também sabe que esse lismo reformista, fabiano, e construir com eles a a ela ao ponto de tornar-se mera força auxiliar a do Mascarenhas, ídolo intelectual da esquerda re- nacionalismo é só uma fachada para ludibriar miutopia globalista que eliminará do planeta as so- serviço dela, como aconteceu nas eleições brasi- cém-convertido ao tucanismo, observei que a litares e induzi-los a colaborar com a absorção das beranias nacionais, o capitalismo clássico, a demo- leiras de 1994, 1998 e 2002. Era como se às véspe- atmosfera geral era de afetuosa abertura aos es- soberanias nacionais no quadro da grande Amécracia constitucional americana e a cultura judai- ras de uma luta pelo título mundial de boxe, um querdistas presentes, quase tão numerosos quanto rica Latina socialista. A abertura de todas as fronco-cristã, unificando a espécie humana sob o go- dos contendores estivesse tomando proteínas e seus adversários tradicionais. Todos tomavam cui- teiras continentais às Farc e aos seqüestradores do verno de uma casta de planejadores sociais ilumi- se adestrando espartanamente, enquanto o outro dado para que uma apologia demasiado ostensiva MIR chileno, a extensão da jurisdição cubana ao nados. Se a América Latina deu errado, foi porque varasse as noites em farras com mulheres enviadas da economia de mercado não parecesse provoca- território da Venezuela, as intervenções crescenalguns esquerdistas não aderiram a tão lindo pro- pelo adversário, a quem por isso considerasse seu ção ou acinte aos convidados, ainda mal refeitos da tes e unanimemente aplaudidas do sr. Hugo Chágrama, preferindo apegar-se a velhos populismos bom amigo, encarando com crescente repugnân- queda da URSS. O único que cantava vitória era Ro- vez na política dos países em torno e a confissão do nacionalistas... e anticomunistas. berto Campos, mas, acrescentava ele, fazendo troça sr. Lula de que governa o Brasil em parceria secreta cia a perspectiva de esmurrá-lo. Mas vamos por partes. Descritos os fatos, não era preciso ser muito es- com sua idade avançada, "vitória póstuma". O gra- com estrangeiros, são provas cabais de que ninASCENSÃO DA ESQUERDA - No início da dé- perto para prever o desenrolar da situação. Os ele- cejo atenuava o contraste e reforçava o sentido ge- guém no Foro de São Paulo liga a mínima para nacada de 90, eu também previ a ascensão da es- mentos apontados por Castañeda eram, nisso, se- ral do encontro: ali não se comemorava uma vitória, ções e nacionalismo, exceto como instrumentos querda, mas por motivos bem diversos dos alega- cundários ou mesmo irrelevantes. O próprio Cas- mas a paz. Paz unilateral, demissionária, suicida. En- ocasionais de um anti-americanismo que não condos por Castañeda. Equações genéricas, por mais tañeda é que não era. Sua pessoa e suas idéias for- quanto a milhares de quilômetros dali Fidel Castro, traria em nada os objetivos do CFR. E quando Hurealistas que sejam, nunca dão fundamento a pre- neceram um poderoso anestésico para a direita, Lula e Frei Betto montavam a maior articulação po- go Chávez adotou como divisa o "bolivarianismo", visões sobre o desenrolar dos fatos. Fatos não são que via nelas a prova de que a esquerda se tornara lítica da história continental, juntando partidos le- ele conhecia o sentido simbólico profundo dessa evoluções espontâneas de "tendências dominan- civilizada e inofensiva (ele não dá o menor sinal de gais e bandos de criminosos armados para o assalto bandeira, ignorado pela massa que o segue e até tes", mas o resultado de ações concretas de seres perceber o quanto colaborou para que sua previ- ao poder, a direita cansada de guerra erguia um pelos "formadores de opinião" da grande mídia humanos. Prevê-los com acerto não depende de são não se realizasse por completo). brinde ao seu direito de voltar para casa e viver de nacional e internacional, todos eles, como é notófarejar "tendências" no falatório da moda, mas de Mas a minha perspectiva ainda diferia da dele lembranças. Voltei do encontro dizendo para os rio, cultíssimos e sapientíssimos. Simón Bolívar esobservar quem está fazendo o que. No início da num ponto essencial. meus botões: "Hoje a direita nacional festejou seu creveu em 1832: "As nações que fundei serão década de 90, a esquerda estava tratando de se eclipsadas após uma demorada e amarga agonia, Que havia na esquerda uma ala modernizada, próprio sepultamento." unificar, de se organizar em escala continental, de disposta até a abdicar do marxismo como aconte'PUREZA IDEOLÓGICA' - Com a abdicação geral depois reemergirão como Estados de uma grande se articular localmente com as quadrilhas de nar- cera com os partidos socialistas europeus, era coisa da direita, o cenário passava a dividir-se entre as duas república, a América." É esse o programa do Foro cotraficantes, internacionalmente com as "redes" óbvia. Durante algum tempo os porta-vozes mais esquerdas, separadas, como observou o próprio Fer- de São Paulo, como aliás é o do CFR. Os Castañedas globais de informação e com os movimentos radi- tagarelas dessa corrente – Eduardo Mascarenhas, nando Henrique, apenas por diferenças políticas de e similares só fazem onda contra o "populismo nacais islâmicos, de comprar armas e juntar recursos José Arthur Gianotti, Arnaldo Jabor, o próprio Fer- ocasião, mas unidas pelo mesmo fundo ideológico, cionalista" porque sabem que ele não existe, mas financeiros em escala jamais pensada por qual- nando Henrique – brilharam nos jornais e na TV co- pelas mesmas referências culturais e pelo sentimen- que, se a direita americana acreditar que ele existe, quer outro movimento político ao longo de toda a mo se fossem a encarnação viva dos novos tempos. to de solidariedade mútua alicerçado numa longa nada fará contra aquilo que existe.

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MuNDO

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A fraude do populismo continental


segunda-feira, 31 de julho de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Congresso Planalto Eleições CPI

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MUSAS AMPLIAM CANDIDATURAS AO CONGRESSO

DO ESCÂNDALO AO PALANQUE

Vou investir no boca-a-boca Fernanda Karina, candidata e musa.

Milton Mansilha / LUZ

BELAS, FAMOSAS E

Milton Mansilha / LUZ

CANDIDATAS Por Sergio Kapustan

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Dona de sobrenome tradicional na sociedade paulistana, Maria Christina Mendes Caldeira, ex-mulher do ex-deputado federal Valdemar da Costa Neto (PL-SP), que renunciou ao mandato para não ser cassado, também virou musa do Mensalão e dividiu mentes e corações. Tem 1m81, 75 quilos. "Mas embalagem não é minha prioridade", diz.

m julho do ano passado, duas belas mulheres - a publicitária Maria Christina Mendes Caldeira, 40 anos, e a secretária Fernanda Karina Somaggio, 33 anos - foram ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados com uma missão bombástica: denunciar o Mensalão - pagamento de propina a parlamentares da base governista em troca de votos. Elas agradaram principalmente os partidos de oposição pois as denúncias ajudaram a derrubar lideranças do PT, como José Dirceu e José Genoíno, e dos partidos que apóiam o presidente Lula. Mas a presença delas em Brasília agradou também a mídia. Muito mesmo: jornais, revistas e as televisões dedicaram amplo espaço às "musas do Mensalão", como elas ficaram conhecidas. Na época, especulou-se que Fernanda Karina posaria para a Playboy, mas o convite nunca concretizou-se. A secretária disse, à época, que usaria o dinheiro para financiar a campanha. Passado um ano do escândalo, elas pretendem passar agora de estilingue à vidraça. Ambas são candidatas a deputada federal pelo PV e PMDB, respectivamente. Maria Christina foi casada até 2004 com o deputado federal Valdemar Costa Neto (PL). Ele renunciou ao mandato para não ser cassado. Fernanda Karina afirmou que o publicitário Marcos Valério, de quem foi secretária, fez depósitos bancários em benefícios de políticos. Diversos partidos patrocinaram uma disputa nos bastidores pelo passe das duas. Elas respondem, com modéstia (nem sempre aceita por seus

MARIA CHRISTINA

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riunda de família tradicional, a paulistana Maria Christina Mendes Caldeira faz do seu apartamento, na região dos Jardins, o seu QG de campanha. Com um laptop sempre às mãos, Maria Christina dispara dezenas de e-mails e agenda suas reuniões. A candidata do PV diz que pretende fazer uma campanha franciscana até o fim. O teto de gasto é R$ 400 mil. Sem experiência de gastos com eleições, Maria Christina já viu de perto que o dinheiro é moeda importante para conquistar cabos eleitorais e aliados, mas está fora disso. "Eu não compro liderança comunitária", rebate. "Se eu sou contra corrupção, como posso aceitar um negócio desse?", indaga. O maior investimento da campanha é uma kombi-trailer que está sendo preparada para per-

simpatizantes, diga-se) que beleza não é fundamental, como pregava o poeta e compositor Vinicius de Moraes e muito menos um item de estratégia de campanha. Reconhecem que é importante apresentar-se bem vestida e maquiada ao eleitorado, porque isso conta pontos e pode render votos, em especial do eleitorado masculino, mas ressalvam que o que importa mesmo é ter uma mensagem forte e clara amparada em um programa partidário com substância para levar ao palanque. Confiantes num bom resultado nas urnas no dia 3 dce outubro, Fernanda Karina e Maria Christina querem expor suas razões ao julgamento público e apostam em suas plataformas para reforçar suas armas de sedução, em especial no difícil cenário político do País. Elas afirmam, com a mesma demonstração de entusiasmo, que querem se eleger para fazer política com idealismo e respeito ao eleitor. Ou seja, querem entrar na vida política pela porta da frente carregando a bandeira da determinação. A musa Fernanda Karina mede 1m73 de altura e pesa 52 quilos. No auge da crise, conta, chegou a emagrecer até 10 quilos. "Foram 90 dias de muita tensão, com entrevistas diárias – um sufoco", recorda a ex-secretária de Marcos Valério. Com 1m81 de altura e 75 quilos, Maria Cristina teve uma reação contrária, após o seu depoimento e os seus inúmeros desdobramentos. Ela está oito quilos acima do peso normal desde o ano passado e está empenhada em perdê-los. A briga com o exmarido, que continua a se travar na Justiça deixou-a tensa. Mas garante que não é isso o que a preocupa. "A embalagem não é minha prioridade", diz a candidata verde.

Ex-secretária do publicitário Marcos Valério, a musa do Mensalão Fernanda Karina Sommagio, agitou o Congresso duplamente: pela confirmação de que o patrão fez depósitos bancários para bewneficiar políticos. Ela tem 33 anos, 52 quilos e cogitou posar para a Playboy. O dinheiro seria usado para a sua campanha.

FERNANDA KARINA Milton Mansilha / LUZ

correr a região metropolitana de São Paulo, Mogi das Cruzes e Campinas. Mogi das Cruzes é reduto eleitoral do ex-marido. "Não vejo problema nenhum em ir na cidade onde sou conhecida", responde. Econômica na campanha, no entanto ela não economiza palavras para pedir o voto nas ruas. Onde vai se apresenta como uma candidata de "atitude firme contra a corrupção e disposta a fazer uma ampla faxina no Congresso Nacional". Ela não admite fazer dobradinha com candidatos de perfil clientelista e não aceitará contribuições financeiras de empresas ou grupos econômicos. "Vou fazer campanha sem rabo preso", avisa. "Não aceito ser eleita para ser depois funcionária ou representante de grupos". Ela se define como uma "pessoa de centro" e sem ambições

que não sejam as da atividade parlamentar. "Não tenho militância política nem sonho de poder", garante. "Mas é preciso ir à luta para a mudar o País. Não adianta só reclamar". Segundo a candidata, a sua plataforma é ajudar a Câmara a fazer a reforma política. "Defendo o voto distrital, a fidelidade partidária e o fim das emendas parlamentares ao Orçamento". Embora de centro, ela se diz eleitora da candidata do PSol à presidência da República, Heloísa Helena. As duas iniciaram uma amizade na CPI do Mensalão. "Sou fã de carteirinha dela e vou ajudar na sua campanha", declara. Maria Christina é a primeira representante da família Mendes Caldeira na política. Segundo a candidata, ela vai continuar fazendo política independentemente do resultado da eleição.

Milton Mansilha / LUZ

Palavra de musa: Fernanda Karina diz que adora ser secretária, mas está de olho no Congresso Nacional.

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Palavra de musa: "Sou uma candidata de atitude firme contra a corrupção e por uma faxina no Congresso".

esempregada há um ano, Fernanda Karina Somaggio não perde o hábito de secretária. Faz questão de não chegar atrasada às reuniões de campanha e organiza todos os papéis em pastas. "Eu adoro ser secretária", reconhece a candidata do PMDB ao chegar em casa para ver a filha que está passando as férias em São Paulo enquanto o marido trabalha em Belo Horizonte. Fernanda Karina é natural de Mococa (região nordeste do Estado) e mudou-se de Belo Horizonte para São Paulo por um ideal: ser deputada federal para "melhorar a Câmara". Ela sabe que não será uma campanha fácil mas acredita que a população promoverá uma "limpeza" na Casa. A exemplo de Maria Christina

Antonio Cruz / ABr

Valter Campanato / ABr

Mendes Caldeira, a peemedebista faz uma campanha franciscana, pois conta só com a ajuda de amigos. "Vou investir no boca-a-boca", sintetiza. O QG de campanha é na sede do partido, que banca também o material que ela usará. Ela busca votos em São Paulo e na região de Mococa. Fernanda se apresenta ao eleitor como uma candidata de coragem, determinada e disposta a transformar a política. A candidata aposta suas fichas na campanha gratuita de televisão e rádio – com início em 15 de agosto. "Quando eu me apresentar como a pessoa que denunciou o mensalão os eleitores vão lembrar", acredita. "Isso já está acontecendo agora, nas ruas. Agora imagina com a televisão". A sua plataforma de campa-

nha é a educação. "Sem ela (a educação) não há cidadania", resume. Para Fernanda, o País não pode bancar programas assistenciais, como o Bolsa Família, para retirar as pessoas da pobreza. "O povo precisa ser educado para pensar e não ficar na dependência dos outros". Aos 33 anos, Fernanda foi eleitora petista até o mensalão. Com o escândalo, decidiu entrar na política e optou pelo PMDB, que segundo cientistas políticos é uma legenda complicada, com um grande apetite por cargos e dividido em facções regionais, sem bandeiras definidas. Karina reconhece a dificuldade e diz que só pode responder por ela. "Eu posso falar por mim. Eleita, meu compromisso é lutar por um País mais justo e melhor", promete. Ela ainda não decidiu seu voto para presidente.

LEMBRA?

LEMBRA?

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oi avassalador. De uma só vez, no dia 20 de julho do ano passado, Maria Christina apresentou-se à Câmara e disse que o ex-marido (o exdeputado Valdemar Costa Neto) e o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, negociaram uma doação de Taiwan para a campanha de Lula de US$ 2 milhões. Valdemar teria uma comissão de 20% .

uando depôs à Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, em 28 de junho de 2005, ela abalou o Congresso. Disse que seu patrão, Marcos Valério, fazia saques altíssimos antes de suas viagens, que chegavam a R$ 1 milhão. O dinheiro ia para políticos e atividades supostamente ilícitas. Era o fio da meada do Mensalão, da qual virou musa.


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segunda-feira, 31 de julho de 2006

Internacional

Nós não vamos negociar até que a guerra israelense pare de derramar o sangue de pessoas inocentes. Fuad Saniora, primeiro-ministro libanês

Zohara Bensemra/Reuters

Israel mata 56 civis, enfurece o mundo e suspende os bombardeios Governo israelense concordou em suspender os ataques aéreos ao sul do Líbano por 48 horas para permitir uma investigação sobre o bombardeio a um prédio em Qana, onde dezenas de moradores haviam buscado abrigo. Em Beirute, libaneses protestam em frente à sede da ONU pelo fim dos ataques.

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governo de Israel concordou ontem em suspender os ataques aéreos no sul do Líbano por 48 horas, informou o Departamento de Estado norte-americano. O período será usado para investigar o ataque ocorrido na madrugada de domingo em um vilarejo de Qana, que resultou na morte de pelo menos 56 pessoas, entre elas 37 crianças. O anúncio da trégua aérea por parte de Israel aconteceu após a secretária de Estado dos Estados Unidos (EUA), Condoleezza Rice, ter cancelado sua visita a Beirute, depois que o governo do Líbano disse que

Voluntário da Cruz Vermelha participa do resgate de vítimas do bombardeio ao vilarejo de Qana, onde dezenas de civis foram mortos, a maioria, crianças

não poderia negociar com ela até que um cessar-fogo fosse estabelecido. O ataque na cidade de Qana, no Sul do Líbano, foi o que mais deixou vítimas civis desde o início da ofensiva de Israel contra a milícia xiita libanesa Hezbollah, em 12 de julho. Mas não foi o mais violento. Em abril de 1996, a mesma cidade foi alvo de outro ataque israelense, quando pelo menos 100 civis foram mortos durante a operação "Vinhas da Ira". Ontem, as bombas israelenses atingiram um prédio onde dezenas de moradores de Qana haviam buscado abrigo. Praticamente todas as vítimas

pertenciam a duas famílias, os Shalhoubs e os Hashems. O ataque aéreo aconteceu por volta da 1 hora local. "Eu tive muito medo. Havia poeira e pedras e eu não conseguia ver. Tudo estava preto", disse Noor Hashem, de 13 anos, que perdeu cinco irmãos e irmãs no ataque. Ela foi retirada dos escombros por um tio, cuja mulher e cinco filhos morreram no bombardeio. Desculpas – O governo israelense pediu desculpas pelas mortes, mas culpou o Hezbollah, a quem acusou de ter disparado foguetes contra Israel de um local próximo ao prédio bombardeado. O primeiro-mi-

nistro Ehud Olmert disse que a campanha militar para "esmagar" o Hezbollah vai seguir. "Nós não vamos interromper a batalha, apesar dos incidentes difíceis. Se necessário, a campanha será ampliada sem hesitações", disse Olmert após reunião do gabinete de governo. Quando a notícia sobre o bombardeio em Qana saiu, a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, interrompeu sua viagem ao Oriente Médio, depois de reunir-se com Olmert, em meio a pressões para que Washington aceitasse a idéia de um cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah. Ela telefonou para o primeiro-ministro

libanês, Fuad Saniora, e disse que permaneceria em Jerusalém para "continuar a trabalhar em uma proposta de paz", ao invés de seguir para Beirute, como estava programado. Saniora, porém, descartou a hipótese de continuar a discutir um pacote ambicioso de medidas enquanto a ofensiva israelense prosseguir. "Nós não vamos negociar até que a guerra israelense pare de derramar o sangue de pessoas inocentes", disse o primeiro-ministro libanês. Ele lembrou que é a favor da idéia de desarmar o Hezbollah, milícia xiita formada durante a Guerra Civil libanesa de 1975/90, anos em que

boa parte do Líbano esteve sob ocupação militar israelense. Vingança – Por meio de sua rede de televisão, Al-manar, o Hezbollah declarou que "o massacre de Qana não ficará sem resposta". Em Beirute, cerca de 5 mil manifestantes protestaram diante da sede da representação da ONU, aos gritos de "Destruam Tel Aviv". O ministro da Defesa do Líbano, Elias Murr, contestou o argumento israelense de que o Hezbollah teria disparado foguetes contra Israel a partir de Qana. "O que vocês esperam que Israel diga? Que matou mais de 40 mulheres e crianças?", questionou. (Agências)

Issam Kobcissi/Reuters

Aviões de Israel cortam a estrada de brasileiros

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Indignados, libaneses protestam em frente à sede da ONU em Beirute

O mundo reage. Basta!

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s reações internacionais ao ataque aéreo israelense que deixou pelo menos 56 civis mortos em Qana, no Líbano, foram de horror e condenação. "Nós nos reunimos em um momento de extrema gravidade, em primeiro lugar para o povo do Oriente Médio, mas também para a autoridade desta organização e, especialmente, deste Conselho", disse o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, durante reunião do Conselho de Segurança da ONU. Ele voltou a defender que o Conselho aprove uma resolução demandando um cessar-fogo imediato no Líbano. Em sua residência de verão de Castelgandolfo, o papa Bento XVI também defendeu uma trégua. "Centenas de mortos, tantos feridos, um enorme número de pessoas deslocadas e refugiados, casas, cidades e infra-estrutura destruídas, enquanto, nos corações de muitos, o ódio e a vontade de vingança parecem crescer", disse o pontífice. Em Paris, o escritório do presidente da França, Jacques Chi-

rac, condenou "essa ação injustificável, que mostra, mais do que nunca, a necessidade de um cessar-fogo imediato". Em Bruxelas, o comissário de Relações Exteriores e Segurança da União Européia, Javier Solana, disse que manifestou "consternação e perturbação profundas" ao primeiro-ministro libanês, Fuad Saniora. Para ele, "nada pode justificar" as mortes de civis inocentes. O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, FrankWalter Stenmeier, exortou todas as partes envolvidas a não bloquearem iniciativas diplomáticas que possam conduzir a um cessar-fogo. No Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou "indignação" e consternação" com o ataque. "Estou profundamente comovido pelos ataques aéreos israelenses que vitimaram dezenas de crianças, mulheres e idosos", disse Lula em carta ao primeiro-ministro libanês. Ele enfatizou que o Brasil "se opõe aos atos indiscriminados de violência e ao uso da força militar contra civis". O presidente também manifestou apoio a um cessar-fogo imediato. (AE)

principal estrada usada pelos brasileiros que deixam o Vale do Bekaa, no sul do Líbano, em direção a Damasco, na Síria, foi bombardeada no início da manhã de ontem pelo exército israelense, segundo o coordenador do Grupo de Apoio aos Brasileiros no Líbano, embai-

xador Everton Vargas. "Não sabemos ainda o quanto este bombardeio impede o tráfego na rodovia e por quanto tempo", disse. Por causa dos bombardeios, os dois diplomatas que seguiriam ontem para o Vale do Bekaa só deverão fazer a viagem hoje. Eles seriam deslocados do

Behrouz Mehri/AFP

consulado-geral de Beirute, capital do Líbano, para o vale, para ajudar no resgate de brasileiros que queiram sair da região. Agora, os embaixadores deverão informar sobre as condições da estrada e organizar uma rota alternativa. "Os brasileiros que desejam sair do Líbano devem procurar

os líderes comunitários e aproveitar a ida dos diplomatas para organizarmos novos comboios para sair do Vale", explicou Vargas. De acordo com ele, houve crescimento de brasileiros que saíram do Vale do Bekaa em direção a Damasco. Hoje, há 330 brasileiros que querem voltar ao Brasil. (ABr)

Chávez se arma com russos e se reúne com presidente do Irã Em visita ao Oriente Médio, venezuelano continua cruzada contra o "imperialismo norte-americano". Seu mais novo amigo: Mahmoud Ahmadinejad

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No Irã, Chávez é condecorado por Mahmoud Ahmadinejad

presidente da Venezuela, Hugo Chávez, desembarcou ontem no Irã para uma visita de dois dias – a quinta do venezuelano ao país islâmico. Chávez se reuniu com o presidente Mahmoud Ahmadinejad, seu grande parceiro nas pesadas críticas ao imperialismo norte-americano. Caracas e Teerã também têm fortes interesses econômicos comuns, já que ambas integram a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). Durante a visita, Chávez vai inaugurar a nova embaixada da Venezuela em Teerã e também tem encontros marcados com empresários locais. Na última sexta-feira, Chávez esteve no Qatar, que também é membro da OPEP.

Ontem, em Cerimônia na Universidade do Teerã, Chávez foi condecorado por Mahmoud Ahmadinejad com a medalha da primeira Ordem da República Islâmica. Bolívia – Também ontem, Hugo Chávez disse que poderá vender armas para Bolívia e outros aliados, após o acordo com a Rússia para a instalação de uma fábrica de fuzis Kalashnikov na Venezuela. A Rússia também fechou a venda de 24 caças e 53 helicópteros para a Venezuela. O acordo foi assinado entre os presidentes Vladimir Putin e Chávez, apesar dos apelos dos Estados Unidos, que consideram o presidente venezuelano um perigoso radical, para que os russos não lhes vendesse armamentos. (Agências)


Nota fiscal? Agora é com o computador. A partir de amanhã, 35 áreas de prestação de serviços que faturam mais de R$ 240 mil/ano serão obrigadas a emitir a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e). Eco/8 Ano 81 - Nº 22.180

São Paulo, segunda-feira 31 de julho de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h45

w w w. d co m e rc i o. co m . b r Nicolas Asfouri/AFP

Israel pára ataques depois de matar 56 civis Entre os civis mortos, estão 37 crianças (foto). Israel diz que seu alvo foi um lançador de mísseis do Hezbollah. E vai investigar o que aconteceu. Brasil e o mundo condenaram o massacre. Inter/4

MENSALETES CANDIDATAS Fernanda Karina Somaggio (ao lado), ex-secretária de Marcos Valério, e Maria Christina Mendes Mendes Caldeira (à dir.), socialite, ex-mulher do ex-deputado federal Valdemar da Costa Neto, que renunciou ao mandato para não ser cassado, foram ao Conselho de Ética da Câmara, denunciaram o Mensalão, e agitaram a mídia (Karina insinuou até que posaria para a revista Playboy). Agora, elas querem ser parlamentares. "Para lutar contra a corrupção". Página 5

Milton Mansilha/LUZ

Milton Mansilha/LUZ

Sanguessugas: mais 4 suspeitos Quatro deputados, que surgiram na lista da Controladoria Geral da União como suspeitos de apresentarem emendas orçamentárias a favor de empresas envolvidas na máfia das ambulâncias, serão ouvidos por sub-relator da CPMI, antes de uma possível notificação formal. Página 4 Divulgação/Peugeot

Nelson Antoine/Futura Press

Uma goleada. E muito mais. O Santos de Fabiano e Kéber (foto) fez 4 a 0 no líder São Paulo e ainda ganhou com tropeços de 5 outros adversários. Veja como fica o Brasileiro no DC Esporte HOJE Nublado com chuva Máxima 16º C. Mínima 9º C.

AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 21º C. Mínima 10º C.

El Peugeot 307 Sedan O sedan da Peugeot, produzido na Argentina, começa a ser vendido no Brasil em 3 versões, em 24 de agosto. Luludi/LUZ

O aiatolá Chávez em Teerã O presidente Chávez foi recebido como "irmão" no Irã. Pág. 4

Os sem-praças estão vivendo nas ruas Despejados da Sé e da República, em obras, sem-teto vão para as ruas. Pág. 3


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1.100

Cidades Pequenas soluções para

faróis inteligentes estão em funcionamento atualmente nas ruas da capital paulista

grandes problemas viários caótico trânsito da cidade de São Paulo, que a cada dia recebe 500 mil novos veículos, poderia ser ainda pior se a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) não realizasse pequenas intervenções que melhoram o fluxo de veículos. Como diminuir os congestionamentos depende do aumento e melhoria do transporte público, soluções que parecem não chegar nunca, os técnicos da CET – que está fazendo 30 anos de existência – estudam as ruas e avenidas, encontram erros estruturais e providenciam o conserto. Dessa maneira o trânsito flui melhor, mas quase não se percebe.

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onsciente de que grandes impactos positivos no trânsito da capital paulista só serão alcançados com investimentos maciços na malha metroviária e ferroviária, que precisa ser aumentada em pelo menos quatro ou cinco vezes, e de que não há expectativas quanto a isso a curto e médio prazo, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) começou nos últimos anos a realizar pequenas ações de baixo custo que conseguem, pelo menos, minimizar alguns problemas. Exemplos desses projetos são o rebaixamento do terreno sob pontes das marginais Pinheiros e Tietê, como na Cidade Jardim e na Eusébio Matoso, o aumento do número de pistas em avenidas e marginais, por meio do estreitamento das mesmas, as reformas em diversas curvas reversas, que causavam muitos acidentes por conta de sua construção mal calculada, e a implantação de semáforos inteligentes, que calculam o número de veículos que passam por meio de sensores e funcionam de forma sincronizada. Atualmente, os faróis inteligentes são cerca de 1100 na cidade, nos principais cruzamentos, sendo que 10% estão em total funcionamento como previsto no projeto. A falta de orçamento e problemas jurídicos nas implantações impediram que um número maior fosse instalado. Mas a previsão é de que em breve voltem a ser.

Positivos – Segundo o expresidente da entidade e diretor da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Nelson Al Hage, o rebaixamento dos terrenos sob as pontes tem rendido resultados muito positivos. "Antes, caminhões entalavam com freqüência, interrompendo o trânsito e causando quilômetros extras de congestionamento", diz. Um dos casos mais famosos foi em julho de 2002, quando um veículo travou sob a ponte Eusébio Matoso e fez com que ela precisasse ser reformada para não correr riscos de cair. O estreitamento e aumento do número de pistas nas marginais e vias expressas como as avenidas 23 de Maio e Rubem Berta tem tido repercussão positiva pois, além de fazerem com que as avenidas suportem um maior número de veículos, são mais baratos, e considerados melhores visual e estruturalmente, do que a construção de viadutos. A importância das novas pistas aumenta se considerarmos que os piores engarrafamentos da cidade se concentraram nas vias expressas, especialmente em suas alças de acesso, projetadas na década de 60 quando a cidade tinha uma frota de carro imensamente menor. Delas, o trânsito costuma se espalhar. Esferas – O presidente atual da CET, Roberto Scaringella, explica que para resolver efetivamente o problema do trânsito seria necessário, além de um investimento alto e qualitativo no transporte

Fotos: Luiz Prado/Luz

Pista foi rebaixada na marginal sob a ponte Cidade Jardim

5 faixas

público, uma conscientização política de todas as esferas de governo, que deveriam destinar mais recursos à operacionalização e menos às obras, como tem acontecido desde a criação da CET. Além disso, critica o fato de o novo Código de Trânsito Nacional (CTN) ter sido pouco aplicado na prática até hoje, já que a norma é moderna e trouxe pontos positivos voltados à educação e operacionalização do trânsito. A CET também tem feito sugestões ao Plano Diretor aprovado no ano passado e que está sendo reestudado. Os pedidos giram em torno da operacionalização do transporte e uso do solo, como a solicitação de mais estacionamento, de um maior foco em pólos geradores e da qualificação de vias. História – Fundada há 30 anos, a Companhia de Engenharia de Tráfego, como o próprio nome diz, surgiu para aplicar noções de

VOLTA ÀS AULAS HOJE, MAIS CARROS NAS RUAS C om o fim das férias escolares, voltam a circular pela cidade 200 mil veículos. Para recebê-los, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), começa hoje a operação Volta às Aulas, na qual 314 técnicos trabalham para organizar o trânsito nas proximidades de 144 escolas, que registram maior movimento na cidade. O objetivo é coibir a

formação de filas duplas e o estacionamento irregular. Os semáforos das vias serão ajustados para facilitar o acesso às escolas. Os técnicos da CET treinarão funcionários dos estabelecimentos de ensino para que orientem a travessia nas faixas de segurança e o embarque e desembarque de alunos. Para informar sobre as mudanças haverá

Praça foi construída no Ibirapuera para desfazer nó que existia no trânsito (acima). Na 23 de Maio (abaixo) pista da esquerda ganhou faixa adicional.

apresentação de mímicos no horário do almoço até o próximo dia 15. A ação também será divulgada em faixas móveis nos principais cruzamentos da Capital. Segundo o Sindicato das Escolas Particulares do Estado de São Paulo (Sieesp) esta semana as férias terminam em 3.586 escolas, que atendem mais de 750 mil estudantes. (RT)

engenharia nas construções rodoviárias da cidade que crescia de maneira desordenada – as curvas reversas, por exemplo, são resquícios dessa época. Um melhores exemplos do trabalho feito pelos engenheiros da empresa foi a praça Armando Salles de Oliveira, em frente ao Parque do Ibirapuera, que dividiu o fluxo dos veículos que vão para as avenidas Brasil e Brigadeiro Luis Antônio e para as ruas Manuel da Nóbrega e República do Líbano. Por meio de estudos de engenharia e cálculos, a praça foi construída no fim da década de 70 para desfazer o nó de veículos da região e serve até hoje para coordenar o trânsito. Outra ação da CET, que se

4 faixas tornou mais importante nos últimos dez anos, é o estudo de Pólos Geradores de Tráfego, como shopping centers e grandes supermercados. Antes da instalação de qualquer um deles, ou mesmo quando já estão instalados mas causam problemas no trânsito, a companhia faz um estudo técnico para saber que tipo de mudanças precisam ser feitas na região para que o pólo possa se adaptar a ela sem causar danos. No caso do Shopping Higienópolis, por exemplo, o estudo apontou, por exemplo, que o estacionamento do local deveria ser maior e que

semáforos inteligentes deveriam ser instalados em cruzamentos próximos. Scaringella ressalta que, apesar da implantação dessas ações pela CET, dificilmente elas conseguirão melhorar a olhos vistos o trânsito. O que elas tentam fazer é impedir que ele piore ainda mais, já que, a cada dia, 500 novos carros começam a circular na capital. "É uma média de 15 mil por mês em uma cidade que não suporta a sua frota atual há anos. Tentamos minimizar isso com os poucos recursos de que dispomos", comenta o atual – e primeiro, em 1976 – presidente da CET. Clarice Chiquetto


segunda-feira, 31 de julho de 2006

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Indicadores Econômicos

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0,78 28/7/2006

COMÉRCIO

por cento foi a queda da cotação do dólar comercial na última sexta-feira. A moeda norte-americana fechou a R$ 2,175 para venda.


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Compor tamento Urbanismo Distritais Tr â n s i t o

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 31 de julho de 2006

Apesar dos problemas com ambulantes e indigentes, Santana é um ótimo lugar para viver João de Favari, superintendente da Distrital Santana

AMBULANTES SÃO O PRINCIPAL PROBLEMA

Milton Mansilha/Luz

Base policial na Penha muda de lugar para dar mais segurança

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ma base móvel da Policia Militar foi instalada, em junho, junto ao Mercado Municipal da Penha, com a presença do comandante do 8º Batalhão, coronel Mariano, do comandante da 3ª Companhia, capitão Denis, do subprefeito da Penha, José Araujo Costa, e do superintendente da Distrital da Penha, Marco Antonio Jorge, entre outros. A base policial estava instalada anteriormente na ilha formada pelas avenidas Gabriela Mistral, Cangaíba e Penha de França, local considerado vulnerável quanto à segurança dos policiais. A localidade onde a base está agora é considerada importante para a segurança do bairro por ser uma passagem quase que obrigatória para quem sai do centro da Penha em direção ao município de Guarulhos e a outros bairros da zona leste.

SANTANA FAZ 224 ANOS COM SALDO POSITIVO

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Em Santana, bairro de Santana onde cresce o comemorou, na úlnúmero de tima quarta-feira, condomínios 224 anos. A região residenciais começou a se projetar no cenáde médio e alto rio paulistano em 1893, após a padrão, a criação do Tramway da Cantapresença de reira – o Trem das Onze – imortalizado por Adoniran Barbo- ambulantes ainda é um problema sa. Atualmente, o bairro apresenta considerável adensamento populanos últimos anos. cional, e sua verticali"Apesar dos problezação surge em decormas com ambulantes e rência da valorização indigentes, Santana é dos terrenos. um ótimo lugar para Lá, as construtoras viver. O comércio é desenvolvem projetos forte, principalmente de edifícios residennos dois shoppings João Favari ciais de médio e alto (Center Norte e D) e na padrão, criando núrua Voluntários da Pácleos de condomínios tria", disse. Para Favapara atender à demanri, a construção do da da população da Parque da Juventude, zona norte. No entanonde funcionou o to, nem tudo é motivo complexo do Carandide comemoração. A ru, é uma das principresença de ambulanpais obras que estão tes e moradores de sendo realizadas Luis Pacheco rua, além dos afunilana região. mentos no sistema Privilégio – De viário, são alguns dos acordo com o subpreproblemas enfrentafeito de Santana, Luiz dos pelos moradores e Antônio Carvalho Pacomerciantes. Como checo, o bairro é priviparte das comemoralegiado, já que conta ções, a subprefeitura com uma ampla oferta da região promoveu de serviços. "Só Santaum evento no Sesc na congrega uma roSantana que contou Rubens Martins doviária, estação de com a presença de remetrô, aeroporto, presentantes das principais s a m b ó d r o m o , P a r q u e d o entidades do bairro. Anhembi, shoppings e áreas Para o superintendente da verdes, como a Serra da CantaDistrital Santana, João de Fa- reira e o Horto Florestal". Pavari, o bairro apresenta proble- checo disse ainda que o bairro mas, apesar de ter conquistado apresenta um dos menores ínalguns resultados positivos dices de criminalidade de São

Paulo e uma renda média familiar mensal de R$ 2,2 mil. Ambulantes - Na Voluntários da Pátria, uma das principais ruas do bairro, os comerciantes reclamam da concorrência dos ambulantes. Segundo Davi Fernandes, proprietário de uma ótica há 40 anos no local, o centro comercial do bairro está deteriorado. "A área próxima ao Metrô precisa ser revitalizada, principalmente a avenida Cruzeiro do Sul e a rua Voluntários da Pátria. Infelizmente falta fiscalização por parte da administração pública". O mesmo ponto de vista é defendido pelo empresário Rubens Martins, dono de uma loja de produtos eletrônicos há 42 anos. "Muitas famílias não fazem mais compras na Voluntários, pois os ambulantes atrapalham". Martins, apesar dos problemas, acredita que a subprefeitura está realizando um bom trabalho, principalmente quanto à retomada de obras e à limpeza das ruas. O subprefeito destacou a atuação da Distrital Santana. "É uma grande parceira e está sempre presente em nossas reuniões e eventos, compreendendo nossas dificuldades", concluiu. André Alves

Movimento Cívico ao Obelisco

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Distrital Sudeste realizou, no início do mês de junho, a 14ª Reunião Ordinária, em um almoço no Hotel Comfort. No evento, que contou com a participação dos conselheiros da distrital e da diretoria da Sociedade de Veteranos de 32 – MMDC, foram

GIr Agendas da Associação e das distritais

Hoje

discutidas ações para o hasteamento definitivo da Bandeira Nacional junto ao Memorial ao Soldado Constitucionalista, no Ibirapuera, e criado o Movimento Cívico ao Obelisco. O movimento será responsável pela manutenção e pela zeladoria do Pavilhão Nacional.

Quarta I FJE – Reunião do Fórum de

Jovens Empreendedores da ACSP, ministrada pelo coordenador do FJE, Júlio César Bueno. Às 17h, na sede da entidade, rua Boa Vista, 51/11º andar, auditório.

Sexta

I Santo Amaro - A distrital

I Jabaquara - A distrital realiza

realiza reunião do núcleo setorial de pet shops do Projeto Empreender, coordenada pela consultora Maria Cristina Imbimbo Gonçalves. Às 20h.

palestra com o tema Saúde ocular – Projeto Viva a vida com diabetes. Às 8h30. I Bauru– O vice-presidente da ACSP, Luiz Roberto Gonçalves, participa do Seminário Exportar para Crescer - Novos Caminhos para o Mercado Externo. Às 9h e às 17h30, na ACI de Bauru, rua Bandeirantes, 878, Centro, Bauru.

Amanhã I Vila Maria - A distrital

promove Café com negócios. Às 8h30. Confirmar presença pelos telefones: (11) 69546303/6967-5686/6955-7646 com Alessandra ou Alessandro ou pelo e.mail: dvilamaria@acsp.com.br. I Pirituba - A distrital realiza reunião da diretoria executiva e do conselho diretor. Às 19h.

Sábado I Penha – A distrital promove

Café da manhã e cerimônia de lançamento do projeto de restauro do Colégio Estadual da Penha. Às 8h30, na sede.


10

Tr i b u t o s Nacional Comércio Exterior Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 31 de julho de 2006

300

COMÉRCIO BRASIL-MÉXICO ENVOLVE 796 PRODUTOS

milhões de dólares foram investidos por brasileiros no México em 2006.

Andrea Felizolla/Luz

Burti, da ACSP, foi um dos empresários a participar da palestra

Bustani: priorizar o Mercosul foi uma decisão sábia da política externa brasileira, mas a Alca também tem sua importância.

BUSTANI DEFENDE A POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA

O

embaixador brasileiro na Grã-Bretanha, José Maurício Bustani, defendeu de forma implacável toda a política externa do governo Lula, inclusive a posição perante a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) que, para ele, surgiu nos anos 1990 em uma hora de idéias "ambiciosas" dos EUA e de "fragilidade" para o Brasil. O embaixador deu uma palestra para empresários reunidos no auditório do Serasa, na semana passada. Entre eles, estava o presidente em exercício da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Alencar Burti. Bustani garantiu que o governo agiu de forma acertada

Bustani: o governo tem acertado

ao priorizar o Mercosul. "União não se faz de uma hora para outra, é um processo demorado e penoso. Veja o exem-

plo da União Européia", argumentou. Quanto ao ingresso da Venezuela no bloco, ele reconheceu que o presidente Hugo Chávez tem uma retórica "um pouco exagerada", mas que pode ser atenuada no convívio com outros líderes. O embaixador também afirmou que o Itamaraty vem "desideologizando" a política externa brasileira, com a finalidade de aumentar o relacionamento com todos os presidentes eleitos democraticamente. Ele defendeu a reforma da Organização das Nações Unidas (ONU) e a participação de países como o Brasil e Índia no Conselho de Segurança. "Essa aspiração não é

um equívoco e vários países apóiam essa luta", disse. Bustani criticou a imprensa brasileira, que tem esquecido de mostrar os avanços comerciais obtidos pelo País a partir das viagens do presidente Lula ao exterior. Mais do que isso, que tem usado como "fontes", algumas Organizações Não Governamentais (ONGs) que buscam distorcer a imagem do País no exterior. Para ele, o Brasil nunca foi tão bem visto e avaliado lá fora: "Vejam o destaque positivo que a imprensa inglesa dá diariamente para o Brasil". E concluiu: "Me orgulho muito de trabalhar no Itamaraty." Sergio Leopoldo Rodrigues

Empresário quer acordo com o México Brasil já "enterrou" a Área de Livre Comércio das Américas (Alca), paralisou as negociações com a União Européia por causa dos subsídios agrícolas – "que é um fator importante, mas não somos só agricultura" – e já perdeu tempo demais com o Mercosul, deixando de lado a ampliação de acordos comerciais bilaterais com o México, uma importante porta de entrada para outros 42 países. Essa é a avaliação de Alberto Pfeifer, presidente do Conselho de Empresários da América Latina (Ceal), que deu uma palestra na Associação Brasileira de Empresas Brasileiras para a Integração de Mercados (Adebim), na semana passada. Ele destacou a necessidade urgente do próximo presidente brasileiro, seja ele quem for, de se aproximar rapidamente do México, um parceiro bem mais adiantado do que o Brasil na inclusão de sua economia no mercado mundial. O país já ultrapassou os US$ 500

O

O

México tem uma população de quase 110 milhões de habitantes. Em breve, seu presidente eleito, Felipe Calderon, deverá visitar o Brasil. Os especialistas em comércio exterior acreditam que será uma boa oportunidade para ampliar laços culturais e, sobretudo, comerciais, entre os dois países. "Mas é preciso vontade e determinação política para que isso ocorra", afirmou Michel Allaby, presidenteexecutivo da Associação

bilhões na sua conta corrente de comércio exterior. "O México consolidou essa estratégia de inserção a partir da experiência adquirida no Nafta (Tratado de Livre Comércio da América do Norte)", salientou Pfeifer. Para chegar a isso, explicou, resolveu rapidamente suas relações comerciais com os Estados Unidos e assinou tratados comerciais com 42 países, entre eles alguns dos sócios do Mercosul (formado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e agora Venezuela), além da UE, Japão e está dirigindo-se para a Ásia, rumo a Cingapura e Coréia do Sul, entre outros. Daí, lembrou, a justificada falta de interesse do México em engessar seus movimentos, o que ocorreria se ingressasse no Mercosul. Alca mexicana – Embora o presidente do Ceal considere importante as ações do Brasil no Mercosul e as batalhas do País na Organização Mundial do Comércio (OMC), "não deve se restringir a isso apenas". Pois, segundo ele, o México

aproveitou a experiência do Nafta para construir "a Alca mexicana", por meio de um modelo que inclui diálogo entre o governo e o setor privado. "Com isso, criou uma importante rede de livre comércio desenvolvida desde os anos 1990", relatou Pfeifer. Foi a partir desse modelo de inclusão do setor privado nas negociações internacionais de comércio que o México desenvolveu um marco normativo, regulatório, capaz de dar segurança jurídica aos investidores internacionais. "Enquanto o Brasil ainda não tem nada nesse sentido", alertou Pfeifer. Para ele, essa participação do setor privado no Mercosul está próxima de zero. "Se não zero mesmo", lamentou. A falta dos homens que fazem os negócios na prática tem levado "a ineficiência" ao Mercosul. Michel Allaby, presidente-executivo da Adebim, concordou e insistiu: "Quem faz a integração regional é o setor empresarial, ausente no Mercosul". O presidente do Ceal pregou

uma rápida aproximação comercial com aquele país, mesmo reconhecendo as dificuldades impostas pelas regras do Mercosul, que determinam que negociações e acordos sejam feitos com consenso dos seus sócios. Ele argumentou que o México pode ampliar os mais de US$ 10 bilhões já investidos no Brasil nos setores de telefonia, autopeças, hotelaria, bebidas e alimentação, entre outros. Até porque o setor privado brasileiro também tem buscado oportunidades no México, tentando desfrutar da rede de acordo desse país como porta de acesso ao enorme mercado norte-americano. Em 2000, os investimentos diretos de brasileiros no México foram de US$ 34 milhões, mas saltaram para US$ 300 milhões no ano passado, segundo dados dos bancos centrais brasileiros e mexicanos. Mas deve ser mais, observou Allaby, porque outros recursos podem ser oriundos de empresas brasileiras instaladas em paraísos fiscais da região. (SLR)

em 2005. "Já cresceu Novo presidente visitará o Brasil bilhões neste primeiro semestre e Brasileira de Empresas Brasileiras para a Integração de Mercados (Adebim). De fato, Roberto Diaz Martinez, adido comercial do México e do Banco de Desenvolvimento Mexicano – Bancomext (Banco Nacional de Comércio Exterior) – reconheceu que seu país está interessado "em ampliar os acordos comerciais com o Brasil". Ele relatou que a pauta

comercial bilateral envolve hoje 796 produtos, conforme as normas do Acordo de Complementação 53, no âmbito da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi). Isso, segundo ele, poderia ser ampliado para até três mil produtos. "Com vantagens para ambos os lados", disse Martinez. O adido enfatizou que o comércio bilateral BrasilMéxico movimentou US$ 5

poderá fechar 2006 em US$ 5,3 bilhões", informou. Mas ainda é pouco quando se considera a capacidade produtiva dos dois países. Ciente disso, o governo mexicano quer "trabalhar junto aos empresários brasileiros". Para isso, tem levado investidores brasileiros para conhecer áreas de interesse naquele país. "Mas de cada quatro investidores que vão lá (México), apenas um vem para cá (Brasil)", concluiu Martinez. (SLR)

N gócios

&

oportunidades

Bourdeaux School divulga MBA sobre vinho

N

o mundo globalizado, o que antes era feito empiricamente pelos herdeiros de adegas passou a ser tratado com a ciência dos negócios. Essa frase é da argentina Dolores Lavaque, da Stg Consultoria, representante oficial do Wine MBA da Bordeaux Business School na América Latina, que chega ao País no próximo dia 7 de agosto. Ela tem como objetivo divulgar o Wine MBA no mercado brasileiro, realizar palestras sobre o empreendedorismo e a profissionalização na área de vin h o s e e n c o n t r a r- s e c o m empresários do setor para troca de informações. Associado a outras duas importantes instituições, a University of South Austrália, em Adelaide, e o International Wine and Spirits Centre, no Reino Unido, o Wine MBA é ministrado por professores universitários e também por profissionais vindos dos principais centros mundiais da indústria vinícola. O preço por esta formação é de

20 mil euros por ano. Desde 2001, o objetivo do Wine MBA, da Bordeaux, é oferecer um programa de educação em administração baseado nos aspectos da indústria global do vinho, com conhecimento profundo, tanto do mercado tradicional, como dos emergentes. Uma das vantagens desse ensino é a metodologia que utiliza classes pequenas e grupos formados por profissionais de diferentes países. Nas aulas, são discutidos os aspectos de um país do velho mundo, a França, e de um do novo, a Austrália, assim como o principal mercado importador, o Reino Unido. Os professores do Wine MBA são provenientes dos principais países produtores do mundo, como França, Alemanha, Espanha, Austrália, Estados Unidos e Chile. Os interessados em agendar uma entrevista exclusiva com Dolores Lavaque devem ligar para (11) 3256-8288 ou enviar e-mail para: i m p re nsa@pressto.com.br.

Seminário sobre vinho chileno

C

om o titulo "Chile, Terra do Vinho", o Pro-Chile Escritório para Assuntos Econômicos do Chile no Brasil, promove no próximo dia 9 de agosto, a 3ª edição do Seminário e Mostra de Vinhos do País. O evento será aberto pelo diretor comercial do Chile no Brasil, Ricardo Moyano Monreal, e a cônsul geral do Chile em São Paulo, Cecília Gallardo. O presidente da ChileVid - Associacion de Productores de Vinos Finos de Exportacion, Rene Merino, abordará o tema "Vinhos Chilenos - A

Importância do Brasil como Mercado". Em seguida, será ministrada a palestra "Vinho e Saúde - Uma Visão Chilena", por Arthur Azevedo, diretor e editor da Revista "Wine Style" e presidente da ABS/SP. Haverá também um showroom e degustação de vinhos chilenos. O seminário ocorre a partir das 15h, no centro de convenções do Hotel Renaissance, na Alameda Jaú, 1620. O telefone do Pró-Chile é (11) 3289-4245 e o e-mail: slisboa@prochile.com.br.

PAÍSES QUE DESEJAM IMPORTAR DO BRASIL ALEMANHA 152 - T-shirts e aplicação de bordados em camisetas. ARGENTINA 153 - Silos metálicos para cereais, fixos (não transportáveis), incluídas as baterias, com mecanismos elevadores ou extratores incorporados. AUSTRÁLIA 154 - Melaço de cana. 155 - Confecções, exceto em malha.

CHINA 156 - Botões. 157 - Produtos farmacêuticos. CORÉIA DO SUL 158 - Raízes de alcaçuz. JAPÃO 159 - Café, torrado ou descafeinado (posição 0901). MÉXICO 160 - Brinquedos, jogos, artigos para divertimento.

Departamento de Comércio Exterior da Associação Comercial Gerente: Sidnei Docal R. Boa Vista, 51— Telefones: 3244-3500 e 3244-3397


segunda-feira, 31 de julho de 2006

Urbanismo Ambiente População Segurança

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 Só no Anhangabaú fizemos 126 abordagens em 20 dias Cássio Giorgetti, coordenador de atendimento

CIDADE TEM 12 MIL MORADORES DE RUA

Fotos Luludi/Luz

Moradores de rua. Sem rua. Com a reforma de praças no Centro, moradores de rua iniciaram uma peregrinação para achar outro lugar para dormir. Poucos aceitam ir para albergues. Rejane Tamoto

A

Alguns moradores de rua da região central da cidade resistem aos albergues. Eles preferem "a liberdade" das calçadas, como na foto abaixo.

Das praças para as portas do comércio

O

aumento no número de moradores de rua em algumas ruas do Centro já foi percebido pelos comerciantes. "Antes era só a Estelina. Agora eles ocupam a calçada inteira e isso afeta as vendas. Tive um vizinho que faliu por causa disso. Fechou as portas", disse Maria do Carmo de Oliveira, gerente da floricultura que abriga Estelina. A gerente da Center Fórmula Farmácia de Manipulação, Daniela Andrade de Araújo, já viveu situações constrangedoras com as pessoas que dormem na porta da loja. "Alguns são muito agressivos e não querem deixar a gente abrir a loja de manhã e nem fechar à noite. Já entraram aqui e ameaçaram me bater", disse. Alguns lojistas não entendem porque moradores de rua não querem ir para albergues. Ao lado do Pátio do Colégio, João Batista, de 47 anos, explicou que na rua há liberdade. "No albergue tem todo tipo de gente e somos humilhados". João é um morador de rua altivo e, apesar de beber, ainda

guarda na memória um passado profissional. Ele foi almoxarife quando veio do interior paulista, em 1974. "Fiquei desempregado, me separei da mulher e a vida mudou", disse. Hoje, João é catador de papelão e prefere ir a Ongs para tomar banho, lavar a roupa e comer. "Aqui posso dormir até às 10h. A rua é nossa". O padre Carlos Alberto Contieri, diretor do Pátio do Colégio, lamenta. "Estão fazendo o monumento de armário", criticou. O padre disse que não adianta reclamar sozinho. "Há incapacidade da Prefeitura em tornar lugares turísticos agradáveis à população". Para Contieri, a migração dos moradores de rua para o Pátio é resultado de falta de planejamento. "A Prefeitura empreendeu obras simultâneas nas praças da Sé e da República e deixou os patrimônios históricos vulneráveis a essa migração. Não vejo esforço em remover estas pessoas a outros lugares". A gerente da Center Fórmula, Daniela, vê o trabalho dos agen-

tes da Prefeitura mas, na maioria das vezes, não vê aceitação por parte dos moradores de rua. Segundo o coordenador da Cape, 75 agentes trabalham na região central, que concentra cerca de 2.500 dos 4 mil moradores de ruas que não aceitam ir para albergues. A rejeição é maior entre os alcoólatras, doentes mentais e entre aqueles que só tem como referência a rua. Os mais velhos não aceitam regras de convivência. Políticas - Segundo o padre Júlio Lancelotti, coordenador da Pastoral de Rua em São Paulo, a população de rua é heterogênea e é preciso um leque maior de alternativas para tratá-la. "As mesmas respostas

não servem para todos. A questão envolve trabalho, saúde e moradia". Ele cita como exemplo a necessidade de repúblicas terapêuticas para tratar doentes mentais, mais moradias definitivas e possibilidade de inserção destas pessoas no mercado de trabalho. O secretário Floriano Pesaro admite que é preciso uma mudança nas políticas públicas de assistência social. Segundo ele, está em elaboração um projeto de residências terapêuticas, em conjunto com a Secretaria de Saúde. Mas ainda não há previsão para que os espaços entrem em funcionamento. "Só agora a saúde pública começou a olhar para a população de rua", concluiu. (RT)

José, que é jardineiro e faz alguns bicos pelo Centro, aceita a oferta. Nesse dia, 19 de julho, ele fez 54 anos. O aniversário foi comemorado dentro da kombi da Cape.

No albergue do Glicério, José (com sacola branca) aguarda atendimento. Depois irá tomar banho, comer e dormir.

O caminho, da calçada para os albergues

O agente de proteção Péricles aborda o morador de rua José do Carmo Magalhães e tenta convencê-lo a seguir para um albergue da Prefeitura

ntônio, José, Estelina e João. À primeira vista, as histórias destas pessoas parecem ser idênticas, mas não são. O único traço em comum entre eles é que moram nas ruas da região central da cidade. Com as reformas das praças da Sé e República, muitos moradores de rua, inclusive os personagens citados, migraram para outras áreas do Centro e se tornaram mais visíveis à população. "Temos a impressão de que aumentou a quantidade de moradores de rua. É um problema e, por isso, buscamos cobrar das autoridades um atendimento a essas pessoas", disse o superintendente da Distrital Centro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcelo Flora Stockler. Segundo o coordenador da Central de Atendimento Permanente de Emergência (Cape), da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, Cássio Giorgetti, a maioria dos moradores de rua migrou para o vale do Anhangabaú, parque Dom Pedro e Pátio do Colégio. "Só no Anhangabaú fizemos 126 abordagens em 20 dias", disse. O trabalho é uma espécie de convencimento, que pode durar três dias ou três anos, até que haja um vínculo de confiança entre os moradores de rua e os agentes da Prefeitura. A abordagem começa na kombi da Cape, onde o agente Péricles Pereira, ex-morador de rua, com olhar clínico consegue detectar as pessoas mais vulneráveis. Aos olhos comuns elas não são percebidas, envoltas em cobertores cinzas, dormindo sobre o asfalto e calçadas de concreto, também cinzas. Com a voz mansa, ele conseguiu levar sete pessoas para albergues na noite em que o DC acompanhou o trabalho. Isso representou metade dos abordados em quatro horas de serviço. Mas ainda é pouco. Do universo de 12 mil moradores de rua em São Paulo, somente oito mil estão em albergues. "Nos períodos de frio é mais fácil convencê-los a sair das ruas. O aumento na utilização dos albergues foi de 28% desde o início do inverno", disse o secretário de Assistência e Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro. A cada ano, o aumento da população de rua é de cerca de mil pessoas. Aceitação - Dos novos moradores de rua, muitos perderam o emprego e querem voltar à sociedade. Esse é o caso do ajudante de pedreiro Antônio Evandro Matias, de 46 anos. Depois de dormir por uma semana ao lado de um posto policial no largo São Francisco ele foi para um albergue. "Tenho vergonha desta situação, nunca fiquei em albergue, mas se tiver vaga eu fico. Quando conseguir emprego, alugo um quarto", disse ele, que foi para um abrigo no Glicério. História parecida é a do jardineiro José do Carmo Magalhães, que completou 54 anos dentro da kombi da Cape e foi levado também para o Glicério. "Estou na rua porque os hotéis em que morei foram fechados por falta de alvará". A família do jardineiro mora em Capão Redondo, na zona sul, mas ele não quer voltar para lá. "Na periferia não há trabalho para jardineiros. Como não tenho dinheiro para a condução, no Centro consigo ao menos fazer bicos". Recusa - Mesmo com o trabalho da Cape e das organizações não-governamentais (Ongs) muitos moradores preferem mudar de calçada a ir para albergues. Na mesma noite em que José e Antônio foram encaminhados a abrigos, Estelina e João se recusaram. No largo São Francisco, Estelina da Silva Ferreira aguardava, em pé, a distribuição de marmitex por uma Ong. Idosa, ela não se lembra da idade, tampouco há quanto tempo dorme nas ruas. Estelina recebeu o agente da Cape com simpatia em sua 'casa' improvisada, sob o toldo de uma floricultura, onde arrumou papelão e cobertor. Em carrinhos de feira, ela guarda roupas. A conversa pára quando ela ouve a palavra albergue. A floricultura é um lugar de onde Estelina não quer sair. Ela sempre diz que alguém vem buscá-la. Mas ninguém aparece.


Divulgação

Nº131

O belo Peugeot 307 PÁGINAS 6 E 7

São Paulo, 31 de julho de 2006

DCARR

DIÁRIO DO COMÉRCIO

NOVO SEDAN NA PRAÇA

Sílvio Porto

Ela não mudou nada desde 2002 e os motociclistas acham isso ótimo, porque a consideram uma máquina perfeita. Saiba quem é ela na página 11. Acredite se quiser: o Brasil foi o que mais cresceu na fabricação de veículos. Em segundo a China e depois a Coréia. Os EUA? Descubra na página 9.


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DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 31 de julho de 2006

Provado: ordem é mesmo só multar o início da semana passada ficou provado que a política de multas de trânsito estabelecida na cidade há vários mandatos de prefeitos e prefeitas e administração da CET está errada. Ainda que levemos em conta o período de férias escolares, que sempre dão um alívio ao nosso trânsito, a verdade é que, usando os marronzinhos para orientar os motoristas, a situação viária na cidade ficou longe do caos diário, quando os agentes de trânsito usam sua capacidade apenas para multar, multar, multar e multar. Sem dó. E a greve dos representantes da CET também mostrou, pelas declarações ouvidas do presidente do Sindiviários, Luiz Antônio Queiroz, que o pessoal realmente é orientado para ir pra rua "faturar", já que foi o que eles não fizeram, como forma de pressionar as autoridades. Mas, como o trânsito fluiu melhor com o trabalho de orientação dos agentes da CET, fica estabelecido que o que vem sendo feito até então está errado. Multar não é a solução, mas sim orientar. Agora é observar para saber se as autoridades do trânsito terão sensibilidade para ver que esta cidade, o trânsito desta cidade, precisa mais de orientação do que

de multa. Não que esta deva ser deixada de lado, que se perdoe a ação daqueles irresponsáveis que fazem do trânsito de Sampa a sua sala de televisão, dos que não obedecem ao rodízio. Não! O que se quer das autoridades é que, se ocorrer um caso de cruzamento fechado por veículos, que o agente da CET deixe de lado sua vocação de multador, para fazer fluir o trânsito. Perder um ou dois furadores de rodízio não vai causar nenhum dano aos cofres públicos, abarrotados de dinheiro - mal gasto muitas vezes - mas evitar o fechamento de um cruzamento, com certeza vai trazer benefícios para toda a comunidade de motoristas que estiver trafegando por aquela via naquele instante. Mas isto, sabemos, será muito difícil. Afinal, nossas autoridades não estão nem um pouco preocupadas com o bem-estar da população. Elas só pensam em faturar e não prestam atenção no que acontece nas ruas de São Paulo, onde o objetivo único é a multa e só ela, não havendo espaço para orientação aos motoristas que, muitas vezes, falham não por vontade própria, de propósito, mas apenas por estarem perdidos nesta selva que é o horário do rush desta desvairada Paulicéia.

Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor chicolelis chicolelis@dcomercio.com.br Repórteres Alzira Rodrigues alzira@dcomercio.com.br Anderson Cavalcante acavalcante@dcomercio.com.br

Chefe de reportagem Arthur Rosa Editor de Fotografia Masao Goto

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ÍNDICE NOVIDADES - 5 Conheça o "pequeno" Volvo C30 e o novo basculante Kia Bongo.

CAPA - 6 E 7 Confira o novo Peugeot 307 Sedan: muito espaço e alta tecnologia.

MERCADO - 8 100 lançamentos marcaram o setor automotivo no primeiro semestre.

PRODUÇÃO - 9 Brasil bate China e Coréia e fica em primeiro no ranking 2005.

TESTE - 11 TDM900: a moto definida como "perfeita" pelos aficionados.

AGENDA 15 e 16 de agosto

O 4° Seminário e Exposição de Veículos Elétricos, VE 2006, ocorrerá na Faculdade Senai de Tecnologia Ambiental (Av. José Odorizzi, 1.555), em S. B. do Campo. Inscrições no site: www.ve.org.br

4 e 5 de setembro

Acontece o Fórum Volvo de Segurança no Trânsito (PVST) em CuritibaPR. As inscrições (gratuitas) poderão ser feitas a partir de 2 de agosto, no site: www.volvo.com.br/pvst

chicolelis

Editor de Arte José Coelho Diagramação Hedilberto Monserrat Junior Ilustração Abê / Céllus / Jair Soares Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão S/A O Estado de S. Paulo www.dcomercio.com.br/dcarro


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Em nome de Deus, eu conclamo os responsáveis pelo espiral de violência que os dois lados abandonem as armas imediatamente Papa Bento XVI falando aos peregrinos durante o Angelus Dominical, em sua residência de verão em Castelgandolfo, em Roma

www.dcomercio.com.br/logo/

segunda-feira, 31 de julho de 2006

JULHO

2 -.LOGO

31 Recolhimento de Cofins/CSL/PIS-Pasep, IRPJ, Carnê-leão, CSL, Refis/Paes/Simples e IPI Morte do piloto e escritor francês Antoine de Saint-Exupery (1900-1944), autor de O Pequeno Príncipe

T ERCEIRO SETOR

Eleição complicada

M EIO AMBIENTE

Ares menos poluídos Um dispositivo criado e desenvolvido pelo engenheiro paulista Sergio Varkala Sangiovani pode ser a solução para os problemas de dez entre dez paulistanos nos dias de inverno, quando o clima seco contribui para um aumento de 12% na poluição atmosférica. Ele desenvolveu a tecnologia para novos filtros de emissão de gases de motores a diesel que promete barrar a passagem das chamadas partículas inaláveis finas, altamente prejudiciais à saúde. Segundo estatísticas, o ar de São Paulo recebe

anualmente cerca de 3 milhões de toneladas de poluentes, sendo 90% deles emitidos por veículos automotores, em especial ônibus, caminhões e até geradores. Além de reduzir a emissão das partículas do diesel em até 40%, o filtro também evita que grande parte do enxofre contido no combustível chegue à atmosfera. A idéia já foi encampada por uma empresa norte-americana que chegará ao País em breve para comercializar o produto: a Sabertec, do Texas. A produção será terceirizada.

G eada

P INGÜINS

Duda Pinto/Agência RBS

Volta à Antártida: só em setembro

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A temperatura baixou ontem em São Paulo. Mas o Sul foi mais castigado. Santana do Livramento (RS) registrou 0,5 graus.

O Centro de Comunicação da Aeronáutica informou ontem que um avião da FAB transportará, em setembro, mais de 100 pingüins do Rio de Janeiro para a Antártida. Trazidos por correntes marítimas, eles estão no zoológico de Niterói. A FAB aproveitará um vôo que levará cientistas à Antártida para garantir a volta dos pingüins. A Aeronáutica negou que o uso de aviões da FAB no resgate de brasileiros no Líbano esteja atrasando o retorno dos pingüins. (AE)

Frio e denúncias marcam eleição dos conselheiros do CMDCA na Capital

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rio, baixo comparecimento e a denúncia de uma possível compra de voto marcaram as eleições para o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), ontem, em São Paulo. O espaço do Palácio de Exposições do Anhembi ficou grande para abrigar apenas cerca de 20% dos votantes, de acordo com a avaliação dos organizadores. A votação foi reconvocada por exigência do Ministério Público, que anulou o pleito de 28 de maio em razão da ausência de procedimentos burocráticos sobre o deferimento e indeferimento de alguns candidatos. O pleito começou às 10h com baixo índice de comparecimento e a denúncia de que alguns eleitores estariam recebendo comprovantes de vota-

ção que seriam trocados por senhas para receber leite em uma entidade. Os dirigentes desta última negaram a oferta diante da pessoa que fez a denúncia. Representantes do Ministério Público disseram que se manifestarão oficialmente sobre o fato depois da sua completa apuração. O secretário municipal de Parceria e Participação, José Police Neto, explicou que a não exigência de comprovação foi aprovada pela comissão eleitoral em uma audiência pública neste ano para se evitar este tipo de situação. Além da denúncia, entidades que atuam junto a crianças e adolescentes reclamaram que o governo municipal está tentando aumentar a sua participação no Conselho, com o objetivo de diminuir a repre-

sentatividade da sociedade civil no órgão que é o responsável pela formulação das políticas específicas para esta parcela da população. Apesar destes percalços, os participantes da votação ressaltaram a sua importância para aumentar a representatividade de ONGs e entidades no Conselho. Carlos Nambu, candidato ao segmento de Atendimento Social, concorria à reeleição para o cargo de conselheiro. Para ele, o Código do Menor ainda influencia o Estatuto da Criança e do Adolescente e, por isso, participa do Conselho para defender os jovens na criação de políticas que melhorem suas vidas. "O ECA precisa ser realmente implementado e a sociedade e as autoridades têm que se comprometer mais", disse. (PC)

L

AJUDANDO A MATAR A SEDE - Turistas que tomavam sol na praia Tejita, em Tenerife, nas Ilhas Canárias, socorrem imigrantes. O grupo, incluindo uma criança, chegou ao local exausto. Eles usavam roupas típicas de pescadores da Mauritânia.

M ÍDIA E M

C A R T A Z

VISUAIS Obras da ceramista japonesa Shoko Suzuki. Espaço Cultural Citigroup. Avenida Paulista, 1111. Telefone: 4009-7332. Das 10h às 17h. Grátis.

Por dentro das decisões do Cade

O robô Robonova da coreana Hitec Robotics vai além de um mero brinquedo: ele pode ser conectado ao computador e programado para realizar vários movimentos diferentes, para executar tarefas. Mas não é para crianças: o Robonova é vendido como kit para montagem (com muitas peças) e custa entre US$ 1.000 e US$ 1.200 no site.

A partir de hoje, todas as atas e acordos feitos durante as reuniões do Conselho de Defesa Econômica (Cade), no período de 1996 a 2006, estarão disponíveis na internet para consulta de qualquer interessado. O órgão do governo federal responsável por promover a concorrência no mercado e também oferece em seu site serviços como legislação relativa a fiscalização e autorização de negociações econômicas que possam afetar concorrentes e os consumidores, jurisprudência e publicações.

www.hitecrobotics.com

www.cade.gov.br

B RAZIL COM Z

A RQUEOLOGIA

Réptil de cristas: mistério decifrado Uma descoberta brasileira pode ser a solução que os cientistas do mundo inteiro buscavam para a questão de por que os répteis préhistóricos pterossauros tinham cristas na cabeça. De acordo com pesquisadores da Universidade de Portsmouth, o crânio do pterossauro chamado tupuxuara no Nordeste brasileiro. Segundo o estudo, publicado na revista Palaeontology, o tupuxuara é um dos raríssimos fósseis de pterossauros na puberdade e seria a prova de que as cristas apareciam na puberdade desses animais e serviam para atrair o sexo oposto. Segundo os cientistas, até a puberdade, a crista era sustentada por dois ossos, e não apenas um como nos adultos. Os dois ossos se juntariam durante a puberdade.

Alimento para os olhos

www.theautobiographyproject.com

A TÉ LOGO

Fred, Alessandro e Claudinho são três brasileiros que se transformaram em destaque na imprensa australiana neste fim de semana, apenas alguns dias depois de chegarem a Melbourne. Os três são as novas contratações do time de futebol Melbourne Victory, que está disposto a decolar nos campeonatos nacionais. Em entrevista ao jornal australiano The Age, os três se declararam felizes com a nova fase da carreira, mas reclamaram do frio de 4 graus Celsius, depois do "choque térmico" de deixaram as altas temperaturas do Rio de Janeiro. Outro problema: nenhum dos três fala inglês, e por isso ganharam um intérprete para os treinos.

M EDICINA

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Devolveu o cartão do Bolsa-Família e chocou a vizinhança Parada Gay no Rio atrai 800 mil pessoas e até presidenciável

L

Robozinho para gente grande

A

cidade norte-americana da Filadélfia criou um projeto voltado para descobrir as histórias de vida dos seus cidadãos. A proposta do Autobiography Project é simples: moradores da cidade escrevem suas histórias de vida, em no máximo 300 palavras, e se transformam em personagens de cartazes espalhados pela cidade em pontos de ônibus e painéis. Qualquer um pode escrever e todos podem ler as histórias. Mais de 340 memórias foram enviadas ao projeto em menos de dois meses e 20 dessas histórias já podem ser lidas por lá, como a do músico e ator Peter Nero (foto maior) ou o atleta Tim Bowman (foto menor). O projeto foi patrocinado por várias organizações, cujo objetivo principal era substituir os cartazes comerciais por histórias de gente real inspiradoras, divertidas, emocionantes. Por trás da brincadeira, uma filosofia série: as grandes cidades contemporâneas precisam encontrar novas fórmulas para vencer o isolamento, a solidão, o estranhamento.

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F AVORITOS

Vidas da cidade

L

G @DGET DU JOUR

Um incêndio de grande proporção atingiu ontem o set dos filmes de James Bond no estúdio Pinewood, em Londres. Acredita-se que não haja feridos, disse o Corpo de Bombeiros. "O incêndio é grande. Há entre 40 e 50 bombeiros no local", segundo o órgão. As chamas foram vistas a quilômetros de distância. Imagens da televisão mostravam fumaça erguendose de um galpão com "007" escrito em sua lateral. Parte do telhado ruiu e as paredes estavam enegrecidas. O estúdio já foi cenário de muitos filmes de James Bond. Nos últimos anos a maior parte das filmagens vem sendo realizada em locações, para reduzir os custos. (Reuters)

Os meninos do Brasil

Gordos demais para o raio-x apresentado erros ou precisam ser refeitos porque os pacientes norte-americanos estão gordos demais para caber de modo apropriado nos equipamentos que realizam os exames. Além disso, a gordura em excesso dificulta que as ondas emitidas pelos aparelhos atravessem a pele e o tecido adiposo e cheguem até os órgãos a serem examinados, Isso impossibilita o registro das informações. Assim como os leitos de hospitais, que começam a aumentar de tamanho para receber pacientes obesos, a solução poderá ser aumentar os tamanhos da máquinas.

James Bond em chamas

Desiree Martin/AFP

E UA

A revista norte-americana especializada Radiology traz na sua nova edição um alerta para os problemas da obesidade nos Estados Unidos. Segundo o governo norte-americano, pelo menos 64% da população do país está acima do peso ideal. Isso reflete na qualidade dos tratamentos de saúde oferecidos no país não apenas porque a obesidade está ligada a uma série de doenças físicas e mentais. Segundo um levantamento feito pelo Hospital Geral de Massachussetts, um número cada vez maior de exames de ultrasonografia e de raio-x têm

C INEMA

Começa, amanhã, em 120 países, a Semana Mundial da Amamentação

Dois novos estudos publicados pela na revista científica Archives of Ophthalmology reforçam a recomendação para que se observe uma dieta rica em peixes. Ela previne degeneração macular alterações físicas da área central da retina -, doença associada ao envelhecimento e principal causa da cegueira em pessoas idosas. Já se sabe que o ácido graxo ômega 3, encontrado no salmão, por exemplo, ajuda a manter coração e cérebro saudáveis.


São Paulo, segunda-feira, 31 de julho de 2006

DCARRO

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OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 31 de julho de 2006

DOISPONTOS -77

S

Champinha, o monge

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notícia é estarrecedora: tecnicamente, diz-se, o Champinha teria a personalidade do camaleão pois, como o bicho, adaptaria suas cores à do ambiente em que vivesse. Assim, dizem os técnicos, ele poderia, até, ser um monge. No meu entender os técnicos que assim concluíram estão delirando. Ou acreditam piamente em duendes...

Se botam fé em suas próprias conclusões, aqui dou a minha sugestão: não o deixem perambular pelas ruas, levem o Champinha para sua própria casa e, com base no método Pavlov, ou outro, no seu ambiente doméstico onde tudo é certinho certamente, completem, se isso é tão factível, o desenvolvimento dele para transformá-lo numa pessoa apta a viver na sociedade dos

bons e dos corretos, e com a necessária compreensão dos nossos valores éticos, morais etc. "Data suma venia"! Recordo-me de ter lido, um dia, a notícia de uma senhora casada, psicóloga, que praticava aqueles mesmos conceitos com relação aos jovens delinquentes, a qual, porém, balançou, e muito, depois de, sob as ameaças habituais da situação, ter sido o

objeto do desejo e vivenciado um sequestro relâmpago. Exagero emocional à parte, em verdade, qual autoridade moral, ou, no mínimo, coerência têm aqueles técnicos para afirmar que o Champinha poderá até ser um "monge" por absorção dos princípios vigentes no meio ambiente, se concluem também que, sendo portador de "retardo mental leve", se ele

estudar, quando muito poderá chegar até a 8ª série do ensino fundamental? É, poderá chegar até esse ano; afinal está proibida a repetência nessa fase escolar. Imagem por imagem, parece-me que a ele, Champinha, melhor se aplica a fábula do lobo sob a pele do cordeiro: quando puder, com a pele ou sem ela, ele vai atacar e, então, arrasar. PEDRO VERGUEIRO PEDROVER@MATRIX.COM.BR

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CUIDADOS COM A NUVEM

U

ma das mais significativas mudanças na forma como funciona a economia mundial foi a gradativa separação do sistema financeiro do sistema produtivo, durante o intenso processo de globalização ocorrido no último quartel do Século XX. Mudança que muitos governos só vieram a perceber com respeitável atraso e alguns até hoje (a LatinoAmérica é um exemplo disso) nem se deram conta.

Paulo Pinto/AE

Pêssegos para Dom Menas

ANTONIO DELFIM NETTO

ão operadores audazes que conseguem gigantescos bônus pessoais e migram de fundo em fundo na captura de novos incautos. Funcionam, na verdade como pragas de gafanhotos: pousam num país para explorar as oportunidades de arbitragem, não tomam conhecimento dos fundamentos e ao menor sinal de instabilidade (que muitas vezes eles próprios provocam), deixam em massa a economia abusada e vão pousar em outro país para recomeçar o mesmo jogo. A economia mundial sentiu os efeitos da praga quando o mais famoso fundo de hedge dos Estados Unidos quebrou em 1998 na moratória da Rússia, deixando a descoberto 14 bilhões de dólares pendurados no sistema bancário. O socorro do FED, providenciado por Greenspan, garantiu a liqüidez do mercado, após exigir dos bancos e acionistas que participassem do prejuízo.

Os fundos de hedge atacam como nuvem de gafanhotos

A

R

ecebi um e-mail querido de uma amiga querida. Por razões óbvias, não cito seu nome nem publico sua mensagem. Ela me pareceu meio triste, cansada, saudosa. Mas quem, em sendo sério, não está? Sei de quê ela fala – e porque fala. Não é fácil encarar os dias de hoje. Que Dom Menas e sua turma encarnam à perfeição. Tempos ruins, os nossos. A falta de caráter abunda. A indigência prospera. A esperança, que já era pouca, mingua. E com esta gente no poder não há solução possível. Nada resiste a tanta incompetência e má-fé. A vontade é deixar para lá. Mas isso não pode ser. É exatamente isso que eles querem que façamos. Então, façamos o contrário. Não vamos deixar para lá. Vamos aposentar, de novo, Dom Menas. A soma do ócio histórico com o avanço da idade talvez o leve a se inscrever num curso ligeiro de alfabetização. Tenho dúvidas. Não acredito em milagres. A seguir, o que escrevi para minha amiga, como resposta. Pelo que lhe enviei, o leitor pode, creio eu, deduzir o que me chegou: É isso aí, comadre: às vezes, dá uma saudade danada: dos amigos, das coisas. Sou mais velho que você - o que, espero, não significa que vá morrer antes. Prefiro pagar meus inúmeros pecados por aqui. Já conheço o preço. Do lado de lá... Sei lá a quantas anda o custo de vida por lá! É brincadeira. Quando era moleque, gordo e míope, adorava os domingos. O esforço danado do pai e da mãe resultava em macarrão com frango. Quando as coisas melhoraram um pouco, a gente passou a consumir uma Coca litro. Mas só aos do-

G Tempos ruins,

os nossos. A falta de caráter abunda. A indigência prospera. G Bom mesmo era

o primeiro domingo após o dia de pagamento. Bons pagadores, pai e mãe recebiam sempre o mesmo brinde: uma lata de pêssego em calda. Odeio pêssego em calda.

mingos. A Coca-família tinha que render até o lanche da noite, que era pão com qualquer coisa + a sobra do almoço. Mas bom mesmo era o primeiro domingo após o dia de pagamento. Pai e mãe, minha irmã e eu, íamos fazer a compra do mês. Na venda do "seo" Ramiro. Bons pagadores, pai e mãe recebiam sempre o mesmo brinde: uma lata de pêssego em calda.

O

deio pêssego em calda. Nunca mais comi dobradinha nem fígado acebolado, pratos, por um bom tempo, obrigatórios em casa. Nem por isso sou mais feliz. Meu pai teve um "aero" da hora: branco com estofado carmim. O diabo era o câmbio, que "engripava" cinco dias por semana. Daquela época, só não sinto saudades dos casamentos. Minha mãe passava o sábado com roletes na cabeça. Depois, ia ao "salão de beleza" para tirá-los, após um dia de tortura. E voltava com G Desejo que dom uma quantidade astronômica de laquê na cabeça. Menas passe os Invariavelmente, coitada, vinha medonha. Meu restos de seus dias pai achava uma "belezura". Eu me calava, com comendo pêssego medo de uma surra eventual. Mas não conseguia em calda. disfarçar a vontade de matar a dona do salão. Hoje, eu só queria o colo de minha mãe. Mas ela se foi. Ficou a saudade. E o desejo de que no céu não tenha salão. A Dom Menas desejo sempre o pior: que passe os restos de seus dias comendo dobradinha e fígado acebolado, tendo como sobremesa pêssego em calda. Saudades. Um beijo. Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

ORLANDO SILVEIRA É JORNALISTA ORLANDOSILVEIRA@UOL.COM.BR

té o final dos 70, o financiamento aos países era feito primordialmente por empréstimos bancários diretos: os bancos colocavam seus papéis no mercado na posição devedora e emprestavam diretamente aos países na posição credora. Mantinham um compromisso de solidariedade muito grande com os países devedores já que dependiam da capacidade de pagamento deles. Depois do choque dos preços do petróleo e da crise financeira de 1982, os bancos passaram a colocar os papéis da dívida dos países diretamente no mercado financeiro, em fundos de aposentadoria e rentistas ricos do primeiro mundo, ficando apenas com alguma "responsabilidade moral". Esse mercado foi sendo dominado por administradores profissionais, principalmente de fundos de hedge, que não são submetidos a controles institucionais como os bancos e atuam infatigavelmente "em bando", na busca da maior rentabilidade às custas de altíssima alavancagem, sem muita preocupação com os riscos de "curto prazo".

D

e tempos em tempos o Brasil tem experimentado os efeitos de tê-los acolhido alegremente, na especulação do diferencial entre as taxas de juro interna e externa. Usam uma estrutura financeira internacional, totalmente divorciada do sistema produtivo, alienada da economia real (não querem ouvir falar do fabricante de parafusos), exigindo dos governos e do Banco Central cada dia maiores cuidados no uso dos chamados bons "fundamentos". Tudo isso para não espantar a nuvem de gafanhotos ... ANTONIO DELFIM NETTO, EX-MINISTRO DA FAZENDA, É DEPUTADO FEDERAL (PMDB) DEP.DELFIMNETTO@ CAMARA.GOV.BR

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 31 de julho de 2006

1 As vitrines são o que transformam transeuntes em consumidores. Cleiton Escrimin, designer

DIA DOS PAIS

VITRINE, DESCONTO E PERFUME NO AR: VALE TUDO PARA CONQUISTAR CLIENTE

Fotos: Newton Santos/Hype

Especialistas dão dicas para o pequeno lojista concorrer com os gigantes

O

s pequenos comerciantes não enfrentam apenas o endividamento dos consumidores ou os ataques de marginais, que tiram as pessoas das ruas, na hora de fazer suas vendas. A concorrência com as grandes empresas também é uma dificuldade. Por isso, para vender bem no Dia dos Pais, os lojistas têm de ser, no mínimo, criativos. Um dos caminhos é investir em vitrines. Afinal, são elas que transformam transeuntes em consumidores. O designer de ambientes Cleiton Escrimin, responsável pelo visual da maioria das lojas no bairro do Bom Retiro, afirma que a roupa tem de ser valorizada tanto na vitrine como no interior do ambiente. Os acessórios como sapatos, cintos, colares e bolsas também são importantes. Além disso, os vendedores devem ser treinados para atender bem e, acima de tudo, serem simpáticos. "E as roupas dos atendentes acompanham o visual da grife – um uniforme charmoso também ajuda a equilibrar", analisa Escrimin. "Uma boa vitrine é responsável por 70% do faturamento", complementa o proprietário da grife Vício, Cláudio Fernandes. "É o cartão de visitas da loja. Os homens são menos vaidosos que as mulheres. Por isso, uma vitrine pode ser um convite para entrar", diz Fernandes. Ele aproveita a promoção de inverno para vender mais no Dia dos Pais. "A data está na entressafra de duas estações. Depois do Dia dos Pais, entra a coleção de verão. Por isso os descontos ajudam." Mas na falta de promoções, criatividade é o que conta. Na vitrine da loja La Chocolê, por exemplo, Escrimin usou carvão, espelhos, almofadas, TV de plasma e fotos que remetem aos anos 70. A proprietária do negócio, Teresa Ahn, diz que, apesar de trabalhar com moda feminina, as vendas devem aumentar no Dia dos Pais. "Investi na vitrine porque são as mulheres que compram os presentes para os homens. Elas não resistem a uma boa vitrine, e acabam levando produtos para si também", explica Teresa. Ela espera que as vendas neste Dia dos Pais cresçam até 20% em comparação com o mesmo período de 2005. "A vitrine bonita tem 50% de responsabilidade em uma venda.

O

s investimentos, que foram a principal influência positiva nos resultados do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre, serão substituídos pela força do consumo das famílias no segundo trimestre. Especialistas avaliam que o aumento da renda, o reajuste do salário mínimo e a oferta do crédito vão garantir maior intensidade no crescimento do consumo das famílias, que responde por cerca de 55% do cálculo do PIB pela demanda, que inclui também importações, exportações e consumo do governo. Estevão Kopschitz, econo-

Pesquisar em revistas e sites ajuda nas idéias para a própria vitrine

A outra metade são os bons preços", afirma a lojista. Uma novidade que muitos lojistas estão adotando é o uso de fragrâncias nas lojas. "Há um equipamento que espalha um perfume a cada sete minutos no ambiente, estimulando a entrada do cliente e fazendo com que ele permaneça no local. Os aromas calmantes são os melhores, como alecrim ou chá verde", explica Escrimin. Por conta – A vitrinista e

Uma boa vitrine é responsável por 70% do faturamento. É o cartão de visitas da loja. Cláudio Fernandes. proprietário da Vício

proprietária da Vitrina & Cia, Patrícia Rodrigues, dá dicas para os lojistas que possuem pouca verba disponível para contratar um profissional especializado, mas nem por isso podem descuidar do visual da loja. "O comerciante deve primeiro pesquisar em sites, revistas e até dar uma espiada na concorrência para conhecer as tendências. Depois, não pensar em valores para ter idéias. Quando o projeto estiver amadurecido, é só ir atrás de materiais alternativos. O custo é secundário', diz Patrícia. Segundo ela, o lojista deve conhecer também qual público seu empreendimento atende – existe o pai moderno, o conservador, o esportista e o intelectual, por exemplo. "Os produtos da grife ficam mais bonitos se acompanhados com

objetos do cotidiano de cada tipo desses pais", aconselha. De acordo com a vitrinista, o preço tem de estar bem visível nas peças. "Mas isso não significa que o produto fique escondido. As roupas devem estar sempre em um suporte, elevadas – nunca expostas no chão da vitrine. É deselegante." Além disso, Patrícia é de opinião que não adianta preparar a vitrine só para o Dia dos Pais – beleza e cuidado devem ser rotina em qualquer negócio. Opinião semelhante tem o coordenador-geral do Instituto Programa de Varejo (Provar) da Universidade de São Paulo (USP), professor Cláudio Felisoni. O trabalho, segundo ele, não é apenas para datas especiais, mas do dia-a-dia do varejista. "O lojista pode contar com a tecnologia, fazendo um resumo das preferências de cada cliente no computador. Ou pode também usar fichas se ainda não for informatizado. Mas o importante é que saiba do que cada um gosta, se é casado, se tem filhos, qual tecido ou cor aprecia. Quando chegar um produto na loja que se adapte ao consumidor, o comerciante pode ligar para ele. Sentindo-se prestigiado, o cliente volta." A fidelização, segundo Felizoni, é uma conseqüência. "O consumidor não pode ser lembrado apenas em uma data importante para o comércio." O professor diz ainda, que para enfrentar o gigante, o pequeno deve usar a criatividade. "Os dois concorrentes têm condições diferentes para o enfrentamento. O mais fraco não pode adotar estratégias iguais às daquele que tem verba de mídia e ações promocionais de um grande nome por trás, por isso deve agir de forma melhor." Neide Martingo

Cleiton Escrimin, designer de ambientes: apostar tudo em boas e atraentes vitrines é o melhor caminho

Luludi/LUZ

Homens se sentem atraídos por vitrines bem feitas

Dia dos Pais, mas mulheres também compram

Famílias darão impulso à economia Aumento da renda, ampliação do crédito e novo salário mínimo elevam consumo no segundo trimestre mista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), disse que as contas da instituição apontam para um aumento de 4,4% no consumo das famílias no segundo trimestre em relação a igual período do ano passado, ante 4% apurados nessa base de comparação no primeiro trimestre. Ao contrário, o aumento da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, ou investimentos) deverá desacelerar de 9% no pri-

meiro trimestre para 7,8% no segundo, sempre na comparação com igual período do ano passado. "O aumento do consumo das famílias se relaciona com a renda em alta, o crédito e o reajuste do salário mínimo", disse Kopschitz. Os dados do PIB do período de abril a junho serão divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo ele, o desempenho do PIB neste ano

será marcado pela influência negativa do setor externo, já que as importações crescem a uma velocidade maior do que as exportações, e maior impacto da demanda interna. A analista da Tendências Consultoria, Marcela Prada, também acredita no consumo das famílias como impulso para o PIB no segundo trimestre. "A expectativa é de crescimento da demanda interna, com a renda em alta e o crédito

em expansão", disse Marcela. A Tendências também estima um crescimento de 1,4% no PIB do segundo trimestre em relação ao primeiro trimestre. Para o economista do Ibmec e da Confederação Nacional do Comércio (CNC) Carlos Thadeu de Freitas, o consumo das famílias terá forte influência no PIB do segundo trimestre, mas "o chamado choque de renda vai se esgotar aí". Ele também esti-

ma que o PIB do segundo trimestre vai crescer 1,4% ante o primeiro trimestre, puxado pela demanda interna. Segundo Freitas, "a inflação mais baixa e o dólar reduzido estão aumentando o consumo familiar". Para ele, essa influência do consumo tende a se esgotar a partir do terceiro trimestre, quando o crédito que vem ajudando a impulsionar o consumo será comprometido pela inadimplência. "A velocidade da queda dos juros não foi proporcional à da inflação, o que vai gerar um arrocho no consumo das famílias a partir do terceiro trimestre", afirmou. (AE)


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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 31 de julho de 2006

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MICROS SOFREM COM A FALTA DE PLANEJAMENTO

por cento dos restaurantes da capital têm até dez anos de atividade

Fotos: Marcos Fernandes/LUZ

Funcionários de empresas conveniadas do Haka têm 10% de desconto

Pesquisa aponta que, de 150 empreendimentos abertos por ano, 100 fecham nos primeiros meses de operação

PEQUENOS FOGEM DA FALÊNCIA COM PARCERIAS

Desde que Emerson Huang firmou contratos com empresas de grande porte, o faturamento do restaurante cresceu 30%

A

falta de planejamento e gestão são os principais responsáveis pela alta taxa de mortalidade das empresas de serviço do segmento de alimentação, apontam especialistas desse mercado. Os números assustam. Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), metade das empresas que serão abertas em 2006 no Brasil estão fadadas a morrer antes do ano acabar. Puxando esses dados para a cidade de São Paulo, o resultado é ainda pior. Dos 150 estabelecimentos abertos anualmente, segundo a Abrasel, 100 fecham as portas no primeiro ano de atividade. Nesse meio de escassa cultura de negócio, onde poucos empresários se preocupam em traçar estratégias de mercado, de marketing ou para expansão de seus negócios, surgem algumas ações que dão resultados, ainda que paliativos. No segmento de alimentação, a mais comum tem sido a formação de convênios com outras empresas de maior porte. Mas no geral o desempenho do setor é preocupante. As empresas de serviço do ramo de alimentação em sua totalidade fazem parte do universo das micros e pequenas empresas. E o último levantamento envolvendo planejamento feito pelo Sebrae-SP, realizado com empresa abertas entre 1999 e 2003,

Andrea Felizolla/LUZ

O restaurante Haka tem convênio com 30 empresas

Tânia Maria, proprietária da Doçaria Vai d'Gosto, garante 70% das vendas para empresas parceiras

mostrou que 53% dos pequenos e microempresários ouvidos não faziam pesquisa de mercado. Outros 49% não estudam a concorrência local e 47% responderam que não levaram em conta a localização antes de instalar a empresa. Outros dados que corroboram com a realidade de instabilidade do segmento foram levantados pela ECD Consultoria, especializada em foodservice (alimentação fora do lar). A consultoria pesquisou recentemente 400 restaurantes da cidade de São Paulo e des-

ATA

cobriu que apenas 50% deles tinham mais de 3 anos. Também foi levantado que apenas 18% dos restaurantes superavam os 10 anos de portas abertas. "A maioria dos empresários do setor monta um estabelecimento como extensão da própria casa, ou seja, sem ter uma visão empresarial. Aí não tem como se sustentar", diz Enzo Donna, diretor da ECD. Parcerias – Mas em meio a esse cenário difícil, algumas alternativas têm dado sustentabilidade a pequenas e micros do segmento de alimentação.

Em vez de esperar no balcão o cliente chegar, donos de restaurantes, padarias e estabelecimentos do gênero passaram a buscar nas empresas a garantia de clientela fixa. Como exemplo, no Haka, restaurante japonês localizado na Vila Olímpia, 50% dos clientes são funcionários de escritórios próximos que fecharam parceria com a casa. Desde que a estratégia foi lançada, há um ano, o faturamento do restaurante cresceu 30% segundo Emerson Huang, proprietário da empresa. Fun-

cionários de grandes companhias como a Gol, Comgás e Unibanco conseguem desconto de 10% no bufê do Haka. De R$ 26,80 o almoço sai por R$ 24,10 para os funcionários que mostram o crachá das empresas cadastradas no restaurante. "Hoje temos parceria com 30 empresas da região. Começamos observando o nome das empresas nos tíquetes-refeição dos nossos clientes para saber de onde vinham. Depois fizemos nosso marketing nessas empresas", diz Huang. Doces – Estratégia parecida foi posta em prática pela doçaria Vai d'Gosto, que também tem em empresas de maior porte a garantia de sustentabilidade. Hoje, 70% de suas vendas são feitas para conveniadas, entre elas o Banco Real e a Ultragás. Nem sempre foi assim. Segundo Tânia Mara, proprietária da casa, seu negócio sempre girava em função da clientela de passagem. "Cheguei a ter loja na região

central da cidade, mas o retorno não pagava o aluguel, e quase fechei um negócio que tenho há 15 anos. Em 2003 passei a oferecer o serviço de coffebreak para empresas, e tem dado certo", diz Tânia. Acordos desse tipo, segundo o consultor Donna, funcionam normalmente em restaurantes que trabalham com o preço dos pratos de até R$ 12, valor máximo dos tíquetes-refeição oferecidos pela maioria das empresas. Já segundo João Abdalla Neto, consultor de marketing do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP), a opção dá resultado, mas tem de ser vista apenas como parte da estratégia de marketing . Antes de partir para a estratégia das parcerias, segundo o consultor, é preciso saber se o público que se pretende atender se enquadra no perfil dos serviços oferecidos. Renato Carbonari Ibelli

EDITAL

CONVOCAÇÃO

FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR PREGÃO Nº 022/2006- FAMESP PROCESSO Nº 755/2006 - FAMESP Acha-se à disposição dos interessados do dia 31 de julho de 2006 até o dia 13 de agosto de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignolli, s/nº, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680–ramal 111FAX(0xx14)3882-1885–ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/pregao.htm, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL Nº 022/2006-FAMESP, PROCESSO Nº 755/2006 - FAMESP, que tem como objetivo a AQUISIÇÃO DE CARNE BOVINA (MÚSCULO, PATINHO, NOIX, LAGARTO) PARA SEÇÃO DE NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU, CONFORME ESPECIFICAÇÕES CONTIDAS NO ANEXO II DO EDITAL. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação será realizada no dia 14 de agosto de 2006, com início às 14:00 horas, na Sala da Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar, no endereço supracitado. Botucatu, 28 de julho de 2006. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi - Diretor Vice - Presidente - FAMESP.

COMUNICADOS

AVISO DE LICITAÇÃO PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ/SP

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Obras: TOMADA DE PREÇOS N.º - OBJETO - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO PRAZO - PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/1799/06/02 - Construção de Cobertura de Quadra em Estrutura Mista - EE Joaquim Alves Figueiredo – Rua Nipoa, 100 - São Francisco - Catanduva/SP EE Prof. Francisco Silveira Coelho - Rua Visconde do Rio Branco, 200 - Centro - Taquaritinga/SP 90 - R$ 33.441,00 – R$ 3.344,00 – 09:30 – 18/08/2006. 05/1812/06/02 - Construção de Cobertura de Quadra em Estrutura Mista - EE/EMEF Profª Lidia Sanae Oya – Projeto Agrovila Rosanela, s/nº - Rosanela - Euclides da Cunha Paulista/SP EE Profª Helena Pavanelli Porto - Av. Tapuias, 907 - Centro - Tupã/SP 90 - R$ 35.916,00 – R$ 3.591,00 – 10:30 – 18/08/2006. 05/1813/06/02 - Construção de Cobertura de Quadra em Estrutura Mista e Reforma em Prédio(s) Escolar(es) - EE Alzira Fernandes Scungisqui – Rua Joaquim Rama Forte, 115 - Jardim Araci - Mogi das Cruzes/SP 120 - R$ 23.196,00 – R$ 2.319,00 – 14:00 – 18/08/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 01/08/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 17/08/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Construção de Cobertura de Quadra em Estrutura Mista: TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO PRAZO - PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/1748/06/02 - EE Waldomiro Lojudice – Rua Tupinambás, 381 - Centro - Magda/SP – 90 - R$ 16.720,00 – R$ 1.672,00 – 10:30 – 17/08/2006. 05/1749/06/02 - EE/EMEIF Prof. José Jorge Neto/Zeze Salles – Rua Cinco, 635 - Centro - Analândia/SP – 90 - R$ 16.720,00 – R$ 1.672,00 – 14:00 – 17/08/2006. 05/1750/06/02 - EE Prof. Plínio Damasco Penna – Rua Madalena Rampinelli, 39 - Ponte Grande - Guarulhos/SP EE Profª Brasilisia Machado Lobo - Rua Guaratuba, 402 - Vila Flórida - Guarulhos/SP EE Chb Yadoia – Av. Dep. Cantídio Sampaio, 4300 - Jardim Brasilândia - Brasilândia - São Paulo/SP 90 - R$ 51.399,00 – R$ 5.139,00 – 15:00 – 17/08/2006. 05/1798/06/02 - EE Prof. Francisco Gomes – Rua Prof. Antonio da Silveira, 274 - Jardim Bela Vista - Cravinhos/SP EE Luiz Marcari - Rua Machado de Assis, 479 - Jardim Paulista - Barrinha/SP 90 - R$ 34.678,00 – R$ 3.467,00 – 16:00 – 17/08/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 01/08/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 16/08/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira

Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Eletrônico nº 062/06 A Prefeitura Municipal de Guaratinguetá informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela internet. Objeto: Aquisição de equipamentos oftalmológicos. Endereço Eletrônico do Pregão: www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até às 23:59 horas do dia 10/08/2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até às 13:00 horas do dia 15/08/2006. Data e Horário do Recebimento dos Lances: das 14:00 horas às 16:00 horas do dia 16/08/2006. Disponibilização do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico, no item Editais.

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 28 de julho de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial:

Requerente: Leman Factoring Fomento Mercantil Ltda. - Requerida: Oncofarma Comércio Atacadista de Medicamentos Ltda. - Avenida Vereador José Diniz, 3.300 - 1ª Vara de Falências Requerente: Panorama Fundição de Metais Ltda. - Requerida: Metalúrgica Clodal Ltda. - Rua Bruna, 503 - 2ª Vara de Falências


segunda-feira, 31 de julho de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3

Finanças Empresas FUNCIONÁRIOS DA VARIG INICIAM GREVE Nacional Comércio Exterior

Pedimos a intervenção do ministro para que a Varig pague as homologações no ato. Selma Balbino, Sindicato dos Aeroviários

REPRESENTANTE DOS EUA PARA O COMÉRCIO INDICA QUE PRAZO PARA CONCLUSÃO PODERÁ SER ADIADO

RODADA DE DOHA GANHA FÔLEGO

A

Vanderlei Almeida/AFP

Susan Schwab (à frente), com Celso Amorin: conclusão da rodada depende do grau de ambição do acordo

Aeroviários querem parcelas do auxílio-desemprego estendidas

A

presidente nacional do Sindicato dos Aeronautas, Graziela Baggio, informou ontem, no Rio, que os funcionários da Varig querem que o governo federal estenda ao setor aéreo o pagamento do auxílio-desemprego em cinco parcelas. O benefício normalmente é limitado a três parcelas, mas no último dia 18, o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) aprovou o pagamento de mais duas parcelas para trabalhadores de setores produtivos atingidos pela desvalorização do dólar frente ao real. "O setor aéreo também é considerado de exportação. E esse aumento também seria muito importante para os mais de 5 mil trabalhadores da Varig que serão demitidos", argumentou Graziela. Ela informou que a ampliação do bene-

fício foi um dos pedidos feitos ao Ministério do Trabalho em carta enviada no dia 27 de julho pelos sindicatos dos Aeronautas e dos Aeroviários. Audiência – As duas entidades terão amanhã uma audiência no Ministério Público do Tr a b a l h o c o m a Va r i g e a VarigLog, empresa que adquiriu a companhia aérea, para discutir a rescisão de contratos dos 5,5 mil funcionários atingidos pelo programa de reestruturação da empresa. "Enviamos uma correspondência para o ministro do Trabalho mostrando que o caos está instalado. Pedimos a intervenção do ministro para que a Varig pague as homologações no ato", disse a presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino. Segundo Graziela Baggio, até agora não foi apresentado nenhum plano para as resci-

ALGODÃO Produtores nacionais exigem retaliação aos EUA no caso do subsídio ao algodão.

PADRÃO "A"

P

esquisa da Agência Nacional de Petróleo (ANP), aponta que combustíveis brasileiros alcançaram padrões internacionais de qualidade. "Desde março, os índices para a gasolina, óleo diesel e álcool estão no mesmo patamar dos mercados mais exigentes do mundo", disse a ANP. (AE)

O

BIODIESEL A ADM vai investir US$ 30 milhões em fábrica de biodiesel à base de soja em Rondonópolis (MT).

GARCIA QUER PARCERIA COM BRASIL

O

presidente do Peru, Alan Garcia, pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que a Petrobras se torne sócia da PetroPeru. A informação é do governador do Acre, Jorge Viana, que participou do encontro entre os dois presidentes na sexta-feira. Conforme relato de Viana,

PORTUGUESES NA BAHIA

hotel da Praia do Forte Eco Resort & Thalasso Spa, em área de preservação ambiental com cerca de 6 mil hectares, foi transferido para o grupo português Espírito Santo. De acordo com nota divulgada sábado pelo grupo, a empresa já está administrando o hotel, apresentado no site do grupo como a mais nova aquisição no Brasil. O Eco Resort é um dos mais A TÉ LOGO

Ó RBITA

sões. "Após os avisos de demissão, a Variglog teria dez dias para começar a pagar as rescisões contratuais. Mas achamos que ela não tem fluxo de caixa para honrar esse pagamento", disse a sindicalista. De acordo com o sindicato, a Varig deve R$ 71 milhões por quatro meses de salários atrasados. O pagamento referente a julho dos funcionários que não serão demitidos deve ser feito no início de agosto. Greve – Também a partir de amanhã, os funcionários da Varig devem optar por paralisações parciais em São Paulo em protesto ao anúncio das 5,5 mil demissões feito pela companhia. Segundo representantes do Sindicato dos Aeroviários de São Paulo, o objetivo é não prejudicar ainda mais os passageiros e evitar que os consumidores sintam "antipatia" aos protestos. (Agências)

concorridos hotéis do disputado litoral Norte, que vem recebendo investimentos em torno de R$ 1,2 bilhão, de grupos portugueses, espanhóis e italianos. No ano passado, o faturamento do segmento na região ultrapassou R$ 1,1 bilhão. Os números da aquisição não foram divulgados. O Eco Resort possui 4,2 mil metros quadrados de área construída e 153 hectares disponíveis para ampliação. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Petrobras será submetida à auditoria na Bolívia

L

Pronaf prorroga pagamento de empréstimo

L

Preocupação com sustentabilidade fiscal do Brasil

Garcia disse a Lula que o Peru não tem know-how suficiente para explorar petróleo e gás. O governador informou que os dois presidentes acertaram que representantes da Petrobras e da PetroPeru deverão ter encontros nas próximas semanas. Garcia pediu ainda que os brasileiros invistam no Peru. (AE)

representante dos Estados Unidos para o Comércio (USTR), Susan Schwab, indicou no fim de semana que o prazo para a aprovação do acordo final da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) poderá ser alargado. Até recentemente, o horizonte limitava-se a julho de 2007, quando expira o mandato concedido pelo Congresso norteamericano para aprovar, sem alterações, acordos comerciais. Ao final da primeira sessão de conversas com o chanceler Celso Amorim, no último sábado, Schwab destacou que essa extensão dependerá do perfil do Congresso americano depois das eleições da primeira semana de novembro e do grau de "ambição" do acordo. Em sintonia com Schwab, o ministro das Relações Exteriores alertou que a retomada da Rodada, com decisões políticas para sua rápida conclusão, terá de acontecer nos próximos cinco a sete meses. Ou seja, até o final de fevereiro de 2007. Segundo ele, todos os países deveriam retomar reuniões na tentativa de viabilizar a rodada, já que um fracasso seria prejudicial para todos. "É possível sobreviver sem a conclusão da rodada, mas isso seria pior para todos os países do mundo", observou. Amorim sugeriu ainda que, entre setembro e novembro, seja agendada uma reunião de ministros de países influentes na organização, em Genebra, para discutir os resultados de conversas informais, como a que manteve no sábado com Schwab em um hotel à beira da praia de Copacabana. Dessa

reunião de "primavera", o cenário ideal seria a retomada das negociações, suspensas desde a última segunda-feira. O colapso da Rodada Doha ocorreu em Genebra, quando Schwab informou que as propostas sobre abertura de mercados agrícolas não eram suficientes para que os Estados Unidos concordassem com um corte mais fundo no total de subsídios à produção agrícola. Hoje, o limite orçamentário para essas subvenções é de US$ 48 bilhões. Mas o total de-

É possível sobreviver sem a conclusão da rodada (de Doha), mas isso seria pior para todos os países do mundo. Celso Amorin, chanceler brasileiro sembolsado no ano passado foi de cerca de US$ 20 bilhões. A proposta americana prevê o limite de US$ 22,5 bilhões. Apoio – A representante norte-americana enfatizou que essa oferta tem o apoio dos dois partidos que dominam o Congresso: o Republicano, do presidente George W. Bush, e o Democrata. Acrescentou que um acordo "robusto" na OMC, com vantagens reais para os produtores agrícolas americanos em mercados hoje protegidos, poderá ser aprovado sem resistências sérias pelo novo Congresso, independentemente de sua composição depois das

eleições de novembro. Ao final da primeira sessão de conversas, Amorim indicou discretamente que acolheu a solicitação de Schwab para que converse com Kamal Nath, ministro de Comércio da Índia. Nath defende que 20% dos itens agrícolas permaneçam intocáveis a qualquer redução tarifária, uma das razões para a negativa dos EUA em apresentar nova proposta sobre cortes nos subsídios. Brasil e Índia lideram o G-20, grupo de países em desenvolvimento que atuam na área agrícola da Rodada, e são aliados também nas questões sobre abertura industrial. Amorim igualmente convergiu com a avaliação de Schwab de que a oferta informal da União Européia sobre a abertura de seu mercado agrícola ainda não alcança a pretensão do G-20 de corte de tarifas de importação de 60% para o setor, com listas mínimas de exceções. Nas duas últimas reuniões em Genebra, Bruxelas sinalizou com uma proposta de corte de 58%, mas o tratamento que propôs para produtos especiais e sensíveis não chegou a animar o G-20. Buscando solução – O encontro "exploratório" com Amorim foi a primeira tentativa da representante do comércio norte-americana de buscar uma saída para a suspensão da Rodada de Doha. A escolha não foi casual. A embaixadora americana conhece o papel exercido pelo Brasil nas Rodadas anteriores da OMC, a sua liderança no G-20 e o diálogo fluído com Bruxelas, assim como está ciente da experiência do chanceler brasileiro nessas negociações. (Agências)

Bancários preparam reivindicações

O

s bancários de todo o País vão pedir 7,05% de aumento real nas negociações salariais da categoria, com data-base em setembro, mais a reposição da inflação que venha a ser apurada no período de 12 meses até aquela data. Os trabalhadores do setor financeiro também reivindicarão 5% de Participação nos Lucros e Resultados (PLR), mais um salário bruto acrescido de valor fixo a ser definido posteriormente. As principais reivindicações da categoria, que serão encaminhadas à Federação Nacional dos bancos (Fenaban), foram aprovadas neste fim de semana, em São Paulo, por 811 delegados participantes da 8ª Conferência Nacional do Ramo Financeiro. Segundo nota do Sindicato dos Bancários de São Paulo, a Conferência aprovou ainda, como reivindicações prioritárias, a defesa do emprego –

com medidas como a ratificação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que proíbe dispensas imotivadas; a ampliação do horário de atendimento bancário com dois turnos de trabalho e o respeito à jornada de seis horas; o fim do assédio moral; das metas abusivas e da insegurança bancária. Reivindicações – A pauta de negociações a ser entregue à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) proporá que o piso da categoria, atualmente em R$ 839,93, esteja de acordo

com o previsto pelo Dieese, de R$ 1,5 mil. Pela pauta, o auxílio-creche babá deve passar de R$ 165,34 para R$ 350; a cestaalimentação que é de R$ 230,02 para R$ 300 e a gratificação de caixa dos atuais R$ 226,65 para R$ 500, independentemente do índice de reajuste concedido às demais verbas salariais. Os delegados também decidiram desencadear uma série de ações para fortalecer a representação dos trabalhadores do ramo financeiro, fechando brechas criadas pelo excesso de terceirização. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS

segunda-feira, 31 de julho de 2006

ORIENTAÇÃO LEGAL LEGISLAÇÃO • DOUTRINA • JURISPRUDÊNCIA INSTITUTO JURÍDICO DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO

COORDENAÇÃO: CARLOS CELSO ORCESI DA COSTA

Agenda Tributária Federal – Agosto/2006 SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL COORDENAÇÃO-GERAL DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA ATO DECLARATÓRIO EXECUTIVO Nº 55, DE 24 DE JULHO DE 2006 Divulga a Agenda Tributária do mês de agosto de 2006. O coordenador-geral de Administração Tributária, no uso de suas atribuições, declara: Art. 1º As datas fixadas para pagamento dos tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal (SRF) e para apresentação das principais declarações, demonstrativos e documentos exigidos por esse órgão, definidas em legislação específica, no mês de agosto de 2006, são as constantes da Agenda Tributária anexa a este Ato Declaratório Executivo (ADE). Art. 2º As referências a “Entidades financeiras e equiparadas”, contidas nas discriminações da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, dizem respeito às pessoas jurídicas de que trata o § 1º do art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. Art. 3º No caso de extinção, incorporação, fusão ou cisão, a pessoa jurídica extinta, incorporadora, incorporada, fusionada ou cindida deverá apresentar: I - até o último dia útil do mês subseqüente ao do evento: a) a Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ); b) a Declaração Simplificada das Pessoas Jurídicas - Simples; c) a Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica (DSPJ) - Inativa; d) o Demonstrativo do Crédito Presumido do IPI (DCP); e e) o Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais (Dacon); II - até o quinto dia útil do segundo mês subseqüente ao do evento: a) a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais Mensal (DCTF Mensal); ou b) a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais Semestral (DCTF Semestral). § 1º Excepcionalmente, em relação ao ano-calendário de 2006, a obrigatoriedade de apresenta-

ção do Dacon, nos casos a que se refere a alínea “e” do inciso I deste artigo, vigorará a partir do período em que os programas geradores do demonstrativo forem disponibilizados. § 2º A obrigatoriedade de apresentação da DIPJ, da DCTF Mensal e Semestral, da Declaração Simplificada das Pessoas Jurídicas - Simples e do Dacon, na forma prevista no caput, não se aplica à incorporadora nos casos em que as pessoas jurídicas, incorporadora e incorporada, estejam sob o mesmo controle societário desde o ano-calendário anterior ao do evento. Art. 4º No caso de extinção, decorrente de liquidação, incorporação, fusão ou cisão total, a pessoa jurídica extinta deve apresentar a Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte (Dirf), relativa ao respectivo ano-calendário, até o último dia útil do mês subseqüente ao da ocorrência do evento. Parágrafo único. A Dirf, de que trata o caput, deverá ser entregue até o último dia útil do mês de março quando o evento ocorrer no mês de janeiro do respectivo ano-calendário. Art. 5º Na hipótese de saída definitiva do País ou de encerramento de espólio, ocorridos no ano-calendário de 2006, a Dirf de fonte pagadora pessoa física, relativa a esse ano-calendário, deve ser apresentada: I - no caso de saída definitiva do Brasil, até: a) a data da saída do País, no caso desta ser em caráter permanente; e b) trinta dias contados da data em que a pessoa física declarante completar doze meses consecutivos de ausência, no caso de saída do País em caráter temporário; ou II - no caso de encerramento de espólio ocorrido no ano-calendário de 2006, até o mesmo prazo previsto para a entrega pelos demais declarantes da Dirf. Art. 6º Este ADE entra em vigor na data de sua publicação. Michiaki Hashimura Coordenador-Geral de Administração Tributária

ANEXO AGENDA TRIBUTÁRIA – MÊS DE AGOSTO DE 2006 DATA DE VENCIMENTO: DATA EM QUE SE ENCERRA O PRAZO LEGAL PARA PAGAMENTO DOS TRIBUTOS ADMINISTRADOS PELA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL Data de Vencimento Diária

Diária

Diária

Diária Diária 3

3

3

3

7

10

10

Tributos Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) Rendimentos do Trabalho Tributação exclusiva sobre remuneração indireta Rendimentos de Residentes ou Domiciliados no Exterior Royalties e pagamentos de assistência técnica Renda e proventos de qualquer natureza Juros e comissões em geral Obras audiovisuais, cinematográficas e videofônicas Fretes internacionais Remuneração de direitos Previdência Privada e Fapi Aluguel e arrendamento Outros Rendimentos Pagamento a beneficiário não identificado Imposto sobre a Exportação (IE)

Cide - Combustíveis - Importação - Lei 10.336/01 Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a importação de petróleo e seus derivados, gás natural, exceto sob a forma liquefeita, e seus derivados, e álcool etílico combustível

Contribuição para o PIS/Pasep PIS/Pasep - Importação de serviços (Lei 10.865/04) Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) Cofins - Importação de serviços (Lei 10.865/04) Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) Rendimentos de Capital Títulos de renda fixa - Pessoa Física Títulos de renda fixa - Pessoa Jurídica Fundo de Investimento - Renda Fixa Fundo de Investimento em Ações Operações de swap Day-Trade - Operações em Bolsas Ganhos líquidos em operações em bolsas e assemelhados Juros remun. do capital próprio (art. 9º da Lei nº 9.249/95) Fundos de Investimento Imobiliário - Resgate de quotas Rendimentos de Capital Demais rendimentos de capital Rendimentos de Residentes ou Domiciliados no Exterior Aplicações Financeiras - Fundos/Entidades de Investimento Coletivo Aplicações em Fundos de Conversão de Débitos Externos/Lucros/ Bonificações/Dividendos Juros remuneratórios de capital próprio Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) Outros Rendimentos Prêmios obtidos em concursos e sorteios Prêmios obtidos em bingos Multas e vantagens Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) IOF-Operações de crédito - Pessoa Jurídica IOF-Operações de crédito - Pessoa Física IOF-Operações de câmbio - Entrada de moeda IOF-Operações de câmbio - Saída de moeda IOF-Aplicações Financeiras IOF-Factoring (art. 58 da Lei 9.532/97) IOF-Seguros IOF-Ouro, Ativo Financeiro Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) IPI - Cigarros do código 2402.20.00 da Tipi IPI - Bebidas do capítulo 22 da Tipi Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira - (CPMF) CPMF -Operações de lançamento a débito em conta CPMF -Operações de liquidação ou pagamento sem crédito em conta CPMF -Devida pela instituição financeira na condição de contribuinte Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) Rendimentos de Capital Aluguéis e royaties pagos à pessoa fisíca Rendimentos de partes beneficiárias ou de fundador Rendimentos do Trabalho Trabalho assalariado Trabalho sem vínculo empregatício Resgate previdência privada e Fapi Benefício ou resgate de previdência privada e Fapi Rendimentos decorrentes de decisão da Justiça do Trabalho Outros Rendimentos Remuneração de serviços prestados por pessoa jurídica Pagamentos de PJ a PJ por serviços de factoring Pagamento PJ à cooperativa de trabalho Juros e indenizações de lucros cessantes Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) Indenização por danos morais Rendimentos decorrentes de decisão da Justiça Federal Demais rendimentos Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) Posição na Tipi Produto 87.03 Automóveis de passageiros e outros veículos automóveis principalmente concebidos para transporte de pessoas (exceto os da posição 87.02), incluídos os veículos de uso misto

Código DARF

Período de Apuração do Fato Gerador (FG)

2063

FG ocorrido no mesmo dia

0422 0473 0481 5192 9412 9427 9466 9478

FG ocorrido no mesmo dia ” ” ” ” ” ” ”

5217 0107

FG ocorrido no mesmo dia Exportação, cujo registro da declaração para despacho aduaneiro tenha-se verificado 15 dias antes.

9438

Importação, cujo registro da declaração tenha-se verificado no mesmo dia

5434

FG ocorrido no mesmo dia

5442

FG ocorrido no mesmo dia

Data de Vencimento

10 8053 3426 6800 6813 5273 8468 5557 5706 5232 0924

21 a 31/Julho/2006 ” ” ” ” ” ” ” ” ” 21 a 31/Julho/2006

5286

21 a 31/Julho/2006

10

10

10 0490 9453

” ”

0916 8673 9385

” 21 a 31/Julho/2006 ” ”

1150 7893 4290 5220 6854 6895 3467 4028

21 a 31/Julho/2006 ” ” ” ” ” ” ”

1020 0668

21 a 31/Julho/2006 “

5869 5871 5884

21 a 31/Julho/2006 ” ”

15

15

3208 3277

Julho/2006 ”

0561 0588 3223 5565 5936

” ” ” ” ”

1708 5944 3280 5204 6891 6904 5928 8045

Julho/2006 ” ” ” ” ” ” ”

15

15

15

Tributos

Código DARF

Período de Apuração do Fato Gerador (FG)

(“station wagons”) e os automóveis de corrida; 87.06 Chassi com motor para os veículos automóveis das posições 87.01 a 87.05; 84.29 “Bulldozers”, “angledozers”, niveladores, raspo-transportadores (“scrapers”), pás mecânicas, escavadores, carregadoras e pás carregadoras, compactadores e rolos ou cilindros compressores, autopropulsados; 84.32 Máquinas e aparelhos de uso agrícola, hortícola ou florestal, para preparação ou trabalho do solo ou para cultura; rolos para gramados (relvados), ou para campos de esporte; 84.33 Máquinas e aparelhos para colheita ou debulha de produtos agrícolas, incluídas as enfardadeiras de palha ou forragem; cortadores de grama (relva) e ceifeiras; máquinas para limpar ou selecionar ovos, frutas ou outros produtos agrícolas, exceto as da posição 84.37; 87.01 Tratores (exceto os carros-tratores da posição 87.09); 87.02 Veículos automóveis para transporte de 10 pessoas ou mais, incluindo o motorista; 87.04 Veículos automóveis para transporte de mercadorias; 87.05 Veículos automóveis para usos especiais (por exemplo: auto-socorros, caminhões-guindastes, veículos de combate a incêndios, caminhões-betoneiras, veículos para varrer, veículos para espalhar, veículos-oficinas, veículos radiológicos), exceto os concebidos principalmente para transporte de pessoas ou de mercadorias; 87.11 Motocicletas (incluídos os ciclomotores) e outros ciclos equipados com motor auxiliar, mesmo com carro lateral; carros laterais. Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) Pagamento Unificado - Regime Especial de Tributação Aplicável às Incorporações Imobiliárias IRPJ - Regime Especial de Tributação Aplicável às Incorporações Imobiliárias Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) Pagamento Unificado - Regime Especial de Tributação Aplicável às Incorporações Imobiliárias CSLL - Regime Especial de Tributação Aplicável às Incorporações Imobiliárias Contribuição para o PIS/Pasep Pagamento Unificado - Regime Especial de Tributação Aplicável às Incorporações Imobiliárias PIS/Pasep - Regime Especial de Tributação Aplicável às Incorporações Imobiliárias Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) Pagamento Unificado - Regime Especial de Tributação Aplicável às Incorporações Imobiliárias Cofins - Regime Especial de Tributação Aplicável às Incorporações Imobiliárias Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) IPI - Cigarros do código 2402.20.00 da Tipi IPI - Bebidas do capítulo 22 da Tipi Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) Rendimentos de Capital Títulos de renda fixa - Pessoa Física Títulos de renda fixa - Pessoa Jurídica Fundo de Investimento - Renda Fixa Fundo de Investimento em Ações Operações de swap Day-Trade - Operações em Bolsas Ganhos líquidos em operações em bolsas e assemelhados Juros remun. do capital próprio (art. 9º da Lei nº 9.249/95) Fundos de Investimento Imobiliário - Resgate de quotas Rendimentos de Capital Demais rendimentos de capital Rendimentos de Residentes ou Domiciliados no Exterior Aplicações Financeiras - Fundos/Entidades de Investimento Coletivo Aplicações em Fundos de Conversão de Débitos Externos/Lucros/ Bonificações/Dividendos Juros remuneratórios de capital próprio Outros Rendimentos Prêmios obtidos em concursos e sorteios Prêmios obtidos em bingos Multas e vantagens Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) IOF-Operações de crédito - Pessoa Jurídica IOF-Operações de crédito - Pessoa Física IOF-Operações de câmbio - Entrada de moeda IOF-Operações de câmbio - Saída de moeda IOF-Aplicações Financeiras IOF-Factoring (art. 58 da Lei 9.532/97) IOF-Seguros IOF-Ouro, Ativo Financeiro Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) IPI - Cigarros do código 2402.90.00 da Tipi IPI - Todos os produtos, com exceção de bebidas (Capítulo 22), cigarros (códigos 2402.20.00 e 2402.90.00) e os das posições 84.29, 84.32, 84.33, 87.01 a 87.06 e 87.11 da Tipi Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) Retenção de contribuições - pagamentos de PJ a PJ de direito privado (Cofins, PIS/Pasep, CSLL) CSLL - Retenção - pagamentos de PJ a PJ de direito privado

0676

21 a 31/Julho/2006

0676

1097

21 a 31/Julho/2006

1097

1097 1097

” ”

1097 1097

” ”

1097

1097

4095

Julho/2006

4112

4095

Julho/2006

4153

4095

Julho/2006

4138

4095

Julho/2006

4166

1020 0668

1º a 10/Agosto/2006 ”

0924

” 1º a 10/Agosto/2006 ” ” ” ” ” ” ” ” ” ”

5286

1º a 10/Agosto/2006

0490 9453 0916 8673 9385

” ” ” 1º a 10/Agosto/2006 ” ”

1150 7893 4290 5220 6854 6895 3467 4028

1º a 10/Agosto/2006 ” ” ” ” ” ” ”

5110

Julho/2006

5123

5952 5987

16 a 31/Julho/2006 ”

8053 3426 6800 6813 5273 8468 5557 5706 5232

(Continua na página seguinte)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 31 de julho de 2006

LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS - 5

ORIENTAÇÃO LEGAL

LEGISLAÇÃO • DOUTRINA • JURISPRUDÊNCIA INSTITUTO JURÍDICO DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO

COORDENAÇÃO: CARLOS CELSO ORCESI DA COSTA

AGENDA TRIBUTÁRIA – MÊS DE AGOSTO DE 2006 DATA DE VENCIMENTO: DATA EM QUE SE ENCERRA O PRAZO LEGAL PARA PAGAMENTO DOS TRIBUTOS ADMINISTRADOS PELA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL

(Continuação da página anterior) Data de Vencimento 15

Tributos

Código DARF

Contribuição para o PIS/Pasep PIS/Pasep - Faturamento 8109 PIS/Pasep - Folha de salários 8301 PIS/Pasep - Pessoa jurídica de direito público 3703 PIS/Pasep - Entidades financeiras e equiparadas 4574 PIS - Fabricantes/Importadores de veículos em substituição tributária 8496 PIS - Combustíveis 6824 PIS - Não-cumulativo 6912 Retenção de contribuições - pagamentos de PJ a PJ de direito privado (Cofins, PIS/Pasep, CSLL) 5952 PIS/Pasep - Retenção - pagamentos de PJ a PJ de direito privado 5979 PIS/Pasep - Retenção - Aquisição de autopeças 3770 Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) Retenção de contribuições - pagamentos de PJ a PJ de direito privado (Cofins, PIS/Pasep, CSLL) 5952 Cofins - Retenção - pagamentos de PJ a PJ de direito privado 5960 Cofins - Retenção - Aquisição de autopeças 3746 Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) Cofins -Entidades financeiras e equiparadas 7987 Cofins -Demais Entidades 2172 Cofins -Fabricantes/Importadores de veículos em substituição tributária 8645 Cofins -Combustíveis 6840 Cofins -Não-cumulativa 5856 Cide - Combustíveis - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural, exceto sob a forma liquefeita, e seus derivados, e álcool etílico combustível 9331 Cide - Remessas ao Exterior - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a remessa de importâncias ao exterior nas hipóteses tratadas no art. 2º da Lei 10.168/2000, com a alteração introduzida pelo art. 6º da Lei 10.332/2001. 8741 Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira - (CPMF) CPMF -Operações de lançamento a débito em conta 5869 CPMF -Operações de liquidação ou pagamento sem crédito em conta 5871 CPMF -Devida pela instituição financeira na condição de contribuinte 5884 Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) Posição na Tipi Produto 87.03 Automóveis de passageiros e outros veículos automóveis principalmente concebidos para transporte de pessoas (exceto os da posição 87.02), incluídos os veículos de uso misto (“station wagons”) e os automóveis de corrida; 0676 87.06 Chassi com motor para os veículos automóveis das posições 87.01 a 87.05; 0676 84.29 “Bulldozers”, “angledozers”, niveladores, raspo-transportadores (“scrapers”), pás mecânicas, escavadores, carregadoras e pás carregadoras, compactadores e rolos ou cilindros compressores, autopropulsados; 1097 84.32 Máquinas e aparelhos de uso agrícola, hortícola ou florestal, para preparação ou trabalho do solo ou para cultura; rolos para gramados (relvados), ou para campos de esporte; 1097 84.33 Máquinas e aparelhos para colheita ou debulha de produtos agrícolas, incluídas as enfardadeiras de palha ou forragem; cortadores de grama (relva) e ceifeiras; máquinas para limpar ou selecionar ovos, frutas ou outros produtos agrícolas, exceto as da posição 84.37; 1097 87.01 Tratores (exceto os carros-tratores da posição 87.09); 1097 87.02 Veículos automóveis para transporte de 10 pessoas ou mais, incluindo o motorista; 1097 87.04 Veículos automóveis para transporte de mercadorias; 1097 87.05 Veículos automóveis para usos especiais (por exemplo: auto-socorros, caminhões-guindastes, veículos de combate a incêndios, caminhões-betoneiras, veículos para varrer, veículos para espalhar, veículos-oficinas, veículos radiológicos), exceto os concebidos principalmente para transporte de pessoas ou de mercadorias; 1097 87.11 Motocicletas (incluídos os ciclomotores) e outros ciclos equipados com motor auxiliar, mesmo com carro lateral; carros laterais. 1097 Simples - Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas (ME) DARF e Empresas de Pequeno Porte (EPP) Simples Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) IPI - Cigarros do código 2402.20.00 da Tipi 1020 IPI - Bebidas do capítulo 22 da Tipi 0668 Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) Rendimentos de Capital Títulos de renda fixa - Pessoa Física 8053 Títulos de renda fixa - Pessoa Jurídica 3426 Fundo de Investimento - Renda Fixa 6800 Fundo de Investimento em Ações 6813 Operações de swap 5273 Day-Trade - Operações em Bolsas 8468 Ganhos líquidos em operações em bolsas e assemelhados 5557 Juros remun. do capital próprio (art. 9º da Lei nº 9.249/95) 5706 Fundos de Investimento Imobiliário - Resgate de quotas 5232 Demais rendimentos de capital 0924 Rendimentos de Residentes ou Domiciliados no Exterior Aplicações Financeiras - Fundos/Entidades de Investimento Coletivo 5286 Aplicações em Fundos de Conversão de Débitos Externos/Lucros/ Bonificações/Dividendos 0490 Juros remuneratórios de capital próprio 9453 Outros Rendimentos Prêmios obtidos em concursos e sorteios 0916 Prêmios obtidos em bingos 8673 Multas e vantagens 9385 Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) IOF-Operações de crédito - Pessoa Jurídica 1150 IOF-Operações de crédito - Pessoa Física 7893 IOF-Operações de câmbio - Entrada de moeda 4290 IOF-Operações de câmbio - Saída de moeda 5220 IOF-Aplicações Financeiras 6854 IOF-Factoring (art. 58 da Lei 9.532/97) 6895 IOF-Seguros 3467 IOF-Ouro, Ativo Financeiro 4028 Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira - (CPMF) CPMF -Operações de lançamento a débito em conta 5869 CPMF -Operações de liquidação ou pagamento sem crédito em conta 5871 CPMF -Devida pela instituição financeira na condição de contribuinte 5884 Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) Posição na Tipi Produto 87.03 Automóveis de passageiros e outros veículos automóveis

15

15

15

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21

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23

23

25

31

Período de Apuração do Fato Gerador (FG)

Data de Vencimento

Julho/2006 ” ” ” ” ” ” 16 a 31/Julho/2006 ” ”

16 a 31/Julho/2006 ” ” ” Julho/2006 ” ” ” ”

Julho/2006

Julho/2006

31

1º a 10/Agosto/2006 ” ”

31 1º a 10/Agosto/2006 ”

1º a 10/Agosto/2006

31

” 31

” ” ” ”

Julho/2006 11 a 20/Agosto/2006 ” 11 a 20/Agosto/2006 ” ” ” ” ” ” ” ” ” ” ” ” ” ”

31

31

31

11 a 20/Agosto/2006 ” ” 31 11 a 20/Agosto/2006 ” ” ” ” ” ” ” 11 a 20/Agosto/2006 ” ”

31

31

Tributos principalmente concebidos para transporte de pessoas (exceto os da posição 87.02), incluídos os veículos de uso misto (“station wagons”) e os automóveis de corrida; 87.06 Chassi com motor para os veículos automóveis das posições 87.01 a 87.05; 84.29 “Bulldozers”, “angledozers”, niveladores, raspo-transportadores (“scrapers”), pás mecânicas, escavadores, carregadoras e pás carregadoras, compactadores e rolos ou cilindros compressores, autopropulsados; 84.32 Máquinas e aparelhos de uso agrícola, hortícola ou florestal, para preparação ou trabalho do solo ou para cultura; rolos para gramados (relvados), ou para campos de esporte; 84.33 Máquinas e aparelhos para colheita ou debulha de produtos agrícolas, incluídas as enfardadeiras de palha ou forragem; cortadores de grama (relva) e ceifeiras; máquinas para limpar ou selecionar ovos, frutas ou outros produtos agrícolas, exceto as da posição 84.37; 87.01 Tratores (exceto os carros-tratores da posição 87.09); 87.02 Veículos automóveis para transporte de 10 pessoas ou mais, incluindo o motorista; 87.04 Veículos automóveis para transporte de mercadorias; 87.05 Veículos automóveis para usos especiais (por exemplo: auto-socorros, caminhões-guindastes, veículos de combate a incêndios, caminhões-betoneiras, veículos para varrer, veículos para espalhar, veículos-oficinas, veículos radiológicos), exceto os concebidos principalmente para transporte de pessoas ou de mercadorias; 87.11 Motocicletas (incluídos os ciclomotores) e outros ciclos equipados com motor auxiliar, mesmo com carro lateral; carros laterais. Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) Devido pelas microempresas (ME) e pelas empresas de pequeno porte (EPP) não optantes pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições (Simples). IPI - Bebidas do capítulo 22 da Tipi IPI - Cigarros dos códigos 2402.20.00 e 2402.90.00 da Tipi IPI - Todos os produtos, com exceção de: bebidas do Capítulo 22, e cigarros dos códigos 2402.20.00 e 2402.90.00 da Tipi Imposto de Renda das Pessoas Físicas (IRPF) Recolhimento mensal (Carnê Leão) Ganhos de capital na alienação de bens e direitos Ganhos de capital na alienação de bens e direitos e nas liquidações e resgates de aplicações financeiras adquiridos em moeda estrangeira Ganhos líquidos em operações em bolsa 5ª quota do imposto apurado na Declaração de Ajuste Anual Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) Rendimentos de Capital Fundos de Investimento Imobiliário - Rendimentos e Ganhos de Capital Distribuídos Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) PJ obrigadas à apuração com base no lucro real Entidades Financeiras Balanço trimestral (2ª quota) Estimativa mensal PJ obrigadas à apuração com base no lucro real Demais entidades Balanço trimestral (2ª quota) Estimativa mensal PJ não obrigadas a apuração com base no lucro real Optantes pela apuração com base no lucro real Balanço trimestral (2ª quota) Estimativa mensal Lucro presumido (2ª quota) Lucro arbitrado (2ª quota) IRPJ - Renda Variável IRPJ - Finor/Balanço Trimestral - Opção art. 9º da Lei nº 8.167/91 (2ª quota) IRPJ - Finor/Estimativa - Opção art. 9º da Lei nº 8.167/91 IRPJ - Finam/Balanço Trimestral - Opção art. 9º da Lei nº 8.167/91 (2ª quota) IRPJ - Finam/Estimativa - Opção art. 9º da Lei nº 8.167/91 IRPJ - Funres/Balanço Trimestral - Opção art. 9º da Lei nº 8.167/91 (2ª quota) IRPJ - Funres/Estimativa - Opção art. 9º da Lei nº 8.167/91 Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) PJ que apuram o IRPJ com base no lucro real Entidades Financeiras Balanço trimestral (2ª quota) Estimativa mensal Demais Entidades Balanço trimestral (2ª quota) Estimativa mensal PJ que apuram o IRPJ com base no lucro presumido ou arbitrado (2ª quota) Contribuição para o PIS/Pasep Retenção de contribuições - pagamentos de PJ a PJ de direito privado (Cofins, PIS/Pasep, CSLL) PIS/Pasep - Retenção - pagamentos de PJ a PJ de direito privado PIS/Pasep - Retenção - Aquisição de autopeças Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) Retenção de contribuições - pagamentos de PJ a PJ de direito privado (Cofins, PIS/Pasep, CSLL) Cofins - Retenção - pagamentos de PJ a PJ de direito privado Cofins - Retenção - Aquisição de autopeças Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) Retenção de contribuições pagamentos de PJ a PJ de direito privado (Cofins, PIS/Pasep, CSLL) CSLL - Retenção - pagamentos de PJ a PJ de direito privado Programa de Recuperação Fiscal - Refis Refis - Parcelamento vinculado à receita bruta Refis - Parcelamento alternativo Refis - ITR/Exercícios até 1996 Refis - ITR/Exercícios a partir de 1997 Parcelamento Especial (PAES) PAES - Pessoa física PAES - Microempresa PAES - Empresa de pequeno porte PAES - Demais pessoas jurídicas PAES - ITR

Código DARF

Período de Apuração do Fato Gerador (FG)

0676

11 a 20/Agosto/2006

0676

1097

11 a 20/Agosto/2006

1097

1097 1097

” ”

1097 1097

” ”

1097

1097

0668 1020

Julho/2006 ”

1097

0190 4600

Julho/2006 ”

8523 6015 0211

” ” Ano-calendário de 2005

5232

Julho/2006

1599 2319

Abril a Junho/2006 Julho/2006

0220 2362

Abril a Junho/2006 Julho/2006

3373 5993 2089 5625 3317

Abril a Junho/2006 Julho/2006 Abril a Junho/2006 Abril a Junho/2006 Julho/2006

9004 9017

Abril a Junho/2006 Julho/2006

9020 9032

Abril a Junho/2006 Julho/2006

9045 9058

Abril a Junho/2006 Julho/2006

2030 2469

Abril a Junho/2006 Julho/2006

6012 2484

Abril a Junho/2006 Julho/2006

2372

Abril a Junho/2006

5952 5979 3770

1º a 15/Agosto/2006 ” ”

5952 5960 3746

1º a 15/Agosto/2006 ” ”

5952 5987

1º a 15/Agosto/2006 ”

9100 9222 9113 9126

Diversos ” ” ”

7042 7093 7114 7122 7288

Diversos ” ” ” ”

AGENDA TRIBUTÁRIA – MÊS DE AGOSTO DE 2006 Data de apresentação: data em que se encerra o prazo legal para apresentação das principais declarações, demonstrativos e documentos exigidos pela Secretaria da Receita Federal sem a incidência de multa. Data de Apresentação

Declarações, Demonstrativos e Documentos

Período de Apuração

Data de Apresentação

De Interesse Principal das Pessoas Jurídicas 7 15 25

31 31

31 31 31

DCTF Mensal - Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais Mensal DCP - Demonstrativo do Crédito Presumido do IPI DCide - Combustíveis - Declaração de Dedução de Parcela da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico Incidente sobre a Importação e Comercialização de Combustíveis das Contribuições para o PIS/Pasep e Cofins Decred - Declaração de Operações com Cartões de Crédito CPMF - DIC - Declaração de Informações Consolidadas da Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira CPMF - Medidas Judiciais DIF Bebidas - Declaração Especial de Informações Fiscais relativa à Tributação das Bebidas DIF Cigarros - Declaração Especial de Informações Fiscais relativa à Tributação de Cigarros

Declarações, Demonstrativos e Documentos

Período de Apuração

De Interesse Principal das Pessoas Jurídicas Junho/2006 Abril a Junho/2006

31 31

DNF - Demonstrativo de Notas Fiscais DOI - Declaração de Operações Imobiliárias De Interesse Principal das Pessoas Físicas

Diário

Declaração Final de Espólio

Sessenta dias contados da data do trãnsito em julgado da decisão judicial da partilha, sobrepartilha ou adjudicação dos bens inventariados.

Diário

Declaração de Saída Definitiva

Data da saída do Brasil, no caso de residente no País que se retirar em caráter permanente; ou trinta dias contados da data em que completar 12 meses consecutivos de ausência do País, no caso de residente que se retirar em caráter temporário.

Agosto/2006 Janeiro a Junho/2006

Julho/2006 Julho/2006 Julho/2006 Julho/2006

Julho/2006 Julho/2006

DOU - 26/07/2006


6

Nacional Tr i b u t o s Empresas Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 31 de julho de 2006

O mercado de medicamentos para disfunção erétil movimenta R$ 660 milhões no País.

LOCAÇÕES CAÍRAM 30% NA COPA DO MUNDO

Milton Mansilha/LUZ

A época de férias já está no final e as videolocadoras começam a comemorar a recuperação do faturamento, após a forte de queda nas locações durante o período da Copa do Mundo de Futebol, e a alta nas vendas e aluguéis de DVDs

LOCADORAS DE VÍDEO EM TEMPORADA DE EUFORIA

A

pesar da falta de frio nas últimas semanas, filme e pip o c a a i n d a f o rmam uma combinação convidativa. Pensando nisso, as locadoras de vídeo estão apostando em estratégias promocionais para chamar a atenção dos clientes e recuperar o tempo perdido durante a Copa do Mundo, quando houve queda de até 30% nas locações de filmes. O diretor da 2001 Vídeo, Fred Botelho, disse que esperava um decréscimo de 25% a 30% dos negócios no período da Copa, mas registrou um p e rc e n t u a l m u i t o m e n o r. "Caiu pouco, apenas 7%." Segundo Botelho, o mercado de locação e venda de DVDs ainda apresenta resultados positivos, embora a explosão da nova tecnologia já

As videolocadoras aproveitaram as férias para cativar o público infantil

tenha passado. "Neste ano, as locações de DVDs tiveram alta de 6% em relação a 2005. As vendas do produto aumentaram em 13% o faturamento, enquanto o número de unidades vendidas cresceu 47%", destacou o executivo. Conforme explica o diretor da 2001 Vídeo, um dos fatores que contribuíram para a explosão desses números foi a queda do preço unitário de DVDs promocionais, que varia de 40% a 50%. "Um DVD que antes custava R$ 29,90 sai hoje por R$ 19,90", aponta Botelho. "A história do DVD está parecida com a do VHS. Agora que a poeira baixou, o mercado deve passar por uma readequação. Só vai sobreviver quem souber trabalhar bem", ressalta o executivo. Para ele, o mercado de DVD ainda cresce porque faz promoções.

O mês de julho foi positivo, com movimento 6% superior ao mesmo período do ano passado, segundo Botelho. "Embora o tempo não esteja colaborando, as vendas e locações estão indo bem. Poderia ser melhor se o frio e a chuva chegassem para valer." Criançada do barulho – As férias também contribuíram para alavancar os negócios do segmento. De acordo com o gerente de Marketing da 100% Vídeo, Pedro Rasteiro, em época de férias as locações aumentam consideravelmente nos dias de semana. "Assistir a filmes é uma boa opção para crianças e jovens em idade escolar que não viajaram e ficaram na cidade", afirma. Maria Lúcia Ribeiro concorda: "Minha filha de dez anos adora ver filmes infantis. 'Procurando Nemo' ela já viu inúmeras vezes. Parece

que nunca cansa", comenta. Nessa última temporada de férias não foi diferente: é o público infantil o principal alvo das videolocadoras, que promovem diversas ações voltadas para o bem-estar e entretenimento dos pequenos. Na 100% Vídeo, por exemplo, conforme explicou Rasteiro, crianças com até 12 anos, sócias do "Clubinho 100% Vídeo", participaram de concursos de desenhos e ganharam brindes e prêmios. "Toda semana tem uma novidade. A nossa última estratégia foi distribuir o álbum de figurinhas do filme Carros", disse o gerente de Marketing. Segundo ele, todo dia 12 de cada mês, as crianças podem alugar um filme infantil de graça. Rasteiro disse também que os funcionários recebem treinamento focado no atendimento às crianças. "Elas também são importantes para nossos negócios, e os pais gostam que elas sejam bem tratadas. Logo que elas chegam às lojas são levadas para áreas reservadas, onde podem assistir aos vídeos, desenhar ou ficar com seu bichinho de estimação", comentou o gerente. E essas ações já surtiram efeitos positi-

Área reservada atrai a clientela mirim

Locadoras também apostam em promoções para os adultos

vos para os franqueados: "Na primeira quinzena de julho, realizando essas ações, percebemos um crescimento de 10%, em média, no movimento nas lojas, em relação ao mesmo período do ano passado, quando se observou o volume de locação nos estabelecimentos que ainda não ofereciam a mesma programação. Férias geladas – Outra videolocadora que apostou no aquecimento dos negócios na última temporada de férias foi a Blockbuster. Segundo o diretor de Marketing e Produtos da empresa, Cláudio Guimarães, durante todo o mês de julho, a rede investiu em ações para todos os públicos. A criançada pôde conhecer de perto os personagens do desenho animado "A Era do Gelo 2", lançado

no início do mês e que já ocupa o primeiro lugar no ranking dos filmes mais locados. Stopers, sinalizadores e móbiles criaram o clima gelado do filme nas lojas da rede em todo o País. A d u l to s – A Blockbuster também preparou promoções especiais para atrair o público adulto. As lojas da rede estão realizando a "Maratona Superman", que permite a locação de três filmes do Superman ou do seriado Smallville por até três noites pelo valor de R$ 9,90. Nesta temporada de inverno, quem optar por fazer compras de DVDs e eletrônicos sem sair de casa por meio da loja virtual da locadora, além de ganhar comodidade, pode levar um bom desconto. Maristela Orlowski

Novo concorrente do Viagra Leonardo Rodrigues/Hype

mercado de medicamentos para tratar de disfunção erétil movimenta R$ 660 milhões no Brasil, com a vendas anuais de 16,5 milhões de comprimidos. Para atuar nesse mercado, o Laboratório Cristália Produtos Químicos e Farmacêuticos desenvolveu pesquisa e aguarda homologação do Ministério da Saúde para produzir o Helleva, que tem como nome cientifico carbonato de iodenafil. Segundo o diretor-médico do Cristália, Jorge Afiune, o Helleva tem os mesmos efeitos dos concorrentes, mas mantém a libido masculina estimulada por mais tempo. "Outro diferencial do Helleva será o preço, cerca de 25% inferior ao dos concorrentes", diz o diretor-presidente do laboratório, Philippe Boutaud. Hoje, cada comprimido de medicamento para disfunção erétil custa R$ 40, em média. Se o Helleva já estivesse sendo comercializado, seu preço médio seria de R$ 25 a unidade. Mais um motivo de agitação desse mercado é o fato de o Cristália ter desenvolvido um medicamento 100% nacional, que já foi patenteado e aguarda apenas regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser vendido. A concorrência no mercado de medicamentos para disfunção erétil, atualmente estimado em 1,7 milhão de usuários no Brasil, promete ficar mais acirrada, pois existem projeções que mostram que esse mercado poderá chegar a 6,3 milhões de usuários.

O

Boutaud: preço 25% menor.

Por ano, já chega a 25 mil o número de prescrições médicas para a compra de comprimidos para tratar de disfunção erétil. O número não inclui aqueles usuários que procuram comprá-los sem contar com orientação médica. A estimativa de que só 10% dos homens em idade sexualmente ativa tomam algum medicamento para tratar desse problema também ajuda a delinear o tamanho desse mercado no Brasil . Pesquisas científicas mostram ainda que, do total de homens que estão na faixa etária de 40 a 70 anos e que têm algum tipo de disfunção, apenas 30% procuram ajuda de um médico. Para se ter uma idéia, nos Estados Unidos a prescrição médica representa apenas 15% das vendas desses medicamentos específicos. No Brasil, a produção dessas pílulas conta com um fator muito favorável: a diversidade de plantas medicinais nativas,

que poderá transformar o País num pólo exportador de tecnologia nessa área. A empresa — O Cristália entrou no mercado de remédios em 1972, fabricando princípios ativos. Com esse trabalho, ao longo dos anos desenvolveu 140 produtos, em 350 apresentações, para os segmentos hospitalar, de prescrição e genérico, sem a necessidade de ter que importar matéria-prima. O presidente do laboratório acrescenta que desenvolve parcerias com universidades nas áreas médica, odontológica e farmacêutica, por intermédio de seu Departamento de Pesquisas, considerado o carro-chefe da empresa. O laboratório foi a conseqüência natural da clínica de psiquiatria Cristália, que fornecia remédios para clínicas, hospitais e entidades governamentais. Alguns anos depois, seus fundadores, os médicos Ogari de Castro Pacheco e João Maria Stevanatto, decidiram produzir anestésicos, coadjuvantes de anestés i c o s e n a rc o a n a l g é s i c o s , dando início à produção de medicamentos para combate à dor dos pacientes. Com essa estratégia, a empresa expandiu suas atividades para o mercado de medicamentos, transformando-se num dos maiores produtores brasileiros de matéria-prima para a indústria. Hoje, seus produtos, principalmente anti-retrovirais e componentes de coquetéis para combater a aids, estão presentes em 90% dos hospitais brasileiros. Maria Helena Martins


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 31 de julho de 2006

1

Esporte ALÉM DA GOLEADA A gente fica até com vergonha. Agora precisamos reagir.” André Leone, do Corinthians

Espero não ler que o São Paulo estava com a equipe reserva. No futebol, isso não existe." Luiz Alberto, do Santos

almanaque Celso Unzelte

O VOVÔ DE TODOS OS CLÁSSICOS UH/Arquivo do Estado de São Paulo

Fluminense e Botafogo fizeram ontem, no Maracanã, o jogo número 308 do clássico mais antigo do Brasil. Na foto, o atacante botafoguense Paulo Valentim (1932-1984) aparece marcando um de seus cinco gols na partida de 22 de dezembro de 1957, vencida pelo Botafogo por 6 a 2, que deu ao Alvinegro o título carioca daquele ano. Garrincha fez o sexto e último gol botafoguense naquele dia, enquanto Escurinho e Valdo descontaram para o Fluminense, que jogava pelo empate mas acabou ficando só com o vice-campeonato.

MAIS VITÓRIAS DO TRICOLOR Agora, em 308 partidas disputadas, são 115 vitórias do Fluminense contra 100 do Botafogo e 93 empates. O Fluminense marcou 499 gols e o Botafogo, 458. A maior goleada também é tricolor: 8 a 0, pelo Campeonato Carioca, no dia 13 de maio de 1906, naquele que durante muito tempo foi considerado o primeiro confronto entre os dois times. Há registros, no entanto, de uma partida anterior àquela, um amistoso disputado no dia 22 de outubro de 1905 e que terminou também com goleada do Fluminense, por 6 a 0.

ESTES CLÁSSICOS TAMBÉM SÃO “VOVÔS” Além de Botafogo e Fluminense, são os seguintes os clássicos mais antigos do país: Grêmio x Internacional (primeiro jogo: Grêmio 10 a 0, 18/7/1909); Náutico x Sport (Náutico 3 a 1, 25/7/1909); Flamengo x Fluminense (Flu 3 a 2, 7/7/1912); Botafo g o x Fl a m e n g o ( B o t a 1 a 0 , 13/3/1913); Corinthians x Santos (Santos 6 a 3, 22/6/1913); Paysandu x Remo (Remo 2 a 1, 10/6/1914); Palmeiras x Santos (Santos 7 a 0, 3/10/1915); Santa Cruz x Sport (Santa 2 a 0, 6/5/1916); e Corinthians x Palmeiras (Palestra 3 a 0, 6/5/1917).

"Clássico é clássico e vice-versa." (Frase de autoria desconhecida, porém atribuída a vários jogadores e técnicos de futebol de vários Estados ao longo dos anos. Procura enfatizar que a carga emocional de um jogo clássico é tão grande que, nele, geralmente não existem favoritos.) O São Paulo x Santos de ontem, disputado no Morumbi, foi o 250º de todos os tempos, com a 84ª vitória santista, contra 106 do São Paulo e 60 empates. O Tricolor marcou 412 gols e o Alvinegro Praiano, 354. Pelo Campeonato Brasileiro, foi o 38º jogo e a 17ª vitória do Santos, contra 15 do São Paulo e seis empates. Com o gol marcado no sábado, na vitória do Palmeiras por 4 a 2 sobre o Paraná, Edmundo chegou a 131 em Brasileiros. Precisa só de mais quatro para igualar Zico, o 3º maior artilheiro da história da competição. À frente de Zico e Edmundo, agora, estão apenas dois outros jogadores: Roberto Dinamite (190 gols marcados entre 1971 e 1990, sendo 181 deles pelo Vasco e nove pela Portuguesa, em 1989) e Romário (152 gols, entre 1986 e 2005). Ontem, 30 de julho de 2006, fez 30 anos que o Cruzeiro conquistou pela primeira vez a Libertadores, vencendo o River Plate da Argentina por 3 a 2 no campo neutro do Estádio Nacional de Santiago do Chile.

O

Santos goleou o São Paulo do goleiro Rogério Ceni e mais dez reservas, ontem, no Morumbi, por 4 a 0. Mas não foi só isso. Além do resultado ter ajudado a diminuir a distância que separa o Alvinegro do próprio Tricolor líder — de oito para cinco pontos —, o resto da rodada também foi toda santista. Afinal, dos seis primeiros colocados, somente o Santos ganhou: Internacional (segundo) e Fluminense (quarto) apenas empataram, enquanto Cruzeiro (terceiro) e Paraná (quinto) perderam os seus jogos. Como se não bastasse, mesmo o Figueirense, agora em oitavo, mas que iniciou a rodada com o mesmo número de pontos dos santistas, também perdeu. Matemática da classificação à parte, o Santos mereceu a goleada de ontem, construída por méritos próprios, a despeito da fragilidade do bom time reserva tricolor, que, dessa vez, falhou muito, principalmente no setor defensivo. “Eles ficaram seis ou sete vezes na cara do gol e fizeram quatro”, resumiu no final da partida o goleiro Rogério Ceni. Nos primeiros minutos, o São Paulo procurou marcar forte e não dar espaços para o rival. Mas a péssima atuação da dupla Alex Dias e Thiago prejudicou a estratégia: a bola chegava, mas não parava no ataque. Apesar disso, Lenilson quase abriu o placar aos 8 minutos, quando tabelou com Ilsinho, ganhou do marcador e, de fora da área, acertou a trave. Os santistas só chutaram pela primeira vez a gol aos 39, quando Reinaldo bateu fraco de fora da área. O maior destaque da partida foi o atacante santista Fabiano, autor de dois dos quatro gols. No primeiro, abrindo a contagem, aos 41 minutos do primeiro tempo, ele aproveitou cruzamento de Denis. Três minutos depois, Alex Silva não

Dois novos ameaçados de cair

A

14ª rodada do Campeonato Brasileiro chegou ao fim com dois novos integrantes na zona de rebaixamento. Um deles é a Ponte Preta, que, apesar de no sábado ter conseguido um bom empate fora de casa com o São Caetano (1 a 1), foi ultrapassada em pontos pelo Palmeiras e pelo Santa Cruz. O outro é o Flamengo. Depois de ganhar o título da Copa do Brasil derrotando o Vasco, na quarta-feira, por 1 a 0 (ver Copa do Brasil, na página 2), o Rubro-Negro foi derrotado ontem, pelo Atlético-PR, em Curitiba, também por 1 a 0. O gol da vitória atleticana foi marcado por Ferreira, aos 22 minutos do segundo tempo. Com o resultado, Flamengo e Corinthians, as duas equipes mais populares do Brasil, ocupam a zona de rebaixamento para a Série B, a segunda divisão do Campeonato Brasileiro, em 2007. O Flamengo é o 18º colocado, com 14 pontos, e o Corinthians é 20º e último, com 10. A Ponte Preta está em 17º, com 15 pontos, e o Fortaleza é 19º, com 13.

Agliberto Lima/AE

Rivais não aproveitam tropeço

A

Santos de Reinaldo e Fabiano, que fez dois nos 4 a 0 sobre o São Paulo, foi o grande vencedor da rodada

cortou um lançamento para Kleber. Na velocidade, o lateral tirou Alex e Rogério Ceni da jogada e rolou para Fabiano marcar o segundo gol. “Tenho de agradecer aos companheiros, principalmente o Denis e o Kléber, que me deram ótimos passes para fazer os gols”, reconheceu Fabiano. “Sei que posso render ainda mais.” No segundo tempo, após uma dividida em que sofreu uma leve torção no joelho direito, Fabiano teve de ser substituído por André. Mas o Santos continuou marcando, com Dênis, aos nove, e Rodrigo Tiuí, aos 26 minutos. “Essa vitória foi muito importante para o Campeonato. Conseguimos fazer o São Pau-

lo parar nos 29 pontos e diminuímos nossa diferença em relação a eles”, contabilizava o técnico santista, Vanderlei Luxemburgo. “Foi uma vitória importante em um jogo estratégico. De acordo com o nosso planejamento, essa vitória era fundamental para alcançar os líderes de acordo com a seqüência da tabela.” Luxemburgo não acredita que a vitória tenha um peso menor pelo fato de o São Paulo ter atuado com o time reserva: “Foi o São Paulo que perdeu para o Santos. Não existe diferença”. Apesar da derrota, o técnico Muricy Ramalho, do São Paulo, garante: “Não perdi a confiança nesses jogadores (reservas). E aqui existe um planeja-

mento. O São Paulo tem plantel para ir bem nas duas competições”. Ele se referia à Libertadores, pela qual o São Paulo, com todos os titulares, tem compromisso decisivo nas semifinais na próxima quartafeira, contra o Chivas Guadalajara, do México. “O São Paulo jogou muito bem até os 40 minutos. Aí, tomou dois gols e sentiu demais. Não posso negar isso”, avaliou Muricy. Entre os que atuaram, ele destacou Richarlyson. “Tem sido uma surpresa agradável como volante. Tem surpreendido pela força e movimentação”, elogiou. “É difícil achar um volante canhoto. Ele pode dar liberdade para o lateral-esquerdo atacar mais.”

pesar da goleada sofrida diante do Santos, o São Paulo continua tranqüilo na liderança do Campeonato Brasileiro. Isso porque seus principais rivais não souberam tirar proveito da derrota tricolor para diminuir ainda mais a diferença de pontos que os separa do primeiro colocado. Em caso de vitória, o Cruzeiro poderia ter terminado a rodada em segundo lugar, a apenas um ponto do São Paulo. Mas acabou derrotado pelo Vasco, em São Januário, por 1 a 0, gol de Ramón, e agora é apenas o terceiro colocado. O novo vice-líder é o Internacional, com 26 pontos. Mas é outro que poderia ter encostado um pouco mais nos 29 do São Paulo, se tivesse ido além do empate por 0 a 0 no clássico contra o Grêmio, realizado ontem, no BeiraRio. Como o São Paulo, o Inter se prepara para um duelo decisivo no meio da semana, pela semifinal da Libertadores (ver matéria na página 3), e por isso atuou com muitos jogadores reservas. Outros que poderiam ameaçar a liderança sãopaulina mais de perto são o Paraná Clube, derrotado pelo Palmeiras, no sábado, por 4 a 2, e o Fluminense, que não foi além de um empate no clássico contra o Botafogo por 1 a 1, ontem.

Aquém da lanterna A

conteceu de novo. O Corinthians perdeu, pela décima vez em 14 jogos deste Campeonato Brasileiro, para o Santa Cruz, por 1 a 0, ontem, no Recife. O gol do zagueiro Márcio Alemão foi marcado de cabeça, aos 22 minutos do segundo tempo, em uma jogada na qual o goleiro Sílvio Luiz saiu atrasado do gol. Este, porém, é o menor dos males a essa altura. Na partida de ontem, a equipe completou 70 dias sem vitória no Campeonato Brasileiro — a última foi no dia 21 de maio, contra o Vasco, no Rio de Janeiro. O Corinthians é o último colocado, com apenas 10 pontos ganhos. E ainda viu seus antigos companheiros de zona de rebaixamento, como Palmeiras e Santa Cruz, se desgarrarem da incômoda posição. A rigor, o Corinthians teve uma única oportunidade de gol durante todo o jogo, nos pés de Rafael Moura, que, aos 14 minutos do segundo tempo, recebeu de Tevez dentro da área e chutou em cima do goleiro Guto. Depois que sofreu o gol, o Corinthians ficou nervoso e desesperou-se. O Santa Cruz fechou-se e deixou o time do técnico Geninho colecionar passes errados. O Alvinegro ainda teve a seu favor um pênalti de Júnior Maranhão, que colocou a mão na bola na cobrança de falta de Tevez, aos 32 minutos, mas que não foi marcado pelo árbitro mineiro Cléver Assunção Gonçalves.

Beto Figueirôa/AE

Derrotado pelo Santa Cruz por 1 a 0, Corinthians de Tevez afunda-se no último lugar e em seus problemas

Depois da partida, o técnico Geninho garantiu que continua no comando do Corinthians. Ainda no vestiário, três membros da diretoria do clube e alguns jogadores pediram para que ele ficasse. “Procurei a diretoria e coloquei essa possibilidade como sendo uma das possíveis para dar uma mexida nesse elenco. Mas o próprio grupo me pediu para continuar e vamos lutar muito para sair dessa situação”, disse o treinador. Sobre a derrota para o Santa Cruz, Geninho lamentou a falta de sorte em alguns lances. “A gente pode esperar mais desse time. Mais uma vez, jo-

gamos melhor e criamos chances de gol. Mas tomamos um gol de bola parada e, como estamos nessa situação, a coisa fica difícil dentro de campo.” O gol do Santa Cruz detonou nervosismo entre os jogadores. Mascherano era o mais enfurecido, principalmente com o goleiro Silvio Luiz. Ele não entendia como o goleiro de quase dois metros não conseguiu tirar a bola da cabeça do zagueiro Márcio Alemão, autor do gol do jogo. Mesmo após o reinício da partida, o argentino se voltou para Silvio Luiz fazendo cobranças. A delegação retorna a São Paulo hoje

O próximo jogo do Corinthians será contra o AtléticoPR, no sábado, provavelmente no Morumbi, quando poderá estrear o volante Paulo Almeida, ex-Santos. O presidente Alberto Dualib, que estava ontem no Recife, pediu o apoio da torcida: “Peço à torcida do Corinthians, que é chamada de Fiel, que apóie o nosso time. Os jogadores precisam de tranqüilidade para que tenham a concentração necessária para trabalhar e se preparar para os próximos jogos e buscar as vitórias necessárias. A hora é de unir todas as forças do Corinthians e a torcida é a maior de todas essas forças”.


segunda-feira, 31 de julho de 2006

Empresas Tr i b u t o s Finanças Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

OFERTA MAIOR DE AÇÕES NÃO AFETA PREÇOS

7

2,5

por cento foi a expansão anualizada do Produto Interno Bruto dos EUA no segundo trimestre

Andrea Felizolla/LUZ – 12/7/06

COMPRAR AÇÕES DE NOVATAS EXIGE CUIDADO DO INVESTIDOR Falta de histórico de resultados pode prejudicar análise de empresas estreantes

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unca tantas empresas abriram capital e apostaram no potencial de valorização dos papéis na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) quanto nos últimos anos. No ano passado, 19 companhias fizeram distribuições públicas de ações e, dessas, nove entraram no mercado de bolsa. E, a julgar pelo ritmo de abertura no primeiro semestre, o número de 2005 pode ser superado. Com tantas opções no mercado acionário, o investidor fica um tanto confuso na hora de escolher uma ou outra empresa para aplicar seus recursos. O grande dilema é escolher entre os novos papéis da bolsa, que têm maior risco e bom potencial de valorização, e as companhias tradicionais, que teoricamente são menos arriscadas, mas já estão supervalorizadas em alguns casos. "Antes de qualquer coisa, é melhor consultar um profissional expert no assunto", diz o analista financeiro da corretora Concórdia Eduardo Kondo. É esse especialista quem vai avaliar os históricos de balanços e de resultados, os dividendos, a credibilidade da companhia no mercado e todos os outros fundamentos econômicos que favorecem, ou não, a valorização desses papéis. "Depois disso, tudo depende do risco que o aplicador está

disposto a correr para ganhar dinheiro", afirma Kondo. "Em um cenário de estabilidade macroeconômica como o atual no Brasil, dá até para arriscar um pouco", recomenda. Histórico — Segundo ele, as empresas que acabam de entrar na Bovespa têm bom potencial de crescimento, só que não oferecem um histórico de mercado, e os cálculos de possíveis retornos para o investi-

Um investidor que aposta no longo prazo pode destinar parte de suas aplicações para essas empresas estreantes na bolsa de valores. Claudemir Galvani, professor de Economia dor são imprecisos. E, para compensar essa falta, elas tendem a oferecer papéis mais baratos, com descontos atrativos para os investidores. É nesse ponto que mora o perigo. Apesar das constantes avaliações dos profissionais da área, é impossível prever o futuro. Um exemplo foi o que ocorreu com as ações da Copasa, que se desvalorizaram per-

to de 20% desde que os papéis começaram a ser negociados, em fevereiro passado. Por outro lado, os investidores da Vivax, que entrou no mercado na mesma época, ganharam aproximadamente 20% em suas aplicações. As empresas Equatorial, Gafisa e Totvs, todas novatas, mantêm bons níveis de valorização. Longo prazo — "Um investidor que aposta no longo prazo pode destinar parte de suas aplicações para essas empresas estreantes", diz o professor de Economia da Pontifícia Universidade Católica (PUC) Claudemir Galvani. "Mesmo que as ações comecem no vermelho. Se as empresas forem confiáveis, os papéis se valorizam mais tarde e o lucro, no longo prazo, é maior." Entre os papéis tradicionais, Galvani cita os da Petrobras, Companhia Vale do Rio Doce e de bancos, principalmente Itaú e Bradesco, como opções relativamente seguras. "Esses papéis podem não garantir ganhos no curto prazo, mas os riscos que o investidor corre também são menores", avalia. Ao contrário do que pensam muitos aplicadores, o aumento da oferta de ações não afeta os preços dos papéis. "O mercado tem potencial para absorver as ações das boas empresas", afirma Galvani. Sonaira San Pedro

Pacote não fará dólar disparar

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pacote de medidas cambiais anunciado na semana passada pelo governo não vai fazer o dólar disparar, como gostariam os exportadores. Reconhecendo que as medidas não são de curto prazo, o presidente da Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex) e diretor de Relações Internacionais e de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Roberto Giannetti da Fonseca, afirmou na última sexta-feira, que o pacote "não é solução mágica para levar o dólar a R$ 2,80". Em palestra para empresários promovida pela Câmara de Comércio Americana (Amcham-RJ), Giannetti lembrou os quatro principais pontos do pacote, que prevê reduzir em

cerca de US$ 20 bilhões a entrada de dólares do País. Na teoria, isso favoreceria a alta na cotação da moeda norte-americana o que, por sua vez, beneficiaria a rentabilidade das exportações brasileiras. "Uma das grandes perguntas é se o pacote cambial vai ter efeito na taxa de câmbio. Que vai ter algum efeito, vai. Mas vai ser levemente marginal", afirmou. Na avaliação de Giannetti, o pacote não resolve a "disparidade cambial que afeta a rentabilidade das exportações". Para ele, enquanto os juros no Brasil estiverem em um nível elevado em relação ao mercado internacional, os investidores estrangeiros vão continuar a investir no País, já que juros altos proporcionam ganhos maiores. Assim, o fluxo de entrada de dólares vai continuar

PIB dos EUA cresce menos

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Departamento do Comércio dos Estados Unidos informou na última sextafeira que o Produto Interno Bruto (PIB) do país teve um crescimento anualizado de 2,5% no segundo trimestre de 2006, de acordo com a primeira estimativa para o dado. A mediana das previsões de 22 economistas ouvidos em pesquisa Dow Jones/CNBC era de expansão de 3,2% no período. Entre os indicadores de preços divulgados dentro do PIB, o índice de preços para gastos com consumo (PCE) subiu 4,1%, após um aumento de 2% no primeiro trimestre. O núcleo do índice, que exclui variações de alimentos e energia, avançou 2,9%, aceleran-

do-se ante a variação de 2,1% no primeiro trimestre. O índice de preços para compras brutas domésticas, que reflete os preços pagos pelos residentes dos EUA, subiu 4%, após um aumento de 2,7%. O índice ponderado de preços subiu 3,3%. A previsão dos economistas era de elevação de 3,4% em relação a igual período do ano passado Relatório – O relatório do PIB americano mostrou que os gastos dos consumidores cresceram a uma taxa anualizada de 2,5% no segundo trimestre de 2006, principalmente com a desaceleração no mercado imobiliário, desencorajando novas despesas entre as famílias americanas. (AE)

expressivo – cenário que derruba a cotação da moeda norte-americana e afeta, por conseqüência, a rentabilidade das exportações brasileiras. No evento, o diretor da Fiesp também voltou a falar sobre o percentual de dólares que o exportador pode deixar no exterior. Para ele, pode ocorrer uma flexibilização maior das regras e, em dois anos, o empresário poderá deixar 100% dos recursos obtidos com exportações lá fora. Regras — O Conselho Monetário Nacional (CMN) definirá qual será o percentual que poderá ficar no exterior, mas o ministro da Fazenda, Guido Mantega, adiantou que, inicialmente, esse montante será de 30%. "Mas entendemos que esse patamar é inicial e provisório", avaliou Mantega. (AE)

Galvani, professor da PUC: Petrobras e Vale do Rio Doce entre as opções de empresas tradicionais na bolsa.

BC: mais trabalho em 2007

A

inda que se considere um mero ajuste o cenário macroeconômico menos favorável previsto para 2007, as condições devem fazer com que o Banco Central (BC) tenha mais trabalho nas próximas decisões a respeito do juro básico da economia (Selic). Na semana passada, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) indicou "maior parcimônia" nos passos à frente. Como o impacto da política monetária é defasado, o que está sendo discutido e definido agora vai influenciar a economia de 2007 e, portanto, exige mais cautela. Indicadores como a menor inflação em oito anos e o segundo maior superávit comercial da história, que devem ser registrados neste ano, não tendem a se repetir em 2007. Analistas destacam que isso não muda a posição do País diante dos investidores porque se trata de um

ajuste após as condições extremamente positivas de 2006, mas concordam que dificulta as escolhas do BC. Menos favorável — "O cenário econômico deve continuar favorável no próximo ano, mas não tanto como agora. Não contaremos com condições tão boas", afirma Elson Teles, economista-chefe da corretora Concórdia. No cenário inflacionário, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo IBGE, deve sair dos 3,76% previstos pelo mercado em 2006 para 4,5% em 2007, de acordo com o relatório Focus, pesquisa de previsões de mercado feita semanalmente pelo BC. "Em 2006 todos os fatores estão pesando a favor da inflação. Então, em 2007 basta um não ser tão favorável que já acelera", afirmou Salomão Quadros, responsável pelos índices de preços da Fundação Getúlio Vargas (FGV). "Mas isso deve ser visto de

forma comparativa. Este ano, temos um resultado muito melhor do que o mais otimista dos analistas poderia esperar", disse. Um dos principais fatores para a baixa inflação deste ano é o dólar, que encerrou 2005 em R$ 2,325 e chegou à faixa de R$ 2,17 na última sexta-feira. Analistas projetam, de acordo com o Focus, cotação média do dólar de R$ 2,20 em 2006 e 2007 – o que significa que, no próximo ano, não deve haver grande valorização adicional do real. "Em 2007, não vai haver essa pressão de baixa do dólar sobre a inflação. A política monetária vê agora 2007 e esses fatores, então ela tende a ser gradual", disse Marcela Prada, economista da Tendências Consultoria. O mercado prevê, no geral, corte de 0,25 ponto percentual da Selic na próxima reunião do Copom —ritmo inferior à redução de 0,5 ponto dos últimos encontros. (Reuters)


2

Passe Livre Copa do Brasil Brasileiro Séries B e C

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 31 de julho de 2006

Não tem mágica. Todos os jogadores estão mais soltos e confiantes.” Tite, técnico do Palmeiras

PALMEIRAS DEIXA ZONA DE REBAIXAMENTO

A REAÇÃO CONTINUA paSse livre

P

Tom Dib/Futura Press

ara o palmeirense, a zona de rebaixamento já é passado. Pelo menos por enquanto: com os 4 a 2 de sábado sobre o Paraná Clube, no Parque Antarctica, o Alviverde não só deixou as últimas colocações como passa a brigar por uma das vagas na Copa Sul-Americana do ano que vem, reservadas aos clubes colocados até o 11º lugar deste Brasileiro. A quarta vitória seguida do Palmeiras veio contra um adversário que havia vencido seus últimos seis jogos e ocupava a quarta colocação. O primeiro gol saiu aos 31 minutos. Paulo Baier cobrou escanteio, Nen e Daniel disputaram com a zaga paranaense, que falhou. A bola sobrou para Enílton fazer Palmeiras 1 a 0. No segundo tempo, Edmundo ampliou, aos 11 minutos. Aos 27, Emerson diminuiu para o Paraná, cobrando pênalti de Alceu em Sandro. Seis minutos depois veio o empate da equipe paranaense, com Ângelo, que acertou uma bomba de esquerda. Em um contra-ataque, aos 35 minutos, o Palmeiras retomou a vantagem. Paulo Baier cruzou para Roger, que, mesmo furando, fez o terceiro. Aos 40, Alceu fechou a contagem em 4 a 2, com um golaço de falta, chutando de uma distância de 40 metros. Pouco antes de começar a partida, o atacante Edmundo revelou que havia renovado seu contrato com o Palmeiras até o final de 2007. “Eu tenho um carinho muito especial por este clube e quero encerrar minha carreira aqui”, declarou o jogador, que mais uma vez deixou sua marca no jogo. Agora, ele está a apenas quatro gols de igualar Zico na condição de terceiro maior goleador da história do Campeonato Brasileiro (ver Almanaque).

Roberto Benevides

Problemas, Dunga! Comandado mais uma vez por Edmundo, Palmeiras faz 4 a 2 no Paraná, ganha a quarta partida seguida e deixa a zona de rebaixamento

ão Paulo e Internacional podem decidir a Libertadores no dia 16, data da estréia da Seleção Brasileira comandada por Dunga contra a Noruega. Será que, entre os 22 nomes que o novo técnico anunciará amanhã, haverá sãopaulinos e colorados? Depois de Dunga dizer que pretende começar o trabalho com uma base de jogadores em atividade no Brasil, seria o normal, se não fossem os percalços do calendário. O normal, no caso, não tem cabimento pois a decisão da Libertadores é muito mais importante do que um amistoso da Seleção. Chame ou não jogadores do São Paulo - que lidera também o Campeonato Brasileiro - e do vice-líder Internacional, Dunga vai começar a perceber amanhã a encrenca em que se meteu. Não é só a decisão da Libertadores que coincide com a data do amistoso do Brasil em Oslo. Nos dias 16 e 17, estará sendo igualmente disputada a 17ª rodada do Campeonato Brasileiro - inclusive com jogos do São Paulo e do Inter! No dia 16, jogarão Ponte Preta x Fortaleza, Vasco x São Caetano, Santa Cruz x Grêmio, Goiás x Botafogo, Figueirense x Flamengo, Santos x Cruzeiro e Fluminense x Corinthians. E no dia seguinte: Internacional x Paraná, Atlético Paranaense x São Paulo e Palmeiras x Juventude. Mesmo os clubes que não mais almejam o título do Campeonato Brasileiro não vão ceder alegremente seus jogadores para a Seleção fazer um simples amistoso - que os noruegueses contrataram na certeza de que receberiam os hexacampeões do mundo, mas será apenas o primeiro ensaio sob o comando do capitão do tetra. Alguém pode acreditar que, na situação desesperadora em que está, o Corinthians vai se conformar com a convocação de dois ou três que podem ajudar Geninho a tirar o time da zona de rebaixamento? Há quem acredite que o Palmeiras fará festa para um ou dois que Dunga queira levar para a Noruega? Ou alguém espera aplausos do Santos de Luxemburgo à convocação de algum santista?

S

CAMPEÕES EM BAIXA PORÇÃO BRASILEIRA Há coisas que só acontecem no Campeonato Brasileiro. A gente olha a zona de rebaixamento, por exemplo, e encontra o Corinthians, atual campeão, e o Flamengo, que acabou de conquistar o título da Copa do Brasil, na companhia menos ilustre de Ponte Preta e Fortaleza.

*Com Agência Estado e Reuters

SÉRIE B

Nos últimos minutos P Daniel de Cerqueira/Futura Press

enúltima colocada da Série B com apenas 13 pontos, a Portuguesa ia conseguindo um excelente resultado até os 39 minutos do segundo tempo, suficiente para tirá-la da zona do rebaixamento, ao bater o Atlético no Mineirão por 1 a 0. O gol da vitória parcial da Lusa havia sido marcado pelo zagueiro Santiago, de cabeça, aos 23 minutos da primeira etapa. Quando faltavam seis minutos para o final da partida, Juninho cabeceou a bola contra suas próprias redes, empatando o jogo para o Atlético Mineiro. Já nos acréscimos, o goleiro Felipe, da Portuguesa, foi expulso de campo por cometer uma falta no atacante Marinho fora da área. O zagueiro Santiago, autor do gol da Lusa, teve que ir para o gol, e aos 50 minutos, após um cruzamento de Tchô pela direita, Galvão atrapalhou o improvisado goleiro, decretando a difícil vitória atleticana por 2 a 1.

Portuguesa vencia o Atlético até os 39 do 2º tempo, mas sofreu virada

Os demais resultados da rodada também não foram favoráveis às equipes paulistas. A única que venceu foi o Marília: 3 a 2 no São Raimundo, na terça-feira, resultado que valeu ao MAC a quinta colocação, a melhor entre as equipes do Estado. Também na terça, o Ituano perdeu em Florianópolis para o líder Avaí (2 a 0) e caiu para o décimo lugar. O Paulista, mesmo jogando em Jundiaí,

não conseguiu ir além de um empate com o CRB, por 2 a 2. Na sexta, Guarani e Santo André não saíram do 0 a 0 em Campinas. Sexta foi também dia do clássico paraense, em que o Paysandu bateu o Remo por 2 a 0 e afundou o rival ainda mais na última posição. Ao empatar em casa com o Coritiba (2 a 2), o Náutico deixou de alcançar o Avaí em pontos na primeira colocação.

COPA DO BRASIL 13ª rodada

Marcelo Régua/AE

Paulista 2 x 2 CRB Marília 3 x 2 São Raimundo Avaí 2 x 0 Ituano Guarani 0 x 0 Santo AndréRemo Remo 0 x 2 Paysandu Náutico 2 x 2 Coritiba Ceará 2 x 2 Sport Atlético-MG 2 x 1 Portuguesa Brasiliense 0 x 2 Gama América-RN 2 x 0 Vila Nova Classificação

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1 Avaí

26

7

6

13

2 Náutico

24

7

0

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GP

3 Sport

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5

18

4 Coritiba

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6

4

23

5 Marília

22

5

6

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6 Brasiliense

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7 Paysandu

21

6

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8 Atlético-MG

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5

8

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9 América-RN

19

6

0

19

10 Ituano

19

5

2

21

11 CRB

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5

-3

24

12 Guarani

19

4

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13 Gama

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18

14 Santo André

18

4

2

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15 Paulista

17

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-1

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16 Vila Nova

15

4

-5

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17 São Raimundo

14

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18 Ceará*

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2

-4

13

19 Portuguesa

13

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-7

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20 Remo

9

2

-17

11

*Recuperou 6 pontos que havia perdido no STJD.

SÉRIE C

Paulistas a perigo

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os sete times já classificados para a próxima fase da Série C, nenhum é paulista: Brasil-RS, América-MG, Ituiutaba-MG, Jataiense-GO, Icasa-CE, Fast Clube-AM e Tuna Luso-PA. Restam duas rodadas para serem conhecidos os outros 25 que continuarão lutando pelo acesso à Série B em 2007. Entre os paulistas, os que têm melho-

Se for mesmo para o Fenerbahce, Roberto Carlos continuará vivendo em ambiente brasileiro. A equipe, agora dirigida por Zico, tem o zagueiro Fábio Luciano, os meias Alex e Marco Aurélio (que virou cidadão turco há pouco mais de uma semana) e está tentando contratar o são-paulino Lugano.

res chances são o Grêmio Barueri, no Grupo 11, e o Rio Branco, no Grupo 13, segundo colocado com três pontos a mais que o Madureira-RJ. RESULTADOS: Grupo 1 - Rio Negro-AM 2 x 3 Tuna Luso-PA. Grupo 2 - Ananindeua-PA 1 x 1 FastAM; Amapá-AP 0 x 0 São Raimundo-RR. Grupo 3 - Araguaína-TO 1 x 0 Ulbra-RO; Mixto-MT x Operá-

rio-MT. Grupo 4 - River-PI 4 x 1 Maranhão-MA; Imperatriz-MA 3 x 0 Flamengo-PI. Grupo 5 - Porto-PE 2 x 0 Botafogo-PB; Icasa-CE 3 x 1 Baraúnas-RN. Grupo 6 - Ferroviário-CE 0 x 2 Potiguar-RN; Ypiranga-PE 0 x 2 Treze-PB. Grupo 7 - CSA-AL 1 x 3 Confiança-SE; Colo Colo-BA 2 x 4 Bahia-BA. Grupo 8 - Vitória-BA 1 x 0 CoruripeAL; Pirambu-SE 3 x 1 Ipitanga-BA. Grupo 9 - Anapolina-GO 2 x 2 Coxim-MS; Luziânia-DF 1 x 4 Jatiense-GO. Grupo 10 - Serc-MS 0 x 2 Ituiutaba-MG; Atlético-GO 1 x 2

Ceilândia-DF. Grupo 11 - Barueri-SP 0 x 0 América-RJ; AméricaMG 2 x 1 Vitória-ES. Grupo 12 Estrela do Norte-ES 1 x 0 Juventus-SP; Ipatinga-MG 1 x 1 Americano-RJ. Grupo 13 - Rio BrancoSP 1 x 1 Cabofriense-RJ; Madureira-RJ 4 x 1 União Barbarense. Grupo 14 - J. Malucelli-PR 1 x 0 América-SP; Noroeste-SP 0 x 0 Adap-PR. Grupo 15 - Rio BrancoPR 1 x 2 Ulbra-RS; Caxias-RS 2 x 0 Joinville-SC. Grupo 16 - Brasil-RS 1 x 0 Marcílio Dias-SC; CriciúmaSC 6 x 0 Novo Hamburgo-RS.

Flamenguistas comemoram a conquista após o 1 a 0 no Vasco

A festa é toda rubro-negra

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Flamengo podia perder por até um gol de diferença para chegar ao título. Mesmo assim, venceu o Vasco por 1 a 0, na quartafeira, no Maracanã, no segundo jogo da decisão da Copa do Brasil. No primeiro jogo da final, realizado na quarta-feira anterior, o Flamengo havia vencido o Vasco por 2 a 0, com gols de Obina e Luizão. Nesta segunda partida, o gol da vitória rubro-negra foi marcado por Juan, aos 28 minutos do primeiro tempo. Depois disso, o Vasco

não conseguiu chegar sequer ao empate. O atacante vascaíno Valdir Papel foi expulso e empurrado para fora do campo por seu próprio t é c n i c o , R e n a t o G a úcho.Com o resultado, o Flamengo conquistou o título da competição pela segunda vez (a primeira havia sido em 1990, ao derrotar o Goiás na decisão) e ficou com a primeira vaga brasileira na Copa Libertadores da América de 2007. Os outros representantes do país na Libertadores sairão do Campeonato Brasileiro.


segunda-feira, 31 de julho de 2006

Seleção Brasileira França Liber tadores Mercado

DIÁRIO DO COMÉRCIO A final ainda está longe. Faltam 90 minutos contra uma equipe que joga muito bem fora de casa." Rogério Ceni

NOVA FINAL BRASILEIRA ESTÁ PRÓXIMA

A UM PASSO DA FINAL

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Wilton Júnior/AE

Djalma Vassão/AE

ão Paulo e Internacional estão muito próximos de realizar a segunda final consecutiva entre brasileiros na Libertad o re s . O s d o i s p r i m e i ro s colocados do Campeonato Brasileiro obtiveram bons resultados fora de casa e jogam com relativo conforto contra Chivas e Libertad. No México, o São Paulo foi muito melhor durante o primeiro tempo, mas só conseguiu o gol da vitória numa cobrança de pênalti de Rogério Ceni na etapa final. A vitória por 1 a 0 assegura à equipe o direito de jogar por um empate no Morumbi, quarta-feira, às 21h45. E a goleada de 4 a 0 sofrida pelo time reserva para o Santos, ontem, não mudou os planos do técnico Muricy Ramalho: hoje os titulares treinam em dois períodos, e já entram em concentração. "Nós vamos jogar contra o Chivas da mesma forma que sempre jogamos, pressionando o adversário em seu campo de defesa, com muita marcação. O Chivas vai ter que mudar: eles precisam do resultado e devem vir mais para cima", prevê o técnico. Antes mesmo de garantir a vaga na final, o São Paulo já pensa nos dois desfalques que pode ter na segunda partida, dia 16 de agosto: Ricardo Oliveira, cujo contrato se encerra no dia 10, e que já tem sua reapresentação pedida pelo Betis, e Lugano, convocado para defender o Uruguai num amistoso no mesmo dia. Neste último caso, a diretoria já avisou que conta com a intervenção da Conmebol, que mudou a data da decisão - foi adiada em uma semana por causa da mudança nas datas das quartas-de-final, que seria disputada antes da Copa do Mundo. O Internacional recebe o Libertad na quinta-feira e precisa de uma vitória simples, coisa que conseguiu em todos os jogos que disputou no BeiraRio nesta Libertadores. O empate por 0 a 0 em Assunção, com direito a uma bola na trave de Clêmer, deixou a equipe sem poder sofrer gols - qualquer empate acima de 1 a 1 favorece o time paraguaio. A prioridade para a Libertadores é tamanha que o técnico

Marcelo Campos/AE

Dunga na CBF: novo técnico começa a trabalhar um dia depois da nomeação para suceder Parreira

O São Paulo de Muricy Ramalho e o Inter de Abel Braga jogam nesta semana para realizar a segunda final brasileira da Libertadores

Martin Bureau/AFP

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Roberto Carlos na Turquia, Kaká em Milão a semana em que Emerson se apresentou ao Real Madrid para trabalhar mais uma vez sob o comando de Fabio Capello, que o recebeu com muitos elogios, o lateral Roberto Carlos deixou praticamente decidida a saída e deve anunciar, hoje, o acerto final com o Fenerbahce, da Turquia, que é comandado por Zico. O Real dificilmente terá, porém, o brasileiro mais cobiçado pela atual diretoria - o meia Kaká, por quem o Milan recusou uma proposta de 60 milhões de euros. O craque brasileiro pensou em trocar Milão por Madri, mas desistiu depois que as autoridades italianas reduziram a punição ao Milan por conta da manipulação de resultados no último campeonato nacional e, assim, garantiram a permanência da equipe na próxima Liga dos Campeões da Europa. Outro brasileiro que deve resolver a situação com o clube espanhol nos próximos dias é Ronaldo, que ainda depende de uma conversa com Capello para decidir se fica - e corre o risco de disputar posição com o holandês Van Nistelrooy - ou sai, provavelmente de volta para a Inter de Milão.

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Caçapa ergue taça da Supercopa da França, conquistada pelo Lyon

unga estréia efetivamente nesta terça-feira no comando técnico da Seleção Brasileira ao convocar os 22 jogadores que levará a Oslo para o amistoso do dia 16 contra a Noruega. Pouco depois de aceitar o convite de Ricardo Teixeira para substituir Carlos Alberto Parreira, que se despediu da Seleção após o fracasso na Copa do Mundo e deve treinar a África do Sul, Dunga anunciou que dará prioridade a jogadores que atuam no Brasil ou já estão treinando há algum tempo em suas equipes européias. As principais estrelas do Brasil no Mundial não serão chamadas. A maior parte retomou os trabalhos em seus clubes neste fim da semana e ainda está em precárias condições físicas. No Brasil, Dunga terá problemas para convocar jogadores do São Paulo e do Internacional, que podem fazer a decisão da Libertadores, exatamente no dia do amistoso em Oslo, se passarem por seus adversários na segunda rodada das semifinais. Nem o novo técnico nem a CBF deram, até agora, qualquer indicação de como será tratado o problema dos dois clubes. No entanto, nas poucas entrevistas que deu após assumir a função, Dunga tem insistido na idéia de que quer trabalhar com jogadores inteiramente identificados com a Seleção e que se disponham a qualquer sacrifício para atender às convocações. "Estar na Seleção basta para motivar qualquer jogador", diz ele. Dunga já anunciou também que não seguirá o modelo ofensivo adotado por Parreira nos últimos tempos à frente da Seleção com a escalação de dois meias criativos, como Kaká e Ronaldinho Gaúcho, e

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Abel Braga não hesitou em escalar os reservas no empate de ontem contra o maior rival, o Grêmio. "Não podia correr o risco de perder alguém por contusão", disse o treinador, que deve ficar mais uma vez sem o meia Tinga, que ainda se recupera de lesão muscular. Ele viu o jogo no Beira-Rio e se disse pessimista. "O problema pode se agravar e me deixar fora por um período bem maior", admite o jogador. Por via das dúvidas, Abel sacou do Gre-Nal de ontem o zagueiro Índio, que foi o substituto de Tinga no Paraguai.

Lyon leva outra taça entacampeão francês, o Lyon conquistou ontem o quinto título seguido da Supercopa da França, ao derrotar nos pênaltis o Paris Saint-Germain, campeão da última Copa da França, por 5 a 4, após empate por 1 a 1 com a bola rolando. O zagueiro Cláudio Caçapa foi o único brasileiro da equipe que participou da partida, já que Juninho Pernambucano, Fred e Cris, que defenderam o Brasil na Copa do Mundo, ainda estão em pré-temporada. Capitão do time, teve a chance de levantar mais um troféu. O PSG abriu o placar do jogo com Rothen, aos 12 minutos do segundo tempo. Benzema, de pênalti, empatou aos 21. Na disputa de pênaltis, o único erro foi do atacante Bonaventure Kalou, que disputou o Mundial da Alemanha pela seleção da Costa do Marfim. Dos principais campeonatos nacionais da Europa, o francês será o primeiro a começar: na sexta-feira, dia 4 de agosto, com o jogo entre o Lyon e o Nantes. O PSG estréia no sábado, contra o Lorient. A próxima liga a começar é na Alemanha, no dia 11. Os campeonatos de Inglaterra, Portugal, Espanha e Itália só serão iniciados na segunda quinzena de agosto.

Dunga convoca a nova Seleção

dois atacantes inteiramente voltados para o gol, como os centroavantes Ronaldo e Adriano. Não lhe passa também pela cabeça a idéia de uma renovação radical e urgente, com o conseqüente afastamento de todos os jogadores experientes. Ele já fez questão de elogiar publicamente o volante Emerson, por exemplo, e encarou com bom humor a pergunta de um repórter sobre o tratamento que ele dispensará na Seleção a Ronaldinho Gaúcho, que lhe aplicou uma série de dribles irreverentes no GreNal que deu ao Grêmio o título gaúcho de 1999: "Espero que, agora, ele faça aquilo com os jogadores das equipes que nós vamos enfrentar." Depois do jogo de estréia no comando da Seleção, Dunga pretende começar uma série de visitas a todos os treinadores de clubes europeus que têm jogadores brasileiros para trocar idéias e facilitar as próximas convocações.


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Fórmula 1 Vôlei IRL Basquete

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 31 de julho de 2006

Tive problemas com os pneus, mas ainda estamos na frente." Fernando Alonso

HELIO CASTRONEVES ASSUME A LIDERANÇA

A FERA ESTÁ SOLTA

M

Alex Grimm/Reuters

ichael Schumacher venceu sua quinta corrida na temporada, a terceira consecutiva, ontem, em Hockenheim, na Alemanha, e agora só depende de si para conquistar seu oitavo título na Fórmula 1. Isso porque Fernando Alonso foi apenas o quinto colocado, e perdeu a vantagem de poder chegar em segundo até o fim da temporada. Se vencer as seis corridas que restam, Schumacher será campeão - teria um ponto de vantagem se Alonso fosse o segundo em todas as provas. A mudança de cenário, que já vinha se desenhando nas últimas provas, se consolidou no início da semana, quando a Renault foi obrigada pela FIA a mudar seu sistema de amortecedores. A medida causou polêmica, mas foi aceita pela equipe, que também sofre com a queda de rendimento dos pneus Michelin. A Ferrari ainda foi beneficiada pelo bom desempenho de Felipe Massa, que chegou em segundo, e se manteve por perto de Schumacher por toda a corrida. Kimi Raikkonen, que havia feito a pole, chegou em terceiro lugar. Jenson Button foi o quarto, seguido por Alonso, que perdeu o controle e quase teve de abandonar ao tentar alcançálo. Giancarlo Fisichella, Jarno Trulli e Cristian Klien completaram a zona de pontuação. Schumacher foi só elogios a Massa após a prova. "Seu trabalho foi importantíssimo",

IRL: Helinho vence e lidera

H

elio Castroneves venceu as 400 Milhas de Michigan e assimiu a liderança da IRL, após 10 das 14 etapas da temporada. Ele tem oito pontos a mais que Sam Hornish Jr., que abandonou com problemas mecânicos. Vitor Meira chegou em segundo, e Tony Kanaan em quarto, atrás do inglês Dan Wheldon. Scott Dixon foi 16º e caiu duas posições. A próxima corrida da IRL será no dia 13 de agosto, o GP do Kentucky. CLASSIFICAÇÃO: 1. Castroneves (BRA), 376; 2. Hornish Jr. (EUA), 368; 3. Wheldon (ING), 359; 4. Dixon (NZL), 345; 5. Meira (BRA), 320; 6. Kanaan (BRA), 309; 7. Andretti (EUA), 250; 8. Franchitti (ESC), 249; 9. Scheckter (AFS), 239; 10. Patrick (EUA), 236.

Da Matta é 2º na ChampCar

C

Em casa, Schumacher venceu sua terceira corrida consecutiva e agora só tem 11 pontos a menos que Alonso, o quinto colocado em Hockenheim

enalteceu. Massa, que chegou ao terceiro lugar no Mundial de Pilotos, se mostrou consciente dessa importância. "Eu no lugar do Michael também me agradeceria muito", disse, rindo, após levar um banho de champanhe do alemão.

MUNDIAL DE PILOTOS: 1. Alonso (ESP/Renault), 100; 2. M. Schumacher (ALE/Ferrari), 89; 3. Massa (BRA/Ferrari), 50; 4. Fisichella (ITA/Renault) e Raikkonen (FIN/ McLaren), 49; 6. Montoya (COL/ McLaren), 26; 7. Button (ING/ Honda), 21; 8. Barrichello (BRA/

Honda), 16; 9. Heidfeld (ALE/ BMW Sauber) e R. Schumacher (ALE/Toyota), 13; 11. Coulthard (ESC/Red Bull) e Trulli (ITA/Toyota), 10; 13. Villeneuve (CAN/BMW Sauber), 7; 14. Webber (AUS/Williams), 6; 15. Rosberg (ALE/Williams), 4; 16. De la Rosa (ESP/

McLaren) e Klien (AUT/Red Bull), 2; 18. Liuzzi (ITA/Toro Rosso), 1. CONSTRUTORES: 1. Renault, 149; 2. Ferrari, 139; 3. McLaren, 77; 4. Honda, 37; 5. Toyota, 23; 6. BMW Sauber, 20; 7. Red Bull, 12; 8. Williams, 10; 9. Toro Rosso, 1.

ristiano da Matta ficou em segundo lugar no GP de San Jose, seu melhor resultado na temporada da ChampCar, e conseguiu subir três posições na tabela - divide agora o sétimo lugar com o espanhol Oriol Servia, oitavo colocado. O vencedor foi Sebastien Bourdais, que abriu mais de 30 pontos de vantagem para o inglês Justin Wilson e ficou mais perto do tricampeonato. A próxima prova será daqui a duas semanas, em Denver. CLASSIFICAÇÃO: 1. Bourdais (FRA), 255; 2. Wilson (ING), 224; 3. Allmendinger (EUA), 210; 4. Dominguez (MEX), 141; 5. Tracy (CAN), 137; 6. Ranger (CAN), 135; 7. Da Matta (BRA) e Servia (ESP), 134; 9. Philippe. (FRA), 128; 10. Tagliani (ITA), 126.

Vitórias e crescimento Hernani Pereira/FIVB

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ortugal não foi páreo para a seleção de vôlei masculino, que se manteve como a única equipe invicta da Liga Mundial e líder isolada do Grupo B, após as duas vitórias por 3 a 0, sábado e ontem, em Lisboa. Para o técnico Bernardinho e os jogadores, foram mais dois passos na evolução da equipe, que luta pelo hexacampeonato da competição. "O time entrou concentrado e se manteve assim, apesar de alguns erros de ataque", disse o treinador, que estava preocupado com o rival, responsável pela única derrota da equipe na campanha do título do ano passado, e hoje é treinador por seu ex-assistente Chico dos Santos. Mas o Brasil, mesmo longe de apresentações perfeitas, não chegou a ser ameaçado. Marcou parciais de 25/23, 25/20 e 25/15 no primeiro jogo, e de 25/20, 25/16 e 25/22 na segunda vitória. "Mesmo com os erros, senti que o grupo está querendo evoluir”, afirmou o levantador Ricardinho. O atacante Murilo, efetivado ontem como titular no lugar

que segue em segundo no grupo, apesar das duas derrotas sofridas para a Argentina. Os jogos serão sexta e sábado, ambos às 11h30 (de Brasília). Depois, o Brasil joga duas vezes contra a Finlândia, em Brasília, e encerra a participação na fase de classificação contra Portugal, em Fortaleza. RESULTADOS: Grupo A - Polônia 1 x 3 Sérvia; EUA 3 x 0 Japão; Polônia 3 x 1 Sérvia; EUA x Japão (não encerrado). Grupo B - Portugal 0 x 3 Brasil; Finlândia 0 x 3 Argentina; Portugal 0 x 3 Brasil; Finlândia 0 x 3 Argentina. Grupo C Itália 0 x 3 Rússia; China 0 x 3 França; China 0 x 3 França; Itália 1 x 3 Rússia. Grupo D - Egito 1 x 3 Coréia do Sul; Egito 0 x 3 Coréia do Sul; Cuba x Bulgária (jogam em Havana, hoje e amanhã). Brasil bateu Portugal duas vezes e segue invicto na Liga Mundial; jogadores destacam a evolução da equipe

de Dante, que sofreu uma contusão no joelho direito no sábado, no jogo de ontem, acredita que ainda tem muito a melhorar. “Aos poucos vou me entrosando com o Ricardinho. Como treino quase sempre na

equipe reserva, esse entrosamento pode demorar um pouco mais”, disse. Para o atacante Giba, a equipe não pode perder uma de suas principais características, a paciência. “Todo adversário

é difícil. Eles entram arriscando tudo contra nós. Mas nosso time teve evolução”, afirma, fazendo coro com o treinador e os companheiros. No próximo fim de semana, o adversário será a Finlândia,

CLASSIFICAÇÃO: Grupo A - 1. Sérvia, 10; 2. Polônia, 9; 3. EUA, 8; 4. Japão, 6. Grupo B - 1. Brasil, 12; 2. Finlândia, 9; 3. Argentina, 8; 4. Portugal, 7; Grupo C - 1. Rússia, 11; 2. França, 11; 3. Itália, 8; China, 6. Grupo D - 1. Cuba, 8; 2. Bulgária, 8; 3. Coréia do Sul, 8; 4. Egito, 4.

Gaspar Nóbrega/CBB

Passeio em São Paulo O

s amistosos disputados contra o Chile neste fim de semana serviram mais para dar moral à seleção feminina de basquete do que como preparação. Na sexta-feira, o time marcou 111 a 56, no ginásio do Paulistano, em São Paulo. Sábado, não muito longe dali, no Pinheiros, marcou 110 a 45. "Valeu mais que um treino porque precisamos estar concentradas para o Sul-Americano", afirmou a pivô Kelly, cestinha do segundo jogo, com 24 pontos. A competição continental, na qual o Brasil defende uma longa hegemonia - venceu as últimas dez edições -, começa amanhã, no

Paraguai. O Brasil estréia contra o Peru, e pega ainda o Chile, quartafeira, e a Venezuela, na quinta. A principal meta, contudo, é o Mundial, que será em setembro, aqui no Brasil, com jogos em São Paulo e Barueri. A seleção masculina também se prepara para o Mundial, que será no Japão, e comça no dia 19 de agosto. Ontem, na Argentina, a equipe bateu a Nova Zelândia pela quinta vez em oito dias - foram quatro amistosos no Brasil na semana passada -, por 83 a 79, e se classificou para a decisão de um quadrangular amistoso contra Argentina ou Venezuela, que se enfrentariam

ontem à noite, em Santa Fe. A decisão será às 21 horas (de Brasília), com transmissão da ESPN Brasil. O ala Anderson Varejão foi o cestinha da equipe, com 20 pontos. "Esses amistosos são importantes para a gente adquirir ritmo de jogo e entrosamento. Agora é continuar o trabalho, rever os erros e procurar melhorar ainda mais", disse o pivô Tiago Splitter. "O caminho é longo e ainda temos muito o que evoluir, mas estamos no caminho certo. Precisamos de acertos na defesa", explicou o técnico Lula Ferreira. Cíntia contra chilenas: adversário foi batido facilmente duas vezes

Sucesso na areia em Paris

A

s duplas Juliana e Larissa e Márcio e Fábio Luiz repetiram nas areias da arena montada em Paris as vitórias obtidas na semana passada, em São Petersburgo, na Rússia. Para eles, a vitória sobre os norte-americanos Gibb e Rosenthal, por 2 a 0 (21/11 e 21/17), serviu para reduzir para 300 pontos a desvantagem em relação aos líderes do Circuito Mundial, Ricardo e Emanuel, que ficaram com o bronze. "Estamos jogando num nível superior", admitiu Márcio. Juliana e Larissa comemoraram muito a vitória sobre as norte-americanas Walsh e May, campeãs olímpicas, por 2 a 1 ( 20/22, 21/15 e 15/13). "São sempre adversárias muito difíceis", disse Juliana. Ana Paula e Leila foram bronze.

Gatlin cai no antidoping

J

ustin Gatlin, recordista mundial dos 100 metros rasos ao lado do jamaicano Asafa Powell, com o tempo de 9s77, foi pego num exame antidoping realizado em abril, com excesso de testosterona, e despertou a ira da Iaaf, federação que rege o atletismo no mundo. Gatlin é também o campeão olímpico e mundial da prova mais nobre do esporte. "É preciso destruir esses criminosos", disse Nick Davies, porta-voz da Iaaf, que pede ação dos governos contra o doping. "Só a força da lei será capaz de detê-los". Gatlin se diz inocente, mas pode ser banido do esporte - já foi punido em 2001, por uso de anfetaminas. Seu técnico culpa aponta "armação" que teria sido feita por um funcionário.


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